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Junho de 2016
SEU ENCONTRO MENSAL COM A EQUIPE DE ATIVOS MÚLTIPLOS
DESTAQUES
•• Como alocar com eficiência quanto tudo
está tão caro e há tantas incertezas ?
•• O crescimento global está pouco
acima da estagnação e está vulnerável
a qualquer fraqueza em sua dinâmica
atual de fragilidade.
•• Tendo em mente o macroambiente
confuso e a falta de apoio de avaliação
de ativos, fica muito óbvio que não há
razão para assumir um risco de carteira,
nem com ações nem com títulos.
•• Os
obstáculos
primordiais
para
melhoria nas participações de mercados
emergentes
são
as
calamitosas
previsões econômicas e o elevado
grau de incerteza política em muitas
economias emergentes, como Brasil,
Turquia, África do Sul, Rússia etc.
Sentimento global de risco
Ousado
Avesso ao risco
Preferência por classe de ativo
Equity
Títulos do governo
Crédito
Luc
Filip
Fabrizio
Quirighetti
Hartwig
Kos
Adrien
Pichoud
Head of Wealth
Management Investments
Macroeconomic
Strategist
Multi-Asset
Strategist
Economist
CATENACCIO
Com o pontapé inicial da Euro 2016 chegando, tenho tendência a me
sentir um técnico de sucesso, mais como um Zidane do que um Guardiola,
por assim dizer. Enquanto tento medir o ambiente de mercado e os
pontos fortes e fracos para estruturar a melhor alocação de ativos, minha
principal prioridade é não perder nenhum jogador (meu ou seu), para
ter uma chance de terminar do lado vencedor. Meu desafio agora é que
o campo está em más condições, com todas as economias europeias
se arrastando, uma falta de ímpeto para o crescimento, agentes
sobrecarregados de dívidas, políticas monetárias ineficientes e algumas
incertezas políticas. Em outras palavras, estou me sentindo um pouco
como Cristiano Ronaldo jogando com uma bola murcha contra um time
de zumbis em um planeta desconhecido. Não é fácil! Portanto, quando
começo a olhar os ativos à minha disposição, chego a ficar realmente
preocupado. O dinheiro tende, agora, a ter um custo (algo como jogar
com um goleiro espanhol nos anos 80). Os títulos do governo estão tão
caros que não podem ajudar muito minha carteira, e ainda correm o
risco de fazer um gol contra. As ações não têm reserva de valorização
suficiente (vamos chamá-las de "capacidades técnicas insuficientes") para
lucrar em mercados difíceis e incertos. Além disso, essas classes de ativos
às vezes se esforçam para jogar juntas quando as correlações mudam,
ou quando desrespeitam suas posições em minha carteira devido a uma
rotatividade no setor significativa e aguda. Finalmente, o dólar vem se
comportando como um juiz corrupto, dando cartão a cada palavra e ato
do FED. Isso me dá a esperança de que os maiores rendimentos, dívidas
de mercados emergentes e investimentos alternativos (os jogadores de
meio de campo) não são tão ruins. Isto é, se comparados ao restante
do time.
Estou então com um desafio real : como alocar eficientemente quando
tudo é tão caro e as incertezas são tantas ? Se você conhece minhas
origens, você não estará surpreso com o fato de que minha abordagem
tática atual é a do “catenaccio” : Estou apenas esperando um melhor ponto
de entrada, talvez em meados de junho, quando as incertezas sobre o FED
terão se dissipado, (observe que não esperamos uma carona), e teremos
tido um provável voto negativo para a saída do Reino Unido da União
Europeia, para então roubar a bola e fazer um intervalo para levar você e
seus clientes a um desempenho atraente ajustado ao risco também neste
ano. Até lá, vou simplesmente ligar a TV, pegar uma cerveja, assistir aos
jogos e tentar evitar um cartão vermelho da minha esposa.
Fabrizio Quirighetti
Macroeconomic Strategist
1
SYZ Wealth Management
Fone. +41 (0)58 799 10 00 - [email protected]
Consulte a íntegra da isenção de responsabilidade
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Junho de 2016
Resumo do cenário econômico
PMI - Tendências e nível
do setor manufatureiro
Após a dissipação das grandes preocupações com o
crescimento, surgidas no início do ano, a economia global
está voltando à tendência de lenta expansão que vinha
prevalecendo desde o ano passado. O crescimento global
está pouco acima da estagnação e está vulnerável a qualquer
fraqueza em seu atual momento de fragilidade. Apesar de
persistirem forças de deflação estruturais, a inflação pode
ficar um pouco mais alta no curto prazo devido aos preços
da energia em alta. Além disso, a política monetária global
deve continuar muito acomodada na medida em que o baixo
crescimento e altos níveis de endividamento garantem a
manutenção de condições de financiamento fáceis.
Crescimento
O principal pilar da expansão ainda é o consumo
privado. A atividade industrial está se estabilizando
após a pronunciada desaceleração de 2015, mas a baixa
despesa em investimentos devido às expectativas de baixo
crescimento e lucros corporativos mais baixos impedem
uma recuperação significativa. Várias divergências que
surgiram no ano passado já não estão mais aumentando
ou diminuindo : a dinâmica emergente x desenvolvida;
produtores de commodities x importadores; serviços x
indústria; periferia x núcleo da zona do euro. À exceção
de alguns países específicos, todas as economias estão
crescendo em torno de seu potencial de crescimento
(decrescente), sem nenhuma esperança de aceleração para
os próximos trimestres.
Fonte : Markit, PMI, SYZ Asset Management
“
O crescimento global está pouco
acima da estagnação e está
vulnerável a qualquer fraqueza em
seu atual momento de fragilidade.
Adrien Pichoud
Economist
”
Inflação
A recuperação dos preços de commodities e energia, e as
pressões para aumento de salários em algumas economias
aumentaram o risco de aceleração em curto prazo nos
números da inflação. Entretanto, a falta de dinamismo da
demanda, capacidades excessivas, flutuações cambiais e
fatores deflacionários estruturais (demográficos, altos níveis
de endividamento) impedem qualquer aumento sustentável
nas pressões inflacionárias em âmbito global.
Tendência de inflação e desvio
da meta do Banco Central
Postura sobre a política monetária
Neste ambiente, os bancos centrais têm pouca escolha a
não ser manter sua política adaptada, tendo como única
exceção as situações em que a desvalorização da moeda
afeta perigosamente a inflação. Os raros bancos centrais
que ainda têm algumas reservas estão relaxando ainda mais
suas políticas. Uma aceleração no curto prazo nos dados
da inflação não deve alterar significativamente sua postura,
pois não podem correr o risco de estreitar as condições
de financiamento por conta da alta sensibilidade do
crescimento ao crédito em economias endividadas. Mesmo
que isso signifique por um período ser percebido como
"abaixo da curva de inflação".
Fonte : Markit, PMI, SYZ Asset Management
2
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Junho de 2016
Economias desenvolvidas
Economias emergentes
A economia americana está entrando no segundo
trimestre com uma atividade mais firme, com os setores
de indústria e serviços ensaiando uma recuperação
após um primeiro trimestre fraco. Entretanto, diversos
indicadores apontam para um frágil cenário econômico.
Lucros corporativos agregados em queda, condições
mais rígidas para empréstimos comerciais e a criação de
empregos mais lenta sugerem que os riscos de queda
ainda prevalecem quanto à expectativa de crescimento
nos Estados Unidos.
A recente recuperação observada na China já está
enfraquecendo com a indisposição das autoridades em
deixar que um crescimento baseado em crédito desequilibre
sua já endividada economia. A tendência à diminuição do
crescimento estrutural continua e ainda aflige o cenário
econômico das economias vizinhas, como Taiwan ou Coreia.
Brasil, África do Sul e Rússia continuam a ser flagelados
pela contração econômica e pela elevada inflação, embora
a Rússia tenha experimentando uma tendência animadora
nos preços que pode abrir a porta para um afrouxamento
da política monetária. A incerteza política permanece alta
no Brasil mesmo com o fim do vácuo de poder após a
nomeação do governo Temer podendo abrir as portas para
algumas reformas econômicas necessárias. Na Turquia, a
inflação mais baixa está permitindo ao Banco Central relaxar
sua política monetária e apoiar uma economia doméstica
já resistente, apesar da ameaça de uma grande queda no
turismo n o verão turbar o cenário econômico.
Na zona do euro, o PIB finalmente voltou a seu nível mais alto
de 2008 após um sólido crescimento no primeiro trimestre,
alimentado pelo consumo doméstico à medida em que o
desemprego diminui. Por outro lado, o Reino Unido está
passando por uma grande desaceleração com as incertezas
sobre sua saída da União Europeia refreando a atividade.
Esta tendência deve se reverter caso vença a permanência
na UE.
A economia japonesa está experimentando uma deterioração
pronunciada em indicadores econômicos e parece flertar
mais uma vez com a recessão. A força do iene está pesando
para os exportadores, mas os setores domésticos também
estão sofrendo. A pressão sobre o Banco do Japão para
relaxar novamente esta política está crescendo, ainda que
o estigma da manobra errada de janeiro, a reunião do G7
que está para acontecer e as eleições para a Câmara dos
Conselheiros devam mantê-la até o verão. Na Austrália,
apesar de recente melhoria na dinâmica do crescimento, o
Banco Central recomeçou uma tendência de relaxamento
para combater as pressões deflacionárias.
Adrien Pichoud
Economist
Os índices da atividade comercial nos Estados Unidos se recuperam,
mas as condições de financiamento estão mais estritas
Fonte : Datastream
3
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Junho de 2016
Grupo de estratégia de investimento : Principais aspectos
Risco e duração
A melhor maneira de descrever as avaliações de ativos neste
momento é caracterizando-as como sombrias. O dinheiro
está dando retornos negativos em boa parte do mundo
ocidental. Os mercados de ações desenvolvidos estão a
valor justo meramente pelo fato de que muitos mercados de
títulos estão tão caros como sempre estiveram. Ao mesmo
tempo, voltou o medo de que aumentos nas taxas de juros
pelo FED perturbem os mercados. O eleitorado espanhol irá
às urnas para uma eleição geral em junho. O Reino Unido
está aguardando o referendo sobre a permanência na UE, e
a seleção Suíça está se preparando para ganhar a Copa da
Europa. Tendo em mente o conturbado macroambiente e a
falta de apoio na valorização de ativos, fica muito óbvio que
não há razão para assumir muitos riscos de carteira, nem
com ações nem com títulos. Assim, a perspectiva de risco e
duração permanece inalterada e pouco atraente.
“
A melhor maneira de descrever as
avaliações de ativos neste momento é
caracterizando-as como sombrias.
Os principais obstáculos para
melhoria nas participações de
mercados emergentes são as previsões
econômicas calamitosas e o elevado
grau de incerteza política em muitas
economias emergentes.
Continuando, pensamos que se deve
ser muito seletivo sobre quais títulos de
mercados emergentes em moeda forte
comprar, ao invés de obter apenas uma
maior exposição ao mercado.
Ainda é o dinheiro que manda.
Hartwig Kos
Multi-Asset Strategist
”
Mercados de ações
O cenário do lado das ações também permanece em
muita medida inalterado. De uma perspectiva puramente
de valorização, o Japão e a Europa parecem um pouco
mais atraentes que os Estados Unidos. Contudo, todos
os principais mercados de ações permanecem no mesmo
nível de preferência relativa. Isto deve-se ao fato de
que o mercado de ações dos Estados Unidos contribui
consideravelmente menos para o risco geral de carteira do
que os outros mercados. As ações americanas são, portanto,
um modo eficiente de gerenciar o risco, sem muito risco
de carteira. Além disso, todos os macroeventos antes
mencionados (fora a previsão para o futebol) apontam para
um dólar levemente positivo, dando maior proteção para
as participações americanas. Nossa postura sobre ações
de mercados emergentes permanece inalterada, com uma
leve preferência pela Ásia. Incluir mercados emergentes no
contexto da estrutura de avaliação é desafiador. O preço
marcadamente baixo dos mercados de títulos emergentes
está prejudicando severamente qualquer opção de ações,
ao menos na América Latina e EMEA. Isto ocorre apesar de
o fato de os ganhos corporativos e o custo intrínseco do
capital estarem melhorando nessas regiões. Os obstáculos
primordiais para melhoria nas participações de mercados
emergentes são as calamitosas previsões econômicas e o
elevado grau de incerteza política em muitas economias
emergentes, como Brasil, Turquia, África do Sul, Rússia etc.
Mercados de títulos
Os títulos do governo do Reino Unido parecem um pouco
mais baratos do que antes, mas, de forma geral, o universo
dos títulos de mercados desenvolvidos permanece fraco.
Nessa perspectiva, a Austrália é um mercado que merece
ser destacado. É verdade que os rendimentos australianos
atingiram sua taxa de longo prazo mais baixa, ainda que
as taxas de juros estejam em 1,75% e com espaço para
corte, se necessário. Como descrito em nossa perspectiva
econômica, o banco central continua lutando contra a
deflação, com potencial para mais cortes. Além disso, a volta
de alguma debilidade econômica na China (que acreditamos
possa acontecer mais à frente durante o ano) provavelmente
aumentaria a pressão no Banco Central Australiano para que
relaxe ainda mais. Dentro dos outros segmentos do universo
da renda fixa, nossa avaliação também mudou bastante. Os
títulos de mercados emergentes em moedas fortes tiveram
uma grande compressão nos spreads de crédito. Tomando
a Rússia como exemplo, no começo do ano o rendimento
em títulos governamentais expressos em USD de sete anos
estava próximo de 5,3%, enquanto agora, o nível é de 3,9%,
tendo se recuperado dos 3,7% de poucas semanas atrás.
Considerando que os rendimentos dos títulos do governo
russo foram comercializados somente 100 pontos base a
menos do que imediatamente antes da reação de pânico de
2013 (quando os rendimentos dos mercados emergentes
atingiram seu valor histórico mais baixo), fica evidente que
o mercado respondeu bem às boas notícias nesse mercado
de títulos, bem como às novas altas no preço do petróleo e
à suspensão de todas as sanções econômicas. Continuando,
pensamos que é preciso ser muito seletivo sobre quais
títulos de mercados emergentes em moeda forte comprar,
ao invés de obter apenas uma maior exposição ao mercado.
Brasil, África do Sul e Indonésia oferecem ainda algum valor
em nossa opinião.
Câmbio, Alternativos e Dinheiro
Não há nenhuma mudança em nossa avaliação em qualquer
dessas classes de ativo, com o dinheiro ainda ditando as
regras. E enquanto o dólar americano permanece propenso
a sofrer maior depreciação em função de seus níveis de
valorização um tanto caros, no muito curto prazo os riscos
para o dólar americano estão distorcidos para cima.
Hartwig Kos
Multi-Asset Strategist
4
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O desempenho passado não é uma indicação de resultados futuros.

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