Resumos - Difusão do Conhecimento
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Resumos - Difusão do Conhecimento
ANAIS DO XII EPGMET Encontro dos Alunos de Pós-Graduação em Meteorologia do CPTEC/INPE Campos do Jordão, SP. Outubro de 2013 Comitê Organizador: Discentes Bruno Zanetti Ribeiro Daniela Carneiro Rodrigues Danielson Jorge Delgado Neves Graziela Luzia da Costa Helena Barbieri de Azevedo Lincoln Muniz Alves - Representante dos Discentes e Coordenador Geral XII EPGMET Otacílio Neto Rômulo Augusto Docentes Dr. Dirceu Luis Herdies - Coordenador Acadêmico Dra. Simone Sievert Apoio 2 ÁREA TEMÁTICA 01 :: Clima e Mudanças Climáticas :: Características Espaciais do Índice de Precipitação Normalizada (SPI) no Estado do Pará Sergio Santos; Celia Campos Braga; Clovis Sansigolo e Thamiris Brandão Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] O SPI (Índice de Precipitação Normalizada) é utilizado para quantificar o déficit e/ou excesso de precipitação nas múltiplas escalas de tempo. Ele tem se mostrado bastante útil no monitoramento da precipitação, principalmente pela sua flexibilidade, simplicidade de cálculo e interpretação. Desta forma, determinaram-se regiões homogêneas do SPI na escala de três meses no Estado do Pará, através da análise Fatorial em Componentes Principais (ACP) e Agrupamento. Para isso, utilizaram-se dados mensais de 72 postos pluviométricos distribuídos no Estado. Aplicou-se a análise de agrupamento hierárquico aos 18 fatores comuns espaciais de SPI-3, que explicam 70% da variação total dos dados, usando o método de variância mínima proposto por Ward em 1963. Os resultados mostraram três regiões homogêneas (Rh) do SPI-3, são elas: Rh-1 (litoral), Rh-2 (central /norte-noroeste) e Rh-3 (sul). Escolheu-se aleatoriamente uma estação dentro de cada Rh para discutir as principais características do SPI-3. A cidade de Castanhal representou o Rh-1 e ficou classificada com 26 eventos secos e 21 chuvosos; a Rh-2, representada pela cidade de Uruara, apresentou 19 eventos secos e 29 chuvosos e por último a cidade de Barreira do Campo representou o Rh-3, nessa região homogênea observamos 19 eventos secos e 32 chuvosos. A metodologia empregada mostrou que para a região do litoral ocorreram mais eventos secos do que chuvoso. Enquanto que para as Rh-2 e Rh-3, que ocupa a porção central/norte-noroeste e sul do estado, identificou-se mais eventos de chuva, porém com pouca duração. Isto pode está relacionado a influencias dos distintos fenômenos meteorológicos de grande e pequena escala como: Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), Linhas de Instabilidade, Efeito de Brisa Marítima, Convenção local, dentre outros. Que atuam nas diferentes regiões homogêneas do estado. 3 Evolução do GNSS Meteorologia no Brasil Beneficiando a Previsão Numérica de Tempo sobre a América do Sul Luiz Fernando Sapucci; Fábio L. Diniz; Lucas A. Avanço; João Z. Gerd de Mattos; Luis Gustavo Gonçalves de Gonçalves Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] O Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS - Global Navigation Satellite System) engloba os diversos sistemas de posicionamento por satélites existentes atualmente. Como a atmosfera terrestre influencia a propagação dos sinais entre os satélites GNSS e os receptores, um atraso no tempo de propagação é gerado. A partir dos dados dos receptores instalados em bases terrestres obtêm-se o valor do atraso projetado na direção zenital, e a partir deste, obtêm-se valores do conteúdo de vapor d’água integrado na coluna atmosférica (Integrated Water Vapor-IWV) com boa precisão e alta resolução temporal. As aplicações das observações GNSS no monitoramento das variáveis atmosféricas de interesse para as ciências meteorológicas compõem um grupo de pesquisa denominado “GNSS Meteorologia”. A existência de áreas desprovida de dados meteorológicos pode ser generalizada para todos os países da América do Sul, sem gerar inconsistência. Em consequência disso, nessa região do globo o desenvolvimento do GNSS Meteorologia em bases terrestres passa a ter especial importância, pois com poucos investimentos é possível adequar as redes de receptores já existentes para fins geodésicos para o monitoramento do vapor d’água atmosférico. Atentos a esse importante aspecto , diversos projetos que visam investigar o potencial operacional dessa linha de pesquisa sobre o território brasileiro têm sido incentivados pelas principais agências brasileiras de fomento à pesquisa. Exemplos disso são: o projeto temático financiado pela Fapesp intitulado “GNSS: investigações e aplicações no posicionamento geodésico, em estudos relacionados com a atmosfera e na agricultura de precisão” e o projeto denominado SIPEG, cujo título é “Sistema Integrado de Posicionamento GNSS para Estudos Geodinâmicos” conta com recursos provenientes de um Instrumento Contratual da Rede Temática de Estudos Geotectônicos CT-PETRO (PETROBRAS) e o INPE. Em ambos os projetos, a linha de pesquisa GNSS Meteorologia faz parte dos subgrupos de pesquisas que visam aplicações das redes GNSS para as aplicações em Meteorologia e Climatologia. Além de outras aplicações, o ponto principal do GNSS Meteorologia é a assimilação desses dados nos modelos de Previsão Numérica de Tempo (PNT). Nessa atividade, esses projetos contam com o envolvimento de pesquisadores do Grupo de Desenvolvimento em Assimilação de Dados (GDAD) do CPTEC/INPE o qual tem com 4 meta melhorar o desempenho dos modelos de PNT ao gerar condições iniciais mais apropriadas para essa tarefa, considerando as imperfeições existentes na modelagem. O presente trabalho tem por principal objetivo discutir os benefícios em potencial à PNT obtidos com a evolução do GNSS Meteorologia, com ênfase para a melhoria das previsões sobre a América do Sul. Resultados preliminares obtidos utilizando valores IWVGNSS assimilados no sistema operacional do CPTEC (G3DVAR) serão apresentados e discutidos. 5 Previsões climáticas sazonais para a América do Sul para dois episódios opostos da Oscilação Sul utilizando um modelo regional Julliana Larise M. Freire; Saulo R. Freitas; Caio Augusto S. Coelho Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] A previsão climática na escala de tempo sazonal tem contribuído efetivamente para o planejamento de atividades de diversos setores da sociedade que são afetados pela variabilidade climática, tais como, energia, hidrologia, agricultura e saúde. A necessidade de um maior detalhamento das previsões através do aumento da resolução espacial da informação climática tem concentrado nos últimos anos esforços de pesquisas em várias regiões do globo. A aplicação da técnica de redução de escala através de modelagem dinâmica regional, conhecida como downscaling dinâmico, vem sendo utilizada com esse objetivo, que em particular para o presente trabalho consiste no uso de um modelo regional (BRAMS) aninhado unidirecionalmente a um modelo climático de circulação geral da atmosfera – MCGA (no caso, o do CPTEC). O presente estudo tem como objetivo, análisar médias sazonais da pressão atmosférica, temperatura do ar, vento zonal e meridional nos altos (200hpa) e baixos (850hpa) níveis observados (reanálises/CFSR) e previstos pelo modelo global (MCGA/CPTEC) e pelo modelo regional (BRAMS) para o período de MAM de dois eventos climáticos extremos: um episódio de El Niño (1983) e um episódio de La Niña (1989). As previsões com o BRAMS foram produzidas na resolução espacial de 30 km de latitude por 30 km de longitude, tendo como condições iniciais as previsões do MCGA do CPTEC e como condições de contorno a persistência das anomalias de temperatura da superfície do mar do mês de Janeiro anterior e a umidade do solo climatológica. Os resultados obtidos mostraram que o modelo regional BRAMS reproduziu bem as características climáticas durante os eventos ENOS estudados. Observa-se que os modelos conseguem capturar o padrão de pressão atmosférica mais (menos) elevada e sobre o continente (oceano) durante o período de La Niña (El Niño), sendo o modelo regional o que apresenta os resultados mais satisfatórios quando comparados às observações. O padrão espacial da temperatura é razoavelmente bem representado pelos modelos global e regional, para os anos de 1983 e 1989. Nas regiões Norte e Nordeste da América do Sul (AS) o MCGA/CPTEC apresentou melhor representação dos padrões observados quando comparado ao BRAMS, já nas demais regiões o BRAMS representou melhor as características observadas do que o MCGA/CPTEC. As observações e previsões para a região tropical da AS indicam temperaturas mais (menos) elevadas durante a atuação do epsódio de El Niño (La Niña). 6 Em relação aos padrões de circulação atmosférica de altos (200hpa) e baixos (850hpa) níveis, pode-se observar que os modelos conseguem reproduzir as características típicas dos eventos climáticos extremos investigados. Para o ano de 1983 o modelo regional reproduz mais realisticamente a condição observada de posicionamento e intensidade do jato subtropical sobre a América do Sul. No ano de 1989 o modelo regional consegue representar de forma satisfatória a circulação e posicionamento da alta da Bolívia. 7 Statistical Analysis of extreme events in long-time series from Amazon basin Lincoln Alves, Jose A. Marengo Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] A number of extreme climate events, such as severe droughts and floods, in the Amazon basin ocurred in recent years. These events caused significant consequences for the ecosystems and for regional people. One of the most important questions regarding short term extreme events is whether their occurrence is increasing or decreasing over time. As a starting point for this, here we used rainfall dataset, during the period 1961-2010 in order to investigate possible trends in annual and seasonal precipitation. The Mann-Kendal test is performed to investigate the trends. In addition, a large ensemble of simulations with the global and regional models are used to assess the potential impact of climate change on precipitation over Amazon basin and explore the uncertainties associated with the various model parameterisations. 8 Climatologia da previsão sazonal de precipitação do Modelo Eta comparada a base de dados GPCP e dados observados Nicole Costa Resende, Josiane F. Bustamante, Daniela Carneiro Rodrigues, Sin Chan Chou Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] A climatologia da previsão sazonal do modelo Eta possibilita o conhecimento dos erros sistemáticos do modelo quando integrações de longo prazo são realizadas. Neste contexto, é possível inferir sobre as variações interanuais no clima, além de verificar a capacidade do modelo em reproduzir essas variações através da previsão sazonal. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é construir a climatologia do modelo Eta e analisar as regiões em que os erros sistemáticos são mais proeminentes. Para a realização deste, utilizou-se os dados de previsão sazonal do modelo Eta, na resolução de 15 km e 38 níveis na vertical, o qual utiliza como condição inicial e condição de contorno o modelo Eta sazonal na resolução de 40 km. A região de estudo engloba o Brasil, com latitudes variando entre 35°S e 6°N, e longitude variando de 83 e 34°W. Analisaram-se os meses de fevereiro, março, abril e maio, para o período de 2001 a 2010. A climatologia foi construída a partir da inclusão de incertezas em decorrência das perturbações nas condições iniciais. A integração do modelo partiu de cinco condições iniciais com diferentes datas, do dia 13 de cada mês até o dia 17 por um período de quatro meses e meio. Foram executadas cinco rodadas para cada mês, entre os anos 2001 e 2010, formando um conjunto de cinquenta rodadas. Foram calculadas as médias das previsões do modelo Eta, as médias dos dados observados e das estimativas de precipitação geradas pelo Global Precipitation Climatology Project (GPCP), para se determinar o erro sistemático do modelo, a fim de verificar as regiões em que o modelo subestima ou superestima a precipitação. Verificou-se que todos os campos representam corretamente a variação interanual da chuva, com diminuição da chuva ao longo do período de fevereiro a maio. Observou-se também que o modelo superestimou a precipitação na região Norte, principalmente na região próxima ao estado do Amapá. Através deste, conclui-se que, em geral, as previsões do modelo tendem a superestimar a precipitação durante todos os meses. Os maiores erros foram encontrados nas latitudes ao norte de 5°S. Conclui-se que estas previsões apresentam potencial para indicação das condições sazonais de precipitação, pois reproduzem razoavelmente bem o padrão da precipitação desta época no Hemisfério Sul. 9 Oscilação da quantidade de energia contida nas ondas de gravidade da superfície dos oceanos Andre Lanfer, Paulo Nobre Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] A quantidade de energia retida na superfície dos oceanos é fruto das iterações oceanoatmosfera. Focando na questão de momentum, as ondas capilares e de gravidade superficiais são os principais meios de transferência de energia da atmosfera e os oceanos. Com base em dados de reanálise(NCEP2), integrando toda a superfície terrestre e calculando a quantidade de energia cinética contida nas frequências das ondas de gravidade foi possível estabelecer uma serie temporal de energia contida em períodos de 3 a 30 segundos. Esta série temporal foi analisada espectralmente, onde foram detectados, oscilações em diversas escalas de tempo, sendo as principais: 7-15 dias,Anual, 2-3 anos e decadal. Utilizando diversos índices climáticos, foi possível estabelecer correlações com El Niño, PDO e MJO. As oscilações do parâmetros das ondas da superfície dos oceanos podem ser utilizadas para detectar, analisar e prever oscilações de longo período, inclusive mudanças sutis, ao serem analisadas ponto a ponto. 10 Modelagem do fogo no arco do desmatamento Brasileiro, usando o modelo de vegetação dinâmica INLAND/IBIS acoplado a um modelo de propagação do fogo Etienne Tourigny, Carlos Nobre, M. Cardoso Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] O desmatamento das florestas tropicais associado às práticas de queima e corte para extração de madeira, agricultura e pecuária é um principal contribuinte para poluição atmosférica e emissões de CO2, que ocorrem de forma imediata devido à queima de biomassa e posteriormente devido à eliminação de um possível sumidouro de CO2. Além disso, as projeções das mudanças climáticas para a Amazônia durante o século XXI mostram uma diminuição da resiliência da floresta com possível substituição das florestas tropicais por savanas, adicionado ao desmatamento antrópico. Os feedbacks potenciais entre LUCC (do inglês Land-Use and Land-Cover Change) e as mudanças climáticas podem ser responsáveis de um aumento da perda de florestas tropicais e aumento das taxas de emissão de CO2, através de mecanismos como degradação do solo e aumento da ocorrência e severidade de incêndios. No entanto, o entendimento atual dos processos de queima (incluindo ignição, propagação e efeitos) em florestas tropicais e os feedbacks com o clima ainda não são completamente entendidos e precisam de mais pesquisas. Como os processos de LUCC e queimadas associadas ocorrem em escalas locais relacionando-os aos processos atmosféricos de grande escala requer um meio de upscaling dos processos de escala grossa para os de escala fina. Nossa abordagem é de acoplar modelos que operam em diferentes escalas espaciais e temporais: um Modelo Global do Clima (GCM), Modelo de Vegetação Global Dinâmico (DGVM); modelo de superfície) e modelos LUCC e de propagação do fogo na escala local. O modelo climático resolve os processos e forçantes de larga escala, que são captadas pelo DGVM e retroalimentada de volta para o clima. Processos de resolução fina, como o desmatamento, o uso do uso da terra e as queimadas associadas (assim como os incêndios naturais) são resolvidos ao nível local. Um esquema de tiling permite representar a heterogeneidade da escala local, mantendo a eficiência computacional do modelo de superfície em comparação com os modelos tradicionais de landscape. A propagação e o comportamento do fogo são modelado em uma escala fina (~ 500m) para representar a paisagem detalhada, utilizando um modelo de propagação do fogo empírico. A escala relativamente grossa (em comparação com outros modelos de propagação do fogo) é necessária devido à escassez de informações sobre a cobertura de terra e histórico detalhado fogo (especialmente nos trópicos e países em desenvolvimento). Este trabalho 11 apresenta os primeiros resultados de um modelo de propagação do fogo espacialmente explícito acoplado ao modelo de superfície INLAND / IBIS. Nossa área de estudo compreende regiões selecionadas dentro ou próximos do "arco do desmatamento" no Brasil. Para o treinamento e avaliação do modelo, assim que para avaliar os produtos globais de área queimada (MCD45 e MCD64), várias áreas foram mapeadas utilizando imagens de alta resolução dos sensores TM/ETM+ (Landsat). 12 Surface heat fluxes influence on the development of the South American monsoon breeze circulation Aline Bilhalva da Silva e Manoel Alonso Gan Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] This study presented the relationship between the thermodynamic of the monsoon breeze formation and the surface heat fluxes during the rainy season onset. It was analyzed by pentad composts during 1989-2010 for the follow variables: latent and sensible heat fluxes in surface, and anomaly zonal fields of the temperature, specific humid, divergence, omega and zonal wind for the pattern levels. The domain used is 0 - 30°S e 85° - 30° W. Compost fields were building and the zero pentad was considered as the onset date of the rainy season. The results showed that during the 12 pentads precede to the onset there was intense atmospheric heating near the surface in the Central Brazil. Furthermore, the presence of surface air confluence and ascendent movement close to the region 45º-55ºW was also observed. At east of the positive thermal anomaly core, a horizontal temperature gradient between the continent and the ocean that were associate to the biggest values of sensible heat flux was present. After the onset date, reduction of the positive thermal anomaly in the heat core, movement ascendent and intensification of the specific humidity over the continent in middle and low level of atmosphere were noticed. Other important result is that the latent heat flux was more intense after the central pentad because the precipitation occasioned soil saturation. This situation stimulated the highest transference of latent heat flux from the surface to the atmosphere. Thereby in the antecedent period of the rainy season onset date, the low level of atmosphere was dry and warm and the sensible heat flux was more important for the vertical movement intensification. The increase of the latent heat flux from the surface to the atmosphere contributed to the maintenance of the convective process and the breeze circulation after the zero pentad. 13 Análise da água precipitável e dos fluxos de calor latente/sensível no início da estação chuvosa das regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Danielson Jorge Delgado Neves, José António Aravéquia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] A estação chuvosa nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil é o objeto de estudo da presente pesquisa, que incide sobre a caracterização das condições atmosféricas de umidade e fluxos de calor (latente e sensível) nos momentos que precedem o início das chuvas nessas regiões para o período 2000-2010. Dados de reanálise de água precipitável da "Climate Forcast Reanalysis System" (CFSR) foram utilizados para identificar o início da estação chuvosa, usando a metodologia proposta por Zeng e Lu (2004). Esta metodologia utiliza o Índice Normalizado de Água Precipitável (NPWI), que identifica o instante em que ocorre o início da estação chuvosa, a partir do momento em que o índice for superior ao limiar 0618. Esta data foi utilizada para observar a evolução dos fluxos de calor durante o início da estação chuvosa. Os resultados apontaram as datas para o início da estação chuvosa, perto das datas indicadas na literatura, durante a primavera, entre os meses de outubro e novembro, precedido por um aumento gradual na quantidade de água precipitável na atmosfera destas regiões, levando a uma diminuição do fluxo de calor sensível uma vez que a radiação solar passa a atuar principalmente na evaporação da umidade do que para aquecer as superfícies. 14 Influência dos padrões de variabilidade de baixa frequência na precipitação amazônica Thamiris Brandão; I. A. Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro | [email protected] A influência dos Padrões de variabilidade de baixa frequência na precipitação e na radiação de onda longa no topo da atmosfera da Amazônia foi analisada através da técnica dos Compósitos para o período de 1980 a 2010 com dados da reanálise do NCEP/CFSR. Os resultados mostraram que a MJO influência positivamente a precipitação e a radiação de onda longa na Amazônia desde quando a onda está sobre o Pacífico leste, na primavera, e quando a onda se encontra sobre as latitudes da Amazônia principalmente no verão e outono. A fase positiva do El Niño/Oscilação Sul, do modo 2 do Padrão Pacífico América do Sul e da Oscilação Decadal do Pacífico (da Oscilação Antártica e do modo 1 do do Padrão Pacífico América do Sul) modularam negativamente (positivamente) a precipitação na Amazônia. A influência isolada da Oscilação Antártica (do El Niño/Oscilação Sul), removendo o efeito do El Niño/Oscilação Sul(da Oscilação Antártica), apresentou uma intensificação do sinal da fase positiva da Oscilação Antártica(negativa do El Niño/Oscilação Sul), o que contribui no aumento da precipitação Amazônica, assim como a influência combinada da Oscilação Antártica e do El Niño/Oscilação Sul. 15 Tendências da variabilidade temporal do Atlântico Sul para temperatura da superfície do mar e altura do nível do mar de 1993 a 2011. Isabel Porto da Silveira; Luciano Ponzi Pezzi; Ronald Buss de Souza; Christine Provost Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] Em um sistema complexo como o Oceano Atlântico Sul é possível descrever toda a variabilidade através de processos lineares? O que existe por trás das tendências lineares? Dezenove anos de dados semanais de anomalia do nível do mar (ANM) oriundo de altimetria e de temperatura da superfície do mar (TSM) foram utilizados para obter tendências lineares e cúbicas para o oceano Atlântico Sul, de 10oS a 60oS. Os resultados mostraram padrões espaciais completamente diferentes. Em um sistema complexo como o Oceano Atlântico Sul é possível descrever toda a variabilidade através de processos lineares? O que existe por trás das tendências lineares? Dezenove anos de dados semanais de anomalia do nível do mar (ANM) oriundo de altimetria e de temperatura da superfície do mar (TSM) foram utilizados para obter tendências lineares e cúbicas para o oceano Atlântico Sul, de 10oS a 60oS. Os resultados mostraram padrões espaciais completamente diferentes para TSM e ANM quando foram comparadas as tendências linear e cúbicas. Grande parte do oceano Atlântico Sul responde à tendência cúbica, o que implica em mudanças de sinal ao longo do período analisado. A tendência cúbica explica a linear, onde tendências lineares são substituídas por um sinal oscilatório com dimensões de larga escala. As tendências lineares de ANM e TSM analisadas para o período são de +3,1 mm.ano-1 e +0.14 ºC.década -1, respectivamente. Entretanto, quando a tendência cúbica foi calculada, a tendência para ANM e TSM mudaram para +3,0 mm.ano-1 e -0.24 ºC.década -1. Esses resultados sugerem que a variabilidade da anomalia de TSM não é um processo linear e que a caracterização do todo por tendências lineares pode ser um engano para TSM e ANM quando foram comparadas as tendências linear e cúbicas. Grande parte do oceano Atlântico Sul responde à tendência cúbica, o que implica em mudanças de sinal ao longo do período analisado. A tendência cúbica explica a linear, onde tendências lineares são substituídas por um sinal oscilatório com dimensões de larga escala. As tendências lineares de ANM e TSM analisadas para o período são de +3,1 mm.ano-1 e +0.14 ºC.década -1., respectivamente. Entretanto, quando a tendência cúbica foi calculada, a tendência para ANM e TSM mudaram para +3,0 mm.ano-1 e -0.24 oC.década-1. Esses resultados sugerem que a variabilidade da anomalia de TSM não é um processo linear e que a caracterização do todo por tendências lineares pode ser um engano. 16 Estimativa das emissões de gases de efeito estufa produzidas pelo INPE em 2012 Daniel Alejandro Ordóñez Pachón; Carlos Nobre Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O presente estudo estima as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) produto das atividades relacionadas com o funcionamento do INPE. No trabalho desenvolvido no INPE, geralmente a atmosfera é um objeto de estudo e o cientista é um observador externo. Este trabalho, no entanto, tem uma visão introspectiva; leva o instituto, junto com a atmosfera, ao papel de objeto de estudo, mostrando um dos canais em que o funcionamento do INPE influencia a atmosfera (as emissões de GEE). O trabalho segue metodologias baseadas nos alinhamentos do IPCC adaptados para inventários corporativos pelo World Business Council for Sustainable Development e o World Resources Institute. Usam-se fatores de emissão (calculados no trabalho ou obtidos de fontes externas) que indicam as toneladas de CO2 equivalente (tCO2e) emitido por unidade representativa de atividade. Trabalhou-se com as cinco fontes de emissão/remoção mais importantes presentes nas atividades do INPE; duas diretas (Consumo de combustíveis fósseis e sequestro de carbono por projetos de reflorestamento) e três indiretas (Consumo de energia elétrica, deslocamento dos funcionários da casa ao trabalho e deslocamento dos funcionários por via aérea). Neste resumo, apresentam-se resultados preliminares usando fatores acordes ao Green House Gas Protocol (GHGProtocol) ainda sem tratamento dos erros (em andamento). Para a parte de combustíveis fósseis a usam-se dados sobre o estoque de combustíveis no armazém do INPE para os últimos cinco meses de 2012 junto com fatores de emissão de CO2 equivalente por litro consumido. Os resultados preliminares estimam uma emissão anual de 444 tCO2e. Na parte de sequestro de carbono usam se fatores de captura de carbono específicos para Mata Atlântica e se calcula o sequestro de carbono correspondente ao projeto Mata Nativa, o qual recuperará 25ha com espécies nativas. Os resultados preliminares indicam uma captura média anual de aproximadamente 348 tCO2e para os próximos 20 anos. Para o consumo de Energia Elétrica, contrastaram-se os consumos de energia elétrica mensal nas diferentes unidades do INPE com os fatores de emissão proporcionados pelo MCT para Sistema Interligado Nacional do Brasil. Estimou-se uma emissão indireta de 2145t CO2e em 2012. O deslocamento da casa ao trabalho, foi estimado a través de uma enquete enviada a uma amostra de funcionários, estudantes, estagiários e terceirizados do INPE, dependendo do tipo de transporte utilizado se estimou um fator de emissão em função do tempo de deslocamento e tipo de 17 funcionário. Os resultados preliminares indicam uma emissão anual de 2514 tCO2 devido a este fator. Com respeito ao deslocamento por via aérea se usaram fatores de emissão calculados por várias instituições no mundo junto com os dados das viagens nacionais e internacionais de funcionários do INPE em 2012. Os resultados variam dependendo o tipo de fator de emissão usado. Seguindo a metodologia do GHGProtocol, estimou-se uma emissão indireta de 754 tCO2e. 18 Rainfall Variability in Cape Verde: Santiago island case study Gérson E. Varela-Lopes, Luiz C. B. Molion, Ricardo S. Tenório, Danielson J. D. Neves Universidade Federal de Alagoas Cape Verde is an archipelago composed of ten islands, located between 14°N-18°N and 22°W-28°W in the Atlantic Ocean. Previous studies associated Cape Verde rainfall regime with ITCZ. In this study, we reviewed this hypothesis using long-term observed rainfall time series, obtained from the National Institute of Meteorology and Geophysics, for Santiago Island stations network, a total of 7 stations. The monthly and seasonal indices were calculated by standardizing the rainfall monthly totals of 4 stations in the 1981-2009 period. Time section plots of zonal and meridional wind components anomalies over the region were made using reanalysis data from ESRL/PSD/NOAA website. Daily outgoing longwave radiation (OLR) time section plots were also made as proxies for weather systems propagation. Results of the analysis showed that Santiago presents a seasonal rainfall regime characterized by a dry period (November-June), rainy (July-October), with a short transition period. The altitude strongly influences the amount of rainfall, and the locations with higher altitudes recorded more rainfall, confirming classical studies on the island. The weather systems within the rainy season of wet years were associated with positive anomalies of zonal and meridional wind components of relative short duration, while negative anomalies dominated in the dry years. These results suggest that west to southwesterly winds, coming from warm Atlantic Ocean associated with cold front remainings, are the rain-producing events in wet years, not the ITCZ. North to northeasterly winds, coming from the Sahel, produces dry years. 19 Modos dominantes da atividade convectiva sobre a América do Sul - Análise preliminar Camila Cossetin Ferreira e Nelson Jesuz Ferreira Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Os modos dominantes de variabilidade da atividade convectiva sobre a América do Sul foram identificados através da aplicação do método dos Principais Padrões de Oscilação (POP sigla em inglês). Os dados de radiação de ondas longas emergente foram utilizados como indicativo da atividade convectiva, esses dados são provenientes do CDC/NOAA e referem-se ao período de 2002 a 2011. Uma análise preliminar do POP identificou o período dos padrões de maior contribuição para variabilidade da convecção. Entre os quatro primeiros modos, dois deles situam-se na escala sinótica (6 e 10 dias) e dois na escala intrasazonal (19 e 20 dias). Os modos referentes à escala sinótica, são responsáveis por mais de 70% da variância da série. Devido à representatividade das flutuações de alta frequência na análise do POP e sua importância para o tempo e o clima das regiões extratropicais, os dados originais foram filtrados na escala de 2-10 dias e uma análise específica dessas flutuações foi realizada. Essa análise permitiu observar padrões ondulatórios, que se propagam do Pacífico em direção a leste, sobre a região extratropical e subtropical da AS até atingir o oceano Atlântico sudoeste. 20 Persistência de um máximo de gelo marinho Antártico e a memória do sistema climático acoplado: Estudo sobre a complexidade do modelo de gelo marinho Cláudia K. Parise; Luciano P. Pezzi; Kevin I. Hodges Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Este estudo teve como objetivo analisar o sinal climático gerado pela imposição de uma condição positiva extrema de gelo marinho na Antártida cujo impacto foi investigado sob modelos de gelo marinho de diferentes complexidades. Quatro experimentos numéricos com o modelo climático acoplado CM2-GFDL (versão 2.1) foram realizados sob dois aspectos principais: 1. Resposta à complexidade do modelo de gelo marinho (sob um Fully Multi-Layer Sea Ice Model (referido como FULLY) e Slab Sea Ice Model (referido como SLAB)) e 2. Resposta à condição inicial de gelo marinho Antártico (sob uma condição climatológica (CTL) e máxima (MAX)). As condições climáticas atuais foram capazes de derreter o máximo extremo de gelo marinho Antártico imposto como condição inicial em um período de 3 a 4 anos, convertendo gelo marinho em água fria e menos salobra capaz de flutuar na superfície oceânica das altas latitudes. Essa água de derretimento atua como um sinal climático oceânico que continua a influenciar a termodinâmica e a dinâmica dos fluxos superficiais de massa e momentum. Assim, mesmo depois do gelo marinho Antártico retornar à climatologia o clima continuou a responder à perturbação na condição inicial até os 8 anos seguintes, indicando que a memória climática é estocada no oceano. A imposição do máximo do gelo marinho Antártico favoreceu o aumento do gradiente meridional de temperatura atmosférica por gerar anomalias negativas desse campo em altas e médias latitudes. Isso desencadeou no fortalecimento do jato subtropical e deslocamento deste em direção ao pólo. Uma análise estatística de rastreio de ciclones foi aplicada nos experimentos mostrando que a densidade dos mesmos diminuiu e aumentou significativamente em médias e altas, respectivamente, como resposta ao deslocamento meridional do jato. Anomalias negativas de temperatura e salinidade foram observadas na superfície do oceano parte devido à pertubação na condição inicial de gelo marinho e parte devido à dinâmica presente no modelo de gelo. A dinâmica do gelo marinho foi peça chave na dissipação e/ou derretimento do gelo marinho e responsável pela variabilidade espacial tanto do tempo de persistência deste máximo em condições atuais quanto da memória climática à perturbação. 21 Um estudo dos Sistemas Convectivos e Relâmpagos na região da América do Sul associados a ocorrência de tempestades produtoras de Eventos Luminosos Transientes ELT: Sprites para o período 2010-2012 Rosário Julieta Anchayhua Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O presente estudo se insere no contexto do projeto “Rede Colaborativa na América Latina para a Investigação de Eventos Luminosos Transientes e Emissões de Alta Energia de Tempestades – LEONA”. ELT é o nome genérico atribuído para efeitos da atividade elétrica de tempestades na atmosfera superior, como: sprites, e outros associados com relâmpagos. Suas emissões óticas são observadas na atmosfera diretamente acima das tempestades usando câmeras de vídeo sensíveis a baixos níveis de luminosidade localizada 150 -1000 km das tempestades produtoras sejam no solo ou abordo de aviões, ou abordo de satélites. De fato, nos últimos anos, estudos tridimensionais têm mostrado que o relâmpago na região estratiforme dentro de um Sistema Convectivo (SC) podem-se propagar em diferentes camadas. Embora seja bem conhecido que um cenário meteorológico típico para Sprites envolve SC e extensas áreas laterais, as relações entre a produção de Sprites e sua estrutura organizacional de SC permanece incertos. Uns dos objetivos deste estudo, foi realizar um estudo dos SC e relâmpagos na região da América do Sul (AS) para descobrir quais as regiões mais propicias para a ocorrência de tempestades produtoras de Sprites, de modo a otimizar a localização das unidades da rede LEONA. Este estudo foi iniciado com o regime de convecção a atividade elétrica da AS utilizando dados do satélite TRMM. Os dados do sensor LIS, foram analisados estatisticamente para realizar a caracterização espacial e temporal dos relâmpagos nesta região de estudo dentro do período janeiro 2010 até dezembro 2012 com resolução espacial 0.5°. Também foram identificadas as regiões de ocorrência dos SC possíveis produtores de ELTs, usando o método de identificação e previsão de propagação de SC chamado FORTRACC. Este algoritmo determina as trajetórias e ciclo de vida dos SC através de imagens sucessivas do GOES-12, canal IR. Finalmente, foram usados dados de precipitação de reanalises ERA-Interim para o período janeiro 2010 até dezembro 2012, para observar a distribuição da precipitação nessa região. Os resultados mostrarem que os SC maiores a 105 km2 como resultado de FORTRACC, associados com os flashes observados pelo LIS e a distribuição da precipitação no período janeiro 2010 ate dezembro 2010, dão a possibilidade que os flashes observados são relâmpagos verdadeiros e não um ambiente ruidoso. Um problema que apresentou o algoritmo 22 FORTRACC é o seguimento de SC de grande porte na região Amazônica em comparação ao Sul de AS, principalmente na estação da Primavera e Inverno. O algoritmo mistura os tipos de seguimentos (Continuidade, Split, Merge). A visualização das imagens de satélite dos canais Visível, Infra-Vermelho e Vapor de água, fornecerem maiores detalhes do desenvolvimento dos SC nessa região, impedindo que muitos deles fossem eliminados. Esse analise reafirma o comentado por Williams (2001), sobre o desenvolvimento das tempestades em ambientes baroclínicos e barotrópicos (como é o caso da região Amazônica). No entanto, a variabilidade de seu desenvolvimento de mesoescala e sua organização espacial, mesmo numa determinada região, está fortemente relacionada com as condições meteorológicas de larga escala. Precisam-se mais estudos que possam dar maior compreensão da convecção e os processos que levam à sua organização nessa região. 23 ÁREA TEMÁTICA 02 :: Modelagem Atmosférica :: Assimilation of the CHUVA Project’s Dual Polarization Radar Data with WRF 3D-VAR and Its Impact on the Short-Range Precipitation Forecast Eder Paulo Vendrasco, Juanzhen Sun, Hongli Wang, Dirceu Luis Herdies, Carlos Frederico Angelis, Rachel Ifanger Albrecht National Institute for Space Research | [email protected] It is being conduced in Brazil the CHUVA (Cloud processes of the main precipitation systems in Brazil: A contribution to cloud resolving modeling and to the Global Precipitation Measurement – GPM) project which aims to map the main precipitating systems in the country. So far, experiments have been performed at four sites with various measures including those with a dual polarization radar, lidar, microwave radiometer, disdrometer, radiosonde, rain-gauge and various other instruments. During the experiments it was observed that the operational forecast did not show good performance. It is also known that some developments have been made in the concern of radar data assimilation and many previous works point out some good improvements on forecasting the precipitation amount when assimilating radar radial velocity and reflectivity. However, Wang et al. (2013) have showed that better results are achieved when assimilating retrieved rainwater and estimated in-cloud water vapor instead of reflectivity directly. The authors argue that the new scheme avoids the linearization error of the Z-q (reflectivity-rainwater) equation. In the work presented here, the reflectivity indirect assimilation is applied and compared to the original code (direct reflectivity assimilation). Then the original Z-q equation parameters were replaced by those estimated by fitting an exponential relationship between the radar and the disdrometer datasets from the CHUVA experiment. The Fractional Skill Score (FSS) is applied to compare quantitatively the performance of the precipitation forecast. The results show that the Wang's scheme improved the short-range forecast of precipitation, and it also proved to be more stable when some tunes were applied. Moreover, the best result was achieved when using the indirect assimilation with the new Z-q equation parameters, showing the importance of tunning these parameters for each location when data are available. 24 Inclusion of atmospheric profiles from GNSS radio occultation on the CPTEC-INPE’s global model Luiz Fernando Sapucci; João Z. Gerd de Mattos; Fábio L. Diniz; Carlos Frederico Bastarz; Bruna Silveira; Luis Gustavo Gonçalves de Gonçalves; Flavio S. de Cerqueira; Dirceu Luis Herdies Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] The inclusion of the GNSS (Global Navigation Satellite System) Radio Occultation measurements, hereafter called GNSS-RO, from COSMIC (Constellation Observing System Meteorology, Ionosphere and Climate) and Metop satellites in the weather forecasting model using different assimilation systems has been carried out in the last few years at the Center for Weather Forecast and Climate Studies of the Brazilian National Institute for Space Research (CPTEC/INPE). Different levels of processing of GNSS-RO data, such as atmospheric retrievals, refractivity and bending angle profiles have been used. Experiments with assimilation of COSMIC retrievals into PSAS (Physical-space Statistical Analysis System) have been done. In order to investigate the impact of GNSSRO data on the analysis and forecast generated by the CPTEC global model and PSAS system, COSMIC atmospheric profiles of geopotential height and water vapor were utilized. A specific operator of the GNSS RO refractivity data into the Local Ensemble Transform Kalman Filter (LETKF) system is being developed applying the Radio Occultation Processing Package (ROPP) from GRAS-SAF/Eumetsat (GNSS Receiver for Atmospheric Sounding- Satellite Applications Facilities/European Organization for the Exploration of Meteorological Satellites). The next step is investigating the inclusion of GNSS-RO profiles (refractivity and bending angle) into the G3DVAR system, which is based on the Gridpoint Statistical Interpolation (GSI) system, CPTEC’s new data assimilation system, now in testing phase, which will replace the PSAS system in operational mode in the future. Hence the main goal of this work is to discussing the impact of the assimilation of atmospheric profiles obtained from the COSMIC constellation and Metop satellite in CPTEC’s global NWP model. All these developments using GNSSRO data have contributed to CPTEC/INPE’s mission, which is to produce forecasts of the highest quality over South America, since positive impacts in the quality of the weather forecasts from this center have been observed during this process. Abstract submitted and presented in the Sixth FORMOSAT-3/COSMIC Data Users’ Workshop 30 October – 1 November 2012, UCAR Center Green Campus Boulder, Colorado U.S.A. 25 Assimilação Variacional-Ensemble Híbrida no CPTEC Carlos Frederico Bastarz Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Esta proposta de tese de doutorado insere-se no contexto dos avanços científicos realizados durante os últimos anos na área de Assimilação de Dados (AD) meteorológicos atmosféricos. Nesta área, os maiores desafios encontram-se na determinação das estatísticas dos erros de modelagem e a sua aplicação para geração das condições iniciais dos modelos de Previsão Numérica de Tempo (PNT). A AD, como conjunto de técnicas para a determinação da análise dos modelos de PNT, encontra seus principais desenvolvimentos na integração entre sistemas de AD com diferentes abordagens, levando ao que se denomina Sistemas Híbridos (SH). Os SHs são, portanto, uma nova classe de sistemas de AD que combinam quaisquer dois (ou mais) sistemas de AD formando um sistema híbrido que possui a vantagem de compreender as características dos sistemas envolvidos. Exemplos de sistemas híbridos já desenvolvidos são aqueles que unem as características do Ensemble Kalman Filter (EnKF) com as do sistema variacional em 3 dimensões (3DVar). Neste exemplo, o EnKF (um sistema sequencial) e o 3DVar (um sistema variacional) são combinados de forma que o SH resultante possua as principais características de cada sistema: a estimativa das covariâncias dos erros de background do EnKF e a solução variacional do 3DVar. Um sistema sequencial por ensemble baseado em Filtro de Kalman (LETKF - Local Ensemble Transform Kalman Filter) e um sistema variacional em 3 dimensões (GSI - Gridpoint Statistical Interpolation) são sistemas atualmente disponíveis no CPTEC e são os ingredientes necessários para a preparação de um SH que possa ser utilizado pelo centro. Neste trabalho proposto, a incorporação das covariâncias dos erros de background fornecidas pelo LETKF na função custo do GSI é feita através de uma técnica denominada Variáveis de Controle Extendidas (VCE). Nesta técnica, os incrementos de análise variacional são substituídos por um produto Schur entre estes incrementos e os incrementos de análise do ensemble. A motivação para um SH considera os seguintes fatores: 1) o ensemble é uma abordagem mais apropriada para se representar a matriz de covariância dos erros de background (os "erros do dia"); 2) sistemas puramente baseados no Filtro de Kalman por ensemble são computacionalmente caros e dificuldades podem incluir undersampling, imbreeding, divergência e correlações espúrias; 3) em um SH pode-se ponderar o peso atribuído às covariâncias dos erros de background por ensemble e variacional; 4) um SH pode trazer a possibilidade de se modelar erros não Gaussianos. Este trabalho visa, 26 portanto, apresentar a metodologia, os componentes envolvidos e a perspectiva para a formulação de um sistema de AD Ensemble-Variacional Híbrido no contexto do CPTEC. Como resultados esperados, tem-se a perspectiva de que o SH se mostre como uma solução para a análise operacional do CPTEC em termos de custo computacional, inclusão dos erros do dia e maior skill sobre a América do Sul. 27 Comparissons of precipitation simulated by the INPE's single-column model and SAM cloud resolving model Enver Ramirez-Gutierrez, Silvio Nilo Figueroa, Paulo Kubota Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] A single-column model (SCM) of the Brazilian Earth System Model (BESM) has been developed from the CPTEC AGCM V.4 as a tool to improve and calibrate different physical processes used in the global atmospheric modeling system of the INPE. In this particular study, the SCM is used to evaluate the performance of the model to simulate precipitation and heating profile over different regions of the globe, with basis on field experiments. Focus of the evaluation is Grell and Devenyi (GD) deep convection scheme and new closures recently developed and implemented in the model. The temporal variation and intensity of precipitation simulated by SCM are compared with SAM cloud resolving model (CRM) results. The CRM is used as guide to improve the SCM. 28 The anisotropically scaled equatorial waves Enver Ramirez Gutierrez, Pedro Leite da Silva Dias, Carlos Raupp and Jose Paulo Bonatti Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] In the present work we introduce the family of anisotropic equatorial waves. This family corresponds to equatorial waves at intermediate states between the shallow water and the long wave approximation model. The new family is obtained by using anisotropic time/space scalings on the linearized, unforced and inviscid shallow water model. It is shown that the anisotropic equatorial waves tend to the solutions of the long wave model in one extreme and to the shallow water model solutions in the other extreme of the parameter dependency. Thus, the problem associated with the completeness of the long wave model solutions can be asymptotically addressed. The anisotropic dispersion relation is computed and, in addition to the typical dependency on the equivalent depth, meridional quantum number and zonal wavenumber, it also depends on the anisotropy between both zonal to meridional space and velocity scales as well as the fast to slow time scales ratio. For magnitudes of the scales compatible with those of the tropical region, both mixed Rossby-gravity and inertio-gravity waves are shifted to a moderately higher frequency and, consequently, not filtered out. This draws attention to the fact that, for completeness of the long wave like solutions, it is necessary to include both the anisotropic mixed Rossbygravity and inertio-gravity waves. Furthermore, the connection of slow and fast manifolds (distinguishing feature of equatorial dynamics) is preserved, though modified for the equatorial anisotropy parameters used delta [0,1] . New possibilities of horizontal and vertical scale nonlinear interactions are allowed. Thus, the anisotropic shallow water model is of fundamental importance for understanding multiscale atmosphere and ocean dynamics in the tropics. 29 Capacidade do modelo Global Eta Framework (GEF) para prever eventos climáticos extremos Dragan Latinovic, S. C. Chou, Paulo Nobre Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Global Eta Framework (GEF) é um modelo atmosférico global baseado em grades quaseuniformes. Grades esféricas quase-uniformes representam uma alternativa atraente para o padrão de grades esféricas de lat-lon para aplicação em modelos globais para a atmosfera e o oceano. Graças aos pontos de grade quase igualmente distribuídos que essas grades tem, não existe a incoerência da resolução na área em torno dos pólos em comparação com a área em torno do equador, assim como não existem singularidades nos pólos, que é típico para qualquer grade baseada em padrão de lat-lon. Eficiência excepcional computacional deste modelo propõe-o como uma das ferramentas mais úteis para pesquisas climáticas. Nesta pesquisa, o modelo foi rodado para o período de 2 anos, pela primeira vez, e havia duas rodadas realizadas, forçadas pelos dados de TSM obtidos a partir de reanálise NCEP, com condições iniciais de fevereiro de 1996 e fevereiro de 1998. Estes anos para as condições iniciais foram escolhidos a fim de avaliar a capacidade do modelo para simular as condições de um dos eventos mais extremos do ENOS, com sua fase quente-El Niño, em 1997 e fase frio-La Niña em 1999. Para testar as leis de conservação do modelo, os campos da pressão de superfície e precipitação acumulada foram analisados. Para o padrão de grande escala, os resultados do modelo dos campos de temperatura em 850mb, velocidade do vento em 200mb e 850mb e precipitação acumulada foram comparados com os dados de reanálise apropriados do projeto Era Interim e dados observados de GPCP. Além disso, as correlações espaciais foram calculadas e analisadas. Todos os testes foram feitos com os valores médios de três meses de inverno e verão. No final, a diferença do ano de El Niño e o ano de La Niña, de todos os campos mencionados, e para ambas as estações foi calculada, plotada e comparada com as observações e reanálises apropriados, a fim de verificar a capacidade do modelo para prever esta anomalia. O principal motivo para esta pesquisa foi uma análise mais profunda das melhoras recentes realizadas no modelo GEF, com base na tentativa de estender a rodada do modelo até escalas climáticas. Todos os testes realizados e os resultados obtidos levam-nos a concluir que o GEF é definitivamente capaz de rodar em escalas climáticas, bem como de captar o sinal de evento climático extremo, como é um fenômeno ENOS. 30 Tipo de solo, uso do solo, albedo e fração vegetal derivado de dados de nível 2 dos satélites MODIS: AQUA e TERRA, para utilização em modelos regionais. Exemplo de caso: Hawaii. André Lanfer; Pao-Shin Chu Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O banco de dados de superfície distribuído junto com a versão original do modelo WRF, tem resoluções variando de 10 minutos, 2 minutos e 30 segundos. Mesmo no banco de dados de maior resolução, as ilhas havaianas possuem uma representação muito pobre, inclusive não existindo dados coerentes para as ilhas à excepção da ilha de Hawaii, a maior. Para tentar resolver esta questão, foi criada uma nova base de dados, cujos os dados são oriundos dos satélites: MODIS AQUA, MODIS TERRA e VIIRS. Foram criados dados de tipo de solo, uso e cobertura do solo, albedo e fracção vegetal. Dispondo destes dados foi possível utilizar o modelo de superfície proposto por Loan( Loan Surface Model). Foram realizados testes de sensibilidade, com o modelo WRF, utilizando a nova base de dados. O ciclo diurno, num sistema de brisa marinha foi simulado com relativa acurácia dentro de períodos de ventos alísios de baixa intensidade e inexistência de sistemas frontais. Quando da ocorrência destes eventos, a forçante sinóptica se sobrepõem, tornando os ganhos da utilização do novo banco de dados pouco significantes. 31 Efeito da Produção de Gotas e do Desenvolvimento do Mar na Simulação do Furacão Katrina Iury Ângelo Gonçalves e Valdir Innocentini Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O furacão Katrina é simulado utilizando um sistema de modelos acoplados constituído por: um modelo de ondas oceânicas de superfície (WAVEWATCH III - WW3), um modelo atmosférico (Weather Research and Forecast - WRF) e um modelo de gotículas. Se por um lado as gotas intensificam o furacão através da liberação de calor latente e calor sensível, por outro lado as ondas aumentam a rugosidade do mar, retirando energia cinética do furacão, enfraquecendo-o. A competição entre as gotas e arrasto das ondas é avaliada. 32 Mudança na Ordem de Chamada da Parametrização de Precipitação do Modelo Eta Daniela Carneiro Rodrigues, Jorge Luis Gomes, Nicole Costa Resende, Chou Sin Chan, Adan Silva Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O objetivo deste trabalho é analisar a previsibilidade da precipitação do modelo regional Eta, após alteração na ordem de chamada do esquema de parametrização de convecção com o esquema de microfísica de nuvens. O intuito desta alteração é testar se a parametrização convectiva retira muita umidade da atmosfera, impedindo que o esquema de microfísica atinja a saturação e produza precipitação, o que seria uma das causas da subestimativa de precipitação em regiões de topografia elevada, onde o modelo Eta tem apresentado dificuldade na produção de precipitação. A parametrização convectiva é tratada com o esquema Betts-Miller modificado por Janjic (1994) e a microfísica de nuvens utiliza o esquema de Ferrier (2002). O modelo Eta foi executado na resolução espacial de 8 km e 50 níveis verticais e o domínio abrange toda a região Sudeste do Brasil. As condições de contorno foram provenientes do conjunto de Reanálises Climate Forecast System Reanalysis (CFSR) obtidas do NCEP/NOAA. Foram selecionados casos de chuvas intensas associadas à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), durante o período de 2005 a 2012. Foram feitas rodadas diárias com prazo de previsão de 10 dias para todos os casos. Uma avaliação subjetiva foi realizada através da comparação dos campos das previsões com dados observados de estações automáticas e dados de satélite da Tropical Rainfall Measuring Mission (TRMM), também foi realizada uma avaliação objetiva utilizando índices estatísticos (ETS e Bias). De maneira geral, os resultados mostraram que quantidade de precipitação prevista com a inversão da ordem de chamada ficou mais próxima dos valores observados, no entanto não houve diferença significativa na distribuição espacial da precipitação prevista. 33 Simulação de Linhas de Instabilidade na região da costa norte do Brasil no mês de julho dos anos de 2005 e 2006 Fernando Pereira de Oliveira e Marcos Daisuke Oyama Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Neste trabalho avaliou-se a capacidade do modelo regional MM5 em simular a formação de Linha de Instabilidade (LI) em integrações diárias para o mês de julho de 2005 e 2006. O domínio das simulações abrange a área entre 9ºS-4ºN e 34ºW-56ºW (centrado no CLA). As integrações do modelo se estendem por 36 horas a partir de 12 UTC, sendo que as 12 primeiras horas são descartadas como spin-up do modelo. Os experimentos foram desenhados com o intuito de se analisar a sensibilidade das simulações ao uso de diferentes configurações da parametrização de convecção e ao uso de diferentes condições iniciais e de contorno. Em simulações curtas para o mês de julho dos anos de 2005 e 2006 o modelo regional MM5 mostrou-se capaz de simular a ocorrência de LI na costa norte do Brasil. A LI apresentou-se melhor configurada nos campos de fração de cobertura de nuvens, umidade ao nível de 500 hPa e conteúdo de água precipitável. As simulações de eventos de LI se mostraram pouco sensíveis às diferentes condições iniciais e de contorno, porém se mostraram sensíveis ao uso de diferentes combinações de parametrizações. A frequência de LI identificada nas simulações foi confrontada com a frequência de LI identificada nas imagens de satélite, onde se constatou que o modelo reproduz adequadamente a frequência observada de LIs, além disso, houve concordância entre as datas das identificações. 34 Análise da convecção em um modelo numérico de previsão de alta resolução em escala de nuvens a partir de radiâncias de satélites Renato Galante Negri Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Este trabalho apresenta a metodologia de análise das simulações de alta resolução do modelo BRAMS referente ao projeto CHUVA. A análise foi feita através da comparação das radiâncias simuladas utilizando o modelo de transferência radiativa RTTOV, o qual utilizou, por sua vez, perfis atmosféricos calculados pelo modelo numérico de previsão de tempo BRAMS, com as respectivas radiâncias reais medidas por satélites. Imagens dos canais do infravermelho e micro-ondas de diversos sensores foram simuladas (GOESimager, TRMM, SSMI-S). As comparações foram feitas do ponto de vista estatístico, verificando se o modelo reproduz os aspectos gerais da convecção resolvida pelo modelo. Uma vez devidamente validadas, as simulações de alta resolução do BRAMS poderão servir de referência para estudos voltados à caracterização dos componentes microfísicos das nuvens bem como apontar deficiências do próprio modelo, permitindo seu aprimoramento. Além de apresentar a metodologia de análise, este trabalho também mostra uma aplicação das simulações de alta resolução para ajuste de um produto de meteorologia por satélites. 35 Avaliação da previsão probabilística de vórtices ciclônicos de altos níveis no norte e nordeste do Brasil Elaine Cristina Abreu Barreto, Christopher Alexander Cunningham Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Os Vórtices Ciclônicos de Ar Superior (VCAN) atuam no Nordeste Brasileiro (NEB) e oceano adjacente, e são responsáveis por modular o regime de precipitação no NEB. Estes sistemas meteorológicos possuem a característica singular de ao mesmo tempo inibir e favorecer a precipitação nas regiões sob a sua influência. Uma avaliação de sua variabilidade espacial e temporal a médio prazo seria uma interessante ferramenta na detecção dos vórtices, e provável previsão do tempo associados a estes sistemas nas regiões tropicais e subtropicais. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo avaliar o desempenho do Sistema Global de Previsão por Conjuntos (SPCON) em uso do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE), na previsão de médio prazo (previsões com horizonte superior a quatro dias) de VCAN quando de sua formação sobre o Sul do Atlântico e adentrando na costa do NEB, e quais suas influências sobre a precipitação na Amazônia Oriental. Serão apresentados resultados preliminares sobre um estudo de caso de VCAN que atuou sobre as Regiões Nordeste e Norte do Brasil no período de 04 a 12 de janeiro de 2009. A variável meteorológica utilizada neste estudo foi a função de corrente (ψ) no nível de 200 hPa, e a área alvo compreende os intervalos entre -10°N – 20°S e 0°E – 70°W. De forma específica pretende-se avaliar a capacidade do SPCON em estimar o posicionamento mais provável do vórtice e incertezas associadas. Foram utilizadas as previsões do SPCON do CPTEC/INPE iniciadas às 00UTC e as análises do National Centers for Environmental Prediction – National Center for Atmosphere Research (NCEP–NCAR) correspondentes. Pretende-se com este estudo identificar os centros dos vórtices, e possíveis condições associadas a esses sistemas; avaliar o posicionamento do VCAN sobre o continente, mais precisamente a oeste da região nordeste, e suas implicações na precipitação em Belém; monitorar a qualidade das previsões a médio prazo (15 dias) e avaliar a destreza do SPCON. 36 Recuperação de dados de correlação de anomalia do geopotencial (500 hpa) do Modelo Global do CPTEC Rildo Gonçalves de Moura, José Antonio Aravéquia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Esta pesquisa trata da recuperação ou imputação múltipla de dados faltantes (missing data) da correlação de anomalia (CA) da altura geopotencial em 500 hPa. Os dados ausentes representam 14.8% dos valores da série original do período de 1996 a 2012 e referem-se as avaliações da CA da altura geopotencial [500 hPa] do modelo global do CPTEC/INPE. A imputação múltipla ocorreu via método da média preditiva ou Preditive Mean Matching (PMM). Os resultados permitiram inferir que a imputação dos dados teve uma qualidade adequada, com forte correlação (0,99) entre os grupos das médias formadas por dados com valores faltantes e o grupo das médias formadas pelos dados originais. O uso de séries sintéticas recuperadas ou imputadas pela técnica da PMM pode ser uma ferramenta bastante útil para o estudo principalmente de variáveis climáticas. 37 Avaliação preliminar do impacto de diferentes sistemas de observação no sistema de assimilação 3DVar do CPTEC/INPE Helena Barbieri de Azevedo, Luis Gustavo Gonçalves de Gonçalves Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O CPTEC/INPE recentemente implementou um novo sistema de assimilação tridimensional variacional baseado no sistema GSI (Gridpoint Statistical Interpolation). O presente trabalho tem como objetivo avaliar o impacto de três sistemas de observações que são assimilados por este sistema de assimilação de dados no MCGA do CPTEC/INPE (chamado de Global 3DVar ou G3DVAR) em suas análises e previsões utilizando a técnica de Experimentos de Sistemas de Observações (OSE, do inglês Observing System Experiments). Tal técnica consiste em negar dados ao sistema de assimilação e posteriormente comparar com experimento de controle, onde o conjunto completo de observações é utilizado, a fim de determinar o impacto de cada fonte de dados. Para este trabalho, foram feitos três experimentos, em cada um foi negada uma fonte de dados: satélite, GPS e radiossonda. Estes foram comparados com o experimento controle, que utiliza todos os dados disponíveis para serem assimilados no CPTEC. Tais experimentos foram rodados para o mês de janeiro de 2013 e avaliados através de métricas estatísticas como correlação de anomalia, viés e erro médio quadrático. 38 A influência da temperatura da superfície continental e o papel das parametrizações de superfície na assimilação de radiâncias no Modelo Global do CPTEC Brunna Romero Penna, Luis Gustavo Gonçalves de Gonçalves Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Nos últimos anos, o sistema de previsão de tempo e clima aumentou o uso de medidas de satélite. Essas observações diferem de muitos dados convencionais, pois medem observações indiretas de parâmetros meteorológicos. No Centro de Previsão de Tempo e estudos Climáticos (CPTEC), muitos satélites em vários canais espectrais são assimilados no operacional Grupo de Desenvolvimento em Assimilação de Dados (GDAD) através do sistema de assimilação Grid Point Statistical Interpolation (GSI) e pela Community Radiative Transfer Model (CRTM). O sistema de análise GSI/3DVar foi implementado pelo GDAD e está em operação desde janeiro de 2013. Atualmente, a medida de satélites sobre os oceanos tem sido muito mais utilizada pela previsão numérica de tempo. Entretanto, sobre a terra esses dados são menos assimilados, devido dificuldades em simular a emissividade e a temperatura da superfície terrestre. A temperatura da superfície terrestre (Ts) predita pelo modelo de circulação geral da atmosfera (MCGA) do CPTEC é um fator crítico para simular a temperatura de brilho dos satélites nos canais sensíveis a superfície no sistema de assimilação GSI. A parametrização de superfície, hoje, no MCGA é o Simplified Simple Biosphere Model (SSIB). O MCGA está acoplado com o sistema de assimilação GSI/3DVar sendo chamado de G3DVar. Resultados preliminares mostram um viés frio ao representar a temperatura da superfície quando comparada com observações de plataformas de coleta de dados (PCDs). Com um grande viés na temperatura da superfície a CRTM simula uma temperatura de brilho (Tb) despropositada, assim uma grande quantidade de dados de satélite são rejeitados nas etapas de análise GSI/CRTM, especialmente para canais sensíveis a superfície. Mudando o atual modelo de superfície para um modelo de 4° geração o Integrated Biosphere Model (IBIS) espera-se ter uma melhora na temperatura da superfície e então, verificar o impacto na qualidade e quantidade dos dados assimilados sobre o continente sul americano. O sensor utilizado nesta pesquisa é o Advanced Microwave Sounding Unit (AMSU), AMSU-A, que está a bordo do satélite da série National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), NOAA-15. A região de estudo compreende a América do Sul, com destaque à regiões semiáridas onde o viés frio indica ser maior, e o período a ser analisado será uma estação de inverno e outra de verão. 39 Avaliação do Modelo Global do CPTEC em simular o ciclo diurno da precipitação sobre o sul do Brasil Graziela Luzia, Silvio Nilo Figueroa Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O modelo global atmosférico do CPTEC (MCGA) sistematicamente subestima a precipitação sobre a região sul do Brasil, em especial sobre o Rio Grande Sul (RS). Usado em rodadas longas de 1-30 anos, o modelo apresenta estas deficiências em reproduzir a precipitação principalmente durante as estações de primavera e verão. Este erro sistemático gera uma desvantagem ao uso do modelo para as previsões sazonais nesta região. Em vista disto, o presente estudo se faz importante, uma vez que o estado do RS possui grande dependência da precipitação para a agricultura. Para este propósito, foram realizados um conjunto de experimentos com o MCGA e com diferentes parametrizações de cumulus: esquema de Kuo (Kuo, 1965), Arakawa Schubert Relaxado RAS (Moorthi e Suarez, 1992) e o esquema de Grell-ensemble, cujos detalhes sobre a implementação no AGCM podem ser encontrados em Figueroa et al. (2012). 40 ÁREA TEMÁTICA 03 :: Sistemas Meteorológicos e Previsão de Tempo :: Monitoramento da oscilação Madden-Julian no Brasil utilizando a técnica RMM Marilia de Abreu Gregorio; Nelson Jesuz Ferreira Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] A Oscilação Madden-Julian(OMJ) caracteriza-se por um deslocamento de oeste para leste de uma grande célula zonal que causa variações na convecção tropical, além de fazer com que fenômenos meteorológicos se intensifiquem ou enfraqueçam durante sua atuação. O presente trabalho visa implementar uma metodologia para monitorar a OMJ no Brasil aplicando a técnica Real Time Multivariate Madden-Julian Oscillation (RMM), previamente utilizada para monitorar a propagação da OMJ na região dos oceanos Índico e Pacífico Oeste. Essa técnica utiliza pares de funções ortogonais empíricas (EOFs) de campos combinados de radiação de onda longa(OLR), vento zonal em 850hPa(u850) e vento zonal em 200hPa(u200), com os ciclos anuais e as componentes da variabilidade interanual removidas. A série temporal desses pares possibilita construir índices denominados RMM1 e RMM2, que descrevem a evolução da OMJ ao longo do Equador, independentemente da estação do ano. Sabendo-se que, na América do Sul os impactos mais marcantes da OMJ ocorrem em áreas de estações chuvosas curtas, como o nordeste do Brasil e influencia os sistemas de monções, desempenhando um papel importante na variabilidade do clima na escala subsazonal, o objetivo desse trabalho é disponibilizar uma metodologia para aprimorar o monitoramento climático em escala intrasazonal e a previsão de médio prazo. 41 Estudo das condições de tempo e conforto térmico no desempenho esportivo aplicado à Maratona da Cidade do Rio de Janeiro Mariana Pallotta, Dirceu Luis Herdies, Luis Gustavo Gonçalves de Gonçalves Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Atualmente há um crescente interesse na influência e nos impactos do tempo e clima na vida humana. A análise das condições meteorológicas tem se mostrado uma ferramenta útil quando direcionada especificamente aos esportes. Sua interferência atua como um diferencial no planejamento de treinos e estratégias de prova, principalmente para esportes praticados ao ar livre. Este estudo teve como objetivo principal desenvolver prognósticos de tempo e avaliações de conforto térmico direcionados para o esporte, e espera-se que seus resultados possam auxiliar o desenvolvimento de produtos e serviços meteorológicos a serem aplicados nos Jogos Olímpicos de 2016, sediado na cidade do Rio de Janeiro. O uso de prognósticos de tempo aplicados ao esporte se mostrou eficiente para o caso da Maratona da Cidade do Rio de Janeiro, principalmente devido à alta resolução espacial aplicada. As simulações do WRF para as três maratonas estudadas apresentaram bons resultados para temperatura, pressão atmosférica e umidade relativa. Por outro lado, o prognóstico do vento apresentou um padrão de superestimativa da situação real em todos os casos. Foi possível concluir que o WRF fornece, no geral, simulações mais representativas a partir de 36h de antecedência, sendo que com 18h de integração elas se mostraram ainda melhores, descrevendo eficientemente a situação sinótica que viria a ser encontrada. A avaliação das condições meteorológicas e de conforto térmico em pontos específicos do percurso da maratona mostrou que há diferenças significativas entre as etapas da prova, o que torna possível traçar a estratégia de competição de acordo com o conforto térmico. Foi possível concluir que há relação entre uma situação termicamente mais confortável (desconfortável) e o melhor (pior) tempo na Maratona da Cidade do Rio de Janeiro. 42 Frentes Quentes no Sudeste da América do Sul Bruno Zanetti Ribeiro; Marcelo Enrique Seluchi Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O presente estudo analisa as frentes quentes que ocorrem na região Sudeste da América do Sul (entre 20°S e 35°S) no período 1979 a 2010. Para a identificação dos sistemas foi utilizado um método objetivo que leva em conta o módulo do gradiente meridional de temperatura potencial equivalente (θe), que deve apresentar um valor mínimo de 2 K/100km. A área com este gradiente mínimo devia deslocar-se para sul, persistindo por pelo menos um dia, sempre havendo uma variação ciclônica dos ventos da retaguarda para a dianteira da frente quente. Para esta finalidade, utilizaram-se os dados de reanálises do Climate Forecast System Reanalysis (CFSR/NCEP), com espaçamento horizontal de 0,5°, no nível de 850 hPa. Os casos foram contabilizados e divididos, conforme a região de origem da frente quente, em três faixas de latitude: 20°S a 25°S, 26°S a 30°S e 31°S a 35°S. Também foram contabilizados os casos em que um ciclone se formou depois ou durante a atuação da frente, e os casos de sistemas que surgiram na extremidade oeste de frentes frias ou estacionárias, como prolongamento destas. No período estudado ocorreram 809 casos de frentes quentes no Sudeste da América do Sul, conforme a metodologia empregada. O mês com mais casos foi Junho (14,1% dos registros), e o com menos casos foi Fevereiro (3,1%). Os trimestres de outono (MarçoAbril-Maio) e inverno (Junho-Julho-Agosto) tiveram 24,8% e 35,9% dos casos, respectivamente. Quase metade dos sistemas identificados (46,8%) formaram-se entre 26°S e 30°S, enquanto que na faixa de 20°S a 25°S (30 a 35°S) se originaram 29,1% (24,1%) das frentes quentes. Entre os eventos contabilizados, 64,7% estiveram associados à formação de um ciclone extratropical na região, e 55,9% surgiram como prolongamento de frentes frias ou estacionárias que retrocederam para sul na forma de uma frente quente. A frequência média de ocorrência das frentes quentes na região estudada é de uma frente a cada 14,4 dias. Notou-se também que a ocorrência dos sistemas segue um padrão ondulatório, com períodos nos quais a frequência de eventos aumenta muito, e outros períodos em que pouquíssimas frentes quentes são observadas. Os resultados obtidos sugerem que as frentes quentes são sistemas sinóticos frequentes no sudeste de América do Sul, principalmente no inverno, quando a troposfera é mais baroclínica na região. A formação desses sistemas tem estreita relação com as ciclogêneses que ocorrem nas latitudes subtropicais da América do Sul, particularmente nos meses mais frios do ano. As frentes quentes ocorreram geralmente na borda leste do 43 sistema de baixa pressão climatológico no nordeste da Argentina, localizando-se no eixo de um cavado associado a essa baixa. A menor ocorrência no verão em comparação com as outras estações do ano possivelmente deve-se a diminuição do módulo do gradiente de θe em função da grande quantidade de radiação solar incidente nesta época do ano. 44 Avaliação do campo de água precipitável durante a passagem de frentes frias na América do Sul Viliam Cardoso da Silveira Universidade Federal de Santa Maria | [email protected] Este trabalho tem por objetivo avaliar o campo de água precipitável durante a passagem de frentes frias na América do Sul. Foi escolhido alguns casos de frentes frias ocorridos nessa região e aplicada a metodologia para cálculo dessa variável. A avaliação dessa variável é muito importante, não somente na análise de frentes frias, mas também de outros sistemas meteorológicos que ocorrem ao redor do globo, pois está relacionada com o conteúdo de água da atmosfera. O grande problema em se avaliar esse campo é determinar alguns parâmetros, como por exemplo, o cálculo da pressão de vapor de saturação do ar. No presente trabalho avaliei cinco metodologias para o cálculo desse parâmetro. Conhecer as equações que governam determinado fenômeno na atmosfera é de suma relevância, principalmente para a melhoria dos modelos de previsão do tempo. Para validar a metodologia, utilizei dados de análises do NCEP/NCAR que possuem 1º x 1º de resolução espacial e 6h de resolução temporal. O campo de água precipitável é bastante semelhante, utilizando cada uma das metodologias para o cálculo da pressão do vapor de saturação. Como esperado, esse campo representa claramente a passagem de frentes frias na América do Sul, com valores expressivos ao longo do ramo frio do sistema frontal. Espera-se com esses resultados melhorar a previsão numérica do tempo. 45 Análise da variabilidade sazonal e do padrão espacial dos sistemas sinóticos de alta frequência no hemisfério sul Jessica T. Silva , Nelson J. Ferreira Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Este estudo analisa a variabilidade temporal e o padrão espacial dos sistemas sinóticos de alta frequência (2 a 8 dias) que ocorrem nas latitudes médias e altas do Hemisfério Sul. As análises foram feitas utilizando-se dados diários da altura geopotencial em 500 hPa derivados das reanálises II do National Centers for Environmental Prediction – Departament of Energy (NCEP-DOE). Os dados obtidos apresentam resolução espacial de 2.5° de longitude por 2.5° de latitude, abrangem as latitudes entre 0° e 70°S e cobrem o período de novembro de 1981 a setembro de 1990. As análises foram realizadas por meio do método dos Padrões de Oscilações Principais (POP). Os resultados obtidos mostram que para ambas estações, inverno (maio a setembro) e verão (novembro a fevereiro), o padrão espacial da amplitude apresenta maiores valores no hemisfério leste, principalmente sobre os oceanos Atlântico Sul e Indico, geralmente centrada entre 45° e 55° S. As amplitudes aparecem mais acentuadas durante o inverno. Os padrões espaciais das componentes real e imaginária analisados para o inverno apresentam um trem de onda zonal com número de onda 5, período de 6 dias e tempo de decaimento de 11 dias. Os modos encontrados para o verão apresentam número de onda 4, período de 6 dias e tempo de decaimento de 7 dias. A análise das séries temporais da amplitude revela valores acentuados nos meses novembro e fevereiro para o verão e nos meses de agosto e setembro durante o inverno. 46 Aplicação de método objetivo para estudo da trajetória dos VCAN que atuam na região tropical sul Michelyne Duarte Coutinho de Morais, Manoel Alonso Gan Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Foi desenvolvido um método objetivo que identifica a trajetória dos Vórtices ciclônicos de altos níveis que atuam na região tropical sul. Estes sistemas são responsáveis por mudanças significativas no tempo durante o verão no Nordeste do Brasil, sendo de suma importância o conhecimento sobre a trajetória para a previsão de tempo. Neste estudo, serão mostradas avaliações horárias das distâncias percorridas por estes sistemas ao longo de suas trajetórias e campos de distribuição de suas posições na área em estudo. 47 Fração da precipitação associada às linhas de instabilidade na região do centro de lançamento de Alcântara Fernando Pereira de Oliveira e Marcos Daisuke Oyama Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] A região do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) localizado na costa norte do nordeste brasileiro (Alcântara – MA) sofre a influência de diversos sistemas precipitantes, em várias escalas. Os principais sistemas atuantes nesta região são a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e a Linha de Instabilidade (LI). O objetivo deste trabalho é quantificar a fração de precipitação associada às LIs no mês de julho dos anos de 2004 a 2009. São utilizadas estimativas de precipitação do algoritmo 3B42 do TRMM. Foi considerada como proveniente da LI toda precipitação ocorrida na região do CLA durante o período de 18 a 03 UTC dos dias em que houve a formação da LI. Como é contabilizada toda a precipitação ocorrida no período das 18 às 03 UTC, e a LI pode atuar por período menor, a fração obtida aqui representa um limitante superior (upper bound) da precipitação associada à LI. Notou-se que há uma relação entre a frequência de LI e o acumulado mensal de precipitação e também com a fração de precipitação associada às LIs, embora esta relação não seja de proporcionalidade. Contatou-se que, para a região do CLA, cerca de 30% da precipitação está associada à LI, embora haja grande variabilidade interanual (10 a 60 %), indicando que, nesta região, uma grande frequência de LIs não garante grande acumulado mensal de precipitação. 48 Previsão de Tempestades através de índices de estabilidade utilizando o modelo Weather Research Forecast - WRF Felipe da Rocha Soares, Nelson Jesuz Ferreira, Kleber Pinheiro Naccarato Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Resumo: Estima-se que cerca de 50-60 milhões de relâmpagos atinjam o solo brasileiro por ano causando grandes prejuízos materiais nas redes de energia elétrica, atividades petrolíferas, construção civil, transportes, entre outras além das perdas de vidas humanas. Estudos recentes mostram que no Brasil, em média, morrem de 130 a 140 pessoas por ano vítimas do impacto direto e indireto dos raios. O fato do Brasil possuir alta incidência de descargas atmosféricas é fundamental a realização de estudos cada vez mais detalhados que possibilitem uma previsão mais precisa das tempestades e, consequentemente, descargas atmosféricas. Neste trabalho procura-se identificar quais índices de estabilidade utilizados rotineiramente em centros operacionais de previsão oferecem a melhor indicação de ocorrência de descargas atmosféricas e propor uma metodologia de identificação do local da tempestade utilizando limiares dos índices em um sistema automático de alertas. Para tanto, foi utilizado o modelo regional Weather Research Forecast (WRF), o qual apresenta grande flexibilidade na escolha das parametrizações físicas e oferece avançadas técnicas de assimilação de dados. Neste trabalho foi utilizada a versão 3.1 com resolução espacial de 10 km e saídas horárias para três áreas distintas: Região Metropolitana de São Paulo, Vale do Paraíba e Litoral Norte. Estas regiões foram escolhidas, pois apresentam características meteorológicas e orográficas distintas. Os índices de estabilidade calculados a partir das simulações do WRF foram: K, Showalter, TT, SWEAT. Além desses índices foram utilizadas as variáveis de CAPE e CINE. Todos os valores foram correlacionados com dados de descargas atmosféricas no verão de 2011/2012 oriundos da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas Totais (BrasilDAT) que apresenta uma eficiência de detecção de 80 a 90%. Através dos índices e das variáveis foi possível identificar condições de instabilidade até três horas antes do registro das descargas atmosféricas garantindo tempo hábil para emissão de alertas. Esse tipo de informação é de extrema importância, pois permite ao meteorologista previsor uma tomada de decisão mais precisa e em alguns casos suspender atividades realizadas ao ar livre permitindo que vidas humanas sejam poupadas bem como evitar possíveis prejuízos materiais. 49 Estudo sinótico de ciclones no Oceano Atlântico próximo à costa das regiões sul e sudeste durante a estação chuvosa do Brasil. Fabio Pinto da Rocha, José António Aravéquia, e Gustavo C.J. Escobar Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O objetivo deste trabalho é fazer um estudo sinótico de ciclones na região do Atlântico Sul próximo à costa das Regiões Sul e Sudeste na estação chuvosa (meses de outubro a abril dos anos de 2007 a 2013) a fim de se ter uma melhor compreensão da formação e desenvolvimento desses sistemas sinóticos numa região em que se tem carência de dados observacionais, e onde os modelos numéricos de previsão de tempo possuem ainda limitações e necessitam de contínuos aperfeiçoamentos. A metodologia utilizada é composta dos seguintes critérios para identificar de forma subjetiva os ciclones: a)baixas pressões que possuem isóbaras fechadas por pelo menos dois horários sinóticos consecutivos, considerando as cartas sinóticas de superfície de 00Z e 12 Z, elaboradas pelo Grupo de Previsão de Tempo (GPT- CPTEC/INPE); b)para o início da ciclogênese considerou-se o horário da carta em que apareceu a primeira isóbara fechada (GAN e RAO,1991); c) Área de estudo de 15ºS e 35ºS de latitude e 50ºW e 30ºW de longitude, correspondendo ao Oceano Atlântico Sul, próximo à costa das Regiões Sul e Sudeste do Brasil;d)Período de estudo correspondente aos meses de outubro e abril dos anos de 2007 a 2013. A seguir, foi feito uma classificação da circulação atmosférica em superfície e altitude relacionada com a ocorrência de ciclones na região de estudo, baseada na agrupação visual de casos, permitindo detectar a existência de vínculos dos ciclones com sistemas frontais, Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) , cavados e vórtices ciclônicos em níveis médios e altos da troposfera e a presença de jatos (subtropical e polar). Os resultados mostraram que é expressiva a presença de sistemas frontais vinculados aos ciclones que ajudam a organizar ou alimentar a ZCAS sobre o continente intensificando as chuvas. É importante a participação de cavados e/ou vórtices ciclônicos em níveis médios e altos a troposfera na formação e desenvolvimento dos ciclones, através de advecção de vorticidade ciclônica. Também é relevante a participação dos jatos combinados com os cavados na atuação dos ciclones nesta região do Oceano Atlântico.Do ponto de vista temporal, notou-se que aproximadamente 55% dos casos ocorreram entre novembro e janeiro e ocorreu igual proporção de casos nos meses relacionados à primavera (outubro a dezembro) e ao verão (janeiro a abril).Como trabalhos futuros, pretende-se comparar os resultados aqui alcançados com a adoção de um critério objetivo, usando dados de Reanálise ERA-Interim do ECMWF (European 50 Centre for Medium-Range Weather Forecast) e por um período maior, de 10 anos (2003 a 2013). 51 Análise da frequência de frentes frias na América do Sul Marilei Foss, Marcelo Enrique Seluchi, Sin Chan Chou Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O objetivo principal desse estudo é investigar o efeito da orografia na frequência e no deslocamento dos sistemas frontais pela América do Sul. Para isso, foram utilizados os dados do conjunto Climate Forecast System Reanalysis (CFSR), desenvolvido pelo National Centers for Environmental Prediction (NCEP) com resolução horizontal de 0.5º, disponíveis a cada 6 horas para o período de 1979-2010. Levando em consideração que após a passagem de uma frente fria por uma determinada localidade observa-se um aumento da pressão em superfície, uma queda na temperatura e o giro do vento, que passa a ser da direção sul, utilizou-se um critério para calcular a frequência dos sistemas frontais em cada ponto de grade, nos níveis de 925 hPa, 850 hPa e 700 hPa. O cálculo da frequência anual das frentes frias revelou algumas características marcantes do deslocamento desses sistemas: a) um máximo da frequência frontal nas latitudes mais altas em todas as estações do ano; b) um máximo secundário da frequência frontal próximo a Cordilheira dos Andes e na região litorânea do Brasil, principalmente nos meses de inverno e primavera; c) um mínimo da frequência frontal nas regiões de orografia mais elevada no setor Centro-Sul do Brasil. Esse mínimo de frequência frontal indica que a orografia pode ser um fator importante para a mudança no padrão e deslocamento da frente fria nas latitudes subtropicais da América do Sul. A fim de investigar os eventos frontais que se deslocaram por essas regiões serranas, foram realizados composições médias dos campos atmosféricos de dois grupos distintos de frentes, identificados pela climatologia (frentes que passaram pelo ponto de latitude 25ºS e longitude 48ºW, deslocando-se pelo litoral leste do continente sul-americano; e frentes que passaram pelo ponto de latitude 23ºS e longitude 62.5ºW, deslocando-se pelo interior do continente). Esta análise mostrou que a orografia pode ter um papel importante no deslocamento desses sistemas sinóticos pela América do Sul. 52 Avaliação do desempenho do G3DVAR e do GPSAS em um caso de ZCAS Helena Barbieri de Azevedo, Luis Gustavo Gonçalves de Gonçalves, Mario Quadro, Mariana Palotta, Dirceu Herdies Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] A qualidade de uma Previsão Numérica de Tempo (PNT), está diretamente relacionada com a correta simulação numérica dos processos físicos que governam a atmosfera além de uma condição inicial adequada para este modelo. O Sistema de Assimilação de Dados (SAD) que está atualmente em operação no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) é o GSI (do inglês Gridpoint Statistical Interpolation), que acoplado ao MCGA do CPTEC é chamado de G3DVAR. Este sistema recentemente substituiu o PSAS (do inglês Physical-space Statistical Analysis System), que acoplado ao MCGA do CPTEC recebeu o nome de GPSAS. Esses sistemas se diferem em vários aspectos, seja devido a diferentes resoluções do modelo assim como devido a capacidade de ingestão de dados de cada um. Consequentemente estes SADs geram produtos diferentes, os quais precisam ser avaliados. Diante disso, o presente trabalho visa avaliar/comparar a performance do G3DVAR e do GPSAS em um evento de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que ocorreu nos dias 26, 27, 28 e 29 de janeiro de 2013, nas análises e previsões geradas por estes sistemas. 53 Avaliação de sistema frontal, com ocorrência de microburst, em Santa Maria durante a Campanha Chuva Sul Lia Martins Costa do Amaral e Glauber Camponogara Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Avaliação de sistema frontal, com ocorrência de microburst, em Santa Maria durante a Campanha Chuva Sul. O projeto Chuva constitui-se de um projeto que visa realizar experimento de campo em sete sítios com diferentes padrões climáticos, para estudar os regimes de precipitação no Brasil. Esses experimentos utilizaram (e utilizarão) radar polarimétrico, lidar polarizado, radiômetro de microonda, disdrômetros, radiosondas e vários outros instrumentos. Dentre as campanhas já relizadas, efetou-se a Campanha Chuva Sul ocorrido em Santa Maria no estado do Rio Grande do Sul. Durante a campanha, entre as atividades, foram realizadas avaliações e estudos de casos de sistemas precipitantes sobre a região, como sistemas frontais e sistemas convectivos de mesoescala. Avaliou-se a passagem de um sistema frontal em 01/12/2012 sobre o estado do Rio Grande do Sul. Pôde-se fazer uma avalição ampla das características do sistemas frontal através dos instrumentos em campo e por sensoriamento remoto.Fez análise utilizando-se imagens de satélites, dados do Radar Banda X, pluviômetros, radiosondagens, saídas de modelos numéricos e dados de field mill. A passagem deste sistema frontal causou danos, como derrubadas de árvores, onde estes foram associados à ocorrência de um microbust (micro-explosões). Pôde-se avaliar esta ocorrência através de fotografias e registros locais. 54 Estudo de caso da incursão de ar frio nos estados do Acre e Amazonas em Julho de 2013 Liviany Viana, Dirceu Herdies e Mauro Mendonça Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Fez-se uma análise do evento de friagem que atingiu os estados do Acre e Amazonas em Julho de 2013. Os dados utilizados foram das reanálises do National Centers Environmental Prediction (NCEP)/Climate Forecast System Reanalysis (CFSR), imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e os perfis termodinâmicos oriundos da University of Wyoming, Meteorologia Aplicada a Sistema de Tempo Regional – MASTER e o INPE para as cidades de Cruzeiro do sul – AC, Manicoré – Am e Manaus – Am. A média sobre a região dos dois estados indicam uma queda de temperatura desde o dia 21 de Julho de 2013 com diminuição brusca no dia 25 de Julho atingindo 18,9ºC. Para o estado do Acre a temperatura alcançou neste dia valor igual a 12ºC e em Manaus predominou valores de 19ºC. A redução da temperatura persistente nas últimas 24 horas indicam explicitamente a entrada do ar frio nas baixas latitudes. A umidade específica para o mesmo dia, em media espacial, fora de 11 g/kg. A velocidade do vento modificou de 6 m/s para 11 m/s no dia 25 de Julho de 2013, assim como sua direção, tornando-se de sul. O efeito do ar frio perdurou por aproximadamente três dias sobre a região, modificando os costumes da população que está normalmente habituada às temperaturas quentes. 55 ÁREA TEMÁTICA 04 :: Sensoriamento Remoto da Atmosfera e Meteorologia Física :: Método de ajuste para Radiação de Onda Longa José Dias Neto, José Celso Thomaz Júnior, Domingos F. Urbano Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] A energia emitida pelo Sol incide sobre o sistema terrestre na forma de radiação de onda curta (ROC), composta por raios Ultra-violeta, luz visível e uma pequena porção de raios Infra-vermelho. Parte da ROC é refletida pela atmosfera, parte é absorvida por nuvens e aerossóis, e parte chega à superfície da Terra. A interação da radiação com os aerossóis e com a superfície do planeta gera aquecimento e consequente emissão de Radiação de Onda Longa (ROL). Parte da ROL é aprisionada na baixa atmosfera gerando mais aquecimento e parte é emitida para fora do sistema terrestre. Esse balanço de energia governa o Clima da Terra. Grande esforço tem sido empregado no estudo da ROC nas últimas décadas, mas apenas recentemente houve um despertar para a importância da ROL. Recomendações e normas são oferecidas pela Baseline Surface Radiation Network (BSRN), porém obter um banco de dados com controle de qualidade aceitável ainda é uma tarefa difícil, em parte pelas limitações encontradas nos instrumentos de medida (pirgeômetros) em parte pela natureza da medida. Ainda são poucos os bancos de dados de ROL que apresentam dados qualificados. Pretende-se desenvolver um método para corrigir os desvios existentes nas medidas ROL apresentados pelos pirgeômetros. Um experimento foi realizado utilizando um rastreador solar equipado com três pirgeômetros sombreados coletando dados simultaneamente em alta resolução por um período de 5 dias consecutivos. Um pirgeômetro (Kipp & Zonen) foi utilizado como padrão (grau de rastreabilidade secundário), pois foi calibrado no Physikalisch-Meteorologisches Observatorium Davos (PMOD). Um pirgeômetro de mesmo modelo e fabricante e sem uso foi utilizado em conjunto com outro da Eppley, já em uso em uma estação solarimétrica do Projeto Sistema Nacional de Observação de Dados Ambientais (SONDA). O método de correção consiste em assumir os valores de irradiância medidos pelo equipamento padrão como o valor real da medida e utilizar o método matemático de mínimos quadrados para determinar os coeficientes de calibração para o equipamento de campo. Com a aplicação deste método foi obtida uma melhor concordância entre valores de irradiância medidos pelo pirgeômetro de campo e o padrão. Isto foi verificado pela redução do viés entre ambas as séries e pelos valores obtidos para a Raiz Quadrada do Erro Quadrático Médio, que passou de 2,64 para 0,72. Os resultados aqui apresentados mostram que existe um método para corrigir os dados de ROL e que o método de 56 mínimos quadrados é adequado para o ajuste. Os resultados preliminares indicam que mais experimentos devem ser realizados para verificar a robustez do método. 57 Estudo da relação entre queimadas, aerossóis atmosféricos e precipitação Nathália Velloso Prado Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Os efeitos diretos e indiretos dos aerossóis atmosféricos no clima amazônico têm sido estudados pela comunidade científica. O objetivo deste estudo é verificar a relação entre queimadas, aerossóis atmosféricos e a precipitação sobre a América do Sul, através de dados de satélite. Espera-se compreender como os efeitos da emissão de queimadas na Amazônia e de outras fontes de aerossóis podem acarretar na composição da atmosfera e no processo de formação de nuvens. Este estudo utilizou dados de sensoriamento remoto para o período de 2000 – 2012 por meio da profundidade óptica do aerossol (MODIS/TERRA – AQUA), detecção de queimadas (produzidos no CPTEC) e a taxa de chuva (TRMM). Como resultados mais relevantes obtiveram-se os meses de Agosto, Setembro e Outubro como meses de pico na intensificação de queimadas e que a profundidade óptica de aerossol (AOD) na atmosfera é mais alta em Setembro. Observouse uma correlação significativamente negativa na anomalia de precipitação e anomalia de AOD sobre a região centro-oeste do Brasil. Estes resultados indicam que parte da anomalia de precipitação pode ser explicada pelo efeito indireto do aerossol na formação de nuvens. Verificou-se ainda que durante os anos de El Niño, a profundidade óptica do aerossol é mais elevada do que em outros anos, e que os níveis de AOD em Agosto atingem valores similares aos níveis de Setembro (mês pico de AOD). 58 Aerosols effect in different precipitant cloud type Ramon Campos Braga, Rachel Ifanger Albrecht, Simone Sievert da Costa Coelho, Daniel Alejandro Vila Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] This research focuses on observing the aerosol’s influence on the formation of different precipitant clouds (warm, stratiform and convective cloud). The analysis was developed at Rondônia state region (9ºS, 13ºS; 61ºW, 65ºW), also known as ‘green ocean’ region, due to its low cloud condensation nuclei count over the forested regions, resembling the oceanic regions. The period of analysis is the month of October from years 2000 to 2012. The October month was chosen because it is part of the dry-to-wet transition season, when from forest fires are still active at this region. Monthly data of atmospheric optical depth (AOD) from Moderate-Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) sensor, on board AQUA and TERRA satellites, were used to discriminate months as polluted or clean. Cloud type, reflectivity profile and its rain rate data were retrieved from Tropical Rainfall Measuring Mission-Precipitation Radar (TRMM-PR) satellite. Results show that for polluted years, clouds with low (high) thickness, as warm and stratiform clouds, presented lower (higher) rain rates than at clean years. At polluted years warm and stratiform clouds have the coalescence process suppressed at low layers (under 0ºC) resulting in particles growing mainly by vapor diffusion processes and consequently raindrops have smaller sizes. For deep convective clouds it was verified that its rain rate has a close relation with the cloud thickness. At polluted environment, the mixed and glaciated phase presents higher collection efficiency and ice multiplication, generating higher (lower) rain rates for deeper (shallower) clouds than in a clean environment. 59 Distribuições de tamanho de gotas de chuva como função do tipo de sistema precipitante e concentrações de CCN Micael A. Cecchini, Luiz A. T. Machado, Paulo Artaxo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O intuito deste trabalho é estudar as típicas distribuições de tamanho de gotas (DSD) de chuva para diferentes sistemas de precipitação e concentrações de núcleos de condensação de nuvens (CCN) sobre a região do Vale do Paraíba. Foram utilizados dados do experimento CHUVA em sua campanha nessa região. Além dos instrumentos do experimento CHUVA, foram instalados 2 contadores de particulado atmosférico, com os quais foram obtidas concentrações totais de partículas e concentrações de CCN em diferentes supersaturações. As medidas abrangeram o período de 22 de Novembro de 2011 a 10 de Janeiro de 2012. As medidas de DSD foram parametrizadas usando uma função gamma, a partir do método dos momentos. Os três parâmetros assim obtidos foram dispostos em espaço tri-dimensional e diferentes tipos de DSD foram obtidos através de análise de clusters. Observou-se que 7 categorias de DSD representavam satisfatoriamente as medidas e foram utilizadas para caracterizar os sistemas de precipitação. Os regimes de precipitação foram classificados como Convecção Local, Convecção Organizada e Chuva Estratiforme a partir de propriedades diárias como as amplitudes de temperatura e concentrações de CCN, entre outras. Foram comparados eventos classificados no mesmo regime de precipitação, mas que estavam sujeitos a diferentes concentrações de CCN. Os principais fatores de comparação foram a DSD típica, a concentração total de gotas (CTG), o diâmetro médio ponderado pela massa (Dm) e a distribuição de frequências dos clusters nos eventos. Sendo assim, os sistemas puderam ser comparados de forma não só quantitativa, mas também qualitativa. Por exemplo, sistemas de Chuva Estratiforme apresentaram maior CTG (87 m-3) e menor Dm (0,08 mm) quando a concentração média de CCN subiu de 668 para 2012 cm-3 (a 1% de supersaturação). Nos casos de Convecção Local, resultados qualitativamente opostos foram obtidos. Já para os casos de Convecção Organizada não foi possível obter resultados concretos. 60 Evento de precipitação extrema no RS: setembro de 2012 Vinicius Banda Sperling, Rachel Ifanger Albrecht Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Eventos severos de tempo meteorológico normalmente geram grandes impactos sócio-econômicos e desastres incalculáveis, como a perda de vidas humanas. Neste estudo analisou-se um evento extremo de precipitação ocorrido sobre o estado do Rio Grande do Sul, durante os dias 18 e 19 de setembro de 2012, para comprovar a ocorrência de altos volumes de chuva, granizo e ventos fortes sobre os municípios gaúchos. O evento foi analisado com base nos dados do satélite GOES-12, dados do radar meteorológico de Santiago/RS, dados do radar PR (Precipitation Radar) a bordo do satélite TRMM (produto 2A25), dados de reanálises do NCEP e dados de pluviômetros. Totais pluviométricos anômalos foram registrados, no dia 19 de setembro de 2012, pelas estações meteorológicas automáticas e convencionais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Somente em Cruz Alta/RS e Passo Fundo/RS choveu 123,5 e 96,0 milímetros, respectivamente. No mesmo dia no norte do Estado, precisamente nos municípios de Soledade/RS, Cruz Alta/RS e Passo Fundo/RS, foram observados, pelas estações meteorológicas automáticas do INMET, valores de rajada do vento de 118,4, 92,9 e 81,4 km/h, respectivamente. Através da análise das imagens de satélite e do radar de Santiago/RS, observou-se uma intensificação na formação de supercélulas, através das observações de refletividade, da baixa temperatura no topo das nuvens, em torno de -70°C e o topo das nuvens atingindo aproximadamente 15 km de altura. Constatou-se precipitação do tipo convectiva (diâmetro da base da nuvem apresentou mais de 40 km) no dia 18/09/2012 e precipitação do tipo estratiforme (mais de 100 km de extensão) no dia 19/09/2012, típico de um Sistema Convectivo de Mesoescala (SCM). Nas imagens do radar (MAXCAPPI 400 km) de Santiago/RS notou-se uma atividade convectiva com intensidade forte a muito forte, com picos de refletividade de 60 dBz em alguns locais isolados e formações do tipo “bow echo” favoráveis a ventos lineares de caráter destrutivo. Com base nestas imagens, o evento teve uma duração de no mínimo 3 horas de intensa atividade convectiva. A causa do tempo severo foi o aprofundamento de um sistema de baixa pressão atmosférica sobre a Argentina (ciclogênese) que deu origem a um ciclone extratropical associado a uma intensa frente fria que avançou sobre a atmosfera quente no Sul do Brasil, resultando em muitos estragos por ventos e queda de granizo. 61 Análise da propagação de Sistemas Convectivos de Mesoescala durante o projeto CHUVA Cristiano Wickboldt Eichholz; Luiz Augusto Toledo Machado Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) estão comumente associados a ocorrência de granizo, vendavais, tornados e intensa precipitação, o que faz com que estes sistemas sejam responsáveis por uma grande parcela da precipitação registada em várias partes do globo e também pela ocorrência de grandes prejuízos a sociedade. No entanto, estes sistemas ainda não são bem previsto o que limita o trabalho de meteorologistas operacionais, principalmente no sentido de mitigar os impactos negativos decorrentes da atuação deste tipo de sistema sobre a sociedade. O tempo de vida de uma tempestade individual, de aproximadamente 20 minutos, é um importante limitante para a previsão de tempo severo. A modelagem numérica de alta resolução além de dados obtidos por sensoriamento remoto através de satélites e radares, contribuiu fortemente para o desenvolvimento do nowcasting, termo usado para definir a previsão de tempestades em curto intervalo de tempo (0 – 3 horas). As primeiras técnicas de nowcasting foram baseadas exclusivamente na extrapolação de ecos de radar e imagens satélite, no entanto, a acurácia da previsão decresce rapidamente, principalmente na primeira hora de previsão. Isso ocorre principalmente devido a falta de informações sobre o ciclo de vida do SC (iniciação, maturação e dissipação). Atualmente, existem muitas metodologias utilizadas no estudo do ciclo de vida de SCM dentre elas podemos citar o ForTrACC (Forecasting and Tracking of Active Cloud Clusters) e o TITAN (Thunderstorm Identification, Tracking, Analysis and Nowcasting), no entanto poucos estudos focaram sua atenção sobre as características de propagação apresentada por SCM e sua relação com o ambiente de grande escala. Além disso, nos últimos anos o desenvolvimento de trabalhos de campo apresentou grande contribuição ao estudo de SCM, como exemplo podemos citar o recente projeto CHUVA, que visa estudar os diferentes regimes de precipitação que ocorrem em várias regiões do Brasil e por isso gera grandes quantidades de informações tanto sobre SCM como dos ambientes nos quais estes sistemas estão inseridos, fornecendo assim importantes subsídios para estudos futuros. O presente trabalho apresenta uma síntese inicial das principais características de propagação desenvolvida pelos SCM observados durante o projeto CHUVA, nas campanhas do Vale do Paraiba/SP e de Fortaleza/CE. Para isso, foram utilizados dados de radiossondagem e imagens do satélite GOES 12 e de radar banda X. Apesar de a propagação de 62 tempestades ser modulada por uma complexa relação entre as propriedades do próprio sistema e do ambiente adjacente, a análise apresentada tem como foco investigar o papel do vento na camada de nuvens, da CAPE (convective available potential energy), bem como as diferenças regionais observadas na propagação dos SCM detectados. 63 Estimativa de irradiância solar direta normal mediante satélite geoestacionário: resultados preliminares Anthony Carlos Silva Porfirio; Juan Carlos Ceballos Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O conhecimento acurado dos fluxos radiativos à superfície (global, difusa, direta normal) é de grande aplicabilidade em diversas áreas, só para citar alguns exemplos: meteorologia, no balanço de radiação e energia global; engenharia, com a conversão alternativa para energia elétrica; hidrologia, em modelos de simulação hidrológica; agronomia, essencial na fotossíntese e nos processos de evaporação em superfícies líquidas (ou solo) e evapotranspiração em coberturas vegetais; modelagem atmosférica, na avaliação da taxa de aquecimento/resfriamento atmosférico. Atualmente existe um número considerável de estações automáticas monitorando os níveis de irradiância solar global à superfície (por exemplo, estações do INMET e PCDs gerenciadas pelo INPE). Entretanto, as componentes direta normal e difusa são pouco monitoradas na maioria das estações automáticas do Brasil, devido ao custo instrumental elevado e complexidade de seu registro. Essa limitação impulsionou o desenvolvimento de metodologias de estimativa baseadas em métodos empíricos, físicos e imagens de satélite. Claramente, a vantagem do uso de satélites é sua boa cobertura espaço-temporal e suas séries longas de imagens. Diante do exposto, o presente trabalho apresenta um método de estimativa de irradiação solar direta normal (Qn) baseado em satélite, que utiliza um conjunto mínimo de informações meteorológicas locais. Parâmetros básicos para o cômputo da Qn por satélite são: i) irradiância direta normal (DNI) sob céu claro (inferida por uma parametrização física), e ii) cobertura de nuvens (estimada a partir de imagens do canal VIS do GOES). As estimativas de Qn por satélite foram comparadas com medidas obtidas em três estações solarimétricas da rede SONDA no Nordeste do Brasil (Petrolina, Natal e São Luís). Os resultados preliminares sugerem que a acurácia do método proposto é similar ao dos modelos reportados na literatura. Ciclos diários de DNI em condição de céu claro e parcialmente nublado foram representados satisfatoriamente, com erros médios diários que variam de -11,9 a 5,7 W m-2. A Qn avaliada por satélite mostra boa relação linear em relação à medida, com altos valores de R2 (> 0,85). MBE (Mean Bias Error) e RMSE (Root Mean Square Error) foram 8,9 e 15,9%, respectivamente. Evidencia-se que o algoritmo proposto é uma ferramenta promissora para prover informações de Qn (resolução espacial de 4x4 km), em particular sobre regiões com medições in situ indisponíveis. 64 Characteristics of precipitation and cloud processes based on different sensors over Brazil Romulo A. J. Oliveira Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] The forecast and quantification of rain with maximum accuracy, especially for severe weather situations, over various temporal and spatial scales, are extremely important to society because they are directly linked to the economy through agriculture, natural resources, transportation, and the prediction and detection of natural disaster occurrences. However, it is necessary to know the microphysical (ice content and type, polarization, etc.) and physical (area, top height, etc.) properties of the clouds and precipitation systems over the analyzed region. In this view, the CHUVA (Cloud processes of tHe main precipitation systems in Brazil: A contribUtion to cloud resolVing modeling and to the GPM [GlobAl Precipitation Measurement]) is a research project to study cloud processes and precipitation through seven field experiments in different precipitation regimes in Brazil. The objective of the CHUVA (Rain in Portuguese) field campaigns is to collect information about the cloud processes of the main precipitating systems over Brazil in order to evaluate and improve quality precipitation estimation and knowledge of cloud microphysical processes. The main focus is warm clouds and the analysis will be performed considering the microphysical and precipitation evolution during the cloud life cycle and the development of thunderstorms. Thus, we investigate, through the CHUVA Project campaigns, the physical and microphysical processes, as well as the life cycle, of precipitation systems at different temporal and spatial scales, considering seasonal variations, which influence the weather and climate over much of Brazil and South America. We also evaluate, through physical and statistical approaches, satellite precipitation estimates to quantify the rain produced by these different types of precipitation systems and also by different types of clouds. 65 Características Atmosféricas Associadas a um Evento de Intensa Atividade Elétrica no Sudeste do Brasil Ana Paula Paes dos Santos e Osmar Pinto Jr. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Com o objetivo de investigar peculiaridades associadas a eventos extremos de descargas atmosféricas na Região Sudeste do Brasil, o presente trabalho faz uma análise das características físicas deste fenômeno, juntamente ao estudo das condições meteorológicas que desencadearam um evento de tempestade severa que ocorreu na capital do estado do Rio de Janeiro, no dia 05 de março de 2013. Os dados de descargas elétricas utilizados, são provenientes da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Para caracterizar as condições atmosféricas que originaram este evento, foram utilizados dados de reanálise das componentes zonal e meridional do vento, pressão ao nível médio do mar e temperatura do ar em superfície, dos National Centers for Environmental Prediction/National Center for Atmospheric Research (NCEP/NCAR). Para analisar a distribuição espacial das descargas elétricas em relação as nuvens convectivas, foram utilizadas imagens de satélite e de refletividade do radar Pico do Couto, da Divisão de Satélite e Sistemas Ambientais (DSA/INPE) e da Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET), respectivamente. Além disso, foram utilizadas informações das condições de tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Os resultados mostraram que a combinação de fatores dinâmicos e termodinâmicos foram fundamentais para a formação de um sistema convectivo que gerou chuva intensa, acompanhada de descargas elétricas e fortes rajadas de vento. A maior concentração dos relâmpagos nuvem-solo e intra-nuvem ocorreram em áreas de forte convecção e mais próximas ao litoral. No período de maior atividade elétrica, foram observados 1.882 descargas em 15 minutos. O número total de eventos registrados entre as 2130 UTC do dia 05 e 0100 UTC do dia 06, foi de 7011 descargas. Este tipo de estudo possibilita o aperfeiçoamento dos sistemas de prevenção e alerta de descargas elétricas, podendo assim, evitar ou minimizar os acidentes causados por eventos deste tipo. 66 Determinação do viés do ZDR e seu impacto na classificação de hidrometeoros Jojhy Sakuragi Instituto Nacional de Pesquisas Espacias | [email protected] O radar meteorológico de dupla polarização, banda X, é o principal instrumento de medida do Projeto CHUVA. Como as variáveis polarimétricas dependem da diferença entre a refletividade das ondas horizontal (H) e vertical (V), conhecida como refletividade diferencial (ZDR), é necessário que sejam bem calibrados. Uma maneira é fazer a varredura com apontamento vertical, isto é, uma varredura em azimute com elevação de 90º e comparar as refletividades HV para gotas pequenas determinando o viés do ZDR. Assim, o objetivo desse trabalho é determinar o viés do ZDR para as campanhas do CHUVA realizadas em Fortaleza (abril/2011), Belém (junho/2011) e Vale do Paraíba (novembro/2011 a março/2012). A metodologia empregada utilizou os dados de apontamento vertical realizados a cada 6 minutos, com resolução de bin de 150 m e limitar a variação da refletividade horizontal entre 5 e 25 dBZ para garantir a esfericidade das gotas. Uma vez determinado os viesses, um estudo de caso com os dados corrigidos foi realizado para analisar o impacto no algoritmo de classificação de hidrometeoros. Os resultados encontrados mostram que o viés médio foi de -0.30 dB para Fortaleza, -0.56 dB para Belém, mostrando uma degradação em relação à Belém, e uma degradação sistemática entre os canais ao longo do experimento do Vale do Paraíba, dificultando em estabelecer um viés médio. Uma possível razão pode ser a variação da tensão de alimentação do radar. Os resultados dos algoritmos de classificação de hidrometeoros (NEXRAD e MeteoFrance) melhoraram a classificação principalmente da mistura granizo/chuva (gota grande) posicionando melhor em termos espaciais. A conclusão indica os valores de viés médio para a correção dos dados da campanha de Fortaleza e Belém, e para o experimento do Vale do Paraíba, a correção indicada é por evento. Essa correção do viés do ZDR é importante principalmente para os algoritmos de classificação de hidrometeoros resultando num impacto positivo. 67 ÁREA TEMÁTICA 05 :: Agrometeorologia, Micrometeorologia e Hidrometeorologia :: Fechamento do balanço de energia em torres de fluxos através do método dos mínimos quadrados Bianca Maske; Luis Fernando Sapucci; Luis Gustavo Gonçalves de Gonçalves Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O balanço de energia à superfície, obtido por medidas realizadas em torres de fluxos, trás informações sobre processos de troca de energia entre solo-planta-atmosfera, e é determinado pelo saldo de radiação, fluxo de calor no solo, calor sensível e calor latente e, em tese, deve obedecer a um fechamento. No entanto, como todo sistema de observação, os sensores envolvidos apresentam incertezas associadas aos materiais e a metodologia utilizada nas medições. Tais incertezas colaboram para o não fechamento do balanço, muito frequentemente observado na prática. Devido a essas incertezas e utilizando a informação de que o fechamento do balanço de energia deve ser garantido, aplicou-se nas variáveis do balanço o método de ajustamento baseado nos mínimos quadrados, denominado correlato. Esse método apresentou resultados satisfatórios, resolvendo o problema de fechamento do balanço de energia à superfície, reduzindo resíduos que atingiam até 600w/m² à valores da ordem de (10)^-14, contribuindo para que se obtenha observações mais confiáveis e determinando suas reais incertezas. 68 O uso de informações meteorológicas para determinar o método de estimativa de potencial produtivo de culturas agrícolas Minella A. Martins; Regina C. S. Alvalá; Javier Tomasella Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Informações meteorológicas são amplamente utilizadas no setor agropecuário para diversos fins. Dentre eles citam-se a determinação do potencial produtivo de culturas agrícolas e a previsão da produção. O potencial produtivo de uma cultura é aquele obtido por uma cultivar altamente produtiva e bem-adaptada às condições climáticas, com disponibilidade hídrica adequada, nutrientes, livre de pragas e doenças e ampla utilização de insumos agrícolas. No entanto, na maioria das vezes, essa condição ótima não é alcançada, gerando uma queda de rendimento. Portanto, em geral, o rendimento observado é menor que o rendimento potencial. O conhecimento da produção agrícola real e potencial e da sua distribuição no espaço geográfico são informações imprescindíveis para o planejamento estratégico do País, além de subsidiar formulação de políticas públicas, abastecimento e a segurança alimentar da população e a formação de preços nos mercados interno e externo. Para evitar a propagação de erros ao estimar a produtividade real, é preciso conhecer o método mais adequado para o cálculo da produtividade potencial. A FAO recomenda dois métodos para estimar a produtividade potencial através de dados meteorológicos e da cultura para uma dada localidade: o Método de Wangeningen - MWA e o método da Zona Agroecológica - MZA. Assim, na tentativa de avaliar o desempenho dos dois métodos de estimativa de produtividade potencial recomendados pela FAO, o objetivo do presente trabalho foi comparar os Métodos de Wageningen - MWA e da Zona Agroecológica - MZA para avaliar suas performances para estimativas de milho e sorgo nas regiões de Araripina e Serra Talhada, PE, e Cruz das Almas, BA, com vistas a subsidiar estudos de previsão de safras agrícolas. Os dados meteorológicos utilizados foram temperaturas, máxima e mínima, radiação solar, velocidade do vento e precipitação, diárias, provenientes do Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. Foram utilizados períodos de 11 anos de dados de plantio de milho em Araripina, PE; 2 anos de dados de milho em Cruz das Almas, BA; 16 anos de dados de plantio de sorgo em Araripina, PE e 26 anos de plantio de sorgo em Serra Talhada, PE. Por meio da avaliação estatísticas dos resultados constatou-se que há diferença significativa entre os métodos MWA e MZA. A correlação entre a estimativa de rendimento real, utilizando os dados do método MWA, e os dados de rendimento 69 observado (ρ=0,66) foi maior que a correlação entre estimativa de rendimento real, utilizando os dados do método MZA, e os dados de rendimento observados (ρ=0,53). Uma possível justificativa pode ser atribuída ao fato do método MWA levar em consideração, no seu cálculo, variáveis que representam a demanda evaporativa da atmosfera, a qual exerce influência no balanço hídrico e, em condições de cultivo de sequeiro, pode limitar o rendimento da cultura, como foi o caso dos dados utilizados neste estudo. 70 Avaliação da propagação de erro das estimativas de precipitação por satélite para aplicações hidrológicas Aline Schneider Falck, Javier Tomasella e Daniel Alejandro Vila Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] A resposta hidrológica de uma bacia hidrográfica depende não apenas da quantidade de chuva diária mas também da variabilidade da precipitação em escalas diárias, sazonais a anuais e até interdecadais. Cheias e inundações em bacia de grande porte são diretamente influenciadas pela variabilidade temporal da chuva na escala diária. Assim, o conhecimento detalhado dos campos de precipitação são de fundamental importância para a simulação da resposta hidrológica das bacias. Neste contexto, modelos que simulem a propagação de erro das estimativas de precipitação por satélite são de fundamental importância no desempenho de modelos hidrológicos. Por isso, neste estudo investiga-se a sensibilidade das estimativas de precipitação por satélite dos algoritmos Hidroestimador, GSMAP, CMORPH e 3B42RT, através do modelo de erro estocástico multidimensional SREM2D (A Two Dimensional Satellite Rainfall Error Model), o qual simula campos de precipitação por satélite por meio da calibração de parâmetros SREM2D, com base em dados de maior acurácia. Este estudo foi realizado para a bacia do rio Tocantins, região de transição entre a bacia Amazônica e o nordeste brasileiro, para a estação chuvosa 2009-2010. Resultados mostram que o modelo de propagação de erro SREM2D possui potencial para gerar realísticos campos de precipitação por satélite. A sequência deste estudo é de investigar o impacto das estimativas de precipitação simuladas pelo modelo SREM2D na modelagem hidrológica da bacia do rio Tocantins, utilizando o Modelo de Grande Bacia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (MGBINPE). 71 ÁREA TEMÁTICA 06 :: Meteorologia Ambiental :: Estimativa da Radiação de Onda Longa Descendente Utilizando Redes Neurais Artificiais para Brasília (DF). Eduardo Weide Luiz, Fernando Ramos Martins e Enio Bueno Pereira Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] O papel de cada componente do balanço de energia terrestre e sua correspondente influência no clima da Terra é a chave para entendermos o clima e sua variabilidade. Parte da energia proveniente do Sol, que é absorvida pelo planeta Terra, é depois reemitida em comprimentos de onda maiores. Essa radiação quando emitida pela atmosfera e nuvens em direção a superfície é conhecida como radiação de onda longa descendente. O trabalho tem como objetivo estimar a radiação de onda longa descendente utilizando redes neurais artificiais alimentadas por dados meteorológicos de superfície. Os dados utilizados serão de temperatura, umidade relativa, pressão e radiação de onda longa descendente, provenientes de uma das estações do Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais (SONDA), localizada em Brasília (DF). Como a radiação de onda longa descendente também sofre influência da nebulosidade no local, foram calculados parâmetros de nebulosidade, que também foram utilizados no treinamento da rede. Os parâmetros de nebulosidade considerados foram a razão entre a radiação global medida em superfície com a radiação no topo da atmosfera e a razão entre a radiação difusa medida em superfície com a radiação no topo da atmosfera, chamados, respectivamente, de Kt e Kd. Foram encontrados valores de correlação R = 0,94 e de MSE = 0,0026 sem a utilização de Kd. Já com a sua utilização foram encontrados valores de R = 0,96 e MSE = 0,0038. Pode-se observar uma qualidade inferior nas estimativas para dados com valores mais altos de onda longa, os quais são referentes à maior nebulosidade. A hipótese que será testada na continuidade do trabalho é relacionada ao tipo de nuvem e à quantidade de nebulosidade presente no momento das medidas de campo. Outro fator a ser destacado seria a influência na qualidade da estimativa da nebulosidade, pois nos casos em que foram utilizados dois parâmetros de nebulosidade, em vez de um, os resultados foram mais satisfatórios, indicando que quanto melhor a estimativa da nebulosidade, melhor será a qualidade dos resultados. 72 Impactos dos aerossóis de queimadas na temperatura superficial da América do Sul Otacílio Leandro de Menezes Neto, José Marengo Orsini, Mariane Mendes Coutinho, Vinícius Capistrano Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] As queimadas na América do Sul acontecem periodicamente, com grandes quantidades de emissão de gases e aerossóis ocorrendo principalmente nos meses de agosto e setembro. Os efeitos na atmosfera dos aerossóis de biomassa é o foco de várias pesquisas (Andreae et al., 2004; Artaxo et al., 2005,2006; Freitas et al., 2005, 2007). Sabe-se que este tipo de aerossol contribui para redução da quantidade de radiação solar incidente na superfície (devido ao efeito radiativo direto) e pode atuar como núcleos de condensação de nuvem (contribuindo com o efeito radiativo indireto) mudando assim as propriedades das nuvens. Como resultado destes efeitos há o resfriamento da superfície nas regiões de fortes emissões de biomassa e também em regiões “downstream”, pois os aerossóis são transportados pelo vento. Para simular os efeitos na América do Sul das queimadas na Amazônia para o período de 1979 a 2005, foi utilizado o modelo do sistema terrestre HadGEM2-ES, que inclui química atmosférica, em dois experimentos distintos: um contendo aerossóis de biomassa, incluindo uma parametrização de levantamento de pluma quente, chamada de HPR (Freitas et al., 2007); e outro onde somente os efeitos dos aerossóis de biomassa foram desligados, permanecendo os demais tipos de aerossóis. Para explicar o efeito de resfriamento (diferença da climatologia de temperatura entre os dois experimentos), foi analisado o balanço de energia na superfície nas regiões de emissão e “downstream”. 73 Caracterização temporal da radiação solar global e emitida pela atmosfera em Petrolina-PE Francisco Luiz L. Mesquita, Juan Carlos Ceballos e Simone M. Sievert da Costa Coelho Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] Estudos sobre a distribuição temporal da radiação solar global (RG) e da radiação de onda longa descendente (OLD) emitida pela atmosfera são de fundamental importância para a compreensão de processos biofísicos presentes na interface superfície-atmosfera, por exemplo, evapotranspiração e fotossíntese. Como consequência moldando as características da Camada Limite Atmosférica. E razão disto, o objetivo principal deste trabalho consiste na caracterização temporal de OLD e RG sobre uma região representativa de Caatinga, investigada a partir da análise das medidas de superfície coletadas por uma plataforma solarimétrica da rede do Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais (SONDA), administrada pelo Laboratório de Instrumentação Meteorológica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LIM/INPE), durante o ano de 2007 localizada no município de Petrolina-PE. Primeiramente as condições microclimáticas observadas na área de estudo foram caracterizadas a partir das medidas coletadas em superfície. O sítio experimental em que está localizada a plataforma radiométrica apresentou características termodinâmicas representativas de um ambiente rural com características de uma região tropical seca. Com intuito de compreender melhor o impacto da variabilidade da cobertura de céu sobre a OLD e RG durante o ciclo diurno, as diferentes condições foram determinadas com base em análises estatísticas do índice de claridade (KT) e das componentes direta e difusa de RG. Como resultado, neste trabalho o intervalo de KT entre 0,65 e 1 foi utilizado como representativo da condição de céu claro. Com intuito de avaliar a variabilidade sazonal das variáveis radiométricas, considerou-se como representativo das estações de verão e inverno os meses compreendidos entre janeiro e março, e junho a agosto respectivamente. A evolução temporal de OLD e RG em superfície apresentaram um ciclo diurno bem definido, com máximos em torno das 12hs e 15hs respectivamente. 74 Estudo do impacto das emissões de poluentes na Região Metropolitana de Porto Alegre - RS Ludmila P. de Souza; Marcelo F. Alonso; Jonas da C. Carvalho Universidade Federal de Pelotas | [email protected] Foi realizado o estudo do comportamento das concentrações de ozônio (O3) de superfície, monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOX) e hidrocarbonetos (HC) na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), através de simulações numéricas realizadas utilizando o PREP-CHEM (Preprocessor of trace gas and aerosol emission fields for regional and global atmospheric chemistry models) no modelo CCATT-BRAMS (Coupled Chemistry Aerosol and Tracer Transport model to the Brazilian developments on the Regional Atmospheric Modeling System). O domínio da modelagem foi implementado sobre uma área cobrindo a RMPA, dando ênfase às fontes antrópicas (móveis) e biogênicas. Para a validação dos resultados, foram realizadas comparações com dados de razão de mistura obtidos pelo monitoramento da qualidade do ar na RMPA. 75 Modelagem das cinzas vulcânicas Claudio Augusto Borges Pavani - Orientador Saulo R. Freitas Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais | [email protected] A modelagem do transporte e deposição de cinzas vulcânicas são de grande importância para o entendimento da interação entre a atividade vulcânica e o clima, assim como é de grande valia para minimizar a possibilidade de acidentes e danos financeiros causados por estas atividades, principalmente à aviação. Para simular o transporte de cinzas vulcânicas foi implementado no modelo BRAMS uma estimativa de emissão de cinzas, baseada na correlação entre altura de injeção da pluma vulcânica e taxa de emissão de cinzas. Posteriormente utilizando os dados observados a respeito do vulcão Puyehue está sendo feito uma análise de sensibilidade do modelo, com o intuito de encontrar as melhores configurações para a modelagem do transporte da pluma vulcânica. 76
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