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I PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL 2004 Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior – MDIC Secretária de Tecnologia Industrial – STI Confederação Nacional da Indústria – CNI Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequensa Empresa – Sebrae Fedaração das Indústrias do Estado do Amazonas – Fieam Banco da Amazônia S/A – Basa I PRÊMIO PROFESSOR SAMUEL BENCHIMOL 2004 ©2004. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Secretaria de Tecnologia Industrial – STI É permitida a reprodução de qualquer parte dessa obra, desde que citada a fonte. Prêmio Professor Samuel Benchimol: coletânea de artigos Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 / Organização, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior et. al. – Brasília : MDIC/ STI, 2004. 222p. : il.; 24 cm. Conteúdos: Resumo das propostas ao Prêmio Professor Samuel Benchimol. Propostas agraciadas em formato de artigo. 1. Desenvolvimento sustentável, Amazônia. I. Paiva, Alessandro Dinelli de et. al. II. Coelho, Suani Teixeira et. al. III. Homma, Alfredo Kingo Oyama et al. IV. Borges, João Tito et. al. V. Brasil. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Tecnologia Industrial (Org.) VI. Confederação Nacional da Indústria (Org.). VII. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Org.). VIII. Federação das Indústrias do Estado da Amazônia (Org.). IX. Banco da Amazônia (Org.). Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Secretaria de Tecnologia Industrial Departamento de Articulação Tecnológica Esplanada dos Ministérios , Bloco J, sobreloja 70053-900 – Brasília-DF Tel.: 55 (61)2109-7393 Fax: 55 (61)2109-7286 http:://www.desenvolvimento.gov.br Gostaria de deixar como lembrança uma singela e profunda mensagem: o mundo amazônico não poderá ficar isolado ou alheio ao desenvolvimento brasileiro e internacional, porém ele terá que se autossustentarem quatro parâmetros e paradigmas fundamentais: isto é, ele deve ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo. Prof. Samuel Benchimol Agradecimentos As Entidades promotoras do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Fórum Anual sobre a Amazônia agradecem aos Ministérios da Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Integração Nacional, do Meio Ambiente, ao Banco da Amazônia S.A., Banco do Brasil S.A., CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, CNI – Confederação Nacional da Indústria, Confea – Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Grupo Benchimol, Honda Automóveis do Brasil Ltda., Móveis Teperman, Indústria e Cosméticos Natura Ltda., Nokia do Brasil Tecnologia Ltda., Suframa – Superintendência da Zona Franca de Manaus, Siemens Ltda. e Universidade Federal do Estado do Amazonas, o apoio para a edição da Coletânea “Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004”. Sumário Apresentação 13 Manifestações sobre o Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 15 A estrutura organizacional e técnica 19 Comissão Julgadora 20 Apoiaram a sua implementação 20 Comissão Mobilizadora 21 Resumo das Propostas 25 Laboratório de manutenção de computadores para inclusão digital 27 Modelagem e monitoramento do efeito indireto dos aerossóis sobre o clima da Amazônia 27 Propagação artificial do pirarucu arapaima gigas e produção de alevinos 28 Formação e manejo de bacurizeiros nativos (platonia insignis mart – Clusiaceae) como alternativa econômica para as áreas degradadas da Amazônia 29 Projeto de fomento à atividade pecuarista leiteira no município de Autazes 31 Criação de cooperativa para fomento à produção de sementes de juta e malva no município de Manacapuru 32 A4 a renovação da Floresta Amazônica 32 Projeto comunitário de produção sustentável de óleos vegetais e produtos afins no município de Silves-AM 33 Projeto experimental para a compostagem 34 Serviço de comunicações digitais – SCD: um novo serviço público de telecomunicações como ferramenta para inclusão social 35 Proteção da propriedade intelectual na Amazônia e uso sustentável da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais 36 Atributos físicos, químicos e biológicos afetando o crescimento de árvores marejadas em solos degradados na Amazônia Central 37 Qualidade sensorial do mel como suporte à apicultura integrada e sustentável no Tocantins 38 Observatório de inclusão social da Amazônia – Oisa 39 Jovem marceneiro 40 Apoio à adoção das praticas do manejo florestal na Amazônia Legal 41 Um modelo de gestão de voluntariado 42 O complexo industrial do Jarí e as transformações geoeconômicas da bacia do Rio Jarí (1980-2004) 43 O potencial econômico e as políticas da bacia do rio Manacá 44 Ponta verde 46 Agregação de valor e conservação das matérias-primas regionais 47 Produção de tambaqui em cativeiro e aproveitamento total dos seus subprodutos 48 Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia 49 Assentamento alternativo para Amazônia 49 Comunidade no Jardim Botânico Adolfo Ducke 50 Espada Amazônica 50 Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento Tarumã Mirim: comunidade agrícola de Tarumã Açu 51 Escola de aprendizes navais do Amazonas 53 Gestão de recursos hídricos em APA/APAM 53 Qualificação de produtos rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados a insumos de filoterápicos e fitocosméticos 53 Edição do livro medicina tradicional: plantas medicinais da Amazônia 54 Geração de energias alternativas com ênfase em energia eólica 55 Escola digital na Amazônia 55 Centro de cooperação em serviços tecnológicos e ambientais 57 Qualificação sustentável para o conjunto Nova Cidade 58 Gestão social para as organizações sócio-ambientais da Amazônia 59 Sustentabilidade do tecido da floresta 59 Projeto ÁGORA 60 Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização de produtos oriundos da pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar 60 Tecnologia do pescado aplicada ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do Estado do Amazonas 62 Projeto de criação da reserva de desenvolvimento sustentado do Igarapé-Açu/AM 65 Avaliação e quantificação da contaminação por aflatoxinas e selênio para a melhoria da qualidade da cadeia agnoindustrial de castanha do Brasil 65 Uso de crajiru em formas farmacêuticas ginecológicas 66 Utilização de Castilho do guaraná para a fabricação de extrato para refrigerantes 67 Geração de trabalho, de forma autossustentável 67 Melhoramento genético de bananeira 68 Gel dental à base de óleos medicinais da Amazônia 69 Comparação entre tecnologias de gaseificação de biomassa existentes no Brasil e no exterior e formação de recursos humanos na Região Norte – Gaseifamaz 69 Recomposição da mata ciliar do riacho Ajuricaba na região oeste do Estado do Paraná 70 Biosólido como fertilizante orgânico no cultivo inicial do Eucalyptus Grandis Hill Ex Maiden 71 Programa de desenvolvimento sustentável do gasoduto Coari-Manaus 71 Pastoral da criança 73 Propostas agraciadas 75 Categoria ambiental 75 Comparação entre tecnologias de gaseificação de biomassa existentes no Brasil e no exterior e formação de recursos humanos na Região Norte – Gaseifamaz 77 Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento Tarumã Mirim: comunidade agrícola de Tarumã Açu 91 Projeto experimental para a compostagem 104 Categoria Econômica/Tecnológica 141 Formação e manqo de bacurizeiros nativos (platonia insignis mart – Clusiaoeae) como alternativa econômica para as áreas degradadas da Amazônia 143 Tecnologia do pescado aplicada ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do Estado do Amazonas 169 Agregação de valor e conservação das matérias primas regionais 178 Categoria Social 189 Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia 191 Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados a insumos de fitoterapicos e fitocosméticos 199 Jovem marceneiro 217 Biografia 221 Apresentação O Prêmio Professor Samuel Benchimol foi concebido no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, em parceria com a CNI – Confederação Nacional da Indústria, através da Ação Pró-Amazônia, integrada pelas Federações de Indústrias da Região Amazônica, o Banco da Amazônia S.A., o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, além do apoio dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Integração Nacional e do Meio Ambiente. A necessidade de intensificar as ações para o desenvolvimento sustentável da Amazônia norteou a criação do Prêmio “Professor Samuel Benchimol” e do Fórum Anual sobre a Amazônia. A escolha do nome do Professor Samuel Benchimol, pesquisador erudito e empresário inovador, autor de 109 trabalhos de repercussão internacional, dignifica essa iniciativa. Em todos os seus trabalhos, defendeu a importância da Região Amazônica no contexto do desenvolvimento nacional e a necessidade do desenvolvimento sustentável, respeitando a quatro paradigmas fundamentais: ser economicamente viável, ecologicamente equilibrado e socialmente justo. Baseando-se nesses paradigmas, o estabelecimento do Prêmio colocará em cursos as ideias originais e a promoção da Região Amazônica, obedecendo alguns parâmetros: I) Promover a reflexão sobre as perpectivas econômicas, ambientais e sociais para o desenvolvimento sustentável da região amazônica; II) Fomentar a interação permanente entre os setores: governamental, empresarial e acadêmico e social da região amazônica e; III) Identificar, avaliar, selecionar e divulgar projetos de interesse empresarial e oportunidades de investimento a potenciais financiadores, públicos ou privados. A realização anual do Prêmio permitirá às agências de fomento, aos institutos de pesquisa, às universidades e ao próprio setor empresarial, conhecerem o potencial de ideias que conduzem ao desenvolvimento daquela importante região brasileira. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por intermédio de sua Secretaria de Tecnologia Industrial, seguirá promovendo a articulação com as demais instituições dos setores governamental e privado. As ações buscarão consolidar, não só a realização desse Prêmio, mas também o apoio à concretização dos projetos, que forem selecionados no concurso público anual. A iniciativa conta, ainda, com a parceria da Confederação Nacional da Indústria – CNI, a Ação Pró-Amazônia, integrada pelas Federações de Indústria dos Estados da Amazônia Legal, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, o Banco da Amazônia S.A., além do apoio dos Ministérios da Ciência e Tecnologia, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Integração Nacional e do Meio Ambiente e honrou-nos como entidade executora a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas – Fieam. Registro e agradeço mais uma vez a participação decisiva das instituições apoiadoras desta iniciativa, sem as quais não teria sido possível promover essa ação de desenvolvimento regional e, sem dúvida, de contribuição para um País mais justo. Luiz Fernando Furlan Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Manifestações sobre o Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 Alessandro Dinelli Pres. CDI Amazonas Importantíssima a realização deste Prêmio, pois procurou homenagear um grande conhecedor da AMAZÔNIA e divulgar os grandes projetos aqui realizados. Alfredo Kingo Oyama Homma Embrapa Amazônia Esta premiação tem para mim uma tripla importância. A primeira representa o esforço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e o conjunto de 19 insti0 deste Prêmio. Em segundo lugar, pela necessidade de sairmos do discurso abstrato da biodiversidade para tornar em algo concreto como alternativa para gerar renda, emprego e de reduzir os impactos ambientais. E finalmente, como estímulo para os pesquisadores brasileiros em ajudarem na construção de uma Nova Amazônia. Uma Amazônia sem desmatamentos e queimadas, uma Amazônia com emprego e renda, uma Amazônia mais harmônica, enfim, uma Amazônia senhora dos seus destinos. Carlos Eduardo Moreira Ferreira Primeiro Vice-Presidente da CNI Um dos melhores momentos que vivi ao exercer a Presidência da CNI foi o da instituição do Prêmio Samuel Benchimol, quando em homenagem à vida e ao trabalho daquele grande homem, que tanto amou e compreendeu a Amazônia, resolveu-se buscar um modo de destacar o exemplo dos que como o patrono dessa premiação concorreram para, de algum modo, promover o desenvolvimento inteligente dessa imensa parte do Brasil, patrimônio inalienável de todos nós. Ideia muito feliz, esse gesto periódico de reconhecimento há de repetir-se pelos anos afora, emulando as gerações futuras. Eugênio Emílio Staub Presidente de Honra do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Presidente da Gradiente Senti-me honrado em participar da gestão do Prêmio Professor Samuel Benchimol por este privilegiar o empreendedorismo, a inovação e a competitividade, como instrumentos de desenvolvimento regional que, aliás, coincidem com o pensamento do grande pesquisador Professor Samuel Benchimol. Estou seguro de que esta iniciativa vitoriosa, pelos resultados dos projetos apresentados, se repetirá nos anos vindouros, como uma forma de apoiar aos que acreditam no conhecimento, como forma de construção de uma sociedade mais justa e democrática. Gilvannete Serra Barbosa Centro de Ensino Superior do Amazonas O Prêmio Professor Samuel Benchimol é de suma importância, pois estimula a elaboração de projetos que visem ao desenvolvimento sustentável da região amazônica proporcionando uma sinergia entre os setores público, privado, civil e acadêmico e nos diversos seguimentos da economia. Jadson Porto Universidade Federal do Amapá A homenagem ao grande professor foi muito mais que justa, é um reconhecimento que os amazônidas devem sempre ter em mente. Benditos são aqueles que venceram este Prêmio. São profissionais de altíssimo valor e competência. Este Prêmio vem ampliar a importância de se estimular o levantamento de informações sobre a região amazônica, ampliar o grau de discussões sobre os mais variados temas de cunho social, econômico, político, cultural e ambiental. Que não pare o sonho de Benchimol de desvendar os mistérios, as transformações e os segredos amazônicos. Jaime Samuel Benchimol Presidente do Grupo Benchimol Sociedade Fogás Ltda. Poucas regiões do planeta são tão vastas, tão promissoras, mas ao mesmo tempo tão pouco conhecidas quanto a Amazônia. É dever do Brasil pesquisar, estudar e conhecer a região nos seus aspectos econômicos, ambientais, sociais e políticos. Apenas através do conhecimento poderemos alcançar o equilíbrio entre o aproveitamento dos recursos naturais, as necessidades humanas e a preservação da ecologia. A criação do Prêmio Prof. Samuel Benchimol é ao mesmo tempo uma honrosa homenagem a quem dedicou boa parte de sua vida à pesquisa de nossa região e um forte estímulo para acelerarmos a busca do conhecimento sobre a região amazônica. O amplo escopo do Prêmio em três categorias distintas – tecnológico-econômica, ambiental e social – demonstra a extensão dos desafios que a região enfrenta e vem de encontro à preocupação do Prof. Benchimol de que o desenvolvimento sustentável da região deve “ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo”. João Tito Borges Fundação Centro de Análises, Pesquisas e Inovação Tecnológica O Prêmio Samuel Benchimol incentiva o cidadão para a busca das soluções e para o enfrentamento dos muitos desafios colocados pela imensa Amazônia. José Ephin Mindiin Bibliófilo, Pesquisador e Medalha do Conhecimento 2003 Samuel Benchimol foi um verdadeiro sábio, estudioso e grande conhecedor das coisas amazônicas. Um Prêmio que leva seu nome tem um tríplice sentido: homenagear essa ilustre figura, que clamava por estudos dos problemas amazônicos e ação efetiva para resolvê-los; estimular pesquisadores a aprofundar o conhecimento dessa ainda mítica região; e, finalmente, atrair a atenção de todas as entidades públicas e privadas que possam ajudar sua desenvolvimento. José Nasser Presidente Executivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Fórum Anual de Discussão sobre a Amazônia Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas Dentre as ações de desenvolvimento regional, o Prêmio Professor Samuel Benchimol constitui um marco de empreendedorismo, no qual órgãos governamentais do setor privado e comunidade acadêmica associam-se para premiarem ideias inovadoras com origem no conhecimento. Considero um privilégio e uma honra ter presidido esta iniciativa do primeiro Prêmio Professor Samuel Benchimol e Fórum Anual de Discussão sobre a Amazônia. Que o exemplo de pesquisador do Professor Samuel Benchimol continue inspirando-nos e as gerações futuras. Juan David Revilla Cardenas Instituto de Pesquisas da Amazônia – Inpa O Prêmio Samuel Bechimol é para nós um orgulho pelo homem a quem se refere, assim como é uma oportunidade de pesquisadores poderem apresentar seus trabalhos a sociedade que os patrocina. Mâncio Lima Cordeiro Presidente do Banco da Amazônia Sem dúvida, uma iniciativa rara, pois ao premiar projetos para o desenvolvimento da Amazônia, está contribuindo com a questão do conhecimento científico nessa Região. É inegável a necessidade de pesquisas na Amazônia, pois são elas que proporcionam maior conhecimento da região e de seus ecossistemas, o que pode permitir o usufruto atual de suas riquezas sem esgotá-las, legando seus frutos e benefícios também às gerações futuras. O Banco da Amazônia, na oportunidade em que saúda os estudiosos, pesquisadores, cientistas que participaram desse projeto, os incentiva a continuar nesse desiderato e reafirma o seu compromisso de apoio financeiro e operacional às soluções orientadas para o desenvolvimento sustentável e integrado dessa Região, que goza do privilégio de ser merecedora da atenção e reconhecimento de todo o mundo. Milly Teperman Presidente dos Móveis Teperman O Prêmio Samuel Benchimol homenageia um dos mais ilustres filhos da Amazônia, fazendo com que ela possa contribuir mais e mais para tornar o Brasil líder entre as Nações. Noeliana Rodrigues Laurido Pesquisadora Participar do Prêmio Prof. Samuel Benchimoi foi uma honra, uma forma de exercitar a cidadania, conclamando a todos a importância da tutela do meio ambiente. Roberto Jaguaribe Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior O Prêmio Professor Samuel Benchimoi é uma iniciativa pioneira por incentivar a geração de novas ideias e propostas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e expô-las diretamente ao âmbito produtivo e financeiro que pode viabilizá-las. Wilson Lang Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Economia O Prêmio Samuel Benchimoi não só reverencia o pesquisador e empresário de renome internacional, mas, sobretudo, estimula e apóia projetos para o desenvolvimento sustentado da região Norte, ocasião em que os profissionais do Sistema Confea/Crea podem contribuir com seu talento e competência. A estrutura organizacional e técnica do Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 foi assim constituída: Coordenação Geral: Roberto Jaguaribe Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Armando Queiroz Monteiro Neto Presidente da Confederação Nacional da Indústria Silvano Gianni Presidente do Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas Maneio Lima Cordeiro Presidente do Banco da Amazônia S.A. Carlos Salustiano de Sousa Coelho Coordenador do Ação Pró-Amazônia Eugênio Emílio Staub Presidente de Honra do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Presidente da Gradiente José Nasser Presidente Executivo do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Presidente da Federação da Indústria do Estado do Amazonas Secretários: José Rincon Ferreira Secretário-Técnico do Prêmio Professor Samuel Benchimol e Diretor de Articulação Tecnológica da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Sérgio Melo de Oliveira Secretário-Técnico-Adjunto do Prêmio Professor Samuel Benchimol Superintendente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas Presidente da Comissão Julgadora Roberto Jaguaribe Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Comissão Julgadora Avay Miranda Assessor Técnico do Ministério do Meio Ambiente Fábio Cidrin Gama Alves Diretor de Articulação Governamental do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS José Alberto da Costa Machado Coordenador Geral de Estudos Econômicos e Empresariais da Superintendência da Zona Franca de Manaus José Henrique de Lima Dieguez Barreiro Coordenador do Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT Hidembergue Ordozgoith da Frota Reitor da Universidade Federal do Amazonas Ivanildo Pontes Diretor Executivo da Federação das Indústrias do Estado do Pará José Rincon Ferreira Diretor de Articulação Tecnológica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Maria José Monteiro Assessora da Diretoria de Política e Planejamento de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional Maurício Andrade Marsíglia Diretor de Brinquedos Estrela Raimunda Monteiro Professora da Universidade Federal Rural do Amazonas Acompanharam e subsidiaram os trabalhos da Comissão Julgadora Jaime Benchimol Presidente do Grupo Bemol José Carlos Reston Diretor-Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Amazonas José Ferreira da Silva Pró-Reitor de Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas Hélio Graça Gerente Executivo do Banco da Amazônia S.A. Apoiaram a sua implementação as seguintes autoridades e instituições: Antônio Sérgio Martins Mello Secretário Substituto de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Diretor dos Setores Intensivos em Capital e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Clayton Campanhola Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Evandro Mirra Presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos Flávia Skrobot Barbosa Grosso Superintendente da Zona Franca de Manaus Guilherme Peirão Leal Presidente da Indústria e Comércio de Cosméticos Natura Ltda. Heraldo Vieira de Castro Júnior Diretor de Assuntos Governamentais da Nokia do Brasil Tecnologia Ltda. Jaime Benchimol Presidente do Grupo Benchimol José Carlos Reston Diretor Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Amazonas José Ephim Mindlin Bibliófilo, Pesquisador e Medalha do Conhecimento 2003 Lauro Morhy Reitor da Universidade de Brasília Luiz Carlos Barboza Diretor-Técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque Secretário-Executivo da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica – Abipti Mâncio Lima Cordeiro Presidente do Banco da Amazônia S.A. MillyTeperman Presidente de Móveis Teperman Olavo Egydio Setúbal Presidente do Conselho de Administração do Banco Itaú S.A. Paulo Shuiti Takeuchi Diretor de Relações Institucionais da Moto Honda Amazônia Ltda. Saleh Mahumud Abu Hamdeh Diretor-Presidente da Siemens Ltda. Wilson Lang Presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – Confea Comissão Mobilizadora Abraham Sicsú – Professor da Universidade Federal de Pernambuco – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco Alex Bolonha Fiúza de Mello – Reitor da Universidade Federal do Pará Alberto Fernandes de Souza Neto – Assessor da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Alexandre Erculano Coelho de Sousa Furlan – Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Mineração Mato Grosso Altamiro Belo Galindo – Reitor da Universidade de Cuiabá Amilton Nobre Casara – Secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia Ana Lúcia Almeida Gazzola – Presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes Aniceto Campanha Wanderley Neto – Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico de Roraima Antonio J. Matias – Vice-Presidente Executivo do Itaú Artur de Jesus Barbosa Sotão – Secretário de Estado da Secretaria de Estado da Fazenda do Estado do Amapá Atabyrio Bayma Azevedo – Diretor-Secretário da Federação das Indústrias do Estado do Acre Carlos Edgard de Deus – Secretário do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Acre Carlos Fenley Dourado Botelho – Assessor da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Carlos Manuel Pedroso Neves Cristo – Chefe de Gabinete da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Carlos Gastaldoni – Secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Carlos Alberto Schneider – Superintendente Geral da Fundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras Carlos Roberto Rocha Cavalcante – Superintendente do Instituto Evaldo Lodi – IEL Carmem Eleonora C. Amorim Soares – Gerente de Relação Institucionais Conselho Federal Engenharia, Arquitetura e Agronomia Cláudio Marcelo Manguinho Vieira – Secretário de Estado de Planejamento, Induústria e Comércio de Roraima Clóvis Luiz Zimmermann – Analista da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Davilene Ramos Chaves – Assessora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia Denise Aparecida Carvalho – Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado do Goiás – SECTEC/GO e Presidente do Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Ciências e Tecnologia Edmilson Vieira dos Santos – Secretário de Estado da Indústra, Comércio e Turismo do Tocantins Edmundo Lopes de Souza – Secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral de Rondônia Edson Morelis Coca – Presidente da Empresa Prata 1000 Indústria e Comércio Ltda Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco – Reitor da Universidade da Amazônia Eduardo Machado Silva – Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Tocantins – Fieto Edvaldo de Azevedo Souza – Secretário de Estado do Meio Ambiente do Amapá Emanuelle Von Kruger de Almeida – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Ene Glória da Silveira – Reitora da Fundação Universidade Federal de Rondônia Ercílio Santinoni – Presidente do Movimento Nacional da Micro e Pequena Empresa Ernani Soares de Siqueira – Diretor-Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Tocantins Evandro de Araújo Silva – Sócio-Proprietário da Empresa Pronatus Fernando Antonio Guimarães Ramos – Reitor da Universidade Federal do Maranhão Fernando Melo de Carvalho – Secretário de Estado de Desenvolvimento e Meio Ambiente do Amazonas Flavia Maria de Barros Nogueira – Secretária de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Mato Grosso Francelino Grando – Secretário de Politica Tecnológica e Empresarial do Ministério da Ciência e Tecnologia Gerson Soares Alves Barreto – Chefe de Gabinete da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Gilberto do Carmo Lopes Siqueira – Secretário de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico e Susutentável do Acre Guálter Parente Leitão – Diretor Regional do Instituto Euvaldo Lodi do Estado do Pará Hélio Cadore – Presidente da Associação Brasileira dos Sebrae/Estaduais Hélio Graça – Chefe de Gabinete do Banco da Amazônia S.A. Hérnan Valenzuela – Consultor do Departamento de Promoção de Investimentos da Suframa Isa Assef dos Santos – Diretora – Presidente da Fundação Centro de Analise e Pesquisa e Inovação Tecnológica Isaias Matias Antunes – Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amapá – Fiap Jaceguay Barros – Superintendente do Conselho Federal Engenharia, Arquitetura e Agronomia João Batista de Melo Mêne – Presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Roraima João Brazão da Silva Neto – Reitor da Universidade Federal do Amapá João Francisco Salomão – Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre – Fieac João Vicente de Abreu Neto – Diretor-Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão Joice Joppert Leal – Coordenadora Geral do Objeto Brasil José Antonio Gomes – Presidente do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Jonas Pereira de Souza Filho – Reitor da Universidade Federal do Acre Jorge Machado Mendes – Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão – Fiema José Guilherme Barbosa Ribeiro – Diretor – Superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Mato Grosso José Manuel de Aguiar Martins – Diretor – Geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial José Maria da Silva – Secretário de Estado de Tecnologia do Estado do Amapá Juliana da Costa Araújo-Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Júlio Augusto Miranda Filho – Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia – Fiero Jurandil dos Santos Juarez – Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Mineração – Seicom Kelly Lemos da Silva – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Lena Vânia Pinheiro – Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia Lígia Sardinha Fortes – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Lillian Maria de Araújo Alvares – Gerente-Adjunta de Produção da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Lívio William Reis de Carvalho – Secretário de Estado do Planejamento e Meio Ambiente do Tocantins Luis Cláudio Pereira Alves – Secretário da Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e Desenvolvimento Econômico e Social de Rondônia – Seapes Luís Fernando Coimbra Renner – Vice-Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão Manoel Gabriel Siqueira Guerreiro – Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará Manuel Fernando Lousada Soares – Secretário-Adjunto da Secretaria de Tecnologia Industrial e Diretor de Políticas Tecnológicas da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Manuel Barral Neto – Diretor de Programas Temáticos e Setoriais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Marcelo Corrêa – Presidente da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento Marcus Luiz Barroso Barros – Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama Maria Nazaré de Freitas Pereira – Pesquisadora do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia do Rio de Janeiro Moacir Pires de Miranda Filho – Secretário de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso Márcia Antunes Caputo – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Nereu Luiz Pasini – Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso – FIEMT Othelino Nova Alves Neto – Gerente de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado do Maranhão Othon Bastos – Gerente de Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Desenvolvimento Tecnológico do Estado Maranhão Ozias Monteiro Rodrigues – Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Estado do Amazonas Paulo Afonso Bracarense da Costa – Diretor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos Paulo Speller – Reitor da Universidade Federal do Mato Grosso Peter Mann de Toledo – Diretor do Museu Paraense Emilio Goeldi Plínio S. Xavier Bemfica – Diretor do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de Rondônia Rafael Luchesi – Secretário de Ciência e Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia Rafael Romero Cardoso Machado – Assessor da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Ramiro Jaime Bentes – Secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Estado do Pará Regina Coeli Silva Fernandes – Coordenadora de Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia Riciela Morelli Ribeiro – Assessora da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Rivaldo Fernandes Neves – Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima – Fier Robério Bezerra de Araújo – Presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente C&T de Roraima Roberto Ramos Santos – Reitor da Universidade Federal de Roraima Rui Lima do Nascimento – Diretor-Superintendente do Serviço Social da Indústría-Departamento Nacional Sídia Maria Cordeiro de Souza – Diretora da Secretaria de Administração e Recersos Humanos do Estado do Acre Sisvelan de Alencar Dias-Analista da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Tiago Nunes Mello – Assessor da Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC Deputados Federais Agnaldo Muniz Ann Pontes Antônio Carlos Biffi Antonio Joaquim Antônio José de Moraes Souza Antonio Nogueira Asdrubal Bentes B. Sá Carlos Souza César Medeiros Damião Feliciano Davi Alcolumbre Edson Duarte Enéas Carneiro Fernando Gabeira Francisco Ariosto Holanda Francisco Garcia Gervásio Oliveira Givaldo Carimbão Helenildo Ribeiro Henrique Afonso Itamar Serpa Ivo José Janete Capiberibe João Alfredo João Lyra Jorge Pinheiro Júnior Betão Leonardo Monteiro Luciano Zica Luiz Alberto Miguel de Souza Nilson Mourão Oliveira Filho Osvaldo Reis Paulo Baltazar Perpétua Almeida Raquel Teixeira Renato Casagrande Sarney Filho Teté Bezerra Welinton Fagundes Zé Lima Zequinha Marinho Propostas Laboratório de manutenção de computadores para inclusão digital Alessandro Dinelli de Paiva Proposta do projeto: Montagem de infraestrutura de laboratório de informática para capacitação de educadores das escolas de informática e cidadania do CDI Amazonas que hoje possui 13 Escolas no Estado do Amazonas com 70 educadores e 2.600 alunos. Atualmente, as atividades de manutenção dos computadores das EIC’s estão sendo realizadas com o auxílio de voluntários, os quais só podem dedicar pequena parte do tempo disponível, fora de suas ocupações profissionais. Assim, devido à quantidade de Escolas em completo funcionamento, torna-se complicado e às vezes difícil para o suporte técnico dar a devida atenção de maneira rápida e com qualidade, em face ao complexo número de máquinas e periféricos em uso. O laboratório terá capacidade para oferecer cursos de manutenção de computadores (ampliando as possibilidades de continuidade e progresso no aprendizado), visando à capacitação dos educadores, o que promoverá, na própria comunidade, mais agilidade com acompanhamento profissional de alto nível. A criação desse centro de treinamento é de suma importância para a estratégia do CDI Amazonas que visa a levar a cidadania e o conhecimento da informática para a população de baixa renda, contribuindo, assim, de maneira substancial com a Inclusão Digital da população de baixa renda do Estado do Amazonas. Principais objetivos: Montagem de Infraestrutura para manutenção de computadores das Escolas de Informática e Cidadania (EICs) do CDI Amazonas. Capacitar educadores e pessoas da comunidade na atividade de manutenção de computadores. Local de execução: Cidade de Manaus Alessandro Dinelli de Paiva [email protected] Telefone: (92) 234-8654 Fax: (92) 234-8654 Comitê para Democratização da Informática do Amazonas Av. Ayrão 1281 altos – Praça 14 Manaus-AM Brasil CEP: 69025-050 Modelagem e monitoramento do efeito indireto dos aerossóis sobre o clima da Amazônia Alexandre Araújo Costa Proposta do projeto: As atividades humanas, especialmente após o advento da era industrial, têm mudado substancialmente o ambiente da Terra, incluindo a composição da atmosfera do planeta. Recentes pesquisas mostram que tais alterações na atmosfera, com destaque para a concentração de gases-estufa e aerossóis, podem levar o clina global para um estado além de sua variabilidade natural corrente. A existência de uma mudança no clima global, iniciada no último século, e ora em curso, em associação com a ação do homem é hoje um quase consenso na comunidade científica. Quantificar a mudança climática não é uma tarefa trivial, já que o sistema climático compreende uma ampla gama de interações complexas e de limiares. Dentre as principais incertezas em jogo, destaca-se o papel da queima de biomassa, feita em larga escala em locais como a Amazônia e a Indonésia, que contribuem para aumentar em mais de uma ordem de magnitude a concentração de aerossóis atmosféricos, modificando, por conseguinte, a estrutura microfísica das nuvens sobre essas regiões. Acredita-se que o aumento significativo na concentração de gotículas de nuvens pode interferir no desenvolvimento da precipitação. Ao mesmo tempo, as nuvens são fundamentais para o balanço energético do planeta, bem como para determinar padrões de circulação geral e regional, em regiões de convecção ativa, em que os movimentos de massa de ar dependem do perfil de liberação de calor latente. Particularmente na Amazônia, é necessário quantificar o potencial de modificação no clima regional, associado às mudanças na microfísica de nuvens. Nesse sentido, estamos propondo o uso de dados de satélite para monitorar as características dos aerossóis e nuvens da região e de modelos numéricos para estimar o potencial de mudança no clima regional associado à queima de biomassa. Principais objetivos: Monitorar, através de imagens de satélite de alta resolução espacial e temporal, o comportamento dos aerossóis e nuvens da Amazônia; realizar experimentos numéricos usando um modelo atmosférico de área limitada sobre a Amazônia, em cenários com mudanças no uso do solo e na composição de aerossóis (associada à queima de biomassa); articular os dados obtidos por meio de tais simulações de cenário para prever a dinâmica dos ecossistemas da região face à mudança no clima. Local de execução: FUNCEME Alexandre Araújo Costa [email protected] Telefone: (85) 433-1820 Fax: (85) 433-1805 Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme Endereço: Av. Rui Barbosa, 1246 Fortaleza-CE Brasil CEP: 60115-221 Propagação artificial do pirarucu arapaima gigas e produção de alevinos Alexandre Honczaryk Proposta do projeto: O pirarucu, Arapaima gigas, é um dos mais importantes recursos pesqueiros da Região Amazônica, considerado um dos elos entre o mundo primitivo e a idade moderna. Devido à sua rusticidade, ao alto valor de mercado, ao excelente sabor de sua carne, ao seu grande porte e ao extraordinário desenvolvimento ponderal, o pirarucu se constitui em uma espécie com grande potencialidade para a piscicultura. Para atingir a maturidade sexual em cativeiro, esse peixe leva cerca de quatro a cinco anos. Essa característica somada à vulnerabilidade da captura devido à respiração aérea e a pesca indiscriminada têm levado à diminuição dos estoques naturais. Nesse contexto, a criação dessa espécie se faz necessária para incrementar a produção pesqueira desse recurso em médio e longo prazo, seja com fins conservacionistas ou comerciais visando a atender aos mercados interno e externo. A reprodução de peixes em cativeiro tem sido considerada a chave que RH es abre a porta para o sucesso das primeiras fases larvais, metamorfoses e engorda até o tamanho comercial, sobretudo porque a reprodução em cativeiro permite a domesticação e o uso de técnicas de melhoramento genético. A indução hormonal, nesse, caso é a melhor solução para tal entrave. A visualização das mudanças hormonais permite intervir racionalmente no processo reprodutivo sendo essas as razões para se estudar as secreções de hormônios durante o processo natural de desova. As informações obtidas nesses estudos têm um lugar importante na pesquisa aplicada, particularmente na indução à desova. Como esse processo já está sendo realizado pelo projeto financiado pela Fapeam, com a descrição da variação dos hormônios esteróides sexuais durante um ciclo anual no pirarucu, resta-nos aprofundar no processo que vem a seguir, qual seja a identificação do sexo, a formação de casais, a formulação de uma dieta nutricionalmente adequada à produção de ovos, a indução à desova, a fertilização e finalmente a criação das larvas e alevinos. É pertinente ressaltar que a reprodução em cativeiro é um importante avanço que contribuirá, principalmente, na recuperação dos estoques naturais e, no entanto, vem se constituindo como o maior entrave na criação desse peixe. Com esse enfoque, este projeto visa a monitorar fêmeas e machos adultos através de um aparelho de ultrassom de alta definição, e intervir com a aplicação de hormônios sintéticos a fim de se obter a desova dessa espécie. Paralelamente, estudos complementares de nutrição serão realizados com indivíduos machos e fêmeas adultos, a fim de se estabelecer uma dieta padrão aos reprodutores dessa espécie. Trabalhos de adaptação de alevinos ao consumo de ração bem como a sua profilaxia serão também desenvolvidos. Este projeto segue uma sequência lógica para o desenvolvimento de tecnologia aplicada para a indução à desova do pirarucu. Principais objetivos: O objetivo geral é desenvolver uma tecnologia aplicada de indução do Pirarucu, visando à produção de alevinos. Os objetivos específicos são: identificar a fase de maturação gonadal em que se encontra o indivíduo através do aparelho de ultrassom e estabelecer um protocolo de indução com hormônios sintéticos. Obtenção de ovos fertilizados, larvas e alevinos. Estabelecer uma dieta padrão para reprodutores de Pirarucu e alevinos. Estabelecer um processo de produção de alevinos em escala comercial. Local de execução: Fazenda Santo Antônio II Alexandre Honczaryk [email protected] Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia / Fazenda Santo Antônio II Av. Efigênio Salles 2137 casa 4 Manaus-AM Brasil CEP: 69060-020 Formação e manejo de bacurizeiros nativos (platonia insignis mart. – clusiaceae) como alternativa econômica para as áreas degradadas da Amazônia Alfredo Kingo Oyama Homma Proposta do projeto: O bacurizeiro (Platonia insignis Mart. – Clusiaceae) possuí uma característica ímpar de efetuar o brotamento a partir de suas raízes. Dessa forma, nas antigas áreas de ocorrência de bacurizais, verifica-se o brotamento dessa espécie arbórea, como se fosse uma erva daninha, na luta para a sobrevivência. O objetivo seria transformar esses rebentos que nascem, espontaneamente, mediante o manejo, colocando no espaçamento apropriado, controle das copas e dos brotos, das ervas invasoras e adubação, permitindo a formação de bosques de bacurizais, criando novas alternativas para as terras degradadas da mesorregião do nordeste paraense. O extrativismo do bacuri faz parte do elenco de “produtos invisíveis” extraídos da floresta amazônica (pupunha, uxi, tucumã, bacaba, etc.) e outros já domesticados (jambu, pupunha, etc.) que não são computados nas estatísticas oficiais, que são importantes na estratégia de sobrevivência da agricultura familiar. Além dessa escassez de informações econômicas pouco se conhece sobre os aspectos tecnológicos dos sistemas de manejo de bacurizeiro desenvolvidos pelos próprios coletores. As instituições de pesquisa científica agora é que estão despertando para a importância do manejo e das primeiras tentativas de sua domesticação. O bacurizeiro é uma árvore perene que ocorre em baixa densidade na floresta primária entre 0,5 a 1,5 árvore/hectare e que suas brotações aumentam na vegetação aberta de transição, especialmente das áreas já derrubadas que pode alcançar até 1.800 rebentos/hectare (MEDINA; FERREIRA, 2003). As árvores adultas podem atingir até 35 metros de altura, com tronco de até dois metros de diâmetro à altura do peito (DAP), tornando-o atrativo para a exploração madeireira, o que tem sido motivo de sua destruição. A área de maior concentração do bacurizeiro é o estuário do rio Amazonas, com ocorrência mais acentuada na região do Salgado, na Ilha do Marajó e em alguns municípios da microrregião Bragantina (CAVALCANTE, 1991). Nesses ambientes antrópicos, o bacurizeiro prolifera com extrema facilidade, principalmente por brotações de raízes, muitas vezes chegando a dominar completamente a paisagem sem, contudo, conseguir recuperar o tamanho original, decorrente da sua destruição pelas contínuas roçagens. O manejo do bacurizeiro seria efetuado a partir das brotações radiculares dessa planta nas áreas derrubadas para os roçados abandonados. A produção dos frutos ocorre se as árvores forem salvas de derrubadas futuras e da entrada do fogo, entre oito a dez anos. Trata-se de uma planta rústica que, devido ao crescimento do mercado de frutos, passou a receber atenção de agricultores que começaram a salvar algumas árvores de bacurizeiros nos quintais, sem nenhuma técnica. O “manejo atual” consiste em privilegiar as brotações mais vigorosas deixando um espaçamento aleatório de 4 a 8 metros nos roçados que são abandonados, e os cuidados posteriores referem-se apenas a roçagens anuais e, quando adultas para facilitar a coleta dos frutos. O desenvolvimento de técnicas de manejo apropriadas para bacurizeiros teria a condição de modificar a capacidade de suporte para uma capacidade limite, equivalente a de um plantio racional, semelhante ao que está ocorrendo com os açaizais (PETERSON; FISHER, 1977; FISHER, 1981; NOGUEIRA, 1977). Com isso, modificaria também os custos de extração e a rentabilidade. No caso do bacurizeiro que sofre duplo extrativismo (coleta de fruto e extração de madeira) e da competição com atividades agrícolas em termos de substituição do espaço, o crescimento do mercado de fruto deve ser aproveitado para consolidar a mesorregião do nordeste paraense como um grande centro produtor dessa fruta. Com a valorização dos frutos do bacurizeiro, sobretudo, nos últimos dez anos, seria importante determinar práticas de manejo adequadas para recomendação para produtores da mesorregião do nordeste Paraense. O fato de as áreas de ocorrência de bacurizeiros sofrerem forte pressão de ocupação pode estar restringindo as possibilidades desse aproveitamento futuro com grandes perspectivas de mercado, de geração de renda e emprego e de regeneração das áreas degradadas. Por outro lado há necessidade de incentivar plantios dessa árvore, cuja procura pelas agroindústrias para atender compromissos de exportação (nacionais e externos) apresentam limitações por serem totalmente dependentes de estoques nativos. O crescimento do mercado de bacuri também está induzindo a realização de plantios “pé franco” através de sementes e, mediante enxertia, no Município de Tomé-Açu, para apressar a frutificação e o tamanho da copa. Dessa forma, é importante conhecer os atuais sistemas de manejo que estão sendo utilizados pelos agricultores nas áreas de ocorrência dos bacurizeiros no Estado do Pará e desenvolver novas técnicas de manejo, face à inexistência de maiores conhecimentos experimentais sobre essa planta. Existe, também, grande limitação quanto a maiores conhecimentos sobre seu cultivo, que precisam ser avaliados a partir dos estoques naturais existentes. As possibilidades de mercado para a polpa do bacuri são semelhantes a do açaí e do cupuaçu, no qual se verifica um evidente conflito entre a oferta natural e a pressão da demanda dessa fruta. Esse mercado potencial indica que o setor produtivo já deveria estar com a mesma área plantada de cupuaçuzeiros na Amazônia, estimada em mais de 25 mil hectares e, no caso dos açaizeiros, o Banco da Amazônia S/A já financiou até 2002, cerca de 16.000 hectares. A frutificação é sazonal e a queda dos frutos ocorre, em sua maior parte, de janeiro a março A polpa do bacuri é cotada a R$ 10,00/quilo e na entressafra alcança R$ 16,00, três vezes mais do que a polpa de cupuaçu. Não existe plantio comercial em produção e a árvore nativa só frutifica depois de oito a dez anos e as mudas enxertadas começam a ser vendidas a R$ 25,00 podendo frutificar depois de cinco anos. Uma árvore adulta produz de 100 a 800 frutos, com uma média de 400 frutos por ano, que poderia render R$ 80,00 ao agricultor (SHANLEY et al, 1998; PEREIRA FILHO, 2001; MEDINA; FERREIRA, 2003). O preço da fruta está cotado a R$ 0,25 a R$ 1,00 nas feiras livres de Belém (SHANLEY et al., 1998). Outro problema do bacuri é o baixo rendimento da polpa que é de apenas 10 a 12% do peso do fruto e os equipamentos industriais não conseguem despolpar o bacuri, que constituem desafios para a pesquisa. Principais objetivos: Adaptar sistemas de manejo de bacurizeiros obtidos através da regeneração natural nas áreas degradadas da mesorregião do nordeste paraense e da Ilha de Marajó, uma das mais antigas áreas de ocupação da Amazônia, transformando a vegetação secundária de baixo rendimento em áreas com rentabilidade apropriada. Espera-se que, a partir de aperfeiçoamento dos sistemas de manejo adotados pelos produtores, possa servir de modelo para difusão para aumentar a produtividade da terra e da mão de obra e a conservação dos recursos naturais; avaliar os coeficientes técnicos de produtividade, densidade de bacurizeiros, gastos de mão de obra e rentabilidade, para servir de modelo para financiamentos de projetos dessa natureza. Local de execução: Mesorregião Nordeste Paraense e Ilha de Marajó Alfredo Kingo Oyama Homma [email protected] Telefone: 299-4582 Fax: 276-9845 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Embrapa Amazônia Oriental Trav. Enéas Pinheiro, s/n, Bairro Marco Belém-PA – Brasil CEP:66095-100 Projeto de fomento à atividade pecuarista leiteria no Município de Autazes Anamaria Oliveira de Souza Proposta do projeto: O presente projeto vem propor a criação de manejo produtivo necessário para o fomento à produção de leite, queijo e iogurte no Município de Autazes que se destaca pela atividade pecuarista que desenvolve. Principais objetivos: Geral – criar o arranjo produtivo necessário para fomentar a atividade primária no município de Autazes, com a produção de leite, queijo e iogurtes. Específico – criar as condições necessárias para a construção de uma mini-usina e de cooperativa para a produção de leite e seus derivados. Local de execução: Autazes Anamaria Oliveira de Souza [email protected] Telefone: 643-2119 Fax: 643-2119 Fundação Nilton Lins Av. Prof. Nilton Lins Manaus-AM Brasil CEP: 6900-000 Criação de cooperativa para fomento à produção de sementes de juta e malva no Município de Manacapuru Ana Maria Oliveira de Souza Proposta do projeto: O presente projeto vem propor a formação da cadeia produtiva da produção de juta e malva, com a criação de Cooperativa para a produção de um campo produtivo de sementes de juta e malva no Município de Manacapuru, tendo em vista que no Brasil, o cultivo dessa planta está concentrado no Estado do Maranhão com uma participação de 2,9% do mercado produtor nacional, no Estado do Pará com 26,5% e no Estado do Amazonas, especificamente nos Municípios de Manacapuru e Parintins, que concentram 70% da produção nacional. Nesse sentido, o Município de Manacapuru, apesar de ser o maior produtor, não dispõe do cultivo de sementes, ficando na dependência da aquisição das mesmas do Estado do Pará. Com isso, o projeto tem o objetivo fundamentalmente tornar o Estado do Amazonas autossuficiente nesse aspecto. Principais objetivos: Tornar o Estado do Amazonas autossuficiente na produção de semente de juta e malva. Local de execução: Município de Manacapuru Ana Maria Oliveira de Souza [email protected] Telefone: 643-2119 Fax: 643-2119 Fundação Nilton Lins Prof. Nilton Lins nr. 3259 Pq. das Laranjeiras Manaus – AM Brasil CEP: 69000-000 A4 a renovação da Floresta Amazônica Antonio Carlos Tinoco de Alencar Proposta do projeto: A4 – utilização total dos caroços de açaí, após o despolpamento, destinamos ao uso industrial em: – torrefação de café – Panificação (massa) – Compostagem Vegetal (adubo) – Cosméticos – Fitoterápicos – Ração Animal – Industria Veículos (fibras) – Agricultura – Placas Acústicas e outros. Principais objetivos: Preservação do meio ambiente. Desenvolvimento (novas industrias) Social (emprego/renda, interior e capital). O aproveitamento total dos caroços de açaí descartados no lixo após despolpamento, passam a promover emprego e renda e gerar insumos para as indústria de: automobilística, café, panificação, fitoterápicos, cosméticos, construção civil, e ração animal. Local de execução: Codajás/AM e Belém/PA Antonio Carlos Tinoco de Alencar [email protected] Telefone: (92) 637-7011 Fax: (92) 637-6364 PRB – Produtos Regionais do Brasil Ltda. Av. Itacoatiara, 184 – Cachoeirinha Manaus-AM Brasil CEP: 69065-090 Projeto comunitário de produção sustentável de óleos vegetais e produtos afins no Município de Silves-AM Associação Vida Verde da Amazônia – Avive Proposta do projeto: A realização de um empreendimento que visa a um só tempo a geração de renda para as comunitárias e comunitários, e à proteção dos recursos naturais, por certo, é uma iniciativa animadora. O mercado de cosméticos naturais à base de plantas, principalmente, as da Amazônia, é seguro e crescente (SEBRAE, 1995), tanto no Brasil como no exterior, onde empresas e consumidores estão dispostos a pagar até 40%, acima do preço normal, pela aquisição de produtos naturais amazônicos de origem certificada, desenvolvidos de forma ecologicamente correta e socialmente justa. A presente proposta pretende dar continuação aos trabalhos iniciados em 1999, com o apoio técnico e financeiro do WWF/Brasil. De imediato, deverá reverter o quadro de produção artesanal de óleos vegetais e cosméticos naturais, registrando o empreendimento e os produtos nos órgãos estaduais e federais, atendendo, assim, à mesma legislação aplicável às indústrias de cosméticos em geral: Lei 6360/76, Decreto 79094/77 e as Resoluções 335/99 e 79/00 (pertinentes a registro e notificação de cosméticos). Em curto prazo, o projeto pretende implantar um programa de capacitação e suporte para que as mulheres possam administrar o empreendimento com padrões de autogestão plena e caráter empresarial dentro de um sistema cooperativo a ser implantado. Deverá proceder com os treinamentos e palestras para as mulheres da Avive e de comunidades do Município, em parceria com o Sebrae, Inpa (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia) e Ufam (Universidade Federal do Amazonas), ambos de Manaus, visando à formação de multiplicadoras de conhecimentos – produtoras de cosméticos naturais, artesãs, educadoras ambientais, agentes comunitárias de saúde natural e bem estar, valorizando assim a mão de obra feminina nas comunidades amazônicas. Também fazem parte dos objetivos do presente projeto a identificação e a classificação dos recursos naturais de espécies promissoras para produção de óleos essenciais em áreas de reserva legal de, no mínimo, cinco comunidades do Município de Silves para fins de manejo. Posteriormente, pretende-se promover a diversificação do uso de recursos da floresta, ampliando o número de espécies exploradas e agregando valor aos produtos, através do seu beneficiamento ecologicamente correto. A proposta será concluída com a ementação do empreendimento, produção e comercialização de uma linha de produtos cosméticos naturais e certificados Avive, incluindo uma estratégia de marketing. Espera-se que a renda gerada pela introdução de uma linha de produtos devidamente registrados e certificados venha a promover a independência da iniciativa após o prazo de dois anos, propiciando o bem estar social e econômico de suas empreendedoras e das comunidades de Silves-AM. Deve-se levar em consideração que: – Silves já era antigamente um centro de produção de óleo essencial de Pau-rosa; – o uso de óleos essenciais de Pau-rosa, Copaíba, Andiroba, Cumaru entre outros fazia e ainda faz parte das formulações caseiras locais; – os óleos essenciais são um insumo de extrema importância para as indústrias de cosméticos e perfumaria; – 99% dos óleos de Andiroba e Cumaru produzidos na Amazônia são extraídos por mulheres; – os óleos essenciais amazônicos obtidos das folhas e galhos são ainda inéditos nos mercados nacional e global; – surgiu a ideia de elaborar a presente proposta de um projeto comunitário para continuar e fortalecer o trabalho que vem sendo realizado, para o desenvolvimento de uma linha de óleos essenciais de espécies vegetais da área de várzea do Município de Silves-AM, sendo esses óleos produzidos e comercializados por comunitários, com especial atenção para as mulheres, valorizando o potencial de seu trabalho e sua identidade de “Mulher Amazona”. Principais objetivos: Objetivo geral – promover alternativa econômica, de forma sustentável para as mulheres de comunidades do Município de Silves-AM, através da extração de óleos essenciais de espécies vegetais da área de várzea e terra firme, e produção de produtos afins com envolvimento comunitário, utilizando-se de tecnologia branda de baixo impacto e integração de ações de conservação. Objetivos específicos – 1. Identificar, selecionar e estudar a ecologia e biologia das espécies vegetais potenciais produtoras de óleos essenciais, resinas e óleos graxos; 2. Capacitar comunitários/as e sócias da Avive na produção de espécies nativas aromáticas de forma ecologicamente correta e na produção e uso dos óleo dessas espécies; 3. Produzir, certificar e comercializar uma linha de produtos aromáticos através do uso de tecnologias de baixo impacto ambiental, preservando os direitos de propriedade do conhecimento tradicional local. Local de execução: Silves-AM. Associação Vida Verde da Amazônia – Avive [email protected] Telefone: (92) 528-2161 Fax: (92) 528-2161 Associação Vida Verde da Amazônia – Avive Rua Cizenando Grana, 622, Panorama Silves – AM Brasil CEP: 69110-000 Projeto experimental para compostagem Décio Ferreira de Oliveira Proposta do projeto: É um projeto experimental (na fase inicial) para introdução de nova produção de composto orgânico, tipo mulche, através do método natural, com aeração e disposição em pilhas cónicas, sem adição de catalizadores ou produtos químicos, formado pela mistura de, no máximo, oito (8) tipos de resíduos (conforme descrição da proposta) oriundos da atividade agrícola e extrativista do Município de Laranjal do Jari no Amapá. A Unidade Proposta é para produção, inicialmente, de dez toneladas/mês de composto orgânico. Principais objetivos: Produzir adubo para a agricultura local e implantar uma coleta seletiva e regular específica para os resíduos – caroços de açaí, cascas de arroz, de mandioca, de castanha, palhas de milho, serragens, cama-de-frango e resíduos de restaurantes/feiras livres; gerar renda com a venda do adubo e melhorar a produção para os próprios agricultores, sem precisar importar adubos de outras regiões ou produtos químicos, como é feito atualmente. Com isso, espera-se também iniciar um processo de pesquisa e desenvolvimento acadêmico para a região, contribuindo também para melhoria da limpeza urbana, em particular a coleta do lixo agroextrativista bem como seu destino/aproveitamento ambientalmente adequado, uma vez que, atualmente, os resíduos são dispostos de maneira inadequada na cidade e não são aproveitados. A questão turística também deverá ser fomentada com a implantação do referido projeto. Local de execução: Município de Laranjal do Jari – Amapá Décio Ferreira de Oliveira [email protected] Telefone: 2712-8062 Fax: 2712-8062 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI/CETIQT Rua Mendes Ribeiro, 140 – Patronato São Gonçalo – RJ Brasil CEP: 24431-530 Serviço de Comunicações Digitais – SCD: Um novo serviço público de telecomunicações como ferramenta para a inclusão social Edmundo Antonio Matarazzo Proposta do projeto: Criação e implementação de um novo serviço de telecomunicações, a ser prestado no regime público, e que permita o acesso a telecomunicações e informação por meio de terminais de uso coletivo ou individual, com qualidade e tarifas conhecidas pelos usuários. O usuário não terá necessidade de possuir o terminal ou dispor de um acesso individualizado. O serviço oferecido por meio de acesso a uma plataforma especifica assegura a cada usuário uma configuração personalizada e acessada somente por meio de seu login e senha. Os terminais são simples e de baixo consumo, não possuindo partes móveis, e pode utilizar somente aplicativos residentes na plataforma. A segurança e a capacidade de processamento e armazenamento podem ser contratadas segundo as necessidades do usuário, bem como os softwares que queira utilizar. Computadores podem ser utilizados como terminais, inclusive terminais com processadores de baixa performance. A plataforma assegura ainda o uso de qualquer tipo de software, livre ou proprietário. A conexão dos terminais à plataforma pode usar qualquer tecnologia disponível, estimulando ainda o uso de tecnologias emergentes como as que utilizam a rede de energia elétrica, sem fio, RDSI e outras. Principais objetivos: a) eliminação ou redução de barreiras para o acesso a telecomunicações e informação, em especial na Amazônia Legal, estimulando a produção de conteúdo por todos os usuários, o compartilhamento de conhecimento, o ensino à distância, a implementação do banco popular, o uso da tecnologia da informação e das telecomunicações nas atividades de ensino e na prestação de serviços públicos essenciais como a saúde e a segurança pública; b)fomento a atividades de prestação de serviços por meio de telecentros multifuncionais, em especial na Amazônia Legal e regiões carentes de serviços de telecomunicações, permitindo o estímulo a empreendedores locais por meio de financiamentos de projetos elaborados e analisados pela concessionária do SCD e pela entidade financiadora; c)criação de alternativa para entretenimento e desenvolvimento da cidadania e desenvolvimento de conteúdo e software no Brasil para a inclusão digital tornando o País fornecedor de tais soluções para a América Latina, Ásia e África; d)estímulo à pesquisa e ao desenvolvimento de produtos adequados à realidade nacional, gerando produtos de tecnologia de ponta, fabricados em zonas francas, para o mercado nacional e internacional, uma vez que a proposta poderá ser exportada como solução para outros países da região, da África e da Ásia. Local de execução: Brasil Edmundo Antonio Matarazzo [email protected] Telefone: (61) 2312-2060 Fax: (61) 2312-2810 Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel SAS, Quadra 6, Bloco H, 8 andar Brasília – DF Brasil CEP: 70070-940 Proteção da propriedade intelectual na Amazônia e uso sustentável da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais Eliane Cristina Pinto Moreira Proposta do projeto: O avanço das técnicas relacionadas à genética e a crescente utilização dos recursos naturais como matéria prima pela biotecnologia trouxeram à sociedade o dever de fornecer instrumentos aptos a promover a proteção da biodiversidade, garantindo sua conservação. Nesse contexto, um dos principais aspectos refere-se à garantia do uso sustentável da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais a ela relacionados. No cenário atual, o acelerado desenvolvimento científico e tecnológico baseado na utilização de recursos da biodiversidade e conhecimentos de comunidades tradicionais nos leva a discutir e repensar o papel que os Estados da Amazônia Brasileira pretendem assumir, questionando-se os padrões de desenvolvimento que serão adotados e o envolvimento da região de modo que a utilização desses recursos se dê em bases sustentáveis que garantam desenvolvimento socioeconômico e conservação do meio ambiente. Sabe-se do grande interesse internacional sobre os recursos amazônicos, que muitas vezes seguem caminhos tortuosos como a “biopirataria”, isto é, a apropriação de processos ou produtos, com base em recursos amazônicos, sem qualquer retorno ao País. Incumbe aos diversos atores da Região Amazônica (Governos, Instituições de Ensino e Pesquisa, Agências, etc.) enfrentar essa questão, o que pressupõe a necessária compreensão das relações intrínsecas que existem entre biodiversidade, conhecimentos tradicionais, propriedade intelectual e comércio. Um dos grandes desafios refere-se à conciliação entre biodiversidade, conhecimentos tradicionais e propriedade intelectual. A presente proposta visa a oferecer caminhos para a harmonização entre esses três elementos fundamentais para o desenvolvimento do País. Para tanto, desejamos desenvolver atividades de conscientização, sensibilização, e assessoramento técnico às instituições de pesquisa e comunidades locais, sobre a possibilidade de utilizar o sistema de propriedade intelectual vigente em prol de sua cultura e do meio ambiente, permitindo a utilização da idade biológica com padrões socialmente justos, economicamente viáveis e ecologicamente equilibrados, ando a necessidade de conservação dos recursos genéticos, bem como a soberania dos países provedores, além da valorização dos conhecimentos tradicionais a eles associados. Nesse sentido, buscar-se-á: incentivar a utilização da propriedade intelectual de acordo com sua função social, incentivando a proteção de produtos locais por meio das indicações geográficas; a procura prévia em sites de patentes com a finalidade de potencializar as pesquisas locais; prover orientações gerais sobre mecanismos de cooperação internacional, dentre outros fatores que, em suma, visam a ressaltar a possibilidade de utilizar a propriedade intelectual como instrumento de desenvolvimento sustentável. Principais objetivos: Incentivar a utilização dos instrumentos do sistema de propriedade intelectual, sobretudo as indicações geográficas, como mecanismos de proteção da biodiversidade e dos conhecimentos tradicionais I associados: incentivar a discussão sobre a necessidade dos Estados da Amazônia Brasileira e seus atores assumirem um papel pró-ativo em relação ao desenvolvimento sócio-ambiental da região; incentivar a compreensão das relações intrínsecas que existem entre biodiversidade, conhecimentos tradicionais, propriedade intelectual e comércio; oferecer caminhos para a harmonização entre biodiversidade, conhecimentos tradicionais e iriedade intelectual, elementos fundamentais para o desenvolvimento do País; desenvolver atividades de ientização, sensibilização e assessoramento técnico às instituições de pesquisa e comunidades locais; ntivar a utilização da propriedade intelectual de acordo com sua função social ressaltando a possibilidade de utilizar a propriedade intelectual como instrumento de desenvolvimento sustentável. Local de execução: Núcleo de Propriedade Intelectual do Centro Universitário do Pará Eliane Cristina Pinto Moreira [email protected] ou [email protected] Telefone: 216-2627 Fax: 216-2627 Centro Universitário do Pará – Cesupa Av. Nazaré,630, Bloco D Belém-PA Brasil CEP: 66035-170 Atributos físicos, químicos e biológicos afetando o crescimento de árvores manejadas em solos degradados na Amazônia Central Elisiana Pereira de Oliveira Proposta do projeto: Os solos da floresta amazônica são ácidos e de baixa fertilidade. Entretanto, apesar dessa limitação para fins de uso da terra, muitos projetos de pastagens foram implantados na região. O proprietário da Fazenda Aruana, localizada na Rodovia AM 010, km 215, em 1972, desmatou 3.500 ha de floresta para fins de pecuária de corte. Seis anos depois, a pastagem iniciava processos de degradação. Um plantio de castanheira-do-brasil (Bertolletia excelsa) foi instalado nas áreas de pastagem na tentativa de recuperar a área já degradada. O plantio mostrou bom crescimento, entretanto poucas árvores frutificaram. A partir de 1990, foram instalados plantios consorciados de pupunheira (Bactris gasipaes) e mogno (Swietenia macrophylla). De 1995 a 1997, alguns estudos com a comunidade edáfica e fertilidade do solo foram desenvolvidos na Fazenda Aruanã. Passados 20 anos, verificamos a necessidade de um estudo de caso completo na referida área. Dessa forma, propomos estudar as áreas recuperadas envolvendo estudo sobre a microbiota, a meso e macrofauna, a flora e o solo para responder até que ponto e quanto tempo foram necessários para recuperar a área degradada. Principais objetivos: 1. Avaliar a fertilidade do solo e do estado nutricional das espécies frutíferas e florestais; 2. Avaliar os efeitos da adubação fosfatada, calagem e micronutrientes na taxa anual de incremento da circunferência do mogno e na produção de frutos; 3. Determinar a estrutura de populações da meso e macrofauna do solo com ênfase aos decompositores; 4. Avaliar a ocorrência de micorrizas e bactérias solubilizadoras de fosfato nas plantas e no solo; 5. Identificar as espécies vegetais colonizadoras de áreas reflorestadas; 6. Identificar os polinizadores potenciais de pupunheira e castanheira das áreas plantadas; 7. Testar possíveis manejos e disponibilizar experiências adquiridas para pequenos produtores. Local de execução: Fazenda Aruanã, Rodovia AM 010, km 215, Município de Itacoatiara. Elisiana Pereira de Oliveira [email protected] Telefone: 643-1828 Fax: 643-1925 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa Av. André Araújo, 2936 Manaus – AM Brasil CEP: 69060-000 Qualidade sensorial do mel como suporte à apicultura integrada e sustentável no Tocantins Fernanda Dias Bartolomeu Abadio Proposta do projeto: A apicultura brasileira reúne alguns requisitos que a credenciam como uma atividade de elevado potencial de inclusão social, em virtude do fácil manejo e baixo investimento para produção. O setor vem crescendo significativamente em diversos países, sobretudo no Brasil. E, depois de muitos anos sem atender o mercado externo, recentemente o País passa a ter expressivo volume de exportação de mel, abrindo o mercado para os pequenos negócios apícolas. No Tocantins, a presença de cooperativas vem se tornando um importante caminho para geração de renda e consequente crescimento e desenvolvimento econômico-social, já que por meio do estímulo à agricultura familiar proporciona a fixação do homem no campo e consequentemente a redução da emigração rural. A apicultura é uma das atividades econômicas mais promissoras do Estado, devido às condições ambientais favoráveis e à importância econômica que representa através da exploração e comercialização de mel de excelente qualidade. Além de possuir um cerrado propício à criação de abelhas, possui também grandes áreas livres de contaminações de agrotóxicos. A vegetação predominante é o Cerrado, o qual já foi identificado como o ecossistema com maior quantidade de espécies de abelhas e vespas do mundo, demonstrando assim seu potencial. Em adição, o Estado apresenta áreas isentas de contaminação. Atualmente, há dezoito associações e uma cooperativa organizadas na Federação Tocantinense de Apicultores, demonstrando a busca do crescimento econômico da atividade apícola. Atualmente, estima-se que 700 apicultores familiares estejam produzindo em torno de 120 toneladas de mel por ano. O mercado para os produtos apícolas se mostra promissor, existindo demanda reprimida no Estado e também no País. Nesse sentido, com intuito de promover o desenvolvimento sustentável da apicultura no Tocantins, está sendo desenvolvido o projeto Apis – Apicultura Integrada e Sustentável, de âmbito nacional sob coordenação do Sebrae em parceria com diversas entidades técnicas. O que se espera é a geração de ocupação e renda de forma sustentável, com pequenos investimentos e elevada taxa de retorno, tendo em vista o forte e positivo cunho social e econômico do agronegócio apícola. O conhecimento do perfil sensorial e microbiológico dos méis é de fundamental importância, levando-se em consideração a grande diversidade botânica e variação edafo-climática de cada região do Estado, estabelecendo-se critérios comparativos nas análises e originalidade aos produtos da região. Com a análise sensorial, avalia-se as características percebidas pelo consumidor, assim como sua aceitação pelo produto, o que auxilia no direcionamento durante a inserção do produto no mercado. Assim, esse projeto tem o objetivo de contribuir com o desenvolvimento rural, dando suporte à atividade apícola no Tocantins, e ao mesmo tempo aos produtores familiares por meio da realização de controle de qualidade do mel envolvendo análises físicas e químicas, sensorial e microbiológica. Principais objetivos: Contribuir com a preservação do bioma Cerrado; contribuir com o desenvolvimento social no Estado do Tocantins na área de agricultura familiar e segurança alimentar; agregar valor ao mel produzido no Estado do Tocantins; realizar controle de qualidade do mel produzido no Tocantins; fortalecer a comercialização desse produto no mercado interno e externo; conhecer o Perfil Sensorial do mel; fortalecer as associações e cooperativas; acessar novos mercados para a produção local; estimular o associativismo. Local de execução: Palmas Fernanda Dias Bartolomeu Abadio [email protected] Telefone: (63) 218-8086 Universidade Federal do Tocantins AV NS 15 ALC NO 14 Bloco II – Sala 18 Campus Universitário Palmas-TO Brasil CEP: 77020-210 Observatório de inclusão social da Amazônia – o ISA Fundação de Apoio à Pesquisa e à Cultura da Universidade Federal do Amapá e do Estado do Amapá – Fundap Proposta do projeto: Formar uma organização permanente de caráter regional, constituída por uma rede de observatórios estaduais com monitoramento de seu próprio território, integrado por instituições regionais com diversas especializações, que formarão a rede de observação, coleta e análises de informações sobre o processo de inclusão social, a serem disponibilizados e publicizados para a sociedade, setores, governo e instituições. Dentro dessa perspectiva é que surge a proposta dos Observatórios de Inclusão Social para a Região Amazônica, determinado por seus princípios de autonomia, excelência, transparência e publicização, como instrumento capaz de manter o olhar atento e cuidadoso sobre a realidade observada (área de concentração), produzindo informações e conhecimentos que permitam a compreensão dos problemas que impedem a inclusão social, oportunizando debates, formas permanentes de divulgação irrestrita de dados e resultados de análises, proporcionando, dessa forma, a matéria-prima indispensável para a construção do capital social regional. A operacionalidade do processo envolverá estudiosos e pesquisadores e instituições da Região Amazônica e do País comprometidas com o ideário coletivo de desenvolvimento humano, na postulação, interpretação, acompanhamento e monitoramento dos dados e análises críticas. Emerge, desse modo, a proposta do Observatório Regional de Inclusão Social da Amazônia como instrumento de disseminação e socialização de informações, controle social das políticas inclusivas e fomentador do processo de organização e mobilização social. Quanto mais operante e ativo se mantiver o processo de participação social, maior será a exigência por transparência das ações públicas, ação indispensável do planejamento participativo, determinação de agenda mínima de governança, continuidade dos programas que geram benefícios e condições que favoreçam a vivência de um Estado democrático de fato e de direito. Principais objetivos: Missão – contribuir para o fortalecimento do controle social das Políticas Públicas Inclusivas, através da gestão e disseminação de dados e informações, articulando parcerias entre governos, instituições de pesquisa e sociedade civil. Objetivos específicos: 1. Produzir informações e conhecimentos que permitam a compreensão dos problemas que dificultam o processo de inclusão social na Amazônia; 2. Avaliar e monitorar políticas públicas dirigidas para o espaço de inclusão social dos Estados da Região Amazônica; 3. Fomentar a criação de um Fórum Regional permanente de discussão de ideias e diagnósticos capazes de propor medidas e ações que visem a melhorar a qualidade de vida da população a partir da dimensão prioritária do processo de inclusão social; 4. Proporcionar condições para que seja estabelecido um espaço para o processo de controle social nos Estados, através do domínio e uso de informações geradas pelos Observatórios, articuladas por setores, instituições e sociedade civil organizada. Local de execução: Será desenvolvido na Região Amazônica, com seu Núcleo Operacional no Estado do Amapá. Fundação de Apoio à Pesquisa e à Cultura da Universidade Federal do Amapá e do Estado do Amapá – Fundap [email protected] Telefone: (96) 223-4371 Fax: (96) 223-4455 Fundação de Apoio à Pesquisa e à Cultura da Universidade Federal do Amapá e do Estado do Amapá – Fundap Rua Coaracy Nunes n.° 244 – Centro Macapá-AP Brasil CEP: 68900-010 Jovem marceneiro Geraldo Lira de Souza Proposta do projeto: Este projeto objetiva qualificar adolescentes em situação de risco, disponibilizando uma atividade que desenvolve a sua criatividade e, ao mesmo tempo, constrói sua empregabilidade. Principais objetivos: Objetivo geral – qualificar adolescentes do Bairro Zumbi dos Palmares em fabricação de artefatos de madeiras de forma artesanal. Objetivos específicos – 1. Ensinar aos adolescentes a fabricar artefatos de madeira de forma artesanal; 2. Desenvolver ações que gerem renda aos adolescentes e suas famílias; 3. Acompanhar os adolescentes envolvidos no projeto nas suas atividades escolares; 4. Desenvolver uma consciência ecológica e o sentimento de pertinência à região. 5. Formar 45 adolescentes. Local de execução: Oficina Divina Artefatos de Madeira. Geraldo Lira de Souza [email protected] Telefone: 238-3448 Fax: 633-5841 M.A. Guedes Coelho Rua Maceió 446 sala 8 Adrianópolis Manaus-AM Brasil CEP: 69059-010 Apoio à adoção das práticas do manejo florestal na Amazônia Legal Gilberto Gomes de Figueiredo Proposta do projeto: O Senai – Departamento Regional de Mato Grosso, com sua experiência adquirida e seus conceitos e metodologias assimilados, no que diz respeito à educação, foi fundamental para a consolidação e continuidade de sua essência, o desenvolvimento sustentável, que objetiva não só a eficiência econômica do empreendimento, como também o uso racional dos recursos naturais disponíveis e melhoria da qualidade de vida dos atores envolvidos. A Escola de Floresta (Senai/Coimal/Promanejo) se tornou um centro de preparação para difusão das técnicas e conceitos do Manejo Florestal com aplicações na exploração de impacto reduzido no Estado de Mato Grosso como um todo, podendo servir como modelo de Escola de Floresta para os Senai/DR’s da Amazônia Legal – Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Acre, Rondônia, Maranhão e Tocantins. A Proposta visa a realizar um evento com os Diretores Regionais da Amazônia Legal e propensos parceiros empresariais que detenham área de Manejo, para conhecerem a Escola de Floresta. Estabelecendo, nesse momento, uma rede de apoio para desenvolver conhecimento e negócios para implantação de uma Escola de Floresta em cada DR’s da Amazônia Legal. Fortalecer a capacidade dos Senai-DR’s em Manejo Florestal para uma exploração de Impacto Reduzido com a capacitação de 03 (três) técnicos de desenvolvimento por DR’s para servirem de gestores dessa implantação e multiplicadores. Entende-se, que é o início de um processo de mudança de hábito, para que aconteça o Start (início) de sua implementação. São necessárias a anuência e a aprovação dos Diretores Regionais de cada DR’s. Este projeto tem como objetivo favorecer e propiciar experiências e tornar conhecido o Centro de Difusão das Técnicas de Manejo Florestal – “Escola de Floresta” – permitindo ser referencial para implantação das Escolas de Florestas em seus respectivos Estados da Amazônia Legal. Objetiva também estabelecer uma rede de apoio entre os Senai-DR’s da Amazônia Legal (Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Tocantins), possibilitando uma maior interatividade entre os Senai/DR’s na transferência de conhecimento e tecnologia adquirida. Com a adoção do manejo florestal sustentável a proteção do meio ambiente é aliada da produtividade e competitividade industrial. Os recursos naturais são preservados, tanto para as atividades do setor madeireira quanto para a vida na floresta. Principais objetivos: Evidenciar aos Senai-DR’s, nos Estados da Amazônia Legal, a importância da adoção da Exploração Florestal, através de Técnicas de Manejo Florestal, para uma de Impacto Reduzido e apoiar a implantação dos Centros de Difusão – “Escolas de Floresta – nos Senai-DR’s da Amazônia Legal”; estabelecer uma rede de apoio entre os Senai-DR’s da Amazônia Legal (Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Tocantins) para fortalecer a capacidade em desenvolver conhecimento e negócios em Manejo Florestal, para implantação de uma Escola de Floresta em cada Senai/ DR’s da Amazônia Legal; instalar uma unidade modelo de Manejo Florestal Sustentada com exploração de impacto reduzido, com área aproximadamente de 400,00 hectares (parceiro), com mapas, métodos, metodologia, material didático, custos e outras informações pertinentes ao Manejo Florestal; promover difusão das técnicas de Manejo Florestal de Impacto Reduzido aos empresários e colaboradores do setor florestal de cada Estado da Amazônia Legal. Local de execução: A Escola de Floresta (Senai/Coimal/Promanejo) – Santa Carmem/MT – se tornou unidade modelo de Manejo Florestal Sustentável, servindo como modelo de implantação de Escola de Floresta para os Senai/DR’s da Amazônia Legal – (Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Acre, Rondônia, Maranhão e Tocantins). Gilberto Gomes de Figueiredo [email protected] Telefone: (65) 611-1596 Fax: (65) 611-1557 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai Departamento Regional de Mato Grosso Av. Historiador Rubens de Mendonça, n°. 4.193, CPA Cuiabá – MT Brasil CEP: 78.055-500 Um modelo de gestão de voluntariado Gilvannete Serra de Araújo Barbosa Local de execução: Suframa Gilvannete Serra de Araújo Barbosa [email protected] Telefone: 9982-3519 Fax: 614-7140 Centro de Ensino Superior do Amazonas – Ciesa Rua 192, 26 – Núcleo 16 – B. Cidade Nova III Manaus – AM Brasil CEP: 69098-000 O complexo industrial do Jari e as transformações geoeconômicas da bacia do rio Jari (1980-2004) Jadson Luís Rebelo Porto Proposta do projeto: Este projeto integra o projeto interinstitucional intitulado “Percepções do Amapá”, coordenado pelo Dr. Jadson Porto (Universidade Federal do Amapá – Unifap) e pela Dra. Odete Silveira (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá – Iepa), cuja proposta visa a analisar os diversos aspectos das dinâmicas das políticas públicas de cunho social, econômico e ambiental amapaense a partir do pressuposto que o Amapá é um Estado em construção. Até a década de 1940, a economia da área que corresponde ao então Território Federal do Amapá caracterizava-se pelo extrativismo vegetal e mineral, a pecuária e a atuação do exército brasileiro. Após essa década, foram criadas diretrizes políticas e administrativas desse Território, implantadas infraestruturas e estimuladas atividades econômicas pelo Governo Federal, principalmente no setor do extrativismo mineral, que em muito contribuíram para a estruturação econômica amapaense e para sua organização espacial. Uma área de grande importância para a economia amapaense é a do vale do rio Jari, cuja principal atividade, até a década de 1970, foi o extrativismo vegetal, a qual baseava-se na coleta da castanha e da borracha. Entre 1948 e 1967, a principal empresa atuante nesse vale foi a Jari Indústria e Comércio Ltda., que se ocupou do extrativismo vegetal e animal (castanha-do-brasil, látex, caucho, peles de animais silvestres, balata, madeiras nobres e sementes oleaginosas) da pecuária e do comércio de mercadorias diversas através dos entrepostos às margens dos rios Jari, Paru, Caracuru, Cajari e Pacanari. No final da década de 1960, Daniel K. Ludwig comprou terras às margens do Jari. Inicialmente, investiu na indústria madeireira, extração de castanha (por arrendamento) e na agropecuária. A partir do final da década de 1970, implantou um conjunto industrial flutuante, compreendendo: uma fábrica de celulose e uma usina termogeradora, na margem direita do rio Jari, em Almerim-PA; plantação de arroz em São Raimundo (Almerim). no rio Amazonas; extração de caulim (atual Município de Vitória do Jari) e bauxita refratária (Almerim); instalação de fábricas de beneficiamento para esses minérios; importação de maquinário para agilizar o desembarque de madeira para a fábrica de celulose; implantação de uma ferrovia de 68 km, com locomotivas a diesel para o escoamento de madeira até a fábrica de celulose, que atualmente também transportam bauxita refratária da mina de Caracuru até a fábrica de calcinação (Mineração Santa Lucrécia) e o Porto de Munguba para exportação; construção de silvivilas e companies towns. Saliente-se, contudo, que todos esses investimentos (exceto a mina de caulim) encontram-se no Estado do Pará. Na década de 1980, esse empreendimento foi vendido a Augusto de Azevedo Antunes, em 1982, aliado a 21 outras empresas, passando a integrar ao Grupo Caemi. No final da década de 1990, foi efetivada a aquisição de 33% da Jari Celulose pelo Grupo Orsa, de Sérgio Amoroso. A atuação do Complexo Industrial do Jari (CU) tem sido alvo de análises das mais variadas, tais como: os impactos ambientais da plantação de espécies exóticas na região, destinadas ao fabrico de celulose; as relações sociais e trabalhistas desse empreendimento sobre a população local e seus funcionários, bem como sobre o domínio biotecnológico daquelas culturas destinadas à sua transformação em celulose. Contudo, os impactos econômicos que esse empreendimento exerce sobre a sua periferia imediata, como também a relação entre esse Complexo e os as unidades subnacionais envolvidas (Pará e Amapá), ainda requerem estudos mais aprofundados. Acrescente-se, ainda, a característica ímpar da bacia do rio Jari nos cenários regional e nacional. Essa bacia é envolvida por áreas de conservação ambiental (Estação Ecológica do Jari, Resex do Rio Cajari, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do rio Iratapuru e Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque,) no limite com o Estado do Pará; com um complexo industrial envolvendo duas unidades subnacionais, pertencente a um mesmo grupo empresarial com uma fábrica de celulose, com plantio de eucalipto e pinhos em terras nos dois Estados para o consumo dessa fábrica. No lado amapaense, esse complexo possui áreas de conservação e também está por elas cercado. O CIJ exerce um papel de fundamental importância para a dinâmica econômica local. Porém, uma análise sobre os reflexos econômicos desse empreendimento sobre a bacia do Jari, ainda requer maiores atenções quanto aos seguintes aspectos: fiscal, tributário e o comércio interno e externo de seus produtos bem como para se perceber qual o impacto da instalação de unidades de conservação para a economia local. Neste projeto, três discussões serão abrangidas: 1) a importância econômica do CU para a bacia do rio Jari; 2) a evolução urbana de sua área de influência imediata (Monte Dourado) e; as políticas públicas para as atividades extrativistas no Sul do Estado do Amapá. Principais objetivos: 1. Objetivo Geral – analisar o envolvimento do CIJ e as políticas públicas destinadas às atividades extrativistas para a formação econômica da bacia do Jari. 2. Específicos – 2.1. Analisar as transformações econômicas da bacia do rio Jari decorrentes das atividades do CU e as relações econômicas e federalistas existentes entre esse Complexo e as unidades subnacionais envolvidas. 2.2. Analisar a evolução socioeconômica da área urbana de Monte Dourado. 2.3. Analisar as políticas públicas destinadas às atividades extrativistas no Sul do Estado do Amapá. Local de execução: Bacia do rio Jari, nos Municípios de Almerim (PA) e Laranjal do Jari (AP) Jadson Luís Rebelo Porto [email protected] Telefone: (96) 241-5066 Fax: (96) 241-5066 Universidade Federal do Amapá Fundação Universidade Federal do Amapá. Rod. Rodovia Juscelino Kubitscheck, Km – 01, s/n. Bairro Zerão. Macapá – AP Brasil CEP: 68.900-280 O potencial econômico e as políticas públicas da bacia do rio Maracá Jadson Luís Rebelo Porto Proposta do projeto: Este projeto integra o projeto interinstitucional intitulado “Percepções do Amapá”, coordenado pelo Dr. Jadson Porto (Universidade Federal do Amapá – Unifap) e pela Dra. Odete Silveira (Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá – Iepa), cuja proposta visa a analisar os diversos aspectos das dinâmicas das políticas públicas de cunho social, econômico e ambiental amapaense a partir do pressuposto que o Amapá é um Estado em construção. Transformado em Estado pela Constituição de 1988, teve na década de 1990 intensas transformações política, econômica e político-administrativa. Dentre elas, destaca-se a busca por alternativas embasadas na preocupação da valorização do meio ambiente e das comunidades da floresta, exigindo outra reflexão sobre o processo de desenvolvimento econômico local, orientado pelas normatizações de proteção à biodiversidade e no convívio com o processo econômico local. Uma das potencialidades do Amapá é o turismo, notadamente o ecoturismo. Contudo, esse setor requer estudos aprofundados no que se refere: à capacidade de suporte de suas áreas turísticas já identificadas; aos impactos sobre a população local; às políticas públicas destinadas a esse setor da economia; e aos índices dos casos de doenças, tais como leishmaniose e malária, na área de estudo. Dentre as atividades ecoturísticas, podemos destacar a espeleologia, rafting, trilhas ecológicas, montanhismo e camping. Contudo, há vários relatos de existência de cavernas no Amapá com ocorrência de urnas funerárias arqueológicas que necessitam de identificação, catalogação e análises de centros especializados, antes de serem explorados pelas atividades do setor turismo. Este Projeto enfocará três aspectos: o geoeconômico, ao analisar o setor do turismo amapaense, o geológico, ao estudar o seu potencial espeleológico, e o arqueológico, ao se identificar novas alternativas de gestão do patrimônio histórico-arqueológico. Dos trabalhos existentes sobre a área de estudo, destacam-se os estudos botânicos, geológicos e hidrológicos do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), e os levantamentos arqueológicos, realizados pelo Museu Paraense Emílio Goeldi e pelo Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ao contribuir para a investigação interdisciplinar, os estudos sobre percepção do meio ambiente vêm estimular um intercâmbio de informações e uma discussão dos pontos levantados em projetos direcionados às comunidades, propiciando a geração de novas percepções, interpretares e conhecimentos sobre a paisagem vivida, podendo subsidiar programas relativos à gestão integrada de recursos, em especial, aqueles que são tomados como diretrizes políticas de conservação e manejo ambiental, destinados à implantação de projetos que priorizem a valorização paisagística em suas diferentes instâncias. Também, ao enquadrar-se no campo dos estudos de desenvolvimento de comunidades, vem subsidiar, através do conhecimento de perfis das mesmas, a articulação de políticas e projetos de planejamento sócio-ambiental que atendam de maneira coerente aos objetivos sociais, produtivos e ambientais dos grupos envolvidos no seu entorno, bem como, na gênese das dinâmicas e dos processos que conduzem à própria sustentabilidade. A área escolhida é a bacia do rio Maracá (Mazagão-AP), como áreas de intensas atuações de políticas públicas e de real potencial para atividades do ecoturismo. Nessa bacia há ocorrências de cavernas e de sítios arqueológicos, os quais necessitam de estudos apropriados antes de serem realizadas atividades turísticas capazes de depredar esse patrimônio espeleo-arqueológico. Embora haja informações sobre o potencial turístico, espeleológico e arqueológico no Estado do Amapá, ainda são necessários estudos sobre esse potencial por profissionais treinados e capacitados na análise desse patrimônio, bem como o seu aproveitamento em atividades ecoturísticas, monitoradas e orientadas por aqueles profissionais. Este projeto pretende iniciar um cronograma de atividades visando a realizar estudos das principais bacias hidrográficas do Amapá e o seu uso para o ecoturismo, como também analisar as políticas públicas de desenvolvimento a elas indicadas. A primeira bacia escolhida é a do rio Maracá Tal escolha se justifica pelas descobertas de umas funerárias em sítios arqueológicos desde o século XIX que necessitam de estudos mais aprofundados, bem como na ocorrência de patrimônio espeleológico nessa bacia. Acrescente-se a isso, a instalação de um assentamento agrícola na região que pode depredar esses patrimônios. Esta proposta conta com o apoio técnico-científico das seguintes instituições: Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE); Centro de Estudos Arqueológicos do Estado do Amapá (Ceaap/Unifap); Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA); pelo Curso de Geografia da Unifap e pelo Curso de Turismo do Instituto de Ensino Superior do Estado do Amapá – Iesap. Possui como pesquisadores-consultores: Dra. Solange Guimarães (Unesp/Rio Claro/Geografia) e José Scalenate (PUC- Campinas/Turismo). Principais objetivos: Geral – analisar o uso e ocupação da bacia do rio Maracá. Específicos – inventariar a oferta turística da bacia do rio Maracá. Identificar o potencial espeleo-arqueológico da área de estudo; identificar valores atribuídos dos habitantes à paisagem e às representações simbólicas da bacia do rio Maracá; analisar as propostas de desenvolvimento econômico e políticas públicas da bacia do rio Maracá. Local de execução: Bacia do rio Maracá, nos Municípios de Mazagão (AP). Jadson Luís Rebelo Porto [email protected] Telefone: (96) 241-5066 Fax: (96) 241-5066 Universidade Federal do Amapá Caixa Postal, 282 – Centro Macapá – AP Brasil CEP: 68.906-970 Ponta Verde Jaime Kuck Proposta do projeto: 35% da população de Manaus vive abaixo da linha de pobreza em meio à grande riqueza efetiva e potencial; a maior parte dessa população se concentra na zona norte e leste; essas áreas são desprovidas de opções de renda relevantes, de lazer e esporte; porém oferecem potências que permanecem inexploradas correndo o risco de desaparecerem e essas populações ficarem condenadas à miséria permanente e sem perspectiva; o projeto ponta verde mostra diversas possibilidades de reversão desse quadro através da exploração sustentável e criativa desse potencial; os recursos hídricos dessa área da Suframa, ao lado da reserva Ducke e do bairro Cidade de Deus, podem ser transformados em inúmeros pequenos banhos públicos; esses banhos, tradicionais na história de Manaus, podem integrar-se com uma vasta rede de opções de lazer, esporte, acessibilidade e serviços como: ciclovias, trilhas, quiosques, campings, mirantes, teleféricos, quadras poliesportivas, praças, anfiteatros, playground, pista de skate, bares, restaurantes, pousadas, escolas para educação ambiental e qualificação para atividades turísticas; promoções esportivas de ciclismo poderão ser desenvolvidas integrando a área com a reserva Ducke circundada por uma ciclovia sombreada, considerando que a cidade é sede das maiores fábricas de bicicletas do País e não tem espaços compatíveis; além das diversas opções de lazer e esporte, o projeto proporcionará várias possibilidades de geração de renda, contribuindo com a melhoria das condições econômicas da população empobrecida; além disso, fica garantida a preservação sustentável desse espaço e seu uso deverá contribuir para maior consciência ambiental, cidadania e qualidade de vida geral; fica também garantida a necessária integridade da diversidade zoobotânica da reserva Ducke, maior fragmento florestal urbano do mundo, e seu uso como campo de pesquisas pelo Inpa, centro de excelência mundial em biologia tropical. Principais objetivos: 1. Criar espaços de lazer, esporte, cidadania e de geração de emprego e renda para mais de 50.000 pessoas; 2. Ampliar atividades turísticas; 3. Preservar de forma sustentável uma área da SUFRAMA que corre o risco de ocupação desordenada; 4. Preservar a integridade da diversidade física e zoobotânica da reserva Ducke, como importante centro de pesquisa; 5. Contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações próximas. Local de execução: Manaus Jaime Kuck [email protected] Telefone: 616-9800 Fax: 615-2258 Universidade Luterana do Brasil – Ulbra/Inpa Av. Solimões 02, Conj. Atílio Andreazza Manaus-AM Brasil CEP: 69077-730 Agregação de valor e conservação das matérias-primas regionais Jerusa de Souza Andrade Proposta do projeto: Com o objetivo de agregar valor e conservar as matérias-primas regionais mediante tecnologia viável para obter alimentos com funcionalidade, aceitabilidade e estabilidade serão utilizados frutos tropicais nativos e também os cultivados na região. A farinha de pupunha será obtida de frutos amiláceos sem a retirada da casca e a desidratação será feita em dois sistemas (estufa e tacho de fazer farinha). Diferentes granulometrias serão obtidas por variações nos tempos de trituração do material desidratado e por classificação por peneiras. As matérias primas açucaradas/desidratadas serão obtidas de frutos produzidos na região (cubiu, mamão verde e maduro, casca de laranja, jerimum, jambo e carambola) por meio da fermentação Láctea e incorporação gradativa do açúcar. A castanha-do-brasil será processada pela quebra da casca, obtenção da amêndoa, fatiamento e tostagem. O concentrado protéico de peixe será obtido por aquisição, lavagem, morte, decapitação e evisceração, lavagem, cocção, obtenção da porção comestível, desidratação, trituração, acondicionamento e estocagem. Para a formulação do alimento desidratado (“pupurola”) tipo “granola” as matérias-primas desidratadas e fatiadas serão misturadas até o equilíbrio do sabor, cujo ponto ideal será determinado mediante análise sensorial e o valor nutritivo será estimado pela análise química e cálculo do valor calórico. A mistura instantânea de sopa será obtida com mistura da farinha de pupunha e concentrado protéico de peixe, trituração, agregação de temperos desidratados, acondicionamento e estocagem. A proporção será testada até o equilíbrio do sabor, cujo ponto ideal será determinado mediante análise sensorial e o valor nutritivo será estimado pela análise química e cálculo do valor calórico. Para avaliar a vida de prateleira, as embalagens de “pupurola” e sopa serão estocadas por 12 meses. A cada dois meses, serão avaliadas quanto aos parâmetros indicativos de rancificação dos lipídios (índice de peróxido), degradação de pigmentos (carotenóides totais), avaliação sensorial e contagem de mofos e leveduras. A viabilidade técnica do processo/produto será avaliada pela análise sensorial (aceitabilidade), composição química (valor nutricional e cálculo valor calórico), grau de sanidade (análise microbiológica) e estabilidade (vida de prateleira). Para testar a incorporação da farinha de pupunha na culinária regional, serão testadas receitas com incorporação parcial ou total de um dos ingredientes e a aceitação será avaliada pela análise sensorial. Com base na composição química (tabelas de composição de alimentos) e quantidade em cada preparação será estimada percentagem de contribuição de cada porção nas recomendações diárias. As informações obtidas serão divulgadas como artigos em revistas, trabalhos apresentados em eventos, cursos de extensão e na edição de um livreto. Principais objetivos: O projeto tem como objetivo geral, agregar valor e conservar as matérias primas na Amazônia mediante tecnologia viável para obter alimentos com funcionalidade, aceitabilidade e estabilidade. Para atingir esse objetivo maior, o projeto foi dividido em objetivos específicos, os quais, conduzidos de forma independente, paralela e sequencial, formam a cadeia de informações necessárias para a viabilidade técnica das tecnologias apropriadas para a agroindústria na Amazônia. Objetivos específicos: 1. Produzir farinha de pupunha com diferentes granulometrias para uso na formulação de alimentos e determinar as características físico-químicas e o valor calórico. 2. Produzir matérias-primas açucaradas/desidratadas para uso na formulação de alimentos e determinar a composição química e o valor calórico. 3. Beneficiar a castanha-do-Brasil para uso na formulação de alimentos e determinar a composição química e o valor calórico. 4. Otimizar a formulação e avaliar a qualidade e estabilidade dos alimentos desidratados como a sopa e a “pupurola”. 5. Testar a incorporação da farinha de pupunha na culinária regional. 6. Difundir os conhecimentos mediante repasse para multiplicadores do conhecimento e agregar (editar um livro) os conhecimentos sobre a produção e uso da farinha de pupunha na alimentação humana na Amazônia. Local de execução: Manaus (Inpa/Uninilton Lins/Ufam) Jerusa de Souza Andrade [email protected] Telefone: 643-1848 Fax: 643-1846 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa Av. André Araújo, 2936, Aleixo Manaus-AM Brasil CEP: 69011-970 Produção de tambaqui em cativeiro e aproveitamento total dos seus subprodutos João Batista Pi Chung Yee Proposta do projeto: Produção de peixe em cativeiro da espécie Tambaqui, e processamento em novo Frigorífico com o aproveitamento total dos seus subprodutos: carne (costelas, postas e picadinho), pele (couro de Tambaqui), vísceras e espinhas (óleo e farinha de peixe). Principais objetivos: Através desse novo Frigorífico e visando sempre ao Desenvolvimento Sustentável, estruturar o Agronegócio do Tambaqui, criando e fortalecendo a sua cadeia produtiva, ajudando na preservação dos estoques naturais de Tambaqui nos rios, e também na preservação da Floresta Amazônica através do reaproveitamento das áreas de Seringais abandonados do Distrito Agropecuário da Suframa para a piscicultura do Tambaqui. Local de execução: Município de Rio Preto da Eva – AM João Batista Pi Chung Yee [email protected] Telefone: 625-8080 Fax: 625-8080 Peixes da Amazônia Ltda. – Peixam Rua Jorge Antonio No13 , Bairro Compensa Manaus-AM Brasil CEP: 69035-120 Água limpa para pequenas comunidades da Amazônia João Tito Borges Proposta do projeto: Serão construídas estações de tratamento de água que poderão ser utilizadas em pequenas comunidades estabelecidas tanto em águas negras, quanto águas barrentas. A estação de tratamento de água é movida manualmente (onde se faz a coagulação/floculação e a decantação) e a água tratada passará por um filtro de seixos construído com materiais disponíveis em qualquer região. O sistema poderá ser utilizado em qualquer região do interior da Amazônia, em pequenas comunidades, vilarejos, aldeias e sistemas flutuantes. O pesquisador já fez ensaios em pequena escala e já tem o projeto modelado para diversas situações. É necessário prover a região com sistemas de abastecimento de água alternativos com o objetivo de reduzir o número de doenças causadas pela veiculação hídrica. Principais objetivos: Prover água limpa com baixo custo e baixa manutenção para as populações Amazônicas; reduzir as doenças de veiculação hídrica; promover a melhor qualidade de vida a essas populações, através da potabilização das águas. Local de execução: Comando Militar do Amazonas João Tito Borges [email protected] Telefone: (92) 616-3002 Fax: (92) 616-2688 Fundação Centro de Análise Pesquisa e Inovação Tecnológica Rua Paraíba 670 Manaus-AM Brasil CEP: 69057-020 Assentamento alternativo para Amazônia Joel Mauro Magalhães Proposta do projeto: Assentar Trabalhadores Rurais Sem Terra em áreas de floresta tropical úmida, com o objetivo de fazê-los explorar (sem depredar) os recursos naturais da oferta ambiental da floresta, mediante manejo florestal de rendimento sustentável pata o uso múltiplo da floresta, de forma comunitária. Principais objetivos: Combater a violência no campo, decorrente das invasões de terras que resultam em conflitos agrários; prevenir a devastação das florestas e a consequente degradação ambiental, fruto dos desmatamentos ilegais e queimadas descontroladas; gerar emprego e renda para as famílias que se encontram sob a condição de acampadas debaixo da lona preta, às margens de rodovias, de fazendas ou dentro de fazendas, ou de terras públicas; estabelecer um novo ordenamento territorial para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Local de execução: Amazônia Legal, a partir de Rondônia e Acre Joel Mauro Magalhães [email protected] Telefone: 221-1972 Fax: 299-4017 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra Superintendência Regional de Rondônia Av. Brasília, 3793 Bairro S.João Bosco Porto Velho – RO Brasil CEP: 78904-160 Comunidade no Jardim Botânico Adolpho Ducke Jorge Luiz Ramos Lobato Proposta do projeto: A proposta do Projeto Comunidade no Jardim Botânico é popularizar a Ciência levando o conhecimento às comunidades distantes e carentes, principalmente da zona leste e zona norte de Manaus, mostrando a importância e os benefícios do Jardim Botânico e das Pesquisas do Inpa para a sociedade. Principais objetivos: Desenvolver ações educativas que permitam a socialização de informações científicas, momentos de vivências afetivas, cognitivas, culturais e de integração comunitária visando à sensibilização para as questões sócio-ambientais e manutenção e valorização da Reserva Ducke e do Jardim Botânico; orientar a visitação e as atrações do Jardim Botânico, enfatizando o contato com a flora e fauna livre existentes nas trilhas interpretativas; apresentar atrações culturais vinculadas às temáticas sócio-ambientais e aos objetivos educacionais do Projeto. Local de execução: Jardim Botânico – Manaus-AM Jorge Luiz Ramos Lobato [email protected] Telefone: 9112-8335 Fax:643-3252 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa Av.Andre Araujo, 2936 – Bairro Petrópolis Manaus – AM Brasil CEP: 69083-000 Espada Amazônica José Adail Mariano de Oliveira Proposta do projeto: O presente visa, em um primeiro momento, a capacitar populações tradicionais para produção artesanal de instrumentos em madeira úteis à prática de artes marciais. A venda destes será direcionada inicialmente ao mercado japonês e posteriormente, através de um selo reconhecidamente ecológico, galgará outros. Concomitantemente trabalhará identificação, avaliação e preservação de espécies de madeiras adequadas à manufatura desses instrumentos, bem como a prática de exercícios a eles relacionados. Principais objetivos: A venda de utensílios associados à prática esportiva de artes marciais irá gerar aumento da renda do trabalhador da Região Amazônica e, sendo trabalho artesanal, a diminuição da insalubridade e do número de acidentes de trabalho é certa consequência. A exploração de galhos ao invés de árvores inteiras dará origem a produtos de maior valor agregado e a marcas e grifes baseadas na produção ecologicamente correta e ambientalmente sustentável, utilizando os atuais recursos naturais. A reintrodução de espécies nativas adequadas à manufatura desses produtos ampliará a capacidade, a qualidade e a produtividade dos organismos de vigilância e fiscalização ambiental, tornando o habitante engajado no projeto um “guardião da natureza”, que levará a notícia crime às autoridades no caso de crimes ambientais. Criará, portanto, dependência e comprometimento econômico das populações tradicionais à preservação do ecossistema. Em parceria com o diretor executivo da ONG Associação Amigos do Futuro, campeão paulista e brasileiro de karatê, estudioso e praticante de diversas artes marciais, foi identificada a viabilidade comercial, especialmente de exportação, de produtos inerentes à prática de artes marciais. Incontestável é a importância cultural e o enorme interesse que inúmeras nações atestam ao apresentar atletas nas Olimpíadas e demais campeonatos. Local de execução: Vila de São Jose (Rio Purus), comunidades de seringueiros e demais povos da floresta interessados José Adail Mariano de Oliveira [email protected] Telefone: 242-8937 Fax: 242-8937 Associação Amigos do Futuro e Associação dos Produtores de Artesanato e Seringa – APAS HCGN 707 bl R casa 45 Brasília-DF Brasil CEP: 70740-748 Sistemas agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento Tarumã Mirim: comunidade agrícola de Tarumã Açu Jose Carlos Martins Brandão Proposta do projeto: O Assentamento Tarumã Mirim, constituído de 13 comunidades, em cujo perímetro possui cinco (5) reservas florestais, localizado nas proximidades da cidade de Manaus, vem sendo procurado por visitantes nos feriados, finais de semana e, para alguns, em período de férias de trabalho. Os atrativos que chamam atenção são os naturais e o modo de vida da população do local. Em uma das comunidades denominada de Comunidade Agrícola Tarumã Açu, constituída de 73 lotes de assentados, possui uma reserva florestal, em que o atrativo mais buscado é uma cachoeira, porém as atividades cotidianas também atraem os visitantes quer pelo passeio nas roças ou pelos entretenimentos da comunidade. Por conseguinte, a atividade econômica da comunidade está centrada nos produtos oriundos da agricultura e da fruticultura, além do que aproveitam a madeira dos roçados para o fabrico de carvão em caieira de forno que também é um atrativo e um complemento de renda familiar. Vale ressaltar que essa atividade, futuramente, se não tiver mais uma alternativa, pode conduzir o assentado a se dirigir para floresta em busca da matéria-prima. Por outro lado, considera-se muito comum, nas propriedades rurais e de assentamentos do Amazonas, abertura de áreas primárias por meio da expansão da fronteira com os roçados de monocultivos. Por conta disso, no momento em que a fertilidade natural do solo se esgota, como consequência ocorre a queda da produtividade e produção, que por sua vez, provoca a abertura de novas áreas conduzindo ao uso de mais recursos naturais subtraídos da mata primária. Dessa forma, uma das alternativas viáveis para situações em propriedades rurais e em específico na Comunidade de Tarumã Açu é a implantação de sistemas agroflorestais, pois do ponto de vista econômico caracterizar-se-á como uma forma de desenvolvimento local capaz de proporcionar o seu enriquecimento, a partir da implantação de maior diversidade de espécies agronômicas e florestais nos lotes em que passam as trilhas planejadas para visitação turística, contribuindo, dessa forma, para um melhor aproveitamento, maior produção e, consequentemente, para melhores condições ambientais. Além disso, o aspecto de ambiente equilibrado, produtivo e agradável que o lugar apresentará pode ser utilizado de forma proveitosa no sentido de atrair visitantes em atividade de descontração e lazer, como é caso da atividade turística. Principais objetivos: Objetivo geral – introduzir Sistemas Agroflorestais e a viabilização do agroturismo como alternativa de desenvolvimento local, bem como a amenização da pressão à mata primária, aproveitamento de áreas abertas para os monocultivos e enriquecimento das propriedades de assentados com vistas a atender aos interesses econômicos, sociais e ambientais da comunidade. Objetivos específicos – proceder ao levantamento e diagnóstico da área; identificar o perímetro das propriedades a serem trabalhadas, considerando o planejamento das trilhas de visitação turística; implementar a formação e/ou capacitação agroturística dos membros das famílias de assentados; implantar um módulo de infraestrutura para abastecimento de água; proceder ao levantamento e aquisição de espécies vegetais de preferência das famílias assentadas; elaborar o desenho esquemático do sistema a ser implantado, considerando as espécies selecionadas; proceder o levantamento dos recursos (material reprodutivo, sacos, matéria orgânica, etc.) para a produção de mudas das espécies; implantar o viveiro comunitário para produção de mudas das espécies desejadas pelas famílias para compor os sistemas; implementar cursos de orientação em Educação Ambiental, Turismo e Sistemas Agroflorestais; acompanhar as atividades de produção, preparo das áreas para recebimento das mudas (demarcação, coveamento, adubação, etc.); organizar a distribuição de mudas e a forma de plantio nas propriedades do assentamento da comunidade de acordo com o croqui do Sistema; sugerir uma comissão para gestão de implantação e implementação dos SAFs. Tratar os resíduos sólidos orgânicos por meio da técnica de compostagem; elaborar Relatório Parcial por ano e um final na conclusão das atividades. Local de execução: Comunidade Tarumã Açu José Carlos Martins Brandão (UEA); Ronisley da Silva Martins (Turismo/UEA); Jader Marconi e A. Portela (Turismo/UEA); Jesuéte Pachêco Brandão (Geografia/UEA) [email protected] Telefone: 237-1435 Fax: 613-6900 Universidade do Estado do Amazonas Rua B5, c/ 1662 – Conjunto 31 de Março Manaus – AM Brasil CEP: 69076-220 Escola de aprendizes navais do Amazonas José Fernando Ferreira Proposta do projeto: Usar a tecnologia de madeira laminada para a construção de pequenas e médias embarcações regionais – ensino básico e profissionalizante para menores infratores. Principais objetivos: a)Ecológico – aproveitamento de espécies florestais na construção fluvial regional com a consequente diminuição do peso sobre a espécie itaúba preta; b)Social – ensino da técnica a jovens abandonados, que hoje se encontram nas ruas da cidade, sem trabalho nas margens ribeirinhas, com o aproveitamento de pessoas idosas e experientes nas artes de navegar e construir embarcações. Local de execução: Manaus-AM José Fernando Ferreira [email protected] Telefone: 234-2160 Fax: 234-2160 Av. Constantino Nery 795 c/01 Manaus – AM Brasil CEP: 69010-160 Gestão de recursos hídricos em APA/APAM José Roberto Guedes de Oliveira Proposta do projeto: Nova proposta de Gestão de Águas em Área de Preservação Ambiental – APA e Área de Preservação Ambiental Municipal. Principais objetivos: Fluidez, descontaminação e preservação da água em áreas de conservação. Local de execução: Todo território nacional José Roberto Guedes de Oliveira e outros [email protected] Telefone: (19) 3875-2827 Instituto de Geociências da Unicamp Rua Borôro, 218 – Vila Maria Helena Indaiatuba – SP Brasil CEP: 13335-500 Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados a insumos de fitoterápicos e fitocosméticos Juan David Revilla Cardenas Proposta do projeto: Projeto de capacitação e qualificação de produtores rurais para coleta e manuseio de espécies vegetais que sirvam de insumos para a indústria de fitoterápicos e fitocosméticos. Os produtores são da comunidade Santo Antônio, localizada na estrada Manaus-Itacoatiara- Km 47 (Município de Manaus capacitação será realizada por meio de oficinas e cursos, com foco no manejo sustentável dos recursos existentes na comunidade. O projeto visa a dar condições aos comunitários de geração de emprego e renda no próprio local onde moram. Principais objetivos: Capacitação de recursos humanos para a coleta e manejo adequados dos recursos vegetais da Região Amazônica visando a atender a demanda do mercado de Fitoterápicos e Fitocosméticos; desenvolvimento de técnicas de coleta, secagem e armazenamento dos recursos vegetais; disseminação de informações e orientações técnicas sistemáticas sobre as espécies de interesse econômico, sobretudo dos aspectos botânicos e de manejo das espécies, visando à sustentabilidade do recurso numa produção comercial. Local de execução: Comunidade de Santo Antônio, Rodovia AM 010, Km 47 (Município de Manaus) Juan David Revilla Cardenas [email protected] Telefone: (92)643-3115 Fax: 643-3115 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Av. André Araújo, 1756 – Aleixo Manaus AM Brasil CEP: 69011-970 Edição do livro medicina tradicional: plantas medicinais da Amazônia Juan David Revilla Cardenas Proposta do projeto: Projeto de edição de livro sobre a utilização de plantas medicinais regionais, suprimindo demanda de informações sobre o assunto, inclusive com acervo fotográfico. O livro resgata a medicina tradiconal amazônica, contribuindo para que os profissionais de saúde e a própria população possam usufruir do conhecimento científico e prático. Principais objetivos: Resgatar a medicina tradicional amazônica, ligando-a ao conhecimento científico atual. Disponibilizar mais um instrumento para os profissionais de saúde e para a população cuidar da saúde. Local de execução: Manaus Juan David Revilla Cardenas [email protected] Telefone: (92) 643-3115 Fax: (92) 643-3115 Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Av. André Araújo, 1756 – Aleixo Manaus-AM Brasil CEP: 69011-970 Geração de energias alternativas com ênfase em energia eólica Juarez Cardoso Nunes Proposta do projeto: Este trabalho visa a levar energia a todos os brasileiros, através de sistemas de energias alternativas (limpas e menos poluentes), respeitando a regionalização do País e suas principais características regionais: Amazônia, Pampas Gaúchos, entre outros. Principais objetivos: O principal objetivo é levar energia elétrica, aos Brasileiros que estão fora do sistema elétrico Brasileiro (Áreas Isoladas, e residências fora dos Programas Federais), pois o programa Luz para Todos, fala de 12 milhões de brasileiros, mas esses são números que estão acessíveis aos sistemas elétrico das ; concessionárias respectivas que, com expansão do seu sistema, levam energia a esses excluídos, mas ainda assim faltarão outros 20 milhões, que estão em áreas isoladas, da AMAZÔNIA e no Sertão Nordestino, ou no Vasto Pampa Gaúcho, ou sulista. E ainda levar a inclusão digital, ou expansão dos sistemas de comunicação, através de sistemas de energia alternativos. Local de execução: Todo o País Juarez Cardoso Nunes [email protected] Telefone: (51) 9189-2782 Fax: (51) 3762-5502 Projeto/pesquisa geração de energias alternativas com ênfase em energia eólica Rua Tiradentes 870, apart. 202. Bairro Canabarro Teutônia – RS Brasil CEP: 95890-000 Escola digital na Amazônia Manoel Dantas Barreto Filho Proposta do projeto: O Projeto Escola Digital na Amazônia visa à promoção da inclusão digital e o aprimoramento do processo de ensino/aprendizagem em escolas públicas da região Amazônica, abrangendo inicialmente cinco escolas públicas localizadas na periferia de Manaus, beneficiando um total de aproximadamente 10.000 alunos e 400 professores, podendo ser expandido para toda região. O Projeto visa, através da implantação de laboratórios de computação e da capacitação dos docentes no uso da informática como elemento de apoio ao ensino presencial, a adicionar novas possibilidades ao processo de ensino e aprendizagem, consolidando o uso da informática no ambiente escolar promovendo a inclusão digital de alunos e professores. A operacionalização do Projeto se dará através da implantação de laboratórios de informática, dotados de 20 computadores com acesso a Internet, acompanhados pela metodologia e conteúdo do Portal Clickideia (www.clickideia.com.br). O Clickideia desenvolve conteúdo de enfoque educacional e escolar, a partir de documentos curriculares nacionais do MEC e implementa abordagens de conteúdos interdisciplinares e contextualizadas, de acordo com as diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). As principais características do projeto são o emprego de critérios diferenciados na elaboração de produtos educacionais: a produção e a avaliação criteriosa dos conteúdos apresentados; a adequação da linguagem; o uso dos recursos computacionais para promover a interdisciplinaridade do conhecimento; a apresentação de sugestões de uso e a capacitação do professor; o emprego de recursos multimídia para dinamização da aprendizagem e a disponibilização via Internet que permite a atualização constante inclusive com a inserção de assuntos do noticiário e do cotidiano para a motivação dos conteúdos relacionados. O conteúdo desenvolvido e disponibilizado através do portal busca aproximar os conteúdos curriculares da realidade de professores e alunos, respeitando as características locais, contextualizando e integrando o conhecimento à vida cotidiana das comunidades. Essa característica se mostra especialmente importante quando tratamos de regiões com características tão diversas e peculiares como as da Região Amazônica. Outras características do projeto são seus recursos de interação e criação, que permitem que alunos e professores criem e publiquem na Internet seus próprios materiais e trabalhos, a partir de conteúdos disponibilizados pelo Portal ou de suas próprias experiências e conhecimentos. Professores e alunos de diversas regiões também interagem entre si e com a equipe do Clickideia através de sessões de Chat, enquetes e comentários adicionados em suas atividades, contribuindo para uma maior integração. Dessa maneira, a implantação do projeto Escola Digital na Amazônia visa a contribuir com o esforço em transformar o sistema educacional da região, com a finalidade de expandir e melhorar a sua qualidade, procurando responder aos desafios propostos por um mundo em constante mudança. Principais objetivos: Oferecer, para pelo menos 10.000 alunos, a chance de ter acesso a um ensino de qualidade, que traga aos alunos e aos professores imediata oportunidade de melhoria no conhecimento e na capacidade de aprendizado. O projeto deve ser implantado em escolas públicas de ensino fundamental e médio, garantindo a populações pobres a oportunidade de estudar segundo os modernos padrões pedagógicos e de interatividade via web, com conteúdo completo dentro das normas do MEC, atualizado e contextualizado, com capacitação de todos os professores, garantindo a implantação de laboratórios em cada escola com soluções em software, interconexão e acesso a Internet banda larga. Levar a oportunidade para as escolas públicas de regiões mais desassistidas, de um ensino via web, com o conteúdo completo de todas as disciplinas dos cursos fundamental e médio, com proposta pedagógica em total consonância com o estabelecido pelo Ministério da Educação. O projeto contempla a implantação de toda uma infraestrutura computacional e de software, acesso a Internet, com treinamento de professores e multiplicadores, capazes de levar aos participantes a oportunidade de melhorar sua formação, aumentar suas chances de inclusão no mercado de trabalho tornando-os, de imediato, parte dos incluídos digitalmente no País. Local de execução: Região de Manaus, expansível a toda a Região Amazônica Manoel Dantas Barreto Filho [email protected] Telefone: (19) 3249-1702 Fax: (19)3249-1702 Clickideia Tecnologia Educacional LTDA. Endereço: Rua Francisca de Resende Merciai, 102 – Sala 03 São Paulo-SP Brasil CEP: 13084-195 Centro de cooperação em serviços tecnológicos e ambientais Marcos Hervé Pinheiro Júnior Proposta do projeto: Atualmente, a demanda por projetos tecnicamente bem elaborados e serviços ambientais de qualidade na Amazônia vem atraindo a atenção de instituições de outras partes do País e do mundo, que ofertam serviços ambientais e tecnológicos ou recursos para projetos e estudos locais. Visa a atender as expectativas para o desenvolvimento sustentável regional não só na demanda interna na elaboração de projetos, como também externa em políticas públicas compensatórias internacionais. A Amazônia por um lado esconde a maior biodiversidade e riquezas minerais do planeta, por outro as dificuldades em aproveitar os recursos estaduais, federais e internacionais destinados a programas que promovam o Desenvolvimento Sustentável Regional, como por exemplo: Projetos na Área Ambiental, Transferência de Tecnologias, Educação Ambiental, Inclusão Social, Cadeias Produtivas, Diagnósticos e etc. Comprova-se, assim, que há necessidade de desenvolver uma gestão integrada do capital intelectual regional, visando a diminuir significativamente a deficiência em número de projetos elaborados na região, não só para atender aos editais de programas do Governo Federal e garantir que tais recursos não retomem aos cofres da União, como também para canalizar recursos internacionais disponíveis de várias origens que poderão ser destinados a contribuir na promoção do Desenvolvimento Sustentável na Amazônia Trata-se de um Centro de Cooperação em Serviços Tecnológicos e Ambientais que usa o seu próprio capital intelectual agregando valor na formação de seus corpos discente e docente ofertando para o mercado serviços por meio de parcerias entre IPES públicas ou privadas na busca de soluções significantes, ao mesmo tempo oferecendo oportunidades de empregos e organizando o capital intelectual da instituição para produzir P&D de forma pragmática. O CCSTA se localizará dentro do Centro Universitário Nilton Lins em local estratégico em relação à recepção de visitantes interessados em parcerias e serviços prestados pela instituição. O Centro Universitário Nilton Lins espera provocar uma sinergia entre parceiros institucionais interessados em promover cjdesenvolvimento sustentável na Amazônia, criando uma espécie de “Clusters Institucional” para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A iniciativa criará não só uma receita para a instituição, oriunda de serviços stados à sociedade, como também absorverá os recursos nacionais e internacionais disponíveis por meio da Fundação Nilton Lins, mobilizando seu capital intelectual já existente, e utilizando o potencial latente do seu corpo discente na elaboração de estudos e projetos pertinentes ao desenvolvimento sustentável regional, gerando assim, um ambiente motivador e próspero para todas as partes e, como consequência, a sustentabilidade da proposta. Principais objetivos: Contribuir na promoção do desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de um Centro de Cooperação em Serviços Tecnológicos e Ambientais no Centro Universitário Nilton Lins, que promoverá a geração de recursos humanos com inteligência social, ambiental e econômica. Trata-se de uma Universidade que não só forme profissionais tecnologicamente competentes para o mercado, como também, tenha capacidade de ofertar serviços de qualidade de que a sociedade necessita para a solução de seus problemas mais complexos de forma pragmática, direcionando recursos importantíssimos que se perdem por incapacidade técnica dos municípios do interior do Amazonas na elaboração e execução de projetos. Em termos de desenvolvimento regional objetiva-se auferir competências em Políticas Públicas, Gestão Ambiental, Gestão Empresarial, Gestão do Conhecimento e em C&T&I; contribuir para promoção do Desenvolvimento Sustentável Regional por meio da Educação Ambiental e da transferência de tecnologias apropriadas e adaptadas; absorver recursos duais, federais e internacionais destinados ao Desenvolvimento Sustentável, como por exemplo: Gestão Ambiental, Produção Mais Limpa, Cadeias Produtivas, Biotecnologia, C&T e etc.; difundir tecnologias apropriadas e adaptadas para a melhoria da gestão ambiental comunitária do interior do Amazonas; garantir que as tecnologias difundidas sejam absorvidas pelas comunidades por meio de avaliações; criar condições de atender à atual demanda por estudos e projetos para a região do Amazonas por meio de uma receita oriunda dos serviços prestados ã sociedade; mobilizar o capital intelectual existente na instituição e o potencial latente do corpo docente na elaboração de estudos e projetos pragmáticos, gerando assim, um ambiente motivador e próspero para todas as partes e como consequência a sustentabilidade da proposta. Local de execução: Centro Universitário Nilton Lins Marcos Hervé Pinheiro Júnior [email protected] Telefone: 8115-0466 Fax: 643-2119 Centro Universitário Nilton Lins Av. Professor Nilton Lins 3.259 Parque das Laranjeiras Manaus-AM Brasil CEP: 69058-040 Qualificação sustentável para o conjunto Nova Cidade Marcos Paulo Cereto Proposta do projeto: A proposta visa à qualificação urbana e arquitetônica do conjunto Nova Cidade destacando a sustentabilidade urbana. O conjunto Nova Cidade estabelece um paradigma nas políticas públicas de habitação. A solução de uma necessidade habitacional (ou política?) sem nenhum aprofundamento de impactos e sem planejamento explicita a despreocupação com a qualidade urbana. A proposta do projeto visa a qualificar as moradias do conjunto com soluções simples para conforto ambiental e habitabilidade, buscando minimizar o consumo energético das unidades e a sustentabilidade na busca dos recursos naturais (chuva e sol) para gerar energia para a manutenção energética do conjunto. A proposta estabelece também uma busca de qualificação urbana valorizando as áreas degradadas buscando maximizar a permeabilidade do solo, além de humanizar os espaços urbanos, criando passeios, ciclovias e praças. Principais objetivos: Comprovar um modelo de sustentabilidade viável para a região; minimizar o consumo energético da cidade; melhorar a qualidade de vida do conjunto. Local de execução: Manaus Marcos Paulo Cereto [email protected] Telefone: 616-9846 Fax: 616-9800 Centro Universitário Luterano de Manaus – Ulbra Av.Solimões, 02 conjunto Atilio Andreazza Bairro Japiim II Manaus-AM Brasil CEP: 69077-730 Gestão social para organizações sócio-ambientais da Amazônia Maria Helena Berlinck Martins Proposta do projeto: O presente projeto propõe a realização de um curso de gestão social a 30 gestores de organizações não governamentais, além de 5 alunos da Universidade Federal do Amazonas, que tenham atuação na área sócio-ambiental, com ênfase na conservação e educação ambiental e no estímulo ao desenvolvimento de alternativas sustentáveis de geração de renda, preferencialmente aquelas de base comunitária sem fins lucrativos, localizadas na região de Manaus, Presidente Figueiredo, Iranduba, Rio Preto da Eva, Manacapuru e Careiro. O curso terá duração total de 60 horas, divididas em 2 módulos de 20 horas e mais 20 horas destinadas à elaboração de um projeto social. Principais objetivos: Objetivo geral – fortalecer as organizações sociais da região de Manaus, Presidente Figueiredo, Iranduba, Rio Preto da Eva, Manacapuru e Careiro de modo a aumentar a efetividade social das ações voltadas à adoção de alternativas sustentáveis de geração de renda e à educação ambiental. Objetivos específicos – possibilitar espaços de reflexão sobre a prática desenvolvida em cada organização, bem como sua missão e objetivos; instrumentalizar os gestores das organizações para o planejamento, execução e avaliação de projetos: possibilitar a disseminação e transferência de conhecimentos, princípios e conceitos sobre a gestão de projetos; promover o aprimoramento do desempenho das organizações; contribuir para a sustentabilidade das organizações com vistas ao desenvolvimento local sustentável; propiciar a integração entre as organizações não governamentais e os setores governamental, empresarial e acadêmico, através de parcerias e do estímulo à atuação em rede das organizações participantes. Local de execução: Manaus-AM Maria Helena Berlinck Martins [email protected] Telefone: 3829-0500 Fax: 3829-0517 Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária Av. Angélica, 626 São Paulo-SP Brasil CEP: 01228-000 Sustentabilidade do tecido da floresta Maria Valdecy Caminha Benicasa Proposta do projeto: Estruturação da produção e comercialização através da capacitação, agregação de valor, aumento e verticalização da produção do tecido da floresta, buscando, em curto prazo, a comercialização para a geração de renda e ocupação e, em longo prazo, melhoria nas condições de vida das famílias. Principais objetivos: Organização dos grupos familiares para a produção e comercialização; geração de renda e oportunidades; melhoria nas condições de vida das famílias; desenvolvimento local e regional. Local de execução: Município de Machadinho do Oeste a 353 Km da Capital do Estado de Rondônia Maria Valdecy Caminha Benicasa [email protected] Telefone: (69) 217-3805 Fax: (69) 217-3823 Serviço de Apoio às Mpe’s em Rondônia Av. Campos Sales, 3421 – Olaria Porto Velho-RO Brasil Projeto Ágora Max Fortunato Cohen Proposta do projeto: O objetivo geral deste trabalho é desenvolver uma estratégia de negócio, baseada num ambiente virtual, na ótica da gestão da informação e com o uso da tecnologia da informação, capaz de reduzir a assimetria de informação entre o comércio e a indústria de Manaus. Principais objetivos: O objetivo principal do projeto é aumentar o volume de negócios transacionados entre o comércio e a indústria de Manaus, a partir da redução da assimetria de informação entre as partes. Como objetivos secundários, tem-se: identificar as potencialidades existentes no âmbito do comércio (oferta) e as necessidades do mercado (demanda); colocar os micro e pequenos empresários locais em evidência, informando ao mercado as reais capacidades instaladas disponíveis; identificar possíveis novos negócios para a praça de Manaus, a partir da demanda não correspondida; disponibilizar indicadores econômicos aos formuladores de políticas públicas. Dessa forma, espera-se alcançar um incremento no PIB regional, aumento da renda regional, identificação das necessidades e potencialidades do mercado local e regional, geração de novos postos de trabalho, atração de investimentos, redução de custos (a partir da queda nos preços). Local de execução: Manaus Max Fortunato Cohen [email protected] Telefone: (92) 614-3030 Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica – Fucapi Av. Gov. Danilo Areosa, 381 – Distrito Industrial Manaus-AM Brasil CEP: 69075-351 Rede de colaboração solidária para industrialização e comercialização de produtos oriundos da pesca artesanal e da fruticultura extrativista e familiar Nicolau Priante Filho Proposta do projeto: Desde 2000, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) tem se empenhado em estabelecer uma forma ágil de garantir o sucesso de ações articuladas junto às comunidades de baixa renda, envolvendo pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento – Centro Federal de Educação Tecnológica de Cuiabá – atuando juntamente com empresas como o Sebrae, Supermercados Modelo, Distribuidora Krausburg e a Cooperativa de Pescadores e Artesãos de Pai André e Bom Sucesso (Coorimbatá). A ideia básica tem sido a execução de um projeto piloto que se utilize dessa articulação já conquistada, para se conseguir um “case” de sucesso envolvendo pesquisadores, grandes empresas de comercialização e de distribuição, atuando de modo integrado com empresas como o Sebrae e cooperativas baseadas na produção e processamento artesanal de produtos regionais, de modo sustentável. Com o sucesso desse projeto que envolve aspectos culturais, educacionais, técnicos, organizacionais e mercadológicos, o modelo seria difundido por todo o Estado ou até mesmo por outras regiões do País. Essa prática de Economia Solidária motivou a UFMT a ser a primeira universidade pública do Brasil a formalizar o seu apoio ao Programa Fome Zero, através do “Programa de Apoio à Mobilização Social do Programa Fome Zero em Mato Grosso – TALHER-MT”. A UFMT assume o papel de articuladora para a inclusão social de comunidades excluídas e/ou de baixa renda. O objetivo geral deste projeto é otimizar e ampliar uma infra-estrutura rural e agroindustrial de cultivo e processamento múltiplo já disponível, no processo de produção cooperativo, considerando: fruta “/n natura”, processamento de pescado, frutas desidratadas, barras de cereais, elaboração de geléias, doces em massa, frutas em calda e cristalizadas ou glaceadas, a partir da utilização das estruturas de empresas regionais, associações e de cooperativas de produtores de Mato Grosso. A Cooperativa COORIMBATÁ conta atualmente com 38 cooperados, sendo a maioria composta por pescadores e artesãos com baixo nível de escolaridade. No primeiro ano, pretende-se com este projeto ampliar para 200 o número de cooperados, para que possam usufruir diretamente da estrutura da Cooperativa. Esse público será constituído de 63 reeducandos, em regime semiaberto com tradição agrícola, da Unidade Prisional Agrícola de Palmeira, em torno de 40 famílias de assentados e pequenos produtores rurais e outras 50 famílias ribeirinhas da Baixada Cuiabana, todos estes já identificados através de ações organizadas pelo Talher-MT Essas famílias estarão envolvidas diretamente nos processos produtivos de processamento de pescado e de frutas. Com a execução do orçamento do projeto, a Coorimbatá passaria a ter uma estrutura que possibilitaria alcançar um faturamento bruto anual advindo dessas atividades, na ordem de 2 milhões de reais, valor dez vezes superior ao estimado para o ano de 2004, gerando uma receita média mensal, por família, de R$ 600,00. Além disso, outras 56 famílias que têm as suas mangueiras demarcadas seriam beneficiadas, mesmo que de forma sazonal, pela comercialização direta das mangas agora certificadas como produto orgânico ou ainda como matéria prima para a unidade de processamento. A distribuição da renda na cooperativa representaria 72% do faturamento bruto, o que só é possível em sistemas de redes solidárias, onde o custo passa a ser remuneração de um parceiro criando laços que potencializam a sinergia coletiva. Os recursos aqui solicitados, que estão na ordem de R$500.000,00, representam um investimento de R$2.000,00 por família beneficiada, valor este relativamente baixo quando analisado a luz do objetivo de oportunizar a autonomia financeira dessas famílias, a partir do momento que estas se integram à Rede Solidária. O investimento será distribuído, em linhas gerais, nos seguintes itens: – equipamentos (R$ 215.000,00 – 43%) – pessoal (R$ 93.600,00 – 20%), – custeio organizacional (R$ 90.000 – 16,5%) – divulgação (R$ 52.500,00 – 10,5%) – custeio para produção (R$ 49.000,00 –10%). Vale ressaltar ainda a enorme contrapartida existente no conjunto das instituições partícipes da Rede, em aspectos materiais e principalmente em recursos humanos, o que valoriza ainda mais o investimento aqui solicitado. Principais objetivos: Consolidar uma Rede de Colaboração Solidária que promova o bem viver das comunidades envolvidas e o desenvolvimento ecológico e socialmente sustentável expandindo novas relações de produção e consumo onde as características locais devem ser respeitadas; incentivar a formação e a regularização de pequenas cooperativas e associações de pequenos agricultores e de pessoas de baixa renda; criar e adotar estratégias de marketing de produtos artesanais, que possam ser difundidos no Estado de Mato Grosso, de modo a garantir a comercialização dos produtos de cooperativas de pescadores, artesãos e pequenos produtores rurais; otimizar e ampliar a infraestrutura rural e agroindustrial de cultivo e processamento múltiplo já disponível, no processo de produção cooperativo, considerando: fruta “in natura”, processamento de pescado, frutas desidratadas, barras de cereais, elaboração de geleias, doces em massa, frutas em calda e cristalizadas ou glaceadas, a partir da utilização das estruturas de empresas regionais, associações e de cooperativas de produtores de Mato Grosso; integrar e dar suporte para empresas da região, na viabilização de alternativas de produção para pequenos produtores rurais e pescadores, de modo a gerar produtos de qualidade para serem comercializados nas grandes redes de supermercados e/ou que possam ser exportados para outros Estados e/ou países; fomentar o desenvolvimento da agroindústria no Estado através da geração de tecnologia de baixo custo, agregando valor às frutas regionais em processo extrativista sustentável, no caso da manga; melhoria quantitativa e qualitativa na sensação de tranquilidade e confiança na realização de trabalho. Local de execução: UFMT/Cooperativa Coorimbatá/Banavita Produtos Alimentícios Ltda./ Quilombo Mata Cavalo/Supermercados Modelo/Unidade Prisional Agrícola de Palmeiras Nicolau Priante Filho [email protected] Telefone: (65) 661-3681 Fax: (65) 615-8738 Universidade Federal de Mato Grosso Rua dos Eucaliptos, N. 7 Quadra 15, J. Das Palmeiras Cuiabá – MT Brasil CEP: 78080-130 Tecnologia do pescado aplicada ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do Estado do Amazonas Nilson Luiz de Aguiar Carvalho Proposta do projeto: O Estado do Amazonas conta com acesso a uma grande quantidade de recursos pesqueiros, porém se observa que esses recursos não são plenamente aproveitados em razão de problemas em seu sistema de infraestruturas de mercado e distribuição, limitando-se o consumo por certos hábitos alimentares da população ou ainda pela falta de informação sobre as características do mercado e as preferências dos consumidores. A pesca para consumo humano é uma das atividades mais antigas na Região Amazônica, e de seus produtos depende a maior parte da proteína animal consumida no Estado do Amazonas. Com a implantação, nas últimas décadas, de indústrias de beneficiamento de pescado para exportação, vem-se despertando o interesse no aproveitamento dos resíduos produzidos uma vez que o produto final exportado, em geral, é na forma de blocos de filés congelados. Uma alternativa viável para esse problema é a aplicação de técnicas visando o aproveitamento desses recursos, o que trará formas alternativas viáveis através de uma atividade rentável economicamente a toda a comunidade envolvida na atividade pesqueira, pois além de gerar mais empregos pode dar condições para resolver problemas do setor. Embora a fauna pesqueira do Amazonas seja bastante diversificada, grande parte do esforço de pesca está concentrado nas cinco principais espécies (jaraqui, tambaqui, matrinchã, curimatã e pacu), as quais atendem ao consumo da população de Manaus e são todas espécies de escama. O processo de industrialização dessa matéria prima é incipiente, pois a linha de produção e beneficiamento é dirigida aos grandes bagres (peixes de pele). Uma das principais atividades econômicas da região é a pesca artesanal que contribui sobremodo para a economia local. Todo esse rico ambiente abriga uma grande quantidade de espécies de peixes, características da biodiversidade amazônica que podem ser exploradas racionalmente, gerando emprego e bem-estar para a população nativa. As perspectivas de melhores condições socioeconômicas na Região Amazônica estão diretamente relacionadas com o melhor aproveitamento de suas riquezas naturais por meio do desenvolvimento de pesquisas tecnológicas adequadas. Embora o setor pesqueiro venha respondendo positivamente, ao contribuir no suprimento alimentar da maior parte da população do Estado, essas potencialidades não são adequadamente utilizadas, dificultando seu aproveitamento em termos econômicos. Por outro lado, o desconhecimento de tecnologias adequadas, a deficiência no manuseio e o uso inadequado do gelo têm acelerado o processo de deterioração do pescado, levando a perdas significativas, estimadas entre 20 a 30% da captura. Outro fato importante é a seletividade da pesca, que recai sobre algumas espécies da preferência popular, em detrimento a um grande número de espécies subutilizadas e de baixo valor comercial. As pesquisas tecnológicas desenvolvidas na Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos (CPTA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) na área de Tecnologia de Pescado visam ao conhecimento das alterações bioquímicas e microbiológicas de muitas espécies de peixes, além de grande variedade de processos tecnológicos apropriados para espécies amazônicas de água doce e procedente da piscicultura. Possui também uma equipe de pesquisadores especializados, com nível de doutorado e mestrado, com suficiente experiência junto às empresas de pesca e no treinamento de alunos, técnicos e pequenos produtores. Os técnicos da CPTA possuem experiência internacional adquirida junto aos programas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), treinando técnicos e professores em vários países da África e das Américas Central e do Sul. Tais cursos e treinamento visam a capacitar formadores e treinar técnicos para produção de alimentos de baixo custo, visando ao desenvolvimento de microempresas e produção institucional de alimentos. O aproveitamento mais racional desse recurso passa pela aplicação de tecnologias alternativas rentáveis economicamente despertando o interesse empreendedor dessa atividade na transformação de produtos pesqueiros através da agregação de valor ao pescado e, além disso, pode gerar mais empregos dando condições para o setor pesqueiro diversificar a produção de espécies de baixo valor comercial. A proposta destina-se a aplicar tecnologias de transformação ao pescado de maneira que possa propor alternativas para a diversificação de consumo através da elaboração de produtos à base de pescado, incentivando a captura de diversas espécies de peixes pouco exploradas, para serem beneficiada na forma de produtos acabados, em maior escala tais como: fishburguer, palito de peixe; quibe de peixe; bife de peixe e “nuggetes” empanados. Como consequência dos resultados deste trabalho, em longo prazo, objetiva-se também provocar uma mudança nos hábitos no consumo de pescado através da transferência de tecnologia disponível ao setor produtivo do Município de Manaus, como um protótipo que poderá levar à implantação de unidade de beneficiamento de pescado em vários outros municípios do Estado do Amazonas. As unidades atuariam, principalmente, na transformação de várias espécies de pescado pouco consumidas em produtos elaborados que sejam de fácil aceitação por parte do consumidor amazonense e também na sua utilização como importante fonte de proteína na merenda escolar regionalizada, aumentando as oportunidades de empregos na região. Espera-se que os resultados deste projeto contribuam para o aproveitamento de nossos recursos pesqueiros e o desenvolvimento de uma unidade de beneficiamento de produtos formulados de pescado no interior do Estado do Amazonas. Principais objetivos: Dentre os objetivos a serem alcançados busca-se a obtenção de uma estimativa da aceitação que o conceito de novos produtos à base de pescado terão no mercado e confrontá-los com os produtos competidores. Também se pretende conhecer a maneira que os consumidores percebem as diferentes apresentações dos produtos dentro da categoria determinada, assim como o posicionamento específico de cada novo produto segundo sua associação com diversos atributos relevantes para sua avaliação. O comportamento dos consumidores ante um determinado produto do mercado está relacionado com a imagem que se tenha sido formada dele mesmo, seja através da publicidade do produto ou através de referências de terceiros. Considerando que as apresentações desses produtos não são conhecidas, é necessário obter as reações dos compradores potenciais e avaliar a imagem e posicionamento desses produtos. Como consequência dos resultados deste trabalho, em longo prazo, objetiva-se também provocar uma mudança nos hábitos no consumo de pescado através da transferência de tecnologia disponível para o setor produtivo, o que poderá levar à implantação de unidades de beneficiamento de pescado em vários municípios do Estado do Amazonas. As unidades atuariam, principalmente, na transformação de várias espécies de pescado pouco consumidas em produtos elaborados que sejam de fácil aceitação por parte do consumidor amazonense e também sua utilização como importante fonte de proteína na merenda escolar regionalizada. Os objetivos específicos a serem alcançados como consequência dos resultados a serem obtidos na execução desse projeto são: estimular a geração de empregos, através de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do pescado no Estado do Amazonas, promovendo o desenvolvimento rural, de modo sustentável, valorizando as vocações produtivas regionais e suas potencialidades; suprir o mercado consumidor com produtos elaborados à base de pescado, integrado a produção, estimulando o processo de comercialização dos produtos oriundos do setor pesqueiro estadual para o mercado interno e externo estimulando a economia da região com incremento da produção e geração de atividades econômicas; implementar, na prática, os estudos e pesquisas existentes nos Institutos de Pesquisa destinados à identificação de potencialidades sócio-econômicas e ambientais, propondo estratégias e ações compatíveis; fortalecer as empresas que atuam na cadeira produtiva do pescado na região, a partir da mobilização do seu potencial, bem como viabilizar a produção e a comercialização dos produtos elaborados; difundir tecnologias compatíveis que viabilizem agronegócios, utilizando sistemas de produção competitivos ecologicamente adequados e socialmente desejáveis, proporcionando maior nível de auto-sutentabilidade e competitividade da unidade produtiva; verticalizar as atividades da cadeia produtiva do pescado promovendo agregação de valor aos produtos elaborados gerando informações mercadológicas sobre todos os agentes da cadeia produtiva do pescado objetivando a ocupação de mão de obra no meio rural. Local de execução: Manaus Nilson Luiz de Aguiar Carvalho [email protected] Telefone: 656-6834 Fax: 643-1846 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa Av. Tarumã, 525 – Centro Manaus – AM Brasil CEP: 69052-040 Projeto de criação da reserva de desenvolvimento sustentado do Igarapé-Açu/AM Noeliana Rodrigues Laurido Proposta do projeto: Igarapé-açu se localiza no Município de Coari/AM, possuidor de rara beleza cênica e detentor de um inestimável patrimônio genético pela diversidade dos ecossistemas e biota, possuindo todos os requesitos para se transformar em área protegida, como determina o art. 225 da Constituição Federal; além da proteção do meio ambiente, o projeto irá implementar o turismo ecológico gerando benefícios para toda a sociedade. Principais objetivos: Preservar o meio ambiente, estimulando os valores artesanais locais, desenvolver pesquisas científicas, estimular a prática de turismo e trabalhar a educação ambiental. Local de execução: Coari no Amazonas Noeliana Rodrigues Laurido [email protected] Telefone: 663-7726 Fax: 663-7726 Pesquisadora Particular Rua Rio Solimões 9 São Sebastião Aleixo Manaus-AM Brasil CEP: 69067-570 Avaliação e quantificação da contaminação por aflatoxinas e selênio para a melhoria da qualidade da cadeia agroindustrial de castanha-do-brasil Otniel Freitas-Silva Proposta do projeto: Avaliação e quantificação da contaminação por aflatoxinas e selênio para a melhoria da qualidade da cadeia agroindustrial de castanha do Brasil. Cerca de 10% da castanha do Brasil exportada para o mercado Europeu têm sido devolvidas em razão do elevado índice de contaminação por aflatoxinas. A proposta em questão visa a atender ao segmento de produção, comercialização e exportação da castanha do Brasil quanto ao monitoramento da contaminação da amêndoa e da casca de castanha por fungos aflatoxigênicos e por aflatoxinas produzidas durante o processo de beneficiamento. O aproveitamento do óleo e adequação de metodologia para detecção de aflatoxinas em castanha contaminadas por aflatoxinas serão também enfocados. Será efetuada a composição química dos óleos e níveis de selênio em castanhas de diferentes regiões (Oriximiná, no Pará, e Brasiléia, no Acre) com elevados potencial produtivo de castanha e nível de organização dos agentes extrativistas. Serão realizadas visitas técnicas às regiões produtoras para coleta de amostras e um diagnóstico das possíveis causas de contaminação e seu controle e com a aplicação de check list, coletas de amostras para realização de análises micológicas e micotoxicológicas em pontos da cadeia. Serão adaptados e desenvolvidos secadores e quebradores para a melhoria do processo de secagem e armazenagem. Os resultados obtidos irão compor um banco de dados e poderão ser utilizados no estabelecimento de medidas e procedimentos para minimizar o desenvolvimento dos fungos e a síntese de aflatoxinas na castanha, a fim de atender às demandas dos mercados. Principais objetivos: Identificar os pontos críticos de contaminação da castanha por afiatoxinas, definir a viabilidade técnica de aproveitamento de lotes contaminados para fim agroindustrial e o estudo de selênio nas regiões de coletas de castanha, bem como o aprimoramento do maquinário utilizado no processamento agroindustrial (secagem, quebra e armazenamento). Local de execução: Acre, Pará e Rio de Janeiro Otniel Freitas Silva [email protected] Telefone: 2410-9645 Fax: 2410-1090 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Agroindústria de Alimentos Av. das Américas, 29501 Rio de Janeiro – RJ Brasil CEP: 23020-470 O uso de crajirú em formas farmacêuticas ginecológicas Schubert Pinto Proposta do projeto: Do levantamento bibliográfico e principalmente da informação cabocla popular, concluímos que o crajirú foi e continua sendo usado como remédio (medicamento) para tratamento de inflamação ginecológica das mulheres amazônicas, através do tradicional BANHO DE ASSENTO. Atualmente trabalhos científicos desenvolvidos no curso de Farmácia da Ufam comprovam a sua atividade farmacológica antiinflamatória e cicatrizante, bem como a sua segurança de uso. A PHARMAKOS D’AMAZÔNIA se propõe a desenvolver formas farmacêuticas de uso ginecológico a partir da planta crajirú, representando este um produto FOTOTERÁPICO ESSENCIALMENTE NATURAL, em substituição a outros produtos (Albocresil, Ginoflorax, outros) quimioterápicos, com a vantagem de apresentar um baixo efeito colateral e um custo reduzido. O projeto se enquadra nos objetivos das plataformas tecnológicas regionais (APL– Arranjo Produtivo Local), projeto ZONA FRANCA VERDE do Governo do Estado do Amazonas e visa à geração de divisas para o Estado do Amazonas, geração de empregos, e fixação do homem no campo para a produção e cultivo de plantas medicinais Amazônicas. Principais objetivos: Cultivo de plantas medicinais amazônicas previamente selecionadas; elaboração de medicamentos fitoterápicos e fitocosméticos para tratamento de infecções e/ou inflamações vaginais, utilizando matéria-prima regional e know-how genuinamente amazônico, gerando benefícios econômicos para a região; fornecimento de plantas medicinais certificadas (folha de raízes) para atender à demanda das indústrias de fitoterápicos e fitocosméticos regionais, nacionais e internacionais; fixação do homem no campo para cultivo das espécies de interesse medicinais. Local de execução: Pharmakos D’Amazônia Schubert Pinto [email protected] Telefone: (92) 613-6563 Fax: (92) 613-3120 Pharmakos D’Amazônia Av. Gen. Rodrigo Otávio, 1866 Distrito Industrial Manaus – AM Brasil CEP: 69073-620 Utilização de casquilho do guaraná para a fabricação de extrato para refrigerantes Rivaldo Gonçalves de Araújo Proposta do projeto: O proponente desenvolveu o processo de utilização do casquilho, que é um componente rtado durante o beneficiamento do guaraná em pó. O processo necessita de aperfeiçoamento tecnológico para produção em escala industrial. Principais objetivos: O objetivo do projeto é melhorar o processo tecnológico para a produção em escala industrial. Local de execução: Manaus-AM Rivaldo Gonçalves de Araújo [email protected] Telefone: (92) 237-1823 Fax: (92) 237-1823 Agrorisa Produtos Alimentícios Naturais Ltda. Av. Rodrigo Otávio, 1866 – Distrito Industrial Manaus – AM Brasil CEP: 69073-620 Geração de trabalho, de forma autossustentável Rosalvi Maria Teófilo Monteagudo Proposta do projeto: Sugere a geração de trabalho, via software, e fixar o homem em seu local de trabalho. A autonomia na organização da Empresa com distribuição de renda. Principais objetivos: Gerar trabalho; organizar o socioeconômico; fixar o homem em seu local de trabalho. Local de execução: São Paulo Rosalvi Maria Teófilo Monteagudo [email protected] Telefone: (11) 3742-8505 Fax: (11) 3742-8505 Associação Beneficente para o menor/ Revisão para uma proposta socioeconómica São Paulo-SP Brasil CEP: 05651-030 Melhoramento genético de bananeira Sebastião de Oliveira e Silva Proposta do projeto: A bananeira é cultivada de Norte a Sul do País e praticamente toda fruta produzida é comercializada no mercado interno. A maioria dos bananicultores é composta por pequenos produtores, que utilizam a banana como fonte de renda em seu orçamento. As principais cultivares utilizadas são suscetíveis a pragas e doenças, pouco produtivas e apresentam porte alto. O Projeto visa a estudar a herança da resistência à Sigatoka, mediante a avaliação de populações diplóides segregantes, a isolar genes de resistência, a construir mapas genômicos, obter novos genótipos de bananeira por hibridação e outros métodos não convencionais, bem como a avaliar os caracteres agronômicos e organolépticos e de resistência às sigatokas de novos híbridos de bananeira em diferentes locais e a variabilidade genética de Mycosphaerella no Brasil. Serão obtidas populações segregantes a partir de cruzamentos de genótipos diplóides (AA) contrastantes para resistência à Sigatoka. Progénies dessas populações serão inoculadas com os agentes causais das sigatokas selecionando-se aquelas que apresentarem segregação mendeliana esperada, as quais serão utilizadas para o estudo de marcadores moleculares e construção de mapas. Utilizando a técnica de DD-RT-PCR, genes de resistência às sigatokas negra e amarela serão identificados e isolados por meio de extração de RNA de bananeiras resistentes e suscetíveis, e mediante análise de ESTs e RGAs de um genótipo resistente. Novos genótipos com diferentes níveis de plóidia serão obtidos por hibridação, mutação, transgenia, fertilização in vitro, hibridação somática e duplicação do número de cromossomos. Para seleção de híbridos diplóides resultantes do melhoramento por hibridação, empregar-se-á a técnica do índice de seleção. Genótipos promissores serão submetidos a avaliações físico-químicas e organolépticas. Os pré-selecionados e com potencial de recomendação serão avaliados em diferentes agroecossistemas. Análises sensoriais serão efetuadas em variedades já recomendadas. Ao finalizar a presente proposta, espera-se dar um salto qualitativo no melhoramento genético da bananeira, mediante conhecimento da herança da resistência, definição de marcadores ligados a genes de resistência, construção de mapas genômicos, ajuste de novos métodos de obtenção de híbridos, avaliação da variabilidade da Mycosphaerella e identificação de genes de resistência com possibilidade de redirecionar as atividades do programa. Espera-se ainda recomendar no mínimo uma nova cultivar selecionada a partir de avaliações agronômicas, sensoriais e de resistência à doença. Principais objetivos: Estudar a herança da resistência à Sigatoka-amarela e à Sigatoka-negra da bananeira; identificar genes de bananeira ligados à resistência a doenças; criar genótipos diplóides e tetraplóides de bananeira com boas características de produtividade, porte baixo e resistentes às principais doenças; gerar materiais resistentes ao moko mediante o uso da tecnologia de transformação genética; selecionar cultivares de bananeira com boas características agronômicas e de qualidade de fruto, porte e ciclo reduzidos, alta produtividade e resistentes a doenças; garantir a participação do Brasil no Global Musa Genomics Consortium, coordenado pela Rede Internacional de Melhoramento de Banana e Plátano – Inibap. Local de execução: Todo o Brasil Sebastião de Oliveira e Silva [email protected] Telefone: (75) 621-8060 Fax: (75) 621-8096 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Rua Embrapa, s/n Cruz das Almas – BA Brasil CEP: 44380-000 Gel dental à base de óleos medicinais da Amazônia Sonia Maria Braga Elisângela P. Queiroz Paulo Roberto Costa Proposta do projeto: Elaboração de uma fórmula de gel para incorporação de óleos essenciais com fins fitoterápicos. Principais objetivos: Estudar formulações farmacêuticas de uso externo em forma de gel para emprego de óleo de copaiba e andiroba; selecionar diferentes técnicas, inclusive modificar com óleo de andiroba e copaíba; garantir a qualidade da andiroba e copaíba. Local de execução: Farmácia Escola/CUNL Sonia Maria Braga; Elisângela P. Queiroz e Paulo Roberto Costa [email protected] Telefone: 643-2119 Fax: 643-2119 Fundação Nilton Lins Av. Professor Nilton Lins Manaus – AM Brasil CEP: 69000-000 Comparação entre tecnologias de gaseificação de biomassa existentes no Brasil e no exterior e formação de recursos humanos na Região Norte – Gaseifamaz Suani Teixeira Coelho Proposta do projeto: O projeto Gaseifamaz, financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP/CT-ENERG, convênio n.° 23.01.0695.00, é uma parceria entre o Cenbio – Centro Nacional de Referência em Biomassa, BUN – Biomass Users Network do Brasil, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas e a UA – Universidade do Amazonas. Esse projeto tem como objetivo central o estudo da geração de energia elétrica através da tecnologia de gaseificação de biomassa, importada do Indian Institute of Science – IISc, e implementação dessa tecnologia em comunidades isoladas na região Norte do País, de maneira sustentável, oferecendo uma alternativa aos combustíveis fósseis. O projeto visa a avaliar as condições de operação desse sistema de gaseificação/limpeza de gases e geração de energia elétrica e transferir a tecnologia para o Brasil, colaborando com as instituições que já trabalham nessa área e permitindo a formação de recursos humanos na região Norte do País, capacitando pessoal local na operação e manutenção desse sistema. Principais objetivos: Os principais objetivos do projeto Gaseifamaz são: testar a tecnologia de gaseificação de biomassa, importada do Indian Institute of Science – IISc; adaptar essa tecnologia à realidade das comunidades isoladas brasileiras; instalar esse sistema em uma comunidade isolada para a geração de energia elétrica, oferecendo uma alternativa aos combustíveis fósseis e; capacitar pessoal local na operação e manutenção desses sistemas. Local de execução: O sistema de gaseificação foi instalado no assentamento Aquidabam, no Município de Manacapuru, no Estado do Amazonas Suani Teixeira Coelho [email protected] Telefone: (11) 3091-2649 Fax: (11) 3091-2649 Centro Nacional de Referência em Biomassa – Cenbio Av. Prof. Luciano Gualberto, 1289 Cidade Universitária São Paulo – SP Brasil CEP: 05508-010 Recomposição da mata ciliar do riacho Ajuricaba na região oeste do Estado do Paraná Ubirajara Contro Malavasi Proposta do projeto: Devido às atividades agrícolas, o Estado do Paraná, em especial a região oeste do Estado, apresenta déficit na cobertura vegetal ao longo dos cursos d’água. A recomposição dessa vegetação, denominada de vegetação ou mata ciliar promove inúmeros benefícios diretos e indiretos à agricultura, à flora e à fauna, assim como a sociedade humana. O objetivo do projeto é recompor a mata ciliar nas duas margens do riacho Ajuricaba em uma extensão de 7 quilômetros. As atividades previstas incluem: detalhamento das condições da vegetação em área de domínio ciliar; detalhamento dos passivos ambientais na área legal de domínio ciliar; educação ambiental dos proprietários/produtores lindeiros ao riacho; construção de cerca delimitando área de domínio ciliar; revegetação das margens. Principais objetivos: Recompor as nascentes e as margens do riacho Ajuricaba localizado no Município de Mal. Cândido Rondon, região oeste do Estado do Paraná. Objetivos específicos: Localização das propriedades rurais; diagnóstico das propriedades rurais; educação ambiental dos proprietários, produtores e familiares; formação de mudas florestais; educação ambiental da sociedade local e adjacente; implantação de cerca; plantio de mudas; replantio de mudas; tratos culturais; divulgação dos resultados, experiências e dificuldades. Local de execução: Riacho Ajuricaba, Mal. Cândido Rondon, PR Ubirajara Contro Malavasi [email protected] Telefone: (45) 254-3216 Fax: (45) 254-3216 Universidade Estadual do Oeste do Paraná Rua Pernambuco, 1777 Marechal Cândido Rondon – PR Brasil CEP: 85960-000 Biossólido como fertilizante orgânico no cultivo inicial do Eucalyptus Grandis Hill Ex Maiden Valdemir Aleixo Proposta do projeto: Atualmente encontramos alguns problemas com relação aos desmatamentos de florestas nativas e ciliares que servem o mercado madeireira. Outro problema bastante sério nas cidades é a quantidade de biossólido gerado pelas ETE’s, que muitas vezes tem seu uso de maneira indisciplinada. Levando em consideração essa problemática, a proposta deste projeto de pesquisa é abordar aspectos da aplicação de biossólido como fertilizante orgânico, tendo como cultivar de interesse o Eucalyptus grandis. A dispersão de biossólidos em povoamentos florestais tem a conveniência de não estar voltado para alimentação humana ou animal, diminuindo, portanto, os riscos de contaminação do homem. Principais objetivos: Pesquisar a viabilidade e o desempenho do biossólido como fertilizante orgânico no crescimento inicial de E. grandis. Aumento do crescimento inicial nas variáveis de interesse. Aproveitamento dos resíduos urbanos, reduzindo a poluição e o impacto ambiental causado por estes. Dos objetivos e benefícios citados, podemos considerar como indiretos reduzir o custo para adubação e também o potencial produtivo dessa espécie e suprir se não o total, mas parte da demanda do mercado madeireiro. Local de execução: O experimento será conduzido em área coberta na Casa de Vegetação Dr. Antônio Carlos Pessoa, campo experimental da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, Município de Marechal Cândido Rondon – PR Valdemir Aleixo [email protected] Telefone: (45) 278-5248 Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste Rua: Cerro Largo, 560 Toledo-PR Bairro: Jardim Porto Alegre Brasil CEP: 85906-080 Programa de desenvolvimento sustentável do gasoduto Coari-Manaus Virgílio Maurício Viana Proposta do projeto: O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Gasoduto Coari-Manaus foi concebido para promover o desenvolvimento sustentável das comunidades residentes na área de influência do Gasoduto Coari-Manaus, como estratégia de mitigação dos impactos do empreendimento, em três frentes de atuação: promoção da cidadania, geração de renda e conservação do meio ambiente. Os componentes do Programa são: coordenação e avaliação; diagnóstico e planejamento participativo; ações de apoio à geração de renda em comunidades rurais; ações estruturantes para o desenvolvimento sustentável; ações de apoio à gestão ambiental das sedes municipais do interior e; apoio ao uso do gás veicular em Manaus. O atual Governo do Estado do Amazonas, em forte articulação com o Governo Federal, ampliou o diálogo com os vários atores da sociedade civil e organizada, delegando à Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS a tarefa de coordenar o processo de discussão do Programa de Desenvolvimento Sustentável para as comunidades situadas na área de influência do Gasoduto Coari-Manaus. Esse novo paradigma consiste em conduzir um processo que não apenas mitigue e compense os impactos do empreendimento, mas que, ao mesmo tempo, produza ganhos sociais, econômicos e ambientais à sua zona de influência. Entre as evoluções realizadas e apresentadas pelo referido Programa, destacam-se: a implantação de um Modelo de Gestão que indica os diferentes níveis de envolvimento e participação das Instituições Parceiras na condução do Programa; o desenvolvimento de um marco conceituai para acompanhar o progresso das comunidades ao longo da execução do Programa, através de indicadores de desempenho associados a um Roteiro de Sustentabilidade, composto por diversas dimensões sociais, econômicas e ambientais; o planejamento da ação de diagnóstico participativo para os sete municípios envolvidos. Para alcançar os objetivos do Programa, a estratégia de implementação será fundamentada nos seguintes componentes: coordenação, monitoramento e avaliação; diagnóstico e planejamento participativo; ações de apoio à geração de renda em comunidades rurais; ações estruturantes para o desenvolvimento comunitário sustentável; ações de apoio à gestão ambiental das sedes municipais do interior e; apoio ao uso do gás veicular em Manaus. Principais objetivos: Promover o desenvolvimento sustentável das comunidades residentes na área de influência do Gasoduto Coari-Manaus, como estratégia de mitigação dos impactos do empreendimento, em três frentes de atuação: promoção da cidadania, geração de renda e conservação do meio ambiente. Implementar um modelo de gestão do Programa que permita o acompanhamento e redirecionamento constante das ações para superar as barreiras e atingir as metas estabelecidas; identificar as potencialidades econômicas e os principais problemas relacionados à produção e às propostas de solução, por município e uma amostra com 58 comunidades rurais; aprofundar o diagnóstico para obter detalhes sobre o estágio de sustentabilidade das comunidades, a fim de planejar os programas e alocar os recursos de forma eficiente, priorizando as ações a serem implementadas em cada comunidade; apoiar projetos que promovam a organização comunitária, com vistas à seleção e apoio às iniciativas de produção sustentável, com foco nas atividades florestais, pesqueiras e similares, além de manejo sustentável de recursos naturais, com alto impacto de mercado e disseminador de ocupação e renda; implantar, ampliar e implementar um conjunto de ações estratégicas e articuladas com as Secretarias de Estado e outras instituições públicas, definidas com as comunidades e suas organizações, desenvolvendo ações em conformidade com as especificidades e demandas locais; apoiar projetos de gestão integrada de resíduos sólidos, inclusão digital, comunicação comunitária, educação ambiental e profissional, de acordo com as demandas identificadas e as potencialidades de cada localidade selecionada; apoiar a utilização do GNV em escala experimental em Manaus. Local de execução: Em 127 comunidades no Estado do Amazonas, distribuídas nos municípios de Coari, Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga, Manacapuru e Iranduba Virgílio Maurício Viana [email protected] Telefone: 643-2365 Fax: 642-8898 Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Rua Recife, 3280 – Parque 10 Manaus – AM Brasil CEP: 69050-030 Pastoral da Criança Zilda Arns Neumann Proposta do projeto: A Pastoral da Criança é uma rede de solidariedade formada mais de 242 mil pessoas capacitadas, trabalhando voluntariamente em todo o Brasil, no combate à desnutrição e à mortalidade infantil e colaborando para a melhoria da qualidade de vida das crianças brasileiras. É um serviço de ação social da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acompanha gestantes e crianças em bolsões de pobreza e miséria de todo o País, independente de cor, raça, crença religiosa ou política. Principais objetivos: A Pastoral da Criança desenvolve uma série de ações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania em favor da gestante e do desenvolvimento integral da criança. Os familiares das crianças acompanhadas, especialmente as mães, aprendem a valorizar e trabalhar com vigilância nutricional, a identificar problemas de desnutrição, fortalecer o aleitamento materno, alimentação enriquecida, controle de doenças respiratórias e diarreia, uso do soro caseiro, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e de acidentes domésticos, e outras ações que propiciam condições saudáveis para o desenvolvimento da criança. A Pastoral da Criança desenvolve ações simples, baratas e facilmente aplicáveis, para chegar nas comunidades que mais necessitam de apoio. Local de execução: Região Amazônica Zilda Arns Neumann [email protected] Telefone: (41) 336-0250 Fax: (41) 336-9940 Pastoral da Criança Rua Jacarezinho 1691 Curitiba-PR Brasil CEP: 80810-900 Propostas selecionadas para serem agraciadas com o Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 Categoria: Ambiental 1.° colocado: Suani Teixeira Coelho Estado: São Paulo Título: Comparação entre tecnologia de gaseificação de biomassa existentes no Brasil e no exterior e formação de recursos humanos na região Norte – Gaseifamaz Instituição: Centro Nacional de Referência em Biomassa – Cenbio 2.° colocado: José Carlos Martins Brandão, Ronisley da Silva Martins, Jader Marconi e A.Portela e Jesuéte Pacheco Brandão Estado: Amazonas Título: Sistemas Agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento Tarumã Mirim: comunidade Agrícola de Tarumã-Açu Instituição: Universidade Estadual do Amazonas 3.o colocado: Décio Ferreira de Oliveira Estado: Rio de Janeiro Título: Projeto experimental para compostagem Instituição: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil-Senai-Cetiqt Comparaçção entre teecnologias de gaseificaação de bio omassa exisstentes no B Brasil e no exterior e formação de recurssos humano os na Regiã ão Norte Prof. Dra.. Suani Teixeiira Coelho Cenb bio – Centro Nacional N de R Referência em Biomassa suani@ @iee.usp.br ução 1. Introdu m a maior parte p das coomunidadess brasileiras As regiões Noorte e Nordeeste do Paíss concentram o de energiaa elétrica. É de conhecimento dos pesquisado ores da áreaa sem acessoo à rede de distribuição energética que essa questão é antiga a e quue as soluçções adotadas têm se mostrado, com muitaa BIO, 2001).. frequênciaa, insatisfatóórias (CENB Om modelo de fornecimen f to de energgia elétrica adotado parra as demaiis regiões do d País não atende às ccaracterísticcas peculiarres dessas rregiões. A produção p ceentralizada dde energia elétrica e a posterior ddistribuição através de redes r de trannsmissão sãão praticameente inviáveeis em um ceenário ondee os consum midores estãoo espalhado os por uma rregião muito extensa. A ggrande maiooria das com munidades qque dispõem m de sistem mas de geraçção de enerrgia elétricaa localizada está baseaada em mottor a óleo ddiesel. Aco ontece que, nessas com munidades, o custo dee transporte desse combbustível, dad das as granddes distânciaas a serem percorridas, p , chega a dobrar. Dessaa forma, o emprego de d unidades de geraçção de eneergia elétricca de pequueno porte utilizando massa, podee vir a ser uma u alternaativa econo omicamente combustívveis regionaais, por exemplo, biom viável paraa essas locaalidades. F Figura 1 – Co omunidade isoolada na região o de Mamirau uá/AM. F Fonte: CENBIO, 2003. Meesmo que os grandes cen ntros consum umidores da região sejam m abasteciddos por outraas fontes dee energia – como é prrevisto paraa Manaus ccom o abasstecimento de gás nattural, viabillizado pelaa construçãoo de um gaasoduto – as a comuniddades isolad das ainda dependerão d do diesel, que é um m combustívvel caro. Aléém disso, a geração dee eletricidad de em comu unidades isooladas não é atrelada a nenhuma aatividade prrodutiva e o consumoo do óleo diesel se torrna um elem mento signiificativo no orçamentoo dessas poppulações (CE ENBI, 20033). Já existem innstituições trabalhandoo com gasseificação de biomasssa no Paíss havendo, mpedem suaa comercialiização, principalmente na área de limpeza l dos entretanto,, alguns garggalos que im gases para alimentaçãão no motor e na obtençção de sistem mas de operração e mannutenção sim mplificadas. Consideranndo que a índia tem m sistemas desse tipo,, em operaação há ma mais de dezz anos, em m comunidaddes semelhaantes às do Brasil, estte projeto irrá permitir o aproveitaamento da experiência e a daquele paaís para o aperfeiçoam a mento de um ma tecnolog gia que posssa efetivameente ser utiilizada paraa geração dee energia naas comunidaades isoladaas (COELHO O; MARTIN NS; SANTO OS, 2002). O pprojeto Gaseeifamaz “Co omparação eentre tecnollogias de gaaseificação dde biomassaa existentes no Bra e noo Exterior e formação de d recursos humanos naa Região No orte”, convêênio FINEP/CT-ENER R 23.01.06955.00, com o intuito de suprir a deemanda de energia e eléttrica em com munidades isoladas de modo susttentável, im mportou um sistema de gaseificaçãão de 20 kW W, do Indiaan Institute of Science (IISc) e o instalou para p testes no Institutoo de Pesqu uisas Tecnológicas (IPPT). O projeto previu, também, a capacitaçãão de pessoaal na operaçção e manu utenção desssa tecnologiia fabricadaa pelo IISc, utilizando os conheciimentos adq quiridos paara o aperfeeiçoamento dos equipaamentos naacionais em m função dos testes reaalizados no o IPT, que avaliaram as condiçõ ões de operração dos sistemas s de gaseificaçãão e de limppeza de gasees e de geraação de enerrgia elétricaa. O pprojeto é um ma parceriaa entre o C Centro Naciional de Reeferência em m Biomassaa (Cenbio), Biomass U Users Netwoork do Brasiil (BUN), Innstituto de Pesquisas P Teecnológicass (IPT), a Un niversidade Federal doo Amazonass (Ufam), além do Instittuto Nacion nal de Colon nização e Reeforma Agrrária (Incra) e da Comppanhia Enerrgéti do Am mazonas (Ceaam), que paassaram a faazer parte daa equipe executora. Figuura 2 – Sistem ma de Gaseificcação de 20 kW W. Fonnte: CENBIO,, 2002. Figuura 3 – Motorr Diesel. Fonnte: Cenbio, 2002. g testado no IPT é comp posto por gaaseificador dde 20kW, extrator de O sistema de gaseificação cinzas, sistema de traatamento e resfriamennto de águaa, gerador (motor ( de ccombustão interna e alternador)), secador de biomassa e painel dee controle. Figura 4 – Siistema de gaseeificação instaalado no IPT para p testes. Fonte: USHIIMA, 2003 Figuura 5 – Secadoor de biomassa. Fonte: USHIMA, 2003 Os testes realizados analisaram a composição do gás gerado no sistema, a variação da composição dos gases ao longo do tempo, as temperaturas registradas no gaseificador durante os testes, a vazão de gás gerado, a variação do Poder Calorífico Superior (PCS) do gás gerado e da potência térmica do gaseificador, análise da água de lavagem, bem como a eficiência de um filtro de areia e carvão construído, especialmente, para retenção dos compostos aromáticos da água de lavagem, além dos resultados obtidos nos testes do sistema operando com o motor indiano e com motor nacional. O projeto avaliou as condições de operação desse sistema e simplificou sua operação, adaptando-o às condições brasileiras e tornando-o de fácil operação e manutenção, apto a ser instalado em comunidades isoladas para geração de energia elétrica. O Cenbio transferiu o sistema de gaseificação para uma comunidade no Estado do Amazonas, para a geração de energia elétrica, já que a fase de testes no IPT foi concluída. O sistema será alimentado com os resíduos da atividade agrícola da região, as cascas de cupuaçu. 2. Gaseificação de biomassa A gaseificação de biomassa é um processo bastante antigo e é realizada com o objetivo de produzir um combustível gasoso com melhor eficiência de combustão e também que possa ser utilizado como matéria prima para outros processos. Nos processos de gaseificação a matéria orgânica é total ou parcialmente transformada em gases cujos principais componentes são: monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), hidrogênio (H2) e, dependendo das condições, metano (CH4), hidrocarbonetos leves (compostos de carbono), nitrogênio (N2) e vapor de água (H2O) em diferentes proporções. Foram idealizados e desenvolvidos, até hoje, diversos tipos de gaseificadores, a fim de atender às peculiaridades das características da matéria-prima e às necessidades de gás. A grande maioria dos gaseificadores em comercialização ou em fase de desenvolvimento, atualmente, pode ser enquadrada, segundo o tipo de leito utilizado, em uma das duas concepções de gaseificadores apresentadas a seguir: Gaseificador de leito fixo Gaseificador de leito fluidizado ou leito circulante. Deentre os gaseificadoress de leito ffixo, pode--se destacarr dois granndes subgru upos: os dee circulaçãoo de gasess co-corren nte (“downndraft”), objeto o de nosso estuudo, e con ntracorrentee (“updraft”). Nos gasseificadores co-correntee, o ar e o gás fluem paara baixo, naa mesma direção que o combustívvel e, nos gaaseificadorees contracorrrente, o ar e o gás fluem em direçções opostass. namento doo sistema de gaseificaçção 3. Funcion O ggaseificador importado o do IIS é doo tipo co-co orrente estraatificado, ouu seja, o esco oamento doo combustívvel sólido seegue na meesma direçãoo e sentido do gás (MU UKUNDA eet al, 1994)). Ambas ass correntes, de biomasssa e ar, entraam pelo toppo do gaseifi ficador, que é aberto à aatmosfera (“ “open top”)) c pressãoo e seguem para a basee, como indiicado na Figgura 6. O gaseificador opera em ddepressão, com ligeiramennte inferior à atmosférica, o suficieente para gaarantir o escoamento dee gases atrav vés da cargaa de biomasssa. d IISc. Figuura 6 – Esqquema do gaaseificador iimportado do O ggaseificadorr pode ser dividido d em três partes principais: gaseificadoor, sistema de d lavagem m primário e sistema de lavagem seecundário. ndo alimentado manuallmente pelo o topo, com m O ffuncionamennto do sisteema é bem ssimples sen biomassa (ex.: pedaçços de mad deira, eucaliipto, cascass de castan nha, cascas de cupuaççu, etc.). A biomassa desce peloo corpo do gaseificaddor, vai se aquecendo o e sendo queimada. As cinzas resultantess do processso de queim ma vão se acumulando na base do d gaseificaador e, de tempos em m tempos, sãão retiradas. Os gases qu ue se formaam com a qu ueima, atrav vessam o sisstema de gasseificação e entram no sistema de limpeza. l En ntão, o gás, jjá limpo, à temperatura t a abaixo da aambiente, é enviado ao motor. O ggás entra diretamente d na linha dee ar do mottor-gerador onde é queeimado e gera energiaa elétrica. 4. Biomasssas ensaiad das g o foi testado no IPT com m diferentess tipos de biiomassa, com mo: cavaco O ssistema de gaseificação de eucaliptto, cavaco de d eucalipto o peletizadoo, cascas de cupuaçu e cascas c de baabaçu. Figuura 7 – Cavvaco de Eucalypitus utiilizado nos testes. t Fonnte: USHIM MA, 2003. 5. Resultados dos tesstes No primeiro teeste, o gaseiificador foi carregado até o topo com c carvãoo vegetal utiilizado paraa churrasco, quebrado em e pedaços com dimennsões da ord dem de 5 cm m. Em ensaioos subsequeentes, foram m utilizados cavacos dee eucalipto e as outrass biomassass (cascas dee cupuaçu e babaçu e cavaco dee onamento ddas bombas e regulagem m das vazõees de água, procedeu-se p e eucalipto ppeletizado). Após o acio ao acendim mento do gaseificador g . Essa operração mostrrou-se muito simples, bastando colocar umaa chama em frente aos orifícios o de entrada de ar secundárrio, um de cada c vez. A ddepressão noo interior do o leito, provvocada peloss ejetores do os sistemas dde lavagem m, succionouu a chama paara o interioor do leito, dando d igniçãão ao material parado nessa n regiãoo. A zona dee combustãoo se espalhouu rapidamennte ao longo o da seção e o teor de oxigênio o nos gases tamb mbém sofreu uma quedaa rápida. Obsservou-se que, q após cerrca de 6 minnutos, o teorr de oxigêniio nos gasess gerados see aproximouu rapidamennte de zero. Poder Caloorífico Supeerior (MJ/N Nm3)1 5,7 Potência T Térmica (kW W) 67,1 Potência E Elétrica (kW We) 20 Vazão de A Alimentação de Biomaassa (kg/h) ~18 Vazão de D Descarga dee Cinzas (kg g/h) 1,3 Tabela 1 – Prrincipais Resuultados dos Teestes. Nota 1 – O Poder Caloríficco Superior (P PCS) foi calcullado a partir da d composição o dos gases com mbustíveis (C CO, H2 e CH4).. 5.1. Conceepção e montagem de uma unidaade de trata amento da água de lav avagem Parra verificar o grau de attivação do ccarvão prov veniente do gaseificadoor, mediu-see a sua áreaa específica,, que resulttou em 174 m2/g. Tratta-se de um m carvão sem miativado uuma vez qu ue, para serr consideraddo ativado, tem t de apreesentar área específica maior m que 800 8 m2/g. Apeesar de o carvão retiraado do gaseeificador nãão poder serr consideraddo um carv vão ativado, mostrou uuma grande capacidadee de adsorçção de arom máticos, o que q motivouu a constru ução de um m sistema sim mples de filltragem, com mposto de aareia grossaa. Esse carvão retirado do gaseificador e umaa caixa d’águua de seçãoo circular sãão materiais de fácil aqu uisição em localidades l remotas. Figuura 8 – Caixa d’água d utilizada para constrrução do filtro o. Fontte: USHIMA, 2003. Figuura 9 – Aspectto das cinzas retiradas r do gaaseificador. Fontte: USHIMA, 2003. 6. Comuniidade isolada O ssistema de gaseificação foi installado para geração g de energia e eléttrica, no asssentamentoo Aquidabam m, no Município de Maanacapuru, nno Estado do d Amazonaas. Nessa coomunidade,, vivem 7000 pessoas, ceerca de 180 famílias. Figuura 10 – Assenntamento Aqu uidabam. Fontte: CENBIO, 2004. O aassentamentto Aquidab bam foi esccolhido, poiis possui ass condiçõess básicas neecessárias à implementtação de um m sistema dee gaseificaçãão: disponib bilidade de biomassa, b ex experiência em e motoress a diesel e, principalmeente, grandee envolvimeento dos mo oradores no projeto. Figuura 11 – abrigo construído pelos p moradorres da comuniidade para reccebimento do ssistema de gaseificação. Fonnte: CENBIO, 2004. 0 hectares de d cupuaçu, que hoje é vendido inn A ccomunidadee possui uma área planttada de 100 natura (baaixo valor agregado), a pois p não exxiste energiaa para forneecer o aconndicionamen nto térmicoo necessário à polpa. Figuura 12 – Cupuuaçu. Fontte: www.amazzonlink.com.b br. Atuualmente, o sistema de gaseificaçãão está instaalado no Asssentamento aguardando o términoo do processo de capaciitação dos moradores m ppara início do d funcionam mento. 7. O projeeto Gaseibrras Com m a experiêência e con nhecimento adquiridos no projeto Gaseifamaaz, o Cenbiio propôs o projeto “N Nacionalizaçção da tecno ologia de gaaseificação de d biomassaa e formaçãoo de recurso os humanos na Regiãoo Norte – Gaseibras”. Esse proj ojeto, aprov vado pelo CNPq – C Conselho Nacional N de Desenvolvvimento Cieentífico e Teecnológico – terá como o principais objetivos ddesenvolver e construirr um sistem ma de gaseifi ficação, com m tecnologiaa nacional, de fácil opeeração e maanutenção, alimentado com resíduuos de biom massa in natu ura localmeente disponííveis. Aléém de contrribuir para o desenvolvvimento da tecnologia nacional, o projeto Gaaseibras vai colaborar com o deesenvolvimeento sustenntável da comunidade c e de Timbbó, no Mu unicípio de Manacapuuru, no Estaddo do Amazzonas, ondee o sistema será s instalad do. Na comunidadde Timbó, reesidem 380 pessoas, ceerca de 90 reesidências. As caracterrísticas nelaa observadass em nada distam d do qu ue pode ser visto nas in númeras localidades isooladas da Reegião Nortee do Brasil: falta de aceesso à rede elétrica connvencional, elevados cu ustos de forrnecimento de energia, baixo podeer aquisitivvo da população, num contexto em m que se apresentam questões am mbientais e sociais de profunda reelevância, como c as neccessidades de d preservaação ambienntal e de am mpliação do fornecimennto de eletriicidade às populações p aamazônicass, de maneirra a garantirr a sua perm manência naa região e a m melhoria dee suas condiições de vidda, em gerall, bastante precárias. p Figuura 13 – Comuunidade Timbó. Fontte: CENBIO, 2004. q o prrojeto Gaseiibras, assim m como o pro ojeto Gaseiifamaz, prop põem o uso Diaante desse quadro, da biomasssa, como solução s à qu uestão enerrgética, enq quanto fontee sustentáveel capaz dee incentivarr atividades econômicaas locais, e como c meio dde diminuiçção da depen ndência doss combustív veis fósseis, em muitoss casos, a únnica alternattiva ao forneecimento dee eletricidad de. No caso da coomunidade de Timbó, serão utilizzados resídu uos agrícolaas, como co ombustíveiss sólidos noo processo de gaseificcação, de m modo a gaarantir que 80% do ddiesel consu umido peloo motor-geraador sejam substituído os por biom massa. Atuallmente, exisste em Tim mbó uma escola com 8 computadoores que nãoo funcionam m por falta dde energia elétrica. e Figuura 14 – Escolla em Timbó. Fontte: 2004. i o De modo a busscar soluçõees para essass questões, o Gaseibras pretende seervir como instrumento do uma prod dução agrícoola que possa custear a para que a agroindústtria local se desenvolvaa, garantind operação e manutençãão do sistem ma e melhoraar a qualidad de de vida da d populaçãoo da comun nidade, além m fornecer oss resíduos a serem utiliizados no siistema de gaaseificação.. 8. Experiências similares desenvolvidas pelo Cenbio No contexto de atendimento energético de comunidades isoladas, o Cenbio desenvolveu também, entre os anos de 2002 e 2004, o projeto “Implantação e testes de uma unidade de demonstração de utilização energética de óleo vegetal – Provegam”, que teve como objetivo instalar e testar em campo o funcionamento de um grupo gerador diesel convencional, adaptado para operar com óleo de dendê in natura, na comunidade Vila Soledade, no Município de Moju, no Pará. Esse sistema atende energeticamente, há 2500 horas, a seus 700 moradores. As análises dos parâmetros de emissões, desempenho e durabilidade demonstraram que esse sistema é também técnica e economicamente viável para comunidades isoladas da região amazônica. 9. Conclusões A simplificação do sistema de gaseificação e do processo de operação e manutenção permitirá a implantação desses sistemas em comunidades isoladas na Região Norte, para geração de energia elétrica. A instalação do sistema de gaseificação no assentamento Aquidabam possibilitará a implantação de uma agroindústria para a extração e venda da polpa do cupuaçu (produto com maior valor agregado), por meio do fornecimento de energia elétrica gerada a partir das cascas de cupuaçu (resíduo do processo) alimentadas como combustível no gaseificador. A operação e manutenção do sistema serão realizadas pelos próprios moradores da comunidade que, para tanto, receberão qualificação profissional na operação e manutenção do sistema de gaseificação. Como benefícios sociais, espera-se o aumento da renda média anual das famílias envolvidas, em consequência da diminuição dos gastos com o óleo diesel, da melhoria das atividades produtivas existentes e, também, do surgimento de novas atividades produtivas. Com o incremento das atividades produtivas da comunidade, hoje executadas em níveis elevados de ociosidade, tem-se como certa a inversão dos fluxos migratórios, atualmente conduzindo os jovens, e por consequência as famílias, para os centros urbanos em busca de oportunidades de trabalho e educação. A fixação das comunidades só será possível se melhores condições de ocupação, trabalho e desenvolvimento forem ofertados aos adultos e aos seus filhos nas próprias comunidades. Este projeto implica em significativas melhorias ambientais, como a redução do consumo de combustíveis fósseis em até 80%, principais responsáveis pelo efeito estufa, além de proporcionar a produção de energia renovável e limpa, que utiliza a biomassa disponível nas comunidades isoladas para geração de energia elétrica. O aproveitamento de biomassa como fonte energética primária para geração de eletricidade é uma alternativa completamente condizente com a realidade de hoje, principalmente quando se trata de comunidades isoladas. Ela apresenta balanço global de gás carbônico nulo, geração de apenas 1% de cinzas que podem ser aproveitadas ou recicladas, emissão de dióxido de enxofre quase nula. Com o aproveitamento dos resíduos de biomassa, regionalmente disponíveis, é possível atender a todos os pressupostos que, direta ou indiretamente, conduzem a um modelo de sociedade onde o crescimento e o desenvolvimento, com base nos recursos naturais e seu gerenciamento racional, respeitem limites técnicos, econômicos e legais. Tudo isso sem penalizar fatias sociais de menor poder de pressão ou politicamente desagregados, até porque a divulgação e implantação das melhorias materiais, que acompanham tal geração, terão igualmente um papel educativo que não deverá ficar restrito à comunidade em que o sistema for instalado. Como dito anteriormente, com a experiência adquirida no projeto Gaseifamaz, o Cenbio irá desenvolver o projeto Gaseibras “Nacionalização da tecnologia de gaseificação de biomassa e formação de recursos humanos na Região Norte”, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Este projeto irá nacionalizar a tecnologia de gaseificação de biomassa para geração de energia elétrica e discutir as perspectivas para fabricação desses sistemas no País. Esses projetos são de particular relevância, pois além de contribuírem com as instituições de pesquisa que já trabalham na área de geração de energia elétrica, poderão ser replicados em outras comunidades isoladas do País, contribuindo também com o programa do Governo Federal “Luz para Todos”, que visa a atender a 12 milhões de brasileiros sem acesso à energia elétrica, até 2008 (MME, 2004). Referências CENBIO – Centro Nacional de Referência em Biomassa. Proposta de projeto Gaseifamaz (Finep – Financiadora de Estudos e Projetos). São Paulo, dez, 2001. CENBIO – Centro Nacional de Referência em Biomassa. Proposta de projeto Gaseibras (CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). São Paulo, dez, 2003. COELHO, S. T.; MARTINS, O. S.; SANTOS, S. M. A. Estado da Arte da Gaseificação. São Paulo: CENBIO, 2002. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSATICA, Disponível em: <http:// www.sidra.ibge.gov.br/bda/popul/default.asp?z=t&o=4>. Acesso em: 20 Setembro 2004. MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, Disponível <http://www.mme.qov.br/LuzParaTodos/ programa.shtml>. Acesso em: 30 Agosto 2004. em: MUKUNDA, H. S. et.al. Gasifier and combustor for biomass: technology and field studies. Energy for sustainable development; v. 1, n.3, índia. sep. 1994. USHIMA, A. Testes no sistema de gaseificação para geração de energia elétrica em comunidade isoladas. [S.l]: IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas, set. 2003. In: _________. dez. 2003. Sistema agroflorestais e turismo como alternativa de desenvolvimento local no assentamento Tarumã Mirim: comunidade agrícola Tarumã Açu Jesuéte Bezerra Pacheco José Carlos Martins Brandão Ronisley da Silva Martins Jader Marconi de Albuquerque Portela 1. Introdução A Amazônia tem grandes potencialidades para desenvolver políticas públicas à vida das populações dos ecossistemas de terra firme e de várzea, voltadas para aquisição de uma qualidade de vida digna de cidadania e de sustentabilidade ambiental. Tem-se observado no processo histórico dessa região e do País que o quadro de exclusão social persiste, e isso se deve ao fato de nem sempre se atentar que as políticas devem ser traçadas de acordo com a participação da comunidade, considerando a espacialização geográfica, o modo de vida que engloba todo um processo histórico. Em detrimento a essa situação e voltada para as populações amazônicas, principalmente, as de assentamento agrários que ao serem assentadas têm todo um projeto político da união para o atendimento das famílias no que diz respeito a educação, saúde e economia, mesmo assim, elas passam por situações de toda ordem social e econômica que conduzem a uma reflexão de compromisso para inseri-las em um processo que as conduza para um bem estar social que assegure a cidadania, porém, interagindo com o meio ambiente como forma de desenvolverem atividades geradoras de qualidade em que todos tenham uma vida saudável. A exemplo do que vem acontecendo em diversas parte do mundo, uma das políticas que se verifica como eficaz a essas populações é a concretização de um Desenvolvimento Local como alternativa viável de conceder uma vida digna para incluí-las em um projeto de gestão pública. Ao fazer um olhar sobre a Amazônia, com paisagens de beleza cênica sem igual e precisando urgente de um trabalho que dignifique a permanência da majestosidade que apresenta, o Estado do Amazonas, um dos maiores que constitui o quadro dessa região, necessita urgentemente de que sejam implantadas políticas para que a população possa promover a sociodiversidade como há muitos séculos vem sendo construída dentro do cenário natural, onde as populações são responsáveis por tantas diversidades de populações ecossistêmicas. Sendo o Desenvolvimento Local um ponto da economia que faz parte da mundialização, com tantos atrativos naturais e sociais no Brasil e especialmente na região Amazônica, uma atividade que vem cresceendo é o turrismo. No en ntanto, na m maioria das vezes, v sem o devido pllanejamento o, acaba porr impactar os ambientess sensíveis. Com mo forma de d atender às à expectatiivas ambien ntais, econô ômicas e soociais, uma das formas pensadas nneste projetto para um m assentameento agrário, no caso o Tarumãã Mirim, Comunidade C Agrícola T Tarumã Açuu, é a impllantação dee Sistemas Agrofloresttais como aalternativa de renda à população da comuniddade, associados ao turrismo, que para esse tiipo de ocuppação human na recebe a denominaçção de Agrooturismo. 2. Justificaativa Assentamennto Tarumã Mirim, connstituído dee 13 comuniidades, em cujo perím metro possui OA cinco (5) reeservas floreestais, locallizado nas pproximidadees da cidade de Manaus , vem sendo o procurado por visitanntes nos ferriados, finaiis de semanna e para alguns a em período p de férias de trrabalho. Os atrativos quue chamam m atenção são os naturaiis e o modo o de vida da população do local. A exemplo de atrativos a turrístico, podee ser citada a Comunidaade Agrícolla Tarumã Açu. A Esta se constitui dee 73 lotes de assentado os e da segunnda maior reserva floreestal (1.357 ha), cujo attrativo mais procurado é uma cachhoeira. Somaado a esses atrativos po odem ser deestacadas ass atividades cotidianas, as quais atrraem os visitantes querr pelo passeeio nas roçass ou os entrretenimento s da comun nidade. As atividades econômicas da com munidade estão e centraadas nos pprodutos orriundos daa agriculturaa e da fruticuultura e na produção p dee carvão (Fiigura 01). Figuura 01 – Caieirra na Comunidade Agrícolaa de Tarumã Açu. A Fontte : Ronisley 2004 2 No que se refeere a esses cultivos, ass famílias enfrentam e siituações quue vão da ap plicação dee ncia de águua para irrigaar os cultivo os. técnicas aleeatórias até a insuficiên Vale ressaltar que uma das situações que acontece com frequência nas propriedades rurais – e nas de assentamentos no Amazonas não é diferente – é a frequência muito comum na abertura de áreas primárias por meio da expansão da fronteira com os roçados de monocultivos. Por conta disso, no momento em que a fertilidade natural do solo se esgota, como consequência, ocorre a queda da produtividade e produção, provocando por sua vez a abertura de novas áreas e o uso de mais recursos naturais subtraídos da mata primária. Na referida comunidade, essa prática de expansão de fronteira por monocultivos ainda não está acontecendo devido às dificuldades já citadas. Por outro lado, a produção de carvão é um fator preocupante por dois motivos: 1.°) situação de saúde – entre outras, não foi verificado uso de acessórios para evitar a inalação do pó de carvão no momento da retirada do forno/caieira; 2.°) situação ambiental – no momento, o carvão é produzido a partir da madeira que provém da derrubada da floresta permitida por lei para os roçados de cultivos, no entanto, o futuro aponta que logo não haverá mais essa matéria-prima de áreas para cultivo e daí é tendência a procura nas reservas ou em locais mais longínquos, contribuindo para impactar o ambiente. Dessa forma, uma das alternativas viáveis para situações em propriedades rurais e, em específico, na Comunidade Agrícola Tarumã Açu, é a implantação de sistemas agroflorestais (SAFs), pois do ponto de vista econômico caracterizar-se-á como uma forma de Desenvolvimento Local capaz de proporcionar o seu enriquecimento, a partir da implantação de maior diversidade de espécies agronômicas e florestais nos lotes em que passam as trilhas planejadas para visitação turística, contribuindo, desse modo, para um melhor aproveitamento, maior produção e, consequentemente, melhores condições ambientais. Além disso, o aspecto de ambiente equilibrado, produtivo e agradável que o lugar apresentará, pode ser utilizado de forma proveitosa no sentido de atrair visitantes em atividade de descontração e lazer como é o caso da atividade turística. 3. Objetivo Geral Introduzir Sistemas Agroflorestais e a viabilização do Agroturismo como alternativa para o Desenvolvimento Local, bem como a amenização da pressão à mata primária, aproveitamento de áreas abertas para os monocultivos e enriquecimento das propriedades de assentados com vistas a atender aos interesses econômicos, sociais e ambientais da comunidade. 3.1. Objetivos Específicos Proceder o levantamento e diagnóstico da área. Identificar o perímetro das propriedades a serem trabalhadas, considerando o planejamento das trilhas de visitação turística. Implementar a formação e/ou capacitação agroturística dos membros das famílias de assentados. Implementar um módulo de infraestrutura para abastecimento de água. Proceder o levantamento e aquisição de espécies vegetais da preferência das famílias assentadas. Elaborar o desenho esquemático do sistema a ser implantado, considerando as espécies selecionadas. Proceder o levantamento dos recursos (material reprodutivo, sacos, matéria orgânica, etc.) para a produção de mudas das espécies. Implantar um viveiro comunitário para produção de mudas das espécies desejadas pelas famílias para compor os sistemas. Implementar cursos de orientação em Educação Ambiental, Turismo e Sistemas Agroflorestais. Acompanhar as atividades de produção, preparo das áreas para recebimento das mudas (demarcação, coveamento, adubação, etc.). Organizar a distribuição de mudas e a forma de plantio nas propriedades do assentamento da comunidade de acordo com o croqui do Sistema. Sugerir uma comissão para gestão de implantação e implementação dos SAFs. Tratar os resíduos sólidos orgânicos por meio da técnica de compostagem. Elaborar Relatório Parcial por ano e um final na conclusão das atividades. 4. Área de implantação do projeto 4.1. Localização da área do projeto A Comunidade Agrícola do Tarumã Açu faz parte do Assentamento Tarumã Mirim localizado na altura do Km 21 da BR 174, com acesso terrestre pelo Ramal de Pau Rosa, e fluvial pelos igarapés Tiú e o Igarapé Tarumã Açu. (Fig. 02). A referida comunidade localiza-se no leste do perímetro do Assentamento Tarumã Mirim, entre os meridianos 60° e 60°15’ W, e paralelos 3°04’ e 2°45’ S. Tem seus limites no lado esquerdo do ramal da Cooperativa, às margens dos igarapés: Buriti, Jacaré, Serraria e Branquinho. 4.2 Caracterização da área A área da comunidade possui cerca de 73 lotes, com infraestrutura básica constituída por um Centro Comunitário para as reuniões mensais da comunidade, onde também funciona como escola com cerca de 90 alunos matriculados, uma caixa d’água com poço artesiano para consumo doméstico, e uma igreja evangélica. 4.3 Vias de acesso Assentamento Tarumã Mirim As comunicações viárias são permitidas por dois acessos: rodoviário e fluvial. O terrestre é realizado pela rodovia federal BR-174 que liga Manaus a Boa Vista/(RR) à altura do Km 21. O referido acesso é feito pelo ramal do Pau Rosa, que liga às comunidades do assentamento. O outro meio de acesso é pela Região Sudeste, por via fluvial, pelo igarapé Tarumã Açu e seus afluentes como o igarapé Tiú e Argola. A Região Sudoeste tem acessos pelo Rio Negro e Igarapé Tarumã Mirim. Figuura 01 – Locallização da áreea do Projeto: Comunidade Tarumã. 4.33.1. Acesso rodoviário O aacesso por via v rodoviárria é feito dde duas form mas: 1) pelo ônibus da E Empresa P.. Borge que sai do bairrro do Zumbbi onde fica estacionadoo a partir daas 5 horas, entra e no ram mal do Pau Rosa R no Km m 21 da BR R-174 e seguue pelo ram mal da Coooperativa do obrando à esquerda e e vai até a comunidade c Agrícola T Tarumã Açuu; 2) segue pelo ramal do Buriti, também t à essquerda do ramal da Cooperativa, até chegarr no centro da d comunid dade. 4.33.2 Acesso coletivo c urb bano/fluvial//trilha Outra forma é pelo ônibus coletivo urbano da empresa Soltur 305. Este entra no Km 15, conhecido como Ramal do 15 e vai até a parada da Vivenda Viola. Em frente a essa vivenda segue-se por um ramal até chegar em um portão de ferro (entra ao lado esquerdo) seguindo até o rio Tarumã Açu, onde se faz o percurso de canoa ou outro transporte fluvial até o outro lado, onde o porto fica nas proximidades da residência do Sr. Natanael. Deste local, o trajeto se faz por uma trilha na floresta dos lotes, por aproximadamente 04 Km até chegar ao centro comunitário. 4.3.3 Acesso via fluvial O porto de embarque e desembarque se dá por meio de táxis fluviais integrantes da Associação dos Canoeiros da Comunidade Nossa Senhora de Fátima/ACANDAF. O referido porto localiza-se no final da pista que passa atrás do Tropical Hotel. Para chegar até o assentamento, há necessidade de fretar o transporte. O percurso fluvial é realizado pelo o igarapé do Tarumã Mirim até o igarapé da Serraria, daí segue-se por via terrestre por uma trilha na floresta de 04 Km aproximadamente até o Centro Comunitário. 5. Metodologia Este projeto será desenvolvido na Comunidade Agrícola Tarumã Açu da seguinte forma: Procedimentos em 2005 Levantamento e diagnóstico da área. Identificação e caracterização do perímetro das propriedades que servirão de unidades demonstrativas, considerando o planejamento das trilhas de visitação turística. Processo de formação e/ou capacitação dos membros das famílias de assentados. Implantação de um módulo de infraestrutura para abastecimento de água. Levantamento, seleção e aquisição junto à comunidade de espécies vegetais para o SAFs. Elaboração do desenho esquemático do SAFs a ser implantado, considerando as espécies selecionadas. Levantamento dos recursos (material reprodutivo, sacos, matéria orgânica, etc.) para a produção de mudas das espécies. Implantação de viveiro comunitário pelas famílias para produção de mudas a fim de compor os sistemas. Educação Ambiental, Turismo e Sistemas Agroflorestais – Orientação, Monitoramento nas atividades de produção, preparo das áreas para recebimento das mudas (demarcação, coveamento, adubação, etc.). Procedimentos em 2006/2007 Distribuição das mudas, plantio e acompanhamento nas propriedades. Viabilização do escoamento da produção. Procedimento em 2007 Aproveitamento dos produtos oriundos do sistema de produção na socioeconomia familiar. 6. Sistemas agroflorestais, turismo e desenvolvimento local A base fundamental para a execução do projeto será sustentada pelas experiências contidas em estudos realizados sobre SAFs, Planejamento Turístico e Desenvolvimento Local. 6.1. Sistemas agroflorestais Os sistemas agroflorestais são utilizados por muitas regiões tropicais como alternativa para amenizar as atividades de corte e queima do bosque tropical úmido visando à pratica da agricultura para a produção de alimentos. Entre as modalidades de sistemas agroflorestais estão os hortos caseiros tradicionais, cultivos mistos de quintais, sítios ou quintais, os quais normalmente presentes em nível de propriedade rural ou de assentamento, possuem função importante na contribuição para a melhoria das condições de renda na agricultura familiar sem causar maiores danos ambientais. Entende-se por Sistemas agroflorestais a produção caracterizada por formas de uso e manejo da terra, onde são utilizadas árvores e arbustos em associação com cultivos agrícolas e/ou com animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou numa sequência temporal. Os Hortos Caseiros Tropicais Tradicionais, Quintal Agroflorestal, Terreiro ou Horta Familiar, Cultivo Misto de Quintal, Sítio ou Quintal são áreas de produção, localizadas perto da casa, onde é cultivada uma mistura de espécies agrícolas e florestais, envolvendo também criação de pequenos animais domésticos ou domesticados. São sistemas que ocupam lugar muito singular dentro dos SAFs, pelo fato de possuir uma grande diversidade e quantidade de espécies, além de serem completo em suas funções, variado em estruturas e possíveis associações. Os hortos caseiros tropicais tradicionais, cultivo misto de quintal, sitio ou quintal possuem também como características marcantes uma relação dinâmica entre o meio natural e o social, ao mesmo tempo em que garantem que o produto mantenha as condições favoráveis no lugar. A estrutura cronológica desses sistemas de exploração apresenta uma forma dinâmica na qual a sucessão ecológica é manipulada conscientemente pelo agricultor para assegurar uma produção sustentável e contínua através dos tempos. Alguns trabalhos realizados no Amazonas como Pereira (2002), Lima (1994), e, Brandão (2002; 2004), mostram a importância desses sistemas tradicionais no que diz respeito à grande diversidade de espécies, conservação ambiental e socioeconomia. Uma casa cercada por laranjeiras, goiabeiras e palmeiras, flores plantadas em latas e vasos, plantas medicinais e alimentares crescendo na sombra de bananeiras ou na proximidade de altas mangueiras e abacateiros, galinhas ciscando, comendo insetos, frutas e folhas, é uma imagem extremamente familiar a quase todos os habitantes da Amazônia (DUBOIS, 1996). Formação da agrofloresta (hortos caseiros tropicais tradicionais, quintal agroflorestal, terreiro ou horta familiar, cultivo misto de quintal, sítio ou quintal) Os procedimentos mais utilizados para o surgimento desses sistemas começam a partir do plantio do maior número possível de espécies perenes desejáveis nas roças anteriormente ou ainda ocupadas com cultivos agrícolas de ciclo curto ou semiperenes (geralmente monocultivos). A distribuição espacial e temporal deve ser observada de acordo com as características das espécies, afim de que nenhuma das categorias de plantas venha a ser prejudicada por fatores como sombreamento excessivo, competição por nutrientes e água, etc. A escolha das espécies a serem utilizadas também deve ser feita levando em consideração esses fatores. Da mesma forma, os ecossistemas deverão ser considerados, uma vez que em terra firme o desenho e as espécies muitas vezes precisam ser diferentes dos utilizados nas restingas de várzeas. Entre os sistemas agroflorestais planejados são vários os desenhos elaborados para os plantios de forma que possam atender às necessidades e finalidades para as quais estão sendo implantados. Nos sistemas tradicionais de cultivos, os desenhos costumam surgir de forma mais espontânea, em função do interesse, disponibilidade de áreas e de espécies e até da finalidade do pequeno agricultor na sua propriedade. Nesse último caso, mesmo agindo dessa forma, o pequeno agricultor leva em conta alguns critérios relacionados às características agronômicas das espécies que vai utilizar. Para que esses SAFs tenham um consórcio com a atividade turística, há necessidade de um planejamento específico, como dizem os estudiosos a seguir. 7. Planejamento turístico Em se tratando da atividade turística para um assentamento e analisando o aspecto econômico, por mais simples que possa parecer, precisa-se de um planejamento sistematizado para se ter o conhecimento das possibilidades da área. Essa é uma visão que já é alvo de preocupação como a de Barreto (1991: 14-17), quando escreve que não há possibilidade de organizar um trabalho confiável com base apenas no senso comum... Antes de fazer é preciso um estudo aprofundado de todo o contexto presente, da conjuntura socioeconômica... Sendo assim, é necessário levar em consideração os princípios (inerência, universalidade, unidade, previsão, participação), as dimensões (racional, política, valorativa e técnico-administrativa), e a classificação dependendo da abordagem (temporal, geográfica, econômico, administrativo, intencional ou teleológico e agregativo). A esse respeito Rushmann (1997:10) relata que: Apenas as ações planejadas dentro de uma metodologia científica – com vistas em um desenvolvimento ‘sustentável’ da atividade turística – poderão conduzir a uma evolução favorável para os empreendedores, para as populações receptoras, para os turistas e, consequentemente, para todas as destinações. 8. Desenvolvimento local Para o entendimento de Desenvolvimento Local é importante atentar para o que defende o Comitê Econômico y Social de las Comunidades Europeas (CES, 1995): El desarrollo local es el proceso reactivados de la economia y dinamizadas de la sociedad local, mediante el aprovechamiento eficiente de los recursos endógenos existentes en una determinada zona, capaz de estimular y diversificar su crecimiento económico, crear empleo y mejorar la calidad de vida de la comunidad local, siendo el resultado de un compromiso por el que se entiende el espacio como lugar de solidariedad activa, lo que implica câmbios de actitudes y comportamientos de grupos e indivíduos. Considerando que o turismo pode ser uma alternativa de Desenvolvimento Local, Silva (1997:7) Apud Coriolano (1998) relata que: [...] o desenvolvimento local e turismo implicam na escala territorial. Essa aborda gem levou [...] a observar que ‘alguns valores culturais e ambientais característicos de determinadas localidades muitas vezes são esquecidos pelo planejamento regional, deve-se então em uma escala detalhada destaca-los e procurar alternativas para uma melhor adequação no aproveitamento de suas virtudes e fragilidades sociais e ecológicas (p. 142). Nesse sentido, os SAFs, juntamente com os atrativos sócio-culturais da comunidade, bem como, os naturais, comporão um conjunto de recursos turísticos que servirão ao Desenvolvimento Local na Comunidade Agrícola Tarumã Açu, visando a uma melhor qualidade de vida, pois o processo de desenvolvimento estará sendo gerido com a participação da referida comunidade por meio de diretrizes cujo foco estará voltado para a participação efetiva, gestão democrática e sustentabilidade. 9. Resultados esperados O projeto será desenvolvido em 36 meses, considerando que cada etapa terá a duração de 12 meses, contemplando desde implantação e implementação até os resultados previstos. Etapa 2005 Espera-se implementar: Constituição da Comissão de Gestão (Assentados) para acompanhamento de todo o processo de implementação. Formação de parcerias com instituições, principalmente as públicas, como as universidades. Caracterização dos lotes que receberão o SAFs. Distribuição de água na unidade de produção de mudas e no Centro da Comunidade. Aquisição de espécies vegetais, agronômicas e frutíferas encontradas na própria comunidade, bem como, de outros lugares. Implementação de viveiro. Implementação dos SAFs nas propriedades, a partir dos desenhos/croquis para cada propriedade, visto que em cada haverá um modelo, no qual será traçado as trilhas voltadas para visitação. Formação das famílias assentadas por meio de cursos de Educação Ambiental, Agroturismo, SAFs, para assim administrarem, em conjunto com os coordenadores do projeto, o desenvolvimento local na comunidade. Etapa 2006 -2007 Estão previstos: Acompanhamento dos SAFs pelos coordenadores do projeto, comissão escolhida pela comunidade de assentados, profissionais da área agronômica, ambiental e de turismo. Viabilização de escoamento da produção junto aos órgãos do setor primário, como o Idam, Incra, etc. Etapa 2007 Estima-se com o acompanhamento da implementação do projeto em 2005 e 2006: Aproveitamento do sistema de produção na socioeconomia familiar por completo, considerando o turismo como um consórcio de atividade econômica com o sistema agroflorestal. 10. Considerações finais As potencialidades encontradas na Amazônia e particularmente nas comunidades de assentamento do Amazonas poderão ser direcionadas como alternativas econômicas na complementação da renda familiar e, por conseguinte, ao desenvolvimento local. Para que o desenvolvimento local aconteça nas comunidades de assentamento, é importante identificar as necessidades e potenciais do lugar para a realização de um planejamento eficiente. A Comunidade Agrícola de Tarumã Açu está na área de assentamento agrário do Incra, cujo diagnóstico realizado junto à população local apontou a necessidade de enriquecer o solo e os monocultivos por meio dos SAFs, bem como inserir essa alternativa como atrativo do agroturismo. Pelo fato de a comunidade já receber visitantes para apreciar os atrativos, chegou-se a conclusão de que o agroturismo seria uma atividade de consórcio para promover o desenvolvimento local que, no entanto, exige que a população de assentados seja preparada para gerir conjuntamente as atividades propostas. Por outro lado, não se deve pensar em uma atividade econômica sem atentar para o ambiente. Desse modo, o projeto aqui posto pretende desenvolver sistemas agroflorestais para evitar e/ou minimizar a retirada desnecessária de recursos naturais das áreas de reservas, bem como, aproveitar o potencial existente para implementar o agroturismo como mais uma alternativa na complementação da renda familiar. Ressalta-se que a implantação dos SAFs será em forma de unidades demonstrativas tendo como ponto de seleção as propriedades do Centro da Comunidade que recebem desde as trilhas até o atrativo natural de maior relevância do lugar, no caso a cachoeira. Essas unidades demonstrativas servirão de modelos para a implantação nos demais lotes da Comunidade Agrícola Tarumã Açu, dependendo da vontade dos assentados. Portanto, ao serem implantados e implementados os SAFs consorciados com a atividade agroturística, se terá como resultado uma geração de renda, um ambiente com menos impacto e uma qualidade de vida eficiente, e que, somando-se todas essas vantagens, como resultado, haverá o desenvolvimento local, cuja população não dependerá exclusivamente do Estado como promotor de políticas públicas, pois estas nem sempre acontecem em prazos condizentes com o desenvolvimento de lugares como o meio rural e os assentamentos agrários. Referências BARTH, J.; BROSE, M. Participação e desenvolvimento local: balanço de uma década de cooperação técnica alemã no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Sulina, 2002. BRANDÃO, J. C. Fatores determinantes da renda de pequenos produtores na Amazônia Central. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 4., 2002, Ilhéus. Anais... Ilhéus: UESC, 2002. __________. Estudo da similaridade entre os sistemas agroflorestais e os sistemas tradicionais de cultivos na Amazônia Central – Paraná do Careiro. 2004. Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias) – Faculdade de Ciências Agrárias. Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2004. COMITÉ ECONÓMICO Y SOCIAL DE LAS COMUNIDADES EUROPEAS. El desarrollo local en la política regional comunitaria. Bruxelas: CES, 1995. INSTITUTO DE TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA (UTAM). Proposta: manejo florestal comunitário do assentamento agrícola, Tarumã Mirim/AM. Manaus: UTAM, [200?]. INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRARIA (INCRA). Relatório: informações do projeto do assentamento do Tarumã Mirim. Manaus: [s.n], 2000. MARTÍN, J. C. El desarrollo local: una estrategia para una sociedad a escala humana. [S.l]: CES, 1995. MARTINS, R. S. et. al. (2004). Planejamento ambiental de trilhas: uma alternativa de desenvolvimento local na comunidade agrícola Tarumã Açu. Manaus: Universidade do Estado do Amazonas, 2004. Relatório de Iniciação Científica. PROJETO LUMIAR: diagnostico sócio-economico-ambiental do projeto de assentamento Tarumã Mirim. Manaus: [s.n], 1999. RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. Campinas: Papirus, 1997. SALLES, M. M. G. Turismo rural: inventario turístico no meio rural. Campinas: Alínea, 2003. Projeto experimental para compostagem Décio Ferreira de Oliveira Resumo O presente trabalho tem como objetivo a produção de um composto orgânico (adubo) para a Agricultura, no Município de Laranjal do Jari, Estado do Amapá, através de uma técnica de compostagem experimental, em unidade piloto, gerando uma alternativa de utilização e aproveitamento local de resíduos “agroextrativistas”, tais como: Caroço de Açaí, Palhas de Arroz e Milho, Cascas de Mandioca e Castanha, entre outros. Traz informações do município e do distrito sede, foco das atividades, bem como uma caracterização completa dos resíduos em questão. Por último, apresenta-se de forma detalhada: dimensionamento a proposta para realização de compostagem ambientalmente adequada. Abstract The aim of this work is the production of an organic composition (seasoning) for Agriculture in Laranjal do Jari city, in Amapá State, by means of an experimental compounding technique, a pilot-unit which generates, an alternative of use and local exploitation of “agriculture-extractive” residues, such as: Açaí seeds, rice and maize straws, chestnut and cassava rinds, among others. It brings information about the city and the district headquarters, about the focus of the activities, as well as a complete characterization of such residues. Finally, it presents: dimensioning and the proposal for the accomplishment of this environmentally-friendly-compounding. Justificativas Para o caso de Laranjal do Jari, existem alguns produtos comercializados que podem ser considerados como agroextrativistas, ou até mesmo agroindustriais, uma vez que estão diretamente ligados à prática agropecuária e extrativista e são, de alguma forma, beneficiados dentro da área urbana. Esses produtos geram resíduos que formam uma parcela importante do lixo urbano os quais não são recolhidos ou dispostos de maneira adequada, tornando-se também um desperdício de materiais e de energia. A proposta a seguir não pode ser considerada como uma solução definitiva para essa parcela do lixo urbano, porque se trata de um experimento piloto, como forma de destinação e desenvolvimento de técnica de produção, podendo vir a tornar-se uma saída sustentável, uma vez que realiza uma coleta regular e seletiva desse lixo, (inexistente até o ano 2004), fomentando assim a produção eficiente de adubo capaz de reter água e nutrientes, desenvolvendo a microfauna do solo, e ambientalmente seguro para a prática da agricultura no Município. Outro aspecto importante desta pesquisa é promover uma reciclagem desses nutrientes ao solo com resíduos da agricultura local, uma vez que o solo local é arenoso, ácido e com poucos nutrientes, sem precisar importar adubos de procedência desconhecida, como é feito atualmente. A implantação desse “laboratório”, além de ser uma iniciativa pioneira na região, também objetiva potencializar a utilização de uma mistura de resíduos (composto orgânico), agregando valor ao produto final, para o caso de uma possível exportação desse produto a empresas e agricultores de outras regiões, criando mais emprego e renda local. 1. Introdução A Compostagem, em resumo, é o processo de transformação e o aproveitamento de resíduos orgânicos grosseiros, em material mais refinado como fonte de energia, nutrientes minerais e carbono, utilizáveis na agricultura, promovido por microorganismos anaeróbios e aeróbios, sob condições controladas de materiais, temperatura, umidade e pH. Quanto mais diversificados os materiais com os quais o composto é feito, maior será a variedade de nutrientes que poderá suprir. Os nutrientes do composto, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados lentamente, realizando a tão desejada “adubação de disponibilidade controlada”. Assim, fornecer composto às plantas, além de melhorar a “saúde” do solo, é permitir que elas retirem os nutrientes de que precisam de acordo com as suas necessidades ao longo de um tempo maior do que teriam para aproveitar os adubos sintéticos que são facilmente dissolvidos e arrastados pelas águas das chuvas. A matéria orgânica “compostada” se liga às partículas (areia, limo e argila), formando pequenos grânulos que ajudam na retenção e drenagem da água e melhoram a aeração. Além disso, a presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de minhocas, insetos e microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de doenças de plantas. Na agricultura, a compostagem também tem como objetivo transformar a matéria vegetal muito fibrosa em dois tipos de composto: um para ser incorporado nos primeiros centímetros de solo e outro para ser lançado sobre o solo, como uma cobertura. Essa cobertura se chama “mulche” e influencia positivamente as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Dentre os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura no solo, destacam-se: estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais capazes de absorver água e nutrientes do solo; aumento da capacidade de infiltração de água e reposição de micronutrientes, reduzindo a erosão; mantém estáveis: a temperatura e os níveis de acidez do solo (pH); dificulta e/ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas) e em geral ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microorganismos benéficos às culturas agrícolas permanentes e temporárias, eliminando os patogênicos, sensíveis à ação da radiação solar. Deve-se entender que todo o método de compostagem, termofílica principalmente, depende completamente da existência de condições ecológicas internas às leiras que favoreçam os microorganismos envolvidos no processo. Para tanto, utilizam-se técnicas específicas de confecção das leiras que são baseadas nas características físicas e químicas dos materiais utilizados e que objetivam a garantia da aeração interna da pilha, umidade favorável ao processo e o equilíbrio na relação carbono/nitrogênio (C/N), já que é uma mistura ordenada de resíduos ricos em substâncias nitrogenadas com restos vegetais de baixo teor em nitrogênio, mas ricos em carbono, que favorece a ação microbiológica de decomposição sobre essas matérias primas, levando-as a um estado de parcial ou total humificação. Nas páginas a seguir, apresenta-se, portanto, uma estrutura básica para caracterização dos resíduos bem como a proposta experimental para produção e obtenção desse adubo orgânico. 2. Caracterização regional e urbana O Município de Laranjal do Jari localiza-se no sudoeste do Estado do Amapá na Meso Região Sul, Microrregião Geográfica 004 e Região Sul do Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do Amapá. Criado pela Lei n° 7.639 de 17 de dezembro de 1987, é o maior município em extensão territorial (31.170,3 km2), ocupando aproximadamente 21,72% do total da área do referido Estado. Possui limites com os Municípios de Mazagão, Pedra Branca do Amapari, Oiapoque, Vitória do Jari, com o Estado do Pará, e com os Países: Suriname e Guiana Francesa. As Figuras 1 (Mapa do Município) e a 2 (Mapa do Distrito Sede), de acordo com a proposta original, ilustram essas informações e dão ainda outros detalhes. A sede municipal (ou distrito sede) está localizada ao sul do Município à margem esquerda do Rio Jari e possui uma altitude de 5,0 metros acima do nível do mar, Latitude de 01°00’31” S, Longitude (W.G.) de 52°00’31” e dista 320 km da capital Macapá, por estrada rodoviária. Em termos populacionais, utilizando-se o método geométrico e de acordo com os dados da tabela a seguir, o Município é o terceiro maior do Estado, com cerca de 31.892 habitantes em 2004. Tabela 1 – População de Laranjal do Jari População/Ano Ano 1991 Ano 1996 Ano 2000 TOTAL 21.372 23.468 28.196 Zona Urbaana 14.301 21.415 26.4877 Zona Ruraal 7.071 2.053 1.709 c demoográficos Ressumo dos trêês últimos censos uanto aos tipos t de so olos, são oss mais encontrados: Solos S Gley Eutróficos de texturaa Qu argilosa e solos Aluviaais Eutróficcos e Distróf óficos de tex xtura indiscrriminada e rrelevo plano o. Presençaa também daa Laterita Hidromórfic H a Distróficaa de texturaa indiscreta e relevo tam mbém plano o. Latossolo Amarelo Distrófico de texturras médiass e argilosas e solo os Concreecionários Lateríticos Indiscriminnados Distrróficos de teextura indisscriminada e relevos su uaves ondulaados a fortee ondulados com áreas aplainadas. Em termos gerais, sãoo solos de baixa b fertilidade naturaal, com pred dominânciaa arenosa e bbastante eroosivos. 3. Caracteerização daas fontes e dos d resíduoos gerados O eextrativismoo, assim com mo as atividaades agrícollas, são indiiretamente aas fontes gerradoras dos resíduos qque serão uttilizados naa produção do compossto, em Larranjal do Jaari. A listag gem com a seleção doos resíduos que q existem m devido ao cconsumo, associado a diretamente à produção se s encontra a seguir: Tabeela 2 – Caraacterização das Fontes e dos Resíd duos Gerado os no Municcípio, por attividade A Agroextrativ vista Nome do R Resíduo D Descrição e Fo ormação/Consstituição Período P de Gerração Locaiss de Geração (Meses no An no) Caroços de A Açaí1 Carooços e cachos do fruto Serragens dee Madeira Pó de d serragem e pequenas lasccas ((Áreas) 12 meses Urbanaa e Rural 12 meses Urbanaa e Rural Estrume de F Frango Estrrume misturad do à Grama/poodas secas 6 meses m Urbanaa Micronutrienntes2 Resttos de restauraantes e das feiiras Urbanaa 12 meses Cascas de Arroz Cascas, farelo (puim) e crilera 4 meses Periurbana e Rural Palhadas de Milho Sabugos, cascas e milho de rejeito 4 meses Periurbana e Rural 4 meses Periurbana e Rural Cascas de Mandioca Cascas e restos sólidos Cascas de Castanha Ouriços, cascas grossas, películas e 4 meses Urbana e Rural castanhas estragadas (germinadas) 1 Embora haja um período de safra, ocorre uma variação da produção, mas considerou-se o consumo, bem como a produção de caroços constante, mesmo porque há o período de consumo de bacaba e/ou açaí branco. 2 Os Micronutrientes serão caracterizados pelas fontes de verduras e legumes restantes das feiras associados às sobras de alimentos dos restaurantes que não possuem produção significativa. Como se pode observar, parte dos resíduos gerados e escolhidos estão associados ao seu período de safra, o que não restringe a sua utilização ou elimina a sua importância na composição do adubo. Vale ressaltar também que os resíduos foram escolhidos devido ao volume da geração, que é pertinente agregado ao desperdício por parte dos produtores que utilizam isoladamente ora como adubo único, como é o caso do caroço do açaí, da serragem e do estrume, ora como alimento para pequenos animais, como é o caso das cascas de Arroz, Mandioca, Castanha e da Palhada de Milho. Devido a fatores de solos vistos anteriormente, e até mesmo da produção, tornam-se necessárias a aquisição e a importação de fertilizantes químicos e/ou insumos que, em outros termos, são utilizados “resíduos” na agricultura muita das vezes oriundos de outras localidades, o que não deixa de fomentar a economia e a geração de empregos fora do Município. São empregados como adubo: torta de mamona, calcário, fosfato, estrume de gado das fazendas do Município de Almeirim, no Pará, entre outros insumos que não são produzidos no Município. Por isso, a seguir, estão dispostas detalhadamente as principais fontes específicas geradoras de resíduos que servirão de base para produção do composto para agricultura de Laranjal do Jari, suas localizações e descrição do resíduo quanto às suas características e quantidade de produção: 3.1. Fontes geradoras de caroços de açaí Tradicionalmente, em toda a região, bem como na cidade, é muito grande o consumo do “suco de açaí” e, consequentemente, grande também a produção de caroços que comumente são jogados próximos às batedeiras onde ficam apodrecendo e raramente são recolhidos pela Prefeitura ou aproveitados em pequenos canteiros domésticos. Em Laranjal do Jari, segundo estatísticas da Secretaria Municipal de Agricultura, a média volumétrica da lata de fruto comercializada é de 8 litros/lata, bem como a média de latas por batedeira é estimada em 10 latas/dia, ou seja, para efeito de cálculos, admite-se que são produzidos na faixa de 60 a 80 l/dia de caroços desse fruto por batedeira. Através de estudos, constatou-se que o açaí é rico em antocianina (substância antioxidante) que ajuda no combate ao colesterol e aos radicais livres do organismo humano. Além de ser considerado um dos alimentos que contém ferro, é também rico em fibras, lipídios, vitaminas C, E e Minerais (Ferro, Sódio, Potássio, Cálcio, Magnésio, Fósforo). A ideia dessa compostagem é aproveitar os caroços e o cacho que provavelmente possuem “resíduos” desses nutrientes. Em nível de informação, o suco é indicado para pessoas com mau funcionamento do aparelho digestivo e, de acordo com pesquisa da Faculdade de Farmácia da UFRJ, também possibilita a fabricação de um comprimido para tratamento da hiperplasia prostática (aumento da próstata). Outra conclusão de extrema relevância diz respeito à propriedade, comprovada pela pesquisa, de que o extrato do açaí extermina o caramujo (Biomphalaria grablata), que é o hospedeiro intermediário na esquistossomose. Tabela 3 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Caroços de Açaí em Laranjal do Jari Resíduo Caroços de Açaí Fontes Geradoras (Locais Endereços Volume de Coleta) (litros/dia) Batedeira do Nivaldo Av. Tancredo Neves – Vila do Ovo 80 Batedeira da Darlene Av. Tancredo Neves – Agreste 80 Batedeira do Mariho Av. Tancredo Neves – Liberdade 80 Batedeira do Dico Av. Tancredo Neves – Liberdade 80 Batedeira Guilherme Av. Tancredo Neves – Agreste 80 Produzido 3.2. Fontes geradoras de cascas de arroz De acordo com dados do IBGE, no ano de 1999, o Município chegou a produzir em 60 hectares, cerca de 50 toneladas do grão e rendimento médio de 833 kg/hectare. Constitui-se em uma lavoura temporária muito comum na região, tanto por fatores ambientais, como por fatores históricos e culturais. As cascas ou palhas de arroz são produzidas pelas “piladoras” ou pequenas fábricas de beneficiamento de arroz dentro da área urbana. Assim como os caroços de açaí, as palhas de arroz são dispostas nos terrenos da “piladoras” ou são doados para a vizinhança interessada na aplicação em pequenos canteiros de hortaliças ou para formação de “cama” para criação de galinhas. Segundo informações dos proprietários e dos produtores, são beneficiados mensalmente em média, na época de safra, por cada “piladora”, cerca de 1000 kg de arroz, enquanto 35% desse total são cascas, farelo (puim) e crilera, considerados resíduos, que também chegam a ser comercializados. Portanto, para efeito de cálculos, será utilizada a relação: 1000 Kg de arroz cl casca à 650 Kg (aproxim.) de arroz descascado ou 350 kg de resíduos. O arroz compõe a base da alimentação da população brasileira e possui na sua composição as vitaminas: A (Betacaroteno), B1, B2, B3, os minerais: zinco, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio, além de proteínas, lipídios e glicídios necessários para a boa nutrição diária do organismo humano. Suas cascas também são ricas fontes de fibras e nitrogênio. As cascas de arroz são bastante utilizadas como briquetes (palha prensada em tabletes) para geração de energia em algumas usinas termoelétricas. Pesquisas recentes também na construção civil prevêem um cimento mais compacto, resistente e relativamente barato, com a adição das cinzas da casca de arroz, devido à sílica presente. Tabela 4 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Cascas de Arroz em Laranjal do Jari Resíduo Caroços de Açaí Fontes Geradoras (Locais Endereços Volume de Coleta) (litros/dia) Batedeira do Nivaldo Av. Tancredo Neves – Vila do Ovo 80 Batedeira da Darlene Av. Tancredo Neves – Agreste 80 Batedeira do Mariho Av. Tancredo Neves – Liberdade 80 Batedeira do Dico Av. Tancredo Neves – Liberdade 80 Batedeira Guilherme Av. Tancredo Neves – Agreste 80 Produzido 3.3. Fontes geradoras de cascas de mandioca No Município, a mandioca é cultivada pelo segmento de pequenos produtores, em que a primeira preocupação está em garantir o sustento da família e o excedente é comercializado diretamente para o consumidor nas diversas feiras de produtores e/ou para atravessadores que compram a produção na propriedade. No caso de Laranjal do Jari, o cultivo de mandioca também é comum devido às condições ambientais favoráveis e do consumo de produtos derivados tais como a farinha e o tucupi. Praticamente em todas as propriedades periurbanas, rurais e até urbanas encontram-se áreas plantadas. O gráfico a seguir mostra a evolução da produção de mandioca no Município de 1997 a 2000: Município de Laranjal do Jari Produção Município no Anos 1997 1998 1999 2000 (Toneladas) 3750 4248 4500 4910 Fonte: SIDR RA/IBGE, 20022. Tabela 5 – Quantidadee de Mandio oca Produziida Boaa parte dos produtores p transacionam t m com a ag groindústria da cooperaativa local, na n forma de venda de raaízes. De accordo com a Casa de Faarinha da AG GROJARI (conforme m mostra a foto o no projeto original), ssão recebidaas cerca de 2 a 2,5 tonneladas de mandioca durante d a saafra, e a esttimativa de produção dde resíduos (cascas) é de 250 kg para cada tonelada dee mandiocaa. Logo, parra efeito de cálculos, seerá adotadoo que 18% em e peso da m matéria prim ma da fábrica são cascaas. A mand dioca possui quantidadees muito peequenas de fibra brutaa, minerais e vitaminass, sendo quue é formad da por umaa quantidadee muito grannde de carbo oidratos. Suua casca é co omposta porr 70% de nittrogênio, naa forma não protéica (C CIAT, 1970)). Tabbela 6 – Prinncipal Fontee Geradora de Casca dee Mandiocaa em Laranjaal do Jari Resíduo F Fontes Geeradoras Endeereços (L Locais de Coleta) Cascas de M Mandioca F Fábrica de Farinha Volume P Produzido (litros/dia) Av. E Esplanada, s/n n – Agreste 240 3.4. Fontess geradoras de cascass de castanh ha Um ma atividadee tradicionaal na regiãoo do Jari é a extração de d castanhaa do Brasil.. Durante o período daa safra, quue vai de fevereiro f a junho de cada ano, são geraddos muitos empregos, movimentaando a econnomia, prin ncipalmentee em Laranjjal do Jari. Parte da prrodução de castanha é direcionadda para a fábrica fá da Comaja C – C Coop. Mistta Extrativista Vegetall dos Agriccultores dee Laranjal ddo Jari que, de acordo com inform rmações do Presidente Sr. Raimuundo Nogueeira, recebee mensalmente cerca de 70 toneladas, ou ± 250 toneladas durante a safra de castanha, das quais, cerca de 30 toneladas (12%) são ouriços, cascas grossas, películas e castanhas estragadas (germinadas). Segundo as informações e para efeito de cálculos serão utilizados os seguintes parâmetros: produção de resíduos: 8400 kg de resíduos/mês; peso específico da castanha: 0,5 Kg/Litro. Os resíduos – cascas e ouriços de castanha provenientes da unidade de descascadores – são aproveitados e incinerados para geração de energia e vapor na Caldeira (ver foto). As cinzas provenientes dessa queima são dispostas no próprio terreno. As “películas” das amêndoas, bem como as “tortas”, que é produto da prensagem, ou vão para a produção de biscoitos ou são utilizadas como fertilizante em hortas e/ou ração para galinhas, pela vizinhança interessada. A castanha do Brasil contém proteínas e gorduras, vitaminas A, D, K e E além de Magnésio, Cálcio e Selênio que é um mineral antioxidante. Seu óleo está sendo muito utilizado também para fabricação de produtos farmacêuticos, cosméticos e sabonetes, além da amêndoa, para diversos produtos alimentícios. Tabela 7 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Cascas de Castanha em Laranjal do Jari Resíduo Endereços Fontes Geradoras (Locais (litros/dia) de Coleta) Cascas de Castanha Volume Produzido Fábrica da COMAJA Av. Tancredo Neves, s/n – Prosperidade 120 Comunidade do Cajari * BR-156 (Rodovia Jari-Macapá) 120 * Foi citada a comunidade de Agua Branca do Rio Cajari como uma possível fonte desses resíduos porque, apesar de boa parte da produção de castanha ser proveniente dessa localidade, ali mesmo existe um comércio de castanhas descascadas, gerando consequentemente os resíduos, podendo futuramente ser estabelecido um tipo de coleta. 3.5. Fontes geradoras de palhadas de milho Assim como a mandioca, outra prática de cultivo bastante difundido no Município é o do milho. Em diversas propriedades da área urbana, periurbana e rural também são encontradas áreas plantadas, muitas das vezes até mesmo junto com outras culturas. Além do consumo humano, boa parte da produção de milho é destinada para a alimentação de pequenos animais tais como: galinhas e porcos. Segundo o IBGE, no ano de 1999 a produção de milho no Município chegou a 100 toneladas do grão, em uma área total plantada de 200 hectares, e rendimento médio de 500 kg/hectare. Constituindo-se também em uma importante fonte de renda para os agricultores. Os resíduos também são aproveitados pelos agricultores na composição das rações dos animais, ou como próprio adubo. As “palhadas de milho” do enunciado será formado pela reunião de todos os resíduos gerados oriundos da cultura do milho, tais como: palhas, sabugos, cascas e do próprio milho em caso de rejeito por qualquer motivo. Como a produção de resíduos não possui um controle apropriado para efeito de cálculos, serão adotados um peso específico de 400 g/litro, bem como seu fator de redução de volume, de acordo com o tipo de lâmina a ser utilizada, após trituração, que poderá chegar a cerca de 30%. Tudo se aproveita no grão de milho de muitas maneiras: na alimentação, na indústria e na medicina. A palhada, assim como o próprio milho, segundo diversas análises prévias também é rica em carboidratos, vitamina E, cálcio, zinco, magnésio, nitrogénio, fósforo e potássio. Tabela 8 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Palhadas de Milho em Laranjal do Jari Resíduos Endereços Fo nt es Ge rado ra s (litros/dia) ( Lo ca is de Co leta) Palhadas de milho Volume Produzido S itio do N ogueira B R - 1 5 6 (Rodovia Jari-Macapá) 120 S ítio do Edson B R - 1 5 6 (Rodovia Jari-Macapá) 120 S ítio do Yataco B R - 1 5 6 (Rodovia Jari-Macapá) 120 OBS: Caso seja insuficiente a coleta desses resíduos para a produção do composto, as fontes poderão ser substituídas por outras propriedades da área periurbana mais próximas. 3.6. Fontes geradoras de serragens de madeira As madeireiras, serrarias e as movelarias também estão presentes no Município e, além de gerarem grande quantidade de pó de serragem e lascas de madeiras, constituem parcela importante da geração de emprego e renda na região do Jari. Chegou-se a comercializar cerca de 1670 m3 em toras no ano de 1999, segundo o IBGE. Como não há um controle dos resíduos, para efeito de cálculos estimou-se que cerca de 10% desse volume são resíduos. Como a serragem possui um alto poder calorífico, é bastante utilizada para produção de carvão ou briquetes (serragem prensada em tabletes) sendo utilizados como fontes de combustível e até substituição de lenha, além de artesanatos. Podem ocorrer problemas com a utilização deste resíduo, tais como: enzimas que matam a flora bacteriana ou até inibem o crescimento de determinadas plantas bem como aumento da temperatura, facilitando incêndios e sua propagação, na plantação. No entanto, para fim de pesquisa, a serragem será utilizada apenas como substrato e criação de volume nas leiras e para comprovar ou não sua ineficácia no composto, chamado aqui de inibidor teórico. Será estimada uma média de 100 litros de serragem por dia. Tabela 9 – Relação das Principais Fontes Geradoras de Caroços de Açaí em Laranjal do Jari Resíduo Fontes Geradoras Endereços (Locais de Coleta) Volume (litros/dia) Produzido Serragem de Madeira Serraria do Jorge Estrada do Tira-Couro 240 Madeira. MADECOM Rua Vitória Régia – Agreste 120 COOPMOVEIS 120- Av. Tancredo Neves, s/n – Lot. Sarney 3.7 Fonte geradora de estrume de frango Esse tipo de resíduo, também conhecido como “cama-de-frango”, é um eficiente fertilizante, que promove o aumento da produção, com baixo custo, muito utilizado em cultivo de hortaliças e cogumelos. É uma fonte rica de nitrogênio, fósforo, potássio bem como fonte de bactérias. É um composto orgânico, resultante da mistura de excrementos, resto de ração, de penas e de material de forração do piso do aviário. Sua composição química varia conforme o número de aves que passam pelo galpão de criação. A criação de frango também é uma atividade bastante comum em Laranjal do Jari constituindo-se fonte de renda e de subsistência para muitas famílias. No Município, a maior granja com produção considerável pertence ao Sr. Ramalho onde também é comercializado o estrume curtido e misturado à grama e às podas secas. Estimou-se um volume de produção diária de 40 litros ou cerca de um (1) saco de 25 kg. Devem ser respeitadas para aplicação de cama de frango no solo sem prejuízos ambientais, tendo conhecimento das características do solo e do resíduo. Com isso pode-se utilizar a tabela a seguir com a constituição média de nutrientes na cama-de-frango. Tabela 10 – Composição da cama-de-frango, em porcentagem da matéria seca. Componente Média Variação Umidade (%) 19,5 4,70-39 Matéria Seca (%) 80,5 61-95 Cinzas (%) 24,7 9-54 Nitrogênio (%) 15,0 2,1-6,4 Fósforo (%) 1,6 0,56-3,92 Potássio (%) 2,3 0,73-5,17 Cálcio (%) 2,3 0,81-6,13 Magnésio (%) 0,52 0,19-0,88 Enxofre (%) 0,50 0,22-0,83 Cobre (ppm) 473 25-1.000 Ferro (ppm) 2.377 529-12.604 Manganês(ppm) 348 125-667 Zinco (ppm) 315 105-669 Fonte: Payne & Donald (1991). OBS: A utilização desse resíduo não é regulamentada por lei ou não sofre restrições, no Estado, mas é proibido pelo governo federal (Ministério da Agricultura), desde 2001, o uso da cama de frango na alimentação de ruminantes, principalmente de bovinos. O veto à cama de frango como alternativa de alimentação para bovinos decorre da constatação de que a presença de proteína animal na ração tem sido o principal vetor de disseminação do mal da vaca louca pelo mundo. Tabela 11 – Principal Fonte Geradora de Estrume de Frango em Laranjal do Jari Resíduo Endereços Fo nt es Ge rado ra s Volume Produzido (litros/dia) ( Lo ca is de Co leta) Estrume de Frango Granja do RAMALHO Av. Esplanada – Agreste 40 3.8. Fontes geradoras de micronutrientes As fontes geradoras dos micronutrientes, indispensáveis na formação do composto, serão oriundas basicamente de duas (2) fontes: restos da(s) Feira(s) Municipais e restos dos restaurantes mais movimentados do Centro Comercial e Agreste. Na formação da fonte de micronutrientes, os restos de frutas, verduras e legumes da feira do agricultor serão misturados com os restos de comida de cinco (5) restaurantes com maior movimento relativo da região. Como não existem na região grandes geradores significativos, far-se-á uma coleta diferenciada da proposta, isto é, acumulativa, (ver detalhes no item 7.6.2). A estimativa de geração, para efeito de cálculos, em função do pouco desperdício e do fraco movimento, é de 45 litros por semana (5 dias) ou cerca de oito (8) litros por dia, nas unidades geradoras. A utilização desses resíduos, além de auxiliar na campanha de coleta seletiva do lixo terá por finalidade manter o desenvolvimento bacteriano bem como a fixação de nutrientes no composto. Tabela 12 – Relação das Principais Fontes Geradoras de “Micronutrientes” em Laranjal do Jari Resíduo Fontes Geradoras Endereços (Locais de Coleta) Micronutrientes Rest. Hot Flash Volume (litros/dia) Av. Tancred o Neves – Agreste 5 Rest. Churrasco I Rua da Usir a – Centro 5 Rest. Churrasco II Rua Emílio Médice – Agreste 5 Rest. Do Irmão Rua Tirader tes – Agreste 5 Rest. Tropical Avenida Tar icredo Neves – Centro 5 Feira do Agricultor Passarela P rincipal, s/n – Centro 20 3.9. Resumo da caracterização e considerações gerais Produzido Como visto nos itens anteriores, em relação aos locais de geração e, principalmente, quanto à composição de cada resíduo, tem-se a seguinte tabela: Tabela 13 – Resumo da caracterização da produção dos resíduos a serem utilizados N° Resíduos Y médio estimado (Kg/Litro) Volume Diário (Litros)* 1 01 Caroços de Açaí ( ) 0,600 400 02 Cascas de Arroz 0,350 240 03 Cascas de Mandioca 0,450 240 2 04 Cascas de Castanha ( ) 0,500 240 05 Palhadas de Milho (3) 0,400 360 06 Serragem de Madeira (*) 0,300 480 07 Estrume de Frango 0,625 40 08 Micronutrientes (5) 0,850 45 * Volume Máximo Diário Produzido e estimado para coleta; 123 Resíduos que deverão ser triturados, obedecendo a seus fatores de redução do volume; 4 Não deverão ser coletados pedaços de madeira. Apenas o produto direto da serragem (pó); 5 Soma de duas ou mais fontes, conforme descrição do item 6.8 anterior. Os fatores de redução do volume poderão sofrer alterações em virtude do equipamento, e das variações das lâminas a serem utilizadas, bem como do número de passagens do material. Neste caso, no dimensionamento do volume a ser coletado, deverá ser considerado um coeficiente de segurança. Deverão ser previstas e consideradas as variações na produção quantitativa dos resíduos nas fontes, utilizando-se o período de um ano para a coleta, levando-se em consideração os períodos de mais e menos chuva no decorrer da realização da compostagem. Todos os resíduos deverão ser coletados com o mínimo de umidade, para não interferir no processo de trituração, bem como não alterar muito os parâmetros previstos quanto ao peso, atividade microbiana e até mesmo na eficiência do transporte. Os recipientes para coleta somente poderão ser alocados nas fontes geradoras de comum acordo, por escrito, com os responsáveis pelas respectivas atividades, bem como deverão zelar pelo material quanto ao furto, conservação e outra utilização. Não poderá haver contaminação dos resíduos, em hipótese alguma, sendo tomadas todas as medidas cabíveis para que isso não ocorra, nem a introdução e a utilização de produtos ou fertilizantes químicos. A mão de obra e os materiais/equipamentos a serem utilizados deverão ser preferencialmente adquiridos no local e deverá haver uma pasta para controle dos documentos da atividade, tais como: licenças, convênios, contratos, notas fiscais, fichas de controle e o que houver. 4 Projeto experimental para compostagem Segue a proposta descritiva das ações para realização do projeto e execução da compostagem experimental no Município de Laranjal do Jari. 4.1 Concepção do projeto Conforme as avaliações preliminares que visavam a conceber uma estruturação técnica, gerencial e principalmente de apoio comunitário ao projeto, possibilitando torná-lo um produto com credibilidade, aceitação perante o público, ficou definido o seguinte modelo gestor: é um projeto experimental para introdução de nova produção de composto orgânico tipo mulche, através do método natural, com aeração e disposição em pilhas cónicas, sem adição de catalisadores ou produtos químicos, formado pela mistura de, no máximo, de oito (8) tipos de resíduos triturados ou que deverão ser triturados, oriundos da própria atividade agrícola e extrativista do Município. O composto produzido terá por finalidade o emprego na agricultura local para melhoria em termos microambientais do solo e da produção agrícola de Laranjal do Jari. Do total de composto produzido, parte será destinada à análise na Embrapa e o restante deverá ser empregado em hortas e propriedades a serem definidas, como laboratório de campo e comprovação de sua eficácia. As etapas fundamentais dessa atividade, que serão devidamente discriminadas nos próximos itens constituintes deste trabalho, serão: Preparação do terreno e aquisição de equipamentos; Coleta, Transporte e Trituração dos resíduos; Produção do Composto – Montagem e Monitoramento das leiras de compostagem; Armazenagem, Utilização e Análises do composto produzido; Elaboração de Relatório com a Análise e Conclusões, ao final da atividade. A abrangência do projeto, na sua concepção inicial, propõe atender a todas as regiões de relevância a partir da avaliação dos seguintes aspectos: Importância turística e projeção para o Município; Referência de produção, despertando o interesse do meio acadêmico; Concentração e interação de produtores de resíduos orgânicos; Nível de adesão por parte da comunidade e suas representações; Disponibilidade de espaço físico necessário à implantação do sistema proposto. Portanto, esta proposta institucional representa uma solução imediata, sem fins lucrativos na fase experimental, através de um serviço diferenciado, para o problema de lixo orgânico enfrentado pelos setores público e turístico, melhorando os serviços de infra-estrutura, em particular a coleta do lixo agroextrativista bem como seu destino e/ou aproveitamento ambientalmente adequado. 4.1.1 Aparato legal e normativo Quanto à legislação específica, a atividade deverá atender e obedecer às especificações da legislação brasileira do Ministério da Agricultura: Decreto-Lei n° 86.955 de 18-02-82, Portaria MA 84 de 29-03-82 e a Portaria n.° 1 da Secretaria de Fiscalização Agropecuária do M. A. de 04-03-83 que dispõem sobre a inspeção e a fiscalização da produção e comércio de fertilizantes e corretivos agrícolas e aprovam normas sobre especificações, garantias e tolerâncias. Com relação à produção de composto de resíduos, a legislação determina que o fertilizante orgânico para ser comercializado deve apresentar as seguintes garantias: matéria orgânica: mínimo de 40%; índice pH: mínimo 6,0; teor de nitrogênio: 1,0% e relação carbono/nitrogênio: 18/1; não deve conter patogênicos e metais pesados acima dos limites toleráveis. As autorizações para coleta e transporte dos resíduos bem como todo o licenciamento da atividade deverão ser concedidos pela Sema – Regional Sul (Secretaria Estadual de Meio Ambiente). Também deverão ser adotadas as diretrizes para caracterização da Resolução COEMA 0001/99 quanto ao licenciamento ou simplesmente a autorização da atividade, bem como a legislação estadual inerente. No Município de Laranjal do Jari, não há restrições em relação à atividade proposta, no que diz respeito à legislação vigente. No entanto, vale ressaltar o Capítulo VII da Lei Orgânica Municipal, que constitui a sustentação legal da atividade proposta, nos Artigos 241 e 247 que norteiam os deveres do Poder Público respectivamente quanto ao uso da ciência e tecnologia em prol da política agrícola e melhoramento do solo, para alcance de um desenvolvimento sustentável: Art. 241 – A política agropecuária utilizará de recursos da ciência e da tecnologia e propiciará a infra- estrutura necessária à promoção do desenvolvimento econômico e à preservação da natureza... Art. 247 – É assegurada a participação dos setores da sociedade civil organizada na elaboração de planos e projetos relacionados à política agrícola no Município, na forma da lei. OC Código Munnicipal de Posturas, P noo Capítulo IX, I instituíd do em 19911, trata da questão q dos resíduos dde forma isoolada e ultrapassada. C Considera a inserção de d elementoos de tratam mento que o Município nunca adqquiriu. Por isso não poode represeentar um en ntrave à atiividade e por p ter sido m grande prroblema para a cidadee, mesmo porque, p não elaborado quando o lixo ainda não era um especifica ou distinguue o tipo de lixo l que é veetado à utiliização, com mo se pode vverificar no Artigo A 159: m é permitiido utilizar o lixo comoo adubo ou para p alimen ntação de annimais...” “A ninguém AL Lei Municippal n° 240 dee 14-11-20003 que é o Regulamento R o de Limpezza Urbana taambém não faz qualquuer restriçãoo à atividad de propostaa, porém vaale ressaltarr que esse pprojeto se enquadra e atende a eesta legislaçção que reg gulamenta aas atividadees inerentess ao sistem ma de limpeeza urbana, destacandoo-se: Artt. 23 – Lixo do d Mercado o Municipall e Feiras-liivres: É obrrigatória coolocação de recipientes de rrecolhimentto do lixo, em e local visíível e acessível ao públlico em quaantidade mín nima de um recipiente por banca ou boxe. b 4.2. Organ nograma e gerenciamento Em m relação à organizaçção para a boa operaação do sistema de ccoleta, man nutenção e funcionam mento do prrojeto expeerimental dde composttagem, deverá ser adootado o orrganogramaa funcional hhierárquico: Tabelaa 14 – Resum mo da Mão de obra e Q Quadro Fun ncional Prop posto, confoorme Organo ograma Função Desccrição Resumida da Função (Implantação o da Atividadee) Quanntidade de Traballhador(es) Servente Coleta doos Resíduos (C Carga e Descaarga) e trabalhar na Formaçãão das 4 Leiras e na n limpeza/maanutenção doss pátios Motorista Dirigir o veículo v no traansporte dos reesíduos e auxiiliar na operaçção de 1 carga e descarregamento dos resíduos (Terceirizado) Acompanhamen Auxiliar e Orientar na Implementação, Melhorias e Resolução de to Técnico 3 eventuais problemas na Operação e Produção Gerenciamento Acompanhar a Formação e Composição das Leiras bem como 1 controlar a coleta e a entrada dos resíduos e materiais. Fazer e a identificação, o controle e o monitoramento das leiras Coordenação Responsável pela aquisição dos materiais, marketing e divulgação do 1 projeto. Responsável pelos contatos institucionais. a) Os serventes serão devidamente contratados por um período determinado e obedecerão a uma carga horária de 6 horas diárias (das 7:00 as 13:00), de Segunda à Sexta, sendo responsáveis também pela limpeza/conservação do terreno e subordinados diretamente e apenas ao gerente. b) O motorista fará apenas a direção do transporte dos resíduos de acordo com os roteiros de coleta, num período máximo de 4 horas diárias, juntamente com os serventes. A limpeza do veículo bem como sua manutenção ficarão sob responsabilidade do mesmo. c) O gerente terá a responsabilidade operacional e de todo o controle da atividade além de elaborar relatórios mensais de com o acompanhamento da equipe técnica. d) A assessoria técnica deverá ser composta no máximo de três (3) pessoas sendo: 1 do Rurap, 1 da Embrapa e 1 da Sema. Deverão apenas orientar e auxiliar tecnicamente o trabalho do gerente, e o bom andamento da atividade, independentemente. Não estão inseridos no organograma funcional. e) A Coordenação do Projeto ficará com a responsabilidade técnica do empreendimento além da pesquisa de novos implementos e o desenvolvimento de melhoria do processo, junto com a gerência e a assessoria técnica, além dos contatos institucionais e da divulgação. 4.3. Materiais para mão de obra Para a execução e manutenção do trabalho da compostagem proposta durante 4 meses, serão necessários as seguintes ferramentas e acessórios, discriminados abaixo: Tabela 15 – Materiais para a Mão de obra Operacional (Ferramentas e Acessórios) Materiais Quantidade Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Pá quadrada com cabo 4 unidades 15,00 60,00 Carrinho de mão 2 unidades 97,00 194,00 Rasteio com cabo 4 unidades 11,00 44,00 Enxada larga com cabo 4 unidades 10,00 40,00 Vassoura de piaçava 4 unidades 11,50 46,00 Pares de luvas de fio branco 4 pares 2,50 10,00 Pares de botinas de borracha 4 pares 22,00 88,00 Termômetros 10 unidades 7,00 70,00 Sacos plásticos (50 litros) 800 unidades 0.10 80,00 Lixeiras plásticas (35 litros) 5 unidades 15,00 75,00 Mangueira plástica (30 m) 1 unidade 33,00 33,00 CUSTO TOTAL DE MATERIAIS 740,00 OBS: Os custos unitários foram pesquisados em Laranjal do Jari e adotados a média dos preços. a) Pás Quadradas: serão utilizadas pelos Serventes para encher os contentores e o carrinho de mão, como também no transporte e no reviramento dos resíduos e do composto. b) Carrinho de mão: será utilizado no transporte de resíduos para o pátio de compostagem, bem como para facilitar transportes de materiais diversos. c) Rasteio e Enxada e Vassourão de piaçava: serão utilizados na construção das leiras no pátio de compostagem, bem como para reviramentos e manutenção do formato cónico das leiras, assim como na manutenção da limpeza do pátio de compostagem, da unidade de apoio e da área de entorno. d) Termômetros e Mangueira: controle e monitoramento da temperatura das leiras. Os termômetros deverão ser adaptados em pequenos bastões para facilitar a introdução no interior de cada leira. e) Equipamento de Proteção Individuai (Luvas, Botas): será entregue aos serventes para utilização durante os procedimentos de coleta e manuseio dos resíduos e formação das leiras. f) As lixeiras serão utilizadas na coleta dos resíduos “micronutrientes” e ficarão localizadas nos restaurantes. Os sacos plásticos serão empregados na forragem interna desses recipientes bem como para armazenamento do composto. Para o transporte de resíduos será necessária a aquisição ou aluguel de veículo com carroceria suficiente para carregamento de no máximo oito (8) contentores. Na trituração dos resíduos, como palhada de milho e caroço de açaí será necessária a aquisição de um triturador (desintegrador), até mesmo para triturar e propiciar futuramente a introdução e utilização no composto de pequenas galhadas, folhas e capinas. Ambos os equipamentos serão descritos e relacionados no orçamento do projeto. 4.4. Dimensionamento das leiras, pátio de compostagem e unidade de apoio As leiras deverão ter formato cónico, a favor da segurança, ergonomia dos serventes, bem como facilitando a operação de reviramento e controle tecnológico. Considerando-se que 1 m3 = 1000 litros e a leira corresponde a um cone circular reto, com dimensões máximas: 0,80 m de altura x 1,60 m de diâmetro e que deverá ser utilizado um coeficiente K = 0,95 devido ao fator de redução do volume, em função da sedimentação, revolvimento da massa de resíduos e de eventuais perdas, tem-se que: V LEIRA = 1/3 x p x R2 x H \ 1/3 x p x (0,8)2 x 0,80 \ V LEIRA@ 0,536 m3 ou 536 litros Logo: Volume de cada leira @ 536 x 0,95 = 509,20 litros. Admitindo-se ainda que esse fator de redução poderá sofrer variação em função do grau de trituração dos resíduos na coleta, e admitindo-se desperdícios e redução da ordem de até 9 litros durante a própria produção e o transporte do resíduo triturado para o pátio de compostagem, para efeito de dimensionamento, adotou-se o volume máximo operacional em torno de 500 litros ou 0,50 m3 da leira. Com isso, o Pátio de Compostagem, local onde serão montadas as leiras, deverá ter uma área com capacidade para montagem e reviramento de 20 leiras cónicas, ou a capacidade para comportar cerca de 10 m3 de resíduos, distribuídos em quatro (4) fileiras de cinco (5) leiras (pilhas) cónicas, ou vice-versa. Admitindo-se que, em termos operacionais, as leiras cónicas serão misturadas/revolvidas pelo servente com auxílio da enxada e de uma pá, “como se estivesse fazendo uma argamassa para construção”, será considerado um fator para utilização de área nessa operação (aumento da área da base), outro fator para circulação de 30% sobre a área total, mais 15 cm correspondente ao diâmetro da canalização para recolhimento de águas pluviais, tem-se que: Área da base de cada leira = p x r2 \ p x (0,80)2 \ A Base de cada leira @ 2.01 m2 Area máxima da base de cada leira = p x R2 \ p x (1,30)2 \ A Base de cada leira @ 5.31 m2 Logo, a área do pátio de compostagem deverá comportar, no sentido da largura, quatro leiras alinhadas lado a lado, assim como cinco leiras no sentido do comprimento. Então, a medida mínima será: APC = 4 x 2,60) x (5 x 2,60) = 135,20 m2, admitindo-se as leiras lado a lado, com o diâmetro máximo. Como no pátio estarão previstas áreas de circulação, segurança e drenagem, tem-se que: APC = 135,20 m2 + 20% (Circulação) + 5% (Drenagem) + 10% (Segurança) APC = 135,20 + 20% + 5% + 10% \ APC = 186,58 @ 186,6 m2. Como a área deverá ser retangular, admitiu-se a relação 1:2. Logo tem-se que: Largura = 2 x Base; Por isso: APC = 2B2 = 186,6 \ B @ 9,66 m \ L = 2 x 9.66 \ L @ 19.32 m. Conforme os cálculos, serão consideradas as dimensões de 9,50 x 19,50 m para cada pátio de compostagem. Vale ressaltar que, em função do terreno para implantação da unidade piloto ser muito grande, recomenda-se se a construção de, no mínimo, 2 (dois) ou mais pátios de compostagem. Será considerada como Unidade de Apoio um pequeno galpão com estrutura em madeira nas dimensões em planta: 6,00 x 8,00 metros, telhado em fibrocimento com piso em concreto e que servirá para armazenamento temporário de composto, dos contentores e locação do triturador. Haverá um compartimento, de 3,00 x 4,00 m, fechado com porta e tranca para guarda das ferramentas e acessórios utilizados pelos serventes, com os seguintes parâmetros: Ventilação com abertura de, no mínimo, 1/20 da área do piso e não inferior a 0,20 m2; Caimento do piso superior a 2% (0,02 m/m) em direção oposta à parte frontal para facilitar a limpeza e a remoção dos resíduos triturados (em todo o piso da unidade de apoio). O caminhão, de acordo com a definição da gerência comunicada ao motorista, poderá ficar em garagem já construída, em outro local conhecido, não havendo necessidade de construção. Ao redor e/ou próximo à Unidade de Apoio deverá existir um pátio (área) para descarga e/ou armazenamento temporário dos resíduos coletados. Como haverá alternância na coleta dos resíduos e como todas as leiras não serão montadas ao mesmo tempo, será admitida uma área de 100 m2, próxima à Unidade de Apoio para facilitar o transporte e o manuseio dos resíduos. Não será necessário piso de concreto por se tratar apenas de uma área de uso temporário relativamente curto. No empreendimento também deverá ter área suficiente para o trânsito de veículos e principalmente do caminhão de coleta bem como estacionamento para veículos de passeio ou pick-up’s. Tabela 16 – Resumo do Dimensionamento com as áreas necessárias para as construções previstas N.° Construção Dimensões (m) Área (m2) 1 Área Mínima da base circular de cada Leira ɸ 1,60 2.01 * 2 Área Máxima da base circular de cada Leira ɸ 2,60 5.31 * 3 Área Prevista para cada Pátio de Compostagem (20 9,50 x 19,50 185,25 leiras) 4 Area Prevista para a Unidade de Apoio 8,00 x 6,00 5 Área Prevista para o Pátio de Armazenamento de 10,00 x 10,00 48,00 100,00 resíduos AREA MÍNIMA NECESSÁRIA PARA IMPLANTAÇAO DO PROJETO 284,00 * As respectivas áreas estão inseridas no cálculo do pátio de compostagem. A locação, bem como o layout da distribuição e a organização espacial dessas construções na área do projeto ficarão a critério da execução, em função da operacionalidade ótima das atividades, acesso de veículos, dos ventos predominantes e posicionamento solar. 4.5. Local e infraestrutura para compostagem De acordo com a área necessária para a atividade, a alternativa de localização da atividade de compostagem experimental, locação da estocagem de resíduos bem como a instalação do pátio de compostagem e da unidade de apoio é um terreno de propriedade do Sr. Manoel Gomes de Sousa, com mais de 1 hectare, de bom acesso viário, que fica na rua Boa Pastor s/n, no bairro do Agreste. O terreno possui pouca declividade, via de acesso com energia elétrica e água encanada, mas faltando pavimentação. Existe um pequeno córrego nas proximidades cortando a rua Bom Pastor que dista cerca de 80 metros da área de influência do terreno. A região onde será instalada a unidade piloto ou experimental possui área suficiente para implantação do projeto. A região Central será beneficiada por propiciar um enquadramento em área de interesse técnico e ambiental, assim como representará um incentivo à urbanização da via, com valorização imobiliária e certa intensificação do tráfego na via de acesso. O local disponível no momento poderá ser utilizado para outros projetos, tais como de hortas comunitárias, área de lazer e/ou “sede campestre” da APAE, constituindo-se num local estratégico para a divulgação e ampliação do projeto, e entre outras ações públicas, privadas ou de ong’s. 4.6. Rotina operacional Logo após a execução dos serviços preliminares, tais como: preparo do terreno, aquisição dos materiais, contratação dos trabalhadores, coleta, transporte de resíduos, etc., a rotina operacional para produção do composto deverá seguir, impreterivelmente, os seguintes procedimentos: a) Recepção dos resíduos: após a descarga do veículo coletor, o lixo deverá ser amontoado no pátio de descarga (armazenamento temporário) e de acordo com a necessidade, passar na unidade de trituração. Logo após, poderá voltar ao mesmo pátio ou ir de preferência direto para a montagem da respectiva leira. b) Montagem e Formação das Leiras: a montagem das leiras é feita manualmente e em camadas sendo a primeira de materiais que garantam a aeração da pilha. Em seguida é despejado o material mais orgânico com micronutrientes proveniente da coleta seletiva e a última camada é feita com material fibroso ou grama. As leiras serão formadas de acordo com os percentuais calculados na tabela do próximo item (7.6.1) e a montagem será feita manualmente, utilizando-se a pá e o carrinho de mão, em camadas por tipo de resíduo, sendo a primeira e a última, de material fibroso ou materiais que garantam a aeração da leira. Deverão ser observadas as alturas e o diâmetro de cada leira. Durante a confecção da leira de compostagem realiza-se a umidificação do material através de mangueiras, e a inoculação (mistura) com os resíduos prontos ou em fase de maturação. Este procedimento é adotado visando à “ignição” rápida do processo pela otimização das condições de umidade e inoculação que estimulam o crescimento microbiano e a plena colonização do material, além de reduzir o tempo de compostagem. c) Reviramento das Leiras: Durante todo o processo de compostagem que durará no máximo três meses, deverá ser realizado revolvimento ou reviramento das pilhas cônicas, segundo os critérios, no qual o ciclo de reviramento das leiras se dá a cada 3 dias no primeiro mês do processo, seguindo-se de um reviramento a cada 6 dias até o fim da fase de degradação ativa, com finalidade de retornar a aeração no interior da leira, bem como alternar e renovar a atividade bacteriológica. d) Monitoramento das Leiras: É a ação determinante do processo de compostagem. Devem ser controladas: a temperatura pode variar de 45 a 65°C e não ultrapassar os 70°C; a umidade deve permanecer entre 40 e 60% regando a pilha sempre que necessário e a Aeração na pilha para favorecer a atividade dos microorganismos. Estes, entre outros parâmetros serão descritos no item 7.6.3 adiante. e) Estocagem e Análises: Após o período para estabilização e a obtenção do composto, primeiramente deverão ser retiradas volumes pré-determinados pelo laboratório da Embrapa. Em seguida, serão retirados volumes para as hortas selecionas e/ou conforme solicitação. Por último, o restante deverá ser ensacado (sacos de 50 litros) e empilhado (com no máximo 6 sacos por pilha) na área de estocagem da Unidade de Apoio (trituração). Evidentemente alguns procedimentos poderão sofrer alterações de acordo com o gerenciamento realizado, mas impreterivelmente deverão ser mantidos ou melhorados os fundamentos de compostagem como Montagem, Reviramento, Monitoramento das leiras bem como a manutenção da composição percentual dos resíduos em cada leira, conforme mostra o item a seguir. 4.6.1 Formação de cada leira e composição percentual O experimento das leiras consiste em variar o percentual de Fibras e Micronutrientes, com balanceamento de outros materiais reaproveitáveis para verificar sua eficiência, em uma produção de adubo orgânico aplicável na agricultura. Conforme visto no item anterior, o volume máximo de cada leira será de 0,5 m3 ou 500 litros. As dimensões de cada leira foram calculadas em função da caracterização e do volume produzido de cada resíduo, bem como para produção de composto tipo mulche, que deverá conter 40% do volume composto por fibras (nesse caso, o açaí foi escolhido). Em função da trituração de quatro (4) resíduos, e do tipo de máquina utilizada, foram adotados os seguintes percentuais de redução do volume: Palhada de Milho – 35% (ou menos conforme a utilização das facas e grelhas); Casca de Mandioca – 25% (ou menos conforme a utilização das facas e grelhas); Cascas de Castanha – 20% (ou menos conforme a utilização das facas e grelhas); Caroço de Açaí – 20% (ou menos conforme a utilização das facas e grelhas); O cálculo para formação do volume de cada leira, bem como suas respectivas composições gravimétricas estão descritas na tabela a seguir: Tabela 17 – Composição Percentual e Volumétrica de cada Leira de Compostagem 1.o Pátio de Compostagem N° da Resíduos Leira Caroço de Açaí Casca de Arroz % Volume % Volume (Litros) Casca de Casca de Palhada de Mandioca Castanha Milho % Volume (Litros) % Volume (Litros) % Volume (Litros) S6n*ag6m Estrume de Micronutrientes Frango % Volume (Litros) % Volume (Litros) % Volume (Litros) (Litros) 01 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 40 200 10 50 10 50 02 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 30 150 10 50 20 100 03 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 20 100 10 50 30 150 04 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 10 50 10 50 40 200 05 40 240 - 0 - 0 - 0 - 0 5 25 10 50 45 225 06 40 240 10 50 15 94 15 90 10 68 - 0 - 0 - 0 07 40 240 10 50 10 63 10 60 10 68 10 50 10 50 - 0 08 40 240 10 50 10 63 5 30 5 34 20 50 10 50 - 0 09 40 240 10 50 - 0 10 60 5 34 - 0 - 0 - 0 10 40 240 10 50 5 32 5 30 20 135 20 100 - 0 - 0 11 20 120 20 100 20 125 20 120 20 135 - 0 - 0 - 0 12 20 120 20 100 10 63 10 60 10 68 10 50 10 0 - 0 13 20 120 30 150 - 0 10 60 10 68 10 50 20 100 - 0 14 20 120 40 200 - 0 10 60 - 0 - 0 30 150 - 0 15 20 120 10 50 - 0 - 0 10 68 20 100 40 200 - 0 16 40 240 10 50 - 0 - 0 - 0 10 50 10 50 30 150 17 30 180 10 50 - 0 - 0 10 68 10 50 10 50 30 150 20 120 10 50 - 0 10 60 - 0 20 100 10 50 30 150 18 19 10 60 10 50 10 63 - 0 - 0 30 150 10 50 30 150 20 10 60 10 50 - 0 - 0 - 0 40 200 10 50 30 150 (*) - 3660 - 1100 - 503 - 630 - 746 - 1475 - 1050 - 1475 Na montagem da tabela (matriz experimental) anterior, além da baixa produção e disponibilidade dos resíduos, além das distâncias percorridas, considerou-se o seguinte: Nas leiras de 01 a 05 serão observadas as influencias, no composto tipo mulche, na distribuição percentual (variação) dos resíduos: Serragem (Inibidor teórico) e Micronutrientes (Fundamental) com manutenção de percentual para o Estrume de Frengo que é um fertilizante considerado muito forte. Nas leiras de 06 a 10 serão observadas as influências, no composto do tipo mulche uma distribuição homogênea e variável no demais resíduos em detrimento da falta de micronutrientes. Nas leiras de 11 a 15, será realizado o teste com metade dopercentual fibroso, variando-se aleatoriamente a concentração dos demais componentes, observando-se a influencia também da falta de Micronutrientes. Nas leiras de 16 a 20, estará concentrada grande porção de Micronutrientes, variando-se o inibidor teórico (serragem) e mantendo fixo um percentual de casca de arroz e estrume. Em virtude da falta de determinados resíduos, principalmente Micronutrientes (baixa produção), poderão ser realizados testes com outros percentuais não descritos anteriormente. Com a instalação e a implementação do projeto, também poderão ser realizados contratos/convênios com a Prefeitura ou particulares para a coleta regular e seletiva de lixo público, tais como: folhas, gramas e podas que também servirão para substituição de alguns resíduos em falta e também para justificar e aumentar a utilização do triturador, em detrimento das seguintes variáveis: Folhas: Para utilizar as folhas estas devem ser bem picadas para que não haja compactação e também para acelerar na decomposição da leira; Grama: Placas de grama são um ótimo isolante térmico e ajudam a manter as moscas afastadas. Pode-se cobrir a pilha do composto com as raízes para cima e a grama para baixo. Podas: Podas de arbustos e galhos de árvores são normalmente volumosos e difíceis de serem degradados, a menos que sejam picados ou retalhados, mas de vez em quando uma camada de podas volumosas pode ser utilizada na pilha. Esse material torna a pilha volumosa permitindo, dessa maneira, uma penetração de ar mais eficiente. Vale ressaltar que, no primeiro momento, os resíduos supracitados não fazem parte da etapa inicial deste projeto. Serão utilizados como alternativa de substituição em último caso, ou futuramente. Em função dos resultados obtidos e das análises feitas nesse 1.° Pátio de Compostagem serão montadas as composições percentuais dos próximos pátios e/ou leiras. São diversas possibilidades que poderão ser estudadas. 4.6.2. Sistema de coleta dos resíduos Boa parte do sucesso na realização da compostagem virá da coleta regular dos resíduos. Será de fundamental importância porque, além da introdução de uma coleta seletiva, deverá proporcionar volumes consideráveis e conforme calculado, para formação das leiras. Para evitar custos fixos com manutenção, bem como manutenção de um motorista que fará somente a direção do veículo (caminhão), deverá ser feita a contratação de um caminhão coletor de carroceria baixa e com laterais basculantes com capacidade de carga superior a 1.500 kg visando ao maior conforto ergonométrico aos operadores e de pequeno a médio porte para facilitar manobras nas vias. Portanto, inicialmente, após o recebimento da autorização para coleta e transporte dos resíduos em questão, serão colocados os recipientes padronizados nos locais – ver Tabela a seguir, de comum acordo com os proprietários, os quais ficarão com a responsabilidade sobre os recipientes. Será adotado um sistema de rodízio, com troca de recipientes cheios por recipientes limpos, e será utilizado para a coleta diária. Caberá ao estabelecimento produtor fazer a separação do lixo, utilizando os recipientes, sem mistura com outros tipos de resíduos. Tabela 18 – Quantidade de Recipientes (120 litros) por tipo de resíduo para a Coleta Recipientes Destinação Resíduos Caroço Casca de Açaí de Arroz Casca de Casca de Palhada de Serragem Estrume Micronutriente Mandioca Castanha Milho de Frango s TOTAL 10 4 2 2 6 4 – 2 mente, serãão necessáriios, trinta (30) ( recipieentes de 12 20 litros ouu Connforme vistto anteriorm quinze (155) de 240 litros, l considerando-see a coleta regular r diárria. No enttanto, podee-se fazer a transferênccia de conteentores para determinaados resídu uos durante o período ocioso, aum mentando a capacidadee de coleta e reduzindo o número dde viagens, bem como os custos paara implanttação. ntores com rodas para facilitar o deslocament d to, tampa e engate paraa Forram sugeriddos os conten facilitar o ttransporte/leevantamentto dos resíduuos, bem co omo não faccilitar a cont ntaminação. Os Modelos representatiivos de coontentores são de 120 e 240 llitros. Caso o não hajaa possibilidaade de aquissição, poderrão ser utilizzados, em substituição s , tambores dde 200 litro os. Antes dee serem locaados, os reciipientes dev verão ser deevidamente identificad dos, bem com mo fixados os devidoss logotipos. Em m relação à coleta c dos Micronutrie M entes, esta será s diferen nciada no quue se referee ao tipo dee recipientess. Deverão ser s locados nos n pontos ddiscriminad dos (ver tabeela 12) as lix ixeiras de 35 5 litros com m tampa e deevidamente identificad das e com saacos plásticcos. Será muito importtante a partiicipação doo proprietário para não haver h mistu ura ou contam minação desse resíduo. Como há rrisco de decomposição,, serão colettados nos saacos plástico os e transferridos/armazzenados paraa um contenntor maior de d 120 litross até compleetar o voluume necesssário para fformação da d respectiv va leira. O outro con ntentor seráá destinado aapenas para armazenam mento dos reestos das feiiras livres, com c decompposição um pouco maiss lenta. Quaanto aos dem mais resídu uos, segue-s e a coleta normal n com substituiçãoo de recipieentes cheioss pelos vazioos. Não havverá necessid dade de reciipiente paraa o Estrume de Frango porque é fo ornecido em m sacos. Quaanto à frequuência, é preeferível quee seja diária, no entanto o ficará a crritério da geerência e doo contrato coom o caminhhão, e em função fu tambbém da prod dução (safraa) dos produutos. Os horários deeverão ser os o comerciaiis: das 8 às 12 e das 14 4 às 18 horaas. A coletaa deverá serr realizada ppreferencialm mente à tard de, bem com mo os traballhos nas leirras, pela maanhã. Tam mbém é impportante resssalvar que o veículo fará f apenas os percurssos determin nados peloss roteiros de coleta, estaando, somen nte em casoos excepcion nais, liberad do para outrros trajetos. Na proposta original (Figura 5 no Anexo 3) estão todos os roteiros descritivos de coleta propostos para os resíduos. Foram considerados: menor percurso e condições de acesso das vias, bem como as medidas tomadas em planta, considerando-se um acréscimo (fator de inclinação da via). Em relação à coleta dos caroços de açaí terão preferência os caroços batidos mais recentes, e em virtude do grande consumo, as fontes poderão ser substituídas sem maiores problemas, enquanto a coleta das cascas de arroz poderá ser indiscriminada. Em último caso, deverá ser utilizada a piladora do Sr. Nogueira, que fica localizada próxima ao ramal do Tira-couro (devido à distância). Quanto às palhadas de milho, a coleta deverá obedecer ao período de safra que vai geralmente de janeiro a abril e na falta de resíduos, as fontes poderão ser substituídas por propriedades mais próximas à área urbana, tais como na Rodovia do Gogó e no Assentamento Nazaré Mineiro. Na coleta das cascas de castanha, vale ressaltar que serão trituradas apenas as cascas mais grossas que são utilizadas para queima na caldeira da fábrica. As películas com lascas das amêndoas serão misturadas após a trituração das cascas mais grossas. Em relação à coleta das serragens de madeira, dar-se-á preferência para a serraria do Jorge devido à baixa quantidade de lascas e pedaços de madeira, constituída apenas por uma “moinha”. Tabela 25 – Resumo Descritivo do Sistema de Coleta Proposto Resíduo Produção Diária (*) Coleta total N° de Viagens Extensão média (km) Kg Litros Necessária (ida e volta) Percorrida/viagem Caroços de Açaí 240 400 3660 31 14,4 Cascas de Arroz 126 240 1100 10 7,8 Cascas de Mandioca 108 240 503 5 3,8 Cascas de Castanha 60 240 630 6 24,7 Palhadas de Milho 108 360 746 7 24,7 Serragem de Madeira 96 480 1475 4 70,0 Estrume de Frango 10 40 1050 8 3,8 Micronutrientes 43 45 1475 13 7,7 * Alguns valores foram estimados conforme descrição do item 6.9. A extensão em km percorrida por dia de coleta de resíduos é a extensão total linear x 2, (considerando-se ida e volta) com apenas 1 recipiente (contentor) de 120 litros. Considerando-se a coleta de todos os resíduos diariamente, a extensão máxima a ser percorrida é de 98.178 metros ou cerca de 98,2 km por dia, ou seja, o veículo percorrerá no máximo em 1 ano: 8.247 km. 4.6.3. Controle tecnológico e monitoramentos O Controle tecnológico da produção de um composto de qualidade satisfatória e adequado à aplicação agrícola dependerá e deverá variar em função dos seguintes parâmetros, entre outros: eficiência da coleta seletiva e adesão da população; fração orgânica dos resíduos e a fácil estabilidade dessa fração bem como a baixa demanda biológica por oxigênio (DBO); trituração e controle adequado da maturação do composto no pátio; qualidade da composição dos resíduos (carboidratos, lipídeos, proteínas, nitrogênio, etc.); tipo, época e condição de clima na coleta e no período de compostagem. Para a obtenção de um produto final (composto) livre de contaminantes biológicos, é necessário manter um rígido controle do processo, principalmente da oxigenação e da umidade, onde o binômio temperatura/tempo se tomarão parâmetros de suma importância para a efetiva eliminação dos contaminantes biológicos (a exemplo dos patogênicos) na compostagem. Isso significa manter, na fase de degradação ativa, a temperatura na faixa termófila de 40 a 65°C. S e a temperatura ficar acima de 70°C, o composto perde nitrogênio. Se ficar abaixo de 60°C, não ocorre a higienização necessária. Nesses casos, deve-se revirar a pilha. A temperatura deve ser registrada em um tabela. A umidade nos limites de 45 a 60% e a oxigenação da massa de compostagem variando de 0,2 a 0,81 m3 de ar por quilo de sólidos voláteis por dia. Em um processo normal de compostagem, a temperatura no interior da leira eleva-se rapidamente nos primeiros três dias, ocasionada pela atividade microbiológica de decomposição do material, até atingir um pico em torno de 65°C. É desejável que a temperatura se mantenha alta, com pequenas variações apenas, por dois meses ao menos. Essa fase é chamada termofílica. A fase de maturação do material leva aproximadamente dois meses e seu início pode ser identificado pela queda da temperatura da leira. Geralmente ocorrem quedas de temperatura ainda na fase termofílica, resultado do colapso físico (compactação) da leira, que estanca a atividade microbiológica ao impedir a difusão do oxigênio para o seu interior. Por isso as leiras sofrem pelo menos um revolvimento que objetiva o arejamento e reestruturação do material. A plena aeração da leira cria ambiente propício apenas à multiplicação de microrganismos aeróbios que são os agentes centrais da compostagem. Evitando-se, assim, que as colônias de microrganismos anaeróbios tornem-se dominantes na pilha. A escassez de oxigênio estanca o processo termofílico favorecendo o andamento de um outro processo: o fermentativo, que geralmente resulta em mau cheiro, e na decomposição lenta do material. A manutenção da umidade adequada também é importante por dois motivos: 1.o a água é necessária no metabolismo microbiano; 2.° a água concorre com o oxigênio pelos mesmos espaços físicos. Portanto, o excesso e a escassez de água são capazes de estancar a atividade microbiológica. O primeiro por via indireta impedindo o oxigênio de penetrar na leira, e o segundo por via direta reduzindo a umidade a níveis desfavoráveis. Grande parte da bibliografia especializada parece concordar que a manutenção de temperaturas termófilas (próxima a 60° C) por um curto período (que varia de uma hora a três dias, de acordo com o autor) são suficientes para eliminar os microrganismos patogênicos da massa de compostagem. De acordo com trabalhos de pesquisa semelhantes nas universidades de Leeds (Europa) e Federal de Viçosa (Minas Gerais), são necessários, no mínimo, 20 dias sob temperatura termófila, para que se obtenha índices satisfatórios de eliminação de microrganismos patogênicos em todo o processo de compostagem. A atividade microbiana de decomposição termina por gerar grande calor e elevação da temperatura interna da leira. A não adoção dessas práticas resulta no aparecimento de larvas de moscas (Musca domestica – Mosca doméstica e Crysomya chochiliomya – Mosca varejeira) que se favorecem do ambiente de alta concentração de nutrientes dos restos de comida e cama. Essas larvas, uma vez desenvolvidas, produzem antibióticos que inibem a atividade microbiana, estagnando o processo de compostagem. O “rodízio de despejo” é um procedimento de controle adotado para evitar o desenvolvimento das larvas e consiste na espera de um prazo mínimo de 48 horas para se despejar uma segunda camada de lixo orgânico em uma mesma leira que esteja sendo confeccionada. Esse prazo é necessário para que seja possível a identificação da estagnação do processo de compostagem por infestação de larvas. A compostagem é um processo que ocorre naturalmente, e, desde que siga algumas regras básicas, tal como é explicado na tabela abaixo indicada, não terá problemas. Tabela 26 – Resumo dos Procedimentos quanto ao Controle e Monitoramento das leiras Problema Causa Possível Solução Processo Lento Material fibroso em demasia. Adicionar micronutrientes e revirar a pilha. Cheiro a podre Umidade em excesso. Revirar a pilha, adicionar materiais secos e porosos como serragem ou palhas. Compactação. Revirar a pilha ou diminuir o seu tamanho. Evitar colocar grandes quantidades de material oleoso ou cinzas na pilha. Cheiro a amónia Demasiados Temperatura micronutrientes Adicionar materiais fibrosos (carbono), como: (excesso de azoto). folhas, serragem ou palha. Pilha demasiado pequena. Aumentar o tamanho da pilha ou isola-la muito baixa lateralmente. Umidade insuficiente. Adicionar água quando revirar ou cubrir a parte superior da pilha. Arejamento insuficiente. Revirar a pilha. Falta de micronutrientes (falta de Adicionar materiais verdes, como aparas de relva, azoto). estrume ou restos de comida. Clima frio. Aumentar o tamanho da pilha ou isola-la com um material como, por exemplo, palha. Temperatura Pilha demasiado grande. Diminuir o tamanho da leira. muito alta Arejamento insuficiente. Revirar a leira. Pragas Presença de restos de carne ou de Retirar este tipo de alimento da pilha e cobrir com restos de comida com gordura. uma camada de solo, folhas ou serradura, alternativamente usar um compostor à prova de roedores ou revirar a pilha para aumentar a temperatura. É válido ressaltar que nas leiras a serragem deverá ser distribuída na pilha em camadas finas para que não haja concentração de material em um mesmo local. Se isso ocorrer, a degradação será extremamente lenta. Se a serragem for muito fina poderá bloquear a entrada de ar. Deve-se, com isso, intercalar entre camadas de esterco, para que não haja esse problema. Para efeito de avaliação da eficiência do processo, serão observados os resultados referentes à mineralização dos resíduos orgânicos (sólidos voláteis e/ou relação C/N). O processo de compostagem utilizado foi diferenciado, e deriva de uma versão do processo “windrow” com aeração por reviramento manual. Independentemente do sistema operacional utilizado (leiras estáticas aeradas), o princípio teórico do processo foi, obviamente, inalterado, consistindo em buscar a garantia de que os principais parâmetros que têm influência sobre a eficiência do processo permanecessem sob rígido controle. Quanto ao controle e utilização de efluentes Em função da degradação biológica (fermentação) simultânea, ou seja, do processo misto na leira que alternará de aeróbico (no momento do reviramento e na superfície), com redução gradativa da oxigenação no interior da leira, passando para anaeróbico, espera-se uma produção de efluentes gasosos tais como: CO2 , CH4, H2S, Vapor D’água, entre outros, os quais serão diluídos na atmosfera e não oferecerão perigo de qualquer poluição do ar devido à baixa produção pontual. Não haverá procedimento para canalização e/ou aproveitamento desse tipo de efluente. Outra produção será de efluente líquido devido à manutenção de umidade nas leiras, bem como às incidências de chuvas na região. Com isso, considerando que o pátio de compostagem representa uma pequena “bacia hidrográfica”, será utilizado o Método Racional para cálculo das obras de contenção dos efluentes gerados pelas chuvas de maior intensidade. Esse método calcula a descarga máxima para drenagem de uma área, considerando a intensidade da chuva constante. Considerando-se, portanto: Chuvas que ocorrem nos meses de janeiro a julho (ou 60% do período de 1 ano = 7,2 meses); Precipitação máxima (i) registrada no dia = 2.500 mm, logo i @ 104,17 mm/dia; Coeficiente de Run-Off (C) = 0,95 e Área máxima, calculada no item 7.5, igual a 126 m2 Tem-se que: Qm = 0,278 x C x i x A\ (0,278 x 0,95 x 0,10417 x 126)/1140 \ Qm = 0,0024 m3/min. Como essas chuvas de maior intensidade ocorrerão apenas no inverno, ou seja, na metade do período proposto de realização do projeto, deverá ser previsto um reservatório de acumulação para essa vazão máxima calculada, bem como para aproveitamento/retorno dessa água para “regar” e manter a umidade nas leiras, principalmente para o período do verão e/ou segurança prevendo falta de água na rede de abastecimento, economizando uso de água potável e evitando a eutrofização de qualquer corpo receptor de carga de efluente líquido gerado. Para isso, será considerado: reservatório de base quadrada com 1,60 metros de profundidade (h, uma declividade (I) do canal de drenagemde 0,2% e revestimento de concreto de (n = 0,012). Como o registro de chuvas indica um tempo (t) de 15 minutos para a intensidade máxima, tem-se: Volume máximo do reservatório = Qm x t x 45 dias \0,0024 x 15 x 45 W = 1,62 m3 Como: V = B2 x h\1,62 =B21,00 \B 1,27m. A favor da segurança, será adotado B = 1,30 m Com isso, o volume total do reservatórioserá de: V’ = (1,30)2 x 1,00 = 1,69 m3 A velocidade do escoamento no canal trapezoidal (ver Figura 4 no Anexo2) será: Vel.ESCOAMENTO = (1/n) x (Rh)2/3 x l1/2\ Vel.hesc = 13,39 cm/s Com isso, a vazão no cariai de seção trapezional com no máximo 10cm de pofundidade e ângulo de inclinação de 30°, será: 0,0094 x 0,1339 = 1,26 litros/segundo no pico de maior chuva. 4.6.4. Finalização das leiras e utilização do composto O composto pronto (maduro) tem aparência e cheiro de terra e temperatura ambiente com umidade. Quando acabado, não degrada mais, mesmo depois de revolvido. Os componentes iniciais não são reconhecíveis e o que sobra é uma substância com cheiro a terra semelhante a um solo rico em substâncias orgânicas. Após o período máximo de 3 meses, em cada leira, para saber se o composto está prontoo para ser uttilizado, dev verá ser reaalizado o tesste da “bolo ota”, que coonsiste em pegar p com a mão uma ppequena quaantidade de material (c omposto) e apertar, con nforme ilusstrado a segu uir: F Figura 1 – Finalização das d Leiras – Esquema Representat R tivo do “testte da Bolotaa” OB BS 1 OB BS 2 OBS 3 OBS 1: Se quuando abrir a mão m ele esfareelar: ESTÁ SE ECO DEMAIS. OBS 2: Se quuando você appertar a mão esscorrer um líqquido por entre seus dedos: ESTÁ ÚMID DO DEMAIS. OBS 3 :Se quuando você abrir a mão: o composto form mar uma bolotaa: ESTÁ COM M UMIDADE E IDEAL. Apeesar de o composto c seer muitas veezes classifficado como o um correttor de solos e não um m fertilizantee, contém nuutrientes e oligoelemen o ntos que são libertados para p o solo a um ritmo compatívell com as neecessidades das plantaas, ao contrrário dos feertilizantes químicos qque disponibilizam oss nutrientes de uma form ma quase in nstantânea e não adapttada às neceessidades nuutricionais das d plantas.. Não esqueecendo tambbém que a cobertura oou “mulchee” que será produzido é um tipo de materiall colocado ssobre o soloo para evitarr o crescimeento de ervaas daninhass e manter a “saúde” e a umidade,, prevenir a erosão, ou simplesmen s nte como coobertura atraaente para o solo, diminnuindo a occorrência dee determinaddas pragas das d plantas. Ao melhoraar as características do solo, o com mposto conttribui para a vitalidade ddas plantas.. Quaando o com mposto estiv ver pronto, aapós o perío odo propostto e na situaação da OB BS3, deve-see retirá-lo dda pilha dee compostaagem e suubtrair as alíquotas para p as seeguintes fin nalidades e procedimenntos: Volume prré-definido, para envio e análise ju unto à Embrrapa; Aplicação em árvores e canteiross pré-determ minadas, obeedecendo aoo seguinte: Deverá seer aplicada uma únicca vez, du urante os meses m de jjaneiro a junho, j quee corresponddem ao inverno (mais chhuvas e o so olo está teorricamente frrio) e outra vez v durantee os meses de d agosto a dezembro, d qque correspondem ao período p de vverão (pouca chuva e o solo está teeoricamentee quente e seeco). Se tiver apeenas uma peequena quanntidade de composto, c reecomenda-sse espalhar por p cima daa terra na valla onde prettende semeaar. Se tiver composto c em m quantidadde, pode esp palhá-lo em m camadas dee 1 a 2 cm de d espessuraa misturado o com o solo o, mas sem eenterrar. Po ode também m usar o composto nas caldeiras das árvores. Nesse caso, deve-se espalhar o composto em camadas de 2 cm à volta das árvores, não misturando com o solo. Estocagem do restante em sacos plásticos para reserva técnica. Doação para testes em canteiros e/ou hortas comunitárias. Testes no viveiro de mudas de eucalipto da empresa Jari Celulose S.A. Confecção de 200 vasos, com garrafas PET – 10 vasos para cada uma das 20 leiras. De acordo com a literatura consultada, o meio de crescimento ideal para as plantas deverá ser 1/3 de composto com 1/3 de “terra preta” e 1/3 de areia. Para cada espécie proposta, será utilizado um percentual de cada leira, ou seja, 20 vazos com 1/3 de composto de cada leira para cada espécie utilizada. Deverão ser as culturas tradicionais bem como as nativas da região. Deverão ser observados o tempo de germinação e crescimento bem como o desenvolvimento de cada muda, entre elas: Temporárias: Milho, Mandioca, Arroz, “Cheiro Verde” e Pimenta. Permanentes: Açaí, Muruci, Caju, Cupuaçu e Castanha. Foram sugeridas as espécies mais comuns da região, o que não quer dizer que as mesmas sejam obrigatórias. Poderão ser incluídas outras espécies, a critério da gerência, juntamente com o Rurap, que poderá colaborar com a confecção/aquisição de vazos para o laboratório de campo. Vale ressaltar que aplicações indiscriminadas e contínuas desse composto de resíduos, sem a consideração do conceito de Balanço de Nutrientes, poderão causar desequilíbrios nos solos, cuja gravidade dependerá: da composição desse resíduo; da quantidade aplicada; da capacidade de extração das plantas; do tipo de solo; do tempo de utilização do resíduo. 4.6.5. Estocagem e análise do composto produzido De acordo com as definições da NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Classificação, tanto o composto como principalmente os resíduos podem ser considerados Classe II – Não Inertes, devido às propriedades de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água, dos mesmos. Logo, conforme o disposto na NBR 11174/1989 – Procedimentos para Armazenamento de Resíduos Classes II – Não Inertes e III – Inertes, para a atividade será adotado: que os resíduos coletados poderão ser acondicionados a granel, no pátio de recepção e triagem; que, em caso de estocagem, o composto produzido será acondicionado em sacos plásticos, onde deverão ser empilhados com no máximo seis (6) sacos, um sobre o outro, sob a unidade de Apoio. Como visto anteriormente, na Unidade de Apoio, está prevista uma área para a estocagem do excedente de produção e reserva técnica, que será um local protegido contra a umidade e o sol. A análise do composto, no que diz respeito à quantificação de nutrientes e à verificação da conformidade dos parâmetros com a legislação vigente, será realizada nos laboratórios da Embrapa. A relação carbono/nitrogênio e estreptococos também deverá ser analisada. Vale ressaltar que a intenção é produzir um composto estabilizado para substituir total ou parcialmente o uso de fertilizantes químicos, contribuindo para a economia de matérias importadas e para a sustentabilidade ambiental. O objetivo principal da pesquisa é equilibrar a capacidade de fornecer nutrientes de um composto estabilizado (húmus) ao solo, aonde a agricultura vai se desenvolver e as necessidades para nutrir as plantas, para se obter um resultado final com adubação coerente com a produtividade e qualidade dos produtos almejados pelos agricultores. 5 Análise da atividade e planos futuros A tendência natural desta proposta é gerar, ao longo do tempo, mais emprego e renda para o segmento agrícola em questão, fomentando a pesquisa científica na região e melhorando tecnicamente os trabalhos do campo, além de contribuir para a solução de um dos problemas de solos, promovendo a implantação de uma “adubação” ecologicamente correta. Espera-se, com isso, uma redução progressiva do desperdício e da poluição visual principalmente, com uma melhoria no panorama da limpeza urbana em todos os aspectos, na cidade. A perspectiva futura evidentemente é o aumento da produção de composto e das vendas de um produto natural, bem como a formalização de contratos para fornecimento, principalmente para a empresa Jari Celulose que atualmente utiliza muito adubo em suas áreas reflorestadas, dentre outros empreendimentos. O projeto também deverá ser inscrito em prêmios de ecologia com o intuito de arrecadar fundos para a melhoria e a manutenção da qualidade dos serviços. Em relação aos equipamentos e mão de obra, também poderão ser alugados/contratados para a Prefeitura, por exemplo, como suporte/equipamento para os agricultores, em função da elevação dos custos de manutenção. 6. Custos de implantação e operação Todas as tabelas com os custos para implantação e manutenção encontram-se na proposta original com o autor do projeto. 7. Cronograma de atividades O tempo previsto desde o início da coleta até o composto final poderá variar, na melhor das hipóteses, de no mínimo oito (8) e o máximo de quinze (15) meses para realização de todas as atividades necessárias e previstas no projeto, as quais serão divididas em duas fases, conforme descrição a seguir: Para Implantação: Considere-se que, em um período máximo de doze meses (1 ano) antes da compostagem propriamente dita, sejam realizadas as seguintes atividades: ATIVIDADES PERÍODO DE IMPLANTAÇÃO -12 MESES 1o 2o 3° 4o 5o 6° 7° 8o 9° 10° 11° 12° Reforma e/ou Adaptação da Infra-Estrutura Preparação e Limpeza do Terreno Obras e Construções Previstas Aquisição de Equipamentos e Assessórios Contatos para recolhimento dos Resíduos Instalação dos Recipientes Coletores Testes de Operacionalidade Contratação do pessoal de Campo Coleta, Trituração e Formação gradativa das leiras Regularização e Autorização junto a SEMA Para Realização do Projeto de Compostaqem Proposto: Considere-se que para obtenção de um adubo orgânico apropriado para ser utilizado na agricultura e de acordo com a compostagem proposta serão necessários de dois (2) a três (3) meses – período máximo, para cada pátio de compostagem produzir 20 variações de composto, conforme a descrição abaixo: Formação das leiras e Compostagem dos Resíduos: Máximo de 3 meses (à medida que forem coletos e montadas as leiras) Vale ressaltar que a coleta dependerá principalmente do período de safra bem como da produção dos respectivos resíduos. Caberá à gerência definir as melhores datas para realização para início. Marketing e Divulgação para visitas: Antes da implantação e depois que estiverem formadas mais de 50% das leiras previstas (11 leiras). Reuniões da Equipe Técnica: Deverão ocorrer no início, com espaçamento de 3 meses entre as seguintes e/ou disponibilidade. Envio de Amostras para a Embrapa e Estocagem: Após finalização de cada leira, de acordo com disponibilidade e datas combinadas com a Embrapa. Montagem das Mudas (Laboratório de campo): Após finalização de cada leira e de acordo com a disponibilidade do Rurap. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LIMPEZA PÚBLICA – (ABPL). Revista Limpeza Pública, v. 49, out. 1998. Trimestral. BARRETO, C.X. Prática em agricultura orgânica. 2. ed. [S.l]: ÍCONE, 1985. (Coleção Brasil Agrícola). CAMPBELL, S. Manual de compostagem para hortas e jardins. [S.l]: [s.n], 1995. COELHO. Fertilidade do solo. Campinas: Instituto Campineiro, 1973. EFEITO DO COMPOSTO DE LIXO ORGÂNICO URBANO DE BARCARENA-PA NA PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DE MILHO EM CASA DE VEGETAÇÃO. Boletim de Pesquisa n. 26, [S.l], EMBRAPA, dez. 2000. EMBRAPA. Compostagem de lixo orgânico no município de Barcarena-PA. [S.l]: [s.n], 2000. GEA-SEMA;GTZ-SEBRAE. Estudo de viabilidade econômica, técnica e operacional de sistemas de reaproveitamento de resíduos sólidos urbanos em Macapá e Santana: Projeto G. A. Urbana no Amapá. [S.l]: [s.n], 2001. IPT. Manual de gerenciamento integrado: lixo municipal. São Paulo, 1996. KIEHL, E. J. Fertilizantes orgânicos. São Paulo: Ceres, 1985. LELIS, M.P.N. Estudo e avaliação do balanço de umidade na compostagem: determinação dos limites toleráveis em função da velocidade de degradação e controle de impactos ambientais (produção de odor e chorume). Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1998. 180 p. Dissertação (Mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 1998. LEME, F. P. Engenharia do saneamento ambiental. Rio de Janeiro: LTC, 1982. MÉTODOS DE COMPOSTAGEM RÁPIDA: projeto tecnologias alternativas – fase. [S.l]: [s.n], 1987. PAYNE, V. W. E.; DONALD, J. O. Poultry waste management and environmental protection manual. Alabama: Auburn University. 1991. 50p. PEIXOTO, R. T. G. Compostagem: opção para o manejo orgânico do solo. Londrina: IAPAR, 1987. PEREIRA NETO, J. T. Manual de Compostagem. [S.l]: [s.n], 1996. Anexo UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Contagem da População e Agregados de setores do Município de Laranjal do Jari. Dados Censitários de 1991, 1996 e 2000. SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado do Amapá. Dados do Zoneamento Ecológico e Econômico do Estado do Amapá. IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Metodologias e Fórmulas. INPA – Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia: Informações de Pesquisas – www.inpa.gov.br – data: 15-05-2004. RURAP – Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá. http://www.aviculturaindustrial.com.br – data: 03-03-2004. http://www.esb.ucp.pt/compostagem – data: 03-03-2004. http://www.planetaorganico.com.br/composto.htm – data: 03-03-2004. Propostas selecionadas para serem agraciadas com o Prêmio Professor Samuel Benchimol 2004 Categoria: Econômica/Tecnológica 1.° colocado: Alfredo Kingo Oyama Homma Estado: Pará Título: Formação e manejo de bacurizeiros nativos como alternativa econômica para áreas degradadas da Amazônia Instituição: Embrapa Amazônia Oriental 2.o colocado: Nilson Luiz de Aguiar Carvalho Estado: Amazonas Título: Tecnologia do Pescado aplicado ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do Estado do Amazonas Instituição: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – Inpa 3.o colocado: Jerusa de Souza Andrade Estado: Amazonas Título: Agregação de valor e conservação das matérias primas regionais Instituição: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – Inpa Formação e manejo de bacurizeiros nativos como alternativa econômica para as áreas degradadas da Amazônia1 Alfredo Kingo Oyama Homma *Mestre pela Universidade Federal do Amazonas/Centro de Ciências do Ambiente – CCA/UFAM. ***Acadêmicos do Curso de Turismo – Escola de Artes e Turismo/Universidade do Estado do Amazonas. 1 Biólogo, Mestre e Doutor em Botânica Tropical, Pós-doutorado em Plantas Medicinais Chefeldo Setor de Inventario Floristico e Económico do Inpa. Doutorado em Economia Rural, Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Trav. Éneas Pinheiro, s/n, Bairro Marco, CEP 66095-100, Belém, Pará. 1. Introdução O bacurizeiro (Platonia insignis Mart. – Clusiaceae) possuí uma característica ímpar de efetuar o brotamento a partir de suas raízes. Dessa forma, nas antigas áreas de ocorrência de bacurizais verifica-se o brotamento dessa espécie arbórea, como se fosse uma erva daninha, na luta pela sobrevivência. O objetivo seria transformar esses rebentos que nascem, espontaneamente, mediante o manejo, colocando no espaçamento apropriado, controle das copas e dos brotos, das ervas invasoras e adubação, permitindo a formação de bosques de bacurizais, criando nova alternativa para as áreas degradadas da mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó. O extrativismo do bacuri faz parte do elenco de “produtos invisíveis” extraídos da floresta amazônica [pupunha (Bactris gasipaes Kunth), uxi (Endopleura uchi (Huber) Cuatrecasas), tucumã (Astrocaryum aculeatum G. F. W. Meyer), bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.), etc.] e outros já domesticados (jambu (Wulffia stenoglossa), pupunha, etc.) que não são computados nas estatísticas oficiais e que são importantes na estratégia de sobrevivência da agricultura familiar. Além dessa escassez de informações econômicas, pouco se conhece sobre os aspectos tecnológicos dos sistemas de manejo de bacurizeiro desenvolvidos pelos próprios coletores. As instituições de pesquisa científica agora é que estão despertando para a importância do manejo e das primeiras tentativas de sua domesticação. O bacurizeiro é uma árvore perene que ocorre em baixa densidade na floresta primária entre 0,5 a 1,5 árvore/hectare e que suas brotações descontroladas aumentam na vegetação aberta de transição, especialmente das áreas já derrubadas que podem alcançar até 1.800 rebentos/hectare (Medina e Ferreira, 2003). As árvores adultas podem atingir até 35 metros de altura, com tronco de até dois metros de diâmetro à altura do peito (DAP), que torna atrativo para a exploração madeireira, razão da sua destruição. A área de maior concentração do bacurizeiro é o estuário do rio Amazonas, com ocorrência mais acentuada na microrregião do Salgado, na ilha do Marajó e em alguns municípios da microrregião Bragantina (CAVALCANTE, 1991). Nesses ambientes antrópicos, o bacurizeiro prolifera com extrema facilidade, principalmente por brotações de raízes, muitas vezes chegando a dominar completamente a paisagem, sem, contudo, conseguir recuperar o tamanho original, decorrente da sua destruição pelas contínuas roçagens. O manejo do bacurizeiro pode ser efetuado a partir das brotações radiculares dessa planta nas áreas derrubadas para os roçados abandonados. A produção dos frutos ocorre se as árvores forem salvas de derrubadas futuras e da entrada do fogo, entre oito a dez anos. Trata-se de uma planta rústica que, devido ao crescimento do mercado de frutos, passou a receber atenção de agricultores que começaram a salvar algumas árvores de bacurizeiros nos quintais, sem nenhuma técnica. O “manejo atual” consiste em privilegiar as brotações mais vigorosas deixando um espaçamento aleatório de 4 a 8 metros nos roçados que são abandonados, e os cuidados posteriores referem apenas a roçagens anuais e quando adultas, para facilitar a coleta dos frutos. O desenvolvimento de técnicas de manejo apropriadas para bacurizeiros teria a condição de modificar a capacidade de suporte para uma capacidade limite, equivalente a de um plantio racional, semelhante ao que está ocorrendo com os açaizais (Euterpe oleraceae Mart.) (PETERSON; FISHER, 1977; FISHER, 1981; NOGUEIRA, 1997; NOGUEIRA; HOMMA, 1998). Com isso modificaria também os custos de extração e a rentabilidade. Nos casos do bacurizeiro que sofre duplo extrativismo (coleta de fruto e extração de madeira) e da competição com atividades agrícolas em termos de substituição do espaço, o crescimento do mercado de fruto deve ser aproveitado para consolidar a mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó, como um grande centro produtor dessa fruta. Com a valorização dos frutos do bacurizeiro, sobretudo nos últimos dez anos, seria importante incentivar práticas de manejo adequadas para produtores da mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó. O fato de as áreas de ocorrência de bacurizeiros sofrerem forte pressão de ocupação pode estar restringindo as possibilidades desse aproveitamento futuro com grandes perspectivas de mercado, de geração de renda e emprego e de regeneração das áreas degradadas. Por outro lado há necessidade de incentivar plantios racionais dessa árvore, cuja procura pelas agroindústrias para atender compromissos de exportação (nacionais e externos) apresenta limitações por ser totalmente dependente de estoques nativos. O crescimento do mercado de bacuri também está induzindo a realização de plantios “pé franco” através de sementes e mediante enxertia, no Município de Tomé-Açu, para apressar a frutificação e o tamanho da copa. Dessa forma, é importante conhecer os atuais sistemas de manejo que estão sendo utilizados pelos agricultores nas áreas de ocorrência dos bacurizeiros no Estado do Pará face a inexistência de maiores conhecimentos experimentais sobre essa planta. Existe, também, grande limitação quanto a maiores conhecimentos sobre seu cultivo, que precisam ser avaliados a partir dos estoques naturais existentes. As possibilidades de mercado para a polpa do bacuri são semelhantes a do açaí e do cupuaçu (Theobroma grandiflorum (Willd ex. Spreng) Schum), no qual se verifica um evidente conflito entre a oferta natural e a pressão da demanda dessa fruta. Esse mercado potencial indica que o setor produtivo já deveria estar com a mesma área plantada de cupuaçuzeiros na Amazônia, estimada em mais de 25 mil hectares. A frutificação é sazonal e a queda dos frutos ocorre, em sua maior parte, de janeiro a março. A polpa do bacuri é cotada a R$ 10,00/quilo e na entressafra alcança R$ 16,00, três vezes mais do que a polpa de cupuaçu. Não existe plantio comercial em produção e a árvore nativa só frutifica depois de oito a dez anos e as mudas enxertadas começam a ser vendidas a R$ 25,00 que podem frutificar depois de cinco anos. Uma árvore adulta produz de 100 a 800 frutos, com uma média de 400 frutos por ano, que poderia render R$ 80,00 ao agricultor (SHANLEY et al, 1998; PEREIRA FILHO, 2001; MEDINA; FERREIRA, 2003). O preço da fruta está cotado a R$ 0,25 a R$ 1,00 nas feiras livres de Belém (SHANLEY et al., 1998). Outro problema do bacuri é o baixo rendimento da polpa, que é de apenas 10 a 12% do peso do fruto e os equipamentos industriais não conseguem despolpar o bacuri, constituindo desafios para a pesquisa. 2. O extrativismo e o crescimento do mercado O início da agricultura, há cerca de 10 mil anos, decorreu da impossibilidade de a coleta de produtos da Natureza atender contingentes populacionais crescentes e do tempo alocado nessa atividade. Desde quando Adão e Eva provaram a primeira maçã (Matus sp.) extrativa no Paraíso, o Homem verificou que não poderia depender exclusivamente da caça, da pesca e da coleta de produtos vegetais da floresta. Dessa forma, desde quando se iniciou a agricultura, o Homem domesticou cerca de três mil plantas e centenas de animais, constituindo a base da agricultura mundial. Este mesmo fenômeno ocorreu e está ocorrendo na Amazônia. Vejam as domesticações do cacau (Theobroma cacao L.), seringueira (Hevea brasiliensis), cupuaçu, guaraná (Paullinia cupana HBK, var. sorbilis (Mart.) Ducke), pupunha, jambu, jaborandi (Pilocarpus microphyllus Statf.), coca (Erythroxylum coca), entre outros, na Amazônia. Atualmente, ninguém está comprando laranja (Citrus sinensis Osb.), banana (Musa paradisíaca L.), feijão (Phaseolus vulgaris L.), tomate (Lycopersicum esculentum), carne bovina, frango, etc. provenientes do extrativismo ou da caça, porque foram todos domesticados. Naturalmente, existem dezenas de produtos, como a pesca, a madeira, o palmito, o açaí, a castanha-do-pará (Bertholletia excelsa H.B.K), que em função do estoque disponível, a oferta ainda é totalmente extrativa. Alguns produtos que ainda dependem de coleta extrativa, como o bacuri, já atingiram o limite da capacidade de oferta ou já estão decrescendo, como é o caso do pau-rosa (Aniba rosaeodora), castanha-do-pará, etc. Mesmo para alguns animais considerados de difícil domesticação, já se fazem criações de peixes, javalis, rãs, camarões, escargots, jacarés, ostras para produção de pérolas, sanguessugas, avestruzes, emas, codornas, etc. (HOMMA, 1993). Quando o mercado está em crescimento e o setor extrativo não consegue atender a demanda, a domesticação torna-se inevitável, desde que seja viável tecnologicamente. Enquanto o mercado for pequeno ou o produto extrativo existir em grande estoque, a economia extrativa tem condições de sobreviver. Desconhecer esse aspecto seria negligenciar as evidências históricas na Amazônia, do País e do mundo. A domesticação de produtos extrativos dependerá, então, do crescimento da população urbana, das exportações, entre outros. Enquanto essas transformações não acontecem, o mecanismo de autocontrole tende a restringir a domesticação ou o dualismo do extrativismo com os plantios racionais. A manutenção do extrativismo está condicionada aos custos menores decorrentes da sua extração, existência de grandes estoques, aproveitando os lucros ricardianos, promovendo o aproveitamento dos estoques mais produtivos e de fácil acesso. Muitas vezes, o desconhecimento ou a inacessibilidade podem fazer com que os estoques mais produtivos sejam utilizados posteriormente. Mesmo para os “produtos verdes”, com o processo de democratização desses produtos, é improvável a sua manutenção, pela impossibilidade de atender ao crescimento da demanda. Determinados nichos de mercado, como o aproveitamento de casca de coco (Cocos nucifera), couro vegetal, camisinhas e sandálias de látex de seringais nativos, entre outros, vão depender do processo de democratização e do crescimento do mercado. Se de fato crescerem, as forças de mercado induzirão no processamento industrial em locais de grande abundância dessas matérias-primas, como no sudeste asiático. Se tiverem um grande crescimento, a tensão entre a oferta e a demanda vai ser evidente, além de eficácia duvidosa da conservação dos recursos florestais em longo prazo. Os hábitos regionais induzem, também, à formação de nichos de mercado, como se verifica no consumo urbano de tucumã em Manaus e da pupunha cozida em Belém. O mercado pode induzir à conservação de produtos extrativos. Enquanto prevalecia a extração de palmito de açaizeiro, levando à violenta destruição dos estoques, o Presidente Ernesto Geisel assinou a Lei 6.576, de 30/09/1978, proibindo a derrubada de açaizeiros em todo o território nacional, que não teve nenhum efeito. Com a valorização e o crescimento do mercado de frutos de açaizeiros, a partir da década de 1990, a conservação dessa palmeira passou a ser efetuada pelos próprios ribeirinhos. No caso da produção de palmito, no momento, está sendo dirigida para a extração de açaizeiros em locais distantes para o transporte de frutos e o plantio de pupunha. No sudeste paraense, onde predomina a presença de cupuaçuzeiros nativos, o curto espaço de tempo para a entrada em frutificação favoreceu a expansão dos plantios racionais, contribuindo para a incorporação das áreas de florestas remanescentes, promovendo a derrubada e a sua substituição por culturas de ciclo curto e pastagens. Em médio prazo, a dupla oferta de cupuaçu, tanto de origem extrativa como de plantios racionais, deverá ser suplantada com a expansão dos cupuaçuzeiros plantados, tanto em nível local como regional, acompanhando o crescimento do mercado. É interessante verificar que o desaparecimento da produção extrativa de castanha-do-pará no sudeste paraense não decorreu da sua substituição pela produção proveniente de plantios racionais. No caso das castanheiras, as razões da desintegração da economia extrativa estão relacionadas com o conflito decorrente da ocupação comum do espaço geográfico pelos diferentes atores sociais que emergiram, a partir da década de 1970, e do interesse do Estado representado pelos recursos minerais. A primeira questão que emerge quanto à destruição dos estoques de castanheiras no sudeste paraense refere-se à irracionalidade desse fenômeno. Enquanto os movimentos ambientalistas desenvolvem a tese da procura de mercados para os produtos florestais, no intuito de sua valorização e com isso evitar a sua destruição, no caso da castanha-do-pará, trata-se de um produto já conhecido no mercado internacional desde a década de 1920. 3 O extrativismo como ciclo econômico O extrativismo constitui um ciclo econômico constituído de três fases distintas (Figura 1). Na primeira fase, verifica-se um crescimento na extração, quando os recursos naturais são transformados em recursos econômicos com o crescimento da demanda. Na segunda fase, atinge-se o limite da capacidade de aumentar a oferta, em face dos estoques disponíveis e do aumento no custo da extração, uma vez que as melhores áreas tornam-se cada vez mais difíceis. Na terceira fase, inicia-se o declínio na extração, decorrente do aumento na demanda, induzindo ao início dos plantios domesticados, desde que a tecnologia de domesticação, iniciada nos quintais interioranos e nas instituições de pesquisa, esteja disponível e seja viável economicamente. A expansão da fronteira agrícola, a criação de novas alternativas econômicas, o aumento da densidade demográfica, o processo de degradação, o aparecimento de produtos substitutos são também fatores indutores desse declínio. A expansão da lavoura da juta (Corchorus capsularis), a partir do final da década de 1930 nas várzeas amazônicas, está associada ao aproveitamento da mão de obra liberada dos seringais e da impossibilidade da importação de juta indiana durante a II Guerra Mundial. A redução das áreas de castanhais no sudeste paraense está relacionada a fatores externos à economia extrativa, como a vinda de migrantes, que tem como sentido de luta o acesso à terra para fins agrícolas mais do que a de dedicar à coleta da castanha-do-pará em uma área reduzida. As transformações econômicas, sociais e políticas decorrentes das descobertas de jazidas minerais de Carajás, garimpos, expansão da pecuária, abertura de rodovias, entre outras, constituíram em fatores indutores do desaparecimento de mais de 70% das áreas originais de castanhais. No caso do extrativismo do babaçu (Orbygnia phalerata), no Maranhão, o aparecimento da indústria de óleos baseados em culturas agrícolas, como soja (Glycine max L. Merrill), amendoim (Arachis hypogaea L.), girassol (Helianthus annuus L.), milho (Zea mays), algodão (Gossypium herbaceum), dentre os principais, levou à perda da impo ortância do óleo de coco de babaççu, além daa expansão da d fronteiraa agrícola, reduzindo a área de ex xtração (AM MARAL FIILHO, 1990 0). A reativvação da ecconomia doo babaçu, atrravés da impplantação de reservas eextrativistas nos Estado os do Marannhão e Tocan ntins, tem a sua importância em attender a merrcados cativvos de cosm méticos, de produtos p orggânicos e co omo ação dee justiça soccial, sem a dimensão que q teve noo passado. O desinteressse pelo seuu plantio pode ser um m indutor parra sua perm manência, deesde que nãoo sofra com mpetição com m outras alteernativas ecconômicas. É pparadoxal afirmar a que as tentativvas de dom mesticação muitas m vezees apresentaam maioress chances dee sucesso foora da área de d ocorrênc ia do extrattivismo vegetal, em razzão da conccorrência doo capital exttrativo, com mo acontecceu com a seringueirra. Várias plantas p am mazônicas estão e sendoo cultivadas na Bahia, Espírito E Santo, Rio dee Janeiro, São S Paulo, Paraná, P entrre as princiipais, comoo ngueira, cupu uaçu, açaí, ppupunha, en ntre outros. aconteceu e está ocorrrendo com o cacau, guaaraná, serin Figuraa 1. Ciclo do eextrativismo vegetal v na Amazônia. A ssustentabilidade do ex xtrativismo vegetal tam mbém está relacionadda com o mercado m dee trabalho ruural onde, coom a tendên ncia do proccesso de urb banização, a populaçãoo está perdeendo não sóó seu continggente em terrmos relativ vos mas tam mbém em terrmos absolu utos. Com issso, aumentaa o custo dee oportunidaade de traballho no meio o rural, o quue tende a to ornar inviáveel a manuteenção do exttrativismo e da agricultuura familiarr, dada a baiixa produtivvidade da teerra e da mão de obra. N Na agricultu ura familiar,, a venda dee mão de obbra já é umaa importantee fonte de renda não-ag grícola que rivaliza com m a própriaa produção aagrícola com mercializadaa (MENEZE ES, 2002). Em E longo prazo, p a reduução do dessmatamentoo na Amazônnia vai depeender muito o mais do prrocesso de urbanização o e da reduçção da popu ulação rurall em termos absolutos, promovend do a intensifficação da agricultura a e, com issoo, os recurso os florestaiss tenderão a sofrer menor pressão. A ddomesticaçãão da pimen nta longa (P (Piper hispid dinervium), uma plantta nativa no o Estado doo Acre, paraa produção de safrol utilizado u na indústria de d perfumarria e para pprodução dee inseticidaa orgânico, ppelo Museuu Paraense Emílio E Goeeldi e pela Embrapa, passou p direttamente parra o plantioo racional, seem passar pelo p extrativ vismo, é um ma tendênciaa para outras plantas pootenciais da Amazônia.. A domestiicação induuzida pelo Programa Pobreza e Meio Ambiente na A Amazônia, do curauáá (Bromelia curaua), planta fibrossa nativa doo Baixo Am mazonas, muito m utilizaada no passaado, com o apoio da M Mercedes Beenz e, mais tarde t com o apoio da Embrapa, E mo ostra o camiinho a ser seeguido paraa outras planntas da Amaazônia. A ecconomia exxtrativa está embutida dentro d de um m contexto muito maiss amplo do qque é tradiciionalmente analisado. E Em geral, a sequência consistia c naa descobertaa do recursoo natural, exttrativismo, domesticaçção e, para m muitos, na descoberta d do d sintético (Figura 2). No caso doo extrativism mo do pau-rrosa, por ex xemplo, passsou diretam mente do extrativismoo para a desscoberta doo sintético. Figuraa 2. Possíveis formas de utillização do reccurso natural depois d da transsformação em m recurso econ nômico. Loggo após a descoberta d do d Brasil, o extrativism mo do pau-b brasil (Caesaalpinia echinata) foi o primeiro ciclo econôm mico que o País teve e que perdu urou por mais m de três séculos, e o início doo esgotamennto dessas reservas r coiincidiu com m a descobeerta da aniliina, em 18776, pelos químicos q daa Bayer, na A Alemanha. Outros produtos extrattivos têm siido afetadoss com a subbstituição por produtoss sintéticos, como as ceeras [carnaú úba (Copernnicia cerifera)], linaloll sintético ((essência dee pau-rosa),, DDT [timbbó (Derris urucu u Killip & Smith, D Derris nicou u Benth)], ch hicles sintétiicos, borraccha sintéticaa (3/4 do connsumo munndial de borrrachas), entrre outros ex xemplos. Co om o progreesso da biottecnologia e da engenhaaria genéticaa aventa-se a possibiliddade de que os recursos naturais quue apresenteem utilidadee para o hom mem possam m ser domessticados ou sintetizado os diretamen nte sem passsar pela fasse extrativa.. Esse aspeccto coloca poucas p chances quanto à revitalizaação da econ nomia extraativa, com a descobertaa de novos reecursos extrrativos poten nciais, princcipalmente fármacos. É possível qu que essa situação ocorraa no início oou se o estoqque de recurrsos extrativvos disponív veis for muito grande. A ddispersão doos recursos extrativos e nna floresta faz fa com que a produtiviidade da mãão de obra e da terra seeja muito baaixa, fazend do com quee essa ativiidade seja viável v pela inexistência de outrass alternativas econômiccas, de plan ntios domestticados ou de substituttos sintéticoos. Na med dida em quee novas alterrnativas são criadas e ass conquistass sociais eleevem o valorr do salário mínimo e, por p ser umaa atividade ccom baixa produtividad p de da terra e da mão de d obra, torn na-se inviávvel a sua peermanência.. Um dos errros dos defeensores da opção o extrattiva para a Amazônia A é considerar esse setor como c sendoo isolado doos demais segmentos da d economiia. Quando os ingleses procederaam a domesticação daa seringueiraa no sudestee asiático, efetuando-see a segundaa experiênciaa bem-suceedida de biopirataria naa Amazônia, foi como se tivesse desligado um eletrodoméstico da corrente elétrica. Esse caminho foi seguindo anteriormente com o tomate (Lycopersicum esculentum) e a batata inglesa (Solanum tuberosum) originária da cordilheira dos Andes, do fumo (Nicotiana labacum), do milho, da cinchona (Chinchona Calisaya, C. ludgeriana), entre outros, transformando em cultivos universais pelos primeiros colonizadores. De forma inversa, muitas plantas de origem africana, como o cafeeiro (Coffea arabica L.), dendê (Elaeis guineensis), quiabo (Hibiscus esculentus), melancia (Citrullos vulgaris Schrad), tamarindo (Tamarindus indica), entre outros, foram domesticadas no País. No caso de produtos extrativos com grande importância econômica, o caminho inevitável é a domesticação, o manejo ou a descoberta de substitutos sintéticos quando a escassez de produtos é verificada, quanto à inelasticidade da oferta e ao crescimento da demanda. Os produtos extrativos que têm demanda elástica ou possibilidade de controle do mercado têm mais chance de serem domesticados, devido à possibilidade de capturar o excedente do produtor. A domesticação de jaborandi e o começo do processo de domesticação da fava d’anta (Dimorphandra gardeniana e D. mollis), pela Merck, podem ser considerados exemplos desse caso. Milhares de plantas e animais também domesticados pelo Homem nos últimos dez mil anos entram nessa categoria. Naturalmente, existem plantas e animais que nunca serão domesticados, por não terem importância econômica, devido ao longo tempo necessário para obtenção do produto, à existência em grandes estoques, por serem bens de luxo ou à impossibilidade tecnológica de sua domesticação. Apesar da importância econômica, como é o caso do babaçu e do tucum (Bactris setosa Mart.) ou de madeiras duras como o jacarandá-da-baia (Dalbergia nigra), provavelmente serão substituídos por outras alternativas ou serão abandonados. Os produtos extrativos que apresentam grandes estoques, como recursos madeireiros, açaí, castanha-do-pará, babaçu e até mesmo a seringueira também entram nessa categoria, mediante subsídios governamentais. No caso de animais, o processo de domesticação tende a ser orientado para as características que facilitam a coexistência com o Homem, comportamento sexual promíscuo, interação adulto-jovem, facilidade de alimentação, entre outros. Por exemplo, a coleta de cogumelos selvagens com porcos treinados, na Europa, sempre irá existir, convivendo com aqueles obtidos mediante o cultivo que atende à totalidade do mercado mundial. É muito improvável que criações racionais de baleia ou de onças, bem como o plantio de árvores que levariam um século para atingir a sua maturidade, sejam viáveis economicamente. Na região amazônica, por exemplo, das centenas de frutas nativas existentes, vários são produtos extrativos invisíveis, sem importância econômica definida, somente alguns sofrerão o processo de domesticação. Enquanto existirem estoques dessas plantas na natureza e compensarem a mão de obra para a sua coleta, a atividade extrativa pode perpetuar, pelo menos até que alguma força externa afete esse equilíbrio. A domesticação começa na seleção efetuada pelos próprios coletores observando características úteis do seu interesse e, dependendo do crescimento do mercado, tende a avançar depressa, até mesmo em uma situação de completa ausência de pesquisa, como aconteceu com o cupuaçu e a pupunha. Por outro lado, existem plantas das quais a domesticação tende a ser bastante difícil, como o de uxi com baixa e lenta taxa de germinação e do longo tempo para a entrada do processo produtivo. Em outras situações, a intervenção da pesquisa se torna necessária, como foi o caso da domesticação da pimenta longa. 4 As políticas de manutenção do extrativismo Mercados constituem a razão para a existência e o desaparecimento de economias extrativas. A transformação de um recurso natural em um produto útil ou econômico é o primeiro passo da economia extrativa. Contudo, à medida que o mercado começa a expandir, as forças que provocam o seu declínio também aumentam. A limitada capacidade de oferta de produtos extrativos leva à necessidade de se efetuar plantios domesticados ou do manejo e à descoberta de substitutos sintéticos ou de outro substituto natural. As reservas extrativistas estão sendo consideradas como uma alternativa de se evitar o desmatamento na Amazônia, melhor opção de renda e emprego, proteção da biodiversidade, entre outras atribuições. Isto constitui um grande equívoco, uma vez que o ato de desmatar é um reflexo da situação econômica do extrator. Se, em termos relativos, os preços de produtos agrícolas forem superiores aos dos produtos extrativos, a tendência inevitável é proceder ao desmatamento para o plantio de roças e abandonar as atividades extrativas. Esse fenômeno é que tem levado à contínua queda da produção da borracha extrativa e da castanha-do-pará na Amazônia, mais do que o efeito da própria domesticação. A dinâmica do extrativismo vegetal que conduz a forma trapezoidal, descrita da Figura 3, pode apresenta sucessivos deslocamentos desse ciclo ao longo do tempo para determinada área geográfica ou em termos macroeconômicos. Foi o que ocorreu na Amazônia em termos sucessivos com a fase das “drogas do sertão”, do extrativismo do cacau, da seringueira, da castanha-do-pará, do pau-rosa, entre outros. No caso do extrativismo da madeira, que sempre tem sido considerado em termos agregados, na verdade, ela se constitui de dezenas de espécies madeireiras. Em geral, o início da extração madeireira se caracteriza pela extração daquelas espécies consideradas mais nobres, como o mogno (Swietenia macrophylla King), passando com o seu esgotamento para madeiras de segunda e terceira categorias. Nas atuais áreas de extração de palmito e de fruto do açaí no estuário amazônico verifica-se que a viabilidade econômica dessa atividade e da existência dos estoques de açaizais é decorrente das transformaações da ecoonomia extrrativa ao lonngo do tem mpo. A extraação comerccial do palm mito de açaíí iniciou-se em 1968, quando q entrrou em opeeração a priimeira fábriica em Barccarena, Pará, devido à exaustão dde estoques de juçara (Euterpe ( eddulis Mart.) no Centro--Sul do Braasil. Essa paalmeira nãoo apresenta rrebrotamentto após o co orte. Deve seer ressaltado o que a paisagem no esttuário amazzônico ondee ocorrem oos açaizais vem apreseentando conntínua mud dança desdee o século XVII. No passado, a extração dee ucuúba (V Virola surin namensls, M Myristica seb bifera), andiroba (Caraapa guiarten nsls Aubl.),, resinas, brreu, patauáá (Jessenia bataua), cacau, mu urumuru (Astrocaryum m murumuru u), pracaxii (Pentaclethhra filamenntosa), jutaiccica, látex dde maçarand duba [Manilkara huberri (Ducke) Stand.], S etc.. teve grandde importânncia relativaa em compaaração com a extração o atual de ppalmito e frruto de açaíí (Nogueira,, 1997). A extração de madeiraa também teve forte impacto aao longo do os séculos,, provocando mudançaas na paisagem. A exxtração de borracha teeve também m forte inflluência nass modificaçõões da paisaagem desde o início doo “boom” e durante a II I Guerra M Mundial. A extração dee madeira e dde palmito, entre outro os, terminouu favorecend do a formaçção de estoqques mais homogêneos h s de açaizeirros. Nessse contextoo, a importâância das reeservas extraativistas serria a de tenttar prolongaar a vida doo extrativism mo (B e C),, em algum ma das três ffases menciionadas antteriormente (Figura 3). Mas podee ocorrer o inverso (D), induzind do à reduçãão da vida útil da eco onomia do eextrativismo se forem m introduzidaas novas altternativas econômicas. e . Muitas daas propostass do recentee neo-extrattivismo nãoo passam de introduçãoo de atividad des agrícolaas entre os extrativistas que, se tivverem sucesso, podem m levar ao abbandono dass atividades extrativas ttradicionaiss (REGO, 19 999). Figura 33. Possibilidadde de mudançaa no ciclo do eextrativismo vegetal v por estímulo de polííticas governaamentais. mentar a cap pacidade dee A iimportânciaa das técniccas de man ejo seria a possibilidaade de aum suporte doss recursos extrativos. Como C está occorrendo no o manejo de açaizais nat ativos no esttuário do rioo Amazonas, os extratoores procuraam aumentaar o estoqu ue de açaizeeiros, prom movendo o desbaste d dee outras espéécies vegetaais indesejáv veis, permittindo, com isso, i o aumeento da proddutividade dos d frutos e de palmito, como se fosse um plantio domesticado (Figura 4). Destaca-se que a criação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Extrativismo – Prodex no dia 05/06/1996, pelo Presidente Fernando Henrique e ampliado no novo governo, junto ao Banco da Amazônia S/A – Basa, como importante para aumentar a produtividade da terra e da mão de obra e que constitui uma prática dominante no estuário amazônico. Isso fez com que o manejo de açaizeiros tivesse um grande crescimento, tendo o Basa financiado mais de 16 mil hectares (2002) tanto para a produção de frutos como para a extração de palmito, atendendo a mais de 7 mil produtores, a totalidade no Estado do Pará. O forte crescimento do mercado de fruto de açaizeiro tem sido o indutor dessa expansão. O financiamento do manejo de açaizeiros foi muito importante no contexto internacional, tendo sido um dos programas mais elogiados no processo de esverdeamento institucional do Basa. A boa lucratividade e os investimentos necessários para o manejo dos açaizais descartam o interesse dos ribeirinhos em criarem áreas de domínio comum, como um socialismo florestal. Apesar de ainda não constituir em preocupação ambiental, provavelmente, a formação desses maciços homogêneos de açaizeiros e da grande retirada de frutos deverá ter implicações ecológicas em médio e longo prazos, dependendo da magnitude de área a ser manejada. As políticas de manutenção do extrativismo na Amazônia exigem a conservação da floresta e a redução de atividades que passem a competir em termos de possíveis alternativas econômicas, tais como evitar a abertura de estradas, reduzir o fluxo populacional e, sobretudo, evitar o financiamento de pesquisa de domesticação, uma vez que se tornam em indutores do seu desaparecimento. No caso da Amazônia, onde estão sendo alocados recursos significativos de países desenvolvidos para programas de pesquisa e a evidente simpatia de cientistas e ambientalistas de países desenvolvidos para a manutenção do extrativismo vegetal, pode-se criar vetores de força impedindo a domesticação, apesar dos evidentes benefícios sociais para os produtores e consumidores na domesticação. Produtos com demanda altamente elástica, nos quais os benefícios sociais são capturados integralmente pelos produtores, tendem a ser domesticados mais facilmente. Neste sentido, as políticas propostas visando a apoiar o extrativismo vegetal em detrimento da domesticação podem prejudicar os interesses sociais da população. 5 O manejo de recursos extrativos – o caso dos bacurizeiros Há um conjunto de variáveis que devem ser consideradas no extrativismo do bacuri. A densidade de bacurizeiros disponíveis no estoque, o manejo adotado, os tipos de propriedade (privada, propriedade comum, livre acesso, pública), o custo da extração, os preços do fruto do bacurizeiro, da madeira e dos produtos agrícolas, entre os principais. Om manejo de bacurizeiros b tem a conddição de modificar a cap pacidade dee suporte Xcc1 para umaa capacidadee limite Xc22, equivalen nte a de um pplantio racional (PETE ERSON; FISSHER, 1977 7; FISHER,, 1981; NOG GUEIRA, 19997). Com isso, i modifiica também os custos de extração, a rentabilid dade, o PMS S e o ponto dde ótimo ecoonômico (Fiigura 4). Noo caso do bacurizeiro qu ue sofre dupplo extrativismo (coletaa de fruto e extração dee madeira e derrubada de área para roça), o crescimentoo do mercaado de frutoo mação de estoques maiss homogêneeos de bacurizeiros no nnordeste paaraense e naa pode incenntivar a form ilha de Maarajó. A connsequência da d formaçãoo desses esto oques homo ogêneos devvido ao cresscimento doo mercado dee frutos devve ser melho or avaliada. Muitos pro odutores deiixaram as árrvores de baacurizeiros,, com reduzzido espaçaamento, qu ue se transfformaram como c se fo ossem um plantio de eucaliptoss (Eucaliptuss sp.), sem condições de d aproveitaamento paraa fruto ou madeira. m Com m a valorizaação dos fru utos do bacuuri nos últim mos anos seeria importaante analisarr as práticass de manejo adotadas e desenvolviidas pelos ppróprios pro odutores, se está ocorreendo uma teendência noo sentido do adensamennto dessa esp pécie. O fatoo de as áreass de ocorrên ncia de bacuurizeiros soffrerem fortee pressão dee ocupação pode estar restringinddo a regeneeração dos estoques dee bacurizeirros. Com o gradativo crescimento do merccado de fruutos, é pro ovável quee algumas comunidad des estejam m interessadaas em form mar estoquees homogênneos de baacurizeiros, muitos deeles sem esspaçamentoo correto. F Figura 4 – Moodificação da capacidade dee suporte deco orrente do man nejo de bacuriizeiros nativoss. p venderr O aagricultor teem diante dee si a alternaativa de colletar frutos de bacuri ouu derrubar para como madeeira ou fazeer roçados, dependendo d dos preços relativos deesses dois prrodutos, dass atividadess agrícolas e do custo da d mão de obra o (Figuraa 5). Se o preço p e a qu uantidade dee frutos do bacurizeiroo visualizareem uma rendda superior à venda daa madeira e da atividade de roça, a tendência é o extratorr localizar suuas atividaddes na curvaa de transforrmação com m maior ênfaase para a cooleta de fruttos (A). Porr outro lado,, se a atividdade agrícolla e a vendaa de madeirra gerarem renda, em ccurto prazo, superior à venda do fr fruto, a tenddência é o ag gricultor derrrubar as árrvores (B). Figura 5 – Possibilidadde de manejo de d recursos exxtrativos no au umento da fron nteira de proddução e de eficciência. W m áreas distaantes do meercado e coom dificuld dades de transporte doss frutos, a extração e dee Em madeira toorna-se maiss vantajosa. Apesar da disponibilidade de esttoques de baacurizeiros e que podee ser aumenttada através do manejo, provavellmente com m o crescim mento do meercado de frutos, f podee levar também a um prrocesso de domesticaçã d ão em algum mas áreas. 6 Hipótesee Nass comunidaddes rurais da região am mazônica é frrequente encontrar diveersos produttores que see sobressaem m desenvolvvendo tecnologias e proocessos que podem serv vir de referêência para a reproduçãoo desses moddelos. Na auusência de tecnologias t s geradas peelas instituiçções de pesqquisa, a difu fusão dessass tecnologiass e processsos adaptad dos pelos ppróprios pro odutores po oderia prom mover um nivelamento n o tecnológicoo local. A imitação desssas tecnoloogias e proccessos peloss próprios aagricultores poderia serr facilitada ppelo fato de a linguagem m ser a messma entre a fonte e o reeceptor. Esssa “modernnidade” deesenvolvida pelos pró óprios agriicultores ppode ser determinada d a conhecimeento, tecnollogia ou prrocesso, forrma de com mercialização, uso dee recursos naturais n ouu estratégias de organização, dentre outros, que são in ntroduzidoss na sua prropriedade ou na suaa m reproduziddos para os demais prod dutores. Esssa “modernidade” nem m comunidadde e passíveeis de serem sempre se cconstitui dee um elemen nto, mas de múltiplas “modernidad des” e que o moderno nem n sempree representa algo novo, mas que naa maioria daas vezes já existe e quee foi localizzado ou reco onfigurado.. Com certeeza muitas dessas “m modernidadees” podem m ter desap parecido coom as tran nsformaçõess econômicoo-social e am mbiental. Com m o manejoo de bacurizeeiros nativoos, aproveitaando as técn nicas desenvvolvidas pellos próprioss produtoress e aperfeiçooada pela pesquisa, p serria possívell ampliar o carrying caapacity, aum mentando a produtividaade da terraa e da mão de obra e ppromovendo o a conservaação dos reccursos natu urais. Existee uma competição entre os preços dos produtos (preço do fruto de bacuri versus madeira e produtos agrícolas) e fatores de produção (custo da mão de obra entre usos alternativos) que pode estar limitando a adoção das práticas de manejo de bacurizeiros, decorrente do círculo vicioso da pequena oferta que restringe as possibilidade de aumentar a renda e a indução da verticalização, apesar da dimensão do mercado existente. 7 Objetivos principais Objetiva-se adaptar sistemas de manejo de bacurizeiros obtidos através da regeneração natural nas áreas degradadas da mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó, uma das mais antigas áreas de ocupação da Amazônia, transformando a vegetação secundária de baixo rendimento em áreas com rentabilidade apropriada. Espera-se que, a partir de aperfeiçoamento dos sistemas de manejo adotados pelos produtores, possa servir de modelo para aumentar a produtividade da terra e da mão de obra e a conservação dos recursos naturais; e avaliar os coeficientes técnicos de produtividade, densidade de bacurizeiros, gastos de mão de obra e rentabilidade, para servir de modelo para financiamentos de projetos dessa natureza. 8 Principais atividades e resultados a serem gerados A pesquisa abrange um levantamento socioeconômico dos produtores que possuem bacurizeiros nativos na mesorregião do nordeste paraense e ilha de Marajó para identificação dos sistemas de manejo adotados pelos produtores e das propriedades com bacurizeiros com características especiais (sem caroço, produtividade, quantidade de polpa, etc.). Outro aspecto seria a avaliação dos sistemas adotados e o manejo dirigido em uma área de 5 ha, pertencente a Valderino Joaquim Cordeiro, localizada na Resex Marinha de Maracanã, com área total de 21 ha, que está sendo conduzida de forma precária por falta de recursos. Terá a duração de três anos e será realizado em uma área de 5 ha que sofrerá intervenção e será dividido em 5 talhões de 0,5 ha, com os seguintes tratamentos e correspondente área testemunha: Manejo de bacurizeiros adultos (> 4m de altura) em “capoeirão”, com raleamento, procurando deixar um espaçamento de 10m x 10m. Manejo dos bacurizeiros da fase juvenil para adulto (2 a 4 m de altura) em “capoeirão” com raleamento, procurando deixar espaçamento de 10m x 10m. Manejo de bacurizeiros, na forma de varas (1 a 2 m de altura) em “capoeira”, com raleamento, procurando deixar espaçamento de 10m x 10m. Manejo de brotações de bacurizeiros, de roças abandonadas (< 1 m de altura), com o seu raleamento, deixando espaçamento de 10m x 10m. Manejo de brotações de bacurizeiros, de roças abandonadas (< 1 m de altura), com o seu raleamento e a poda da gema de crescimento, deixando no espaçamento de 10m x 10m. O manejo será realizado através da eliminação das plantas indesejáveis, perfazendo uma média de 50 plantas/talhão. Os dados a serem avaliados são o número de bacurizeiros existentes antes do manejo, plantio de culturas anuais, DAP, frutos/pé, capacidade de rebrotamento, ocorrência de pragas e doenças, limpezas necessárias e custos do manejo. Será realizada a análise de solo da área de estudo e em seguida realizará a correção do solo com base nos resultados, onde será utilizado o calcário dolomítico e adubação NPK. Por outro lado, tentará efetuar a estimativa da área de bacurizeiros que poderão ser recuperados existentes na mesorregião do nordeste paraense e ilha de Marajó, através da análise de imagens de satélites, onde a proposta poderá ser replicada. Essas ações poderão sofrer modificações conforme o andamento do trabalho, decorrente das necessidades e das ações-testes em conformidade com as discussões na comunidade. Procurar-se-á introduzir o cultivo de feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp) e mandioca (Manihot esculenta Crantz) nas áreas manejadas das brotações novas com o objetivo de reduzir o custo de formação de bacurizeiros manejados. Principais resultados a serem gerados Elaboração de um Manual de Manejo de Bacurizeiros contendo a descrição detalhada dessas tecnologias utilizadas pelos produtores e desenvolvidas pela pesquisa, bem como processos para servir como ferramentas para ajudar na difusão e transferência – janeiro a dezembro de 2007. Treinamento de 100 produtores de comunidades selecionadas da mesorregião do nordeste paraense e ilha de Marajó, mediante a realização de dois Seminários em dois municípios selecionados – janeiro a dezembro de 2007. Realização de dois Dias de Campo, um em 2006 e outro em 2007, com a participação da Banco da Amazônia S/A, Emater-Pa, Banco do Brasil e Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará. Conclusão de uma pesquisa de tese de mestrado e uma de doutorado e de três papers científicos sobre o tema – dezembro de 2007. Publicação de um livro sobre Técnicas de Manejo de Bacurizeiros, através da Embrapa Amazônia Oriental. Identificação de propriedades de agricultores com medição das coordenadas com GPS que apresentem bacurizeiros com características especiais (sem caroço, produtividade, quantidade de polpa, etc.), que deverão ser importantes para programas de melhoramento genético visando ao desenvolvimento de plantios racionais. 9 Benefícios esperados do manejo e da domesticação de bacurizeiros A região de ocorrência de bacurizeiros constitui a faixa costeira filiforme que se estende nos Estados do Pará, do Maranhão e estendendo até o Piauí. Dessa forma, a viabilidade de manejo do rebrotamento teria um grande impacto em criar um pólo produtor de bacuri, bem como o estímulo para os plantios racionais, matéria-prima para agroindústrias, exportação de polpa (país e no exterior) gerando renda, emprego e uma nova alternativa econômica. Os frutos de bacuri comercializados são oriundos de coleta de bacurizeiros que escaparam até o momento do contínuo processo extração madeireira e da derruba e queima para formação de roçados, sem a garantia da sua permanência. Outras partes são provenientes de bacurizeiros privilegiados do rebrotamento nas proximidades das casas e daqueles que escaparam da sua derrubada nos roçados decorrentes da estima dos produtores pelo tamanho das árvores ou de produção dos frutos. A produtividade desses bacurizeiros sobreviventes que podem variar de 100 até 800 frutas/árvore, com média de 400 frutos/árvore, comprovam a importância que precisa ser desencadeado para essa fruteira que vai ser a grande novidade desta década. Pelo fato de não garantir uma renda satisfatória frente a outras alternativas de curto prazo, como o plantio de roçados, sempre correm o risco de serem derrubadas. A baixa densidade dessas espécies nas áreas de ocorrência e o tamanho dos lotes (25 hectares, no máximo) não garantem uma renda satisfatória auferida durante a safra (janeiro a março), para o sustento da família durante o ano. As áreas de ocorrência de bacurizeiros adultos foram derrubadas para a extração de madeira e sua transformação em roçados, desde o século XVII, quando o mercado do fruto não tinha nenhuma importância, a não ser para consumo local e na época da safra. Mesmo na atualidade, as áreas de ocorrência de bacurizeiros continuam sendo devastadas, pela baixa densidade das árvores, o que não garante a sustentabilidade econômica frente a outras alternativas econômicas de curto prazo, como roçados. A expansão de soja no Estado do Maranhão tem constituído em fenômeno recente dessa destruição, pela ocupação das áreas de ocorrência de bacurizeiros. As populações rurais nos locais de ocorrência de bacurizais nativos não estão conseguindo aproveitar os benefícios decorrentes do crescimento do mercado desse produto. Em primeiro lugar, pelo baixo estoque de bacurizeiros adultos existentes, reduzida quantidade que se dilui no consumo local, baixos preços de venda pela característica pulverizada do produto, dificuldade no processo de coleta de polpa, totalmente manual, de baixo rendimento e sem higiene e frente a outras alternativas econômicas insustentáveis que competem para a sua sobrevivência. Espera-se, com adoção de sistemas de manejo apropriados, a transformação de roçados abandonados de rebrotamento de bacurizeiros em pomares de bacurizeiros com espaçamento definido mediante linhas de crédito específicas condizentes com os coeficientes técnicos e de custos de manejo para a formação desses bacurizais. Apesar da inexistência de estatísticas oficiais, por ser um “produto invisível”, Shanley (2000) estimou para 1994, a comercialização de 6 milhões de frutos nas principais feiras de Belém, gerando aproximadamente R$ 1,6 milhão, no nível do produtor. Por ser um produto extrativo, cuja oferta é fixa, determinada pela Natureza, com tendência declinante, face a depredação, pode-se concluir, se nada for feito, pela manutenção, no máximo, dessa mesma oferta. Com o manejo espera-se que possa aumentar a produtividade da terra pelo aumento da densidade de bacurizeiros nativos que varia de 0,5 a 1,5 árvore/hectare para 100 árvore/hectare, com espaçamento 10m x 10m e com isso aumentar o carrying capacity e a produtividade da terra e da mão de obra permitindo colher maior quantidade de frutos em menor tempo, aumentando a renda das unidades familiares. Dessa forma a produtividade seria aumentada, teoricamente, 66 vezes. Com isso, a produção comercializada na cidade de Belém poderia ser obtida em uma área manejada ou plantada equivalente a 150 hectares ao invés de uma coleta extrativa abarcando uma área espacial variando de 10.000 a 30.000 hectares. Considerando uma área mínima de 10.000 hectares manejados, seria possível aumentar a produção para 400 milhões de frutos e uma receita de R$ 106,6 milhões, para os próximos 10 a 15 anos, sem falar das possibilidades de agregação através da sua industrialização. O manejo dos açaizeiros em várias localidades da foz do rio Amazonas, através do financiamento do Basa, confirma essa assertiva, com exportação para todo o País e até para o exterior. Com a adoção das técnicas de manejo do rebrotamento de bacurizeiros, seria possível aumentar a densidade, transformando roçados improdutivos à espera da recuperação da capoeira, para nova derrubada, em bacurizais econômicos e, com isso aumentando a renda e desestimulando a prática da derrubada e queimada. Por ser árvore perene de grande porte, promoveria a recuperação das áreas alteradas e até como fonte produtora de madeira, sequestro de carbono atmosférico, entre outros. Com o manejo de bacurizeiros aumentando a densidade para 100 árvores/hectare, permitiria a produção de 19 t de frutos e 2 t de polpa e resíduos correspondentes a 12 t de casca e 5 t de caroços que poderiam ser aproveitados antes de serem revertidos ao solo, efetuando a sua fertilização. Por serem árvores de grande porte serviriam de reflorestamento para extensas áreas que foram desmatadas, desde os primórdios da ocupação que datam da fundação de Belém e Viseu (1616), Vigia e Maracanã (1622), Bragança (1633), São Miguel do Guamá (1758), Capanema (1879), Igarapé-Açu (1895) e da construção da Estrada de Ferro Bragança (1883-1908), que promoveu a ocupação ao longo do seu leito. Outro aspecto seria a seleção de bacurizeiros mais adequados quanto aos diferentes formatos do fruto, quantidade de polpa, grau de acidez, entre outros. No nordeste paraense e na ilha de Marajó existem frutos de bacurizeiros redondos, compridos, “peito de moça”, “mamão” e com sabores doces e azedos, bem como a quantidade de polpa variável e, mais importante, existem frutos de bacuri sem caroço, bem como épocas de amadurecimento diferenciados. Com o levantamento de campo, seria importante identificar e localizar mediante GPS as propriedades com bacurizeiros com características específicas, para os programas de melhoramento genético, de manejo e para futuros plantios. Com a difusão das práticas de manejo de bacurizeiros permitir-se-ia aumentar a produção de frutos e o excedente para a comercialização, aumentando a renda e consequentemente a melhoria do bem-estar das comunidades. A maior produção estimularia as formas de organização da produção e comercialização, conseguindo melhores preços e a possibilidade de produzir polpa em vez da venda de frutos in natura. Para muitas famílias que ainda dispõem de bacurizeiros, é possível recolher em um dia 150 a 200 frutos, que podem gerar R$ 40,00 (R$ 0,20/fruto) que é equivalente ao trabalho de 5 dias fazendo 4 sacos de farinha de mandioca (SHANLEY et al., 1998). Não se quer com isso descartar a importância da produção de farinha de mandioca que também está a necessitar de grandes transformações tecnológicas. Como muitos produtores de farinha de mandioca são também coletores de bacuri e catadores de caranguejo, o aumento da produção de bacuri permitiria a melhoria de ambas as atividades e do nível de vida pelo aumento da renda. Em um levantamento realizado por Medina e Ferreira (2003), verificaram que em propriedades que possuem 10 árvores de bacurizeiros nativos sem manejo nos quintais do Município de Bragança, Pará, obtinham com a venda dos frutos R$ 120,00, correspondendo a 8% da renda bruta total. Com o manejo dos rebrotamentos em um hectare com 100 árvores, a participação da venda dos frutos de bacuri poderia ser multiplicada no mínimo em 10 vezes. Um pequeno produtor que manejar 1 hectare de bacurizeiros poderá dispor de 100 árvores que depois de 10 a 15 anos produzirão 400 frutos/árvore ou 40.000 frutos/safra, gerando uma renda de R$ 8.000,00 com a venda de frutos. Se efetuar a retirada da polpa, poder-se-á obter 2 t, que poderão ser revendida a R$ 16,00/kg, obtendo-se R$ 32.000,00/ano. Dessa forma, seria possível aumentar a renda das unidades familiares com a maior venda de frutos de bacuri e aproveitamento da mão de obra familiar. Aumentando a produção, reduziria o risco de perdas por furtos de frutos e compensaria o consumo local, sobrando excedente para comercialização. O retorno seria em termos do aumento da oferta de frutos de bacurizeiros, com o mercado em expansão e demanda reprimida decorrente dos estoques existentes que estão sendo destruídos pela expansão da fronteira agrícola, do crescimento populacional e da substituição por outras alternativas econômicas. Somente no Município de Igarapé-Miri, Estado do Pará, saem diariamente 12 a 13 caminhões carregados de frutos de açaizeiros provenientes de áreas manejadas das várzeas. Como cada caminhão transporta 1.000 a 1.300 latas de frutos de açaí, equivalente a 14 t/caminhão, que por sua vez vão dar origem a 78t de polpa/dia, dá-se para depreender a importância do agronegócio movido pelo fruto do açaizeiro. Além do grande consumo regional (11.231 t), a polpa de açaí está sendo destinada para todos os Estados da Federação e 1.060 t (2002) para o exterior (USA, Europa, Japão, Austrália, etc.). No estuário do rio Amazonas são coletados em média 120 mil t de frutos de açaí/ano, injetando 70 milhões de reais nas comunidades ribeirinhas e de terra firme. O mesmo poderá ocorrer com o bacuri no futuro, como já está ocorrendo também com o cupuaçu, que decorrentes das técnicas de armazenamento, o seu consumo se estende durante o ano, ao contrário de duas décadas atrás, quando o consumo estava restrito ao período da safra e localizado na região. A maior produção de frutos permitiria atender à demanda reprimida dessa fruta, com ampla procura regional e nacional e, com fortes perspectivas de exportação. Estimularia as agroindústrias instaladas e a instalação de novas unidades. Aumentaria os empregos e a renda em nível regional e estadual e com isso maior estímulo no comércio local. O crescimento da oferta dos frutos de bacuri permitiria ampliar a venda de polpas, doces, geleia, iogurte, picolé, sorvetes, sucos e outros derivados em nível nacional, ao lado do cupuaçu, açaí, pupunha, incluindo uma nova fruta na pauta de frutas regionais, pois apresenta vantagens comparativas e competitivas. Não se descarta a sua utilização em outros componentes, acompanhando a moda amazônica, de sua inclusão em xampus, sabonetes, etc. Dessa forma, a indicação de técnicas de manejo de rebrotamento de bacurizeiros de áreas degradadas seria importante para transformar em bacurizais produtivos. Obtenção de coeficientes técnicos que serão importantes para que o Banco da Amazônia S/A e o Banco do Brasil S/A viabilizem linhas de financiamento específicas para o manejo de rebrotamento de bacurizeiros e sua manutenção até o início da frutificação. A identificação de clones de bacurizeiros sem caroço, quanto ao formato de frutos, quantidade de polpa, grau de acidez, precocidade, entre outros, nos levantamentos das propriedades que serão efetuadas nas zonas de ocorrência serão importantes para programas de melhoramento genético, de preservação desses recursos e da domesticação visando a futuros plantios racionais, orientação de políticas públicas visando ao manejo dessas áreas de ocorrência e a geração de emprego e renda. Outro aspecto seria chamar a atenção para os pesquisadores no desenvolvimento de tecnologias visando ao aproveitamento de cascas e caroços de bacuri, a integração dos bacurizeiros em sistemas agroflorestais, a necessidade de desenvolvimento de máquinas despolpadeiras e a importância do bacuri na estratégia de sobrevivência da agricultura familiar, entre outros. Os resultados beneficiarão, em primeiro lugar, os agricultores localizados na Resex Marinha de Maracanã, criada pelo Decreto 4.340, de 08/2002, com área de 30.018,88 hectares, onde estão sediadas 75 comunidades e compreende 75% da superfície do Município de Maracanã, Estado do Pará, onde serão efetuados os testes de manejo controlados. Em etapa posterior, a avaliação dessa experiência de manejo e dos sistemas desenvolvidos pelos próprios produtores será divulgada através de Dias de Campos, Cursos de Treinamento e Publicações para as comunidades localizadas na faixa litorânea da mesorregião do nordeste paraense e da ilha de Marajó. 10 Prioridades de pesquisa para o bacurizeiro Os rumos da pesquisa devem estar voltados para promover o manejo de bacurizeiros nativos, a sua domesticação visando a plantios racionais e o seu beneficiamento. Plantio de bacurizeiros Trata-se de opção futura mais apropriada e na qual há necessidade de selecionar clones existentes na natureza, antes que seja tarde demais pelo avanço da fronteira agrícola, como está correndo com a soja nas áreas de bacurizais no Maranhão e do crescimento populacional como ocorre no Estado do Pará. Há necessidade de pesquisas voltadas para as práticas agrícolas, técnicas de enxertia, adubação, consorciamento, incorporação nos sistemas agroflorestais, podas, tipos de frutas, obtenção de frutos com maior conteúdo de polpa, teor de acidez, entre as principais. Manejo de bacurizeiros Quanto ao manejo de bacurizeiros nativos, estes desdobram em duas categorias: a primeira a de desenvolver técnicas apropriadas de aumentar a produtividade de áreas com bacurizeiros adultos em capoeiras e vegetação primária, práticas silviculturais, promover o seu adensamento, etc. O segundo aspecto refere-se a privilegiar o desenvolvimento de bacurizeiros provenientes de brotamento a partir de raízes, desenvolvendo técnicas apropriadas de seleção, poda, adubação, consorciamento, controle de entrada de fogo, enxertia, apressar a entrada de frutificação, práticas silviculturais, entre outras. Beneficiamento de frutos Um desafio importante refere-se ao aproveitamento de casca e dos caroços dos frutos de bacurizeiros, visando a compensar a baixa quantidade de polpa. Retirada de aroma das cascas, aproveitamento da resina, classificação da polpa segundo teor de acidez, desenvolvimento de máquinas apropriadas para despolpar frutos de bacurizeiros, entre os principais. 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A cor amarelada da sua madeira é muito recomendado para assoalhos, daí a razão da sua destruição. Foto: J.E.C. Urano. Foto 2 – Galhadas de bacurizeiros derrubados para dar lugar a uma roça para plantio de mandioca e para fabricação de carvão vegetal, no município de Maracanã, Pará. 2004. Foto: Antônio José Elias Amorim de Menezes. Foto 3 – Detalhe de rebrotamento de bacurizeiros em áreas degradadas, onde existiam grandes árvores que foram derrubadas para dar lugar a roças, município de Maracanã, Pará, em pesquisa financiada pela Sectam. Foto: Antônio José Elias Amorim de Menezes. Figura 4 – Outro detalhe da limpeza doss rebrotamentos de bacuurizeiros, send do conduzidoo p dee produtor no município dee em uma propriedade Maracanãã, Pará, em pesquisa fin nanciada pelaa Sectam. Foto: Antôniio José Eliass Amorim dee Menezes.. Foto 5 – Detalhe doo manejo de bacurizeiross originado os da rebrota com mais dee 3 metros dee altura seendo limpas da vegetação o secundária,, município o de Maraccanã, Pará, em pesquisaa financiad da pela Sectam m. Foto: Antôn nio José Eliass Amorim de Menezes. Foto 6 – Bacurizeiross nascidos de rebrotamentoo onde o agricultor effetuou a poda da gemaa principal provocando a bifurcação o dos galhos.. Foto: Anttônio José Eliias Amorim dee Menezes. Foto 7 – Detalhe do trabalho de manejo com m bacurizeiros adultos ssendo limposs da área dee capoeira, em pesquisaa financiada pela Sectam.. anã, Estado do Pará. Foto:: Município de Maracan Antônio José J Elias Am morim de Men nezes. nte do manejoo Foto 8 – Bacurizal addulto decorren do rebrrotamento eefetuado pellos próprioss agricultorres. Município io de Maracan nã, Estado doo Pará. Fo oto: Antônio José Elias Amorim dee Menezes. brotamento dee bacurizeiross em áreas dee Foto 9 – Vista de reb capoeiraa de roçado ab bandonado. Esstas áreas no passado eram m dominad das por florestaas com bacuriizeiros frondosos que foram m derrubad dos para extraçção madeireiraa e para roça. Foto: F Antônioo José Eliaas Amorim dee Menezes. Foto 10 – Detalhe do o rebrotamentto de bacurizeeiros em roçaa nada, municípiio de Maracannã, Pará. Foto: Antônio Joséé abandon Elias Am morim de Men nezes. Foto 11 – Outro detalhe do intenso rebrrotamento dee bacurizeeiros, municíp pio de Maraccanã, Pará. Foto: F Antônioo José Elias Amorim dee Menezes. Foto 12 – Detalhe de um galho carrregado de fruttos de bacuris,, em fase de amadurecimento. Um ppé adulto podee produzir atéé C. Urano. 800 fruttos. Foto: J.E.C de-se observarr Fotto 13 – Paneirros com frutoss de bacurizeiiros, onde pod form matos redond dos e comprido os. Foto: J.E.C C. Urano. unto de produttos obtidos a ppartir da polp pa do fruto doo Fotto 14 – Conju baccuri, encontrad dos no comérccio de Belém. Foto: J.E.C. Urano. U mpo de germ moplasma de bbacurizeiros pertencente a Figgura 15 – Cam Em mbrapa Amazô ônia Oriental, no município de Tomé-Açu u, Pará. Este é úniico plantio de bacuri existen nte em toda a Amazônia, em m produção e,, quee mostra o caminho c do futuro. f Precissamos recolheer o materiall gennético que j corrre risco de extinção e investitir pesado na j domesticaçãoo desssa fruteira. Fo oto: J.E.C. Urano. Tecnologia do pescado aplicada ao desenvolvimento sustentável do setor pesqueiro do Estado do Amazonas Nilson Luiz de Aguiar Carvalho 1 Introdução Diagnóstico da situação atual As perspectivas de melhores condições sociais e econômicas na região Amazônica estão diretamente relacionadas com o melhor aproveitamento de suas riquezas naturais por meio do desenvolvimento de pesquisas tecnológicas adequadas. Embora o setor pesqueiro venha respondendo positivamente, ao contribuir no suprimento alimentar da maior parte da população do estado, essas potencialidades não são adequadamente utilizadas, dificultando seu aproveitamento em termos econômicos. A possibilidade de aproveitamento poderá se transformar em realidade, na medida em que essas espécies subvalorizadas possam ser utilizadas convenientemente como alimento e ainda uma saída economicamente rentável desses recursos. A Amazônia é conhecida por possuir o maior número de espécies de peixes numa bacia hidrográfica. De toda a produção de pescado desembarcada no Estado do Amazonas, somente três espécies representam mais de 70% dessa captura. Outras espécies têm boa aceitação para o consumo “in natura”, porém nem sempre são capturadas por possuírem características sazonais marcantes. Por outro lado, centenas de espécies menos apreciadas pela população local deixam de ser consumidas por vários motivos, sendo os principais: a grande quantidade de espinhas contidas no filé, a crença de que possam transmitir algum tipo de doença ou ainda pelo seu curto período de armazenamento. O Estado do Amazonas conta com acesso a uma grande quantidade de recursos pesqueiros, porém se observa que esses recursos não são plenamente aproveitados devidos a problemas em seu sistema de infraestrutura de mercado e distribuição, limitando-se o consumo por certos hábitos alimentares da população ou ainda pela falta de informação sobre as características do mercado e as preferências dos consumidores. A pesca para consumo humano é uma das atividades mais antigas praticadas pelo homem que vive na Amazônia e de seus produtos depende a maior parte da proteína animal consumida em uma alimentação regional. A implantação, nas últimas décadas, de indústrias de beneficiamento de pescado para exportação aliada ao aumento do consumo interno vem despertando o interesse no aproveitamento mais racional. O uso desse recurso passa pela aplicação de novas tecnologias visando ao aproveitamento integral dessa matéria-prima natural, o que trará formas alternativas rentáveis economicamente aos empreendimentos que atuam diretamente na atividade de transformação de produtos pesqueiros através da agregação de valor ao pescado, pois, além de gerar mais empregos, pode dar condições para resolver problemas do setor como a diversificação da produção e o aproveitamento de espécies de baixo valor comercial. O aumento na demanda por alimentos na região amazônica, principalmente o consumo de pescado, fez com que houvesse a necessidade de suprir de proteína toda a população aliada à sua comercialização em nível nacional, trazendo um aumento na produção de pescado para cerca de 100 mil toneladas/ano. Com o crescimento dessa demanda houve a implantação de algumas indústrias de beneficiamento de pescado de pequeno, médio e grande porte, nos últimos anos em nossa região, principalmente, para o fileteamento de algumas espécies de pescado como o mapará, surubim, dourado e piramutaba, destinados a suprir as necessidades locais e também para a exportação. Paralelo a isso, nos últimos dez anos, vários projetos de piscicultura desenvolveram técnicas de cultivo intensivo, diversificando e aumentando o volume de produção de pescado para o consumidor final. Atualmente, há uma grande demanda por parte das pequenas e micro empresas em busca de conhecimentos tecnológicos aplicados à transformação e à diversificação das linhas de produção do pescado regional em produtos acabados de forma que sejam aproveitados em maior escala, e que têm, nos últimos anos, ocasionado uma maior procura por essas tecnologias de maneira que possam, de uma forma direta, contribuir para a melhoria das linhas de produção dessas empresas, ou ainda, da busca de conhecimentos por parte de futuros empreendedores. Para tanto, estão sendo desenvolvidos projetos de pesquisa na área de Tecnologia do Pescado utilizando matéria-prima regional com possibilidades de uma elevação de sua produtividade e que atualmente não são capturadas ou por falta de conhecimentos científicos básicos aplicados a essas espécies, relacionados principalmente aos componentes químicos, ou pela ausência de uma tecnologia apropriada para cada espécie, ou ainda por uma politica direcionada que promova incentivos à criação de pequenas indústrias voltadas para a exploração dessa matéria-prima. O aproveitamento mais racional desse recurso passa pela aplicação de tecnologias alternativas rentáveis economicamente despertando o interesse empreendedor dessa atividade na transformação de produtos pesqueiros através da agregação de valor ao pescado. Além disso, pode gerar mais empregos dando condições para o setor pesqueiro diversificar a produção de espécies de baixo valor comercial. A proposta deste trabalho destina-se a aplicar tecnologias de transformação ao pescado de maneira que possa propor alternativas para a diversificação de consumo através da elaboração de produtos à base de pescado, incentivando a captura de diversas espécies de peixes pouco exploradas, para serem beneficiadas na forma de produtos acabados, em maior escala tais como: “fishburguer”; palito de peixe; quibe de peixe bife de peixe e “nuguetes” empanados. Como consequência dos resultados deste trabalho, em longo prazo, objetiva-se também provocar uma mudança nos hábitos de consumo de pescado através da transferência de tecnologia disponível ao setor produtivo do Município de Manaus como um protótipo que poderá levar à implantação de unidades de beneficiamento de pescado em vários outros municípios do Estado do Amazonas. As unidades atuariam, principalmente, na transformação de várias espécies de pescado pouco consumidas em produtos elaborados que sejam de fácil aceitação por parte do consumidor amazonense e, também, sua utilização como importante fonte de proteína na merenda escolar regionalizada, aumentando as oportunidades de empregos na região. Espera-se que os resultados deste projeto contribuam para o aproveitamento de nossos recursos pesqueiros e o desenvolvimento de uma unidade de beneficiamento de produtos formulados de pescado no interior do Estado do Amazonas. 2 Justificativa A utilização dos recursos naturais na Amazônia desenvolveu-se, ao longo de sua história, de maneira lenta e nos moldes artesanais, havendo sempre a predominância do extrativismo. Essa exploração é feita para garantir a subsistência peculiar dos pequenos centros urbanos, restringindo sua importância comercial. As grandes distâncias que separam os locais de pesca das zonas urbanas influenciam a qualidade da produção pesqueira. Os conhecimentos relativos ao manuseio e à estabilidade das espécies de peixe de água doce durante a estocagem são escassos, apesar da relevância desse parâmetro para um aproveitamento racional da captura em termos de qualidade e de diminuição das perdas pós captura. Frente a todos esses problemas, as necessidades da região amazônica na área de alimentos não se resumem aos problemas tecnológicos. Há uns cem números de matérias-primas que necessitam ser estudadas sob o ponto de vista de sua composição química, constituintes nutritivos (minerais e vitaminas), isto é, realizar a caracterização tecnológica para obtenção de produtos adequados, ou seja, este potencial alimentício necessita de uma boa dose de experimentação científica básica para que seja utilizado quanto às reais possibilidades de sua racional exploração econômica. A aplicação de novas pesquisas possibilitará o conhecimento de técnicas visando ao aproveitamento desses recursos, o que trará maiores alternativas de alimento à comunidade, além de gerar melhores condições para resolver problemas regionais, como a falta de produção de alimentos, em grande parte ainda tendo que ser importados de outras regiões. O aproveitamento do pescado de baixo valor comercial através de tecnologias simples e baratas, poderá racionalizar a exploração pesqueira já que a produção concentra-se em grande parte sobre algumas espécies de pescado, devido ao hábito alimentar da população. Pesquisas recentes mostraram que o pescado comercializado em feiras e mercados locais possui qualidades inferiores devido principalmente ao inadequado manuseio desde a captura até a sua comercialização e consumo, isso leva a se propor pesquisas onde se objetiva identificar os problemas causados e propor a utilização e observação das normas e padrões de manuseio. Atualmente o processamento industrial de pescado atingiu um bom nível tecnológico, principalmente no caso dos congelados, voltados a atender ao mercado de exportação. Entretanto, as exportações de pescado limitam-se a produtos não processados ou semi-industrializados. A mudança de hábitos alimentares no mundo tornou-se evidente na medida em que o aumento populacional levou à procura de novas fontes para o suprimento das necessidades básicas do ser humano. A agitação da vida moderna também contribuiu para essa tendência de transformação da alimentação em que o indivíduo procura cada vez mais as facilidades de preparo dos alimentos bem como aqueles que sejam sadios e com funções nutricionais voltadas para seu interesse pessoal. Portanto, os alimentos à base de proteínas de qualidade e baixos níveis de gordura, como o pescado, estão sendo cada vez mais amplamente consumidos, pois proporcionam a integridade de um organismo sadio. Com isso o consumo de peixe torna-se um grande paradigma de consumo em todos os níveis e torna mais fácil sua comercialização. A tecnologia voltada para a elaboração de produtos à base de peixes vem sendo amplamente pesquisada e desenvolvida de maneira que sejam aplicadas às espécies de peixes encontradas em nossa região. Dessa forma, o INPA dispõe de produtos, resultados de suas pesquisas há vários anos, e que ainda não são encontradas nas prateleiras dos supermercados ou distribuídas nas formas de merenda escolar, restaurante popular ou contribuindo para o programa Fome Zero. A estratégia de obtenção dos recursos necessários à implantação dessa unidade de processamento é uma preocupação por parte dos pesquisadores que dedicam seus esforços no sentido de ver os resultados de seus trabalhos empregados em prol daquele que mais necessita, o consumidor. Há muitos anos esta proposta vem sendo uma constante através do emprego de esforços pessoais físicos e econômicos. 3 Objetivos do projeto Dentre os objetivos a serem alcançados com a aplicação deste projeto, busca-se a obtenção de uma estimativa da aceitação que o conceito de novos produtos à base de pescado terão no mercado e confrontá-los com os produtos competidores. Também, pretende-se conhecer a maneira como os consumidores percebem as diferentes apresentações dos produtos dentro da categoria determinada, assim como o posicionamento específico de cada novo produto segundo sua associação com diversos atributos relevantes para sua avaliação. O comportamento dos consumidores ante um determinado produto do mercado está relacionado com a himagem que se tem sido formada dele mesmo, seja através da publicidade do produto ou através de referências de terceiros. Considerando que as apresentações desses produtos não são conhecidas, é necessário obter as reações dos compradores potenciais além de avaliar a imagem e posicionamento desses produtos. Como consequência dos resultados deste trabalho, em longo prazo, objetiva-se também provocar uma mudança nos hábitos no consumo de pescado através da transferência de tecnologia disponível para o setor produtivo, o que poderá levar à implantação de unidades de beneficiamento de pescado em vários municípios do Estado do Amazonas. As unidades atuariam, principalmente, na transformação de várias espécies de pescado pouco consumidas em produtos elaborados que sejam de fácil aceitação por parte do consumidor amazonense e também sua utilização como importante fonte de proteína na merenda escolar regionalizada. Os objetivos específicos a serem alcançados como consequência dos resultados a serem obtidos na execução deste projeto são: Estimular a geração de empregos, através de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do pescado no Estado do Amazonas, promovendo o desenvolvimento rural, de modo sustentável, valorizando as vocações produtivas regionais e suas potencialidades. Suprir o mercado consumidor com produtos elaborados à base de pescado, integrado à produção, estimulando o processo de comercialização para os produtos oriundos do setor pesqueiro estadual para o mercado interno e externo estimulando a economia da região com incremento da produção e geração de atividades econômicas. Implementar na prática os estudos e pesquisas existentes nos Institutos de Pesquisa destinados à identificação de potencialidades socioeconómicas e ambientais, propondo estratégias e ações compatíveis. Fortalecer as empresas que atuam na cadeira produtiva do pescado na região, a partir da mobilização do seu potencial, bem como viabilizar a produção e a comercialização dos produtos elaborados. Difundir tecnologias compatíveis que viabilizem agronegócios, utilizando sistemas de produção competitivos, ecologicamente adequados e socialmente desejáveis proporcionando maior nível de auto- sustentabilidade e competitividade da unidade produtiva. Verticalizar as atividades da cadeia produtiva do pescado promovendo agregação de valor aos produtos elaborados gerando informações mercadológicas sobre todos os agentes da cadeia produtiva do pescado objetivando a ocupação de mão de obra no meio rural. 4. Resultados a serem alcançados O projeto, uma vez em operação, possibilitará a geração de mais empregos diretos com a implantação da indústria piloto de transformação do pescado em produtos elaborados, e a diversificação da pesca levará à captura de novas espécies de pescado que serão utilizadas na elaboração desses produtos. A divulgação e comercialização dos produtos diversificarão o hábito alimentar dos consumidores locais, principalmente das crianças, através da distribuição dos produtos na merenda escolar, por se tratar de produtos ricos em proteína e sem a presença de espinhas, o que facilita seu consumo. Há produtos com bife de peixe, “fishburguei”, quibe de peixe, dentre outros feitos a partir de carne de espécies como o jaraqui, peixe muito popular na região, ou de aracu provenientes da captura ou ainda provenientes da criação de espécies como o tambaqui e a matrinchã em gaiolas muito estimuladas pelo atual Governo Estadual que poderá também incluir o Programa da Agricultura Familiar com a finalidade e linha de pensamento que vai desde a entrega das gaiolas, juntamente com os alevinos, acompanhamento técnico de criação finalizando com a comercialização da produção. Essa produção é orientada pela Agroamazon que tem como finalidade implementar ações para o desenvolvimento sustentável dessa cadeia produtiva desse segmento, fortalecendo as ações econômicas, sociais e políticas. A absorção desses produtos também será colocada preferencialmente nos restaurantes populares distribuídos pela cidade de Manaus e para outros programas como o Fome Zero. Em nível estadual os resultados do projeto também seguem o mesmo pensamento, uma vez que se trata de uma região, particularmente grande, consumidora de pescado, chegando a níveis per capta de 200 kg/ano. A implantação dessa unidade no Município de Manaus servirá como piloto para sua multiplicação por outros municípios do Estado de pequenas unidades dotadas dos insumos básicos de infraestrutura e equipamentos, pois a matéria prima a ser utilizada na elaboração dos produtos poderá ser capturada durante a safra, próximo a essas unidades, e acondicionada na forma de blocos de carne de peixe de 10 Kg por períodos de até seis meses, durante a entressafra de pescado. Uma das principais ações que podem ser desencadeadas pelo projeto diz respeito ao incentivo à produção e comercialização e à inclusão social de pequenos produtores e pescadores que têm poucas alternativas de produção e comercialização de seus produtos. No programa Fome Zero, as ações poderão permitir aumento da renda e diminuição das desigualdades sociais gerando, por exemplo, emprego e renda, o que constituem uma prioridade do Governo. A proposta dessa pesquisa vai na direção dos interesses do governo do Estado do Amazonas em estimular o setor pesqueiro com a finalidade de promover o desenvolvimento rural, agropecuário de modo sustentável, identificando e valorizando as vocações produtivas regionais e as potencialidades de mercado interno e externo, bem como fortalecendo a cadeia produtiva da pesca, a partir do conhecimento de seu potencial que viabilizem a comercialização dos produtos da pesquisa de laboratório. As principais vantagens do projeto, sob o ponto de vista dos custos alocados para sua implementação estão diretamente voltadas para as necessidades de soluções estratégicas para o nosso estado para que sejam dirimidos os gargalos existentes nos aspectos sociais e técnico-econômicos capazes de reverter o quadro existente no segmento pesqueiro promovendo a ocupação de mão de obra no meio rural. A aplicação dos produtos na merenda escolar – o maior programa de alimentação em atividade no Brasil – é outra ação que o projeto pode apoiar. A produção e a comercialização dos produtos gerados poderão advir da utilização de espécies de valor comercial mais baixos “jaraqui, branquinha, cubiu, dentre outros” e a preparação da merenda será acompanhada pelos responsáveis do projeto, cabendo uma parte dessa atividade à prefeitura de Manaus e de outros municípios a serem parceiras com pessoal e logística na administração das atividades. Com a descentralização da merenda, a aquisição dos produtos poderá ser viável uma vez que a própria comunidade controla os recursos, contrata o pessoal e faz o cardápio das refeições. Os resultados a serem obtidos na implementação da inovação são de grande interesse econômico para as empresas ligadas ao setor pesqueiro, pois a utilização da matéria-prima de baixo valor comercial, principalmente na época de safra, para a obtenção de pescado triturado ou “minced fish” que será armazenado na forma de blocos congelados para serem utilizados na fabricação dos produtos reestruturados em sua linha de processamento, alternando e diversificando as espécies capturadas, podendo assim, comercializar sua produção durante todo o ano, aumentando sua produtividade, número de empregados e o lucro. A aplicação dessas tecnologias passa a ser de vital importância para o aproveitamento racional dos recursos pesqueiros existentes, através do conhecimento científico da matéria-prima a ser utilizada, como formas alternativas rentáveis ao empreendimento na elaboração de produtos finais, agregando valor ao pescado pela diversificação da produção e o aproveitamento de espécies de baixo valor comercial. Após alguns anos dedicados às pesquisas na área de Tecnologia de Pescado, desenvolvidas tanto na Universidade do Amazonas quanto no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, identificou-se a oportunidade de aplicação prática dos resultados teóricos dessas pesquisas em um empreendimento de negócios rentáveis e bem sucedidos, capazes de transformar as pesquisas em realidade. Espera-se que os resultados deste trabalho contribuam para o aproveitamento de nossos recursos esqueiros e o desenvolvimento de uma indústria amazonense de produtos à base de pescado a fim de serem competitivos com os alimentos similares que estão chegando ao nosso mercado como produtos de importação, oferecendo à população uma fonte alternativa de aproveitamento do pescado. As pesquisas desenvolvidas em laboratório mostraram que os produtos desenvolvidos podem, perfeitamente, ser absorvidos pelos consumidores direcionados devido ao seu sabor voltado para o hábito regionalizado feito com condimentos naturais produzidos na região. A indústria pesqueira também poderá maximizar o aproveitamento do pescado para o consumo humano, a tecnologia poderá ser empregada na produção de picadinho de peixe “minced fish”. O tambaqui normalmente para ser consumido deve ter mais de seis quilos, porém o peixe para uso industrial não requer tanto. O que interessa, nesse caso, é o peso total dos peixes, a biomassa, e não o desenvolvimento de cada peixe. Depois de processado o tambaqui, pode ser comercializado como picadinho ou em produtos elaborado como “fishburguer”, linguiça ou bife de peixe auxiliando a execução deste projeto. No desenvolvimento social os resultados também poderão servir de orientação para que o governo do Estado do Amazonas possa usar para concretizar ações como o programa Zona Franca Verde que vem incentivando a criação de peixe com a entrega das primeiras gaiolas de criação de tambaqui do projeto Tanque-Rede. O projeto, que prevê a implantação de 2.000 gaiolas em todo o Estado, iniciou-se com a entrega de 144 tanques a 22 famílias nas comunidades de Puraquequara, em Manaus, lago do Calado, em Iranduba, e lago do Limão, em Manacapuru. Por outro lado, abre a possibilidade da instalação de pequenas e médias empresas na região, aumentando o emprego da mão de obra local e a oferta de novos produtos de pescado. A produção do picadinho de peixe “minced fish” elaborado a partir do tambaqui de criação poderá constituir uma opção tecnológica, economicamente viável para a região, trazendo, em consequência, a desconcentração do esforço de pesca sobre as espécies mais preferidas como o tambaqui que vem, nos últimos anos, sofrendo com a pesca e, como consequência, a diminuição de seu tamanho médio. Além disso, o aumento do aproveitamento do músculo do pescado, em função do maior rendimento, pode ser alcançado com a aplicação dessa tecnologia. 5 Produtos derivados de pescado a serem elaborados 1. FISHBURGUER – O processo de obtenção do “fishburguer” tradicionalmente, é realizado através da junção da carne triturada com os condimentos selecionados e em quantidades pré-determinadas, os quais possuem funções distintas entre proporcionar o sabor, odor, liga e textura. A forma arredondada, semelhante ao hambúrguer de carne, é dada a partir do equipamento apropriado (hamburgueira) que realiza os movimentos de moldagem de 500 “fisburguers” por hora. Após a moldagem, os “fishburguers” são congelados para posteriormente serem embalados e rotulados. 2. PALITO DE PEIXE – A denominação palito de peixe se dá ao produto elaborado a partir da carne triturada adicionada de ingredientes, moldada em bandejas, congelada, cortada em pequenas tiras de 2 x 10 centímetros, empanada em clara de ovos e farinha de pão torrado sendo, em seguida, embalada em congelador. A textura proporcionada para que o produto se assemelhe ao pescado “in natura” é proporcionada pela adição de pequenos pedaços de filé de peixe durante o processo de mistura. 3. QUIBE DE PEIXE – O quibe de peixe é um produto elaborado a partir da carne de pescado triturada, adicionada de condimentos apropriados proporcionando uma grande semelhança ao tradicional quibe de carne. Seu principal objetivo é de ser consumido por aquelas pessoas que não apreciam a carne de pescado “in natura” com suas qualidades nutricionais de sabor e odor. 4. BIFE DE PEIXE (Filé reestruturado e empanado) – Esse é um produto característico com semelhança a um bife de carne, feito a partir da carne triturada, condimentada, moldada, empanada e congelada. Assim como os demais produtos, podem ser consumidos com a parte protéica de uma refeição normal juntamente com arroz, feijão e salada. 5. “NUGUETES” EMPANADOS – Para a fabricação de análogos de pescado na forma de “nuguetes”, são adicionados à massa de carne triturada alguns condimentos em quantidades determinadas para proporcionar uma textura firme. Após a mistura, a carne é moldada na forma de pequenos quadrados de 7 x 5 centímetros e, em seguida, congelados, empanados e sofrem uma pré-fritura por cerca de 30 segundos. Ao consumir, o produto deverá ser frito diretamente sem desc ongelar por 5 minutos. Os “nuguetes” podem assumir qualquer forma, principalmente para atrair o consumidor por sua aparência, por exemplo: forma de peixinho, estrela, carrinho etc. Agregação de valor e conservação das matérias-primas regionais Jerusa Souza Andrade Pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Professora do Centro Universitário Nilton Lins Financiamento do projeto: CNPq Edital CT-Agronegócio/MCT/CNPq/MESA, Proc. 504337/2003-3 e FAPEAM-PIPT 1 Introdução O desafio a qualquer cientista do mundo é propor tecnologias com aplicação real para as condições de produção, infraestrutura, mão de obra e hábitos alimentares no vasto e desprovido coração da Amazônia. Este projeto se baseia em tecnologia milenar e empregada com maestria na Amazônia. Mostra que com matéria-prima regional, harmonia com a tradição de trabalho e hábitos alimentares, é possível aplicar os conhecimentos técnicos para o processamento e utilização de alimentos. Toda tecnologia é obtida passo a passo, inovação por inovação, e esta, constitui mais uma informação de anos de pequenas pesquisas, que somadas chegaram a este ponto e não será o final, mas sim um passo a mais na consolidação do conhecimento. Benefício maior é sua divulgação para a real aplicação e geração de produto final harmonioso com os hábitos alimentares da Amazônia. A secagem ou desidratação (remoção da água) de um alimento é processo de conservação de milenar. Constitui base da conservação de alimentos de todos os povos da terra e em todas as épocas. Hoje responde pela conservação dos alimentos que consumimos diariamente. As diferenças decorrem da matéria prima utilizada, da sofisticação dos equipamentos, dos aditivos utilizados, do tipo e grau de enriquecimento nutricional do alimento, assim como da classe de consumidores. A importância desse método de conservação passa despercebida pela maioria da população. Hoje o alimento desidratado supre nossa despensa e as prateleiras dos supermercados e compõe a quase totalidade dos estoques governamentais de merenda escolar, da cesta básica e das campanhas de solidariedade humana. Dos alimentos secos destacam-se os cereais, oleaginosas, castanhas, leite em pó, carnes, alimentos formulados à base de cereais, soja, chocolate, frutos desidratados, farinhas, etc. Aliment básicos e mais acessíveis fazem parte da alimentação de todo ser humano e os alimentos específicos e de custo elevado compõem o cardápio de uma minoria de poder aquisitivo mais elevado. A água presente nos alimentos tem importância fundamental na sua capacidade de conservação, pois favorece o desenvolvimento de microrganismos. Em função da quantidade de água, os alimentos classificam em perecíveis, semiperecíveis e não perecíveis. Portanto, a redução no teor de água é a tecnologia necessária para a conservação dos alimentos na Amazônia, uma região desprovida de infraestrutura para movimentação e estocagem de produtos perecíveis. A desidratação conserva o alimento, concentra os nutrientes, reduz o peso e volume, permite o armazenamento em temperatura ambiente, facilita a embalagem e transporte, não requer mão de obra altamente especializada, exige equipamentos simples, tem baixo custo e desenvolve atributos sensoriais desejáveis. Portanto, é a tecnologia ideal para a vastidão da Amazônia. Composta de farinha de mandioca, a alimentação do nortista e do nordestino geralmente não é bem aceita. Esse consumo lembra classe social inferior, e muitas vezes, em função da pobreza, está associado à ausência de outros grupos de alimentos em sua dieta. No entanto, agregada de ingredientes e condimentos específicos, acompanha pratos sofisticados na mesa de muitos brasileiros. O consumo de farinha de mandioca, composta em sua maioria de carboidratos e com diferentes graus de textura, adequados aos mais diversos gostos e perfeitamente combinada com peixes e carnes, é hábito alimentar do povo amazônico. Peca quem imagina modificar esse hábito, substituir ou introduzir alimentos exóticos à sua população. Importa sim, estender a tecnologia de processamento da farinha de mandioca a outros alimentos produzidos na Amazônia e diversos cultivos podem ser conservados, agregados de valor e consumidos na forma de alimentos desidratados. Dentre os cultivos da Amazônia destaca-se a pupunheira. Além do consumo do fruto na época da safra, pode ser agregada de valor e estabilizada para emprego na alimentação em diferentes épocas do ano. Várias pesquisas já foram realizadas propondo tecnologias para seu aproveitamento, as quais poderiam gerar recursos e promover o desenvolvimento de agroindústrias na região. Pesquisa sobre a obtenção de farinha de pupunha por desidratação em estufa mostrou que a operação de descasque do fruto é o fator limitante do processo, implicando em maior tempo para o processamento, maior risco de deterioração da matéria-prima, necessidade de mão de obra, e consequentemente, inviabilidade técnica do processo industrial (11). Análise das características físico-químicas, viscoamilográficas e farinográficas da farinha de pupunha e a sua avaliação como farinha mista (farinha de pupunha e trigo) na elaboração de macarrão tipo espaguete e parafuso mostraram que é possível obter essas massas com farinha mista contendo 15% de farinha de pupunha e 85% de farinha de trigo com características aceitáveis quanto à qualidade (17). Membros das associações RECA (Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado), Aspruve (Associação dos Produtores Rurais Vencedora) e de comunidades do interior produzem farinha de pupunha em fornos de farinha de mandioca e refino por moagem e peneiramento. No entanto, lutam com dificuldades de tecnologia de processamento e seu emprego na industrialização de alimentos (17). O projeto sugere facilidades de processamento da farinha de pupunha pela eliminação da etapa de descasque do fruto, aumento no rendimento final, obtenção de produto de maior valor nutritivo e funcionalidade em função dos carotenóides e fibras presentes na casca e geração de produto final com diferentes granulometrias. O mais importante é buscar, também, alternativas de uso, combinação com outras matérias primas e, acima de tudo, a esperança e o empenho para que as tecnologias cheguem às famílias no interior da Amazônia. 2 Objetivo O projeto tem como objetivo geral agregar valor e conservar as matérias primas na Amazônia mediante tecnologia viável para obter alimentos com funcionalidade, aceitabilidade e estabilidade. Para atingir esse objetivo maior, o projeto é dividido em objetivos específicos, os quais, conduzidos de forma independente, paralela e sequencial, formam a cadeia de informações necessária para a viabilidade técnica das tecnologias apropriadas para a agroindústria na Amazônia. 2.1. Objetivos específicos Produzir farinha de pupunha com diferentes granulometrias para uso na formulação de alimentos e determinar as características físico-químicas. Produzir matérias primas açucaradas/desidratadas para uso na formulação de alimentos e determinar a composição química. Otimizar a formulação e avaliar a qualidade e estabilidade dos alimentos desidratados como a sopa e a “pupurola”. Testar a incorporação da farinha de pupunha na culinária regional. Difundir os conhecimentos mediante repasse para multiplicadores do conhecimento e agregar (editar o livro) os conhecimentos sobre a produção e uso da farinha de pupunha na alimentação humana na Amazônia. 3 Material e métodos Para a produção de farinha serão utilizados os frutos de pupunha das raças amiláceas, para o “piracuí” (concentrado protéico de peixe) os peixes de baixo valor comercial, e para as demais matérias prima desidratadas serão utilizados mamão verde e maduro, cubiu, carambola, banana, abóbora, outros frutos nativos e castanha-da-Amazônia. A metodologia do projeto é delineada para atender a cada objetivo específico em: 3.1 Produzir farinha de pupunha com diferentes granulometrias para uso na formulação de alimentos, avaliar a estabilidade e determinar as características físico-químicas Os cachos serão adquiridos na cadeia de comercialização em Manaus e as farinhas serão obtidas na planta piloto de processamento de frutos da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos (CPTA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Após a despenca, seleção, lavagem, cozimento, retirada da semente e trituração, a polpa será desidratada em dois sistemas: estufa com circulação de ar e tacho aberto de fazer farinha de mandioca. Diferentes granulometrias serão obtidas por diferentes tempos de trituração do material desidratado e classificação por peneiras. Baseado em pesquisas já desenvolvidas na CPTA, o projeto propõe desenvolver quatro tipos (fina, média, ovas e grossa) de granulometria para a farinha obtida em estufa e dois tipos (fina e grossa) para a farinha obtida em tacho de fazer farinha de mandioca. As farinhas (obtidas em quantidades suficientes para as análises químicas e os experimentos de formulação de alimentos e vida de prateleira) serão embaladas em sacos plásticos e estocadas em temperatura ambiente ao abrigo da luminosidade, umidade e oxigênio. As características físicas das farinhas serão determinadas segundo Ferreira (2002), a composição química será obtida pelas análises de umidade, proteína, lipídios, carboidratos (Nifext), fibra total e cinza e o valor calórico será calculado (ADOLFO LUTZ, 1985). Para obter dados que possam ter aplicabilidade no interior pobre da Amazônia, uma região desprovida de energia elétrica, com alta temperatura e umidade relativa e onde a população não possui os recursos mínimos de sobrevivência, paralelamente serão testadas também as estocagens em embalagens reaproveitadas. Serão montados experimentos com acondicionamento das farinhas em sacos plásticos laminados e em latas de leite em pó ou manteiga. Essas latas serão previamente lavadas e esterilizadas em forno. As latas contendo as farinhas serão estocadas em temperatura ambiente e o produto será avaliado mensalmente quanto à absorção de água (teor de umidade), degradação dos pigmentos (teor de carotenóides totais), rancificação (índice de acidez e índice de peróxido) e contaminação microbiológica. 3.2 Produzir matérias-primas açucaradas/desidratadas para uso na formulação de alimentos e determinar a composição química As matérias-primas (cubiu, mamão verde e maduro, casca de laranja, abóbora, jambo, banana e carambola) serão adquiridas na cadeia de comercialização em Manaus. Esses frutos também serão processados na planta piloto de processamento de frutos da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos (CPTA) do Inpa. Após o preparo e higienização, passarão pelos processos de fermentação láctea (soluções de NaCI a 2, 4, 6 e 8 % com intervalos de 24 a 36 horas), cocção, desidratação por osmose (xarope a 10, 20, 30, 40, 50 e 60 O Brix), desidratação complementar (estufa), acondicionamento (sacos plásticos) e estocagem em temperatura ambiente (JACKIX, 1988; CRUZ, 1990). A banana será processada na forma de fruto passa. A composição química será obtida pelas análises de umidade, proteína, lipídios, carboidratos (nifext), fibra total e cinza e cálculo do valor calórico (ADOLFO LUTZ, 1985). Para uso como fonte de nutrientes, sabor e aroma, a castanha-da-Amazônia será processada pela quebra da casca, obtenção da amêndoa, fatiamento (multiprocessador) e tostagem (± 180 O C). A composição química será obtida pelas análises de umidade, proteína, lipídios, carboidratos (nifext), fibra total e cinza (ADOLFO, LUTZ, 1985). 3.3 Produzir concentrado protéico de peixe (“piracuí”) com características sanitárias adequadas e avaliar a estabilidade Para uso como fonte de proteína e minerais, sabor e aroma, o piracuí será obtido segundo descrição de Castro (1999) e Portela (2003). A composição química será obtida pelas análises de umidade, proteína, lipídios, carboidratos (nifext), fibra total e cinza (ADOLFO, LUTZ, 1985). As embalagens serão estocadas em temperatura ambiente e o “piracuí” avaliado a cada dois meses quanto à umidade, ao índice de acidez e de peróxido e à contaminação microbiológica. 3.4 Otimizar a formulação e avaliar a qualidade e estabilidade da “pupurola” e da sopa Para desenvolver novas formulações de “pupurola”, as matérias-primas desidratadas (outros frutos) serão combinadas até o equilíbrio do sabor, segundo Marques e Andrade (2003), cujo ponto ideal será determinado mediante análise sensorial. Para desenvolver novas formulações de sopa serão utilizadas outras proporções de farinha de pupunha e “piracuí” e de temperos segundo Portela (2003). As melhores formulações serão selecionadas mediante análise sensorial. A formulação escolhida será avaliada quanto à qualidade, a qual será estimada pela aceitabilidade, valor nutricional e grau de sanidade. A aceitabilidade será determinada pela análise sensorial (FERREIRA, 2002); o valor nutricional será estimado pela determinação da composição química (umidade, proteína, lipídios, carboidratos, fibra e cinza) segundo Instituto Adolfo Lutz, (1985), macro e micro minerais e pelo cálculo do valor calórico baseado na energia liberada pelos componentes alimentares segundo a Resolução-RDC n.° 40, de 21 março de 2001 (BRASIL, 2001); o grau de sanidade será detectado por avaliações microbiológicas (Salmonella spp, contagem de Staphylococcus aureus, determinação do número mais provável de coliformes totais e fecais e contagem de mofos e leveduras) com resultados dentro do padrão estabelecido pela legislação vigente segundo a Resolução-RDC n.° 12 de 02 janeiro de 2001 (BRASIL, 2001). Para avaliar a vida de prateleira, as embalagens de “pupurola” e sopa serão estocadas por 12 meses e avaliadas a cada dois meses quanto aos parâmetros indicativos de rancificação (índices de peróxido, iodo e acidez) segundo Adolfo Lutz (1986), degradação de pigmentos (carotenóides totais) segundo Higby descrito por Goia (1992), avaliação sensorial (Ferreira, 2002) e contagem de mofos e leveduras segundo a Resolução-RDC n° 12, de 02 janeiro de 2001 (Brasil, 2001). Serão utilizadas embalagens aluminizadas (passíveis de utilização pelas indústrias e consumo pela população em geral) e latas reaproveitadas de leite em pó (passíveis de serem utilizadas pelos caboclos e ribeirinhos da Amazônia). 3.5 Testar a incorporação da farinha de pupunha na culinária Pesquisas anteriores obtiveram resultados positivos de incorporação da farinha de pupunha em preparações de alimentos (2, 16, 20, 21). Para ampliar a incorporação da farinha de pupunha na culinária regional, serão testadas mais receitas de uso local e de outras regiões. A metodologia será baseada em testes com incorporação parcial ou total de um dos ingredientes da receita. As preparações serão elaboradas no laboratório de Técnica Dietética do Centro Universitário Nilton Lins. A aceitação será avaliada pela análise sensorial das preparações que será feita pelos alunos do curso de nutrição da mesma instituição. Com base na composição química (tabelas de composição de alimentos) e quantidade em cada preparação, será estimada percentagem de contribuição de cada porção nas recomendações diárias. 3.6 Divulgar os conhecimentos na forma de cursos e livro Os conhecimentos gerados com o desenvolvimento do projeto serão difundidos na forma de cursos de extensão e agregados na forma de livro (ora em fase de redação) sobre a produção e utilização da farinha de pupunha na Amazônia. 4 Resultados e discussão Com a conclusão do projeto ora em andamento, pode-se enumerar como avanços tecnológicos, inovações e mesmo aplicação de novas tecnologias os seguintes resultados de repercussão e impacto para a Amazônia: Viabilizar o processo de agregação de valor e conservação da pupunha na forma de farinha para consumo humano, por meio de tecnologia de uso ou de destino final para essa farinha. Agregar valor, conservar e utilizar alimentos produzidos na região como: cubiu, pupunha, mamão, laranja, carambola, abóbora, banana, etc. e peixes de baixo valor comercial. Desenvolver e divulgar tecnologias que podem utilizar a infra-estrutura de fornos (casas de farinha de mandioca) existente no interior e empregar a força de trabalho e os conhecimentos dos nativos (até então utilizadas no preparo da farinha de mandioca) para a produção da farinha de pupunha. Gerar conhecimentos para a produção de alimentos funcionais (alimentos com alto teor de fibras provenientes da casca da pupunha) com possível uso na prevenção de problemas de constipação. Contribuir para o desenvolvimento da agroindústria no interior com tecnologia de baixo custo operacional para a produção de alimentos de fácil estocagem e transporte, multiuso e harmonioso com os hábitos alimentares e tradição de trabalhos na Amazônia. Em termos de desenvolvimento social, a geração de recursos financeiros e a alimentação disponível na mesa constituem o principal benefício do projeto. Os beneficiários são todas as comunidades dispersas pelo interior da Amazônia. 4.1 Avaliação do processo da pupunha desidratada Os processos de desidratação mostram-se adequados na remoção da água para a obtenção da pupunha desidratada (Fig. 1). A desidratação em tacho é mais eficiente em termos de aplicabilidade para o interior da Amazônia. Em função do revolvimento constante, adquire granulometria irregular semelhante àquela da farinha de mandioca grossa, e dependendo do uso final, dispensa a etapa de trituração pós-desidratação. Além disso, tem aplicabilidade real em função do domínio do processo de fabricação de farinha de mandioca por parte dos produtores e por dispensar o uso de eletricidade na desidratação. O tacho pode ser aquecido por lenha no mesmo sistema do processo de desidratação da mandioca para o preparo da farinha. Figura 1: Farinha de pupunha p (Bacttris gasipaes Kunth) K de difeerentes granullometrias. A eeliminação da d etapa opeeração de deescasque do o fruto como o proposto eem pesquisaas anterioress (3, 9, 10, 122) e a remoçção parcial como a emppregada no peneiramen p nto da massaa por algunss produtoress no interiorr da Amazôônia reduzem tempo e custos do processo. O descasquue do fruto é operaçãoo demorada que, além de d aumentarr os custos, expõe o pro oduto aos riiscos de detterioração antes a da suaa estabilização. A oobtenção, composição química e estabilidade ao armazenamento dde farinha de d pupunhaa foram estuudadas na Cooordenação de Pesquissas em Tecn nologia de Alimentos A (C CPTA) do INPA I desdee 1987. Ao llongo dos anos a observaaram que o rendimento o final do produto depeende da raçça e grau dee injúria dos frutos. A qualidade q do o produto finnal está intimamente reelacionada ccom o caráter amiláceoo do fruto. N No entanto, observou-se o e que a operração de desscasque do fruto para a obtenção das d farinhass é o fator liimitante do processo, implicando i em maior tempo t para o processaamento, maiior risco dee deterioraçãão da matééria-prima, necessidadee de mão de d obra, e consequenttemente, in nviabilidadee técnica do processo inndustrial. m trabalho coonjunto no Inpa, I Unicaamp e fábricca Modelo, foram pesqquisados os processos p e Em as caracterrísticas físico-químicas, viscoamiloográficas e farinográficcas da farinhha de pupun nha (18) e a sua avaliaçção como farinha f missta (farinhaa de pupunh ha e trigo) na elaboraação de maacarrão tipoo espaguete e parafuso.. Resultadoss mostraram m que é possível obterr essas masssas com farinha mistaa contendo 115% de farinnha de pupu unha e 85% de farinha de d trigo com m caracteríssticas aceitááveis quantoo à qualidadde (17). Porrém, dificulldades do eemprego daa farinha dee pupunha como ingreedientes dee macarrão e produtos de d panificaçção decorreem do custo o do produto final, usoo restrito e falta f dessass indústrias nno interior. 4.2 Caractterísticas da d pupunha a desidratad do Inúmeros trabalhos de pesquisa mostram a composição química do fruto (3), que dependendo da raça de pupunha constitui-se em rica fonte de carboidratos, lipídios, carotenóides, minerais, proteínas e fibra bruta. Essas e outras pesquisas na área de nutrição enfatizam a desnutrição decorrente da pobreza no interior e a importância desses nutrientes para o suprimento das carências nutricionais presentes na população interiorana da Amazônia. Como disponibilizar esses nutrientes, principalmente a pró-vitamina A para a população, constitui na chave mestra para solução do problema. A remoção da água aumenta a concentração dos compostos existentes no fruto em proporção equivalente à quantidade de água retirada. Isto significa dizer que uma redução de 90% do peso de água livre da pupunha implica em um aproximadamente equivalente no peso dos constituintes não voláteis presentes no fruto. Essa mudança decorre da certa estabilidade térmica dos componentes presentes no fruto. A retirada da fase aquosa promove a concentração dos compostos não voláteis e não termolábeis como carboidratos, lipídios, pró-vitamina A, minerais, fibras, etc. e consequentemente, aumento do valor nutritivo. Além de concentrar os nutrientes e estabilizar o produto final, a desidratação desenvolve características físicas desejáveis em termos de culinária regional (1). De granulometria mais fina em função da moagem e peneiramento, a pupunha desidratada pode ser adicionada ao trigo para fabricação de macarrão, bolo, biscoito, pizza, pão, mingau e de alimentos e molhos, nos quais o trigo entra como ingrediente (20). No entanto, como incorporar a farinha de pupunha em pão, bolo, biscoito, pizza, etc., se o interior da Amazônia, muitas vezes carece dessas unidades produtoras de alimentos e sua população não tem acesso a esses alimentos? A inovação na eliminação do descasque e no processo de desidratação, moagem e classificação desenvolve no produto final granulometrias semelhantes ao das farinhas utilizadas na região (1). O processo desenvolve características físicas desejáveis em termos de culinária regional: de granulometria mais fina, torna-se adequada na adição ao trigo para fabricação de bolos, biscoitos e pudins e de granulometria média, semelhante à farinha de rosca no preparo de empanados; a farinha de pupunha “ovas” tem emprego na elaboração de farofas, pirarucu de casaca ou consumo normal nas refeições diárias; farinha de granulometria grossa adicionada de frutos desidratados compõe alimentos funcionais. A escolha da granulometria a ser utilizada em cada preparação tem por base as das farinhas de mandioca, de rosca e de trigo, que são ingredientes das respectivas preparações. As características sensoriais dos alimentos recebem pontuação máxima para a maioria das características avaliadas. O sabor de pupunha cozida presente na farinha é agradável e tem caráter ambíguo, o que proporciona a combinação com diferentes sabores e permite seu uso em alimentos doces (bolachas, sequilhos e bolos) e salgados de refeições principais (farofas, pudins de carne, filé empanado de peixe e pirarucu de casaca). A adição da farinha de pupunha contribui com o sabor, aroma e coloração nas preparações cujos demais ingredientes não mascararam essas características. Preparações cujo aroma e sabor dos ingredientes (carne, peixe fresco, peixe salgado e seco) e condimentos (pimenta de cheiro, pimentão, coentro, etc.) são acentuados, mascararam, em parte, o sabor e aroma da farinha de pupunha. Adequação no processo de obtenção e no balanço de condimentos da formulação mascaram o aroma do peixe na sopa pronta (19, 20). A maioria dos provadores informa nas fichas de avaliação sensorial estar familiarizado com a pupunha pelo hábito do consumo na forma cozida e se dispor a adquirir o produto em teste, caso esteja disponível no comércio. Essas informações reforçam o potencial da farinha de pupunha como ingrediente, contribuindo com a coloração, valor nutritivo, sabor e granulometria diferenciada, características desejáveis na elaboração de alimentos. Portanto, as tecnologias do projeto em andamento permitem usar as matérias primas da Amazônia, empregar a mão de obra e a infraestrutura existente e obter um produto final nutritivo e de caráter multiuso. Porém, cuidados inerentes a qualquer processamento de alimentos são essenciais e as tecnologias requerem: disponibilidade, regularidade, custo, sanidade, rendimento, características físicas e composição química das matérias-primas, higiene, rapidez no preparo do material e adequação na velocidade de secagem, umidade residual do produto desidratado, condições de embalagem e armazenamento. A divulgação das tecnologias e os cuidados empregados permitirão desenvolver agroindústrias no interior, gerar divisas, promover o setor primário, evitar a perda de alimentos perecíveis nas regiões produtoras, e, sobretudo, produzir alimento nutritivo e estável às condições ambientes para o consumo familiar e suprimento da merenda escolar, da alimentação do trabalhador e dos programas de combate à fome. A geração de alimentos e de recursos supre a fome e as necessidades básicas e faz do interiorano um guardião da Amazônia. Referências ANDRADE, J. S. 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Guedes Coelho Abastecimento de água para populações ribeirinhas e comunidades amazônicas João Tito Borges Doutor em Engenharia Civil, na área de concentração em Saneamento e Ambiente pela Unicamp Professor do Cesf-Fucapi nos Cursos de graduação na disciplina de Gestão Ambiental e funcionário do Cetaf (Centro Tecnológico Ambiental da Fucapi) e professor em cursos de especialização na Ufam, Utam e participante do grupo de pesquisas em Biologia Urbana no Centro Nilton Lins e do Núcleo das Águas (CCA –Ufam) e-mail: [email protected] Palavras-chave – Amazônia, água, abastecimento fotovoltaico, floculação, floculantes naturais. Resumo O objetivo do trabalho foi o de descrever oito propostas alternativas de abastecimento de água para comunidades, isoladas ou não, do Estado do Amazonas e também discutir a respeito da interface entre energia e saneamento nessa região. Nas propostas foram discutidos meios alternativos para o abastecimento de água, alternativas para suprir a necessidade de rede elétrica para movimentar os sistemas e também sobre a possibilidade de se utilizar floculantes alternativos e sistemas de filtração com materiais disponíveis no Estado do Amazonas. 1 Introdução Segundo a Organização Mundial da Saúde, muitas doenças e mortes nos países em desenvolvimento ocorrem por falta de água ou pela sua contaminação. Assim sendo, o rápido crescimento da população mundial e a crescente poluição tornam a água para o abastecimento humano o recurso natural mais estratégico de qualquer país neste milênio. É de conhecimento público que o saneamento do ambiente exerce um impacto profundo na saúde por ser este um meio preventivo. Apesar da preocupação com a qualidade da água servida à população, vários casos de morbidade relativos à falta de saneamento continuam sendo registrados, principalmente em países em desenvolvimento. Isto é, existe uma correlação entre a ausência de saneamento e as doenças de veiculação hídrica. As crescentes demandas de água de qualidade para o abastecimento das populações urbanas em conjunto com a limitação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos e energéticos exigem um planejamento bem elaborado pelos órgãos governamentais, visando a adotar sistemas de abastecimento de água para toda população. Nesse sentido, o grande desafio é prover as comunidades rurais de água potável. No Brasil, vem sendo empreendido um esforço para saldar o débito social e para solucionar problemas de um grande contingente de desfavorecidos que vivem de alguma forma isolados e sem acesso à água de qualidade e à rede de energia elétrica. A Amazônia Ocidental apresenta uma parcela desse contingente espalhado pela vasta área entrecortada por rios com as mais diversas características. Nessas áreas, os altos custos de distribuição de energia aliados muitas vezes ao baixo consumo por ligação em comunidades isoladas, tornam essas populações pouco atraentes aos investimentos privados (FEDRIZZI, 1997). Sendo assim, a carência energética atinge indiretamente a saúde dessas populações, pois com freqüência, o problema de distribuição de água está relacionado com as deficiências energéticas locais para executar os trabalhos de captação e transporte da água do manancial ao ponto de sua utilização. A garantia do suprimento de água melhora as condições de higiene, reduz a incidência de doenças associadas ao uso da mesma, bem como diminui as migrações (FEDRIZZI, 1997). A questão se reside em como distribuir água de boa qualidade para essas populações com tal deficiência energética. Vários projetos propiciaram melhores condições de vida para populações mais isoladas e comunidades rurais no Brasil. O Projeto Água é Vida já foi responsável pela construção de 321 cisternas familiares, 23 cisternas comunitárias, 38 barragens subterrâneas e 19 poços amazonas, e pela restauração de nove poços artesianos. As obras beneficiaram 65 comunidades do semi-árido brasileiro, localizadas em quatro Estados – Rio Grande do Norte, Alagoas, Minas Gerais e Pernambuco. As obras foram realizadas com recursos doados por empresas parceiras e mão de obra das 408 famílias beneficiadas. As cisternas familiares atendem ao consumo de uma família de cinco a seis pessoas e é capaz de armazenar até 16 mil litros de água de chuva. Já as comunitárias armazenam 50 mil litros e são utilizadas principalmente por escolas rurais e prédios públicos. As barragens subterrâneas garantem a segurança alimentar na produção de feijão e outros alimentos e servem para o consumo animal. A água dos poços amazonas é usada principalmente para lavar roupa e a dos poços rasos para pequenas irrigações (www.fomezero.org.br). Projeto realizado na região do Mamirauá, no Estado do Amazonas, revela que reduziu cerca de 70% a mortalidade infantil e o índice de doenças provocadas pela água reduziu em 65% com a implantação de sistemas de captação de água da chuva e medidas simples de prevenção (www.iee.usp.br). Com relação à deficiência energética de muitas dessas comunidades, segundo VILELA e FRAIDENRAICH (2000) e VILELA et al, (2002), nas últimas duas décadas, a tecnologia de bombeamento fotovoltaico experimentou considerável progresso. Componentes como inversores, condicionadores de potência e moto-bombas foram aperfeiçoados e melhorada sua capacidade de adaptação. A queda no preço dos geradores, acompanhada pelo aumento da eficiência do conjunto de bombeamento fotovoltaico (gerador mais moto-bomba), fizeram com que esses sistemas se tornassem uma das opções mais viáveis para o atendimento a pequenas comunidades rurais. O projeto Sohidra, realizado no Estado do Ceará, para melhorar a qualidade de vida das populações das pequenas comunidades rurais no Estado, elaborou uma série de combinações, tais como: poços, mesmo com as limitações de vazão e qualidade d água, em combinação com a utilização de dessalinizadores ou associados ao uso adequado de cisternas individuais. Utilizou-se de conversão de energia eólica através de cataventos; energia solar, através de painéis fotovoltaicos, como a solução para acionar o bombeamento das águas em locais onde não existia energia elétrica. Essas ações integraram o Programa de Abastecimento de Água de Pequenas Comunidades, implantado pelo projeto que teve como princípios a busca da autossustentabilidade, a parceria com as prefeituras e empresas de saneamento e a necessidade de conscientização da própria comunidade (www.srh.ce.gov.br). O abastecimento de água compreende as etapas de captação, tratamento e desinfecção e distribuição. A captação muitas vezes requer bombeamento, e esse bombeamento, realizado à energia elétrica, torna-se um impeditivo à implantação de sistemas de abastecimento para essas comunidades. O tratamento, sendo convencional, requer a agitação do tanque, podendo ser de forma manual ou mecanizada. Sendo mecanizada, demandará energia elétrica para o acionamento dos motores. A etapa de desinfecção, dependendo da maneira que será realizada, também demandará energia elétrica, assim como a distribuição da água, que dependerá da topografia da área. Com relação aos aspectos de desinfecção, a mesma constitui-se na etapa do tratamento cuja função precípua consiste na inativação dos microrganismos patogênicos, realizada por intermédio de agentes físicos e/ou químicos. Ainda que nas demais etapas da potabilização haja redução do número dos microrganismos agregados às partículas coloidais, não consiste no objetivo principal dos demais processos e operações unitárias usuais no tratamento das águas de abastecimento tal intento. Apesar da conhecida vinculação da qualidade da água de abastecimento à prevalência de diversas doenças infecciosas, parcela significativa da população brasileira, sobretudo em pequenas comunidades, ainda é abastecida por águas superficiais e subterrâneas sem qualquer tipo de tratamento. Dessa forma, é conveniente que se avalie processos de desinfecção para se garantir uma água mais segura. A publicação “Métodos alternativos de desinfecção da água”, produto da Rede de Pesquisas sobre o tema do Programa de Pesquisas em Saneamento Básico – Prosab, Edital 2, trata amplamente do assunto (DANIEL, 2001). Existe uma variedade de processos de tratamento para garantir o abastecimento de água. O desafio é selecionar o processo apropriado para cada situação particular. Os processos mais baratos e que requerem menos tecnologia são os métodos simples, como fervura da água, filtragem com areia, exposição da água ao sol (MONTEIRO, et al) e adição de água sanitária doméstica à água. Podem ser utilizados métodos físicos, como fervura da água e exposição aos raios ultravioleta (DANIEL, 2001), processos oxidativos avançados (BORGES e GUIMARÃES, 2001) ou adição de produtos químicos na concentração adequada. Os agentes químicos mais comuns são o cloro e seus derivados, o dióxido de cloro, ozônio e água oxigenada. Existe a alternativa do permanganato de potássio, do ácido peracético, que, porém, são menos conhecidos. Já a distribuição da água dependerá, da topografia do terreno, da distância da captação e do sistema de tratamento onde está implantada a comunidade. 2 Objetivo O presente trabalho tem por objetivo integrar as soluções realizadas nas diversas experiências relatadas e os projetos citados e propor modelos adequando-os a cada situação, com a finalidade de promover a captação, o tratamento e a desinfecção de águas para comunidades isoladas ou não no Amazonas, situadas nas margens de rios, igarapés, encostas, tanto do Rio Negro (águas negras), quanto em áreas do Rio Solimões (águas turvas). 3 Propostas Proposta 1 – Sistema de tratamento convencional Obviamente a proposta de promover um sistema de tratamento de água convencional, com todas as etapas, é a mais adequada, desde que existam as condições necessárias para tal, como disponibilidade de energia, produtos químicos, mão de obra treinada. Como esses três componentes não estão presentes em todas as situações e a presente proposta é voltada para o abastecimento de comunidades isoladas que não dispõem de rede de energia elétrica, acesso a produtos químicos e mão de obra especializada, serão discutidos meios alternativos para o abastecimento de água dessas comunidades, como fonte de energia elétrica o floculante utilizado para promover o tratamento e o sistema de filtração. Os sistemas de tratamento de água convencionais são processos realizados com a água bruta captada de fontes diversas, visando a obter um produto potável quimicamente e biologicamente seguro para consumo humano. Para tanto, é necessário remover ou destruir quaisquer microorganismos nocivos, substâncias químicas prejudiciais, materiais em suspensão ou dissolvidos, prejudiciais à aparência da água. Os processos adotados no tratamento convencional completo são os seguintes: Aplicação de cal e coagulante em mistura rápida Floculação Decantação Filtração Cloração Correção de pH Fluoretação Proposta 2 – Filtração Lenta seguida de filtração rápida Utiliza-se de sistemas de filtração de baixa taxa de filtração (4 m3/m2/dia) sendo mais utilizados para águas que apresentam menores valores de cor e turbidez. São mais facilmente utilizados em pequenas localidades e bastante difundidos em áreas do Peru e Chile (Dl BERNARDO, 2001). Existe a opção de se proceder a uma filtração rápida, seguida da filtração lenta. Os filtros podem ser construídos em alvenaria, concreto e fibras. Quando descendentes são dotados de um leito filtrante, pedras e no fundo um sistema de drenagem e coleta da água. As vantagens dos filtros lentos estão na operação e custos, pois não necessitam de emprego de produtos químicos na água e nem de equipamentos sofisticados. As desvantagens estão nas grandes áreas necessárias para sua construção, além de não apresentar bom funcionamento em águas com elevada turbidez ou cor. Para locais onde não existe eletricidade e se dispõe de desnível suficiente, como encostas, nascentes em morros e morretes, a opção de sistema de filtração lenta é favorecida ao se aproveitar o efeito da gravidade. Proposta 3 – Sistema de coagulação/decantação manual com floculantes naturais Nesse processo, denominado por batelada, a água a ser tratada adentra um tanque de coagulação com sistema de agitação manual e o operador adiciona o floculante natural, faz o processo de mistura rápida e coagulação/floculação seguindo do tempo de repouso do sistema para a decantação do material e descarte do lodo de fundo. Esse sistema já é conhecido com floculantes químicos e vem sendo testado em projetos na região do Amazonas. A proposta deste projeto visa a buscar a utilização de floculantes de origem natural, como a Moringa Oleífera, que vem sendo testada na Embrapa do Estado de Sergipe, pela pesquisadora Maria Salete Rangel, e na Feagri-Unicamp, pelo professor José Euclides Patemiani. Outros polímeros naturais deverão ser investigados como produtos já comerciais e produtos da flora amazônica. A vantagem do sistema está na facilidade do processo e na incorporação da tecnologia para as comunidades, na possibilidade de desenvolver os floculantes na própria região em conjunto com pesquisadores do Inpa e da Ufam. Porém, nesse processo, existem várias limitações, como a necessidade de equipamentos de bombeamento a óleo diesel ou através de rede de eletricidade. As propostas 4, 5 e 6 realizadas aqui poderão suprir essas limitações. Proposta 4 – Sistema de floculação/decantação manual com floculantes naturais e filtração lenta Esse sistema conjuga as propostas 2 e 3 descritas neste projeto. Existe a possibilidade de se obter água no final do processo com menores valores de cor e turbidez, quando comparado às propostas 2 e 3. Ressalta-se a dificuldade de encontrar seixos em algumas regiões do Estado do Amazonas, porém existe uma grande disponibilidade de areia de boa qualidade. Nesse caso, para evitar sistemas de bombeamento, é necessário que sejam áreas de encostas e áreas acidentadas. Observa-se que as limitações de eletricidade estão presentes na maioria das pequenas comunidades. Proposta 5 – Sistema de floculação/decantação manual com floculantes naturais e filtrações lentas, alimentadas por equipamento de bombeamento fotovoltaico Essa proposta é similar à proposta 4, porém, para resolver a questão da dificuldade de enchimento do tanque, será colocado um equipamento moto-bomba para bombear a água para dentro do reator. Esse sistema se adapta a qualquer situação na região amazônica. As limitações do processo serão devidas à disponibilidade de sol, na época das chuvas contínuas. O processo de bombeamento fotovoltaico já vem sendo realizado em outros projetos. Proposta 6 – Sistema de floculação/decantação manual com floculantes naturais, filtração rápida e sistema de desinfecção com lâmpada ultravioleta, alimentadas por equipamento de bombeamento fotovoltaico Esta proposta é similar á proposta 5, porém o processo de desinfecção utilizará um sistema de ultravioleta já bastante conhecido. Este sistema se adapta a qualquer situação na região amazônica. As limitações do processo serão devidas à disponibilidade de sol, na época das chuvas contínuas. O processo de bombeamento fotovoltaico já vem sendo realizado em outros projetos. A desinfecção a UV já é um processo bastante conhecido e existem publicações relacionadas ao processo para pequenas comunidades (DANIEL, 2001). Proposta 7 – Sistema de floculação/decantação automatizado com floculantes naturais, filtração rápida e sistema de desinfecção com lâmpada ultravioleta, alimentadas por equipamento de bombeamento fotovoltaico Essa proposta é similar à proposta 6, porém o processo será todo automatizado. Serão instalados inversores, motores para agitação e a desinfecção utilizará um sistema de ultravioleta já bastante conhecido. Esse sistema se adapta a qualquer situação na região amazônica. As limitações do processo serão devidas também à disponibilidade de sol, às dificuldades de equipamentos de agitação e alta tecnologia empregada em regiões desprovidas de equipamentos de reposição, mão de obra e ferramental de manutenção para sistemas eletrônicos de mais alta complexidade. Em comunidades que dispõem de eletricidade, esse sistema se adapta com facilidade. Proposta 8 – Sistema de coleta de água de chuva, filtração rápida e sistema de desinfecção com pastilha de cloro Serão instaladas a coleta e filtração da água das chuvas seguidas de desinfecção. Na desinfecção se utilizará um sistema contínuo com pastilhas de hipoclorito de cálcio. Segundo estudos de LIBÂNIO, (2000), apud DANIEL (2001) e LEÃO (2000), as pastilhas podem permanecer de 10 a 15 horas fornecendo cloro à água em tratamento. Esse sistema se adapta a qualquer situação na região amazônica. As limitações do processo serão devidas à disponibilidade de chuvas, às dificuldades de sistemas de captação e reserva da água. Serão necessários equipamentos de reposição, mão de obra e ferramental de manutenção para sistemas coletores e limpeza do filtro. Em comunidades que não dispõem de eletricidade, esse sistema se adapta com facilidade. 4 Conclusões Desde que existam as condições necessárias para promover o tratamento convencional, o ideal é a opção pelo mesmo, visto que é de amplo domínio. Porém, como disponibilidade de energia, produtos químicos, mão de obra treinada não estão presentes em todas as situações e a presente proposta é voltada para o abastecimento de comunidades isoladas, que não dispõem desses requisitos, foram discutidos meios alternativos para o abastecimento de água dessas comunidades, como a alternativa para suprir a necessidade de rede elétrica, a possibilidade de se utilizar floculante alternativo e sistemas de filtração com materiais disponíveis no Estado do Amazonas. As limitações dos processos, a princípio, serão muitas. Serão estas, devidos aos seguintes aspectos: Disponibilidade de sol para obter uma forma de energia alternativa; Dificuldades de obtenção, transporte e implantação dos equipamentos; Necessidade da inserção das comunidades no projeto; Implantação desse tipo de equipamento em regiões desprovidas de peças de reposição, mão de obra e ferramental de manutenção; Adaptação de sistemas a diferentes características de águas existentes na região; Apoio financeiro para a construção dos protótipos propostos; Aceitação por parte das comunidades. Acredita-se que deve ser dada a oportunidade para ensaios com os sistemas propostos, visto que deve-se atentar para a fixação dos moradores em áreas rurais, promovendo a saúde e o bem estar e a melhoria da qualidade de vida desses cidadãos. Essas ações devem integrar um programa de abastecimento para pequenas comunidades e buscar a parceria com prefeituras e necessariamente aumentar o nível de conscientização da comunidade usuária. Outras propostas de tratamento poderão ser inseridas no andamento do projeto, como filtração direta ascendente, dupla filtração, sistema de desinfecção por pastilhas de compostos de cloro e outras formas alternativas de obtenção de energia. Enfim, é necessário que se tenha recursos para a construção dos protótipos para a execução das propostas. Não foi realizado um levantamento dos custos de implantação de cada opção, pois, para cada situação, as variáveis de aspectos construtivos ditarão o custo dos protótipos. Referências BORGES, J.T.; GUIMARÃES, J.R. Inativação de escherichia coli utilizando-se reator solar em fotocatálise heterogênea com dióxido de titânio em leito fixo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 21., 2001, João Pessoa. João Pessoa: [s.n], 2001. 1 CD-ROM. DI BERNARDO, L. et. al. Avaliação da filtração lenta na remoção de matéria orgânica natural, microrganismos e atrazina. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 21., 2001, João Pessoa. João Pessoa: [s.n], 2001. FEDRIZZI, M. C. Fornecimento de água com sistemas de bombeamento fotovoltaicos: dimensionamento simplificado e análise de competitividade para sistemas de pequeno porte. Dissertação (Mestrado em Energia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997. FOME ZERO. Disponível em <http://www.fomezero.org.br>. Acesso em 10 set. 2004. GUIMARÃES, J. R. et. al. Processos de desinfecção e desinfetantes alternativos na produção de água potável. São Paulo: USP, 2001. INSTITUTO DE ELETROTECNICA E ENERGIA. Disponível em: <http://www.iee.usp.br/biblioteca/ producao/1998/trabalho/pequen~2.pdf>. Acesso em 10 set. 2004. LEÃO V. M. J. et al. Avaliação do clorador de pastilhas na intimação de e. coli em águas sintéticas de turbidez baixa e cor moderada. In: XXVII CONGRESSO INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 27., 2000, [S.l], [S.l]: ABES, 2000. MONTEIRO, P.C.G. et al. 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Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinadas a insumos fitoterápicos e fitocosméticos Juan Revilla1 1 Introdução O projeto “Qualificação de produtores rurais para aproveitamento de espécies vegetais destinados a insumos de fitoterápicos e fitocosméticos “ é uma iniciativa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Inpa com o apoio do Sebrae-AM (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa do Amazonas). O trabalho é desenvolvido com produtores rurais da estrada Manaus-ltacoatiara, Km 47-50, para coleta e manuseio de espécies vegetais que sirvam de insumos para a indústria de fitoterápicos e fitocosméticos. O foco central da proposta é o aspecto educativo para a realização de um manejo sustentável dos recursos vegetais de valor econômico existentes na comunidade, visando a dar condições aos comunitários de geração de emprego e renda no próprio local onde moram. Nesta proposta, estão envolvidos aspectos ambientais, sociais, econômicos e tecnológicos. A iniciativa incorpora a diretriz do desenvolvimento econômico sustentável local, buscando potencializar os recursos vegetais para produção de insumos para fitoterápicos e fitocosméticos. O mercado mundial de fitomedicamentos de produtos naturais é hoje U$ 20 bilhões. A biodiversidade amazônica constitui uma vantagem competitiva para alcançar esse mercado. Ela é a maior e mais rica do planeta, onde se estima existir 35.000 espécies de plantas superiores produtoras de matérias primas que podem abastecer os mercados Farmacêutico, Agroquímico e Cosmético. Infelizmente, o principal produto exportado pela Amazônia são suas árvores, em um comércio que não rende mais do que U$ 440 Milhões/ano. Os Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNM) atingem apenas U$40 milhões/ano, correspondendo a apenas 1% dos bens exportados pela Amazônia (BENCHIMOL, 2000). Por outro lado, o mercado disponível é enorme, nas áreas Farmacêutica, Cosmética e Agroquímica superam U$500 bilhões/ano. Estima-se que os Produtos Naturais componham 25% desses mercados. Essas demandas têm crescido muito nos últimos anos, e já há demandas bem qualificadas para os produtos locais, o guaraná é apenas um deles. Com a recente inclusão do guaraná no mercado internacional pela Pepsi, a demanda por esse produto deve crescer muito. O guaraná perfaz sozinho 5% do total do faturamento dos principais produtos de empresas consultadas. Espera-se um aumento muito grande na demanda do guaraná, mas se acredita que os produtores locais não estão preparados para o sucesso desse produto. 2 A experiência de mercado O segmento de fitocosméticos e fitoterápicos não é recente, os eventos mais expressivos do Brasil nessas áreas estão por volta de sua XVIII edição. O Congresso Brasileiro de Cosmetologia ocorre anualmente, promovido pela Associação Brasileira de Cosmetologia – ABC, que há 30 anos vem estimulando o segmento de ciência e tecnologia no setor. Na área de fitoterápicos, o Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, promovido pela Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais – SBPM, com ocorrência bianual que, este ano, o XVIII, é em Manaus, vem cumprindo essa missão de socialização dos conhecimentos na área. A participação nesses eventos vem sendo uma constante do proponente do trabalho de qualificação dos produtores rurais. Neles foi possível conhecer as maiores empresas do segmento, suas demandas e suas exigências. A partir dessas participações, pôde-se vislumbrar com mais clareza qual o papel da Amazônia nesses segmentos e a oportunidade que se abre para os amazônidas, haja vista que o marketing em torno da marca “Amazônia” é uma porta aberta para os produtos da região. Segundo o Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumarias e Cosméticos – Abhipec, entidade brasileira responsável por atender a todos os interesses do setor relacionados à produção, à promoção e à comercialização de produtos acabados e insumos destinados aos cuidados pessoais, uma das maiores autoridades na área da cosmetologia, quando faz referência à Amazônia diz: a Amazônia pode ser uma das maiores produtoras de insumo para cosméticos, aproveitando sua imensa fitodiversidade. Mas, infelizmente a região ainda não se atentou para isso. Muitas iniciativas locais insistem em disponibilizar produtos acabados, dificultando muito a inserção nesse setor se forem consideradas a qualidade e a sofisticação dos produtos na área, o que tornam o custo desse investimento muito alto, além da competição desleal com marcas consagradas no mercado nacional e internacional. Outros fatores que precisam ser trabalhados na região para alcançar esse patamar de produtora de insumos são os aspectos como a regularidade, qualidade, quantidade e diversidade de produtos. Atrelada a isso está a necessidade de a produção ser de uma comunidade organizada juridicamente para fins comerciais, isto é, há que se ultrapassar a comercialização de indivíduos isoladamente e estruturar organizações como associações ou cooperativas para atender a essa demanda. Esse aspecto é importante em decorrência do entendimento das empresas que, trabalhando com as comunidades organizadas para esses fins, estão contribuindo para o desenvolvimento sustentável local, evitando a predação, ou seja, é o mercado que vislumbrou boas vantagens na criação de canais para o escoamento da produção comunitária, sobretudo a amazônica. 3 O papel das instituições de pesquisas nas iniciativas de aproveitamento dos recursos vegetais Nesse circuito, o papel de uma instituição de pesquisa é fundamental, pois disponibilizar uma maior produção de matérias-primas não é tarefa fácil, requer uma série de ações do governo e das entidades de classe (Sindicatos, Associações, Sebraes, Federações, entre outros). São necessários uma série de acertos e compromissos na cadeia produtiva, pois os procedimentos atuais são isolados e não atendem aos procedimentos de todos os itens exigidos pelo mercado nacional e internacional. Além do que, com o conhecimento de alguns elementos, sobretudo da matéria-prima e dos problemas decorrentes do clima, distâncias e variabilidade, questões que repercutem diretamente nas exigências da qualidade estabelecidas ao produto pelo mercado, somente a pesquisa pode contribuir na superação do problema. Outro exemplo, com a falta de homogeneização com maior ou menor concentração do princípio ativo no ato da formulação, novamente as pesquisas, melhoramentos genéticos, a seleção de variedades mais produtivas poderão otimizar um produto que atenda ao comprador mais exigente. Nesse cenário de desenvolvimento a pesquisa é o instrumento propulsor do conhecimento necessário para concretizar a disponibilização de produtos para o consumidor final. Diante dessa perspectiva, de fato, a pesquisa e os institutos de pesquisa estarão dando retorno à sociedade para o seu desenvolvimento. Os produtos naturais e fitomedicamentos têm a classe média como principal consumidor final, que é muito exigente nos produtos que adquire. Somente investindo em pesquisa e na profissionalização da mão de obra é que o setor poderá responder aos níveis observados em países como a Alemanha, França, Canadá e Estados Unidos. 4 O mercado de fitoterápicos e fitocosméticos como um segmento a ser explorado com qualidade para não comprometer as espécies Nesse segmento, trabalhar com folhas e frutos é melhor do que trabalhar com cascas ou raízes, pois folhas se renovam e frutos produzem anualmente. As folhas e galhos com produção semestral ou anual podem dar uma baixa na concentração de princípios ativos, sendo necessária maior produção para a obtenção de matérias-primas, maior número de áreas trabalhadas e grande número de mão de obra. Por outro lado, o plantio em áreas devastadas vem contribuir para a sustentatiblidade e a produção. 5 Diversidade florística da região amazônica A floresta é a paisagem dominante, corresponde a 78% da cobertura vegetal do Brasil e a 30% das reservas mundiais, possui uma alta diversidade de espécies, tanto animal quanto vegetal. Na Amazônia são 8 milhões de Km2 de floresta, 8 países estão incluídos: Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela, Guayana Francesa, Guayana Inglesa e Brasil. A cobertura vegetal apresenta diversidade de tipos como terra firme (mata de terra firme, mata de carrasco, campinarana, campina, mata de cipó, etc.), áreas inundáveis (várzea, igapó, buritizal, mata de baixio, restinga, etc.). As espécies de plantas superiores são estimadas em 35 mil; dessas, cerca de 5 mil espécies são de interesse econômico: alimentação, medicinal, ornamental, fibra corante (Revilla, 2003); 1.500 espécies medicinais registradas nas farmacopéias xamânicas e caboclas; 500 espécies utilizadas comumente pela população nas feiras e mercados das capitais da Amazônia (Tabatinga, Belém, Manaus, Rio Branco no Brasil, Iquitos, Pucalpa no Peru, Santa Cruz de La Sierra, La Paz na Bolívia, Letícia e Bogotá na Colômbia, etc.). Dentre as plantas mais utilizadas pela população, destacam-se unha-de-gato, carapanaúba, andiroba, copaíba, guaraná, muirapuama, pata-de-vaca, sucúba, leite-de-amapá, entre outras. Muito se fala sobre o uso dos recursos da floresta. Algumas iniciativas já estão registradas nessa direção. Essas experiências evidenciam o potencial econômico da floresta, que segundo estudiosos do assunto, representa provavelmente 30% do estoque genético do mundo, uma fonte imensurável para a produção de produtos de origem vegetal. A diversidade florística é portadora de uma gama imensurável de propriedades para as mais diferentes finalidades e é de fundamental importância que a população detenha conhecimento sobre tais espécies de valor econômico, sobretudo para o devido aproveitamento delas. Para avançar rumo ao aproveitamento da fitodiversidade há um longo caminho a ser percorrido. Um dos primeiros passos consiste no investimento em estudos que registrem e disponibilizem ao público em geral o potencial da floresta, associada a isso a qualificação de recursos humanos para a coleta e manejo adequado dos recursos vegetais, visando à sustentabilidade da matéria-prima numa produção comercial. 6 Potencialidade das plantas amazônicas para a cosmetologia As plantas amazônicas são de valores comprovados e passíveis de comércio, porém devem-se observar critérios científicos e éticos para usufruir dessa riqueza. Óleos essenciais, óleos vegetais, anti-oxidantes, anti-inflamatórios, cicatrizantes, corantes, espessantes, entre outros, estão sendo extraídos de folhas, cascas, raízes, sementes, frutos, flores e batatas das plantas amazônicas. O vinho da bacaba muito conhecido pelo colono e caboclo, hoje é o óleo, a matéria prima para a produção de cosméticos, sendo considerado de altissíma qualidade, superior ao de oliva em muitos aspectos. Empresas brasileiras introduziram novas espécies na cosmetologia, passaram a aproveitar a manteiga de cupuaçu, a gordura de “buriti” e de “murumuru”, o óleo de “bacaba”, sem excluir os já conhecidos óleos de “castanha”, “copaíba”, “andiroba” e a essência de “pau-rosa”, todos eles indicam um excelente mercado para a Amazônia. Com o lançamento de cosméticos com matérias-primas amazônicas foi reforçada no mercado a tendência do nome “Amazônia”. Isso, sem dúvida, repercute diretamente na utilização da floresta como fonte de matérias-primas. Como administrar adequadamente estes recursos, quais serão as espécies mais procuradas, como manejá-las? Eis um grande desafio. São necessários estudos, levantamentos, inventários e projeções que permitam uma gestão sustentável desses recursos. Nem sempre o estoque dessas plantas estão disponíveis para serem fonte de matéria-prima. Basicamente as que são utilizadas na cosmética amazônica são provenientes do extrativismo: “pau-rosa”, “castanha”, “copaíba”, “sangue-de-dragão”, etc., poucas são de origem de cultivo artesanal como é o caso da “andiroba”, “amor-crescido”, “crajirú” e “cupuaçu”. Muitas plantas empregadas na cosmetologia são amplamente veiculadas pela cultura popular (REVILLA, 2002). Entretanto, aquelas cuja composição química já é conhecida inspiram maior confiabilidade, pois se sabe quais substâncias e princípios ativos da planta podem ser disponibilizados, aumentado a segurança na elaboração de cosméticos. É necessário que realmente seja ampliada à consciência da riqueza que a Amazônia detém e, principalmente, que se observe à questão da proteção dos recursos para que não sejam predados. Mexer com a floresta requer treinamento de recursos humanos, adequação às regras ambientais, mudança radical nas políticas de incentivos para quem realmente gera trabalho e produtos sem destruir a mata. 7 Potencialidade das plantas amazônicas para fitoterápicos Muitas espécies com alto potencial para fitoterápicos estão em evidência, por exemplo: “ipê roxo”, “muirapuama”, “carapanaúba”, “amapá”, entre outras. Um fato muito importante com relação ao mercado de fitoterápicos é a entrada de novos participantes, notadamente grandes empresas farmacêuticas. Na Europa, o recurso da medicina complementar está em franco progresso, sendo que os fitomedicamentos bem documentados cientificamente são cada vez mais aceitos e apreciados por pacientes e médicos. Na Alemanha, em particular, mais de 80% dos médicos utilizam regularmente medicamentos à base de plantas. O Tebonin (extrato de Ginkgo biloba), da Dr. Schwabe-s, principal produtora alemã de fitoterápicos, é o produto farmacêutico mais vendido. 8 Capacitação de recursos humanos As características das atividades na área rural exigem atitudes empreendedoras, e empreender é muito mais do que reiterar o que tradicionalmente se realiza como atividade produtiva, requer atitudes criativas e inovadoras, habilidades de gestão e ocupar novos nichos de mercado com produtos de qualidade, em quantidade e com regularidade. Infelizmente, essa não é a realidade dos produtores rurais, uma vez que eles continuam fazendo as atividades em suas terras, como seus antepassados faziam. Lamentavelmente não conseguem extrapolar o nível da subsistência e consequentemente não se tem desenvolvimento nesse setor de produção. Percebe-se, diante disso, que há necessidade de uma intervenção no âmbito educativo dessa população no intuito de despertar essa população para outras oportunidades nas atividades na área rural, ampliando assim o leque de opções de negócios e renda. Na atualidade, são várias as iniciativas registradas nessa direção. Em geral, todas são iniciativas de instituições não-governamentais. Poucas são as investidas do Estado nesse sentido, principalmente, no que se refere à educação formal, com cursos profissionalizantes. Embora algumas vezes as investidas do Estado tenham existido como uma orientação técnica através de órgãos como a extinta Emater e o Idam ainda não houve nada sistematicamente programado para uma maior capacitação desses produtores rurais. O aspecto central que se coloca é a capacitação direcionada e empreendedora, algo que possibilite uma nova forma de pensar e agir diante da realidade produtiva no interior da Amazônia. A capacitação se faz imprescindível nesse processo, não basta traçar diretrizes de novos processos de desenvolvimento econômico para a região sem investir na formação de um capital intelectual que possa dar suporte ao desenvolvimento local sustentado. Nesse sentido, sugere-se um novo perfil para o empreendedor na Amazônia, um empreendedor que tenha o desenvolvimento sustentável como filosofia e meta de trabalho. À medida que essa base valorativa seja vivenciada nos projetos de desenvolvimento econômico para a região, um novo ciclo econômico de fato passa a se configurar no contexto amazônico. A evolução desse ciclo econômico fica, portanto, condicionada ao desenvolvimento desse espírito de empreendedor sustentável que passa a se materializar pela alocação de valores no mundo empresarial e de novas tecnologias de exploração e produção de recursos naturais. O empreendedor sustentável é aquele que produz as mudanças de novos produtos, serviços ou técnicas, a partir do tripé econômico, social e ecológico, constituindo-se também num elemento de inovação na economia, ou seja, ele mesmo é um produto novo para um novo ciclo econômico, pela sua maneira de pensar. Sem empresários com estas características a proposta de desenvolvimento sustentável está aquém da possibilidade de existência. Nesse contexto, no qual o desenvolvimento econômico mantém laços estreitos com o perfil de empreendedor que a sociedade dispõe e as propostas empreendidas, o processo de qualificação do produtor rural é uma ferramenta para o desenvolvimento local sustentado. Ressalta-se aqui que não basta pensar em propostas de desenvolvimento sustentável sem que os empreendedores não absorvam a cultura empreendedora sustentável, ou seja, qualquer programa ou projeto com característica sustentável tem que ter gestores também sustentáveis. Desse modo, trata-se de promover a sustentabilidade, não somente aproveitando a potencialidade dos recursos naturais do local, mas também dos recursos humanos, aumentando com isso as perspectivas e possibilidades de desenvolvimento sustentável no contexto amazônico. Observa-se que o momento é favorável, o investimento nas comunidades para o empreendedorismo sustentável é estratégico e consiste num passo para a melhoria do padrão de vida da comunidade, iniciando pela qualificação dos produtores no desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para investidas sustentáveis, com condições para competir no mercado e se estabelecer. 9 Características da área do projeto A estrada AM 10 é uma rodovia estadual que liga Manaus ao Município de Itacoatiara, entre esses Municípios tem-se o Município de Rio Preto da Eva. Nessa estrada, há inúmeros ramais e diversas comunidades agrícolas situadas nesse percurso, bem como a reserva florestal Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-Inpa e a Instituição de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, entre outros organismos. A estrada é completamente asfaltada servindo de meio para escoar a produção de Itacoatiara e Rio Preto da Eva para Manaus, assim como de Manaus para esses Municípios. O trecho da estrada que se escolheu para realizar esse trabalho fica entre o Km 47 ao 50, da AM-010. A áárea é de fáácil acesso, com linha rregular de coletivo c urb bano. Entrettanto, apresenta algunss problemas de infraestrrutura como o falta d’ ággua potável, energia eléétrica e asfal alto nos ram mais. A áárea em algguns trechos é de proppriedade do o Incra, os moradores m aainda não dispõem d dee documentaação fundiárria. A ccobertura veegetal está constituída de mata dee terra firm me, matas dee baixio, árreas de soloo arenoso, caampinaranaa e capoeirass. O relevo é o ondulad do e em algu uns trechos é acidentad do. Asssim como ass demais reg giões, o soloo desse treccho é pobre em nutrienttes, mas meesmo assim,, há produçãão de cupuaaçu, macaxeeira, abacaxxi, coco, miilho, bananaa, açaí, bacaaba, buriti, pupunha, a mandioca ppara a feituura da farinh ha, entre ouutros. As prragas tambéém se consttituem num m obstáculo.. Muitas fam mílias invesstiram no cu upuaçu, maas a “ vasso oura de brux xa” provocoou sérios transtornos à plantação, compromettendo boa parte p do planntio. Na área tambéém ocorre a extração dee madeira, coleta c de frutos e caçaa. A principaal atividadee econômicaa é a pecuáriia. Mas com mo não há ggado as áreas destinadass para eles vviram capoeeira. A vvegetação nativa é rica em espéciees como: preeciosa, amaapá , copaíbaa saracura-m mirá, abuta,, bacaba parra a produçãão de óleo, uxi-amarelo u o, muirapuama, chichuáá. Essas trêss últimas estão entre ass mais demaandadas no País. P Nessse trecho, entre e Manau us e Rio Preeto, observaa-se que a vo ocação natuural está maais propensaa para o extraativismo coom manejo sustentado, s ddo que a criiação de gad do ou a agriccultura de su ubsistência.. No aspecto doo cultivo o que poderria ser incrrementado são espéciees como ho ortelãzinho,, araçá-boi, uurucum e esspécies arom máticas. vida pelo prrojeto 10 Descriçção da açãoo desenvolv ores rurais nna estrada AM-10, A Km m 47, Manaaus, a qualificação doss No trabalho coom produto produtoress rurais é um m instrumen nto estratéggico para o desenvolviimento de nnegócios co om recursoss vegetais paara atender à demanda de mercadoo de fitoteráápicos e fitocosméticos . O pprocesso de realização do trabalhoo envolveu reconhecim r ento e contaatos iniciaiss na área dee realização da propostaa; o conheccimento dass potencialid dades dos reecursos da floresta a partir p de um m trabalho dee campo parra diagnóstiico do potenncial florísttico e econô ômico do loccal, levantaamento de 3 ha de floresta com maarcação de to odas as árvoores (inventariadas) feitto por uma eequipe de botânicos doo Inpa; a sennsibilizaçãoo da comun nidade paraa essa linhaa de negócios foi feitaa pelo Sebrrae-AM e a implantaçãão de atividaades demon nstrativas e ddesenvolvim mento de ex xperimentoss com espécies de valorr econômicoo foram reallizadas por algumas a fam mílias orien ntadas pelo proponente. p . a área exp perimental (Sitio esccola) da Coomunidadee de santoo Algumas plantas uttilizadas na Antônio Unha-dee-gato Eucalipto o Uncaria tomentosa (W Willd) DC Eucaliptu us globulus Laabill. (cultivad do) Cipó-tuirra Jucá Alycobollus ferrugineu us Choisy Houuse nia ferrea L. ((cultivado) Caesalpin Hortelãzzinho Hortelãziinho Mentha piperita p L. (cu ultivado) Mentha piperita p L. (cuultivado) Andirobaa Copaíba Carapa guianensis g Au ublet a multijuga H Hayne Copaifera Abuta Amapá Abuta grrandifolia (Maart.) Sandw Parahanccornia amapaa Huber Chichuá Muirapuama Maytenus guianensis Klot. Ptychopetalum olacoides Benth Preciosa Arruda Aniba canelila (H.B.K) Mez. Ruta graveolens L. (cultivada) Artemísia Cana-de-açúcar Ambrosia artemisiifolia L. (cultivada) Costus pisonis (cultivada) Uxi-amaarelo Uxi-amarrelo (frutos) Endopleuura uchi (Hub ber) Cuatr. Endopleu ura uchi (Hubeer) Cuatr. 11 Inventáário Florísttico na estrada Manau us-Itacoatia ara f feito um m inventárioo florístico na n área. Elee Parra conhecer os recursoss disponíveiis no local foi visa a quanntificar, maapear e iden ntificar os inndivíduos fllorestais exiistentes na áárea. Assim m é possívell posteriorm mente descoobrir as esspécies veggetais de valor econ nômico, deetectar a distribuição d o fito-geográáfica da áreaa, estimar valor v de utiliização medicinal, alimentício, ornnamental, etc., verificarr as qualidaddes, potenccialidades, ou o seja, quaais os possííveis produttos que poddem ser obttidos (óleo,, resina, sem mentes...) e a quantidad de (quanto ppode produzzir). Asssim, com o inventário florístico f e econômico em mãos, é possível s aber o que se tem hojee para o uso comercial, segundo o inventário i ffeito na áreaa. r no inventáário florísticco econômiico realizaddo na área de Santo Algumaas espécies registrada Antônio Abuta Ab buta grandifollia (Mart.) San ndw. Andiroba Ca arapa guianennsis Aublet Breu-branco Prrotium heptaphhyllum March h. Buriti Mauritia Ma flexuossa L. Café-de-índio Maquira Ma scleropphylla Caferana Picrolemma pseeudocoffea Cajurana Sim maba amara Crajirú Arrrabidaea chicca Verlot. Cará-roxo Diioscorea trifidda L. Carrapicho Deesmodium adsscendens DC. Chichuá Maytenus Ma guiannensis Klot. Cipó-alho Mansoa Ma alliaceaa (Lam.) A. Gentry. G Cipó-cravo Tyynnanthus fascciculatus Mierrs Cipó-tuira Bonana ferruginea Copaíba Copaifera multijuga Hayne. Cubiu Solanum sessiliflorum Dunal. Cumaru Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Erva-de-jararaca Dracontium loretense Engl. Erva-de-passarinho Phthirusa pyrifolia (Kunth) Eichl. Genipapo Genipa americana Graviola Annona muricata L. Guaçatonga Casearia sylvestris Sw. Imbaúba Cecropia hololeuca Miquel Ipê-roxo Tabebuia impetiginosa Mart. Janaguba Himatahus sucuuba Japecanga Smilax regeln Killip & Morton Jatobá Hymenaea courbaril L. Jurubeba Solanum paniculatum L. Leite-de-amapá Brosimum parinarioides Ducke. Macaporanga Aniba cfburcheli Mari Cassia grandis L.F Marupazinho Eleutherine bulbosa (Miller) Urb. Melão-de-são-caetano Momordica charantia L. Muirapuama Ptychopetalum olacoldes Benth Mulateiro Calycophyllum spruceanum (Benth.) Hook. F. ex Schum. Mulungu Erythrina fusca Lour. Murumuru Astrocaryum murumuru Mart. Mururé Brosimum acutifolium (Ducke) C.C. Berg. Paricá Anadenanthera peregrina Patauá Oenocarpus bataua Mart. Pau-rosa Aniba roseodora Ducke. Pedra-ume-cáa Myrcia citrifolia (Aubl.) Urb. Pião-roxo Jatropha gossypiifolia L. Picão-preto Bidens pilosa L. Sacaca Croton cajucara Benth. Sangue-de-dragão Croton lechleri Muell. Arg. Sapucaia Lecythis pisonis Cambes. Simaruba Simaruba amara Aublet Sorva Corema utiles / Corema macrocarpe Taperebá Spondias mombin L. Teta-de-vaoa Solanum mammosum L. Tucumã Astrocaryum tucuma Burret. Ucuuba Virola sebifera Aubl. / Virola calophyila Unha-de-gato Uncaria tomentosa (Willd.) DC. Urucum Bixa Orellana L. Uxi-amarelo Endopleura uchi (Huber) Cuatr. 12 Reuniões de mobilização para a realização do trabalho O trabalho de sensibilização da comunidade foi iniciado. Nesse processo foi explicada a relevância em se comercializar produtos florestais com regularidade, qualidade e quantidade para atender às demandas de novos mercados, sobretudo os segmentos de fitoterápicos e fitocosméticos. Também foi esclarecido que a extração da floresta sem manejo pode gerar uma degradação do meio ambiente levando algumas espécies à extinção, devido a mudanças em todo sistema de produção e hábitos produtivos. É necessário, então, que a comercialização dos produtos florestais estejam de acordo com a exigência do mercado e a satisfação dos consumidores, mas de forma sustentável, visando tanto à sua preservação, mantendo o ecossistema, quando o benefício que esse tipo de atividade poderá trazer ao morador da área e ao desenvolvimento da região. Outro conteúdo importante dessa sensibilização é que a melhor maneira de evitar o desmatamento é descobrindo o valor econômico da floresta. Com isso diminuiria a agricultura convencional em áreas florestais, e investimento em outra opção de fonte de renda. A organização jurídica da comunidade também é um fator essencial nesse processo, o maior problema que se esbarra na organização da comunidade para a comercialização está no fato de as pessoas não disporem de documentação de suas terras. 13 O trabalho com as plantas de valor econômico no local do projeto Tendo em vista a possibilidade de se comercializar as plantas que possuem um espaço no mercado, buscando superar o nível de sua produção predominantemente doméstica, foi iniciado o cultivo de espécies de valor econômico em caráter experimental. Dentre essas, têm-se plantas como a andiroba, cipó-tuíra, hortelã , arruda, eucalipto, cana, Artemísia, pitanga, babosa e jucá. Para algumas espécies foram construídos canteiros, fazendo aproveitamento de madeiras disponíveis na área, as chamadas “costeletas”, sem fazer uso de nenhum produto químico, adicionando terra preta e adubo de galinha. As espécies com potencialidades aromáticas disponíveis na área foram extraídas em caráter experimental para produção de “cheiros” visando à área de perfumaria. Diferentes extratos aromáticos foram elaborados, os quais foram levados para análise em empresas especializadas na área, em São Paulo. Como o máximo aproveitamento de suas terras voltado para alcançar o mercado faz parte das informações repassadas, estão sendo feitos experimentos com o aproveitamento das espécies nativas do local, mesmo que sejam voltados para outros segmentos. Assim as espécies ornamentais disponíveis na área entre elas, marantaceas e heliconeas, receberam um incremento no número de indivíduos onde ocorriam naturalmente, na intenção de concentrar num único espaço para uma maior produção, visando ao comércio de flores ou de plantas vivas. Nesse processo não se descartou a orientação ao cultivo tradicional das fruteiras, com orientações para o melhor aproveitamento da produção de frutos, bem como de hortaliças que se constitui numa necessidade básica para o cotidiano alimentar da área. Aproveitou-se também para redirecionar o aproveitamento, por exemplo, do urucum que era utilizado somente para alimentação, agora passou a ser utilizado como uma planta medicinal, o mesmo foi feito com a cana-de-açúcar que era utilizada somente na alimentação e que também foi trabalhado o aspecto medicinal da planta. 14 A base comunitária para o desenvolvimento sustentável Os projetos comunitários de desenvolvimento sustentável que têm a base comunitária como elemento a ser trabalhado é um assunto de interesse geral de grandes empresas nacionais e internacionais. Saber como construir essa base comunitária e sua sustentação como empreendedora tem sido um grande desafio para os profissionais envolvidos neste trabalho. Dois elementos podem ser acrescidos nessa discussão: que desenvolvimento pretende-se construir e como será a participação da comunidade no processo. E é justamente na direção do desenvolvimento local que se percebe a viabilidade do desenvolvimento na região amazônica, no nível das comunidades, e para isso a participação de cada membro é requerida para que todos sejam partícipes do seu próprio projeto de desenvolvimento, tomadores de decisão das questões que afetam a sua qualidade de vida. Sabe-se, contudo, que o desenvolvimento de qualquer comunidade é sempre um processo, tudo depende da dinâmica interna e externa, ou seja, de como a própria comunidade responder a esse processo, bem como as políticas governamentais contribuírem para isso e o mercado com suas respostas à produção. Acredita-se que um dos problemas a ser superado nesse tipo de iniciativa é a descontinuidade da ação. Isso pode acontecer por políticas governamentais que estimulam iniciativa e não dão condições para a autossustentabilidade da proposta. Normalmente, eventos dessa natureza deixam marcas profundas na comunidade que se revelam no descrédito em outras iniciativas. Qualquer que seja o órgão proponente de organização de base comunitária, ela vai sempre ter que considerar o modo como a população local assimilou a proposta, o modo como a comunidade se organiza para a operacionalização da proposta de desenvolvimento, o modo como os membros da comunidade participam dessa organização e a cultura construída com base em novos valores socioeconómicos e ambientais. Nesse sentido, o sucesso do desenvolvimento sustentável tem seu alicerce na base na organização de base comunitária, a qual terá ideias e atividades institucionalizadas, criando um ambiente favorável para a gestão, mobilização e uso efetivo dos recursos da comunidade, valorizando assim os recursos naturais e humanos do local. Nessa abordagem que tem por base comunitária a participação, esse é o elemento mais dinamizador do processo, considerando que esse processo já é um meio de capacitação. Quanto mais as pessoas estiverem envolvidas nesse processo, mais perto da auto-sustentação estará a proposta de desenvolvimento. Essa abordagem tem as pessoas como o alvo essencial do processo e deve-se buscar maneira de incentivar e facilitar a participação dessas para a efetiva realização do projeto. 15 Considerações finais Este tipo de trabalho pode ser adaptado em qualquer lugar da Amazônia, depende da vontade de produtores, instituições e empreendedores interessados para desenvolver, pois se constitui numa alternativa no que diz respeito a melhorias do nível de vida local. Em relação ao trabalho de qualificação dos produtores rurais voltados ao mercado de produção de insumos para fitoterápicos e fitocosméticos, alguns pontos merecem destaque: A demanda por novos produtos a partir de espécies vegetais existe, porém estão faltando insumos para atender a isso, ou quando há, muitas vezes não são de boa qualidade, por não terem seguido normas de padrões de qualidade e higiene; O desconhecimento da população local sobre a potencialidade das plantas é um fato, questão observável pelo não aproveitamento das espécies de valor econômico quando são retiradas da mata para a utilização da área em roças ou pasto para gado; Não tem material didático para a qualificação dos produtores rurais nessa linha de insumos vegetais, dificultando o trabalho de capacitação com esses produtores; Falta tradição na exploração de folhas, cascas entre outros, gerando dúvidas sobre o retorno financeiro dessa atividade, pois as práticas mais comuns são as de agricultura e pecuária; O acesso às comunidades ainda é um problema, pelas dificuldades de locomoção nos ramais pela falta de asfaltamento, inviabilizando o escoamento no período das chuvas; Falta de materiais para trabalhar os produtos, considerando que a extração de óleo de algumas espécies tem quer mecanizada e os equipamentos para essa extração têm um custo alto para os pequenos produtores, requerendo recursos financeiros para a aquisição; Na maioria dos ramais ainda não há energia para uso de máquinas, adicionando mais um problema de infraestrutura nesses locais; O manuseio dos insumos requer um espaço físico adequado, com condições ambientais e higiênicas preparadas para essa atividade, por isso a necessidade de construção de um galpão para essa finalidade; Para o sucesso de projetos nessa direção há necessidade de capacitação dos recursos humanos envolvidos nos mais diferentes enfoques, englobando o manejo de espécies, gestão ambiental, liderança, associativismo entre outros; Dentre as prioridades na capacitação dos recursos humanos, desenvolver, sobretudo, habilidades e competências de gestão financeira para assegurar a sustentabilidade econômica do empreendimento; No caso de projetos financiados, monitorar e avaliar o investimento dos recursos constantemente para que eles possam ser aplicados adequadamente não comprometendo o projeto como um todo; Necessita-se trabalhar no que tange à legislação fundiária para resolver a propriedade da terra, pois esse é um dos maiores empecilhos para a documentação de cooperativas; Estimular cooperativas para um trabalho coordenado, aumentado a oferta dos produtos para negociação em bloco, favorecendo o atendimento a grandes demandas por insumos e preços de acordo com a qualidade do produto; Trabalhar para a elevação dos preços do produto sem necessidade de subsídio, investindo na qualidade do produto, por meio de constante qualificação dos produtores rurais; Para o melhor desempenho no processo de capacitação dos produtores rurais a estruturação de um sítio-escola, ou seja, uma área demonstrativa como local de capacitação proporcionará o ambiente para a realização dessa atividade. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COSMETOLOGIA – ABC. A nova realidade frente à inovação responsável. In: CONGRESSO NACIONAL DE COSMETOLOGIA, 13., 1999, São Paulo. São paulo: [s.n], 1999. 252 p. BAYMA, J. C.; BARATA, L. E. S. Diagnóstico micro e pequenas empresas de produtos naturais da Amazônia: projeto: programas setoriais de promoção da competitividade norte/centro-oeste. [S.l]: SEBRAE/SACE – Norte e Centro-Oeste, [199-?]. 156 p. Relatório técnico. CLAY, J. W.; SAMPAIO P. T. B; CLEMENT, C. R. Biodiversidade amazônica: exemplos e estratégias de utilização. In: PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL E TECNOLÓGICO, 1., Manaus, 1999. Manaus: SEBRAE, 1999. 409 p. FLORES, F. A. Inventario taxonomico de la flora de la Amazónia Peruana: herbário etnobotánico amazônico. Iquitos: Amazonian Natural Products, 1999. 198 p. REVILLA, J. Plantas da Amazônia: oportunidades econômicas e sustentáveis. 1. ed. Manaus: SEBRAE/ AM, INPA, 2000. 405 p. __________. Cultivando a saúde em hortas caseiras e medicinais. Manaus: SEBRAE/AM, INPA, 2001. 102 p. __________. Apontamentos para a cosmética amazônica. Manaus: SEBRAE/AM, INPA. 2002. __________. Plantas úteis da bacia amazônica. Manaus: SEBRAE/AM, INPA, 2002. 858 p. Jovem marceneiro Geraldo Lira de Souza Maria Auxiliadora Guedes 1 Introdução Este projeto surgiu devido à preocupação com a situação de pauperização em que se encontram os jovens na cidade de Manaus. Precisávamos aliar o nosso sentimento de criar alternativas de qualificação para a juventude com ações que desenvolvessem a região, na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Assim, nasceu o projeto Jovem Marceneiro, que está situado no Conjunto Parque das Castanheiras II – Zumbi dos Palmares II. Um projeto que visa ao desenvolvimento sustentável da região, gerando renda e construindo a cidadania juntamente com os jovens em situação de risco. 2 O bairro Zumbi dos Palmares O bairro Zumbi dos Palmares está situado na Zona Leste da cidade de Manaus, é caracterizado como uma região com alto índice de desemprego, com uma densidade demográfica altíssima, carente de infraestrutura. De acordo com o Relatório de Risco confeccionado pela OIT, é um dos locais onde ocorre crimes contra crianças e adolescente, existindo inclusive projetos para erradicar o trabalho infantil e promover a qualificação. Existem três bairros denominados de Zumbi (Zumbi I, II e III), todos provenientes de ocupações de terras ociosas, estando, em alguns casos, ainda em litígio com os proprietários. O Bairro Zumbi II possui três escolas públicas que atendem o ensino fundamental. A escola Agrotécnica Federal do Amazonas também está situada no bairro, e atende jovens adolescentes em nível médio e técnico. Essa clientela, geralmente, é oriunda dos municípios do interior do Estado do Amazonas. Durante o período noturno, essa escola oferece a modalidade de Educação para Jovens e Adultos com duas salas apenas. Na área da Saúde o bairro possui dois Prontos Atendimentos ligados ao Município, que atende os três bairros. Possui também um Centro de Atendimento Integral à Criança, de jurisdição Estadual. A carência do bairro é o motivo central da escolha do local para o funcionamento do projeto. 3 O projeto O objetivo geral do projeto é qualificar adolescentes do bairro Zumbi dos Palmares na fabricação de artefatos de madeiras de forma artesanal. Os objetivos específicos são: 1. Ensinar os adolescentes a fabricar artefatos de madeira de forma artesanal; 2. Desenvolver ações que gerem renda aos adolescentes e suas famílias; 3. Acompanhar os adolescentes envolvidos no projeto nas suas atividades escolares; 4. Desenvolver uma consciência ecológica e o sentimento de pertinência à região. O projeto tem como clientela inicial quarenta e cinco (45) adolescentes que residem no bairro. A empresa que executará as ações é a Oficina Divina Artefatos de Madeira. O prazo de implantação é de no máximo 36 meses. Espera-se alcançar com essas ações benefícios econômicos e sociais, visto que a empresa hoje emprega três artesões e suas atividades permitem a manutenção de três famílias e sua automanutenção. Assim, a oficina vai aos poucos se transformando em escola para aprendizes, produzindo embalagens para bombons finos, embalagens para perfumes, objetos domésticos e de escritório. A Oficina que funciona com um instrutor, possui os seguintes equipamentos: 1. Uma serra fita; 2. Duas bancadas de serra; 3. Uma lixadeira compacta; 4. Duas bancadas de serra de tico-tico; 5. Uma lixadeira orbital; 6. Furadeira; 7. Furadeira de bancada; 8. Parafusadeira. É com esse material empregou-se três empregados. 4 Benefícios esperados Espera-se, no decorrer do projeto, adquirir materiais para ampliação da oficina para transformá-la em oficina escola. Com isso, as ofertas de qualificação para o trabalho responderão, mesmo de forma incipiente, ao anseio de muitos jovens. Com este projeto pretende-se formar 15 (quinze) alunos ao ano. Após a formação da primeira turma, dentre os formandos serão selecionados os monitores que acompanharão as próximas turmas. Com a evolução do projeto objetivamos contratar mais dois artesões que supervisionarão os trabalhos realizados pelos jovens nos processos de aprendizagem. Para assessorar os processos pedagógicos contar-se-á com o apoio da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Amazonas, através de bolsas de extensão que potencializarão a relação dos jovens universitários com a realidade do bairro Zumbi dos Palmares. A matéria prima utilizada para a fabricação das peças artesanais é o “palet”, ou seja, utiliza-se o lixo descartado pelas indústrias da Zona Franca. Com isso, a oficina está contribuindo com a preservação do meio ambiente, assim como com a coleta do lixo, desenvolvendo a consciência ecológica através da educação ambiental aos jovens aprendizes, assim como dos jovens universitários que executarão os trabalhos de extensão promovidos pela Ufam. Este projeto também é uma contribuição para os Governos Estadual e Municipal, no sentido de demonstrar que é possível gerar projetos simples que potencializam a profissionalização, a renda e sobretudo aponta para a perspectiva do desenvolvimento sustentável. 5 Principais e resultados a serem gerados 1. Transformar a empresa em uma Oficina Escola; 2. Desenvolver processos de monitoria; 3. Alocar produtos fabricados pelos jovens no mercado, gerando renda. Existem, no entanto, fatores que podem ser considerados críticos para que o projeto seja desenvolvido com êxito que são justamente a dificuldade de financiamento. Para superar essa situação estaremos buscando parcerias e financiamento junto as entidades ligadas ao trabalho com adolescentes em situação de risco, tais como Unicef, WWF, Fundação Ford, OIT. Além disso, temos a Universidade Federal do Amazonas que é a parceira principal para implementar a Proposta Pedagógica, tendo o Programa de Pós-Graduação em Educação, coordenado pela Professora Doutora Arminda Mourão como o departamento que implementará a consultoria, de forma voluntária, assessorando, inclusive, a equipe na consecução de projetos visando a arrecadar verbas para a sua autossustentação. 6 Conclusão Este projeto é uma contribuição aos planos de governo e prioridades da política pública Municipal na questão da Geração de Renda e o Desenvolvimento Sustentável. O projeto desenvolverá novas técnicas na confecção de artefatos de madeira e experimentará novos materiais para a confecção de artefatos de madeira, assim como novos materiais para a confecção desses artefatos. Desenvolveremos assim novas tecnologias de base física e organizacional. É um projeto relevante para a região amazônica, visto que beneficiará jovens em situação de risco, dando-lhes a profissionalização. O projeto, no nosso entender, também estará desenvolvendo nos estudantes de graduação da Universidade Federal do Amazonas o sentimento de solidariedade ao levá-los a trabalhar em projetos de extensão que visam à construção da cidadania. Biografia Samuel Isaac Benchimol, nascido em dia 13 de julho de 1923, em Manaus, foi escritor (com cerca de 110 trabalhos publicados, nomeado à Academia Amazonense de Letras), professor (Emérito da Universidade do Amazonas, onde lecionou por mais de 50 anos), pesquisador (catedrático da cadeira de Introdução à Amazônia na Universidade do Amazonas), líder comunitário (Presidente do Comitê Israelita do Amazonas) e empresário (fundador do grupo Bemol/Fogás). Em 1942, fez vestibular e ingressou na Faculdade de Direito do Amazonas, onde se formou Bacharel. Trabalhou inicialmente como despachante de bagagens e passageiros na Panair do Brasil, onde obteve o contato que o estimulou a escrever o trabalho O Cearense na Amazônia. Em função do sucesso desse trabalho, recebeu bolsa para fazer Mestrado em Sociologia na Miami University, nos EUA, em 1946/1947, de onde retornou para seguir sua carreira na Amazônia. No conjunto de sua vasta produção intelectual que inclui 109 publicações dentre artigos e livros, merecem destaque: Amazônia: Um Pouco-Antes e Além-Depois, O Pacto Amazônico e a Amazônia Brasileira, Amazônia: Formação Social e Cultural, Eretz Amazônia: Os Judeus na Amazônia e Zénite Ecológico e Nadir Econômico-Social. Também se destacou pela compilação e análise de estatísticas socioeconômicas locais, especialmente no que diz respeito à arrecadação de impostos e ao comercio exterior na região amazônica. Em toda a sua obra, sempre defendeu a necessidade de que o desenvolvimento sustentável da Amazônia deve respeitar quatro parâmetros e paradigmas fundamentais: ser economicamente viável, ecologicamente adequado, politicamente equilibrado e socialmente justo. Como empreendedor, Samuel Benchimol foi, juntamente com seus irmãos Israel e Saul, fundador do grupo Bemol/Fogás em 1942, que hoje inclui empresas com faturamento anual superior a R$400 milhões. As empresas do grupo estão em diversas atividades, incluindo distribuição de gás de cozinha, lojas de departamento, Internet shopping center e exportação de produtos naturais da Amazônia como bálsamo de copaíba e óleo de pau-rosa. Como professor, Samuel lecionou por quase 50 anos na Universidade Federal do Amazonas em cursos de Economia e Direito. Seu interesse no estudo dos mais diversos aspectos da Amazônia culminaram na sua escolha para criar uma matéria de Introdução à Amazônia. Samuel sempre foi também um grande líder comunitário, servindo como Presidente do Comitê Israelita do Amazonas no período de 1975 a 1985. Sua dedicação à comunidade culminou com a publicação de sua obra Eretz Amazônia, um estudo da presença dos judeus na Amazônia. Em razão de sua dedicação ao estudo e à educação, Samuel foi nomeado à Academia Amazonense de Letras. O prédio principal da Universidade Estadual do Amazonas e a Escola Estadual Samuel Benchimol, no bairro Nova Cidade, são dedicados ao seu nome. Após seu falecimento, foi criado o Prêmio Amazônia Prof. Samuel Benchimol, patrocinado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e pela Fieam. Samuel Benchimol deixou sua esposa, Mery Benchimol, dois filhos, Nora e Jaime, e quatro netos. Índice de autores Abadio, Fernanda Dias Bartolomeu, 38 Aleixo, Valdemir, 71 Alencar, Antonio Carlos Tinoco de, 32 Andrade, Jerusa de Souza, 47, 178 Araújo, Rivaldo Gonçalves de, 67 AVIVE – Associação Vida Verde da Amazônia, 33 Barbosa, Gilvannete Serra de Araújo, 42 Barreto Filho, Manoel Dantas, 55 Benicasa, Maria Valdecy Caminha, 59 Borges, João Tito, 49,191 Braga, Sônia Maria, 69 Brandão, Jose Carlos Martins, 51, 91 Cardenas, Juan David Revilla, 54, 199 Carvalho, Nilson Luiz de Aguiar, 62, 169 Cereto, Marcos Paulo, 58 Coelho, Suani Teixeira, 69, 77 Cohen, Max Fortunato, 60 Costa, Alexandre Araújo, 27 Costa, Paulo Roberto, 69 Ferreira, José Fernando, 53 Figueiredo, Gilberto Gomes de, 41 Freitas-Silva, Otniel, 65 FUNDAP – Fundação de Apoio à Pesquisa e à Cultura da Universidade Federal do Amapá e do Estado do Amapá, 39 Guedes, Maria Auxiliadora, 40, 217 Honczaryk, Alexandre, 28 Kuck, Jaime, 46 Laurido, Noeliana Rodrigues, 65 Lobato, Jorge Luiz Ramos, 50 Magalhães, Joel Mauro, 49 Malavasi, Ubirajara Contro, 70 Martins, Maria Helena Berlinck, 59 Martins, Ronisley da Silva, 51, 91 Matarazzo, Edmundo Antonio, 35 Monteagudo, Rosalvi Maria Teófilo, 67 Moreira, Eliane Cristina Pinto, 36 Neumann, Zilda Arns, 73 Nunes, Juarez Cardoso, 55 Oliveira e Silva, Sebastião de, 68 Oliveira, Décio Ferreira de, 34, 104 Oliveira, Elisiana Pereira de, 37 Oliveira, José Adail Mariano de, 50 Oliveira, José Roberto Guedes de, 53 Oyama Homma, Alfredo Kingo, 29, 143 Pacheco, Jesuéte Bezerra, 51, 91 Paiva, Alessandro Dinelli de, 27 Pi Chung Yee, João Batista, 48 Pinheiro Júnior, Marcos Hervé, 57 Pinto, Schubert, 66 Portela, Jader Marconi e Albuquerque, 51, 91 Porto, Jadson Luís Rebelo, 43 e 44 Priante Filho, Nicolau, 60 Queiroz, Elisângela P. 69 Souza, Ana Maria Oliveira de, 31, 32, Souza, Geraldo Lira de, 40, 217 Viana, Virgílio Maurício, 71