120 anos da soroterapia antiveneno
Transcrição
120 anos da soroterapia antiveneno
11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil 2º ENCONTRO INTERNACIONAL VITAL PARA O BRASIL SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS 2nd INTERNATIONAL MEETING VITAL PARA O BRASIL ON VENOMOUS ANIMALS 120 anos da soroterapia antiveneno: dos soros à bioprospecção 120 Years of Anti-venom Serum Therapy: from Serum to Bioprospecting Campanha, Minas Gerais - Brasil novembro de 2014 1 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil 2 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil 2º ENCONTRO INTERNACIONAL VITAL PARA O BRASIL SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS 2ND INTERNATIONAL MEETING VITAL PARA O BRASIL ON VENOMOUS ANIMALS Rejâne Maria Lira-da-Silva – Universidade Federal da Bahia, BA Giselli Agostini Cotta – Fundação Ezequiel Dias, MG Coordenação Comitê Científico Scientific Committee Comissão Organizadora Organizing Committee Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ, RJ) Coordenação Ana Lúcia da Costa Prudente (MPEG, PA) Carlos Roberto Abrahão (RAN/ICMBIO, DF) Ana Lúcia da Costa Prudente (MPEG, PA) Érico Vital Brazil (CVB/IVB, RJ) Breno Hamdan (IVB, RJ) Giselle Agostini Cotta (FUNED, MG) Carlos Roberto Abrahão (RAN/ICMBIO, DF) Giuseppe Puorto (IB, SP) Carlos R. de Medeiros (HVB/IB, SP) Inês Vital Brasil Lampreia (IVB, RJ) Cláudio Machado (IVB, RJ) Luciana Lyra Casais e Silva (UFBA, BA) Claudio Maurício Vieira de Souza (IVB, RJ) Luis Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ) Francisco Luis Franco (IB, SP) Rejâne Maria Lira-da-Silva (NOAP/UFBA, BA) Giselle Agostini Cotta (FUNED, MG) Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ, RJ) Giuseppe Puorto (IB, SP) Tania Kobler Brazil (NOAP/UFBA, BA) José Carlos Cogo (UNIVAP, SP) Júlia Prado-Franceschi (UNICAMP, SBTx, SP) Luciana Lyra Casais e Silva (UFBA, BA) Luis Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ) Rejâne Maria Lira-da-Silva (NOAP/UFBA, BA) Tania Kobler Brazil (NOAP/UFBA, BA) 3 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil REDE VITAL PARA O BRASIL VITAL PARA O BRASIL NETWORK Coodernação Coordination Jorge Luiz Coelho Mattos Diretor Industrial Rejâne Maria Lira-da-Silva – Universidade Federal da Bahia, BA Lúcia Maria Fernandes Sant’Anna Carlini Diretora Financeira Giselli Agostini Cotta – Fundação Ezequiel Dias, MG Paulo Roberto Rodrigues Bravo Diretor Administrativo Instituições Institutions Edson Salviano da Silva Diretor Comercial CVB – Casa de Vital Brazil, Campanha, Minas Gerais CEVAP/UNESP – Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Botucatu, São Paulo PREFEITURA DE CAMPANHA CAMPANHA CITY HALL CPPI – Centro de Pesquisa e Produção de Imunobiológicos, Curitiba, Paraná Lázaro Roberto da Silva Prefeito FUNED – Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, Minas Gerais IB – Instituto Butantan, São Paulo, São Paulo Hamilton Pires de Rezende Vice-prefeito IVB – Instituto Vital Brazil, Niterói, Rio de Janeiro Márcia Lemes Chefe de Gabinete NOAP/UFBA – Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia Nilber Martins Rosa Chefe do Departamento de Cultura e Esporte UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, São Paulo Isabel de Souza Romanelli Teles Chefe do Departamento de Educação Pesquisadores Researchers Liliane Alves Chefe Departamento de Turismo Carlos Abraão – RAN/ICMBio – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, DF Ramon Marques Borges Assessor de Comunicação Júlia Prado-Franceschi – UNICAMP – Faculdade de Ciências Médicas, Departamento de Farmacologia da Universidade Estadual de Campinas e SBTx – Sociedade Brasileira de Toxinologia, Campinas, SP FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS EZEQUIEL DIAS FOUNDATION Paulo Melo – UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ Renato Bernils – UFES – Universidade Federal do Espírito Santo, São Mateus, ES Francisco Antônio Tavares Junior Diretor Presidente Rosany Bochner – ICICT/FIOCRUZ – Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, RJ Eduardo Janot Pacheco Lopes Diretor Vice-Presidente Alisson Bruno Luzia Chefe de Gabinete Esther Margarida Bastos Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento INSTITUTO VITAL BRAZIL VITAL BRAZIL INSTITUTE Antônio Joaquim Werneck de Castro Diretor Presidente UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MINAS GERAIS – UNIDADE CAMPANHA STATE UNIVERSITY OF MINAS GERAIS – CAMPANHA UNIT Bernardo Barbosa Horta Diretor Vice-Presidente Luís Eduardo Ribeiro da Cunha Diretor Científico Joana Beatriz Barros Pereira Diretora da Universidade Estadual de Minas Gerais - Unidade Campanha 4 SUMÁRIO / CONTENTS 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil SUMÁRIO / CONTENTS 5 BOAS-VINDAS / WELCOME 7 REDE VITAL PARA O BRASIL / VITAL PARA O BRASIL NETWORK 15 PROGRAMA / PROGRAM 19 CONFERÊNCIAS / CONFERENCES 23 RESUMOS / ABSTRACTS 33 AGRADECIMENTOS E CRÉDITOS / ACKNOWLEDGEMENTS AND CREDITS 75 6 BOAS-VINDAS / WELCOME 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil MENSAGEM DA COORDENAÇÃO DO 2º ENCONTRO INTERNACIONAL VITAL PARA O BRASIL SEJAM BEM-VINDOS! WELCOME! Estimados estudantes, colegas, palestrantes e demais participantes; Dear Students, Colleagues, Lecturers and Guests; Temos o imenso prazer de dar as boas vindas a todos os presentes no 2º. Encontro Internacional Vital para o Brasil sobre Animais Peçonhentos – 120 anos da soroterapia antiveneno: dos soros a bioprospecção, na histórica cidade de Campanha, ao sul das Minas Gerais. We are pleased to welcome all participants of the 2nd. International Meeting Vital for Brazil on Venomous Animals – 120 years of antivenom serum therapy: from serum to bioprospecting, in the historic city of Campanha, in the south of Minas Gerais Coube-nos a coordenação da edição dos eventos de 2014 e agradecemos a confiança depositada. Justiça seja feita, a realização deste 2º Encontro Vital para o Brazil deve-se em grande parte ao empenho do amigo Érico Vital Brazil, Presidente da CVB – Casa de Vital Brazil e neto do nosso cientista maior Vital Brazil Mineiro da Campanha. It was up to us to coordinate the 2014 events and we appreciate the confidence. In all fairness, the accomplishment of this 2nd Meeting Vital for Brazil is due in great part to personal effort of friend Érico Vital Brazil, President of the House of Vital Brazil (CVB) and grandson of our great scientist Vital Brazil Mineiro da Campanha. Nesta edição, os temas das palestras serão em torno da devida homenagem aos 120 anos da descoberta da soroterapia antiveneno. No século XIX, em um contexto de grande efervescência dos estudos da imunologia, surgiu a soroterapia antiveneno; no mesmo dia, em 10 de fevereiro de 1894, em sessões distintas da Sociedade de Biologia da França, três pesquisadores de duas das mais importantes instituições científicas francesas – Auguste Césaire Phisalix e Gabriel Bertrand, do Museu Nacional de História Natural, e Léon Charles Albert Calmette, do Instituto Pasteur – apresentaram o resultado de suas experiências sobre a aplicação do então recém-descoberto tratamento soroterápico nos envenenamentos por serpentes. Estes trabalhos determinaram o desenvolvimento e o avanço dos estudos do médico e pesquisador brasileiro Vital Brazil Mineiro da Campanha, descobridor da especificidade dos soros antiofídicos e fundador do Instituto Butantan (1899), em São Paulo, e do Instituto Vital Brazil (1919), em Niterói, RJ. Diante destes fatos históricos, acreditamos que nada seria mais adequado do que comemorar estas descobertas tão fundamentais para a Humanidade, para a Ciência e para a Medicina, em Campanha, cidade em que nasceu Vital Brazil. In this edition, the theme of the lectures will do honors to the 120 years of discovery of antivenom serum therapy. In the nineteenth century, in a context of great commotion of immunological studies, antivenom serum therapy emerged, on the same day, February 10th, 1894, at different sessions of the Society of Biology of France, three researchers from two of the most important French scientific institutions Auguste Césaire Phisalix and Gabriel Bertrand, from the National Museum of Natural History, and Léon Charles Albert Calmette, from the Pasteur Institute - presented the results of their experiments on the application of newly discovered serum therapy treatment in poisoning by snakes. These studies led to the development and improvement of studies of the Brazilian researcher Vital Brazil Mineiro da Campanha, discoverer of the specificity of the antiophidic serum and founder of the Butantan Institute (1899), in São Paulo, and Vital Brazil Institute (1919), in Niterói, RJ. Given these historical facts, we believe that nothing would be more appropriate than to celebrate these discoveries so fundamental for Humanity, Science and Medicine in Campanha, the city where Vital Brazil was born. Nossas esperanças e objetivos são e serão muitos e múltiplos. O principal é promover a aproximação de pesquisadores, estudantes e instituições a fim de estimular a cooperação permanente e as ações conjuntas em prol da qualificação profissional, do avanço de pesquisas e do melhor servir e divulgar informações preventivas a todas as comunidades que vivem em risco de acidentes com animais peçonhentos. Our hopes and goals are and will be many and multiple. The key is to promote a gathering of researchers, students and institutions in order to encourage continued cooperation and joint actions in support of professional qualification, the improvement of research and to best serve and disseminate preventive information to all communities living at risk of accidents with venomous animals. No entanto, apesar dos 120 anos de conhecimentos gerados a partir da descoberta da soroterapia antiveneno e dos 113 anos da descoberta de sua especificidade, portanto, de sua eficácia comprovada, assim como após décadas de avanços no processo de fabricação de soros, o país que pioneiramente apresentou para o mundo o caminho da solução efetiva para os envenenamentos por animais peçonhentos vivencia, hoje, nesta área, um quadro alarmante. Em pleno século XXI, dados do Ministério da Saúde revelam, lamentavelmente, que o maior problema relativo aos acidentes com animais peçonhentos que enfrentamos em nosso país é o tratamento errôneo, no qual as aplicações dos soros não correspondem aos seus agentes etiológicos. Logo o Brasil, que conta com um pool de soros da melhor qualidade do mundo, carece do básico: formação humana nas áreas das ciências da saúde Nevertheless, despite 120 years of knowledge generated from the discovery of antivenom serum therapy and the 113 years of the discovery of its specificity, therefore, its proven efficacy, and also after decades of advances in the manufacturing process of serum, the country that innovatively presented to the world the way of effective solution for poisoning by venomous animals experiences today, in this area, an alarming picture. In the XXI century, data from the Ministry of Health revealed, sadly, that the biggest problem on accidents with venomous animals that we face in our country is the inaccurate treatment, in which the applications of the serum do not correspond to their etiological agents. Especially Brazil, which has a pool of serum of the best quality in the world, lacks the basics: 8 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil e biológicas. Constatou-se que os profissionais não estão preparados para o atendimento e diagnóstico, para o correto reconhecimento das causas dos envenenamentos por animais, consequentemente, para aplicação da soroterapia indicada. Em 2010, foram registrados 206.057 acidentes por animais peçonhentos, dos quais houve inconsistência no tratamento dos acidentes por Latrodectus e Apis (100%), Lachesis (28%), Micrurus (17%), Crotalus (8%) e Lonomia (7%). Dos casos informados o maior percentual de acertos foi com os acidentes botrópicos (1%) e escorpiônicos (4%). Neste ano verificou-se um aumento de 13,7% nos acidentes e 15,5% nos óbitos. Embora conscientes de que promover atividades, ações e interlocuções como as que ocorrerão durante este evento representa, em muito, respostas da comunidade científica a estas inquietações, estes dados são mais do que preocupantes e é esta a razão de estamos aqui reunidos, para fazer jus a nossa história, sobretudo, para conjuntamente pensarmos e propormos medidas urgentes que colaborem para livrar a população desta triste realidade. human development in the areas of health and biological sciences. It was found that professionals are not prepared for care and diagnosis, for proper recognition of the causes of poisoning by animals, consequently, for application of accurate serum therapy. In 2010, 206,057 accidents with venomous animals were registered, of which there was inconsistency in the treatment of accidents by Latrodectus and Apis (100%), Lachesis (28%), Micrurus (17%), Crotalus (8%) and Lonomia (7%). The highest percentage in the reported cases was with Bothrops (1%) and scorpion (4%). This year there was an increase of 13.7% and 15.5% in accidents and deaths. Although we aware that promoting activities, actions and dialogues as the ones that will occur during this event represents, by far, the answers for the scientific community to these concerns, these data are more than alarming and this is the reason we are gathered here, to do justice to our history, especially to jointly think and propose urgent measures that cooperate to help the population and change this sad reality. Este evento é uma iniciativa da Rede Vital para o Brasil – Rede de Informação, Diálogo e Cooperação sobre Animais Peçonhentos em parceria com o IVB – Instituto Vital Brazil e foi concebido por muitas mãos, tanto de colegas professores e pesquisadores, quanto de colaboradores das instituições que fazem parte da Rede. Empreender tal desafio só foi possível graças à adesão, o apoio e o compromisso do Dr. Antônio Joaquim Werneck de Castro, Presidente do IVB e o grande incentivador da Rede Vital para o Brasil; da Prefeitura de Campanha, do Prefeito Lazaro Roberto da Silva; da FUNED – Fundação Ezequiel, do Presidente Dr. Francisco Antônio Tavares Júnior Dias, e da Universidade Estadual de Minas Gerais – Unidade Campanha, da Prof.ª Dr.ª Joana Beatriz Barros Pereira, a quem somos extremamente gratas. Reiteramos os mais eloquentes agradecimentos às Comissões Organizadora e Científica que unidas, não pouparam esforços para proporcionar o melhor: Ana Lúcia da Costa Prudente (MPEG, PA), Antônia Cavalcanti (IVB,RJ), Breno Hamdan (IVB,RJ), Carlos Roberto Abrahão (RAN/ICMbio, GO), Carlos R. de Medeiros (IB, Hosp. Vital Brazil, SP), Cláudio Machado (IVB, RJ), Claudio Maurício Vieira de Souza (IVB, RJ), Érico Vital Brazil (CVB/IVB, RJ), Francisco Luis Franco (IB, SP), Giuseppe Puorto (IB, SP), Inês Vital Brasil Lampreia (IVB, RJ), José Carlos Cogo (UNIVAP, SP), Júlia Prado-Franceschi (UNICAMP/SBTx, SP), Luciana Lyra Casais e Silva (UFBA, BA), Luis Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ), Silvana Lemos (IVB,RJ), Thais Marini (IVB,RJ), Tania Kobler Brazil (UFBA, BA) e, em particular, à coordenadora da Comissão Científica, Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ, RJ). É uma honra partilharmos com vocês eventos, exposições, reuniões e cursos sobre os animais peçonhentos, assim como idéias, inquietações e preocupações com aqueles que mais sofrem com os acidentes ocasionados por estes animais, agravos que ainda são negligenciados em nosso país. The Meeting is an initiative of the Vital para o Brasil Network - Information, Dialogue and Cooperation Network on Venomous Animals in partnership with IBV – Vital Brazil Institute and it was developed by multiple colleagues, professors and researchers, as well as contributors from institutions that are part of this network. Such task would not have been possible if not for the encouragement and commitment of Dr. Antônio Joaquim Werneck de Castro, IBV President and great supporter of Vital para o Brasil Network; of the city of Campanha and the mayor Lazaro Roberto da Silva; of FUNED - Ezequiel Dias Foundation and its President Dr. Francisco Antônio Tavares Júnior, and of the State University of Minas Gerais – Campanha Campus and Professor Dr.ª Joana Beatriz Barros Pereira to whom we are extremely grateful. In addition, we show our deep appreciation for the union and efforts from the Organizing and Scientific Commission: Ana Lúcia da Costa Prudente (MPEG, PA), Antônia Cavalcanti (IVB), Breno Hamdan (IVB), Carlos Roberto Abrahão (RAN/ICMbio, GO), Carlos R. Medeiros (IB Hosp. Vital Brazil, SP), Cláudio Machado (IVB, RJ), Claudio Maurício Vieira de Souza (IVB, RJ), Érico Vital Brazil (IVB, RJ), Francisco Luis Franco (IB SP), Giuseppe Puorto (IB SP), Inês Vital Brazil Lampreia (IVB, RJ), José Carlos Cogo (UNIVAP, SP), Julia Prado-Franceschi (UNICAMP, SP), Luciana Lyra Casais e Silva (UFBA, BA), Luis Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ), Silvana Lemos (IVB), Thais Marini (IVB), Tania Kobler Brazil (UFBA, BA) and especially the coordinator of the Scientific Committee, Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ, RJ). It is an honor to share with you events, exhibitions, meetings and courses on venomous animals, as well as ideas, worries and concerns with those who suffer most from accidents caused by these animals, illnesses that are still neglected in our country. Agradecemos, também, especialmente à Laíse Carvalho Ribeiro, assessora da Rede Vital para o Brasil, pela dedicação e competência. Por último, mas não menos expressivo, gostaríamos de registrar o nosso reconhecimento e gratidão aos convidados palestrantes; ao público participante; aos colaboradores da comissão científica; aos apoiadores locais e aos patrocinadores: IVB; Prefeitura de Campanha; FUNED e CAPES – órgão do Ministério da Educação, nada faríamos sem a colaboração e a confiança de todos vocês. We also especially thank Laíse Carvalho Ribeiro, advisor of Vital para o Brasil Network, for the dedication and competence. Lastly but not the least significant, we would like to record our appreciation and gratitude to the invited speakers; the participating public; to contributors of the scientific committee; to local supporters and sponsors: IVB; the city government of Campanha; FUNED and CAPES – from the Ministry of Education, we would have done nothing without the cooperation and trust of all of you. De maneira inovadora o 2º Encontro Vital para o Brasil promoverá, ainda, uma série de atividades didáticas sobre 9 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil os animais peçonhentos, aberta à visitação das escolas e de toda a comunidade de Campanha e cidades vizinhas. Durante os dias do evento, crianças, jovens e adultos poderão se informar mais e melhor sobre os animais e seus venenos ao visitarem as atividades do Programa Ciência em Movimento da FUNED, a Exposição de animais peçonhentos do IVB, a Exposição de réplicas do IB e a Rede de Zoologia Interativa da UFBA. Em uma atmosfera lúdica e divertida, será mais uma oportunidade de interação entre os estudantes, pesquisadores, participantes do evento e o público em geral. Lembramos, também, que o Museu Vital Brazil estará aberto à visitação e que é um passeio imperdível pela história do cientista. Este pequeno e belo museu está instalado na casa em que nasceu Vital Brazil, foi inaugurado, em 1988, com a missão de preservar, manter e divulgar sua memória. In an innovative way, the 2nd Meeting Vital for Brazil will promote a series of educational activities about venomous animals, open to visitors from schools and the whole community of Campanha, as well as surrounding cities. During the event, children, young people and adults will be able to be better informed about animals and their venoms as they go through the activities of the Science in Motion Program from FUNED, Exhibition of venomous animals from IVB, the Exhibition of replicas from the IB and the Network of Interactive Zoology from UFBA. In a playful and entertaining way, this will be an opportunity for interaction among students, researchers, participants from the event and the public in general. We highlight that the Vital Brazil Museum is also open to visitors and that is a must see tour because of the history of the scientist. This small and beautiful museum is installed in the house where Vital Brazil was born and was inaugurated in 1988, with the mission to preserve, maintain and disclose his memory. Este evento presta também algumas pequenas homenagens a pessoas que, direta ou indiretamente, por meio de atitudes sensíveis e significativas em prol da preservação da memória científica brasileira e ou por suas atividades cotidianas de trabalho e ou de pesquisa, reafirmam e contribuem para revitalização dos grandes gestos humanitários expressos nos legados e trajetórias de cientistas como Vital Brazil. This event also provides some small tributes to people who, directly or indirectly, through sensitive and meaningful attitudes towards the preservation of the Brazilian scientific memory and or for their everyday activities of work or research that reaffirm and contribute to the revitalization of the great humanitarian gestures expressed in legacies and trajectories of scientists as Vital Brazil. Esperamos que aproveitem a programação que preparamos para vocês, a qual conta com a participação de mais de 30 pesquisadores, tanto de instituições brasileiras, quanto de estrangeiras: da Argentina, Austrália e Portugal. Discutiremos e apresentaremos diversos temas relacionados aos animais peçonhentos em 4 minicursos, 5 palestras e 5 mesas-redondas. Para além da programação de caráter científico, usufruam ao máximo do 2º Encontro Vital para o Brasil, pois todos os esforços estão sendo mobilizados para que este evento estimule outras confraternizações em prol de ações conjuntas para melhor servir a todas as comunidades. We hope you enjoy the program that we have prepared for you, which features the participation of more than 30 researchers from Brazilian and foreign institutions: Argentina, Australia and Portugal. We will discuss and present several topics related to venomous animals, in five lectures, five roundtables and four short-courses. Besides the scientific program, we expect you to enjoy the 2nd Meeting Vital for Brazil, since all efforts are being made for it to enable the start of many gatherings for the development of joint actions to better serve all communities. Sejam muito bem-vindos, todos os participantes, autores e coautores de cerca de 90 trabalhos enviados, os quais mais uma vez superaram todas as nossas expectativas! Rejâne Maria Lira-da-Silva We extend a warm welcome to the participants, authors and co-authors of about 90 papers submitted, which once again surpassed all of our expectations! Giselle Agostini Cotta Coordenadoras 2º. Encontro Internacional Vital para o Brasil e Rede Vital para o Brasil 10 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil MENSAGEM DO INSTITUTO VITAL BRAZIL Caros amigos, Dear friends A realização do 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil reitera o compromisso do Instituto Vital Brazil em promover ações colaborativas e multiplicadoras em conhecimentos técnicos e científicos. É prioridade em nossas atividades alcançar todas as comunidades e contribuir no que for possível em suas particularidades para a superação dos desafios nacionais na área da Saúde. The completion of the 2nd International Meeting Vital para o Brazil reiterates the commitment of the Vital Brazil Institute in promoting collaborative actions that are able to multiply technical and scientific knowledge. It is a priority in our activities to reach all communities and contribute in whatever way possible in its characteristics to overcome national challenges in the health area. De 11 a 14 de novembro de 2014, teremos uma destas raras oportunidades de trocar experiências e debater sobre as diferentes questões que estimulam e embasam as melhorias e os avanços de que tanto necessitamos em nossas áreas de atuação. Embora de tempos em tempos atravesse períodos desafiadores, a Saúde Pública do país deve se orgulhar pelas contribuições dadas a um tratamento de qualidade em casos de envenenamentos por animais peçonhentos. De maneira inequívoca a descoberta de Vital Brazil, há mais de um século, colabora para salvar a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo. From 11 to 14 November, 2014, we will have one of these rare opportunities to exchange experiences and debate over the different issues that stimulate and underpin the improvements and progress we so badly need in our areas of expertise. Despite the challenging periods that may come from time to time, the Public Health of our country should be proud of the contributions made to a quality treatment in cases of poisoning by venomous animals, unequivocally discovered by Vital Brazil, for over a century, collaborates to save the lives of thousands of people around the world. Besides the rich and diverse range of issues and the prospects for the future in the area of animals and their venoms, this year’s program celebrates 120 years of the discovery of antivenom serum therapy. The Vital Brazil Institute, with responsibility and ethics, holds one of the main names associated with this historic achievement which we celebrate; 95 years ago, doing justice to the work and commitment of Vital Brazil in favor of training, production and scientific and technical development of our country. Além de rica e diversificada em temáticas atuais e sobre as perspectivas para o futuro na área dos animais e seus venenos, a programação deste ano homenageia os 120 anos da descoberta da soroterapia antiveneno. O Instituto Vital Brazil, com responsabilidade e ética, traz um dos nomes principais relacionados a este feito histórico que comemoramos; há 95 anos, faz jus ao trabalho e empenho de Vital Brazil em prol da formação, produção e desenvolvimento técnico e científico do nosso país. I appreciate all for the help, especially the researchers and members of institutions that are part of the Vital para o Brasil Network, the friends who came together to hold this event, the FUNED - Ezequiel Dias Foundation, the City of Campanha and UEMG- State University of Minas Gerais Campanha Unit, as well as local supporters and employees from IVB who have made great efforts so that we could have a memorable journey. Agradeço a todos a colaboração, em especial aos pesquisadores e instituições integrantes da Rede Vital para o Brasil, aos amigos que se uniram para realização deste evento, da FUNED – Fundação Ezequiel Dias, da Prefeitura de Campanha e da UEMG – Universidade Estadual de Minas Gerais – Unidade Campanha, assim como aos apoiadores locais e aos funcionários do IVB por não medirem esforços para que tenhamos uma jornada memorável. May the scientist Vital Brazil inspire us further these days of celebration in which we honor with great satisfaction the historical achievements, the view to the future and the ties of friendship. Que o cientista Vital Brazil nos inspire ainda mais nestes dias de confraternização, nos quais celebraremos com grande satisfação as conquistas históricas, o olhar para o futuro e os vínculos de amizade. Welcome to the 2nd Meeting Vital for Brazil, to Campanha, the city where Vital Brazil was born. Sejam todos muito bem-vindos ao 2º Encontro Vital para o Brasil e à Campanha, cidade em que nasceu Vital Brazil. Antonio Joaquim Werneck de Castro Diretor Presidente do Instituto Vital Brazil 11 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil MENSAGEM DA PREFEITURA DE CAMPANHA Prezados visitantes, pesquisadores,parceiros e organizadores; Dear visitors, researchers, partners and organizers; Campanha é, sob muitos aspectos, uma cidade histórica. Histórica devido aos seus 277 anos de existência, sendo a cidade que deu origem ao Sul de Minas. Histórica através da sua importância econômica, onde ouro era extraído em abundância. Histórica também devido à sua arquitetura, que preserva casarios e outras construções de diversos períodos. E, entre outros diversos motivos, histórica por ser berço de grandes nomes de relevância mundial, entre eles o do Cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha. Campanha is, in many ways, a historic city. Historic due to its 277 years of existence, being an essential city in the formation of Southern Minas. History through its economic importance, where gold was mined in abundance. It is also historic due to its architecture, which preserves old houses and other buildings from various periods. And, among several other reasons, it is historic because it is the birthplace of great people of global significance, including the scientist Vital Brazil Mineiro da Campanha. Nosso município sempre se orgulhou deste filho ilustre, cuja pesquisa e trabalho foram, e ainda são, extremamente relevantes para o mundo todo. Vital Brazil era um homem de visão, não somente científica, mas também de mundo. Um homem à frente do seu tempo, preocupado não somente consigo, mas com o bem estar das pessoas, e que usou seus dons e habilidades para transformar a realidade à sua volta, melhorando-a significativamente. Our city has always been proud of this illustrious son, whose research and works have been, and still are, extremely relevant for everyone. Vital Brazil was a man of vision, not only scientific, but also of the world. A man ahead of his time, concerned not only about himself, but with the welfare of the people, and who used his gifts and abilities to change the reality around him, greatly enhancing it. Therefore, we feel much honored to host the 2nd International Meeting Vital for Brazil. For four days, our city will receive national researchers and others from several other countries, debating scientific issues that are, in many ways, also fruits of the work of Vital Brazil. This demonstrates the immense legacy that this man from Campanha left for the country and the world. Hosting this event becomes even more significant for us since in 2015, we will celebrate the 150th anniversary of the birth of scientist. Por isso, nos sentimos muito honrados em sediar o 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil. Durante quatro dias, nossa cidade receberá pesquisadores nacionais e de diversos outros países, debatendo questões científicas que são, de várias maneiras, também frutos da obra de Vital Brazil. Isso demonstra o imenso legado que esse campanhense deixou para o país e para o mundo. Receber este evento se torna ainda mais significativo para nós já que, em 2015, comemoraremos os 150 anos de nascimento do cientista. We wish everyone a wonderful meeting. We hope you enjoy the stay and feel at home. Let this be another opportunity to spread the legacy of Vital Brazil and continue the development such important researches for the improvement of humanity. Welcome! Desejamos a todos um maravilhoso encontro. Esperamos que aproveitem a estadia e que se sintam em casa. Que essa seja mais uma oportunidade de propagar o legado de Vital Brazil e continuar a desenvolver pesquisas tão importantes para o avanço da humanidade. Bem-vindos! Roberto Silva Prefeito de Campanha 12 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil MENSAGEM DA FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS Prezados parceiros, organizadores, palestrantes, convidados: Dear partners, organizers, lecturers, guests, A Fundação Ezequiel Dias (Funed), membro integrante da Rede Vital para o Brasil, tem a satisfação de dar as boas vindas a todos vocês neste 2º Encontro Internacional da Rede. Vivemos hoje a era da inteligência conectada, a era da colaboração, do compartilhamento. E nesse cenário, o trabalho em rede vem transformando o modo como surgem as inovações, como são criados novos bens e serviços. The Ezequiel Dias Foundation (Funed), an integral member of Vital para o Brasil Network, is pleased to extend a welcome to all of you in the 2nd International Meeting of the Network. Today we live in the era of connected intelligence, the era of collaboration, of sharing. And in this scenario, networking is transforming how innovations arise, how new goods and services are created. Instituições e profissionais de todas as áreas, cada vez mais, vêm se integrando e compondo um sistema forte a favor de melhorias. No caso da saúde, bons caminhos estão sendo trilhados, seja por meio da pesquisa, seja através da melhor compreensão dos papéis de cada um dos envolvidos no processo. Mas, sem dúvida, a colaboração é fato chave na transformação da realidade. Institutions and professionals of all areas have increasingly been integrating and composing a strong system in favor of improvements. In the case of health care, good paths are being taken, either through research, whether through better understanding of the roles of everyone involved in the process. However, undoubtedly, collaboration is a key factor in transforming reality. Na área dos animais peçonhentos e seus venenos, o desafio está em nossas mãos (profissionais da área, educadores, associações, instituições, empresários, pesquisadores), discutindo, trocando experiências, cooperando e sabendo pautar as ações para o cumprimento do papel do país na sustentabilidade e nos avanços das ações ligadas a essa área do conhecimento. In the area of venomous animals and their venoms, the challenge is in our hands (professionals, educators, associations, institutions, business people, researchers,), discussing, exchanging experiences, cooperating and supporting the actions for the fulfillment of the role of the country in sustainability and progress of actions connected to this area of knowledge. Nós, da Fundação Ezequiel Dias (Funed), estamos de braços estendidos para esta cooperação. Congratulamos todos os envolvidos pela realização deste evento e felicitamos também pelo futuro auspicioso que se nos apresenta, futuro este que deve ser construído de forma conjunta, com um trabalho cada vez mais integrado e parceiro. We, the Ezequiel Dias Foundation (Funed), are with arms wide open to support this cooperation. We congratulate everyone involved in organizing this event and also salute the promising future that is presented to us, a future that should be built jointly, with partnerships and an increasingly integrated work. Francisco Antonio Tavares Junior Diretor Presidente da Fundação Ezequiel Dias 13 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil 14 REDE VITAL PARA O BRASIL / VITAL PARA O BRASIL NETWORK 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil REDE VITAL PARA O BRASIL ausência de diálogo dos legisladores com a sociedade científica; A Rede Vital para o Brasil – rede nacional de informação, diálogo e cooperação acerca dos animais peçonhentos – tem por objetivo agregar, representar e apoiar diferentes pesquisadores e profissionais, associações e instituições que, com reconhecido desempenho, exercem atividades nas diversas áreas relacionadas aos animais peçonhentos e seus venenos. dificuldade para o cumprimento das leis devido às exigências exacerbadas para autorizações de coletas, transportes, exposições e manutenção de animais de interesse médico em cativeiro. Questões em torno da memória histórica A proposta de criação desta rede social surgiu, sobretudo, da constatação da necessidade do desenvolvimento de ações conjuntas em prol da reflexão, do amplo debate e de iniciativas diante dos graves e inquietantes problemas em torno dos acidentes com animais peçonhentos no país. O atendimento aos envenenamentos por serpentes, escorpiões e aranhas torna a área da saúde imperativa nos objetivos e missão da Rede Vital para o Brasil. lacunas e distorções existentes nas publicações de pesquisas históricas em torno de temas, trajetórias de personagens e fatos relacionados aos acidentes com animais peçonhentos, por exemplo, sobre o desenvolvimento da toxinologia e da soroterapia antipeçonhenta no país, áreas que há mais de um século projetaram internacionalmente as ciências praticadas no Brasil; Não obstante, há também outras temáticas da maior relevância que motivam e norteiam os caminhos deste grupo: falta de leitura crítica das recentes historiográficas sobre as ciências no Brasil. produções A equipe executiva está constituída pelas seguintes instituições e pesquisadores: CVB – Casa de Vital Brazil (Campanha, MG); CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos, UNESP (Botucatu, SP); CPPI – Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (Curitiba, PR); FUNED – Fundação Ezequiel Dias - (Belo Horizonte, MG); IB – Instituto Butantan - (São Paulo, SP); IVB – Instituto Vital Brazil - (Niterói, RJ); NOAP - Núcleo de Ofíologia e Animais Peçonhentos do Instituto de Biologia, UFBA (Salvador, BA); UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba, (São José dos Campos, SP); Drª Ana Lúcia da Costa Prudente, Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém – PA); Profº Carlos Roberto Abrahão, Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN) do ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Brasília – DF); Drª Julia Prado-Franceschi, UNICAMP (Campinas, SP) e fundadora da SBTx - Sociedade Brasileira de Toxinologia; Dr. Renato Bernils, UFES (São Mateus, ES) e Drª Rosany Bochner, ICICT – Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, FIOCRUZ (Rio de Janeiro, RJ). Questões em torno dos venenos animais falta de dados científicos dos venenos por espécie; desconhecimento da disponibilidade de venenos no país; falta ocasional de venenos para a pesquisa e produção de soros; falta de divulgação consensual em relação a alguns venenos referência – por exemplo, de aranhas e escorpiões; Questões epidemiológicas e em tornodos atendimentos médicos subnotificações dos acidentes nos vários sistemas vigentes de informação; falta de capacitação e atualização permanente dos profissionais de saúde; A partir de 2010, a equipe executiva da Rede Vital para o Brasil, além da participação efetiva em congressos e a promoção de seminários sobre o tema, publicou artigos e livros, assim como realizou eventos, nacionais e internacionais, e ainda quinze reuniões: ausência de integração nas informações epidemiológicas; não disponibilização de todas as variáveis que importam aos estudos clínicos e epidemiológicos pelos bancos de dados; desconhecimento das espécies de animais peçonhentos que compõem os acervos de coleções científicas do país; A 1ª ocorreu quando de sua constituição, em 13 e 14 de agosto de 2010, durante o 3º Herpétil – I Encontro Vital para o Brasil, no auditório da Faculdade La Salle, em Niterói, RJ; a 2ª, em 16 e 17 de novembro de 2010, no Instituto Vital Brazil, em Niterói, RJ; a 3ª, em 30 e 31de março de 2011, no NOAP – Núcleo de Ofíologia e Animais Peçonhentos do Instituto de Biologia, UFBA, em Salvador – BA; a 4ª, em 22 e 23 de maio de 2011, no CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos, UNESP, em Botucatu, SP; a 5ª, em 26 e 27 de agosto de 2011, na CVB – Casa de Vital Brazil, Museu Vital Brazil, Campanha, MG; a 6ª, em 17 e 18 de novembro de 2011, na FUNED – Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte, MG; a 7ª, em 26 e 27 de abril de 2012, no ICICT – Instituto de Comunicação e Informação em Ciência e Tecnologia da Fundação Oswaldo Cruz, não existência de um programa nacional que retrate os acidentes por animais peçonhentos em suas particularidades e abrangências, assim como oriente e promova os devidos estudos, ações preventivas e de atendimento. Questões de ordem jurídica falta de legislação própria para os criadouros de animais peçonhentos; inconsistência nas leis e regras; 16 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil Rio de Janeiro, RJ; a 8ª, em 30 e 31 de agosto de 2012, na FUNED - Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte, MG; a 9ª reunião, em 21 e 22 de novembro de 2012, na UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas; a 10ª, em 25 e 26 de março de 2013, na UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, SP; a 11ª, de 27 a 29 de maio de 2013, no CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos, UNESP, em Botucatu, SP; a 12ª, de 03 a 06 de setembro de 2013, no I Encontro Internacional Vital para o Brazil sobre Animais Peçonhentos, no Mercure Niterói Orizzonte Hotel, em Niterói, RJ; a 14ª, de 13 a 15 de fevereiro de 2014, na Fazenda Vital Brazil, Cachoeiras de Macacu, RJ e a 15ª, de 21 a 23 de maio de 2014, no Encontro Nacional sobre Coleções Biológicas e suas Interfaces, no IVB/CEPE, no Rio de Janeiro, RJ. Lack of integration in epidemiological information; Unavailability of all the variables that matter for clinical and epidemiological studies across databases; Unfamiliarity with the species of venomous animals that compose the collections of scientific archives of the country; Inexistence of a national program that portrays the accidents with venomous animals in their specificities and scopes, as well as guides and promotes the proper studies, preventive procedures and care. Legal issues Lack of specific legislation for the breeding of venomous animals; Inconsistency in the laws and rules; Entre 2010 e 2012, a coordenação da Rede Vital para o Brasil esteve sob a responsabilidade das pesquisadoras Tania Kobler Brazil e Rejâne Maria Lira-da-Silva, NOAP Núcleo de Ofíologia e Animais Peçonhentos do Instituto de Biologia, UFBA. Em agosto de 2012, foram eleitas para o biênio 2012 – 2014, as pesquisadoras Rejâne Maria Lira-da-Silva, NOAP - Núcleo de Ofíologia e Animais Peçonhentos do Instituto de Biologia, UFBA coordenação, e Giselle Agostini Cotta, FUNED - Fundação Ezequiel Dias, vice-coordenação. Lack of dialogue between legislators and the scientific society; difficulty for law enforcement due to exacerbated demands for the authorization of collection, transport, exhibitions and keeping animals in captivity of medical interest. Issues surrounding the historical memory Gaps and distortions in the publications of historical research around the themes, characters’ trajectories and facts related to accidents with venomous animals, for example, on the development of toxinology and antivenom serum therapy in the country, areas that for over a century internationally projected sciences practiced in Brazil; VITAL PARA O BRASIL NETWORK The Vital para o Brasil Network - national network for information, dialogue and cooperation about venomous animals - aims to aggregate, represent and support different researchers and professionals, associations and institutions that with recognized performance, execute activities in various areas related to venomous animals and their venom. Lack of critical reading of recent historiographical productions on science in Brazil. The executive team is made up of the following institutions and researchers: CVB - Vital Brazil House (Campanha, MG); CEVAP - Center for the Study of Venoms and Venomous Animals, UNESP (Botucatu, SP); CPPI - Production Center and Immunobiology Research (Curitiba, PR); FUNED - Ezequiel Dias Foundation - (Belo Horizonte, MG); IB - Butantan Institute - (São Paulo, SP); IVB - Vital Brazil Institute - (Niterói, RJ); NOAP – Ophiology and Venomous Animals Center of the Institute of Biology, UFBA (Salvador, BA); UNIVAP - Vale do Paraíba University (São José dos Campos, SP); Dr. Ana Lucia da Costa Prudente, Emílio Goeldi Museum (Belém - PA); Professor Carlos Roberto Abraham, National Center for Research and Conservation of Reptiles and Amphibians (RAN) from ICMBio - Chico Mendes Institute for Biodiversity Conservation (Brasília DF); Dr. Julia Prado-Franceschi, UNICAMP (Campinas, SP) and founder of SBTx - Brazilian Society of Toxicology; Dr. Renato Bernils, UFES (São Mateus, ES) and Dr. Rosany Bochner, ICICT - Institute of Communication and Scientific and Technologic Information in Health, FIOCRUZ (Rio de Janeiro, RJ). The purpose of creating this social network has emerged mainly from the realization of the need to develop joint actions in favor of reflection, the broad debate and initiatives facing the serious and disturbing issues surrounding accidents with poisonous animals in the country. In the care of poisoning by snakes, scorpions and spiders, the health area is imperative in the goals and mission of the Vital para o Brasil Network. Nevertheless, there are also other issues of greater relevance to motivate and guide the paths of this group: Issues surrounding animal poisons The lack of scientific data of poisons by species; The unfamiliarity of the availability of poisons in the country; Occasional lack of poisons for the research and production of serum; Lack of consensual disclosure in relation to some reference poisons – for instance, spiders and scorpions. Since 2010, the executive team of the Vital Para O Brasil Network, besides the effective participation in conferences and the promotion of seminars about the subject, published articles and books and held national and international events, in addition to fifteen meetings: Epidemiological issues surrounding the medical care Underreporting of accidents in many existing information systems; Lack of training and continuous updating of health professionals; 17 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil The first occurred on its constitution on 13 and 14 August 2010, during the 3rd Herpétil - First Meeting Vital for Brazil in the auditorium of La Salle College, in Niterói, RJ; the second, on 16 and 17 November 2010, in the Vital Brazil Institute, in Niterói, RJ; the third, on 30 and 31 March, 2011, in NOAP – Ophiology and Venomous Animals Center of the Institute of Biology, UFBA in Salvador - BA; the fourth, on 22 and 23 May, 2011, in CEVAP - Center for the Study of Venoms and Venomous Animals, UNESP, Botucatu, SP; the fifth, on 26 and 27 August, 2011, in CVB - Vital Brazil House, Vital Brazil Museum, Campanha, MG; the sixth, on 17 and 18 November 2011, in FUNED - Ezequiel Dias Foundation, in Belo Horizonte, MG; the seventh, in 26 and 27 April, 2012, in ICICT - Institute of Communication and Science and Technology Information of the Oswaldo Cruz Foundation, Rio de Janeiro, RJ; the eighth, 30 and 31 August, 2012, in FUNED - Ezequiel Dias Foundation, in Belo Horizonte, MG; the ninth meeting, on 21 and 22 November 2012, at UNICAMP - University of Campinas; the tenth, 25 and 26 March, 2013, in UNIVAP - Vale do Paraíba University, São José dos Campos, SP; the eleventh, 27 to 29 May, 2013, in CEVAP - Center for the Study of Venoms and Venomous Animals, UNESP, in Botucatu, SP; the twelfth, from 03 to 06 September 2013, at the First International Meeting Vital for Brazil on Venomous Animals in Mercure Niterói Orizzonte Hotel in Niterói, RJ; the fourteenth, from 13 to 15 February 2014, in Vital Brazil Farm, Cachoreiras de Macacu, RJ and the fifteenth, from 21 to 23 May, 2014, at the National Meeting on Biological Collections and their interfaces, in IVB / ECE, in Rio de Janeiro, RJ. REDE Between 2010 and 2012, the coordination of the Vital para o Brasil Network was under the responsibility of the researchers Tania Kobler Brazil and Rejâne Maria Lira-daSilva, NOAP - Ophiology and Venomous Animals Center of the Institute of Biology, UFBA. In August 2012, for the biennium 2012-2014, the researchers Rejâne Maria Lirada-Silva, NOAP - Ophiology and Venomous Animals Center of the Institute of Biology, UFBA, coordination, and Giselle Agostini Cotta, FUNED - Ezequiel Dias Foundation, vice– Coordination, were elected. 1 º Encontro Internacional Vital para o Brasil, Niterói, setembro de 2013. Foto: Rauf Tauile 18 PROGRAMA / PROGRAM 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil 13 DE NOVEMBRO - QUINTA FEIRA 11 DE NOVEMBRO - TERÇA FEIRA 8h 09h - 18h 09h - 18h 09h - 18h 09h - 18h 09h - 18h 18h - 19h 19h - 20h 20h Credenciamento MINICURSOS Sistemas nacionais de informação - Profª Rosany Bochner (ICICT - FIOCRUZ) Bioprospecção de venenos - Profª Carolina Horta (UFMG) Acidentes por animais peçonhentos - Prof Carlos R. de Medeiros (IB-HVB) e Prof Giuseppe Puorto (IB-MB) Gestão e curadoria de coleções científicas - Profª Marta Lourenço (Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa, Portugal) MESA DE ABERTURA PALESTRA 120 anos da soroterapia antiofídica - Prof. Roberto de Andrade Martins (Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, PB) Apresentação - Profª Marta Lourenço (Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa, Portugal) COQUETEL PALESTRA 09h - 10h 10h - 10h30 09h - 10h 10h - 10h30 10h30 - 12h30 • • • • 12h30 - 14h 14h - 16h • • • • 16h - 16h30 16h30 - 17h 17h - 18h Lonomia - Da criação à produção de soro - Prof. Roberto Henrique Pinto Moraes (Instituto Butantan, SP) Apresentação - Prof Francisco Luís Franco (IB, SP) COFFEE BREAK MESA REDONDA 10h30 -12h30 Global snakebite initiative: the need for a global partnership • Prof. David J. Williams, Australian Venom Research Unit, Department of Pharmacology, University of Melbourne, Australia • Prof. Francisco Anilton Alves Araújo - Gerente de Zoonoses da Hertape Calier- “Crise Nacional dos soros antipeçonhentos: década de 80” Moderação - Profª Tania K. Brazil (NOAP - UFBA, BA) 12 DE NOVEMBRO - QUARTA FEIRA 8h Café da manhã e confraternização 8h 12h30 - 14h Credenciamento, café da manhã e confraternização PALESTRA A necessidade de integrar os envenenamentos por serpentes em uma estratégia global de combate às doenças tropicais negligenciadas. - Prof David Williams (University of Melbourne, Australia) Apresentação - Profª Rosany Bochner (ICICT, FIOCRUZ, RJ) COFFEE BREAK MESA REDONDA Veneno, antiveneno e envenenamento por abelhas Apis mellifera Prof Luís Guilherme Dias Heneine (FUNED, MG) Bioprospecção do veneno de abelha para utilização na indústria farmacêutica Prof Paulo de A. Melo (UFRJ, RJ) - Citotoxicidade do veneno de abelha e intervenção farmacológica Prof Luís Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ) - A produção do soro antiapílico Prof Benedito Barraviera - (CEVAP/UNESP, Botucatu, SP) Ensaios clínicos do soro antiapílico Moderação - Profª Giselle A. Cotta (FUNED, MG) ALMOÇO MESA REDONDA 14h -16h Tratamento dos acidentes por animais peçonhentos antes da descoberta da soroterapia e práticas populares • Profª Rosany Bochner (Fundação Oswaldo Cruz, RJ); Os tratamentos anteriores à soroterapia antipeçonhenta citadosporVitalBrazilemsuaobracientífica • Profª Rejâne M. Lira da Silva (NOAP - UFBA, BA) - Veneno e antiveneno: representações e práticas populares dos acidentes por animais peçonhentos • Prof. Pedro Pereira de Oliveira Pardal (Universidade Federal do Pará, PA) - De Adão e Eva à Vital Brazil: Tratamento e práticas populares Moderação - Prof. Giuseppe Puorto (IB, SP) 16h - 16h30 ENTREGA DA MEDALHA VITAL BRAZIL 16h30 - 17h COFFEE BREAK 16h30 - 18h POSTERES 18h - 19h LANÇAMENTO DE LIVROS 14 DE NOVEMBRO - SEXTA FEIRA ALMOÇO MESA REDONDA Veneno, antiveneno e envenenamento por peixes Profª Mônica Lopes Ferreira (Instituto Butantan, SP) - Das descobertas sobre peçonhas de peixes ao tratamento do envenenamento Prof Vidal Haddad Júnior (UNESP, Botucatu) - Acidentes por peixes venenosos e peçonhentos no Brasil e o seu tratamento Profª Suely Gomes de Figueiredo (Universidade Federal do Espírito Santo, ES) - Caracterização química e farmacológica do Peixe-escorpião (Scorpaena) Profª Carla S. Seibert (Universidade Federal do Tocantins,TO) - Caracterização química, farmacológica do veneno e envenamento por arraias de água doce Moderação - Profª Luciana Lyra Casais e Silva (NOAP - UFBA, BA) ENTREGA DA MEDALHA VITAL BRAZIL COFFEE BREAK PALESTRA Bioprospecção de veneno com atividades analgésicas - Prof.ª Gisele Pícolo (Instituto Butantan, SP) Apresentação - Profª Lucilene Delazari dos Santos (CEVAP/UNESP, Botucatu, SP) Café da manhã e confraternização PALESTRA 09h - 10h “Produção de soro na Argentina e a influência de Vital Brazil e Oswaldo Vital Brazil” - Adolfo Rafael de Roodt ( Laboratório de Toxinopatologia, Centro de Patologia Experimental y Aplicada, Faculdad de Medicina, Universidade de Buenos Aires, Argentina Apresentação - Prof. Luís Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB,RJ) 10h - 10h30 COFFEE BREAK MESA REDONDA 10h30 - 12h30 A contribuição do Instituto Pasteur na formação de pesquisadores brasileiros: homenagem à Cassian Bon (1944-2008) • Profª Russolina Benedeta Zingali (UFRJ, RJ) • Profª Rosany Bochner (FIOCRUZ, RJ) 8h • Prof Jonas Perales (IOC/FIOCRUZ/RJ) 12h30 - 14h 14h -15h 15h -16h 20 Moderação - Profª Júlia Prado-Franceschi ALMOÇO PREMIAÇÃO DOS POSTERES CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil NOVEMBER 13TH - THURSDAY NOVEMBER 11TH - TUESDAY 8h 09h - 18h 09h - 18h 09h - 18h 09h - 18h 09h - 18h 18h - 19h 19h - 20h 20h Registration Shortcourses National information systems - Professor Rosany Bochner(ICICT-FIOCRUZ) Venom Bioprospecting - ProfessorCarolinaHorta (UFMG) Accidents with Venomous Animals -ProfessorCarlos R.deMedeiros(IB-HVB)andProfessorGiuseppePuorto (IB-MB) Management and Curatorship of Collections - ProfessorMartaLourenço(NationalMuseumof ScienceandNaturalHistory,LisbonUniversity,Portugal) OPENINGROUNDTABLE LECTURE 120 Years of Antiophidic Serum Theraphy- ProfessorRobertodeAndradeMartins(ParaíbaState University,CampinaGrande,PB) Presentation -ProfessorMartaLourenço(National MuseumofScienceandNaturalHistory,Lisbon University,Portugal) COCKTAIL 8h BREAKFAST LECTURE 09h - 10h Lonomia - From Creation to Serum Production - ProfessorRobertoHenriquePintoMoraes(Butantan Institute,SP) Presentation-ProfessorFranciscoLuísFranco(IB,SP) 10h - 10h30 COFFEEBREAK ROUNDTABLE 10h30 - 12h30 Global Snakebite Initiative: The Need for a Global Partnership • ProfessorDavidJ.Williams,AustralianVenomResearch Unit,DepartmentofPharmacology,Universityof Melbourne,Australia • Professor.AniltonFranciscoAlvesAraújo-Managerof ZoonosisHertapeCalier-“NationalCrisisofantivenom serums:the80s NOVEMBER 12TH - WEDNESDAY 8h 09h - 10h 10h - 10h30 10h30 - 12h30 • • • • Moderator-ProfessorTaniaK.Brazil(UFBA,BA) 12h30 - 14h LUNCH Registrationandbreakfast LECTURE The Need to Integrate Snake Poisonings into a Global Strategy to Combat Tropical Diseases.- ProfessorDavidWilliams(UniversityofMelbourne,Australia) Presentation-ProfessorRosanyBochner(ICICT,FIOCRUZ,RJ) COFFEEBREAK ROUNDTABLE Venom, Anti-venom and Envenoming by Bees Apis Melífera ProfessorLuísGuilhermeDiasHeneine(FUNED,MG) -BioprospectingofBeeVenomfortheUseinthe PharmaceuticalIndustry ProfessorPaulodeA.Melo(UFRJ,RJ)-Cytotoxicityof BeeVenomandPharmacologicalIntervention ProfessorLuísEduardoRibeirodaCunha(IVB,RJ)-The ProductionofAntiaphilicSerum ProfBeneditoBarraviera-(CEVAP/UNESP,Botucatu,SP) Ensaiosclínicosdosoroantiapílico Treatment of Accidents with Venomous Animals before the Discovery of Serum Therapy and Popular Practices • ProfessorRosanyBochner(OswaldoCruzFoundation, RJ);Treatmentspriortoanti-venomserumtherapycited byVitalBrazilinhisscientificwork • ProfessorRejâneM.Lira-da-Silva(FederalUniversity ofBahia,BA)Venenoeantiveneno:representações epráticaspopularesdosacidentesporanimais peçonhentos • ProfessorPedroPereiradeOliveiraPardal(Federal UniversityofPará,PA)-FromAdamandEvetoVital Brazil:Treatmentandpopularpractices Moderator -ProfessorGiuseppePuorto(IB,SP) 16h -16h30 Mediator-ProfessorGiselleA.Cotta(FUNED,MG) 14h - 16h • • • • VITALBRAZILMEDALAWARD 16h30 - 17h COFFEEBREAK 16h30 - 18h POSTERS 12h30 - 14h LUNCH ROUNDTABLE 14h - 16h 18h - 19h BOOKSLAUNCHES NOVEMBER 14TH - FRIDAY ROUNDTABLE Venom, Anti-venom and Envenoming by Fish ProfessorMônicaLopesFerreira(ButantanInstitute,SP)- FromDiscoveriesRegardingFishVenomtoEnvenoming Treatment ProfessorVidalHaddadJúnior(UNESP,Botucatu)- AccidentsbyPoisonousandVenomousFishinBraziland TheirTreatment ProfessorSuelyGomesdeFigueiredo(FederalUniversity ofEspíritoSanto,ES)-ChemicalandPharmacological CharacterizationofScorpion-fish(Scorpaena) ProfessorCarlaS.Seibert(FederalUniversityof Tocantins,TO)-ChemicalandPharmacological CharacterizationofPoisonandEnvenomingby FreshwaterStingray BREAKFAST LECTURE 09h - 10h “Production of serum in Argentina and the influence of Vital Brazil and Oswaldo Vital Brazil” -AdolfoRafaeldeRoodt(ToxinopathologyLaboratory, CenterforAppliedandExperimentalPathology,Medicine Faculty,UniversityofBuenosAires,Argentina Presentation-ProfessorLuísEduardoRibeiroda Cunha(IVB,RJ) 10h - 10h30 COFFEEBREAK ROUNDTABLE 10h30 - 12h30 The Contribution of the Pasteur Institute in the Formation of Brazilian Researchers: Tribute to Cassian Bon (1944-2008) • ProfessorRussolinaBenedetaZingali(UFRJ,RJ) • ProfessorRosanyBochner(FIOCRUZ,RJ) 8h Moderator-ProfessorLucianaLyraCasaiseSilva (NOAP-UFBA,BA) 16h - 16h30 VITALBRAZILMEDALAWARD 16h30 - 17h COFFEEBREAK LECTURE 17h - 18h Biopropecting of Venom with Analgesic Activities ProfessorGiselePícolo(ButantanInstitute,SP) Presentation-ProfessorLucileneDelazaridosSantos (TheCenterfortheStudyofVenomsandVenomousAnimals,SP) • ProfessorJonasPerales(IOC/FIOCRUZ/RJ) Moderator- ProfessorJúliaPrado-Franceschi 12h30 - 14h LUNCH 14h - 15h POSTERSAWARDS 15h - 16h CLOSINGCERIMONY 21 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil 22 CONFERÊNCIAS / CONFERENCES 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil 120 ANOS DA SOROTERAPIA ANTIOFÍDICA VENENO, ANTIVENENO E ENVENENAMENTO POR ABELHAS APIS MELLIFERA Roberto de Andrade Martins (Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, PB) Apresentação - Marta Lourenço (Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Universidade de Lisboa, Portugal) Luís Guilherme Dias Heneine (FUNED, MG) Bioprospecção do veneno de abelha para utilização na indústria farmacêutica Paulo de A. Melo (UFRJ, RJ) Citotoxicidade do veneno de abelha e intervenção farmacológica; Luís Eduardo Ribeiro da Cunha (IVB, RJ) – A produção do soro antiapílico Benedito Barraviera - (CEVAP/UNESP, Botucatu, SP) Ensaios clínicos do soro antiapílico Em 1894, o médico francês Léon Charles Albert Calmette (1863-1933) introduziu o tratamento contra veneno de serpentes através do soro monovalente de cavalos imunizados. Todos sabem que, alguns anos depois, inspirado por este trabalho, Vital Brazil Mineiro da Campanha (1865-1950) desenvolveu um novo tipo de soro antiofídico, eficaz contra os venenos das cobras mais comuns da América do Sul, provando também que cada soro apenas protegia contra venenos específicos. Esta palestra apresentará inicialmente a situação existente antes do trabalho de Albert Calmette, apresentando várias tentativas de prevenção e tratamento de pessoas picadas por cobras, a partir da literatura do século XIX sobre o assunto, incluindo as tentativas de tratamento químico, como a desenvolvida pelo pesquisador brasileiro João Batista de Lacerda (1846-1915), que preconizou o emprego do permanganato de potássio, ou por Maurice Kaufmann (1856-1924), defendendo o uso do ácido crômico. Indicará alguns precedentes de experimentos de imunização de animais à picada de cobras e serpentes, como as pesquisas pouco citadas de Césaire Auguste Phisalix (1852-1906) e Gabriel Bertrand (1867-1962), bem como a curta controvérsia que eles mantiveram com Calmette. Também analisará as influências sofridas por Calmette em sua formação e seus estudos sobre vacinas e tratamentos de doenças transmissíveis, mostrando como esses primeiros trabalhos nortearam sua busca do soro antiofídico. Apresentará ainda uma visão detalhada sobre alguns pontos dos trabalhos do pesquisador francês sobre o assunto, discutindo as condições de sua pesquisa e os recursos de que dispunha. Nota-se que os estudos de Calmette sofreram uma forte influência das pesquisas sobre tratamento químico do envenenamento; ele recomendava o uso de injeções com cloreto de cálcio, por exemplo, para prevenir e tratar os efeitos das picadas. É interessante notar a falta de clareza existente, nessa época, a respeito da natureza do efeito do veneno, bem como sobre os diversos processos que poderiam proteger as pessoas contra os mesmo; em alguns casos, considerava-se que certas substâncias podiam “neutralizar” o veneno ofídico, no mesmo sentido em que um ácido pode neutralizar uma base. Por fim, esta palestra apresentará também alguns aspectos da repercussão que o trabalho do estudioso francês teve, nos primeiros anos posteriores à sua publicação. Moderadora - Giselle A. Cotta (FUNED, MG) Citotoxicidade do veneno de abelha e intervenção farmacológica Paulo A. Melo (Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ) O aumento das atividades envolvendo a apicultura no Brazil foram importantes para aumentar a nossa produção de mel das abelhas obtidas de Apis mellifera . Em nosso país esta espécie tornou-se híbrida resultando na mudança das suas características originais, com maior produção de mel, mostrando comportamento de grande mobilidade e agressividade. Como consequência houve o espraiamento desta nova espécie pelo continente Americano, e foram descritas a frequente ocorrência de acidentes graves com homens e animais. Estes acidentes ocorrem nas diferentes regiões de nosso país e em particular no Estado do Rio de Janeiro, onde estima-se com dados da defesa civil, que ocorram cerca de mil casos por ano, sendo alguns fatais. O veneno de A. mellifera contem complexa mistura de componentes tais como proteinas, peptídeos e pequenas moléculas orgânicas. Atribui-se a um de seus peptídeos ativos, a melitina, muitos dos efeitos tóxicos deste veneno, porém sabe-se que a atividade resulta do conjunto do veneno, onde também estão presentes a hialuronidase, a apamina e de fosfolipase A2. Estas substâncias interagem com alvos na membrana fosfolipídica dos diferentes tecidos, induzindo citólise e disfunções do tecido muscular esquelético e do aparelho cardiovascular. Em vítimas de múltiplas picadas pela nova espécie africanizada além de apresentarem reação alérgica, ocorrem alterações sistêmicas que culminam com disfunção cardiovascular e renal (Nabil et al., Hum. Exp. Toxicol. 1998; Ownby et al., Toxicon, 1997; Smith et al., J. Clin. Invest.,1980). Ainda não dispomos em nosso meio de um antiveneno específico, mas temos realizado investigações procurando encontrar um modelo para reproduzir os efeitos de elevadas concentrações do veneno em órgãos isolados e em pequenos animais. Além de estudos em animais e tecidos isolados adicionamos testes enzimáticos e estão em andamento estudos de modelagem molecular. Nossos resultados indicam que em preparações isoladas de músculos de camundongos são excelente modelo para se testar e citotoxicidade de do veneno de A. mellifera e de seus componentes. Estudos prévios mostram que este veneno é miotóxico in vitro e in vivo, e esta citotoxicidade pode ser avaliada pela análise do aumento da taxa de liberação de enzimas sarcoplasmáticas e por estudos morfológicos. Observa-se também in vivo , além da lesão muscular, edema (i) (i) Palavras-chave: Léon Charles Albert Calmette, Vital Brazil Mineiro da Campanha, João Batista de Lacerda, soro antiofídico, tratamentos antigos contra veneno de cobras. (i) (i) (i) Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (i) (i) (i) 24 (i) (i) 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil e morte. Esta letalidade pode ser atribuída ao intenso efeito cardiotóxico, demonstrado em preparações de coração isolado de camundongos e ratos. Adiciona-se que o veneno in vivo induz intenso edema e aumento dos valores do hematócrito, sugerindo aumento da permeabilidade vascular tornando o sangue viscoso e sobrecarregando o trabalho do coração já também deprimido pelo efeito direto do veneno (Tomaz et al., Toxicon, 2008; El-Kik et al., Toxicon 2013). Associa-se a estas nossas observações os dados da literatura que mostram intensa lesão renal decorrente da complexa atividade direta e sistêmica associada. As lesões de citotoxicidade e de letalidade são inibidas por agentes polianiontes como a heparina e o suramim. No presente esta sendo desenvolvido e testado soro antiapílico, um desafio, e encontrar qual o melhor modelo de demonstrar sua eficácia em proteger das diferentes habilidades citotóxicas letais do veneno de A. mellifera . foram notificados 33 óbitos, em 2010 foram 29, em 2011 26 e em 2012 31 óbitos. A maioria dos óbitos e dos acidentes tem ocorrido nas regiões urbanas do Sul e do Sudeste do Brasil. Salienta-se que os números oficiais estejam subestimados em decorrência da não obrigatoriedade de notificação. Assim, estima-se que ocorram em torno de 15 mil ataques de abelhas por ano no Brasil causando cerca de 140 mortes. Isto elevaria para 10,71% o número de acidentes causados apenas por abelhas Apis . Por onde as abelhas africanizadas dispersam e se instalam definitivamente, como é o caso do Brasil e de outros países das Américas do Sul, Central e do Norte, tornam-se um problema de Saúde Pública; outro detalhe importante é que apesar deste acidente não ser de notificação obrigatória a sua prevalência aumentou sobremaneira nos últimos anos atingindo oficialmente mais de 7% dos acidentes causados por animais peçonhentos. Palavras-chave: Peçonhas, Apis mellifera, Antiveneno, Polianiontes, Palavras-chave: soro antiapílico; abelhas; venenos; antivenenos (i) (i) (i) (i) (i) Referências: Suramina,Citotoxicidade, Miotoxicidade. veneno de abelha; (i) acidente com Ensaio clínico fase I/II para avaliar a segurança, a capacidade neutralizante e confirmar a menor dose eficaz do soro antiapílico para o tratamento de múltiplas picadas de abelhas africanizadas Apis mellifera - Estudo Apis Physiologic manifestations of human anaphylaxis.Smith, P.L., et al., J. Clin. Invest. 1980; 66, 1072–1080 Mechanism of action of honey bee Apis mellifera venom on different types of muscles. Nabil, Z.I. et al., Hum. Exp. Toxicol. 1998; 17, 185–190. Melittin and phospholipase A2 from bee Apis mellifera venom cause necrosis of murine skeletal muscle in vivo Ownby, C.L., et al., Toxicon, 1997; 33, 67–80. Neutralization of Apis mellifera bee venom activities by suramin. El-Kik CZ et al., Toxicon. 2013 ;67;55-62. Benedito Barraviera (Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP, Botucatu, SP) Increase of the cytotoxic effect of Bothrops jararacussu venom on mouse extensor digitorum longus and soleus by potassium channel blockers and by Na(+)/K(+)ATPase inhibition. Tomaz MA et al., Toxicon. 2008 Sep 15;52(4);551-8 Alexandre Naime Barbosa, João Paulo Vasconcelos Poli, Délio Campolina, Solange de Lourdes Silvia Magalhães, Patrícia Drumond Ciruffo3, Dalmo Correia Filho, Rodrigo Juliano Molina, Beni Olej, Margareth de Oliveira Timoteo, Palmira Cupo, Fábio Bucaretchi, Eduardo Mello De Capitani, Carlos Antonio Caramori, Rui Seabra Ferreira Junior, Lucilene Delazari dos Santos, Natália Bronzatto Medolago, Márcia Tonin Rigotto Carneiro, Luís Eduardo Ribeiro da Cunha, Antonio Joaquim Werneck de Castro, Fabiana Schuelter Trevisol, Daisson José Trevisol, Jean Philippe Chippaux A importância estratégica da produção do Soro antiapílico no Brasil Luís Eduardo Ribeiro da Cunha (Instituto Vital Brazil) Nas últimas décadas, a expansão das abelhas africanizadas no Brasil e em toda a América fez com que as autoridades de saúde pública incluíssem este acidente como objeto de vigilância sanitária. Além dos processos alérgicos, que variam desde leves a graves, as múltiplas picadas estão associadas, em geral, a quadros de envenenamentos graves. O crescente número de casos clínicos e consequentemente de óbitos desperta para a necessidade de se dispor de um tratamento eficaz. A ausência de um soro específico disponível para a rede pública de saúde (SUS) torna o problema ainda mais complexo. No Brasil, as serpentes, escorpiões e aranhas são os principais agentes causadores de envenenamentos. Recentemente, os acidentes causados por abelhas africanizadas têm merecido maior atenção devido à gravidade e à elevada letalidade. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde do Brasil, os acidentes por abelhas representam 7% do número total de acidentes causados por animais peçonhentos. Em 2008 foram notificados 13 óbitos causados por picadas de abelhas, a letalidade foi de 0,23%. A maioria dos indivíduos era do sexo masculino (63%), com elevada incidência de acidentes na zona urbana (65%), sendo mais frequente na faixa etária entre 20 e 49 anos (48%). Trata-se de um importante problema de Saúde pública, principalmente para os grandes centros urbanos. Em 2009 As abelhas híbridas, resultantes do cruzamento entre as abelhas europeias ( Apis mellifera mellifera, carnica, caucasica e ligustica ) e africanas ( Apis mellifera scutellata ), são denominadas africanizadas. Apesar de muito produtivas, são também muito defensivas atacando maciçamente acarretando risco de vida a seres humanos e animais, tendo por isso sido apelidadas de “killer bees”. O veneno é basicamente constituído de melitina, fosfolipase A2, apamina, hialuronidase, peptídeos, água e sais minerais. A dose letal do veneno é estimada em 19 picadas por kilograma de peso, o que corresponde a 500 picadas para um ser humano adulto. A epidemiologia dos envenenamentos tem mostrado aumento significativo da prevalência ano após ano. Assim, em 2006 foram notificadas 4.774 (4,87%) acidentes e 10.026 (7,17%) em 2012. Apesar de não ser de notificação compulsória estima-se que ocorram por ano em torno de 15 mil ataques, causando 140 mortes, com prevalência de 10,91% entre todos os acidentes causados por animais peçonhentos. Como não se dispunha de um soro para ser utilizado pela rede brasileira de assistência, todos os pacientes eram tratados sintomaticamente com a (i) (i) (i) 25 (i) (i) (i) 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil associação de drogas anti-histamínicas, corticosteroides e analgésicos potentes. Os que evoluem com choque anafilático e os acometidos por múltiplas picadas são tratados em hospitais de retaguarda com disponibilidade de unidade de terapia intensiva. O desenvolvimento de um soro específico era o grande desafio, uma vez que os peptídeos de pequena massa molecular não induzem satisfatoriamente a produção de anticorpos pelos animais soro produtores. Baseado nisso, os pesquisadores do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da UNESP (CEVAP) em parceria com os do Instituto Vital Brasil de Niterói (IVB) desenvolveram um novo soro, em escala piloto e constituído de anticorpos contra os componentes tóxicos do veneno. O uso deste baseado em protocolos clínicos internacionais especialmente desenvolvidos poderá salvar vidas, haja vista que os ensaios pré-clínicos já confirmaram esta hipótese. Dessa forma, está sendo proposto como primeira etapa um ensaio clínico fase I/II, multicêntrico, não randomizado e aberto para se avaliar a segurança e confirmar a menor dose eficaz do soro, tratando 20 pacientes acometidos por múltiplas picadas. O objetivo dessa pesquisa será avaliar os eventos adversos relacionados ao produto (antiveneno) e confirmar a dose mínima necessária para neutralizar diferentes quantidades de veneno inoculado. metabólitos, cujas combinações resultam em uma grande variedade de estruturas químicas e moléculas complexas como peptídeos e proteínas. O Brasil possui uma extensa linha costeira de águas temperadas e tropicais, propiciando a existência de grande número de animais potencialmente perigosos que associados a fatores como o grande afluxo de banhistas às praias, o incremento à pesca comercial e esportiva, atividades como mergulho autônomo e pesca submarina favorecem a ocorrência de muitos acidentes em humanos. Praticamente todas as famílias e gêneros de peixes peçonhentos têm representantes nos mares e rios do Brasil, entretanto os que mais causam acidentes são arraias, bagres, peixes-escorpião e niquins. O quadro clínico é caracterizado principalmente por efeitos tóxicos locais (dor, edema e necrose) e sistêmicos. Para esses acidentes não existe até o momento tratamento adequado e comprovadamente eficiente, o que os tornam um problema de ordem médica, econômica e social. Desta forma produzimos um soro poliespecífico e avaliamos a sua capacidade de neutralização das atividades tóxicas induzidas por importantes peixes peçonhentos brasileiros ( Thalassophryne nattereri, Scorpaena plumieri, Cathorops spixii e Potamotrygon gr orbygnyi ). O protocolo de imunização de camundongos padronizado com o uso ou não de adjuvante possibilitou a obtenção de soros monoespecíficos com títulos satisfatórios de anticorpos e com especificidade para os venenos que os geraram e para os venenos de outros peixes. Além da neutralização dos principais efeitos locais, o soro poliespecífico foi capaz de neutralizar a inflamação sistêmica pulmonar induzida pelo veneno de S. plumieri . Os dados obtidos nos permitiram sugerir o uso de soro poliespecífico no controle dos envenenamentos causados por peixes. (i) (i) VENENO, ANTIVENENO E ENVENENAMENTO POR PEIXES Mônica Lopes Ferreira (Instituto Butantan, SP) – Das descobertas sobre peçonhas de peixes ao tratamento do envenenamento Vidal Haddad Júnior (UNESP, Botucatu) – Acidentes por peixes venenosos e peçonhentos no Brasil e o seu tratamento Suely Gomes de Figueiredo (Universidade Federal do Espírito Santo, ES) – Caracterização química e farmacológica do Peixe-escorpião (Scorpaena sp) Carla S. Seibert (Universidade Federal do Tocantins,TO) Caracterização química, farmacológica do veneno e envenamento por arraias de água doce. (i) (i) (i) (i) (i) (i) Palavras-chave: peçonhas, peixes, acidentes, fisiopatologia, soroterapia Financiadores: Fapesp e CNPq. Peixes peçonhentos marinhos e continentais potencialmente perigosos para o Homem: identificação, mecanismos de envenenamentos e medidas de primeiros socorros. Moderadora - Luciana Lyra Casais e Silva (NOAP - UFBA, BA) Vidal Haddad Junior (Faculdade de Medicina de Botucatu–Universidade Estadual Paulista,SP) Das descobertas sobre peçonhas de peixes ao tratamento do envenenamento [email protected] Mônica Lopes-Ferreira (Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil) Os acidentes causados por peixes são comuns no Brasil. Em uma série de lesões causadas por animais marinhos observados em cerca de 2000 banhistas e 1500 pescadores de Ubatuba (litoral Norte do Estado de São Paulo) em um período de 20 anos, 25% foram causados por peixes peçonhentos.1 Os bagres marinhos ( Ariidae ) [email protected] Em todos os níveis da escala filogenética, os seres vivos apresentam comportamentos de ataque e defesa que incluem a produção de substâncias repelentes, paralisantes ou com outras ações biológicas. Estas substâncias na maioria das vezes apresentam uma grande variedade de toxinas que são responsáveis pela sintomatologia observada nos envenenamentos e pelas complexas relações ecológicas existentes entre os organismos. A produção de toxinas por animais aquáticos é uma estratégia importante que garante sua sobrevivência em um ecossistema altamente competitivo. Assim, para defender-se ou defender seu território, estes animais produzem um enorme número de (i) (i) causaram a maioria dos acidentes e uma fração menor foi causada por arraias (famílias Myliobatidae, Rhinopteridae e Dasyatidae) e por peixes-escorpião Scorpaenidae). Os mecanismos de envenenamento utilizam raios de nadadeiras, espículas pré-operculares e ferrões recobertos por epitélio secretor de toxinas. A inoculação por meio de glândulas ligadas a espículas ocas ocorre por peixes-sapo da família Batrachoididae, causadores de acidentes nas regiões Norte e Nordeste. Menos freqüentemente, ocorre 26 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil envenenamento por peixes peçonhentos como os peixescirurgião ( Acanthuridae ), cações-bagre ( Squalus sp ) e outros. (i) (i) (i) responses. The coronary vasoconstriction response was also attenuated by chemical endothelium denudation. These data suggest that the vascular endothelium, ?1 and ?-adrenergic receptors are involved in the cardiac effects of the SpV. The SpV causes also a biphasic response on phenylephrine pre-contracted rat aortic rings, characterized by an endothelium- and dose-dependent relaxation phase followed by a contractile phase. The vasorelaxant activity was abolished by L-NAME, demonstrating the involvement of nitric oxide on the response. Four proteins responsible by main effects/activities induced by this venom were purified to homogeneity by our research group: a gelatinolytic protease (Sp-GP); a protein homologous to B-type lectins (Plumieribetin) that inhibits ?1?1integrin binding to basement membrane collagen IV; a multifunctional toxin (Sp-CTx) which displays cytolytic/hemolytic, cardiovascular and inflammatory activities and C-type isolectins (Sp-CL) which exhibited agglutinating activity. An overview of the biochemical and pharmacological properties of these new proteins from S. plumieri venom, known to be rather difficult to be studied, will be described. Our data demonstrated that S. plumieri venom presents enormous diversity and complexity of pharmacologically active protein components, and these interesting proteins may prove useful either as research tools or as therapeutic agents. (i) Nos rios e lagos brasileiros existem bagres da família Pimelodidae que apresentam ferrões e peçonha muito semelhantes aos dos bagres marinhos, sendo responsáveis pela maioria dos acidentes por peixes fluviais no Brasil. As arraias fluviais Potamotrygonidae ) provocam acidentes graves com grandes necroses que podem incapacitar a vítima por meses. (i) (i) Com a crescente importação de peixes ornamentais, houve o surgimento de envenenamentos por peixes exóticos, como opeixe-leão ( Scorpaenidae ), devido a pouca conscientização das lojas e colecionadores. (i) (i) O principal sintoma dos envenenamentos por peixes é a dor intensa. Pode haver necrose, especialmente nos acidentes por arraias fluviais. As principais medidas de tratamento iniciais serão discutidas. (i) Os pescadores apresentam maior risco para acidentes, mas banhistas, colecionadores e zoólogos também não estão livres do risco, razão pela qual é fundamental um bom conhecimento das estruturas de defesa dos peixes, que estão presentes em maior ou menor escala em todos aos animais marinhos e fluviais. Adicionalmente, o conhecimento sobre medidas de primeiros socorros e prevenção de infecções é fundamental para populações de risco. (i) Financial support: INCTTOX, CAPES/DAAD, CNPq, FACITEC. Caracterização química, farmacológica do veneno e envenenamento por arraias de água doce Overview of biochemical and pharmacological properties of the scorpionfish Scorpaena plumieri venom Carla Simone Seibert (Curso de Ciências Biológicas, Campus de Porto Nacional, Universidade Federal do Tocantins, TO) (i) Suely Gomes de Figueiredo (Departamento de Ciências Fisiológicas - Universidade Federal do Espírito Santo, ES) [email protected] [email protected] As arraias de água doce são encontradas em repouso no fundo arenoso ou lamacento de águas rasas dos rios de grandes bacias hidrográficas. Estas pertencem a família Potamotrygonidae que se distribuem por toda a Região Neotropical, e estão representadas pelos gêneros Paratrygon , Plesiotrygon e Potamotrygon . Estes animais apresentam ferrão retrosserrilhado, encostado paralelo à cauda, acondicionado em uma dobra membranosa e imerso em muco. O ferrão é utilizado como estratégia de defesa, pois quando pisadas ou ameaçadas, elas movimentam sua cauda com violência e o ferrão adquire posição perpendicular para atingir o agente agressor. Nessa situação, ocorre o trauma mecânico, com a inserção do ferrão no corpo do acidentado, sendo o contato das toxinas facilitado pela lesão. Os acidentes com arraias causam ferimentos com diversos sintomas, desencadeiam dor intensa, inflamação, necrose cutânea, ulcerações e distúrbios na microcirculação. O ferrão também pode quebrar e provocar a retenção de fragmentos de dentina na lesão. Além da lesão mecânica e das complicações induzidas pelas toxinas, bactérias presentes no muco do animal podem causar infecções secundárias. Vários estudos são realizados para elucidar a complexidade das toxinas presentes na peçonha das arraias de água The scorpionfish Scorpaena plumieri is one of the most common and venomous fish of the family Scorpaenidae found on the Brazilian coast. This fish is frequently involved in human accidents and can cause severe injuries. The envenomation causes intense pain, erythema, edema, nausea, vomiting, fever, agitation, diarrhea and cardiovascular disorders. We have demonstrated in animal models that the fresh S. plumieri venom (SpV) displays lethal (LD50 in mouse 0.28 mg/kg, i.v.) and inflammatory activities and induces disorders in the cardiovascular system, while hemolytic, hemagglutinating, proteolytic and integrin-binding inhibitory activities were detected by “in vitro” assays. Inflammatory activity was characterized by nociceptive and dosedependent edematogenic responses. SpV-induced edema was reduced by previous administration of bradykinin B2 receptor antagonist (icatibant) demonstrating the involvement of the kallikrein-kinin system in this response. SpV produces immediate and transient increase in arterial blood pressure and decrease heart rate in anaesthetized rats. In isolated rat hearts, SpV produced positive ventricular chronotropic, inotropic, lusitropic and coronary vasoconstriction responses. Adrenergic blockades, prazosin and propranolol, significantly attenuated these (i) (i) Keywords: fish venom, cardiovascular disorders, inflammatory activity, protein purification. Palavras-chave: peixes, animais peçonhentos, arraias, bagres (i) (i) (i) (i) (i) (i) 27 (i) (i) (i) (i) (i) 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil doce. Estes animais produzem componentes tóxicos como alcaloides, esteroides, peptídeos e proteínas, com propriedades químicas e farmacológicas peculiares. Estudos com o gênero Potamotrygon é o mais frequente nos registros da literatura. Estudos com Potamotrygon scobina e Potamotrygon orbignyi demonstraram atividade edematogênica e nociceptividade. A peçonha do ferrão de Potamotrygon falkneri apresentou atividade caseinolítica, gelatinolítica, hialuronidase, fibrinogenolítica, necrose, atividade miotóxica, edematogênica e nociceptividade. Estudos com Potamotrygon cf. henlei relataram atividade edematogênica e nociceptiva tanto para a peçonha do ferrão quanto a do muco do dorso do animal. E para a espécie Potamotrygon motoro (do Rio Araguaia), também foi verificado atividade colinérgica em íleo de cobaias e a atividade hipotensora quando administrado por via intravenosa, em ratos. O contato dos humanos com arraias deixa sequelas e pode afastar o acidentado do trabalho laboral, por dias. Não há um tratamento padrão para os pacientes acidentados por arraias, a abordagem terapêutica é baseada no uso de analgésicos, antiinflamatórios, água morna para aliviar a dor intensa, e o uso de antibióticos para prevenir infecção secundária. Muitos procedimentos alternativos são utilizados para neutralizar a dor, principalmente por populações tradicionais. No entanto, há necessidade do acidentado buscar atendimento médico especializado para tratamento adequado da lesão. (i) relação ao seu efeito analgésico, estudos têm mostrado que esta toxina é capaz de induzir antinocicepção prolongada em diferentes modelos experimentais de dor aguda e crônica, mediada pela ativação de receptores peptídeo formil, através da liberação de Lipoxina A4, e de receptores muscarínicos e ?-adrenoceptores. Adicionalmente às evidências experimentais, ensaios clínicos de fase I mostram que a crotoxina diminui a dor de pacientes portadores de neoplasias, bem como acarreta regressão do tumor destes pacientes. Ainda em relação ao estudo de novos analgésicos obtidos de animais, o BDS 391 é um composto não-peptídico de baixo peso molecular (~390 Da) sintetizado a partir do componente analgésico obtido do veneno da anêmona marinha brasileira Bunodosoma cangicum . A sua estrutura é composta por um grupo bromoindol conectado a uma histidina. O BDS391 induz efeito analgésico mediado pela ativação indireta de receptors 5HT3, que envolve ainda a inibição do influxo de cálcio celular via ativação de receptores TRPV1. (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) Estes dados em conjunto confirmam o potencial dos venenos animais como uma rica fonte para obtenção de compostos com ações terapêuticas, incluindo analgésicos. Palavras-chave: venenos animais, compostos analgésicos, bioprospecção Financiadores: Fapesp, CNPq, INCTTOX (2008/57898-0) e CeTICs/CEPID/Fapesp. LONOMIA - DA CRIAÇÃO À PRODUÇÃO DE SORO Palavras-chave: Potamotrygonidae, acidentes, raias BIOPROSPECÇÃO DE VENENO COM ATIVIDADES ANALGÉSICAS Roberto Henrique Pinto Moraes (Instituto Butantan, SP) Apresentação - Francisco Luís Franco (Instituto Butantan, SP) Gisele Pícolo (Instituto Butantan, SP) Apresentação - Lucilene Delazari dos Santos (CEVAP, SP) Lagartas da Ordem Lepidoptera , família Saturniidae , subfamília Hemileucinae , são conhecidas popularmente no Brasil, pelo nome de “Taturana”. Possuem na região dorso lateral, cerdas contendo glândulas que produzem uma toxina. Caso essa toxina seja introduzida na pele humana, causa de imediato, sensação de queimação, inchaço local e vermelhidão, regredindo tais sintomas após algumas horas, sem sequelas. Saturnídeos das espécies Lonomia obliqua e Lonomia achelous podem causar além dos sintomas citados, distúrbios hemorrágicos que vão desde hematomas até insuficiência renal e derrame cerebral. Na década de 1960, acidentes com essas características haviam sido descritos na Venezuela e, na década de 1980, no Amapá. No início da década de 1990, um considerável número de acidentes hemorrágicos foi relatado no estado do Rio Grande do Sul. No município de Chapada, próximo a Passo Fundo, vários casos ocorreram após contato com uma “oruga” (nome comum às lagartas naquela região). Casos mais complicados e, que, evoluíam para problemas renais, foram tratados com dificuldade, principalmente por não se conhecer com exatidão a fisiopatologia do envenenamento, o agente causador e o tratamento eficaz. A ocorrência dos acidentes foi aumentando e se estendendo para outros estados do Sul. Motivados principalmente pela gravidade dos casos e pela preocupação em conter esse distúrbio, profissionais de saúde dos estados do Sul, em parceria com pesquisadores do Instituto Butantan, passaram a trabalhar no sentido de produzir um soro que (i) O aumento do conhecimento, particularmente nestes últimos 10 anos, dos mecanismos envolvidos na dor e seu controle tem contribuído para a melhora dos tratamentos existentes bem como para o avanço nas pesquisas e desenvolvimento de novos fármacos analgésicos. Apesar destes avanços científicos, muitas dores ainda são de difícil controle, e os pacientes ainda sofrem com tratamento inadequado e/ou efeitos colaterais intoleráveis. Produtos naturais obtidos de plantas e animais tem se tornado atrativo para o estudo de novas drogas, uma vez que milhares de anos de evolução conferem a estes venenos seletividade e especificidade, características importantes para um fármaco. Nesse sentido, nosso laboratório tem se dedicado ao estudo de novos compostos analgésicos obtidos de animais. A crotalfina é um peptídeo de 14 aminoácidos, sintetizado a partir da sequência de um composto analgésico purificado do veneno de serpentes Crotalus durissus terrificus , que induz potente efeito analgésico em modelos de dor aguda e crônica, quando administrada por diferentes vias. Este efeito é de longa duração (2-3 dias nos modelos de dor crônica e até 5 dias em modelo agudo), e envolve a ativação periférica de receptores CB2, que, uma vez ativados, liberam peptídeos endógenos, particularmente dinorfina A, agonista endógeno de receptores opióides kappa. Também obtida do veneno de serpentes Crotalus durissus terrificus , a crotoxina é uma neurotoxina que induz efeito imunomodulatório, antiinflamatório e analgésico. Em (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) 28 (i) (i) 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil tivesse a capacidade de neutralizar os efeitos hemorrágicos causados por essas taturanas. Desta forma, deu-se início às pesquisas, com os objetivos de se conhecer o agente etiológico, produzir um medicamento eficaz, bem como o tratamento com esse novo produto. Nascia assim, o Soro Antilonômico. Produzido a partir da extração das cerdas de lagartas Lonomia obliqua , o Antilonômico é único no mundo com capacidade de neutralizar os efeitos do veneno de uma taturana. O primeiro lote desse soro foi produzido em 1996. Recentemente, novas técnicas e testes foram incorporados a produção do antilonômico, assim como a logística na aquisição das lagartas, visando uma excelência no produto final. O Antilonômico, nascido empiricamente, motivado pela necessidade em se salvar vidas e pela união de esforços entre pesquisadores (biólogos, bioquímicos, farmacêuticos, médicos) é hoje uma realidade e motivo de orgulho para o Instituto Butantan e para todos aqueles que nele trabalharam. (i) públicos produtores de soros e implantação da vigilância destes acidentes, com distribuição gratuita de soro para os acidentes em toda a rede de hospital do Sistema Único de Saúde do País. TRATAMENTO DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS ANTES DA DESCOBERTA DA SOROTERAPIA E PRÁTICAS POPULARES (i) Rosany Bochner (Fundação Oswaldo Cruz, RJ) - Os tratamentos anteriores à soroterapia antipeçonhenta citados por Vital Brazil em sua obra científica Rejâne M. Lira-da-Silva (Universidade Federal da Bahia, BA) Pedro Pereira de Oliveira Pardal (Universidade Federal do Pará, PA) - De Adão e Eva à Vital Brazil: Tratamento e práticas populares GLOBAL SNAKEBITE INITIATIVE: THE NEED FOR A GLOBAL PARTNERSHIP Moderador - Giuseppe Puorto (Instituto Butantan, SP) Veneno e antiveneno: representações e práticas populares dos acidentes por animais peçonhentos David J. Williams (University of Melbourne, Australia)Answers for the Antivenom Crisis Francisco Anilton Alves Araújo (Laboratório Hertape Calier Saúde Animal, DF, Brasil) - Crise Nacional dos Soros Antipeçonhentos: década de 80 Rejâne M. Lira-da-Silva (Universidade Federal da Bahia, Brasil) [email protected] Em recente exposição realizada por nós do Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA), em um mercado popular de Salvador (Bahia), ouvimos de um senhor que no interior onde ele morava, se colocasse no chão um chocalho de cascavel, nasceria uma nova cascavel neste lugar. Esta representação popular sobre os animais peçonhentos mostra um aspecto interessante do nosso povo, uma mescla de imaginação, desinformação e sincretismo. Mesmo 120 anos após a descoberta do soro antiveneno, em 1894, por Bertrand & Phisalix e Calmette e após 113 anos da descoberta da especificidade dos soros antipeçonhentos, em 1901 por Vital Brazil, prepondera o senso comum de que práticas populares podem ser usadas no tratamento dos acidentes por estes animais e, em caso do uso do soro, este é universal, pois serve para todos os venenos. O médico e naturalista luso-germânico Otto Wucherer, publicou em 1867, o trabalho “Sobre as mordeduras de cobras o seu tratamento”. Considerando um trabalho anterior à descoberta da soroterapia, Wucherer discute em detalhes sobre o tratamento utilizado pela medicina da época, que incluía: ligadura ou garrote; excisão da parte do corpo afetada pela picada, inclusive a indicação da amputação ou desarticulação do dedo afetado; extração da peçonha por sucção com a boca ou de uma ventosa; destruição do veneno por meio de substâncias químicas, tais como “potassa cáustica”, “manteiga de antimônio”, nitrato de prata, “amoníaco forte”; uso de plantas; “pedra ou osso calcinado”, usado para extrair o veneno. Wucherer já chamava à atenção que, embora utilizados desde a mais remota Antiguidade, os tratamentos acima, podiam ser infalíveis se usados a tempo, mas também podiam ser inúteis e desastrosos depois de muito tempo pós-picada. Neste contexto, nosso objetivo é discutir, dentro da visão antropológica, os fenômenos de saúdedoença, mais especificamente relativos aos acidentes Moderadora - Tania K. Brazil (UFBA, BA) Crise Nacional dos Soros Antipeçonhentos: década de 80 Francisco Anilton Alves Aráujo (Laboratório Hertape Calier Saúde Animal) A história do ofidismo no Brasil vem desde o início do século, onde Vital Brazil, á vislumbrava a importância do acidente por serpente e implantava o primeiro sistema de notificação destes acidentes no país. Entretanto, somente no início da década de oitenta, quando o governo Brasileiro criou o Programa de Autossuficiência Nacional em Imunobiológicos, no Ministério da Saúde, e criou o Programa de Ofidismo, foi reconhecido o acidente causado a humano, por animal peçonhento, como um grave problema de saúde pública. Na época apesar de existir quatro laboratórios produtores de soros antipeçonhentos no país, a produção não atendia a necessidade do país e não existiam critérios epidemiológicos para comercialização do mesmo. O programa criado pelo Ministério da Saúde, tinha por finalidade, reduzir o número de mortes e sequelas causados por estes acidentes a humanos, e para tanto, criou grupos de trabalho constituídos por especialistas que prestaria assessoria nas seguintes áreas: Normatização e padronização dos soros produzidos pelos laboratórios produtores destes Imunobiológicos; normatização e padronização do diagnóstico e tratamento dos acidentados; normatização da distribuição geográfica das serpentes peçonhentas do Brasil e um Grupo de Educação em Saúde. Neste momento, existia uma crise, sob todos os aspectos no que tange ao problema de ofidismo, em especial, pela falta de soros para atender a necessidade do país. A crise somente foi superada, em meados da década de noventa, a partir de investimento do governo nos laboratórios 29 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil por animais peçonhentos, e as representações das práticas populares usadas no tratamento das picadas no estado da Bahia. O pressuposto teórico é a Antropologia Médica, que se dedica, entre outros aspectos, ao estudo da medicina popular, e sempre salientou desde seu início, a dominância da religião, magias e superstições nos sistemas etnomédicos. Pautaremos-nos em um estudo etnográfico quali-quatitativo, realizado pelo nosso grupo de pesquisa, acerca das práticas populares realizadas por 117 pacientes, após serem acometidos por picada de serpentes e atendidos no Hospital Geral Roberto Santos, no período de 1990 a 1995, que trouxe dados interessantes sobre suas representações êmicas (populares) e éticas (modelo biomédico). As práticas referidas pelos acidentados foram classificadas em cirúrgicas, biológicas, químicas, físicas e mágico-religiosas. Os pacientes referiram, consorciadas ou não, uma maior freqüência de utilização de práticas cirúrgicas (73,5%, principalmente o garrote), biológicas (50,4%, principalmente a fitoterapia, tais como uso do alho, graviola, castanha de caju e fumo ou partes da cobra), químicas (36,8%, principalmente álcool, querosene e “cachaça”), mágico-religiosas (7,7%, principalmente o curandeirismo) e físicas (2,6%, principalmente ferro quente, ovo quente e brasa). Observamos uma maior freqüência de utilização destas práticas na zona urbana (51,8%), em indivíduos do sexo masculino (75,2%), com faixa etária de 10 a 29 anos (48,7%) e trabalhadores rurais (37,2%). Comparativamente, os indivíduos que não utilizaram nenhuma destas práticas populares, chegaram mais rápido ao centro de atendimento médico. A maioria (94,5%) dos pacientes necessitou da administração da soroterapia, o que mostra que apesar da disponibilização do soro na rede pública, o tratamento não é de conhecimento da população e também não está facilmente acessível, pois é aplicado principalmente em Hospitais Regionais ou Unidades de Pronto atendimento que funcionam 24h. Consideramos que a etiologia e os pressupostos para os tratamentos populares se baseiam em um princípio de causalidade múltipla, ou seja, não existe uma relação universal e única entre uma doença e uma causa. A medicina popular reconhece que o contato com a natureza resulta em relações explicativas que envolvem o mundo natural, social e sobrenatural e espiritual. Importante notar que muitas das práticas que ainda hoje são utilizadas pela população eram indicadas pela medicina tradicional do século XIX. Novas concepções são difíceis de serem incorporadas pela comunidade e são confrontadas pelas pessoas. As concepções etiológicas populares se constituem em um bom campo para investigar a predominância do modelo biomédico. No caso dos acidentes por animais peçonhentos, em pleno século XXI, dados do Ministério da Saúde revelam que o maior problema que enfrentamos no Brasil é o tratamento errôneo por profissionais da área da saúde, no qual as aplicações dos soros não correspondem aos seus agentes etiológicos. Constatou-se que os profissionais não estão preparados para o atendimento e diagnóstico, para o correto reconhecimento das causas dos envenenamentos, consequentemente, para aplicação da soroterapia. Em 2010, foram registrados 206.057 acidentes por animais peçonhentos, dos quais houve inconsistência no tratamento dos acidentes por Latrodectus e Apis (100%), Lachesis (28%), Micrurus (17%), Crotalus (8%) e Lonomia (7%). Dos casos informados o maior percentual de acertos foi (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) (i) com os acidentes botrópicos (1%) e escorpiônicos (4%). Neste caso, o modelo biomédico e a medicina popular se confluem e se imbicam, mostrando que no conjunto de processos curativos, ainda estamos longe de uma investigação mais aprofundada e este campo do saber ainda se encontra em aberto. Palavras-chave: Medicina popular, medicina tradicional, animais peçonhentos. Os tratamentos anteriores à soroterapia antipeçonhenta citados por Vital Brazil em sua obra científica Rosany Bochner (Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Rio de Janeiro, Brasil) Ao longo de sua obra científica Vital Brazil citou numerosos e variados recursos terapêuticos preconizados desde a mais remota antiguidade para combater os acidentes ofídicos. Tratam-se de simpatias, plantas, beberagens, pele de lobo, penas de macuco e de outras aves, pedras porosas, ossos calcinados, objetos de aço, bile de animais, permanganato de potássio, ácido crômico, cloreto de ouro, hipocloritos alcalinos, hipoclorito de cálcio. Alguns desses métodos continuaram a ser aplicados, mesmo após a descoberta da soroterapia antipeçonhenta, único remédio verdadeiramente eficaz contra os envenenamentos. Em seu livro “A Defesa contra o Ophidismo”, Vital Brazil dividiu esses tratamentos em supersticiosos e empíricos por um lado e em químico-fisiológicos por outro. Discutiu cada um deles em detalhes a luz das bases científicas em que se apoia o tratamento específico da soroterapia afim de desmistificálos. A importância dada por Vital Brazil a esse assunto pode ser mensurada quando entre os 27 pesquisadores por ele mais citados, sete estavam relacionados a esse tema. Léon Charles Albert Calmette ao discutir o efeito terapêutico da bile; João Baptista de Lacerda por defender o uso do permanganato de potássio como antidoto da peçonha das cobras; Otto Edward Heinrich Wucherer por desqualificar o uso de plantas, da pedra e do osso calcinado; Thomas Richard Fraser por constatar poder antitóxico da bile de serpentes em relação à peçonha; Maurice Kaufmann por recomendar o uso de ácido crômico em solução a 1% para tratamento das mordeduras de cobra; Felice Fontana por realizar experiências com ossos calcinados para o tratamento de envenenamento; Leonard Rogers por defender o uso de permanganato de potássio no tratamento das picadas de serpentes, apesar dos resultados negativos dos experimentos com animais. Atualmente, quando se completa 120 anos da descoberta da soroterapia (18942014), ainda presenciamos a utilização de métodos não convencionais e ineficazes como a aplicação da “pierre noire”, método esse já discutido exaustivamente por Vital Brazil, mas que tem ainda sido alvo de pesquisas, no intuito de comprovar cientificamente sua ineficácia e contribuir para a supressão de seu uso, em especial na África e Europa. Palavras-chave: ofidismo; tratamentos supersticiosos e empíricos; tratamentos químico-fisiológicos. (i) (i) 30 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil De Adão e Eva a Vital Brazil: tratamento e crendices populares Contribution of Cassian Bon and the Unité des Venins - Institut Pasteur on snake venoms components acting on hemostasis Pedro Pereira de Oliveira Pardal (Universidade Federal do Pará, Núcleo de Medicina Tropical, Hospital Universitário João de Barros Barreto, Centro de Informações Toxicológicas de Belém) Zingali, R. B.(Laboratório de Hemostase e Venenos. Instituto de Bioquímica Médica, CCS, UFRJ; Rio de Janeiro Brasil) O fascínio humano pelas serpentes, seus venenos e o tratamento vem desde os tempos bíblicos de Adão e Eva até os dias atuais e está cercado por lendas, religiosidades, crendices e pesquisas, tendo seu ponto máximo com Vital Brazil em 1901, na produção dos antivenenos brasileiros. Porém, os primeiros relatos sobre a história natural das serpentes foram descritos por Aristóteles na Grécia no período de 384 a 322 a.C. e por Caio Plínio na Itália entre 23 a 79 d.C., tendo a serpente tornado-se símbolo da Medicina. Entretanto a serpente é importante na mitologia chinesa e no imaginário popular da Amazônia. Dentre os fatos de proteção contra os envenenamentos encontramos os relacionados a ( i) religiosidade: a oração contra as cobras de são Bento e a passagem bíblica da serpente de bronze; ( ii) Crendice popular: Guillerme Piso (16111678) em Pernambuco, relata o uso de plantas pelos índios no tratamento de envenenamentos, assim como, referido no dicionário de medicina popular de Chernoviz (1890). Os brasileiros acreditam em vários procedimentos como: as benzedeiras, uso da pedra negra, cuspir na boca da pessoa picada e etc. ( iii) Pesquisa: a primeira informação na literatura sobre o experimento com veneno de animais é de Francesco Redi (1626-1696); Porém, Richard Mead (1630–1699) utilizou a amônia como antídoto para venenos ofídicos, enquanto Abeé Felice Fontana (1730-1805) demonstrou a sua ineficácia. Otto Edward Henry Wücherer (1820-1873) foi um dos primeiros médicos cientistas no país a praticar a medicina experimental e descrevendo as características morfológicas das serpentes identificando novas espécies. O uso do permanganato de potássio contra a atividade do veneno de serpentes teve início com Thomas Lauder Brunton (1844–1916) em Londres, sendo usado experimentalmente no Brasil, por João Batista de Lacerda em 1890, tendo sua eficácia comprovada contra o veneno de Bothrops em cães, no que foi muito criticado. Em 1901, Vital Brazil (1865 – 1950) mostrou a ineficácia de todos os procedimentos anteriores, indicando a soroterapia específica como única opção capaz de neutralizar os venenos de serpentes. (i) In honor to Dr. Cassian [email protected] Thrombotic disorders are the major cause of morbidity and mortality in Western societies. Clinical regulation of thrombosis involves drugs that affect the activity and generation of thrombin and platelets. A number of proteins from snake venoms interfere with the hemostatic system and have been characterized as procoagulant or anticoagulant factors. Dr Bon laboratory (Unité des Venins- Institut Pasteur) major contribution in this field has been especially the characterization of components and their mechanism o action in this system. In his laboratory proteins that interfere in hemostasis by the activation of Prothrombin, factor X or platelets and proteins that inhibits the hemostatic system such as bothrojaracin, TSV-PA and some PLA2 were purified and characterized. They also investigated the anticoagulant activity of mammalian secreted phospholipase A2. It is important to emphasize that some of these finds were performed with young Brazilian scientists that now in Brazil have their own laboratories and pursue his legacy. Our laboratory “Laboratório de Hemostase e Venenos” has continued the study on bothrojaracin showing that it is a potent antithrombotic agent that could further help the development of new dual mechanistic drugs directed to prothrombin and thrombin inhibition. Furthermore, inspired by Dr. Bon initiative our group has also explored new components from venom and other sources that could lead to the development of new drugs. More recently, we also have been engaged in the study of the antiserum with Instituto Vital Brazil. Dr. Bon legacy in Brazil will persist as long as we share his enthusiasm and ideas in this field. Keywords: Bothrojaracin, Antithrombotic, snake venom Desvendando os caminhos da descoberta da soroterapia antipeçonhenta na França (i) Rosany Bochner (Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil) A descoberta da soroterapia antipeçonhenta ocorreu na França, sendo apresentada à Sociedade de Biologia no dia 10 de fevereiro de 1894 por pesquisadores de duas instituições de pesquisa francesa. De um lado, Césaire Auguste Phisalix e Gabriel Bertrand, do Museu Nacional de História Natural de Paris, orientados por Jean Baptiste Auguste Chauveau e do outro, Albert Calmette, do Instituto Pasteur de Paris, sob a direção de Emile Roux. No contexto da descoberta simultânea cabe a questão: como dois grupos distintos, de diferentes instituições, chegaram a uma mesma descoberta, ao mesmo tempo? Para responder a essa questão, foi realizada extensa coleta dos artigos publicados por Césaire Auguste Phisalix e Albert Calmette sobre veneno, bem como de documentos relacionados à vida e a obra desses pesquisadores. Essa etapa da pesquisa foi realizada no Palavras-chave: Vital Brazil, Religiosidade, Crendices, Pesquisas. A CONTRIBUIÇÃO DO INSTITUTO PASTEUR NA FORMAÇÃO DE PESQUISADORES BRASILEIROS: HOMENAGEM À CASSIAN BON (1944-2008) Russolina Zingali (UFRJ,RJ) Rosany Bochner (ICICT/FIOCRUZ) Jonas Perales (IOC/FIOCRUZ/RJ) Moderadora: Júlia Prado-Franceschi 31 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil âmbito da Unidade de Venenos do Instituto Pasteur de Paris, no período de julho a dezembro de 2002, a época dirigida por Cassian Bon, autor do trabalho “Il y a 100 ans À propos de l’article d’Albert Calmette “Contributions à l’étude du venin des serpents. Immunisations des animaux et traitement d’envenimation” paru dans les Annales de l’Institut Pasteur en mai 1894”. Para esse trabalho, o material coletado foi analisado de forma descritiva e cronológica de forma a apresentar as motivações e a linha de raciocínio adotada por cada um desses pesquisadores, que os levaram até a descoberta da soroterapia antipeçonhenta. Além do material coletado, várias discussões importantes travadas com Cassian Bon, contribuíram de forma contundente para a evolução desse estudo. Com relação à Phisalix, foram identificados quinze artigos, uma motivação naturalista e uma cuidadosa montagem de um quebra-cabeças a partir de determinados achados científicos. Para Calmette, dois artigos precederam a descoberta, a microbiologia foi sua base teórica e o espírito pasteuriano de resolver problemas de saúde sua mola propulsora. Caminhos distintos, diferentes motivações e pesquisadores, um único resultado. A partir da descoberta, suas antigas motivações são retomadas. Calmette põe em prática a descoberta e começa a produzir soros antipeçonhentos em Lille. Phisalix dá continuidade a suas pesquisas sobre imunidade natural. da crotoxina e de sua subunidade CB isolada e induz a dissociação do complexo da crotoxina. O mecanismo molecular da interação entre o CICS e a crotoxina parece ser muito semelhante a da crotoxina com seu receptor de membrana. Portanto, sugerimos que o CICS atua fisiologicamente como um aceitor solúvel da crotoxina e que manteria a toxina no sistema vascular, evitando assim sua ação sobre o sistema neuromuscular de cobra. A participação de Cassian neste trabalho foi fundamental, como também em vários outros projetos de Toxinologia. Ele formou muitos pós-graduados e pós-doutorado, pessoas de diferentes países ao redor do mundo, e eu gostaria de agradecê-le por isso e também por suas características pessoais e pela sua amizade. Palavras-chave: Cassian Bon, Crotoxina, CICS, Fosfolipase A2, Inibidores Naturais. Financiado pela Fiocruz, CNPq, FAPERJ e Instituto Pasteur Palavras-chave: Calmette, Phisalix, soroterapia antipeçonhenta, serpente, história da ciência. Crotoxina, A Principal PLA2 Neurotoxica do Veneno da Crotalus d. terrificus e Seu Inibidor do Soro Autólogo (CICS). Contribuição De Cassian Bon e da Unité Des Venins - Institut Pasteur Jonas Perales (Laboratório de Toxinologia, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, Brazil) Como todos nós sabemos o Dr. Cassian Bon trabalhou em diferentes áreas da Toxinologia, entre outras, estudou os efeitos neurotóxicos de vários componentes dos venenos de serpentes. Ele estudou o mecanismo de ação da crotoxina, a principal neurotoxina presente no veneno de Crotalus durissus terrificus, usando diferentes metodologias e preparações biológicas, como os sinaptossomas, isolados do órgão elétrico de Torpedo marmorata. Usando esta preparação de membrana, ele e seus colegas da Unité des Venins do Instituto Pasteur mostraram que as duas subunidades da crotoxina atuam de forma sinérgica. CA reduz a atividade enzimática de CB, mas aumenta a capacidade de CB para alcançar seu alvo na junção neuromuscular, aumentando assim sua potência letal. Eles também mostraram que a Crotoxina é, na verdade, uma mistura de variantes resultantes da associação aleatória de várias isoformas das subunidades CA e CB, e que a variação, em alguns aminoácidos na estrutura primária das isoformas de CB, resulta em variantes da crotoxina ligeiramente diferentes farmacológica e bioquimicamente. Cassian e seu grupo, principalmente Grazyna Faure, conjuntamente com nosso grupo, participaram na caracterização do CICS (Crotoxin Inibidor of Crotalus Serum). Nós mostramos que o CICS interage com a subunidade CB da crotoxina inibindo sua atividade catalítica, mas não com a subunidade ácida CA; CICS inibe eficientemente a atividade fosfolipásica 32 RESUMOS / ABSTRACTS 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil ESTADO DA ARTE DAS SERPENTES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA DA COLEÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTO VITAL BRAZIL (IVB) Coleções científicas de animais peçonhentos ACERVO OFIDIOLÓGICO PEÇONHETO DO MUSEU DE HISTORIA NATURAL DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS – CÂMPUS MACHADO Nathalie Citeli¹ ², Valéria Ferreira ¹, Beatriz Correa ¹; Anna Caroline Victória dos Santos ³ e Breno Hamdan ¹ Coleção Científica Instituto Vital Brazil – Instituto Vital Brazil – Niterói – RJ¹ Laboratório de Aracnologia Instituto Vital Brazil – Niterói – RJ³ [email protected]² Renan Gonçalves de Carvalho1, Ricardo Henrique de Carvalho1, Vinicius José Silva Barbosa Moreira1, Lucas Vinicius Silva de Almeida1, Carlos Rodrigues de Moraes Neto2, José Alencar de Carvalho1 Entre 1979 e 1983 o Brasil viveu a crise nacional do soro antiofídico, quando foram notificadas aproximadamente 1.300 mortes por mordeduras de serpentes. Esse quadro crítico levou o governo a instituir em 1986 o Programa Nacional de Ofidismo, incentivando a criação de Núcleos Regionais de Ofiologia e implementação de Coleções Científicas de Animais Peçonhentos, com objetivo de mapear as serpentes no Brasil como uma medida estratégica de prevenção e combate ao ofidismo. Tais coleções serviram e servem como fonte inesgotável de informações sobre reprodução, evolução, ecologia e hábitos em geral referentes a esses animais. Este trabalho objetiva caracterizar o estado da arte das serpentes de importância médica da Coleção Científica Instituto Vital Brazil (IVB), Niterói-RJ. Os dados foram obtidos através da análise dos três Livros de Tombo pertencentes à Coleção. Obteve-se 2.415 registros de serpentes de importância médica, dos quais 2.026 são para família Viperidae, distribuídos nos gêneros Bothrops (n=1485), Crotalus (n=464), Lachesis (n=39), Phortidium (n=7), Agkistrodon (n=3), Bitis (n=3), Vipera (n=3); Athenis (n=2) e Bothriechis (n=1). A família Elapidae apresenta 302 espécimes pertencentes aos gêneros Micrurus (n=300), Pelamis (n=1) e Naja (n=1). Para família Dipsadidae obteve-se 43 registros representados pelas espécies Philodryas olfersii (n=22) e P. patagoniensis (n=21). A cobertura geográfica da amostra é bem representativa, contemplando 18 estados brasileiros, sendo a maior representatividade (n=1.982) assinalada para o sudeste: Rio de Janeiro (n=1426); Minas Gerais (n=399), São Paulo (n=101) e Espírito Santo (n=56). Demais estados apresentam 209 registros: Alagoas (n=72), Paraná (n=62), Bahia (n=47), Rio Grande do Sul (n=16), Distrito Federal (n=7), Amazonas (n=4) e Pará (n=1). A Coleção abrange virtualmente todos os continentes e 11 países: Costa Rica (n=11), Uruguai (n=8), Argentina (n=1), Colômbia (n=5), EUA (n=5), Gabão (n=1), Guatemala (n=2), Iugoslávia (n=1), México (n=1), Peru (n=1) e Tailândia (n=1). Alguns coletores notáveis, que mais contribuíram para o aumento da quantidade e qualidade do acerco da Coleção Científica foram Aníbal Melgarejo do IVB-RJ (n=152), Padre Francisco Barreira de Valença-RJ (n=16), e os renomados herpetólogos Jonathan A. Campbell da University of Texas Arlington-EUA e Harry W. Greene da Cornell University-EUA. Dentre as instituições que mais doaram serpentes de importância médica ao IVB, destacam-se as Corporações Militares (n=72), Órgãos de Saúde (n=52) e Órgãos Ambientais (n=33). A elaboração do catálogo das serpentes da Coleção Científica IVB está em andamento e os dados desse importante acervo, tanto do ponto de vista histórico como da biodiversidade, serão publicados em detalhes. Instituto Federal do Sul de Minas Gerais Câmpus Machado2Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro –MN/UFRJ 1 [email protected], [email protected], [email protected] O referido museu localizado no Instituto Federal de educação, ciência e tecnologia do sul de Minas Campus Machado-MG, é o primeiro museu vinculado a um Instituto Federal. Para se obter um maior dimensionamento sobre o acervo herpetológico do museu e promover uma divulgação científica e um inventário sobre os espécimes peçonhentos presentes no Museu, foi realizado no período de abril a agosto de 2014 , um tombamento e identificação das espécies, com o objetivo de gerar uma coleção para identificação de exemplares ofídios peçonhentos, auxiliando a comunidade do entorno e veiculando informações científicas aos graduandos de Ciências biológicas e demais cursos desta instituição, exercendo um papel de apoio científico aos demais centros de ensino do município e região e difundindo assim, as informações que o mesmo possui em seu acervo. O acervo conta com 677 exemplares em sua coleção, desta somatória se distribui 148 espécimes pertencentes a ofídios, dos quais se destaca 3 gêneros de importância médica, 11 pertencem ao gênero Bothrops (B. jararaca, B. alternatus e B. neuwiedi) , 6 gênero Crotalus (C. durissus) , e 6 ao gênero Micrurus (M. lemniscatus) . Sendo o museu locado em uma área predominantemente agrícola, os exemplares presentes no acervo se originam de coletas feitas por agricultores, servidores e alunos do próprio câmpus, mostrando assim, a importância didática e preventiva de acidentes na região. Assim que recebidos no museu, esses animais são identificados, medidos e registrados em livro tombo, e posteriormente locados em vidrarias com formalina 10% visando a conservação dos mesmos. Portanto, de fronte as inúmeras áreas agrícolas que circundam a região, e a oferta de cursos como biologia, agronomia, técnico agrícola dentre outros ofertados pela instituição, o acervo ofidiológico peçonhento se mostra uma excelente ferramenta na prevenção de acidentes em meios rurais, em cursos ministrados à população com a finalidade de conscientização, e na didática de aprendizado de alunos do instituto. O acervo também se objetiva à preservação destes animais em ambientes rurais e urbanos, mostrando a importância ecológica dos mesmos, ensinando métodos de manuseio de serpentes e os principais dimorfismos das espécies endêmicas da região, mantendo assim, a população consciente da importância em se conhecer ofídios para o ecossistema, para a saúde pública, para a ciência e conservação das mesmas. (i) (i) (i) (i) (i) (i) Palavras-chave: Ofídios, coleção, herpetologia, acervo, ofídios 34 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil ESPÉCIES DE SERPENTES RECEBIDAS PELO CENTRO DE ESTUDO DE VENENOS E ANIMAIS PEÇONHENTOS (CEVAP- UNESP,BOTUCATU-SP) NO ANO DE 2013 Criadouros de animais peçonhentos ANÁLISE DOS REGISTROS DAS ESPÉCIES DE SERPENTES ENTREGUES EM 2013 NO SERPENTÁRIO DO CEN/ UNIVAP Claudia Vilalva Cassaro1, Tauane Vaccas1,Josias Ribeiro Lopes1, Luciana Curtolo De Barros1, Airton Lourenço Junior1, Lucilene Delazari Dos Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira Orsi1, Rui Seabra Ferreira Junior1 Juliana Santos Oliveira1, Thiago Mesquita Mendonça Reis1, Edvana de Toledo Oliveira1, Stephen Hyslop2, João Francisco de Azevedo Mattos1,José Carlos Cogo1 1 -UNIVAP / Serpentário do Centro de Estudos da Natureza (CEN), Av. Shishima Hifumi, 2911 -Urbanova - 12244-000 - São José dos Campos- SP. 2 – Depto Farmacologia – F. C. M. - UNICAMP. 1 - Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/ UNESP, São Paulo, Brasil. [email protected] Juliana Santos Oliveira, [email protected];Thiago Mesquita Mendonça Reis,[email protected] O Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) é um criadouro científico legalizado pelas autoridades competentes (IBAMA e ICMBio) e autorizado para a manutenção de serpentes em cativeiro. Além de realizar diversas pesquisas na área de toxinas animais, o Centro também recebe serpentes de outros criadouros e da população em geral, por meio de entregas espontâneas diretas ou mediadas por órgãos públicos como Bombeiros, Vigilância Sanitária, entre outros. O estudo acerca dos animais recebidos é importante para a caracterização da composição da herpetofauna do município de Botucatu e região, pois tais dados são escassos. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo apresentar as serpentes recebidas pelo CEVAP no ano de 2013. Foram analisados os dados que constam em livros de registro do Centro, no período de 1 de janeiro a 31 dezembro de 2013, totalizando 12 meses de estudo. No período, foram recebidas 237 serpentes, distribuídas em três famílias e 14 espécies. A família de maior representatividade foi Viperidae, seguida de Colubridae e Boidae, com apenas um exemplar. A espécie de maior registro foi Crotalus durissus terrificus correspondendo a mais de 70% do total, seguida de quatro espécies do gênero Bothrops: B. moojeni, com 30 registros; B. jararaca, com 17, B. alternatus, com quatro e B. pauloensis, com dois registros. Tanto as serpentes do gênero Crotalus quanto Bothrops são peçonhentas, o que indica que a população tem o CEVAP como referência nas questões que se referem a tais animais. Dentre as serpentes não-peçonhentas, houve o registro de 16 espécimes, sendo estes: Oxyrhopus guibei, com três registros; Helicops modestus, Leptodeira annulata, Dipsas indica e Phalotris mertensii, com dois registros cada; e Sybinomorphus mikanii, Philodryas olfersii, Xenodon merremii e Boa constrictor amarali, com um registro cada. Com exceção de Boa constrictor amarali (Boidae), todas as outras espécies não-peçonhentas pertencem à família Colubridae, a mais abundante no Brasil em número de espécies. Portanto, através de tais números é possível perceber a importância do CEVAP como instituição recebedora de serpentes e promotora da informação acerca de animais peçonhentos junto à população, ao mesmo tempo em que contribui para a preservação de espécies e conhecimento da herpetofauna da região. A ordem Ophidia inclui todas as serpentes, peçonhentas ou não, que no Brasil estão representadas em 386 espécies, distribuídas em 10 famílias, número relacionado a diversidade dos biomas presentes no país. As serpentes compreendem um dos mais bem sucedidos e especializados grupos dentre os vertebrados, desempenhando importante função na cadeia alimentar. As serpentes de várias espécies que são entregues no Serpentário do CEN da Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP são registradas e monitoradas quanto ao seu estado de saúde durante a sua permanência no serpentário. O objetivo do presente trabalho foi realizar o levantamento do número e espécies de serpentes recebidas no serpentário no período de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2013.Entre 01 de Janeiro e 31 de dezembro de 2013 foram recebidas no total 197 serpentes de 22 espécies, a saber: 2 indivíduos de Atractus sp, 2 Boa constrictor, 4 Bothrops fonsecai, 16 Bothrops jararaca, 1 Bothrops neuwiedi, 2 Chironius quadricarinatus,118 Crotalus durissus terrificus, 2 Elaphe guttata, 1 Epicrates crassus,2 Erythrolamprus aesculapi, 5 Erythrolamprus miliaris, 1 Leptodeira annulata,4 Liophis typhlus, 22 Oxyhopus guibei, 1 Oxyhopus petola, 2 Philodryas olfersi,1 Philodryas patagoniensis, 1 Sibynomorphus mikanii, 6Sibynomorphus neuwiedi, 1 Taeniophalus sp, 1 Tomodon sp, 3 Xenodon merremi. Das 197 serpentes recebidas em 2013, 70% representam gêneros de importância médica como as Bothrops sp e Crotalus sp, seguidos por 29% dos representantes considerados não peçonhentos, porém com algumas espécies de crescente importância na saúde, como as Philodryas sp. Comparando com os dados de 2012, em 2013 houve uma diminuição no número de gêneros, no entanto, houve aumento no número de espécies de 6,5%. O ano de 2013 foi o período ocorreu o maior número de indivíduos recebidos pelo Serpentário do CEN desde o ano de 2007. O crescente aumento do número de animais está diretamente relacionado à ocupação humana de áreas naturais, onde o conseqüente desmatamento e degradação de seus habitats, favorece o aparecimento de espécies em áreas ocupadas pelos humanos. A educação ambiental realizada pelo Serpentário através de palestras, visitas monitoradas de empresas e escolas, esclarece sobre a biologia, comportamento, o acidente ofídico e sua prevenção e transmite informações para a população sobre animais. Palavras-chave: herpetofauna, recepção de animais, Botucatu Palavras-chave: levantamento, serpente, Serpentário do CEN 35 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil Fauna de animais peçonhentos Palavras-chave: Serpentes, Afecções, Medicina Veterinária. ESTUDO PROSPECTIVO DAS AFECÇÕES APRESENTADAS NAS SERPENTES MANTIDAS EM UM CRIADOURO CIENTÍFICO. JÁ OUVIU FALAR DO NUROF-UFC? Diva Maria Borges Nojosa, Roberta da Rocha Braga 1-Universidade Federal do Ceará, Núcleo Regional de Ofiologia da UFC, Campus do Pici, Bloco 905, CEP 60.440554, Fortaleza, Ceará. NUROF-UFC é a sigla do Núcleo Regional de Ofiologia da Universidade Federal do Ceará, um serpentário criado oficialmente no dia 12 de novembro de 1987 pelas portarias No. 753/87, 754/87 e 755/87 da UFC , sob coordenação executiva do Prof. José Santiago Lima-Verde. A criação deste núcleo ocorreu durante o Programa Nacional de Ofidismo, que planejou a construção de centros regionais para atender a necessidade urgente de produção de veneno para viabilizar a produção de soro antiofídico. Embora esteja localizado dentro da UFC, a construção inicialmente dependeu de recursos do Ministério da Saúde, e posteriormente dos recursos da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. Desde o início este núcleo teve as seguintes funções: apoiar e assessorar o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde dos Estados e as instituições de pesquisa e/ou de produção de anti-veneno; manter arquivos ou bancos de dados sobre distribuição geográfica de serpentes peçonhentas; oferecer cursos de treinamento em ofiologia e ofidismo a profissionais de saúde e de outras áreas interessadas no assunto; manter serpentário e coleção ofiológica; proceder a extração, o processamento e a conservação de venenos; e desenvolver pesquisas em todas as áreas de ofiologia e ofidismo. Agora, com quase 27 anos de criação, o NUROF conta com uma equipe administrativa de um coordenador, um médico veterinário e um biólogo. Está ligado a três cursos de Pós-graduação e mantém as pesquisas de graduandos, mestrandos e doutorandos, e um convênio de pesquisa com o CIBIO-Universidade do Porto. Todo este desenvolvimento possibilitou a produção de cerca de 300 publicações (resumos, artigos, livros, monografias, dissertações e teses), demonstrando o quanto tem colaborado com o conhecimento da herpetologia no Brasil e na criação de serpentes. Alvanice Santos Fernandes1, Bruna Lessa Silva1, Daniela Pinto Coelho1, Pamela Silva de Almeida1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1 [email protected] Doenças parasitárias, virais, bacterianas ou fúngicas são as principais patologias que acometem serpentes mantidas em cativeiro, sob influência direta do estresse, por estarem fora do seu ambiente natural. Objetivamos desenvolver um estudo prospectivo sobre as afecções apresentadas pelas serpentes mantidas no criadouro científico (Registro n. 1886409) do Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA), de junho a outubro de 2014, além de discutir a eficiência dos tratamentos. Os dados foram obtidos de fichas clínicas de 43 serpentes mantidas em cativeiro (Boa constrictor, Bothrops leucurus, B. erythromelas, Crotalus durissus, Micrurus lemniscatus e Elaphe gutatta). Dezoito animais (41,86 %) apresentaram patologias no período, a maioria infestação por fungos (n=11, 25,6%), seguida de parasitose (n=5, 11,6%) e estomatite (n=2, 4,65%). Da análise das escamas, identificou-se o gênero Penicillium, que infestou apenas jararacas da espécie B. leucurus; o tratamento conduzido foi o Cetoconazol®, antifúngico (creme dermatológico), aplicado uma vez ao dia até a próxima muda do animal, que foi eficiente, dada a eliminação total dos fungos. Os animais, todos da espécie B. leucurus, que foram acometidos pelos endoparasitos trematódeos vieram a óbito, sendo que 2 serpentes infectadas estavam na quarentena e já haviam sido vermifugadas com Ivomec® e Cestodan® (Ivermectina e Praziquantel). A estomatite acometeu 2 indivíduos da espécie B. constrictor, tratadas com gluconato de clorexidina 0,12%, antisséptico químico (ação antifúngica, bacteriostática e bactericida) que foi capaz de eliminar tanto bactérias gram-positivas, quanto gram-negativas, além de inibir a proliferação bacteriana; conduziu-se a antibioticoterapia à base de Enrofloxacina 10%, antibacteriano sintético da classe das fluorquinolonas, com resultados satisfatórios, considerando a recuperação completa dos animais. Algumas hipóteses explicativas para estas principais patologias são: 1) a infestação por fungos deve-se à alta umidade neste período em Salvador, quando o índice pluviométrico chega ao máximo, além de alterações na temperatura quando era desligado o ar-condicionado à noite. 2) As parasitoses podem estar relacionadas à origem dos animais, da Ilha do Monte Cristo, cuja mudança brusca do ambiente pode ter favorecido um aumento da infestação, que no ambiente natural pode estar em equilíbrio; são as mais preocupantes para a saúde das serpentes porque são as mais severas, uma vez que levou a óbito todas as serpentes acometidas, apesar da profilaxia. 3) As estomatites ocorreram possivelmente devido ao estresse dos animais no cativeiro, conseqüente desequilíbrio metabólico, deixando as serpentes mais susceptíveis à proliferação e infecção causada pelas bactérias da própria microbiota oral normal. Palavras-chave: Núcleos Regionais; NUROF-UFC; Pesquisa IMPLEMENTAÇÃO DE UM PLANTEL DE SERPENTES PEÇONHENTAS DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS – CAMPUS MACHADO Auana Gabriela Bento1, Elenice Aparecida Fortes1, Alice dos Reis Fortes1, Ricardo Henrique de Carvalho1, Maiara Mariane Pedro1 , Carlos Rodrigues de Moraes Neto2, José Alencar de Carvalho1 [email protected]; [email protected]. br; [email protected]; ricardocnpq@hotmail. com; [email protected]; [email protected]; [email protected] O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas-Câmpus Machado implantou, no período de 02/2013 a 10/2014, um plantel de serpentes peçonhentas 36 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil encontradas no Sul de Minas, com o propósito de assegurar a sobrevivência destes espécimes para o encaminhamento a instituições competentes, contribuindo com a saúde pública e fomentação de planteis científicos, em destaque o Instituto Butantã. Habitualmente os animais são recolhidos por populares e encaminhados ao IF Sul de Minas Câmpus - Machado ou solicitam o resgate destes. Até agosto de 2014, os exemplares eram acondicionados em recipientes provisórios, sem muita precaução sobre manutenção destes, o que acarretava a morte de muitos dos exemplares. Após este período surgiu o interesse de manter um serpentário com o objetivo de assegurar a integridade dos espécimes. Para recebê-los, foi estruturado o antigo plantel, construiu-se duas salas de modo a organizar uma quarentena, local onde são colocadas as serpentes recémchegadas, para receber a identificação e cuidados gerais. Após a avaliação, estas são encaminhadas para a sala permanente. Nesta foram instaladas quatro prateleiras, somando 2,10m de altura por 4m de comprimento e 50 cm de largura, cuja estrutura comporta vinte e cinco caixas transparentes de contenção, sendo 10 caixas de 45,5cm de comprimento; com 32,6cm de largura; e 12,8cm de altura, abrigando filhotes, e 15 caixas de 48,79cm de comprimento; 33,10 de largura; e 19,60cm de altura para abrigar os adultos. No interior dessas caixas foi utilizado um papelão cobrindo o fundo, um recipiente contendo água e uma pedra, para facilitar a troca de pele pelo animal. Na parte exterior foi colocada uma ficha de identificação, contendo o nome vulgar, nome científico, o número da caixa e a data da coleta, pretendendo-se com isso um melhor controle. A alimentação destes animais é feita com cobaias obtidas de biotérios. A fim de manter o local apropriado à sobrevivência das serpentes, o piso da área onde ficam as prateleiras do plantel é umedecido com água, com auxílio de mangueiras perfuradas. Após a estruturação do plantel, pretende-se aumentar o envio destas para as instituições competentes, tornando-se um local que, indiretamente passa a dar a sua contribuição para a saúde e a segurança das pessoas. Pretende-se no futuro, não só encaminhar os exemplares, mas manter uma equipe especializada em capacitar mais pessoas da região, o que talvez facilitará o controle e a preservação das espécies existentes no município de Machado e entorno. envolvidos ou não em acidentes e em decorrência disto recebe e mantém animais vivos. Desde agosto de 2001 o NTOX tem um criatório registrado pelo IBAMA onde mantém aproximadamente 150 animais entre aranhas, escorpiões, lagartas urticantes e principalmente serpentes. Como a longevidade dos animais de criatório tem sido maior é comum o surgimento de patologias pouco conhecidas. Este trabalho relata dois casos de crescimento rápido de tumoração em B. pubescens. O primeiro caso é de uma serpente fêmea, há 7 anos e 10 meses em cativeiro que teve aumento rápido de “massa abdominal”. Foi tratada sintomaticamente e evoluiu para o óbito após 60 dias da constatação do aumento de volume. Foi realizada necropsia, o material enviado para o setor de Patologia Veterinária – UFRGS e o laudo compatível com Fibrossarcoma. O segundo caso, outra serpente fêmea, 4 anos e 6 meses em cativeiro apresentou aumento de volume na região do ovário direito. O animal foi submetido à cirurgia no Hospital de Clínicas Veterinárias - UFRGS e o nódulo encaminhado para histopatologia cujo diagnóstico foi de tumor maligno de células fusiformes. Animal encontra-se em bom estado geral, 9 meses após intervenção. O cuidado com a saúde e o bem-estar dos animais e um acompanhamento eficaz por parte dos técnicos do setor possibilita a intervenção/ tratamento de enfermidades pouco comuns na literatura sobre serpentes. Palavras-chave: Serpente, tumor RECEBIMENTO DE SERPENTES PEÇONHENTAS NA FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS EM 2013 Rafael Batista Pereira 1, Rebeca de Castro Moreira Ribeiro 1, Aristóteles Kawa 2 - Técnicos da Fundação Ezequiel Dias -FUNED/MG - 2- Médico Veterinário - FUNED/MG 1 [email protected] Historicamente, a Fundação Ezequiel Dias - FUNED desde sua criação em 1907, e posteriormente com a implantação do Posto Antiofídico em 1918 recebe espontaneamente serpentes peçonhentas e não peçonhentas, tornando-se uma referência no assunto para a população. A Fundação faz parte da rede de laboratórios que supre o Programa Nacional de Imunobiológicos com a produção de soros antiofídicos (Antibotrópico, Antibotrópico- crotálico, Anticrotálico, Antielapídico, Antilaquético e Antibotrópicolaquético). O Serviço de Animais Peçonhentos, através da criação e manutenção de animais em cativeiro, tem como objetivo principal a extração e preparo de venenos de origem animal para atender a produção de soros hiperimunes. O presente trabalho teve como objetivo avaliar quantitativamente a densidade de serpentes peçonhentas recebidas no período de Janeiro a Dezembro de 2013. Nesse período foram recebidas 636 serpentes peçonhentas, das seguintes espécies: Crotalus durissus, Bothrops neuwiedi, Bothrops alternatus, Bothrops moojeni, Micrurus frontalis e Micrurus lemniscatus. O maior número de serpentes recebidas foi no mês de Março, totalizando 113 animais e 17,7 % do total, e o mês de menor aporte foi Setembro com 1,6% do total de serpentes. A espécie Palavras-chave: Plantel de manejo, Plantel de ofídios peçonhentos, NEOPLASIA MALIGNA EM BOTHROPS PUBESCENS MANTIDAS EM CATIVEIRO Kátia Rosana Lima de Moura da Silva 1 Maria da Graça Boucinha Marques 1 1 Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/ RS) - Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS) [email protected] O Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/RS) atendeu 98.867 intoxicações humanas no período de 2009 a 2013. Deste total, 28.957 foram acidentes causados por animais peçonhentos. O Núcleo de Toxinas Naturais (NTOX) tem como atribuições auxiliar o plantão de emergência na identificação de animais peçonhentos 37 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil mais abundante foi Crotalus durissus (79,2% do número total de indivíduos), seguida por Bothrops neuwiedi (7,2%), B. jararaca (4,9%), Bothrops alternatus e Bothrops moojeni com 3,1% cada. O gênero Micrurus correspondeu a 2,36 % dos recebimentos, sendo respectivamente Micrurus frontalis (1,26%) e Micrurus lemniscatus (1,1%). Nota-se a ausência de recebimento de Bothrops jararacussu no período avaliado. A atividade sazonal das serpentes pode ser evidenciada no recebimento dos animais, pois apresentou pico na estação quente e chuvosa, correspondente aos meses de Janeiro a Abril estando relacionados a fatores como umidade, temperatura e período reprodutivo que são determinantes no metabolismo das serpentes tornandoas mais ativas neste período, favorecendo os encontros ocasionais. A predominância de serpentes da espécie Crotalus durissus, se deve provavelmente ao fato de Minas Gerais possuir uma grande área de Cerrado e campos naturais, ambiente característico da espécie, que possui ampla distribuição e grande capacidade de adaptação. A Fundação necessita dos venenos para a produção de soro antipeçonhento e não possui programa de captura de animais silvestres, sendo totalmente dependente da doação dos animais por órgãos governamentais ou por populares. O veneno mais escasso para a produção de soros hiperimunes é o de Micrurus, devido a existência de poucos exemplares no plantel de criação, a difícil adaptação da espécie em cativeiro e pequena quantidade de veneno extraído. uses substrate of vermiculite, coconut fiber and shavings to simulate the natural environment and facilitate adaptation to captivity. The housings are interconnectable and it is possible to vary the temperature through the use of thermal belts, and humidity, varying the degree of hydration of the substrate. Periodically, the animals are monitored in relation to adaptation, weight gain, growth, venom production and reproductive behavior. One year after the inauguration of the new vivarium, it was observed that the specimens are well adapted and have explored the environments with no apparent sign of stress, with their normal biological functions, performing molt every 60 days. Our records show that we received 15 animals since the creation of the vivarium of whom two died after 225 and 284 days of captivity, respectively. Among the animals that still live and who arrived in this new system, the oldest specimen are captive at 327 days, and two animals transferred from the old squad have completed more than 500 days in captivity. These results show that the procedures implemented in the vivarium were successful and that it is possible to improve longevity, health and growth of captive coral snakes, based on the methodology developed in this project. Key words: Management, Micrurus, survival. Ensino e divulgação sobre animais peçonhentos AS SERPENTES COMO TEMA DE OBJETOS EDUCACIONAIS Palavras-chave: Funed, animais peçonhentos, soros hiperimunes SURVIVAL ESTIMATE OF MICRURUS AFTER INSTALLATION OF THE EXPERIMENTAL VIVARIUM IN VITAL BRAZIL INSTITUTE Felipe Barbosa Dias1,Rejâne M. Lira da Silva1 1 [email protected] Tyelli dos Santos Ramos1, Luis Eduardo Ribeiro da Cunha1, Carlos Correa Netto1 1 Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Campus Universitário de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil O ensino dos animais peçonhentos, particularmente, das serpentes, representa um desafio em espaços formais e não-formais. É comum encontrar equívocos sobre este conteúdo nos livros didáticos, quanto à biologia, reconhecimento das espécies de importância médica, primeiros socorros e tratamento em caso de acidentes. Somam-se a estes, mitos e lendas presentes no imaginário e na cultura popular. Pensando nisso, objetivamos a produção de objetos educacionais que permitam ao público em geral experienciar o conteúdo sobre as serpentes, especialmente construídos para este fim: experimento, jogo e vídeo. Estes objetos educacionais foram produzidos no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/Biologia/UFBA/CAPES) e de oficinas formativas, promovidas pelo Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos (NOAP/UFBA), pautadas no método Educomunicativo. O Experimento “Como as serpentes enxergam no escuro?” simula a percepção noturna destes animais, através da fosseta loreal; é composto de uma caixa de papelão vedada, com a foto de uma serpente com fosseta loreal colada no lado da caixa e um furo exatamente neste orifício; a parte anterior de um controle remoto é embutida na base da caixa e uma webcam adaptada à visão noturna, através da retirada do filtro infravermelho presente na sua lente, é acoplada a um notebook; um Instituto Vital Brazil [email protected] The creation of snakes of the genus Micrurus, known as coral snakes, is a challenge for most snakes vivariums, especially the difficulty in mimicking biological conditions necessary to maintenance in captivity. Reviewing prior records of the creation of specialized vivarium for the genus, we found that the average length of stay in captivity within the Vital Brazil Institute was 69 days. Based on three complete records available of this period, we find that the animals received forced feeding every 15 days and were kept in plastic boxes like tupperware boxes. In July 2013, the VBI launched the first specialized vivarium in Micrurus creating of Brazil. Thereafter, routine procedures for proper handling and maintenance to specimens were deployed such as: input record, registration, microchip identification, medication for endo and ectoparasites, forced feeding with ration by probe and venom extraction. The animals are packed in boxes designed for the creation and management of Micrurus in bookshelves with insulators environment already manufactured for mice. The interior of the boxes is coated screen for better containment of animals, and 38 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil hamster é colocado na caixa e um estudante é chamado a observá-lo através do buraco (fosseta loreal), que não verá nada; quando colocada a webcam neste orifício e acionado qualquer botão do controle remoto, é possível ver o hamster na tela do computador. Isto ocorre porque a visão noturna da câmera consegue captar as ondas de infravermelho emitidas pelo controle remoto, quando um botão é acionado, transmitindo a imagem do hamster para a tela do notebook. O Jogo “Serpenteando a Amazônia” é do tipo tabuleiro com a forma de uma serpente, onde os jogadores fazem uma “viagem” à Amazônia e aprendem sobre os animais e plantas encontrados no ambiente amazônico, através das casas que permitem responder perguntas contextualizadas, ganhando quem chegar primeiro ao final. O vídeo “Nadja, a cobrinha”, trata de aspectos da biologia das serpentes de forma divertida. Os experimento-jogo-vídeo podem ser adequados a qualquer público, na escola ou em espaços não-formais. Foram utilizados em eventos de divulgação científica com grande interesse do público, tais como a 8ª Primavera de Museus do NOAP/UFBA (setembro/2014), o 5º Encontro de Jovens Cientistas (setembro-Outubro/2014) e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do NOAP/UFBA (Outubro/2014), para um público aproximado de 5.000 pessoas. com o Núcleo de Gestão de Projetos Sociais – NGPS, da Universidade Castelo Branco. O projeto atua na área de prevenção e tratamento de acidentes com animais venenosos e peçonhentos. O trabalho foi realizado com idosos, participantes do programa social “Tempo de Aprender”, na zona oeste do Rio de Janeiro. A principal metodologia foi o estudo qualitativo e quantitativo de coleta de informações, que envolveu observação participante e entrevistas semi-estruturadas sobre o conhecimento de acidentes com escorpiões. A avaliação foi realizada a partir da análise de questionários, aplicados antes e depois das intervenções. O método possibilitou identificar no grupo de idosos, as concepções prévias sobre os escorpiões de importância médica e introduzir conceitos e conhecimentos sobre prevenção de acidentes. A maior parte dos idosos entrevistados não reconhece o real perigo que esses animais podem causar. Cerca de 69% responderam que todos os escorpiões podem causar acidentes, no pósteste esse número caiu para 40%. Dos entrevistados, 44% responderam desconhecer medidas terapêuticas e profiláticas. Posteriormente a intervenção, esse número diminuiu para 27%. Os resultados revelam a premente necessidade de esclarecer e informar a população da terceira idade sobre os acidentes com animais peçonhentos e as medidas terapêuticas e profiláticas eficazes buscando a prevenção de acidentes e a necessidade de introduzir estratégias transformadoras em Educação Ambiental, para conscientização de grupos da terceira idade, assim como de toda a sociedade. Palavras-chave: Experimentação, Educomunicação, Serpentes. Financiamento: CAPES. AÇÕES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE ACIDENTES COM ESCORPIÕES EM GRUPOS DA TERCEIRA IDADE Palavras-chave: Escorpiões, Acidentes, Terceira Idade Financiadores: UCB - Universidade Castelo Branco AÇÕES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ANIMAIS MARINHOS NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO, RJ Barbara Cristina de Albuquerque Melo; Débora Rodrigues de Souza;Henrique Garcia dos Santos;Sandra Regina de Siqueira;Thamires Lelis Barbosa da Silva;Marcelo Araújo Soares Centro de Pesquisas em Biologia – CEPBIO - Universidade Castelo Branco Henrique Garcia dos Santos, Laís Marins Ferreira de Oliveira, Nathalia Fonseca Miranda, Julio César Ferreira Junior, Marcelo de Araújo Soares [email protected] A longevidade da população é um fenômeno mundial com inúmeras repercussões nos campos social e econômico. Com o aumento da expectativa de vida, o idoso constituiu um novo grupo etário. O idoso reflete sobre prioridades sociais e de saúde e com acesso a novas informações, entende que, os processos educativos são fundamentais na terceira idade. Nesse sentido, a produção de conhecimento deve necessariamente contemplar as inter-relações do meio natural com o social. A Educação Ambiental tem o papel de transformar, conscientizar, emancipar e exercer a cidadania através da educação, sendo esta voltada para o ambientalismo. A urgente transformação social de que trata a educação ambiental visa à superação das injustiças ambientais, da desigualdade social, da apropriação funcionalista da natureza. No Brasil, existem cerca de 160 espécies de escorpiões, mas poucas delas são de interesse para a saúde. Apesar disso, os escorpiões se destacam por serem responsáveis por aproximadamente 30% dos casos, superando em números absolutos os casos de ofidismo. O presente estudo foi desenvolvido no projeto de extensão “O Bicho vai Pegar!”, em parceria Universidades Castelo Branco [email protected] A Educação Ambiental fundamenta-se na mudança de percepção que o indivíduo tem do ambiente em que está inserido. Percebemos a importância de se trabalhar a Educação Ambiental com a Terceira Idade, por serem mais velhos, os idosos são mais inflexíveis e de difícil tratamento no que se refere à mudança de paradigmas. Animais peçonhentos são aqueles que possuem veneno e um aparato para inocular esta substância química. A toxina que os animais peçonhentos produzem, serve para matar ou paralisar os animais dos quais se alimentam, auxiliando em suas digestões e em sua defesa quando se sentem ameaçados. Os acidentes com animais peçonhentos constituem um problema relacionado não somente à saúde pública, mas também à economia de um país. Este trabalho foi desenvolvido no projeto “O Bicho vai Pegar!”, do NGPS – Núcleo de Gestão de Programas Sociais e do CEPBIO Centro de Pesquisa em Biologia da Universidade Castelo 39 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil Branco. O projeto atua na área de prevenção e tratamento de acidentes com animais venenosos e peçonhentos. O trabalho foi realizado com idosos, alunos do projeto “Alfabetização Solidária”, do governo federal em parceria com a Universidade Castelo Branco, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A principal metodologia foi o estudo qualitativo e quantitativo de coleta de informações, que envolveu observação participante e entrevistas semi-estruturadas sobre a prevenção e conhecimento dos animais marinhos perigosos. O tratamento dos dados foi realizado no software Origin® versão 8.0. O método possibilitou quantificar o conhecimento dos idosos a respeito do assunto e seus métodos terapêuticos em acidentes com animais marinhos. Um dos motivos para a ocorrência de acidentes é o desconhecimento, principalmente por pessoas da Terceira Idade, de algumas características dos animais causadores dos mesmos. Saber onde vivem, seus hábitos, se são agressivos ou não, entre outras informações, contribuiria para uma maior prevenção. Animais marinhos são perigosos, pois podem provocar perfurações, traumas e intoxicações (envenenamentos). Os acidentes por animais marinhos venenosos e traumatizantes podem provocar morbidez importante em humanos. Dentre aqueles que normalmente causam acidentes traumáticos estão os ouriços-do-mar (cerca de 50% dos acidentes), os cnidárioscubomedusas e caravelas (25% dos acidentes) e os peixes bagres, arraias e peixes-escorpião (25% dos acidentes). da população em relação ao tema. Objetivamos investigar a distribuição de cursos de medicina das Instituições de Educação Superior – IES – brasileiras que apresentam em suas matrizes curriculares formação relativa aos animais peçonhentos. O método utilizado foi o estudo quantitativo caracterizado pela triangulação dos dados, com o uso de diferentes fontes das 74 IES com cursos de graduação em medicina: Pesquisa online, Dados eletrônicos e Análise de Projetos Político-pedagógicos. Utilizou-se na amostra as instituições de ensino federais e estaduais que apresentavam cursos de graduação em medicina. Os resultados mostraram que apenas 43% (n=32) das escolas médicas estudadas possuem conteúdos sobre Animais Peçonhentos em suas grades curriculares. Desse percentual, a região que apresentou maior porcentagem de cursos com abordagem no tema foi a região Sudeste (87%, n=11). Apenas 67% (n=50) dos cursos disponibiliza ementário, evidenciando que existe uma defasagem de informação institucional digital no ensino superior do Brasil. Os componentes curriculares nos quais existe o conteúdo de animais peçonhentos são relacionados às áreas de Infectologia e Doenças Tropicais ou Urgência e Emergência. Desse modo, pode-se concluir que existe necessidade das escolas médicas reavaliarem os seus perfis de egresso, potencializando a formação dos médicos sobre os acidentes com animais peçonhentos, já que estes são importantes agravos de emergência. Palavras-chave: Animais Marinhos, Acidentes, Educação Ambiental Palavras-chave: Educação médica, Animais peçonhentos, ofidismo. 1 2 A FORMAÇÃO MÉDICA SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL: UM PANORAMA ATUAL. A IMPORTÂNCIA NA MINISTRAÇÃO DE CURSOS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS André Luís MELO dos Santos1, Rejâne Maria LIRA-DA-SILVA2 Tauane Vaccas1, Josias Ribeiro Lopes1, Claudia Vilalva Cassaro1, Airton Lourenço Jr1, Luciana Curtolo de Barros1, Lucilene Delazari Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira Orsi 1,Rui Seabra Ferreira Jr1 Bolsista do Programa de Bolsas de Iniciação à Extensão (PIBIEX/ UFBA), Estudante de Medicina da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA, Bahia, Brasil. - Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/ UNESP, São Paulo, Brasil 1 Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA), Bahia, Brasil. [email protected] [email protected]; [email protected] Os acidentes com animais peçonhentos representam uma problemática para a saúde pública, são comuns e apresentam importância médica devido a sua frequência e as seqüelas que estes podem causar. Dados estatísticos demonstram que a maior incidência de acidentes são ocasionados por escorpiões, aranhas e serpentes. Salientando que os acidentes ofídicos podem ser considerados os de maior importância, pela gravidade que proporcionam. Muitos acabam evoluindo para quadros mais graves devido ao desconhecimento e principalmente a crenças, mitos populares e primeiros socorros inadequados. Tratamentos eficientes foram desenvolvidos ao longo dos anos, entretanto, questões mais simples, como formas de prevenção podem ser mais exploradas e difundidas. O Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP), UNESP de Botucatu, São Paulo, oferece cursos, palestras, exposições e treinamentos sobre Biologia, Identificação e Acidente por Animais Peçonhentos para grupos de funcionários de empresas e órgãos públicos, bem como para estudantes e profissionais de outras universidades. Essas atividades podem ser realizadas no Acidentes com animais peçonhentos foram reconhecidos pela OMS em 2010 como doenças negligenciadas e são um problema de saúde pública. Têm alta incidência no Brasil, sobretudo nos estados onde as atividades econômicas relacionadas à gropecuária são bem desenvolvidas, como Pará, Minas Gerais, Paraná e São Paulo e em áreas pobres das grandes regiões metropolitanas, especialmente no Nordeste. Nesse contexto, muitos envenenamentos podem acontecer como acidentes laborais, sendo necessário atendimento médico urgente em unidades de saúde com recursos humanos e materiais capacitados a dar conta dos desdobramentos do envenenamento. A dinâmica do Sistema Único de Saúde (SUS) propõe que a porta de entrada do paciente nos serviços seja a atenção primária, onde a Unidade de Saúde da Família é o corpo fundamental. Nesse sentido, é necessário que os profissionais de saúde, sobretudo médicos, saibam como lidar com o paciente acidentado e promovam ações de prevenção desses acidentes e promoção em saúde com vistas a educação 40 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil CEVAP ou na própria instituição. O presente trabalho teve como objetivo demonstrar a importância do curso teóricoprático ministrado para funcionários da empresa Duratex. O Curso intitulado “Animais Peçonhentos” foi realizado nos dias 10 e 11 de julho de 2014 na empresa Duratex, localizada em Botucatu – SP. O curso obteve a participação de 40 pessoas, em sua maioria trabalhadora rural. Foram distribuídos folders e materiais didáticos, após foi realizada a palestra ”Identificação e acidente por animais peçonhentos”. Os principais assuntos abordados foram: epidemiologia, identificação dos animais peçonhentos, formas de prevenção, acidente com animais peçonhentos, primeiros socorros e mitos e crendices populares. No dia seguinte, o curso iniciou-se com prática de contenção e identificação de animais peçonhentos, foram apresentados os equipamentos para contenção e manejo utilizados para estes animais. Os participantes receberam instruções para captura e manejo de serpentes, e puderam aprimorar os conhecimentos sobre a contenção de serpentes e de outros animais peçonhentos. O curso foi ministrado em seu total de oito horas. Considera- se que a temática é extremamente importante, pela ocorrência e aumento dos índices de acidentes com animais peçonhentos no município de Botucatu. O curso salientou a importância da preservação ambiental, destacando a função biológica da fauna silvestre, e orientou sobre o adequado manejo das serpentes, visando à segurança das pessoas, e dos próprios animais. Concluindo que para estas pessoas informações simples, como identificar o agente causador e o que fazer com o acidentado, pode facilitar o manejo e evitar acidentes. biologia das diferentes espécies, comportamento, prevenção dos acidentes, primeiros socorros, assuntos relacionados a importância ecológica e ainda, como os venenos animais podem servir de matéria prima para a elaboração de fármacos. Para o treinamento teórico são utilizados os auditórios disponíveis na Fundação Ezequiel Dias, posteriormente, os visitantes são encaminhados para a exposição permanente do setor onde podem observar um acervo didático com peças anatômicas e alguns exemplares vivos de serpentes peçonhentas, não peçonhentas e aracnídeos da fauna brasileira. Os terrários possuem fichas individuais contendo informações básicas sobre a espécie como, nome vulgar, nome científico, distribuição geográfica, entre outras. O objetivo do presente trabalho foi a avaliação quantitativa do treinamento realizado pela Fundação Ezequiel Dias no ano de 2013. No ano em questão, foram ministradas palestras para 7.324 participantes em um total de 169 atendimentos, sendo 72 dentro da Fundação com participação de 1.574 pessoas e 97 externas com 5.750 participantes. No total 25 municípios (Belo Horizonte, Contagem, Betim, Congonhas, Conceição do Mato Dentro, Conselheiro Lafaiete, Sete Lagoas, Montes Claros, Ribeirão das Neves, Nova Lima, Itabirito, Juiz de Fora, Lagoa Santa, Ibirité, Caeté, Nova União, Uberlândia, Prata, São Gonçalo do Rio Abaixo, Pompéu, Brumadinho, Uberaba, Santo Antônio do Rio Abaixo, Juatuba, Barão de Cocais) foram atendidos com o treinamento em diversas empresas, universidades, cursos técnicos e escolas de ensino fundamental e médio. Segundo dados do setor, o número de palestras realizadas entre janeiro de 1999 a outubro de 2003 foi de 69 atendimentos. Somente em 2013 o número de atendimentos superou o período citado, demonstrando o crescimento e importância da atividade, além do reconhecimento da população na prestação do serviço. Palavras-chave: herpetofauna, educação ambiental, manejo AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DO TREINAMENTO SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS REALIZADOS PELA FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS EM 2013 Palavras-chave: Funed, animais peçonhentos, treinamento e palestra CIÊNCIA VITAL PARA O BRASIL:POPULARIZANDO A CIÊNCIA BASE DAS CIÊNCIAS E DIVULGANDO A SAÚDE NO INSTITUTO VITAL BRAZIL Rafael Batista Pereira 1; Rebeca de Castro Moreira Ribeiro 1; Aristóteles Kawa 2 1 2 - Técnicos da Fundação Ezequiel Dias - FUNED/MG Breno Hamdan1 2, Nathalie Citeli1, Valéria Ferreira1, Beatriz de Castro1, Carlos Rodrigues, Tania Klober Brazil1 - Médico Veterinário - FUNED/MG Rafael Batista Pereira [email protected] 1 O Serviço de Animais Peçonhentos da Fundação Ezequiel Dias- FUNED, referência no assunto em Minas Gerais, tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento biotecnológico através da criação e manutenção de animais em cativeiro, gerar e difundir o conhecimento sobre animais peçonhentos por meio de atividades de exposição e visitação pública, além da extração e preparo de venenos de origem animal para suprir a demanda de pesquisas e para o seu foco principal, que é a produção de soros hiperimunes. O Serviço desempenha também sua função de agente educador da comunidade por meio do seu programa de visitas, que permite a profissionais de áreas biológicas e da saúde, estudantes, e demais interessados agendar treinamentos ou palestras, para conhecer sobre as atividades desenvolvidas no setor. Sendo incluídos nos temas abordados assuntos como identificação, Coleção Científica Instituto Vital Brazil, Instituto Vital Brazil, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. 2 [email protected] Compreender a temática Evolução Biológica é condição básica para o entendimento de todo conhecimento já produzido pelas ciências da vida e médicas. De acordo com o IBGE, 31% dos brasileiros acreditam que Deus criou o ser humano nos últimos dez mil anos, da forma como somos hoje e 54% acreditam que o homem vem se desenvolvendo ao longo de milhões de anos, mas Deus planejou e dirigiu este processo. Esses dados apontam que a população brasileira em geral não acredita ou desconhece a Evolução Biológica. A escassez de recursos metodológicos para a abordagem desse conteúdo constitui uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos professores para a popularização dessa temática. O 41 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil presente trabalho apresenta o desenvolvimento do Projeto CIÊNCIA VITAL PARA O BRASIL: POPULARIZANDO A CIÊNCIA BASE DAS CIÊNCIAS E DIVULGANDO A SAÚDE NO INSTITUTO VITAL BRAZIL (IVB) que propõe a confecção de kits didáticos como instrumento para popularização das ciências e ensino sobre evolução biológica. O projeto está sendo desenvolvido pela Coleção Científica do Instituto Vital Brazil e seu foco está direcionado no estudo comparativo das estruturas homólogas em diferentes vertebrados (peixes, aves, mamíferos, répteis e anfíbios) e nas diferentes dentições das serpentes (áglifa, opistóglifa, proteróglifa e solenóglifa) como forma de apresentar evidências práticas de Evolução. Os Zookits são produzidos a partir da preparação de animais procedentes da coleção didática do IVB que conta com cerca de 500 exemplares. As estruturas utilizadas são principalmente crânios, caixas torácicas, cinturas escapulares e pélvicas, membros anteriores e posteriores, além de órgãos internos. O método consiste em descarnar parcialmente as estruturas após alguns minutos em água fervente, seguido de limpeza e clarificação com água oxigenada a 30 volumes e montagem. Dentre os materiais preparados para exposição destacam-se as serpentes cascavel Crotalus Crotalus, cipó-bicuda Oxybelis aeneus, jararacas Bothrops jararaca e Bothrops jararacussu, o anfíbio Rana catesbeiana, e um peixe Actinopterygii, Os resultados esperados são a montagem da exposição permanente “Evolução Biológica” na sala de exposições do IVB, a disponibilização de Zookits para professores e para exposições itinerantes promovidas pelo IVB. A teoria da evolução, acrescida das atualizações e desdobramentos ocorridos nos últimos 150 anos, não só explica a diversidade da vida como também proporciona uma excelente oportunidade para análises e reflexões que desenvolvem o espírito crítico daqueles que a estudam. Por essas razões, entender de forma clara essa disciplina contribui para formar uma cidadania informada, capaz de tomar decisões pensadas e de se adaptar a mudanças. “animais peçonhentos” compostos por cinco questões fechadas (objetivas) para 14 alunos recém-ingressos no curso de Ciências Biológicas, com idade entre 17 e 20 anos. A investigação foi feita por meio de análises de respostas aos questionários, utilizando estatística simples (porcentagem). Escolhemos para análise as questões que mais apresentaram erros, ou seja, duas delas. Equívocos graves foram verificados quando os alunos deveriam apontar uma medida simples para reconhecer uma serpente peçonhenta. A maioria, 57% (n=8) deu como resposta a cabeça triangular, e um aluno ainda acreditava que através da pupila vertical 7% (n=1), seria possível identificar uma serpente peçonhenta. A diferenciação entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas, por muitos anos foi dada através de um quadro ou listagem encontrada nos livros didáticos que continha informações sobre características anatômicas e hábitos de cada grupo de serpentes. Mas os referidos critérios de diferenciação não são adequados à diversidade de serpentes brasileiras. Chama a atenção o fato de quando perguntado “Quais são as principais aranhas de interesse médico encontradas no Brasil”, 36% (n=5) responderam corretamente e outros 36% dos estudantes sequer souberam responder essa questão. Um fator responsável por altos índices de acidentes causados por aranhas é a falta de conhecimento da população sobre a biologia desses animais, bem como sobre a prevenção de acidentes. Com a análise dos dados obtidos, ficou claro que a temática animais peçonhentos não está associada apenas a questões ambientais e de saúde, mas apresenta relação importante com as crendices, mitos e também fantasias incutidas pela mídia. Por essa razão, podese perceber a riqueza de se explorar didaticamente as concepções prévias trazidas pelos alunos para as salas de aulas, pois os conhecimentos a respeito da identificação correta dos animais, seus hábitos, ou a sintomatologia desenvolvida após os acidentes, podem auxiliar no correto diagnóstico e prevenção dos acidentes. Palavras-chave: Divulgação, Material Didático, Animais Peçonhentos Palavras-chave: Acadêmicos, prevenção, concepções prévias Financiadores: Diretoria Científica - Instituto Vital Brazil CONHECIMENTO POPULAR SOBRE SERPENTES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA NA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO, RJ CONHECIMENTO DE FUTUROS BIÓLOGOS SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS Henrique Garcia dos Santos; Nathalia Fonseca Miranda; Laís Marins Ferreira de Oliveira; Andressa Camargo Madruga; Marcelo Araújo Soares Leonan Guerra 1;Juliano Rigo 1;Luiz Caldeira Brant de Tolentino Neto 1;Maria Rosa Chitolina Schetinge 1 1 Universidade Federal de Santa Maria, Brasil Universidade Castelo Branco [email protected] [email protected] Acidentes com animais peçonhentos constituem um sério problema de saúde pública no Brasil. Difundir e aprofundar as informações sobre esses animais pode ser um caminho para prevenir acidentes. Pensando na importância que o tema animais peçonhentos tem para a saúde pública, essa pesquisa objetivou investigar os conhecimentos que os futuros licenciados e bacharéis recém- ingressos no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Maria possuem sobre os principais animais peçonhentos de interesse médico encontrados no Brasil. Aplicou-se um questionário investigativo sobre o tema Entre os países sul-americanos o Brasil é o que apresenta o maior número de acidentes com animais peçonhentos por ano. Pelo número elevado de acidentes e a falta de conhecimento sobre esses animais, estes elementos que estão associados e enraizados na cultura popular podem levar ao declínio desses animais. A articulação de ações educativas objetivando a prevenção de acidentes com animais perigosos auxilia na melhoria dos aspectos sociais e ambientais, e potencializam a função da educação para se obter mudanças culturais e sociais, através da Educação. 42 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil O conhecimento popular é socialmente elaborado e compartilhado, constituindo a partir de nossas experiências do dia-a-dia, como também pelas informações e modelos de pensamentos que adquirimos e transmitimos através de nossas ações, classificadas como tradição, educação e comunicação social. O presente estudo foi realizado pelo projeto “O Bicho vai Pegar!” do Centro de Pesquisa em Biologia - CEPBIO, em parceria com o Núcleo de Gestão de Projetos Sociais – NGPS da Universidade Castelo Branco, que atua na área de prevenção de acidentes com animais venenosos e peçonhentos na zona oeste do Rio de Janeiro. O trabalho foi realizado com moradores e estudantes do bairro de Realengo, Rio de Janeiro. A principal metodologia foi a coleta de informações, que envolveu observação participante e entrevistas semi-estruturadas sobre o conhecimento das serpentes peçonhentas. O método possibilitou quantificar e qualificar o conhecimento dos moradores e estudantes a respeito do assunto, priorizando a investigação do conhecimento e suas concepções prévias. O trabalho foi realizado em setembro de 2014, com cerca de 60 entrevistados. Dos entrevistados, 93% afirmaram que nem todas as serpentes são venenosas e 7% acreditam que todas as serpentes são venenosas. Dos questionados, 92% responderam que não são todas as picadas de serpentes que matam e 8% alegam que todas as picadas de serpentes matam. Das serpentes que mais causam acidentes no Rio de Janeiro, 55% dos entrevistados declararam que jararaca é a principal e 45% crêem que a cascavel é a responsável. No presente estudo Os resultados revelam a premente necessidade de esclarecer e informar a população de Realengo sobre a importância do conhecimento sobre serpentes de importância médica e a prevenção de acidentes. serem tomadas, tratamento, profilaxia e papel ecológico das espécies. O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Machado, via grupo de apoio à pesquisa e extensão de museologia, organizou um material didático, de fácil compreensão, de acordo com as necessidades de nivelamento educacional dos níveis fundamentais e médio. Esse material foi construído com banners, caixas transparentes lacradas (para que se mantenha a segurança dos palestrantes e dos alunos durante as palestras), multimídia, coleções didáticas, slides e vídeos. Também foram utilizados exemplares de serpentes in vivo não peçonhentas, para demonstração e também espécimes taxidermizados ou preservados em meio liquido. O material didático para realização das palestras e exposições foi elaborado durante a primeira etapa do projeto. Na segunda etapa, foi aplicado um primeiro questionário com 10 perguntas para tentar diagnosticar o nível de conhecimento a respeito de animais peçonhentos. No final das palestras, foi aplicado outro questionário para tentar esclarecer os resultados obtidos inicialmente. Entre os animais peçonhentos abordados no trabalho o que despertou maior interesse foi o relacionado com as serpentes. Verificou-se a falta de informação sobre alguns conhecimentos como a distinção entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas, como agir em casos de acidentes e de mitos relacionados com serpentes. As palestras despertaram a curiosidade dos alunos sobre o tema, ajudando na compreensão sobre tais animais, assim como na importância ecológica destes, levando informações sobre os procedimentos que devem ser tomados no contato com os mesmos. Essas informações são importantes, pois os animais peçonhentos despertam a curiosidade dos alunos, que os veem como agressivos perigosos e relacionados comumente com várias lendas e mitos. Tais ações se fazem necessárias, levando-se em conta a importância que estes animais têm no ecossistema, sendo a educação ambiental uma ferramenta para esse fim. Palavras-chave: Serpentes, Conhecimento CONSCIENTIZAÇÃO À RESPEITO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS NAS ESCOLAS DE MACHADO-MG Palavras-chave: Educação ambiental, Animais peçonhentos. DIVULGAR E POPULARIZAR A CIÊNCIA DOS ANIMAIS PEÇONHENTOS: DO VENENO À SUA UTILIZAÇÃO NA MEDICINA. Elias Emmanuel Cordeiro1, Leonardo Pazzini, Vieira1, Guilherme dos Anjos Nascimento1, Taina Teixeira Furtado, Vinicius José Silva Barbosa Moreira1, Carlos Rodrigues de Moraes Neto2, José Alencar de Carvalho1 [email protected], [email protected],guilherme. [email protected], [email protected], [email protected], jalencardecarvalho@hotmail. com, [email protected] Leticia Gomes de Pontes, Denis Augusto Caetano, Nayara Vieira Rodrigues, Patricia Rocha Mendes, Tatiane Fernanda Sylvestre, Priscila Zacarias de Azevedo, Rinaldo Poncio Mendes [email protected] Devido à necessidade da difusão do conhecimento sobre animais peçonhentos e a escassez de articulações de ações educativas voltadas à prevenção de acidentes com estes animais, objetivou-se com este trabalho conscientizar os alunos de escolas públicas e particulares da cidade de Machado-MG, a prevenir acidentes com animais peçonhentos, buscando a melhoria socioambiental, a preservação das espécies e a potencialização de uma mudança cultural e social de forma que sejam adotados novos comportamentos diante da relação entre as pessoas e os animais peçonhentos. Este projeto também visa à orientação da comunidade sobre as principais espécies, sintomas de acidentes nas vítimas, medidas corretas a Tradicionalmente, a pesquisa na área da ciência e tecnologia é visto como um estado de grandes complexidades, delegado exclusivamente às universidades e centros de pesquisas. Este cenário cria uma grande diferença entre os profissionais envolvidos na pesquisa e a comunidade acadêmica fora da universidade. Diante disso, o Programa de Pós-graduação em Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina da UNESP de Botucatu tem a missão de integrar seus alunos de mestrado e doutorado com alunos da rede básica do ensino médio através desse projeto de extensão, no qual os alunos de pós-graduação serão capacitados para transferir valores, conhecimento e experiência nas 43 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil diversas temáticas das doenças tropicais ao alunos através do curso de férias “Do Amarelão às picadas de cobra: um passeio pelas doenças tropicais”. Desta forma, este projeto atua com o objetivo de aproximar a comunidade às atividades científicas realizadas na UNESP. Esta integração conta com atividades lúdicas-científicas durante este curso de férias por meio de práticas laboratoriais, modelos lúdicos, peças de teatro, brincadeiras, jogos, músicas, vídeos e revistas em quadrinhos. Desde 2012 até 2014, este curso contemplou a participação de 150 jovens oriundos de diversas escolas da rede básica do ensino público da cidade de Botucatu e região. Contudo, os resultados obtidos até o momento, foram excelentes em termos de aprendizagem e incentivo ao estudo, conforme análise de fichas de avaliação preenchidas pelos próprios alunos ao final de cada curso e segundo dados de vestibular/ingresso em instituições de ensino superior. Cerca de 10 destes alunos do ensino médio posteriormente aos cursos de férias foram convidados à participaram da rotina de laboratórios de pesquisa e ambientes hospitalares supervisionados por docentes e alunos de pós-graduação do programa de Doenças Tropicais agraciados com bolsas do CNPq (PIBIC Junior) até o momento, sendo 6 deles supervisionados por pesquisadores do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos, a fim de adentrarem ao mundo das pesquisas de prospecção de compostos bioativos para o desenvolvimento de novos fármacos e no manejo de animais peçonhentos. Este projeto tem promovido a união entre a comunidade com a universidade, com estratégias simples, mas com grande impacto na mudança de paradigmas e tem sido uma iniciativa de educação não formal pois tem concedido aos alunos do ensino médio a oportunidade de vivenciar as práticas laboratoriais de um centro de pesquisa juntamente com alunos de graduação e pós-graduação da UNESP. 2014, esses acidentes ocorrem com maior frequência nos messes de Março á Junho, em Março de ambos os anos houve 20 acidentes, em Abril o número se manteve igual com 20 acidentes, já em Maio houve um aumento com 23 acidentes, e em Junho com 21 acidentes, (apresentando um total de 84 acidentes), e com o intuito de prevenção o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Câmpus Machado e o Museu de Ciências Naturais do Câmpus, recentemente instalado, vêm exercendo um papel de vital importância junto aos trabalhadores rurais do município de Machado e municípios vizinhos. Este trabalho tem como função conscientizar as pessoas que têm uma relação direta com serpentes. Por esta razão os alunos estagiários do Museu desenvolvem um trabalho de conscientização na comunidade para que os moradores e, principalmente os trabalhadores rurais, ao se depararem com uma serpente, saibam a melhor maneira de proceder para se protegerem de um possível acidente, e sempre que possível, preservando a vida do animal, para que o mesmo seja enviado ao IF Machado. Os ofídios que chegam ao IF Machado são abrigados temporariamente em um serpentário no próprio Câmpus, recebendo alimentação e cuidados especiais caso cheguem com fraturas causadas por instrumentos de trabalho e atropelamentos, o que é bastante comum na região. Após o tempo necessário para que o animal se recupere, o mesmo e enviado ao Instituto Butantã para a extração da sua peçonha e pesquisas cientificas. Os estagiários têm feito um trabalho de conscientização junto às pessoas da comunidade no sentido de pedir a eles que mesmo que o animal esteja morto, seja enviado ao Museu, pois será taxidermizado ou colocado em meio líquido para fazer parte do acervo do Museu. O vinculo entre o IF Machado e o Instituto Butantã, propicia um grande conhecimento para os nossos alunos estagiários, tornando os mesmos qualificados para repassar conhecimentos aos membros da comunidade, sobre os benefícios que a soroterapia fornece á saúde dos seres humanos e como conseguir tais benefícios quando necessitarem. Palavras-chave: ensino brasileiro, pós-graduação Financiadores: FAPESP EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONTRIBUIÇÕES A SOROTERAPIA NACIONAL Palavras-chave: Manejo de ofídios, Coleção museal EDUCATIONAL ACTIONS OF REDE DE ZOOLOGIA INTERATIVA (REDEZOO) ABOUT VENOMOUS ANIMALS: WHAT DOES THE PUBLIC THINK? Maria das Graças de Souza Carvalho1, Ricardo Henrique de Carvalho1, Alice Souza Leal1, Renan Gonçalves de Carvalho1, Vinicius José Silva Barbosa Moreira1, Carlos Rodrigues de Moraes Neto2 José Alencar de Carvalho1 Rodrigo Maia Marques1, Rejâne M. Lira-da-Silva1 IF Câmpus Machado-IF Sul de Minas 1 2 Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40.170-210. 1 Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro- MN/UFRJ [email protected], ricardocnpq@hotmail. com, [email protected], [email protected], [email protected] [email protected] Since its foundation in 1987, the Núcleo de e Animais Peçonhentos of Federal University (NOAP/UFBA) has as one of its assumptions divulgation about venomous animals, dating the “Não existem vilões na natureza”, led by Institute that influenced many institutions that these animals. In 2005, the Rede de Zoologia (REDEZOO) was created, a project that allies Nos últimos 2 anos foram registrados 148 acidentes com ofídios peçonhentos no município de Machado-MG (3 do gênero Bothrops, 6 do gênero Crotalus e 139 não identificados), dentre os quais 88 ocorreram em 2013. Em 2014, até agosto, na mesma localidade, foram registrados 60 acidentes (2 do gênero Bothrops, 3 do gênero Crotalus e 55 não identificados). Foram analisados que em 2013 e 44 Ofiologia of Bahia scientific back to Butantan research Interativa teaching, 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil researching and university extension about venomous animals. This initiative strengthened educational actions of NOAP/UFBA, recognized as a museum by IPHAN in 2008. After almost 10 years of implantation, this research aims to evaluate the potential of educational actions in the fields of mediation, museography and public, besides strengthening museum and educational sector management of NOAP/ UFBA. Educational actions occur throughout the year, by requesting or partnership with many institutions (public or private ones), specially of teaching, from primary school to college. The museographic proposals include the Live Zoology (live animals in decorated terrariums to mimic their natural environment); Zookits (kits of skulls, snakes’sheds, leather, eggs, hemipenises and rattles,animals in resins and alcohol conserved to be observed with a magnifying glass); Zooteca (board games); videos and stop motion; experiments (simulations of snake’s thermoreception and scorpion’s UV reflection) and REDEZOO on scene (plays with puppets and finger puppets). Activities took place from January to October of 2014 and a quali-quantitative approach questionnaire was applied on the public, that signed a Term of Free and Informed Consent. In this period, 10 interventions were performed, with an approximated of 1.600 visitors and 48 questionnaires, answered by students of Colégio Ana Cristina Prazeres Mata Pires and general visitors of Science and Technology National Week, in Salvador (BA). Results showed that respondents’ understanding about the exposure’s objective permeated areas of “knowledge” (n = 19, 39,5%), “prevention” (n =15, 31,2%) and “conservation” (n = 2, 4,1%) about venomous animals and that participating of the activity sparked interest of knowing more about these animals (n = 33, 68,7% of positive answers). It was noticed that, generally, REDEZOO accomplished its objectives, among them, divulgation about venomous animals, mainly in the demystification and educomunication between community and university, and that its strategies had a great acceptance. Key words: Venomous animals, Scientific divulgation, Museums ocorrência de acidentes é o desconhecimento, por parte da população, de algumas características dos animais causadores dos mesmos. Os conhecimentos prévios têm base no contexto social e cultural em que ela se encontra inserida e corresponde à organização fundamental de sua mente, que determina sua maneira de sentir, de pensar e de agir. O presente estudo foi desenvolvido no projeto de extensão “O Bicho vai Pegar!”, em parceria com o Núcleo de Gestão de Projetos Sociais – NGPS, da Universidade Castelo Branco. O projeto atua na área de prevenção e tratamento de acidentes com animais venenosos e peçonhentos. O trabalho foi realizado com alunos do ensino médio de escola pública, da zona oeste do Rio de Janeiro, RJ e teve por objetivo o estudo das concepções prévias do conhecimento científico escolar, sobre serpentes peçonhentas. O trabalho foi realizado com alunos do ensino médio do CIEP Guilherme da Silveira Filho no bairro de Jardim Bangu, na zona oeste do município do Rio de Janeiro. A principal metodologia foi o estudo qualitativo e quantitativo de coleta de informações, que envolveu observação participante e entrevistas semi-estruturadas sobre o conhecimento das serpentes peçonhentas. O método possibilitou quantificar e qualificar o conhecimento dos estudantes a respeito do assunto, priorizando a investigação do conhecimento e suas concepções prévias. Dos alunos entrevistados, 12% responderam que todas as serpentes que existem no Brasil são peçonhentas, 71% mostraram-se contrários a essa questão e 17% não souberam responder. No pós-teste 96% responderam que não acham que todas as serpentes do Brasil são peçonhentas. Dos alunos entrevistados 50% responderam que ter entulhos, madeira ou lixo acumulado perto de sua residência atrai serpentes, 8% responderam que não e 42% responderam que não sabem dizer. No pósteste 100% responderam que ter lixo e outros materiais acumulados atrai serpentes. No presente estudo os resultados revelam a necessidade de esclarecer aos alunos do ensino médio das escolas públicas da zona oeste do Rio de Janeiro, sobre a importância da prevenção de acidentes com serpentes peçonhentas. Financial support: PROUFBA/PROPICI/UFBA Palavras-chave: Animais peçonhentos, Conhecimento escolar ESTUDO DAS CONCEPÇÕES PRÉVIAS DO CONHECIMENTO ESCOLAR SOBRE SERPENTES PEÇONHENTAS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE ESCOLA PÚBLICA DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO, RJ Financiador: Universidade Castelo Branco JOGOS DIDÁTICOS: UMA FERRAMENTA INTERATIVA PARA ESPAÇOS NÃOFORMAIS Tauane Vaccas1, Josias Ribeiro Lopes1, Claudia Vilalva Cassaro1, Airton Lourenço Jr1, Luciana Curtolo de Barros1, Lucilene Delazari Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira Orsi1,Rui Seabra Ferreira Jr1 Barbara Cristina de Albuquerque Melo; Thamires Lelis Barbosa da Silva; Débora Rodrigues de Souza; Sandra Regina de Siqueira; Marcelo Araújo Soares Universidade Castelo Branco - Rio de Janeiro - Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/ UNESP, São Paulo, Brasil [email protected] [email protected] Os acidentes com animais peçonhentos constituem um problema relacionado não somente à saúde pública, mas também à economia de um país. A toxina que os animais peçonhentos produzem, serve para matar ou paralisar suas presas, auxiliando em suas digestões e em sua defesa quando se sentem ameaçados. Um dos motivos para a Desenvolver estratégias para a interação e a difusão dos conhecimentos sobre animais peçonhentos e não peçonhentos se faz necessário para a fixação de conteúdos disseminados em espaços não formais. Atividades educativas em ambientes não formais são diversas, uma das possibilidades são jogos educativos que são utilizados 1 45 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil como ferramentas especializadas em desenvolvimento de raciocínio, estas atividades lúdicas consistem na contextualização e familiarização da temática abordada. Os museus, bem como escolas, são espaços dedicados ao ensinar e ao aprender, são escolas informais. O Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho - UNESP de Botucatu, São Paulo, possui o museu interativo “Toca das Cobras” que se encontra aberto à visitação pública e a visitas escolares agendadas. As visitas ao museu são monitoradas por monitores devidamente capacitados. O presente trabalho teve como foco a aplicação e avaliação do jogo da memória intitulado “Toca das Cobras” elaborado pelos monitores do CEVAP. O jogo é composto por 40 peças, onde apresenta imagens em um dos lados, contendo os nomes científicos e populares das espécies que são expostas no museu e é aplicado para alunos do ensino fundamental visitantes. Para começar o jogo dividimos os alunos em grupos, as peças são postas com as figuras voltadas para baixo, para que não possam ser vistas cada participante deve virar duas peças e deixar que todos as visualizem. Caso as figuras sejam iguais, o participante deve recolher consigo esse par e jogar novamente. Se forem peças diferentes, estas devem ser viradas novamente, e é passada a vez ao participante seguinte. Ganha o jogo quem tiver descoberto mais pares, quando todos eles tiverem sido recolhidos. Por meio deste, pode-se concluir que quando proporcionamos um ambiente interativo com atividades lúdicas os alunos demonstram um maior interesse sobre o tema abordado. Deste modo transmitimos o tema de forma clara e objetiva, para que os visitantes absorvam o conteúdo oferecido, assim facilitando sua aprendizagem sobre estes animais. Compreender as necessidades e dinâmicas de exposições planejadas para o público auxilia os profissionais envolvidos a planejar espaços que melhor atendam às expectativas desse público, de modo a oferecer uma experiência museal de maior qualidade. mortes, especialmente, em crianças e idosos. O município não dispõe de dados retrospectivos sobre escorpionismo, pois até 2012 havia deficiência na triagem dos pacientes e na notificação de acidentes (2 óbitos registrados). As condições urbanas são favoráveis à proliferação dos escorpiões, pois não há tratamento de esgotos e o acúmulo de entulhos é crescente. Este trabalho objetivou descrever a infestação domiciliar por T. serrulatus e as ações de orientação sobre manejo de escorpiões e prevenção do escorpionismo. Estas foram realizadas de dezembro de 2013 a julho de 2014 por meio de atividades de educação em saúde, coleta e controle de escorpiões no ambiente Peri e intradomiciliar e envio dos mesmos para produção de soro antiescorpiônico. Os dados foram obtidos durante visitas domiciliares a partir de relatos de moradores sobre a ocorrência de escorpiões ou de notificações de casos de acidentes. A visita e a coleta buscaram motivar os moradores a adotarem hábitos que propiciem a prevenção de acidentes escorpiônicos e visem contribuir para o bem estar individual e coletivo. De dezembro de 2013 a julho de 2014 foram visitados 36 imóveis. Destes, em 28 foram coletados 196 escorpiões. O índice de infestação domiciliar foi calculado conforme o Manual de Controle de Escorpiões do Ministério da Saúde através da razão entre o número de imóveis infestados e o número de imóveis visitados. Essa razão resultou no índice 77,7 o qual de acordo com a classificação do Ministério da Saúde está na categoria altíssima (> 50 é altíssima, 26 – 50 alta, 1 – 25 média). O bairro com maior número de solicitações de visita e de escorpiões coletados foi o Central. Este resultado pode estar associado à maior concentração de residências e acúmulo de materiais diversos que favorecem a proliferação dos escorpiões. Os dados aqui apresentados permitiram concluir que a ação de educação em saúde e investigação sobre a infestação por meio de busca ativa e coleta de escorpiões foram importantes para conhecer a realidade epidemiológica do escorpionismo no município, possibilitando o planejamento de ações cada vez mais eficazes em prol do bem estar coletivo e contribuindo com a política de produção de soro antiescorpiônico, que é distribuído em nível nacional. Palavras-chave: atividades lúdicas,herpetofauna,educação ambiental INFESTAÇÃO POR TITYUS SERRULATUS EM ÁGUA LIMPA, GOIÁS: EDUCAÇÃO EM SAÚDE E COLETA DE ESCORPIÕES COMO AÇÕES PARA PREVENÇÃO DO ESCORPIONISMO. Palavras-chave: Scorpiones, Buthidae, partenogênese, escorpionismo INFORMAÇÕES QUE PODEM ATÉ SALVAR VIDAS: ANIMAIS PEÇONHENTOS E UM GRUPO DE MILITARES DO EXÉRCITO BRASILEIRO Wélida Flávio Santos Almeida1, Dr. Everton Tizo Pedroso2, Rute Maria Gonçalves de Andrade3 William Henrique Stutz4 1 Juliano Rigo1, Leonan Guerra2, Sonia Z. Cechin3 1, 2, 3 Laboratório de Herpetologia - Universidade Federal de Santa jrigobio@gmail. com Mestranda em Ambiente e Sociedade, UEG – Campus Morrinhos, GO; 2 UEG Campus Morrinhos, GO; Os acidentes com animais peçonhentos ainda são considerado um problema de saúde pública no Brasil devido ao grande número de casos registrados pelo Ministério da Saúde. A gravidade e o grande número de pessoas atingidas tornam de grande importância esclarecimentos públicos sobre os agentes causadores desses acidentes. Muitos desses acidentes acontecem em locais afastados de centros de atendimento médico, onde costumeiramente os militares do Exército Brasileiro fazem seus treinamentos, ficando mais vulneráveis aos acidentes com animais Instituto Butantan – SP e 3 4 Laboratório de Animais Peçonhentos e Quirópteros de Uberlândia – MG. [email protected] O município de Água Limpa (Goiás), com 2.013 habitantes, apresenta alta infestação domiciliar por escorpiões Tityus serrulatus, espécie partenogenética, considerada uma das mais importantes em saúde pública, pois pode causar 46 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil peçonhentos. Atividades como oficinas, palestras, mostras, exposições e cursos, nos diferentes seguimentos da sociedade, tem se mostrado ações eficazes na redução dos acidentes e/ou que possibilitam que os primeiros socorros sejam realizados de forma correta. Esse trabalho teve como objetivo capacitar um grupo de 52 militares do Exército Brasileiro mostrando como identificar corretamente os animais peçonhentos, prevenir os acidentes e tomar as medidas necessárias para facilitar o tratamento clínico evitando sequelas. No dia 15 de Agosto de 2013 foi realizada, na Universidade Federal de Santa Maria/UFSM, uma oficina sobre animais peçonhentos para o grupo de militares de Santa Maria, RS, Brasil. Em um primeiro momento, foi ministrada uma palestra com duração de duas horas, na sala 2999, localizada no prédio 19 e logo após foi feita uma visita guiada à Mostra Permanente da BiologiaUFSM, também localizada no mesmo prédio. Lá, o grupo de militares pode observar na prática as características da morfologia externa dos principais animais peçonhentos da região Central do Rio Grande do Sul. A aceitabilidade do grupo de militares foi excelente e durante a oficina as dúvidas mais frequentes estavam relacionadas à toxicidade dos venenos, ao tempo máximo do atendimento após o acidente e às atitudes que devem ser tomadas em caso de encontro com um animal peçonhento na natureza. Durante a palestra e a visitação a Mostra Permanente da Biologia, ficou nítida a importância em esclarecer principalmente as atitudes que devem ser tomadas após ocorrer um acidente, pois a maioria dos militares relatou que seus superiores passaram informações errôneas acerca dos acidentes com animais peçonhentos. Esse fato reforça a importância de profissionais capacitados realizarem atividades que possam esclarecer todas as dúvidas referentes aos animais peçonhentos. é de 50 cm, onde são encontradas placas com informações sobre biologia, ecologia e distribuição geográfica. A porta de manutenção das baias esta localizada em área de acesso restrito, sendo permitido o acesso apenas a monitores. No centro da área de visitação do museu, fica um móvel com 36 terrários, destinados aos animais de pequeno porte, suas portas de manutenção também são localizadas em área de acesso restrito. O museu Conta com um total de125 animais, divididos em 50 espécies. É utilizado para substrato das baias vermiculita, musgo, terra vegetal, casca de pinus, pedras, troncos e galhos, contendo um vasilhame de água para que os animais possam beber e se refrescar. Para os animais arborícolas são utilizados galhos secos e troncos, para os semi-aquáticos aquários, para os terrícolas utilizamos, pedras, vermiculita, musgo, sempre fazendo a ambientação o mais próximo do habitat natural, construindo tocas para reduzir o estresse. O aquecimento dos recintos é proporcionado por pedras aquecidas para répteis e lâmpadas, o controle de temperatura é feito utilizando termostatos, climatizadores de ar e resistências cônicas. As visitas ocorrem de terça á domingo no horário comercial, podem ser agendadas ou espontâneas e são acompanhadas por monitores devidamente capacitados. Para a capacitação de monitores foi desenvolvido um roteiro de visitas, onde após um mês de treinamento são submetidos a uma avaliação teórico-prática. No final das visitas, o publico tem a oportunidade de poder manusear serpentes não peçonhentas, quebrando mitos e tabus sobre estes animais. Palavras-chave: Serpentes, Monitoria, Educação Informal, Museu O ENSINO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS NOS CURSOS DE ENFERMAGEM EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES) BRASILEIRAS Palavras-chave: serpentes, acidente, prevenção, quartel MUSEU INTERATIVO DO CEVAP “TOCA DAS COBRAS”, ESPAÇO DE EDUCAÇÃO INFORMAL Josenai da Silva Penha (Universidade Federal da Bahia) e Rejâne Maria Lira-da-Silva (Universidade Federal da Bahia) [email protected]; [email protected] Josias Ribeiro Lopes1, Claudia Vilalva Cassaro1, Tauane Vaccas1, Luciana Curtolo De Barros1, Airton Lourenço Junior1, Lucilene Delazari Dos Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira Orsi1, Rui Seabra Ferreira Junior1 1 A Lei 8.080/1990 institui o Sistema Único de Saúde (SUS) e a importância da formação de profissionais capazes de atender às necessidades de saúde da população brasileira e atuar no serviço público. Neste contexto, está o atendimento aos acidentes por animais peçonhentos que em 2010, a OMS reconheceu como doença tropical negligenciada e problema de saúde pública. Estes agravos crescem em número e ocupam o 2o lugar. Em 2012, à atenção a estes agravos foram incluídos como uma das atividades da Atenção Primária à Saúde (APS), uma política para resposta as necessidades de saúde da família, que a equipe é composta principalmente por um enfermeiro e dois auxiliares de enfermagem. Além disso, a avaliação do quadro clínico, atendimento e notificação de acidentes causados por peçonhentos, devem ser feitas por Médicos ou Enfermeiros, conforme indica o Ministério da Saúde. Os desafios para a saúde da família, segundo o Conselho Nacional de Secretários da Saúde (2007) é a formação de profissionais, que ao serem integrados no setor público atendam ao que se objetiva e espera-se da APS. Como competências e habilidades exigidas aos enfermeiros - Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/ UNESP, São Paulo,Brasil. [email protected] O Museu Interativo do CEVAP “Toca das Cobras” é um espaço de educação informal, e tem como objetivo informar e orientar a população sobre as diferentes espécies de répteis e artrópodes, informando sobre a prevenção de acidentes, desmistificação de crenças populares, primeiros socorros, a importância ecológica de cada animal, importância toxinológica e conscientização sobre trafico de animais. Em 16 de abril de 2008 o serpentário foi oficialmente aberto a visitação publica, sendo intitulado de Museu Interativo “Toca das Cobras”. Possui 30 baias onde são alojados os animais, construídas com vidro blindex duplo, para melhor visualização e proteção dos visitantes e animais. O espaço entre o vidro das baias e o da exposição 47 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil de nível superior pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Enfermagem têm-se ações estratégicas dando atenção integral as famílias e comunidades. Esta pesquisa objetivou traçar o panorama do ensino de animais peçonhentos nos Cursos de Graduação em Enfermagem das Instituições Federais de Educação Superior (IFES), tendo em vista, a extrema importância desse conteúdo para formação de enfermeiros capazes de atender as necessidades do SUS. O método usado foi quali-quantitativo com pesquisa online (Dados eletrônicos) e análise de documentos. Os dados mostraram que das 62 IFES brasileiras, 44 IFES oferecem 77 cursos de enfermagem na modalidade de Bacharelado(81,81%, n=63), Bacharelado e Licenciatura (10,40%, n=8), Licenciatura (6,49%, n=5) e Profissional (1,30%,n=1). A maior parte dos cursos alocados na região Nordeste (n=25), seguido pelo Sudeste (n=19), Centro-Oeste (n=14), Sul (n=11) e Norte (n=8). Quatorze IFES(31,81%) de cursos (20,77%) oferecem 23 componentes curriculares (CC) que abordam o conteúdo sobre animais peçonhentos: Nordeste (6 CC em 4 IFES), Sudeste (6 CC em 4 IFES), Centro-Oeste (6 CC em 2 IFES), Sul (4 CC em 3 IFES), Norte (1 CCem 1 IFES).A maioria dos componentes curriculares é de Parasitologia (n=5). Quanto à natureza OPTATIVA (17,40%, n=4) OBRIGATÓRIA (82,60%, n=19). Concluímos que o ensino de animais peçonhentos nas escolas de enfermagem brasileiras é insuficiente e disponível apenas em uma minoria da IFES brasileiras. nas coleções biológicas que preservam espécimes, ou nos dados e informações, em que a oportunidade de vivenciar o saber é explorada de uma maneira que não seja estritamente teórica e limitada. No entanto são necessários mediadores que possam desenvolver um planejamento de ensino, preparando práticas e conduzindo eficientemente o aprendizado. É muito frequente nos museus uma perspectiva muito distante entre observador e objeto, com visitas sem objetivos e metas, apenas para observação. Deste modo os mediadores precisam perceber a dinâmica do grupo-alvo, suas dificuldades e oportunidades de convergência entre a curiosidade e a informação científica para esta ser mais bem absorvida. Inserido nesta perspectiva de mudança, objetivou-se com este trabalho, utilizar o museu de zoologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS) – câmpus Machado, como ferramenta para a extensão didática utilizando animais peçonhentos, tendo como público-alvo estudantes de escolas públicas, cujo conteúdo curricular estivesse compatível com o tema animais peçonhentos (sexto ano do ensino fundamental e segundo ano do ensino médio) entre fevereiro de 2013 até o presente momento. A metodologia utilizada consiste em remeter os estudantes a outro universo educacional, por meio de visitas agendadas ao museu referido, exposições monitoradas, apresentação de palestras com recursos audiovisuais, demonstrações e discussões, para criar um ambiente que estimule a pro atividade para o estudante adquirir novas formas de se aprender. Para gerar dados de registro e melhor conhecer o grupo em questão, aplicouse um prévio questionário com alguns conceitos referentes ao aprendizado, de modo a aproveitar o aprendizado já adquirido dos alunos e perceber de antemão suas dificuldades. O resultado buscou sensibilizar os discentes por meio de aproximação entre objeto e observador, mostrou detalhes de partes anatômicas dos animais, conhecimentos sobre coleções e quebra de paradigmas e adequação de linguagem científica à dos alunos, o que estimularia a curiosidade destes. Palavras-chave: Ensino de Enfermagem, Animais peçonhentos, IFES. Financiadores: Programa de Bolsas de Iniciação à Extensão – Universidade Federal da Bahia (PIBIEX/UFBA). O USO DO MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS – ÂMPUS MACHADO, COMO FERRAMENTA DE EXTENÇÃO DIDÁTICA EM ANIMAIS PEÇONHENTOS Palavras-chave: educação ambiental, coleções biológicas, escola. OS ESCORPIÕES COMO TEMA DE OBJETOS EDUCACIONAIS Guilherme dos Anjos Nascimento , Diego Alves Souza , Dara Maria Oliveira Pereira1, Rodrigo Pereira Thompson de Carvalho1, Carlos Rodrigues de Moraes Neto2, José Alencar de Carvalho1. 1 Instituto Federal do Sul de Minas Gerais- Câmpus Machado IFSULDEMINAS 2 Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro – MN/UFRJ 1 1 Micheli Ferreira Fonsêca1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1 Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto de Biologia, 1 Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40.170-210. [email protected] No âmbito do ensino-aprendizagem a temática educação e sociedade se revela crucial na educação, através de práticas do ensino em ciências, para proporcionar ao estudante uma maior leitura da realidade. No tema animais peçonhentos, por exemplo, o medo gera vários mitos populares. As relações de conflito entre o homem e os animais peçonhentos, resultado do mau conhecimento de aspectos biológicos, ecológicos e comportamentais, geram más interpretações que devem ser esclarecidas porque impedem o devido conhecimento do assunto. Os museus de ciências naturais prestam serviços educacionais interdisciplinares essenciais que unem ciência e arte, seja [email protected] O ensino dos animais peçonhentos, particularmente, dos escorpiões, representa um desafio em espaços formais e não-formais. É comum encontrar equívocos sobre este conteúdo nos livros didáticos, quanto à biologia, reconhecimento das espécies de importância médica, primeiros socorros e tratamento em caso de acidentes. Objetivamos produzir objetos educacionais (experimento e jogo) para divulgar o tema, considerando a importância do escorpionismo em nosso País. A produção foi feita no âmbito do PIBID/Biologia/UFBA e de oficinas formativas, 48 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil promovidas pelo Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos (NOAP/UFBA), em parceria com escolas públicas que formam uma rede colaborativa Universidade-Escola, na área da Educação e Divulgação Científica, pautadas no método Educomunicativo. O Experimento “Cadê o escorpião que está aqui?” objetiva simular 2 ambientes em um terrário de vidro, um natural e outro urbano, mostrando a capacidade de adaptação desses animais. O ambiente natural é ornamentado com terra vegetal, folhas secas, cascas de árvore, rochas e 5 escorpiões. O ambiente urbano é simulado representando o interior de uma casa, colocando os escorpiões dentro e/ou atrás de peças (sapatos, móveis, entulho e lixo). O público pode observar que os escorpiões se escondem, procurando locais escuros e úmidos, protegendo-se do calor e predadores. Nas cidades não há predadores, que desaparecem com o desmatamento, há abrigo (entulho, roupas, sapatos, frestas de tijolos, móveis e paredes) e alimento (baratas). Nestas condições, os escorpiões proliferam-se rapidamente, podendo provocar acidentes. O sucesso do experimento está no fato de que estudantes identificam as condições de casas e ruas conhecidas e identifica ações e atitudes que promovem o abrigo dos animais. Não há remédio para matar/combater o escorpião, então, compreendem que a prevenção é a melhor forma de evitar a presença desses aracnídeos. O jogo “Na trilha dos escorpiões”, os jogadores aprendem de forma divertida e refletem sobre suas atitudes na proliferação ou combate dos escorpiões, adotando ações simples no controle do escorpionismo. Através desse divertido jogo, que explora um tema pouco ou quase nada abordado em sala de aula, o escorpionismo. Os experimento-jogo podem ser adequados a qualquer público, na escola ou em espaços não-formais. Foram utilizados em eventos de divulgação científica com grande interesse do público, tais como a 8a Primavera de Museus do NOAP/UFBA (setembro/2014), o 5o Encontro de Jovens Cientistas (setembro-Outubro/2014) e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do NOAP/UFBA (Outubro/2014), para um público aproximado de 5.000 pessoas. no formato de cartilha, a partir da análise de publicações científicas sobre a abordagem primária na ocorrência de acidentes com animais peçonhentos. Tratou-se de uma pesquisa metodológica seguindo as seguintes etapas: analisar as publicações científicas sobre animais peçonhentos no Brasil e na região Amazônica; caracterizar as espécies causadoras de acidentes na região Amazônica; identificar as principais ações de saúde visando minimizar o dano orgânico ao indivíduo exposto ao acidente; produzir tecnologia em saúde no formato de cartilha sobre a temática direcionada a esta população. Como resultado obteve um quantitativo de 50 materiais bibliográficos distribuídos da seguinte forma: artigos (35); manuais (7); dissertações (4); livros (3); e teses (1), os matérias foram caracterizados segundo autor, ano e assunto e dispostos em Quadros Sinópticos para análise. As espécies peculiares da Amazônia Legal foram identificadas as condutas preconizadas voltadas a cada animal. A revisão de literatura proporcionou a construção da tecnologia educativa intitulada "Olha o Bicho, Animais Venenosos", contendo 18 páginas que estão subdivididas de forma a ilustrar as seis espécies características da região, uma breve introdução sobre o animal e a descrição das condutas primárias. Portanto, consideramos que o material produzido pode ofertar aos moradores de todo o território da Amazônia Legal subsídios para adoção de medidas orientadas e informadas a respeito de sua saúde frente a condições promotoras de agravos. Palavras-chave: animais venenosos, acidentes, tecnologia em saúde. Financiadores: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas – FAPEAM PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM REDES SOCIAIS Claudia Vilalva Cassaro1, Tauane Vaccas1, Josias Ribeiro Lopes1, Luciana Curtolo De Barros1, Airton Lourenço Junior1, Lucilene Delazari Dos Santos1, Benedito Barraviera1, Ricardo de Oliveira Orsi1, Rui Seabra Ferreira Junior1 Palavras-chave: Experimento, Educomunicação e Escorpião 1 Financiadores: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/ UFBA) [email protected] PRODUÇÃO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA EM SAÚDE: UMA FERRAMENTA PARA A ABORDAGEM PRIMÁRIA NA OCORRÊNCIA DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS NA AMAZÔNIA LEGAL. O Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/UNESP, Botucatu – SP, foi criado em 1989, e é uma instituição de grande contribuição para a pesquisa científica por meio de diversos estudos sobre venenos de animais. Além disso, também atua na promoção da educação ambiental junto a comunidade em geral, com o objetivo de disseminar o conhecimento acerca de animais peçonhentos. O CEVAP possui em sua infraestrutura um espaço destinado à visitação pública com diversos animais em exposição como serpentes, lagartos e artrópodes. Neste espaço, diversas informações sobre a biologia destes são transmitidas através de visitas monitoradas, recursos audiovisuais, placas e folhetos informativos; o atendimento é feito à população de diversas faixas etárias e níveis de escolaridade, estudantes de todos os níveis de ensino e outros profissionais da área, através de visitas agendadas ou espontâneas. Tendo em vista que as redes sociais atingem, atualmente, um grande número de Jacqueline de Almeida Gonçalves Sachett 1; Eliane Campos Alves 1 ; Gisele Torrente 1 1 - Centro de Estudo de Venenos e Animais Peçonhentos CEVAP/ UNESP, São Paulo, Brasil. Universidade do Estado do Amazonas [email protected] Os acidentes denotam uma preocupação para as autoridades sanitárias de saúde brasileira, principalmente quando estes envolvem animais peçonhentos. O objetivo basilar consistiu em produzir uma tecnologia educativa 49 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil usuários e que possui fácil acesso, e considerando que a temática animais peçonhentos ainda gera muitas dúvidas para a comunidade em geral, foi desenvolvida pela equipe técnica do CEVAP uma página na rede social “Facebook” no intuito de otimizar a abrangência da atuação do Centro, transmitindo informações sobre animais peçonhentos para um crescente número de pessoas de maneira simples e eficaz. Em abril de 2014, a página foi criada na rede social e, periodicamente, são divulgadas fotos e diversas informações sobre animais peçonhentos. São abordados temas como: características dos animais, hábitos, comportamento, curiosidades, desmistificação de crenças populares, esclarecimentos sobre acidentes e informações sobre as atividades do Centro incluindo cursos, visitas, treinamentos, entre outros. Os textos são objetivos, sempre acompanhados de imagens, e a linguagem utilizada é de fácil compreensão. Apenas seis meses após sua criação, a página conta com cerca de 800 seguidores, os quais frequentemente utilizam este espaço para esclarecer dúvidas sobre diferentes animais, pedir auxílio sobre identificação e procedimentos com os mesmos, solicitar exposições, visitas e treinamentos. Portanto, fica evidente que a população vê a página como uma ferramenta para comunicar-se rápida e facilmente com a equipe do CEVAP, dessa forma, é clara a eficácia na utilização de redes sociais como ferramentas para a educação ambiental e divulgação do conhecimento científico. associam ele como mal. É de suma importância ressaltar que a falta de conhecimento que de uma sociedade sobre determinadas espécies de seres vivos pode ocasionar seu extermínio indiscriminado. Neste trabalho, utilizaramse estratégias em Educação Ambiental, na prevenção de acidentes com animais peçonhentos e venenosos além de explicar sua importância médica, biologia e o que fazer em caso de acidente com esses animais. Através do Projeto “CiênciasBio Itinerante” feito pela empresa CiênciasBio – Cursos & Treinamentos, tem por objetivo mostrar ao público o quanto estes animais são importantes, assim fazendo um trabalho visual e participativo, onde uma pequena coleção didática, fotos, panfletos, banners e explicações ocorrem neste projeto. O projeto foi desenvolvido em Parques Naturais, SESCs e escolas. Tendo a participação do público em geral. Vimos que o trabalho educacional proporcionou ao público uma reflexão, tendo uma forma de olhar diferenciada para estes animais, a troca de experiências e questionamentos foi de grande valia, outros temas também foram abordados como o tráfico, animais usados como Pet e questões culturais (incluindo também as religiosas). Sendo assim este público poderá se tornar multiplicadores de informações para a família e outras pessoas de seu convívio, levando a diminuição do número de acidentes e a compreensão sobre a importância ecológica dos animais peçonhentos. Palavras-chave: Peçonhentos, educação e biodiversidade Palavras-chave: educação ambiental, animais peçonhentos, redes soc Financiadores: CiênciasBio - Cursos & Treinamentos SENSIBILIZAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS TREINANDO PROFESSORES PARA UMA ABORDAGEM LÚDICA DO ENSINO DE CIÊNCIAS: DESVENDANDO O VENENO DE SERPENTES Izenita de Oliveira Barbosa Brum- CiênciasBio; Taciane Cristina Lopes Paula- CiênciasBio; Alessandro da Silva Almado FerreiraCiênciasBio; Fábio de Moura Camara- CiênciasBio; Victor Cavalcante Basílio- CiênciasBio Felipe R. Borba Ferreira1,2, Marjolly C. Brígido1, Eliene Kozlowski1, Luiza A. Ketzer1, Russolina B. Zingali1, Andrea T. Da Poian1 -Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis -Universidade Federal do Rio de 1 [email protected]; [email protected] Estudos envolvendo a educação ambiental têm sido cada vez mais utilizados por profissionais de várias áreas com a finalidade de melhorar a percepção da sociedade para uma reflexão sobre a valorização da natureza e da biodiversidade. A educação ambiental constitui uma ferramenta importante de redescobrimento, sendo um processo educativo constante, dinâmico, criativo e interdisciplinar; é considerada como um instrumento que desencadeia um processo de conscientização sobre a questão ambiental. Entre os países sul-americanos o Brasil é o que apresenta o maior número de acidentes com animais peçonhentos por ano. Pelo número elevado de acidentes e a falta de conhecimento sobre esses animais, estes elementos associados e enraizados na cultura popular podem levar ao declínio desses animais, afetando assim o equilíbrio ecológico. As serpentes são as maiores vítimas, no imaginário humano ocidental são vistas como a representação do mal sendo diversas vezes associadas a adjetivos como: repugnante, repulsivo, cruel e traiçoeiro. Em segundo lugar vêm os anfíbios que por meio dos encantamentos de uma bruxa, ou imagens e retratações feitas por artistas durante a Idade Média, Janeiro,UFRJ, Rio de Janeiro. 2 -Departamento de Bioquímica – Universidade Federal de Pernambuco [email protected]; Marjolly Brígido - marjollycb@gmail. com;Russolina Zingali - [email protected]; Andrea da Poian - [email protected] O Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Méis tem realizado por mais de 20 anos cursos que visam aproximar os alunos e professores, do ensino fundamental e médio da forma como se dá a produção do conhecimento. A Dra Da Poian tem nos últimos anos desenvolvido projetos para preparar monitores e professores a fim de instrumentálos para organização aplicacão e divulgação desses cursos. Uma vez que os venenos de serpente constituem um painel rico de atividades biológicas e os acidentes ofídicos representam ainda um problema importante de saúde publica, resolvemos montar um mini-curso para preparação de professores usando o veneno objeto de estudo. A dinâmica ocorreu através do mini-curso: “Desvendando os venenos de serpentes” desenvolvido pelo IBqM e aplicado na UFOPA Universidade Federal 50 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil do Oeste do Pará- Participaram do curso estudantes de licenciatura, pós-graduação, docentes da UFOPA – e professores de uma escola da comunidade de Urucureá em Santarém – PA. O objetivo dests foi, também, proporcionar conhecimento sobre os venenos das serpentes do gênero Bothrops (jararaca) e Crotalus (cascavel) principais serpentes causadoras de acidentes. O curso desenvolveu-se durante três dias no campus Tapajós da UFOPA, onde foram propostas discussões sobre as características dos venenos dessas serpentes, sua ação biológica e a neutralização pelos antivenenos. Todos os experimentos foram conduzidos obedecendo aos príncipios da metodologia científica, obrigando os participantes a elaborarem e testarem hipóteses sobre o material estudado. Durante as práticas, a composição bioquímica e as ações biológicas dos venenos foram testadas, revelando a importância do tratamento com soro antiofídico específico. Ao final do curso, os participantes relataram terem alcançado melhor compreensão sobre as serpentes e seus acidentes. Depois deste treinamento um curso para alunos do ensino fundamental e médio está programado para ocorrer em Novembro dests ano. Os resultados alcançados no mini curso mostraram o sucesso do uso dos venenos e antivenenos como instrumento para a descoberta do método científico. acadêmicas e o auxílio dos estudantes, principalmente nas práticas de identificação, manejo e contenção dos animais. Foram agendados encontros individuais e em grupos entre o monitor e os estudantes no intuito de debater os assuntos propostos em sala e esclarecer dúvidas. A comunicação também se deu por meio virtual, através da plataforma moodle e da rede social facebook, onde foram compartilhados artigos, vídeos e outros materiais de estudo. Além disso, a Coleção Didática do NOAP/UFBA foi reorganizada, abrigando uma representativa diversidade de animais peçonhentos e servindo como importante suporte para as aulas. No período avaliado, estiveram regularmente matriculados na disciplina 52 estudantes de graduação advindos dos cursos de Ciências Biológicas (n=33), Medicina Veterinária (n=15), Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (n=3) e Biotecnologia (n=1). O maior obstáculo encontrado é o alto índice de evasão, que atingiu 44% (n=15). Isto reflete a dificuldade do estudante em lidar com a complexidade do tema e com a dinamicidade proposta pela disciplina, que não se limita ao modelo convencional de ensino ao qual os alunos estão acostumados. Em contrapartida, não houve reprovação entre os que chegam até o final do semestre, demonstrando a efetividade dos métodos utilizados. Zootoxicologia é uma referência para o ensino de animais peçonhentos no Brasil, um tema de fundamental importância para a formação dos profissionais de saúde, que lidarão constantemente com este agravo à saúde que constitui atualmente um problema de saúde pública mundial. Palavras-chave: ensino, ciências, veneno Financiadores: CAPES, CNPq Palavras-chave: Ensino, monitoria, animais peçonhentos, saúde ZOOTOXICOLOGIA: RELATO DA EXPERIÊNCIA DE UMA MONITORIA ACADÊMICA NO MUNDO DOS VENENOS Epidemiologia e clínica de acidentes por animais peçonhentos ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA (2008-2013) DOS ACIDENTES POR ESCORPIÕES NO MUNICÍPIO DE CRUZ DAS ALMAS - BAHIA Pedro Santana Sales Lauria1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1, Luciana Lyra Casais-e-Silva1 Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA) 1 [email protected] Camila Parente da Silva Alem Marinho1,Jacqueline Ramos Machado Braga1 O ensino sobre animais peçonhentos no Brasil é deficiente, sendo poucas as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) que oferecem disciplinas abordando esta temática. Isto se reflete no despreparo dos profissionais da saúde ao lidar com os acidentes, havendo freqüentes equívocos na identificação do agente etiológico e na condução do tratamento segundo o que indica o Ministério da Saúde. Em 1986, Tania Brazil criou na UFBA, a disciplina “Animais Peçonhentos”, atual “Zootoxicologia”, numa atitude pioneira no Brasil. Objetivamos relatar a experiência da monitoria acadêmica desta disciplina ao longo de três semestres (2013.2 a 2014.2). Zootoxicologia é uma disciplina optativa teórico-prática de 68h, que aborda fundamentos de toxinologia, venenos, mecanismos fisiopatológicos do envenenamento e caracterização dos animais peçonhentos, com ênfase nas espécies nativas de importância médica. Os métodos de avaliação estimulam habilidades variadas dos estudantes. São realizadas provas escritas e orais teórico-práticas, discussões de casos clínicos e dados epidemiológicos, apresentações de artigos científicos e práticas pedagógicas. Como atribuições da monitoria, foram realizados o acompanhamento das atividades Universidade Federal do Recôncavo da Bahia,Cruz das Almas, Bahia, Brasil Jacqueline Braga: [email protected] Os acidentes com escorpiões no Brasil têm aumentado nos últimos dez anos, registrando mais de 39.000 casos em 2012 e ultrapassando os acidentes com serpentes, principalmente na região Nordeste do país. Esta região contribui com mais de 45% dos casos, e destes, mais de 30% ocorrem no Estado da Bahia. O aumento dos acidentes pode estar ocorrendo em função de alterações ambientais ou mesmo devido a um aumento no número de notificações registradas nas bases de dados epidemiológicos como o SINAN/DATASUS e o SINITOX. Por esta razão, estudos de levantamento epidemiológico podem auxiliar no desenvolvimento de ações mais eficazes do poder público, levando a soroterapia para os locais que dela mais necessitam. O presente estudo teve como objetivo realizar levantamento epidemiológico dos acidentes causados por escorpiões na cidade de Cruz das Almas- 51 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil Bahia, identificando problemas de subnotificações deste tipo de envenenamento. Foram analisados os relatórios anuais do SINAN/DATASUS, do SINITOX, CIAVE e as fichas de notificação de prontuários dos atendimentos humanos oriundas das Unidades Básicas da Secretaria Municipal de Saúde de Cruz das Almas, no período de 2008 a 2013. Os dados foram compilados avaliando parâmetros como número de casos por ano, gênero e idade dos pacientes e uso de soroterapia. O número de acidentes notificados por animais peçonhentos em Cruz das Almas – Ba, foi de 966 entre o período de 2008 a 2013, com 660 casos dos acidentes registrados causados por escorpiões. Dos 660 acidentados por picada de escorpião, 558 utilizaram tratamento com soroterapia, sendo o maior grupo atingido o dos homens adultos entre 19 e 59 anos. Os resultados revelaram incongruências nos registros de envenenamento por escorpiões entre o SINAN/DATASUS e a Secretaria de Saúde do município, bem como entre os registros do CIAVE e a mesma Secretaria. Isto demonstra que ainda existem discrepâncias relacionadas aos registros por acidentes com escorpiões em bases de dados oficiais nacionais, do Estado e do Município. Foi verificado também que há uma tendência crescente no número de casos que pode estar relacionada ao crescimento urbano desordenado, aliado ao aumento do acúmulo de lixo e à falta de saneamento básico nas áreas mais pobres do município e na zona rural. Entretanto, ainda é baixo o número de notificações por acidentes com escorpiões no município estudado, provavelmente devido às práticas caseiras de tratamento. de hemácias pela anemia decorrente do acidente. Após os procedimentos, foi removido por via fluvial por mais 6 horas para o município de Lábrea, de onde foi removido por via aérea durante aproximadamente 3 horas para a capital Manaus, chegando ao Pronto Atendimento da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado em 15/10/2014, após 8 dias do acidente, considerando os pernoites no trajeto. Ao exame físico apresentava intensificação da gravidade da lesão com áreas de necrose em região palmar esquerda, mesmo após debridamento anterior, e necrose em todo o 4º quirodáctilo, extensas lesões bolhosas na mão, edema até região distal do braço e infecção secundária. O paciente foi novamente submetido a procedimento cirúrgico em hospital de referência para amputação do 4o quirodáctilo. A descrição desse caso demonstra a gravidade dos acidentes ofídicos na Região Amazônica, que se caracterizam por: ocorrência em regiões de difícil acesso; distância das unidades de saúde; ocorrência em população indígena ou ribeirinha fragilizada por diferenças culturais e econômicas; dificuldade na disponibilidade e conservação do soro antiofídico líquido sob refrigeração, por ausência de energia elétrica. Os acidentes ofídicos nestas regiões muitas vezes são atendidos após 6 horas de sua ocorrência, gerando complicações que comprometem a sobrevida de suas vítimas. Estratégias devem ser desenvolvidas para atendimento adequado em tempo hábil, com objetivo de evitar sequelas que limitam a capacidade laborativa, principalmente de vítimas em idade produtiva, que necessitam de integridade física para o sustento da família e comunidade, gerando ônus para o Estado. Palavras-chave: escorpionismo, Bahia, sub-notificações Palavras-chave: Acidente ofídico, Amazônia, atendimento, sequelas ACIDENTE BOTRÓPICO GRAVE COM SEQUELAS EM INDÍGENA PROCEDENTE DE REGIÃO ISOLADA NO SUDOESTE DO ESTADO DO AMAZONAS – BRASIL. ACIDENTES ENVOLVENDO ANIMAIS PEÇONHENTOS: CARACTERIZAÇÃO E NOTIFICAÇÃO DOS EVENTOS NA REDE DE URGÊNCIA DO AMAZONAS. Iran Mendonça da Silva1,2, Daryane Rezzuto Santos1 1 Jacqueline De Almeida Gonçalves Sachett 1, Juliana Barroso De Freitas 1, Yara Naya Lopes De Andrade 1, Francielen De Azevedo Furtado 1, Wendel Menezes De Azevedo 1, Renato Da Silva Galvão 1, Luiz Henrique Gonçalves Maciel 1, Mônica Saburá 1. Universidade do Estado do Amazonas-Manaus, Brasil 2 Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado-Manaus, Brasil [email protected] O acidente ofídico é um problema de saúde pública, especialmente na Região Amazônica, pela elevada incidência e distância de ocorrência, causando demora no atendimento e uso de antiveneno. O presente relato é de acidente botrópico em criança indígena de 10 anos de idade, sexo masculino, da etnia Suruwahá, ocorrido em área demarcada na região sudoeste do estado do Amazonas, a nordeste do município de Lábrea; etnia cujos primeiros contatos ocorreram na década de 1970. O acidente ocorreu no dia 07/10/2014, com picada no quarto quirodáctilo esquerdo. O paciente foi removido por via fluvial em voadeira, motor 40 HP, do local de ocorrência no igarapé do Pretão, para o município de Canutama, onde chegou após 34 horas, trafegando por afluentes até o rio Purus. Chegando ao município de destino, foi medicado em Unidade de Saúde com 9 ampolas de Soro Antibotrópico-Laquético, submetido à fasciotomia por síndrome compartimental, debridamento de áreas necrosadas, administração de 2 concentrados 1 Universidade Do Estado Do Amazonas - UEA [email protected] Os acidentes envolvendo animais peçonhentos são considerados integrante da lista de condições de saúde negligenciadas. Assim, vem sendo observado em vários estudos uma desvalorização destes eventos, principalmente relacionados ao registro e notificação. Diante disso, a notificação dos acidentes representa atualmente uma preocupação para a saúde brasileira, principalmente quando estes envolvem animais peçonhentos que não possuem vinculação de soroterapia específica para seu tratamento. Com isso, a avaliação dos casos amparada nos dados obtidos da notificação e do registro do atendimento para entender o perfil e os desafios destes eventos são primordiais para um panorama desta situação. Para tanto, este estudo pretende analisar as características epidemiológicas dos acidentes envolvendo animais peçonhentos e sua notificação em hospitais de 52 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil urgência na cidade de Manaus, Amazonas. Tratou-se de um estudo exploratório com análise dos acidentes com animais peçonhentos atendidos em dois hospitais de referência em atendimento geral de urgência no estado do Amazonas. O período de coleta de dados foi os anos de 2012 e 2013. Participaram do estudo 224 registros de acidentes por animais peçonhentos, destes, 41,9% foram por lagarta, 23,5% abelha, 9,7% serpente, 7,8% aranha, 7,4% escorpião, 6,0% vespa, 3,2% arraia e 0,5% por peixe. Nos acidentes por lagarta, 51,7% eram do sexo masculino, a faixa etária mais atingida foi de 1-10 anos. Para acidentes com abelhas, 51% eram do gênero masculino, a faixa etária de 1-10 anos. Os acidentes por serpentes, 80,0% eram do gênero masculino, a faixa etária mais acometida foi de 20-40 anos. Nos registros com aranhas, 64,7% eram do gênero masculino, a faixa etária mais encontrada foi de 15-35 anos. Nos acidentes com escorpião, 50% eram do gênero feminino e a faixa etária acometida de 15-30 anos. Com relação às vespas, 84,6% eram do gênero masculino, a faixa etária incidente foi de 1-10 anos. A subnotificação geral dos acidentes envolvendo animais peçonhentos foi estimada em 65,0% dos eventos. Os acidentes mais prevalentes foram por lagarta e abelha, acometendo mais indivíduos do sexo masculino. Os acidentes por animais peçonhentos não foram conduzidos adequadamente para o registro, demonstrando importante subnotificação e consequentemente desconhecimento real destes eventos. Sugere-se um treinamento com os profissionais de saúde, afim de aumentar a notificação. apresentou reações alérgicas (espirros, prurido e hiperemia nasoconjuntival) toda as vezes que manipulou o veneno de cascavel utilizado em pesquisas no Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP). Tais reações se intensificaram, desencadeando sibilos, dispnéia, tosse, rouquidão e disfagia, que diminuíram espontaneamente após afastamento do ambiente. A paciente referiu-se como portadora de asma controlada e rinite moderada/grave. Nega uso de medicamentos. Nega outras morbidades, sendo afastada da rotina de manipulação de venenos animais. Teste de puntura para alérgenos usuais foram realizados e colheu-se sangue para os estudos de análise proteômica e dosagem IgE específica por Immunocap, após consentimento livre e esclarecido. Por sua vez, as proteínas do veneno da serpente C.d.t foram submetidas à eletroforese unidimensional (10%SDS-PAGE) eletrotransferidas para para membrana de nitrocelulose e incubado com o soro da paciente. O teste cutâneo foi positivo a Dermatophagoides mix e Candida albicans e a dosagem de IgE específica foi de 7.0 kUA/L. A análise proteômica revelou uma única proteina de 23kDa como imunorreativa, a qual foi identificada como a proteína crotoxina, a qual é formada pela crotapotina e pela fosfolipase A2. Análises de alinhamento de sequencias primária de fosfolipases alergênicas foram realizadas e evidenciaram que a crotoxina apresenta cerca de 10% de identidade e 17,5% de similaridade fosfolipases de venenos de abelhas, vespas e formigas. Este estudo evidenciou pela primeira vez a propriedade alergênica de uma fosfolipase do veneno da serpente Cdt. Palavras-chave: animais venenosos, acidentes, notificação Palavras-chave: hipersensibilidade, alérgeno, alergênico, venenos, Financiadores: FAPESP Financiadores: PET/Vigilância-Ministério da Saúde EDEMA PERSISTENTE RELACIONADO A ACIDENTE POR SERPENTE BOTHROPS JARARACA: RELATO DE CASO ANAFILAXIA NO ENVENENAMENTO: RELATO DE CASO E CARACTERIZAÇÃO PROTEÔMICA Guilherme Jones Souza1; Marcelo Abrahão Strauch1,2; Luís Eduardo Ribeiro da Cunha1; Paulo de Assis Melo2 Leticia Gomes de Pontes, Nayara Rodigues Vieira , Elaine Gagete, Rui Seabra Ferreira Jr, Benedito Barraviera, Lucilene Delazari dos Santos . Instituto Vital Brazil, Rio de Janeiro - Rj - Brasil. 2. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro -RJ-Brasil. 1 [email protected] A alergia ocupacional é resultado da hipersensibilidade às substâncias encontradas no ambiente de trabalho. O diagnóstico da alergia ocupacional depende inicialmente da associação dos sintomas alérgicos com a exposição ao ambiente de trabalho e da demonstração do envolvimento de um mecanismo alérgico IgE específica para o alérgeno, quando disponíveis. De modo clássico, as reações IgE-mediadas envolvem uma fase de sensibilização e desafios subseqüentes com o alérgeno. A reação aguda de hipersensibilidade imediata ocorre quando, numa reexposição, os antígenos se ligam aos anticorpos da classe IgE presentes nas superfícies dos mastócitos e basófilos. Considerando o potencial alergênico dos venenos ofídicos, a alergia a estes venenos pode ser um importante agravo ocupacional entre trabalhadores que manuseiam serpentes ou seus venenos. Este projeto evidencia um relato de caso de alergia ocupacional e caracterização molecular do alérgeno imunorreativo veneno da serpente cascavel Crotalus durissus terrificus (C.d.t.). A paciente CFZCO, gênero feminino, branca, 23 anos, estudante de Biologia, procedente de Botucatu-SP, há 6 meses [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] Em todo o Brasil, são notificados aproximadamente 29 mil casos de acidentes por ano envolvendo serpentes, com uma média de 129 óbitos. O gênero Bothrops corresponde o acidente ofídico de maior importância epidemiológica do país, sendo responsável por cerca de 90 % dos envenenamentos. Conhecidas popularmente como Jararacas, Caiçacas, Cotiara, seu veneno são complexas misturas de substâncias, principalmente proteínas, produzidas por uma glândula sero-mucosa, sendo inoculados por presas especializadas sob alta pressão nos tecidos, induzindo manifestações como edema, hemorragia e mionecrose. O objetivo do presente relato é descrever um caso de um agravo causado por uma Bothrops jararaca e a persistência de edema no membro inferior direito (MID) do paciente após 22 meses do acidente. Paciente masculino, 76 anos, picado por Bothrops jararaca no membro inferior direito em sua residência na cidade de Cachoeiras de Macacu – RJ, foi encaminhado para o Hospital Municipal 53 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil Dr. Celso Martins em menos de 1 hora, apresentando dor intensa e edema no local da mordedura, além de equimoses espalhadas pelo corpo. Foram realizados exames laboratoriais no momento da admissão do paciente, no qual apresentou hematócrito de 29 %, hemoglobina 9,6 g / dl, e contagens de plaquetas de 58 mil / mm3 , atividade protrombínica inferior a 10 % e INR maior que 3.8 , na avaliação da tromboplastina parcial o sangue não coagulou em 60 segundos. Como tratamento, foram realizadas medicações com vitamina K intravenosa (IV), dipirona 1 g (IV), plasil 2 ml (IV), clindamicina 600 mg (IV) e soroterapia com 13 ampolas de soro antibotrópico intravenoso, puro e em gotejamento infundido em 1h, sem nenhuma ocorrência adversa ao soro. O paciente recebeu alta onze dias após o acidente. Neste relato de caso, chamamos a atenção para a persistência do edema no MID. Apesar de acidentes botrópicos serem frequentes no estado do Rio de Janeiro, tais casos são incomuns, desta forma, faz-se necessário uma abordagem clínica especializada e exames de imagem do tipo Doppler e Ressonância Magnética para averiguar se o envenenamento proporcionou um comprometimento vascular, resultando em uma insuficiência venal. Atualmente a serpente causadora do acidente fica sob registro 3484 da coleção científica do Instituto Vital Brazil, em Niterói – RJ. in 2007; 153 cases in 2009; 364 cases in 2011; 254 cases in 2013. Cases were distributed in 81 municipalities and the highest number of cases was recorded in the municipality of Russas (n=204; 15.6%), followed by Jaguaribe (n=149; 11.4%) and Limoeiro do Norte (n=123; 9.4%). Cases were recorded in all months of the year, with higher incidence in July and October. Most victims were men (n=749; 57.3%), aged between 20 and 29 years (n=336; 25.7%). Most cases were recorded in urban areas (n=793;60.7%). Victims were stung mainly on the head (n=514; 39.3%) and received medical assistance predominantly 1 to 3 hours (n=736; 56.3%) after being stung. Most cases was classified as mild and progressed to cure. Four deaths were recorded. Clinical local manifestations (n=1187;90.81%) were more frequent than the systemic ones (n=144; 11.01%).The most frequent local manifestations were pain, edema and itching; while the predominant systemic symptoms were myolitic, vagal and neurological disorders. There are still failures in recording epidemiological information. In conclusion, bee stings has been increasing in Ceará, and should be considered as a public health problem. Further training for health professionals seems to be necessary to improve their skills in recording of epidemiological data and treating bee sting victims. Palavras-chave: Bothrops, envenenamento, edema Key words: Envenomation, Venomous animals, Public health. Financiadores: Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeiras de Macacu, FAPERJ Financial Support: This study was supported by the Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Toxinas (INCTTOX). EPIDEMIOLOGY OF BEE STINGS IN CEARÁ STATE, NORTHEAST OF BRAZIL ESTUDO CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NO ESTADO DE ALAGOAS, BRASIL, NO ANO DE 2010 Ana Gilza Quaresma Diniz1, José Franscidavid Barbosa Belmino2, Sanny da Silva Furtado3, Renner de Souza Leite4 1 4 , Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Educação e Saúde, Unidade Acadêmica de Saúde, Campus Cuité, Paraíba, Brasil; 2,3 Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Educação e Saúde, Campus Cuité, Paraíba, Brasil. Pedro Santana Sales Lauria1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1, Laíse Carvalho Ribeiro1 1 Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Universidade Federal da Bahia (NOAP/UFBA) [email protected] [email protected] In the Latin America, envenomation by bee is a public health problem due to their high incidence and clinical severity of cases. African bees, Apis mellifera scutellata , characterized by their aggressive nature and high honey production, were introduced in Brazil in 1956. The year following, there was an accidental release of African queen bees, which resulted in the hybridization or africanization of European bees (Apis mellifera mellifera and Apis mellifera ligustica ) in the Brazilian environment and uncontrolled mixed breeding of the species. The frequency of serious and/or fatal injuries caused by Africanized bee sting has increased since 1960. Despite the medical importance regarding of the bee stings and the increasing number of records in the Northeast of Brazil, the epidemiology of this envenomation is little known.In this sense, this study aims to investigate the epidemiological characteristics of the bee stings recorded from 2007 to 2013 in the Ceará State, Northeast of Brazil. Data was collected from the Injury Notification Information System databank. A total of 1,307 of the cases were retrospectively analyzed. A gradual increase in the number of cases was observed during the studied period (86 cases Scorpiones (Arachnida) é uma ordem pouco diversificada, quando comparada a outros grupos conhecidos de Aracnídeos. No Brasil, os escorpiões de importância médica pertencem ao gênero Tityus (Buthidae), sendo Tityus stigmurus a espécie que mais causa acidentes no Nordeste. O escorpionismo constitui um problema de saúde pública, principalmente nos centros urbanos, devido à capacidade de adaptação dos escorpiões aos ambientes antropizados. A partir de 1988, com a obrigatoriedade de notificação dos acidentes por escorpiões e aranhas, começou-se a delinear o perfil epidemiológico do escorpionismo no Brasil. Segundo dados do SINAN, em 2010, a incidência dos acidentes por escorpião em Alagoas foi a maior do Brasil, superando a média nacional em 5,6 vezes. Sabe-se que muitos acidentados não buscam os serviços de saúde e que há subnotificação das informações. Isto sugere que o problema é muito mais grave do que os dados oficiais apontam. Objetivamos investigar o perfil clínico-epidemiológico dos acidentes escorpiônicos no estado de Alagoas no ano de 2010. Foram analisadas as fichas de atendimento do Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA) de todos os 54 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil pacientes que deram entrada por acidente por escorpião naquele ano. A maioria dos acidentes notificados ocorreu na capital, Maceió (n=1921; 93,98%), correspondendo a uma incidência de 205,95 casos/100.000 habitantes. 116 casos (5,68%) distribuíram-se por outros 35 municípios do interior e o restante teve procedência ignorada (n=7; 0,34%). Dentre os acidentados, 60,03% (n=1227) foram do sexo feminino e 39,97% (n=817) do sexo masculino. Os acidentes ocorreram predominantemente em zona urbana (n=1883; 92,12%), poucos ocorreram em zona rural (n=7; 0,34%) e 154 casos foram ignorados (7,53%). 95,84% dos casos foram classificados como leves e nenhum óbito foi registrado. Os sintomas mais frequentemente relatados foram dor (n=1900; 92,95%), eritema (n=312; 15,26%), hiperemia (n=269, 13,16%), parestesia (n=229; 11,20%), edema (n=197; 9,64%), vômitos (n=36;1,76%) e sudorese (n=21 1,03%). Dentre os pacientes que fizeram uso da soroterapia (n=49; 2,40%), 13 (26,53%) foram classificados como casos leves. Esta conduta está em desacordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, que indica o uso da soroterapia apenas em casos moderados ou graves. Apesar da benignidade dos acidentes, a alta incidência do escorpionismo na cidade de Maceió é um indicativo da necessidade de criação de programas de controle de escorpiões em Alagoas, principalmente nas áreas urbanas. Concomitantemente, deve-se investir na educação da população e no treinamento dos profissionais de saúde a fim de reduzir a morbimortalidade deste agravo à saúde. Palavras-chave: Escorpiões, escorpionismo, epidemiologia, saúde pelo Ministério da Saúde. As informações relativas à população e área foram colhidas no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). Utilizou-se o programa TAB para Windows-TabWin® para tabular o número de ocorrências e realizar os cálculos estatísticos. Obtiveram-se um total de 3.094 casos de acidentes por picada de escorpiões, 1.115 de acidentes causados por ofídios e 197 ocasionados por aranhas. O Município com maior número de notificações de escorpionismo foi Aracaju com 58%. Houve quatro óbitos, sendo dois deles ocorridos em Aracaju, um em 2007 e outro em 2008, com letalidades de 0,94%, 0,78%, respectivamente. Com um óbito, Itabaianinha apresentou letalidade de 14,3% em 2007; e Nossa Senhora do Socorro, letalidade de 2%, em 2011. Considerando o ofidismo, São Cristóvão foi o município que indicou maior número de notificações, 7,2%. Sucederam 5 óbitos por ofidismo e os municípios que apresentaram maior letalidades foram Gararu, 50% em 2010, e Pirambu, 50% em 2011. Dentre os casos de araneísmo, o município de Lagarto notificou maior número de acidentes, 30%. Ocorreu um óbito em Divina Pastora, em 2007, demonstrando letalidade de 100%. Ressalta-se a importância do Ministério da Saúde em efetivar medidas preventivas como o Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos, a partir da educação em saúde junto à população, visando à redução do número de acidentes. Somado a isso, sugere-se novas avaliações acerca da localização dos pólos de aplicação de antiveneno, já que os municípios com maiores taxas de letalidade encontram-se distantes, em até 42 km, dos centros de referência de tratamento. Financiadores: Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (FAPESB) Palavras-chave: Acidentes, animais peçonhentos, epidemiologia. LEVANTAMENTO DOS ACIDENTES CAUSADOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO ESTADO DE SERGIPE ENTRE OS ANOS DE 2007 E 2012 ÓBITOS POR ACIDENTES COM SERPENTES NO ESTADO DO CEARÁ, NORDESTE DO BRASIL (2007-2013) José Franscidavid Barbosa Belmino 1, Sanny da Silva Furtado 2, Ana Gilza Quaresma Diniz 3,Renner de Souza Leite 4 Vanderson dos Santos Chaves1, Laíse Carvalho Ribeiro1, Rejâne Maria Lira-da- Silva1. , Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Educação e Saúde, campus Cuité, Paraíba, Brasil. 3,4 Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Educação e Saúde,Unidade Acadêmica de Saúde, campus Cuité, Paraíba, Brasil. 1 2 Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia/ Universidade Federal da Bahia, Brasil. 1 Vanderson dos Santos Chaves, [email protected], Laíse Carvalho Ribeiro: [email protected]; Rejâne Maria Lira-da-Silva: [email protected] [email protected] O ofidismo é um problema de saúde pública no Brasil, devido à sua elevada incidência em todas as regiões e pela severidade dos casos. Objetivou-se descrever as características epidemiológicas dos casos de óbitos por envenenamento ofídico que ocorreram entre 2007 e 2013, no estado do Ceará, Nordeste do Brasil. Foi realizado um estudo retrospectivo das informações epidemiológicas armazenadas no banco de dados do Sistema de Informação de Agravo de Notificação. Entre 2007 e 2013, notificouse 4760 casos de envenenamento ofídico, sendo que 25 evoluíram para óbito. A maioria dos casos ocorreu no 2o e 3o trimestre (n=14; 56%). Os casos foram predominantes em homens (n=19;76%) agricultores (n=11; 44%), com idade entre 40-69 anos (n=14; 56%) e baixo grau de escolaridade (n=25; 100%). A maioria das vítimas residiam na zona rural (n=19; 76%) e a maior porcentagem de acidentes também ocorreu em áreas rurais (n=24; 96%). As vítimas, majoritariamente, receberam assistência médica Em 2012 foram notificados 116.744 acidentes por animais peçonhentos no Brasil. Tais agravos são considerados caso de Saúde Pública no país seja devido a sua alta incidência ou potencial gravidade. Os elevados índices de notificação demonstram a necessidade de uma maior preocupação para este agravo. Muitos casos tornam–se mais graves devido à negligência do acidentado, por sua desinformação, distância entre paciente e hospital, ou o despreparo dos profissionais de saúde, ocasionando muitas vezes, óbitos. O presente trabalho visa quantificar acidentes e suas consequências com animais peçonhentos em humanos no estado de Sergipe, período 2007-2012. Com aproximadamente 2 milhões de habitantes e área de 2.000 Km2 dividida em 75 municípios, o estado possui 13 unidades de referência para tal tratamento. Realizou-se um estudo epidemiológico observacional descritivo utilizando os dados referentes aos acidentes notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação(SINAN), gerenciado 55 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil entre 1-3 horas após o acidente (n=12; 48%), 8 casos após 3 horas e em 5 casos o tempo até o atendimento foi ignorado. A maioria das vítimas foi picada no pé (n=10; 40%), seguido pela perna (n=8; 32%). Os casos foram predominantemente classificados como grave (n=19; 76%). As manifestações locais (n=20; 80%) foram mais frequentes do que as sistêmicas (n=17; 68%). A dor (n=16; 36%) e o edema (n=16; 36%) foram as manifestações locais mais frequentes. As manifestações sistêmicas mais frequentes foram vagais (n=8; 21%), hemorrágicas (n=7; 18%) e renais (n=7; 18%). A maioria das vítimas apresentaram tempo de coagulação alterado (n=12; 48%) ou não realizaram o teste (n=11; 44 %). As serpentes do gênero Bothrops (n=15;60%) foram as responsáveis pelo maior número de óbitos, seguido por Crotalus (n=4; 16%). A soroterapia foi realizada em 22 casos (88%). As complicações locais mais frequentes foram infecção secundária (n=2; 33%) e déficit funcional (n=2; 33%) e as complicações sistêmicas foram insuficiência renal (n=9; 36%) e choque (n=7; 28%). Os casos de óbitos por ofidismo no Ceará mostraram-se semelhante ao perfil epidemiológico de outros estados do nordeste do Brasil. A maioria dos casos de óbitos foram causados pelo gênero Bothrops, ocorreram em áreas rurais e afetaram os membros inferiores de agricultores do gênero masculino, com baixo nível de escolaridade. Em alguns casos, as vítimas receberam assistência médica 3 horas após o acidente, sugerindo que a demora no atendimento à vítima pode ter sido um fator importante para os óbitos. ocasionais, mediante licença ICMBIO/SISBIO n°10751-3, nos períodos menos chuvoso (02/2014) e mais chuvoso (08/2014). Obtiveram-se as seguintes variáveis ambientais e biológicas: temperatura do ar (min=26°C;max=29,4°C) e do substrato (min=24,4°C;max=27,4°C), vegetação (mata-ombrófila/restinga/domiciliar), micro-habitat (tronco/ construção/bromélia/folhagem/serapilheira), maturidade, sexo e táxon dos indivíduos. Coletou-se 48 indivíduos, todos da família Theraphosidae - 33 Ischnocolinae (68,8%); 12 Theraphosinae (25,0%); 3 Aviculariinae (6,2%). Trinta e nove (81,3%) espécimes foram encontrados em áreas de mata ombrófila; 7 (14,6%) em ambiente domiciliar e 2 (4,1%) em restinga. O tronco foi o micro-habitat mais ocupado (n=20;41,6%), seguido de construção (n=6;12,5%), bromélia (n=5;10,5%), folhagem (n=3;6,2%) e serapilheira (n=3;6,2%). Todos os indivíduos da subfamília Ischnocolinae foram encontrados em tronco, construção e bromélia (n=33;100%), Aviculariinae em folhagem (n=3;100%) e Theraphosinae na serapilheira (n=3;100%). Isso pode ser usado para definir guildas dentro de Theraphosidae. A maioria dos espécimes foi coletada por busca ativa (n=32;66,7%), seguido de pitfall (n=11;22,9%) e encontro ocasional (n=5;10,4%). Dos espécimes encontrados em pitfall, 10 (90,9%) eram machos, que se deslocam mais, contribuindo com a dispersão dos genes. O período diurno (08:00-12:00) foi o menos propício (n=7) e o período noturno (18:00-24:00) foi o mais propício para o encontro de animais (n=31). A maioria das aranhas encontradas à noite estava ativa (n=30,96,7%) e de dia inativas (n=5;71,4%), corroborando seu hábito noturno. Em cativeiro, foi registrada a postura de ooteca por 5 das 6 fêmeas da subfamília Ischnocolinae (n=5;83,3%). Analises da distribuição espacial e do contexto geológico da BTS serão indispensável para entender os processos e padrões de distribuição das migalomorfas na IMC. Palavras-chave: Epidemiologia, Ofidismo, Saúde Pública Financiadores: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Toxinas (INCTTOX) ARANEOFAUNA (ARANEAE:MYGALHOMORPHAE) DA ILHA DO MONTE CRISTO, SAUBARA, BAHIA Palavras-chave: Biodiversidade, Mygalomorphae, Ilha, Baia de Todos Financiadores: PIBIC/UFBA/CNPq Vincent Malheiros Knaebel 1, Silvanir Pereira Souza 1, Rejâne M. Lira-da-Silva 1 1 Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto de Biologia,Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40.170-210. Vincent Malheiros Knaebel vincent- [email protected] HISTÓRIA NATURAL DE PHONEUTRIA BAHIENSIS SIMÓ & BRECOVIT, 2001 EM AMBIENTE INSULAR (ILHA DE MONTE CRISTO, SAUBARA, BAHIA). Desde o séc. XVIII ambientes insulares despertam interesse e seus estudos fornecem modelos para o entendimento de processos ecológicos e evolutivos. As restrições características desses ambientes tornam-lhes ótimos laboratórios para compreender esses processos. São escassos os estudos sistemáticos sobre a diversidade de invertebrados em ilhas, tais como a Classe Arachnida. As aranhas Mygalomorphae parecem ser um bom modelo para estudos em ambientes insulares, por sua baixa capacidade de dispersão e alto sedentarismo. Objetivamos contribuir com o conhecimento sobre as Mygalomorphae da Ilha de Monte Cristo (IMC), Saubara (BA), localizada no Rio Paraguaçu, na Bahia de Todos os Santos (BTS), de 1.832.677m2, com mata ombrófila em estágio secundário de regeneração, restingas, manguezais e apicuns, clima quente (média de 27°C), úmido (média de 83%) e alto índice pluviométrico (média de 2.100mm/ano). Utilizouse o Rapid Assessment Process para o inventário e para a coleta, armadilhas de queda, busca ativa e encontros Ivson Santos Gomes1, Silvanir Pereira Souza1, Rejâne M. Lira-da-Silva1 Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40.170-210. 1 [email protected] As 8 espécies de Phoneutria estão divididas em 2 grupos: FERA (P. bahiensis e as espécies amazônicas P. fera, P. reidyi e P. boliviensis) e NIGRIVENTER (P. pertyi, P. keyserlingi, P. nigriventer e P. eickstedtae). Na Bahia há 2 espécies, P. nigriventer e P. bahiensis, esta última endêmica da Mata Atlântica (registrada para Bahia e Espírito Santo e distribuição modelar da Paraíba ao Rio de Janeiro), considerada vulnerável e deficiente em dados. Neste sentido, objetivamos estudar a história natural de P. bahiensis, registrada recentemente por Gomes et al. 56 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil em ambiente insular. A área de estudo foi a Ilha de Monte Cristo/IMC (12°50’S; 38°38’W), Saubara/Bahia/Brasil, com 1.832.677m2, vegetação Mata Atlântica, clima quente e úmido. Foram realizadas buscas ativas durante 41 dias, entre 17/02 a 14/03/2014 (período menos chuvoso/ PMC(b)) e 04 a 21/08/2014 (período chuvoso/PC(b)), de dia e à noite. A temperatura ambiente no encontro das aranhas variou pouco ao longo do dia, nos dois períodos: No PMC(b) variou de 26,1-27.8oC durante o dia e de 24,227,2oC à noite e no PC(b), de dia entre 21-24.7oC e à noite de 21,1- 25,1oC. Capturou-se 37 espécimes (16 fêmeas, 10 machos e 11 juvenis), mediante licença ICMBIO/ SISBIO n. 43269-1. Vinte e cinco (67,6%) indivíduos foram coletados no PC(b) e 12 (32,4%) no PMC(b) e avistados entre 12h00min e 01h05min. Em ambos os períodos, as aranhas foram coletadas principalmente à noite(b) – n=32 (86,5%); 23 (71,9%) no PC e 9 (28,1%) no PMC; forrageando e/ou caçando(b) – 20 (80%), no PC(b) e 9 (75%) no PMC(b); e na mata(b) – 32 (86,5%), 23 (71,9%) no PC(b) e 9 (28,1%) no PMC(b). Também registramos a ocorrência de aranhas-armadeira em ambientes de restinga (n=3, 8,1%) – 2 no PMC(b) (66,7%) e 1 (33,3%) no PC(b) e domiciliar (n=2, 5,4%) – 1 (50%) no PMC(b) e 1 (50%) no PC(b), este último em encontros ocasionais. Bromélias representaram o micro-habitat mais frequentes (n=26, 70,2% – 20 (80%) no PC(b) e 6 (50%) no PMC(b), na altura máxima de 1,90m. Onze (29,8%) indivíduos foram encontradas deslocando-se na serrapilheira ou no ambiente domiciliar. Quanto à alimentação, registramos em campo a predação de Goniopsis cruentata (Latreille, 1802), um pequeno caranguejo típico das regiões estuarinas tropicais e subtropicais. O clima úmido com temperaturas mais amenas contribuem para o encontro mais freqüente destas aranhas, apoiando a inclusão de P. bahiensis no grupo das espécies amazônicas, cujo clima é similar, apesar da maior heterogeneidade de habitat. borda). O estudo foi realizado em uma lagoa permanente, de 44.5m de comprimento por 20m de largura, da Ilha do Monte Cristo (Saubara, Bahia, Brasil). O levantamento foi realizado através de busca ativa limitada por tempo ao longo da borda (até 1.10m de profundidade) e meio (a partir de 1.20m de profundidade) no período noturno com um esforço de coletor de cinco pessoas (60 min/área). Para verificar as diferenças entre as abundâncias e a proporção de indivíduos coletados foram realizados um teste t e quiquadrado de contingência. Coletou-se 83 espécimes, 38 na borda e 45 no meio da lagoa. Das 11 morfo-espécies registradas (seis famílias), 7 foram exclusivas para a borda da lagoa. O resultado concorda com o pressuposto que a fauna das ilhas seria mais pobre em espécies, quando comparada à fauna próxima a área-fonte. Dolomedes sp.1 foi a mais abundante (48 indivíduos) e única presente em ambos os sistemas. As morfo-espécies que conseguem coabitar no meio da lagoa são as capazes de vencer barreiras físicas da lagoa e “caminhar” entre/sobre as macrófitas, sendo também exímias caçadoras ativas ou por emboscada de pequenos vertebrados e invertebrados aquáticos. Para araneofauna em ambientes isolados, poderíamos supor como fator limitante da diversidade, os diferentes recursos alimentares (terrestres e aquáticos) e as adaptações que se impõem as espécies que disputam esses recursos. Portanto, quanto mais próximo da borda da lagoa, maior a diversidade das espécies, onde os recursos são menos restritivos. O meio da lagoa suporta uma araneofauna de composição distinta da fauna da borda e pode ser um modelo de ilha strictu sensu. Precisamos testar se essa diferença pode estar associada aos padrões de variação espacial e temporal da lagoa. Palavras-chave: biogeografia de ilhas, araneae, semiaquática RESULTADO PARCIAL DO LEVANTAMENTO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS NO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU Palavras-chave: Araneae, História Natural, Bahia Fauna de animais peçonhentos NUM “MAR” DE ÁGUA DOCE: O MEIO DE UMA LAGOA SERIA UMA ILHA PARA ARANEOFAUNA? Izenita de Oliveira Barbosa Brum, Taciane Cristina Lopes Paula, Alessandro da Silva Almado Ferreira, Fábio Moura Camara, Victor Cavalcante Basílio Silvanir Pereira Souza1, Rejâne Maria Lira-da-Silva1 O presente trabalho tem por objetivo fazer um levantamento de animais peçonhentos e mostrar a importância do Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu, localizado entre as cidades de Nova Iguaçu e Mesquita na Baixada Fluminense e ainda tendo parte na cidade do Rio de Janeiro, possuindo 1.100 hectares de uma longa jornada entre o crescimento desordenado das cidades e a proteção da biodiversidade que se aloja na unidade. Acidentes com animais peçonhentos são considerados um problema de Saúde Pública no Brasil, e em muitas partes do mundo, mesmo em áreas urbanizadas. Tanto os campos agrícolas, como as áreas vegetadas ou as cidades, oferecem uma variedade de nichos para abrigar vertebrados ou invertebrados. A geração de lixo devido às diversas atividades humanas nos grandes centros urbanos é um problema constante na atualidade, devido à falta de infraestrutura é comum encontrar lixos, entulhos e resíduos 1 [email protected] Universidade Federal da Bahia [email protected] A Teoria da Biogeografia de Ilhas (TBI) pressupõe que o número de espécies diminui com o grau de isolamento da ilha. O termo ilha, portanto, se aplica a sistemas variados, em escalas do macro ao micro. Se uma única lagoa possui grande variação espacial e limnológica, poderia o meio de uma lagoa ser uma ilha? Para uma área se caracterizar como ilha deverá ser apta para testar predições à luz da TBI. Aranhas podem ser utilizadas como modelo de colonização e diferenças entre comunidades nestes sistemas. Dessa forma, objetivamos verificar se existem diferenças na abundância e estrutura da composição de famílias em uma comunidade de aranhas em dois sistemas, um isolado (meio da lagoa, distante da área-fonte) e o outro não (a 57 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil jogados nas ruas e em terrenos baldios. Esses resíduos sólidos urbanos ocupam papel estratégico na estrutura epidemiológica de uma comunidade, pois acabam gerando um ambiente propício à proliferação de vetores de doenças e o aparecimento de animais peçonhentos. Com grande potencial biológico e pouco explorado, onde não existem muitas informações sobre a fauna do Parque além do que os moradores do entorno relatam entre histórias e muitas impressões culturais, despertou o interesse em realizar o primeiro levantamento de animais peçonhentos na área. A captura e a coleta dos espécimes foram feitas com auxílio de pinças, ganchos e principalmente busca-ativa. Após as coletas de alguns animais, foram tirados fotos e levados para a curadoria no Museu Nacional do Rio de JaneiroUniversidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Foram registrados no Parque, animais de grande importância como: Bothrops jararaca, Micrurus corallinus, Phoneutria sp., Loxosceles sp., Tityus serrulatus entre outros que no caso são de grande importância médica. em cada; em 5 (23%) apenas adultos e em 4 (18%) a ocorrência de filhotes compartilhando a mesma bromélia com outro filhote (n=2) ou com adulto (n=2). Caranguejos da espécie Goniopsis cruentata (Latreille, 1802), foram observados em todas as bromélias com a ocorrência de aranhas adultas, sendo considerados um importante item alimentar. Em apenas uma das bromélias ocorreu ooteca. Não houve diferença entre a média de temperatura no interior das bromélias e a temperatura média do ambiente. Concluímos que as bromélias representam micro-habitats importantes no ambiente insular para P. bahiensis , pois oferecem abrigo, proteção, disponibilidade de água e presas. As temperaturas do ar e do interior da bromélia, não interferem na presença de jovens, adultos, machos ou fêmeas; adultos parecem preferir bromélias em que se observa acúmulo de água. Encontramos adultos e filhotes compartilhando o mesmo micro-habitat, mas não observamos aranhas adultas na mesma bromélia, reforçando seu comportamento territorialista. Sugerimos maiores investigações sobre a história natural e bioecologia desta espécie, especificamente quanto à seleção de habitat. (i) (i) (i) Palavras-chave: Peçonhentos, Parque e importância USO DE BROMÉLIAS (BROMELIACEAE) COMO MICRO-HABITAT POR PHONEUTRIA BAHIENSIS (ARANEAE; CTENIDAE) EM AMBIENTE INSULAR (i) Palavras-chave: Araneae, História Natural, Bahia COLABORAÇÃO DO NUROF-UFC NAS PESQUISAS DE TOXINOLOGIA DE SERPENTES NATIVAS DA CAATINGA CEARENSE Milena Santos Soeiro1, Ivson Santos Gomes1, Rejâne M. Lira-da-Silva1 Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de Geremoabo, n. 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador, Bahia, Brasil, 40.170-210. 1 Roberta da Rocha Braga1, Diva Maria Borges-Nojosa1 -Universidade Federal do Ceará, Núcleo Regional de Ofiologia da UFC, Campus do Pici, Bloco 905, CEP 60.440-554, Fortaleza, Ceará. 1 [email protected] As restrições características do ambiente insular permitem que espécies que ali habitam apresentem peculiaridades relativas ao seu hábito de vida, quando comparadas com espécies continentais, tornando esses ambientes laboratórios naturais. As aranhas do gênero Phoneutria são noturnas, errantes e podem ser encontradas tanto em áreas naturais quanto antropizadas. Phoneutria bahiensis Simó & Brescovit, 2001 é endêmica da Mata Atlântica, considerada deficientes em dados e vulnerável. Este estudo objetiva contribuir com o conhecimento sobre a biologia de P. bahiensis no ambiente insular. As atividades de campo foram realizadas durante 3 dias no turno noturno (18-22h), por 5 coletores (esforço de coleta de 12h) e no período chuvoso (agosto/2014), através de licença concedida pelo ICMBIO/SISBIO n. 43269-1. Amostramos 4 pontos, onde todas as bromélias (n=32) foram mapeadas e vistoriadas para registrar a ocorrência de aranhas, ooteca e possíveis presas. A temperaturas média do ar foi 21,8°C, sendo que 72% (n=16) das bromélias com registro de aranhas encontravam-se no solo e com média da coluna de água em seu interior de 3,6cm. Das 32 bromélias visitadas, em 22 (69%) observou-se a presença de P. bahiensis, totalizando 26 espécimes, 19 jovens (75%) e 7 adultas (25%), metade machos e metade fêmeas. Todas as bromélias com indivíduos adultos (n=7) estavam no solo e com coluna de água; encontramos jovens habitando bromélias que estavam até 1,28m do solo. Destas 22 bromélias, em 13 (59%) foi registrado apenas 1 filhote [email protected] O Núcleo Regional de Ofiologia da Univ. Fed. Do Ceará (NUROF-UFC) dá suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão em cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Ceará e em outras instituições. Na última década, o Departamento de Farmacologia da UFC vem realizando pesquisas com toxinas dos viperídeos nativos do plantel do NUROF, como Crotalus durissus cascavella, Bothrops lutzi e B. erythromelas, e mais recentemente com o colubrídeo Philodryas nattereri. O objetivo deste trabalho foi fazer um histórico da participação do NUROF nas pesquisas em farmacologia dos venenos realizadas na última década no Ceará. O veneno tem sido coletado nas dependências do NUROF, utilizando as técnicas indicadas pela literatura. As cascavéis são contidas fisicamente e têm seu veneno coletado por extensão de suas presas solenóglifas em becker com membrana plástica, seguidas de pressão digital nas glândulas de veneno. O veneno das jararacas é coletado da mesma forma, sendo que as mesmas são contidas quimicamente com dióxido de carbono antes da extração. Para a coleta de toxinas de P. nattereri , as serpentes são contidas fisicamente com gancho herpetológico e imobilizadas pela técnica dos três dedos, sendo em seguida empregada a coleta diretamente da presa opistóglifa com tubo capilar hematológico. As pesquisas se iniciam pelo efeito dos venenos brutos. O veneno bruto de C. d. cascavella mostrou ter ação (i) (i) (i) 58 (i) 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil MÉTODO CLÁSSICO PARA MONTAGEM EXPOSITIVA DE ESQUELETOS DE OFÍDIOS PEÇONHENTOS hipotensora, de forma indireta, dose-dependente em ratos, com envolvimento fisiológico do óxido nítrico. As ações antiparasitárias e antimicrobianas do veneno bruto de B. lutzi foram testadas, obtendo-se efeito inibitório em colônias de Staphylococcus aureus, promastigotas de Leishmania amazonenses e L. chagasi, e epimastigotas de Trypanosoma cruzi. O estudo da variação intraespecífica do veneno de B. erythromelas, nos aspectos farmacológicos e de proteômica, está em andamento desde o ano de 2011. Os estudos de caracterização inicial e efeitos biológicos de toxina de Philodryas nattereri encontraram, in vitro, ações hipotensoras e lesão aos túbulos renais; in vivo, foi verificada ação inflamatória e mionecrose. A atividade antimicrobiana in vitro foi significativa para S. aureus, Pseudomonas aeruginosa e Salmonella spp . Baseando-se no histórico de publicações com a participação do NUROFUFC na última década, conclui-se que sua colaboração tem sido efetivamente positiva nas pesquisas toxinológicas, importantes não somente para a farmacologia, como também para uma ampliação do ponto de vista da medicina, da biotecnologia e da conservação das serpentes. (i) Fábio Azevedo Khaled Abdel Rahman1, Carlos Rodrigues de Moraes Neto1, Pedro Henrique Reis Cabral1, Cláudio Machado2,Breno Hamdan2, Tyelli Ramos2, Nathalie Citeli2 1 Instituto Vital Brazil – IVB fabiokhaled @hotmail.com; [email protected] O uso de molas caracteriza um método clássico de montagem de esqueletos e atualmente encontra-se carente de referências bibliográficas atualizadas e paralelamente a isso, vem caindo em desuso. Especificamente em ofídios peçonhentos, o método é importante por facilitar estudos anatômicos, deixando em exposição todo o aparato inoculador de veneno e permitindo a observação de estruturas craneanas do espécime; além de viabilizar o trabalho com divulgação em exposições de história natural. O presente estudo objetiva a revitalização da técnica de montagem de esqueletos através do uso de molas para o preparo expositivo, permitindo a articulação e remoção de complexos ósseos para análise. Na referida técnica, o animal foi taxidermizado e posteriormente tratado em dermestério, para que ocorra a remoção da musculatura e limpeza do esqueleto. Caso o exemplar seja proveniente do meio líquido, e tenha sido preservado com formalina 10%, este deve ser tratado com maceração química com carbonato de potássio. Em seguida, foi feita assepsia do esqueleto com água corrente e sabão neutro. O esqueleto foi imerso em álcool 70% por 48 horas e então posto em bandeja para secagem à sombra. Um arame galvanizado revestido com algodão hidrófobo, com a finalidade de alinhar o eixo axial, transpassou todos os forâmens vertebrais. Nas vértebras caudais, as quais não apresentam forâmen vertebral, o corpo vertebral foi perfurado com broca de mesmo diâmetro do arame. Com a utilização de microretificadeira manual com broca de 0,3mm. Foram proferidas perfurações pontuais nas articulações das costelas junto aos processos vertebrais, não havendo comprometimento para com os acidentes ósseos. Através desses orifícios, arames de cobre serviram como ponte fixadora de mola entre as costelas e as vértebras. Devido ao fato do crâneo ser composto por ossos diminutos, foi utilizado cola adesiva instantânea de baixa viscosidade. O esqueleto foi fixado em uma base de acrílico com uma coluna de mesmo material para apoio. A técnica descrita é uma ferramenta eficiente para estudos anatômicos e mostrou-se eficaz no preparo de ofídios peçonhentos, mesmo esta sendo relativamente antiga. Através dela, foi possível reconstituir o exemplar com fidelidade anatômica, ressaltando caracteres de interesse, além de reconstituir com fidelidade os complexos morfológicos ósseos do exemplar. (i) (i) 2 2 (i) (i) Museu Nacional – MN/UFRJ; (i) Palavras-chave: Serpentes; Peçonhentos; NUROF-UFC História e memória sobre os trabalhos com animais peçonhentos FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS... DE UM DESBLOQUEIO EPISTEMOLÓGICO AO PIONEIRISMO NA PESQUISA EM MINAS GERAIS SOBRE O ESCORPIÃO Sidney José do Carmo Fundação Ezequiel Dias [email protected] www.funed.mg.gov.br Proponho uma reflexão situando à instalação de um instituto de pesquisa em terras mineiras na recém criada capital do Estado.A cidade de Belo Horizonte já nascia com o compromisso de ser moderna para que respondesse aos anseios da nova república. E tal como símbolo de modernidade a ciência é a que mais se enquadraria para este ideal. Neste aspecto a saúde pública, motivo de preocupação dos agentes políticos e médicos que pretendiam sanear o país, viria ser o corolário deste empreendimento ao conferir novas técnicas no que tange aos desafios que poderiam ser respondidos pela ciência. Assim, em 1907,é instalada a Fundação Ezequiel Dias como primeira filial do Instituto Oswaldo Cruz prestando serviços de saúde pública, destacando-se na pesquisa com antivenenos e especialmente seu pioneirismo nos estudos voltados sobre o escorpião amarelo, o Tityus serrulatus. Se por um lado a microbiologia dava a tônica da vez, coube a Fundação Ezequiel Dias promover e aplicar o “desbloqueio microbiológico” (Micheul Foucault) para aliar serviços de saúde e, sobretudo como chegou a ser a primeira instituição no Estudo da estrutura e função das toxinas animais. Palavras-chave: Preparação de esqueleto, Viperídeos, Anatomia óssea Venenos e Antivenenos AS NATTERINAS SE LIGAM AOS RECEPTORES TLR4 E MODULAM A VIA DE SINALIZAÇÃO PI3K/AKT IMPORTANTES Palavras-chave: ciência, história, saúde pública. 59 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil NA DEGRADAÇÃO AUTOFAGOSSOMICA DOS RECEPTORES DE KC AN ALTERNATIVE MICROMETHOD TO ASSESS THE PROCOAGULANT ACTIVITY OF BOTHROPS JARARACA VENOM AND THE EFFICACY OF ANTIVENOM. Marcio Jose Ferreira, Carla Lima, Mônica Lopes- Ferreira Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil marcio. [email protected]; [email protected]; monica. [email protected] Nancy Oguiura1, Josana Kapronezai1, Thayane Ribeiro1, Marisa MT Rocha2, Carlos R Medeiros3, José R Marcelino4, Benedito C Prezoto5. 1 Ecology and Evolution Laboratory; 2Laboratory of Herpetology; 3 Vital Brazil Hospital; 4Immunology Service; 5Laboratory of Pharmacology. Estudos anteriormente desenvolvidos pelo nosso grupo mostraram que as Natterinas, proteínas majoritárias do veneno de Thalassophryne nattereri possuem atividade antagonista inibindo o rolamento, a migração e o recrutamento de leucócitos para sítios de inflamação induzidos por LPS (ligante de TLR4) e também inibem os efeitos de KC (ligante do receptor heptatransmembranoso CXCR2). O efeito inibitório das Natterinas é dependente da via de sinalização TLR/MyD88/PI3K com a participação de proteínas da família serina/treonina fosfatases (PP1), contribuindo de forma significativa na sobrevida de animais com choque endotóxico por LPS.O objetivo deste trabalho é ampliar os mecanismos utilizados pelas Natterinas na atividade anti-inflamatória e no controle da sepsis. Verificamos que o recrutamento de neutrófilos para a cavidade peritoneal de animais com sepsis ( S. abortus equi , 30 mg/Kg) foi inibido pelas Natterinas dependente de PI3K e IPP. O aumento na sobrevida dos animais e a inibição da produção de IL-6 induzida pelas Natterinas foi totalmente dependente de PI3K. A redução dos níveis de MCP-1 e a inibição do influxo de neutrófilos para o pulmão independe de PP1 ou PI3K. Tratando previamente animais com anticorpo bloqueador da porção 50-190 de TLR4, ou bloqueando a translocação do reticulo endoplasmático para o golgi, observamos por microscopia intravital que a inibição do rolamento de neutrófilos depende da ligação das Natterinas à superfície côncava da porção N-terminal de TLR4, da internalização do complexo e posterior reexposição membranosa. Inibindo transientemente a ativação de PI3K/classeIII/mTOR pelo tratamento prévio com 3-metiladenine, um regulador chave de autofagia verificamos que a inibição induzida pelas Natterinas foi revertida. Análises de western blot no músculo cremaster dos camundongos mostram que as Natterinas diminuem a fosforilação de proteínas intracelulares da sinalização de KC como p-38MAPK (tyr180/182) e JNK (thr183/tyr185) e aumentam a fosforilação de ERK1/2 (thr202/tyr204) e AKT (ser473). Os níveis de TLR4 no cremaster foram diminuídos após o tratamento com as Natterinas. Podemos concluir que o efeito anti-inflamatório das Natterinas é dependente da sua ligação aos receptores TLR4, que após internalização e reexposição membranosa modulam a atividade de proteínas da via de sinalização PI3K/AKT importantes na degradação autofagossomica do receptor de quimiocina. The assessment of the capacity of antivenoms to neutralize the lethal activity of snake venoms still relies largely on traditional rodent lethality assay (LD50), a time-consuming and expensive test that causes animal suffering and requires a large quantity of venom and animals. Validated in vitro tests are important for assessing antivenom neutralizing capacity in plasma of immunized horses as well as for in-process quality control. Considering the procoagulant activity of Bothrops jararaca venom in in vitro assays with mammalian plasma and the slow dynamics of fibrin formation in recalcified avian plasma, we propose a new coagulant assay. The main objective was to verify whether the coagulation process can be triggered (in a dose-dependent pattern) in chicken plasma samples after preincubation with B. jararaca venom, both in presence and absence of the antibothropic serum (ABS), by using the ROTEM assay. The clotting time (CT) parameter of the ROTEM profile of recalcified chicken plasma samples against semi-logarithmic doses of B. jararaca venom, either in absence or in presence of the semi-logarithmic doses of anti-bothropic serum (ABS) was evaluated. The mean coagulant dose 50% (CD50) was defined as the quantity of venom (in μg) which reduces CT to 900 s, between minimum and maximum responses. The CT induced by 5CD50 of the venom was used as the control for calculating the effective dose (ED) of each batch of ABS. ED was defined as the ABS dose (nanoliters, nL) at which CT induced by one amount of venom corresponding to 5CD50 is displaced to the maximum threshold (1800 s). The CD50 of the pool venom used in this work was 0,22±0,07 μg (n=5). Five batches of the ABS, previously assayed for their lethality neutralizing activity (ED50) were assayed. The correlation coefficient (r) between both in vitro (ED) and in vivo (ED50) values was 0.87 (p < 0.05). We propose this micro method as highly sensitive for characterization and quantification of possible procoagulant activity of small doses of snake venoms (ng) and for detecting small doses (nL) of specific antibodies against this effect in little volume samples of biological fluids. Palavras-chave: Natterinas, Inflamação, TLR, PI3K/classeIII/mTOR Key words: thromboelastometry, chicken plasma, neutralization Financiadores: FAPESP (2003/13751-2; 2012/50294-8; 2013/07467-1; 2012/51135-0) e CNPq. Supported partially by FAPESP 2010/08580-8 and Fundação Butantan. T. Ribeiro was fellow of PIBIC/CNPq. Butantan Institute, São Paulo, Brazil [email protected] (i) (i) 60 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil AVALIAÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS DE ERYTHROXYLUM SPP. NA NEUTRALIZAÇÃO DE ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE VENENO DE LACHESIS MUTA A PEÇONHA DO BAGRE PIMELODUS MACULATUS POSSUI ATIVIDADE INFLAMATÓRIA E TÓXICA E CAPAZ DE ALTERAR A HEMODINÂMICA DA MICROCIRCULAÇÃO DE CAMUNDONGOS Eduardo Coriolano de Oliveira1, Rodrigo Alves Soares Cruz1, Eládio Oswaldo Flores Sanchez2, Leandro Machado Rocha1, André Lopes Fuly1* Felipe Martins1, Tais Matozo de Souza1, Jéssica Giehl de Araújo1, Carolina Polonio1, Vidal Haddad Junior2, Carla Lima1, Mônica Lopes-Ferreira1 Universidade Federal Fluminense, Brasil; 1 2 1 Fundação Ezequiel Dias, Brasil [email protected] O envenenamento ofídio é um importante problema de saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento. O veneno das serpentes é composto por uma complexa mistura de substâncias responsáveis por diversos efeitos biológicos, como dor, edema, necrose, distúrbios hemostáticos, cardiotoxicidade, e insuficiência renal. O tratamento preconizado é a soroterapia realizada através da administração intravenosa do soro hiperimunizado específico. Entretanto, este tratamento não neutraliza os efeitos locais (necrose tecidual e hemorragias locais) provocados pelo veneno da serpente, além de causar efeitos adversos variados, podendo inclusive evoluir a choque anafilático e óbito. Por essa razão, a busca por tratamentos alternativos e/ou complementares se faz necessário. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito do extrato etanólico de caule de Erythroxylum ovalifolium (Eo-cl) e suas partições em acetato de etila (Eo-cl-AcE) e diclorometano (Eo-cl-DiM), bem como, do extrato etanólico de E. subsessile (Es-cl) e suas partições em hexano (Escl-Hex), acetato de etila (Es-cl-AcE), diclorometano (Escl-DiM), butanol (Es-cl-But) e água (Es-cl-Aq) contra as atividades biológicas coagulante, proteolítica, hemolítica e hemorrágica do veneno de Lachesis muta. Eo-cl e Escl prolongaram em 4,3 vezes e 6,42, respectivamente, o tempo de coagulação plasmática induzida pelo veneno de L. muta, quando comparados com o tempo controle (veneno + NaCl). As partições testadas não foram capazes de prolongar este tempo com a mesma eficácia, destacando-se a partição Eo-cl-AcE que dobrou o tempo de coagulação e as partições Es-cl-But e Es-cl-Aq que prolongaram, respectivamente, em 4,67 e 3,77 este tempo. Eo-cl, Eo-cl-AcE e Eo-cl-DiM inibiram a proteólise induzida pelo veneno de L. muta em 72,0 %, 73,1 % e 86,2 %, respectivamente. De modo semelhante Es-cl, Es-cl-But e Es-cl-Aq inibiram, respectivamente, 86,1 %, 99,5 % e 95,0 % a proteólise induzida pelo veneno. A hemólise induzida pelo veneno de L. muta foi inibida em 88,8 % e 95,6 %, respectivamente, pelos extratos Eo-cl e Es-cl. Além disso, as partições Eo-cl-AcE, Es-cl-AcE, Es-cl-But e Es-cl-Aq foram capazes de inibir a hemólise em, aproximadamente, 80 %. Os extratos Es-cl, Eo-cl-Ace, Eo-cl-DiM, Es-cl-But e Es-cl-Aq protegeram os camundongos da hemorragia local induzida pelo veneno. Os extratos Eo-cl e Es-cl-DiM inibiram a hemorragia em 78 %. Nossos resultados demostram que as espécies vegetais E. ovaifolium e E. subsessile podem ser fontes promissoras de inibidores de enzimas envolvidas nas principais atividades biológicas do veneno de L. muta. Unidade Imunorregulação,Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo 2Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista, Botucatu, Brasil Pimelodus maculatus da família Siluriforme é um peixe ósseo de couro de comprimento aproximado de 44 centímetros sem escamas com 3 a 5 conjuntos de grandes manchas ao longo do corpo. Apresenta 3 pares de espinhos nas nadadeiras dorsal, caudal e adiposa, ocorrendo esporadicamente nas nadadeiras ventral, anal ou peitoral. É uma espécie de ampla distribuição geográfica na América do Sul, sendo encontrado com maior frequência nas bacias do rio Paraná e do rio São Francisco. Os bagres destacam-se por causar um grande número de acidentes no Brasil, porem a importância toxinológica da secreção dos espinhos do P. maculatus não está definida. O objetivo deste trabalho foi investigar se a secreção dos espinhos do P. maculatus pode ser considerada um peçonha. Os peixes (6 espécimes) foram coletados em Santos (São Paulo, Brasil). A extração da secreção foi realizada por raspagem dos espinhos cortados em sua base com alicate da nadadeira dorsal e peitorais e foi utilizada a microscopia intravital (Axio Imager A.1, Carl-Zeiss, Germany) para estudar as interações leucócito-endotélio como os eventos de rolamento, adesão e migração em vênulas pós-capilares, a ação em fibras musculares, hemorragia e estase. Por eletroforese gel de poliacrilamida 4 a 14% observamos que a secreção (10 g) apresenta 13 bandas variando de 4,1 a 98 kDa, sendo 6 bandas em torno de 30,5 a 98 e 2 bandas em torno de 4,1 a 5,2 kDa as mais intensamente coradas. Nossos resultados mostram que a secreção, aplicada topicamente no cremaster (10 g/20 L) é capaz de induzir aumentado (4x) rolamento de leucócitos em relação aos animais controle negativos (PBS estéril) no tempo de 10 min, intensificando (6x) em 20 min e permanecendo assim até o final da observação (30 min). Ainda se observa que a secreção induziu em 10 min hipercontração miofibrilar, em 20 min a formação de trombos em vênulas de pequeno calibre, e em 30 min provocou parada do fluxo sanguíneo nas vênulas e arteríolas de pequeno calibre. Em conjunto nossos resultados mostram pela primeira vez a existência de proteínas e peptídeos na secreção dos espinhos do peixe Pimelodus maculatus com atividade inflamatória e tóxica e capaz de alterar a hemodinâmica da microcirculação, podendo ser considerado peçonhento. Palavras-chave: Pimelodus maculatus, peçonhento, inflamação, trombos Palavras-chave: Acidentes Ofídicos, Antiveneno, Plantas Antiofídicas Financiadores: Fapesp (2013/13751-2, 2013/07467-1) e CNPq 61 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil AS NATTERINAS ANTAGONIZAM A ATIVAÇÃO DOS RECEPTORES TLR1/ TLR2, TLR2/TLR6 E TLR5 AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DO VENENO BOTRÓPICO UTILIZADO NA ROTINA DE IMUNIZAÇÃO DOS EQUINOS NA FAZENDA VITAL BRAZIL Jéssica Giehl de Araújo 1, Carla Lima 1, Mônica Lopes-Ferreira 1 1 Patrícia Neves Castanheira de Souza1, Marcelo Abraão Strauch1,2, Leonora Brazil Más1, Ricardo Teixeira1,3, Paulo de Assis Melo2, Carlos Correa Netto1,3 Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil Jéssica Giehl de Araújo, [email protected]; Carla Lima, [email protected]; Mônica Lopes-Ferreira, monica. [email protected] 1 2 3 Dados recentes de nosso grupo demonstram uma importante ação antagonista das Natterinas (toxinas majoritárias do veneno do peixe Thalassophryne nattereri) no rolamento de leucócitos na microcirculação de camundongos Swiss induzido pelo agonista de TLR4 LPS. Sabendo da importância da identificação de novas moléculas com ação antagonista de receptores TLR, nosso objetivo é investigar se as Natterinas conseguem modular o rolamento e a aderência de leucócitos induzidos por outros ligantes de TLR por microscopia intravital. Para isto, camundongos C57BL/6 receberam o tratamento intraescrotal com as Natterinas (0,02 μg/mL em 50 uL). Após 6 h do tratamento, os animais foram anestesiados e tiveram o músculo cremáster exposto para a aplicação tópica de 20 uL dos agonistas de TLR1/TLR2 (Pam3CSK4 a 50 ng/mL), de TLR2/TLR6 (Malp-2 a 50 ng/mL), de TLR5 (Flagelina a 50 ng/mL) e de TLR9 (CPG DNA a 10 ug/mL). A contagem dos leucócitos em rolamento, da aderência e da transmigração foram realizadas a cada 10 min por até 30 min. Observamos que em comparação ao grupo controle Pam3CSK4 induz na microcirculação um aumentado e constante rolamento de leucócitos por até 30 min e o aumentado rolamento induzido por Malp-2 permanece constante por ate 20 min, diminuindo em 30 min. Estes agonistas não induzem aderência ou transmigração de leucócitos. Quando os animais foram previamente tratados, observamos que as Natterinas diminuem acentuadamente em 10 min o rolamento induzido por Pam3CSK4 que fica diminuído até o final; e diminuem por até 20 min o rolamento induzido por Malp-2 e mais intensamente em 30 min. O tratamento prévio com as Natterinas mantém diminuído por ate 30 min o rolamento de leucócitos induzido pela Flagelina, porem este agonista além de induzir um intenso rolamento de leucócitos também induz aumentada aderência em todos os tempos analisados. As Natterinas inibem a aderência induzida pela Flagelina em 30 min. O tratamento prévio com as Natterinas foi eficiente na inibição do rolamento induzido pelo CPG DNA, porem observamos que os animais previamente tratados com as Natterinas e expostos ao agonista apresentaram uma aumentada aderência e transmigração de leucócitos em 10 min. Em conclusão, podemos dizer que a ação antagonista das Natterinas pode ser estendida para os receptores na superfície celular TLR1, TLR2, TLR5 e TLR6 que reconhecem diacil- ou triacillipopeptideos de bactérias gram-positivas e móveis. Instituto Vital Brazil Laboratório de Farmacologia das Toxinas,UFRJ Instituto de Bioquímica Médica - UFRJ Patrícia Castanheira,[email protected] No Instituto Vital Brazil, o Departamento de Antígenos e Cultivo Celular é responsável pelas preparações antigênicas utilizadas na imunização dos equinos para a produção dos soros antiofídicos. Os equinos são mantidos na Fazenda Vital Brazil, localizada na cidade de Cachoeiras de Macacu, a 87 km do DAC-I. Devido a distância entre a fazenda e a sede do IVB, as formulações são preparadas e armazenadas em freezer de 2 a 8°C ou congeladas a -20°C. São levadas para a Fazenda sob refrigeração e inoculadas nos animais, em média após 48 horas do preparo. A qualidade do plasma hiperimune em conter anticorpos neutralizantes está diretamente relacionada com a conservação da estrutura nativa do antígeno inoculado. O veneno de B. jararaca é constituído basicamente de proteínas e peptídeos, sendo uma fonte rica de proteases, podendo chegar a aproximadamente 50% de sua composição. Uma vez expostos a variações de temperatura, sua integridade proteica pode ser comprometida pela atividade dessas proteases, resultando em uma auto degradação do veneno. Dessa forma, os procedimentos de congelamento, resfriamento e armazenamento das soluções de venenos (em especial os proteolíticos) pode comprometer a qualidade dos soros antiofídicos. O objetivo deste estudo foi de avaliar a estabilidade do veneno em diferentes temperaturas de armazenamento, após a diluição em solução salina (0,85%) para imunização. Foi utilizado o veneno de B. jararaca (1mg/ml) nas seguintes condições: Na primeira, o veneno foi solubilizado no momento da realização do teste (controle); nas condições 2 e 3, as soluções de veneno foram preparadas 7 dias e 48h antes dos testes e, respectivamente, mantidas em geladeira (2-8°C) ou congeladas a -20°C. Foram realizados testes in vivo de miotoxicidade, atividade edematogênica e determinação da dose letal (DL50%) para avaliar a atividade do veneno nas três condições estudadas e análises de RPHPLC para identificar padrões de degradação. Nossos resultados parciais demonstram que não houve diferença significativa nas atividades miotóxica e edematogênica entre as diferentes condições estudadas. Os valores de DL50%(μg/20g de camundongo) se mantiveram próximos ao esperado (condições: 1=74,81μg;2=77,31μg e 3=79,05μg). Além disso, os resultados cromatográficos não identificaram produtos de degradação. No entanto, novosexperimentos imunoquímicos deverão ser realizados para avaliar a resposta imune dos equinos nas diferentes condições estudadas. (i) (i) (i) Palavras-chave: TLR, Microscopia Intravital, Rolamento, Aderência Financiadores: Fapesp (2013/21518-8, 2012/50296-8 e 2013/07467-1) e CNPq (i) Palavras-chave: Imunização, Antígeno, B. jararaca, 62 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil AVALIAÇÃO DA CONTRATILIDADE DE TECIDO ISOLADO IN VITRO DE MÚSCULO LISO (ARTÉRIA MESENTÉRICA) EM RATOS WISTAR FRENTE ÀS FRAÇÕES PEPTÍDICAS DO VENENO DA SERPENTE CROTALUS CROTALUS TERRIFICUS compostos predominantemente hidrofílicos e, como evidenciaram efeitos hipotensor e hipertensor para a artéria mesentérica, acredita-se que a prospecção presente de novos candidatos à medicamentos relacionados à pressão arterial está sendo bem desenvolvida. Palavras-chave: serpentes, venenos, pressão arterial. Financiadores: CAPES. AVALIAÇÃO DO EFEITO DO VENENO DA SERPENTE BOTHROPS JARARACA SOBRE A ATIVIDADE (NA+/K+)-ATPÁSICA E DOSAGEM DE MARCADORES DE LESÕES Patrícia da Rocha Mendes1, Helder Veras Ribeiro-Filho2, Patrícia da Fonseca-Magalhães2, Luciana Curtolo de Barros1, Pedro Jorge Caldas Magalhães2,Alexandre Havt Bindá2,Lucilene Delazari dos Santos1 1 Centro de Estudos em Venenos e Animais Peçonhentos – Unesp, Botucatu SP; 2 Departamento de Fisiologia e Farmacologia Universidade Federal de Ceará Luiz Carlos Simas Pereira Junior1, Eládio Flores Sánchez2, André Lopes Fuly1, Luiz Roberto Leão Ferreira1 [email protected] 1 Os venenos de serpentes representam uma mistura complexa, ricos em moléculas biologicamente ativas, que constituem modelos moleculares para o desenvolvimento de estratégias biotecnológicas aplicáveis na geração de agentes terapêuticos. O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade farmacológica em preparações isoladas de artéria mesentérica dos peptídeos presentes no veneno da serpente Crotalus Crotalus terrificus, avaliando a contratilidade de tecido in vitro de músculo liso em ratos Wistar. Quinhentos mg de veneno foram solubilizados em TFA 0,1% e em seguida, centrifugados à 8.000xg por 30 minutos. Por sua vez, os peptídeos foram submetidos à cromatografia líquida de fase reversa na presença de acetonitrila/TFA. Em seguida, as frações peptídicas foram aplicadas em Ratos Wistar foram anestesiados com pentobarbital sódico de 30 a 50mg /kg, via intra-peritonial e em seguida, sacrificados por deslocamento cervical. O tecidos foram montados em câmaras para órgão isolados contendo 5mL de solução fisiológica de Krebs-Henseleit, pH 7,4, mantida aquecida à 37°C. Os tecidos foram atados a um ponto fixo na câmara e à unidade transdutora de força apropriada para registro isométrico das contrações. A tensão basal aplicada ao tecido foi de 0,5g para estabilização. Após um período de equilíbrio, os tecidos foram expostos à solução despolarizante de alta concentração de K+ (60mM), repetidas vezes até que duas respostas de mesma amplitude fossem obtidas. Após, o protocolo de reversão foi realizado na presença das soluções de Phe 0,1uM e Ach 1uM, finalizando com Phe 0,05uM. As curvas de concentração-efeito para o veneno bruto da serpente Cdt e suas frações peptídicas foram obtidas pela exposição da preparação à concentrações crescentes (0,01, 0,1, 1, 10, 100, 200, 300 ug/mL) à solução fisiológica de KrebsHenseleit normal na câmara de banho, para avaliação de seus efeitos sobre o tônus basal da artéria mesentérica isolada. Após a realização da curva concentração-efeito, o tecido foi lavado com Verapamil à 25mM, para avaliar sua integridade. As frações que apresentaram significância estatística (p>0,05) em relação a ação de relaxamento e contração do músculo liso avaliado foram as frações 1 e 3, respecitvamente. Levando em consideração que essas frações peptídicas foram eluídas na presença de 5-10% de acetonitrila/TFA 0,1%, denota-se que, estas apresentam 2 Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ; Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte –MG [email protected] A propriedade bioeletrogênica da enzima (Na+/K+)– ATPase é essencial para manutenção de diferentes processos fisiológicos, tais como a excitabilidade das células nervosas, contração muscular, reabsorção renal do sódio e o controle osmótico do conteúdo celular de água. Alguns trabalhos da literatura têm reportado que os venenos de diferentes animais interferem na atividade (Na+/K+)–ATPásica. Os venenos de serpentes apresentam proteínas em sua composição e as mesmas respondem pelos diferentes efeitos biológicos causados nas vítimas, como cardiotoxicidade, neurotoxicidade, miotoxicidade, hemólise, hipotensão e outros. No presente trabalho, foram avaliados os efeitos do veneno da serpente Bothrops jararaca sobre a atividade (Na+/K+)–ATPásica in vitro (em homogeneizados de cérebro de ratos), bem como os efeitos in vivo da inoculação intraperitoneal de veneno sobre a atividade (Na+/K+)–ATPásica em extratos de cérebro e rim de camundongos. A concentração de proteína nos homogeneizados foi determinada pelo método descrito por Bradford (1976). A atividade (Na+/K+)– ATPásica, determinada pelo método modificado de FiskeSubbarow(1925), foi definida como a geração de Pi sensível a 1mM de ouabaína. Os resultados dos experimentos in vitro demonstraram que o veneno de B. jararaca reduziu a atividade (Na+/K+)–ATPásica na concentração de 0,4mg/mL, apenas na condição de concentração subsaturante de ATP. Os resultados dos experimentos in vivo demonstraram que a inoculação intraperitoneal da dose de 2mg/kg do veneno de B. jararaca não afetou a atividade (Na+/K+)-ATPásica de homogeneizado de rim e cérebro de camundongos nos quatro intervalos de tempo analisados pós-inoculação (6, 12, 18 e 24 horas). Na dose de 3,33 mg/ kg houve alteração significativa da atividade (Na+/K+)ATPásica nos extratos de cérebro e rim, apenas no intervalo de 24 horas. Observamos, ainda, alteração significativa na dosagem das enzimas plasmáticas, creatina quinase e desidrogenase láctica, após 18 horas da inoculação da dose de 2 mg/kg do veneno, enquanto a creatinina aumentou após 24 horas da inoculação. Na dose de 3,33 mg/kg foi observado aumento significativo na atividade plasmática da enzima desidrogenase láctica, após 6 horas de inoculação do veneno. Dessa forma, percebemos que em doses elevadas o veneno da serpente Bothrops jararaca é capaz de modular a atividade (Na+/K+)–ATPásica tanto (i) (i) (i) (i) (i) 63 (i) 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil CARACTERIZAÇÃO GELATINOLÍTICA E FIBRINOGENOLÍTICA DE PROTEASES DO VENENO DA PSEUDECHIS AUSTRALIS nos ensaios in vitro quanto nos ensaios in vivo e que alterações nos marcadores de lesões nos intervalos de tempo estudados só foram observadas em menor dose do veneno. Palavras-chave: Enzima, Peçonha, Ofídio. Bruno Baessa Chagas 1 ;Tamara Mieco Fucase 1; Paula Julliana Nishimura 1; Vincent Louis Viala 1; Jose Pedro Prezotto Neto 1; Patrick Jack Spencer 1 Financiadores: CNPq, CAPES, FAPERJ, UFF-FOPESQ. BIOCHEMICAL AND IMMUNOLOGICAL CHARACTERIZATION OF SNAKE VENOMS OF GENUS CROTALUS SPP BASED ON GEOGRAPHICAL DISTRIBUTION 1 Centro de Biotecnologia – Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN) [email protected] Introdução: A serpente australiana Pseudechis australis está presente em quase todo território australiano. Ela está entre as dez espécies mais tóxicas do mundo e seu veneno é predominantemente miotóxico e pró-coagulante, e levemente neurotóxico em humanos. O seu veneno é composto por toxinas como disintegrinas, metaloproteases, fosfolipases A2, inibidores de serionoproteases, CRISP e L-aminoacido-oxidases. O objetivo principal deste trabalho foi isolar e caracterizar parcialmente as proteases deste veneno. Métodos: O veneno bruto foi fracionado por cromatografia de exclusão molecular utilizando uma coluna Superdex 75 10x300 e as frações foram analisadas por eletroforese (SDS PAGE) em condições não reduzidas. A atividade proteolítica (gelatina) destas frações foi analisada por ensaio de zimografia. Ensaios de inibição visaram indicar o tipo de proteases: o EDTA inibe as metaloproteases sequestrando os metais necessários para sua atividade proteolítica e o PMSF inibe de forma específica e irreversível as serinoproteases. Em paralelo, as mesmas frações foram analisadas por teste de atividade fibrinogenolítica em diferentes tempos de incubação. Geralmente, as metaloproteases degradam preferencialmente a cadeia alfa e as serinoproteases degradam preferencialmente a cadeia beta. Resultados: No ensaio de zimografia foram observadas duas bandas com atividade gelatinolítica, provenientes da primeira fração da cromatografia de exclusão molecular. A banda de maior massa foi inibida por EDTA e não por PMSF indicando ser uma metaloprotease. Enquanto que a banda de menor massa foi inibida por PMSF e não por EDTA indicando ser uma serinoprotease. A segunda fração da cromatografia de exclusão molecular apresentou atividade fibrinogenolítica apesar de não apresentar atividade gelatinolítica. Apos 45 minutos de incubação a cadeia beta do fibrinogênio foi clivada indicando haver nessa segunda fração uma serinoprotease. Discussão: Estudos anteriores deste veneno já mostraram a presença de metaloproteases, porém sem nenhuma atividade descrita. Com base na literatura atual, até o momento nenhuma serinoprotease havia sido descrita nesta espécie. A caracterização da atividade proteolítica destas toxinas é um primeiro passo importante na compreensão do papel destas toxinas no processo de envenenamento. Conclusão: No presente trabalho identificamos duas proteases com atividade gelatinolítica sendo uma inibida por EDTA (metaloprotease) e a outra inibida por PMSF (serinoprotease). O ensaio fibrinogenolítico indica a existência de uma serinoprotease não gelatinolítica. (i) José Pedro Prezotto Neto ; Vincent Viala ; Tamara Fucase ; Bruno Baessa Chagas 1; Patrick Jack Spencer 1 1 1 1 Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares- IPEN, Universidade de São Paulo (USP) 1 [email protected] Rattlesnakes are a monophyletic New World group of pitvipers comprising two genera, Crotalus and Sistrurus, which emerged in Mexico, approximately 20 million years ago and colonized most of the American continent. Several authors report that factors such as diet, sexual dimorphism, ontogeny, mutations and geographic distribution can influence the protein composition and consequently the biological activity of venoms. The aim of this work was to carry out a comparative study of enzymatic and immunochemical properties of six species of Crotalus: (C. viridis viridis, C. scutulatus scutulatus, C. Crotalus, C. vegrandis, C. d. collilineatus and C. d. terrificus) . SDSPAGE (15 %) was used to evaluate the venom complexity. Proteolytic activity was analyzed by zymogram SDS gels in the presence and absence of a specific serino proteinase inhibitor (PMSF). Western blots using antibodies against crotoxin, crotamine and jararhagin were carried out to detect cross reactive toxins. All the venoms presented components with a molecular weight (MW) ranging from 120 to 10 kDa. The gelatinolytic activity was observed in all species of Crotalus venoms mainly around 100 – 30 kDa and 25 - 20 kDa with differences in zymogram profile and intensity of substrate degradation. Furthermore, gelatinases with high MW (above 130 kDa) could only be observed in C. Crotalus, C. d. vegrandis, C. d. collilineatus and C. d. terrificus. Addition of PMSF to venom samples, partial and/or total inhibition of enzymatic activity was detected around 40 kDa (C. v. v.), 37 kDa (C. v. v. and C. s. s.) and 17 kDa (C. d.). The immunochemical assays demonstrate high immunoreactivity of anti-crotoxin against Crotalus spp. venoms mainly in C. s. s., C. d. v., C. d. c. and C. d. t. venoms, with a diffuse, smeary track, ranging from around 130 to 25 kDa, however, under 25 kDa, only C. d. c. and C. d. t. venoms showed immunoreactivity. Strong stained bands were detected in C. v. v., C. d. c. and C. d. t. venoms using anti-crotamin. When analyzed for immunoreactivity with a anti-jararrhagin, only the C. v. v., C. s. s., C. d. and C. v. venoms displayed positive bands. These data indicate that geographic distribution and the resulting climate and dietary pressure, modulate the composition and relative concentration of specific toxins of Crotalus spp. venom, with delay of expression shutdown of some toxins which are believed to be under ontogenic control, such as crotoxin. (i) (i) Key words: Crotalus, venom, enzymatic activity, antivenom Palavras-chave: Pseudechis australis, veneno, protease, inibição Financial Support: CAPES Financiadores: CAPES 64 (i) 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil CLINICAL MANIFESTATIONS AND EXPERIMENTAL STUDIES ON THE SPINE EXTRACT OF THE TOADFISH PORICHTHYS POROSISSIMUS. ENSAIO CLÍNICO FASE I/II PARA AVALIAR A SEGURANÇA, A CAPACIDADE NEUTRALIZANTE E CONFIRMAR A MENOR DOSE EFICAZ DO SORO ANTIAPÍLICO PARA O TRATAMENTO DE MÚLTIPLAS PICADAS DE ABELHAS AFRICANIZADAS APIS MELLIFERA ESTUDO APIS. Mônica Lopes-Ferreira1, Anderson Daniel Ramos1, Itamar Alves Martins 2, Carla Lima 1, Katia Conceição 1,3, Vidal Haddad Jr. 4 [email protected] The toadfish (fish of the Batrachoididae family) are found in marine and brackish environment around the world. Among the toadfish, Porichthys genus is very common. The Mangangá-liso or Atlantic Midshipman ( Porichthys porosissimus ) is a bony fish founded in South Western Atlantic from Vitória, in the Espírito Santo State, Brazil, to eastern Argentina. This fish is capable of measuring more than 30 cm and it is characterized by massive head and photophores along the body, being one of the few fish inhabitants of shallow waters to present bioluminescence. The species is associated with the bottoms (up to 200 m) and is nocturnal. It feeds on crustaceans and fish. In times of reproduction they produce a noise similar to that produced by toads, which is audible out of the water. Atlantic Midshipman is also known as bacalhau-de-praia, niquim and other popular names. The fish presents two dorsal and two preopercle spines that are described as venomous by fishermen colonies on the northern coast of São Paulo State, where it is captured with relative frequency and provoke injuries mainly in shrimp`s fishermen, when they collect the shrimps of the trawls. However, there was no scientific consensus about the classification of the genus i)Porichthys as a venomous fish because so far there are no published studies regarding human envenomations and/or toxic activities induced in animal models. Herein, we report two conclusive envenomations in human beings caused by Porichthys porosissimus dorsal spines, with clear signs and symptoms that were very important for the development of our experimental studies (the patients presented intense pain and marked inflammation in the point of the wound). We demonstrated that the Porichthys porosissimus spine extract, now venom, can induce nociceptive and edematogenic responses in mice as well an induction of an inflammatory response elicited by intravital microscopy and leukocyte migration. Finally, we identified in the P. porosissimus dorsal spine extract, through analysis by mass spectrometry, the presence of proteins previously detected in the venoms of other fish species and other venomous animals. We believe that based on our studies we will dismiss the non-venomous nature of this fish and clarify this issue. Alexandre Barbosa1, J Poli1, D Campolina3, S.Magalhães3, P Ciruffo3, D Correa Filho4, R Molina4, B Olej5, M Timoteo5, P Cupo6, F Bucaretchi7, E Capitani7, C Caramori1, R Ferreira Jr2, L Santos2, N Medolago1, M Carneiro1, L Cunha9, F Trevisol8, D Trevisol8, J Chippaux10, B Barraviera1,2 (i) (i) (i) Faculdade de Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP, Botucatu (SP), 2Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP, Botucatu (SP), 3Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - FHEMIG - Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Belo Horizonte (MG), 4Universidade Federal do Triângulo Mineiro –UFTM, Uberaba (MG), 5Universidade Federal Fluminense – UFF, Niterói (RJ), 6 Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo – USP, Ribeirão Preto (SP), 7Faculdade de Ciências Médicas – Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Campinas (SP), 8 Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Tubarão (SC), 9 Instituto Vital Brazil (IVB) – Niterói (RJ), 10Institut de Recherche pour le Développement –IRD - Paris, France. 1 [email protected],[email protected],iromarac@ gmail.com, [email protected], [email protected], orpc. [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. br, [email protected], [email protected], bucaret@fcm. unicamp.br, [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], daissont@uol. com.br, [email protected], [email protected], [email protected], [email protected], fastrevisol@ gmail.com, [email protected], [email protected], [email protected] (i) As abelhas híbridas, resultantes do cruzamento entre as abelhas europeias ( Apis mellifera mellifera, carnica, caucasica e ligustica ) e africanas ( Apis mellifera scutellata ), são denominadas africanizadas. Apesar de muito produtivas, são também muito defensivas atacando maciçamente acarretando risco de vida a seres humanos e animais, tendo por isso sido apelidadas de “killer bees”. O veneno é basicamente constituído de melitina, fosfolipase A2, apamina, hialuronidase, peptídeos, água e sais minerais. A dose letal do veneno é estimada em 19 picadas por kilograma de peso, o que corresponde a 500 picadas para um ser humano adulto. A epidemiologia dos envenenamentos tem mostrado aumento significativo da prevalência ano após ano. Assim, em 2006 foram notificadas 4.774 (4,87%) acidentes e 10.026 (7,17%) em 2012. Apesar de não ser de notificação compulsória estima-se que ocorram por ano em torno de 15 mil ataques, causando 140 mortes, com prevalência de 10,91% entre todos os acidentes causados por animais peçonhentos. Como não se dispunha de um soro para ser utilizado pela rede brasileira de assistência, (i) (i) (i) Key words: Fish venoms, Stings, Toadfish venom. 65 (i) 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil todos os pacientes eram tratados sintomaticamente com a associação de drogas anti-histamínicas, corticosteroides e analgésicos potentes. Os que evoluem com choque anafilático e os acometidos por múltiplas picadas são tratados em hospitais de retaguarda com disponibilidade de unidade de terapia intensiva. O desenvolvimento de um soro específico era o grande desafio, uma vez que os peptídeos de pequena massa molecular não induzem satisfatoriamente a produção de anticorpos pelos animais soro produtores. Baseado nisso, os pesquisadores do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da UNESP (CEVAP) em parceria com os do Instituto Vital Brasil de Niterói (IVB) desenvolveram um novo soro, em escala piloto e constituído de anticorpos contra os componentes tóxicos do veneno. O uso deste baseado em protocolos clínicos internacionais especialmente desenvolvidos poderá salvar vidas, haja vista que os ensaios pré-clínicos já confirmaram esta hipótese. Dessa forma, está sendo proposto como primeira etapa um ensaio clínico fase I/II, multicêntrico, não randomizado e aberto para se avaliar a segurança e confirmar a menor dose eficaz do soro, tratando 20 pacientes acometidos por múltiplas picadas. O objetivo dessa pesquisa será avaliar os eventos adversos relacionados ao produto (antiveneno) e confirmar a dose mínima necessária para neutralizar diferentes quantidades de veneno inoculado. bibliográfico foi realizado utilizando-se as ferramentas de busca do Portal de Periódicos da CAPES e do SciFinder, utilizando-se as palavras chaves: Asteraceae e Bothrops. Os dados referentes as atividades antibotrópicas das espécies vegetais encontrados foram tabulados. De acordo com o levantamento realizado, 21 espécies da família Asteraceae apresentaram algum estudo farmacológico relacionado às atividades antibotrópicas. A espécie Mikania glomerata Spreng, apresentou o maior número de ensaios descritos (20). Os extratos aquoso e hidro alcoólico das folhas mostraram-se ativo com ações antitrombótica, antimiotóxica e antiproteolítica induzidas pela peçonha de B. atrox, enquanto o extrato das raízes não foi ativo. Vinte extratos e/ou substâncias isoladas foram testados frente a atividade hemorrágica da peçonha do gênero Bothrops, treze foram ativas. Cinco inibiram a Fosfolipase A2. Cinco foram testadas em relação a sua capacidade protetora contra a peçonha, Apenas o extrato hidro alcoólico de Hypericum irazuensisapresentou atividade protetora contra a peçonha de B. atrox. A forma de preparo das espécies vegetais se deu através dos extratos aquosos (11) e hidro alcóolico (6), o que está em acordo com o uso popular. Destacam-se as atividades das plantas medicinais sobre as peçonhas de B. atrox (10), B. asper (7) e B. jararaca (5). Através deste trabalho podemos concluir que ainda são escassos os estudos com plantas medicinais com atividade antibotrópica. Palavras-chave: Bothrops, peçonhas, antiofídico Palavras-chave: soro antiapílico, Apis mellifera, ensaio clinico ESTUDO DE COMPARABILIDADE DOS SOROS ANTIVENENOS PRODUZIDOS NO INSTITUTO VITAL BRAZIL Financiadores: Decit (MS) CNPq, Proc. No. 401170/2013-6 ESPÉCIES DA FAMÍLIA ASTERACEAE COM ATIVIDADE ANTIBOTRÓPICA: UMA REVISÃO DA LITERATURA Vera Lúcia Menário Noguchi1,Francisco Eduardo de Pontes1,Francine Dutra Carneiro1,Thayssa Carneiro Campista1 1 Bettina Monika Ruppelt1*, Arthur Luiz Corrêa2, Luis Armando Tietbohl2, Júlio Cesar Carestiato2, Leandro Rocha2 1 [email protected] tOs soros antivenenos possuem, segundo a Farmacopeia Brasileira, as mesmas especificações, se diferenciando somente no parâmetro potência, específico para cada soro. O presente trabalho teve como objetivo realizar estudo de comparabilidade entre os cinco soros antivenenos (antibotrópico-anticrotálico, antibotrópico-anticrotálico, antibotrópico-antilaquético e antiescorpiônico) produzidos pelo Instituto Vital Brazil. Foi realizada pesquisa documental nos dossiês de produção dos lotes dos soros antivenenos aprovados no período 2009-2013, comparando os parâmetros: volume médio, pH, fenol, cloreto de sódio, proteína, nitrogênio total, nitrogênio proteico, nitrogênio não proteico, sólidos totais. Os dados foram tratados estatisticamente utilizando o teste ANOVA, com nível de significância 0,05. Após as análises estatísticas foi possível identificar que não houve diferença entre os soros estudados nos parâmetros volume médio, pH e fenol. Constatamos diferenças nos parâmetros cloreto de sódio, proteína, nitrogênio total, nitrogênio proteico, nitrogênio não proteico e sólidos totais. O soro antiescorpiônico foi retirado do parâmetro volume médio, pois é produzido em ampolas de 5 mL, enquanto os demais utilizam ampolas de 10 mL. A inexistência de diferenças no volume médio entre os quatro soros comparados demonstra consistência produtiva na etapa de envase dos soros. A constatação Laboratório Universitário Rodolpho Albino, Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ 2 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ *[email protected] Acidentes com animais peçonhentos ocorrem frequentemente em várias regiões do Brasil. Cerca de 90% dos acidentes por picada de serpentes referem-se ao gênero Bothrops . Sua peçonha é do tipo proteolítica e necrosante. A mortalidade dos indivíduos picados por este tipo, quando não recebem o soro específico é de 8% caindo para 0,7% com a soroterapia, no entanto as sequelas podem permanecer. O uso de plantas sob forma de infuso, decocto, emplastros e garrafadas é muito comum no interior do Brasil para prevenir e tratar estes acidentes. Os extratos de espécies vegetais têm demonstrado a redução dos efeitos tóxicos, locais e sistêmicos em testes in vitro ou in vivo. Nas últimas décadas tem-se observado o aumento do número de publicações relacionadas a este tema. O presente trabalho tem como objetivo identificar os estudos realizados com as plantas medicinais da família Asteraceae com atividade antibotrópica. Baseado na relação de plantas brasileiras tidas como ativas contra peçonhas de animais, especialmente as de serpentes, selecionou-se a família Asteraceae por apresentar o maior número de espécies popularmente utilizadas como antiofídicas. O levantamento (i) Instituto Vital Brazil (i) 66 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil de que não há diferenças no pH e no teor de fenol dos cinco soros antivenenos indica consistência na etapa de formulação dos soros, sendo o pH um importante fator na manutenção da estabilidade de produtos biológicos à base de proteínas. O teor de cloreto de sódio do soro antiescorpiônico apresentou diferença quando comparado aos soros antibotrópico, anticrotálico e antibotrópicoanticrotálico, não apresentando diferença quando comparado ao soro antibotrópico-antilaquético. Tais resultados podem demonstrar falta de reprodutibilidade na etapa de formulação relacionada à preparação da solução salina. É importante destacar que o teor de cloreto de sódio não está relacionado à estabilidade dos soros e sim a osmolaridade, fator não crítico dada a forma de administração dos soros nos acidentes envolvendo serpentes e escorpiões. As diferenças observadas nos parâmetros proteína, nitrogênio total, nitrogênio proteico, nitrogênio não proteico, sólidos totais podem ser explicadas pela relação direta que esses parâmetros possuem com as diferentes potências dos soros estudados. As potências (mg/mL) dos soros são: antibotrópico (mínimo 5), anticrotálico (mínimo 1,5), antibotrópico-anticrotálico (mínimo 5 -mínimo 1,5), antibotrópico-antilaquético (mínimo 5 - mínimo 3) e antiescorpiônico (mínimo 1). As diferenças nos parâmetros relacionados às potências já eram previstas. Podemos concluir que os soros que fizeram parte do presente trabalho apresentaram consistência produtiva satisfatória, apesar das diferenças detectadas no estudo. com água ultrapura, centrifugado a 13.000 RPM a 4°C, por 10m. Em seguida, foi feita a dosagem proteica da parte solúvel do veneno pelo método de Lowry et al. (1951). Para a realização da cromatografia em HPLC foi utilizada uma coluna C8 analítica com dimensões de 250mm x 4,6mm. A determinação da toxicidade do veneno (DL50) foi realizada em camundongos pelo método de Finney (1971). Para o teste de ELISA foi usado o soro anti-veneno de coelho, produzido contra o veneno dos animais da RMBH (antiTsBH). A eletroforese foi feita em gel SDS-PAGE 15% com amostras de 30μg de TsSA e TsBH,. Em seguida, foi feita a transferência das proteínas do gel SDS para uma membrana de nitrocelulose e então exposto ao soro anti-TsBH em diluição 1:200 (Western Blot). A cromatografia mostrou que ambos os venenos possuem perfis semelhantes com variação de amplitude em dois picos. Os valores de DL50 encontrados foram 11,75 μg/camundongo para TsSA e 13,2 μg/camundongo para TsBH. O soro anti-TsBH reconheceu de forma semelhante os venenos de TsBH e TsSA. A eletroforese e o Western Blot não apresentaram diferenças entre os perfis dos dois venenos. Os dados sugerem, até o momento, que as amostras de T. serrulatus testadas não diferem quanto ao seu perfil bioquímico e imunológico, portanto sem apresentar variação geográfica, apesar dos acidentes serem mais severos na RMBH, comparados com a RMS. Palavras-chave: Tityus serrulatus, Veneno, Bahia, Minas Gerais Financiadores: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) FIRST REPORT OF INTERRUPTION OF MAST CELL DEGRANULATION AND ENDOTHELIAL CELLS ACTIVATION BY ANTI-INFLAMMATORY DRUGS CONTROLLING THE ACUTE RESPONSE PROVOKED BY PSEUDOPLATYSTOMA FASCIATUM FISH VENOM. Palavras-chave: antivenenos, soros, comparabilidade ESTUDO COMPARATIVO DO VENENO DAS POPULAÇÕES DE TITYUS SERRULATUS DAS REGIÕES METROPOLITANAS DE BELO HORIZONTE (MG) E SALVADOR (BA) Rafael Martins Reis Serra1, Luciana Lyra Casais-e-Silva1, Evanguedes Kalapothakis2, Rejane Maria Lira-da-Silva1 1 2 Mônica Lopes-Ferreira1, Eduardo Martins Gomes1, Fernanda Miriane Bruni1, Márcio José Ferreira1, Patrícia Charvet2, Carla Lima1 Universidade Federal da Bahia, Brasil 1 Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil Rafael Martins, [email protected] 2 O escorpião Tityus serrulatus , popularmente conhecido por escorpião amarelo, é considerado o escorpião de maior importância médica do Brasil, devido ao seu envenenamento causar acidentes severos que podem levar a morte, principalmente em crianças, e de seu caráter sinantrópico, sendo considerado uma praga urbana em grandes cidades. O veneno de T. serrulatus compreende uma mistura complexa de proteínas básicas de baixo peso molecular, associada à pequenas quantidades de aminoácidos e sais. Outros trabalhos compararam o veneno de diferentes populações de T. serrulatus e constataram uma variação geográfica, principalmente na toxicidade da peçonha. Objetivamos comparar o veneno de T. serrulatus provenientes das regiões metropolitanas de Salvador/ RMS (TsSA) e de Belo Horizonte/RMBH (TsBH) quanto sua toxicidade e características bioquímicas e imunológicas. Os animais da RMS foram coletados em Salvador e Candeias e os da RMBH em Lagoa Santa e Belo Horizonte. O veneno foi extraído através de estímulo elétrico e armazenados a - 20°C até o momento de uso. O veneno foi ressuspenso (i) Immunoregulation Unit, Special Laboratory of Applied Toxinology (CeTICS/Fapesp), Butantan Institute, São Paulo, Brazil. SENAI, Departamento Regional do Paraná, Curitiba, Paraná, Brazil. [email protected]. (i) This is the first report describing in mice the envenoming that possible to occur in humans provoked by Pseudoplatystoma fasciatum and evaluated the different class of mediators involved in the inflammatory injury, identifying important targets for drugs intervention. First we demonstrate that P. fasciatum venom induces an acute inflammatory response characterized by the recruitment of immune cells into peripheral tissues choreographed by chemoattractants including lipid mediators (LTB4 and PGE2), cytokines (IL1β and TNF-α), and chemokines (KC and MCP-1). Intravital microscopy studies showed that only high dose (60 μg) of venom promoted hemodynamic changes inducing an abundant number of thrombi of varying sizes in venules leading to transient venular stasis with reduced blood flow. We found that serotonin, leukotrine and prostaglandin are involved in edematogenic and nociceptive responses, since a selective COX-2 inhibitor, a non-specific inhibitor for cytokines and COX-2, and a non- selective 5-HT (i) (i) 67 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil receptor antagonist were able to reduce both symptoms. In conclusion, our data show that the main symptoms of acute inflammation as pain provoked by P. fasciatum fish venom could be well managed by available drugs as COX-2 inhibitors as well dexamethasone or non-selective 5-HT receptor antagonists. leucócitos aderidos à parede da vênula e transmigração no tecido adjacente. A secreção aplicada topicamente na dose de 30 g/20 L induziu em 30 min hemorragia, alcançando 20% do total dos capilares, e ainda provocou parada do fluxo sanguíneo nas vênulas e arteríolas. Em conjunto nossos resultados mostram pela primeira vez a existência de proteínas e peptídeos com atividade inflamatória e hemorrágica na secreção dos espinhos do peixe Opsanus beta, podendo ser considerado peçonhento. Key words: Acute inflammatory reaction; Anti-inflammatory Financial Support: FAPESP (2003/13.751-2 and 1998/14.307-9) and CNPq. Palavras-chave: Opsanus beta, inflamação, hemorragia, estase IDENTIFICAÇÃO DA CAPACIDADE INFLAMATÓRIA E HEMORRÁGICA DA PEÇONHA DO PEIXE OPSANUS BETA Financiadores: Fapesp (2013/13751-2, 2013/07467-1) e CNPq IDENTIFICATION OF NOVEL BPPS IN BITISGABONICA RHINOCEROS (WEST AFRICAN GABOON VIPER) SNAKE VENOM Tais Matozo de Souza , Felipe Martins , Carolina Polonio , Jéssica Giehl de Araújo1 Vidal Haddad Junior2, Carla Lima1, Mônica Lopes-Ferreira1 1 1 1 1 Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo Tamara M. Fucase1; Vincent Louis Viala1; Ingrid Cavalcante2; Daniel Carvalho Pimenta2; Patrick Jack Spencer1 Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista, Botucatu, Brasil 2 1 2 [email protected]; [email protected]; carolina. [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; monica. [email protected] Laboratório de Bioquímica e Biofísica, Instituto Butantan, SP - Brazil. [email protected] In the world, it is estimated that up to 50.000-100.000 people die annually from snake bites, which represents a serious global health problem. In Africa, snakebite accounts for up to 30.000 deaths per year, with many victims with sequelae and permanent disabilities. The Bitisspecies (Puff adders) are known for their behavior of inflating and deflating their bodies while hissing and puffing loudly. This genus belongs to Viperinae subfamily and is constituted by seventeen species, found in Africa and Eurasia. The Bitis gabonica rhinoceros is characterized by presenting a series of nasal scales that resemble a rhino horn. Systemic envenoming by Bitis snakes is characterized by cardiotoxic, hemorrhagic, myotoxic and hypotensive effects. Snake venoms are a complex mixture of peptides and proteins, some of the later with enzymatic activity. Many of these toxins mimic structurally and functionally endogenous molecules of the prey involved in homeostatic processes, escaping however from the regulation mechanisms, therefore disturbing physiological equilibrium. Thus, venoms represent a still unexplored reservoir of bioactive components that might mitigate or cure diseases in conditions where conventional therapy is ineffective. The bradykinin potentiating peptides (BPPs) comprise a class of angiotensin-I converting enzyme (ACE) inhibitors. The BPPs usually consist of oligopeptides with 5 to 13 residues with a high number of proline residues and the tripeptide Ile-Pro-Pro (IPP-tripeptide) in the C-terminus region and have a conserved N-terminal pyroglutamate residue (Z). As a whole, the action of the BPPs in the animal results in the decrease of the blood pressure. The crude venom of B.g.rhinoceroswas fractionated by size exclusion chromatography and the molecular masses and the purified proteins were determined by SDS-PAGE, peptides with molecular weight lower than 7kDa were repurified in C18 reverse phase column. After mass spectrometry analysis (ESI-IT-TOF-MS/MS), BPP spectra were identified in three of those C18 later fractions. CID fragmentation presented the O Opsanus beta da família Batrachoididae possui corpo de aproximadamente 30 centímetros com poucas escamas e um padrão de colorido de manchas ovais claras discretas na nadadeira peitoral e manchas claras em forma de roseta na região lateral do tronco. Possui barbatanas peitorais, pélvicas e anal com espinhos. No Brasil pode ser encontrado nas regiões sudeste e sul com relatos de sua presença na cidade de Santos e no Paraná. Vive enterrado na areia ou entre as algas e possui grande capacidade de resistência podendo permanecer vivo por um longo período de tempo fora da água, bem como em águas com baixos teores de oxigênio dissolvido. Sendo a família Batrachoididae representada por espécies na costa brasileira, sabidamente peçonhentas como Porichthys porosissimus e Thalassophryne nattereri, o objetivo deste trabalho foi investigar se a secreção dos espinhos do Opsanus beta pode ser considerada um peçonha. Os peixes (6 espécimes) foram coletados em Santos (São Paulo, Brasil). A extração da secreção foi realizada por raspagem dos espinhos cortados em sua base com alicate da nadadeira dorsal e peitorais e foi utilizada a microscopia intravital (Axio Imager A.1, Carl-Zeiss, Germany) para estudar as interações leucócito-endotélio como os eventos de rolamento, adesão e migração em vênulas pós-capilares, a ação em fibras musculares, hemorragia e estase. Por eletroforese gel de poliacrilamida 4 a 14% observamos que a secreção (10 g) apresenta 13 bandas variando de 4 a 281,4 kDa, sendo 4 bandas em torno de 27,7 a 42 kDa as mais intensamente coradas. Nossos resultados mostram que a secreção, aplicada topicamente no cremaster (10 g/20 L) é capaz de induzir aumentado (2x) rolamento de leucócitos em relação aos animais controle negativos (PBS estéril) no tempo de 10 min, intensificando (3x) em 20 min e permanecendo assim ate o final da observação (30 min). Ainda em 30 min observamos um grande número de (i) Centro de Biotecnologia (IPEN/CNEN), SP –Brazil (i) 68 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil usual y-ion of the terminal P-P fragment as a predominant signal at m/z 213.1. The de novo sequencing and the BLAST alignment against public databases identified one Bothrops BPP and revealed two new BPP sequences. In literature, very few BPPs are described in Viperinae, so it is important to identify and characterize these molecules with pharmacologic potential. process, and may have implications in scorpionism therapy. Key words: Hyaluronidase, Tityus serrulatus, venom Financial Support: CAPES, CNPq NEUTRALIZATION BY COMMERCIAL BOTHROPIC ANTIVENOM OF THE MOUSE PAW EDEMA CAUSED BY PHILODRYAS OLFERSII (DIPSADIDAE, XENODONTINAE) SNAKE VENOM Keywords: peptide, hypotension, Viperinae Financial Support: Capes, IPEN MOLECULAR, IMMUNOLOGICAL, AND BIOLOGICAL CHARACTERIZATIONS OF TITYUS SERRULATUS VENOM HYALURONIDASE: NEW INSIGHTS INTO ITS ROLE IN ENVENOMATION Edvana de Toledo Oliveira1, João Rafael Silvério1, Stephen Hyslop2 and José Carlos Cogo1 [email protected] Philodryas olfersii (Dipsadidae, Xenodontinae) , a venomous back-fanged colubrid, is the major cause of bites by colubrids in southeastern Brazil. Envenoming by this species causes local effects such as edema, hemorrhage and necrosis, while the systemic manifestations involve primarily coagulopathy. These clinical manifestations are easily confused with those caused by highly venomous lanceheads (Bothrops spp.). This similarity has meant that commercial bothropic antivenom (CBA, produced by the Instituto Butantan -0212143/B) has been used to treat envenoming by P. olfersii . In this work, we examined the ability of CBA to neutralize the mouse paw edema caused by P. olfersii venom. This work was approved by an institutional Committee for Ethics in Animal Use (protocol UNIVAP A02/CEUA/2014). Male Swiss mice (18-22g; n=58 group) obtained from Anilab (Paulínia, SP, Brazil) were allocated to one of three groups that received 50μl of 0.9% NaCl solution (control), venom (1μg/50μl; amount chosen based on preliminary experiments) or a mixture of venom (1μg) + CBA (50μl). The antivenom/venom ratio used was 3x greater than the neutralizing capacity for Bothrops jararaca venom (1 ml of CBA neutralizes 5 mg of reference venom). Venom was incubated with CBA for 30 min at 37oC prior to testing neutralization. The mice were injected in the plantar region of the rear right foot and changes in paw thickness were measured with high precision calipers (Mitutoyo) at predetermined intervals up to 360 min (6h) post-venom. Venom caused rapid-onset edema that was maximal 15-30 min post-injection and decreased progressively thereafter but was still significantly greater than the control group after 6h. Pre-incubation of venom with CBA markedly attenuated the venom-induced edema at all time points compared to venom alone (33% inhibition at 15 min post-venom; 54% at 30min and 35% after 120 min). These findings indicate that CBA can neutralize edema caused by P. olfersii venom. This neutralizing capacity could be useful in the clinical setting. (i) Carolina C. R. Hortaa; Bárbara F. Magalhãesa;Bárbara B. R. Oliveira-Mendesa; Anderson O. do Carmoa; Clara G. Duarteb; Liza F. Felicorib;Ricardo A. Machado-de-Ávilab; Carlos ChávezOlórteguib; Evanguedes Kalapothakisa* aDepartamento de Biologia Geral, bDepartamento de BioquímicaImunologia, ICB,UFMG, Belo Horizonte, MG, Brazil. [email protected] (i) (i) Scorpionism is a public health problem in Brazil, where Tityus serrulatus (Ts) is primarily responsible for severe accidents. The main toxic components of Ts venom are low molecular weight neurotoxins, however the venom contains high molecular weight enzymes which have been poorly studied. Among these molecules, hyaluronidase is known as a “spreading factor”, but characterization of its role in Ts venom requires more investigation. We examined clones from a cDNA library of Ts venom gland and described two novel isoforms of hyaluronidase: TsHyal-1 and TsHyal-2. The isoforms are 83% identical. The predicted amino acid sequences of both isoforms were aligned with other hyaluronidases, showing conserved residues even between evolutionarily distant organisms. We performed gel filtration followed by reversed-phase chromatography to isolate hyaluronidase from Ts venom. Native Ts hyaluronidase was used to produce serum in rabbits. Anti-hyaluronidase serum neutralized the in vitro hyaluronidase activity of Ts venom, by turbidimetric assay, and the minimum neutralizing serum volume for 1 LD50 (13.2 μg) was 0.94 μl. Meanwhile, in vivo neutralization assays showed that 121.6 μl of anti-hyaluronidase serum inhibited 100% mice death, whereas 60.8 and 15.2 μl of serum delayed mice death. Death inhibition effect was also reproduced by the hyaluronidase pharmacological inhibitor, aristolochic acid. Interestingly, addition of native Ts hyaluronidase (0.418 μg) to pre-neutralized Ts venom (13.2 μg + 0.94 μl of antihyaluronidase serum) restored mice survival time. By using Spot method, we mapped epitopes of TsHyal-1 and TsHyal-2, in which TsHyal-1 had more peptides recognized by antihyaluronidase serum than TsHyal-2. Common epitopes to both isoforms included residues from the enzyme active site. Hyaluronidase inhibition and immunoneutralization reduced the toxic effects of Ts venom. Our results challenge the notion that only neurotoxins are important to the envenoming (i) (i) (i) Palavras-chave: antivenom, Bothrops, colubrid bites, neutralization Financiadores: Fundação Valeparaiba de Ensino (FVE) 69 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil NOVO PROTOCOLO DE IMUNIZAÇÃO UTILIZANDO PROTEÍNA QUIMERA RECOMBINANTE PARA PRODUÇÃO DE ANTIVENENO POLIESPECÍFICO CONTRA LOXOSCELES Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais, Brasil e FAPEMIG (PPM e 0031-12; APQ e 01553-10) e fundos do Programa INCTTOX do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologico, Brasil e CNPq (PQ 302842/2010-1). NEUTRALIZAÇÃO DA ATIVIDADE PROTEOLÍTICA E COAGULANTE DE PEÇONHA DE BOTHROPS JARARACUSSU PELA ESPÉCIE VEGETAL MYRSINE PARVIFOLIA Luís Felipe Minozzo Figueiredo1,2, Larisa Magalhães Alvarenga3, Thais Melo Mendes1,Ricardo Andrez Machado-de-Ávila1, João Carlos Minozzo2, Carlos Chávez-Olórtegui1 1 Departamento de Bioquímica e Imunologia,UFMG 2 Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), Piraquara-PR 3 Departamento de Patologia Básica, UFPR [email protected] Arthur Luiz Corrêa1*; Eduardo Coriolano De Oliveira2; Marcelo Guerra Santos3; Bettina Monika Ruppelt4; Leandro Rocha1; André Lopes Fuly2 1 Faculdade de Farmácia, UFF 2 Loxoscelismo é o termo que descreve acidentes envolvendo a picada de aranhas do gênero Loxosceles, um problema de saúde pública no Brasil, especialmente na região Sul. Existem duas formas da doença: a cutânea, mais comum; e a viscero-cutânea. As esfingomielinases D, família das fosfolipases D ou proteínas dermonecróticas são os componentes mais antigênicos/imunogênicos do veneno, por isso anticorpos monoclonais e policlonais direcionados contra o veneno reconhecem principalmente as proteínas dermonecróticas. Essas proteínas sozinhas são capazes de gerar os efeitos gerados pelo veneno total de Loxosceles. Na clínica, a terapia utilizada visa a neutralização do veneno circulante para reduzir o risco de complicações mais severas, que podem até levar a óbito. O soro antiveneno vem sendo produzido no Brasil desde a década de 60, e atualmente, dois soros são disponibilizados: o soro antiaracnídico (Butantan) e o soro antiloxoscélico (Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos, CPPI), sendo o último o único poliespecífico para Loxosceles , pois é produzido a partir da imunização de cavalos com os venenos das três principais espécies no Brasil (L. intermedia, L. laeta e L. gaucho ). Uma quantidade muito grande de veneno é utilizada durante o programa de imunização, o que representa uma limitação do método empregado, assim como pelo fato de que o veneno contém moléculas muito tóxicas para os animais. Mendes et al (2013) desenvolveram uma proteína quimera recombinante nãotóxica e sem atividade dermonecrótica (rCpLi), contendo três epítopos de rLiD1, uma toxina dermonecrótica de L. intermedia . A imunogenicidade de rCpLi foi inicialmente testada em coelhos, e os anticorpos gerados foram capazes de neutralizar os efeitos tóxicos de rLiD1. No presente estudo, avaliamos o potencial de neutralização frente aos três venenos loxoscélicos do soros obtidos pela imunização de cavalos somente com a rCpLi, ou com doses iniciais dos venenos loxoscélicos seguidos por doses de rCpLi, comparados com o antiveneno tradicionalmente produzido no CPPI, usando somente os venenos loxoscélicos. O programa que utilizou a combinação dos antígenos reduziu a utilização de veneno em 67%. Com esse programa foram gerados soros de nova geração capazes de neutralizar os venenos de L. intermedia, L. laeta e L. gaucho , com consequente redução do sofrimento animal e devastação da fauna aracnídica, necessária para a produção do antígeno tradicionalmente utilizado. 3 4 Instituto de Biologia, UFF Escola de Formação de Professores, UERJ Laboratório Universitário Rodolpho Albino, UFF [email protected] Peçonhas de serpente são constituídas por uma mistura complexa de substâncias capazes de provocar uma grande variedade de distúrbios fisiológicos na coagulação sanguínea, hemorragia, edema e necrose local.A soroterapia antiofídica reverte com eficácia os efeitos sistêmicos da peçonha, no entanto, se mostra pouco eficaz contra efeitos locais, que na maioria das vezes, são responsáveis pela morbidade observada nos acidentados. Além da soroterapia tradicional, a literatura relata que as plantas medicinais são uma importante fonte de substâncias farmacologicamente ativas capazes de combater os danos teciduais locais observados em acidentes ofídicos. O gênero Myrsine que apresenta 2580 espécies, das quais 34 são encontradas no Brasil, é caracterizado quimicamente pela presença de saponinas, terpenos e flavonoides. Myrsine parvifoliaA. DC. é uma espécie arbustiva, nativa não endêmica, encontrada na vegetação de restinga na região Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil, onde é popularmente conhecida como “capororoca”. O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos do extrato etanólico das folhas de Myrsine parvifolia e suas frações na neutralização das atividades proteolítica e coagulante provocada pela peçonha de Bothrops jararacussu. Folhas de M. parvifolia foram coletadas no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Rio de Janeiro e uma exsicata foi depositada no herbário da Faculdade de Formação de professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) sob o registro M.G. Santos 2253. O extrato vegetal etanólico foi preparado pela técnica de maceração estática e foi submetido à partição com solventes de polaridade crescente: hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol. O extrato etanólico e suas frações foram incubados na presença de peçonha de B. jararacussu na proporção 1:10 (p/p) e avaliados in vitro quanto à capacidade de inibição da atividade proteolítica, através de método colorimétrico, utilizando azocaseína como substrato, além de atividade coagulante. O extrato bruto e a fração acetato de etila da folha inibiram completamente a atividade proteolítica provocada pela peçonha enquanto a atividade coagulante induzida pela peçonha de B. jararacussu foi inibida pelo extrato bruto e fração butanólica de folhas de M. parvifolia, na proporção 1:10 (p/p). As propriedades anticoagulantes e antiproteolíticas observadas podem Palavras-chave: Loxosceles, anti-veneno, proteína quimera Financiadores: CAPES (TOXINOLOGIA No 23038000825/2011-63), Fundação de 70 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil POTENCIAL ANTIOFÍDICO DE MOLÉCULAS OBTIDAS POR SÍNTESE ORGÂNICA ser atribuídas a substâncias de média e alta polaridade, como os flavonoides. Ensaios complementares necessitam ser realizados a fim de comprovar a atividade antiofídica desta espécie vegetal e identificar as substâncias farmacologicamente ativas. Nayanna de Mello Amorim1, Eládio Sanches Flôres 2, Sabrina Batista Ferreira3, Vitor Francisco Ferreira 1, André Lopes Fuly1 Palavras-chave: Plantas medicinais, Peçonhas, Restinga, Myrsine Financiadores: FAPERJ 1 NEUTRALIZATION OF BOTHROPS SNAKE VENOMS FROM ECUADOR BY ANTIBOTHROPIC ANTIVENOM MANUFACTURED BY INSTITUTO VITAL BRAZIL Os acidentes com animais peçonhentos representam um sério risco à saúde pública no Brasil. Envenenamento por serpentes é caracterizado por hemorragia, hemólise, necrose, distúrbios de coagulação e neurotoxicidade. No Brasil, a terapia preconizada pelo Ministério da Saúde para o envenenamento por serpentes é realizada através da administração intravenosa de um soro antiofídico, monovalente ou polivalente. A soroterapia tem como única vantagem a prevenção do óbito, entretanto, a administração pode induzir reações adversas nos pacientes, além de não neutralizar com eficiência os efeitos locais, que podem evoluir para a amputação e/ou deformidade do membro acometido pela picada. Este fato pode gerar um impacto negativo socioeconômico para o indivíduo, pois pode levá-lo a uma incapacidade para o trabalho. Por isso, a procura por novas moléculas se torna importante como método alternativo e/ou complementar à soroterapia para neutralizar as principais atividades biológicas dos venenos de serpentes. Na literatura, diversos trabalhos científicos observaram propriedade antiofídica de plantas e outros bioprodutos, contudo, uma investigação em inibir as ações dos venenos por moléculas obtidas por síntese orgânica é pouco estudada. Resultados do nosso grupo mostraram que derivados da família triazol foram capazes de inibir a hemólise do veneno de L. muta. Desta forma, este projeto visa à realização de uma triagem de derivados sintéticos (sulfonamidas e triazóis disubstituídos) para inibir certas atividades biológicas in vitro (hemólise, coagulação e proteolítica) do veneno da espécie Lachesis muta, pois é uma espécie importante nas estatísticas e severidades nos acidentes ofídicos no Brasil. Estas atividades biológicas avaliadas mimetizam as ações dos venenos nas vítimas. Além de racionalizar o desenho de novos compostos orgânicos para utilização como protótipo para o desenvolvimento de moléculas com propriedade antiofídica para substituir e/ou complementar a atual soroterapia. Os derivados oscilam bastante entre si e entre as atividades a que são submetidos. As atividades realizadas até o presente momento demonstraram que os derivados sintéticos causaram efeitos não de acordo com o seu tipo, mas sim em relação às atividades a que foram submetidos. Prova disso é que cada derivado se comportou de maneira diferente em todas as atividades realizadas. Foi possível observar que na atividade coagulante, os derivados agiram de maneira eficaz, não deixando o plasma coagular em um curto período de tempo, principalmente o derivado sintético denominado D17. Em determinadas atividades, os derivados foram responsáveis pela inibição de quase 60% da atividade do veneno. Marcelo Abrahão Strauch 1, Luís Eduardo Ribeiro da Cunha 1, Leonora Vital Mas 1, Patricia Neves Castanheira de Souza 1 , Marcos Monteiro Machado 2, Paulo A. Melo 2. 1 2 Instituto Vital Brazil, Niterói-RJ, Brazil. Laboratório de Farmacologia das Toxinas , CCS, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brazil. Marcelo Abrahão Strauch, [email protected] Central and South America snakebite are inflicted by species of the family Viperidae, and most of these are of the genus Bothrops. These genus snakebites are characterized by edema, hemorrhage and myonecrosis. In this continent some countries, such as Argentine, Brazil and Costa Rica, have capacity to produce many immunobiologicals and a range of products which ensures national and regional support for these envenomations. However, some countries have none antivenom-producing laboratories, and in others, such as Ecuador, the antivenom production is only able to partially fulfill the local demand. Additionally to the locally manufactured products, antivenoms can be imported from Brazil, Mexico and Costa Rica, and have been used in emergency situations. We have investigated the ability of the antibothropic antivenom (SAB) produced by Instituto Vital Brazil (IVB), which are made by horse immunized against B. jararaca , B. jararacussu , B.alternatus , B. neuwiedi , and B. moojeni , in paraspecificity cross-neutralization against neutralize the venom species not included in the immunization scheme, B. atrox and B. asper snake venoms from Ecuador. We performed in vivo experiments in mice evaluation the myotoxic, edema and hemorraghe effects. The IVB SAB was able to neutralize 100 % miotoxic activity , 90% hemorrhage activity and 80 % edema activity these venom effects.The Antibothropic antivenom produced in Instituto Vital Brazil was able to confer cross-neutralization of Ecuador Bothrops atrox and Bothrops asper venoms and could be useful to attend the need of other countries in South America. (i) (i) (i) (i) (i) Universidade Federal Fluminense, Brasil; 2 Fundação Ezequiel Dias, Brasil; 3 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. [email protected] (i) Key words: snakebite, Bothrops, antibothropic antivenom Financial Support: FAPERJ Palavras-chave: Lachesis muta, Veneno, derivados sintéticos 71 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil O VENENO DE THALASSOPHRYNE NATTERERI PROMOVE A DIFERENCIAÇÃO DE CÉLULAS B PRODUTORAS DE ANTICORPOS DE LONGA VIDA DEPENDENTE DE IL-17A EM NET DE NEUTRÓFILOS PAPEL AMBÍGUO DAS NATTERINAS NA MODULAÇÃO DA ATIVAÇÃO DE CÉLULAS ENDOTELIAIS POR IL-1β Carolina Manganeli Polonio 1,Carla Lima 1,Mônica Lopes-Ferreira 1 Unidade Imunorregulação, Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil. [email protected];[email protected]; [email protected] Lidiane Zito Grund 1, Ivan Novaski 2, Mônica Lopes-Ferreira 1,Carla Lima 1 1 Unidade Imunorregulação; 2 Unidade de Ciclo Celular, Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada. Instituto Butantan, São Paulo, Brasil Demonstramos recentemente que a IL-17A produzida em um contexto inflamatório crônico induzido pelo veneno do peixe peçonhento Thalassophryne nattereri (niquim) é essencial para a diferenciação hierárquica de células B de memória (Bmem) em células B produtoras de anticorpos de longa vida (ASC – antibody secreting cells) in vivo e in vitro. Neste trabalho investigamos a fonte celular produtora de IL-17A em diferentes compartimentos da resposta imune ao veneno e analisamos qual papel essas células exercem na geração das ASC. Após a indução de resposta de memória em camundongos BALB/c machos pela imunização com veneno (10 μg) adsorvido em hidróxido de alumínio no dia 0 e a mesma quantidade de veneno no dia 14, fenotipamos as células produtoras de IL-17A no dia 120. Observamos nos animais imunizados por citometria de fluxo que os neutrófilos Ly6G+produtores de IL-17A estão em maior número na cavidade peritoneal (246 x 104) e no baço (1055 x 104) seguido da presença de mastócitos CD117+ no peritônio (47.8 x 104). Por imunofluorescência visualizamos que a citocina IL-17A se localiza perifericamente em redes extracelulares (NET) de MPO nos neutrófilos e, ao contrário, linfócitos CD4+ ou mastócitos Triptase+ ou não expressam ou expressam citoplasmaticamente esta citocina, respectivamente. Para avaliar o papel dos neutrófilos produtores de IL-17A na indução de resposta humoral de memória, camundongos foram depletados de neutrófilos pelo tratamento por três dias antes do inicio da imunização e da dose reforço i.p. e uma vez por semana com o anticorpo monoclonal anti-Ly6G (Gr1 - 0,3 mg/mL ou 0,1 mg/mL em 500 μL salina). Após 21 dias da imunização observamos na cavidade peritoneal uma diminuição em torno de 60% no número de mastócitos e neutrófilos produtores de IL-17A assim como diminuição de neutrófilos IL-17A+ no baço e na medula. Finalmente demonstramos que os animais depletados de neutrófilos apresentaram diminuição na porcentagem de ASCpos ou ASCneg. Podemos concluir que IL-17ª fixada nas NET dos neutrófilos presentes na cavidade peritoneal são importantes na geração de ASC do compartimento de memória. Dados recentes de nosso grupo demonstram uma importante ação anti-inflamatória das Natterinas (toxinas majoritárias do veneno do peixe Thalassophryne nattereri) no rolamento de leucócitos na microcirculação de camundongos. Sabendo do papel do endotélio no controle do rolamento e da migração de leucócitos para o foco inflamatório investigamos se as Natterinas são capazes de modular em células endoteliais a expressão de moléculas de adesão e receptores de quimiocinas. Após a padronização do cultivo de HUVEC (C2519A, Lonza) em meio EBM-2 suplementado com fatores de crescimento a 37 °C, 5% de CO2, inicialmente determinamos a capacidade citotóxica das Natterinas (10 ug/mL) pela marcação das células (2,5 x 10 4 cel/mL) com PI e anexina V-FITC após 30 min, 2 h ou 24 h de tratamento. Observamos que baixas concentrações das Natterinas não possuem efeito citotóxico nas HUVEC. Em seguida, 0,2 x 10 4 cel/mL tratadas por 12 h com 0,03 ug/mL das Natterinas foram estimuladas por mais 6 h com rhIL-1β (RD 401MT) a 1 ng/mL e posteriormente analisadas quanto à expressão de integrinas (CD29, CD49a, CD49e), selectinas e da família das Ig (CD62L, CD106), proteoglicanos (CD44, CD99, CD105) ou receptores de quimiocinas (CD183, CD184,CD195, CD197). Observamos que IL-1β é capaz de estimular as HUVEC a expressarem CD106 e CD44 em relação às células não estimuladas, e inibe a expressão de CD29 e CD105. Já o tratamento prévio com as Natterinas não alterou a expressão aumentada de CD106 ou de CD44 induzida pela IL-1β e, ao contrário, aumentou para níveis iguais aos do controle a expressão de CD29 e de CD105. Ainda, o tratamento prévio com as Natterinas induziu aumento na expressão de CD49a quando as HUVEC foram estimuladas com IL-1β em relação às células não estimuladas ou às estimuladas com IL-1β. Ainda, a citocina IL-1β não é capaz de induzir aumento na expressão de CXCR3 (CD183), CXCR4 (CD184), CCR7 (CD197) ou CCR5 (CD195) ou as Natterinas de modularem estes receptores. Assim, podemos concluir que a capacidade das Natterinas de induzirem diminuição no rolamento, migração e transmigração de neutrófilos em modelo in vivo pode não está diretamente associada à sua capacidade de inibir a expressão de moléculas de adesão ou receptores de quimiocinas, uma vez que possuem papel ambíguo na sua modulação. Palavras-chave: Veneno, IL-17A, neutrófilo, células B memória, NET Palavras-chave: Natterinas, anti-inflamatório, HUVEC, IL-1β Financiadores: Fapesp (2013/50694-9) e CNPq Financiadores: Fapesp (2013/12590-7, 2012/50296-8 e 2013/07467-1) e CNPq [email protected]; [email protected]; monica. [email protected]; [email protected] (i) (i) 72 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil POPULATIONAL VENOMICS AND ANTIVENOMICS OF BOTHROPS JARARACA Financial Support: INCT/INBEB-CNPq (Ciência sem Fronteiras);FAPERJ; Capes; BFU2010-17373 from the Ministerio de Ciencia é Innovación, Madrid; BFU2013-42833-P from the Ministerio de Economía y Competitividad, Madrid;PROMETEO/2010/005 from the Generalitat Valenciana. Larissa Gonçalves-Machado1; Maria L. Alves3; Moema L. de Araújo3; Diego J. Alvares3; Carlos Corrêa-Netto1,2 ; Davinia Pla4 ; Russolina B.Zingali1 ; Juan J. Calvete4 SENSITIVITY EVALUATION OF MONOCLONAL ANTIBODIES ANTIBOTHROPSTOXIN I FOR DEVELOPMENT OF A DIAGNOSTIC KIT. 1 Lab. Hemostase e Venenos, IBqM-UFRJ, RJ; 2Inst. Vital Brazil,RJ; 3 Fundação Zoobotânica do RS, MCN, NOPA, RS, Brazil; 4 Inst. De Biomedicina de Valencia, CSIC, Spain. [email protected] Leonora Brazil Más1; Carlos Correa Netto1,2; Ricardo Teixeira Araujo1,2; Luis Eduardo Ribeiro da Cunha1; Russolina Benedeta Zingali1,2 Snakebite is a neglected tropical disease and represents a large cause of mortality and morbidity in the world. In Brazil there are more than twenty thousands accidents per year, most of them associated with lanceheads (Bothrops genus). Bothrops jararaca specie is distributed from South of Bahia to Northern of Argentina. The venom has been characterized and some differences in the venom has been associated with ontogenetic and localization variation. However there are few proteomic studies describing the global composition using a venomic approach. Moreover the phylogenetic analyses of Bothrops jararaca’s cyt b sequences split this specie into two subclades geographically structured. Defining potential population differences on venom is extremely relevant for medical and healthy public concern. Significant variation on the venom could lead to less recognition of some toxins by the antivenom. This study consists on the comparison of venom composition of Bothrops jararaca from South (BjS) and Southeast (BjSE) of Brazil (extreme points of distribution), analyzing a representative pool from each population and individual specimens. Besides we aimed to investigate the capacity of commercial antivenoms to neutralize these venoms (antivenomics) in order to detect possible differences. Comparing electrophoresis, chromatography and all proteins identified (protein family) by mass spectrometry we demonstrated noteworthy differences in each population, with a great qualitative and quantitative variation on venom proteomes. The major components in Southeast population are metalloproteinase and disintegrins are remarkably in higher quantity. Otherwise South population possess more serine proteases, phospholipase-A2 (PLA2) and vasoactive peptides. South population apparently have an exclusive toxin with respect to Southeast that was identified as bothropstoxin, a PLA2. The individual chromatograms showed a similar profile for all specimens from each population that complies with chromatogram of the corresponding pool. The antivenomics results showed that the immunoreactivity of antibothropic antivenom (SAB) from Instituto Vital Brazil (IVB, Niterói, RJ, Brazil) is similar against both population and some components escape to recognition of polyspecific antibothropic, anti-crotalic, anti-lachesic (BCL) from Instituto Clodomiro Picado (Costa Rica). Our results indicate that immunization protocols are efficient and cover the differences among population, possibly because the use of five species in the venom pool of immunization. Although BCL antivenom only partially recognized B. jararaca venoms , its reasonable immunoreactivity highlights the conservation of the major components of snake venom during evolution. . Instituto Vital Brazil; 2. Instituto de Bioquimica Médica Leopoldo Méis , Universidade Federal do Rio de Janeiro 1 [email protected] Approximately 29,000 snakebites occur in Brazil each year. The genus Bothrops, which includes snakes popularly called as pit vipers, is responsible for about 90% of the reported cases. The specie Bothrops jararacussu pitviper is one of the most important species of the genus Bothrops, reaching 1.8m in length and causing serious accidents that deserves special attention, mainly due to three factors: first, B. jararacussu is the Brazilian specie that produces and can inoculate large amounts of venom, then, the record of the occurrence of this specie has increased its in the State of Rio de Janeiro, and finally, it has been shown that B. jararacussu venom is not completely neutralized by antibotropic antiserum as other Bothrops venoms. Because of these peculiarities, the adoption of a different treatment using Antibothropic-crotalic serum is the best option for these cases. Due to the similarity of the pathophysiological effects of Bothrops accident early diagnosis of poisoning is necessary for the adoption of appropriate treatment. For this purpose, monoclonal antibodies(mAbs) were produced from bothropstoxin-I(BhTX-I) as tools for the development of a diagnostic kit. The Bothropstoxin-I has been studied by our group to have the potential biomarker for this specific venom. We developed seven hybridoma capable of producing high affinity mAbs , five specific to B. jararacussu and two of them also recognizing the B. jararaca venom. Using ELISA technique, we performed a standard curve of mAbs to determine the optimal concentration for the experiments to evaluate the limit of detection of these antibodies. To this end, we titled antibodies in concentrations increasing 0,150 μg to 100 μg and found optimal concentration of 30 μg per mAbs. Defined the optimal concentration we analyse the limit detection of the antigens against purified BhTX-I and B. jararacussu venom. All mAbs showed optical density ranging from 2.5 to 1.8 and a detection limit of 30 ng for the venom. Concerning BhTX-I all mAbs demonstrated an optical density ranging from 2.2 to 1.5 and a detection limit of 15 ng. Dot blot analysis under reducing and nonreducing conditions demonstrated that linear epitopes are the most frequently. The sensitivity determined for mAbs was satisfactory for use as a tool to develop a diagnostic kit. Key words: Bothropstoxin-I, diagnostic, monoclonal antibodies Key words: proteome, geographical distribution, antivenom 73 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil THE THERAPEUTIC POTENTIAL OF DIPOTASSIUM GLYCYRRHIZINATE ON MYONECROSIS INDUCED BY BOTHROPS JARARACUSSU VENOM: FROM INFLAMMATION TO REGENERATION VENOMICS OF THE AUSTRALIAN BROWN SNAKE PSEUDONAJA TEXTILIS (ELAPIDAE) Vincent Louis Viala1, Diana Hildebrand2, Maria Trusch3, Tamara Fucase1,Daniel Pimenta4, Raghuvir Arni5, Hartmut Schlüter2, Christian Betzel3,Patrick Jack Spencer1 1 Centro de Biotecnologia, IPEN, São Paulo; 2 Universitätsklinikum Hamburg-Eppendorf, Alemanha; 3Universität Hamburg, Alemanha; 4 Instituto Butantan, São Paulo; 5 IBILCE,UNESP, S.J. Rio Preto/SP. Thais Cavenatti, Jussara Ziegler, Thais H. de Oliveira, Lais Nascimento, Marta Gracia, Michele Ito, Thalita Rocha San Francisco University, Multidisciplinary [email protected] [email protected] Bothrops snakes are responsible for more than 72% of Ophidic accidents in Brazil. This envenoming is characterized by severe myotoxicity and the usual treatment is the specific antivenom, which neutralizes the systemic effects. However, the local damage easily progress with an intense muscle loss. Considering this aspect, the objective of this research is to investigate the therapeutic potential of Dipotassium Glycyrrhizinate (DPG), widely used on chronic and severe dermatitis, to reduce inflammation, stimulating myogenesis. Swiss mice were divided into four experimental groups and the injections were done intramuscularly (i.m) into the gastrocnemius muscles: 1) V: B. jararacussu venom (100 ug/mL; 100 uL); 2) VDPG: B. jararacussu venom (100 ug/mL; 100 uL i.m.) and DPG at 2% (100 uL, dose 1.4 mg/g) after 1 hour; 3) DPG: DPG at 2% (100 uL, dose 1.4 mg/g) only; 4) N: naïve. The animals were sacrificed according to the degeneration and regeneration stages, on the following survival times: 3 and 24 hours; 3, 7 and 21 days. After the sacrifice, the gastrocnemius muscles were prepared for immunohistochemistry (IHC). Naïve and DPG muscles have not expressed IFN-gamma and TNF-alpha cytokines. However the expression of these cytokines was observed in V (IFN after 3h and TNF after 3 days) and VDPG (TNF after 3h and 24h) groups, confirming the inflammation process induced by this venom. DPG were not able to completely inhibit such effect. Despite of muscle damage, a regenerative process can be observed followed by myoD and miogenin expression after 3 and 7 days, respectively. In here both groups, V and VDPG, have shown such results. By contrast a considered myoD expression was observed even after 7 and 21 days for VDPG group. Similarly miogenin was observed earlier in VDPG (after 3 days) than V (7 days) muscles; myotubes were still observed after 21 days in VDPG group. In the same way DPG muscles displayed a positive expression for myoD and miogenin after 3 and 7 days, and new fibres with centralized nuclei were observed after 21 days, indicating that DPG induces myogenesis. Altogether, the DPG is effective to promote muscle regeneration and could be used as an adjuvant treatment combined with B. jararacussu antivenom therapy. The dangerous common brown snake (Pseudonaja textilis) has a wide distribution in eastern Australia. The number of accidents increased as it easily adapted to human modifications of the environment. Envenomed patients develop venom induced consumption coagulopathy, consistent with described toxins such as prothrombinase and serine-protease inhibitors. Despite of potent neurotoxins such as textilotoxin and three-finger toxins (3FTx), neurotoxicity is rarely observed in humans. This is the first report of a full combined venom transcriptome-proteome analysis for this medically important snake. Our main goal was to generate a de novo transcriptome to reveal the diversity of toxins and possibly identify underrepresented toxins. The transcriptome was obtained from a venom gland (male, Barossa Valley, South Australia) and the normalized cDNA library (not quantitative) was sequenced (GS-Flex, Roche). After trimming, 104878 reads (N50 = 466 bp) were assembled into 1518 isotigs and 41514 singletons. The total 43032 sequences were automatically identified and annotated (BLAST2GO) and transcripts of interest were individually checked. Transcripts related to toxins and venom proteins were identified in 193 sequences: PLAs2, coagulation factors V (VF5a) and X (VF10a), Kunitz-type serine-protease inhibitors, 3FTx, C-type Lectins (CLect), Cystein rich secretory proteins (CRiSP), metalloproteinases (SVMP), hyaluronidase, cobra venom factor, natriuretic peptides (NP), whey acidic proteins, veficolin, transferrin, calreticulin and dipeptidilpeptidase-4. Our data revealed 18 new sequences: textilotoxin subunit B (+1), VF5a (+1), VF10a (+2), short 3FTx (+8), long 3FTx (+1), galactose binding CLect (+4) and NP (+1). A diversity of truncated sequences was also detected for 3FTxs, Kunitz-type inhibitors, CLects and SVMPs. The proteins of a pool of venoms (Venom Supplies Ltd, Australia) weredecomplexed by 2D-PAGE and the tryptic peptides from 120 spots were analyzed by LC-ESI-ion trap-MS/MS. Proteins were identified by multialgorithmic analysis (PEAKS+MASCOT) against public databases enriched with the in-house transcriptome: VF5a, VF10a, acidic procoagulant PLA2, textilotoxin subunits, textilinin Kunitz-type serine-protease inhibitors, 3FTx and for the first time at the protein level, CRiSP and CLects. Dipeptidase-2 and calreticulin are two new toxin candidates. Even though SVMPs were not identified by proteomics, a PIII was detected with a polyclonal anti-jararhagin (Bothrops jaracaca) antibody and by PCR amplification of a full transcript. To our knowledge, this is the first combined de novo transcriptome and proteome of Pseudonaja textilis venom. The data analysis revealed a diversity of toxins and isoforms and it might support future research projects on envenomation and antivenom development, ecology and toxin molecular evolution. Key words: antivenom, myotoxicity, cytokines, myogenesis Financial Support: Fapesp (2013/10163-4) Capes Key words: Pseudonaja textilis, transcriptome, proteome Financial Support: CAPES-DAAD, FAPESP, Venom Supplies 74 AGRADECIMENTOS E CRÉDITOS / ACKNOWLEDGEMENTS AND CREDITS 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil A Comissão Organizadora gostaria de registrar os mais profundos agradecimentos a todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização do 2° Encontro Internacional Vital para o Brasil sobre animais peçonhentos, cujo tema é a comemoração dos 120 anos da descoberta da soroterapia antiveneno. Este evento representa uma modesta homenagem aos 4 pesquisadores que estabeleceram, há mais de um século, os patamares seguros para a solução definitiva dos sofrimentos advindos dos envenenamentos por animais peçonhentos no mundo. Animais Peçonhentos; do CPPI - Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos e da UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba. Somos imensamente gratos aos nossos amigos da cidade de Campanha, aos representantes e colaboradores da Prefeitura, da Câmara Municipal, da UEMG – Universidade Estadual de Minas Gerais - Unidade Campanha, da Mitra Diocesana e aos apoios que recebemos das Pousadas Lua Luana; Vital Brazil e da Princeza; da loja Docarmo Vaquinha do Jornal Folha Campanhense, da Rádio Ação FM e do site Alô Alô Cidade. Agradecemos em especial aos professores e pesquisadores que irão proferir palestras e aos profissionais e estudantes que irão apresentar trabalhos, assim como aos amigos e colaboradores da RVB - Rede Vital para o Brasil; do IVB - Instituto Vital Brazil; do NOAP – Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da UFBA; da CVB - Casa de Vital Brazil; da FUNED – Fundação Ezequiel Dias, do IB – Instituto Butantan; do CEVAP – Centro de Estudos de Venenos e É preciso registrar, ainda, nossa gratidão pelo cuidado e dedicação dos responsáveis e monitores da exposição Animais Peçonhentos em Rede, mostra que, em paralelo ao evento, promoverá atividades didáticas, científicas e culturais para crianças e jovens das escolas locais, assim como para o público em geral. PRODUÇÃO Equipes do Instituto Vital Brazil Núcleo de Divulgação Científica Érico Vital Brazil Coordenação Cerimonial Dafne Ashton Vital Brazil Eliane Teles Coordenação Fernando Negah Aline Silva Conceição Guilherme Jones Souza Marcelo Moreira Exposição Animais Peçonhentos Pricila Gil Benedito A. Rodrigues Filho Coordenação Silvana Lemos Carlos Roberto Martins Vitor Gutierrez José Henrique da Conceição Wagner Kirst Wanderley Rodrigues Pereira Centro de Estudos Antonia Maria Cavalcanti Coordenação Exposição da Coleção Científica Danila Brito Breno Hamdan Coordenação Ilana Nunes Beatriz Corrêa Miriam Campos Nathalie Cipeli Rafaela Fegueredo Valéria Ferreira William Lima Assessoria de Comunicação Motoristas Thais Marini Coordenação Mara Miranda Coordenação Beatriz Silva Carlos José Nascimento Carolina Maciel Cristiano Balbino Rodrigues Rafael Trovó Jorge Luiz de Souza Valdimar de Souza Lopes Ouvidoria Marcos Aurélio Nunes de Oliveira Cristiana Ivancko Messias Juvenato de Souza 76 11 a 14 de novembro de 2014 - Campanha - MG - Brasil Equipe de organização e produção da cidade de Campanha EQUIPE DE MONITORES Leonora Brazil Más Coordenação Liliane Pereira Alves Nilber Martins Rosa Coordenação Alessandra da Silva Candido – SMS de Campanha, MG Carlos Henrique Soares Júnior Alvanice Santos Ferandes – NOAP, BA Juliana de Castro Arantes Ana Carolina Lemes – SMS de Campanha, MG Lucas José Ferreira Maia Carlos Eduardo Ribeiro – SMS de Campanha, MG Márcia Lemes Pereira Carolina Ribeiro da Silva – IVB, RJ Nei Ferreira Maia Douglas Miranda – SMS de Campanha, MG Ramon Marques Borges Felipe Barbosa Dias – NOAP, BA Guilherme Jones – IVB, RJ Joana D´Arc Dutra Marques – SMS de Campanha, MG Equipe do Programa Ciência em Movimento da Fundação Ezequiel Dias Joice Aparecida Reis – SMS de Campanha, MG Giselle Agostini Cotta Coordenação Jonathan Ruan de Lima Vieira – IVB, RJ Daniel Pinho Larissa Gonçalves – IVB, RJ Eduardo Wenceslau Ferreira Luisa Lucresia de Sales Ribeiro – NOAP, BA Flávia Cappuccio Resende Marcia Carvalho – IVB, RJ José dos Reis da Silva – SMS de Campanha, MG Marina Costa dos Santos Teixeira – IVB, RJ Keyla Ferraz Marcelo Moreira – IVB, RJ Leonardo Noronha Michele Ferreira Fonseca – NOAP, BA Luis Fernandes Ribeiro Nathalie Citelli – IVB, RJ Maria Nelman Antunes de Souza Patricia Castanheira – IVB, RJ Milton Silveira Pierre Batista do Amaral – IVB, RJ Rafael Martins Reis Serra – NOAP, BA Rânia Santana Robson Teixeira de Vasconcelos – IVB, RJ Sidney do Carmo Thaís Rosa Nunes – IVB, RJ Thiago Pilla – IVB, RJ COBERTURA JORNALÍSTICA Tyelli dos Santos Ramos – IVB, RJ Mariana Alcântara Ursula Roberta Brandão Machado – SMS de Campanha, MG Mariana Sebastião Valeria Ferreira da Silva – IVB, RJ Wagner Kirst – IVB, RJ DESIGNERS Inês Vital Brasil Lampreia Flavio Scramignon FOTOGRAFIA Ramon Marques Borges TRADUÇÃO Gabriela Viveiros 77 2º Encontro Internacional Vital para o Brasil 78