JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN AVALIAÇÕES ENERGÉTICA E
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JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN AVALIAÇÕES ENERGÉTICA E
JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN AVALIAÇÕES ENERGÉTICA E ECONÔMICA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE CAFÉ DE MONTANHA Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Engenharia Agrícola, para obtenção do título de Doctor Scientiae. VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL 2007 Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV T F676a 2007 Fonseca Palacin, Juan José, 1962 Avaliações energética e econômica de sistemas de produção de café de montanha / Juan José Fonseca Palacin. – Viçosa, MG, 2007. xxxii, 286p.: il. (algumas col.) ; 29cm. Inclui apêndice. Orientador: Adílio Flauzino de Lacerda Filho. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Viçosa. Referências bibliográficas: f. 192-203. 1. Agricultura e energia. 2. Café - Cultivo - Aspectos econômicos. 3. Café - Secagem. 4. Café - Qualidade. 5. Café - Controle de produção. I. Universidade Federal de Viçosa. II. Título. CDD 22.ed. 631.371 2 JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN AVALIAÇÕES ENERGÉTICA E ECONÔMICA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE CAFÉ DE MONTANHA Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Engenharia Agrícola, para obtenção do título de Doctor Scientiae. APROVADA: 16 de março de 2007. Ao meu pai Juan Antonio, “in memoriam”, e à minha mãe Alicia. Aos meus irmãos Margarita, Diego e Martha. À minha sogra Flor Ângela. Ao meu país, Colômbia. OFEREÇO. À minha esposa Dina Maria e à minha filha Maria José, fonte de carinho, apoio e compreensão. DEDICO. ii AGRADECIMENTO À Universidade Federal de Viçosa e ao Departamento de Engenharia Agrícola, pela oportunidade de realização do curso. Ao Convênio PEC-PG, pela concessão da bolsa de estudos, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Ao professor Adílio Flauzino de Lacerda Filho, pela orientação, amizade e participação irrestrita na execução deste trabalho e, ainda, pelos valiosos ensinamentos e pelo apoio constante. Aos professores conselheiros Erly Cardoso Teixeira, Evandro de Castro Melo e Paulo Roberto Cecon, pelas valiosas críticas e sugestões. Aos professores Juarez de Sousa e Silva, Roberto Precci Lopes, Paulo Marcos de Barros Monteiro, Aristides Ribeiro, Sérgio Zonier, Lêda Rita de Antonino, Antonio Carlos Ribeiro, Laércio Zambolim e Alemar Braga Rena e aos Drs. Sérgio Lopes Donzeles e Paulo César de Lima, da empresa EPAMIG, pelo apoio, pelas contribuições e pelas sugestões. Aos proprietários, administrador e funcionários da fazenda experimental “Morro dos Padeiros”, Município de São Miguel do Anta, MG, pela autorização e pelo contínuo apoio para a realização do experimento. Aos professores do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV, pela amizade e colaboração para a realização deste trabalho. Aos proprietários da INCOFEX e da Corretora “3 Irmãos”, pela ajuda e colaboração na execução deste trabalho. iii Aos meus colegas da Pós-Graduação Reginaldo, Samuel, Douglas, Edney, Roberta, Cristiane, Consuelo, Maria Fernanda e Roberta, pelo companheirismo, pela amizade, pelas idéias e pelo incentivo. Aos funcionários do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV Geraldinho, José Raimundo, Carlos, José Eustáquio, Álvaro, Galinari, Marcos, Edna, José Mauro, Maria José, Edson, Inhame, Sebastião e Catitu, pela amizade e contínua colaboração para a execução desta pesquisa. Aos meus grandes amigos Franklin, Williams, Cecília, Aline, Dartanha, Everaldo, Ena, Omar, Elvira, Joesse, Alexander, Mônica, Beto, Rodrigo, Alba, Catalunha, Anderson e Diogo, pela sincera amizade, pelo incentivo, pela contínua ajuda e pelo apoio para atingir a minha meta. Àqueles que, porventura, não tenham sido citados, mas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. iv BIOGRAFIA JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN, filho de Juan Antonio Fonseca Gamarra e Alicia Palacin Alvarez, nasceu em Barranquilla, Estado do Atlântico, em Colômbia, em 11 de dezembro de 1962. Em 1983, iniciou o Curso de Engenharia de Alimentos na Universidade de Bogotá “Jorge Tadeo Lozano”, em Bogotá D. C – Colômbia, graduando-se em setembro de 1989. Entre 1989 e 1992, trabalhou como pesquisador do Instituto Colombiano Agropecuário ICA, em Sevilla – Magdalena (Colômbia), na área de Pós-Colheita de Frutas do Programa de Frutais. Entre 1992 e 1995, trabalhou no porto de Buenaventura – Colômbia, como chefe do Departamento de Controle de Qualidade da Companhia Pesqueira Colombiana – COPESCOL S. A., ocupando, posteriormente, o cargo de chefe do Departamento de Produção. De 1996 a janeiro de 2001, trabalhou como Gerente de Operações da Empresa GRANELES S. A., companhia dedicada ao descarregamento, armazenamento e manejo de grãos cereais e fertilizantes no porto de Buenaventura – Colômbia. Em abril de 2001, iniciou o Programa de Pós-Graduação, em nível de Mestrado, em Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na área de Pré-Processamento e Armazenagem de Produtos Agrícolas, submetendo-se à defesa da dissertação em março de 2003. v Em janeiro de 2003, ingressou como Professor Auxiliar no Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV, ministrando as disciplinas “Tecnologia de Cereais, Raízes e Tubérculos”, “Panificação, Massas e Derivados” e “Manejo de Resíduos da Indústria de Alimentos”. Em março de 2003, imgressou-se no Programa de Pós-Graduação, em nível de Doutorado, em Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, na área de Racionalização de Uso de Energia em Produtos Agrícolas, submetendo-se à defesa da tese em março de 2007. vi SUMÁRIO Página LISTA DE TABELAS .................................................................................. LISTA DE FIGURAS................................................................................... RESUMO ..................................................................................................... xiii ABSTRACT ................................................................................................. xvi 1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 5 2.1. Balanço de energia ............................................................................. 6 2.1.1. Balanço de radiação ..................................................................... 8 2.1.2. Balanço de energia na secagem..................................................... 15 2.2. Tratos culturais................................................................................... 17 2.2.1. Adubação ..................................................................................... 17 2.2.1.1. Amostragem do solo e de folhas ............................................. 18 2.2.2. Calagem e gessagem..................................................................... 18 2.2.3. Controle de ervas daninhas ........................................................... 19 2.2.4. Replantio...................................................................................... 20 2.2.5. Desbrota das plantas ..................................................................... 20 2.2.6. Podas............................................................................................ 20 2.3. Pragas/controle................................................................................... 20 2.3.1. Broca do café ............................................................................... 21 vii Página 2.3.2. Bicho-mineiro .............................................................................. 21 2.3.3. Cigarras........................................................................................ 22 2.4. Principais doenças e seus controles..................................................... 22 2.4.1. Ferrugem...................................................................................... 22 2.4.2. Cercosporiose ou mancha de olho-pardo....................................... 23 2.5. Manutenção e limpeza........................................................................ 23 2.6. Arruação ............................................................................................ 23 2.7. Colheita.............................................................................................. 24 2.7.1. Época de colheita.......................................................................... 24 2.7.2. Derriça no pano, em peneiras ou recipientes apropriados .............. 25 2.7.3. Colheita a dedo (catação ou seletiva) ............................................ 27 2.8. Varrição ............................................................................................. 28 2.9. Processos de preparo do café e influência sobre a qualidade ............... 28 2.10. Lavagem/separação do café .............................................................. 28 2.10.1. Os lavadores/separadores............................................................ 29 2.11. Despolpamento e descascamento...................................................... 29 2.11.1. Processo de retirada da casca ...................................................... 30 2.11.2. Despolpamento simplificado....................................................... 31 2.12. Degomagem ou Desmucilagem ........................................................ 31 2.13. Tratamento das águas de lavagem e despolpamento.......................... 32 2.14. Secagem........................................................................................... 33 2.15. Sistemas de secagem ........................................................................ 35 2.15.1. Secagem em terreiros.................................................................. 35 2.15.2. Secagem mecânica...................................................................... 36 2.15.2.1. Tipos de secadores mecânicos............................................... 37 2.15.2.2. Terreiro secador.................................................................... 37 2.15.2.3. Secagem à baixa temperatura ................................................ 39 2.16. Armazenagem .................................................................................. 42 2.17. Balanço econômico .......................................................................... 43 2.17.1. Análise de investimento do capital.............................................. 44 2.17.2. Custos ........................................................................................ 45 2.17.2.1. Custos totais ......................................................................... 45 viii Página 2.17.2.2. Custos fixos totais (CFT) ...................................................... 46 2.17.2.3. Custo operacional fixo .......................................................... 48 2.17.2.4. Custo de formação ................................................................ 50 2.17.2.5. Custo de produção ................................................................ 51 2.17.2.6. Custos de secagem................................................................ 56 3. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................... 63 3.1. Local, clima e solo ............................................................................. 63 3.2. Caracterização do experimento........................................................... 63 3.2.1. Caracterização do cultivar de café Catuaí-Vermelho..................... 64 3.3. Cronograma de atividades dos dois ciclos produtivos 2003/2004 e 2004/2005 .......................................................................................... 65 3.4. Cálculos das adubações realizadas do ciclo bianual produtivo 2003/2004 e 2004/2005...................................................................... 71 3.5. Controle e monitoramento de pragas .................................................. 79 3.5.1. Broca do café ............................................................................... 80 3.5.2. Bicho-mineiro .............................................................................. 80 3.6. Controle e monitoramento de doenças ................................................ 81 3.6.1. Ferrugem...................................................................................... 81 3.6.2. Cercosporiose ou mancha de olho-pardo....................................... 81 3.7. Controle de ervas danhinas................................................................. 82 3.8. Colheita.............................................................................................. 83 3.9. Manejo das águas residuárias ............................................................. 85 3.10. Secagem........................................................................................... 89 3.10.1. Tempo ........................................................................................ 92 3.10.2. Massa ......................................................................................... 93 3.10.3. Amostragem ............................................................................... 94 3.10.4. Teor de água............................................................................... 94 3.10.5. Ar ambiente................................................................................ 95 3.10.6. Temperatura do ar de secagem.................................................... 95 3.10.7. Vazão de ar................................................................................. 98 3.10.8. Pressão estática........................................................................... 98 3.11. Classificação do café ........................................................................ 99 ix Página 3.11.1. Tipo............................................................................................ 99 3.11.2. Bebida ........................................................................................ 100 3.12. Tratamentos experimentais............................................................... 100 3.13. Avaliação da produção ..................................................................... 101 3.13.1. Dados de produção, colheita e pós-colheita da cultura de café..... 101 3.14. Balanço de radiação e avaliação energética (MJ) .............................. 101 3.14.1. Equações para conversão em energia .......................................... 105 3.14.1.1. Para a produção de café ........................................................ 105 3.15. Análise econômica ........................................................................... 107 3.15.1. Componentes do Custo Operacional e Procedimentos de Cálculo 107 3.15.2. Análise de investimento do capital.............................................. 108 3.15.3. Análise de custo ......................................................................... 108 3.15.3.1. Custo fixo total (CFT)........................................................... 108 3.15.3.2. Custo fixo médio (CFMe) ..................................................... 109 3.15.3.3. Custo variável total (CVT).................................................... 109 3.15.3.4. Custo variável médio (CVMe) .............................................. 109 3.15.3.5. Custo total do sistema (C total) ............................................. 109 3.15.3.6. Custo total médio (CTMe) .................................................... 110 3.15.3.7. Custo operacional total (CopT) ............................................. 110 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 111 4.1. Adubos empregados nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 ....................................................................................... 111 4.2. Insumos empregados nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 ....................................................................................... 119 4.3. Resultados das análises do adubo orgânico empregado nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo ...... 124 4.4. Produtividade das parcelas avaliadas durante os dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo ...... 124 4.5. Índices médios de energia dos insumos e poder calorífico das partes da planta de café Catuaí-Vermelho..................................................... x 125 Página 4.6. Caracterização dos equipamentos, implementos e materiais empregados nos anos fenológicos avaliados nas parcelas do cultivar de café Catuaí-Vermelho.................................................................... 129 4.7. Poder calorífico médio das partes constituintes do cafeeiro nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo ........................................................................................... 129 4.8. Balanço de radiação do cultivar de café Catuaí-Vermelho ...................... 131 4.8.1. Radiação solar global.................................................................... 131 4.8.2. Radiação solar refletida ................................................................ 140 4.8.3. Balanço de radiação de ondas curtas ............................................. 142 4.8.4. Balanço de radiação de ondas longas ............................................ 142 4.8.5. Índice de área foliar (IAF) ............................................................ 143 4.8.6. Estimativa do saldo de radiação.................................................... 143 4.9. Balanço de energía do cultivar de café Catuaí-Vermelho .................... 145 4.10. Resultados dos testes realizados nos três sistemas de secagem avaliados nos dois ciclos 2003/2004 e 2004/2005 ............................. 152 4.11. Classificação do café ........................................................................ 166 4.11.1. Tipo............................................................................................ 166 4.11.2. Bebida ........................................................................................ 167 4.12. Balanço economico do cultivar de café Catuaí-Vermelho ................. 176 4.12.1. Métodos de análise ..................................................................... 176 4.12.1.1. Valor Presente Líquido (VPL) .............................................. 176 4.12.1.2. Taxa Interna de Retorno (TIR) .............................................. 177 4.12.1.3. Tempo de retorno do capital (período de Payback) ............... 177 4.12.2. Resultados Determinísticos...................................................... 186 4.12.3. Resultados Probabilísticos ....................................................... 187 5. CONCLUSÕES ........................................................................................ 188 6. SUGESTÕES............................................................................................ 191 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 192 APÊNDICES ................................................................................................ 204 APÊNDICE A .............................................................................................. 205 APÊNDICE B............................................................................................... 217 xi Página APÊNDICE C............................................................................................... 229 APÊNDICE D .............................................................................................. 231 APÊNDICE E............................................................................................... 233 APÊNDICE F ............................................................................................... 237 APÊNDICE G .............................................................................................. 239 APÊNDICE H .............................................................................................. 243 APÊNDICE I ................................................................................................ 246 APÊNDICE J................................................................................................ 253 APÊNDICE K .............................................................................................. 265 APÊNDICE L............................................................................................... 277 APÊNDICE M.............................................................................................. 282 xii LISTA DE TABELAS Página 1. Características do cultivar utilizado nas avaliações energética e econômica............................................................................................... 64 2. Características dos sistemas de secagem utilizados experimentalmente para as avaliações energética e econômica do sistema de produção ......... 66 3. Cronograma agrícola do cafeeiro para o primeiro ciclo fenológico 2003/2004............................................................................................... 67 4. Cronograma agrícola do cafeeiro para o segundo ano fenológico 2004/2005............................................................................................... 69 5. Base de informação para a realização dos cálculos de adubação do ciclo bianual produtivo avaliado ...................................................................... 72 6. Classificação de tipos de solo.................................................................. 74 7. Estimativa de Y de acordo com o valor de fósforo remanescente (P-rem) 74 8. Necessidades de gesso de acordo com a porcentagem de argila no solo ... 76 9. Cálculo de necessidades de adubação de fósforo em dose de P2O5 para manutenção da lavoura, em função do teor de argila ou do valor de fósforo remanescente (P-rem) ................................................................. 76 10. Estimativa da quantidade a ser aplicada em dose de K2O de acordo com a produtividade esperada e com a possibilidade de potássio no solo ........ 77 xiii Página 11. Cálculo de necessidades dos nutrientes considerados adequados, em função dos teores de macronutrientes e micronutrientes reportados nas análises foliares....................................................................................... 78 12. Recomendações e aplicações de calagem de acordo com os resultados da análise de solos no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ................................................................................................ 111 13. Resumo de necessidades de calcário e gesso de acordo com os resultados das análise de solos para o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo.................................................................. 112 14. Valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ........................................................................................ 113 15. Resumo dos valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ................................................................................... 114 16. Formulações e relações dos adubos recomendados para o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ................................................ 115 17. Recomendações e aplicações de calagem de acordo com os resultados das análises de solos no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ................................................................................................ 115 18. Resumo de necessidades de calcário e gesso aplicados de acordo com os resultados das análises de solos no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ................................................................................... 115 19. Valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ........................................................................................ 116 20. Resumo dos valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ................................................................................... 117 21. Quantidades dos adubos químicos recomendados e aplicados durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ............................ 118 22. Formulações e relações dos adubos recomendados e aplicados no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ............................ 119 23. Quantidades dos corretivos e fertilizantes recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ........................................................................................ 120 xiv Página 24. Quantidades dos fungicidas recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ................................................................................................ 121 25. Quantidades dos inseticidas recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ................................................................................................ 121 26. Quantidade de herbicida recomendado e aplicado nas parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ................................................................................................ 122 27. Quantidades dos corretivos e fertilizantes recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ........................................................................................ 122 28. Quantidades dos fungicidas recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ................................................................................................ 123 29. Quantidades dos inseticidas recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ................................................................................................ 123 30. Quantidade de herbicida recomendado e aplicado nas parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ................................................................................................ 123 31. Resultados médios das análises de laboratório do adubo orgânico obtido pela compostagem de resíduos do processamento do café, cama de galinha obtida da palha de café do beneficiamento do café e capim empregado no primeiro ano fenológico 2003/2004, em cada uma das parcelas avaliadas................................................................................... 124 32. Resultados médios das análises de laboratório do adubo orgânico obtido pela compostagem de resíduos do processamento do café, cama de galinha obtida da palha de café do beneficiamento do café e capim empregado no segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas................................................................................... 124 33. Dados de produtividade obtida nos anos fenológicos 2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005 em cada uma das parcelas experimentais, nos dois anos fenológicos avaliados............................................................... 125 34. Valores médios de energia embutida em fertilizantes, corretivos e defensivos estimados por diferentes autores ............................................ 126 xv Página 35. Valores médios de energia embutida em adubo orgânico obtido pela compostagem de resíduos do processamento (casca de café, mucilagem), cama de galinha (palha de café) e capim empregado no primeiro ano fenológico 2003/2004, em cada uma das parcelas avaliadas .................... 126 36. Valores médios de energia embutida em adubo orgânico obtido pela compostagem de resíduos do processamento (casca de café, mucilagem), cama de galinha (palha de café) e capim empregado no segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas .................... 127 37. Valores médios de energia embutida em defensivos (fungicidas, inseticidas e herbicidas), estimada por diferentes autores......................... 127 38. Valores médios de energia embutida em mão-de-obra estimada por diferentes autores para operações agrícolas ............................................. 128 39. Valores médios de energia embutida em combustíveis estimada por diferentes autores .................................................................................... 128 40. Valores médios de energia embutida em tratores, caminhões e máquinas e implementos, estimada por diferentes autores ....................................... 128 41. Características das máquinas, equipamentos, implementos e veículos utilizados nos dois anos fenológicos avaliados e a energia utilizada para a sua fabricação....................................................................................... 129 42. Poder calorífico médio das partes constituintes do cafeeiro das plantas selecionadas durante os dois anos fenológicos 2003/2004 e 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas ........................................................ 130 43. Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, CatuaíVermelho, durante os períodos comprendidos entre 01/09/2003 até 09/09/2003 e 01/11/2003 até 09/11/2003, em São Miguel doAnta, MG .. 132 44. Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, CatuaíVermelho, durante os períodos comprendidos entre 15/01/2004 até 23/01/2004 e 12/03/2004 até 20/03/2004, em São Miguel do Anta, MG . 133 45. Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, CatuaíVermelho, durante os períodos comprendidos entre 10/09/2004 até 18/09/2004 e 21/01/2005 até 29/01/2005, em São Miguel do Anta, MG . 134 xvi Página 46. Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, CatuaíVermelho, durante o período comprendido entre 01/04/2005 até 09/04/2005, em São Miguel do Anta, MG ............................................... 135 47. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada... 146 48. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ, em cada parcela avaliada........ 148 49. Quantidade de energia embutida nas plantas do cafeeiro durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 e % de energia aproveitada com referência ao balanço geral de radiação em cada uma das parcelas avaliadas ................................................................................................. 150 50. Quantidade de energia embutida nas plantas do cafeeiro durante o segundo ano fenológico 2004/2005 e % de energia aproveitada com referência ao balanço geral de radiação em cada uma das parcelas avaliadas ................................................................................................. 151 51. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 1-4 avaliadas para o processo de secagem ao sol, no terreiro de cimento, no primeiro ano fenológico 2003/2004 ....................................................................... 153 52. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos dois testes das parcelas 1-4 para o processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004 .................. 154 53. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, de dois testes das parcelas 1 - 4 para o processo de secagem combinado (Silo 1), no primeiro ano fenológico 2003/2004............................................................................................... 155 54. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, de dois testes das parcelas 5 e 9 para o processo de secagem combinado (Silo 2), no primeiro ano fenológico 2003/2004............................................................................................... 156 55. Características do combustível utilizado na secagem de café ................... 158 56. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos dois testes das parcelas 1 - 4 para o processo de secagem no terreiro de cimento, ao sol, no segundo ano fenológico 2004/2005.............................................................................. 159 xvii Página 57. Resumo dos valores médios de tempo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 1-2 avaliadas do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no segundo ano fenológico 2004/2005........................................ 161 58. Resumo dos valores médios de tempo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 3-4 avaliadas do secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no segundo ano fenológico 2004/2005 ......................................................... 162 59. Características do combustível utilizado na secagem de café ................... 163 60. Resumo do consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, em cada parcela avaliada .............................................. 164 61. Resumo do consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada ......................................... 165 62. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem completa em terreiro cimentado, com exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno ............................... 168 63. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem completa no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno ................................................................ 168 64. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem até a meia-seca (25-30%) no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, e secagem posterior em silo de concreto até a secagem final (11-12%), armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, a granel, no mesmo silo....................................... 170 xviii Página 65. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco completa em terreiro cimentado, com exposição direta à radiação solar global até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83 e armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno ... 173 66. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco completa no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em coco por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno ........................................................ 174 67. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco até a meia-seca (25-30%), no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, e secagem posterior em secador de fluxos cruzados até a secagem final (11-12%), armazenado em coco por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno, a granel, no mesmo silo................................... 175 68. Resumo dos custos de produção da cultura de cafeeiro nos dois anos fenológicos avaliados .............................................................................. 178 69. Série histórica de preços de café (R$/sc 60 kg)........................................ 179 70. Produção esperada em sacas de café beneficiado (60 kg)......................... 179 71. Distribuição da produção por qualidade, cotações e receitas adquiridas e planejadas com as vendas de café............................................................ 180 72. Distribuição das vendas de café pela produção por qualidade produzidas e esperadas de acordo com a projeção da cultura do cafeeiro................... 181 73. Fluxos de caixa reais nos primeiros cinco anos fenológicos, de acordo com as receitas e despesas....................................................................... 182 74. Índices de avaliação calculados de acordo com os fluxos de caixa iniciais e projetados................................................................................. 186 1A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 1 ...................... 205 2A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 2 ...................... 207 xix Página 3A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 3 ...................... 209 4A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 4 ...................... 211 5A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, das parcelas 5-13 .............. 213 6A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 14 .................... 215 1B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 1 ...................... 217 2B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 2 ...................... 219 3B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 3 ...................... 221 4B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 4 ...................... 223 5B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, das parcelas 5-13 .............. 225 6B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 14 .................... 227 1C. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de secagem no terreiro de cimento ao sol no primeiro ano fenológico 2003/2004 .............................................................................................. 229 2C. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de secagem no terreiro de cimento ao sol no primeiro ano fenológico 2003/2004 .............................................................................................. 230 1D. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004........................................ 231 xx Página 2D. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004........................................ 232 1E. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de secagem combinado (Silo 1) no primeiro ano fenológico 2003/2004....... 233 2E. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de secagem combinado (Silo 1) no primeiro ano fenológico 2003/2004....... 234 3E. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 5 e 9 do processo de secagem combinado (Silo 2) no primeiro ano fenológico 2003/2004....... 235 4E. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 10 e 13 do processo de secagem combinado no primeiro ano fenológico 2003/2004 ................... 236 1F. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de secagem no terreiro de cimento ao sol no segundo ano fenológico 2004/2005............................................................................................... 237 2F. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de secagem no terreiro de cimento ao sol no segundo ano fenológico 2004/2005............................................................................................... 238 1G. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da primeira parcela do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005......................................... 239 2G. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da segunda parcela do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005......................................... 240 3G. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da terceira parcela do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005......................................... 241 xxi Página 4G. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da quarta parcela do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005......................................... 242 1H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, da parcela 1 ............................................................................... 243 2H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, da parcela 2 ............................................................................... 244 3H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, da parcela 3 ............................................................................... 245 4H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, da parcela 4 ............................................................................... 246 5H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, das parcelas 5-13 ....................................................................... 247 1I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 1 ............................................................................ 248 2I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 2 ............................................................................ 249 3I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 3 ............................................................................ 250 4I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 4 ............................................................................ 251 5I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, das parcelas 5-13 .................................................................... 252 1J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1............................ 253 xxii Página 2J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2............................ 255 3J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3............................ 257 4J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4............................ 259 5J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13.................... 261 6J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 14 .......................... 263 1K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1 ........................... 265 2K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2 ........................... 267 3K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3 ........................... 269 4K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4 ........................... 271 5K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13 ................... 273 6K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 14 ......................... 275 1L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1 .................................................................. 277 2L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2 .................................................................. 278 3L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3 .................................................................. 279 4L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4 .................................................................. 280 xxiii Página 5L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13.......................................................... 281 1M. Custos de processamento correspondentes aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1 ................................................................. 282 2M. Custos de processamento correspondentes aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2 ................................................................. 283 3M. Custos de processamento correspondentes aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3 ................................................................. 284 4M. Custos de processamento correspondentes aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4 ................................................................. 285 5M. Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13 ......................................................... 286 xxiv LISTA DE FIGURAS Página 1. Fazenda experimental, Município de São Miguel do Anta,MG................ 64 2. Parcelas experimentais na lavoura de café ............................................... 65 3. Croqui das áreas de pré-processamento e processamento do cafeeiro e dos resíduos ............................................................................................ 84 4. Equipamentos lavador, despolpador e desmucilador mecânicos............... 84 5. Fluxo estabelecido no sistema proposto para o tratamento de águas residuárias............................................................................................... 86 6. Vista lateral da fornalha a fogo indireto com lenha dos terreiros secadores ................................................................................................ 91 7. Equipamentos empregados nas análises físicas........................................ 93 8. Croqui do monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar nos terreiros secadores ............................................................................ 96 9. Vista dos terreiros secadores sem incidência solar direta ......................... 96 10. Vista do sistema de adquisição de dados empregado para o monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar nos terreiros secadores ................................................................................................ 97 11. Croqui nos silos secadores e armazenadores do sistema para o monitoramento do ar de secagem no “plenum” e no ducto central de cada silo.................................................................................................. 97 xxv Página 12. Silos em concreto onde foi realizada a secagem complementar do 3o tratamento............................................................................................... 98 13. Módulo montado para a determinação do balanço de radiação................. 102 14. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 01/09/2003 – 09/09/2003 ........................................................................ 136 15. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 01/11/2003 – 09/11/2003 ........................................................................ 137 16. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 15/01/2004 – 23/01/2004 ........................................................................ 137 17. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 12/03/2004 – 20/03/2004 ........................................................................ 138 18. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 10/09/2004 – 18/09/2004 ........................................................................ 139 19. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 21/01/2005 – 29/01/2005 ........................................................................ 139 20. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 01/04/2005 – 09/04/2005 ........................................................................ 140 xxvi RESUMO FONSECA PALACIN, Juan José, D. Sc., Universidade Federal de Viçosa, março de 2007. Avaliações energética e econômica de sistemas de produção de café de montanha. Orientador: Adílio Flauzino de Lacerda Filho. Co-Orientador: Erly Cardoso Teixeira, Evandro de Castro Melo e Paulo Roberto Cecon. Para garantir altos níveis de qualidade ao café é necessário usar uma série de procedimentos, como Boas Práticas Agrícolas (BPA), Boas Práticas de PréProcessamento e Boas Práticas de Processamento (BPP). As definições e aplicações dessas práticas devem ser adotadas em toda a cadeia de produção do café, para transformar o agronegócio em uma atividade eficiente e lucrativa. Além de um estudo de viabilidades técnica, operacional e econômico para a implementação das BPA e BPP, produtores e industriais devem estar atentos e organizados sobre a idéia e vantagens da adoção de tal prática. Objetivou-se, com este trabalho, realizar o balanço energético e a análise econômica para a produção de café de montanha em uma fazenda, implementando as boas práticas em toda a cadeia de produção, no préprocessamento e processamento de café lavado, descascado, desmucilado mecanicamente e secado em terreiro convencional de cimento, em comparação com outros dois processos de secagem. Em um deles, a secagem foi realizada em um terreiro secador, de leito fixo, em leiras, sem incidência direta de radiação solar e, no outro, realizou-se a secagem combinada em terreiro secador de leito fixo, em leiras, com distribuição de ar aquecido até a meia-seca (20 a 25% b.u.), completando-se a xxvii secagem em silo secador, com ar natural, até que os grãos atingissem o teor de água entre 11 e 12% b.u. O experimento foi realizado em uma fazenda a 702 m de altitude, localizada no Município de São Miguel de Anta, MG – Brasil. A variedade de café utilizada foi "Catuaí” linhagem vermelha com idade inicial de 3,5 anos. Os frutos foram colhidos pelo método da “derriça sobre o pano” em forma semi-seletiva. Os resultados permitiram concluir que a radiação solar global foi o componente de fluxo de radiação de maior magnitude, e a radiação fotossinteticamente ativa (RFA) foi o componente de maior aporte no balanço de energia da cultura. Adotando procedimentos que proporcionem a aplicação de boas práticas agrícolas, de préprocessamento e de processamento, é possível obter café com qualidade. Pelas técnicas de secagem em terreiro secador de leito fixo, em leiras, com distribuição de ar aquecido, sem incidência direta solar até o final (12% b.u.) e a secagem em combinação com meia-seca (25% b.u.) em terreiro secador de leito fixo, em leiras, sem incidência direta de radiação solar, com fornalha a fogo indireto e lenha como combustível e a complementação da secagem em silos, utilizando ar na temperatura ambiente, obteve-se melhor qualidade do café, e essas técnicas podem ser incluídas dentro entre aquelas adotadas para as boas práticas nas operações de processamento, garantindo alto padrão de qualidade. Os consumos médios de energia no primeiro ano fenológico 2003/2004 e no segundo 2004/2005, avaliados da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da Mata mineira, foram de 23.035.733,80 MJ/ha e 24.918.830,18 MJ/ha, respectivamente. Já os consumos médios de energia do processamento de secagem de café descascado e desmucilado das parcelas avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 foram de 668,98 MJ/saca (terreiro cimentado), 195,55 MJ/saca (terreiro secador até 12%) e 411,52 MJ/saca (secagem combinada), enquanto no segundo ano fenológico 2004/2005 avaliado com relação ao café em coco esses consumos foram de 1.201,50 MJ/saca (terreiro cimentado) e de 352,95 MJ/saca (terreiro secador até 12%) de 60 kg de café beneficiado. Os custos médios do processamento de secagem de café descascado e desmucilado das parcelas avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 foram de R$6,42/saca (terreiro cimentado), R$5,67/saca (terreiro secador até 12%) e R$5,68/saca (secagem combinada), enquanto no segundo ano fenológico 2004/2005 avaliado quanto ao café em coco esses custos foram de R$16,01/saca (terreiro cimentado) e de R$8,37/saca (terreiro secador até 12%) de 60 kg de café beneficiado. O tempo de retorno do capital (período de Payback) nesse projeto foi de 12 anos, ou seja, o tempo xxviii necessário para que os investimentos de capital próprio sejam integralmente recuperados. O Valor Presente Líquido (VPL) calculado indicou que os ganhos do projeto remuneram o investimento feito à taxa de 6% ao ano e ainda permitiram acrescentar o valor da empresa. Por tudo isso, o projeto é viável, já que a avaliação feita e projetada cobre o custo do capital investido e o investimento projetado. Também, a Taxa Interna de Retorno (TIR) foi de 7,71%, indicando que o Valor Presente Líquido (VPL) do projeto torna-se nulo à taxa de 7,71%, sendo superior à taxa de desconto utilizada no projeto (6% ao ano). Portanto, o capital investido será integralmente recuperado. xxix ABSTRACT FONSECA PALACIN, Juan José, D. Sc., Universidade Federal de Viçosa, March of 2007. Energy and economic evaluations of systems of production of mountain coffee. Adviser: Adílio Flauzino de Lacerda Filho. Co-Advisers: Erly Cardoso Teixeira, Evandro de Castro Melo and Paulo Roberto Cecon. To guarantee high levels of quality in the coffee it is necessary to use a series of procedures, as, Good Practical Agriculturists (BPA), Good Practical of Daily payprocessing and Good Practical of Processamento (BPP). The definitions and applications of these practical must be adopted in all the chain of coffee production, to transform the agronegócio into an efficient and lucrative activity. Beyond a feasibility study technician, operational and economic, for the implementation of BPA and BPP, producers and industrials they must be intent and organized on the idea and advantages of the adoption of such practical. It was objectified, with this work, to carry through the energy rocking, and the economic analysis for the production of mountain coffee in a farm, implementing good practical in all the chain of production, the daily pay-processing and processing of coffee washed, peeled, desmucilado mecanicamente and dried in conventional cement place of fetichism, comparison with others two processes of drying. In the one of them drying it was carried through in a drying place of fetichism, of fixed stream bed, in leiras, without direct incidence of solar radiation e, in the other, became fullfilled it drying combined in drying place of fetichism of fixed stream bed, in leiras, with warm air xxx distribution until stocking-dries (20 25% b.u.), completing it drying in drying silo, with natural air, until the grains reached the water text between 11 and 12% b.u. The experiment was carried through in a farm 702m of altitude, located in the city of Is Miguel de Anta - MG - Brazil. The used variety of coffee was “Catuaí” red ancestry with initial age of 3,5 years. The fruits had been harvested by the method of “untwining on the cloth” in half-selective form. The results allow to conclude that, global the solar radiation was the component of flow of radiation of bigger magnitude, Radiação Fotossintéticamente Ativa (RFA) is the greater component arrives in port in the rocking of energy of the culture. Adopting good procedures that provide the application of practical agriculturists, daily pay-processing and processing, it is possible to get coffee with quality and that the techniques of drying in drying place of fetichism of fixed stream bed, in leiras, with warm air distribution, without solar direct incidence until the end (12% b.u) and the drying in combination, with stocking-it dries (25% b.u) in drying place of fetichism of fixed stream bed, in leiras, without direct incidence of solar radiation, with furnace the indirect fire and firewood as combustible and the complementation of the drying in silos, using air in the ambient temperature, had gotten quality of the coffee more good and can be enclosed inside of the good techniques adopted for practical in the operations of processing guaranteeing the high standard of quality. The average consumptions of energy in first fenológico year 2003/2004 and as fenológico year 2004/2005 evaluated of the culture of the mountain cofee tree in the region of the Zone of mining Mata had been of 23.035.733, 80 MJ/ha and of 24.918.830, 18 MJ/ha respectively. The average consumptions of energy of the processing of drying of coffee peeled and desmucilado of the parcels evaluated in first 668,98 fenológico year 2003/2004 had been of MJ/saca (cemented place of fetichism), 195,55 MJ/saca (drying place of fetichism up to 12%) and 411,52 MJ/saca (agreed drying) and in as fenológico year 2004/2005 evaluated for coffee in coco they had been of 1.201, 50 MJ/saca (352,95 cemented place of fetichism) and of MJ/saca (drying place of fetichism up to 12%) of 60 kg of benefited coffee. The average costs of the processing of drying of coffee peeled and desmucilado of the parcels evaluated in first fenológico year 2003/2004 had been of 6,42/saca R$ (cemented place of fetichism), 5,67/saca R$ (drying place of fetichism up to 12%) and 5,68/saca R$ (agreed drying) and in as fenológico year 2004/2005 evaluated for coffee in coco had been of 16,01/saca R$ (cemented place of fetichism) and of 8,37/saca R$ (drying xxxi place of fetichism up to 12%) of 60 kg of benefited coffee. The time of return of the capital (Period of Payback) in this project was of 12 years, that is, the necessary time so that the investments of proper capital integrally are recouped. The Present Value I eliminate (VPL) calculated indicated that the profits of the project remunerate the done investment to the tax of 6% to the year and still they allow to add the value of the company, for all this the project is viable, since the done and projected evaluation has covered the cost of the invested capital and the projected investment. Also, the Internal Tax of Retorno (TIR) was of 7,71%, indicating that Valor Presente Liquido (VPL) of the project becomes null á 7,71% tax, being superior to the tax of discounting used in project (6% to the year), therefore the invested capital integrally will be recouped. xxxii 1. INTRODUÇÃO A cultura do cafeeiro ocupa papel de elevada importância na agricultura e na economia brasileira. O café é importante commodity agrícola de exportação no mundo, e, dentre os países produtores, o Brasil ocupa posição de destaque, sendo o maior produtor e exportador mundial. Segundo a OIC (2006), a produção mundial de café na safra 2006/07 está estimada em cerca de 121 milhões de sacas, representando aumento de 13% sobre o período anterior. A safra 2005/06 foi confirmada em 107,15 milhões de sacas. A produção de café arábica foi de 69 milhões de sacas, enquanto a safra de café robusta, de 38 milhões de sacas. Conforme a OIC (2006), o café arábica representou 64,31% da produção mundial em 2005/06, enquanto o robusta participou com 35,69% do total. O porcentual de participação do café robusta saltou de 18,35% em 1965 para 35,69% em 2005/06, crescimento acompanhado no período pelo aumento do diferencial de preço dos cafés "Outros Suaves". As mais recentes estimativas sobre o consumo mundial de café indicam que em 2005 foram consumidas 117 milhões de sacas, das quais 31 milhões internamente em países exportadores e 86 milhões em países importadores. Segundo o MAPA (2006), a área ocupada pelo parque cafeeiro no Brasil é de 2.437.312 ha, sendo 219.646 ha em formação. A produção da safra 2005/06 foi de 32,9 milhões de sacas, sendo 9,12 milhões de café robusta e 23,8 milhões de café arábica. 1 O café, contudo, é um produto bastante vulnerável às flutuações de preço no mercado (CAIXETA, 2001; FNP, 2004). Nesse sentido, a produção de café de qualidade superior e a diversificação da produção podem ser importantes estratégias para manter o equilíbrio econômico da propriedade. A produção do café brasileiro está concentrada em seis Estados: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná. O Estado de Minas Gerais é líder, produzindo o 46,2% da produção total, seguido pelo Espírito Santo. O rendimento médio do parque cafeeiro brasileiro na safra 2005/06 foi de 14,86 sacas/ha. Minas Gerais atingiu um rendimento médio de 14,6 sacas/ha, considerado muito baixo quando comparado com outros países como Colômbia e Costa Rica, com 20,2 e 21,3 sacas/ha, respectivamente. Entre os maiores obstáculos à obtenção de maiores rendimentos no Estado de Minas Gerais e em geral no Brasil, encontra-se a deficiência hídrica como um dos fatores mais importantes, determinando, principalmente, oscilações no rendimento entre locais num mesmo ano e entre anos num mesmo local. Dessa forma, o conhecimento das necessidades hídricas ao longo do ciclo de desenvolvimento e dos diferentes subperíodos da cultura é muito importante para uma agricultura racional, tanto irrigada quanto não-irrigada. Entretanto, como medidas diretas de evapotranspiração (consumo de água) normalmente não existem em todas as regiões, como seria necessário, as estimativas tornam-se imprescindíveis, constituindo, na maioria dos casos, a única alternativa. Através do balanço de radiação e do balanço de energia das superfícies vegetais, podem-se estimar as necessidades hídricas das culturas de maneira eficiente, permitindo, também, um ajuste de outros métodos de estimação, com vistas a uma melhor aproximação às condições reais. Alem disso, podem-se avaliar as alterações de microclima da vegetação, em função dos estados de desenvolvimento da cultura e das condições de solo e atmosfera. Essa técnica permite dimensionar as trocas de massa e energia no sistema solo-planta-atmosfera, através do estudo da partição do saldo de radiação nos diversos processos que ocorrem na cultura (FONTANA, 1987). Embora se reconheça a influência de fatores básicos de produtividade como o clima, o solo e as variedades, a produção agrícola é, seguramente, dependente da energia investida na cultura, a qual, notadamente, depende de diferentes fontes 2 energéticas, dentre elas os combustíveis, que, em sua maioria, dependem do petróleo (SERRA et al., 1979). Nesse contexto, apresenta-se um impasse: não é possível ignorar o enorme potencial agrícola brasileiro, como também não é possível desconsiderar as dificuldades envolvidas. Logo, se por um lado há um setor modernizado que tem reagido rapidamente aos incentivos tecnológicos, por outro sabe-se que seu crescimento se baseia num pacote intensivo de capital e energia, precisamente os fatores que agora se tornam escassos. A globalização da economia e a atual política de preços imposta aos produtos agrícolas levaram os produtores a análises mais detalhadas do sistema. Em um contexto de alto custo de energia e baixos preços dos produtos agrícolas, torna-se indispensável considerar as relações entre consumo de energia e as qualidades inerentes ao produto, antes e depois do processamento (LACERDA FILHO, 1998). Os sistemas de produção, em geral, podem ser classificados como sistemas termodinâmicos abertos. Os insumos são recursos naturais transformados pelas operações de produção em produtos para uso humano. Do ponto de vista energético, um sistema de produção agrícola pode ser interpretado como de conversão da energia da radiação solar em energia de alimentos, com a intervenção de água e gás carbônico e de produtos semi-elaborados, como os combustíveis, os fertilizantes, os pesticidas, as sementes etc. Um dos insumos básicos é a tecnologia de produção que, analogamente ao capital, resulta da acumulação de excedentes da produção sobre o consumo e que se transfere de um a outro modo de produção no processo denominado desenvolvimento tecnológico (FERREIRA, 1999). Segundo Silva e Berbert (1999), todo o trabalho realizado em dada propriedade agrícola demanda energia, desde o estabelecimento até a colheita das espécies em exploração. O consumo de energia varia em função do nível de adoção da tecnologia usada. O balanço final de energia pode ser negativo ou positivo. Se a energia produzida for menor do que a energia consumida, o balanço energético será negativo. O balanço energético dos sistemas de produção resulta na subtração da energia produzida (MJ/ha) pela energia consumida (MJ/ha), em cada cultura ou sistema. Como energia produzida (ou receita energética (MJ/ha)), considera-se a transformação do rendimento de grãos ou frutos, ou da matéria seca, em energia. Como energia consumida ou energia cultural (MJ/ha), considerar-se á a soma dos 3 coeficientes energéticos relativos aos fertilizantes, às sementes, aos fungicidas, aos herbicidas, aos inseticidas, à energia solar incidente durante o ciclo e às operações de semeadura, de adubação, de aplicação de produtos e de colheita manual. Como energia pós-colheita, considera-se a soma dos coeficientes energéticos gastos nas operações de pré-processamento e processamento utilizadas em cada tratamento. Na avaliação da viabilidade técnico-econômica de um investimento, utilizamse duas análises básicas: a análise do investimento e a análise de custo. A primeira fundamenta-se na teoria de investimentos e a segunda, na teoria de custo de produção. Na análise econômica do sistema da cultura, do pré-processamento e do processamento de café, é importante empregar os dois procedimentos para se obterem elementos para uma avaliação detalhada dos aspectos econômicos (REZENDE, 1997). Segundo Leite et al. (1996), a análise de investimento requer a elaboração do fluxo de caixa do investimento, isto é, a previsão de todas as entradas (capital investido e despesas de operação) e de todas as saídas (receitas do investimento), por período de tempo ao longo de todo o horizonte do projeto (vida útil produtiva). Existem trabalhos que dizem respeito à comparação dos custos de secagem, avaliando diferentes tipos de secadores e combustíveis. No entanto, no Brasil são escassos os estudos que avaliaram energética e economicamente o ciclo de produção completo de culturas perenes e as etapas de colheita e de pós-colheita, devido à complexidade do levantamento das informações. Em virtude dessas informações, este trabalho teve como objetivos: a) Determinar o consumo de energia para produção de Café de Montanha, avaliando energeticamente a produção da lavoura, a colheita e a pós-colheita. b) Determinar os custos da produção e da colheita e três diferentes processos de secagem de café. c) Estabelecer e adaptar metodologias para o tratamento e interpretação de informações das avaliações energética e econômica de sistemas agrícolas. 4 2. REVISÃO DE LITERATURA Os fatores que influem a produtividade e qualidade dos cafezais no Brasil podem ser reunidos em três categorias principais: econômico-conjunturais, climáticos e manejo da cultura (MATIELLO, 1991). Conhecer o local de cultivo, escolher espécies e cultivares que melhor se adaptam a esses locais, proporcionando maior uniformidade de maturação, menor incidência de microrganismos antes e depois da colheita, bem como adubações e tratos culturais adequados, representam o início do sucesso daqueles que estão ingressando ou já se encontram na atividade cafeeira (PIMENTA, 2003). O crescimento e o desenvolvimento do fruto de café ocorre em diferentes estádios fisiológicos que dependem das características genotípicas e ambientais. São citados na literatura cerca de um a cinco períodos de crescimento (SALAZARGUTIERREZ et al., 1994). Os parâmetros macroclimáticos considerados favoráveis para a obtenção da bebida fina podem ser altamente influenciados por efeitos oroclimáticos e topoclimáticos que podem aumentar a umidade ambiente, afetando a composição química da mucilagem do café, determinando um tipo de atividade e uma intensidade característica do processo fermentativo (CAMARGO et al., 1992). Movimentos crescentes visando reduzir o uso de insumos agrícolas e implementação de sistemas de cultivos baseados em procedimentos biológicos renovam o interesse de pesquisadores e agricultores em práticas agrícolas, com adubação verde e rotação de culturas, que visem à recuperação e manutenção da 5 fertilidade de solos e à redução no consumo de energia (SARRANTONIO; SCOTT, 1988; OLIVEIRA, 1994). Isso tem levado à necessidade de se obterem sistemas agrícolas mais eficientes na utilização de recursos não-renováveis (combustíveis, fertilizantes, fungicidas, herbicidas e inseticidas) (ZENTNER et al., 1989). Na atualidade, no entanto, buscam-se sistemas de produção mistos (lavoura + pecuária) mais eficientes energeticamente. A energia produzida tem que ser maior do que a energia consumida (QUESADA; BEBER, 1990). De acordo com Wilson e Brigstocke (1980), a obtenção da maioria de produtos nas regiões de clima tropical pode ocorrer com menor consumo de energia, em função da alta luminosidade (energia radiante). Embora o cafeeiro possa vegetar em extensa área geográfica, a sua produção econômica está restrita a áreas onde existam fatores ecológicos favoráveis e zoneamentos edafoclimáticos compatíveis com a espécie a ser cultivada. O ciclo bianual de produção do cafeeiro no Brasil é um importante fenômeno que exerce influência sobre a produtividade e sobre a qualidade, em determinados anos. Ele ocorre principalmente em função do cultivo das lavouras a pleno sol, que condiciona altas produções num ano, com o conseqüente esgotamento da planta, que não terá boa vegetação para voltar a produzir, na mesma intensidade, no ano seguinte (MATIELLO, 1984). O café é cultivado em locais cuja precipitação varia entre 750 mm (7.500 m3/ha) e 3.000 mm (30.000 m3/ha). Precipitações relativamente baixas podem ser compensadas, parcialmente, por menor evapotranspiração. O balanço entre esses dois fatores permite indicar, ao longo do ano, as épocas em que ocorrem deficiências e excedentes hídricos. Os resultados de balanços hídricos de várias regiões cafeeiras, no mundo, indicam que, de fato, os cafés arábicas suportam bem e podem ser beneficiados por deficit hídrico anual de até 150 mm, particularmente quando restrito à fase quiescente de crescimento (CAMARGO, 1985). 2.1. Balanço de energia Parikh e Syed (1988), analisando a economia de alguns países desenvolvidos, verificaram que eles consumiram entre 17,0 e 20,0% da demanda total de energia, 6 em produção de alimentos, e 20,0 a 25,0% foi usado, diretamente, na fazenda e, o restante, nas operações de pós-colheita. A introdução da máquina a vapor, do motor de combustão interna e do motor elétrico acentuou o uso da energia, em formas progressivamente sofisticadas, no sentido de serem mais gerenciadas. Com o desenvolvimento de outros sistemas de produção, como a indústria química, a agricultura passou a ser assistida também por energia embutida nos fertilizantes, pesticidas e combustíveis, cuja produção foi facilitada pela existência de outros recursos naturais, como os nitratos, os fosfatos etc. Porém, todos os recursos naturais fora do ciclo da fotossíntese são esgotáveis em prazos históricos, e, assim como a agricultura primitiva da Mesopotâmia, do Egito, da China e de outras regiões essencialmente agrícolas, os países da Europa viram decair o seu potencial de produção, requerendo quantidades cada vez maiores de energia para manter a população crescente. É previsível que a mesma seqüência de evolução venha a ser percorrida pela agricultura brasileira, na qual a demanda de energia já está crescendo mais depressa do que na indústria (SERRA et al., 1979). A profunda repercussão dos choques de preços do petróleo da década de 1970, na organização política e econômica da sociedade humana, aponta a necessidade de refinamento dos métodos de análise energética, de forma a possibilitar o melhor uso dos recursos naturais e a avaliação dos impactos ambientais dos processos intensivos em energia (FERREIRA, 1999). Embora se reconheça a influência de fatores básicos de produtividade como o clima, o solo e variedades, a produção agrícola é, seguramente, dependente da energia investida na cultura, a qual, notadamente, depende de certos “combustíveis” que, em sua maioria, dependem do petróleo. Assim, tem-se um impasse, pois não se pode ignorar o enorme potencial para o desenvolvimento agrícola num país como o Brasil e também não se pode menosprezar as dificuldades envolvidas. Logo, se por um lado há um setor modernizado que tem reagido rapidamente aos incentivos tecnológicos, por outro é sabido que seu crescimento se baseia num pacote intensivo de capital e energia, precisamente os fatores que agora se tornam escassos (SARTORI; BASTA, 1999). A determinação de um balanço de energia depende das entradas e saídas. Na energia consumida no trabalho manual, existem certas controvérsias, por exemplo; Serra et al. (1979), em sua pesquisa, divulgaram que, segundo o Institute for Energy Analyses of Oak Ridge, a mesma não deve ser computada para fins de avaliação do 7 índice energético de determinado produto, pois o homem, quer esteja trabalhando ou não, consome praticamente a mesma quantidade de energia na forma de alimento, moradia, vestuário e outros. Pimentel (1980), entretanto, adotou 485 kcal/h de energia consumida pelo trabalho manual agrícola, e Bridges e Smith (1979) determinaram 544 kcal/h. Goldemberg (1984) considerou que o consumo diário de energia (carvão, madeira e carvão vegetal, derivados de petróleo e hidroeletricidade) por família com renda mensal de no máximo dois salários mínimos corresponde a 18.000 kcal/dia, enquanto Angeleli et al. (1981) determinaram como consumo de alimentação 2.200 cal/dia, que se aproximam de 313 kcal/h de trabalho. O valor energético dos tratores, caminhões e implementos, segundo Doering et al. (1977), é contabilizado através de seu peso multiplicado pelo valor energético do material utilizado na sua fabricação acrescido de 20,5 Mcal/kgf para pneus e de 5% do total de energia para reparos e manutenção. Segundo Loewer, citado por Bridges e Smith (1979), admite-se para o combustível um valor de 42.694 kcal/galão, e incluem-se alternativas para motor, graxa, manufatura e transporte até o campo. Pimentel (1980) admitiu, para a gasolina, o valor de 10.109 kcal/l e para diesel e óleo combustível, o valor de 11.414 kcal/l. Segundo o Balanço Energético Nacional (2005), o poder calórico dos combustíveis utilizados para gasolina é de 8.148 kcal/l e para o óleo diesel, 9.025 kcal/l. Pimentel e Hall (1984) utilizaram os valores de 64.910, 86.910 e 99.910 kcal/kg para fungicidas, inseticidas e herbicidas, respectivamente. Sartori e Basta (1998) e Serra et al. (1979) adotaram os indicadores energéticos derivados da economia americana, que são: para o nitrogênio (N), 13.875; para o fósforo (P2O5), 1.665; para o potássio (K2O), 1.110; e para o calcário, 40 kcal/kg. Na adubação com cal, Pimentel et al. (1975) admitiram um valor de 315 kcal/kg. 2.1.1. Balanço de radiação As trocas de radiação na superfície da terra são compostas dos fluxos de radiação de ondas curtas (0,3 – 3,0 µm) e da radiação térmica ou de ondas longas 8 (maior que 3,0 µm). Os fluxos em direção à superfície compõem-se da radiação solar incidente de ondas curtas (direta e difusa) e da radiação de ondas longas emitida pela atmosfera para a superfície. Os fluxos que saem da superfície compõem-se da radiação solar de ondas curtas refletida e da radiação de ondas longas emitida pela superfície para a atmosfera (TANNER; LEMON, 1962). O balanço de radiação é dado pela equação 2.1. Rn = Rs(1 − a ) + (L ↓ − L ↑ ) 2.1 em que: Rn: saldo de radiação, MJ/m2; Rs: radiação solar global, MJ/m2; a: albedo; L↓: radiação solar de ondas longas emitida pela atmosfera para a superfície, MJ/m2; e L↑: radiação solar de ondas longas emitida pela superfície para a atmosfera, MJ/m2. Por definição, o albedo é a razão Rr/Rs, sendo Rr a radiação refletida de ondas curtas. A radiação solar global é composta pela radiação direta e pela radiação difusa. As magnitudes dessas radiações variam em função da latitude, da altitude, do ângulo solar, da cobertura de nuvens e da turvação atmosférica (CHANG, 1968). A porcentagem da radiação de ondas curtas incidente que é refletida para o espaço é denominada albedo, que varia com a elevação solar, o grau de cobertura do solo, o estado de umidade do solo e das plantas e pela quantidade e tipo de cobertura de nuvens (MOORE, 1976). Na maior parte das culturas, o albedo decresce rapidamente à medida que aumenta a elevação solar. Os valores são máximos nas primeiras horas da manhã e nas últimas horas da tarde; isso porque, para pequenas elevações solares, as superfícies vegetais comportam-se como superfícies planas, captando pouca energia e, portanto, aumentando sua refletividade. Nas horas em que a elevação solar é maior, ocorre maior penetração da radiação solar no interior da comunidade vegetal, devido a um coeficiente de retenção maior (ANDRÊ; VISWANADHAM, 1983). 9 Diversos autores atribuem esse fato à presença de orvalho sobre as folhas, determinando um efeito de espelho. Blad e Baker (1972) indicaram que as diferenças entre o albedo da manhã e da tarde são o efeito do murchamento temporário das folhas e do aumento da agitação das folhas pelo vento e não pelo efeito do orvalho. O albedo é influenciado, também, pela quantidade de solo exposto. À medida que o solo é coberto por vegetação, o albedo aumenta (PABLOS; IRAUNDEGUI, 1975). Andrê e Viswanadham (1983) afirmaram que o solo apresenta valores inferiores de albedo em relação à vegetação, devido ao fato de que este apresenta alta absorção na banda espectral do infravermelho próximo e que existe relação inversa entre o albedo e a altura da vegetação. No que se refere à umidade, resultados de pesquisas demonstram que, em geral, a relação é entre o albedo e o potencial da água no solo e não entre o albedo e a quantidade d’água no solo. Quanto ao albedo no solo, essa relação não é única para todos os tipos de solo, sendo, aparentemente, mais baixa para solos de textura fina em relação aos de textura mais grosseira (GRASER; VAN BAVEL, 1982). Os baixos valores de albedo quando o céu está encoberto por nuvens são devidos, provavelmente, a um aumento da isotropia da radiação refletida como resultado da eliminação da radiaçõa solar direta (BLAD; BAKER, 1972). O último termo do balanço de radiação é o saldo de radiação de ondas longas. A radiação térmica de ondas longas de um corpo surge a partir da energia cinética, devido à movimentação vibratória e rotacional das moléculas e, portanto, é função da sua temperatura. Na atmosfera, a emissão de radiação térmica é causada, principalmente, pela agitação estimulada pela temperatura do vapor d’água, dióxido de carbono e moléculas de ozônio presentes, assim como das gotas de água nas nuvens. Na superfície (considerando-a como um corpo negro), a emissão da radiação de ondas longas é função da temperatura absoluta da superfície elevada à quarta potência (CHANG, 1968). Segundo Cunha et el. (2000), na superfície da terra o saldo de radiação é utilizado nos processos de evaporação e transpiração das plantas, nos processos de aquecimento do ar, do solo e das plantas e no processo de fotossíntese. À noite, o saldo de radiação é dado somente pelo saldo de radiação de ondas longas, que é 10 negativo. Devido a essa perda de radiação durante a noite, o saldo de radiação diurno é maior do que o saldo de radiação das 24 horas. Sendo o saldo de radiação um dado pouco disponível e como a determinação de todos os componentes do balanço de radiação nem sempre é possível, diversos autores têm estimado esse parâmetro, através de uma função com a radiação solar global incidente. Um parâmetro derivado do balanço de radiação, que tem sido utilizado, é o coeficiente de aquecimento. Esse parâmetro representa o aumento na perda de radiação de ondas longas por unidade de aumento do saldo de radiação, sendo este propriedade da superfície. Outro parâmetro é o coeficiente de trocas de ondas longas. Representa a mudança no saldo de radiação de ondas longas sobre a superfície por unidade de mudança na radiação solar absorvida. Esse parâmetro é propriedade do meio (ANDRÊ; VISWANADHAM, 1983). Nobel (1991) afirmou que a radiação eletromagnética é essencialmente energia em trânsito. Ela tem as seguintes propriedades: (a) se move em ondas, (b) no vácuo, tem a velocidade da luz; e (c) é corpuscular, ou seja, está constituída de partículas denominadas fóton ou “quantum”. É justamente o fóton (ou o “quantum”) que carrega consigo a energia própria do comprimento de onda da radiação. E essa energia de um único fóton de radiação de qualquer comprimento de onda pode ser calculada pela equação de Planck. A energia contida em um “quantun”, de acordo com a lei de Planck, é dada pela equação 2.2. E = h.v = h. c λ 2.2 em que: E: energia contida em um “quantun” de radiação de freqüência v, ou de cumprimento de onda igual a λ (J); h: constante de Planck (6,6262 x 10-34 J.s); v: freqüência de onda de radiação (Hz); c: velocidade da luz (3 x 108 m.s-1); e λ: comprimento de onda de radiação (m). Existem, portanto, dois sistemas que podem ser empregados para quantificar a radiação eletromagnética: (a) o sistema radiométrico, no qual o interesse é o de fornecer a quantidade de energia que chega por unidade de área e por unidade de 11 tempo; e (b) o sistema fotométrico, no qual o interesse é o de fornecer a quantidade de fótons que chegam por unidade de área e por unidade de tempo. A escolha de um ou de outro sistema para expressar os valores de radiação depende somente da natureza do trabalho a ser desenvolvido. Em geral, a radiação solar global e todos os trabalhos de balanço de radiação e de energia (fluxo de calor latente, de calor sensível e “momentum”) empregam o sistema radiométrico, porque o interesse é na quantidade de energia disponível para os processos de aquecimento do ar e evaporação da água. Já os trabalhos de ecofisiologia vegetal, em que se tem interesse em avaliar a taxa fotossintética dos ecossistemas, o interesse particular é com a radiação fotossinteticamente ativa (na região do visível, com comprimento de onda variando de 400 nm ≤ λ ≤ 700 nm) e como dentro dessa faixa de radiação, independentemente da energia que cada fóton tenha, ocorre a sua conversão em energia química pela fotossíntese, o interesse muda e a idéia é saber, então, quantos fótons estão chegando para serem empregados na fixação do CO2 e não na sua energia (NOBEL, 1991). Dentre as diversas expressões apresentadas na literatura para estimar a irradiança solar global ao nível do solo, a de uso mais difundido é aquela proposta em 1924 por Angstrom e, posteriormente, modificada por Prèscott. Para esse cálculo, é empregada a equação 2.3. Rg = Ro . (a + b . n/N) 2.3 em que: Rg: irradiância solar global, MJ.m-2.dia-1; Ro: irradiância solar no topo da atmosfera, MJ.m-2.dia-1; a: coeficiente linear; a: 0,29 .cos (φ); b: coeficiente angular ; b: 0,52; n: número de horas em que houve efetivamente irradiância solar direta; e N: duração do fotoperíodo, número de horas teóricas desde o nascer até o pôrdo-sol. 12 sendo: N: 2 . H(º)/15(º/hora), quando são desprezados os efeitos de refração da atmosfera; N: 2 . [0,83º + H(º)]/15(º/hora), quando os efeitos de refração da atmosfera são considerados; e n/N: razão de insolação: se multiplicado por 100, representa o porcentual do tempo, durante o dia nj, no qual houve irradiância solar direta (note que [(N-n).100/N], ao contrário, representa o porcentual do dia em que o céu esteve encoberto). Para o cálculo da irradiancia solar no topo da atmosfera, é empregada a equação 2.4. Ro = 37,6 . (Dm/D)2 . [H . (π / 180º) . sen (φ) . sen (δ) + cos (φ) . cos (δ) . sen (H)] 2.4 em que: φ: latitude do local considerado: ângulo formado entre a linha centro-daTerra-Observador e o plano do Equador Celeste; e (Dm/D)2: coeficiente que representa a distância Terra-Sol, em determinado dia. Para calcular o coeficiente que representa a distância entre a Terra e o Sol, é empregada a equação 2.5. (Dm/D)2 = 1,000110 + 0,034221 . cos (X) + 0,001280 . sen (X) + 0,000719 . cos (2X) + 2.5 + 0,000077 . sen (2X) em que: X: 360º . (nj – 1) / 365; e nj: dia do ano correspondente à data desejada, dia juliano. Para cálculos em que a precisão exigida não seja muito alta, a estimativa pode ser reduzida e calculada pela equação 2.6. (Dm/D)2 = 1,000110 + 0,034221 . cos (X) 13 2.6 em que: δ: declinação solar: ângulo formado entre a linha Terra-Sol e o plano do Equador Celeste. Para calcular a declinação solar é empregada a equação 2.7, proposta por Spencer (1971). δ = 0,006918 – 0,399912 . cos (X) + 0,070257 . sen (X) – 0,006758 . cos (2X) + + 0,000907 . sen (2X) – 0,002697 . cos (3X) + 0,001480 . sen (3X) 2.7 em que: X: mesmo valor que o utilizado para o cálculo de (Dm/D)2. A declinação solar também pode ser estimada por uma equação 2.8, proposta por Cooper (1969). δ = 23,45º . sen [360º . (284 + nj) / 365] 2.8 em que: H: ângulo horário do pôr-do-sol (rigorosamente, por assumir um valor positivo) (graus e décimos). O ângulo horário do pôr-do-sol pode ser calculado empregando-se a equação 2.9. H = arccos [– tg (φ) . tg(δ) ] 2.9 em que: φ: latitude do local considerado: ângulo formado entre a linha Centro-daTerra-Observador e o plano do Equador Celeste. δ: declinação solar: ângulo formado entre a linha Terra-Sol e o plano do Equador Celeste. Para o cálculo da radiação fotossinteticamente ativa (RFA), é necessário levar em consideração que as plantas crescem devido à energia radiante (luz), ao processo 14 da fotossíntese (faixa visível da radiação entre 0,4 – 0,7 µ.) e à capacidade de intersecção da luz nas plantas. Para a realização desse cálculo, pode ser empregada a equação 2.10. Iz = Io exp(-K . IAF) 2.10 em que: Iz: radiação ao nível de solo (MJ m-2 d-1); Io: radiação acima do dossel (MJ m-2 d-1); IAF: índice de área foliar; e K: coeficiente de extinção. Sendo: Plantas enófilas, K = 0,5 a 0,6; Plantas mistas, K = 0,7 a 0,8; e Plantas planófilas, K = 0,8 a 0,9. A maior K menor é a radiação que chega ao solo (> K < Iz) RFA = 50% Io. A radiação interceptada pode ser estimada pela equação 2.11. Ri = Io – Iz 2.11 em que: Ri: Io – Io exp ( -K IAF); e Ri: Io [1 – exp ( -K IAF)]. 2.1.2. Balanço de energia na secagem A secagem é o processo mais econômico para manutenção da qualidade de grãos agrícolas, quando armazenados em ambiente natural. Esse processo consiste na remoção de parte da água que os grãos apresentam depois do amadurecimento fisiológico. O teor final de água desejado é aquele correspondente ao valor máximo com o qual o produto pode ser armazenado durante períodos predeterminados, à temperatura ambiente, sem que ocorram deteriorações e, ou, redução de qualidade (TOLEDO; MARCOS FILHO, 1977). 15 O uso racional da energia na secagem de café e de outros produtos agrícolas contribui, substancialmente, para a economia de combustível e, conseqüentemente, para a redução do custo de secagem. A análise do consumo específico de energia durante esse processo é importante para a escolha de um sistema de secagem (SILVA et al., 1990). Hall, citado por Lacerda Filho (1998), definiu três expressões para a eficiência de energia nos processos de secagem, ou seja, eficiência de combustível, eficiência térmica e eficiência de secagem. A eficiência de combustível é a razão entre a energia utilizada na evaporação da água e a energia fornecida ao sistema. A energia total corresponde à soma de energia para aquecer o ar, operar o secador, resfriar e movimentar o produto, a partir de determinadas condições iniciais. A eficiência térmica é a razão entre o calor utilizado na secagem e o calor fornecido, relacionando-se apenas o processo térmico. Russomano (1987) afirmou que a conservação de eletricidade é, genericamente, conseguida apenas pelo controle do seu consumo. Entretanto, como seu custo depende de outros fatores (fator de carga e fator de potência), é importante adequá-los aos parâmetros de eficiência. Afirmou que a quantidade de potência elétrica é um elemento fundamental ao controle de consumo. Porém, a simples determinação de seu valor não seria suficiente, em face das variações no consumo causadas pelas mudanças na produção ou na tipificação dos produtos. Em condições climáticas semelhantes às de Viçosa (MG-Brasil), é técnica e economicamente viável secar café cereja descascado ou despolpado com umidade inicial de até 25% b.u. com ar à temperatura ambiente. A maior vantagem da secagem com ar natural ou em baixa temperatura é que, além da economia substancial de energia e do aumento no rendimento dos secadores, o produto final apresenta coloração e umidade bastante uniformes, propiciando boa torração (SILVA et al., 2000). Donzeles (2002), com o objetivo de adaptar a tecnologia de secagem em terreiro para café cereja lavado e café cereja descascado, projetou, construiu e avaliou um sistema de secagem denominado terreiro híbrido por utilizar, em condições específicas, a entalpia do ar natural e a complementação de energia por meio de aquecimento direto do ar a partir da queima de carvão até que o produto atingisse o teor de água entre 11 e 12% b.u. Para a avaliação da eficiência energética de secagem dos sistemas, foi calculada a entalpia específica nos terreiros, a partir do 16 consumo de combustível na fornalha (carvão vegetal), do consumo de energia elétrica dos motores do ventilador e da disponibilidade de energia solar. Bakker-Arkema et al. (1978) propuseram uma metodologia para avaliação do desempenho de secadores com base em um número reduzido de testes de campo, sob determinadas condições padronizadas, acompanhados da simulação do processo de secagem, com o objetivo de reduzir o tempo e o custo com os testes experimentais. A avaliação da qualidade dos grãos secos complementam os testes de campo. Osório (1982) e Silva (1991) adaptaram a metodologia proposta por BakkerArkema et al. (1978) para a avaliação do desempenho de secadores de café. Tiveram, porém, dificuldades em fixar alguns parâmetros para a padronização dos testes, principalmente os relacionados ao produto, como umidade inicial e homogeneização de maturação. Até recentemente, o consumo de energia e o rendimento de um secador eram parâmetros a que se dava maior ênfase na escolha do sistema. Dessa forma, muitos trabalhos foram feitos com os objetivos únicos de conservação e racionalização de energia (CORDEIRO, 1982). Atualmente, além dessa preocupação, os danos mecânicos do produto causados pelos secadores e métodos de secagem sobre a qualidade do produto têm sido assunto de importância entre pesquisadores, processadores e fabricantes de equipamentos. 2.2. Tratos culturais Formado o cafezal, o cultivo implica operações importantes, como: adubação, calagem, gessagem, controle de ervas daninhas, replantio e desbrota das plantas, podas e controle de pragas e doenças. 2.2.1. Adubação A recomendação de doses de fertilizantes depende basicamente da idade da lavoura, das exigências do cafeeiro em função da carga pendente, do tipo e da fertilidade do solo, avaliada por análise dos adubos a serem usados, da análise do solo e das folhas do cafeeiro (ALVAREZ; RIBEIRO, 1999). 17 Os resultados de pesquisas, em condições de campo, são muito úteis para orientar as recomendações do uso das adubações. 2.2.1.1. Amostragem do solo e de folhas Segundo Guimarães et al. (1999), é recomendável obter amostras simples em vários pontos de cada lote, na projeção da copa das plantas e outras no meio das ruas. Recomendaram que as amostras sejam coletadas nas camadas de solo, considerandose as profundidades de 0-20 e 20-40 cm. A coleta das amostras de folhas deve ser realizada em cada um dos lotes homogêneos em que está dividida a lavoura. Deve-se ter uma amostra simples de vários pontos de cada lote, de quatro folhas por planta, para um total de amostra composta de aproximadamente 100 folhas. As amostras devem ser coletadas no terceiro e quarto pares de folhas, a partir do ápice dos ramos produtivos, à altura mediana da planta. As amostras deverão ser colocadas em bolsa de papel devidamente marcada com o número do lote em que foram coletadas e protegidas com uma bolsa plástica e ser enviadas, preferivelmente, no mesmo dia da coleta. Além da adubação química anteriormente acima referida, relativamente aos macronutrientes como o nitrogênio, o fósforo e o potássio (NPK), deve-se atentar para as deficiências de micronutrientes. Dessas carências, as mais comuns no cafeeiro são as de zinco, de boro e de cobre (GUIMARÃES et al., 1999). 2.2.2. Calagem e gessagem A calagem tem as funções de ajustar o índice hidrogeniônico do solo (pH do solo), neutralizar o alumínio tóxico e fornecer ou elevar os teores de cálcio e magnésio trocáveis para as plantas. Em lavouras já implatadas, a calagem deve ser realizada com propósitos nutricionais e de recuperação localizada, de acordo com os resultados da análise do solo antes do início e depois do novo ciclo e durante, permitindo, dessa forma, garantir a absorção de nutrientes, por meio da adubação. Aplicações feitas sem a devida incorporação poderão causar excesso de nutrientes na superfície do solo, podendo ocasionar desequilíbrios, além de não garantir a eficiência de absorção, pelas raízes, nas camadas inferiores do solo (ALVAREZ; RIBEIRO, 1999). 18 O gesso corrige deficiências de cálcio e enxofre, melhora o ambiente radicular, fornece o cálcio em maiores profundidades e é essencial ao crescimento das raízes, que vão conferir às plantas maior tolerância durante os períodos de deficiência hídrica. O gesso é uma fonte de cálcio e enxofre e contém em torno de 40% de umidade (base seca), além de flúor e pequeno teor de fósforo residual. Sua aplicação é indicada com base na análise de solo da camada entre 20 e 40 cm, se for constatado teor de Ca++ inferior a 4 mmolc/dm3 e, ou, saturação de alumínio acima de 40%. O gesso deve ser distribuído sobre o terreno, não havendo necessidade de incorporação profunda, já que o material é solúvel em água. As quantidades podem ser dimensionadas de acordo com a textura do solo e sustituindo uma porção da cal recomendada (GUIMARÃES et al., 1999). 2.2.3. Controle de ervas daninhas O cafeeiro, como todas as plantas cultivadas economicamente, é externamente sensível à competitividade de ervas daninhas quando estas ultrapassam determinado desenvolvimento vegetativo. De modo geral, a eliminação das ervas daninhas deve ser feita antes que elas iniciem o florescimento. Entretanto, uma vez que cada uma delas tem um ciclo vegetativo específico, não deve ser somente esse o fator indicado para a sua eliminação. O controle de ervas daninhas pode ser manual, mecânico ou químico, sendo realizados para impedir a infestação das plantas invasoras indesejáveis. O controle deverá ser realizado em épocas que proporcionem a sua melhor efetividade. O controle manual é uma operação relativamente cara, devido ao elevado custo da mão-de-obra. O controle mecânico, com roçadeiras, deve ter boa supervisão, por proporcionar prejuízos, se for mal conduzido. Para o controle químico, devem-se observar as características inerentes ao herbicida, se préemergente (aplicados no solo úmido) ou pós-emergente (aplicados sobre as folhas), a quantidade de produto a ser aplicado e as condições climáticas, bem como evitar os danos ao cafeeiro. As capinas devem ser pouco profundas, para não danificarem as raízes dos cafeeiros, as quais estão concentradas na camada superficial do solo de até 30 cm (RENA; MAESTRI, 1985). 19 2.2.4. Replantio O replantio consiste na substituição e na limpeza, nas covas, das plantas que não sobreviveram. 2.2.5. Desbrota das plantas A desbrota consiste em eliminar os ramos ou brotos laterais, denominados ladrões, que saem do tronco, deixando apenas as hastes originais (RENA et al., 1986). 2.2.6. Podas Com limites de crescimento, os ramos do cafeeiro necessitam ser revigorados para recompor a produção da lavoura. Ramos mais velhos, além de não mais produzirem, competirão por nutrientes, como drenos. Podas adequadas favorecem a distribuição de assimilados para os novos ramos do cafeeiro, proporcionando uma melhor produção (RENA et al., 1986). 2.3. Pragas/controle O grau da importância das pragas varia com as diferentes regiões cafeeiras do país, sendo o bicho-mineiro, a broca e cochonilhas problemas destacados, praticamente, em todas as regiões onde se cultiva o café. Os nematóides, principalmente o M. incógnita, apresentam sérios problemas econômicos no Brasil, nos Estados do Paraná e de São Paulo. O M. exigua ocorre nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. Ataques de ácaro-vermelho e bicho-mineiro têm-se intensificado com a utilização de fungicidas cúpricos para o controle da ferrugem do cafeeiro. Tem-se notado o aparecimento de outras pragas atacando o café, como diversas espécies de lagartas, provavelmente devido ao desequilíbrio biológico causado pela grande utilização de produtos químicos. Sabe-se das muitas possibilidades e vantagens do controle biológico, mas ainda não se dispõe de informações suficientes para a sua aplicação prática. Entretanto, nas recomendações de controle químico são recomendados os cuidados para a preservação, ao máximo, dos inimigos naturais (GUEDES, 1999). 20 O controle das pragas deve, desse modo, ser feito quando o seu nível populacional atingir o nível de dano econômico, encaixando-se dentro do sistema de "Manejo de Pragas". Nesse aspecto, é importante efetuar o controle com práticas adequadas, sempre observando a ocorrência e o nível de infestação para dar início aos tratamentos, evitando os desequilíbrios ecológicos e a contaminação ambiental. As pragas e doenças podem ser controladas através de processos genéticos e químicos e por meio de práticas culturais (FRAGOSO et al., 2002). As folhas infestadas caem, e o café fica desfolhado. O controle deve ser feito quando o nível de ataque estiver se elevando nas regiões mais secas, onde a praga é mais danosa. Pode ser realizado usando produtos granulados sistêmicos ou em pulverizações na folhagem. Também, deve-se preservar os inimigos naturais (vespas) da praga (ALVES, 1996). 2.3.1. Broca do café A broca do café (Stephanoderes hampei - Ferrari, 1867) infesta o fruto e destrói o grão. No seu estado adulto, é um pequeno besouro de coloração escura, de comprimento não superior a 1,7 mm. As fêmeas adultas penetram na coroa do fruto e fazem galerias na polpa, ganhando o interior das sementes e depositando seus ovos, dos quais nascem às larvas que irão se alimentar das sementes. Cada fêmea vive em média 157 dias, pondo de 31 a 119 ovos. São atacados tanto os frutos verdes quanto os maduros ou secos e, até mesmo, os "chumbinhos" (GUEDES, 1999). Um lote de café infestado por broca terá sua massa reduzida e perderá pontos na classificação por tipo. Além disso, os microrganismos que penetram na semente broqueada alteram as características da bebida, piorando a sua qualidade. A medida preventiva mais eficaz para o controle da broca é a boa colheita. A eliminação dos frutos deixados no chão durante a entressafra diminui consideravelmente a infestação. O controle químico é efetuado por meio de uma a duas pulverizações com inseticida à base de endossulfa (MALLET, 1993). 2.3.2. Bicho-mineiro O bicho-mineiro, Perileucoptera coffeella, apareceu no Brasil, em caráter alarmante, em 1869, no Estado do Rio de Janeiro. Os adultos são pequenas mariposas que medem de 5 a 6 mm de ponta a ponta das asas. O comprimento do 21 corpo mede somente 2 mm. As pequenas larvas branco-leitosas infestam as folhas, fazendo galerias como em minas, daí o nome de mineiro (FRAGOSO et al., 2002). 2.3.3. Cigarras As cigarras, Quesada gigas – Fidicina spp – Carineta spp – HomopteraCicadidae, têm suas ninfas que vivem no solo, sugando as raízes dos cafeeiros, o que provoca um definhamento acentuado e pode culminar com a morte das plantas infestadas. Provocam elevada queda na produtividade da lavoura. Reproduzem-se no início do período chuvoso, mas sugam a seiva do cafeeiro durante o ano todo (GOULD, 1998). 2.4. Principais doenças e seus controles As principais doenças dos cafezais do Brasil são: cercosporiose, a fumagina, a ferrugem, a mancha-anular, a mancha-aureolada, o phoma ou requeima e a roseliniose (FIRMAN; WALLER, 1977). 2.4.1. Ferrugem Das doenças do cafeeiro, a mais séria no Brasil tem sido a ferrugem. Constatada no país em 1970, é causada pelo fungo Hemileia vastatrix, conhecida por ferrugem-alaranjada do cafeeiro. Algumas espécies e variedades apresentam fatores de resistência à doença. No início da infestação, as folhas apresentam-se com pequenas manchas amarelas ou alaranjadas, com 1 a 2 mm de diâmetro, sendo visível na parte inferior das folhas. Os esporos do fungo conferem um aspecto pulverulento de coloração alaranjada e se situam nas manchas ou na sua periferia. A disseminação da ferrugem é rápida e os esporos, chamados de uredósporos, disseminam-se pelo ar, pela chuva e, mecanicamente, por insetos, pelo homem e por outros veículos transmissores. O esporo, atingindo a parte inferior da folha, necessita de condições favoráveis de temperatura e umidade para germinar e infectar a planta. Sabe-se que a falta e o excesso de água são prejudiciais à germinação dos esporos. A ferrugem é, sem dúvida, a mais grave doença do cafeeiro arábico no Brasil, onde os produtores convivem com a doença, controlando-a por meio de fungicidas, usados via folha ou 22 via solo, sendo os mais importantes os cúpricos e os triazóis. Também já estão sendo plantadas variedades resistentes ao fungo (VÁRZEA et al., 2002). 2.4.2. Cercosporiose ou mancha de olho-pardo É uma enfermidade que ataca as folhas e frutos em desenvolvimento. Os maiores prejuízos ocorrem em mudas e plantios novos, principalmente em regiões com deficiência hídrica. Os sintomas da doença constituem-se de pequenas manchas circulares, de coloração marrom-escura, tendo no centro uma lesão cinza-clara, com anel arroxeado ou amarelado em volta, tendo a aparência de um halo. Aparecem no início da formação dos frutos e permanece até o seu amadurecimento, ficando a casca aderente à semente, causando o chochamento. As principais causas do aparecimento da cercosporiose são a deficiência nutricional (por formação de mudas em substratos pobres), excesso de insolação e queda de temperatura. No campo, os plantios efetuados tardiamente, com falta de água e de nutrição adequada, favorecem o desenvolvimento da doença (ABIC, 2004). 2.5. Manutenção e limpeza As seguintes recomendações são consideradas essenciais para obter excelentes padrões de qualidade, resultados financeiros e planejamento das operações de pré-colheita, colheita e pós-colheita: controle da água, higienização e reparos da estrutura física, máquinas e equipamentos utilizados, como tratores, caminhões, moegas, lavadores, descascadores, desmuciladores, sistema de tratamento das águas residuárias, terreiros, secadores, tulhas, armazéns e máquina de benefíciamento, conservação das estradas de acesso à lavoura e provição do material de colheita e secagem (MALAVOLTA, 2000). 2.6. Arruação Consiste na limpeza da área de projeção horizontal da planta, evitando a presença de ervas danhinas ou resíduos. Essa operação deve ser feita antes do amadurecimento dos frutos. 23 2.7. Colheita A colheita é uma operação importante, influenciando o custo de produção e a qualidade do café. Essa operação envolve a utilização de cerca de 50% de toda a mão-de-obra empregada anualmente na lavoura e representa 25 a 30% do custo direto de produção. Em razão da época e do modo de sua execução, constitui a base para obtenção de boa matéria-prima (frutos de café), a qual, recebendo o preparo adequado, poderá influenciar a qualidade final do café (PIMENTA, 2003). 2.7.1. Época de colheita Devido à grande dificuldade na determinação do ponto de início da colheita, uma vez qua esta deve ser efetuada com uma porcentagem mínima de frutos verdes e sem que grande quantidade de frutos secos tenha-se desprendido da planta, Chalfoun e Carvalho (1997) referiram-se ao limite máximo de 5% de frutos verdes para seu início, sob pena da ocorrência de prejuízo sobre a qualidade do café. Sampaio e Azevedo (1989), analisando, na planta, a influência da mistura de frutos secos com cerejas, verificaram a tendência de aumento no número de defeitos com o aumento da porcentagem de frutos secos. Observaram que a qualidade da bebida foi alterada a partir da adição de 10% desses frutos. Por apresentar mais de uma floração, o cafeeiro produz, no mesmo ciclo produtivo, frutos com diferentes fases de desenvolvimento. Assim, é importante efetuar a colheita no momento em que a maioria desses frutos se encontrar no ponto ideal de maturação. Freire e Miguel (1985), ao trabalharem com cafés em vários estádios de maturação, como verde-granado, verde-cana, cereja, passa e seco, demonstraram que a máxima qualidade do fruto se dá no estádio cereja, fase ideal de colheita. O café colhido precocemente, com grande porcentual de verde, provoca prejuízo no tipo e na bebida, podendo também atingir um índice de 20% de perdas em relação ao rendimento final, além de prejudicar o aspecto, a torração, o tipo e a bebida e causar prejuízos por demorar mais tempo no processo de secagem que os frutos maduros (cereja). 24 Quanto mais tempo o café permanecer na árvore ou no chão, maior será a incidência de grãos ardidos e pretos, causando perda de massa seca e de qualidade (VILELA, 1977). Os frutos de café no estágio cereja (maduros) encontram-se na fase ideal de colheita por terem atingido a maturação fisiológica, onde acumularam o máximo de matéria seca. Nessa fase não estão fermentados, o que poderá ocorrer na pósmaturação, quando os frutos cereja evoluem para passas ou secos. Após o estágio de cereja os frutos caem com maior facilidade, aumentando a parcela de cafés de chão ou cafés de varrição (PIMIENTA; VILELA, 2001). A época de maturação dos frutos de café depende da região (mais quente ou fria), da variedade do café (mais precoce ou tardia), do sistema de plantio (aberto ou adensado), da face de exposição do terreno (mais ou menos ensolarada) e da condição de chuva (especialmente no início) e da florada no ano agrícola. Em função desses fatores, a colheita pode ser realizada no período entre março/abril até setembro e, em alguns casos, prolongando-se até novembro/dezembro. No período compreendido entre os meses de junho a agosto se processa a maior parte da colheita dos cafezais brasileiros (SILVA et al., 1995). A colheita de café com qualidade pode ser feita empregando-se vários métodos distintos: por derriça no pano ou cesto, semi-seletiva, seletiva ou a dedo e semimecânizada ou mecânica. A escolha depende das seguintes condições: do clima no inverno, se seco ou úmido, da disponibilidade de mão-de-obra e de equipamentos, do tipo de solo (arenoso ou argiloso), do tipo e manejo da lavoura (idade, variedade, espaçamento, altura das plantas etc.) e do processo de preparo pós-colheita a ser adotado. É importante seguir as seguintes recomendações: colher e preparar separadamente os cafés "de árvore" e os de chão ("cafés de varrição") e levar o café derriçado, o mais rápido possível, para o processamento da lavagem. O café colhido não deve permanecer amontoado na lavoura por mais de seis horas (BARTHOLO; GUIMARÃES, 1997). 2.7.2. Derriça no pano, em peneiras ou recipientes apropriados É o método mais utilizado nas regiões de inverno úmido e áreas com solo argiloso, onde o café não deve entrar em contato com o chão. 25 O café é derriçado sobre panos ou plásticos (ráfia de plástico), colocados sobre ambos os lados da área de projeção das plantas, de tal modo que os frutos colhidos não entrem em contato direto com o solo e com os frutos caídos devido à maturação precoce. O café colhido no pano facilita a abanação na lavoura, para a separação de folhas e ramos, e simplifica o transporte e a lavagem, por não ter misturas de terra, pedras, torrões e outras impurezas (SILVA et al., 1995). Segundo Matiello (1991), o café colhido deve ser abanado imediatamente depois de ser realizada a derriça, sendo em seguida levado para a lavagem, pois a prática tem demostrado que, quanto maior for o tempo de contato dos grãos com o chão ou sua permanência na árvore, maior é a incidência de grãos pretos, considerados os piores defeitos do café. Respeitadas as capacidades de lavagem e secagem do café, o sistema de colheita deve ser realizada no menor espaço de tempo possível, evitando-se, assim, que esta coincida com as floradas do próximo ano agrícola. A colheita manual compreende três operações básicas: a derriça, a rastelação/varrição e levantamento do café do pano e do chão e a abanação, que representam em média, respectivamente, 50, 30 e 20% do trabalho. A derriça em recipientes ou peneiras é pouco usada, sendo indicada para cafeeiros jovens, de menor porte. A derriça em peneiras e recipientes é tradicional em cafeeiros de altura baixa, como o café caturra na Colômbia e cafeeiros Conillon, já que os seus ramos vergam com facilidade (FREIRE; MIGUEL, 1985). A derriça é um processo de colheita usado na cafeicultura brasileira, em que a maturação do café é mais igualada e, assim, os frutos podem ser retirados dos ramos de uma só vez. Como o nome indica, a derriça é feita com a mão semifechada que percorre o ramo da sua base para a ponta, arrancando todos os frutos, inclusive parte das folhas presentes no ramo (ABIC, 2002). Para minimizar possíveis prejuízos na qualidade do café em regiões e em anos mais úmidos, devem-se adotar os seguintes cuidados: realizar um bom serviço prévio de arruação, mantendo o chão bem limpo; juntar e recolher o "café de varrição", antes da derriça do "café da árvore"; recolher, antes de três horas da colheita, o café derriçado; levar o café rápida e obrigatoriamente para o lavador/separador e, daí, para o terreiro ou secador (VILELA, 1977). Para evitar prejuízos sobre a planta, facilitar e acelerar o trabalho de derriça, recomendam-se os seguintes cuidados: correr a mão derriçando só até onde houver 26 frutos, não continuando até a ponta do ramo, pois em sua parte terminal (verde), correspondente ao crescimento do ano, encontra-se a folhagem, importante para a florada e produção do ano seguinte; para evitar quebra de ramos produtivos, não puxar ramos de um lado da planta para outro e usar escadas sempre que necessário; usar panos limpos e desinfetados em dimensões adequadas que cubram com sobra toda a projeção da copa e traspassá-los, sem deixar frestas, no tronco, evitando queda de frutos no chão; aproveitar para derriçar nos períodos em que os frutos se soltam com mais facilidade, sempre que haja umidade no solo, ou na planta, por orvalho (na parte da manhã ou após as chuvas) ou, então, nas regiões propícias (cerrados), deixar para derriçar com mais frutos secos. Na variedade Conillon, a derriça é mais difícil, pois para que os frutos se desprendam é necessário maior força (MATIELLO, 1991). 2.7.3. Colheita a dedo (catação ou seletiva) É um sistema pouco usado no Brasil, sendo predominante na cafeicultura no resto do mundo, principalmente onde se utiliza o despolpamento, função da maturação desigualada dos frutos, sendo o exemplo mais típico o que ocorre na Colômbia e América Central, onde apenas os frutos maduros são colhidos a dedo e a colheita completada em maior período (MELO et al., 1998). A Região Nordeste brasileira (BA, CE, PE) apresenta, na maioria dos anos, uma condição de maturação desigual e chuvas no período de colheita, sendo tradicional a colheita "a dedo", ali comumente chamada de catação, feita em 2-3 passadas, colhendo os maduros. A passada final, por derriça, é também chamada de "rapa", pois esta tira todos os frutos ainda remanescente na planta (maduros ou verdes). A colheita a dedo, colhendo somente os frutos maduros, é usada nas regiões onde a derriça é contra-indicada, e o preparo de cafés despolpados ou descascados é quase uma conseqüência, pois agrega maior valor ao produto, amortizando, parcialmente, o custo considerado “mais oneroso” desse tipo de colheita, além de facilitar e minimizar o tempo da secagem. O custo da colheita a dedo é considerado elevado, sendo maior a necessidade de mão-de-obra, já que o período de colheita é maior, porém a qualidade do café colhido pode ser muito boa, dependendo do preparo, já que os frutos são mais uniformes, sem grãos imperfeitos ou impurezas (PIMENTA et al., 2000). 27 2.8. Varrição Consiste na coleta dos cafés caídos no chão antes da colheita, pois estes poderão conter frutos e grãos já deteriorados. Essa operação deverá ser realizada imediatamente após a colheita. Esse café de varrição não deverá ser misturado ao café derriçado, já que pode depreciar a bebida (SILVA; BERBERT, 1999). 2.9. Processos de preparo do café e influência sobre a qualidade Na cafeicultura brasileira predomina, em mais de 70%, a preparação do café por "via seca" e, nesse processo, a qualidade do produto dependerá das condições climáticas da zona de produção e dos cuidados adotados na pré-colheita, colheita e preparo dos cafés para evitar fermentações indesejáveis, que podem ser de natureza lática, acética, butírica ou propiônica (MELLO, 1986). No processo via úmida, que está sendo usado no Brasil e que leva à preparação dos cafés despolpados, parte-se somente dos frutos maduros, seguindo a rápida eliminação da casca e da mucilagem, fontes de fermentação e que retardam a secagem, tornando-se mais fácil obter cafés de boa bebida, independentemente da zona de produção. O preparo dos cafés chamados de "cerejas descascados" é uma variável do processo "via úmida", em que a fração de frutos maduros entra num equipamento semelhante ao despolpador, com o cilindro na vertical, que tira a casca e o café em pergaminho não passa pelo processo de degomagem, indo direto para a secagem. Assim, obtêm-se cafés com características de cor e corpo semelhantes ao café de terreiro, porém com maiores possibilidades de obtenção de melhores padrões de bebida, especialmente nas zonas climaticamente não propícias aos cafés de bebida fina. Pode-se, ainda, acoplar um desmucilador vertical para facilitar o processo seguinte, de secagem. O preparo "por via seca" não dispensa, totalmente, o uso de água no processo, pois é indicado o emprego do lavador/separador, seguindo-se a secagem, o armazenamento e o beneficiamento (SILVA et al., 1995). 2.10. Lavagem/separação do café O café recebido da lavoura deve ser lavado/separado, visando eliminar impurezas e separar os cafés mais leves (bóias ou secos) dos pesados (frutos cerejas e verdes). 28 2.10.1. Os lavadores/separadores Segundo Lacerda Filho (1986), os lavadores mecânicos são equipamentos metálicos, possuindo bica separadora sobre um tanque metálico, tendo ainda uma bica de jogo em sua parte frontal para separar impurezas grandes, um conjunto de bomba para recircular (e economizar) a água e um dispositivo mecânico ou hidráulico para a retirada contínua das impurezas pesadas (terra e pedras) do fundo do tanque. É importante destacar que, com a lavagem/separação, podem ser obtidos cafés de melhor qualidade, livres de terra e pedras (com menor desgaste do maquinário) e com maior facilidade na secagem, devido ao fato de as frações separadas apresentarem frutos e, ou, grãos com teores de água mais uniformes. A melhoria de qualidade é obtida: a) Pelo preparo em separado da parcela de cafés cereja, que ainda não sofreram a ação de fermentações. b) Pela separação de grãos chochos, mal granados ou brocados (em grau adiantado), reduzindo, assim, os grãos imperfeitos na parcela de cafés pesados. c) Pela seca mais uniforme dos grãos. 2.11. Despolpamento e descascamento O preparo de cafés através do processo de despolpamento convencional é indicado para as regiões de inverno úmido, onde os cafés preparados pela via seca, ou os cafés de terreiro, não resultam em boa qualidade ou quando a colheita é feita em várias passadas, como no Nordeste, devido à desuniformidade de floradas. Nos últimos anos, foi introduzido o processo de preparo de "cafés cereja descascados", de forma mais simples que o despolpamento, não sendo efetuada a retirada da goma (degomagem), portanto não exigindo tanques, equipamento e consumo de água abundante. Nesse processo, além da possibilidade de melhoria de qualidade, há uma grande redução no trabalho de secagem do café. A permanência da mucilagem permite a manutenção da característica de corpo acentuado (MATIELLO, 1991). O processo de descascamento apresenta outra vantagem, que é a separação dos frutos verdes, cuja preparação adequada evita a formação dos defeitos pretoverdes. As regiões prioritárias para o preparo por despolpamento ou descascamento 29 são a Zona da Mata de Minas, áreas de arábica; no Espírito Santo, na Bahia, em Pernambuco e no Ceará e algumas áreas no Paraná, devido ao fato de apresentarem condições ambientais desfavoráveis à obtenção de bebidas suaves através do preparo normal de terreiro (SILVA et al., 1984). 2.11.1. Processo de retirada da casca O café deve ser despolpado ou descascado dentro de no máximo 6-8 horas após a colheita. Os frutos maduros (cerejas), com pequena porcentagem de verdes, assim colhidos ou, então, obtidos por separação nos lavadores, entram no despolpador pela moega, juntamente com a água. Nos despolpadores que possuem separadores de verdes, os frutos passam da moega para um cilindro janelado, tipo gaiola, onde, por pressão, os verdes são separados e saem lateralmente. Os grãos maduros seguem (alguns já bem amassados ou descascados) para o elemento despolpador, constituído de um cilindro coberto por uma lâmina (camisa) de metal, na forma de helicóide, que pressiona os frutos, por meio do seu movimento rotativo, contra uma barra de borracha (ajustável), separando a polpa (casca mais parte da mucilagem) de um lado e os grãos envolvidos pelo pergaminho do outro. Essa separação aproveita a característica gelatinosa da polpa, que facilita o desprendimento por pressão. Como a regulagem da distância entre o cilindro e as borrachas é a mesma e os frutos apresentam tamanho variado, alguns deles, principalmente os pequenos (coquinho) ou mocas, não são despolpados. Os grãos despolpados passam, a seguir, para uma peneira cilíndrica que acaba de separá-los dos restos de cascas e dos frutos que não foram despolpados, constituindo o "farelão". O trabalho de despolpamento pode ser melhorado introduzindo o trieur (peneirões) antes do despolpador, para separar os frutos por tamanho ou, então, se forem usados, no mesmo ou em outros despolpadores colocados em série, cilindros repassadores, com regulagem mais apertada, para repassar o farelão (MATIELLO, 1991). Os modelos de despolpadores disponíveis no mercado brasileiro são do tipo cilíndrico, com capacidades para 5 a 60 sacas por hora. Além do despolpador com cilindros, existem os despolpadores a disco, com camisas de aço inoxidável. O modelo de descascador de cerejas no mercado tem o cilindro que desprende a casca dos frutos colocado na vertical. Ele trabalha com maior rendimento sem a 30 necessidade de regulagens freqüentes, como ocorre com o despolpador convencional, cujo cilindro fica na horizontal, sendo difícil de ocorrer, nesse novo modelo, grãos de café danificados pelos mamilos. Esse descascador é fabricado pela Pinhalense, com capacidade variando de 700 a 5.000 L de café por hora (PIMENTA et al., 2000). 2.11.2. Despolpamento simplificado O processo consiste em submeter o café maduro a pressão, dentro de um cilindro janelado (com aberturas de 0,8 cm), tipo gaiola, contendo um rolo interno, que pressiona os frutos contra a parede, por onde só passam os frutos prensados, com suas sementes deslocadas e com parte deles com sementes soltas (despolpados). Usase, inicialmente, um equipamento manual e, depois, o próprio cilindro separador de verdes, isolado do despolpador. Os grãos assim tratados são deixados, junto com as cascas, em fermentação em tanques, por 24 horas. Após a lavagem, os cafés são levados a secar normalmente. As provas de xícara realizadas deram boa bebida, com resultados semelhantes aos do café despolpado, com bebida "dura" e "mole", em comparação com a bebida "rio" dos mesmos cafés preparados em terreiro. Esse processo simplificado pode ser usado por pequenos produtores, pois requer menores investimentos em equipamentos, menos força motriz (motores menos potentes) e não necessita de regulagens especiais, não havendo a possibilidade da ocorrência de grãos danificados (pelos mamilos do despolpador). Além disso, separa os frutos verdes (ABIC, 2002). 2.12. Degomagem ou Desmucilagem No processo convencional, os grãos de café despolpados devem ter sua mucilagem ou goma (mesocarpo do fruto) eliminada, o que é geralmente feito através da fermentação em tanques de alvenaria, estreitos e compridos, e cuja capacidade deve ser calculada com base na quantidade de café que vai ser processada diariamente, considerada uma redução de volume de 30-40%, resultante da eliminação da casca. A remoção da mucilagem (goma açucarada, rica em pectina, muito higroscópica) pode ser feita por fermentação natural (bioquímica), por meios mecânicos, por meios químicos ou pela combinação mecânico-química. A degomagem natural é a mais usada, ocorrendo, principalmente, em função de 31 hidrólises que rompem a goma, por fermentações aceleradas causadas por leveduras e bactérias, sendo a principal a fermentação lática (com aumento da acidez), podendo ser, também, de natureza acética, butirica e pútrida. O tempo é variável de acordo com o estágio de maturação dos frutos, com o volume da massa de café e com a temperatura (altitude), sendo mais rápida quando efetuada sem água. A fermentação se completa, normalmente, num período de 18-24 horas e, quanto mais demorada, maiores serão a acidez do café e a perda de peso que ocorre na faixa de 1-5%, por osmose de produtos solúveis do grão como os fenóis e di-terpenos (OIC, 2006). A degomagem mecânica é feita em equipamentos especiais (desmuciladores), que produzem o atrito dos grãos uns contra os outros e contra a parede do equipamento, e pela injeção de água sob pressão. A retirada mecânica da mucilagem não é perfeita, aparecendo, na torração, grãos com a película prateada escurecida, o que indica ter havido caramelização de açúcares e, portanto, uma torração "não característica" de despolpados. Para o caso da obtenção dos cafés "cerejadescascados", o equipamento mais usado atualmente, visando eliminar 80-90% da goma, é o módulo DMV da Pinhalense. Um desmucilador vertical de fluxo ascendente que usa baixa potência (7,5 CV) e pouca água, significando pouco líquido poluidor, comum em unidades de grande produção de cafés despolpados. Nesse equipamento, um helicóide movimenta o café em um cilindro com pequeno fluxo de água (150 a 200 L/h). A capacidade da máquina é de 4.000 – 5.000 L de café em pergaminho por hora. Assim, sem a goma, pode-se reduzir o tempo de pré-secagem, para posteriormente realizar o processo de secagem escolhido (LACERDA FILHO, 1986). 2.13. Tratamento das águas de lavagem e despolpamento As atividades de lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro, necessárias para a redução do custo de secagem e da melhoria da qualidade de bebida, são geradoras de grandes volumes de resíduos sólidos e líquidos, ricos em material orgânico e inorgânico que, se dispostos no meio ambiente sem tratamento, podem causar grandes problemas ambientais, como degradação ou destruição da flora e da fauna, além de comprometer a qualidade da água e do solo (MATOS; LO MONACO, 2003). 32 O principal efeito da poluição orgânica em um corpo d’água receptor é a diminuição da concentração de oxigênio dissolvido, uma vez que as bactérias aeróbias utilizam esse oxigênio no meio para efetuar seus processos metabólicos, tornando possível a degradação do material orgânico lançado no meio. O decréscimo na concentração de oxigênio dissolvido na água pode ser fatal para peixes e outros animais aquáticos, além de originar odores desagradáveis (FIA; MATOS, 2001). De acordo com Campos et al. (1998), a Legislação Ambiental do Estado de Minas Gerais (Deliberação Normativa COPAM no 10/86) estabelece que, para o lançamento de águas residuárias em corpos hídricos, a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), que pode ser entendida como uma medida da quantidade de material orgânico presente, seja de 60 mg L-1 ou que a eficiência do sistema de tratamento das águas residuárias, para remoção da DBO, seja superior a 85%. As soluções para esse problema são: realizar um estudo para definir, com base no volume de café a processar, os tipos de tratamentos preliminar, primário e secundário mais convenientes em cada instalação, com o intuito de proporcionar um processo ao despejo de resíduos sólidos; e usar o volume de água correto na lavagem, no despolpamento e na desmucilagem, bem como uma seqüência alternativa para o tratamento das águas residuárias. 2.14. Secagem A remoção de impurezas e a separação dos grãos por estádio de maturação são procedimentos que, se adotados, irão contribuir para melhorar a qualidade final do produto e, ainda, possibilitar uma secagem mais uniforme (DONZELES, 2002). A seca excessiva provoca perda de peso do café, além de aumentar o aparecimento de grãos quebrados durante o beneficiamento, representando maiores gastos de mão-de-obra, de carvão, de lenha ou gás GLP e de energia elétrica. No entanto, um café mal secado, ainda úmido, tem sua qualidade e seu valor depreciados, devido ao seu mau aspecto (grãos manchados, esbranquiçados) e à sua precária conservação (LACERDA FILHO, 1986). A secagem do café é comparativamente mais difícil de ser executada do que a de outros produtos, em virtude de o teor inicial de água ser elevado, geralmente em torno de 60%. Com isso, a velocidade de deterioração em sua primeira fase de 33 secagem é maior, causando redução na qualidade do produto (GUIMARÃES et al., 1998). Os cafés colhidos por derriça contêm frutos em diferentes estágio da maturação, com diferentes teores de água. Os frutos verdes têm 60 a 70% de umidade (b.u.), os cereja 50 a 65% b.u., os passas 30 a 45% b.u. e os frutos secos 20 a 30% b.u. Essa desuniformidade da matéria-prima a ser secada dificulta o processo e, por isso, deve ser precedida da separação no lavador/separador e, se possível, da separação de verdes, obtida no processamento de cafés descascados, visando à obtenção de cafés de cor e seca uniformes (SILVA; BERBERT, 1999). Essencialmente, podem ser considerados dois métodos de secagem: natural e artificial (HALL,1980; LASSERAN, 1979). A secagem natural é realizada pela ação do sol e do vento e depende totalmente das condições atmosféricas (BOLDUC, 1978). Esse método de secagem é o mais difundido no Brasil e responde, segundo Roa (1977), por mais de 70% da secagem dos diferentes produtos agrícolas no país. A secagem natural é efetuada mediante três modalidades básicas: • O produto é deixado na própia planta para secar. • A planta é cortada e deixada no campo para secar. • O produto é colocado em terreiros ou bandejas com exposição direta à radiação solar e é movimentado periodicamente. A capacidade de secagem e, conseqüentemente, a qualidade final do produto seco dependem completamente das condições climáticas. A secagem artificial permite a rápida redução do teor de umidade dos grãos, evitando-se, desse modo, as alterações características dos produtos úmidos (oxidação dos glucídios, fermentações intracelulares e desenvolvimento de bactérias ou fungos, geralmente acompanhados de aquecimento do grão). O produto seco pode ser armazenado sob condições ambientais após resfriado (LASSERAN, 1979). A secagem artificial baseia-se principalmente na passagem forcada de ar, à temperatura ambiente ou aquecido, através do produto, para conseguir condições favoráveis e incrementar a taxa e a capacidade de secagem (BOLDUC, 1978; HALL, 1980). Rossi e Roa (1980) afirmaram que, entre os diversos métodos de preservação da qualidade de produtos agrícolas, a secagem apresenta a vantagem de ser uma operação simples e de baixo custo; entretanto, sabe-se que esse processo, se mal conduzido, pode trazer sérios problemas ao produto. 34 2.15. Sistemas de secagem A secagem é uma das operações mais importantes no preparo do café, necessitando de atenção especial, uma vez que pode afetar a qualidade do produto. No Brasil, conforme os aspectos tecnológicos envolvidos, utilizam-se basicamente dois métodos para a secagem artificial de café: secagem em terreiro e secagem em secadores mecânicos. Devido ao alto teor de água no momento da colheita (60 a 70% b.u.), os frutos do café apresentam condições favoráveis a alterações características em decorrência da respiração, de oxidações, de fermentações intracelulares e de desenvolvimento de fungos e bactérias. Assim, para se obter um café de boa qualidade, minimizando os riscos de ocorrência de alterações indesejadas, faz-se uso da secagem artificial (SILVA et al., 1995). 2.15.1. Secagem em terreiros Consiste na passagem do produto pelo ar, por meio da contínua movimentação (manual ou mecânica) dos frutos ou dos grãos, sobre a superfície do terreiro, pela ação de um rodo. É o método mais utilizado pelos produtores em pelo menos uma fase do processo de secagem. Entretanto, a baixa taxa de secagem e a exposição do produto a agentes biológicos, juntamente com a possibilidade da ocorrência de condições climáticas desfavoráveis, no momento da colheita, podem favorecer o ataque de microrganismos, influenciando diretamente a sua qualidade (MATIELLO, 1991). A área do terreiro depende do volume da produção da propriedade, da duração da colheita, do tempo médio necessário para a secagem e dos sistemas de secagem usados, se somente em terreiros ou em combinação. O cálculo da área pode ser feito com o auxílio da equação 2.13. Q.t S = 0,02. n em que: S: área do terreiro, em m2; Q: colheita média anual de café da roça, em litros; t: tempo médio da seca na região, em dias; e 35 2.13 n: período de colheita, em dias. O piso deve ter um declive de 0,5 a 1,5% no sentido da menor largura, para facilitar o escoamento das águas de chuva, que são drenadas através de ralos colocados em aberturas deixadas nas muretas ou no piso, tendo dimensões aproximadas de 40 cm x 25 cm; as telas ou chapas de ferro dos ralos devem conter, no máximo, furos com diâmetros de 3 mm, para evitar a passagem dos grãos. O terreiro pode ser dividido em quadras, para facilitar a secagem de lotes separados (SILVA; BERBERT, 1999). O tempo médio para secagem completa em terreiro é de 15 dias nas condições do Sul de Minas, Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro e de 15 a 20 dias na Zona da Mata de Minas Gerais (BÁRTHOLO e GUIMARÃES, 1997). A secagem artificial em terreiro, além de requerer tempo relativamente longo para a realização do processo, apresenta outras desvantagens, como a utilização de grandes áreas nobres para a construção dos terreiros, excessiva mão-de-obra e, muitas vezes, exposição do produto a condições climáticas adversas, o que favorecerá o desenvolvimento de fungos e o processo de fermentação, que depreciam a qualidade do café (CAMPOS, 1998). 2.15.2. Secagem mecânica Os secadores mecânicos são equipamentos nos quais o ar aquecido, ou à tamperatura ambiente, é forçado a passar através da massa de frutos ou de grãos, com ou sem intermitência no processso, até que o produto tenha um teor de água entre 11 e 12% b.u. Podem ser sistemas de leito fixo, quando o produto não é movimentado, ou sistemas de lotes com a movimentação dos grãos ou dos frutos. Na secagem mecânica, deve-se estar atento à temperatura e ao tempo de secagem. As temperaturas mais elevadas tornam a operação mais rápida e, portanto, mais econômica (GUIMARÃES et al., 1998). Porém, apesar de os prejuízos decorrentes dessa prática não serem totalmente conhecidos, diversos autores recomendam valores máximos de 60 °C para a temperatura do ar de secagem, com riscos de redução na qualidade caso esses valores sejam ultrapassados. A secagem artificial, em secadores mecânicos, apresenta as vantagens de diminuir o tempo de secagem, viabilizar a seca em regiões úmidas e em períodos de chuva; reduzir a interferência de condições climáticas sobre a qualidade dos cafés; 36 permitir a redução da área de terreiros; e diminuir o tempo de mão-de-obra. As desvantagens são a necessidade de investimentos na aquisição dos equipamentos e o gasto de energia, em comparação com a secagem em terreiro, ao sol, que é mais lenta e sem gasto de energia elétrica (FREIRE; MIGUEL, 1985). O café deve ser colocado no secador após uma pré-secagem no terreiro. Essa pré-secagem, feita durante dois a três dias, o que vai depender das condições climáticas, elimina rapidamente boa parte da umidade, que cai para teores entre 30 e 40% b.u., diminuindo o volume da massa e melhorando a fluidez do produto (LACERDA FILHO, 1986). 2.15.2.1. Tipos de secadores mecânicos Os secadores mecânicos são equipamentos compostos, basicamente, de uma fonte de aquecimento para o ar, câmara de secagem, câmara de repouso e dispositivos para movimentação do ar e do produto. A fonte complementar de energia para o ar pode ser de fogo direto ou indireto, esta última para evitar que os gases de combustão entrem em contato com os grãos de café. Nelas, o ar é aquecido indiretamente por meio de trocadores de calor, que são os mais indicados, entretanto são mais caros e gastam mais combustível. Nas fornalhas de fogo indireto, com combudtível sólido, o problema da fumaça pode ser minimizado com o uso do combustível seco, que permite uma combustão mais completa. As fornalhas podem ser construídas de alvenaria ou podem ser metálicas, estas com revestimento interno de tijolos refratários (SILVA et al., 1990). A escolha de um secador depende: a) da capacidade e custo compatíveis; b) da durabilidade (vida útil); c) da rapidez na carga e descarga; e d) do menor consumo de energia por tonelada de água evaporada e, sempre, levando-se em conta a qualidade do café que se deseja obter (PIMENTA, 2003). 2.15.2.2. Terreiro secador O terreiro secador, ou "terreiro híbrido" (sistema de camada fixa), é um terreiro convencional, pavimentado com concretado ou alvenaria, tendo a ele adaptado um sistema de ventilação por meio de dutos. É equipado com um gerador de calor, em que o ar é aquecido de forma direta ou indireta. Utiliza combustíveis 37 sólidos (carvão ou lenha) ou gasosos, GLP ou GN, para fornecer a energia complementar ao ar de secagem. Nesse sistema, o produto é enleirado sobre os dutos de distribuição de ar, sendo revolvido em intervalos regulares de 3 h. Esse sistema reduz o tempo de secagem de 20 dias (tempo médio de secagem em terreiro convencional na Zona da Mata mineira) para 2-4 dias, equivalendo a um terreiro convencional de 600-700 m2. Já o terreiro secador possui uma área de 4,0 por 16,0 m, podendo ser subdividido em três ou quatro seções iguais. Essa tecnologia, já disponível para o cafeicultor, foi aprovada por produtores de diversas regiões do Brasil, caracterizando-se como mais uma alternativa para a secagem de café, onde é possível aliar o baixo custo de implantação à qualidade final do produto, reduzindo, expressivamente, o custo de produção dessa cultura (SILVA et al., 2001). Diferentemente da maioria dos secadores mecânicos, o de camada fixa pode dispensar a pré-secagem em terreiros quando as condições climáticas não forem favoráveis e ser usado como pré-secadores em sistemas mais complexos. Sua principal vantagem são o baixo custo e a possibilidade de construção na própria fazenda, com a compra de apenas algumas componentes, como o motor, o ventilador e as chapas ou telas (SILVA; LACERDA FILHO, 1984). Na maioria dos casos, nos secadores de leito fixo o ar de secagem movimenta-se da camada inferior para a camada superior da massa de grãos. A troca de umidade entre o ar e o grão ocorre numa região denominada zona de secagem. Durante a secagem, desenvolvem-se dois gradientes, um de umidade e outro de temperatura, estabelecidos entre as citadas camadas inferior e superior (BROOKER et al., 1974). Lacerda Filho (1986) recomendaram o revolvimento periódico da massa de grãos. Indicaram, para o café, intervalos de tempo regulares de revolvimento iguais a 180 min. Tal procedimento reduz, em níveis aceitáveis, os gradientes de umidade e temperatura. A temperatura do ar de secagem deve ser mantida entre 45-50 °C (para cafés descascados). No início da secagem, a umidade alta dos grãos impede, com a evaporação, o aumento rápido da temperatura da massa de café, mantendo-a mais baixa do que a do ar quente. Quando o café vai secando (abaixo de 30% b.u.), as temperaturas do ar e do café se aproximam, devido à dificuldade de migração da água das partes internas para a superfície dos frutos ou dos grãos, tornando mais lento o processo de transferência de massa. Ao final da secagem, se o café for 38 retirado quente, pode-se encerrar a seca quando os grãos contiverem 13 a 13,5% b.u., considerando-se que a massa de grãos continua secando e irá perder, posteriormente, entre um e dois pontos porcentuais, reduzindo o teor de água para 11,5 a 12% b.u., ideal para o armazenamento dos cafés arábicas (LACERDA FILHO, 1986). A operação de secagem pode ser feita até o final da seca ou por etapas, intercalando-se períodos de exposição do café ao ar quente com outros de descanso, quando a umidade do café é homogeneizada, o que torna mais uniforme a umidade entre os grãos. Existem alguns tipos de secadores que possuem câmara de repouso, proporcionando intermitência no processo, o que garante o descanso do café e uma secagem uniforme (CARDOSO SOBRINHO et al., 2000). 2.15.2.3. Secagem à baixa temperatura O processo de secagem à baixa temperatura é, normalmente, realizado em silo com fundo perfurado, no qual o produto é secado e armazenado ao mesmo tempo. O fluxo de ar mínimo recomendado e a espessura máxima da camada de grãos no silo dependem da umidade inicial do produto e das condições do ambiente (BAKKERARKEMA et al., 1978). A secagem artificial de grãos, com ar natural, é um processo de secagem lento, havendo a possibilidade do desenvolvimento de fungos antes de o produto atingir a umidade final desejada. Entretanto, quando bem conduzido, este sistema de secagem permite a manutenção da qualidade do produto devido ao pequeno incremento na temperatura do ar. A equação 2.14 de Harkins-Jura, modificada por Afonso Junior (2001), levou em consideração o efeito da temperatura no fenômeno de higroscopicidade do café, que tem a seguinte forma: 12 exp(a + b .T ) Ue = c − ln(UR ) 2.14 Com a finalidade de melhor representar o fenômeno de higroscopicidade do café, uma série de análises foi desenvolvida por Afonso Junior (2001) para determinar um modelo matemático mais adequado para predizer a propriedade avaliada. Dessas análises, resultou a equação 2.15, que, para fins de identificação, recebeu o nome de exponencial. 39 ( Ue = a + b ⋅ T + c ⋅ UR d )−e 2.15 em que: a, b, c, d, e: constantes que dependem do produto. Para o ajuste do modelo matemático aos dados experimentais de umidade de equilíbrio higroscópico, Afonso Junior (2001) realizou análise de regressão nãolinear, pelo método Quasi-Newton, utilizando o programa computacional STATISTICA 5.0. Esse autor estimou os valores dos parâmetros do modelo, em função das variáveis independentes temperatura e umidade relativa do ar. O grau de ajuste do modelo de Harkins-Jura modificado por Afonso Junior (2001) aos dados experimentais baseou-se na magnitude do coeficiente de determinação ajustado, na magnitude do erro médio relativo e do erro médio estimado e na verificação do comportamento da distribuição dos resíduos do modelo estatístico e dos gráficos de correspondência entre os valores estimados e observados. Hukill, citado por Pinto et al. (1991), desenvolveu um modelo matemático para representar o processo de secagem em camadas profundas. No modelo, a umidade dos produtos em determinada posição da camada, após um tempo qualquer, depois de iniciada a secagem, é obtido por meio da equação 2.16. RU = 2D 2 D + 2Y − 1 2.16 em que: RU: razão de umidade do produto, adimensional; D: adimensional de profundidade, adm.; e Y: adimensional de tempo, adm. A razão de umidade é estimada pela equação 2.17. RU = (U – Ue) / (Uo – Ue) 2.17 em que: U: teor de umidade atual do produto, %; Eu: teor de umidade de equilíbrio do produto com as condições do ar de secagem, %; e Uo: teor de umidade do produto no início da secagem, %. 40 Pela definição, observou-se que a razão de umidade varia de 0, quando o produto atinge a umidade de equilíbrio, até 1, cujo teor de água é o inicial. O adimensional de tempo pode ser estimado pela equação 2.18. Y= t H 2.18 em que: Y: adimensional de tempo, adm.; H: tempo de meia-resposta, h; e t: tempo após o início da secagem, h. O tempo de meia-resposta é definido como o tempo necessário para que a razão de umidade seja reduzida de 1 para 0,5, de 0,5 para 0,25, ... etc., considerandose as condições estabelecidas para a secagem. Para o café, o tempo de meia-resposta pode ser estimado pela equação 2.19. H = e (2, 413−0,016⋅U 0 +0,003⋅T −0, 001⋅U 0 ⋅T ) 2.19 em que: Uo: umidade inicial dos frutos de café descascado e demucilado, dec. b.s.; T: temperatura do ar de secagem, oC. A equação do tempo de meia-resposta pode ser obtida por meio das equações empíricas de secagem em camada delgada. Essas equações geralmente são definidas em função da temperatura, umidade relativa e do tempo, conforme a equação 2.20. RU = f (T , UR, t ) 2.20 em que: RU: razão de umidade, adm.; UR: umidade relativa, %; T: temperatura do ar de secagem, °C; e t: tempo após o início da secagem, h. Por último, tem-se que o fator de profundidade (D) que contém uma quantidade de matéria seca (MS) é determinado pelas equações 2.21 até 2.23, de balanço de energia, fazendo o tempo t igual ao tempo de meia-resposta H, ou seja: 60 ⋅ Q ⋅ c a ⋅ (T − Te ) ⋅ H MS = v ⋅ hv (U 0 − U e ) 41 2.21 D= MS As ⋅ W 2.22 W = P 1+U0 2.23 em que: MS: massa de matéria seca, kg; hv: calor latente de vaporização (kcal/kg de água); Q: vazão do ar de secagem, m3. min-1; ca: calor específico do ar de secagem, kJ kg-1 °C-1; Ue: umidade de equilíbrio, dec. b.s.; Te: temperatura de equilíbrio, °C; As: área de secagem do silo, m2; W: massa específica de matéria seca, kg m-3; v: volume específico do ar, m3 kg-1; e P: massa específica aparente do produto, kg m-3. Dentre as alternativas disponíveis para a secagem na fazenda, aquela que usa o ar natural ou levemente aquecido (baixa temperatura) em silos tem mostrado grande potencial no sentido de manter a qualidade dos grãos em nível requerido pela indústria de processamento e também de reduzir a energia utilizada para o aquecimento do ar de secagem (SILVA et al., 2003). 2.16. Armazenagem O café pode ser armazenado de duas formas: a) em coco ou pergaminho, logo após a secagem e antes do beneficiamento, sendo, normalmente, depositado a granel, nas tulhas ou em sacos de polipropileno; e b) como café beneficiado, usualmente acondicionado em sacos de juta de 60 kg, empilhados nos armazéns. Durante a fase de armazenagem, devem ser preservadas as qualidades do café, apresentadas após a secagem. O objetivo da armazenagem é regular a oferta ao mercado, possibilitando a venda de acordo com a conveniência do produtor. A armazenagem do café em coco ou pergaminho tem, ainda, a finalidade de dar um "descanso" (pelo menos durante um mês), para uniformizar a seca e a cor entre os grãos oriundos de diferentes tipos de frutos, antes do beneficiamento (ABIC, 2004). 42 Segundo Juares et al. (2003), o silo secador armazenador apresenta algumas características especiais, como: o piso deve ser construído com chapas metálicas perfuradas, com tela de arame ou ripado, com no mínimo 20% de área livre ou perfurada, para promover a distribuição uniforme do ar. 2.17. Balanço econômico A análise econômica pode ratificar ou não o sucesso do cultivo no índice de eficiência da terra. A análise econômica tem como objetivo auxiliar os agricultores na tomada de decisão, sobretudo no que se refere ao que plantar e como plantar. A cafeicultura é responsável por um dos mais importantes complexos agroindustriais do Brasil, formado por diversos agentes como fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos, produtores primários, cooperativas, empresas de processamentos, exportadores, empacotadores, assistência técnica, compradores internacionais e consumidores interno e externo. As empresas produtoras de café têm a mesma dinâmica dos demais setores do sistema econômico do país e, para serem gerenciadas, é necessário um perfeito conhecimento do que ocorre dentro delas e do ambiente em que estão inseridas (SAES; FARINA, 1999). A economia cafeeira é uma atividade de elevada relevância socioeconômica no desenvolvimento do Brasil. Foi o empreendimento agrícola pioneiro na formação econômica das regiões mais dinâmicas do país, pois a industrialização do centro-sul brasileiro foi assentada no alicerce de uma cafeicultura forte, competitiva internacionalmente e geradora de riquezas, apoiando toda uma logística de prestação de serviços como transporte, armazenamento, operação administrativa e distribuição. O café foi e ainda é, em várias regiões produtoras, uma das atividades com maior capacidade geradora de empregos e fixadora de mão-de-obra no campo (BACHA, 1998). Segundo Saes e Farina (1999), o Brasil é um dos países que apresentam maior vantagem comparativa na produção de café. Nos últimos 10 anos, a noção de competitividade permeou boa parte da política econômica no mundo. Para um país integrado à economia global, a competitividade internacional é necessária para evitar a estagnação e o declínio econômico. 43 2.17.1. Análise de investimento do capital Esta análise se baseia na teoria de investimentos, em que a rentabilidade é analisada com base em diversas medidas calculadas a partir do fluxo de caixa do investimento. Segundo Leite et al. (1996), a análise de investimento requer a elaboração do fluxo de caixa do investimento, isto é, a previsão de todas as entradas, do capital investido, das despesas de operação, de todas as saídas e das receitas do investimento, por período de tempo ao longo de todo o horizonte do projeto, e vida útil produtiva. Pela análise de investimento do capital, são calculadas quatro medidas importantes, como: a) Tempo de retorno do capital (TRC): utiliza-se a equação 2.24 TRC = I S 2.24 em que: I: investimento inicial, R$; e S: fluxo de caixa, R$.ano-1. Os projetos são ordenados segundo o número de anos necessários para recuperar os investimentos. Quanto menor o tempo de retorno do capital, melhor o projeto. b) Valor presente líquido (VPL, R$) Corresponde à soma algébrica dos valores do fluxo de um projeto, atualizados à taxa ou a taxas adequadas de desconto, dado pela equação 2.25. VPL = S1 S2 Sn + + ⋅⋅⋅ + −I 2 (1 + R ) (1 + R ) (1 + R )n 2.25 em que: I: valor atual do investimento, R$; Sn: saldo financeiro no ano t, em R$; e R: taxa de juros do mercado. c) Taxa interna de retorno (ρ, %) (TIR) É a máxima taxa de juros que o investimento poderá suportar sem se tornar inviável. Um projeto é viável e deve ser considerado como alternativa para a execução se a sua taxa interna de retorno é igual ou superior ao custo de oportunidade dos recursos para a sua implantação. Segundo Dantas (1996), é o 44 segundo critério mais utilizado para calcular a viabilidade de um investimento. Dado o valor futuro, ela varia inversamente com o valor presente. À medida que o valor presente decresce, a taxa interna de retorno aumenta, atingindo um máximo valor quando o valor presente chega a zero. A taxa interna de retorno é dada pela equação 2.26. S S S 1 + 2 + ⋅⋅⋅ + n -I =0 (1 + ρ ) (1 + ρ ) 2 (1 + ρ ) n 2.26 em que: Sn: saldo financeiro no ano n; I: investimento inicial, R$; 1,2, ... n: ano do horizonte de planejamento, anos; e ρ: TIR. d) Relação benefício-custo (RBC, adimensional) Consiste na relação entre as receitas e as despesas. Quanto maior for essa relação, melhor será considerada, pois mostra o retorno para cada unidade monetária investida no projeto. 2.17.2. Custos A determinação e a avaliação de custos são cercadas de muitas dificuldades, além de apresentarem elevado grau de subjetividade, pois envolvem a avaliação correta de bens produtivos e a avaliação da vida útil dos bens e preços dos insumos e serviços, dentre outros. Além disso, estão amplamente relacionadas com a tecnologia empregada. Outra fonte de variação nos cálculos dos custos diz respeito à finalidade e à decisão que se precisa tomar. Dependendo da finalidade dos cálculos e da situação da empresa, maior ou menor o número de itens são incluídos no cálculo (VALE et al.,1999). A avaliação econômica da produção de café está fundamentada na operacionalização dos custos de produção e da receita da atividade. 2.17.2.1. Custos totais Os custos totais constituem-se na soma dos custos fixos e variáveis. 45 Os custos fixos são aqueles correspondentes aos recursos que têm duração superior ao curto prazo, daí sua renovação se dar no longo prazo, fazendo-o em tantos ciclos produtivos quanto o permitir sua vida útil. Em geral, enquadram-se nessa categoria terras, benfeitorias, máquinas, equipamentos, impostos e taxas fixas, árvores frutíferas, calagem, lavouras, obras de irrigação e drenagem etc. Os custos variáveis referem-se aos recursos que têm duração inferior ou igual ao curto prazo, sendo a sua recomposição feita a cada ciclo do processo produtivo. Em geral são custos com fertilizantes, defensivos, combustíveis, alimentação, medicamentos, manutenção, mão-de-obra, serviços de máquinas e equipamentos, entre outros. Esses custos fixos e variáveis são ainda decompostos em custos operacionais e alternativos (ou de oportunidade). Os custos operacionais constituem os valores correspondentes às depreciações e aos insumos empregados, equivalentes ao prazo de análise, e os alternativos correspondem à remuneração que esses recursos teriam se fossem empregados na melhor das demais alternativas econômicas possíveis (REIS et al., 2001). Dos custos totais, obtêm-se os custos médios ou custos unitários, que representam o custo de uma unidade do produto, nesse caso o saco de café beneficiado de 60 kg ou hectare de café. Alguns autores como Reis e Guimarães (1986), Leftwich (1997), Varian (1994), Mankiw (1999), Reis (1999) e Troster e Morcillo (1999) fundamentaram o modelo teórico em forma mais ampla. 2.17.2.2. Custos fixos totais (CFT) Para estimar os custos dos recursos fixos, utilizam-se: 1. Custos de administração 2. Depreciações (D) A depreciação é o custo necessário para substituir os bens de capital quando tornados inúteis pelo desgaste físico ou econômico. Usualmente, utiliza-se o método linear para calcular a depreciação. Os recursos fixos que devem ser analisados no processo produtivo da cultura do café são: 46 Terra: considerado o valor de arrendamento na região. Formação da lavoura: custo de implantação da lavoura cafeeira. Benfeitorias, máquinas, equipamentos e veículos: referem-se ao valor dos investimentos do produtor de café nesses recursos que, direta ou indiretamente, participaram do processo de produção, apropriados pelo método de depreciação linear e correspondentes ao porcentual de utilização na cultura. O método mais simples de se calcular é o linear, que pode ser mensurado pela equação 2.27. D= Vn − Vr Vu 2.27 em que: Vn: (valor novo) o valor do recurso, como se fosse adquirido naquele momento; Vr: (valor residual) o valor de revenda ou valor final do bem, após ser utilizado de forma racional na atividade; e Vu: (vida útil) o período em anos (meses) que determinado bem é utilizado na atividade produtiva. 3. Custo alternativo fixo (juros sobre o capital investido) Utilizam-se as equações 2.28 e 2.29, assim: CAfixo = (Vu − I ) x Vn x(taxadejuros) Vu CA fixo = Vusado x(taxadejuros) 2.28 2.29 em que: I: investimento inicial, R$. Considera-se a idade média de uso do bem; porém, quando existem dificuldades para obter a verdadeira idade do bem perante o produtor, calcula-se o custo alternativo utilizando a equação 2.30. CA fixo = Vn x(taxadejuros ) 2 2.30 Para efeitos da análise do custo alternativo fixo, sugere-se considerar a taxa de juros real atual de 12% a. a., que seria próxima da remuneração mínima obtida no 47 mercado financeiro hoje, ou o rendimento da caderneta de poupança no momento. A poupança é remunerada mensalmente pela variação da taxa referencial (TR) mais 0,5%. No caso do rendimento alternativo da terra, considera-se o valor de aluguel (arrendamento) de cada região, e esse recurso não é depreciado. Para culturas perenes, como o caso do café, considera-se na estimativa do custo de produção a formação da lavoura separadamente do custo da terra nua. Essa formação é um custo fixo e depreciável. 4. Imposto territorial rural (ITR/Taxas) É valor do imposto/taxas pago correspondente ao porcentual de utilização na cultura (REIS; GUIMARÃES, 1986). Outra forma de medir os custos, segundo Nicholson (1998), é a seguinte: 2.17.2.3. Custo operacional fixo Determinado somando-se as depreciações de todos os recursos fixos. Custo de cada recurso fixo é calculado somando-se a depreciação e o custo alternativo do recurso. No entanto, para recursos que são utilizados tanto para a cafeicultura quanto para demais atividades (benfeitorias, máquinas e implementos agrícolas, veículos e impostos/taxas), deve-se multiplicar ao valor anterior o índice de rateio. Como a terra não é depreciável, seu custo fixo é o mesmo que seu custo alternativo da área ocupada com lavouras em produção, totalizando o custo de cada recurso, ter-se-á, então, o custo fixo total. Utilizaram-se como recursos variáveis: • A mão-de-obra (administrador, os permanentes e os temporários): fornecidos a quantidade utilizada e o valor total gasto no mês. Calcula quantos salários mínimos foram pagos para cada tipo de mão-de-obra, através da divisão do primeiro dado pelo segundo, e totalizam-se esses valores, tendo, assim, o custo total com mão-de-obra nesse mês. • Como insumos, consideram-se calcário, adubo nitrogenado, adubo potássio, adubo fosfatado, formulado NPK, micronutrientes, matéria orgânica, fungicidas, inseticidas, acaricidas, herbicidas, espalhante adesivo, óleos 48 minerais e outros. Os dados que devem ser fornecidos são a unidade em que se utiliza o produto, a quantidade utilizada e o valor unitário desse recurso. Assim, multiplicando a quantidade pelo valor unitário, encontra-se o custo total de cada insumo e, somando-se todos esses custos, tem-se o custo total com insumos. • Para outros tipos de despesas, incluem-se valores gastos com energia elétrica, transporte, combustível, outras operações e manutenção máquinas/equipamentos agrícolas. • Os custos operacionais variáveis são obtidos, somando-se os custos totais com insumos, mão-de-obra e despesas complementares, anteriormente citados com custos variáveis. • Dividindo o custo operacional variável por 2 e multiplicando o resultado pela taxa de juros de 6% (metade do valor total dos recursos variáveis, pois existem certos recursos variáveis que não são utilizados todos os meses do ano), obtém-se o custo de oportunidade variável total. • Finalmente, chega-se ao custo total variável, somando-se ao custo operacional variável o custo de oportunidade variável. Custo Total (CT) e Custos Médios (CMe): o custo de uma unidade produzida (saco de café) é dado pela relação entre os custos e a quantidade produzida. Dessa forma, têm-se o custo fixo médio (CFMe), o custo variável médio (CVMe) e o custo total médio (CTMe). O custo total é calculado pela equação 2.31: CT = CFT + CVT 2.31 O custo total médio é calculado pela equação 2.32: CTMe = CFMe + CVMe 2.32 É muito importante considerar as variáveis técnicas, já que para a operacionalização e a análise dos dados devem ser utilizados alguns indicadores estatísticos, como: média aritmética, moda, mediana e porcentagem (%). Dentre as variáveis técnicas que podem ser levantadas estão: Área da propriedade: esta variável é calculada pela mediana, pelo fato de existir uma elevada dispersão de dados. Área plantada com café: calcula-se por meio da mediana, pelo fato de existir uma elevada dispersão de dados. 49 Espaçamento: é calculado pela moda, por causa do elevado número de espaçamentos que podem existir. Época de plantio: calcula-se através da moda, pela alta repetição dos dados que podem ser observados nas entrevistas. Forma de plantio: esta variável é calculada pela porcentagem, em que se verifica qual a forma de plantio mais utilizada em cada região. Sistema de posse: é utilizada a porcentagem para a verificação da produção própria ou por meio de parceria. Mão-de-obra: utiliza-se o método da moda para calcular o número de empregados permanentes e temporários que são utilizados no ciclo produtivo do café. Tratos culturais: utiliza-se a porcentagem para estimar os tipos de tratos culturais mais empregados pelos produtores de café. Armazenamento e comercialização de café: utiliza-se a porcentagem para verificar se os cafeicultores têm como armazenar seu café e como é feita a comercialização do produto, a exemplo do grão beneficiado, em coco ou diretamente na cooperativa. Produção colhida: utiliza-se a média aritmética para determinar a produção colhida de café. 2.17.2.4. Custo de formação Compreende basicamente os gastos durante os três primeiros anos de implantação do cafezal. Varia de acordo com a região e área de plantio, em função, principalmente, da maior ou menor exigência de mão-de-obra, insumos e infraestrutura concernentes aos diversos sistemas de implantação da lavoura. As operações envolvidas nos custos de formação são: limpeza da área (derrubada autorizada, destoca, retirada da madeira e limpeza); aração; aplicação de corretivos (calcário, gesso); gradeação; subsolagem; alinhamento; sulcamento; coveamento; conservação de solo; distribuição da matéria orgânica (palha de café, compostagem dos resíduos do processamento de café e outros, esterco de curral, esterco de galinha); distribuição dos adubos químicos; mistura e enchimento de covas; distribuição de mudas e plantio; adubação de cobertura; replantio; capinas; 50 tratos fitossanitários (aplicação de inseticidas e fungicidas); e correções de deficiências (1-3 ano). Com a utilização dos valores gastos ou investidos em cada uma das operações anteriores e adequando-os e combinando-os de acordo com as condições particulares de cada lavora, pode-se obter facilmente o custo de formação do cafezal. Nos casos de aproveitamento da madeira e, ou, efetuar culturas intercalares no cafezal, a renda obtida com a venda desses produtos deve ser deduzida das despesas totais no custo de formação do café. 2.17.2.5. Custo de produção Corresponde às despesas efetuadas para a obtenção de determinada safra. Os níveis de produtividade do cafezal influenciam grandemente os custos de produção. Dentro de certos limites, o custo é inversamente proporcional à produtividade (quanto maior a produtividade, menor o custo), pois grande número de operações (capinas, arruações) e insumos (controle das pragas e doenças etc.) são utilizados com igual intensidade, independentemente da capacidade de produção da lavoura, tendo em conta um bom controle dessas enfermidades para atingir os objetivos técnicos esperados. Para o levantamento dos custos de produção de café, devem-se computar os seguintes gastos: a) Despesas com máquinas Calcular os gastos com combustível, lubrificantes e filtros. b) Conservação e reparos (manutenção) Por conservação e reparos de máquinas e implementos, deve-se considerar o conjunto de dispêndios que são necessários para a manutenção deles em condições de uso, abrangendo tanto aqueles que ocorreram durante o período de utilização das máquinas e implementos quanto daqueles que são realizados, regularmente, após o término das atividades agrícolas. c) Despesas com manutenção de benfeitorias e equipamentos As despesas devidas à manutenção de instalações, cercas, casa de empregados e administrador (operário ou não) e outras benfeitorias e equipamentos que estejam direta ou indiretamente ligadas à obtenção do café, como galpões, terreiros, armazém de máquinas, equipamentos e outros, devem ser consideradas. 51 d) Mão-de-obra temporária Pode-se ou não dividir a mão-de-obra em fixa e variável, pois, independentemente dessa classificação, o valor proposto para remuneração é o mesmo. Devem ser obtidos os custos com mão-de-obra em conformidades com a diária integral paga para o trabalhador na execução de diferentes atividades, tomando-se como base de cálculo o salário mínimo vigente na legislação, incluindo os encargos trabalhistas, descritos nos tópicos subseqüentes. e) INSS Conforme a legislação vigente, cabe ao empregador a alíquota da porcentagem (%) sobre o salário. f) FGTS Conforme a legislação vigente, sendo a alíquota da porcentagem (%) sobre o salário. g) Insumos Refere-se aos gastos com insumos consumidos (fertilizantes, defensivos, sementes, mudas etc.). h) Despesas gerais Devem ser consideradas todas as despesas não contempladas nos demais itens do custo. Considerar uma alíquota de 1% sobre a somática dos seguintes itens do custo variável: máquinas e implementos, mão-de-obra temporária, serviços contratados e insumos. i) Assistência técnica Refere-se aos gastos para pagamento da assistência técnica. j) Depreciação Depreciação é uma reserva contabilazada destinada a gerar fundos para a substituição do capital investido em bens e produtos de longa duração. É uma forma que a empresa possui de recuperar o bem de capital, repondo-o quando se tornar economicamente inútil. Os custos com depreciação podem ser devidos ao desgaste físico (depreciação física) ou devido às inovações tecnológicas ocorridas ao longo dos anos (depreciação econômica ou obsolescência). No caso de desgaste físico, do ponto de vista rigorosamente teórico é um item de custo variável. Entretanto, para efeito de cálculo admite-se que, juntamente com a depreciação dos demais itens, ele componha uma parcela de custo fixo. 52 l) Impostos, taxas e contribuições Neste item, incluem-se os impostos, taxas e contribuições efetivamente pagas, como: ITR, Incra, contribuições sindicais, registros e averbações em cartório etc. O rateio desses custos é realizado conforme a partição informada pelo usuário. m) Mão-de-obra fixa Devem ser consideradas as despesas efetuadas para remuneração dos trabalhadores permanentes, como: capataz, tratorista, mão-de-obra familiar e outros, incluindo os encargos sociais. Entende-se por mão-de-obra familiar a remuneração realizada pelo produtor e seus familiares. Não se considera a remuneração do produtor, como empresário, pois esse valor expressa o resultado do empreendimento, ou seja, o lucro ou o prejuízo. Os fatores que afetam a renda dos empresários rurais dividem-se em dois grupos: os incontroláveis ou externos, que são aqueles sobre os quais o empresário rural não pode exercer seu controle, por exemplo o clima e o mercado, e os controláveis ou internos, sobre os quais os empresários têm domínio, a exemplo do tamanho do negócio e a alocação dos recursos produtivos. Portanto, o conhecimento dessas variáveis torna-se importante, já que são essas as causas de maior ou menores rentabilidades dos empresários rurais. O empresário cafeicultor deve ter por conhecimento as suas despesas, adequando-as a uma realidade que possibilite a administração do seu empreendimento ser eficiente e alcançar os objetivos planejados. Baseado nesses fatores, os estudos sobre os custos de produção são importantes no controle gerencial, possibilitando o uso mais racional dos fatores produtivos na busca de competitividade e renda (HOFFMANN, 1978). O conceito teórico dos custos de produção é a soma de valores de todos os recursos (insumos) e operações (serviços) utilizados no processo produtivo de certa atividade, incluindo os respectivos custos alternativos ou de oportunidade. Quando se estimam os custos de produção, deve-se fazer distinção entre o curto e o longo prazo, que são mais para efeito de planejamento, indicando o horizonte de tempo em que a empresa pretende expandir. No curto prazo, os recursos produtivos são classificados em fixos e variáveis, e suas despesas são os chamados custos fixos e variáveis. Nesse caso, o curto prazo é a safra de café, ou seja, o período de análise. O custo de produção é o valor monetário de todos os fatores e agentes empregados na produção de uma utilidade. Custo é a compensação que os donos dos 53 fatores de produção, utilizados por uma firma para produzir determinado bem, devem receber para que eles continuem fornecendo esses fatores à mesma firma. As determinações de custo são feitas com várias finalidades. Para o agricultor, servem como elemento auxiliar de sua administração no comportamento da cultura e das práticas a serem utilizadas. Para o governo, fornecem subsídios à formulação de sua política agrícola. Essa política pode referir-se à fixação de preços; ao cálculo das necessidades de crédito; à orientação dos trabalhos de assistência técnica à produção; e à fixação de preços mínimos (TEIXEIRA; GOMES, 1994). Segundo Ribeiro (2003), a apuração dos custos da produção em uma empresa agrícola cafeeira segue alguns dos processos utilizados em uma empresa industrial qualquer, observando-se algumas particularidades inerentes ao tipo de atividade. Dentre essas particularidades aparecem: • O crescimento natural da produção, que deverá ser de alguma forma avaliado e considerado na apuração dos custos. • Desenvolve-se a céu aberto, muitas vezes em grandes extensões de terra, com distanciamento dos trabalhadores e dos administradores durante a jornada de trabalho. • Em vista de se desenvolver a céu aberto está vulnerável a mudanças climáticas. • Não é contínua durante o ano, variando em função da estação, que propicia a atividade cafeeira a ser desenvolvida ou já implantada. • Predomina o trabalho manual sobre o mecanizado, exceto em grandes culturas onde o aparelhamento mecânico (equipamento de irrigação, sistema de fertirrigação, poda, colheita) e a utilização de máquinas resultam em economia. • Apresenta dificuldades quanto aos controles mecânicos e automáticos do rendimento de cada tarefa desempenhada. • A relação custo/benefício de se manterem controles mais complexos em busca de informações mais precisas deve ser sempre considerada. No entanto, a necessidade de controles, por mais simples que estes pareçam ser, torna-se fator imprescindível quando se tratar de valorização dos estoques agrícolas. 54 A atividade agrícola cafeeira é uma cultura permanente. Tanto as culturas temporárias quanto as permanentes, para um melhor controle das apurações dos custos devem ser subdivididas por operações. Estas são classificadas como: preparo do solo, calagem (inicial e adicionais), plantio, adubações (solo e foliares), tratamentos fitossanitários, irrigação, manutenção, podas, colheita e outras. O conhecimento do custo da produção agrícola, classificada distintamente nos tipos de cultura e, ainda, por operações dentro da mesma cultura, é importante, sobretudo, para o controle e decisão do produtor agrícola. O técnico ou consultor, ao orientar o cafeicultor, deve estar atento a todos os fatores que influem direta ou indiretamente os custos de formação e produção da lavoura cafeeira. Eles devem selecionar as recomendações mais adequadas ao empreendimento, de maneira a garantir resultado econômico favorável ao produtor. Segundo Silva e Reis (2001), na análise econômica do custo de produção considera-se também o custo alternativo ou de oportunidade de um recurso aplicado no processo produtivo. É conceituado como a retribuição normal ao capital empregado na atividade. Existe lucro econômico se o produto final (no caso o café) proporcionar um retorno que supere o custo alternativo. A análise de rentabilidade da atividade consiste, em geral, na comparação dos preços recebidos pelo produto com o custo médio de produção, o que determina o tipo de lucro, que pode ser: • Supernormal ou econômico: que indica que a atividade está atraindo recursos e em condição de se expandir. • Normal: que proporciona rentabilidade igual à de outra melhor alternativa, o que evidencia estabilidade. • Prejuízo: quando o preço não cobre o custo total médio. Nesse caso, é preciso avaliar até que nível o preço cobre os custos fixos médios, indicando a intensidade de descapitalização da atividade. Podem-se considerar dois tipos. Assim: • Prejuízo I: quando o preço paga os custos variáveis e apenas parte dos custos fixos. No curto prazo, a empresa continua operando por que, se parar, seu prejuízo será maior ou igual a todo o custo fixo. 55 • Prejuízo II: quando os preços só pagam os custos variáveis. Talvez a empresa ainda persista produzindo, porque os preços cobrem os custos variáveis. Se os preços caem abaixo desse ponto, a empresa pára de produzir e deixa de ofertar o produto. 2.17.2.6. Custos de secagem Especial atenção deve ser dada a um custo de produção muito importante, que é o custo de secagem, devido às diversas despesas que estão envolvidas para efetuar seu cálculo em forma real. Segundo Silva et al. (2001), vários parâmetros estão envolvidos no custo de secagem, entre eles a energia para aquecer o ar, a energia para acionar os ventiladores, a energia para transportar o produto, a mão-de-obra, a manutenção, a depreciação, os juros e os custos de quebra técnica ou redução de qualidade. Admitindo o custo como uma função do tempo requerido para a secagem, pode-se, caso não existam os valores previamente determinados, utilizar um modelo computacional de simulação para prever o tempo de secagem e, com isso, avaliar o custo do combustível, o custo de operação do ventilador, os custos fixos e o custo total de secagem, que podem ser baseados segundo as seguintes equações: a) Custo do combustível O custo é calculado pela equação 2.33. Cc = [ma.(Cpa+RM.Cpv).(T-Tamb).ts . P1]/(Pc.E1.As.X) em que: As: área de secagem, m2; Cc: custo do combustível para secagem, R$.m-3 de produto; Cpa: calor específico do ar seco, kJ.kg-1.oC-1; Cpv: calor específico do vapor de água, kJ.kg-1.oC-1; E1: eficiência da combustão, decimal; ma: vazão mássica do ar, kg.h-1; P1: preço do combustível, R$.unidade-1; Pc: poder calorífico do combustível, kJ.unidade-1; RM: razão de mistura, kg de água.kg-1 de ar seco; T: temperatura do ar de secagem, oC; 56 2.33 Tamb: temperatura ambiente, oC; ts: tempo de secagem, h; e X: profundidade da camada de secagem, m. b) Custo de operação do ventilador O custo é calculado pela equação 2.34. Cv = (Pot . ts . P2) /E2 2.34 em que: Cv: custo de operação do ventilador, R$.m-3 de produto; E2: eficiência global do ventilador e de seu motor, decimal; P2: custo da eletricidade, R$.kWh-1; Pot: potência necessária para forçar o ar através dos grãos, kW.m-3 de produto; e ts: tempo de secagem, h. c) Custos fixos Para cálculo dos custos fixos (equação 2.35), são incluídos depreciação, manutenção, juros, seguro, impostos e mão-de-obra (com exceção da mão-de-obra, os custos fixos não são afetados pela quantidade de grãos a serem secados). Cf = (P3 + P5 . F/tmax)/mínimo A A = [(Vs/ts) ou (Vpmax /tmax)] 2.35 2.36 em que: Cf: custos fixos, R$.m-3 de produto; F: custo da depreciação, de manutenção, de juros e de taxas, como uma fração do custo inicial do equipamento, decimal; P3: custo da mão-de-obra, R$.h-1; P5: custo inicial do sistema, R$; tmax: tempo máximo de secagem por ano, h; ts: tempo de secagem do produto, h; Vs: volume do secador, m3; e Vpmax: volume máximo de produção por ano, m3. 57 d) Custo total de secagem O custo total de secagem é a soma dos custos de combustível, operação do ventilador e custos fixos. É calculado pela equação 2.37. Ctot = Cc + Cv + Cf 2.37 em que: Cc: custo do combustível para secagem, R$.m-3 de produto; Cf: custos fixos, R$.m-3 de produto; Ctot: custo total de secagem, R$.m-3 de produto; e Cv: custo de operação do ventilador, R$.m-3 de produto. O custo total da operação é obtido pela soma dos custos de combustível, energia elétrica, mão-de-obra e custos fixos. e) Custo anual de secagem O custo anual de secagem pode ser calculado pela equação 2.38. Ca = [(C1+C2+C3+C4) . QT / CS]+C5+C6 2.38 em que: C1: custo do combustível para a secagem, $.h-1; C2: custo da eletricidade para a secagem, $.h-1; C3: custo da mão-de-obra, $.h-1; C4: custo de inadequação do sistema, $.h-1; C5: custos fixos, $.ano-1; C6: custos de quebra técnica, $.ano-1; Ca: custo total de secagem, $.ano-1; CS: capacidade de secagem, m3.h-1; e QT: quantidade total a ser secada, m3.ano-1. f) Custo da energia Os custos de combustível (C1) e da eletricidade (C2) para a secagem foram calculados pelas equações 2.39 e 2.40, respectivamente. C1 = (EA . P1)/(E1 . Pc) em que: C1: custo do combustível para a secagem, $.h-1; E1: eficiência da combustão, decimal; EA: energia necessária para aquecer o ar, kJ.h-1; 58 2.39 P1: custo do combustível, $.unidade-1; e Pc: poder calorífico do combustível, kJ.unidade-1. C2 = PE . P2 / E2 2.40 em que: E2: eficiência global do ventilador e de seu motor, decimal; P2: custo da eletricidade, $.kWh-1; e PE: potência dos equipamentos, kW. g) Custo da mão-de-obra O custo da mão-de-obra é função do tempo de secagem; entretanto, considera-se que esta é utilizada em apenas parte do tempo, devendo ser ajustada seguindo a equação 2.41: C3 = n . P3 2.41 em que: C3: custo da mão-de-obra, $.h-1; n: constante de ajuste, decimal; e sistemas com ar aquecido: . fornalha a gás n = 0,2 . fornalha a carvão – UFV n = 0,4 . fornalha a lenha n = 0,8 sistemas com ar natural n = 0,1 P3: custo da mão-de-obra, $.h-1. h) Custo da inadequação do sistema Por causa da impossibilidade de se completarem as operações de campo em um período de tempo adequado, deve-se debitar ao custo total o custo de inadequação do sistema "timeliness costs", por exemplo; quando a capacidade de secagem não está adequada para a capacidade de colheita, ocorre ociosidade em um dos sistemas. O custo de inadequação depende da programação da operação, com respeito ao tempo ótimo, e pode ser classificado como programação prematura, atrasada e balanceada. A equação 2.42 é utilizada para a obtenção desse custo: C4 = (F1 . P4 . QT)/(Fp . HR) em que: C4: custo de inadequação do sistema , $.h-1; HR: número de horas de secagem por dia, h .dia-1; 59 2.42 F1: fator de inadequação, decimal.dia-1: Para café: F1 = 0,002 .dia-1 Fp: fator de programação: . Antecipada, Fp = 2,0 . ano-1 . Atrasada, Fp = 2,0 . ano-1 . Balanceada, Fp = 4,0 . ano-1 P4: custo do produto, $.m-3; e QT: quantidade total a ser secada, m3. ano-1. i) Custos fixos Os custos fixos, que incluem depreciação, juros e impostos, são calculados como uma porcentagem do custo inicial e variam de acordo com o tipo do sistema, sendo calculado pela equação 2.43: C5 = F .P5 2.43 em que: C5: custos fixos, $.ano-1; F: custo de depreciação, de manutenção de juros e taxas, como uma fração do custo inicial do sistema, decimal; e P5: custo inicial do sistema, $. O valor de F para secadores contínuos e intermitentes móveis é de 0,15; para silo-secador em lotes, de 0,13; e para secagem com ar natural e com ar ligeiramente aquecido, de 0,12. Os custos de quebra técnica devem incluir as perdas de matéria seca durante a secagem, secagem em excesso, secagem incompleta e perdas na qualidade. Por causa da dificuldade de estimar esses valores, o custo de quebra técnica deverá ser determinado apenas pela redução da qualidade, segundo a equação 2.44. C6 = FQ . P4 . QT em que: C6: custos de quebra técnica, $.ano-1; FQ: fator de quebra técnica, decimal; P4: custo do produto, $.m-3; e QT: quantidade total a ser secada, m3.ano-1. 60 2.44 Para o café, o fator “Quebra Técnica - FQ” foi tomado como sendo 0,005 para cereja lavado ou descascado com o uso de pré-secadores e secadores mecânicos. Para terreiro de terra, FQ = 0,15 e, para terreiro de concreto, FQ = 0,07. O custo de operação para o sistema pode ser comparado com os de secagem cobrados por terceiros ou cooperativas. Para obtenção desse custo, considera-se que seriam cobradas do cliente as tarifas referentes à pesagem, ao recebimento a granel, à limpeza, à secagem propriamente dita e à expedição a granel. Os efeitos dos secadores e métodos de secagem sobre a qualidade de café e a racionalização de energia têm sido assunto de importância entre pesquisadores, processadores e fabricantes de equipamentos. Assim, o conhecimento das variáveis envolvidas no processo de secagem, que influem na qualidade do produto e no consumo de energia, tem-se tornado cada vez mais necessário, em razão da crescente exigência dos mercados consumidores, do fornecimento e do custo da energia. A energia utilizada no processo depende da temperatura ambiente e do ar de secagem, do fluxo de ar e do tempo de secagem. Como o café é um dos produtos agrícolas que requerem tempo prolongado de secagem, devido ao seu elevado teor de umidade, verifica-se consumo de energia por unidade de produto seco bastante elevado. Os procedimentos a serem adotados para otimização do uso da energia em processos agrícolas, em especial na secagem de café, dependem do tipo de sistema de secagem e do manejo adotado. Os sistemas de secagem com ar natural ou levemente aquecido são exemplos de sistemas mais econômicos. Entretanto, não basta apenas adotar o sistema de secagem mais econômico. É preciso conhecimento sobre a conservação de grãos, para que o produto não se deteriore durante a secagem e no armazenamento. Apesar de a tecnologia colocar à disposição dos usuários equipamentos de última geração no controle de processos, a tomada de decisão para otimização do processo cabe ao interessado. Pesquisas do tema indicam que, se os sistemas de secagem são conduzidos corretamente, eles contribuem, sobremaneira, para a redução do custo total de secagem e para a produção de café com qualidade para exportação. Assim, é indispensável ao cafeicultor dispor de informações e instrumentos de análise que o auxiliem em seu processo decisório sobre a melhor forma de conduzir sua lavoura de acordo com os recursos disponíveis, procurando minimizar 61 seu custo de produção. Dessa forma, esta revisão permitirá a realização de estimativas de custos de produção próprias para cada lavoura, e podem-se fazer comparações entre os custos de produção de lavouras cafeeiras com diferentes manejos da operação de manejo da lavora, sistema de irrigação e tipos de colheita (derriça, catação a dedo ou seletiva, semimanual ou mecanizada). 62 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Local, clima e solo O experimento foi realizado em uma propriedade agrícola, localizada no Município de São Miguel do Anta, MG, nas seguintes coordenadas geográficas: latitude 20° 52’ Sul, longitude 43° 10’ Oeste e a 702 m de altitude. O clima da região, de acordo com zoneamento climático da cultura do café (Coffee arabica) no Estado de Minas Gerais (MAPA 2002), é do tipo tropical de média altitude e ideal para a cultura do cafeeiro. O solo, segundo as análises realizadas pelo Laboratório de Solos da UFV (UFV, 2003), é classificado como poroso e bem drenado, de estrutura granular média e de textura média com teor de argila de 35%, e o tipo de relevo é suave-ondulado. Na Figura 1, tem-se a vista da Fazenda Experimental do Município de São Miguel do Anta, MG. 3.2. Caracterização do experimento A área cultivada era de 60 ha. Da área cultivada, selecionou-se, casualmente, a área experimental, com 14,25 ha, a qual foi dividida em quatro parcelas, cada uma com aproximadamente 5 mil plantas por hectare. A espécie cultivada é Coffea arábica, cultivar Catuaí-Vermelho e linhagem MG-44, com idade inicial de 3,5 anos, plantadas no espaçamento de 2,5 m entre linhas e 0,8 m entre plantas, na linha. 63 Figura 1 – Fazenda experimental, Município de São Miguel do Anta,MG. 3.2.1. Caracterização do cultivar de café Catuaí-Vermelho A Tabela 1 contém as características da cultivar utilizada na determinação dos balanços energético e econômico do ciclo bianual produtivo (dois anos fenológicos). Tabela 1 – Características do cultivar utilizado nas avaliações energética e econômica Item Parcelas 1 2 3 4 Espécie Coffea arabica Cultivar Catuaí-Vermelho Linhagem MG - 44 Espaçamento (m) 2,5 x 0,8 5-13 14 No plantas 17.761 20.094 19.734 13.650 203.750 25.000 Área (ha) 3,55 4,02 3,95 2,73 40,75 5,00 716 - 718 711 - 713 707 - 709 703 - 705 702-720 703-713 Semi- Semi- Semi- Semi- Derriça seletiva seletiva seletiva seletiva sobre pano sobre pano sobre pano sobre pano sobre pano Altitude (m) Colheita 64 A população de plantas das parcelas 1-4 foi determinada realizando-se a contagem manual delas e a das parcelas 5-14, definida pela quantidade de mudas transplantadas em cada uma delas. A Figura 2 apresenta a vista das parcelas experimentais na lavoura de café. Figura 2 – Parcelas experimentais na lavoura de café. Foram consideradas todas as operações agronômicas necessárias ao processo produtivo de café e os diferentes tratamentos para adubação das parcelas selecionadas. A Tabela 2 contém a caracterização dos sistemas de secagem avaliados nos testes de determinação dos balanços energético e econômico do cafeeiro, cultivar Catuaí-Vermelho. 3.3. Cronograma de atividades dos dois ciclos produtivos 2003/2004 e 2004/2005 Os cronogramas planejados e executados para o manejo e controle de todas as operações culturais de pré-colheita e de pós-colheita no ciclo bianual produtivo estão apresentados nas Tabelas 3 e 4. As recomendações de adubação realizadas e calculadas com base nos resultados das análises de solos e foliares das parcelas experimentais do ciclo bianual produtivo (dois anos fenológicos) são apresentadas nas Tabelas 5 e 17. 65 Tabela 2 – Características dos sistemas de secagem utilizados experimentalmente para as avaliações energética e econômica do sistema de produção ITEM SISTEMA 1 SISTEMA 2 SISTEMA 3 Terreiro secador Tipo de secagem Terreiro cimentado Terreiro secador até (25-30% b.u.) ao sol até o final até o final e silo secador (11-12% b.u.) (11-12% b.u.) (ar natural) até o final (11-12% b.u.) Fornalha - Fogo indireto Fogo indireto Lenha Lenha Combustível Espécie Coffea arabica Coffea arabica Coffea arabica Cultivar Catuaí-Vermelho Catuaí-Vermelho Catuaí-Vermelho MG - 44 MG - 44 MG - 44 Semi-seletiva Semi-seletiva Semi-seletiva sobre pano sobre pano sobre pano Linhagem Colheita Tipo de café Descascado/despolpado Descascado/despolpado 2003/2004 Tipo de café 2004/2005 Lotes (litros) Testes 2003/2004 Testes 2004/2005 Descascado/despolpado e desmucilado e desmucilado Cereja em coco Cereja em coco - 2.500 2.500 2.500 2 2 1* e 2 2 4 - * Parcelas 2 e 4. 66 e desmucilado Tabela 3 – Cronograma agrícola do cafeeiro para o primeiro ciclo fenológico 2003/2004 2003 ATIVIDADES Julho 1ª Q. 1. 1ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE SOLO Agosto 2ª Q. 1ª Q. 2ª Q. X X Setembro 1ª Q. Outubro 2ª Q. 1ª Q. X X 2ª Q. Novembro 2ª Q. X X X X X X 2ª Q. X 3. CAPINA X 4. CALAGEM X 6. CONTROLE DO BICHO-MINEIRO X X 7. CONTROLE DA FERRUGEM X 8. CONTROLE DA CIGARRA X 9. ADUBAÇÃO DO SOLO X X 10. PODA X X X X X X X X 11. DESBROTA 12. CONTROLE DA BROCA X X 5. ADUBAÇÃO FOLIAR X X X X 13. 2ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE SOLO X 14. 2ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE FOLIAR 15. CAPINA 1ª Q. X 2. 1ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE FOLIAR 67 1ª Q. Dezembro X X X Continua ..... Tabela 3 – Cont. 2003 ATIVIDADES 16. ADUBAÇÃO FOLIAR Julho Agosto 1ª Q. 2ª Q. X X 1ª Q. 2ª Q. Setembro 1ª Q. 2ª Q. X X Outubro 1ª Q. 2ª Q. Novembro 1ª Q. 2ª Q. X X 17. CONTROLE DO BICHO-MINEIRO X 18. CONTROLE DA FERRUGEM 68 19. CONTROLE DA CIGARRA X X 20. ADUBAÇÃO DO SOLO X X 21. DESBROTA X X 22. CONTROLE DA BROCA X X 23. ARRUAÇÃO Dezembro 1ª Q. X X 2ª Q. X X X X X 24. COLHEITA SEMI-SELETIVA X X X X 25. VARRIÇÃO X X X X 26. LAVADO E CLASSIFICAÇÃO X X X X 27. DESPOLPA E DESMUCILAGEM X X X X X X X X 29. SECAGEM X X X X 30. CLASSIFICAÇÃO X X X X 31. ARMAZENAGEM EM SILOS E SACOS X X X X 28. MANEJO DAS ÁGUAS RESIDUÁRIAS E RESÍDUOS DO PROCESSO Tabela 4 – Cronograma agrícola do cafeeiro para o segundo ano fenológico 2004/2005 2004 ATIVIDADES Julho 1ª Q. 1. 1ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE SOLO Agosto 2ª Q. 1ª Q. 2ª Q. X X Setembro 1ª Q. Outubro 2ª Q. 1ª Q. X X 2ª Q. Novembro 2ª Q. X X X X X X 2ª Q. X 3. CAPINA X 4. CALAGEM X 6. CONTROLE DO BICHO-MINEIRO X X 7. CONTROLE DA FERRUGEM X 8. CONTROLE DA CIGARRA X 9. ADUBAÇÃO DO SOLO X X 10. PODA X X X X X X X X 11. DESBROTA 12. CONTROLE DA BROCA X X 5. ADUBAÇÃO FOLIAR X X X X 13. 2ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE SOLO X 14. 2ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE FOLIAR 15. CAPINA 1ª Q. X 2. 1ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE FOLIAR 69 1ª Q. Dezembro X X X Continua ... Tabela 4 – Cont. 2005 ATIVIDADES 16. ADUBAÇÃO FOLIAR Janeiro 1ª Q. 2ª Q. X X Fevereiro 1ª Q. 2ª Q. Março 1ª Q. 2ª Q. X X Abril 1ª Q. Maio 2ª Q. 1ª Q. 2ª Q. X X 17. CONTROLE DO BICHO-MINEIRO X 18. CONTROLE DA FERRUGEM 70 19. CONTROLE DA CIGARRA X X 20. ADUBAÇÃO DO SOLO X X 21. DESBROTA X X 22. CONTROLE DA BROCA X X 23. ARRUAÇÃO Junho 1ª Q. X X 2ª Q. X X X X X 24. COLHEITA SEMI-SELETIVA X X X X 25. VARRIÇÃO X X X X 26. LAVAGEM E CLASSIFICAÇÃO X X X X 27. DESPOLPA E DESMUCILAGEM X X X X 28. MANEJO DAS ÁGUAS RESIDUÁRIAS X X X X 29. SECAGEM X X X X 30. CLASSIFICAÇÃO X X X X 31. ARMAZENAGEM EM SILOS E SACOS X X X X E RESÍDUOS DO PROCESSO 3.4. Cálculos das adubações realizadas do ciclo bianual produtivo 2003/2004 e 2004/2005 As necessidades de fósforo foram calculadas e recomendadas em função do teor de fósforo remanescente no solo, conforme os resultados das análises do solo efetuadas pelo Laboratório de Análises de Solos da UFV, pelo seu de teor (%) de argila e pela produtividade esperada das parcelas avaliadas, para os dois anos fenológicos do ciclo produtivo, 2003/2004 e 2004/2005. De acordo com as recomendações técnicas dos especialistas em solos que assessoraram a equipe de trabalho, o fósforo foi totalmente fornecido na primeira aplicação de adubação, com o propósito de fixar a sua presença e garantir a incorporação dos outros macro e micronutrientes. As necessidades de potássio foram calculadas em função do seu teor remanescente, observado pelos resultados das análises de solo e pela produtividade esperada dos dois anos avaliados. O potássio foi fornecido em três aplicações durante cada ano fenológico, seguindo-se as recomendações técnicas para a correta aplicação. As necessidades de nitrogênio foram calculadas em função do teor de nitrogênio remanescente, observado pelos resultados das análises foliares e pela produtividade esperada dos dois anos fenológicos avaliados. De acordo com as recomendações técnicas, o nitrogênio foi fornecido em três aplicações, sendo aplicados os 50% da quantidade necessária entre os meses de outubro e dezembro, em cada ano fenológico avaliado. No ano fenólico 2003/2004, as aplicações foram realizadas por recomendações técnicas com a mistura dos elementos macro N – P – K feitos na própria fazenda, devido à grande diferença (heterogeneidade), reportadas nas diferentes parcelas integrais da fazenda (14 parcelas). Com o fundamento da complexidade de diferentes misturas compostas comerciais prontas e o custo delas em caso de solicitar o preparo, foi necessário estabelecer um procedimento de mistura próprio na fazenda, para garantir o preparo e a correta mistura para cada uma. No segundo ano fenólogico, com base nos resultados das análises de solo e foliares realizadas pelo Labratório de Solos da UFV e com os resultados corretivos do ano anterior (2003/2004) foi possível definir misturas compostas comerciais de N – P – K e aplicá-las nas proporções técnicas definidas e recomendadas. 71 As Tabelas 5 até 16 contêm as informações utilizadas nos procedimentos descritos. Tabela 5 – Base de informação para a realização dos cálculos de adubação do ciclo bianual produtivo avaliado Lotes N° de Área Espaçamento Plantas (ha) (m) Produtividade Produtividade Esperada (sc/ha) 2002/2003 2003/2004 2004/2005 1 17.761 3,55 2,5 x 0,8 20-30 30-40 40-50 2 20.094 4,02 2,5 x 0,8 20-30 30-40 40-50 3 19.734 3,95 2,5 x 0,8 20-30 30-40 40-50 4 13.650 2,73 2,5 x 0,8 15-20 30-40 40-50 As dosagens de fertilizantes em cobertura atenderam às recomendações técnicas com base nas análises de solo e foliares das amostras tomadas antes do início do ano fenológico e durante, realizando-se as correções correspondentes em cada parcela. Os cálculos para a determinação de necessidades de calagem e aplicação de gesso, adubação e fertilização (manutenção e reposição de nutrientes do solo) foram realizados com base nas recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais – 5a aproximação (RIBEIRO et al., 1999). A primeira situação considerada foi a idade inicial da lavoura experimental (3,5 anos). Portanto, os cálculos iniciais foram feitos com uma amostragem detalhada da área experimental, tendo em conta a área e o tipo de relevo ondulado, com as recomendações para a realização da dita operação. As amostragens foram realizadas no mês de agosto, antes do início do novo ciclo produtivo. As análises de solo e foliares evidenciaram uma grande necessidade de reposição e correção de nutrientes nas parcelas como nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), em quantidades diferenciadas em cada uma das quatro parcelas experimentais e no total das 14 parcelas em que foi dividida a fazenda. 72 A manutenção dos nutrientes foram feitas em função da idade das plantas, das análises de solo e da expectativa de produção da próxima safra. Os níveis de adubação e fertilização do solo foram recomendados por um engenheiro-agrônomo, especialista em nutrição de café, com base nas análises de solo e foliares, indicando as deficiências de elementos químicos. Devido às grandes deficiências nutricionais nas parcelas, as primeiras adubações foram realizadas procedendo-se às misturas de elementos simples que compuseram o adubo, para garantir o controle da reposição. O procedimento realizado para a determinação dos cálculos de adubação foi o seguinte: 1. Estabeleceram-se informações básicas da lavoura, como: espécie, cultivar, linhagem, região da cultura, idade, sistema, espaçamento, produtividade média, produtividade esperada, identificação dos lotes ou talhões. 2. Realizou-se a coleta das amostras do solo de cada lote, devidamente demarcado na lavoura, com base na homogeneidade do talhão (posição topográfica), nas características perceptíveis de solo (cor, textura, condição de drenagem) e no histórico da área (cultura atual e anterior, produtividade observada, uso de fertilizantes e corretivos). 3. Coletaram-se 20-30 amostras simples por parcela, nas camadas de 0 a 20, 20 a 40 e 40 a 60 cm, que constituíram as amostras compostas para cada nível de profundidade. 4. As amostras foram analisadas no Laboratório de Análises de Solos da UFV, no mesmo dia em que foram feitas as amostragens. 5. A necessidade de calagem (NC) foi calculada pelo método da neutralização do Al3+ e da elevação dos teores de Ca2+ + Mg2+, de acordo com a equação 3.1. [ ] [ NC = Y Al 3 + − (mt ∗ t / 100) + X − (Ca 2 + + Mg 2 + ) ] em que: NC: necessidade de calagem, t/ha; Y: variável com a capacidade-tampão da acidez do solo, adimensional; Al+3: acidez trocável, em cmolc/dm3 ; mt (café): máxima saturação por Al+3, 25%; t: capacidade de troca catiônica efetiva, em cmolc/dm3; 73 3.1 X (café): valores máximos de saturação, 3,5 cmolc/dm3; Ca+2 + Mg+2: teores de Ca e Mg trocáveis, em cmolc/dm3; e Y: estabelecido de acordo com a Tabela 6. Tabela 6 – Classificação de tipos de solo Solo % Argila Y Arenoso 0 a 15 0,0 a 1,0 Textura média 15 a 35 1,0 a 2,0 Argiloso 35 a 60 2,0 a 3,0 Muito argiloso 60 a 100 3,0 a 4,0 Outro método para definir o valor de Y foi aquele em função do valor do fósforo remanescente (P-rem), que é o teor de P da solução de equilíbrio após agitada durante 1 h; a TFSA com solução de CaCl2, na concentração de 10 mmol/L, contendo 60 mg/L de P, na relação 1:10, definindo-se o valor de acordo com a Tabela 7. Tabela 7 – Estimativa de Y de acordo com o valor de fósforo remanescente (P-rem) P-rem (mg/L) 0a4 4 a 10 10 a 19 19 a 30 30 a 44 44 a 60 Y 4,0 a 3,5 3,5 a 2,9 2,9 a 2,0 2,0 a 1,2 1,2 a 0,5 0,5 a 0,0 74 A calagem foi realizada quando a presença de Al+3 era superior a 0,6 Cmolc/dm3 e os valores da soma de cálcio e magnésio eram inferiores a 3,5. O resultado determinado de acordo com a equação 3.1 definiu a quantidade de calcário que devia ser aplicada na camada de 0-20 cm, em cada parcela. Como a incorporação normalmente foi realizada na camada de 0-5 cm, o valor foi dividido por 4. 6. Calculou-se o número de ruas que existem num hectare. Foi necessário conhecer o espaçamento entre plantas e a distância média real entre os ramos inferiores, entre duas plantas, em diferentes linhas. Para esse cálculo, foi empregada a equação 3.2. N o ruas = 100 −1 x 3.2 em que: x = espaçamento entre linhas, em m. A área foi determinada pela equação 3.3. Area = N o ruas ⋅100 ⋅ α 3.3 em que: α = distância entre os ramos inferiores entre duas plantas em diferentes linhas, em m. Determinada a área real para realizar a calagem, calculou-se a quantidade real de calcário que deveria ser aplicada, já que o cálculo NC é determinado para 1 ha (10.000 m2). 7. Determinação das necessidades de aplicação de gesso. Para melhorar o ambiente radicular, em profundidade, e quando existe a impossibilidade de incorporação de calcário em lavouras já implantadas, o gesso foi recomendado nas seguintes situações: a) Quando a camada subsuperficial (20-40 cm) apresentou um teor inferior ou igual a 0,4 cmolc/dm3 de Ca2+ e, ou, superior a 0,5 cmolc/dm3 de Al3+ (m) e, ou, saturação por Al3+ superior a 30%, de acordo com as análises de solo efetuadas. b) De acordo com o teor de argila da camada subsuperficial (20-40 cm), foi utilizada a Tabela 8. 75 Tabela 8 – Necessidades de gesso de acordo com a porcentagem de argila no solo Argila (%) 0 a 15 NG (t/ha) 0,0 a 0,4 15 a 35 0,4 a 0,8 35 a 60 0,8 a 1,2 60 a 100 1,2 a 1,6 8. No cálculo da necessidades de adubação de fósforo em doses de P2O5 para a manutenção da lavoura, em função do teor de argila ou do valor de fósforo remanescente (P-rem), reportou-se à análise das amostras de solo. Para determinar a dose a ser aplicada, foi utilizada a Tabela 9. Tabela 9 – Cálculo de necessidades de adubação de fósforo em dose de P2O5 para manutenção da lavoura, em função do teor de argila ou do valor de fósforo remanescente (P-rem) Característica Argila % 100-60 60-35 35-15 15-0 P-rem (mg/L) 0–4 4 – 10 10 – 19 19 – 30 30 – 44 44 - 60 Dose plantio < 8,0 <12,0 <20,0 <30,0 Classes de Fertilidade Médio Bom Teor de P no Solo mg / dm3 8,1 – 16,0 16,1 – 24,0 24,1 – 36,0 12,1 – 24,0 24,1 – 36,0 36,1 – 54,0 20,1 – 36,0 36,1 – 60,0 60,1 – 90,0 30,1 – 60,0 60,1 – 90,0 90,1 –135,0 < 9,0 <12,0 <18,0 <24,0 <33 <45 9,1 – 13,0 12,1 – 18,0 18,1 – 25,0 24,1 – 34,2 33,1 – 47,4 45,1 – 65,4 80 65 Muito Baixo Baixo 13,1 – 18,0 18,1 – 24,0 18,1 – 25,0 25,1 – 37,5 25,1 – 34,2 34,3 – 52,5 34,3 – 47,4 47,5 –72,0 47,5 – 65,4 65,6 – 99,0 65,5 – 90,0 90,1 – 135,0 Dose de P2 O5 g/cova 50 35 76 Muito Bom > 36,0 > 54,0 > 90,0 >135,0 > 24,0 > 37,5 > 52,5 >72,0 >99,0 >135,0 20 9. Para o cálculo da adubação potássica, como a lavoura já estava em produção realizou-se a aplicação em dose de K2O de acordo com a produtividade esperada e a possibilidade de potássio do solo. Para determinar a dose a ser aplicada, foi utilizada a Tabela 10. Tabela 10 – Estimativa da quantidade a ser aplicada em dose de K2O de acordo com a produtividade esperada e com a possibilidade de potássio no solo Produtividade Esperada sc/ha <20 20 – 30 30 – 40 40 – 50 50 – 60 >60 Baixo Teor de N Foliar Adequado Alto dag/kg <2,5 2,6-3,0 Dose de N 3,1-3,5 200 250 300 350 400 450 140 175 220 260 300 340 80 110 140 170 200 230 Classes de Fertilidade Baixo Médio Bom Muito Bom Dose Teor de K no Solo de N mg/dm3 <60 60-120 120-200 >200 Dose de K2 O kg/ha/ano 200 200 150 100 0 250 250 190 125 0 300 300 225 190 0 350 350 260 175 50 400 400 300 200 75 450 450 340 225 100 10. Realizou-se a coleta das amostras foliares de cada lote, devidamente demarcado na lavoura ou talhão homogêneo (posição topográfica), de acordo com as características perceptíveis do solo (cor, textura, condição de drenagem) e o histórico da área (cultura atual e anterior, produtividade, uso de fertilizantes e corretivos). 11. As amostra simples foram tomadas em vários pontos de cada parcela homogênea, de quatro folhas por planta, para um total de amostra composta de aproximadamente 100 folhas. As amostras foram pegas do 3o e 4o pares de folhas, a partir do ápice de ramos produtivos, na altura mediana da planta. Foram colocadas em bolsa de papel devidamente marcada com o número do lote de onde foi pega e protegidas com uma bolsa plástica independente. 12. As amostras de folhas foram enviadas para análises no Laboratório de Análise de Solos da UFV, no mesmo dia em que foram feitas as amostragens. 77 13. Para o cálculo de necessidades de adubação de nitrogênio em dose de nitrogênio em função do teor de nitrogênio foliar, reportou-se às análises foliares e da produtividade esperada. Para determinar a dose a ser aplicada, foi utilizada a Tabela 10. 14. O cálculo das necessidades dos nutrientes considerados adequados foi realizado em função dos teores de macronutrientes e micronutrientes reportados nas análises foliares das parcelas homogêneas. Para determinar a dose a ser aplicada, foi utilizada a Tabela 11. Tabela 11 – Cálculo de necessidades dos nutrientes considerados adequados, em função dos teores de macronutrientes e micronutrientes reportados nas análises foliares Macronutriente N P K Ca Mg S Teor dag/kg 2,9 – 3,2 0,12 – 0,16 1,80 – 2,20 1,00 – 1,30 0,31 – 0,45 0,15 – 0,20 Micronutriente B Cu Fe Mn Zn Mo Teor mg/kg 40 – 80 8 – 16 70 – 180 50 – 200 10 – 20 0,1 – 0,2 Na calagem do solo, foram realizadas aplicações manuais de calcário e de um adubo orgânico produzido na própria fazenda, realizando-se uma compostagem preparada com a mistura em proporções de 20% de resíduos de frutos de café (cascas e mucilagem), 20% de cama de galinha produzida com a palha de café do beneficiamento da colheita anterior e 60% de capim. Foram realizadas amostragens do adubo orgânico obtido e levadas para análise no Laboratório de Análise de Solos do Departamento de Solos da UFV e no Laboratório do Departamento de Química da UFV, com o propósito de conhecer os componentes de macronutrientes e poder quantificá-los no balanço de energia das parcelas. 78 Foram realizadas cinco aplicações de adubo folhiar em cada ciclo produtivo com calda Viçosa, cujos ingredientes são os seguintes: 7,2 kg de cal, 9 kg de sulfato de cobre, 11 kg de sulfato de zinco, 7,2 kg de cloreto de potássio, 3,5 kg de ácido bórico e 14 kg de sulfato de magnésio, utilizados para a reposição de alguns macro e micronutrientes indispensáveis para a manutenção nutricional das plantas. A movimentação de insumos e as aplicações de fertilizantes, durante a condução da lavoura, foram manuais, empregando-se dosadores para sólidos e pulverizadores para líquidos. Em todas as aplicações de produtos químicos foram empregados equipamentos de proteção individual e as recomendações técnicas dos fabricantes para o correto uso desses EPIs. 3.5. Controle e monitoramento de pragas O controle das pragas foi feito realizando-se um monitoramento visual periódico durante todos os dois anos fenológicos (ciclo bianual produtivo), e as aplicações dos inseticidas foram realizadas quando o nível populacional de cada espécie de insetos atingiu o nível de dano econômico, encaixando-se no sistema de "Manejo de Pragas". Nesse aspecto, o importante é que o controle foi efetuado com práticas adequadas, sempre observando a ocorrência e o nível de infestação para dar início aos tratamentos, evitando-se os desequilíbrios ecológicos e a contaminação ambiental. As pragas e doenças foram controladas através de processos químicos e por meio de práticas culturais, como capinas e limpeza na lavoura. A incidência de pragas no cafezal foi muito variada. Não foram encontradas cochinilhas (Coccus viridis – Coccus africanus), escamas e os nematóides que atacam o sistema radical. Foram identificados cortadores e minadores nos talos e ramos em algumas plantas, sendo realizados os controles correspondentes. Também foi evidenciada a presença de cortadores e sugadores nas folhas e broca em alguns frutos, possivelmente por falta de limpeza e controle nos anos fenológicos anteriores e devido às condições climáticas que favoreceram a presença das diferentes pragas. 79 Foi realizado o controle de pragas baixo da filosofia do manejo da cafeicultura racional. Foram identificados o bicho-mineiro e a broca. Além dessas, foram identificadas diversas espécies de lagartas, possivelmente pela aplicação anterior de produtos sem os devidos controles de fungicidas cúpricos para o manejo da ferrugem e de outros produtos químicos, propiciando desequilíbrios biológicos. 3.5.1. Broca do café A broca do café (Stephanoderes hampei – Ferrari, 1867) que infestou alguns frutos, destruindo seus grãos, foi controlada com dois procedimentos, no manejo integrado. No primeiro, foram adotadas medidas preventivas, como limpeza manual supervisionada pelo encarregado da fazenda, continuamente, em toda a lavoura, evitando-se a presença de frutos de colheitas anteriores e efetuando operações culturais, como a arruação e a varrição de frutos. No segundo tipo de manejo, realizaram-se pulverizações com inseticidas à base de endossulfan, cujo nome comercial é Thiodan CE. 3.5.2. Bicho-mineiro O bicho-mineiro, Perileucoptera coffeella, teve a sua presença constatada por meio de monitoramento visual e com o emprego de armadilhas com feromônios, posicionadas na área experimental. Seu controle foi realizado por meio de práticas culturais específicas, como o controle periódico de ervas daninhas (capinas), evitando-se a presença de hospedeiros, e com manejo químico, cujo princípio ativo foi à base de Deltamethrin, Triadimenol e Disulfotona. Os nomes comerciais dos produtos empregados foram Decis 25 CE e Baysiston GR. No monitoramento com ajuda das armadilhas com feromônio, foi identificada a presença dessa praga. Dessa forma, realizando um controle semanal, era estabelecida a população estimada da praga e planejadas as pulverizações folhares. A presença da praga foi realmente evidenciada, na época seca, durante os meses de março até julho. O manejo foi efetuado, preservando-se os (vespas) da praga. 80 inimigos naturais 3.6. Controle e monitoramento de doenças O controle das doenças foi feito realizando-se um monitoramento visual periódico durante todo o ciclo produtivo, e as aplicações de fungicidas foram realizadas quando se observava que o impacto de cada tipo de doença atingia o nível de dano econômico, conforme o sistema de "Manejo controlado de doenças". As doenças foram controladas através de processos químicos e por meio de práticas culturais, como controle de ervas daninhas (capinas) e limpeza na lavoura. As doenças identificadas no cafezal experimental foram a cercosporiose, a ferrugem e o phoma, ou requeima. 3.6.1. Ferrugem O material genético escolhido na fazenda experimental, espécie Coffea arabica, Catuaí-Vermelho, linhagem MG-44, é infectado pela "ferrugem", causada pelo fungo Hemileia vastatrix. Entretanto, esse material apresenta alguns fatores de resistência à doença, motivo pelo qual foi recomendado para a região da Zona da Mata mineira, pelo IAC (1996), após a realização de várias pesquisas. Esta doença foi visivelmente identificada pela presença de manchas-amarelas (alaranjadas) com aspecto pulverulento na parte inferior das folhas. Na lavoura experimental, existiam correntes matutinas de ar que ajudavam a disseminar os esporos do fungo portadores da doença. Sendo a ferrugem, sem dúvida, a mais grave doença do cafeeiro arábico no Brasil, o manejo foi efetuado por meio de controles com aplicações de fungicidas via foliar, à base de produtos cúpricos e triazóis. Os produtos utilizados para o manejo e o controle desta doença foram Baysiston GR e Opera. 3.6.2. Cercosporiose ou mancha de olho-pardo A doença infectou as folhas e os frutos em desenvolvimento. Sua presença foi evidenciada na época seca, durante os meses de maio e junho dos anos de 2004 e 2005. O monitoramento das parcelas experimentais evidenciou a presença da doença devido à aparição, nos frutos, de pequenas manchas circulares, de coloração marrom-escura, tendo, no centro, uma lesão cinza-clara, com anel amarelado em 81 volta e a aparência de um halo. Em alguns frutos maduros, a doença prevalece, já que fica a casca aderente ao grão, causando o chocamento. A presença da doença pode ser ocasionada por vários fatores, como deficiência nutricional (por formação de mudas em substratos pobres), excesso de insolação, queda de temperatura e plantios efetuados tardiamente, com falta de água e nutrição adequada. Os produtos utilizados para o seu manejo e o controle foram Opera e Baysiston GR. 3.7. Controle de ervas danhinas Os dados foram coletados durante dois anos fenológicos, nas safras 2003/2004 e 2004/2005. Considerou-se como ano fenológico o período compreendido entre os meses de agosto de um ano e o de julho do ano imediatamente seguinte. O controle de ervas daninhas foi realizado com capinas manuais e herbicidas, em diferentes fases, nos dois anos fenológicos, para impedir a sua infestação e o seu desenvolvimento. As capinas foram supervisionadas para garantir a correta realização e evitar sobrecusto, já que é uma operação cara, em função do elevado custo da mão-de-obra. A eliminação das ervas daninhas foi feita antes que elas iniciassem o seu florescimento. No controle químico de ervas danhinas foram aplicados herbicidas pósemergentes (aplicados sobre as folhas), com as dosagens recomendadas pelo representante técnico do fabricante do produto, evitando-se os riscos de danos às plantas, devido ao uso excessivo de produto. O herbicida empregado no controle de ervas daninhas foi Roundup original. Para a aplicação dos herbicidas, foram utilizados pulverizadores costais, cuja dosagem do princípio ativo foi de acordo com as necessidades das plantas e as recomendações técnicas agronômicas. Os inseticidas e fungicidas foram aplicados com o uso de jato compressor, e as dosagens em cada parcela também foram conforme as necessidades e as recomendações técnicas agronômicas. 82 No controle das ervas daninhas por meio de capinas anuais, com enxada, observou-se a necessidade de realizar cortes superficias (até 1,5 cm), evitando danificar as raízes dos cafeeiros. 3.8. Colheita Foram realizadas operações de pré-colheita como preparação, manutenção, limpeza e arruação, para melhorar a eficiência da colheita e evitar possível presença de pragas que pudessem contaminar os frutos nas próximas safras. A colheita foi iniciada quando a quantidade de frutos verdes, na planta, era inferior a 20% e realizada pelo método de derriça sobre pano, em forma semiseletiva. Os frutos colhidos foram acondicionados em invólucros de fibra de polietileno, com capacidade aproximada de 40 kg por invólucro, e sua máxima permanência no campo foi de quatro horas. Foi realizada e supervisionada a operação de abanação na lavoura com o propósito de evitar a presença de impurezas e reduzir custos no pré-processamento. Os frutos recebidos da lavoura foram lavados com o uso de um lavador mecânico com capacidade de 8.000 L/h, separando-se os pesados dos leves. Nessa fase foi realizada a limpeza, bem como a separação dos frutos leves (bóias) e pesados (verdes, verdoengos e cerejas). Com base em análise prévia, a água utilizada nessa operação estava dentro dos padrões de pureza recomendados, o que evitava possível contaminação dos frutos. Os frutos pesados (cerejas, verdoengos e verdes) foram despolpados, descartando-se os verdes durante o despolpamento. Os despolpados foram desmucilados mecanicamente. A Figura 3 ilustra o croqui das áreas de pré-processamento e processamento do cafeeiro e dos resíduos da lavagem, despolpa e beneficiamento dos frutos, enquanto a Figura 4, os equipamentos mecânicos empregados no pré-processamento e processamento inicial do café (lavador, despolpador e desmucilador). 83 ÁREA DE COMPOSTAGEM TERREIROS SECADORES LAGOA FACULTATIVA SILOS SECADORES LAVADOR E DESPOLPADOR LAGOA ANAERÓBIA CANAL DE ARC Figura 3 – Croqui das áreas de pré-processamento e processamento do cafeeiro e dos resíduos. Figura 4 – Equipamentos lavador, despolpador e desmucilador mecânicos. 84 3.9. Manejo das águas residuárias As águas residuárias, ricas em material orgânico e inorgânico, proveniente das operações de lavagem e despolpa, foram tratadas em um sistema composto por canais de condução, grade, desarenador (sedimentador), lagoas de tratamento anaeróbio e lagoas de tratamento facultativo (fase de construção), devidamente dimensionadas conforme as especificações técnicas exigidas pela legislação ambiental do Estado de Minas Gerais (Deliberação Normativa COPAM no 10/86). Essa legislação estabelece que, para o lançamento de águas residuárias em corpos hídricos, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) seja de no máximo 60 mg L-1 ou que a eficiência do sistema de tratamento das águas residuárias, para remoção da DBO, seja superior a 85%. A metodologia para realizar o cálculo do sistema de tratamento das águas residuárias foi a seguinte: 1. Estabeleceram-se as informações básicas da lavoura, como: espécie, cultivar, linhagem, região da cultura, idade, sistema, espaçamento, identificação dos lotes ou talhões, produtividade média/cova (litros/cova), produtividade esperada/cova (litros/cova), capacidade de colheita (litros/homem/dia), período de colheita estimado (dias). 2. Para estabelecer a quantidade de água a ser utilizada, considerou-se o seguinte: Razão de utilização de água: - Lavagem: 0,3 - 0,5 L de água/1 L de fruto processado. - Despolpa: 4 L de água/1 L de fruto processado. Jornada de trabalho: 8 horas/dia. 3. Foram realizadas amostragens da água na fonte (lagoa da fazenda), que foi utilizada e enviada para análise no Laboratório de Qualidade de Águas do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV, onde foram determinadas as suas características físico-químicas e microbiológicas. 4. Foram realizadas as análises para caracterizar os efluentes gerados pelo lavador mecânico e pelo conjunto descascador/despolpador mecânicos de frutos de cafeeiro; as análises das águas residuárias do lavador, do descascador/despolpador e dos desmuciladores de frutos de cafeeiro reportaram análises físico-químicas e bioquímicas. 85 5. Foram escolhidos os locais ideais para a implantação das estruturas que foram determinadas para o tratamento das águas residuárias da lavagem e do descascamento/despolpamento dos frutos do cafeeiro. 6. Definiu-se que o tratamento seria realizado de forma conjunta, devido às características do resíduo gerado, após as análises efetuadas e devido ao alto custo para a montagem do sistema. Os locais das estruturas foram dispostos distantes do lavador e despolpador, devido à cercania usual com os terreiros e terreiros secadores para a realização da secagem dos frutos de cafeeiro. As águas residuárias da lavagem, descascamento, despolpa e desmucilagem dos frutos foram descartadas três ou quatro vezes por dia, sendo captadas e conduzidas para os diferentes tratamentos previstos. 7. Não foi posivel instalar os locais das estruturas em linhas, com o lavador e o descascador/despolpador, normalmente recomendadas, pela disposição das áreas e pelo tamanho do sistema calculado. 8. Foram determinados os tratamentos das águas residuárias da lavagem, o descascamento/despolpamento e a desmucilagem e calculadas as dimensões das estruturas planejadas. A Figura 5 ilustra o fluxo estabelecido no sistema proposto para o tratamento de águas residuárias. LAVADOR DE FRUTOS DO CAFEEIRO DESPOLPADOR E DESMUCILADORES DE FRUTOS DO CAFEEIRO CANAL CONDUÇÃO E GRADE DESARENADOR LAGOA ANAERÓBIA ÁGUA RESIDUÁRIA DOS BANHEIROS FUNCIONÁRIOS E OUTROS MATERIAL GROSSEIRO: COMPOSTAGEM LAGOA FACULTATIVA ÁGUA RESIDUÁRIA PARA IRRIGAÇÃO FOSSAS SÉPTICAS INDEPENDENTES Figura 5 – Fluxo estabelecido no sistema proposto para o tratamento de águas residuárias. 86 9. Canal de condução e desarenador As águas residuárias provenientes da lavagem e do descascamento/despolpamento dos frutos de cafeeiro foram submetidas ao tratamento preliminar para a remoção dos sólidos mais grosseiros, por meio de uma grade com malha. A grade foi instalada no final de um canal de condução. O material grosseiro retido tinha como destino a compostagem. Foi realizada uma mistura do material parcialmente umedecido (casca, polpa e mucilagem) com o material de alta relação C/N (palha de café e capim). O tratamento das águas residuárias preliminar, com canal e grade, primário com um desarenador/sedimentador e de uma lagoa anaeróbia e a condição das águas foi executado para um tratamento secundário, por intermédio de uma lagoa facultativa. O regime de funcionamento do descascador/despolpador foi basicamente o descarte de grande parte da água de utilização, à razão de utilização de água de 4 L de água/1 L de fruto. Foi calculado o volume do efluente gerado por dia em litros ou m3, estabelecendo-se uma jornada de trabalho em 8-10 h/dia e tendo uma vazão em m3. h-1. Utlizando a vazão (m3. h-1) e uma velocidade entre 0,25 - 0,35 m.s-1, estimou-se a largura do canal, a qual foi de 0,45 m, cujo propósito atendeu, ainda, à possibilidade do manejo de uma pá para efetuar a limpeza do lodo residuário do fundo, o qual deve ser removido para evitar problemas no sistema de condução. A grade, ou peneira inserida no canal de condução, antes do desarenador, tinha um espaçamento entre malhas de 0,002 m, a fim de reter a polpa desprendida dos frutos. As dimensões das grades foram calculadas de acordo com Matos e Lo Monaco (2003), considerando-se as condições normais de operação de uma unidade de processamento de frutos de cafeeiro. A grade que foi inserida no canal tinha 0,40 m de largura por 0,50 m de altura. Foi instalada com uma inclinação de 60o em relação à horizontal, para facilitar as limpezas periódicas. No gradeamento foram removidos em torno de 140 L de polpas para cada 1.000 L de efluente bruto. Foram calculados o total de remoção de polpas por dia, em L. Nessa etapa, foram removidas pequenas quantidades de material orgânico em suspensão, o que equivale dizer que a 87 remoção de DBO ou DQO foi insignificante, como reportaram as análises de laboratório. 10. Foram determinadas as condições do desarenador: parte estrutural em alvenaria com argamassa, traço 1:3. A tubulação de efluente e a de descarga do material retido tinham diâmetro de 100 mm e o fundo revestido com um piso de 50-60 mm de espessura no mesmo traço. 11. Foram determinadas as variáveis para o dimensionamento do desarenador: volume (litros) gerado diariamente, proveniente do lavador; sedimentos de fácil decantação, na sua maioria partículas de solo, vazão (Q) em (L.s-1), velocidade de deslocamento (Vh) em (m.s-1) e velocidade de sedimentação (Vs) em (m.s-1). 12. Construção da lagoa anaeróbia De acordo com Matos et al. (2001a), as lagoas anaeróbicas podem ser utilizadas para o tratamento primário das Águas Residuárias do Cafeeiro – ARC, preferencialmente construídas sobre solos de baixa permeabilidade, em área cujo lençol freático é profundo e afastado de povoamentos. Alem disso, deve-se observar a direção predominante dos ventos no local, como critério de localização de lagoa, de tal forma a evitar odores desagradáveis direcionados a residências. O fundo foi compactado com uma camada de material argiloso, para evitar a infiltração das águas residuárias no solo e colocar em risco a qualidade das águas subterrâneas. Posteriormente, tem-se planejado a impermeabilização, com lona, da lagoa anaeróbica e das lagoas facultativas. 13. Foram determinadas as dimensões da lagoa facultativa utilizando-se o método proposto por Mara (1975), citado por Loures (1998). As lagoas facultativas são aquelas de estabilização que fazem parte do tratamento secundário de águas residuárias. Nessa unidade ocorre a conversão do material orgânico carbonáceo e de solutos em massa de algas. A finalidade é a estabilização do material orgânico contido nas águas residuárias. O material orgânico dissolvido (DBO solúvel), juntamente com o material orgânico em suspensão, de pequenas dimensões (DBO finamente particulada), é decomposto por bactérias facultativas (bactérias que têm a capacidade de sobreviver tanto na presença quanto na ausência de oxigênio), 88 proporcionando maior grau de depuração à água residuária. O oxigênio necessário para respiração das bactérias aeróbias é fornecido, principalmente, pela fotossíntese realizada pelas algas que se desenvolvem no meio líquido. No futuro será optado o aproveitamento do efluente na fertirrigação, por isso se recomenda a filtragem do efluente do tratamento preliminar e, mesmo, o da lagoa anaeróbia ou da facultativa, a fim de evitar possíveis problemas de entupimento dos emissores do sistema de irrigação localizada. 14. Fossas sépticas As fossas sépticas foram unidades alimentadas por fluxo horizontal, que proporcionou tratamento independente do esgoto doméstico de uma residência, do esgoto proveniente dos banheiros dos funcionários e das salas de administração e de laboratório de análise de amostras de café. A finalidade foi proporcionar tratamento de níveis preliminar e primário às águas residuárias, visando, com isso, à retenção de sólidos flutuantes e matérias graxas (escuma), decantação de sólidos sedimentáveis e deposição, acúmulo e adensamento de lodo decantado em regime de decomposição anaeróbia e redução sensível no número de bactérias patogênicas. As águas do esgoto provenientes da cozinha, lavanderia, lavatórios, vasos sanitários, banheiros, chuveiros, ralos de piso da casa e banheiros de funcionários foram conduzidas em tubos de PVC até as três fossas sépticas retangulares, que foram construídas de acordo as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. O intervalo de limpeza dos tanques sépticos deverá ser de um ano. 3.10. Secagem No primeiro ano fenológico avaliado 2003/2004, a secagem foi realizada com café pergaminho (lavado, despolpado e desmucilado) com umidade inicial em torno de 55-60% b.u., sendo realizados três tratamentos. As fases de secagem foram definidas com base em três tratamentos: Tratamento 1 (T1) – Secagem completa do café cereja descascado e desmucilado em terreiro com pavimentação de concreto (testemunha). 89 Tratamento 2 (T2) – Secagem completa do café descascado e desmucilado em terreiro secador, em leito fixo, em leiras, sem a incidência direta da radiação solar. Tratamento 3 (T3) – Secagem até meia-seca (25-30% b.u.) do café descascado e desmucilado em terreiro secador, em leito fixo, em leiras, sem incidência direta de radiação solar e secagem posterior até o final (12-13% b.u.) em silo em concreto com ar natural à temperatura ambiente. No primeiro tratamento (secagem tradicional em terreiro de cimento, ao sol), o café foi espalhado em camadas finas, com espessura máxima de 0,03 m, e revolvido continuamente durante o dia. Os operadores, ao abrirem as leiras, tinham que ter cuidado com a orientação ou posição do sol. As leiras de café tinham que ficar paralelas à sombra dos operadores, com o objetivo de proporcionar maior uniformidade e velocidade da secagem. No início da operação, após as 16 horas os grãos foram enleirados, em leiras com espessura entre 0,08 e 0,10 m. Conforme ocorreu a redução no teor de água dos grãos, a espessura das leiras foi aumentada para até 0,3 m. Esse procedimento foi mantido até que os grãos atingissem o teor de água de 11,5 - 12% b.u. No segundo tratamento (secagem em terreiro secador, em leito fixo, em leiras, sem a incidência direta da radiação solar), a temperatura do ar de secagem foi de 43,0 ± 2,5 ºC e os grãos, revolvidos em intervalos regulares de duas horas até atingirem a umidade de 12 ± 0,5% b.u. Foram utilizadas fornalhas a fogo indireto em cada um dos três secadores, sem incidência direta de radiação solar com as seguintes características: Câmara de combustão com dimensões de 1,2 x 1,7 x 0,95 m, que possibilitou uma correta mistura comburente-combustível em forma eficiente; grelha com estrutura em barras de ferro resistente; cinzeiro-reservatório localizado abaixo da grelha em todo o comprimento da câmara de combustão, que garantia a eficiência do sistema; entradas laterais de ar reguláveis, responsáveis pela passagem do ar comburente; uma saída centralizada dos gases resultantes da combustão e do excesso de ar comburente e um trocador de calor ar/ar com 25 tubos de 2,5`(polegadas) de diâmetro e de 1,70 m de comprimento, que garantiu o aproveitamento correto e eficiente do calor/ar quente gerado pelo ventilador centrífugo com vazão de ar de 58 ± 1,7 m3 min-1 e potência do motor de 3,68 kW (5,0 cv). 90 A Figura 6 ilustra o modelo da fornalha a fogo indireto com lenha dos terreiros secadores dimensionada para atender às necessidades de secagem de cada terreiro. Figura 6 – Vista lateral da fornalha a fogo indireto com lenha dos terreiros secadores. No terceiro tratamento (secagem em terreiro secador de leito fixo, em leiras, sem incidência direta da radiação solar, até meia-seca e secagem posterior até o final em silo em concreto com ar natural), o ar na primeira fase do tratamento foi aquecido com uma fornalha a fogo indireto que utiliza lenha como combustível. Nessa fase de meia-seca (25-30% b.u.), a temperatura do ar de secagem foi de 43,0 ± 2,5 ºC e os grãos, revolvidos em intervalos regulares de duas horas. Posteriormente, na fase de complementação da secagem até 12 ± 0,5% b.u. foram utilizados dois silos, que possuíam sistema de ventilação com ar na temperatura ambiente. O sistema de ventilação foi ligado quando a temperatura do ar ambiente variava entre 20 e 27 ºC e a umidade relativa, entre 55 e 70%. Essa condição do ambiente geralmente se apresentava entre as 9 h até as 17 h. Os silos foram carregados por camadas sucessivas, com espessura de 0,4 m, tendo a primeira camada um teor de água de 25% b.u. e a camada superior, 18% b.u. 91 No segundo ano fenológico avaliado 2004/2005 do ciclo bianual produtivo, a secagem foi realizada com café em coco (lavado e separando o café cereja, bóia e verde) com umidade inicial em torno de 55-60% b.u., sendo realizados dois tratamentos. As fases de secagem foram definidas com base em dois tratamentos: Tratamento 1 (T1) – Secagem completa do café cereja lavado em terreiro com pavimentação de concreto (testemunha). Tratamento 2 (T2) – Secagem completa do café lavado em terreiro secador, em leito fixo, em leiras, sem a incidência direta da radiação solar. No primeiro, realizou-se a secagem tradicional em terreiro de cimento, ao sol (testemunha). No segundo tratamento, a secagem foi realizada em terreiro secador, em leito fixo, em leiras, sem a incidência direta da radiação solar. A temperatura do ar de secagem foi de 45,0 ± 2,3 ºC e os grãos, revolvidos em intervalos regulares de duas horas até atingirem a umidade de 12 ± 0,5% b.u. Foi utilizada uma fornalha a fogo indireto utilizando lenha de eucalipto (Eucaliptus grandi) como combustível. 3.10.1. Tempo Foi monitorado o tempo de duração de cada fase operacional, para avaliar os processos estudados, utilizando-se o relógio interno do sistema de adquisição de dados nos terreiros secadores, silos complementares de secagem, e para os cálculos do saldo de radiação nas parcelas da lavoura. Além disso, foi utilizado um relógio digital que contém um cronômetro para a determinação do tempo gasto nas diferentes operações avaliadas. Foram determinados os tempos relativos às horas-homem e horas-máquina, e o combustível gasto em cada operação durante os dois anos fenológicos da cultura, pré-processamento e processamento, para cada uma das parcelas avaliadas. O valores correspondentes a todas as determinações de tempos são apresentados nos Apêndices 1C até 8C. Os dados armazenados no sistema de adquisição e os obtidos no cronômetro digital foram posteriormente transferidos a um computador que continha planilhas de controle. 92 3.10.2. Massa Foi monitorada a perda de massa do café em cada fase operacional para determinar o comportamento da secagem em cada tratamento, utilizando-se uma balança digital com capacidade de 4,4 kg e pesagem mínima de 0,01 kg de sensibilidade. Os dados foram imediatamente registrados em planilhas de controle e, posteriormente, gravados em computador. A massa foi monitorada em intervalos regulares de quatro horas até atingir o teor de água desejado em cada um dos tratamentos experimentais de secagem. No terceiro tratamento, no primeiro ano fenológico, a massa de café foi monitorada a cada 12 horas até atingir o teor de água de equilíbrio (11,5 - 12,2% b.u.). A Figura 7 ilustra alguns dos equipamentos empregados nas análises físicas em laboratório. Figura 7 – Equipamentos empregados nas análises físicas. 93 3.10.3. Amostragem A técnica de amostragem atendeu às recomendações contidas em BRASIL (1992). As amostragens para determinação da umidade e a massa específica foram realizadas durante a carga dos secadores: terreiro cimentado, terreiros secadores de leito fixo e silos secadores. Nos secadores foram tomadas amostras em intervalos regulares de quatro horas. Nos silos, a amostragem foi realizada em intervalos regulares de 12 horas. 3.10.4. Teor de água Foram utilizados dois métodos para monitorar o teor de água dos grãos. No método indireto foi utilizado um equipamento digital eletrônico GEOLE, cujo princípio de funcionamento é por capacitância elétrica. O uso desse equipamento teve como objetivo realizar as medições parciais sem danificar as amostras. Periodicamente, foi utilizado o determinador Evaporação Direta da Água em Banho de Óleo – EDABO (SABIONE et al., 1984), para medição direta do teor de água das amostras, nos três sistemas avaliados, e para aferir o equipamento digital GEOLE (capacitância elétrica) empregado. A massa de cada amostra foi aproximadamente igual a 1,0 kg de café. As amostras foram condicionadas em sacos plásticos impermeáveis para imediata medição da umidade. O teor de água foi medido no final pelo método oficial de estufa, com circulação forçada de ar a 105 ± 3 °C, durante 24 h (BRASIL,1992). Foram obtidas três repetições por amostra, com massa de aproximadamente 40 g. Para calcular os níveis de redução no teor de água, nos silos carregados por camadas de grãos foi utilizado o modelo de simulação proposto por Hukill (1974). Os silos foram construídos em alvenaria e concreto, com diâmetro de 3,90 m e altura de 4,30 m. Possuíam fundo de chapas perfuradas e sistema de ventilação com ar ambiente, com vazão de ar de 58 ± 1,7 m3 min-1 e potência de 3,68 kW (5,0 cv). Foram empregadas as equações 2.6 até 2.13, para determinar as variáveis do modelo e as condições para efetuar a correta secagem combinada nos silos com ar natural. 94 3.10.5. Ar ambiente Para as medições da temperatura e da umidade relativa ambiente foram instalados, em um abrigo meteorológico, em uma área próxima da unidade experimental, um higrotermógrafo e um psicrômetro, não aspirado, com divisão de escala de 1 °C, conforme os padrões técnicos recomendados pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (MAPA). Adicionalmente, foram instalados no abrigo um sensor para a medição direta da umidade do ar e a temperatura ambiente, ligados ao sistema de adquisição de dados e que realizava leituras a cada 10s e estabelecia médias das leituras a cada minuto. 3.10.6. Temperatura do ar de secagem A temperatura do bulbo seco e do bulbo molhado do ar de secagem foi medida e monitorada utilizando-se psicrômetros, instalados nos dutos de saída dos ventiladores próximos aos módulos onde foram dispostos os frutos de café. A umidade relativa do ar foi calculada por meio de um programa computacional GRAPSI versão 5.1 (UFV, 2003), desenvolvido a partir de equações psicrométricas. As temperaturas de secagem foram monitoradas por meio de um sistema de termometria, utilizando-se um sistema de coleta de dados em intervalos regulares de 10 s e realizando as médias das medições a cada minuto. Foram utilizados termopares tipo T, que possuem sensores de cobre e constantan, com sensibilidade igual a 0,1 °C. O monitoramento das temperaturas de secagem, da mistura ar/grãos e da exaustão foram feitos nos ductos de distribuição de ar dos secadores (temperatura do ar de secagem), nos níveis inferior, médio e superior das leiras e a 3 cm acima das leiras, para a exaustão do ar. A Figura 8 ilustra o croqui nos terreiros secadores do sistema para o monitoramento do ar de secagem nos ductos do ar e nas leiras de café. Na Figura 9, mostra-se a vista dos terreiros secadores, onde foi instalado o sistema para o monitoramento do ar de secagem nos ductos do ar e nas leiras de café. 95 “Plenum” Figura 8 – Croqui do monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar nos terreiros secadores. Figura 9 – Vista dos terreiros secadores sem incidência solar direta. Na Figura 10, tem-se a vista do armário metálico onde foram instalados o sistema de adquisição de dado e o PC, para o monitoramento do ar de secagem nos ductos do ar e nas leiras de café nos diferentes terreiros secadores. Nos silos, a termometria foi monitorada por meio de um sistema de termometria instalado com sensores de cobre constantan e de cromel-alumel no “plenum” e no centro dos silos, verticalmente, em pontos eqüidistantes de 0,4 m. A Figura 11 ilustra o croqui nos silos secadores e armazenadores do sistema para o monitoramento do ar de secagem no “plenum” e no ducto central de cada silo. 96 Figura 10 – Vista do sistema de adquisição de dados empregado para o monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar nos terreiros secadores. Figura 11 – Croqui nos silos secadores e armazenadores do sistema para o monitoramento do ar de secagem no “plenum” e no ducto central de cada silo. 97 Na Figura 12, mostra-se a vista dos silos de concreto onde foi instalado o sistema para o monitoramento do ar de secagem no “plenum” e no ducto central dos dois silos de secagem e armazenagem de café descascado e desmucilado. Figura 12 – Silos em concreto onde foi realizada a secagem complementar do 3o tratamento. 3.10.7. Vazão de ar Foram determinadas as curvas características do ventilador, contemplando, principalmente, a relação entre a vazão de ar e a pressão estática. Dessa forma, com base na pressão estática observada experimentalmente, obteve-se a vazão de ar em cada instante desejado. 98 3.10.8. Pressão estática A pressão estática foi medida nos secadores de camada fixa, em leiras, e nos silos em que foi realizada a secagem complementar do terceiro sistema de secagem combinado avaliado. As determinações foram realizadas na entrada do ducto de transição entre o ventilador e o secador, e na área de transição próxima à câmara “plenum”, e nos silos complementares de secagem os pontos foram definidos pela interseção de diagonais imaginárias, na parede do “plenum”, traçadas em um plano vertical. Foram fixados tubos de cobre com 6,4 mm de diâmetro e 150 mm de comprimento, de modo que a sua face interna ficasse adjacente à parede da câmara. Esses tubos foram ligados a um manômetro diferencial inclinado, por meio de mangueiras de plástico, possibilitando a seqüência de uma leitura por ponto. As leituras foram feitas em intervalos regulares de quatro horas. 3.11. Classificação do café 3.11.1. Tipo A classificação quanto ao tipo do café beneficiado foi realizada de acordo com o Regulamento Técnico de Identidade e de Qualidade para a Classificação do Café Beneficiado, grão cru, utilizando-se as tabelas de Classificação do Café Beneficiado Grão Cru quanto à equivalência de defeitos (intrínsecos), impurezas (extrínsecos) e em função do defeito/tipo (BRASIL, 2003). De acordo com as normas (BRASIL, 2003), na classificação por peneiras o vazamento máximo admissível para cada peneira foi de 10%, sendo que o vazamento superior a esse valor caracterizou a ocorrência de outra peneira, no lote analisado. O café beneficiado grão cru da subcategoria “Chato”, de acordo com o tamanho dos grãos e a dimensão dos crivos circulares que os retêm, foi classificado em: Chato graúdo – peneiras 19/18 e 17. Chato médio – peneiras 16 e 15. Chato miúdo – peneira 14 e menores (BRASIL, 2003). As amostras de café beneficiado cru, analisadas neste trabalho, pertenceram à categoria I, proveniente da espécie C. arabica L, à subcategoria “chato” e, de acordo com o tamanho dos grãos e a dimensão dos crivos circulares das peneiras que os retêm, “chato graúdo” e “chato médio”. 99 A classificação pelos atributos é definida em: peneira 17/18 (P17/18 - %), peneira 16 (P16 - %), peneira 13/15 (P13/15 - %), fundo de peneira (FDO %), catação (%), quebra (%), defeito (valor absoluto) e umidade (% b.u.). Para os valores atribuídos à quebra foram considerados a soma do que ficou no fundo de peneira e na catação, com resultados em porcentual. 3.11.2. Bebida Quanto ao sabor e aroma (bebida), o café foi classificado como Grupo I (arábica) e definido por meio de prova de xícara, utilizando-se definições de subgrupos assim discriminados: Bebidas Finas do Grupo I - Arábica. Estritamente mole: café que apresenta, em conjunto, todos os requisitos de aroma e sabor "mole", porém mais acentuado. Mole: café que apresenta aroma e sabor agradável, brando e adocicado. Apenas mole: café que apresenta sabor levemente doce e suave, mas sem adstringência ou aspereza de paladar. Duro: café que apresenta sabor acre, adstringente e áspero, porém não apresenta paladares estranhos. Bebidas Fenicadas do Grupo I - Arábica. Riado: café que apresenta leve sabor, típico de iodofórmio. Rio: café que apresenta sabor típico e acentuado de iodofórmio. Rio Zona: café que apresenta aroma e sabor muito acentuado, assemelhado ao iodofórmio ou ao ácido fênico, sendo repugnante ao paladar (BRASIL, 2003). 3.12. Tratamentos experimentais As parcelas consideradas na avaliação energética e econômica do cafeeiro foram 14, que correspondiam à totalidade da área cultivada de 60 ha, sendo quatro parcelas (1-4) com área total de 14,25 ha, as consideradas nas avaliações dos três sistemas de secagem no primeiro ano fenológico 2003/2004 e dos dois sistemas de secagem no segundo ano fenológico 2004/2005. O volume de café utilizado em cada teste, nos diferentes tratamentos, foi de 2,5 ± 0,1 m3, e o número de testes esteve condicionado à colheita programada, de 100 acordo com o índice de maturação do cafeeiro e com as quantidades produzidas (volume de café) em cada parcela. 3.13. Avaliação da produção 3.13.1. Dados de produção, colheita e pós-colheita da cultura de café No primeiro ano fenológico avaliado 2003/2004, os dados foram coletados em forma separada: ciclo produtivo, pré-colheita, colheita, transporte até a área de pré-processamento (lavagem e separação), processamento inicial (despolpa, desmucilagem), processamento final (secagem, armazenagem e beneficiamento). No segundo ano fenológico avaliado 2004/2005, os dados também foram avaliados em forma separada: ciclo produtivo, pré-colheita, colheita, transporte até a área de pré-processamento (lavagem e separação) e não foi feito processamento inicial de despolpa e desmucilagem (falta do trâmite, por parte dos proprietários, da documentação para a obtenção de outorga para o manejo da água de processamento). Foi realizado o processamento final de secagem de café em coco, armazenagem em sacos e beneficiamento posterior. 3.14. Balanço de radiação e avaliação energética (MJ) As determinações dos balanços de radiação foram realizadas nos meses de setembro, novembro, janeiro e março de cada ano fenológico e, especificamente, nos períodos comprendidos entre os dias 01/09/2003 e 09/09/2003, 01/11/2003 e 09/11/2003, 15/01/2004 e 23/01/2004 e 12/03/2004 e 20/03/2004 do primeiro ano fenológico e entre os dias 10/09/2003 e 18/09/2003, 21/01/2005 e 29/01/2005 e 01/04/2005 e 09/04/2005 do segundo ano fenológico, não sendo possível realizar o segundo teste do segundo ano, devido a problemas nos equipamentos (dano do sistema de adquisição de dados). A escolha dos períodos de coleta das informações para as estimativas do balanço de radiação atendeu às recomendações técnicas das diferentes fases fenológicas em cada ano do ciclo bianual produtivo do cafeeiro arábica (CAMARGO CAMARGO, 2001). A Figura 13 ilustra o módulo montado no andaime nas parcelas 1-4 para a determinação do balanço de radiação. 101 Figura 13 – Módulo montado para a determinação do balanço de radiação. Em um mastro localizado no interior das parcelas 1-4, foram instalados, a 4 m acima do solo, um saldo radiômetro REBS Q.7.1 Serial: Q03175 (fator de calibração = 8,80 W.m-2.mV-1), para a medição do saldo de radiação (Rn); um piranômetro “tipo Eppley” modelo 8,48, com constante (7,08 mV.cal-1.cm-2.m-1), para a medição da radiação solar global (Rs); um piranômetro LI-COR, modelo PY34820, com constante (10 µV.W-1.m-2), para a medição da radiação solar refletida (Rr) e um sensor PAR Kipp & Zonen, com sensibilidade (4,54 µV.µmol-1.s-1.m-2), para a medição da radiação solar fotossinteticamente ativa. Os equipamentos foram acoplados a um tubo de ferro de 5 m de comprimento, projetando-o distante do mastro e permitindo que a sua visada ficasse entre a entrelinha e o renque, favorecendo uma boa amostragem do cafezal. Esses sensores foram ligados a um sistema de adquisição de dados LR, com um módulo analógico LR-7018 de oito canais, com precisão de 0,1%, ligados num computador instalado num armário metálico de proteção no meio dos lotes avaliados. Foram feitas quatro avaliações em cada ano fenológico, em intervalos de 10s, e realizadas médias das medições a cada minuto, durante oito dias consecutivos nos dois anos fenológicos avaliados (ciclo bianual produtivo) de desenvolvimento da cultura, sendo considerados para fins de integração o período entre as 7 h e as 18 h. 102 Com base nas medições dos equipamentos montados, foram determinados: O albedo (α), utilizando-se a equação 3.4. α = Rr Rs 3.4 em que: α: albedo – coeficiente de reflexão da superfície, adimensional; Rr: radiação refletida – MJ/m2; e Rs: radiação global – MJ/m2. O balanço de ondas curtas (BOC), obtido utilizando-se a equação 3.5. BOC = (1 − α ) ∗ Rs 3.5 em que: BOC: balanço de radiação de ondas curtas – MJ/m2; α: albedo – coeficiente de reflexão da superfície, adimensional; e Rs: radiação global – MJ/m2. O balanço de ondas longas (l), utilizando-se a equação 3.6. l = Rn − (1 − α ) ∗ Rs 3.6 em que: l: balanço de radiação de ondas longas – MJ/m2; Rn: saldo de radiação – MJ/m2; α: albedo – coeficiente de reflexão da superfície, adimensional; e Rs: radiação global – MJ/m2. Foram integrados no período diurno (MJ.m-2.dia-1) o saldo de radiação (diurno e integral das 24 horas), a radiação solar global, a radiação solar refletida e a radiação fotossinteticamente ativa e obtidos os balanços de radiação de ondas curtas e longas (diurno e integral das 24 horas). Os estádios das fases fenológicas da cultura foram caracterizados de acordo com a esquematização de ciclo bianual do cafeeiro arábica nas condições climáticas da região, segundo Camargo e Camargo (2001). Durante o mesmo período de medições, foram realizadas determinações de índice de área foliar com um equipamento portátil (LAI-2000 Canopy Analyser LICOR, Lincoln, NE, EUA), que tem um sensor óptico conectado a uma consola contendo um microprocessador de dados. 103 Os dados foram armazenados no cartão de memória PCMCIA do aparelho e posteriormente enviados para um computador através de um “link” serial. O índice de área foliar (IAF) foi obtido por medições, sempre nas mesmas plantas devidamente identificadas em cada uma das quatro parcelas avaliadas, em três segmentos de 6 m2, comprendendo cada uma três plantas consecutivas. Foi definido pela equipe de pesquisa o emprego da equação 2.3, proposta por Angstrom (1924) e modificada posteriormente por Prescott para estimar a irradiância solar global. Os cálculos de radiação solar global aproximada foram feitos em formas diária e acumulada para cada ano fenológico avaliado. Neste trabalho foram utilizadas as variáveis a e b do Município de Viçosa, MG, pela distância até a fazenda experimental de 42 km, sendo coordenadas geográficas muito similares, devido à necesidade de definir valores médios diários para cada ano fenológico e ao fato de poderem ser aplicados no balanço de energia acumulado anual. Os dados da informação metereologica foram coletados da estação meteorológica do Município de Ervália, MG, a uma distância de 5,3 km da lavoura. Essa estação atendia às recomendações técnicas para sua devida instalação e operação, conforme os padrões técnicos recomendados pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (MAPA). Os dados fornecidos foram tempo (horas), temperaturas máxima, mínima e média, umidades relativas máxima, mínima e média, pressão atmosférica, velocidade do ar, precipitação pluviométrica e insolação diária. Adicionalmente, foram instalados na área de estudo um termo higrógrafo, sensores de umidade relativa, sensores de temperatura e psicrômetros não-aspirados. A coleta de dados de campo abrangeu o período entre agosto de 2003 e agosto de 2005. Para a análise energética integral, em cada ano fenológico foi colhida uma planta seleccionada porte-padrão em cada parcela e separada e determinada a massa de raízes, caules, ramos, folhas e frutos. Posteriormente foram pegas amostras submetidas à secagem em estufa. Após a secagem, foi determinado o poder calorífico em bomba calorimétrica. Pelo mesmo procedimento, determinou-se o poder calorífico da palha de café e do material compostado (resíduos sólidos dos frutos, cama de galinha obtida de palha de café e capim), para a realização da adubação inicial de cada ano fenológico. 104 A metodologia para a determinação do balanço energético do cafeeiro foi obtida conforme Serra et al. (1979), em que, para cada item envolvido no ciclo bianual produtivo, foi calculado o valor energético. Considerando os resultados e observações de diversos autores sobre avaliação energética e suas implicações, foram selecionados dados quantitativos do poder calórico para produção da cultura, da colheita manual de café e operações de préprocessamento. Foram utilizadas conversões energéticas, com ajuda de equações que, escritas algebricamente, permitem o cálculo do consumo energético, levando-se em conta também a intenção do reaproveitamento dos resíduos sólidos do processamento, conforme Sartori e Basta (1999), em trabalhos com cana-de-açúcar. Para cálculo dos diversos índices envolvendo sistemas, rendimento da cultura, operações de campo e matéria seca, foram utilizados dados e orientações geradas por Serra (1979), Pimentel (1980), pela EMBRAPA (1991) e por Freitas et al. (1994). Os dados foram transformados em MJ. O balanço energético dos sistemas de produção em estudo resultou da subtração da energia produzida (MJ/ha) pela energia consumida (MJ/ha), em cada ano fenológico. Como energia produzida, ou receita energética (MJ/ha), considerouse a transformação do rendimento de frutos de café, ou da matéria seca, em energia. Como energia consumida ou energia cultural (MJ/ha), foi considerada a soma dos coeficientes energéticos relativos aos fertilizantes, aos fungicidas, aos herbicidas, aos inseticidas e à energia solar incidente durante cada ano fenológico (Radiação Fotossinteticamente Ativa); das operações de adubação; de aplicação de produtos; da colheita manual, de pré-processamento; e do processamento utilizado em cada um dos tratamentos avaliados no ciclo bianual. 3.14.1. Equações para conversão em energia Foi utilizada a metodologia proposta por Sartori e Basta (1999). 3.14.1.1. Para a produção de café a) Mão-de-obra, obtida utilizando-se a equação 3.7. TEmo = ∑ (Hi x Emo)/hai 105 3.7 em que: Hi: número total de horas trabalhadas, h/ha; Emo: consumo de energia, MJ/ha; i: tipo de trabalho; TEmo: demanda total de energia para mão-de-obra, MJ/ha; e hai: área trabalhada, ha. b) Tratores, caminhões e implementos, obtidos utilizando-se a equação 3.8. TEma = ∑ {[(Efi + Emai + Eri) x Pi] x (0,333 x tari + 0,82)}/hai 3.8 em que: P: massa total, kg; Ef: valor do consumo energético utilizado para fabricação, MJ/kg; Ema: valor energético do material utilizado, MJ/kg; Er: energia gasta para manutenção e reparos, MJ/kg; 0,82: 82% de vida útil; 0,333: coeficiente de correção; i: tipo de máquina; hai: área trabalhada, ha; e TEma: consumo total de energia para as máquinas, MJ/ha. Os cálculos foram realizados utilizando-se pesos de tratores dados por Serra et al. (1979) e o energético, por Pimentel (1980), admitindo-se que representam o melhor valor real. c) Combustível, obtido utilizando-se a equação 3.9. TEc = ∑ (Ci x Eci)/hai em que: Tec: total de energia embutida no combustível, MJ/ha; C: combustível consumido, L; Ec: consumo de energia do combustível utilizado, MJ/L; i: tipo de combustível; e hai: área trabalhada, ha. d) Defensivos, obtida utilizando-se a equação 3.10. Foram adotados os valores propostos por Pimentel (1980): 106 3.9 TEd = ∑ (Di x Edi)/hai 3.10 em que: Ted: total de energia para os defensivos, MJ/ha; D: quantidade total do produto utilizado, kg; Ed: energia embutida nos defensivos, MJ/kg; i: tipo de defensivo; e hai: área trabalhada, ha. e) Fertilizantes, obtidos utilizando-se a equação 3.11. TEf = ∑ (Fi x Efi)/hai 3.11 em que: Tef: total de energia para os fertilizantes, MJ/ha; F: quantidade total de fertilizantes, kg; Ef: energia embutida nos fertilizantes, MJ/kg; i: tipo de fertilizante; e hai: área trabalhada, ha. 3.15. Análise econômica 3.15.1. Componentes do Custo Operacional e Procedimentos de Cálculo Foram calculadas as despesas assim: a) Despesas com máquinas b) Conservação e reparos (manutenção) c) Despesas com manutenção de benfeitorias e equipamentos d) Mão-de-obra temporária e) INSS (alíquota de 2,7% sobre o salário) f) FGTS (alíquota de 8% sobre o salário) g) Insumos h) Despesas gerais (alíquota de 1%) i) Assistência técnica j) Depreciação Foi utilizado o método linear para calcular a depreciação de acordo com a equação 3.12. 107 D= Vi ⋅ Vs Vu 3.12 em que: D: depreciação temporária; Vi: valor inicial (novo); Vs: valor de sucata; e Vu: vida útil. k) Impostos, taxas e contribuições. Tomou-se como base de cálculo uma alíquota de R$15,00 por hectare por ano. l) Mão-de-obra fixa. 3.15.2. Análise de investimento do capital Na análise de investimento do capital, foram calculadas as cinco medidas importantes, como: a) Tempo de retorno do capital (TRC). b) Valor presente líquido (VPL, R$). c) Taxa interna de retorno (ρ, %) (TIR). d) Relação benefício-custo (RBC, adimensional). e) Fluxo de caixa incremental projetado para os 20 anos. 3.15.3. Análise de custo O conhecimento sobre o comportamento do custo foi fundamental para a escolha do ano fenológico e do sistema de secagem com melhor eficiência econômica, complementando-se as análises feitas com base na teoria de investimentos, conforme os indicadores apropriados. Para a análise do custo das parcelas de produção, colheita, pré-processamento e processamento, foram considerados os seguintes parâmetros de acordo com a metodologia proposta por Teixeira et al. (1994). 108 3.15.3.1. Custo fixo total (CFT) Este custo compreende os itens que independem da quantidade de frutos produzidos e processados ou que independem da intensidade de uso do sistema. Compreende os custos fixos como: juros sobre o capital empatado, administração do proprietário (mão-de-obra permanente), depreciação (sobre benfeitorias, sobre máquinas e sobre o valor da lavoura) e impostos territoriais rurais (taxas, seguros). 3.15.3.2. Custo fixo médio (CFMe) Foi calculado o custo que representa exatamente a razão do custo fixo total (CFT) pela quantidade de produto produzido e processado (sacas e por hetare na lavoura). 3.15.3.3. Custo variável total (CVT) Foi calculado o custo que participa do processo de produção e processamento à medida que a atividade se desenvolveu, ou seja, somente ocorreu ou incidiu, ou teve produção e processamento de produtos. Esse custo compreendeu os itens que variam diretamente com a intensidade de uso do sistema ou com a quantidade de café produzido e processado (sacas e por hetare na lavoura). Incluiu os gastos com mãode-obra, fertilizantes (adubos, adubos foliares e corretivos), defensivos, transporte, reparos e manutenção dos equipamentos, serviços (consumo de energia, lenha e outras despesas gerais). 3.15.3.4. Custo variável médio (CVMe) O cálculo deste custo representou exatamente a razão do custo variável total pela quantidade de itens produzidos e processados (sacas e por hetare na lavoura). 3.15.3.5. Custo total do sistema (C total) Foi estimado o custo total, que é a medida mais ampla para avaliar o custo de um sistema de produção para cada ano fenológico e sistema de processamento de secagem, pois englobou todos os custos fixos e variáveis. 109 3.15.3.6. Custo total médio (CTMe) Representou exatamente a razão do custo total pela quantidade de café produzido e processado (sacas) e por hectare na lavoura. 3.15.3.7. Custo operacional total (CopT) Foi calculado o custo que engloba os custos dos juros sobre o capital investido, custos de administração do proprietário, as depreciações (benfeitorias, máquinas e lavoura) e os custos variáveis. Esse custo foi calculado pela quantidade de café produzido e processado (sacas) e por hectare na lavoura. Foram definidos e calculados indicadores econômicos de avaliação para cada ano fenológico e médio entre os anos avaliados, como renda bruta (receita), renda líquida total (ano fenológico e por saca de café beneficiado), renda líquida operacional (ano fenológico e por saca de café beneficiado) e a margem bruta total (ano fenológico e por saca de café beneficiada). Essas análises juntas forneceram informações em diferentes aspectos da rentabilidade da implantação do sistema de produção e processamento do café beneficiado. 110 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Adubos empregados nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 As Tabelas 12 e 13 contêm os valores das necessidades de calagem de acordo com os resultados da análise de solos e as recomendações e quantidades aplicadas em cada uma das parcelas avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Tabela 12 – Recomendações e aplicações de calagem de acordo com os resultados da análise de solos no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Lote Necessidades Calagem (NC) 1 0,777 t/ha 2 0,777 t/ha 3 0,967 t/ha 4 0,967 t/ha Recomendação Aplicação 250 kg de calcário/ha 67 g mistura/planta 75 kg de gesso/ha 86 g mistura/m de rua 250 kg de calcário/ha 67 g mistura/planta 75 kg de gesso/ha 86 g mistura/m de rua 429 kg de calcário/ha 107 g mistura/planta 127 kg de gesso/ha 137 g mistura/m de rua 429 kg de calcário/ha 107 g mistura/planta 127 kg de gesso/ha 137 g mistura/m de rua 111 Tabela 13 – Resumo de necessidades de calcário e gesso de acordo com os resultados das análise de solos para o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Área Recomendação Total Recomendação Total (ha) kg Calcário/ha/ano kg Calcário/ano kg Gesso/ha/ano kg Gesso/ano 1 3,55 250,0 888,0 75,0 266,3 2 4,02 250,0 1.005,0 75,0 301,5 3 3,95 429,0 1.695 127,0 501,7 4 2,73 429,0 1.171 127,0 346,7 Lote As Tabelas 14 a 16 contêm os valores das necessidades de adubo de acordo com os resultados da análise de solos e foliares e as recomendações e quantidades aplicadas e formulações N-P-K em cada uma das parcelas avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo. As Tabelas 17 e 18 contêm os valores das necessidades de calagem de acordo com os resultados da análise de solos e as recomendações e quantidades aplicadas em cada uma das parcelas avaliadas no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo. As Tabelas 19 a 22 contêm os valores das necessidades de adubo de acordo com os resultados da análise de solos e foliares e as recomendações e quantidades aplicadas e formulações N-P-K em cada uma das parcelas avaliadas no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo. No segundo ano fenólogico, com base nos resultados das análises de solo e foliares, realizadas pelo Labratório de Solos da UFV e com os resultados corrigidos do ano anterior (2003/2004), foi possível definir misturas compostas comerciais de N – P – K e aplicá-las nas proporções técnicas definidas e recomendadas. Torna-se importante ressaltar que, durante os dois anos fenológicos, fizeramse o acompanhamento e a supervisão de todas as adubações, com o objetivo de evitar a incorreta aplicação dos produtos recomendados para cada lote específico. 112 Tabela 14 – Valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo N Lote Cálculo 113 Foliar Necessidade (dag/kg) kg N/ha/ano 1 3,063 220 2 3,382 140 Cálculo Recomendação Necessidade kg Superfosfato kg/ha/ano Simples/ha/ano 1,8 50 278 2,3 50 Recomendação P kg Uréia/ha/ano (mg/dm3) 500 (128 g/m sulco) 318 3,311 140 318 3,081 220 500 (128 g/m sulco) Necessidade kg Cloreto de kg/ha/ano k/ha/ano 80 225 388 65 225 (mg/dm3) 278 (100 g/m sulco) (71 g/m sulco) 2,3 50 (82 g/m sulco) 4 Recomendação (71 g/m sulco) (82 g/m sulco) 3 Cálculo K 278 (100 g/m sulco) 65 225 (71 g/m sulco) 1,6 50 278 (71 g/m sulco) 388 388 (100 g/m sulco) 71 225 388 (100 g/m sulco) Tabela 15 – Resumo dos valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Lote 1 Área Recomendação Total (ha) kg Uréia/ha/ano kg Uréia/ano 3,55 500,0 1.775,0 (128 g/m sulco) 114 2 4,02 318,0 3,95 4 2,73 318,0 1.278,4 (128 g/m sulco) kg Superfosfato kg Superfosfato kg Cloreto Cloreto de Simples/ha/ano Simples/ano de K/ha/ano Potássio/ano 278,0 986,9 388,0 1.377,4 278,0 1.256,1 278,0 1117,6 278,0 (71 g/m sulco) Total (kg) 388,0 1.559,8 (100 g/m sulco) 1098,1 (71 g/m sulco) 1.365,0 Recomendação (100 g/m sulco) (71 g/m sulco) (82 g/m sulco) 500,0 Total (71 g/m sulco) (82 g/m sulco) 3 Recomendação 388,0 1.532,6 (100 g/m sulco) 758,9 388,0 (100 g/m sulco) 1.059,2 Tabela 16 – Formulações e relações dos adubos recomendados para o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Necessidades (kg/ha) Relações N–P-K N–P-K 1 220-50-225 4,4 – 1 – 4,5 2 140-50-225 2,8 – 1 – 4,5 3 140-50-225 2,8 – 1 – 4,5 4 220-50-225 4,4 – 1 – 4,5 Lote Tabela 17 – Recomendações e aplicações de calagem de acordo com os resultados das análises de solos no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Necessidades Lote Calagem (NC) 1 1,125 t/ha 2 1,026 t/ha 3 0,777 t/ha 4 0,777 t/ha Recomendação Aplicação 362 kg de calcário/ha 97 g mistura/planta 121 kg de gesso/ ha 124 g mistura/m de rua 330 kg de calcário/ha 88 g mistura/planta 110 kg de gesso/ha 112 g mistura/m de rua 250 kg de calcário/ha 67 g mistura/planta 75 kg de gesso/ha 86 g mistura/m de rua 250 kg de calcário/ha 67 g mistura/planta 75 kg de gesso/ha 86 g mistura/m de rua Tabela 18 – Resumo de necessidades de calcário e gesso aplicados de acordo com os resultados das análises de solos no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Área Recomendação Total Recomendação Total (ha) kg Calcário/ha/ano kg Calcário/ano kg Gesso/ha/ano kg Gesso/ano 1 3,55 362 kg de calcário/ha 1.285,1 121 kg de gesso/ha 429,6 2 4,02 330 kg de calcário/ha 1.326,6 110 kg de gesso/ha 442,2 3 3,95 250 kg de calcário/ha 987,5 75 kg de gesso/ha 296,3 4 2,73 250 kg de calcário/ha 682,5 75 kg de gesso/ha 204,8 Lote 115 Tabela 19 – Valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Lote N Foliar (dag/kg) Cálculo Necessidade kg N/ha/ano Recomendação Fósforo kg Uréia/ha/ano (mg/dm3) Cálculo Recomendação Necessidade kg Superfosfato kg/ha/ano Simples/ha/ano 455 1 116 2 3,277 3,184 200 200 (91 g/planta) 13,1 35 kg Cloreto kg/ha/ano de K/ha/ano (39 g/planta) 517 71 300 (104 g/planta) (50 g/m de rua) (133 g/m de rua) 389 517 (91 g/planta) 1,6 70 (91 g/planta) (137 g/planta) (175 g/m de rua) (78 g/planta) 63 300 (100 g/m de rua) 70 (78 g/planta) 690 51 400 (100 g/m de rua) 70 (78 g/planta) (100 g/m de rua) (138 g/planta) (177 g/m de rua) 389 5,4 (104 g/planta) (133 g/m de rua) 389 4,6 682 300 Necessidade 455 (117 g/m de rua) 2,798 Recomendação (117 g/m de rua) 455 200 (mg/dm3) Cálculo 195 (117 g/m de rua) 3,014 Potássio 345 122 200 (69 g/planta) (89 g/m de rua) Tabela 20 – Resumo dos valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Lote Área Recomendação Total (ha) kg Uréia/ha/ano kg Uréia/ano 3,55 (91 g/planta) 455 1 117 (91 g/planta) (91 g/planta) (137 g/planta) (175 g/m de rua) kg Cloreto Cloreto de Simples/ha/ano Simples / ano de K/ha/ano Potássio/ano 692,25 (104 g/planta) (39 g/planta) 517 (78 g/planta) (78 g/planta) 517 1.563,8 (78 g/planta) (100 g/m de rua) (104 g/planta) 2.078,3 (133 g/m de rua) 690 1.536,6 (138 g/planta) 2.725,5 (177 g/m de rua) 389 1861,9 1.835,4 (133 g/m de rua) (100 g/m de rua) 682 2,73 Superfosfato 389 1797,3 (117 g/m de rua) 4 kg Superfosfato (100 g/m de rua) 455 3,95 Total kg 389 1829,1 (117 g/m de rua) 3 Recomendação (50 g/m de rua) 455 4,02 Total kg 195 1615,3 (117 g/m de rua) 2 Recomendação 345 1.062,0 (69 g/planta) (89 g/m de rua) 941,9 Tabela 21 – Quantidades dos adubos químicos recomendados e aplicados durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Lote 1 118 2 3 4 Área Recomendação Total (ha) kg Adubo/ha/ano kg Adubo/ano 3,55 4,02 3,95 2,73 1.176,5 1.176,5 1.333,5 1.200,0 4.176,6 4.729,5 5.267,3 3.276,0 Fertilizante Recomendação Recomendação 1 Aplicação 2 Aplicação 3a Aplicação Recomendado 40% 40% 20% 471 471 235 (95 g/planta) (95 g/planta) (47 g/planta) (121 g/m de rua) (121 g/m de rua) (61 g/m de rua) 471 471 235 (95 g/planta) (95 g/planta) (47 g/planta) (121 g/m de rua) (121 g/m de rua) (61 g/m de rua) 454 454 226 (91 g/planta) (91 g/planta) (46 g/planta) (117 g/m de rua) (117 g/m de rua) (58 g/m de rua) 480 480 240 (96 g/planta) (96 g/planta) (48 g/planta) (124 g/m de rua) (124 g/m de rua) (62 g/m de rua) 17 – 6 – 30 15 – 5 – 30 25 – 5 – 15 a Recomendação Misto 17 – 3 - 30 a Tabela 22 – Formulações e relações dos adubos recomendados e aplicados no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Lote Área (ha) Necessidades kg/ha N–P–K Relações N–P–K Fertilizante Quant. Quant. Composto Recom. Total Formulado (kg/ha) (kg) 1 3,55 200-35-300 5,7 – 1 – 8,6 17 – 3 - 30 1.176,5 4.176,6 2 4,02 200-70-300 2,9 – 1 – 4,3 17 – 6 – 30 1.176,5 4.729,5 3 3,95 200-70-400 2,9 – 1 – 5,7 15 – 5 – 30 1.333,5 5.267,3 4 2,73 300-70-200 4,3 – 1 – 2,9 25 – 5 – 15 1.200,0 3.276,0 As quantidades de adubo não precisaram de modificação corretiva (acrescentadas ou reduzidas), de acordo com as análise de solos e foliares realizadas nos meses de dezembro dos dois anos fenólogicos do ciclo produtivo, o que indicou a correta absorção de nutrientes das plantas seleccionadas em cada uma das parcelas avaliadas. 4.2. Insumos empregados nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 As quantidades dos insumos utilizados durante os dois anos fenológicos do ciclo produtivo da cultura são apresentados nas Tabelas 23 a 30. Observa-se, nas Tabelas 23 e 27, que houve variações nas quantidades de insumos entre um e outro ciclo fenológico não só devido às correções que estavam sendo estabelecidas, mas, também, pelo desenvolvimento vegetativo das plantas, infestação por pragas e doenças e pela expectativa de produtividade estabelecida. Verificou-se em relação ao segundo ano fenológico, para a correção de acidez do solo, um incremento de 32,7 e 26,1% na aplicação de calcário e gesso nas parcelas 1 e 2, respectivamente. Entretanto, nas parcelas 3 e 4 observou-se uma redução de 71,0 e 71,1% na aplicação desse insumo, respectivamente. É evidente que essas variações se devem, exclusivamente, às análises de acidez do solo. 119 As variações observadas na aplicação de composto orgânico se devem à diferenciação de área entre parcelas, considerando-se que foi aplicada a mesma quantidade desse insumo, por unidade de área. As variações observadas nas aplicações de macro e micronutrientes se devem aos resultados das análises de solo e foliares, uma vez que se buscava o equilíbrio nutricional das plantas, para uma expectativa de produtividade. As aplicações de fungicidas e inseticidas (Tabelas 24 e 25) foram baseadas nos índices econômicos de infecção e de infestação das plantas, indicados pela literatura. As variações quantitativas observadas entre as parcelas, no caso de pulverizações, se devem, principalmente, aos diferentes números de plantas nessas parcelas. Tabela 23 – Quantidades dos corretivos e fertilizantes recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano Calcário 887,5 1.005,0 1.694,6 1.171,2 Gesso 266,3 301,5 501,7 346,7 17.750 20.100,0 19.750,0 13.650,0 Uréia (N) 1775,0 1.278,4 1.256,1 1.365,0 Superfosfato simples (P2O5) 986,9 1.117,6 1.098,1 758,9 1.377,4 1.559,8 1.532,6 1.059,2 Calda Viçosa (Sulfato de zinco, sulfato de cobre, sulfato de magnésio, acido bórico, cloreto de potássio e cal) 22,7 25,7 39,5 27,3 Ubyfol MS florada 10,7 12,1 11,9 8,2 Quimifol café 7,1 8,1 7,9 5,5 Corretivos e Fertilizantes Adubo orgânico (Compostagem de resíduos, frutos, palha de café e capim) Cloreto de potássio (KCl) As aplicações de herbicidas foram definidas com base na intensidade de infestação das ervas daninhas observadas em cada parcela (Tabela 26). Nas parcelas submetidas ao mesmo tratamento, observaram-se diferentes intensidades de 120 infestação, o que pode ser atribuído ao diferente desenvolvimento dos cafeeiros, nas diferentes parcelas, contidas na mesma área. Nas regiões de menos sombra, houve maior intensidade de ervas daninhas. Esse fato é evidenciado quando se observa no primeiro ano fenológico, quando as plantas tinham a idade aproximada de 3,5 anos e, portanto, sembreavam menor área da superfície do solo, que houve maior quantidade de herbicida aplicado, em relação ao segundo ano fenológico (Tabela 30), o que implicou menor gasto de energia, relativamente ao herbicida, para essa operação. Espera-se que a quantidade de adubo aplicada por planta seja aumentada de um para o outro ano seguinte, considerando-se o desenvolvimento da planta e a expectativa do aumento de produtividade. Esse fato foi observado, entretanto, com menor intensidade, considerando-se que no segundo ano fenológico se encontrava, ainda, o trabalho de equilíbrio nutricional das plantas. Esse comportamento influenciou a demanda energética para a aplicação desse insumo. Tabela 24 – Quantidades dos fungicidas recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano Opera 8,9 10,1 9,9 6,8 Carbomax 500 sc 2,1 2,4 2,4 1,6 Fungicida Tabela 25 – Quantidades dos inseticidas recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano 213,0 241,2 237,0 163,8 Thiodan CE 7,1 8,0 7,9 5,46 Decis 25 CE 4,4 5,0 4,9 3,4 Inseticida Baysiston GR 121 Tabela 26 – Quantidade de herbicida recomendado e aplicado nas parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo Herbicida Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano 14,2 16,1 15,8 10,9 Roundup original Tabela 27 – Quantidades dos corretivos e fertilizantes recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano 1.285,1 1.326,6 987,5 682,5 429,6 442,2 296,3 204,8 17.750,0 20.100,0 19.750,0 13.650,0 1.615,3 1.829,1 1.797,3 1.861,9 692,3 1.563,8 1.536,6 1.062,0 1.835,4 2.780,3 2725,5 941,9 25,0 28,3 43,4 30,0 Ubyfol MS florada 11,8 13,3 13,1 9,0 Quimifol café 7,8 8,9 8,8 6,0 Corretivos e Fertilizantes Calcário Gesso Adubo orgânico (Compostagem de resíduos, frutos, palha de café e capim) Uréia (N) Superfosfato simples (P2O5) Cloreto de potássio (KCl) Calda Viçosa (Sulfato de zinco, sulfato de cobre, sulfato de magnésio, acido bórico, cloreto de potássio e cal) 122 Tabela 28 – Quantidades dos fungicidas recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano Opera 9,8 11,1 10,9 7,5 Carbomax 500 sc 2,4 2,7 2,6 1,8 Fungicida Tabela 29 – Quantidades dos inseticidas recomendados e aplicados nas parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano 234,0 265,3 260,7 180,2 Thiodan CE 7,8 8,8 8,7 6,0 Decis 25 CE 4,9 5,5 5,4 3,8 Inseticida Baysiston GR Tabela 30 – Quantidade de herbicida recomendado e aplicado nas parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo Herbicida Roundup original Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3 Parcela 4 kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano kg ou L/ano 15,6 17,7 17,4 12,0 123 4.3. Resultados das análises do adubo orgânico empregado nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo Tabela 31 – Resultados médios das análises de laboratório do adubo orgânico obtido pela compostagem de resíduos do processamento do café, cama de galinha obtida da palha de café do beneficiamento do café e capim empregado no primeiro ano fenológico 2003/2004, em cada uma das parcelas avaliadas TIPO AOC NT PT 28,5 ± 1,8 2,2 ± 0,3 KT Ca 44,9 ± 1,2 19,5 ± 1,8 g.kg-1 Sendo: AOC – adubo orgânico do processamento arábica, NT – nitrogênio total, PT – fósforo total, KT – potássio total e Ca – cálcio. Tabela 32 – Resultados médios das análises de laboratório do adubo orgânico obtido pela compostagem de resíduos do processamento do café, cama de galinha obtida da palha de café do beneficiamento do café e capim empregado no segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas TIPO NT PT KT Ca 48,6 ± 1,7 24,4 ± 1,4 g.kg-1 AOC 29,6 ± 1,9 2,5 ± 0,6 Sendo: AOC – adubo orgânico do processamento do café arábica, NT – nitrogênio total, PT – fósforo total, KT – potássio total e Ca – calcio. 4.4. Produtividade das parcelas avaliadas durante os dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo A Tabela 33 contém os resultados de produtividade das parcelas avaliadas nos três anos fenológicos 2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005. Observou-se significativo incremento na produtividade por unidade de área, verificada nos três anos avaliados. É evidente que o desenvolvimento da planta tem influência nesse 124 comportamento. Contudo, a aplicação dos insumos, sob crtérios e orientações técnicas delineadas, exerceu influência marcante no processo produtivo. Tomando-se como referência a safra 2002/2003, na parcela 1, em relação ao primeiro ano fenológico avaliado, o incremento de produção foi de 33,6% e no segundo ano, de 39,9%. Comportamento semelhante ocorreu nas demais parcelas. Tabela 33 – Dados de produtividade obtida nos anos fenológicos 2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005 em cada uma das parcelas experimentais, nos dois anos fenológicos avaliados No Área Espaçamento Plantas (ha) (m) 1 17.761 3,55 2,5 x 0,8 22 29,4 36,6 2 20.094 4,02 2,5 x 0,8 30 34,4 41,3 3 19.734 3,95 2,5 x 0,8 25 30,1 39,2 4 13.650 2,73 2,5 x 0,8 15 23,2 34,2 Lotes Produtividade Média (sc/ha) 2002 /2003 2003 /2004 2004 /2005 4.5. Índices médios de energia dos insumos e poder calorífico das partes da planta de café Catuaí-Vermelho A Tabela 34 contém os índices de energia agregada por unidade de massa de cada defensivo, fornecidos por diferentes autores. Foram empregados os índices médios de energia agregada dos valores estimados por Pimentel, Stout e Doering a alguns dos insumos, para a realização do balanço. As Tabelas 35 e 36 contêm os resultados médios das três amostras analisadas do adubo orgânico obtido pela compostagem em leiras dos resíduos sólidos do processamento de despolpa e desmucilagem dos frutos (15%), da cama de galinha obtida da palha residual do processamento do beneficiamento do café do ciclo anterior (15%) e capim (70%), nos dois anos fenológicos estudados e aplicados em cada uma das parcelas avaliadas. 125 Tabela 34 – Valores médios de energia embutida em fertilizantes, corretivos e defensivos estimados por diferentes autores Fertilizantes, Adubos e Corretivos Energia Agregada/kg de Nutriente (MJ/kg) Pimentel Stout Doering Energia Média Agregada (MJ/kg de nutriente) Nitrogenado (NH2) 61,59 58,66 58,14 59,46 Fosfatado (P2O5) 12,57 16,32 6,98 11,96 Potássio (K2O) 6,70 6,31 4,65 5,89 Calcário 0,17 0,17 Gesso 0,18 0,18 Defensivos 306,96 306,96 Fonte: Pimentel (1984), Stout (1979) e Doering (1977). Tabela 35 – Valores médios de energia embutida em adubo orgânico obtido pela compostagem de resíduos do processamento (casca de café, mucilagem), cama de galinha (palha de café) e capim empregado no primeiro ano fenológico 2003/2004, em cada uma das parcelas avaliadas Adubo Orgânico e Materiais Energia Média Agregada/kg de Nutriente (MJ/kg) Literatura Medida Adubo orgânico - 24,2 Cama de galinha **12,69 12,69 *15,5 15,5 Palha de café Fonte: *Precci et al. (2001) e **Teixeira et al. (2005). 126 Tabela 36 – Valores médios de energia embutida em adubo orgânico obtido pela compostagem de resíduos do processamento (casca de café, mucilagem), cama de galinha (palha de café) e capim empregado no segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas Adubo Orgânico e Materiais Adubo orgânico Energia Média Agregada/kg de Nutriente (MJ/kg) Literatura Medida 21,4 Cama de galinha Palha de café **12,69 12,69 *15,5 15,5 Fonte: *Precci et al. (2001) e **Teixeira et al. (2005). Tabela 37 – Valores médios de energia embutida em defensivos (fungicidas, inseticidas e herbicidas), estimada por diferentes autores Defensivos Energia Agregada/kg de Nutriente (MJ/kg ou L) Pimentel Marchioro Energia Média Agregada Fungicida Propiconazole 271,97 271,97 Piraclostrobina* 271,97 Carbendazim* 271,97 Herbicida Atrazina 418,62 418,62 Glifosate** 418,62 418,62 Trifluralin 364,15 364,15 Paraquat 263,01 263,01 Fosfonometil** Inseticida Lambdacilotrina 418,62 364,15 364,15 Disulfotona*** 364,15 Endosulfan*** 364,15 FenoxibenzilDibromovinil*** Triclorfon 364,15 364,15 364,15 * Fungicidas empregados, ** Herbicidas empregados e *** Inseticidas empregados. Fonte: Pimentel (1980) e Marchioro (1985). 127 Tabela 38 – Valores médios de energia embutida em mão-de-obra estimada por diferentes autores para operações agrícolas Item Mão-de-obra Pimentel Heichel 2,04 2,20 Energia Média Agregada MJ/hora 2,12 Fonte: Pimentel (1978) e Heichel (1973). Tabela 39 – Valores médios de energia embutida em combustíveis estimada por diferentes autores Item Gasolina Balanço Energético Nacional 34,14 Energia Média Agregada MJ/Litro 34,14 37,81 37,81 Óleo diesel Fonte: Balanço Energético Nacional (2003). Tabela 40 – Valores médios de energia embutida em tratores, caminhões e máquinas e implementos, estimada por diferentes autores Item Semeadura e adubação Aplicação de cobertura ou produto Trator (3.500 – 4.000) kg Caminhão (4.500 – 5.000) kg Pimentel Mello 29,30 9,87 3,75 4,25 Fonte: Pimentel (1975) e Mello (1986). 128 Energia Média Agregada MJ/hora 29,30 9,87 3,75 4,25 4.6. Caracterização dos equipamentos, implementos e materiais empregados nos anos fenológicos avaliados nas parcelas do cultivar de café Catuaí-Vermelho Foram utilizados, nas diferentes operações agrícolas e de pós-colheita, máquinas, equipamentos, implementos e caminhões, cujas características estão apresentadas na Tabela 41. Tabela 41 – Características das máquinas, equipamentos, implementos e veículos utilizados nos dois anos fenológicos avaliados e a energia utilizada para a sua fabricação Máquina ou Equipamento Marca Massa Tipo Modelo Energia Energia 3 (kg) 10 Mcal t -1 Mcal x 103 Trator No 1 Massey Ferguson - Mod. 275 3.759 *5,31 19,96 Trator No 2 New Holand - Mod. TL75E 3.500 *5,31 18,59 Caminhão Mercedes Benz - Mod. 710P 5.300 **3,69 19,56 1.650 *2,58 4,26 Pulverizador*** Jacto - Mod. 2000 o Carreta N 1 Maq. Agrícolas - 3,5x2,0x0,6 0,830 - - Carreta No 2 Maq. Agrícolas - 4,0x2,0x0,6 0,800 - - Fonte: *Pimentel (1975), **Doering (1977) e ***sistema com 10 aspersores e tanque de 2.000 L. 4.7. Poder calorífico médio das partes constituintes do cafeeiro nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo A Tabela 42 contém os resultados da determinação do poder calorífico das raízes, caule, folhas, ramos e frutos do cafeeiro, nos dois anos fenológicos estudados. Observou-se que, de forma geral, houve incremento na quantidade de energia acumulada nos componentes das plantas analisadas no segundo ciclo fenológico, em relação ao primeiro, o que, possivelmente, possa ter ocorrido em função de a definição das operaões unitárias realizadas nesse ciclo ter-se baseado em análises técnicas laboratoriais e, portanto, apresentarem melhor definição para o atendimento das diferentes fases de produção. 129 Tabela 42 – Poder calorífico médio das partes constituintes do cafeeiro das plantas selecionadas durante os dois anos fenológicos 2003/2004 e 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas Parcelas 1 2 3 4 Raiz Poder Calorífico (MJ/kg) 2003/2004 2004/2005 15,21 ± 0,23 19,11± 0,22 Caule 15,62 ± 0,18 17,56 ± 0,18 Ramos 14,75 ± 0,17 16,17 ± 0,12 Folhas 13,29 ± 0,15 15,21 ± 0,14 Fruto seco (Café cereja) 0,00341 0,00353 Raiz 13,41± 0,12 14,23 ± 0,15 Caule 16,12 ± 0,04 16,87 ± 0,08 Ramos 11,24 ± 0,13 12,25 ± 0,18 Folhas 10,87 ± 0,16 12,34 ± 0,16 Fruto seco (Café cereja) 0,00326 0,00344 Raiz 16,25± 0,11 14,25± 0,14 Caule 15,95 ± 0,22 17,57 ± 0,11 Ramos 13,14 ± 0,13 13,24 ± 0,23 Folhas 12,74 ± 0,14 10,42 ± 0,14 Fruto seco (Café cereja) 0,00333 0,00364 Raiz 10,24 ± 0,18 12,58 ± 0,09 Caule 11,14 ± 0,15 13,58 ± 0,17 Ramos 12,15 ± 0,17 12,19 ± 0,17 Folhas 13,29 ± 0,25 13,01 ± 0,15 Fruto seco (Café cereja) 0,00314 0,00391 Parte Constituinte 130 4.8. Balanço de radiação do cultivar de café Catuaí-Vermelho 4.8.1. Radiação solar global Os componentes do balanço de radiação, integrados para o período completo de 24 horas e para o ciclo diário considerado entre as 7 e 18 h, nos períodos definidos das diferentes fases do primeiro ano fenológico avaliado (2003/2004) da cultura do cafeeiro são apresentados nas Tabelas 43 e 44, enquanto no segundo ano fenológico avaliado (2004/2005) são mostrados nas Tabelas 45 e 46. Nas Tabelas 43 a 46 aparecem os valores integrados para o período diurno (das 7 às 18 h) de radiação global (Rs), radiação refletida (Rr), saldo de radiação (Rn), radiação fotossinteticamente ativa (RFA), índice de área folhar médio das três plantas avaliadas em cada medição diária por parcela (IAF), horas de insolação (n) de cada dia avaliado, dia juliano de cada avaliação, estádio fenológico de cada período avaliado de acordo com a esquematização das fases fenológicas, em ciclo bianual do cafeeiro arábica, nas condições climáticas do Brasil, propostas por Camargo e Camargo (2001), e os meses após o plantio das mudas (map). Foi relacionado o valor do saldo de radiação (Rn24h) para o dia todo, bem como foram determinados valores como o albedo (α), o balanço de ondas curtas ((1-α)*Rs) e os balanços de ondas longas diurnas (L) e para o dia todo de 24 horas (L24h). Os resultados da Tabela 43 indicam que a radiação solar global no primeiro período avaliado, que corresponde à 1ª fase do ciclo produtivo no primeiro ano fenológico (vegetação inicial), ficou entre 8,61 MJ/m2.dia (01/09/2003) e 21,0 MJ/m2.dia (03/09/2003). Essa amplitude de variação foi devida ao grau de cobertura do céu, pois o limite inferior ocorreu em um dia encoberto (1,1 hora de insolação), considerado de alta cobertura de nuvens, enquanto o limite superior aconteceu em dia parcialmente nublado (11,2 horas de insolação). Nesse último dia foi constatada a presença de algumas nuvens, porém na maior parte do dia o céu permaneceu claro. É importante ressaltar que os baixos valores registrados de Rs, Rn, Rr e dos balanços de ondas longas e curtas durante os dias julianos 305 até 308 foram devidos à insolação nula registrada pela alta nuvosidade desses dias e alta pluviosidade. 131 Tabela 43 – Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, Catuaí-Vermelho, durante os períodos comprendidos entre 01/09/2003 até 09/09/2003 e 01/11/2003 até 09/11/2003, em São Miguel doAnta, MG Data 132 1/9/2003 2/9/2003 3/9/2003 4/9/2003 5/9/2003 6/9/2003 7/9/2003 8/9/2003 9/9/2003 Média 1/11/2003 2/11/2003 3/11/2003 4/11/2003 5/11/2003 6/11/2003 7/11/2003 8/11/2003 9/11/2003 Média Dia Juliano 244 245 246 247 248 249 250 251 252 305 306 307 308 309 310 311 312 313 Estádio Meses após Insolação IAF RFA RFA o Plantio Fase n 2 -2 -2. -1 m .m mol.m dia MJ.m-2.dia-1 Fenológica map h 1ª Fase (Veg. i) 31 1,1 3,22 ± 0,2 19,00 4,14 31 4,0 3,20 ± 0,2 26,10 5,68 31 11,2 3,26 ± 0,4 46,63 10,15 31 9,7 3,23 ± 0,5 41,60 9,06 31 8,3 3,20 ± 0,6 37,73 8,22 31 6,8 3,23 ± 0,2 33,41 7,28 31 3,2 3,24 ± 0,8 24,12 5,25 31 7,2 3,23 ± 0,3 34,60 7,53 31 7,0 3,22 ± 0,6 33,98 7,40 3,23 ± 0,6 7,19 1ª Fase (F. I) 33 0,0 3,39 ± 0,4 11,59 2,52 33 0,0 3,37 ± 0,2 11,74 2,56 33 0,0 3,38 ± 0,4 11,58 2,52 33 0,0 3,37 ± 0,5 11,41 2,48 33 3,9 3,39 ± 0,2 19,98 4,35 33 1,5 3,38 ± 0,3 14,23 3,10 33 2,6 3,37 ± 0,5 17,01 3,70 33 7,8 3,44 ± 0,5 28,56 6,22 33 7,0 3,46 ± 0,9 26,14 5,69 3,68 a Rn24h Rn 0,238 0,232 0,214 0,228 0,220 0,224 0,176 0,187 0,186 0,212 0,219 0,211 0,189 0,167 0,237 0,200 0,183 0,239 0,241 0,210 4,09 6,54 11,03 9,01 9,20 7,01 6,02 7,48 7,58 7,55 2,07 2,93 3,01 2,93 6,01 3,33 4,15 6,08 7,96 4,27 5,19 8,01 13,28 11,77 10,51 9,23 7,12 9,31 9,43 9,32 3,90 3,79 3,87 3,85 7,08 4,81 5,79 7,69 9,03 5,53 Componentes Rr (1-a)* Rs MJ/m2* dia 8,61 -2,05 6,56 12,07 -2,80 9,27 21,00 -4,49 16,51 18,88 -4,30 14,58 17,35 -3,81 13,54 15,15 -3,40 11,75 11,30 -1,99 9,31 15,25 -2,85 12,40 15,66 -2,91 12,75 15,03 -3,18 11,85 5,29 -1,16 4,13 5,30 -1,12 4,18 5,33 -1,01 4,32 5,28 -0,88 4,40 9,15 -2,17 6,98 6,56 -1,31 5,25 7,71 -1,41 6,30 12,87 -3,08 9,79 12,01 -2,89 9,12 7,72 -1,67 6,05 Rs L24h L -2,47 -2,73 -5,48 -5,57 -4,34 -4,74 -3,29 -4,92 -5,17 -4,30 -2,06 -1,25 -1,31 -1,47 -0,97 -1,92 -2,15 -3,71 -1,16 -1,78 -1,37 -1,26 -3,23 -2,81 -3,03 -2,52 -2,19 -3,09 -3,32 -2,54 -0,23 -0,39 -0,45 -0,55 0,10 -0,44 -0,51 -2,10 -0,09 -0,52 Dia juliano: dia consecutivo do ano; fases fenológicas do cafeeiro (5) (CAMARGO; CAMARGO, 2001); meses após o plantio (map); insolação (h); IAF: índice de área foliar; a: albedo-coeficiente de reflexão; Rn24h: saldo de radiação nas 24 h; Rn: saldo de radiação; Rn: saldo de radiação diurno (7-19 h); Rs: radiação global; Rr: radiação refletida; (1-a)*Rs: balanço de ondas curtas; L24h: balanço de ondas longas nas 24 h; e L: balanço de ondas longas em período diurno. Tabela 44 – Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, Catuaí-Vermelho, durante os períodos comprendidos entre 15/01/2004 até 23/01/2004 e 12/03/2004 até 20/03/2004, em São Miguel do Anta, MG Data 133 15/1/2004 16/1/2004 17/1/2004 18/1/2004 19/1/2004 20/1/2004 21/1/2004 22/1/2004 23/1/2004 Média 12/3/2004 13/3/2004 14/3/2004 15/3/2004 16/3/2004 17/3/2004 18/3/2004 19/3/2004 20/3/2004 Média Estádio Meses após Insolação IAF RFA RFA Dia o Plantio n Juliano Fase Fenológica m2.m-2 mol.m-2.dia-1 MJ.m-2.dia-1 map h 15 1ª F. (Form. Fin.) 35 3,2 3,40 ± 0,6 17,75 3,87 16 35 9,0 3,44 ± 0,2 28,01 6,10 17 35 1,1 3,42 ± 0,7 14,02 3,05 18 35 1,0 3,47 ± 0,5 14,01 3,05 19 35 0,0 3,46 ± 0,1 11,99 2,61 20 35 1,4 3,43 ± 0,7 14,73 3,21 21 35 0,8 3,44 ± 0,6 13,77 3,00 22 35 6,5 3,45 ± 0,5 24,03 5,23 23 35 8,5 3,44 ± 0,4 28,11 6,12 4,03 71 2ª F. (Ind.e mat.) 37 8,5 3,60 ± 0,4 36,11 7,86 72 37 0,7 3,63 ± 0,4 21,00 4,57 73 37 2,5 3,66 ± 0,2 24,03 5,23 74 37 5,4 3,64 ± 0,4 30,15 6,57 75 37 0,0 3,61 ± 0,4 19,89 4,33 76 37 5,1 3,67 ± 0,7 30,02 6,54 77 37 1,0 3,64 ± 0,3 22,04 4,80 78 37 1,2 3,64 ± 0,6 22,54 4,91 79 37 2,3 3,63 ± 0,5 24,88 5,42 5,58 a 0,242 0,245 0,193 0,197 0,181 0,198 0,194 0,244 0,226 0,213 0,214 0,195 0,209 0,247 0,205 0,233 0,193 0,195 0,210 0,211 Rn24h Rn Rs Componentes Rr (1-a)* Rs L24h L 2 4,01 5,63 2,51 2,98 2,14 2,58 2,16 4,29 4,78 3,45 11,71 12,04 12,73 12,58 12,65 10,02 10,59 12,68 13,56 12,06 4,91 6,35 3,25 3,76 2,99 3,69 3,33 5,99 6,42 4,52 8,63 5,68 6,03 6,98 4,58 6,87 4,94 5,02 5,63 6,04 8,02 12,68 6,42 6,40 5,59 6,73 6,25 11,03 12,65 8,42 16,32 9,26 11,02 13,74 8,87 13,54 9,87 9,99 11,13 11,53 MJ/m * dia -1,94 6,08 -3,11 9,57 -1,24 5,18 -1,26 5,14 -1,01 4,58 -1,33 5,40 -1,21 5,04 -2,69 8,34 -2,86 9,79 -1,85 6,57 -3,50 12,82 -1,81 7,45 -2,30 8,72 -3,40 10,34 -1,82 7,05 -3,15 10,39 -1,90 7,97 -1,95 8,04 -2,34 8,79 -2,46 9,06 -2,07 -3,94 -2,67 -2,16 -2,44 -2,82 -2,88 -4,05 -5,01 -3,12 -1,11 4,59 4,01 2,24 5,60 -0,37 2,62 4,64 4,77 3,00 -1,17 -3,22 -1,93 -1,38 -1,59 -1,71 -1,71 -2,35 -3,37 -2,05 -4,19 -1,77 -2,69 -3,36 -2,47 -3,52 -3,03 -3,02 -3,16 -3,02 Dia juliano: dia consecutivo do ano; fases fenológicas do cafeeiro (5) (CAMARGO; CAMARGO, 2001); meses após o plantio (map); insolação (h); IAF: índice de área foliar; a: albedo-coeficiente de reflexão; Rn24h: saldo de radiação nas 24 h; Rn: saldo de radiação; Rn: saldo de radiação diurno (7-19 h); Rs: radiação global; Rr: radiação refletida; (1-a)*Rs: balanço de ondas curtas; L24h: balanço de ondas longas nas 24; h e L: balanço de ondas longas em período diurno. Tabela 45 – Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, Catuaí-Vermelho, durante os períodos comprendidos entre 10/09/2004 até 18/09/2004 e 21/01/2005 até 29/01/2005, em São Miguel do Anta, MG Data 134 10/9/2004 11/9/2004 12/9/2004 13/9/2004 14/9/2004 15/9/2004 16/9/2004 17/9/2004 18/9/2004 Média 21/1/2005 22/1/2005 23/1/2005 24/1/2005 25/1/2005 26/1/2005 27/1/2005 28/1/2005 29/1/2005 Média Dia Juliano 253 254 255 256 257 258 259 260 261 21 22 23 24 25 26 27 28 29 Estádio Meses após o Insolação IAF RFA RFA Plantio Fase n -2. m².m-² mol.m dia-¹ MJ.m-2.dia-1 Fenológica map h 3ª F.(flor.) 43 3,9 3,77 ± 0,2 25,74 5,61 43 7,9 3,76 ± 0,2 36,02 7,84 43 10,6 3,86 ± 0,4 43,11 9,39 43 9,7 3,73 ± 0,5 39,65 8,63 43 7,2 3,20 ± 0,6 34,01 7,41 43 9,2 3,63 ± 0,2 39,04 8,50 43 7,6 3,74 ± 0,8 34,56 7,53 43 5,3 3,83 ± 0,3 28,81 6,27 43 9,9 3,72 ± 0,6 40,02 8,72 7,77 4ª F.(Gran.) 47 10,0 3,69 ± 0,4 30,59 6,66 47 10,1 3,77 ± 0,2 30,85 6,72 47 4,7 3,88 ± 0,4 21,12 4,60 47 5,7 3,77 ± 0,5 23,00 5,01 47 3,1 3,69 ± 0,2 18,02 3,92 47 2,8 3,78 ± 0,3 17,77 3,87 47 7,8 3,67 ± 0,5 27,13 5,91 47 4,4 3,94 ± 0,5 21,03 4,58 47 9,0 3,76 ± 0,9 29,54 6,43 5,30 a Rn24h Rn 0,199 0,250 0,240 0,241 0,228 0,248 0,226 0,232 0,241 0,234 0,251 0,252 0,240 0,236 0,229 0,190 0,236 0,213 0,256 0,234 4,76 7,21 8,37 7,67 6,22 7,52 6,38 5,37 6,35 6,65 4,70 5,30 3,69 4,19 3,03 2,97 4,50 3,21 4,87 4,05 5,89 8,01 9,53 8,96 7,74 8,89 7,93 6,46 8,83 8,03 6,90 6,82 4,79 5,52 4,08 4,01 6,03 4,77 6,63 5,51 Componentes Rr (1-a)* Rs MJ/m2* dia 11,26 -2,24 9,02 16,12 -4,03 12,09 19,12 -4,59 14,53 18,47 -4,46 14,01 15,34 -3,50 11,84 16,99 -4,21 12,78 15,73 -3,56 12,17 13,02 -3,02 10,00 18,15 -4,38 13,77 16,02 -3,78 12,25 13,75 -3,45 10,30 13,99 -3,53 10,46 9,25 -2,22 7,03 10,26 -2,42 7,84 8,04 -1,84 6,20 8,06 -1,53 6,53 12,24 -2,89 9,35 9,42 -2,01 7,41 13,32 -3,41 9,91 10,93 -2,59 8,34 Rs L24h L -4,26 -4,88 -6,16 -6,34 -5,62 -5,26 -5,79 -4,63 -7,42 -5,60 -5,60 -5,16 -3,34 -3,65 -3,17 -3,56 -4,85 -4,20 -5,04 -4,29 -3,13 -4,08 -5,00 -5,05 -4,10 -3,89 -4,24 -3,54 -4,94 -4,22 -3,40 -3,64 -2,24 -2,32 -2,12 -2,52 -3,32 -2,64 -3,28 -2,83 Dia juliano: dia consecutivo do ano; fases fenológicas do cafeeiro (5) (CAMARGO; CAMARGO, 2001); meses após o plantio (map); insolação (h); IAF: índice de área foliar; a: albedo-coeficiente de reflexão; Rn24h: saldo de radiação nas 24 h; Rn: saldo de radiação; Rn: saldo de radiação diurno (7-19 h); Rs: radiação global; Rr: radiação refletida; (1-a)*Rs: balanço de ondas curtas; L24h: balanço de ondas longas nas 24 h; e L: balanço de ondas longas em período diurno. Tabela 46 – Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, Catuaí-Vermelho, durante o período comprendido entre 01/04/2005 até 09/04/2005, em São Miguel do Anta, MG DATA 135 1/4/2005 2/4/2005 3/4/2005 4/4/2005 5/4/2005 6/4/2005 7/4/2005 8/4/2005 9/4/2005 Média Dia Juliano 91 92 93 94 95 96 97 98 99 ESTADIO Fase fenológica 5ª F.(Mat.) Meses após Insolação plantio n map h 50 11,5 50 7,6 50 11,0 50 9,5 50 9,6 50 9,5 50 5,6 50 7,7 50 7,8 IAF m².m-² 4,01 ± 0,6 3,84 ± 0,2 3,82 ± 0,7 3,47 ± 0,5 3,96 ± 0,1 3,83 ± 0,7 3,94 ± 0,6 3,75 ± 0,5 3,94 ± 0,4 RFA RFA mol.m-2.dia-¹ MJ.m-2.dia-1 45,23 36,26 44,65 41,23 41,32 41,65 32,16 37,28 37,64 9,85 7,90 9,72 8,98 9,00 9,07 7,00 8,12 8,20 8,65 a Rn24h Rn 0,208 0,210 0,238 0,262 0,253 0,245 0,228 0,247 0,246 0,238 9,03 7,13 8,88 8,76 7,92 7,85 6,19 7,22 7,12 7,79 10,11 8,35 10,03 9,26 9,35 9,30 7,33 8,41 8,51 8,96 COMPONENTES Rs Rr (1-a)* Rs MJ/m2* dia 20,32 -4,23 16,09 16,24 -3,41 12,83 20,11 -4,78 15,33 18,63 -4,89 13,74 18,74 -4,75 13,99 18,62 -4,56 14,06 14,53 -3,32 11,21 16,86 -4,16 12,70 17,04 -4,19 12,85 17,90 -4,25 13,64 L24h L -7,06 -5,70 -6,45 -4,98 -6,07 -6,21 -5,02 -5,48 -5,73 -5,86 -5,98 -4,48 -5,30 -4,48 -4,64 -4,76 -3,88 -4,29 -4,34 -4,68 Dia juliano: dia consecutivo do ano; fases fenológicas do cafeeiro (5) (CAMARGO; CAMARGO, 2001); meses após o plantio (map); insolação (h); IAF: índice de área foliar; a: albedo-coeficiente de reflexão; Rn24h: saldo de radiação nas 24 h; Rn: saldo de radiação; Rn: saldo de radiação diurno (7-19 h); Rs: radiação global; Rr: radiação refletida; (1-a)*Rs: balanço de ondas curtas; L24h: balanço de ondas longas nas 24 h; e L: balanço de ondas longas em período diurno. Os resultados da Tabela 45 indicam que a radiação solar global no segundo período avaliado, que corresponde à 3ª fase do ciclo produtivo no segundo ano fenológico (3a fase de floração), ficou entre 11,26 MJ/m2.dia (10/09/2004) e 19,12 MJ/m2.dia (12/09/2004). Essa amplitude de variação novamente foi devida ao grau de cobertura do céu, pois o limite inferior ocorreu em um dia encoberto (3,9 horas de insolação), considerado de alta cobertura de nuvens, enquanto o limite superior aconteceu em dia parcialmente nublado (10,6 horas de insolação). Nesse último dia foi constatada a presença de muitas nuvens; porém, na maior parte do dia, o céu permaneceu claro. Observou-se, no cultivar de café de montanha com população de 5.000 plantas por hectare, nas condições geográficas do Município de São Miguel do Anta, MG, que os valores de radiação solar global variaram entre 5,29 e 21,00 MJ/m2.dia, no primeiro ano fenológico 2003/2004 e entre 8,04 e 20,32 MJ/m2.dia no segundo ano fenológico. Portanto, pode-se considerar uma amplitude muito alta, associada ao grau de cobertura de nuvens. Nas Figuras 14 a 17 estão representados alguns dos balanços de radiação escolhidos de cada período do primeiro ano fenológico da cultura de café. 25 Rs Rr Rn (1-a)* Rs L 20 -2 MJ.m .día -1 15 10 5 0 244 -5 245 246 247 248 249 250 251 252 Dia Juliano Figura 14 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 01/09/2003 – 09/09/2003. 136 14 Rs Rr Rn (1-a)* Rs L 12 10 MJ.m .día -1 8 -2 6 4 2 0 305 -2 306 307 308 309 310 311 312 313 -4 Dia Juliano Figura 15 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 01/11/2003 – 09/11/2003. Rs 14 Rr Rn (1-a)* Rs L 12 8 6 -2 MJ.m .día -1 10 4 2 0 -2 15 16 17 18 19 20 21 22 23 -4 Dia Juliano Figura 16 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 15/01/2004 – 23/01/2004. 137 20 Rs Rr Rn (1-a)* Rs L 10 -2 MJ.m .día -1 15 5 0 71 72 73 74 75 76 77 78 79 -5 Dia Juliano Figura 17 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 12/03/2004 – 20/03/2004. Observou-se que a radiação solar global foi o componente de fluxo de radiação de maior magnitude, chegando a atingir valores de 21 MJ/m2.dia, que correspondem a valores instantâneos registrados superiores a 950 W/m2 (Figura 14). Esses valores de pico ocorreram próximos ao meio-dia local (13 h) e estiveram associados a céu parcialmente nublado, quando a presença de algumas nuvens pode condicionar uma reflexão direcionada na atmosfera e, assim, aumentar os valores de fluxo de energia no sentido da superfície. O segundo componente que atinge valores altos corresponde aos balanços de ondas curtas ((1-α)*Rs) e o terceiro, aos saldos de radiação (Rn). Os componentes de radiação refletida (Rr) e do balanço de radiação de ondas longas aparecem em todas as figuras com valores integrados diários inferiores à unidade em MJ/m2.dia, já que seus resultados correspondem a medições instantâneas menores de radiação refletida e, no caso do balanço de ondas longas, a valores associados às medições de saldo de radiação diminuída no balanço de ondas curtas. 138 Nas Figuras 18 até 20 estão representados alguns dos balanços de radiação escolhidos de cada período do segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura de café. BALANÇO DE RADIAÇÃO Rs Rr Rn (1-a)* Rs L 25 20 MJ.m -2.día-1 15 10 5 0 253 254 255 256 257 258 259 260 261 -5 -10 Dia Juliano Figura 18 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 10/09/2004 – 18/09/2004. BALANÇO DE RADIAÇÃO MJ.m -2.día-1 Rs 16 14 12 10 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 21 22 23 Rr 24 Rn (1-a)* Rs 25 26 L 27 28 29 Dia Juliano Figura 19 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 21/01/2005 – 29/01/2005. 139 BALANÇO DE RADIAÇÃO Rs Rr Rn (1-a)* Rs 95 96 L 25 20 MJ.m -2.día-1 15 10 5 0 -5 91 92 93 94 97 98 99 -10 Dia Juliano Figura 20 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG, 01/04/2005 – 09/04/2005. Observou-se, igualmente, que a radiação solar global foi o componente de fluxo de radiação de maior magnitude, chegando a atingir valores de 20 MJ/m2.dia, que correspondem a valores instantâneos registrados superiores a 900 W/m2 (Figura 18). Esses valores ocorreram próximos ao meio-dia local (13 h) e igualmente ao que ocorreu no ano fenológico anterior, os quais estiveram associados a céu parcialmente nublado, quando a presença de algumas nuvens pôde condicionar uma reflexão direcionada na atmosfera e, assim, aumentar os valores de fluxo de energia no sentido da superfície. Conforme ocorreu no primeiro ano fenológico, o segundo componente que atinge valores altos corresponde aos balanços de ondas curtas ((1-α)*Rs) e o terceiro, aos saldos de radiação (Rn). 4.8.2. Radiação solar refletida Na Tabela 43, constata-se que a radiação solar refletida foi o principal componente negativo do balanço de radiação, variando entre -0,88 MJ/m2.dia e -4,49 MJ/m2.dia. O termo é negativo, já que é um componente do balanço de reflexão da radiação. 140 A menor perda de radiação por reflexão (-0,88 MJ/m2.dia) ocorreu em 04/11/2003, dia quase totalmente nublado (Figura 15 e Tabela 43), quando todos os componentes de fluxo de radiação foram minimizados. A maior perda de radiação por reflexão (-4,89 MJ/m2.dia) aconteceu, no entanto, em 03/09/2003. Embora não tivesse sido o dia de maior fluxo de radiação solar global (18,88 MJ/m2.dia), houve reflexão acentuada em conseqüência das características da superfície, quando a cultura, tendo atingido os maiores valores médios de IAF (3,23 ± 0,5 m2/m2), apresentou valor de albedo médio diário da ordem de 0,228. Nas Figuras 14 a 20, observa-se que, em alguns instantes do período de maior disponibilidade de energia, a perda de radiação da superfície através da reflexão de ondas curtas sempre foi superior à perda líquida de radiação de ondas longas (L). Na Tabela 43, constata-se que o albedo médio diário variou entre 0,176 e 0,241; na Tabela 44, entre 0,181 e 0,247; na Tabela 45, entre 0,190 e 0,256; e na Tabela 46, entre 0,210 e 0,262. Denota-se uma tendência de associação entre a elevação do albedo médio diário e o desenvolvimento da cultura, em função do grau de cobertura da superfície. A medição do albedo para café Catuaí-Vermelho na região da Zona da Mata mineira (café de montanha) permite estabelecer um parâmetro de referência desse coeficiente de reflexão da superfície para a radiação de ondas curtas (radiação solar). A aparente falta de coerência na associação entre o albedo médio e o IAF, quando a cultura se encontra nas diferentes fases fenológicas (vegetação, formação, florada, granação dos frutos e maturação) do ciclo produtivo, no primeiro e no segundo ano fenológico do ciclo bianual do cafeeiro arábica proposto por Camargo e Camargo (2001), pode ser atribuída ao fato de o IAF mensurado ter abrangido apenas as superfícies foliares verdes. Considerando os dois anos fenológicos do ciclo de desenvolvimento, o albedo médio encontrado foi 0,221, variando entre os extremos de 0,176 e 0,262. A faixa de variação do albedo é devida às diferenças climatológicas, coloração do solo, teor de umidade do solo, nível de cobertura do solo em cada época, quando foram feitas as medições nos dois anos fenológicos do ciclo do cafeeiro. Marin (2003) encontrou valores de albedo médio diário variando entre 18,4 e 21,1%, em cultura de cafeeiro adensado com espaçamento de 2,0 m entre linhas e 141 0,80 m entre plantas, respectivamente. A diferença na faixa pode ser devida ao nível de folhas no café adensado, que coincide com as afirmações dos especialistas. Nas Figuras 14 até 20, evidencia-se a relação direta entre o albedo e o ângulo zenital da radiação solar e verificam-se valores de albedo superiores a 0,262, registrados no sistema de adquisição de dados, com base nas leituras de Rs e Rr, no início da manhã e no final da tarde. Essa relação foi destacada pela maioria dos autores consultados. 4.8.3. Balanço de radiação de ondas curtas A determinação do balanço de ondas curtas é importante para o cálculo do balanço de radiação (saldo de radiação), já que é um dos componentes macros, junto com o balanço de ondas longas. O balanço de radiação de ondas curtas variou entre 4,13 MJ/m2.dia e 16,51 MJ/m2.dia, sendo uma função da radiação solar global e do albedo da superfície, como mostrado nas Tabelas 43 a 46. A magnitude do balanço de radiação de ondas curtas dependeu, sobretudo, da radiação solar global. Como esta foi afetada pelo grau de cobertura do céu, conseqüentemente infere-se que a radiação solar direta é o fator preponderante no balanço de ondas curtas. 4.8.4. Balanço de radiação de ondas longas Nas análises do dados das Tabelas 43 até 46, observa-se que a perda líquida de radiação de ondas longas (I) pela superfície variou, em valor absoluto, entre 0,09 e 5,98 MJ/m2.dia, estando sua magnitude relacionada à disponibilidade de energia que atingiu a superfície, representada pela radiação solar global. Nessas tabelas, constatase que, em média, a perda de energia da superfície, através da radiação de ondas longas, foi da ordem de 20 e 17% em relação ao balanço de radiação de ondas curtas e ao saldo de radiação, respectivamente. Esses valores foram inferiores aos obtidos por Marin (2003) e por Jaramillo (1987), em café borbon, que verificaram perda média de radiação de ondas longas em torno de 22% do balanço de radiação de ondas curtas e 30% do saldo de radiação; essas diferenças devem ter sido determinadas pelas características peculiares das duas superfícies. 142 Também, observa-se na Tabela 44 que, proporcionalmente ao balanço de radiação de ondas curtas e ao saldo de radiação, a perda líquida de radiação de ondas longas em um dia totalmente encoberto (19/01/2004) foi superior a alguns dias com maior insolação e claros, como 05/11/2003 e 07/11/2003, durante a 1ª fase (formação intermédia dos frutos) do primeiro ano fenológico do ciclo bianual do cafeeiro. Nas leituras horárias diárias registradas em cada período de cada ano fenológico, verificou-se que a emissão de radiação de ondas longas foi menor no início da manhã e no final da tarde e maior no intervalo compreendido entre o meio da manhã e o meio da tarde. Esse fato evidencia a estreita dependência da emissão da radiação pela superfície em função da sua temperatura, que tende a acompanhar os picos da radiação solar global incidente sobre ela. 4.8.5. Índice de área foliar (IAF) Os resultados desses parâmetros descritivos encontram-se nas Tabelas 43 até 45, cujos valores médios dos segmentos de medição definidos de 6 m2 e que comprendem cada um deles de três plantas consecutivas, foram de 3,44 ± 0,7 para o primeiro ano fenológico e 3,98 ± 0,8 para o segundo ano fenológico do ciclo bianual do cafeeiro. Um aspecto perceptível, com relação ao índice de área foliar, é que houve interação do resultado com o grau de nebulosidade, pois seus menores valores ocorreram nos dias 02/11/2003 e 04/11/2003, respectivamente, totalmente encobertos e nublados, porém com nebulosidade intensa. Outro fator destacável é que, no início do ciclo bianual do cafeeiro na 1ª fase (vegetação e formação de gemas foliares), o IAF era baixo e no final na 5ª fase (maturação dos frutos) teve aumento consideravel, mostrando que o desenvolvimento foliar aumentou consideravelmente, pelas boas práticas agrícolas realizadas durante os dois anos fenológicos avaliados. 4.8.6. Estimativa do saldo de radiação A determinação do saldo de radiação do café Catuaí-Vermelho, linhagem MG-44, na região de montanha onde foi conduzido este estudo, permite estabelecer a contabilização real líquida entre toda energia radiante recibida e perdida pela cultura. 143 Pela análise dos dados das leituras realizadas com o saldo radiômetro e com os piranômetros para as leituras de radiação global e da radiação solar refletida e seus valores integrados no período diurno, é possível determinar relações de Rn com o balanço de radiação de ondas curtas e com a radiação solar global. Os saldos de radiação encontrados em cada um dos períodos avaliados de cada fase do ciclo bianual do cafeeiro permitem definir o comportamento da radiação na época considerada dos dois anos fenológicos, nas condições geográficas e climatológicas de São Miguel do Anta, MG. De acordo com os dados diários dos diferentes períodos avaliados correspondentes às cinco fases fenológicas do ciclo bianual do cafeeiro, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho, nas condições geográficas e climatológicas da época, em São Miguel do Anta, MG, pode-se indicar que o valor do saldo de radiação diário corresponde a um valor entre 50 e 58% da radiação solar global diária. As avaliações deste estudo foram realizadas em curtos períodos de tempo, pela falta de disponibilidade contínua dos equipamentos de medição, não sendo conveniente considerar as médias das medições feitas nesses períodos do balanço de radiação. Os resultados de campo dos dois anos fenológicos apontaram grandes diferenças consideráveis comparadas com as determinações com o emprego da equação 2.3, proposta por Angstrom (1924). Pelo anterior, foram definidas, pela equipe de pesquisa, as determinações utilizando as condições geográficas do local e os dados meteorológicos da duração do brilho solar observado (h) e a duração astronômica do período diurno (h), da estação do Município de Ervalia, MG. Foram definidos valores acumulados anuais e médios de radiação solar global e a radiação fotossinteticamente ativa (RFA) acumulada e média por dia nessas mesmas condições. Como o interesse foi associado a trabalhos de ecofisiologia vegetal, em que se deve determinar a taxa da radiação fotossinteticamente ativa em cada período, utilizou-se o valor médio dessa variável na equação 2.2 da Lei de Plank, definindo a região do visível de comprimento de onda (λ) igual a 550 nm e aplicando o fator para realizar as transformações do sistema. Os valores médios de radiação fotossinteticamente ativa no primeiro e no segundo ano fenológico avaliados foram de 6,252 e 6,626 MJ.m–2.dia-1, respetivamente. 144 Os valores de radiação fotossinteticamente ativa e do saldo de radiação solar estimados em cada uma das fases do ciclo bianual do cafeeiro, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho, permitem encontrar um parâmetro de pesquisa de referência para a Zona da Mata mineira, seja para cálculos do balanço de radiação ou para ferramentas nas determinações da evapotranspiração do cafeeiro na localidade em estudo. 4.9. Balanço de energía do cultivar de café Catuaí-Vermelho Os consumos de energia de cada parcela avaliada, durante os dois anos fenológicos 2003/2004 e 2004/2005, avaliados do ciclo produtivo, estão apresentados nas tabelas dos Apêndices A e B. Nas Tabelas 47 e 48, apresentam-se os resumos dos consumos de energia da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada. A radiação fotossinteticamente ativa (RFA) é o componente de maior aporte no balanço variando entre 98,8 e 99,2% e corresponde à quantidade de energia aportada pela radiação e que é realmente empregada pelas plantas, para realizar suas atividades de fixação do carbono. O consumo médio de energia das parcelas, no primeiro ano fenológico, foi de 796.021,87 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 23.035.733,63 MJ/ha de café de montanha, nas condições geográficas estudadas. O consumo médio de energia das parcelas, no segundo ano fenológico, foi de 671.991,75 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 24.918.830,18 MJ/ha de café de montanha, nas condições geográficas estudadas. A diferença entre os valores médios de cada um dos anos fenológicos avaliados evidencia que a quantidade de energia consumida (MJ) por saca de 60 kg beneficiada é menor no segundo ano fenológico, dentre outros fatores, devido ao aumento médio da produtividade das parcelas avaliadas. A quantidade média de energia (MJ) por hectare foi superior no segundo ano fenológico, devido às diferenças climáticas, que acrescentaram os valores da radiação fotossinteticamente ativa. A quantidade de energia da parcela 4 foi significativamente menor, devido ao seu tamanho, comparativamente com as outras parcelas (1, 2 e 3). 145 Tabela 47 – Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada 146 Continua... Tabela 47 – Cont. 147 Tabela 48 – Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ, em cada parcela avaliada 148 Continua... Tabela 48 – Cont. 149 As variações de produtividade das parcelas avaliadas nos dois anos fenológicos indicaram os excelentes resultados de absorção de nutrientes pelas correções de adubações iniciais, parcelamento programado das aplicações e acompanhamento contínuo realizado durante os dois ciclos. As diferenças de consumo de energia de cada parcela nas operações de secagem foram devidas aos diversos volumes de café submetidos aos diferentes processos de secagem e às variações quantitativas em cada um dos processos. As Tabelas 49 e 50 contêm a quantidade de energia média embutida nas plantas seleccionadas do cafeeiro em cada uma das parcelas avaliadas nos dois anos fenológicos do ciclo produtivo. Tabela 49 – Quantidade de energia embutida nas plantas do cafeeiro durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 e % de energia aproveitada com referência ao balanço geral de radiação em cada uma das parcelas avaliadas Parcela 1 SUBTOTAL 2 SUBTOTAL 3 SUBTOTAL 4 Raiz Caule Ramos Folhas Frutos Poder Calorífico (MJ/kg) 15,21 ± 0,23 15,62 ± 0,18 14,75 ± 0,17 13,29 ± 0,15 0,00341 Massa Média (kg/Planta) 2,7 1,8 1,9 1,1 0,546 Energia Produzida (MJ) 729.390,987 499.368,276 497.752,025 259.648,059 33,068 20.094 20.094 20.094 20.094 20.094 Raiz Caule Ramos Folhas Frutos 13,41 ± 0,12 16,12 ± 0,04 11,24 ± 0,13 10,87 ± 0,16 0,00326 2,4 1,6 1,4 1,2 0,562 1.986.192,415 646.705,296 518.264,448 316.199,184 262.106,136 36,814 0,024274 0,006979 0,005593 0,003412 0,002828 0,00000039 19.734 19.734 19.734 19.734 19.734 Raiz Caule Ramos Folhas Frutos 16,25 ± 0,11 15,95 ± 0,22 13,14 ± 0,13 12,74 ± 0,14 0,00333 2,3 1,7 1,9 1,2 0,529 1.743.311,878 737.558,250 535.087,410 492.679,044 301.693,392 34,763 0,018813 0,008105 0,005880 0,005414 0,003315 0,00000038 13.650 13.650 13.650 13.650 13.650 Raiz Caule Ramos Folhas Frutos 10,24 ± 0,18 11,14 ± 0,15 12,15 ± 0,17 13,29 ± 0,25 0,00314 1,9 1,4 1,5 1,1 0,519 2.069.052,859 265.574,400 212.885,400 248.771,250 199.549,350 22,245 0,022739 0,004221 0,003384 0,003954 0,003172 0,00000035 926.802,645 0,014732 No Plantas Parte Constituinte 17.761 17.761 17.761 17.761 17.761 SUBTOTAL 150 Aproveitada (decimal) 0,008914 0,006103 0,006083 0,003173 0,00000040 Tabela 50 – Quantidade de energia embutida nas plantas do cafeeiro durante o segundo ano fenológico 2004/2005 e % de energia aproveitada com referência ao balanço geral de radiação em cada uma das parcelas avaliadas Parcela 1 SUBTOTAL 2 SUBTOTAL 3 SUBTOTAL 4 Raiz Caule Ramos Folhas Frutos Poder Calorífico (MJ/kg) 19,11 ± 0,22 17,56 ± 0,18 16,17 ± 0,12 15,21 ± 0,14 0,00353 Massa Média (kg/Planta) 2,8 1,9 1,9 1,3 0,575 Energia Produzida (MJ) 950.302,080 592.544,640 545.640,480 351.168,480 36,048 20.093 20.093 20.093 20.093 20.093 Raiz Caule Ramos Folhas Frutos 14,23 ± 0,15 16,87 ± 0,08 12,25 ± 0,18 12,34 ± 0,16 0,00344 2,5 1,7 1,4 1,3 0,570 2.439.691,728 714.808,475 576.247,147 344.594,950 322.331,906 39,398 0,022923 0,0072801 0,0058688 0,0035095 0,0032828 0,00000040 19.733 19.733 19.733 19.733 19.733 Raiz Caule Ramos Folhas Frutos 14,25 ± 0,14 17,57 ± 0,11 13,24 ± 0,23 10,42 ± 0,14 0,00364 2,5 1,8 1,8 1,3 0,575 1.958.021,876 702.988,25 624.075,858 470.276,856 267.303,218 41,301 0,01994 0,0072887 0,0064705 0,0048759 0,0027715 0,00000043 13.649 13.649 13.649 13.649 13.649 Raiz Caule Ramos Folhas Frutos 12,58 ± 0,09 13,58 ± 0,17 12,19 ± 0,17 13,01 ± 0,15 0,00391 1,8 1,3 1,7 1,3 0,558 2.064.685,483 309.067,956 240.959,446 282.848,227 230.845,537 29,779 0,021407 0,0046338 0,0036126 0,0042407 0,0034610 0,00000045 1.063.750,945 0,015948 No Plantas Parte Constituinte 17.760 17.760 17.760 17.760 17.760 SUBTOTAL Aproveitada (decimal) 0,0084182 0,0057634 0,0057448 0,0029967 0,00000038 Observou-se que o sistema radicular representa, em massa seca, entre 25 e 35% da planta, o caule entre 20 e 25%, os ramos entre 20 e 24% e as folhas entre 12 e 15% do peso médio da planta seca (±10% b.u.). A produção total (cerejas, verdes e secos) média de frutos úmidos (60% b.u.), por planta, nos dois anos fenológicos, variou entre 2,2 e 3,2 kg. Os resultados permitem estabelecer que a quantidade de energia agregada no balanço de energia foi pouco aproveitada pela planta (inferior a 3,0%) e pelos seus componentes individuais, logicamente. 151 O consumo de energia variou em função do nível de adoção da tecnologia usada. O balanço final de energia foi negativo, já que a energia produzida foi menor do que a consumida. 4.10. Resultados dos testes realizados nos três sistemas de secagem avaliados nos dois ciclos 2003/2004 e 2004/2005 Os resultados referentes às avaliações dos procedimentos de secagem do primeiro ano fenológico 2003/2004, no terreiro de cimento, estão apresentados no Apêndice C, nas Tabelas 1C e 2C. Já os referentes ao terreiro secador, em leiras, em que a secagem foi realizada sem incidência direta de radiação solar, encontram-se no Apêndice D, nas Tabelas 1D e 2D. Os resumos desses resultados são apresentados nas Tabelas 51 e 52. Pelos resultados apresentados nos Apêndices C e D, nas Tabelas 1C e 2C, nas Tabelas 1D e 2D e nos resumos das Tabelas 51 e 52, observa-se que, além de expor o produto às condições adversas de clima, o tempo de secagem no terreiro de cimento é, comparativamente, muito prolongado, considerando o volume de produto secado. Durante a secagem, foram constituídos lotes de 2,5 m3 nos dois sistemas de secagem. Cada lote necessitou, em média, de 384 horas (16 dias) para a secagem em terreiro de cimento, ocupando uma área de 120 m2, até atingir o teor de água de 12,0 ± 0,6% b.u. Lotes de mesmo volume foram levados ao terreiro secador, com fornalha a fogo indireto, sem incidência direta de radiação solar, em que foram submetidos à secagem até atingirem o teor final de água de 12 ± 0,4% b.u., no tempo médio de 50 horas. Observou-se, ao final da secagem, que a massa específica média do café secado no secador de leito fixo, sem incidência direta da radiação solar, foi superior (2,5-3,0%) à do produto secado em terreiro convencional, estabelecendo-se uma melhor relação de massa. Os resultados referentes às avaliações dos procedimentos de secagem do primeiro ano fenológico 2003/2004 no sistema de secagem combinada no terreiro secador, em leiras, sem incidência direta da radiação solar até a meia-seca (25-30% b.u.) e completando-se a secagem até o teor final de água desejado (11-12% b.u.), em silos secadores, com ar à temperatura ambiente, estão apresentados no Apêndice E, nas Tabelas 1E até 4E. Os resumos desses resultados são apresentados na Tabela 53 e 54. 152 Tabela 51 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 1-4 avaliadas para o processo de secagem ao sol, no terreiro de cimento, no primeiro ano fenológico 2003/2004 PARCELA 1 Tempo h 153 0 384 Tempo h 0 396 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h -3 kg.m 572,0±0,3 58,0±0,2 0 415,4±0,3 12,0±0,3 396 PARCELA 3 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 574,2±0,4 57,7±0,3 0 414,6±0,5 11,8±0,5 396 PARCELA 2 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 575,0±0,4 58,5±0,3 414,8±0,4 12,1±0,3 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 574,6±0,6 59,0±0,4 414,7±0,6 12,1±0,4 Tempo h 0 384 Tempo h 0 384 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h -3 kg.m 579,2±0,4 57,8±0,3 0 416,1±0,4 11,8±0,4 336 PARCELA 4 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 573,5±0,4 58,9±0,5 0 415,3±0,4 12,0±0,4 384 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 574,0±0,5 58,3±0,4 413,9±0,4 12,2±0,3 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 571,2±0,4 58,3±0,3 414,6±0,4 11,6±0,4 Tabela 52 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos dois testes das parcelas 1-4 para o processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004 154 Tempo h 0 54 Tempo h 0 52 PARCELA 1 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 571,8±0,5 56,5±0,2 0 424,1±0,4 12,0±0,3 48 PARCELA 3 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 570,6±0,4 57,4±0,3 0 423,4±0,3 12,0±0,3 54 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 570,3±0,6 58,0±0,3 423,9±0,3 12,0±0,4 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 571,4±0,4 56,8±0,3 423,7±0,3 11,6±0,4 Tempo h 0 44 Tempo h 0 54 PARCELA 2 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 570,9±0,5 57,3±0,2 0 423,5±0,3 12,3±0,3 54 PARCELA 4 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 570,8±0,4 55,9±0,4 0 423,3±0,4 11,7±0,3 48 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 572,4±0,4 55,4±0,3 423,8±0,3 11,8±0,4 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 572,6±0,4 56,9±0,5 419,9±0,5 11,7±0,5 Tabela 53 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, de dois testes das parcelas 1 - 4 para o processo de secagem combinado (Silo 1), no primeiro ano fenológico 2003/2004 155 Secagem Combinada – Parcela 1 Secagem Combinada – Parcela 2 Teste 1 Teste 2 Teste 1 Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Silo secador indireto indireto indireto No 1 (combustível lenha) (combustível lenha) (combustível lenha) Massa Massa Massa Massa Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo específica específica específica específica h % b.u. h % b.u. h % b.u. h kg.m-3 kg.m-3 kg.m-3 kg.m-3 0 570,5±0,6 58,0±0,5 0 572,4±0,6 58,3±0,4 0 573,4±0,5 58,5±0,7 0 470,8±0,3 28 471,1±0,6 24,9±0,3 32 472,8±0,3 25,0±0,4 24 473,8±0,8 25,3±0,4 576 422,1±0,5 Secagem combinada Parcela 3 Secagem combinada Parcela 4 Teste 1 Teste 2 Teste 1 Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Silo secador indireto indireto indireto No 1 (combustível lenha) (combustível lenha) (combustível lenha) Massa Massa Massa Massa Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo específica específica específica específica h % b.u. h % b.u. h % b.u. h kg.m-3 kg.m-3 kg.m-3 kg.m-3 0 572,4±0,4 58,6±0,4 0 569,4±0,5 58,4±0,6 0 573,4±0,5 58,8±0,4 0 470,8±0,3 32 470,3±0,4 24,5±0,5 28 470,8±0,5 24,9±0,6 32 469,4±1,1 24,3±0,7 576 422,1±0,5 Umidade % b.u. 25,0±0,3 11,6±0,2 Umidade % b.u. 25,0±0,3 11,6±0,2 Tabela 54 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, de dois testes das parcelas 5 e 9 para o processo de secagem combinado (Silo 2), no primeiro ano fenológico 2003/2004 156 Secagem combinada Parcela 5 Secagem combinada Parcela 9 Teste 1 Teste 2 Teste 1 Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Silo secador indireto indireto indireto No 2 (combustível lenha) (combustível lenha) (combustível lenha) Massa Massa Massa Massa Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo específica específica específica específica h % b.u. h % b.u. h % b.u. h kg.m-3 kg.m-3 kg.m-3 kg.m-3 0 574,1±0,4 59,2±0,4 0 570,2±0,4 57,4±0,4 0 566,5±0,4 57,1±0,3 0 474,5±0,2 28 471,9±0,3 25,2±0,4 28 470,4±0,3 25,0±0,4 24 473,4±0,4 25,3±0,2 528 421,1±0,2 Secagem combinada Parcela 10 Secagem combinada Parcela 13 Teste 1 Teste 2 Teste 1 Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Silo secador indireto indireto indireto No 2 (combustível lenha) (combustível lenha) (combustível lenha) Massa Massa Massa Massa Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo específica específica específica específica h % b.u. h % b.u. h % b.u. h kg.m-3 kg.m-3 kg.m-3 kg.m-3 0 571,2±0,7 58,3±0,7 0 570,9±0,2 58,3±0,7 0 578,4±0,5 58,2±0,3 0 474,5±0,2 24 474,2±0,6 25,2±0,4 32 471,2±0,5 25,5±0,3 28 471,1±0,6 25,7±0,1 528 421,1±0,2 Umidade % b.u. 25,8±0,4 12,3±0,4 Umidade % b.u. 25,8±0,4 12,3±0,4 Pelos resultados apresentados no Apêndice E, nas Tabelas 1E até 4E e nos resumo das Tabelas 53 e 54, observa-se que, igualmente além de expor o produto às condições adversas de clima, o tempo de secagem no terreiro de cimento até meiaseca (25-30% b.u.) é, comparativamente, muito prolongado de 6-7 dias para a secagem no terreiro de cimento ao sol e 28-30 horas para a secagem no terreiro secador, considerando-se o volume de produto secado. Durante a secagem, foram constituídos lotes de 2,5 m3 nos dois sistemas de secagem. Cada lote necessitou, em média, de 384 horas (16 dias) para a secagem em terreiro de cimento até atingir o teor de água de 12,0 ± 0,6% b.u., ocupando uma área de 120 m2. Lotes de mesmo volume foram levados ao terreiro secador, sem a incidência direta de radiação solar, com fornalha a fogo indireto, a qual utilizou lenha como combustível, em que foram submetidos à meia-seca (25 -30% b.u.) no tempo médio de 28-30 horas. A capacidade do silo corresponde a 20 lotes de 2,5 m3 de café com meia-seca, e a complementação da secagem durou, em média, 576 horas (24 dias, aproximadamente). Observou-se que, na operação de secagem combinada, foram secados 51,0 m3 de café até o teor de água entre 11,3 e 12,2% b.u., durante quase 580 horas, enquanto no terreiro de cimento foram secados nesse mesmo tempo menos que 8 m3, considerando o mesmo teor final de água. Essa relação permite estimar que, para o mesmo volume a secar, haveria a necessidade de 1.285 m2 de terreiro de cimento e um aumento considerável em gasto de mão-de-obra. Verificou-se, ao final da secagem, que a massa específica do café secado no sistema combinado foi de 2,5 a 3,0% superior à do produto secado em terreiro de cimento, estabelecendo-se, igualmente, melhor relação de massa. Observaram-se pequenas diferenças de massa específica do produto secado até 11 a 12% b.u., quando se camparam os resultados obtidos no terreiro secador, sem incidência direta de radiação solar, utilizando uma fornalha a fogo indireto, queimando lenha, com a secagem combinada. A massa específica do café da parcela 2 foi superior 1,0 a 1,5%, em comparação com o café das outras parcelas. A massa específica do café da parcela 4 foi inferior 1,0 a 2,0% em comparação com o café das outras parcelas (1 e 3), possivelmente devido ao fato de 157 que, no inicio, a parcela apresentou altos índices de K no solo, cloração foliar excessiva e um manejo inadequado na colheita do ano fenológico anterior (2002/2003). Na Tabela 55 são apresentadas as características da lenha (eucalipto) utilizada na secagem de café do primeiro ano fenológico 2003/2004 nos três secadores de leito fixo, em leiras, sem incidência direta de radiação solar, com aquecimento do ar por meio de fornalha a fogo indireto. Tabela 55 – Características do combustível utilizado na secagem de café Combustível Massa Específica (kg.m-3) Poder Calorífico Inferior (kJ.kg-1) 380 ± 8,3 13.813,8 Lenha 20 ± 3,5% b.u O consumo médio de lenha de eucalipto (Eucaliptus grandis) utilizada nas fornalhas a fogo indireto dos três secadores utilizados nos dois sistemas de secagem alternativos foi de 16,7 ± 1,1 kg.h-1, com temperatura média de secagem de 43,0 ± 2,5 °C e com vazão média dos ventiladores de 58 ± 1,4 m3/min. O êxito para o aproveitamento eficiente da lenha é utilizar tocos com diâmetro entre 10-15 cm e cumprimento entre 40-45 cm. Dessa forma, os operadores conseguiram um manejo adequado do combustível e minimizaram o esforço físico, mantendo-se a temperatura do ar quase constante. Os resultados referentes às avaliações dos procedimentos de secagem do segundo ano fenológico (2004/2005) no terreiro de cimento estão apresentados no Apêndice F, nas Tabelas 1F e 2F. Os resumos desses resultados são apresentados na Tabela 61. Pelos resultados apresentados no Apêndice F, nas Tabelas 1F e 2F e no resumo na Tabela 56, observa-se que, além de expor o produto às condições adversas de clima, o tempo de secagem no terreiro de cimento é, comparativamente, muito prolongado, considerando o volume de produto secado. 158 Tabela 56 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos dois testes das parcelas 1 - 4 para o processo de secagem no terreiro de cimento, ao sol, no segundo ano fenológico 2004/2005 PARCELA 1 Tempo h 159 0 392 Tempo h 0 400 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h -3 kg.m 578,4±0,4 58,0±0,3 0 414,8±0,3 12,0±0,3 384 PARCELA 3 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 581,1±0,4 58,4±0,3 0 417,3±0,4 12,3±0,3 384 PARCELA 2 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 577,3±0,3 58,2±0,3 415,3±0,4 12,1±0,3 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 579,0±0,4 59,0±0,3 419,4±0,2 12,1±0,3 Tempo h 0 392 Tempo h 0 384 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h -3 kg.m 576,2±0,5 57,7±0,4 0 416,1±0,5 12,2±0,3 384 PARCELA 4 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 577,5±0,4 58,6±0,3 0 420,3±0,3 11,3±0,5 336 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 578,3±0,3 58,8±0,4 415,9±0,5 11,6±0,3 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 575,0±0,3 58,2±0,2 421,1±0,5 11,9±0,2 Durante a secagem natural de café cereja lavado e separado, foram constituídos, igualmente, lotes de 2,5 m3 para os dois sistemas de secagem avaliados. Cada lote necessitou de 392 horas (16,5 dias) para a secagem em terreiro de cimento, ocupando uma área de 120 m2 até atingir o teor de água de 12,1 ± 0,7% b.u. Os resultados referentes às avaliações dos procedimentos de secagem do segundo ano fenológico 2004/2005 no terreiro secador, em leiras, sem incidência de radiação solar direta estão apresentados no Apêndice G, nas Tabelas 1G a 4G. Os resumos desses resultados são apresentados nas Tabelas 57 e 58. Lotes de mesmo volume foram levados ao terreiro secador sem incidência direta de radiação solar, com fornalha a fogo indireto, utilizando-se lenha como combustível, em que foram submetidos à secagem até atingirem o teor final de água de 12,1 ± 0,5% b.u., no tempo médio de 54 horas. Observou-se, ao final da secagem, que a massa específica do café secado no secador de leito fixo foi superior em 3,0 a 3,5% à do produto secado em terreiro de cimento convencional, estabelecendo-se uma melhor relação de massa. A massa específica média do café da parcela 2 foi superior entre 1,0 e 1,5% à do café das outras parcelas, como aconteceu no ano fenológico anterior. A massa específica média do café das parcelas 1, 3 e 4 teve um comportamento similar, mostrando excelente recuperação da parcela 4, devido ao manejo adequado em adubação e controle de pragas e doenças e ao manejo adequado da colheita no ano fenológico anterior (2003/2004), evitando desfolhamentos, mau trato das plantas e realizando colheita semi-seletiva. Na Tabela 59 estão apresentadas as características do combustível utilizado (lenha de eucalipto) na secagem de café do segundo ano fenológico 2004/2005 nos secadores de leito fixo, em leiras, com aquecimento do ar por meio de fornalha a fogo indireto. O consumo médio de eucalipto (Eucaliptus grandis) utilizado nas fornalhas a fogo indireto dos secadores utilizados nos dois sistemas de secagem alternativos foi de 17,0 ± 1,5 kg.h-1 com temperatura média de secagem de 45,0 ± 2,3 °C e com vazão média dos ventiladores de 58 ± 1,7 m3/min. Os resultados referentes aos consumos de energia dos procedimentos de secagem do primeiro ano fenológico 2003/2004 estão apresentados no Apêndice H, nas Tabelas 1H a 5H. 160 Tabela 57 – Resumo dos valores médios de tempo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 1-2 avaliadas do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no segundo ano fenológico 2004/2005 PARCELA 1 Tempo h 161 0 52 Tempo h 0 48 TESTE 1 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 579,8±0,5 57,3±0,2 425,1±0,5 12,1±0,3 TESTE 1 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 578,7±0,4 58,8±0,4 426,9±0,5 12,1±0,4 Tempo h 0 54 Tempo h 0 44 TESTE 2 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h -3 kg.m 576,9±0,4 56,9±0,5 0 424,4±0,4 12,1±0,3 48 PARCELA 2 TESTE 2 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 577,7±0,3 56,4±0,5 0 428,4±0,4 12,2±0,2 48 TESTE 3 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 577,8±0,4 57,5±0,3 426,2±0,4 12,2±0,4 TESTE 3 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 581,8±0,4 56,9±0,9 428,2±0,4 11,7±0,4 Tempo h 0 54 Tempo h 0 52 TESTE 4 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 579,7±0,3 56,9±0,4 425,1±0,4 11,4±0,3 TESTE 4 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 584,0±0,5 56,6±0,6 427,0±0,4 11,9±0,4 Tabela 58 – Resumo dos valores médios de tempo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 3-4 avaliadas do secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no segundo ano fenológico 2004/2005 PARCELA 3 Tempo h 162 0 52 Tempo h 0 54 TESTE 1 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 579,9±0,5 56,2±0,2 423,8±0,5 12,3±0,4 TESTE 1 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 574,6±0,5 56,8±0,3 420,9±0,2 11,8±0,3 Tempo h 0 54 Tempo h 0 52 TESTE 2 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h -3 kg.m 573,9±0,6 56,6±0,3 0 424,5±0,5 12,1±0,3 48 PARCELA 4 TESTE 2 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h kg.m-3 572,9±0,6 58,5±0,3 0 423,0±0,4 12,3±0,4 54 TESTE 3 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 581,3±0,4 56,9±0,4 426,8±0,3 12,5±0,6 TESTE 3 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 576,5±0,4 55,5±0,3 424,3±0,6 12,2±0,5 Tempo h 0 54 Tempo h 0 48 TESTE 4 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 583,6±0,4 56,7±0,5 420,1±0,9 12,1±0,3 TESTE 4 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 571,6±0,3 56,3±0,1 426,0±0,2 12,5±0,6 Tabela 59 – Características do combustível utilizado na secagem de café Combustível Lenha 20 ± 3,5% b.u Massa específica (kg.m-3) Poder calorífico inferior (kJ.kg-1) 385 ± 8,5 13.813,8 Os resultados referentes aos consumos de energia dos procedimentos de secagem do segundo ano fenológico 2004/2005 estão apresentados no Apêndice I, nas Tabelas 1I a 5I. Os resumos desses resultados são apresentados nas Tabelas 60 e 61. O consumo médio de energia do processamento de secagem das parcelas avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 foi de 411,52 ± 190,68 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 11.807,64 ± 4.118,41 MJ/ha de café de montanha. O consumo médio de energia do processamento de secagem das parcelas avaliadas no segundo ano fenológico 2004/2005 foi de 982,36 ± 114,29 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 36.730,99 ± 5.567,97 MJ/ha de café de montanha. A diferença entre os valores médios de cada um dos anos fenológicos avaliados evidencia que a quantidade de energia consumida (MJ) por saca de 60 kg beneficiada é maior no segundo ano fenológico, devido ao processamento de café cereja natural que consume maior quantidade de energia que o café descascado, despolpado e desmucilado, processado no primeiro ano fenológico 2003/2004 avaliado. A quantidade média de energia (MJ) por hectare foi igualmente superior no segundo ano fenológico, devido às caracterísitcas do café processado. A quantidade de energia da parcela 4 foi superior, devido à sua menor produtividade, comparativamente com as outras parcelas (1, 2 e 3). As mudanças nos rendimentos de produtividade das parcelas avaliadas entre os dois anos fenológicos avaliados resultaram os excelentes resultados de absorção de nutrientes pelas correções de adubações iniciais, parcelamento programado das aplicações e acompanhamento contínuo realizado durante os dois anos fenológicos avaliados. 163 Tabela 60 – Resumo do consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, em cada parcela avaliada 164 Tabela 61 – Resumo do consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada 165 As diferenças de consumo de energia de cada parcela nas operações de secagem foram devidas aos diferentes volumens de café submetidos aos diferentes processos de secagem e às variações em quantidades em cada um dos processos avaliados. 4.11. Classificação do café 4.11.1. Tipo As tabelas seguintes foram elaboradas a partir dos dados de classificação das amostras de café, pelas análises realizadas nos dois anos fenológicos avaliados, pela cafeeira INCOFEX e pela Corretora 3 IRMÃOS de Viçosa (MG), utilizando-se três repetições em cada amostra. Os valores dos testes experimentais do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café com secagem no terreiro cimentado até secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação por tipo das amostras de café analisadas do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 62. Os valores dos testes experimentais do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café com secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) até a secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação por tipo das amostras de café analisadas do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 63. Os valores dos testes experimentais do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café com secagem combinada no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) até a meia-seca entre 25 e 30% b.u. e secagem posterior em silo de concreto até a secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação por tipo das amostras de café analisadas do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 64. 166 4.11.2. Bebida A cafeeira INCOFEX e a Corretora 3 Irmãos forneceram os resultados quanto à prova de xícara a partir de notas relacionadas à bebida dos cafés, em que: Acima de 90 – estritamente mole (EM). De 80 a 90 – mole (M). De 70 a 80 – apenas mole (AM). Abaixo de 70 – dura (D). Os valores dos testes experimentais de clasificação da bebida das amostras de café do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café secado no terreiro cimentado até a secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação de bebida das amostras de café analisadas do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabelas 62. Os valores dos testes experimentais de clasificação da bebida das amostras de café do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café secado no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) até a secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação de bebida das amostras de café analisadas do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 63. Os valores dos testes experimentais de classificação da bebida das amostras de café do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café com secagem combinado no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) até a meia-seca entre 25 e 30% b.u. e secagem posterior em silo de alvenaria até a secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação de bebida das amostras de café analisadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 64. 167 Tabela 62 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem completa em terreiro cimentado, com exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno 168 P17/18 (%) P16 (%) P13/15 (%) Fundo peneira (%) Catação (%) Quebra (%) Defeito Umidade (% b.u.) Classificação bebida 1 77 7 13 3 10 13 80 11,63 Dura PARCELA 1 2 3 75 79 10 11 11 8 4 2 8 8 12 10 86 88 11,91 11,70 Dura Dura 1 83 9 6 2 11 13 76 12,64 Dura PARCELA 2 2 3 80 83 10 9 8 6 2 2 12 9 14 11 66 72 11,29 11,31 Apenas Dura mole 1 78 10 10 2 12 14 88 11,56 Dura PARCELA 3 2 3 76 80 11 9 10 9 3 2 11 10 14 12 84 78 11,24 11,79 Dura Dura 1 79 9 8 4 12 16 77 12,01 Dura PARCELA 4 2 3 80 77 9 8 9 11 2 4 12 9 14 13 88 82 11,49 11,42 Riada Riada Tabela 63 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem completa no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno 169 P17/18 (%) P16 (%) P13/15 (%) Fundo peneira (%) Catação (%) Quebra (%) Defeito Umidade (% b.u.) Classificação bebida PARCELA 1 1 2 3 78 76 80 8 10 9 11 10 8 3 4 3 12 11 8 15 15 11 88 81 77 11,33 11,81 11,75 Dura Dura Apenas mole PARCELA 2 1 2 3 82 81 83 9 7 8 7 10 7 2 2 2 11 12 9 13 14 11 73 78 64 12,04 11,49 11,81 Dura Apenas Apenas mole mole PARCELA 3 1 2 3 79 80 77 9 6 10 10 11 10 2 3 3 12 11 10 14 14 13 88 89 76 11,26 11,84 11,99 Dura Dura Apenas mole PARCELA 4 1 2 3 75 76 78 4 7 8 18 14 10 3 3 4 11 13 10 14 16 14 85 88 84 12,09 12,46 12,40 Dura Dura Riada Tabela 64 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem até a meia-seca (25-30%) no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, e secagem posterior em silo de concreto até a secagem final (1112%), armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, a granel, no mesmo silo 170 P17/18 (%) P16 (%) P13/15 (%) Fundo peneira (%) Catação (%) Quebra (%) Defeito Umidade (% b.u.) Classificação bebida 1 85 8 6 1 10 11 74 12,03 Apenas mole 2 84 9 6 1 11 12 74 11,71 Dura PARCELAS 1 - 4 3 4 84 82 8 9 6 6 2 3 9 10 11 13 61 70 11,87 12,34 Apenas Apenas mole mole 5 84 9 6 1 12 13 78 12,29 Dura 6 83 8 7 2 10 12 64 12,30 Mole 1 80 9 9 2 11 13 74 11,46 Dura PARCELAS 5 - 13 2 3 4 5 83 84 83 82 9 8 8 8 7 7 7 8 1 1 2 2 12 9 11 11 13 10 13 13 71 66 72 80 12,44 11,29 11,72 11,38 Apenas Dura Apenas Dura mole mole 6 84 7 8 1 9 10 65 11,74 Mole Os resultados de classificação dos grãos no primeiro ano fenológico 2003/2004, apresentados nas Tabelas 62 a 64, para café lavado, despolpado e desmucilado (café-pergaminho), indicam que os lotes de café secados no sistema combinado com o terreiro secador, sem a incidência direta da radiação solar e com secagem posterior no silo, possibilitaram melhor padrão de qualidade, em comparação com aqueles obtidos na secagem tradicional, em terreiro cimentado, devido ao menor tempo de secagem até meia-seca (25-30% b.u.) no terreiro secador e melhor distribuição de ar no secador e no silo secador, garantindo a uniformidade da secagem e o controle independente das variações climáticas, que podem gerar processos fermentativos prejudiciais à qualidade do produto. O processo em combinação, complementando a secagem em silo, com ar na temperatura ambiente, proporcionou homogeneidade na cor e teor da água de massa de grãos, quando se observaram 11,3 ± 0,1% b.u. na camada inferior e 12,1 ± 0,2% b.u. na camada superior, tendo a camada completa no silo uma espessura de 4,3 m. Os resultados de classificação dos grãos também indicam que os lotes de café secados no terreiro secador, sem a incidência direta da radiação solar até o final (1112% b.u.), possibilitaram melhor padrão de qualidade, em comparação com aqueles obtidos na secagem tradicional, em terreiro cimentado, devido ao menor tempo de secagem, melhor distribuição de ar no secador e temperatura do ar de secagem quase constante (43,0 ± 2,5 °C), garantindo a uniformidade da secagem e também a independência das variações climáticas, que podem gerar processos fermentativos prejudiciais à qualidade do produto. Os resultados permitem evidenciar que, com o estabelecimento de um roteiro para implementação de boas práticas agrícolas, de produção, de pré-processamento e de processamento de café, poderão ser atingidos altos padrões de qualidade do produto. Já os resultados de tipo e bebida permitem recomendar as secagens realizadas no terreiro secador, sem incidência direta de radiação solar até o teor de água de 12% b.u., e a secagem combinada no terreiro secador até a meia-seca (2530% b.u.) com a complementação da secagem em silo de alvenaria e concreto, até secagem final (11-12% b.u.), como alternativas técnicas de secagem de café, uma vez que garantem a obtenção de um tamanho maior do produto e o aumento no padrão da qualidade da bebida. Esses métodos evidenciam que os sistemas estudados apresentam-se como alternativas para a aplicação de boas práticas no processamento, principalmente no que se refere à higiene e controle técnico da operação. 171 Os valores dos testes experimentais do segundo ano fenológico 2004/2005 do café com secagem em coco (lavado e sem despolpa), no terreiro cimentado até secagem final (11-12%), em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de tipo e bebida das amostras de café analisadas do segundo ano fenológico 2004/2005 do café em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 65. Os valores dos testes experimentais do segundo ano fenológico 2004/2005 do café com secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) até a secagem final (11-12%), em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de tipo e bebida das amostras de café analisadas do segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 66. Os valores dos testes experimentais de clasificação da bebida das amostras de café do segundo ano fenológico 2004/2005 com secagem no terreiro cimentado até a secagem final (11-12%), em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de tipo e bebida das amostras de café analisadas do segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 67. Os resultados de classificação dos grãos no segundo ano fenológico 2004/2005, apresentados nas Tabelas 65 e 66, com café lavado, em coco, indicam igualmente que os lotes de café secados no terreiro secador, sem a incidência direta da radiação solar, possibilitaram melhor padrão de qualidade, em comparação com aqueles obtidos na secagem tradicional, em terreiro cimentado, em razão, possivelmente, do menor tempo de secagem e da melhor distribuição de ar, garantindo a uniformidade da secagem e a independência das variações climáticas, que podem gerar processos fermentativos prejudiciais à qualidade do produto. O processo no terreiro secador proporcionou melhor homogeneidade na cor, maior tamanho do produto (maior porcentagem na peneira 17/18) e menor quantidade de defeitos. 172 Tabela 65 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco completa em terreiro cimentado, com exposição direta à radiação solar global até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83 e armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno 173 P17/18 (%) P16 (%) P13/15 (%) Fundo peneira (%) Catação (%) Quebra (%) Defeito Umidade (% b.u.) Classificação bebida PARCELA 1 1 2 3 76 74 73 7 6 11 14 15 12 3 5 4 11 11 8 14 16 12 88 84 85 12,34 11,57 11,35 Dura Dura Riada PARCELA 2 1 2 3 79 80 80 9 12 10 10 7 8 2 1 2 12 12 10 14 13 12 74 81 82 12,12 12,02 12,32 Dura Riada Dura PARCELA 3 1 2 3 74 75 73 15 12 17 10 11 7 1 2 3 12 10 9 13 12 12 89 84 78 11,45 11,47 12,49 Dura Dura Dura PARCELA 4 1 2 3 77 78 76 9 7 12 11 12 10 3 3 2 12 11 10 15 14 12 85 88 76 12,51 11,89 12,92 Riada Dura Dura Tabela 66 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco completa no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em coco por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno 174 P17/18 (%) P16 (%) P13/15 (%) Fundo peneira (%) Catação (%) Quebra (%) Defeito Umidade (% b.u.) Classificação bebida PARCELA 1 1 2 3 79 80 76 9 8 8 10 10 12 2 2 4 11 10 8 13 12 12 84 81 76 12,64 11,89 11,77 Dura Apenas Dura mole PARCELA 2 1 2 3 82 80 82 8 10 8 9 8 8 1 2 2 11 12 9 12 14 11 65 71 64 11,85 11,89 12,33 Apenas Dura Apenas mole mole PARCELA 3 1 2 3 78 79 80 8 7 8 10 11 9 4 3 3 11 11 9 15 14 12 84 85 81 12,76 12,42 12,71 Apenas Dura Dura mole PARCELA 4 1 2 3 80 79 78 7 5 4 10 12 14 3 4 4 10 12 10 13 16 14 85 88 82 11,09 11,84 11,46 Apenas Dura Dura mole Tabela 67 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco até a meia-seca (25-30%), no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, e secagem posterior em secador de fluxos cruzados até a secagem final (11-12%), armazenado em coco por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno, a granel, no mesmo silo P17/18 (%) P16 (%) P13/15 (%) Fundo peneira (%) Catação (%) Quebra (%) Defeito Umidade (% b.u.) Classificação bebida PARCELA 5 - 13 1 2 3 4 5 6 73 74 73 79 77 74 6 5 9 7 8 10 17 16 15 10 13 13 4 5 3 4 2 3 11 10 9 12 11 10 15 15 12 16 13 13 85 84 81 79 88 82 11,03 11,11 11,24 11,61 11,22 11,81 Dura Apenas mole Dura Dura Dura Apenas mole Os resultados permitem evidenciar que, tendo em conta que o produtor optou por não despolpar o produto no segundo ano fenológico 2004/2005 avaliado com o estabelecimento de um roteiro para implementação de boas práticas agrícolas, de produção, de pré-processamento e de processamento de café, podem ser atingidos melhores padrões de qualidade do produto. Permitem também recomendar a secagem no terreiro secador, sem incidência direta de radiação solar, até o teor de água de 1112% b.u., como uma das alternativas técnicas de secagem de café para a obtenção de melhores índices de qualidade. Esse método evidencia que o sistema estudado para secagem de café em coco é uma boa alternativa para a aplicação de boas práticas no processamento, principalmente no que se refere à higiene, dimimuição de tempo e área de secagem e melhor controle da operação. Em nível de comentário adicional, é importante ressaltar que a secagem mista no terreiro secador até a meia-seca (25-30% b.u.) e a secagem adicional em secador de fluxos cruzados foram uma decisão diretamente da administração da propriedade e não uma recomendação da equipe de pesquisa. 175 Essa descisão foi devida ao fato de que, no planejamento inicial do projeto, os equipamentos recomendados pela equipe foram para trabalhar com café em pergaminho (lavado, despolpado e desmucilado). Comparando os resultados das Tabelas 62 a 67, é claro e evidente que os altos padrões de qualidade atingidos com o café-pergaminho são superiores aos do café em coco. O tempo de secagem é muito menor, e os custos de processamento também são menores, pelo gasto de energia e consumo de mão-de-obra. 4.12. Balanço economico do cultivar de café Catuaí-Vermelho 4.12.1. Métodos de análise Os métodos de análise do investimento utilizados foram: 4.12.1.1. Valor Presente Líquido (VPL) O valor determinado de R$184.342,09 refletiu a riqueza, em valores absolutos, do investimento medido pela diferença entre os valores presentes das entradas e saídas de caixa. O método VPL exigiu a definição prévia dessa taxa para se descontarem os fluxos de caixa. O VPL, dessa forma, foi determinado descontando-se os fluxos financeiros pela taxa de atratividade (taxa de retorno exigida) definida para o projeto, apurando, assim, o retorno econômico esperado. Nesse projeto, como indicação do proprietário e definido principalmente pelos juros obtidos de um fundo de investimento tipicamente adotado em investimentos de volume semelhante ao demandado no referido projeto, adotou-se uma taxa de retorno mínimo (taxa de desconto) de 6%. Pelo critério de aceitação-rejeição do método, assume-se que o projeto é considerado atraente se apresentar um VPL maior que zero. Projetos com VPL nulo ou negativo indicam o não-retorno ou um retorno inferior à taxa mínima requerida, respectivamente, revelando ser economicamente desinteressante sua aceitação. 176 4.12.1.2. Taxa Interna de Retorno (TIR) A TIR de 7,71% representou a taxa de desconto (taxa de juros) que iguala, num único momento, os fluxos de entradas com os de saída de caixa. Em outras palavras, foi a taxa de juros que produziu um VPL igual a zero. Genericamente, é representada supondo-se a atualização de todos os valores de caixa para o momento zero. Pelo enunciado, para o cálculo da TIR foi necessário o conhecimento do dispêndio de capital (ou dispêndios, caso o investimento esteja prevendo mais de uma aplicação de capital) e dos fluxos de caixa gerados exclusivamente pela decisão. A TIR de 7,71% refletiu a rentabilidade relativa (porcentual) de um projeto de investimento, expressa em termos de uma taxa de juros equivalente periódica. A aceitação ou rejeição do investimento com base nesse método foi definida pela comparação que se faz entre a TIR encontrada (7,71%) e a taxa de atratividade exigida pelo cliente (6,0%). Como a TIR excedeu a taxa mínima de atratividade, o investimento é classificado como economicamente atraente. 4.12.1.3. Tempo de retorno do capital (período de Payback) O tempo de retorno do capital encontrado foi de 12 anos, que é o prazo de amortização. O valor determinado considerou a taxa de desconto de 6,0% definida. Esse período é o lapso de tempo decorrente entre o início de um projeto e a época em que o valor líquido do fluxo de produção diferencial atinge o total do investimento de capital. Desse modo, quanto menor o tempo de retorno do capital, melhor o projeto ou, ainda, mais viável é esse projeto. Os custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 estão apresentados no Apêndice J, nas Tabelas 1J a 6J. Os custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 estão apresentados no Apêndice K, nas Tabelas 1K a 6K. A Tabela 68 contém o resumo dos custos de produção da cultura de cafeeiro dos dois anos fenológicos avaliados e o custo médio entre eles. 177 Tabela 68 – Resumo dos custos de produção da cultura de cafeeiro nos dois anos fenológicos avaliados 178 As Tabelas 69 a 74 apresentam a informação-base e projetada para a realização das diferentes análises do investimento da cultura do cafeeiro. Tabela 69 – Série histórica de preços de café (R$/sc 60 kg) Série Histórica - MG 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Média geral corrig. IGP-DI Fonte: Fundação Getúlio Vargas (REAL, 1994). Preço (R$/sc) 239,60 205,00 195,00 210,00 255,00 300,00 280,00 240,66 Tabela 70 – Produção esperada em sacas de café beneficiado (60 kg) Ano Pré-Plantio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20 Prod. Esperada sc/ha 0 0 20 30 30 35 40 45 40 50 45 50 45 50 45 40 45 40 40 35 35 179 Produção sc 0 0 1.200 1.800 1.800 2.100 2.400 2.700 2.400 3.000 2.700 3.000 2.700 3.000 2.700 2.400 2.700 2.400 2.400 2.100 2.100 Tabela 71 – Distribuição da produção por qualidade, cotações e receitas adquiridas e planejadas com as vendas de café Cotaç. Bebida Cot. Bebida Cot. Bebida Cot. Bebida Est. Mole Mole Apenas Mole Dura Cot. Bebida Rio % Esperado 5 15 25 50 5 Agio/Deságio (%) 40 30 20 0 -20 Bebida Est. Mole 0 0 60 90 90 105 120 135 120 150 135 150 135 150 135 120 135 120 120 105 105 Bebida Mole 0 0 180 270 270 315 360 405 360 450 405 450 405 450 405 360 405 360 360 315 315 Quantidades Relativas (sacas) Bebida Bebida Dura Apen.Mole 0 0 0 0 300 600 450 900 450 900 525 1050 600 1200 675 1350 600 1200 750 1500 675 1350 750 1500 675 1350 750 1500 675 1350 600 1200 675 1350 600 1200 600 1200 525 1050 525 1050 180 Bebida Rio TOTAL 0 0 60 90 90 105 120 135 120 150 135 150 135 150 135 120 135 120 120 105 105 0 0 1200 1800 1800 2100 2400 2700 2400 3000 2700 3000 2700 3000 2700 2400 2700 2400 2400 2100 2100 Tabela 72 – Distribuição das vendas de café pela produção por qualidade produzidas e esperadas de acordo com a projeção da cultura do cafeeiro 181 Bebida Est. Mole Agio / Deságio (%) 40 Cotação 336,920 R$0,00 Pré-Plantio R$0,00 Ano 1 R$20.215,20 Ano 2 R$30.322,80 Ano 3 Ano 4 R$30.322,80 Ano 5 R$35.376,60 R$40.430,40 Ano 6 R$45.484,20 Ano 7 R$40.430,40 Ano 8 R$50.538,00 Ano 9 R$45.484,20 Ano 10 R$50.538,00 Ano 11 R$45.484,20 Ano 12 R$50.538,00 Ano 13 R$45.484,20 Ano 14 R$40.430,40 Ano 15 R$45.484,20 Ano 16 R$40.430,40 Ano 17 R$40.430,40 Ano 18 R$35.376,60 Ano 19 R$35.376,60 Ano 20 Bebida Mole 30 312,854 R$0,00 R$0,00 R$56.313,77 R$84.470,66 R$84.470,66 R$98.549,10 R$112.627,54 R$126.705,99 R$112.627,54 R$140.784,43 R$126.705,99 R$140.784,43 R$126.705,99 R$140.784,43 R$126.705,99 R$112.627,54 R$126.705,99 R$112.627,54 R$112.627,54 R$98.549,10 R$98.549,10 Bebida Apen. Mole 20 288,788 R$0,00 R$0,00 R$86.636,57 R$129.954,86 R$129.954,86 R$151.614,00 R$173.273,14 R$194.932,29 R$173.273,14 R$216.591,43 R$194.932,29 R$216.591,43 R$194.932,29 R$216.591,43 R$194.932,29 R$173.273,14 R$194.932,29 R$173.273,14 R$173.273,14 R$151.614,00 R$151.614,00 Bebida Dura 0 240,657 R$0,00 R$0,00 R$144.394,29 R$216.591,43 R$216.591,43 R$252.690,00 R$288.788,57 R$324.887,14 R$288.788,57 R$360.985,71 R$324.887,14 R$360.985,71 R$324.887,14 R$360.985,71 R$324.887,14 R$288.788,57 R$324.887,14 R$288.788,57 R$288.788,57 R$252.690,00 R$252.690,00 Bebida Rio -20 192,525 R$0,00 R$0,00 R$11.551,54 R$17.327,31 R$17.327,31 R$20.215,20 R$23.103,09 R$25.990,97 R$23.103,09 R$28.878,86 R$25.990,97 R$28.878,86 R$25.990,97 R$28.878,86 R$25.990,97 R$23.103,09 R$25.990,97 R$23.103,09 R$23.103,09 R$20.215,20 R$20.215,20 Total em Vendas R$0,00 R$0,00 R$319.111,37 R$478.667,06 R$478.667,06 R$558.444,90 R$638.222,74 R$718.000,59 R$638.222,74 R$797.778,43 R$718.000,59 R$797.778,43 R$718.000,59 R$797.778,43 R$718.000,59 R$638.222,74 R$718.000,59 R$638.222,74 R$638.222,74 R$558.444,90 R$558.444,90 Tabela 73 – Fluxos de caixa reais nos primeiros cinco anos fenológicos, de acordo com as receitas e despesas RECEITAS Venda de café DESPESAS Investimentos Fixos 182 Custos operacionais Insumos Mão-de-obra ITR RECEITAS -DESPESAS IR (RECEITAS -DESPESAS) - IR Fluxos líquidos R$ Pré-Plantio Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 - - R$319.111,00 R$478.667,00 R$463.220,00 R$606.665,00 (150.000,00) R$ (100.000,00) R$ (110.000,00) R$ R$ (241.131,82) R$ (172.774,70) R$ (1.000,00) (R$61.686,52) R$0,00 (R$61.686,52) (R$61.686,52) R$ (266.217,18) R$ (216.194,70) R$ (1.000,00) (R$38.212,88) R$0,00 (R$38.212,88) (R$38.212,88) (400.000,00) R$ (200.000,00) R$ R$ (100.000,00) R$ (25.000,00) R$ (1.000,00) (R$526.000,00) R$0,00 (R$526.000,00) R$ (170.000,00) R$ (35.000,00) R$ (1.000,00) (R$406.000,00) R$0,00 (R$406.000,00) R$ (175.000,00) R$ (70.000,00) R$ (1.000,00) (R$76.889,00) R$0,00 (R$76.889,00) R$ (200.000,00) R$ (165.000,00) R$ (1.000,00) R$12.667,00 R$3.483,43 R$9.183,58 (R$526.000,00) (R$406.000,00) (R$76.889,00) R$9.183,58 (161.466,00) Continua... Tabela 73 – Cont. Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 R$638.222,00 R$718.000,00 R$638.222,00 R$797.778,00 R$718.000,00 RECEITAS Venda de café DESPESAS Investimentos Fixos R$ (35.000,00) R$ (30.000,00) R$ (10.000,00) R$ - R$ - 183 Custos operacionais Insumos Mão-de-obra R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) ITR RECEITAS -DESPESAS IR R$ (1.000,00) R$152.222,00 R$41.861,05 R$ (1.000,00) R$237.000,00 R$65.175,00 R$ (1.000,00) R$177.222,00 R$48.736,05 R$ (1.000,00) R$346.778,00 R$95.363,95 R$ (1.000,00) R$267.000,00 R$73.425,00 (RECEITAS -DESPESAS) - IR R$110.360,95 R$171.825,00 R$128.485,95 R$251.414,05 R$193.575,00 Fluxos líquidos R$110.360,95 R$171.825,00 R$128.485,95 R$251.414,05 R$193.575,00 Continua... Tabela 73 – Cont. Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 R$797.778,00 R$718.000,00 R$797.778,00 R$718.000,00 R$638.222,00 RECEITAS Venda de café DESPESAS Investimentos Fixos 184 Custos operacionais Insumos Mão-de-obra ITR RECEITAS -DESPESAS IR (RECEITAS -DESPESAS) - IR Fluxos líquidos R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$346.778,00 R$95.363,95 R$251.414,05 R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$267.000,00 R$73.425,00 R$193.575,00 R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$346.778,00 R$95.363,95 R$251.414,05 R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$267.000,00 R$73.425,00 R$193.575,00 R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$187.222,00 R$51.486,05 R$135.735,95 R$251.414,05 R$193.575,00 R$251.414,05 R$193.575,00 R$135.735,95 Continua... Tabela 73 – Cont. RECEITAS Venda de café DESPESAS Investimentos Fixos 185 Custos operacionais Insumos Mão-de-obra ITR RECEITAS -DESPESAS IR (RECEITAS -DESPESAS) - IR Fluxos líquidos Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20 R$718.000,00 R$638.222,00 R$638.222,00 R$558.444,00 R$558.444,00 - R$ - R$ - R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$267.000,00 R$73.425,00 R$193.575,00 R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$187.222,00 R$51.486,05 R$135.735,95 R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$187.222,00 R$51.486,05 R$135.735,95 R$193.575,00 R$135.735,95 R$135.735,95 R$ - R$ (250.000,00) R$ (200.000,00) R$ (1.000,00) R$107.444,00 R$29.547,10 R$77.896,90 R$77.896,90 R$ R$ R$ R$ - (250.000,00) (200.000,00) (1.000,00) R$107.444,00 R$29.547,10 R$77.896,90 R$77.896,90 Tabela 74 – Índices de avaliação calculados de acordo com os fluxos de caixa iniciais e projetados Taxa de Desconto VPL TIR Tempo de retorno do capital Relação B/C 6% R$184.342,09 7,71% 12 anos R$2.355.210,22 R$39.253,51/ha 4.12.2. Resultados Determinísticos Os resultados determinísticos são aqueles que não levam em consideração os riscos inerentes ao investimento. Para tal foram utilizados valores médios tanto dos preços do café do ano de 1999 a 2005 quanto das receitas, com base na projeção da receita média estimada e baseada numa série histórica de preços de café no mercado físico (Tabela 69) e assumindo-se determinada configuração de produção (Tabela 70), como foi detalhado anteriormente. Para a correção dos preços do café, utilizou-se o Índice Geral de Preços (IGPDI) da Fundação Getúlio Vargas (REAL, 1994). Para o cálculo dos indicadores, foi considerada uma taxa de desconto de 6%, definida principalmente pelos juros obtidos em um fundo de investimento típicamente adotado em investimentos de volume semelhante ao demandado nesse projeto. A Tabela 74 sintetiza os resultados obtidos com a metodologia determinística para o projeto. • O tempo de retorno do capital (período de Payback (PP)) nesse projeto foi de 12 anos, indicando que o tempo necessário para que os investimentos de capital próprio sejam integralmente recuperados será de quase 12 anos dos 20 anos considerados como vida útil da lavoura. • O Valor Presente Líquido (VPL) foi de R$184.342,09. Esse montante indica que os ganhos do projeto remuneram o investimento feito à taxa de 6% ao ano e, ainda, permitem acrescentar o valor da empresa àquele investido. Mediante esse resultado, pode-se afirmar que o projeto é viável, já que a avaliação feita e projetada cobre o custo do capital investido e o investimento projetado. 186 • A Taxa Interna de Retorno (TIR) foi de 7,71%, indicando que o Valor Presente Líquido (VPL) do projeto torna-se nulo à taxa de 7,71%, sendo superior à taxa de desconto utilizada no projeto (6% ao ano). Portanto, o capital investido será integralmente recuperado. Todos os indicadores quantitativos apontaram que o projeto com as projeções consideradas é viável. 4.12.3. Resultados Probabilísticos Foram analisadas algumas variáveis como preço do café, mão-de-obra, investimento, preço da energia elétrica e preço dos defensivos foliares. No caso da variável preço do café, tem-se uma curva de demanda elástica. Nesse tipo de curva de demanda a TIR variou mais do que proporcionalmente às variações de preço do café. Portanto, a análise de sensibilidade indicou que a variável preço do café afeta significativamente o valor da TIR, evidenciando que esse item deve receber a atenção devida para garantir o sucesso do empreendimento. Por esse motivo, recomenda-se uma programação das vendas segundo uma análise criteriosa das melhores épocas do ano para comercialização de café, bem como procurar diferentes tipos de compradores que valorizem a qualidade do produto e estimulem o investidor para que garanta o sucesso do projeto. Também se deve visar à obtenção de um produto da melhor qualidade possível, alcançando os ágios de cotação oferecidos e projetados pelo mercado. 187 5. CONCLUSÕES Com base nos resultados experimentais, pode-se concluir que: a) A radiação solar global foi o componente de fluxo de radiação de maior magnitude, o segundo correspondente ao balanço de ondas curtas ((1-α)*Rs) e o terceiro ao saldo de radiação (Rn). b) Considerando os dois anos fenológicos do ciclo de desenvolvimento, o albedo médio encontrado foi 0,221, variando entre os extremos de 0,176 e 0,262. c) A Radiação Fotossinteticamente Ativa (RFA) é o componente de maior aporte no balanço (98,8-99,2%) e corresponde à quantidade de energia aportada pela radiação e que é realmente empregada pelas plantas para realizarem suas atividades de fixação do carbono. d) A quantidade de energia agregada no balanço energético é pouco aproveitada pela planta (inferior a 0,3%) e pelos seus componentes individuais, logicamente. e) Os resultados das análises do adubo orgânico preparado e utilizado a partir da compostagem realizada com a mistura de 20% de resíduos do processamento (casca, polpa e mucílago do cafeeiro), 20% de cama de galinha obtida do processamento com palha de café (beneficiamento) e 60% de material palhoso (capim) permitem evidenciar altos valores de nitrogênio total e potássio total, sendo uma alternativa para a complementação da fertilização tradicional. 188 f) Os resultados da análise dos solos e das análises foliares das parcelas experimentais foram magníficos na adubação do segundo ano fenológico, já que a diminuição das quantidades de fertilizantes foi superior a 20% e houve evidente recuperação da parte vegetativa (folhas e estrutura das plantas) e da produtividade das parcelas avaliadas. g) O consumo médio de energia no processamento de secagem das parcelas avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 foi de 411,52 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 11.7807,64 MJ/ha de café de montanha. h) O consumo médio de energia no processamento de secagem das parcelas avaliadas no segundo ano fenológico 2004/2005 foi de 982,36 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 36.730,99 MJ/ha de café de montanha, resultado esse muito superior ao do ano fenológico anterior, devido à diferença no manejo de café-pergaminho e café em coco, respetivamente. i) O consumo médio de energia no primeiro ano fenológico 2003/2004 avaliado da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da Mata mineira foi de 23.035.733,80 MJ/ha. j) O consumo médio de energia no segundo ano fenológico 2004/2005 avaliado da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da Mata mineira foi de 24.918.830,18 MJ/ha. k) O consumo médio de energia no primeiro ano fenológico 2003/2004 avaliado da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da Mata mineira para produzir uma saca de café beneficiado (60 kg) foi de 796.021,87 MJ. l) O consumo médio de energia no segundo ano fenológico 2004/2005 avaliado da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da Mata mineira para produzir uma saca de café beneficiado (60 kg) foi de 671.991,75 MJ. m) Os resultados de qualidade obtidos utilizando-se a secagem artificial em combinação e empregando terreiro secador de leito fixo e silos secadores com ar natural indicam que essa técnica pode ser incluída 189 dentro daquelas adotadas nas boas práticas nas operações de processamento de café. n) O produto secado no sistema em combinação, em comparação com o secado em terreiro de cimento, foi de melhor qualidade. o) A secagem de café despolpado no sistema combinado (terreiro e silo com ar natural) empregando os fundamentos do modelo de Hukill (secagem em subcamadas) é uma técnica com a qual foi obtido um produto de excelente qualidade, além de ser economicamente viável. p) O tamanho e massa específica dos grãos de café secados no secador de leito fixo sem incidência direta da radiação solar e no sistema combinado desse secador com os silos de concreto foram superiores (2,5-3,0%) aos dos secados em terreiro de cimento. q) Os altos padrões de qualidade atingidos pelo café-pergaminho são superiores aos alcançados com café em coco. r) O tempo e custo de secagem do café pergaminho foram menores que do café em coco, pelo gasto de energia e pelo consumo de mão-deobra. s) O tempo de retorno do capital (período de Payback) nesse projeto foi de 12 anos, indicando que esse tempo é o necessário para que os investimentos de capital próprio sejam integralmente recuperados. t) O Valor Presente Líquido (VPL) calculado indicou que os ganhos do projeto remuneram o investimento feito à taxa de 6% ao ano e, ainda, permitem acrescentar o valor da empresa. u) O projeto é viável, já que a avaliação feita e projetada cobre o custo do capital investido e o investimento projetado. v) A Taxa Interna de Retorno (TIR) foi de 7,71%, indicando que o Valor Presente Líquido (VPL) do projeto torna-se nulo à taxa de 7,71%, sendo superior à taxa de desconto utilizada no projeto (6% ao ano), portanto o capital investido será integralmente recuperado. w) A adoção de métodos que implementem as boas práticas agrícolas de pré-processamento e de processamento podem garantir a produção de cafés de boa qualidade, independentemente do tamanho da propriedade agrícola. 190 6. SUGESTÕES Para futuros trabalhos, sugere-se: • Realizar testes comparativos de balanço de energia e econômicos com café arábica semi-adensado e adensado com irrigação para que, dessa forma, possam ser recomendadas técnicas interessantes que se acrescentem aos métodos de manejo deste produto. • Continuar apresentando projetos às entidades financiadoras para a adquisição de equipamentos que permitam realizar as determinações energéticas que cotribuirão para o desenvolvimento de pesquisas nesta área. 191 REFERÊNCIAS ABIC – Associação Brasileira da Industria de Café. Programa do Selo de Pureza. Programa de Qualidade do Café. Rio de Janeiro, 2004. AFONSO JUNIOR, P. C. Aspectos físicos, fisiológicos e de qualidade do café em função da secagem e do armazenamento. Viçosa, MG: UFV, 2001. 384 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. ALVAREZ, V.H.; RIBEIRO, A. C. Calagem. In: RIBEIRO, A.C.; GONTIJO, P.T.; GUIMARÃES, P.T.; ALVAREZ, V.H. (Eds.). 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Tempo h 0 Massa específica kg.m-3 579,2 ± 0,4 57,8 ± 0,3 Tempo h 0 Massa específica kg.m-3 574,0 ± 0,5 58,3 ± 0,4 Umidade % b.u. 229 Tabela 2C – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de secagem no terreiro de cimento ao sol no primeiro ano fenológico 2003/2004 PARCELA 3 TESTE 1 0 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 574,2 ± 0,4 57,7 ± 0,3 48 PARCELA 4 TESTE 2 0 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 574,6 ± 0,6 59,0 ± 0,4 531,9 ± 0,5 34,2 ± 0,2 48 96 506,2 ± 0,3 32,4 ± 0,3 144 TESTE 1 0 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 573,5 ± 0,4 58,9 ± 0,5 534,7 ± 0,5 36,5 ± 0,5 48 96 507,5 ± 0,4 31,8 ± 0,5 484,4 ± 0,5 28,0 ± 0,5 144 192 468,2 ± 0,5 24,3 ± 0,3 240 TESTE 2 0 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 571,2 ± 0,4 58,3 ± 0,3 535,1 ± 0,3 34,5 ± 0,3 48 531,5 ± 0,5 34,3 ± 0,2 96 504,5 ± 0,5 30,0 ± 0,4 96 504,1 ± 0,3 30,0 ± 0,3 485,5 ± 0,5 28,6 ± 0,4 144 481,4 ± 0,4 26,5 ± 0,4 144 480,1 ± 0,4 26,4 ± 0,5 192 469,1 ± 0,5 24,9 ± 0,3 192 467,1 ± 0,4 23,1 ± 0,4 192 468,4 ± 0,6 23,4 ± 0,3 461,2 ± 0,3 21,8 ± 0,3 240 462,5 ± 0,5 21,7 ± 0,4 240 456,1 ± 0,2 21,0 ± 0,2 240 457,4 ± 0,5 21,0 ± 0,3 288 442,4 ± 0,4 17,9 ± 0,7 288 445,6 ± 0,2 18,1 ± 0,4 288 438,2 ± 0,3 15,7 ± 0,4 288 439,2 ± 0,2 17,0 ± 0,4 336 433,3 ± 0,6 14,3 ± 0,4 336 435,2 ± 0,3 14,8 ± 0,5 336 431,1 ± 0,5 14,1 ± 0,2 336 429,4 ± 0,2 13,5 ± 0,3 384 416,6 ± 0,4 12,8 ± 0,4 384 422,4 ± 0,5 12,9 ± 0,5 384 415,3 ± 0,4 12,0 ± 0,4 384 414,6 ± 0,4 11,6 ± 0,4 396 414,6 ± 0,5 11,8 ± 0,5 396 414,7 ± 0,6 12,1 ± 0,4 Tempo h Tempo h Tempo h Tempo h 230 APÊNDICE D Tabela 1D – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004 PARCELA 1 Tempo h 231 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 54 TESTE 1 Massa específica kg.m-3 571,8 ± 0,5 567,7 ± 0,2 560,4 ± 0,1 552,2 ± 0,3 535,7 ± 0,5 514,4 ± 0,4 479,4 ± 0,3 472,0 ± 0,2 457,6 ± 0,3 440,1 ± 0,4 433,4 ± 0,5 428,3 ± 0,2 426,2 ± 0,4 426,0 ± 0,4 424,1 ± 0,4 Umidade % b.u. Tempo h 56,5 ± 0,2 53,7 ± 0,4 43,1 ± 0,3 39,6 ± 0,2 34,7 ± 0,3 33,3 ± 0,3 27,1 ± 0,3 24,4 ± 0,2 21,9 ± 0,4 16,8 ± 0,3 14,1 ± 0,3 13,1 ± 0,2 12,7 ± 0,4 12,5 ± 0,4 12,0 ± 0,3 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 PARCELA 2 TESTE 2 Massa específica kg.m-3 570,3 ± 0,6 567,2 ± 0,3 559,4 ± 0,2 550,0 ± 0,4 534,9 ± 0,4 513,2 ± 0,5 479,9 ± 0,4 472,8 ± 0,5 458,1 ± 0,2 441,1 ± 0,5 430,2 ± 0,6 427,1 ± 0,8 423,9 ± 0,3 Umidade % b.u. Tempo h 58,0 ± 0,3 54,6 ± 0,4 42,0 ± 0,3 39,1 ± 0,2 34,9 ± 0,3 32,2 ± 0,3 27,7 ± 0,3 24,6 ± 0,2 22,0 ± 0,4 17,8 ± 0,3 13,9 ± 0,3 12,9 ± 0,2 12,0 ± 0,4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 TESTE 1 Massa específica kg.m-3 570,9 ± 0,5 564,1 ± 0,2 557,5 ± 0,4 550,9 ± 0,3 533,3 ± 0,2 513,6 ± 0,4 480,2 ± 0,3 471,7 ± 0,1 458,0 ± 0,3 440,2 ± 0,4 429,4 ± 0,3 423,5 ± 0,3 Umidade % b.u. Tempo h 57,3 ± 0,2 55,3 ± 0,2 41,7 ± 0,2 39,7 ± 0,2 33,3 ± 0,4 31,5 ± 0,5 27,0 ± 0,3 24,1 ± 0,1 21,3 ± 0,3 17,1 ± 0,2 13,3 ± 0,3 12,3 ± 0,3 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 54 TESTE 2 Massa específica kg.m-3 572,4 ± 0,4 568,2 ± 0,5 561,3 ± 0,4 553,4 ± 0,5 536,5 ± 0,4 518,2 ± 0,2 480,5 ± 0,2 475,5 ± 0,4 458,5 ± 0,2 441,3 ± 0,3 434,5 ± 0,4 429,4 ± 0,3 426,8 ± 0,3 426,3 ± 0,4 423,8 ± 0,3 Umidade % b.u. 55,4 ± 0,3 54,6 ± 0,3 44,2 ± 0,4 40,3 ± 0,4 35,8 ± 0,4 34,0 ± 0,3 27,4 ± 0,4 24,5 ± 0,3 22,7 ± 0,3 16,9 ± 0,4 14,2 ± 0,4 13,2 ± 0,3 12,8 ± 0,3 12,8 ± 0,4 11,8 ± 0,4 Tabela 2D – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004 PARCELA 3 TESTE 1 0 4 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 570,6 ± 0,4 57,4 ± 0,3 568,4 ± 0,3 54,8 ± 0,3 8 12 PARCELA 4 TESTE 2 TESTE 1 TESTE 2 0 4 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 571,4 ± 0,4 56,8 ± 0,3 567,8 ± 0,3 53,9 ± 0,3 561,3 ± 0,2 43,5 ± 0,4 553,4 ± 0,4 39,8 ± 0,3 8 12 563,2 ± 0,2 43,9 ± 0,4 554,2 ± 0,4 39,9 ± 0,5 8 12 561,5 ± 0,4 553,4 ± 0,4 43,4 ± 0,5 39,9 ± 0,4 8 12 554,3 ± 0,7 42,5 ± 0,4 550,1 ± 1,1 39,0 ± 0,3 16 20 536,8 ± 0,4 35,6 ± 0,2 515,5 ± 0,5 33,8 ± 0,2 16 20 538,4 ± 0,4 35,4 ± 0,5 519,3 ± 0,3 33,7 ± 0,4 16 20 536,4 ± 0,6 515,5 ± 0,3 35,6 ± 0,4 34,1 ± 0,2 16 20 535,0 ± 0,4 35,6 ± 0,4 515,6 ± 0,5 32,4 ± 0,8 24 28 480,2 ± 0,4 27,4 ± 0,5 473,5 ± 0,3 24,8 ± 0,3 24 28 482,4 ± 0,2 27,6 ± 0,4 474,1 ± 0,3 24,8 ± 0,3 24 28 480,5 ± 0,4 474,3 ± 0,9 27,6 ± 1,0 24,9 ± 0,6 24 28 477,2 ± 0,4 26,2 ± 0,6 470,1 ± 1,0 24,0 ± 0,3 32 36 457,9 ± 0,4 22,7 ± 0,3 442,2 ± 0,3 17,3 ± 0,5 32 36 458,7 ± 0,4 22,2 ± 0,4 443,2 ± 0,3 17,0 ± 0,2 32 36 458,5 ± 0,4 441,3 ± 0,4 22,4 ± 0,6 16,9 ± 0,5 32 36 453,4 ± 0,4 20,3 ± 0,2 438,2 ± 0,1 16,3 ± 0,4 40 434,5 ± 0,4 14,3 ± 0,4 40 435,5 ± 0,6 14,6 ± 0,4 40 435,3 ± 1,0 14,7 ± 0,4 40 428,2 ± 0,6 13,2 ± 0,4 44 48 429,4 ± 0,3 13,3 ± 0,3 426,9 ± 0,3 12,9 ± 0,3 44 48 429,4 ± 0,5 13,6 ± 0,4 427,1 ± 0,5 12,9 ± 0,2 44 48 428,9 ± 0,3 427,0 ± 0,5 13,5 ± 0,3 12,9 ± 0,6 44 48 424,5 ± 0,3 12,8 ± 0,3 419,9 ± 0,5 11,7 ± 0,5 52 423,4 ± 0,3 12,0 ± 0,3 52 54 426,2 ± 0,3 12,6 ± 0,3 423,7 ± 0,3 11,6 ± 0,4 52 54 426,2 ± 0,4 423,3 ± 0,4 12,8 ± 0,7 11,7 ± 0,3 Tempo h Tempo h Umidade % b.u. Tempo h 0 4 Massa específica kg.m-3 570,8 ± 0,4 567,9 ± 0,5 55,9 ± 0,4 53,9 ± 0,3 0 4 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 572,6 ± 0,4 56,9 ± 0,5 565,5 ± 1,1 53,3 ± 0,3 Tempo h 232 APÊNDICE E Tabela 1E – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de secagem combinado (Silo 1) no primeiro ano fenológico 2003/2004 233 Secagem combinada – Parcela 1 - Teste 1-2 Secagem combinada – Parcela 2 - Teste 1 Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Silo secador indireto indireto indireto No 1 (combustível lenha) (combustível lenha) (combustível lenha) Massa Massa Massa Massa Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade específica específica específica específica h % b.u. h % b.u. h % b.u. h % b.u. -3 -3 -3 -3 kg.m kg.m kg.m kg.m 0 570,5 ± 0,6 58,0 ± 0,5 0 572,4 ± 0,6 58,3 ± 0,4 0 573,4 ± 0,5 58,5 ± 0,7 0 470,8 ± 0,3 25,0 ± 0,3 4 567,3 ± 0,2 54,9 ± 0,3 4 568,4 ± 0,8 55,3 ± 0,5 4 568,5 ± 0,4 55,6 ± 0,6 48 468,7 ± 0,1 24,0 ± 0,2 8 560,4 ± 0,3 42,5 ± 0,2 8 561,5 ± 0,4 43,4 ± 0,5 8 564,3 ± 0,4 44,4 ± 0,5 96 460,2 ± 0,5 22,9 ± 0,1 12 550,8 ± 0,6 39,3 ± 0,4 12 552,2 ± 0,4 39,4 ± 1,0 12 552,0 ± 0,4 39,0 ± 0,3 144 458,2 ± 0,3 22,7 ± 0,4 16 533,1 ± 0,5 36,1 ± 0,1 16 536,3 ± 0,6 37,7 ± 0,4 16 530,3 ± 0,4 35,0 ± 0,4 192 457,3 ± 0,5 21,2 ± 0,3 20 512,2 ± 0,4 32,2 ± 0,3 20 516,6 ± 0,5 34,3 ± 0,6 20 509,6 ± 0,6 29,3 ± 0,5 240 455,4 ± 0,4 20,6 ± 0,1 24 478,3 ± 0,4 27,3 ± 0,2 24 479,9 ± 0,5 28,3 ± 0,6 24 473,8 ± 0,8 25,3 ± 0,4 288 450,5 ± 0,6 20,1 ± 0,2 28 471,1 ± 0,6 24,9 ± 0,3 28 475,5 ± 0,4 25,8 ± 0,2 336 443,0 ± 0,5 18,1 ± 0,5 32 472,8 ± 0,3 25,0 ± 0,4 384 441,4 ± 0,1 17,9 ± 0,4 432 433,1 ± 0,1 15,4 ± 0,1 480 430,2 ± 0,2 14,2 ± 0,2 528 427,6 ± 0,3 13,0 ± 0,3 576 422,1 ± 0,5 11,6 ± 0,2 Tabela 2E – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de secagem combinado (Silo 1) no primeiro ano fenológico 2003/2004 Secagem combinada – Parcela 3 - Teste 1-2 Secagem combinada – Parcela 4 - Teste 1 Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo indireto indireto indireto (combustível lenha) (combustível lenha) (combustível lenha) Massa Massa Massa Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade específica específica específica h % b.u. h % b.u. h % b.u. -3 -3 -3 kg.m kg.m kg.m 0 572,4 ± 0,4 58,6 ± 0,4 0 569,4 ± 0,5 58,4 ± 0,6 0 573,4 ± 0,5 58,8 ± 0,4 Silo secador No 1 0 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 470,8 ± 0,3 25,0 ± 0,3 Tempo h 234 4 568,1 ± 0,4 55,5 ± 0,6 4 564,2 ± 0,4 53,1 ± 0,4 4 569,1 ± 1,2 54,9 ± 0,3 48 468,7 ± 0,1 24,0 ± 0,2 8 562,5 ± 0,4 43,6 ± 0,9 8 558,3 ± 0,4 41,3 ± 0,3 8 562,3 ± 0,5 44,5 ± 0,6 96 460,2 ± 0,5 22,9 ± 0,1 12 553,4 ± 0,5 39,8 ± 0,7 12 550,3 ± 0,4 39,2 ± 0,5 12 554,3 ± 0,7 40,8 ± 0,6 144 458,2 ± 0,3 22,7 ± 0,4 16 535,4 ± 0,4 36,5 ± 0,4 16 532,3 ± 0,9 35,4 ± 0,3 16 535,4 ± 1,2 37,8 ± 0,4 192 457,3 ± 0,5 21,2 ± 0,3 20 514,5 ± 0,5 33,4 ± 0,4 20 512,5 ± 0,3 31,2 ± 0,2 20 515,5 ± 0,2 34,1 ± 0,5 240 455,4 ± 0,4 20,6 ± 0,1 24 481,2 ± 0,3 28,8 ± 0,4 24 476,4 ± 1,1 26,3 ± 0,4 24 479,4 ± 0,3 27,9 ± 0,5 288 450,5 ± 0,6 20,1 ± 0,2 28 477,7 ± 0,3 26,0 ± 0,4 28 470,8 ± 0,5 24,9 ± 0,6 28 474,6 ± 0,5 26,3 ± 0,9 336 443,0 ± 0,5 18,1 ± 0,5 32 470,3 ± 0,4 24,5 ± 0,5 32 469,4 ± 1,1 24,3 ± 0,7 384 441,4 ± 0,1 17,9 ± 0,4 432 433,1 ± 0,1 15,4 ± 0,1 480 430,2 ± 0,2 14,2 ± 0,2 528 427,6 ± 0,3 13,0 ± 0,3 576 422,1 ± 0,5 11,6 ± 0,2 Tabela 3E – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 5 e 9 do processo de secagem combinado (Silo 2) no primeiro ano fenológico 2003/2004 Secagem combinada – Parcela 5 - Teste 1-2 Secagem combinada – Parcela 9 - Teste 1 Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo indireto indireto indireto (combustível lenha) (combustível lenha) (combustível lenha) Massa Massa Massa Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade específica específica específica h % b.u. h % b.u. h % b.u. -3 -3 -3 kg.m kg.m kg.m 0 574,1 ± 0,4 59,2 ± 0,4 0 570,2 ± 0,4 57,4 ± 0,4 0 566,5 ± 0,4 57,1 ± 0,3 Silo secador No 2 0 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 474,5 ± 0,2 25,8 ± 0,4 Tempo h 235 4 568,4 ± 0,5 55,5 ± 0,6 4 566,8 ± 0,4 53,9 ± 0,4 4 564,1 ± 0,3 53,3 ± 0,2 48 468,0 ± 0,9 24,5 ± 1,1 8 562,2 ± 0,6 43,4 ± 0,6 8 559,3 ± 0,4 42,0 ± 0,4 8 557,2 ± 0,4 40,5 ± 0,6 96 462,3 ± 0,9 22,4 ± 0,7 12 553,1 ± 0,4 40,2 ± 0,5 12 550,0 ± 0,3 39,0 ± 0,3 12 547,8 ± 0,4 37,4 ± 0,6 144 457,4 ± 0,5 22,0 ± 0,2 16 533,4 ± 0,4 36,2 ± 1,1 16 531,4 ± 0,3 35,8 ± 0,3 16 530,4 ± 0,3 34,7 ± 0,4 192 455,4 ± 0,7 21,0 ± 0,2 20 513,3 ± 0,5 32,6 ± 0,4 20 511,3 ± 0,5 31,6 ± 0,4 20 510,5 ± 0,3 29,4 ± 0,6 240 453,2 ± 0,5 20,0 ± 1,1 24 476,6 ± 0,6 27,0 ± 0,1 24 477,4 ± 0,3 27,0 ± 0,3 24 473,4 ± 0,4 25,3 ± 0,2 288 447,2 ± 0,4 19,3 ± 0,5 28 471,9 ± 0,3 25,2 ± 0,4 28 470,4 ± 0,3 25,0 ± 0,4 336 440,4 ± 0,6 17,4 ± 0,4 384 438,5 ± 0,4 17,0 ± 0,3 432 430,4 ± 0,3 15,1 ± 0,5 480 426,4 ± 0,5 13,1 ± 0,3 528 421,1 ± 0,2 12,3 ± 0,4 Tabela 4E – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 10 e 13 do processo de secagem combinado no primeiro ano fenológico 2003/2004 Secagem combinada – Parcela 10 - Teste 1-2 Secagem combinada – Parcela 13 - Teste 1 Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Silo secador indireto indireto indireto No 2 (combustível lenha) (combustível lenha) (combustível lenha) Massa Massa Massa Massa Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade Tempo Umidade específica específica específica específica h % b.u. h % b.u. h % b.u. h % b.u. -3 -3 -3 -3 kg.m kg.m kg.m kg.m 0 571,2 ± 0,7 58,3 ± 0,7 0 570,9 ± 0,2 58,3 ± 0,7 0 578,4 ± 0,5 58,2 ± 0,3 0 474,5 ± 0,2 25,8 ± 0,4 236 4 565,3 ± 0,4 53,9 ± 0,4 4 568,5 ± 0,5 55,3 ± 0,4 4 566,3 ± 0,5 54,4 ± 0,4 48 468,0 ± 0,9 24,5 ± 1,1 8 558,5 ± 0,6 41,3 ± 0,4 8 562,5 ± 0,6 43,7 ± 0,4 8 560,4 ± 0,7 42,5 ± 0,2 96 462,3 ± 0,9 22,4 ± 0,7 12 549,8 ± 0,3 38,4 ± 0,5 12 554,6 ± 0,7 39,9 ± 0,8 12 551,6 ± 0,7 39,0 ± 0,9 144 457,4 ± 0,5 22,0 ± 0,2 16 532,4 ± 0,6 35,4 ± 0,4 16 536,5 ± 0,4 37,1 ± 0,4 16 532,2 ± 0,3 35,5 ± 0,3 192 455,4 ± 0,7 21,0 ± 0,2 20 510,1 ± 0,5 30,4 ± 0,2 20 516,5 ± 0,5 33,2 ± 0,7 20 511,2 ± 0,4 31,4 ± 0,6 240 453,2 ± 0,5 20,0 ± 1,1 24 474,2 ± 0,6 25,2 ± 0,4 24 484,3 ± 0,6 28,1 ± 1,1 24 477,7 ± 0,7 27,1 ± 0,4 288 447,2 ± 0,4 19,3 ± 0,5 28 477,4 ± 0,6 26,5 ± 0,8 28 471,1 ± 0,6 25,7 ± 0,1 336 440,4 ± 0,6 17,4 ± 0,4 32 471,2 ± 0,5 25,5 ± 0,3 384 438,5 ± 0,4 17,0 ± 0,3 432 430,4 ± 0,3 15,1 ± 0,5 480 426,4 ± 0,5 13,1 ± 0,3 528 421,1 ± 0,2 12,3 ± 0,4 APÊNDICE F Tabela 1F – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de secagem no terreiro de cimento ao sol no segundo ano fenológico 2004/2005 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. -3 kg.m 577,3 ± 0,3 58,2 ± 0,3 Tempo h 0 PARCELA 1 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h -3 kg.m 578,4 ± 0,4 58,0 ± 0,3 0 0 PARCELA 2 TESTE 1 Massa Umidade Tempo específica % b.u. h -3 kg.m 576,2 ± 0,5 57,7 ± 0,4 0 TESTE 2 Massa específica kg.m-3 578,3 ± 0,3 58,8 ± 0,4 48 539,3 ± 0,3 36,4 ± 0,2 48 538,2 ± 0,5 35,9 ± 0,4 48 537,4 ± 0,3 36,3 ± 0,2 48 538,4 ± 0,5 36,6 ± 0,5 96 508,5 ± 1,0 31,9 ± 0,6 96 507,7 ± 0,7 32,4 ± 0,5 96 508,3 ± 0,4 31,3 ± 0,6 96 511,3 ± 0,3 32,9 ± 0,4 144 483,4 ± 0,8 28,7 ± 0,3 144 485,3 ± 0,3 28,4 ± 0,3 144 484,8 ± 0,5 28,7 ± 0,5 144 486,4 ± 0,9 28,4 ± 0,3 192 467,2 ± 0,4 23,7 ± 0,5 192 469,4 ± 0,5 23,9 ± 0,4 192 469,2 ± 0,9 24,7 ± 0,6 192 466,4 ± 0,4 24,4 ± 0,4 240 456,8 ± 0,7 21,4 ± 0,4 240 457,1 ± 0,5 21,7 ± 0,3 240 458,9 ± 0,6 22,7 ± 0,7 240 458,7 ± 0,3 22,6 ± 0,3 288 443,4 ± 0,4 17,9 ± 0,8 288 445,2 ± 0,4 17,8 ± 0,5 288 447,7 ± 0,4 18,4 ± 0,3 288 449,2 ± 0,2 17,9 ± 0,3 336 432,4 ± 0,6 14,9 ± 0,5 336 431,5 ± 0,4 14,3 ± 0,2 336 434,4 ± 0,4 14,5 ± 0,6 336 433,2 ± 0,4 14,2 ± 0,1 384 418,9 ± 0,9 12,9 ± 0,2 384 415,3 ± 0,4 12,1 ± 0,3 384 420,3 ± 0,4 13,0 ± 0,2 384 415,9 ± 0,5 11,6 ± 0,3 392 414,8 ± 0,3 12,0 ± 0,3 392 416,1 ± 0,5 12,2 ± 0,3 Tempo h Umidade % b.u. 237 Tabela 2F – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de secagem no terreiro de cimento ao sol no segundo ano fenológico 2004/2005 PARCELA 3 PARCELA 4 Umidade % b.u. Tempo h 0 TESTE 1 Massa específica kg.m-3 581,1 ± 0,4 58,4 ± 0,3 0 TESTE 2 Massa Umidade específica % b.u. kg.m-3 579,0 ± 0,4 59,0 ± 0,3 Umidade % b.u. Tempo h 0 TESTE 1 Massa específica kg.m-3 577,5 ± 0,4 0 TESTE 2 Massa específica kg.m-3 575,0 ± 0,3 58,6 ± 0,3 58,2 ± 0,2 48 539,3 ± 0,2 36,4 ± 0,4 48 541,2 ± 0,5 37,3 ± 0,4 48 539,9 ± 0,4 36,7 ± 0,1 48 538,3 ± 0,5 37,4 ± 0,2 96 511,4 ± 0,4 31,3 ± 0,4 96 515,1 ± 0,3 31,8 ± 0,5 96 512,3 ± 0,5 31,4 ± 0,6 96 514,4 ± 0,8 32,1 ± 0,4 144 487,7 ± 0,2 27,4 ± 0,5 144 488,9 ± 0,4 28,4 ± 0,5 144 489,9 ± 0,4 28,7 ± 0,4 144 490,7 ± 0,3 26,7 ± 0,2 192 469,9 ± 0,4 23,6 ± 0,4 192 472,1 ± 0,4 23,9 ± 0,4 192 469,8 ± 0,6 24,4 ± 0,5 192 470,2 ± 0,6 21,7 ± 0,3 240 463,0 ± 0,5 21,4 ± 0,2 240 465,2 ± 0,5 22,3 ± 0,2 240 464,0 ± 0,7 21,9 ± 0,1 240 462,0 ± 0,9 21,0 ± 0,2 288 448,2 ± 0,4 17,9 ± 0,5 288 449,4 ± 0,3 17,8 ± 0,1 288 447,6 ± 0,4 17,6 ± 0,3 288 430,2 ± 0,1 14,7 ± 0,2 336 439,4 ± 0,6 14,8 ± 0,4 336 428,1 ± 0,6 13,2 ± 0,2 336 436,1 ± 0,4 13,8 ± 0,3 336 421,1 ± 0,5 11,9 ± 0,2 384 425,3 ± 0,4 13,4 ± 0,3 384 419,4 ± 0,2 12,1 ± 0,3 384 420,3 ± 0,3 11,3 ± 0,5 392 422,8 ± 0,6 13,1 ± 0,5 400 417,3 ± 0,4 12,3 ± 0,3 Tempo h Tempo h Umidade % b.u. 238 APÊNDICE G Tabela 1G – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da primeira parcela do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005 PARCELA 1 Tempo h 239 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 TESTE 1 Massa específica kg.m-3 579,8 ± 0,5 570,7 ± 0,4 565,4 ± 0,4 558,4 ± 0,3 539,6 ± 0,4 519,5 ± 0,6 483,4 ± 0,4 474,0 ± 0,3 459,4 ± 0,3 442,2 ± 0,3 435,5 ± 0,4 429,1 ± 0,3 427,2 ± 0,3 425,1 ± 0,5 Umidade % b.u. Tempo h 57,3 ± 0,2 53,6 ± 0,3 44,1 ± 0,8 39,5 ± 0,3 34,4 ± 0,2 33,1 ± 0,5 26,4 ± 0,5 23,7 ± 0,3 21,6 ± 0,3 16,0 ± 0,6 13,9 ± 0,4 13,0 ± 0,4 12,5 ± 0,2 12,1 ± 0,3 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 54 TESTE 2 Massa específica kg.m-3 576,9 ± 0,4 571,6 ± 0,5 564,5 ± 0,3 559,2 ± 0,3 539,5 ± 0,6 520,4 ± 0,3 489,1 ± 0,5 474,5 ± 0,2 458,5 ± 0,2 443,1 ± 0,5 436,9 ± 0,4 429,3 ± 0,4 428,2 ± 0,4 426,9 ± 0,5 424,4 ± 0,4 Umidade % b.u. Tempo h 56,9 ± 0,5 53,6 ± 0,3 44,4 ± 0,4 39,6 ± 0,2 34,8 ± 0,4 33,7 ± 0,3 27,2 ± 0,6 23,4 ± 0,4 21,9 ± 0,3 16,6 ± 0,4 14,4 ± 0,2 13,5 ± 0,3 12,8 ± 0,5 12,7 ± 0,3 12,1 ± 0,3 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 TESTE 3 Massa específica kg.m-3 577,8 ± 0,4 575,2 ± 0,3 565,4 ± 0,2 557,2 ± 0,2 536,8 ± 0,4 516,5 ± 1,0 487,4 ± 0,2 475,3 ± 0,4 455,5 ± 0,3 439,1 ± 0,3 435,4 ± 0,6 428,9 ± 0,3 426,2 ± 0,4 Umidade % b.u. Tempo h 57,5 ± 0,3 55,7 ± 0,3 44,1 ± 0,6 39,0 ± 0,3 33,6 ± 0,4 32,9 ± 0,3 26,5 ± 0,3 23,3 ± 0,4 21,3 ± 0,4 16,4 ± 0,3 14,2 ± 0,3 13,3 ± 0,3 12,2 ± 0,4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 54 TESTE 4 Massa específica kg.m-3 579,7 ± 0,3 577,5 ± 0,2 566,5 ± 0,2 560,3 ± 0,4 538,7 ± 0,4 521,4 ± 0,3 490,3 ± 0,4 477,3 ± 0,3 460,5 ± 0,4 445,4 ± 0,5 438,5 ± 0,4 430,4 ± 0,5 429,2 ± 0,4 428,0 ± 0,4 425,1 ± 0,4 Umidade % b.u. 56,9 ± 0,4 54,7 ± 0,5 44,9 ± 0,3 40,6 ± 0,3 34,8 ± 0,4 33,7 ± 0,4 27,3 ± 0,4 24,9 ± 0,6 22,5 ± 0,3 16,9 ± 0,5 14,5 ± 0,5 13,6 ± 0,3 12,9 ± 0,4 12,6 ± 0,4 11,4 ± 0,3 Tabela 2G – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da segunda parcela do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005 PARCELA 2 Tempo h 240 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 TESTE 1 Massa específica kg.m-3 578,7 ± 0,4 571,6 ± 0,5 568,4 ± 0,3 555,5 ± 0,4 537,6 ± 0,4 516,5 ± 0,5 480,8 ± 0,8 474,0 ± 0,3 459,4 ± 0,7 441,1 ± 0,3 434,4 ± 0,4 427,2 ± 0,2 426,9 ± 0,5 Umidade % b.u. Tempo h 58,8 ± 0,4 55,6 ± 0,5 44,1 ± 0,4 40,5 ± 0,3 35,2 ± 0,4 34,5 ± 0,4 28,1 ± 0,5 24,5 ± 0,4 21,8 ± 0,2 16,9 ± 0,5 14,4 ± 0,4 12,5 ± 0,3 12,1 ± 0,4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 TESTE 2 Massa específica kg.m-3 577,7 ± 0,3 569,9 ± 0,3 561,9 ± 0,5 554,5 ± 0,5 538,8 ± 0,5 514,7 ± 0,8 479,8 ± 1,3 474,3 ± 0,9 458,8 ± 0,6 442,0 ± 0,6 431,2 ± 0,2 428,4 ± 0,4 Umidade % b.u. Tempo h 56,4 ± 0,5 53,5 ± 0,3 43,5 ± 0,5 39,9 ± 0,4 34,4 ± 0,8 33,1 ± 1,1 27,5 ± 0,5 24,1 ± 0,3 21,7 ± 1,1 16,5 ± 0,4 13,1 ± 0,2 12,2 ± 0,2 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 TESTE 3 Massa específica kg.m-3 581,8 ± 0,4 571,7 ± 0,5 560,9 ± 0,4 555,4 ± 0,6 534,7 ± 0,4 514,6 ± 0,9 478,0 ± 0,5 475,2 ± 0,2 460,6 ± 0,5 444,3 ± 0,4 434,4 ± 0,9 430,3 ± 0,4 428,2 ± 0,4 Umidade % b.u. Tempo h 56,9 ± 0,9 53,2 ± 0,6 43,1 ± 1,2 39,9 ± 0,7 33,9 ± 0,3 32,0 ± 0,2 27,1 ± 0,9 23,8 ± 0,5 21,5 ± 0,4 16,5 ± 0,3 13,1 ± 0,5 12,7 ± 0,2 11,7 ± 0,4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 TESTE 4 Massa específica kg.m-3 584,0 ± 0,5 568,7 ± 0,2 561,3 ± 0,4 554,2 ± 0,4 538,7 ± 0,6 515,4 ± 0,2 480,4 ± 0,4 479,0 ± 0,3 459,5 ± 0,5 443,1 ± 0,6 435,4 ± 0,3 431,6 ± 0,5 428,2 ± 0,3 427,0 ± 0,4 Umidade % b.u. 56,6 ± 0,6 53,7 ± 0,4 43,0 ± 0,3 39,2 ± 1,2 34,9 ± 0,1 33,5 ± 0,3 27,5 ± 0,4 24,5 ± 0,2 21,2 ± 0,8 16,4 ± 0,5 14,2 ± 0,3 13,4 ± 0,5 12,8 ± 0,3 11,9 ± 0,4 Tabela 3G – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da terceira parcela do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005 PARCELA 3 Tempo h 241 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 TESTE 1 Massa específica kg.m-3 579,9 ± 0,5 570,6 ± 0,2 564,5 ± 0,3 555,9 ± 0,5 542,8 ± 0,6 519,3 ± 0,5 481,4 ± 0,5 475,2 ± 0,3 462,8 ± 0,8 449,9 ± 0,9 436,2 ± 0,6 430,9 ± 0,2 429,3 ± 0,5 423,8 ± 0,5 Umidade % b.u. Tempo h 56,2 ± 0,2 53,6 ± 0,4 44,1 ± 0,4 39,9 ± 0,3 34,9 ± 0,5 33,8 ± 0,4 27,7 ± 0,7 24,8 ± 1,2 22,3 ± 0,5 16,9 ± 0,5 14,3 ± 0,6 13,7 ± 0,2 12,9 ± 0,3 12,3 ± 0,4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 54 TESTE 2 Massa específica kg.m-3 573,9 ± 0,6 569,7 ± 0,3 561,4 ± 0,3 553,3 ± 0,3 539,8 ± 0,9 518,2 ± 0,2 478,4 ± 0,3 473,4 ± 0,2 459,6 ± 0,6 443,4 ± 0,5 439,4 ± 0,5 433,3 ± 0,4 428,9 ± 0,4 426,7 ± 0,5 424,5 ± 0,5 Umidade % b.u. Tempo h 56,6 ± 0,3 53,3 ± 0,3 43,7 ± 0,2 39,3 ± 0,2 34,9 ± 1,3 33,5 ± 0,5 27,0 ± 0,4 24,5 ± 0,2 21,8 ± 0,7 16,9 ± 0,4 14,3 ± 0,3 13,7 ± 0,3 12,9 ± 0,2 12,7 ± 0,3 12,1 ± 0,3 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 TESTE 3 Massa específica kg.m-3 581,3 ± 0,4 564,9 ± 0,2 560,0 ± 0,2 556,9 ± 0,3 541,2 ± 0,6 515,4 ± 0,4 482,7 ± 0,3 475,3 ± 0,3 457,6 ± 0,3 445,1 ± 0,3 438,7 ± 0,4 428,5 ± 0,5 426,8 ± 0,3 Umidade % b.u. Tempo h 56,9 ± 0,4 53,0 ± 0,4 43,2 ± 0,4 39,7 ± 0,3 34,0 ± 0,3 33,4 ± 0,3 27,3 ± 0,1 24,7 ± 0,4 22,7 ± 0,7 16,7 ± 0,4 14,7 ± 0,6 13,2 ± 0,3 12,5 ± 0,6 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 54 TESTE 4 Massa específica kg.m-3 583,6 ± 0,4 569,8 ± 0,3 563,0 ± 0,5 554,9 ± 0,9 538,9 ± 0,6 516,7 ± 0,7 479,8 ± 0,4 472,7 ± 0,3 460,2 ± 0,7 440,7 ± 0,5 432,4 ± 0,6 429,4 ± 0,2 428,2 ± 0,4 426,9 ± 0,3 420,1 ± 0,9 Umidade % b.u. 56,7 ± 0,5 53,9 ± 0,5 43,2 ± 0,6 39,3 ± 0,6 34,9 ± 0,4 33,7 ± 0,4 27,6 ± 0,3 24,9 ± 0,3 21,8 ± 1,1 16,7 ± 0,6 14,6 ± 0,3 13,6 ± 0,2 12,9 ± 0,3 12,7 ± 0,4 12,1 ± 0,3 Tabela 4G – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da quarta parcela do processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005 PARCELA 4 Tempo h 242 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 54 TESTE 1 Massa específica kg.m-3 574,6 ± 0,5 569,8 ± 0,2 564,5 ± 0,1 557,6 ± 0,6 538,4 ± 0,4 519,2 ± 0,2 480,3 ± 0,3 475,4 ± 0,3 459,7 ± 0,4 444,1 ± 0,5 438,5 ± 0,6 429,3 ± 0,6 426,9 ± 0,3 425,0 ± 0,6 420,9 ± 0,2 Umidade % b.u. Tempo h 56,8 ± 0,3 53,9 ± 0,3 43,7 ± 0,3 39,0 ± 0,6 35,7 ± 0,5 33,9 ± 0,3 27,9 ± 0,4 24,8 ± 0,3 21,6 ± 0,5 17,8 ± 0,3 15,2 ± 0,5 13,6 ± 0,2 13,7 ± 0,4 12,6 ± 0,2 11,8 ± 0,3 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 TESTE 2 Massa específica kg.m-3 572,9 ± 0,6 568,6 ± 0,3 561,3 ± 0,4 553,7 ± 0,6 540,1 ± 0,5 516,8 ± 0,5 476,8 ± 0,4 473,5 ± 0,6 456,6 ± 0,7 441,7 ± 0,5 435,0 ± 0,4 428,8 ± 0,3 425,2 ± 0,5 423,0 ± 0,4 Umidade % b.u. Tempo h 58,5 ± 0,3 53,6 ± 0,6 43,8 ± 0,5 39,9 ± 0,5 35,7 ± 0,4 33,7 ± 0,7 27,9 ± 0,5 24,9 ± 0,2 22,4 ± 0,6 16,9 ± 0,4 14,5 ± 0,2 13,4 ± 0,5 12,8 ± 0,4 12,3 ± 0,4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 54 TESTE 3 Massa específica kg.m-3 576,5 ± 0,4 569,0 ± 0,3 562,6 ± 0,4 554,4 ± 0,5 537,9 ± 0,7 516,6 ± 0,6 479,6 ± 0,5 472,2 ± 0,4 457,8 ± 0,5 442,3 ± 0,6 435,6 ± 0,7 428,5 ± 0,4 426,4 ± 0,6 426,1 ± 0,4 424,3 ± 0,6 Umidade % b.u. Tempo h 55,5 ± 0,3 53,6 ± 0,5 43,6 ± 0,6 39,8 ± 0,4 34,9 ± 0,5 33,5 ± 0,5 27,3 ± 0,5 24,6 ± 0,4 22,1 ± 0,5 17,0 ± 0,5 14,3 ± 0,5 13,3 ± 0,4 12,9 ± 0,6 12,7 ± 0,6 12,2 ± 0,5 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 TESTE 4 Massa específica kg.m-3 571,6 ± 0,3 567,5 ± 0,1 560,2 ± 0,9 552,0 ± 0,9 535,5 ± 0,3 514,2 ± 0,2 479,2 ± 0,8 472,8 ± 0,7 457,4 ± 0,5 440,5 ± 0,2 433,2 ± 0,3 428,1 ± 0,3 426,0 ± 0,2 Umidade % b.u. 56,3 ± 0,1 53,5 ± 0,2 43,9 ± 0,1 39,4 ± 0,8 34,5 ± 0,9 33,1 ± 0,9 27,0 ± 0,8 24,2 ± 0,6 21,7 ± 0,2 16,6 ± 0,4 14,4 ± 0,3 12,9 ± 0,3 12,5 ± 0,6 APÊNDICE H Tabela 1H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, da parcela 1 243 Tabela 2H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, da parcela 2 244 Tabela 3H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, da parcela 3 245 Tabela 4H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, da parcela 4 246 Tabela 5H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ, das parcelas 5-13 247 APÊNDICE I Tabela 1I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 1 248 Tabela 2I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 2 249 Tabela 3I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 3 250 Tabela 4I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 4 251 Tabela 5I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, das parcelas 5-13 252 APÊNDICE J Tabela 1J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1 Continua... 253 Tabela 1J – Cont. 254 Tabela 2J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2 Continua... 255 Tabela 2J – Cont. 256 Tabela 3J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3 Continua... 257 Tabela 3J – Cont. 258 Tabela 4J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4 Continua... 259 Tabela 4J – Cont. 260 Tabela 5J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13 Continua... 261 Tabela 5J – Cont. 262 Tabela 6J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 14 Continua... 263 Tabela 6J – Cont. 264 APÊNDICE K Tabela 1K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1 Continua... 265 Tabela 1K – Cont. 266 Tabela 2K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2 Continua... 267 Tabela 2K – Cont. 268 Tabela 3K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3 Continua... 269 Tabela 3K – Cont. 270 Tabela 4K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4 Continua... 271 Tabela 4K – Cont. 272 Tabela 5K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13 Continua... 273 Tabela 5K – Cont. 274 Tabela 6K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 14 Continua... 275 Tabela 6K – Cont. 276 APÊNDICE L Tabela 1L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1 277 Tabela 2L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2 278 Tabela 3L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3 279 Tabela 4L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4 280 Tabela 5L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13 281 APÊNDICE M Tabela 1M – Custos de processamento correspondentes aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1 282 Tabela 2M – Custos de processamento correspondentes aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2 283 Tabela 3M – Custos de processamento correspondentes aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3 284 Tabela 4M – Custos de processamento correspondentes aos dois processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4 285 Tabela 5M – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13 286