Estudo comparativo da efetividade de escovas dentais

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Estudo comparativo da efetividade de escovas dentais
ITAUANA ALIETE VETTORELLO RECH
STEPHANIE FELICE KAMAROWSKI
Estudo comparativo da efetividade de escovas dentais convencionais e ortodônticas na
remoção do biofilme em pacientes com aparelho ortodôntico fixo
Curitiba
2012
ITAUANA ALIETE VETTORELLO RECH
STEPHANIE FELICE KAMAROWSKI
Estudo comparativo da efetividade de escovas dentais convencionais e ortodônticas na
remoção do biofilme em pacientes com aparelho ortodôntico fixo
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso
de Odontologia da Universidade Federal do Paraná
como requisito à obtenção do título de Cirurgião
Dentista.
Orientador: RICARDO CESAR MORESCA
Co-orientador: MARILIA COMPAGNONI MARTINS
Curitiba
2012
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RESUMO
O acúmulo de biofilme dental está relacionado ao desenvolvimento de diversas doenças, entre elas,
gengivite e periodontite. Pacientes frequentemente apresentam alguma dificuldade em atingir o
controle de placa ideal, comprometendo a entidade dento-periodontal. Aparelhos ortodônticos fixos
muitas vezes são apontados como fatores adicionais de retenção de biofilme, contribuindo para o
aumento da incidência de doenças do periodonto. O objetivo desse estudo foi avaliar, por meio do
índice de placa visível proposto por Silness e Löe, a eficácia de escovas dentais convencionais e
ortodônticas na remoção do biofilme em pacientes usuários de aparelho ortodôntico. Foram
analisados 20 pacientes em três situações: S1, onde os voluntários foram analisados sem nenhuma
orientação de higiene ou escovação; S2, quando o grupo recebeu orientação de higiene bucal e a
escovação foi realizada com escova convencional e S3, após os voluntários receberem orientação de
higiene bucal e a escovação realizada com escova ortodôntica. O intervalo entre as avaliações foi de
15 dias. Foi utilizado o teste de variância (ANOVA) para a comparação dos três momentos com
nível de significância de 5%(p<0,05). Os resultados mostraram que não houve diferenças
estatísticas nos três momentos estudados em relação ao nível de acúmulo do biofilme. Portanto,
diante da metodologia aplicada, não foi observada diferença na eficácia na remoção do biofilme
entre as escovas testadas.
PALAVRAS CHAVES: Biofilme, Aparelhos Ortodônticos, Periodonto
ABSTRACT
Dental plaque accumulation is related to the development of diseases, such as gingivitis and
periodontitis. Patients often have some difficulty in achieving optimal plaque control, affecting the
entity dental-periodontal and contributing to decreased longevity of the teeth. Orthodontic
appliances are often identified as biofilm retention factors, contributing to the increased incidence
of periodontal diseases. The objective of this study was to evaluate, using the plaque index
proposed by Silness and Löe, the efficacy of conventional and orthodontic toothbrushes to remove
the biofilm in patients using orthodontic appliances. Twenty patients were evaluated in three
situations: S1, subjects were analyzed without any guidance from hygiene or brushing; S2, same
subjects were evaluated after they received oral hygiene orientation and toothbrushing was
performed with conventional toothbrush and S3, after volunteers received oral hygiene orientation
and toothbrushing performed with orthodontic toothbrush. The interval between assessments was
15 days. Used analysis of variance (ANOVA) for comparison of the three with a significance level
of 5% (p <0.05). Results showed no statistical differences in the three times studied in regard to the
level of accumulation biofilm. Within the limits of this study, there was no difference in efficacy on
biofilm removal within the toothbrushes tested.
KEY WORDS: Biofilms, Orthodontic Appliances, Periodontium
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INTRODUÇÃO
A placa bacteriana pode ser definida como uma película não calcificada, fortemente aderida
às superfícies dentais, resistindo à presença do fluxo salivar. O termo biofilme é usado para denotar
uma comunidade microbiana encapsulada em polímero que se acumula em uma superfície, que
também protege contra colonização de patógenos exógenos (WILSON, 2001).
As bactérias que colonizam inicialmente a superfície do dente são predominantemente
microrganismos facultativos Gram-positivos, tais como Actinomyces viscosus e Streptococcus
sanguis. Estes se aderem à película através de adesinas, que interagem com receptores específicos
na película dental. Outros mecanismos determinantes da seletividade na colonização da película são
estruturas na superfície de certas bactérias, como o Actinobacillus viscosus, denominadas fímbrias,
que auxiliam na aderência inicial (CARDOSO e GONÇALVES, 2002).
A superfície dentária normalmente é coberta pela película adquirida, composta de
glicoproteínas salivares e anticorpos que alteram a carga e energia livre da superfície, aumentando a
adesão bacteriana, que é o mecanismo inicial para causar uma infecção (WILSON, 2001).
Com a disposição de nutrientes, há o crescimento celular das bactérias aderidas às
superfícies dentárias, adesão de novas bactérias e síntese de matriz extracelular, aumentando a
massa bacteriana (fase de acumulação). O aumento de espessura da placa bacteriana promove nas
camadas mais profundas condições de anaerobiose, sendo que o crescimento e multiplicação das
bactérias variam de acordo com os níveis de oxigênio. As fontes de nutrientes para as bactérias
supragengivais são os produtos da dieta dissolvidos na saliva (LINDHE, KARRING e LANG,
2005).
A gengivite e a periodontite são doenças comuns relacionadas com o biofilme dental
(CORTELI et al., 2010). Pacientes freqüentemente não conseguem atingir um controle de placa
ideal por muitas razões diferentes, desta maneira, com a placa bacteriana não sendo adequadamente
controlada, instala-se um processo de contínua destruição, comprometendo a entidade dentoperiodontal e contribuindo para diminuição da longevidade dos dentes (GLICKMAN, 1974).
A relação entre procedimentos ortodônticos e condição periodontal é considerado um
desafio, especialmente na saúde periodontal durante e depois do tratamento ortodôntico. Vários
estudos
têm
abordado
o
impacto
de
aparelhos
fixos,
e
aparelhos
miofuncionais
ortodôntico/ortopédico ou retentores, em relação ao acúmulo de placa supragengival e o
desenvolvimento da gengivite (DUBEY, JALILI e GARGARG, 1993; ÅRTUN, SPADAFORA e
SHAPIRO, 1997; GLANDS, LARSSON e GAARD., 2003; SKOLD-LARSSON et al., 2003).
As condições, citadas acima, são reversíveis quando supragengival, alguns meses após a
retirada do aparelho em pacientes com um bom padrão de higiene bucal. ALEXANDER (1991) e
ATACK, SANDY e ADDY (1996) sugeriram que a remoção do aparelho ortodôntico leva a
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semelhante condições periodontais aos observados antes do tratamento. ÅRTUN e URBYE (1998)
sugeriram que o suporte periodontal poderia também ser danificado durante a inclinação ou intrusão
dos dentes em indivíduos periodontalmente comprometidos.
GOMES et al. (2007), em estudo comparativo entre pacientes usuários de aparelho
ortodôntico fixo e não usuários, constatou que não houve diferença significativa quanto a avaliação
de placa e gengivite, chegando a conclusão de que a presença de aparelho ortodôntico não está
necessariamente relacionada à piora da condição periodontal do paciente. Alguns autores
registraram um aumento positivo nos níveis de placa e gengivite durante o tratamento ortodôntico,
provavelmente devido às condições de retenção de placa relacionadas com os aparelhos
(ALEXANDER, 1991; BOYD e BAUMRIND,1992; SKOLD-LARSSON et al.,2003; SALLUM et
al., 2004; HUSER, BAEHNI e LANG, 1990).
Segundo DEMLING et al. (2009), a presença de aparelhos ortodônticos fixos induz o
aumento na formação do biofilme, devido a um aumento no número de sítios retentivos de placa.
Essa inserção dos aparelhos fixos também está associada a uma mudança qualitativa de bactérias
aeróbias para bactérias anaeróbias, que põe em risco a integridade dos tecidos duros e moles.
ATACK, SANDY e ADDY (1996) apontaram um aumento da incidência de lesões de cárie
incipiente e inflamação gengival generalizada em pacientes submetidos a tratamento ortodôntico
com aparelho fixo.
Os aparelhos bandados são possíveis fatores modificadores de tecidos de suporte
periodontal. As bandas ortodônticas estão localizadas em áreas supra e sub-gengivais, cuja
localização pode comprometer a saúde dos tecidos periodontais circunjacentes e pode ser associada
à ocorrência de bactérias periodontopatogênicas (DIAMANTI-KIPIOTI, GUSBERTI e LANG
1987; HUSER, BAEHNI e LANG, 1990). DIEDRICH et al. (2001) observaram uma alta
percentagem (85%) de defeitos na área cervical da banda associada com sinais histológicos de dano
de tecido conjuntivo e migração apical do epitélio juncional. Para BOYD e BAUMRIND (1992), as
bandas ordodônticas cimentadas também comprometem a saúde bucal por aumentar a formação de
placa nos dentes bandados.
Segundo LINDHE, KARRING e LANG (2005), no ano de 1964, Silness e Löe propuseram
um índice paralelo para o registro de depósitos de placa (índice de placa) que relaciona em escala de
0 a 3 o nível de placa acumulada no terço cervical na face vestibular dos dentes. Segundo esse
índice, a ausência de depósitos de placa recebe grau 0, ao passar uma sonda pela margem gengival
e visualizar a presença de placa será registrado como grau 1, a presença de placa clinicamente
visível como grau 2, e a placa abundante como 3.
O estudo clássico de LOE, THEILADE e JENSEN (1965) mostrou claramente que a
inflamação gengival acompanha de forma consistente a intensidade do acúmulo de placa e que,
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inversamente, a remoção da placa pode reverter esse processo. Esse achado demonstrou não
somente o papel central da placa supragengival no desenvolvimento da gengivite, mas também que
a remoção mecânica da placa bacteriana pela prática de higiene oral pode reverter essas alterações
inflamatórias. Os procedimentos para controle da placa supragengival são antigos, e atualmente o
uso de escova dental e dentifrício fluoretado é quase universal. Ainda que existam outros métodos
de limpeza dental, a escova convencional é o instrumento mais frequentemente utilizado para a
remoção da placa supragengival. A eficácia da escovação com relação a remoção da placa dental é
baseada em três principais fatores: (1) o desenho da escova; (2) a habilidade do indivíduo em usá-la
e (3) a freqüência e duração da escovação (FRANDSEN, 1986).
Os procedimentos usados para remoção da placa supragengival são tão antigos quanto os
relatos históricos, o uso de palitos é considerado como as escovas de dente primitivas
(CARRANZA e SHKLAR, 2003).
Existem diversas escovas dentais manuais disponíveis no mercado com diferentes desenhos,
baseados na premissa de que a maioria das pessoas utiliza uma escova de cabeça plana e uma
técnica de escovação horizontal simples. Os novos modelos visam um melhor resultado na
escovação, porém não existem evidências científicas sugerindo que o desenho de uma escova é
superior ao de outra.
Quanto à técnica de escovação, HANSEN e GJERMO (1971) afirmam que a ideal é aquela
que permita uma completa remoção da placa dental no menor tempo possível sem causar nenhum
dano aos tecidos. A importância fundamental da remoção da placa regular é efetiva no que diz
respeito à manutenção da saúde gengival, aumenta a relevância da limpeza interdental, que se
mostra importante para reduzir a inflamação gengival e a incidência de cárie, mas também para
melhorar o índice de higiene oral geral.
Há diversos estudos que visam comparar a real eficácia de cada tipo de escova, levando em
consideração o tamanho da cabeça, o formato das cerdas e o formato do cabo. Na tentativa de
facilitar o controle de placa em aparelhos ortodônticos, vários tipos de escovas de dentes manuais
têm sido fabricadas. Escovas com projetos de cabeça em formato de V superaram as escovas planas
na eficácia de limpeza dos dentes com acessórios ortodônticos fixos. (SCHÄTZLE et al, 2009).
CANCRO e FISCHMAN (1995) afirmam que a melhor escova é aquela usada adequadamente.Para
pacientes ortodônticos foi lançado no mercado as escovas unitufo, as quais são desenhadas com
uma pequena cabeça dotada de um tufo único e cabo reto ou contra-angulado, assim pretendem
facilitar a escovação de áreas de difícil acesso.
Sempre houve a discussão se o aparelho ortodôntico é considerado fator retentivo de
biofilme, proporcionando maior vulnerabilidade às doenças periodontais. Logo, este trabalho
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justifica-se por avaliar e comparar a eficácia da escova convencional e ortodôntica na limpeza dos
aparelhos ortodônticos e na higiene bucal dos pacientes.
O objetivo do trabalho foi avaliar in vivo por meio do Índice de Placa (IP), proposto por
Silness e Löe, (1964) a efetividade de escovas dentais convencionais e ortodônticas na remoção do
biofilme em pacientes usuários de aparelho ortodôntico.
MATERIAL E MÉTODOS
O grupo analisado neste estudo foi constituído por 20 pacientes, cuja faixa etária variava de
8 a 40 anos, que faziam uso de aparelho ortodôntico fixo, com braquetes e bandas, há no mínimo 6
meses, atendidos no curso de especialização em Ortodontia da Universidade Federal do Paraná. O
projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de ética da UFPR. Os pacientes foram informados
sobre a natureza da pesquisa e aqueles que concordaram em participar assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Pacientes menores assinaram um termo de assentimento e seus
pais ou responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Registro CEP/SD:
1132.057.11.06).
Foram incluídos na pesquisa pacientes que faziam uso de braquetes, bandas e fios
ortodônticos e foram excluídos os que faziam uso apenas de botões ortodônticos ou aparelhos
removíveis. Nenhum paciente avaliado fazia uso de medicação contínua, não possuía doença
sistêmica e não utilizava nenhum outro tipo de escova dental complementar à escova convencional
antes da pesquisa.
Para chegar aos resultados, os voluntários foram submetidos a três etapas diferentes da
pesquisa: S1 (avaliados sem orientação alguma), S2 (avaliados depois que foram orientados e
utilizaram escova convencional) e S3 (avaliados depois que foram orientados e utilizaram escova
ortodôntica). No primeiro momento (S1) o grupo foi avaliado quanto ao acúmulo de biofilme
dental, antes de receberem qualquer orientação sobre como deveria ser feito sua higienização bucal
ou do aparelho em si. Após avaliação dos pacientes em S1, estes receberam uma escova dental
convencional (CONDOR, ref:3173-0) e orientação sobre como deveriam realizar a escovação de
seus dentes e aparelho ortodôntico. Nessa etapa, os pacientes foram orientados a realizarem a
Técnica de Bass modificada, onde a escova deve ser colocada voltada para o ápice dos dentes e
após ativação a cabeça da escova deve fazer um giro ântero-posterior sobre a gengiva e os dentes na
direção oclusal (LINDHE, KARRING e LANG, 2005). Após um intervalo de 15 dias, os mesmos
pacientes foram reavaliados (S2), e então receberam instruções de como realizar a higienização de
seu aparelho fixo fazendo uso de uma escova ortodôntica (UNITUFO) complementar a utilização
da escova convencional. No último momento (S3), passados mais 15 dias, os mesmos pacientes
foram reavaliados, concluindo a etapa de coleta de dados desta pesquisa.
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O grupo recebeu informações de como realizar a higienização bucal fazendo uso somente da
escova fornecida e dentifrício fluoretado convencional (COLGATE) três vezes ao dia; fazer uso de
fio dental, uma vez ao dia; não fazer profilaxia dental profissional e/ou aplicação tópica de flúor
(em gel); e também não fazer uso de solução contendo flúor para bochecho nem outros
enxaguatórios bucais.
Para avaliação dos voluntários nos três momentos, foi aplicado o Índice de Silness e Löe, que
consiste em secar com jato de ar o terço cervical na face vestibular dos dentes analisados e observar
a presença ou ausência de placa acumulada nesta região. Segundo esse índice, a ausência de
depósito de placa recebe grau 0, a visualização de placa através de sua remoção com sonda
periodontal deslizada pela margem gengival é registrada como 1, a placa clinicamente visível como
2, e a placa abundante como 3.
As médias e medianas obtidas para cada variável foram registradas e tabuladas em uma
planilha do programa Excel para Windows. Para as variáveis numéricas foi usado primeiramente o
teste de Shapiro Wilk para analisar a normalidade entre os grupos, e o teste de homogeneidade de
variâncias de Levene foi aplicado para os três momentos (S1, S2 e S3). Foi realizado o teste de
variância (ANOVA) para comparação dos três momentos. Adotou-se o nível de significância 5%
(p<0,05).
RESULTADOS
A amostra deste trabalho consistia de 20 pacientes, sendo 60% do sexo feminino e 40% do sexo
masculino.
A média do índice utilizado foi de 1,8 em S1, 1,6 em S2 e de 1,6 em S3. Não houve diferença
estatística significante entre as variáveis analisadas (Tabela 1).
Tabela 1: Dados descritivos
N
MÉDIA
DESVIO PADRÃO MÍNIMO MÁXIMO p
S1
20
1,8996
0,53486
1,08
2,93
S2
20
1,6234
0,40254
1,00
2,30
S3
20
1,6420
0,41104
1,00
2,54
TOTAL
60
1,7217
0,46354
1,00
2,93
Fonte: O autor (2012)
0,108
0,108
0,108
0,108
A tabela 2 mostra que houve uma distribuição normal da amostra, de acordo com o teste de
Shapiro Wilk. A Tabela 3 revela que não houve diferença significativa no teste de homogeneidade
das variâncias.
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Tabela 2: Teste de normalidade de
Shapiro-Wilk
STATISTIC
df
S1
0,947 20
S2
0,940 20
S3
0,968 20
Fonte: O autor (2012)
p
0,328
0,243
0,722
Tabela 3: Teste de
homogeneidade das variâncias
Teste de
LEVENE df1 df2 p
1,219
2
57
0,303
Fonte: O autor (2012)
A Tabela 4 mostra que não foram observadas diferenças estatisticamente significantes entre os
momentos testados, quanto ao acúmulo de biofilme.
Tabela 4: Teste de
variância ANOVA
Soma
dos
Média
quadros
Entre
0,953
Df quadrada
2
F
Sig.
0,476 2,316 0,108
Grupos
Dentro
11,724 57
0,206
Grupos
Total
12,677 59
Fonte: O autor (2012)
DISCUSSÃO
O tratamento com aparelhos ortodônticos fixos permite uma correção tridimensional das más
oclusões. Em comparação com o tratamento com aparelhos removíveis, a terapia ortodôntica fixa
proporciona tratamento com eficácia superior em termos de tempo e resultados do tratamento
(TANG e WEI, 1990). Os indivíduos que fazem uso desses aparelhos, quando submetidos a
programas de controle de placa seguido de um tratamento bem executado, geralmente não
desenvolvem algum tipo de alteração patológica nos tecidos periodontais. Entretanto, a negligência
nos hábitos de higiene bucal favorece a instalação e desenvolvimento de doenças (PAIVA e
ALMEIDA, 2005).
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A gengivite marginal crônica é a forma mais comum de doença gengival associada ao
tratamento ortodôntico quando da ausência de programas específicos de controle de placa
bacteriana. A aplicação de um programa pode fazer com que haja reversibilidade dos danos
causados aos tecidos periodontais (PAIVA e ALMEIDA, 2005).
As estratégias atuais para evitar os efeitos colaterais clínicos do tratamento ortodôntico fixo são
limpeza dental profissional, a aplicação local de flúor, e o uso de enxaguatórios bucais
antimicrobianos (SHAFI, 2008). Além disso, dependendo do caso, podem ser usados selantes para
reduzir a descalcificação do esmalte (BUREN et al., 2008). Todas essas estratégias estão focadas
em reduzir ou eliminar o biofilme bucal e visam aumentar a resistência dos tecidos duros contra
bactérias e seus produtos metabólicos. Apesar dos esforços de prevenção, o tratamento ortodôntico
fixo pode ocasionar desmineralização do esmalte (ATTIN et al, 2005). Além disso, nenhuma das
estratégias preventivas têm o potencial para inibir a adesão bacteriana na superfície desses
aparelhos. Os efeitos prejudiciais de terapia com aparelho fixo podem ser observado a curto e longo
prazo, a inserção e o suporte desse tipo de aparelhagem induz mudanças ecológicas da microbiota
bucal, afetando a sua quantidade, composição, atividade metabólica, e patogenicidade, que
clinicamente resulta em uma maior incidência de doença periodontal e lesões de cárie incipientes
(ATACK, SANDY e ADDY 1996). A hiperplasia gengival é encontrada comumente em pacientes
portadores de aparelhos ortodônticos pela persistência do quadro inflamatório gengival devido à
dificuldade de higiene e, na maioria das vezes, permanece após a remissão da inflamação sendo
necessária a intervenção cirúrgica. (GUSMÃO et al,2005).
De acordo com DARVEAU et al (2000), foi observado que a aparatologia ortodôntica favorece
de certa maneira alterações físicas, químicas e biológicas no meio bucal, tanto em nível de saliva
como da flora microbiana, alterando, deste modo, significativamente a microbiota da placa
bacteriana levando, por vezes, ao aumento significativo do Streptococcus mutans (cárie) e da
Prevovotella intermédia (doença periodontal), fazendo com que o aparelho ortodôntico seja
considerado um fator de risco para o desenvolvimento de determinadas patologias bucais. Estes
efeitos colaterais da terapia ortodôntica fixa podem ser explicados pelo maior número de sítios que
possibilitam a retenção da placa, prejudicando sua remoção mecânica após suporte de inserção
(BOYD, 1983).
De acordo com este trabalho, não foi observado diferença de eficácia em relação ao tipo de
escovas dentais testadas, convencional e ortodôntica, e as médias dos índices de S1, S2 e S3
mantiveram-se baixas. Todos os voluntários declararam na consulta inicial fazer uso cotidiano de
escova dental convencional, porém houve diferenças na quantidade de biofilme observada. Os
pacientes receberam orientação de como deveria ser feito a remoção do biofilme de forma
realmente eficiente e, na segunda avaliação, a maioria já apresentava uma boa higiene bucal. Na
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avaliação seguinte, após receberem informações quanto ao uso da escova ortodôntica, não foram
observadas grandes mudanças em relação à remoção do biofilme dental, levando a concluir que a
orientação do paciente quanto a sua higiene bucal se mostrou mais importante em relação ao
controle do biofilme e manutenção da saúde periodontal, comparada à diferença entre as escovas.
Alguns trabalhos investigativos também têm verificado que, nas situações em que o controle de
placa foi supervisionado e reforçado com programas de instruções intensivas e de longo prazo,
houve diminuição dos índices de placa e gengival e reversão do quadro patológico e, quando
elaborado em uma única sessão de instrução, ou de curto prazo, os resultados não foram favoráveis.
É importante ressaltar que o paciente que faz uso de aparatologia ortodôntica quando bem motivado
e orientado, mantém seu estado de saúde bucal e periodontal estáveis (COUTO, COUTO e
DUARTE, 1992; DUARTE e LOTUFO, 1997; MENDES, ZENOBIO e PEREIRA, 1995). Os
resultados de outras pesquisas também comprovam que a escovação dentária representa o melhor
meio de aceitação e uso para controle da placa bacteriana, independente do modelo de escova
dentária utilizada, estando à efetividade da mesma na dependência de vários fatores (MENDONÇA
e GARDUCCI, 1996; FIGUEIREDO e BELLO, 1999).
O recurso mecânico de maior efetividade e uso freqüente no controle da placa bacteriana é a
higienização bucal, formada pela escovação dentária, complementada com o uso do fio ou fita
dental e outros meios auxiliares (SILVA, LINS e TOSCANO,1997). Em ortodontia, a instrução e a
motivação podem ser incrementadas pelo uso de instrumentos auxiliares como escovas dentárias
com variação no desenho, como a bitufo, a sulcus (duas fileiras de cerdas) ou a orthodontic (cerdas
com depressão em forma de V) (TUMENAS, 1999). Durante terapia com aparelho ortodôntico fixo
a técnica utilizada, a escova dental escolhida e a motivação constante do paciente são fatores chaves
na manutenção da higiene e saúde bucal. Antes do início do tratamento o paciente deve ser
informado sobre o aumento do risco de cárie e de doenças da gengiva, devendo ser instruído sobre a
importância de manter uma higiene bucal freqüente e regular a fim de diminuir os riscos. A
manutenção da higiene bucal regular é de grande importância para a preservação da saúde gengival
até o final na terapia ortodôntica bem como após o seu término (MATIC, IVANOVIC e NIKOLIC,
2011)
Há no mercado uma grande variedade de modelos e marcas de escovas dentais, inclusive com
indicações ortodônticas, que apresentam características morfológicas na sua parte ativa
diferenciadas da escova convencional. Normalmente os pacientes ortodônticos devem utilizar na
sua escovação mais de uma escova: uma para higienizar os dentes e tecidos adjacentes e outra para
a limpeza dos aparelhos. As escovas interproximal e unitufo são importantes para a limpeza das
superfícies dentárias mais próximas dos brackets, como também dos mesmos (DIMBARRE e
WAMBIER,1995; HEASMAN et al, 1998; KILIÇOGLU, YILDRIM e POLATER, 1997;
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MENDONÇA e GARDUCCI,1996; PIZAN et al,1992). A remoção do biofilme dental em áreas
proximais é muito mais efetivo quando associa-se com a escovação de rotina o uso da escova
interdental e fio dental (KRIGER, 2003). As escovas interdentais são indicadas em pacientes que
apresentam periodontite moderada e grave; com espaços proximais amplos, ou seja, devido à falta
de papila ou com presença de diastemas; também podem ser utilizadas por portadores de aparelho
ortodôntico ou próteses fixas com áreas de pônticos e, mostram-se mais efetivas do que o fio dental
na remoção do biofilme dental e na redução da medida de profundidade de bolsas periodontais
moderada e grave (KRIGER, 2003; DIAS et al, 2006).
Há concordância na literatura que durante o tratamento ortodôntico, um aumento positivo de
sinais clínicos e histológicos da inflamação periodontal pode ser esperado, baseado na alteração na
microbiota subgengival e indicadores inflamatórios. No entanto, não está ainda claro se estes
resultados influenciam permanentemente a susceptibilidade à perda de inserção periodontal nos
pacientes saudáveis que se submetem ao tratamento ortodôntico. Portanto, o uso de aparelhos
ortodônticos, em conformidade com o presente trabalho, não está necessariamente relacionado à
piora das condições periodontais (GOMES et al. 2007).
Nas condições metodológicas desenvolvidas, não foi possível corroborar com os achados de
CUNHA e CARVALHO (1993) em relação a superioridade da escova modificada para pacientes
ortodônticos na remoção do biofilme, mas os resultados dessa pesquisa concordam com
KILIÇOGLU, YILDRIM e POLATER (1997), que não encontraram superioridade do modelo
escova ortodôntica quando comparada a escovas convencionais. Caracterizar uma escova ideal para
todos os indivíduos não é real, e provavelmente é impossível, mediante aos vários fatores de
interferência.
É de responsabilidade do profissional motivar o paciente para que pratique uma higiene bucal
eficaz, diariamente. Entretanto não é correto que o dentista assuma sozinho a responsabilidade da
saúde bucal de seu paciente. O paciente deve entender que ele participa ativamente para o sucesso
do tratamento (PRICHARD, 1966). ZACHRISSON(1972) enfatizou em seu trabalho que os
ortodontistas não dão a merecida importância à motivação dos pacientes para higiene bucal e, na
maioria dos casos, a adolescência seria a faixa etária mais propícia para o estabelecimento de bons
hábitos de higiene bucal. A motivação é um processo subjetivo e de eficiência, nitidamente pessoal,
cuja generalização torna-se impossível. Assim, cada profissional tem a necessidade de descobrir
qual o processo específico de motivação que funciona para cada caso, de modo a obter a melhor
resposta de colaboração. Mais que o tipo de instrumento, a técnica empregada ou a qualidade do
material dentário preventivo que se usa, a destreza com que o indivíduo higieniza seus dentes e
tecidos moles bucais, notadamente vinculada à sua habilidade e ao grau de instrução de higiene
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bucal que recebeu (e também dos reforços para conduzirem aos bons hábitos de higiene) são fatores
determinantes para a remoção do biofilme dentário (PEDRAZZI et al, 2009).
Implicações clínicas - destaca-se como fundamento maior nessa pesquisa a importância do
controle mecânico da placa bacteriana com a escova dentária, independente da marca e modelo e,
para tanto, sugere-se que novos estudos sejam realizados para melhor comprovação da efetividade
dos novos modelos lançados continuamente no mercado. É necessário um maior número amostral
para chegarmos a resultados definitivos. Devido às limitações deste trabalho foi pouco o tempo de
intervalo entre as sessões (15 dias), sendo insuficiente para o paciente adaptar-se a escova e ao novo
método de escovação uma vez que a correta utilização das escovas fica na dependência da
motivação pessoal de cada um, pouco também foi o tempo para o desenvolvimento da gengivite. A
faixa etária dos voluntários foi muito ampla, ocorrendo ocasionalmente diferença nos níveis de
motivação e coordenação motora, também diferença na dentição e anatomia, o que pode interferir
nos resultados.
Também se evidencia que é necessária a abordagem preventiva e motivacional, antes e durante
o decorrer do tratamento ortodôntico, para a manutenção da saúde bucal. Um programa eficiente e
funcional de educação e prevenção deve ser implantado, para manter a saúde bucal do paciente.
A escova ortodôntica não mostrou resultados superiores à convencional na higienização
bucal em pacientes com aparelhos ortodônticos fixos. A capacidade de remoção da placa com o uso
dos diferentes tipos de escovas é basicamente a mesma. Não existe escova ideal, e a sua escolha
deve basear-se nas necessidades individuais de cada paciente e nas observações clínicas do
profissional.
CONCLUSÃO
Dentro dos limites deste estudo e mediante a metodologia aplicada pode-se concluir que há
equivalência de eficácia entre as escovas testadas e ambas foram eficientes na remoção do biofilme.
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REFERÊNCIAS
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19
ANEXOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
a) Você, usuário de aparelho ortodôntico fixo, está sendo convidado a participar de um estudo
intitulado “Estudo comparativo de efetividade de escovas convencionais e ortodônticas na
remoção do biofilme em pacientes com aparelho ortodôntico”. É através das pesquisas
clínicas que ocorrem os avanços importantes em todas as áreas, e sua participação é
fundamental.
b) O objetivo desta pesquisa é analisar a efetividade de escovas convencionais e ortodônticas
na remoção do biofilme (placa dental) e as dificuldades enfrentadas pelo usuário de aparelho
ortodôntico fixo na higienização do mesmo e de seus dentes, verificando se há aumento na
retenção de placa dental - o que pode causar doenças da cavidade bucal como cárie e doença
periodontal -, através realização do índice de placa gengival de Silness e Löe.
c) Caso você participe da pesquisa, será necessário realizar sua higiene bucal de acordo com as
orientações dos pesquisadores fazendo uso das escovas indicadas e freqüências
determinadas, e submeter-se ao exame de análise de placa de Silness e Löe.
d) Como em qualquer tratamento, você poderá experimentar algum tipo de dificuldade
e) Os riscos que envolvem o seu tratamento são quase nulos, mas poderá ocorrer algum
sangramento se a gengiva estiver inflamada. Então, você será orientado sobre higienização
para amenizar a inflamação.
Rubrica do Pesquisador Principal______
Rubrica do Orientado ou Colaborador______
Rubrica do Sujeito ______
Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR
Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]
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f) Para tanto você deverá comparecer no Campus da Universidade Federal do Paraná sede
Botânico na Clínica 1 da Odontologia a cada 15 dias por aproximadamente 2 meses, para
receber orientações de como higienizar corretamente os dentes e o aparelho, e fazer o
acompanhamento de como esta sendo realizado esse procedimento, através de exames
clínicos e índice de placa gengival Silness e Löe segundo, como segue:
Grau 1: Não há placa na área gengival da superfície dental quando se passa uma sonda;
Grau 2: Há um filme de placa aderido à margem gengival livre e à área adjacente ao dente.
Reconhecida passando-se uma sonda sobre a superfície do dente (não é visível a olho nu);
Grau 3: Há um moderado acúmulo de depósitos moles dentro do sulco gengival e/ou superfície
dental adjacente (que pode ser visto a olho nu);
Grau 4: Há abundante acúmulo de depósitos moles dentro do sulco gengival, na margem
gengival e/ou na superfície dental adjacente
g) Contudo os benefícios esperados são: ajudá-lo a melhor realizar sua higienização bucal e do
aparelho evitando assim o acúmulo de placa e conseqüente inflamação gengival e
ocorrência de cárie.
h) Os pesquisadores Ricardo Moresca, professor orientador da pesquisa fone: 9244-5544 email: [email protected]. Stephanie Felice Kamarowski, acadêmica de Odontologia
Fone: 9641-0948
e-mail: [email protected]. Itauana Aliete Vettorello Rech,
acadêmica de Odontologia Fone: 9666-2774 e-mail: [email protected], que poderão
ser contatados nesses meios, são os responsáveis pelo seu tratamento e poderão esclarecer
eventuais dúvidas a respeito desta pesquisa.
i) Estão garantidas todas as informações que você queira, antes, durante e depois do estudo.
Rubrica do Pesquisador Principal______
Rubrica do Orientado ou Colaborador______
Rubrica do Sujeito ______
Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR
Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]
21
j) A sua participação neste estudo é voluntária. Contudo, se você não quiser mais fazer parte
da pesquisa poderá solicitar de volta o termo de consentimento livre esclarecido assinado. A
sua recusa não implicará na interrupção de seu atendimento e/ou tratamento, que está
assegurado.
l) As informações relacionadas ao estudo poderão ser inspecionadas pelos médicos que
executam a pesquisa e pelas autoridades legais. No entanto, se qualquer informação for
divulgada em relatório ou publicação, isto será feito sob forma codificada, para que a
confidencialidade seja mantida.
m) Todas as despesas necessárias para a realização da pesquisa (exames, medicamentos etc.)
não são da sua responsabilidade
n) Pela sua participação no estudo, você não receberá qualquer valor em dinheiro. Você terá a
garantia de que qualquer problema decorrente do estudo será tratado na clínica
odontológica da UFPR
o) Quando os resultados forem publicados, não aparecerá seu nome, e sim um código.
Eu,_________________________________ li o texto acima e compreendi a natureza e
objetivo do estudo do qual fui convidado a participar. A explicação que recebi menciona os riscos e
benefícios do estudo. Eu entendi que sou livre para interromper minha participação no estudo a
qualquer momento sem justificar minha decisão e sem que esta decisão afete meu tratamento. Eu
entendi o que não posso fazer durante o tratamento e sei que qualquer problema relacionado ao
tratamento será tratado sem custos para mim. Eu concordo voluntariamente em participar deste
estudo.
_________________________________
(Assinatura do sujeito de pesquisa )
Local e data
Identificação do Responsável
Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da UFPR
Telefone: (41) 3360-7259 e-mail: [email protected]
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TERMO DE ASSENTIMENTO INFORMADO
Este formulário de assentimento informado é para crianças/adolescentes entre as idades de
12 a 17 anos que estão em tratamento ortodôntico e que comparecerão a clinica 1 do campus
botânico do curso de odontologia e que estamos convidando a participar da pesquisa “Estudo
comparativo de efetividade de escovas convencionais e ortodônticas na remoção do biofilme em
pacientes com aparelho ortodôntico”.
Nossos nomes são Itauana A. Vettorello Rech e Stephanie Felice Kamarowski e o nosso
trabalho é pesquisar e avaliar o acúmulo de placa bacteriana em aparelhos ortodônticos e a
diferença da remoção dela utilizando escovas de dente convencionais e ortodônticas. Iremos avaliar
se o aparelho ortodôntico acumula mais placa nos dentes do que naqueles que não usam aparelho e
qual escova é melhor para limpá-lo e achamos que esta pesquisa possa nos ajudar a confirmar isso.
Eu vou informar você e convidá-lo a participar desta pesquisa. Você pode escolher se quer
participar ou não. Discutimos esta pesquisa com seus pais ou responsáveis e eles sabem que
também estamos pedindo seu acordo. Se você vai participar na pesquisa, seus pais ou responsáveis
também terão que concordar. Mas se você não desejar fazer parte na pesquisa, não é obrigado, até
mesmo se seus pais concordarem.
Você pode decidir se quer participar ou não depois de ter conversado sobre a pesquisa e
não é preciso decidir imediatamente. Se decidir não participar da pesquisa, é seu direito e nada
mudará no seu tratamento de saúde .Pode haver algumas palavras que não entenda ou coisas que
você quer que eu explique mais detalhadamente porque você ficou mais interessado ou preocupado.
Qualquer dúvida pode perguntar a qualquer momento.
Queremos ver se o aparelho ortodôntico acumula mais placa bacteriana no dente e qual
escova dental é melhor para limpá-lo (convencional ou ortodôntica), para isso, temos que medir
quanto de placa tem no dente e testar as duas escovas para limpar o aparelho.
Estamos fazendo essa pesquisa com crianças/adolescentes que são da sua idade, entre 12 e
17 anos, e que fazem tratamento ortodôntico no curso de especialização da UFPR.
Nós vamos passar um instrumento na superfície do seu dente e medir quanto de placa está
acumulada nele. Após isso, iremos te orientar sobre como escovar seus dentes e seu aparelho
usando escova de dente convencional e você será avaliado e medido quanto de placa está
acumulada em seus dentes de novo depois de 15 dias. Após ser reavaliado, nós iremos te dar e te
ensinar a usar a escova ortodôntica e o passa-fio para limpar seus dentes e o aparelho e você será
avaliado depois de 15 dias. Se você decidir fazer parte da pesquisa, deverá fazer os seguintes
procedimentos: comparecer na clínica I da odontologia do campus Botânico a cada 15 dias para ser
avaliado; escovar os dentes só com a escova indicada e creme dental com flúor 3 vezes por dia; usar
o fio dental uma vez por dia; não fazer aplicação tópica de flúor, não usar nenhuma solução para
bochechos, não fazer limpeza dental profissional.
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