O PROFESSOR GIRAFALES pergunta: por quê motivo, razão
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O PROFESSOR GIRAFALES pergunta: por quê motivo, razão
O PROFESSOR GIRAFALES pergunta: por quê motivo, razão, causa ou circunstância O PREFEITO DE PINHEIRO MACHADO rompeu relações com o PARTIDO do VICE, seu aliado na eleição de 2008? - Erudito mestre, segundo noticiou a insuspeita imprensa regional, de uns tempos recentes, até esta data, vem-se registrando fatos insólitos na política deste “garrão do Rio Grande”!.. Senão, vejamos: 1) Em CAÇAPAVA DO SUL, no início de 2009, o Prefeito estranhou-se com o Vice, que, providencialmente fez de sua caminhoneta um gabinete móvel, onde atendia e, segundo informações insuspeitas, ainda atende as pessoas que o solicitam; 2) Em BAGÉ, em 2007, algo parecido, tendo o Vice-Prefeito, instalado seu gabinete num treiler fora do Centro Administrativo (fotografia de Francisco Rodrigues/Jornal Minuano). ............................................ 3) A cisão havida em PINHEIRO MACHADO foi recente, maio ou junho de 2011. Mais que a surpresa da população e os muitos mal-estares e suspeitas decorrentes, resultou na demissão dos funcionários em cargos de confiança filiados ao Partido do Vice-Prefeito. Como essas coincidências são bastante sugestivas, ouso propor ao nosso VicePrefeito, cidadão de modestas posses, refugiar-se numa carreta, à sombra de um octogenário cipreste da Praça Central, ou no pátio semi-deserto da Prefeitura. O modelo demonstrado logramos encontrar só em fotografia na Internet. Mas decerto não há de faltar quem ajude sua ViceExcelência a reconstruir uma a seu gosto e merecimento. - Uma carreta (estranharia o Professor)?... Um veículo arcaico e obsoleto? - Porém intrinsecamente histórico, mestre! A Vila de Nossa Senhora da Luz de Cacimbinhas fundou-se num pouso de carreteiros, em 1851, pela promessa de um fazendeiro cego, que recuperou a vista benzendo-se nas águas cristalinas, onde homens e bois mitigavam a sede e buscavam querência. Dez anos antes, na Guerra dos Farrapos, o Gabinete de Governo da República Rio-Grandense, por motivos estratégicos, durante vários meses deslocou-se em carretas pela região da Campanha gaúcha, até instalarse em Alegrete, de 1842 ao fim da Revolução. De modo que a carreta é, sem dúvida, o nosso melhor símbolo, desde o fundamento do Rio Grande, à gesta deste burgo que apelidou-se (de forma duvidosa) um “povoado macho defensor da liberdade”! ............................................................................................................................................................................. Mais uma vez interviria o zelozo pedagogo: - E qual vantagem, ganho, proveito ou benefício vossa comuna poderia auferir com tal procedimento? - Resultado prático nenhum, Professor. Mas é seguro que “num grito de upa” a gente chega no Ratinho, no Datena, e, com um pouquinho de sorte, chegamos ao Faustão... até já decorei o meu versinho, qué vê?: – Gaúcho de boa fé Usa a idéia em vez do muque: Segue o exemplo de Bagé, De carreta e Notebúque! ............................................................................................................................................................................. Gosto do Professor Girafales. Acho até que somos parecidos, pelo menos na pretensão de querer falar bonitinho. Ele é um obscuro e abnegado educador de subúrbio, apaixonado pela viúva Dona Florinda. Tímido, desajeitado, chega na frente dela e trava. Tira o chapéu e, gaguejando, entrega-lhe um buquê de rosas. Ela, desvanecida, convida-o a comer bolo. E ficam nisso. Cacimbinhas é minha “Dona Florinda”. Volta e meia dedico-lhe uns versos provincianos. Planto flores possíveis no seu chão curtido de geada e vento. E sonho com ela sempre vestida de Primavera. Coisa de adolescente bobo, num tempo que a Banda do Maestro Lodovico tocava no domingo de tarde, e a Claudina louca era apaixonada pelo Padre... Quem sabe um domingo destes, por um instante calem essas cornetas apocalípticas, com seus tambores antropofóbicos, e no meio da praça um bando de crianças cante assim: A ESTRELA BRIGOU COM A ROSA, PARECE QUE FOI POR CIÚME: - A ESTRELA BRILHA DE LONGE, A ROSA ESPALHA PERFUME! (Agradeço aos talentosos moços conterrâneos, ANDERSON – pela charge, e LUCIANO – pela edição deste artigo). Pinheiro Machado, 27 de junho de 2011 Delci Oliveira