SOBRE OMBROS DE GIGANTES: produção científica sobre ativos
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SOBRE OMBROS DE GIGANTES: produção científica sobre ativos
Faculdade CNEC Ilha do Governador TeRCi Artigo Científico SOBRE OMBROS DE GIGANTES: produção científica sobre ativos intangíveis ON THE SHOULDERS OF GIANTS: scientific production on intangible assets Eduardo Felicíssimo Lyrio Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, Brasil Professor Assistente em Ciências Contábeis FAF/UERJ [email protected] Sidmar Roberto Vieira Almeida Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, Brasil Professor Assistente em Ciências Contábeis FAF/UERJ Professor e Coordenador do Curso de Administração da Faculdade CNEC Ilha do Governador, Brasil [email protected] Andrea Paula Osorio Duque Doutora em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência eTecnologia,IBICT/UFF, Brasil Professora visitante do Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis – PPGCC da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, Brasil [email protected] Francisco José dos Santos Alves Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil Coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis – PPGCC/UERJ [email protected] Resumo: Os ativos intangíveis por suas características peculiares, como a não existência física apresentam dificuldades em sua mensuração e classificação pelas entidades normativas da área contábil. Nesta perspectiva, este estudo tem como objetivo efetuar uma vasta revisão bibliográfica sobre o tema de forma a promover a reflexão para dimensionar a amplitude e importância destes ativos na composição social e financeira das empresas na era de mercados globalizados. Utilizou-se o Portal de Periódicos Capes na pesquisa. Foram encontrados 101 artigos que geraram 6263 citações de autores individuais e 3689 obras citadas. Os resultados apontam que o periódico mais citado foi a Revista de Administração Contemporânea; Os TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 autores internacionais mais citados foram Robert S. Kaplan e Baruch Lev; os autores brasileiros mais citados foram Eliseu Martins e Sérgio de Iudícibus. Os Autores internacionais com maior quantitativo de obras citadas foram Jay B. Barney e Rubens Famá; os autores brasileiros com maior quantitativo de obras citadas foram: Eliseu Martins e Eduardo Kazuo Kayo. Por fim, as obras mais citadas foram: Intangibles: management, measurement and reporting; Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Palavras-chave: Produção Científica; Ativos Intangíveis; Capital Intelectual. Abstract: Intangible assets by its peculiar features, such as no physical existence present difficulties in its measurement and classification by the regulatory bodies of accounting area. In this perspective, this study aims to make a wide bibliographic review on the topic in order to promote reflection to gauge the breadth and importance of these assets in social and financial structure of the companies in the era of globalized markets. We used the Journals Portal Capes research. They found 101 articles that generated 6263 citations of individual authors and 3689 works cited. The results show that the most cited journal was the Contemporary Administration Magazine; The most commonly cited international authors were Robert S. Kaplan and Baruch Lev; the most cited Brazilian authors were Eliseu Martins and Sergio de Iudícibus. International Authors with greater quantity of works cited were Jay B. Barney and Rubens Famá; Brazilian authors more quantity of works cited were: Eliseu Martins and Eduardo Kazuo Kayo. Finally, the most cited works were Intangibles: management, measurement and reporting; Intellectual capital: the new competitive advantage of companies. Keywords: Scientific Productivity, Intangible Assets, Intellectual Capital TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 23 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 1. INTRODUÇÃO O aforismo “sobre ombros de gigantes” com o qual se inicia o título desse estudo tornou-se marca registrada do cientista inglês Isaac Newton que, ao escrever uma carta ao seu colega Robert Hooke, em 1676, assim se expressou: “Se consigo ver mais longe é por estar sobre os ombros de gigantes” (WHITROW, 2005). O grande criador das leis da física referiase a seus antecessores Joahnnes Kepler e Galileu Galilei cujas pesquisas fundamentaram suas teorias. No desenrolar do presente estudo serão investigadas às produções acadêmicas sobre “ativo intangível” e em quais “ombros de gigantes” se sustentaram, tendo em vista a importância do tema em questão, na era dos negócios virtuais e tecnológicos. Para situar o fenômeno ‘ativo intangível’ no tempo e espaço, se faz necessário abordar as revoluções tecnológicas ocorridas nas últimas décadas, no ambiente empresarial, que modificaram o perfil do capital humano; os objetivos negociais e a valoração das marcas, patentes, recursos humanos, entre outros ativos. Neste contexto, o ativo intangível ganhou foro privilegiado como elemento agregador de valores para qualquer empresa, entidade ou instituição que introduziram em sua contabilidade geral, a aferição do mesmo. A história, a partir do século XXI, pontuou sua primeira década como marco significativo dos avanços tecnológicos em ambiente empresarial. O avanço da tecnologia e demais meios de comunicação expandiram o comércio, em âmbito mundial, ocasionando ampliação dos negócios e demandando a padronização de normas e processos contábeis. Essa evolução se enraizou com o advento das International Financial Reporting Standards (IFRS) que foram criadas a partir do ano 2001 por um conjunto de pronunciamentos contábeis internacionais divulgados e atestados pelo International Accounting Standards Board (IASB). As normas visavam à homogeneização das práticas contábeis no mundo, tendo em vista o contínuo desenvolvimento dos mercados mundiais e das tecnologias informacionais. Neste cenário, o crescimento de Empresas de Base Tecnológica (EBTs) impactou o processo contábil com a adesão, cada vez menos acentuada, dos ativos físicos e, como consequência, agregando maior valor de mercado ao incluírem, em suas reservas, a valoração de seus ativos intangíveis. Mas, nesse novo cenário, as pesquisas metodológicas, no Brasil, ainda carecem de técnicas, teorias e práticas que privilegiem o cenário organizacional típico de um mercado ao sul do Equador, mais precisamente, dos latinos latinos. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 24 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 Os ativos intangíveis, segundo, Hoss, Rojo e Grapeggia (2010), podem ser entendidos como bens que não se podem tocar, pois não possuem forma física, fato que dificulta, de maneira singular, sua abordagem nas práticas contábeis pela dificuldade em sua mensuração, quantificação e respectivas apresentações nas demonstrações financeiras das entidades. Esses ativos superam a expectativa da estratificação contábil, suplantando, também, vantagens não quantificáveis como a criação, manutenção e exploração de uma marca. Entre os principais bens intangíveis, susceptíveis de agregarem valores a um negócio, destacam-se a marca e o trabalho intelectual dos seus recursos humanos. Nesse cenário, pesquisadores acadêmicos ganham status de empreendedores e inovadores no âmbito da expansão das ciências, de maneira generalizada. Alguns pesquisadores já trataram do tema, com enfoques diferenciados. Provenci e Santana (2011) realizaram investigações sobre a produção científica relativa aos ativos intangíveis nos Congressos Brasileiros de Custos, de 1999 a 2008 e identificaram 60 artigos publicados sobre o tema e, mais particularmente, dados sobre autores; formação acadêmica; titulação e instituição. Outro foco da pesquisa foi a identificação dos pesquisadores com maior número de produção intelectual sobre “ativos intangíveis”, e o histórico evolutivo desse tema, ao longo do período investigado. Silva, Duque e Alves (2012), em estudo similar, investigaram a produção científica relativa aos ativos intangíveis, em âmbito mundial, na base de dados DOAJ de acesso aberto, no período de 2006 a 2011, identificando 54 artigos sobre o tema, em 26 periódicos, de nove países. Os autores buscaram identificar o país com maior número de periódicos publicados sobre o tema; periódicos com maior número de publicações; autores que mais publicaram e o número de autores por artigo. Também foi objeto da pesquisa a identificação dos subassuntos mais pesquisados, por meio da análise das palavras-chave. No início de 2013, órgãos de imprensa (RIGHETTI, 2013) divulgaram um aumento da produção acadêmica brasileira, que passou do 17º (2001) ao 13º lugar (2011), com um acréscimo de 35.818 artigos. No entanto, o índice de qualidade - medido pelo número de vezes em que uma pesquisa acadêmica é citada em estudos - não tem correspondido ao índice de quantidade produtiva. O Brasil caiu de 31º (2001) para o 41º (2011) lugar mundial em qualidade da produção científica. Portanto, este estudo se justifica por abordar o tema ‘ativo intangível’, de maneira simplificada, e autores que com seus “ombros de gigantes” sustentaram as pesquisas subsequentes e oportunizaram reflexões sobre o tema. Frente ao exposto e conjugando produção científica e ativos intangíveis, o presente estudo objetiva identificar autores, obras e periódicos mais utilizados pelos pesquisadores e TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 25 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 estudiosos do tema ativos intangíveis. Para tanto, utilizou-se de pesquisa analítica no Portal de Periódicos Capes, visando apurar, entre outras informações pontuais, os autores mais citados, no âmbito do tema em estudo, como condição para futuros estudos que visem dimensionar a amplitude e importância desses ativos na composição social e financeira das empresas, na era de mercados virtuais. Substantivando o tema, o estudo, embora pretenda identificar a produção científica sobre ativos intangíveis, se diferencia das demais abordagens dos autores citados anteriormente. Provenci e Santana (2011) estudaram o tema em um período diferente e como fonte o Congresso Brasileiro de Custos. Os autores Silva, Duque e Alves (2012) pesquisaram o tema em uma base de dados aberta. O atual estudo tem como referencial o fato da pesquisa ser realizada na Base de Periódicos CAPES, que tem uma gama maior e diversificada de periódicos, contemplando às publicações nacionais e estrangeiras, em um período de tempo mais amplo e elástico. Neste contexto, parte-se da indagação: Quais os periódicos, obras e autores brasileiros e estrangeiros mais significativos para a produção científica de ativos intangíveis, de acordo com os dados coletados no Portal de Periódicos Capes? Quatro seções são estabelecidas para o desenrolar do estudo, além da Introdução. A primeira seção apresenta o Referencial Teórico que abrange a fundamentação e embasamento do estudo. A seção Metodologia informa as técnicas e os métodos utilizados. A terceira seção – Resultados - aborda as análises e o desenvolvimento da pesquisa. A última seção traz as Considerações Finais e informações complementares. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Nesta seção são apresentados os principais objetos focados na perspectiva do tema: os ativos intangíveis e a qualidade da produção científica. 2.1 Ativos Intangíveis Ativos são elementos do patrimônio das empresas dos quais se esperam benefícios futuros. Lustosa (2009, p. 87), define ativo como “potencial de benefícios líquidos que se espera obter de um agente”. O autor também afirma que “o termo ativo representa o núcleo da teoria contábil”, e que sua compreensão facilita o entendimento dos demais elementos do patrimônio das empresas. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 26 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 Já Lev (2001, p. 5) discorre sobre ativos como “reivindicações de benefícios futuros”, e define ativos intangíveis como uma “reivindicação de benefícios futuros que não têm uma (ação ou título) personificação física ou financeira. A patente, uma marca, e uma estrutura organizacional única (por exemplo, uma cadeia de suprimentos baseada na Internet) que geram economias de custo são ativos intangíveis”. No grupo dos ativos encontram-se os ativos intangíveis, que são elementos que carecem de substância. O estudo dos intangíveis é considerado uma das áreas mais complexas da teoria da contabilidade, não apenas devido às dificuldades de definição, mas, também, devido às incertezas relacionadas a sua mensuração (HENDRIKSEN; BREDA, 2010, p. 387388). Hendriksen e Breda (2010) afirmam que para que se possa reconhecer o ativo, é necessário que a empresa controle o acesso aos benefícios decorrentes deste ativo, ou seja, geração de lucro financeiro para o reconhecimento e validade da fonte geradora: os intangíveis. As mudanças ocorridas nas últimas décadas, como os avanços tecnológicos, a globalização, o aumento das transações de fusão e aquisições e, consequentemente, o aumento da competitividade, conduziram a uma crescente necessidade de valorar os ativos intangíveis. Domeneghetti e Meir (2009) denominam o momento atual de Era do Intangível, em que os ativos físicos, embora necessários, não são “mais os diferenciais suficientes”, afirmando ainda que “[...] os intangíveis transformam-se em valiosos recursos estratégicos de diferenciação e de potencial de crescimento econômico sustentável, verdadeiro oásis de valor e crescimento nos mercados exacerbados de competição”. Essas mudanças ocasionaram um complexo movimento de reestruturação nas empresas em que os ativos tangíveis são tão importantes quanto os intangíveis. Em empresas de tecnologia há uma completa inversão de valores entre ambos ativos. Kaplan e Norton (2001, p. 2) afirmam que: Em uma economia dominada por ativos tangíveis, as medidas financeiras foram adequadas para registrar investimentos em estoques, imobilizado e equipamentos nos balanços das empresas. Declarações de renda também podiam capturar as despesas associadas com o uso desses ativos tangíveis para produzir receitas e lucros. Mas a economia de hoje, onde ativos intangíveis tornaram-se as principais fontes de vantagem competitiva, exige ferramentas que descrevam os ativos baseados no conhecimento e na estratégia de criação de valor que esses ativos tornam possível. Na falta de tais ferramentas, as empresas têm encontrado dificuldades em gerir o que não podiam descrever ou medir. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 27 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 Mudanças também ocorreram no processo contábil, principalmente devido a expansão dos mercados, em nível global, ocasionando a necessidade de estabelecer uma linguagem universal, convergindo, assim, para as normas internacionais padronizadas. No Brasil, a publicação da Lei 11.638/07 forneceu condições necessárias para a adoção da convergência, admitindo alterações propostas, que incluíam o subgrupo Ativos Intangíveis, no grupo Ativo Não Circulante. Antes da publicação da Lei 11.638/07, foi criado, em 2005, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) através resolução CFC nº 1.055, de 7 de outubro de 2005, e com objetivo proposto em seu artigo 3º: [...] o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. Atendendo a esse objetivo, o CPC publicou, posteriormente, em 2010, o pronunciamento CPC 04, definindo o tratamento contábil a ser dado ao ativo intangível e os critérios para o seu reconhecimento e mensuração, bem como, orientando como deverão ser feitas as divulgações específicas dos mesmos. O CPC 04 (R1) define ativo intangível como “um ativo não monetário sem substância física”. Devido ao seu valor estratégico, os intangíveis despertam interesses dos diversos envolvidos nos processos negociais, devido às expectativas de benefícios futuros e de sustentabilidade das empresas. Para Oliveira e Beuren (2003, p. 83): Embora ainda não se tenha encontrado unanimidade quanto a seu tratamento contábil, todo o interesse que o tema vem despertando, nos meios acadêmico e empresarial, durante tantos anos, adquire maior urgência à medida que os ativos intangíveis, consubstanciados no capital intelectual, ganham espaço primordial nas organizações de classe mundial. Além da dificuldade do registro contábil, o controle e a mensuração internamente pela empresa ainda representam um desafio. O acompanhamento da criação e de como este intangível, especificamente oriundo de capital intelectual, angariou recursos para uma entidade enfrenta restrições. Segundo Apak et al.(2012, p. 531) “[...] é difícil medir o valor agregado que contribuiu para a empresa através da inteligência e da criatividade de uma pessoa”. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 28 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 Dentro de uma empresa o capital intelectual, especificamente em recursos humanos, pode ser responsável pelo avanço ou retrocesso de uma instituição. A contratação, e até mesmo uma estruturada metodologia para seleção de pessoal pode ser responsável pelo sucesso da entidade. A “Aquisição de Talentos’ faz parte de uma abordagem estratégica mais ampla na busca corporativa para obter e manter uma vantagem competitiva no mercado de hoje” (GAUNDARE; KHANDELWAL, 2010, p. 84). Este tema tem sido objeto de estudo de pesquisadores, sob diversas óticas, e, no contexto do presente estudo, adotará a linha de pesquisa voltada para identificar os autores, brasileiros e estrangeiros, que mais influenciam na produção científica sobre ativos intangíveis, e, consequentemente, nas reflexões orientadas sobre o assunto. 2.2 Mensuração da Qualidade da Produção Científica A produção científica é fruto do trabalho de pesquisa e sua publicação favorece a difusão e democratização do conhecimento científico. É necessário que o conhecimento científico seja comunicado para que possa causar impacto na sociedade no tocante aos aspectos de credibilidade, assertividade, verdade científica, entre outros e, para tal, a comunicação de amplo aspecto pode revolucionar as pesquisas e a construção do conhecimento, de maneira global e irrestrita. De acordo com Vanz e Careganto (2003, p. 247): O desenvolvimento da ciência como sistema é governado pela produção e fluxo de informação, até que esta se transforme em conhecimento. Por isso, uma das obrigações dos pesquisadores é disseminar o conhecimento científico através das publicações, dado que os resultados de qualquer investigação devem ser divulgados de forma a estarem disponíveis para a comunidade e, assim, realimentarem o processo de comunicação científica. Outra ênfase dada à produção científica consiste na sua aplicabilidade como critério para diversos processos de seleção, tais como: concursos públicos, pós-graduação e obtenção de bolsas e financiamentos junto às agências de fomento, bem como para a avaliação de instituições de ensino, departamentos, periódicos científicos entre outros. Desta necessidade de avaliação não apenas da produção cientifica, mas, também, da qualidade da mesma, surge o interesse em buscar mecanismos que aperfeiçoem a dimensão desse processo. Lima et al. (2012, p. 4) afirma que: A pesquisa científica é uma atividade de extrema importância e consome somas consideráveis de recursos públicos e privados, razão pela qual é TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 29 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 importante analisar os resultados que gera, assim como seu impacto em diferentes dimensões – científica, econômica, social. Várias são as maneiras pensadas e desenhadas para examinar cada uma destas dimensões . Um dos quesitos utilizados, normalmente, na avaliação de qualidade de uma produção científica consiste em verificar quantas vezes o autor e suas obras são citados, critérios iniciais que podem nominar o prestígio de um pesquisador. A contagem de citações é um critério que parece simples e por isto muito utilizado. Sobre os estudos de citação, Vanz e Caregnato (2003, p. 255) afirmam que: [...]são uma importante ferramenta para o entendimento dos processos de comunicação científica nas diferentes áreas do conhecimento humano. Eles nos permitem mapear um campo emergente ou consolidado, identificar seus principais atores e as relações que se estabelecem entre eles e identificar uma série de características do comportamento de uso da informação recuperada. Assim, os estudos de citação constituem um importante indicador da atividade científica, pois contribuem para entender a estrutura e o desenvolvimento da ciência e também identificam as regularidades básicas de seu funcionamento. Em 1955, Eugene Garfield propôs o Fator de Impacto (FI), como instrumento para avaliação da qualidade das publicações científicas, cujo resultado é fruto da relação entre o número de citações recebidas pelos artigos publicados no periódico nos dois anos anteriores à avaliação e o número de artigos publicados no periódico (RUIZ; GRECO; BRAILE, 2009). O Fator de Impacto (FI) é uma ferramenta bibliométrica muito requisitada como critério de avaliação utilizado pelos periódicos. Apesar de significativo uso, a ferramenta FI tem recebido críticas diversas, sendo que o próprio autor - Garfield (2006) – apresentou algumas delas como a de reconhecê-la como uma ferramenta imperfeita para medir a qualidade da publicação científica. No entanto, o autor faz a ressalva de que, no momento, ainda considera não haver nenhuma outra ferramenta que o supere. Um dos pontos fortes do FI consiste na imparcialidade das avaliações, uma vez que a leitura e o julgamento por parte de avaliadores podem apresentar um julgamento pessoal (GARFIELD, 2006). A velocidade de produção científica difere de uma área para outra, sendo possível, em algumas áreas, em um curto espaço de tempo abrigar mais trabalhos publicados do que em outras áreas. De acordo com Ruiz, Greco e Braile (2009, p. 358), “A qualidade do material publicado não pode ser aferida através do tempo” e “a quantificação das citações, pelo período de dois anos, é arbitrária [...]”. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 30 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 O FI utilizado para avaliação da qualidade dos periódicos objetiva avaliar a produção científica de um pesquisador com o auxílio de outras ferramentas, tais como a análise de citação, com a utilização de dados estatísticos. Silveira e Bazi (2009) definem estudo de citação como: [...]as análises realizadas em fontes documentadas sobre os registros citados e referenciados, através de métodos e técnicas qualiquantitativas. Essencialmente, esses estudos buscam medir e avaliar o núcleo e a dispersão da produção técnico-científica, fornecendo indicadores de uma realidade específica. As unidades de análise desses estudos variam de acordo com o tipo de abordagem, podendo ser quantitativos e qualitativos. Este estudo pretende utilizar a estatística como ferramenta para identificar os periódicos e as obras mais citadas e os autores que mais publicaram sobre o tema “ativos intangíveis”. 3. METODOLOGIA Esta seção contempla o método utilizado no estudo, incluindo a base de dados do Portal de Periódicos Capes, fonte dos dados informacionais. 3.1 Método O presente estudo utilizou método de pesquisa descritiva, que segundo Da Silva (2010), “tem como objetivo principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno, estabelecendo relações entre as variáveis”. Quanto à captação informacional, foi realizada uma varredura nos dados bibliográficos, que possuem a “base em referências teóricas já publicadas em livros, revistas, periódicos, artigos científicos etc” (DA SILVA, 2010), tendo como fonte, a base de dados do Portal de Periódicos CAPES. 3.2 Coleta de dados Essa pesquisa coletou as referências bibliográficas contidas nos artigos oriundos da base de dados do Portal de Periódicos Capes consultados no dia 16 de setembro de 2012, e de sua atualização em 23 de maio de 2013. A partir da coleta, realizou-se a separação por TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 31 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 periódicos e obras. Os autores foram incluídos, individualmente, por produção científica consultada. Os dados informacionais foram organizados e classificados em uma planilha Excel, com tabela dinâmica e fórmulas de somatório, pesquisa e referência, sofrendo tratamento estatístico. As tabelas dinâmicas permitiram compor as listas com as unidades de análise (autor, periódico, obra), e cruzamento dos dados. A pesquisa não delimitou um período de tempo; desta forma, foram coletados todos os dados disponíveis na base de dados do Portal de Periódicos Capes independente desse fator limitador. A busca realizada em 16 de setembro de 2012, com o termo “ativos intangíveis”, retornou 87 resultados, sendo 16 descartados por não serem artigos científicos, em texto completo. No dia 23 de maio de 2013, foi realizada nova busca no Portal de Periódico Capes, com a finalidade de atualização da base de dados. Os termos pesquisados foram “ativo intangível” no singular e plural. Com o resultado da atualização, a base da pesquisa relacionou 110 artigos científicos, nove foram descartados por falta de acesso ao artigo, restando assim, 101 artigos científicos que montam a base deste estudo e representam 91,82% do total da amostra possível (101 de 110 artigos). Dos 101 artigos recuperados foram geradas 6263 citações de autores individuais e 3689 obras citadas. A captura dessas citações está fundamentada na necessidade de conhecer em quais “ombros de gigantes” a produção científica vem se apoiando, fenômeno esse detectado pelo levantamento do referencial bibliográfico citado e respectivos autores consultados. Algumas dificuldades no preenchimento das tabelas no Excel ocorreram por falhas e omissões ou na elaboração das obras ou na sua inclusão no Portal de Periódicos CAPES, como: Alguns links apresentados não se conectavam ao artigo solicitado e, em outros, não foi possível encontrar o artigo, em texto completo, na base de dados do Portal de Periódicos da CAPES. A abreviatura e, por vezes, a ausência de nomes completos de alguns autores foram impeditivos para a identificação dos mesmos nos documentos analisados. A ocorrência de dubiedade em alguns títulos de artigos, dificultando o encaixe correto, na respectiva planilha. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 32 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 O uso indevido de et al. nas referências, em desacordo com as normas da ABNT, também foi considerado um fator de dificuldade para detecção dos autores ocultos sob a expressão citada. Segundo Silveira e Bazi (2009), a utilização de nomes diferentes para um mesmo autor pode influenciar no resultado: [...] aumentando a dispersão dos resultados e distorcendo uma realidade específica. Estudos que são realizados de forma manual conseguem minimizar tais efeitos, uma vez que o pesquisador pode alterar para a entrada preferida do autor que fora citado. Nos estudos automatizados esta situação é crítica, pois os programas não reconhecem as entradas, gerando contagens para o número de possíveis entradas para o mesmo autor no conjunto de registros. Embora tenha havido a ocorrência desses problemas, alguns deles puderam ser solucionados, após buscas em outras bases de dados, por exemplo: E. Kayo e E. F. Kayo seriam os mesmos pesquisadores? A solução adotada para dirimir dúvidas consistiu em recuperar algumas obras, citações e autores, pesquisando em outra fonte de dados para eliminar lacunas constatadas em algumas referências. 3.3 Periódicos Capes A Capes - criada em 11 de julho de 1951, através do Decreto nº 29.741 - apresenta como principal objetivo "assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país" (CAPES, 2013). Como a Capes é uma fundação vinculada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), “desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação” (CAPES, 2013). No que tange ao acesso e divulgação da produção científica, foi criado o Portal de Periódicos que atua visando estreitar a indisponibilidade nas bibliotecas brasileiras no que se refere à informação científica internacional, “dentro da perspectiva de que seria demasiadamente caro atualizar esse acervo com a compra de periódicos impressos para cada uma das universidades do sistema superior de ensino federal” (PERIÓDICOS CAPES, 2013). TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 33 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 A base de dados do Periódicos Capes representa uma ferramenta relevante para estudantes e pesquisadores, pois disponibiliza conteúdo que somente poderia ser acessado através de assinatura de diversas bases de dados, onerando assim, a pesquisa. Segundo a Capes (2013), seu Portal de Periódicos é definido como: [...] uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza a instituições de ensino e pesquisa no Brasil o melhor da produção científica internacional. Ele conta com um acervo de mais de 34 mil títulos com texto completo, 130 bases referenciais, 11 bases dedicadas exclusivamente a patentes, além de livros, enciclopédias e obras de referência, normas técnicas, estatísticas e conteúdo audiovisual. A CAPES tem promovido ações visando o acesso irrestrito ao conteúdo do portal e compartilhamento das pesquisas brasileiras, inclusive em nível internacional, dentre outras ações. Dados estatísticos, obtidos no portal de Periódicos Capes, informam que, em 2012, a base de periódicos CAPES contava com 130 bases referenciais com 33.756 periódicos de texto completo, contemplando 407 instituições com acesso ao portal de periódicos. O número de acessos a textos completos foi de 39.470.709 e a bases referenciais foi de 42.200.535. Portanto, um número significativo de acesso e consultas para atender o público de pesquisadores acadêmicos. 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS Esta seção apresenta o cômputo dos dados informacionais coletados e as incidências estatísticas diferentes de três categorias informacionais: obras mais citadas e respectivos títulos; autores brasileiros e estrangeiros mais citados e maior quantitativo de obras por autor. 4.1 Obras mais citadas A primeira categoria informacional diagnosticada como suporte básico sobre o tema “ativos intangíveis” refere-se à classe documental que tem como destaque livros, artigos, teses. Os 101 artigos recuperados na base de dados do Portal Capes geraram 3689 obras citadas. As obras mais citadas sobre ativos intangíveis estão listadas no Quadro 1, a seguir: TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 34 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 Quadro 1 – Obras mais citadas sobre ativos intangíveis Autor LEV, Baruch STEWART, Thomas A. HENDRIKSEN, E. S. VAN BREDA, M. F. MALHOTRA, N. BARNEY, Jay B. IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARTINS, Eliseu EDVINSSON, Leif.; MALONE, Michael S. PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. KAPLAN, Robert S.; NORTON, D. P. ANTUNES, Maria Thereza P. DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. DRUCKER, Peter F. KAYO, Eduardo Kazuo NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. PORTER, Michael E. SVEIBY, K. E BARNEY, Jay B. FAMA, E.; FERNCH, K Título Intangibles: management, measurement and reporting. Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Tipo Data Citações Livro 2001 13 Livro 1998 12 Teoria da contabilidade. Livro 1999 11 Livro Artigo Periódico Livro Tese 2000 10 1991 8 1997 1972 8 8 Livro 1998 7 Artigo 1990 Periódico 7 Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Firm resources and sustained competitive advantage. Teoria da Contabilidade Contribuição à avaliação do ativo intangível Capital intelectual, descobrindo o valor real de sua empresa pela identificação de seus valores internos. The core competence of the corporation. A Estratégia Em Ação: Balanced Scorecard. Livro 1999 7 Capital Intelectual. Livro 2000 5 Livro 1998 5 Livro 1993 5 Tese 2002 5 Livro 1997 5 1989 5 1998 5 1996 5 1993 5 Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. A sociedade pós-capitalista A estrutura de capital e o risco das empresas tangível e intangível-intensivas: uma contribuição ao estudo da valoração de empresas. Criação de conhecimento na empresa. Vantagem competitiva: criando e sustentando um Livro desempenho superior A Nova Riqueza Das Organizações. Gerenciando e Livro Avaliando Patrimônios de Conhecimento. Gaining and sustaining competitive advantage Livro Common risk factors in the returns on stocks and Artigo bonds. Periódico Fonte: Os autores, 2014. O tema ativo intangível obteve como resultado de busca 262 obras. Como algumas delas foram citadas mais de uma vez, o documental totalizou 517 obras. Para análise foram descartadas as obras com abordagem metodológica e estatística. Os autores brasileiros Sérgio de Iudícibus e Eliseu Martins estão na 6ª e 7ª posição de obras mais citadas. Entretanto a obra de Iudícibus (1997) trata de um tema geral que é a Teoria da Contabilidade. A obra mais acessada foi a de Baruch Lev, sendo também a mais atual (2001). Observa-se que as obras mais citadas estão inseridas em um período temporal de uma década (1991/2001), tempo considerado pequeno para a consolidação de pesquisas acadêmicas e formulação de teorias em âmbito globalizado. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 35 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 Outro fator relevante reside no fato que de 2001 a 2014 nenhuma obra nova foi editada e reconhecida como fonte de pesquisa sobre o tema “ativos intangíveis”. 4.2 Periódicos mais citados Os pesquisadores – fonte de 6263 citações dos 101 artigos capturados na base de dados do Portal de Periódicos da CAPES, foram pontuados nas seguintes publicações. Tabela 1 – Periódicos mais citados no Portal de Periódicos da Capes Periódicos Frequência % Revista de Administração Contemporânea (RAC) 15 14,25 Revista de Administração de Empresas (RAE online) Revista de Administração Mackenzie (RAM) Revista Brasileira de Gestão de Negócios (RBGN) Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação Revista de Contabilidade e Finanças da USP Revista Brasileira de Finanças (RBFin) Perspectivas em Gestão & Conhecimento Pretexto FUMEC/FACE Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC) Revista de Administração da Universidade Federal de Santa Maria (REA UFSM) Revista Contabilidade Vista & Revista Revista de Gestão USP Revista Universo Contábil Fonte: Os autores, 2014. 10 10 9 8 8 5 2 2 2 2 9,52 9,52 8,57 7,62 7,62 4,76 1,91 1,91 1,91 1,91 2 2 2 1,91 1,91 1,91 Foram recuperados 40 periódicos, sendo que a Tabela 1 apresenta os 14 periódicos com mais citações sobre o tema “ativo intangível”. Observa-se que não existe um equilíbrio estatístico de publicação sobre o tema, que integra o interesse de vários campos das Ciências, como: Administração, Gestão de Negócios, Ciências Contábeis, Economia, Agricultura, Enfermagem, Sistemas de Informação, Política. Cento e cinco artigos fizeram parte dos 40 periódicos e formaram base para a inclusão de artigos sobre o tema “ativo intangível”, sendo que a Revista de Administração Contemporânea responde por cerca de 14% dos periódicos consultados. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 36 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 4.3 Autores mais citados O tema “ativo intangível” vem se fortalecendo como meta de estudos e pesquisas de autores estrangeiros e nacionais. Para consolidar, visualmente, os dados pesquisados e os resultados obtidos no estudo, optou-se pelo ranqueamento com a eleição dos 20 (vinte) primeiros autores e suas obras para delimitar o universo da pesquisa. A Tabela 2 apresenta os autores mais citados na pesquisa sobre o tema “ativo intangível”. Embora a busca tenha sido realizada em português, muitas citações dentro dos artigos e livros, foram de autores estrangeiros, mas presentes nos trabalhos acadêmicos nacionais. Tabela 2 – Autores mais citados Autor Citações Robert S. Kaplan 30 Baruch Lev 30 Jay B. Barney 29 Eliseu Martins 27 Eugene F. Fama 24 David P. Norton 24 Thomas A. Stewart 22 Sérgio de Iudícibus 21 Rubens Famá 19 Kenneth R. French 19 Kevin Lane Keller 19 Leif Edvinsson 18 Ikujiro Nonaka 18 Karl Erik Sveiby 18 Eduardo Kazuo Kayo 17 Michael E. Porter 16 David A. Aaker 15 Eldon S. Hendriksen 15 Maria Thereza P. Antunes 14 Michael S. Malone 14 Fonte: Os autores, 2014. % 4,45 4,45 4,30 4,01 3,56 3,56 3,26 3,12 2,82 2,82 2,82 2,67 2,67 2,67 2,52 2,37 2,23 2,23 2,08 2,08 A base de dados foi constituída de 6263 citações de autores individuais e 3689 obras citadas. Entretanto, para esta pesquisa, foram escolhidos os 43 autores mais citados que fizeram parte da pesquisa, com um total de 674 citações. Apenas os 20 primeiros autores foram citados na Tabela 2, sendo descartados os autores que citaram o tema em estudo nas palavras-chave, mas o assunto desenvolvido se referia à metodologia do trabalho científico e à pesquisa estatística. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 37 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 Diversos autores citados na Tabela 2 construíram seus artigos/livros em coautoria com outros autores, mas para fins didáticos e de estatística, foram citados separadamente. Os autores Kaplan e Baruch foram citados em 10% das obras consultadas. No ranqueamento dos 20 primeiros mais citados, apareceram os pesquisadores nacionais Eliseu Martins, com cerca 4% e Sérgio de Iudícibus com 3% das referências. 4.4 Quantitativo de obras por autor Os autores mais citados (Tabela 2) podem ser comparados com a Tabela 3, em que aparece o numerativo de suas obras que serviram de base de consulta. Assim, Robert S. Kaplan foi o mais citado (30 vezes) na Tabela 2, mas é o terceiro em número de obras mais citadas (Tabela 3), por ter 14 obras onde os estudiosos extraíram as citações. O autor Jay B. Barney, terceiro autor em número de citações (Tabela 2) é o autor com maior quantidade de obras citadas (16), de acordo com o Tabela 3. Tabela 3 – Obras mais citadas por autor Autor Jay B. Barney Rubens Famá Robert S. Kaplan Eugene F. Fama Baruch Lev David P. Norton Kenneth R. French Kevin Lane Keller Valarie A. Zeithaml Eliseu Martins Ikujiro Nonaka Eduardo Kazuo Kayo David A. Aaker Ricardo P. Camara Leal Sidney G. Winter Sérgio de Iudícibus Maria Thereza P. Antunes Stewart C. Myers Karl Erik Sveiby Michael E. Porter Obras Citadas 16 16 14 13 11 11 11 10 10 9 9 9 9 9 8 7 7 7 6 6 % 6,25 6,25 5,47 5,08 4,3 4,3 4,3 3,91 3,91 3,52 3,52 3,52 3,52 3,52 3,13 2,73 2,73 2,73 2,34 2,34 Fonte: Os autores, 2014. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 38 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 O número de obras citadas perfaz o total de 256, sendo incluídas na Tabela 3 apenas os 20 primeiros autores e suas obras. Alguns autores tiveram apenas uma obra citada, como William C. Black, Michael F. Van Breda e Joseph F. Hair. Entre os autores brasileiros, destacam-se Eliseu Martins (3,52%) e Eduardo Kazuo Kayo (3,52%). A diferença entre o ranqueamento da Tabela 2 e 3 está na mudança de foco da análise. Enquanto a Tabela 2 apresenta os autores mais citados, a Tabela 3 estabelece tão somente o numerativo bruto das citações, por exemplo: Kaplan foi o autor mais comentado com 30 citações (Tabela 2) e foi o terceiro autor em número de obras: 14 (Tabela 3). Destas 14 obras, a mais citada foi "A estratégia em ação: balanced scorecard", com 7 citações (quadro 1), o que faz dele o autor com a 10º obra mais lida sobre o tema. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo objetivou identificar a produção científica sobre ativos intangíveis e quais autores seriam os “ombros de gigantes” do referido tema. Autores brasileiros e estrangeiros, pesquisados no Portal de Periódicos Capes, contribuíram para o ranking de produção científica de ativos intangíveis. O tema em estudo, no cenário atual, aponta para o despertar de novas relações entre capital/trabalho, em que os indicadores de intangíveis valorizam o retorno financeiro, econômico e social dos investimentos empresariais. Tal fato pode ser creditado à evolução tecnológica que vem elevando a patamares mais altos, a adoção de competitividade nas empresas. Cenários mensurados versus ativos intangíveis, atualmente, são marcos empresarias do mercado superando o valor contábil no atual momento de negócios. Os pesquisadores do tema “ativos intangíveis” têm construído seus estudos baseados em “ombros de gigantes” para embasarem suas indicações, técnicas metodológicas e recomendações para um mercado globalizado, características estas ainda não tão marcantes para os negócios do início do século XXI. A pesquisa realizada no Portal de Periódicos da Capes envolveu 101 artigos, sendo geradas 6263 citações de autores individuais e 3689 obras citadas. Alguns resultados: Periódico mais citado: Revista de Administração Contemporânea. Autores estrangeiros mais citados: Robert S. Kaplan e Baruch Lev. Autores brasileiros mais citados: Eliseu Martins e Sérgio de Iudícibus. TerCi, v.06, n.01,jan./jun.2016 Página 39 Eduardo Felicíssimo Lyrio; Sidmar Roberto Vieira Almeida; Andrea Paula Osório Duque; Francisco José dos Santos Alves ISSN 2317-7764 Autores estrangeiros com maior quantitativo de obras citadas: Jay B. Barney e Robert S. Kaplan. Autores brasileiros com maior quantitativo de obras citadas: Rubens Famá e Eliseu Martins. Obras mais citadas: Intangibles: management, measurement and reporting; Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Estudos futuros sobre o tema devem auxiliar a formação de um banco de dados de autores, obras, periódicos que tratam do tema, evidenciando que reflexões sobre o assunto ainda permitem grande espaço de pesquisa para reforçar e enriquecer um mercado em franca era de competitividade e valorização de seus ativos intangíveis. 6. REFERÊNCIAS CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. História e Missão. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/sobre-a-capes/historia-e-missao>. 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