Setembro Vermelho

Transcrição

Setembro Vermelho
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ANO X - Nº 4 - OUTUBRO/DEZEMBRO 2015
Setembro Vermelho
Lições que salvam vidas
• Entrevista
• Destaque
Medicina comportamental com
Dr. Mauricio Wajngarten
OMS reconhece doenças cardiovasculares
como primeira demanda para cuidados
paliativos no mundo
Sumário
4
Editorial
5
Editorial
6
8
Luiz Aparecido Bortolotto
Francisco Antonio Helfenstein Fonseca
Entrevista
Medicina comportamental com
Dr. Mauricio Wajngarten
Highlights
Setembro Vermelho - Lições que
salvam vidas
10
Destaque
14
Turismo
17
18
19
Inglês para médicos
OMS reconhece doenças cardiovasculares
como primeira demanda para cuidados
paliativos no mundo
Destino de férias - Ilhas paradisíacas
Regionais
Agenda
8
10
14
Editorial
DIRETORIA DA SOCESP BIÊNIO 2014/2015
Presidente
Francisco Antonio Helfenstein Fonseca
Caros leitores e sócios da SOCESP
Vice Presidente
Rui Fernando Ramos
Primeiro Secretário
Luciano Ferreira Drager
Segundo Secretário
Guilherme Drummond Fenelon
Primeiro Tesoureiro
Ibraim Masciarelli Pinto
Segundo Tesoureiro
Rui Manuel dos Santos Povoa
Diretor Científico
Raul Dias dos Santos Filho
Diretor de Publicações
Luiz Aparecido Bortolotto
Diretor de Regionais
Celso Amodeo
Diretor de Promoção e Pesquisa
Ricardo Pavanello
Diretor de Tecnologia da Informação
Juan Yugar Toledo
Diretor de Qualidade Assistencial
Jose Francisco Kerr Saraiva
Diretor do Centro de Emergências
Agnaldo Pispico
Coordenadores de Pesquisa
José Luiz Aziz
Andrei Carvalho Sposito
Coordenador de Eventos
Hermes Toros Xavier
Coordenador de Políticas de Saúde
Walter Jose Gomes
Coordenador de Estudos Epidemiológicos
Otávio Berwanger
Coordenador de Hands On
João Fernando Monteiro Ferreira
SOCESP em Destaque é editado trimestralmente
pela Diretoria de Publicações da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo, Avenida
Paulista, 2.073 – Horsa I, 15º andar, cj. 1.512,
São Paulo/SP CEP 01311-300.
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Jornalista responsável
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Atha Comunicação e Editora
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Impressão: Duograf
Tiragem: 6.255 exemplares
O conteúdo dos artigos dessa publicação é de responsabilidade de seus
autores, suas opiniões apresentadas não refletem necessariamente a opinião
desta publicação. Toda correspondência deve ser enviada para Atha Comunicação e Editora, à R. Machado Bittencourt, 190 - 4º andar, São Paulo/SP,
CEP: 04044-000. [email protected]
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Neste último número de 2015, destacamos importantes reportagens palpitantes que abordam temas que têm se tornado cada vez mais importantes
em nosso dia-a-dia, mas ainda não têm merecido a
atenção que deveriam. Por isso, o SOCESP em destaque traz para a discussão os temas da Cardiologia
Comportamental e dos Cuidados Paliativos em Cardiologia. O envelhecimento da população, aliado às
formas mais graves da doença cardíaca nos levam
a ter que lidar com a proximidade da morte e também com a qualidade de vida de nosso paciente,
que muitas vezes deixamos de lado, pois ficamos
demasiadamente concentrados no foco científico
baseado nas evidências. São reportagens feitas com
especialistas experientes nas áreas e que devem estimular a nossa reflexão.
Além disso, apresentamos os resultados de
uma ação importante da SOCESP no alerta das
doenças cardíacas para a população, com ampla
divulgação na mídia que foi o Setembro Vermelho.
Esta ação é uma, entre várias importantes ações
que a atual diretoria da SOCESP tem desenvolvido junto à população.
Aproveito a oportunidade para fazer um breve
balanço de minha participação neste período em
que ocupei a função de Diretor de Publicações da
SOCESP, onde junto com outros membros da Diretoria, procuramos trazer inovações no modo de
transmitir assuntos importantes relacionados à Cardiologia e também divulgando as diferentes ações
da SOCESP em todo o Estado. Além disso, trouxemos modernização a esta divulgação pelo SOCESP
em destaque, mas principalmente uma nova dimensão da Revista da SOCESP, com revisões de referência em áreas da Cardiologia onde muitas novidades ocorreram nos últimos anos, visando também a
maior indexação da revista. Não poderia deixar de
agradecer o pessoal da Atha Editora que muito contribuiu para estas transformações.
Agradeço a todos pelo apoio durante estes dois
anos, e desejo a Dra. Maria Cristina Izar, que assumirá as publicações da SOCESP nos próximos dois
anos, um grande sucesso.
Luiz Aparecido Bortolotto
Editor-chefe
Editorial
A SOCESP atual olhando para o futuro
No primeiro trimestre de 2014 pesquisamos as tendências de mortalidade cardiovascular em nosso Estado e verificamos
apenas mínimas modificações nas taxas de morte por acidente vascular encefálico, doença isquêmica do coração ou insuficiência
cardíaca, na última década. Observamos que o infarto foi a principal causa de morte, principalmente devido a sua alta incidência
nas grandes cidades e municípios vizinhos. Nos municípios pequenos, principalmente de menor índice de desenvolvimento humano, predominaram as mortes por acidente vascular encefálico e insuficiência cardíaca. Com base nestes achados, passamos a
desenvolver programas que vão além do nosso congresso e do curso de reciclagem, pois nossa leitura foi a de que precisaríamos
levar o conhecimento além dos nossos associados e congressistas, uma vez que dentre os principais objetivos de nossa sociedade
está a diminuição da doença cardiovascular.
Por meio de webmeetings, atingindo 645 municípios do Estado de São Paulo, passamos a realizar reunião mensal durante a jornada de trabalho das unidades públicas de saúde, possibilitando que especialistas levassem o conhecimento para médicos e profissionais
de saúde, envolvendo diversos temas de interesse do dia-a-dia destes profissionais, respondendo a perguntas e disponibilizando em
nosso site as aulas e provas para obtenção de qualificação em programas como tabagismo, diabetes, insuficiência cardíaca, hipertensão
arterial, acidente vascular cerebral, emergências e urgências, avaliações perioperatórias, interações farmacológicas, cardiogeriatria,
entre muitos outros. Em paralelo, passamos a disponibilizar, em nosso site, ferramentas como calculadoras de risco para tromboembolismo, avaliações perioperatórias, estimativas de função renal, interações farmacocinéticas, etc., para auxílio à melhor prática médica.
Disponibilizamos, em nosso site, programa especial para leigos, incluindo a edição de livro sobre infarto do miocárdio e o caminho
para uma plena recuperação “Uma estranha manhã”, onde alertamos o leigo sobre os sintomas típicos do infarto e ressaltamos os
principais aspectos relativos a procedimentos e estratégias de acompanhamento para melhor adesão e conhecimento dos pacientes.
Durante o congresso Socesp 2015, fizemos o lançamento da nova edição do Tratado SOCESP, uma obra muito elogiada e fruto do
alto nível acadêmico de seus colaboradores.
Com base nos dados obtidos durante o ano de 2014, delineamos o projeto EPICO (Estudo Populacional de Informações da
COmunidade), destinado a compreensão das razões de distanciamento da medicina baseada em evidências, por meio da integração
de dados, utilizando-se de agentes comunitários da saúde dos municípios do Estado de São Paulo. Para o projeto piloto obtivemos os
recursos financeiros necessários e pleno apoio das secretarias de saúde dos municípios envolvidos e já se encontra em pleno desenvolvimento, com questionário padronizado, dados clínicos e amostras biológicas, dentro do cronograma estabelecido. Durante o primeiro
semestre de 2015 já teremos dados de vários municípios, envolvendo milhares de pacientes, permitindo a obtenção de dados não
apenas de prevalência de fatores de risco, mas do seu controle e estratégias utilizadas nas comunidades. A partir desta primeira onda
do projeto EPICO será possível testarmos estratégias custo efetivas em conjunto com governos municipais, sorteando-se núcleos
populacionais para intervenção que serão comparados com núcleos populacionais controles. Esta segunda onda será fundamental, e
mostrando-se efetiva, permitirá a adoção de intervenções ampliadas em nosso Estado ou mesmo para implementação em todo o país.
Em nosso congresso, buscamos trazer inovações e aprimoramento de programas bem sucedidos. Assim, criamos a Arena
Socesp, para apresentações de programas variados como “Heart Team”, “Ciladas do ECG”, “Ciladas do Ecocardiograma”, “Tribunal
do CRM”, competições entre escolas médicas, entre outros. Criamos também, pela primeira vez em nosso país, sessões especiais
“Late-Breaking Clinical Trials”, para que nossos melhores trabalhos científicos nacionais e contribuições internacionais inéditas, sejam
examinadas por debates de elevado nível científico. Duas conferências magnas proferidas por eminentes cardiologistas do Brasil e
exterior também passaram a fazer parte de nosso congresso, e em 2016 teremos importantes inovações em relação à apresentação de
temas livres, para valorização de nossos mais promissores e talentosos pesquisadores. Desde 2014, nossos associados que compareceram ao congresso possuem livre acesso a todas as aulas de nosso congresso, contribuindo assim para que o abrangente programa de
nosso congresso anual, bem como de nosso curso de reciclagem e fóruns, em suas diferentes áreas, possa ser acessado ao longo do ano.
Os Fóruns de Capacitação, fundamentados a partir de ensinamentos dos programas SAVIC e ACLS, em nove áreas da cardiologia, permitiram maior interação com as 18 regionais, trazendo programas inovadores, progressivamente aprimorados e que
também foram disponibilizados em nosso site.
Finalmente, com responsável equilíbrio financeiro, ampliamos nosso patrimônio, adquirindo neste biênio duas novas salas em
nossa sede, destinadas aos estudos PINNACLE e EPICO, bem como a melhor adequação de sistemas informatizados e administrativos.
Todos estes programas somente foram possíveis devido ao dinamismo, dedicação e experiência da diretoria da Socesp, seus
departamentos, regionais e funcionários, que mantiveram ao longo destes dois anos, elevado espírito empreendedor e de idealismo. Na verdade, uma estrutura que se aprimora ano após ano, com as contribuições de todas as diretorias passadas.
Em nome de todos diretores e funcionários, agradeço profundamente a oportunidade de conduzirmos juntos esta grande sociedade científica, desejando ao Dr. Ibraim Maschiarelli Pinto e sua diretoria um sucesso ainda maior.
Francisco Antonio Helfenstein Fonseca
Presidente SOCESP (2014/2015)
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
Entrevista
Medicina
comportamental
Dr. Mauricio Wajngarten
Professor Livre-Docente e Professor Colaborador da Disciplina de Cardiopneumologia da Faculdade
de Medicina da USP. Primeiro Presidente do Departamento de Cardiogeriatria e do Grupo de Estudos
em Cardiologia Comportamental da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
O que é e quando surgiu a medicina
comportamental?
Medicina comportamental é um campo interdisciplinar da
medicina e ciências do comportamento voltado para o desenvolvimento e integração dos conhecimentos das ciências biológicas,
psicológicas e sociais relevantes para o reconhecimento e controle do processo saúde - doença. Essa expressão é frequentemente
usada, erroneamente, como sinônimo da psicologia da saúde.
Abrange as ciências comportamentais, psicossociais e biomédicas, bem como a aplicação do conhecimento e das técnicas
para a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação.
Áreas de pesquisa e atuação da medicina comportamental
incluem saúde dos adolescentes, envelhecimento, ansiedade,
artrite, asma, câncer, doença cardiovascular, saúde das crianças,
dor crônica, fibrose cística, depressão, diabetes, dor, distúrbios
alimentares, saúde ambiental, incontinência urinária, insônia,
doenças sexualmente transmissíveis, medicina esportiva, abuso
de substâncias (álcool, tabaco e outras drogas) e saúde da mulher.
As mudanças no comportamento e estilo de vida podem melhorar a saúde, prevenir doenças e reduzir os sintomas da doença.
Mais de 25 anos de pesquisas aliadas à prática clínica e intervenções
de base comunitária no domínio da medicina comportamental
mostraram que as mudanças comportamentais podem promover melhora física e emocional, bem como do estado de saúde,
autocuidado e capacidade de viver com doença crônica. As intervenções comportamentais também podem aumentar a eficácia
das intervenções médicas, reduzir a hiperutilização do sistema de
saúde e os custos.
A Society of Behavioral Medicine (USA) aponta o ano de
1955 como marco do início da medicina comportamental quando o National Institute of Health concedeu a primeira outorga
de apoio para estudo sobre perfil psicológico em pacientes com
doença coronária e hipertensão.
Quando foi criado o grupo de estudos
em Cardiologia Comportamental na
Sociedade Brasileira de Cardiologia e qual
sua importância?
O grupo foi criado em 2014, como parte do Departamento
de Clinica (DCC).
Ao longo da última década, estudos sobre fatores de risco psicossociais e comportamentais para doença coronária têm
aumentado exponencialmente. Porém, a integração da cardiologia comportamental na prática clínica persiste como um grande desafio. Para superar esse desafio é necessário aumentar a
conscientização sobre a influência dos fatores de risco psicossociais; superar as barreiras artificiais entre os fatores de risco
convencionais e psicossociais; desenvolver novas intervenções
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
custo-efetivas, usando moderna tecnologia como internet e
aplicativos móveis, aconselhamento em grupo de cuidados diferenciados em gestão comportamental; reconhecer que não há
fórmulas mágicas para aplicação generalizada e que as intervenções comportamentais são multidisciplinares.
Qual a importância do tema para o
paciente?
Nos últimos anos, a denominação “Cardiologia comportamental” tem sido utilizada para definir uma nova fronteira de
atuação da Cardiologia.
A atuação abrange: relação entre saúde mental e cardiovascular, influência de fatores psicossociais sobre incidência, diagnóstico e prognóstico das doenças cardiovasculares, bem como
os aspectos comportamentais dos pacientes que influenciam a
adesão às recomendações médicas.
Cada um destes fatores existe ao longo de um continuum,
variando de fatores positivos, que promovem saúde, a fatores negativos que vão aumentar a vulnerabilidade à doença.
Frequentemente, vários deles coexistem. Por exemplo, sujeitos ou populações de baixa condição socioeconômica e / ou
com estresse crônico têm mais probabilidade de apresentar
depressão, hostilidade e isolamento social. Por outro lado, as
doenças cardiovasculares podem fragilizar o indivíduo e desencadear distúrbios como depressão e ansiedade, criando um
ciclo pernicioso.
Qual a aplicação prática do conceito
atualmente? ​
Segundo Rozanski, a cardiologia comportamental se aplica
através de técnicas educacionais, motivacionais e de apoio em
cinco domínios:
• Comportamentos em saúde física que abrange nutrição, tabagismo, atividade física e controle do peso;
• Emoções disfuncionais que incluem ansiedade, depressão,
pessimismo, raiva e hostilidade;
•Stress crônico situacional ou percebido;
• Senso de objetivo de vida insuficiente;
• Isolamento social.
A mudança de comportamento é um processo complexo,
envolvendo aspectos individuais, culturais, ambientais, entre
outros. Desse modo, é fundamental adotar estratégias simples
e efetivas. Entretanto, há evidências limitadas para determinar
quais são as intervenções mais eficazes para grupos específicos
quanto à idade, gênero e nível socioeconômico, por exemplo.
Em indivíduos que apresentam alto risco de doença cardiovascular são indicadas intervenções multimodais, integrando
educação sobre estilo de vida saudável e recursos médicos, atividade física, controle do stress e aconselhamento sobre fatores
de risco psicossociais. Pessoas de nível socioeconômico baixo e
de idade avançada podem precisar de programas individualizados para atender suas necessidades específicas de informação e
apoio emocional.
Sempre que possível, o atendimento multimodal deve ser
feito com médicos, enfermeiros, psicólogos e especialistas em
nutrição, reabilitação cardíaca, e medicina esportiva.
As diretrizes europeias de prevenção recomendam
“Dez passos estratégicos” para melhorar o aconselhamento para mudanças comportamentais:
1. Desenvolver uma aliança terapêutica.
2. Priorizar o aconselhamento dos pacientes em situação
de risco ou com doença cardiovascular.
3. Ajudar as pessoas a compreenderem a relação entre
comportamento e saúde.
4. Auxiliar as pessoas a avaliarem as barreiras que se entrepõem à mudança de comportamento.
5. Buscar conquistar o comprometimento dos indivíduos
para promover a mudança de comportamento.
6. Identificar e selecionar os fatores de risco a serem modificados em conjunto com os pacientes.
7. Combinar estratégias, incluindo o reforço da capacidade
individual para a mudança.
8. Traçar um planejamento para a transformação do estilo
de vida.
9. Envolver a equipe de saúde, sempre que possível.
10. Monitorar o progresso durante todo o processo.
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
Highlights
Setembro
Vermelho
Lições que salvam vidas
Em 29 de setembro, Dia Mundial do Coração, a
SOCESP transformou o Conjunto Nacional, na Avenida
Paulista, em palco de treinamento em massa em ressuscitação cardiopulmonar. O evento foi gratuito e aberto
para toda a população.
Idosos, jovens e até crianças rumaram para o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, na manhã do último dia 29 de setembro, para participar de mais uma iniciativa da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo, que está cada vez mais empenhada em disseminar conhecimentos sobre primeiros socorros: uma aula-mutirão de ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
Utilizando bonecos feitos de material reciclável, que têm
uma garrafa PET vazia e cheia de ar fazendo às vezes de tórax
humano, os “alunos” aprenderam a abordar uma vítima desacordada, a acionar o devido socorro profissional e a realizar as
compressões torácicas que podem evitar a morte de quem está
sofrendo uma parada cardiorrespiratória.
A ação da SOCESP foi objeto de intenção da imprensa,
chegando inclusive ao Jornal Nacional. Além de sua relevância
para a saúde da população, pois cada minuto perdido na prestação de socorro a uma pessoa infartada significa menos 10%
de chances de sobrevivência, o mutirão também chama atenção
pela originalidade do boneco utilizado no treinamento.
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
O “Guizinho”
Os bonecos usualmente empregados em treinamentos
como este custam caro – na faixa de 100 dólares cada um – e podem ser usados até seis vezes, no máximo. Para viabilizar treinamentos em massa, o “Guizinho” é a solução ideal. O manequim tem este apelido em homenagem ao seu criador, o médico
cardiologista Agnaldo Pispico. Basicamente, trata-se de um artefato feito com uma garrafa PET tampada e cheia de ar – cuja
pressão fica idêntica ao do tórax de uma pessoa –, juntamente
com outros materiais reciclados, que são usados para encher
uma camiseta (o “invólucro do corpo” do boneco).
Testes realizados com estudantes em uma escola de Araras
(SP) mostraram que o treino feito com o “Guizinho” é tão eficaz quanto os manequins desenhados para esse fim. Além dessa
experiência, outras ações baseadas na aplicação do boneco também estão sendo monitoradas, a fim de se obter um reconhecimento científico consistente acerca da eficácia do artefato.
“Baratear e facilitar o acesso da população às técnicas de
RCP é fundamental”, analisa Agnaldo Pispico, idealizador do
manequim de PET e integrante da diretoria da SOCESP.
Contexto do treinamento
O Dia Mundial do Coração, comemorado em 29 de setembro, foi instituído pela UNESCO com o intuito de chamar
a atenção da população para a importância da prevenção das
doenças cardiovasculares.
Em 2015, pela primeira vez, a SOCESP decidiu unir forças
com o Instituto Lado a Lado pela Vida, que promove campanhas voltadas à conscientização sobre câncer de mama, de próstata e doenças do coração, para realizar o Setembro Vermelho,
com ações em diversas cidades paulistas.
A SOCESP não
concentrou esforços
somente na cidade de
São Paulo. Suas
regionais, espalhadas
pelo interior do Estado,
também tiveram
iniciativas correlatas
Anualmente, o Instituto promove, no decorrer do mês específico, dezenas de ações nos estádios de futebol e nas estradas
de São Paulo e Rio de Janeiro. Há distribuição de panfletos em
parques e praças, palestras em empresas, hospitais e locais com
grande circulação de pessoas, aulas de exercícios físicos e eventos para aferição de pressão arterial e medição da circunferência
da cintura.
A SOCESP não concentrou esforços somente na cidade de
São Paulo. Suas regionais, espalhadas pelo interior do Estado,
também tiveram iniciativas correlatas.
Em São José do Rio Preto, sob a coordenação da médica
Maria Helena Sardilli, o treinamento em massa para quase duas
centenas de pessoas aconteceu no dia 26, sábado que antecedeu
ao Dia Mundial do Coração. Na mesma data, o cardiologista
Péricles Salmazo, presidente da Regional da SOCESP em Sorocaba, orquestrou treinamento para cerca de 400 participantes
em uma escola daquele Município.
Na cidade de Santo André, onde a Regional da SOCESP é
presidida pelo médico cardiologista Rogério Krakauer, o mutirão de RCP aconteceu no dia 25, das 9 às 11 horas, na Faculdade
de Medicina da Fundação Santo André.
Já em Marília, a estratégia do presidente da Regional, Dr.
Alexandre Rodrigues, para disseminar os conhecimentos sobre a massagem cardíaca entre a população consistiu em mostrar a
técnica em um programa da TV Marília (canal 4 na TV local),
com reprises ao longo de alguns dias.
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
Destaque
OMS
reconhece doenças cardiovasculares
como primeira demanda para
cuidados paliativos no mundo
Dos mantos das cruzadas que protegiam os cavaleiros das
intempéries de uma aventura desconhecida, do mau tempo e
da dor, originou-se a palavra Pallium – proteção, acolhimento.
A origem etimológica de uma palavra que se entrelaça a hospice no francês, que veio do latim Hospitium-hospedaria, hotel
de onde nasce o prefixo de hospital, hospício, tal qual é hoje,
permeando a relação entre alguém que precisa de cuidados e
alguém que cuida em um ambiente acolhedor e de proteção.
A hospedaria era um alento ao cansaço no final de uma longa e
exaustiva jornada percorrida por terrenos tortuosos e inóspitos
dos que ousavam peregrinar.
Os cuidados paliativos carregam história no conceito e na
sua prática. Prática que tomou forma com a fundação de Saint
Christopher’s Hospice, na Inglaterra, em meandros de 1967
pela obstinada enfermeira, assistente social e médica Cicely
Saunders. Para Cicely Saunders assistir aos pacientes era uma
prática necessária que transcendia sua atuação como assistente social, foi assim que decidiu cursar enfermagem, e futuramente, sem conseguir receitar medicações que amenizassem
a dor e consequentemente o sofrimento, concluiu sua terceira
formação em medicina. Consagrou-se como ícone da medicina
paliativa, disseminando um atendimento multiprofissional que
mantinha a proximidade com a família. Da equipe faziam parte
além de médicos, enfermeiros, psicólogos e ainda sacerdotes
que ofereciam assistência espiritual ao doente. Esse procedimento deu fôlego aos cuidados paliativos, trazendo o conceito
de que é preciso gozar de dias de serenidade e ternura durante
toda a vida, até o momento da morte.
Trata-se do modo como o médico atua no sentido de diminuir
o sofrimento físico do paciente, otimizando sua qualidade de vida
através do controle dos sintomas físicos, emocionais, mentais, sociais e até espirituais. Entra-se, dessa forma, no chamado período
de cuidados paliativos, em que há evidências de progressão de
doença ameaçadora da vida, para a qual a terapia aplicada pode
eventualmente aumentar a sobrevida de maneira efetiva, mas
Não dá mais para a
Sociedade e os cardiologistas
não olharem para esse
cenário e entenderem que,
definitivamente, a medicina
paliativa faz parte do
trabalho deles. Está na hora
do cardio acordar
não erradicar a doença. A literatura médica afirma que essa é a
parte principal dos cuidados paliativos, e diz respeito ao modo
como o paciente é tratado em todas as fases do processo.
Na história ou na medicina a transformação de paradigmas
exige um esforço inevitável e tremendo para continuar a evolução. O que Cicely Saunders plantou há 50 anos reverbera hoje.
Ou não? Se já temos uma conquista, um ícone, uma avanço para
a ciência da saúde, porque vamos insistir em continuar a mudar?
A Organização Mundial da Saúde - OMS lançou uma nova
edição do Atlas Global de Cuidados Paliativos e nele as doenças
cardiovasculares são reconhecidas como a primeira demanda
para cuidados paliativos no mundo. Sim, antes do câncer.
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
“Ao cuidar de uma doença, você pode ganhar ou perder.
Ao cuidar de uma pessoa, você sempre ganha.”
Hunter Doherty
“Apesar de a cardiopatia ser a primeira causa reconhecida
pela OMS em necessidade de cuidados paliativos no mundo, a
medicina paliativa não é reconhecida como uma área básica da
cardiologia. Não dá mais para a Sociedade e os cardiologistas não
olharem para esse cenário e entenderem que, definitivamente, a
medicina paliativa faz parte do trabalho deles. Está na hora do
cardio acordar para a necessidade desse conhecimento.” Revela
Dr. Ricardo Tavares de Carvalho. Médico cardiologista, intensivista com área de atuação em medicina paliativa; doutor em Medicina pela FMUSP; diretor científico da Academia Nacional de
Cuidados Paliativos (ANCP 2014-2015); coordenador do Núcleo
de Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP).
Quando diversas especialidades lidam com determinado
tema, ele se trona uma área de atuação, ainda não é considerada
uma especialidade, mas é o caminho para esse fim. O Conselho Regional de Medicina juntamente com a Associação Médica Brasileira reconheceram a medicina paliativa como área de
atuação, e enviaram uma carta para todas as especialidades solicitando que aquelas relacionadas com o tema reconhecessem
a medicina paliativa como uma área básica de atuação. As especialidades que hoje a reconhecem são: geriatria, clínica médica, pediatria, medicina de família e comunidade, oncologia,
anestesiologia, terapia intensiva, cirurgia de cabeça e pescoço e
atualmente está no processo a neurologia molecular infecciosa.
Mas a cardiologia não integra essa lista.
Para o cardiologista, Dr. Ricardo Tavares um dos motivos
dessa contradição é falta de conhecimento sobre o tema que
gera preconceito entre leigos e profissionais. É comum a associação do atendimento paliativo à terminalidade de vida, porém
a insuficiência cardíaca é uma doença ameaçadora da vida, mas
de evolução longa. A literatura recente tem mostrado que esses
pacientes precisam de cuidados paliativos. Mas a assistência
direcionada a um paciente com 10 anos de vida é diferente daquela preconizada ao paciente com 5 anos de história clínica e
que apresenta algumas limitações, assim como para o paciente
que está na fila de transplante, ou ainda em caso mais extremo
de um indivíduo que tem prognóstico de morrer em uma semana. “As pessoas só pensam na fase terminal, porém são muitos
fatores em termos qualitativos que envolvem equipe multiprofissional, planejamento, controle de sintomas entre outras medidas
que são feitas em todo o percurso da doença. Como podemos
falar em morte para alguém que tem 10 anos de vida ou mais?
Não é nada disso.” Esclarece o especialista.
Os estudos científicos em medicina paliativa estão crescendo significativamente trazendo novos rumos ao modo de tratar pacientes diagnosticados com doença ameaçadora da vida.
“Vem sendo mostrado na literatura médica recente, dos últimos
cinco anos, que a atenção dos cuidados paliativos está focada
na falência de órgão, sai um pouco do foco do câncer e se volta
à insuficiência cardíaca, renal, pulmonar, hepática, etc. Esse é
o grupo de doentes crônicos que passa a ser identificado como
grande beneficiado da prática de cuidados paliativos.”
O índice de morte por
doenças cardíacas é enorme,
não podemos pensar
no fracasso. O médico
chegou ao limite do seu
conhecimento e ponto
Em contraponto, apesar de o cardiologista não reconhecer
os cuidados paliativos como uma necessidade de urgência na
especialidade, a maior parte das intervenções que a especialidade faz a partir de uma doença pode ser considerada paliativa,
porque controla o curso da doença, mas não cura de fato. “Minimizam os sintomas e fazem o paciente viver mais e melhor.”
A paliação do tratamento cardiológico é focada na parte técnica e nos sintomas físicos. Já na estrutura da medicina
paliativa o atendimento multiprofissional integrado aborda a
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
O código de ética já diz:
na doença de evolução
terminal o médico deve fazer
cuidados paliativos. Não é
uma opção é o seu dever. Ou
seja, o código diz: atenda a
essa terminalidade de vida
questão do sofrimento de uma maneira ampla. Incluindo o impacto social e emocional na vida do paciente, e transcende até
mesmo para questões espirituais. É observado que as pessoas
tendem a se tornar mais reflexivas em relação aos seus valores
apresentando preocupações intensas e profundas sobre as pessoas queridas e o legado que será deixado. “Quando nos aproximamos de uma fase terminal a prática se torna muito complexa
do ponto de vista pessoal, e eu digo com muita tranquilidade
que não é para qualquer um. Há pessoas que não tem condições
pessoais de lidar com perda, sofrimento e frustação o tempo
todo.” Diz Dr. Ricardo Tavares.
Um fator que também pode contribuir para esse cenário é
o fato de que o médico associa à morte ao fracasso. Embora o
médico lide todos os dias com a morte, ele é ensinado a curar,
quando deveria ser ensinado a cuidar e entender que o morrer
faz parte da vida.
“O índice de morte por doenças cardíacas é enorme, não
podemos pensar no fracasso. O médico chegou ao limite do
seu conhecimento e ponto. É preciso alcançar a compreensão
de que foi realmente isso que aconteceu: eu dentro do limite
fiz o que a técnica diz que é o melhor a ser feito. E o código
de ética já diz: na doença de evolução terminal o médico deve
fazer cuidados paliativos. Não é uma opção é o seu dever. Ou
seja, o código diz: atenda a essa terminalidade de vida. E você
deve saber que existe um tratamento específico que se chama
cuidados paliativos. Caso não tenha ouvido falar, vá atrás do
conhecimento.” Lembra.
Na faculdade, o médico é ensinado a manter a vida como
um valor supremo e curar a qualquer preço. Assim, muitas
vezes ele é levado a prolongar a vida às custas de um grande
sofrimento para o paciente. Essa questão torna-se mais ampla à
medida que se cria uma cumplicidade entre o médico e a família
do paciente. Assim, a situação se encaminha para o médico, que
se sente angustiado, e os familiares que não sabem como lidar
com a morte iminente. Os dois criam uma espécie de acordo
para que as circunstâncias se mantenham. A família, em função
do apego ao doente, e o médico, por que não compreender a
questão da finitude. Além disso, há o paciente, que não consegue decidir sobre sua própria vida.
Um dos princípios da medicina paliativa é tratar o paciente de maneira única e completa. A prática tem o propósito de
conhecer bem o paciente e permitir que ele seja parte ativa do
processo terapêutico. Na fase mais avançada é importante dar a
oportunidade sobre o conhecimento da doença e deixá-lo manifestar sua autonomia. Há um momento em que ficar internado
na UTI no final da minha vida ou passar por outra cirurgia não
faz mais sentido para o paciente. “A pessoa precisa expressar
seus valores, que é uma situação para qual o médico em geral,
não só o cardiologista, não está muito acostumado. Definitivamente, para esse aspecto a medicina paliativa abre os braços.”
Aceitar a transitoriedade da vida contribui para que haja um
alívio no sofrimento que o morrer costuma proporcionar. Afinal,
não se pode mudar o fato dessa finitude, mas pode-se aprender
a lidar melhor com a ideia.
Dr. Ricardo Tavares defende que no começo ou no meio
da evolução da doença a medicina paliativa não é uma prática
que deve ser exercida por um especialista, porém é essencial o
acompanhamento do especialista na fase extrema da evolução.
Segundo o médico, no fim da vida todo o sofrimento vem à tona
de uma maneira muito complexa, exigindo uma comunicação
“Os grandes homens não são aqueles que resolveram os
problemas, mas aqueles que os descobriram.”
Albert Schweitzer
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
É inegável que a medicina
paliativa já está dentro
da prática e caberia um
departamento dentro
da Sociedade, trabalhar
em conjunto seria uma
satisfação imensa
refinada para abordar de maneira adequada a situação para o
doente e para a família. Até que se alcance esse momento, Dr.
Ricardo Tavares ressalta que o cardiologista, pneumologista,
clínico ou cirurgião devem ser detentores desse conhecimento. “É importante o tema estar na graduação e como campo
de residência minimamente também. Muitas vezes as pessoas
acham que sabem, mas na verdade não tem noção, minimizam
os cuidados paliativos por desconhecimento do que realmente
se trata o conceito que envolve toda essa prática.”
Em convite aberto, Dr. Ricardo Tavares recorre aos
colegas de profissão. “Pela primeira vez, no mês passado
recebi um cardiologista como estágio opcional em medicina paliativa. Eu fiquei contente e gostaria que isso acontecesse mais.”
Como definido em suas palavras, o ‘cardiologista de coração’ inspira um desafio a todos. “É inegável que a medicina
paliativa já está dentro da prática e caberia um departamento dentro da Sociedade. Já estive em congressos da Socesp
abordando a medicina paliativa, é superimportante a cardiologia despertar para esse tema, trabalhar em conjunto seria
uma satisfação imensa.” Transparece o médico.
O Instituto Paliar é uma organização de ensino e consultoria focada no desenvolvimento e capacitação em Cuidados Paliativos e Medicina Paliativa. Desde 2004, dedicase à qualificação de médicos, enfermeiros e profissionais de
saúde por meio de uma série de cursos cuidadosamente elaborados. O Instituto Paliar conta com a sólida experiência
dos seus diretores, todos paliativistas nacionalmente reconhecidos: Dra. Dalva Yukie Matsumoto, Dra. Maria Goretti
Sales Maciel e Dr. Ricardo Tavares de Carvalho.
O corpo docente é formado por uma equipe com
grande experiência profissional em Cuidados Paliativos,
entre eles mestres e doutores. As aulas dos programas
de pós-graduação são todas presenciais e ministradas
de março a dezembro de cada ano, nas dependências do
Centro Universitário São Camilo, no bairro da Pompeia,
em São Paulo, com o qual o Instituto Paliar mantém uma
parceria. Outros cursos de curta duração, oferecidos ao
longo do ano, também são oferecidos no local.
O Instituto Paliar acredita que compete aos profissionais especializados em Cuidados Paliativos o exercício de
uma assistência que tem por base a valorização da dignidade humana e da autonomia do paciente e o repúdio ao
sofrimento. Ao impecável controle de sintomas físicos, em
especial a dor, aliam-se também o alívio do sofrimento psicológico e o apoio social e espiritual a pacientes, familiares
e cuidadores. Os Cuidados Paliativos e a Medicina Paliativa são áreas de conhecimento estruturadas, com protocolos
técnicos e científicos constantemente validados. Nos cursos do Instituto Paliar, o aluno encontra os rigores técnico e científico e a discussão séria sobre os paradigmas da
assistência em saúde, bases da boa formação nestas áreas.
Além das atividades de treinamento e capacitação, o
Instituto Paliar oferece também assessoria para a implantação de serviços de Cuidados Paliativos. Para faculdades,
oferece cursos e consultoria na elaboração de pesquisas,
monografias e artigos científicos. Organiza ainda palestras
em empresas, escolas e entidades de classe para divulgação dos conceitos dos Cuidados Paliativos.
www.paliar.com.br
Dr. Ricardo Tavares de Carvalho iniciou sua residência no InCor - Instituto do Coração do Hospital
das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, trabalhando efetivamente no
hospital desde 1993 e na UTI a partir de 1999. Após anos de prática em UTI cardiológica percebeu que
não dava conta de todo sofrimento dos que acabavam falecendo na UTI. Em meados de 2005, a literatura
médica sobre medicina paliativa era vasta e crescente, entretanto mais voltada para o câncer. Seu interesse
pela medicina paliativa em cardiopatia se estendeu. Em 2010 foi convidado para implantar uma estrutura
de cuidados paliativos no HC como um todo, não só dentro do Incor. Desde então trabalha especificamente com medicina paliativa, atualmente no hospital, no consultório e no Instituto Paliar. Apesar de não se
identificar como percursor da medicina paliativa em cardiopatia no Brasil, pode ser citado como tal, tendo
participado da formação de residentes e pós-graduandos na área.
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Turismo
Mykonos
Destino de férias
Ilhas paradisíacas
Fernando de Noronha
Quem nunca idealizou estar apenas com pessoas amadas
rodeado de águas cristalinas, natureza verde e mar azul, imerso
em muito sol e sossego. Uma ilha paradisíaca é um cenário dos
sonhos. Mas, para acessar esse deslumbre, é preciso um pouco
de coragem e disposição para aventuras, já que em alguns casos, a própria natureza parece querer exclusividade, oferecendo acessos difíceis, e convivência constante com flora e fauna
abundantes em vida. Selecionamos algumas das ilhas mais deslumbrantes do mundo, destinos que pedem uma trégua ao agito
e convidam às esperadas férias.
Fernando de Noronha, o Hawaii brasileiro
O arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco,
é um dos destinos mais paradisíacos do Brasil. A beleza das
águas calmas e transparentes e a riqueza da flora marítima é
comparada a Galápagos, já a semelhança com o Hawaii vem
pela perfeição das temidas ondas que se formam no verão.
A visibilidade de mais de 100 metros de profundidade torna esse ecossistema um dos destinos mais extraordinários do
mundo para mergulho com cilindro e snorkel. São 21 ilhas no
arquipélago para explorar em passeios de barco. Dois lugares
indispensáveis aos olhos são: a Baía dos Golfinhos, que leva o
nome pela presença dos “mamíferos acrobatas” acompanhados
por tartarugas gigantes; e a Baía dos Porcos, perfeita para banho, com o mar calmo e relaxante.
No período de dezembro a março a perfeição das ondas
atrai surfistas do mundo inteiro. Nessa época, conhecida como
mar de dentro, parte do litoral se direciona para o continente,
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SOCESP EM DESTAQUE • OUT/DEZ 2015
O segredo de manter esse
universo quase intocado é
o controle do ingresso de
turistas, só 450 visitantes
podem entrar em Noronha
por dia, desembolsando para
isso a Taxa de Preservação
Ambiental (TPA),
Em Nadi, a paisagem é preservada e relaxante, mas as
opções de lazer são muitas, como rafting, mergulho e trilhas
para cachoeiras. Apesar do turismo intenso e de o inglês ser a
língua oficial, mesmo sob muitos dialetos locais, a cultura da
região está bem preservada. Em Nadi há passeios culturais,
como assistir a danças típicas, visitar vilarejos nativos, e igrejas
para ouvir os corais. Também é possível conhecer algumas tribos de Beqa. Os habitantes da ilha surpreendem ao caminhar
sobre o fogo, a tradição virou atração turística, e habitualmente
é apresentada em shows. Além disso, os fijianos, considerados
o povo mais feliz do mundo recebem os visitantes sempre com
um branco sorriso.
Quem não se recorda do deslumbrante cenário do clássico,
A Lagoa Azul? Viti Levu, o lugar que fez Emmeline e Richard
descobrirem o amor continua atraindo casais em lua-de-mel.
Os hotéis são bem mais calmos e reservados, o clima intimista
é criado pelo baixo número de quartos e pela simpatia dos fijianos, os mais sofisticados estão localizados na Coral Coast, no
sudoeste de Viti Levu.
transformando verdadeiras piscinas naturais, em um temido
e admirado cenário do surf. A face mais radical do esporte se
apresenta nessa paisagem estonteante atraindo grande número
de admiradores, que apreciam o espetáculo da areia. As ondas
podem chegar a cinco metros de altura, por isso é preciso estar
preparado pra cair nesse mar.
A cerca de 500 km de Recife, e a 340 Km de Natal, é possível acessar o arquipélago partindo de avião das duas cidades e desembarcando na ilha principal. Pegar um avião com
destino a Fernando de Noronha pode ser uma viagem rústica.
Boa parte das pousadas não oferece televisão, isso porque casas
transformaram-se em pousadas, são as opções mais econômicas,
e que trazem a oportunidade única de conhecer comunidades
com hábitos singulares e de sentir o clima simples da natureza
selvagem desta região. Para os que não abrem mão do conforto
e do luxo existe infraestrutura, hospedagens luxuosas com quartos equipados por home theater e TV de plasma, sem dúvida o
investimento é bem mais alto.
O segredo de manter esse universo quase intocado é o controle do ingresso de turistas, só 450 visitantes podem entrar em
Noronha por dia, desembolsando para isso a Taxa de Preservação Ambiental (TPA), portanto é imprescindível reservar um
pacote com antecedência.
Fiji, onde mora a felicidade
São 330 ilhas que formam o arquipélago de Fiji, situado no
centro do Pacífico Sul, entre a Austrália e a Nova Zelândia. Se
considerássemos as pequenas ilhotas seriam milhares, mas a contagem baseia-se apenas nos espaços de terra suficientes para a
habitação do homem, visto que algumas são tão pequenas que em
20 minutos é possível dar a volta em todo seu território. A maior
ilha do arquipélago é Viti Levu, onde está a capital, Suva. Apesar
da importância, a cidade não é das mais turísticas, perdendo para
Nadi e para as praias que sediam luxuosos resorts.
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Mykonos, a mais charmosa
Ilhas Maldivas
Mykonos significa magia em grego. O nome atrai, sua beleza encanta. Localizada no mar Egeu esta pequena ilha grega
possui águas cristalinas, temperaturas agradáveis e uma arquitetura charmosíssima, composta por casas caiadas de branco e
azul. Por isso, entre diversos lugares para visitar, Mykonos continua sendo único.
Belos dias podem ser desfrutados. Lazer não vai faltar, existem interessantes tours que enriquecem a visão dos visitantes
sobre a região e sua história, o palco da famosa batalha de Zeus
e os gigantes é uma das faces de Mikonos. Além dos tradicionais
roteiros pela ilha diversos passeios pelo mar mudam a perspectiva de quem se hospeda na cidade. A comida é farta e deliciosa e
o povo encantador. Esportes também trazem vida e agito durante
o verão. Aventureiros investem nos esportes radicais da ilha, que
vão desde a prática de windsurf, aluguel de lanchas e jetskis.
Uma peculiaridade dessa ilha é o famoso Petro, um pelicano que vive pelas ruas fazendo graça para os turistas. Em 1954,
durante uma tempestade o pelicano apareceu na ilha e nunca
mais deixou a região, tornando-se símbolo do lugar. O apego
pelo gracioso animal foi tanto que após sua morte, há alguns
anos, os moradores se mobilizaram para buscar um antecessor
que carrega o mesmo nome.
As Ilhas Maldivas formam um arquipélago, localizado próximo da Índia e do Sri Lanka, no Oceano Índico. Por sua localização geográfica, tornou-se um ponto estratégico na rota dos navegadores em suas cruzadas para o Oriente. Tanto os ingleses, como
os indianos exerceram poderes sobre o governo das Maldivas. A
sua religião, inicialmente budista, foi convertida para o islamismo no início do século XII. Por isso, a culinária com influência
indiana é de dar água na boca, principalmente pela abundância
de peixes, especiarias e temperos.
Até a década de 70 apenas aventureiros chegavam à região, em busca de um dos pontos mais belos
e exóticos do planeta. O turismo nas Maldivas cresceu, mas a
exclusividade e a natureza continuam preservadas. A transparência da água é de impressionar, permite a visualização do fundo
do mar. Da superfície é possível observar dezenas de metros de
profundidade, como se estivesse ao alcance dos pés, para mergulhadores mais ousados arraias, tartarugas e até tubarões-baleia
habitam pontos mais distantes. A religião islâmica não permite a venda de bebidas alcoólicas e a exibição dos ombros e joelhos em algumas de suas cidades principais, como Malé. Este é um dos motivos dos resorts
estarem nas ilhas desabitadas. Nessas ilhas, charmosos hotéis
de lazer abrigam com todo o conforto os turistas, em sua maioria europeus. Uma dica importante é verificar o transporte para
chegar no hotel, todos precisam de um barco ou hidroavião, um
serviço que encarece o passeio, a alternativa é optar pelo resort
que já tenha esse tipo de transporte incluso.
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INGLÊS
PARA MÉDICOS
Ricky Silveira Mello
Traduções e versões, revisão de Medical Papers, aulas de conversação e estrutura gramatical,
tradução de teses.
Mobile: (11)99946 6361
[email protected]
Hello, dear readers,
It is nice to be with you again.
This time I have selected some phrasal verbs which I am sure will help you .
Look after = cuidar de algo ou alguém
Ex: My parents are looking after my sister because she is sick
with the flu.
Take after = puxar alguém, em características físicas ou em
comportamento
Ex: Who do you take after- your father or your mother?
Hold on = esperar um pouquinho. Geralmente usado numa
chamada telefônica pedindo que a pessoa espere um minutinho na linha
Ex: Hold on a minute I have to get my coat.
Ex: Can you hold on, please, I will see if Mr. Brown is free to
take your call.
Turn somebody or something down = rejeitar alguém ou algo
Ex: Why did you turn down the invitation for Mark’s birthday party?
Ex: She keeps inviting me to visit her in new york but I always
turn her down.
Turn down também pode ser usado com reduzir ou abaixar, por
exemplo volume do som ou de luz.
Ex: He turned down the sound on the tv in order to answer
the phone.
Ex: The singer asked for the lights to be turned down low while
she sang.
Find out = descobrir
Ex: You will never find out her secret!
Ex: I don’t know the solution to that problem right now, but I
will find it out for you.
Fill something in ou fill something out = estes dois phrasal
verbs são sinônimos e significam = preencher um formulário
Ex: You have to fill in a registration form before you use the library.
Ex: That tax form is very complicated. Do you need any help
filling it out?
To look forward to = esperar ansiosamente por algo
Ex: She is looking forward to her summer vacation.
Ex: I am looking forward to hearing from you soon.
Wear out = desgastar, cansar
Ex: The kids have worn me out.
Ex: You’ll wear yourself out if you keep on working so hard.
Catch up = alcançar
Ex: You go ahead. I will catch you up in a few minutes.
Ex: The police finally caught up with the car at the traffic lights.
Regards, Ricky.
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Regionais
Regional ABCDM
A Regional ABCDM realizou no Auditório David Uip, em
30 de setembro e 1º de outubro, o II Curso Básico de Eletrocardiografia coordenado pelo Dr. Ricardo Ragognete e Dr. Fabio
José Matheus.
Principais desafios clínicos em Cardiogeriatria foi o tema da palestra do Dr. Jairo Lins Borges promovida pela Regional ABCDM
e seu presidente Rogério Krakauer, em 24 de novembro de 2015.
Regional Araraquara
A Regional Araraquara e seu presidente José Geraldo Bonfá
promoveram uma série de palestras no Hotel Fazenda Salto Grande em outubro. Na programação os cardiologistas acompanharam
os temas: Hipertensão arterial resistente; Novos conceitos terapêuticos ministradas proferida pelo Dr. Fernando Nobre e Dr. Luiz
Bortolotto; Anticoagulação eficaz e segura na prevenção de AVC
na fibrilação atrial que foi ministrada pelo Dr. Elerson Arfelli.
Foi realizado também em outubro importante Fórum Dislipidemias e Aterosclerose para médicos e residentes com os palestrantes Dra. Maria Cristina Izar, Dr. Marcelo Chiara Bertolammi e Dr. José Francisco Saraiva com os temas Estratificação
de risco, Hipercolesterolemia Familiar, Dislipidemias mistas e
Segurança na Prescrição de hipolipemiantes.
médico e residentes. Os palestrantes Dr. Rui Povoa e Dr. Celso
Amodeo fizeram uma análise crítica das diretrizes e abordaram
os temas HAS de difícil controle, HAS secundária e Emergência
hipertensiva. O evento aconteceu dia 6 de outubro no Vitória
Hotel Concept Campinas.
Dr. Luiz Antonio Machado Cesar proferiu interessante palestra sobre o tema DAC - triaterial: o que mudou com as novas
diretrizes durante evento organizado pelo Dr. Aloisio Marchi da
Rocha, presidente da Regional Campinas no dia 10 de novembro no SMCC, no centro de Campinas.
Regional de Franca
Dr. Marcus Vinicius Simões e Dr. Roberto Stirbulov foram
os palestrantes do Simpósio de Cardiopulmonar, promovido pela
Regional de Franca e por seu presidente Luiz Alfredo Patti, no
Centro Médico de Franca no dia 17 de outubro.
Regional Jundiaí
Aconteceu no Hotel Transamérica Jundiaí a palestra do
Dr. Carlos Eduardo Duarte sobre Atualização em arritimias.
O evento foi realizado em 28 de outubro e foi organizado pela
Regional Jundiaí e seu presidente Dr. Luíz Anibal L. Patino.
Regional Araras
Regional de Marília
A Regional de Araras e seu presidente Dr. José Joaquim
F. R. Filho realizaram em 2 de outubro no Carlton Plaza Hotel as palestras: Doença Coronária na Mulher, ministrada pelo
Dr. José Antonio F. Ramirez e Avaliação Pré-operatório pela
Dra. Danielle M. Gualandro.
A convite do Dr. Alexandre Rodrigues, presidente da Regional Marília, Dr. Bruno Carmelli e a Dra. Danielle Gualandro
abordaram o tema Avaliação perioperatória em cirurgia nãocardíacas em palestra que aconteceu na APM Marília no dia
17 de outubro.
Regional Bauru
Regional Sorocaba
Com objetivo de reforçar conceitos e sistematizar o atendimento de pacientes no tratamento das dislipidemias, prevenção
primária da aterosclerose e manuseio de complicações, a Regional Bauru realizou no dia 17 de novembro no Howard Johnson
Hotel Bauru o Fórum Dislipidemias e Aterosclerose. Os palestrantes Dr. Hermes T. Xavier e Dr. Francisco A. H. Fonseca
abordaram os temas Estratificação de risco, Hipercolesterolemia Familiar, Dislipidemias mistas e Segurança na Prescrição
de hipolipemiantes.
Dr. Ibraim Masciarelli Pinto, a convite do Dr. Péricles
Sidnei Salmazo, presidente da Regional Sorocaba, abordou
o importante tema Métodos Complementares no diagnóstico
e manejo da doença coronária durante palestra realizada no
Sorocaba Park Hotel, em 12 de novembro.
Regional Botucatu
Nos dias 7 e 8 de outubro o Anfiteatro Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu sediou o Curso de Atualização
em Cardiologia promovido pela Regional Botucatu - presidente
Dra. Silméia Garcia Zanati.
Regional Campinas
Com o propósito de reforçar conceitos no diagnóstico, tratamento e seguimento em longo prazo do paciente hipertenso,
a Regional Campinas criou o Fórum Hipertensão Arterial para
Regional Presidente Prudente
Médicos cardiologistas e não cardiologistas participaram
do importante Fórum- Dislipidemias e Aterosclerose no dia 1º
de outubro no Aruá Hotel. Bases Fisiológicas da aterosclerose e Diretriz de Aterosclerose esteve entre os temas abordados pelo Dr. Francisco A. H. Fonseca, Dr. Henrique Tria e
Dr. André Faludi.
Regional de São José do Rio Preto
A Regional de São José do Rio Preto e sua presidente
Dra. Maria Helena Mani Dias Sardilli realizaram o 2º Curso
de Eletrocardiograma para clínicos. O curso foi ministrado
durante as quartas feiras dos meses de setembro e outubro no
INCOR de São José do Rio Preto.
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Agenda
2015
2016
DEZEMBRO
JANEIRO
Departamento - Nutrição
Treinamento - ACLS
Regional - ABCDM
Treinamento - ACLS
GENC Hipercolesterolemia e seus desafios na prática
02/12/2015 - São Paulo / SP
Casos clínicos
03/12/2015 - Santo André / SP
Treinamento - PALS
05/12/2015 - 06/12/2015 - São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
ACLS Semanal
08/12/2015 - 09/12/2015 - São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
12/12/2015 - 13/12/2015 - São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
ACLS EP (Experienced Provider)
16/12/2015 - 17/12/2015 - São Paulo / SP
ACLS EP (Experienced Provider)
30/01/2016 - São Paulo / SP
30/01/2016 - 31/01/2016 - São Paulo / SP
Congresso
Aulas XXXVI Congresso da Sociedade de Cardiologia
do Estado de São Paulo
04/06/2015 - 26/05/2016 - São Paulo / SP
MAIO
Congresso
XXXVII Congresso Socesp 2016
26/05/2016 - 28/05/2016 - São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
19/12/2015 - 20/12/2015 - São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
ACLS EP (Experienced Provider)
19/12/2015 - São Paulo / SP
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