Do Valongo à Favela - Museu de Arte do Rio
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Do Valongo à Favela - Museu de Arte do Rio
Do Valongo à Favela Exposição no Museu de Arte do Rio usa obras contemporâneas como ponto de partida para explorar a história da zona portuária da cidade Cariocas e turistas poderão conhecer a Zona Portuária do Rio de Janeiro sob um novo ponto de vista na exposição Do Valongo à Favela, que o Museu de Arte do Rio – MAR recebe a partir de 27 de maio. A região da cidade que vem sofrendo diversas mudanças ao longo de sua história e que passa atualmente por mais uma grande intervenção será o tema da mostra, que, em uma abordagem transversal, traça esse panorama por meio de 200 peças – entre objetos, iconografia, documentos e obras de arte contemporânea. Com curadoria de Clarissa Diniz e Rafael Cardoso, a exposição reafirma a missão do museu de se comunicar com o entorno, tornando-se, nesse sentido, o maior projeto já realizado pela instituição. “A mostra toma o espaço expositivo como território para narrar a memória da região”, afirma Clarissa Diniz. “Trata-se de uma história que tem início muito antes da existência do MAR, mas pela qual o museu tem o dever de se responsabilizar simbolicamente, da qual precisamos fazer parte. Estamos cumprindo o papel de olhar para o nosso entorno e atuar neste lugar, e, para que isso seja feito, precisamos ter o mínimo de conhecimento de seu passado.” Do Valongo à Favela ocupará integralmente o terceiro andar do MAR, reunindo ampla seleção de imagens e obras divididas em oito núcleos significativos. O primeiro deles, “Praia formosa (O lugar)”, apresentará a região em época prévia à ocupação populacional, ou seja, antes do porto, do comércio de escravos e do aterro. A instalação Segredos íntimos (2009), de Ayrson Heráclito, será o ponto de partida para essa viagem no tempo da qual ainda fazem parte pinturas de artistas como Hipólito Caron, G.B. Castagnet e Rosalbino Santoro. Já o vídeo Acima do nível do mar (2007), de Waleria Américo, faz uma analogia ao crescimento urbano e conduz o público à etapa seguinte, “Rua do Valongo”, que trata do espaço já ocupado pelo porto para discutir o comércio e a escravidão. Além de obras de Rugendas e Debret, o visitante terá acesso a vasta documentação, objetos de tortura e instrumentos de castigo. Logo depois serão abordadas a cultura e a religiosidade da população que habitava o local em “Pequena África”, nome pelo qual é conhecido até hoje o território que abrigava os quilombos da Zona Portuária e onde teve origem o samba. Uma das primeiras representações do gênero musical que se tem conhecimento, uma aquarela de José dos Reis Carvalho, é um dos destaques dessa parte da exposição, que apresenta também o emblemático painel Orixás (1966), de Djanira, e obras que mostram manifestações culturais como a capoeira e, mais recentemente, o passinho. A exposição continua em “Bairro Rubro”, ambientando o espectador na atmosfera de abandono que pairava sobre a região no século XVIII. Palco da Revolta da Vacina, os bairros da Saúde e da Gamboa, frequentados pelas classes mais baixas, eram os mais temidos pela aristocracia. Por suas ruelas andavam ladrões, prostitutas, boêmios e capoeiras, figuras representadas por Lasar Segall, Augusto Malta, Di Cavalcanti e a artista baiana Virginia de Medeiros – em um trabalho inédito realizado na famosa casa de prostituição da Marinalva, localizada no Pelourinho, em Salvador, e mencionada em textos de Jorge Amado. No hall entre uma galeria e outra haverá um núcleo dedicado à “Praça Mauá”, com imagens e fotografias dos séculos XIX e XX que retratam seu desenvolvimento e sua importância cívica para a cidade. E a grande obra que acontece atualmente no local também é levada à mostra através de uma cenografia especialmente criada para atrair o olhar do visitante até uma das janelas do espaço com vista para a praça. Já a sala seguinte, “Problema social”, sai das águas do porto e sobe as encostas dos morros da região, usando como ponto o Morro da Providência – originalmente conhecido como Morro da Favela. A história do local será retratada por meio de fotografias antigas e pinturas, bem como imagens recentes, instalações e capas de discos de Bezerra da Silva, entre elas a do LP Eu não sou santo, na qual o cantor aparece crucificado e com armas na mão, fazendo uma referência ao papel do traficante nas comunidades abandonadas pelo Estado. A mostra segue pelo núcleo “Fato estético”, inspirado no Manifesto Pau-Brasil, de Oswald de Andrade, que aborda a importância de os artistas olharem para a favela atentando para suas dimensões estéticas, tendo inspirado obras de grandes nomes do modernismo, como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segall e, mais recentemente, Hélio Oiticica, Caetano Dias e Caio Reisewitz. Após esse grande passeio por toda a história da região portuária, a exposição termina em “Periferia é periferia”, que discute como esse olhar direcionado à favela, a criação de políticas públicas e a preocupação estética reposicionam a periferia, trazendo a discussão aos dias atuais para uma reflexão sobre o programa de requalificação do espaço. Do Valongo à Favela é a principal exposição do Museu de Arte do Rio – MAR para o ano de 2014 e fica em cartaz até fevereiro de 2015. Museu de Arte do Rio – MAR O MAR é um espaço dedicado à arte e à cultura visual. Instalado na Praça Mauá, ocupa dois prédios vizinhos: um mais antigo, tombado e de estilo eclético, que abriga o pavilhão de exposições; outro mais novo, de estilo modernista, onde funciona a Escola do Olhar. O projeto arquitetônico une as duas construções com uma cobertura fluida de concreto, que remete a uma onda – marca registrada do Museu –, e uma rampa, por onde os visitantes chegam aos espaços expositivos. O MAR, uma iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto Marinho, tem atividades que envolvem coleta, registro, pesquisa, preservação e devolução à comunidade de bens culturais. Espaço proativo de apoio à educação e à cultura, o Museu já nasceu com uma escola – a Escola do Olhar –, cuja proposta museológica é inovadora: propiciar o desenvolvimento de um programa educativo de referência para ações no Brasil e no exterior, conjugando arte e educação a partir do programa curatorial que norteia a instituição. O Museu tem as Organizações Globo, a Vale e o Itaú como patrocinadores máster e o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A gestão fica a cargo do Instituto Odeon, uma associação privada, sem fins lucrativos, que tem a missão de promover a cidadania e o desenvolvimento socioeducacional por meio da realização de projetos culturais. Serviço MAR – Museu de Arte do Rio Horário de visitação Terça-feira a domingo, das 10h às 17h. De 27 de maio de 2014 até 15 de fevereiro de 2015. Aberto aos sábados, domingos e feriados. Fechado às segundas-feiras. Ingressos R$ 8 | R$ 4 (meia-entrada). Aceitamos pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard). Meia entrada: Pessoas com até 21 anos; Estudantes de escolas particulares (Ensino Fundamental e Médio); Estudantes universitários; Pessoas com deficiência; Servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro. Gratuidade: Às terças-feiras, o MAR é gratuito para todos. Nos demais dias, gratuidade para: Alunos da rede pública de Ensino Fundamental e Médio; Crianças com até 5 anos de idade; Pessoas com idade a partir de 60 anos; Professores da rede pública de ensino; Funcionários de museus; Grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa; Vizinhos do MAR; Guias de turismo. Em todos os casos, é necessário apresentar documentação comprovativa. Endereço: Praça Mauá, 5 - Centro Telefone: 21 3031-2741 Mais informações: www.museudeartedorio.org.br Assessoria de imprensa Adriane Constante – Atendimento [email protected] (21) 3461-4616 – ramal 179 João Veiga – Coordenação [email protected] (21) 3461-4616 – ramal 170
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