JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN AVALIAÇÕES ENERGÉTICA E

Transcrição

JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN AVALIAÇÕES ENERGÉTICA E
JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN
AVALIAÇÕES ENERGÉTICA E ECONÔMICA DE SISTEMAS
DE PRODUÇÃO DE CAFÉ DE MONTANHA
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de PósGraduação em Engenharia Agrícola,
para obtenção do título de Doctor
Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2007
Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e
Classificação da Biblioteca Central da UFV
T
F676a
2007
Fonseca Palacin, Juan José, 1962 Avaliações energética e econômica de sistemas de
produção de café de montanha / Juan José Fonseca
Palacin. – Viçosa, MG, 2007.
xxxii, 286p.: il. (algumas col.) ; 29cm.
Inclui apêndice.
Orientador: Adílio Flauzino de Lacerda Filho.
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Viçosa.
Referências bibliográficas: f. 192-203.
1. Agricultura e energia. 2. Café - Cultivo - Aspectos
econômicos. 3. Café - Secagem. 4. Café - Qualidade.
5. Café - Controle de produção. I. Universidade Federal
de Viçosa. II. Título.
CDD 22.ed. 631.371
2
JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN
AVALIAÇÕES ENERGÉTICA E ECONÔMICA DE SISTEMAS
DE PRODUÇÃO DE CAFÉ DE MONTANHA
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de PósGraduação em Engenharia Agrícola,
para obtenção do título de Doctor
Scientiae.
APROVADA: 16 de março de 2007.
Ao meu pai Juan Antonio, “in memoriam”, e à minha mãe Alicia.
Aos meus irmãos Margarita, Diego e Martha.
À minha sogra Flor Ângela.
Ao meu país, Colômbia.
OFEREÇO.
À minha esposa Dina Maria e à minha filha Maria José,
fonte de carinho, apoio e compreensão.
DEDICO.
ii
AGRADECIMENTO
À Universidade Federal de Viçosa e ao Departamento de Engenharia
Agrícola, pela oportunidade de realização do curso.
Ao Convênio PEC-PG, pela concessão da bolsa de estudos, através do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
Ao professor Adílio Flauzino de Lacerda Filho, pela orientação, amizade e
participação irrestrita na execução deste trabalho e, ainda, pelos valiosos
ensinamentos e pelo apoio constante.
Aos professores conselheiros Erly Cardoso Teixeira, Evandro de Castro Melo
e Paulo Roberto Cecon, pelas valiosas críticas e sugestões.
Aos professores Juarez de Sousa e Silva, Roberto Precci Lopes, Paulo Marcos
de Barros Monteiro, Aristides Ribeiro, Sérgio Zonier, Lêda Rita de Antonino,
Antonio Carlos Ribeiro, Laércio Zambolim e Alemar Braga Rena e aos Drs. Sérgio
Lopes Donzeles e Paulo César de Lima, da empresa EPAMIG, pelo apoio, pelas
contribuições e pelas sugestões.
Aos proprietários, administrador e funcionários da fazenda experimental
“Morro dos Padeiros”, Município de São Miguel do Anta, MG, pela autorização e
pelo contínuo apoio para a realização do experimento.
Aos professores do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV, pela
amizade e colaboração para a realização deste trabalho.
Aos proprietários da INCOFEX e da Corretora “3 Irmãos”, pela ajuda e
colaboração na execução deste trabalho.
iii
Aos meus colegas da Pós-Graduação Reginaldo, Samuel, Douglas, Edney,
Roberta, Cristiane, Consuelo, Maria Fernanda e Roberta, pelo companheirismo, pela
amizade, pelas idéias e pelo incentivo.
Aos funcionários do Departamento de Engenharia Agrícola da UFV
Geraldinho, José Raimundo, Carlos, José Eustáquio, Álvaro, Galinari, Marcos, Edna,
José Mauro, Maria José, Edson, Inhame, Sebastião e Catitu, pela amizade e contínua
colaboração para a execução desta pesquisa.
Aos meus grandes amigos Franklin, Williams, Cecília, Aline, Dartanha,
Everaldo, Ena, Omar, Elvira, Joesse, Alexander, Mônica, Beto, Rodrigo, Alba,
Catalunha, Anderson e Diogo, pela sincera amizade, pelo incentivo, pela contínua
ajuda e pelo apoio para atingir a minha meta.
Àqueles que, porventura, não tenham sido citados, mas que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
iv
BIOGRAFIA
JUAN JOSÉ FONSECA PALACIN, filho de Juan Antonio Fonseca Gamarra
e Alicia Palacin Alvarez, nasceu em Barranquilla, Estado do Atlântico, em
Colômbia, em 11 de dezembro de 1962.
Em 1983, iniciou o Curso de Engenharia de Alimentos na Universidade de
Bogotá “Jorge Tadeo Lozano”, em Bogotá D. C – Colômbia, graduando-se em
setembro de 1989.
Entre 1989 e 1992, trabalhou como pesquisador do Instituto Colombiano
Agropecuário ICA, em Sevilla – Magdalena (Colômbia), na área de Pós-Colheita de
Frutas do Programa de Frutais.
Entre 1992 e 1995, trabalhou no porto de Buenaventura – Colômbia, como
chefe do Departamento de Controle de Qualidade da Companhia Pesqueira
Colombiana – COPESCOL S. A., ocupando, posteriormente, o cargo de chefe do
Departamento de Produção.
De 1996 a janeiro de 2001, trabalhou como Gerente de Operações da
Empresa
GRANELES
S.
A.,
companhia
dedicada
ao
descarregamento,
armazenamento e manejo de grãos cereais e fertilizantes no porto de Buenaventura –
Colômbia.
Em abril de 2001, iniciou o Programa de Pós-Graduação, em nível de
Mestrado, em Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (UFV), na
área de Pré-Processamento e Armazenagem de Produtos Agrícolas, submetendo-se à
defesa da dissertação em março de 2003.
v
Em janeiro de 2003, ingressou como Professor Auxiliar no Departamento de
Tecnologia de Alimentos da UFV, ministrando as disciplinas “Tecnologia de
Cereais, Raízes e Tubérculos”, “Panificação, Massas e Derivados” e “Manejo de
Resíduos da Indústria de Alimentos”.
Em março de 2003, imgressou-se no Programa de Pós-Graduação, em nível
de Doutorado, em Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, na área
de Racionalização de Uso de Energia em Produtos Agrícolas, submetendo-se à
defesa da tese em março de 2007.
vi
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS ..................................................................................
LISTA DE FIGURAS...................................................................................
RESUMO .....................................................................................................
xiii
ABSTRACT .................................................................................................
xvi
1. INTRODUÇÃO........................................................................................
1
2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................
5
2.1. Balanço de energia .............................................................................
6
2.1.1. Balanço de radiação .....................................................................
8
2.1.2. Balanço de energia na secagem.....................................................
15
2.2. Tratos culturais...................................................................................
17
2.2.1. Adubação .....................................................................................
17
2.2.1.1. Amostragem do solo e de folhas .............................................
18
2.2.2. Calagem e gessagem.....................................................................
18
2.2.3. Controle de ervas daninhas ...........................................................
19
2.2.4. Replantio......................................................................................
20
2.2.5. Desbrota das plantas .....................................................................
20
2.2.6. Podas............................................................................................
20
2.3. Pragas/controle...................................................................................
20
2.3.1. Broca do café ...............................................................................
21
vii
Página
2.3.2. Bicho-mineiro ..............................................................................
21
2.3.3. Cigarras........................................................................................
22
2.4. Principais doenças e seus controles.....................................................
22
2.4.1. Ferrugem......................................................................................
22
2.4.2. Cercosporiose ou mancha de olho-pardo.......................................
23
2.5. Manutenção e limpeza........................................................................
23
2.6. Arruação ............................................................................................
23
2.7. Colheita..............................................................................................
24
2.7.1. Época de colheita..........................................................................
24
2.7.2. Derriça no pano, em peneiras ou recipientes apropriados ..............
25
2.7.3. Colheita a dedo (catação ou seletiva) ............................................
27
2.8. Varrição .............................................................................................
28
2.9. Processos de preparo do café e influência sobre a qualidade ...............
28
2.10. Lavagem/separação do café ..............................................................
28
2.10.1. Os lavadores/separadores............................................................
29
2.11. Despolpamento e descascamento......................................................
29
2.11.1. Processo de retirada da casca ......................................................
30
2.11.2. Despolpamento simplificado.......................................................
31
2.12. Degomagem ou Desmucilagem ........................................................
31
2.13. Tratamento das águas de lavagem e despolpamento..........................
32
2.14. Secagem...........................................................................................
33
2.15. Sistemas de secagem ........................................................................
35
2.15.1. Secagem em terreiros..................................................................
35
2.15.2. Secagem mecânica......................................................................
36
2.15.2.1. Tipos de secadores mecânicos...............................................
37
2.15.2.2. Terreiro secador....................................................................
37
2.15.2.3. Secagem à baixa temperatura ................................................
39
2.16. Armazenagem ..................................................................................
42
2.17. Balanço econômico ..........................................................................
43
2.17.1. Análise de investimento do capital..............................................
44
2.17.2. Custos ........................................................................................
45
2.17.2.1. Custos totais .........................................................................
45
viii
Página
2.17.2.2. Custos fixos totais (CFT) ......................................................
46
2.17.2.3. Custo operacional fixo ..........................................................
48
2.17.2.4. Custo de formação ................................................................
50
2.17.2.5. Custo de produção ................................................................
51
2.17.2.6. Custos de secagem................................................................
56
3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................
63
3.1. Local, clima e solo .............................................................................
63
3.2. Caracterização do experimento...........................................................
63
3.2.1. Caracterização do cultivar de café Catuaí-Vermelho.....................
64
3.3. Cronograma de atividades dos dois ciclos produtivos 2003/2004 e
2004/2005 ..........................................................................................
65
3.4. Cálculos das adubações realizadas do ciclo bianual produtivo
2003/2004 e 2004/2005......................................................................
71
3.5. Controle e monitoramento de pragas ..................................................
79
3.5.1. Broca do café ...............................................................................
80
3.5.2. Bicho-mineiro ..............................................................................
80
3.6. Controle e monitoramento de doenças ................................................
81
3.6.1. Ferrugem......................................................................................
81
3.6.2. Cercosporiose ou mancha de olho-pardo.......................................
81
3.7. Controle de ervas danhinas.................................................................
82
3.8. Colheita..............................................................................................
83
3.9. Manejo das águas residuárias .............................................................
85
3.10. Secagem...........................................................................................
89
3.10.1. Tempo ........................................................................................
92
3.10.2. Massa .........................................................................................
93
3.10.3. Amostragem ...............................................................................
94
3.10.4. Teor de água...............................................................................
94
3.10.5. Ar ambiente................................................................................
95
3.10.6. Temperatura do ar de secagem....................................................
95
3.10.7. Vazão de ar.................................................................................
98
3.10.8. Pressão estática...........................................................................
98
3.11. Classificação do café ........................................................................
99
ix
Página
3.11.1. Tipo............................................................................................
99
3.11.2. Bebida ........................................................................................
100
3.12. Tratamentos experimentais...............................................................
100
3.13. Avaliação da produção .....................................................................
101
3.13.1. Dados de produção, colheita e pós-colheita da cultura de café.....
101
3.14. Balanço de radiação e avaliação energética (MJ) ..............................
101
3.14.1. Equações para conversão em energia ..........................................
105
3.14.1.1. Para a produção de café ........................................................
105
3.15. Análise econômica ...........................................................................
107
3.15.1. Componentes do Custo Operacional e Procedimentos de Cálculo
107
3.15.2. Análise de investimento do capital..............................................
108
3.15.3. Análise de custo .........................................................................
108
3.15.3.1. Custo fixo total (CFT)...........................................................
108
3.15.3.2. Custo fixo médio (CFMe) .....................................................
109
3.15.3.3. Custo variável total (CVT)....................................................
109
3.15.3.4. Custo variável médio (CVMe) ..............................................
109
3.15.3.5. Custo total do sistema (C total) .............................................
109
3.15.3.6. Custo total médio (CTMe) ....................................................
110
3.15.3.7. Custo operacional total (CopT) .............................................
110
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................
111
4.1. Adubos empregados nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004
e 2004/2005 .......................................................................................
111
4.2. Insumos empregados nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004
e 2004/2005 .......................................................................................
119
4.3. Resultados das análises do adubo orgânico empregado nos dois anos
fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo ......
124
4.4. Produtividade das parcelas avaliadas durante os dois anos
fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo ......
124
4.5. Índices médios de energia dos insumos e poder calorífico das partes
da planta de café Catuaí-Vermelho.....................................................
x
125
Página
4.6. Caracterização
dos
equipamentos,
implementos
e
materiais
empregados nos anos fenológicos avaliados nas parcelas do cultivar
de café Catuaí-Vermelho....................................................................
129
4.7. Poder calorífico médio das partes constituintes do cafeeiro nos dois
anos fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo
produtivo ...........................................................................................
129
4.8. Balanço de radiação do cultivar de café Catuaí-Vermelho ......................
131
4.8.1. Radiação solar global....................................................................
131
4.8.2. Radiação solar refletida ................................................................
140
4.8.3. Balanço de radiação de ondas curtas .............................................
142
4.8.4. Balanço de radiação de ondas longas ............................................
142
4.8.5. Índice de área foliar (IAF) ............................................................
143
4.8.6. Estimativa do saldo de radiação....................................................
143
4.9. Balanço de energía do cultivar de café Catuaí-Vermelho ....................
145
4.10. Resultados dos testes realizados nos três sistemas de secagem
avaliados nos dois ciclos 2003/2004 e 2004/2005 .............................
152
4.11. Classificação do café ........................................................................
166
4.11.1. Tipo............................................................................................
166
4.11.2. Bebida ........................................................................................
167
4.12. Balanço economico do cultivar de café Catuaí-Vermelho .................
176
4.12.1. Métodos de análise .....................................................................
176
4.12.1.1. Valor Presente Líquido (VPL) ..............................................
176
4.12.1.2. Taxa Interna de Retorno (TIR) ..............................................
177
4.12.1.3. Tempo de retorno do capital (período de Payback) ...............
177
4.12.2. Resultados Determinísticos......................................................
186
4.12.3. Resultados Probabilísticos .......................................................
187
5. CONCLUSÕES ........................................................................................
188
6. SUGESTÕES............................................................................................
191
REFERÊNCIAS ...........................................................................................
192
APÊNDICES ................................................................................................
204
APÊNDICE A ..............................................................................................
205
APÊNDICE B...............................................................................................
217
xi
Página
APÊNDICE C...............................................................................................
229
APÊNDICE D ..............................................................................................
231
APÊNDICE E...............................................................................................
233
APÊNDICE F ...............................................................................................
237
APÊNDICE G ..............................................................................................
239
APÊNDICE H ..............................................................................................
243
APÊNDICE I ................................................................................................
246
APÊNDICE J................................................................................................
253
APÊNDICE K ..............................................................................................
265
APÊNDICE L...............................................................................................
277
APÊNDICE M..............................................................................................
282
xii
LISTA DE TABELAS
Página
1. Características do cultivar utilizado nas avaliações energética e
econômica...............................................................................................
64
2. Características dos sistemas de secagem utilizados experimentalmente
para as avaliações energética e econômica do sistema de produção .........
66
3. Cronograma agrícola do cafeeiro para o primeiro ciclo fenológico
2003/2004...............................................................................................
67
4. Cronograma agrícola do cafeeiro para o segundo ano fenológico
2004/2005...............................................................................................
69
5. Base de informação para a realização dos cálculos de adubação do ciclo
bianual produtivo avaliado ......................................................................
72
6. Classificação de tipos de solo..................................................................
74
7. Estimativa de Y de acordo com o valor de fósforo remanescente (P-rem)
74
8. Necessidades de gesso de acordo com a porcentagem de argila no solo ...
76
9. Cálculo de necessidades de adubação de fósforo em dose de P2O5 para
manutenção da lavoura, em função do teor de argila ou do valor de
fósforo remanescente (P-rem) .................................................................
76
10. Estimativa da quantidade a ser aplicada em dose de K2O de acordo com
a produtividade esperada e com a possibilidade de potássio no solo ........
77
xiii
Página
11. Cálculo de necessidades dos nutrientes considerados adequados, em
função dos teores de macronutrientes e micronutrientes reportados nas
análises foliares.......................................................................................
78
12. Recomendações e aplicações de calagem de acordo com os resultados da
análise de solos no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo ................................................................................................
111
13. Resumo de necessidades de calcário e gesso de acordo com os
resultados das análise de solos para o primeiro ano fenológico
2003/2004 do ciclo produtivo..................................................................
112
14. Valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as
análises de solo e foliares no primeiro ano fenológico 2003/2004 do
ciclo produtivo ........................................................................................
113
15. Resumo dos valores recomendados e aplicados de adubação de acordo
com as análises de solo e foliares no primeiro ano fenológico 2003/2004
do ciclo produtivo ...................................................................................
114
16. Formulações e relações dos adubos recomendados para o primeiro ano
fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo ................................................
115
17. Recomendações e aplicações de calagem de acordo com os resultados
das análises de solos no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo ................................................................................................
115
18. Resumo de necessidades de calcário e gesso aplicados de acordo com os
resultados das análises de solos no segundo ano fenológico 2004/2005
do ciclo produtivo ...................................................................................
115
19. Valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as
análises de solo e foliares no segundo ano fenológico 2004/2005 do
ciclo produtivo ........................................................................................
116
20. Resumo dos valores recomendados e aplicados de adubação de acordo
com as análises de solo e foliares no segundo ano fenológico 2004/2005
do ciclo produtivo ...................................................................................
117
21. Quantidades dos adubos químicos recomendados e aplicados durante o
segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ............................
118
22. Formulações e relações dos adubos recomendados e aplicados no
segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo ............................
119
23. Quantidades dos corretivos e fertilizantes recomendados e aplicados nas
parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do
ciclo produtivo ........................................................................................
120
xiv
Página
24. Quantidades dos fungicidas recomendados e aplicados nas parcelas
experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo ................................................................................................
121
25. Quantidades dos inseticidas recomendados e aplicados nas parcelas
experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo ................................................................................................
121
26. Quantidade de herbicida recomendado e aplicado nas parcelas
experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo ................................................................................................
122
27. Quantidades dos corretivos e fertilizantes recomendados e aplicados nas
parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do
ciclo produtivo ........................................................................................
122
28. Quantidades dos fungicidas recomendados e aplicados nas parcelas
experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo ................................................................................................
123
29. Quantidades dos inseticidas recomendados e aplicados nas parcelas
experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo ................................................................................................
123
30. Quantidade de herbicida recomendado e aplicado nas parcelas
experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo ................................................................................................
123
31. Resultados médios das análises de laboratório do adubo orgânico obtido
pela compostagem de resíduos do processamento do café, cama de
galinha obtida da palha de café do beneficiamento do café e capim
empregado no primeiro ano fenológico 2003/2004, em cada uma das
parcelas avaliadas...................................................................................
124
32. Resultados médios das análises de laboratório do adubo orgânico obtido
pela compostagem de resíduos do processamento do café, cama de
galinha obtida da palha de café do beneficiamento do café e capim
empregado no segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das
parcelas avaliadas...................................................................................
124
33. Dados de produtividade obtida nos anos fenológicos 2002/2003,
2003/2004 e 2004/2005 em cada uma das parcelas experimentais, nos
dois anos fenológicos avaliados...............................................................
125
34. Valores médios de energia embutida em fertilizantes, corretivos e
defensivos estimados por diferentes autores ............................................
126
xv
Página
35. Valores médios de energia embutida em adubo orgânico obtido pela
compostagem de resíduos do processamento (casca de café, mucilagem),
cama de galinha (palha de café) e capim empregado no primeiro ano
fenológico 2003/2004, em cada uma das parcelas avaliadas ....................
126
36. Valores médios de energia embutida em adubo orgânico obtido pela
compostagem de resíduos do processamento (casca de café, mucilagem),
cama de galinha (palha de café) e capim empregado no segundo ano
fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas ....................
127
37. Valores médios de energia embutida em defensivos (fungicidas,
inseticidas e herbicidas), estimada por diferentes autores.........................
127
38. Valores médios de energia embutida em mão-de-obra estimada por
diferentes autores para operações agrícolas .............................................
128
39. Valores médios de energia embutida em combustíveis estimada por
diferentes autores ....................................................................................
128
40. Valores médios de energia embutida em tratores, caminhões e máquinas
e implementos, estimada por diferentes autores .......................................
128
41. Características das máquinas, equipamentos, implementos e veículos
utilizados nos dois anos fenológicos avaliados e a energia utilizada para
a sua fabricação.......................................................................................
129
42. Poder calorífico médio das partes constituintes do cafeeiro das plantas
selecionadas durante os dois anos fenológicos 2003/2004 e 2004/2005,
em cada uma das parcelas avaliadas ........................................................
130
43. Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o
plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, CatuaíVermelho, durante os períodos comprendidos entre 01/09/2003 até
09/09/2003 e 01/11/2003 até 09/11/2003, em São Miguel doAnta, MG ..
132
44. Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o
plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, CatuaíVermelho, durante os períodos comprendidos entre 15/01/2004 até
23/01/2004 e 12/03/2004 até 20/03/2004, em São Miguel do Anta, MG .
133
45. Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o
plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, CatuaíVermelho, durante os períodos comprendidos entre 10/09/2004 até
18/09/2004 e 21/01/2005 até 29/01/2005, em São Miguel do Anta, MG .
134
xvi
Página
46. Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o
plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café arábica, CatuaíVermelho, durante o período comprendido entre 01/04/2005 até
09/04/2005, em São Miguel do Anta, MG ...............................................
135
47. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada...
146
48. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ, em cada parcela avaliada........
148
49. Quantidade de energia embutida nas plantas do cafeeiro durante o
primeiro ano fenológico 2003/2004 e % de energia aproveitada com
referência ao balanço geral de radiação em cada uma das parcelas
avaliadas .................................................................................................
150
50. Quantidade de energia embutida nas plantas do cafeeiro durante o
segundo ano fenológico 2004/2005 e % de energia aproveitada com
referência ao balanço geral de radiação em cada uma das parcelas
avaliadas .................................................................................................
151
51. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa
específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 1-4 avaliadas
para o processo de secagem ao sol, no terreiro de cimento, no primeiro
ano fenológico 2003/2004 .......................................................................
153
52. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa
específica e umidade dos grãos, dos dois testes das parcelas 1-4 para o
processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto
(combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004 ..................
154
53. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa
específica e umidade dos grãos, de dois testes das parcelas 1 - 4 para o
processo de secagem combinado (Silo 1), no primeiro ano fenológico
2003/2004...............................................................................................
155
54. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa
específica e umidade dos grãos, de dois testes das parcelas 5 e 9 para o
processo de secagem combinado (Silo 2), no primeiro ano fenológico
2003/2004...............................................................................................
156
55. Características do combustível utilizado na secagem de café ...................
158
56. Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa
específica e umidade dos grãos, dos dois testes das parcelas 1 - 4 para o
processo de secagem no terreiro de cimento, ao sol, no segundo ano
fenológico 2004/2005..............................................................................
159
xvii
Página
57. Resumo dos valores médios de tempo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos, dos testes das parcelas 1-2 avaliadas do processo de
secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha), no segundo ano fenológico 2004/2005........................................
161
58. Resumo dos valores médios de tempo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos, dos testes das parcelas 3-4 avaliadas do secagem
no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no
segundo ano fenológico 2004/2005 .........................................................
162
59. Características do combustível utilizado na secagem de café ...................
163
60. Resumo do consumo de energia correspondente aos três processos de
secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do
cafeeiro, em MJ, em cada parcela avaliada ..............................................
164
61. Resumo do consumo de energia correspondente aos três processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada .........................................
165
62. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras
analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas
avaliadas, considerando-se a secagem completa em terreiro cimentado,
com exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de
11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em pergaminho por um período de 45
dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno ...............................
168
63. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras
analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas
avaliadas, considerando-se a secagem completa no terreiro secador com
fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem exposição direta à
radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83,
armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com
sacos de fibra de polipropileno ................................................................
168
64. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras
analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro parcelas
avaliadas, considerando-se a secagem até a meia-seca (25-30%) no
terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem
exposição direta à radiação solar global, e secagem posterior em silo de
concreto até a secagem final (11-12%), armazenado em pergaminho por
um período de 45 dias, a granel, no mesmo silo.......................................
170
xviii
Página
65. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras
analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas
avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco completa em
terreiro cimentado, com exposição direta à radiação solar global até o
teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83 e armazenado em pergaminho por
um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno ...
173
66. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras
analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas
avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco completa no
terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem
exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51%
b.u. ± 0,83, armazenado em coco por um período de 45 dias, em galpão
com sacos de fibra de polipropileno ........................................................
174
67. Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras
analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas
avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco até a meia-seca
(25-30%), no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha), sem exposição direta à radiação solar global, e secagem posterior
em secador de fluxos cruzados até a secagem final (11-12%),
armazenado em coco por um período de 45 dias, em galpão com sacos
de fibra de polipropileno, a granel, no mesmo silo...................................
175
68. Resumo dos custos de produção da cultura de cafeeiro nos dois anos
fenológicos avaliados ..............................................................................
178
69. Série histórica de preços de café (R$/sc 60 kg)........................................
179
70. Produção esperada em sacas de café beneficiado (60 kg).........................
179
71. Distribuição da produção por qualidade, cotações e receitas adquiridas e
planejadas com as vendas de café............................................................
180
72. Distribuição das vendas de café pela produção por qualidade produzidas
e esperadas de acordo com a projeção da cultura do cafeeiro...................
181
73. Fluxos de caixa reais nos primeiros cinco anos fenológicos, de acordo
com as receitas e despesas.......................................................................
182
74. Índices de avaliação calculados de acordo com os fluxos de caixa
iniciais e projetados.................................................................................
186
1A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 1 ......................
205
2A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 2 ......................
207
xix
Página
3A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 3 ......................
209
4A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 4 ......................
211
5A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, das parcelas 5-13 ..............
213
6A. Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 14 ....................
215
1B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 1 ......................
217
2B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 2 ......................
219
3B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 3 ......................
221
4B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 4 ......................
223
5B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, das parcelas 5-13 ..............
225
6B. Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 14 ....................
227
1C. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de
secagem no terreiro de cimento ao sol no primeiro ano fenológico
2003/2004 ..............................................................................................
229
2C. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de
secagem no terreiro de cimento ao sol no primeiro ano fenológico
2003/2004 ..............................................................................................
230
1D. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de
secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004........................................
231
xx
Página
2D. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de
secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004........................................
232
1E. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de
secagem combinado (Silo 1) no primeiro ano fenológico 2003/2004.......
233
2E. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de
secagem combinado (Silo 1) no primeiro ano fenológico 2003/2004.......
234
3E. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 5 e 9 do processo de
secagem combinado (Silo 2) no primeiro ano fenológico 2003/2004.......
235
4E. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 10 e 13 do processo de
secagem combinado no primeiro ano fenológico 2003/2004 ...................
236
1F. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo de
secagem no terreiro de cimento ao sol no segundo ano fenológico
2004/2005...............................................................................................
237
2F. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo de
secagem no terreiro de cimento ao sol no segundo ano fenológico
2004/2005...............................................................................................
238
1G. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos quatro testes da primeira parcela do processo de
secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005.........................................
239
2G. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos quatro testes da segunda parcela do processo de
secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005.........................................
240
3G. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos quatro testes da terceira parcela do processo de
secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005.........................................
241
xxi
Página
4G. Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e
umidade dos grãos dos quatro testes da quarta parcela do processo de
secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005.........................................
242
1H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, da parcela 1 ...............................................................................
243
2H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, da parcela 2 ...............................................................................
244
3H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, da parcela 3 ...............................................................................
245
4H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, da parcela 4 ...............................................................................
246
5H. Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, das parcelas 5-13 .......................................................................
247
1I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, da parcela 1 ............................................................................
248
2I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, da parcela 2 ............................................................................
249
3I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, da parcela 3 ............................................................................
250
4I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, da parcela 4 ............................................................................
251
5I. Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, das parcelas 5-13 ....................................................................
252
1J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1............................
253
xxii
Página
2J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2............................
255
3J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3............................
257
4J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4............................
259
5J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13....................
261
6J. Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 14 ..........................
263
1K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1 ...........................
265
2K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2 ...........................
267
3K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3 ...........................
269
4K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4 ...........................
271
5K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13 ...................
273
6K. Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 14 .........................
275
1L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de
secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 1 ..................................................................
277
2L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de
secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 2 ..................................................................
278
3L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de
secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 3 ..................................................................
279
4L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de
secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 4 ..................................................................
280
xxiii
Página
5L. Custos de processamento correspondentes aos três processos de
secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do
cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13..........................................................
281
1M. Custos de processamento correspondentes aos dois processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 1 .................................................................
282
2M. Custos de processamento correspondentes aos dois processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 2 .................................................................
283
3M. Custos de processamento correspondentes aos dois processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 3 .................................................................
284
4M. Custos de processamento correspondentes aos dois processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 4 .................................................................
285
5M. Custos de processamento correspondentes aos três processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13 .........................................................
286
xxiv
LISTA DE FIGURAS
Página
1. Fazenda experimental, Município de São Miguel do Anta,MG................
64
2. Parcelas experimentais na lavoura de café ...............................................
65
3. Croqui das áreas de pré-processamento e processamento do cafeeiro e
dos resíduos ............................................................................................
84
4. Equipamentos lavador, despolpador e desmucilador mecânicos...............
84
5. Fluxo estabelecido no sistema proposto para o tratamento de águas
residuárias...............................................................................................
86
6. Vista lateral da fornalha a fogo indireto com lenha dos terreiros
secadores ................................................................................................
91
7. Equipamentos empregados nas análises físicas........................................
93
8. Croqui do monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar
nos terreiros secadores ............................................................................
96
9. Vista dos terreiros secadores sem incidência solar direta .........................
96
10. Vista do sistema de adquisição de dados empregado para o
monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar nos terreiros
secadores ................................................................................................
97
11. Croqui nos silos secadores e armazenadores do sistema para o
monitoramento do ar de secagem no “plenum” e no ducto central de
cada silo..................................................................................................
97
xxv
Página
12. Silos em concreto onde foi realizada a secagem complementar do 3o
tratamento...............................................................................................
98
13. Módulo montado para a determinação do balanço de radiação.................
102
14. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
01/09/2003 – 09/09/2003 ........................................................................
136
15. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
01/11/2003 – 09/11/2003 ........................................................................
137
16. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
15/01/2004 – 23/01/2004 ........................................................................
137
17. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
12/03/2004 – 20/03/2004 ........................................................................
138
18. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
10/09/2004 – 18/09/2004 ........................................................................
139
19. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
21/01/2005 – 29/01/2005 ........................................................................
139
20. Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
01/04/2005 – 09/04/2005 ........................................................................
140
xxvi
RESUMO
FONSECA PALACIN, Juan José, D. Sc., Universidade Federal de Viçosa, março de
2007. Avaliações energética e econômica de sistemas de produção de café de
montanha. Orientador: Adílio Flauzino de Lacerda Filho. Co-Orientador: Erly
Cardoso Teixeira, Evandro de Castro Melo e Paulo Roberto Cecon.
Para garantir altos níveis de qualidade ao café é necessário usar uma série de
procedimentos, como Boas Práticas Agrícolas (BPA), Boas Práticas de PréProcessamento e Boas Práticas de Processamento (BPP). As definições e aplicações
dessas práticas devem ser adotadas em toda a cadeia de produção do café, para
transformar o agronegócio em uma atividade eficiente e lucrativa. Além de um
estudo de viabilidades técnica, operacional e econômico para a implementação das
BPA e BPP, produtores e industriais devem estar atentos e organizados sobre a idéia
e vantagens da adoção de tal prática. Objetivou-se, com este trabalho, realizar o
balanço energético e a análise econômica para a produção de café de montanha em
uma fazenda, implementando as boas práticas em toda a cadeia de produção, no préprocessamento e processamento de café lavado, descascado, desmucilado
mecanicamente e secado em terreiro convencional de cimento, em comparação com
outros dois processos de secagem. Em um deles, a secagem foi realizada em um
terreiro secador, de leito fixo, em leiras, sem incidência direta de radiação solar e, no
outro, realizou-se a secagem combinada em terreiro secador de leito fixo, em leiras,
com distribuição de ar aquecido até a meia-seca (20 a 25% b.u.), completando-se a
xxvii
secagem em silo secador, com ar natural, até que os grãos atingissem o teor de água
entre 11 e 12% b.u. O experimento foi realizado em uma fazenda a 702 m de altitude,
localizada no Município de São Miguel de Anta, MG – Brasil. A variedade de café
utilizada foi "Catuaí” linhagem vermelha com idade inicial de 3,5 anos. Os frutos
foram colhidos pelo método da “derriça sobre o pano” em forma semi-seletiva. Os
resultados permitiram concluir que a radiação solar global foi o componente de fluxo
de radiação de maior magnitude, e a radiação fotossinteticamente ativa (RFA) foi o
componente de maior aporte no balanço de energia da cultura. Adotando
procedimentos que proporcionem a aplicação de boas práticas agrícolas, de préprocessamento e de processamento, é possível obter café com qualidade. Pelas
técnicas de secagem em terreiro secador de leito fixo, em leiras, com distribuição de
ar aquecido, sem incidência direta solar até o final (12% b.u.) e a secagem em
combinação com meia-seca (25% b.u.) em terreiro secador de leito fixo, em leiras,
sem incidência direta de radiação solar, com fornalha a fogo indireto e lenha como
combustível e a complementação da secagem em silos, utilizando ar na temperatura
ambiente, obteve-se melhor qualidade do café, e essas técnicas podem ser incluídas
dentro entre aquelas adotadas para as boas práticas nas operações de processamento,
garantindo alto padrão de qualidade. Os consumos médios de energia no primeiro
ano fenológico 2003/2004 e no segundo 2004/2005, avaliados da cultura do cafeeiro
de montanha na região da Zona da Mata mineira, foram de 23.035.733,80 MJ/ha e
24.918.830,18 MJ/ha, respectivamente. Já os consumos médios de energia do
processamento de secagem de café descascado e desmucilado das parcelas avaliadas
no primeiro ano fenológico 2003/2004 foram de 668,98 MJ/saca (terreiro
cimentado), 195,55 MJ/saca (terreiro secador até 12%) e 411,52 MJ/saca (secagem
combinada), enquanto no segundo ano fenológico 2004/2005 avaliado com relação
ao café em coco esses consumos foram de 1.201,50 MJ/saca (terreiro cimentado) e
de 352,95 MJ/saca (terreiro secador até 12%) de 60 kg de café beneficiado. Os custos
médios do processamento de secagem de café descascado e desmucilado das parcelas
avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 foram de R$6,42/saca (terreiro
cimentado), R$5,67/saca (terreiro secador até 12%) e R$5,68/saca (secagem
combinada), enquanto no segundo ano fenológico 2004/2005 avaliado quanto ao café
em coco esses custos foram de R$16,01/saca (terreiro cimentado) e de R$8,37/saca
(terreiro secador até 12%) de 60 kg de café beneficiado. O tempo de retorno do
capital (período de Payback) nesse projeto foi de 12 anos, ou seja, o tempo
xxviii
necessário para que os investimentos de capital próprio sejam integralmente
recuperados. O Valor Presente Líquido (VPL) calculado indicou que os ganhos do
projeto remuneram o investimento feito à taxa de 6% ao ano e ainda permitiram
acrescentar o valor da empresa. Por tudo isso, o projeto é viável, já que a avaliação
feita e projetada cobre o custo do capital investido e o investimento projetado.
Também, a Taxa Interna de Retorno (TIR) foi de 7,71%, indicando que o Valor
Presente Líquido (VPL) do projeto torna-se nulo à taxa de 7,71%, sendo superior à
taxa de desconto utilizada no projeto (6% ao ano). Portanto, o capital investido será
integralmente recuperado.
xxix
ABSTRACT
FONSECA PALACIN, Juan José, D. Sc., Universidade Federal de Viçosa, March of
2007. Energy and economic evaluations of systems of production of
mountain coffee. Adviser: Adílio Flauzino de Lacerda Filho. Co-Advisers: Erly
Cardoso Teixeira, Evandro de Castro Melo and Paulo Roberto Cecon.
To guarantee high levels of quality in the coffee it is necessary to use a series
of procedures, as, Good Practical Agriculturists (BPA), Good Practical of Daily payprocessing and Good Practical of Processamento (BPP). The definitions and
applications of these practical must be adopted in all the chain of coffee production,
to transform the agronegócio into an efficient and lucrative activity. Beyond a
feasibility study technician, operational and economic, for the implementation of
BPA and BPP, producers and industrials they must be intent and organized on the
idea and advantages of the adoption of such practical. It was objectified, with this
work, to carry through the energy rocking, and the economic analysis for the
production of mountain coffee in a farm, implementing good practical in all the chain
of production, the daily pay-processing and processing of coffee washed, peeled,
desmucilado mecanicamente and dried in conventional cement place of fetichism,
comparison with others two processes of drying. In the one of them drying it was
carried through in a drying place of fetichism, of fixed stream bed, in leiras, without
direct incidence of solar radiation e, in the other, became fullfilled it drying
combined in drying place of fetichism of fixed stream bed, in leiras, with warm air
xxx
distribution until stocking-dries (20 25% b.u.), completing it drying in drying silo,
with natural air, until the grains reached the water text between 11 and 12% b.u. The
experiment was carried through in a farm 702m of altitude, located in the city of Is
Miguel de Anta - MG - Brazil. The used variety of coffee was “Catuaí” red ancestry
with initial age of 3,5 years. The fruits had been harvested by the method of
“untwining on the cloth” in half-selective form. The results allow to conclude that,
global the solar radiation was the component of flow of radiation of bigger
magnitude, Radiação Fotossintéticamente Ativa (RFA) is the greater component
arrives in port in the rocking of energy of the culture. Adopting good procedures that
provide the application of practical agriculturists, daily pay-processing and
processing, it is possible to get coffee with quality and that the techniques of drying
in drying place of fetichism of fixed stream bed, in leiras, with warm air distribution,
without solar direct incidence until the end (12% b.u) and the drying in combination,
with stocking-it dries (25% b.u) in drying place of fetichism of fixed stream bed, in
leiras, without direct incidence of solar radiation, with furnace the indirect fire and
firewood as combustible and the complementation of the drying in silos, using air in
the ambient temperature, had gotten quality of the coffee more good and can be
enclosed inside of the good techniques adopted for practical in the operations of
processing guaranteeing the high standard of quality. The average consumptions of
energy in first fenológico year 2003/2004 and as fenológico year 2004/2005
evaluated of the culture of the mountain cofee tree in the region of the Zone of
mining Mata had been of 23.035.733, 80 MJ/ha and of 24.918.830, 18 MJ/ha
respectively. The average consumptions of energy of the processing of drying of
coffee peeled and desmucilado of the parcels evaluated in first 668,98 fenológico
year 2003/2004 had been of MJ/saca (cemented place of fetichism), 195,55 MJ/saca
(drying place of fetichism up to 12%) and 411,52 MJ/saca (agreed drying) and in as
fenológico year 2004/2005 evaluated for coffee in coco they had been of 1.201, 50
MJ/saca (352,95 cemented place of fetichism) and of MJ/saca (drying place of
fetichism up to 12%) of 60 kg of benefited coffee. The average costs of the
processing of drying of coffee peeled and desmucilado of the parcels evaluated in
first fenológico year 2003/2004 had been of 6,42/saca R$ (cemented place of
fetichism), 5,67/saca R$ (drying place of fetichism up to 12%) and 5,68/saca R$
(agreed drying) and in as fenológico year 2004/2005 evaluated for coffee in coco had
been of 16,01/saca R$ (cemented place of fetichism) and of 8,37/saca R$ (drying
xxxi
place of fetichism up to 12%) of 60 kg of benefited coffee. The time of return of the
capital (Period of Payback) in this project was of 12 years, that is, the necessary time
so that the investments of proper capital integrally are recouped. The Present Value I
eliminate (VPL) calculated indicated that the profits of the project remunerate the
done investment to the tax of 6% to the year and still they allow to add the value of
the company, for all this the project is viable, since the done and projected evaluation
has covered the cost of the invested capital and the projected investment. Also, the
Internal Tax of Retorno (TIR) was of 7,71%, indicating that Valor Presente Liquido
(VPL) of the project becomes null á 7,71% tax, being superior to the tax of
discounting used in project (6% to the year), therefore the invested capital integrally
will be recouped.
xxxii
1. INTRODUÇÃO
A cultura do cafeeiro ocupa papel de elevada importância na agricultura e na
economia brasileira. O café é importante commodity agrícola de exportação no
mundo, e, dentre os países produtores, o Brasil ocupa posição de destaque, sendo o
maior produtor e exportador mundial.
Segundo a OIC (2006), a produção mundial de café na safra 2006/07 está
estimada em cerca de 121 milhões de sacas, representando aumento de 13% sobre o
período anterior. A safra 2005/06 foi confirmada em 107,15 milhões de sacas. A
produção de café arábica foi de 69 milhões de sacas, enquanto a safra de café
robusta, de 38 milhões de sacas.
Conforme a OIC (2006), o café arábica representou 64,31% da produção
mundial em 2005/06, enquanto o robusta participou com 35,69% do total. O
porcentual de participação do café robusta saltou de 18,35% em 1965 para 35,69%
em 2005/06, crescimento acompanhado no período pelo aumento do diferencial de
preço dos cafés "Outros Suaves".
As mais recentes estimativas sobre o consumo mundial de café indicam que
em 2005 foram consumidas 117 milhões de sacas, das quais 31 milhões internamente
em países exportadores e 86 milhões em países importadores.
Segundo o MAPA (2006), a área ocupada pelo parque cafeeiro no Brasil é de
2.437.312 ha, sendo 219.646 ha em formação. A produção da safra 2005/06 foi de
32,9 milhões de sacas, sendo 9,12 milhões de café robusta e 23,8 milhões de café
arábica.
1
O café, contudo, é um produto bastante vulnerável às flutuações de preço no
mercado (CAIXETA, 2001; FNP, 2004). Nesse sentido, a produção de café de
qualidade superior e a diversificação da produção podem ser importantes estratégias
para manter o equilíbrio econômico da propriedade.
A produção do café brasileiro está concentrada em seis Estados: Minas
Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia e Paraná. O Estado de Minas
Gerais é líder, produzindo o 46,2% da produção total, seguido pelo Espírito Santo.
O rendimento médio do parque cafeeiro brasileiro na safra 2005/06 foi de
14,86 sacas/ha. Minas Gerais atingiu um rendimento médio de 14,6 sacas/ha,
considerado muito baixo quando comparado com outros países como Colômbia e
Costa Rica, com 20,2 e 21,3 sacas/ha, respectivamente.
Entre os maiores obstáculos à obtenção de maiores rendimentos no Estado de
Minas Gerais e em geral no Brasil, encontra-se a deficiência hídrica como um dos
fatores mais importantes, determinando, principalmente, oscilações no rendimento
entre locais num mesmo ano e entre anos num mesmo local. Dessa forma, o
conhecimento das necessidades hídricas ao longo do ciclo de desenvolvimento e dos
diferentes subperíodos da cultura é muito importante para uma agricultura racional,
tanto irrigada quanto não-irrigada. Entretanto, como medidas diretas de
evapotranspiração (consumo de água) normalmente não existem em todas as regiões,
como seria necessário, as estimativas tornam-se imprescindíveis, constituindo, na
maioria dos casos, a única alternativa.
Através do balanço de radiação e do balanço de energia das superfícies
vegetais, podem-se estimar as necessidades hídricas das culturas de maneira
eficiente, permitindo, também, um ajuste de outros métodos de estimação, com vistas
a uma melhor aproximação às condições reais. Alem disso, podem-se avaliar as
alterações de microclima da vegetação, em função dos estados de desenvolvimento
da cultura e das condições de solo e atmosfera. Essa técnica permite dimensionar as
trocas de massa e energia no sistema solo-planta-atmosfera, através do estudo da
partição do saldo de radiação nos diversos processos que ocorrem na cultura
(FONTANA, 1987).
Embora se reconheça a influência de fatores básicos de produtividade como o
clima, o solo e as variedades, a produção agrícola é, seguramente, dependente da
energia investida na cultura, a qual, notadamente, depende de diferentes fontes
2
energéticas, dentre elas os combustíveis, que, em sua maioria, dependem do petróleo
(SERRA et al., 1979).
Nesse contexto, apresenta-se um impasse: não é possível ignorar o enorme
potencial agrícola brasileiro, como também não é possível desconsiderar as
dificuldades envolvidas. Logo, se por um lado há um setor modernizado que tem
reagido rapidamente aos incentivos tecnológicos, por outro sabe-se que seu
crescimento se baseia num pacote intensivo de capital e energia, precisamente os
fatores que agora se tornam escassos.
A globalização da economia e a atual política de preços imposta aos produtos
agrícolas levaram os produtores a análises mais detalhadas do sistema. Em um
contexto de alto custo de energia e baixos preços dos produtos agrícolas, torna-se
indispensável considerar as relações entre consumo de energia e as qualidades
inerentes ao produto, antes e depois do processamento (LACERDA FILHO, 1998).
Os sistemas de produção, em geral, podem ser classificados como sistemas
termodinâmicos abertos. Os insumos são recursos naturais transformados pelas
operações de produção em produtos para uso humano. Do ponto de vista energético,
um sistema de produção agrícola pode ser interpretado como de conversão da energia
da radiação solar em energia de alimentos, com a intervenção de água e gás
carbônico e de produtos semi-elaborados, como os combustíveis, os fertilizantes, os
pesticidas, as sementes etc. Um dos insumos básicos é a tecnologia de produção que,
analogamente ao capital, resulta da acumulação de excedentes da produção sobre o
consumo e que se transfere de um a outro modo de produção no processo
denominado desenvolvimento tecnológico (FERREIRA, 1999).
Segundo Silva e Berbert (1999), todo o trabalho realizado em dada
propriedade agrícola demanda energia, desde o estabelecimento até a colheita das
espécies em exploração. O consumo de energia varia em função do nível de adoção
da tecnologia usada. O balanço final de energia pode ser negativo ou positivo. Se a
energia produzida for menor do que a energia consumida, o balanço energético será
negativo.
O balanço energético dos sistemas de produção resulta na subtração da
energia produzida (MJ/ha) pela energia consumida (MJ/ha), em cada cultura ou
sistema. Como energia produzida (ou receita energética (MJ/ha)), considera-se a
transformação do rendimento de grãos ou frutos, ou da matéria seca, em energia.
Como energia consumida ou energia cultural (MJ/ha), considerar-se á a soma dos
3
coeficientes energéticos relativos aos fertilizantes, às sementes, aos fungicidas, aos
herbicidas, aos inseticidas, à energia solar incidente durante o ciclo e às operações de
semeadura, de adubação, de aplicação de produtos e de colheita manual. Como
energia pós-colheita, considera-se a soma dos coeficientes energéticos gastos nas
operações de pré-processamento e processamento utilizadas em cada tratamento.
Na avaliação da viabilidade técnico-econômica de um investimento, utilizamse duas análises básicas: a análise do investimento e a análise de custo. A primeira
fundamenta-se na teoria de investimentos e a segunda, na teoria de custo de
produção. Na análise econômica do sistema da cultura, do pré-processamento e do
processamento de café, é importante empregar os dois procedimentos para se
obterem elementos para uma avaliação detalhada dos aspectos econômicos
(REZENDE, 1997).
Segundo Leite et al. (1996), a análise de investimento requer a elaboração do
fluxo de caixa do investimento, isto é, a previsão de todas as entradas (capital
investido e despesas de operação) e de todas as saídas (receitas do investimento), por
período de tempo ao longo de todo o horizonte do projeto (vida útil produtiva).
Existem trabalhos que dizem respeito à comparação dos custos de secagem,
avaliando diferentes tipos de secadores e combustíveis. No entanto, no Brasil são
escassos os estudos que avaliaram energética e economicamente o ciclo de produção
completo de culturas perenes e as etapas de colheita e de pós-colheita, devido à
complexidade do levantamento das informações.
Em virtude dessas informações, este trabalho teve como objetivos:
a) Determinar o consumo de energia para produção de Café de Montanha, avaliando
energeticamente a produção da lavoura, a colheita e a pós-colheita.
b) Determinar os custos da produção e da colheita e três diferentes processos de
secagem de café.
c) Estabelecer e adaptar metodologias para o tratamento e interpretação de
informações das avaliações energética e econômica de sistemas agrícolas.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
Os fatores que influem a produtividade e qualidade dos cafezais no Brasil
podem ser reunidos em três categorias principais: econômico-conjunturais,
climáticos e manejo da cultura (MATIELLO, 1991).
Conhecer o local de cultivo, escolher espécies e cultivares que melhor se
adaptam a esses locais, proporcionando maior uniformidade de maturação, menor
incidência de microrganismos antes e depois da colheita, bem como adubações e
tratos culturais adequados, representam o início do sucesso daqueles que estão
ingressando ou já se encontram na atividade cafeeira (PIMENTA, 2003).
O crescimento e o desenvolvimento do fruto de café ocorre em diferentes
estádios fisiológicos que dependem das características genotípicas e ambientais. São
citados na literatura cerca de um a cinco períodos de crescimento (SALAZARGUTIERREZ et al., 1994).
Os parâmetros macroclimáticos considerados favoráveis para a obtenção da
bebida fina podem ser altamente influenciados por efeitos oroclimáticos e
topoclimáticos que podem aumentar a umidade ambiente, afetando a composição
química da mucilagem do café, determinando um tipo de atividade e uma intensidade
característica do processo fermentativo (CAMARGO et al., 1992).
Movimentos crescentes visando reduzir o uso de insumos agrícolas e
implementação de sistemas de cultivos baseados em procedimentos biológicos
renovam o interesse de pesquisadores e agricultores em práticas agrícolas, com
adubação verde e rotação de culturas, que visem à recuperação e manutenção da
5
fertilidade de solos e à redução no consumo de energia (SARRANTONIO; SCOTT,
1988; OLIVEIRA, 1994).
Isso tem levado à necessidade de se obterem sistemas agrícolas mais
eficientes na utilização de recursos não-renováveis (combustíveis, fertilizantes,
fungicidas, herbicidas e inseticidas) (ZENTNER et al., 1989).
Na atualidade, no entanto, buscam-se sistemas de produção mistos (lavoura +
pecuária) mais eficientes energeticamente. A energia produzida tem que ser maior do
que a energia consumida (QUESADA; BEBER, 1990).
De acordo com Wilson e Brigstocke (1980), a obtenção da maioria de
produtos nas regiões de clima tropical pode ocorrer com menor consumo de energia,
em função da alta luminosidade (energia radiante). Embora o cafeeiro possa vegetar
em extensa área geográfica, a sua produção econômica está restrita a áreas onde
existam fatores ecológicos favoráveis e zoneamentos edafoclimáticos compatíveis
com a espécie a ser cultivada.
O ciclo bianual de produção do cafeeiro no Brasil é um importante fenômeno
que exerce influência sobre a produtividade e sobre a qualidade, em determinados
anos. Ele ocorre principalmente em função do cultivo das lavouras a pleno sol, que
condiciona altas produções num ano, com o conseqüente esgotamento da planta, que
não terá boa vegetação para voltar a produzir, na mesma intensidade, no ano seguinte
(MATIELLO, 1984).
O café é cultivado em locais cuja precipitação varia entre 750 mm
(7.500 m3/ha) e 3.000 mm (30.000 m3/ha). Precipitações relativamente baixas podem
ser compensadas, parcialmente, por menor evapotranspiração. O balanço entre esses
dois fatores permite indicar, ao longo do ano, as épocas em que ocorrem deficiências
e excedentes hídricos. Os resultados de balanços hídricos de várias regiões cafeeiras,
no mundo, indicam que, de fato, os cafés arábicas suportam bem e podem ser
beneficiados por deficit hídrico anual de até 150 mm, particularmente quando restrito
à fase quiescente de crescimento (CAMARGO, 1985).
2.1. Balanço de energia
Parikh e Syed (1988), analisando a economia de alguns países desenvolvidos,
verificaram que eles consumiram entre 17,0 e 20,0% da demanda total de energia,
6
em produção de alimentos, e 20,0 a 25,0% foi usado, diretamente, na fazenda e, o
restante, nas operações de pós-colheita.
A introdução da máquina a vapor, do motor de combustão interna e do motor
elétrico acentuou o uso da energia, em formas progressivamente sofisticadas, no
sentido de serem mais gerenciadas. Com o desenvolvimento de outros sistemas de
produção, como a indústria química, a agricultura passou a ser assistida também por
energia embutida nos fertilizantes, pesticidas e combustíveis, cuja produção foi
facilitada pela existência de outros recursos naturais, como os nitratos, os fosfatos
etc. Porém, todos os recursos naturais fora do ciclo da fotossíntese são esgotáveis em
prazos históricos, e, assim como a agricultura primitiva da Mesopotâmia, do Egito,
da China e de outras regiões essencialmente agrícolas, os países da Europa viram
decair o seu potencial de produção, requerendo quantidades cada vez maiores de
energia para manter a população crescente. É previsível que a mesma seqüência de
evolução venha a ser percorrida pela agricultura brasileira, na qual a demanda de
energia já está crescendo mais depressa do que na indústria (SERRA et al., 1979).
A profunda repercussão dos choques de preços do petróleo da década de
1970, na organização política e econômica da sociedade humana, aponta a
necessidade de refinamento dos métodos de análise energética, de forma a
possibilitar o melhor uso dos recursos naturais e a avaliação dos impactos ambientais
dos processos intensivos em energia (FERREIRA, 1999).
Embora se reconheça a influência de fatores básicos de produtividade como o
clima, o solo e variedades, a produção agrícola é, seguramente, dependente da
energia investida na cultura, a qual, notadamente, depende de certos “combustíveis”
que, em sua maioria, dependem do petróleo. Assim, tem-se um impasse, pois não se
pode ignorar o enorme potencial para o desenvolvimento agrícola num país como o
Brasil e também não se pode menosprezar as dificuldades envolvidas. Logo, se por
um lado há um setor modernizado que tem reagido rapidamente aos incentivos
tecnológicos, por outro é sabido que seu crescimento se baseia num pacote intensivo
de capital e energia, precisamente os fatores que agora se tornam escassos
(SARTORI; BASTA, 1999).
A determinação de um balanço de energia depende das entradas e saídas. Na
energia consumida no trabalho manual, existem certas controvérsias, por exemplo;
Serra et al. (1979), em sua pesquisa, divulgaram que, segundo o Institute for Energy
Analyses of Oak Ridge, a mesma não deve ser computada para fins de avaliação do
7
índice energético de determinado produto, pois o homem, quer esteja trabalhando ou
não, consome praticamente a mesma quantidade de energia na forma de alimento,
moradia, vestuário e outros.
Pimentel (1980), entretanto, adotou 485 kcal/h de energia consumida pelo
trabalho manual agrícola, e Bridges e Smith (1979) determinaram 544 kcal/h.
Goldemberg (1984) considerou que o consumo diário de energia (carvão,
madeira e carvão vegetal, derivados de petróleo e hidroeletricidade) por família com
renda mensal de no máximo dois salários mínimos corresponde a 18.000 kcal/dia,
enquanto Angeleli et al. (1981) determinaram como consumo de alimentação
2.200 cal/dia, que se aproximam de 313 kcal/h de trabalho.
O valor energético dos tratores, caminhões e implementos, segundo Doering
et al. (1977), é contabilizado através de seu peso multiplicado pelo valor energético
do material utilizado na sua fabricação acrescido de 20,5 Mcal/kgf para pneus e de
5% do total de energia para reparos e manutenção.
Segundo Loewer, citado por Bridges e Smith (1979), admite-se para o
combustível um valor de 42.694 kcal/galão, e incluem-se alternativas para motor,
graxa, manufatura e transporte até o campo.
Pimentel (1980) admitiu, para a gasolina, o valor de 10.109 kcal/l e para
diesel e óleo combustível, o valor de 11.414 kcal/l.
Segundo o Balanço Energético Nacional (2005), o poder calórico dos
combustíveis utilizados para gasolina é de 8.148 kcal/l e para o óleo diesel,
9.025 kcal/l. Pimentel e Hall (1984) utilizaram os valores de 64.910, 86.910 e 99.910
kcal/kg para fungicidas, inseticidas e herbicidas, respectivamente.
Sartori e Basta (1998) e Serra et al. (1979) adotaram os indicadores
energéticos derivados da economia americana, que são: para o nitrogênio (N),
13.875; para o fósforo (P2O5), 1.665; para o potássio (K2O), 1.110; e para o calcário,
40 kcal/kg.
Na adubação com cal, Pimentel et al. (1975) admitiram um valor de
315 kcal/kg.
2.1.1. Balanço de radiação
As trocas de radiação na superfície da terra são compostas dos fluxos de
radiação de ondas curtas (0,3 – 3,0 µm) e da radiação térmica ou de ondas longas
8
(maior que 3,0 µm). Os fluxos em direção à superfície compõem-se da radiação solar
incidente de ondas curtas (direta e difusa) e da radiação de ondas longas emitida pela
atmosfera para a superfície. Os fluxos que saem da superfície compõem-se da
radiação solar de ondas curtas refletida e da radiação de ondas longas emitida pela
superfície para a atmosfera (TANNER; LEMON, 1962).
O balanço de radiação é dado pela equação 2.1.
Rn = Rs(1 − a ) + (L ↓ − L ↑ )
2.1
em que:
Rn: saldo de radiação, MJ/m2;
Rs: radiação solar global, MJ/m2;
a: albedo;
L↓: radiação solar de ondas longas emitida pela atmosfera para a superfície,
MJ/m2; e
L↑: radiação solar de ondas longas emitida pela superfície para a atmosfera,
MJ/m2.
Por definição, o albedo é a razão Rr/Rs, sendo Rr a radiação refletida de
ondas curtas.
A radiação solar global é composta pela radiação direta e pela radiação
difusa. As magnitudes dessas radiações variam em função da latitude, da altitude, do
ângulo solar, da cobertura de nuvens e da turvação atmosférica (CHANG, 1968).
A porcentagem da radiação de ondas curtas incidente que é refletida para o
espaço é denominada albedo, que varia com a elevação solar, o grau de cobertura do
solo, o estado de umidade do solo e das plantas e pela quantidade e tipo de cobertura
de nuvens (MOORE, 1976).
Na maior parte das culturas, o albedo decresce rapidamente à medida que
aumenta a elevação solar. Os valores são máximos nas primeiras horas da manhã e
nas últimas horas da tarde; isso porque, para pequenas elevações solares, as
superfícies vegetais comportam-se como superfícies planas, captando pouca energia
e, portanto, aumentando sua refletividade. Nas horas em que a elevação solar é
maior, ocorre maior penetração da radiação solar no interior da comunidade vegetal,
devido a um coeficiente de retenção maior (ANDRÊ; VISWANADHAM, 1983).
9
Diversos autores atribuem esse fato à presença de orvalho sobre as folhas,
determinando um efeito de espelho.
Blad e Baker (1972) indicaram que as diferenças entre o albedo da manhã e
da tarde são o efeito do murchamento temporário das folhas e do aumento da
agitação das folhas pelo vento e não pelo efeito do orvalho.
O albedo é influenciado, também, pela quantidade de solo exposto. À medida
que o solo é coberto por vegetação, o albedo aumenta (PABLOS; IRAUNDEGUI,
1975).
Andrê e Viswanadham (1983) afirmaram que o solo apresenta valores
inferiores de albedo em relação à vegetação, devido ao fato de que este apresenta alta
absorção na banda espectral do infravermelho próximo e que existe relação inversa
entre o albedo e a altura da vegetação.
No que se refere à umidade, resultados de pesquisas demonstram que, em
geral, a relação é entre o albedo e o potencial da água no solo e não entre o albedo e a
quantidade d’água no solo. Quanto ao albedo no solo, essa relação não é única para
todos os tipos de solo, sendo, aparentemente, mais baixa para solos de textura fina
em relação aos de textura mais grosseira (GRASER; VAN BAVEL, 1982).
Os baixos valores de albedo quando o céu está encoberto por nuvens são
devidos, provavelmente, a um aumento da isotropia da radiação refletida como
resultado da eliminação da radiaçõa solar direta (BLAD; BAKER, 1972).
O último termo do balanço de radiação é o saldo de radiação de ondas longas.
A radiação térmica de ondas longas de um corpo surge a partir da energia cinética,
devido à movimentação vibratória e rotacional das moléculas e, portanto, é função da
sua temperatura. Na atmosfera, a emissão de radiação térmica é causada,
principalmente, pela agitação estimulada pela temperatura do vapor d’água, dióxido
de carbono e moléculas de ozônio presentes, assim como das gotas de água nas
nuvens. Na superfície (considerando-a como um corpo negro), a emissão da radiação
de ondas longas é função da temperatura absoluta da superfície elevada à quarta
potência (CHANG, 1968).
Segundo Cunha et el. (2000), na superfície da terra o saldo de radiação é
utilizado nos processos de evaporação e transpiração das plantas, nos processos de
aquecimento do ar, do solo e das plantas e no processo de fotossíntese. À noite, o
saldo de radiação é dado somente pelo saldo de radiação de ondas longas, que é
10
negativo. Devido a essa perda de radiação durante a noite, o saldo de radiação diurno
é maior do que o saldo de radiação das 24 horas.
Sendo o saldo de radiação um dado pouco disponível e como a determinação
de todos os componentes do balanço de radiação nem sempre é possível, diversos
autores têm estimado esse parâmetro, através de uma função com a radiação solar
global incidente.
Um parâmetro derivado do balanço de radiação, que tem sido utilizado, é o
coeficiente de aquecimento. Esse parâmetro representa o aumento na perda de
radiação de ondas longas por unidade de aumento do saldo de radiação, sendo este
propriedade da superfície. Outro parâmetro é o coeficiente de trocas de ondas longas.
Representa a mudança no saldo de radiação de ondas longas sobre a superfície por
unidade de mudança na radiação solar absorvida. Esse parâmetro é propriedade do
meio (ANDRÊ; VISWANADHAM, 1983).
Nobel (1991) afirmou que a radiação eletromagnética é essencialmente
energia em trânsito. Ela tem as seguintes propriedades: (a) se move em ondas, (b) no
vácuo, tem a velocidade da luz; e (c) é corpuscular, ou seja, está constituída de
partículas denominadas fóton ou “quantum”. É justamente o fóton (ou o “quantum”)
que carrega consigo a energia própria do comprimento de onda da radiação. E essa
energia de um único fóton de radiação de qualquer comprimento de onda pode ser
calculada pela equação de Planck.
A energia contida em um “quantun”, de acordo com a lei de Planck, é dada
pela equação 2.2.
E = h.v = h.
c
λ
2.2
em que:
E: energia contida em um “quantun” de radiação de freqüência v, ou de
cumprimento de onda igual a λ (J);
h: constante de Planck (6,6262 x 10-34 J.s);
v: freqüência de onda de radiação (Hz);
c: velocidade da luz (3 x 108 m.s-1); e
λ: comprimento de onda de radiação (m).
Existem, portanto, dois sistemas que podem ser empregados para quantificar
a radiação eletromagnética: (a) o sistema radiométrico, no qual o interesse é o de
fornecer a quantidade de energia que chega por unidade de área e por unidade de
11
tempo; e (b) o sistema fotométrico, no qual o interesse é o de fornecer a quantidade
de fótons que chegam por unidade de área e por unidade de tempo. A escolha de um
ou de outro sistema para expressar os valores de radiação depende somente da
natureza do trabalho a ser desenvolvido. Em geral, a radiação solar global e todos os
trabalhos de balanço de radiação e de energia (fluxo de calor latente, de calor
sensível e “momentum”) empregam o sistema radiométrico, porque o interesse é na
quantidade de energia disponível para os processos de aquecimento do ar e
evaporação da água. Já os trabalhos de ecofisiologia vegetal, em que se tem interesse
em avaliar a taxa fotossintética dos ecossistemas, o interesse particular é com a
radiação fotossinteticamente ativa (na região do visível, com comprimento de onda
variando de 400 nm ≤ λ ≤ 700 nm) e como dentro dessa faixa de radiação,
independentemente da energia que cada fóton tenha, ocorre a sua conversão em
energia química pela fotossíntese, o interesse muda e a idéia é saber, então, quantos
fótons estão chegando para serem empregados na fixação do CO2 e não na sua
energia (NOBEL, 1991).
Dentre as diversas expressões apresentadas na literatura para estimar a
irradiança solar global ao nível do solo, a de uso mais difundido é aquela proposta
em 1924 por Angstrom e, posteriormente, modificada por Prèscott.
Para esse cálculo, é empregada a equação 2.3.
Rg = Ro . (a + b . n/N)
2.3
em que:
Rg: irradiância solar global, MJ.m-2.dia-1;
Ro: irradiância solar no topo da atmosfera, MJ.m-2.dia-1;
a: coeficiente linear;
a: 0,29 .cos (φ);
b: coeficiente angular ;
b: 0,52;
n: número de horas em que houve efetivamente irradiância solar direta; e
N: duração do fotoperíodo, número de horas teóricas desde o nascer até o pôrdo-sol.
12
sendo:
N: 2 . H(º)/15(º/hora), quando são desprezados os efeitos de refração da
atmosfera;
N: 2 . [0,83º + H(º)]/15(º/hora), quando os efeitos de refração da atmosfera
são considerados; e
n/N: razão de insolação: se multiplicado por 100, representa o porcentual do
tempo, durante o dia nj, no qual houve irradiância solar direta (note que
[(N-n).100/N], ao contrário, representa o porcentual do dia em que o céu
esteve encoberto).
Para o cálculo da irradiancia solar no topo da atmosfera, é empregada a
equação 2.4.
Ro = 37,6 . (Dm/D)2 . [H . (π / 180º) . sen (φ) . sen (δ) + cos (φ) . cos (δ) . sen (H)]
2.4
em que:
φ: latitude do local considerado: ângulo formado entre a linha centro-daTerra-Observador e o plano do Equador Celeste; e
(Dm/D)2: coeficiente que representa a distância Terra-Sol, em determinado
dia.
Para calcular o coeficiente que representa a distância entre a Terra e o Sol, é
empregada a equação 2.5.
(Dm/D)2 = 1,000110 + 0,034221 . cos (X) + 0,001280 . sen (X) + 0,000719 . cos (2X) +
2.5
+ 0,000077 . sen (2X)
em que:
X: 360º . (nj – 1) / 365; e
nj: dia do ano correspondente à data desejada, dia juliano.
Para cálculos em que a precisão exigida não seja muito alta, a estimativa pode
ser reduzida e calculada pela equação 2.6.
(Dm/D)2 = 1,000110 + 0,034221 . cos (X)
13
2.6
em que:
δ: declinação solar: ângulo formado entre a linha Terra-Sol e o plano do
Equador Celeste.
Para calcular a declinação solar é empregada a equação 2.7, proposta por
Spencer (1971).
δ = 0,006918 – 0,399912 . cos (X) + 0,070257 . sen (X) – 0,006758 . cos (2X) +
+ 0,000907 . sen (2X) – 0,002697 . cos (3X) + 0,001480 . sen (3X)
2.7
em que:
X: mesmo valor que o utilizado para o cálculo de (Dm/D)2.
A declinação solar também pode ser estimada por uma equação 2.8, proposta
por Cooper (1969).
δ = 23,45º . sen [360º . (284 + nj) / 365]
2.8
em que:
H: ângulo horário do pôr-do-sol (rigorosamente, por assumir um valor
positivo) (graus e décimos).
O ângulo horário do pôr-do-sol pode ser calculado empregando-se a equação
2.9.
H = arccos [– tg (φ) . tg(δ) ]
2.9
em que:
φ: latitude do local considerado: ângulo formado entre a linha Centro-daTerra-Observador e o plano do Equador Celeste.
δ: declinação solar: ângulo formado entre a linha Terra-Sol e o plano do
Equador Celeste.
Para o cálculo da radiação fotossinteticamente ativa (RFA), é necessário levar
em consideração que as plantas crescem devido à energia radiante (luz), ao processo
14
da fotossíntese (faixa visível da radiação entre 0,4 – 0,7 µ.) e à capacidade de
intersecção da luz nas plantas.
Para a realização desse cálculo, pode ser empregada a equação 2.10.
Iz = Io exp(-K . IAF)
2.10
em que:
Iz: radiação ao nível de solo (MJ m-2 d-1);
Io: radiação acima do dossel (MJ m-2 d-1);
IAF: índice de área foliar; e
K: coeficiente de extinção.
Sendo:
Plantas enófilas,
K = 0,5 a 0,6;
Plantas mistas,
K = 0,7 a 0,8; e
Plantas planófilas, K = 0,8 a 0,9.
A maior K menor é a radiação que chega ao solo (> K < Iz) RFA = 50% Io.
A radiação interceptada pode ser estimada pela equação 2.11.
Ri = Io – Iz
2.11
em que:
Ri: Io – Io exp ( -K IAF); e
Ri: Io [1 – exp ( -K IAF)].
2.1.2. Balanço de energia na secagem
A secagem é o processo mais econômico para manutenção da qualidade de
grãos agrícolas, quando armazenados em ambiente natural. Esse processo consiste na
remoção de parte da água que os grãos apresentam depois do amadurecimento
fisiológico. O teor final de água desejado é aquele correspondente ao valor máximo
com o qual o produto pode ser armazenado durante períodos predeterminados, à
temperatura ambiente, sem que ocorram deteriorações e, ou, redução de qualidade
(TOLEDO; MARCOS FILHO, 1977).
15
O uso racional da energia na secagem de café e de outros produtos agrícolas
contribui, substancialmente, para a economia de combustível e, conseqüentemente,
para a redução do custo de secagem. A análise do consumo específico de energia
durante esse processo é importante para a escolha de um sistema de secagem (SILVA
et al., 1990).
Hall, citado por Lacerda Filho (1998), definiu três expressões para a
eficiência de energia nos processos de secagem, ou seja, eficiência de combustível,
eficiência térmica e eficiência de secagem. A eficiência de combustível é a razão
entre a energia utilizada na evaporação da água e a energia fornecida ao sistema. A
energia total corresponde à soma de energia para aquecer o ar, operar o secador,
resfriar e movimentar o produto, a partir de determinadas condições iniciais. A
eficiência térmica é a razão entre o calor utilizado na secagem e o calor fornecido,
relacionando-se apenas o processo térmico.
Russomano (1987) afirmou que a conservação de eletricidade é,
genericamente, conseguida apenas pelo controle do seu consumo. Entretanto, como
seu custo depende de outros fatores (fator de carga e fator de potência), é importante
adequá-los aos parâmetros de eficiência. Afirmou que a quantidade de potência
elétrica é um elemento fundamental ao controle de consumo. Porém, a simples
determinação de seu valor não seria suficiente, em face das variações no consumo
causadas pelas mudanças na produção ou na tipificação dos produtos.
Em condições climáticas semelhantes às de Viçosa (MG-Brasil), é técnica e
economicamente viável secar café cereja descascado ou despolpado com umidade
inicial de até 25% b.u. com ar à temperatura ambiente. A maior vantagem da
secagem com ar natural ou em baixa temperatura é que, além da economia
substancial de energia e do aumento no rendimento dos secadores, o produto final
apresenta coloração e umidade bastante uniformes, propiciando boa torração (SILVA
et al., 2000).
Donzeles (2002), com o objetivo de adaptar a tecnologia de secagem em
terreiro para café cereja lavado e café cereja descascado, projetou, construiu e
avaliou um sistema de secagem denominado terreiro híbrido por utilizar, em
condições específicas, a entalpia do ar natural e a complementação de energia por
meio de aquecimento direto do ar a partir da queima de carvão até que o produto
atingisse o teor de água entre 11 e 12% b.u. Para a avaliação da eficiência energética
de secagem dos sistemas, foi calculada a entalpia específica nos terreiros, a partir do
16
consumo de combustível na fornalha (carvão vegetal), do consumo de energia
elétrica dos motores do ventilador e da disponibilidade de energia solar.
Bakker-Arkema et al. (1978) propuseram uma metodologia para avaliação
do desempenho de secadores com base em um número reduzido de testes de campo,
sob determinadas condições padronizadas, acompanhados da simulação do processo
de secagem, com o objetivo de reduzir o tempo e o custo com os testes
experimentais. A avaliação da qualidade dos grãos secos complementam os testes de
campo.
Osório (1982) e Silva (1991) adaptaram a metodologia proposta por BakkerArkema et al. (1978)
para a avaliação do desempenho de secadores de café.
Tiveram, porém, dificuldades em fixar alguns parâmetros para a padronização dos
testes, principalmente os relacionados ao produto, como umidade inicial e
homogeneização de maturação.
Até recentemente, o consumo de energia e o rendimento de um secador eram
parâmetros a que se dava maior ênfase na escolha do sistema. Dessa forma, muitos
trabalhos foram feitos com os objetivos únicos de conservação e racionalização de
energia (CORDEIRO, 1982). Atualmente, além dessa preocupação, os danos
mecânicos do produto causados pelos secadores e métodos de secagem sobre a
qualidade do produto têm sido assunto de importância entre pesquisadores,
processadores e fabricantes de equipamentos.
2.2. Tratos culturais
Formado o cafezal, o cultivo implica operações importantes, como: adubação,
calagem, gessagem, controle de ervas daninhas, replantio e desbrota das plantas,
podas e controle de pragas e doenças.
2.2.1. Adubação
A recomendação de doses de fertilizantes depende basicamente da idade da
lavoura, das exigências do cafeeiro em função da carga pendente, do tipo e da
fertilidade do solo, avaliada por análise dos adubos a serem usados, da análise do
solo e das folhas do cafeeiro (ALVAREZ; RIBEIRO, 1999).
17
Os resultados de pesquisas, em condições de campo, são muito úteis para
orientar as recomendações do uso das adubações.
2.2.1.1. Amostragem do solo e de folhas
Segundo Guimarães et al. (1999), é recomendável obter amostras simples em
vários pontos de cada lote, na projeção da copa das plantas e outras no meio das ruas.
Recomendaram que as amostras sejam coletadas nas camadas de solo, considerandose as profundidades de 0-20 e 20-40 cm. A coleta das amostras de folhas deve ser
realizada em cada um dos lotes homogêneos em que está dividida a lavoura. Deve-se
ter uma amostra simples de vários pontos de cada lote, de quatro folhas por planta,
para um total de amostra composta de aproximadamente 100 folhas. As amostras
devem ser coletadas no terceiro e quarto pares de folhas, a partir do ápice dos ramos
produtivos, à altura mediana da planta. As amostras deverão ser colocadas em bolsa
de papel devidamente marcada com o número do lote em que foram coletadas e
protegidas com uma bolsa plástica e ser enviadas, preferivelmente, no mesmo dia da
coleta. Além da adubação química anteriormente acima referida, relativamente aos
macronutrientes como o nitrogênio, o fósforo e o potássio (NPK), deve-se atentar
para as deficiências de micronutrientes. Dessas carências, as mais comuns no
cafeeiro são as de zinco, de boro e de cobre (GUIMARÃES et al., 1999).
2.2.2. Calagem e gessagem
A calagem tem as funções de ajustar o índice hidrogeniônico do solo (pH do
solo), neutralizar o alumínio tóxico e fornecer ou elevar os teores de cálcio e
magnésio trocáveis para as plantas. Em lavouras já implatadas, a calagem deve ser
realizada com propósitos nutricionais e de recuperação localizada, de acordo com os
resultados da análise do solo antes do início e depois do novo ciclo e durante,
permitindo, dessa forma, garantir a absorção de nutrientes, por meio da adubação.
Aplicações feitas sem a devida incorporação poderão causar excesso de nutrientes na
superfície do solo, podendo ocasionar desequilíbrios, além de não garantir a
eficiência de absorção, pelas raízes, nas camadas inferiores do solo (ALVAREZ;
RIBEIRO, 1999).
18
O gesso corrige deficiências de cálcio e enxofre, melhora o ambiente
radicular, fornece o cálcio em maiores profundidades e é essencial ao crescimento
das raízes, que vão conferir às plantas maior tolerância durante os períodos de
deficiência hídrica. O gesso é uma fonte de cálcio e enxofre e contém em torno de
40% de umidade (base seca), além de flúor e pequeno teor de fósforo residual. Sua
aplicação é indicada com base na análise de solo da camada entre 20 e 40 cm, se for
constatado teor de Ca++ inferior a 4 mmolc/dm3 e, ou, saturação de alumínio acima
de 40%. O gesso deve ser distribuído sobre o terreno, não havendo necessidade de
incorporação profunda, já que o material é solúvel em água. As quantidades podem
ser dimensionadas de acordo com a textura do solo e sustituindo uma porção da cal
recomendada (GUIMARÃES et al., 1999).
2.2.3. Controle de ervas daninhas
O cafeeiro, como todas as plantas cultivadas economicamente, é
externamente sensível à competitividade de ervas daninhas quando estas ultrapassam
determinado desenvolvimento vegetativo. De modo geral, a eliminação das ervas
daninhas deve ser feita antes que elas iniciem o florescimento. Entretanto, uma vez
que cada uma delas tem um ciclo vegetativo específico, não deve ser somente esse o
fator indicado para a sua eliminação. O controle de ervas daninhas pode ser manual,
mecânico ou químico, sendo realizados para impedir a infestação das plantas
invasoras indesejáveis. O controle deverá ser realizado em épocas que proporcionem
a sua melhor efetividade. O controle manual é uma operação relativamente cara,
devido ao elevado custo da mão-de-obra. O controle mecânico, com roçadeiras, deve
ter boa supervisão, por proporcionar prejuízos, se for mal conduzido. Para o controle
químico, devem-se observar as características inerentes ao herbicida, se préemergente (aplicados no solo úmido) ou pós-emergente (aplicados sobre as folhas), a
quantidade de produto a ser aplicado e as condições climáticas, bem como evitar os
danos ao cafeeiro. As capinas devem ser pouco profundas, para não danificarem as
raízes dos cafeeiros, as quais estão concentradas na camada superficial do solo de até
30 cm (RENA; MAESTRI, 1985).
19
2.2.4. Replantio
O replantio consiste na substituição e na limpeza, nas covas, das plantas que
não sobreviveram.
2.2.5. Desbrota das plantas
A desbrota consiste em eliminar os ramos ou brotos laterais, denominados
ladrões, que saem do tronco, deixando apenas as hastes originais (RENA et al.,
1986).
2.2.6. Podas
Com limites de crescimento, os ramos do cafeeiro necessitam ser revigorados
para recompor a produção da lavoura. Ramos mais velhos, além de não mais
produzirem, competirão por nutrientes, como drenos. Podas adequadas favorecem a
distribuição de assimilados para os novos ramos do cafeeiro, proporcionando uma
melhor produção (RENA et al., 1986).
2.3. Pragas/controle
O grau da importância das pragas varia com as diferentes regiões cafeeiras do
país, sendo o bicho-mineiro, a broca e cochonilhas problemas destacados,
praticamente, em todas as regiões onde se cultiva o café. Os nematóides,
principalmente o M. incógnita, apresentam sérios problemas econômicos no Brasil,
nos Estados do Paraná e de São Paulo. O M. exigua ocorre nos Estados de São Paulo,
Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará. Ataques de
ácaro-vermelho e bicho-mineiro têm-se intensificado com a utilização de fungicidas
cúpricos para o controle da ferrugem do cafeeiro. Tem-se notado o aparecimento de
outras pragas atacando o café, como diversas espécies de lagartas, provavelmente
devido ao desequilíbrio biológico causado pela grande utilização de produtos
químicos. Sabe-se das muitas possibilidades e vantagens do controle biológico, mas
ainda não se dispõe de informações suficientes para a sua aplicação prática.
Entretanto, nas recomendações de controle químico são recomendados os cuidados
para a preservação, ao máximo, dos inimigos naturais (GUEDES, 1999).
20
O controle das pragas deve, desse modo, ser feito quando o seu nível
populacional atingir o nível de dano econômico, encaixando-se dentro do sistema de
"Manejo de Pragas". Nesse aspecto, é importante efetuar o controle com práticas
adequadas, sempre observando a ocorrência e o nível de infestação para dar início
aos tratamentos, evitando os desequilíbrios ecológicos e a contaminação ambiental.
As pragas e doenças podem ser controladas através de processos genéticos e
químicos e por meio de práticas culturais (FRAGOSO et al., 2002).
As folhas infestadas caem, e o café fica desfolhado. O controle deve ser feito
quando o nível de ataque estiver se elevando nas regiões mais secas, onde a praga é
mais danosa. Pode ser realizado usando produtos granulados sistêmicos ou em
pulverizações na folhagem. Também, deve-se preservar os inimigos naturais (vespas)
da praga (ALVES, 1996).
2.3.1. Broca do café
A broca do café (Stephanoderes hampei - Ferrari, 1867) infesta o fruto e
destrói o grão. No seu estado adulto, é um pequeno besouro de coloração escura, de
comprimento não superior a 1,7 mm. As fêmeas adultas penetram na coroa do fruto e
fazem galerias na polpa, ganhando o interior das sementes e depositando seus ovos,
dos quais nascem às larvas que irão se alimentar das sementes. Cada fêmea vive em
média 157 dias, pondo de 31 a 119 ovos. São atacados tanto os frutos verdes quanto
os maduros ou secos e, até mesmo, os "chumbinhos" (GUEDES, 1999).
Um lote de café infestado por broca terá sua massa reduzida e perderá pontos
na classificação por tipo. Além disso, os microrganismos que penetram na semente
broqueada alteram as características da bebida, piorando a sua qualidade. A medida
preventiva mais eficaz para o controle da broca é a boa colheita. A eliminação dos
frutos deixados no chão durante a entressafra diminui consideravelmente a
infestação. O controle químico é efetuado por meio de uma a duas pulverizações com
inseticida à base de endossulfa (MALLET, 1993).
2.3.2. Bicho-mineiro
O bicho-mineiro, Perileucoptera coffeella, apareceu no Brasil, em caráter
alarmante, em 1869, no Estado do Rio de Janeiro. Os adultos são pequenas
mariposas que medem de 5 a 6 mm de ponta a ponta das asas. O comprimento do
21
corpo mede somente 2 mm. As pequenas larvas branco-leitosas infestam as folhas,
fazendo galerias como em minas, daí o nome de mineiro (FRAGOSO et al., 2002).
2.3.3. Cigarras
As cigarras, Quesada gigas – Fidicina spp – Carineta spp – HomopteraCicadidae, têm suas ninfas que vivem no solo, sugando as raízes dos cafeeiros, o que
provoca um definhamento acentuado e pode culminar com a morte das plantas
infestadas. Provocam elevada queda na produtividade da lavoura. Reproduzem-se no
início do período chuvoso, mas sugam a seiva do cafeeiro durante o ano todo
(GOULD, 1998).
2.4. Principais doenças e seus controles
As principais doenças dos cafezais do Brasil são: cercosporiose, a fumagina, a
ferrugem, a mancha-anular, a mancha-aureolada, o phoma ou requeima e a
roseliniose (FIRMAN; WALLER, 1977).
2.4.1. Ferrugem
Das doenças do cafeeiro, a mais séria no Brasil tem sido a ferrugem.
Constatada no país em 1970, é causada pelo fungo Hemileia vastatrix, conhecida por
ferrugem-alaranjada do cafeeiro. Algumas espécies e variedades apresentam fatores
de resistência à doença. No início da infestação, as folhas apresentam-se com
pequenas manchas amarelas ou alaranjadas, com 1 a 2 mm de diâmetro, sendo visível
na parte inferior das folhas. Os esporos do fungo conferem um aspecto pulverulento
de coloração alaranjada e se situam nas manchas ou na sua periferia. A disseminação
da ferrugem é rápida e os esporos, chamados de uredósporos, disseminam-se pelo ar,
pela chuva e, mecanicamente, por insetos, pelo homem e por outros veículos
transmissores. O esporo, atingindo a parte inferior da folha, necessita de condições
favoráveis de temperatura e umidade para germinar e infectar a planta. Sabe-se que a
falta e o excesso de água são prejudiciais à germinação dos esporos. A ferrugem é,
sem dúvida, a mais grave doença do cafeeiro arábico no Brasil, onde os produtores
convivem com a doença, controlando-a por meio de fungicidas, usados via folha ou
22
via solo, sendo os mais importantes os cúpricos e os triazóis. Também já estão sendo
plantadas variedades resistentes ao fungo (VÁRZEA et al., 2002).
2.4.2. Cercosporiose ou mancha de olho-pardo
É uma enfermidade que ataca as folhas e frutos em desenvolvimento. Os
maiores prejuízos ocorrem em mudas e plantios novos, principalmente em regiões
com deficiência hídrica. Os sintomas da doença constituem-se de pequenas manchas
circulares, de coloração marrom-escura, tendo no centro uma lesão cinza-clara, com
anel arroxeado ou amarelado em volta, tendo a aparência de um halo. Aparecem no
início da formação dos frutos e permanece até o seu amadurecimento, ficando a
casca aderente à semente, causando o chochamento. As principais causas do
aparecimento da cercosporiose são a deficiência nutricional (por formação de mudas
em substratos pobres), excesso de insolação e queda de temperatura. No campo, os
plantios efetuados tardiamente, com falta de água e de nutrição adequada, favorecem
o desenvolvimento da doença (ABIC, 2004).
2.5. Manutenção e limpeza
As seguintes recomendações são consideradas essenciais para obter
excelentes padrões de qualidade, resultados financeiros e planejamento das
operações de pré-colheita, colheita e pós-colheita: controle da água, higienização e
reparos da estrutura física, máquinas e equipamentos utilizados, como tratores,
caminhões,
moegas,
lavadores,
descascadores,
desmuciladores,
sistema
de
tratamento das águas residuárias, terreiros, secadores, tulhas, armazéns e máquina de
benefíciamento, conservação das estradas de acesso à lavoura e provição do material
de colheita e secagem (MALAVOLTA, 2000).
2.6. Arruação
Consiste na limpeza da área de projeção horizontal da planta, evitando a
presença de ervas danhinas ou resíduos. Essa operação deve ser feita antes do
amadurecimento dos frutos.
23
2.7. Colheita
A colheita é uma operação importante, influenciando o custo de produção e a
qualidade do café. Essa operação envolve a utilização de cerca de 50% de toda a
mão-de-obra empregada anualmente na lavoura e representa 25 a 30% do custo
direto de produção. Em razão da época e do modo de sua execução, constitui a base
para obtenção de boa matéria-prima (frutos de café), a qual, recebendo o preparo
adequado, poderá influenciar a qualidade final do café (PIMENTA, 2003).
2.7.1. Época de colheita
Devido à grande dificuldade na determinação do ponto de início da colheita,
uma vez qua esta deve ser efetuada com uma porcentagem mínima de frutos verdes e
sem que grande quantidade de frutos secos tenha-se desprendido da planta, Chalfoun
e Carvalho (1997) referiram-se ao limite máximo de 5% de frutos verdes para seu
início, sob pena da ocorrência de prejuízo sobre a qualidade do café.
Sampaio e Azevedo (1989), analisando, na planta, a influência da mistura de
frutos secos com cerejas, verificaram a tendência de aumento no número de defeitos
com o aumento da porcentagem de frutos secos. Observaram que a qualidade da
bebida foi alterada a partir da adição de 10% desses frutos.
Por apresentar mais de uma floração, o cafeeiro produz, no mesmo ciclo
produtivo, frutos com diferentes fases de desenvolvimento. Assim, é importante
efetuar a colheita no momento em que a maioria desses frutos se encontrar no ponto
ideal de maturação.
Freire e Miguel (1985), ao trabalharem com cafés em vários estádios de
maturação, como verde-granado, verde-cana, cereja, passa e seco, demonstraram que
a máxima qualidade do fruto se dá no estádio cereja, fase ideal de colheita. O café
colhido precocemente, com grande porcentual de verde, provoca prejuízo no tipo e
na bebida, podendo também atingir um índice de 20% de perdas em relação ao
rendimento final, além de prejudicar o aspecto, a torração, o tipo e a bebida e causar
prejuízos por demorar mais tempo no processo de secagem que os frutos maduros
(cereja).
24
Quanto mais tempo o café permanecer na árvore ou no chão, maior será a
incidência de grãos ardidos e pretos, causando perda de massa seca e de qualidade
(VILELA, 1977).
Os frutos de café no estágio cereja (maduros) encontram-se na fase ideal de
colheita por terem atingido a maturação fisiológica, onde acumularam o máximo de
matéria seca. Nessa fase não estão fermentados, o que poderá ocorrer na pósmaturação, quando os frutos cereja evoluem para passas ou secos. Após o estágio de
cereja os frutos caem com maior facilidade, aumentando a parcela de cafés de chão
ou cafés de varrição (PIMIENTA; VILELA, 2001).
A época de maturação dos frutos de café depende da região (mais quente ou
fria), da variedade do café (mais precoce ou tardia), do sistema de plantio (aberto ou
adensado), da face de exposição do terreno (mais ou menos ensolarada) e da
condição de chuva (especialmente no início) e da florada no ano agrícola. Em função
desses fatores, a colheita pode ser realizada no período entre março/abril até
setembro e, em alguns casos, prolongando-se até novembro/dezembro. No período
compreendido entre os meses de junho a agosto se processa a maior parte da colheita
dos cafezais brasileiros (SILVA et al., 1995).
A colheita de café com qualidade pode ser feita empregando-se vários
métodos distintos: por derriça no pano ou cesto, semi-seletiva, seletiva ou a dedo e
semimecânizada ou mecânica. A escolha depende das seguintes condições: do clima
no inverno, se seco ou úmido, da disponibilidade de mão-de-obra e de equipamentos,
do tipo de solo (arenoso ou argiloso), do tipo e manejo da lavoura (idade, variedade,
espaçamento, altura das plantas etc.) e do processo de preparo pós-colheita a ser
adotado. É importante seguir as seguintes recomendações: colher e preparar
separadamente os cafés "de árvore" e os de chão ("cafés de varrição") e levar o café
derriçado, o mais rápido possível, para o processamento da lavagem. O café colhido
não deve permanecer amontoado na lavoura por mais de seis horas (BARTHOLO;
GUIMARÃES, 1997).
2.7.2. Derriça no pano, em peneiras ou recipientes apropriados
É o método mais utilizado nas regiões de inverno úmido e áreas com solo
argiloso, onde o café não deve entrar em contato com o chão.
25
O café é derriçado sobre panos ou plásticos (ráfia de plástico), colocados
sobre ambos os lados da área de projeção das plantas, de tal modo que os frutos
colhidos não entrem em contato direto com o solo e com os frutos caídos devido à
maturação precoce. O café colhido no pano facilita a abanação na lavoura, para a
separação de folhas e ramos, e simplifica o transporte e a lavagem, por não ter
misturas de terra, pedras, torrões e outras impurezas (SILVA et al., 1995).
Segundo Matiello (1991), o café colhido deve ser abanado imediatamente
depois de ser realizada a derriça, sendo em seguida levado para a lavagem, pois a
prática tem demostrado que, quanto maior for o tempo de contato dos grãos com o
chão ou sua permanência na árvore, maior é a incidência de grãos pretos,
considerados os piores defeitos do café. Respeitadas as capacidades de lavagem e
secagem do café, o sistema de colheita deve ser realizada no menor espaço de tempo
possível, evitando-se, assim, que esta coincida com as floradas do próximo ano
agrícola.
A colheita manual compreende três operações básicas: a derriça, a
rastelação/varrição e levantamento do café do pano e do chão e a abanação, que
representam em média, respectivamente, 50, 30 e 20% do trabalho. A derriça em
recipientes ou peneiras é pouco usada, sendo indicada para cafeeiros jovens, de
menor porte. A derriça em peneiras e recipientes é tradicional em cafeeiros de altura
baixa, como o café caturra na Colômbia e cafeeiros Conillon, já que os seus ramos
vergam com facilidade (FREIRE; MIGUEL, 1985).
A derriça é um processo de colheita usado na cafeicultura brasileira, em que a
maturação do café é mais igualada e, assim, os frutos podem ser retirados dos ramos
de uma só vez. Como o nome indica, a derriça é feita com a mão semifechada que
percorre o ramo da sua base para a ponta, arrancando todos os frutos, inclusive parte
das folhas presentes no ramo (ABIC, 2002).
Para minimizar possíveis prejuízos na qualidade do café em regiões e em
anos mais úmidos, devem-se adotar os seguintes cuidados: realizar um bom serviço
prévio de arruação, mantendo o chão bem limpo; juntar e recolher o "café de
varrição", antes da derriça do "café da árvore"; recolher, antes de três horas da
colheita, o café derriçado;
levar o café rápida e obrigatoriamente para o
lavador/separador e, daí, para o terreiro ou secador (VILELA, 1977).
Para evitar prejuízos sobre a planta, facilitar e acelerar o trabalho de derriça,
recomendam-se os seguintes cuidados: correr a mão derriçando só até onde houver
26
frutos, não continuando até a ponta do ramo, pois em sua parte terminal (verde),
correspondente ao crescimento do ano, encontra-se a folhagem, importante para a
florada e produção do ano seguinte; para evitar quebra de ramos produtivos, não
puxar ramos de um lado da planta para outro e usar escadas sempre que necessário;
usar panos limpos e desinfetados em dimensões adequadas que cubram com sobra
toda a projeção da copa e traspassá-los, sem deixar frestas, no tronco, evitando queda
de frutos no chão; aproveitar para derriçar nos períodos em que os frutos se soltam
com mais facilidade, sempre que haja umidade no solo, ou na planta, por orvalho (na
parte da manhã ou após as chuvas) ou, então, nas regiões propícias (cerrados), deixar
para derriçar com mais frutos secos. Na variedade Conillon, a derriça é mais difícil,
pois para que os frutos se desprendam é necessário maior força (MATIELLO, 1991).
2.7.3. Colheita a dedo (catação ou seletiva)
É um sistema pouco usado no Brasil, sendo predominante na cafeicultura no
resto do mundo, principalmente onde se utiliza o despolpamento, função da
maturação desigualada dos frutos, sendo o exemplo mais típico o que ocorre na
Colômbia e América Central, onde apenas os frutos maduros são colhidos a dedo e a
colheita completada em maior período (MELO et al., 1998).
A Região Nordeste brasileira (BA, CE, PE) apresenta, na maioria dos anos,
uma condição de maturação desigual e chuvas no período de colheita, sendo
tradicional a colheita "a dedo", ali comumente chamada de catação, feita em 2-3
passadas, colhendo os maduros. A passada final, por derriça, é também chamada de
"rapa", pois esta tira todos os frutos ainda remanescente na planta (maduros ou
verdes). A colheita a dedo, colhendo somente os frutos maduros, é usada nas regiões
onde a derriça é contra-indicada, e o preparo de cafés despolpados ou descascados é
quase uma conseqüência, pois agrega maior valor ao produto, amortizando,
parcialmente, o custo considerado “mais oneroso” desse tipo de colheita, além de
facilitar e minimizar o tempo da secagem. O custo da colheita a dedo é considerado
elevado, sendo maior a necessidade de mão-de-obra, já que o período de colheita é
maior, porém a qualidade do café colhido pode ser muito boa, dependendo do
preparo, já que os frutos são mais uniformes, sem grãos imperfeitos ou impurezas
(PIMENTA et al., 2000).
27
2.8. Varrição
Consiste na coleta dos cafés caídos no chão antes da colheita, pois estes
poderão conter frutos e grãos já deteriorados. Essa operação deverá ser realizada
imediatamente após a colheita. Esse café de varrição não deverá ser misturado ao
café derriçado, já que pode depreciar a bebida (SILVA; BERBERT, 1999).
2.9. Processos de preparo do café e influência sobre a qualidade
Na cafeicultura brasileira predomina, em mais de 70%, a preparação do café
por "via seca" e, nesse processo, a qualidade do produto dependerá das condições
climáticas da zona de produção e dos cuidados adotados na pré-colheita, colheita e
preparo dos cafés para evitar fermentações indesejáveis, que podem ser de natureza
lática, acética, butírica ou propiônica (MELLO, 1986).
No processo via úmida, que está sendo usado no Brasil e que leva à
preparação dos cafés despolpados, parte-se somente dos frutos maduros, seguindo a
rápida eliminação da casca e da mucilagem, fontes de fermentação e que retardam a
secagem, tornando-se mais fácil obter cafés de boa bebida, independentemente da
zona de produção. O preparo dos cafés chamados de "cerejas descascados" é uma
variável do processo "via úmida", em que a fração de frutos maduros entra num
equipamento semelhante ao despolpador, com o cilindro na vertical, que tira a casca
e o café em pergaminho não passa pelo processo de degomagem, indo direto para a
secagem. Assim, obtêm-se cafés com características de cor e corpo semelhantes ao
café de terreiro, porém com maiores possibilidades de obtenção de melhores padrões
de bebida, especialmente nas zonas climaticamente não propícias aos cafés de bebida
fina. Pode-se, ainda, acoplar um desmucilador vertical para facilitar o processo
seguinte, de secagem. O preparo "por via seca" não dispensa, totalmente, o uso de
água no processo, pois é indicado o emprego do lavador/separador, seguindo-se a
secagem, o armazenamento e o beneficiamento (SILVA et al., 1995).
2.10. Lavagem/separação do café
O café recebido da lavoura deve ser lavado/separado, visando eliminar
impurezas e separar os cafés mais leves (bóias ou secos) dos pesados (frutos cerejas e
verdes).
28
2.10.1. Os lavadores/separadores
Segundo Lacerda Filho (1986), os lavadores mecânicos são equipamentos
metálicos, possuindo bica separadora sobre um tanque metálico, tendo ainda uma
bica de jogo em sua parte frontal para separar impurezas grandes, um conjunto de
bomba para recircular (e economizar) a água e um dispositivo mecânico ou
hidráulico para a retirada contínua das impurezas pesadas (terra e pedras) do fundo
do tanque.
É importante destacar que, com a lavagem/separação, podem ser obtidos
cafés de melhor qualidade, livres de terra e pedras (com menor desgaste do
maquinário) e com maior facilidade na secagem, devido ao fato de as frações
separadas apresentarem frutos e, ou, grãos com teores de água mais uniformes.
A melhoria de qualidade é obtida:
a) Pelo preparo em separado da parcela de cafés cereja, que ainda não
sofreram a ação de fermentações.
b) Pela separação de grãos chochos, mal granados ou brocados (em grau
adiantado), reduzindo, assim, os grãos imperfeitos na parcela de cafés pesados.
c) Pela seca mais uniforme dos grãos.
2.11. Despolpamento e descascamento
O preparo de cafés através do processo de despolpamento convencional é
indicado para as regiões de inverno úmido, onde os cafés preparados pela via seca,
ou os cafés de terreiro, não resultam em boa qualidade ou quando a colheita é feita
em várias passadas, como no Nordeste, devido à desuniformidade de floradas. Nos
últimos anos, foi introduzido o processo de preparo de "cafés cereja descascados", de
forma mais simples que o despolpamento, não sendo efetuada a retirada da goma
(degomagem), portanto não exigindo tanques, equipamento e consumo de água
abundante. Nesse processo, além da possibilidade de melhoria de qualidade, há uma
grande redução no trabalho de secagem do café. A permanência da mucilagem
permite a manutenção da característica de corpo acentuado (MATIELLO, 1991).
O processo de descascamento apresenta outra vantagem, que é a separação
dos frutos verdes, cuja preparação adequada evita a formação dos defeitos pretoverdes. As regiões prioritárias para o preparo por despolpamento ou descascamento
29
são a Zona da Mata de Minas, áreas de arábica; no Espírito Santo, na Bahia, em
Pernambuco e no Ceará e algumas áreas no Paraná, devido ao fato de apresentarem
condições ambientais desfavoráveis à obtenção de bebidas suaves através do preparo
normal de terreiro (SILVA et al., 1984).
2.11.1. Processo de retirada da casca
O café deve ser despolpado ou descascado dentro de no máximo 6-8 horas
após a colheita. Os frutos maduros (cerejas), com pequena porcentagem de verdes,
assim colhidos ou, então, obtidos por separação nos lavadores, entram no
despolpador pela moega, juntamente com a água. Nos despolpadores que possuem
separadores de verdes, os frutos passam da moega para um cilindro janelado, tipo
gaiola, onde, por pressão, os verdes são separados e saem lateralmente. Os grãos
maduros seguem (alguns já bem amassados ou descascados) para o elemento
despolpador, constituído de um cilindro coberto por uma lâmina (camisa) de metal,
na forma de helicóide, que pressiona os frutos, por meio do seu movimento rotativo,
contra uma barra de borracha (ajustável), separando a polpa (casca mais parte da
mucilagem) de um lado e os grãos envolvidos pelo pergaminho do outro. Essa
separação aproveita a característica gelatinosa da polpa, que facilita o
desprendimento por pressão. Como a regulagem da distância entre o cilindro e as
borrachas é a mesma e os frutos apresentam tamanho variado, alguns deles,
principalmente os pequenos (coquinho) ou mocas, não são despolpados. Os grãos
despolpados passam, a seguir, para uma peneira cilíndrica que acaba de separá-los
dos restos de cascas e dos frutos que não foram despolpados, constituindo o
"farelão". O trabalho de despolpamento pode ser melhorado introduzindo o trieur
(peneirões) antes do despolpador, para separar os frutos por tamanho ou, então, se
forem usados, no mesmo ou em outros despolpadores colocados em série, cilindros
repassadores, com regulagem mais apertada, para repassar o farelão (MATIELLO,
1991).
Os modelos de despolpadores disponíveis no mercado brasileiro são do tipo
cilíndrico, com capacidades para 5 a 60 sacas por hora. Além do despolpador com
cilindros, existem os despolpadores a disco, com camisas de aço inoxidável. O
modelo de descascador de cerejas no mercado tem o cilindro que desprende a casca
dos frutos colocado na vertical. Ele trabalha com maior rendimento sem a
30
necessidade de regulagens freqüentes, como ocorre com o despolpador convencional,
cujo cilindro fica na horizontal, sendo difícil de ocorrer, nesse novo modelo, grãos de
café danificados pelos mamilos. Esse descascador é fabricado pela Pinhalense, com
capacidade variando de 700 a 5.000 L de café por hora (PIMENTA et al., 2000).
2.11.2. Despolpamento simplificado
O processo consiste em submeter o café maduro a pressão, dentro de um
cilindro janelado (com aberturas de 0,8 cm), tipo gaiola, contendo um rolo interno,
que pressiona os frutos contra a parede, por onde só passam os frutos prensados, com
suas sementes deslocadas e com parte deles com sementes soltas (despolpados). Usase, inicialmente, um equipamento manual e, depois, o próprio cilindro separador de
verdes, isolado do despolpador. Os grãos assim tratados são deixados, junto com as
cascas, em fermentação em tanques, por 24 horas. Após a lavagem, os cafés são
levados a secar normalmente. As provas de xícara realizadas deram boa bebida, com
resultados semelhantes aos do café despolpado, com bebida "dura" e "mole", em
comparação com a bebida "rio" dos mesmos cafés preparados em terreiro. Esse
processo simplificado pode ser usado por pequenos produtores, pois requer menores
investimentos em equipamentos, menos força motriz (motores menos potentes) e não
necessita de regulagens especiais, não havendo a possibilidade da ocorrência de
grãos danificados (pelos mamilos do despolpador). Além disso, separa os frutos
verdes (ABIC, 2002).
2.12. Degomagem ou Desmucilagem
No processo convencional, os grãos de café despolpados devem ter sua
mucilagem ou goma (mesocarpo do fruto) eliminada, o que é geralmente feito
através da fermentação em tanques de alvenaria, estreitos e compridos, e cuja
capacidade deve ser calculada com base na quantidade de café que vai ser processada
diariamente, considerada uma redução de volume de 30-40%, resultante da
eliminação da casca. A remoção da mucilagem (goma açucarada, rica em pectina,
muito higroscópica) pode ser feita por fermentação natural (bioquímica), por meios
mecânicos, por meios químicos ou pela combinação mecânico-química. A
degomagem natural é a mais usada, ocorrendo, principalmente, em função de
31
hidrólises que rompem a goma, por fermentações aceleradas causadas por leveduras
e bactérias, sendo a principal a fermentação lática (com aumento da acidez), podendo
ser, também, de natureza acética, butirica e pútrida. O tempo é variável de acordo
com o estágio de maturação dos frutos, com o volume da massa de café e com a
temperatura (altitude), sendo mais rápida quando efetuada sem água. A fermentação
se completa, normalmente, num período de 18-24 horas e, quanto mais demorada,
maiores serão a acidez do café e a perda de peso que ocorre na faixa de 1-5%, por
osmose de produtos solúveis do grão como os fenóis e di-terpenos (OIC, 2006).
A degomagem mecânica é feita em equipamentos especiais (desmuciladores),
que produzem o atrito dos grãos uns contra os outros e contra a parede do
equipamento, e pela injeção de água sob pressão. A retirada mecânica da mucilagem
não é perfeita, aparecendo, na torração, grãos com a película prateada escurecida, o
que indica ter havido caramelização de açúcares e, portanto, uma torração "não
característica" de despolpados. Para o caso da obtenção dos cafés "cerejadescascados", o equipamento mais usado atualmente, visando eliminar 80-90% da
goma, é o módulo DMV da Pinhalense. Um desmucilador vertical de fluxo
ascendente que usa baixa potência (7,5 CV) e pouca água, significando pouco líquido
poluidor, comum em unidades de grande produção de cafés despolpados. Nesse
equipamento, um helicóide movimenta o café em um cilindro com pequeno fluxo de
água (150 a 200 L/h). A capacidade da máquina é de 4.000 – 5.000 L de café em
pergaminho por hora. Assim, sem a goma, pode-se reduzir o tempo de pré-secagem,
para posteriormente realizar o processo de secagem escolhido (LACERDA FILHO,
1986).
2.13. Tratamento das águas de lavagem e despolpamento
As atividades de lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro, necessárias para a
redução do custo de secagem e da melhoria da qualidade de bebida, são geradoras de
grandes volumes de resíduos sólidos e líquidos, ricos em material orgânico e
inorgânico que, se dispostos no meio ambiente sem tratamento, podem causar
grandes problemas ambientais, como degradação ou destruição da flora e da fauna,
além de comprometer a qualidade da água e do solo (MATOS; LO MONACO,
2003).
32
O principal efeito da poluição orgânica em um corpo d’água receptor é a
diminuição da concentração de oxigênio dissolvido, uma vez que as bactérias
aeróbias utilizam esse oxigênio no meio para efetuar seus processos metabólicos,
tornando possível a degradação do material orgânico lançado no meio. O decréscimo
na concentração de oxigênio dissolvido na água pode ser fatal para peixes e outros
animais aquáticos, além de originar odores desagradáveis (FIA; MATOS, 2001).
De acordo com Campos et al. (1998), a Legislação Ambiental do Estado de
Minas Gerais (Deliberação Normativa COPAM no 10/86) estabelece que, para o
lançamento de águas residuárias em corpos hídricos, a Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO), que pode ser entendida como uma medida da quantidade de
material orgânico presente, seja de 60 mg L-1 ou que a eficiência do sistema de
tratamento das águas residuárias, para remoção da DBO, seja superior a 85%.
As soluções para esse problema são: realizar um estudo para definir, com
base no volume de café a processar, os tipos de tratamentos preliminar, primário e
secundário mais convenientes em cada instalação, com o intuito de proporcionar um
processo ao despejo de resíduos sólidos; e usar o volume de água correto na lavagem,
no despolpamento e na desmucilagem, bem como uma seqüência alternativa para o
tratamento das águas residuárias.
2.14. Secagem
A remoção de impurezas e a separação dos grãos por estádio de maturação
são procedimentos que, se adotados, irão contribuir para melhorar a qualidade final
do produto e, ainda, possibilitar uma secagem mais uniforme (DONZELES, 2002).
A seca excessiva provoca perda de peso do café, além de aumentar o
aparecimento de grãos quebrados durante o beneficiamento, representando maiores
gastos de mão-de-obra, de carvão, de lenha ou gás GLP e de energia elétrica. No
entanto, um café mal secado, ainda úmido, tem sua qualidade e seu valor
depreciados, devido ao seu mau aspecto (grãos manchados, esbranquiçados) e à sua
precária conservação (LACERDA FILHO, 1986).
A secagem do café é comparativamente mais difícil de ser executada do que a
de outros produtos, em virtude de o teor inicial de água ser elevado, geralmente em
torno de 60%. Com isso, a velocidade de deterioração em sua primeira fase de
33
secagem é maior, causando redução na qualidade do produto (GUIMARÃES et al.,
1998).
Os cafés colhidos por derriça contêm frutos em diferentes estágio da
maturação, com diferentes teores de água. Os frutos verdes têm 60 a 70% de
umidade (b.u.), os cereja 50 a 65% b.u., os passas 30 a 45% b.u. e os frutos secos 20
a 30% b.u. Essa desuniformidade da matéria-prima a ser secada dificulta o processo
e, por isso, deve ser precedida da separação no lavador/separador e, se possível, da
separação de verdes, obtida no processamento de cafés descascados, visando à
obtenção de cafés de cor e seca uniformes (SILVA; BERBERT, 1999).
Essencialmente, podem ser considerados dois métodos de secagem: natural e
artificial (HALL,1980; LASSERAN, 1979). A secagem natural é realizada pela ação
do sol e do vento e depende totalmente das condições atmosféricas (BOLDUC,
1978). Esse método de secagem é o mais difundido no Brasil e responde, segundo
Roa (1977), por mais de 70% da secagem dos diferentes produtos agrícolas no país.
A secagem natural é efetuada mediante três modalidades básicas:
•
O produto é deixado na própia planta para secar.
•
A planta é cortada e deixada no campo para secar.
•
O produto é colocado em terreiros ou bandejas com exposição direta à
radiação solar e é movimentado periodicamente.
A capacidade de secagem e, conseqüentemente, a qualidade final do produto
seco dependem completamente das condições climáticas.
A secagem artificial permite a rápida redução do teor de umidade dos grãos,
evitando-se, desse modo, as alterações características dos produtos úmidos (oxidação
dos glucídios, fermentações intracelulares e desenvolvimento de bactérias ou fungos,
geralmente acompanhados de aquecimento do grão). O produto seco pode ser
armazenado sob condições ambientais após resfriado (LASSERAN, 1979). A
secagem artificial baseia-se principalmente na passagem forcada de ar, à temperatura
ambiente ou aquecido, através do produto, para conseguir condições favoráveis e
incrementar a taxa e a capacidade de secagem (BOLDUC, 1978; HALL, 1980).
Rossi e Roa (1980) afirmaram que, entre os diversos métodos de preservação
da qualidade de produtos agrícolas, a secagem apresenta a vantagem de ser uma
operação simples e de baixo custo; entretanto, sabe-se que esse processo, se mal
conduzido, pode trazer sérios problemas ao produto.
34
2.15. Sistemas de secagem
A secagem é uma das operações mais importantes no preparo do café,
necessitando de atenção especial, uma vez que pode afetar a qualidade do produto.
No Brasil, conforme os aspectos tecnológicos envolvidos, utilizam-se
basicamente dois métodos para a secagem artificial de café: secagem em terreiro e
secagem em secadores mecânicos.
Devido ao alto teor de água no momento da colheita (60 a 70% b.u.), os
frutos do café apresentam condições favoráveis a alterações características em
decorrência da respiração, de oxidações, de fermentações intracelulares e de
desenvolvimento de fungos e bactérias. Assim, para se obter um café de boa
qualidade, minimizando os riscos de ocorrência de alterações indesejadas, faz-se uso
da secagem artificial (SILVA et al., 1995).
2.15.1. Secagem em terreiros
Consiste na passagem do produto pelo ar, por meio da contínua
movimentação (manual ou mecânica) dos frutos ou dos grãos, sobre a superfície do
terreiro, pela ação de um rodo. É o método mais utilizado pelos produtores em pelo
menos uma fase do processo de secagem. Entretanto, a baixa taxa de secagem e a
exposição do produto a agentes biológicos, juntamente com a possibilidade da
ocorrência de condições climáticas desfavoráveis, no momento da colheita, podem
favorecer o ataque de microrganismos, influenciando diretamente a sua qualidade
(MATIELLO, 1991).
A área do terreiro depende do volume da produção da propriedade, da
duração da colheita, do tempo médio necessário para a secagem e dos sistemas de
secagem usados, se somente em terreiros ou em combinação.
O cálculo da área pode ser feito com o auxílio da equação 2.13.
 Q.t 
S = 0,02.

 n 
em que:
S: área do terreiro, em m2;
Q: colheita média anual de café da roça, em litros;
t: tempo médio da seca na região, em dias; e
35
2.13
n: período de colheita, em dias.
O piso deve ter um declive de 0,5 a 1,5% no sentido da menor largura, para
facilitar o escoamento das águas de chuva, que são drenadas através de ralos
colocados em aberturas deixadas nas muretas ou no piso, tendo dimensões
aproximadas de 40 cm x 25 cm; as telas ou chapas de ferro dos ralos devem conter,
no máximo, furos com diâmetros de 3 mm, para evitar a passagem dos grãos. O
terreiro pode ser dividido em quadras, para facilitar a secagem de lotes separados
(SILVA; BERBERT, 1999).
O tempo médio para secagem completa em terreiro é de 15 dias nas condições
do Sul de Minas, Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro e de 15 a 20 dias na Zona da
Mata de Minas Gerais (BÁRTHOLO e GUIMARÃES, 1997).
A secagem artificial em terreiro, além de requerer tempo relativamente longo
para a realização do processo, apresenta outras desvantagens, como a utilização de
grandes áreas nobres para a construção dos terreiros, excessiva mão-de-obra e,
muitas vezes, exposição do produto a condições climáticas adversas, o que
favorecerá o desenvolvimento de fungos e o processo de fermentação, que depreciam
a qualidade do café (CAMPOS, 1998).
2.15.2. Secagem mecânica
Os secadores mecânicos são equipamentos nos quais o ar aquecido, ou à
tamperatura ambiente, é forçado a passar através da massa de frutos ou de grãos, com
ou sem intermitência no processso, até que o produto tenha um teor de água entre 11
e 12% b.u. Podem ser sistemas de leito fixo, quando o produto não é movimentado,
ou sistemas de lotes com a movimentação dos grãos ou dos frutos. Na secagem
mecânica, deve-se estar atento à temperatura e ao tempo de secagem. As
temperaturas mais elevadas tornam a operação mais rápida e, portanto, mais
econômica (GUIMARÃES et al., 1998). Porém, apesar de os prejuízos decorrentes
dessa prática não serem totalmente conhecidos, diversos autores recomendam valores
máximos de 60 °C para a temperatura do ar de secagem, com riscos de redução na
qualidade caso esses valores sejam ultrapassados.
A secagem artificial, em secadores mecânicos, apresenta as vantagens de
diminuir o tempo de secagem, viabilizar a seca em regiões úmidas e em períodos de
chuva; reduzir a interferência de condições climáticas sobre a qualidade dos cafés;
36
permitir a redução da área de terreiros; e diminuir o tempo de mão-de-obra. As
desvantagens são a necessidade de investimentos na aquisição dos equipamentos e o
gasto de energia, em comparação com a secagem em terreiro, ao sol, que é mais
lenta e sem gasto de energia elétrica (FREIRE; MIGUEL, 1985).
O café deve ser colocado no secador após uma pré-secagem no terreiro. Essa
pré-secagem, feita durante dois a três dias, o que vai depender das condições
climáticas, elimina rapidamente boa parte da umidade, que cai para teores entre 30 e
40% b.u., diminuindo o volume da massa e melhorando a fluidez do produto
(LACERDA FILHO, 1986).
2.15.2.1. Tipos de secadores mecânicos
Os secadores mecânicos são equipamentos compostos, basicamente, de uma
fonte de aquecimento para o ar, câmara de secagem, câmara de repouso e
dispositivos para movimentação do ar e do produto. A fonte complementar de
energia para o ar pode ser de fogo direto ou indireto, esta última para evitar que os
gases de combustão entrem em contato com os grãos de café. Nelas, o ar é aquecido
indiretamente por meio de trocadores de calor, que são os mais indicados, entretanto
são mais caros e gastam mais combustível. Nas fornalhas de fogo indireto, com
combudtível sólido, o problema da fumaça pode ser minimizado com o uso do
combustível seco, que permite uma combustão mais completa. As fornalhas podem
ser construídas de alvenaria ou podem ser metálicas, estas com revestimento interno
de tijolos refratários (SILVA et al., 1990).
A escolha de um secador depende: a) da capacidade e custo compatíveis; b)
da durabilidade (vida útil); c) da rapidez na carga e descarga; e d) do menor consumo
de energia por tonelada de água evaporada e, sempre, levando-se em conta a
qualidade do café que se deseja obter (PIMENTA, 2003).
2.15.2.2. Terreiro secador
O terreiro secador, ou "terreiro híbrido" (sistema de camada fixa), é um
terreiro convencional, pavimentado com concretado ou alvenaria, tendo a ele
adaptado um sistema de ventilação por meio de dutos. É equipado com um gerador
de calor, em que o ar é aquecido de forma direta ou indireta. Utiliza combustíveis
37
sólidos (carvão ou lenha) ou gasosos, GLP ou GN, para fornecer a energia
complementar ao ar de secagem. Nesse sistema, o produto é enleirado sobre os dutos
de distribuição de ar, sendo revolvido em intervalos regulares de 3 h. Esse sistema
reduz o tempo de secagem de 20 dias (tempo médio de secagem em terreiro
convencional na Zona da Mata mineira) para 2-4 dias, equivalendo a um terreiro
convencional de 600-700 m2. Já o terreiro secador possui uma área de 4,0 por
16,0 m, podendo ser subdividido em três ou quatro seções iguais. Essa tecnologia, já
disponível para o cafeicultor, foi aprovada por produtores de diversas regiões do
Brasil, caracterizando-se como mais uma alternativa para a secagem de café, onde é
possível aliar o baixo custo de implantação à qualidade final do produto, reduzindo,
expressivamente, o custo de produção dessa cultura (SILVA et al., 2001).
Diferentemente da maioria dos secadores mecânicos, o de camada fixa pode
dispensar a pré-secagem em terreiros quando as condições climáticas não forem
favoráveis e ser usado como pré-secadores em sistemas mais complexos. Sua
principal vantagem são o baixo custo e a possibilidade de construção na própria
fazenda, com a compra de apenas algumas componentes, como o motor, o ventilador
e as chapas ou telas (SILVA; LACERDA FILHO, 1984).
Na maioria dos casos, nos secadores de leito fixo o ar de secagem
movimenta-se da camada inferior para a camada superior da massa de grãos. A troca
de umidade entre o ar e o grão ocorre numa região denominada zona de secagem.
Durante a secagem, desenvolvem-se dois gradientes, um de umidade e outro de
temperatura, estabelecidos entre as citadas camadas inferior e superior (BROOKER
et al., 1974).
Lacerda Filho (1986) recomendaram o revolvimento periódico da massa de
grãos. Indicaram, para o café, intervalos de tempo regulares de revolvimento iguais a
180 min. Tal procedimento reduz, em níveis aceitáveis, os gradientes de umidade e
temperatura.
A temperatura do ar de secagem deve ser mantida entre 45-50 °C (para cafés
descascados). No início da secagem, a umidade alta dos grãos impede, com a
evaporação, o aumento rápido da temperatura da massa de café, mantendo-a mais
baixa do que a do ar quente. Quando o café vai secando (abaixo de 30% b.u.), as
temperaturas do ar e do café se aproximam, devido à dificuldade de migração da
água das partes internas para a superfície dos frutos ou dos grãos, tornando mais
lento o processo de transferência de massa. Ao final da secagem, se o café for
38
retirado quente, pode-se encerrar a seca quando os grãos contiverem 13 a 13,5% b.u.,
considerando-se que a massa de grãos continua secando e irá perder, posteriormente,
entre um e dois pontos porcentuais, reduzindo o teor de água para 11,5 a 12% b.u.,
ideal para o armazenamento dos cafés arábicas (LACERDA FILHO, 1986).
A operação de secagem pode ser feita até o final da seca ou por etapas,
intercalando-se períodos de exposição do café ao ar quente com outros de descanso,
quando a umidade do café é homogeneizada, o que torna mais uniforme a umidade
entre os grãos. Existem alguns tipos de secadores que possuem câmara de repouso,
proporcionando intermitência no processo, o que garante o descanso do café e uma
secagem uniforme (CARDOSO SOBRINHO et al., 2000).
2.15.2.3. Secagem à baixa temperatura
O processo de secagem à baixa temperatura é, normalmente, realizado em silo
com fundo perfurado, no qual o produto é secado e armazenado ao mesmo tempo. O
fluxo de ar mínimo recomendado e a espessura máxima da camada de grãos no silo
dependem da umidade inicial do produto e das condições do ambiente (BAKKERARKEMA et al., 1978).
A secagem artificial de grãos, com ar natural, é um processo de secagem
lento, havendo a possibilidade do desenvolvimento de fungos antes de o produto
atingir a umidade final desejada. Entretanto, quando bem conduzido, este sistema de
secagem permite a manutenção da qualidade do produto devido ao pequeno
incremento na temperatura do ar.
A equação 2.14 de Harkins-Jura, modificada por Afonso Junior (2001), levou
em consideração o efeito da temperatura no fenômeno de higroscopicidade do café,
que tem a seguinte forma:
12
 exp(a + b .T ) 
Ue = 

 c − ln(UR ) 
2.14
Com a finalidade de melhor representar o fenômeno de higroscopicidade do
café, uma série de análises foi desenvolvida por Afonso Junior (2001) para
determinar um modelo matemático mais adequado para predizer a propriedade
avaliada. Dessas análises, resultou a equação 2.15, que, para fins de identificação,
recebeu o nome de exponencial.
39
(
Ue = a + b ⋅ T + c ⋅ UR d
)−e
2.15
em que:
a, b, c, d, e: constantes que dependem do produto.
Para o ajuste do modelo matemático aos dados experimentais de umidade de
equilíbrio higroscópico, Afonso Junior (2001) realizou análise de regressão nãolinear, pelo método Quasi-Newton, utilizando o programa computacional
STATISTICA 5.0. Esse autor estimou os valores dos parâmetros do modelo, em
função das variáveis independentes temperatura e umidade relativa do ar.
O grau de ajuste do modelo de Harkins-Jura modificado por Afonso Junior
(2001) aos dados experimentais baseou-se na magnitude do coeficiente de
determinação ajustado, na magnitude do erro médio relativo e do erro médio
estimado e na verificação do comportamento da distribuição dos resíduos do modelo
estatístico e dos gráficos de correspondência entre os valores estimados e
observados.
Hukill, citado por Pinto et al. (1991), desenvolveu um modelo matemático
para representar o processo de secagem em camadas profundas. No modelo, a
umidade dos produtos em determinada posição da camada, após um tempo qualquer,
depois de iniciada a secagem, é obtido por meio da equação 2.16.
RU =
2D
2 D + 2Y − 1
2.16
em que:
RU: razão de umidade do produto, adimensional;
D: adimensional de profundidade, adm.; e
Y: adimensional de tempo, adm.
A razão de umidade é estimada pela equação 2.17.
RU = (U – Ue) / (Uo – Ue)
2.17
em que:
U: teor de umidade atual do produto, %;
Eu: teor de umidade de equilíbrio do produto com as condições do ar de
secagem, %; e
Uo: teor de umidade do produto no início da secagem, %.
40
Pela definição, observou-se que a razão de umidade varia de 0, quando o
produto atinge a umidade de equilíbrio, até 1, cujo teor de água é o inicial.
O adimensional de tempo pode ser estimado pela equação 2.18.
Y=
t
H
2.18
em que:
Y: adimensional de tempo, adm.;
H: tempo de meia-resposta, h; e
t: tempo após o início da secagem, h.
O tempo de meia-resposta é definido como o tempo necessário para que a
razão de umidade seja reduzida de 1 para 0,5, de 0,5 para 0,25, ... etc., considerandose as condições estabelecidas para a secagem.
Para o café, o tempo de meia-resposta pode ser estimado pela equação 2.19.
H = e (2, 413−0,016⋅U 0 +0,003⋅T −0, 001⋅U 0 ⋅T )
2.19
em que:
Uo: umidade inicial dos frutos de café descascado e demucilado, dec. b.s.;
T: temperatura do ar de secagem, oC.
A equação do tempo de meia-resposta pode ser obtida por meio das equações
empíricas de secagem em camada delgada. Essas equações geralmente são definidas
em função da temperatura, umidade relativa e do tempo, conforme a equação 2.20.
RU = f (T , UR, t )
2.20
em que:
RU: razão de umidade, adm.;
UR: umidade relativa, %;
T: temperatura do ar de secagem, °C; e
t: tempo após o início da secagem, h.
Por último, tem-se que o fator de profundidade (D) que contém uma
quantidade de matéria seca (MS) é determinado pelas equações 2.21 até 2.23, de
balanço de energia, fazendo o tempo t igual ao tempo de meia-resposta H, ou seja:
 60 ⋅ Q ⋅ c a ⋅ (T − Te ) ⋅ H 
MS = 

v ⋅ hv (U 0 − U e )


41
2.21
D=
MS
As ⋅ W
2.22
W =
P
1+U0
2.23
em que:
MS: massa de matéria seca, kg;
hv: calor latente de vaporização (kcal/kg de água);
Q: vazão do ar de secagem, m3. min-1;
ca: calor específico do ar de secagem, kJ kg-1 °C-1;
Ue: umidade de equilíbrio, dec. b.s.;
Te: temperatura de equilíbrio, °C;
As: área de secagem do silo, m2;
W: massa específica de matéria seca, kg m-3;
v: volume específico do ar, m3 kg-1; e
P: massa específica aparente do produto, kg m-3.
Dentre as alternativas disponíveis para a secagem na fazenda, aquela que usa
o ar natural ou levemente aquecido (baixa temperatura) em silos tem mostrado
grande potencial no sentido de manter a qualidade dos grãos em nível requerido pela
indústria de processamento e também de reduzir a energia utilizada para o
aquecimento do ar de secagem (SILVA et al., 2003).
2.16. Armazenagem
O café pode ser armazenado de duas formas: a) em coco ou pergaminho, logo
após a secagem e antes do beneficiamento, sendo, normalmente, depositado a granel,
nas tulhas ou em sacos de polipropileno; e b) como café beneficiado, usualmente
acondicionado em sacos de juta de 60 kg, empilhados nos armazéns.
Durante a fase de armazenagem, devem ser preservadas as qualidades do
café, apresentadas após a secagem. O objetivo da armazenagem é regular a oferta ao
mercado, possibilitando a venda de acordo com a conveniência do produtor. A
armazenagem do café em coco ou pergaminho tem, ainda, a finalidade de dar um
"descanso" (pelo menos durante um mês), para uniformizar a seca e a cor entre os
grãos oriundos de diferentes tipos de frutos, antes do beneficiamento (ABIC, 2004).
42
Segundo Juares et al. (2003), o silo secador armazenador apresenta algumas
características especiais, como: o piso deve ser construído com chapas metálicas
perfuradas, com tela de arame ou ripado, com no mínimo 20% de área livre ou
perfurada, para promover a distribuição uniforme do ar.
2.17. Balanço econômico
A análise econômica pode ratificar ou não o sucesso do cultivo no índice de
eficiência da terra. A análise econômica tem como objetivo auxiliar os agricultores
na tomada de decisão, sobretudo no que se refere ao que plantar e como plantar. A
cafeicultura é responsável por um dos mais importantes complexos agroindustriais
do Brasil, formado por diversos agentes como fornecedores de insumos, máquinas e
equipamentos, produtores primários, cooperativas, empresas de processamentos,
exportadores, empacotadores, assistência técnica, compradores internacionais e
consumidores interno e externo. As empresas produtoras de café têm a mesma
dinâmica dos demais setores do sistema econômico do país e, para serem
gerenciadas, é necessário um perfeito conhecimento do que ocorre dentro delas e do
ambiente em que estão inseridas (SAES; FARINA, 1999).
A economia cafeeira é uma atividade de elevada relevância socioeconômica
no desenvolvimento do Brasil. Foi o empreendimento agrícola pioneiro na formação
econômica das regiões mais dinâmicas do país, pois a industrialização do centro-sul
brasileiro foi assentada no alicerce de uma cafeicultura forte, competitiva
internacionalmente e geradora de riquezas, apoiando toda uma logística de prestação
de serviços como transporte, armazenamento, operação administrativa e distribuição.
O café foi e ainda é, em várias regiões produtoras, uma das atividades com maior
capacidade geradora de empregos e fixadora de mão-de-obra no campo (BACHA,
1998).
Segundo Saes e Farina (1999), o Brasil é um dos países que apresentam maior
vantagem comparativa na produção de café. Nos últimos 10 anos, a noção de
competitividade permeou boa parte da política econômica no mundo. Para um país
integrado à economia global, a competitividade internacional é necessária para evitar
a estagnação e o declínio econômico.
43
2.17.1. Análise de investimento do capital
Esta análise se baseia na teoria de investimentos, em que a rentabilidade é
analisada com base em diversas medidas calculadas a partir do fluxo de caixa do
investimento. Segundo Leite et al. (1996), a análise de investimento requer a
elaboração do fluxo de caixa do investimento, isto é, a previsão de todas as entradas,
do capital investido, das despesas de operação, de todas as saídas e das receitas do
investimento, por período de tempo ao longo de todo o horizonte do projeto, e vida
útil produtiva. Pela análise de investimento do capital, são calculadas quatro medidas
importantes, como:
a) Tempo de retorno do capital (TRC): utiliza-se a equação 2.24
TRC =
I
S
2.24
em que:
I: investimento inicial, R$; e
S: fluxo de caixa, R$.ano-1.
Os projetos são ordenados segundo o número de anos necessários para
recuperar os investimentos. Quanto menor o tempo de retorno do capital, melhor o
projeto.
b) Valor presente líquido (VPL, R$)
Corresponde à soma algébrica dos valores do fluxo de um projeto, atualizados
à taxa ou a taxas adequadas de desconto, dado pela equação 2.25.
VPL =
S1
S2
Sn
+
+ ⋅⋅⋅ +
−I
2
(1 + R ) (1 + R )
(1 + R )n
2.25
em que:
I: valor atual do investimento, R$;
Sn: saldo financeiro no ano t, em R$; e
R: taxa de juros do mercado.
c) Taxa interna de retorno (ρ, %) (TIR)
É a máxima taxa de juros que o investimento poderá suportar sem se tornar
inviável. Um projeto é viável e deve ser considerado como alternativa para a
execução se a sua taxa interna de retorno é igual ou superior ao custo de
oportunidade dos recursos para a sua implantação. Segundo Dantas (1996), é o
44
segundo critério mais utilizado para calcular a viabilidade de um investimento. Dado
o valor futuro, ela varia inversamente com o valor presente. À medida que o valor
presente decresce, a taxa interna de retorno aumenta, atingindo um máximo valor
quando o valor presente chega a zero. A taxa interna de retorno é dada pela equação
2.26.
S
S
S
1 +
2 + ⋅⋅⋅ +
n
-I =0
(1 + ρ ) (1 + ρ ) 2
(1 + ρ ) n
2.26
em que:
Sn: saldo financeiro no ano n;
I: investimento inicial, R$;
1,2, ... n: ano do horizonte de planejamento, anos; e
ρ: TIR.
d) Relação benefício-custo (RBC, adimensional)
Consiste na relação entre as receitas e as despesas. Quanto maior for essa
relação, melhor será considerada, pois mostra o retorno para cada unidade monetária
investida no projeto.
2.17.2. Custos
A determinação e a avaliação de custos são cercadas de muitas dificuldades,
além de apresentarem elevado grau de subjetividade, pois envolvem a avaliação
correta de bens produtivos e a avaliação da vida útil dos bens e preços dos insumos e
serviços, dentre outros. Além disso, estão amplamente relacionadas com a tecnologia
empregada. Outra fonte de variação nos cálculos dos custos diz respeito à finalidade
e à decisão que se precisa tomar. Dependendo da finalidade dos cálculos e da
situação da empresa, maior ou menor o número de itens são incluídos no cálculo
(VALE et al.,1999).
A avaliação econômica da produção de café está fundamentada na
operacionalização dos custos de produção e da receita da atividade.
2.17.2.1. Custos totais
Os custos totais constituem-se na soma dos custos fixos e variáveis.
45
Os custos fixos são aqueles correspondentes aos recursos que têm duração
superior ao curto prazo, daí sua renovação se dar no longo prazo, fazendo-o em
tantos ciclos produtivos quanto o permitir sua vida útil. Em geral, enquadram-se
nessa categoria terras, benfeitorias, máquinas, equipamentos, impostos e taxas fixas,
árvores frutíferas, calagem, lavouras, obras de irrigação e drenagem etc.
Os custos variáveis referem-se aos recursos que têm duração inferior ou
igual ao curto prazo, sendo a sua recomposição feita a cada ciclo do processo
produtivo. Em geral são custos com fertilizantes, defensivos, combustíveis,
alimentação, medicamentos, manutenção, mão-de-obra, serviços de máquinas e
equipamentos, entre outros.
Esses custos fixos e variáveis são ainda decompostos em custos operacionais
e alternativos (ou de oportunidade).
Os custos operacionais constituem os valores correspondentes às
depreciações e aos insumos empregados, equivalentes ao prazo de análise, e os
alternativos correspondem à remuneração que esses recursos teriam se fossem
empregados na melhor das demais alternativas econômicas possíveis (REIS et al.,
2001).
Dos custos totais, obtêm-se os custos médios ou custos unitários, que
representam o custo de uma unidade do produto, nesse caso o saco de café
beneficiado de 60 kg ou hectare de café. Alguns autores como Reis e Guimarães
(1986), Leftwich (1997), Varian (1994), Mankiw (1999), Reis (1999) e Troster e
Morcillo (1999) fundamentaram o modelo teórico em forma mais ampla.
2.17.2.2. Custos fixos totais (CFT)
Para estimar os custos dos recursos fixos, utilizam-se:
1. Custos de administração
2. Depreciações (D)
A depreciação é o custo necessário para substituir os bens de capital quando
tornados inúteis pelo desgaste físico ou econômico. Usualmente, utiliza-se o método
linear para calcular a depreciação.
Os recursos fixos que devem ser analisados no processo produtivo da cultura
do café são:
46
Terra: considerado o valor de arrendamento na região.
Formação da lavoura: custo de implantação da lavoura cafeeira.
Benfeitorias, máquinas, equipamentos e veículos: referem-se ao valor dos
investimentos do produtor de café nesses recursos que, direta ou
indiretamente, participaram do processo de produção, apropriados pelo
método de depreciação linear e correspondentes ao porcentual de utilização
na cultura.
O método mais simples de se calcular é o linear, que pode ser mensurado pela
equação 2.27.
D=
Vn − Vr
Vu
2.27
em que:
Vn: (valor novo) o valor do recurso, como se fosse adquirido naquele
momento;
Vr: (valor residual) o valor de revenda ou valor final do bem, após ser
utilizado de forma racional na atividade; e
Vu: (vida útil) o período em anos (meses) que determinado bem é utilizado na
atividade produtiva.
3. Custo alternativo fixo (juros sobre o capital investido)
Utilizam-se as equações 2.28 e 2.29, assim:
CAfixo = (Vu − I ) x
Vn
x(taxadejuros)
Vu
CA fixo = Vusado x(taxadejuros)
2.28
2.29
em que:
I: investimento inicial, R$.
Considera-se a idade média de uso do bem; porém, quando existem
dificuldades para obter a verdadeira idade do bem perante o produtor, calcula-se o
custo alternativo utilizando a equação 2.30.
CA fixo =
Vn
x(taxadejuros )
2
2.30
Para efeitos da análise do custo alternativo fixo, sugere-se considerar a taxa
de juros real atual de 12% a. a., que seria próxima da remuneração mínima obtida no
47
mercado financeiro hoje, ou o rendimento da caderneta de poupança no momento. A
poupança é remunerada mensalmente pela variação da taxa referencial (TR) mais
0,5%.
No caso do rendimento alternativo da terra, considera-se o valor de aluguel
(arrendamento) de cada região, e esse recurso não é depreciado. Para culturas
perenes, como o caso do café, considera-se na estimativa do custo de produção a
formação da lavoura separadamente do custo da terra nua. Essa formação é um custo
fixo e depreciável.
4. Imposto territorial rural (ITR/Taxas)
É valor do imposto/taxas pago correspondente ao porcentual de utilização na
cultura (REIS; GUIMARÃES, 1986).
Outra forma de medir os custos, segundo Nicholson (1998), é a seguinte:
2.17.2.3. Custo operacional fixo
Determinado somando-se as depreciações de todos os recursos fixos.
Custo de cada recurso fixo é calculado somando-se a depreciação e o custo
alternativo do recurso. No entanto, para recursos que são utilizados tanto para
a cafeicultura quanto para demais atividades (benfeitorias, máquinas e
implementos agrícolas, veículos e impostos/taxas), deve-se multiplicar ao
valor anterior o índice de rateio. Como a terra não é depreciável, seu custo
fixo é o mesmo que seu custo alternativo da área ocupada com lavouras em
produção, totalizando o custo de cada recurso, ter-se-á, então, o custo fixo
total.
Utilizaram-se como recursos variáveis:
•
A mão-de-obra (administrador, os permanentes e os temporários): fornecidos
a quantidade utilizada e o valor total gasto no mês. Calcula quantos salários
mínimos foram pagos para cada tipo de mão-de-obra, através da divisão do
primeiro dado pelo segundo, e totalizam-se esses valores, tendo, assim, o
custo total com mão-de-obra nesse mês.
•
Como insumos, consideram-se calcário, adubo nitrogenado, adubo potássio,
adubo fosfatado, formulado NPK, micronutrientes, matéria orgânica,
fungicidas, inseticidas, acaricidas, herbicidas, espalhante adesivo, óleos
48
minerais e outros. Os dados que devem ser fornecidos são a unidade em que
se utiliza o produto, a quantidade utilizada e o valor unitário desse recurso.
Assim, multiplicando a quantidade pelo valor unitário, encontra-se o custo
total de cada insumo e, somando-se todos esses custos, tem-se o custo total
com insumos.
•
Para outros tipos de despesas, incluem-se valores gastos com energia elétrica,
transporte,
combustível,
outras
operações
e
manutenção
máquinas/equipamentos agrícolas.
•
Os custos operacionais variáveis são obtidos, somando-se os custos totais
com insumos, mão-de-obra e despesas complementares, anteriormente citados
com custos variáveis.
•
Dividindo o custo operacional variável por 2 e multiplicando o resultado
pela taxa de juros de 6% (metade do valor total dos recursos variáveis, pois
existem certos recursos variáveis que não são utilizados todos os meses do
ano), obtém-se o custo de oportunidade variável total.
•
Finalmente, chega-se ao custo total variável, somando-se ao custo operacional
variável o custo de oportunidade variável.
Custo Total (CT) e Custos Médios (CMe): o custo de uma unidade
produzida (saco de café) é dado pela relação entre os custos e a quantidade
produzida. Dessa forma, têm-se o custo fixo médio (CFMe), o custo variável
médio (CVMe) e o custo total médio (CTMe). O custo total é calculado pela
equação 2.31:
CT = CFT + CVT
2.31
O custo total médio é calculado pela equação 2.32:
CTMe = CFMe + CVMe
2.32
É muito importante considerar as variáveis técnicas, já que para a
operacionalização e a análise dos dados devem ser utilizados alguns indicadores
estatísticos, como: média aritmética, moda, mediana e porcentagem (%).
Dentre as variáveis técnicas que podem ser levantadas estão:
Área da propriedade: esta variável é calculada pela mediana, pelo fato de
existir uma elevada dispersão de dados.
Área plantada com café: calcula-se por meio da mediana, pelo fato de existir
uma elevada dispersão de dados.
49
Espaçamento: é calculado pela moda, por causa do elevado número de
espaçamentos que podem existir.
Época de plantio: calcula-se através da moda, pela alta repetição dos dados
que podem ser observados nas entrevistas.
Forma de plantio: esta variável é calculada pela porcentagem, em que se
verifica qual a forma de plantio mais utilizada em cada região.
Sistema de posse: é utilizada a porcentagem para a verificação da produção
própria ou por meio de parceria.
Mão-de-obra: utiliza-se o método da moda para calcular o número de
empregados permanentes e temporários que são utilizados no ciclo produtivo
do café.
Tratos culturais: utiliza-se a porcentagem para estimar os tipos de tratos
culturais mais empregados pelos produtores de café.
Armazenamento e comercialização de café: utiliza-se a porcentagem para
verificar se os cafeicultores têm como armazenar seu café e como é feita a
comercialização do produto, a exemplo do grão beneficiado, em coco ou
diretamente na cooperativa.
Produção colhida: utiliza-se a média aritmética para determinar a produção
colhida de café.
2.17.2.4. Custo de formação
Compreende basicamente os gastos durante os três primeiros anos de
implantação do cafezal. Varia de acordo com a região e área de plantio, em função,
principalmente, da maior ou menor exigência de mão-de-obra, insumos e infraestrutura concernentes aos diversos sistemas de implantação da lavoura.
As operações envolvidas nos custos de formação são: limpeza da área
(derrubada autorizada, destoca, retirada da madeira e limpeza); aração; aplicação de
corretivos (calcário, gesso); gradeação; subsolagem; alinhamento; sulcamento;
coveamento; conservação de solo; distribuição da matéria orgânica (palha de café,
compostagem dos resíduos do processamento de café e outros, esterco de curral,
esterco de galinha); distribuição dos adubos químicos; mistura e enchimento de
covas; distribuição de mudas e plantio; adubação de cobertura; replantio; capinas;
50
tratos fitossanitários (aplicação de inseticidas e fungicidas); e correções de
deficiências (1-3 ano).
Com a utilização dos valores gastos ou investidos em cada uma das operações
anteriores e adequando-os e combinando-os de acordo com as condições particulares
de cada lavora, pode-se obter facilmente o custo de formação do cafezal.
Nos casos de aproveitamento da madeira e, ou, efetuar culturas intercalares
no cafezal, a renda obtida com a venda desses produtos deve ser deduzida das
despesas totais no custo de formação do café.
2.17.2.5. Custo de produção
Corresponde às despesas efetuadas para a obtenção de determinada safra.
Os níveis de produtividade do cafezal influenciam grandemente os custos de
produção. Dentro de certos limites, o custo é inversamente proporcional à
produtividade (quanto maior a produtividade, menor o custo), pois grande número de
operações (capinas, arruações) e insumos (controle das pragas e doenças etc.) são
utilizados com igual intensidade, independentemente da capacidade de produção da
lavoura, tendo em conta um bom controle dessas enfermidades para atingir os
objetivos técnicos esperados.
Para o levantamento dos custos de produção de café, devem-se computar os
seguintes gastos:
a) Despesas com máquinas
Calcular os gastos com combustível, lubrificantes e filtros.
b) Conservação e reparos (manutenção)
Por conservação e reparos de máquinas e implementos, deve-se considerar o
conjunto de dispêndios que são necessários para a manutenção deles em condições
de uso, abrangendo tanto aqueles que ocorreram durante o período de utilização das
máquinas e implementos quanto daqueles que são realizados, regularmente, após o
término das atividades agrícolas.
c) Despesas com manutenção de benfeitorias e equipamentos
As despesas devidas à manutenção de instalações, cercas, casa de empregados
e administrador (operário ou não) e outras benfeitorias e equipamentos que estejam
direta ou indiretamente ligadas à obtenção do café, como galpões, terreiros, armazém
de máquinas, equipamentos e outros, devem ser consideradas.
51
d) Mão-de-obra temporária
Pode-se ou não dividir a mão-de-obra em fixa e variável, pois,
independentemente dessa classificação, o valor proposto para remuneração é o
mesmo. Devem ser obtidos os custos com mão-de-obra em conformidades com a
diária integral paga para o trabalhador na execução de diferentes atividades,
tomando-se como base de cálculo o salário mínimo vigente na legislação, incluindo
os encargos trabalhistas, descritos nos tópicos subseqüentes.
e) INSS
Conforme a legislação vigente, cabe ao empregador a alíquota da
porcentagem (%) sobre o salário.
f) FGTS
Conforme a legislação vigente, sendo a alíquota da porcentagem (%) sobre o
salário.
g) Insumos
Refere-se aos gastos com insumos consumidos (fertilizantes, defensivos,
sementes, mudas etc.).
h) Despesas gerais
Devem ser consideradas todas as despesas não contempladas nos demais itens
do custo. Considerar uma alíquota de 1% sobre a somática dos seguintes itens do
custo variável: máquinas e implementos, mão-de-obra temporária, serviços
contratados e insumos.
i) Assistência técnica
Refere-se aos gastos para pagamento da assistência técnica.
j) Depreciação
Depreciação é uma reserva contabilazada destinada a gerar fundos para a
substituição do capital investido em bens e produtos de longa duração. É uma forma
que a empresa possui de recuperar o bem de capital, repondo-o quando se tornar
economicamente inútil. Os custos com depreciação podem ser devidos ao desgaste
físico (depreciação física) ou devido às inovações tecnológicas ocorridas ao longo
dos anos (depreciação econômica ou obsolescência). No caso de desgaste físico, do
ponto de vista rigorosamente teórico é um item de custo variável. Entretanto, para
efeito de cálculo admite-se que, juntamente com a depreciação dos demais itens, ele
componha uma parcela de custo fixo.
52
l) Impostos, taxas e contribuições
Neste item, incluem-se os impostos, taxas e contribuições efetivamente pagas,
como: ITR, Incra, contribuições sindicais, registros e averbações em cartório etc.
O rateio desses custos é realizado conforme a partição informada pelo
usuário.
m) Mão-de-obra fixa
Devem ser consideradas as despesas efetuadas para remuneração dos
trabalhadores permanentes, como: capataz, tratorista, mão-de-obra familiar e outros,
incluindo os encargos sociais. Entende-se por mão-de-obra familiar a remuneração
realizada pelo produtor e seus familiares. Não se considera a remuneração do
produtor, como empresário, pois esse valor expressa o resultado do empreendimento,
ou seja, o lucro ou o prejuízo.
Os fatores que afetam a renda dos empresários rurais dividem-se em dois
grupos: os incontroláveis ou externos, que são aqueles sobre os quais o empresário
rural não pode exercer seu controle, por exemplo o clima e o mercado, e os
controláveis ou internos, sobre os quais os empresários têm domínio, a exemplo do
tamanho do negócio e a alocação dos recursos produtivos. Portanto, o conhecimento
dessas variáveis torna-se importante, já que são essas as causas de maior ou menores
rentabilidades dos empresários rurais. O empresário cafeicultor deve ter por
conhecimento as suas despesas, adequando-as a uma realidade que possibilite a
administração do seu empreendimento ser eficiente e alcançar os objetivos
planejados. Baseado nesses fatores, os estudos sobre os custos de produção são
importantes no controle gerencial, possibilitando o uso mais racional dos fatores
produtivos na busca de competitividade e renda (HOFFMANN, 1978).
O conceito teórico dos custos de produção é a soma de valores de todos os
recursos (insumos) e operações (serviços) utilizados no processo produtivo de certa
atividade, incluindo os respectivos custos alternativos ou de oportunidade. Quando se
estimam os custos de produção, deve-se fazer distinção entre o curto e o longo prazo,
que são mais para efeito de planejamento, indicando o horizonte de tempo em que a
empresa pretende expandir. No curto prazo, os recursos produtivos são classificados
em fixos e variáveis, e suas despesas são os chamados custos fixos e variáveis. Nesse
caso, o curto prazo é a safra de café, ou seja, o período de análise.
O custo de produção é o valor monetário de todos os fatores e agentes
empregados na produção de uma utilidade. Custo é a compensação que os donos dos
53
fatores de produção, utilizados por uma firma para produzir determinado bem, devem
receber para que eles continuem fornecendo esses fatores à mesma firma.
As determinações de custo são feitas com várias finalidades. Para o
agricultor, servem como elemento auxiliar de sua administração no comportamento
da cultura e das práticas a serem utilizadas. Para o governo, fornecem subsídios à
formulação de sua política agrícola. Essa política pode referir-se à fixação de preços;
ao cálculo das necessidades de crédito; à orientação dos trabalhos de assistência
técnica à produção; e à fixação de preços mínimos (TEIXEIRA; GOMES, 1994).
Segundo Ribeiro (2003), a apuração dos custos da produção em uma empresa
agrícola cafeeira segue alguns dos processos utilizados em uma empresa industrial
qualquer, observando-se algumas particularidades inerentes ao tipo de atividade.
Dentre essas particularidades aparecem:
•
O crescimento natural da produção, que deverá ser de alguma forma avaliado
e considerado na apuração dos custos.
•
Desenvolve-se a céu aberto, muitas vezes em grandes extensões de terra, com
distanciamento dos trabalhadores e dos administradores durante a jornada de
trabalho.
•
Em vista de se desenvolver a céu aberto está vulnerável a mudanças
climáticas.
•
Não é contínua durante o ano, variando em função da estação, que propicia a
atividade cafeeira a ser desenvolvida ou já implantada.
•
Predomina o trabalho manual sobre o mecanizado, exceto em grandes
culturas onde o aparelhamento mecânico (equipamento de irrigação, sistema
de fertirrigação, poda, colheita) e a utilização de máquinas resultam em
economia.
•
Apresenta dificuldades quanto aos controles mecânicos e automáticos do
rendimento de cada tarefa desempenhada.
•
A relação custo/benefício de se manterem controles mais complexos em
busca de informações mais precisas deve ser sempre considerada. No entanto,
a necessidade de controles, por mais simples que estes pareçam ser, torna-se
fator imprescindível quando se tratar de valorização dos estoques agrícolas.
54
A atividade agrícola cafeeira é uma cultura permanente. Tanto as culturas
temporárias quanto as permanentes, para um melhor controle das apurações dos
custos devem ser subdivididas por operações. Estas são classificadas como: preparo
do solo, calagem (inicial e adicionais), plantio, adubações (solo e foliares),
tratamentos fitossanitários, irrigação, manutenção, podas, colheita e outras.
O conhecimento do custo da produção agrícola, classificada distintamente nos
tipos de cultura e, ainda, por operações dentro da mesma cultura, é importante,
sobretudo, para o controle e decisão do produtor agrícola.
O técnico ou consultor, ao orientar o cafeicultor, deve estar atento a todos os
fatores que influem direta ou indiretamente os custos de formação e produção da
lavoura cafeeira. Eles devem selecionar as recomendações mais adequadas ao
empreendimento, de maneira a garantir resultado econômico favorável ao produtor.
Segundo Silva e Reis (2001), na análise econômica do custo de produção
considera-se também o custo alternativo ou de oportunidade de um recurso aplicado
no processo produtivo. É conceituado como a retribuição normal ao capital
empregado na atividade. Existe lucro econômico se o produto final (no caso o café)
proporcionar um retorno que supere o custo alternativo.
A análise de rentabilidade da atividade consiste, em geral, na comparação dos
preços recebidos pelo produto com o custo médio de produção, o que determina o
tipo de lucro, que pode ser:
•
Supernormal ou econômico: que indica que a atividade está atraindo
recursos e em condição de se expandir.
•
Normal: que proporciona rentabilidade igual à de outra melhor alternativa, o
que evidencia estabilidade.
•
Prejuízo: quando o preço não cobre o custo total médio. Nesse caso, é
preciso avaliar até que nível o preço cobre os custos fixos médios, indicando
a intensidade de descapitalização da atividade. Podem-se considerar dois
tipos. Assim:
•
Prejuízo I: quando o preço paga os custos variáveis e apenas parte dos custos
fixos. No curto prazo, a empresa continua operando por que, se parar, seu
prejuízo será maior ou igual a todo o custo fixo.
55
•
Prejuízo II: quando os preços só pagam os custos variáveis. Talvez a
empresa ainda persista produzindo, porque os preços cobrem os custos
variáveis.
Se os preços caem abaixo desse ponto, a empresa pára de produzir e deixa de
ofertar o produto.
2.17.2.6. Custos de secagem
Especial atenção deve ser dada a um custo de produção muito importante, que
é o custo de secagem, devido às diversas despesas que estão envolvidas para efetuar
seu cálculo em forma real.
Segundo Silva et al. (2001), vários parâmetros estão envolvidos no custo de
secagem, entre eles a energia para aquecer o ar, a energia para acionar os
ventiladores, a energia para transportar o produto, a mão-de-obra, a manutenção, a
depreciação, os juros e os custos de quebra técnica ou redução de qualidade.
Admitindo o custo como uma função do tempo requerido para a secagem, pode-se,
caso não existam os valores previamente determinados, utilizar um modelo
computacional de simulação para prever o tempo de secagem e, com isso, avaliar o
custo do combustível, o custo de operação do ventilador, os custos fixos e o custo
total de secagem, que podem ser baseados segundo as seguintes equações:
a) Custo do combustível
O custo é calculado pela equação 2.33.
Cc = [ma.(Cpa+RM.Cpv).(T-Tamb).ts . P1]/(Pc.E1.As.X)
em que:
As: área de secagem, m2;
Cc: custo do combustível para secagem, R$.m-3 de produto;
Cpa: calor específico do ar seco, kJ.kg-1.oC-1;
Cpv: calor específico do vapor de água, kJ.kg-1.oC-1;
E1: eficiência da combustão, decimal;
ma: vazão mássica do ar, kg.h-1;
P1: preço do combustível, R$.unidade-1;
Pc: poder calorífico do combustível, kJ.unidade-1;
RM: razão de mistura, kg de água.kg-1 de ar seco;
T: temperatura do ar de secagem, oC;
56
2.33
Tamb: temperatura ambiente, oC;
ts: tempo de secagem, h; e
X: profundidade da camada de secagem, m.
b) Custo de operação do ventilador
O custo é calculado pela equação 2.34.
Cv = (Pot . ts . P2) /E2
2.34
em que:
Cv: custo de operação do ventilador, R$.m-3 de produto;
E2: eficiência global do ventilador e de seu motor, decimal;
P2: custo da eletricidade, R$.kWh-1;
Pot: potência necessária para forçar o ar através dos grãos, kW.m-3 de
produto; e
ts: tempo de secagem, h.
c) Custos fixos
Para cálculo dos custos fixos (equação 2.35), são incluídos depreciação,
manutenção, juros, seguro, impostos e mão-de-obra (com exceção da mão-de-obra,
os custos fixos não são afetados pela quantidade de grãos a serem secados).
Cf = (P3 + P5 . F/tmax)/mínimo A
A = [(Vs/ts) ou (Vpmax /tmax)]
2.35
2.36
em que:
Cf: custos fixos, R$.m-3 de produto;
F: custo da depreciação, de manutenção, de juros e de taxas, como uma fração
do custo inicial do equipamento, decimal;
P3: custo da mão-de-obra, R$.h-1;
P5: custo inicial do sistema, R$;
tmax: tempo máximo de secagem por ano, h;
ts: tempo de secagem do produto, h;
Vs: volume do secador, m3; e
Vpmax: volume máximo de produção por ano, m3.
57
d) Custo total de secagem
O custo total de secagem é a soma dos custos de combustível, operação do
ventilador e custos fixos. É calculado pela equação 2.37.
Ctot = Cc + Cv + Cf
2.37
em que:
Cc: custo do combustível para secagem, R$.m-3 de produto;
Cf: custos fixos, R$.m-3 de produto;
Ctot: custo total de secagem, R$.m-3 de produto; e
Cv: custo de operação do ventilador, R$.m-3 de produto.
O custo total da operação é obtido pela soma dos custos de combustível,
energia elétrica, mão-de-obra e custos fixos.
e) Custo anual de secagem
O custo anual de secagem pode ser calculado pela equação 2.38.
Ca = [(C1+C2+C3+C4) . QT / CS]+C5+C6
2.38
em que:
C1: custo do combustível para a secagem, $.h-1;
C2: custo da eletricidade para a secagem, $.h-1;
C3: custo da mão-de-obra, $.h-1;
C4: custo de inadequação do sistema, $.h-1;
C5: custos fixos, $.ano-1;
C6: custos de quebra técnica, $.ano-1;
Ca: custo total de secagem, $.ano-1;
CS: capacidade de secagem, m3.h-1; e
QT: quantidade total a ser secada, m3.ano-1.
f) Custo da energia
Os custos de combustível (C1) e da eletricidade (C2) para a secagem foram
calculados pelas equações 2.39 e 2.40, respectivamente.
C1 = (EA . P1)/(E1 . Pc)
em que:
C1: custo do combustível para a secagem, $.h-1;
E1: eficiência da combustão, decimal;
EA: energia necessária para aquecer o ar, kJ.h-1;
58
2.39
P1: custo do combustível, $.unidade-1; e
Pc: poder calorífico do combustível, kJ.unidade-1.
C2 = PE . P2 / E2
2.40
em que:
E2: eficiência global do ventilador e de seu motor, decimal;
P2: custo da eletricidade, $.kWh-1; e
PE: potência dos equipamentos, kW.
g) Custo da mão-de-obra
O custo da mão-de-obra é função do tempo de secagem; entretanto,
considera-se que esta é utilizada em apenas parte do tempo, devendo ser ajustada
seguindo a equação 2.41:
C3 = n . P3
2.41
em que:
C3: custo da mão-de-obra, $.h-1;
n: constante de ajuste, decimal; e
sistemas com ar aquecido:
.
fornalha a gás
n = 0,2
.
fornalha a carvão – UFV n = 0,4
.
fornalha a lenha
n = 0,8
sistemas com ar natural
n = 0,1
P3: custo da mão-de-obra, $.h-1.
h) Custo da inadequação do sistema
Por causa da impossibilidade de se completarem as operações de campo em
um período de tempo adequado, deve-se debitar ao custo total o custo de
inadequação do sistema "timeliness costs", por exemplo; quando a capacidade de
secagem não está adequada para a capacidade de colheita, ocorre ociosidade em um
dos sistemas. O custo de inadequação depende da programação da operação, com
respeito ao tempo ótimo, e pode ser classificado como programação prematura,
atrasada e balanceada. A equação 2.42 é utilizada para a obtenção desse custo:
C4 = (F1 . P4 . QT)/(Fp . HR)
em que:
C4: custo de inadequação do sistema , $.h-1;
HR: número de horas de secagem por dia, h .dia-1;
59
2.42
F1: fator de inadequação, decimal.dia-1:
Para café: F1 = 0,002 .dia-1
Fp: fator de programação:
. Antecipada, Fp = 2,0 . ano-1
. Atrasada,
Fp = 2,0 . ano-1
. Balanceada, Fp = 4,0 . ano-1
P4: custo do produto, $.m-3; e
QT: quantidade total a ser secada, m3. ano-1.
i) Custos fixos
Os custos fixos, que incluem depreciação, juros e impostos, são calculados
como uma porcentagem do custo inicial e variam de acordo com o tipo do sistema,
sendo calculado pela equação 2.43:
C5 = F .P5
2.43
em que:
C5: custos fixos, $.ano-1;
F: custo de depreciação, de manutenção de juros e taxas, como uma fração do
custo inicial do sistema, decimal; e
P5: custo inicial do sistema, $.
O valor de F para secadores contínuos e intermitentes móveis é de 0,15; para
silo-secador em lotes, de 0,13; e para secagem com ar natural e com ar ligeiramente
aquecido, de 0,12.
Os custos de quebra técnica devem incluir as perdas de matéria seca durante a
secagem, secagem em excesso, secagem incompleta e perdas na qualidade. Por causa
da dificuldade de estimar esses valores, o custo de quebra técnica deverá ser
determinado apenas pela redução da qualidade, segundo a equação 2.44.
C6 = FQ . P4 . QT
em que:
C6: custos de quebra técnica, $.ano-1;
FQ: fator de quebra técnica, decimal;
P4: custo do produto, $.m-3; e
QT: quantidade total a ser secada, m3.ano-1.
60
2.44
Para o café, o fator “Quebra Técnica - FQ” foi tomado como sendo 0,005
para cereja lavado ou descascado com o uso de pré-secadores e secadores mecânicos.
Para terreiro de terra, FQ = 0,15 e, para terreiro de concreto, FQ = 0,07.
O custo de operação para o sistema pode ser comparado com os de secagem
cobrados por terceiros ou cooperativas. Para obtenção desse custo, considera-se que
seriam cobradas do cliente as tarifas referentes à pesagem, ao recebimento a granel, à
limpeza, à secagem propriamente dita e à expedição a granel.
Os efeitos dos secadores e métodos de secagem sobre a qualidade de café e a
racionalização de energia têm sido assunto de importância entre pesquisadores,
processadores e fabricantes de equipamentos. Assim, o conhecimento das variáveis
envolvidas no processo de secagem, que influem na qualidade do produto e no
consumo de energia, tem-se tornado cada vez mais necessário, em razão da crescente
exigência dos mercados consumidores, do fornecimento e do custo da energia.
A energia utilizada no processo depende da temperatura ambiente e do ar de
secagem, do fluxo de ar e do tempo de secagem. Como o café é um dos produtos
agrícolas que requerem tempo prolongado de secagem, devido ao seu elevado teor de
umidade, verifica-se consumo de energia por unidade de produto seco bastante
elevado.
Os procedimentos a serem adotados para otimização do uso da energia em
processos agrícolas, em especial na secagem de café, dependem do tipo de sistema de
secagem e do manejo adotado. Os sistemas de secagem com ar natural ou levemente
aquecido são exemplos de sistemas mais econômicos. Entretanto, não basta apenas
adotar o sistema de secagem mais econômico. É preciso conhecimento sobre a
conservação de grãos, para que o produto não se deteriore durante a secagem e no
armazenamento.
Apesar de a tecnologia colocar à disposição dos usuários equipamentos de
última geração no controle de processos, a tomada de decisão para otimização do
processo cabe ao interessado. Pesquisas do tema indicam que, se os sistemas de
secagem são conduzidos corretamente, eles contribuem, sobremaneira, para a
redução do custo total de secagem e para a produção de café com qualidade para
exportação.
Assim, é indispensável ao cafeicultor dispor de informações e instrumentos
de análise que o auxiliem em seu processo decisório sobre a melhor forma de
conduzir sua lavoura de acordo com os recursos disponíveis, procurando minimizar
61
seu custo de produção. Dessa forma, esta revisão permitirá a realização de
estimativas de custos de produção próprias para cada lavoura, e podem-se fazer
comparações entre os custos de produção de lavouras cafeeiras com diferentes
manejos da operação de manejo da lavora, sistema de irrigação e tipos de colheita
(derriça, catação a dedo ou seletiva, semimanual ou mecanizada).
62
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local, clima e solo
O experimento foi realizado em uma propriedade agrícola, localizada no
Município de São Miguel do Anta, MG, nas seguintes coordenadas geográficas:
latitude 20° 52’ Sul, longitude 43° 10’ Oeste e a 702 m de altitude.
O clima da região, de acordo com zoneamento climático da cultura do café
(Coffee arabica) no Estado de Minas Gerais (MAPA 2002), é do tipo tropical de
média altitude e ideal para a cultura do cafeeiro.
O solo, segundo as análises realizadas pelo Laboratório de Solos da UFV
(UFV, 2003), é classificado como poroso e bem drenado, de estrutura granular média
e de textura média com teor de argila de 35%, e o tipo de relevo é suave-ondulado.
Na Figura 1, tem-se a vista da Fazenda Experimental do Município de São
Miguel do Anta, MG.
3.2. Caracterização do experimento
A área cultivada era de 60 ha. Da área cultivada, selecionou-se, casualmente,
a área experimental, com 14,25 ha, a qual foi dividida em quatro parcelas, cada uma
com aproximadamente 5 mil plantas por hectare. A espécie cultivada é Coffea
arábica, cultivar Catuaí-Vermelho e linhagem MG-44, com idade inicial de 3,5 anos,
plantadas no espaçamento de 2,5 m entre linhas e 0,8 m entre plantas, na linha.
63
Figura 1 – Fazenda experimental, Município de São Miguel do Anta,MG.
3.2.1. Caracterização do cultivar de café Catuaí-Vermelho
A Tabela 1 contém as características da cultivar utilizada na determinação dos
balanços energético e econômico do ciclo bianual produtivo (dois anos fenológicos).
Tabela 1 – Características do cultivar utilizado nas avaliações energética e econômica
Item
Parcelas
1
2
3
4
Espécie
Coffea arabica
Cultivar
Catuaí-Vermelho
Linhagem
MG - 44
Espaçamento (m)
2,5 x 0,8
5-13
14
No plantas
17.761
20.094
19.734
13.650
203.750
25.000
Área (ha)
3,55
4,02
3,95
2,73
40,75
5,00
716 - 718
711 - 713
707 - 709
703 - 705
702-720
703-713
Semi-
Semi-
Semi-
Semi-
Derriça
seletiva
seletiva
seletiva
seletiva
sobre pano
sobre pano
sobre pano
sobre pano
sobre pano
Altitude (m)
Colheita
64
A população de plantas das parcelas 1-4 foi determinada realizando-se a
contagem manual delas e a das parcelas 5-14, definida pela quantidade de mudas
transplantadas em cada uma delas.
A Figura 2 apresenta a vista das parcelas experimentais na lavoura de café.
Figura 2 – Parcelas experimentais na lavoura de café.
Foram consideradas todas as operações agronômicas necessárias ao processo
produtivo de café e os diferentes tratamentos para adubação das parcelas
selecionadas.
A Tabela 2 contém a caracterização dos sistemas de secagem avaliados nos
testes de determinação dos balanços energético e econômico do cafeeiro, cultivar
Catuaí-Vermelho.
3.3. Cronograma de atividades dos dois ciclos produtivos 2003/2004 e 2004/2005
Os cronogramas planejados e executados para o manejo e controle de todas as
operações culturais de pré-colheita e de pós-colheita no ciclo bianual produtivo estão
apresentados nas Tabelas 3 e 4.
As recomendações de adubação realizadas e calculadas com base nos
resultados das análises de solos e foliares das parcelas experimentais do ciclo bianual
produtivo (dois anos fenológicos) são apresentadas nas Tabelas 5 e 17.
65
Tabela 2 – Características dos sistemas de secagem utilizados experimentalmente
para as avaliações energética e econômica do sistema de produção
ITEM
SISTEMA 1
SISTEMA 2
SISTEMA 3
Terreiro secador
Tipo de
secagem
Terreiro cimentado
Terreiro secador
até (25-30% b.u.)
ao sol até o final
até o final
e silo secador
(11-12% b.u.)
(11-12% b.u.)
(ar natural) até o final
(11-12% b.u.)
Fornalha
-
Fogo indireto
Fogo indireto
Lenha
Lenha
Combustível
Espécie
Coffea arabica
Coffea arabica
Coffea arabica
Cultivar
Catuaí-Vermelho
Catuaí-Vermelho
Catuaí-Vermelho
MG - 44
MG - 44
MG - 44
Semi-seletiva
Semi-seletiva
Semi-seletiva
sobre pano
sobre pano
sobre pano
Linhagem
Colheita
Tipo de café
Descascado/despolpado Descascado/despolpado
2003/2004
Tipo de café
2004/2005
Lotes (litros)
Testes
2003/2004
Testes
2004/2005
Descascado/despolpado
e desmucilado
e desmucilado
Cereja em coco
Cereja em coco
-
2.500
2.500
2.500
2
2
1* e 2
2
4
-
* Parcelas 2 e 4.
66
e desmucilado
Tabela 3 – Cronograma agrícola do cafeeiro para o primeiro ciclo fenológico 2003/2004
2003
ATIVIDADES
Julho
1ª Q.
1. 1ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE SOLO
Agosto
2ª Q.
1ª Q.
2ª Q.
X
X
Setembro
1ª Q.
Outubro
2ª Q.
1ª Q.
X
X
2ª Q.
Novembro
2ª Q.
X
X
X
X
X
X
2ª Q.
X
3. CAPINA
X
4. CALAGEM
X
6. CONTROLE DO BICHO-MINEIRO
X
X
7. CONTROLE DA FERRUGEM
X
8. CONTROLE DA CIGARRA
X
9. ADUBAÇÃO DO SOLO
X
X
10. PODA
X
X
X
X
X
X
X
X
11. DESBROTA
12. CONTROLE DA BROCA
X
X
5. ADUBAÇÃO FOLIAR
X
X
X
X
13. 2ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE SOLO
X
14. 2ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE FOLIAR
15. CAPINA
1ª Q.
X
2. 1ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE FOLIAR
67
1ª Q.
Dezembro
X
X
X
Continua .....
Tabela 3 – Cont.
2003
ATIVIDADES
16. ADUBAÇÃO FOLIAR
Julho
Agosto
1ª Q.
2ª Q.
X
X
1ª Q.
2ª Q.
Setembro
1ª Q.
2ª Q.
X
X
Outubro
1ª Q.
2ª Q.
Novembro
1ª Q.
2ª Q.
X
X
17. CONTROLE DO BICHO-MINEIRO
X
18. CONTROLE DA FERRUGEM
68
19. CONTROLE DA CIGARRA
X
X
20. ADUBAÇÃO DO SOLO
X
X
21. DESBROTA
X
X
22. CONTROLE DA BROCA
X
X
23. ARRUAÇÃO
Dezembro
1ª Q.
X
X
2ª Q.
X
X
X
X
X
24. COLHEITA SEMI-SELETIVA
X
X
X
X
25. VARRIÇÃO
X
X
X
X
26. LAVADO E CLASSIFICAÇÃO
X
X
X
X
27. DESPOLPA E DESMUCILAGEM
X
X
X
X
X
X
X
X
29. SECAGEM
X
X
X
X
30. CLASSIFICAÇÃO
X
X
X
X
31. ARMAZENAGEM EM SILOS E SACOS
X
X
X
X
28. MANEJO DAS ÁGUAS RESIDUÁRIAS
E RESÍDUOS DO PROCESSO
Tabela 4 – Cronograma agrícola do cafeeiro para o segundo ano fenológico 2004/2005
2004
ATIVIDADES
Julho
1ª Q.
1. 1ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE SOLO
Agosto
2ª Q.
1ª Q.
2ª Q.
X
X
Setembro
1ª Q.
Outubro
2ª Q.
1ª Q.
X
X
2ª Q.
Novembro
2ª Q.
X
X
X
X
X
X
2ª Q.
X
3. CAPINA
X
4. CALAGEM
X
6. CONTROLE DO BICHO-MINEIRO
X
X
7. CONTROLE DA FERRUGEM
X
8. CONTROLE DA CIGARRA
X
9. ADUBAÇÃO DO SOLO
X
X
10. PODA
X
X
X
X
X
X
X
X
11. DESBROTA
12. CONTROLE DA BROCA
X
X
5. ADUBAÇÃO FOLIAR
X
X
X
X
13. 2ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE SOLO
X
14. 2ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE FOLIAR
15. CAPINA
1ª Q.
X
2. 1ª AMOSTRAGEM E ANÁLISE FOLIAR
69
1ª Q.
Dezembro
X
X
X
Continua ...
Tabela 4 – Cont.
2005
ATIVIDADES
16. ADUBAÇÃO FOLIAR
Janeiro
1ª Q.
2ª Q.
X
X
Fevereiro
1ª Q.
2ª Q.
Março
1ª Q.
2ª Q.
X
X
Abril
1ª Q.
Maio
2ª Q.
1ª Q.
2ª Q.
X
X
17. CONTROLE DO BICHO-MINEIRO
X
18. CONTROLE DA FERRUGEM
70
19. CONTROLE DA CIGARRA
X
X
20. ADUBAÇÃO DO SOLO
X
X
21. DESBROTA
X
X
22. CONTROLE DA BROCA
X
X
23. ARRUAÇÃO
Junho
1ª Q.
X
X
2ª Q.
X
X
X
X
X
24. COLHEITA SEMI-SELETIVA
X
X
X
X
25. VARRIÇÃO
X
X
X
X
26. LAVAGEM E CLASSIFICAÇÃO
X
X
X
X
27. DESPOLPA E DESMUCILAGEM
X
X
X
X
28. MANEJO DAS ÁGUAS RESIDUÁRIAS
X
X
X
X
29. SECAGEM
X
X
X
X
30. CLASSIFICAÇÃO
X
X
X
X
31. ARMAZENAGEM EM SILOS E SACOS
X
X
X
X
E RESÍDUOS DO PROCESSO
3.4. Cálculos das adubações realizadas do ciclo bianual produtivo 2003/2004 e
2004/2005
As necessidades de fósforo foram calculadas e recomendadas em função do
teor de fósforo remanescente no solo, conforme os resultados das análises do solo
efetuadas pelo Laboratório de Análises de Solos da UFV, pelo seu de teor (%) de
argila e pela produtividade esperada das parcelas avaliadas, para os dois anos
fenológicos do ciclo produtivo, 2003/2004 e 2004/2005. De acordo com as
recomendações técnicas dos especialistas em solos que assessoraram a equipe de
trabalho, o fósforo foi totalmente fornecido na primeira aplicação de adubação, com
o propósito de fixar a sua presença e garantir a incorporação dos outros macro e
micronutrientes.
As necessidades de potássio foram calculadas em função do seu teor
remanescente, observado pelos resultados das análises de solo e pela produtividade
esperada dos dois anos avaliados. O potássio foi fornecido em três aplicações durante
cada ano fenológico, seguindo-se as recomendações técnicas para a correta
aplicação.
As necessidades de nitrogênio foram calculadas em função do teor de
nitrogênio remanescente, observado pelos resultados das análises foliares e pela
produtividade esperada dos dois anos fenológicos avaliados. De acordo com as
recomendações técnicas, o nitrogênio foi fornecido em três aplicações, sendo
aplicados os 50% da quantidade necessária entre os meses de outubro e dezembro,
em cada ano fenológico avaliado.
No
ano
fenólico
2003/2004,
as aplicações foram realizadas
por
recomendações técnicas com a mistura dos elementos macro N – P – K feitos na
própria fazenda, devido à grande diferença (heterogeneidade), reportadas nas
diferentes parcelas integrais da fazenda (14 parcelas). Com o fundamento da
complexidade de diferentes misturas compostas comerciais prontas e o custo delas
em caso de solicitar o preparo, foi necessário estabelecer um procedimento de
mistura próprio na fazenda, para garantir o preparo e a correta mistura para cada
uma. No segundo ano fenólogico, com base nos resultados das análises de solo e
foliares realizadas pelo Labratório de Solos da UFV e com os resultados corretivos
do ano anterior (2003/2004) foi possível definir misturas compostas comerciais de N
– P – K e aplicá-las nas proporções técnicas definidas e recomendadas.
71
As Tabelas 5 até 16 contêm as informações utilizadas nos procedimentos
descritos.
Tabela 5 – Base de informação para a realização dos cálculos de adubação do ciclo
bianual produtivo avaliado
Lotes
N° de
Área
Espaçamento
Plantas
(ha)
(m)
Produtividade
Produtividade Esperada
(sc/ha) 2002/2003 2003/2004
2004/2005
1
17.761
3,55
2,5 x 0,8
20-30
30-40
40-50
2
20.094
4,02
2,5 x 0,8
20-30
30-40
40-50
3
19.734
3,95
2,5 x 0,8
20-30
30-40
40-50
4
13.650
2,73
2,5 x 0,8
15-20
30-40
40-50
As dosagens de fertilizantes em cobertura atenderam às recomendações
técnicas com base nas análises de solo e foliares das amostras tomadas antes do
início do ano fenológico e durante, realizando-se as correções correspondentes em
cada parcela.
Os cálculos para a determinação de necessidades de calagem e aplicação de
gesso, adubação e fertilização (manutenção e reposição de nutrientes do solo) foram
realizados com base nas recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em
Minas Gerais – 5a aproximação (RIBEIRO et al., 1999).
A primeira situação considerada foi a idade inicial da lavoura experimental
(3,5 anos). Portanto, os cálculos iniciais foram feitos com uma amostragem detalhada
da área experimental, tendo em conta a área e o tipo de relevo ondulado, com as
recomendações para a realização da dita operação.
As amostragens foram realizadas no mês de agosto, antes do início do novo
ciclo produtivo. As análises de solo e foliares evidenciaram uma grande necessidade
de reposição e correção de nutrientes nas parcelas como nitrogênio (N), fósforo (P) e
potássio (K), em quantidades diferenciadas em cada uma das quatro parcelas
experimentais e no total das 14 parcelas em que foi dividida a fazenda.
72
A manutenção dos nutrientes foram feitas em função da idade das plantas, das
análises de solo e da expectativa de produção da próxima safra.
Os níveis de adubação e fertilização do solo foram recomendados por um
engenheiro-agrônomo, especialista em nutrição de café, com base nas análises de
solo e foliares, indicando as deficiências de elementos químicos.
Devido às grandes deficiências nutricionais nas parcelas, as primeiras
adubações foram realizadas procedendo-se às misturas de elementos simples que
compuseram o adubo, para garantir o controle da reposição.
O procedimento realizado para a determinação dos cálculos de adubação foi o
seguinte:
1. Estabeleceram-se informações básicas da lavoura, como: espécie, cultivar,
linhagem, região da cultura, idade, sistema, espaçamento, produtividade média,
produtividade esperada, identificação dos lotes ou talhões.
2. Realizou-se a coleta das amostras do solo de cada lote, devidamente demarcado na
lavoura, com base na homogeneidade do talhão (posição topográfica), nas
características perceptíveis de solo (cor, textura, condição de drenagem) e no
histórico da área (cultura atual e anterior, produtividade observada, uso de
fertilizantes e corretivos).
3. Coletaram-se 20-30 amostras simples por parcela, nas camadas de 0 a 20, 20 a 40
e 40 a 60 cm, que constituíram as amostras compostas para cada nível de
profundidade.
4. As amostras foram analisadas no Laboratório de Análises de Solos da UFV, no
mesmo dia em que foram feitas as amostragens.
5. A necessidade de calagem (NC) foi calculada pelo método da neutralização do
Al3+ e da elevação dos teores de Ca2+ + Mg2+, de acordo com a equação 3.1.
[
] [
NC = Y Al 3 + − (mt ∗ t / 100) + X − (Ca 2 + + Mg 2 + )
]
em que:
NC: necessidade de calagem, t/ha;
Y: variável com a capacidade-tampão da acidez do solo, adimensional;
Al+3: acidez trocável, em cmolc/dm3 ;
mt (café): máxima saturação por Al+3, 25%;
t: capacidade de troca catiônica efetiva, em cmolc/dm3;
73
3.1
X (café): valores máximos de saturação, 3,5 cmolc/dm3;
Ca+2 + Mg+2: teores de Ca e Mg trocáveis, em cmolc/dm3; e
Y: estabelecido de acordo com a Tabela 6.
Tabela 6 – Classificação de tipos de solo
Solo
% Argila
Y
Arenoso
0 a 15
0,0 a 1,0
Textura média
15 a 35
1,0 a 2,0
Argiloso
35 a 60
2,0 a 3,0
Muito argiloso
60 a 100
3,0 a 4,0
Outro método para definir o valor de Y foi aquele em função do valor do
fósforo remanescente (P-rem), que é o teor de P da solução de equilíbrio após agitada
durante 1 h; a TFSA com solução de CaCl2, na concentração de 10 mmol/L,
contendo 60 mg/L de P, na relação 1:10, definindo-se o valor de acordo com a
Tabela 7.
Tabela 7 – Estimativa de Y de acordo com o valor de fósforo remanescente (P-rem)
P-rem
(mg/L)
0a4
4 a 10
10 a 19
19 a 30
30 a 44
44 a 60
Y
4,0 a 3,5
3,5 a 2,9
2,9 a 2,0
2,0 a 1,2
1,2 a 0,5
0,5 a 0,0
74
A calagem foi realizada quando a presença de Al+3 era superior a
0,6 Cmolc/dm3 e os valores da soma de cálcio e magnésio eram inferiores a 3,5.
O resultado determinado de acordo com a equação 3.1 definiu a quantidade
de calcário que devia ser aplicada na camada de 0-20 cm, em cada parcela. Como a
incorporação normalmente foi realizada na camada de 0-5 cm, o valor foi dividido
por 4.
6. Calculou-se o número de ruas que existem num hectare.
Foi necessário conhecer o espaçamento entre plantas e a distância média real
entre os ramos inferiores, entre duas plantas, em diferentes linhas. Para esse cálculo,
foi empregada a equação 3.2.
N o ruas =
100
−1
x
3.2
em que:
x = espaçamento entre linhas, em m.
A área foi determinada pela equação 3.3.
Area = N o ruas ⋅100 ⋅ α
3.3
em que:
α = distância entre os ramos inferiores entre duas plantas em diferentes
linhas, em m.
Determinada a área real para realizar a calagem, calculou-se a quantidade real
de calcário que deveria ser aplicada, já que o cálculo NC é determinado para 1 ha
(10.000 m2).
7. Determinação das necessidades de aplicação de gesso. Para melhorar o ambiente
radicular, em profundidade, e quando existe a impossibilidade de incorporação de
calcário em lavouras já implantadas, o gesso foi recomendado nas seguintes
situações:
a) Quando a camada subsuperficial (20-40 cm) apresentou um teor inferior ou igual a
0,4 cmolc/dm3 de Ca2+ e, ou, superior a 0,5 cmolc/dm3 de Al3+ (m) e, ou, saturação
por Al3+ superior a 30%, de acordo com as análises de solo efetuadas.
b) De acordo com o teor de argila da camada subsuperficial (20-40 cm), foi utilizada
a Tabela 8.
75
Tabela 8 – Necessidades de gesso de acordo com a porcentagem de argila no solo
Argila
(%)
0 a 15
NG
(t/ha)
0,0 a 0,4
15 a 35
0,4 a 0,8
35 a 60
0,8 a 1,2
60 a 100
1,2 a 1,6
8. No cálculo da necessidades de adubação de fósforo em doses de P2O5 para a
manutenção da lavoura, em função do teor de argila ou do valor de fósforo
remanescente (P-rem), reportou-se à análise das amostras de solo. Para determinar a
dose a ser aplicada, foi utilizada a Tabela 9.
Tabela 9 – Cálculo de necessidades de adubação de fósforo em dose de P2O5 para
manutenção da lavoura, em função do teor de argila ou do valor de
fósforo remanescente (P-rem)
Característica
Argila
%
100-60
60-35
35-15
15-0
P-rem (mg/L)
0–4
4 – 10
10 – 19
19 – 30
30 – 44
44 - 60
Dose plantio
< 8,0
<12,0
<20,0
<30,0
Classes de Fertilidade
Médio
Bom
Teor de P no Solo
mg / dm3
8,1 – 16,0
16,1 – 24,0
24,1 – 36,0
12,1 – 24,0
24,1 – 36,0
36,1 – 54,0
20,1 – 36,0
36,1 – 60,0
60,1 – 90,0
30,1 – 60,0
60,1 – 90,0
90,1 –135,0
< 9,0
<12,0
<18,0
<24,0
<33
<45
9,1 – 13,0
12,1 – 18,0
18,1 – 25,0
24,1 – 34,2
33,1 – 47,4
45,1 – 65,4
80
65
Muito Baixo
Baixo
13,1 – 18,0
18,1 – 24,0
18,1 – 25,0
25,1 – 37,5
25,1 – 34,2
34,3 – 52,5
34,3 – 47,4
47,5 –72,0
47,5 – 65,4
65,6 – 99,0
65,5 – 90,0 90,1 – 135,0
Dose de P2 O5
g/cova
50
35
76
Muito Bom
> 36,0
> 54,0
> 90,0
>135,0
> 24,0
> 37,5
> 52,5
>72,0
>99,0
>135,0
20
9. Para o cálculo da adubação potássica, como a lavoura já estava em produção
realizou-se a aplicação em dose de K2O de acordo com a produtividade esperada e a
possibilidade de potássio do solo. Para determinar a dose a ser aplicada, foi utilizada
a Tabela 10.
Tabela 10 – Estimativa da quantidade a ser aplicada em dose de K2O de acordo com
a produtividade esperada e com a possibilidade de potássio no solo
Produtividade
Esperada
sc/ha
<20
20 – 30
30 – 40
40 – 50
50 – 60
>60
Baixo
Teor de N Foliar
Adequado
Alto
dag/kg
<2,5
2,6-3,0
Dose de N
3,1-3,5
200
250
300
350
400
450
140
175
220
260
300
340
80
110
140
170
200
230
Classes de Fertilidade
Baixo Médio
Bom
Muito Bom
Dose
Teor de K no Solo
de N
mg/dm3
<60 60-120 120-200
>200
Dose de K2 O
kg/ha/ano
200
200
150
100
0
250
250
190
125
0
300
300
225
190
0
350
350
260
175
50
400
400
300
200
75
450
450
340
225
100
10. Realizou-se a coleta das amostras foliares de cada lote, devidamente demarcado
na lavoura ou talhão homogêneo (posição topográfica), de acordo com as
características perceptíveis do solo (cor, textura, condição de drenagem) e o histórico
da área (cultura atual e anterior, produtividade, uso de fertilizantes e corretivos).
11. As amostra simples foram tomadas em vários pontos de cada parcela homogênea,
de quatro folhas por planta, para um total de amostra composta de aproximadamente
100 folhas.
As amostras foram pegas do 3o e 4o pares de folhas, a partir do ápice de ramos
produtivos, na altura mediana da planta. Foram colocadas em bolsa de papel
devidamente marcada com o número do lote de onde foi pega e protegidas com uma
bolsa plástica independente.
12. As amostras de folhas foram enviadas para análises no Laboratório de Análise de
Solos da UFV, no mesmo dia em que foram feitas as amostragens.
77
13. Para o cálculo de necessidades de adubação de nitrogênio em dose de nitrogênio
em função do teor de nitrogênio foliar, reportou-se às análises foliares e da
produtividade esperada. Para determinar a dose a ser aplicada, foi utilizada a Tabela
10.
14. O cálculo das necessidades dos nutrientes considerados adequados foi realizado
em função dos teores de macronutrientes e micronutrientes reportados nas análises
foliares das parcelas homogêneas. Para determinar a dose a ser aplicada, foi utilizada
a Tabela 11.
Tabela 11 – Cálculo de necessidades dos nutrientes considerados adequados, em
função dos teores de macronutrientes e micronutrientes reportados nas
análises foliares
Macronutriente
N
P
K
Ca
Mg
S
Teor
dag/kg
2,9 – 3,2
0,12 – 0,16
1,80 – 2,20
1,00 – 1,30
0,31 – 0,45
0,15 – 0,20
Micronutriente
B
Cu
Fe
Mn
Zn
Mo
Teor
mg/kg
40 – 80
8 – 16
70 – 180
50 – 200
10 – 20
0,1 – 0,2
Na calagem do solo, foram realizadas aplicações manuais de calcário e de um
adubo orgânico produzido na própria fazenda, realizando-se uma compostagem
preparada com a mistura em proporções de 20% de resíduos de frutos de café (cascas
e mucilagem), 20% de cama de galinha produzida com a palha de café do
beneficiamento da colheita anterior e 60% de capim.
Foram realizadas amostragens do adubo orgânico obtido e levadas para
análise no Laboratório de Análise de Solos do Departamento de Solos da UFV e no
Laboratório do Departamento de Química da UFV, com o propósito de conhecer os
componentes de macronutrientes e poder quantificá-los no balanço de energia das
parcelas.
78
Foram realizadas cinco aplicações de adubo folhiar em cada ciclo produtivo
com calda Viçosa, cujos ingredientes são os seguintes: 7,2 kg de cal, 9 kg de sulfato
de cobre, 11 kg de sulfato de zinco, 7,2 kg de cloreto de potássio, 3,5 kg de ácido
bórico e 14 kg de sulfato de magnésio, utilizados para a reposição de alguns macro e
micronutrientes indispensáveis para a manutenção nutricional das plantas.
A movimentação de insumos e as aplicações de fertilizantes, durante a
condução da lavoura, foram manuais, empregando-se dosadores para sólidos e
pulverizadores para líquidos.
Em todas as aplicações de produtos químicos foram empregados
equipamentos de proteção individual e as recomendações técnicas dos fabricantes
para o correto uso desses EPIs.
3.5. Controle e monitoramento de pragas
O controle das pragas foi feito realizando-se um monitoramento visual
periódico durante todos os dois anos fenológicos (ciclo bianual produtivo), e as
aplicações dos inseticidas foram realizadas quando o nível populacional de cada
espécie de insetos atingiu o nível de dano econômico, encaixando-se no sistema de
"Manejo de Pragas".
Nesse aspecto, o importante é que o controle foi efetuado com práticas
adequadas, sempre observando a ocorrência e o nível de infestação para dar início
aos tratamentos, evitando-se os desequilíbrios ecológicos e a contaminação
ambiental.
As pragas e doenças foram controladas através de processos químicos e por
meio de práticas culturais, como capinas e limpeza na lavoura.
A incidência de pragas no cafezal foi muito variada. Não foram encontradas
cochinilhas (Coccus viridis – Coccus africanus), escamas e os nematóides que
atacam o sistema radical.
Foram identificados cortadores e minadores nos talos e ramos em algumas
plantas, sendo realizados os controles correspondentes.
Também foi evidenciada a presença de cortadores e sugadores nas folhas e
broca em alguns frutos, possivelmente por falta de limpeza e controle nos anos
fenológicos anteriores e devido às condições climáticas que favoreceram a presença
das diferentes pragas.
79
Foi realizado o controle de pragas baixo da filosofia do manejo da
cafeicultura racional.
Foram identificados o bicho-mineiro e a broca. Além dessas, foram
identificadas diversas espécies de lagartas, possivelmente pela aplicação anterior de
produtos sem os devidos controles de fungicidas cúpricos para o manejo da
ferrugem e de outros produtos químicos, propiciando desequilíbrios biológicos.
3.5.1. Broca do café
A broca do café (Stephanoderes hampei – Ferrari, 1867) que infestou alguns
frutos, destruindo seus grãos, foi controlada com dois procedimentos, no manejo
integrado.
No primeiro, foram adotadas medidas preventivas, como limpeza manual
supervisionada pelo encarregado da fazenda, continuamente, em toda a lavoura,
evitando-se a presença de frutos de colheitas anteriores e efetuando operações
culturais, como a arruação e a varrição de frutos.
No segundo tipo de manejo, realizaram-se pulverizações com inseticidas à
base de endossulfan, cujo nome comercial é Thiodan CE.
3.5.2. Bicho-mineiro
O bicho-mineiro, Perileucoptera coffeella, teve a sua presença constatada por
meio de monitoramento visual e com o emprego de armadilhas com feromônios,
posicionadas na área experimental. Seu controle foi realizado por meio de práticas
culturais específicas, como o controle periódico de ervas daninhas (capinas),
evitando-se a presença de hospedeiros, e com manejo químico, cujo princípio ativo
foi à base de Deltamethrin, Triadimenol e Disulfotona. Os nomes comerciais dos
produtos empregados foram Decis 25 CE e Baysiston GR.
No monitoramento com ajuda das armadilhas com feromônio, foi identificada
a presença dessa praga. Dessa forma, realizando um controle semanal, era
estabelecida a população estimada da praga e planejadas as pulverizações folhares. A
presença da praga foi realmente evidenciada, na época seca, durante os meses de
março até julho. O manejo foi efetuado, preservando-se os
(vespas) da praga.
80
inimigos naturais
3.6. Controle e monitoramento de doenças
O controle das doenças foi feito realizando-se um monitoramento visual
periódico durante todo o ciclo produtivo, e as aplicações de fungicidas foram
realizadas quando se observava que o impacto de cada tipo de doença atingia o nível
de dano econômico, conforme o sistema de "Manejo controlado de doenças".
As doenças foram controladas através de processos químicos e por meio de
práticas culturais, como controle de ervas daninhas (capinas) e limpeza na lavoura.
As doenças identificadas no cafezal experimental foram a cercosporiose, a
ferrugem e o phoma, ou requeima.
3.6.1. Ferrugem
O material genético escolhido na fazenda experimental, espécie Coffea
arabica, Catuaí-Vermelho, linhagem MG-44, é infectado pela "ferrugem", causada
pelo fungo Hemileia vastatrix. Entretanto, esse material apresenta alguns fatores de
resistência à doença, motivo pelo qual foi recomendado para a região da Zona da
Mata mineira, pelo IAC (1996), após a realização de várias pesquisas.
Esta doença foi visivelmente identificada pela presença de manchas-amarelas
(alaranjadas) com aspecto pulverulento na parte inferior das folhas.
Na lavoura experimental, existiam correntes matutinas de ar que ajudavam a
disseminar os esporos do fungo portadores da doença.
Sendo a ferrugem, sem dúvida, a mais grave doença do cafeeiro arábico no
Brasil, o manejo foi efetuado por meio de controles com aplicações de fungicidas via
foliar, à base de produtos cúpricos e triazóis. Os produtos utilizados para o manejo e
o controle desta doença foram Baysiston GR e Opera.
3.6.2. Cercosporiose ou mancha de olho-pardo
A doença infectou as folhas e os frutos em desenvolvimento. Sua presença foi
evidenciada na época seca, durante os meses de maio e junho dos anos de 2004 e
2005.
O monitoramento das parcelas experimentais evidenciou a presença da
doença devido à aparição, nos frutos, de pequenas manchas circulares, de coloração
marrom-escura, tendo, no centro, uma lesão cinza-clara, com anel amarelado em
81
volta e a aparência de um halo. Em alguns frutos maduros, a doença prevalece, já que
fica a casca aderente ao grão, causando o chocamento.
A presença da doença pode ser ocasionada por vários fatores, como
deficiência nutricional (por formação de mudas em substratos pobres), excesso de
insolação, queda de temperatura e plantios efetuados tardiamente, com falta de água
e nutrição adequada.
Os produtos utilizados para o seu manejo e o controle foram Opera e
Baysiston GR.
3.7. Controle de ervas danhinas
Os dados foram coletados durante dois anos fenológicos, nas safras
2003/2004 e 2004/2005. Considerou-se como ano fenológico o período
compreendido entre os meses de agosto de um ano e o de julho do ano
imediatamente seguinte.
O controle de ervas daninhas foi realizado com capinas manuais e herbicidas,
em diferentes fases, nos dois anos fenológicos, para impedir a sua infestação e o seu
desenvolvimento. As capinas foram supervisionadas para garantir a correta
realização e evitar sobrecusto, já que é uma operação cara, em função do elevado
custo da mão-de-obra.
A eliminação das ervas daninhas foi feita antes que elas iniciassem o seu
florescimento.
No controle químico de ervas danhinas foram aplicados herbicidas pósemergentes (aplicados sobre as folhas), com as dosagens recomendadas pelo
representante técnico do fabricante do produto, evitando-se os riscos de danos às
plantas, devido ao uso excessivo de produto. O herbicida empregado no controle de
ervas daninhas foi Roundup original. Para a aplicação dos herbicidas, foram
utilizados pulverizadores costais, cuja dosagem do princípio ativo foi de acordo com
as necessidades das plantas e as recomendações técnicas agronômicas. Os inseticidas
e fungicidas foram aplicados com o uso de jato compressor, e as dosagens em cada
parcela também foram conforme as necessidades e as recomendações técnicas
agronômicas.
82
No controle das ervas daninhas por meio de capinas anuais, com enxada,
observou-se a necessidade de realizar cortes superficias (até 1,5 cm), evitando
danificar as raízes dos cafeeiros.
3.8. Colheita
Foram realizadas operações de pré-colheita como preparação, manutenção,
limpeza e arruação, para melhorar a eficiência da colheita e evitar possível presença
de pragas que pudessem contaminar os frutos nas próximas safras.
A colheita foi iniciada quando a quantidade de frutos verdes, na planta, era
inferior a 20% e realizada pelo método de derriça sobre pano, em forma semiseletiva. Os frutos colhidos foram acondicionados em invólucros de fibra de
polietileno, com capacidade aproximada de 40 kg por invólucro, e sua máxima
permanência no campo foi de quatro horas.
Foi realizada e supervisionada a operação de abanação na lavoura com o
propósito de evitar a presença de impurezas e reduzir custos no pré-processamento.
Os frutos recebidos da lavoura foram lavados com o uso de um lavador
mecânico com capacidade de 8.000 L/h, separando-se os pesados dos leves.
Nessa fase foi realizada a limpeza, bem como a separação dos frutos leves
(bóias) e pesados (verdes, verdoengos e cerejas).
Com base em análise prévia, a água utilizada nessa operação estava dentro
dos padrões de pureza recomendados, o que evitava possível contaminação dos
frutos.
Os frutos pesados (cerejas, verdoengos e verdes) foram despolpados,
descartando-se os verdes durante o despolpamento. Os despolpados foram
desmucilados mecanicamente.
A Figura 3 ilustra o croqui das áreas de pré-processamento e processamento
do cafeeiro e dos resíduos da lavagem, despolpa e beneficiamento dos frutos,
enquanto a Figura 4, os equipamentos mecânicos empregados no pré-processamento
e processamento inicial do café (lavador, despolpador e desmucilador).
83
ÁREA DE
COMPOSTAGEM
TERREIROS
SECADORES
LAGOA
FACULTATIVA
SILOS
SECADORES
LAVADOR E
DESPOLPADOR
LAGOA
ANAERÓBIA
CANAL DE
ARC
Figura 3 – Croqui das áreas de pré-processamento e processamento do cafeeiro e dos
resíduos.
Figura 4 – Equipamentos lavador, despolpador e desmucilador mecânicos.
84
3.9. Manejo das águas residuárias
As águas residuárias, ricas em material orgânico e inorgânico, proveniente
das operações de lavagem e despolpa, foram tratadas em um sistema composto por
canais de condução, grade, desarenador (sedimentador), lagoas de tratamento
anaeróbio e lagoas de tratamento facultativo (fase de construção), devidamente
dimensionadas conforme as especificações técnicas exigidas pela legislação
ambiental do Estado de Minas Gerais (Deliberação Normativa COPAM no 10/86).
Essa legislação estabelece que, para o lançamento de águas residuárias em corpos
hídricos, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) seja de no máximo 60 mg L-1 ou
que a eficiência do sistema de tratamento das águas residuárias, para remoção da
DBO, seja superior a 85%.
A metodologia para realizar o cálculo do sistema de tratamento das águas
residuárias foi a seguinte:
1. Estabeleceram-se as informações básicas da lavoura, como: espécie, cultivar,
linhagem, região da cultura, idade, sistema, espaçamento, identificação dos lotes
ou talhões, produtividade média/cova (litros/cova), produtividade esperada/cova
(litros/cova), capacidade de colheita (litros/homem/dia), período de colheita
estimado (dias).
2. Para estabelecer a quantidade de água a ser utilizada, considerou-se o seguinte:
Razão de utilização de água:
- Lavagem: 0,3 - 0,5 L de água/1 L de fruto processado.
- Despolpa: 4 L de água/1 L de fruto processado.
Jornada de trabalho: 8 horas/dia.
3. Foram realizadas amostragens da água na fonte (lagoa da fazenda), que foi
utilizada e enviada para análise no Laboratório de Qualidade de Águas do
Departamento de Engenharia Agrícola da UFV, onde foram determinadas as suas
características físico-químicas e microbiológicas.
4. Foram realizadas as análises para caracterizar os efluentes gerados pelo lavador
mecânico e pelo conjunto descascador/despolpador mecânicos de frutos de
cafeeiro;
as
análises
das
águas
residuárias
do
lavador,
do
descascador/despolpador e dos desmuciladores de frutos de cafeeiro reportaram
análises físico-químicas e bioquímicas.
85
5. Foram escolhidos os locais ideais para a implantação das estruturas que foram
determinadas para o tratamento das águas residuárias da lavagem e do
descascamento/despolpamento dos frutos do cafeeiro.
6. Definiu-se que o tratamento seria realizado de forma conjunta, devido às
características do resíduo gerado, após as análises efetuadas e devido ao alto custo
para a montagem do sistema. Os locais das estruturas foram dispostos distantes do
lavador e despolpador, devido à cercania usual com os terreiros e terreiros
secadores para a realização da secagem dos frutos de cafeeiro. As águas
residuárias da lavagem, descascamento, despolpa e desmucilagem dos frutos
foram descartadas três ou quatro vezes por dia, sendo captadas e conduzidas para
os diferentes tratamentos previstos.
7. Não foi posivel instalar os locais das estruturas em linhas, com o lavador e o
descascador/despolpador, normalmente recomendadas, pela disposição das áreas e
pelo tamanho do sistema calculado.
8. Foram determinados os tratamentos das águas residuárias da lavagem, o
descascamento/despolpamento e a desmucilagem e calculadas as dimensões das
estruturas planejadas.
A Figura 5 ilustra o fluxo estabelecido no sistema proposto para o tratamento
de águas residuárias.
LAVADOR
DE FRUTOS
DO CAFEEIRO
DESPOLPADOR E
DESMUCILADORES
DE FRUTOS
DO CAFEEIRO
CANAL CONDUÇÃO
E GRADE
DESARENADOR
LAGOA
ANAERÓBIA
ÁGUA RESIDUÁRIA
DOS BANHEIROS
FUNCIONÁRIOS E
OUTROS
MATERIAL
GROSSEIRO:
COMPOSTAGEM
LAGOA
FACULTATIVA
ÁGUA RESIDUÁRIA
PARA IRRIGAÇÃO
FOSSAS SÉPTICAS
INDEPENDENTES
Figura 5 – Fluxo estabelecido no sistema proposto para o tratamento de águas
residuárias.
86
9. Canal de condução e desarenador
As
águas
residuárias
provenientes
da
lavagem
e
do
descascamento/despolpamento dos frutos de cafeeiro foram submetidas ao
tratamento preliminar para a remoção dos sólidos mais grosseiros, por meio de
uma grade com malha. A grade foi instalada no final de um canal de condução.
O material grosseiro retido tinha como destino a compostagem. Foi realizada
uma mistura do material parcialmente umedecido (casca, polpa e mucilagem)
com o material de alta relação C/N (palha de café e capim).
O tratamento das águas residuárias preliminar, com canal e grade,
primário com um desarenador/sedimentador e de uma lagoa anaeróbia e a
condição das águas foi executado para um tratamento secundário, por
intermédio de uma lagoa facultativa.
O
regime
de
funcionamento
do
descascador/despolpador
foi
basicamente o descarte de grande parte da água de utilização, à razão de
utilização de água de 4 L de água/1 L de fruto.
Foi calculado o volume do efluente gerado por dia em litros ou m3,
estabelecendo-se uma jornada de trabalho em 8-10 h/dia e tendo uma vazão em
m3. h-1.
Utlizando a vazão (m3. h-1) e uma velocidade entre 0,25 - 0,35 m.s-1,
estimou-se a largura do canal, a qual foi de 0,45 m, cujo propósito atendeu,
ainda, à possibilidade do manejo de uma pá para efetuar a limpeza do lodo
residuário do fundo, o qual deve ser removido para evitar problemas no
sistema de condução.
A grade, ou peneira inserida no canal de condução, antes do
desarenador, tinha um espaçamento entre malhas de 0,002 m, a fim de reter a
polpa desprendida dos frutos. As dimensões das grades foram calculadas de
acordo com Matos e Lo Monaco (2003), considerando-se as condições normais
de operação de uma unidade de processamento de frutos de cafeeiro. A grade
que foi inserida no canal tinha 0,40 m de largura por 0,50 m de altura. Foi
instalada com uma inclinação de 60o em relação à horizontal, para facilitar as
limpezas periódicas. No gradeamento foram removidos em torno de 140 L de
polpas para cada 1.000 L de efluente bruto. Foram calculados o total de
remoção de polpas por dia, em L. Nessa etapa, foram removidas pequenas
quantidades de material orgânico em suspensão, o que equivale dizer que a
87
remoção de DBO ou DQO foi insignificante, como reportaram as análises de
laboratório.
10. Foram determinadas as condições do desarenador: parte estrutural em alvenaria
com argamassa, traço 1:3. A tubulação de efluente e a de descarga do material
retido tinham diâmetro de 100 mm e o fundo revestido com um piso de 50-60
mm de espessura no mesmo traço.
11. Foram determinadas as variáveis para o dimensionamento do desarenador:
volume (litros) gerado diariamente, proveniente do lavador; sedimentos de fácil
decantação, na sua maioria partículas de solo, vazão (Q) em (L.s-1), velocidade
de deslocamento (Vh) em (m.s-1) e velocidade de sedimentação (Vs) em
(m.s-1).
12. Construção da lagoa anaeróbia
De acordo com Matos et al. (2001a), as lagoas anaeróbicas podem ser
utilizadas para o tratamento primário das Águas Residuárias do Cafeeiro –
ARC, preferencialmente construídas sobre solos de baixa permeabilidade, em
área cujo lençol freático é profundo e afastado de povoamentos. Alem disso,
deve-se observar a direção predominante dos ventos no local, como critério de
localização de lagoa, de tal forma a evitar odores desagradáveis direcionados a
residências.
O fundo foi compactado com uma camada de material argiloso, para
evitar a infiltração das águas residuárias no solo e colocar em risco a qualidade
das
águas
subterrâneas.
Posteriormente,
tem-se
planejado
a
impermeabilização, com lona, da lagoa anaeróbica e das lagoas facultativas.
13. Foram determinadas as dimensões da lagoa facultativa utilizando-se o método
proposto por Mara (1975), citado por Loures (1998).
As lagoas facultativas são aquelas de estabilização que fazem parte do
tratamento secundário de águas residuárias. Nessa unidade ocorre a conversão
do material orgânico carbonáceo e de solutos em massa de algas.
A finalidade é a estabilização do material orgânico contido nas águas
residuárias.
O material orgânico dissolvido (DBO solúvel), juntamente com o
material orgânico em suspensão, de pequenas dimensões (DBO finamente
particulada), é decomposto por bactérias facultativas (bactérias que têm a
capacidade de sobreviver tanto na presença quanto na ausência de oxigênio),
88
proporcionando maior grau de depuração à água residuária. O oxigênio
necessário para respiração das bactérias aeróbias é fornecido, principalmente,
pela fotossíntese realizada pelas algas que se desenvolvem no meio líquido.
No futuro será optado o aproveitamento do efluente na fertirrigação, por
isso se recomenda a filtragem do efluente do tratamento preliminar e, mesmo, o
da lagoa anaeróbia ou da facultativa, a fim de evitar possíveis problemas de
entupimento dos emissores do sistema de irrigação localizada.
14.
Fossas sépticas
As fossas sépticas foram unidades alimentadas por fluxo horizontal, que
proporcionou tratamento independente do esgoto doméstico de uma residência,
do esgoto proveniente dos banheiros dos funcionários e das salas de
administração e de laboratório de análise de amostras de café.
A finalidade foi proporcionar tratamento de níveis preliminar e primário
às águas residuárias, visando, com isso, à retenção de sólidos flutuantes e
matérias graxas (escuma), decantação de sólidos sedimentáveis e deposição,
acúmulo e adensamento de lodo decantado em regime de decomposição
anaeróbia e redução sensível no número de bactérias patogênicas.
As águas do esgoto provenientes da cozinha, lavanderia, lavatórios,
vasos sanitários, banheiros, chuveiros, ralos de piso da casa e banheiros de
funcionários foram conduzidas em tubos de PVC até as três fossas sépticas
retangulares, que foram construídas de acordo as normas estabelecidas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
O intervalo de limpeza dos tanques sépticos deverá ser de um ano.
3.10. Secagem
No primeiro ano fenológico avaliado 2003/2004, a secagem foi realizada com
café pergaminho (lavado, despolpado e desmucilado) com umidade inicial em torno
de 55-60% b.u., sendo realizados três tratamentos.
As fases de secagem foram definidas com base em três tratamentos:
Tratamento 1 (T1) – Secagem completa do café cereja descascado e desmucilado em
terreiro com pavimentação de concreto (testemunha).
89
Tratamento 2 (T2) – Secagem completa do café descascado e desmucilado em
terreiro secador, em leito fixo, em leiras, sem a incidência direta
da radiação solar.
Tratamento 3 (T3) – Secagem até meia-seca (25-30% b.u.) do café descascado e
desmucilado em terreiro secador, em leito fixo, em leiras, sem
incidência direta de radiação solar e secagem posterior até o
final (12-13% b.u.) em silo em concreto com ar natural à
temperatura ambiente.
No primeiro tratamento (secagem tradicional em terreiro de cimento, ao sol),
o café foi espalhado em camadas finas, com espessura máxima de 0,03 m, e
revolvido continuamente durante o dia. Os operadores, ao abrirem as leiras, tinham
que ter cuidado com a orientação ou posição do sol. As leiras de café tinham que
ficar paralelas à sombra dos operadores, com o objetivo de proporcionar maior
uniformidade e velocidade da secagem. No início da operação, após as 16 horas os
grãos foram enleirados, em leiras com espessura entre 0,08 e 0,10 m. Conforme
ocorreu a redução no teor de água dos grãos, a espessura das leiras foi aumentada
para até 0,3 m. Esse procedimento foi mantido até que os grãos atingissem o teor de
água de 11,5 - 12% b.u.
No segundo tratamento (secagem em terreiro secador, em leito fixo, em
leiras, sem a incidência direta da radiação solar), a temperatura do ar de secagem foi
de 43,0 ± 2,5 ºC e os grãos, revolvidos em intervalos regulares de duas horas até
atingirem a umidade de 12 ± 0,5% b.u.
Foram utilizadas fornalhas a fogo indireto em cada um dos três secadores,
sem incidência direta de radiação solar com as seguintes características:
Câmara de combustão com dimensões de 1,2 x 1,7 x 0,95 m, que possibilitou
uma correta mistura comburente-combustível em forma eficiente; grelha com
estrutura em barras de ferro resistente; cinzeiro-reservatório localizado abaixo da
grelha em todo o comprimento da câmara de combustão, que garantia a eficiência do
sistema; entradas laterais de ar reguláveis, responsáveis pela passagem do ar
comburente; uma saída centralizada dos gases resultantes da combustão e do excesso
de ar comburente e um trocador de calor ar/ar com 25 tubos de 2,5`(polegadas) de
diâmetro e de 1,70 m de comprimento, que garantiu o aproveitamento correto e
eficiente do calor/ar quente gerado pelo ventilador centrífugo com vazão de ar de
58 ± 1,7 m3 min-1 e potência do motor de 3,68 kW (5,0 cv).
90
A Figura 6 ilustra o modelo da fornalha a fogo indireto com lenha dos terreiros
secadores dimensionada para atender às necessidades de secagem de cada terreiro.
Figura 6 – Vista lateral da fornalha a fogo indireto com lenha dos terreiros secadores.
No terceiro tratamento (secagem em terreiro secador de leito fixo, em leiras,
sem incidência direta da radiação solar, até meia-seca e secagem posterior até o final
em silo em concreto com ar natural), o ar na primeira fase do tratamento foi aquecido
com uma fornalha a fogo indireto que utiliza lenha como combustível. Nessa fase de
meia-seca (25-30% b.u.), a temperatura do ar de secagem foi de 43,0 ± 2,5 ºC e os
grãos, revolvidos em intervalos regulares de duas horas. Posteriormente, na fase de
complementação da secagem até 12 ± 0,5% b.u. foram utilizados dois silos, que
possuíam sistema de ventilação com ar na temperatura ambiente.
O sistema de ventilação foi ligado quando a temperatura do ar ambiente
variava entre 20 e 27 ºC e a umidade relativa, entre 55 e 70%. Essa condição do
ambiente geralmente se apresentava entre as 9 h até as 17 h. Os silos foram
carregados por camadas sucessivas, com espessura de 0,4 m, tendo a primeira
camada um teor de água de 25% b.u. e a camada superior, 18% b.u.
91
No segundo ano fenológico avaliado 2004/2005 do ciclo bianual produtivo, a
secagem foi realizada com café em coco (lavado e separando o café cereja, bóia e
verde) com umidade inicial em torno de 55-60% b.u., sendo realizados dois
tratamentos.
As fases de secagem foram definidas com base em dois tratamentos:
Tratamento 1 (T1) – Secagem completa do café cereja lavado em terreiro com
pavimentação de concreto (testemunha).
Tratamento 2 (T2) – Secagem completa do café lavado em terreiro secador, em leito
fixo, em leiras, sem a incidência direta da radiação solar.
No primeiro, realizou-se a secagem tradicional em terreiro de cimento, ao sol
(testemunha).
No segundo tratamento, a secagem foi realizada em terreiro secador, em leito
fixo, em leiras, sem a incidência direta da radiação solar. A temperatura do ar de
secagem foi de 45,0 ± 2,3 ºC e os grãos, revolvidos em intervalos regulares de duas
horas até atingirem a umidade de 12 ± 0,5% b.u. Foi utilizada uma fornalha a fogo
indireto utilizando lenha de eucalipto (Eucaliptus grandi) como combustível.
3.10.1. Tempo
Foi monitorado o tempo de duração de cada fase operacional, para avaliar os
processos estudados, utilizando-se o relógio interno do sistema de adquisição de
dados nos terreiros secadores, silos complementares de secagem, e para os cálculos
do saldo de radiação nas parcelas da lavoura. Além disso, foi utilizado um relógio
digital que contém um cronômetro para a determinação do tempo gasto nas
diferentes operações avaliadas.
Foram determinados os tempos relativos às horas-homem e horas-máquina, e
o combustível gasto em cada operação durante os dois anos fenológicos da cultura,
pré-processamento e processamento, para cada uma das parcelas avaliadas. O valores
correspondentes a todas as determinações de tempos são apresentados nos Apêndices
1C até 8C.
Os dados armazenados no sistema de adquisição e os obtidos no cronômetro
digital foram posteriormente transferidos a um computador que continha planilhas de
controle.
92
3.10.2. Massa
Foi monitorada a perda de massa do café em cada fase operacional para
determinar o comportamento da secagem em cada tratamento, utilizando-se uma
balança digital com capacidade de 4,4 kg e pesagem mínima de 0,01 kg de
sensibilidade.
Os dados foram imediatamente registrados em planilhas de controle e,
posteriormente, gravados em computador.
A massa foi monitorada em intervalos regulares de quatro horas até atingir o
teor de água desejado em cada um dos tratamentos experimentais de secagem.
No terceiro tratamento, no primeiro ano fenológico, a massa de café foi
monitorada a cada 12 horas até atingir o teor de água de equilíbrio (11,5 - 12,2% b.u.).
A Figura 7 ilustra alguns dos equipamentos empregados nas análises físicas em
laboratório.
Figura 7 – Equipamentos empregados nas análises físicas.
93
3.10.3. Amostragem
A técnica de amostragem atendeu às recomendações contidas em BRASIL
(1992). As amostragens para determinação da umidade e a massa específica foram
realizadas durante a carga dos secadores: terreiro cimentado, terreiros secadores de
leito fixo e silos secadores. Nos secadores foram tomadas amostras em intervalos
regulares de quatro horas. Nos silos, a amostragem foi realizada em intervalos
regulares de 12 horas.
3.10.4. Teor de água
Foram utilizados dois métodos para monitorar o teor de água dos grãos. No
método indireto foi utilizado um equipamento digital eletrônico GEOLE, cujo
princípio de funcionamento é por capacitância elétrica. O uso desse equipamento
teve como objetivo realizar as medições parciais sem danificar as amostras.
Periodicamente, foi utilizado o determinador Evaporação Direta da Água em Banho
de Óleo – EDABO (SABIONE et al., 1984), para medição direta do teor de água das
amostras, nos três sistemas avaliados, e para aferir o equipamento digital GEOLE
(capacitância elétrica) empregado.
A massa de cada amostra foi aproximadamente igual a 1,0 kg de café. As
amostras foram condicionadas em sacos plásticos impermeáveis para imediata
medição da umidade.
O teor de água foi medido no final pelo método oficial de estufa, com
circulação forçada de ar a 105 ± 3 °C, durante 24 h (BRASIL,1992). Foram obtidas
três repetições por amostra, com massa de aproximadamente 40 g.
Para calcular os níveis de redução no teor de água, nos silos carregados por
camadas de grãos foi utilizado o modelo de simulação proposto por Hukill (1974).
Os silos foram construídos em alvenaria e concreto, com diâmetro de 3,90 m e altura
de 4,30 m. Possuíam fundo de chapas perfuradas e sistema de ventilação com ar
ambiente, com vazão de ar de 58 ± 1,7 m3 min-1 e potência de 3,68 kW (5,0 cv).
Foram empregadas as equações 2.6 até 2.13, para determinar as variáveis do
modelo e as condições para efetuar a correta secagem combinada nos silos com ar
natural.
94
3.10.5. Ar ambiente
Para as medições da temperatura e da umidade relativa ambiente foram
instalados, em um abrigo meteorológico, em uma área próxima da unidade
experimental, um higrotermógrafo e um psicrômetro, não aspirado, com divisão de
escala de 1 °C, conforme os padrões técnicos recomendados pelo Instituto Nacional
de Meteorologia – INMET (MAPA).
Adicionalmente, foram instalados no abrigo um sensor para a medição direta
da umidade do ar e a temperatura ambiente, ligados ao sistema de adquisição de
dados e que realizava leituras a cada 10s e estabelecia médias das leituras a cada
minuto.
3.10.6. Temperatura do ar de secagem
A temperatura do bulbo seco e do bulbo molhado do ar de secagem foi
medida e monitorada utilizando-se psicrômetros, instalados nos dutos de saída dos
ventiladores próximos aos módulos onde foram dispostos os frutos de café.
A umidade relativa do ar foi calculada por meio de um programa
computacional GRAPSI versão 5.1 (UFV, 2003), desenvolvido a partir de equações
psicrométricas.
As temperaturas de secagem foram monitoradas por meio de um sistema de
termometria, utilizando-se um sistema de coleta de dados em intervalos regulares de
10 s e realizando as médias das medições a cada minuto. Foram utilizados
termopares tipo T, que possuem sensores de cobre e constantan, com sensibilidade
igual a 0,1 °C. O monitoramento das temperaturas de secagem, da mistura ar/grãos e
da exaustão foram feitos nos ductos de distribuição de ar dos secadores (temperatura
do ar de secagem), nos níveis inferior, médio e superior das leiras e a 3 cm acima das
leiras, para a exaustão do ar.
A Figura 8 ilustra o croqui nos terreiros secadores do sistema para o
monitoramento do ar de secagem nos ductos do ar e nas leiras de café.
Na Figura 9, mostra-se a vista dos terreiros secadores, onde foi instalado o
sistema para o monitoramento do ar de secagem nos ductos do ar e nas leiras de café.
95
“Plenum”
Figura 8 – Croqui do monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar nos
terreiros secadores.
Figura 9 – Vista dos terreiros secadores sem incidência solar direta.
Na Figura 10, tem-se a vista do armário metálico onde foram instalados o
sistema de adquisição de dado e o PC, para o monitoramento do ar de secagem nos
ductos do ar e nas leiras de café nos diferentes terreiros secadores.
Nos silos, a termometria foi monitorada por meio de um sistema de
termometria instalado com sensores de cobre constantan e de cromel-alumel no
“plenum” e no centro dos silos, verticalmente, em pontos eqüidistantes de 0,4 m.
A Figura 11 ilustra o croqui nos silos secadores e armazenadores do sistema
para o monitoramento do ar de secagem no “plenum” e no ducto central de cada silo.
96
Figura 10 – Vista do sistema de adquisição de dados empregado para o
monitoramento da temperatura e da umidade relativa do ar nos terreiros
secadores.
Figura 11 – Croqui nos silos secadores e armazenadores do sistema para o
monitoramento do ar de secagem no “plenum” e no ducto central de cada
silo.
97
Na Figura 12, mostra-se a vista dos silos de concreto onde foi instalado o
sistema para o monitoramento do ar de secagem no “plenum” e no ducto central dos
dois silos de secagem e armazenagem de café descascado e desmucilado.
Figura 12 – Silos em concreto onde foi realizada a secagem complementar do 3o
tratamento.
3.10.7. Vazão de ar
Foram determinadas as curvas características do ventilador, contemplando,
principalmente, a relação entre a vazão de ar e a pressão estática.
Dessa forma, com base na pressão estática observada experimentalmente,
obteve-se a vazão de ar em cada instante desejado.
98
3.10.8. Pressão estática
A pressão estática foi medida nos secadores de camada fixa, em leiras, e nos
silos em que foi realizada a secagem complementar do terceiro sistema de secagem
combinado avaliado. As determinações foram realizadas na entrada do ducto de
transição entre o ventilador e o secador, e na área de transição próxima à câmara
“plenum”, e nos silos complementares de secagem os pontos foram definidos pela
interseção de diagonais imaginárias, na parede do “plenum”, traçadas em um plano
vertical. Foram fixados tubos de cobre com 6,4 mm de diâmetro e 150 mm de
comprimento, de modo que a sua face interna ficasse adjacente à parede da câmara.
Esses tubos foram ligados a um manômetro diferencial inclinado, por meio de
mangueiras de plástico, possibilitando a seqüência de uma leitura por ponto. As
leituras foram feitas em intervalos regulares de quatro horas.
3.11. Classificação do café
3.11.1. Tipo
A classificação quanto ao tipo do café beneficiado foi realizada de acordo
com o Regulamento Técnico de Identidade e de Qualidade para a Classificação do
Café Beneficiado, grão cru, utilizando-se as tabelas de Classificação do Café
Beneficiado Grão Cru quanto à equivalência de defeitos (intrínsecos), impurezas
(extrínsecos) e em função do defeito/tipo (BRASIL, 2003). De acordo com as
normas (BRASIL, 2003), na classificação por peneiras o vazamento máximo
admissível para cada peneira foi de 10%, sendo que o vazamento superior a esse
valor caracterizou a ocorrência de outra peneira, no lote analisado. O café
beneficiado grão cru da subcategoria “Chato”, de acordo com o tamanho dos grãos e
a dimensão dos crivos circulares que os retêm, foi classificado em:
Chato graúdo – peneiras 19/18 e 17.
Chato médio – peneiras 16 e 15.
Chato miúdo – peneira 14 e menores (BRASIL, 2003).
As amostras de café beneficiado cru, analisadas neste trabalho, pertenceram à
categoria I, proveniente da espécie C. arabica L, à subcategoria “chato” e, de acordo
com o tamanho dos grãos e a dimensão dos crivos circulares das peneiras que os
retêm, “chato graúdo” e “chato médio”.
99
A classificação pelos atributos é definida em: peneira 17/18 (P17/18 - %),
peneira 16 (P16 - %), peneira 13/15 (P13/15 - %), fundo de peneira (FDO %),
catação (%), quebra (%), defeito (valor absoluto) e umidade (% b.u.).
Para os valores atribuídos à quebra foram considerados a soma do que ficou
no fundo de peneira e na catação, com resultados em porcentual.
3.11.2. Bebida
Quanto ao sabor e aroma (bebida), o café foi classificado como Grupo I
(arábica) e definido por meio de prova de xícara, utilizando-se definições de
subgrupos assim discriminados:
Bebidas Finas do Grupo I - Arábica.
Estritamente mole: café que apresenta, em conjunto, todos os requisitos de
aroma e sabor "mole", porém mais acentuado.
Mole: café que apresenta aroma e sabor agradável, brando e adocicado.
Apenas mole: café que apresenta sabor levemente doce e suave, mas sem
adstringência ou aspereza de paladar.
Duro: café que apresenta sabor acre, adstringente e áspero, porém não
apresenta paladares estranhos.
Bebidas Fenicadas do Grupo I - Arábica.
Riado: café que apresenta leve sabor, típico de iodofórmio.
Rio: café que apresenta sabor típico e acentuado de iodofórmio.
Rio Zona: café que apresenta aroma e sabor muito acentuado, assemelhado ao
iodofórmio ou ao ácido fênico, sendo repugnante ao paladar (BRASIL, 2003).
3.12. Tratamentos experimentais
As parcelas consideradas na avaliação energética e econômica do cafeeiro
foram 14, que correspondiam à totalidade da área cultivada de 60 ha, sendo quatro
parcelas (1-4) com área total de 14,25 ha, as consideradas nas avaliações dos três
sistemas de secagem no primeiro ano fenológico 2003/2004 e dos dois sistemas de
secagem no segundo ano fenológico 2004/2005.
O volume de café utilizado em cada teste, nos diferentes tratamentos, foi de
2,5 ± 0,1 m3, e o número de testes esteve condicionado à colheita programada, de
100
acordo com o índice de maturação do cafeeiro e com as quantidades produzidas
(volume de café) em cada parcela.
3.13. Avaliação da produção
3.13.1. Dados de produção, colheita e pós-colheita da cultura de café
No primeiro ano fenológico avaliado 2003/2004, os dados foram coletados
em forma separada: ciclo produtivo, pré-colheita, colheita, transporte até a área de
pré-processamento (lavagem e separação), processamento inicial (despolpa,
desmucilagem), processamento final (secagem, armazenagem e beneficiamento).
No segundo ano fenológico avaliado 2004/2005, os dados também foram
avaliados em forma separada: ciclo produtivo, pré-colheita, colheita, transporte até a
área de pré-processamento (lavagem e separação) e não foi feito processamento
inicial de despolpa e desmucilagem (falta do trâmite, por parte dos proprietários, da
documentação para a obtenção de outorga para o manejo da água de processamento).
Foi realizado o processamento final de secagem de café em coco, armazenagem em
sacos e beneficiamento posterior.
3.14. Balanço de radiação e avaliação energética (MJ)
As determinações dos balanços de radiação foram realizadas nos meses de
setembro, novembro, janeiro e março de cada ano fenológico e, especificamente, nos
períodos comprendidos entre os dias 01/09/2003 e 09/09/2003, 01/11/2003 e
09/11/2003, 15/01/2004 e 23/01/2004 e 12/03/2004 e 20/03/2004 do primeiro ano
fenológico e entre os dias 10/09/2003 e 18/09/2003, 21/01/2005 e 29/01/2005 e
01/04/2005 e 09/04/2005 do segundo ano fenológico, não sendo possível realizar o
segundo teste do segundo ano, devido a problemas nos equipamentos (dano do
sistema de adquisição de dados).
A escolha dos períodos de coleta das informações para as estimativas do
balanço de radiação atendeu às recomendações técnicas das diferentes fases
fenológicas em cada ano do ciclo bianual produtivo do cafeeiro arábica (CAMARGO
CAMARGO, 2001).
A Figura 13 ilustra o módulo montado no andaime nas parcelas 1-4 para a
determinação do balanço de radiação.
101
Figura 13 – Módulo montado para a determinação do balanço de radiação.
Em um mastro localizado no interior das parcelas 1-4, foram instalados, a 4 m
acima do solo, um saldo radiômetro REBS Q.7.1 Serial: Q03175 (fator de calibração
= 8,80 W.m-2.mV-1), para a medição do saldo de radiação (Rn); um piranômetro “tipo
Eppley” modelo 8,48, com constante (7,08 mV.cal-1.cm-2.m-1), para a medição da
radiação solar global (Rs); um piranômetro LI-COR, modelo PY34820, com
constante (10 µV.W-1.m-2), para a medição da radiação solar refletida (Rr) e um
sensor PAR Kipp & Zonen, com sensibilidade (4,54 µV.µmol-1.s-1.m-2), para a
medição da radiação solar fotossinteticamente ativa.
Os equipamentos foram acoplados a um tubo de ferro de 5 m de
comprimento, projetando-o distante do mastro e permitindo que a sua visada ficasse
entre a entrelinha e o renque, favorecendo uma boa amostragem do cafezal. Esses
sensores foram ligados a um sistema de adquisição de dados LR, com um módulo
analógico LR-7018 de oito canais, com precisão de 0,1%, ligados num computador
instalado num armário metálico de proteção no meio dos lotes avaliados.
Foram feitas quatro avaliações em cada ano fenológico, em intervalos de 10s,
e realizadas médias das medições a cada minuto, durante oito dias consecutivos nos
dois anos fenológicos avaliados (ciclo bianual produtivo) de desenvolvimento da
cultura, sendo considerados para fins de integração o período entre as 7 h e as 18 h.
102
Com base nas medições dos equipamentos montados, foram determinados:
O albedo (α), utilizando-se a equação 3.4.
α = Rr Rs
3.4
em que:
α: albedo – coeficiente de reflexão da superfície, adimensional;
Rr: radiação refletida – MJ/m2; e
Rs: radiação global – MJ/m2.
O balanço de ondas curtas (BOC), obtido utilizando-se a equação 3.5.
BOC = (1 − α ) ∗ Rs
3.5
em que:
BOC: balanço de radiação de ondas curtas – MJ/m2;
α: albedo – coeficiente de reflexão da superfície, adimensional; e
Rs: radiação global – MJ/m2.
O balanço de ondas longas (l), utilizando-se a equação 3.6.
l = Rn − (1 − α ) ∗ Rs
3.6
em que:
l: balanço de radiação de ondas longas – MJ/m2;
Rn: saldo de radiação – MJ/m2;
α: albedo – coeficiente de reflexão da superfície, adimensional; e
Rs: radiação global – MJ/m2.
Foram integrados no período diurno (MJ.m-2.dia-1) o saldo de radiação
(diurno e integral das 24 horas), a radiação solar global, a radiação solar refletida e a
radiação fotossinteticamente ativa e obtidos os balanços de radiação de ondas curtas
e longas (diurno e integral das 24 horas).
Os estádios das fases fenológicas da cultura foram caracterizados de acordo
com a esquematização de ciclo bianual do cafeeiro arábica nas condições climáticas
da região, segundo Camargo e Camargo (2001).
Durante o mesmo período de medições, foram realizadas determinações de
índice de área foliar com um equipamento portátil (LAI-2000 Canopy Analyser LICOR, Lincoln, NE, EUA), que tem um sensor óptico conectado a uma consola
contendo um microprocessador de dados.
103
Os dados foram armazenados no cartão de memória PCMCIA do aparelho e
posteriormente enviados para um computador através de um “link” serial.
O índice de área foliar (IAF) foi obtido por medições, sempre nas mesmas
plantas devidamente identificadas em cada uma das quatro parcelas avaliadas, em
três segmentos de 6 m2, comprendendo cada uma três plantas consecutivas.
Foi definido pela equipe de pesquisa o emprego da equação 2.3, proposta por
Angstrom (1924) e modificada posteriormente por Prescott para estimar a irradiância
solar global. Os cálculos de radiação solar global aproximada foram feitos em formas
diária e acumulada para cada ano fenológico avaliado.
Neste trabalho foram utilizadas as variáveis a e b do Município de Viçosa,
MG, pela distância até a fazenda experimental de 42 km, sendo coordenadas
geográficas muito similares, devido à necesidade de definir valores médios diários
para cada ano fenológico e ao fato de poderem ser aplicados no balanço de energia
acumulado anual.
Os dados da informação metereologica foram coletados da estação
meteorológica do Município de Ervália, MG, a uma distância de 5,3 km da lavoura.
Essa estação atendia às recomendações técnicas para sua devida instalação e
operação, conforme os padrões técnicos recomendados pelo Instituto Nacional de
Meteorologia – INMET (MAPA).
Os dados fornecidos foram tempo (horas), temperaturas máxima, mínima e
média, umidades relativas máxima, mínima e média, pressão atmosférica, velocidade
do ar, precipitação pluviométrica e insolação diária. Adicionalmente, foram
instalados na área de estudo um termo higrógrafo, sensores de umidade relativa,
sensores de temperatura e psicrômetros não-aspirados. A coleta de dados de campo
abrangeu o período entre agosto de 2003 e agosto de 2005.
Para a análise energética integral, em cada ano fenológico foi colhida uma
planta seleccionada porte-padrão em cada parcela e separada e determinada a massa
de raízes, caules, ramos, folhas e frutos. Posteriormente foram pegas amostras
submetidas à secagem em estufa. Após a secagem, foi determinado o poder calorífico
em bomba calorimétrica. Pelo mesmo procedimento, determinou-se o poder
calorífico da palha de café e do material compostado (resíduos sólidos dos frutos,
cama de galinha obtida de palha de café e capim), para a realização da adubação
inicial de cada ano fenológico.
104
A metodologia para a determinação do balanço energético do cafeeiro foi
obtida conforme Serra et al. (1979), em que, para cada item envolvido no ciclo
bianual produtivo, foi calculado o valor energético.
Considerando os resultados e observações de diversos autores sobre avaliação
energética e suas implicações, foram selecionados dados quantitativos do poder
calórico para produção da cultura, da colheita manual de café e operações de préprocessamento. Foram utilizadas conversões energéticas, com ajuda de equações
que, escritas algebricamente, permitem o cálculo do consumo energético, levando-se
em conta também a intenção do reaproveitamento dos resíduos sólidos do
processamento, conforme Sartori e Basta (1999), em trabalhos com cana-de-açúcar.
Para cálculo dos diversos índices envolvendo sistemas, rendimento da
cultura, operações de campo e matéria seca, foram utilizados dados e orientações
geradas por Serra (1979), Pimentel (1980), pela EMBRAPA (1991) e por Freitas et
al. (1994). Os dados foram transformados em MJ.
O balanço energético dos sistemas de produção em estudo resultou da
subtração da energia produzida (MJ/ha) pela energia consumida (MJ/ha), em cada
ano fenológico. Como energia produzida, ou receita energética (MJ/ha), considerouse a transformação do rendimento de frutos de café, ou da matéria seca, em energia.
Como energia consumida ou energia cultural (MJ/ha), foi considerada a soma dos
coeficientes energéticos relativos aos fertilizantes, aos fungicidas, aos herbicidas, aos
inseticidas e à energia solar incidente durante cada ano fenológico (Radiação
Fotossinteticamente Ativa); das operações de adubação; de aplicação de produtos; da
colheita manual, de pré-processamento; e do processamento utilizado em cada um
dos tratamentos avaliados no ciclo bianual.
3.14.1. Equações para conversão em energia
Foi utilizada a metodologia proposta por Sartori e Basta (1999).
3.14.1.1. Para a produção de café
a) Mão-de-obra, obtida utilizando-se a equação 3.7.
TEmo = ∑ (Hi x Emo)/hai
105
3.7
em que:
Hi: número total de horas trabalhadas, h/ha;
Emo: consumo de energia, MJ/ha;
i: tipo de trabalho;
TEmo: demanda total de energia para mão-de-obra, MJ/ha; e
hai: área trabalhada, ha.
b) Tratores, caminhões e implementos, obtidos utilizando-se a equação 3.8.
TEma = ∑ {[(Efi + Emai + Eri) x Pi] x (0,333 x tari + 0,82)}/hai
3.8
em que:
P: massa total, kg;
Ef: valor do consumo energético utilizado para fabricação, MJ/kg;
Ema: valor energético do material utilizado, MJ/kg;
Er: energia gasta para manutenção e reparos, MJ/kg;
0,82: 82% de vida útil;
0,333: coeficiente de correção;
i: tipo de máquina;
hai: área trabalhada, ha; e
TEma: consumo total de energia para as máquinas, MJ/ha.
Os cálculos foram realizados utilizando-se pesos de tratores dados por Serra
et al. (1979) e o energético, por Pimentel (1980), admitindo-se que representam o
melhor valor real.
c) Combustível, obtido utilizando-se a equação 3.9.
TEc = ∑ (Ci x Eci)/hai
em que:
Tec: total de energia embutida no combustível, MJ/ha;
C: combustível consumido, L;
Ec: consumo de energia do combustível utilizado, MJ/L;
i: tipo de combustível; e
hai: área trabalhada, ha.
d) Defensivos, obtida utilizando-se a equação 3.10.
Foram adotados os valores propostos por Pimentel (1980):
106
3.9
TEd = ∑ (Di x Edi)/hai
3.10
em que:
Ted: total de energia para os defensivos, MJ/ha;
D: quantidade total do produto utilizado, kg;
Ed: energia embutida nos defensivos, MJ/kg;
i: tipo de defensivo; e
hai: área trabalhada, ha.
e) Fertilizantes, obtidos utilizando-se a equação 3.11.
TEf = ∑ (Fi x Efi)/hai
3.11
em que:
Tef: total de energia para os fertilizantes, MJ/ha;
F: quantidade total de fertilizantes, kg;
Ef: energia embutida nos fertilizantes, MJ/kg;
i: tipo de fertilizante; e
hai: área trabalhada, ha.
3.15. Análise econômica
3.15.1. Componentes do Custo Operacional e Procedimentos de Cálculo
Foram calculadas as despesas assim:
a) Despesas com máquinas
b) Conservação e reparos (manutenção)
c) Despesas com manutenção de benfeitorias e equipamentos
d) Mão-de-obra temporária
e) INSS (alíquota de 2,7% sobre o salário)
f) FGTS (alíquota de 8% sobre o salário)
g) Insumos
h) Despesas gerais (alíquota de 1%)
i) Assistência técnica
j) Depreciação
Foi utilizado o método linear para calcular a depreciação de acordo com a
equação 3.12.
107
D=
Vi ⋅ Vs
Vu
3.12
em que:
D: depreciação temporária;
Vi: valor inicial (novo);
Vs: valor de sucata; e
Vu: vida útil.
k) Impostos, taxas e contribuições.
Tomou-se como base de cálculo uma alíquota de R$15,00 por hectare por
ano.
l) Mão-de-obra fixa.
3.15.2. Análise de investimento do capital
Na análise de investimento do capital, foram calculadas as cinco medidas
importantes, como:
a) Tempo de retorno do capital (TRC).
b) Valor presente líquido (VPL, R$).
c) Taxa interna de retorno (ρ, %) (TIR).
d) Relação benefício-custo (RBC, adimensional).
e) Fluxo de caixa incremental projetado para os 20 anos.
3.15.3. Análise de custo
O conhecimento sobre o comportamento do custo foi fundamental para a
escolha do ano fenológico e do sistema de secagem com melhor eficiência
econômica, complementando-se as análises feitas com base na teoria de
investimentos, conforme os indicadores apropriados.
Para a análise do custo das parcelas de produção, colheita, pré-processamento
e processamento, foram considerados os seguintes parâmetros de acordo com a
metodologia proposta por Teixeira et al. (1994).
108
3.15.3.1. Custo fixo total (CFT)
Este custo compreende os itens que independem da quantidade de frutos
produzidos e processados ou que independem da intensidade de uso do sistema.
Compreende os custos fixos como: juros sobre o capital empatado, administração do
proprietário (mão-de-obra permanente), depreciação (sobre benfeitorias, sobre
máquinas e sobre o valor da lavoura) e impostos territoriais rurais (taxas, seguros).
3.15.3.2. Custo fixo médio (CFMe)
Foi calculado o custo que representa exatamente a razão do custo fixo total
(CFT) pela quantidade de produto produzido e processado (sacas e por hetare na
lavoura).
3.15.3.3. Custo variável total (CVT)
Foi calculado o custo que participa do processo de produção e processamento
à medida que a atividade se desenvolveu, ou seja, somente ocorreu ou incidiu, ou
teve produção e processamento de produtos. Esse custo compreendeu os itens que
variam diretamente com a intensidade de uso do sistema ou com a quantidade de café
produzido e processado (sacas e por hetare na lavoura). Incluiu os gastos com mãode-obra, fertilizantes (adubos, adubos foliares e corretivos), defensivos, transporte,
reparos e manutenção dos equipamentos, serviços (consumo de energia, lenha e
outras despesas gerais).
3.15.3.4. Custo variável médio (CVMe)
O cálculo deste custo representou exatamente a razão do custo variável total
pela quantidade de itens produzidos e processados (sacas e por hetare na lavoura).
3.15.3.5. Custo total do sistema (C total)
Foi estimado o custo total, que é a medida mais ampla para avaliar o custo de
um sistema de produção para cada ano fenológico e sistema de processamento de
secagem, pois englobou todos os custos fixos e variáveis.
109
3.15.3.6. Custo total médio (CTMe)
Representou exatamente a razão do custo total pela quantidade de café
produzido e processado (sacas) e por hectare na lavoura.
3.15.3.7. Custo operacional total (CopT)
Foi calculado o custo que engloba os custos dos juros sobre o capital
investido, custos de administração do proprietário, as depreciações (benfeitorias,
máquinas e lavoura) e os custos variáveis. Esse custo foi calculado pela quantidade
de café produzido e processado (sacas) e por hectare na lavoura.
Foram definidos e calculados indicadores econômicos de avaliação para cada
ano fenológico e médio entre os anos avaliados, como renda bruta (receita), renda
líquida total (ano fenológico e por saca de café beneficiado), renda líquida
operacional (ano fenológico e por saca de café beneficiado) e a margem bruta total
(ano fenológico e por saca de café beneficiada).
Essas análises juntas forneceram informações em diferentes aspectos da
rentabilidade da implantação do sistema de produção e processamento do café
beneficiado.
110
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Adubos empregados nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e
2004/2005
As Tabelas 12 e 13 contêm os valores das necessidades de calagem de acordo
com os resultados da análise de solos e as recomendações e quantidades aplicadas em
cada uma das parcelas avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo
Tabela 12 – Recomendações e aplicações de calagem de acordo com os resultados da
análise de solos no primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo
Lote
Necessidades
Calagem (NC)
1
0,777 t/ha
2
0,777 t/ha
3
0,967 t/ha
4
0,967 t/ha
Recomendação
Aplicação
250 kg de calcário/ha
67 g mistura/planta
75 kg de gesso/ha
86 g mistura/m de rua
250 kg de calcário/ha
67 g mistura/planta
75 kg de gesso/ha
86 g mistura/m de rua
429 kg de calcário/ha
107 g mistura/planta
127 kg de gesso/ha
137 g mistura/m de rua
429 kg de calcário/ha
107 g mistura/planta
127 kg de gesso/ha
137 g mistura/m de rua
111
Tabela 13 – Resumo de necessidades de calcário e gesso de acordo com os resultados
das análise de solos para o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo
Área
Recomendação
Total
Recomendação
Total
(ha)
kg Calcário/ha/ano
kg Calcário/ano
kg Gesso/ha/ano
kg Gesso/ano
1
3,55
250,0
888,0
75,0
266,3
2
4,02
250,0
1.005,0
75,0
301,5
3
3,95
429,0
1.695
127,0
501,7
4
2,73
429,0
1.171
127,0
346,7
Lote
As Tabelas 14 a 16 contêm os valores das necessidades de adubo de acordo
com os resultados da análise de solos e foliares e as recomendações e quantidades
aplicadas e formulações N-P-K em cada uma das parcelas avaliadas no primeiro ano
fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo.
As Tabelas 17 e 18 contêm os valores das necessidades de calagem de acordo
com os resultados da análise de solos e as recomendações e quantidades aplicadas em
cada uma das parcelas avaliadas no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo.
As Tabelas 19 a 22 contêm os valores das necessidades de adubo de acordo
com os resultados da análise de solos e foliares e as recomendações e quantidades
aplicadas e formulações N-P-K em cada uma das parcelas avaliadas no segundo ano
fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo.
No segundo ano fenólogico, com base nos resultados das análises de solo e
foliares, realizadas pelo Labratório de Solos da UFV e com os resultados corrigidos
do ano anterior (2003/2004), foi possível definir misturas compostas comerciais de N
– P – K e aplicá-las nas proporções técnicas definidas e recomendadas.
Torna-se importante ressaltar que, durante os dois anos fenológicos, fizeramse o acompanhamento e a supervisão de todas as adubações, com o objetivo de evitar
a incorreta aplicação dos produtos recomendados para cada lote específico.
112
Tabela 14 – Valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no primeiro ano fenológico 2003/2004
do ciclo produtivo
N
Lote
Cálculo
113
Foliar
Necessidade
(dag/kg)
kg N/ha/ano
1
3,063
220
2
3,382
140
Cálculo
Recomendação
Necessidade
kg Superfosfato
kg/ha/ano
Simples/ha/ano
1,8
50
278
2,3
50
Recomendação
P
kg Uréia/ha/ano
(mg/dm3)
500
(128 g/m sulco)
318
3,311
140
318
3,081
220
500
(128 g/m sulco)
Necessidade
kg Cloreto de
kg/ha/ano
k/ha/ano
80
225
388
65
225
(mg/dm3)
278
(100 g/m sulco)
(71 g/m sulco)
2,3
50
(82 g/m sulco)
4
Recomendação
(71 g/m sulco)
(82 g/m sulco)
3
Cálculo
K
278
(100 g/m sulco)
65
225
(71 g/m sulco)
1,6
50
278
(71 g/m sulco)
388
388
(100 g/m sulco)
71
225
388
(100 g/m sulco)
Tabela 15 – Resumo dos valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no primeiro ano fenológico
2003/2004 do ciclo produtivo
Lote
1
Área
Recomendação
Total
(ha)
kg Uréia/ha/ano
kg Uréia/ano
3,55
500,0
1.775,0
(128 g/m sulco)
114
2
4,02
318,0
3,95
4
2,73
318,0
1.278,4
(128 g/m sulco)
kg Superfosfato
kg Superfosfato
kg Cloreto
Cloreto de
Simples/ha/ano
Simples/ano
de K/ha/ano
Potássio/ano
278,0
986,9
388,0
1.377,4
278,0
1.256,1
278,0
1117,6
278,0
(71 g/m sulco)
Total (kg)
388,0
1.559,8
(100 g/m sulco)
1098,1
(71 g/m sulco)
1.365,0
Recomendação
(100 g/m sulco)
(71 g/m sulco)
(82 g/m sulco)
500,0
Total
(71 g/m sulco)
(82 g/m sulco)
3
Recomendação
388,0
1.532,6
(100 g/m sulco)
758,9
388,0
(100 g/m sulco)
1.059,2
Tabela 16 – Formulações e relações dos adubos recomendados para o primeiro ano
fenológico 2003/2004 do ciclo produtivo
Necessidades (kg/ha)
Relações
N–P-K
N–P-K
1
220-50-225
4,4 – 1 – 4,5
2
140-50-225
2,8 – 1 – 4,5
3
140-50-225
2,8 – 1 – 4,5
4
220-50-225
4,4 – 1 – 4,5
Lote
Tabela 17 – Recomendações e aplicações de calagem de acordo com os resultados
das análises de solos no segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo
Necessidades
Lote
Calagem (NC)
1
1,125 t/ha
2
1,026 t/ha
3
0,777 t/ha
4
0,777 t/ha
Recomendação
Aplicação
362 kg de calcário/ha
97 g mistura/planta
121 kg de gesso/ ha
124 g mistura/m de rua
330 kg de calcário/ha
88 g mistura/planta
110 kg de gesso/ha
112 g mistura/m de rua
250 kg de calcário/ha
67 g mistura/planta
75 kg de gesso/ha
86 g mistura/m de rua
250 kg de calcário/ha
67 g mistura/planta
75 kg de gesso/ha
86 g mistura/m de rua
Tabela 18 – Resumo de necessidades de calcário e gesso aplicados de acordo com os
resultados das análises de solos no segundo ano fenológico 2004/2005
do ciclo produtivo
Área
Recomendação
Total
Recomendação
Total
(ha)
kg Calcário/ha/ano
kg Calcário/ano
kg Gesso/ha/ano
kg Gesso/ano
1
3,55
362 kg de calcário/ha
1.285,1
121 kg de gesso/ha
429,6
2
4,02
330 kg de calcário/ha
1.326,6
110 kg de gesso/ha
442,2
3
3,95
250 kg de calcário/ha
987,5
75 kg de gesso/ha
296,3
4
2,73
250 kg de calcário/ha
682,5
75 kg de gesso/ha
204,8
Lote
115
Tabela 19 – Valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no segundo ano fenológico 2004/2005
do ciclo produtivo
Lote
N Foliar
(dag/kg)
Cálculo
Necessidade
kg N/ha/ano
Recomendação
Fósforo
kg Uréia/ha/ano
(mg/dm3)
Cálculo
Recomendação
Necessidade
kg Superfosfato
kg/ha/ano
Simples/ha/ano
455
1
116
2
3,277
3,184
200
200
(91 g/planta)
13,1
35
kg Cloreto
kg/ha/ano
de K/ha/ano
(39 g/planta)
517
71
300
(104 g/planta)
(50 g/m de rua)
(133 g/m de rua)
389
517
(91 g/planta)
1,6
70
(91 g/planta)
(137 g/planta)
(175 g/m de rua)
(78 g/planta)
63
300
(100 g/m de rua)
70
(78 g/planta)
690
51
400
(100 g/m de rua)
70
(78 g/planta)
(100 g/m de rua)
(138 g/planta)
(177 g/m de rua)
389
5,4
(104 g/planta)
(133 g/m de rua)
389
4,6
682
300
Necessidade
455
(117 g/m de rua)
2,798
Recomendação
(117 g/m de rua)
455
200
(mg/dm3)
Cálculo
195
(117 g/m de rua)
3,014
Potássio
345
122
200
(69 g/planta)
(89 g/m de rua)
Tabela 20 – Resumo dos valores recomendados e aplicados de adubação de acordo com as análises de solo e foliares no segundo ano fenológico
2004/2005 do ciclo produtivo
Lote
Área
Recomendação
Total
(ha)
kg Uréia/ha/ano
kg Uréia/ano
3,55
(91 g/planta)
455
1
117
(91 g/planta)
(91 g/planta)
(137 g/planta)
(175 g/m de rua)
kg Cloreto
Cloreto de
Simples/ha/ano
Simples / ano
de K/ha/ano
Potássio/ano
692,25
(104 g/planta)
(39 g/planta)
517
(78 g/planta)
(78 g/planta)
517
1.563,8
(78 g/planta)
(100 g/m de rua)
(104 g/planta)
2.078,3
(133 g/m de rua)
690
1.536,6
(138 g/planta)
2.725,5
(177 g/m de rua)
389
1861,9
1.835,4
(133 g/m de rua)
(100 g/m de rua)
682
2,73
Superfosfato
389
1797,3
(117 g/m de rua)
4
kg Superfosfato
(100 g/m de rua)
455
3,95
Total kg
389
1829,1
(117 g/m de rua)
3
Recomendação
(50 g/m de rua)
455
4,02
Total kg
195
1615,3
(117 g/m de rua)
2
Recomendação
345
1.062,0
(69 g/planta)
(89 g/m de rua)
941,9
Tabela 21 – Quantidades dos adubos químicos recomendados e aplicados durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo
Lote
1
118
2
3
4
Área
Recomendação
Total
(ha)
kg Adubo/ha/ano
kg Adubo/ano
3,55
4,02
3,95
2,73
1.176,5
1.176,5
1.333,5
1.200,0
4.176,6
4.729,5
5.267,3
3.276,0
Fertilizante
Recomendação
Recomendação
1 Aplicação
2 Aplicação
3a Aplicação
Recomendado
40%
40%
20%
471
471
235
(95 g/planta)
(95 g/planta)
(47 g/planta)
(121 g/m de rua)
(121 g/m de rua)
(61 g/m de rua)
471
471
235
(95 g/planta)
(95 g/planta)
(47 g/planta)
(121 g/m de rua)
(121 g/m de rua)
(61 g/m de rua)
454
454
226
(91 g/planta)
(91 g/planta)
(46 g/planta)
(117 g/m de rua)
(117 g/m de rua)
(58 g/m de rua)
480
480
240
(96 g/planta)
(96 g/planta)
(48 g/planta)
(124 g/m de rua)
(124 g/m de rua)
(62 g/m de rua)
17 – 6 – 30
15 – 5 – 30
25 – 5 – 15
a
Recomendação
Misto
17 – 3 - 30
a
Tabela 22 – Formulações e relações dos adubos recomendados e aplicados no
segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo produtivo
Lote
Área
(ha)
Necessidades
kg/ha
N–P–K
Relações
N–P–K
Fertilizante
Quant.
Quant.
Composto
Recom.
Total
Formulado
(kg/ha)
(kg)
1
3,55
200-35-300
5,7 – 1 – 8,6
17 – 3 - 30
1.176,5
4.176,6
2
4,02
200-70-300
2,9 – 1 – 4,3
17 – 6 – 30
1.176,5
4.729,5
3
3,95
200-70-400
2,9 – 1 – 5,7
15 – 5 – 30
1.333,5
5.267,3
4
2,73
300-70-200
4,3 – 1 – 2,9
25 – 5 – 15
1.200,0
3.276,0
As quantidades de adubo não precisaram de modificação corretiva
(acrescentadas ou reduzidas), de acordo com as análise de solos e foliares realizadas
nos meses de dezembro dos dois anos fenólogicos do ciclo produtivo, o que indicou a
correta absorção de nutrientes das plantas seleccionadas em cada uma das parcelas
avaliadas.
4.2. Insumos empregados nos dois anos fenológicos avaliados 2003/2004 e
2004/2005
As quantidades dos insumos utilizados durante os dois anos fenológicos do
ciclo produtivo da cultura são apresentados nas Tabelas 23 a 30.
Observa-se, nas Tabelas 23 e 27, que houve variações nas quantidades de
insumos entre um e outro ciclo fenológico não só devido às correções que estavam
sendo estabelecidas, mas, também, pelo desenvolvimento vegetativo das plantas,
infestação por pragas e doenças e pela expectativa de produtividade estabelecida.
Verificou-se em relação ao segundo ano fenológico, para a correção de acidez do
solo, um incremento de 32,7 e 26,1% na aplicação de calcário e gesso nas parcelas 1
e 2, respectivamente. Entretanto, nas parcelas 3 e 4 observou-se uma redução de 71,0
e 71,1% na aplicação desse insumo, respectivamente. É evidente que essas variações
se devem, exclusivamente, às análises de acidez do solo.
119
As variações observadas na aplicação de composto orgânico se devem à
diferenciação de área entre parcelas, considerando-se que foi aplicada a mesma
quantidade desse insumo, por unidade de área.
As variações observadas nas aplicações de macro e micronutrientes se devem
aos resultados das análises de solo e foliares, uma vez que se buscava o equilíbrio
nutricional das plantas, para uma expectativa de produtividade.
As aplicações de fungicidas e inseticidas (Tabelas 24 e 25) foram baseadas
nos índices econômicos de infecção e de infestação das plantas, indicados pela
literatura. As variações quantitativas observadas entre as parcelas, no caso de
pulverizações, se devem, principalmente, aos diferentes números de plantas nessas
parcelas.
Tabela 23 – Quantidades dos corretivos e fertilizantes recomendados e aplicados nas
parcelas experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do
ciclo produtivo
Parcela 1
Parcela 2
Parcela 3
Parcela 4
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
Calcário
887,5
1.005,0
1.694,6
1.171,2
Gesso
266,3
301,5
501,7
346,7
17.750
20.100,0
19.750,0
13.650,0
Uréia (N)
1775,0
1.278,4
1.256,1
1.365,0
Superfosfato simples (P2O5)
986,9
1.117,6
1.098,1
758,9
1.377,4
1.559,8
1.532,6
1.059,2
Calda Viçosa (Sulfato de zinco,
sulfato de cobre, sulfato de
magnésio, acido bórico, cloreto
de potássio e cal)
22,7
25,7
39,5
27,3
Ubyfol MS florada
10,7
12,1
11,9
8,2
Quimifol café
7,1
8,1
7,9
5,5
Corretivos e Fertilizantes
Adubo orgânico (Compostagem
de resíduos, frutos, palha de café
e capim)
Cloreto de potássio (KCl)
As aplicações de herbicidas foram definidas com base na intensidade de
infestação das ervas daninhas observadas em cada parcela (Tabela 26). Nas parcelas
submetidas ao mesmo tratamento, observaram-se diferentes intensidades de
120
infestação, o que pode ser atribuído ao diferente desenvolvimento dos cafeeiros, nas
diferentes parcelas, contidas na mesma área. Nas regiões de menos sombra, houve
maior intensidade de ervas daninhas. Esse fato é evidenciado quando se observa no
primeiro ano fenológico, quando as plantas tinham a idade aproximada de 3,5 anos e,
portanto, sembreavam menor área da superfície do solo, que houve maior quantidade
de herbicida aplicado, em relação ao segundo ano fenológico (Tabela 30), o que
implicou menor gasto de energia, relativamente ao herbicida, para essa operação.
Espera-se que a quantidade de adubo aplicada por planta seja aumentada de
um para o outro ano seguinte, considerando-se o desenvolvimento da planta e a
expectativa do aumento de produtividade. Esse fato foi observado, entretanto, com
menor intensidade, considerando-se que no segundo ano fenológico se encontrava,
ainda, o trabalho de equilíbrio nutricional das plantas. Esse comportamento
influenciou a demanda energética para a aplicação desse insumo.
Tabela 24 – Quantidades dos fungicidas recomendados e aplicados nas parcelas
experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo
Parcela 1
Parcela 2
Parcela 3
Parcela 4
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
Opera
8,9
10,1
9,9
6,8
Carbomax 500 sc
2,1
2,4
2,4
1,6
Fungicida
Tabela 25 – Quantidades dos inseticidas recomendados e aplicados nas parcelas
experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo
Parcela 1
Parcela 2
Parcela 3
Parcela 4
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
213,0
241,2
237,0
163,8
Thiodan CE
7,1
8,0
7,9
5,46
Decis 25 CE
4,4
5,0
4,9
3,4
Inseticida
Baysiston GR
121
Tabela 26 – Quantidade de herbicida recomendado e aplicado nas parcelas
experimentais durante o primeiro ano fenológico 2003/2004 do ciclo
produtivo
Herbicida
Parcela 1
Parcela 2
Parcela 3
Parcela 4
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
14,2
16,1
15,8
10,9
Roundup original
Tabela 27 – Quantidades dos corretivos e fertilizantes recomendados e aplicados nas
parcelas experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do
ciclo produtivo
Parcela 1
Parcela 2
Parcela 3
Parcela 4
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
1.285,1
1.326,6
987,5
682,5
429,6
442,2
296,3
204,8
17.750,0
20.100,0
19.750,0
13.650,0
1.615,3
1.829,1
1.797,3
1.861,9
692,3
1.563,8
1.536,6
1.062,0
1.835,4
2.780,3
2725,5
941,9
25,0
28,3
43,4
30,0
Ubyfol MS florada
11,8
13,3
13,1
9,0
Quimifol café
7,8
8,9
8,8
6,0
Corretivos e Fertilizantes
Calcário
Gesso
Adubo orgânico
(Compostagem de resíduos,
frutos, palha de café e capim)
Uréia (N)
Superfosfato simples (P2O5)
Cloreto de potássio (KCl)
Calda Viçosa (Sulfato de zinco,
sulfato de cobre, sulfato de
magnésio, acido bórico, cloreto
de potássio e cal)
122
Tabela 28 – Quantidades dos fungicidas recomendados e aplicados nas parcelas
experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo
Parcela 1
Parcela 2
Parcela 3
Parcela 4
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
Opera
9,8
11,1
10,9
7,5
Carbomax 500 sc
2,4
2,7
2,6
1,8
Fungicida
Tabela 29 – Quantidades dos inseticidas recomendados e aplicados nas parcelas
experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo
Parcela 1
Parcela 2
Parcela 3
Parcela 4
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
234,0
265,3
260,7
180,2
Thiodan CE
7,8
8,8
8,7
6,0
Decis 25 CE
4,9
5,5
5,4
3,8
Inseticida
Baysiston GR
Tabela 30 – Quantidade de herbicida recomendado e aplicado nas parcelas
experimentais durante o segundo ano fenológico 2004/2005 do ciclo
produtivo
Herbicida
Roundup original
Parcela 1
Parcela 2
Parcela 3
Parcela 4
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
kg ou L/ano
15,6
17,7
17,4
12,0
123
4.3. Resultados das análises do adubo orgânico empregado nos dois anos
fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo
Tabela 31 – Resultados médios das análises de laboratório do adubo orgânico obtido
pela compostagem de resíduos do processamento do café, cama de
galinha obtida da palha de café do beneficiamento do café e capim
empregado no primeiro ano fenológico 2003/2004, em cada uma das
parcelas avaliadas
TIPO
AOC
NT
PT
28,5 ± 1,8
2,2 ± 0,3
KT
Ca
44,9 ± 1,2
19,5 ± 1,8
g.kg-1
Sendo: AOC – adubo orgânico do processamento arábica, NT – nitrogênio total, PT – fósforo total,
KT – potássio total e Ca – cálcio.
Tabela 32 – Resultados médios das análises de laboratório do adubo orgânico obtido
pela compostagem de resíduos do processamento do café, cama de
galinha obtida da palha de café do beneficiamento do café e capim
empregado no segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das
parcelas avaliadas
TIPO
NT
PT
KT
Ca
48,6 ± 1,7
24,4 ± 1,4
g.kg-1
AOC
29,6 ± 1,9
2,5 ± 0,6
Sendo: AOC – adubo orgânico do processamento do café arábica, NT – nitrogênio total, PT – fósforo
total, KT – potássio total e Ca – calcio.
4.4. Produtividade das parcelas avaliadas durante os dois anos fenológicos
avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo
A Tabela 33 contém os resultados de produtividade das parcelas avaliadas
nos três anos fenológicos 2002/2003, 2003/2004 e 2004/2005. Observou-se
significativo incremento na produtividade por unidade de área, verificada nos três
anos avaliados. É evidente que o desenvolvimento da planta tem influência nesse
124
comportamento. Contudo, a aplicação dos insumos, sob crtérios e orientações
técnicas delineadas, exerceu influência marcante no processo produtivo. Tomando-se
como referência a safra 2002/2003, na parcela 1, em relação ao primeiro ano
fenológico avaliado, o incremento de produção foi de 33,6% e no segundo ano, de
39,9%. Comportamento semelhante ocorreu nas demais parcelas.
Tabela 33 – Dados de produtividade obtida nos anos fenológicos 2002/2003,
2003/2004 e 2004/2005 em cada uma das parcelas experimentais, nos
dois anos fenológicos avaliados
No
Área
Espaçamento
Plantas
(ha)
(m)
1
17.761
3,55
2,5 x 0,8
22
29,4
36,6
2
20.094
4,02
2,5 x 0,8
30
34,4
41,3
3
19.734
3,95
2,5 x 0,8
25
30,1
39,2
4
13.650
2,73
2,5 x 0,8
15
23,2
34,2
Lotes
Produtividade Média (sc/ha)
2002 /2003
2003 /2004
2004 /2005
4.5. Índices médios de energia dos insumos e poder calorífico das partes da
planta de café Catuaí-Vermelho
A Tabela 34 contém os índices de energia agregada por unidade de massa de
cada defensivo, fornecidos por diferentes autores.
Foram empregados os índices médios de energia agregada dos valores
estimados por Pimentel, Stout e Doering a alguns dos insumos, para a realização do
balanço.
As Tabelas 35 e 36 contêm os resultados médios das três amostras analisadas
do adubo orgânico obtido pela compostagem em leiras dos resíduos sólidos do
processamento de despolpa e desmucilagem dos frutos (15%), da cama de galinha
obtida da palha residual do processamento do beneficiamento do café do ciclo
anterior (15%) e capim (70%), nos dois anos fenológicos estudados e aplicados em
cada uma das parcelas avaliadas.
125
Tabela 34 – Valores médios de energia embutida em fertilizantes, corretivos e
defensivos estimados por diferentes autores
Fertilizantes, Adubos e
Corretivos
Energia Agregada/kg de Nutriente (MJ/kg)
Pimentel
Stout
Doering
Energia Média Agregada
(MJ/kg de nutriente)
Nitrogenado (NH2)
61,59
58,66
58,14
59,46
Fosfatado (P2O5)
12,57
16,32
6,98
11,96
Potássio (K2O)
6,70
6,31
4,65
5,89
Calcário
0,17
0,17
Gesso
0,18
0,18
Defensivos
306,96
306,96
Fonte: Pimentel (1984), Stout (1979) e Doering (1977).
Tabela 35 – Valores médios de energia embutida em adubo orgânico obtido pela
compostagem de resíduos do processamento (casca de café, mucilagem),
cama de galinha (palha de café) e capim empregado no primeiro ano
fenológico 2003/2004, em cada uma das parcelas avaliadas
Adubo Orgânico e
Materiais
Energia Média Agregada/kg de Nutriente (MJ/kg)
Literatura
Medida
Adubo orgânico
-
24,2
Cama de galinha
**12,69
12,69
*15,5
15,5
Palha de café
Fonte: *Precci et al. (2001) e **Teixeira et al. (2005).
126
Tabela 36 – Valores médios de energia embutida em adubo orgânico obtido pela
compostagem de resíduos do processamento (casca de café, mucilagem),
cama de galinha (palha de café) e capim empregado no segundo ano
fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas avaliadas
Adubo Orgânico e
Materiais
Adubo orgânico
Energia Média Agregada/kg de Nutriente (MJ/kg)
Literatura
Medida
21,4
Cama de galinha
Palha de café
**12,69
12,69
*15,5
15,5
Fonte: *Precci et al. (2001) e **Teixeira et al. (2005).
Tabela 37 – Valores médios de energia embutida em defensivos (fungicidas,
inseticidas e herbicidas), estimada por diferentes autores
Defensivos
Energia Agregada/kg de Nutriente (MJ/kg ou L)
Pimentel
Marchioro
Energia Média Agregada
Fungicida
Propiconazole
271,97
271,97
Piraclostrobina*
271,97
Carbendazim*
271,97
Herbicida
Atrazina
418,62
418,62
Glifosate**
418,62
418,62
Trifluralin
364,15
364,15
Paraquat
263,01
263,01
Fosfonometil**
Inseticida
Lambdacilotrina
418,62
364,15
364,15
Disulfotona***
364,15
Endosulfan***
364,15
FenoxibenzilDibromovinil***
Triclorfon
364,15
364,15
364,15
* Fungicidas empregados, ** Herbicidas empregados e *** Inseticidas empregados.
Fonte: Pimentel (1980) e Marchioro (1985).
127
Tabela 38 – Valores médios de energia embutida em mão-de-obra estimada por
diferentes autores para operações agrícolas
Item
Mão-de-obra
Pimentel
Heichel
2,04
2,20
Energia Média Agregada
MJ/hora
2,12
Fonte: Pimentel (1978) e Heichel (1973).
Tabela 39 – Valores médios de energia embutida em combustíveis estimada por
diferentes autores
Item
Gasolina
Balanço Energético
Nacional
34,14
Energia Média Agregada
MJ/Litro
34,14
37,81
37,81
Óleo diesel
Fonte: Balanço Energético Nacional (2003).
Tabela 40 – Valores médios de energia embutida em tratores, caminhões e máquinas
e implementos, estimada por diferentes autores
Item
Semeadura e adubação
Aplicação de cobertura ou produto
Trator (3.500 – 4.000) kg
Caminhão (4.500 – 5.000) kg
Pimentel
Mello
29,30
9,87
3,75
4,25
Fonte: Pimentel (1975) e Mello (1986).
128
Energia Média Agregada
MJ/hora
29,30
9,87
3,75
4,25
4.6. Caracterização dos equipamentos, implementos e materiais empregados nos
anos fenológicos avaliados nas parcelas do cultivar de café Catuaí-Vermelho
Foram utilizados, nas diferentes operações agrícolas e de pós-colheita,
máquinas, equipamentos, implementos e caminhões, cujas características estão
apresentadas na Tabela 41.
Tabela 41 – Características das máquinas, equipamentos, implementos e veículos
utilizados nos dois anos fenológicos avaliados e a energia utilizada para
a sua fabricação
Máquina ou
Equipamento
Marca
Massa
Tipo Modelo
Energia
Energia
3
(kg)
10 Mcal t
-1
Mcal x 103
Trator No 1
Massey Ferguson - Mod. 275
3.759
*5,31
19,96
Trator No 2
New Holand - Mod. TL75E
3.500
*5,31
18,59
Caminhão
Mercedes Benz - Mod. 710P
5.300
**3,69
19,56
1.650
*2,58
4,26
Pulverizador*** Jacto - Mod. 2000
o
Carreta N 1
Maq. Agrícolas - 3,5x2,0x0,6
0,830
-
-
Carreta No 2
Maq. Agrícolas - 4,0x2,0x0,6
0,800
-
-
Fonte: *Pimentel (1975), **Doering (1977) e ***sistema com 10 aspersores e tanque
de 2.000 L.
4.7. Poder calorífico médio das partes constituintes do cafeeiro nos dois anos
fenológicos avaliados 2003/2004 e 2004/2005 do ciclo produtivo
A Tabela 42 contém os resultados da determinação do poder calorífico das
raízes, caule, folhas, ramos e frutos do cafeeiro, nos dois anos fenológicos estudados.
Observou-se que, de forma geral, houve incremento na quantidade de energia
acumulada nos componentes das plantas analisadas no segundo ciclo fenológico, em
relação ao primeiro, o que, possivelmente, possa ter ocorrido em função de a
definição das operaões unitárias realizadas nesse ciclo ter-se baseado em análises
técnicas laboratoriais e, portanto, apresentarem melhor definição para o atendimento
das diferentes fases de produção.
129
Tabela 42 – Poder calorífico médio das partes constituintes do cafeeiro das plantas
selecionadas durante os dois anos fenológicos 2003/2004 e 2004/2005,
em cada uma das parcelas avaliadas
Parcelas
1
2
3
4
Raiz
Poder Calorífico
(MJ/kg)
2003/2004
2004/2005
15,21 ± 0,23
19,11± 0,22
Caule
15,62 ± 0,18
17,56 ± 0,18
Ramos
14,75 ± 0,17
16,17 ± 0,12
Folhas
13,29 ± 0,15
15,21 ± 0,14
Fruto seco (Café cereja)
0,00341
0,00353
Raiz
13,41± 0,12
14,23 ± 0,15
Caule
16,12 ± 0,04
16,87 ± 0,08
Ramos
11,24 ± 0,13
12,25 ± 0,18
Folhas
10,87 ± 0,16
12,34 ± 0,16
Fruto seco (Café cereja)
0,00326
0,00344
Raiz
16,25± 0,11
14,25± 0,14
Caule
15,95 ± 0,22
17,57 ± 0,11
Ramos
13,14 ± 0,13
13,24 ± 0,23
Folhas
12,74 ± 0,14
10,42 ± 0,14
Fruto seco (Café cereja)
0,00333
0,00364
Raiz
10,24 ± 0,18
12,58 ± 0,09
Caule
11,14 ± 0,15
13,58 ± 0,17
Ramos
12,15 ± 0,17
12,19 ± 0,17
Folhas
13,29 ± 0,25
13,01 ± 0,15
Fruto seco (Café cereja)
0,00314
0,00391
Parte Constituinte
130
4.8. Balanço de radiação do cultivar de café Catuaí-Vermelho
4.8.1. Radiação solar global
Os componentes do balanço de radiação, integrados para o período completo
de 24 horas e para o ciclo diário considerado entre as 7 e 18 h, nos períodos definidos
das diferentes fases do primeiro ano fenológico avaliado (2003/2004) da cultura do
cafeeiro são apresentados nas Tabelas 43 e 44, enquanto no segundo ano fenológico
avaliado (2004/2005) são mostrados nas Tabelas 45 e 46.
Nas Tabelas 43 a 46 aparecem os valores integrados para o período diurno
(das 7 às 18 h) de radiação global (Rs), radiação refletida (Rr), saldo de radiação
(Rn), radiação fotossinteticamente ativa (RFA), índice de área folhar médio das três
plantas avaliadas em cada medição diária por parcela (IAF), horas de insolação (n)
de cada dia avaliado, dia juliano de cada avaliação, estádio fenológico de cada
período avaliado de acordo com a esquematização das fases fenológicas, em ciclo
bianual do cafeeiro arábica, nas condições climáticas do Brasil, propostas por
Camargo e Camargo (2001), e os meses após o plantio das mudas (map). Foi
relacionado o valor do saldo de radiação (Rn24h) para o dia todo, bem como foram
determinados valores como o albedo (α), o balanço de ondas curtas ((1-α)*Rs) e os
balanços de ondas longas diurnas (L) e para o dia todo de 24 horas (L24h).
Os resultados da Tabela 43 indicam que a radiação solar global no primeiro
período avaliado, que corresponde à 1ª fase do ciclo produtivo no primeiro ano
fenológico (vegetação inicial), ficou entre 8,61 MJ/m2.dia (01/09/2003) e 21,0
MJ/m2.dia (03/09/2003). Essa amplitude de variação foi devida ao grau de cobertura
do céu, pois o limite inferior ocorreu em um dia encoberto (1,1 hora de insolação),
considerado de alta cobertura de nuvens, enquanto o limite superior aconteceu em dia
parcialmente nublado (11,2 horas de insolação). Nesse último dia foi constatada a
presença de algumas nuvens, porém na maior parte do dia o céu permaneceu claro. É
importante ressaltar que os baixos valores registrados de Rs, Rn, Rr e dos balanços
de ondas longas e curtas durante os dias julianos 305 até 308 foram devidos à
insolação nula registrada pela alta nuvosidade desses dias e alta pluviosidade.
131
Tabela 43 – Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café
arábica, Catuaí-Vermelho, durante os períodos comprendidos entre 01/09/2003 até 09/09/2003 e 01/11/2003 até 09/11/2003, em São
Miguel doAnta, MG
Data
132
1/9/2003
2/9/2003
3/9/2003
4/9/2003
5/9/2003
6/9/2003
7/9/2003
8/9/2003
9/9/2003
Média
1/11/2003
2/11/2003
3/11/2003
4/11/2003
5/11/2003
6/11/2003
7/11/2003
8/11/2003
9/11/2003
Média
Dia
Juliano
244
245
246
247
248
249
250
251
252
305
306
307
308
309
310
311
312
313
Estádio
Meses após Insolação
IAF
RFA
RFA
o Plantio
Fase
n
2
-2
-2.
-1
m .m
mol.m dia MJ.m-2.dia-1
Fenológica
map
h
1ª Fase (Veg. i)
31
1,1
3,22 ± 0,2
19,00
4,14
31
4,0
3,20 ± 0,2
26,10
5,68
31
11,2
3,26 ± 0,4
46,63
10,15
31
9,7
3,23 ± 0,5
41,60
9,06
31
8,3
3,20 ± 0,6
37,73
8,22
31
6,8
3,23 ± 0,2
33,41
7,28
31
3,2
3,24 ± 0,8
24,12
5,25
31
7,2
3,23 ± 0,3
34,60
7,53
31
7,0
3,22 ± 0,6
33,98
7,40
3,23 ± 0,6
7,19
1ª Fase (F. I)
33
0,0
3,39 ± 0,4
11,59
2,52
33
0,0
3,37 ± 0,2
11,74
2,56
33
0,0
3,38 ± 0,4
11,58
2,52
33
0,0
3,37 ± 0,5
11,41
2,48
33
3,9
3,39 ± 0,2
19,98
4,35
33
1,5
3,38 ± 0,3
14,23
3,10
33
2,6
3,37 ± 0,5
17,01
3,70
33
7,8
3,44 ± 0,5
28,56
6,22
33
7,0
3,46 ± 0,9
26,14
5,69
3,68
a
Rn24h
Rn
0,238
0,232
0,214
0,228
0,220
0,224
0,176
0,187
0,186
0,212
0,219
0,211
0,189
0,167
0,237
0,200
0,183
0,239
0,241
0,210
4,09
6,54
11,03
9,01
9,20
7,01
6,02
7,48
7,58
7,55
2,07
2,93
3,01
2,93
6,01
3,33
4,15
6,08
7,96
4,27
5,19
8,01
13,28
11,77
10,51
9,23
7,12
9,31
9,43
9,32
3,90
3,79
3,87
3,85
7,08
4,81
5,79
7,69
9,03
5,53
Componentes
Rr
(1-a)* Rs
MJ/m2* dia
8,61 -2,05
6,56
12,07 -2,80
9,27
21,00 -4,49
16,51
18,88 -4,30
14,58
17,35 -3,81
13,54
15,15 -3,40
11,75
11,30 -1,99
9,31
15,25 -2,85
12,40
15,66 -2,91
12,75
15,03 -3,18
11,85
5,29 -1,16
4,13
5,30 -1,12
4,18
5,33 -1,01
4,32
5,28 -0,88
4,40
9,15 -2,17
6,98
6,56 -1,31
5,25
7,71 -1,41
6,30
12,87 -3,08
9,79
12,01 -2,89
9,12
7,72 -1,67
6,05
Rs
L24h
L
-2,47
-2,73
-5,48
-5,57
-4,34
-4,74
-3,29
-4,92
-5,17
-4,30
-2,06
-1,25
-1,31
-1,47
-0,97
-1,92
-2,15
-3,71
-1,16
-1,78
-1,37
-1,26
-3,23
-2,81
-3,03
-2,52
-2,19
-3,09
-3,32
-2,54
-0,23
-0,39
-0,45
-0,55
0,10
-0,44
-0,51
-2,10
-0,09
-0,52
Dia juliano: dia consecutivo do ano; fases fenológicas do cafeeiro (5) (CAMARGO; CAMARGO, 2001); meses após o plantio (map); insolação (h); IAF: índice de área foliar;
a: albedo-coeficiente de reflexão; Rn24h: saldo de radiação nas 24 h; Rn: saldo de radiação; Rn: saldo de radiação diurno (7-19 h); Rs: radiação global; Rr: radiação refletida;
(1-a)*Rs: balanço de ondas curtas; L24h: balanço de ondas longas nas 24 h; e L: balanço de ondas longas em período diurno.
Tabela 44 – Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café
arábica, Catuaí-Vermelho, durante os períodos comprendidos entre 15/01/2004 até 23/01/2004 e 12/03/2004 até 20/03/2004, em São
Miguel do Anta, MG
Data
133
15/1/2004
16/1/2004
17/1/2004
18/1/2004
19/1/2004
20/1/2004
21/1/2004
22/1/2004
23/1/2004
Média
12/3/2004
13/3/2004
14/3/2004
15/3/2004
16/3/2004
17/3/2004
18/3/2004
19/3/2004
20/3/2004
Média
Estádio
Meses após Insolação
IAF
RFA
RFA
Dia
o Plantio
n
Juliano Fase Fenológica
m2.m-2 mol.m-2.dia-1 MJ.m-2.dia-1
map
h
15
1ª F. (Form. Fin.)
35
3,2
3,40 ± 0,6
17,75
3,87
16
35
9,0
3,44 ± 0,2
28,01
6,10
17
35
1,1
3,42 ± 0,7
14,02
3,05
18
35
1,0
3,47 ± 0,5
14,01
3,05
19
35
0,0
3,46 ± 0,1
11,99
2,61
20
35
1,4
3,43 ± 0,7
14,73
3,21
21
35
0,8
3,44 ± 0,6
13,77
3,00
22
35
6,5
3,45 ± 0,5
24,03
5,23
23
35
8,5
3,44 ± 0,4
28,11
6,12
4,03
71
2ª F. (Ind.e mat.)
37
8,5
3,60 ± 0,4
36,11
7,86
72
37
0,7
3,63 ± 0,4
21,00
4,57
73
37
2,5
3,66 ± 0,2
24,03
5,23
74
37
5,4
3,64 ± 0,4
30,15
6,57
75
37
0,0
3,61 ± 0,4
19,89
4,33
76
37
5,1
3,67 ± 0,7
30,02
6,54
77
37
1,0
3,64 ± 0,3
22,04
4,80
78
37
1,2
3,64 ± 0,6
22,54
4,91
79
37
2,3
3,63 ± 0,5
24,88
5,42
5,58
a
0,242
0,245
0,193
0,197
0,181
0,198
0,194
0,244
0,226
0,213
0,214
0,195
0,209
0,247
0,205
0,233
0,193
0,195
0,210
0,211
Rn24h
Rn
Rs
Componentes
Rr (1-a)* Rs L24h
L
2
4,01
5,63
2,51
2,98
2,14
2,58
2,16
4,29
4,78
3,45
11,71
12,04
12,73
12,58
12,65
10,02
10,59
12,68
13,56
12,06
4,91
6,35
3,25
3,76
2,99
3,69
3,33
5,99
6,42
4,52
8,63
5,68
6,03
6,98
4,58
6,87
4,94
5,02
5,63
6,04
8,02
12,68
6,42
6,40
5,59
6,73
6,25
11,03
12,65
8,42
16,32
9,26
11,02
13,74
8,87
13,54
9,87
9,99
11,13
11,53
MJ/m * dia
-1,94
6,08
-3,11
9,57
-1,24
5,18
-1,26
5,14
-1,01
4,58
-1,33
5,40
-1,21
5,04
-2,69
8,34
-2,86
9,79
-1,85
6,57
-3,50
12,82
-1,81
7,45
-2,30
8,72
-3,40
10,34
-1,82
7,05
-3,15
10,39
-1,90
7,97
-1,95
8,04
-2,34
8,79
-2,46
9,06
-2,07
-3,94
-2,67
-2,16
-2,44
-2,82
-2,88
-4,05
-5,01
-3,12
-1,11
4,59
4,01
2,24
5,60
-0,37
2,62
4,64
4,77
3,00
-1,17
-3,22
-1,93
-1,38
-1,59
-1,71
-1,71
-2,35
-3,37
-2,05
-4,19
-1,77
-2,69
-3,36
-2,47
-3,52
-3,03
-3,02
-3,16
-3,02
Dia juliano: dia consecutivo do ano; fases fenológicas do cafeeiro (5) (CAMARGO; CAMARGO, 2001); meses após o plantio (map); insolação (h); IAF: índice de área foliar;
a: albedo-coeficiente de reflexão; Rn24h: saldo de radiação nas 24 h; Rn: saldo de radiação; Rn: saldo de radiação diurno (7-19 h); Rs: radiação global; Rr: radiação refletida;
(1-a)*Rs: balanço de ondas curtas; L24h: balanço de ondas longas nas 24; h e L: balanço de ondas longas em período diurno.
Tabela 45 – Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café
arábica, Catuaí-Vermelho, durante os períodos comprendidos entre 10/09/2004 até 18/09/2004 e 21/01/2005 até 29/01/2005, em São
Miguel do Anta, MG
Data
134
10/9/2004
11/9/2004
12/9/2004
13/9/2004
14/9/2004
15/9/2004
16/9/2004
17/9/2004
18/9/2004
Média
21/1/2005
22/1/2005
23/1/2005
24/1/2005
25/1/2005
26/1/2005
27/1/2005
28/1/2005
29/1/2005
Média
Dia
Juliano
253
254
255
256
257
258
259
260
261
21
22
23
24
25
26
27
28
29
Estádio
Meses após o Insolação
IAF
RFA
RFA
Plantio
Fase
n
-2.
m².m-² mol.m dia-¹ MJ.m-2.dia-1
Fenológica
map
h
3ª F.(flor.)
43
3,9
3,77 ± 0,2
25,74
5,61
43
7,9
3,76 ± 0,2
36,02
7,84
43
10,6
3,86 ± 0,4
43,11
9,39
43
9,7
3,73 ± 0,5
39,65
8,63
43
7,2
3,20 ± 0,6
34,01
7,41
43
9,2
3,63 ± 0,2
39,04
8,50
43
7,6
3,74 ± 0,8
34,56
7,53
43
5,3
3,83 ± 0,3
28,81
6,27
43
9,9
3,72 ± 0,6
40,02
8,72
7,77
4ª F.(Gran.)
47
10,0
3,69 ± 0,4
30,59
6,66
47
10,1
3,77 ± 0,2
30,85
6,72
47
4,7
3,88 ± 0,4
21,12
4,60
47
5,7
3,77 ± 0,5
23,00
5,01
47
3,1
3,69 ± 0,2
18,02
3,92
47
2,8
3,78 ± 0,3
17,77
3,87
47
7,8
3,67 ± 0,5
27,13
5,91
47
4,4
3,94 ± 0,5
21,03
4,58
47
9,0
3,76 ± 0,9
29,54
6,43
5,30
a
Rn24h
Rn
0,199
0,250
0,240
0,241
0,228
0,248
0,226
0,232
0,241
0,234
0,251
0,252
0,240
0,236
0,229
0,190
0,236
0,213
0,256
0,234
4,76
7,21
8,37
7,67
6,22
7,52
6,38
5,37
6,35
6,65
4,70
5,30
3,69
4,19
3,03
2,97
4,50
3,21
4,87
4,05
5,89
8,01
9,53
8,96
7,74
8,89
7,93
6,46
8,83
8,03
6,90
6,82
4,79
5,52
4,08
4,01
6,03
4,77
6,63
5,51
Componentes
Rr (1-a)* Rs
MJ/m2* dia
11,26 -2,24
9,02
16,12 -4,03
12,09
19,12 -4,59
14,53
18,47 -4,46
14,01
15,34 -3,50
11,84
16,99 -4,21
12,78
15,73 -3,56
12,17
13,02 -3,02
10,00
18,15 -4,38
13,77
16,02 -3,78
12,25
13,75 -3,45
10,30
13,99 -3,53
10,46
9,25 -2,22
7,03
10,26 -2,42
7,84
8,04 -1,84
6,20
8,06 -1,53
6,53
12,24 -2,89
9,35
9,42 -2,01
7,41
13,32 -3,41
9,91
10,93 -2,59
8,34
Rs
L24h
L
-4,26
-4,88
-6,16
-6,34
-5,62
-5,26
-5,79
-4,63
-7,42
-5,60
-5,60
-5,16
-3,34
-3,65
-3,17
-3,56
-4,85
-4,20
-5,04
-4,29
-3,13
-4,08
-5,00
-5,05
-4,10
-3,89
-4,24
-3,54
-4,94
-4,22
-3,40
-3,64
-2,24
-2,32
-2,12
-2,52
-3,32
-2,64
-3,28
-2,83
Dia juliano: dia consecutivo do ano; fases fenológicas do cafeeiro (5) (CAMARGO; CAMARGO, 2001); meses após o plantio (map); insolação (h); IAF: índice de área foliar;
a: albedo-coeficiente de reflexão; Rn24h: saldo de radiação nas 24 h; Rn: saldo de radiação; Rn: saldo de radiação diurno (7-19 h); Rs: radiação global; Rr: radiação refletida;
(1-a)*Rs: balanço de ondas curtas; L24h: balanço de ondas longas nas 24 h; e L: balanço de ondas longas em período diurno.
Tabela 46 – Componentes do balanço de radiação, estádio fenológico, meses após o plantio e índice de área foliar, em uma cultura de café
arábica, Catuaí-Vermelho, durante o período comprendido entre 01/04/2005 até 09/04/2005, em São Miguel do Anta, MG
DATA
135
1/4/2005
2/4/2005
3/4/2005
4/4/2005
5/4/2005
6/4/2005
7/4/2005
8/4/2005
9/4/2005
Média
Dia
Juliano
91
92
93
94
95
96
97
98
99
ESTADIO
Fase
fenológica
5ª F.(Mat.)
Meses após Insolação
plantio
n
map
h
50
11,5
50
7,6
50
11,0
50
9,5
50
9,6
50
9,5
50
5,6
50
7,7
50
7,8
IAF
m².m-²
4,01 ± 0,6
3,84 ± 0,2
3,82 ± 0,7
3,47 ± 0,5
3,96 ± 0,1
3,83 ± 0,7
3,94 ± 0,6
3,75 ± 0,5
3,94 ± 0,4
RFA
RFA
mol.m-2.dia-¹ MJ.m-2.dia-1
45,23
36,26
44,65
41,23
41,32
41,65
32,16
37,28
37,64
9,85
7,90
9,72
8,98
9,00
9,07
7,00
8,12
8,20
8,65
a
Rn24h
Rn
0,208
0,210
0,238
0,262
0,253
0,245
0,228
0,247
0,246
0,238
9,03
7,13
8,88
8,76
7,92
7,85
6,19
7,22
7,12
7,79
10,11
8,35
10,03
9,26
9,35
9,30
7,33
8,41
8,51
8,96
COMPONENTES
Rs
Rr (1-a)* Rs
MJ/m2* dia
20,32 -4,23
16,09
16,24 -3,41
12,83
20,11 -4,78
15,33
18,63 -4,89
13,74
18,74 -4,75
13,99
18,62 -4,56
14,06
14,53 -3,32
11,21
16,86 -4,16
12,70
17,04 -4,19
12,85
17,90 -4,25
13,64
L24h
L
-7,06
-5,70
-6,45
-4,98
-6,07
-6,21
-5,02
-5,48
-5,73
-5,86
-5,98
-4,48
-5,30
-4,48
-4,64
-4,76
-3,88
-4,29
-4,34
-4,68
Dia juliano: dia consecutivo do ano; fases fenológicas do cafeeiro (5) (CAMARGO; CAMARGO, 2001); meses após o plantio (map); insolação (h); IAF: índice de área
foliar; a: albedo-coeficiente de reflexão; Rn24h: saldo de radiação nas 24 h; Rn: saldo de radiação; Rn: saldo de radiação diurno (7-19 h); Rs: radiação global; Rr: radiação
refletida; (1-a)*Rs: balanço de ondas curtas; L24h: balanço de ondas longas nas 24 h; e L: balanço de ondas longas em período diurno.
Os resultados da Tabela 45 indicam que a radiação solar global no segundo
período avaliado, que corresponde à 3ª fase do ciclo produtivo no segundo ano
fenológico (3a fase de floração), ficou entre 11,26 MJ/m2.dia (10/09/2004) e
19,12 MJ/m2.dia (12/09/2004). Essa amplitude de variação novamente foi devida ao
grau de cobertura do céu, pois o limite inferior ocorreu em um dia encoberto (3,9
horas de insolação), considerado de alta cobertura de nuvens, enquanto o limite
superior aconteceu em dia parcialmente nublado (10,6 horas de insolação). Nesse
último dia foi constatada a presença de muitas nuvens; porém, na maior parte do dia,
o céu permaneceu claro.
Observou-se, no cultivar de café de montanha com população de 5.000
plantas por hectare, nas condições geográficas do Município de São Miguel do Anta,
MG, que os valores de radiação solar global variaram entre 5,29 e 21,00 MJ/m2.dia,
no primeiro ano fenológico 2003/2004 e entre 8,04 e 20,32 MJ/m2.dia no segundo
ano fenológico. Portanto, pode-se considerar uma amplitude muito alta, associada ao
grau de cobertura de nuvens.
Nas Figuras 14 a 17 estão representados alguns dos balanços de radiação
escolhidos de cada período do primeiro ano fenológico da cultura de café.
25
Rs
Rr
Rn
(1-a)* Rs
L
20
-2
MJ.m .día
-1
15
10
5
0
244
-5
245
246
247
248
249
250
251
252
Dia Juliano
Figura 14 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
01/09/2003 – 09/09/2003.
136
14
Rs
Rr
Rn
(1-a)* Rs
L
12
10
MJ.m .día
-1
8
-2
6
4
2
0
305
-2
306
307
308
309
310
311
312
313
-4
Dia Juliano
Figura 15 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
01/11/2003 – 09/11/2003.
Rs
14
Rr
Rn
(1-a)* Rs
L
12
8
6
-2
MJ.m .día
-1
10
4
2
0
-2
15
16
17
18
19
20
21
22
23
-4
Dia Juliano
Figura 16 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
15/01/2004 – 23/01/2004.
137
20
Rs
Rr
Rn
(1-a)* Rs
L
10
-2
MJ.m .día
-1
15
5
0
71
72
73
74
75
76
77
78
79
-5
Dia Juliano
Figura 17 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
12/03/2004 – 20/03/2004.
Observou-se que a radiação solar global foi o componente de fluxo de
radiação de maior magnitude, chegando a atingir valores de 21 MJ/m2.dia, que
correspondem a valores instantâneos registrados superiores a 950 W/m2 (Figura 14).
Esses valores de pico ocorreram próximos ao meio-dia local (13 h) e estiveram
associados a céu parcialmente nublado, quando a presença de algumas nuvens pode
condicionar uma reflexão direcionada na atmosfera e, assim, aumentar os valores de
fluxo de energia no sentido da superfície.
O segundo componente que atinge valores altos corresponde aos balanços de
ondas curtas ((1-α)*Rs) e o terceiro, aos saldos de radiação (Rn).
Os componentes de radiação refletida (Rr) e do balanço de radiação de ondas
longas aparecem em todas as figuras com valores integrados diários inferiores à
unidade em MJ/m2.dia, já que seus resultados correspondem a medições instantâneas
menores de radiação refletida e, no caso do balanço de ondas longas, a valores
associados às medições de saldo de radiação diminuída no balanço de ondas curtas.
138
Nas Figuras 18 até 20 estão representados alguns dos balanços de radiação
escolhidos de cada período do segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura de café.
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Rs
Rr
Rn
(1-a)* Rs
L
25
20
MJ.m -2.día-1
15
10
5
0
253
254
255
256
257
258
259
260
261
-5
-10
Dia Juliano
Figura 18 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
10/09/2004 – 18/09/2004.
BALANÇO DE RADIAÇÃO
MJ.m -2.día-1
Rs
16
14
12
10
8
6
4
2
0
-2
-4
-6
21
22
23
Rr
24
Rn
(1-a)* Rs
25
26
L
27
28
29
Dia Juliano
Figura 19 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
21/01/2005 – 29/01/2005.
139
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Rs
Rr
Rn
(1-a)* Rs
95
96
L
25
20
MJ.m -2.día-1
15
10
5
0
-5
91
92
93
94
97
98
99
-10
Dia Juliano
Figura 20 – Componentes do balanço de radiação (MJ/m2.dia) em uma cultura de
café, Coffea arabica, Catuaí-Vermelho. São Miguel do Anta, MG,
01/04/2005 – 09/04/2005.
Observou-se, igualmente, que a radiação solar global foi o componente de
fluxo de radiação de maior magnitude, chegando a atingir valores de 20 MJ/m2.dia,
que correspondem a valores instantâneos registrados superiores a 900 W/m2 (Figura
18). Esses valores ocorreram próximos ao meio-dia local (13 h) e igualmente ao que
ocorreu no ano fenológico anterior, os quais estiveram associados a céu parcialmente
nublado, quando a presença de algumas nuvens pôde condicionar uma reflexão
direcionada na atmosfera e, assim, aumentar os valores de fluxo de energia no
sentido da superfície.
Conforme ocorreu no primeiro ano fenológico, o segundo componente que
atinge valores altos corresponde aos balanços de ondas curtas ((1-α)*Rs) e o terceiro,
aos saldos de radiação (Rn).
4.8.2. Radiação solar refletida
Na Tabela 43, constata-se que a radiação solar refletida foi o principal
componente negativo do balanço de radiação, variando entre -0,88 MJ/m2.dia e
-4,49 MJ/m2.dia. O termo é negativo, já que é um componente do balanço de
reflexão da radiação.
140
A menor perda de radiação por reflexão (-0,88 MJ/m2.dia) ocorreu em
04/11/2003, dia quase totalmente nublado (Figura 15 e Tabela 43), quando todos os
componentes de fluxo de radiação foram minimizados.
A maior perda de radiação por reflexão (-4,89 MJ/m2.dia) aconteceu, no
entanto, em 03/09/2003. Embora não tivesse sido o dia de maior fluxo de radiação
solar global (18,88 MJ/m2.dia), houve reflexão acentuada em conseqüência das
características da superfície, quando a cultura, tendo atingido os maiores valores
médios de IAF (3,23 ± 0,5 m2/m2), apresentou valor de albedo médio diário da ordem
de 0,228.
Nas Figuras 14 a 20, observa-se que, em alguns instantes do período de maior
disponibilidade de energia, a perda de radiação da superfície através da reflexão de
ondas curtas sempre foi superior à perda líquida de radiação de ondas longas (L).
Na Tabela 43, constata-se que o albedo médio diário variou entre 0,176 e
0,241; na Tabela 44, entre 0,181 e 0,247; na Tabela 45, entre 0,190 e 0,256; e na
Tabela 46, entre 0,210 e 0,262. Denota-se uma tendência de associação entre a
elevação do albedo médio diário e o desenvolvimento da cultura, em função do grau
de cobertura da superfície. A medição do albedo para café Catuaí-Vermelho na
região da Zona da Mata mineira (café de montanha) permite estabelecer um
parâmetro de referência desse coeficiente de reflexão da superfície para a radiação de
ondas curtas (radiação solar).
A aparente falta de coerência na associação entre o albedo médio e o IAF,
quando a cultura se encontra nas diferentes fases fenológicas (vegetação, formação,
florada, granação dos frutos e maturação) do ciclo produtivo, no primeiro e no
segundo ano fenológico do ciclo bianual do cafeeiro arábica proposto por Camargo e
Camargo (2001), pode ser atribuída ao fato de o IAF mensurado ter abrangido apenas
as superfícies foliares verdes.
Considerando os dois anos fenológicos do ciclo de desenvolvimento, o albedo
médio encontrado foi 0,221, variando entre os extremos de 0,176 e 0,262. A faixa de
variação do albedo é devida às diferenças climatológicas, coloração do solo, teor de
umidade do solo, nível de cobertura do solo em cada época, quando foram feitas as
medições nos dois anos fenológicos do ciclo do cafeeiro.
Marin (2003) encontrou valores de albedo médio diário variando entre 18,4 e
21,1%, em cultura de cafeeiro adensado com espaçamento de 2,0 m entre linhas e
141
0,80 m entre plantas, respectivamente. A diferença na faixa pode ser devida ao nível
de folhas no café adensado, que coincide com as afirmações dos especialistas.
Nas Figuras 14 até 20, evidencia-se a relação direta entre o albedo e o ângulo
zenital da radiação solar e verificam-se valores de albedo superiores a 0,262,
registrados no sistema de adquisição de dados, com base nas leituras de Rs e Rr, no
início da manhã e no final da tarde. Essa relação foi destacada pela maioria dos
autores consultados.
4.8.3. Balanço de radiação de ondas curtas
A determinação do balanço de ondas curtas é importante para o cálculo do
balanço de radiação (saldo de radiação), já que é um dos componentes macros, junto
com o balanço de ondas longas.
O balanço de radiação de ondas curtas variou entre 4,13 MJ/m2.dia e
16,51 MJ/m2.dia, sendo uma função da radiação solar global e do albedo da
superfície, como mostrado nas Tabelas 43 a 46.
A magnitude do balanço de radiação de ondas curtas dependeu, sobretudo, da
radiação solar global. Como esta foi afetada pelo grau de cobertura do céu,
conseqüentemente infere-se que a radiação solar direta é o fator preponderante no
balanço de ondas curtas.
4.8.4. Balanço de radiação de ondas longas
Nas análises do dados das Tabelas 43 até 46, observa-se que a perda líquida
de radiação de ondas longas (I) pela superfície variou, em valor absoluto, entre 0,09 e
5,98 MJ/m2.dia, estando sua magnitude relacionada à disponibilidade de energia que
atingiu a superfície, representada pela radiação solar global. Nessas tabelas, constatase que, em média, a perda de energia da superfície, através da radiação de ondas
longas, foi da ordem de 20 e 17% em relação ao balanço de radiação de ondas curtas
e ao saldo de radiação, respectivamente. Esses valores foram inferiores aos obtidos
por Marin (2003) e por Jaramillo (1987), em café borbon, que verificaram perda
média de radiação de ondas longas em torno de 22% do balanço de radiação de ondas
curtas e 30% do saldo de radiação; essas diferenças devem ter sido determinadas
pelas características peculiares das duas superfícies.
142
Também, observa-se na Tabela 44 que, proporcionalmente ao balanço de
radiação de ondas curtas e ao saldo de radiação, a perda líquida de radiação de ondas
longas em um dia totalmente encoberto (19/01/2004) foi superior a alguns dias com
maior insolação e claros, como 05/11/2003 e 07/11/2003, durante a 1ª fase (formação
intermédia dos frutos) do primeiro ano fenológico do ciclo bianual do cafeeiro.
Nas leituras horárias diárias registradas em cada período de cada ano
fenológico, verificou-se que a emissão de radiação de ondas longas foi menor no
início da manhã e no final da tarde e maior no intervalo compreendido entre o meio
da manhã e o meio da tarde. Esse fato evidencia a estreita dependência da emissão da
radiação pela superfície em função da sua temperatura, que tende a acompanhar os
picos da radiação solar global incidente sobre ela.
4.8.5. Índice de área foliar (IAF)
Os resultados desses parâmetros descritivos encontram-se nas Tabelas 43 até
45, cujos valores médios dos segmentos de medição definidos de 6 m2 e que
comprendem cada um deles de três plantas consecutivas, foram de 3,44 ± 0,7 para o
primeiro ano fenológico e 3,98 ± 0,8 para o segundo ano fenológico do ciclo bianual
do cafeeiro.
Um aspecto perceptível, com relação ao índice de área foliar, é que houve
interação do resultado com o grau de nebulosidade, pois seus menores valores
ocorreram nos dias 02/11/2003 e 04/11/2003, respectivamente, totalmente encobertos
e nublados, porém com nebulosidade intensa.
Outro fator destacável é que, no início do ciclo bianual do cafeeiro na 1ª fase
(vegetação e formação de gemas foliares), o IAF era baixo e no final na 5ª fase
(maturação dos frutos) teve aumento consideravel, mostrando que o desenvolvimento
foliar aumentou consideravelmente, pelas boas práticas agrícolas realizadas durante
os dois anos fenológicos avaliados.
4.8.6. Estimativa do saldo de radiação
A determinação do saldo de radiação do café Catuaí-Vermelho, linhagem
MG-44, na região de montanha onde foi conduzido este estudo, permite estabelecer a
contabilização real líquida entre toda energia radiante recibida e perdida pela cultura.
143
Pela análise dos dados das leituras realizadas com o saldo radiômetro e com
os piranômetros para as leituras de radiação global e da radiação solar refletida e seus
valores integrados no período diurno, é possível determinar relações de Rn com o
balanço de radiação de ondas curtas e com a radiação solar global.
Os saldos de radiação encontrados em cada um dos períodos avaliados de
cada fase do ciclo bianual do cafeeiro permitem definir o comportamento da radiação
na época considerada dos dois anos fenológicos, nas condições geográficas e
climatológicas de São Miguel do Anta, MG.
De acordo com os dados diários dos diferentes períodos avaliados
correspondentes às cinco fases fenológicas do ciclo bianual do cafeeiro, Coffea
arabica, Catuaí-Vermelho, nas condições geográficas e climatológicas da época, em
São Miguel do Anta, MG, pode-se indicar que o valor do saldo de radiação diário
corresponde a um valor entre 50 e 58% da radiação solar global diária.
As avaliações deste estudo foram realizadas em curtos períodos de tempo,
pela falta de disponibilidade contínua dos equipamentos de medição, não sendo
conveniente considerar as médias das medições feitas nesses períodos do balanço de
radiação. Os resultados de campo dos dois anos fenológicos apontaram grandes
diferenças consideráveis comparadas com as determinações com o emprego da
equação 2.3, proposta por Angstrom (1924). Pelo anterior, foram definidas, pela
equipe de pesquisa, as determinações utilizando as condições geográficas do local e
os dados meteorológicos da duração do brilho solar observado (h) e a duração
astronômica do período diurno (h), da estação do Município de Ervalia, MG.
Foram definidos valores acumulados anuais e médios de radiação solar global
e a radiação fotossinteticamente ativa (RFA) acumulada e média por dia nessas
mesmas condições.
Como o interesse foi associado a trabalhos de ecofisiologia vegetal, em que se
deve determinar a taxa da radiação fotossinteticamente ativa em cada período,
utilizou-se o valor médio dessa variável na equação 2.2 da Lei de Plank, definindo a
região do visível de comprimento de onda (λ) igual a 550 nm e aplicando o fator para
realizar as transformações do sistema.
Os valores médios de radiação fotossinteticamente ativa no primeiro e no
segundo ano fenológico avaliados foram de 6,252 e 6,626 MJ.m–2.dia-1,
respetivamente.
144
Os valores de radiação fotossinteticamente ativa e do saldo de radiação solar
estimados em cada uma das fases do ciclo bianual do cafeeiro, Coffea arabica,
Catuaí-Vermelho, permitem encontrar um parâmetro de pesquisa de referência para a
Zona da Mata mineira, seja para cálculos do balanço de radiação ou para ferramentas
nas determinações da evapotranspiração do cafeeiro na localidade em estudo.
4.9. Balanço de energía do cultivar de café Catuaí-Vermelho
Os consumos de energia de cada parcela avaliada, durante os dois anos
fenológicos 2003/2004 e 2004/2005, avaliados do ciclo produtivo, estão apresentados
nas tabelas dos Apêndices A e B.
Nas Tabelas 47 e 48, apresentam-se os resumos dos consumos de energia da
cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada.
A radiação fotossinteticamente ativa (RFA) é o componente de maior aporte
no balanço variando entre 98,8 e 99,2% e corresponde à quantidade de energia
aportada pela radiação e que é realmente empregada pelas plantas, para realizar suas
atividades de fixação do carbono.
O consumo médio de energia das parcelas, no primeiro ano fenológico, foi de
796.021,87 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 23.035.733,63 MJ/ha de café
de montanha, nas condições geográficas estudadas.
O consumo médio de energia das parcelas, no segundo ano fenológico, foi de
671.991,75 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 24.918.830,18 MJ/ha de café
de montanha, nas condições geográficas estudadas.
A diferença entre os valores médios de cada um dos anos fenológicos
avaliados evidencia que a quantidade de energia consumida (MJ) por saca de 60 kg
beneficiada é menor no segundo ano fenológico, dentre outros fatores, devido ao
aumento médio da produtividade das parcelas avaliadas.
A quantidade média de energia (MJ) por hectare foi superior no segundo ano
fenológico, devido às diferenças climáticas, que acrescentaram os valores da
radiação fotossinteticamente ativa.
A quantidade de energia da parcela 4 foi significativamente menor, devido ao
seu tamanho, comparativamente com as outras parcelas (1, 2 e 3).
145
Tabela 47 – Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela
avaliada
146
Continua...
Tabela 47 – Cont.
147
Tabela 48 – Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ, em cada parcela avaliada
148
Continua...
Tabela 48 – Cont.
149
As variações de produtividade das parcelas avaliadas nos dois anos
fenológicos indicaram os excelentes resultados de absorção de nutrientes pelas
correções de adubações iniciais, parcelamento programado das aplicações e
acompanhamento contínuo realizado durante os dois ciclos.
As diferenças de consumo de energia de cada parcela nas operações de
secagem foram devidas aos diversos volumes de café submetidos aos diferentes
processos de secagem e às variações quantitativas em cada um dos processos.
As Tabelas 49 e 50 contêm a quantidade de energia média embutida nas
plantas seleccionadas do cafeeiro em cada uma das parcelas avaliadas nos dois anos
fenológicos do ciclo produtivo.
Tabela 49 – Quantidade de energia embutida nas plantas do cafeeiro durante o
primeiro ano fenológico 2003/2004 e % de energia aproveitada com
referência ao balanço geral de radiação em cada uma das parcelas
avaliadas
Parcela
1
SUBTOTAL
2
SUBTOTAL
3
SUBTOTAL
4
Raiz
Caule
Ramos
Folhas
Frutos
Poder
Calorífico
(MJ/kg)
15,21 ± 0,23
15,62 ± 0,18
14,75 ± 0,17
13,29 ± 0,15
0,00341
Massa
Média
(kg/Planta)
2,7
1,8
1,9
1,1
0,546
Energia
Produzida
(MJ)
729.390,987
499.368,276
497.752,025
259.648,059
33,068
20.094
20.094
20.094
20.094
20.094
Raiz
Caule
Ramos
Folhas
Frutos
13,41 ± 0,12
16,12 ± 0,04
11,24 ± 0,13
10,87 ± 0,16
0,00326
2,4
1,6
1,4
1,2
0,562
1.986.192,415
646.705,296
518.264,448
316.199,184
262.106,136
36,814
0,024274
0,006979
0,005593
0,003412
0,002828
0,00000039
19.734
19.734
19.734
19.734
19.734
Raiz
Caule
Ramos
Folhas
Frutos
16,25 ± 0,11
15,95 ± 0,22
13,14 ± 0,13
12,74 ± 0,14
0,00333
2,3
1,7
1,9
1,2
0,529
1.743.311,878
737.558,250
535.087,410
492.679,044
301.693,392
34,763
0,018813
0,008105
0,005880
0,005414
0,003315
0,00000038
13.650
13.650
13.650
13.650
13.650
Raiz
Caule
Ramos
Folhas
Frutos
10,24 ± 0,18
11,14 ± 0,15
12,15 ± 0,17
13,29 ± 0,25
0,00314
1,9
1,4
1,5
1,1
0,519
2.069.052,859
265.574,400
212.885,400
248.771,250
199.549,350
22,245
0,022739
0,004221
0,003384
0,003954
0,003172
0,00000035
926.802,645
0,014732
No
Plantas
Parte
Constituinte
17.761
17.761
17.761
17.761
17.761
SUBTOTAL
150
Aproveitada
(decimal)
0,008914
0,006103
0,006083
0,003173
0,00000040
Tabela 50 – Quantidade de energia embutida nas plantas do cafeeiro durante o
segundo ano fenológico 2004/2005 e % de energia aproveitada com
referência ao balanço geral de radiação em cada uma das parcelas
avaliadas
Parcela
1
SUBTOTAL
2
SUBTOTAL
3
SUBTOTAL
4
Raiz
Caule
Ramos
Folhas
Frutos
Poder
Calorífico
(MJ/kg)
19,11 ± 0,22
17,56 ± 0,18
16,17 ± 0,12
15,21 ± 0,14
0,00353
Massa
Média
(kg/Planta)
2,8
1,9
1,9
1,3
0,575
Energia
Produzida
(MJ)
950.302,080
592.544,640
545.640,480
351.168,480
36,048
20.093
20.093
20.093
20.093
20.093
Raiz
Caule
Ramos
Folhas
Frutos
14,23 ± 0,15
16,87 ± 0,08
12,25 ± 0,18
12,34 ± 0,16
0,00344
2,5
1,7
1,4
1,3
0,570
2.439.691,728
714.808,475
576.247,147
344.594,950
322.331,906
39,398
0,022923
0,0072801
0,0058688
0,0035095
0,0032828
0,00000040
19.733
19.733
19.733
19.733
19.733
Raiz
Caule
Ramos
Folhas
Frutos
14,25 ± 0,14
17,57 ± 0,11
13,24 ± 0,23
10,42 ± 0,14
0,00364
2,5
1,8
1,8
1,3
0,575
1.958.021,876
702.988,25
624.075,858
470.276,856
267.303,218
41,301
0,01994
0,0072887
0,0064705
0,0048759
0,0027715
0,00000043
13.649
13.649
13.649
13.649
13.649
Raiz
Caule
Ramos
Folhas
Frutos
12,58 ± 0,09
13,58 ± 0,17
12,19 ± 0,17
13,01 ± 0,15
0,00391
1,8
1,3
1,7
1,3
0,558
2.064.685,483
309.067,956
240.959,446
282.848,227
230.845,537
29,779
0,021407
0,0046338
0,0036126
0,0042407
0,0034610
0,00000045
1.063.750,945
0,015948
No
Plantas
Parte
Constituinte
17.760
17.760
17.760
17.760
17.760
SUBTOTAL
Aproveitada
(decimal)
0,0084182
0,0057634
0,0057448
0,0029967
0,00000038
Observou-se que o sistema radicular representa, em massa seca, entre 25 e
35% da planta, o caule entre 20 e 25%, os ramos entre 20 e 24% e as folhas entre 12
e 15% do peso médio da planta seca (±10% b.u.). A produção total (cerejas, verdes e
secos) média de frutos úmidos (60% b.u.), por planta, nos dois anos fenológicos,
variou entre 2,2 e 3,2 kg.
Os resultados permitem estabelecer que a quantidade de energia agregada no
balanço de energia foi pouco aproveitada pela planta (inferior a 3,0%) e pelos seus
componentes individuais, logicamente.
151
O consumo de energia variou em função do nível de adoção da tecnologia
usada. O balanço final de energia foi negativo, já que a energia produzida foi menor
do que a consumida.
4.10. Resultados dos testes realizados nos três sistemas de secagem avaliados nos
dois ciclos 2003/2004 e 2004/2005
Os resultados referentes às avaliações dos procedimentos de secagem do
primeiro ano fenológico 2003/2004, no terreiro de cimento, estão apresentados no
Apêndice C, nas Tabelas 1C e 2C. Já os referentes ao terreiro secador, em leiras, em
que a secagem foi realizada sem incidência direta de radiação solar, encontram-se no
Apêndice D, nas Tabelas 1D e 2D.
Os resumos desses resultados são apresentados nas Tabelas 51 e 52.
Pelos resultados apresentados nos Apêndices C e D, nas Tabelas 1C e 2C, nas
Tabelas 1D e 2D e nos resumos das Tabelas 51 e 52, observa-se que, além de expor o
produto às condições adversas de clima, o tempo de secagem no terreiro de cimento
é, comparativamente, muito prolongado, considerando o volume de produto secado.
Durante a secagem, foram constituídos lotes de 2,5 m3 nos dois sistemas de
secagem. Cada lote necessitou, em média, de 384 horas (16 dias) para a secagem em
terreiro de cimento, ocupando uma área de 120 m2, até atingir o teor de água de
12,0 ± 0,6% b.u.
Lotes de mesmo volume foram levados ao terreiro secador, com fornalha a
fogo indireto, sem incidência direta de radiação solar, em que foram submetidos à
secagem até atingirem o teor final de água de 12 ± 0,4% b.u., no tempo médio de 50
horas.
Observou-se, ao final da secagem, que a massa específica média do café
secado no secador de leito fixo, sem incidência direta da radiação solar, foi superior
(2,5-3,0%) à do produto secado em terreiro convencional, estabelecendo-se uma
melhor relação de massa.
Os resultados referentes às avaliações dos procedimentos de secagem do
primeiro ano fenológico 2003/2004 no sistema de secagem combinada no terreiro
secador, em leiras, sem incidência direta da radiação solar até a meia-seca (25-30%
b.u.) e completando-se a secagem até o teor final de água desejado (11-12% b.u.), em
silos secadores, com ar à temperatura ambiente, estão apresentados no Apêndice E,
nas Tabelas 1E até 4E.
Os resumos desses resultados são apresentados na Tabela 53 e 54.
152
Tabela 51 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 1-4
avaliadas para o processo de secagem ao sol, no terreiro de cimento, no primeiro ano fenológico 2003/2004
PARCELA 1
Tempo
h
153
0
384
Tempo
h
0
396
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
-3
kg.m
572,0±0,3 58,0±0,2
0
415,4±0,3 12,0±0,3
396
PARCELA 3
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
%
b.u.
h
kg.m-3
574,2±0,4 57,7±0,3
0
414,6±0,5 11,8±0,5
396
PARCELA 2
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
575,0±0,4 58,5±0,3
414,8±0,4 12,1±0,3
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
574,6±0,6 59,0±0,4
414,7±0,6 12,1±0,4
Tempo
h
0
384
Tempo
h
0
384
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
-3
kg.m
579,2±0,4 57,8±0,3
0
416,1±0,4 11,8±0,4
336
PARCELA 4
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
%
b.u.
h
kg.m-3
573,5±0,4 58,9±0,5
0
415,3±0,4 12,0±0,4
384
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
574,0±0,5 58,3±0,4
413,9±0,4 12,2±0,3
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
571,2±0,4 58,3±0,3
414,6±0,4 11,6±0,4
Tabela 52 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos dois testes das parcelas 1-4
para o processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico
2003/2004
154
Tempo
h
0
54
Tempo
h
0
52
PARCELA 1
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
%
b.u.
h
kg.m-3
571,8±0,5 56,5±0,2
0
424,1±0,4 12,0±0,3
48
PARCELA 3
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
kg.m-3
570,6±0,4 57,4±0,3
0
423,4±0,3 12,0±0,3
54
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
570,3±0,6 58,0±0,3
423,9±0,3 12,0±0,4
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
571,4±0,4 56,8±0,3
423,7±0,3 11,6±0,4
Tempo
h
0
44
Tempo
h
0
54
PARCELA 2
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
%
b.u.
h
kg.m-3
570,9±0,5 57,3±0,2
0
423,5±0,3 12,3±0,3
54
PARCELA 4
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
kg.m-3
570,8±0,4 55,9±0,4
0
423,3±0,4 11,7±0,3
48
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
572,4±0,4 55,4±0,3
423,8±0,3 11,8±0,4
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
572,6±0,4 56,9±0,5
419,9±0,5 11,7±0,5
Tabela 53 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, de dois testes das parcelas 1 - 4
para o processo de secagem combinado (Silo 1), no primeiro ano fenológico 2003/2004
155
Secagem Combinada – Parcela 1
Secagem Combinada – Parcela 2
Teste 1
Teste 2
Teste 1
Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo
Silo secador
indireto
indireto
indireto
No 1
(combustível lenha)
(combustível lenha)
(combustível lenha)
Massa
Massa
Massa
Massa
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
específica
específica
específica
específica
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
h
kg.m-3
kg.m-3
kg.m-3
kg.m-3
0
570,5±0,6 58,0±0,5
0
572,4±0,6 58,3±0,4
0
573,4±0,5 58,5±0,7
0
470,8±0,3
28
471,1±0,6 24,9±0,3
32
472,8±0,3 25,0±0,4
24
473,8±0,8 25,3±0,4
576
422,1±0,5
Secagem combinada Parcela 3
Secagem combinada Parcela 4
Teste 1
Teste 2
Teste 1
Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo
Silo secador
indireto
indireto
indireto
No 1
(combustível lenha)
(combustível lenha)
(combustível lenha)
Massa
Massa
Massa
Massa
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
específica
específica
específica
específica
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
h
kg.m-3
kg.m-3
kg.m-3
kg.m-3
0
572,4±0,4 58,6±0,4
0
569,4±0,5 58,4±0,6
0
573,4±0,5 58,8±0,4
0
470,8±0,3
32
470,3±0,4 24,5±0,5
28
470,8±0,5 24,9±0,6
32
469,4±1,1 24,3±0,7
576
422,1±0,5
Umidade
% b.u.
25,0±0,3
11,6±0,2
Umidade
% b.u.
25,0±0,3
11,6±0,2
Tabela 54 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, de dois testes das parcelas 5 e 9
para o processo de secagem combinado (Silo 2), no primeiro ano fenológico 2003/2004
156
Secagem combinada Parcela 5
Secagem combinada Parcela 9
Teste 1
Teste 2
Teste 1
Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo
Silo secador
indireto
indireto
indireto
No 2
(combustível lenha)
(combustível lenha)
(combustível lenha)
Massa
Massa
Massa
Massa
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
específica
específica
específica
específica
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
h
kg.m-3
kg.m-3
kg.m-3
kg.m-3
0
574,1±0,4 59,2±0,4
0
570,2±0,4 57,4±0,4
0
566,5±0,4 57,1±0,3
0
474,5±0,2
28
471,9±0,3 25,2±0,4
28
470,4±0,3 25,0±0,4
24
473,4±0,4 25,3±0,2
528
421,1±0,2
Secagem combinada Parcela 10
Secagem combinada Parcela 13
Teste 1
Teste 2
Teste 1
Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo
Silo secador
indireto
indireto
indireto
No 2
(combustível lenha)
(combustível lenha)
(combustível lenha)
Massa
Massa
Massa
Massa
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
específica
específica
específica
específica
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
h
kg.m-3
kg.m-3
kg.m-3
kg.m-3
0
571,2±0,7 58,3±0,7
0
570,9±0,2 58,3±0,7
0
578,4±0,5 58,2±0,3
0
474,5±0,2
24
474,2±0,6 25,2±0,4
32
471,2±0,5 25,5±0,3
28
471,1±0,6 25,7±0,1
528
421,1±0,2
Umidade
% b.u.
25,8±0,4
12,3±0,4
Umidade
% b.u.
25,8±0,4
12,3±0,4
Pelos resultados apresentados no Apêndice E, nas Tabelas 1E até 4E e nos
resumo das Tabelas 53 e 54, observa-se que, igualmente além de expor o produto às
condições adversas de clima, o tempo de secagem no terreiro de cimento até meiaseca (25-30% b.u.) é, comparativamente, muito prolongado de 6-7 dias para a
secagem no terreiro de cimento ao sol e 28-30 horas para a secagem no terreiro
secador, considerando-se o volume de produto secado.
Durante a secagem, foram constituídos lotes de 2,5 m3 nos dois sistemas de
secagem. Cada lote necessitou, em média, de 384 horas (16 dias) para a secagem em
terreiro de cimento até atingir o teor de água de 12,0 ± 0,6% b.u., ocupando uma área
de 120 m2.
Lotes de mesmo volume foram levados ao terreiro secador, sem a incidência
direta de radiação solar, com fornalha a fogo indireto, a qual utilizou lenha como
combustível, em que foram submetidos à meia-seca (25 -30% b.u.) no tempo médio
de 28-30 horas. A capacidade do silo corresponde a 20 lotes de 2,5 m3 de café com
meia-seca, e a complementação da secagem durou, em média, 576 horas (24 dias,
aproximadamente).
Observou-se que, na operação de secagem combinada, foram secados 51,0 m3
de café até o teor de água entre 11,3 e 12,2% b.u., durante quase 580 horas, enquanto
no terreiro de cimento foram secados nesse mesmo tempo menos que 8 m3,
considerando o mesmo teor final de água.
Essa relação permite estimar que, para o mesmo volume a secar, haveria a
necessidade de 1.285 m2 de terreiro de cimento e um aumento considerável em gasto
de mão-de-obra.
Verificou-se, ao final da secagem, que a massa específica do café secado no
sistema combinado foi de 2,5 a 3,0% superior à do produto secado em terreiro de
cimento, estabelecendo-se, igualmente, melhor relação de massa. Observaram-se
pequenas diferenças de massa específica do produto secado até 11 a 12% b.u.,
quando se camparam os resultados obtidos no terreiro secador, sem incidência direta
de radiação solar, utilizando uma fornalha a fogo indireto, queimando lenha, com a
secagem combinada.
A massa específica do café da parcela 2 foi superior 1,0 a 1,5%, em
comparação com o café das outras parcelas.
A massa específica do café da parcela 4 foi inferior 1,0 a 2,0% em
comparação com o café das outras parcelas (1 e 3), possivelmente devido ao fato de
157
que, no inicio, a parcela apresentou altos índices de K no solo, cloração foliar
excessiva e um manejo inadequado na colheita do ano fenológico anterior
(2002/2003).
Na Tabela 55 são apresentadas as características da lenha (eucalipto) utilizada
na secagem de café do primeiro ano fenológico 2003/2004 nos três secadores de leito
fixo, em leiras, sem incidência direta de radiação solar, com aquecimento do ar por
meio de fornalha a fogo indireto.
Tabela 55 – Características do combustível utilizado na secagem de café
Combustível
Massa Específica
(kg.m-3)
Poder Calorífico
Inferior
(kJ.kg-1)
380 ± 8,3
13.813,8
Lenha
20 ± 3,5% b.u
O consumo médio de lenha de eucalipto (Eucaliptus grandis) utilizada nas
fornalhas a fogo indireto dos três secadores utilizados nos dois sistemas de secagem
alternativos foi de 16,7 ± 1,1 kg.h-1, com temperatura média de secagem de
43,0 ± 2,5 °C e com vazão média dos ventiladores de 58 ± 1,4 m3/min.
O êxito para o aproveitamento eficiente da lenha é utilizar tocos com
diâmetro entre 10-15 cm e cumprimento entre 40-45 cm. Dessa forma, os operadores
conseguiram um manejo adequado do combustível e minimizaram o esforço físico,
mantendo-se a temperatura do ar quase constante.
Os resultados referentes às avaliações dos procedimentos de secagem do
segundo ano fenológico (2004/2005) no terreiro de cimento estão apresentados no
Apêndice F, nas Tabelas 1F e 2F.
Os resumos desses resultados são apresentados na Tabela 61.
Pelos resultados apresentados no Apêndice F, nas Tabelas 1F e 2F e no
resumo na Tabela 56, observa-se que, além de expor o produto às condições adversas
de clima, o tempo de secagem no terreiro de cimento é, comparativamente, muito
prolongado, considerando o volume de produto secado.
158
Tabela 56 – Resumo dos valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos dois testes das parcelas 1 - 4
para o processo de secagem no terreiro de cimento, ao sol, no segundo ano fenológico 2004/2005
PARCELA 1
Tempo
h
159
0
392
Tempo
h
0
400
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
-3
kg.m
578,4±0,4 58,0±0,3
0
414,8±0,3 12,0±0,3
384
PARCELA 3
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
%
b.u.
h
kg.m-3
581,1±0,4 58,4±0,3
0
417,3±0,4 12,3±0,3
384
PARCELA 2
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
577,3±0,3 58,2±0,3
415,3±0,4 12,1±0,3
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
579,0±0,4 59,0±0,3
419,4±0,2 12,1±0,3
Tempo
h
0
392
Tempo
h
0
384
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
-3
kg.m
576,2±0,5 57,7±0,4
0
416,1±0,5 12,2±0,3
384
PARCELA 4
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
%
b.u.
h
kg.m-3
577,5±0,4 58,6±0,3
0
420,3±0,3 11,3±0,5
336
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
578,3±0,3 58,8±0,4
415,9±0,5 11,6±0,3
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
575,0±0,3 58,2±0,2
421,1±0,5 11,9±0,2
Durante a secagem natural de café cereja lavado e separado, foram
constituídos, igualmente, lotes de 2,5 m3 para os dois sistemas de secagem avaliados.
Cada lote necessitou de 392 horas (16,5 dias) para a secagem em terreiro de cimento,
ocupando uma área de 120 m2 até atingir o teor de água de 12,1 ± 0,7% b.u.
Os resultados referentes às avaliações dos procedimentos de secagem do
segundo ano fenológico 2004/2005 no terreiro secador, em leiras, sem incidência de
radiação solar direta estão apresentados no Apêndice G, nas Tabelas 1G a 4G.
Os resumos desses resultados são apresentados nas Tabelas 57 e 58.
Lotes de mesmo volume foram levados ao terreiro secador sem incidência
direta de radiação solar, com fornalha a fogo indireto, utilizando-se lenha como
combustível, em que foram submetidos à secagem até atingirem o teor final de água
de 12,1 ± 0,5% b.u., no tempo médio de 54 horas.
Observou-se, ao final da secagem, que a massa específica do café secado no
secador de leito fixo foi superior em 3,0 a 3,5% à do produto secado em terreiro de
cimento convencional, estabelecendo-se uma melhor relação de massa.
A massa específica média do café da parcela 2 foi superior entre 1,0 e 1,5% à
do café das outras parcelas, como aconteceu no ano fenológico anterior.
A massa específica média do café das parcelas 1, 3 e 4 teve um
comportamento similar, mostrando excelente recuperação da parcela 4, devido ao
manejo adequado em adubação e controle de pragas e doenças e ao manejo adequado
da colheita no ano fenológico anterior (2003/2004), evitando desfolhamentos, mau
trato das plantas e realizando colheita semi-seletiva.
Na Tabela 59 estão apresentadas as características do combustível utilizado
(lenha de eucalipto) na secagem de café do segundo ano fenológico 2004/2005 nos
secadores de leito fixo, em leiras, com aquecimento do ar por meio de fornalha a
fogo indireto.
O consumo médio de eucalipto (Eucaliptus grandis) utilizado nas fornalhas a
fogo indireto dos secadores utilizados nos dois sistemas de secagem alternativos foi
de 17,0 ± 1,5 kg.h-1 com temperatura média de secagem de 45,0 ± 2,3 °C e com
vazão média dos ventiladores de 58 ± 1,7 m3/min.
Os resultados referentes aos consumos de energia dos procedimentos de
secagem do primeiro ano fenológico 2003/2004 estão apresentados no Apêndice H,
nas Tabelas 1H a 5H.
160
Tabela 57 – Resumo dos valores médios de tempo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 1-2 avaliadas do
processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no segundo ano fenológico 2004/2005
PARCELA 1
Tempo
h
161
0
52
Tempo
h
0
48
TESTE 1
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
579,8±0,5 57,3±0,2
425,1±0,5 12,1±0,3
TESTE 1
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
578,7±0,4 58,8±0,4
426,9±0,5 12,1±0,4
Tempo
h
0
54
Tempo
h
0
44
TESTE 2
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
-3
kg.m
576,9±0,4 56,9±0,5
0
424,4±0,4 12,1±0,3
48
PARCELA 2
TESTE 2
Massa
Umidade
Tempo
específica
%
b.u.
h
kg.m-3
577,7±0,3 56,4±0,5
0
428,4±0,4 12,2±0,2
48
TESTE 3
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
577,8±0,4 57,5±0,3
426,2±0,4 12,2±0,4
TESTE 3
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
581,8±0,4 56,9±0,9
428,2±0,4 11,7±0,4
Tempo
h
0
54
Tempo
h
0
52
TESTE 4
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
579,7±0,3 56,9±0,4
425,1±0,4 11,4±0,3
TESTE 4
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
584,0±0,5 56,6±0,6
427,0±0,4 11,9±0,4
Tabela 58 – Resumo dos valores médios de tempo de secagem, massa específica e umidade dos grãos, dos testes das parcelas 3-4 avaliadas do
secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no segundo ano fenológico 2004/2005
PARCELA 3
Tempo
h
162
0
52
Tempo
h
0
54
TESTE 1
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
579,9±0,5 56,2±0,2
423,8±0,5 12,3±0,4
TESTE 1
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
574,6±0,5 56,8±0,3
420,9±0,2 11,8±0,3
Tempo
h
0
54
Tempo
h
0
52
TESTE 2
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
-3
kg.m
573,9±0,6 56,6±0,3
0
424,5±0,5 12,1±0,3
48
PARCELA 4
TESTE 2
Massa
Umidade
Tempo
específica
%
b.u.
h
kg.m-3
572,9±0,6 58,5±0,3
0
423,0±0,4 12,3±0,4
54
TESTE 3
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
581,3±0,4 56,9±0,4
426,8±0,3 12,5±0,6
TESTE 3
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
576,5±0,4 55,5±0,3
424,3±0,6 12,2±0,5
Tempo
h
0
54
Tempo
h
0
48
TESTE 4
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
583,6±0,4 56,7±0,5
420,1±0,9 12,1±0,3
TESTE 4
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
571,6±0,3 56,3±0,1
426,0±0,2 12,5±0,6
Tabela 59 – Características do combustível utilizado na secagem de café
Combustível
Lenha
20 ± 3,5% b.u
Massa específica
(kg.m-3)
Poder calorífico
inferior
(kJ.kg-1)
385 ± 8,5
13.813,8
Os resultados referentes aos consumos de energia dos procedimentos de
secagem do segundo ano fenológico 2004/2005 estão apresentados no Apêndice I,
nas Tabelas 1I a 5I.
Os resumos desses resultados são apresentados nas Tabelas 60 e 61.
O consumo médio de energia do processamento de secagem das parcelas
avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 foi de 411,52 ± 190,68 MJ/saca de
60 kg de café beneficiado e de 11.807,64 ± 4.118,41 MJ/ha de café de montanha.
O consumo médio de energia do processamento de secagem das parcelas
avaliadas no segundo ano fenológico 2004/2005 foi de 982,36 ± 114,29 MJ/saca de
60 kg de café beneficiado e de 36.730,99 ± 5.567,97 MJ/ha de café de montanha.
A diferença entre os valores médios de cada um dos anos fenológicos
avaliados evidencia que a quantidade de energia consumida (MJ) por saca de 60 kg
beneficiada é maior no segundo ano fenológico, devido ao processamento de café
cereja natural que consume maior quantidade de energia que o café descascado,
despolpado e desmucilado, processado no primeiro ano fenológico 2003/2004
avaliado.
A quantidade média de energia (MJ) por hectare foi igualmente superior no
segundo ano fenológico, devido às caracterísitcas do café processado.
A quantidade de energia da parcela 4 foi superior, devido à sua menor
produtividade, comparativamente com as outras parcelas (1, 2 e 3).
As mudanças nos rendimentos de produtividade das parcelas avaliadas entre
os dois anos fenológicos avaliados resultaram os excelentes resultados de absorção
de nutrientes pelas correções de adubações iniciais, parcelamento programado das
aplicações e acompanhamento contínuo realizado durante os dois anos fenológicos
avaliados.
163
Tabela 60 – Resumo do consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da
cultura do cafeeiro, em MJ, em cada parcela avaliada
164
Tabela 61 – Resumo do consumo de energia correspondente aos três processos de secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da
cultura do cafeeiro, em MJ/ha, em cada parcela avaliada
165
As diferenças de consumo de energia de cada parcela nas operações de
secagem foram devidas aos diferentes volumens de café submetidos aos diferentes
processos de secagem e às variações em quantidades em cada um dos processos
avaliados.
4.11. Classificação do café
4.11.1. Tipo
As tabelas seguintes foram elaboradas a partir dos dados de classificação das
amostras de café, pelas análises realizadas nos dois anos fenológicos avaliados, pela
cafeeira INCOFEX e pela Corretora 3 IRMÃOS de Viçosa (MG), utilizando-se três
repetições em cada amostra.
Os valores dos testes experimentais do primeiro ano fenológico 2003/2004 do
café com secagem no terreiro cimentado até secagem final entre 11 e 12% b.u., em
cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de
qualidade de classificação por tipo das amostras de café analisadas do primeiro ano
fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 62.
Os valores dos testes experimentais do primeiro ano fenológico 2003/2004 do
café com secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha) até a secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são
apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação por
tipo das amostras de café analisadas do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café,
em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 63.
Os valores dos testes experimentais do primeiro ano fenológico 2003/2004 do
café com secagem combinada no terreiro secador com fornalha a fogo indireto
(combustível lenha) até a meia-seca entre 25 e 30% b.u. e secagem posterior em silo
de concreto até a secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são
apresentados nos resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação por
tipo das amostras de café analisadas do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café,
em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 64.
166
4.11.2. Bebida
A cafeeira INCOFEX e a Corretora 3 Irmãos forneceram os resultados quanto
à prova de xícara a partir de notas relacionadas à bebida dos cafés, em que:
Acima de 90 – estritamente mole (EM).
De 80 a 90 – mole (M).
De 70 a 80 – apenas mole (AM).
Abaixo de 70 – dura (D).
Os valores dos testes experimentais de clasificação da bebida das amostras de
café do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café secado no terreiro cimentado até
a secagem final entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são apresentados nos
resumos comparativos dos testes de qualidade de classificação de bebida das
amostras de café analisadas do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café, em cada
uma das parcelas avaliadas na Tabelas 62.
Os valores dos testes experimentais de clasificação da bebida das amostras de
café do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café secado no terreiro secador com
fornalha a fogo indireto (combustível lenha) até a secagem final entre 11 e 12% b.u.,
em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos comparativos dos testes de
qualidade de classificação de bebida das amostras de café analisadas do primeiro ano
fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas avaliadas na Tabela 63.
Os valores dos testes experimentais de classificação da bebida das amostras
de café do primeiro ano fenológico 2003/2004 do café com secagem combinado no
terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) até a meia-seca
entre 25 e 30% b.u. e secagem posterior em silo de alvenaria até a secagem final
entre 11 e 12% b.u., em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos
comparativos dos testes de qualidade de classificação de bebida das amostras de café
analisadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 do café, em cada uma das parcelas
avaliadas na Tabela 64.
167
Tabela 62 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro
parcelas avaliadas, considerando-se a secagem completa em terreiro cimentado, com exposição direta à radiação solar global, até o
teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de
polipropileno
168
P17/18 (%)
P16 (%)
P13/15 (%)
Fundo peneira (%)
Catação (%)
Quebra (%)
Defeito
Umidade (% b.u.)
Classificação bebida
1
77
7
13
3
10
13
80
11,63
Dura
PARCELA 1
2
3
75
79
10
11
11
8
4
2
8
8
12
10
86
88
11,91
11,70
Dura
Dura
1
83
9
6
2
11
13
76
12,64
Dura
PARCELA 2
2
3
80
83
10
9
8
6
2
2
12
9
14
11
66
72
11,29
11,31
Apenas
Dura
mole
1
78
10
10
2
12
14
88
11,56
Dura
PARCELA 3
2
3
76
80
11
9
10
9
3
2
11
10
14
12
84
78
11,24
11,79
Dura
Dura
1
79
9
8
4
12
16
77
12,01
Dura
PARCELA 4
2
3
80
77
9
8
9
11
2
4
12
9
14
13
88
82
11,49
11,42
Riada
Riada
Tabela 63 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro
parcelas avaliadas, considerando-se a secagem completa no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), sem
exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em pergaminho por um período de 45
dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno
169
P17/18 (%)
P16 (%)
P13/15 (%)
Fundo peneira (%)
Catação (%)
Quebra (%)
Defeito
Umidade (% b.u.)
Classificação bebida
PARCELA 1
1
2
3
78
76
80
8
10
9
11
10
8
3
4
3
12
11
8
15
15
11
88
81
77
11,33
11,81
11,75
Dura
Dura
Apenas
mole
PARCELA 2
1
2
3
82
81
83
9
7
8
7
10
7
2
2
2
11
12
9
13
14
11
73
78
64
12,04
11,49
11,81
Dura
Apenas Apenas
mole
mole
PARCELA 3
1
2
3
79
80
77
9
6
10
10
11
10
2
3
3
12
11
10
14
14
13
88
89
76
11,26
11,84
11,99
Dura
Dura
Apenas
mole
PARCELA 4
1
2
3
75
76
78
4
7
8
18
14
10
3
3
4
11
13
10
14
16
14
85
88
84
12,09
12,46
12,40
Dura
Dura
Riada
Tabela 64 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no primeiro ano fenológico 2003/2004 das quatro
parcelas avaliadas, considerando-se a secagem até a meia-seca (25-30%) no terreiro secador com fornalha a fogo indireto
(combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, e secagem posterior em silo de concreto até a secagem final (1112%), armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, a granel, no mesmo silo
170
P17/18 (%)
P16 (%)
P13/15 (%)
Fundo peneira (%)
Catação (%)
Quebra (%)
Defeito
Umidade (% b.u.)
Classificação bebida
1
85
8
6
1
10
11
74
12,03
Apenas
mole
2
84
9
6
1
11
12
74
11,71
Dura
PARCELAS 1 - 4
3
4
84
82
8
9
6
6
2
3
9
10
11
13
61
70
11,87
12,34
Apenas Apenas
mole
mole
5
84
9
6
1
12
13
78
12,29
Dura
6
83
8
7
2
10
12
64
12,30
Mole
1
80
9
9
2
11
13
74
11,46
Dura
PARCELAS 5 - 13
2
3
4
5
83
84
83
82
9
8
8
8
7
7
7
8
1
1
2
2
12
9
11
11
13
10
13
13
71
66
72
80
12,44
11,29
11,72
11,38
Apenas Dura
Apenas
Dura
mole
mole
6
84
7
8
1
9
10
65
11,74
Mole
Os resultados de classificação dos grãos no primeiro ano fenológico
2003/2004, apresentados nas Tabelas 62 a 64, para café lavado, despolpado e
desmucilado (café-pergaminho), indicam que os lotes de café secados no sistema
combinado com o terreiro secador, sem a incidência direta da radiação solar e com
secagem posterior no silo, possibilitaram melhor padrão de qualidade, em
comparação com aqueles obtidos na secagem tradicional, em terreiro cimentado,
devido ao menor tempo de secagem até meia-seca (25-30% b.u.) no terreiro secador
e melhor distribuição de ar no secador e no silo secador, garantindo a uniformidade
da secagem e o controle independente das variações climáticas, que podem gerar
processos fermentativos prejudiciais à qualidade do produto.
O processo em combinação, complementando a secagem em silo, com ar na
temperatura ambiente, proporcionou homogeneidade na cor e teor da água de massa
de grãos, quando se observaram 11,3 ± 0,1% b.u. na camada inferior e 12,1 ± 0,2%
b.u. na camada superior, tendo a camada completa no silo uma espessura de 4,3 m.
Os resultados de classificação dos grãos também indicam que os lotes de café
secados no terreiro secador, sem a incidência direta da radiação solar até o final (1112% b.u.), possibilitaram melhor padrão de qualidade, em comparação com aqueles
obtidos na secagem tradicional, em terreiro cimentado, devido ao menor tempo de
secagem, melhor distribuição de ar no secador e temperatura do ar de secagem quase
constante (43,0 ± 2,5 °C), garantindo a uniformidade da secagem e também a
independência das variações climáticas, que podem gerar processos fermentativos
prejudiciais à qualidade do produto.
Os resultados permitem evidenciar que, com o estabelecimento de um roteiro
para implementação de boas práticas agrícolas, de produção, de pré-processamento e
de processamento de café, poderão ser atingidos altos padrões de qualidade do
produto. Já os resultados de tipo e bebida permitem recomendar as secagens
realizadas no terreiro secador, sem incidência direta de radiação solar até o teor de
água de 12% b.u., e a secagem combinada no terreiro secador até a meia-seca (2530% b.u.) com a complementação da secagem em silo de alvenaria e concreto, até
secagem final (11-12% b.u.), como alternativas técnicas de secagem de café, uma
vez que garantem a obtenção de um tamanho maior do produto e o aumento no
padrão da qualidade da bebida. Esses métodos evidenciam que os sistemas estudados
apresentam-se como alternativas para a aplicação de boas práticas no processamento,
principalmente no que se refere à higiene e controle técnico da operação.
171
Os valores dos testes experimentais do segundo ano fenológico 2004/2005 do
café com secagem em coco (lavado e sem despolpa), no terreiro cimentado até
secagem final (11-12%), em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos
comparativos dos testes de qualidade de tipo e bebida das amostras de café
analisadas do segundo ano fenológico 2004/2005 do café em cada uma das parcelas
avaliadas na Tabela 65.
Os valores dos testes experimentais do segundo ano fenológico 2004/2005 do
café com secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha) até a secagem final (11-12%), em cada uma das parcelas, são apresentados nos
resumos comparativos dos testes de qualidade de tipo e bebida das amostras de café
analisadas do segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas
avaliadas na Tabela 66.
Os valores dos testes experimentais de clasificação da bebida das amostras de
café do segundo ano fenológico 2004/2005 com secagem no terreiro cimentado até a
secagem final (11-12%), em cada uma das parcelas, são apresentados nos resumos
comparativos dos testes de qualidade de tipo e bebida das amostras de café
analisadas do segundo ano fenológico 2004/2005, em cada uma das parcelas
avaliadas na Tabela 67.
Os resultados de classificação dos grãos no segundo ano fenológico
2004/2005, apresentados nas Tabelas 65 e 66, com café lavado, em coco, indicam
igualmente que os lotes de café secados no terreiro secador, sem a incidência direta
da radiação solar, possibilitaram melhor padrão de qualidade, em comparação com
aqueles obtidos na secagem tradicional, em terreiro cimentado, em razão,
possivelmente, do menor tempo de secagem e da melhor distribuição de ar,
garantindo a uniformidade da secagem e a independência das variações climáticas,
que podem gerar processos fermentativos prejudiciais à qualidade do produto.
O processo no terreiro secador proporcionou melhor homogeneidade na cor,
maior tamanho do produto (maior porcentagem na peneira 17/18) e menor
quantidade de defeitos.
172
Tabela 65 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro
parcelas avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco completa em terreiro cimentado, com exposição direta à radiação
solar global até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83 e armazenado em pergaminho por um período de 45 dias, em galpão com sacos
de fibra de polipropileno
173
P17/18 (%)
P16 (%)
P13/15 (%)
Fundo peneira (%)
Catação (%)
Quebra (%)
Defeito
Umidade (% b.u.)
Classificação bebida
PARCELA 1
1
2
3
76
74
73
7
6
11
14
15
12
3
5
4
11
11
8
14
16
12
88
84
85
12,34
11,57
11,35
Dura
Dura
Riada
PARCELA 2
1
2
3
79
80
80
9
12
10
10
7
8
2
1
2
12
12
10
14
13
12
74
81
82
12,12
12,02
12,32
Dura
Riada
Dura
PARCELA 3
1
2
3
74
75
73
15
12
17
10
11
7
1
2
3
12
10
9
13
12
12
89
84
78
11,45
11,47
12,49
Dura
Dura
Dura
PARCELA 4
1
2
3
77
78
76
9
7
12
11
12
10
3
3
2
12
11
10
15
14
12
85
88
76
12,51
11,89
12,92
Riada
Dura
Dura
Tabela 66 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro
parcelas avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco completa no terreiro secador com fornalha a fogo indireto
(combustível lenha), sem exposição direta à radiação solar global, até o teor de água de 11,51% b.u. ± 0,83, armazenado em coco por
um período de 45 dias, em galpão com sacos de fibra de polipropileno
174
P17/18 (%)
P16 (%)
P13/15 (%)
Fundo peneira (%)
Catação (%)
Quebra (%)
Defeito
Umidade (% b.u.)
Classificação bebida
PARCELA 1
1
2
3
79
80
76
9
8
8
10
10
12
2
2
4
11
10
8
13
12
12
84
81
76
12,64
11,89
11,77
Dura
Apenas
Dura
mole
PARCELA 2
1
2
3
82
80
82
8
10
8
9
8
8
1
2
2
11
12
9
12
14
11
65
71
64
11,85
11,89
12,33
Apenas
Dura
Apenas
mole
mole
PARCELA 3
1
2
3
78
79
80
8
7
8
10
11
9
4
3
3
11
11
9
15
14
12
84
85
81
12,76
12,42
12,71
Apenas
Dura
Dura
mole
PARCELA 4
1
2
3
80
79
78
7
5
4
10
12
14
3
4
4
10
12
10
13
16
14
85
88
82
11,09
11,84
11,46
Apenas
Dura
Dura
mole
Tabela 67 – Resumo comparativo dos testes de qualidade de café entre as amostras
analisadas, no segundo ano fenológico 2004/2005 das quatro parcelas
avaliadas, considerando-se a secagem de café em coco até a meia-seca
(25-30%), no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível
lenha), sem exposição direta à radiação solar global, e secagem posterior
em secador de fluxos cruzados até a secagem final (11-12%),
armazenado em coco por um período de 45 dias, em galpão com sacos
de fibra de polipropileno, a granel, no mesmo silo
P17/18 (%)
P16 (%)
P13/15 (%)
Fundo peneira (%)
Catação (%)
Quebra (%)
Defeito
Umidade (% b.u.)
Classificação bebida
PARCELA 5 - 13
1
2
3
4
5
6
73
74
73
79
77
74
6
5
9
7
8
10
17
16
15
10
13
13
4
5
3
4
2
3
11
10
9
12
11
10
15
15
12
16
13
13
85
84
81
79
88
82
11,03
11,11
11,24 11,61 11,22
11,81
Dura Apenas mole Dura Dura Dura Apenas mole
Os resultados permitem evidenciar que, tendo em conta que o produtor optou
por não despolpar o produto no segundo ano fenológico 2004/2005 avaliado com o
estabelecimento de um roteiro para implementação de boas práticas agrícolas, de
produção, de pré-processamento e de processamento de café, podem ser atingidos
melhores padrões de qualidade do produto. Permitem também recomendar a secagem
no terreiro secador, sem incidência direta de radiação solar, até o teor de água de 1112% b.u., como uma das alternativas técnicas de secagem de café para a obtenção de
melhores índices de qualidade.
Esse método evidencia que o sistema estudado para secagem de café em coco
é uma boa alternativa para a aplicação de boas práticas no processamento,
principalmente no que se refere à higiene, dimimuição de tempo e área de secagem e
melhor controle da operação.
Em nível de comentário adicional, é importante ressaltar que a secagem mista
no terreiro secador até a meia-seca (25-30% b.u.) e a secagem adicional em secador
de fluxos cruzados foram uma decisão diretamente da administração da propriedade
e não uma recomendação da equipe de pesquisa.
175
Essa descisão foi devida ao fato de que, no planejamento inicial do projeto, os
equipamentos recomendados pela equipe foram para trabalhar com café em
pergaminho (lavado, despolpado e desmucilado).
Comparando os resultados das Tabelas 62 a 67, é claro e evidente que os altos
padrões de qualidade atingidos com o café-pergaminho são superiores aos do café
em coco. O tempo de secagem é muito menor, e os custos de processamento também
são menores, pelo gasto de energia e consumo de mão-de-obra.
4.12. Balanço economico do cultivar de café Catuaí-Vermelho
4.12.1. Métodos de análise
Os métodos de análise do investimento utilizados foram:
4.12.1.1. Valor Presente Líquido (VPL)
O valor determinado de R$184.342,09 refletiu a riqueza, em valores
absolutos, do investimento medido pela diferença entre os valores presentes das
entradas e saídas de caixa.
O método VPL exigiu a definição prévia dessa taxa para se descontarem os
fluxos de caixa. O VPL, dessa forma, foi determinado descontando-se os fluxos
financeiros pela taxa de atratividade (taxa de retorno exigida) definida para o projeto,
apurando, assim, o retorno econômico esperado.
Nesse projeto, como indicação do proprietário e definido principalmente
pelos juros obtidos de um fundo de investimento tipicamente adotado em
investimentos de volume semelhante ao demandado no referido projeto, adotou-se
uma taxa de retorno mínimo (taxa de desconto) de 6%.
Pelo critério de aceitação-rejeição do método, assume-se que o projeto é
considerado atraente se apresentar um VPL maior que zero. Projetos com VPL nulo
ou negativo indicam o não-retorno ou um retorno inferior à taxa mínima requerida,
respectivamente, revelando ser economicamente desinteressante sua aceitação.
176
4.12.1.2. Taxa Interna de Retorno (TIR)
A TIR de 7,71% representou a taxa de desconto (taxa de juros) que iguala,
num único momento, os fluxos de entradas com os de saída de caixa. Em outras
palavras, foi a taxa de juros que produziu um VPL igual a zero. Genericamente, é
representada supondo-se a atualização de todos os valores de caixa para o momento
zero.
Pelo enunciado, para o cálculo da TIR foi necessário o conhecimento do
dispêndio de capital (ou dispêndios, caso o investimento esteja prevendo mais de
uma aplicação de capital) e dos fluxos de caixa gerados exclusivamente pela decisão.
A TIR de 7,71% refletiu a rentabilidade relativa (porcentual) de um projeto de
investimento, expressa em termos de uma taxa de juros equivalente periódica.
A aceitação ou rejeição do investimento com base nesse método foi definida
pela comparação que se faz entre a TIR encontrada (7,71%) e a taxa de atratividade
exigida pelo cliente (6,0%). Como a TIR excedeu a taxa mínima de atratividade, o
investimento é classificado como economicamente atraente.
4.12.1.3. Tempo de retorno do capital (período de Payback)
O tempo de retorno do capital encontrado foi de 12 anos, que é o prazo de
amortização. O valor determinado considerou a taxa de desconto de 6,0% definida.
Esse período é o lapso de tempo decorrente entre o início de um projeto e a época em
que o valor líquido do fluxo de produção diferencial atinge o total do investimento de
capital. Desse modo, quanto menor o tempo de retorno do capital, melhor o projeto
ou, ainda, mais viável é esse projeto.
Os custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 estão apresentados no Apêndice J, nas Tabelas 1J a 6J.
Os custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico 2004/2005
estão apresentados no Apêndice K, nas Tabelas 1K a 6K.
A Tabela 68 contém o resumo dos custos de produção da cultura de cafeeiro
dos dois anos fenológicos avaliados e o custo médio entre eles.
177
Tabela 68 – Resumo dos custos de produção da cultura de cafeeiro nos dois anos
fenológicos avaliados
178
As Tabelas 69 a 74 apresentam a informação-base e projetada para a
realização das diferentes análises do investimento da cultura do cafeeiro.
Tabela 69 – Série histórica de preços de café (R$/sc 60 kg)
Série Histórica - MG
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Média geral corrig. IGP-DI
Fonte: Fundação Getúlio Vargas (REAL, 1994).
Preço (R$/sc)
239,60
205,00
195,00
210,00
255,00
300,00
280,00
240,66
Tabela 70 – Produção esperada em sacas de café beneficiado (60 kg)
Ano
Pré-Plantio
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
Ano 6
Ano 7
Ano 8
Ano 9
Ano 10
Ano 11
Ano 12
Ano 13
Ano 14
Ano 15
Ano 16
Ano 17
Ano 18
Ano 19
Ano 20
Prod. Esperada
sc/ha
0
0
20
30
30
35
40
45
40
50
45
50
45
50
45
40
45
40
40
35
35
179
Produção
sc
0
0
1.200
1.800
1.800
2.100
2.400
2.700
2.400
3.000
2.700
3.000
2.700
3.000
2.700
2.400
2.700
2.400
2.400
2.100
2.100
Tabela 71 – Distribuição da produção por qualidade, cotações e receitas adquiridas e
planejadas com as vendas de café
Cotaç. Bebida Cot. Bebida Cot. Bebida Cot. Bebida
Est. Mole
Mole
Apenas Mole
Dura
Cot. Bebida
Rio
% Esperado
5
15
25
50
5
Agio/Deságio (%)
40
30
20
0
-20
Bebida Est.
Mole
0
0
60
90
90
105
120
135
120
150
135
150
135
150
135
120
135
120
120
105
105
Bebida Mole
0
0
180
270
270
315
360
405
360
450
405
450
405
450
405
360
405
360
360
315
315
Quantidades Relativas (sacas)
Bebida
Bebida Dura
Apen.Mole
0
0
0
0
300
600
450
900
450
900
525
1050
600
1200
675
1350
600
1200
750
1500
675
1350
750
1500
675
1350
750
1500
675
1350
600
1200
675
1350
600
1200
600
1200
525
1050
525
1050
180
Bebida Rio
TOTAL
0
0
60
90
90
105
120
135
120
150
135
150
135
150
135
120
135
120
120
105
105
0
0
1200
1800
1800
2100
2400
2700
2400
3000
2700
3000
2700
3000
2700
2400
2700
2400
2400
2100
2100
Tabela 72 – Distribuição das vendas de café pela produção por qualidade produzidas e esperadas de acordo com a projeção da cultura do cafeeiro
181
Bebida Est. Mole
Agio / Deságio (%)
40
Cotação
336,920
R$0,00
Pré-Plantio
R$0,00
Ano 1
R$20.215,20
Ano 2
R$30.322,80
Ano 3
Ano 4
R$30.322,80
Ano 5
R$35.376,60
R$40.430,40
Ano 6
R$45.484,20
Ano 7
R$40.430,40
Ano 8
R$50.538,00
Ano 9
R$45.484,20
Ano 10
R$50.538,00
Ano 11
R$45.484,20
Ano 12
R$50.538,00
Ano 13
R$45.484,20
Ano 14
R$40.430,40
Ano 15
R$45.484,20
Ano 16
R$40.430,40
Ano 17
R$40.430,40
Ano 18
R$35.376,60
Ano 19
R$35.376,60
Ano 20
Bebida Mole
30
312,854
R$0,00
R$0,00
R$56.313,77
R$84.470,66
R$84.470,66
R$98.549,10
R$112.627,54
R$126.705,99
R$112.627,54
R$140.784,43
R$126.705,99
R$140.784,43
R$126.705,99
R$140.784,43
R$126.705,99
R$112.627,54
R$126.705,99
R$112.627,54
R$112.627,54
R$98.549,10
R$98.549,10
Bebida Apen. Mole
20
288,788
R$0,00
R$0,00
R$86.636,57
R$129.954,86
R$129.954,86
R$151.614,00
R$173.273,14
R$194.932,29
R$173.273,14
R$216.591,43
R$194.932,29
R$216.591,43
R$194.932,29
R$216.591,43
R$194.932,29
R$173.273,14
R$194.932,29
R$173.273,14
R$173.273,14
R$151.614,00
R$151.614,00
Bebida Dura
0
240,657
R$0,00
R$0,00
R$144.394,29
R$216.591,43
R$216.591,43
R$252.690,00
R$288.788,57
R$324.887,14
R$288.788,57
R$360.985,71
R$324.887,14
R$360.985,71
R$324.887,14
R$360.985,71
R$324.887,14
R$288.788,57
R$324.887,14
R$288.788,57
R$288.788,57
R$252.690,00
R$252.690,00
Bebida Rio
-20
192,525
R$0,00
R$0,00
R$11.551,54
R$17.327,31
R$17.327,31
R$20.215,20
R$23.103,09
R$25.990,97
R$23.103,09
R$28.878,86
R$25.990,97
R$28.878,86
R$25.990,97
R$28.878,86
R$25.990,97
R$23.103,09
R$25.990,97
R$23.103,09
R$23.103,09
R$20.215,20
R$20.215,20
Total em
Vendas
R$0,00
R$0,00
R$319.111,37
R$478.667,06
R$478.667,06
R$558.444,90
R$638.222,74
R$718.000,59
R$638.222,74
R$797.778,43
R$718.000,59
R$797.778,43
R$718.000,59
R$797.778,43
R$718.000,59
R$638.222,74
R$718.000,59
R$638.222,74
R$638.222,74
R$558.444,90
R$558.444,90
Tabela 73 – Fluxos de caixa reais nos primeiros cinco anos fenológicos, de acordo com as receitas e despesas
RECEITAS
Venda de café
DESPESAS
Investimentos
Fixos
182
Custos operacionais
Insumos
Mão-de-obra
ITR
RECEITAS -DESPESAS
IR
(RECEITAS -DESPESAS) - IR
Fluxos líquidos
R$
Pré-Plantio
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 5
-
-
R$319.111,00
R$478.667,00
R$463.220,00
R$606.665,00
(150.000,00)
R$ (100.000,00)
R$ (110.000,00)
R$
R$ (241.131,82)
R$ (172.774,70)
R$
(1.000,00)
(R$61.686,52)
R$0,00
(R$61.686,52)
(R$61.686,52)
R$ (266.217,18)
R$ (216.194,70)
R$
(1.000,00)
(R$38.212,88)
R$0,00
(R$38.212,88)
(R$38.212,88)
(400.000,00)
R$
(200.000,00)
R$
R$ (100.000,00)
R$
(25.000,00)
R$
(1.000,00)
(R$526.000,00)
R$0,00
(R$526.000,00)
R$ (170.000,00)
R$
(35.000,00)
R$
(1.000,00)
(R$406.000,00)
R$0,00
(R$406.000,00)
R$ (175.000,00)
R$
(70.000,00)
R$
(1.000,00)
(R$76.889,00)
R$0,00
(R$76.889,00)
R$ (200.000,00)
R$ (165.000,00)
R$
(1.000,00)
R$12.667,00
R$3.483,43
R$9.183,58
(R$526.000,00)
(R$406.000,00)
(R$76.889,00)
R$9.183,58
(161.466,00)
Continua...
Tabela 73 – Cont.
Ano 6
Ano 7
Ano 8
Ano 9
Ano 10
R$638.222,00
R$718.000,00
R$638.222,00
R$797.778,00
R$718.000,00
RECEITAS
Venda de café
DESPESAS
Investimentos
Fixos
R$
(35.000,00)
R$
(30.000,00)
R$
(10.000,00)
R$
-
R$
-
183
Custos operacionais
Insumos
Mão-de-obra
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
ITR
RECEITAS -DESPESAS
IR
R$
(1.000,00)
R$152.222,00
R$41.861,05
R$
(1.000,00)
R$237.000,00
R$65.175,00
R$
(1.000,00)
R$177.222,00
R$48.736,05
R$
(1.000,00)
R$346.778,00
R$95.363,95
R$
(1.000,00)
R$267.000,00
R$73.425,00
(RECEITAS -DESPESAS) - IR
R$110.360,95
R$171.825,00
R$128.485,95
R$251.414,05
R$193.575,00
Fluxos líquidos
R$110.360,95
R$171.825,00
R$128.485,95
R$251.414,05
R$193.575,00
Continua...
Tabela 73 – Cont.
Ano 11
Ano 12
Ano 13
Ano 14
Ano 15
R$797.778,00
R$718.000,00
R$797.778,00
R$718.000,00
R$638.222,00
RECEITAS
Venda de café
DESPESAS
Investimentos
Fixos
184
Custos operacionais
Insumos
Mão-de-obra
ITR
RECEITAS -DESPESAS
IR
(RECEITAS -DESPESAS) - IR
Fluxos líquidos
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$
-
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$346.778,00
R$95.363,95
R$251.414,05
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$267.000,00
R$73.425,00
R$193.575,00
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$346.778,00
R$95.363,95
R$251.414,05
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$267.000,00
R$73.425,00
R$193.575,00
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$187.222,00
R$51.486,05
R$135.735,95
R$251.414,05
R$193.575,00
R$251.414,05
R$193.575,00
R$135.735,95
Continua...
Tabela 73 – Cont.
RECEITAS
Venda de café
DESPESAS
Investimentos
Fixos
185
Custos operacionais
Insumos
Mão-de-obra
ITR
RECEITAS -DESPESAS
IR
(RECEITAS -DESPESAS) - IR
Fluxos líquidos
Ano 16
Ano 17
Ano 18
Ano 19
Ano 20
R$718.000,00
R$638.222,00
R$638.222,00
R$558.444,00
R$558.444,00
-
R$
-
R$
-
R$
(250.000,00)
R$
(200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$267.000,00
R$73.425,00
R$193.575,00
R$
(250.000,00)
R$
(200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$187.222,00
R$51.486,05
R$135.735,95
R$
(250.000,00)
R$
(200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$187.222,00
R$51.486,05
R$135.735,95
R$193.575,00
R$135.735,95
R$135.735,95
R$
-
R$ (250.000,00)
R$ (200.000,00)
R$
(1.000,00)
R$107.444,00
R$29.547,10
R$77.896,90
R$77.896,90
R$
R$
R$
R$
-
(250.000,00)
(200.000,00)
(1.000,00)
R$107.444,00
R$29.547,10
R$77.896,90
R$77.896,90
Tabela 74 – Índices de avaliação calculados de acordo com os fluxos de caixa
iniciais e projetados
Taxa de Desconto
VPL
TIR
Tempo de retorno do capital
Relação B/C
6%
R$184.342,09
7,71%
12 anos
R$2.355.210,22
R$39.253,51/ha
4.12.2. Resultados Determinísticos
Os resultados determinísticos são aqueles que não levam em consideração os
riscos inerentes ao investimento. Para tal foram utilizados valores médios tanto dos
preços do café do ano de 1999 a 2005 quanto das receitas, com base na projeção da
receita média estimada e baseada numa série histórica de preços de café no mercado
físico (Tabela 69) e assumindo-se determinada configuração de produção (Tabela
70), como foi detalhado anteriormente.
Para a correção dos preços do café, utilizou-se o Índice Geral de Preços (IGPDI) da Fundação Getúlio Vargas (REAL, 1994).
Para o cálculo dos indicadores, foi considerada uma taxa de desconto de 6%,
definida principalmente pelos juros obtidos em um fundo de investimento
típicamente adotado em investimentos de volume semelhante ao demandado nesse
projeto. A Tabela 74 sintetiza os resultados obtidos com a metodologia
determinística para o projeto.
• O tempo de retorno do capital (período de Payback (PP)) nesse projeto foi
de 12 anos, indicando que o tempo necessário para que os investimentos de capital
próprio sejam integralmente recuperados será de quase 12 anos dos 20 anos
considerados como vida útil da lavoura.
• O Valor Presente Líquido (VPL) foi de R$184.342,09. Esse montante
indica que os ganhos do projeto remuneram o investimento feito à taxa de 6% ao ano
e, ainda, permitem acrescentar o valor da empresa àquele investido. Mediante esse
resultado, pode-se afirmar que o projeto é viável, já que a avaliação feita e projetada
cobre o custo do capital investido e o investimento projetado.
186
• A Taxa Interna de Retorno (TIR) foi de 7,71%, indicando que o Valor
Presente Líquido (VPL) do projeto torna-se nulo à taxa de 7,71%, sendo superior à
taxa de desconto utilizada no projeto (6% ao ano). Portanto, o capital investido será
integralmente recuperado.
Todos os indicadores quantitativos apontaram que o projeto com as projeções
consideradas é viável.
4.12.3. Resultados Probabilísticos
Foram analisadas algumas variáveis como preço do café, mão-de-obra,
investimento, preço da energia elétrica e preço dos defensivos foliares. No caso da
variável preço do café, tem-se uma curva de demanda elástica. Nesse tipo de curva
de demanda a TIR variou mais do que proporcionalmente às variações de preço do
café.
Portanto, a análise de sensibilidade indicou que a variável preço do café afeta
significativamente o valor da TIR, evidenciando que esse item deve receber a
atenção devida para garantir o sucesso do empreendimento. Por esse motivo,
recomenda-se uma programação das vendas segundo uma análise criteriosa das
melhores épocas do ano para comercialização de café, bem como procurar diferentes
tipos de compradores que valorizem a qualidade do produto e estimulem o investidor
para que garanta o sucesso do projeto. Também se deve visar à obtenção de um
produto da melhor qualidade possível, alcançando os ágios de cotação oferecidos e
projetados pelo mercado.
187
5. CONCLUSÕES
Com base nos resultados experimentais, pode-se concluir que:
a) A radiação solar global foi o componente de fluxo de radiação de
maior magnitude, o segundo correspondente ao balanço de ondas
curtas ((1-α)*Rs) e o terceiro ao saldo de radiação (Rn).
b) Considerando os dois anos fenológicos do ciclo de desenvolvimento,
o albedo médio encontrado foi 0,221, variando entre os extremos de
0,176 e 0,262.
c) A Radiação Fotossinteticamente Ativa (RFA) é o componente de
maior aporte no balanço (98,8-99,2%) e corresponde à quantidade de
energia aportada pela radiação e que é realmente empregada pelas
plantas para realizarem suas atividades de fixação do carbono.
d) A quantidade de energia agregada no balanço energético é pouco
aproveitada pela planta (inferior a 0,3%) e pelos seus componentes
individuais, logicamente.
e) Os resultados das análises do adubo orgânico preparado e utilizado a
partir da compostagem realizada com a mistura de 20% de resíduos do
processamento (casca, polpa e mucílago do cafeeiro), 20% de cama de
galinha obtida do processamento com palha de café (beneficiamento)
e 60% de material palhoso (capim) permitem evidenciar altos valores
de nitrogênio total e potássio total, sendo uma alternativa para a
complementação da fertilização tradicional.
188
f) Os resultados da análise dos solos e das análises foliares das parcelas
experimentais foram magníficos na adubação do segundo ano
fenológico, já que a diminuição das quantidades de fertilizantes foi
superior a 20% e houve evidente recuperação da parte vegetativa
(folhas e estrutura das plantas) e da produtividade das parcelas
avaliadas.
g) O consumo médio de energia no processamento de secagem das
parcelas avaliadas no primeiro ano fenológico 2003/2004 foi de
411,52 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 11.7807,64 MJ/ha
de café de montanha.
h) O consumo médio de energia no processamento de secagem das
parcelas avaliadas no segundo ano fenológico 2004/2005 foi de
982,36 MJ/saca de 60 kg de café beneficiado e de 36.730,99 MJ/ha de
café de montanha, resultado esse muito superior ao do ano fenológico
anterior, devido à diferença no manejo de café-pergaminho e café em
coco, respetivamente.
i) O consumo médio de energia no primeiro ano fenológico 2003/2004
avaliado da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da
Mata mineira foi de 23.035.733,80 MJ/ha.
j) O consumo médio de energia no segundo ano fenológico 2004/2005
avaliado da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da
Mata mineira foi de 24.918.830,18 MJ/ha.
k) O consumo médio de energia no primeiro ano fenológico 2003/2004
avaliado da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da
Mata mineira para produzir uma saca de café beneficiado (60 kg) foi
de 796.021,87 MJ.
l) O consumo médio de energia no segundo ano fenológico 2004/2005
avaliado da cultura do cafeeiro de montanha na região da Zona da
Mata mineira para produzir uma saca de café beneficiado (60 kg) foi
de 671.991,75 MJ.
m) Os resultados de qualidade obtidos utilizando-se a secagem artificial
em combinação e empregando terreiro secador de leito fixo e silos
secadores com ar natural indicam que essa técnica pode ser incluída
189
dentro daquelas adotadas nas boas práticas nas operações de
processamento de café.
n) O produto secado no sistema em combinação, em comparação com o
secado em terreiro de cimento, foi de melhor qualidade.
o) A secagem de café despolpado no sistema combinado (terreiro e silo
com ar natural) empregando os fundamentos do modelo de Hukill
(secagem em subcamadas) é uma técnica com a qual foi obtido um
produto de excelente qualidade, além de ser economicamente viável.
p) O tamanho e massa específica dos grãos de café secados no secador
de leito fixo sem incidência direta da radiação solar e no sistema
combinado desse secador com os silos de concreto foram superiores
(2,5-3,0%) aos dos secados em terreiro de cimento.
q) Os altos padrões de qualidade atingidos pelo café-pergaminho são
superiores aos alcançados com café em coco.
r) O tempo e custo de secagem do café pergaminho foram menores que
do café em coco, pelo gasto de energia e pelo consumo de mão-deobra.
s) O tempo de retorno do capital (período de Payback) nesse projeto foi
de 12 anos, indicando que esse tempo é o necessário para que os
investimentos de capital próprio sejam integralmente recuperados.
t) O Valor Presente Líquido (VPL) calculado indicou que os ganhos do
projeto remuneram o investimento feito à taxa de 6% ao ano e, ainda,
permitem acrescentar o valor da empresa.
u) O projeto é viável, já que a avaliação feita e projetada cobre o custo
do capital investido e o investimento projetado.
v) A Taxa Interna de Retorno (TIR) foi de 7,71%, indicando que o Valor
Presente Líquido (VPL) do projeto torna-se nulo à taxa de 7,71%,
sendo superior à taxa de desconto utilizada no projeto (6% ao ano),
portanto o capital investido será integralmente recuperado.
w) A adoção de métodos que implementem as boas práticas agrícolas de
pré-processamento e de processamento podem garantir a produção de
cafés de boa qualidade, independentemente do tamanho da
propriedade agrícola.
190
6. SUGESTÕES
Para futuros trabalhos, sugere-se:
• Realizar testes comparativos de balanço de energia e econômicos com café
arábica semi-adensado e adensado com irrigação para que, dessa forma,
possam ser recomendadas técnicas interessantes que se acrescentem aos
métodos de manejo deste produto.
• Continuar apresentando projetos às entidades financiadoras para a adquisição
de equipamentos que permitam realizar as determinações energéticas que
cotribuirão para o desenvolvimento de pesquisas nesta área.
191
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TOLEDO, F.F.; MARCOS FILHO, J. Manual de sementes: tecnologia de produção.
São Paulo: Editora Agronômica Ceres, 1977. 224 p.
TROSTER, R.L.; MORCILLO, F.M. Introdução à economia. São Paulo: Makron
Books, 1999. 401 p.
VALE, S.M.R.; SILVA JUNIOR, A.G.; COSTA, F.A. Administração e
desenvolvimento rural. Viçosa, MG: Editora UFV, 1999. 147 p. (Apostila).
202
VARIAN, H.R. Microeconomia: princípios básicos. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
710 p.
VÁRZEA, V.M.P.; SILVA, M.M.L.; RODRIGUES Jr., C.J. Resistência do cafeeiro
à Antracnose dos frutos verdes. In: ZAMBOLIN, L. (Ed.). O estado da arte de
tecnologias na produção de café. Viçosa, MG: DPF/UFV, 2002. p. 321-368.
VIANELLO, R. L.; ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa, MG:
Editora UFV, 1991. 450 p.
VILELA, E. R. Secagem de café com energia solar em terreiro e silo. Campinas,
SP: UNICAMP, 1977. 107 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) –
Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
VILELA, E.R.; PEREIRA, R.G.F.A. Armazenamento e processamento de produtos
agrícolas-Pós-colheita e qualidade do café. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIA AGRICOLA, 27., 1988, Poços de Caldas. Anais... Poços de Caldas,
MG: 1998. p. 219-274.
WILSON, P.N.; BRIGSTOCKE, T.D.A. Energy usage in Bristish agriculture: a
review of future prospects. Agriculture Systems, Barking, v. 5, n. 1, p. 51-70, 1980.
ZAMBOLIM, L. (Ed.). O estado da arte de tecnologias na produção de café.
Viçosa, MG: DPF/UFV, 2002. 568 p.
ZAMBOLIM, L. Tecnologias de produção de café com qualidade. Viçosa, MG:
DPF/UFV, 2001. p. 1-24.
ZAMBOLIM, L.; VALE, F.X.R. do; COSTA, E.; PEREIRA, A.A.; CHAVES, G.M.
Epidemiologia e controle integrado da ferrugem do cafeeiro. In: ZAMBOLIM, L.
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ZENTNER, R.P.; STUMBORG, M.A.; CAMPBELL, C.A. Effect of crop rotations
and fertilization on energy balance in typical production systems on the Canadian
prairies. Agriculture, Ecosystems and Environment, Amsterdam, v. 25, n. 2/3,
p. 217-232, 1989.
203
APÊNDICES
204
APÊNDICE A
Tabela 1A – Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 1
Continua...
205
Tabela 1A – Cont.
206
Tabela 2A – Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 2
Continua...
207
Tabela 2A – Cont.
208
Tabela 3A – Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 3
Continua...
209
Tabela 3A – Cont.
210
Tabela 4A – Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 4
Continua...
211
Tabela 4A – Cont.
212
Tabela 5A – Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, das parcelas 5-13
Continua...
213
Tabela 5A – Cont.
214
Tabela 6A – Consumo de energia correspondente ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 14
Continua...
215
Tabela 6A – Cont.
216
APÊNDICE B
Tabela 1B – Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 1
Continua...
217
Tabela 1B – Cont.
218
Tabela 2B – Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 2
Continua...
219
Tabela 2B – Cont.
220
Tabela 3B – Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 3
Continua...
221
Tabela 3B – Cont.
222
Tabela 4B – Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 4
Continua...
223
Tabela 4B – Cont.
224
Tabela 5B – Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, das parcelas 5-13
Continua...
225
Tabela 5B – Cont.
226
Tabela 6B – Consumo de energia correspondente ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em MJ/ha, da parcela 14
Continua...
227
Tabela 6B – Cont.
228
APÊNDICE C
Tabela 1C – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo
de secagem no terreiro de cimento ao sol no primeiro ano fenológico 2003/2004
PARCELA 1
TESTE 1
0
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
572,0 ± 0,3 58,0 ± 0,2
48
PARCELA 2
TESTE 2
TESTE 1
TESTE 2
0
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
575,0 ± 0,4 58,5 ± 0,3
532,3 ± 0,4 35,3 ± 0,1
48
536,3 ± 0,6 37,3 ± 0,5
48
533,4 ± 0,4
36,2 ± 0,4
48
530,4 ± 0,3
34,8 ± 0,2
96
505,4 ± 0,2 30,9 ± 0,4
96
509,4 ± 0,4 31,8 ± 0,3
96
507,5 ± 0,4
31,3 ± 0,5
96
504,0 ± 0,3
30,0 ± 0,3
144
480,9 ± 0,3 27,7 ± 0,2
144
482,6 ± 0,3 29,3 ± 0,4
144
478,4 ± 0,4
27,6 ± 0,3
144
476,8 ± 0,2
25,7 ± 0,3
192
466,1 ± 0,6 23,4 ± 0,3
192
468,2 ± 0,7 25,2 ± 0,4
192
465,3 ± 0,4
25,3 ± 0,2
192
460,0 ± 0,5
22,9 ± 0,4
240
458,0 ± 0,4 21,6 ± 0,1
240
457,2 ± 0,2 21,8 ± 0,3
240
457,8 ± 0,3
22,3 ± 0,2
240
448,1 ± 0,3
20,0 ± 0,3
288
440,2 ± 0,1 17,7 ± 0,2
288
441,7 ± 0,2 17,3 ± 0,3
288
440,4 ± 0,2
17,9 ± 0,4
288
433,4 ± 0,2
15,7 ± 0,1
336
431,1 ± 0,5 14,1 ± 0,2
336
430,1 ± 0,4 14,2 ± 0,4
336
432,2 ± 0,4
14,3 ± 0,3
336
413,9 ± 0,4
12,2 ± 0,3
384
415,4 ± 0,3 12,0 ± 0,3
384
418,7 ± 0,4 12,9 ± 0,4
384
416,1 ± 0,4
11,8 ± 0,4
396
414,8 ± 0,4 12,1 ± 0,3
Tempo
h
Tempo
h
Umidade
% b.u.
Tempo
h
0
Massa
específica
kg.m-3
579,2 ± 0,4
57,8 ± 0,3
Tempo
h
0
Massa
específica
kg.m-3
574,0 ± 0,5
58,3 ± 0,4
Umidade
% b.u.
229
Tabela 2C – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo
de secagem no terreiro de cimento ao sol no primeiro ano fenológico 2003/2004
PARCELA 3
TESTE 1
0
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
574,2 ± 0,4 57,7 ± 0,3
48
PARCELA 4
TESTE 2
0
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
574,6 ± 0,6 59,0 ± 0,4
531,9 ± 0,5 34,2 ± 0,2
48
96
506,2 ± 0,3 32,4 ± 0,3
144
TESTE 1
0
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
573,5 ± 0,4 58,9 ± 0,5
534,7 ± 0,5 36,5 ± 0,5
48
96
507,5 ± 0,4 31,8 ± 0,5
484,4 ± 0,5 28,0 ± 0,5
144
192
468,2 ± 0,5 24,3 ± 0,3
240
TESTE 2
0
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
571,2 ± 0,4 58,3 ± 0,3
535,1 ± 0,3 34,5 ± 0,3
48
531,5 ± 0,5 34,3 ± 0,2
96
504,5 ± 0,5 30,0 ± 0,4
96
504,1 ± 0,3 30,0 ± 0,3
485,5 ± 0,5 28,6 ± 0,4
144
481,4 ± 0,4 26,5 ± 0,4
144
480,1 ± 0,4 26,4 ± 0,5
192
469,1 ± 0,5 24,9 ± 0,3
192
467,1 ± 0,4 23,1 ± 0,4
192
468,4 ± 0,6 23,4 ± 0,3
461,2 ± 0,3 21,8 ± 0,3
240
462,5 ± 0,5 21,7 ± 0,4
240
456,1 ± 0,2 21,0 ± 0,2
240
457,4 ± 0,5 21,0 ± 0,3
288
442,4 ± 0,4 17,9 ± 0,7
288
445,6 ± 0,2 18,1 ± 0,4
288
438,2 ± 0,3 15,7 ± 0,4
288
439,2 ± 0,2 17,0 ± 0,4
336
433,3 ± 0,6 14,3 ± 0,4
336
435,2 ± 0,3 14,8 ± 0,5
336
431,1 ± 0,5 14,1 ± 0,2
336
429,4 ± 0,2 13,5 ± 0,3
384
416,6 ± 0,4 12,8 ± 0,4
384
422,4 ± 0,5 12,9 ± 0,5
384
415,3 ± 0,4 12,0 ± 0,4
384
414,6 ± 0,4 11,6 ± 0,4
396
414,6 ± 0,5 11,8 ± 0,5
396
414,7 ± 0,6 12,1 ± 0,4
Tempo
h
Tempo
h
Tempo
h
Tempo
h
230
APÊNDICE D
Tabela 1D – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo
de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004
PARCELA 1
Tempo
h
231
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
54
TESTE 1
Massa
específica
kg.m-3
571,8 ± 0,5
567,7 ± 0,2
560,4 ± 0,1
552,2 ± 0,3
535,7 ± 0,5
514,4 ± 0,4
479,4 ± 0,3
472,0 ± 0,2
457,6 ± 0,3
440,1 ± 0,4
433,4 ± 0,5
428,3 ± 0,2
426,2 ± 0,4
426,0 ± 0,4
424,1 ± 0,4
Umidade
% b.u.
Tempo
h
56,5 ± 0,2
53,7 ± 0,4
43,1 ± 0,3
39,6 ± 0,2
34,7 ± 0,3
33,3 ± 0,3
27,1 ± 0,3
24,4 ± 0,2
21,9 ± 0,4
16,8 ± 0,3
14,1 ± 0,3
13,1 ± 0,2
12,7 ± 0,4
12,5 ± 0,4
12,0 ± 0,3
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
PARCELA 2
TESTE 2
Massa
específica
kg.m-3
570,3 ± 0,6
567,2 ± 0,3
559,4 ± 0,2
550,0 ± 0,4
534,9 ± 0,4
513,2 ± 0,5
479,9 ± 0,4
472,8 ± 0,5
458,1 ± 0,2
441,1 ± 0,5
430,2 ± 0,6
427,1 ± 0,8
423,9 ± 0,3
Umidade
% b.u.
Tempo
h
58,0 ± 0,3
54,6 ± 0,4
42,0 ± 0,3
39,1 ± 0,2
34,9 ± 0,3
32,2 ± 0,3
27,7 ± 0,3
24,6 ± 0,2
22,0 ± 0,4
17,8 ± 0,3
13,9 ± 0,3
12,9 ± 0,2
12,0 ± 0,4
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
TESTE 1
Massa
específica
kg.m-3
570,9 ± 0,5
564,1 ± 0,2
557,5 ± 0,4
550,9 ± 0,3
533,3 ± 0,2
513,6 ± 0,4
480,2 ± 0,3
471,7 ± 0,1
458,0 ± 0,3
440,2 ± 0,4
429,4 ± 0,3
423,5 ± 0,3
Umidade
% b.u.
Tempo
h
57,3 ± 0,2
55,3 ± 0,2
41,7 ± 0,2
39,7 ± 0,2
33,3 ± 0,4
31,5 ± 0,5
27,0 ± 0,3
24,1 ± 0,1
21,3 ± 0,3
17,1 ± 0,2
13,3 ± 0,3
12,3 ± 0,3
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
54
TESTE 2
Massa
específica
kg.m-3
572,4 ± 0,4
568,2 ± 0,5
561,3 ± 0,4
553,4 ± 0,5
536,5 ± 0,4
518,2 ± 0,2
480,5 ± 0,2
475,5 ± 0,4
458,5 ± 0,2
441,3 ± 0,3
434,5 ± 0,4
429,4 ± 0,3
426,8 ± 0,3
426,3 ± 0,4
423,8 ± 0,3
Umidade
% b.u.
55,4 ± 0,3
54,6 ± 0,3
44,2 ± 0,4
40,3 ± 0,4
35,8 ± 0,4
34,0 ± 0,3
27,4 ± 0,4
24,5 ± 0,3
22,7 ± 0,3
16,9 ± 0,4
14,2 ± 0,4
13,2 ± 0,3
12,8 ± 0,3
12,8 ± 0,4
11,8 ± 0,4
Tabela 2D – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo
de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha), no primeiro ano fenológico 2003/2004
PARCELA 3
TESTE 1
0
4
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
570,6 ± 0,4 57,4 ± 0,3
568,4 ± 0,3 54,8 ± 0,3
8
12
PARCELA 4
TESTE 2
TESTE 1
TESTE 2
0
4
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
571,4 ± 0,4 56,8 ± 0,3
567,8 ± 0,3 53,9 ± 0,3
561,3 ± 0,2 43,5 ± 0,4
553,4 ± 0,4 39,8 ± 0,3
8
12
563,2 ± 0,2 43,9 ± 0,4
554,2 ± 0,4 39,9 ± 0,5
8
12
561,5 ± 0,4
553,4 ± 0,4
43,4 ± 0,5
39,9 ± 0,4
8
12
554,3 ± 0,7 42,5 ± 0,4
550,1 ± 1,1 39,0 ± 0,3
16
20
536,8 ± 0,4 35,6 ± 0,2
515,5 ± 0,5 33,8 ± 0,2
16
20
538,4 ± 0,4 35,4 ± 0,5
519,3 ± 0,3 33,7 ± 0,4
16
20
536,4 ± 0,6
515,5 ± 0,3
35,6 ± 0,4
34,1 ± 0,2
16
20
535,0 ± 0,4 35,6 ± 0,4
515,6 ± 0,5 32,4 ± 0,8
24
28
480,2 ± 0,4 27,4 ± 0,5
473,5 ± 0,3 24,8 ± 0,3
24
28
482,4 ± 0,2 27,6 ± 0,4
474,1 ± 0,3 24,8 ± 0,3
24
28
480,5 ± 0,4
474,3 ± 0,9
27,6 ± 1,0
24,9 ± 0,6
24
28
477,2 ± 0,4 26,2 ± 0,6
470,1 ± 1,0 24,0 ± 0,3
32
36
457,9 ± 0,4 22,7 ± 0,3
442,2 ± 0,3 17,3 ± 0,5
32
36
458,7 ± 0,4 22,2 ± 0,4
443,2 ± 0,3 17,0 ± 0,2
32
36
458,5 ± 0,4
441,3 ± 0,4
22,4 ± 0,6
16,9 ± 0,5
32
36
453,4 ± 0,4 20,3 ± 0,2
438,2 ± 0,1 16,3 ± 0,4
40
434,5 ± 0,4 14,3 ± 0,4
40
435,5 ± 0,6 14,6 ± 0,4
40
435,3 ± 1,0
14,7 ± 0,4
40
428,2 ± 0,6 13,2 ± 0,4
44
48
429,4 ± 0,3 13,3 ± 0,3
426,9 ± 0,3 12,9 ± 0,3
44
48
429,4 ± 0,5 13,6 ± 0,4
427,1 ± 0,5 12,9 ± 0,2
44
48
428,9 ± 0,3
427,0 ± 0,5
13,5 ± 0,3
12,9 ± 0,6
44
48
424,5 ± 0,3 12,8 ± 0,3
419,9 ± 0,5 11,7 ± 0,5
52
423,4 ± 0,3 12,0 ± 0,3
52
54
426,2 ± 0,3 12,6 ± 0,3
423,7 ± 0,3 11,6 ± 0,4
52
54
426,2 ± 0,4
423,3 ± 0,4
12,8 ± 0,7
11,7 ± 0,3
Tempo
h
Tempo
h
Umidade
% b.u.
Tempo
h
0
4
Massa
específica
kg.m-3
570,8 ± 0,4
567,9 ± 0,5
55,9 ± 0,4
53,9 ± 0,3
0
4
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
572,6 ± 0,4 56,9 ± 0,5
565,5 ± 1,1 53,3 ± 0,3
Tempo
h
232
APÊNDICE E
Tabela 1E – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo
de secagem combinado (Silo 1) no primeiro ano fenológico 2003/2004
233
Secagem combinada – Parcela 1 - Teste 1-2
Secagem combinada – Parcela 2 - Teste 1
Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo
Silo secador
indireto
indireto
indireto
No 1
(combustível lenha)
(combustível lenha)
(combustível lenha)
Massa
Massa
Massa
Massa
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
específica
específica
específica
específica
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
-3
-3
-3
-3
kg.m
kg.m
kg.m
kg.m
0
570,5 ± 0,6 58,0 ± 0,5
0
572,4 ± 0,6 58,3 ± 0,4
0
573,4 ± 0,5 58,5 ± 0,7
0
470,8 ± 0,3 25,0 ± 0,3
4
567,3 ± 0,2 54,9 ± 0,3
4
568,4 ± 0,8 55,3 ± 0,5
4
568,5 ± 0,4 55,6 ± 0,6
48
468,7 ± 0,1 24,0 ± 0,2
8
560,4 ± 0,3 42,5 ± 0,2
8
561,5 ± 0,4 43,4 ± 0,5
8
564,3 ± 0,4 44,4 ± 0,5
96
460,2 ± 0,5 22,9 ± 0,1
12
550,8 ± 0,6 39,3 ± 0,4
12
552,2 ± 0,4 39,4 ± 1,0
12
552,0 ± 0,4 39,0 ± 0,3
144
458,2 ± 0,3 22,7 ± 0,4
16
533,1 ± 0,5 36,1 ± 0,1
16
536,3 ± 0,6 37,7 ± 0,4
16
530,3 ± 0,4 35,0 ± 0,4
192
457,3 ± 0,5 21,2 ± 0,3
20
512,2 ± 0,4 32,2 ± 0,3
20
516,6 ± 0,5 34,3 ± 0,6
20
509,6 ± 0,6 29,3 ± 0,5
240
455,4 ± 0,4 20,6 ± 0,1
24
478,3 ± 0,4 27,3 ± 0,2
24
479,9 ± 0,5 28,3 ± 0,6
24
473,8 ± 0,8 25,3 ± 0,4
288
450,5 ± 0,6 20,1 ± 0,2
28
471,1 ± 0,6 24,9 ± 0,3
28
475,5 ± 0,4 25,8 ± 0,2
336
443,0 ± 0,5 18,1 ± 0,5
32
472,8 ± 0,3 25,0 ± 0,4
384
441,4 ± 0,1 17,9 ± 0,4
432
433,1 ± 0,1 15,4 ± 0,1
480
430,2 ± 0,2 14,2 ± 0,2
528
427,6 ± 0,3 13,0 ± 0,3
576
422,1 ± 0,5 11,6 ± 0,2
Tabela 2E – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo
de secagem combinado (Silo 1) no primeiro ano fenológico 2003/2004
Secagem combinada – Parcela 3 - Teste 1-2
Secagem combinada – Parcela 4 - Teste 1
Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo
indireto
indireto
indireto
(combustível lenha)
(combustível lenha)
(combustível lenha)
Massa
Massa
Massa
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
específica
específica
específica
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
-3
-3
-3
kg.m
kg.m
kg.m
0
572,4 ± 0,4 58,6 ± 0,4
0
569,4 ± 0,5 58,4 ± 0,6
0
573,4 ± 0,5 58,8 ± 0,4
Silo secador
No 1
0
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
470,8 ± 0,3 25,0 ± 0,3
Tempo
h
234
4
568,1 ± 0,4 55,5 ± 0,6
4
564,2 ± 0,4 53,1 ± 0,4
4
569,1 ± 1,2
54,9 ± 0,3
48
468,7 ± 0,1 24,0 ± 0,2
8
562,5 ± 0,4 43,6 ± 0,9
8
558,3 ± 0,4 41,3 ± 0,3
8
562,3 ± 0,5
44,5 ± 0,6
96
460,2 ± 0,5 22,9 ± 0,1
12
553,4 ± 0,5 39,8 ± 0,7
12
550,3 ± 0,4 39,2 ± 0,5
12
554,3 ± 0,7
40,8 ± 0,6
144
458,2 ± 0,3 22,7 ± 0,4
16
535,4 ± 0,4 36,5 ± 0,4
16
532,3 ± 0,9 35,4 ± 0,3
16
535,4 ± 1,2
37,8 ± 0,4
192
457,3 ± 0,5 21,2 ± 0,3
20
514,5 ± 0,5 33,4 ± 0,4
20
512,5 ± 0,3 31,2 ± 0,2
20
515,5 ± 0,2
34,1 ± 0,5
240
455,4 ± 0,4 20,6 ± 0,1
24
481,2 ± 0,3 28,8 ± 0,4
24
476,4 ± 1,1 26,3 ± 0,4
24
479,4 ± 0,3
27,9 ± 0,5
288
450,5 ± 0,6 20,1 ± 0,2
28
477,7 ± 0,3 26,0 ± 0,4
28
470,8 ± 0,5 24,9 ± 0,6
28
474,6 ± 0,5
26,3 ± 0,9
336
443,0 ± 0,5 18,1 ± 0,5
32
470,3 ± 0,4 24,5 ± 0,5
32
469,4 ± 1,1
24,3 ± 0,7
384
441,4 ± 0,1 17,9 ± 0,4
432
433,1 ± 0,1 15,4 ± 0,1
480
430,2 ± 0,2 14,2 ± 0,2
528
427,6 ± 0,3 13,0 ± 0,3
576
422,1 ± 0,5 11,6 ± 0,2
Tabela 3E – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 5 e 9 do processo
de secagem combinado (Silo 2) no primeiro ano fenológico 2003/2004
Secagem combinada – Parcela 5 - Teste 1-2
Secagem combinada – Parcela 9 - Teste 1
Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo
indireto
indireto
indireto
(combustível lenha)
(combustível lenha)
(combustível lenha)
Massa
Massa
Massa
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
específica
específica
específica
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
-3
-3
-3
kg.m
kg.m
kg.m
0
574,1 ± 0,4 59,2 ± 0,4
0
570,2 ± 0,4 57,4 ± 0,4
0
566,5 ± 0,4 57,1 ± 0,3
Silo secador
No 2
0
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
474,5 ± 0,2 25,8 ± 0,4
Tempo
h
235
4
568,4 ± 0,5
55,5 ± 0,6
4
566,8 ± 0,4 53,9 ± 0,4
4
564,1 ± 0,3
53,3 ± 0,2
48
468,0 ± 0,9 24,5 ± 1,1
8
562,2 ± 0,6
43,4 ± 0,6
8
559,3 ± 0,4 42,0 ± 0,4
8
557,2 ± 0,4
40,5 ± 0,6
96
462,3 ± 0,9 22,4 ± 0,7
12
553,1 ± 0,4
40,2 ± 0,5
12
550,0 ± 0,3 39,0 ± 0,3
12
547,8 ± 0,4
37,4 ± 0,6
144
457,4 ± 0,5 22,0 ± 0,2
16
533,4 ± 0,4
36,2 ± 1,1
16
531,4 ± 0,3 35,8 ± 0,3
16
530,4 ± 0,3
34,7 ± 0,4
192
455,4 ± 0,7 21,0 ± 0,2
20
513,3 ± 0,5
32,6 ± 0,4
20
511,3 ± 0,5 31,6 ± 0,4
20
510,5 ± 0,3
29,4 ± 0,6
240
453,2 ± 0,5 20,0 ± 1,1
24
476,6 ± 0,6
27,0 ± 0,1
24
477,4 ± 0,3 27,0 ± 0,3
24
473,4 ± 0,4
25,3 ± 0,2
288
447,2 ± 0,4 19,3 ± 0,5
28
471,9 ± 0,3
25,2 ± 0,4
28
470,4 ± 0,3 25,0 ± 0,4
336
440,4 ± 0,6 17,4 ± 0,4
384
438,5 ± 0,4 17,0 ± 0,3
432
430,4 ± 0,3 15,1 ± 0,5
480
426,4 ± 0,5 13,1 ± 0,3
528
421,1 ± 0,2 12,3 ± 0,4
Tabela 4E – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 10 e 13 do
processo de secagem combinado no primeiro ano fenológico 2003/2004
Secagem combinada – Parcela 10 - Teste 1-2
Secagem combinada – Parcela 13 - Teste 1
Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo Terreiro secador – Fornalha a fogo
Silo secador
indireto
indireto
indireto
No 2
(combustível lenha)
(combustível lenha)
(combustível lenha)
Massa
Massa
Massa
Massa
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
Tempo
Umidade
específica
específica
específica
específica
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
h
% b.u.
-3
-3
-3
-3
kg.m
kg.m
kg.m
kg.m
0
571,2 ± 0,7 58,3 ± 0,7
0
570,9 ± 0,2 58,3 ± 0,7
0
578,4 ± 0,5 58,2 ± 0,3
0
474,5 ± 0,2 25,8 ± 0,4
236
4
565,3 ± 0,4
53,9 ± 0,4
4
568,5 ± 0,5 55,3 ± 0,4
4
566,3 ± 0,5
54,4 ± 0,4
48
468,0 ± 0,9
24,5 ± 1,1
8
558,5 ± 0,6
41,3 ± 0,4
8
562,5 ± 0,6 43,7 ± 0,4
8
560,4 ± 0,7
42,5 ± 0,2
96
462,3 ± 0,9
22,4 ± 0,7
12
549,8 ± 0,3
38,4 ± 0,5
12
554,6 ± 0,7 39,9 ± 0,8
12
551,6 ± 0,7
39,0 ± 0,9
144
457,4 ± 0,5
22,0 ± 0,2
16
532,4 ± 0,6
35,4 ± 0,4
16
536,5 ± 0,4 37,1 ± 0,4
16
532,2 ± 0,3
35,5 ± 0,3
192
455,4 ± 0,7
21,0 ± 0,2
20
510,1 ± 0,5
30,4 ± 0,2
20
516,5 ± 0,5 33,2 ± 0,7
20
511,2 ± 0,4
31,4 ± 0,6
240
453,2 ± 0,5
20,0 ± 1,1
24
474,2 ± 0,6
25,2 ± 0,4
24
484,3 ± 0,6 28,1 ± 1,1
24
477,7 ± 0,7
27,1 ± 0,4
288
447,2 ± 0,4
19,3 ± 0,5
28
477,4 ± 0,6 26,5 ± 0,8
28
471,1 ± 0,6
25,7 ± 0,1
336
440,4 ± 0,6
17,4 ± 0,4
32
471,2 ± 0,5 25,5 ± 0,3
384
438,5 ± 0,4
17,0 ± 0,3
432
430,4 ± 0,3
15,1 ± 0,5
480
426,4 ± 0,5
13,1 ± 0,3
528
421,1 ± 0,2
12,3 ± 0,4
APÊNDICE F
Tabela 1F – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 1 e 2 do processo
de secagem no terreiro de cimento ao sol no segundo ano fenológico 2004/2005
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
-3
kg.m
577,3 ± 0,3 58,2 ± 0,3
Tempo
h
0
PARCELA 1
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
-3
kg.m
578,4 ± 0,4 58,0 ± 0,3
0
0
PARCELA 2
TESTE 1
Massa
Umidade
Tempo
específica
% b.u.
h
-3
kg.m
576,2 ± 0,5 57,7 ± 0,4
0
TESTE 2
Massa
específica
kg.m-3
578,3 ± 0,3
58,8 ± 0,4
48
539,3 ± 0,3 36,4 ± 0,2
48
538,2 ± 0,5 35,9 ± 0,4
48
537,4 ± 0,3 36,3 ± 0,2
48
538,4 ± 0,5
36,6 ± 0,5
96
508,5 ± 1,0 31,9 ± 0,6
96
507,7 ± 0,7 32,4 ± 0,5
96
508,3 ± 0,4 31,3 ± 0,6
96
511,3 ± 0,3
32,9 ± 0,4
144
483,4 ± 0,8 28,7 ± 0,3
144
485,3 ± 0,3 28,4 ± 0,3
144
484,8 ± 0,5 28,7 ± 0,5
144
486,4 ± 0,9
28,4 ± 0,3
192
467,2 ± 0,4 23,7 ± 0,5
192
469,4 ± 0,5 23,9 ± 0,4
192
469,2 ± 0,9 24,7 ± 0,6
192
466,4 ± 0,4
24,4 ± 0,4
240
456,8 ± 0,7 21,4 ± 0,4
240
457,1 ± 0,5 21,7 ± 0,3
240
458,9 ± 0,6 22,7 ± 0,7
240
458,7 ± 0,3
22,6 ± 0,3
288
443,4 ± 0,4 17,9 ± 0,8
288
445,2 ± 0,4 17,8 ± 0,5
288
447,7 ± 0,4 18,4 ± 0,3
288
449,2 ± 0,2
17,9 ± 0,3
336
432,4 ± 0,6 14,9 ± 0,5
336
431,5 ± 0,4 14,3 ± 0,2
336
434,4 ± 0,4 14,5 ± 0,6
336
433,2 ± 0,4
14,2 ± 0,1
384
418,9 ± 0,9 12,9 ± 0,2
384
415,3 ± 0,4 12,1 ± 0,3
384
420,3 ± 0,4 13,0 ± 0,2
384
415,9 ± 0,5
11,6 ± 0,3
392
414,8 ± 0,3 12,0 ± 0,3
392
416,1 ± 0,5 12,2 ± 0,3
Tempo
h
Umidade
% b.u.
237
Tabela 2F – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos dois testes das parcelas 3 e 4 do processo
de secagem no terreiro de cimento ao sol no segundo ano fenológico 2004/2005
PARCELA 3
PARCELA 4
Umidade
% b.u.
Tempo
h
0
TESTE 1
Massa
específica
kg.m-3
581,1 ± 0,4
58,4 ± 0,3
0
TESTE 2
Massa
Umidade
específica
% b.u.
kg.m-3
579,0 ± 0,4 59,0 ± 0,3
Umidade
% b.u.
Tempo
h
0
TESTE 1
Massa
específica
kg.m-3
577,5 ± 0,4
0
TESTE 2
Massa
específica
kg.m-3
575,0 ± 0,3
58,6 ± 0,3
58,2 ± 0,2
48
539,3 ± 0,2
36,4 ± 0,4
48
541,2 ± 0,5 37,3 ± 0,4
48
539,9 ± 0,4
36,7 ± 0,1
48
538,3 ± 0,5
37,4 ± 0,2
96
511,4 ± 0,4
31,3 ± 0,4
96
515,1 ± 0,3 31,8 ± 0,5
96
512,3 ± 0,5
31,4 ± 0,6
96
514,4 ± 0,8
32,1 ± 0,4
144
487,7 ± 0,2
27,4 ± 0,5
144
488,9 ± 0,4 28,4 ± 0,5
144
489,9 ± 0,4
28,7 ± 0,4
144
490,7 ± 0,3
26,7 ± 0,2
192
469,9 ± 0,4
23,6 ± 0,4
192
472,1 ± 0,4 23,9 ± 0,4
192
469,8 ± 0,6
24,4 ± 0,5
192
470,2 ± 0,6
21,7 ± 0,3
240
463,0 ± 0,5
21,4 ± 0,2
240
465,2 ± 0,5 22,3 ± 0,2
240
464,0 ± 0,7
21,9 ± 0,1
240
462,0 ± 0,9
21,0 ± 0,2
288
448,2 ± 0,4
17,9 ± 0,5
288
449,4 ± 0,3 17,8 ± 0,1
288
447,6 ± 0,4
17,6 ± 0,3
288
430,2 ± 0,1
14,7 ± 0,2
336
439,4 ± 0,6
14,8 ± 0,4
336
428,1 ± 0,6 13,2 ± 0,2
336
436,1 ± 0,4
13,8 ± 0,3
336
421,1 ± 0,5
11,9 ± 0,2
384
425,3 ± 0,4
13,4 ± 0,3
384
419,4 ± 0,2 12,1 ± 0,3
384
420,3 ± 0,3
11,3 ± 0,5
392
422,8 ± 0,6
13,1 ± 0,5
400
417,3 ± 0,4
12,3 ± 0,3
Tempo
h
Tempo
h
Umidade
% b.u.
238
APÊNDICE G
Tabela 1G – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da primeira parcela do
processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005
PARCELA 1
Tempo
h
239
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
TESTE 1
Massa
específica
kg.m-3
579,8 ± 0,5
570,7 ± 0,4
565,4 ± 0,4
558,4 ± 0,3
539,6 ± 0,4
519,5 ± 0,6
483,4 ± 0,4
474,0 ± 0,3
459,4 ± 0,3
442,2 ± 0,3
435,5 ± 0,4
429,1 ± 0,3
427,2 ± 0,3
425,1 ± 0,5
Umidade
% b.u.
Tempo
h
57,3 ± 0,2
53,6 ± 0,3
44,1 ± 0,8
39,5 ± 0,3
34,4 ± 0,2
33,1 ± 0,5
26,4 ± 0,5
23,7 ± 0,3
21,6 ± 0,3
16,0 ± 0,6
13,9 ± 0,4
13,0 ± 0,4
12,5 ± 0,2
12,1 ± 0,3
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
54
TESTE 2
Massa
específica
kg.m-3
576,9 ± 0,4
571,6 ± 0,5
564,5 ± 0,3
559,2 ± 0,3
539,5 ± 0,6
520,4 ± 0,3
489,1 ± 0,5
474,5 ± 0,2
458,5 ± 0,2
443,1 ± 0,5
436,9 ± 0,4
429,3 ± 0,4
428,2 ± 0,4
426,9 ± 0,5
424,4 ± 0,4
Umidade
% b.u.
Tempo
h
56,9 ± 0,5
53,6 ± 0,3
44,4 ± 0,4
39,6 ± 0,2
34,8 ± 0,4
33,7 ± 0,3
27,2 ± 0,6
23,4 ± 0,4
21,9 ± 0,3
16,6 ± 0,4
14,4 ± 0,2
13,5 ± 0,3
12,8 ± 0,5
12,7 ± 0,3
12,1 ± 0,3
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
TESTE 3
Massa
específica
kg.m-3
577,8 ± 0,4
575,2 ± 0,3
565,4 ± 0,2
557,2 ± 0,2
536,8 ± 0,4
516,5 ± 1,0
487,4 ± 0,2
475,3 ± 0,4
455,5 ± 0,3
439,1 ± 0,3
435,4 ± 0,6
428,9 ± 0,3
426,2 ± 0,4
Umidade
% b.u.
Tempo
h
57,5 ± 0,3
55,7 ± 0,3
44,1 ± 0,6
39,0 ± 0,3
33,6 ± 0,4
32,9 ± 0,3
26,5 ± 0,3
23,3 ± 0,4
21,3 ± 0,4
16,4 ± 0,3
14,2 ± 0,3
13,3 ± 0,3
12,2 ± 0,4
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
54
TESTE 4
Massa
específica
kg.m-3
579,7 ± 0,3
577,5 ± 0,2
566,5 ± 0,2
560,3 ± 0,4
538,7 ± 0,4
521,4 ± 0,3
490,3 ± 0,4
477,3 ± 0,3
460,5 ± 0,4
445,4 ± 0,5
438,5 ± 0,4
430,4 ± 0,5
429,2 ± 0,4
428,0 ± 0,4
425,1 ± 0,4
Umidade
% b.u.
56,9 ± 0,4
54,7 ± 0,5
44,9 ± 0,3
40,6 ± 0,3
34,8 ± 0,4
33,7 ± 0,4
27,3 ± 0,4
24,9 ± 0,6
22,5 ± 0,3
16,9 ± 0,5
14,5 ± 0,5
13,6 ± 0,3
12,9 ± 0,4
12,6 ± 0,4
11,4 ± 0,3
Tabela 2G – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da segunda parcela do
processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005
PARCELA 2
Tempo
h
240
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
TESTE 1
Massa
específica
kg.m-3
578,7 ± 0,4
571,6 ± 0,5
568,4 ± 0,3
555,5 ± 0,4
537,6 ± 0,4
516,5 ± 0,5
480,8 ± 0,8
474,0 ± 0,3
459,4 ± 0,7
441,1 ± 0,3
434,4 ± 0,4
427,2 ± 0,2
426,9 ± 0,5
Umidade
% b.u.
Tempo
h
58,8 ± 0,4
55,6 ± 0,5
44,1 ± 0,4
40,5 ± 0,3
35,2 ± 0,4
34,5 ± 0,4
28,1 ± 0,5
24,5 ± 0,4
21,8 ± 0,2
16,9 ± 0,5
14,4 ± 0,4
12,5 ± 0,3
12,1 ± 0,4
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
TESTE 2
Massa
específica
kg.m-3
577,7 ± 0,3
569,9 ± 0,3
561,9 ± 0,5
554,5 ± 0,5
538,8 ± 0,5
514,7 ± 0,8
479,8 ± 1,3
474,3 ± 0,9
458,8 ± 0,6
442,0 ± 0,6
431,2 ± 0,2
428,4 ± 0,4
Umidade
% b.u.
Tempo
h
56,4 ± 0,5
53,5 ± 0,3
43,5 ± 0,5
39,9 ± 0,4
34,4 ± 0,8
33,1 ± 1,1
27,5 ± 0,5
24,1 ± 0,3
21,7 ± 1,1
16,5 ± 0,4
13,1 ± 0,2
12,2 ± 0,2
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
TESTE 3
Massa
específica
kg.m-3
581,8 ± 0,4
571,7 ± 0,5
560,9 ± 0,4
555,4 ± 0,6
534,7 ± 0,4
514,6 ± 0,9
478,0 ± 0,5
475,2 ± 0,2
460,6 ± 0,5
444,3 ± 0,4
434,4 ± 0,9
430,3 ± 0,4
428,2 ± 0,4
Umidade
% b.u.
Tempo
h
56,9 ± 0,9
53,2 ± 0,6
43,1 ± 1,2
39,9 ± 0,7
33,9 ± 0,3
32,0 ± 0,2
27,1 ± 0,9
23,8 ± 0,5
21,5 ± 0,4
16,5 ± 0,3
13,1 ± 0,5
12,7 ± 0,2
11,7 ± 0,4
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
TESTE 4
Massa
específica
kg.m-3
584,0 ± 0,5
568,7 ± 0,2
561,3 ± 0,4
554,2 ± 0,4
538,7 ± 0,6
515,4 ± 0,2
480,4 ± 0,4
479,0 ± 0,3
459,5 ± 0,5
443,1 ± 0,6
435,4 ± 0,3
431,6 ± 0,5
428,2 ± 0,3
427,0 ± 0,4
Umidade
% b.u.
56,6 ± 0,6
53,7 ± 0,4
43,0 ± 0,3
39,2 ± 1,2
34,9 ± 0,1
33,5 ± 0,3
27,5 ± 0,4
24,5 ± 0,2
21,2 ± 0,8
16,4 ± 0,5
14,2 ± 0,3
13,4 ± 0,5
12,8 ± 0,3
11,9 ± 0,4
Tabela 3G – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da terceira parcela do
processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005
PARCELA 3
Tempo
h
241
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
TESTE 1
Massa
específica
kg.m-3
579,9 ± 0,5
570,6 ± 0,2
564,5 ± 0,3
555,9 ± 0,5
542,8 ± 0,6
519,3 ± 0,5
481,4 ± 0,5
475,2 ± 0,3
462,8 ± 0,8
449,9 ± 0,9
436,2 ± 0,6
430,9 ± 0,2
429,3 ± 0,5
423,8 ± 0,5
Umidade
% b.u.
Tempo
h
56,2 ± 0,2
53,6 ± 0,4
44,1 ± 0,4
39,9 ± 0,3
34,9 ± 0,5
33,8 ± 0,4
27,7 ± 0,7
24,8 ± 1,2
22,3 ± 0,5
16,9 ± 0,5
14,3 ± 0,6
13,7 ± 0,2
12,9 ± 0,3
12,3 ± 0,4
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
54
TESTE 2
Massa
específica
kg.m-3
573,9 ± 0,6
569,7 ± 0,3
561,4 ± 0,3
553,3 ± 0,3
539,8 ± 0,9
518,2 ± 0,2
478,4 ± 0,3
473,4 ± 0,2
459,6 ± 0,6
443,4 ± 0,5
439,4 ± 0,5
433,3 ± 0,4
428,9 ± 0,4
426,7 ± 0,5
424,5 ± 0,5
Umidade
% b.u.
Tempo
h
56,6 ± 0,3
53,3 ± 0,3
43,7 ± 0,2
39,3 ± 0,2
34,9 ± 1,3
33,5 ± 0,5
27,0 ± 0,4
24,5 ± 0,2
21,8 ± 0,7
16,9 ± 0,4
14,3 ± 0,3
13,7 ± 0,3
12,9 ± 0,2
12,7 ± 0,3
12,1 ± 0,3
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
TESTE 3
Massa
específica
kg.m-3
581,3 ± 0,4
564,9 ± 0,2
560,0 ± 0,2
556,9 ± 0,3
541,2 ± 0,6
515,4 ± 0,4
482,7 ± 0,3
475,3 ± 0,3
457,6 ± 0,3
445,1 ± 0,3
438,7 ± 0,4
428,5 ± 0,5
426,8 ± 0,3
Umidade
% b.u.
Tempo
h
56,9 ± 0,4
53,0 ± 0,4
43,2 ± 0,4
39,7 ± 0,3
34,0 ± 0,3
33,4 ± 0,3
27,3 ± 0,1
24,7 ± 0,4
22,7 ± 0,7
16,7 ± 0,4
14,7 ± 0,6
13,2 ± 0,3
12,5 ± 0,6
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
54
TESTE 4
Massa
específica
kg.m-3
583,6 ± 0,4
569,8 ± 0,3
563,0 ± 0,5
554,9 ± 0,9
538,9 ± 0,6
516,7 ± 0,7
479,8 ± 0,4
472,7 ± 0,3
460,2 ± 0,7
440,7 ± 0,5
432,4 ± 0,6
429,4 ± 0,2
428,2 ± 0,4
426,9 ± 0,3
420,1 ± 0,9
Umidade
% b.u.
56,7 ± 0,5
53,9 ± 0,5
43,2 ± 0,6
39,3 ± 0,6
34,9 ± 0,4
33,7 ± 0,4
27,6 ± 0,3
24,9 ± 0,3
21,8 ± 1,1
16,7 ± 0,6
14,6 ± 0,3
13,6 ± 0,2
12,9 ± 0,3
12,7 ± 0,4
12,1 ± 0,3
Tabela 4G – Valores médios de tempo contínuo de secagem, massa específica e umidade dos grãos dos quatro testes da quarta parcela do
processo de secagem no terreiro secador com fornalha a fogo indireto (combustível lenha) no segundo ano fenológico 2004/2005
PARCELA 4
Tempo
h
242
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
54
TESTE 1
Massa
específica
kg.m-3
574,6 ± 0,5
569,8 ± 0,2
564,5 ± 0,1
557,6 ± 0,6
538,4 ± 0,4
519,2 ± 0,2
480,3 ± 0,3
475,4 ± 0,3
459,7 ± 0,4
444,1 ± 0,5
438,5 ± 0,6
429,3 ± 0,6
426,9 ± 0,3
425,0 ± 0,6
420,9 ± 0,2
Umidade
% b.u.
Tempo
h
56,8 ± 0,3
53,9 ± 0,3
43,7 ± 0,3
39,0 ± 0,6
35,7 ± 0,5
33,9 ± 0,3
27,9 ± 0,4
24,8 ± 0,3
21,6 ± 0,5
17,8 ± 0,3
15,2 ± 0,5
13,6 ± 0,2
13,7 ± 0,4
12,6 ± 0,2
11,8 ± 0,3
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
TESTE 2
Massa
específica
kg.m-3
572,9 ± 0,6
568,6 ± 0,3
561,3 ± 0,4
553,7 ± 0,6
540,1 ± 0,5
516,8 ± 0,5
476,8 ± 0,4
473,5 ± 0,6
456,6 ± 0,7
441,7 ± 0,5
435,0 ± 0,4
428,8 ± 0,3
425,2 ± 0,5
423,0 ± 0,4
Umidade
% b.u.
Tempo
h
58,5 ± 0,3
53,6 ± 0,6
43,8 ± 0,5
39,9 ± 0,5
35,7 ± 0,4
33,7 ± 0,7
27,9 ± 0,5
24,9 ± 0,2
22,4 ± 0,6
16,9 ± 0,4
14,5 ± 0,2
13,4 ± 0,5
12,8 ± 0,4
12,3 ± 0,4
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
54
TESTE 3
Massa
específica
kg.m-3
576,5 ± 0,4
569,0 ± 0,3
562,6 ± 0,4
554,4 ± 0,5
537,9 ± 0,7
516,6 ± 0,6
479,6 ± 0,5
472,2 ± 0,4
457,8 ± 0,5
442,3 ± 0,6
435,6 ± 0,7
428,5 ± 0,4
426,4 ± 0,6
426,1 ± 0,4
424,3 ± 0,6
Umidade
% b.u.
Tempo
h
55,5 ± 0,3
53,6 ± 0,5
43,6 ± 0,6
39,8 ± 0,4
34,9 ± 0,5
33,5 ± 0,5
27,3 ± 0,5
24,6 ± 0,4
22,1 ± 0,5
17,0 ± 0,5
14,3 ± 0,5
13,3 ± 0,4
12,9 ± 0,6
12,7 ± 0,6
12,2 ± 0,5
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
TESTE 4
Massa
específica
kg.m-3
571,6 ± 0,3
567,5 ± 0,1
560,2 ± 0,9
552,0 ± 0,9
535,5 ± 0,3
514,2 ± 0,2
479,2 ± 0,8
472,8 ± 0,7
457,4 ± 0,5
440,5 ± 0,2
433,2 ± 0,3
428,1 ± 0,3
426,0 ± 0,2
Umidade
% b.u.
56,3 ± 0,1
53,5 ± 0,2
43,9 ± 0,1
39,4 ± 0,8
34,5 ± 0,9
33,1 ± 0,9
27,0 ± 0,8
24,2 ± 0,6
21,7 ± 0,2
16,6 ± 0,4
14,4 ± 0,3
12,9 ± 0,3
12,5 ± 0,6
APÊNDICE H
Tabela 1H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, da parcela 1
243
Tabela 2H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, da parcela 2
244
Tabela 3H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, da parcela 3
245
Tabela 4H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, da parcela 4
246
Tabela 5H – Consumo de energia correspondente aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em MJ, das parcelas 5-13
247
APÊNDICE I
Tabela 1I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, da parcela 1
248
Tabela 2I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, da parcela 2
249
Tabela 3I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, da parcela 3
250
Tabela 4I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, da parcela 4
251
Tabela 5I – Consumo de energia correspondente aos dois processos de secagem
avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do cafeeiro,
em MJ/ha, das parcelas 5-13
252
APÊNDICE J
Tabela 1J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1
Continua...
253
Tabela 1J – Cont.
254
Tabela 2J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2
Continua...
255
Tabela 2J – Cont.
256
Tabela 3J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3
Continua...
257
Tabela 3J – Cont.
258
Tabela 4J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4
Continua...
259
Tabela 4J – Cont.
260
Tabela 5J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13
Continua...
261
Tabela 5J – Cont.
262
Tabela 6J – Custos de produção correspondentes ao primeiro ano fenológico
2003/2004 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 14
Continua...
263
Tabela 6J – Cont.
264
APÊNDICE K
Tabela 1K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 1
Continua...
265
Tabela 1K – Cont.
266
Tabela 2K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 2
Continua...
267
Tabela 2K – Cont.
268
Tabela 3K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 3
Continua...
269
Tabela 3K – Cont.
270
Tabela 4K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 4
Continua...
271
Tabela 4K – Cont.
272
Tabela 5K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13
Continua...
273
Tabela 5K – Cont.
274
Tabela 6K – Custos de produção correspondentes ao segundo ano fenológico
2004/2005 da cultura do cafeeiro, em R$, da parcela 14
Continua...
275
Tabela 6K – Cont.
276
APÊNDICE L
Tabela 1L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em R$, da parcela 1
277
Tabela 2L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em R$, da parcela 2
278
Tabela 3L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em R$, da parcela 3
279
Tabela 4L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em R$, da parcela 4
280
Tabela 5L – Custos de processamento correspondentes aos três processos de secagem
avaliados no primeiro ano fenológico 2003/2004 da cultura do cafeeiro,
em R$, das parcelas 5-13
281
APÊNDICE M
Tabela 1M – Custos de processamento correspondentes aos dois processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 1
282
Tabela 2M – Custos de processamento correspondentes aos dois processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 2
283
Tabela 3M – Custos de processamento correspondentes aos dois processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 3
284
Tabela 4M – Custos de processamento correspondentes aos dois processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, da parcela 4
285
Tabela 5M – Custos de processamento correspondentes aos três processos de
secagem avaliados no segundo ano fenológico 2004/2005 da cultura do
cafeeiro, em R$, das parcelas 5-13
286