SuceSSão Familiar

Transcrição

SuceSSão Familiar
N˚ 11 - ano 04
agosto/2012
A Revista da produção animal
Nutrition for
Tomorrow
Sucessão odoFuturo
alimentar
mundonasmãosde
Familiar famíliasbrasileiras
www.nftalliance.com.br
Quando o assunto é lucratividade e segurança,
confie na marca líder de mercado.
A orientação do Médico Veterinário é fundamental para o correto uso dos medicamentos.
MSD Saúde Animal é a unidade global de negócios de saúde animal da Merck & CO, Inc.
MSD Saúde Animal
0800 70 70 512
www.msd-saude-animal.com.br
índice
4
5
Editorial
eventos
6 | Espaço Carne
Giro na Produção Animal
8 | Prêmio
Nelson Pineda
encerraprogramação
do Circuito Feicorte
NFT 2012
10 | NFT
Training
2012
Gestão
16 | Sucessão Familiar: o Futuro
alimentar do mundo nas mãos de
famílias brasileiras
28 | Cooperjovem
34 |
sucessão: um desafio
de gerações
à frente
Copagril
46 | Produção
brasileira de leite
será recorde em 2012?
15 |
Megaleite
2012
Suinfest
2012
18 | Sucessão: a
difícil quadratura
do círculo!
29 | PROGRAMA
FORMAÇÃO DE
JOVENS LIDERANÇAS
COOPERATIVISTAS
32 | Gestão e
mercado
44 | Incertezas
14 |
36 |
C. Vale
24 | A gestão
antecipa e facilita
a sucessão
30 | CONHECIMENTO
AO ALCANCE DE TODOS
38 |
Cooper
Itaipu
40 |
Famílias que
mudam o mundo
48 | De onde vem a
pressão?
bovinos de leite
52 | Tamponamento
ruminal em vacas
leiteiras
50 | INTERFERÊNCIAS
DA NUTRIÇÃO NOS EFEITOS
FARMACOLÓGICOS DO rBST
considerados no uso
de Proteases para
monogástricos
Zilpaterol
para suínos
78 | problemas
de casco
cooperativismo
Notícias dos parceiros
Tecno Tilápia
COPACOL
82 | Rotavirose
Neonatal e do
Pós-desmame em
Suínos
Alta Gerência e
Empreendedorismo
96 | frigorífico pamplona
88 | copacol
100
Locomoção
aves
66 | Pontos a serem
bovinos de CORTE
60 | Cloridrato de
suínos
70 | Alimentos alternativos
56 | Escore de
101
Notícias dos parceiros
Tiago Arantes, gustavo
costa e cristiano leite na MSD
Saúde Animal
102
agenda
NT
N˚ 11 I ano 04 I Agosto/2012
Expediente
A REVISTA NT é uma publicação
trimestral da Nutrition for Tomorrow
Alliance, distribuída gratuitamente para
a cadeia da produção animal.
Celso Mello
Diretor Presidente da
Nutron Alimentos
Comitê NFT Alliance:
MSD Saúde Animal: Vilson Simon
Nutron Alimentos: Celso Mello
Serrana Nutrição Animal: Thaís Martins
Gestão NFT Alliance:
Alessandro Roppa
Carolina Tanese
Jornalista responsável:
Fernanda Mello
MTB 41.373/SP
Produção:
Júlia Magalhães
Ilustração 3D capa:
Gabriel Muller
Terminado o primeiro semestre e conforme já antecipávamos, a
crise econômica mundial se intensifica e seus reflexos já se fazem sentir
acentuadamente em todo o mundo. A economia brasileira acusa o golpe
e o próprio governo já oficializou redução do PIB para 2012 para algo entre 2,0-2,5%. Sem dúvida o segundo semestre será desafiador.
Em paralelo estamos assistindo a uma escalada dos preços dos principais insumos das rações animais (milho e farelo de soja), como há muito
não se via. O preço da soja “disparou” em função da seca na Argentina e
Sul do Brasil, resultando em quebra da safra esperada em dois dos maiores exportadores mundiais.
No embalo, presenciamos neste exato momento uma forte seca nas
principais regiões produtoras dos Estados Unidos, considerada a pior dos
últimos 25 anos, que está afetando profundamente a produção americana de milho e soja, entre outras culturas. Este fato tem pressionado
fortemente os preços destes ingredientes (e seus sub-produtos), resultando em forte aumento no custo de produção das rações animais, que
infelizmente não deve se alterar durante o segundo semestre.
Neste cenário desafiador, cabe a toda cadeia agropecuária buscar
por alternativas que resultem em ganho de eficiência produtiva. Veja
bem, não estamos falando necessariamente em redução de custos, mas
sim evitar perda de rentabilidade (geração de caixa x despesas). Todos os
fornecedores de insumos devem fazer o seu papel no sentido de ajudar o
produtor neste difícil momento.
Esta 11º edição da revista NFT traz informações que nos auxiliam no
entendimento do dinâmico mercado em que estamos inseridos e cumpre sua missão de ser um difusor de tecnologia e boas práticas para o
agronegócio brasileiro.
Abordamos temas relevantes como sucessão familiar nas propriedades agrícolas e apresentamos um caso de sucesso no segmento de
piscicultura, mais precisamente na COPACOL (Cooperativa Agroindustrial Consolata - Cafelândia-PR). Apresentamos também um resumo das
ações e eventos da NFT Alliance no primeiro semestre deste ano, bem
como a cobertura do Nutrition for Tomorrow Training, realizado no último mês de junho, que abordou a importância do processamento e da
qualidade da dieta no desempenho de aves e suínos.
Boa leitura a todos.
Fotos:
César Machado - Agrostock
Projeto gráfico e diagramação:
Produção Coletiva
www.producaocoletiva.com.br
Impressão:
Silvamarts
Tiragem:
15 mil exemplares
Contato:
[email protected]
A revista em formato eletrônico pode ser
acessada no site www.nftalliance.com.br
Nutrition for Tomorrow Alliance é um
projeto desenvolvido e administrado
pela Nutron Alimentos que reúne
empresas do setor da produção
animal, concentrando o melhor capital
humano e fornecendo conteúdo
técnico para gerar e fortalecer a
sustentabilidade dos clientes.
A REVISTA NT é uma publicação
dirigida a produtores, empresários,
técnicos, pesquisadores e
colaboradores ligados à cadeia de
produção animal. Os artigos assinados
não expressam necessariamente a
opinião da revista. O conteúdo dos
artigos é de responsabilidade dos
autores. Não é permitida a reprodução
parcial ou total das reportagens e dos
artigos publicados sem autorização.
4
NT
Vilson Simon
Diretor Presidente da
MSD Saúde Animal
A pecuária de corte brasileira iniciou uma nova etapa. Após uma longa espera, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
concedeu o registro do uso de beta-agonistas para gado confinado no
Brasil. A MSD Saúde Animal foi a primeira empresa de Sanidade Animal
a obter o registro em bovinos de corte, com o registro do ZILMAX® (cloridrato de zilpaterol). Esse marco representa um novo horizonte para a
pecuária de corte brasileira, que precisa dar um salto em produtividade
para manter e aumentar sua competitividade global.
Agora, o Brasil tem um novo aliado para atender demandas internas
e externas de proteína de origem animal de qualidade, com menor custo
e de modo sustentável. Esse é um dos principais desafios do agronegócio: produzir mais com menos.
Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informam que a população mundial chegará a 9 bilhões em
2050. Só conseguiremos atender a demanda de proteína animal com a
utilização de tecnologias seguras e já estabelecidas no mercado, melhorando a nossa competitividade, sem agredir o meio ambiente. Novas tecnologias permitem utilizar ainda mais a lucratividade dos confinamentos.
Agora, o próximo passo é conquistar a liberação de mais tecnologias
já existentes e disponíveis globalmente, mas ainda restritas ao mercado
brasileiro.
Boa leitura!
shaping tomorrow’s nutrition
A Cargill Company
GIRO
na produção
animal
“Nós sabemos que é impossível impedir a migração do jovem para a cidade. Mas estamos, pelo
menos, cumprindo o papel de orientar. Se o jovem
quer migrar que eles sejam conscientes. E se ele
quer permanecer no campo que eles tenham o
apoio da cooperativa, tenha o apoio dos pais.”
Maritânia Bagnara, da Cooper Alfa em
entrevista sobre sucessão familiar.
“Boi ladeira abaixo, milho ladeira
acima e temos um pessimismo
que não se via há muito tempo. O
reflexo disso certamente aparecerá lá na frente, quando o segundo
turno do confinamento começar
a pipocar.”
Lygia Pimentel, consultora na
Bigma Consultoria e Agrifato.
“A eficiência, da vaca a todos os setores da
fazenda, mais do que nunca será o divisor de
água entre o sucesso e o fracasso das propriedades leiteras neste cenário desafiador
do mercado mundial de comodities.”
Eduardo Vargas, Gerente Nacional
de Negócios de Bovinos de Leite da
Nutron Alimentos.
“O potencial agrícola brasileiro
não é difícil de enxergar. Difícil
mesmo é entenderem que produzir alimentos para 7 bilhões de
pessoas não se faz apenas com
hortas”.
“A expectativa é de que a situação
seja amenizada e os produtores
possam cobrir os custos de produção, uma vez que estamos garantindo renda para os criadores
nesse momento de dificuldades”.
Hyberville Neto, Scot Consultoria.
Mendes Ribeiro Filho, Ministro
da Agricultura sobre plano para
amenizar a crise na suinocultura.
NT
5
CIRCUITO FEICORTE NFT 2012
Espaço Carne encerra
programação do Circuito
Feicorte NFT 2012
Objetivo do Espaço foi promover o aumento do consumo,
a disseminação dos conceitos de sustentabilidade e a
divulgação das qualidades da carne
A segunda edição do Espaço Carne, evento idealizado pelo Agrocentro e NFT Alliance com objetivo estratégico de divulgação da carne bovina
nacional, esteve maior e trouxe uma série de atividades inovadoras para o
público presente.
Realizado dentro da Feicorte 2012 – 18ª Feira Internacional da Cadeia
Produtiva da Carne, que aconteceu de 11 a 15 de junho, em São Paulo,
o Espaço reuniu 34 empresas que representam os diversos elos da cadeia
com exposição de produtos e disseminação de conhecimento sobre a pecuária e produção de carne bovina.
“Este ano tivemos um aumento no número de empresas participantes e de atividades visando fundamentalmente o fomento do aumento do
consumo da carne e de suas qualidades, além de mostrar ao produtor a
importância de investir no processo de produção”, disse Carla Tuccilio, gerente do Agrocentro.
O Espaço Carne fechou a programação do Circuito Feicorte NFT, projeto
inovador para a pecuária nacional que atraiu mais de 4.000 participantes,
que representam 17 milhões de cabeças de gado, em quatro Estados. Como
divulgado na NT10, o evento passou por Cuiabá (MT), Salvador (BA), Goiânia (GO) e Campo Grande (MS) nos meses de março, abril e maio.
Sob o formato de feira de negócios integrada a um programa de
workshops e palestras, o Circuito Feicorte NFT levou a produtores e profissionais da cadeia da carne a oportunidade de ampliar relacionamento,
contatos, negócios e conhecimento sobre as grandes novidades em tecnologia, produtos e serviços para o desenvolvimento da pecuária de corte.
Nas quatro etapas regionais, foram realizadas mais de 80 apresentações dentro dos painéis Tecnologia, Mercado e Gestão, com discussão de
assuntos como avaliação genética, manejo, confinamento, cruzamento
industrial, economia e tendências de mercado e gestão de pessoas.
Allysson Paulinelli, ex-ministro da Agricultura entre Hudson Castro e
Cidinei Miotto da Nutron Alimentos
6
NT
Congresso Internacional Pecuária Corte
O Congresso Internacional Pecuária Corte contou com dois dias de
apresentações e discussões em torno do tema Posicionamento Estratégico para a Pecuária. Durante o Congresso aconteceu o fechamento
do Circuito Feicorte NFT 2012. Dr. Luciano Roppa, responsável pela programação de palestras do Circuito apresentou os dados da avaliação
dos participantes. “Distribuímos avaliações aos participantes em todas
as etapas. Segundo estas avaliações, 94% dos participantes avaliaram
o evento e as palestras como ótimo ou bom. Este dado comprova a
importância do evento para o pecuarista.”, explica Roppa.
Ainda durante o encerramento do Circuito Vilson Simon, Diretor
Presidente da MSD Saúde Animal, reforçou a importância do Circuito e
a continuidade do projeto para o próximo ano. “Quando a NFT Alliance entrou no projeto do Circuito Feicorte NFT tínhamos três grandes
objetivos: difusão de conhecimento, união da cadeia produtiva e mudar
o jogo da competitividade no Brasil. Isso é um projeto de longo prazo e,
por isso, no ano que vem estaremos no Circuito novamente.”
Allysson Paulinelli recebe homenagem durante Congresso Internacional
Outras atividades no Espaço Carne
Caminho da Carne: dinâmica que envolveu as etapas da produção
da pecuária: genética, manejo, sanidade, nutrição, meio-ambiente, gestão
e mercado. Painéis com imagens 3D apresentavam ao produtor os motivos
e necessidades de se investir em cada uma das etapas para aumentar a
produtividade e melhorar a qualidade da carne. O espaço inovou com a
apresentação de um mini-confinamento.
Prêmio Nelson Pineda: Excelência em Confinamento: homenagem
aos 40 confinamentos mais eficientes do País e os 10 que mais se destacaram em sustentabilidade e bem estar animal durante o processo produtivo
em 2011. Os primeiros colocados em cada categoria foram contemplados
com uma viagem para os EUA, oferecidas pela Nutron e MSD Saúde Animal,
onde conhecerão o sistema de produção norte-americano visitando alguns
confinamentos e uma unidade de processamento de grãos da Cargill. (veja
matéria completa nesta edição).
Espaço Degustação: Degustação diária de carne bovina e comparativa de cortes das raças: Dorper, Brangus, Nelore (Carlos Viacava), Braford
e Hereford e Simental. Cada raça teve um dia todo e seu para degustação.
Academia da Carne: projeto de palestras e experiências para estudantes das áreas de agronomia, zootecnia e veterinária.
NT
7
EVENTOS
Melhores confinamentos do
País são homenageados com
o Prêmio Nelson Pineda
A 2ª edição do Prêmio Nelson Pineda – Excelência em Confinamento homenageou os 40 melhores confinadores do Brasil. O
evento, que é uma iniciativa do Agrocentro, Assocon - Associação
Nacional dos Confinadores e Scot Consultoria, integrou as atividades
do Espaço Carne. O prêmio atraiu atenção dos pecuaristas, que tiveram uma participação maciça, com mais de 100 inscrições.
Os primeiros colocados de cada índice foram contemplados com
uma viagem para os EUA, onde conhecerão o sistema de produção
norte americano visitando um grande confinamento e uma unidade
de processamento de grãos. As viagens foram oferecidas pela Nutron
Alimentos e MSD Saúde Animal.
Seis categorias foram avaliadas de acordo com seus índices. Os
vencedores foram:
- índice Excon (eficiência produtiva do confinamento): Fazenda Rio Novo
- índice de sustentabilidade: Confinamento Monte Alegre
- Equipe Nota 10: Fazenda Santa Rosa
- Eficiência na nutrição de gado confinado: Estância Bahia
8
NT
- Inocuidade na produção de alimentos: Fazenda São Marcelo
- Produção total de arrobas engordadas: Fazenda Conforto
Além disso, ainda foram homenageados 40 confinamentos
destaques do País (lista completa abaixo). Também receberam uma
homenagem os 10 confinamentos que mais se destacaram em sustentabilidade: Agropecuária Fazenda Brasil, Agropecuária HS LTDA,
Estância Monte Alegre, Fazenda Bonanza, Fazenda Lago Azul, Fazenda Nossa Senhora das Graças, Fazenda Passagem Boa, Fazenda
Ponderosa / Boa Esperança, Fazenda Três Pontes e Vera Cruz Confinamento.
O Prêmio Nelson Pineda – Excelência em Confinamento foi criado para incentivar a produção de carne bovina nacional e o nome
foi escolhido para homenagear o pecuarista Nelson Pineda, um dos
grandes exemplos entre os criadores e selecionadores brasileiros. Nelson Pineda teve como prioridade a preservação do meio ambiente,
o respeito às pessoas e a utilização de melhoramento genético na
evolução da atividade como um todo e com sustentabilidade.
40 destaques Excon
Agropecuária Fazenda Brasil
Fazenda Rio Novo
Estância Bahia
Estância Monte Alegre
Fazenda Bonanza
Fazenda Bosco
Fazenda Bragança
Fazenda Cachoeirão
Fazenda Califórnia Confinamento
Fazenda Conforto
Fazenda Córrego da Areia
Fazenda das Represas
Fazenda Estrela do Araguaia
Fazenda Grama
Fazenda Guaicuí
Fazenda Itaipê
Fazenda Jaó
Fazenda Lago Azul
FazendaNossaSenhoradasGraças
Fazenda Paiolão
Fazenda Passagem Boa
Fazenda Pedra Grande
Fazenda Pirapó
Fazenda Planalto Verde 6
FazendaPonderosa/BoaEsperança
Fazenda Rancho Alegre
Fazenda Santa Helena
Fazenda Santa Rita
Fazenda Santa Rosa
Fazenda São Francisco
Fazenda São João Baptista
Fazenda São Lucas
Fazenda São Marcelo
Fazenda São Sebastião da Limeira
Fazenda Três Pontes
Fazenda Vale Formoso
Marca Agropecuária
PrimusIpanemaAgropecuáriaLTDA
Sitio São Vicente
Vera Cruz Confinamento
Proprietário
Armando Braga R. Pirez Neto e Outro
Agropecuária HS LTDA
Maurício Tonhá
André Perrone dos Reis
Eswalter Zanetti
João Bosco Altoé Júnior
Alfeo Boscoli neto
José Rodrigues Pereira e irmãos
Sebastião e Romeu Ribeiro Flor
Alexandre Funari Negrão
Arapé Agroindustria
Rodrigo Odilon Guedes Mesquita
Grupo Benedito Silveira
Rubia Abrão Martins Baduí e outros
Luiz Francisco da Costa
Eudson Leme Costa
Roberto Guidoneo Sobrinho
Maria José teixeira Gontijo
André Bartocci
Nelson Krause
JorgeAndradeRebeloeMarcosReinach
Miguel Ângelo Valdrighi
Gustavo Guimarães Costa
Álvaro José Sanches
Paulo Roberto do Nascimento
Ronárcio Barcelos de Souza
Amadeu Duarte Lanna
João Borges do Santo Júnior
Agropastoril Pascoal Campanelli
Norberto Lanzara Giangrande Júnior
Agropecuária Comercial Conquista
Alexandre Pasquali Parise
Grupo JD
Agnaldo Moreira da Costa
Walter e Jorge Biasi
Ricardo Brunieri
Roberto Nascimento de Oliveira
Primus Ipanema
Vicente Mariotto
Fábio Maya
Depoimentos
“O premio Nelson Pineda apesar de jovem já marcou seu espaço. Além do prêmio propriamente dito, nos incentiva a buscar melhoras continuas, criando um momento providencial
para fazermos um benchmark do nosso negócio com nossos colegas confinadores. As expectativas para a viagem são as melhores possíveis, creio que serão momentos de grande
aprendizado dos quais sem dúvida tirarei grande proveito para minha vida profissional e para
nosso negócio.“ Victor Campanelli, Agro-Pastoril Paschoal Campanelli S/A.
“O prêmio Nelson Pineda , é algo incentivador e diretamente ajuda a melhorar os indicadores para melhores resultados . A concorrência saudável é importante estímulo para a
equipe e o prêmio vem fechar com chave de ouro este reconhecimento . A expectativa
da viagem é alta pois é uma oportunidade de ver algo de novo que se converterá em
inspiração para melhoras internas no próximo ano.” Arnaldo Eijsink, Grupo JD.
“Este prêmio é muito gratificante por que nos mantêm motivados na atividade por saber que
estamos no caminho certo e vem selar todo o êxito de nosso trabalho. Durante a viagem, vou
buscar conhecimento para melhorar ainda mais nossos índices de produção já premiados (eficiência alimentar, produção de arrobas/animal e sanidade dos animais)” Vicente Mariotto,
Fazenda Rio Novo, da Agropecuária HS Ltda.
“Foi muito gratificante, é uma promoção que vem a calhar com todo trabalho que fazemos
ao longo do ano. É algo que sempre buscamos fazer, cada vez com mais eficiência. É muito
importante o reconhecimento deste trabalho árduo, detalhista e harmonioso que realizamos
dentro do confinamento. Quanto a viagem aos Estados Unidos a expectativa é grande. Todo
o sucesso dos quase 10 anos do nosso negócio está baseado na busca de conhecimento. E a
viagem vem a calhar, vamos continuar buscando esse conhecimento e conhecer esses confinamentos vai ajudar.” André Perroni Reis, da Fazenda Monte Alegre.
“Ganhar um prêmio como o Nelson Pineda aumenta a nossa responsabilidade em manter a
atividade sustentável nos pilares máximos da responsabilidade econômica, social e ambiental.
Quanto a viagem aos Estados Unidos, a expectativa é de trazer conhecimentos e procedimentos para aperfeiçoar nossas atividades.” Maurício Tonhá, Estância Bahia.
”Receber o prêmio Nelson Pineda como maior confinador do brasil é uma honra para nós que
fazemos parte da equipe da Fazenda Conforto e é, também, a confirmação do profissionalismo com que executamos no nosso projeto. Nós acreditamos muito na pecuária e, por isso,
recebemos pelo segundo ano consecutivo o prêmio. Este ano com destaque especial para a
viagem aos Estados Unidos. É sempre bom ver novos projetos, principalmente lá onde já se
confina bois há mais de 50 anos.” Claudio Braga, da Fazenda Conforto.
NT
9
EVENTOS
NFT Training 2012
O NFT Training é um dos principais eventos anuais realizados pela NFT Alliance. Neste ano, o
assunto central do evento foi a importância do processamento e da qualidade da dieta no desempenho de aves e suínos.
Segundo Cidinei Miotto, diretor comercial da Nutron Alimentos, o evento é muito importante por ir ao encontro do objetivo principal da NFT Alliance - disseminar o conhecimento.
“Por ser um evento em formato de mini curso, onde nós procuramos sempre trazer o melhor
do mundo, a pessoa que está mais preparada para falar sobre o assunto dentro da matéria
escolhida. Formato de mini curso é escolhido para que ele consiga explorar todo o conteúdo
em um período de dois dias, e possa trazer para os clientes conhecimento que agregue nas
indústrias ou empresas deles”, explica Miotto.
Participaram do evento cerca de 250 profissionais das principais cooperativas e empresas privadas produtoras de aves e suínos da América Latina que tiveram acesso a palestras com os principais especialistas mundiais do tema.
Dr. Mario Penz, diretor mundial de aves da Provimi/Cargill, ressaltou a importância da qualidade das matérias primas para a fábrica de rações durante suas palestras. Ernst Nef, especialista
do Swiss Institute of Feed Technology fez palestras sobre fábricas de ração, mistura, dosagem e
moagem. Álvaro Dubois falou sobre o impacto da peletização e expansão na performance dos
animais e Reinaldo Favoretto sobre os programas de qualidade e legislação.
Durante o evento três importantes aspectos foram abordados, tendo como objetivo principal
oferecer ferramentas adequadas para que os nutricionistas possam aproximar suas fórmulas daquilo que o conceito da nutrição de precisão propõe.
O NFT Training 2012 deu ênfase aos aspectos relacionados à qualidade das matérias primas, as
formas com que elas devem ser tratadas durante o processamento das dietas, a legislação atual, referente aos processos de biossegurança e rastreabilidade, e como operacionalizar o controle da produção, atendendo todas estas necessidades, para que sejam obtidas dietas com pouca variabilidade final.
10
NT
“O evento é extremamente importante, agregando muitos valores ao dia-a-dia
da fábrica. A forma como está sendo abordado o treinamento, é uma forma
muito simples, e nós vamos aplica-lo no dia-a-dia com certeza.” Vera Lúcia
Berwanger , da Copagril.
“Este evento tem grande importância, porque promove a interligação entre as áreas, e isso faz
com que o setor ganhe importância e mais aplicabilidade. É possível aplicar isso tranquilamente
em nossas plantas em busca de um resultado único que é a conversão em grande parte dos animais. Nós buscamos isso, sabemos da importância de buscar essas melhorias. Estamos aqui com
os melhores palestrantes do mundo. O professor Nef, por exemplo, é um profissional reconhecido
mundialmente.” Valter Sbaraini, da Brazil Foods
“É a primeira vez que eu estou participando do NFT Training, e acho que o grande diferencial desse evento é o fato de ser extremamente técnico e, esse ano, estar muito focado na fábrica de ração. Temos bastante carência em treinamentos,
em eventos focados nas fábricas de rações. Por isso, o tema escolhido para esse
ano foi bem interessante.“ Letícia Lorençon, da Cooperativa Lar
“As palestras foram bem escolhidas, existe sempre uma expectativa, ficamos aguardando o ano
todo para estarmos aqui presentes acompanhando as novidades em pesquisa e desenvolvimento
de produtos. É a primeira vez que eu venho, mas sempre vem alguém da minha empresa, e passa
para os outros as atividades que aconteceram aqui.“ Jorge Coneglian, do Grupo Pluma
“Como em todos os anos, o evento supera as expectativas, sendo sempre muito proveitoso.
Os assuntos são muito pertinentes a área, e contribuem bastante no nosso dia-a-dia. O conteúdo terá bastante aplicabilidade, os assuntos são realmente bem ligados ao nosso dia-a-dia,
algumas informações a gente tem, mas sempre tem alguma coisa nova. O curso tem uma
aplicação bastante prática, bastante fácil.” Almiro Bauermann, do Frango Ceva
“A participação está muito boa, evento muito bem organizado, com palestrantes de renome, está
sendo um aprendizado contínuo para nós. É o meu primeiro ano no NFT Training, mas está sendo
uma experiência muito boa, está agregando muito, inclusive a aplicabilidade está sendo boa, estamos vendo potenciais de ganho. O coffee-break serve de networking para nós. Os participantes são
pessoas importantes do setor, acabamos conhecendo muitas pessoas, trocando idéias.” Jefferson
Caus, da Cooperativa Agrária
NT
11
“O treinamento tem surpreendido, tanto no ambiente como no nível dos palestrantes.
Estamos aprendendo bastante e acredito que vai ser válido para todas as pessoas que
estão aqui. Além de participar do treinamento, nós encontramos com outros colegas,
outros parceiros, e podemos trocar experiências, novas idéias, e com isso nós podemos
melhorar os nossos processos.” Flávio Paulert, da Cvale
“A participação está sendo muito boa, especialmente pelo momento em que vivemos na avicultura e principalmente pelo assunto que está sendo tratado. Matéria prima e fábrica de ração, são
pontos fundamentais para a avicultura e para qualquer processo produtivo em termo de aves,
suínos, e principalmente nós que trabalhamos com aves, é o ponto principal de toda a nossa cadeia
produtiva. O conteúdo apresentado pelo Dr. Nef pode ser aplicado na realidade brasileira. São informações extremamente técnicas e importantes, que as vezes até nós, dentro da empresa, temos
alguma dificuldade de conseguir essas informações. Além disso, aqui tivemos contato com pessoas
de empresas diferenciadas, que trabalham com exportação, com mercado interno, com situações
muito parecidas e muito diferenciadas também, com plantas totalmente diferenciadas. Essa troca
de informação é muito legal.“ Vilmar Burtuli, da Geal
“É um evento de uma importância enorme, já é o quarto evento, e estamos sentido que temos
mais de 100 empresários e temos pessoas de toda a América Latina. O volume de informação
passado, parece que até para o tempo será curto, mas o que vai ser absorvido com certeza será
usado de uma forma fantástica. Portanto gostaria de parabenizar todo mundo que promoveu
este evento, agradecer o convite, e dizer que é o pessoal está de parabéns pelo nível do curso,
que é fantástico.” Erwin Brentzel, do Grupo Flamboyant
“A participação está sendo muito interessante, porque temos oportunidade
de ter acesso ao que tem de mais novo em processamento de ração para os
nossos animais, nós estamos na lida do dia-a-dia e eventualmente fica difícil
ter acesso por nos termos as nossas ocupações diárias, e essa oportunidade é
bem interessante, até pela troca de experiências com toda a America Latina.“
André Rocha, da Nova Granja
“Hoje, nós clientes, estamos levando para as nossas empresas, vários conceitos importantes
para melhorar técnicamente o nosso dia-a-dia visando melhorar a produção, a rastreabilidade,
segurança alimentar... Então, está sendo maravilhoso e muito importante participar. O que
estamos aprendendo aqui com certeza será aplicado no dia-a-dia.” Clodoaldo de Sousa, da
Cooperativa Holambra
“O treinamento é excelente. O conteúdo é o melhor que podemos encontrar. Sem falar na troca
de experiências. O Brasil, hoje, é um dos maiores produtores de frango do Brasil e tem muito mais
experiência que a gente. Nós de países menores como a Venezula, nos nutrimos de toda essa
exepriência e tratamos de reaplicá-lo em nossos países. Por isso eventos como o Training são
muito importantes para nós.” Rafael Comenars, da Alconca (Venezuela).
12
NT
EVENTOS
Nutron e MSD participam
do Megaleite 2012
Um dos maiores eventos da pecuária de leite do
Brasil, a Megaleite superou mais uma vez as expectativas em número de animais expostos e negócios, além
de ser um consagrado ponto de encontro de todos os
elos da cadeia produtiva.
Realizada em Uberaba (MG) no mês de julho no
Parque Fernando da Costa, a Megaleite contou com
a participação das raças girolando, gir leiteiro, holandês, indubrasil, guzerá, pardo-suíço, simental, sindi,
além de búfalos. Eduardo Valias Vargas, Gerente de Negócios de
Bovinos de Leite da Nutron Alimentos, explica a participação no evento. “Nossa participação no evento é
dentro da parceiria que mantemos com a Girolando,
uma Associação de Criadores que prima pelo empre-
14
NT
endedorismo e profissionalismo em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva do leite como um todo.”
Denise Resende Pereira, Promotora Técnica em Pecuária da MSD Saúde Animal, acredita que o objetivo
principal da Megaleite é levar informação de qualidade
ao produtor de leite e mostrar as várias tecnologias disponíveis em saúde, produção e reprodução animal.
“Precisamos impulsionar o uso das tecnologias nas
fazendas leiteiras, mostrando a necessidade de adoção
dessas tecnologias para o produtor se manter competitivo na cadeia produtiva do leite”, declara.
A programação da Megaleite contou com leilões, shoppings de animais, palestras técnicas, fórum
de debates, além das competições de torneio leiteiro
e julgamento.
Suinfest 2012
Os parceiros NFT Alliance participaram de um dos
grandes eventos nacionais para os negócios da suinocultura, a Suinfest. Os estandes da Nutron Alimentos e
da MSD Saúde Animal reuniram produtores e parceiros
do setor.
O Gerente de Negócios Regional de Suínos da Nutron
Alimentos, Thiago de Lala explica que “Temos um compromisso com os suinocultores de Ponte Nova, que é aproximar
cada vez mais nossos clientes da estrutura que a Nutron
desenvolveu nos últimos anos. Precisamos transferir para os
suinocultores de forma consistente e ágil as boas práticas de
produção e conceitos que possam melhorar a rentabilidade
do negócio. Apenas com eficiência e planejamento será possível manter a atividade sustentável para os grandes desafios
que encontraremos nos próximos anos.”
O gerente completa que “recebemos muitos suinocultores e amigos na “Suinfest” e nestes momentos
podemos transmitir de forma pessoal nosso comprometimento com a suinocultura brasileira. Nesta oportunidade, a Nutron junto a ABCS apoiou o encontro da
Associação com Governo Federal em Brasília, realizado
no dia 12 de julho. Essa reunião gerou uma série de
contra medidas para que os suinocultores consigam
suportar o momento de turbulência.”
Leonardo Burcius, Gerente Nacional de Produtos de
Suinocultura da MSD Saúde Animal, reforça a importância
do evento. “Por ser um dos maiores e mais importantes
eventos do Estado de Minas Gerais e sediado em Ponte
Nova, uma das regiões mais tradicionais da suinocultura
nacional, a companhia tem como objetivo compartilhar
informações e fortalecer a parceria de longa data que possui com os produtores de Ponte Nova e região”.
O seminário contou com uma programação com renomados palestrantes, como Enzo Donna, administrador
de empresas e especialista no mercado de food service;
Renato Meireles, Sócio-Diretor do Data Popular, publicitário com MBA em gestão de negócios; Lygia Pimentel,
Veterinária, analista e consultora de commodities; e Paulo
Storani, ex-capitão do BOPE.
NT
15
gestão
Sucess
Familiaão
r
Sucessão
Familiar
A falta de mão de obra é um problema conhecido em diversos países. No Brasil, a boa fase
econômica, a geração de novos cargos e os investimentos na industria e comércio nos últimos anos vem acentuando esse problema. Se a falta de mão
de obra nas grandes cidades é um problema, é um problema ainda maior
nas áreas rurais.
A população rural perdeu 2 milhões de pessoas nos últimos 10 anos
e, agora, representa 15,6% da população total do país. (29,8 milhões de
um total de 190,8 milhões). Esses 16% são responsáveis por produzir
alimentos para si e sua família, mas também para manter os que foram
para a cidade.
A sucessão familiar é apontada por diversos especialistas com uma das principais saídas para que a produção de alimentos não seja interrompida por falta de
mão de obra no campo.
No sul do pais, onde as pequenas propriedades são maioria, e muitas delas são
ligadas a cooperativas, o trabalho para garantir a sucessão começou há alguns anos.
“Desde 95 ou 96, começamos a nos preocupar não somente em que o filho
ficasse na propriedade, mas sim em prepará-lo para ser o produtor que ficasse na
propriedade.” comenta, Marco Zordan, da cooperativa Aurora.
Zordan explica que na época começou se a fomentar alguns pontos importantes. O primeiro era que o produtor aceitasse o filho ou a esposa como participante real do planejamento e do resultado da propriedade. As decisões deveriam
ser tomadas em conjunto.
Outro fator importante, citado por Zordan e por outros entrevistados, é que para
que o filho permaneça na propriedade é muito importante que ele tenha participação nos
lucros do negócio.
O presidente da CooperAlfa, Romeu Bet, reforça que “É muito importante que o jovem participe de fato dos negócios da família. Somente participando do planejamento, esforços e resultados ele permanecerá na propriedade.” Ainda nesse especial conheceremos o programa Família
na Terra, desenvolvido pela cooperativa neste sentido.
Para o presidente da Copérdia, Valdemar Bordignon, falta também não somente aos jovens criados no campo, mas a toda a sociedade, o reconhecimento ao produtor rural. “Além de
toda a formação técnica que oferecemos a nossos cooperados, temos também que reforçar a
importância de sua atividade. A produção de alimentos tem que ser vista com a importância
que tem.”, reforça.
16
NT
o Futuro alimentar
do mundo nas mãos de
famílias brasileiras
Cremilde Andreolli, Coordenadora de Cooperativismo da Copagril, desenvolve programas não somente na cooperativa, mas
também da palestras por todo Brasil, reforçando a importância
da atividade para que o jovem tenha orgulho de ser produtor. “O
produtor tem sua atividade econômica, mas além disso produz alimentos. Ele tem que reconhecer que a roupa que compramos tem
como matéria prima o trabalho do agricultor, o mate que tomamos depende dele também, quem cuida da água? É o agricultor.
Em todos os setores o trabalho do agricultor está presente e, por
isso, ele deve ter orgulho de sua atividade.”
Andreson Sabadin, diretor executivo da Primato, acredita que
a sociedade em geral precisa entender de onde vem o alimento. “A
grande mídia tem que parar de tratar o produtor como um inimigo, como a pessoa que desmata, que destrói. Se ficar no campo,
significa ser taxado de destruidor, significa poder ser multado, o
jovem não ficará. A profissão tem que ser reconhecida com o valor
que tem.”
A Copérdia desenvolve diversos projetos focados às mulheres,
bem-estar da família, saúde, bem como a formação dos jovens. O
vice-presidente da cooperativa destaca que “a sucessão passa pela
educação. Por isso, investimos em programar para formar produtores, formar lideranças.” Citaremos a frente um dos principais programas desenvolvidos pela cooperativa, o Unicoper.
Para o presidente da Copacol, Valter Pitol, “o principal atrativo
para que os filhos dos produtores continuem nas propriedades são
as atividades que oferecemos para a diversificação das atividades,
que geram resultados econômicos e também promovem uma
qualidade de vida para todas as famílias de associados.”
O presidente da CVale, Alfredo Lang, reforça a importância da
diversificação. “Os trabalhos que desenvolvemos visam preparar o
jovem para assumir papéis de liderança na cooperativa e principalmente na propriedade rural, utilizando-se da diversificação de
atividades oferecidas pela cooperativa como o frango, suíno, leite
e mandioca, sendo uma alternativa de mantê-lo na condução das
atividades da propriedade rural.”
Arno Pandolfo, Presidente da Cooperativa Itaipu, acredita que
o problema da sucessão familiar já foi pior, mas reforça a importância da lucratividade da propriedade. “Hoje, desenvolvemos diversos
projetos para incentivar a sucessão familiar. Esse é o primeiro passo, mas ela realmente só acontece se houver resultados.” Segundo
Pandolfo, 50% dos cooperados já tem a sucessão familiar definida.
“Os programas que desenvolvemos, o trabalho forte com os produtores, aliados ao financiamento do Governo “Mais Alimentos” e os
preços em alta nos últimos três ou quatro anos fizeram com que o
produtor permanecesse na propriedade”, explica o presidente.
Além de toda a formação oferecida pelas cooperativas, a vocação é um fator determinante para o sucesso da sucessão. Maritânia Bagnara, da Cooper Alfa, comenta que “se o jovem não teve
contato com a produção até seus 15 anos, é muito difícil que ele se
desenvolva como produtor.” Arno Pandolfo opina da mesma forma: “Não podemos deixar de citar a vocação do produtor. Se não
tiver vocação não adianta todo nosso trabalho. O jovem tem que
gostar. A profissionalização ajuda muito. Ela é muito importante
porque quem não se profissionalizar vai ficar de fora.”
Os cursos oferecidos pelas cooperativas trabalham também a
capacitação com pais, mulheres e filhos. “Trabalhamos com toda a
família para amenizar o choque de gerações. Muitas vezes o filho
volta a propriedade com conhecimentos técnicos e não valoriza a
experiência do pai. Ao mesmo tempo, o pai não respeita a opinião
do filho que quer trazer inovações para propriedade. Trabalhamos
para que eles entendam a importância dos dois pontos” explica,
Cremilde Andreolli. “Pregamos sempre a importância do diálogo
na família. A cooperativa começa na família. A família é uma cooperativa, com trabalho de cooperação elas progridem. E as que não
tem diálogo não vão pra frente.”
Na sequência apresentaremos alguns programas desenvolvidos, artigos de especialistas, além de exemplos de famílias em que
a sucessão familiar está trazendo frutos.
NT
17
gestão
Sucessão:
a difícil quadratura
do círculo!
18
NT
Sucess
Familiaão
r
Francisco Vila
Consultor Internacional
Trata-se da transformação de um estado para outro, na
esperança de se aperfeiçoar as condições, seja das pessoas,
seja do negócio.
O assunto da sucessão familiar é carregado de emoção. Imediatamente surgem e sobrepõem-se imagens reproduzindo múltiplas experiências da nossa vida. As mais
freqüentes são lembranças de velórios, cenas de filmes
com patriarcas poderosos ou recordações de conflitos na
convivência familiar. No entanto, nada disso reflete a verdadeira natureza da sucessão.
A vida pessoal, familiar, empresarial ou de uma nação
se desenvolve em passos contínuos. Dificilmente uma situação é idêntica à outra anterior. O mecanismo do tempo
faz crescer, amadurecer, mudar, enfraquecer ou destruir
organismos e estruturas. Perceber e antecipar essa evolução natural das coisas é o que se entende por gerenciar a
sucessão. Nesse sentido, sucessão é sinônimo de mudança.
Sucessão é continuação em outras circunstâncias
Essa pequena reflexão filosófica é importante para
compreender que sucessão é algo natural e positivo. Ano
após ano, a pessoa adquire novas experiências que facilitam o processo da melhoria sucessiva. Com isso chegamos
ao ponto central da sucessão. O mercado, a tecnologia,
os relacionamentos humanos e comerciais, ou seja, tudo
muda e evolui o tempo todo. Ou, com outras palavras,
nada fica igual. Por conseqüência, a competitividade precisa ser (re)conquistada a cada dia. Na agropecuária de
alto empenho, o lucro é resultado da competitividade e
essa se obtém através de incorporação contínua de novas
tecnologias e de aperfeiçoamento dos processos administrativos e comerciais. Isto envolve novos conhecimentos e
a construção de novas redes e alianças. Tanto na ‘novela
da vida’ como no ciclo da vida de uma empresa, as situações sucedem-se ininterruptamente. Assim, a sucessão é
um fenômeno onipresente em todas as vertentes de famílias e negócios, mesmo não sendo sempre percebido como
tal. Planejamento, observação, avaliação e adaptação são
os elementos principais da gestão desse processo.
Com essa visão, desvinculamos o termo sucessão de
eventos trágicos na vida das pessoas. A sucessão acontece sucessivamente e não deve ocorrer em função de um
evento espontâneo. Ao reduzir o sentimento de desconforto que normalmente paira sobre a questão, ganhamos
distância e objetividade para planejar um processo natural
e de longo alcance da modernização da atividade agropecuária e da inevitável transferência de responsabilidade
de sua gestão entre gerações. Isto envolve não apenas o
eventual futuro sucessor e outros herdeiros, mas também
os membros da equipe profissional que operam no campo.
Sucessão é assunto para tudo e para todos.
Os múltiplos aspectos da sucessão
A sucessão na agropecuária pode e deve ser vista sob
diversos ângulos. Normalmente, o foco está limitado aos
aspectos humanos da família e à antecipação dos prováveis desdobramentos patrimoniais da atividade rural após
a retirada do atual responsável. E, na verdade, já há muitas
facetas que precisam ser avaliadas apenas nesses dois eixos do assunto.
NT
19
tégicas entre produtores ou fornecedores e
clientes.
Está terminando o ciclo histórico no
qual
o produtor oferecia qualquer tipo de
tecnologia
animal, em qualquer estado de acabamento,
Insumos
TERRA
em qualquer época do ano para qualquer
Ativo Fixo
frigorífico com o qual negociava cada venda como se fosse a primeira. No futuro (que
na verdade já começou) será o mercado que
capital/boi
Ativo Circulante
sinalizará ao frigorífico que tipo de carne,
SISTEMA
produto
para qual região, em qual época de ano e
PRODUTIVO
Gestão
para qual faixa de preço pretende comempresarial
liquidez
prar (naturalmente com qualidade regular
e sanidade certificada). E essas ‘ordens de
compra’ serão passadas para os produtores capazes de atender pedidos específicos
pessoas
em programas plurianuais de fornecimento
Lucro cadeia
com preços diferenciados.
ALIANÇAS
Ou seja, o valor agregado adicional da
produção bovina deve ser obtido através da
aplicação cada vez maior de tecnologias de
No entanto, a reflexão no espaço de uma revista que
insumos e genética, bem como de processos administratem por objetivo difundir novas perspectivas mercadolotivos e comerciais inovadores que representam um divisor
gias e tecnologias que assegurarão a Nutrition for Tomorde água entre o modelo tradicional e o negócio da agrorow, o escopo precisa ser ampliado para outros campos
pecuária do futuro. Essa tecnologia está disponível e já é
que, também, são diretamente influenciados pela sucesamplamente difundida (Circuito NFT-FEICORTE).
são.
Uma análise em 3 passos ajuda a compreender o proA passagem do bastão - a tempo
cesso de transformação contínua para qual a sucessão é
É aqui que entra novamente a questão da sucessão.
um elemento chave. O ponto de partida é o Modelo de
Não é lógico e nem seria justo esperar do atual proprieNegócio da agropecuária de alto empenho que podemos
tário responsável pela gestão de negócio que seja ele a
prever como realidade necessária para o cenário do merrealizar o salto qualitativo exigido pela pecuária compecado em 2020. A seguir, compara-se esse perfil do sistema
titiva nas próximas décadas. Na maioria dos casos, esse
produtivo com os traços principais da pecuária tradicional.
pai de família já modernizou a fazenda herdada da geraPor fim, cabe identificar o caminho, os instrumentos e o
ção anterior através de programas de tecnificação parcial
foco necessários para assegurar o salto qualitativo para
(rotacionado, adubação, suplementação, confinamento).
atingir o novo patamar competitivo da pecuária de ponta
(com animais padronizados dentro de programas de fidelização e com preços diferenciados da grande maioria dos
produtores ainda com sistemas tradicionais de produção).
No modelo competitivo acrescentam-se aos tradicionais fatores da produção agropecuária (terra, capital/boi e
pessoas) 5 novas aspectos que mudam completamente o
perfil técnico e econômico da atividade. Podemos observar um expressivo deslocamento dos fatores físicos (terra,
animal, trabalho braçal) em direção dos chamados fatores
soft que combinam novas tecnologias com novas habilidades, numa cadeia da
carne invertida, com
Sucessão Familiar – Um desafio
formas modernas de
de sincronização
gestão de risco e inéditas alianças estraCorrida para a pecuária de 2020
O Modelo de Negócio da Agropecuária – 2020
20
NT
A absorção dessas tecnologias certamente
exigiu bastante esforço, pois normalmente
O desafio da Sucessão Familiar: Conciliar 3
a geração que atualmente está no comando
princípios de decisões divergentes
não teve a oportunidade de aprender esses
conceitos e tecnologias nas faculdades da
especialidade.
Uma vez que a transformação do moNEGÓCIO
FAMÍLIA
delo tradicional para a pecuária de alto
Eficácia
Justiça
empenho se processa basicamente através
em todas
perante todos
da incorporação de novas tecnologias e da
as decisões
os membros
adaptação dos processos da gestão, cheempresariais
da família
gou o momento no qual a nova geração,
em princípio mais profissionalizada, deve
ser chamada para assumir a “co-gestão”
do negócio que se prepara para a expansão
direito
qualitativa e quantitativa. Como na corrida
Legalidade
de revezamento, o sucessor já deve aceledos contratos
rar enquanto o sucedido ainda não chegou
a parar. O importante é não deixar o bastão cair. Nos negócios, esta constelação se
chama “zona de equilíbrio dinâmico”. Cada
parte, ou seja, o futuro sucedido (ou testador) contribui com sua experiência, calma e
uma situação bem diferente a do seu pai. Enquanto esse
conhecimento da natureza humana, enquanto o sucessor
dirigiu a propriedade com confortável autonomia, nem
traz novos conceitos, novos relacionamentos (as famosas
perguntando e pouco informando aos outros familiares,
redes da geração Y) e o dinamismo da juventude. Sem dúo eventual sucessor terá que desenvolver um negócio do
vida, será difícil sincronizar os dois ritmos; no entanto, a
qual ele possui apenas uma parte e ainda com a necessiquestão é se uma transmissão abrupta do poder resolveria
dade de ter que dar satisfação aos outros sócios.
melhor a transição de um modelo para outro e da geração
dos pais para a geração do sucessor e dos herdeiros. Certamente não.
Interesses e divergências legítimas
Indivíduo – Família – Negócio bovino
E aqui chegamos a outro ponto de tensão na modernização das empresas agropecuárias. Se a família morasse
na propriedade (o que é a exceção no caso de fazendas de
porte médio e grande), se o dono tivesse apenas um filho
e se esse filho mostrasse vocação e motivação para perpetuar o negócio familiar, somente teríamos que gerenciar
os conflitos naturais entre gerações.
Esse cenário podemos encontrar mais facilmente na
pecuária do leite ou na suinocultura. Porém, a realidade da
grande maioria das pecuárias de corte é diferente.
A família mora na cidade (muitas vezes longe da produção). Normalmente existem outros sócios minoritários
(avós, irmãos ou cunhados). Casais com 60 a 65 anos hoje
costumam ter 2 a 3 filhos e, muitas vezes, não se encontra nenhum filho ou sobrinho capacitado e interessado na
continuação do negócio. E, mesmo se houver alguém da
próxima geração disposto a tocar a fazenda, ele enfrentará
Na passagem da agropecuária
familiar para a próxima geração
enfrentamos os seguintes desafios:
O número de sócios aumenta (e com isso a
expectativa de sustento);
A estrutura de tomada de decisões passa a
ser mais difusa;
Com a rentabilidade reduzida da
bovinocultura semi-tecnificada existe o conflito
entre distribuição e reinvestimento de lucros;
Sem o investimento em modernização o
potencial de lucro diminui;
Mais cedo ou mais tarde surgirá a questão
da venda, divisão ou do arrendamento da
propriedade para atender aos interesses
conflitantes.
NT
21
É de lembrar que existem diferenças de interesses
naturais e legítimas, mesmo nas famílias que zelam pela
paz e compreensão mútua. Por esse motivo, o processo da
sucessão (que envolve a perspectiva da multiplicação de
sócios-herdeiros) deve ser iniciado o quanto antes. Com a
devida antecedência e serenidade será possível construir
e testar opções empresariais que permitam manter o patrimônio e o legado familiar unidos e, ao mesmo tempo,
atender às necessidades de sustento, patrimoniais e outros
(ocupação de familiares).
Parcerias com outros produtores para ampliar a base
física para o crescimento do negócio, um envolvimento
mais profundo de profissionais da equipe da fazenda e a
participação em cooperativas e outras alianças são perspectivas que normalmente ajudam a moldar o processo
sucessório no sentido da preservação dos interesses dos
familiares e das necessidades de desenvolver o negócio.
No entanto, no início do processo deve ser elaborado
um diagnóstico que retrate o crescimento da árvore genealógica e, antecipando as exigências por sustento por
um período de 5 a 10 anos, procure equilibrar os naturais
conflitos de interesse entre a família e o negócio.
Sucessão = a arte de equilibraR a Família com o Negócio
interesses da
família
Valores da família
reconhecimento
laços emocionais
segurança patrimonial
sustento financeiro
prestígio social
posição de proprietário
22
NT
interesses do
negócio
Cultura competitiva
Recompensa material
Imposições do mercado
Capital de risco
Rentabilidade
Avaliação pelos clientes
Todos os envolvidos
Farelo
de Soja
O melhor alimento
para seu gado de leite
Uberlândia-MG (34) 3218-5294
Rio Verde-GO (64) 3611-1854
Três Lagoas-MS (67) 3509-2514
Primavera do Leste-MT (66) 3495 3518
Barreiras-BA (77) 3611 9503
Ponta Grossa-PR (42) 3219-3089
www.cargill.com.br
Sucess
Familiaão
r
gestão
A gestão
antecipa e
facilita a
sucessão
Há alguns anos temos acompanhado casos e desafios de produtores diante da necessidade de organizar a sucessão familiar.
Sejam casos que assistimos diretamente, ou que acompanhamos
a atuação de outros profissionais através da proximidade ou por
leituras e estudos de casos. O tema sucessão é desafiador.
Desafiador e apaixonante. É apaixonante porque de certa forma quase todos passam por isso, principalmente no ramo agropecuário. Na própria Bigma Consultoria, quatro, dos seis profissionais
de nossa equipe, são descendentes de produtores rurais e, em algum momento, passaram ou passarão pela sucessão familiar.
Essa sucessão pode ser traumática, podendo comprometer o
futuro da empresa, ou pode ser feita com base em critérios técnicos, de forma planejada. Nessa segunda forma, o processo de
sucessão em si acabará por fortalecer a empresa.
É evidente que os casos mal feitos de sucessão, que acabam
por destruir famílias, devem ser estudados e exemplificados. Afinal,
é uma chance de evitar erros cometidos pelos outros. Mas, não é o
caso deste texto, focado na gestão.
Francisco Vila, consultor especializado no assunto, faz questão
de lembrar que é um erro associar a sucessão com o final da vida
do empresário que está no comando. Nem com o final de sua vida
e nem com o final de suas atividades. A ideia da sucessão não é
passar o bastão, abandonar tudo e perder o controle da empresa.
24
NT
A ideia é partilhar o controle, treinar líderes que serão capazes de
manter a empresa no rumo no futuro.
Evidentemente, quando os rumos da empresa estiverem garantidos, no processo, o empresário poderá finalmente reduzir a
sua atividade, a rotina e diminuir o estresse. Parar de trabalhar? Só
se for a sua vontade, mas o fato é que, independente disso, a empresa permanecerá sólida e crescendo com base nos valores de seu
atual líder ou proprietário.
Quando se fala em sucessão, muitos acreditam tratar-se de
um tema difícil de conduzir, complicado e demorado. Na verdade,
o problema não é a sucessão em si, mas a organização das informações da empresa. A maior parte dos produtores brasileiros trata
do assunto sem que antes tenha organizado gerencialmente a
empresa. Aí sim os resultados serão demorados.
Na prática, o processo todo envolve trazer familiares para
dentro da rotina da empresa. Forma-se um conselho familiar que
muitas vezes será composto por profissionais de outras áreas, que
não entendem da rotina da empresa. O problema é maior ainda
quando se trata de produtores rurais, especialmente pecuaristas.
Para que os demais entendam do processo para, ao menos,
decidir de forma embasada a administração precisará elaborar e
fornecer relatórios objetivos, eficazes, inteligíveis. É preciso debater com base em fatos e dados e não na sensibilidade de seu líder
Maurício Palma Nogueira
Engenheiro Agrônomo e Diretor
da Bigma Consultoria
maior, o atual dirigente.
E os relatórios precisam acompanhar o básico em economia,
com descrição de custos, investimentos, fluxo de caixa, despesas,
indicadores de resultados, etc. O pró labore dos familiares envolvidos na rotina precisa ser claro, assim como as justificativas dos
custos ou das decisões que levam aos investimentos. Embora as
decisões passadas já tenham sido adotadas, as futuras serão compartilhadas entre todos os sócios, estejam eles ou não na rotina da
propriedade.
Uma decisão não será mais imposta, mas sim “vendida” aos
demais. Ou seja, o administrador terá que convencer, seduzir os
sócios com relação aos rumos da empresa. E é daí que podemos
concluir que o processo de sucessão, por si, já melhora consideravelmente a empresa. Para investir o empresário precisará se organizar e apresentar as suas intenções em formato de projeto, com
análise de investimentos, retorno e prazos. Ótimo!!!
Ao ler o raciocínio que vem sendo desenvolvido, nos parágrafos anteriores, a primeira sensação é que haveria uma burocratização da empresa, que ficaria engessada, lenta. Os passos seriam
dados só depois do endosso de um conjunto de sócios, leigos no
assunto. Mas não é bem assim.
As decisões compartilhadas serão apenas as de nível estratégico, que envolvem investimentos tecnológicos ou medidas que
mudarão significativamente a rotina da empresa nos próximos
meses ou anos. São exemplos deste tipo de decisão: a compra de
outra área; o investimento em irrigação; confinamento; a implementação de um projeto de intensificação; a diversificação; o início de uma parceria com pecuaristas ou agricultores ou a própria
integração lavoura e pecuária, entre outras.
Observe que são medidas que não podem ser adotadas de
uma hora para outra, sem que haja um planejamento prévio e
uma avaliação técnica dos impactos na empresa. Mais uma vez,
a necessidade de compartilhar estaria contribuindo para organizar
os passos que serão dados na empresa.
As decisões gerenciais ou operacionais continuam nas mãos
daqueles que representam a administração da empresa. Até mesmo os investimentos necessários de rotina, ou a substituição de
alguns bens, serão decididos por este profissional ou esta equipe
responsável pela gestão. Por isso, não há a preocupação de que o
processo burocratize a empresa.
Essa organização, prévia, é fundamental para o sucesso de um
processo de sucessão. Quando recomendamos tais passos a um
empresário, até sugerimos que ele comece a envolver a família nas
decisões sem avisar, antecipadamente, que está querendo iniciar
um processo de sucessão.
Essa opção possibilita tempo e fôlego para que o empresário
se organize no “seu ritmo”, sem sofrer pressões ou criar expectativas não atendidas nos familiares. Muito pior do que não pensar
na sucessão é começar a organizá-la e não dar sequência. Isso é
frustrante para o demais e aumentará o problema no futuro.
Pois bem, voltando ao processo, observe que lentamente os
relatórios de custos, resultados e investimentos vão sendo organizados. A empresa começa a ser capaz de visualizar e antecipar as
decisões orçamentárias, evitando erros e maximizando resultados,
ao mesmo tempo que melhora o planejamento tecnológico. O negócio fica mais sólido e as diversas oportunidades, que antes eram
nebulosas, vão naturalmente aflorando.
O empresário começa a perceber que é preciso estabelecer critérios e limites para si mesmo, o que envolverá a formulação de
objetivos e metas concretas, baseadas em números. Números que
agora são mensuráveis com agilidade.
Um exemplo simples? Qual a porcentagem dos lucros anuais
será distribuída ou investida.
Empresas que não geram dividendos acabam tendo vida curta. No caso de sociedades, a falta de dividendos pode virar um problema entre os sócios. Principalmente se a empresa gera recursos
e não os divide.
Mesmo que seja parte dos dividendos que serão investidos – o
que é de extrema importância – é essencial que os demais sócios
NT
25
conheçam as razões pelas quais estão realizando tais investimenvariáveis interessa muito às empresas.
tos. E saibam exatamente a diferença entre lucro e fluxo de caixa.
Entendendo esse conceito, e usando-o no dia a dia, decisões
É interessante notar que no caso de propriedades rurais, os
difíceis poderão, ao menos, ficar mais claras por eliminação de
sócios que estamos falando aqui são simplesmente herdeiros, que
hipóteses. São exemplos práticos, deste tema, assuntos que enainda não possuem direito sobre os lucros da empresa. Mas mesvolvem a idoneidade na compra de insumos, endividamento, somo assim, é preciso que eles compreendam a dinâmica do lucro
licitação de recursos, contratações de serviços, venda de bovinos,
e dos investimentos. Só assim, enxergando benefícios financeiros
respeito a carência de produtos veterinários, forma de lidar com
empresariais, um herdeiro que não optou por trabalhar no ramo
os funcionários, utilização de produtos certificados, práticas contáacabará por se interessar pela empresa.
beis e diversas outras atividades em que muitas vezes, dependendo
Olha que irônico, apesar de muito comum. Os pais batalham,
da situação, o empresário se vê “tentado” a decidir do modo apainvestem tudo que podem para aumentar o patrimônio dos filhos,
rentemente mais fácil. Ou, simplesmente por distração, deixa de
usufruindo o mínimo possível dos lucros. Os filhos, diante da rotina
atentar-se a questões importantes.
dos pais, acabam por não enxergar o potencial da empresa e, futuPor mais que pareça pouco prático, numa análise mais simramente, irão arrendar ou vender todo o patrimônio. E fazem isso
plista, atuar com base em valores, tende a contribuir a favor da
por achar que o negócio é ruim.
eficácia e competitividade da empresa ao longo dos anos.
E essa atitude não é culpa dos filhos. Esse é o resultado de uma
Bom, seguindo adiante, o planejamento estratégico consiste
falha de comunicação e treinamento num processo que precede
em diagnosticar a situação atual da empresa, estabelecer objetivos,
a sucessão familiar. É preciso estimular o interesse dos sócios, ou
traçar e operar um plano para atingir tais objetivos.
futuros sócios, pela própria empresa. E essa é uma função da atual
liderança.
As principais funções do planejamento
A importância desta aproximação com os demais não fica
estratégico, portanto, são:
apenas nos números. Conceitualmente a empresa pode e deve
iniciar um processo de definição de sua própria importância. E o
Conhecer as condições da organização;
produto dessa definição será a formulação de um planejamento
Definir em quais condições a empresa deverá
estratégico completo, mensurável, o que possibilitará o sucesso e a
estar
após um determinado período de tempo;
perpetuação ao longo dos anos.
É nesse momento que os envolvidos começarão a debater os
Elaborar o plano para atingir as condições almejadas;
valores e formular a missão da empresa, caso ainda não tenha.
Garantir que seja possível atingir os objetivos
Trata-se de um exercício fundamental em que as verdades são
estabelecidos no plano.
postas em discussão.
Alguns se divertem brincando e dizendo que discutir valores
e missão é, na verdade, “poesia agrícola”. Mas a importância do
assunto é grande. Os valores norteiam as decisões, minimizando
Observe, na figura 1, o nexo essencial da formulação estratégierros e conduzindo a acertos.
ca e as fases da administração envolvidas.
Sabe-se que o “norte” da empresa, no planejamento estratégico, é fornecido pelo direcionamento. O direcionamento, por
sua vez, inclui valores, missão, objetivos e metas.
Figura 1: Estrutura essencial da
Portanto, além da ideologia, a visão agrega objetivos
formulação estratégica
concretos: a visão de uma empresa.
Na prática, os valores servem para definir quais as ações
que NÃO devem ser tomadas. Na prática, eliminarão as
ações inaceitáveis dentro da organização. Portanto, na verdade, os valores servem de parâmetro para que a empresa
saiba o que não se deve fazer. É uma formalização cultural
que define, resumidamente, a ética praticada na organização.
E tais parâmetros já consistem em pré-requisito essencial para o processo decisório. Em momentos que demandam decisões mais complexas, os valores reduzem o número
de variáveis disponíveis, o que aumenta a capacidade deFonte: Flexa, I.A.
cisória. Na prática, em termos de eficiência, a redução de
26
NT
Os objetivos são definidos na fase de direcionamento no planejamento estratégico. As demais fases consistem no:
- posicionamento, que é a definição dos produtos e serviços.
No caso da pecuária de corte, os produtos podem ser bezerros, garrotes, bois, novilhas, tourinhos, receptoras, etc.
- fatores críticos de sucesso, que são as fontes geradoras de
valor, as características essenciais para que o produto ou serviço tenha sucesso no mercado. No mercado de boi gordo, por exemplo,
os fatores críticos de sucesso são peso, terminação, qualidade do
couro, idade de abate, etc.
- processos organizacionais chave, que é composto pelas técnicas e práticas operacionais de produção. Trata-se da organização
do dia a dia, das técnicas que permitem atender os fatores críticos
de sucesso. Envolvem manejo de pastagens, alimentação dos animais, programa sanitário, manejo dos animais e todas as técnicas
de produção.
A estratégia engloba todos os níveis administrativos: operacional, gerencial e estratégico. Vai desde as definições da empresa até
a rotina diária de produção.
O processo de implantação do planejamento estratégico envolve diversas reflexões, buscando definir os pontos fortes e fracos
e todas as variáveis gerais e operacionais que existem na empresa.
A empresa será capaz de maximizar os seus pontos fortes e suas
oportunidades ao mesmo tempo em que limita suas fraquezas e
se prepara para as crises.
Dentre os diversos benefícios que o empresário pode colher
com o planejamento estratégico, pode-se destacar:
- Seleção e avaliação da equipe; através da definição e divulgação dos valores, a empresa será mais eficiente em selecionar e
avaliar funcionários e parceiros que integram o seu quadro.
- Constância de propósitos; pelo posicionamento a empresa
será capaz de manter ordenadamente a linha de produção. É comum empresas perderem dinheiro por mudar o foco de produção.
Sem um planejamento técnico e financeiro, decisões de nível estratégico podem acarretar em prejuízos, o que infelizmente acontece normalmente.
- Definição de critérios para investimentos; diretamente rela-
cionado com o item anterior, o planejamento estratégico auxiliará
na definição dos investimentos em bens de produção: benfeitorias,
edificações, máquinas, etc. É comum empresas com mau dimensionamento estrutural, superdimensionado em alguns recursos e subdimensionado em outros. Em empresas rurais, o mau investimento
é um grande consumidor de recursos que poderiam ser melhores
empregados na atividade. O planejamento ajuda a evitar tais erros.
- Redução/diluição de custos; através da organização dos
processos, espera-se um aumento na eficiência de aproveitamento dos recursos (insumos e serviços) demandados na atividade. É
comum que empresas rurais, organizadas, apresentem desperdícios de tempo pela simples desorganização da rotina e das tarefas diárias e semanais. O planejamento da rotina, de acordo com
o alinhamento estratégico da empresa, é eficaz em eliminar tais
desperdícios.
- Melhoria dos resultados; também relacionado com a organização dos processos, espera-se uma melhoria nos índices técnicos
de produção. As técnicas, padronizadas e detalhadas, serão empregadas de maneira eficaz pelos envolvidos na atividade. O planejamento é eficiente na maximização de resultados.
- Capacidade decisória; manter um planejamento estratégico
requer análise de fatos e dados. Em momentos de crise, ou mesmo
de oportunidades, a capacidade decisória do empresário será mais
rápida e eficaz. Atualmente essa é uma vantagem competitiva de
grande valor.
Esses são alguns exemplos de benefícios que o planejamento
estratégico pode trazer.
Empresas rurais são caracterizadas pela produção biológica a
céu aberto, e ainda atuam num mercado com diversas variáveis
possíveis. Quanto maior o número de variáveis no sistema, maior a
importância de um bom planejamento estratégico.
Organizar a empresa é fundamental para o sucesso no mercado. E tais passos são fundamentais para se organizar um processo de sucessão familiar. Sendo assim, nada mais importante
que já incluir os familiares no próprio desenvolvimento do processo. Dessa forma, facilitará a compreensão e consolidação do
futuro da empresa.
NT
27
Sucess
Familiaão
r
gestão
Cooperjovem
Em 1996, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
- Lei 9.394/96, criou-se a parte diversificada do ensino, concebida
para que as escolas pudessem contemplar, no seu currículo escolar,
alguns conteúdos que refletissem a realidade local onde estavam inseridas, sem prejuízo da base nacional comum.
A iniciativa de ensino do cooperativismo nas escolas resultou no
Cooperjovem, um programa do Serviço Nacional de Aprendizagem
do Cooperativismo (Sescoop), voltado para professores, técnicos de
cooperativas e alunos. O Cooperjovem reforça o 5º e o 7º princípios
universais do cooperativismo, respectivamente: Educação, Formação
e Informação e o Interesse pela Comunidade.
O Programa oferece formação continuada aos estudantes do ensino fundamental, a partir de linguagem e metodologia adequadas
ao público infanto-juvenil, ao mesmo tempo em que apoia as escolas,
agregando oportunidades para definir novas temáticas curriculares,
na propagação da cultura da cooperação nas comunidades e dos benefícios do cooperativismo.
No ensino fundamental, o aluno tem seu primeiro contato com o
cooperativismo por meio de atividades apoiadas pelo material didático
composto pelos livros “Iniciando a Cooperação” – 1º ao 4º ano e 5º ao
9º ano, do aluno e do professor. Podemos citar também as revistas da
Turma da Cooperação, cujos personagens são protagonistas de aventuras
de histórias em quadrinhos que contam e informam, de forma lúdica, o
que é, quando e como surgiu o cooperativismo e sua divisão em ramos.
Além disso, o Cooperjovem proporciona capacitação para os professores das escolas, fornecendo- lhes condições de trabalhar o conteúdo do cooperativismo em sala de aula, seja de forma transversal
ou por meio de projetos educacionais.
O programa foi desenvolvido com o objetivo de: inserir a cooperação/cooperativismo como temática de educação nas escolas
e cooperativas educacionais; oportunizar experiências positivas de
ajuda mútua, cooperação e solidariedade; e desenvolver habilidades
necessárias à vida em sociedade, por meio do estudo, reflexão e atividades que leve o aluno a compreender e a exercer o seu papel na
construção da história.
Pretende ainda inserir a filosofia do cooperativismo numa abordagem introdutória, como temática nas escolas de nível fundamental
e médio, com ênfase ao incentivo da prática dos valores ético-sociais,
solidariedade, autonomia, responsabilidade, democracia, igualdade e
equidade, honestidade e ajuda mútua.
Anualmente, desde 2007, são realizadas duas premiações: o Prêmio do Professor Cooperjovem, que visa identificar e dar visibilidade
aos melhores projetos desenvolvidos pelos educadores que fazem
parte do programa; e o Prêmio de Redação do Programa Cooperjovem, que premia as melhores produções textuais em torno de um
tema definido pela unidade nacional do Sescoop, sempre incentivando a leitura e os debates sobre o conceito da cooperação, os valores,
princípios e a doutrina cooperativista.
Números do programa
Unidade Estadual
do SESCOOP
AL
GO
MS
PA
PB
PE
PI
PR
RN
RO
SC
SP
TO
Total
Escolas
Professores
5
31
20
8
35
29
8
92
3
3
55
39
9
337
37
481
300
30
480
299
87
163
73
47
490
200
57
2744
Cooperativas
4
7
11
1
6
6
8
7
3
3
20
14
4
94
Alunos
Municípios
977
6.123
8.839
286
7.870
12.000
1.585
4.435
360
299
13.047
2.590
2.529
60.940
4
8
15
1
10
6
5
23
2
3
39
6
6
128
*ESCOLAS – Estão neste item, as cooperativas educacionais e escolas onde o programa é desenvolvido;
*COOPERATIVAS – São cooperativas, de diversos ramos, que apóiam o programa.
28
NT
PROGRAMA FORMAÇÃO
DE JOVENS LIDERANÇAS
COOPERATIVISTAS
O programa de formação para jovens lideranças cooperativistas
desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), atende jovens entre 16 e 30 anos, cursando ou com
ensino médio concluído e que pertença a uma cooperativa ou resida
em um comunidade próxima a cooperativa.
O programa tem como objetivos fomentar estratégias de gestão
de cooperativa e viabilizar alternativas de sucessão nessas organizações,
garantindo a continuidade e o fortalecimento do sistema; desenvolver
nos alunos habilidades e competências que os conscientizem a respeito
da importância de se organizar por meio do cooperativismo.
Alem disso, objetiva também despertar o interesse pelo negócio
cooperativo, bem como capacitar os jovens para gerir esse negócio de
forma competitiva, exercendo o seu papel de liderança no processo e
que os jovens líderes tenham clareza a respeito da importância de seu
papel na organização cooperativa, habilitando-os a integrar, inspirar
e desenvolver pessoas e equipes.
Para participar do programa o jovem deve passar por um processo seletivo com entrevista individual com o responsável pelo Programa e realizar um teste de Língua Portuguesa e de Redação sobre um
tema relativo ao papel e a importância da jovem liderança no cenário
cooperativista.
Anterior à implantação do Programa, será necessária a verifi-
cação de itens essenciais à realização do mesmo (infraestrutura da
cooperativa, recursos didáticos, público-alvo etc). Esse levantamento
será realizado por um técnico da unidade nacional do Sescoop junto
à respectiva unidade estadual, em visita técnica que identificará:
Alianças estratégicas: quais as entidades, regionais ou nacionais,
poderão ser parceiras na execução do projeto;
Público-alvo: quantos jovens serão beneficiados e se o perfil desses jovens atende aos requisitos do programa;
Data de realização: quando será ministrado o programa;
Infraestrutura: verificação da infraestrutura disponível para execução do programa no período proposto, incluindo as condições das
salas de aula e a existência dos recursos didáticos necessários;
Divulgação: realização de uma ação, junto à unidade estadual e
à cooperativa envolvida, visando “marcar” o início do Programa. Essa
ação terá o apoio da Gerência de Comunicação da unidade nacional.
O programa, que tem 290 horas/aula, é dividido em quatro etapas que englobam conteúdo Teórico, vivência, estratégias ao sair do
programa e acompanhamento do jovem.
A conclusão com sucesso de todas as fases do programa pode
resultar em convênios/parcerias/alianças com instituições de ensino
superior (IES), iniciativa privada e organizações cooperativas para o
desenvolvimento de estágios e atividades práticas.
Números do projeto
UF
AL
PE
AM
BA
ES
RJ
SP
SC
TOTAL
UE
1
1
1
1
1
1
1
1
8
Coord.Est.
1
1
1
1
1
1
1
1
8
Cooperat.
5
4
2
38
2
14
4
69
Municípios
4
2
2
4
5
2
5
4
28
Turmas
8
1
2
5
5
2
3
4
30
Instrutores
140
20
5
10
20
78
21
4
298
Jovens
215
45
43
218
162
54
179
103
1019
Obs: Números referentes aos alunos matriculados em 2009 e 2010.
*UE – UNIDADE ESTADUAL / *COORD.EST. – COORDENAÇÃO ESTADUAL / *COOPERAT. – COOPERATIVAS
NT
29
CONHECIMENTO AO
ALCANCE DE TODOS
Sucess
Familiaão
r
Copérdia implanta projetos que levam conhecimento gratuito aos associados,
melhorando resultados e rentabilidade. Em seis anos, 80% dos jovens
formados em um dos cursos oferecidos pela cooperativa, ainda permanecem na
propriedade rural.
Com o objetivo de levar conhecimento administrativo e empreendedor aos associados e filhos de sócios, a Copérdia criou a
Universidade Copérdia (Unicoper). O curso foi criado em 2006 em
parceria com a Universidade do Contestado (UnC) campus Concórdia/SC e Núcleo de Educação Profissional (NEP). Com o passar
dos anos o Unicoper criou três extensões e se dividiu em Gestão da
Propriedade Rural, Suinocultura Profissional e Empreendedorismo
Rural (PER).
O Unicoper Gestão da Propriedade Rural foi criado para garantir a sucessão da propriedade, atingindo níveis competitivos de
produtividade e rentabilidade. Em seis anos, essa modalidade já
formou 267 alunos, associados à Copérdia. Este ano há uma turma
em andamento com 38 alunos. A formatura será este ano e a Copérdia vai encerrar 2012 com 305 alunos formados.
O Unicoper Empreendedorismo Rural (PER) é uma modalidade desenvolvida para melhorar a atividade já desenvolvida pelos
associados e oportunizar os produtores a desenvolver novas atividades, melhorando a renda e a qualidade de vida. Implantado
em 2007, o PER mantém a parceria com o Senar/SC e, durante o
curso, os alunos desenvolvem um projeto individual que será aplicado posteriormente na propriedade. O projeto tem a orientação
do instrutor do curso e visa a melhoria das atividades ou implantação de um novo negócio na propriedade rural. Até o momento
259 associados estão formados no programa, mas até o final deste
ano, outros 42 vão encerrar as atividades e receber o diploma de
30
NT
conclusão de curso.
Já o Unicoper Suinocultura Profissional tem o objetivo de profissionalizar os suinocultores fomentados à Copérdia para que produzam suínos com qualidade, sanidade e produtividade, seguindo
os padrões exigidos pelo mercado e consumidor final. Criado em
2007, o curso é desenvolvido em parceria com a Embrapa Suínos e
Aves. Dessa modalidade foram formadas duas turmas: uma com
suinocultores integrados à Copérdia. Outra com os técnicos do
Fomento de Suinocultura da cooperativa, responsáveis por prestar assistência às propriedades dos fomentados. Ao total foram 41
alunos formados.
Conforme o presidente da Copérdia, Valdemar Bordignon, a
partir da implantação do Unicoper pode-se constatar a redução
no êxodo rural na região de atuação da Copérdia. “Dos alunos formados no Unicoper, 80% ainda estão no campo, desenvolvendo
atividades agropecuárias. São jovens produtores rurais com espírito
empreendedor, que estão realizando as atividades de forma profissional e com rentabilidade”, destaca o presidente.
O vice-presidente da Copérdia, Ademar da Silva, está à frente dos projetos sociais da cooperativa. Para ele o Unicoper é uma
oportunidade do associado permanecer na propriedade de forma
competitiva. “A Copérdia se preocupa com a qualidade de vida dos
associados e abre portas para o conhecimento. Os jovens têm a
oportunidade de receber informações para a melhoria de resultados e na rentabilidade da atividade que conduz”, avalia Silva.
Resumo das extensões do Unicoper
1) Extensão : Empreendedorismo Rural
Início: 2007
Alunos já formados: 259
Parceria: SENAR/SC
Carga horária: 138h/aula
2) Extensão : Suinocultura Profissional
Início: 2007
Alunos formados: 41
Parceiro: Embrapa Suínos e Aves.
Carga Horária: 148h/aula
3) Extensão: Gestão da Propriedade Rural
Início: em 2006
Alunos formados: 267 alunos
Parceiros: Universidade do Contestado (UnC)
e Núcleo de Educação Profissional (NEP).
Carga Horária: 208 h/aula
DEPOIMENTO
Kelvin Chilantti - formado no Unicoper
Empreendedorismo Rural e aluno do
Unicoper Gestão da propriedade Rural
A família de Adile Chilantti (Concórdia) se dedica à produção de leite. O filho, Kelvin, participou de cursos para melhorar
e prosseguir na atividade leiteira com rentabilidade e profissionalismo. Entre os cursos que Kelvin participou estão o Programa De Olho na Qualidade Rural, Qualidade Total Rural (QT),
Programa Empreendedorismo Rural (PER) e está cursando o
Unicoper Gestão da Propriedade Rural.
Durante o PER, Kelvin desenvolveu o programa sobre de dieta
alimentar para o rebanho leiteiro. As metas estabelecidas pelo projeto foram alcançadas. Kelvin projetou 500 litros de leite/dia com
as 28 vacas em lactação, porém, alcançou a meta com apenas 23
vacas. “As metas foram atingidas antes mesmo de eu concluir o
curso. O ajuste na dieta das vacas foi responsável para alcançar os
números estabelecidos”, destaca o jovem.
Os próximos projetos a serem implantados na propriedade
é a ampliação da sala de alimentação, construção de um espaço para bezerros, e aumentar o plantel e produção diária. O
objetivo da família é alcançar 1.000 litros de leite por dia. Para
isso, serão necessárias algumas melhorias: ampliação da área
de pastagem e ampliação do plantel conforme a disponibilidade de pasto. “Antes de aumentar o plantel é preciso avaliar se a
propriedade comporta o plantel de 40 vacas que pretendemos
implantar”, ressalta Kelvin. Hoje a propriedade está com 22
animais em lactação e produção diária de 500 litros.
Para ficar na propriedade, Kelvin recebeu o incentivo dos
pais. Adile e Zelir deram a oportunidade para o filho ficar na
propriedade e tocar os negócios da família. “Ele quis ficar e
estamos apoiando. Kelvin faz cursos, busca informações e conhecimento para se profissionalizar na atividade nós estamos
felizes em vê-lo na propriedade”, destacam os pais.
NT
31
Gestão e sucessão:
Sucess
Familiaão
r
A cooperativa Agroindustrial Alfa atua em Santa Catarina
e 3 municípios do Paraná. O estado Catarinense caracteriza-se por topografia acidentada e agricultura de base familiar,
propriedades com a média de 20 hectares.
Pesquisas regionais, feitas pela Epagri de SC e pelo IBGE,
registraram forte movimento migratório campo-cidade. Esse
processo até a década de 90 exportou mão-de-obra excessiva para atender as demandas do complexo agroindustrial e
dos espaços urbanos. Já o processo migratório registrado nas
últimas duas décadas tornou-se sinônimo de mão-de-obra
vital para a renovação e perpetuação das unidades familiares no campo. Aquela força humana que saiu, hoje faz falta.
Fatores como a significativa redução do número de filhos e,
especialmente a migração feminina, têm desenhado um cenário de masculinização e envelhecimento no espaço rural
catarinense.
A Cooperalfa possui 78% dos associados com idade acima de 45 anos.
A significativa migração das moças está ligada ao histórico cultural de subalternidade vivido pelas suas mães e avós.
Na tentativa de não reproduzir o papel das gerações anteriores, a preferência pela cidade se dá visando ascensão social e
econômica seja pelo trabalho, ou pelo casamento.
Nem mesmo as conquistas alcançadas nos últimos 30
anos pelos movimentos sociais de mulheres agricultoras que
32
NT
asseguraram uma série de direitos e inserção política, foram
capazes de conter a excessiva migração feminina.
Agindo com responsabilidade social, a Cooperalfa desenvolveu inúmeras iniciativas para abordar “Gestão e Sucessão
Familiar” com as famílias cooperadas e comunidade. Tal temática é complexa por envolver diversos viéses que dizem
respeito unicamente ao seio familiar. Nesse contexto é importante cada membro entender seu papel. Atualmente ser
agricultor é uma ESCOLHA entre outras profissões.
A terra continuará produzindo, no entanto, para a Cooperativa é interessante a permanência da “Família na Terra”,
pois é produtora de diversidade de riqueza local. Superando a
visão produtivista, a Cooperalfa passou a desenvolver estrategicamente uma série de ações para conscientizar, manter e
atrair o maior número de pessoas no campo. Não é interessante para a sociedade um vazio social no espaço rural, que
foca a produtividade acima de tudo e a qualquer custo, até
porque, família na terra, é a verdadeira essência do campo.
Os trabalhos começaram em 2007, onde a Cooperalfa
reuniu 2100 jovens agricultores, para entender: por que os
jovens migram? O resultado do trabalho apontou duas direções: por um lado, o conflito geracional estabelecido principalmente entre pais e filhos; por outro, o incentivo maior da
mãe para o filhos(as) migrarem.
Por isso, em 2008, foram reunidas as mulheres (5.000
um desafio de gerações
mães), justamente por serem as maiores responsáveis pelo
incentivo à migração dos filhos, mas ao mesmo tempo, sofrem emocionalmente com a ausência deles. Percebeu-se que
o incentivo ocorre devido a subalternidade no espaço privado
(lar).
Em 2009 realizaram-se eventos com 2.450 jovens agricultores onde foi feita uma pesquisa que retratou a identidade do jovem, (quem é esse público? O que pensa? Seus sonhos
e dificuldades na gestão familiar e do negócio. Ficou notória a
importância de mobilizar os pais (casal), para discutir o tema
“Relacionamento Conjugal e Subalternidade Feminina”, efetivado em 2010, envolvendo 5.000 casais.
Após abordagem do assunto com os diferentes membros
da família, em momentos distintos, em 2011 a Alfa convidou
as famílias (pais e filhos), para discutir o tema “Gestão e Sucessão Familiar”, no evento “Família na Terra - a Essência do
Campo”. Participaram 9.159 pessoas em 18 seminários.
As gerações anteriores não foram preparadas para falar em
sucessão. Atualmente, “sucessão” é uma ferramenta de gestão,
talvez não a mais importante, mas aquela que pode por em
cheque todo processo desenvolvido anteriormente. O planejamento sucessório garante menos implicações jurídicas e, especialmente, a conservação dos laços familiares, estabelecendo
regras e participação de cada membro, inclusive na renda.
Em resumo, o “Projeto Família na Terra” - proporcionou
esclarecimento acerca da diferenciação de “família” e “negócio”. Despertou forte atenção da sociedade, órgãos públicos,
imprensa e entidades privadas.
Entre os resultados alcançados, estão os testemunhos
de pais que conseguiram envolver ou trazer os filhos(as) que
já haviam migrado, de volta para a propriedade. Percebe-se
nos diálogos dos membros das famílias (pai, mãe e filhos) a
facilidade de falar sobre o assunto e a preocupação com o
destino da propriedade rural, após abordagem do tema nos
seminários.
O Projeto “Familia na Terra” continuará sendo desenvolvido pela Cooperalfa e seus resultados serão mensurados ao
longo de gerações.
Essa visão orgânica de um crescimento com sustentabilidade social,vai permitir que todos os players conectados ao
modelo Catarinense, também possam criar suas perspectivas
e estratégias de longo prazo.
Por:
Maritânia Bagnara – MSc. em Ciências Ambientais
Vilmar José Dal Bosco – Especialista em Economia e
Cooperativismo
Ambos integrantes da Assessoria de Comunicação Social
Cooperalfa/Chapecó-SC
NT
33
Copagril
A Copagril realiza trabalho constante com os jovens cooperativistas, através da ACJC (Associação dos Comitês de
Jovens da Copagril). Atualmente, são 14 comitês de Jovens,
espalhados em cinco municípios da área de atuação da Copagril.
O objetivo principal é a formação de lideranças cooperativistas e a sucessão familiar, além de conscientizar o jovem de
que ele, vivendo na propriedade rural e produzindo alimentos
para o mundo, tem uma qualidade de vida melhor, faz seus
próprios horários e ainda, tem as mesmas oportunidades que
um jovem da cidade.
Ele tem acesso à tecnologia da informação / meios de
comunicação, estudo e até, tem mais cursos do que um jovem que não reside no campo. A Copagril, em parceria com
34
NT
Sucess
Familiaão
r
o Senar, Sescoop e outros, capacita os jovens do meio rural,
além de fazer trabalhos com as mulheres e também com os
cooperados, para que haja um diálogo maior entre a família, para que, aos poucos, os pais repassem o patrimônio para
seus filhos e também a administração da propriedade.
Cremilda Andreolli, responsável pelos projetos explica que
“é importante que façam uma passagem da gestão da propriedade de uma geração para outra. Não apenas os bens materiais, mas também os valores, princípios, ética e experiências
para os filhos, para que possam, realmente, dar continuidade
aos negócios da família.”
As associações
A ACFC – Associação dos Comitês Femininos da Co-
pagril, é formada por sócias da Copagril, esposas, filhas
e demais familiares. O principal objetivo é difundir a
filosofia do cooperativismo, formar lideranças cooperativistas femininas e melhorar a qualidade de vida das
pessoas. Oportunizando o desenvolvimento pessoal,
social, cultural, econômico, desportivo e outros que
correspondam aos interesses da Associações e dos comitês Femininos da Copagril filiados. Recebem orientações sobre a Sucessão Familiar, que nada mais é do que
a passagem gradual do patrimônio e gestão da propriedade de uma geração para outra. Não apenas dos bens
materiais, mas também valores éticos e morais que são
repassados aos filhos, para que eles saibam dar conti-
nuidade aos negócios da família. Ao todo são 16 comitês
com aproximadamente 700 sócias.
A ACJC – Associação dos Comitês de Jovens da Copagril, é formado por jovens sócios da Copagril, seus familiares e amigos. O principal objetivo é difundir a filosofia
do cooperativismo e formar lideranças, através do trabalho coletivo. Oportunizando o desenvolvimento pessoal,
social, cultural, econômico, desportivo e outros que correspondam aos interesses da Associações e dos comitês
de Jovens da Copagril filiados, visando a melhoria de vida
das pessoas. Recebem orientações sobre a sucessão familiar e da propriedade. No total são 15 comitês com
aproximadamente.
NT
35
C. Vale
A C.Vale desenvolve atividades cooperativistas, de capacitação envolvendo os associados e seus familiares. Essas atividades
incluem lideranças, jovens e senhoras com o objetivo de proporcionar capacitação pessoal, profissional e técnica.
A cooperativa desenvolve um trabalho de educação cooperativista, envolvendo crianças em idade escolar; no ensino fundamental, visando difundir os ideais e conceitos cooperativistas.
Na C.Vale, o projeto Cooperjovem envolve alunos e professores
do quarto ano do ensino fundamental das escolas públicas e
privadas da área de ação da C.Vale. Desde 1999, quando iniciou
o projeto 20.150 participaram do projeto, distribuídos em 925
turmas.s Segundo Jonis Centenaro, gerente de assessorial de
36
NT
Sucess
Familiaão
r
qualidade e comunicação social da C.Vale os principais impactos dos projetos são a conscientização de professores com potencial para multiplicação do conteúdo sobre cooperativismo;
a conscientização e capacitação de professores de 4º ano da
rede municipal e particular de ensino, dos municípios da área
de atuação da cooperativa sobre a importância da cooperação
e do cooperativismo; a conscientização dos alunos de 4º ano da
rede municipal e particular de ensino sobre a importância da
cooperação e do cooperativismo; a imagem da cooperativa perante as escolas e a comunidade e a percepção da importância
da cooperação e do cooperativismo nas comunidades onde a
cooperativa está inserida.
Jovens
Preparar novas gerações de produtores e cooperativistas é uma das preocupações da C.Vale.
A cooperativa mantém um programa de qualificação com três linhas de atuação: estimular
os filhos dos associados a dar continuidade às
atividades dos pais, torná-los empreendedores
rurais para que aproveitem as oportunidades
de diversificação oferecidas pela cooperativa,
e formar futuros líderes para a C.Vale. Essa
qualificação é conseguida através de cursos,
seminários e treinamentos.
Formação pessoal e cooperativista
Eventos 211
Participantes 18.962
Mulheres
As associadas e esposas de cooperados da
C.Vale têm uma organização própria dentro
da C.Vale. Elas são qualificadas nas areas de
formação pessoal e profissional, saúde e alimentação, e geração de renda. Com o apoio da
cooperativa, as integrantes dos núcleos femininos realizam ações solidárias. Eles promovem
campanhas para arrecadação de agasalhos e
alimentos e os repassam a entidades assistenciais. Assim, ajudam a diminuir as dificuldades
das parcelas mais necessitadas da população.
As atividades de qualificação oferecidas pela
C.Vale permitem que as associadas aprendam
ou aprimorem técnicas para a produção de
alimentos e artesanato. Com esse conhecimento, elas podem se tornar empreendedoras
rurais comercializando o que produzem para
melhorar o nível de renda da família.
Um dos eventos de qualificação é o Seminário
da Mulher, realizado anualmente com cerca de
1.500 pessoas. A organização feminina também
é o canal que as associadas têm para apresentar suas demandas e sugestões à diretoria da
C.Vale.
Organização Feminina
Eventos 107
Participantes 6.698
NT
37
Cooper Itaipu
Sucess
Familiaão
r
A CooperItaipu desenvolve diversos programas
visando a sucessão familiar. O QT é um deles. O
programa que muda a mentalidade e o comportamento das pessoas que fazem parte da organização: da família do empresário rural ao trabalhador contratado. O desafio do Programa D’Olho na
Qualidade Rural, realizado pela cooperativa é criar
condições e um caminho mais seguro, prático e de
fácil entendimento para que se apliquem conceitos
e princípios da Qualidade Total nas empresas rurais. Como parte do treinamento, ao final do curso,
os participantes apresentam um teatro onde encenaram tudo o que aprenderam, abordando a sensibilização, descarte, organização, limpeza, higiene
e a ordem mantida, temas abordados ao longo do
curso.
Conforme Arno Pandolfo é sempre importante
que os associados participem e aproveitem a oportunidade para desenvolver suas atividades mais
motivados. “O objetivo do Programa é produzir com
mais qualidade, fazendo com que os empresários
rurais, trabalhadores e familiares adquiram novos
hábitos, novos comportamentos e novas atitudes
no dia a dia visando sempre qualificar o produto e
a vida do empresário rural” finaliza Pandolfo.
Outro programa desenvolvido pela Itaipu é o
“Educando na Cooperativa”. O programa tem por
objetivo oportunizar a complementação escolar
dos seus funcionários, proporcionando maior possibilidade de evolução profissional e contribuindo
para o desenvolvimento social e familiar. Objetivo
alcançado, os formandos demonstraram grande
satisfação, lembrando o ano de grande esforço por
parte dos então estudantes que concluíram com
êxito mais essa conquista.
Para o desenvolvimento do programa a Cooperitaipu firmou parceria com a Horus Faculdades,
que foi responsável pelo desenvolvimento das aulas através de professores habilitados e pela certificação dos alunos; SESCOOP/SC que participa com
o apoio financeiro para pagamento das despesas
com a instituição de ensino e materiais necessários.
38
NT
Os alunos estiveram divididos em duas turmas,
cuja quais se reuniam uma vez por semana, sendo
um grupo na terça-feira e a outra na quinta-feira
à noite, utilizando o auditório da matriz como sala
de aula. O corpo docente era formado por três professores devidos em Nivelamento e Alfabetização,
Matemática e Pós-Alfabetização.
Preocupada com o desenvolvimento pessoal e
profissional de adolescentes, a Cooperitaipu mantém em seu quadro de funcionários, Jovens Aprendizes de 14 a 16 anos, projeto que existe desde o
ano de 2004. São filhos de associados, funcionários
e outros que tem por interesse preparar-los para o
mercado de trabalho e atuar no setor do cooperativismo.
Conforme o presidente da Cooperitaipu – Arno
Pandolfo, o programa é uma oportunidade de vivenciar o trabalho na prática, pois proporciona a
aprendizagem de rotinas administrativas, além de
despertar no jovem o compromisso com a empresa e com o trabalho, através do comprometimento
com prazos e horários, além de ser para o jovem
uma excelente oportunidade para se encaminhar
na empresa.
O programa é patrocinado pelo SESCOOP/SC e
ministrado pelo SENAC, ficando a cargo da cooperativa a responsabilidade pelo pagamento dos salários e encargos trabalhistas. Os jovens que tiverem
interesse em participar do programa, podem procurar o Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente – CMDCA. Jovens Lideranças Cooperativistas é um programa realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/SC), órgão vinculado à Organização das Cooperativas do Estado
de SC (Ocesc), em parceria com as cooperativas COOPER A1 de Palmitos, AURIVERDE de Cunha Porã e
COOPERITAIPU de Pinhalzinho. O objetivo é viabilizar alternativas de fortalecimento e sucessão nas
propriedades e cooperativas, por meio da preparação de lideranças, com a perspectiva de formação
de futuros associados e dirigentes de cooperativas.
NT
39
Sucess
Familiaão
r
gestão
Famílias qUE
Família Pigoso - Primato
Gilmar, Terezinha, Denis e Carine
Denis desde pequeno sempre ajudou os pais com o trabalho na propriedade.
Gilmar e Terezinha sempre incentivaram os filhos a estudar e deixaram que
eles escolhessem suas profissões. Enquanto Carine resolveu trabalhar em um
banco, Denis estuda para permanecer e fazer seu futuro na propriedade. Hoje
a família investe na cria de leitões e o jovem é responsável dentre outras coisas pela inseminação das matrizes.
Família Lawich - Primato
Ivo, Elza, Elaine e Carlos
Quando Elaine se casou com Carlos decidiu assumir a produção de leite da propriedade. Com o novo animo a família
investe para aumentar o rebanho e melhorar a produção. A
produção de suínos fica por conta dos homens da família.
Família Mattiuzzi - CVale
Inácio, Neuza, Tiago e Marcos
Tiago, apesar de sofrer com piadinhas dos colegas na faculdade, após cursar
administração de empresas resolveu que seu trabalho de conclusão de curso
seria voltado à propriedade. “No trabalho fiz todos os levantamentos de custos
e resultados. Ficou comprovado que vale a pena investir no leite. Temos mais
seis anos para cumprir nossa meta”. O irmão mais novo, Marcos, também pretende cursar veterinária e seguir na propriedade. Ambos ajudam desde cedo no
dia a dia da propriedade e participam de atividades desenvolvidas pela CVale.
40
NT
mudam o mundo
Família Notter - Copagril
Hélio, Leni, Leila, Liliane e Eduardo
Leila e Liliane terminaram os estudos e decidiram permanecer na propriedade
da família. As filhas de Helio e Leni participam das atividades da cooperativa
e junto com os pais resolveram investir na produção de leite. “Se elas querem
trabalhar conosco o melhor a fazer é investir” explica, Hélio Notter. A família
que produz hoje 970 litros de leite/dia pretende dobrar a produção.
Família Rogowski – Copérdia
Ivo e Giovani
Ivo herdou a propriedade dos pais e mudou os rumos da saindo da produção agrícola para começar a produção de proteína animal. Seu filho, Giovanni seguiu os
passos do pai e depois de ficar 3 anos estudando com Concórdia voltou a propriedade para investir na produção de suínos. Apesar dos pais serem contrários a
decisão, Giovani tinha certeza de que essa seria a melhor opção. Ao se casar, sua
esposa assumiu a produção de leite, enquanto ele cuida da produção de suínos.
Família Ruppenthal – Copérdia
Marcos e Luiz
A família Ruppenthal resolveu investir R$600 mil para aumentar seu plantel
de 150 para 500 matrizes de suínos. Segundo Marcos, Luiz assumiu a maternidade da propriedade com 13 anos e desde então, decidiu suceder o pai na
propriedade. Luis comenta que fez diversos cursos oferecidos pela Copérdia e
que seu futuro é mesmo na propriedade.
NT
41
SAC: 0800 979 9994
www.nutron.com.br
Todos os direitos reservados. Proibida a cópia e/ou reprodução total ou parcial.
Quando você escolhe um produto Nutron,
recebe a visão 360o
da nutrição animal focada para o
máximo retorno do seu investimento.
SOLUÇÕES MOLDADAS
PARA VOCÊ.
A Nutron tem soluções direcionadas para
as necessidades específicas e soluções
completas para resultados de ponta.
CONSULTORIA
Acompanhamento técnico completo
da produção.
DIAGNÓSTICO TÉCNICO
verificação, organização e retificação
de processos.
GESTÃO DE RECURSOS E
DE PROCESSOS
Gerenciamento abrangendo todas as
etapas do negócio.
PLANEJAMENTO
Estudos, estratégias e projeções para
avaliação de impactos.
CAPACITAÇÃO HUMANA
Oferecimento de workshops e
treinamentos.
UMA PLATAFORMA QUE
ASSEGURA O MÁXIMO
RETORNO DO SEU INVESTIMENTO.
MERCADO
Incertezas
à frente
O primeiro semestre chegou ao fim e o pecuarista não vai sentir
medida pelo IGP-DI, 3,6%.
saudades. O período foi marcado por considerável pressão de baixa
Em resumo, foi um semestre de pressão sobre as margens da
para os preços do boi gordo.
atividade pecuária.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na comparação
entre as médias de janeiro e de junho deste ano, o recuo foi de 6,0%.
Queda também em relação a 2011
Mas não foi só para o boi gordo. A reposição também teve os
O resultado foi de queda não só no último semestre, mas tampreços achatados, reflexo de uma oferta mais volumosa e da conbém na comparação entre os primeiros semestres de 2011 e 2012.
juntura negativa para o preço dos animais
terminados.
Tabela 1: Média dos preços nominais dos animais
Fizemos um resumo do semestre, atraterminados e de reposição (São Paulo), boi casado, Índice
vés dos resultados observados em janeiro e
em junho deste ano e da comparação entre
Scot de Custo de produção, IGP-DI, e sua variação em cada
as médias dos primeiros semestres de 2011 e
intervalo analisado.
de 2012. (Tabela 1).
É notável a maior queda de preço das
Descrição
Janeiro Junho Var.
1º sem. 1º sem.
Var.
2012
2012
2011
2012
fêmeas terminadas em relação aos machos.
Boi gordo (R$/@)
99,98
94,00
-6,0% 101,19
97,05
-4,1%
Enquanto a cotação da arroba do boi gordo
Vaca
gorda
(R$/@)
93,86
85,50
-8,9%
92,54
88,89
-3,9%
caiu 6,0% no semestre, a cotação da vaca
Bezerro
(R$/cabeça)
703,75
690,00
-2,0%
737,00
693,93
-5,8%
gorda teve queda de 8,9%.
Boi magro (R$/cabeça)
1.212,50 1.150,00 -5,2% 1.223,17 1.183,83
-3,2%
Dessa forma, o diferencial vaca-boi se
Boi casado (R$/kg)
6,37
6,01
-5,7%
6,21
6,11
-1,6%
alongou. Passou de -6,1% em janeiro para
ISCP*
(100=agosto/94)
723,36
741,66
2,5%
680,85
728,84
7,0%
-9,0% em junho.
IGP-DI** (100=agosto/94)
465,60
482,31
3,6%
454,21
473,37
4,2%
A cotação do boi magro e do bezerro
caíram 2,0% e 5,2%, respectivamente.
* Índice Scot de custo de produção da pecuária de corte (alta tecnologia).
Enquanto isso, no mesmo período, o
** Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna.
índice de custo de produção calculado pela
Fonte: FGV / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Scot Consultoria subiu 2,5% e a inflação,
44
NT
Gustavo Aguiar
Zootecnista e Analista de
Mercado da Scot Consultoria
Colocamos este comparativo, que consta na tabela 1, também graficamente na figura 1, para facilitar a visualização.
Na comparação anual, fica ainda mais evidente o momento nega-
Figura 1: Comparativos de preços e
resultados entre o primeiro semestre
de 2011 e 2012. Média do primeiro
semestre de 2011 = base 100.
IGP-DI**
ISCP*
Boi casado
Boi magro
Bezerro
Vaca
108,00
1o sem. 2011
1o sem. 2012
106,00
104,00
102,00
-3,9% -5,8% -3,2% -1,6% +7,0% +4,2%
100,00
98,00
96,00
-4,1%
94,00
92,00
90,00
* Índice Scot de custo de produção da pecuária de corte (alta tecnologia).
** Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna.
Fonte: FGV / Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
tivo de preços. E mais uma vez, os custos e a inflação não dão trégua.
O recente balanço dos abates de bovinos no primeiro trimestre,
divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostrou
aumento da participação de fêmeas no abate.
Segundo o IBGE, as fêmeas compuseram 45,5% dos bovinos
abatidos sob algum tipo de inspeção no primeiro trimestre de 2012.
Normalmente este é um período de maior abate de fêmeas, devido
ao descarte das vacas que não emprenharam na estação de monta.
Mas mesmo na comparação com o mesmo intervalo no
ano passado ocorreu aumento na participação de fêmeas nos
abates. Em 2011 esta participação foi de 43,5%, dois pontos
percentuais menor.
Foi o segundo aumento consecutivo. Isto corrobora com o cenário de oferta maior de animais para abate e de preços em queda
que tem sido observado.
O bezerro perdeu a força de alta observada nos anos anteriores,
o que torna cada vez mais caro e desestimulante a retenção das
matrizes.
E o próximo?
Neste momento, sob qualquer ponto de vista, fica difícil ser otimista para o mercado do boi no futuro próximo.
A expectativa é de devemos ter recuperação de preços no segundo semestre, corrigindo a queda de preço do primeiro.
Mas afirmar que o preço médio de julho a dezembro será maior
do que o registrado no primeiro semestre, como ocorre historicamente, carrega consigo um alto grau de incerteza.
NT
45
MERCADO
Produção
brasileira
de leite será
recorde em 2012?
Segundo a Pesquisa Trimestral do Leite, divulgada no final de
junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no
primeiro trimestre deste ano foram adquiridos 5,7 bilhões de litros de
leite pelos laticínios e cooperativas.
A pesquisa considera apenas a produção formal, ou seja, o leite
com inspeção municipal, estadual ou federal.
46
NT
O volume adquirido de janeiro a março deste ano foi 2,9% menor em relação ao trimestre anterior. Veja a figura 1.
Normalmente, a captação de leite no quarto trimestre é maior
em relação a do primeiro trimestre. Em dezembro, foi registrado o
pico de produção na média Brasil.
Entretanto, o volume de leite captado no primeiro trimestre de
Jéssyca Guerra
Zootecnista da Scot Consultoria
Figura 1: Volume de leite adquirido
pelos laticínios e cooperativas, por
trimestre – em bilhões de litros.
Figura 2: Volume de leite adquirido pelos
laticínios e cooperativas nos últimos
treze meses – em bilhões de litros.
2,1
6,0
2,0
5,8
1,9
5,6
5,4
1,8
5,2
1,7
Fonte: IBGE / Adaptado por Scot Consultoria
www.scotconsultoria.com.br
2012 aumentou 4,4% na comparação com o mesmo período do
ano passado.
Analisando a captação mensal, o volume adquirido em janeiro
foi o maior do trimestre, 2,0 bilhões de litros de leite (figura 2).
Houve queda no volume de leite entregue à indústria em janeiro
e fevereiro em função da irregularidade e menor volume de chuvas,
mas em março a captação subiu.
Captação de leite por região
Na tabela 1 está um comparativo da captação de leite no Brasil
e por região.
Em relação ao 1º trimestre de 2011, a captação de leite aumentou significativamente apenas no Sul do país, 15,7%. Como o Sul do
país é a segunda região com maior captação de leite, estes números
fizeram com que na média Brasil o volume aumentasse 4,4% no primeiro trimestre de 2012.
Com exceção do Norte, onde o volume cresceu 0,7%, nas outras
regiões houve queda na captação.
Quando se compara o 1º trimestre de 2012 com o 4º trimestre
de 2011, apenas o Nordeste e o Centro-Oeste tiveram incremento no
volume de leite adquirido pela indústria.
No Nordeste, o 1º trimestre do ano é normalmente o período de
maior captação. É o início da estação chuvosa na região.
Considerações finais
Em curto prazo, a expectativa é de aumento na produção e
captação de leite no país.
mar/12
jan/12
fev/12
dez/11
nov/11
out/11
set/11
ago/11
1O trim
2012
jul/11
4O trim
2011
jun/11
3O trim
2011
mai/11
2O trim
2011
mar/11
1O trim
2011
abr/11
1,6
5,0
Fonte: IBGE / Adaptado por Scot Consultoria
www.scotconsultoria.com.br
Segundo o Índice Scot de Captação de Leite, em abril e maio
houve queda na captação, considerando a média nacional. Para
junho os dados parciais indicam alta.
A expectativa é de que a captação aumente em 2012 em
relação ao volume captado em 2011, mas alguns pontos merecem atenção.
São eles: a pressão de baixa no mercado do leite que pode
desestimular os investimentos; aumento dos custos de produção, com destaque para a alta de preço dos farelos; e por fim o
clima, que tem pregado peças.
Tabela 1: Captação de leite por região
e no Brasil (em bilhões de litros) e
comparativo com trimestres anteriores.
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
Brasil
1o trim.
2012
0,31
0,35
2,22
2,03
0,82
5,73
1o trim. 2012 x 1o trim. 2012
1º trim. 2011
x 4º trim. 2011
0,7%
-15,5%
-2,6%
1,7%
-0,1%
-3,4%
15,7%
-2,7%
-2,8%
1,5%
4,4%
-2,9%
Fonte: IBGE / Adaptado por Scot Consultoria
www.scotconsultoria.com.br
NT
47
MERCADO
De onde vem a
pressão?
48
NT
Rafael Ribeiro de Lima Filho
Zootecnista da Scot Consultoria
O mercado do milho tomou um rumo diferente em julho. Desde
o começo do mês os preços subiram no mercado internacional, repercutindo em aumentos também no mercado brasileiro.
Em Campinas-SP, a saca de 60kg está cotada em R$29,00. Uma
alta de 13,7% em relação ao começo do mês. Veja a figura 1.
Mas de onde vem essa pressão, considerando que, no Brasil, estamos em plena colheita do milho de segunda safra e a expectativa é de
uma oferta de 12 milhões de toneladas a mais em relação à passada?
O principal ponto é a qualidade do milho norte-americano
2012/2013. Nos últimos relatórios de acompanhamento de safra, o
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em
inglês) revisou para baixo a porcentagem de lavouras em condições
boas e excelentes (figura 2).
Figura 1: Preço do milho em Campinas-SP,
valores nominais - em R$/saca de 60kg.
02/01/2012
10/01/2012
18/01/2012
26/01/2012
03/02/2012
13/02/2012
23/02/2012
02/03/2012
12/03/2012
20/03/2012
28/03/2012
05/04/2012
16/04/2012
24/04/2012
03/05/2012
11/05/2012
18/05/2012
28/05/2012
05/06/2012
14/06/2012
22/06/2012
02/06/2012
10/06/2012
34,00
32,00
30,00
28,00
26,00
24,00
22,00
Com este cenário, o USDA diminuiu as estimativas com relação
à produção e estoques finais de milho nos Estados Unidos.
No relatório de oferta e demanda divulgado no dia 12 de julho,
o Departamento estimou a produção norte-americana em 329,45
milhões de toneladas em 2012/2013.
Este volume é 12,3% menor na comparação com a estimativa apresentada no relatório anterior (junho). O clima seco e quente está prejudicando as lavouras. Com isso, os estoques finais nos Estados Unidos foram
reduzidos para 30,0 milhões de toneladas em 2012/2013. No relatório de
junho a estimativa do USDA era de 47,8 milhões de toneladas.
Considerações finais
Em curto prazo, a expectativa é de mercado firme para o milho.
Além do cenário atual no mercado internacional, a valorização
do dólar frente ao real e a boa oferta de milho no mercado interno
devem favorecer as exportações brasileiras.
Choveu nos Estados Unidos nos últimos dias, mas os volumes
nas regiões produtoras de milho foram abaixo do esperado.
Para as próximas semanas a expectativa é de chuva, porém em
volumes menores no corn belt ou cinturão do milho (figura 3).
Por outro lado, é preciso acompanhar a evolução da colheita do
milho safrinha no Brasil e o aumento da disponibilidade do grão no país.
Figura 3: Previsão de chuvas nos Estados
Unidos - em milímetros.
Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br
Figura 2: Porcentagem de lavouras de
milho (2012/2013) em condições boas e
excelentes nos Estados Unidos.
65%
63%
60%
12 a 19 de julho
56%
55%
48%
50%
45%
40%
40%
20 a 28 de julho
35%
19 de
junho
25 de
junho
2 de
julho
9 de
julho
Fonte: USDA / Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br
Fonte: IGES / COLA / Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br
NT
49
bovinos de LEITE
INTERFERÊNCIAS
DA NUTRIÇÃO
NOS EFEITOS
FARMACOLÓGICOS DO rBST
50
NT
Guilherme Megalli
Zootecnista, Pós-Graduado em Pecuária Leiteira
e Promotor Técnico da MSD Saúde Animal
dieta é necessário para que o animal mantenha bom escore de
A atividade leiteira, hoje é um dos setores mais explorados
condição corporal.
da pecuária brasileira, porém, mesmo sendo expressivamente
O aumento de produção gera um aumento de consumo
extensa, vem, com os anos, sofrendo aumento de custos e redude 1,24kg/dia de matéria seca e de 330g/dia de proteína brução de lucros. Para alterar esse quadro, os produtores têm como
ta. Tendo-se em vista que o quilo de matéria seca da dieta toalternativas investirem no aumento da produção, podendo este
tal tem um custo em torno de R$ 0,70 (depende da região do
ser de três maneiras: 1- Genética; 2- Aumento do número de
país), tem-se um custo adicional de R$0,86/dia. Sabendo que o
animais; 3- Aumento da produtividade. A genética é uma imporrBST possui intervalo de aplicação de 14 dias e um custo métante ferramenta para melhoria do rebanho, no entanto necesdio de R$16,00, com um aumento de produção de 56kg (4kg/
sita de um período maior de tempo para conseguir resultados. O
dia x 14 dias) neste intervalo, tem-se um custo com esse aniaumento no número de animais apresenta resultados em curto
mal de média de R$28,50 (R$0,86 x 14 + R$16,00) no período
prazo, no entanto, necessita de espaço adequado para alocar os
citado, como demonstra a Tabela 1. Com o preço médio pago
animais. Já o aumento de produtividade esta relacionado a fatoao produtor de R$0,80/litro, tem-se um rendimento de R$44,80
res como conforto, dieta e as tecnologias de produtividades entre
(R$0,8x56kg)/14 dias. Com isso o lucro (rendimento – custo =
elas a utilização do rBST.
lucro) é R$16,64 a cada 14 dias, que gera um rendimento menO rBST é um controlador homeorrético que transfere a parsal de R$434,35/animal durante um ano. Em uma propriedade
tição dos nutrientes que são mais utilizados na síntese do leite.
com 100 animais em aplicação, tem-se assim, um lucro anual de
Seus efeitos estão ligados ao direcionamento do uso de nutrienR$43.343,50, conforme tabela 01.
tes absorvidos, o que envolve coordenação do metabolismo de
Desta forma pode-se concluir que a adoção de tecnologias
vários órgãos e tecidos do corpo. A somatotropina tem um efeito
único no estímulo de desenvolvimento da glândula mamária e da lactação. Uma vez que os elementos precursoTabela 01: Analise financeira em
res do leite são provenientes do sangue, a taxa de síntese
do mesmo é intimamente dependente do fluxo sangüíneo
função da produtividade de leite
que chega à glândula mamária, propiciando uma melhor
Índices
Produção
absorção de nutrientes.
30kg
34kg
Desta forma o aumento da produção de leite é em
IMS (kg)
20,12
21,36
parte devido ao aumento do metabolismo de glicose, sínPB (kg)
3,17
3,50
tese de lactose, aumentando a lipólise e a lipogênese, suNEL (Mcal/dia)
31,30
34,20
primento de precursores lipídicos e também modificando
Custo Dieta R$
14,08
14,95
o metabolismo de proteínas, suprimento de aminoácidos.
R$/dia de BST a 16,00 dose
0,00
1,14
Como resultado, a produção de leite aumenta e sua composição não difere do normal.
Renda bruta dia/animal em R$ (R$ 0,8)
24,00
27,20
Com o uso do rBST espera-se um aumento de produRenda bruta - dieta e uso rBST
9,92
11,11
ção em torno de 3 a 7 Lts/animal/dia em relação a produção
100 animais
992,00
1111,00
atual. E para que os animais recebam a aplicação de rBST é
Diferença entre animais sem e com rBST/dia 1,19
essencial que eles estejam em balanço energético positivo,
365 dias lucro/animal
434,35
que é atingido próximo ao pico de produção o qual ocorre
100 animais em aplicação/365 dias
43.343,50
em torno de 60 a 90 dias pós-parto. Deve-se levar em consideração o aumento de consumo alimentar, pois o animal
que produz mais tem maior necessidade nutricional, necessitando
de produtividade, como o uso de rBST, associada a genética permite um ganho de produção e maior rentabilidade da atividade.
de uma dieta mais elaborada e rica em nutrientes.
Considerando, uma vaca holandesa de 550kg que, na ausência do rBST, produz 30kg/dia de leite, consome 20,12 kg de
Referencias Bibliográficas
matéria seca/dia e 3,17kg de proteína bruta/dia, ao passar a reBAUMAN, D.E. Bovine Somatotropin: Review of an Emerging
ceber doses de rBST passa a ter uma produção aproximada de
Animal Technology. Journal of Dairy Science. v.75, n.12, p.343234kg/dia de leite e uma necessidade nutricional de 21,36kg/dia
3451. 1992
de matéria-seca e 3,5kg/dia de proteína bruta. Esse ajuste de
Dados do NRC 2001
NT
51
bovinos de LEITE
Tamponamento
ruminal em
vacas leiteiras
52
NT
Diego Langwinski
Engenheiro Agronômo, MSc. em Nutrição de Ruminantes e
Coordenador Técnico Comercial da Nutron Alimentos
Introdução
Seria um erro falar de tamponamento ruminal sem
abordar alguns aspectos importantes do equilíbrio ácido-base sistêmico, pois em algumas situações específicas, o
pH ruminal é afetado pelo mesmo. Um exemplo clássico é
o efeito do estresse calórico no pH ruminal.

- regulação pulmonar.
O sistema tampão (realizado principalmente pelos
ânions bicarbonato e fosfato) é de rápida atuação e o responsável por corrigir variações bruscas no pH sistêmico.
O sistema renal regula a excreção de íons hidrogênio e
a produção de amônia, fosfato, creatinina e uréia.
Já o sistema pulmonar é responsável por 50-75% da
regulação do pH corporal através da concentração
de gás carbônico, ajustada pelo volume sanguíneo e
a frequência respiratória. Estes são os sistemas atuantes em todos os animais, sejam não ruminantes
ou ruminantes.
Resposta ruminal ao stress térmico
Rumen pH
6.6
6.2
Entendendo o tamponamento ruminal
Em ruminantes, temos mais um sistema que
exige regulação ácido- base dentro do sistema de
regulação sistêmico. Desta forma, temos de manter
um sistema tampão ativo com pH próximo a 6,0-6,2
dentro de um sistema tampão maior que funciona
com pH 7,3-7,4. O importante é que não podemos
pensar neles isoladamente, ou seja, temos que entender como um sistema pode afetar o outro.
Pensando em tamponamento ruminal, temos
que buscar o equilíbrio entre a entrada e produção
de ácidos dos alimentos e os sistemas de remoção e
5.8
5.4
Ameno=18ºC
Quente=29,4ºC
Adaptado de Mishra e colaboradores, 1979 J.Anim. Sci. 30:1023
Entendendo o tamponamento
sistêmico
(equilíbrio ácido-base)
A vida dos organismos animais é mantida através de diversos mecanismos de regulação. Um destes mecanismos é responsável pela manutenção
do equilíbrio entre a produção de ácidos e bases
dentro do corpo. A maioria dos fluídos corporais
e sistemas enzimáticos funcionam próximos da
neutralidade (ao redor do pH 7,0). A ingestão de
alimentos ácidos e a produção de ácidos no metabolismo intracelular faz com que haja um desequilíbrio em favor dos ácidos que, se fosse mantido,
levaria a um quadro de acidose metabólica, causando uma série de danos à estrutura celular. No
entanto, o organismo animal possui três sistemas
principais que regulam o equilíbrio ácido-base:
- sistema tampão;
- regulação renal;
Equilíbrio do ph
pH Ótimo
(6,5)
Produção
Ácido
Lático
Produção
AGV
Reduz pH
Absorção
AGVs
Utilização
Ácido Lático
Tampão
Salivar
Aumenta pH
NT
53
neutralização destes ácidos.
Quando falamos em entrada de ácidos, temos que levar em conta o pH natural dos ingredientes que são fornecidos na dieta, principalmente dos alimentos fermentados.
O pH natural da silagem de milho fica ao redor de 4,0. Neste caso, o sistema tamponante que atua no rúmen deve
levar a silagem de milho do pH 4,0 até o pH de 6,0-6,2.
Também devemos levar em conta a produção dos
ácidos graxos voláteis que é resultante de uma série de
fatores relacionados com a fermentabilidade da dieta:
amido, açúcares, fibra solúvel, FDN degradável no rúmen
e proteína degradável do rúmen. Quanto maior for a fermentabilidade, mais eficiente tem que ser o sistema de
tamponamento/remoção destes ácidos.
O melhor tamponante do sistema ruminal é a saliva.
A produção de saliva se dá nas glândulas salivares e é estimulada pela ingestão de alimentos fibrosos (grosseiros).
Além da saliva, que é rica em ânions bicarbonato e fosfato,
as glândulas salivares produzem muco, que lubrifica o trato digestivo superior para ingestão deste tipo de alimento.
Desta forma, alimentos fibrosos, com tamanho de partícula e estrutura química que estimulem a ruminação/mastigação, contribuem muito para o tamponamento ruminal
ou neutralização de parte dos ácidos produzidos durante
a fermentação.
A remoção dos ácidos graxos voláteis é também uma
forma de manter o equilíbrio ácido-base no rúmen. Porém, sabe-se muito pouco de como explorar este mecanismo. Talvez a única forma de contribuir fosse melhorando
a distribuição das frações que compõem os carboidratos
não fibrosos, além de buscar fibra de maior digestibilidade.
Resumindo, buscaríamos frações com diferentes velocidades de fermentação ruminal, produzindo ácidos de forma
gradual e constante.
A neutralização dos ácidos graxos voláteis via suplementação de tamponantes é atualmente muito utilizada
para corrigir ineficiência no manejo dos animais ou mesmo uma necessidade dependendo dos alimentos que são
disponibilizados ao nutricionista ou das condições de estresse calórico.
Vanguarda em nutrição animal
A aquisição da Provimi pela Cargill está trazendo uma
série de tecnologias para a equipe de Coordenadores Técnicos da Nutron Alimentos:
- Dairy Max, o mais completo software de formulação
Forage Particle Scorer
54
NT
de dietas para bovinos de leite;
- Forage Particle Scorer, um determinador de tamanho
de partículas que serve para alimentar o Dairy Max;
- Kernel Hardness Tester, um equipamento para medir
a dureza dos grãos de milho, também utilizado para alimentar o Dairy Max.
Todas estas tecnologias juntas geram um número
muito grande de informações que, acompanhadas de um
portfólio de serviços diferenciado, vão mudar os rumos da
Nutrição de Bovinos de Leite no Brasil.
O Dairy Max traz um novo conceito relacionado com o
tema tamponamento ruminal, o Rumen Health Index (rH).
Este índice considera os efeitos físicos e químicos da dieta na função ruminal. Ele é uma combinação das análises
dos nutrientes com as características físicas que ajudam a
predizer o pH ruminal.
Com o Dairy Max, os nutricionistas da Nutron terão
uma ferramenta de formulação para buscar a quantidade
de tamponante realmente necessária para garantir a saúde ruminal e a longevidade das vacas leiteiras, levando em
consideração uma série de outros fatores que são únicos
em cada propriedade de bovinos de leite.
A Nutron lançou recentemente uma nova linha que
contém uma série de produtos tamponantes, cada um
desenvolvido com diferente combinação de produtos alcalinizantes, tamponantes e aditivos. Isso proporciona um
pacote completo de soluções para as mais variadas situações encontradas no campo.
#$%
"#$%&'()&*%#)+"#*,&(
#*,
)+#*,-.+)&(/+0*+.+)1(
#$%
"#$%&'#/('#/2$,13&/
0HOKRUHÀFLrQFLDUHSURGXWLYD
$XPHQWRQDSURGXomRGHOHLWH
'LPLQXLomRGDFRQWDJHPGH
FpOXODVVRPiWLFDV
"456789(9(84:;7:<9(=>?@4
0HOKRUTXDOLGDGHGHFDVFR
0HOKRUHÀFLrQFLDDOLPHQWDU
!
!
$=LQSU
$=LQSUR0LQHUDO3HUIRUPDQFHWHPVXDHÀFLrQFLDFRPSURYDGDFLHQWLÀFDPHQWHDRORQJR( R
GRVDQRVH
GRVDQRVHVmRRVYHUGDGHLURVH~QLFRVPLQHUDLVGHSHUIRUPDQFHGRPHUFDGR$VSHVTXLVDV(
EU
VREUHPLFURPLQHUDLVWrPPRVWUDGRTXHRVPLQHUDLVGHSHUIRUPDQFHGD=LQSURSURSRUFLRQDP(
HPLFURP
HOKRUGHVHP
PHOKRUGHVHPSHQKRHPDLRUHVUHVXOWDGRVHFRQ{PLFRVQDSURGXomRGHOHLWH2VEHQHItFLRVTXH(
RVPLQHUDLVGHSHUIRUPDQFHGD=LQSURSURSRUFLRQDPLQFOXHP
3HUIRUPDQF
=LQSUR3HUIRUPDQFH0LQHUDOVKiPDLVGHDQRVFXPSULQGRRFRPSURPLVVRGHGHVHQYROYLPHQWRGHQtYHLV
RU
VXSHULRUHVGHFLrQFLDHGDTXDOLGDGHGHSURGXWRVPara
HVGHFLr
mais informações, entre em contato pelo e-mail
[email protected], telefone (19)sac
3432 7372 ou acesse www.zinpro.com.
.za
Performance
marcas
registradasdadaZinpro
ZinproCorp.
Corp.
PerformanceMinerals
Minerals!®eeAvaila
Availa!®Sow
4 sãosão
marcas
registradas
©2012 Zinpro Corp. Todos
Todos os
os direitos
direitos reservados.
bovinos de LEITE
Escore de
Locomoção
56
NT
Rogério Isler
Médico Veterinário e Gerente de Ruminantes Brasil
da Zinpro Performance Minerals
é uma ferramenta para
identificação prévia dos
problemas de cascos
Pesquisadores do Estados Unidos e Europa reportam que o custam médio da manqueira está ao redor
de US$346 por caso. Sendo que o custo com as lesões
infecciosas são menores, em torno de US$100, e o das
lesões não infecciosas chega próximo de US$500.
O caso de manqueira não tratado pode afetar o consumo de matéria seca pelo animal, a produção de leite, o
desempenho reprodutivo, a saúde do animal e sua longividade e por fim a lucratividade do negócio. A identificação e o tratamento antecipado das vacas mancas
mantém os animais produtivos.
Para monitoramento e manejo adequado da saúde de
casco é importante que o produtor identifique os animais
afetados. O sistema de escore de locomoção é uma ferramenta que permite a identificação prévia dos problemas
de locomoção, essa foi desenvolvida para simplificar o
trabalho de gerenciamento dos problemas de casco.
O escore de locomoção é um processo simples de
avaliação da postura da linha de dorso do animal, tanto
parado quanto caminhando. Atribuindo uma nota de 1
(postura e marcha normal) a 5 (manqueira severa) permite identificar as vacas que ainda não apresentam manqueiras mas já estão com algum tipo de lesão de casco.
Pesquisadores de universidade tem documentado que
vacas com problemas de casco mudam sua postura da
linha de dorso, movimento da cabeça, tanto quanto o
movimento de suas pernas e pés, para compensar a dor
devido as injúrias de casco. Os objetivos desse programa
é identificar as vacas com escore de locomoção 2 (manqueira moderada) ou maior (3 a 5, manqueira moderada
a severa) como canditadas para casquemento preventivo
ou tratamento e avaliar a prevalência de manqueira do
rebanho. O escore de locomoção auxilia na identificação
prévia de problemas de casco, antes que esses problemas
se tornem graves, dolorosos e tragam grandes prejuízos
para o rebanho.
Escore de locomoção pode ser realizado em várias
condições: pastejo, freestalls, sala de espera ou na saída
da ordenha. A avaliação do escore deve ser realizado num
local com piso plano, sem obstáculos, buracos ou pedras
para que os animais possam caminhar sem alterar sua
real postura. Muitos produtores optam para fazer a avaliação quando as vacas estão se movem para a ordenha
ou voltando para o curral após da ordenha. Cuidado deve
ser tomado para garantir que as vacas possam caminhar
confortavelmente e não sendo empurradas. Para identificar os animais com escore 2 ou maior, todas as vacas
dentro do rebanho ou lote precisam ser identificadas.
Portanto, se o objetivo é uma avaliação global da manqueira do rebanho, só um grupo representativo pode ser
avaliado. Pesquisadores de universidades e da indústria
sugerem que sejam avaliados no mínimo de 25 a 50%
de todas as vacas. Cuidado deve ser tomado durante a
avaliação para a distribuição das vacas mancas dentro
do grupo, caminhando ou deitadas, não seja uma forma
de seleção. A rotina de avaliação do escore de locomoção
a cada 2 a 4 meses pode ser uma medida efetiva para
avaliar o impacto do manejo, ambiente e nutrição do rebanho sobre a manqueira.
Escore de locomoção pode servir como um sistema
NT
57
de identificação prévia de um potencial problema de
casco do rebanho. Portanto, os animais devem ser avaliados e identificados com candidatos ao casqueamento
preventivo de rotina, por exemplo ao parto, a inseminação, na secagem, a chegada para o grupo de ordenha.
A identificação prévia, o tratamento corretivo, a atenção ao conforto da vaca e garantir uma boa nutrição,
incluindo minerais de alta performance, pode melhorar
a saúde geral de casco e ter um efeito positivo de desempenho do rebanho e a lucratividade. Selecionando
um grupo representativo de vacas dentro do rebanho ou
lote (pelo menos 25 a 50% do grupo ou 50 animais) para
avaliar o escore de locomoção irá melhorar a eficácia do
programa preventivo e a avaliação global da manqueira
do rebanho.
A afecção de casco é uma doença multifatorial. Os
seguintes fatores de manejo irão influenciar na incidência de claudicação.
Embora pequenas quantidades sejam necessárias, os
microminerais são importantes elementos da nutrição.
Eles fazem parte da composição e mantém o funcionamento do organismo animal.
O Zinco é essencial para a produção do tecido córneo
e desempenha um papel importante na resposta imunológica do animal. O efeito do zinco sobre a manqueira
em bovinos está normalmente relacionado a cicatrização
de ferida, reparo do tecido epitelial, dureza do casco e
manutenção da integridade celular.
O cobre é essencial para do tecido córneo do casco
saudável. Uma deficiência de cobre pode interferer na
síntese de queratina, inibindo o desenvolvimento de um
tecido córneo.
O manganês tem importante papel no processo de
cicatrização de feridas, formação do colágeno e elastina
presentes nas laminas do casco, articulações e ligamentos.
A maioria dos nutricionistas tem trabalhado com
níveis superiores de microminerais das tabelas de requerimentos definidas pelo NRC. Por não considerar o
estresse relacionado ao aumento na produção de leite
e ou doenças, além do efeito dos agentes antagonistas
muitas vezes presentes na água e em outros alimentos,
as pesquisas tem demonstrado que quantidades superiores de alguns microminerias tem apresentado grandes
resultados, melhorando o desempenho animal. Por isso
dizemos que requerimento é a quantidade necessária
para a manutenção, crescimento, lactação e gestação.
Enquanto recomendações são as quantidades validadas
pelas pesquisas que comprovam que a suplementação
aumenta o desempenho ou melhora a saúde do animal.
58
NT
A afecção de casco é uma doença
multifatorial. Os seguintes fatores de
manejo irão influenciar na incidência
de claudicação.
1. Conforto da vaca
Evitar aglomeração de animais
Proporcionar local adequado para a
permanência das vacas, limpo e seco
Minimizar estresse calórico
Evitar pisos escorregadios ou pisos que
causam abrasão das cascos
2. Cuidados com os cascos
Promover casqueamento de manutenção,
2 vezes ao ano
Promover casqueamento terapêutico
Promover a higienização dos cascos
utilizando pedilúvio
Conservar as áreas de tráfegos limpas e
sem irregularidades
3. Período de transição
Minimizar as trocas abruptas de ração,
diminuindo o risco de acidose ruminal
Promover a máxima saúde para a vaca
nesse período
4. Nutrição
Fornecer dietas corretamente balanceadas
Fornecer dietas misturadas corretamente
Formular dietas de forma a minimizar o
consumo seletivo pelas vacas
Fornecer dietas com níveis adequados de
microminerais
Fornecer minerais de alta performance
para promover uma maior integridade dos
cascos
bovinos de corte
Cloridrato
de Zilpaterol:
Tecnologia que envolve melhoria
no desempenho animal de forma
sustentável em confinamento
Detentor do maior rebanho comercial do mundo e vivendo um momento de extrema expansão na produção
de grãos, o Brasil tem se posicionado como país favorável
para a utilização de técnicas intensivas de produção de
carne bovina. Dentro deste cenário de oportunidades e
também de desafios, a adoção de novas tecnologias no dia
a dia no confinamento torna-se essencial.
Avanços científicos na área de nutrição de bovinos,
objetivando aumentar o desempenho, elevar o retorno
60
NT
econômico e preservar os recursos ambientais são fatores
vitais para uma pecuária moderna, competitiva e sustentável e, neste sentido, melhoradores de desempenho denominados de beta-agonistas representam este futuro.
Os beta-agonistas que são agentes melhoradores de
desempenho ou agentes de repartição de nutrientes utilizados no meio zootécnico são farmacologicamente similares às catecolaminas, como a dopamina, a norepinefrina
e a epinefrina, que são compostos utilizados na medicina
Rodrigo Goulart
Médico Veterinário, Ph.D. na área de Exigência de Fibra para Bovinos em Confinamento pela
USP/ESALQ e Gerente Técnico da MSD Saúde Animal
humana há mais de 30 anos como bronco dilatadores. Nos
animais de produção, os beta-agonistas são administrados
pela via oral, por meio da adição direta destes à ração na
fase final de engorda, durante os últimos 20 a 40 dias.
Inúmeros trabalhos científicos publicados nos últimos anos em diferentes países como: Estados Unidos, Canadá, México e África do Sul foram unânimes
quanto aos efeitos positivos do uso do beta-agonista
cloridrato de zilpaterol em confinamento. O cloridrato
de zilpaterol tem sido amplamente utilizado na África
do Sul desde 1997, no México desde 1999, nos Estados
Unidos desde agosto de 2006 e mais recentemente,
em 2009, o Canadá aprovou o uso deste composto
em confinamento. Seguindo esta série histórica de
adoção ao uso do cloridrato de zilpaterol em confinamentos, no dia 25 de julho de 2012, o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) concedeu ao Brasil a licença para a comercialização do
NT
61
produto cloridrato de zilpaterol da MSD Saúde Animal
tornando-se o primeiro laboratório veterinário a receber o certificado de registro do uso de beta-agonista
em confinamentos nacionais.
Cloridrato de zilpaterol é um aditivo melhorador de
desempenho que tem como objetivo: aumentar o ganho
de peso diário, melhorar a conversão alimentar do animal
e principalmente, elevar o rendimento de carcaça de bovinos de corte em fase de terminação em confinamento.
O cloridrato de zilpaterol é administrado pela via oral
durante os últimos 20 a 40 dias de confinamento pela
adição direta deste à ração total, com retirada do mesmo
3 dias antes do abate. Seu modo de ação se dá por modificações de alguns sinais metabólicos nas células musculares e de gordura dos bovinos, por meio de ligações
entre o cloridrato de zilpaterol e receptores específicos
na membrana celular. Dessa forma, o cloridrato de zilpaterol primariamente muda a partição de energia vinda do
alimento ingerido, aumentando o aporte de energia da
dieta para o tecido muscular em comparação ao tecido
adiposo.
62
NT
Os receptores específicos dos beta-agonistas em
animais são divididos em três subtipos: receptores beta1, beta-2 e beta-3 e estes estão presentes na maioria
das células de mamíferos. Contudo, a distribuição e a
proporção dos subtipos de receptores variam entre os
tecidos e as espécies. Em bovinos, por exemplo, predominam os receptores do tipo beta-2 nas células musculares e adipócitos, podendo chegar à proporção de 75%
de beta-2 e 25% de beta-1 nas células de gordura. A
maior afinidade do cloridrato de zilpaterol por receptores do tipo beta-2, justifica a razão desta molécula elevar o desempenho de bovinos, elevar o rendimento de
carcaça, como também, proporcionar maior rendimento
de carne à desossa da carcaça de animais alimentados
com este beta-agonista.
Além de diversos experimentos conduzidos no exterior com cloridrato de zilpaterol, estudo realizado no Brasil
utilizando a mesma molécula pela equipe do pesquisador
e professor da ESALQ/USP Dante Pazzanese Lanna puderam concluir os benefícios do uso deste beta-agonista em
confinamento. Utilizando em seu experimento animais
não castrados da raça Nelore e cruzamentos com Nelore,
tais autores demonstraram ganho adicional de 14 kg de
peso vivo final, melhora na conversão alimentar de 13% e
ganho adicional de peso de carcaça quente de 16 kg para
os animais suplementados com Cloridrato de Zilpaterol
em comparação à média dos animais não tratados com o
beta-agonista.
Neste cenário, utilizando os dados de peso de carcaça
quente oriundo dos animais suplementados com Cloridrato de Zilpaterol apresentados no trabalho a cima, conclui-se que a cada 18 animais enviados ao frigorífico é possível obter um ganho bruto adicional de 288 kg de carcaça
ou em outras palavras, 1 boi adicional a cada caminhão
boiadeiro.
Por outro lado, além de elevar a lucratividade do confinador, torna-se importante ressaltar os benefícios ao meio
ambiente quanto a economia de água, de alimento e a
não eliminação de dejetos em confinamento ao se utilizar
beta-agonista. Assim, ainda utilizando o mesmo raciocínio
a cima, a cada boi adicional pelo envio de uma carreta ao
frigorífico contendo bois suplementados com Cloridrato
de Zilpaterol é possível prever economia de aproximadamente 5.300 litros de água, 600 kg de milho e a não
eliminação de aproximadamente 320 kg de matéria seca
de fezes em confinamento com duração de 100 dias alimentação.
Assim sendo, sabendo dos benefícios do beta-agonista
no desempenho animal, torna-se imprescindível a implantação desta tecnologia em confinamentos brasileiros, pois
produtores serão capazes de aumentar a rentabilidade na
propriedade e frigoríficos terão oportunidade de receber
uma carcaça com maior rendimento de desossa. Além disso, o uso de beta-agonistas poderá promover benefícios
ambientais indiretos, ou seja, menores proporções de terra,
água, alimento e fontes de energia serão gastos no sistema de produção de carne.
Referencia:
Moody, D.E.; Hanchock, D.L.; Anderson, D.B. 2000.
Phenethanolamine repartitioning agents. Pages 65-95 in
FArm Animal Metabolism and Nutrition. J.P.F. D’Mello, ed.
CAB Int, New York, NY.
ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES ENVOLVENDO O USO DE BETA-AGONISTAS COMO
MELHORADORES DE DESEMPENHO PARA BOVINOS EM FASE DE TERMINAÇÃO
Os beta-agonistas são considerados hormônios?
Não. Beta-agonistas não são hormônios. Beta-agonistas são aditivos melhoradores de desempenho que atuam em nível
celular e não afetam a concentração hormonal do animal.
Por que se recomenda a adição de beta-agonistas apenas por um curto período de tempo?
Experimentos científicos consagrados demonstraram que a utilização de beta-agonistas por mais de 40 dias não causaram
aumento no desempenho dos animais. Teoricamente, o organismo do animal se adapta a atividade dos beta-agonistas após
40 dias, não apresentando resultados positivos no desempenho de bovinos após este período.
Fisiologicamente qual o efeito quando se faz a retirada do beta-agonista na ração dos animais dias
antes do abate?
Aproximadamente 3 dias após a retirada do beta-agonista na dieta, o desempenho do animal retornará ao nível de quando estes
não eram suplementados com o aditivo alimentar, não havendo perda em desempenho animal. Neste período, o animal retornará
a direcionar maior energia vinda do alimento para a síntese de gordura em detrimento da síntese de tecido muscular.
O uso de superdosagem de beta-agonista trará maiores benefícios para animais em confinamento?
Não. Pesquisas utilizando dietas com superdosagens não demonstraram efeito positivo no desempenho dos animais ou na
deposição de tecido muscular.
É recomendadA a utilização de beta-agonistas em animais destinados a reprodução ou animais de
exposição?
Não. Este produto não é aprovado para uso em animais destinados a reprodução ou animais em exposição.
NT
63
aves
Pontos a serem
considerados
no uso de
Proteases para
monogástricos
66
NT
Julio Carvalho
Zootecnista, Dr. em Nutrição de Monogástrico e Gerente de
Produtos de Aves na Nutron Alimentos
As proteases têm sido incorporadas aos alimentos das
aves e suínos com o propósito de melhorar digestibilidade das fontes proteicas consequentemente a melhoria do
desempenho e, com isso, sua rentabilidade. As dietas das
aves e suínos, compostas principalmente de milho, soja e
ingredientes de origem animal, possuem algumas características ou componentes que podem dificultar digestão e
prejudicar a integridade intestinal dos animais.
A soja, por exemplo, contribui com cerca de 70% da
proteína em dietas avícolas e possui fatores antinutricionais que proporcionam decréscimos da digestibilidade da
proteína e da gordura e reduzem a absorção de nutrientes,
principalmente de aminoácidos sulfurados. Dessa forma,
enzimas com atividades de proteases estão sendo utilizadas como alternativa para melhorar a qualidade do farelo
de soja e de outros ingredientes protéicos, como a farinha de penas, carnes e ossos etc. Outro ponto importante
também é a proteína do milho (8%), seu conteúdo é baixo
mas representativo em uma dieta, visto que o mesmo representa 70% da mesma e pode contribuir com até 25%
da proteína da dieta. Contudo a solubilidade da proteína
do milho, é de extrema importância, pois o mesmo encontra-se em sua maioria no endosperma encapsulando
o amido, podendo interferir na digestibilidade do amido e
consequentemente na contribuição energética do milho.
O que são Enzimas?
Enzimas são catalisadores biológicos que aceleram reações químicas intra ou extracelulares. As enzimas exógenas, ou seja, aquelas adicionadas à ração, atuam no lúmen
intestinal, a partir do momento que encontrarem condições de pH, temperatura e umidade para ficarem ativas.
Para poder entender as limitações e as potencialidades
do uso de enzimas na nutrição de aves, é importante relembrar alguns aspectos de enzimologia. São eles: as enzimas são moléculas proteicas complexas (com número e
sequência de aminoácidos constante) que catalisam uma
reação química; são altamente específicas para as reações
que catalisam e para os substratos que estão envolvidos
na reação; exigem que sua estrutura permaneça inalterada para garantir sua atividade, a qual depende de vários
fatores (exemplo: tipo e quantidade de substrato, pH, temperatura, presença de inibidores enzimáticos) e, por serem
proteínas, podem ser inativadas e desnaturadas por pHs
extremos e calor e também podem ser degradadas por outras enzimas (proteases) (Nagashiro, 2007).
Com relação a esses aspectos,
Marquardt et al. (1996) indicaram
que os seguintes fatores devem ser
considerados, quando se utilizam
produtos enzimáticos:
o suplemento enzimático deve conter um
espectro apropriado de atividade enzimática,
de tal forma que os efeitos antinutricionais
do substrato alvo sejam neutralizados
(exemplo: beta-glucanos presentes na
cevada e aveia, arabinoxilanos presentes no
centeio, trigo e triticale);
o suplemento deve conter quantidades
adequadas de substância ativa de enzimas
apropriadas para neutralizar os efeitos
antinutricionais da dieta;
cereais diferentes possuem quantidades
distintas de fator antinutricional sensíveis
às enzimas. Portanto, a resposta pode
variar de acordo com o cereal ou a dose a
ser utilizada, devendo ser de acordo com a
quantidade e o tipo de substrato;
os resultados são afetados pela classe e
pela idade das aves. As respostas em suínos,
normalmente, são menores que as encontradas
em aves e ainda não foram bem estudadas;
as enzimas exógenas não devem ser
inativadas pelo processamento da ração, pelo
baixo pH ou serem degradadas pelas enzimas
endógenas presentes no trato gastrintestinal.
NT
67
Segundo Tejedor (2000), na prática, somente um pequeno
número de enzimas conhecidas pode ser utilizado em alimentação animal. As principais limitações são disponibilidade, custos e estabilidade operacional. A estrutura molecular das enzimas é bastante frágil e pode ser desnaturada pelo calor, pelos
ácidos, pelas vitaminas, pelos minerais, pelos metais pesados e
por outros agentes oxidantes, a maioria usualmente encontrada no premix (Graham & Inboor, 1991). Por essa razão, existe a
preocupação de que as enzimas utilizadas na alimentação animal possam manter nível de atividade suficiente para se obter
resposta significativa (Classen et al., 1993).
Quais são os pontos Críticos?
Entre vários pontos a serem abordados na ação
de uma protease, sem dúvida alguns tem maior
impacto sobre as dietas de aves e suínos.
Elevada eficiência catalítica
Degrada proteínas de estoque da soja
Degrada fatores anti-nutricionais da soja
Melhora a digestão das proteínas do milho
Especificidade no Substrato (Vegetais vs
animal)
Resistência a protease endógena e
interação com outras enzimas
pH de ação
Resistência térmica (peletização)
68
NT
Alguns desses pontos serão discutidos abaixo, mas a
interação entre os mesmo são fundamentais para garantir uma melhora atuação e consequente benefício para o
animal.
Como agem?
As dietas constituem basicamente de Milho, Farelo de
Soja, e Farinhas de Origem animal (carne e ossos; penas,
vísceras). Neste sentido, é importante saber que todas estas acima citadas são substrato de possível ação de uma
protease.
As proteases como toda enzima é especifica, sendo
assim, sua ação sobre fontes de origem vegetal e animal,
diferem e apresentam potenciais de melhora diferente dependente do substrato (vegetal ou animal) e consequentemente da sua afinidade pelo mesmo. Seu modo de ação
consiste em degradando as proteínas complexas reduzindo-as em frações menores, consequentemente inativando
fatores antinutricionais.
A descoberta dos inibidores de proteases provenientes de leguminosas, particularmente da soja, estimularam
pesquisas sobre a ação em animais experimentais, devido
a sua interferência na nutrição animal (Rackis, 1974). Os
efeitos nocivos dos inibidores de proteases em animais
alimentados com leguminosa crua são complexos. Muitos estudos com animais monogástricos têm atribuído aos
efeitos deletérios, principalmente alterações metabólicas
do pâncreas (aumento da secreção enzimática, hipertrofia
e hiperplasia) e redução da taxa de crescimento, à presença de inibidores de tripsina na alimentação à base de leguminosas (Al-Wesali et al., 1995). Nitsan & Liener (1976)
estudaram o efeito de dietas com farinha de soja crua e
Alguns dos fatores antinutricionais de maior impacto para nutrição
animal como as Lectina e inibidores de tripsina, reduzem o aproveitamento
dos farelos proteicos de origem vegetal, para aves e suínos e pode impactar
significativamente no desempenho dos animais.
Origem
Proteína
(%)
Urease (mg
N/g min)
Argentina
Brasil
China
Europa
Índia
USA
Global
43,9 – 46,9
46,6 – 49,2
43,2 – 46,1
43,4 – 49,3
48,2 – 49,9
48,2 – 49,4
43.2 - 49.9
0,02 – 0,02
0,02 – 0,15
0,02 – 2,59
0,02 – 0,17
0,02 – 0,22
0,02 – 0,02
0.02 - 2.59
Inibidor
Tripsina
(mg/g)
0,4 – 1,3
1,5 – 2,5
1,0 – 6,8
1,6 – 3,5
1,5 – 3,2
2,2 – 3,3
0.4 - 6.8
Lectina3
(mg/g)
0,02 – 0,09
0,09 – 0,38
0,34 – 2,28
0,01 – 0,13
0,20 – 1,24
0,02 – 0,05
0.01 - 2.28
Antigenicidade Total1,3
(%)
0,3 – 3,7
5,2 – 8,9
1,7 – 13,1
11,7 – 16,0
9,7 – 10,2
14,1 – 17,1
0.3 - 17.1
1. % do grão referência (não desativado). 2. Rafinose + Estaquiose + Verbascose . 3. ELISA
Finfeeds international ltda
46,2 – 59,0
63,8 – 66,1
55,7 – 60,0
57,9 – 64,4
48,4 – 59,7
57,1 – 66,1
46.2 - 66.1
n = 19 .
gráfico 1
110
Digestibilidade aparente
proteína (% do controle)
aquecida sobre os níveis de tripsina, quimotripsina e amilase no pâncreas de ratos. Os autores concluíram que a ingestão de soja crua, ao contrário da soja cozida, estimulou
a secreção das enzimas pancreáticas.
As evidências experimentais induzem a aceitação do
mecanismo de inibição retroativa do controle da secreção
do pâncreas, para a explicação da hipertrofia pancreática
provocada em ratos com administração de altas doses de
inibidor de tripsina. No mecanismo de inibição retroativa proposta para a regulação da secreção enzimática do
pâncreas, os níveis de tripsina e/ou quimotripsina livres no
intestino delgado determinam a quantidade de secreção
pancreática, isto é, quando o nível de tripsina abaixa a certo limiar o pâncreas é induzido através da colecistoquinina a secretar mais enzima (Rackis & Gumbmann, 1982). O
inibidor de tripsina bloqueia a ação da tripsina resultando
em aumento excessivo da concentração plasmática de colecistoquinina e desta forma, o pâncreas é continuamente
estimulado a liberar mais enzima, provocando hipertrofia
pancreática (Liddle et al., 1984). O excesso de secreção
pancreática leva a excessiva perda fecal de proteína, visto que as enzimas pancreáticas são ricas em aminoácidos
sulfurados e esta perda endógena não pode ser compensada pela ingestão de proteína de leguminosas (Rackis &
Gumbmann, 1982).
Alguns dos fatores antinutricionais de maior impacto
para nutrição animal como as Lectina e inibidores de tripsina, reduzem o aproveitamento dos farelos proteicos de
origem vegetal, para aves e suínos e pode impactar signi-
Oligossacarídeos2 (mg/g)
99
100
90
94
85
80
70
64
60
50
40
IT 0,21
IT 2,49
Lectina
0,16
Lectina
0,96
NT
69
Gráfico 2. Especificidade de substrato
das proteases é importante para a
destruição efetiva dos inibidores de
tripsina. Huo et al. 1993, SAC Aberdeen
Protease 1
Inibidor de tripsina remanescente
(% de controle)
Protease 2
80
Protease 3
70
Protease 4
60
54
50
40
37,1
36,3
30
20
7,8
10
0
ciar e muito no desempenho dos animais de diversas
maneiras. A escolha da protease correta, levará ao
melhor benefício em inativação e consequentemente o melhor desempenho dos animais. O Gráfico (2)
demostras que dentre as 4 candidatas, apenas a protease 2 obteve níveis aceitáveis de inativação, sendo
assim, será eleita para os próximos passos para definição do melhor produto a ser aplicado.
As principais proteínas de armazenamento no
milho são zeína e kaferina (McDonald et al., 1990).
Zeína é quantitativamente a mais importante e é
deficiente em aminoácidos indispensáveis, como o
triptofano e lisina. Existem quatro tipos de zeinas alfa, beta, gama e delta, estas por sua vez tem um
papel importante pois encontram-se encapsulando
a superfície dos grânulos de amido do milho, sendo que alfa e beta zeinas penetram no endosperma,
enquanto beta e gama formam ligações cruzadas resultando em amido “hidrofóbico” (Hoffman e Shaver,
2008). Essas proteínas são responsáveis diretas pela
formação da matriz externa do amido, podendo influenciar sua digestibilidade diretamente.
A adição de proteases exógenas pode representar um
potencial desejável em suplementar a atividade proteolítica em animais jovens, liberando peptídeos menores e
facilitando a ação das enzimas endógenas. Além de auxiliar na inativação de fatores proteináceos anti-nutritivos,
derivados de encapsulamento e retrogradação do amido,
geralmente atribuídos a temperatura de secagem e processos de térmicos (peletização e expansão) podem ainda
degradar proteínas como zeína e kafirina (DARI, 2006).
Contribuindo de forma significativa para degradação da
matriz que envolve o grânulo de amido, liberando-o para
ação das enzimas endógenas.
Digestibilidade de
AA totais (%)
ficativamente no desempenho dos animais.
Dentre os fatores antinutricionais que o farelo de soja
contém, as lectinas, também conhecidas como hemaglutininas ou fito-hemaglutininas, são glicoproteínas que se
ligam á superfície celular, especificamente com oligossacarídeos ou glicopeptídeos, e têm alta afinidade com a
superfície das células do epitélio do intestino delgado. As
lectinas podem produzir mudanças no epitélio do intestinal e estas mudanças podem resultar em danos na borda
em escova por ulcerações continuadas dos vilos, causando
aumento da perda endógena de nitrogênio (Douglas, et
al., 1999), este mesmo autor, trabalhando com frangos e
empregando sojas cruas, selecionadas para baixo conteúdo em lectina e fator antitripsínico (fator de kunitz), soja
convencional e farelo de soja comercial, relataram que
aproximadamente 15% do mau desempenho dos
animais se devem á lectina.
gráfico 3
A interação entre os fatores antinutricionais (Inibidores de tripsina e lectina), provocam decréscimo
103,5%
na digestibilidade da proteína da dieta (grafico1),
103,9%
102,5%
portanto, enzimas proteolíticas que provocam a
102,0%
degradação destes melhoram o aproveitamento da
101,5%
proteína da dieta em detrimento a degradação dos
101,0%
mesmo.
100,0%
O uso de proteases para quebras dos inibidores
99,5%
99,0%
de tripsina, são fundamentais na escolha de uma
protease eficiente para fontes proteicas de origem
vegetal, visto que este está presente nas mesmas e
seus efeitos como relatados acima, podem influen-
70
NT
Corn Soy
0
2500
5000
Dose Protease (u/g)
10000
gráfico 4
1,900
CA 0 - 42 dias
1,850
1,830
1,828
1,800
1,750
1,700
1,650
Controle
Protease 1
Determinação do nível de aplicação.
É Sabido que existe um limiar de funcionamento
das enzimas, a partir do qual não se observa mais
efeitos benéficos sobre o substrato de ação em detrimento a melhora de digestibilidade das dietas,
ou seja, a relação substrato:enzima é fundamental
para verificar o melhor nível de aplicabilidade dos
1,761
produtos. Desta forma, o gráfico abaixo, demostra o
efeito do nível crescente de uma protease sobre a
digestibilidade da dieta contendo milho e Farelo de
soja. (Gráfico 4). Este estudo concluiu que 5000 u/g
de protease, foi suficiente para melhorar em 3% a
Protease 2
digestibilidade total de aminoácidos da dieta. Valores acima, não produz efeito de melhora em digestibilidade de aa e consequentemente não refletirá os
efeitos no desempenho das aves, o mesmo raciocínio é valido
para os níveis inferiores.
Para uma protease ser eficiente é necessário que sua atividade biológica resista aos rigores de fabricação, à estocagem da
ração e ao baixo pH.
Efeito sobre outras enzimas?
A interação de protease com outras enzimas é um dos passos mais importante a serem avaliados, visto que, toda enzima
é uma proteína e ao adicionar enzimas com fitase, amilase, xilanase ou outras, deve-se ter dimensionado o efeito da protease
em conjunto com as demais, uma vez que ela pode degradar as
demais enzimas e não trazer o efeito tão desejado com a associação das enzimas. No gráfico 3, pode-se notar que a protease
1 em conjunto com adição de amilase + xilanase, provavelmente
ocasionou a destruição das demais enzimas e o não benefício do
uso em conjunto das mesmas. A protease 2, mostrou-se neste
caso mais efetiva em atuar no substrato e não prejudicou a ação
das demais enzimas. Portanto a interação de uma protease com
as demais enzimas, é fundamental e determinar sua utilização
quando combinada com outras enzimas.
Conclusão.
O uso de protease em dietas para aves e suínos tem demostrado efeitos significativos e positivos, relacionados principalmente a melhoria das fontes de origem vegetal, colaborando
principalmente na desativação de fatores antinutricionais. A
escolha do produto tem que levar em consideração os efeitos
relacionados a dose em função do substrato e a interação entre
outras enzimas utilizadas na nutrição animal, afim de definir a
melhor estratégia e combinação entre os produtos para o melhor benefício económico.
72
NT
suínos
Na suinocultura, viabilidade econômica de produção
depende essencialmente da disponibilidade local e regional de alimentos a preços compatíveis com os preços
pagos por quilograma de suíno. Sabe-se que o custo da
ração representa, aproximadamente, 70% dos custos de
produção, sendo que as fases de crescimento e terminação
apresentam juntas, mais de 60 % dos gastos com ração
(Fialho et al., 2009).
Os ingredientes mais utilizados na formulação de rações
para suínos, milho e farelo de soja, sofrem constantemente variações de preço refletindo diretamente na margem
de lucro do suinocultor e torna muitas vezes a produção
de suínos economicamente inviável. Dessa forma, a busca
por alimentos alternativos que atendam às exigências de
nutrientes e de energia nas diferentes fases de produção a
menor custo sem afetar negativamente o desempenho dos
74
NT
animais é uma necessidade para maior eficiência de produção e manutenção dos preços de mercado.
Neste contexto, pesquisas têm sido desenvolvidas com
o objetivo de determinar as melhores opções de utilização
de alimentos alternativos energéticos, protéicos e minerálicos, os quais além de proporcionar um bom desempenho
produtivo e reprodutivo dos suínos, podem reduzir o custo de alimentação resultando em maior lucratividade ao
produtor.
De acordo com Bellaver e Ludke (2004), as alternativas
de alimentação de suínos disponíveis para uso direto nas
granjas são restringidas aos macro-ingredientes de origem
vegetal, que podem ser:
1) Essencialmente Energéticos: raiz de mandioca
(in natura, silagem da raiz, raspa integral, farinha, farelo
residual) e caldo de cana. O nível de proteína nesses ingre-
Ronan Carlos Saraiva Santana
Zootecnista e MSc. em Nutrição Animal do Depto
de Inovação, Qualidade de Produto e Assistência
Técnica da Vale Fertilizantes
Alimentos
alternativos
para Suínos
dientes é baixo, exigindo que seja aumentada a proporção
das fontes protéicas, o que representa uma importante
limitação. A raspa (seca) integral da raiz de mandioca em
termos percentuais pode responder por até 50% da dieta.
O caldo de cana apresenta em termos comparativos uma
energia metabolizável de 3202 Kcal/kg quando expresso
com um valor hipotético de 88% de matéria seca. Entretanto, este ingrediente é de difícil manejo e transporte,
podendo até mesmo inviabilizar a sua utilização.
2) Energéticos idênticos ao milho: sorgo, milheto, grão de arroz e arroz na forma de quirera. Apresentam
a possibilidade de substituição total do milho causando
apenas pequenos ajustes na porcentagem dos demais ingredientes da ração. No mesmo grupo podem ser incluídas muitas sementes de gramíneas. Porém, algumas delas
(principalmente as tropicais) apresentam valor energético
muito menor do que o milho. A silagem de grão de milho
úmido pode ser estrategicamente usada visando à redução
em até 28 dias no tempo de ocupação da lavoura, e a sua
inclusão nas dietas de todas as categorias de suínos pode
ser realizada via substituição total do milho, desde que
realizados os ajustes em função do teor de umidade, da
maior disponibilidade dos minerais e, proporcionalmente a
um mesmo nível de umidade, maior valor de energia metabolizável.
3) Fornecedores de energia com nível de proteína mais elevado do que o milho (pelo menos acima de 14%): farelo de arroz integral (muito sensível à
rancificação), semente de girassol e soja integral inativada
(tostada, cozida, extrusada). São os ingredientes que apresentam elevado teor de extrato etéreo e por esse motivo
apresentam maior densidade energética. São recomenda-
NT
75
dos para substituir entre 75 a 100% da proteína fornecida
pelo farelo de soja em dietas para matrizes em lactação.
A soja devidamente processada pode ser incluída em até
20% nas dietas nutricionalmente equilibradas a serem
fornecidas para os leitões nas dietas pré-iniciais e iniciais.
Para suínos em terminação o elevado teor de gordura insaturada afeta a qualidade da gordura na carcaça. A inclusão do farelo de arroz integral em rações para suínos
em crescimento e terminação deve ser restringida até um
máximo de 30% da dieta.
4) Fornecedores de proteína: farelo de algodão, farelo desengordurado de arroz, farelo de girassol e sementes de leguminosas, em especial o guandú. São ingredientes aptos à inclusão em dietas de suínos em crescimento e
terminação e fêmeas em gestação, substituindo entre 50
a 75% da proteína oriunda do farelo de soja. Como regra
geral as sementes de leguminosas apresentam, em níveis
variados, fatores antinutricionais que devem ser adequadamente inativados (exceção feita para a ervilha).
5) Fornecedores de proteína com baixa energia:
feno de leucena e feno da folha de mandioca que podem
substituir parcialmente o farelo de soja. São ingredientes
preferenciais para serem incluídos em proporção definida
(no máximo 10%) nas dietas de fêmeas em gestação porque apresentam elevado teor de fibra bruta e baixa densidade energética.
Limitações na utilização de alimentos
alternativos
A presença de fatores antinutricionais nas rações dos
animais monogástricos que podem diminuir a digestibilidade dos nutrientes, afetando o consumo e o desempenho animal é uma das maiores limitações na utilização de
subproduto de origem vegetal ou animal. Além disso, o
processamento para inativação dessas substâncias antinutricionais nem sempre apresentam resultados satisfatórios
e muitas vezes o custo desses procedimentos pode tornar
o emprego desses alimentos economicamente inviável.
Um exemplo dos compostos antinutricionais são os
chamados polissacarídeos não-amídicos (PNA) que encontra-se nos grãos de cereais. Os PNA são resistentes a
hidrólise no trato digestivo dos suínos devido à natureza
das cadeias de ligações das unidades de açúcar. Celulose,
β-glucanos e pentosanas são exemplos de PNA. A presença
desses compostos leva a diminuição no trânsito intestinal
e na digestibilidade dos alimentos por aumentar a viscosidade no interior do intestino e por diminuir o aceso de
76
NT
enzimas digestivas ao bolo alimentar. Também pode haver
a presença de hemaglutinina e taninos, nas leguminosas, e
sua desativação só ocorre pelo processamento dos grãos.
Com a diversidade da natureza química dos compostos antinutricionais, estes podem ser melhores classificados com base no tipo de nutrientes que afetam direta ou
indiretamente e no tipo de resposta biológica produzida.
Chubb (1982), dividiu-os em dois grandes grupos:
1
Substâncias que prejudicam a
digestibilidade ou utilização
metabólica das proteínas:
Inibidores de enzimas digestivas
Lectinas (hemaglutininas)
Saponinas
Compostos fenólicos
2
Substâncias que reduzem a
solubilidade ou interferem
com a utilização de elementos
minerais:
Ácido fítico
Ácido oxálico
Glicosinolatos
Gossipol
Para superar os fatores antinutricionais têm-se utilizado enzimas digestivas como catalisadores da digestão com
o objetivo de melhorar o valor nutricional dos cereais. As
principais são as celulases, pentosanases, beta-glucanases,
xilanases, fitases e outras, que não são sintetisadas pelos não
ruminantes. Entre os vários benefícios da ação das enzimas
exógenas adicionadas às rações de suínos destacam-se: efeito sobre a parede celular das fibras provocando sua ruptura;
redução da viscosidade intestinal provocadas pelos PNA; eliminação de fatores e propriedades antinutricionais e melhora
na digestão do amido e proteínas aumentando a retenção de
energia e o desempenho produtivo dos animais.
suínos
O impacto
negativo dos
problemas
de casco
no desempenho
produtivo e
reprodutivo
das porcas
78
NT
Ton Kramer
Médico Veterinário e Gerente
Comercial Suínos Brasil
na Zinpro Performance Minerals
Introdução
Os problemas de casco há tempo são reconhecidos
como tal e têm sido associados com a diminuição da fertilidade em fêmeas (Penny, 1980). Porcas com claudicação
produzem menos leitegadas do que aquelas sem esse problema (menos de 3,0 leitegadas e 4,5 leitegadas, respectivamente; Grandjot, 2007). Além disso, há também maiores
perdas de leitões nas matrizes com manqueira, quando
comparadas com fêmeas sadias (27% e 12,4%, respectivamente; Grandjot, 2007).
Os problemas locomotores têm sido reconhecidos
como sendo as principais causas de descarte de porcas
(Friendship et al., 1986; Jorgensen, 2000). Essas perdas
produtivas, em conjunto com o descarte prematuro de
matrizes com problemas de casco causam uma perda financeira para o sistema de produção de suínos, estimado
em US$ 52/fêmea (Grandjot, 2007).
Assim, a manutenção da produtividade do rebanho, com
a remoção e reposição das fêmeas não produtivas, provou
ser crucial para o bem-estar e o sucesso do negócio.
O conhecimento e o entendimento das claudicações
têm evoluído à medida que novas pesquisas tem sido desenvolvidas.
Tem se mostrado que a manqueira está relacionada
com a diminuição significativa da produtividade das fêmeas, bem como com o descarte precoce de porcas (Anil
et al., 2008).
Normalmente, as fêmeas removidas do plantel em
função da claudicação têm uma idade menor se comparadas com aquelas que são descartadas por outros motivos.
A precocidade na remoção das fêmeas tem um impacto
negativo no tamanho das leitegadas, na sobrevivência dos
leitões e pode levar a um aumento de problemas ligados
ao status sanitário do rebanho (Dagorn and Aumaitre,
1979; D’Allaire et al., 1987; Patterson et al., 1997).
Comparando os efeitos da claudicação na performance produtiva e na longevidade de fêmeas, observou-se que
fêmeas com problemas de manqueira tiveram leitegadas
com menor tamanho e com um número menor de leitões
nascidos vivos, sendo ainda descartadas precocemente
(Anil et al., 2009).
Porcas com unhas com crescimento excessivo, rachaduras no casco e erosão e sobrecrescimento da almofada
plantar têm pior desempenho reprodutico e, ainda, o crescimento desigual das unhas impacta significativamente na
incidência de manqueiras (Vestergaard et al., 2006; Anil et
al., 2008).
Infelizmente, pouca atenção tem sido dada à questão
das lesões de casco na suinocultura brasileira. Estudos
americanos têm mostrado que mais de 88% das fêmeas
tem pelo menos alguma lesão em uma das patas (Anil et
al., 2007). Além disso, constatou-se que menos de 1% das
fêmeas não têm alguma lesão no casco em levantamento
realizado na Europa (Pluym et al., 2011). Levantamentos
realizados no Brasil mostram que 99% das porcas têm algum tipo de lesão e que mais de 46% das fêmeas apresentam algum grau de claudicação (Kramer, 2012 - dados
não publicados). Esses números podem variar de acordo
com influências ambientais e comportamentos de agressividade, dependendo se as fêmeas são alojadas em grupos
(baias coletivas) ou em gaiolas individuais.
As lesões de maior importância são aquelas que penetram a parede do casco atingindo o córion, promovendo assim reações inflamatórias, dor e claudicação. Lesões
como rachaduras profundas da parede e lesões na linha
branca incluem-se nesta relação (Figura 1).
Diminuição da ingestão de alimento e particionamento dos nutrientes
Inflamação, geralmente acompanhada pela dor, é uma
das conseqüências mais comuns das claudicações.
Muitas vezes as fêmeas com manqueira são excessivamente magras e tem uma pior condição corporal. Geral-
NT
79
mente, em casos de problemas crônicos, há uma
diminuição na ingestão de ração. Os ajustes nos
hábitos de ingestão das porcas irão levar a complicações posteriores, como as observadas nas
mudanças da performance reprodutiva. Geralmente se uma marrã não come o suficiente, ela
terá uma diminuição na sua capacidade reprodutiva. Porcas de primeiro parto são mais sensíveis aos efeitos negativos da baixa ingestão de
nutrientes durante a lactação, se comparadas a
fêmeas mais velhas ou multíparas (Eissen et al.,
2003).
A lactação é um dos momentos de maior
demanda energética e de atividades desafiadoras
que uma fêmeas pode passar. Assim, manter a ingestão de alimento é crucial para o bem estar do
animal e sua performance geral. Ingestão de alimento, especialmente durante certos estágios do
ciclo reprodutivo, influencia muitos dos sistemas
corporais de várias maneiras. Por exemplo, a diminuição do consumo de energia e proteína durante a lactação pode perturbar ou mesmo alterar a
quantidade de sinalização do hormônio liberador
de gonadotrofinas (GnRH) no hipotálamo. Esse sinal impacta na quantidade de LH e FSH liberado
e, consequentemente, afeta a esteroideogênese
do ovário. Os efeitos reprodutivos da inadequada
ingestão de nutrientes durante a lactação parece
ser mediada, ao menos em parte, através da secreção de LH e da mortalidade embrionária (King e
Martin, 1989). Alcançar níveis suficientes de energia
e proteína através consumo de alimento é fundamental para
a liberação dos hormônios necessários para o funcionamento
adequado do aparelho reprodutivo.
As inflamações não apenas levam à redução do consumo
de alimentos, mas promovem a liberação de citocinas em resposta a inflamação, o que provocará uma alteração em como e
com qual prioridade os nutrientes serão utilizados pelo corpo.
Quando uma resposta inflamatória é sinalizada, o animal
irá alterar o destino dos nutrientes, priorizando órgãos do sistema imune, fígado, pulmões e cérebro, enquanto sistemas não
prioritários para a sobrevivência, como o reprodutivo, receberão uma quantidade menor de nutrientes (Spurlock, 1997).
Assim sendo, os efeitos da inflamação no consumo de ra-
80
NT
ção e partição de nutrientes impacta negativamente a composição e condição corporal da fêmea durante a lactação.
Condição corporal
A condição corporal de uma porca é classificada de acordo com uma escala de 1 a 5, sendo 1 um sub-condicionamento e 5 um sobre-condicionamento.
Frequentemente as porcas ou leitoas com baixo consumo
de ração durante a lactação têm escore 1. Estes animais com
baixos escores geralmente apresentam baixo desempenho reprodutivo. Isto foi evidenciado em trabalho que demonstrou
que fêmeas com um escore de condição corporal (ECC) de 1
tem uma frequência maior de ovários acíclicos se comparadas com fêmeas com o ECC de 4 (Knauer et al., 2007).
A baixa ingestão de ração durante a lactação pode levar a
uma perda excessiva de peso corporal que, por fim irá resultar na diminuição da longevidade da porca (Gaughan et al.,
1995) e da performance reprodutiva (Quesnel, 2005).
Além disso, restrição protéica duranFigura 1: Cascos apresentando te a lactação altera
a concentração e
inflamação, lesão de linha
circulação de horbranca, erosão de sola,
mônios somatotrósobrecrescimento de unhas e
ficos e insulina ao
final do período de
sobre-unhas
lactação. Essas baixas concentrações
impactam negativamente a taxa de ovulação após a desmama (Mejia-Guadarrama et al., 2002).
Vale destacar que o desenvolvimento folicular limitado e
a recuperação incompleta do trato reprodutivo à desmama
parece ser a principal causa da diminuição da sobrevivência
embrionária no segundo parto de fêmeas com desmame precoce (Willis et al., 2003).
A prevenção e o tratamento precoce das manqueiras e
lesões de casco ajudarão a manter o consumo de ração e o
apetite, diminuindo assim as complicações reprodutivas devido às claudicações.
Estado inflamatório
Quando ocorrem processos inflamatórios, todos os sistemas corporais são alterados.
Lesões nos cascos promovem reações inflamatórias crônicas e agudas, causando uma dramática alteração no sistema reprodutivo.
A liberação de citocinas que acompanha as lesões leva, por
fim, a complicações na reprodução das fêmeas, que incluem
aumento nos abortos, absorções embrionárias, diminuição do
tamanho das leitegadas e aumento das fêmeas retornando ao
cio quando apresentam-se com manqueira severa.
Porcas com abcessos nas patas traseiras podem apresentar ovários acíclicos (P<0,01; Knauer et al., 2007).
Da mesma forma, animais que apresentam lesões nos
cascos podem não manifestar cio, mesmo estando ciclando
normalmente.
É importante compreender que a inflamação devido às
manqueiras manifesta-se da mesma forma que respostas in-
flamatórias consequentes à desnutrição, mastite e disfunções
da barreira imune.
Impacto da Nutrição
Os nutrientes de maneira geral são fundamentais para a
saúde dos cascos. No entanto, microminerais e vitaminas têm
uma importância significativa na produção e manutenção da
integridade dos tecidos queratinizados (Mulling et al., 1999).
Neste sentido, aumentar a biodisponibilidade dos nutrientes, especialmente dos microminerais, melhora seu aproveitamento e, por consequência, a integridade dos tecidos
queratinizados (Ballantine et al., 2002).
Zinco, Manganês, Cobre e Selênio desempenham um
papel importantes no processo de queratinização dos cascos
(Tomlinson et al., 2004).
A suplementação de complexo Zinco, Manganês e Cobre-Aminoácido Quando Zn, Mn e Cu para fêmeas alojadas em
gaiolas de gestação resultou em uma diminuição nas lesões
de cascos (Anil et al., 2009).
Resultados indicaram que as porcas que receberam os
microminerais na forma de complexo com aminoácido tiveram menos lesões (P<0,05) nos membros posteriores que os
animais controle, além de menor prevalência de claudicação
(P<0,05) para as fêmeas alimentadas com complexos metal-aminoácido do que em fêmeas alimentadas com minerais
inorgânicos (34% e 51%, respectivamente) e melhor performance reprodutiva: verificou-se mais (P<0,05) leitões nascidos vivos (11,07 ± 0,21 e 10,44 ± 0,22, respectivamente)
e o peso da leitegada ao nascimento mostrou uma tendência (P<0,07) de ser maior (16,99 ± 0.31 e 16,16 ± 0,33
kg, respectivamente; Anil et al., 2010).
Conclusão
A saúde dos cascos é indispensável para o bem estar
geral das matrizes e bons desempenhos produtivos e reprodutivos.
Se não tratadas adequadamente, as condições negativas dos cascos podem levar a claudicação e outras complicações, que incluem perdas na performance reprodutiva e
da longevidade das porcas.
Com o entendimento e intervenção sobre os fatores
que contribuem para a manqueira e os processos inflamatórios espera-se melhorar os desempenhos produtivos,
reprodutivos e financeiros da produção suína.
NT
81
suínos
Rotavirose
Neonatal e do
Pós-desmame
em Suínos
82
NT
Amauri Alcindo Alfieri*, Elis Lorenzetti*, Alice Fernandes Alfieri*
Pesquisadores do Laboratório de Virologia Animal, Departamento de
Medicina Veterinária Preventiva, Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Estadual de Londrina
Entre as diversas doenças que podem acometer os suínos as
infecções entéricas representam importante problema sanitário e
podem ocasionar consideráveis prejuízos econômicos para a suinocultura em todo o mundo, particularmente devido às altas taxas
de morbidade e de mortalidade. A diarreia caracteriza-se pelo aumento na frequência de eliminação das fezes, que devido ao grande volume de água eliminada, apresentam-se com consistência
pastosa a líquida. Como consequência, o animal pode desenvolver
um quadro clínico caracterizado por desidratação, desequilíbrio
eletrolítico e acidose metabólica.
A síndrome diarreia ocorre tanto em animais lactentes quanto
recém-desmamados, comprometendo a saúde dos leitões nas fases de maternidade e creche e é considerado o principal problema
sanitário que acomete essas fases da criação. A diarreia neonatal suína, na dependência da frequência e intensidade com que
ocorre, ocasiona prejuízos econômicos de ordem direta e indireta. Os principais prejuízos econômicos diretos são representados
pelo aumento na mortalidade de leitões, gastos adicionais com
medicamentos e desinfetantes, intensificação da mão de obra e
aumento no custo de produção. Dentre os prejuízos indiretos tem-se o aumento da taxa de conversão alimentar, redução no ganho
de peso, desuniformidade das leitegadas, diminuição do peso ao
desmame, queda na imunidade e, consequentemente, predisposição para a ocorrência de infecções secundárias, particularmente
as respiratórias.
Fatores nutricionais e fisiológicos, manejo, alterações ambientais, imunidade do hospedeiro e agentes infecciosos podem estar
envolvidos tanto no desenvolvimento quanto na intensidade de
diarreia. A falha na proteção passiva, principalmente em leitões
provenientes de matrizes primíparas, e o sistema imunológico imaturo do recém-nascido representam as principais causas da maior
susceptibilidade dos animais lactentes às infecções entéricas. Devido às alterações alimentares e de ordem social, as duas primeiras
semanas pós-desmame também são considerados períodos críticos para o desenvolvimento de episódios de diarreia.
Na etiologia das infecções entéricas em leitões incluem-se
protozoários (Criptosporidium spp., Isospora suis, Eimeria sp.), bactérias (Escherichia coli enterotoxigênica, Clostridium perfringens
tipo A e C, Clostridium difficile, Salmonella spp.) e vírus (rotavírus,
coronavírus, sapovírus, norovírus). A presença de mais de um agente infeccioso (infecções mistas ou múltiplas) em quadros clínicos
de diarreia é comum, sendo que alguns micro-organismos podem
predispor à infecção por outro enteropatogeno.
É importante ressaltar que nem todos os animais acometidos por uma infecção entérica desencadearão o quadro clínico
de diarreia. Porém, estes animais considerados assintomáticos,
podem da mesma forma contribuir para alteração na taxa de
conversão alimentar e no ganho de peso comprometendo o desempenho dos animais.
Rotavírus
Dentre os episódios diarreicos de etiologia viral o rotavírus é
considerado o principal agente etiológico relacionado com a diarreia neonatal e do pós-desmame dos suínos. Dois aspectos devem
ser considerados com relação ao rotavírus. Primeiro, que animais
em fase aguda da infecção eliminam grande quantidade de partículas virais pelas fezes, podendo alcançar a ordem de 10 trilhões, ou
até mais, partículas virais infecciosas, por grama de fezes. Segundo,
Figura 1. Ilustração de um
leitão com diarreia causada
por rotavírus.
fotos: david barcellos
NT
83
que os rotavírus são extremamente resistentes às condições de
meio ambiente, podendo permanecer infecciosos nas instalações,
quando protegido por matéria orgânica, por semanas ou meses.
Os rotavírus também são resistentes a alguns princípios ativos de
desinfetantes utilizados regularmente na atividade suinícola. Estas
características fazem com que a infecção tenha caráter endêmico
no rebanho, ou seja, o rotavírus mantém-se nas instalações e nos
rebanhos quase que impossibilitando a sua eliminação.
Com base na proteína viral VP6, presente no capsídeo, os rotavírus podem ser classificados em sete grupos sorológicos distintos. O principal grupo responsável por infecções seguidas de sinais
clínicos (episódios de diarreia) em seres humanos e em animais,
incluindo os suínos, é o sorogrupo A. Porém, os grupos B e C de
rotavírus também são descritos em infecções em leitões tanto nas
fases de maternidade quanto de creche.
Porém, a principal classificação sorológica e molecular do rotavírus grupo A tem como base duas proteínas importantes presentes no capsídeo externo do vírus, denominadas VP7 e VP4. Com
base nessas duas proteínas o rotavírus grupo A é classificado em
sorotipos e/ou genotipos G e P, respectivamente. As associações
de genotipos mais frequentes encontradas em rotavírus identificados em suínos com diarreia são G5P[7] (OSU), G4P[6] (Gottfried),
G11P[7] (YM) e G3P[7] (CRW8).
Em todo o mundo, os estudos abordando as infecções
de suínos com rotavírus dos grupos B e C são realizados
com menor frequência em comparação com aqueles que
abordam o rotavírus grupo A. No período agudo da infecção o número de partículas virais excretadas pelos animais
infectados com rotavírus dos grupos B e C é consideravelmente menor que a excretada nas infecções com o rotavírus grupo A. Com isso, o diagnóstico das rotaviroses
ocasionadas por esses grupos de rotavírus é mais difícil e
menos frequente.
Rotavirose em suínos
A infecção pelo rotavírus pode acometer leitões desde a primeira até a sexta semana de vida, entretanto a maior prevalência
ocorre em animais com duas a quatro semanas. A infecção em
animais neonatos (primeira semana) geralmente está associada à
falha na imunidade passiva, devido à ingestão insuficiente de colostro ou colostro de baixa qualidade (baixo título de anticorpos),
ou ainda pela infecção por um genotipo de rotavírus diferente daquele que ocorre de forma endêmica no rebanho. Em animais com
quatro semanas de vida as infecções ocorrem, principalmente, pela
queda da imunidade passiva associada à deficiente resposta imunológica ativa do leitão, além do estresse de origem alimentar e
social ocasionado pelo desmame.
Em animais nas fases de maternidade e creche a rotavirose
geralmente é acompanhada de sinais clínicos, no entanto, animais
das outras fases de criação apresentam infecção assintomática. Os
animais assintomáticos são considerados portadores e importantes
transmissores deste vírus para indivíduos das outras fases de criação.
Além dos animais assintomáticos, as matrizes durante o período do
periparto (pré e pós-parto) também são consideradas importante
fonte de infecção para os neonatos. Alguns fatores que podem influenciar a presença e a intensidade dos sinais clínicos são a idade e
o status imunológico do leitão, a virulência e a carga viral da estirpe
infectante, bem como a presença de outros patógenos entéricos.
Os rotavírus infectam os enterócitos das porções apical e intermediária das vilosidades intestinais, presentes no
segmento final do duodeno e inicial do jejuno. A infecção
promove a lise dos enterócitos, diminuindo a capacidade de
Quadro 1. Distribuição das amostras de fezes de leitões
lactentes colhidas para o diagnóstico do rotavírus suíno grupo
A por eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE), de acordo
com as características das fezes e o local de colheita, Brasil.
ESTADO
MUNICÍPIOS
GRANJAS
PR
SC
RS
MS
MT
TOTAL
23
15
38
1
3
80
51
22
49
3
5
130
AMOSTRAS DE FEZES
DIARREICAS
NORMAIS
126
108
99
57
151
73
15
9
37
6
428
253
TOTAL
234
156
224
24
43
681
Laboratório de Virologia Animal / UEL (Linares et al., 2009 – Braz.Arch.Biol.Techn., v.52, p. 63-68).
84
NT
absorção e das funções digestivas.
Os sinais clínicos ocasionados pela rotavirose resumem-se em
diarreia, de consistência pastosa à líquida e cor variável que perdura por dois a cinco dias, anorexia, prostração e desidratação (Figura
1). Em casos mais graves, em decorrência dos episódios de diarreia,
o animal pode desenvolver desequilíbrio eletrolítico, acidose metabólica e morte. Os quadros caracterizados por infecções mistas,
com mais de um tipo de enteropatógeno envolvido, geralmente
são clinicamente mais graves.
Um dos principais problemas da rotavirose suína é a redução
do peso ao desmame dos animais acometidos e, consequentemente, desuniformidade dos lotes ao desmame. Os animais infectados geralmente recuperam-se em até 10-15 dias, mas alguns
animais podem morrer em decorrência da desidratação ou de infecções secundárias. Estudos revelam que grupos de animais que
foram acometidos por surtos de diarreia nas fases da maternidade
e/ou na creche apresentam maior probabilidade de desenvolverem
problemas respiratórios nas fases posteriores da criação.
Diagnóstico
Quadros clínicos caracterizados por diarreia, desidratação,
anorexia, prostração, desequilíbrio eletrolítico e acidose metabólica
expressos por leitões com diarreia neonatal ou mesmo diarreia do
pós-desmame não possibilitam a definição do diagnóstico de rotavirose. Outros enteropatógenos (bactérias e protozoários) determinam sinais clínicos exatamente iguais, inviabilizando o diagnóstico
clínico. O diagnóstico definitivo da rotavirose somente pode ser
realizado por meio de exames laboratoriais.
Algumas características dos rotavírus como o genoma viral ser
constituído por 11 segmentos de RNA fita dupla e pela excreção de
altos títulos de vírus no período agudo da infecção possibilitam o
diagnóstico por meio de uma técnica molecular denominada eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE). Essa técnica é específica,
relativamente sensível, fácil de ser realizada, de baixo custo, não
necessita de equipamentos sofisticados e permite o processamento de várias amostras fecais simultaneamente. A PAGE apresenta ainda outra grande virtude que é a possibilidade de definição
dos grupos de rotavírus (A, B ou C) presente nas amostras fecais.
Essa técnica, apesar de antiga, é universalmente utilizada para o
diagnóstico primário da rotavirose em seres humanos, animais de
produção e estimação e também em aves como frangos de corte e
galinhas poedeiras comerciais.
Dentre as técnicas que detectam proteínas virais duas destacam-se por suas características favoráveis de praticidade e baixo
custo. Vários sistemas de ELISA direto e de látex aglutinação, tanto
obtidos de fontes comerciais quanto aqueles produzidos em laboratórios de pesquisa, são disponíveis para o diagnóstico da rotavirose humana e animal. Esses sistemas identificam uma importante
proteína viral (VP6) presente na camada intermediária do capsídeo
viral. Apesar da boa sensibilidade e especificidade apresentada por
alguns sistemas de ELISA e de látex aglutinação essas técnicas somente possibilitam o diagnóstico do rotavírus grupo A. Sem dúvida
o rotavírus grupo A é o mais importante e o mais prevalente nas
infecções em mamíferos (seres humanos e animais). Entretanto,
tanto os sistemas de ELISA quanto de látex aglutinação grupo A-específicos não são capazes de identificar as rotaviroses ocasionadas pelos grupos B e C.
Finalmente, a técnica denominada reação em cadeia da polimerase, precedida de transcrição reversa, ou simplesmente RT-PCR
é, sem dúvida, a mais sensível e específica. Essa técnica tem sido
universalmente empregada no diagnóstico de diferentes classes
de patógenos (bactérias, parasitas e vírus) em distintas espécies
de hospedeiros incluindo seres humanos e animais. Porém, todas
as características da infecção e do próprio rotavírus, comentadas
anteriormente e que facilitam o diagnóstico, fazem com que a
RT-PCR não seja indispensável na rotina de diagnóstico das ro-
Tabela 1. Distribuição do resultado da técnica de eletroforese
em gel de poliacrilamida (PAGE) para a detecção do rotavírus
suíno grupo A, de acordo com as características das fezes de
leitões lactentes avaliados, Brasil.
FEZES
DIARREICAS
NORMAIS
TOTAL
PAGE
POSITIVA (%)
157 (36,7)
36 (14,2)
193 (28,3)
TOTAL
NEGATIVA (%)
271 (63,3)
217 (85,8)
488 (71,7)
428
253
681
p=0,0001; OR=3,49 (2,29 < OR < 5,34)
Laboratório de Virologia Animal / UEL (Linares et al., 2009 – Braz.Arch.Biol.Techn., v.52, p.63-68).
NT
85
taviroses ocasionadas pelo rotavírus grupo A, particularmente
aquelas que comprometem animais. Entretanto, a RT-PCR é de
fundamental importância para o diagnóstico das infecções ocasionadas por rotavírus grupo B e grupo C e, principalmente, para
a definição dos genotipos (G e P) de rotavírus grupo A envolvidos
em surtos de diarreia. Com o uso da RT-PCR os diagnósticos de
infecções com rotavírus grupos B e C, particularmente em suínos,
tem sido mais frequentes, aumentando a importância desses vírus
na etiologia do complexo diarreia neonatal e do pós-demame dos
leitões. Adicionalmente, o uso da RT-PCR tem possibilitado o esclarecimento de falhas vacinais por meio da definição do genotipo de
rotavírus circulante em um rebanho suíno e comparação com os
genotipos presentes nas vacinas. Por meio da RT-PCR (diagnóstico
e genotipagem) tem sido também possível caracterizar o aspecto
zoonótico das rotaviroses. Com o uso mais amplo da RT-PCR e a
definição do genotipo viral tem-se observado infecções em seres
humanos ocasionadas por estirpes de rotavírus de origem animal
e infecções em animais ocasionadas por estirpes virais de origem
humana, caracterizando assim o seu papel como zoonose.
Rotavirose suína no Brasil
Há mais de duas décadas o Laboratório de Virologia Animal da
Universidade Estadual de Londrina desenvolve atividades de diagnóstico e pesquisa (genotipagem) envolvendo rotavírus de origem
suína, bovina, aviária (frangos de corte) e também humana.
Os primeiros estudos avaliando o envolvimento do rotavírus
suíno em episódios de diarreia em leitões lactentes (maternidade)
e recém-desmamados (creche) datam de 1989. Naquela ocasião,
amostras fecais provenientes de leitões de granjas localizadas nos
estados de SC, PR, SP e MG (estudo transversal) demonstraram a
presença do rotavírus grupo A em 28% das amostras analisadas. A
maior taxa de infecção ocorreu em animais com idade entre duas
e quatro semanas nas quais em 41,8% das amostras foi possível
identificar o rotavírus grupo A. Ainda nesse estudo, foi possível correlacionar a presença de rotavírus com o quadro clínico de diarreia
uma vez que esse vírus foi identificado em 58,3% das amostras de
fezes diarreicas, 22,7% nas amostras com consistência pastosa e
em apenas 5,6% das amostras normais (controle).
Outro estudo acompanhou os episódios de diarreia em uma
granja na região sudoeste do estado do PR pelo período de 1 ano
(estudo longitudinal). O rotavírus grupo A foi identificado em fezes
diarreicas de leitões de todas as faixas etárias (1-6 semanas) incluídas no estudo. Porém, a maior frequência de infecção ocorreu em
leitões com três (31,7%) e quatro (48,4%) semanas de vida.
Mais recentemente (2009), com o objetivo de realizar uma
análise comparativa sobre a frequência de ocorrência da rotavirose suína em rebanhos não vacinados de vários estados
brasileiros (estudo transversal) novo inquérito epidemiológico
foi realizado (Quadro 1). A taxa de diagnóstico positivo para o
rotavírus grupo A foi de 28,3%. Porém, em amostras de fezes
diarreicas a rotavirose foi identificada em 81,3% das amostras
analisadas (Tabela 1). A maior frequência de infecção (54,7%)
ocorreu em leitões com diarreia na faixa etária de 21 a 28 dias,
período que coincide com a queda da imunidade passiva e
em que o sistema imune do leitão ainda pode ser considerado imaturo para certos antígenos (Tabela 2). Entretanto, a alta
taxa (32,3%) de diagnóstico de rotavírus em fezes diarreicas
provenientes de leitões com 1 a 7 dias de idade alerta para a
necessidade da adoção de medidas profiláticas com o objetivo
de incrementar, em termos qualitativos, a imunidade passiva
dos leitões (Tabela 2). A adoção de programas imunoprofiláticos, por meio da vacinação das matrizes no quarto final da
Tabela 2. Distribuição das amostras de fezes diarreicas de leitões
lactentes, positivas e negativas para o rotavírus suíno grupo A
pela técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida (PAGE), de
acordo a faixa etária dos animais, Brasil.
idade/semana
PRIMEIRA
SEGUNDA
TERCEIRA
QUARTA
TOTAL
AMOSTRAS DE FEZES
POSITIVAS (%)
NEGATIVAS (%)
41 (32,3)
86 (67,7)
31 (28,2)
79 (71,8)
44 (37,9)
72 (62,1)
41 (54,7)
34 (45,3)
157 (36,7)
271 (63,3)
TOTAL
127
110
116
75
428
(X2=15; p=0,0018)
Laboratório de Virologia Animal / UEL (Linares et al., 2009 – Braz.Arch.Biol.Techn., v.52, p.63-68).
86
NT
gestação, tem como objetivo melhorar a qualidade do colostro.
Tratamento
Assim como em todas as viroses, não há tratamento específico
para as rotaviroses. O tratamento consiste em evitar a progressão
do quadro clínico, com uso de terapia suporte (reposição hidro-eletrolítica), e impedir as infecções bacterianas secundárias com a
utilização de antimicrobianos com amplo espectro.
Controle e profilaxia
Tanto os animais assintomáticos quanto as matrizes, principalmente no período do peri-parto, eliminam o rotavírus no ambiente
e podem ser considerados fontes de infecção. Leitões com infecção
aguda, caracterizada por diarreia, eliminam grande quantidade de partículas virais que apresentam grande resistência às condições de meio
ambiente. Essas particularidades da infecção fazem com que o controle da contaminação ambiental, esteja sempre em destaque para a
redução das partículas virais expostas nos ambientes de criação.
A assistência ao parto e o manejo das mamadas é fundamental, entre outros motivos, para que os leitões recém-nascidos recebam os anticorpos neutralizantes passivos, por meio da ingestão
do colostro, tanto em quantidade quanto em qualidade adequadas. Sem dúvida, essa é a principal forma de proteção do leitão
recém-nascido contra as infecções neonatais e, particularmente,
contra a rotavirose.
Com o objetivo de melhorar a qualidade do colostro com relação aos anticorpos para o rotavírus, recomenda-se um esquema de vacinação para fêmeas prenhes no período final da gestação. As vacinas disponíveis no mercado nacional são compostas
pelos genotipos G4P[6] (Gottfried) e G5P[7] (OSU) de rotavírus
grupo A, que são os genotipos mais frequentes nos rebanhos suínos brasileiros. Em geral, as vacinas destinam-se ao controle e
profilaxia das diarreias neonatais e, com isso, em sua composição
são ainda incluídos o toxóide do Clostridium perfringens tipo C
e os antígenos fimbriais K88, K99, 987P e F41 da Escherichia coli.
Ao implementar um programa de vacinação em um rebanho,
Foto: César Feronato
deve-se sempre administrar duas dose na primo vacinação e
dose de reforço a cada gestação subsequente. Quanto ao esquema vacinal, estes devem ser seguidos conforme orientação dos
laboratórios fabricantes.
Como o objetivo final desse tipo de vacina é a imunização
passiva do leitão, destacam-se mais uma vez a importância da
assistência ao parto e do manejo das mamadas para que o Programa de Vacinação alcance os seus objetivos que são a redução
no número e na intensidade dos episódios de diarreia neonatal.
Destaca-se ainda que a vacina representa a medida específica mais
importante no controle das infecções entéricas neonatais. Porém, o
seu sucesso está diretamente relacionado à implantação de medidas inespecíficas de controle que objetivem reduzir o desafio ambiental e, consequentemente, o título viral por meio de métodos
físicos (limpeza / vassoura de fogo) e químicos (desinfecção).
Conclusão
A frequência de diagnóstico e a distribuição das infecções
pelos grupos de rotavírus, em especial o grupo A, evidenciam a
importância da rotavirose na etiologia dos episódios de diarreia
neonatal e do pós-desmame de leitões em todo o Brasil. Nesse
contexto destaca-se a importância da adoção e monitoria de medidas inespecíficas e específicas de controle e profilaxia da infecção. A implementação de Programas de Vacinação com o objetivo
de modular o potencial de resposta imune das fêmeas no período
final da gestação e, com isso, melhorar a qualidade do colostro,
produz consequências diretas e indiretas que favorecem o controle
da infecção. Na prática observa-se em rebanhos vacinados redução no número e na intensidade dos episódios de diarreia. Consequentemente, observa-se também redução considerável da contaminação ambiental com partículas virais de um patógeno que
é extremamente resistente às condições do meio ambiente. Essas
duas consequências da vacinação contribuem consideravelmente
com a redução da circulação viral tanto no hospedeiro quanto no
ambiente, favorecendo o controle e profilaxia das rotaviroses que
acometem leitões na maternidade e na entrada da creche.
Foto: nilson costa
NT
87
cooperativismo
copacol
A Copacol - Cooperativa Agroindustrial Consolata vem acumulando importantes conquistas ao longo
dos quase 50 anos de história. Com o faturamento de R$ 1 bilhão e 388 milhões, a cooperativa cumpre as
premissas do seu propósito estratégico GPS 2.5.25: gerar renda a seus 7.200 colaboradores, garantindo a
sustentação no campo para os seus 4.700 associados integrados nas atividades de agricultura, avicultura,
suinocultura, piscicultura e bovinocultura de leite. Segundo seu presidente, Sr. Valter Pitol, “mais do que
renda, a Copacol gera orgulho a todas as famílias da região”.
88
NT
Diversificação e inovação
para mais 50 anos de
crescimento sustentável!
GPS
A Copacol amplia seus negócios sempre buscando a sustentabilidade. Para isso a empresa conta desde
2009 com o Propósito Estratégico chamado G.P.S. 2.5.25.
Nele a Copacol traçou metas de crescimento em cinco anos, considerando três pontos centrais: Geração de Receitas, com meta de alcançar R$ 2 bilhões em faturamento; Produtividade, com meta de obter a
rentabilidade de 5%; e Sustentabilidade, com meta de capacitar e treinar 25 mil participantes em programas de desenvolvimento.
NT
89
Sistema Integrado de Piscicultura
Promover a diversificação na propriedade rural, oportunizando ao produtor mecanismos para que ele possa ter mais facilidade de mão de obra
e acima de tudo uma maior renda através do trabalho familiar, é um dos
principais compromissos da Copacol junto aos seus associados.
Partindo desta proposta e diante da qualidade e da quantidade de água
existente nos municípios de sua atuação, bem como na região, a Cooperativa colocou em atividade em junho de 2008, em um dos maiores complexos
integrado de peixes do país.
Diante da demanda para o abate do pescado, a Copacol buscou parcerias com os produtores, que aos poucos ingressaram na atividade, que hoje
é fonte de renda para muitas famílias através da produção de tilápia.
Este é o caso do produtor Augustinho Tenfen, que vive com a esposa
em uma propriedade de 8,5 alqueires, entre outras atividades que desenvolve, a piscicultura no momento é a que lhe garante maior resultado.
“Sempre tive vontade de lidar com peixes, mas não tinha nenhuma
garantia para o manejo e para a comercialização, mas depois que a Copacol iniciou na atividade através do sistema integrado, fui um dos primeiros
produtores a procurar a Cooperativa para me integrar e hoje estou contente
com os resultados obtidos”, explica Augustinho.
O piscicultor enfatiza que para ele e a esposa, o trabalho que realizam
com os peixes é como se fosse uma terapia, uma vez que apreciam o barulho que fazem na água, sem falar que a atividade ainda gera renda para
o casal.
A motivação do associado Agostinho Tenfen e os incentivos oportunizados pela Copacol motivam a inserção de outros produtores na atividade.
É o caso dos irmãos, Ênio Locks e Dante Locks do Município de Nova Aurora.
Os irmãos que já atuam na agricultura e na avicultura pretendem aumentar
a renda com a implantação de açudes em uma área de 2,5 alqueires.
A grande quantidade de água que existe na propriedade, a boa localização do terreno o bom momento que vive o setor e a integração
com a Cooperativa, são fatores indispensáveis para os irmãos ingressarem na atividade.
“A piscicultura é uma atividade que embeleza a propriedade e pode ser
explorada em um local declinado ou até mesmo em um banhado, além de
ser uma boa opção de renda para o produtor”, contam os irmãos.
Hoje, no Abatedouro de Peixes em Nova Aurora, são abatidas 25 toneladas de tilápia diariamente, já para 2015 o planejamento é de 40 toneladas
de peixes por dia.
O constante crescimento da atividade agrega bons resultados para todas as famílias de associados que investem na piscicultura.
Além do abate de tilápias também são comercializados pescados
de água salgada da Linha Mar, que contam com os seguintes produtos,
salmão, camarão, filé de pescada, filé de abadejo, sardinha, merluza,
posta de cação.
90
NT
Agricultura
A atuação da Copacol está focada no crescimento
sustentável. A Cooperativa conta com 10 unidades para
recebimento e armazenagem de grãos no Oeste do Paraná, onde são recebidas 800 mil toneladas de grãos, das
culturas de soja, milho, trigo e café.
Além de oferecer estrutura, a Copacol se preocupa
com a capacitação e profissionalização de seus cooperados no campo em busca dos melhores resultados.
Avicultura
O abate de frangos da Cooperativa é de 320 mil aves ao dia, participam da atividade mais de 820 produtores associados.
Através da Cooperativa Central Unitá, que está sendo construída em parceria com a Coagru em Ubiratã, a Copacol planeja chegar até o
ano de 2016 com 500 mil aves abatidas ao dia.
A avicultura contribui com 60% do faturamento da Cooperativa e os resultados refletem uma somatória de investimentos no processo de
incubação de ovos, na assistência técnica ao produtor, no abate, na industrialização e na comercialização dos produtos, resfriados, congelados,
temperados e embutidos, que contam com as certificações ISO 9001, BRC – Produtos Alimentícios e APPCC/HACCP – Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle para atender as demandas dos mercados mais exigentes do Brasil e do exterior.
A avicultura tornou-se ao longo dos anos uma excelente alternativa de renda para muitos produtores, enquanto que para os pequenos
agricultores deixou de ser uma alternativa para ser a maior fonte de emprego e renda na propriedade.
Em muitos casos e, dependendo do tamanho da propriedade, a atividade é a maior fonte de renda.
Este é o caso do produtor, Paulo Manoel da Costa, da comunidade de Bela Vista município de Cafelândia que desde
1974 é associado à Cooperativa e desde 1987, é integrado à
avicultura.
Segundo ele nesses 25 anos de integração sempre obteve bons resultados, mas os melhores números começaram
a aparecer a partir da reforma do aviário em 2010, quando
instalou exaustores, novas cortinas, ergueu o ponto e colocou
novas telhas dentre outras melhorias.
Com mão de obra terceirizada, a média de produção em
termos de remuneração teve um ganho expressivo e isso motiva tanto o proprietário como o funcionário, que estão agregando uma melhor renda.
“Estamos satisfeitos com a atividade que nos possibilita
uma excelente renda. Tudo isso só está se tornando possível
graças aos investimentos realizados na reforma da granja e nos equipamentos, uma vez que investir em tecnologia é ter a certeza de melhores
resultados”, diz o produtor.
O produtor que mora na propriedade com a família vive com qualidade de vida, uma vez que produz grãos, mas a farta diversidade de
produtos que colhe, como mandioca, suínos para consumo, frutas, verduras, legumes faz a diferença na vida da família.
NT
91
SUINOCULTURA
Através da Cooperativa Central Frimesa, a Copacol investe na suinocultura entregando cerca de
160 mil cabeças ao ano produzidas pelos produtores
integrados.
A suinocultura tem se tornado nos últimos anos
uma boa alternativa de emprego e renda, e nesse
sentido a Cooperativa oportuniza aos seus associados
meios para que esses possam se inserir na atividade.
Exemplo disso são os produtores, Valmor Felipe e
Sideny Meurer que encontraram na suinocultura, uma
fonte rentável de diversificação em suas propriedades.
No caso do associado Valmor Felipe, há seis anos
em uma área de quatro alqueires, iniciou na atividade com a produção de 500 cabeças, sempre colhendo bons resultados.
O produtor foi um dos primeiros a receber leitões das UPLs
(Unidade de Produção de Leitões) da Cooperativa. Diante dos bons
resultados colhidos, há cerca de um ano ampliou sua produção
com a construção de outra pocilga para mais 500 cabeças.
“Os bons resultados, a integração com a Cooperativa e o apoio
da família são os principais fatores que me motivaram em promover a ampliação do sistema”, ressalta ele.
Segundo o suinocultor, a atividade não exige altos investimentos e por isso torna mais acessível a pequenos produtores e com
pouca mão de obra, a suinocultura é uma atividade vantajosa que
pode ser manejada pela família e desta forma indica a outros pro-
dutores que ainda não estão na atividade.
Já o associado Sideny Meurer, que há três anos construiu uma
pocilga para produção de 500 cabeças, se mostra tão animado e
otimista com o segmento que ampliou o empreendimento para
mil cabeças com mão de obra familiar.
Segundo ele, todo o empreendimento é 100% financiado, e
mesmo assim consegue obter uma boa renda livre do financiamento, o que faz a diferença na renda da família, inclusive com as
sobras no final do ano.
“Estou contente e confiante com a atividade e com a Copacol
que me dá toda a confiança para continuar investindo, e todo investimento tem o seu resultado, e desta forma são os investimentos feitos em minha propriedade”, conclui Sideny Meurer.
Unidade Industrial de Soja
A soja, uma das principais culturas produzidas pelos associados, está passando cada vez mais por um processo de
profissionalização da produção.
Dada a grande relevância da cultura para os cooperados, a construção da Unidade Industrial da Soja pela Copacol
com investimentos de 80 milhões de reais, está oportunizando um grande salto no desenvolvimento dos associados.
Inaugurada no dia 26 de janeiro de 2012, a indústria tem a capacidade para esmagar 1.800 toneladas de soja ao dia,
com a geração de 65 empregos diretos divididos em três turnos de trabalho, 24 horas por dia.
O farelo e óleo produzido na Unidade Industrial, atende as demandas que as fábricas de rações necessitam para
as atividades de avicultura, suinocultura, piscicultura e bovinocultura de leite, trazendo oportunidades de melhores
resultados para os produtores.
A importância da indústria para a Copacol não está apenas no fato de que irá agregar valor à produção da soja.
Oportunizará o crescimento integrado de todos os negócios da Cooperativa.
92
NT
BOVINOCULTURA DE LEITE
Com a parceria da Frimesa a Cooperativa também investe
na bovinocultura de leite, são entregues por ano 8,9 milhões
de litros de leite.
Buscando essa evolução na produção de leite, a diretoria
da Cooperativa realizou em outubro de 2011, a entrega oficial
das instalações da UPBN (Unidade de Produção de Bezerras e
Novilhas), localizada na Estação Experimental da Cooperativa
em Cafelândia.
Construída com o objetivo de recriar bezerras a partir dos
15 dias de vida, recebidas das propriedades dos associados, as
matrizes ficam na UPBN até completar aproximadamente 22
meses de vida, após esse período são devolvidas aos produtores já prenhes de aproximadamente sete meses.
O trabalho desenvolvido pela UPBN permitirá a potencialização da atividade da Bovinocultura de Leite, melhorando a
qualidade da produção leiteira e aumentando a rentabilidade
dos produtores.
Essas melhorias na atividade são possíveis devido ao trabalho que é realizado durante a permanência das bezerras na unidade, onde os animais recebem todo o tratamento e acompanhamento para um desenvolvimento adequado das matrizes.
Além da alimentação adequada e toda a assistência realizada por médicos veterinários e os técnicos da Cooperativa, quando as matrizes são inseminadas para voltarem as
propriedades as mesmas vão melhorando a genética das
próximas novilhas, por receberem o sêmen te touros de alto
potencial.
“Esse foi o melhor incentivo que a Cooperativa poderia
ter realizado para os produtores de leite, com esse projeto
posso me dedicar exclusivamente na produção de leite, sem
ter que providenciar um espaço e toda a mão de obra que seria necessária, para promover um bom desenvolvimento das
matrizes”, ressalta o produtor de leite e associado da Copacol
Jair Kottwitz.
Para o produtor que entregou 7 bezerras na unidade, entre elas a centésima, a estrutura esta facilitando os manejos
na propriedade devido a dedicação exclusiva com a produção
de leite, sem dividir os manejos na criação e formação das
novilhas.
NT
93
ENTREVISTA Valter Pitol
NT - À beira de completar 50 anos, a Copacol é uma das grandes
cooperativas brasileiras. Qual o segredo deste sucesso?
Pitol - Sucesso é baseado em vários fatores, conhecimento da própria
Cooperativa, decisões corretas e oportunas que são planejadas conforme
as informações de todas as nossas atividades, ter uma gestão profissional,
uma equipe capacitada que faça os trabalhos de forma correta e esteja
preparada para vencer e superar os desafios.
Trabalhamos para que a empresa esteja entre as mais eficientes e seja
referência, na produção de alimentos.
NT - Quais os planos e desafios da Cooperativa para os próximos
10 anos?
Pitol - Para os próximos anos temos definidos de forma clara o crescimento das nossas atividades de avicultura, suinocultura, piscicultura e bovinocultura de leite, permitindo a participação cada vez maior dos nossos
associados.
Através da aplicação de novas tecnologias vamos aumentar as produções
das nossas atividades nos próximos anos e seremos ainda mais fortes.
NT - A Copacol é pioneira na criação e comercialização de peixes.
Como o senhor vê esse mercado?
Pitol - A piscicultura é uma atividade em que entramos em 2008 para
oferecer mais uma oportunidade de diversificação para os nossos cooperados, que agora podem trabalhar com mais segurança. Muitos produtores
já trabalham com a criação de peixes na nossa região mais enfrentavam
muitas dificuldades com destaque para a comercialização.
Com o investimento que realizamos os produtores tem a tranquilidade
de trabalhar em um sistema integrado, onde oferecemos todo o suporte
necessário, para a produção e comercialização da produção dos produtores.
NT - Qual a mensagem que a cooperativa quer deixar a seus funcionários, cooperados e cidadãos atendidos por ela?
Pitol - A Cooperativa tem clareza do seu caminho e o futuro dos seus
negócios, procuramos crescer nas atividades, assim promovemos a evolução da Copacol e consequentemente o desenvolvimento da nossa região
de atuação. Os nossos associados e colaboradores, também têm a oportunidade de crescer dentro da empresa e nas atividades que realizamos em
parceria nas suas propriedades.
De forma integrada, promovemos o crescimento e desenvolvimentos de
todos que participam das atividades da Copacol direta ou indiretamente.
94
NT
alta gerência e empreendedorismo
frigorífico
pamplona:
Produzir sem
poluir!
Esse é o lema de um dos maiores frigoríficos do país. Segundo
a última publicação da exame – Maiores e Melhores Empresas do
Brasil/2012, tendo como base o ano de 2011, o Frigorífico Riosulense está entre as 10 melhores empresas brasileiras no setor de aves
e suínos. Ocupa a 152ª colocação no ranking nacional das mil empresas brasileiras, tomando-se como base as vendas. Está, ainda, na
50ª colocação entre as empresas do Agronegócios da Região Sul,
sendo a 6ª empresa catarinense que mais cresceu no ano de 2011.
O Frigorífico Pamplona faturou R$ 615,7 milhões em 2011, apresentando um crescimento de 17% em relação aos R$ 526,6 milhões
registrados no ano anterior. Se considerada a receita líquida, a empresa
apresentou variação em torno de 23%, passando de R$ 466,5 milhões
para R$ 577,9 milhões. O resultado do exercício apontou lucro de R$
15,4 milhões, um expressivo aumento na comparação com o ano de
2010, quando o saldo ficou positivo em apenas R$ 1,4 milhão.
96
NT
Um dos motivos para o expressivo crescimento foi que todas as ações planejadas em 2010 estavam voltadas à ampliação
da produção e comercialização de produtos industrializados com
maior valor agregado. “Os produtos destinados ao mercado interno foram escoados pelos centros de distribuição e tiveram como
alvo o varejo, contribuindo assim para a elevação das margens”,
explica Irani Pamplona Peters, presidente do Frigorífico.
O FRIGORÍFICO RIOSULENSE S.A., uma sociedade anônima de
capital fechado, foi fundado em 03 de maio de 1948 pelo Sr. Lauro
Pamplona e sua esposa, a Sra. Ana Pamplona. No principio todo o
trabalho era realizado manualmente, pois máquinas e equipamentos elétricos ainda não existiam.
A vontade e determinação dos fundadores mudaram esse
panorama. O empenho em crescer e a necessidade de fornecer
produtos sempre com qualidade e atendimento diferenciado, fez
este casal empreendedor acreditar que seria possível também a comercialização de carne suína. Surgia então, um novo produto, que
permitia oferecer mais uma alternativa para os clientes. Diversificando ainda mais o mix, foram surgindo novas linhas de produtos,
tais como: defumados, salgados, embutidos, linguiças e derivados. Com o ideal de crescer e inovar, que no ano de 1969, transferiu-se para a cidade de Rio do Sul/SC, com modernas e novas instalações para a época, passando então a utilizar nova denominação
social: Frigorífico Riosulense Ltda. Alguns anos mais tarde, adequados a novas exigências e atualização do ramo, fez-se necessário o
ingresso no SIF (Serviço de Inspeção Federal). Este procedimento
resultou na abertura de novos mercados e o desenvolvimento de
novos produtos. Com o mercado brasileiro em crescimento e as portas das
exportações se abrindo para o nosso estado, houve a necessidade
de ampliar a capacidade produtiva. Em função disto foi adquirido
em 1989 um outro frigorífico, que está localizado na cidade de
Presidente Getúlio/SC. Esta aquisição permitiu que a capacidade
de produção e armazenagem da empresa tivesse um aumento
significativo.
Foi buscando uma melhor participação no mercado, que no
ano de 1998 a companhia realizou as primeiras comercializações
com o mercado externo. Atualmente exporta para: Ásia, Américas,
África, Leste Europeu e Oriente Médio. O respeito e consideração pelo cliente e consumidor são sempre prioridade na empresa, e pensando nisso foi criado o Programa
de Melhoramento Genético Pamplona (PMG-P). Este programa é
responsável pela criação de animais de alto padrão genético, resultando assim, em carnes com mais qualidade e com baixos índices
de gordura. Através deste programa a empresa adquiriu o status de “Granja Certificada”, obtendo a certificação das granjas localizadas nas
cidades de Laurentino e Ituporanga, ambas no Estado Catarinense.
São unidades produtoras que atendem as exigências na Instrução
Normativa SDA Nº 19, produzindo animais de genética apurada e
com elevado grau de sanidade. Possui ainda uma fábrica de rações, localizada na cidade de
Laurentino/SC, responsável pela produção de rações e concentrados que suprem toda a necessidade do seu plantel e também a
comercialização das Rações Pamplona, Com ausência de aditivo de
melhorador de desempenho inclusive de ractopamina. Esta fábrica
possui a cerificação de BPS e da IN 65 e está registrada no MAPA
sob nr. 4852 SC.
A companhia gera atualmente em torno de 1.600 empregos
diretos em suas unidades, além de proporcionar inúmeros empregos indiretos, contribuindo assim, para o fortalecimento das regiões em que atua, pois está sempre preocupada com a integração
entre o meio ambiente, a natureza e o homem.
Sendo lema dos fundadores: trabalho, dedicação e amor ao
que se faz, e por ser uma empresa familiar, acredita que o sucesso
só é possível com o esforço coletivo, o que define a trajetória da
família Pamplona. Por isso a Gestão Empresarial é marcada pela
busca constante de modernização, crescimento e bem estar de
clientes, colaboradores e sociedade, vinculados às questões de respeito social e Ambiental.
MISSÃO
“FORNECER ALIMENTOS PRÁTICOS, SAUDÁVEIS
E SEGUROS”
VISÃO
“SER UMA EMPRESA DE ALIMENTOS GLOBALIZADA
ATÉ 2015”
VALORES
INCENTIVAR O CRESCIMENTO PROFISSIONAL;
PROPORCIONAR SEGURANÇA AOS
COLABORADORES NO AMBIENTE DE TRABALHO;
AGIR COM RESPONSABILIDADE SOCIAL E RESPEITO
COM O MEIO AMBIENTE;
ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DAS NORMAS DE
SEGURANÇA ALIMENTAR;
COMPROMETIMENTO COM OS RESULTADOS
CONTRATADOS JUNTO AOS STACKHOLDERS;
SATISFAÇÃO PLENA DOS CLIENTES;
PARCERIAS SUSTENTÁVEIS COM OS NOSSOS
FORNECEDORES.
LEMA
“PRODUZIR SEM POLUIR...”
NT
97
entrevista:
Irani Pamplona Peters
NT - O lema de vocês é produzir sem poluir. Esse é um dos grandes desafios
dos produtores de alimentos hoje. Quais os projetos desenvolvidos por vocês
nesse sentido?
Irani - A água é um bem universal que precisa ser preservada, e para isto mantemos
práticas de melhoramento da qualidade da água, passando por sistema de tratamento
de efluentes modernos e somente é devolvida aos rios depois de alcançar os parâmetros
exigidos pelos órgãos ambientais. Também incentivamos as unidades produtivas no reaproveitamento da água diminuindo o consumo de água potável.
Nas propriedades com a atividade de suínos a nossa equipe técnica tem o cuidado de
fazer uma análise criteriosa da propriedade, respeitando as distâncias das nascentes,
córregos, rios, lagos, estradas, divisas e residências de acordo com a legislação ambiental,
orientando a recomposição da mata ciliar elaborando projetos e monitorando as áreas
recuperadas, bem como controlamos e monitoramos o sistema de tratamento e distribuição dos dejetos.
Realizamos também palestras de educação ambiental, a todos os integrados da região,
através de eventos para uniformização das ações de recuperação e acompanhamento
técnico proporcionando melhoria na qualidade de vida das pessoas da região.
O treinamento de pessoas na gestão ambiental e os investimentos em tecnologia são
constantes em nossa empresa e sendo aperfeiçoados a cada momento.
Nas instalações utilizadas para criação de suínos está sendo empregadas tecnologias
para o melhor bem estar animal e proteção do meio ambiente, como por exemplo:
calhas internas que diminuem a poluição visual; Revestimento de esterqueiras para que
não haja infiltração de efluentes no solo; Construção de câmaras de decomposição;
Construção de cisternas para reaproveitar águas pluviais dos telhados; Uso de bebedouros ecológicos para melhor aproveitamento da água e construção de biodigestores para
aproveitamento do gás metano como combustível para a geração de energia elétrica
e construção de esterqueiras comunitárias no qual o produtor tem livre acesso para
utilizar os dejetos como adubo orgânico nas suas lavouras.
Temos biodigestores para produção de biogás para geração de energia elétrica utilizada
no aquecimento de ambientes, ou na combustão de motores estacionários, isto reduz
a emissão de gases que causam o efeito estufa, é outra fonte de energia renovável que
pode ser utilizada a favor neste tipo de agronegócio.
Construímos uma compostagem com o objetivo de solidificar os dejetos líquidos facilitando o transporte dos mesmos. É uma tecnologia piloto no Alto Vale, construído
em uma de nossas granjas que está sendo implantado nas propriedades rurais da
integração.
NT - Como a Pamplona vê o mercado internacional de carnes?
Irani - Apesar de todos os problemas que o agronegócio no Brasil enfrenta, como a
grande dimensão territorial dificultando a rastreabilidade do rebanho e o alto custo para
98
NT
custeio de investimentos, as perspectivas são boas, pois existe um
enorme potencial de expansão externa das carnes brasileiras, tanto
de suíno, como de frango e bovino. Prova disto são as negociações
em curso com EU, Japão, EUA, China e o México que demonstram
interesses na abertura do mercado para o Brasil. Com um potencial
tão grande podemos duplicar os volumes exportados atualmente.
Isto tanto é verdade que o Brasil é o 4° exportador de carne suína,
e estando em primeiro lugar nas exportações de carnes de frangos
e bovinos, e as grandes empresas do agronegócio estão localizadas
no estado de Santa Catarina que é o único estado livre de aftosa
sem vacinação.
NT - Quais as estratégias da empresa e onde pretende investir?
Irani - Temos como estratégias a consolidação de nossa marca
no mercado interno e externo oferecendo produtos práticos e
saudáveis, focando no desenvolvimento de competências. Vamos
investir em novas tecnologias para aumentar nossa participação
de produtos industrializados e cortes especiais e diferenciados.
NT - A Pamplona sempre se destacou por inovar e produzir
produtos de qualidade. Quais são os projetos da empresa
para nos próximos 10 anos seguir se destacando na comercialização de proteína animal?
Irani - A Pamplona sempre acompanhou a evolução tecnológica
na busca contínua de qualidade e inovação de seus produtos focados para o consumidor final e vamos continuar trabalhando nesta
linha. Desta forma o nosso grande projeto é transformar nossa
empresa numa empresa de alimentos com mais industrialização
e diversidade de produtos.
Para sermos uma empresa competitiva temos que incentivar nossos produtores parceiros e integrados no processo de especialização no sentido de aumento de escala com o aumento da produção
e a redução no número de granjas. Isto já está acontecendo pois os
avanços tecnológicos em genéticas, nutrição e eficiência técnica
aumenta a qualidade dos animais que serão entregues para a indústria que será consequentemente mais competitiva.
As pessoas estão se preocupando mais com sua qualidade de vida,
e nossa empresa quer fornecer produtos que atendam esta exigência, desta forma oferecemos produtos rastreados e com ausência de aditivo de melhorador de desempenho inclusive de ractopamina, que são exigências de alguns mercados externos.
noTÍCIAS DOS PARCEIROS
NutronAlimentosparticipa
do1ºTecnoTilápiaCOPACOL
Para fomentar ainda mais a cadeia produtiva do peixe, orientar os produtores sobre o manejo e demais assuntos relacionados
ao segmento, a Copacol realizou a primeira edição do Tecno Tilápia. O evento foi realizado na Aercol (Associação do Funcionários
da Copacol) de Nova Aurora e teve como público alvo os piscicultores integrados e os técnicos da cadeia produtiva.
No encontro foi apresentada a evolução da atividade de
peixes na Copacol. Também foram abordados temas relativos
ao manejo, nutrição e uso de aeradores do principal peixe de
água doce criado na região, a tilápia. Houve ainda a exposição
de máquinas, serviços de drenagem, escavação e equipamentos que facilitam o trabalho da piscicultura no dia a dia nas
propriedades rurais.
Segundo o diretor presidente da cooperativa, Valter Pitol,
em todas as atividades que são trabalhadas com os associados é realizado um planejamento, para oferecer o suporte
100
NT
técnico que os produtores precisam para alcançar bons resultados. “Estamos em constante evolução na nossa integração
de peixe. Com isso, temos a possibilidade de promover uma
atividade rentável para os nossos cooperados, hoje participam cerca de 150 produtores integrados que fornecem 40
mil tilápias por dia, para serem abatidas no abatedouro em
Nova Aurora”, ressalta Pitol
O Gerente de Negócios Aquacultura da Nutron, Hilton
Hiroshi Oshima, participou do encontro como palestrante e
ressaltou a importância do evento para o crescimento e o
fortalecimento da piscicultura. “A produção de peixe é uma
atividade em grande expansão no Brasil e no mundo. E a
Copacol como pioneira no sistema de integração de peixes e
uma das líderes nacionais, com a verticalização completa, demonstra a visão e a capacidade de inovar de seus dirigentes
e cooperados”, elogia Oshima.
TiagoArantesassumeGerênciadeNegócios
Zilmax® daMSDSaúdeAnimal
A obtenção do registro do Zilmax® representa um divisor de águas para a pecuária nacional. A MSD Saúde Animal
compreende a grande responsabilidade que tem nas mãos na
liderança como provedora dessa tecnologia. Assim sendo a
Diretoria de Negócios Pecuária criou uma estrutura exclusiva
para esse segmento de negócios: Tiago Arantes será o Gerente de Negócios Zilmax. Tiago será o responsável pela gestão da estrutura de negó-
cios dedicada ao Zilmax® (marketing, comercial e técnico) com
reporte direto ao Diretor de Negócios Pecuária, Alexandre Alves.
A equipe contará ainda com Rodrigo Goulart, Gerente Técnico
Zilmax e equipe de vendas exclusiva, que será definida em breve “A MSD Saúde Animal precisa de uma área com dedicação
exclusiva para atender toda a demanda relacionada ao Zilmax.
Esse novo produto representa a revolução da pecuária brasileira”,
celebra Alexandre Silva Alves, Diretor de Negócios de Ruminantes.
GustavoCostaassumeCoordenaçãoTécnica
deAviculturadaMSDSaúdeAnimal
Profissionalseráespecíficoparaalinhadeposturacomercial
Gustavo Costa foi contratado para assumir a posição de Coordenador Técnico da linha de postura comercial, da unidade de
negócios de Avicultura, da MSD Saúde Animal.
O profissional será responsável pela consultoria técnica especializada, promovendo a saúde e a viabilidade econômica no setor
de produção comercial de ovos, fomento para a linha de vacinas
destinadas ao setor de produção de ovos, além de dar suporte à
demanda criada pelos Coordenadores de Território e distribuidores.
O cargo específico para este segmento foi criado com o objetivo
de aumentar o market share em postura comercial, fazendo com
que a MSD Saúde Animal tenha o mesmo reconhecimento que já
conquistou em matrizes pesadas. “Vamos especializar o atendimento da companhia no mercado de postura comercial, participar no
crescimento e profissionalização da cadeia de produção de ovos comerciais, em um mundo que visivelmente busca aumentar a produção de proteína animal para alimentação com eficiência e segurança
(segurança alimentar)”, ressalta o profissional.
Natural de Belo Horizonte/MG, Gustavo é graduado em
Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
CristianoLeitedeGodoyassumeCoordenação
TécnicadeSuinoculturadaMSDSaúdeAnimal
ProfissionalseráresponsávelpelasregiõesdeSantaCatarinaeRioGrandedoSul
Cristiano Leite de Godoy foi contratado para assumir a
posição de Coordenador de Assistência Técnica da unidade
de negócios de Suinocultura, da MSD Saúde Animal.
O profissional será responsável pelos serviços de pósvendas, geração de demanda e suporte aos Coordenadores de Território, junto às principais contas da região.
Cristiano é graduado Engenharia Agrônoma pela
Unoesc e possui graduação de técnico em agropecuária
pelo Cedup – Centro de Educação Profissional Professor
Jaldyr Bhering Faustino da Silva – Água Doce, acumulando mais de 10 anos de experiência no mercado de
suínos
NT
101
AGENDA
Agosto
World’s Poultry Congress
Data: 5 a de agosto
Local: Salvador (BA)
Informações: www.wpc2012.com/br/
Agroleite
Data: 7 a 11 de agosto
Local: Castro
Informações: www.agroleitecastrolanda.com.br
V Simpósio Brasil Sul de Suinocultura e IV Pig Fair
Data: de 14 a 16 de agosto
Local: Chapecó (SC)
Informações: www.nucleovet.com.br
Setembro
Interleite
Data: 11 a 13 de setembro
Local: Uberlândia (MG)
Informações: www.interleite.com.br
Pork Expo 2012
Data: de 26 a 28 de setembro
Local: Curitiba (PR)
Informações: www.porkexpo.com.br
Outubro
Workshop Suprimentos
Data: 24 a 26 de outubro
Local: Rio de Janeiro (RJ)
Informações: Nutron Alimentos
Novembro
Feileite
Data: 19 a 23 de novembro
Local: São Paulo (SP)
Informações: www.feileite.com.br
Avisulat
Data: 21 a 23 de Novembro
Local: Bento Gonsalvez (RS)
Informações: www.avisulat.com.br
102
NT
O aditivo antimicotoxinas aprova
aves
suínos
Bovinos
equinos
in
vivo contra
fumonisinas
O aditivo
antimicotoxinas
aprovado e aflatox
in vivo contra fumonisinas e aflatoxinas
• Níveis de Garantia:
• Níveis de Garantia:
Aluminosilicato.......................................................................................................................
Aluminosilicato.......................................................................................................................
88,00%
88,00%
Composição básica do produto:
Umidade.................................................................................................................................
Umidade.................................................................................................................................
12,00%
12,00%
Aluminosilicato de Sódio e Cálcio.................................100,0%
Niveis de garantia:
NOTOX
O aditivo antimicotoxinas
Oaprovado
aditivo antimicotoxinas
in
vivo contra
Controle
de precis
O aditivo antimicotoxinas
aprovado
aprovado
in
vivo
contra
fumonisinas
e
aflatoxinas
in vivo contra
fumonisinas e aflatoxinas
de micotoxinina
BRASIL
BRASIL
fumonisinas e aflatoxinas
• Dosagem ........................................................
• Dosagem ........................................................
ou 2,5
Adicionar
kg. / ton.
0,25%
deg/kg
ração
ou 2,5
pronta.
kg. / ton. de ração pronta.
AluminosilicatoAdicionar
de Sódio e 0,25%
Cálcio...............1.000,000000
Todas.
Todas.
• Fases da criação
• ................................................................................................................
Fases da criação ................................................................................................................
uso:
Modo de
Conservar:
• CuidadosIndicação
no manuseio:
•de
Cuidados
no
Embora
seja
classificado
como
seja
umclassificado
material
não
como
perigoso,
um material
e por ser
não perigoso, e por ser
Adsorvente
de
micotoxinas,
commanuseio:
atuação
sobre Embora
fumonisinas.
Conservar ensacado em local seco e arejado.
Modo de produto
uso:
Validade:
produto extremamente
fino e extremamente
composto por SÍLICA,
fino e composto
é recomendável
por SÍLICA,
algumas
é recomendável
precauçõesalgumas
na
precauções na
Adicionar de 0,25 a 0,5% ou 2,5 a 5,0kg/ton de ração pronta.
12 meses a partir da data de fabricação
aplicação do produto.
aplicação
No manuseio
do produto.
direto com
No manuseio
o produto:direto
deverá
com
sero usado:
produto: deverá ser usado:
• Óculos, máscaras e• luvas
Óculos,
de máscaras
proteção. e luvas de proteção.
“Uso exclusivo na Alimentação Animal”
BRASIL
INSPECIONADO
INSPECIONADO
Unidade
Agronegócios
A
Data
Data
de
validade:
Fabricação:
AA
IO D GRIC
ÉR
R
TU
UL
Data
Data
de
fabricação
Fabricação:
MIN
IS
T
Aluminosilicato Sódico
aditivo
adsorvente
de micotoxinas
BOVINOS BOVINOS
AVES
EQUINOS EQUINOS
SUÍNOS
SUÍNOS
AVES
Aluminosilicato Sódico
NOTOX
ADITIVO ADITIVO
ADSORVENTE
ADSORVENTE
DE MICOTOXINAS
DE MICOTOXINAS
SC-7000
O aditivo antimicotoxinas
SC-07000SC-7000
Oaprovado
aditivo
antimicotoxinas
S.I.F.
Controle
de precisão
in vivo contra
Controle
deS.I.F.
precisão
aprovado
in
vivo
contra
Produto registrado
no
Ministério
da Agricultura, Pecuária
de
micotoxinas
fumonisinas
e
aflatoxinas
de
micotoxininas
Peso eLíquido
Peso
30
Líquido
kg
30 kg
Abastecimento
sob
nº
SC-0700020002
fumonisinas e aflatoxinas
ESTABELECIMENTO
REGISTRADO
LOTE Nº
LOTE Nº
Fabricado por:
Mineração e Pesquisa Brasileira
Rodovia Alexandre Beloli, S/N - Primeira Linha
CEP: 88803-470 - Criciúma - SC
CNPJ: 79.917.597/0004-36
IE: 253.740.339
Responsável
Técnico: Rosimeri
Venâncio Redivo
Engª
M.Sc- Química
Rótulo Registrado
Rótulo
no Ministério
Registrado
danoAgricultura
Ministério
sob
da- Agricultura
nº SC
00000000000
sob- CREA:
nº SC29432-9
- 00000000000
shaping tomorr
Conservar Ensacado
Conservar
em Lugar
Ensacado
Seco em
e Arejado
Lugar Seco e Arejado
INdústrIA BrAsIleIrA
Validade do Produto:
Validade
12 meses
do Produto:
a partir 12
da meses
data dea fabricação.
partir da data de fabricação.
Distribuído Exclusivamente por:
SAC: 0800.979.99.94
Anuncio Notox NT04.indd 1
SAC: 0800.979.99.94| 0800 979 99 94
www.nutron.com.br
Anuncio
Notox NT04.indd
Anuncio
Notox
NT04.indd
1
AnuncioNotox.indd
11
shaping tomorrow’s nutrition
Nutron nutrition
Alimentos Ltda.
shaping tomorrow’s
CNPJ - 01.961.898/0001-27
I.E. - 374.117.298.113
shaping tomorrow’s nutrition
Rua
Roupen Tilkian, 77 - Dist. Ind. H.R.O
Cep: 13.970-970 - Itapira- SP
www.nutron.com.br
SAC: 0800 979 9994
www.nutron.com.br
03.08.10 15:50:05
shaping tomor
www.nutro