Apresentação 1 - Mirante do Vale

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Apresentação 1 - Mirante do Vale
Pag8_Apresentação 1 06/10/2014 16:57 Página 1
Podologia
Clínica no
Mirante do Vale
São Paulo, Oct 2014
Por Sebastião Farias com a
colaboração de L. de Figueiredo
A clínica de podologia Benditos
Pés está instalada no Mirante há
dez meses. Conta com uma
equipe de profissionais e tem
convênios com grandes empresas
e coletividades. Além disso,
oferece um plano de saúde
próprio e até tem um projeto
social. A seguir a entrevista que
a
Márcia
Machado
nos
concedeu:
Por que escolheu a podologia como profissão?
Fiz um estudo de mercado e a podologia aparecia
como uma atividade totalmente por explorar, ou
seja: 200 milhões de habitantes, 400 milhões de pés,
10% da população diabética – com tendência a
aumentar – e uma mercado incrível para ser
trabalhado. Depois, ao me envolver com a
profissão, ainda durante a formação universitária,
percebi que gostava mais daquilo do que eu
imaginava.
A podologia está passando por um processo
incrível de especialização e conhecimento do
grando público sobre o que somos capazes. Todo
mundo tem algum tipo de dor nos pés que pode ser
aliviada. A pessoa senta na cadeira do podólogo de
um jeito e levanta-se de outro, curada de alguma
coisa que estava lhe fazendo muito mal. Nenhuma
especialidade médica e nenhuma esteticista faz isso.
Nós estamos entre um e outro, entre o
clínico/terapêutico e o estético.
Aqui é o país do futebol, mas os pés são
importantes para todos, não é?
Nesse país do futebol, praticamente ninguém liga
para os pés. Somente alguns clubes de primeira
linha tem podólogos, como se o pé não fosse o
maior capital dos jogadores. 9 em cada 10 pessoas
que entram em nosso consultório sofrem de micose
grave nas unhas, entre os dedos ou na planta dos
pés – quando não em tudo ao mesmo tempo. O
brasileiro em geral ignora quase por completo os
pés enquanto parte integrante de uma importante
cadeia de itens que espelham a saúde – ou a falta
dela.
E esse descaso tanto é das próprias pessoas,
como do sistema de saúde. Veja que acontece
mesmo nos hospitais, onde nunca são assinalados
nos prontuários problemas que podem estar
causando um agravamento da saúde do paciente,
como é o caso das micoses e das rachaduras, que
são autênticas portas escancaradas para a entrada
de bactérias que podem causar a infeção
generalizada (septicemia). Muitas pessoas com
rachaduras e micoses tem adqurido a erisipela, por
exemplo, lavando descalço o quintal de casa (que
pode ter fezes de animais), ou andando de chinelos
na rua em água de chuva contaminada, ou na praia.
E erisipela se alastra e mata muito depressa. As
pessoas imunodepressivas, como aidéticos ou
diabéticos, podem vir a amputação e óbito por esses
mesmos problemas. Por outro lado, não temos,
como em outros países, o hábito de uso de bons
sapatos ou de palmilhas desde a tenra idade para
correção de problemas podoposturais.
Vivemos em uma cultura quantitativa, e não
qualitativa, onde as botas ortopédicas caíram em
desuso. Ninguém convence mais uma criança a usar
outra coisa que não seja o que todo mundo usa. E
todo mundo usa rasteirinhas, sapatilhas e sapatos
de péssima qualidade que só fazem danificar os pés
e causar mal odor. Com isso, perdeu-se muito em
questão de saúde, não só de biomecânica dos pés,
mas de problemas com toda a arcada do corpo.
Teremos muito mais idosos com problemas de
saúde e mobilidade nas próximas gerações por
conta de maus sapatos: problemas ósseos (pés
chatos ou cavos desvios posturais, joanetes,
esporão, inflamação e desgaste ósseo), articulares
(artrites, artroses), musculares (fasceítes),
neurológicos (neuromas) e por ai afora. O podólogo
com formação trabalha multidisciplinarmente com
endócrinos,
fisioterapeutas,
cardiologistas,
dermatologistas, diabetologistas etc. e saberá
aconselhar seu cliente sobre todos esses problemas
e indicar-lhes uma terapia ou um especialista, e não
apenas raspar calos, como se fazia no passado.
Falando em termos gerais, a população está
preocupada com a saúde, mas também pensa
nos custos de tratamentos. Ja sentiu isso na sua
área?
Consegui resolver esse assunto lançando o meu
próprio plano de saúde, destinado às pessoas que
precisam tanto de um podólogo todos os meses
Uma sala da clínica
como do ar para respirar todos os dias. No entanto,
foi a solução que arranjei, mas que seria da
competência dos serviços de saúde. Se a podologia
fosse realmente vista como deve ser, o custo jamais
seria um problema. Primeiro, por que o SUS teria
essa especialidade com a supervisão do médico, que
hoje não tem. Ou seja, em casos ambulatoriais,
como uma unha encravada, o paciente poderia ser
atendido no próprio posto de saúde e sairia de lá
curado, medicado e poderia retomar sua vida
normalmente no mesmo dia.
Hoje uma simples unha encravada acaba indo
parar em uma mesa de cirurgia, com toda a
dinâmica que isso gera com plano de saúde,
anestesista,
médico,
antiinflamatórios
e
antibióticos, coisa que um bom profissional da
podologia resolve muito mais facilmente e a menor
custo. Sem contar a dor, o pós-operatório, o
desconforto e o risco de reeincidências agravadas.
Portanto, ainda que em alguns casos a cirurgia seja
necessária, na grande maioria ela pode ser evitada.
Em segundo lugar, com relação a preços, existem
muitos aproveitadores e oportunistas que fazem
serviços de pedicure cobrando preço de podólogo,
por que nem o consumidor (e talvez nem esse
profissional desqualificado) saibam a diferença
entre podologia e pedicuria – e a diferença é
abismal, tanto em termos de formação profissional
e técnicas de procedimento, quanto em relação à
forma como o espaço de atendimento tem que estar
equipado, segundo as próprias exigências da
ANVISA.
Qual é o diferencial da clínica?
Nossos profissionais são todos graduados,
obedecemos rigorosamente os padrões de
biosegurança. Estamos também em fase final de
inclusão em um plano de saúde que serve o
funcionalismo público, temos convênios com
grandes empresas e coletividades. Para outras
categorias, lançamos o nosso próprio plano de
saúde – o Plano Pedis -- que possibilita que
inúmeras pessoas tenham acesso ao tratamento
mensal sem que isso pese demais no seu bolso.
Temos aínda nosso próprio projeto social -PODOAÇAO -- ação Social da Podologia, com
dez consultórios móveis e no minimo uma atuação
por mês nas comunidades.
O que faz nas horas de lazer?
Faço esportes, tenho familia e amigos. Gosto de
pesquisas sobre novidades na área da saúde,
frequento palestras sobre empreendimento social e
sustentabilidade, e também sou aficcionada por
idiomas estrangeiros. Coloco meus papéis
administrativos em dia e tenho ideias para expandir
qualitativamente meu negócio.
Você que ja viveu na Europa deve saber como
muitas cidades na região cuidam muito bem das
áreas centrais. O que pensa do Centro de São
Paulo?
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Eu tenho uma relação de ódio e amor com o
Centro de São Paulo. Ninguém gosta de circular em
uma cidade com odor a fecália e urina onde quer
que esteja, com prédios caindo aos pedaços, uma
paisagem urbana detonada, pichada, suja. Porém,
acabei por entender que São Paulo está caminhando
para uma direção de progresso, querendo se alinhar
a outras capitais. Vejo um movimento de
investimento em novos empreendimentos
imobiliários, respeito pelo ordenamento
arquitetônico com integração de espaços verdes,
ciclovias e acessibilidades com transporte público.
Fiz uma pós-graduação em gestão de projetos
sociais e entendi um pouco mais sobre essas
questões. É preciso uma política social justa que
interfira na integração dessa população desalojada
que habita o Centro, qualquer que seja a razão para
isso. Eles devolvem à cidade aquilo que recebem:
Desprezo, maus-tratos e indiferença. Eles ocupam
e sujam o patrimônio público, ameaçam e
violentam os cidadãos que dividem a cidade com
eles, que somos todos nós. Já fizemos muitos
progressos socialmente no país, mas ainda há muito
o que fazer por eles. Há não muitos anos atrás, a
cidade de Zurique também tinha uma enorme área
pública bem no centro da cidade, que era muito
conhecida por ser suja e extremamente perigosa
pela prostituição e venda de drogas. Hoje se tornou
em um marco da cidade em asseio, lazer e
segurança.
Por que escolheu o Mirante para montar a
clínica? As melhorias no prédio são muitas e já
são notáveis. Mesmo assim, a administração está
sempre disposta a receber sugestões. Tem
algumas idéias?
Resolvi aproveitar essa fase do Centro em que
ainda encontramos boas oportunidades por precos
mais acessíveis do que em outros bairros nobres.
Acredito piamente que o Centro vai se tornar a
pérola da cidade. Gostaria de ver o aspecto visual
externo e interno do Mirante mais valorizado,
elevadores funcionais, catracas de controle de
acesso, placas sinaléticas que promovam os
comerciantes e informem melhor o acesso às salas,
pois para o visitante de primeira viagem, ainda é
muito confuso chegar onde se quer. E também
gostaria horários mais alargados. Vejo esse esforço
da administração e acho que estamos no bom
caminho.
www.benditospes.com.br
Tel: 11 4506-3120
Rua Brigadeiro Tobias, 118 – Sala 824
Centro - São Paulo - SP