120 anos da soroterapia antiveneno

Transcrição

120 anos da soroterapia antiveneno
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
2º ENCONTRO INTERNACIONAL VITAL PARA O
BRASIL SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS
2nd INTERNATIONAL MEETING VITAL PARA O
BRASIL ON VENOMOUS ANIMALS
120 anos da soroterapia antiveneno:
dos soros à bioprospecção
120 Years of Anti-venom Serum Therapy:
from Serum to Bioprospecting
Campanha, Minas Gerais - Brasil
novembro de 2014
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2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
2
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
2º ENCONTRO INTERNACIONAL VITAL PARA O BRASIL SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS
2ND INTERNATIONAL MEETING VITAL PARA O BRASIL ON VENOMOUS ANIMALS
Rejâne Maria Lira-da-Silva – Universidade Federal da Bahia, BA
Giselli Agostini Cotta – Fundação Ezequiel Dias, MG
Coordenação
Comitê Científico
Scientific Committee
Comissão Organizadora
Organizing Committee
Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ, RJ)
Coordenação
Ana Lúcia da Costa Prudente (MPEG, PA)
Carlos Roberto Abrahão (RAN/ICMBIO, DF)
Ana Lúcia da Costa Prudente (MPEG, PA)
Érico Vital Brazil (CVB/IVB, RJ)
Breno Hamdan (IVB, RJ)
Giselle Agostini Cotta (FUNED, MG)
Carlos Roberto Abrahão (RAN/ICMBIO, DF)
Giuseppe Puorto (IB, SP)
Carlos R. de Medeiros (HVB/IB, SP)
Inês Vital Brasil Lampreia (IVB, RJ)
Cláudio Machado (IVB, RJ)
Luciana Lyra Casais e Silva (UFBA, BA)
Claudio Maurício Vieira de Souza (IVB, RJ)
Luis Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ)
Francisco Luis Franco (IB, SP)
Rejâne Maria Lira-da-Silva (NOAP/UFBA, BA)
Giselle Agostini Cotta (FUNED, MG)
Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ, RJ)
Giuseppe Puorto (IB, SP)
Tania Kobler Brazil (NOAP/UFBA, BA)
José Carlos Cogo (UNIVAP, SP)
Júlia Prado-Franceschi (UNICAMP, SBTx, SP)
Luciana Lyra Casais e Silva (UFBA, BA)
Luis Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ)
Rejâne Maria Lira-da-Silva (NOAP/UFBA, BA)
Tania Kobler Brazil (NOAP/UFBA, BA)
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2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
REDE VITAL PARA O BRASIL
VITAL PARA O BRASIL NETWORK
Coodernação
Coordination
Jorge Luiz Coelho Mattos
Diretor Industrial Rejâne Maria Lira-da-Silva – Universidade Federal da Bahia, BA
Lúcia Maria Fernandes Sant’Anna Carlini Diretora Financeira
Giselli Agostini Cotta – Fundação Ezequiel Dias, MG
Paulo Roberto Rodrigues Bravo Diretor Administrativo Instituições
Institutions
Edson Salviano da Silva Diretor Comercial CVB – Casa de Vital Brazil, Campanha, Minas Gerais
CEVAP/UNESP – Centro de Estudos de Venenos e Animais
Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista Julio de
Mesquita Filho, Botucatu, São Paulo
PREFEITURA DE CAMPANHA
CAMPANHA CITY HALL
CPPI – Centro de Pesquisa e Produção de Imunobiológicos,
Curitiba, Paraná
Lázaro Roberto da Silva
Prefeito
FUNED – Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, Minas Gerais
IB – Instituto Butantan, São Paulo, São Paulo
Hamilton Pires de Rezende
Vice-prefeito
IVB – Instituto Vital Brazil, Niterói, Rio de Janeiro
Márcia Lemes
Chefe de Gabinete
NOAP/UFBA – Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos
do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia,
Salvador, Bahia
Nilber Martins Rosa
Chefe do Departamento de Cultura e Esporte
UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba, São José dos
Campos, São Paulo
Isabel de Souza Romanelli Teles
Chefe do Departamento de Educação
Pesquisadores
Researchers
Liliane Alves
Chefe Departamento de Turismo
Carlos Abraão – RAN/ICMBio – Centro Nacional de Pesquisa
e Conservação de Répteis e Anfíbios do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade, DF
Ramon Marques Borges
Assessor de Comunicação
Júlia Prado-Franceschi – UNICAMP – Faculdade de Ciências
Médicas, Departamento de Farmacologia da Universidade
Estadual de Campinas e SBTx – Sociedade Brasileira de
Toxinologia, Campinas, SP
FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS
EZEQUIEL DIAS FOUNDATION
Paulo Melo – UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ
Renato Bernils – UFES – Universidade Federal do Espírito
Santo, São Mateus, ES
Francisco Antônio Tavares Junior
Diretor Presidente
Rosany Bochner – ICICT/FIOCRUZ – Instituto de Comunicação
e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação
Oswaldo Cruz, RJ
Eduardo Janot Pacheco Lopes
Diretor Vice-Presidente
Alisson Bruno Luzia
Chefe de Gabinete
Esther Margarida Bastos
Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento
INSTITUTO VITAL BRAZIL
VITAL BRAZIL INSTITUTE
Antônio Joaquim Werneck de Castro
Diretor Presidente
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS
GERAIS – UNIDADE CAMPANHA
STATE UNIVERSITY OF MINAS GERAIS –
CAMPANHA UNIT
Bernardo Barbosa Horta Diretor Vice-Presidente
Luís Eduardo Ribeiro da Cunha Diretor Científico
Joana Beatriz Barros Pereira
Diretora da Universidade Estadual de Minas Gerais - Unidade
Campanha
4
SUMÁRIO / CONTENTS
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
SUMÁRIO / CONTENTS
5
BOAS-VINDAS / WELCOME
7
REDE VITAL PARA O BRASIL / VITAL PARA O BRASIL NETWORK
15
PROGRAMA / PROGRAM
19
CONFERÊNCIAS / CONFERENCES 23
RESUMOS / ABSTRACTS
33
AGRADECIMENTOS E CRÉDITOS / ACKNOWLEDGEMENTS AND CREDITS
75
6
BOAS-VINDAS / WELCOME
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
MENSAGEM DA COORDENAÇÃO DO 2º ENCONTRO INTERNACIONAL VITAL PARA O BRASIL
SEJAM BEM-VINDOS!
WELCOME!
Estimados estudantes, colegas, palestrantes e demais participantes;
Dear Students, Colleagues, Lecturers and Guests;
Temos o imenso prazer de dar as boas vindas a todos os
presentes no 2º. Encontro Internacional Vital para o Brasil
sobre Animais Peçonhentos – 120 anos da soroterapia
antiveneno: dos soros a bioprospecção, na histórica cidade
de Campanha, ao sul das Minas Gerais.
We are pleased to welcome all participants of the 2nd.
International Meeting Vital for Brazil on Venomous Animals
– 120 years of antivenom serum therapy: from serum to
bioprospecting, in the historic city of Campanha, in the
south of Minas Gerais
Coube-nos a coordenação da edição dos eventos de 2014
e agradecemos a confiança depositada. Justiça seja feita,
a realização deste 2º Encontro Vital para o Brazil deve-se
em grande parte ao empenho do amigo Érico Vital Brazil,
Presidente da CVB – Casa de Vital Brazil e neto do nosso
cientista maior Vital Brazil Mineiro da Campanha.
It was up to us to coordinate the 2014 events and
we appreciate the confidence. In all fairness, the
accomplishment of this 2nd Meeting Vital for Brazil is due
in great part to personal effort of friend Érico Vital Brazil,
President of the House of Vital Brazil (CVB) and grandson of
our great scientist Vital Brazil Mineiro da Campanha.
Nesta edição, os temas das palestras serão em torno
da devida homenagem aos 120 anos da descoberta da
soroterapia antiveneno. No século XIX, em um contexto
de grande efervescência dos estudos da imunologia,
surgiu a soroterapia antiveneno; no mesmo dia, em 10 de
fevereiro de 1894, em sessões distintas da Sociedade de
Biologia da França, três pesquisadores de duas das mais
importantes instituições científicas francesas – Auguste
Césaire Phisalix e Gabriel Bertrand, do Museu Nacional de
História Natural, e Léon Charles Albert Calmette, do Instituto
Pasteur – apresentaram o resultado de suas experiências
sobre a aplicação do então recém-descoberto tratamento
soroterápico nos envenenamentos por serpentes. Estes
trabalhos determinaram o desenvolvimento e o avanço
dos estudos do médico e pesquisador brasileiro Vital Brazil
Mineiro da Campanha, descobridor da especificidade
dos soros antiofídicos e fundador do Instituto Butantan
(1899), em São Paulo, e do Instituto Vital Brazil (1919),
em Niterói, RJ. Diante destes fatos históricos, acreditamos
que nada seria mais adequado do que comemorar estas
descobertas tão fundamentais para a Humanidade, para a
Ciência e para a Medicina, em Campanha, cidade em que
nasceu Vital Brazil.
In this edition, the theme of the lectures will do honors to
the 120 years of discovery of antivenom serum therapy. In
the nineteenth century, in a context of great commotion of
immunological studies, antivenom serum therapy emerged,
on the same day, February 10th, 1894, at different sessions
of the Society of Biology of France, three researchers from
two of the most important French scientific institutions Auguste Césaire Phisalix and Gabriel Bertrand, from the
National Museum of Natural History, and Léon Charles
Albert Calmette, from the Pasteur Institute - presented the
results of their experiments on the application of newly
discovered serum therapy treatment in poisoning by snakes.
These studies led to the development and improvement of
studies of the Brazilian researcher Vital Brazil Mineiro da
Campanha, discoverer of the specificity of the antiophidic
serum and founder of the Butantan Institute (1899), in
São Paulo, and Vital Brazil Institute (1919), in Niterói, RJ.
Given these historical facts, we believe that nothing would
be more appropriate than to celebrate these discoveries
so fundamental for Humanity, Science and Medicine in
Campanha, the city where Vital Brazil was born.
Nossas esperanças e objetivos são e serão muitos e
múltiplos. O principal é promover a aproximação de
pesquisadores, estudantes e instituições a fim de estimular
a cooperação permanente e as ações conjuntas em prol
da qualificação profissional, do avanço de pesquisas e
do melhor servir e divulgar informações preventivas a
todas as comunidades que vivem em risco de acidentes
com animais peçonhentos.
Our hopes and goals are and will be many and multiple. The
key is to promote a gathering of researchers, students and
institutions in order to encourage continued cooperation
and joint actions in support of professional qualification, the
improvement of research and to best serve and disseminate
preventive information to all communities living at risk of
accidents with venomous animals.
No entanto, apesar dos 120 anos de conhecimentos
gerados a partir da descoberta da soroterapia antiveneno
e dos 113 anos da descoberta de sua especificidade,
portanto, de sua eficácia comprovada, assim como após
décadas de avanços no processo de fabricação de soros,
o país que pioneiramente apresentou para o mundo o
caminho da solução efetiva para os envenenamentos por
animais peçonhentos vivencia, hoje, nesta área, um quadro
alarmante. Em pleno século XXI, dados do Ministério da
Saúde revelam, lamentavelmente, que o maior problema
relativo aos acidentes com animais peçonhentos que
enfrentamos em nosso país é o tratamento errôneo, no
qual as aplicações dos soros não correspondem aos seus
agentes etiológicos. Logo o Brasil, que conta com um
pool de soros da melhor qualidade do mundo, carece do
básico: formação humana nas áreas das ciências da saúde
Nevertheless, despite 120 years of knowledge generated
from the discovery of antivenom serum therapy and the
113 years of the discovery of its specificity, therefore, its
proven efficacy, and also after decades of advances in
the manufacturing process of serum, the country that
innovatively presented to the world the way of effective
solution for poisoning by venomous animals experiences
today, in this area, an alarming picture. In the XXI century,
data from the Ministry of Health revealed, sadly, that the
biggest problem on accidents with venomous animals
that we face in our country is the inaccurate treatment, in
which the applications of the serum do not correspond to
their etiological agents. Especially Brazil, which has a pool
of serum of the best quality in the world, lacks the basics:
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11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
e biológicas. Constatou-se que os profissionais não estão
preparados para o atendimento e diagnóstico, para o correto
reconhecimento das causas dos envenenamentos por
animais, consequentemente, para aplicação da soroterapia
indicada. Em 2010, foram registrados 206.057 acidentes
por animais peçonhentos, dos quais houve inconsistência
no tratamento dos acidentes por Latrodectus e Apis (100%),
Lachesis (28%), Micrurus (17%), Crotalus (8%) e Lonomia
(7%). Dos casos informados o maior percentual de acertos
foi com os acidentes botrópicos (1%) e escorpiônicos
(4%). Neste ano verificou-se um aumento de 13,7% nos
acidentes e 15,5% nos óbitos. Embora conscientes de
que promover atividades, ações e interlocuções como as
que ocorrerão durante este evento representa, em muito,
respostas da comunidade científica a estas inquietações,
estes dados são mais do que preocupantes e é esta a razão
de estamos aqui reunidos, para fazer jus a nossa história,
sobretudo, para conjuntamente pensarmos e propormos
medidas urgentes que colaborem para livrar a população
desta triste realidade.
human development in the areas of health and biological
sciences. It was found that professionals are not prepared
for care and diagnosis, for proper recognition of the causes
of poisoning by animals, consequently, for application of
accurate serum therapy. In 2010, 206,057 accidents with
venomous animals were registered, of which there was
inconsistency in the treatment of accidents by Latrodectus
and Apis (100%), Lachesis (28%), Micrurus (17%), Crotalus
(8%) and Lonomia (7%). The highest percentage in the
reported cases was with Bothrops (1%) and scorpion (4%).
This year there was an increase of 13.7% and 15.5% in
accidents and deaths. Although we aware that promoting
activities, actions and dialogues as the ones that will occur
during this event represents, by far, the answers for the
scientific community to these concerns, these data are
more than alarming and this is the reason we are gathered
here, to do justice to our history, especially to jointly think
and propose urgent measures that cooperate to help the
population and change this sad reality.
Este evento é uma iniciativa da Rede Vital para o Brasil –
Rede de Informação, Diálogo e Cooperação sobre Animais
Peçonhentos em parceria com o IVB – Instituto Vital Brazil e
foi concebido por muitas mãos, tanto de colegas professores
e pesquisadores, quanto de colaboradores das instituições
que fazem parte da Rede. Empreender tal desafio só foi
possível graças à adesão, o apoio e o compromisso do Dr.
Antônio Joaquim Werneck de Castro, Presidente do IVB e o
grande incentivador da Rede Vital para o Brasil; da Prefeitura
de Campanha, do Prefeito Lazaro Roberto da Silva; da
FUNED – Fundação Ezequiel, do Presidente Dr. Francisco
Antônio Tavares Júnior Dias, e da Universidade Estadual
de Minas Gerais – Unidade Campanha, da Prof.ª Dr.ª
Joana Beatriz Barros Pereira, a quem somos extremamente
gratas. Reiteramos os mais eloquentes agradecimentos
às Comissões Organizadora e Científica que unidas,
não pouparam esforços para proporcionar o melhor: Ana
Lúcia da Costa Prudente (MPEG, PA), Antônia Cavalcanti
(IVB,RJ), Breno Hamdan (IVB,RJ), Carlos Roberto Abrahão
(RAN/ICMbio, GO), Carlos R. de Medeiros (IB, Hosp. Vital
Brazil, SP), Cláudio Machado (IVB, RJ), Claudio Maurício
Vieira de Souza (IVB, RJ), Érico Vital Brazil (CVB/IVB, RJ),
Francisco Luis Franco (IB, SP), Giuseppe Puorto (IB, SP),
Inês Vital Brasil Lampreia (IVB, RJ), José Carlos Cogo
(UNIVAP, SP), Júlia Prado-Franceschi (UNICAMP/SBTx,
SP), Luciana Lyra Casais e Silva (UFBA, BA), Luis Eduardo
Ribeiro da Cunha (IVB, RJ), Silvana Lemos (IVB,RJ), Thais
Marini (IVB,RJ), Tania Kobler Brazil (UFBA, BA) e, em
particular, à coordenadora da Comissão Científica, Rosany
Bochner (ICICT/FIOCRUZ, RJ). É uma honra partilharmos
com vocês eventos, exposições, reuniões e cursos sobre
os animais peçonhentos, assim como idéias, inquietações
e preocupações com aqueles que mais sofrem com os
acidentes ocasionados por estes animais, agravos que
ainda são negligenciados em nosso país.
The Meeting is an initiative of the Vital para o Brasil
Network - Information, Dialogue and Cooperation Network
on Venomous Animals in partnership with IBV – Vital Brazil
Institute and it was developed by multiple colleagues,
professors and researchers, as well as contributors from
institutions that are part of this network. Such task would
not have been possible if not for the encouragement and
commitment of Dr. Antônio Joaquim Werneck de Castro,
IBV President and great supporter of Vital para o Brasil
Network; of the city of Campanha and the mayor Lazaro
Roberto da Silva; of FUNED - Ezequiel Dias Foundation and
its President Dr. Francisco Antônio Tavares Júnior, and of
the State University of Minas Gerais – Campanha Campus
and Professor Dr.ª Joana Beatriz Barros Pereira to whom
we are extremely grateful. In addition, we show our deep
appreciation for the union and efforts from the Organizing
and Scientific Commission: Ana Lúcia da Costa Prudente
(MPEG, PA), Antônia Cavalcanti (IVB), Breno Hamdan (IVB),
Carlos Roberto Abrahão (RAN/ICMbio, GO), Carlos R.
Medeiros (IB Hosp. Vital Brazil, SP), Cláudio Machado (IVB,
RJ), Claudio Maurício Vieira de Souza (IVB, RJ), Érico Vital
Brazil (IVB, RJ), Francisco Luis Franco (IB SP), Giuseppe
Puorto (IB SP), Inês Vital Brazil Lampreia (IVB, RJ), José
Carlos Cogo (UNIVAP, SP), Julia Prado-Franceschi
(UNICAMP, SP), Luciana Lyra Casais e Silva (UFBA, BA),
Luis Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ), Silvana Lemos
(IVB), Thais Marini (IVB), Tania Kobler Brazil (UFBA, BA)
and especially the coordinator of the Scientific Committee,
Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ, RJ). It is an honor to
share with you events, exhibitions, meetings and courses on
venomous animals, as well as ideas, worries and concerns
with those who suffer most from accidents caused by these
animals, illnesses that are still neglected in our country.
Agradecemos,
também,
especialmente
à
Laíse
Carvalho Ribeiro, assessora da Rede Vital para o Brasil,
pela dedicação e competência. Por último, mas não
menos expressivo, gostaríamos de registrar o nosso
reconhecimento e gratidão aos convidados palestrantes;
ao público participante; aos colaboradores da comissão
científica; aos apoiadores locais e aos patrocinadores:
IVB; Prefeitura de Campanha; FUNED e CAPES – órgão do
Ministério da Educação, nada faríamos sem a colaboração
e a confiança de todos vocês.
We also especially thank Laíse Carvalho Ribeiro, advisor
of Vital para o Brasil Network, for the dedication and
competence. Lastly but not the least significant, we would
like to record our appreciation and gratitude to the invited
speakers; the participating public; to contributors of the
scientific committee; to local supporters and sponsors: IVB;
the city government of Campanha; FUNED and CAPES –
from the Ministry of Education, we would have done nothing
without the cooperation and trust of all of you.
De maneira inovadora o 2º Encontro Vital para o Brasil
promoverá, ainda, uma série de atividades didáticas sobre
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2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
os animais peçonhentos, aberta à visitação das escolas e
de toda a comunidade de Campanha e cidades vizinhas.
Durante os dias do evento, crianças, jovens e adultos
poderão se informar mais e melhor sobre os animais e
seus venenos ao visitarem as atividades do Programa
Ciência em Movimento da FUNED, a Exposição de animais
peçonhentos do IVB, a Exposição de réplicas do IB e a Rede
de Zoologia Interativa da UFBA. Em uma atmosfera lúdica
e divertida, será mais uma oportunidade de interação entre
os estudantes, pesquisadores, participantes do evento e
o público em geral. Lembramos, também, que o Museu
Vital Brazil estará aberto à visitação e que é um passeio
imperdível pela história do cientista. Este pequeno e belo
museu está instalado na casa em que nasceu Vital Brazil,
foi inaugurado, em 1988, com a missão de preservar,
manter e divulgar sua memória.
In an innovative way, the 2nd Meeting Vital for Brazil will
promote a series of educational activities about venomous
animals, open to visitors from schools and the whole
community of Campanha, as well as surrounding cities.
During the event, children, young people and adults will be
able to be better informed about animals and their venoms
as they go through the activities of the Science in Motion
Program from FUNED, Exhibition of venomous animals from
IVB, the Exhibition of replicas from the IB and the Network of
Interactive Zoology from UFBA. In a playful and entertaining
way, this will be an opportunity for interaction among
students, researchers, participants from the event and the
public in general. We highlight that the Vital Brazil Museum
is also open to visitors and that is a must see tour because of
the history of the scientist. This small and beautiful museum
is installed in the house where Vital Brazil was born and was
inaugurated in 1988, with the mission to preserve, maintain
and disclose his memory.
Este evento presta também algumas pequenas
homenagens a pessoas que, direta ou indiretamente,
por meio de atitudes sensíveis e significativas em prol
da preservação da memória científica brasileira e ou por
suas atividades cotidianas de trabalho e ou de pesquisa,
reafirmam e contribuem para revitalização dos grandes
gestos humanitários expressos nos legados e trajetórias de
cientistas como Vital Brazil.
This event also provides some small tributes to people
who, directly or indirectly, through sensitive and meaningful
attitudes towards the preservation of the Brazilian scientific
memory and or for their everyday activities of work or
research that reaffirm and contribute to the revitalization of
the great humanitarian gestures expressed in legacies and
trajectories of scientists as Vital Brazil.
Esperamos que aproveitem a programação que
preparamos para vocês, a qual conta com a participação
de mais de 30 pesquisadores, tanto de instituições
brasileiras, quanto de estrangeiras: da Argentina, Austrália
e Portugal. Discutiremos e apresentaremos diversos
temas relacionados aos animais peçonhentos em 4 minicursos, 5 palestras e 5 mesas-redondas. Para além da
programação de caráter científico, usufruam ao máximo do
2º Encontro Vital para o Brasil, pois todos os esforços estão
sendo mobilizados para que este evento estimule outras
confraternizações em prol de ações conjuntas para melhor
servir a todas as comunidades.
We hope you enjoy the program that we have prepared
for you, which features the participation of more than
30 researchers from Brazilian and foreign institutions:
Argentina, Australia and Portugal. We will discuss and
present several topics related to venomous animals, in five
lectures, five roundtables and four short-courses. Besides
the scientific program, we expect you to enjoy the 2nd
Meeting Vital for Brazil, since all efforts are being made for it
to enable the start of many gatherings for the development
of joint actions to better serve all communities.
Sejam muito bem-vindos, todos os participantes, autores
e coautores de cerca de 90 trabalhos enviados, os quais
mais uma vez superaram todas as nossas expectativas!
Rejâne Maria Lira-da-Silva
We extend a warm welcome to the participants, authors and
co-authors of about 90 papers submitted, which once again
surpassed all of our expectations!
Giselle Agostini Cotta
Coordenadoras
2º. Encontro Internacional Vital para o Brasil e Rede Vital para o Brasil
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11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
MENSAGEM DO INSTITUTO VITAL BRAZIL
Caros amigos,
Dear friends
A realização do 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
reitera o compromisso do Instituto Vital Brazil em promover
ações colaborativas e multiplicadoras em conhecimentos
técnicos e científicos. É prioridade em nossas atividades
alcançar todas as comunidades e contribuir no que for possível
em suas particularidades para a superação dos desafios
nacionais na área da Saúde.
The completion of the 2nd International Meeting Vital
para o Brazil reiterates the commitment of the Vital Brazil
Institute in promoting collaborative actions that are able to
multiply technical and scientific knowledge. It is a priority
in our activities to reach all communities and contribute in
whatever way possible in its characteristics to overcome
national challenges in the health area.
De 11 a 14 de novembro de 2014, teremos uma destas raras
oportunidades de trocar experiências e debater sobre as
diferentes questões que estimulam e embasam as melhorias
e os avanços de que tanto necessitamos em nossas áreas de
atuação. Embora de tempos em tempos atravesse períodos
desafiadores, a Saúde Pública do país deve se orgulhar pelas
contribuições dadas a um tratamento de qualidade em casos
de envenenamentos por animais peçonhentos. De maneira
inequívoca a descoberta de Vital Brazil, há mais de um
século, colabora para salvar a vida de milhares de pessoas
ao redor do mundo.
From 11 to 14 November, 2014, we will have one of these
rare opportunities to exchange experiences and debate
over the different issues that stimulate and underpin the
improvements and progress we so badly need in our areas
of expertise. Despite the challenging periods that may come
from time to time, the Public Health of our country should
be proud of the contributions made to a quality treatment
in cases of poisoning by venomous animals, unequivocally
discovered by Vital Brazil, for over a century, collaborates
to save the lives of thousands of people around the world.
Besides the rich and diverse range of issues and the
prospects for the future in the area of animals and their
venoms, this year’s program celebrates 120 years of the
discovery of antivenom serum therapy. The Vital Brazil
Institute, with responsibility and ethics, holds one of the
main names associated with this historic achievement which
we celebrate; 95 years ago, doing justice to the work and
commitment of Vital Brazil in favor of training, production
and scientific and technical development of our country.
Além de rica e diversificada em temáticas atuais e sobre
as perspectivas para o futuro na área dos animais e
seus venenos, a programação deste ano homenageia os
120 anos da descoberta da soroterapia antiveneno. O
Instituto Vital Brazil, com responsabilidade e ética, traz um
dos nomes principais relacionados a este feito histórico
que comemoramos; há 95 anos, faz jus ao trabalho e
empenho de Vital Brazil em prol da formação, produção e
desenvolvimento técnico e científico do nosso país.
I appreciate all for the help, especially the researchers
and members of institutions that are part of the Vital para o
Brasil Network, the friends who came together to hold this
event, the FUNED - Ezequiel Dias Foundation, the City of
Campanha and UEMG- State University of Minas Gerais Campanha Unit, as well as local supporters and employees
from IVB who have made great efforts so that we could have
a memorable journey.
Agradeço a todos a colaboração, em especial aos
pesquisadores e instituições integrantes da Rede Vital para
o Brasil, aos amigos que se uniram para realização deste
evento, da FUNED – Fundação Ezequiel Dias, da Prefeitura
de Campanha e da UEMG – Universidade Estadual de Minas
Gerais – Unidade Campanha, assim como aos apoiadores
locais e aos funcionários do IVB por não medirem esforços
para que tenhamos uma jornada memorável.
May the scientist Vital Brazil inspire us further these days
of celebration in which we honor with great satisfaction
the historical achievements, the view to the future and
the ties of friendship.
Que o cientista Vital Brazil nos inspire ainda mais nestes
dias de confraternização, nos quais celebraremos com
grande satisfação as conquistas históricas, o olhar para o
futuro e os vínculos de amizade.
Welcome to the 2nd Meeting Vital for Brazil, to Campanha,
the city where Vital Brazil was born.
Sejam todos muito bem-vindos ao 2º Encontro Vital para o
Brasil e à Campanha, cidade em que nasceu Vital Brazil.
Antonio Joaquim Werneck de Castro
Diretor Presidente do Instituto Vital Brazil
11
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
MENSAGEM DA PREFEITURA DE CAMPANHA
Prezados visitantes, pesquisadores,parceiros e organizadores;
Dear visitors, researchers, partners and organizers;
Campanha é, sob muitos aspectos, uma cidade histórica.
Histórica devido aos seus 277 anos de existência, sendo a
cidade que deu origem ao Sul de Minas. Histórica através
da sua importância econômica, onde ouro era extraído em
abundância. Histórica também devido à sua arquitetura,
que preserva casarios e outras construções de diversos
períodos. E, entre outros diversos motivos, histórica por ser
berço de grandes nomes de relevância mundial, entre eles
o do Cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha.
Campanha is, in many ways, a historic city. Historic due
to its 277 years of existence, being an essential city in the
formation of Southern Minas. History through its economic
importance, where gold was mined in abundance. It is
also historic due to its architecture, which preserves old
houses and other buildings from various periods. And,
among several other reasons, it is historic because it is the
birthplace of great people of global significance, including
the scientist Vital Brazil Mineiro da Campanha.
Nosso município sempre se orgulhou deste filho ilustre,
cuja pesquisa e trabalho foram, e ainda são, extremamente
relevantes para o mundo todo. Vital Brazil era um homem de
visão, não somente científica, mas também de mundo. Um
homem à frente do seu tempo, preocupado não somente
consigo, mas com o bem estar das pessoas, e que usou
seus dons e habilidades para transformar a realidade à sua
volta, melhorando-a significativamente.
Our city has always been proud of this illustrious son, whose
research and works have been, and still are, extremely
relevant for everyone. Vital Brazil was a man of vision, not
only scientific, but also of the world. A man ahead of his
time, concerned not only about himself, but with the welfare
of the people, and who used his gifts and abilities to change
the reality around him, greatly enhancing it.
Therefore, we feel much honored to host the 2nd
International Meeting Vital for Brazil. For four days, our city
will receive national researchers and others from several
other countries, debating scientific issues that are, in many
ways, also fruits of the work of Vital Brazil. This demonstrates
the immense legacy that this man from Campanha left for
the country and the world. Hosting this event becomes even
more significant for us since in 2015, we will celebrate the
150th anniversary of the birth of scientist.
Por isso, nos sentimos muito honrados em sediar o
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil. Durante quatro
dias, nossa cidade receberá pesquisadores nacionais e
de diversos outros países, debatendo questões científicas
que são, de várias maneiras, também frutos da obra
de Vital Brazil. Isso demonstra o imenso legado que
esse campanhense deixou para o país e para o mundo.
Receber este evento se torna ainda mais significativo para
nós já que, em 2015, comemoraremos os 150 anos de
nascimento do cientista.
We wish everyone a wonderful meeting. We hope you
enjoy the stay and feel at home. Let this be another
opportunity to spread the legacy of Vital Brazil and continue
the development such important researches for the
improvement of humanity. Welcome!
Desejamos a todos um maravilhoso encontro. Esperamos
que aproveitem a estadia e que se sintam em casa. Que
essa seja mais uma oportunidade de propagar o legado
de Vital Brazil e continuar a desenvolver pesquisas tão
importantes para o avanço da humanidade. Bem-vindos!
Roberto Silva
Prefeito de Campanha
12
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
MENSAGEM DA FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS
Prezados parceiros, organizadores, palestrantes, convidados:
Dear partners, organizers, lecturers, guests,
A Fundação Ezequiel Dias (Funed), membro integrante da
Rede Vital para o Brasil, tem a satisfação de dar as boas
vindas a todos vocês neste 2º Encontro Internacional da
Rede. Vivemos hoje a era da inteligência conectada, a era
da colaboração, do compartilhamento. E nesse cenário, o
trabalho em rede vem transformando o modo como surgem
as inovações, como são criados novos bens e serviços.
The Ezequiel Dias Foundation (Funed), an integral member
of Vital para o Brasil Network, is pleased to extend a
welcome to all of you in the 2nd International Meeting of the
Network. Today we live in the era of connected intelligence,
the era of collaboration, of sharing. And in this scenario,
networking is transforming how innovations arise, how new
goods and services are created.
Instituições e profissionais de todas as áreas, cada vez mais,
vêm se integrando e compondo um sistema forte a favor de
melhorias. No caso da saúde, bons caminhos estão sendo
trilhados, seja por meio da pesquisa, seja através da melhor
compreensão dos papéis de cada um dos envolvidos no
processo. Mas, sem dúvida, a colaboração é fato chave na
transformação da realidade.
Institutions and professionals of all areas have increasingly
been integrating and composing a strong system in favor
of improvements. In the case of health care, good paths
are being taken, either through research, whether through
better understanding of the roles of everyone involved in
the process. However, undoubtedly, collaboration is a key
factor in transforming reality.
Na área dos animais peçonhentos e seus venenos, o desafio
está em nossas mãos (profissionais da área, educadores,
associações, instituições, empresários, pesquisadores),
discutindo, trocando experiências, cooperando e sabendo
pautar as ações para o cumprimento do papel do país na
sustentabilidade e nos avanços das ações ligadas a essa
área do conhecimento.
In the area of venomous animals and their venoms, the
challenge is in our hands (professionals, educators,
associations, institutions, business people, researchers,),
discussing, exchanging experiences, cooperating and
supporting the actions for the fulfillment of the role of the
country in sustainability and progress of actions connected
to this area of knowledge.
​​
Nós, da Fundação Ezequiel Dias (Funed), estamos de
braços estendidos para esta cooperação. Congratulamos
todos os envolvidos pela realização deste evento e
felicitamos também pelo futuro auspicioso que se nos
apresenta, futuro este que deve ser construído de forma
conjunta, com um trabalho cada vez mais integrado e
parceiro.
We, the Ezequiel Dias Foundation (Funed), are with arms
wide open to support this cooperation. We congratulate
everyone involved in organizing this event and also salute
the promising future that is presented to us, a future that
should be built jointly, with partnerships and an increasingly
integrated work.
Francisco Antonio Tavares Junior
Diretor Presidente da Fundação Ezequiel Dias
13
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
14
REDE VITAL PARA O BRASIL / VITAL PARA O BRASIL NETWORK
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
REDE VITAL PARA O BRASIL
ausência de diálogo dos legisladores com a sociedade científica;
A Rede Vital para o Brasil – rede nacional de informação,
diálogo e cooperação acerca dos animais peçonhentos –
tem por objetivo agregar, representar e apoiar diferentes
pesquisadores e profissionais, associações e instituições
que, com reconhecido desempenho, exercem atividades
nas diversas áreas relacionadas aos animais peçonhentos
e seus venenos.
dificuldade para o cumprimento das leis devido às
exigências exacerbadas para autorizações de coletas,
transportes, exposições e manutenção de animais de
interesse médico em cativeiro.
Questões em torno da memória histórica
A proposta de criação desta rede social surgiu, sobretudo,
da constatação da necessidade do desenvolvimento de
ações conjuntas em prol da reflexão, do amplo debate e
de iniciativas diante dos graves e inquietantes problemas
em torno dos acidentes com animais peçonhentos no
país. O atendimento aos envenenamentos por serpentes,
escorpiões e aranhas torna a área da saúde imperativa nos
objetivos e missão da Rede Vital para o Brasil.
lacunas e distorções existentes nas publicações de
pesquisas históricas em torno de temas, trajetórias
de personagens e fatos relacionados aos acidentes
com animais peçonhentos, por exemplo, sobre o
desenvolvimento da toxinologia e da soroterapia
antipeçonhenta no país, áreas que há mais de um século
projetaram internacionalmente as ciências praticadas no
Brasil;
Não obstante, há também outras temáticas da maior
relevância que motivam e norteiam os caminhos deste grupo:
falta de leitura crítica das recentes
historiográficas sobre as ciências no Brasil.
produções
A equipe executiva está constituída pelas seguintes
instituições e pesquisadores: CVB – Casa de Vital Brazil
(Campanha, MG); CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e
Animais Peçonhentos, UNESP (Botucatu, SP); CPPI – Centro
de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (Curitiba, PR);
FUNED – Fundação Ezequiel Dias - (Belo Horizonte, MG);
IB – Instituto Butantan - (São Paulo, SP); IVB – Instituto Vital
Brazil - (Niterói, RJ); NOAP - Núcleo de Ofíologia e Animais
Peçonhentos do Instituto de Biologia, UFBA (Salvador, BA);
UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba, (São José dos
Campos, SP); Drª Ana Lúcia da Costa Prudente, Museu
Paraense Emílio Goeldi (Belém – PA); Profº Carlos Roberto
Abrahão, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de
Répteis e Anfíbios (RAN) do ICMBio - Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (Brasília – DF); Drª Julia
Prado-Franceschi, UNICAMP (Campinas, SP) e fundadora
da SBTx - Sociedade Brasileira de Toxinologia; Dr. Renato
Bernils, UFES (São Mateus, ES) e Drª Rosany Bochner,
ICICT – Instituto de Comunicação e Informação Científica
e Tecnológica em Saúde, FIOCRUZ (Rio de Janeiro, RJ).
Questões em torno dos venenos animais
falta de dados científicos dos venenos por espécie;
desconhecimento da disponibilidade de venenos no país;
falta ocasional de venenos para a pesquisa e produção de soros;
falta de divulgação consensual em relação a alguns
venenos referência – por exemplo, de aranhas e
escorpiões;
Questões epidemiológicas e em tornodos atendimentos médicos
subnotificações dos acidentes nos vários sistemas
vigentes de informação;
falta de capacitação e atualização permanente dos
profissionais de saúde;
A partir de 2010, a equipe executiva da Rede Vital para
o Brasil, além da participação efetiva em congressos
e a promoção de seminários sobre o tema, publicou
artigos e livros, assim como realizou eventos, nacionais e
internacionais, e ainda quinze reuniões:
ausência de integração nas informações epidemiológicas;
não disponibilização de todas as variáveis que importam aos
estudos clínicos e epidemiológicos pelos bancos de dados;
desconhecimento das espécies de animais peçonhentos
que compõem os acervos de coleções científicas do país;
A 1ª ocorreu quando de sua constituição, em 13 e 14 de
agosto de 2010, durante o 3º Herpétil – I Encontro Vital para
o Brasil, no auditório da Faculdade La Salle, em Niterói, RJ;
a 2ª, em 16 e 17 de novembro de 2010, no Instituto Vital
Brazil, em Niterói, RJ; a 3ª, em 30 e 31de março de 2011,
no NOAP – Núcleo de Ofíologia e Animais Peçonhentos do
Instituto de Biologia, UFBA, em Salvador – BA; a 4ª, em 22
e 23 de maio de 2011, no CEVAP – Centro de Estudos de
Venenos e Animais Peçonhentos, UNESP, em Botucatu, SP;
a 5ª, em 26 e 27 de agosto de 2011, na CVB – Casa de Vital
Brazil, Museu Vital Brazil, Campanha, MG; a 6ª, em 17 e
18 de novembro de 2011, na FUNED – Fundação Ezequiel
Dias, em Belo Horizonte, MG; a 7ª, em 26 e 27 de abril de
2012, no ICICT – Instituto de Comunicação e Informação
em Ciência e Tecnologia da Fundação Oswaldo Cruz,
não existência de um programa nacional que retrate
os acidentes por animais peçonhentos em suas
particularidades e abrangências, assim como oriente
e promova os devidos estudos, ações preventivas
e de atendimento.
Questões de ordem jurídica
falta de legislação própria para os criadouros de
animais peçonhentos;
inconsistência nas leis e regras;
16
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
Rio de Janeiro, RJ; a 8ª, em 30 e 31 de agosto de 2012,
na FUNED - Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte,
MG; a 9ª reunião, em 21 e 22 de novembro de 2012, na
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas; a 10ª,
em 25 e 26 de março de 2013, na UNIVAP – Universidade
do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP; a 11ª, de
27 a 29 de maio de 2013, no CEVAP – Centro de Estudos
de Venenos e Animais Peçonhentos, UNESP, em Botucatu,
SP; a 12ª, de 03 a 06 de setembro de 2013, no I Encontro
Internacional Vital para o Brazil sobre Animais Peçonhentos,
no Mercure Niterói Orizzonte Hotel, em Niterói, RJ; a 14ª,
de 13 a 15 de fevereiro de 2014, na Fazenda Vital Brazil,
Cachoeiras de Macacu, RJ e a 15ª, de 21 a 23 de maio de
2014, no Encontro Nacional sobre Coleções Biológicas e
suas Interfaces, no IVB/CEPE, no Rio de Janeiro, RJ.
Lack of integration in epidemiological information;
Unavailability of all the variables that matter for clinical
and epidemiological studies across databases;
Unfamiliarity with the species of venomous animals that
compose the collections of scientific archives of the country;
Inexistence of a national program that portrays the
accidents with venomous animals in their specificities
and scopes, as well as guides and promotes the proper
studies, preventive procedures and care.
Legal issues
Lack of specific legislation for the breeding of venomous animals;
Inconsistency in the laws and rules;
Entre 2010 e 2012, a coordenação da Rede Vital para o
Brasil esteve sob a responsabilidade das pesquisadoras
Tania Kobler Brazil e Rejâne Maria Lira-da-Silva, NOAP Núcleo de Ofíologia e Animais Peçonhentos do Instituto
de Biologia, UFBA. Em agosto de 2012, foram eleitas
para o biênio 2012 – 2014, as pesquisadoras Rejâne
Maria Lira-da-Silva, NOAP - Núcleo de Ofíologia e Animais
Peçonhentos do Instituto de Biologia, UFBA coordenação,
e Giselle Agostini Cotta, FUNED - Fundação Ezequiel Dias,
vice-coordenação.
Lack of dialogue between legislators and the scientific society;
difficulty for law enforcement due to exacerbated demands
for the authorization of collection, transport, exhibitions and
keeping animals in captivity of medical interest.
Issues surrounding the historical memory
Gaps and distortions in the publications of historical
research around the themes, characters’ trajectories
and facts related to accidents with venomous animals,
for example, on the development of toxinology and antivenom serum therapy in the country, areas that for over
a century internationally projected sciences practiced in
Brazil;
VITAL PARA O BRASIL NETWORK
The Vital para o Brasil Network - national network for
information, dialogue and cooperation about venomous
animals - aims to aggregate, represent and support different
researchers and professionals, associations and institutions
that with recognized performance, execute activities in
various areas related to venomous animals and their venom.
Lack of critical reading of recent historiographical
productions on science in Brazil.
The executive team is made up of the following institutions
and researchers: CVB - Vital Brazil House (Campanha, MG);
CEVAP - Center for the Study of Venoms and Venomous
Animals, UNESP (Botucatu, SP); CPPI - Production Center
and Immunobiology Research (Curitiba, PR); FUNED
- Ezequiel Dias Foundation - (Belo Horizonte, MG); IB
- Butantan Institute - (São Paulo, SP); IVB - Vital Brazil
Institute - (Niterói, RJ); NOAP – Ophiology and Venomous
Animals Center of the Institute of Biology, UFBA (Salvador,
BA); UNIVAP - Vale do Paraíba University (São José dos
Campos, SP); Dr. Ana Lucia da Costa Prudente, Emílio
Goeldi Museum (Belém - PA); Professor Carlos Roberto
Abraham, National Center for Research and Conservation
of Reptiles and Amphibians (RAN) from ICMBio - Chico
Mendes Institute for Biodiversity Conservation (Brasília DF); Dr. Julia Prado-Franceschi, UNICAMP (Campinas, SP)
and founder of SBTx - Brazilian Society of Toxicology; Dr.
Renato Bernils, UFES (São Mateus, ES) and Dr. Rosany
Bochner, ICICT - Institute of Communication and Scientific
and Technologic Information in Health, FIOCRUZ (Rio de
Janeiro, RJ).
The purpose of creating this social network has emerged
mainly from the realization of the need to develop joint
actions in favor of reflection, the broad debate and initiatives
facing the serious and disturbing issues surrounding
accidents with poisonous animals in the country. In the care
of poisoning by snakes, scorpions and spiders, the health
area is imperative in the goals and mission of the Vital para
o Brasil Network.
Nevertheless, there are also other issues of greater
relevance to motivate and guide the paths of this group:
Issues surrounding animal poisons
The lack of scientific data of poisons by species;
The unfamiliarity of the availability of poisons in the country;
Occasional lack of poisons for the research and production of serum;
Lack of consensual disclosure in relation to some
reference poisons – for instance, spiders and scorpions.
Since 2010, the executive team of the Vital Para O Brasil
Network, besides the effective participation in conferences
and the promotion of seminars about the subject, published
articles and books and held national and international
events, in addition to fifteen meetings:
Epidemiological issues surrounding the medical care
Underreporting of accidents in many existing information systems;
Lack of training and continuous updating of health professionals;
17
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
The first occurred on its constitution on 13 and 14 August
2010, during the 3rd Herpétil - First Meeting Vital for Brazil
in the auditorium of La Salle College, in Niterói, RJ; the
second, on 16 and 17 November 2010, in the Vital Brazil
Institute, in Niterói, RJ; the third, on 30 and 31 March, 2011,
in NOAP – Ophiology and Venomous Animals Center of the
Institute of Biology, UFBA in Salvador - BA; the fourth, on
22 and 23 May, 2011, in CEVAP - Center for the Study of
Venoms and Venomous Animals, UNESP, Botucatu, SP; the
fifth, on 26 and 27 August, 2011, in CVB - Vital Brazil House,
Vital Brazil Museum, Campanha, MG; the sixth, on 17 and
18 November 2011, in FUNED - Ezequiel Dias Foundation,
in Belo Horizonte, MG; the seventh, in 26 and 27 April, 2012,
in ICICT - Institute of Communication and Science and
Technology Information of the Oswaldo Cruz Foundation,
Rio de Janeiro, RJ; the eighth, 30 and 31 August, 2012,
in FUNED - Ezequiel Dias Foundation, in Belo Horizonte,
MG; the ninth meeting, on 21 and 22 November 2012, at
UNICAMP - University of Campinas; the tenth, 25 and 26
March, 2013, in UNIVAP - Vale do Paraíba University, São
José dos Campos, SP; the eleventh, 27 to 29 May, 2013,
in CEVAP - Center for the Study of Venoms and Venomous
Animals, UNESP, in Botucatu, SP; the twelfth, from 03 to 06
September 2013, at the First International Meeting Vital for
Brazil on Venomous Animals in Mercure Niterói Orizzonte
Hotel in Niterói, RJ; the fourteenth, from 13 to 15 February
2014, in Vital Brazil Farm, Cachoreiras de Macacu, RJ
and the fifteenth, from 21 to 23 May, 2014, at the National
Meeting on Biological Collections and their interfaces, in
IVB / ECE, in Rio de Janeiro, RJ.
REDE
Between 2010 and 2012, the coordination of the Vital
para o Brasil Network was under the responsibility of the
researchers Tania Kobler Brazil and Rejâne Maria Lira-daSilva, NOAP - Ophiology and Venomous Animals Center
of the Institute of Biology, UFBA. In August 2012, for the
biennium 2012-2014, the researchers Rejâne Maria Lirada-Silva, NOAP - Ophiology and Venomous Animals Center
of the Institute of Biology, UFBA, coordination, and Giselle
Agostini Cotta, FUNED - Ezequiel Dias Foundation, vice–
Coordination, were elected.
1
º Encontro Internacional Vital para o Brasil, Niterói, setembro de 2013. Foto: Rauf Tauile
18
PROGRAMA / PROGRAM
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
13 DE NOVEMBRO - QUINTA FEIRA
11 DE NOVEMBRO - TERÇA FEIRA
8h
09h - 18h
09h - 18h
09h - 18h
09h - 18h
09h - 18h
18h - 19h
19h - 20h
20h
Credenciamento
MINICURSOS
Sistemas nacionais de informação - Profª Rosany
Bochner (ICICT - FIOCRUZ)
Bioprospecção de venenos - Profª Carolina Horta
(UFMG)
Acidentes por animais peçonhentos - Prof Carlos R.
de Medeiros (IB-HVB) e Prof Giuseppe Puorto (IB-MB)
Gestão e curadoria de coleções científicas - Profª
Marta Lourenço (Museu Nacional de História Natural e
da Ciência, Universidade de Lisboa, Portugal)
MESA DE ABERTURA
PALESTRA
120 anos da soroterapia antiofídica - Prof. Roberto
de Andrade Martins (Universidade Estadual da Paraíba,
Campina Grande, PB)
Apresentação - Profª Marta Lourenço (Museu
Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade
de Lisboa, Portugal)
COQUETEL
PALESTRA
09h - 10h
10h - 10h30
09h - 10h
10h - 10h30
10h30 - 12h30
•
•
•
•
12h30 - 14h
14h - 16h
•
•
•
•
16h - 16h30
16h30 - 17h
17h - 18h
Lonomia - Da criação à produção de soro - Prof.
Roberto Henrique Pinto Moraes (Instituto Butantan, SP)
Apresentação - Prof Francisco Luís Franco (IB, SP)
COFFEE BREAK
MESA REDONDA
10h30 -12h30
Global snakebite initiative: the need for a global
partnership
• Prof. David J. Williams, Australian Venom Research Unit,
Department of Pharmacology, University of Melbourne,
Australia
• Prof. Francisco Anilton Alves Araújo - Gerente de
Zoonoses da Hertape Calier- “Crise Nacional dos soros
antipeçonhentos: década de 80”
Moderação - Profª Tania K. Brazil (NOAP - UFBA, BA)
12 DE NOVEMBRO - QUARTA FEIRA
8h
Café da manhã e confraternização
8h
12h30 - 14h
Credenciamento, café da manhã e confraternização
PALESTRA
A necessidade de integrar os envenenamentos por
serpentes em uma estratégia global de combate
às doenças tropicais negligenciadas. - Prof David
Williams (University of Melbourne, Australia)
Apresentação - Profª Rosany Bochner (ICICT,
FIOCRUZ, RJ)
COFFEE BREAK
MESA REDONDA
Veneno, antiveneno e envenenamento por abelhas
Apis mellifera
Prof Luís Guilherme Dias Heneine (FUNED, MG) Bioprospecção do veneno de abelha para utilização na
indústria farmacêutica
Prof Paulo de A. Melo (UFRJ, RJ) - Citotoxicidade do
veneno de abelha e intervenção farmacológica
Prof Luís Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ) - A
produção do soro antiapílico
Prof Benedito Barraviera - (CEVAP/UNESP, Botucatu,
SP) Ensaios clínicos do soro antiapílico
Moderação - Profª Giselle A. Cotta (FUNED, MG)
ALMOÇO
MESA REDONDA
14h -16h
Tratamento dos acidentes por animais
peçonhentos antes da descoberta da soroterapia e
práticas populares
• Profª Rosany Bochner (Fundação Oswaldo Cruz, RJ);
Os tratamentos anteriores à soroterapia antipeçonhenta
citadosporVitalBrazilemsuaobracientífica
• Profª Rejâne M. Lira da Silva (NOAP - UFBA, BA)
- Veneno e antiveneno: representações e práticas
populares dos acidentes por animais peçonhentos
• Prof. Pedro Pereira de Oliveira Pardal (Universidade
Federal do Pará, PA) - De Adão e Eva à Vital Brazil:
Tratamento e práticas populares
Moderação - Prof. Giuseppe Puorto (IB, SP)
16h - 16h30
ENTREGA DA MEDALHA VITAL BRAZIL
16h30 - 17h
COFFEE BREAK
16h30 - 18h
POSTERES
18h - 19h
LANÇAMENTO DE LIVROS
14 DE NOVEMBRO - SEXTA FEIRA
ALMOÇO
MESA REDONDA
Veneno, antiveneno e envenenamento por peixes
Profª Mônica Lopes Ferreira (Instituto Butantan,
SP) - Das descobertas sobre peçonhas de peixes ao
tratamento do envenenamento
Prof Vidal Haddad Júnior (UNESP, Botucatu) - Acidentes
por peixes venenosos e peçonhentos no Brasil e o seu
tratamento
Profª Suely Gomes de Figueiredo (Universidade Federal
do Espírito Santo, ES) - Caracterização química e
farmacológica do Peixe-escorpião (Scorpaena)
Profª Carla S. Seibert (Universidade Federal do
Tocantins,TO) - Caracterização química, farmacológica
do veneno e envenamento por arraias de água doce
Moderação - Profª Luciana Lyra Casais e Silva (NOAP
- UFBA, BA)
ENTREGA DA MEDALHA VITAL BRAZIL
COFFEE BREAK
PALESTRA
Bioprospecção de veneno com atividades
analgésicas - Prof.ª Gisele Pícolo (Instituto Butantan, SP)
Apresentação - Profª Lucilene Delazari dos Santos
(CEVAP/UNESP, Botucatu, SP)
Café da manhã e confraternização
PALESTRA
09h - 10h
“Produção de soro na Argentina e a influência de
Vital Brazil e Oswaldo Vital Brazil” - Adolfo Rafael
de Roodt ( Laboratório de Toxinopatologia, Centro
de Patologia Experimental y Aplicada, Faculdad de
Medicina, Universidade de Buenos Aires, Argentina
Apresentação - Prof. Luís Eduardo Ribeiro da Cunha
(IVB,RJ)
10h - 10h30 COFFEE BREAK
MESA REDONDA
10h30 - 12h30 A contribuição do Instituto Pasteur na formação de
pesquisadores brasileiros: homenagem à Cassian
Bon (1944-2008)
• Profª Russolina Benedeta Zingali (UFRJ, RJ)
• Profª Rosany Bochner (FIOCRUZ, RJ)
8h
• Prof Jonas Perales (IOC/FIOCRUZ/RJ)
12h30 - 14h
14h -15h
15h -16h
20
Moderação - Profª Júlia Prado-Franceschi
ALMOÇO
PREMIAÇÃO DOS POSTERES
CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
NOVEMBER 13TH - THURSDAY
NOVEMBER 11TH - TUESDAY
8h
09h - 18h
09h - 18h
09h - 18h
09h - 18h
09h - 18h
18h - 19h
19h - 20h
20h
Registration
Shortcourses National information systems - Professor Rosany
Bochner(ICICT-FIOCRUZ) Venom Bioprospecting - ProfessorCarolinaHorta
(UFMG)
Accidents with Venomous Animals -ProfessorCarlos
R.deMedeiros(IB-HVB)andProfessorGiuseppePuorto
(IB-MB)
Management and Curatorship of Collections
- ProfessorMartaLourenço(NationalMuseumof
ScienceandNaturalHistory,LisbonUniversity,Portugal)
OPENINGROUNDTABLE
LECTURE
120 Years of Antiophidic Serum Theraphy-
ProfessorRobertodeAndradeMartins(ParaíbaState
University,CampinaGrande,PB)
Presentation -ProfessorMartaLourenço(National
MuseumofScienceandNaturalHistory,Lisbon
University,Portugal)
COCKTAIL
8h
BREAKFAST
LECTURE
09h - 10h
Lonomia - From Creation to Serum Production -
ProfessorRobertoHenriquePintoMoraes(Butantan
Institute,SP)
Presentation-ProfessorFranciscoLuísFranco(IB,SP)
10h - 10h30 COFFEEBREAK
ROUNDTABLE
10h30 - 12h30
Global Snakebite Initiative: The Need for a Global
Partnership
• ProfessorDavidJ.Williams,AustralianVenomResearch
Unit,DepartmentofPharmacology,Universityof
Melbourne,Australia
• Professor.AniltonFranciscoAlvesAraújo-Managerof
ZoonosisHertapeCalier-“NationalCrisisofantivenom
serums:the80s
NOVEMBER 12TH - WEDNESDAY
8h
09h - 10h
10h - 10h30
10h30 - 12h30
•
•
•
•
Moderator-ProfessorTaniaK.Brazil(UFBA,BA)
12h30 - 14h LUNCH
Registrationandbreakfast
LECTURE
The Need to Integrate Snake Poisonings into a
Global Strategy to Combat Tropical Diseases.-
ProfessorDavidWilliams(UniversityofMelbourne,Australia)
Presentation-ProfessorRosanyBochner(ICICT,FIOCRUZ,RJ)
COFFEEBREAK
ROUNDTABLE
Venom, Anti-venom and Envenoming by Bees Apis
Melífera
ProfessorLuísGuilhermeDiasHeneine(FUNED,MG)
-BioprospectingofBeeVenomfortheUseinthe
PharmaceuticalIndustry
ProfessorPaulodeA.Melo(UFRJ,RJ)-Cytotoxicityof
BeeVenomandPharmacologicalIntervention
ProfessorLuísEduardoRibeirodaCunha(IVB,RJ)-The
ProductionofAntiaphilicSerum
ProfBeneditoBarraviera-(CEVAP/UNESP,Botucatu,SP)
Ensaiosclínicosdosoroantiapílico
Treatment of Accidents with Venomous Animals
before the Discovery of Serum Therapy and
Popular Practices
• ProfessorRosanyBochner(OswaldoCruzFoundation,
RJ);Treatmentspriortoanti-venomserumtherapycited
byVitalBrazilinhisscientificwork
• ProfessorRejâneM.Lira-da-Silva(FederalUniversity
ofBahia,BA)Venenoeantiveneno:representações
epráticaspopularesdosacidentesporanimais
peçonhentos
• ProfessorPedroPereiradeOliveiraPardal(Federal
UniversityofPará,PA)-FromAdamandEvetoVital
Brazil:Treatmentandpopularpractices
Moderator -ProfessorGiuseppePuorto(IB,SP)
16h -16h30
Mediator-ProfessorGiselleA.Cotta(FUNED,MG) 14h - 16h
•
•
•
•
VITALBRAZILMEDALAWARD
16h30 - 17h COFFEEBREAK 16h30 - 18h POSTERS
12h30 - 14h LUNCH
ROUNDTABLE
14h - 16h
18h - 19h
BOOKSLAUNCHES
NOVEMBER 14TH - FRIDAY
ROUNDTABLE
Venom, Anti-venom and Envenoming by Fish
ProfessorMônicaLopesFerreira(ButantanInstitute,SP)-
FromDiscoveriesRegardingFishVenomtoEnvenoming
Treatment
ProfessorVidalHaddadJúnior(UNESP,Botucatu)-
AccidentsbyPoisonousandVenomousFishinBraziland
TheirTreatment
ProfessorSuelyGomesdeFigueiredo(FederalUniversity
ofEspíritoSanto,ES)-ChemicalandPharmacological
CharacterizationofScorpion-fish(Scorpaena)
ProfessorCarlaS.Seibert(FederalUniversityof
Tocantins,TO)-ChemicalandPharmacological
CharacterizationofPoisonandEnvenomingby
FreshwaterStingray
BREAKFAST
LECTURE
09h - 10h
“Production of serum in Argentina and the
influence of Vital Brazil and Oswaldo Vital Brazil”
-AdolfoRafaeldeRoodt(ToxinopathologyLaboratory,
CenterforAppliedandExperimentalPathology,Medicine
Faculty,UniversityofBuenosAires,Argentina
Presentation-ProfessorLuísEduardoRibeiroda
Cunha(IVB,RJ)
10h - 10h30 COFFEEBREAK
ROUNDTABLE
10h30 - 12h30 The Contribution of the Pasteur Institute in the
Formation of Brazilian Researchers: Tribute to
Cassian Bon (1944-2008)
• ProfessorRussolinaBenedetaZingali(UFRJ,RJ)
• ProfessorRosanyBochner(FIOCRUZ,RJ)
8h
Moderator-ProfessorLucianaLyraCasaiseSilva
(NOAP-UFBA,BA)
16h - 16h30 VITALBRAZILMEDALAWARD
16h30 - 17h COFFEEBREAK
LECTURE
17h - 18h
Biopropecting of Venom with Analgesic Activities
ProfessorGiselePícolo(ButantanInstitute,SP)
Presentation-ProfessorLucileneDelazaridosSantos
(TheCenterfortheStudyofVenomsandVenomousAnimals,SP)
• ProfessorJonasPerales(IOC/FIOCRUZ/RJ)
Moderator- ProfessorJúliaPrado-Franceschi
12h30 - 14h LUNCH
14h - 15h
POSTERSAWARDS
15h - 16h
CLOSINGCERIMONY
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2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
22
CONFERÊNCIAS / CONFERENCES
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
120 ANOS DA SOROTERAPIA
ANTIOFÍDICA
VENENO, ANTIVENENO E
ENVENENAMENTO POR ABELHAS APIS
MELLIFERA
Roberto de Andrade Martins (Universidade Estadual da
Paraíba, Campina Grande, PB)
Apresentação - Marta Lourenço (Museu Nacional de
História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa,
Portugal)
Luís Guilherme Dias Heneine (FUNED, MG)
Bioprospecção do veneno de abelha para utilização na
indústria farmacêutica
Paulo de A. Melo (UFRJ, RJ) Citotoxicidade do veneno
de abelha e intervenção farmacológica; Luís Eduardo
Ribeiro da Cunha (IVB, RJ) – A produção do soro antiapílico
Benedito Barraviera - (CEVAP/UNESP, Botucatu, SP)
Ensaios clínicos do soro antiapílico
Em 1894, o médico francês Léon Charles Albert Calmette
(1863-1933) introduziu o tratamento contra veneno de
serpentes através do soro monovalente de cavalos
imunizados. Todos sabem que, alguns anos depois,
inspirado por este trabalho, Vital Brazil Mineiro da
Campanha (1865-1950) desenvolveu um novo tipo de
soro antiofídico, eficaz contra os venenos das cobras
mais comuns da América do Sul, provando também que
cada soro apenas protegia contra venenos específicos.
Esta palestra apresentará inicialmente a situação existente
antes do trabalho de Albert Calmette, apresentando
várias tentativas de prevenção e tratamento de pessoas
picadas por cobras, a partir da literatura do século XIX
sobre o assunto, incluindo as tentativas de tratamento
químico, como a desenvolvida pelo pesquisador brasileiro
João Batista de Lacerda (1846-1915), que preconizou o
emprego do permanganato de potássio, ou por Maurice
Kaufmann (1856-1924), defendendo o uso do ácido
crômico. Indicará alguns precedentes de experimentos de
imunização de animais à picada de cobras e serpentes,
como as pesquisas pouco citadas de Césaire Auguste
Phisalix (1852-1906) e Gabriel Bertrand (1867-1962),
bem como a curta controvérsia que eles mantiveram com
Calmette. Também analisará as influências sofridas por
Calmette em sua formação e seus estudos sobre vacinas
e tratamentos de doenças transmissíveis, mostrando como
esses primeiros trabalhos nortearam sua busca do soro
antiofídico. Apresentará ainda uma visão detalhada sobre
alguns pontos dos trabalhos do pesquisador francês sobre
o assunto, discutindo as condições de sua pesquisa e os
recursos de que dispunha. Nota-se que os estudos de
Calmette sofreram uma forte influência das pesquisas sobre
tratamento químico do envenenamento; ele recomendava o
uso de injeções com cloreto de cálcio, por exemplo, para
prevenir e tratar os efeitos das picadas. É interessante notar
a falta de clareza existente, nessa época, a respeito da
natureza do efeito do veneno, bem como sobre os diversos
processos que poderiam proteger as pessoas contra
os mesmo; em alguns casos, considerava-se que certas
substâncias podiam “neutralizar” o veneno ofídico, no
mesmo sentido em que um ácido pode neutralizar uma base.
Por fim, esta palestra apresentará também alguns aspectos
da repercussão que o trabalho do estudioso francês teve,
nos primeiros anos posteriores à sua publicação.
Moderadora - Giselle A. Cotta (FUNED, MG) Citotoxicidade do veneno de abelha
e intervenção farmacológica
Paulo A. Melo (Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ)
O aumento das atividades envolvendo a apicultura no
Brazil foram importantes para aumentar a nossa produção
de mel das abelhas obtidas de Apis mellifera . Em nosso
país esta espécie tornou-se híbrida resultando na mudança
das suas características originais, com maior produção de
mel, mostrando comportamento de grande mobilidade e
agressividade. Como consequência houve o espraiamento
desta nova espécie pelo continente Americano, e foram
descritas a frequente ocorrência de acidentes graves com
homens e animais. Estes acidentes ocorrem nas diferentes
regiões de nosso país e em particular no Estado do Rio
de Janeiro, onde estima-se com dados da defesa civil, que
ocorram cerca de mil casos por ano, sendo alguns fatais. O
veneno de A. mellifera contem complexa mistura de
componentes tais como proteinas, peptídeos e pequenas
moléculas orgânicas. Atribui-se a um de seus peptídeos
ativos, a melitina, muitos dos efeitos tóxicos deste veneno,
porém sabe-se que a atividade resulta do conjunto do
veneno, onde também estão presentes a hialuronidase, a
apamina e de fosfolipase A2. Estas substâncias interagem
com alvos na membrana fosfolipídica dos diferentes
tecidos, induzindo citólise e disfunções do tecido muscular
esquelético e do aparelho cardiovascular. Em vítimas de
múltiplas picadas pela nova espécie africanizada além
de apresentarem reação alérgica, ocorrem alterações
sistêmicas que culminam com disfunção cardiovascular
e renal (Nabil et al., Hum. Exp. Toxicol. 1998; Ownby
et al., Toxicon, 1997; Smith et al., J. Clin. Invest.,1980).
Ainda não dispomos em nosso meio de um antiveneno
específico, mas temos realizado investigações procurando
encontrar um modelo para reproduzir os efeitos de
elevadas concentrações do veneno em órgãos isolados
e em pequenos animais. Além de estudos em animais e
tecidos isolados adicionamos testes enzimáticos e estão
em andamento estudos de modelagem molecular. Nossos
resultados indicam que em preparações isoladas de
músculos de camundongos são excelente modelo para se
testar e citotoxicidade de do veneno de A. mellifera e de seus
componentes. Estudos prévios mostram que este veneno
é miotóxico in vitro e in vivo, e esta citotoxicidade pode
ser avaliada pela análise do aumento da taxa de liberação
de enzimas sarcoplasmáticas e por estudos morfológicos.
Observa-se também in vivo , além da lesão muscular, edema
(i)
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Palavras-chave: Léon Charles Albert Calmette, Vital Brazil Mineiro da Campanha,
João Batista de Lacerda, soro antiofídico, tratamentos antigos contra veneno de cobras.
(i)
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Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
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(i)
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11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
e morte. Esta letalidade pode ser atribuída ao intenso efeito
cardiotóxico, demonstrado em preparações de coração
isolado de camundongos e ratos. Adiciona-se que o
veneno in vivo induz intenso edema e aumento dos valores
do hematócrito, sugerindo aumento da permeabilidade
vascular tornando o sangue viscoso e sobrecarregando o
trabalho do coração já também deprimido pelo efeito direto
do veneno (Tomaz et al., Toxicon, 2008; El-Kik et al., Toxicon
2013). Associa-se a estas nossas observações os dados
da literatura que mostram intensa lesão renal decorrente da
complexa atividade direta e sistêmica associada. As lesões
de citotoxicidade e de letalidade são inibidas por agentes
polianiontes como a heparina e o suramim. No presente
esta sendo desenvolvido e testado soro antiapílico, um
desafio, e encontrar qual o melhor modelo de demonstrar
sua eficácia em proteger das diferentes habilidades
citotóxicas letais do veneno de A. mellifera .
foram notificados 33 óbitos, em 2010 foram 29, em 2011 26
e em 2012 31 óbitos. A maioria dos óbitos e dos acidentes
tem ocorrido nas regiões urbanas do Sul e do Sudeste
do Brasil. Salienta-se que os números oficiais estejam
subestimados em decorrência da não obrigatoriedade de
notificação. Assim, estima-se que ocorram em torno de
15 mil ataques de abelhas por ano no Brasil causando
cerca de 140 mortes. Isto elevaria para 10,71% o número
de acidentes causados apenas por abelhas Apis . Por
onde as abelhas africanizadas dispersam e se instalam
definitivamente, como é o caso do Brasil e de outros países
das Américas do Sul, Central e do Norte, tornam-se um
problema de Saúde Pública; outro detalhe importante é que
apesar deste acidente não ser de notificação obrigatória a
sua prevalência aumentou sobremaneira nos últimos anos
atingindo oficialmente mais de 7% dos acidentes causados
por animais peçonhentos.
Palavras-chave: Peçonhas, Apis mellifera, Antiveneno, Polianiontes,
Palavras-chave: soro antiapílico;
abelhas; venenos; antivenenos
(i)
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(i)
(i)
(i)
Referências: Suramina,Citotoxicidade, Miotoxicidade.
veneno
de
abelha;
(i)
acidente
com
Ensaio clínico fase I/II para avaliar a
segurança, a capacidade neutralizante
e confirmar a menor dose eficaz do
soro antiapílico para o tratamento de
múltiplas picadas de abelhas africanizadas
Apis mellifera - Estudo Apis
Physiologic manifestations of human anaphylaxis.Smith, P.L., et al., J. Clin. Invest.
1980; 66, 1072–1080
Mechanism of action of honey bee Apis mellifera venom on different types of muscles.
Nabil, Z.I. et al., Hum. Exp. Toxicol. 1998; 17, 185–190.
Melittin and phospholipase A2 from bee Apis mellifera venom cause necrosis of
murine skeletal muscle in vivo Ownby, C.L., et al., Toxicon, 1997; 33, 67–80.
Neutralization of Apis mellifera bee venom activities by suramin. El-Kik CZ et al.,
Toxicon. 2013 ;67;55-62.
Benedito Barraviera (Faculdade de Medicina de
Botucatu - Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”- UNESP, Botucatu, SP)
Increase of the cytotoxic effect of Bothrops jararacussu venom on mouse extensor
digitorum longus and soleus by potassium channel blockers and by Na(+)/K(+)ATPase inhibition. Tomaz MA et al., Toxicon. 2008 Sep 15;52(4);551-8
Alexandre Naime Barbosa, João Paulo Vasconcelos Poli, Délio
Campolina, Solange de Lourdes Silvia Magalhães, Patrícia
Drumond Ciruffo3, Dalmo Correia Filho, Rodrigo Juliano Molina,
Beni Olej, Margareth de Oliveira Timoteo, Palmira Cupo, Fábio
Bucaretchi, Eduardo Mello De Capitani, Carlos Antonio Caramori,
Rui Seabra Ferreira Junior, Lucilene Delazari dos Santos, Natália
Bronzatto Medolago, Márcia Tonin Rigotto Carneiro, Luís Eduardo
Ribeiro da Cunha, Antonio Joaquim Werneck de Castro, Fabiana
Schuelter Trevisol, Daisson José Trevisol, Jean Philippe Chippaux
A importância estratégica da produção
do Soro antiapílico no Brasil
Luís Eduardo Ribeiro da Cunha (Instituto Vital Brazil)
Nas últimas décadas, a expansão das abelhas africanizadas
no Brasil e em toda a América fez com que as autoridades
de saúde pública incluíssem este acidente como objeto
de vigilância sanitária. Além dos processos alérgicos, que
variam desde leves a graves, as múltiplas picadas estão
associadas, em geral, a quadros de envenenamentos
graves. O crescente número de casos clínicos e
consequentemente de óbitos desperta para a necessidade
de se dispor de um tratamento eficaz. A ausência de um
soro específico disponível para a rede pública de saúde
(SUS) torna o problema ainda mais complexo. No Brasil,
as serpentes, escorpiões e aranhas são os principais
agentes causadores de envenenamentos. Recentemente,
os acidentes causados por abelhas africanizadas têm
merecido maior atenção devido à gravidade e à elevada
letalidade. Segundo o Sistema de Informação de Agravos
de Notificação do Ministério da Saúde do Brasil, os
acidentes por abelhas representam 7% do número total
de acidentes causados por animais peçonhentos. Em
2008 foram notificados 13 óbitos causados por picadas
de abelhas, a letalidade foi de 0,23%. A maioria dos
indivíduos era do sexo masculino (63%), com elevada
incidência de acidentes na zona urbana (65%), sendo
mais frequente na faixa etária entre 20 e 49 anos (48%).
Trata-se de um importante problema de Saúde pública,
principalmente para os grandes centros urbanos. Em 2009
As abelhas híbridas, resultantes do cruzamento entre
as abelhas europeias ( Apis mellifera mellifera, carnica,
caucasica e ligustica ) e africanas ( Apis mellifera
scutellata ), são denominadas africanizadas. Apesar de
muito produtivas, são também muito defensivas atacando
maciçamente acarretando risco de vida a seres humanos e
animais, tendo por isso sido apelidadas de “killer bees”. O
veneno é basicamente constituído de melitina, fosfolipase
A2, apamina, hialuronidase, peptídeos, água e sais minerais.
A dose letal do veneno é estimada em 19 picadas por
kilograma de peso, o que corresponde a 500 picadas para um
ser humano adulto. A epidemiologia dos envenenamentos
tem mostrado aumento significativo da prevalência ano
após ano. Assim, em 2006 foram notificadas 4.774 (4,87%)
acidentes e 10.026 (7,17%) em 2012. Apesar de não ser
de notificação compulsória estima-se que ocorram por ano
em torno de 15 mil ataques, causando 140 mortes, com
prevalência de 10,91% entre todos os acidentes causados
por animais peçonhentos. Como não se dispunha de um
soro para ser utilizado pela rede brasileira de assistência,
todos os pacientes eram tratados sintomaticamente com a
(i)
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2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
associação de drogas anti-histamínicas, corticosteroides
e analgésicos potentes. Os que evoluem com choque
anafilático e os acometidos por múltiplas picadas são
tratados em hospitais de retaguarda com disponibilidade
de unidade de terapia intensiva. O desenvolvimento de
um soro específico era o grande desafio, uma vez que
os peptídeos de pequena massa molecular não induzem
satisfatoriamente a produção de anticorpos pelos animais
soro produtores. Baseado nisso, os pesquisadores do
Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da
UNESP (CEVAP) em parceria com os do Instituto Vital Brasil
de Niterói (IVB) desenvolveram um novo soro, em escala
piloto e constituído de anticorpos contra os componentes
tóxicos do veneno. O uso deste baseado em protocolos
clínicos internacionais especialmente desenvolvidos
poderá salvar vidas, haja vista que os ensaios pré-clínicos
já confirmaram esta hipótese. Dessa forma, está sendo
proposto como primeira etapa um ensaio clínico fase I/II,
multicêntrico, não randomizado e aberto para se avaliar
a segurança e confirmar a menor dose eficaz do soro,
tratando 20 pacientes acometidos por múltiplas picadas. O
objetivo dessa pesquisa será avaliar os eventos adversos
relacionados ao produto (antiveneno) e confirmar a dose
mínima necessária para neutralizar diferentes quantidades
de veneno inoculado.
metabólitos, cujas combinações resultam em uma grande
variedade de estruturas químicas e moléculas complexas
como peptídeos e proteínas. O Brasil possui uma extensa
linha costeira de águas temperadas e tropicais, propiciando
a existência de grande número de animais potencialmente
perigosos que associados a fatores como o grande afluxo
de banhistas às praias, o incremento à pesca comercial e
esportiva, atividades como mergulho autônomo e pesca
submarina favorecem a ocorrência de muitos acidentes
em humanos. Praticamente todas as famílias e gêneros
de peixes peçonhentos têm representantes nos mares e
rios do Brasil, entretanto os que mais causam acidentes
são arraias, bagres, peixes-escorpião e niquins. O quadro
clínico é caracterizado principalmente por efeitos tóxicos
locais (dor, edema e necrose) e sistêmicos. Para esses
acidentes não existe até o momento tratamento adequado
e comprovadamente eficiente, o que os tornam um
problema de ordem médica, econômica e social. Desta
forma produzimos um soro poliespecífico e avaliamos a
sua capacidade de neutralização das atividades tóxicas
induzidas por importantes peixes peçonhentos brasileiros
( Thalassophryne nattereri, Scorpaena plumieri, Cathorops
spixii e Potamotrygon gr orbygnyi ). O protocolo de
imunização de camundongos padronizado com o uso
ou não de adjuvante possibilitou a obtenção de soros
monoespecíficos com títulos satisfatórios de anticorpos
e com especificidade para os venenos que os geraram e
para os venenos de outros peixes. Além da neutralização
dos principais efeitos locais, o soro poliespecífico foi
capaz de neutralizar a inflamação sistêmica pulmonar
induzida pelo veneno de S. plumieri . Os dados obtidos nos
permitiram sugerir o uso de soro poliespecífico no controle
dos envenenamentos causados por peixes.
(i)
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VENENO, ANTIVENENO E
ENVENENAMENTO POR PEIXES
Mônica Lopes Ferreira (Instituto Butantan, SP) – Das
descobertas sobre peçonhas de peixes ao tratamento
do envenenamento
Vidal Haddad Júnior (UNESP, Botucatu) – Acidentes
por peixes venenosos e peçonhentos no Brasil e o seu
tratamento
Suely Gomes de Figueiredo (Universidade Federal
do Espírito Santo, ES) – Caracterização química e
farmacológica do Peixe-escorpião (Scorpaena sp)
Carla S. Seibert (Universidade Federal do Tocantins,TO)
Caracterização química, farmacológica do veneno e
envenamento por arraias de água doce.
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(i)
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Palavras-chave: peçonhas, peixes, acidentes, fisiopatologia, soroterapia
Financiadores: Fapesp e CNPq.
Peixes peçonhentos marinhos e
continentais potencialmente perigosos
para o Homem: identificação,
mecanismos de envenenamentos e
medidas de primeiros socorros.
Moderadora - Luciana Lyra Casais e Silva (NOAP - UFBA, BA) Vidal Haddad Junior (Faculdade de Medicina de
Botucatu–Universidade Estadual Paulista,SP)
Das descobertas sobre peçonhas de
peixes ao tratamento do envenenamento
[email protected]
Mônica Lopes-Ferreira (Unidade Imunorregulação,
Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto
Butantan, São Paulo, Brasil)
Os acidentes causados por peixes são comuns no Brasil.
Em uma série de lesões causadas por animais marinhos
observados em cerca de 2000 banhistas e 1500 pescadores
de Ubatuba (litoral Norte do Estado de São Paulo) em
um período de 20 anos, 25% foram causados por peixes
peçonhentos.1 Os bagres marinhos ( Ariidae )
[email protected]
Em todos os níveis da escala filogenética, os seres vivos
apresentam comportamentos de ataque e defesa que
incluem a produção de substâncias repelentes, paralisantes
ou com outras ações biológicas. Estas substâncias na maioria
das vezes apresentam uma grande variedade de toxinas
que são responsáveis pela sintomatologia observada nos
envenenamentos e pelas complexas relações ecológicas
existentes entre os organismos. A produção de toxinas
por animais aquáticos é uma estratégia importante que
garante sua sobrevivência em um ecossistema altamente
competitivo. Assim, para defender-se ou defender seu
território, estes animais produzem um enorme número de
(i)
(i)
causaram a maioria dos acidentes e uma fração menor foi
causada por arraias (famílias Myliobatidae, Rhinopteridae
e Dasyatidae) e por peixes-escorpião Scorpaenidae).
Os mecanismos de envenenamento utilizam raios de
nadadeiras, espículas pré-operculares e ferrões recobertos
por epitélio secretor de toxinas. A inoculação por meio de
glândulas ligadas a espículas ocas ocorre por peixes-sapo
da família Batrachoididae, causadores de acidentes nas
regiões Norte e Nordeste. Menos freqüentemente, ocorre
26
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
envenenamento por peixes peçonhentos como os peixescirurgião ( Acanthuridae ), cações-bagre ( Squalus sp ) e
outros.
(i)
(i)
(i)
responses. The coronary vasoconstriction response was
also attenuated by chemical endothelium denudation.
These data suggest that the vascular endothelium, ?1 and
?-adrenergic receptors are involved in the cardiac effects
of the SpV. The SpV causes also a biphasic response on
phenylephrine pre-contracted rat aortic rings, characterized
by an endothelium- and dose-dependent relaxation phase
followed by a contractile phase. The vasorelaxant activity
was abolished by L-NAME, demonstrating the involvement
of nitric oxide on the response. Four proteins responsible by
main effects/activities induced by this venom were purified
to homogeneity by our research group: a gelatinolytic
protease (Sp-GP); a protein homologous to B-type
lectins (Plumieribetin) that inhibits ?1?1integrin binding to
basement membrane collagen IV; a multifunctional toxin
(Sp-CTx) which displays cytolytic/hemolytic, cardiovascular
and inflammatory activities and C-type isolectins (Sp-CL)
which exhibited agglutinating activity. An overview of the
biochemical and pharmacological properties of these new
proteins from S. plumieri venom, known to be rather difficult
to be studied, will be described. Our data demonstrated
that S. plumieri venom presents enormous diversity and
complexity of pharmacologically active protein components,
and these interesting proteins may prove useful either as
research tools or as therapeutic agents.
(i)
Nos rios e lagos brasileiros existem bagres da família
Pimelodidae que apresentam ferrões e peçonha muito
semelhantes aos dos bagres marinhos, sendo responsáveis
pela maioria dos acidentes por peixes fluviais no Brasil. As
arraias fluviais Potamotrygonidae ) provocam acidentes
graves com grandes necroses que podem incapacitar a
vítima por meses.
(i)
(i)
Com a crescente importação de peixes ornamentais, houve
o surgimento de envenenamentos por peixes exóticos,
como opeixe-leão ( Scorpaenidae ), devido a pouca
conscientização das lojas e colecionadores.
(i)
(i)
O principal sintoma dos envenenamentos por peixes é a dor
intensa. Pode haver necrose, especialmente nos acidentes
por arraias fluviais. As principais medidas de tratamento
iniciais serão discutidas.
(i)
Os pescadores apresentam maior risco para acidentes,
mas banhistas, colecionadores e zoólogos também não
estão livres do risco, razão pela qual é fundamental um
bom conhecimento das estruturas de defesa dos peixes,
que estão presentes em maior ou menor escala em
todos aos animais marinhos e fluviais. Adicionalmente,
o conhecimento sobre medidas de primeiros socorros e
prevenção de infecções é fundamental para populações
de risco.
(i)
Financial support: INCTTOX, CAPES/DAAD, CNPq, FACITEC.
Caracterização química, farmacológica
do veneno e envenenamento
por arraias de água doce
Overview of biochemical and
pharmacological properties of the
scorpionfish Scorpaena plumieri venom
Carla Simone Seibert (Curso de Ciências Biológicas,
Campus de Porto Nacional, Universidade Federal do
Tocantins, TO)
(i)
Suely Gomes de Figueiredo (Departamento de Ciências
Fisiológicas - Universidade Federal do Espírito Santo, ES)
[email protected]
[email protected]
As arraias de água doce são encontradas em repouso
no fundo arenoso ou lamacento de águas rasas dos rios
de grandes bacias hidrográficas. Estas pertencem a
família Potamotrygonidae que se distribuem por toda a
Região Neotropical, e estão representadas pelos gêneros
Paratrygon , Plesiotrygon e Potamotrygon . Estes animais
apresentam ferrão retrosserrilhado, encostado paralelo
à cauda, acondicionado em uma dobra membranosa e
imerso em muco. O ferrão é utilizado como estratégia
de defesa, pois quando pisadas ou ameaçadas, elas
movimentam sua cauda com violência e o ferrão adquire
posição perpendicular para atingir o agente agressor.
Nessa situação, ocorre o trauma mecânico, com a inserção
do ferrão no corpo do acidentado, sendo o contato das
toxinas facilitado pela lesão. Os acidentes com arraias
causam ferimentos com diversos sintomas, desencadeiam
dor intensa, inflamação, necrose cutânea, ulcerações
e distúrbios na microcirculação. O ferrão também pode
quebrar e provocar a retenção de fragmentos de dentina
na lesão. Além da lesão mecânica e das complicações
induzidas pelas toxinas, bactérias presentes no muco
do animal podem causar infecções secundárias. Vários
estudos são realizados para elucidar a complexidade
das toxinas presentes na peçonha das arraias de água
The scorpionfish Scorpaena plumieri is one of the most
common and venomous fish of the family Scorpaenidae found
on the Brazilian coast. This fish is frequently involved in human
accidents and can cause severe injuries. The envenomation
causes intense pain, erythema, edema, nausea, vomiting,
fever, agitation, diarrhea and cardiovascular disorders.
We have demonstrated in animal models that the fresh
S. plumieri venom (SpV) displays lethal (LD50 in mouse
0.28 mg/kg, i.v.) and inflammatory activities and induces
disorders in the cardiovascular system, while hemolytic,
hemagglutinating, proteolytic and integrin-binding inhibitory
activities were detected by “in vitro” assays. Inflammatory
activity was characterized by nociceptive and dosedependent edematogenic responses. SpV-induced edema
was reduced by previous administration of bradykinin
B2 receptor antagonist (icatibant) demonstrating the
involvement of the kallikrein-kinin system in this response.
SpV produces immediate and transient increase in arterial
blood pressure and decrease heart rate in anaesthetized
rats. In isolated rat hearts, SpV produced positive
ventricular chronotropic, inotropic, lusitropic and coronary
vasoconstriction responses. Adrenergic blockades,
prazosin and propranolol, significantly attenuated these
(i)
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Keywords: fish venom, cardiovascular disorders, inflammatory activity, protein
purification.
Palavras-chave: peixes, animais peçonhentos, arraias, bagres
(i)
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2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
doce. Estes animais produzem componentes tóxicos
como alcaloides, esteroides, peptídeos e proteínas, com
propriedades químicas e farmacológicas peculiares.
Estudos com o gênero Potamotrygon é o mais frequente
nos registros da literatura. Estudos com Potamotrygon
scobina e Potamotrygon orbignyi demonstraram atividade
edematogênica e nociceptividade. A peçonha do ferrão de
Potamotrygon falkneri apresentou atividade caseinolítica,
gelatinolítica, hialuronidase, fibrinogenolítica, necrose,
atividade miotóxica, edematogênica e nociceptividade.
Estudos com Potamotrygon cf. henlei relataram atividade
edematogênica e nociceptiva tanto para a peçonha do
ferrão quanto a do muco do dorso do animal. E para a
espécie Potamotrygon motoro (do Rio Araguaia), também
foi verificado atividade colinérgica em íleo de cobaias
e a atividade hipotensora quando administrado por via
intravenosa, em ratos. O contato dos humanos com
arraias deixa sequelas e pode afastar o acidentado do
trabalho laboral, por dias. Não há um tratamento padrão
para os pacientes acidentados por arraias, a abordagem
terapêutica é baseada no uso de analgésicos, antiinflamatórios, água morna para aliviar a dor intensa, e o uso
de antibióticos para prevenir infecção secundária. Muitos
procedimentos alternativos são utilizados para neutralizar a
dor, principalmente por populações tradicionais. No entanto,
há necessidade do acidentado buscar atendimento médico
especializado para tratamento adequado da lesão.
(i)
relação ao seu efeito analgésico, estudos têm mostrado que
esta toxina é capaz de induzir antinocicepção prolongada
em diferentes modelos experimentais de dor aguda e
crônica, mediada pela ativação de receptores peptídeo
formil, através da liberação de Lipoxina A4, e de receptores
muscarínicos e ?-adrenoceptores. Adicionalmente às
evidências experimentais, ensaios clínicos de fase I
mostram que a crotoxina diminui a dor de pacientes
portadores de neoplasias, bem como acarreta regressão
do tumor destes pacientes. Ainda em relação ao estudo
de novos analgésicos obtidos de animais, o BDS 391 é um
composto não-peptídico de baixo peso molecular (~390
Da) sintetizado a partir do componente analgésico obtido
do veneno da anêmona marinha brasileira Bunodosoma
cangicum . A sua estrutura é composta por um grupo
bromoindol conectado a uma histidina. O BDS391 induz
efeito analgésico mediado pela ativação indireta de
receptors 5HT3, que envolve ainda a inibição do influxo de
cálcio celular via ativação de receptores TRPV1.
(i)
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Estes dados em conjunto confirmam o potencial dos
venenos animais como uma rica fonte para obtenção de
compostos com ações terapêuticas, incluindo analgésicos.
Palavras-chave: venenos animais, compostos analgésicos, bioprospecção
Financiadores: Fapesp, CNPq, INCTTOX (2008/57898-0) e CeTICs/CEPID/Fapesp.
LONOMIA - DA CRIAÇÃO À PRODUÇÃO
DE SORO
Palavras-chave: Potamotrygonidae, acidentes, raias
BIOPROSPECÇÃO DE VENENO COM
ATIVIDADES ANALGÉSICAS
Roberto Henrique Pinto Moraes (Instituto Butantan, SP)
Apresentação - Francisco Luís Franco (Instituto
Butantan, SP)
Gisele Pícolo (Instituto Butantan, SP)
Apresentação - Lucilene Delazari dos Santos (CEVAP, SP) Lagartas da Ordem Lepidoptera , família Saturniidae ,
subfamília Hemileucinae , são conhecidas popularmente no
Brasil, pelo nome de “Taturana”. Possuem na região dorso
lateral, cerdas contendo glândulas que produzem uma
toxina. Caso essa toxina seja introduzida na pele humana,
causa de imediato, sensação de queimação, inchaço local
e vermelhidão, regredindo tais sintomas após algumas
horas, sem sequelas. Saturnídeos das espécies Lonomia
obliqua e Lonomia achelous podem causar além dos
sintomas citados, distúrbios hemorrágicos que vão desde
hematomas até insuficiência renal e derrame cerebral. Na
década de 1960, acidentes com essas características
haviam sido descritos na Venezuela e, na década de 1980,
no Amapá. No início da década de 1990, um considerável
número de acidentes hemorrágicos foi relatado no estado
do Rio Grande do Sul. No município de Chapada, próximo
a Passo Fundo, vários casos ocorreram após contato com
uma “oruga” (nome comum às lagartas naquela região).
Casos mais complicados e, que, evoluíam para problemas
renais, foram tratados com dificuldade, principalmente
por não se conhecer com exatidão a fisiopatologia do
envenenamento, o agente causador e o tratamento eficaz. A
ocorrência dos acidentes foi aumentando e se estendendo
para outros estados do Sul. Motivados principalmente
pela gravidade dos casos e pela preocupação em conter
esse distúrbio, profissionais de saúde dos estados do Sul,
em parceria com pesquisadores do Instituto Butantan,
passaram a trabalhar no sentido de produzir um soro que
(i)
O aumento do conhecimento, particularmente nestes últimos
10 anos, dos mecanismos envolvidos na dor e seu controle
tem contribuído para a melhora dos tratamentos existentes
bem como para o avanço nas pesquisas e desenvolvimento
de novos fármacos analgésicos. Apesar destes avanços
científicos, muitas dores ainda são de difícil controle, e os
pacientes ainda sofrem com tratamento inadequado e/ou
efeitos colaterais intoleráveis. Produtos naturais obtidos de
plantas e animais tem se tornado atrativo para o estudo de
novas drogas, uma vez que milhares de anos de evolução
conferem a estes venenos seletividade e especificidade,
características importantes para um fármaco. Nesse
sentido, nosso laboratório tem se dedicado ao estudo
de novos compostos analgésicos obtidos de animais. A
crotalfina é um peptídeo de 14 aminoácidos, sintetizado a
partir da sequência de um composto analgésico purificado
do veneno de serpentes Crotalus durissus terrificus , que
induz potente efeito analgésico em modelos de dor aguda
e crônica, quando administrada por diferentes vias. Este
efeito é de longa duração (2-3 dias nos modelos de dor
crônica e até 5 dias em modelo agudo), e envolve a
ativação periférica de receptores CB2, que, uma vez
ativados, liberam peptídeos endógenos, particularmente
dinorfina A, agonista endógeno de receptores opióides
kappa. Também obtida do veneno de serpentes Crotalus
durissus terrificus , a crotoxina é uma neurotoxina que induz
efeito imunomodulatório, antiinflamatório e analgésico. Em
(i)
(i)
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(i)
(i)
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28
(i)
(i)
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
tivesse a capacidade de neutralizar os efeitos hemorrágicos
causados por essas taturanas. Desta forma, deu-se início
às pesquisas, com os objetivos de se conhecer o agente
etiológico, produzir um medicamento eficaz, bem como o
tratamento com esse novo produto. Nascia assim, o Soro
Antilonômico. Produzido a partir da extração das cerdas
de lagartas Lonomia obliqua , o Antilonômico é único no
mundo com capacidade de neutralizar os efeitos do veneno
de uma taturana. O primeiro lote desse soro foi produzido
em 1996. Recentemente, novas técnicas e testes foram
incorporados a produção do antilonômico, assim como a
logística na aquisição das lagartas, visando uma excelência
no produto final. O Antilonômico, nascido empiricamente,
motivado pela necessidade em se salvar vidas e pela união
de esforços entre pesquisadores (biólogos, bioquímicos,
farmacêuticos, médicos) é hoje uma realidade e motivo
de orgulho para o Instituto Butantan e para todos aqueles
que nele trabalharam.
(i)
públicos produtores de soros e implantação da vigilância
destes acidentes, com distribuição gratuita de soro para
os acidentes em toda a rede de hospital do Sistema Único
de Saúde do País.
TRATAMENTO DOS ACIDENTES POR
ANIMAIS PEÇONHENTOS ANTES DA
DESCOBERTA DA SOROTERAPIA E
PRÁTICAS POPULARES
(i)
Rosany Bochner (Fundação Oswaldo Cruz, RJ) - Os
tratamentos anteriores à soroterapia antipeçonhenta
citados por Vital Brazil em sua obra científica
Rejâne M. Lira-da-Silva (Universidade Federal da Bahia, BA)
Pedro Pereira de Oliveira Pardal (Universidade Federal
do Pará, PA) - De Adão e Eva à Vital Brazil: Tratamento e
práticas populares
GLOBAL SNAKEBITE INITIATIVE: THE
NEED FOR A GLOBAL PARTNERSHIP
Moderador - Giuseppe Puorto (Instituto Butantan, SP)
Veneno e antiveneno: representações
e práticas populares dos acidentes
por animais peçonhentos
David J. Williams (University of Melbourne, Australia)Answers for the Antivenom Crisis
Francisco Anilton Alves Araújo (Laboratório Hertape
Calier Saúde Animal, DF, Brasil) - Crise Nacional dos
Soros Antipeçonhentos: década de 80
Rejâne M. Lira-da-Silva (Universidade Federal da Bahia, Brasil)
[email protected]
Em recente exposição realizada por nós do Núcleo de
Ofiologia e Animais Peçonhentos da Universidade Federal
da Bahia (NOAP/UFBA), em um mercado popular de
Salvador (Bahia), ouvimos de um senhor que no interior
onde ele morava, se colocasse no chão um chocalho de
cascavel, nasceria uma nova cascavel neste lugar. Esta
representação popular sobre os animais peçonhentos
mostra um aspecto interessante do nosso povo, uma mescla
de imaginação, desinformação e sincretismo. Mesmo 120
anos após a descoberta do soro antiveneno, em 1894,
por Bertrand & Phisalix e Calmette e após 113 anos da
descoberta da especificidade dos soros antipeçonhentos,
em 1901 por Vital Brazil, prepondera o senso comum de
que práticas populares podem ser usadas no tratamento
dos acidentes por estes animais e, em caso do uso do
soro, este é universal, pois serve para todos os venenos.
O médico e naturalista luso-germânico Otto Wucherer,
publicou em 1867, o trabalho “Sobre as mordeduras de
cobras o seu tratamento”. Considerando um trabalho
anterior à descoberta da soroterapia, Wucherer discute
em detalhes sobre o tratamento utilizado pela medicina da
época, que incluía: ligadura ou garrote; excisão da parte
do corpo afetada pela picada, inclusive a indicação da
amputação ou desarticulação do dedo afetado; extração
da peçonha por sucção com a boca ou de uma ventosa;
destruição do veneno por meio de substâncias químicas,
tais como “potassa cáustica”, “manteiga de antimônio”,
nitrato de prata, “amoníaco forte”; uso de plantas;
“pedra ou osso calcinado”, usado para extrair o veneno.
Wucherer já chamava à atenção que, embora utilizados
desde a mais remota Antiguidade, os tratamentos acima,
podiam ser infalíveis se usados a tempo, mas também
podiam ser inúteis e desastrosos depois de muito tempo
pós-picada. Neste contexto, nosso objetivo é discutir,
dentro da visão antropológica, os fenômenos de saúdedoença, mais especificamente relativos aos acidentes
Moderadora - Tania K. Brazil (UFBA, BA)
Crise Nacional dos Soros
Antipeçonhentos: década de 80
Francisco Anilton Alves Aráujo (Laboratório Hertape
Calier Saúde Animal)
A história do ofidismo no Brasil vem desde o início do
século, onde Vital Brazil, á vislumbrava a importância do
acidente por serpente e implantava o primeiro sistema
de notificação destes acidentes no país. Entretanto,
somente no início da década de oitenta, quando o governo
Brasileiro criou o Programa de Autossuficiência Nacional
em Imunobiológicos, no Ministério da Saúde, e criou o
Programa de Ofidismo, foi reconhecido o acidente causado
a humano, por animal peçonhento, como um grave
problema de saúde pública. Na época apesar de existir
quatro laboratórios produtores de soros antipeçonhentos no
país, a produção não atendia a necessidade do país e não
existiam critérios epidemiológicos para comercialização
do mesmo. O programa criado pelo Ministério da Saúde,
tinha por finalidade, reduzir o número de mortes e sequelas
causados por estes acidentes a humanos, e para tanto,
criou grupos de trabalho constituídos por especialistas que
prestaria assessoria nas seguintes áreas: Normatização
e padronização dos soros produzidos pelos laboratórios
produtores destes Imunobiológicos; normatização e
padronização do diagnóstico e tratamento dos acidentados;
normatização da distribuição geográfica das serpentes
peçonhentas do Brasil e um Grupo de Educação em Saúde.
Neste momento, existia uma crise, sob todos os aspectos
no que tange ao problema de ofidismo, em especial, pela
falta de soros para atender a necessidade do país. A crise
somente foi superada, em meados da década de noventa,
a partir de investimento do governo nos laboratórios
29
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
por animais peçonhentos, e as representações das
práticas populares usadas no tratamento das picadas no
estado da Bahia. O pressuposto teórico é a Antropologia
Médica, que se dedica, entre outros aspectos, ao estudo
da medicina popular, e sempre salientou desde seu início,
a dominância da religião, magias e superstições nos
sistemas etnomédicos. Pautaremos-nos em um estudo
etnográfico quali-quatitativo, realizado pelo nosso grupo de
pesquisa, acerca das práticas populares realizadas por 117
pacientes, após serem acometidos por picada de serpentes
e atendidos no Hospital Geral Roberto Santos, no período
de 1990 a 1995, que trouxe dados interessantes sobre
suas representações êmicas (populares) e éticas (modelo
biomédico). As práticas referidas pelos acidentados foram
classificadas em cirúrgicas, biológicas, químicas, físicas e
mágico-religiosas. Os pacientes referiram, consorciadas
ou não, uma maior freqüência de utilização de práticas
cirúrgicas (73,5%, principalmente o garrote), biológicas
(50,4%, principalmente a fitoterapia, tais como uso do alho,
graviola, castanha de caju e fumo ou partes da cobra),
químicas (36,8%, principalmente álcool, querosene e
“cachaça”), mágico-religiosas (7,7%, principalmente o
curandeirismo) e físicas (2,6%, principalmente ferro quente,
ovo quente e brasa). Observamos uma maior freqüência
de utilização destas práticas na zona urbana (51,8%), em
indivíduos do sexo masculino (75,2%), com faixa etária
de 10 a 29 anos (48,7%) e trabalhadores rurais (37,2%).
Comparativamente, os indivíduos que não utilizaram
nenhuma destas práticas populares, chegaram mais rápido
ao centro de atendimento médico. A maioria (94,5%) dos
pacientes necessitou da administração da soroterapia, o
que mostra que apesar da disponibilização do soro na rede
pública, o tratamento não é de conhecimento da população
e também não está facilmente acessível, pois é aplicado
principalmente em Hospitais Regionais ou Unidades de
Pronto atendimento que funcionam 24h. Consideramos que
a etiologia e os pressupostos para os tratamentos populares
se baseiam em um princípio de causalidade múltipla, ou
seja, não existe uma relação universal e única entre uma
doença e uma causa. A medicina popular reconhece que
o contato com a natureza resulta em relações explicativas
que envolvem o mundo natural, social e sobrenatural e
espiritual. Importante notar que muitas das práticas que
ainda hoje são utilizadas pela população eram indicadas
pela medicina tradicional do século XIX. Novas concepções
são difíceis de serem incorporadas pela comunidade
e são confrontadas pelas pessoas. As concepções
etiológicas populares se constituem em um bom campo
para investigar a predominância do modelo biomédico. No
caso dos acidentes por animais peçonhentos, em pleno
século XXI, dados do Ministério da Saúde revelam que o
maior problema que enfrentamos no Brasil é o tratamento
errôneo por profissionais da área da saúde, no qual as
aplicações dos soros não correspondem aos seus agentes
etiológicos. Constatou-se que os profissionais não estão
preparados para o atendimento e diagnóstico, para o
correto reconhecimento das causas dos envenenamentos,
consequentemente, para aplicação da soroterapia. Em
2010, foram registrados 206.057 acidentes por animais
peçonhentos, dos quais houve inconsistência no tratamento
dos acidentes por Latrodectus e Apis (100%), Lachesis
(28%), Micrurus (17%), Crotalus (8%) e Lonomia (7%).
Dos casos informados o maior percentual de acertos foi
(i)
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com os acidentes botrópicos (1%) e escorpiônicos (4%).
Neste caso, o modelo biomédico e a medicina popular
se confluem e se imbicam, mostrando que no conjunto
de processos curativos, ainda estamos longe de uma
investigação mais aprofundada e este campo do saber
ainda se encontra em aberto.
Palavras-chave: Medicina popular, medicina tradicional, animais peçonhentos.
Os tratamentos anteriores à soroterapia
antipeçonhenta citados por Vital
Brazil em sua obra científica
Rosany Bochner (Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de
Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em
Saúde, Rio de Janeiro, Brasil)
Ao longo de sua obra científica Vital Brazil citou numerosos
e variados recursos terapêuticos preconizados desde
a mais remota antiguidade para combater os acidentes
ofídicos. Tratam-se de simpatias, plantas, beberagens,
pele de lobo, penas de macuco e de outras aves, pedras
porosas, ossos calcinados, objetos de aço, bile de animais,
permanganato de potássio, ácido crômico, cloreto de ouro,
hipocloritos alcalinos, hipoclorito de cálcio. Alguns desses
métodos continuaram a ser aplicados, mesmo após a
descoberta da soroterapia antipeçonhenta, único remédio
verdadeiramente eficaz contra os envenenamentos. Em seu
livro “A Defesa contra o Ophidismo”, Vital Brazil dividiu esses
tratamentos em supersticiosos e empíricos por um lado e
em químico-fisiológicos por outro. Discutiu cada um deles
em detalhes a luz das bases científicas em que se apoia o
tratamento específico da soroterapia afim de desmistificálos. A importância dada por Vital Brazil a esse assunto pode
ser mensurada quando entre os 27 pesquisadores por ele
mais citados, sete estavam relacionados a esse tema. Léon
Charles Albert Calmette ao discutir o efeito terapêutico
da bile; João Baptista de Lacerda por defender o uso do
permanganato de potássio como antidoto da peçonha das
cobras; Otto Edward Heinrich Wucherer por desqualificar
o uso de plantas, da pedra e do osso calcinado; Thomas
Richard Fraser por constatar poder antitóxico da bile de
serpentes em relação à peçonha; Maurice Kaufmann
por recomendar o uso de ácido crômico em solução a
1% para tratamento das mordeduras de cobra; Felice
Fontana por realizar experiências com ossos calcinados
para o tratamento de envenenamento; Leonard Rogers por
defender o uso de permanganato de potássio no tratamento
das picadas de serpentes, apesar dos resultados negativos
dos experimentos com animais. Atualmente, quando se
completa 120 anos da descoberta da soroterapia (18942014), ainda presenciamos a utilização de métodos não
convencionais e ineficazes como a aplicação da “pierre
noire”, método esse já discutido exaustivamente por Vital
Brazil, mas que tem ainda sido alvo de pesquisas, no intuito
de comprovar cientificamente sua ineficácia e contribuir para
a supressão de seu uso, em especial na África e Europa.
Palavras-chave: ofidismo; tratamentos supersticiosos e empíricos; tratamentos
químico-fisiológicos.
(i)
(i)
30
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
De Adão e Eva a Vital Brazil:
tratamento e crendices populares
Contribution of Cassian Bon and the Unité
des Venins - Institut Pasteur on snake
venoms components acting on hemostasis
Pedro Pereira de Oliveira Pardal (Universidade Federal
do Pará, Núcleo de Medicina Tropical, Hospital
Universitário João de Barros Barreto, Centro de
Informações Toxicológicas de Belém)
Zingali, R. B.(Laboratório de Hemostase e Venenos.
Instituto de Bioquímica Médica, CCS, UFRJ; Rio de
Janeiro Brasil)
O fascínio humano pelas serpentes, seus venenos e o
tratamento vem desde os tempos bíblicos de Adão e Eva
até os dias atuais e está cercado por lendas, religiosidades,
crendices e pesquisas, tendo seu ponto máximo com Vital
Brazil em 1901, na produção dos antivenenos brasileiros.
Porém, os primeiros relatos sobre a história natural das
serpentes foram descritos por Aristóteles na Grécia no
período de 384 a 322 a.C. e por Caio Plínio na Itália entre
23 a 79 d.C., tendo a serpente tornado-se símbolo da
Medicina. Entretanto a serpente é importante na mitologia
chinesa e no imaginário popular da Amazônia. Dentre os
fatos de proteção contra os envenenamentos encontramos
os relacionados a ( i) religiosidade: a oração contra as
cobras de são Bento e a passagem bíblica da serpente
de bronze; ( ii) Crendice popular: Guillerme Piso (16111678) em Pernambuco, relata o uso de plantas pelos índios
no tratamento de envenenamentos, assim como, referido
no dicionário de medicina popular de Chernoviz (1890).
Os brasileiros acreditam em vários procedimentos como:
as benzedeiras, uso da pedra negra, cuspir na boca da
pessoa picada e etc. ( iii) Pesquisa: a primeira informação
na literatura sobre o experimento com veneno de animais
é de Francesco Redi (1626-1696); Porém, Richard Mead
(1630–1699) utilizou a amônia como antídoto para venenos
ofídicos, enquanto Abeé Felice Fontana (1730-1805)
demonstrou a sua ineficácia. Otto Edward Henry Wücherer
(1820-1873) foi um dos primeiros médicos cientistas no
país a praticar a medicina experimental e descrevendo as
características morfológicas das serpentes identificando
novas espécies. O uso do permanganato de potássio
contra a atividade do veneno de serpentes teve início com
Thomas Lauder Brunton (1844–1916) em Londres, sendo
usado experimentalmente no Brasil, por João Batista de
Lacerda em 1890, tendo sua eficácia comprovada contra
o veneno de Bothrops em cães, no que foi muito criticado.
Em 1901, Vital Brazil (1865 – 1950) mostrou a ineficácia de
todos os procedimentos anteriores, indicando a soroterapia
específica como única opção capaz de neutralizar os
venenos de serpentes.
(i)
In honor to Dr. Cassian [email protected]
Thrombotic disorders are the major cause of morbidity
and mortality in Western societies. Clinical regulation
of thrombosis involves drugs that affect the activity and
generation of thrombin and platelets. A number of proteins
from snake venoms interfere with the hemostatic system and
have been characterized as procoagulant or anticoagulant
factors. Dr Bon laboratory (Unité des Venins- Institut
Pasteur) major contribution in this field has been especially
the characterization of components and their mechanism o
action in this system. In his laboratory proteins that interfere
in hemostasis by the activation of Prothrombin, factor X or
platelets and proteins that inhibits the hemostatic system
such as bothrojaracin, TSV-PA and some PLA2 were purified
and characterized. They also investigated the anticoagulant
activity of mammalian secreted phospholipase A2. It is
important to emphasize that some of these finds were
performed with young Brazilian scientists that now in
Brazil have their own laboratories and pursue his legacy.
Our laboratory “Laboratório de Hemostase e Venenos”
has continued the study on bothrojaracin showing that
it is a potent antithrombotic agent that could further help
the development of new dual mechanistic drugs directed
to prothrombin and thrombin inhibition. Furthermore,
inspired by Dr. Bon initiative our group has also explored
new components from venom and other sources that could
lead to the development of new drugs. More recently, we
also have been engaged in the study of the antiserum with
Instituto Vital Brazil. Dr. Bon legacy in Brazil will persist as
long as we share his enthusiasm and ideas in this field.
Keywords: Bothrojaracin, Antithrombotic, snake venom
Desvendando os caminhos da descoberta
da soroterapia antipeçonhenta na França
(i)
Rosany Bochner (Instituto de Comunicação e
Informação Científica e Tecnológica em Saúde,
Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil)
A descoberta da soroterapia antipeçonhenta ocorreu na
França, sendo apresentada à Sociedade de Biologia no
dia 10 de fevereiro de 1894 por pesquisadores de duas
instituições de pesquisa francesa. De um lado, Césaire
Auguste Phisalix e Gabriel Bertrand, do Museu Nacional
de História Natural de Paris, orientados por Jean Baptiste
Auguste Chauveau e do outro, Albert Calmette, do
Instituto Pasteur de Paris, sob a direção de Emile Roux.
No contexto da descoberta simultânea cabe a questão:
como dois grupos distintos, de diferentes instituições,
chegaram a uma mesma descoberta, ao mesmo tempo?
Para responder a essa questão, foi realizada extensa
coleta dos artigos publicados por Césaire Auguste
Phisalix e Albert Calmette sobre veneno, bem como
de documentos relacionados à vida e a obra desses
pesquisadores. Essa etapa da pesquisa foi realizada no
Palavras-chave: Vital Brazil, Religiosidade, Crendices, Pesquisas.
A CONTRIBUIÇÃO DO INSTITUTO PASTEUR
NA FORMAÇÃO DE PESQUISADORES
BRASILEIROS: HOMENAGEM À
CASSIAN BON (1944-2008)
Russolina Zingali (UFRJ,RJ)
Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ)
Jonas Perales (IOC/FIOCRUZ/RJ)
Moderadora: Júlia Prado-Franceschi
31
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
âmbito da Unidade de Venenos do Instituto Pasteur de
Paris, no período de julho a dezembro de 2002, a época
dirigida por Cassian Bon, autor do trabalho “Il y a 100 ans
À propos de l’article d’Albert Calmette “Contributions à
l’étude du venin des serpents. Immunisations des animaux
et traitement d’envenimation” paru dans les Annales de
l’Institut Pasteur en mai 1894”. Para esse trabalho, o material
coletado foi analisado de forma descritiva e cronológica de
forma a apresentar as motivações e a linha de raciocínio
adotada por cada um desses pesquisadores, que os levaram
até a descoberta da soroterapia antipeçonhenta. Além do
material coletado, várias discussões importantes travadas
com Cassian Bon, contribuíram de forma contundente para
a evolução desse estudo. Com relação à Phisalix, foram
identificados quinze artigos, uma motivação naturalista
e uma cuidadosa montagem de um quebra-cabeças a
partir de determinados achados científicos. Para Calmette,
dois artigos precederam a descoberta, a microbiologia
foi sua base teórica e o espírito pasteuriano de resolver
problemas de saúde sua mola propulsora. Caminhos
distintos, diferentes motivações e pesquisadores, um único
resultado. A partir da descoberta, suas antigas motivações
são retomadas. Calmette põe em prática a descoberta e
começa a produzir soros antipeçonhentos em Lille. Phisalix
dá continuidade a suas pesquisas sobre imunidade natural.
da crotoxina e de sua subunidade CB isolada e induz
a dissociação do complexo da crotoxina. O mecanismo
molecular da interação entre o CICS e a crotoxina parece
ser muito semelhante a da crotoxina com seu receptor
de membrana. Portanto, sugerimos que o CICS atua
fisiologicamente como um aceitor solúvel da crotoxina e
que manteria a toxina no sistema vascular, evitando assim
sua ação sobre o sistema neuromuscular de cobra. A
participação de Cassian neste trabalho foi fundamental,
como também em vários outros projetos de Toxinologia. Ele
formou muitos pós-graduados e pós-doutorado, pessoas
de diferentes países ao redor do mundo, e eu gostaria de
agradecê-le por isso e também por suas características
pessoais e pela sua amizade.
Palavras-chave: Cassian Bon, Crotoxina, CICS, Fosfolipase A2, Inibidores Naturais.
Financiado pela Fiocruz, CNPq, FAPERJ e Instituto Pasteur
Palavras-chave: Calmette, Phisalix, soroterapia antipeçonhenta, serpente, história
da ciência.
Crotoxina, A Principal PLA2 Neurotoxica
do Veneno da Crotalus d. terrificus e Seu
Inibidor do Soro Autólogo (CICS).
Contribuição De Cassian Bon e da
Unité Des Venins - Institut Pasteur
Jonas Perales (Laboratório de Toxinologia, Instituto
Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brazil)
Como todos nós sabemos o Dr. Cassian Bon trabalhou em
diferentes áreas da Toxinologia, entre outras, estudou os
efeitos neurotóxicos de vários componentes dos venenos
de serpentes. Ele estudou o mecanismo de ação da
crotoxina, a principal neurotoxina presente no veneno de
Crotalus durissus terrificus, usando diferentes metodologias
e preparações biológicas, como os sinaptossomas,
isolados do órgão elétrico de Torpedo marmorata. Usando
esta preparação de membrana, ele e seus colegas da
Unité des Venins do Instituto Pasteur mostraram que as
duas subunidades da crotoxina atuam de forma sinérgica.
CA reduz a atividade enzimática de CB, mas aumenta a
capacidade de CB para alcançar seu alvo na junção
neuromuscular, aumentando assim sua potência letal. Eles
também mostraram que a Crotoxina é, na verdade, uma
mistura de variantes resultantes da associação aleatória de
várias isoformas das subunidades CA e CB, e que a variação,
em alguns aminoácidos na estrutura primária das isoformas
de CB, resulta em variantes da crotoxina ligeiramente
diferentes farmacológica e bioquimicamente. Cassian e
seu grupo, principalmente Grazyna Faure, conjuntamente
com nosso grupo, participaram na caracterização do CICS
(Crotoxin Inibidor of Crotalus Serum). Nós mostramos que o
CICS interage com a subunidade CB da crotoxina inibindo
sua atividade catalítica, mas não com a subunidade ácida
CA; CICS inibe eficientemente a atividade fosfolipásica
32
RESUMOS / ABSTRACTS
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
ESTADO DA ARTE DAS SERPENTES DE
IMPORTÂNCIA MÉDICA DA COLEÇÃO
CIENTÍFICA INSTITUTO VITAL BRAZIL
(IVB)
Coleções científicas de animais peçonhentos
ACERVO OFIDIOLÓGICO PEÇONHETO
DO MUSEU DE HISTORIA NATURAL DO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE
MINAS GERAIS – CÂMPUS MACHADO
Nathalie Citeli¹ ², Valéria Ferreira ¹, Beatriz Correa ¹; Anna
Caroline Victória dos Santos ³ e Breno Hamdan ¹ Coleção
Científica Instituto Vital Brazil – Instituto Vital Brazil – Niterói – RJ¹
Laboratório de Aracnologia Instituto Vital Brazil – Niterói – RJ³
[email protected]²
Renan Gonçalves de Carvalho1, Ricardo Henrique de Carvalho1, Vinicius
José Silva Barbosa Moreira1, Lucas Vinicius Silva de Almeida1, Carlos
Rodrigues de Moraes Neto2, José Alencar de Carvalho1
Entre 1979 e 1983 o Brasil viveu a crise nacional do soro
antiofídico, quando foram notificadas aproximadamente
1.300 mortes por mordeduras de serpentes. Esse quadro
crítico levou o governo a instituir em 1986 o Programa
Nacional de Ofidismo, incentivando a criação de Núcleos
Regionais de Ofiologia e implementação de Coleções
Científicas de Animais Peçonhentos, com objetivo
de mapear as serpentes no Brasil como uma medida
estratégica de prevenção e combate ao ofidismo. Tais
coleções serviram e servem como fonte inesgotável de
informações sobre reprodução, evolução, ecologia e
hábitos em geral referentes a esses animais. Este trabalho
objetiva caracterizar o estado da arte das serpentes de
importância médica da Coleção Científica Instituto Vital
Brazil (IVB), Niterói-RJ. Os dados foram obtidos através da
análise dos três Livros de Tombo pertencentes à Coleção.
Obteve-se 2.415 registros de serpentes de importância
médica, dos quais 2.026 são para família Viperidae,
distribuídos nos gêneros Bothrops (n=1485), Crotalus
(n=464), Lachesis (n=39), Phortidium (n=7), Agkistrodon
(n=3), Bitis (n=3), Vipera (n=3); Athenis (n=2) e Bothriechis
(n=1). A família Elapidae apresenta 302 espécimes
pertencentes aos gêneros Micrurus (n=300), Pelamis
(n=1) e Naja (n=1). Para família Dipsadidae obteve-se 43
registros representados pelas espécies Philodryas olfersii
(n=22) e P. patagoniensis (n=21). A cobertura geográfica
da amostra é bem representativa, contemplando 18
estados brasileiros, sendo a maior representatividade
(n=1.982) assinalada para o sudeste: Rio de Janeiro
(n=1426); Minas Gerais (n=399), São Paulo (n=101) e
Espírito Santo (n=56). Demais estados apresentam 209
registros: Alagoas (n=72), Paraná (n=62), Bahia (n=47), Rio
Grande do Sul (n=16), Distrito Federal (n=7), Amazonas
(n=4) e Pará (n=1). A Coleção abrange virtualmente todos
os continentes e 11 países: Costa Rica (n=11), Uruguai
(n=8), Argentina (n=1), Colômbia (n=5), EUA (n=5), Gabão
(n=1), Guatemala (n=2), Iugoslávia (n=1), México (n=1),
Peru (n=1) e Tailândia (n=1). Alguns coletores notáveis,
que mais contribuíram para o aumento da quantidade e
qualidade do acerco da Coleção Científica foram Aníbal
Melgarejo do IVB-RJ (n=152), Padre Francisco Barreira de
Valença-RJ (n=16), e os renomados herpetólogos Jonathan
A. Campbell da University of Texas Arlington-EUA e Harry
W. Greene da Cornell University-EUA. Dentre as instituições
que mais doaram serpentes de importância médica ao IVB,
destacam-se as Corporações Militares (n=72), Órgãos de
Saúde (n=52) e Órgãos Ambientais (n=33). A elaboração
do catálogo das serpentes da Coleção Científica IVB está
em andamento e os dados desse importante acervo, tanto
do ponto de vista histórico como da biodiversidade, serão
publicados em detalhes.
Instituto Federal do Sul de Minas Gerais Câmpus
Machado2Departamento de Vertebrados, Museu Nacional,
Universidade Federal do Rio de Janeiro –MN/UFRJ
1
[email protected], [email protected], [email protected]
O referido museu localizado no Instituto Federal de educação,
ciência e tecnologia do sul de Minas Campus Machado-MG, é
o primeiro museu vinculado a um Instituto Federal. Para se obter
um maior dimensionamento sobre o acervo herpetológico do
museu e promover uma divulgação científica e um inventário
sobre os espécimes peçonhentos presentes no Museu, foi
realizado no período de abril a agosto de 2014 , um tombamento
e identificação das espécies, com o objetivo de gerar uma
coleção para identificação de exemplares ofídios peçonhentos,
auxiliando a comunidade do entorno e veiculando informações
científicas aos graduandos de Ciências biológicas e demais
cursos desta instituição, exercendo um papel de apoio científico
aos demais centros de ensino do município e região e difundindo
assim, as informações que o mesmo possui em seu acervo.
O acervo conta com 677 exemplares em sua coleção, desta
somatória se distribui 148 espécimes pertencentes a ofídios,
dos quais se destaca 3 gêneros de importância médica, 11
pertencem ao gênero Bothrops (B. jararaca, B. alternatus e
B. neuwiedi) , 6 gênero Crotalus (C. durissus) , e 6 ao gênero
Micrurus (M. lemniscatus) . Sendo o museu locado em uma área
predominantemente agrícola, os exemplares presentes no acervo
se originam de coletas feitas por agricultores, servidores e alunos
do próprio câmpus, mostrando assim, a importância didática
e preventiva de acidentes na região. Assim que recebidos no
museu, esses animais são identificados, medidos e registrados
em livro tombo, e posteriormente locados em vidrarias com
formalina 10% visando a conservação dos mesmos. Portanto,
de fronte as inúmeras áreas agrícolas que circundam a região,
e a oferta de cursos como biologia, agronomia, técnico agrícola
dentre outros ofertados pela instituição, o acervo ofidiológico
peçonhento se mostra uma excelente ferramenta na prevenção
de acidentes em meios rurais, em cursos ministrados à
população com a finalidade de conscientização, e na didática
de aprendizado de alunos do instituto. O acervo também se
objetiva à preservação destes animais em ambientes rurais
e urbanos, mostrando a importância ecológica dos mesmos,
ensinando métodos de manuseio de serpentes e os principais
dimorfismos das espécies endêmicas da região, mantendo
assim, a população consciente da importância em se conhecer
ofídios para o ecossistema, para a saúde pública, para a ciência
e conservação das mesmas.
(i)
(i)
(i)
(i)
(i)
(i)
Palavras-chave: Ofídios, coleção, herpetologia, acervo, ofídios
34
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
ESPÉCIES DE SERPENTES RECEBIDAS
PELO CENTRO DE ESTUDO DE
VENENOS E ANIMAIS PEÇONHENTOS
(CEVAP- UNESP,BOTUCATU-SP) NO ANO
DE 2013
Criadouros de animais peçonhentos
ANÁLISE DOS REGISTROS DAS
ESPÉCIES DE SERPENTES ENTREGUES
EM 2013 NO SERPENTÁRIO DO CEN/
UNIVAP
Claudia Vilalva Cassaro1, Tauane Vaccas1,Josias Ribeiro Lopes1,
Luciana Curtolo De Barros1, Airton Lourenço Junior1, Lucilene
Delazari Dos Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira
Orsi1, Rui Seabra Ferreira Junior1
Juliana Santos Oliveira1, Thiago Mesquita Mendonça Reis1,
Edvana de Toledo Oliveira1, Stephen Hyslop2, João Francisco de
Azevedo Mattos1,José Carlos Cogo1
1
-UNIVAP / Serpentário do Centro de Estudos da Natureza (CEN),
Av. Shishima Hifumi, 2911 -Urbanova - 12244-000 - São José dos
Campos- SP. 2 – Depto Farmacologia – F. C. M. - UNICAMP.
1
- Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/
UNESP, São Paulo, Brasil.
[email protected]
Juliana Santos Oliveira, [email protected];Thiago
Mesquita Mendonça Reis,[email protected]
O Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos
(CEVAP) é um criadouro científico legalizado pelas
autoridades competentes (IBAMA e ICMBio) e autorizado
para a manutenção de serpentes em cativeiro. Além de
realizar diversas pesquisas na área de toxinas animais, o
Centro também recebe serpentes de outros criadouros e
da população em geral, por meio de entregas espontâneas
diretas ou mediadas por órgãos públicos como Bombeiros,
Vigilância Sanitária, entre outros. O estudo acerca dos
animais recebidos é importante para a caracterização da
composição da herpetofauna do município de Botucatu
e região, pois tais dados são escassos. Dessa forma,
o presente trabalho tem como objetivo apresentar as
serpentes recebidas pelo CEVAP no ano de 2013. Foram
analisados os dados que constam em livros de registro
do Centro, no período de 1 de janeiro a 31 dezembro de
2013, totalizando 12 meses de estudo. No período, foram
recebidas 237 serpentes, distribuídas em três famílias
e 14 espécies. A família de maior representatividade foi
Viperidae, seguida de Colubridae e Boidae, com apenas um
exemplar. A espécie de maior registro foi Crotalus durissus
terrificus correspondendo a mais de 70% do total, seguida
de quatro espécies do gênero Bothrops: B. moojeni, com
30 registros; B. jararaca, com 17, B. alternatus, com quatro
e B. pauloensis, com dois registros. Tanto as serpentes do
gênero Crotalus quanto Bothrops são peçonhentas, o que
indica que a população tem o CEVAP como referência nas
questões que se referem a tais animais. Dentre as serpentes
não-peçonhentas, houve o registro de 16 espécimes, sendo
estes: Oxyrhopus guibei, com três registros; Helicops
modestus, Leptodeira annulata, Dipsas indica e Phalotris
mertensii, com dois registros cada; e Sybinomorphus
mikanii, Philodryas olfersii, Xenodon merremii e Boa
constrictor amarali, com um registro cada. Com exceção de
Boa constrictor amarali (Boidae), todas as outras espécies
não-peçonhentas pertencem à família Colubridae, a mais
abundante no Brasil em número de espécies. Portanto,
através de tais números é possível perceber a importância
do CEVAP como instituição recebedora de serpentes e
promotora da informação acerca de animais peçonhentos
junto à população, ao mesmo tempo em que contribui
para a preservação de espécies e conhecimento da
herpetofauna da região.
A ordem Ophidia inclui todas as serpentes, peçonhentas ou
não, que no Brasil estão representadas em 386 espécies,
distribuídas em 10 famílias, número relacionado a diversidade
dos biomas presentes no país. As serpentes compreendem
um dos mais bem sucedidos e especializados grupos
dentre os vertebrados, desempenhando importante função
na cadeia alimentar. As serpentes de várias espécies que
são entregues no Serpentário do CEN da Universidade do
Vale do Paraíba – UNIVAP são registradas e monitoradas
quanto ao seu estado de saúde durante a sua permanência
no serpentário. O objetivo do presente trabalho foi realizar
o levantamento do número e espécies de serpentes
recebidas no serpentário no período de 1 de janeiro
a 31 de dezembro de 2013.Entre 01 de Janeiro e 31 de
dezembro de 2013 foram recebidas no total 197 serpentes
de 22 espécies, a saber: 2 indivíduos de Atractus sp, 2
Boa constrictor, 4 Bothrops fonsecai, 16 Bothrops jararaca,
1 Bothrops neuwiedi, 2 Chironius quadricarinatus,118
Crotalus durissus terrificus, 2 Elaphe guttata, 1 Epicrates
crassus,2 Erythrolamprus aesculapi, 5 Erythrolamprus
miliaris, 1 Leptodeira annulata,4 Liophis typhlus, 22
Oxyhopus guibei, 1 Oxyhopus petola, 2 Philodryas olfersi,1
Philodryas patagoniensis, 1 Sibynomorphus mikanii,
6Sibynomorphus neuwiedi, 1 Taeniophalus sp, 1 Tomodon
sp, 3 Xenodon merremi. Das 197 serpentes recebidas em
2013, 70% representam gêneros de importância médica
como as Bothrops sp e Crotalus sp, seguidos por 29% dos
representantes considerados não peçonhentos, porém
com algumas espécies de crescente importância na
saúde, como as Philodryas sp. Comparando com os dados
de 2012, em 2013 houve uma diminuição no número de
gêneros, no entanto, houve aumento no número de espécies
de 6,5%. O ano de 2013 foi o período ocorreu o maior
número de indivíduos recebidos pelo Serpentário do CEN
desde o ano de 2007. O crescente aumento do número de
animais está diretamente relacionado à ocupação humana
de áreas naturais, onde o conseqüente desmatamento e
degradação de seus habitats, favorece o aparecimento de
espécies em áreas ocupadas pelos humanos. A educação
ambiental realizada pelo Serpentário através de palestras,
visitas monitoradas de empresas e escolas, esclarece
sobre a biologia, comportamento, o acidente ofídico e
sua prevenção e transmite informações para a população sobre animais.
Palavras-chave: herpetofauna, recepção de animais, Botucatu
Palavras-chave: levantamento, serpente, Serpentário do CEN
35
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
Fauna de animais peçonhentos
Palavras-chave: Serpentes, Afecções, Medicina Veterinária.
ESTUDO PROSPECTIVO DAS AFECÇÕES
APRESENTADAS NAS SERPENTES
MANTIDAS EM UM CRIADOURO
CIENTÍFICO.
JÁ OUVIU FALAR DO NUROF-UFC?
Diva Maria Borges Nojosa, Roberta da Rocha Braga
1-Universidade Federal do Ceará, Núcleo Regional de
Ofiologia da UFC, Campus do Pici, Bloco 905, CEP 60.440554, Fortaleza, Ceará. NUROF-UFC é a sigla do Núcleo
Regional de Ofiologia da Universidade Federal do Ceará,
um serpentário criado oficialmente no dia 12 de novembro
de 1987 pelas portarias No. 753/87, 754/87 e 755/87 da
UFC , sob coordenação executiva do Prof. José Santiago
Lima-Verde. A criação deste núcleo ocorreu durante o
Programa Nacional de Ofidismo, que planejou a construção
de centros regionais para atender a necessidade urgente
de produção de veneno para viabilizar a produção de
soro antiofídico. Embora esteja localizado dentro da UFC,
a construção inicialmente dependeu de recursos do
Ministério da Saúde, e posteriormente dos recursos da
Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Desde o início
este núcleo teve as seguintes funções: apoiar e assessorar
o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos
Estados e as instituições de pesquisa e/ou de produção
de anti-veneno; manter arquivos ou bancos de dados
sobre distribuição geográfica de serpentes peçonhentas;
oferecer cursos de treinamento em ofiologia e ofidismo a
profissionais de saúde e de outras áreas interessadas no
assunto; manter serpentário e coleção ofiológica; proceder
a extração, o processamento e a conservação de venenos;
e desenvolver pesquisas em todas as áreas de ofiologia e
ofidismo. Agora, com quase 27 anos de criação, o NUROF
conta com uma equipe administrativa de um coordenador,
um médico veterinário e um biólogo. Está ligado a três
cursos de Pós-graduação e mantém as pesquisas de
graduandos, mestrandos e doutorandos, e um convênio
de pesquisa com o CIBIO-Universidade do Porto. Todo
este desenvolvimento possibilitou a produção de cerca
de 300 publicações (resumos, artigos, livros, monografias,
dissertações e teses), demonstrando o quanto tem
colaborado com o conhecimento da herpetologia no Brasil
e na criação de serpentes.
Alvanice Santos Fernandes1, Bruna Lessa Silva1, Daniela Pinto
Coelho1, Pamela Silva de Almeida1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1
[email protected]
Doenças parasitárias, virais, bacterianas ou fúngicas são as
principais patologias que acometem serpentes mantidas
em cativeiro, sob influência direta do estresse, por estarem
fora do seu ambiente natural. Objetivamos desenvolver um
estudo prospectivo sobre as afecções apresentadas pelas
serpentes mantidas no criadouro científico (Registro n.
1886409) do Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos
da Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA), de
junho a outubro de 2014, além de discutir a eficiência dos
tratamentos. Os dados foram obtidos de fichas clínicas
de 43 serpentes mantidas em cativeiro (Boa constrictor,
Bothrops leucurus, B. erythromelas, Crotalus durissus,
Micrurus lemniscatus e Elaphe gutatta). Dezoito animais
(41,86 %) apresentaram patologias no período, a maioria
infestação por fungos (n=11, 25,6%), seguida de parasitose
(n=5, 11,6%) e estomatite (n=2, 4,65%). Da análise das
escamas, identificou-se o gênero Penicillium, que infestou
apenas jararacas da espécie B. leucurus; o tratamento
conduzido foi o Cetoconazol®, antifúngico (creme
dermatológico), aplicado uma vez ao dia até a próxima
muda do animal, que foi eficiente, dada a eliminação total
dos fungos. Os animais, todos da espécie B. leucurus, que
foram acometidos pelos endoparasitos trematódeos vieram
a óbito, sendo que 2 serpentes infectadas estavam na
quarentena e já haviam sido vermifugadas com Ivomec®
e Cestodan® (Ivermectina e Praziquantel). A estomatite
acometeu 2 indivíduos da espécie B. constrictor, tratadas
com gluconato de clorexidina 0,12%, antisséptico químico
(ação antifúngica, bacteriostática e bactericida) que foi
capaz de eliminar tanto bactérias gram-positivas, quanto
gram-negativas, além de inibir a proliferação bacteriana;
conduziu-se a antibioticoterapia à base de Enrofloxacina
10%, antibacteriano sintético da classe das fluorquinolonas,
com resultados satisfatórios, considerando a recuperação
completa dos animais. Algumas hipóteses explicativas
para estas principais patologias são: 1) a infestação por
fungos deve-se à alta umidade neste período em Salvador,
quando o índice pluviométrico chega ao máximo, além
de alterações na temperatura quando era desligado o
ar-condicionado à noite. 2) As parasitoses podem estar
relacionadas à origem dos animais, da Ilha do Monte Cristo,
cuja mudança brusca do ambiente pode ter favorecido
um aumento da infestação, que no ambiente natural pode
estar em equilíbrio; são as mais preocupantes para a saúde
das serpentes porque são as mais severas, uma vez que
levou a óbito todas as serpentes acometidas, apesar da
profilaxia. 3) As estomatites ocorreram possivelmente
devido ao estresse dos animais no cativeiro, conseqüente
desequilíbrio metabólico, deixando as serpentes mais
susceptíveis à proliferação e infecção causada pelas
bactérias da própria microbiota oral normal.
Palavras-chave: Núcleos Regionais; NUROF-UFC; Pesquisa
IMPLEMENTAÇÃO DE UM PLANTEL
DE SERPENTES PEÇONHENTAS DO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE
MINAS GERAIS – CAMPUS MACHADO
Auana Gabriela Bento1, Elenice Aparecida Fortes1, Alice dos Reis
Fortes1, Ricardo Henrique de Carvalho1, Maiara Mariane Pedro1 ,
Carlos Rodrigues de Moraes Neto2, José Alencar de Carvalho1
[email protected]; [email protected].
br; [email protected]; ricardocnpq@hotmail.
com; [email protected]; [email protected];
[email protected]
O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do
Sul de Minas-Câmpus Machado implantou, no período de
02/2013 a 10/2014, um plantel de serpentes peçonhentas
36
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
encontradas no Sul de Minas, com o propósito de
assegurar a sobrevivência destes espécimes para o
encaminhamento a instituições competentes, contribuindo
com a saúde pública e fomentação de planteis científicos,
em destaque o Instituto Butantã. Habitualmente os animais
são recolhidos por populares e encaminhados ao IF Sul de
Minas Câmpus - Machado ou solicitam o resgate destes.
Até agosto de 2014, os exemplares eram acondicionados
em recipientes provisórios, sem muita precaução sobre
manutenção destes, o que acarretava a morte de muitos dos
exemplares. Após este período surgiu o interesse de manter
um serpentário com o objetivo de assegurar a integridade
dos espécimes. Para recebê-los, foi estruturado o antigo
plantel, construiu-se duas salas de modo a organizar uma
quarentena, local onde são colocadas as serpentes recémchegadas, para receber a identificação e cuidados gerais.
Após a avaliação, estas são encaminhadas para a sala
permanente. Nesta foram instaladas quatro prateleiras,
somando 2,10m de altura por 4m de comprimento e 50 cm
de largura, cuja estrutura comporta vinte e cinco caixas
transparentes de contenção, sendo 10 caixas de 45,5cm
de comprimento; com 32,6cm de largura; e 12,8cm de
altura, abrigando filhotes, e 15 caixas de 48,79cm de
comprimento; 33,10 de largura; e 19,60cm de altura para
abrigar os adultos. No interior dessas caixas foi utilizado um
papelão cobrindo o fundo, um recipiente contendo água
e uma pedra, para facilitar a troca de pele pelo animal.
Na parte exterior foi colocada uma ficha de identificação,
contendo o nome vulgar, nome científico, o número da caixa
e a data da coleta, pretendendo-se com isso um melhor
controle. A alimentação destes animais é feita com cobaias
obtidas de biotérios. A fim de manter o local apropriado à
sobrevivência das serpentes, o piso da área onde ficam as
prateleiras do plantel é umedecido com água, com auxílio
de mangueiras perfuradas. Após a estruturação do plantel,
pretende-se aumentar o envio destas para as instituições
competentes, tornando-se um local que, indiretamente
passa a dar a sua contribuição para a saúde e a segurança
das pessoas. Pretende-se no futuro, não só encaminhar
os exemplares, mas manter uma equipe especializada em
capacitar mais pessoas da região, o que talvez facilitará
o controle e a preservação das espécies existentes no
município de Machado e entorno.
envolvidos ou não em acidentes e em decorrência disto
recebe e mantém animais vivos. Desde agosto de 2001 o
NTOX tem um criatório registrado pelo IBAMA onde mantém
aproximadamente 150 animais entre aranhas, escorpiões,
lagartas urticantes e principalmente serpentes. Como
a longevidade dos animais de criatório tem sido maior é
comum o surgimento de patologias pouco conhecidas.
Este trabalho relata dois casos de crescimento rápido de
tumoração em B. pubescens. O primeiro caso é de uma
serpente fêmea, há 7 anos e 10 meses em cativeiro que
teve aumento rápido de “massa abdominal”. Foi tratada
sintomaticamente e evoluiu para o óbito após 60 dias da
constatação do aumento de volume. Foi realizada necropsia,
o material enviado para o setor de Patologia Veterinária
– UFRGS e o laudo compatível com Fibrossarcoma. O
segundo caso, outra serpente fêmea, 4 anos e 6 meses
em cativeiro apresentou aumento de volume na região do
ovário direito. O animal foi submetido à cirurgia no Hospital
de Clínicas Veterinárias - UFRGS e o nódulo encaminhado
para histopatologia cujo diagnóstico foi de tumor maligno
de células fusiformes. Animal encontra-se em bom estado
geral, 9 meses após intervenção. O cuidado com a saúde
e o bem-estar dos animais e um acompanhamento eficaz
por parte dos técnicos do setor possibilita a intervenção/
tratamento de enfermidades pouco comuns na literatura sobre serpentes.
Palavras-chave: Serpente, tumor
RECEBIMENTO DE SERPENTES
PEÇONHENTAS NA FUNDAÇÃO
EZEQUIEL DIAS EM 2013
Rafael Batista Pereira 1, Rebeca de Castro Moreira Ribeiro 1,
Aristóteles Kawa 2
- Técnicos da Fundação Ezequiel Dias -FUNED/MG - 2- Médico
Veterinário - FUNED/MG
1
[email protected]
Historicamente, a Fundação Ezequiel Dias - FUNED desde
sua criação em 1907, e posteriormente com a implantação
do Posto Antiofídico em 1918 recebe espontaneamente
serpentes peçonhentas e não peçonhentas, tornando-se
uma referência no assunto para a população. A Fundação
faz parte da rede de laboratórios que supre o Programa
Nacional de Imunobiológicos com a produção de soros
antiofídicos (Antibotrópico, Antibotrópico- crotálico,
Anticrotálico, Antielapídico, Antilaquético e Antibotrópicolaquético). O Serviço de Animais Peçonhentos, através
da criação e manutenção de animais em cativeiro, tem
como objetivo principal a extração e preparo de venenos
de origem animal para atender a produção de soros
hiperimunes. O presente trabalho teve como objetivo
avaliar quantitativamente a densidade de serpentes
peçonhentas recebidas no período de Janeiro a Dezembro
de 2013. Nesse período foram recebidas 636 serpentes
peçonhentas, das seguintes espécies: Crotalus durissus,
Bothrops neuwiedi, Bothrops alternatus, Bothrops moojeni,
Micrurus frontalis e Micrurus lemniscatus. O maior número
de serpentes recebidas foi no mês de Março, totalizando
113 animais e 17,7 % do total, e o mês de menor aporte
foi Setembro com 1,6% do total de serpentes. A espécie
Palavras-chave: Plantel de manejo, Plantel de ofídios peçonhentos,
NEOPLASIA MALIGNA EM BOTHROPS
PUBESCENS MANTIDAS EM CATIVEIRO
Kátia Rosana Lima de Moura da Silva 1
Maria da Graça Boucinha Marques 1
1
Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/
RS) - Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde
(FEPPS)
[email protected]
O Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul
(CIT/RS) atendeu 98.867 intoxicações humanas no período
de 2009 a 2013. Deste total, 28.957 foram acidentes
causados por animais peçonhentos. O Núcleo de Toxinas
Naturais (NTOX) tem como atribuições auxiliar o plantão
de emergência na identificação de animais peçonhentos
37
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
mais abundante foi Crotalus durissus (79,2% do número
total de indivíduos), seguida por Bothrops neuwiedi (7,2%),
B. jararaca (4,9%), Bothrops alternatus e Bothrops moojeni
com 3,1% cada. O gênero Micrurus correspondeu a 2,36 %
dos recebimentos, sendo respectivamente Micrurus frontalis
(1,26%) e Micrurus lemniscatus (1,1%). Nota-se a ausência
de recebimento de Bothrops jararacussu no período
avaliado. A atividade sazonal das serpentes pode ser
evidenciada no recebimento dos animais, pois apresentou
pico na estação quente e chuvosa, correspondente aos
meses de Janeiro a Abril estando relacionados a fatores
como umidade, temperatura e período reprodutivo que são
determinantes no metabolismo das serpentes tornandoas mais ativas neste período, favorecendo os encontros
ocasionais. A predominância de serpentes da espécie
Crotalus durissus, se deve provavelmente ao fato de Minas
Gerais possuir uma grande área de Cerrado e campos
naturais, ambiente característico da espécie, que possui
ampla distribuição e grande capacidade de adaptação.
A Fundação necessita dos venenos para a produção de
soro antipeçonhento e não possui programa de captura
de animais silvestres, sendo totalmente dependente da
doação dos animais por órgãos governamentais ou por
populares. O veneno mais escasso para a produção de
soros hiperimunes é o de Micrurus, devido a existência
de poucos exemplares no plantel de criação, a difícil
adaptação da espécie em cativeiro e pequena quantidade
de veneno extraído.
uses substrate of vermiculite, coconut fiber and shavings
to simulate the natural environment and facilitate adaptation
to captivity. The housings are interconnectable and it is
possible to vary the temperature through the use of thermal
belts, and humidity, varying the degree of hydration of the
substrate. Periodically, the animals are monitored in relation
to adaptation, weight gain, growth, venom production and
reproductive behavior. One year after the inauguration of
the new vivarium, it was observed that the specimens are
well adapted and have explored the environments with
no apparent sign of stress, with their normal biological
functions, performing molt every 60 days. Our records
show that we received 15 animals since the creation of
the vivarium of whom two died after 225 and 284 days of
captivity, respectively. Among the animals that still live and
who arrived in this new system, the oldest specimen are
captive at 327 days, and two animals transferred from the
old squad have completed more than 500 days in captivity.
These results show that the procedures implemented in the
vivarium were successful and that it is possible to improve
longevity, health and growth of captive coral snakes, based
on the methodology developed in this project.
Key words: Management, Micrurus, survival.
Ensino e divulgação sobre
animais peçonhentos
AS SERPENTES COMO TEMA DE
OBJETOS EDUCACIONAIS
Palavras-chave: Funed, animais peçonhentos, soros hiperimunes
SURVIVAL ESTIMATE OF MICRURUS
AFTER INSTALLATION OF THE
EXPERIMENTAL VIVARIUM IN VITAL
BRAZIL INSTITUTE
Felipe Barbosa Dias1,Rejâne M. Lira da Silva1
1
[email protected]
Tyelli dos Santos Ramos1, Luis Eduardo Ribeiro da Cunha1, Carlos
Correa Netto1
1
Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia,
Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Campus
Universitário de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil
O ensino dos animais peçonhentos, particularmente, das
serpentes, representa um desafio em espaços formais
e não-formais. É comum encontrar equívocos sobre
este conteúdo nos livros didáticos, quanto à biologia,
reconhecimento das espécies de importância médica,
primeiros socorros e tratamento em caso de acidentes.
Somam-se a estes, mitos e lendas presentes no imaginário
e na cultura popular. Pensando nisso, objetivamos a
produção de objetos educacionais que permitam ao público
em geral experienciar o conteúdo sobre as serpentes,
especialmente construídos para este fim: experimento, jogo
e vídeo. Estes objetos educacionais foram produzidos no
âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
à Docência (PIBID/Biologia/UFBA/CAPES) e de oficinas
formativas, promovidas pelo Núcleo de Ofiologia e
Animais Peçonhentos (NOAP/UFBA), pautadas no método
Educomunicativo. O Experimento “Como as serpentes
enxergam no escuro?” simula a percepção noturna destes
animais, através da fosseta loreal; é composto de uma
caixa de papelão vedada, com a foto de uma serpente com
fosseta loreal colada no lado da caixa e um furo exatamente
neste orifício; a parte anterior de um controle remoto é
embutida na base da caixa e uma webcam adaptada à
visão noturna, através da retirada do filtro infravermelho
presente na sua lente, é acoplada a um notebook; um
Instituto Vital Brazil
[email protected]
The creation of snakes of the genus Micrurus, known as
coral snakes, is a challenge for most snakes vivariums,
especially the difficulty in mimicking biological conditions
necessary to maintenance in captivity. Reviewing prior
records of the creation of specialized vivarium for the
genus, we found that the average length of stay in captivity
within the Vital Brazil Institute was 69 days. Based on three
complete records available of this period, we find that the
animals received forced feeding every 15 days and were
kept in plastic boxes like tupperware boxes. In July 2013,
the VBI launched the first specialized vivarium in Micrurus
creating of Brazil. Thereafter, routine procedures for proper
handling and maintenance to specimens were deployed
such as: input record, registration, microchip identification,
medication for endo and ectoparasites, forced feeding with
ration by probe and venom extraction. The animals are
packed in boxes designed for the creation and management
of Micrurus in bookshelves with insulators environment
already manufactured for mice. The interior of the boxes
is coated screen for better containment of animals, and
38
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
hamster é colocado na caixa e um estudante é chamado
a observá-lo através do buraco (fosseta loreal), que não
verá nada; quando colocada a webcam neste orifício e
acionado qualquer botão do controle remoto, é possível
ver o hamster na tela do computador. Isto ocorre porque
a visão noturna da câmera consegue captar as ondas de
infravermelho emitidas pelo controle remoto, quando um
botão é acionado, transmitindo a imagem do hamster para
a tela do notebook. O Jogo “Serpenteando a Amazônia”
é do tipo tabuleiro com a forma de uma serpente, onde os
jogadores fazem uma “viagem” à Amazônia e aprendem
sobre os animais e plantas encontrados no ambiente
amazônico, através das casas que permitem responder
perguntas contextualizadas, ganhando quem chegar
primeiro ao final. O vídeo “Nadja, a cobrinha”, trata de
aspectos da biologia das serpentes de forma divertida. Os
experimento-jogo-vídeo podem ser adequados a qualquer
público, na escola ou em espaços não-formais. Foram
utilizados em eventos de divulgação científica com grande
interesse do público, tais como a 8ª Primavera de Museus
do NOAP/UFBA (setembro/2014), o 5º Encontro de Jovens
Cientistas (setembro-Outubro/2014) e Semana Nacional de
Ciência e Tecnologia do NOAP/UFBA (Outubro/2014), para
um público aproximado de 5.000 pessoas.
com o Núcleo de Gestão de Projetos Sociais – NGPS,
da Universidade Castelo Branco. O projeto atua na área
de prevenção e tratamento de acidentes com animais
venenosos e peçonhentos. O trabalho foi realizado com
idosos, participantes do programa social “Tempo de
Aprender”, na zona oeste do Rio de Janeiro. A principal
metodologia foi o estudo qualitativo e quantitativo de coleta
de informações, que envolveu observação participante e
entrevistas semi-estruturadas sobre o conhecimento de
acidentes com escorpiões. A avaliação foi realizada a partir
da análise de questionários, aplicados antes e depois das
intervenções. O método possibilitou identificar no grupo
de idosos, as concepções prévias sobre os escorpiões de
importância médica e introduzir conceitos e conhecimentos
sobre prevenção de acidentes. A maior parte dos idosos
entrevistados não reconhece o real perigo que esses
animais podem causar. Cerca de 69% responderam que
todos os escorpiões podem causar acidentes, no pósteste esse número caiu para 40%. Dos entrevistados,
44% responderam desconhecer medidas terapêuticas e
profiláticas. Posteriormente a intervenção, esse número
diminuiu para 27%. Os resultados revelam a premente
necessidade de esclarecer e informar a população da
terceira idade sobre os acidentes com animais peçonhentos
e as medidas terapêuticas e profiláticas eficazes buscando
a prevenção de acidentes e a necessidade de introduzir
estratégias transformadoras em Educação Ambiental, para
conscientização de grupos da terceira idade, assim como
de toda a sociedade.
Palavras-chave: Experimentação, Educomunicação, Serpentes.
Financiamento: CAPES.
AÇÕES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE
ACIDENTES COM ESCORPIÕES EM
GRUPOS DA TERCEIRA IDADE
Palavras-chave: Escorpiões, Acidentes, Terceira Idade
Financiadores: UCB - Universidade Castelo Branco
AÇÕES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM
ANIMAIS MARINHOS NA ZONA OESTE
DO RIO DE JANEIRO, RJ
Barbara Cristina de Albuquerque Melo; Débora Rodrigues
de Souza;Henrique Garcia dos Santos;Sandra Regina de
Siqueira;Thamires Lelis Barbosa da Silva;Marcelo Araújo Soares
Centro de Pesquisas em Biologia – CEPBIO - Universidade
Castelo Branco
Henrique Garcia dos Santos, Laís Marins Ferreira de Oliveira,
Nathalia Fonseca Miranda, Julio César Ferreira Junior, Marcelo de
Araújo Soares
[email protected]
A longevidade da população é um fenômeno mundial com
inúmeras repercussões nos campos social e econômico.
Com o aumento da expectativa de vida, o idoso constituiu
um novo grupo etário. O idoso reflete sobre prioridades
sociais e de saúde e com acesso a novas informações,
entende que, os processos educativos são fundamentais na
terceira idade. Nesse sentido, a produção de conhecimento
deve necessariamente contemplar as inter-relações do
meio natural com o social. A Educação Ambiental tem o
papel de transformar, conscientizar, emancipar e exercer
a cidadania através da educação, sendo esta voltada para
o ambientalismo. A urgente transformação social de que
trata a educação ambiental visa à superação das injustiças
ambientais, da desigualdade social, da apropriação
funcionalista da natureza. No Brasil, existem cerca de
160 espécies de escorpiões, mas poucas delas são de
interesse para a saúde. Apesar disso, os escorpiões se
destacam por serem responsáveis por aproximadamente
30% dos casos, superando em números absolutos os
casos de ofidismo. O presente estudo foi desenvolvido
no projeto de extensão “O Bicho vai Pegar!”, em parceria
Universidades Castelo Branco
[email protected]
A Educação Ambiental fundamenta-se na mudança
de percepção que o indivíduo tem do ambiente em que
está inserido. Percebemos a importância de se trabalhar
a Educação Ambiental com a Terceira Idade, por serem
mais velhos, os idosos são mais inflexíveis e de difícil
tratamento no que se refere à mudança de paradigmas.
Animais peçonhentos são aqueles que possuem veneno e
um aparato para inocular esta substância química. A toxina
que os animais peçonhentos produzem, serve para matar
ou paralisar os animais dos quais se alimentam, auxiliando
em suas digestões e em sua defesa quando se sentem
ameaçados. Os acidentes com animais peçonhentos
constituem um problema relacionado não somente à saúde
pública, mas também à economia de um país. Este trabalho
foi desenvolvido no projeto “O Bicho vai Pegar!”, do NGPS
– Núcleo de Gestão de Programas Sociais e do CEPBIO Centro de Pesquisa em Biologia da Universidade Castelo
39
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
Branco. O projeto atua na área de prevenção e tratamento
de acidentes com animais venenosos e peçonhentos.
O trabalho foi realizado com idosos, alunos do projeto
“Alfabetização Solidária”, do governo federal em parceria
com a Universidade Castelo Branco, na Zona Oeste do Rio
de Janeiro. A principal metodologia foi o estudo qualitativo
e quantitativo de coleta de informações, que envolveu
observação participante e entrevistas semi-estruturadas
sobre a prevenção e conhecimento dos animais marinhos
perigosos. O tratamento dos dados foi realizado no software
Origin® versão 8.0. O método possibilitou quantificar o
conhecimento dos idosos a respeito do assunto e seus
métodos terapêuticos em acidentes com animais marinhos.
Um dos motivos para a ocorrência de acidentes é o
desconhecimento, principalmente por pessoas da Terceira
Idade, de algumas características dos animais causadores
dos mesmos. Saber onde vivem, seus hábitos, se são
agressivos ou não, entre outras informações, contribuiria
para uma maior prevenção. Animais marinhos são
perigosos, pois podem provocar perfurações, traumas e
intoxicações (envenenamentos). Os acidentes por animais
marinhos venenosos e traumatizantes podem provocar
morbidez importante em humanos. Dentre aqueles que
normalmente causam acidentes traumáticos estão os
ouriços-do-mar (cerca de 50% dos acidentes), os cnidárioscubomedusas e caravelas (25% dos acidentes) e os peixes
bagres, arraias e peixes-escorpião (25% dos acidentes).
da população em relação ao tema. Objetivamos investigar
a distribuição de cursos de medicina das Instituições de
Educação Superior – IES – brasileiras que apresentam em
suas matrizes curriculares formação relativa aos animais
peçonhentos. O método utilizado foi o estudo quantitativo
caracterizado pela triangulação dos dados, com o uso de
diferentes fontes das 74 IES com cursos de graduação
em medicina: Pesquisa online, Dados eletrônicos e
Análise de Projetos Político-pedagógicos. Utilizou-se na
amostra as instituições de ensino federais e estaduais
que apresentavam cursos de graduação em medicina.
Os resultados mostraram que apenas 43% (n=32) das
escolas médicas estudadas possuem conteúdos sobre
Animais Peçonhentos em suas grades curriculares. Desse
percentual, a região que apresentou maior porcentagem
de cursos com abordagem no tema foi a região Sudeste
(87%, n=11). Apenas 67% (n=50) dos cursos disponibiliza
ementário, evidenciando que existe uma defasagem de
informação institucional digital no ensino superior do
Brasil. Os componentes curriculares nos quais existe o
conteúdo de animais peçonhentos são relacionados às
áreas de Infectologia e Doenças Tropicais ou Urgência
e Emergência. Desse modo, pode-se concluir que existe
necessidade das escolas médicas reavaliarem os seus
perfis de egresso, potencializando a formação dos médicos
sobre os acidentes com animais peçonhentos, já que estes
são importantes agravos de emergência.
Palavras-chave: Animais Marinhos, Acidentes, Educação Ambiental
Palavras-chave: Educação médica, Animais peçonhentos, ofidismo.
1
2
A FORMAÇÃO MÉDICA SOBRE ANIMAIS
PEÇONHENTOS NO BRASIL: UM
PANORAMA ATUAL.
A IMPORTÂNCIA NA MINISTRAÇÃO DE
CURSOS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE
ANIMAIS PEÇONHENTOS
André Luís MELO dos Santos1, Rejâne Maria LIRA-DA-SILVA2
Tauane Vaccas1, Josias Ribeiro Lopes1, Claudia Vilalva Cassaro1,
Airton Lourenço Jr1, Luciana Curtolo de Barros1, Lucilene Delazari
Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira Orsi 1,Rui
Seabra Ferreira Jr1
Bolsista do Programa de Bolsas de Iniciação à Extensão (PIBIEX/
UFBA), Estudante de Medicina da Faculdade de Medicina da
Bahia/UFBA, Bahia, Brasil.
- Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/
UNESP, São Paulo, Brasil
1
Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos, Instituto de Biologia,
Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA), Bahia, Brasil.
[email protected]
[email protected]; [email protected]
Os acidentes com animais peçonhentos representam
uma problemática para a saúde pública, são comuns e
apresentam importância médica devido a sua frequência
e as seqüelas que estes podem causar. Dados estatísticos
demonstram que a maior incidência de acidentes são
ocasionados por escorpiões, aranhas e serpentes.
Salientando que os acidentes ofídicos podem ser
considerados os de maior importância, pela gravidade que
proporcionam. Muitos acabam evoluindo para quadros mais
graves devido ao desconhecimento e principalmente a
crenças, mitos populares e primeiros socorros inadequados.
Tratamentos eficientes foram desenvolvidos ao longo dos
anos, entretanto, questões mais simples, como formas
de prevenção podem ser mais exploradas e difundidas.
O Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos
(CEVAP), UNESP de Botucatu, São Paulo, oferece cursos,
palestras, exposições e treinamentos sobre Biologia,
Identificação e Acidente por Animais Peçonhentos para
grupos de funcionários de empresas e órgãos públicos,
bem como para estudantes e profissionais de outras
universidades. Essas atividades podem ser realizadas no
Acidentes com animais peçonhentos foram reconhecidos
pela OMS em 2010 como doenças negligenciadas e são um
problema de saúde pública. Têm alta incidência no Brasil,
sobretudo nos estados onde as atividades econômicas
relacionadas à gropecuária são bem desenvolvidas, como
Pará, Minas Gerais, Paraná e São Paulo e em áreas pobres
das grandes regiões metropolitanas, especialmente no
Nordeste. Nesse contexto, muitos envenenamentos podem
acontecer como acidentes laborais, sendo necessário
atendimento médico urgente em unidades de saúde com
recursos humanos e materiais capacitados a dar conta
dos desdobramentos do envenenamento. A dinâmica do
Sistema Único de Saúde (SUS) propõe que a porta de
entrada do paciente nos serviços seja a atenção primária,
onde a Unidade de Saúde da Família é o corpo fundamental.
Nesse sentido, é necessário que os profissionais de saúde,
sobretudo médicos, saibam como lidar com o paciente
acidentado e promovam ações de prevenção desses
acidentes e promoção em saúde com vistas a educação
40
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
CEVAP ou na própria instituição. O presente trabalho teve
como objetivo demonstrar a importância do curso teóricoprático ministrado para funcionários da empresa Duratex.
O Curso intitulado “Animais Peçonhentos” foi realizado
nos dias 10 e 11 de julho de 2014 na empresa Duratex,
localizada em Botucatu – SP. O curso obteve a participação
de 40 pessoas, em sua maioria trabalhadora rural.
Foram distribuídos folders e materiais didáticos, após foi
realizada a palestra ”Identificação e acidente por animais
peçonhentos”. Os principais assuntos abordados foram:
epidemiologia, identificação dos animais peçonhentos,
formas de prevenção, acidente com animais peçonhentos,
primeiros socorros e mitos e crendices populares. No dia
seguinte, o curso iniciou-se com prática de contenção e
identificação de animais peçonhentos, foram apresentados
os equipamentos para contenção e manejo utilizados para
estes animais. Os participantes receberam instruções para
captura e manejo de serpentes, e puderam aprimorar
os conhecimentos sobre a contenção de serpentes e de
outros animais peçonhentos. O curso foi ministrado em
seu total de oito horas. Considera- se que a temática é
extremamente importante, pela ocorrência e aumento
dos índices de acidentes com animais peçonhentos no
município de Botucatu. O curso salientou a importância
da preservação ambiental, destacando a função biológica
da fauna silvestre, e orientou sobre o adequado manejo
das serpentes, visando à segurança das pessoas, e dos
próprios animais. Concluindo que para estas pessoas
informações simples, como identificar o agente causador
e o que fazer com o acidentado, pode facilitar o manejo
e evitar acidentes.
biologia das diferentes espécies, comportamento,
prevenção dos acidentes, primeiros socorros, assuntos
relacionados a importância ecológica e ainda, como os
venenos animais podem servir de matéria prima para a
elaboração de fármacos. Para o treinamento teórico são
utilizados os auditórios disponíveis na Fundação Ezequiel
Dias, posteriormente, os visitantes são encaminhados
para a exposição permanente do setor onde podem
observar um acervo didático com peças anatômicas e
alguns exemplares vivos de serpentes peçonhentas, não
peçonhentas e aracnídeos da fauna brasileira. Os terrários
possuem fichas individuais contendo informações básicas
sobre a espécie como, nome vulgar, nome científico,
distribuição geográfica, entre outras. O objetivo do presente
trabalho foi a avaliação quantitativa do
treinamento
realizado pela Fundação Ezequiel Dias no ano de 2013. No
ano em questão, foram ministradas palestras para 7.324
participantes em um total de 169 atendimentos, sendo 72
dentro da Fundação com participação de 1.574 pessoas e
97 externas com 5.750 participantes. No total 25 municípios
(Belo Horizonte, Contagem, Betim, Congonhas, Conceição
do Mato Dentro, Conselheiro Lafaiete, Sete Lagoas, Montes
Claros, Ribeirão das Neves, Nova Lima, Itabirito, Juiz de
Fora, Lagoa Santa, Ibirité, Caeté, Nova União, Uberlândia,
Prata, São Gonçalo do Rio Abaixo, Pompéu, Brumadinho,
Uberaba, Santo Antônio do Rio Abaixo, Juatuba, Barão de
Cocais) foram atendidos com o treinamento em diversas
empresas, universidades, cursos técnicos e escolas de
ensino fundamental e médio. Segundo dados do setor,
o número de palestras realizadas entre janeiro de 1999
a outubro de 2003 foi de 69 atendimentos. Somente
em 2013 o número de atendimentos superou o período
citado, demonstrando o crescimento e importância da
atividade, além do reconhecimento da população na
prestação do serviço.
Palavras-chave: herpetofauna, educação ambiental, manejo
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DO
TREINAMENTO SOBRE ANIMAIS
PEÇONHENTOS REALIZADOS PELA
FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS EM 2013
Palavras-chave: Funed, animais peçonhentos, treinamento e palestra
CIÊNCIA VITAL PARA O
BRASIL:POPULARIZANDO A CIÊNCIA
BASE DAS CIÊNCIAS E DIVULGANDO A
SAÚDE NO INSTITUTO VITAL BRAZIL
Rafael Batista Pereira 1; Rebeca de Castro Moreira Ribeiro 1;
Aristóteles Kawa 2
1
2
- Técnicos da Fundação Ezequiel Dias - FUNED/MG
Breno Hamdan1 2, Nathalie Citeli1, Valéria Ferreira1, Beatriz de
Castro1, Carlos Rodrigues, Tania Klober Brazil1
- Médico Veterinário - FUNED/MG Rafael Batista Pereira
[email protected]
1
O Serviço de Animais Peçonhentos da Fundação Ezequiel
Dias- FUNED, referência no assunto em Minas Gerais,
tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento
biotecnológico através da criação e manutenção de
animais em cativeiro, gerar e difundir o conhecimento sobre
animais peçonhentos por meio de atividades de exposição
e visitação pública, além da extração e preparo de venenos
de origem animal para suprir a demanda de pesquisas
e para o seu foco principal, que é a produção de soros
hiperimunes. O Serviço desempenha também sua função
de agente educador da comunidade por meio do seu
programa de visitas, que permite a profissionais de áreas
biológicas e da saúde, estudantes, e demais interessados
agendar treinamentos ou palestras, para conhecer sobre
as atividades desenvolvidas no setor. Sendo incluídos
nos temas abordados assuntos como identificação,
Coleção Científica Instituto Vital Brazil, Instituto Vital Brazil,
Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.
2
[email protected]
Compreender a temática Evolução Biológica é condição
básica para o entendimento de todo conhecimento já
produzido pelas ciências da vida e médicas. De acordo
com o IBGE, 31% dos brasileiros acreditam que Deus
criou o ser humano nos últimos dez mil anos, da forma
como somos hoje e 54% acreditam que o homem vem se
desenvolvendo ao longo de milhões de anos, mas Deus
planejou e dirigiu este processo. Esses dados apontam
que a população brasileira em geral não acredita ou
desconhece a Evolução Biológica. A escassez de recursos
metodológicos para a abordagem desse conteúdo
constitui uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos
professores para a popularização dessa temática. O
41
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
presente trabalho apresenta o desenvolvimento do Projeto
CIÊNCIA VITAL PARA O BRASIL: POPULARIZANDO
A CIÊNCIA BASE DAS CIÊNCIAS E DIVULGANDO A
SAÚDE NO INSTITUTO VITAL BRAZIL (IVB) que propõe
a confecção de kits didáticos como instrumento para
popularização das ciências e ensino sobre evolução
biológica. O projeto está sendo desenvolvido pela Coleção
Científica do Instituto Vital Brazil e seu foco está direcionado
no estudo comparativo das estruturas homólogas em
diferentes vertebrados (peixes, aves, mamíferos, répteis e
anfíbios) e nas diferentes dentições das serpentes (áglifa,
opistóglifa, proteróglifa e solenóglifa) como forma de
apresentar evidências práticas de Evolução. Os Zookits são
produzidos a partir da preparação de animais procedentes
da coleção didática do IVB que conta com cerca de 500
exemplares. As estruturas utilizadas são principalmente
crânios, caixas torácicas, cinturas escapulares e pélvicas,
membros anteriores e posteriores, além de órgãos internos.
O método consiste em descarnar parcialmente as estruturas
após alguns minutos em água fervente, seguido de
limpeza e clarificação com água oxigenada a 30 volumes e
montagem. Dentre os materiais preparados para exposição
destacam-se as serpentes cascavel Crotalus Crotalus,
cipó-bicuda Oxybelis aeneus, jararacas Bothrops jararaca
e Bothrops jararacussu, o anfíbio Rana catesbeiana, e
um peixe Actinopterygii, Os resultados esperados são a
montagem da exposição permanente “Evolução Biológica”
na sala de exposições do IVB, a disponibilização de Zookits
para professores e para exposições itinerantes promovidas
pelo IVB. A teoria da evolução, acrescida das atualizações
e desdobramentos ocorridos nos últimos 150 anos, não só
explica a diversidade da vida como também proporciona
uma excelente oportunidade para análises e reflexões que
desenvolvem o espírito crítico daqueles que a estudam.
Por essas razões, entender de forma clara essa disciplina
contribui para formar uma cidadania informada, capaz de
tomar decisões pensadas e de se adaptar a mudanças.
“animais peçonhentos” compostos por cinco questões
fechadas (objetivas) para 14 alunos recém-ingressos
no curso de Ciências Biológicas, com idade entre 17 e
20 anos. A investigação foi feita por meio de análises de
respostas aos questionários, utilizando estatística simples
(porcentagem). Escolhemos para análise as questões que
mais apresentaram erros, ou seja, duas delas. Equívocos
graves foram verificados quando os alunos deveriam
apontar uma medida simples para reconhecer uma serpente
peçonhenta. A maioria, 57% (n=8) deu como resposta a
cabeça triangular, e um aluno ainda acreditava que através
da pupila vertical 7% (n=1), seria possível identificar uma
serpente peçonhenta. A diferenciação entre serpentes
peçonhentas e não peçonhentas, por muitos anos foi dada
através de um quadro ou listagem encontrada nos livros
didáticos que continha informações sobre características
anatômicas e hábitos de cada grupo de serpentes. Mas
os referidos critérios de diferenciação não são adequados
à diversidade de serpentes brasileiras. Chama a atenção
o fato de quando perguntado “Quais são as principais
aranhas de interesse médico encontradas no Brasil”,
36% (n=5) responderam corretamente e outros 36% dos
estudantes sequer souberam responder essa questão. Um
fator responsável por altos índices de acidentes causados
por aranhas é a falta de conhecimento da população sobre
a biologia desses animais, bem como sobre a prevenção
de acidentes. Com a análise dos dados obtidos, ficou claro
que a temática animais peçonhentos não está associada
apenas a questões ambientais e de saúde, mas apresenta
relação importante com as crendices, mitos e também
fantasias incutidas pela mídia. Por essa razão, podese perceber a riqueza de se explorar didaticamente as
concepções prévias trazidas pelos alunos para as salas de
aulas, pois os conhecimentos a respeito da identificação
correta dos animais, seus hábitos, ou a sintomatologia
desenvolvida após os acidentes, podem auxiliar no correto
diagnóstico e prevenção dos acidentes.
Palavras-chave: Divulgação, Material Didático, Animais Peçonhentos
Palavras-chave: Acadêmicos, prevenção, concepções prévias
Financiadores: Diretoria Científica - Instituto Vital Brazil
CONHECIMENTO POPULAR SOBRE
SERPENTES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA
NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO,
RJ
CONHECIMENTO DE FUTUROS
BIÓLOGOS SOBRE ANIMAIS
PEÇONHENTOS
Henrique Garcia dos Santos; Nathalia Fonseca Miranda; Laís
Marins Ferreira de Oliveira; Andressa Camargo Madruga; Marcelo
Araújo Soares
Leonan Guerra 1;Juliano Rigo 1;Luiz Caldeira Brant de Tolentino
Neto 1;Maria Rosa Chitolina Schetinge 1
1
Universidade Federal de Santa Maria, Brasil
Universidade Castelo Branco
[email protected]
[email protected]
Acidentes com animais peçonhentos constituem um sério
problema de saúde pública no Brasil. Difundir e aprofundar
as informações sobre esses animais pode ser um caminho
para prevenir acidentes. Pensando na importância que
o tema animais peçonhentos tem para a saúde pública,
essa pesquisa objetivou investigar os conhecimentos
que os futuros licenciados e bacharéis recém- ingressos
no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Santa Maria possuem sobre os principais animais
peçonhentos de interesse médico encontrados no Brasil.
Aplicou-se um questionário investigativo sobre o tema
Entre os países sul-americanos o Brasil é o que apresenta
o maior número de acidentes com animais peçonhentos
por ano. Pelo número elevado de acidentes e a falta de
conhecimento sobre esses animais, estes elementos que
estão associados e enraizados na cultura popular podem
levar ao declínio desses animais. A articulação de ações
educativas objetivando a prevenção de acidentes com
animais perigosos auxilia na melhoria dos aspectos sociais
e ambientais, e potencializam a função da educação para se
obter mudanças culturais e sociais, através da Educação.
42
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
O conhecimento popular é socialmente elaborado e
compartilhado, constituindo a partir de nossas experiências
do dia-a-dia, como também pelas informações e modelos
de pensamentos que adquirimos e transmitimos através de
nossas ações, classificadas como tradição, educação e
comunicação social. O presente estudo foi realizado pelo
projeto “O Bicho vai Pegar!” do Centro de Pesquisa em
Biologia - CEPBIO, em parceria com o Núcleo de Gestão de
Projetos Sociais – NGPS da Universidade Castelo Branco,
que atua na área de prevenção de acidentes com animais
venenosos e peçonhentos na zona oeste do Rio de Janeiro.
O trabalho foi realizado com moradores e estudantes do
bairro de Realengo, Rio de Janeiro. A principal metodologia
foi a coleta de informações, que envolveu observação
participante e entrevistas semi-estruturadas sobre o
conhecimento das serpentes peçonhentas. O método
possibilitou quantificar e qualificar o conhecimento dos
moradores e estudantes a respeito do assunto, priorizando
a investigação do conhecimento e suas concepções
prévias. O trabalho foi realizado em setembro de 2014,
com cerca de 60 entrevistados. Dos entrevistados, 93%
afirmaram que nem todas as serpentes são venenosas e
7% acreditam que todas as serpentes são venenosas. Dos
questionados, 92% responderam que não são todas as
picadas de serpentes que matam e 8% alegam que todas
as picadas de serpentes matam. Das serpentes que mais
causam acidentes no Rio de Janeiro, 55% dos entrevistados
declararam que jararaca é a principal e 45% crêem que
a cascavel é a responsável. No presente estudo Os
resultados revelam a premente necessidade de esclarecer
e informar a população de Realengo sobre a importância
do conhecimento sobre serpentes de importância médica
e a prevenção de acidentes.
serem tomadas, tratamento, profilaxia e papel ecológico
das espécies. O Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Machado,
via grupo de apoio à pesquisa e extensão de museologia,
organizou um material didático, de fácil compreensão, de
acordo com as necessidades de nivelamento educacional
dos níveis fundamentais e médio. Esse material foi
construído com banners, caixas transparentes lacradas
(para que se mantenha a segurança dos palestrantes e
dos alunos durante as palestras), multimídia, coleções
didáticas, slides e vídeos. Também foram utilizados
exemplares de serpentes in vivo não peçonhentas, para
demonstração e também espécimes taxidermizados ou
preservados em meio liquido. O material didático para
realização das palestras e exposições foi elaborado durante
a primeira etapa do projeto. Na segunda etapa, foi aplicado
um primeiro questionário com 10 perguntas para tentar
diagnosticar o nível de conhecimento a respeito de animais
peçonhentos. No final das palestras, foi aplicado outro
questionário para tentar esclarecer os resultados obtidos
inicialmente. Entre os animais peçonhentos abordados no
trabalho o que despertou maior interesse foi o relacionado
com as serpentes. Verificou-se a falta de informação sobre
alguns conhecimentos como a distinção entre serpentes
peçonhentas e não peçonhentas, como agir em casos
de acidentes e de mitos relacionados com serpentes. As
palestras despertaram a curiosidade dos alunos sobre
o tema, ajudando na compreensão sobre tais animais,
assim como na importância ecológica destes, levando
informações sobre os procedimentos que devem ser
tomados no contato com os mesmos. Essas informações
são importantes, pois os animais peçonhentos despertam
a curiosidade dos alunos, que os veem como agressivos
perigosos e relacionados comumente com várias lendas
e mitos. Tais ações se fazem necessárias, levando-se em
conta a importância que estes animais têm no ecossistema,
sendo a educação ambiental uma ferramenta para esse fim.
Palavras-chave: Serpentes, Conhecimento
CONSCIENTIZAÇÃO À RESPEITO DE
ANIMAIS PEÇONHENTOS NAS ESCOLAS
DE MACHADO-MG
Palavras-chave: Educação ambiental, Animais peçonhentos.
DIVULGAR E POPULARIZAR A CIÊNCIA
DOS ANIMAIS PEÇONHENTOS: DO
VENENO À SUA UTILIZAÇÃO NA
MEDICINA.
Elias Emmanuel Cordeiro1, Leonardo Pazzini, Vieira1, Guilherme
dos Anjos Nascimento1, Taina Teixeira Furtado, Vinicius José
Silva Barbosa Moreira1, Carlos Rodrigues de Moraes Neto2, José
Alencar de Carvalho1
[email protected], [email protected],guilherme.
[email protected], [email protected],
[email protected], jalencardecarvalho@hotmail.
com, [email protected]
Leticia Gomes de Pontes, Denis Augusto Caetano, Nayara Vieira
Rodrigues, Patricia Rocha Mendes, Tatiane Fernanda Sylvestre,
Priscila Zacarias de Azevedo, Rinaldo Poncio Mendes
[email protected]
Devido à necessidade da difusão do conhecimento sobre
animais peçonhentos e a escassez de articulações de
ações educativas voltadas à prevenção de acidentes com
estes animais, objetivou-se com este trabalho conscientizar
os alunos de escolas públicas e particulares da cidade
de Machado-MG, a prevenir acidentes com animais
peçonhentos, buscando a melhoria socioambiental, a
preservação das espécies e a potencialização de uma
mudança cultural e social de forma que sejam adotados
novos comportamentos diante da relação entre as pessoas
e os animais peçonhentos. Este projeto também visa à
orientação da comunidade sobre as principais espécies,
sintomas de acidentes nas vítimas, medidas corretas a
Tradicionalmente, a pesquisa na área da ciência e tecnologia
é visto como um estado de grandes complexidades,
delegado exclusivamente às universidades e centros de
pesquisas. Este cenário cria uma grande diferença entre
os profissionais envolvidos na pesquisa e a comunidade
acadêmica fora da universidade. Diante disso, o Programa
de Pós-graduação em Doenças Tropicais da Faculdade de
Medicina da UNESP de Botucatu tem a missão de integrar
seus alunos de mestrado e doutorado com alunos da rede
básica do ensino médio através desse projeto de extensão,
no qual os alunos de pós-graduação serão capacitados
para transferir valores, conhecimento e experiência nas
43
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
diversas temáticas das doenças tropicais ao alunos através
do curso de férias “Do Amarelão às picadas de cobra:
um passeio pelas doenças tropicais”. Desta forma, este
projeto atua com o objetivo de aproximar a comunidade às
atividades científicas realizadas na UNESP. Esta integração
conta com atividades lúdicas-científicas durante este
curso de férias por meio de práticas laboratoriais, modelos
lúdicos, peças de teatro, brincadeiras, jogos, músicas,
vídeos e revistas em quadrinhos. Desde 2012 até 2014, este
curso contemplou a participação de 150 jovens oriundos
de diversas escolas da rede básica do ensino público
da cidade de Botucatu e região. Contudo, os resultados
obtidos até o momento, foram excelentes em termos de
aprendizagem e incentivo ao estudo, conforme análise de
fichas de avaliação preenchidas pelos próprios alunos ao
final de cada curso e segundo dados de vestibular/ingresso
em instituições de ensino superior. Cerca de 10 destes
alunos do ensino médio posteriormente aos cursos de férias
foram convidados à participaram da rotina de laboratórios
de pesquisa e ambientes hospitalares supervisionados
por docentes e alunos de pós-graduação do programa de
Doenças Tropicais agraciados com bolsas do CNPq (PIBIC
Junior) até o momento, sendo 6 deles supervisionados
por pesquisadores do Centro de Estudos de Venenos e
Animais Peçonhentos, a fim de adentrarem ao mundo
das pesquisas de prospecção de compostos bioativos
para o desenvolvimento de novos fármacos e no manejo
de animais peçonhentos. Este projeto tem promovido
a união entre a comunidade com a universidade, com
estratégias simples, mas com grande impacto na mudança
de paradigmas e tem sido uma iniciativa de educação não
formal pois tem concedido aos alunos do ensino médio a
oportunidade de vivenciar as práticas laboratoriais de um
centro de pesquisa juntamente com alunos de graduação e
pós-graduação da UNESP.
2014, esses acidentes ocorrem com maior frequência nos
messes de Março á Junho, em Março de ambos os anos
houve 20 acidentes, em Abril o número se manteve igual
com 20 acidentes, já em Maio houve um aumento com 23
acidentes, e em Junho com 21 acidentes, (apresentando
um total de 84 acidentes), e com o intuito de prevenção
o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do
Sul de Minas Gerais, Câmpus Machado e o Museu de
Ciências Naturais do Câmpus, recentemente instalado,
vêm exercendo um papel de vital importância junto aos
trabalhadores rurais do município de Machado e municípios
vizinhos. Este trabalho tem como função conscientizar as
pessoas que têm uma relação direta com serpentes. Por
esta razão os alunos estagiários do Museu desenvolvem
um trabalho de conscientização na comunidade para que
os moradores e, principalmente os trabalhadores rurais, ao
se depararem com uma serpente, saibam a melhor maneira
de proceder para se protegerem de um possível acidente,
e sempre que possível, preservando a vida do animal, para
que o mesmo seja enviado ao IF Machado. Os ofídios que
chegam ao IF Machado são abrigados temporariamente
em um serpentário no próprio Câmpus, recebendo
alimentação e cuidados especiais caso cheguem
com fraturas causadas por instrumentos de trabalho e
atropelamentos, o que é bastante comum na região. Após
o tempo necessário para que o animal se recupere, o
mesmo e enviado ao Instituto Butantã para a extração da
sua peçonha e pesquisas cientificas. Os estagiários têm
feito um trabalho de conscientização junto às pessoas da
comunidade no sentido de pedir a eles que mesmo que
o animal esteja morto, seja enviado ao Museu, pois será
taxidermizado ou colocado em meio líquido para fazer
parte do acervo do Museu. O vinculo entre o IF Machado
e o Instituto Butantã, propicia um grande conhecimento
para os nossos alunos estagiários, tornando os mesmos
qualificados para repassar conhecimentos aos membros
da comunidade, sobre os benefícios que a soroterapia
fornece á saúde dos seres humanos e como conseguir tais
benefícios quando necessitarem.
Palavras-chave: ensino brasileiro, pós-graduação
Financiadores: FAPESP
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E
CONTRIBUIÇÕES A SOROTERAPIA
NACIONAL
Palavras-chave: Manejo de ofídios, Coleção museal
EDUCATIONAL ACTIONS OF REDE DE
ZOOLOGIA INTERATIVA (REDEZOO)
ABOUT VENOMOUS ANIMALS: WHAT
DOES THE PUBLIC THINK?
Maria das Graças de Souza Carvalho1, Ricardo Henrique de
Carvalho1, Alice Souza Leal1, Renan Gonçalves de Carvalho1,
Vinicius José Silva Barbosa Moreira1, Carlos Rodrigues de Moraes
Neto2 José Alencar de Carvalho1
Rodrigo Maia Marques1, Rejâne M. Lira-da-Silva1
IF Câmpus Machado-IF Sul de Minas
1
2
Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto
de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de
Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador,
Bahia, Brasil, 40.170-210.
1
Departamento de Vertebrados, Museu Nacional,
Universidade Federal do Rio de Janeiro- MN/UFRJ
[email protected], ricardocnpq@hotmail.
com, [email protected], [email protected],
[email protected]
[email protected]
Since its foundation in 1987, the Núcleo de
e Animais Peçonhentos of Federal University
(NOAP/UFBA) has as one of its assumptions
divulgation about venomous animals, dating
the “Não existem vilões na natureza”, led by
Institute that influenced many institutions that
these animals. In 2005, the Rede de Zoologia
(REDEZOO) was created, a project that allies
Nos últimos 2 anos foram registrados 148 acidentes com
ofídios peçonhentos no município de Machado-MG (3
do gênero Bothrops, 6 do gênero Crotalus e 139 não
identificados), dentre os quais 88 ocorreram em 2013. Em
2014, até agosto, na mesma localidade, foram registrados
60 acidentes (2 do gênero Bothrops, 3 do gênero Crotalus
e 55 não identificados). Foram analisados que em 2013 e
44
Ofiologia
of Bahia
scientific
back to
Butantan
research
Interativa
teaching,
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
researching and university extension about venomous
animals. This initiative strengthened educational actions of
NOAP/UFBA, recognized as a museum by IPHAN in 2008.
After almost 10 years of implantation, this research aims to
evaluate the potential of educational actions in the fields of
mediation, museography and public, besides strengthening
museum and educational sector management of NOAP/
UFBA. Educational actions occur throughout the year, by
requesting or partnership with many institutions (public or
private ones), specially of teaching, from primary school
to college. The museographic proposals include the Live
Zoology (live animals in decorated terrariums to mimic their
natural environment); Zookits (kits of skulls, snakes’sheds,
leather, eggs, hemipenises and rattles,animals in resins
and alcohol conserved to be observed with a magnifying
glass); Zooteca (board games); videos and stop motion;
experiments (simulations of snake’s thermoreception and
scorpion’s UV reflection) and REDEZOO on scene (plays
with puppets and finger puppets). Activities took place
from January to October of 2014 and a quali-quantitative
approach questionnaire was applied on the public, that
signed a Term of Free and Informed Consent. In this period,
10 interventions were performed, with an approximated
of 1.600 visitors and 48 questionnaires, answered by
students of Colégio Ana Cristina Prazeres Mata Pires
and general visitors of Science and Technology National
Week, in Salvador (BA). Results showed that respondents’
understanding about the exposure’s objective permeated
areas of “knowledge” (n = 19, 39,5%), “prevention” (n =15,
31,2%) and “conservation” (n = 2, 4,1%) about venomous
animals and that participating of the activity sparked interest
of knowing more about these animals (n = 33, 68,7% of
positive answers). It was noticed that, generally, REDEZOO
accomplished its objectives, among them, divulgation
about venomous animals, mainly in the demystification and
educomunication between community and university, and
that its strategies had a great acceptance.
Key words: Venomous animals, Scientific divulgation, Museums
ocorrência de acidentes é o desconhecimento, por parte
da população, de algumas características dos animais
causadores dos mesmos. Os conhecimentos prévios têm
base no contexto social e cultural em que ela se encontra
inserida e corresponde à organização fundamental de sua
mente, que determina sua maneira de sentir, de pensar e
de agir. O presente estudo foi desenvolvido no projeto de
extensão “O Bicho vai Pegar!”, em parceria com o Núcleo de
Gestão de Projetos Sociais – NGPS, da Universidade Castelo
Branco. O projeto atua na área de prevenção e tratamento
de acidentes com animais venenosos e peçonhentos. O
trabalho foi realizado com alunos do ensino médio de escola
pública, da zona oeste do Rio de Janeiro, RJ e teve por
objetivo o estudo das concepções prévias do conhecimento
científico escolar, sobre
serpentes peçonhentas. O
trabalho foi realizado com alunos do ensino médio do CIEP
Guilherme da Silveira Filho no bairro de Jardim Bangu, na
zona oeste do município do Rio de Janeiro. A principal
metodologia foi o estudo qualitativo e quantitativo de coleta
de informações, que envolveu observação participante e
entrevistas semi-estruturadas sobre o conhecimento das
serpentes peçonhentas. O método possibilitou quantificar
e qualificar o conhecimento dos estudantes a respeito do
assunto, priorizando a investigação do conhecimento e
suas concepções prévias. Dos alunos entrevistados, 12%
responderam que todas as serpentes que existem no Brasil
são peçonhentas, 71% mostraram-se contrários a essa
questão e 17% não souberam responder. No pós-teste
96% responderam que não acham que todas as serpentes
do Brasil são peçonhentas. Dos alunos entrevistados 50%
responderam que ter entulhos, madeira ou lixo acumulado
perto de sua residência atrai serpentes, 8% responderam
que não e 42% responderam que não sabem dizer. No pósteste 100% responderam que ter lixo e outros materiais
acumulados atrai serpentes. No presente estudo os
resultados revelam a necessidade de esclarecer aos alunos
do ensino médio das escolas públicas da zona oeste do Rio
de Janeiro, sobre a importância da prevenção de acidentes
com serpentes peçonhentas.
Financial support: PROUFBA/PROPICI/UFBA
Palavras-chave: Animais peçonhentos, Conhecimento escolar
ESTUDO DAS CONCEPÇÕES PRÉVIAS
DO CONHECIMENTO ESCOLAR SOBRE
SERPENTES PEÇONHENTAS DE
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE ESCOLA
PÚBLICA DA ZONA OESTE DO RIO DE
JANEIRO, RJ
Financiador: Universidade Castelo Branco
JOGOS DIDÁTICOS: UMA FERRAMENTA
INTERATIVA PARA ESPAÇOS NÃOFORMAIS
Tauane Vaccas1, Josias Ribeiro Lopes1, Claudia Vilalva Cassaro1,
Airton Lourenço Jr1, Luciana Curtolo de Barros1, Lucilene Delazari
Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira Orsi1,Rui
Seabra Ferreira Jr1
Barbara Cristina de Albuquerque Melo; Thamires Lelis Barbosa
da Silva; Débora Rodrigues de Souza; Sandra Regina de Siqueira;
Marcelo Araújo Soares
Universidade Castelo Branco - Rio de Janeiro
- Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/
UNESP, São Paulo, Brasil
[email protected]
[email protected]
Os acidentes com animais peçonhentos constituem um
problema relacionado não somente à saúde pública, mas
também à economia de um país. A toxina que os animais
peçonhentos produzem, serve para matar ou paralisar suas
presas, auxiliando em suas digestões e em sua defesa
quando se sentem ameaçados. Um dos motivos para a
Desenvolver estratégias para a interação e a difusão
dos conhecimentos sobre animais peçonhentos e não
peçonhentos se faz necessário para a fixação de conteúdos
disseminados em espaços não formais. Atividades
educativas em ambientes não formais são diversas, uma
das possibilidades são jogos educativos que são utilizados
1
45
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
como ferramentas especializadas em desenvolvimento
de raciocínio, estas atividades lúdicas consistem na
contextualização e familiarização da temática abordada.
Os museus, bem como escolas, são espaços dedicados
ao ensinar e ao aprender, são escolas informais. O Centro
de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP)
da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho - UNESP
de Botucatu, São Paulo, possui o museu interativo “Toca
das Cobras” que se encontra aberto à visitação pública
e a visitas escolares agendadas. As visitas ao museu são
monitoradas por monitores devidamente capacitados.
O presente trabalho teve como foco a aplicação e
avaliação do jogo da memória intitulado “Toca das Cobras”
elaborado pelos monitores do CEVAP. O jogo é composto
por 40 peças, onde apresenta imagens em um dos lados,
contendo os nomes científicos e populares das espécies
que são expostas no museu e é aplicado para alunos
do ensino fundamental visitantes. Para começar o jogo
dividimos os alunos em grupos, as peças são postas com
as figuras voltadas para baixo, para que não possam ser
vistas cada participante deve virar duas peças e deixar
que todos as visualizem. Caso as figuras sejam iguais,
o participante deve recolher consigo esse par e jogar
novamente. Se forem peças diferentes, estas devem ser
viradas novamente, e é passada a vez ao participante
seguinte. Ganha o jogo quem tiver descoberto mais pares,
quando todos eles tiverem sido recolhidos. Por meio deste,
pode-se concluir que quando proporcionamos um ambiente
interativo com atividades lúdicas os alunos demonstram
um maior interesse sobre o tema abordado. Deste modo
transmitimos o tema de forma clara e objetiva, para que os
visitantes absorvam o conteúdo oferecido, assim facilitando
sua aprendizagem sobre estes animais. Compreender as
necessidades e dinâmicas de exposições planejadas
para o público auxilia os profissionais envolvidos a planejar
espaços que melhor atendam às expectativas desse
público, de modo a oferecer uma experiência museal
de maior qualidade.
mortes, especialmente, em crianças e idosos. O município
não dispõe de dados retrospectivos sobre escorpionismo,
pois até 2012 havia deficiência na triagem dos pacientes
e na notificação de acidentes (2 óbitos registrados). As
condições urbanas são favoráveis à proliferação dos
escorpiões, pois não há tratamento de esgotos e o acúmulo
de entulhos é crescente. Este trabalho objetivou descrever
a infestação domiciliar por T. serrulatus e as ações de
orientação sobre manejo de escorpiões e prevenção do
escorpionismo. Estas foram realizadas de dezembro de
2013 a julho de 2014 por meio de atividades de educação
em saúde, coleta e controle de escorpiões no ambiente
Peri e intradomiciliar e envio dos mesmos para produção
de soro antiescorpiônico. Os dados foram obtidos durante
visitas domiciliares a partir de relatos de moradores sobre
a ocorrência de escorpiões ou de notificações de casos
de acidentes. A visita e a coleta buscaram motivar os
moradores a adotarem hábitos que propiciem a prevenção
de acidentes escorpiônicos e visem contribuir para o bem
estar individual e coletivo. De dezembro de 2013 a julho
de 2014 foram visitados 36 imóveis. Destes, em 28 foram
coletados 196 escorpiões. O índice de infestação domiciliar
foi calculado conforme o Manual de Controle de Escorpiões
do Ministério da Saúde através da razão entre o número
de imóveis infestados e o número de imóveis visitados.
Essa razão resultou no índice 77,7 o qual de acordo com
a classificação do Ministério da Saúde está na categoria
altíssima (> 50 é altíssima, 26 – 50 alta, 1 – 25 média). O
bairro com maior número de solicitações de visita e de
escorpiões coletados foi o Central. Este resultado pode
estar associado à maior concentração de residências
e acúmulo de materiais diversos que favorecem a
proliferação dos escorpiões. Os dados aqui apresentados
permitiram concluir que a ação de educação em saúde e
investigação sobre a infestação por meio de busca ativa e
coleta de escorpiões foram importantes para conhecer a
realidade epidemiológica do escorpionismo no município,
possibilitando o planejamento de ações cada vez mais
eficazes em prol do bem estar coletivo e contribuindo com
a política de produção de soro antiescorpiônico, que é
distribuído em nível nacional.
Palavras-chave: atividades lúdicas,herpetofauna,educação ambiental
INFESTAÇÃO POR TITYUS SERRULATUS
EM ÁGUA LIMPA, GOIÁS: EDUCAÇÃO
EM SAÚDE E COLETA DE ESCORPIÕES
COMO AÇÕES PARA PREVENÇÃO DO
ESCORPIONISMO.
Palavras-chave: Scorpiones, Buthidae, partenogênese, escorpionismo
INFORMAÇÕES QUE PODEM ATÉ
SALVAR VIDAS: ANIMAIS PEÇONHENTOS
E UM GRUPO DE MILITARES DO
EXÉRCITO BRASILEIRO
Wélida Flávio Santos Almeida1, Dr. Everton Tizo Pedroso2, Rute
Maria Gonçalves de Andrade3 William Henrique Stutz4
1
Juliano Rigo1, Leonan Guerra2, Sonia Z. Cechin3 1, 2, 3 Laboratório
de Herpetologia - Universidade Federal de Santa jrigobio@gmail.
com
Mestranda em Ambiente e Sociedade, UEG – Campus Morrinhos,
GO;
2
UEG Campus Morrinhos, GO;
Os acidentes com animais peçonhentos ainda são
considerado um problema de saúde pública no Brasil devido
ao grande número de casos registrados pelo Ministério
da Saúde. A gravidade e o grande número de pessoas
atingidas tornam de grande importância esclarecimentos
públicos sobre os agentes causadores desses acidentes.
Muitos desses acidentes acontecem em locais afastados
de centros de atendimento médico, onde costumeiramente
os militares do Exército Brasileiro fazem seus treinamentos,
ficando mais vulneráveis aos acidentes com animais
Instituto Butantan – SP e
3
4
Laboratório de Animais Peçonhentos e Quirópteros de
Uberlândia – MG.
[email protected]
O município de Água Limpa (Goiás), com 2.013 habitantes,
apresenta alta infestação domiciliar por escorpiões Tityus
serrulatus, espécie partenogenética, considerada uma
das mais importantes em saúde pública, pois pode causar
46
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
peçonhentos. Atividades como oficinas, palestras, mostras,
exposições e cursos, nos diferentes seguimentos da
sociedade, tem se mostrado ações eficazes na redução
dos acidentes e/ou que possibilitam que os primeiros
socorros sejam realizados de forma correta. Esse trabalho
teve como objetivo capacitar um grupo de 52 militares do
Exército Brasileiro mostrando como identificar corretamente
os animais peçonhentos, prevenir os acidentes e tomar as
medidas necessárias para facilitar o tratamento clínico
evitando sequelas. No dia 15 de Agosto de 2013 foi
realizada, na Universidade Federal de Santa Maria/UFSM,
uma oficina sobre animais peçonhentos para o grupo
de militares de Santa Maria, RS, Brasil. Em um primeiro
momento, foi ministrada uma palestra com duração de duas
horas, na sala 2999, localizada no prédio 19 e logo após foi
feita uma visita guiada à Mostra Permanente da BiologiaUFSM, também localizada no mesmo prédio. Lá, o grupo
de militares pode observar na prática as características
da morfologia externa dos principais animais peçonhentos
da região Central do Rio Grande do Sul. A aceitabilidade
do grupo de militares foi excelente e durante a oficina as
dúvidas mais frequentes estavam relacionadas à toxicidade
dos venenos, ao tempo máximo do atendimento após o
acidente e às atitudes que devem ser tomadas em caso de
encontro com um animal peçonhento na natureza. Durante
a palestra e a visitação a Mostra Permanente da Biologia,
ficou nítida a importância em esclarecer principalmente as
atitudes que devem ser tomadas após ocorrer um acidente,
pois a maioria dos militares relatou que seus superiores
passaram informações errôneas acerca dos acidentes
com animais peçonhentos. Esse fato reforça a importância
de profissionais capacitados realizarem atividades
que possam esclarecer todas as dúvidas referentes
aos animais peçonhentos.
é de 50 cm, onde são encontradas placas com informações
sobre biologia, ecologia e distribuição geográfica. A porta
de manutenção das baias esta localizada em área de acesso
restrito, sendo permitido o acesso apenas a monitores. No
centro da área de visitação do museu, fica um móvel com
36 terrários, destinados aos animais de pequeno porte,
suas portas de manutenção também são localizadas em
área de acesso restrito. O museu Conta com um total
de125 animais, divididos em 50 espécies. É utilizado para
substrato das baias vermiculita, musgo, terra vegetal,
casca de pinus, pedras, troncos e galhos, contendo um
vasilhame de água para que os animais possam beber e se
refrescar. Para os animais arborícolas são utilizados galhos
secos e troncos, para os semi-aquáticos aquários, para os
terrícolas utilizamos, pedras, vermiculita, musgo, sempre
fazendo a ambientação o mais próximo do habitat natural,
construindo tocas para reduzir o estresse. O aquecimento
dos recintos é proporcionado por pedras aquecidas para
répteis e lâmpadas, o controle de temperatura é feito
utilizando termostatos, climatizadores de ar e resistências
cônicas. As visitas ocorrem de terça á domingo no horário
comercial, podem ser agendadas ou espontâneas e são
acompanhadas por monitores devidamente capacitados.
Para a capacitação de monitores foi desenvolvido um
roteiro de visitas, onde após um mês de treinamento são
submetidos a uma avaliação teórico-prática. No final das
visitas, o publico tem a oportunidade de poder manusear
serpentes não peçonhentas, quebrando mitos e tabus
sobre estes animais.
Palavras-chave: Serpentes, Monitoria, Educação Informal, Museu
O ENSINO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS
NOS CURSOS DE ENFERMAGEM EM
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
(IES) BRASILEIRAS
Palavras-chave: serpentes, acidente, prevenção, quartel
MUSEU INTERATIVO DO CEVAP “TOCA
DAS COBRAS”, ESPAÇO DE EDUCAÇÃO
INFORMAL
Josenai da Silva Penha (Universidade Federal da Bahia) e Rejâne
Maria Lira-da-Silva (Universidade Federal da Bahia)
[email protected]; [email protected]
Josias Ribeiro Lopes1, Claudia Vilalva Cassaro1, Tauane Vaccas1,
Luciana Curtolo De Barros1, Airton Lourenço Junior1, Lucilene
Delazari Dos Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira
Orsi1, Rui Seabra Ferreira Junior1
1
A Lei 8.080/1990 institui o Sistema Único de Saúde (SUS)
e a importância da formação de profissionais capazes
de atender às necessidades de saúde da população
brasileira e atuar no serviço público. Neste contexto, está
o atendimento aos acidentes por animais peçonhentos
que em 2010, a OMS reconheceu como doença tropical
negligenciada e problema de saúde pública. Estes agravos
crescem em número e ocupam o 2o lugar. Em 2012, à
atenção a estes agravos foram incluídos como uma das
atividades da Atenção Primária à Saúde (APS), uma política
para resposta as necessidades de saúde da família, que
a equipe é composta principalmente por um enfermeiro
e dois auxiliares de enfermagem. Além disso, a avaliação
do quadro clínico, atendimento e notificação de acidentes
causados por peçonhentos, devem ser feitas por Médicos
ou Enfermeiros, conforme indica o Ministério da Saúde.
Os desafios para a saúde da família, segundo o Conselho
Nacional de Secretários da Saúde (2007) é a formação de
profissionais, que ao serem integrados no setor público
atendam ao que se objetiva e espera-se da APS. Como
competências e habilidades exigidas aos enfermeiros
- Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/
UNESP, São Paulo,Brasil.
[email protected]
O Museu Interativo do CEVAP “Toca das Cobras” é um
espaço de educação informal, e tem como objetivo informar
e orientar a população sobre as diferentes espécies de
répteis e artrópodes, informando sobre a prevenção
de acidentes, desmistificação de crenças populares,
primeiros socorros, a importância ecológica de cada
animal, importância toxinológica e conscientização sobre
trafico de animais. Em 16 de abril de 2008 o serpentário foi
oficialmente aberto a visitação publica, sendo intitulado de
Museu Interativo “Toca das Cobras”. Possui 30 baias onde
são alojados os animais, construídas com vidro blindex
duplo, para melhor visualização e proteção dos visitantes e
animais. O espaço entre o vidro das baias e o da exposição
47
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
de nível superior pelas Diretrizes Curriculares Nacionais
do Curso de Enfermagem têm-se ações estratégicas
dando atenção integral as famílias e comunidades. Esta
pesquisa objetivou traçar o panorama do ensino de animais
peçonhentos nos Cursos de Graduação em Enfermagem
das Instituições Federais de Educação Superior (IFES),
tendo em vista, a extrema importância desse conteúdo
para formação de enfermeiros capazes de atender as
necessidades do SUS. O método usado foi quali-quantitativo
com pesquisa online (Dados eletrônicos) e análise de
documentos. Os dados mostraram que das 62 IFES
brasileiras, 44 IFES oferecem 77 cursos de enfermagem na
modalidade de Bacharelado(81,81%, n=63), Bacharelado
e Licenciatura (10,40%, n=8), Licenciatura (6,49%, n=5)
e Profissional (1,30%,n=1). A maior parte dos cursos
alocados na região Nordeste (n=25), seguido pelo Sudeste
(n=19), Centro-Oeste (n=14), Sul (n=11) e Norte (n=8).
Quatorze IFES(31,81%) de cursos (20,77%) oferecem 23
componentes curriculares (CC) que abordam o conteúdo
sobre animais peçonhentos: Nordeste (6 CC em 4 IFES),
Sudeste (6 CC em 4 IFES), Centro-Oeste (6 CC em 2 IFES),
Sul (4 CC em 3 IFES), Norte (1 CCem 1 IFES).A maioria
dos componentes curriculares é de Parasitologia (n=5).
Quanto à natureza OPTATIVA (17,40%, n=4) OBRIGATÓRIA
(82,60%, n=19). Concluímos que o ensino de animais
peçonhentos nas escolas de enfermagem brasileiras
é insuficiente e disponível apenas em uma minoria
da IFES brasileiras.
nas coleções biológicas que preservam espécimes, ou
nos dados e informações, em que a oportunidade de
vivenciar o saber é explorada de uma maneira que não seja
estritamente teórica e limitada. No entanto são necessários
mediadores que possam desenvolver um planejamento de
ensino, preparando práticas e conduzindo eficientemente
o aprendizado. É muito frequente nos museus uma
perspectiva muito distante entre observador e objeto, com
visitas sem objetivos e metas, apenas para observação.
Deste modo os mediadores precisam perceber a dinâmica
do grupo-alvo, suas dificuldades e oportunidades
de convergência entre a curiosidade e a informação
científica para esta ser mais bem absorvida. Inserido
nesta perspectiva de mudança, objetivou-se com este
trabalho, utilizar o museu de zoologia do Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais
(IFSULDEMINAS) – câmpus Machado, como ferramenta
para a extensão didática utilizando animais peçonhentos,
tendo como público-alvo estudantes de escolas públicas,
cujo conteúdo curricular estivesse compatível com o tema
animais peçonhentos (sexto ano do ensino fundamental e
segundo ano do ensino médio) entre fevereiro de 2013 até
o presente momento. A metodologia utilizada consiste em
remeter os estudantes a outro universo educacional, por
meio de visitas agendadas ao museu referido, exposições
monitoradas, apresentação de palestras com recursos
audiovisuais, demonstrações e discussões, para criar um
ambiente que estimule a pro atividade para o estudante
adquirir novas formas de se aprender. Para gerar dados de
registro e melhor conhecer o grupo em questão, aplicouse um prévio questionário com alguns conceitos referentes
ao aprendizado, de modo a aproveitar o aprendizado
já adquirido dos alunos e perceber de antemão suas
dificuldades. O resultado buscou sensibilizar os discentes
por meio de aproximação entre objeto e observador,
mostrou detalhes de partes anatômicas dos animais,
conhecimentos sobre coleções e quebra de paradigmas
e adequação de linguagem científica à dos alunos, o que
estimularia a curiosidade destes.
Palavras-chave: Ensino de Enfermagem, Animais peçonhentos, IFES.
Financiadores: Programa de Bolsas de Iniciação à Extensão – Universidade Federal
da Bahia (PIBIEX/UFBA).
O USO DO MUSEU DE HISTÓRIA
NATURAL DO INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DO SUL DE MINAS GERAIS – ÂMPUS
MACHADO, COMO FERRAMENTA DE
EXTENÇÃO DIDÁTICA EM ANIMAIS
PEÇONHENTOS
Palavras-chave: educação ambiental, coleções biológicas, escola.
OS ESCORPIÕES COMO TEMA DE
OBJETOS EDUCACIONAIS
Guilherme dos Anjos Nascimento , Diego Alves Souza , Dara
Maria Oliveira Pereira1, Rodrigo Pereira Thompson de Carvalho1,
Carlos Rodrigues de Moraes Neto2, José Alencar de Carvalho1.
1
Instituto Federal do Sul de Minas Gerais- Câmpus Machado
IFSULDEMINAS
2
Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, Universidade
Federal do Rio de Janeiro – MN/UFRJ
1
1
Micheli Ferreira Fonsêca1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1
Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia,
Instituto de Biologia,
1
Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de Geremoabo, n. 147,
Campus Universitário de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40.170-210.
[email protected]
No âmbito do ensino-aprendizagem a temática educação
e sociedade se revela crucial na educação, através
de práticas do ensino em ciências, para proporcionar
ao estudante uma maior leitura da realidade. No tema
animais peçonhentos, por exemplo, o medo gera vários
mitos populares. As relações de conflito entre o homem e
os animais peçonhentos, resultado do mau conhecimento
de aspectos biológicos, ecológicos e comportamentais,
geram más interpretações que devem ser esclarecidas
porque impedem o devido conhecimento do assunto. Os
museus de ciências naturais prestam serviços educacionais
interdisciplinares essenciais que unem ciência e arte, seja
[email protected]
O ensino dos animais peçonhentos, particularmente, dos
escorpiões, representa um desafio em espaços formais
e não-formais. É comum encontrar equívocos sobre
este conteúdo nos livros didáticos, quanto à biologia,
reconhecimento das espécies de importância médica,
primeiros socorros e tratamento em caso de acidentes.
Objetivamos produzir objetos educacionais (experimento
e jogo) para divulgar o tema, considerando a importância
do escorpionismo em nosso País. A produção foi feita no
âmbito do PIBID/Biologia/UFBA e de oficinas formativas,
48
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
promovidas pelo Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos
(NOAP/UFBA), em parceria com escolas públicas que
formam uma rede colaborativa Universidade-Escola, na
área da Educação e Divulgação Científica, pautadas
no método Educomunicativo. O Experimento “Cadê o
escorpião que está aqui?” objetiva simular 2 ambientes em
um terrário de vidro, um natural e outro urbano, mostrando
a capacidade de adaptação desses animais. O ambiente
natural é ornamentado com terra vegetal, folhas secas,
cascas de árvore, rochas e 5 escorpiões. O ambiente
urbano é simulado representando o interior de uma casa,
colocando os escorpiões dentro e/ou atrás de peças
(sapatos, móveis, entulho e lixo). O público pode observar
que os escorpiões se escondem, procurando locais
escuros e úmidos, protegendo-se do calor e predadores.
Nas cidades não há predadores, que desaparecem com o
desmatamento, há abrigo (entulho, roupas, sapatos, frestas
de tijolos, móveis e paredes) e alimento (baratas). Nestas
condições, os escorpiões proliferam-se rapidamente,
podendo provocar acidentes. O sucesso do experimento
está no fato de que estudantes identificam as condições
de casas e ruas conhecidas e identifica ações e atitudes
que promovem o abrigo dos animais. Não há remédio
para matar/combater o escorpião, então, compreendem
que a prevenção é a melhor forma de evitar a presença
desses aracnídeos. O jogo “Na trilha dos escorpiões”, os
jogadores aprendem de forma divertida e refletem sobre
suas atitudes na proliferação ou combate dos escorpiões,
adotando ações simples no controle do escorpionismo.
Através desse divertido jogo, que explora um tema pouco
ou quase nada abordado em sala de aula, o escorpionismo.
Os experimento-jogo podem ser adequados a qualquer
público, na escola ou em espaços não-formais. Foram
utilizados em eventos de divulgação científica com grande
interesse do público, tais como a 8a Primavera de Museus
do NOAP/UFBA (setembro/2014), o 5o Encontro de Jovens
Cientistas (setembro-Outubro/2014) e Semana Nacional de
Ciência e Tecnologia do NOAP/UFBA (Outubro/2014), para
um público aproximado de 5.000 pessoas.
no formato de cartilha, a partir da análise de publicações
científicas sobre a abordagem primária na ocorrência
de acidentes com animais peçonhentos. Tratou-se de
uma pesquisa metodológica seguindo as seguintes
etapas: analisar as publicações científicas sobre
animais peçonhentos no Brasil e na região Amazônica;
caracterizar as espécies causadoras de acidentes na
região Amazônica; identificar as principais ações de
saúde visando minimizar o dano orgânico ao indivíduo
exposto ao acidente; produzir tecnologia em saúde no
formato de cartilha sobre a temática direcionada a esta
população. Como resultado obteve um quantitativo de 50
materiais bibliográficos distribuídos da seguinte forma:
artigos (35); manuais (7); dissertações (4); livros (3); e
teses (1), os matérias foram caracterizados segundo autor,
ano e assunto e dispostos em Quadros Sinópticos para
análise. As espécies peculiares da Amazônia Legal foram
identificadas as condutas preconizadas voltadas a cada
animal. A revisão de literatura proporcionou a construção
da tecnologia educativa intitulada "Olha o Bicho, Animais
Venenosos", contendo 18 páginas que estão subdivididas
de forma a ilustrar as seis espécies características da
região, uma breve introdução sobre o animal e a descrição
das condutas primárias. Portanto, consideramos que o
material produzido pode ofertar aos moradores de todo
o território da Amazônia Legal subsídios para adoção de
medidas orientadas e informadas a respeito de sua saúde
frente a condições promotoras de agravos.
Palavras-chave: animais venenosos, acidentes, tecnologia em saúde.
Financiadores: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM
PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
EM REDES SOCIAIS
Claudia Vilalva Cassaro1, Tauane Vaccas1, Josias Ribeiro Lopes1,
Luciana Curtolo De Barros1, Airton Lourenço Junior1, Lucilene
Delazari Dos Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira
Orsi1, Rui Seabra Ferreira Junior1
Palavras-chave: Experimento, Educomunicação e Escorpião
1
Financiadores: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/
UFBA)
[email protected]
PRODUÇÃO DE TECNOLOGIA
EDUCATIVA EM SAÚDE: UMA
FERRAMENTA PARA A ABORDAGEM
PRIMÁRIA NA OCORRÊNCIA
DE ACIDENTES COM ANIMAIS
PEÇONHENTOS NA AMAZÔNIA LEGAL.
O Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos
CEVAP/UNESP, Botucatu – SP, foi criado em 1989, e é
uma instituição de grande contribuição para a pesquisa
científica por meio de diversos estudos sobre venenos
de animais. Além disso, também atua na promoção da
educação ambiental junto a comunidade em geral, com o
objetivo de disseminar o conhecimento acerca de animais
peçonhentos. O CEVAP possui em sua infraestrutura um
espaço destinado à visitação pública com diversos animais
em exposição como serpentes, lagartos e artrópodes.
Neste espaço, diversas informações sobre a biologia
destes são transmitidas através de visitas monitoradas,
recursos audiovisuais, placas e folhetos informativos;
o atendimento é feito à população de diversas faixas
etárias e níveis de escolaridade, estudantes de todos os
níveis de ensino e outros profissionais da área, através de
visitas agendadas ou espontâneas. Tendo em vista que as
redes sociais atingem, atualmente, um grande número de
Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett 1; Eliane Campos Alves
1
; Gisele Torrente 1
1
- Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/
UNESP, São Paulo, Brasil.
Universidade do Estado do Amazonas
[email protected]
Os acidentes denotam uma preocupação para as
autoridades sanitárias de saúde brasileira, principalmente
quando estes envolvem animais peçonhentos. O objetivo
basilar consistiu em produzir uma tecnologia educativa
49
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
usuários e que possui fácil acesso, e considerando que a
temática animais peçonhentos ainda gera muitas dúvidas
para a comunidade em geral, foi desenvolvida pela equipe
técnica do CEVAP uma página na rede social “Facebook”
no intuito de otimizar a abrangência da atuação do Centro,
transmitindo informações sobre animais peçonhentos para
um crescente número de pessoas de maneira simples
e eficaz. Em abril de 2014, a página foi criada na rede
social e, periodicamente, são divulgadas fotos e diversas
informações sobre animais peçonhentos. São abordados
temas como: características dos animais, hábitos,
comportamento, curiosidades, desmistificação de crenças
populares, esclarecimentos sobre acidentes e informações
sobre as atividades do Centro incluindo cursos, visitas,
treinamentos, entre outros. Os textos são objetivos, sempre
acompanhados de imagens, e a linguagem utilizada é de
fácil compreensão. Apenas seis meses após sua criação,
a página conta com cerca de 800 seguidores, os quais
frequentemente utilizam este espaço para esclarecer
dúvidas sobre diferentes animais, pedir auxílio sobre
identificação e procedimentos com os mesmos, solicitar
exposições, visitas e treinamentos. Portanto, fica evidente
que a população vê a página como uma ferramenta para
comunicar-se rápida e facilmente com a equipe do CEVAP,
dessa forma, é clara a eficácia na utilização de redes
sociais como ferramentas para a educação ambiental e
divulgação do conhecimento científico.
associam ele como mal. É de suma importância ressaltar
que a falta de conhecimento que de uma sociedade sobre
determinadas espécies de seres vivos pode ocasionar
seu extermínio indiscriminado. Neste trabalho, utilizaramse estratégias em Educação Ambiental, na prevenção de
acidentes com animais peçonhentos e venenosos além de
explicar sua importância médica, biologia e o que fazer em
caso de acidente com esses animais. Através do Projeto
“CiênciasBio Itinerante” feito pela empresa CiênciasBio –
Cursos & Treinamentos, tem por objetivo mostrar ao público
o quanto estes animais são importantes, assim fazendo um
trabalho visual e participativo, onde uma pequena coleção
didática, fotos, panfletos, banners e explicações ocorrem
neste projeto. O projeto foi desenvolvido em Parques
Naturais, SESCs e escolas. Tendo a participação do público
em geral. Vimos que o trabalho educacional proporcionou
ao público uma reflexão, tendo uma forma de olhar
diferenciada para estes animais, a troca de experiências e
questionamentos foi de grande valia, outros temas também
foram abordados como o tráfico, animais usados como
Pet e questões culturais (incluindo também as religiosas).
Sendo assim este público poderá se tornar multiplicadores
de informações para a família e outras pessoas de seu
convívio, levando a diminuição do número de acidentes
e a compreensão sobre a importância ecológica
dos animais peçonhentos.
Palavras-chave: Peçonhentos, educação e biodiversidade
Palavras-chave: educação ambiental, animais peçonhentos, redes soc
Financiadores: CiênciasBio - Cursos & Treinamentos
SENSIBILIZAÇÃO E EDUCAÇÃO
AMBIENTAL COM ANIMAIS
PEÇONHENTOS E VENENOSOS
TREINANDO PROFESSORES PARA UMA
ABORDAGEM LÚDICA DO ENSINO DE
CIÊNCIAS: DESVENDANDO O VENENO
DE SERPENTES
Izenita de Oliveira Barbosa Brum- CiênciasBio; Taciane Cristina
Lopes Paula- CiênciasBio; Alessandro da Silva Almado FerreiraCiênciasBio; Fábio de Moura Camara- CiênciasBio; Victor
Cavalcante Basílio- CiênciasBio
Felipe R. Borba Ferreira1,2, Marjolly C. Brígido1, Eliene Kozlowski1,
Luiza A. Ketzer1, Russolina B. Zingali1, Andrea T. Da Poian1
-Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis -Universidade
Federal do Rio de
1
[email protected]; [email protected]
Estudos envolvendo a educação ambiental têm sido
cada vez mais utilizados por profissionais de várias áreas
com a finalidade de melhorar a percepção da sociedade
para uma reflexão sobre a valorização da natureza e da
biodiversidade. A educação ambiental constitui uma
ferramenta importante de redescobrimento, sendo um
processo educativo constante, dinâmico, criativo e
interdisciplinar; é considerada como um instrumento que
desencadeia um processo de conscientização sobre
a questão ambiental. Entre os países sul-americanos o
Brasil é o que apresenta o maior número de acidentes
com animais peçonhentos por ano. Pelo número elevado
de acidentes e a falta de conhecimento sobre esses
animais, estes elementos associados e enraizados na
cultura popular podem levar ao declínio desses animais,
afetando assim o equilíbrio ecológico. As serpentes são
as maiores vítimas, no imaginário humano ocidental são
vistas como a representação do mal sendo diversas vezes
associadas a adjetivos como: repugnante, repulsivo,
cruel e traiçoeiro. Em segundo lugar vêm os anfíbios que
por meio dos encantamentos de uma bruxa, ou imagens
e retratações feitas por artistas durante a Idade Média,
Janeiro,UFRJ, Rio de Janeiro.
2
-Departamento de Bioquímica – Universidade Federal de
Pernambuco
[email protected]; Marjolly Brígido - marjollycb@gmail.
com;Russolina Zingali - [email protected]; Andrea da Poian
- [email protected]
O Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Méis tem
realizado por mais de 20 anos cursos que visam aproximar
os alunos e professores, do ensino fundamental e médio
da forma como se dá a produção do conhecimento. A Dra
Da Poian tem nos últimos anos desenvolvido projetos para
preparar monitores e professores a fim de instrumentálos para organização aplicacão e divulgação desses
cursos. Uma vez que os venenos de serpente constituem
um painel rico de atividades biológicas e os acidentes
ofídicos representam ainda um problema importante de
saúde publica, resolvemos montar um mini-curso para
preparação de professores usando o veneno objeto
de estudo. A dinâmica ocorreu através do mini-curso:
“Desvendando os venenos de serpentes” desenvolvido
pelo IBqM e aplicado na UFOPA Universidade Federal
50
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
do Oeste do Pará- Participaram do curso estudantes
de licenciatura, pós-graduação, docentes da UFOPA
– e professores de uma escola da comunidade de
Urucureá em Santarém – PA. O objetivo dests foi,
também, proporcionar conhecimento sobre os venenos
das serpentes do gênero Bothrops (jararaca) e Crotalus
(cascavel) principais serpentes causadoras de acidentes.
O curso desenvolveu-se durante três dias no campus
Tapajós da UFOPA, onde foram propostas discussões
sobre as características dos venenos dessas serpentes,
sua ação biológica e a neutralização pelos antivenenos.
Todos os experimentos foram conduzidos obedecendo
aos príncipios da metodologia científica, obrigando os
participantes a elaborarem e testarem hipóteses sobre o
material estudado. Durante as práticas, a composição
bioquímica e as ações biológicas dos venenos foram
testadas, revelando a importância do tratamento com soro
antiofídico específico. Ao final do curso, os participantes
relataram terem alcançado melhor compreensão sobre as
serpentes e seus acidentes. Depois deste treinamento um
curso para alunos do ensino fundamental e médio está
programado para ocorrer em Novembro dests ano. Os
resultados alcançados no mini curso mostraram o sucesso
do uso dos venenos e antivenenos como instrumento para
a descoberta do método científico.
acadêmicas e o auxílio dos estudantes, principalmente nas
práticas de identificação, manejo e contenção dos animais.
Foram agendados encontros individuais e em grupos
entre o monitor e os estudantes no intuito de debater os
assuntos propostos em sala e esclarecer dúvidas. A
comunicação também se deu por meio virtual, através
da plataforma moodle e da rede social facebook, onde
foram compartilhados artigos, vídeos e outros materiais de
estudo. Além disso, a Coleção Didática do NOAP/UFBA foi
reorganizada, abrigando uma representativa diversidade de
animais peçonhentos e servindo como importante suporte
para as aulas. No período avaliado, estiveram regularmente
matriculados na disciplina 52 estudantes de graduação
advindos dos cursos de Ciências Biológicas (n=33),
Medicina Veterinária (n=15), Bacharelado Interdisciplinar
em Saúde (n=3) e Biotecnologia (n=1). O maior obstáculo
encontrado é o alto índice de evasão, que atingiu 44%
(n=15). Isto reflete a dificuldade do estudante em lidar com
a complexidade do tema e com a dinamicidade proposta
pela disciplina, que não se limita ao modelo convencional
de ensino ao qual os alunos estão acostumados. Em
contrapartida, não houve reprovação entre os que chegam
até o final do semestre, demonstrando a efetividade dos
métodos utilizados. Zootoxicologia é uma referência para
o ensino de animais peçonhentos no Brasil, um tema de
fundamental importância para a formação dos profissionais
de saúde, que lidarão constantemente com este agravo
à saúde que constitui atualmente um problema de
saúde pública mundial.
Palavras-chave: ensino, ciências, veneno
Financiadores: CAPES, CNPq
Palavras-chave: Ensino, monitoria, animais peçonhentos, saúde
ZOOTOXICOLOGIA: RELATO DA
EXPERIÊNCIA DE UMA MONITORIA
ACADÊMICA NO MUNDO DOS VENENOS
Epidemiologia e clínica de acidentes
por animais peçonhentos
ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA
(2008-2013) DOS ACIDENTES POR
ESCORPIÕES NO MUNICÍPIO DE CRUZ
DAS ALMAS - BAHIA
Pedro Santana Sales Lauria1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1, Luciana
Lyra Casais-e-Silva1
Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia,
Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA)
1
[email protected]
Camila Parente da Silva Alem Marinho1,Jacqueline Ramos
Machado Braga1
O ensino sobre animais peçonhentos no Brasil é deficiente,
sendo poucas as Instituições Federais de Ensino Superior
(IFES) que oferecem disciplinas abordando esta temática.
Isto se reflete no despreparo dos profissionais da saúde
ao lidar com os acidentes, havendo freqüentes equívocos
na identificação do agente etiológico e na condução do
tratamento segundo o que indica o Ministério da Saúde.
Em 1986, Tania Brazil criou na UFBA, a disciplina “Animais
Peçonhentos”, atual “Zootoxicologia”, numa atitude pioneira
no Brasil. Objetivamos relatar a experiência da monitoria
acadêmica desta disciplina ao longo de três semestres
(2013.2 a 2014.2). Zootoxicologia é uma disciplina
optativa teórico-prática de 68h, que aborda fundamentos
de toxinologia, venenos, mecanismos fisiopatológicos do
envenenamento e caracterização dos animais peçonhentos,
com ênfase nas espécies nativas de importância médica.
Os métodos de avaliação estimulam habilidades variadas
dos estudantes. São realizadas provas escritas e orais
teórico-práticas, discussões de casos clínicos e dados
epidemiológicos, apresentações de artigos científicos e
práticas pedagógicas. Como atribuições da monitoria,
foram realizados o acompanhamento das atividades
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia,Cruz das Almas,
Bahia, Brasil
Jacqueline Braga: [email protected]
Os acidentes com escorpiões no Brasil têm aumentado
nos últimos dez anos, registrando mais de 39.000 casos
em 2012 e ultrapassando os acidentes com serpentes,
principalmente na região Nordeste do país. Esta região
contribui com mais de 45% dos casos, e destes, mais de
30% ocorrem no Estado da Bahia. O aumento dos acidentes
pode estar ocorrendo em função de alterações ambientais
ou mesmo devido a um aumento no número de notificações
registradas nas bases de dados epidemiológicos como
o SINAN/DATASUS e o SINITOX. Por esta razão, estudos
de levantamento epidemiológico podem auxiliar no
desenvolvimento de ações mais eficazes do poder
público, levando a soroterapia para os locais que dela
mais necessitam. O presente estudo teve como objetivo
realizar levantamento epidemiológico dos acidentes
causados por escorpiões na cidade de Cruz das Almas-
51
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
Bahia, identificando problemas de subnotificações deste
tipo de envenenamento. Foram analisados os relatórios
anuais do SINAN/DATASUS, do SINITOX, CIAVE e as fichas
de notificação de prontuários dos atendimentos humanos
oriundas das Unidades Básicas da Secretaria Municipal
de Saúde de Cruz das Almas, no período de 2008 a 2013.
Os dados foram compilados avaliando parâmetros como
número de casos por ano, gênero e idade dos pacientes
e uso de soroterapia. O número de acidentes notificados
por animais peçonhentos em Cruz das Almas – Ba, foi
de 966 entre o período de 2008 a 2013, com 660 casos
dos acidentes registrados causados por escorpiões. Dos
660 acidentados por picada de escorpião, 558 utilizaram
tratamento com soroterapia, sendo o maior grupo atingido
o dos homens adultos entre 19 e 59 anos. Os resultados
revelaram incongruências nos registros de envenenamento
por escorpiões entre o SINAN/DATASUS e a Secretaria de
Saúde do município, bem como entre os registros do CIAVE
e a mesma Secretaria. Isto demonstra que ainda existem
discrepâncias relacionadas aos registros por acidentes
com escorpiões em bases de dados oficiais nacionais, do
Estado e do Município. Foi verificado também que há uma
tendência crescente no número de casos que pode estar
relacionada ao crescimento urbano desordenado, aliado
ao aumento do acúmulo de lixo e à falta de saneamento
básico nas áreas mais pobres do município e na zona
rural. Entretanto, ainda é baixo o número de notificações
por acidentes com escorpiões no município estudado,
provavelmente devido às práticas caseiras de tratamento.
de hemácias pela anemia decorrente do acidente. Após
os procedimentos, foi removido por via fluvial por mais 6
horas para o município de Lábrea, de onde foi removido por
via aérea durante aproximadamente 3 horas para a capital
Manaus, chegando ao Pronto Atendimento da Fundação de
Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado em 15/10/2014,
após 8 dias do acidente, considerando os pernoites no
trajeto. Ao exame físico apresentava intensificação da
gravidade da lesão com áreas de necrose em região palmar
esquerda, mesmo após debridamento anterior, e necrose
em todo o 4º quirodáctilo, extensas lesões bolhosas na mão,
edema até região distal do braço e infecção secundária.
O paciente foi novamente submetido a procedimento
cirúrgico em hospital de referência para amputação do
4o quirodáctilo. A descrição desse caso demonstra a
gravidade dos acidentes ofídicos na Região Amazônica,
que se caracterizam por: ocorrência em regiões de difícil
acesso; distância das unidades de saúde; ocorrência em
população indígena ou ribeirinha fragilizada por diferenças
culturais e econômicas; dificuldade na disponibilidade e
conservação do soro antiofídico líquido sob refrigeração,
por ausência de energia elétrica. Os acidentes ofídicos
nestas regiões muitas vezes são atendidos após 6 horas de
sua ocorrência, gerando complicações que comprometem
a sobrevida de suas vítimas. Estratégias devem ser
desenvolvidas para atendimento adequado em tempo hábil,
com objetivo de evitar sequelas que limitam a capacidade
laborativa, principalmente de vítimas em idade produtiva,
que necessitam de integridade física para o sustento da
família e comunidade, gerando ônus para o Estado.
Palavras-chave: escorpionismo, Bahia, sub-notificações
Palavras-chave: Acidente ofídico, Amazônia, atendimento, sequelas
ACIDENTE BOTRÓPICO GRAVE COM
SEQUELAS EM INDÍGENA PROCEDENTE
DE REGIÃO ISOLADA NO SUDOESTE DO
ESTADO DO AMAZONAS – BRASIL.
ACIDENTES ENVOLVENDO ANIMAIS
PEÇONHENTOS: CARACTERIZAÇÃO E
NOTIFICAÇÃO DOS EVENTOS NA REDE
DE URGÊNCIA DO AMAZONAS.
Iran Mendonça da Silva1,2, Daryane Rezzuto Santos1
1
Jacqueline De Almeida Gonçalves Sachett 1, Juliana Barroso De
Freitas 1, Yara Naya Lopes De Andrade 1, Francielen De Azevedo
Furtado 1, Wendel Menezes De Azevedo 1, Renato Da Silva
Galvão 1, Luiz Henrique Gonçalves Maciel 1, Mônica Saburá 1.
Universidade do Estado do Amazonas-Manaus, Brasil 2 Fundação
de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado-Manaus, Brasil
[email protected]
O acidente ofídico é um problema de saúde pública,
especialmente na Região Amazônica, pela elevada
incidência e distância de ocorrência, causando demora
no atendimento e uso de antiveneno. O presente relato
é de acidente botrópico em criança indígena de 10 anos
de idade, sexo masculino, da etnia Suruwahá, ocorrido
em área demarcada na região sudoeste do estado do
Amazonas, a nordeste do município de Lábrea; etnia
cujos primeiros contatos ocorreram na década de 1970.
O acidente ocorreu no dia 07/10/2014, com picada no
quarto quirodáctilo esquerdo. O paciente foi removido
por via fluvial em voadeira, motor 40 HP, do local de
ocorrência no igarapé do Pretão, para o município de
Canutama, onde chegou após 34 horas, trafegando
por afluentes até o rio Purus. Chegando ao município
de destino, foi medicado em Unidade de Saúde com 9
ampolas de Soro Antibotrópico-Laquético, submetido à
fasciotomia por síndrome compartimental, debridamento
de áreas necrosadas, administração de 2 concentrados
1
Universidade Do Estado Do Amazonas - UEA
[email protected]
Os acidentes envolvendo animais peçonhentos são
considerados integrante da lista de condições de
saúde negligenciadas. Assim, vem sendo observado
em vários estudos uma desvalorização destes eventos,
principalmente relacionados ao registro e notificação.
Diante disso, a notificação dos acidentes representa
atualmente uma preocupação para a saúde brasileira,
principalmente
quando
estes
envolvem
animais
peçonhentos que não possuem vinculação de soroterapia
específica para seu tratamento. Com isso, a avaliação dos
casos amparada nos dados obtidos da notificação e do
registro do atendimento para entender o perfil e os desafios
destes eventos são primordiais para um panorama desta
situação. Para tanto, este estudo pretende analisar as
características epidemiológicas dos acidentes envolvendo
animais peçonhentos e sua notificação em hospitais de
52
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
urgência na cidade de Manaus, Amazonas. Tratou-se de
um estudo exploratório com análise dos acidentes com
animais peçonhentos atendidos em dois hospitais de
referência em atendimento geral de urgência no estado
do Amazonas. O período de coleta de dados foi os anos
de 2012 e 2013. Participaram do estudo 224 registros de
acidentes por animais peçonhentos, destes, 41,9% foram
por lagarta, 23,5% abelha, 9,7% serpente, 7,8% aranha,
7,4% escorpião, 6,0% vespa, 3,2% arraia e 0,5% por peixe.
Nos acidentes por lagarta, 51,7% eram do sexo masculino,
a faixa etária mais atingida foi de 1-10 anos. Para acidentes
com abelhas, 51% eram do gênero masculino, a faixa
etária de 1-10 anos. Os acidentes por serpentes, 80,0%
eram do gênero masculino, a faixa etária mais acometida
foi de 20-40 anos. Nos registros com aranhas, 64,7% eram
do gênero masculino, a faixa etária mais encontrada foi de
15-35 anos. Nos acidentes com escorpião, 50% eram do
gênero feminino e a faixa etária acometida de 15-30 anos.
Com relação às vespas, 84,6% eram do gênero masculino,
a faixa etária incidente foi de 1-10 anos. A subnotificação
geral dos acidentes envolvendo animais peçonhentos
foi estimada em 65,0% dos eventos. Os acidentes mais
prevalentes foram por lagarta e abelha, acometendo mais
indivíduos do sexo masculino. Os acidentes por animais
peçonhentos não foram conduzidos adequadamente para
o registro, demonstrando importante subnotificação e
consequentemente desconhecimento real destes eventos.
Sugere-se um treinamento com os profissionais de saúde,
afim de aumentar a notificação.
apresentou reações alérgicas (espirros, prurido e hiperemia
nasoconjuntival) toda as vezes que manipulou o veneno de
cascavel utilizado em pesquisas no Centro de Estudos de
Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP). Tais reações se
intensificaram, desencadeando sibilos, dispnéia, tosse,
rouquidão e disfagia, que diminuíram espontaneamente
após afastamento do ambiente. A paciente referiu-se como
portadora de asma controlada e rinite moderada/grave.
Nega uso de medicamentos. Nega outras morbidades,
sendo afastada da rotina de manipulação de venenos
animais. Teste de puntura para alérgenos usuais foram
realizados e colheu-se sangue para os estudos de análise
proteômica e dosagem IgE específica por Immunocap, após
consentimento livre e esclarecido. Por sua vez, as proteínas
do veneno da serpente C.d.t foram submetidas à eletroforese
unidimensional (10%SDS-PAGE) eletrotransferidas para
para membrana de nitrocelulose e incubado com o soro da
paciente. O teste cutâneo foi positivo a Dermatophagoides
mix e Candida albicans e a dosagem de IgE específica
foi de 7.0 kUA/L. A análise proteômica revelou uma
única proteina de 23kDa como imunorreativa, a qual foi
identificada como a proteína crotoxina, a qual é formada pela
crotapotina e pela fosfolipase A2. Análises de alinhamento
de sequencias primária de fosfolipases alergênicas foram
realizadas e evidenciaram que a crotoxina apresenta cerca
de 10% de identidade e 17,5% de similaridade fosfolipases
de venenos de abelhas, vespas e formigas. Este estudo
evidenciou pela primeira vez a propriedade alergênica de
uma fosfolipase do veneno da serpente Cdt.
Palavras-chave: animais venenosos, acidentes, notificação
Palavras-chave: hipersensibilidade, alérgeno, alergênico, venenos,
Financiadores: FAPESP
Financiadores: PET/Vigilância-Ministério da Saúde
EDEMA PERSISTENTE RELACIONADO A
ACIDENTE POR SERPENTE BOTHROPS
JARARACA: RELATO DE CASO
ANAFILAXIA NO ENVENENAMENTO:
RELATO DE CASO E CARACTERIZAÇÃO
PROTEÔMICA
Guilherme Jones Souza1; Marcelo Abrahão Strauch1,2; Luís
Eduardo Ribeiro da Cunha1; Paulo de Assis Melo2
Leticia Gomes de Pontes, Nayara Rodigues Vieira , Elaine Gagete, Rui
Seabra Ferreira Jr, Benedito Barraviera, Lucilene Delazari dos Santos
. Instituto Vital Brazil, Rio de Janeiro - Rj - Brasil. 2. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro -RJ-Brasil.
1
[email protected]
A alergia ocupacional é resultado da hipersensibilidade
às substâncias encontradas no ambiente de trabalho. O
diagnóstico da alergia ocupacional depende inicialmente
da associação dos sintomas alérgicos com a exposição ao
ambiente de trabalho e da demonstração do envolvimento
de um mecanismo alérgico IgE específica para o alérgeno,
quando disponíveis. De modo clássico, as reações
IgE-mediadas envolvem uma fase de sensibilização e
desafios subseqüentes com o alérgeno. A reação aguda
de hipersensibilidade imediata ocorre quando, numa reexposição, os antígenos se ligam aos anticorpos da classe
IgE presentes nas superfícies dos mastócitos e basófilos.
Considerando o potencial alergênico dos venenos
ofídicos, a alergia a estes venenos pode ser um importante
agravo ocupacional entre trabalhadores que manuseiam
serpentes ou seus venenos. Este projeto evidencia um
relato de caso de alergia ocupacional e caracterização
molecular do alérgeno imunorreativo veneno da serpente
cascavel Crotalus durissus terrificus (C.d.t.). A paciente
CFZCO, gênero feminino, branca, 23 anos, estudante
de Biologia, procedente de Botucatu-SP, há 6 meses
[email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]
Em todo o Brasil, são notificados aproximadamente 29
mil casos de acidentes por ano envolvendo serpentes,
com uma média de 129 óbitos. O gênero Bothrops
corresponde o acidente ofídico de maior importância
epidemiológica do país, sendo responsável por cerca de 90
% dos envenenamentos. Conhecidas popularmente como
Jararacas, Caiçacas, Cotiara, seu veneno são complexas
misturas de substâncias, principalmente proteínas,
produzidas por uma glândula sero-mucosa, sendo
inoculados por presas especializadas sob alta pressão nos
tecidos, induzindo manifestações como edema, hemorragia
e mionecrose. O objetivo do presente relato é descrever um
caso de um agravo causado por uma Bothrops jararaca e a
persistência de edema no membro inferior direito (MID) do
paciente após 22 meses do acidente. Paciente masculino,
76 anos, picado por Bothrops jararaca no membro inferior
direito em sua residência na cidade de Cachoeiras de
Macacu – RJ, foi encaminhado para o Hospital Municipal
53
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
Dr. Celso Martins em menos de 1 hora, apresentando dor
intensa e edema no local da mordedura, além de equimoses
espalhadas pelo corpo. Foram realizados exames
laboratoriais no momento da admissão do paciente, no
qual apresentou hematócrito de 29 %, hemoglobina 9,6 g
/ dl, e contagens de plaquetas de 58 mil / mm3 , atividade
protrombínica inferior a 10 % e INR maior que 3.8 , na
avaliação da tromboplastina parcial o sangue não coagulou
em 60 segundos. Como tratamento, foram realizadas
medicações com vitamina K intravenosa (IV), dipirona 1 g
(IV), plasil 2 ml (IV), clindamicina 600 mg (IV) e soroterapia
com 13 ampolas de soro antibotrópico intravenoso, puro e
em gotejamento infundido em 1h, sem nenhuma ocorrência
adversa ao soro. O paciente recebeu alta onze dias após o
acidente. Neste relato de caso, chamamos a atenção para
a persistência do edema no MID. Apesar de acidentes
botrópicos serem frequentes no estado do Rio de Janeiro,
tais casos são incomuns, desta forma, faz-se necessário
uma abordagem clínica especializada e exames de imagem
do tipo Doppler e Ressonância Magnética para averiguar
se o envenenamento proporcionou um comprometimento
vascular, resultando em uma insuficiência venal. Atualmente
a serpente causadora do acidente fica sob registro 3484 da
coleção científica do Instituto Vital Brazil, em Niterói – RJ.
in 2007; 153 cases in 2009; 364 cases in 2011; 254 cases
in 2013. Cases were distributed in 81 municipalities and the
highest number of cases was recorded in the municipality
of Russas (n=204; 15.6%), followed by Jaguaribe (n=149;
11.4%) and Limoeiro do Norte (n=123; 9.4%). Cases were
recorded in all months of the year, with higher incidence in
July and October. Most victims were men (n=749; 57.3%),
aged between 20 and 29 years (n=336; 25.7%). Most cases
were recorded in urban areas (n=793;60.7%). Victims were
stung mainly on the head (n=514; 39.3%) and received
medical assistance predominantly 1 to 3 hours (n=736;
56.3%) after being stung. Most cases was classified as
mild and progressed to cure. Four deaths were recorded.
Clinical local manifestations (n=1187;90.81%) were more
frequent than the systemic ones (n=144; 11.01%).The most
frequent local manifestations were pain, edema and itching;
while the predominant systemic symptoms were myolitic,
vagal and neurological disorders. There are still failures
in recording epidemiological information. In conclusion,
bee stings has been increasing in Ceará, and should be
considered as a public health problem. Further training for
health professionals seems to be necessary to improve
their skills in recording of epidemiological data and treating
bee sting victims.
Palavras-chave: Bothrops, envenenamento, edema
Key words: Envenomation, Venomous animals, Public health.
Financiadores: Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeiras de Macacu, FAPERJ
Financial Support: This study was supported by the Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia em Toxinas (INCTTOX).
EPIDEMIOLOGY OF BEE STINGS IN
CEARÁ STATE, NORTHEAST OF BRAZIL
ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO
DOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NO
ESTADO DE ALAGOAS, BRASIL, NO ANO
DE 2010
Ana Gilza Quaresma Diniz1, José Franscidavid Barbosa Belmino2,
Sanny da Silva Furtado3, Renner de Souza Leite4
1 4
, Universidade Federal de Campina Grande, Centro de
Educação e Saúde, Unidade Acadêmica de Saúde, Campus
Cuité, Paraíba, Brasil; 2,3 Universidade Federal de Campina
Grande, Centro de Educação e Saúde, Campus Cuité, Paraíba,
Brasil.
Pedro Santana Sales Lauria1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1, Laíse
Carvalho Ribeiro1
1
Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia,
Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA)
[email protected]
[email protected]
In the Latin America, envenomation by bee is a public health
problem due to their high incidence and clinical severity of
cases. African bees, Apis mellifera scutellata , characterized
by their aggressive nature and high honey production,
were introduced in Brazil in 1956. The year following, there
was an accidental release of African queen bees, which
resulted in the hybridization or africanization of European
bees (Apis mellifera mellifera and Apis mellifera ligustica
) in the Brazilian environment and uncontrolled mixed
breeding of the species. The frequency of serious and/or
fatal injuries caused by Africanized bee sting has increased
since 1960. Despite the medical importance regarding of
the bee stings and the increasing number of records in the
Northeast of Brazil, the epidemiology of this envenomation
is little known.In this sense, this study aims to investigate the
epidemiological characteristics of the bee stings recorded
from 2007 to 2013 in the Ceará State, Northeast of Brazil.
Data was collected from the Injury Notification Information
System databank. A total of 1,307 of the cases were
retrospectively analyzed. A gradual increase in the number
of cases was observed during the studied period (86 cases
Scorpiones (Arachnida) é uma ordem pouco diversificada,
quando comparada a outros grupos conhecidos de
Aracnídeos. No Brasil, os escorpiões de importância médica
pertencem ao gênero Tityus (Buthidae), sendo Tityus
stigmurus a espécie que mais causa acidentes no Nordeste.
O escorpionismo constitui um problema de saúde pública,
principalmente nos centros urbanos, devido à capacidade
de adaptação dos escorpiões aos ambientes antropizados.
A partir de 1988, com a obrigatoriedade de notificação dos
acidentes por escorpiões e aranhas, começou-se a delinear
o perfil epidemiológico do escorpionismo no Brasil. Segundo
dados do SINAN, em 2010, a incidência dos acidentes por
escorpião em Alagoas foi a maior do Brasil, superando
a média nacional em 5,6 vezes. Sabe-se que muitos
acidentados não buscam os serviços de saúde e que há
subnotificação das informações. Isto sugere que o problema
é muito mais grave do que os dados oficiais apontam.
Objetivamos investigar o perfil clínico-epidemiológico
dos acidentes escorpiônicos no estado de Alagoas no
ano de 2010. Foram analisadas as fichas de atendimento
do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) de todos os
54
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
pacientes que deram entrada por acidente por escorpião
naquele ano. A maioria dos acidentes notificados ocorreu
na capital, Maceió (n=1921; 93,98%), correspondendo a
uma incidência de 205,95 casos/100.000 habitantes. 116
casos (5,68%) distribuíram-se por outros 35 municípios
do interior e o restante teve procedência ignorada (n=7;
0,34%). Dentre os acidentados, 60,03% (n=1227) foram
do sexo feminino e 39,97% (n=817) do sexo masculino. Os
acidentes ocorreram predominantemente em zona urbana
(n=1883; 92,12%), poucos ocorreram em zona rural (n=7;
0,34%) e 154 casos foram ignorados (7,53%). 95,84% dos
casos foram classificados como leves e nenhum óbito foi
registrado. Os sintomas mais frequentemente relatados
foram dor (n=1900; 92,95%), eritema (n=312; 15,26%),
hiperemia (n=269, 13,16%), parestesia (n=229; 11,20%),
edema (n=197; 9,64%), vômitos (n=36;1,76%) e sudorese
(n=21 1,03%). Dentre os pacientes que fizeram uso da
soroterapia (n=49; 2,40%), 13 (26,53%) foram classificados
como casos leves. Esta conduta está em desacordo com
as diretrizes do Ministério da Saúde, que indica o uso
da soroterapia apenas em casos moderados ou graves.
Apesar da benignidade dos acidentes, a alta incidência
do escorpionismo na cidade de Maceió é um indicativo
da necessidade de criação de programas de controle de
escorpiões em Alagoas, principalmente nas áreas urbanas.
Concomitantemente, deve-se investir na educação da
população e no treinamento dos profissionais de saúde a
fim de reduzir a morbimortalidade deste agravo à saúde.
Palavras-chave: Escorpiões, escorpionismo, epidemiologia, saúde
pelo Ministério da Saúde. As informações relativas à
população e área foram colhidas no site do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística(IBGE). Utilizou-se o programa TAB
para Windows-TabWin® para tabular o número de ocorrências
e realizar os cálculos estatísticos. Obtiveram-se um total de
3.094 casos de acidentes por picada de escorpiões, 1.115
de acidentes causados por ofídios e 197 ocasionados por
aranhas. O Município com maior número de notificações de
escorpionismo foi Aracaju com 58%. Houve quatro óbitos,
sendo dois deles ocorridos em Aracaju, um em 2007 e outro
em 2008, com letalidades de 0,94%, 0,78%, respectivamente.
Com um óbito, Itabaianinha apresentou letalidade de 14,3%
em 2007; e Nossa Senhora do Socorro, letalidade de 2%, em
2011. Considerando o ofidismo, São Cristóvão foi o município
que indicou maior número de notificações, 7,2%. Sucederam
5 óbitos por ofidismo e os municípios que apresentaram maior
letalidades foram Gararu, 50% em 2010, e Pirambu, 50% em
2011. Dentre os casos de araneísmo, o município de Lagarto
notificou maior número de acidentes, 30%. Ocorreu um óbito
em Divina Pastora, em 2007, demonstrando letalidade de
100%. Ressalta-se a importância do Ministério da Saúde em
efetivar medidas preventivas como o Programa Nacional de
Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos, a partir da
educação em saúde junto à população, visando à redução
do número de acidentes. Somado a isso, sugere-se novas
avaliações acerca da localização dos pólos de aplicação
de antiveneno, já que os municípios com maiores taxas de
letalidade encontram-se distantes, em até 42 km, dos centros
de referência de tratamento.
Financiadores: Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (FAPESB)
Palavras-chave: Acidentes, animais peçonhentos, epidemiologia.
LEVANTAMENTO DOS ACIDENTES
CAUSADOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS
NO ESTADO DE SERGIPE ENTRE OS
ANOS DE 2007 E 2012
ÓBITOS POR ACIDENTES COM
SERPENTES NO ESTADO DO CEARÁ,
NORDESTE DO BRASIL (2007-2013)
José Franscidavid Barbosa Belmino 1, Sanny da Silva Furtado 2,
Ana Gilza Quaresma Diniz 3,Renner de Souza Leite 4
Vanderson dos Santos Chaves1, Laíse Carvalho Ribeiro1, Rejâne
Maria Lira-da- Silva1.
, Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Educação
e Saúde, campus Cuité, Paraíba, Brasil. 3,4 Universidade Federal
de Campina Grande, Centro de Educação e Saúde,Unidade
Acadêmica de Saúde, campus Cuité, Paraíba, Brasil.
1 2
Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia/
Universidade Federal da Bahia, Brasil.
1
Vanderson dos Santos Chaves, [email protected],
Laíse Carvalho Ribeiro: [email protected]; Rejâne
Maria Lira-da-Silva: [email protected]
[email protected]
O ofidismo é um problema de saúde pública no Brasil,
devido à sua elevada incidência em todas as regiões e
pela severidade dos casos. Objetivou-se descrever as
características epidemiológicas dos casos de óbitos por
envenenamento ofídico que ocorreram entre 2007 e 2013,
no estado do Ceará, Nordeste do Brasil. Foi realizado um
estudo retrospectivo das informações epidemiológicas
armazenadas no banco de dados do Sistema de Informação
de Agravo de Notificação. Entre 2007 e 2013, notificouse 4760 casos de envenenamento ofídico, sendo que 25
evoluíram para óbito. A maioria dos casos ocorreu no 2o e
3o trimestre (n=14; 56%). Os casos foram predominantes
em homens (n=19;76%) agricultores (n=11; 44%), com
idade entre 40-69 anos (n=14; 56%) e baixo grau de
escolaridade (n=25; 100%). A maioria das vítimas residiam
na zona rural (n=19; 76%) e a maior porcentagem de
acidentes também ocorreu em áreas rurais (n=24; 96%). As
vítimas, majoritariamente, receberam assistência médica
Em 2012 foram notificados 116.744 acidentes por animais
peçonhentos no Brasil. Tais agravos são considerados caso
de Saúde Pública no país seja devido a sua alta incidência
ou potencial gravidade. Os elevados índices de notificação
demonstram a necessidade de uma maior preocupação para
este agravo. Muitos casos tornam–se mais graves devido à
negligência do acidentado, por sua desinformação, distância
entre paciente e hospital, ou o despreparo dos profissionais de
saúde, ocasionando muitas vezes, óbitos. O presente trabalho
visa quantificar acidentes e suas consequências com animais
peçonhentos em humanos no estado de Sergipe, período
2007-2012. Com aproximadamente 2 milhões de habitantes e
área de 2.000 Km2 dividida em 75 municípios, o estado possui
13 unidades de referência para tal tratamento. Realizou-se um
estudo epidemiológico observacional descritivo utilizando os
dados referentes aos acidentes notificados ao Sistema de
Informação de Agravos de Notificação(SINAN), gerenciado
55
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
entre 1-3 horas após o acidente (n=12; 48%), 8 casos
após 3 horas e em 5 casos o tempo até o atendimento foi
ignorado. A maioria das vítimas foi picada no pé (n=10;
40%), seguido pela perna (n=8; 32%). Os casos foram
predominantemente classificados como grave (n=19; 76%).
As manifestações locais (n=20; 80%) foram mais frequentes
do que as sistêmicas (n=17; 68%). A dor (n=16; 36%) e o
edema (n=16; 36%) foram as manifestações locais mais
frequentes. As manifestações sistêmicas mais frequentes
foram vagais (n=8; 21%), hemorrágicas (n=7; 18%) e renais
(n=7; 18%). A maioria das vítimas apresentaram tempo
de coagulação alterado (n=12; 48%) ou não realizaram
o teste (n=11; 44 %). As serpentes do gênero Bothrops
(n=15;60%) foram as responsáveis pelo maior número de
óbitos, seguido por Crotalus (n=4; 16%). A soroterapia
foi realizada em 22 casos (88%). As complicações locais
mais frequentes foram infecção secundária (n=2; 33%) e
déficit funcional (n=2; 33%) e as complicações sistêmicas
foram insuficiência renal (n=9; 36%) e choque (n=7; 28%).
Os casos de óbitos por ofidismo no Ceará mostraram-se
semelhante ao perfil epidemiológico de outros estados do
nordeste do Brasil. A maioria dos casos de óbitos foram
causados pelo gênero Bothrops, ocorreram em áreas rurais
e afetaram os membros inferiores de agricultores do gênero
masculino, com baixo nível de escolaridade. Em alguns
casos, as vítimas receberam assistência médica 3 horas
após o acidente, sugerindo que a demora no atendimento
à vítima pode ter sido um fator importante para os óbitos.
ocasionais, mediante licença ICMBIO/SISBIO n°10751-3,
nos períodos menos chuvoso (02/2014) e mais chuvoso
(08/2014). Obtiveram-se as seguintes variáveis ambientais
e biológicas: temperatura do ar (min=26°C;max=29,4°C)
e do substrato (min=24,4°C;max=27,4°C), vegetação
(mata-ombrófila/restinga/domiciliar), micro-habitat (tronco/
construção/bromélia/folhagem/serapilheira), maturidade,
sexo e táxon dos indivíduos. Coletou-se 48 indivíduos,
todos da família Theraphosidae - 33 Ischnocolinae (68,8%);
12 Theraphosinae (25,0%); 3 Aviculariinae (6,2%). Trinta
e nove (81,3%) espécimes foram encontrados em áreas
de mata ombrófila; 7 (14,6%) em ambiente domiciliar
e 2 (4,1%) em restinga. O tronco foi o micro-habitat
mais ocupado (n=20;41,6%), seguido de construção
(n=6;12,5%), bromélia (n=5;10,5%), folhagem (n=3;6,2%) e
serapilheira (n=3;6,2%). Todos os indivíduos da subfamília
Ischnocolinae foram encontrados em tronco, construção
e bromélia (n=33;100%), Aviculariinae em folhagem
(n=3;100%) e Theraphosinae na serapilheira (n=3;100%).
Isso pode ser usado para definir guildas dentro de
Theraphosidae. A maioria dos espécimes foi coletada por
busca ativa (n=32;66,7%), seguido de pitfall (n=11;22,9%)
e encontro ocasional (n=5;10,4%). Dos espécimes
encontrados em pitfall, 10 (90,9%) eram machos, que se
deslocam mais, contribuindo com a dispersão dos genes.
O período diurno (08:00-12:00) foi o menos propício (n=7)
e o período noturno (18:00-24:00) foi o mais propício para
o encontro de animais (n=31). A maioria das aranhas
encontradas à noite estava ativa (n=30,96,7%) e de dia
inativas (n=5;71,4%), corroborando seu hábito noturno. Em
cativeiro, foi registrada a postura de ooteca por 5 das 6
fêmeas da subfamília Ischnocolinae (n=5;83,3%). Analises
da distribuição espacial e do contexto geológico da BTS
serão indispensável para entender os processos e padrões
de distribuição das migalomorfas na IMC.
Palavras-chave: Epidemiologia, Ofidismo, Saúde Pública
Financiadores: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Toxinas (INCTTOX)
ARANEOFAUNA
(ARANEAE:MYGALHOMORPHAE) DA
ILHA DO MONTE CRISTO, SAUBARA,
BAHIA
Palavras-chave: Biodiversidade, Mygalomorphae, Ilha, Baia de Todos
Financiadores: PIBIC/UFBA/CNPq
Vincent Malheiros Knaebel 1, Silvanir Pereira Souza 1, Rejâne M.
Lira-da-Silva 1
1
Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia,
Instituto de Biologia,Universidade Federal da Bahia, Rua Barão
de Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador,
Bahia, Brasil, 40.170-210.
Vincent Malheiros Knaebel vincent- [email protected]
HISTÓRIA NATURAL DE PHONEUTRIA
BAHIENSIS SIMÓ & BRECOVIT, 2001 EM
AMBIENTE INSULAR (ILHA DE MONTE
CRISTO, SAUBARA, BAHIA).
Desde o séc. XVIII ambientes insulares despertam
interesse e seus estudos fornecem modelos para o
entendimento de processos ecológicos e evolutivos. As
restrições características desses ambientes tornam-lhes
ótimos laboratórios para compreender esses processos.
São escassos os estudos sistemáticos sobre a diversidade
de invertebrados em ilhas, tais como a Classe Arachnida.
As aranhas Mygalomorphae parecem ser um bom modelo
para estudos em ambientes insulares, por sua baixa
capacidade de dispersão e alto sedentarismo. Objetivamos
contribuir com o conhecimento sobre as Mygalomorphae
da Ilha de Monte Cristo (IMC), Saubara (BA), localizada
no Rio Paraguaçu, na Bahia de Todos os Santos (BTS), de
1.832.677m2, com mata ombrófila em estágio secundário
de regeneração, restingas, manguezais e apicuns, clima
quente (média de 27°C), úmido (média de 83%) e alto
índice pluviométrico (média de 2.100mm/ano). Utilizouse o Rapid Assessment Process para o inventário e para
a coleta, armadilhas de queda, busca ativa e encontros
Ivson Santos Gomes1, Silvanir Pereira Souza1, Rejâne M. Lira-da-Silva1
Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia,
Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Rua Barão
de Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador,
Bahia, Brasil, 40.170-210.
1
[email protected]
As 8 espécies de Phoneutria estão divididas em 2
grupos: FERA (P. bahiensis e as espécies amazônicas P.
fera, P. reidyi e P. boliviensis) e NIGRIVENTER (P. pertyi,
P. keyserlingi, P. nigriventer e P. eickstedtae). Na Bahia
há 2 espécies, P. nigriventer e P. bahiensis, esta última
endêmica da Mata Atlântica (registrada para Bahia e
Espírito Santo e distribuição modelar da Paraíba ao Rio de
Janeiro), considerada vulnerável e deficiente em dados.
Neste sentido, objetivamos estudar a história natural de
P. bahiensis, registrada recentemente por Gomes et al.
56
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
em ambiente insular. A área de estudo foi a Ilha de Monte
Cristo/IMC (12°50’S; 38°38’W), Saubara/Bahia/Brasil, com
1.832.677m2, vegetação Mata Atlântica, clima quente
e úmido. Foram realizadas buscas ativas durante 41
dias, entre 17/02 a 14/03/2014 (período menos chuvoso/
PMC(b)) e 04 a 21/08/2014 (período chuvoso/PC(b)), de
dia e à noite. A temperatura ambiente no encontro das
aranhas variou pouco ao longo do dia, nos dois períodos:
No PMC(b) variou de 26,1-27.8oC durante o dia e de 24,227,2oC à noite e no PC(b), de dia entre 21-24.7oC e à noite
de 21,1- 25,1oC. Capturou-se 37 espécimes (16 fêmeas,
10 machos e 11 juvenis), mediante licença ICMBIO/
SISBIO n. 43269-1. Vinte e cinco (67,6%) indivíduos foram
coletados no PC(b) e 12 (32,4%) no PMC(b) e avistados
entre 12h00min e 01h05min. Em ambos os períodos,
as aranhas foram coletadas principalmente à noite(b)
– n=32 (86,5%); 23 (71,9%) no PC e 9 (28,1%) no PMC;
forrageando e/ou caçando(b) – 20 (80%), no PC(b) e 9
(75%) no PMC(b); e na mata(b) – 32 (86,5%), 23 (71,9%)
no PC(b) e 9 (28,1%) no PMC(b). Também registramos
a ocorrência de aranhas-armadeira em ambientes de
restinga (n=3, 8,1%) – 2 no PMC(b) (66,7%) e 1 (33,3%)
no PC(b) e domiciliar (n=2, 5,4%) – 1 (50%) no PMC(b) e
1 (50%) no PC(b), este último em encontros ocasionais.
Bromélias representaram o micro-habitat mais frequentes
(n=26, 70,2% – 20 (80%) no PC(b) e 6 (50%) no PMC(b),
na altura máxima de 1,90m. Onze (29,8%) indivíduos foram
encontradas deslocando-se na serrapilheira ou no ambiente
domiciliar. Quanto à alimentação, registramos em campo
a predação de Goniopsis cruentata (Latreille, 1802), um
pequeno caranguejo típico das regiões estuarinas tropicais
e subtropicais. O clima úmido com temperaturas mais
amenas contribuem para o encontro mais freqüente destas
aranhas, apoiando a inclusão de P. bahiensis no grupo das
espécies amazônicas, cujo clima é similar, apesar da maior
heterogeneidade de habitat.
borda). O estudo foi realizado em uma lagoa permanente,
de 44.5m de comprimento por 20m de largura, da Ilha do
Monte Cristo (Saubara, Bahia, Brasil). O levantamento foi
realizado através de busca ativa limitada por tempo ao
longo da borda (até 1.10m de profundidade) e meio (a
partir de 1.20m de profundidade) no período noturno com
um esforço de coletor de cinco pessoas (60 min/área). Para
verificar as diferenças entre as abundâncias e a proporção
de indivíduos coletados foram realizados um teste t e quiquadrado de contingência. Coletou-se 83 espécimes, 38
na borda e 45 no meio da lagoa. Das 11 morfo-espécies
registradas (seis famílias), 7 foram exclusivas para a borda
da lagoa. O resultado concorda com o pressuposto que
a fauna das ilhas seria mais pobre em espécies, quando
comparada à fauna próxima a área-fonte. Dolomedes sp.1
foi a mais abundante (48 indivíduos) e única presente em
ambos os sistemas. As morfo-espécies que conseguem
coabitar no meio da lagoa são as capazes de vencer
barreiras físicas da lagoa e “caminhar” entre/sobre as
macrófitas, sendo também exímias caçadoras ativas ou
por emboscada de pequenos vertebrados e invertebrados
aquáticos. Para araneofauna em ambientes isolados,
poderíamos supor como fator limitante da diversidade, os
diferentes recursos alimentares (terrestres e aquáticos) e
as adaptações que se impõem as espécies que disputam
esses recursos. Portanto, quanto mais próximo da borda da
lagoa, maior a diversidade das espécies, onde os recursos
são menos restritivos. O meio da lagoa suporta uma
araneofauna de composição distinta da fauna da borda
e pode ser um modelo de ilha strictu sensu. Precisamos
testar se essa diferença pode estar associada aos padrões
de variação espacial e temporal da lagoa.
Palavras-chave: biogeografia de ilhas, araneae, semiaquática
RESULTADO PARCIAL DO
LEVANTAMENTO DE ANIMAIS
PEÇONHENTOS NO PARQUE NATURAL
MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU
Palavras-chave: Araneae, História Natural, Bahia
Fauna de animais peçonhentos
NUM “MAR” DE ÁGUA DOCE: O MEIO
DE UMA LAGOA SERIA UMA ILHA PARA
ARANEOFAUNA?
Izenita de Oliveira Barbosa Brum, Taciane Cristina Lopes Paula,
Alessandro da Silva Almado Ferreira, Fábio Moura Camara, Victor
Cavalcante Basílio
Silvanir Pereira Souza1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1
O presente trabalho tem por objetivo fazer um levantamento
de animais peçonhentos e mostrar a importância do
Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu, localizado
entre as cidades de Nova Iguaçu e Mesquita na Baixada
Fluminense e ainda tendo parte na cidade do Rio
de Janeiro, possuindo 1.100 hectares de uma longa
jornada entre o crescimento desordenado das cidades
e a proteção da biodiversidade que se aloja na unidade.
Acidentes com animais peçonhentos são considerados
um problema de Saúde Pública no Brasil, e em muitas
partes do mundo, mesmo em áreas urbanizadas. Tanto
os campos agrícolas, como as áreas vegetadas ou as
cidades, oferecem uma variedade de nichos para abrigar
vertebrados ou invertebrados. A geração de lixo devido às
diversas atividades humanas nos grandes centros urbanos
é um problema constante na atualidade, devido à falta de
infraestrutura é comum encontrar lixos, entulhos e resíduos
1
[email protected]
Universidade Federal da Bahia
[email protected]
A Teoria da Biogeografia de Ilhas (TBI) pressupõe que o
número de espécies diminui com o grau de isolamento da
ilha. O termo ilha, portanto, se aplica a sistemas variados,
em escalas do macro ao micro. Se uma única lagoa possui
grande variação espacial e limnológica, poderia o meio
de uma lagoa ser uma ilha? Para uma área se caracterizar
como ilha deverá ser apta para testar predições à luz da TBI.
Aranhas podem ser utilizadas como modelo de colonização
e diferenças entre comunidades nestes sistemas. Dessa
forma, objetivamos verificar se existem diferenças na
abundância e estrutura da composição de famílias em
uma comunidade de aranhas em dois sistemas, um isolado
(meio da lagoa, distante da área-fonte) e o outro não (a
57
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
jogados nas ruas e em terrenos baldios. Esses resíduos
sólidos urbanos ocupam papel estratégico na estrutura
epidemiológica de uma comunidade, pois acabam gerando
um ambiente propício à proliferação de vetores de doenças
e o aparecimento de animais peçonhentos. Com grande
potencial biológico e pouco explorado, onde não existem
muitas informações sobre a fauna do Parque além do que
os moradores do entorno relatam entre histórias e muitas
impressões culturais, despertou o interesse em realizar o
primeiro levantamento de animais peçonhentos na área. A
captura e a coleta dos espécimes foram feitas com auxílio
de pinças, ganchos e principalmente busca-ativa. Após as
coletas de alguns animais, foram tirados fotos e levados
para a curadoria no Museu Nacional do Rio de JaneiroUniversidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Foram
registrados no Parque, animais de grande importância
como: Bothrops jararaca, Micrurus corallinus, Phoneutria
sp., Loxosceles sp., Tityus serrulatus entre outros que no
caso são de grande importância médica.
em cada; em 5 (23%) apenas adultos e em 4 (18%) a
ocorrência de filhotes compartilhando a mesma bromélia
com outro filhote (n=2) ou com adulto (n=2). Caranguejos
da espécie Goniopsis cruentata (Latreille, 1802), foram
observados em todas as bromélias com a ocorrência de
aranhas adultas, sendo considerados um importante item
alimentar. Em apenas uma das bromélias ocorreu ooteca.
Não houve diferença entre a média de temperatura no
interior das bromélias e a temperatura média do ambiente.
Concluímos que as bromélias representam micro-habitats
importantes no ambiente insular para P. bahiensis , pois
oferecem abrigo, proteção, disponibilidade de água e
presas. As temperaturas do ar e do interior da bromélia,
não interferem na presença de jovens, adultos, machos
ou fêmeas; adultos parecem preferir bromélias em que
se observa acúmulo de água. Encontramos adultos e
filhotes compartilhando o mesmo micro-habitat, mas
não observamos aranhas adultas na mesma bromélia,
reforçando seu comportamento territorialista. Sugerimos
maiores investigações sobre a história natural e bioecologia desta espécie, especificamente quanto à
seleção de habitat.
(i)
(i)
(i)
Palavras-chave: Peçonhentos, Parque e importância
USO DE BROMÉLIAS (BROMELIACEAE)
COMO MICRO-HABITAT POR
PHONEUTRIA BAHIENSIS (ARANEAE;
CTENIDAE) EM AMBIENTE INSULAR
(i)
Palavras-chave: Araneae, História Natural, Bahia
COLABORAÇÃO DO NUROF-UFC NAS
PESQUISAS DE TOXINOLOGIA DE
SERPENTES NATIVAS DA CAATINGA
CEARENSE
Milena Santos Soeiro1, Ivson Santos Gomes1, Rejâne M. Lira-da-Silva1
Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia,
Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Rua Barão
de Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador,
Bahia, Brasil, 40.170-210.
1
Roberta da Rocha Braga1, Diva Maria Borges-Nojosa1
-Universidade Federal do Ceará, Núcleo Regional de Ofiologia
da UFC, Campus do Pici, Bloco 905, CEP 60.440-554, Fortaleza, Ceará.
1
[email protected]
As restrições características do ambiente insular permitem
que espécies que ali habitam apresentem peculiaridades
relativas ao seu hábito de vida, quando comparadas
com espécies continentais, tornando esses ambientes
laboratórios naturais. As aranhas do gênero Phoneutria
são noturnas, errantes e podem ser encontradas tanto em
áreas naturais quanto antropizadas. Phoneutria bahiensis
Simó & Brescovit, 2001 é endêmica da Mata Atlântica,
considerada deficientes em dados e vulnerável. Este
estudo objetiva contribuir com o conhecimento sobre a
biologia de P. bahiensis no ambiente insular. As atividades
de campo foram realizadas durante 3 dias no turno noturno
(18-22h), por 5 coletores (esforço de coleta de 12h) e
no período chuvoso (agosto/2014), através de licença
concedida pelo ICMBIO/SISBIO n. 43269-1. Amostramos 4
pontos, onde todas as bromélias (n=32) foram mapeadas e
vistoriadas para registrar a ocorrência de aranhas, ooteca
e possíveis presas. A temperaturas média do ar foi 21,8°C,
sendo que 72% (n=16) das bromélias com registro de
aranhas encontravam-se no solo e com média da coluna
de água em seu interior de 3,6cm. Das 32 bromélias
visitadas, em 22 (69%) observou-se a presença de P.
bahiensis, totalizando 26 espécimes, 19 jovens (75%) e 7
adultas (25%), metade machos e metade fêmeas. Todas
as bromélias com indivíduos adultos (n=7) estavam no
solo e com coluna de água; encontramos jovens habitando
bromélias que estavam até 1,28m do solo. Destas 22
bromélias, em 13 (59%) foi registrado apenas 1 filhote
[email protected]
O Núcleo Regional de Ofiologia da Univ. Fed. Do Ceará
(NUROF-UFC) dá suporte às atividades de ensino, pesquisa
e extensão em cursos de graduação e pós-graduação da
Universidade Federal do Ceará e em outras instituições. Na
última década, o Departamento de Farmacologia da UFC
vem realizando pesquisas com toxinas dos viperídeos nativos
do plantel do NUROF, como Crotalus durissus cascavella,
Bothrops lutzi e B. erythromelas, e mais recentemente
com o colubrídeo Philodryas nattereri. O objetivo deste
trabalho foi fazer um histórico da participação do NUROF
nas pesquisas em farmacologia dos venenos realizadas na
última década no Ceará. O veneno tem sido coletado nas
dependências do NUROF, utilizando as técnicas indicadas
pela literatura. As cascavéis são contidas fisicamente e
têm seu veneno coletado por extensão de suas presas
solenóglifas em becker com membrana plástica, seguidas
de pressão digital nas glândulas de veneno. O veneno
das jararacas é coletado da mesma forma, sendo que
as mesmas são contidas quimicamente com dióxido de
carbono antes da extração. Para a coleta de toxinas de
P. nattereri , as serpentes são contidas fisicamente com
gancho herpetológico e imobilizadas pela técnica dos três
dedos, sendo em seguida empregada a coleta diretamente
da presa opistóglifa com tubo capilar hematológico. As
pesquisas se iniciam pelo efeito dos venenos brutos.
O veneno bruto de C. d. cascavella mostrou ter ação
(i)
(i)
(i)
58
(i)
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
MÉTODO CLÁSSICO PARA MONTAGEM
EXPOSITIVA DE ESQUELETOS DE
OFÍDIOS PEÇONHENTOS
hipotensora, de forma indireta, dose-dependente em
ratos, com envolvimento fisiológico do óxido nítrico. As
ações antiparasitárias e antimicrobianas do veneno bruto
de B. lutzi foram testadas, obtendo-se efeito inibitório em
colônias de Staphylococcus aureus, promastigotas de
Leishmania amazonenses e L. chagasi, e epimastigotas de
Trypanosoma cruzi. O estudo da variação intraespecífica do
veneno de B. erythromelas, nos aspectos farmacológicos e
de proteômica, está em andamento desde o ano de 2011.
Os estudos de caracterização inicial e efeitos biológicos
de toxina de Philodryas nattereri encontraram, in vitro,
ações hipotensoras e lesão aos túbulos renais; in vivo,
foi verificada ação inflamatória e mionecrose. A atividade
antimicrobiana in vitro foi significativa para S. aureus,
Pseudomonas aeruginosa e Salmonella spp . Baseando-se
no histórico de publicações com a participação do NUROFUFC na última década, conclui-se que sua colaboração
tem sido efetivamente positiva nas pesquisas toxinológicas,
importantes não somente para a farmacologia, como
também para uma ampliação do ponto de vista da medicina,
da biotecnologia e da conservação das serpentes.
(i)
Fábio Azevedo Khaled Abdel Rahman1, Carlos Rodrigues
de Moraes Neto1, Pedro Henrique Reis Cabral1, Cláudio
Machado2,Breno Hamdan2, Tyelli Ramos2, Nathalie Citeli2
1
Instituto Vital Brazil – IVB
fabiokhaled @hotmail.com; [email protected]
O uso de molas caracteriza um método clássico de
montagem de esqueletos e atualmente encontra-se carente
de referências bibliográficas atualizadas e paralelamente a
isso, vem caindo em desuso. Especificamente em ofídios
peçonhentos, o método é importante por facilitar estudos
anatômicos, deixando em exposição todo o aparato
inoculador de veneno e permitindo a observação de
estruturas craneanas do espécime; além de viabilizar o
trabalho com divulgação em exposições de história natural.
O presente estudo objetiva a revitalização da técnica de
montagem de esqueletos através do uso de molas para
o preparo expositivo, permitindo a articulação e remoção
de complexos ósseos para análise. Na referida técnica,
o animal foi taxidermizado e posteriormente tratado em
dermestério, para que ocorra a remoção da musculatura
e limpeza do esqueleto. Caso o exemplar seja proveniente
do meio líquido, e tenha sido preservado com formalina
10%, este deve ser tratado com maceração química com
carbonato de potássio. Em seguida, foi feita assepsia do
esqueleto com água corrente e sabão neutro. O esqueleto
foi imerso em álcool 70% por 48 horas e então posto em
bandeja para secagem à sombra. Um arame galvanizado
revestido com algodão hidrófobo, com a finalidade de
alinhar o eixo axial, transpassou todos os forâmens
vertebrais. Nas vértebras caudais, as quais não apresentam
forâmen vertebral, o corpo vertebral foi perfurado com broca
de mesmo diâmetro do arame. Com a utilização de microretificadeira manual com broca de 0,3mm. Foram proferidas
perfurações pontuais nas articulações das costelas junto
aos processos vertebrais, não havendo comprometimento
para com os acidentes ósseos. Através desses orifícios,
arames de cobre serviram como ponte fixadora de mola
entre as costelas e as vértebras. Devido ao fato do crâneo
ser composto por ossos diminutos, foi utilizado cola adesiva
instantânea de baixa viscosidade. O esqueleto foi fixado em
uma base de acrílico com uma coluna de mesmo material
para apoio. A técnica descrita é uma ferramenta eficiente
para estudos anatômicos e mostrou-se eficaz no preparo
de ofídios peçonhentos, mesmo esta sendo relativamente
antiga. Através dela, foi possível reconstituir o exemplar
com fidelidade anatômica, ressaltando caracteres de
interesse, além de reconstituir com fidelidade os complexos
morfológicos ósseos do exemplar.
(i)
(i)
2
2
(i)
(i)
Museu Nacional – MN/UFRJ;
(i)
Palavras-chave: Serpentes; Peçonhentos; NUROF-UFC
História e memória sobre os trabalhos
com animais peçonhentos
FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS... DE UM
DESBLOQUEIO EPISTEMOLÓGICO AO
PIONEIRISMO NA PESQUISA EM MINAS
GERAIS SOBRE O ESCORPIÃO
Sidney José do Carmo
Fundação Ezequiel Dias
[email protected]
www.funed.mg.gov.br
Proponho uma reflexão situando à instalação de um
instituto de pesquisa em terras mineiras na recém criada
capital do Estado.A cidade de Belo Horizonte já nascia com
o compromisso de ser moderna para que respondesse
aos anseios da nova república. E tal como símbolo de
modernidade a ciência é a que mais se enquadraria
para este ideal. Neste aspecto a saúde pública, motivo
de preocupação dos agentes políticos e médicos que
pretendiam sanear o país, viria ser o corolário deste
empreendimento ao conferir novas técnicas no que tange
aos desafios que poderiam ser respondidos pela ciência.
Assim, em 1907,é instalada a Fundação Ezequiel Dias
como primeira filial do Instituto Oswaldo Cruz prestando
serviços de saúde pública, destacando-se na pesquisa
com antivenenos e especialmente seu pioneirismo nos
estudos voltados sobre o escorpião amarelo, o Tityus
serrulatus. Se por um lado a microbiologia dava a tônica
da vez, coube a Fundação Ezequiel Dias promover e
aplicar o “desbloqueio microbiológico” (Micheul Foucault)
para aliar serviços de saúde e, sobretudo como chegou a
ser a primeira instituição no Estudo da estrutura e função
das toxinas animais.
Palavras-chave: Preparação de esqueleto, Viperídeos, Anatomia óssea
Venenos e Antivenenos
AS NATTERINAS SE LIGAM AOS
RECEPTORES TLR4 E MODULAM A VIA DE
SINALIZAÇÃO PI3K/AKT IMPORTANTES
Palavras-chave: ciência, história, saúde pública.
59
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
NA DEGRADAÇÃO AUTOFAGOSSOMICA
DOS RECEPTORES DE KC
AN ALTERNATIVE MICROMETHOD TO
ASSESS THE PROCOAGULANT ACTIVITY
OF BOTHROPS JARARACA VENOM AND
THE EFFICACY OF ANTIVENOM.
Marcio Jose Ferreira, Carla Lima, Mônica Lopes- Ferreira
Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia
Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil marcio.
[email protected]; [email protected]; monica.
[email protected]
Nancy Oguiura1, Josana Kapronezai1, Thayane Ribeiro1, Marisa MT
Rocha2, Carlos R Medeiros3, José R Marcelino4, Benedito C Prezoto5.
1
Ecology and Evolution Laboratory; 2Laboratory of Herpetology;
3
Vital Brazil Hospital; 4Immunology Service; 5Laboratory of
Pharmacology.
Estudos anteriormente desenvolvidos pelo nosso grupo
mostraram que as Natterinas, proteínas majoritárias
do veneno de Thalassophryne nattereri possuem
atividade antagonista inibindo o rolamento, a migração
e o recrutamento de leucócitos para sítios de inflamação
induzidos por LPS (ligante de TLR4) e também inibem os
efeitos de KC (ligante do receptor heptatransmembranoso
CXCR2). O efeito inibitório das Natterinas é dependente
da via de sinalização TLR/MyD88/PI3K com a participação
de proteínas da família serina/treonina fosfatases (PP1),
contribuindo de forma significativa na sobrevida de
animais com choque endotóxico por LPS.O objetivo
deste trabalho é ampliar os mecanismos utilizados pelas
Natterinas na atividade anti-inflamatória e no controle da
sepsis. Verificamos que o recrutamento de neutrófilos para
a cavidade peritoneal de animais com sepsis ( S. abortus
equi , 30 mg/Kg) foi inibido pelas Natterinas dependente
de PI3K e IPP. O aumento na sobrevida dos animais e a
inibição da produção de IL-6 induzida pelas Natterinas foi
totalmente dependente de PI3K. A redução dos níveis de
MCP-1 e a inibição do influxo de neutrófilos para o pulmão
independe de PP1 ou PI3K. Tratando previamente animais
com anticorpo bloqueador da porção 50-190 de TLR4, ou
bloqueando a translocação do reticulo endoplasmático
para o golgi, observamos por microscopia intravital que a
inibição do rolamento de neutrófilos depende da ligação
das Natterinas à superfície côncava da porção N-terminal
de TLR4, da internalização do complexo e posterior
reexposição membranosa. Inibindo transientemente a
ativação de PI3K/classeIII/mTOR pelo tratamento prévio
com 3-metiladenine, um regulador chave de autofagia
verificamos que a inibição induzida pelas Natterinas foi
revertida. Análises de western blot no músculo cremaster
dos camundongos mostram que as Natterinas diminuem a
fosforilação de proteínas intracelulares da sinalização de
KC como p-38MAPK (tyr180/182) e JNK (thr183/tyr185) e
aumentam a fosforilação de ERK1/2 (thr202/tyr204) e AKT
(ser473). Os níveis de TLR4 no cremaster foram diminuídos
após o tratamento com as Natterinas. Podemos concluir que
o efeito anti-inflamatório das Natterinas é dependente da
sua ligação aos receptores TLR4, que após internalização
e reexposição membranosa modulam a atividade de
proteínas da via de sinalização PI3K/AKT importantes na
degradação autofagossomica do receptor de quimiocina.
The assessment of the capacity of antivenoms to neutralize
the lethal activity of snake venoms still relies largely on
traditional rodent lethality assay (LD50), a time-consuming
and expensive test that causes animal suffering and
requires a large quantity of venom and animals. Validated
in vitro tests are important for assessing antivenom
neutralizing capacity in plasma of immunized horses as
well as for in-process quality control. Considering the
procoagulant activity of Bothrops jararaca venom in in vitro
assays with mammalian plasma and the slow dynamics of
fibrin formation in recalcified avian plasma, we propose
a new coagulant assay. The main objective was to verify
whether the coagulation process can be triggered (in a
dose-dependent pattern) in chicken plasma samples after
preincubation with B. jararaca venom, both in presence
and absence of the antibothropic serum (ABS), by using
the ROTEM assay. The clotting time (CT) parameter of
the ROTEM profile of recalcified chicken plasma samples
against semi-logarithmic doses of B. jararaca venom, either
in absence or in presence of the semi-logarithmic doses
of anti-bothropic serum (ABS) was evaluated. The mean
coagulant dose 50% (CD50) was defined as the quantity of
venom (in μg) which reduces CT to 900 s, between minimum
and maximum responses. The CT induced by 5CD50 of the
venom was used as the control for calculating the effective
dose (ED) of each batch of ABS. ED was defined as the ABS
dose (nanoliters, nL) at which CT induced by one amount
of venom corresponding to 5CD50 is displaced to the
maximum threshold (1800 s). The CD50 of the pool venom
used in this work was 0,22±0,07 μg (n=5). Five batches of
the ABS, previously assayed for their lethality neutralizing
activity (ED50) were assayed. The correlation coefficient (r)
between both in vitro (ED) and in vivo (ED50) values was
0.87 (p < 0.05). We propose this micro method as highly
sensitive for characterization and quantification of possible
procoagulant activity of small doses of snake venoms (ng)
and for detecting small doses (nL) of specific antibodies
against this effect in little volume samples of biological fluids.
Palavras-chave: Natterinas, Inflamação, TLR, PI3K/classeIII/mTOR
Key words: thromboelastometry, chicken plasma, neutralization
Financiadores: FAPESP (2003/13751-2; 2012/50294-8; 2013/07467-1; 2012/51135-0) e CNPq.
Supported partially by FAPESP 2010/08580-8 and Fundação Butantan. T. Ribeiro was
fellow of PIBIC/CNPq.
Butantan Institute, São Paulo, Brazil
[email protected]
(i)
(i)
60
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
AVALIAÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS
DE ERYTHROXYLUM SPP. NA
NEUTRALIZAÇÃO DE ATIVIDADES
BIOLÓGICAS DE VENENO DE LACHESIS
MUTA
A PEÇONHA DO BAGRE PIMELODUS
MACULATUS POSSUI ATIVIDADE
INFLAMATÓRIA E TÓXICA E CAPAZ
DE ALTERAR A HEMODINÂMICA
DA MICROCIRCULAÇÃO DE
CAMUNDONGOS
Eduardo Coriolano de Oliveira1, Rodrigo Alves Soares Cruz1,
Eládio Oswaldo Flores Sanchez2, Leandro Machado Rocha1,
André Lopes Fuly1*
Felipe Martins1, Tais Matozo de Souza1, Jéssica Giehl de Araújo1,
Carolina Polonio1, Vidal Haddad Junior2, Carla Lima1, Mônica
Lopes-Ferreira1
Universidade Federal Fluminense, Brasil;
1
2
1
Fundação Ezequiel Dias, Brasil
[email protected]
O envenenamento ofídio é um importante problema de saúde
pública, principalmente em países em desenvolvimento.
O veneno das serpentes é composto por uma complexa
mistura de substâncias responsáveis por diversos
efeitos biológicos, como dor, edema, necrose, distúrbios
hemostáticos, cardiotoxicidade, e insuficiência renal. O
tratamento preconizado é a soroterapia realizada através
da administração intravenosa do soro hiperimunizado
específico. Entretanto, este tratamento não neutraliza os
efeitos locais (necrose tecidual e hemorragias locais)
provocados pelo veneno da serpente, além de causar
efeitos adversos variados, podendo inclusive evoluir a
choque anafilático e óbito. Por essa razão, a busca por
tratamentos alternativos e/ou complementares se faz
necessário. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito
do extrato etanólico de caule de Erythroxylum ovalifolium
(Eo-cl) e suas partições em acetato de etila (Eo-cl-AcE) e
diclorometano (Eo-cl-DiM), bem como, do extrato etanólico
de E. subsessile (Es-cl) e suas partições em hexano (Escl-Hex), acetato de etila (Es-cl-AcE), diclorometano (Escl-DiM), butanol (Es-cl-But) e água (Es-cl-Aq) contra as
atividades biológicas coagulante, proteolítica, hemolítica
e hemorrágica do veneno de Lachesis muta. Eo-cl e Escl prolongaram em 4,3 vezes e 6,42, respectivamente, o
tempo de coagulação plasmática induzida pelo veneno
de L. muta, quando comparados com o tempo controle
(veneno + NaCl). As partições testadas não foram
capazes de prolongar este tempo com a mesma eficácia,
destacando-se a partição Eo-cl-AcE que dobrou o tempo
de coagulação e as partições Es-cl-But e Es-cl-Aq que
prolongaram, respectivamente, em 4,67 e 3,77 este tempo.
Eo-cl, Eo-cl-AcE e Eo-cl-DiM inibiram a proteólise induzida
pelo veneno de L. muta em 72,0 %, 73,1 % e 86,2 %,
respectivamente. De modo semelhante Es-cl, Es-cl-But e
Es-cl-Aq inibiram, respectivamente, 86,1 %, 99,5 % e 95,0
% a proteólise induzida pelo veneno. A hemólise induzida
pelo veneno de L. muta foi inibida em 88,8 % e 95,6 %,
respectivamente, pelos extratos Eo-cl e Es-cl. Além disso,
as partições Eo-cl-AcE, Es-cl-AcE, Es-cl-But e Es-cl-Aq
foram capazes de inibir a hemólise em, aproximadamente,
80 %. Os extratos Es-cl, Eo-cl-Ace, Eo-cl-DiM, Es-cl-But e
Es-cl-Aq protegeram os camundongos da hemorragia local
induzida pelo veneno. Os extratos Eo-cl e Es-cl-DiM inibiram
a hemorragia em 78 %. Nossos resultados demostram que
as espécies vegetais E. ovaifolium e E. subsessile podem
ser fontes promissoras de inibidores de enzimas envolvidas
nas principais atividades biológicas do veneno de L. muta.
Unidade Imunorregulação,Laboratório Especial de Toxinologia
Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo 2Departamento de
Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade
Estadual Paulista, Botucatu, Brasil
Pimelodus maculatus da família Siluriforme é um peixe
ósseo de couro de comprimento aproximado de 44
centímetros sem escamas com 3 a 5 conjuntos de grandes
manchas ao longo do corpo. Apresenta 3 pares de espinhos
nas nadadeiras dorsal, caudal e adiposa, ocorrendo
esporadicamente nas nadadeiras ventral, anal ou peitoral.
É uma espécie de ampla distribuição geográfica na
América do Sul, sendo encontrado com maior frequência
nas bacias do rio Paraná e do rio São Francisco. Os bagres
destacam-se por causar um grande número de acidentes
no Brasil, porem a importância toxinológica da secreção
dos espinhos do P. maculatus não está definida. O objetivo
deste trabalho foi investigar se a secreção dos espinhos
do P. maculatus pode ser considerada um peçonha. Os
peixes (6 espécimes) foram coletados em Santos (São
Paulo, Brasil). A extração da secreção foi realizada por
raspagem dos espinhos cortados em sua base com alicate
da nadadeira dorsal e peitorais e foi utilizada a microscopia
intravital (Axio Imager A.1, Carl-Zeiss, Germany) para
estudar as interações leucócito-endotélio como os eventos
de rolamento, adesão e migração em vênulas pós-capilares,
a ação em fibras musculares, hemorragia e estase. Por
eletroforese gel de poliacrilamida 4 a 14% observamos que
a secreção (10 g) apresenta 13 bandas variando de 4,1 a
98 kDa, sendo 6 bandas em torno de 30,5 a 98 e 2 bandas
em torno de 4,1 a 5,2 kDa as mais intensamente coradas.
Nossos resultados mostram que a secreção, aplicada
topicamente no cremaster (10 g/20 L) é capaz de induzir
aumentado (4x) rolamento de leucócitos em relação aos
animais controle negativos (PBS estéril) no tempo de 10
min, intensificando (6x) em 20 min e permanecendo assim
até o final da observação (30 min). Ainda se observa que
a secreção induziu em 10 min hipercontração miofibrilar,
em 20 min a formação de trombos em vênulas de pequeno
calibre, e em 30 min provocou parada do fluxo sanguíneo
nas vênulas e arteríolas de pequeno calibre. Em conjunto
nossos resultados mostram pela primeira vez a existência de
proteínas e peptídeos na secreção dos espinhos do peixe
Pimelodus maculatus com atividade inflamatória e tóxica
e capaz de alterar a hemodinâmica da microcirculação,
podendo ser considerado peçonhento.
Palavras-chave: Pimelodus maculatus, peçonhento, inflamação, trombos
Palavras-chave: Acidentes Ofídicos, Antiveneno, Plantas Antiofídicas
Financiadores: Fapesp (2013/13751-2, 2013/07467-1) e CNPq
61
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
AS NATTERINAS ANTAGONIZAM A
ATIVAÇÃO DOS RECEPTORES TLR1/
TLR2, TLR2/TLR6 E TLR5
AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DO
VENENO BOTRÓPICO UTILIZADO NA
ROTINA DE IMUNIZAÇÃO DOS EQUINOS
NA FAZENDA VITAL BRAZIL
Jéssica Giehl de Araújo 1, Carla Lima 1, Mônica Lopes-Ferreira 1
1
Patrícia Neves Castanheira de Souza1, Marcelo Abraão Strauch1,2,
Leonora Brazil Más1, Ricardo Teixeira1,3, Paulo de Assis Melo2,
Carlos Correa Netto1,3
Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia
Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil
Jéssica Giehl de Araújo, [email protected]; Carla
Lima, [email protected]; Mônica Lopes-Ferreira, monica.
[email protected]
1
2
3
Dados recentes de nosso grupo demonstram uma
importante ação antagonista das Natterinas (toxinas
majoritárias do veneno do peixe Thalassophryne nattereri)
no rolamento de leucócitos na microcirculação de
camundongos Swiss induzido pelo agonista de TLR4 LPS. Sabendo da importância da identificação de novas
moléculas com ação antagonista de receptores TLR, nosso
objetivo é investigar se as Natterinas conseguem modular
o rolamento e a aderência de leucócitos induzidos por
outros ligantes de TLR por microscopia intravital. Para
isto, camundongos C57BL/6 receberam o tratamento
intraescrotal com as Natterinas (0,02 μg/mL em 50 uL). Após
6 h do tratamento, os animais foram anestesiados e tiveram
o músculo cremáster exposto para a aplicação tópica de 20
uL dos agonistas de TLR1/TLR2 (Pam3CSK4 a 50 ng/mL),
de TLR2/TLR6 (Malp-2 a 50 ng/mL), de TLR5 (Flagelina a 50
ng/mL) e de TLR9 (CPG DNA a 10 ug/mL). A contagem dos
leucócitos em rolamento, da aderência e da transmigração
foram realizadas a cada 10 min por até 30 min. Observamos
que em comparação ao grupo controle Pam3CSK4 induz
na microcirculação um aumentado e constante rolamento
de leucócitos por até 30 min e o aumentado rolamento
induzido por Malp-2 permanece constante por ate 20
min, diminuindo em 30 min. Estes agonistas não induzem
aderência ou transmigração de leucócitos. Quando os
animais foram previamente tratados, observamos que
as Natterinas diminuem acentuadamente em 10 min o
rolamento induzido por Pam3CSK4 que fica diminuído até
o final; e diminuem por até 20 min o rolamento induzido
por Malp-2 e mais intensamente em 30 min. O tratamento
prévio com as Natterinas mantém diminuído por ate 30 min
o rolamento de leucócitos induzido pela Flagelina, porem
este agonista além de induzir um intenso rolamento de
leucócitos também induz aumentada aderência em todos
os tempos analisados. As Natterinas inibem a aderência
induzida pela Flagelina em 30 min. O tratamento prévio
com as Natterinas foi eficiente na inibição do rolamento
induzido pelo CPG DNA, porem observamos que os
animais previamente tratados com as Natterinas e expostos
ao agonista apresentaram uma aumentada aderência e
transmigração de leucócitos em 10 min. Em conclusão,
podemos dizer que a ação antagonista das Natterinas
pode ser estendida para os receptores na superfície celular
TLR1, TLR2, TLR5 e TLR6 que reconhecem diacil- ou triacillipopeptideos de bactérias gram-positivas e móveis.
Instituto Vital Brazil
Laboratório de Farmacologia das Toxinas,UFRJ
Instituto de Bioquímica Médica - UFRJ
Patrícia Castanheira,[email protected]
No Instituto Vital Brazil, o Departamento de Antígenos
e Cultivo Celular é responsável pelas preparações
antigênicas utilizadas na imunização dos equinos para a
produção dos soros antiofídicos. Os equinos são mantidos
na Fazenda Vital Brazil, localizada na cidade de Cachoeiras
de Macacu, a 87 km do DAC-I. Devido a distância entre a
fazenda e a sede do IVB, as formulações são preparadas
e armazenadas em freezer de 2 a 8°C ou congeladas a
-20°C. São levadas para a Fazenda sob refrigeração e
inoculadas nos animais, em média após 48 horas do
preparo. A qualidade do plasma hiperimune em conter
anticorpos neutralizantes está diretamente relacionada com
a conservação da estrutura nativa do antígeno inoculado.
O veneno de B. jararaca é constituído basicamente de
proteínas e peptídeos, sendo uma fonte rica de proteases,
podendo chegar a aproximadamente 50% de sua
composição. Uma vez expostos a variações de temperatura,
sua integridade proteica pode ser comprometida pela
atividade dessas proteases, resultando em uma auto
degradação do veneno. Dessa forma, os procedimentos
de congelamento, resfriamento e armazenamento das
soluções de venenos (em especial os proteolíticos) pode
comprometer a qualidade dos soros antiofídicos. O objetivo
deste estudo foi de avaliar a estabilidade do veneno em
diferentes temperaturas de armazenamento, após a
diluição em solução salina (0,85%) para imunização. Foi
utilizado o veneno de B. jararaca (1mg/ml) nas seguintes
condições: Na primeira, o veneno foi solubilizado no
momento da realização do teste (controle); nas condições
2 e 3, as soluções de veneno foram preparadas 7 dias e
48h antes dos testes e, respectivamente, mantidas em
geladeira (2-8°C) ou congeladas a -20°C. Foram realizados
testes in vivo de miotoxicidade, atividade edematogênica e
determinação da dose letal (DL50%) para avaliar a atividade
do veneno nas três condições estudadas e análises de RPHPLC para identificar padrões de degradação. Nossos
resultados parciais demonstram que não houve diferença
significativa nas atividades miotóxica e edematogênica
entre as diferentes condições estudadas. Os valores
de DL50%(μg/20g de camundongo) se mantiveram
próximos ao esperado (condições: 1=74,81μg;2=77,31μg
e 3=79,05μg). Além disso, os resultados cromatográficos
não identificaram produtos de degradação. No entanto,
novosexperimentos imunoquímicos deverão ser realizados
para avaliar a resposta imune dos equinos nas diferentes condições estudadas.
(i)
(i)
(i)
Palavras-chave: TLR, Microscopia Intravital, Rolamento, Aderência
Financiadores: Fapesp (2013/21518-8, 2012/50296-8 e 2013/07467-1) e CNPq
(i)
Palavras-chave: Imunização, Antígeno, B. jararaca,
62
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
AVALIAÇÃO DA CONTRATILIDADE
DE TECIDO ISOLADO IN VITRO
DE MÚSCULO LISO (ARTÉRIA
MESENTÉRICA) EM RATOS WISTAR
FRENTE ÀS FRAÇÕES PEPTÍDICAS DO
VENENO DA SERPENTE CROTALUS
CROTALUS TERRIFICUS
compostos predominantemente hidrofílicos e, como
evidenciaram efeitos hipotensor e hipertensor para a artéria
mesentérica, acredita-se que a prospecção presente de
novos candidatos à medicamentos relacionados à pressão
arterial está sendo bem desenvolvida.
Palavras-chave: serpentes, venenos, pressão arterial.
Financiadores: CAPES.
AVALIAÇÃO DO EFEITO DO VENENO
DA SERPENTE BOTHROPS JARARACA
SOBRE A ATIVIDADE (NA+/K+)-ATPÁSICA E
DOSAGEM DE MARCADORES DE LESÕES
Patrícia da Rocha Mendes1, Helder Veras Ribeiro-Filho2, Patrícia
da Fonseca-Magalhães2, Luciana Curtolo de Barros1, Pedro Jorge
Caldas Magalhães2,Alexandre Havt Bindá2,Lucilene Delazari dos
Santos1
1
Centro de Estudos em Venenos e Animais Peçonhentos – Unesp,
Botucatu SP; 2 Departamento de Fisiologia e Farmacologia Universidade Federal de Ceará
Luiz Carlos Simas Pereira Junior1, Eládio Flores Sánchez2, André
Lopes Fuly1, Luiz Roberto Leão Ferreira1
[email protected]
1
Os venenos de serpentes representam uma mistura
complexa, ricos em moléculas biologicamente ativas, que
constituem modelos moleculares para o desenvolvimento
de estratégias biotecnológicas aplicáveis na geração de
agentes terapêuticos. O objetivo deste estudo foi avaliar
a atividade farmacológica em preparações isoladas de
artéria mesentérica dos peptídeos presentes no veneno
da serpente Crotalus Crotalus terrificus, avaliando a
contratilidade de tecido in vitro de músculo liso em ratos
Wistar. Quinhentos mg de veneno foram solubilizados em
TFA 0,1% e em seguida, centrifugados à 8.000xg por 30
minutos. Por sua vez, os peptídeos foram submetidos à
cromatografia líquida de fase reversa na presença de
acetonitrila/TFA. Em seguida, as frações peptídicas foram
aplicadas em Ratos Wistar foram anestesiados com
pentobarbital sódico de 30 a 50mg /kg, via intra-peritonial
e em seguida, sacrificados por deslocamento cervical. O
tecidos foram montados em câmaras para órgão isolados
contendo 5mL de solução fisiológica de Krebs-Henseleit,
pH 7,4, mantida aquecida à 37°C. Os tecidos foram atados
a um ponto fixo na câmara e à unidade transdutora de força
apropriada para registro isométrico das contrações. A tensão
basal aplicada ao tecido foi de 0,5g para estabilização.
Após um período de equilíbrio, os tecidos foram expostos
à solução despolarizante de alta concentração de K+
(60mM), repetidas vezes até que duas respostas de mesma
amplitude fossem obtidas. Após, o protocolo de reversão
foi realizado na presença das soluções de Phe 0,1uM
e Ach 1uM, finalizando com Phe 0,05uM. As curvas de
concentração-efeito para o veneno bruto da serpente Cdt
e suas frações peptídicas foram obtidas pela exposição
da preparação à concentrações crescentes (0,01, 0,1, 1,
10, 100, 200, 300 ug/mL) à solução fisiológica de KrebsHenseleit normal na câmara de banho, para avaliação de
seus efeitos sobre o tônus basal da artéria mesentérica
isolada. Após a realização da curva concentração-efeito, o
tecido foi lavado com Verapamil à 25mM, para avaliar sua
integridade. As frações que apresentaram significância
estatística (p>0,05) em relação a ação de relaxamento e
contração do músculo liso avaliado foram as frações 1 e
3, respecitvamente. Levando em consideração que essas
frações peptídicas foram eluídas na presença de 5-10%
de acetonitrila/TFA 0,1%, denota-se que, estas apresentam
2
Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ;
Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte –MG
[email protected]
A propriedade bioeletrogênica da enzima (Na+/K+)–
ATPase é essencial para manutenção de diferentes
processos fisiológicos, tais como a excitabilidade das
células nervosas, contração muscular, reabsorção renal
do sódio e o controle osmótico do conteúdo celular de
água. Alguns trabalhos da literatura têm reportado que
os venenos de diferentes animais interferem na atividade
(Na+/K+)–ATPásica. Os venenos de serpentes apresentam
proteínas em sua composição e as mesmas respondem
pelos diferentes efeitos biológicos causados nas vítimas,
como cardiotoxicidade, neurotoxicidade, miotoxicidade,
hemólise, hipotensão e outros. No presente trabalho,
foram avaliados os efeitos do veneno da serpente
Bothrops jararaca sobre a atividade (Na+/K+)–ATPásica
in vitro (em homogeneizados de cérebro de ratos), bem
como os efeitos in vivo da inoculação intraperitoneal de
veneno sobre a atividade (Na+/K+)–ATPásica em extratos
de cérebro e rim de camundongos. A concentração de
proteína nos homogeneizados foi determinada pelo método
descrito por Bradford (1976). A atividade (Na+/K+)–
ATPásica, determinada pelo método modificado de FiskeSubbarow(1925), foi definida como a geração de Pi sensível
a 1mM de ouabaína. Os resultados dos experimentos
in vitro demonstraram que o veneno de B. jararaca
reduziu a atividade (Na+/K+)–ATPásica na concentração
de 0,4mg/mL, apenas na condição de concentração subsaturante de ATP. Os resultados dos experimentos in vivo
demonstraram que a inoculação intraperitoneal da dose de
2mg/kg do veneno de B. jararaca não afetou a atividade
(Na+/K+)-ATPásica de homogeneizado de rim e cérebro de
camundongos nos quatro intervalos de tempo analisados
pós-inoculação (6, 12, 18 e 24 horas). Na dose de 3,33 mg/
kg houve alteração significativa da atividade (Na+/K+)ATPásica nos extratos de cérebro e rim, apenas no intervalo
de 24 horas. Observamos, ainda, alteração significativa
na dosagem das enzimas plasmáticas, creatina quinase
e desidrogenase láctica, após 18 horas da inoculação
da dose de 2 mg/kg do veneno, enquanto a creatinina
aumentou após 24 horas da inoculação. Na dose de 3,33
mg/kg foi observado aumento significativo na atividade
plasmática da enzima desidrogenase láctica, após 6 horas
de inoculação do veneno. Dessa forma, percebemos que
em doses elevadas o veneno da serpente Bothrops jararaca
é capaz de modular a atividade (Na+/K+)–ATPásica tanto
(i)
(i)
(i)
(i)
(i)
63
(i)
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
CARACTERIZAÇÃO GELATINOLÍTICA E
FIBRINOGENOLÍTICA DE PROTEASES
DO VENENO DA PSEUDECHIS
AUSTRALIS
nos ensaios in vitro quanto nos ensaios in vivo e que
alterações nos marcadores de lesões nos intervalos
de tempo estudados só foram observadas em menor
dose do veneno.
Palavras-chave: Enzima, Peçonha, Ofídio.
Bruno Baessa Chagas 1 ;Tamara Mieco Fucase 1; Paula Julliana
Nishimura 1; Vincent Louis Viala 1; Jose Pedro Prezotto Neto 1;
Patrick Jack Spencer 1
Financiadores: CNPq, CAPES, FAPERJ, UFF-FOPESQ.
BIOCHEMICAL AND IMMUNOLOGICAL
CHARACTERIZATION OF SNAKE VENOMS
OF GENUS CROTALUS SPP BASED ON
GEOGRAPHICAL DISTRIBUTION
1
Centro de Biotecnologia – Instituto de Pesquisa
Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN)
[email protected]
Introdução: A serpente australiana Pseudechis australis
está presente em quase todo território australiano. Ela
está entre as dez espécies mais tóxicas do mundo e seu
veneno é predominantemente miotóxico e pró-coagulante,
e levemente neurotóxico em humanos. O seu veneno é
composto por toxinas como disintegrinas, metaloproteases,
fosfolipases A2, inibidores de serionoproteases, CRISP e
L-aminoacido-oxidases. O objetivo principal deste trabalho
foi isolar e caracterizar parcialmente as proteases deste
veneno. Métodos: O veneno bruto foi fracionado por
cromatografia de exclusão molecular utilizando uma coluna
Superdex 75 10x300 e as frações foram analisadas por
eletroforese (SDS PAGE) em condições não reduzidas. A
atividade proteolítica (gelatina) destas frações foi analisada
por ensaio de zimografia. Ensaios de inibição visaram
indicar o tipo de proteases: o EDTA inibe as metaloproteases
sequestrando os metais necessários para sua atividade
proteolítica e o PMSF inibe de forma específica e irreversível
as serinoproteases. Em paralelo, as mesmas frações
foram analisadas por teste de atividade fibrinogenolítica
em diferentes tempos de incubação. Geralmente, as
metaloproteases degradam preferencialmente a cadeia alfa
e as serinoproteases degradam preferencialmente a cadeia
beta. Resultados: No ensaio de zimografia foram observadas
duas bandas com atividade gelatinolítica, provenientes da
primeira fração da cromatografia de exclusão molecular. A
banda de maior massa foi inibida por EDTA e não por PMSF
indicando ser uma metaloprotease. Enquanto que a banda
de menor massa foi inibida por PMSF e não por EDTA
indicando ser uma serinoprotease. A segunda fração da
cromatografia de exclusão molecular apresentou atividade
fibrinogenolítica apesar de não apresentar atividade
gelatinolítica. Apos 45 minutos de incubação a cadeia beta
do fibrinogênio foi clivada indicando haver nessa segunda
fração uma serinoprotease. Discussão: Estudos anteriores
deste veneno já mostraram a presença de metaloproteases,
porém sem nenhuma atividade descrita. Com base na
literatura atual, até o momento nenhuma serinoprotease
havia sido descrita nesta espécie. A caracterização da
atividade proteolítica destas toxinas é um primeiro passo
importante na compreensão do papel destas toxinas no
processo de envenenamento. Conclusão: No presente
trabalho identificamos duas proteases com atividade
gelatinolítica sendo uma inibida por EDTA (metaloprotease)
e a outra inibida por PMSF (serinoprotease). O
ensaio fibrinogenolítico indica a existência de uma
serinoprotease não gelatinolítica.
(i)
José Pedro Prezotto Neto ; Vincent Viala ; Tamara Fucase ;
Bruno Baessa Chagas 1; Patrick Jack Spencer 1
1
1
1
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares- IPEN,
Universidade de São Paulo (USP)
1
[email protected]
Rattlesnakes are a monophyletic New World group of
pitvipers comprising two genera, Crotalus and Sistrurus,
which emerged in Mexico, approximately 20 million years
ago and colonized most of the American continent. Several
authors report that factors such as diet, sexual dimorphism,
ontogeny, mutations and geographic distribution can
influence the protein composition and consequently
the biological activity of venoms. The aim of this work
was to carry out a comparative study of enzymatic and
immunochemical properties of six species of Crotalus:
(C. viridis viridis, C. scutulatus scutulatus, C. Crotalus, C.
vegrandis, C. d. collilineatus and C. d. terrificus) . SDSPAGE (15 %) was used to evaluate the venom complexity.
Proteolytic activity was analyzed by zymogram SDS gels in
the presence and absence of a specific serino proteinase
inhibitor (PMSF). Western blots using antibodies against
crotoxin, crotamine and jararhagin were carried out to
detect cross reactive toxins. All the venoms presented
components with a molecular weight (MW) ranging from
120 to 10 kDa. The gelatinolytic activity was observed in
all species of Crotalus venoms mainly around 100 – 30 kDa
and 25 - 20 kDa with differences in zymogram profile and
intensity of substrate degradation. Furthermore, gelatinases
with high MW (above 130 kDa) could only be observed
in C. Crotalus, C. d. vegrandis, C. d. collilineatus and C.
d. terrificus. Addition of PMSF to venom samples, partial
and/or total inhibition of enzymatic activity was detected
around 40 kDa (C. v. v.), 37 kDa (C. v. v. and C. s. s.) and
17 kDa (C. d.). The immunochemical assays demonstrate
high immunoreactivity of anti-crotoxin against Crotalus
spp. venoms mainly in C. s. s., C. d. v., C. d. c. and C. d. t.
venoms, with a diffuse, smeary track, ranging from around
130 to 25 kDa, however, under 25 kDa, only C. d. c. and
C. d. t. venoms showed immunoreactivity. Strong stained
bands were detected in C. v. v., C. d. c. and C. d. t. venoms
using anti-crotamin. When analyzed for immunoreactivity
with a anti-jararrhagin, only the C. v. v., C. s. s., C. d. and
C. v. venoms displayed positive bands. These data indicate
that geographic distribution and the resulting climate and
dietary pressure, modulate the composition and relative
concentration of specific toxins of Crotalus spp. venom,
with delay of expression shutdown of some toxins which are
believed to be under ontogenic control, such as crotoxin.
(i)
(i)
Key words: Crotalus, venom, enzymatic activity, antivenom
Palavras-chave: Pseudechis australis, veneno, protease, inibição
Financial Support: CAPES
Financiadores: CAPES
64
(i)
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
CLINICAL MANIFESTATIONS AND
EXPERIMENTAL STUDIES ON THE
SPINE EXTRACT OF THE TOADFISH
PORICHTHYS POROSISSIMUS.
ENSAIO CLÍNICO FASE I/II PARA
AVALIAR A SEGURANÇA, A CAPACIDADE
NEUTRALIZANTE E CONFIRMAR
A MENOR DOSE EFICAZ DO SORO
ANTIAPÍLICO PARA O TRATAMENTO
DE MÚLTIPLAS PICADAS DE ABELHAS
AFRICANIZADAS APIS MELLIFERA
ESTUDO APIS.
Mônica Lopes-Ferreira1, Anderson Daniel Ramos1, Itamar Alves
Martins 2, Carla Lima 1, Katia Conceição 1,3, Vidal Haddad Jr. 4
[email protected]
The toadfish (fish of the Batrachoididae family) are found
in marine and brackish environment around the world.
Among the toadfish, Porichthys genus is very common.
The Mangangá-liso or Atlantic Midshipman ( Porichthys
porosissimus ) is a bony fish founded in South Western
Atlantic from Vitória, in the Espírito Santo State, Brazil, to
eastern Argentina. This fish is capable of measuring more
than 30 cm and it is characterized by massive head and
photophores along the body, being one of the few fish
inhabitants of shallow waters to present bioluminescence.
The species is associated with the bottoms (up to 200
m) and is nocturnal. It feeds on crustaceans and fish. In
times of reproduction they produce a noise similar to that
produced by toads, which is audible out of the water.
Atlantic Midshipman is also known as bacalhau-de-praia,
niquim and other popular names. The fish presents two
dorsal and two preopercle spines that are described as
venomous by fishermen colonies on the northern coast of
São Paulo State, where it is captured with relative frequency
and provoke injuries mainly in shrimp`s fishermen, when
they collect the shrimps of the trawls. However, there was
no scientific consensus about the classification of the genus
i)Porichthys as a venomous fish because so far there are no
published studies regarding human envenomations and/or
toxic activities induced in animal models. Herein, we report
two conclusive envenomations in human beings caused by
Porichthys porosissimus dorsal spines, with clear signs and
symptoms that were very important for the development of
our experimental studies (the patients presented intense
pain and marked inflammation in the point of the wound).
We demonstrated that the Porichthys porosissimus
spine extract, now venom, can induce nociceptive and
edematogenic responses in mice as well an induction of
an inflammatory response elicited by intravital microscopy
and leukocyte migration. Finally, we identified in the P.
porosissimus dorsal spine extract, through analysis by
mass spectrometry, the presence of proteins previously
detected in the venoms of other fish species and other
venomous animals. We believe that based on our studies
we will dismiss the non-venomous nature of this fish and
clarify this issue.
Alexandre Barbosa1, J Poli1, D Campolina3, S.Magalhães3, P
Ciruffo3, D Correa Filho4, R Molina4, B Olej5, M Timoteo5, P Cupo6,
F Bucaretchi7, E Capitani7, C Caramori1, R Ferreira Jr2, L Santos2,
N Medolago1, M Carneiro1, L Cunha9, F Trevisol8, D Trevisol8, J
Chippaux10, B Barraviera1,2
(i)
(i)
(i)
Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP, Botucatu (SP), 2Centro
de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP, Botucatu
(SP), 3Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG
- Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte
(MG), 4Universidade Federal do Triângulo Mineiro –UFTM, Uberaba
(MG), 5Universidade Federal Fluminense – UFF, Niterói (RJ),
6
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São
Paulo – USP, Ribeirão Preto (SP), 7Faculdade de Ciências Médicas
– Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas (SP),
8
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Tubarão (SC),
9
Instituto Vital Brazil (IVB) – Niterói (RJ), 10Institut de Recherche pour
le Développement –IRD - Paris, France.
1
[email protected],[email protected],iromarac@
gmail.com, [email protected], [email protected], orpc.
[email protected], [email protected], [email protected],
[email protected], [email protected], [email protected].
br, [email protected], [email protected], bucaret@fcm.
unicamp.br, [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], daissont@uol.
com.br, [email protected], [email protected],
[email protected], [email protected], fastrevisol@
gmail.com, [email protected], [email protected],
[email protected]
(i)
As abelhas híbridas, resultantes do cruzamento entre
as abelhas europeias ( Apis mellifera mellifera, carnica,
caucasica e ligustica ) e africanas ( Apis mellifera
scutellata ), são denominadas africanizadas. Apesar de
muito produtivas, são também muito defensivas atacando
maciçamente acarretando risco de vida a seres humanos e
animais, tendo por isso sido apelidadas de “killer bees”. O
veneno é basicamente constituído de melitina, fosfolipase
A2, apamina, hialuronidase, peptídeos, água e sais minerais.
A dose letal do veneno é estimada em 19 picadas por
kilograma de peso, o que corresponde a 500 picadas para um
ser humano adulto. A epidemiologia dos envenenamentos
tem mostrado aumento significativo da prevalência ano
após ano. Assim, em 2006 foram notificadas 4.774 (4,87%)
acidentes e 10.026 (7,17%) em 2012. Apesar de não ser
de notificação compulsória estima-se que ocorram por ano
em torno de 15 mil ataques, causando 140 mortes, com
prevalência de 10,91% entre todos os acidentes causados
por animais peçonhentos. Como não se dispunha de um
soro para ser utilizado pela rede brasileira de assistência,
(i)
(i)
(i)
Key words: Fish venoms, Stings, Toadfish venom.
65
(i)
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
todos os pacientes eram tratados sintomaticamente com a
associação de drogas anti-histamínicas, corticosteroides
e analgésicos potentes. Os que evoluem com choque
anafilático e os acometidos por múltiplas picadas são
tratados em hospitais de retaguarda com disponibilidade
de unidade de terapia intensiva. O desenvolvimento de
um soro específico era o grande desafio, uma vez que
os peptídeos de pequena massa molecular não induzem
satisfatoriamente a produção de anticorpos pelos animais
soro produtores. Baseado nisso, os pesquisadores do
Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da
UNESP (CEVAP) em parceria com os do Instituto Vital Brasil
de Niterói (IVB) desenvolveram um novo soro, em escala
piloto e constituído de anticorpos contra os componentes
tóxicos do veneno. O uso deste baseado em protocolos
clínicos internacionais especialmente desenvolvidos
poderá salvar vidas, haja vista que os ensaios pré-clínicos
já confirmaram esta hipótese. Dessa forma, está sendo
proposto como primeira etapa um ensaio clínico fase I/II,
multicêntrico, não randomizado e aberto para se avaliar
a segurança e confirmar a menor dose eficaz do soro,
tratando 20 pacientes acometidos por múltiplas picadas. O
objetivo dessa pesquisa será avaliar os eventos adversos
relacionados ao produto (antiveneno) e confirmar a dose
mínima necessária para neutralizar diferentes quantidades
de veneno inoculado.
bibliográfico foi realizado utilizando-se as ferramentas de
busca do Portal de Periódicos da CAPES e do SciFinder,
utilizando-se as palavras chaves: Asteraceae e Bothrops.
Os dados referentes as atividades antibotrópicas das
espécies vegetais encontrados foram tabulados. De acordo
com o levantamento realizado, 21 espécies da família
Asteraceae apresentaram algum estudo farmacológico
relacionado às atividades antibotrópicas. A espécie
Mikania glomerata Spreng, apresentou o maior número de
ensaios descritos (20). Os extratos aquoso e hidro alcoólico
das folhas mostraram-se ativo com ações antitrombótica,
antimiotóxica e antiproteolítica induzidas pela peçonha de
B. atrox, enquanto o extrato das raízes não foi ativo. Vinte
extratos e/ou substâncias isoladas foram testados frente a
atividade hemorrágica da peçonha do gênero Bothrops,
treze foram ativas. Cinco inibiram a Fosfolipase A2. Cinco
foram testadas em relação a sua capacidade protetora
contra a peçonha, Apenas o extrato hidro alcoólico de
Hypericum irazuensisapresentou atividade protetora contra
a peçonha de B. atrox. A forma de preparo das espécies
vegetais se deu através dos extratos aquosos (11) e hidro
alcóolico (6), o que está em acordo com o uso popular.
Destacam-se as atividades das plantas medicinais sobre
as peçonhas de B. atrox (10), B. asper (7) e B. jararaca
(5). Através deste trabalho podemos concluir que
ainda são escassos os estudos com plantas medicinais
com atividade antibotrópica.
Palavras-chave: Bothrops, peçonhas, antiofídico
Palavras-chave: soro antiapílico, Apis mellifera, ensaio clinico
ESTUDO DE COMPARABILIDADE DOS
SOROS ANTIVENENOS PRODUZIDOS NO
INSTITUTO VITAL BRAZIL
Financiadores: Decit (MS) CNPq, Proc. No. 401170/2013-6
ESPÉCIES DA FAMÍLIA ASTERACEAE
COM ATIVIDADE ANTIBOTRÓPICA: UMA
REVISÃO DA LITERATURA
Vera Lúcia Menário Noguchi1,Francisco Eduardo de
Pontes1,Francine Dutra Carneiro1,Thayssa Carneiro Campista1
1
Bettina Monika Ruppelt1*, Arthur Luiz Corrêa2, Luis Armando
Tietbohl2, Júlio Cesar Carestiato2, Leandro Rocha2
1
[email protected]
tOs soros antivenenos possuem, segundo a Farmacopeia
Brasileira, as mesmas especificações, se diferenciando
somente no parâmetro potência, específico para cada soro.
O presente trabalho teve como objetivo realizar estudo
de comparabilidade entre os cinco soros antivenenos
(antibotrópico-anticrotálico,
antibotrópico-anticrotálico,
antibotrópico-antilaquético e antiescorpiônico) produzidos
pelo Instituto Vital Brazil. Foi realizada pesquisa documental
nos dossiês de produção dos lotes dos soros antivenenos
aprovados no período 2009-2013, comparando os
parâmetros: volume médio, pH, fenol, cloreto de sódio,
proteína, nitrogênio total, nitrogênio proteico, nitrogênio
não proteico, sólidos totais. Os dados foram tratados
estatisticamente utilizando o teste ANOVA, com nível
de significância 0,05. Após as análises estatísticas foi
possível identificar que não houve diferença entre os soros
estudados nos parâmetros volume médio, pH e fenol.
Constatamos diferenças nos parâmetros cloreto de sódio,
proteína, nitrogênio total, nitrogênio proteico, nitrogênio
não proteico e sólidos totais. O soro antiescorpiônico foi
retirado do parâmetro volume médio, pois é produzido em
ampolas de 5 mL, enquanto os demais utilizam ampolas
de 10 mL. A inexistência de diferenças no volume médio
entre os quatro soros comparados demonstra consistência
produtiva na etapa de envase dos soros. A constatação
Laboratório Universitário Rodolpho Albino, Universidade Federal
Fluminense, Niterói-RJ
2
Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense,
Niterói-RJ
*[email protected]
Acidentes
com
animais
peçonhentos
ocorrem
frequentemente em várias regiões do Brasil. Cerca de
90% dos acidentes por picada de serpentes referem-se
ao gênero Bothrops . Sua peçonha é do tipo proteolítica e
necrosante. A mortalidade dos indivíduos picados por este
tipo, quando não recebem o soro específico é de 8% caindo
para 0,7% com a soroterapia, no entanto as sequelas
podem permanecer. O uso de plantas sob forma de infuso,
decocto, emplastros e garrafadas é muito comum no
interior do Brasil para prevenir e tratar estes acidentes. Os
extratos de espécies vegetais têm demonstrado a redução
dos efeitos tóxicos, locais e sistêmicos em testes in vitro ou
in vivo. Nas últimas décadas tem-se observado o aumento
do número de publicações relacionadas a este tema. O
presente trabalho tem como objetivo identificar os estudos
realizados com as plantas medicinais da família Asteraceae
com atividade antibotrópica. Baseado na relação de plantas
brasileiras tidas como ativas contra peçonhas de animais,
especialmente as de serpentes, selecionou-se a família
Asteraceae por apresentar o maior número de espécies
popularmente utilizadas como antiofídicas. O levantamento
(i)
Instituto Vital Brazil
(i)
66
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
de que não há diferenças no pH e no teor de fenol dos
cinco soros antivenenos indica consistência na etapa de
formulação dos soros, sendo o pH um importante fator
na manutenção da estabilidade de produtos biológicos
à base de proteínas. O teor de cloreto de sódio do soro
antiescorpiônico apresentou diferença quando comparado
aos soros antibotrópico, anticrotálico e antibotrópicoanticrotálico, não apresentando diferença quando
comparado ao soro antibotrópico-antilaquético. Tais
resultados podem demonstrar falta de reprodutibilidade
na etapa de formulação relacionada à preparação da
solução salina. É importante destacar que o teor de
cloreto de sódio não está relacionado à estabilidade dos
soros e sim a osmolaridade, fator não crítico dada a forma
de administração dos soros nos acidentes envolvendo
serpentes e escorpiões. As diferenças observadas nos
parâmetros proteína, nitrogênio total, nitrogênio proteico,
nitrogênio não proteico, sólidos totais podem ser explicadas
pela relação direta que esses parâmetros possuem
com as diferentes potências dos soros estudados. As
potências (mg/mL) dos soros são: antibotrópico (mínimo
5), anticrotálico (mínimo 1,5), antibotrópico-anticrotálico
(mínimo 5 -mínimo 1,5), antibotrópico-antilaquético (mínimo
5 - mínimo 3) e antiescorpiônico (mínimo 1). As diferenças
nos parâmetros relacionados às potências já eram
previstas. Podemos concluir que os soros que fizeram parte
do presente trabalho apresentaram consistência produtiva
satisfatória, apesar das diferenças detectadas no estudo.
com água ultrapura, centrifugado a 13.000 RPM a 4°C, por
10m. Em seguida, foi feita a dosagem proteica da parte
solúvel do veneno pelo método de Lowry et al. (1951). Para
a realização da cromatografia em HPLC foi utilizada uma
coluna C8 analítica com dimensões de 250mm x 4,6mm. A
determinação da toxicidade do veneno (DL50) foi realizada
em camundongos pelo método de Finney (1971). Para o
teste de ELISA foi usado o soro anti-veneno de coelho,
produzido contra o veneno dos animais da RMBH (antiTsBH). A eletroforese foi feita em gel SDS-PAGE 15% com
amostras de 30μg de TsSA e TsBH,. Em seguida, foi feita a
transferência das proteínas do gel SDS para uma membrana
de nitrocelulose e então exposto ao soro anti-TsBH em
diluição 1:200 (Western Blot). A cromatografia mostrou
que ambos os venenos possuem perfis semelhantes com
variação de amplitude em dois picos. Os valores de DL50
encontrados foram 11,75 μg/camundongo para TsSA e 13,2
μg/camundongo para TsBH. O soro anti-TsBH reconheceu
de forma semelhante os venenos de TsBH e TsSA. A
eletroforese e o Western Blot não apresentaram diferenças
entre os perfis dos dois venenos. Os dados sugerem, até
o momento, que as amostras de T. serrulatus testadas não
diferem quanto ao seu perfil bioquímico e imunológico,
portanto sem apresentar variação geográfica, apesar dos
acidentes serem mais severos na RMBH, comparados
com a RMS.
Palavras-chave: Tityus serrulatus, Veneno, Bahia, Minas Gerais
Financiadores: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES)
FIRST REPORT OF INTERRUPTION OF
MAST CELL DEGRANULATION AND
ENDOTHELIAL CELLS ACTIVATION
BY ANTI-INFLAMMATORY DRUGS
CONTROLLING THE ACUTE RESPONSE
PROVOKED BY PSEUDOPLATYSTOMA
FASCIATUM FISH VENOM.
Palavras-chave: antivenenos, soros, comparabilidade
ESTUDO COMPARATIVO DO
VENENO DAS POPULAÇÕES DE
TITYUS SERRULATUS DAS REGIÕES
METROPOLITANAS DE BELO
HORIZONTE (MG) E SALVADOR (BA)
Rafael Martins Reis Serra1, Luciana Lyra Casais-e-Silva1,
Evanguedes Kalapothakis2, Rejane Maria Lira-da-Silva1
1
2
Mônica Lopes-Ferreira1, Eduardo Martins Gomes1, Fernanda Miriane
Bruni1, Márcio José Ferreira1, Patrícia Charvet2, Carla Lima1
Universidade Federal da Bahia, Brasil
1
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Rafael Martins, [email protected]
2
O escorpião Tityus serrulatus , popularmente conhecido
por escorpião amarelo, é considerado o escorpião de
maior importância médica do Brasil, devido ao seu
envenenamento causar acidentes severos que podem
levar a morte, principalmente em crianças, e de seu caráter
sinantrópico, sendo considerado uma praga urbana em
grandes cidades. O veneno de T. serrulatus compreende
uma mistura complexa de proteínas básicas de baixo
peso molecular, associada à pequenas quantidades de
aminoácidos e sais. Outros trabalhos compararam o veneno
de diferentes populações de T. serrulatus e constataram
uma variação geográfica, principalmente na toxicidade da
peçonha. Objetivamos comparar o veneno de T. serrulatus
provenientes das regiões metropolitanas de Salvador/
RMS (TsSA) e de Belo Horizonte/RMBH (TsBH) quanto sua
toxicidade e características bioquímicas e imunológicas. Os
animais da RMS foram coletados em Salvador e Candeias
e os da RMBH em Lagoa Santa e Belo Horizonte. O veneno
foi extraído através de estímulo elétrico e armazenados a
- 20°C até o momento de uso. O veneno foi ressuspenso
(i)
Immunoregulation Unit, Special Laboratory of Applied Toxinology
(CeTICS/Fapesp), Butantan Institute, São Paulo, Brazil.
SENAI, Departamento Regional do Paraná, Curitiba, Paraná,
Brazil. [email protected].
(i)
This is the first report describing in mice the envenoming that
possible to occur in humans provoked by Pseudoplatystoma
fasciatum and evaluated the different class of mediators
involved in the inflammatory injury, identifying important
targets for drugs intervention. First we demonstrate that P.
fasciatum venom induces an acute inflammatory response
characterized by the recruitment of immune cells into
peripheral tissues choreographed by chemoattractants
including lipid mediators (LTB4 and PGE2), cytokines (IL1β and TNF-α), and chemokines (KC and MCP-1). Intravital
microscopy studies showed that only high dose (60 μg)
of venom promoted hemodynamic changes inducing an
abundant number of thrombi of varying sizes in venules
leading to transient venular stasis with reduced blood flow.
We found that serotonin, leukotrine and prostaglandin are
involved in edematogenic and nociceptive responses,
since a selective COX-2 inhibitor, a non-specific inhibitor
for cytokines and COX-2, and a non- selective 5-HT
(i)
(i)
67
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
receptor antagonist were able to reduce both symptoms.
In conclusion, our data show that the main symptoms of
acute inflammation as pain provoked by P. fasciatum fish
venom could be well managed by available drugs as
COX-2 inhibitors as well dexamethasone or non-selective
5-HT receptor antagonists.
leucócitos aderidos à parede da vênula e transmigração no
tecido adjacente. A secreção aplicada topicamente na dose
de 30 g/20 L induziu em 30 min hemorragia, alcançando
20% do total dos capilares, e ainda provocou parada do
fluxo sanguíneo nas vênulas e arteríolas. Em conjunto
nossos resultados mostram pela primeira vez a existência
de proteínas e peptídeos com atividade inflamatória e
hemorrágica na secreção dos espinhos do peixe Opsanus
beta, podendo ser considerado peçonhento.
Key words: Acute inflammatory reaction; Anti-inflammatory
Financial Support: FAPESP (2003/13.751-2 and 1998/14.307-9) and CNPq.
Palavras-chave: Opsanus beta, inflamação, hemorragia, estase
IDENTIFICAÇÃO DA CAPACIDADE
INFLAMATÓRIA E HEMORRÁGICA DA
PEÇONHA DO PEIXE OPSANUS BETA
Financiadores: Fapesp (2013/13751-2, 2013/07467-1) e CNPq
IDENTIFICATION OF NOVEL BPPS IN
BITISGABONICA RHINOCEROS (WEST
AFRICAN GABOON VIPER) SNAKE
VENOM
Tais Matozo de Souza , Felipe Martins , Carolina Polonio , Jéssica
Giehl de Araújo1 Vidal Haddad Junior2, Carla Lima1, Mônica
Lopes-Ferreira1
1
1
1
1
Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia
Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo
Tamara M. Fucase1; Vincent Louis Viala1; Ingrid Cavalcante2;
Daniel Carvalho Pimenta2; Patrick Jack Spencer1
Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da
Universidade Estadual Paulista, Botucatu, Brasil
2
1
2
[email protected]; [email protected]; carolina.
[email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]; monica.
[email protected]
Laboratório de Bioquímica e Biofísica, Instituto Butantan, SP - Brazil.
[email protected]
In the world, it is estimated that up to 50.000-100.000 people
die annually from snake bites, which represents a serious
global health problem. In Africa, snakebite accounts for up
to 30.000 deaths per year, with many victims with sequelae
and permanent disabilities. The Bitisspecies (Puff adders)
are known for their behavior of inflating and deflating their
bodies while hissing and puffing loudly. This genus belongs
to Viperinae subfamily and is constituted by seventeen
species, found in Africa and Eurasia. The Bitis gabonica
rhinoceros is characterized by presenting a series of nasal
scales that resemble a rhino horn. Systemic envenoming by
Bitis snakes is characterized by cardiotoxic, hemorrhagic,
myotoxic and hypotensive effects. Snake venoms are a
complex mixture of peptides and proteins, some of the later
with enzymatic activity. Many of these toxins mimic structurally
and functionally endogenous molecules of the prey involved
in homeostatic processes, escaping however from the
regulation mechanisms, therefore disturbing physiological
equilibrium. Thus, venoms represent a still unexplored
reservoir of bioactive components that might mitigate or
cure diseases in conditions where conventional therapy
is ineffective. The bradykinin potentiating peptides (BPPs)
comprise a class of angiotensin-I converting enzyme (ACE)
inhibitors. The BPPs usually consist of oligopeptides with 5
to 13 residues with a high number of proline residues and
the tripeptide Ile-Pro-Pro (IPP-tripeptide) in the C-terminus
region and have a conserved N-terminal pyroglutamate
residue (Z). As a whole, the action of the BPPs in the animal
results in the decrease of the blood pressure. The crude
venom of B.g.rhinoceroswas fractionated by size exclusion
chromatography and the molecular masses and the purified
proteins were determined by SDS-PAGE, peptides with
molecular weight lower than 7kDa were repurified in C18
reverse phase column. After mass spectrometry analysis
(ESI-IT-TOF-MS/MS), BPP spectra were identified in three of
those C18 later fractions. CID fragmentation presented the
O Opsanus beta da família Batrachoididae possui corpo de
aproximadamente 30 centímetros com poucas escamas e
um padrão de colorido de manchas ovais claras discretas
na nadadeira peitoral e manchas claras em forma de
roseta na região lateral do tronco. Possui barbatanas
peitorais, pélvicas e anal com espinhos. No Brasil pode
ser encontrado nas regiões sudeste e sul com relatos
de sua presença na cidade de Santos e no Paraná. Vive
enterrado na areia ou entre as algas e possui grande
capacidade de resistência podendo permanecer vivo por
um longo período de tempo fora da água, bem como em
águas com baixos teores de oxigênio dissolvido. Sendo a
família Batrachoididae representada por espécies na costa
brasileira, sabidamente peçonhentas como Porichthys
porosissimus e Thalassophryne nattereri, o objetivo deste
trabalho foi investigar se a secreção dos espinhos do
Opsanus beta pode ser considerada um peçonha. Os
peixes (6 espécimes) foram coletados em Santos (São
Paulo, Brasil). A extração da secreção foi realizada por
raspagem dos espinhos cortados em sua base com alicate
da nadadeira dorsal e peitorais e foi utilizada a microscopia
intravital (Axio Imager A.1, Carl-Zeiss, Germany) para
estudar as interações leucócito-endotélio como os eventos
de rolamento, adesão e migração em vênulas pós-capilares,
a ação em fibras musculares, hemorragia e estase. Por
eletroforese gel de poliacrilamida 4 a 14% observamos que
a secreção (10 g) apresenta 13 bandas variando de 4 a
281,4 kDa, sendo 4 bandas em torno de 27,7 a 42 kDa as
mais intensamente coradas. Nossos resultados mostram
que a secreção, aplicada topicamente no cremaster (10
g/20 L) é capaz de induzir aumentado (2x) rolamento de
leucócitos em relação aos animais controle negativos (PBS
estéril) no tempo de 10 min, intensificando (3x) em 20
min e permanecendo assim ate o final da observação (30
min). Ainda em 30 min observamos um grande número de
(i)
Centro de Biotecnologia (IPEN/CNEN), SP –Brazil
(i)
68
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
usual y-ion of the terminal P-P fragment as a predominant
signal at m/z 213.1. The de novo sequencing and the
BLAST alignment against public databases identified one
Bothrops BPP and revealed two new BPP sequences. In
literature, very few BPPs are described in Viperinae, so it is
important to identify and characterize these molecules with
pharmacologic potential.
process, and may have implications in scorpionism therapy.
Key words: Hyaluronidase, Tityus serrulatus, venom
Financial Support: CAPES, CNPq
NEUTRALIZATION BY COMMERCIAL
BOTHROPIC ANTIVENOM OF THE
MOUSE PAW EDEMA CAUSED BY
PHILODRYAS OLFERSII (DIPSADIDAE,
XENODONTINAE) SNAKE VENOM
Keywords: peptide, hypotension, Viperinae
Financial Support: Capes, IPEN
MOLECULAR, IMMUNOLOGICAL, AND
BIOLOGICAL CHARACTERIZATIONS
OF TITYUS SERRULATUS VENOM
HYALURONIDASE: NEW INSIGHTS INTO
ITS ROLE IN ENVENOMATION
Edvana de Toledo Oliveira1, João Rafael Silvério1, Stephen Hyslop2
and José Carlos Cogo1
[email protected]
Philodryas olfersii (Dipsadidae, Xenodontinae) , a
venomous back-fanged colubrid, is the major cause of bites
by colubrids in southeastern Brazil. Envenoming by this
species causes local effects such as edema, hemorrhage
and necrosis, while the systemic manifestations involve
primarily coagulopathy. These clinical manifestations are
easily confused with those caused by highly venomous
lanceheads (Bothrops spp.). This similarity has meant
that commercial bothropic antivenom (CBA, produced
by the Instituto Butantan -0212143/B) has been used to
treat envenoming by P. olfersii . In this work, we examined
the ability of CBA to neutralize the mouse paw edema
caused by P. olfersii venom. This work was approved by
an institutional Committee for Ethics in Animal Use (protocol
UNIVAP A02/CEUA/2014). Male Swiss mice (18-22g; n=58 group) obtained from Anilab (Paulínia, SP, Brazil) were
allocated to one of three groups that received 50μl of 0.9%
NaCl solution (control), venom (1μg/50μl; amount chosen
based on preliminary experiments) or a mixture of venom
(1μg) + CBA (50μl). The antivenom/venom ratio used was 3x
greater than the neutralizing capacity for Bothrops jararaca
venom (1 ml of CBA neutralizes 5 mg of reference venom).
Venom was incubated with CBA for 30 min at 37oC prior to
testing neutralization. The mice were injected in the plantar
region of the rear right foot and changes in paw thickness
were measured with high precision calipers (Mitutoyo) at
predetermined intervals up to 360 min (6h) post-venom.
Venom caused rapid-onset edema that was maximal 15-30
min post-injection and decreased progressively thereafter
but was still significantly greater than the control group after
6h. Pre-incubation of venom with CBA markedly attenuated
the venom-induced edema at all time points compared to
venom alone (33% inhibition at 15 min post-venom; 54% at
30min and 35% after 120 min). These findings indicate that
CBA can neutralize edema caused by P. olfersii venom. This
neutralizing capacity could be useful in the clinical setting.
(i)
Carolina C. R. Hortaa; Bárbara F. Magalhãesa;Bárbara B. R.
Oliveira-Mendesa; Anderson O. do Carmoa; Clara G. Duarteb;
Liza F. Felicorib;Ricardo A. Machado-de-Ávilab; Carlos ChávezOlórteguib; Evanguedes Kalapothakisa*
aDepartamento de Biologia Geral, bDepartamento de BioquímicaImunologia, ICB,UFMG, Belo Horizonte, MG, Brazil.
[email protected]
(i)
(i)
Scorpionism is a public health problem in Brazil, where
Tityus serrulatus (Ts) is primarily responsible for severe
accidents. The main toxic components of Ts venom are low
molecular weight neurotoxins, however the venom contains
high molecular weight enzymes which have been poorly
studied. Among these molecules, hyaluronidase is known
as a “spreading factor”, but characterization of its role in
Ts venom requires more investigation. We examined clones
from a cDNA library of Ts venom gland and described two
novel isoforms of hyaluronidase: TsHyal-1 and TsHyal-2.
The isoforms are 83% identical. The predicted amino
acid sequences of both isoforms were aligned with other
hyaluronidases, showing conserved residues even between
evolutionarily distant organisms. We performed gel filtration
followed by reversed-phase chromatography to isolate
hyaluronidase from Ts venom. Native Ts hyaluronidase
was used to produce serum in rabbits. Anti-hyaluronidase
serum neutralized the in vitro hyaluronidase activity of
Ts venom, by turbidimetric assay, and the minimum
neutralizing serum volume for 1 LD50 (13.2 μg) was 0.94
μl. Meanwhile, in vivo neutralization assays showed that
121.6 μl of anti-hyaluronidase serum inhibited 100% mice
death, whereas 60.8 and 15.2 μl of serum delayed mice
death. Death inhibition effect was also reproduced by the
hyaluronidase pharmacological inhibitor, aristolochic acid.
Interestingly, addition of native Ts hyaluronidase (0.418
μg) to pre-neutralized Ts venom (13.2 μg + 0.94 μl of antihyaluronidase serum) restored mice survival time. By using
Spot method, we mapped epitopes of TsHyal-1 and TsHyal-2,
in which TsHyal-1 had more peptides recognized by antihyaluronidase serum than TsHyal-2. Common epitopes to
both isoforms included residues from the enzyme active site.
Hyaluronidase inhibition and immunoneutralization reduced
the toxic effects of Ts venom. Our results challenge the
notion that only neurotoxins are important to the envenoming
(i)
(i)
(i)
Palavras-chave: antivenom, Bothrops, colubrid bites, neutralization
Financiadores: Fundação Valeparaiba de Ensino (FVE)
69
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
NOVO PROTOCOLO DE IMUNIZAÇÃO
UTILIZANDO PROTEÍNA QUIMERA
RECOMBINANTE PARA PRODUÇÃO DE
ANTIVENENO POLIESPECÍFICO CONTRA
LOXOSCELES
Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais, Brasil e FAPEMIG (PPM e 0031-12;
APQ e 01553-10) e fundos do Programa INCTTOX do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologico, Brasil e CNPq (PQ 302842/2010-1).
NEUTRALIZAÇÃO DA ATIVIDADE
PROTEOLÍTICA E COAGULANTE
DE PEÇONHA DE BOTHROPS
JARARACUSSU PELA ESPÉCIE VEGETAL
MYRSINE PARVIFOLIA
Luís Felipe Minozzo Figueiredo1,2, Larisa Magalhães Alvarenga3,
Thais Melo Mendes1,Ricardo Andrez Machado-de-Ávila1, João
Carlos Minozzo2, Carlos Chávez-Olórtegui1
1
Departamento de Bioquímica e Imunologia,UFMG
2
Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI),
Piraquara-PR
3
Departamento de Patologia Básica, UFPR
[email protected]
Arthur Luiz Corrêa1*; Eduardo Coriolano De Oliveira2; Marcelo Guerra
Santos3; Bettina Monika Ruppelt4; Leandro Rocha1; André Lopes Fuly2
1
Faculdade de Farmácia, UFF
2
Loxoscelismo é o termo que descreve acidentes envolvendo
a picada de aranhas do gênero Loxosceles, um problema
de saúde pública no Brasil, especialmente na região Sul.
Existem duas formas da doença: a cutânea, mais comum;
e a viscero-cutânea. As esfingomielinases D, família
das fosfolipases D ou proteínas dermonecróticas são os
componentes mais antigênicos/imunogênicos do veneno,
por isso anticorpos monoclonais e policlonais direcionados
contra o veneno reconhecem principalmente as proteínas
dermonecróticas. Essas proteínas sozinhas são capazes de
gerar os efeitos gerados pelo veneno total de Loxosceles.
Na clínica, a terapia utilizada visa a neutralização do
veneno circulante para reduzir o risco de complicações
mais severas, que podem até levar a óbito. O soro antiveneno vem sendo produzido no Brasil desde a década de
60, e atualmente, dois soros são disponibilizados: o soro
antiaracnídico (Butantan) e o soro antiloxoscélico (Centro
de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos, CPPI),
sendo o último o único poliespecífico para Loxosceles ,
pois é produzido a partir da imunização de cavalos com
os venenos das três principais espécies no Brasil (L.
intermedia, L. laeta e L. gaucho ). Uma quantidade muito
grande de veneno é utilizada durante o programa de
imunização, o que representa uma limitação do método
empregado, assim como pelo fato de que o veneno contém
moléculas muito tóxicas para os animais. Mendes et al (2013)
desenvolveram uma proteína quimera recombinante nãotóxica e sem atividade dermonecrótica (rCpLi), contendo
três epítopos de rLiD1, uma toxina dermonecrótica de L.
intermedia . A imunogenicidade de rCpLi foi inicialmente
testada em coelhos, e os anticorpos gerados foram capazes
de neutralizar os efeitos tóxicos de rLiD1. No presente
estudo, avaliamos o potencial de neutralização frente aos
três venenos loxoscélicos do soros obtidos pela imunização
de cavalos somente com a rCpLi, ou com doses iniciais
dos venenos loxoscélicos seguidos por doses de rCpLi,
comparados com o antiveneno tradicionalmente produzido
no CPPI, usando somente os venenos loxoscélicos. O
programa que utilizou a combinação dos antígenos reduziu
a utilização de veneno em 67%. Com esse programa foram
gerados soros de nova geração capazes de neutralizar
os venenos de L. intermedia, L. laeta e L. gaucho , com
consequente redução do sofrimento animal e devastação
da fauna aracnídica, necessária para a produção do
antígeno tradicionalmente utilizado.
3
4
Instituto de Biologia, UFF
Escola de Formação de Professores, UERJ
Laboratório Universitário Rodolpho Albino, UFF
[email protected]
Peçonhas de serpente são constituídas por uma
mistura complexa de substâncias capazes de provocar
uma grande variedade de distúrbios fisiológicos na
coagulação sanguínea, hemorragia, edema e necrose
local.A soroterapia antiofídica reverte com eficácia os
efeitos sistêmicos da peçonha, no entanto, se mostra
pouco eficaz contra efeitos locais, que na maioria das
vezes, são responsáveis pela morbidade observada nos
acidentados. Além da soroterapia tradicional, a literatura
relata que as plantas medicinais são uma importante
fonte de substâncias farmacologicamente ativas capazes
de combater os danos teciduais locais observados em
acidentes ofídicos. O gênero Myrsine que apresenta
2580 espécies, das quais 34 são encontradas no Brasil, é
caracterizado quimicamente pela presença de saponinas,
terpenos e flavonoides. Myrsine parvifoliaA. DC. é uma
espécie arbustiva, nativa não endêmica, encontrada na
vegetação de restinga na região Nordeste, Sudeste e Sul do
Brasil, onde é popularmente conhecida como “capororoca”.
O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos do extrato
etanólico das folhas de Myrsine parvifolia e suas frações
na neutralização das atividades proteolítica e coagulante
provocada pela peçonha de Bothrops jararacussu. Folhas
de M. parvifolia foram coletadas no Parque Nacional da
Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro e uma exsicata foi
depositada no herbário da Faculdade de Formação de
professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ) sob o registro M.G. Santos 2253. O extrato vegetal
etanólico foi preparado pela técnica de maceração estática
e foi submetido à partição com solventes de polaridade
crescente: hexano, diclorometano, acetato de etila e
butanol. O extrato etanólico e suas frações foram incubados
na presença de peçonha de B. jararacussu na proporção
1:10 (p/p) e avaliados in vitro quanto à capacidade de
inibição da atividade proteolítica, através de método
colorimétrico, utilizando azocaseína como substrato, além
de atividade coagulante. O extrato bruto e a fração acetato
de etila da folha inibiram completamente a atividade
proteolítica provocada pela peçonha enquanto a atividade
coagulante induzida pela peçonha de B. jararacussu foi
inibida pelo extrato bruto e fração butanólica de folhas de
M. parvifolia, na proporção 1:10 (p/p). As propriedades
anticoagulantes e antiproteolíticas observadas podem
Palavras-chave: Loxosceles, anti-veneno, proteína quimera
Financiadores: CAPES (TOXINOLOGIA No 23038000825/2011-63), Fundação de
70
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
POTENCIAL ANTIOFÍDICO DE
MOLÉCULAS OBTIDAS POR SÍNTESE
ORGÂNICA
ser atribuídas a substâncias de média e alta polaridade,
como os flavonoides. Ensaios complementares necessitam
ser realizados a fim de comprovar a atividade antiofídica
desta espécie vegetal e identificar as substâncias
farmacologicamente ativas.
Nayanna de Mello Amorim1, Eládio Sanches Flôres 2, Sabrina
Batista Ferreira3, Vitor Francisco Ferreira 1, André Lopes Fuly1
Palavras-chave: Plantas medicinais, Peçonhas, Restinga, Myrsine
Financiadores: FAPERJ
1
NEUTRALIZATION OF BOTHROPS SNAKE
VENOMS FROM ECUADOR BY ANTIBOTHROPIC ANTIVENOM MANUFACTURED
BY INSTITUTO VITAL BRAZIL
Os acidentes com animais peçonhentos representam um
sério risco à saúde pública no Brasil. Envenenamento
por serpentes é caracterizado por hemorragia, hemólise,
necrose, distúrbios de coagulação e neurotoxicidade. No
Brasil, a terapia preconizada pelo Ministério da Saúde
para o envenenamento por serpentes é realizada através
da administração intravenosa de um soro antiofídico,
monovalente ou polivalente. A soroterapia tem como única
vantagem a prevenção do óbito, entretanto, a administração
pode induzir reações adversas nos pacientes, além de não
neutralizar com eficiência os efeitos locais, que podem
evoluir para a amputação e/ou deformidade do membro
acometido pela picada. Este fato pode gerar um impacto
negativo socioeconômico para o indivíduo, pois pode
levá-lo a uma incapacidade para o trabalho. Por isso, a
procura por novas moléculas se torna importante como
método alternativo e/ou complementar à soroterapia para
neutralizar as principais atividades biológicas dos venenos
de serpentes. Na literatura, diversos trabalhos científicos
observaram propriedade antiofídica de plantas e outros
bioprodutos, contudo, uma investigação em inibir as ações
dos venenos por moléculas obtidas por síntese orgânica
é pouco estudada. Resultados do nosso grupo mostraram
que derivados da família triazol foram capazes de inibir a
hemólise do veneno de L. muta. Desta forma, este projeto
visa à realização de uma triagem de derivados sintéticos
(sulfonamidas e triazóis disubstituídos) para inibir certas
atividades biológicas in vitro (hemólise, coagulação e
proteolítica) do veneno da espécie Lachesis muta, pois
é uma espécie importante nas estatísticas e severidades
nos acidentes ofídicos no Brasil. Estas atividades
biológicas avaliadas mimetizam as ações dos venenos
nas vítimas. Além de racionalizar o desenho de novos
compostos orgânicos para utilização como protótipo para o
desenvolvimento de moléculas com propriedade antiofídica
para substituir e/ou complementar a atual soroterapia. Os
derivados oscilam bastante entre si e entre as atividades
a que são submetidos. As atividades realizadas até o
presente momento demonstraram que os derivados
sintéticos causaram efeitos não de acordo com o seu tipo,
mas sim em relação às atividades a que foram submetidos.
Prova disso é que cada derivado se comportou de maneira
diferente em todas as atividades realizadas. Foi possível
observar que na atividade coagulante, os derivados agiram
de maneira eficaz, não deixando o plasma coagular em
um curto período de tempo, principalmente o derivado
sintético denominado D17. Em determinadas atividades, os
derivados foram responsáveis pela inibição de quase 60%
da atividade do veneno.
Marcelo Abrahão Strauch 1, Luís Eduardo Ribeiro da Cunha 1,
Leonora Vital Mas 1, Patricia Neves Castanheira de Souza 1 ,
Marcos Monteiro Machado 2, Paulo A. Melo 2.
1
2
Instituto Vital Brazil, Niterói-RJ, Brazil.
Laboratório de Farmacologia das Toxinas ,
CCS, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brazil.
Marcelo Abrahão Strauch,
[email protected]
Central and South America snakebite are inflicted by
species of the family Viperidae, and most of these are of the
genus Bothrops. These genus snakebites are characterized
by edema, hemorrhage and myonecrosis. In this continent
some countries, such as Argentine, Brazil and Costa Rica,
have capacity to produce many immunobiologicals and
a range of products which ensures national and regional
support for these envenomations. However, some countries
have none antivenom-producing laboratories, and in others,
such as Ecuador, the antivenom production is only able to
partially fulfill the local demand. Additionally to the locally
manufactured products, antivenoms can be imported from
Brazil, Mexico and Costa Rica, and have been used in
emergency situations. We have investigated the ability of the
antibothropic antivenom (SAB) produced by Instituto Vital
Brazil (IVB), which are made by horse immunized against
B. jararaca , B. jararacussu , B.alternatus , B. neuwiedi
, and B. moojeni , in paraspecificity cross-neutralization
against neutralize the venom species not included in the
immunization scheme, B. atrox and B. asper snake venoms
from Ecuador. We performed in vivo experiments in mice
evaluation the myotoxic, edema and hemorraghe effects.
The IVB SAB was able to neutralize 100 % miotoxic activity
, 90% hemorrhage activity and 80 % edema activity these
venom effects.The Antibothropic antivenom produced in
Instituto Vital Brazil was able to confer cross-neutralization
of Ecuador Bothrops atrox and Bothrops asper venoms
and could be useful to attend the need of other countries
in South America.
(i)
(i)
(i)
(i)
(i)
Universidade Federal Fluminense, Brasil; 2 Fundação Ezequiel
Dias, Brasil; 3 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.
[email protected]
(i)
Key words: snakebite, Bothrops, antibothropic antivenom
Financial Support: FAPERJ
Palavras-chave: Lachesis muta, Veneno, derivados sintéticos
71
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
O VENENO DE THALASSOPHRYNE
NATTERERI PROMOVE A
DIFERENCIAÇÃO DE CÉLULAS B
PRODUTORAS DE ANTICORPOS DE
LONGA VIDA DEPENDENTE DE IL-17A
EM NET DE NEUTRÓFILOS
PAPEL AMBÍGUO DAS NATTERINAS
NA MODULAÇÃO DA ATIVAÇÃO DE
CÉLULAS ENDOTELIAIS POR IL-1β
Carolina Manganeli Polonio 1,Carla Lima 1,Mônica Lopes-Ferreira
1
Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia
Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil.
[email protected];[email protected];
[email protected]
Lidiane Zito Grund 1, Ivan Novaski 2, Mônica Lopes-Ferreira 1,Carla Lima 1
1
Unidade Imunorregulação; 2 Unidade de Ciclo Celular, Laboratório
Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil
Demonstramos recentemente que a IL-17A produzida em
um contexto inflamatório crônico induzido pelo veneno
do peixe peçonhento Thalassophryne nattereri (niquim) é
essencial para a diferenciação hierárquica de células B de
memória (Bmem) em células B produtoras de anticorpos de
longa vida (ASC – antibody secreting cells) in vivo e in vitro.
Neste trabalho investigamos a fonte celular produtora de
IL-17A em diferentes compartimentos da resposta imune ao
veneno e analisamos qual papel essas células exercem na
geração das ASC. Após a indução de resposta de memória
em camundongos BALB/c machos pela imunização com
veneno (10 μg) adsorvido em hidróxido de alumínio no dia
0 e a mesma quantidade de veneno no dia 14, fenotipamos
as células produtoras de IL-17A no dia 120. Observamos
nos animais imunizados por citometria de fluxo que os
neutrófilos Ly6G+produtores de IL-17A estão em maior
número na cavidade peritoneal (246 x 104) e no baço (1055
x 104) seguido da presença de mastócitos CD117+ no
peritônio (47.8 x 104). Por imunofluorescência visualizamos
que a citocina IL-17A se localiza perifericamente em
redes extracelulares (NET) de MPO nos neutrófilos e,
ao contrário, linfócitos CD4+ ou mastócitos Triptase+
ou não expressam ou expressam citoplasmaticamente
esta citocina, respectivamente. Para avaliar o papel dos
neutrófilos produtores de IL-17A na indução de resposta
humoral de memória, camundongos foram depletados de
neutrófilos pelo tratamento por três dias antes do inicio da
imunização e da dose reforço i.p. e uma vez por semana
com o anticorpo monoclonal anti-Ly6G (Gr1 - 0,3 mg/mL ou
0,1 mg/mL em 500 μL salina). Após 21 dias da imunização
observamos na cavidade peritoneal uma diminuição
em torno de 60% no número de mastócitos e neutrófilos
produtores de IL-17A assim como diminuição de neutrófilos
IL-17A+ no baço e na medula. Finalmente demonstramos
que os animais depletados de neutrófilos apresentaram
diminuição na porcentagem de ASCpos ou ASCneg. Podemos
concluir que IL-17ª fixada nas NET dos neutrófilos presentes
na cavidade peritoneal são importantes na geração de ASC
do compartimento de memória.
Dados recentes de nosso grupo demonstram uma
importante ação anti-inflamatória das Natterinas (toxinas
majoritárias do veneno do peixe Thalassophryne nattereri)
no rolamento de leucócitos na microcirculação de
camundongos. Sabendo do papel do endotélio no controle
do rolamento e da migração de leucócitos para o foco
inflamatório investigamos se as Natterinas são capazes de
modular em células endoteliais a expressão de moléculas de
adesão e receptores de quimiocinas. Após a padronização
do cultivo de HUVEC (C2519A, Lonza) em meio EBM-2
suplementado com fatores de crescimento a 37 °C, 5% de
CO2, inicialmente determinamos a capacidade citotóxica
das Natterinas (10 ug/mL) pela marcação das células (2,5
x 10 4 cel/mL) com PI e anexina V-FITC após 30 min, 2 h ou
24 h de tratamento. Observamos que baixas concentrações
das Natterinas não possuem efeito citotóxico nas HUVEC.
Em seguida, 0,2 x 10 4 cel/mL tratadas por 12 h com 0,03
ug/mL das Natterinas foram estimuladas por mais 6 h com
rhIL-1β (RD 401MT) a 1 ng/mL e posteriormente analisadas
quanto à expressão de integrinas (CD29, CD49a,
CD49e), selectinas e da família das Ig (CD62L, CD106),
proteoglicanos (CD44, CD99, CD105) ou receptores de
quimiocinas (CD183, CD184,CD195, CD197). Observamos
que IL-1β é capaz de estimular as HUVEC a expressarem
CD106 e CD44 em relação às células não estimuladas, e
inibe a expressão de CD29 e CD105. Já o tratamento prévio
com as Natterinas não alterou a expressão aumentada de
CD106 ou de CD44 induzida pela IL-1β e, ao contrário,
aumentou para níveis iguais aos do controle a expressão
de CD29 e de CD105. Ainda, o tratamento prévio com
as Natterinas induziu aumento na expressão de CD49a
quando as HUVEC foram estimuladas com IL-1β em relação
às células não estimuladas ou às estimuladas com IL-1β.
Ainda, a citocina IL-1β não é capaz de induzir aumento
na expressão de CXCR3 (CD183), CXCR4 (CD184),
CCR7 (CD197) ou CCR5 (CD195) ou as Natterinas de
modularem estes receptores. Assim, podemos concluir
que a capacidade das Natterinas de induzirem diminuição
no rolamento, migração e transmigração de neutrófilos em
modelo in vivo pode não está diretamente associada à sua
capacidade de inibir a expressão de moléculas de adesão
ou receptores de quimiocinas, uma vez que possuem papel
ambíguo na sua modulação.
Palavras-chave: Veneno, IL-17A, neutrófilo, células B memória, NET
Palavras-chave: Natterinas, anti-inflamatório, HUVEC, IL-1β
Financiadores: Fapesp (2013/50694-9) e CNPq
Financiadores: Fapesp (2013/12590-7, 2012/50296-8 e 2013/07467-1) e CNPq
[email protected]; [email protected]; monica.
[email protected]; [email protected]
(i)
(i)
72
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
POPULATIONAL VENOMICS AND
ANTIVENOMICS OF BOTHROPS
JARARACA
Financial Support: INCT/INBEB-CNPq (Ciência sem Fronteiras);FAPERJ;
Capes; BFU2010-17373 from the Ministerio de Ciencia é Innovación, Madrid;
BFU2013-42833-P from the Ministerio de Economía y Competitividad,
Madrid;PROMETEO/2010/005 from the Generalitat Valenciana.
Larissa Gonçalves-Machado1; Maria L. Alves3; Moema L. de
Araújo3; Diego J. Alvares3; Carlos Corrêa-Netto1,2 ; Davinia Pla4 ;
Russolina B.Zingali1 ; Juan J. Calvete4
SENSITIVITY EVALUATION OF
MONOCLONAL ANTIBODIES ANTIBOTHROPSTOXIN I FOR DEVELOPMENT
OF A DIAGNOSTIC KIT.
1
Lab. Hemostase e Venenos, IBqM-UFRJ, RJ; 2Inst. Vital
Brazil,RJ; 3 Fundação Zoobotânica do RS, MCN, NOPA, RS,
Brazil; 4 Inst. De Biomedicina de Valencia, CSIC, Spain.
[email protected]
Leonora Brazil Más1; Carlos Correa Netto1,2; Ricardo Teixeira
Araujo1,2; Luis Eduardo Ribeiro da Cunha1; Russolina Benedeta
Zingali1,2
Snakebite is a neglected tropical disease and represents a
large cause of mortality and morbidity in the world. In Brazil
there are more than twenty thousands accidents per year,
most of them associated with lanceheads (Bothrops genus).
Bothrops jararaca specie is distributed from South of Bahia
to Northern of Argentina. The venom has been characterized
and some differences in the venom has been associated with
ontogenetic and localization variation. However there are few
proteomic studies describing the global composition using
a venomic approach. Moreover the phylogenetic analyses
of Bothrops jararaca’s cyt b sequences split this specie
into two subclades geographically structured. Defining
potential population differences on venom is extremely
relevant for medical and healthy public concern. Significant
variation on the venom could lead to less recognition of
some toxins by the antivenom. This study consists on the
comparison of venom composition of Bothrops jararaca
from South (BjS) and Southeast (BjSE) of Brazil (extreme
points of distribution), analyzing a representative pool from
each population and individual specimens. Besides we
aimed to investigate the capacity of commercial antivenoms
to neutralize these venoms (antivenomics) in order to
detect possible differences. Comparing electrophoresis,
chromatography and all proteins identified (protein family)
by mass spectrometry we demonstrated noteworthy
differences in each population, with a great qualitative
and quantitative variation on venom proteomes. The major
components in Southeast population are metalloproteinase
and disintegrins are remarkably in higher quantity.
Otherwise South population possess more serine proteases,
phospholipase-A2 (PLA2) and vasoactive peptides. South
population apparently have an exclusive toxin with respect
to Southeast that was identified as bothropstoxin, a PLA2.
The individual chromatograms showed a similar profile
for all specimens from each population that complies with
chromatogram of the corresponding pool. The antivenomics
results showed that the immunoreactivity of antibothropic
antivenom (SAB) from Instituto Vital Brazil (IVB, Niterói,
RJ, Brazil) is similar against both population and some
components escape to recognition of polyspecific antibothropic, anti-crotalic, anti-lachesic (BCL) from Instituto
Clodomiro Picado (Costa Rica). Our results indicate
that immunization protocols are efficient and cover the
differences among population, possibly because the use of
five species in the venom pool of immunization. Although
BCL antivenom only partially recognized B. jararaca venoms
, its reasonable immunoreactivity highlights the conservation
of the major components of snake venom during evolution.
. Instituto Vital Brazil; 2. Instituto de Bioquimica Médica Leopoldo
Méis , Universidade Federal do Rio de Janeiro
1
[email protected]
Approximately 29,000 snakebites occur in Brazil each year.
The genus Bothrops, which includes snakes popularly
called as pit vipers, is responsible for about 90% of the
reported cases. The specie Bothrops jararacussu pitviper
is one of the most important species of the genus Bothrops,
reaching 1.8m in length and causing serious accidents
that deserves special attention, mainly due to three factors:
first, B. jararacussu is the Brazilian specie that produces
and can inoculate large amounts of venom, then, the record
of the occurrence of this specie has increased its in the
State of Rio de Janeiro, and finally, it has been shown that
B. jararacussu venom is not completely neutralized by
antibotropic antiserum as other Bothrops venoms. Because
of these peculiarities, the adoption of a different treatment
using Antibothropic-crotalic serum is the best option for
these cases. Due to the similarity of the pathophysiological
effects of Bothrops accident early diagnosis of poisoning
is necessary for the adoption of appropriate treatment. For
this purpose, monoclonal antibodies(mAbs) were produced
from bothropstoxin-I(BhTX-I) as tools for the development of
a diagnostic kit. The Bothropstoxin-I has been studied by our
group to have the potential biomarker for this specific venom.
We developed seven hybridoma capable of producing high
affinity mAbs , five specific to B. jararacussu and two of
them also recognizing the B. jararaca venom. Using ELISA
technique, we performed a standard curve of mAbs to
determine the optimal concentration for the experiments to
evaluate the limit of detection of these antibodies. To this
end, we titled antibodies in concentrations increasing 0,150
μg to 100 μg and found optimal concentration of 30 μg per
mAbs. Defined the optimal concentration we analyse the
limit detection of the antigens against purified BhTX-I and
B. jararacussu venom. All mAbs showed optical density
ranging from 2.5 to 1.8 and a detection limit of 30 ng for
the venom. Concerning BhTX-I all mAbs demonstrated
an optical density ranging from 2.2 to 1.5 and a detection
limit of 15 ng. Dot blot analysis under reducing and nonreducing conditions demonstrated that linear epitopes are
the most frequently. The sensitivity determined for mAbs
was satisfactory for use as a tool to develop a diagnostic kit.
Key words: Bothropstoxin-I, diagnostic, monoclonal antibodies
Key words: proteome, geographical distribution, antivenom
73
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
THE THERAPEUTIC POTENTIAL OF
DIPOTASSIUM GLYCYRRHIZINATE ON
MYONECROSIS INDUCED BY BOTHROPS
JARARACUSSU VENOM: FROM
INFLAMMATION TO REGENERATION
VENOMICS OF THE AUSTRALIAN
BROWN SNAKE PSEUDONAJA TEXTILIS
(ELAPIDAE)
Vincent Louis Viala1, Diana Hildebrand2, Maria Trusch3, Tamara
Fucase1,Daniel Pimenta4, Raghuvir Arni5, Hartmut Schlüter2,
Christian Betzel3,Patrick Jack Spencer1
1
Centro de Biotecnologia, IPEN, São Paulo;
2
Universitätsklinikum Hamburg-Eppendorf, Alemanha; 3Universität
Hamburg, Alemanha;
4
Instituto Butantan, São Paulo;
5
IBILCE,UNESP, S.J. Rio Preto/SP.
Thais Cavenatti, Jussara Ziegler, Thais H. de Oliveira, Lais
Nascimento, Marta Gracia, Michele Ito, Thalita Rocha
San Francisco University, Multidisciplinary
[email protected]
[email protected]
Bothrops snakes are responsible for more than 72%
of Ophidic accidents in Brazil. This envenoming is
characterized by severe myotoxicity and the usual treatment
is the specific antivenom, which neutralizes the systemic
effects. However, the local damage easily progress with an
intense muscle loss. Considering this aspect, the objective
of this research is to investigate the therapeutic potential of
Dipotassium Glycyrrhizinate (DPG), widely used on chronic
and severe dermatitis, to reduce inflammation, stimulating
myogenesis. Swiss mice were divided into four experimental
groups and the injections were done intramuscularly (i.m)
into the gastrocnemius muscles: 1) V: B. jararacussu venom
(100 ug/mL; 100 uL); 2) VDPG: B. jararacussu venom (100
ug/mL; 100 uL i.m.) and DPG at 2% (100 uL, dose 1.4 mg/g)
after 1 hour; 3) DPG: DPG at 2% (100 uL, dose 1.4 mg/g)
only; 4) N: naïve. The animals were sacrificed according to
the degeneration and regeneration stages, on the following
survival times: 3 and 24 hours; 3, 7 and 21 days. After the
sacrifice, the gastrocnemius muscles were prepared for
immunohistochemistry (IHC). Naïve and DPG muscles
have not expressed IFN-gamma and TNF-alpha cytokines.
However the expression of these cytokines was observed
in V (IFN after 3h and TNF after 3 days) and VDPG (TNF
after 3h and 24h) groups, confirming the inflammation
process induced by this venom. DPG were not able to
completely inhibit such effect. Despite of muscle damage,
a regenerative process can be observed followed by myoD
and miogenin expression after 3 and 7 days, respectively.
In here both groups, V and VDPG, have shown such results.
By contrast a considered myoD expression was observed
even after 7 and 21 days for VDPG group. Similarly miogenin
was observed earlier in VDPG (after 3 days) than V (7 days)
muscles; myotubes were still observed after 21 days in VDPG
group. In the same way DPG muscles displayed a positive
expression for myoD and miogenin after 3 and 7 days, and
new fibres with centralized nuclei were observed after 21
days, indicating that DPG induces myogenesis. Altogether,
the DPG is effective to promote muscle regeneration and
could be used as an adjuvant treatment combined with B.
jararacussu antivenom therapy.
The dangerous common brown snake (Pseudonaja textilis)
has a wide distribution in eastern Australia. The number
of accidents increased as it easily adapted to human
modifications of the environment. Envenomed patients
develop venom induced consumption coagulopathy,
consistent with described toxins such as prothrombinase
and serine-protease inhibitors. Despite of potent neurotoxins
such as textilotoxin and three-finger toxins (3FTx),
neurotoxicity is rarely observed in humans. This is the first
report of a full combined venom transcriptome-proteome
analysis for this medically important snake. Our main goal
was to generate a de novo transcriptome to reveal the
diversity of toxins and possibly identify underrepresented
toxins. The transcriptome was obtained from a venom gland
(male, Barossa Valley, South Australia) and the normalized
cDNA library (not quantitative) was sequenced (GS-Flex,
Roche). After trimming, 104878 reads (N50 = 466 bp) were
assembled into 1518 isotigs and 41514 singletons. The
total 43032 sequences were automatically identified and
annotated (BLAST2GO) and transcripts of interest were
individually checked. Transcripts related to toxins and
venom proteins were identified in 193 sequences: PLAs2,
coagulation factors V (VF5a) and X (VF10a), Kunitz-type
serine-protease inhibitors, 3FTx, C-type Lectins (CLect),
Cystein rich secretory proteins (CRiSP), metalloproteinases
(SVMP), hyaluronidase, cobra venom factor, natriuretic
peptides (NP), whey acidic proteins, veficolin, transferrin,
calreticulin and dipeptidilpeptidase-4. Our data revealed 18
new sequences: textilotoxin subunit B (+1), VF5a (+1), VF10a
(+2), short 3FTx (+8), long 3FTx (+1), galactose binding
CLect (+4) and NP (+1). A diversity of truncated sequences
was also detected for 3FTxs, Kunitz-type inhibitors, CLects
and SVMPs. The proteins of a pool of venoms (Venom
Supplies Ltd, Australia) weredecomplexed by 2D-PAGE
and the tryptic peptides from 120 spots were analyzed by
LC-ESI-ion trap-MS/MS. Proteins were identified by multialgorithmic analysis (PEAKS+MASCOT) against public
databases enriched with the in-house transcriptome: VF5a,
VF10a, acidic procoagulant PLA2, textilotoxin subunits,
textilinin Kunitz-type serine-protease inhibitors, 3FTx and
for the first time at the protein level, CRiSP and CLects.
Dipeptidase-2 and calreticulin are two new toxin candidates.
Even though SVMPs were not identified by proteomics,
a PIII was detected with a polyclonal anti-jararhagin
(Bothrops jaracaca) antibody and by PCR amplification of
a full transcript. To our knowledge, this is the first combined
de novo transcriptome and proteome of Pseudonaja textilis
venom. The data analysis revealed a diversity of toxins and
isoforms and it might support future research projects on
envenomation and antivenom development, ecology and
toxin molecular evolution.
Key words: antivenom, myotoxicity, cytokines, myogenesis
Financial Support: Fapesp (2013/10163-4) Capes
Key words: Pseudonaja textilis, transcriptome, proteome
Financial Support: CAPES-DAAD, FAPESP, Venom Supplies
74
AGRADECIMENTOS E CRÉDITOS / ACKNOWLEDGEMENTS AND CREDITS
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
A Comissão Organizadora gostaria de registrar os mais
profundos agradecimentos a todos aqueles que, direta ou
indiretamente, colaboraram para a realização do 2° Encontro
Internacional Vital para o Brasil sobre animais peçonhentos,
cujo tema é a comemoração dos 120 anos da descoberta da
soroterapia antiveneno. Este evento representa uma modesta
homenagem aos 4 pesquisadores que estabeleceram, há
mais de um século, os patamares seguros para a solução
definitiva dos sofrimentos advindos dos envenenamentos por
animais peçonhentos no mundo.
Animais Peçonhentos; do CPPI - Centro de Produção e
Pesquisa de Imunobiológicos e da UNIVAP – Universidade
do Vale do Paraíba.
Somos imensamente gratos aos nossos amigos da cidade
de Campanha, aos representantes e colaboradores da
Prefeitura, da Câmara Municipal, da UEMG – Universidade
Estadual de Minas Gerais - Unidade Campanha, da Mitra
Diocesana e aos apoios que recebemos das Pousadas Lua
Luana; Vital Brazil e da Princeza; da loja Docarmo Vaquinha
do Jornal Folha Campanhense, da Rádio Ação FM e do site
Alô Alô Cidade.
Agradecemos em especial aos professores e pesquisadores
que irão proferir palestras e aos profissionais e estudantes
que irão apresentar trabalhos, assim como aos amigos
e colaboradores da RVB - Rede Vital para o Brasil; do
IVB - Instituto Vital Brazil; do NOAP – Núcleo de Ofiologia
e Animais Peçonhentos da UFBA; da CVB - Casa de Vital
Brazil; da FUNED – Fundação Ezequiel Dias, do IB – Instituto
Butantan; do CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e
É preciso registrar, ainda, nossa gratidão pelo cuidado e
dedicação dos responsáveis e monitores da exposição
Animais Peçonhentos em Rede, mostra que, em paralelo ao
evento, promoverá atividades didáticas, científicas e culturais
para crianças e jovens das escolas locais, assim como para
o público em geral.
PRODUÇÃO
Equipes do Instituto Vital Brazil
Núcleo de Divulgação Científica
Érico Vital Brazil
Coordenação
Cerimonial
Dafne Ashton Vital Brazil
Eliane Teles
Coordenação
Fernando Negah
Aline Silva Conceição
Guilherme Jones Souza
Marcelo Moreira
Exposição Animais Peçonhentos
Pricila Gil
Benedito A. Rodrigues Filho
Coordenação
Silvana Lemos
Carlos Roberto Martins
Vitor Gutierrez
José Henrique da Conceição
Wagner Kirst
Wanderley Rodrigues Pereira
Centro de Estudos
Antonia Maria Cavalcanti
Coordenação
Exposição da Coleção Científica
Danila Brito
Breno Hamdan
Coordenação
Ilana Nunes
Beatriz Corrêa
Miriam Campos
Nathalie Cipeli
Rafaela Fegueredo
Valéria Ferreira
William Lima
Assessoria de Comunicação
Motoristas
Thais Marini
Coordenação
Mara Miranda
Coordenação
Beatriz Silva
Carlos José Nascimento
Carolina Maciel
Cristiano Balbino Rodrigues
Rafael Trovó
Jorge Luiz de Souza
Valdimar de Souza Lopes
Ouvidoria
Marcos Aurélio Nunes de Oliveira
Cristiana Ivancko
Messias Juvenato de Souza
76
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil
Equipe de organização e produção
da cidade de Campanha
EQUIPE DE MONITORES
Leonora Brazil Más
Coordenação
Liliane Pereira Alves
Nilber Martins Rosa
Coordenação
Alessandra da Silva Candido – SMS de Campanha, MG
Carlos Henrique Soares Júnior
Alvanice Santos Ferandes – NOAP, BA
Juliana de Castro Arantes
Ana Carolina Lemes – SMS de Campanha, MG
Lucas José Ferreira Maia
Carlos Eduardo Ribeiro – SMS de Campanha, MG
Márcia Lemes Pereira
Carolina Ribeiro da Silva – IVB, RJ
Nei Ferreira Maia
Douglas Miranda – SMS de Campanha, MG
Ramon Marques Borges
Felipe Barbosa Dias – NOAP, BA
Guilherme Jones – IVB, RJ
Joana D´Arc Dutra Marques – SMS de Campanha, MG
Equipe do Programa Ciência em
Movimento da Fundação Ezequiel Dias
Joice Aparecida Reis – SMS de Campanha, MG
Giselle Agostini Cotta
Coordenação
Jonathan Ruan de Lima Vieira – IVB, RJ
Daniel Pinho
Larissa Gonçalves – IVB, RJ
Eduardo Wenceslau Ferreira
Luisa Lucresia de Sales Ribeiro – NOAP, BA
Flávia Cappuccio Resende
Marcia Carvalho – IVB, RJ
José dos Reis da Silva – SMS de Campanha, MG
Marina Costa dos Santos Teixeira – IVB, RJ
Keyla Ferraz
Marcelo Moreira – IVB, RJ
Leonardo Noronha
Michele Ferreira Fonseca – NOAP, BA
Luis Fernandes Ribeiro
Nathalie Citelli – IVB, RJ
Maria Nelman Antunes de Souza
Patricia Castanheira – IVB, RJ
Milton Silveira
Pierre Batista do Amaral – IVB, RJ
Rafael Martins Reis Serra – NOAP, BA
Rânia Santana
Robson Teixeira de Vasconcelos – IVB, RJ
Sidney do Carmo
Thaís Rosa Nunes – IVB, RJ
Thiago Pilla – IVB, RJ
COBERTURA JORNALÍSTICA
Tyelli dos Santos Ramos – IVB, RJ
Mariana Alcântara
Ursula Roberta Brandão Machado – SMS de Campanha, MG
Mariana Sebastião
Valeria Ferreira da Silva – IVB, RJ
Wagner Kirst – IVB, RJ
DESIGNERS
Inês Vital Brasil Lampreia
Flavio Scramignon
FOTOGRAFIA
Ramon Marques Borges
TRADUÇÃO
Gabriela Viveiros
77
2º Encontro Internacional Vital para o Brasil
78