especial capa - Revista Mundo OK
Transcrição
especial capa - Revista Mundo OK
SUMÁRIO 4 5 Festa e reflexão do outro lado do mundo 8 10 11 14 16 18 19 20 22 28 29 30 32 34 36 37 38 40 42 Durante todo o ano, a Revista Mundo OK vai acompanhar os principais fatos do centenário da imigração. A data festiva não será comemorada somente aqui, como também pelos japoneses e os cerca de 300 mil brasileiros que vivem no arquipélago oriental. A mobilização já começou do outro lado do mundo, com a organização de um calendário repleto de shows, intercâmbios artístico-culturais, exposições e uma série de eventos. Grandes nomes da MPB devem circular por Tóquio e arredores durante 2008, apresentando aos ancestrais dos nikkeis o que a embaixada chama de “um Brasil diferente”. Selos postais e moedas alusivas começam a circular em breve. Até as empresas estão aproveitando para faturar, com lançamento de produtos em homenagem aos 100 anos de presença nipônica. Um detalhe especial é o envolvimento do governo brasileiro, que quer aproveitar o ambiente festivo para incrementar as relações bilaterais. Na matéria especial, o leitor ficará por dentro do Ano do Centenário no Japão. Terá ainda um panorama da situação dos dekasseguis, alguns dos quais distantes do clima geral de empolgação. As declarações do trabalhador em Hamamatsu, Marcelo Watanabe, e do escritor Reimei Yoshioka, são bastante esclarecedoras nesse sentido. A redação da Mundo OK deseja a você boa leitura e momentos de reflexão. 6 editorial agenda e notas economia moda e beleza encontro automóvel esportes culinária cosplay entrevista OKids game 3 4 5 6 8 10 11 14 16 18 19 20 22 28 29 30 32 34 36 37 38 39 40 42 especial capa desbravando o Japão cidades animê eventos tokusatsu mangá J-music multimídia espetáculos comunidade variedades Capa: Noite em Tokyo (Foto: banco de imagens) Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 3 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editores: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Danielli Guedes e Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação: Daniel Verna, Daniela Giovanniello, Eugenio Furbeta, Felipe Marcos, Fernando Ávila de Lima, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeir• Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Marcelo Ikemori, Yasutaka Arashiro • Digital: Fabrizio Yamai • Assistentes Digital: Felipe Marcos e Ulissis Massayuki • Administrativo: Suzana Sadatsune • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da ZN Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP 01510-001 • Liberdade • São Paulo - SP | Tel.: (11) 3275-1464 • (11) 3275-0432 agenda e notas Foto: Roosewelt Pinheiro/Abr Texto: Redação | Fotos: Divulgação EXPOSIÇÃO BRASÍLIA O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu oficialmente, no dia 17 de janeiro, o Ano do Intercâmbio Brasil-Japão, em cerimônia no Palácio do Itamaraty, reunindo ministros e representantes da comunidade nikkei de todo Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fez um pronunciamento em nome do presidente ressaltando o respeito dos brasileiros pela contribuição dos imigrantes japoneses. “Iniciamos um novo ciclo virtuoso nas relações econômicas, sociais e tecnológicas entre os dois países. Os dois países vivem um clima de estabilidade, defendendo causas importantes, como o desarmamento nuclear e a busca por novas fontes de energia”, declarou o ministro. SÃO PAULO Já em São Paulo, foi a vez do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também lançar em janeiro o Ano do Centenário no município. Realizada no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, a solenidade contou com a presença de lideranças e autoridades políticas. Em seu discurso, o prefeito lançou o calendário com a programação oficial do centenário. As comemorações serão realizadas durante grande parte do ano e incluem atividades culturais e esportivas. “São Paulo e o Brasil devem muito ao povo japonês, que sempre contribuiu para a evolução do País”, destacou o prefeito paulistano. ORIGAMI Interessados em aprender a arte do origami podem se inscrever no curso temático oferecido pela Aliança Cultural Brasil-Japão. As aulas terão valor avulso e cada uma abordará um tema diferente, como embalagem, dia das mães e brinquedos. O origami permite a transformação de papel em formas de animais, flores, objetos utilitários e geométricos. Os cursos serão ministrados pelas professoras Alice Haga, na Unidade Pinheiros, e Mari Kanegae, na Unidade Vergueiro sempre na última quarta-feira do mês. Mais informações sobre horários e preços pelo tel: 11- 3209-6630. A Galeria Deco realiza até o dia 09 de março uma mostra reunindo os artistas Yasushi Taniguchi, James Kudo, Mai Fujimoto, além dos convidados Ana Pinheiro e Kako. Uma seleção de trabalhos revela os diferentes caminhos tomados pelos cinco artistas plásticos. A exposição – a primeira dedicada somente ao desenho no espaço – conta com peças como lâmpadas decorativas e outras telas dos artistas. A Galeria Deco, que funciona de segunda a domingo, das 10 às 19h, fica na Rua dos Franceses, 153, na Bela Vista, em São Paulo. O telefone é 11 3289.7067 SAMURAIS O escritor e mestre em oratória Cláudio Ayabe promove nos dias 28 (SP) e 29 de fevereiro (Campinas) duas palestras distintas para o público em geral: “Samurai, História e Curiosidades”, no Shopping Morumbi, em São Paulo; e “Bushidô – Código de Honra dos Samurais”, no Shopping Iguatemi, em Campinas. Voltadas para interessados em conhecer melhor o passado dos japoneses e descobrir o mundo dos guerreiros nipônicos, o autor do best-seller “Gambaru - O poder do esforço e da perseverança” conversará com o público após as explicações. Tanto em São Paulo quanto em Campinas, as palestras começam às 20 horas. Mais informações no site: www. ayabe.com.br. ECONOMIA A ministra da Economia e Política Fiscal do Japão, Hiroko Ota, afirmou que a economia japonesa pode se desacelerar no curto prazo. O alerta surge em meio aos temores de uma recessão nos Estados Unidos, principal destino das exportações japonesas. Segundo ela, o Japão tem de acompanhar como a desaceleração econômica norte-americana afetará a japonesa. “Penso que há uma forte possibilidade de que a economia japonesa também se desacelere por um determinado período de tempo”. Apesar do risco, a ministra disse que os fundamentos econômicos do país permanecem estáveis e que são pequenos os riscos da economia japonesa enfrentar uma recessão “grave”. economia O IMPACTO DA CARGA TRIBUTÁRIA NA COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS JAPONESAS A Texto: Julio Batista | Foto: Divulgação s empresas japonesas que sempre mantiveram uma postura conservadora diante da utilização de planejamentos tributários, vivem hoje uma histórica fase de estabilidade da economia, além da expansão dos negócios. Este cenário de crescimento gera uma série de oportunidades para redução da carga tributária, o que conseqüentemente contribui para torná-las mais competitivas. O setor empresarial brasileiro há muito aguarda a tão esperada reforma tributária e a respectiva redução da carga, porém, essa medida ainda nos parece muito distante. Paulo Skaf, atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), entende que “o processo de reforma tributária é complexo” e, a seu ver, “a complexidade tem início dentro dos diferentes níveis do governo, pois dependendo do que for proposto pode gerar conflitos entre os federados, que desejam aumentar seus recursos”. Por esta razão, muitas empresas têm se valido de seus recursos próprios para buscar a desoneração fiscal das suas operações de forma lícita e legitima. Neste contexto, surgem então as alternativas de Planejamentos Tributários, quando se devem buscar os benefícios à atividade. Outra forma de possibilitar essa desoneração é por meio da administração tributária baseada nos exames preventivos quanto ao cumprimento das obrigações fiscais, como o pagamento e as declarações dos tributos incidentes nas operações empresariais. Como se sabe, os entes competentes têm exercido uma fiscalização muito mais efetiva através do confronto de informações prestadas pelos contribuintes. Tal procedimento gera uma “enxurrada” de autuações fiscais. Na qualidade de consultores corporativos há mais de 10 anos, podemos perceber que o Planejamento Tributário já é considerado, em algumas empresas, como um importante instrumento de administração. Resultado disto é o aumento da competitividade obtida em virtude da redução dos custos de seus produtos e serviços, decorrente de uma administração tributária mais focada e eficiente. Julio Batista é sócio do Guerra, Batista Associados Rua Itapeva, 240 – cjs. 1701 a 1703 Cep 01332.000 – São Paulo/SP Telefone:55 11 3251.1188 Fax: 55 11 3251.4956 Website: www.guerrabatista.com.br e.mail: [email protected] moda e beleza Nova técnica promete plástica facial sem ‘efeito porcelana’ Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação A cirurgia plástica no rosto é um tabu, principalmente para as mulheres. O principal dilema é saber se não ficará com a pele esticada. Uma técnica que utiliza endoscópio ultrafino ligado a uma câmera de vídeo promete aspecto mais natural e menos cicatrizes. Pelo método tradicional, a cirurgia requer incisões maiores, que, geralmente, deixam marcas visíveis. Além do chamado “efeito porcelana”, outra conseqüência é o aumento do volume da testa. Já, pela videoendoscopia , o cirurgião faz pequenos cortes na linha do cabelo, por onde fará as incisões. A ferramenta é um endoscópio com cerca de 5 milímetros de diâmetro que transmite os procedimentos em detalhes no monitor, proporcionando maior precisão. A recuperação também é mais rápida. A técnica, porém, tem uma restrição. “Pacientes com extremo envelhecimento facial, ao redor da sexta ou sétima década de vida, necessitam da retirada de uma maior porção de pele, então, é necessária a aplicação de técnicas convencionais, que podem ser utilizadas separadamente ou em conjunto com a técnica endoscópica”, explica a cirurgiã do Hospital São Camilo Pompéia, Andréa Oliveira, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. moda e beleza Ikezili + Birigui = calçados inéditos na São Paulo Fashion Week A Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação estilista Érika Ikezilli não fez sucesso no último São Paulo Fashion Week somente pelas roupas inspiradas na primeira nipobrasileira, Uto Bartira. Muita gente ficou de olho nos pés durante o desfile. As modelos calçavam criativos sapatos de salto, sapatilhas e botas de materiais como verniz, cetim e lurex. As peças foram confeccionadas por pequenas e médias empresas de Birigui, interior de São Paulo, por meio de uma parceria intermediada pelo Sebrae-SP, que tem um projeto de incentivo à interação entre designers e produtores. Vários nomes do mundo fashion já trabalham com esse formato: Vandemar Iódice (Jaú), Mário Queiroz (Franca) e Simone Nunes (Santa Cruz do Rio Pardo) são alguns exemplos. Internet ajuda a escolher corte e cor do cabelo A Texto: William Azuma |Fotos: Reprodução/The Hair Styler ntes de ir ao salão, que tal navegar pela internet? No site da Ox Cosméticos (www.sevoceestafelizcomseucabelonaoacesse.com), especialmente criado para o lançamento de uma linha de coloração de cabelo, a usuária pode inserir sua própria foto e ver como ficam as madeixas com diferentes cores, texturas e comprimentos. As ferramentas são semelhantes às do popular site australiano The Hair Styler (www.thehairstyler.com). encontro Jovens japoneses fazem estágio Nihonjins se surpreendem com um país N os EUA é comum que, antes de ingressar nas faculdades, os jovens passem um ano morando no exterior. A viagem é incentivada pelos pais, que, além de financiar, consideram a experiência uma forma de ampliar os horizontes da prole, uma espécie de ritual de passagem para a vida adulta. Os japoneses há alguns anos têm tomado o mesmo rumo e, de mochila nas costas e câmeras em mãos, se espalham pelos quatro cantos do globo. Centenas deles escolhem como destino o Brasil, onde a entrada é facilitada por programas de estágios remunerados. Aqui, encontram um lugar bem diferente do que conheceram pela televisão, onde, não é raro, o País é retratado de forma estereotipada. “Não sabia quase nada, apenas tinha ouvido falar sobre samba e futebol. É como os japoneses enxergam o Brasil. Nem imaginam que há metrópoles como São Paulo e Rio”, admite Momoko Nakamura (28), que, da desconfiança inicial passou à adoração. Gosto de lá, mas também gosto muito daqui, por isso ainda não decidi se vou ou fico”, diz. Seu companheiro de redação, o estudante de engenharia química Tatsunori Yanagi (25), é outro que se apaixonou pelo Brasil. No ano passado, trancou a matrícula na Universidade de Miyazaki para seguir os passos da irmã mais velha, ex-estagiária. “É um país muito bom. Quero, de alguma “Apenas tinha ouvido falar sobre samba e futebol. Os japoneses nem imaginam que há metrópoles como São Paulo e Rio” Ela chegou à capital paulista há três anos e meio para estagiar na revista Bumba, uma publicação brasileira em japonês cuja redação fica na movimentada avenida Paulista. No começo, não sabia exatamente o que esperar. Estranhou apenas a falta de pontualidade das pessoas. Mas logo foi contagiada pela simpatia com que todos a tratavam. “As pessoas daqui são muito alegres. Elogiavam o meu português até quando, no começo, eu falava ‘bom dia´ com sotaque bem forte”, lembra. Pouco depois, já ambientada, ela teve o encontro definitivo em sua vida, quando decidiu freqüentar uma academia de dança de salão. Lá, teve os primeiros contatos com o samba de gafieira e o zouk (caribenho), seus estilos favoritos. Latiníssima, atualmente Momoko treina quase todos os dias para, em breve, começar a dar aulas. A única dúvida é onde: aqui ou na gélida Hokkaido natal. “Voltei só uma vez ao Japão para renovar o visto. Yanagi e Momoko trabalham em redação de revista forma, explicar para os japoneses como é aqui”, planeja. De partida - o contrato termina no final de fevereiro – levará de lembrança amigos, viagens, partidas de paintball, sessões de cerveja e, principalmente, a comida. “Adoro feijão. Engordei 14 quilos desde que cheguei”, garante. Aberto a novas experiências, assim que retornar ele pretende se engajar nas comemorações do centenário no Japão. FUTEBOL – Mas há também quem escolha o Brasil pelo seu esporte mais popular. Se encontrar um japonês no ponto de ônibus vestido de camiseta de time, calção e chinelo, carregando a encontro no Brasil para ampliar horizontes bem diferente do que imaginavam Texto e fotos: Wilson Azuma mochilinha de chuteira, não se assuste. O futebol também tem feito com que centenas de jovens troquem temporariamente o arquipélago pelos campos brasileiros. Alguns chegam para apurar a técnica ou tentar a sorte nas peneiras de times, outros aprendem com os treinadores para ensinar aos conterrâneos uma arte que não dominam completamente. Miyashita aprende futebol para ensinar em clube de Chiba Fã do futebol brasileiro, ele irá levar na ponta da língua os segredos que pretende passar para os jogadores do Chiba Soccer Club, sua equipe no Japão, na qual quer seguir carreira de treinador. “Observo como o futebol daqui é mais simples, de dois toques. Os japoneses precisam treinar bastante, pensar mais rápido. Quero ensinar esse tipo de coisa quando voltar”, diz. Esse é o caso de Kenichi Miyashita (25), volante esforçado que, reconhecendo a falta de habilidade com os pés, espera absorver ao máximo os ensinamentos no clube São Bernardo do Campo, onde estagia. Diariamente, ele treina e acompanha os passos do mestre Marcão, ex-jogador do Flamengo, que, hoje, trabalha com equipes da categoria de base. habilidade com os pés, espera absorver ao máximo os ensinamentos no clube São Bernardo do Campo, onde estagia. Diariamente, ele treina e acompanha os passos do mestre Marcão, exjogador do Flamengo, que, hoje, trabalha com equipes da categoria de base. INTERCÂMBIO - Não é difícil para um empresário contratar um jovem japonês. Geralmente, ele se responsabiliza apenas pelo pagamento da bolsaauxílio e seguro contra acidentes pessoais. A maior parte dos estagiários chega por intermédio da Associação de Intercâmbio Japão-Brasil, de grande aceitação, principalmente entre os estudantes universitários. Aqui, eles costumam trabalhar em locais que utilizam o idioma próprio, como em consulados, escritórios de importação, agências de turismo e relações bilaterais, entidades nipo-brasileiras e escolas de línguas. Os serviços podem variar . Os intercâmbios futebolísticos funcionam de forma diferente. Quem vem com essa finalidade arca com todas as despesas. No caso de Miyashita, ele chegou por meio de um convênio entre uma associação nipo-brasileira, onde se hospeda, e o clube da região do ABC. Equipes como Corinthians e São Paulo também têm programas do gênero. 10 automóvel Velocidade à toda prova Importada do Japão, CBR 600 RR chega ao Brasil a partir de US$ 23.195,00 Texto: Redação |Fotos: Divulgação J á imaginou pilotar aquela moto dos sonhos? Pensando justamente nessa pergunta, a Honda Motos acaba de trazer ao Brasil sua nova “máquina”. Importada do Japão e hexacampeã mundial na categoria Supersport, a CBR 600RR 2008 já está disponível nas concessionárias Honda com novas cores e grafismos ainda mais arrojados. Consagrada pela sua potência e leveza, a motocicleta traz características como tecnologia avançada, alta performance e segurança. Seus detalhes remetem as pistas de competição. A começar pela versão de cor vermelha que transmite forte identidade com a imagem esportiva da Honda, a cor preta reforça a imagem urbana e sofisticada, além de manter a versão branca, transmitindo uma imagem chamativa. Compacta e arrojada, a carenagem frontal é inspirada em elementos concebidos para favorecer a aerodinâmica dos carros de Fórmula 1, proporcionando maior captação de ar e alto desempenho. Denominado “Ram Air”, o sistema proporciona um maior fluxo de ar denso e frio, especialmente em alta velocidade. Em relação à iluminação, a CBR 600RR possui um conjunto óptico de lentes multi-refletivas com sistema “Line Beam” (proporciona forte e constante iluminação), resultando em harmonia estética do conjunto e em segurança ainda maior para o piloto, principalmente no uso noturno. O painel de instrumentos totalmente eletrônico contém tacômetro analógico no centro. Além disso, possui dois displays digitais com excelente visibilidade de leitura da velocidade, hodômetro parcial e total, marcador de combustível e relógio. Motor leve - Concebido através das tecnologias aplicadas em modelos de competição, o motor DOHC (Double Over Head Camshaft), com duplo comando de válvulas, de 599 cm3 e quatro tempos vai fazer a cabeça dos amantes de velocidade. Alcança potência máxima de 120 cv a 13.500 rpm e torque máximo de 6,73 kgf.m a 11.000 rpm. A versão 2008 dispõe de sistema de injeção eletrônica PGM-DSFI (Programmed Dual Sequential Fuel Injection System), que processa com precisão a quantidade de combustível que compõe a mistura, obtendo o máximo de eficiência na combustão. Entre os resultados alcançados por esse sistema de injeção eletrônica, está a rápida resposta ao comando do acelerador, resultando em potência. Com a combustão da mistura mais eficiente e com o auxílio do sistema de catalisador e do sensor de oxigênio, as emissões de gases poluentes são reduzidos. Disponível nas cores branca, preta e vermelha, o modelo tem preço público sugerido de US$ 23.195,00, base Estado de São Paulo e não inclui despesas com óleo, frete e seguro. A garantia é de um ano, sem limite de quilometragem. esportes Campeonato nacional J-League Texto: Fernando Ávila | Fotos: Divulgação O futebol japonês nasceu em 1873 através do inglês Douglas que era o capitão da marinha inglesa e vivia em Tóquio. Em 1921 foi criada a AFJ (Associação de Futebol do Japão) aonde aconteceu à primeira competição e, em 1929, os japoneses se associaram à FIFA com isso em 1965 foi disputado o primeiro campeonato japonês com oito times. Três anos depois, a seleção nacional conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Cidade do México. Mas, somente em 1991, com o surgimento da J-League, um investimento de grande porte para trazer jogadores estrangeiros para atuarem no país, foi que o esporte ganhou uma nova cara. Em maio de 1993 quase 60 mil pessoas foram ao Estádio Nacional de Tóquio para assistir a primeira partida da J-League entre Verdy Kawasaki e Yokohama Marinos. E, com o crescimento, a própria seleção japonesa garantiu em 1998 sua primeira participação em uma Copa do Mundo e em 2002 sediou a primeira Copa no continente asiático. Os Blue Samurais (como é chamado à seleção japonesa na mídia japonesa) conquistaram vaga para as oitavas-definal, quando perderam para os turcos. J-League A J. League é o maior campeonato profissional de futebol do Japão junto com o campeonato sulcoreano (K-League), a liga de futebol mais rica da Ásia. Surgiu em 1991 e começou com dez times que, devido ao sucesso da primeira temporada, teve uma rápida expansão, com uma média de dois novos times se juntando à liga a cada nova temporada até a 1996. A partir disto a média passou a ser de um time a cada temporada. O campeão da última temporada foi o Kashima Antlers (time onde jogou o brasileiro Zico), que enfrentou o Urawa Red, que fez boa campanha no começo do campeonato, mas teve queda no seu rendimento logo no final. A temporada 2008 começará no dia 08 de março, estrando com o confronto dos campeões Kashima Antlers e Consadole Sapporo, campeões da primeira e segunda divisões respectivamente. O Urawa Red, estreará contra o Yokohama F. Marinos, em Yokohama. Tentando voltar aos tempos de glória, o Jubilo Iwata jogará contra o Kashiwa Reysol, na cidade de Kashiwa. Por fim, o Gamba Osaka receberá o JEF United. O campeonato japonês de 2008 contará com a volta do tradicional Verdy Tokyo 1969 ¨antigo Verdy Kawasaki¨, Consadole Sapporo e o Kyoto Sanga FC. Os jogos da segunda divisão terão sua estréia marcadas para o dia 8 de março também. 11 vitrine 13 14 gastronomia Uramaki skin com cream cheese O segredo de uma das porções mais pedidas dos restaurantes japoneses O uramaki é uma das variedades de sushi que mais possibilitam inovações. Ao contrário das tradicionais, é enrolado de forma que o arroz forme a parede externa - “ura”, significa “verso”. No Brasil, os restaurantes oferecem vários tipos, como o Califórnia, que vêm com manga, abacate e pepino. Nos últimos anos, a receita de maior sucesso tem sido o de posta de salmão com creme de queijo, o famoso uramaki skin com cream chease, que o leitor da OK aprende a fazer a seguir. Quem ensina é o chef Alan, do badalado restaurante Hanadoki, de São Paulo. Ingredientes Uramaki - ½ kg de filé de salmão com pele - Azeite - ½ folha de nori (alga) grande - 2 colheres de sopa de cream cheese - 100 g de arroz japonês pronto - gergilim Molho tarê - 150 ml de shoyu - 150 ml de saquê - 5 colheres de açúcar Preparo (8 unidades) Texto e Fotos: Wilson Azuma 1ª etapa – molho tarê - Despeje o shoyu, o saquê e o açúcar em uma panela e misture até engrossar. 2ª etapa – posta de pele de salmão - Retire a pele do salmão. Não se preocupe caso pequenas partes da carne permanecerem fixadas; - Unte a frigideira com azeite e frite a pele até dourar; - Despeje o conteúdo em uma travessa e, ainda morno, misture ao cream cheese. 3ª etapa – montagem - Em superfície plana, espalhe o arroz sobre a folha de nori; - Salpique gergelim sobre o arroz; - Vire a folha de nori - arroz fica para baixo; - Espalhe a posta de pele de salmão com cream cheese sobre o nori; - Enrole - pode ser sem esteira – de modo que o arroz forme a parede externa; - Corte o enrolado em oito fatias, - Em uma bandeja, despeje a quantidade desejada de molho tarê e acomode os uramakis por cima. vitrine 15 16 cosplay Cosplayer argentina vence A conteceu no dia 26 de janeiro, dentro do evento Anime Dreams 2008, a final internacional do Yamato Cosplay Cup 2007. O YCC terminou com a vitória da argentina Ana Maria Barrio, usando um cosplay da jovem Yukari, protagonista de “Paradise Kiss”. A maior competição internacional de cosplay do Brasil Oito cosplayers de cinco países diferentes se apresentaram no palco do Anime Dreams em busca de um título, o de campeão do primeiro Yamato Cosplay Cup Internacional. Junto com eles se apresentaram mais três cosplayers convidados. Eles conquistaram este direito devido as suas colocações no Circuito Cosplay e que disputavam com os participantes oficiais os títulos de melhor apresentação livre e melhor interpretação. Roteiro cheio de atividades Apesar das apresentações terem ocorrido no sábado, às atividades com os finalistas começaram muito antes. Na quinta-feira todos se reuniram para assistir a peça de teatro “Graphic” no Centro Cultural São Paulo e jantar na Avenida Paulista. Na sexta-feira foi à vez de conhecer o Parque do Ibirapuera e a Escola de Samba Unidos de Vila Maria, no bairro do Jardim Japão. Domingo a visita pela cidade foi encerrada com chave de ouro na festa do ano novo chinês na Liberdade, típico bairro japonês de São Paulo. Convidados especiais prestigiam a categoria de Melhor Interpretação Ana Maria Barrio, da Argentina, grande vencedora do prêmio principal do Yamato Cosplay Cup Internacional 2007 com cosplay de Yukari do animê e mangá “Paradise Kiss”, da autora Ai Yazawa. Entre os convidados especiais do YCC dois merecem nossa atenção especial. O senhor Ushitaro Kamia, vereador de São Paulo, esteve presente acompanhando as apresentações e subiu ao palco representando a cidade para entregar o prêmio especial de interpretação para a cosplayer Lucyana Reimão. Esta categoria nova para a melhor interpretação teve como juiz especialmente convidado o ator e jornalista Michel Fernandes. Michel é critico de teatro de prêmios como o APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e Troféu Contigo; além de editor do site Aplauso Brasil. cosplay 17 a final do YCC Internacional Texto: David Denis Lobão | Fotos: Remy - Cosplayers.net Categoria Tradicional – O grande prêmio da noite A terceira colocação foi para Andressa Miyazaki (Guarulhos), com o cosplay de Hades do mangá “Os Cavaleiros do Zodíaco”. O principal prêmio do evento é a categoria tradicional que é a somatória das notas de desfile (avaliação somente da roupa do cosplayer) com a nota da apresentação que a pessoa realizou de forma fiel ao personagem original. Neste prêmio, a vencedora foi Ana Maria Barrio, da Argentina, com seu cosplay de Yukari, personagem do animê/mangá “Paradise Kiss”. Em segundo lugar ficou Thaís Jussim (Rio de Janeiro), como Claire de “Claymore”. Categoria Livre – O prêmio extra do YCC A categoria é um prêmio a parte que visa premiar a criatividade e a originalidade das apresentações dos cosplayers. A grande campeã foi à brasileira Andressa Miyazaki, mais conhecida como Lilithy. A vitória assegurou a Andressa uma vaga direta na final internacional de 2008 do Yamato Cosplay Cup. A grande campeã da noite Ana Maria, também já está com sua participação no próximo ano garantida. Lucyana Reimão, eleita a melhor interpretação do YCC Andressa Miyazaki, brasileira vencedora da categoria livre com cosplay Surplices de Hades de “Os Cavaleiros do Zodíaco - A Saga de Hades”, do autor Masami Kurumada. 18 entrevista Kiyoshi Harada Modelo do típico nikkei Filho de agricultor, aluno nota 10 e homem bemsucedido Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação P ergunte a um descendente de japonês com mais de 50 anos sobre sua vida. Provavelmente, ele fará o seguinte resumo: filho de imigrantes agricultores pobres, não falava uma palavra em português até entrar na escola. Na juventude, foi para a cidade em busca de melhores condições de estudo e trabalho. Hoje, é bem-sucedido. Kiyoshi Harada é o modelo do típico nikkei. Natural de Marília, interior de São Paulo, veio ao mundo em maio de 1941, poucos meses antes do ataque a Pearl Harbor. Conheceu a hostilidade aos filhos dos países do Eixo. De família tradicionalista, em casa jamais pronunciou outro idioma que não o dos pais. O destino tomou outra direção na década de 60, quando mudou para São Paulo e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a mais importante do País. Chegou até o cargo de procurador. Professor universitário, escreveu vários livros, um dos quais bastante especial. Há dois anos, ele idealizou o projeto de uma obra para narrar a trajetória dos imigrantes japoneses. Convidou 12 das principais cabeças da chamada comunidade nipo-brasileira e organizou O nikkei no Brasil (Atlas). Lançada em janeiro, a publicação é uma das principais contribuições literárias do ano do centenário da imigração. De seu escritório de advocacia, Harada concedeu entrevista exclusiva à Revista Mundo OK. Por que lançar um livro como O nikkei no de muito valor. Perceberam que era importante o filho galgar posições. Numa família de sete irBrasil? A idéia era fazer um registro histórico, com dados referentes aos 100 anos de presença japonesa. Algo que servisse de estudo e reflexão para as futuras gerações. Trata da trajetória deste grupo étnico que, hoje, está representado em praticamente todas as camadas. Estudei sobre a imigração em países como Havaí, México e Peru, mas em nenhum a assimilação chegou ao nível daqui. Essa assimilação nem sempre foi tranqüila, não é verdade? o nikkei ainda é tido como um não-brasileiro, talvez até em função da visão caricata que se tem dos antepassados. E, ironicamente, no Japão, os nikkeis que trabalham lá são identificados como brasileiros irresponsáveis. Por falar nisso, há problemas de assimilação dos dekasseguis pelos japoneses. O texto da Kyoko (Nakagawa; página 325) me deixou desconfortável. Vemos que há um êxodo escolar dos filhos dos trabalhadores brasileiros no Japão por conta de maus tratos raciais. Jamais fui discriminado ou desrespeitado no Brasil pelo corpo docente, mesmo durante a Segunda Guerra. Lá, em vez dos professores orientarem a respeitar a diferença étnica, até estimulam, achando que brasileiro é sinônimo de problema. O Japão tem responsabilidade, pois não acolheu por amor, mas por necessidade. A população está envelhecida e, se não injetar sangue de fora, a economia não funciona. Não pode pretender colher somente os frutos positivos, pois os negativos estão juntos. É preciso promover a integração. mãos, pelo menos um tinha de estudar na cidade. Foi um grande esforço, que resultou nos primeiros profissionais liberais nikkeis, na década 70. Para quem havia desbravado o mato no muque, Até hoje ainda se fala que muitas famílias viver em São Paulo e dedicar-se ao estudo era japonesas são bem fechadas. uma pechincha. Mas não há como falar em comunidade fechada, pois a sociedade brasileira, mais ampla, tem uma A mudança do campo para a cidade foi força centrípeta que atrai para si diversas coum passo decisivo na história dos japone- munidades, não deixando espaço para núcleos ses no Brasil. fechados, marcados por características próprias. Com o tempo, os nipo-descendentes ganharam Antes da década de 50 sim. Meu pai chegou a a confiança da sociedade. É aquilo que (a antrop- me proibir de levar um amigo em casa porque óloga) Ruth Cardoso chama de “extrema mobili- ele não sabia o que era konnichiwa (bom dia, em dade social do nikkei”, que deixou muitas marcas japonês). Nunca pronunciei uma palavra em porpositivas do japonês como etnia séria, respon- tuguês no lar. sável, leal e trabalhadora. São marcas usadas até hoje como instrumento de marketing. A maior parte dos autores de O nikkei Sim. Há fatos que não são do conhecimento da sociedade. Na minha época de colégio eu chegava sempre ensangüentado em casa por causa de racismo. O povo japonês foi recebido em ambiente hostil. Antes mesmo da chegada do Kasato Maru, vários intelectuais se opunham sistematicamente ao chamado “perigo amarelo”. Além disso, os japoneses representavam um perigo Pode-se dizer que o nikkei está totalétnico, pois o País se esforçava para branquear mente integrado? Da década de 80 pra cá acaba a expressão colôa população. nia para surgir a comunidade nikkei como segmento amplo da sociedade brasileira, que pensa Quando o nikkei ganhou outro status? O tempo mostrou que errou quem dizia que os ser importante servir de instrumento transmissor japoneses eram inassimiláveis. Até a Segunda da cultura dos antepassados. Somos responGuerra talvez sim, mas isso mudou quando o sáveis pela formação da identidade nacional, que nikkei decidiu fixar-se definitivamente no Brasil. é um conceito dinâmico. Quanto mais influência Nessa hora, os pais imigrantes tiveram um papel tivermos, mais traços deixamos. Por outro lado, no Brasil é nissei, enquanto já temos descendentes da sexta geração. Não faltou participação de pesquisadores e escritores jovens? Como o sentido era homenagear, procurei realçar o nikkei na vida nacional. Para isso, precisei recorrer a descendentes em posições relevantes, que são nisseis (2ª geração). Não existe ministro ou professor de faculdade sansei (3ª geração). Para fazer um livro assim teria de ter outra proposta e formatação. OKids Japonês nas escolas Mais de 3300 crianças aprendem o idioma de Bashô na rede de ensino brasileira Texto e fotos: Wilson Azuma N ão é raro, mas daqui a alguns anos será cada vez mais corriqueiro encontrar nãonikkeis e japoneses trocando longas conversas em nihongô. Um balanço divulgado pela Fundação Japão mostra que mais de 3300 jovens aprendem o idioma do poeta Bashô na rede oficial de ensino. São 42 instituições, públicas e privadas, que apresentam aos brasileiros dos ensinos fundamental e médio não apenas os estranhos ideogramas, como também os segredos de uma cultura rica e peculiar. Diretora pedagógica do Harmonia, em São Bernardo do Campo (SP), Hiroko Matsuda destaca que muitos pais procuram o colégio pela filosofia de disciplina, respeito e honestidade, características da cultura oriental. “Oferecemos, além do conteúdo, a formação de cidadãos, e de maneira gostosa”. O curioso é que, atualmente, a maioria dos alunos não tem qualquer ascendência oriental. Estudante do primeiro ano do ensino fundamental, Luiz Roberto Gonçalves, assim como praticamente todos de sua idade, é fã das animações japonesas. “Gosto de aprender o alfabeto. Quero ficar craque”, afirma o garoto. São Paulo têm 27 instituições do gênero, 13 das quais coordenadas pelo Centro de EstuFã de Naruto, Luiz dos de Línguas (CEL), Roberto quer ficar craque programa do governo em japonês estadual para a rede pública. O Paraná tem um projeto semelhante, o Celem (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas). Lista de escolas que ensinam japonês AM Manaus Centro Educacional Josefina de Mello RN Natal Central Federal de Educação Tecnológica do RN (Cefet-RN) PA Santa Izabel do Pará Escola Nikkei SP Assis E. E. Dona Carolina Francini Burali Cotia E. E. Prof. Pedro Casemiro Leite Colégio Kosmos Itapecerica da Serra Escola Estadual Asa Branca da Serra Marília E. E. Monsenhor Bicudo Presidente Prudente E. E. Monsenhor Sarrion Registro E. E. Dr. Fábio Barreto São Bernardo do Campo Colégio Harmonia São Paulo Centro de Educação Mater et Magistra Centro Educacional Pioneiro Colégio Joana D’arc Colégio Marista Arquidiocesano – Arqui idiomas Colégio Marupiara Colégio Santa Amália PR Assaí C. E. Barão do Rio Branco Curitiba C. E. do Paraná C. E. Pedro Macedo Guaíra C. E. Presidente Roosevelt Guarapuava Usina do Conhecimento Londrina Escola Megumi C.E. Marcelino Champagnat C. E. Nilo Peçanha C.E. Vicente Rijo Maringá C. E. Alberto Jackson Byington Jr C. E. Vital Brasil Escola São Francisco Xavier Usina do Conhecimento São José dos Pinhais Colégio Pilares Matsuda: “além do conteúdo, a formação do cidadão” Colégio Vip E. E. Alexandre de Gusmão E.E. Fadlo Haidar E. E. Prof. AlbertoLevy E. E. Prof. Dr. Laerte Ramos de Carvalho E. E. Rui Bloem Escola Cáritas Escola Professor Oshiman Escola Roberto Norio Escola Soka do Brasil Exatus Colégio e Vestibulares Instituto Educacional Itamaraty OEN – Organização Educacional Nippaku Suzano Centro Educacional Nipo-brasileiro de Suzano (Cenibras) E. E. Prof. Raul Brasil Tupã E. E. Índia Vanuire 19 20 game BigOne: A final do campeonato sul-americano de Pump no Brasil Texto: Tom Marques | Fotos: Otaku Brasil O início do ano começou agitado para os fãs de videogames. Na comemoração do quinto ano do Anime Dreams, segundo maior evento de animê e cultura pop do Brasil, um dos vários presentes dados aos fãs de jogos eletrônicos foi o campeonato internacional de pump, o BigOne, realizado desde 2005 e pela primeira vez sediado no Brasil. Kevin e Min Hwa, representantes da matriz coreana da Andamiro, fabricante do jogo de dança, prestigiaram o evento e ficaram impressionados com a quantidade de jogadores do seu produto de maior sucesso. Realmente, é indiscutível que a Pump (máquina de dança presente em vários shoppings) conquistou os brasileiros. A competição foi bem disputada. Argentina, Chile, Equador e participantes de diversos Estados do Brasil selecionaram seus melhores jogadores para participarem da edição sul-americana nas categorias “Speed feminino”, “Speed masculino”, “Freestyle solo”, “Freestyle dupla” e “Battle Station”. O resultado foi uma grande confraternização entre os sul-americanos amantes de Pump It Up. Confira nesta página o resultado do BigOne. SPEED FEMININO: 1º - Amada [Chile] 2º - Laura “Dini” (Alpha Club) [Brasil] 3º - Jacqueline “Jackotinha” [Brasil] SPEED MASCULINO: 1º - Coyi [Chile] 2º - Saka (PD Ice) [Brasil] 3º - Gibran “Kbelo” (PD Ice) [Brasil] FREESTYLE SOLO: 1° - Leonardo “Leo” (PD Fire) [Brasil] 2° - Thiago Jamal “Black” (PD Fire) [Brasil] 3° - José Henrique “Z!” (PD Fire) [Brasil] FREESTYLE DUPLA: 1° - Henrique “Moska” e Julinho (L’Aqua) [Brasil] 2° - RKW e Miro (PD Fire) [Brasil] 3° - Sonic e Bis (PD Fire) [Brasil] As apresentadoras do BigOne: Priscila Arakaki (“Yumi”) e Amanda Nunes (“Ayu”) com os troféus da premiação para os melhores pumpers sul-americanos. Saiba mais no forum Pump Dance: www.pdteam.com.br/forum BATTLE STATION: 1° - Bruno “Beffy” (L’Aqua) [Brasil] 2° - Jonathan “Futuro” [Argentina] 3° - Raul [Argentina] vitrine 21 22 especial capa A outra metade do Centenário Dekasseguis e nativos celebram ano com festa, cultura, negócios e relações internacionais no Japão Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação, Sérgio Mahoe - Divulgação , Marcelo Watanabe – Arquivo pessoal E mbora distante da repercussão que se vê por aqui, o aniversário de 100 anos de imigração começa a ter visibilidade no Japão. Mais de uma centena de atividades e eventos alusivos acontecem no arquipélago durante 2008. As atrações vão das tradicionais festas regadas à samba, passando por encontros comerciais até shows com estrelas da música. Parte significativa das atividades será encabeçada pela massa de 300 mil brasileiros que reside no Japão. A programação estará concentrada em cidades com grande presença dos chamados dekasseguis, como a capital Tóquio, Nagóia, Oizumi e Hamamatsu. Essa última, por sinal, já começou a festejar. Conhecida como a mais brasileira das cidades nipônicas – comunidade com cerca de 20 mil pessoas -, deu início às celebrações de forma antecipada. O ponto de partida aconteceu em setembro último, com a realização do Festival de Samba – Dia do Brasil. Durante o ano, acontecem ainda exposições de artes, campeonatos de caratê e futsal, desfile de escola de samba e uma feira de lazer e negócios. O ponto alto será o festival das pipas na praia de Copacabana, no dia 24 de junho, para o qual será enviada uma comitiva de 100 membros. De acordo com a embaixada brasileira, que organiza mais de uma centena de eventos, está em estudo um projeto que prevê shows com nomes consagrados da MPB, como Paulinho da Viola, Caetano Veloso e Gilberto Gil, durante um mês. Empresas de grande porte, como JAL, Vale do Rio Doce, Petrobras, Toshiba e Ajinomoto, já anunciaram investimentos para ligar seus nomes ao Ano do Centenário. “No Japão, a intenção é mostrar aos japoneses aspectos do Brasil que eles ainda desconhecem e, principalmente, incentivar o respeito e o reconhecimento aos brasileiros que aqui residem e trabalham”, destacou em artigo recente, publicado pelo jornal International Press, o embaixador em Tóquio André Amado. NATIVOS - Em sua tradicional mensagem de aniversário, em outubro último, a imperatriz Michiko confirmou a vinda do príncipe Naruhito ao Brasil para junho. Aproveitou a ocasião para ma -nifestar o desejo de que os nikkeis sejam bem acolhidos. “Hoje, mais de 300 mil latinoamericanos vivem no Japão. Espero que eles possam superar as dificuldades de viver tão O tradicional festival de pipas em Hamamatsu, que deve enviar um comitê de 100 membros para acompanhar o que será realizado em Coapacabana e sejam bem-vindos pela sociedade japonesa, da mesma forma como nossos emigrantes foram acolhidos em seus países”, afirmou. As declarações da casa imperial surtiram efeito, e várias iniciativas começaram a pipocar no arquipélago. As 4,8 milhões de moedas comemorativas de 500 ienes, nas quais estão estampadas flores de cerejeira e café, já estão sendo confeccionadas em Osaka. “Hoje, mais de 300 mil latinoamericanos vivem no Japão. Espero que eles possam superar as dificuldades de viver tão longe de suas famílias e sejam bemvindos pela sociedade japonesa” O correio também deve entrar na onda. Os primeiros selos personalizados circulam em breve. Mesmo as empresas têm aproveitado para lucrar com o centenário. Recentemente, a produtora de café Key Coffe lançou uma linha com grãos colhidos nas fazendas onde viveram os primeiros imigrantes no Brasil. O nome de uma das variedades homenageia o navio pioneiro Kasato Maru. CHANCE – Pelo viés político, as autoridades querem aproveitar o bom ambiente proporcionado pelo ano festivo para incrementar as relações. Após duas décadas de estagnação, por conta da hiperinflação de um lado, e da bolha econômica do outro, o intercâmbio bilateral tem sido reativado. A adoção pelos brasileiros do sistema digital japonês é considerada um marco da retomada das relações. Há interesses comuns também no campo da diplomacia. Ambos os países pleiteiam, junto com Índia e Alemanha, vagas de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. No final de 2007, em entrevista à revista econômica Keizaikai, o chanceler Celso Amorim resumiu as diretrizes da agenda para 2008. “O Brasil precisa de bons parceiros internacionais e acredito ser possível trabalhar com o Japão em áreas de tecnologia avançada, como biocombustíveis, televisão digital e informática. Em todas essas áreas, a iniciativa de nossos chefes de governo tem sido significativa. Em segundo lugar, está a presença da comunidade nikkei no Brasil. Não vou mencionar nomes específicos, mas vários nikkeis talentosos e esforçados destacam-se nos mais diversos campos. Eles constituem uma das bases do desenvolvimento e da prosperidade da sociedade brasileira de hoje. Mas também especial capa 23 existe outra realidade, a dos brasileiros que estão neste momento trabalhando e vivendo no Japão. Assim, no ano de intercâmbio, devemos ir além dos aspectos político, econômico e cultural e trabalharmos igualmente para que a comunidade brasileira no Japão receba o apoio educacional e legal necessário. Faço votos de que o lado japonês tome medidas, por exemplo, em previdência social, ensino de idiomas e regime de vistos”, disse. A JORNADA CENTENÁRIA DE MAHOE Brasileiro homenageia antepassados com viagem de Kobe a Santos de jetski T al qual os japoneses a bordo do navio Kasato Maru há 100 anos, Sérgio Mahoe passará boa parte de 2008 em companhia da imensidão dos mares. No ano mais significativo da história dos nipo-brasileiros, o aventureiro sairá do porto de Kobe, provavelmente em 28 de abril, em direção a Santos, com um detalhe: fará o trajeto de jetski. A viagem, batizada de Jornada Centenária, é a forma que o nikkei radicado no Japão encontrou para honrar a memória dos antepassados. “A idéia é prestar homenagem aos imigrantes japoneses de uma maneira original, com a mesma coragem que tiveram aqueles que atravessaram o oceano para tentar uma vida melhor do outro lado do mundo”, explica Mahoe. O itinerário será diferente em relação ao do Kasato Maru, que fez escalas em Cingapura e África do Sul para, em seguida, atravessar o Atlântico rumo ao sudeste brasileiro. Mahoe sairá da mesma Kobe, porém optou pela gelada rota pelo Pacífico Norte – Hokkaido, extremo oriente da Rússia, Alasca, Canadá, Estados Unidos, México e canal do Panamá para, finalmente, percorrer a costa leste até chegar à Baixada Santista. “Não sei dizer exatamente o que o projeto vai significar para a minha vida, mas tenho certeza de que para o novo centenário e para a história da imigração japonesa ao Brasil será de grande importância”, destaca. Ele fará a viagem de 45 mil quilômetros acompanhado do espanhol Álvaro de Marichalar, detentor de 10 recordes mundiais de travessia marítima. Após a chegada, prevista para outubro a dezembro, Mahoe deve doar o jetski ao Museu Histórico da Imigração Japonesa, em São Paulo, e visitar várias associações nipo-brasileiras. Essa, porém, não é sua primeira aventura. Em 2002, o brasileiro ficou conhecido por ter saído de moto do Japão, percorrido 28 países até chegar à terra natal. 24 especial capa 20 ANOS DO BOOM DEKASSEGUI O ano de 1988 é bastante representativo para o movimento dekassegui. Muitos considerem 1990 como o início oficial do fenômeno, quando ocorreu a reforma da Lei de Imigração japonesa, permitindo a entrada de nikkeis para suprir a falta de mão-de-obra para trabalhos pesados nas indústrias. Dois anos antes, no entanto, aconteceu a primeira migração maciça de brasileiros, que saltaram de uma população de 4,1 mil para 14,5 mil em apenas 12 meses. O aumento desordenado de trabalhadores ilegais serviu de argumento para as corporações pressionarem o governo a mudar a legislação. Os milhares de nipo-descendentes que fizeram o caminho de volta dos antepassados nas duas décadas posteriores foram fundamentais para a recuperação econômica de um país até então em recessão. Hoje, formam uma comunidade de 302 mil pessoas, algumas das quais pouco dispostas a retornar. Cidades como Hamamatsu, Oizumi e Nagóia são famosas por abrigar grande concentração de brasileiros. Embora uma pequena parcela consiga se estabelecer em ramos menos penosos que o chão de fábrica, a maioria não consegue benefícios básicos, como acesso dos filhos à educação adequada e inclusão no sistema previdenciário local, formando o que os especialistas chamam de “sociedade paralela”. “(O ano do centenário) é uma ótima oportunidade para fazermos uma revisão. Não justifica o fato de existirem milhares de brasileiros em situação não totalmente legal”, argumenta o autor do livro Por que migramos do e para o Japão, Reimei Yoshioka. MSC - MOVIMENTO DOS SEM CENTENÁRIO C omo no Carnaval, há quem nem queira ouvir falar de Ano do Centenário no Japão. Concentrado em poupar o máximo de dinheiro para voltar a Rondônia natal, Marcelo Watanabe, de 23 anos, afirma que as pesadas jornadas de trabalho não o permitem sequer pensar em comemorações. “Não tenho tempo nem pra dormir direito. Isso tudo (as festas) é fachada. A realidade aqui é outra. Tem ainda a discriminação dos japoneses. Esses caras ficam dando festinhas, mas não imaginam como é f... trabalhar aqui”, ataca, para concluir. “Quero só estabilizar a minha vida e, depois, retorno”. especial capa 25 GUIA CENTENÁRIO Conheça algumas das atrações do Ano do Centenário no Japão. A programação completa pode ser obtida no site da embaixada (http://www.brasemb.or.jp/portugues/). Brazilian Day Festivais O governo brasileiro, a Petrobras, o Banco do Brasil e a Rede Globo estão envolvidos no projeto de um dia de festas no parque Yoyogi, coração de Tóquio. Por lá, atrações culturais lembrando o Brasil e a presença de centenas de nipo-brasileiros, bem como a própria população japonesa farão parte da festividade. Ainda não há confirmação de data, mas deve ser em setembro. Para abrilhantar a comemoração, uma das bandas cotadas para se apresentar é o Olodum. Festival Centenário da Emigração no Brasil, em Kobe - 5 a 27 de abril Palco especial no Meriken Park, em Hyogo - 28 de abril JC Creation Brasil Festa, em Yokohama - 26 e 27 de abril. Summer Beach House no Centenário, em Fujisawa - julho Espetáculo de samba AESA, em Tóquio - 27 de abril Museu de Arte Contemporânea de Tókyo Considerado um dos maiores voltado à arte contemporânea no arquipélago, o Museu de Arte de Tóquio prepara uma programação com vários artistas brasileiros. A principal atividade programada está marcada para outubro, com exposições dos irmãos Fernando e Humberto Campana, Ernesto Neto, Miguel Rio Branco e Daido Moriyama. Mais informações sobre a agenda de evento no site: http://www.mot-art-museum.jp/english/ 26 especial capa Exposição Ayrton Senna Tradicional clube de jazz de Tóquio tem programação repleta de brasileiros. A paulistana radicada nos EUA Eliane Elias canta de 21 a 24 de fevereiro. Fazem parte da trupe tupiniquim que deve se apresentar no local em 2008: Carlos Lyra, Roberto Menescal, Cris Dellano, Marcos Valle, Wanda Sá, João Donato, Joyce, Leila Pinheiro, Ivan Lins, João Bosco, Emilio Santiago, Alcione, Paula Morelembaum, Rosa Passos, Maria Rita. Informações: http://www.bluenote.co.jp/jp/schedule/ Realizada na sede da Honda em Tóquio, a exposição conta, por meio de objetos e equipamentos multimídia, a vida do piloto brasileiro. Em conjunto com a Fundação Ayrton Senna. Business Embaixada A Companhia Limitada Central Trade promove a sexta edição da Expo Business and Service, em Nagóia, de 23 a 25 de maio. A Embaixada do Brasil em Tóquio realiza, em abril, mostra fotográfica sobre o Pantanal. No mesmo mês, começa a exibição da ceramista Kimi Nii, e, em maio, de Silmara Watari. Dança Piano A consagrada dançarina e coreógrafa Deborah Colker leva sua companhia para se apresentar no Kanagawa Kenmin Hall, em Tóquio, nos dias 21 e 22 de junho de 2008. A Orquestra Filarmônica do Japão faz apresentação conjunta com a pianista Cristina Ortiz, no Yokohama Mirato Mirai, em 22 de Novembro. Cinema Literatura O Nipo Cine Brasil (III Mostra ABN Amro de Filmes Brasileiros no Japão) acontece em seis províncias japonesas, entre março e abril. Nesse mês, será realizado em Hamamatsu o Festival de Cinema Brasileiro no Japão, que vai até maio. Em junho, a atração fica por conta do Festival Short Shorts de Cinema, em Shibuya, com exibição de 20 filmes brasileiros. Durante o ano, alguns livros brasileiros serão publicados no Japão, entre os quais o clássico “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis. Serão lançados ainda “No Japão – Impressões da Terra e da Gente”, de Oliveira Lima; “A Carne”, de Júlio Ribeiro; e o infantil “A República das Saúvas”, de Arnaldo Niskier. Foto: André Feltes Blue Note especial capa 27 28 desbravando o japão Nihongo de ohanashi dekimasu ka? A comunidade brasileira no Japão é muito grande e estabilizada. Passadas quase duas décadas do começo do “fenômeno”dekassegui, hoje os brasileiros que vivem aqui tem tudo o que precisam para não sentir falta do Brasil: mercado de produtos brasileiros, bancos, restaurantes, dentre outros estabelecimentos. Dessa forma quem vive no Japão não encontra muitas dificuldades para se adaptar, a não ser que tenha a sorte grande de vir morar em Tomioka. Sim, é exatamente aonde eu vim parar... Tomioka-shi está localizada no finalzinho de Gunma, divisa com Nagano Ken. É uma cidade típica de interior, um lugar pacato (até demais!) que parece não ter acompanhado as evoluções tecnológicas do Japão – para se ter uma idéia, a biblioteca ainda utiliza vídeo cassete e toca fitas. Sua população é composta por milhares de pés de cebolinha e plantações de arroz. Segundo cadastro da prefeitura, há 11 brasileiros na cidade, destes, seis trabalham comigo e os outros quatro devem estar escondidos no meio de algum arrozal, pois ninguém nunca os viu. Após essa breve apresentação do meu habitat atual, já deu pra perceber que a compreensão do idioma japonês é fundamental, certo? Errado! Junto comigo trabalham pessoas “veteranas”, que já estiveram aqui por quase uma década mas mesmo assim não são capazes de entender uma frase sequer em japonês. No início achei estranho, pois ouvindo o idioma durante tanto tempo, achei que aprenderiam “por osmose”. Na prática, se viram mesmo é com o “kore”(isto), seja apontando produtos ou demais situações. Entretanto, mesmo constatando que é possível viver aqui sem entender nem falar nihongo, aconselho que quem tiver idéia de passar um tempo no Japão comece a estudar um pouco o idioma, nem que sejam apenas as frases do dia-a-dia, para não passar sufoco. Os japoneses são muito gentis, mas ficam um pouco intimidados quando a pessoa não tem nenhuma noção de nihongo, Texto e Foto: Fabio Seiti Tikazawa* pois a maioria não fala inglês. Já os que falam têm uma pronúncia complicada de início. Além disso, quem consegue se comunicar aproveita muito mais a estada no país. Claro que algumas gafes e apertos são inevitáveis. Daí, entra em cena a expressão corporal que só nós brasileiros temos. Bem, por hora é isso. Futuramente voltarei com mais alguma história recheadas de gafes e situações cômicas para contar. Minnasan Yoroshiku! Jya mata. *Fabio Seiti Tikazawa é publicitário, aprendiz de dekassegui e está tentando se comunicar em japonês há aproximadamente quatro meses. 29 cidades Caqui e flores em Itapeti Bairro de Mogi das Cruzes prepara festa para mais de 20 mil pessoas M ogi das Cruzes, cidade com grande concentração de nikkeis, já se prepara para a realização de um dos eventos mais tradicionais da região: a Festa do Caqui e das Flores em Itapeti, que neste ano ganha um colorido especial devido às comemorações do centenário. Com o tema “Imigração” em mente, os coordenadores esperam realizar um evento que supere as expectativas. Somente no ano passado, passaram pelo local mais de 20 mil pessoas. “Trata-se de um ano especial para os nipo-brasileiros. Nós, como representantes dos nikkeis em Itapeti, temos a responsabilidade de fazer uma festa bonita para homenagear os 100 anos”, destaca o presidente da Comissão para a Festa do Caqui, Horácio Endo, acreditando em inovações para atrair um público recorde. “Por ser 2008, temos em mente uma decoração que realmente destaque a força dos descendentes na região.” E os planos dos organizadores não estão modestos. Nessa edição, serão 100 produtores de caqui e outros 170 de flores. Somente do bairro, estarão presentes mais de 60 produtores. Para os consumidores, àqueles que apreciam a fruta e variedade de flores, trata-se de um verdadeiro oásis. “É uma festa tradicional dentro do município. Temos, inclusive, caravanas de São Paulo e cidades vizinhas presentes”, destaca Endo. Texto: Redação | Fotos: Divulgação Na parte de ações culturais, a Festa do Caqui também contará com atrações variadas. No dia 15, quem animará o público é a cantora Karen Ito. Já no dia 16, é a vez de Joe Hirata subir no palco para interpretar clássicos do sertanejo e músicas japonesas. Além dos dois, exibições de danças típicas e de taikô também estão confirmadas. Na hora que a fome apertar, uma praça de alimentação estará à disposição dos presentes. Para a prefeitura de Mogi das Cruzes, o evento é uma oportunidade de divulgar ainda mais o turismo rural. Segundo o prefeito Junji Abe, eventos como esse valorizam a riqueza cultural e rural da cidade. “Eventos desse porte são muito importantes para a cidade, já que divulgam o nosso potencial produtivo, atraem turistas que consomem os produtos locais e, mais do que isso, se transformam em verdadeiras rodas de negócio, despertando o interesse de empresários do setor”, acentua o prefeito nikkei. Ao público interessado em conferir de perto a Festa do Caqui e das Flores, que neste ano ganha também a denominação de “1ª Festa Agrícola”, o evento acontece nos dias 14, 15 e 16 de março na sede da Associação Cultural Agrícola do Itapeti (Estrada do Taboão Lambari , Km 25, Bairro do Itapeti - Mogi das Cruzes / SP). O preço do ingresso é de R$ 6,00 (antecipado) e R$ 8,00 (no dia). Mais informações pelo tel: 11- 4727-7593. Estacionamento gratuito. 30 animê Naruto - O sucesso do momento no SBT Texto: Daniela Giovanniello – redatora do Portal OhaYO! “ Naruto” é uma série de mangá criada por Masashi Kishimoto que foi publicada na revista semanal “Shonen Jump” a partir de 1999. Depois disso, ganhou uma adaptação para a TV como animê em 2002, produzida pelo “Studio Pierrot” e exibida pela “TV Tokyo”. No Brasil, a série começou a ser exibida em primeiro de janeiro de 2007 no canal a cabo “Cartoon Network” e na TV aberta, a série está sendo exibida pelo SBT, como o carro chefe e grande sucesso das manhãs do “Bom Dia e Cia”. O animê foi dublado no estúdio Dublart em São Paulo e tem no elenco: Úrsula Bezerra (Goku Criança de “Dragon Ball GT”) como Naruto e Tatiane Keplermaier (Catherine Bloom de “Gundam Wing”) como Sakura. A história de Naruto O animê conta a história de um menino chamado Uzumaki Naruto, uma criança que vive na Vila da Folha Oculta (uma vila ninja) do País do Fogo. Quando era bebê, Naruto teve um monstro aprisionado dentro de si e desde então, o garoto é visto por muitas pessoas como um monstro por todos. Incompreendido, Naruto sonha em se tornar um ninja poderoso e quer ser nomeado Hokage, para assim desfazer o “mal entendido”. E para isso, ele entra na Academia Ninja, onde sofre com as notas baixas, porém tem a ajuda de seu amigo Umino Iruka. Finalmente o garoto consegue se tornar Genin e a partir daí passa a ser ensinado pelo Jounin Hatake Kakashi e forma um trio com seus colegas, Haruno Sakura e Uchiha Sasuke. A trama passa a mostrar as missões que Naruto e seus colegas devem cumprir até o Exame Chunnin, que recrutará (os que passarem) para o segundo nível ninja. Todo Ninja tem um nível de graduação pelo qual se avalia a força e a habilidade que ele possui, existindo claro algumas poucas exceções. São vários os níveis existentes: os estudantes da academia (Shinobis), os Genins, os Chunnins e os Jounins. Os estudantes da academia (Shinobis) são os mais fracos e na academia vão ter a base de o que é realmente ser um ninja ainda não podem fazer missões e na maior parte são crianças. Os Genins são os Shinobi já graduados na academia ninja e normalmente são formados grupos de três Genins para serem treinados por um Jounin que lhe passa missões a serem cumpridas, mesmo que sejam fáceis. animê Os Chunnins são selecionados depois do Exame Chunnin, quando o Genin é avaliado por sua força e inteligência, passando, eles são qualificados para liderar um grupo de Genins durante as missões extracurriculares. E por último, temos os Jounins que são os Chuunins que possuem uma inteligência e uma força extraordinária e são promovidos. Este é um nível ninja muito alto, todos os Jounins são enviados para as missões mais difíceis. Outros dubladores brasileiros: Sasuke: Robson Kumode Kakashi: Élcio Sodré Rock Lee: Thiago Keplmair Gaara: Yuri Chesman Neji: Michel de Fiori Hinata: Flávia Narciso Serviço: De segunda a sexta, a partir das 09 horas no Programa Bom Dia e Cia, no SBT. DVDs já à venda nas maiores lojas. Distribuição - Playarte. 31 32 eventos Shinenkai Santa Catarina Miss Centenário Texto: Redação | Fotos: Kendi Yamai O Miss Nikkei Santa Catarina foi um verdadeiro sucesso. A grande vencedora foi Natalia Eymi Fujimura, de 19 anos, que conquistou jurados e platéia com simpatia e beleza. Em segundo lugar ficou Letícia Santos Fukushima, seguida por Sílvia Nanami Gondo. Entre as personalidades ilustres, compareceram ao evento lideranças da comunidade como cônsul Soichi Sato. Segundo a campeã, faturar a faixa tem um grande peso: representar o Estado no concurso geral, na qual estarão presentes outras escolhidas dos Estados brasileiros. Estudante de Turismo, a jovem nikkei quer mesmo, além de participar do concurso geral, terminar a graduação. Já seguir a vida de modelo, por enquanto, está fora de cogitação. A Texto e Fotos: Redação Sakura Corporate comemorou no dia 23 de janeiro o Shinenkai. Empresa de viagens com serviços voltados ao mercado de business travel do Ocidente e Oriente, a Sakura conta com apoio e parceiros da comunidade nipo-brasileira. Os convidados foram recepcionados no Blue Tree Towers Faria Lima, em São Paulo. E, de quebra, participaram de um coquetel, além de ouvirem explicações de clientes e parceiros. Ao final, um show animou os presentes. A agência de Turismo Sakura Ltda. está no mercado de turismo desde 1 de abril de 1975. Os primeiros serviços prestados foram no segmento de viagens rodoviárias e depois, com o notório crescimento na área de turismo, em 1990, a empresa tornou-se uma agência filiada a Iata (International Air Transport Association) em que passou a comercializar também passagens aéreas internacionais e nacionais. Em 1994, a Sakura Tur foi nomeada Agente Geral da Varig. Em 2007, a Sakura Tur entrou em um novo segmento do turismo e criou a Sakura Corporate, que tem como foco principal o mercado de Corporate Travel ocidental e oriental. 33 eventos 51 mil pessoas no Anime Dreams 2008 Texto: David Denis Lobão e Felipe Marcos – editores do portal www.ohayo.com.br | Foto: Remy - Cosplayers.net C om o slogan “Cinco anos realizando sonhos”, o evento Anime Dreams comemorou seu quinto aniversário com a marca de mais de 51 mil pessoas presentes, considerando os quatro dias da convenção. O Anime Dreams 2008 ocorreu entre os dias 24 e 27 de janeiro na universidade Unicsul, em São Paulo. No evento ocorreram as finais de dois importantes concursos internacionais: A final do BigOne (Sul-Americano de Pump) e do Yamato Cosplay Cup (competição internacional de cosplay). Como foram as decisões você sabe em detalhes nas seções game e cosplay desta edição da Revista Mundo OK. Mas não é só de Pump e Cosplay que foi feito o Anime Dreams, o evento contou com mais de 50 estandes de venda e exposição de produtos, mais de 20 salas temáticas e de exibições, além do show de oito bandas brasileiras. Além disto tudo, o Fanzine Expo, maior feira de fanzines do país, reuniu 45 artistas com mais de 100 trabalhos diferentes. Outra grande atração foi a entrega do Prêmio Anime Dreams, com o Oscar da Dublagem honorário pelo conjunto da obra para a dubladora Zodja Pereira, pelo seu trabalho com seriados japoneses nos anos 80 e 90. Concursos culturais Concursos culturais também ocorreram durante os quatro dias da Convenção. Confira abaixo os vencedores do Anime Dreams 2008 Ilustração CG – Yasmin Ayumi Matsumoto Livre – Erica Yumi Nagoi Preto e Branco – Thaís Erre Felix Yaoi/Yuri – Jéssica Paaoin Hung Animekê Iniciante – Isabella “Isa” A* – Carol “Nina” Especial* – Eduardo Costa Grupos e Duplas – Caio “Tsubasa” e Joyce “Minako” *Os dois animekeiros foram classificados para o Animekê Show Cosplay Desfile – Daniela Takahashi Livre Individual – Elvi José Stofella Neto Grupo Livre – Ratatouille (Chris e Ricardo) Grupo Tradicional – Final Fantasy 8 (Diversos) Tradicional Masculino – Gabriel Niemietz Tradicional Feminino – Daniela Takahashi* *A cosplayer foi classificada para a final brasileira do YCC 2008 Circuito Cosplay – Lorem “Lola”, assumiu a liderança da competição, seguida por Lucyana Reimão. Roteiro Tradicional – Rodolfo Santos Yaoi – Gabriel Souza Estrela 34 tokusatsu O que é SUPER SENTAI? Conheça a história dos esquadrões de super-herois japoneses Texto:Daniel Verna e Eugenio Furbeta – do portal www.tokusatsu.com.br | S Fotos: Divulgação / Reprodução | Fonte de consultas: Wikipedia uper Sentai é uma franquia japonesa de séries de televisão no ar desde 1975, com uma série diferente por ano. A premissa básica é a de um grupo de geralmente cinco heróis que ganham poderes especiais, usam roupas cada um de uma determinada cor, e possuem um arsenal incluindo ‘mechas’ (robôs gigantes), para combater ameaças alienígenas ou da própria Terra. As duas primeiras séries, Himitsu Sentai Goranger e JAKQ Dengeki Tai foram criadas pelo á Shôtarô Ishinomori (que também foi o criador do Kamen Rider). A partir da terceira série, Battle Fever J, de 1979, Ishinomori abandona o projeto, que marca a primeira vez em que o termo Super Sentai foi utilizado, pelo fato de o grupo possuir um robô gigante. A partir da quarta série, Denshi Sentai Denjiman, os uniformes passaram a ser padronizados, todos os integrantes possuíam roupas com os mesmo detalhes e ornamentos, mudando apenas as cores. Em 1993, usando o material de Kyouryuu Sentai Zyuranger, a produtora americana Saban lançou a série Mighty Morphin Power Rangers, uma adaptação do estilo Super Sentai para o público americano. No Brasil, foram exibidas as séries, Dengeki Sentai Changeman, Chou Shin Sei Flashman, Hikari Sentai Maskman e Dai Sentai Goggle Five. As séries foram ao ar em diversas emissoras: TV Manchete, Gazeta, CNT, Record, e Bandeirantes. Enjin Sentai Go-Onger – O Super Sentai de 2008 A 32º série de Super Sentai chama-se Enjin Sentai Go-Onger. Ela foi exibida pela TV Asahi no bloco Super Hero Time junto com o Kamen Rider Kiva (que vocês conheceram na Mundo OK 2). Esta serie tem como tema carros e animais e estreou dia 17 de fevereiro no Japão. Os personagens principais da série são: Sosuke Esumi (Go-On Red - Águia e Carro de Corrida), Renn Kosaka (Go-On Blue - Leão e Ônibus), Saki Royama (Go-On Yellow - Urso e RV), Hant Jo (Go-On Green - Orca e Motocicleta), Gunpei Ishihara (Go-On Black - Cachorro Alemão e Carro de Policia) Desta vez, a temática abordada será a respeito dos Enjin’s, uma espécie de carros que tem personalidade própria, bem ao estilo de Bakuryuu Sentai Abaranger (2003), onde cada Dinossauro (Bakuryuu) tinha sua voz e vontade própria. Go-Onger, é uma série que aborda a ecologia, conscientizando sobre o Aquecimento Global, assunto tratado em três de cada dois países atualmente, visando o futuro do planeta Terra. 35 36 mangá Tarot Café é sucesso mundial D Texto: Túlipe Helena – redatora do Portal OhaYO! epois do lançamento na Coréia do Sul, “Tarot Café”, é publicado em mais de 15 países, dentre eles o Brasil. “Tarot Café” é a primeira publicação em parceria das editoras NewPOP e Lumus. O HQ é obra de Sang-Sun Park, e foi muito elogiado pelo seu estilo. Ele é conhecido como um “manhwas”, um quadrinho coreano, que tem como plano de fundo o uso de cartas de tarô e símbolos da mitologia ocidental. A autora de “Tarot Café” é formada em design pela universidade de Kookmim e iniciou sua carreira 1997, com “Broken Toy”. Na sua lista de trabalhos estão: “Requiem of the Soul”, “Lost Wings”, “Ark Angels” e “Les Bijoux”. A história de “Tarot Café” é protagonizada por Pamela, a proprietária de uma cafeteria. O seu estabelecimento atende jovens que vivem problemas distintos. Além de atendê-los, Pamela mostra sua habilidade nas cartas de Tarot como cartomante. Na maioria das vezes, os jovens sofrem com relacionamentos amorosos e conflitos internos. O objetivo de Pamela é auxiliar para que eles encontrem os seus caminhos. De forma estranha, à meia-noite outro público freqüenta o local. A previsão é que serão sete edições com 176 páginas repletas de mistérios, fadas, vampiros e até lobisomem, antes que a trama chegue ao seu desfecho. O título é voltado para garotas adolescentes, mas pode ser apreciado por todos os públicos. “Tarot Café” tem publicação mensal no Brasil. 37 j-music X JAPAN: A Banda ícone do J-Rock nos anos 90 está de volta Toshi “ Yoshiki Bem, indo direto ao assunto... Nós tocaremos agora em março, no Tokyo Dome... Como X JAPAN”, com essas palavras postadas em seu blog, o baterista e líder Yoshiki oficializou o que milhões de fãs pelo mundo aguardavam há tanto tempo: depois de 10 anos sem subir aos palcos, o grupo X JAPAN está retornando à atividade. Desde 31 de dezembro de 1997, quando o X JAPAN terminou oficialmente sua carreira com o show The Last Live, era aguardada uma ressurreição da banda, mesmo depois da trágica morte do guitarrista Hide (que artisticamente assinava com o h em minúsculo), em maio de 1998. Formada no início dos anos 80, primeiramente com o nome Noise, depois sendo rebatizada como X e enfim adotando seu nome final, X JAPAN, a banda gravou cinco álbuns em estúdio, entre eles Art of Life, que tem apenas uma música, de 29 minutos. Na primeira fase de sua carreira, a banda foi uma das grandes responsáveis pelo início do Visual Kei. Em suas apresentações, YOSHIKI, Hide, Toshi, Pata e Heath usavam figurinos bem exóticos, que envolviam desde perucas coloridas até peças únicas de roupas em couro. Texto: Leandro Cruz e Henrique Duarte | Fotos: Divulgação Heath Pata O retorno do X JAPAN já era aguardado desde o ano passado, quando em outubro de 2007, é anunciado o lançamento de uma música inédita da banda. “I.V.” estaria inclusa na trilha sonora do filme “Jogos Mortais IV”. A escolha do nome para a música é um tema muito polêmico entre os fãs da banda. O videoclipe de “I.V.” foi gravado no dia 22 de outubro, na região de Odaiba, em Tokyo. Durante o processo de gravação, milhares de fãs se reuniram para verem novamente o X JAPAN na ativa. No fim do mês de janeiro, o X JAPAN anunciou outras novidades relacionadas ao seu retorno aos palcos. Além de lançar “I.V.” para venda através da loja virtual iTunes em 23 países, um DVD-BOX inédito é anunciado para o fim de fevereiro, com o nome “X JAPAN RETURNS”. Mas a grande novidade são os dois shows (mencionados por Yoshiki em seu blog) nos dias 28 e 30 de março, no Tokyo Dome. Todos os ingressos já estão esgotados. No entanto, em sua última postagem até o momento, o líder do X JAPAN já anunciou que há a possibilidade da banda sair em turnê fora do Japão, pela primeira vez na história. Vamos aguardar novidades sobre a banda para o segundo semestre de 2008. 38 multimídia Festival no CCBB apresenta os 20 filmes japoneses mais representativos Clássicos como Onibaba, a Mulher Diaba e Kwaidan serão reprisados pela primeira vez no Brasil Mostra exibe clássicos como O túmulo do Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação Q sol, de Nagisa Oshima uem já gosta ou quer conhecer melhor, não pode deixar de passar pelo Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo (SP), entre 20 de fevereiro e 9 de março. No local serão exibidos o que o curador André Sturm considera os 20 títulos mais representativos da sétima arte nipônica. Do mestre Akira Kurosawa, passando pelos polêmicos Shohei Imamura e Kaneto Shindo, até o pop Juzo Itami, de Tampopo, os paulistanos terão uma oportunidade rara de assistir na telona tantas preciosidades reunidas em um só evento. A programação (conferir em breve no site do CCBB) tem início com Coral de Tóquio, de Yasujiro Ozu, e encerra com a animação O Castelo Animado, de Hayao Miyazaki. A mostra é organizada pela Fundação Japão. Bate-papo com Jo Takahashi O diretor de arte e cultura da Fundação Japão fala sobre o festival A mostra é bem completa. Já houve no Brasil festivais do gênero tão abrangente? A Fundação Japão tem trabalhado com mostras temáticas, como A Mulher no Cinema Japonês, ou retrospectivas de diretores - Kenji Mizuguchi, Yasujiro Ozu -, ou ainda a grande mostra sobre a nouvelle vague japonesa. Esta é mais panorâmica. Atinge oito décadas e não está presa a orientações temáticas. Como foi o processo de selação dos filmes? O conceito era atender a uma velha demanda de críticos e especialistas em cinema, trazendo os clássicos japoneses que marcaram época no Brasil. Onibaba, a Mulher Diaba, A Mulher das Dunas e Kwaidan foram os filmes mais pedidos e que nunca foram reprisados. A geração que hoje tem 40 anos, por exemplo, não conhece esses filmes. Os que têm mais de 50 anos certamente irão se lembrar como estes clássicos foram importantes para a compreensão do cinema japonês aqui. Por razões econômicas, reduzimos os filmes trazidos do Japão. Serão dez que vêm do exterior. Para esta operação a Fundação Japão investiu cerca de US$ 15 mil. Tivemos a colaboração de uma curadoria brasileira para a seleção dos filmes. Teremos outras mostras como essa durante o ano? Quais? Um projeto ambicioso acontece em junho, durante a Semana da Cultura. Trata-se de uma mostra de TV de alta definição, com programas realizados e exibidos nesse formato, só que projetados em tela de cinema. Acompanha uma exposição da história dos equipamentos de TV até a alta definição. É um projeto arrojado porque faz retrospectiva de uma tecnologia que ainda está por chegar ao Brasil. Qual a expectativa da Fundação quanto à presença do público, divulgação e receptividade, não só por parte dos nikkeis, como também pelos não-nikkeis? Esperamos apresentar um amplo panorama da história do cinema japonês, que perpassa desde o cinema mudo de Ozu, a nouvelle vague, as grandes produções, a vanguarda e até o cinema dito mais popular e comercial, independente do perfil étnico do público. Relíquias da mostra Coral de Tóquio (Tokyo no gassho) , Yasujiro Ozu, 1931, P&B, 90 min / A Luta Solitária (Shizukanaru ketto) ,Akira Kurosawa, 1949, Cor, 95 min / Era Uma Vez em Tóquio (Tokyo monogatari) , Yasujiro Ozu, 1953, P&B, 135 min / A Música de Gion (Gion bayashi) , Kenji Mizoguchi, 1953, Cor, 85 min / Sublime Dedicação (Nijushi no hitomi) , Keisuke Kinoshita, 1954, P&B, 155 min / Paixão Juvenil (Kurutta kajitsu) , Ko Nakahira, 1956, P&B, 86 min / A Ilha Nua (Hadaka no shima), Kaneto Shindo, 1960, P&B, 95 min / O Túmulo do Sol (Taiyo no hakaba) , Nagisa Oshima, 1960, Cor, 88 min / Mulher de Areia (Suna no onna), Hiroshi Teshigawara, 1964, P&B, 122 min / Onibaba, a Mulher Diaba (Onibaba), Kaneto Shindo, 1964, P&B, 100 min / As Quatro Faces do Medo (Kaidan), Masaki Kobayashi, 1964, Cor, 163 min / Dois na Sombra / Nuvens Dispersas (Midare gumo), Mikio Naruse, 1967, Cor, 108 min / Castelo de Areia (Suna no utsuwa), Yoshitaro Nomura, 1974, Cor, 143 min / Tampopo – Os Brutos também Comem Spaghetti (Tampopo) , Juzo Itami, 1985, Cor, 104 min / Yumeji (Yumeji), Seijun Suzuki, 1991, Cor, 128 min / Gonin (Gonin), Takashi Ishii, 1995, Cor, 109 min / Tokyo Porrada (Tokyo Fist), Shin’ya Tsukamoto, 1995, Cor, 87 min / A Enguia (Unagi), Shohei Imamura, 1997, Cor, 117 min / Tabu (Gohatto), Nagisa Oshima, 2000, Cor, 113 min / O Castelo Animado (Hauru no ugoku shiro), Hayao Miyazaki, 2004, Cor, 119 min espetáculos Teatro de marionetes Grupo de 370 anos mostra peças clássicas em turnê por quatro cidades Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação / Fundação Japão F undada na época em que Tóquio era chamada de Edo, em 1635, a companhia de teatro de marionetes Yukiza realiza turnê inédita pelo Brasil. Os shows, organizados pela Fundação Japão, começam no dia 15 de fevereiro, em Santos. Depois, a trupe segue para Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo (ver Programação). Liderado por Magosaburo XII, o grupo irá apresentar duas peças clássicas. A primeira, Shinpan Utazaimon – Nozakimura no Dan (A Vila Nozaki), narra a história de duas mulheres apaixonadas pelo mesmo homem. A outra, Watanabe-no-Genji-Tsuna, conta a saga do demônio que retorna para recuperar o braço perdido em batalha contra um líder guerreiro de Quioto. Os bonecos têm cerca de 60 centímetros, mas há exceções, como o Issunboshi (O menino polegar). Cada um é formado por quatro partes – rosto, tronco, braços e pernas -, e manipulados por meio de 20 fios. Para movimentá-los com perfeição é exigido muito treino e técnica. A companhia foi criada por Yuki Magosaburo. Começou com interpretações de sutras budistas acompanhadas de narrativa e shamisen (instrumento de corda típico). É o único grupo do gênero nomeado Patrimônio Cultural Intangível do Governo Metropolitano da capital japonesa. Sucesso em todo o mundo, o Yukiza já conquistou o prestigiado Festival Internacional de Teatro de Belgrado, em 1986, pela adaptação de Macbeth, de Shakespeare. Programação Marionetes do grupo de teatro Yukiza em cena Santos 14 e 15 de fevereiro, 20h30 Sesc Santos: R. Cons. Ribas, 136 (13) 3278-9800 Rio de Janeiro 19 e 20 de fevereiro, 19h Teatro Sesi: R. Graça Aranha, 1 (21) 2563-4163 www.sesi.org.br Brasília 22 de fevereiro, 14h (workshop) 23 e 24 de fevereiro, 20h e 18h Teatro Funarte Plínio Marcos: Eixo Monumental Setor de Divulgação Cultural Lote 2 (61) 3322-2077 www.funarte.gov.br São Paulo 26 de fevereiro, 14h (workshop) 27 de fevereiro, 21h; 28 de fevereiro, 17h e 21h Sesc Consolação: R. Dr. Vila Nova, 245 (11) 3234-3000 / 0800 118220 www.sescsp.org.br/sesc 39 40 comunidade Comunidade chinesa em festa Festa do Ano Novo Chinês atrai multidão para Liberdade J aneiro, em geral, é um mês praticamente parado em São Paulo. Seja pelas férias escolares ou devido à época de viagens, a cidade fica carente de eventos representativos. Entretanto, o panorama mudou, especialmente no bairro da Liberdade. Nos dias 26 e 27 do mês passado, a região, acostumada com os festejos típicos dos japoneses, deu espaço para o Ano Novo Chinês, evento que, a exemplo das duas edições anteriores, atraiu uma verdadeira multidão interessada em conferir de perto a beleza da arte chinesa e, claro, as guloseimas servidas como em todo bom festival oriental. Assim como os eventos típicos do bairro, o Ano Novo Chinês (Xin Nian Kuai Le) trouxe para o bairro cores, beleza e plasticidade para todos os gostos. Aos amantes dos esportes, academias se encarregaram de entreter o público com demonstrações de artes marciais. Já os mais religiosos puderam conferir cultos ecumênicos e cerimônias das prosperidades. Quem gosta mesmo é de arte e espetáculo, a opção foi conferir de perto a caligrafia chinesa com o professor Liao, entre outras demonstrações. Um dos destaques foi a passagem do dragão chinês. Percorrendo a rua Galvão Bueno, a apresentação chamou a atenção tanto de quem estava lá para conferir as atrações quanto àqueles que se preocupavam mais com as compras nas mercearias e mini-shoppings. “Com certeza os chineses estão de parabéns. A Liberdade é um bairro oriental e com uma forte presença de japoneses, coreanos e chineses. Vim aqui com minha família para experimentar os pratos e ver de perto a tão famosa dança do dragão. Não me decepcionei”, disse a produtora de moda Olívia Silva. Assim como citado pela visitante, o festival do ano do Rato reuniu milhares de pessoas oriundas das mais diversas partes de São Paulo. E, como de costume, a programação fez questão de salientar a importância da união dos povos, seja japonês, coreano ou chinês. “Acho que esse é o segredo. Aqui vemos todos em harmonia, há espaço para todos os tipos de raça. Não é uma festa somente para chineses”, afirma a comerciante Neusa Nomura, que parou para olhar a decoração especial e luxuosa do palco e dos postes da Liberdade. Inserido dentro do calendário oficial dos eventos no município, a Festa contou com a presença de autoridades e lideranças. Como de costume, o prefeito Gilberto Kassab esteve presente e mostrou sua simpatia pela comunidade chinesa. No palco, citou a força dos comerciantes e a harmonia dentro do evento. “Realmente, a comunidade chinesa só tem melhorado”, disse durante o discurso. Para o público, um evento que já está inserido na agenda. Para os organizadores, a prova de que os chineses estão com tudo em 2008. Que venha o próximo Ano Novo. Texto: Redação | Fotos: William Lee/ Divulgação click 41 42 variedades Tikara e Keika nos festejos dos 100 anos Mascotes do centenário são apresentadas ao público S egundo Maurício de Sousa, idealizador da Turma da Mônica, a composição de um novo personagem nunca é fácil. Imagine, então, bolar uma mascote para uma data tão especial para os nipo-brasileiros, o centenário da imigração. Pois foi o que ele fez. Em tempo recorde, o ilustrador criou um desenho para ilustrar as comemorações e, de quebra, fazer parte da trupe liderada pela “baixinha, gorducha e dentuça”. Batizado de “Tikara” – que significa força, vigor e energia –, o personagem reúne o que podemos chamar de integração entre Brasil e Japão: olhos puxados, quimono, tem cabelo espetado (a exemplo da juventude brasileira) e usa brinco na orelha esquerda. Para completar, traz na mão as bandeiras dos dois países. “Acho que consegui sintetizar bem a união entre os dois povos”, diz o criador. A criação e layout vieram de casa. Mauricio explicou que o personagem foi elaborado em conjunto com sua esposa Alice Takeda. A inspiração? Um dos filhos do casal. “Será muito bom conviver com esse novo personagem, que vai levar os costumes, os hábitos e a ética da cultura japonesa para as historinhas da Turma da Mônica”, ressalta. E a primeira aparição não poderia ter sido melhor, pois no dia 17 de janeiro aconteceu a cerimônia de abertura oficial do Ano do Intercâmbio BrasilJapão, em Brasília. Por lá, Tikara foi recebido pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, afinal de contas, por que o nome “Tikara”? Segundo Sousa, “procuramos evitar nomes próprios, e escolher uma palavra japonesa com significado forte e sílabas marcantes, para caracterizar o personagem”. Além dele Texto: Redação | Desenho: Divulgação e de sua esposa, participaram da votação representantes da Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Agora, a idéia é inserir o personagem nos próximos meses nas histórias da Turma da Mônica. Se tudo correr bem, Tikara estará em breve aprontando com Cebolinha, Cascão e cia. Resta saber se ele puxará o lado mais japonês e se manterá discreto. Ou, como diz o próprio nome, será mais um para avacalhar e bolar planos infalíveis contra a “golducha”. Keika – Além de Tikara, Maurício de Sousa aproveitou os lançamentos oficiais do Centenário para surpreender, ao apresentar outra personagem: Keika. A “estréia” aconteceu durante a cerimônia no dia 13 de fevereiro no Palácio dos Bandeirantes. Na ocasião, o ilustrador mostrou a novidade para o governador José Serra e autoridades. O nome tem o seguinte significado: “aquele que acrescenta bravura, pureza,integridade e honestidade”. Keika e Tikara serão utilizados nos cartazes e materiais de divulgação dos eventos comemorativos e também deverão ser incorporados às histórias da Turma da Mônica. Já houve, inclusive, interesse do Governo Japonês em também utilizá-los. Assim como com Tikara – que se parece com um de seus filhos – Sousa trabalhou em parceria com sua mulher, Alice Takeda, para compor a nova personagem. “O Tikara precisava de uma ‘companheirinha’. Portanto, resolvemos criar um personagem feminino, mas delicado e trazendo, assim como o menino, características nipo-brasileiras”, explicou Sousa. Agora, ele pretende continuar criando uma espécie de “família” para os dois. “Vai ter até um ‘cachorrinho’”, brinca. 43 44
Documentos relacionados
São Paulo sedia a maior celebração à amizade entre o Oriente e o
Daniela Giovanniello, David Denis Lobão, Túlipe Helena e Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel ...
Leia maisespecial capa - Revista Mundo OK
Marcos, Fernando Ávila de Lima, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bi...
Leia maisespecial capa - Revista Mundo OK
Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel ...
Leia mais