Adendos PARTE 3 - Casa Santos Reis

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Adendos PARTE 3 - Casa Santos Reis
ADENDOS
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- I MAR
C O REFENCIAL E RESUMO MET
ODOLÓGI
CO
MARC
METODOLÓGI
ODOLÓGIC
A idéia inicial deste trabalho de pesquisa, levantamento e obtenção de fontes e
referências sobre a história, arte e tradições relativas aos Reis Magos foi conhecer e registrar as festas e a situação dos grupos folclóricos, conhecidos como: Folias, Companhias,
Ternos, entre outros, de Reis, nos Estados da Região Sudeste do Brasil, tendo em vista sua
reconhecida abrangência territorial. Ao mesmo tempo, o trabalho visou certificar os meios
que vêm sendo utilizados na preservação desses grupos organizados sob inspiração do
catolicismo popular, para cumprir uma missão de promessa ou devoção, em suas representações tradicionais que se desenvolvem dentro do período natalino, 25 de dezembro a 6 de
janeiro. Dentro desse período, e principalmente fora, excluíndo apenas o tempo quaresmal,
um número cada vez mais crescente de Folias de Reis toma parte dos denominados Encontros ou Festas de Santos Reis, um evento de caráter folclórico coletivo e de confraternização, como tão bem conceitua a folclorista fluminense Delzimar Coutinho [1B], estudiosa dos
Reisados e assídua participante das apresentações dos grupos de Folias de Reis fluminenses.
Esses grupos de representação popular, integrantes do ciclo natalino, também
conhecidos por Reisados, podem ainda ser vistos sob prismas diversos.
Mestre Câmara Cascudo [1E], no Dicionário do Folclore Brasileiro, conceitua
o termo Reisado - “sem especificação maior refere-se sempre aos ranchos, ternos e grupos
que festejam o Natal e Reis. O Reisado pode ser apenas a cantoria como também possuir
enredo (...)”.
Téo Brandão [1B], reconhecido folclorista alagoano, foi o primeiro que se dedicou
à tarefa de estudar, em maior profundidade, os inúmeros Reisados nordestinos que integram
o ciclo natalino. Observa Théo uma característica comum desse gênero folclórico: “o mais
importante nos reisados, um peditório, que, a meu ver, é o que lhe dá o verdadeiro e lhe cria
individualidade (...)”.
Do mesmo modo, o folclorista pernambucano Roberto Benjamin [1G], no seu
apropriado Pequeno Dicionário do Natal, conceitua o verbete Reisado como: “Formas
dramáticas do cotidiano ou de transposição para a forma dramática de romances, xácaras,
formas literárias populares tradicionais em verso”.
“Teatro sagrado da Folia de Reis”, define os folcloristas Edimilson de Almeida
Pereira e Núbia Pereira de Magalhães Gomes [1G], por esse tipo de reisado, no recente livro
Flôr do não Esquecimento. Os autores destacam: ”O corpo narrativo da Folia varia de
região, embora prevaleça o fundamento de reiteração da viagem mítica dos Magos”.
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A folclorista Cáscia Frade [1B], por longos anos dedicados ao estudo, preservação e divulgação das Folias de Reis, com dissertações acadêmicas elaboradas sobre esses
grupos, assim se expressa: “Grupo, ritual do catolicismo popular originado em pagamento de
promessa”.
Outro estudioso da cultura popular, Domingos Diniz [1B], companheiro das Festas
de Santos Reis, em carta a nós dirigida, datada de 23/07/2004, exprime com muita adequação: “Nenhum fato folclórico é homogêneo. Cada uma [Folia de Reis], a seu modo, à sua
maneira. A essência [núcleo dramático] não muda, que é contar, rememorar a viagem dos
Três Reis Magos, o culto ao Menino Jesus”.
O antropólogo e psicólogo, Carlos Rodrigues Brandão [1B], estudou as Folias de
Reis, do ponto de vista de seus praticantes, concluindo que sua cantoria é “uma espécie de
crônica da vida camponesa”. Observa também “o ritual de reciprocidade através das trocas
de dons e bênçãos que se processa entre pessoas do grupo e dos moradores das casas
visitadas”, baseando-se no livro “O ensaio sobre a dádiva”, de autoria de Marcel Mauss.
Sob outros enfoques, essas conceituações poderiam estender-se. Constitui exercício árduo tentar definições e classificações mais consentânias para os Reisados, com suas
variantes locais e regionais, espalhados por todo o território brasileiro, notadamente em
Minas Gerias, onde são abundantes. Acrescentem-se ainda as eventuais modificações que
gradativamente afetam a estrutura e o ritual dessas manifestações. Coube ao folclorista
Ulisses Passarelli levar à frente o projeto de reexaminar minuciosamente esse universo heterogêneo de Reisados, a maioria deles de raízes ibéricas, com louvação ao Menino Deus e
diferentes graus de influência dos Reis Magos. Passarelli faz a seguinte constatação, muito
pertinente, a nosso ver, a todo pesquisador que convive mais diretamente com os grupos
folclóricos em geral: “A verdadeira riqueza do folclore brasileiro está na variedade inclassificável”
(sic).
O referido trabalho de Passarelli [1B], intitulado Tipologia dos Reisados Brasileiros – Estudo preliminar, examina e identifica regionalmente a expressiva família de reisados,
acima de 60 grupos, em todo o território nacional. Foram considerados dois tipos de Reisados,
ambos integrantes do ciclo do Natal e baseados nos costumes natalinos ibéricos. O primeiro
tipo [Grupo A], “grupos que se preservaram predominantemente religiosos”, enquanto, no
segundo tipo [Grupo B], não se verifica essa predominância. Nesses termos, além das Folias
de Reis, outros tipos de Reisados foram igualmente incorporados às pesquisas para constituir
o Acervo, ou seja, os grupos denominados como: Boi de Mamão, Boi de Reis, Bumba-meu-boi
[região Nordeste], Cavalo Marinho, Companhias de Pastores, Guerreiros, Lapinhas, Mulinha
de Ouro, Pastores, Pastorinhas, Pastoris, Reiadas, Reis de Boi, Reis de Careta, Reis de
Congo, Reisados, Ternos de Reis (da Bahia e da região Sul do Brasil), e outros tantos mais. A
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esse conjunto de Reisados, com diferentes graus de influência dos Magos do Oriente, e
também para que possam ser referenciados aos seus congêneres de outros países, denominaremos, para efeito de simplificação, Grupos de Reis.
O início do trabalho pautou por atividades de caráter informal, como corolário de
implantação da Casa Santos Reis, em 1980, na localidade de Manuel Duarte - município
fluminense de Rio das Flores, já na fronteira com Minas Gerais. Desde então, a Casa Santos
Reis passou a realizar anualmente, na data da Epifania, segundo o calendário eclesiástico,
um evento no sentido de reativar e preservar os grupos de Folias de Reis da região, inclusive
de Minas Gerais, muitos dos quais, à época, estavam em processo de desaparecimento.
No entanto, a partir de 1994, estabeleceu-se um programa de trabalho que
consistiu em realizar um conjunto de viagens a diferentes localidades da Região Sudeste,
algumas previamente conhecidas em função dos censos culturais dos Estados envolvidos,
de outras fontes disponíveis, principalmente as derivadas de informações que se iam colhendo no decorrer das próprias viagens realizadas. Buscou-se, tanto quanto possível, programar as viagens dirigidas às localidades dentro de uma mesma micro-região homogênea,
agrupadas de acordo com a composição estadual das mesorregiões estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Por outro lado, as viagens também procuravam coincidir com a realização de
eventos relacionados às Festas de Santos Reis, de modo a propiciar o contato mais direto
com os grupos participantes e seus componentes.
Adotaram-se, no referido levantamento das Festas de Santos Reis, de forma
simplificada, os delineamentos estabelecidos por Luis de Hoyo Sáinz [1G], Diretor do Museu
do Povo Espanhol, no seu trabalho “Cuestionários Especiales de Etnografia y Folclore –
Fiestas Populares y Regionales de España”, publicado no Anales del Museo del Pueblo
Español -Tomo I, Madrid, 1935. Esses delineamentos foram, pouco depois, dentro do próprio Museu, pragmatizados por Demétrio E. Bisset [1G], no artigo “Un Modelo de Ficha para
Estudiar las Fiestas”, enfeixado no mesmo Anales del Museo, Vol.III, de 1990. Dessa ficha,
retiramos os parâmetros que nortearam a classificação das festas.
O desenvolvimento do trabalho permitiu construir um Acervo de produção própria, de dados e informações de natureza documental, iconográfica e audiovisual, sobre as
festas e os Grupos de Folias de Reis, no domínio da Região Sudeste. Em seguida, estendido
de forma simplificada a todo o país. Complementarmente, foi ainda obtido outro conjunto
equivalente junto aos próprios Grupos de Reis, como também nas Bibliotecas, Centros/Casas
de Cultura, Centros de Memória, Museus, entre outras entidades culturais, públicas e privadas, dos Estados e Municípios pesquisados. A documentação obtida, neste último caso,
restringiu-se às normas praticadas por cada entidade.
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Não obstante, o objetivo e o escopo iniciais do trabalho foram redefinidos, à
medida que a pesquisa se desenvolvia, e se ampliava o volume do material coletado. Nessa
segunda etapa, que se sobrepôs à precedente, estendendo-se de 1998 até 2005, buscouse constituir um quadro referencial de dados e informações que circunscrevesse os primórdios
das expressões culturais relacionadas aos Magos do Oriente, as quais desaguariam na formação e evolução de um conjunto de rituais litúrgicos e paralitúrgicos.
Como se sabe, no Brasil, essas tradições populares foram trazidas pelos colonizadores ibéricos, mais diretamente portugueses, e empregadas pelos jesuítas sob forma de
canto, dança e representação, no processo de catequese e ensino dos nativos e dos
próprios colonos vindos de Portugal [Reinóis]. Assim, o escopo do trabalho se estendeu
também à Península Ibérica, e, em seguida, abarcou também outros países europeus, em
especial Alemanha, França, Itália e Inglaterra. De acordo com referências disponíveis, nesses países, essas tradições relacionadas aos Reis Magos eram mais que expressivas e tiveram marcante presença não somente no campo das artes, mas também quanto às suas
origens históricas. Os Estados Unidos da América também passaram a fazer parte do grupo
de países selecionados.
Nesse conjunto, não poderíamos deixar de incluir ainda os países latino-americanos, que, a exemplo do Brasil, tiveram um processo de catequese cristã similar, como:
México, Guatemala, Peru, e Argentina.
Com efeito, foi no México que se representou, na Epifania de 1587, um Auto
sobre os Reis Magos [pouco depois da encenação do Auto de Anchieta, em São Paulo de
Piratininga, no Natal de 1561, Ano Novo e Dia de Reis de 1562 (vide Adendo II)], diante
”dos indígenas convertidos, pois eles se cosideravam gentís que haviam abraçados a nova
fé“. Na realidade, esse foi o primeiro “Auto sacramental” escrito em língua nativa latinoamericana, o “Nahualt”, por um franciscano, Frei Andrés de Olmos. Posteriormente, essa
peça foi traduzida para o castellhano por Francisco Del Paso y Trancoso [1C], e faz parte
deste Acervo. A partir daí, essas representações, de origem espanhola, tornaram-se populares, sendo denominadas Pastorelas e apresentadas desde a véspera do Natal até o dia
de Reis.
No Peru, a tradição dos Reis Magos inicia com a própria fundação de sua capital
Lima, levada a efeito pelos conquistadores espanhóis, em 18 de janeiro de 1535, com o
nome de “Ciudad de los Reyes”. Duas explicações para esse nome: homenagem a Carlos V e
a sua progenitora Juana, filha dos Reis católicos Fernando e Isabel, ou, de acordo com a
tradição, que atribui o nome como um tributo aos Reis Magos. Cabe observar que o símbolo
heráldico da cidade consiste num escudo azul com estrelas e três coroas de ouro, em louvor
aos Três Reis Santos.
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Quanto à Argentina, as
Foto: Lúcia Beatriz
tradições de Reis são igualmente celebradas, como indicam duas publicações de Félix Coluccio [1G], autor
muito conhecido e apreciado pelos
folcloristas brasileiros. Refere-se ao
Dicionário Folclórico daquele país,
como também a outro intitulado
Fiestas y Celebraciones de la
Republica Argentina. Em ambos, são
postas em relevo as tradições religioso-populares relativas ao culto a São
Ritual da troca de fitas na Festa de São Baltazar Igreja da Lampadosa, Rio de Janeiro/RJ
Baltazar, nos arredores de Buenos
Aires e na Província de Corrientes, onde as festas, no dia da Epifania, adquirem rara expressão. O culto a São Baltazar está ainda presente em algumas regiões do Paraguai e na capital
do Uruguai, Montevideo. No Brasil, essa tradição deixou vestígios no Rio de Janeiro, onde a
imagem do Patrono da Confraria, que se dissolveu, ainda permanece abrigada na Igreja da
Lampadosa. O Santo Negro é venerado nesse templo, especialmente no dia seis de janeiro,
com missas e festas, destacando o ritual da “troca de fitas“ que são depositadas
pelos fiéis, nos braços da imagem.
No tocante aos países europeus citados, o programa de trabalho desenvolveu-se nas capitais, onde se concentra grande parte das instituições voltadas para os
temas preconizados e, em seguida, estendeu-se a outras regiões, levando em conta o
seguinte:
• A inclusão dos países ibéricos, Portugal e Espanha, dispensa por si só qualquer
justificativa. Entretanto, estabeleceu-se uma escala de prioridades no âmbito
daqueles países. Assim, além das capitais, naturalmente, foram priorizadas algumas regiões de ambos, que demonstravam ter contribuído, em maiores proporções, no fluxo migratório que se processou para as terras brasileiras, no período
Colonial e em parte do Imperial [vide trabalhos de Joel Serrão e José Carvalho
Aroteia].
Nessas condições, na Espanha, foram selecionadas as Regiões de Castela e
Leão, e Galícia. Em Portugal, a região Norte, compreendendo: o Minho, Trás-os-Montes e
Porto.
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• Na Alemanha, um dos principais pontos focais, não só da origem histórica, mas
também da arte e tradições relativas aos Reis Magos, o trabalho priorizou a
cidade de Colônia, local onde está edificada a Catedral Gótica que abriga, desde
1164, as Relíquias dos Magos, o conhecido “Relicário de Santos Reis”. No entorno
de Colônia, também se incluiu a cidade de Aachem [antiga Agrisgã, centro do
Império Carolíngeo], onde se localiza o “Stersingermissiom“, entidade voltada a
programas de promoção social da infância carente, em todo o mundo.
• A Itália, igualmente importante, não só pela existência da Basílica de Stº
Eustórgio, em Milão, primeiro estágio de abrigo das Relíquias dos Reis Magos,
provindas do Oriente, em solo europeu. Destaca-se ainda a presença italiana nas
artes visuais, em que se envolveram quase todos os artistas renascentistas,
desde Giotto, na retratação das mais variadas cenas dos Magos evagélicos.
• Quanto à França, o trabalho se estendeu à cidade de Besançon, na região do
Condado Franco, importante pólo medieval da presença do culto aos Santos Reis, e
à cidade de Embrun, na região dos Alpes Franceses, próximo à fronteira com a Itália.
Madaleine Félix [1F], autora do Le Livre de Rois Mages, editado no ano 2000, faz
menção ao cortejo de transladação das Relíquias dos Reis Magos, de Milão para
Colônia, e a hipótese de sua passagem por Embrun. Aí se ergue a Catedral de Notre
Dame du Réal, construída de 1170 a 1220, que foi, durante muitos séculos, importante centro de peregrinação em honra dos Reis Magos. Datado de 1896, um amplo
mosaico retrata a Adoração dos Reis Magos ornamentando essa catedral e reproduzindo um antigo fresco. Deve-se, também, ter em mente que muitos autores atribuem à França a primazia de nascimento dos autos litúrgicos medievais, ademais da
presença significativa nas artes visuais e plásticas relativas aos Magos, em especial
as que adornam suas numerosas e famosas catedrais, entre as quais: Chartres,
Amiens, Angers, Reims e naturalmente a Notre Dame de Paris.
• A Inglaterra e os Estados Unidos da América não poderiam faltar de modo
algum nesse grupo selecionado. Entre outras razões, pelo significativo envolvimento
desses países na produção e edições de trabalhos de obras de arte, de pesquisas acadêmicas sobre o assunto, grande disponibilidade de fontes e referências
originárias de outros países, traduzidas ou não, e existência de Museus, Galerias
de Artes, Bibliotecas e outras entidades de renome internacional, como a centenária “Folklore Society“, na Inglaterra.
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Nesses países considerados, foram realizadas até três missões de trabalho, definindo o roteiro, os contatos e o esquema de pesquisa a ser desenvolvido junto às Bibliotecas
Nacionais, Museus Antropológicos e de Tradições Populares, Universidades e em outras
entidades correlatas, públicas ou particulares, situadas nas capitais e em algumas cidades
selecionadas. Do mesmo modo ao procedimento utilizado na fase precedente, as fontes e
referências, obtidas nas organizações estrangeiras, restringiram-se às respectivas normas
adotadas para tal fim. Contou-se ainda com doações, bem como aquisições e encomendas
junto a diversas redes de livrarias convencionais, de livros usados e através de portais de
serviços virtuais, via internet. No Adendo III, consta a relação completa das entidades
nacionais e estrangeiras contactadas, compreendendo endereços: postal, telefônico e eletrônico. Já em Arquivos Específicos do Acervo [4G], está reunida toda a documentação
dessas entidades, compreendendo: “Applications” para realização de pesquisas, Normas e
Procedimentos, Folders ilustrativos, Guias de Acesso aos catálogos informatizados, Folhas
de Anotações derivadas das pesquisas realizadas, Registros das Missões de Pesquisa no
Exterior, Formulários de solicitações de cópias e outros serviços de interesse, entre outros.
À medida que o material documental, iconográfico e audiovisual, pesquisado,
levantado e coletado se avolumava, impondo maior nível de complexidade ao trabalho,
tornou-se imperativo proceder a ajustes no procedimento metodológico, inicialmente adotado, principalmente no que tange ao processo classificatório. O desenho da nova base
metodológica, não mais assentada sobre uma listagem alfabética por autores ou títulos,
requereu um respaldo especializado. Nessas circunstâncias, estabeleceram-se duas matrizes classificatórias: uma quanto às espécies de suporte empregado e outra levando em
conta o tema ou conteúdo. Da conjugação dessas matrizes, procedeu-se a classificação
das fontes e referências. A matriz relativa ao suporte compreende as seguintes espécies:
1 - BIBLIOGRÁFICO: Livros/ Fascículos/ Monografias/ e Similares
2 - HEMEROGRÁFICO: Revistas/ Jornais/ Outros periódicos
3 - ICONOGRÁFICO: Fotografias/ Ilustrações/ Reproduções
4 - DOCUMENTOS ESPARSOS
5 - AUDIOVISUAL e MULTIMÍDIA: Discos de Vinil /fitas Cassete/ CD‘s/ Fitas VHS/
DVD‘s/ CD-ROMs.
Essas categorias de suporte serão adicionalmente classificadas segundo o tema,
ou conteúdo. Na categoria documentos esparsos, estão incluídos alguns arquivos de temas
específicos, reunindo fontes e referências de natureza correlata, como: Cartazes das Festas de Reis a nível estadual, Estatutos das Organizações Associativas dos Grupos de Folias
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de Reis, Convites, Diplomas, Relação de Grupos Folclóricos a nível municipal e ainda outros tantos dados e informações relacionados às tradições populares dos Reis Magos. Os audiovisuais e multimídias
são classificados em específicos, quando totalmente constituídos por repertórios dos Grupos de Reis;
ou genéricos, quando incluem pelo menos uma tradição dos referidos grupos. Adicionalmente, foram
redivididos em nacionais e estrangeiros.
O ponto crucial, de reconhecida dificuldade, residiu em se chegar à matriz temática, isto
é, a uma classificação do material coletado em categorias temáticas, que refletisse,
tanto quanto
possível, o tema, ou ainda o conteúdo das fontes e
referências, derivado – quando disponível – do título, palavras-chave, sumário, seguido da apresentação e prefácio ou introdução. Em alguns casos, tor-
Cartaz Festa de Reis de Jales / SP,
à época do Padre Jansen - 1966
nou-se necessário uma leitura do capítulo de conclusão e, em casos reduzidos, a leitura de
todo o texto do documento a classificar. Quando se tratava de documentos nos idiomas
latino e alemão, requereu-se o indispensável suporte de uma equipe técnica de tradução.
Partiu-se de uma classificação temática de referência, por sinal, a única existente à época, nos diversos sistemas mecânicos e informatizados consultados, para material
documental, iconográfico e audiovisual. Refere-se ao modelo de classificação utilizado pela
New York Public Library - NYPL, nos catálogos LEO (Library Entrance Operation), disponível
ao público em geral, e o CATNYP (Cathalog of New York Public Library), restrito aos pesquisadores credenciados. Isso possibilitou estabelecer uma primeira matriz de classificação
temática para o acervo bibliográfico, hemerográfico, iconográfico e documentos esparsos.
Após quinze sucessivas interações ao longo do trabalho realizado, chegou-se a uma configuração final, compreendendo sete categorias temáticas que melhor representavam todo o
acervo coletado, ou seja, o presente Acervo.
A matriz temática classificatória resultante compreende as sete categorias, caracterizadas pelo agrupamento das seguintes palavras-chave correlatas:
A - ARTES VISUAIS: Escultura/Pintura/Iconografia
B - FESTAS E GRUPOS DE REIS
C – LITERATURA: Lendas/Teatro
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D – LITURGIA E TEMPLOS DE SANTOS REIS
E - MÚSICA E INSTRUMENTOS MUSICAIS
F - ORIGEM E HISTÓRIA RELATIVAS AOS REIS MAGOS
G - TEMAS CORRELATOS
Obviamente, grandes dificuldades foram encontradas no processo de se estabelecer uma classificação do Acervo, considerada como principal, segundo as categorias
temáticas adotadas. Algumas, diga-se de passagem, incontornáveis quando, por exemplo,
uma referência ou fonte se enquadrava em mais de uma categoria. Numa tentativa de
superar a questão, para efeito de classificação principal, priorizaram-se os temas relativos à
categoria B seguida pela F, uma vez que ambas remetiam aos objetivos iniciais do trabalho,
voltados para as Festas e Grupos de Reis. Isto, naturalmente, quando essas categorias se
incluíam no elemento a classificar. Por outro lado, para atenuar o eventual descarte de um
tema pertinente, porém não de categoria prioritária, fez-se, para cada fonte ou referência,
a indicação de até duas classificações complementares (secundária e terciária), levando em
conta as categorias dos temas remanescentes.
Em outras palavras. Se o conteúdo de alguns documentos a classificar encaixase em mais de uma e, às vezes, em todas as categorias temáticas consideradas, com
presença dos temas B e/ou F, prevalecem estes na classificação principal, fazendo-se a
indicação de até dois temas complementares. Por outro lado, nos casos em que o conteúdo
do documento a classificar não diz respeito às categorias B e F, ou seja, é independente
destes, e havendo certo equilíbrio dos temas tratados em questão, procedeu-se, em algumas situações, de modo subjetivo, a classificação principal e complementar. Portanto, é de
se supor que alguns equívocos tenham sido cometidos. Esse critério resulta, naturalmente,
numa acentuada ponderação das temáticas B e F em relação às demais.
O procedimento metodológico, descrito com maiores detalhes, consta como um
elemento do Acervo. Trata-se de Arquivo Específico [4G] contendo diagramas que ilustram o
processo de pesquisa, levantamento e obtenção das fontes e referências, levando-se em
conta as espécies de suportes utilizados, bem como as diversas interações que resultaram
na formatação da matriz temática final adotada. A referência, utilizada na classificação do
material do Acervo, seguiu as Normas da ABNT.
Quanto às Festas/Encontros de Reis, demos a conhecer o resultado de um extenso levantamento sobre esses eventos, no âmbito da Região Sudeste do Brasil, através do
artigo intitulado “Anotações sobre as festas de Santos Reis na Região Sudeste do Brasil”
[2B]. Baseamo-nos, conforme já mencionado, nos trabalhos de Sáinz [1G] e Bisset [1G] para
estabelecer três tipos de festas (A, B e BB), de acordo com suas características de nature-
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za geográfica, estrutural, litúrgica e ritual. Sendo A - festas de caráter local, B - festas de
âmbito regional restrito e BB – de ampla expressão regional, incorporando todos os parâmetros
classificatórios.
O levantamento contemplou uma amostra de 208 municípios do Sudeste, agrupados segundo as mesorregiões e microrregiões estabelecidas pelo IBGE. Cabe observar que
não foram identificadas festas para algumas Regiões, o que não significa a inexistência da
tradição. Realizaram-se inúmeras visitas aos locais das festas, durante e fora do transcurso
dos eventos. Um farto material documental e iconográfico foi recolhido e complementado por
registros audiovisuais [5B] das festas. A seguir, põem-se em relevo os municípios da Região
Sudeste, onde ocorrem as festas/encontros de máxima expressão, agrupados a nível estadual, segundo as respectivas mesorregiões e microrregiões. Dentre esses, destacam-se as
festas de Reis realizadas nos seguintes estados, mesoregiões e cidades:
• No Espírito Santo, a mesorregião Sul, sobressaindo-se a cidade de Muqui.
• Em Minas Gerais, nas mesorregiões Sul/Sudoeste, com as cidades de Poços de
Caldas, Passos, Três Corações, Três Pontas, Itaú de Minas; Triângulo Mineiro e
Alto Paranaíba, com Uberaba, Uberlândia, Araxá, Romaria e Patos de Minas, e a
Metropolitana de Belo Horizonte, com Jequitibá e Sete Lagoas.
• No Estado do Rio, na mesorregião Centro Fluminense, cidades de Nova
Friburgo, Cordeiro e Duas Barras, e na Sul Fluminense, Valença, Rio das Flores
e Vassouras.
• Finalmente, em São Paulo, na mesorregião Ribeirão Preto, com as cidades de
Ribeirão Preto, Batatais, Altinópolis, Santo Antônio da Alegria, Cássia dos Coqueiros e, na mesorregião de São José do Rio Preto, Votuporanga e Nhandeara.
Para as demais Regiões do Brasil, o levantamento realizou-se de forma parcial,
com indicação das Festas de Santos Reis de cada Estado, para as quais se conseguiram
maiores informações.
Assim, nas Regiões Norte e Nordeste, foi possível considerar as seguintes Festas de
Reis: na capital São Luís e na cidade de Caxias, no Maranhão. As cidades da Região do Cariri,
no Ceará, Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha; no Rio Grande do Norte, a capital Natal, cujo
símbolo são os Três Reis Magos, e o seu dia, 6 de janeiro, feriado municipal. Na Paraíba, as
cidades de João Pessoa, Tacima, Bananeiras; em Pernambuco, as cidades de Carpina, Santa
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Maria da Boa Vista e Garanhuns; em Sergipe, a famosa festa de Laranjeiras, realizada em
conjunto com Japaratuba. Na Bahia, os dados e informações correspondem à região do
Recôncavo, a capital Salvador [Festa da Lapinha] e Santo Amaro da Purificação. Já na Chapada
Diamantina, a localidade de Vão das Palmeiras, município de Boninal.
No Cento-Oeste, em Goiás, a capital Goiânia e, no Distrito Federal, a capital Brasília.
Mato Grosso do Sul, com dados insuficientes, as cidades de Cassilândia, Parnaíba e Aparecida
do Tabuado. Finalmente, na Região Sul, Paraná, com as Festas de Reis em Londrina, Maringá e
Sarandi. Santa Catarina, na capital Florianópolis e Itajaí, e, no Rio Grande do Sul, as festas de
Osório e Gravataí.
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- II REGISTR
OS HISTÓRI
C OS D
AS TRADIÇÕES
REGISTROS
HISTÓRIC
DAS
DE REIS NO BRASIL
Neste Adendo, põe-se em destaque um elenco de registros históricos que marcam a presença dos Reis Magos nas tradições populares no Brasil. As celebrações do Dia dos
Reis, no terceiro momento do ciclo festivo do Natal, pertencem ainda ao patrimônio das
tradições natalinas já que, a partir dessa data, se “desfazem os sinais festivos que criaram
a atmosfera da festa”. O escritor Graciliano Ramos, atento observador de nossos costumes
populares, escreve, no conto “Natal”, a esse propósito: “O Natal, festa profana, alcança
duas outras: Ano Bom e Reis. Começa 23 de dezembro e termina 06 de janeiro, representa
uma solução de continuidade nas aperreações do sertanejo”.
I – Desenvolvimento Cronológico:
1 - Representação do Auto de Anchieta “Pregação Universal ou Na Festa de Natal”:
Encenado na Igreja dos Jesuítas, em São Paulo de Piratininga, no Natal de 1561,
no Ano Novo e Dia de Reis de 1562, Padre Armando Cardoso [2B], na obra sobre o Teatro de
Anchieta, escreve:
“Quando Nóbrega [Pe. Manuel Nóbrega] voltou da Bahia em 1560,
com o Governador Geral Mem de Sá, depois da expulsão dos franceses de Villegainon, alcançou a transferência da Villa de S. André para
São Paulo de Piratininga. Foi então que os portugueses estabelecidos
na nova [primeira parte avançada da catequese do sertão], quiseram celebrar o Natal com um Auto sagrado no recinto da igreja,
como costumavam: seria o Natal de 1561. (...) Encomendou-o a
Anchieta que o compôs, ensaiou e fez representar. Chamou–se lhe
Pregação Universal, porque se destinou ao público não só português,
mas também indígena, escrito como era nas três línguas usadas no
Brasil em literatura: tupi, português e espanhol”.
Mais tarde, esse auto foi reintitulado como “Na Festa de Natal”. Em continuação:
“(...) foi [a peça] repetida por toda a costa do Brasil [onde havia
aldeamentos de catequese jesuítica], com adaptações diversas (...)
como a da Confraria dos Escravos do Rio de Janeiro e a dos Reis
Magos [Espírito Santo]. Conhecem–se historicamente duas dessas
adaptações, a de São Vicente [São Paulo] e a de São Lourenço
[Niterói], a mais insigne”.
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Refere-se à Confraria na Aldeia dos Reis Magos, núcleo de catequese jesuítica na
costa marítima do Espírito Santo, local onde foi erguida, de 1569 a 1580, segundo Heribaldo
Batista no seu livro “A Obra dos Jesuítas no Espírito Santo” – Viana - ES, 1979. Reitera Pe.
Cardoso: “Lembremos novamente, trata-se da festa de Natal (25 de dezembro) que se
estendia à Circuncisão (1º de janeiro) e a dos Reis Magos (6 de janeiro). Há no Auto claras
alusões às três festas”. Mais adiante, Pe. Cardoso acrescenta mais detalhes, chamando a
atenção de que estavam em voga os Autos de Gil Vicente e de sua escola:
“Peça Lírica de teatro, feita para alunos portugueses e índios que
representavam, diante de seus pais, o 1º Auto de A Pregação Universal ou Na Festa do Natal: é a dança do 4º Ato, na nossa
reconstituição: as quintilhas em redondilha lembram as festas natalinas, principalmente os Reis Magos, cujas estátuas se colocam no
presépio com a estrela que os guiava. (...) Sete [estrofes] falam em
português, dois em espanhol e três em tupi”.
Os versos relativos aos Reis Magos [2º, 3º e 4º este, em espanhol], são os
seguintes:
“Os Três Reis com devoção
Eu também venho a dançar
Los Reys, em este dia,
vieram a visitar-vos;
posto que sou pescador,
os trajeron mucho donen:
eu também quero louvar-vos
mas não tenho o que vos dar,
yo vengo com alegria.
de todo o meu coração
porque não quero furtar,
Señora, Santa Maria,
e sempre, senhor, amar-vos
o peixe de meu senhor
a pedir a muchos perdones”
2 - Festa de Reis em conjunto com Procissões Peregrinatórias:
Por “Procissões Peregrinatórias” a folclorista goiana Yara Moreyra [2E] denomina
os cortejos religiosos realizados no interior dos aldeamentos de catequese e ensino, nos
primeiros tempos de colonização do Brasil. De acordo com o trabalho do Padre Carlos
Bresciani [1G], sobre os primeiros dez anos, 1549-1559, de evangelização das Aldeias ao
redor de Salvador-Bahia: “Para a festa dos Reis, 6 de janeiro de 1562, o Pe. Luís da Grã
Provincial, foi novamente à Aldeia de Santiago [no entorno de Salvador, Bahia]”. Continua
citando o trabalho do Pe. Serafim Leite (Monumenta Brasiliae – Tomo III): “Os cristãos que,
então se fizeram 120 pouco mais e, cinqüenta casais em ação de graças. E estes foram os
dões, que então ofereceram e com que festejaram a festa dos Reis que então era”.
O autor transcreve trechos da Carta do Jesuíta Pe. Antônio Blazques, por ocasião das solenidades das festas do Patrono da Aldeia de Santiago [25 de julho de 1564],
relatando duas “Procissões Peregrinatórias”, ainda com a presença do Provincial: uma na
186
Adendos
véspera e outra no próprio dia, no qual também se celebrava o “Jubileu da Conversão”. Eis o
trecho da véspera:
“Vinha tão vistosa e tão bem ordenada esta procissão, que para os
índios Brasis não se poderia exigir mais. Juntamente a outra parte
[de outras Aldeias] que tinha vindo ao Jubileu, logo que souberam,
saiu ao encontro com tambor e folia e com uma bandeira de tafetá
de muitas cores (...)” [sic].
No dia de Santiago, o relato é extenso e bem detalhado: “Falarei somente da
procissão que se fez neste dia a qual, foi tão suntuosa e solene, tanto por causa do número
e diversidade de gente como pelo aparato e pompa com que foi ordenada.”. A seguir,
descreve a seqüência dos participantes: “(...), na dianteira os meninos de cinco povoações, após os pais e parentes, <gente anciã>, depois os clérigos e gente de fora. Atrás de
todos, as mulheres brancas trazendo com elas as índias das povoações”. Completa Pe.
Blazques: “Finalmente, no meio desta procissão iam danças, tambor, com sua bandeira,
folia, não só da parte dos índios como dos cristãos, que não pouco regozijavam e alegravam a festa”. Observa-se, no trabalho do Pe. Bresiani [1G], que o termo Folia aparece
inúmeras vezes nas descrições das festas nos aldeamentos com a mesma acepção dada em
Portugal. Tudo indica, portanto, que os próprios aldeões assimilaram esse mesmo significado,
que perdura até os dias atuais.
Ainda a propósito dessas festividades, cabe mencionar as anotações feitas pelo
Padre Fernão Cardim [1G], em seu Relatório, transformado no livro Tratados da Terra e da
Gente do Brasil, de observador e acompanhante do Representante da pessoa e autoridade
do Padre Geral de sua Ordem, na visita que este realizou aos núcleos de catequese no Brasil,
em 1583 e 1584. Assim se expressa por ocasião da visita a Aldeia do Espírito Santo [vizinhança de Salvador], em 1584: “A esta figura fazem os índios muita festa por causa de sua
formosura, gatimanhos e trejeitos que faz; em todas as suas festas metem algum diabo
[sic] para ser deles bem celebrada”. Seria esse estranho personagem o precursor dos
palhaços das Folias de Reis, dos Mateus e Caretos dos reisados nordestinos?
Essas festividades, realizadas pela missão jesuítica, eram naturalmente comuns
em outros aldeamentos jesuíticos do Brasil Colônia.
3 - Primeira Igreja dedicada aos Reis Magos, no Brasil:
Trata-se da Igreja e Residência Anexa construídas na Aldeia dos Reis Magos,
núcleo de catequese jesuítica, na costa espiritossantense, cerca de 40 km ao norte de
187
Adendos
Vitória, atual localidade de Nova Almeida,
no município de Serra. A obra, conforme
já mencionado, foi erguida, na sua fase
inicial, de 1569 a 1580, sendo o mais antigo templo dedicado a Santos Reis no
Brasil. Embora não se disponha de informações específicas das festas de Reis
ali realizadas, presume-se, a exemplo do
que ocorriam em outros aldeamentos similares, que o dia do padroeiro da igreja,
Santos Reis, em 6 de janeiro, deveria ser
festivamente celebrado. O Padre Cardim,
em sua passagem pelo Espírito Santo, faz
menção à presença da Confraria dos Reis
Magos, como também de festividades realizadas na referida aldeia.
Retábulo do altar-mór da Igreja dos Reis
Magos de Nova Almeida / ES
Basílio Daemon, no livro “Província do Espírito Santo”, faz menção ao retábulo,
talhado em madeira, que ostenta o fundo do altar. Na parte central, destaca-se pintura a
óleo de autor desconhecido, retratando a mais antiga cena da “Adoração dos Reis Magos”
no país. A Igreja e a Residência foram tombadas pelo Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (IPHAN), no ano de 1943.
4 - Celebração do Natal no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro:
Ainda no Relatório do Padre Cardim [1G], citado anteriormente, conta-se como
foi a celebração do Natal no Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, em 1584: “Tivemos o
Natal com um presépio muito devoto que fazia esquecer os de Portugal (...). O Irmão
Barnabé Telo fez a lapa e à noite nos alegrava com seu berimbau”. Assim, a tradição do
presépio, armado às vésperas do Natal, seguiu até o dia de Reis, festa dos Reis Magos, dia
do ritual da queima (queimação) das palhinhas. Os santos e demais figuras do presépio eram
então guardados para o ano seguinte.
5 - Engenho dos Reis:
Também conhecido por Engenho dos Santos Reis, localiza-se à margem direita do
rio Paraíba, atual município de Cruz do Espírito Santo/PB. Fruto de pesquisa do historiador e
188
Adendos
genealogista, natural do Estado, Adauto Ramos [1G], o engenho “foi um dos primeiros
construídos na Capitania da Paraíba, provavelmente nos primeiros anos de 1600. Era movido a roda d’agua”. Atualmente em ruínas, comenta Ramos: “Teve seus dias de glória. Ali
existiu uma capela, um cemitério, casa-grande e senzala”. Como se sabe, os dias dos
padroeiros do engenho eram celebrados com grandes festas e assim ocorria nos dias de Reis.
Dados e informações extraídos de seu trabalho, amavelmente cedido ao Acervo, intitulado
Engenho de Santos Reis, roteiro para sua História, João Pessoa, 1999. Ramos informa,
ainda, que são registrados, em Pernambuco, Engenhos de Santos Reis com características
similares, segundo o livro do historiador José Antônio Gonsalves de Mello - “Fontes para a
história do Brasil holandês”.
6 – Fortaleza dos Reis Magos
A propósito dessa monumental obra quinhentista, assim se expressa Câmara
Cascudo [2D], no Boletim de Informações e propaganda, no.4, de 1937, editado pela
Secretaria Geral do Estado do Rio do Norte:
“Para o Rio do Norte não há maior e nem mais expressivo monumento de sua história superior á Fortaleza dos Reis Magos (...),
começaram os trabalhos [de sua construção] no dia seis de janeiro
de 1598, Dia de Reis, denominação que ficou para o edifício (...). A
Fortaleza levantada num trabalho de quase oitocentos homens, dia
e noite, terminou no dia de São João Batista, 24 de junho (do
mesmo ano)”.
Concluindo, Cascudo assinala: “Há séculos que a Capelinha [edificada no interior
da Fortaleza] guardava os vultos dos Três Reis que vieram do Oriente adorar o Deus
Menino. A Fortaleza, cada 6 de janeiro, enchia-se de visitantes, de músicas, de alegria e de
rumor”. Noutro artigo de Cascudo [1D], intitulado “Capelinha da Fortaleza”, publicado em
sua coluna “Acta Diurna”, no jornal A República de 8 de fevereiro de 1940, apresenta mais
detalhes:
“A mais antiga menção que conheço da Capelinha dos Santos Reis
Magos na Fortaleza da Barra é de 12 de dezembro de 1633 (...) é de
crer que a Capelinha seja contemporânea à própria construção do
Forte. (...) Em 24 de janeiro de 1756, o Governador e Capitão General de Pernambuco Luiz José Correia de Sá, mandara fazer concertos vultuosos na capelinha, que se arruinara. El Rei [D. José, em
1752] mandara de presente fazer as imagens dos Santos Reis Magos
e ornamentos litúrgicos. (...) Cada seis de janeiro a população invadia a Capelinha cantando e orando, dia inteiro.”
189
Adendos
Reitera Cascudo: “Assim mesmo, cada dia de Reis a multidão enchia a Fortaleza, aclamando os Três Reis que tinham ido saudar o Menino Deus na manjedoura de Belém”.
7 – Grupos de Reis Peditório:
No Dicionário do
Folclore Brasileiro, Câmara
Cascudo [1G] destaca o seguinte texto: “Nuno Marques Pereira (Compêndio Narrativo do Peregrino da América) registra um
desses grupos pedindo os Reis
na Bahia na segunda década do
século XVIII”. Segue o mencionado registro: “(...) uma noite
Fortaleza dos Reis Magos - Natal / RN
dos Santos Reis, saíram estes
<homens> com vários instrumentos pelas portas dos moradores de uma vila, cantando
para lhes darem os Reis em prêmio, que uns lhes davam dinheiro e outros doces, frutas
etc.”
Examinando essa obra, como “fonte de investigação etnográfica”, Leite de Vasconcelos, em artigo inserido na edição do referido compêndio, destaca a passagem em que
refere as comédias jesuíticas que eram encenadas: “E a razam he por se meterem, entre
elles muitos mascarados, negros, mulatos e gente calceira e vadia [sic]”.
8 - Cantata de Reis descrita pelo escritor Joaquim Manoel de Macedo
Conforme Theo Brandão [1B] já havia mencionado no Livro Folguedos Natalinos, baseado no romance de Joaquim Manuel de Macedo, “As Mulheres de Mantilha”, na
Cidade do Rio de Janeiro, tão cedo quanto nos meados do século XVIII, ao tempo do Conde
da Cunha (D. Antonio Álvares da Cunha), 1º. Vice Rei do Brasil (1763-1767), realizavam-se,
no Largo da Mãe do Bispo (hoje Praça. Floriano), exibições de desfiles e cantatas de Reis.
9 – “Devoção do Rei Baltazar”, na Igreja da Lampadosa, do Rio de Janeiro:
Sob esse título, expressa-se o Pesquisador Leonardo Ladeira [2D] em recente
artigo, “A Igreja da Lampadosa ao longo da História”, relatando as festividades muito popu-
190
Adendos
lares entre os negros de todas as nações africanas, que se realizavam nesse templo, em
louvor ao Rei Negro Baltazar, considerado dessa coloração entre os Magos do Oriente. A
capela-mor, inaugurada em 1772, foi fundada pela Irmandade de Na. Sa. da Lampadosa dos
Homens Pretos e Obrigações, formada por pretos minas. Com o passar do tempo, a Irmandade foi admitindo negros de outras etnias e condições, como pretos donos de escravos,
forros e até alguns brancos, portugueses vindos do Reino, principalmente após a chegada da
Família Real para o Brasil, em 1808.
As festas realizadas “de sabor tipicamente africano, evocando usos e costumes
das nações de onde provinham” [com eleição de Rei e Rainha], como a consagrada ao Rei
Baltazar, no dia de Reis, eram muito pomposas, na descrição de alguns cronistas, como
Vieira Fazenda [Antiqualhas e Memórias do Rio de Janeiro].
10 - Cantar o Reis:
Documento intitulado Novo Estilo de Cantar os Reis [2C], proveniente do Rio
de Janeiro (1818) e conservado em Lisboa (Biblioteca da Ajuda guarda sob a sigla 54.
XI.18(71), Portugal), recolhido pelo Pesquisador e Musicólogo Antônio Alexandre Bispo:“Tratase de obra de Autor anônimo criado na Casa Real do Rio de janeiro, que dedica seu trabalho
à Rainha”. Mais adiante:
“Esse estilo de cantar os Reis de ‘casa em casa e de porta em
porta’, comum no Brasil, representava então uma novidade para os
círculos aristocráticos portugueses. Um uso de origem portuguesa
já tinha, portanto, adquirido feição própria no Brasil”.
11 – “O Bumba-meu-boi visto pelo Padre Carapuceiro”:
Assim se intitula o artigo publicado na Revista Pernambucana de Folclore, datada
de maio/agosto de 1976, assinado pelo seu próprio presidente, o folclorista Valdemar Valente. Nesse artigo, Valente analisa a crônica de Frei Miguel do Sacramento Lopes da Gama, “A
estúltice do bumba-meu-boi”, escrita para o jornal “O Carapuceiro”, do qual era o único
redator, e publicada em janeiro de 1840. Daí a alcunha que lhe adveio, Padre Carapuceiro.
Acrescente-se o fino senso espirituoso, como convém ao caso, empregado por Valente
diante da reconhecida severidade costrumbrista do padre Carapuceiro. Sem dúvida, essa
crônica constitui num dos registros históricos mais notáveis acerca do Bumba-meu-boi
pernambucano, integrante dos reisados nordestinos e, ao mesmo tempo, um dos mais belos
autos populares brasileiros. Assim se expressa Valdemar Valente:
191
Adendos
“É possível - pelo mesmo não se conhece outra referência - que
tenha sido o primeiro a falar sobre o ainda hoje conhecido espetáculo popular pernambucano. Não gostou do folguedo. Para ele não
passava de estultícia, sobretudo porque utilizava a figura de um
padre, submetendo-a a situações ridículas”.
Prossegue: “A descrição que faz dos personagens ou figuras, embora denuncie
suspeição, em face da antipatia que demonstrava pelo folguedo, é valida, em especial por
ter sido, muito provavelmente, a primeira”. O autor, mais adiante, enfatiza um interessante
trecho do próprio Padre Carapuceiro:
“O sujeito do cavalo marinho é o senhor do boi, da burrinha, da
caipora e do Mateus. Todo o divertimento [sic] cifra-se em o dono
de toda essa súcia fazer dançar ao som de violas, pandeiros, e uma
infernal berraria, o tal bêbado Mateus, a burrinha, a caipora e o boi
(...). Além disso o boi morre sempre, sem quê nem pra quê, e
ressuscita por virtude de um clister, que perspega o Mateus, coisa
muito agradável e divertida para o judiciosos espectadores”.
Dando azo à aversão do Padre Carapuceiro pela presença da figura de sacerdotes no divertimento, servindo “de bobo um bandalho disfarçado em sacerdote com as
vestimentas do culto”, finaliza Valente, com boa dose de hilaridade:
“(...) reconhece Lopez Gama que existem em Pernambuco padres
tão peraltas, tão franscários e desregrados que só serviriam para
padres de bumba-meu-boi (...). Mas qual é a condição, classe ou
hierarquia no Brasil em que se não encontrem indivíduos indigníssimos
por sua relaxação e imoralidade?”
Em virtude da importância dessa crônica do Padre Carapuceiro sobre o Bumbameu-boi para a historiografia do folclore, sua transcrição é apresentada ao final destes registros, conforme inserida no livro de Pereira da Costa [1C] sobre o Folk-lore Pernambucano.
12 - Desaparecimento das Festas de Reis no Rio de Janeiro:
O escritor José de Alencar [1C], em um de seus folhetins sob o título “Ao Correr
da Pena”, escrito para o Jornal “Correio Mercantil”, em 8 de janeiro de 1855, e posteriormente publicado em livro, alude, de forma nostálgica, ao desaparecimento das Festas de Reis na
Capital do Império. Eis o trecho:
“Na Sexta feira, porém uma bella noite de luar, fresca e agradável,
parecia convidar as alegres procissões, que lembram a antiga tradição dos Três Reis magos d´Oriente, guiados por uma estrella para
192
Adendos
adorar o Menino-Jesus (...). Hoje como todos os antigos costumes,
esta festa vai caindo em desuso. Já quasi não vêem nesta Corte
aquellas romarias folgazãs, aquelles grupos de pastorinhas, aquellas
cantigas singelas que vinham quebrar o silencio das horas mortas.
Logo depois vinham os Reis com as suas cantigas, as suas romarias
noturnas, as suas collectas para o jantar do dia seguinte”.
No mesmo diapasão, o acadêmico Machado de Assis se exprime ao escrever,
em sua crônica, datada de 7 de janeiro de 1894, para o jornal “Gazeta de Notícias do Rio de
Janeiro”. Essas crônicas foram reunidas em três volumes e entituladas “A semana”. Vejamos
a matéria relacionada ao dia de Reis.
“Se todos estes dias não fossem isto mesmo, eu diria que era a
commemoração da chegada dos trêz Reis. Essa festa popular, não
sei se perdurará no interior; aqui morreu há muitos annos. Cantar
os Reis era uma d`essas usanças locais como o presepi, que o
tempo demoliu e em cujas ruínas brotou a árvore do Natal, producção
do norte da Europa que parece pedir os gelos do inverno. O nosso
presepio era mais devoto, mas menos alegre. Durava, em alguns
logares, até o dia de Reis. A cantiga da festa de hontem era a
mesma em toda parte,
Ó de casa, nobre gente,
accordae e ouvireis,
e o resto que póde parecer simplorio e velho, mas o velho foi moço
e o simplorio é signal de ingênuo”.
13 - O Terno de Reis no Folclore Catarinense:
Livro da autoria de Osvaldo Ferreira de Melo [1B], impresso na IOE – Imprensa
Oficial do Estado de Santa Catarina, põe em destaque uma crônica datada de 9 de janeiro
de 1856, publicada em “O Mensageiro”, a qual se reeditava na antiga Desterro [hoje
Florianópolis]. O autor se assinava pelo pseudônimo “Hebdomadário”. Eis um trecho dessa
crônica:
“(...) além disso, hoje tivemos uma aprazível noite de vésperas de
Reis, em que alguns agradáveis TERNOS percorrerão as ruas, e alegrarão as habitações, acordando os silentes e sossegados echos
com as doces harmonias, e melodiosos cantos. (...) recordando
também as saudações dos ingênuos pastores de Bethlém, as homenagens e offertas dos Magos Reis do Oriente.”
A seguir, Melo faz ainda uma constatação: “Hoje, esses festejos perderam a sua
significação místico–religiosa, reduzindo-se a uma forma simples”.
193
Adendos
14 - Reis na cidade do Rio de Janeiro, descrito pelo Barão de Rio Branco:
Trata-se de outra pesquisa que Cascudo [1G] inserta em seu Dicionário do
Folclore Brasileiro, extraída do livro “Cartas ao Amigo Ausente”, Rio de Janeiro, 1953, da
autoria de José Maria da Silva Paranhos, o futuro Visconde de Rio Branco. O texto refere-se
a uma festa de Reis, ocorrida em janeiro de 1851, na cidade do Rio de Janeiro, então capital
do Império. Eis o texto:
“No bairro do catete, o nosso Fauboury St. Germain, alguma coisa
houve que merece honrosa menção, já pelo seu valor intrínseco
devido a raridade. Formou-se alí, no saudável sítio das Laranjeiras
um numeroso e luzidio Reis, composto dos adultos e menores das
famílias das mais gradas do lugar, que fez diferentes incursões com
o mais feliz êxito. À frente iam os Três Reis Magos, vestidos à caráter e montados em garbosos e bem arreados ginetes.”
15 - Folia de Reis nas Vertentes:
Refere-se à parte relativa às Folias de Reis, que integra um amplo conjunto de
pesquisas e levantamentos de campo realizados na Microrregião Campos das Vertentes, em
Minas Gerais, pelo folclorista Ulisses Passarelli [2B]. Baseou-se em antigos jornais e outros
acervos existentes na Biblioteca Pública Municipal [Primeira biblioteca pública do Estado,
fundada em 1827] e em outros arquivos de São João del Rei, sua terra natal. Esse trabalho
diz respeito às denominadas “Folias”: “(...) manifestações folclóricas de cunho religioso–
popular e originárias da Península Ibérica, destacando-se as dedicadas a Santos Reis – de
24 de dezembro a 06 de janeiro -, de São Sebastião – de 07 a 20 de janeiro - e ao Divino
Espírito Santo – do dia da Páscoa ao de Pentecostes.”
O trabalho projeta também novas luzes sobre a historiografia folclórica dessas tradições populares, ao mesmo tempo que possibilitou o ressurgimento, a partir de 1998, da Centenária Festa do Divino Espírito Santo de São João del Rei. Essa festa esteve, por longo tempo,
paralisada (cerca de 74 anos), e ressurgiu a partir de 1978, graças ao meticuloso trabalho de
pesquisa realizado por Passareli que, com o apoio da Equipe da Festa, restituiu toda sua
tradição e esplendor. Festejada em louvor ao Divino Espírito Santo Paráclito, por ocasião do
Domingo de Pentecostes, o Papa Pio VI concedeu a ela o título de Jubileu Perpétuo. Por amável
deferência e elevado espírito de colaboração de Passarelli [2G], os resultados de seus trabalhos
referentes às Folias de Reis foram colocados à disposição deste Acervo. Estão consolidados no
artigo “Dez Antigas Notícias de Folclore de São João del Rei”, publicado pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del Rei -Vol.XI, Ano 2005. Eis os trechos extraídos:
194
Adendos
15.1 - Bandos de Reis - Escreve Passarelli:
“A mais remota notícia sobre a presença das Folias de Reis na vertente, encontrei em São João d’El-Rey datada aproximadamente de
1860, abordada em uma crônica retrospectiva, publicada pelo jornal
são-joanense Arauto de Minas, de 08/02/1883, com o nome de Bandos de Reis, com homens trajados como os Reis Magos, à cavalo,
com cetro e diadema, inclusive o negro que chamam na crônica Rei
Congo, conforme registrou o insigne historiador Cintra em sua
efemérides [Efemérides de São João del-Rei, Sebastião de Oliveira
Cintra; 2 ed. Belo Horizonte. Imprensa Oficial. 1982]”.
Valendo-se de pesquisa de campo, realizada na microrregião Vertentes, anota o seguinte:
“O Bastião ou palhaço, personagem mascarado, era comum às folias, mormente acompanhado pela Catirina, também mascarada,
mulher do palhaço, companheira de pilhérias intermináveis, ambos a
própria alegria da Folia de Reis. Faziam várias danças, recitavam
versos, pediam isto e aquilo ao dono da casa visitada. Cumpre notar
que a Catirina era representada por um homem travestido.”
15.2 - Documento Intitulado “Tiradores de Reis”, de Severiano Nunes Cardozo de Rezende [1B]
- Esclarece Passarelli tratar-se de escrito do próprio redator do jornal Arauto de Minas, de São
João del Rei/MG, edição de 08 de fevereiro de 1883, no folhetim da primeira página do periódico,
“numa época que não se dava a mínima importância para estes fatos”. Em virtude da relevância para a historiografia folclórica, o texto é reproduzido na íntegra, ao final destes registros.
15.3 - Artigo “Dia de Reis” - Publicado pelo Jornal “O Resistente”, nº 72 de 07/01/1897,
informa Passarelli: “O emérito professor Sebastião Cintra, nas notórias ‘Efemérides de São
João del-Rei’, alude a outro Bando de Reis [sinônimo de Folia de Reis, indica Passarelli], nesta
cidade formado por soldados que estavam de partida para a Guerra de Canudos, na Bahia
em 1897”. Eis a matéria:
“Passou hontem o sympático dia dos Santos Reis Magos, que foi
celebrado com os tradicionaes <bandos de reis> e mais, neste anno,
com um bando novo do 16º batalhão de infantaria.(...). Percorreu
esse bando algumas ruas, sendo mesmo convidados a entrar em
algumas casas, onde foi obsequiado, constituiu esse festa uma novidade agradável e bem recebida, de costumes e pittoresco”.
Acrescenta ainda Passarelli: “O próprio Cintra se incumbe de esclarecer que o
batalhão é proveniente de Pelotas-RS e rumava para Canudos, havendo partido em 31 de
janeiro de 1897”.
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Adendos
15.4 - Artigo “O Natal” – Veiculado pelo jornal “O Repórter”, nº 84 de 23/12/1909, o autor
que se assina Thomé Glicério, do Rio de Janeiro, de onde enviou a matéria, enfoca os
festejos natalinos, incluindo comentários sobre as tradições de Reis.
“O dia de Reis é que tinha antigamente o seu pittoresco, havia os
Reinados [Sic, afixa Passarelli neste ponto], com pastorinhos e
pastorinhas, e com os três reis magos, vestidos de sêda, levando
nas mãos as symbolicas offerendas”.
16 - Presépio e Pastorinhas:
Hermilo Borba Filho [1B], estudioso das artes e tradições populares
pernambucanas, na obra Espetáculos Populares do Nordeste, faz interessante registro
desses gêneros folclóricos. Referendando Pereira da Costa no seu trabalho sobre o Vocabulário Pernambucano de Folclore (Revista do Instituto Histórico e Geográfico Pernambucano,
Vol.XXXIV, no. 2, Recife), menciona que as representações dramatizadas em torno da Natividade de Cristo foram introduzidas em Pernambuco, em fins do séc. XVI, sendo encenadas
diante de presépio montado em Olinda por Frei Gaspar e Santo Antônio: “O Primeiro religioso
ordenado no Brasil”. Continua, citando ainda Pereira da Costa: “No Jornal de Recife de 15 de
dezembro de 1861, lê-se na sessão <Gazetilha> notícias dessas representações e atuações
policiais da época, quanto ao consentimento ou proibição de suas apresentações”.
O tema mereceu também o exame de outro renomado folclorista pernambucano,
Ascenso Ferreira [2B], na publicação “Presépios e Pastoris”, elaborada para a Prefeitura
Municipal de Recife. Nesse trabalho, Ascenso agrega um interessante registro:
“Aí por 1840, entretanto, com a fundação das sociedades
<Natalenses> e <Nova Pastoril> instaladas com o fim de <dirigir
com solenidade, brilhantismo e decência o natalício do Messias, por
meio de representações teatrais, análogas ao fato>, começou a
receber o Presépio influência direta de escritores e artistas locais
(...).”
A seguir, transcreve trecho do mencionado artigo do Jornal de Recife:
“Presépios - Constata-nos que êste ano temos em muitas casas
esse ato religioso a que outros chamam licencioso. Entendemos que
a polícia não pode proibir que qualquer particular reze ou danse e
cante em sua casa como lhe convier, uma-vez que não ofenda a
moral pública e os bons costumes, mas é dever pôr cobro às torpes
explorações que por aí se fazem sob capa da religião. Ás autoridades
policiais incumbe, portanto, indagar que tais são os presépios e proibir aquêles que justamente devem ser proibidos”.
196
Adendos
17 - Os Reis no Folclore Gaúcho:
Antônio Stenzel Filho [1B], no livro A Vila da Serra, Conceição do Arroio [atual
cidade de Osório]: sua descrição física e histórica, usos e costumes até 1872 – Reminiscências. A 1ª. Edição desse livro foi publicada em 1923 e reeditada em 1980, pelo Instituto
Estadual do Livro/RS – Universidade de Caxias do Sul. Cabe consignar a especial deferência
do Instituto Gaúcho de Tradições Populares – IGTP - em propiciar ao Acervo cópia desse
importante documento. O Autor descreve o Terno de Reis no folclore gaúcho:
“Propositalmente, reservei para este assunto [os Reis] um capítulo
especial. De todas as festas de caráter religioso é esta uma das
mais populares. Não é só nas cidades, vilas e povoações que ela se
realiza: nos sítios, nos campos, nos mais recônditos lugarejos, ternos de tocadores e cantadores ambulantes anunciam a ida a Belém
dos tradicionais Reis Magos. Para os nossos patrícios rústicos, então
este peditório dos Reis é um encanto. Chegado o tempo próprio (de
25 de dezembro a 06 de janeiro) principiam a se organizar os Ternos
de Reis.”
Adiante, Stenzel transcreve os versos de uma toada, com a respectiva partitura,
datados do ano de 1862, cuja primeira estrofe é a seguinte:
“Surgiu festiva e brilhante
espargindo diva luz,
a Estrela dos Reis Magos
anunciando Jesus.”
18 - Igreja dos Reis Magos de Vale Real/ RS:
A cidade de Vale Real, sede do município do mesmo nome, foi desmembrada, em
1992, do município de Feliz, este distando cerca de 85 km, ao norte de Porto Alegre, no
sentido de Caxias do Sul. Ambos procedem de núcleos de colonização alemã, no Rio Grande
do Sul, de imigrantes originários da Pomerânia, estabelecidos, a partir de 1851, pela ocupação de terras que lhes foram distribuídas pelo Governo Imperial. Segundo o Pesquisador
Gilberto Bernardo Freiberger, residente na cidade de Vila Real, a construção da capela
original, de madeira, data por volta de 1875, tendo os Três Reis Magos como padroeiros. Em
1892, a capela foi reconstruída, permanecendo até 1967, quando foi inaugurada a igreja
com a forma arquitetônica atual.
Registra ainda Freiberger que o Padre jesuíta, Ambrósio Schupp, em sua obra
sobre a missão jesuítica no Rio Grande do Sul, (publicada no suplemento do “Deutches
197
Adendos
Volksblatt”, sob o título “Missionsbilder aux Rio Grande do Sul”), faz menção à ocupação de
Feliz, [da qual Vale Real se separou], evidenciando a presença de “imigrantes novos da
província da Renania [região alemã onde se localiza a Catedral de Colônia] (...) que receberam suas terras na Feliz”. Isso, no ano de 1846. As festividades, no dia de Reis, limitam-se,
atualmente, a encenações apresentadas no decurso da missa.
19 - “Os Pastores”, Representação Religioso-popular no Folclore Maranhense:
No Maranhão, veio a lume o jornal A Flexa, datado de 1879, portando o artigo
“Os Pastores”, na secção “Usos e Costumes”, assinado por Mylord [1B]. Esse artigo descreve a expressão local para o conhecido Auto litúrgico do Pastoril. Por amável gentileza do
historiador e folclorista maranhense, Carlos Lima, cópia desse artigo consta do Acervo, da
qual se extrai o seguinte texto:
“A primeira casa que realizou os pastores de meninos, ou antes, de
meninas, foi o collegio de N.S. de Nazareth. Era uma cousa graciosa
e interessante de ver, as gentis, meninas lindamente vestidas, cantando ao som da música da Norma, magistralmente executada (...)”.
A folclorista Izaurina Nunes [1B], também maranhense, contemporânea de Lima,
aprofundou as pesquisas a respeito das manifestações natalinas na capital desse Estado,
através da publicação Os visitantes da hora do galo: um estudo sobre o Pastor em São Luís.
20 - Reisados Populares, os Reisados da Roça:
Descritos por Estevam de Oliveira [1B], sob o título Chronicas e Traducções,
escritas para o jornal Correio de Minas e, posteriormente, publicadas em livro, editado na
cidade de Juiz de Fora/MG, no ano 1907. Artigo gentilmente cedido ao Acervo pelo pesquisador e folclorista Ulisses Passarelli. Desse documento extraíram-se os seguintes trechos: “À
entrada do natal, raríssimo era o distrito em que se não formassem três, quatro ou mais
folias, cada qual dellas com o seu alferes [portador da Bandeira], para o festejo do dia de
Reis”. Outro trecho: “Esta espécie popular de reisados fazia-se à noite, de preferência
escolhida pelos foliões para o percurso precatório. Durava este, não raro do Natal à Epiphania”.
Finalmente:
“A geração brasileira hodierna, mormente a que se espalha pelos
nossos povoados e cidades, ou de maior influencia dissolvente há
exercida civilização conduzida pela imprensa, pelo telegrapho e pe-
198
Adendos
las estradas de ferro, desconhece, em absoluto, que cousa seja um
reisado ou folia de reis como egualmente não sabe que venha a ser
uma bandeira. Entretanto ainda não são decorridos 20 anos, eram
as bandeiras e as folias de reis o encontro das famílias roceiras, o
encontro das matronas de então, de nossos avós em suma principalmente na antiga província do Rio, com particularidade nos municípios de serra acima, próximos de São Paulo. Creio mesmo hajam
desta última Província taes costumes se irradiado para a província
vizinha a de São Paulo, pelo menos, procediam as bandeiras.”
21 - Véspera de Natal na Bahia:
Outra citação de Cascudo, extraída do livro de Melo Morais Filho [1B], Festas e
Tradições Populares do Brasil, no qual descreve uma véspera do dia de Reis na Bahia
“com festiva alegria dos bandos (Ranchos e Ternos), pedindo os Reis”. Eis os versos:
“Ó de casa nobre gente
escutai e ouvireis
lá das bandas do Oriente
são chegados os Três Reis”
22 - Pastorinhas na Capital Federal:
Mariza Lira [1G], no Calendário Folclórico do Distrito Federal, editado pela
Coleção Cidade do Rio de Janeiro, 1956, faz alusão ao grupo:
“O Dr. Melo Morais Filho, grande tradicionalista baiano, por longos
anos manteve, em São Cristóvão, as pastorinhas, que, desde a noite de 24 de dezembro, alegravam as ruas com os cantares natalinos, encerrando as jornadas a 6 de janeiro, na residência solarenga
do Visconde de Ouro Preto, depois do Conde de Afonso Celso na rua
Oito de Dezembro, em Vila Isabel”.
A autora, infelizmente, não pôde precisar a época dessas apresentações. Pela
biobibliografia de Melo Morais, presume-se que isso se deu em anos da passagem do século
XIX para o XX, estendendo-se até próximo a sua morte, no Rio de Janeiro, em 1919.
23 - Festa de Reis em Poços de Caldas (MG) em 1905:
A historiadora Nilza Botelho Megale [1B], à frente do Arquivo Histórico Municipal
dessa cidade, transcreve, no seu trabalho Memórias Históricas de Poços de Caldas, uma
notícia publicada pela revista “Poços” do dia primeiro de janeiro de 1905:
199
Adendos
“Diversos rapazes de escola de nossa sociedade, pretendem iniciar
amanhã à noite os alegres passeios da tradicional festa de Reis,
percorrendo a nossa estância em bando precatório, com alegorias
atraentes, para o fim de solenizar o dia 6, com uma excelente
consoada, seguida de animada soirée dançante”.
No número seguinte da “Poços” (de nove de janeiro), noticiava: “(...) viva ao
maestro Israel [da banda de música local] pela graça e bizaria com que se apresentou de 2
a 5 do corrente o bando de pastores da Palestina e Reis Magos na adoração ao Menino
Jesus”. Prossegue a historiadora mais adiante: “Na noite de 07 para 08 de janeiro, o maestro Israel Breves e os rapazes que os auxiliariam na Folia de Reis, deram um grande baile na
residência do capitão Modesto de Almeida Matos, a rua Riachuelo número 17”.
24 - Igreja de Santos Reis de Alfenas/ MG:
No decurso dos trabalhos de levantamento das Festas de Santos Reis na Região
Sudeste, foi identificada, na cidade de Alfenas, Sudoeste de Minas Gerais, uma igreja dedicada
a Santos Reis, local obrigatório de visita dos grupos de Folias de Reis da cidade, no período
de suas apresentações. Não se dispunha de dados referentes à origem e história dessa
igreja. As informações oficiais, então disponíveis, eram de certo modo obscuras e contraditórias. Tomamos a nosso cargo, com apoio dos Mestres de Reis e de outras pessoas da
comunidade do bairro, que se formou no entorno da igreja, também chamado de Santos Reis,
o projeto com objetivo de desvendar, na melhor das hipóteses, a verdadeira data de inauguração e o construtor desse templo. O “Termo de Lavratura” foi conseguido após longo e
meticuloso trabalho de consulta e verificação às numerosas pilhas dos Livros de Tombo,
arquivados na Casa Paroquial da Matriz da cidade. O texto desse termo, em sua íntegra,
consta a seguir:
“A capella dos Reis: foi construída pelo sr, Antônio Júlio de Sousa
Dias. N´ella foi celebrada a primeira missa a 27 de dezembro de
1917, pelo Rvmo. Pe. João Baptista Van Rooyen, m.S.C. Por enquanto a capela possui somente um altar e três imagens dos santos
Reis”.
Estava-se, assim, diante da igreja em louvor a Santos Reis, a mais antiga do
século passado (XX). O trabalho de pesquisa que resultou no esclarecimento completo da
referida capela, inclusive a identificação do construtor e do vigário, entre outras interessantes facetas, consta de relatório específico não publicado. Contudo, um resumo desse relatório veio a lume sob o título “Em Alfenas, Um Marco Significativo de Preservação do
200
Adendos
Reisado”, publicado no Informativo Carranca [1D], da Comissão Mineira de Folclore - CMF –
Ano VI, nº 63, janeiro de 2001.
25 – Festa de Reis na Fazenda Moradinha, em Batatais–SP:
Uma história assaz interessante, relacionada, dessa vez, à colonização italiana
processada em terras paulistas, mais precisamente na região de Batatais. O documento,
constante do Acervo em arquivos de documentação correlata [4G], que nos foi gentilmente
cedido pela Família Baviera, acentua:
“Uma herança passada de geração em geração, que iniciou-se por
volta de 1889, quando o casal José Baviera e Maria Salar Baviera e
os Filhos Ernesto (09 anos) e Alberto (07 anos) vieram de Bolonha –
Itália, e se instalaram na fazenda Rancho Novo, no município de
Batatais, trazendo consigo as imagens dos Três Reis Santos. Estas
imagens eram então as relíquias da família.”
Em 1924, a família adquiriu uma gleba no mesmo município, a atual Fazenda
Moradinha e, já no ano seguinte, construíram, de adobe, a primeira Capela dos Três Reis
Santos, local onde depositaram as citadas imagens. A capela passou por três reformas, e a
própria família organizou, nos moldes da tradição paulista, a Cia. de Santos Reis Irmãos
Baviera. Anualmente, no segundo domingo de janeiro, a família promove uma concorrida
Festa de Reis, com missa, procissão com as imagens dos Padroeiros, participação de inúmeras Cias. de Reis da região, e muito mais.
II - Reproduções de Textos
1 - “A Estúltice do bumba-meu –boi”, crônica do Padre Miguel do Sacramento Lopes
da Gama, publicada no jornal “O Carapuceiro”, em janeiro de 1840.
“De quantos recreios, folganças e desenfagos populares há neste
nosso Pernambuco, eu não conheço um tão tolo, tão estúpido e
destituído de graça, como o aliás bem conhecido “bumba-meu-boi”.
Em tal brinco não se encontra um enrredo, nem verossimilhança,
nem ligação: é um agregado de disparates. Um negro metido debaixo de uma baeta é o boi; um capadócio enfiado pelo fundo dum
panacu velho, chama-se o “cavalo-marinho”; outro alapardado, sob
lençóis, denomina-se “burrinha”; um menino com duas saias, uma
da cintura para baixo, outra da cintura para cima, terminando para
a cabeça com um urupema, é o que se chama a “caipora”. Há além
disto outro capadócio que se chama o pai Mateus. O sujeito do
cavalo-marinho é o senhor do boi, da burrinha, da caipora e do
201
Adendos
Mateus. Todo divertimento cifra-se em o dono de toda essa súcia
fazer dançar ao som de violas, pandeiros e de uma infernal berraria
o tal bêbado Mateus, a burrinha, a caipora e o boi, que com efeito é
um animal muito ligeirinho, trêfego e bailarino. Além disso o boi
morre sempre, sem quê nem pra quê, e ressucita por virtude de um
tal clister, que pespaga o Mateus, coisa muito agradável e divertida
para os judiciosos espectadores. Até aqui não passa o tal divertimento de um brinco popular e grandemente desengonçado, mas de
certos anos para cá não há bumba-meu-boi que preste, se nele não
aparece um sujeito vestido de clérigo, e algumas vezes de roquete e
estola, para servir de bobo da função. Quem faz ordinariamente o
papel de sacerdote bufo é um brejeirote despejado e escolhido para
desempenhar a tarefa, até o mais nojento ridículo; e para complemento de escárnio,esse padre ouve de confissão ao Mateus, o qual
negro cativo faz cair de perna ao ar o seu confessor, e acaba, como
é natural, dando muita chicotada no sacerdote”.
2 – Artigo “Tiradores de Reis”, de Severiano Resende, publicado no Jornal “Arauto de
Minas” de São João del-Rei, na edição de 08 de fevereiro de 1883.
“Logo após o dia 25 de Dezembro, em que a christandade comemora o nascimento do Menino Deus, na gruta de Belém, apparecem os
bandos de tiradores de Reis, folia que traz a tradição dos Magos, que
vieram do Oriente, guiados pela resplendente luz de uma peregrina
estrella, e depositar offerendas aos pés do Messias, annunciados
pelos prophetas e prommetidos às nações.
As lettras santas nada nos dizem a cerca do gênio e caracter dos
trez coroados das plagas orientais; a regular, porém pelos bandos,
que anualmente os representam andando de porta em porta a pedir
pousada, eram elles rapazes folgasões, exigentes e dados á pandega.
Não é somente um grupo de tiradores de Reis; ha varias companhias
e cada qual em seu genero: umas mais canalhocratas, outras de
gente mais escolhida; porém todas da família do sr. Zé Povinho.
Logo ao anoutecer saem as folias á percorrer as ruas e a bater de
porta em porta.
Nada os detem na sua peregrinação; quer a noite esteja esplenmdida,
quer a impertinente chuva, como sempre acontece, cai molhandolhes o costado, não há obstaculo que lhes empeça a marcha.
Lá vem um dos taes bandos, acompanhemo-lo.
A parceirada é luzida, a comitiva e bando de musicos são numerosos
e exquisitos os instrumentos que estes empunham; são elles um
tambor, clarineta, viola, reque-reque, pandeiro e uma sanfona.
Na frente do bando caminha, brandinho uma varinha enfeitada de
fitas, um mascarado, a que dão o nome de Bastião.
Apenas no limiar da porta da casa, que visitam, a muzica rompe a
introducção, em que mais sobresaem as pancadas no tambor e os
sons agudos da esganiçada clarinetta.
O Bastião empertiga-se todo, sapatea meneando a varinha, corta
jaca, soltando gritos de enthusiasmo e animação.
- Oh! diabo! Oh dannado! branda fogo musgueiro! viva rapaziada!
Então, dentre o grupo dos tiradores de Reis, quase todos embuçados, como se tivessem vergonha de serem reconhecidos, com os
202
Adendos
chapéus desabados e puchados sobre os olhos, ouve-se a voz fanhosa
e desafinada do tirador mestre:
Ó de casa nobre gente
escutae e ouvireis
que das partes do Oriente
são chegados aos trez Reis.
A este solo segue-se o coro, verdadeiro berreiro, onde está a voz
aguda dos meninos, misturada ao falsete e ao baixo dos marmanjos,
produz um conjunto extravagante e insuportável.
Terminado o intróito por 3 pancadas do infalível tambor, adianta-se
o Bastião com uma bolsa, que apresenta ao dono da casa, recebendo o que este lhe quer dar: variando a offerta conforme a condição
e generosidade do cavalheiro, a quem visitam.
Não são também muito exigentes os visitantes: tudo aceitam de
cara alegre e tudo lhes serve; em falta de pratas recebem contentes uma nota de 500 réis, um nichel de 200 ou 100 Rs., uns cobres e
até galinhas, leilões ou ovos.
Logo que a offerta é lançada na bolsa o tambor dá o signal do agradecimento, pandeiro e reque-reque, ouve-se o cantor:
Deus vos pague pela esmola
Deus vos dê muito que dar,
no reino dos céos se veja
para lá ir descansar.
Ou então:
Deus vos pague pela offerta
que destes com alegria,
no reino dos céos se veja
aos pés da Santa Maria.
Se a caza a que se dirigem é a de algum ricaço donde esperam boa
gorgeta, é este o solo da apresentação:
Bem sabemos que aqui mora
um grande homem de bem,
metta a mão em vossa bolsa
para nos dar um vintém.
Os bandos de Reis são em geral bem recebidos, todas as casas se
lhe abrem, moços, e velhos, raparigas e meninos correm às portas
e janelas para apreciarem e applaudirem a folia.
Todavia, como toda regra, há excepção, nesta cordialidade e satisfação no acolhimento aos bandos.
Há certas casas que se fecham à approximação dos falgasões
tiradores de Reis; ou por que se vexam de dar pequena esmola ou
por que nada queiram finalmente.
_ Meninas, diz um velhote sistemático ás filhas que se acham á
janela, recolham-se que vem esses mariolas e eu não quero cantigas á porta.
_ Papae, deixe-nos ver os Reis...não preciza dar muito, basta meia pataca.
203
Adendos
_ Meia pataca! Nem um vintém pilham-me eles...Não faltava mais
nada, concorrer eu para depois si divertirem em cateretês!
_ Pois papae não tem medo que elles façam alguma?
_ O que hão de fazer?
_ Vingam-se cantando “Esta casa fede á breu”
_ Ora! que me importa isso?
Trancaram-se todos, apagaram as luzes e quando o bando rufa e
canta do lado de fora ninguem se move: porém, nem assim conseguem enganar aos foliões, que tomam a infallível vingança, cantando desesperadamente:
Esta casa fede á breu
mora aqui algum judeu...
Ou variando de estribilho:
Esta casa fede á unto
aqui mora algum defunto...
Outro bando, o dos mais casquilhos leva á frente, a musica rompe
forte e marcial, á maneira de patriotadas, onde o hymno nacional
tem sempre o primeiro logar.
Em vez do Bastião, vae na frente um mocetão bem engravatado,
empunhando uma salva de prata, e que, em sólo, canta depois de
estripitosa introducção:
Ó meu nobre cavalheiro
generoso, singular,
metta a mão em vossa bolsa
veja esmola p´ra nos dar.
Por toda parte cruzam os bandos, e não raro se encontram, desafiam-se e ha grande rolo, sahindo alguns de nariz quebrado e costellas
maltratadas.
Pelos arrabaldes da cidade, pelas fazendas correm tambem as folias
de tiradores de Reis; - ahi porem não aguardam á noite – saem
mesmo durante o dia.
Vão mascarados, formam danças; e quando o pouso é bom, ficam
durante um dia e uma noite entrelendo os donos da casa e comendo
e bebendo.
Estes folguedos repetem-se todos os anos; apezar de já ir perdendo
aquelle enthusiasmo e casquilharia dos tempos idos.
Nos lembramos bem de vermos quando menino, esses bandos de
Reis em que se apresentavam á cavallo os trez Magos, vestidos á
phantasia, trajando roçagante manto, empunhando áureo sceptro e
tendo a cabeça cingida de resplendente diadema, sobresahindo entre elles o rei “congo”.
Os bandos dão por terminada a sua jornada no dia 6 de janeiro, festa
dos Reis dia santificado pela Egreja e destinado pelos foliões á grande
e enthusiasmjado cateretê, cujas despezas correm por conta dos
devotos, que deitaram seu óbolo nas mãos dos piedosos peregrinos,
que lhes foram cantar á porta”.
S.João d`El-Rei, 1-1882 / Severiano de Rezende.”
204
Adendos
- III BIBLIO
TECAS, MUSEUS, CENTR
OS DE CUL
TURA
BIBLIOTECAS,
CENTROS
CULTURA
E DOCUMENT
AÇÃO
DOCUMENTAÇÃO
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205
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AS GERAIS
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37400-000 – Campanha – MG
Tel: (35)3261-4008
Itapecerica
Bibl. Pública Mun. “Lamournier Godofredo”
R. Vigário Antunes, 96
35550-000 – Itapecirica – MG
Tel:(37) 3341 - 1391
Jaboticatubas
Bibl. Pública Municipal “Pedro Pedralho”
Rua Eduardo Góis Filho, 269 – Centro
35830-000 – Jaboticatubas – MG
Tel: (31)3683-1255
Januária
Bibl. Municipal “Prof. Manoel Ambrósio”
Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 202
39480-000 – Januária – MG
Tel: (38)3621-1770
Casa da Memória do Vale do Rio São Francisco
(Fundação)
Pça. Artur Bernardes, 220
35480-000 – Januária – MG
Tel: (38)3621-4423/9989-0756
Juiz de Fora
Biblioteca Municipal “Murilo Mendes”
Av. Getúlio Vargas, 200 – Centro
36010-110 – Juiz de Fora – MG
Tel: (32)3690-7050
Fórum da Cultura da UFJF
Rua Santo Antônio, 1112 – Centro
36016-210 – Juiz de Fora – MG
Tel: (32)3215-3850
www.forumdacultura.ufjf.br
Mariana
Bibl. Arq. Eclesiástico da Arquiciocese de Mariana
Rua Direita, 102 – Centro
Caixa Postal 13
35421-000 – Mariana – MG
Tel: (31)3557-1237
Biblioteca Dom Silvério G. Pimenta
Casa de Cultura “Academia Marianense de Letras, Ciências e Artes”
R. Frei Durão n 84, Centro
35420 - 000 – Mariana – MG
207
Adendos
Bibl. Casa Setecentista (IPHAN-MINC)
Rua Direita, no. 7 – Centro
35420-000 – Mariana – MG
Tel: (31)3557-1455
Montes Claros
Biblioteca Pública Municipal “Dr. Antônio Teixeira
de Carvalho”
Pça. Dr. Chaves, 32 – Centro
39400-005 – Montes Claros – MG
Tel: (38)3229-3113/3114
Ouro Preto
Biblioteca Pública Municipal
Rua Xavier da Veiga, 309 – Centro
35400-000 – Ouro Preto – MG
Tel: (31)3559-3252
Bibl. Casa do Pilar / Arquivo Histórico do Museu
da Inconfidência
Rua do Pilar, no. 76 – Centro
35400-000 – Ouro Preto – MG
Tel: (31)3551-1378
Casa dos Contos
Rua São José, 12 – Centro
35400-000 – Ouro Preto – MG
Tel: (31)3551-1444
Pirapora
Bibl. Mun. “Padre Paulo Vicente de Oliveira”
Pça. da Estação, s/n
39270-000 – Pirapora – MG
Tel: (38)3741-3443
Poços de Caldas
Museu Hist. Poços de Caldas/Divisão Cultura
Pça. Getúlio Vargas, s/n
37700-000 – Poços de Caldas – MG
Tel: (35)3697-2062/2385
São João del Rei
Bibl. Mun. “Baptista Caetano D’Almeida”
Pça. Frei Orlando, 90 – Centro
36307-352 – São João del Rei – MG
Tel: (32)3379-2933
Bibl. Pública Municipal “Juscelino Kubitschek de
Oliveira”
Pça. Cícero Macedo, s/n – Centro
38400-216 – Uberlândia – MG
Tel: (34)3236-9625/1600
Uberaba
Arquivo Público de Uberaba
Rua Senador Pena, no. 521 – Centro
38010-400 – Uberaba – MG
Tel: (34)3312-4315
www.arquivopublicouberaba.com.br
Bibl. Púb. Municipal “Bernardo Guimarães”
Rua Alaor Prata, 317 – Centro
38015-010 – Uberaba – MG
Tel: (34)3332-2413
Fundação Cultural de Uberaba
Rua Manoel Brandão, s/n – Mercês
38064-000 – Uberaba – MG
Tel: (34)3333-9333/9293/6717
PARÁ
Bibl. de Ciências Clara Maria Galvão / Museu
Paraense Emílio Goeldi
Av. Magalhães Barata, 376 – São Braz
Caixa Postal 399
66040-170 – Belém – PA
Tel: (91)3249-0466
Bibl. da SUDAM / Divisão de Documentação
Av. Almirante Barroso, 426
66090-900 – Belém – PA
Tel: (91)3210-5630/5631
www.sudam.gov.br
Bibl. Instituto de Artes do Pará
Pça. Justo Chermont, 236 – Nazaré
66035-140 – Belém – PA
Tel: (91)3225-5784/5877 ramal 232
www.iap.pa.gov.br
Instituto Histórico e Geográfico de São João del Rei
Rua Santa Teresa, 127 – Centro
CEP: 36300-114 – São João del Rei - MG
Biblioteca “João Mercês” do Museu UFPA
Av. Governador José Malcher, 1192
66060-230 – Belém – PA
Tel: (91)3224-0871
www.ufpa.br/museu
São Gonçalo de Sapucaí
Casa da Cultura “Pedro Mattar Filho”
Praça Alberto Rocha – 100 – Centro
São Gonçalo de Sapucaí – MG
Tel/Fax: (35)3241- 1500 ramal 215
Biblioteca Pública Estadual “Arthur Vianna”
Av. Gentil Bittencourt, 650 – Centur
66035-340 – Belém – PA
Tel: (91)3241-2333
Uberlândia
Arquivo Público Municipal de Uberlândia
Rua Carajás, 1340 – Lídice
38400-074 – Uberlândia – MG
Tel: (34)3235-0400
Instituto Histórico e Geográfico do Pará
Rua do Aveiro, 62 – Pça Dom Pedro II
Caixa Postal 547
66010-000 – Belém – PA
Tel: (91)3223-2186
208
Adendos
Sistema de Biblioteca do Instituto de Estudos
Superiores da Amazônia
Av. Governador José Malcher,1128 – Nazaré
66055-260 – Belém – PA
Tel: (91)3242-5211 ramal 34
PARAÍB
A
ARAÍBA
Biblioteca Pública Estadual
Av. General Osório, 253 – Centro
58010-780 – João Pessoa – PB
Tel: (83)3241-3713/3218-4192
www.bibliotecavirtual.com.br
Biblioteca Pública “Juarez da Gama Batista”
Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC)
Rua Abdias Gomes de Almeida, 800 –
Tambauzinho
58042-100 – João Pessoa – PB
Tel: (83)3211-6262/6210
www.paraiba.pb.gov.br
www.funesc.pb.gov.br
Fundação Casa de José Américo
Av. Cabo Branco, 3336 – Cabo Branco
58045-010 – João Pessoa – PB
Tel: (83)3226-1095
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano
Rua Barão Abiaí, 64 – Centro
58013-080 – João Pessoa – PB
Tel: (83)3222-0513
PARA
NÁ
ARANÁ
Biblioteca Pública do Paraná
Rua Cândido Lopes, 133 – Centro
80020-901 – Curitiba – PR
Tel: (41)3224-0575
Biblioteca Pública Municipal
Av. Rio de Janeiro, 413 – Centro
86010-150 – Londrina – PR
PER
N AMB
UC O
PERN
AMBUC
Arquivo Público Estadual
Rua Imperador D.Pedro II,371 – Santo Antônio
50010-240 – Recife – PE
Tel: (81)3224-0620/9848/0085
Bibl. Púb. Est. “Presidente Castelo Branco”
Rua João Lira, s/n – Parque 13 de Maio – Santo
Antônio
50050-550 – Recife – PE
Tel: (81)3423-8446
[email protected]
Biblioteca Central “Blanche Knopf”
Fundação Joaquim Nabuco (FJN)
Rua Dois Irmãos, 92 – Apipucos
52071-440 – Recife – PE
Tel: (81)3441-4614/5900
www.fundaj.gov.br
Biblioteca Joaquim Cardozo – UFPE
Campus Universitário – Cidade Universitária
50670-901 – Recife – PE
Tel: (81)3271-8302
www.ufpe.br
Fundação Cultural da Cidade de Recife
Cais Apolo, 925 – 15o. andar
Tel: (81)3224-1225/3425-8064
Gabinete Português de Leitura
Rua do Imperador D. Pedro II, 290 – Santo
Antônio
50010-240 – Recife – PE
Tel: (81)3224-2735/2593
PIA
UÍ
PIAUÍ
Biblioteca Pública Estadual “Des. Crowell de
Carvalho”
Pça. Demóstenes Avelino, 1788 – Centro
64000-100 – Teresina – PI
Tel: (86)3222-1350 / 3223-6999
Fundação Estadual de Cultura e do Desporto
do Piauí (FUNDEC)
Pça. Marechal Deodoro, 816 – Centro
64000-150 – Teresina – PI
Tel: (86)3221-2803
RIO DE JJA
ANEIR
O
NEIRO
Itaocara
Biblioteca Pública Municipal de Itaocara
Prof. Otacílio Barbosa Figueira
Pça. Rui Barbosa, s/n
28570-000 – Itaocara – RJ
Tel: (22)3861-2250 (rec)
Miracema
Biblioteca Municipal “Professora
Damasceno”
Trav. Jamil Cardoso, s/n – Centro
28460-000 – Miracema – RJ
Tel: (22)3852-0542 ramal 218
Julieta
Nova Friburgo
Biblioteca Pública Municipal
Rua Farinha Filho, n 50 – Centro
28610 – 280 - Nova Friburgo - RJ
Tel: (24)2523 8000
209
Adendos
Rio de Janeiro
Biblioteca Alberto Nepomuceno - UFRJ
Rua do Passeio, 98 – Centro
20021-290 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2240-1591
www.minerva.ufrj.br / www.sibi.ufrj.br
Biblioteca Amadeu Amaral
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
Rua do Catete, 179 – Catete
22220-000 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2285-0441/0891
Bibl. “Bastos Tigre” - Assoc. Brasileira de Imprensa (ABI)
R. Araújo Porto Alegre, 71/12o andar – Castelo
22200-088 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2282-1292 ramal 225
www.abi.org.br
Biblioteca “Cardeal Câmara” - Arquidiocese do
Rio de Janeiro
Palácio São Joaquim
Rua da Glória, 446 – Glória
20241-150 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2292-3132 ramal 427
Biblioteca Central do Gragoatá - UFF
R. Visconde do Rio Branco, s/n – São Domingos
27240-006 – Niterói – RJ
Tel/Fax: (21)2629-2774
Bibl. Centro de Letras e Artes – UNIRIO
Av. Pasteur, 436 – Urca
22290-240 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2542-9643
www.unirio.br
Biblioteca da Divisão de Folclore
Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
(INEPAC / SEC / RJ)
Rua da Ajuda, no. 5 / 14o. andar – Centro
20040-000 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2299-3235/3236
Biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro
Av. Augusto Severo, no. 8, 10o andar – Lapa
20021-040 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2252-4430
Biblioteca “Isaac Kerstemtzky”- IBGE
Rua General Canabarro, 706 – Maracanã
20271-201 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2142-0123
www.ibge.gov.br
Biblioteca do Museu Histórico Nacional
Pça. Marechal Âncora, s/n – Centro
20021-200 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2550-9251
www.museuhistoriconacional.com.br
Biblioteca Nacional
Av. Rio Branco, 219, Centro – Rio de Janeiro
Tel: (21) 2220-9433
www.bn.br
Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro
Av. Presidente Vargas, 1261 – Centro
20071-004 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2224-6184/6619
www.bperj.rj.gov.br
Casa do Pontal/Museu Arte Popular Brasileira
Estrada do Pontal, 3295 – Recreio dos Bandeirantes
22785-580 – Rio de Janeiro – RJ
Tel/Fax: (21)2490-3278/4013
www.popular.art.br
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional
Rua da Imprensa, 16 sala 907 – Centro
20030-120 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2240-9897/8455
www.iphan.gov.br
Biblioteca da Educação e Humanidade - UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524/11o andar, sala
11002, bloco C/Pavilhão João Lyra Filho
20550-013 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2587-7658
São Fidélis
Biblioteca Municipal de São Fidélis “Corina Peixoto de Araújo”
Pça. Guilherme Tito de Azevedo,135– Centro
28400-000 – São Fidélis – RJ
Tel: (22) 2758-2393
Biblioteca Escola de Música da UFRJ
Rua do Passeio, 98 – Lapa
2001 – 290 - Rio de Janeiro - RJ
Tel/Fax: (21) 2240 – 1591 / 2240 – 1391 ramal 50
Valença
Biblioteca Municipal de Valença “D.Pedro II”
Pça. Visconde do Rio Preto, 72/201
27600-000 – Valença – RJ
Bibl. Francisca Keller – Museu Nacional
Quinta da Boa Vista, s/n – São Cristóvão
20940-040 – Rio de Janeiro – RJ
Tel: (21)2568-9242 ramal 220, 214, 213
www.minerva.ufrj.br / www.ppgasmuseu.etc.br
Vassouras
Biblioteca Municipal “Maurício de Lacerda”
Rua Custódio Guimarães, 65 – Centro
27700-000 – Vassouras – RJ
Tel: (24)2471-2765
210
Adendos
RIO GRA
NDE DO NOR
TE
GRANDE
NORTE
Biblioteca Pública Câmara Cascudo
Rua Potengi, 535 – Petrópolis
59020-030 – Natal – RN
Tel: (84)3221-6153
Fundação Cultural Capitania das Artes (FLINCARTE)
Av. Câmara Cascudo, 434 – Cidade Alta
59025-280 – Natal – RN
Tel: (84)3211-6713/6763
Fundação José Augusto
Rua Jundiaí, 641 – Tirol
59020-020 – Natal – RN
Tel: (84)3221-1362
Inst. Histórico e Geográfico do RN
Rua Conceição, 622 – Centro
59025-270 – Natal – RN
Tel: (84)3221-1228
Memorial Câmara Cascudo
Pça. André de Albuquerque, s/n – Centro
59025-580 – Natal – RN
Tel: (84)3211-8404/3217-6137
RIO GRA
NDE DO SUL
GRANDE
Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul
Rua Riachuelo, 1190 – Centro
90010-273 – Porto Alegre – RS
Tel: (51)3224-5045/3286-3677
Biblioteca do Instituto de Artes da UFRGS
Rua Senhor dos Passos, 248 – Centro
90020-180 – Porto Alegre – RS
Tel: (51)3316-4308/4307
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande
do Sul
Rua Riachuelo, 1317 – Centro
90010-271 – Porto Alegre – RS
Tel: (51)3224-3760
SA
NT
A CA
TARIN
A
SANT
NTA
CAT
ARINA
Biblioteca da Fundação Franklin Cascaes
Rua Antônio Luz, no. 260 – Centro
Forte de Santa Bárbara
88010-410 – Florianópolis – SC
Tel: (48)3324-1415
Bibl. Pública do Estado de Santa Catarina
Rua Tenente Silveira, 343 – Centro
88010-301 – Florianópolis – SC
Tel: (48)3222-1155/1378
www.fcc.sc.gov.br
Osório
Biblioteca Municipal “Júlio Costa”
Av. Borges de Medeiros, 481 – Cidade Alta
95500-000 – Osório – RS
Tel: (51)3662-4000 (Prefeitura Municipal)
Biblioteca Pública Municipal e Escolar “Norberto
Cândido Silveira Júnior”
Rua Heitor Liberato, 1100 – Vila Operária
88304-104 – Itajaí – SC
Tel: (47)3341-6117
Biblioteca Pública Municipal “Fernandes Bastos”
Rua Marechal Floriano, no. 980 – Centro
95520-000 – Osório – RS
Tel: (51)3663-8279
Fundação Catarinense de Cultura
Av. Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica
88025-202 – Florianópolis – SC
Tel: (48)3333-2166
Porto Alegre
Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul
Pça. Alfandega, s/n – Prédio do Memorial do Rio
Grande do Sul, sala 17 – Centro
90010-191 – Porto Alegre – RS
Tel: (51)3227-0883/3221-0825
Biblioteca e Hemeroteca Glaucus Saraiva
Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore
Av. Borges de Medeiros, 1501/s10 – Praia de Belas
90119-900 – Porto Alegre – RS
Tel: (51)3228-1711/1764
www.igtf.rs.gov.br
Bibl. Inst. Gaúcho de Tradição e Folclore
Av. Borges de Medeiros, 1501 - Sala 10 – Térreo
90119-900 – Porto Alegre - RS
Tel/Fax: (51) 32281711
www.igtf.rs.gov.br
SÃO P
AUL
O
PA
ULO
Araçatuba
Biblioteca Pública Municipal “Rubens do
Amaral”
Rua Armando Sales de Oliveira, s/n
16010-520 – Araçatuba – SP
Tel: (18)3620-6531/ 620-6575
Batatais
Biblioteca Museu Histórico “Washington Luis”
Pça. Conego Joaquim Alves, 202 – Centro
14300-000 – Batatais – SP
Tel: (16)3761-7071
Campinas
Biblioteca Central UNICAMP
www.unicamp.br/bc
211
Adendos
Bibl. Cidade Universitária “Severino Vaz”
UNICAMP – Instituto de Artes
Distrito Barão Geraldo
13083–970 - Campinas – SP
Tel: (19) 788-7766
Biblioteca Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - UNICAMP
Distrito Barão Geraldo
Campinas – SP
Tel: (19) 7888-6586
Biblioteca Pública Municipal
R Benjamim Constant 1633 – Centro
Campinas – SP
Mococa
Biblioteca Municipal “Dr. Almeida Magalhães”
Pça. Major José Pedro, s/n – Centro
13730-038 – Mococa – SP
Piracicaba
Biblioteca Pública Municipal “Ricardo Ferraz de
Arruda Pinto”
Rua do Rosário, 833
13400-183 - Piracicaba - SP
Tel: (19)34 333674
Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba
Rua do Rosário, 781
13400-180 - Piracicaba - SP
Tel: (19) 3434 – 8811
Ribeirão Preto
Biblioteca Cultural “Altino Arantes”
Rua Duque de Caxias, 547 – Centro
14015-020 – Ribeirão Preto – SP
Tel: (16)3625-0743
Bibl. Púb. Municipal “Guilherme de Almeida”
Pça. São Bento, s/n
14085-450 – Ribeirão Preto – SP
Tel: (16)3636-1206
São José dos Campos
Museu do Folclore
Av. Olívio Gomes, s/n – Parque da Cidade
Roberto Burle Marx – Santana
12211-120 – São José dos Campos – SP
Tel: (12)3324-7302
São José do Rio Pardo
Bibl. Púb. Municipal (Museu Rio Pardense)
Pça. Capitão Vicente Dias, 9 – Centro
13720-000 – São José do Rio Pardo – SP
Tel: (19)3680-4210 ramal: 139
São José do Rio Preto
Bibl. Pública Municipal “Dr. Fernando Costa”
Pça. Jornalista Leonardo Gomes, 01
15061-010 – São José do Rio Preto – SP
Tel: (17)3225-6164
212
São Paulo (Capital)
Arq. Histórico Municipal “Washington Luis”
Pça. Coronel Fernando Prestes, 153 – Bom Retiro
01124-060 – São Paulo – SP
Tel: (11)3326-1010
Biblioteca “Padre Antônio Vieira”
Pça. Pátio do Colégio, 84 – Centro
01016-040 – São Paulo – SP
Tel: (11)3105-6899 ramal:121
www.patiocollegio.com.br
Bibl. da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - USP
Av. Prof. Lineu Prestes, Trav. 12, no. 350 – Cidade Universitária
05508-900 – São Paulo – SP
Tel: (11)3091-4847/4504
Bibl. da Secretaria de Estado da Cultura
Rua Mauá, 51 – 2o. andar – Centro
01028-900 – São Paulo – SP
Tel: (11)3351-8165
www.cultura.sp.gov.br
Biblioteca do Museu de Folclore Rossini Tavares
de Lima
Rua Paschoal Raneiri, 75, Canindé
03034-060 – São Paulo – SP
Desativado para reformas (sem telefone)
Biblioteca Mário de Andrade
Rua da Consolação, 94
01302-000 – São Paulo – SP
Tel: (11)3256-5777
Bibl. Sérgio Milliet - Centro Cultural S. Paulo
R. Vergueiro, 1000.
01504 – 000 - São Paulo - SP
Tel: (11)3277 – 3611
www.prodam.sp.gov/ecsp
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Rua Benjamin Constant, 158 – Centro Histórico
01005-000 – São Paulo – SP
Tel: (11)3242-3582/8064
Taubaté
Biblioteca do Arquivo Histórico de Taubaté
Av. Portes Del Rei, 925 – Jardim Ana Emília
12070-610 – Taubaté – SP
Tel: (12)3225-5059
SER
GIPE
SERGIPE
Bibl. Pública Estadual “Epiphânia Dória”
Rua Vila Cristina, S/n
49020-150 – Aracajú – SE
Tel: (79)3179-1907
Adendos
FRA
NÇA
FRANÇA
ESP
ANHA
ESPA
Biblioteca Hispánica
Av. de los Reys Católicos, 4 - 28040 – Madrid
Tel: (34)91-583-8175
www.aeci.es
Bibliothèque – Centre Diocesain
Archevêque de Besançon
20, rue Mégevand - 25041 – Besançon
Tel: 0381651717
Biblioteca
do
Museo
Antropología
Avda. Juan de Herrera, 2
28040 - Madrid
Tel: (34) 915497150
Bibliothèque Municipale
Route de Caléyen - 05200 – Embrun
Tel: 0492 43-3597
Nacional
de
Biblioteca Nacional – Ministerio de Educación y
Deporte
Paseo de Recoletos, 20 - 28071 – Madrid
Tel: (34) 91-580-7823/824
www.bne.es
Biblioteca Pública del Estado de Zamora
Plaza Moyano, s/n - 49001 – Zamora
Tel: 531551/3450
www.bibliotecaspublicas.es/zamora
ESTADOS
ADOS UNIDOS
EST
African Art Museum
593 Broadway, bet. Prime & Houston st.
Tel: (212)966-1313
El Museo del Barrio
1230 Fifth Ave. – New York
Tel: (212)831-7272
Bibliothèque Municipale de Besançon
1, rue de la Bibliothèque - 25000 – Besançon
Tel: 0381878140
www.besançon.com
Bibliothèque Musée National des Arts et
Traditions Populaires
Centre d’Ethnologie Française
6, avenue du Mahatma Gandhi - 75116 – Paris
Obs: transferido para Marseillie
Tel: 01 44 17 6000
www.culture.gouv.fr
Bibliothèque Nationale de France
* site François-Mitterrand
Quai François-Mauriac – 13e - 75706 – Paris
Tel: 33/0/1 53795959 (renseignements) (Cedex 13)
www.bnf.fr
* site Richelieu
1, rue de Sully (Cedex 2) - 75002 – Paris
Tel: 33/0/1 53012525 (renseignements)
A
ATEMAL
GU
TEMALA
GUA
New York Public Library
Fifth Avenue and 42nd Street
10018-2788 – New York
Tel: (212) 930-0830
www.nypl.org
Biblioteca Nacional de Guatemala “Luís Cardosa
y Aragon”
5ª Avenida 7-26, zona 1 – Ciudad Guatemala
Tel: 2322443/2539071
www.biblionet.edu.gt
The Morgan Library
29 East 36th Street – 10016-3490 – New York
Tel: (212) 685-0610
Biblioteca - Instituto Guatemalteco de Turismo
(INGUAT)
7 a avenida 1-17, zona 4 - Centro Cívico –
Guatemala
The Nacional Museum of Catholic Art and
History
54W 50th at 30 Rochefeller Plaza – New York
Tel: (212) 957-8866
The Spanic Society of America
613 west 155 Street – 10032 - New York
Tel: (212)926-2234
The Spanish Institute
Park Ave. at 68th – New York
Tel: (212)249-8958
Centro de Estudios Folklóricos – CEFOL
Universidad de San Carlos de Guatemala
Ave. Reforma 0 – 09, zona 10 – Guatemala
Tel: (525)331-9171 e 361-9260
INGL
ATERRA
INGLA
Folklore Society - University College London
Gower Street – London – WC1E – 6BT
Tel: 0171 3875894
213
Adendos
The British Library
96 Euston Road – London – NW1 – 2DB
www.bl.uk
ITÁLIA
Biblioteca de Leitura Pública de Braga “Lúcio
Craveiro da Silva”
R. de São Paulo,1 - 4700 – Braga
Tel: 253 205970
www.blpb.uminho.pt
Biblioteca Ambrosiana
Piazza Pio XI, 2 - 20123 – Milano
Biblioteca do Museu Nacional de Etnologia
Av. Ilha da Madeira - 1400-203 – Lisboa – Portelo
Tel: (351)21304-1160/9
www.ipmuseus.pt
Biblioteca Comunali di Milano
Palazzo Sormani – Corso di Porta Vittoria 620122 – Milano
Tel: 800-880066
www.comune.milano.it/biblioteche
Biblioteca – ISCTE (Inst.Superir de Ciencias do
Trabalho e da Empresa)
Av. das Forças Armadas s/n -1649-026 – Lisboa
Tel: 21 7903027
Biblioteca Nazionale Centrale di Roma
Viale Castro Pretorio, 105 - 00185 – Roma
Tel: (39)06 49 891
www.bncrm.librari.beniculturali.it
Bibl. Mun. (Camara Municipal de Bragança)
Praça Camões, s/n - 5300 – Bragança
Tel: 273 300851
MÉXICO
Biblioteca de México
Plaza de la Ciudadela, n° 4, Centro Histórico
México – DF
Tel: 709-1107/ 709-1368
Museo de Culturas Populares
Av. Hidalgo 289 – Del Carmen de Coyoacan
México – DF
Tel: 554–8929 / 554-8327
PERU
U
PER
Biblioteca Nacional de Peru
Av. Abancay, 4ª quadra, s/n – Lima 01
Apartado 2335
Tel: 287690/289713
www.binape.gob.pe
Biblioteca do Inst. “Riva Agüero”
Pont. Univ. Católica del Perú
Camanã, 459, Lima – 1
Tel: 427-7678
POR
TUG
AL
PORTUG
TUGAL
Arquivo Histórico Ultramarino
Calçada da Boa Hora, 30 - 1360-095 – Lisboa
Tel: (351) 21 361 6330
www.iict.pt/ahu
214
Biblioteca Nacional
Campo Grande, 83 - 1749-081 – Lisboa
Tel: 21 798 2000
www.bn.pt
Biblioteca Pública de Braga – Universidade do
Minho
Pça do Municipio s/n - 4704-508 – Braga
Tel: 253 601187
Biblioteca Pública Municipal do Porto
Rua D. João IV (Jardim de S. Lázaro)
4049-017 – Porto
Tel: 22 51 193480
Federação do Folclore Português
Rua Escola de Sá, 34
Arcozelo – Vila.Nova de Gaia – 4405
Tel: (02) 7624195
Inst. dos Arq. Nacionais/Torre de Tombo
Alameda da Universidade - 1649-010 – Lisboa
Tel: 21 781 1500
www.iantt.pt
Instituto Portugues do Patrimonio Cultural
Departamento de Etnologia
Palacio Nacional da Ajuda, 1300 – Lisboa
Museu do Abade de Baçal (Francisco Manuel
Alvesl)
R. Conselheiro Abílio Beça, 27 - 5300-011 –
Bragança
Tel: 273 331595
www.ipmuseus.pt
Museu Arte Popular
Av. Brasilia, 1400 - Lisboa – Belen
Tel: 301-1675
Adendos
- IV C OL
ABORADORES
OLABORADORES
I- EQUIPE DE ASSESSORAMENTO
ALEMANHA
- Arnold Wollf (Colônia)
BRASIL
ALAGOAS
- José Maria Tenório (Maceió/Aracajú)
- Ranilson França (Maceió)
AMAZONAS
- Marita Monteiro (Manaus)
SÃO PAULO
- Américo Pellegrini Filho (São Paulo)
- Toninho Macedo (São Paulo)
- José Carlos Rossato (Votuporanga)
SANTA CATARINA
- Doralécio Soares (Florianópolis)
SERGIPE
- Beatriz Dantas (Aracajú)
ESPANHA
- Maria Prego (Madri)
BAHIA
- Doralice F. X. Alcoforado (Salvador)
- Hildegardes Vianna–In Memoriam (Salvador)
FRANÇA
- Emil e Ilka Ammann (Paris)
CEARÁ
- Oswaldo Barroso (Fortaleza)
ITÁLIA
- Luciano e Ana Ferrario (Milão/Brugherio)
ESPÍRITO SANTO
- Denize M. Pereira (Conceição da Barra)
- Eliomar Mazoco (Vitória)
PORTUGAL
- Blanca Moriés (Lisboa)
- Moysés Gomes Euzébio (Porto)
GOIÁS
- Bariani Ortêncio (Goiânia)
- Jadir de Morais Pessoa (Goiânia)
II - EQUIPE DE APOIO TÉCNICO
MARANHÃO
- Izaurina M.de Azevedo Nunes (São Luís)
- Sérgio F. Ferretti (São Luís)
MINAS GERAIS
- Domingos Diniz (Belo Horizonte)
- Edmilson de Almeida Pereira (Juiz de Fora)
- Saul Martins (Belo Horizonte)
- Ulisses Passarelli (São João del Rey)
PARÁ
- Maria Brígido – In Memoriam (Belém)
PARAÍBA
- Altimar Pimentel (João Pessoa)
- Oswaldo Trigueiro (João Pessoa)
PERNAMBUCO
- Mario Soto Maior – In Memoriam (Recife)
- Roberto Benjamin (Recife)
PIAUÍ
- Verônica M. Pereira Ribeiro (Terezina)
RIO DE JANEIRO
- Cáscia Frade (Rio de Janeiro)
- Delzimar Coutinho (Rio de Janeiro)
- Mariza Colnago (Rio de Janeiro)
RIO GRANDE DO NORTE
- Deífilo Gurgel (Natal)
- Gutenberg Costa (Natal)
- Severino Vicente (Natal)
RIO GRANDE DO SUL
- Joé Luis Domingos (Porto Alegre)
- Rose Marie R. Garcia – In Memoriam (Porto Alegre)
RONDÔNIA
- Gutemberg Costa (Natal)
- Severino Vicente (Natal)
Adileia M.L. Ferreira
Aressa Egly Rios
Cecília de Mendonça
Cristina Pereira dos Santos
Hevalcy Silva
Leonardo Monteiro Trotta
Lúcia Beatriz Torres
Lucieni Simão
Ludmylla Bernardo Penna
Otilliê Marotte
Patrícia P. Peralta
Raphael Cavalcante
III - COLABORADORES ASSOCIATIVOS
BAHIA
União dos Ternos de Reis (Salvador)
CEARÁ
União dos Artistas da Terra da Mãe de Deus (Juazeiro do Norte)
Grupo Folclórico Luar do Sertão (Fortaleza)
MINAS GERAIS
Associação Cultural, Artística e Desportiva de Bambuí
Associação das Cias. de Reis de Três Pontas
Associação das Folias de Reis de Araxá
Associação Folias de Reis de Campos Altos
Associação Folias de Reis de Uberaba
Associação Folias de Reis de Uberlândia
Associação Passense de Defesa do Folclore (Passos)
Associação Ternos de Folias de Reis e Pastorinhas de Montes Claros
Centro de Tradições Mineiras – CTM (Belo Horizonte)
Federação das Folias de Reis de Minas Gerais (Belo Horizonte)
Liga Tricordina de Cias. de Reis (Três Corações)
PARÁ
Associação de Grupos Folclóricos de Belém
Grupo Folclórico Baioaras (Belém)
PARAÍBA
Centro Popular de Cultura (João Pessôa)
215
Adendos
RIO DE JANEIRO
Associação de Grupos de Folias de Reis (Nova Friburgo)
Associação do Reisado de Valença
Associação de Folias de Reis de Valença
Associação Folclórica de Miracema
Associação Folias de Reis de Rio das Flôres
Cia. Folclórica do Rio de Janeiro
Federação do Reisado do Estado do Rio de Janeiro (Duque de
Caxias)
Irmandade de folias de Reis de São Gonçalo
Núcleo de Cultura Popular Céu na Terra
SÃO PAULO
Associação Cias. de Reis de Campinas
Grupo Organizador das Cias.de Reis de Ribeirão Preto
Associação Folclórica de Altinópolis
Associação Folclórica de Batatais
Centro de Folclore e Cultura (Votuporanga)
Clube de Reis (Guará)
Fundação Regional de Folclore (Mococa)
Clube dos Reis - Santa Rosa de Viterbo
PORTUGAL
Federação do Folclore Português
(Arcozelo/ Vila nova de Gaia)
IV – COLABORADORES INDIVIDUAIS
BRASIL
ALAGOAS
- Fernando Galvão de Pontes (Maceió)
BAHIA
- Cid Teixeira (Salvador)
- Pe. Carlos Bresciani S. J. (Salvador)
- Sueli Ribeiro (Salvador)
CEARÁ
- Clerton Martins (Fortaleza)
- Maria Lourdes Macena (Fortaleza)
- Maristela Ataíde Holanda (Fortaleza)
ESPÍRITO SANTO
- Fernando Pignaton (Vitória)
- Herinéia Lima (São Mateus)
MARANHÃO
- Américo Azevedo (S.Luís)
- Jandir S. Gonçalves (São Luis)
MATO GROSSO
- Marlei Sigrist (Campo Grande)
MINAS GERAIS
- Geraldo Inocêncio (Jequitibá)
- José Osmando M.Aquino (Montes Claros)
- Márcio Bonesso (Uberlândia)
- Maria Agripina Neves (Ouro Preto)
- Ronaldo O. Reis (Uberaba)
PARÁ
- Walcyr Monteiro (Belém)
PARAÍBA
- Adauto Ramos (João Pessoa)
- Zilma F. Pinto (João Pessoa)
RIO DE JANEIRO
- Célia Regina Pimentel (Rio de Janeiro)
- Doralice Vidal (Rio de Janeiro)
- Eleonora Gabriel (Rio de Janeiro)
- Fabíola de Souza Oliveira (Rio das Flores)
- Irmã Carmem Dolores – In Memoriam (Rio de Janeiro)
- José Inácio Parente (Rio de Janeiro)
- Lena Frias – In Memoriam (Rio de Janeiro)
- Luiz Antônio de Souza (Rio de Janeiro)
- Maria Barnardina O. Silva (Rio de Janeiro)
RIO GRANDE DO NORTE
- José Melquíades – In Memorian (Natal)
- Paulo Medeiros Gastão (Mossoró)
RIO GRANDE DO SUL
- Getúlio Xavier Osório (Gravataí)
- Martim Tresoldi (Osório)
- Paula Simon (Porto Alegre)
- Gilberto B. Freiberger (Vale Real)
SANTA CATARINA
- José Oliveira Dias (Blumenau)
- Lélia P. Silva Nunes (Florianópolis)
SÃO PAULO
- Alberto Ykeda (São Paulo)
- Ângela Savastano (São José dos Campos)
- Laura Della Mônica – in Memoriam (São Paulo)
- Marcel Thiebet (São Paulo/Paris)
- Carmem Resende (Ribeirão Preto)
SERGIPE
- Aglaé D’Avila F. de Alencar (Aracajú)
- Luís Antônio Barreto (Aracajú)
ALEMANHA
- Benno Zimmermann (Colônia)
- Manuel Pereira Tristão (Aachen)
ARGENTINA
- Ana Maria Dupey (Buenos Aires)
- Felix Collucio (Buenos Aires)
- Norberto Pablo Círio (Buenos Aires)
ESPANHA
- Concha Gonzalez Diaz de Garayo (Zamora)
- Francisco Rodriguez Pascual (Salamanca)
GUATEMALA
- Celso A. Lara Figueroa (Guatemala)
- Jose Luis Inay (Guatemala)
INGLATERRA
- Gary Daniels (Londres)
- Susan Vass (Londres)
MÉXICO
- Evangelina Mendizabal G. (México)
- Reina Félix R. (México)
- Sonia Iglesias (México)
PERU
- Edgar F. Meza Aréstegui (Lima)
- Enriqueta Rotalde de Merel (Lima)
- Felix Ascencion Ugarte (Lima)
PERNAMBUCO
- Jones Carlos de Albuquerque Ferreira (Recife)
- José Fernado da Silva Sousa (Recife)
PORTUGAL
- Ana Afonso (Bragança)
- Antônio André Pinelo Tiza (Bragança)
- Arlete Amaral (Lisboa)
- Arnaldo Baptista Saraiva (Porto)
- Joaquim Antônio Calado Cochicho (Lisboa)
- José Miguel Rodrigues (Vila Nova de Gaia)
- Manuel Diaz (Coimbra)
PIAUÍ
- José Elias M. Areias Leão (Terezina)
URUGUAI
- Gustavo Goldman
PARANÁ
- Francisco Garbosi (Londrina)
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