iptv: distribuição da ultíma milha
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iptv: distribuição da ultíma milha
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO PROJETO DE FINAL DE CURSO IPTV: DISTRIBUIÇÃO DA ULTÍMA MILHA por LEONARDO THOMAZ MAYA TABOSA Recife, 09 de Maio de 2010. UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA IPTV: DISTRIBUIÇÃO DA ULTÍMA MILHA por LEONARDO THOMAZ MAYA TABOSA Monografia apresentada ao curso de Engenharia Elétrica – modalidade Eletrônica da Universidade de Pernambuco, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Engenheiro Eletricista. ORIENTADOR: JULIANO BANDEIRA LIMA, doutor. Recife, 09 de Maio de 2010. © Leonardo Thomaz Maya Tabosa, 2010. AGRADECIMENTOS A DEUS, que me deu vida e inteligência, e que me dá força para continuar a caminhada em busca dos meus objetivos. Ao Professor Juliano Bandeira Lima pelo incentivo e sugestões dadas para a realização da monografia. Aos meus pais, Claudio Fernando de Oliveira Tabosa e Valéria Thomaz de Souza Maya Tabosa que me ensinaram a não temer desafios e a superar os obstáculos com humildade. À minha noiva, Camilla Lopes de Almeida por sua dedicação e paciência durante o meu período de graduação. Aos meus colegas da turma de Engenharia por terem contribuído para um descontraído ambiente de estudo que me motivou à conclusão do curso. E aos demais, que de alguma forma contribuíram na elaboração desta monografia. Resumo da Monografia apresentada ao curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica de Pernambuco. IPTV: DISTRIBUIÇÃO DA ULTÍMA MILHA Leonardo Thomaz Maya Tabosa Maio/2010 Orientador: Juliano Bandeira Lima, Doutor. Área de Concentração: Convergência IP. Palavras-chave: IPTV, Streaming de vídeo, última milha. Número de Páginas: 53. O presente trabalho aborda um assunto muito atual, a utilização das redes de computadores de banda larga para aplicações de tempo real de streaming de vídeo IPTV. O estudo tem como objetivo analisar os diversos dispositivos utilizados para entrega da última milha IPTV. Para tal, é realizada uma pesquisa qualitativa e descritiva, onde é feito um estudo de caso de alguns tipos de tecnologias de entrega e suas características em comparação com os requisitos básicos IPTV, objetivando mostrar qual a tecnologia que melhor se adéqua a este serviço. No decorrer do trabalho são abordados alguns assuntos e conceitos importantes para um maior entendimento sobre a prestação de serviço IPTV. Verifica-se que apesar da grande quantidade de tecnologias banda larga existentes no mercado, são poucas as que permitem um tráfego de vídeo em alta definição pela rede IP, como o IPTV. Conclui-se apresentando sugestões de qual serviço deve ser escolhida para uma melhor satisfação do usuário na utilização da nova tecnologia. Abstract of Dissertation presented to UPE. IPTV: DISTRIBUTION OF LAST MILE Leonardo Thomaz Maya Tabosa May /2010 Supervisor(s): Juliano Bandeira Lima, Doutor. Area of Concentration: IP convergence. Keywords: IPTV, Video streaming, last mile. Number of Pages: 53. This paper presents the use of broadband computers network for IPTV video streamming real time applications. The study aimed to analyze the various devices used to deliver the last IPTV mile. To this end, a qualitative and descriptive research was performed. The case study in this research was about delivery technologies and their characteristics compared to IPTV basic requirements. This case study aimed to show which technology best fits this service. Important issues and concepts are discussed throughout this paper in order provide a better understanding on rendering of IPTV services. It was found that despite the large amount of broadband technologies in the market, there are few that allow traffic of high-definition video over the IP network, such as IPTV. We conclude with suggestions on which service should be used in order to improve user satisfaction in using the new technology. LISTA DE FIGURAS Figura 2.1- Número de casas com IPTV no mundo. ................................................... 17 Figura 2.2- Arquitetura IPTV das Prestadoras dos Serviços. ....................................... 18 Figura 2.3- Sistema de entrega VoD. .......................................................................... 22 Figura 3.1- Rede Óptica Passiva. ................................................................................ 27 Figura 3.2- FTTH utilizando tecnologia PON............................................................. 28 Figura 3.3- Coexistência do GPON e do GPON 10G.................................................. 30 Figura 3.4- Tipos de uso do GPON. ........................................................................... 31 Figura 3.5- Rede Óptica Ativa. ................................................................................... 32 Figura 3.6- Tecnologia IP sobre uma arquitetura ADSL. ............................................ 34 Figura 3.7- Rede de distribuição IPTV centrada em Satélite. ...................................... 40 Figura 3.8- Diagrama de blocos de um sistema WiMAX para tráfego IPTV. .............. 42 Figura 3.9- Arquitetura de rede mesh municipal. ........................................................ 44 Figura 4.1- Visão Geral das tecnologias banda larga existentes. ................................. 45 Figura 4.2- Porcentagem de cada tecnologia a nível mundial. ..................................... 46 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1- Valores recomendados para compactação MPEG-2 em qualidade HD. .... 21 Tabela 3.1- Comparação entre os diferentes tipos de tecnologia DSL. ........................ 37 Tabela 3.2- Características do terminal DOCSIS. ....................................................... 39 Tabela 4.1- Velocidade das tecnologias estudadas ...................................................... 47 Tabela 4.2- Custos de instalação................................................................................. 49 Tabela 4.3- Máxima distância percorrida. ................................................................... 50 Tabela 4.4- Principais caractersticas das tecnologias de entrega da última milha. ....... 52 LISTA DE ABREVIATURAS / SIGLAS Termo ADSL Asymmetric Digital Subscriber Line AON APON ATM AWG BPI+ BPON Active Optical Network ATM Passive Optical Network Asynchronous Transfer Mode Arrayed Waveguide Grating Baseline Privacy Interface Plus Broadband Passive Optical Network Carrierless Amplitude and Phase Modulation Conditional Access System Category 5 CAP CAS CAT5 CO Coded Orthogonal Frequency Division Multiplexing Carrier Sense Multiple Access with CSMA/CD Collision Detection DMT Discrete Multi-Tone DRM Digital Rights Management DSL Digital Subscriber Line Digital Subscriber Line Access DSLAM Multiplexer DVB Digital Vídeo Broadcasting Digital Video Broadcasting - Return DVB-RCS Channel via Satellite Dense Wavelength Division DWDM Multiplexing EFM Ethernet in the First Mile EMEA Europe, the Middle East and Africa EV-DO Evolution Data Optimized FSAN Full Service Access Network FTTA Fiber to the Apartment FTTC Fiber to the curb FTTH Fiber to the home FTTN Fiber to the neighbourhood FTTRO Fiber to the regional office FTTx Fiber Access Networks GB GigaByte HFC Hybrid Fiber Coaxial C-OFDM HSDPA High Speed Downlink Packet Access Descrição Linha Digital Assimétrica de Assinantes Rede Óptica Ativa Rede Óptica Passiva ATM Modo de Transferência Assíncrono Grades de Guias de Onda Interface de patamar privado mais Rede óptica passiva de banda larga Modulação de Amplitude e Fase Sem Portadora Sistema de Acesso Condicional Categoria 5 Centro Operacional Multiplexação por Divisão de Frequência Ortogonal - Codificado Acesso múltiplo com detecção de portadora e detecção de colisão Técnica de modulação do ADSL Gestão de direitos digitais Linha Digital de Assinante Multiplexador de acesso das linhas digitais de assinantes Transmissão de Vídeo Digital Transmissão de Vídeo Digital – Canal de Retorno via Satélite Multiplexo de Divisão de Comprimento de Onda Denso Ethernet na primeira milha Europa, Oriente Médio e Africa Evolução Apenas de Dados Rede de Acesso de Serviço Completo Fibra para o apartamento Fibra para os armários Fibra para casa Fibra para o bairro Fibra para o escritório regional Rede de Acesso por Fibra Hibrida fibra/coaxial Técnica de transmissão de dados usada na UMTS LNBF Low Noise Block With Feed Horn LOS MDUs Line of Sight Multiple Dwelling Units MPEG Moving Picture Experts Group MSOs Multiple Service Operators NGN New Generation Network NLOS ODN Non Line Of Sight Optical Distribution Network Orthogonal Frequency-Division multiplexing Orthogonal Frequency-Division Multiple Access Optical Line Termination Optical Network Terminals Point-to-point Personal Computer Passive optical network Plain Old Telephone System Public Switched Telephone Network Quadrature Amplitude Modulation Quality of Experience Quality of Service Quadrature Phase-shift Keying Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica Sistema Multimídia Integrado Protocolo de Internet Protocolo de Internet via satélite Televisão baseada em protocolo de Internet Decodificador e receptor integrados União Internacional de Telecomunicações União Internacional de Telecomunicações com Foco em IPTV Internet TV Bloco conversor e amplificador de baixo ruído Linha de Visada Unidades de Habitação Múltipla Grupo de Especialistas em Imagens com Movimento Operadores de serviços múltiplos Rede da nova geração, convergência de dados e voz Sem linha de visada Rede óptica passiva Multiplexação por divisão de frequência ortogonais Acesso múltiplo por divisão de frequências ortogonais Fim de linha óptica Terminais de rede óptica Ponto-a-ponto Computador Pessoal Redes ópticas passivas Sistema de telefone analógico padrão Rede telefônica pública comutada Modulação por amplitude Qualidade de Experiência Qualidade de Serviço Modulação digital por fase ADSL-Reach Extended ADSL – Alcance estendido Radio-Frequency Rádio Frequência IMS IP IPoS IP-STB Institute of Electrical and Electronics Engineers Integrated Multimedia Subsystem Internet Protocol Internet Protocol over Satelite IP Set-top Box IPTV Internet Protocol based Television IEEE IRD Integrated receiver/decoder International Telecommunication ITU Union ITU-T FG International Telecommunication IPTV Union focus group on IPTV ITV - OFDM OFDMA OLT ONTs P2P PC PON POTS PSTN QAM QoE QoS QPSK READSL2 RF RTP Real-Time Transport Protocol Protocolo de transporte em tempo real SD SDV SONET Standard Definition Switched Digital Video Synchronous Optical Network Transmission Control Protocol/Internet Protocol Definição Padrão Vídeo Digital Comutado Rede Óptica Síncrona Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo de Internet Divisão de Tempo com Acesso Múltiplo Protocolo de datagramas de utilizador Cabo par trançado não blindado Linha Digital de Assinante de Velocidade Muito Alta Vídeo sob Demanda Rede de longa distância Multiplexação por divisão de comprimento de onda Padrão de redes locais sem fio Interoperabilidade Mundial para Acesso de Micro-ondas TCP/IP TDMA Time Division Multiplex Acess UDP UTP VOD WAN User Datagram Protocol Unshielded twisted pair Very-high-bit-rate Digital Subscriber Line Video-on-demand Wide Area Network WDMs Wavelength-division multiplexing Wi-Fi Wireless-Fidelity Wideworld Interoperability for Microwave Access VDSL WiMAX SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO........................................................................................................... 12 1.1 MOTIVAÇÃO............................................................................................................ 13 1.2 OBJETIVOS................................................................................................................ 14 1.3 METODOLOGIA....................................................................................................... 14 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO................................................................................ 14 2. EVOLUÇÃO DA TRANSMISSÃO DE VÍDEO..................................................... 16 2.1 VÍDEO SOBRE IP..................................................................................................... 17 2.2 IPTV............................................................................................................................ 18 2.3 IPTV VS ITV ............................................................................................................ 19 2.4 QUALIDADE DE SERVIÇO (QOS) VS QUALIDADE DE EXPERIÊNCIA (QOE)................................................................................................................................ 20 2.5 VIDEO-ON-DEMAND (VOD) ................................................................................. 21 2.6 SEGURANÇA ........................................................................................................... 23 2.6.1 Acesso Condicional – CA (conditional access) .................................................... 23 2.6.2 DRM (Digital Rights Management) ...................................................................... 23 2.7 PROTOCOLOS/TRANSPORTE ............................................................................... 24 3. TECNOLOGIAS IPTV............................................................................................... 25 3.1 IPTV ATRAVÉS DE FIBRA ÓPTICA (FTTX) ....................................................... 25 3.1.1 Redes PON ............................................................................................................. 26 3.1.1.1 APON/BPON ....................................................................................................... 28 3.1.1.2 EPON.................................................................................................................... 29 3.1.1.3 GPON.................................................................................................................... 29 3.1.1.4 10G GPON............................................................................................................ 29 3.1.1.5 Acessos baseados em DWDM (WDM-PON) ...................................................... 30 3.1.2 Redes AON ............................................................................................................. 32 3.2 TECNOLOGIAS DSL ............................................................................................... 32 3.2.1 ADSL....................................................................................................................... 32 3.2.1.1 Equipamentos ADSL ............................................................................................ 34 3.2.2 ADSL2+ .................................................................................................................. 35 3.2.3 VDSL ...................................................................................................................... 35 3.3 IPTV SOBRE REDES CABO TV ............................................................................. 37 3.3.1 Tecnologias HFC ................................................................................................... 37 3.3.2 Implantação IPTV através de rede de TV a cabo .............................................. 38 3.3.3 IPTV via DOCSIS ................................................................................................. 38 3.3.4 EuroDOCSIS ......................................................................................................... 39 3.4 IPTV VIA SATÉLITE ............................................................................................... 40 3.5 IPTV EM REDES SEM FIO ...................................................................................... 41 3.5.1 WiMAX Fixo .......................................................................................................... 41 3.5.2 WiMAX Móvel ....................................................................................................... 43 3.5.3 Rede municipal Wireless Mesh............................................................................. 43 3.5.4 Tecnologias de rede 3G.......................................................................................... 44 4. ANÁLISE COMPARATIVA..................................................................................... 45 4.1 LARGURA DE BANDA ........................................................................................... 47 4.2 CUSTO ....................................................................................................................... 48 4.3 DISTÂNCIA SUPORTADA POR CADA TECNOLOGIA ..................................... 49 4.4 QUALIDADE DE SERVIÇO .................................................................................... 50 5. CONCLUSÃO............................................................................................................. 53 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 54 12 1. INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento das tecnologias banda larga, serviços como IPTV se tornaram uma realidade. Técnicas de compressão de imagem e vídeo oferecem a possibilidade de transmitir grande quantidade de informações de forma confiável e eficiente. Novos dispositivos foram possíveis devido à codificação de vídeo. Com a utilização de serviços com alta capacidade de transmissão, serviços IPTV se tornaram uma realidade nos meios de transmissão IP. Em 1988, a Organização Internacional para Padronização (ISO – International Organization for Standarlization) formalizou o Grupo de Especialistas em Imagem em Movimento (MPEG – Moving Picture Experts Group) para o desenvolvimento de padrões de compressão de vídeo digital. O IPTV regulamentou o MPEG2 como seu padrão de codificação mínima para os seus vídeos digitais (10 Mbps). Tecnologias de acesso como DSL, FTTx, WiMAX e DOCSIS permitiram uma convergência de serviços de várias naturezas. Com o desenvolvimento da tecnologia IP, operadoras de telecomunicações começaram a afunilar três ofertas para pacotes Triple-Play: voz, vídeo e dados suportados por uma mesma tecnologia. A convergência de serviços baseados em IP resultou no aparecimento de uma nova tecnologia de distribuição de TV, esta nova tecnologia ficou conhecida como Internet Protocol Television (IPTV) [13]. Esta nova tecnologia utiliza o streaming para transmissão de vídeo no formato digital, através de uma rede IP. Suas características devem ser capazes de satisfazer níveis adequados de qualidade de serviço (QoS), experiência (QoE), interatividade e disponibilidade. O IPTV apresenta uma infra-estrutura diferente dos serviços tradicionais de TV. A utilização de protocolos IP dá ao IPTV uma possibilidade de canal interativo bidirecional, ou seja, os conteúdos são requisitados pelos assinantes de acordo com as suas preferências e interesses. Sua implementação se torna um desafio para as prestadoras devido às diferentes operadoras, diferentes infra-estruturas, estabilidade e disponibilidade da rede em longo prazo, e níveis de QoS competitivos com as redes de TV a Cabo. [13]. De acordo com a União Internacional das Telecomunicações (ITU), são quatro subdivisões no papel IPTV: o prestador de conteúdos, que produz e vende conteúdos; o prestador de serviço, que adquire os conteúdos e os disponibilizam aos clientes através da rede; o operador da rede, que assegura a ligação entre clientes e prestadores de serviço; e os clientes, que são os consumidores finais dos conteúdos. 13 Existem várias tecnologias concorrentes que podem fornecer a largura de banda para fornecer serviços de banda larga, mas cada tecnologia tem seus limites em termos de largura de banda, confiabilidade, custo ou cobertura. O objetivo final para provedores de banda larga, hoje, é ser capaz de oferecer voz, dados e vídeo sobre uma mesma rede Triple-Play. Algumas empresas estão bem posicionadas para fazer isso, enquanto outras não. Fibra óptica oferece capacidade de largura de banda ilimitada, tem uma excelente confiabilidade e está se tornando, cada vez mais, econômica para a instalação. Conseqüentemente, a fibra parece ser insuperável em sua superioridade sobre as tecnologias de banda larga. No entanto, outras tecnologias muito competitivas estão se desenvolvendo em um ritmo significativo. Estas tecnologias conseguiram satisfazer as exigências, cada vez maiores, de largura de banda do consumidor. Comparações com as exigências IPTV são feitas para determinar qual a melhor tecnologia que se encaixa neste novo conceito de conectividade banda larga. 1.1 MOTIVAÇÃO Nos dias atuais, cada prestador de serviço IPTV apresenta sua própria solução para prestar este tipo de serviço. As soluções são fechadas e caracterizem-se por diferentes tipos de dispositivos, e cada dispositivo possui uma plataforma própria de acesso ao serviço. Como na transmissão de vídeo sobre redes IP é necessário o fornecimento adequado de qualidade de serviço, a solução encontrada, atualmente, é através de uma plataforma dedicada. Quando se compara o nível de experiência de um usuário de televisão residencial com um usuário de televisão móvel, percebe-se uma expectativa vista de forma diferente. Para a rede IP, esta diferença é notada pelas larguras de banda, perdas na rede, atrasos e variação na rede. As dimensões do sistema necessitam de adaptações de Qualidade de Serviço (QoS) e capacidade da rede. Com o surgimento da convergência fixo-móvel, surge a necessidade da existência de uma plataforma IPTV que seja convergente, independente do meio de acesso. Este novo conceito deverá adaptar-se às condições da rede e necessidades de cada assinante. Esta nova rede deverá adaptar-se a necessidade de cada utilizador, oferecendo sempre uma máxima qualidade de satisfação dos assinantes. 14 Neste trabalho, serão apresentadas as principais tecnologias de entrega de última milha, fazendo uma descrição de suas principais funcionalidades e como cada novo desenvolvimento da tecnologia levou a uma melhor condição para aplicação IPTV. Este desenvolvimento tem crescido devido à grande concorrência que as empresas estão tendo que travar para fornecerem um serviço Triple Play de melhor qualidade e aceitação no mercado. 1.2 OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise da arquitetura IPTV (Internet Protocol based Television), mostrar sua evolução no cenário da transmissão de streaming de vídeo e definir suas principais características. A pesquisa também vai mostrar as diferentes tecnologias utilizadas para a entrega da última milha, comparar estes meios de entrega, explicando quais são os métodos mais apropriados para a utilização deste serviço. Por fim, o trabalho vai abordar como está o processo de entrada do serviço IPTV no cenário nacional, nos dias atuais. 1.3 METODOLOGIA Para a realização deste trabalho foram realizadas pesquisas em artigos acadêmicos, livros, revistas e sites para obtenção de embasamento teórico. A evolução da banda larga pôde trazer uma maior facilidade para a compreensão da transmissão de vídeo. Foram feitos estudos de todas as tecnologias utilizadas para a entrega da última milha, sendo este estudo direcionado para o IPTV. 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO Este projeto é um estudo acerca do serviço de entrega IPTV e está estruturada da seguinte maneira: No capítulo 1 (Introdução) é feita uma contextualização do assunto pesquisado, justificando a motivação para escolha do tema e apresentando os objetivos a serem alcançados. No capítulo 2 (Evolução da transmissão de vídeo) é apresentado um breve histórico da transmissão de vídeo, e são definidas algumas tecnologias, com o objetivo de melhorar o entendimento da tecnologia IPTV. 15 No capítulo 3 (Tecnologias IPTV) são definidas as principais características das tecnologias de entrega da última milha IPTV, observando suas vantagens para uma boa qualidade de operação e de aceitação junto ao assinante. No capítulo 4 (Estudo de caso) são contextualizadas todas as tecnologias abordadas anteriormente em níveis de largura de banda, custo, distância e qualidade de serviço, é descrito como algumas destas tecnologias podem se tornar uma alternativa muito boa quanto ao fornecimento de tecnologia IPTV. No capítulo 5 (Conclusão) são feitas as considerações finais sobre os assuntos abordados no projeto, explicitando os objetivos alcançados. 16 2. EVOLUÇÃO DA TRANSMISSÃO DE VÍDEO Televisão Digital é o avanço mais significativo na tecnologia da televisão desde que o meio foi criado, há pouco mais de um século atrás. A TV Digital oferece aos consumidores uma tecnologia de visualização mais interativa, mais moderna e atual. O sistema analógico de transmissão televisiva tem estado em vigor por mais de 60 anos. Durante este período, o telespectador experimentou a transição dos televisores preto-e-branco para os televisores a cores. Com a mudança da televisão preto-e-branco para cores foi necessário que os espectadores adquirissem novos televisores que as emissoras adaptar os equipamentos ao novo tipo de transmissão. Hoje, a indústria está passando por uma profunda transição, a migração da TV convencional para uma nova era da tecnologia digital. Exatamente como aconteceu com a transição preto-e-branco para a TV em cores, a maioria das operadoras de TV está atualizando suas redes existentes e implantando avançadas plataformas digitais, em um esforço para migrar seus assinantes dos serviços analógicos tradicionais para o serviço digital mais sofisticado. Uma nova tecnologia chamada de televisão via Protocolo de Internet (IPTV), começou a ganhar as manchetes de todo o mundo com histórias sobre comunicações via cabo, satélite, terrestre, e uma série de empresas iniciantes de Internet, através de uma transmissão de serviço de vídeo baseado em Protocolo de Internet (IP) [4]. A história da IPTV está relacionada com a evolução dos serviços da Internet, uma vez que a IPTV é fruto da fusão de áudio, vídeo e dados. Os passos tecnológicos que foram essenciais para o aparecimento da IPTV aconteceram nas últimas duas décadas, com a evolução que vem do ADSL de 1988 até o aparecimento do ADSL2+ em 2002, no qual foi possível ter os requisitos mínimos para uma eficiente implantação do IPTV [5]. Com o aumento de conexões à banda larga e o crescimento de sua velocidade, cada vez mais pessoas estão tendo acesso à transmissão de vídeo pela Internet. A previsão é que no próximo ano (2011), 60% do tráfego da Internet devem ser de vídeo e em 2013 este número subirá para 70% [5]. Na Figura 2.1 podemos ver o crescimento que teve o IPTV nos últimos anos. 17 Figura 2.1 – Números de casas com IPTV no mundo 2.1 VIDEO SOBRE IP Vídeo sobre IP é a entrega de vídeo e áudio (normalmente comprimidos) através de redes de Protocolo de Internet (IP). Vídeo sobre IP está diretamente ligado à história da entrega de áudio e vídeo, através de Wide Area Network (WAN). Originalmente as tecnologias de Vídeo Digital e transporte IP não combinam perfeitamente. O transporte de vídeo é efetuado em canal próprio. O protocolo IP funciona por comutação de pacotes de diferentes tipos pelo mesmo canal. Apesar de uma aparente incompatibilidade, o Vídeo sobre IP vem tornando-se popular. Como as redes de banda larga estão, cada vez mais, crescendo, os serviços de vídeo estão expandindo sem necessidade de uma nova infra-estrutura. Com a dupla direção do IP, o usuário pode criar serviços de vídeo mais interativos. A integração do IP com o Vídeo Digital desperta interesses relacionados a qualidade do vídeo. Vários fatores afetam no nível de qualidade como: nível de compressão introduzido pelo codificador, características dos meios de transmissão e o congestionamento da rede. O codificador pode provocar distorção no sinal e atraso no processamento afetando diretamente a qualidade do vídeo. Perdas de dados e atrasos na rede podem ser provocados pelo meio de transmissão, já o congestionamento da rede pode provocar perdas, atrasos e variações de 18 atrasos (jitter). Ou seja, há uma necessidade de garantir níveis de serviços adequados à transmissão de Vídeo sobre IP [8]. 2.2 IPTV IPTV é um serviço de entrega segura de TV digital em alta definição via rede banda larga. Geralmente este nome é dado à entrega de canais de TV tradicionais através de uma rede privada. Para o usuário final, IPTV funciona como um serviço de televisão por assinatura normal [4]. Segundo o grupo de trabalho em IPTV da União Internacional de Telecomunicações (ITUT FG IPTV), pode-se definir IPTV como: “IPTV é definido como sendo os serviços de multimídia, tais como televisão, vídeo, áudio, texto e gráficos, transportados em redes IP dedicadas de um provedor qualquer, oferecendo garantia de qualidade, segurança, interatividade e confiabilidade” [5]. Para as prestadoras dos serviços, IPTV envolve a aquisição, processamento e entrega segura do conteúdo de vídeo (Figura 2.2) através de uma estrutura de rede baseada em IP. Figura 2.2 - Arquitetura IPTV das Prestadoras dos Serviços IPTV oferece uma série de aplicações de televisão interativa devido à utilização de transmissão baseada em Protocolo de Internet, esta interação permite que o usuário personalize seus hábitos televisivos ao decidir o que quer ver e quando querem ver. Esta característica se dá devido à comunicação bidirecional dos dados na rede. Dentre os serviços 19 oferecidos, é possível incluir a TV ao vivo padrão, TV de alta definição (HDTV), jogos interativos e internet de alta velocidade de navegação [4]. Outra característica importante quando se fala em IPTV é que a prestadora transmite (streaming) apenas aquilo que o usuário final solicitou. Dentre os prestadores de serviços IPTV, é possível citar as companhias de TV por satélite ou a cabo, as companhias telefônicas e as prestadoras de serviços de internet. 2.3 IPTV VS ITV Muitas pessoas confundem IPTV com Internet TV (ITV). Mesmo que as duas utilizem o mesmo núcleo de tecnologias, elas possuem algumas diferenças. Primeiro, a ITV utiliza a internet publica para trafegar o seu conteúdo de vídeo para os usuários finais, já a IPTV utiliza de rede segura, dedicada e privada para fazer a entrega do conteúdo. As redes privadas são geridas e exploradas pelos prestadores de serviço IPTV. Estas redes não são acessíveis aos usuários de internet e estão localizadas em áreas geográficas fixas. Já a internet pode ser acessada de qualquer parte do globo sem limitação geográfica. Uma das características dos prestadores de IPTV é a garantia na prestação de um serviço de alta qualidade, enquanto que no ITV os pacotes transmitidos podem chegar atrasados ou até não chegar, quando atravessam as varias redes que compõem a Internet, que gera uma perda de qualidade na hora da visualização. Quando comparada às transmissões tradicionais de TV a cabo ou por satélite este meio de transmissão não adquire confiança suficiente para aquisição de novos utilizadores. Pode-se perceber esta má qualidade facilmente, quando o vídeo transmitido pela internet aparece sacudido na tela da TV e a resolução da imagem é muito baixa. No IPTV o mecanismo de acesso e decodificação do vídeo é um aparelho denominado de set-top box. Já no ITV o acesso é muitas vezes realizado com auxilio de um PC, e que requer a instalação de software para a visualização dos vários formatos disponíveis de entrega. Com relação aos custos para se ter disponível tais serviços, o ITV, geralmente, esta disponível de forma gratuita na internet, enquanto o IPTV é cobrado taxas semelhantes ao modelo de assinatura adotado pelas prestadoras de TV paga. Na maioria das vezes a metodologia de geração de imagens na ITV é feita pelos próprios usuários, enquanto na IPTV a distribuição é fornecida pelas grandes empresas de mídia [4]. 20 2.4 QUALIDADE DE SERVIÇO (QOS) VS QUALIDADE DE EXPERIÊNCIA (QOE) O IPTV trouxe uma necessidade de se aumentar a velocidade de transmissão para redes locais e domésticas, com isso o controle de erros e dos mecanismos foram melhorados diminuindo a necessidade de retransmissão. Os streams de vídeo no IPTV podem apresentar atrasos quando comparados aos outros dados da rede, afetando a qualidade da imagem. Quando se tem o sentido inverso, no caso de uma mudança de canal, o tempo de resposta também pode ser afetado devido às perdas de pacotes. A Qualidade de Serviço (QoS) está diretamente ligada aos parâmetros necessários para a utilização de determinada aplicação pelo usuário, garantindo-lhe uma melhor qualidade ao longo da rede. Dentre os parâmetros que definem a qualidade de serviço podemos citar: jitter, latência e largura de banda. Assim podemos definir QoS como: “A capacidade da rede de fornecer tratamento especial a certos tipos de tráfego de forma previsível” [2]. O Jitter garante que as informações (pacotes) sejam processadas em período de tempo bem definidos. A latência é a soma dos atrasos impostos pela rede e pelos equipamentos utilizados na comunicação. O atraso de propagação é o tempo que o sinal elétrico/óptico leva quando se propaga pelos meios, que podem ser: fibras ópticas, cabos coaxiais, satélites e outros. O gerente de rede não tem qualquer influencia sobre a mudança neste parâmetro, e o elevado intervalo de tempo em que um pacote trafega da origem para o destino pode causar perda de sincronismo na rede. Como o IPTV utiliza de protocolos UDP e RTP, os pacotes não são retransmitidos e a perda de pacotes afeta diretamente na qualidade de serviço. Por último, a vazão (banda) deve ser bem dimensionada para a aplicação [2]. Outro fator importante quando falamos de qualidade de serviço é a Qualidade de áudio que é a habilidade do sistema de recriar o sinal de áudio original. Esta qualidade pode ser afetada por vários fatores como o tipo de codec de áudio (compressão de áudio), o sistema de transmissão e o limite de banda. Em geral quanto mais o áudio é comprimido menor é a sua qualidade. Com relação ao sistema de transmissão pode-se notar pela distorção do áudio que é provocado pela perda de pacotes ou este pacote estar corrompido. Esta falha pode ocorrer devido a um congestionamento na rede ou falha de equipamento. Pacote corrompido é a modificação do dado durante a transmissão. Isto pode ocorrer devido a uma fraca comunicação da linha ou uma perda momentânea do sinal elétrico. Como resultado pode-se ver um sinal muito diferente do esperado [4]. 21 Na tabela 2.1 têm-se alguns valores recomendados para uma boa qualidade de transmissão na compactação MPEG-2 em qualidade HDTV. Tabela 2.1: Valores recomendados para compactação MPEG-2 em qualidade HDTV [2]. Fluxo de Latência Vídeo (Mbit/s) Jitter 8 <200ms <50ms 10 <200ms <50ms 12 <200ms <50ms Perda Período de de Coleta 30 pacotes minutos IP 1 evento de 1 Pacote erro a cada IP 4 horas 1 evento de 1 Pacote erro a cada IP 4 horas 1 evento de 1 Pacote erro a cada IP 4 horas Taxa média de perda de pacotes IP 9.14E-08 7.31E-08 6.09E-08 A Qualidade de Experiência (QoE - Quality of Experience) está relacionada com o ponto de vista do telespectador, verificando a satisfação que ele tem em relação ao serviço que está sendo oferecido, ou seja, se sua expectativa de qualidade esta sendo atingida. O usuário sempre considera como um parâmetro de comparação os serviços de TV a cabo e TV por satélite [2]. 2.5 VIDEO-ON-DEMAND (VOD) Esta tecnologia permite aos usuários assistir aos vídeos que eles desejam. Esta tecnologia é amplamente utilizada em redes de IPTV em todo o mundo, já que ele dá uma oportunidade aos usuários a pagar por um filme que deseja assistir. VoD pode ser descrita como um serviço de TV paga, que permite ao usuário escolher o programa usando um menu determinado. Neste caso, o programa de TV ou qualquer outro vídeo que um usuário IPTV ordenou imediatamente começa a ser mostrado na tela da TV de um usuário. O usuário é capaz de utilizar algumas funcionalidades adicionais, tais como pausar, voltar, avançar, etc. Geralmente VoD IPTV é de dois tipos diferentes. VoD online, o que significa ver online. O filme é mostrado na tela da TV sem ter que baixar os dados do servidor, o vídeo vai diretamente para a tela do usuário através de uma ligação permanente à Internet de alta velocidade. Neste caso, o usuário paga por um show, um filme ou um programa de TV que 22 ele solicitou. Este tipo de VoD geralmente requer uma transmissão de alta velocidade de conexão com a internet (pelo menos 1Mbit/s). Pode-se utilizar este tipo de IPTV e VoD para assistir aos filmes da forma descrita acima usando o IPTV set-top box ou um computador com acesso à Internet [3]. O outro tipo de VoD que, muitas vezes, é usado em sistemas de IPTV pode ser chamado de download VoD. Neste caso, o usuário primeiramente baixa todo o filme para o computador ou para a IPTV set-top box, mas recebe uma chave que determina o período de tempo que o vídeo estará disponível. Durante este período o usuário é capaz de assistir ao vídeo que baixou quantas vezes desejar e pelo tempo que desejar. O tempo habitual que é usado para vídeos baixados é de 24 horas. Um exemplo muito conhecido de Video on Demand é o YouTube. É um site de armazenamento de vídeos muito utilizado no mundo inteiro. O site apresenta uma média de acessos diários de mais de 20 milhões de vídeos assistidos, e soma-se a isto um acervo com tempo total de vídeos de mais de 10 mil anos [3]. Pode-se ver um exemplo de sistema de entrega VoD na Figura 2.3. Figura 2.3 – Sistema de entrega VoD 23 2.6 SEGURANÇA Os produtores de vídeo estão apreensivos em conceder direitos de licença para distribuição dos seus conteúdos através das redes digitais, isto leva aos prestadores de serviço de IPTV a necessidade de possuir um poderoso mecanismo de segurança que vai garantir esse conteúdo. Um recente artigo de Mark Sullivan dizia: “ Talvez a principal preocupação de Hollywood sobre a IPTV, ou qualquer outro canal de distribuição de seus conteúdos, é a segurança do conteúdo” [5]. Os objetivos principais de segurança para o serviço de IPTV são: apenas pessoas autorizadas (assinantes) podem acessar e operar os canais de serviços de IPTV e os serviços de IPTV deve ser protegido por direitos autorais. Existem dois regimes de proteção IPTV disponíveis no mercado: Acesso condicional (CA) e Gestão de Direitos Digitais (DRM). 2.6.1 Acesso Condicional - CA (Conditional Acess) O sistema de CA é a proteção de conteúdos, que exige alguns critérios a serem cumpridos antes de conceder acesso a este conteúdo. O CA habilita uma criptografia do conteúdo que limita o direito de visualização somente para os clientes que estão pagando pelo serviço. O CA decide se determinado stream deve ou não visualizado pelo usuário. Assim, o sistema partilha o conteúdo de maneira que ele seja acessível apenas pelos utilizadores que tenham permissão. Partilhar o conteúdo gera também uma proteção contra a pirataria [5]. 2.6.2 DRM (Digital rights management) DRM são várias tecnologias juntas que limitam o uso de conteúdos de vídeo, áudio ou imagens. É um termo que se refere ao acesso às tecnologias de controle utilizadas pelos fabricantes de hardware, editores e detentores de direitos autorais para limitar o uso de meios digitais ou dispositivos. O gerenciamento de direitos digitais permite que o prestador dos serviços IPTV possa controlar em detalhe o que pode e o que não pode ser feito com uma única instância [5]. 24 2.7 PROTOCOLOS/TRANSPORTE Para entrega de IPTV existem muitos protocolos envolvidos. A codificação dos conteúdos de IPTV são MPEG-2 e são entregues em multicast. São utilizados os protocolos Internet Group Management Protocol (IGMP) e o Real Time Streaming Protocol no IPTV. O protocolo IGMP 2 serve como sinalização quando há mudanças no canal de transmissão na televisão em tempo real. Já o RTSP é geralmente utilizado para VoD na reserva de caminhos. Na transmissão de IPTV pode-se utilizar tanto o protocolo User Datagram Protocol (UDP) como o Real Time Protocol (RTP). O UDP é um protocolo da camada de transporte que envia um datagrama encapsulado num pacote IPv4 ou IPv6 e envia-o para o destino sem garantia de que o pacote chegou ou não [6]. Mesmo o RTP sendo um protocolo de transmissão em tempo real de uma conexão ponto a ponto ou multicast (utilizando multidestinatarios), este protocolo não garante qualidade de serviço (QoS), mas ele faz uma freqüente monitoração da comunicação [7]. A desvantagem na utilização do UDP é que ele não garante a entrega da transmissão, sendo este problema resolvido pelo RTP. O formato transmitido para o usuário através da rede é o MPEG-2 transport stream (TS). Já a Transmissão de Vídeo Digital (DVB) é baseada no padrão europeu de televisão digital, que trabalha seu conteúdo nas três configurações de imagem: HDTV, Enhanced Definition Television (EDTV) e Standard Definition Television (SDTV). 25 3. TECNOLOGIAS IPTV Existem duas tecnologias na arquitetura IPTV, uma é a última milha e a outra consiste na distribuição centralizada ou backbone. Neste estudo, serão analisadas todas as tecnologias utilizadas na entrega da última milha, bem como suas dificuldades encontradas na distribuição IPTV. A distribuição de IPTV requer uma grande quantidade de largura de banda, a tecnologia de entrega tem que ser de tal forma que garanta a qualidade de transmissão do vídeo para o usuário IPTV [1,4]. Quando se fala em implementar uma nova tecnologia, muitas pessoas pensam em como isto afetará nos custos que elas teriam para adquirir o novo serviço. Com a IPTV isto não é diferente. O desafio das empresas prestadoras deste serviço é implantar uma nova conexão de Internet que seria acessível e de qualidade. 3.1 IPTV ATRAVÉS DE FIBRA ÓPTICA (FTTx) Alguns fatores, como o crescimento da largura de banda junto com menores custos de operação e desenvolvimento das tecnologias dando uma maior imunidade a interferência eletromagnética, estão impulsionando a implantação de redes baseadas em fibra óptica. Essas redes têm sido muito utilizadas pelos operadores de serviços para construção de redes com maior durabilidade. Com a redução do tamanho dos equipamentos e dos custos de implantação, as redes baseadas em fibra óptica estão, cada vez mais, aumentando, e são oferecidos aos serviços IPTV com mais frequência. Soma-se a isto a capacidade da fibra oferecer aos consumidores finais uma conexão dedicada. Este tipo de conexão se torna bastante adequada na entrega de conteúdos IPTV. Com a necessidade de garantir maior capacidade de largura de banda aos usuários, a tecnologia de fibra pode utilizar as seguintes arquiteturas de rede: • Fibra para o escritório regional (FTTRO) – Instalação de fibra que vai desde o centro operacional de dados IPTV até o escritório regional da empresa prestadora. Da prestadora ao usuário final são utilizadas as fiações de cobre já existentes. • Fibra para o bairro (FTTN) – Também conhecida como fibra para o nó, baseia-se na instalação de fibra que vai desde o centro operacional IPTV até um divisor localizado 26 na vizinhança. Este divisor geralmente localiza-se a 5000m de distância do usuário. Para a conexão final é utilizado outro tipo de mecanismo, como o DSL. • Fiber to the curb (FTTC) – Instalação de fibra óptica a uma distância de aproximadamente 500m do usuário. Este cabo termina em um armário, onde é distribuído para os usuários através de cabo coaxial ou cabo de par metálico. Este tipo de configuração só se torna viável quando a urbanização ainda está em fase de construção. • Fiber to the home (FTTH) – Com este tipo de arquitetura todo o percurso de entrega, que vai do centro de dados IPTV até as casas dos usuários, são compostas por fibra óptica. Com o FTTH é possível transportar um grande volume de dados através deste sistema. Sua implantação vem se tornando popular quando se fala em novas construções, pois seu custo é aproximadamente o mesmo dos cabos de par metálico. Sua comunicação é full-duplex, ou seja, suporta a interatividade proposta pelo serviço IPTV. • Fiber to the apartment (FTTA) – É uma arquitetura de rede de transmissão óptica, onde a rede termina no edifício (Comercial ou Residencial) chegando a uma sala de equipamentos. A partir desta sala, o sinal óptico pode sofrer uma divisão através do uso de divisores ópticos (splitters), sendo posteriormente encaminhado individualmente a cada apartamento ou escritório. É semelhante ao FTTH. 3.1.1 Redes PON Redes ópticas passivas (PON) utilizam fontes de luz de diferentes cores para transportar dados entre o centro de dados IPTV e o destino do sinal, ou seja, não necessita de sinais elétricos. Geralmente a PON consiste de um Terminal de Linha Óptica (OLT) que estão localizados no centro de dados IPTV e em alguns casos nos Terminais de Rede Óptica (ONT), que é o local onde se localiza o usuário final do IPTV. Em alguns casos estes terminais ONT podem ser instalados em algum local do bairro e ser distribuído para os usuários através de tecnologias de grande velocidade como o DSL. Para a transmissão através de OLT pode-se utilizar tanto a interligação de fibras como os divisores de rota. Um exemplo de rede PON é mostrado na Figura 3.1 [1,4]. 27 Figura 3.1 – Rede Óptica Passiva As interligações das ONT podem ser feitas através de cabo de fibra OLT. Este tipo de conexão resulta em poucas perdas na transmissão, baixa interferência e alta largura de banda suportada pela rede. Estas características fazem deste tipo de conexão um meio quase que ideal quando se fala em transmissão de dados. Devido ao melhoramento da qualidade desta tecnologia, a fibra pode percorrer grandes distâncias (máximo 20 km sem amplificação do sinal). Os divisores de rota ópticos são utilizados para dividir um único sinal em vários sinais ópticos múltiplos do sinal original, sem atenuação deste sinal. Este tipo de conexão permite sua divisão em até 32 divisões. Estes elementos passivos eliminam a necessidade de alimentação o que diminui no custo tanto operacional quanto de manutenção do sistema. O objetivo principal para a ONT é o fornecimento de uma interface com a PON. Ele recebe o sinal óptico e o converte em sinal elétrico. Geralmente alimentado por uma fonte, ele possui uma interface Ethernet o tráfego de dados, uma conexão RJ-11 para conectar-se ao telefone, e uma interface coaxial para o fornecimento de conexão com a TV. Para estes sistemas a fibra pode suportar uma largura de banda que varia de 622 Mbps até vários gigabytes por segundo (GB/s). É possível citar como exemplos de tecnologias de PON a APON/BPON, EPON e 28 GPON que suportam tanto os serviços tradicionais de TV baseado em RF como os novos IPTV [9]. Podemos ver através da Figura 3.2 uma rede FTTH utilizando tecnologia PON. Figura 3.2 – FTTH utilizando tecnologia PON [4]. 3.1.1.1 APON/BPON Modo de Transferência Assíncrono PON (ATM PON), Broadband PON ou BPON é baseado na especificação ITU-T G.983. Foi a primeira PON definida, segundo as especificações da comissão Full Service Access Network (FSAN). A utilização do termo APON levou os usuários a acreditarem que os serviços de ATM só seriam possíveis aos usuários finais, o que não é verdade. Esta forma de pensar fez com que a FSAN mudasse o nome para Broadband PON (BPON). Este serviço fornece suporte a vários serviços de banda larga Ethernet, que inclui a distribuição de vídeo. Este tipo de topologia suporta taxas de downstream de até 622 Mbps e para o upstream esta taxa chega a 155Mbps. O BPON utiliza ATM como protocolo de portadora, sendo este tipo de rede muito popular na entrega de dados em alta velocidade, voz e aplicações de vídeo. Todas as informações a serem transferidas são divididas em células, estas células se dividem em duas partes a que 29 contém as informações a serem transferidas e o cabeçalho que contém as informações relevantes para o funcionamento do protocolo ATM. Este protocolo estabelece uma conexão entre o emissor e o receptor antes que os dados de vídeo sejam enviados. Isto faz com que ele reserve uma quantidade de banda necessária para a informação que será trafegada. Esta característica faz do ATM uma ferramenta muito importante na prestação de serviço IPTV [9]. 3.1.1.2EPON Ethernet PON ou EPON é uma tecnologia de acesso óptica desenvolvido por uma subdivisão do grupo IEEE, o EFM (Ethernet First Mile – Ethernet na primeira milha). Este sistema suporta apenas o tráfego de rede Ethernet e suas larguras de bandas dependem das distâncias entre OLT e ONT. Funciona em modo full-duplex, ou seja, não necessita de protocolo CSMA/CD que são inerentes ao Ethernet. As ONT’s enxergam apenas os tráfegos vindos dos centros de dados IPTV ou OLT, ou seja, ela não pode ver os tráfegos que são transmitidos por outras ONT’s, caso haja necessidade de conexão entre duas ONT’s, só será possível por intermédio da OLT. Cada ONT transmite para OLT em turnos que utilizam o protocolo TDMA (Time Division Multiplex Acess) para a multiplexação dos acessos. 3.1.1.3 GPON As redes GPON (Gigabit-capable Passive Optical Network) são baseadas na especificação ITU-T G.984. São na verdade atualizações da especificação BPON. Possui taxas de transmissão de 2,5Gbps para downstream e 1,5Gbps para upstream quando as distâncias não ultrapassam os 20 Km. Possui suporte aos protocolos Ethernet, ATM e SONET, bem como recursos avançados de segurança [9]. 3.1.1.4 10G GPON Com o aumento da banda larga crescendo cada vez mais, os sistemas atuais 2,5 GPON estão sendo atualizados para suportar 10 Gbps para downstream. Para um cenário residencial o 10GPON será capaz de suportar milhares de streams de vídeo simultaneamente, como no caso da HDTV. Para upstream o sistema 10G GPON deve suportar 2,5Gbps. Os componentes 30 ópticos, bem como sua camada física, devem ser atrativos do ponto de vista do custo e devem oferecer os mesmos atrativos da GPON. Devido ao elevado número de ONT’s, este fator de custo se torna muito importante [4]. Através de exigências da FSAN, o sistema 10G GPON tem que ser capaz de coexistir com um sistema GPON. Esta coexistência é viável devido a utilização de comprimentos de ondas diferentes para os dois sistemas. Para o OLT esta combinação é feita através de filtro óptico de coexistência chamado de WDM1 (Wavelength-Division Multiplexing) na recomendação G.984.5. Para os ONT’s, estes filtros são chamados de WFB (Wavelength Blocking Filter – Filtro de bloqueio de comprimento de onda) que bloqueia comprimentos de ondas indesejados. Pode-se ver na Figura 3.3 que os ONT’s GPON podem ser facilmente substituídos por ONT’s 10G GPON, e também se pode adicionar novos ONT’s 10G GPON ao sistema ODN já existente. Figura 3.3: Coexistência do GPON e do GPON 10G 3.1.1.5 Acessos baseados em DWDM (WDM-PON) Dando continuidade ao conhecimento das NG-PON2 (Next Generetion PON), muitas operadoras estão visualizando acessos baseados em DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing), ou seja, o WDM-PON com tecnologia PON será mais interessante em um longo prazo. A tecnologia de acesso DWDM é utilizada para transporte de uso geral, pois diferentes serviços podem coexistir em uma mesma fibra através da utilização de diferentes comprimentos de onda. A principal diferença entre os sistemas WDM-PON e GPON (GPON ou 10G GPON) é que o WDM-PON pode não utilizar o protocolo GPON, podendo como 31 alternativa utilizar o Gigabit Ethernet. Na utilização do WDM-PON, soluções hibridas serão suportadas para poder transportar sinais GPON. Podemos ver na Figura 3.4 que com a substituição do divisor óptico passivo (Optical Power Splitter) por um filtro seletivo de comprimento de onda (wavelenght selective filter), que pode ser um AWG (Arrayed Waveguide Grating, grades ordenadas em guias de onda) poderemos ter um exemplo de arquitetura WDM-PON. Figura 3.4: Tipos de uso do GPON - Vantagens e desvantagens da utilização WDM-PON: Como vantagens podem citar a largura de banda da camada física que não necessita de programação, como no caso do GPON, pode-se utilizar até 64 assinantes por fibra (mesmo que o GPON), com a utilização do AWG pode-se percorrer grandes distâncias sem atenuação. Com um comprimento de onda de 1550 nm pode alcançar até 80 km. Separação física dos sinais dos assinantes. Uma desvantagem do WDM-PON é o custo, sendo um fator muito delicado quando pensamos em ONT’s, pois este custo será diretamente passado para os assinantes. No lado do site central este custo pode ser diminuído com a utilização de componentes com integração óptica. Já do lado do assinante este custo pode ser reduzido com a utilização de hardwares reduzidos, onde seriam diminuídos os custos com estoque e instalação. Para isto, é introduzida uma característica com comprimentos de ondas adaptativos no lado das ONT’s, esta característica denomina-se de “colorless” (incolor). O colorless faz uma abordagem do laser através de sintonia, que é configurado quando há a ativação do serviço, isto da uma maior flexibilidade e desempenho ao sinal. Um grande problema para utilização de componentes sintonizáveis é a necessidade de utilização de lockers de comprimentos de ondas [9]. 32 3.1.2 Redes AON Redes ópticas ativas (AON – Active Optical Network) – utiliza componentes eletrônicos entre o centro de dados IPTV e o utilizador final. São utilizados switches Ethernet para a interligação entre estes dois pontos. Um exemplo de topologia AON é mostrado na Figura 3.5. Figura 3.5: Rede Óptica Ativa 3.2 TECNOLOGIAS DSL 3.2.1 ADSL Asymmetric Digital Subscriber Line (ADSL) é a forma de transmissão DSL mais utilizada nos dias atuais no mercado residencial, competindo com a transmissão via cabo. Este tipo de conexão banda larga de alta velocidade é uma tecnologia ponto-a-ponto. Permitindo aos provedores de telecomunicações oferecerem serviços como o vídeo IP através de linhas telefônicas. O nome assimétrico é utilizado, pois a transmissão das informações da central de dados para o IPTVCD (IPTV Consumer Devices – dispositivos consumidores) é mais rápida que a transmissão do IPTVCD para a central de dados. 33 O serviço ADSL possui uma taxa de downstream de 8Mbps e para upstream 1,5Mbps, ou seja, esta característica faz com que ela suporte as normas MPEG-2 de transmissão de canais de televisão e conexão com a internet em alta velocidade. A grande desvantagem desta tecnologia é a distância. Quanto mais distante do centro de dados central, pior será a qualidade do sinal. Este serviço suporta uma quantidade de 18 mil assinantes dentro do centro regional. Como as linhas telefônicas foram criadas para transmitir tráfego de baixa frequência de voz, a necessidade de envio de altas frequências leva a uma grande quantidade de distorções e interferências. Uma forma de diminuir este problema é a utilização de repartição da largura de banda da linha telefônica, o que aumenta as taxas de dados. Para se transmitir um serviço de telefone é necessário frequências inferiores a 4 kHz, enquanto para transmissões downstream e upstrem é necessário de 26kHz a 1,1MHz. Os equipamentos ADSL proporcionam uma conexão digital através de rede PSTN, como a transmissão tem que ser feita através de meios analógicos, um modem é utilizado para fazer a modulação do um sinal digital para um sinal analógico aceitável para a transmissão. Existem duas formas de modulação dos sinais digitais IPTV para sinais analógicos, para uma transmissão ADSL: 1) CAP (Carrierless Amplitude and Phase Modulation - Modulação de Amplitude e Fase Sem Portadora) foi a abordagem inicial da modulação de sinais digitais em sinais analógicos. Opera com a divisão da linha telefônica em 3 bandas: o sinal de conversão de voz é transportado através de uma banda que se situa entre 0 e 4kHz, para o sinal upstream é utilizado uma banda entre 25 e 160kHz, e finalmente para o downstream utiliza-se uma banda que vai desde 240kHz até um máximo de 1.5MHz, dependendo das condições da linha, do número de utilizadores e do ruído. Nota-se que existe um espaçamento entre as bandas, para impedir que haja uma interferência entre estes sinais [11]. 2) DMT (Discrete Multi-Tone – Multitone Discreto) – É a alternativa preferida para a modulação CAP. Este tipo de modulação separa a faixa de frequência em 247 canais separados de 4 kHz cada, pois as frequências se mantém razoavelmente estáveis em canais de 4kHz. Cada canal possui um modem conectado e os 247 canais trafegam a taxa de dados total. O DTM não utiliza bandas específicas para o downstream e upstream, para estes são utilizadas canais bidirecionais situados nas frequências mais baixas (começam com 8 kHz). Cada canal é monitorado de forma constante e se o 34 canal possuir um sinal fraco ele será transmitido para outro canal com melhor transmissão e recepção. Esta procura constante de uma melhor qualidade faz do DMT um sistema mais complexo de implementar e, ao mesmo tempo, oferece mais flexibilidade e garantia de qualidade em linhas de qualidade incerta [4]. 3.2.1.1 Equipamentos ADSL Quando falamos de equipamentos ADSL é necessário lembrar que esta tecnologia é utilizada para ampliar a largura de banda que são utilizadas nas linhas telefônicas já existentes. Uma abordagem destes equipamentos pode ser vista através da Figura 3.6. Figura 3.6: Tecnonoliga IP sobre uma arquitetura ADSL [4]. Na casa do assinante localiza-se um modem que se conecta através de USB ou Ethernet com a rede do assinante e também é conectado para com a linha DSL. Através do POTS (Plain Old Telephone System) Splitter é possível separar os sinais de dados a partir do sinal de voz. As baixas frequências serão utilizadas para o telefone e as altas frequências serão utilizadas para dados da rede doméstica. Já a DSLAM (Digital Subscriber Line Acess 35 Multiplexer) é responsável por receber as chamadas telefônicas dos assinantes e ligar para o centro de dados IPTV. Para a utilização do IPTV, o DSLAM faz uso de transmissões multicast, o que anula a necessidade de se replicar o sinal para cada assinante separadamente. Esta tecnologia tem como finalidade global: a distribuição do conteúdo IPTV para os assinantes na última milha da transmissão. ADSL é a tecnologia ideal para diferentes serviços interativos, mas por outro lado, ela não é ideal para a entrega de conteúdos IPTV. Primeiro, a máxima largura de banda é de apenas 8Mbps, o que não é suficiente para programações de alta definição que são pretendidas pelos provedores de IPTV. Outro ponto é que a taxa de upload é menor que a de download, não sendo ideais para serviços de iteratividade como o ponto-a-ponto, que exige que estas taxas sejam iguais. 3.2.2 ADSL2 A tecnologia ADSL2 foi criada devido à necessidade de maiores larguras de bandas exigidas por algumas tecnologias, como IPTV. Existem 3 tipos de ADSL2: O ADSL2, ADSL2+ e o RE-ADSL2. ADSL2 foi a primeira versão implantada com maiores taxas de downstream de dados e maior alcance entre o centro operacional (CO) e o modem do assinante. No caso do ADSL2+, as prestadoras oferecem velocidades de até 25 Mbps para assinantes a uma distância máxima de 1,5 km do CO. Esta tecnologia opera com taxas entre 138 kHz e 2.208MHz. O RE-ADSL2 (Reach Extended ADSL2 – Alcance estendido ADSL2) ofereceu aos prestadores de serviço a possibilidade de aumentar a distância dos assinantes ao CO para 6 km. 3.2.3 VDSL VDSL (Very-high-bit-rate Digital Subscriber Line) é a tecnologia mais recente de DSL e foi desenvolvida para superar as deficiências anteriores do ADSL. Ela elimina gargalos na última milha e suporta grandes quantidades de transmissão, o que leva os prestadores IPTV a incluírem uma grande gama de serviços, como VoD e transmissões de TV de alta definição. Este serviço tem a característica de poder suportar a transmissão de trafego IP, bem como a ATM. 36 VDSL1 opera com limites máximos de 55 Mbps para downstream e 15 Mbps para upstream. Mas seu alcance é muito curto e geralmente são instalados em unidades de habitação múltipla (MDUs). Possui um espectro de frequência de 12MHz. VDSL2 é definido na recomendação G.993.2 do ITU-T. Pode ser dividido em duas ramificações: o VDSL2 (Longo Alcance) e VDSL2 (Curto Alcance). VDSL2 (Longo Alcance) foi criado para prestar serviços a quantos clientes for possível. Com a característica de longo alcance, os clientes IPTV podem ter acesso a uma velocidade de 30 Mbps, a uma distância entre 1.2 e 1.5km do CO. Esta capacidade só é possível devido aos altos níveis de potência que são transmitidos. Um espectro de frequência de 30MHz é utilizado para alcançar estas longas distâncias [12]. VDSL2 (Curto Alcance) utiliza o esquema de modulação DMT, ela separa 4.096 tons entre as faixas 4 e 8 kHz. As técnicas utilizadas por esta tecnologia fazem com que sua velocidade possa ser até 12 vezes maior que o ADSL. Pode chegar a 100Mbps de downstream em uma distância relativamente curta de 350m. Embora as taxas de upstream, que não chegam aos 100Mbps, não excedam as taxas do ADSL2+, estes serviços sofrem pouquíssimas interferências, e sua qualidade de cabo são geralmente muito boas. A possibilidade de oferecer aos assinantes IPTV um serviço de 100Mbps permite que os operadores ampliem para uma variedade de serviços interativos para seus clientes [12]. A nova VDSL2 possui recursos avançados de QoS, tráfego IPTV multicast e melhoramento das técnicas de codificação, que são qualidades adequadas para transmissões triple-play (oferta tripla de voz, dados e vídeo). Possui compatibilidade com as versões anteriores de ADSL, permitindo aos provedores IPTV a migração gradativa para o VDSL baseado em redes na próxima geração (NGN). Primeiramente, será necessária a instalação de novos equipamentos VDSL2 em paralelo com os já existentes ADSL, permitindo que os já existentes DSL continuem em operação. Outra necessidade será a localização do VDSL2 mais próxima do assinante, através de armários nas ruas ou em câmaras subterrâneas em novas instalações habitacionais [4]. Na tabela 3.1 a seguir é possível observar os comparativos entre as tecnologias DSL abordadas anteriormente. 37 Tabela 3.1 – Comparação entre os diferentes tipos de tecnologia DSL [4]. Tipo de DSL Máxima largura de banda downstream (Mbps) ADSL 8 ADSL2 Máxima largura de banda upstream (Mbps) Máxima distância (depende da qualidade da infraestrutura) Tipos de serviços suportados 1 5,5 Km 12 1 5,5 Km 1 canal de vídeo SD comprimido em MPEG-2 2 canais de vídeo SD comprimido em MPEG-2 ou 1 canal de alta definição (HD) ADSL2+ 25 1 1,5 Km 5 canais de vídeo SD comprimido em MPEG-2 ou 2 canais HD comprimido em MPEG-4 READSL 25 1 6 Km VDSL1 55 15 Utilizado nas unidades de habitação múltipla (MDUs). Tem um alcance de centenas de metros. 5 canais de vídeo SD comprimido em MPEG-2 ou 2 canais HD comprimido em MPEG-4 12 canais de vídeo SD comprimido em MPEG-2 ou 5 canais HD comprimido em MPEG-4 VDSL2 Longo Alcance 30 30 1,2 e 1,5 Km 7 canais de vídeo SD comprimido em MPEG-2 ou 3 canais HD comprimido em MPEG-4 VDSL2 Curto Alcance 100 100 350m 20 canais de vídeo SD comprimido em MPEG-2 ou 10 canais HD comprimido em MPEG-4 A grande vantagem na utilização do DSL para os assinantes IPTV é que ele utiliza dos fios de telefone existentes, por outro lado, a sua necessidade de grande velocidade de acesso faz com que seja necessária a diminuição da distância entre os assinantes, aumentando, assim, o número de CO’s [4]. 3.3 IPTV SOBRE REDES DE TV CABO As operadoras de TV a cabo têm realizado muitos investimentos para atualizar suas redes com a possibilidade de suportar serviços avançados de comunicação, como o IPTV. 3.3.1 TECNOLOGIAS HFC Redes de Televisão de TV a cabo estão modificando suas tecnologias para redes HFC (fibra/cabo coaxial). Este tipo de tecnologia é ideal para lidar com a próxima geração de 38 serviços de comunicação, como o IPTV. As redes HFC são capazes de transmitir simultaneamente sinais analógicos e digitais, esta característica faz com que ela possa migrar gradativamente para o serviço digital IPTV. Ela tem a característica de ser expansível e, ao mesmo tempo, apresenta grande confiança. Sua expansão pode ser feita de forma incremental, sem a necessidade de mudanças muito grandes na infra-estrutura da rede. A utilização em conjunto destas duas tecnologias, coaxial e fibra, faz com que o HFC suporte grandes velocidades na casa dos Gbps [4]. 3.3.2 IMPLANTAÇÃO IPTV ATRAVÉS DE REDE DE TV A CABO Dentro da indústria de TV a cabo é bastante discutido a execução de tráfego de vídeo através de uma arquitetura baseada em IP. Ameaças aos seus negócios devido às operadoras de telecomunicações estarem aumentando as suas capacidades de transmissão IP levam os operadores de TV a cabo a começarem a migrar suas transmissões de vídeo para um serviço mais centrado em tecnologia IP. A mudança de redes baseadas em rádio frequência (RF) para o serviço baseado em vídeo digital comutado (SDV) requer uma aquisição de novos equipamentos como roteadores, caixas top-boxes e switches para redes de alta velocidade. A vantagem para os ambientes SDV é a grande largura de banda que é transmitido para um conjunto de assinantes IP top-box, o que diferencia dos atuais meios que fazem esta transmissão para todos os assinantes ao mesmo tempo. Esta limitação na transmissão faz com que os operadores possam controlar o conteúdo de vídeo que é transmitido e, ao mesmo tempo, aumentar as receitas com publicidade. As empresas utilizam de tecnologias IP e RF para transmissão de vídeo para o sistema IPTV. O sinal RF é modulado através de Edge, que converte os pacotes baseados em RF em conteúdo de vídeo IP para serem transmitidos pelo HFC para os set-top boxes. 3.3.3 IPTV VIA DOCSIS Data Over Cable Service Interface Specification (DOCSIS1) foi concebida para transporte de tráfego de Internet em alta velocidade. A última versão do DOCSIS é capaz de suportar os serviços IPTV através de redes HFC. Uma visão geral de cada geração DOCSIS é demonstrada na tabela 3.2. 39 Tabela 3.2: Características do terminal DOCSIS [4]. DOCSIS1.0 DOCSIS1.1 DOCSIS2.0 DOCSIS3.0 Máximo comprimento de banda downstream (Mbps) 40 e 55 40 e 55 40 e 55 160 Faixa de frequência downstream (MHz) 50-750 50-750 88-870 88-1002 Máximo comprimento de banda upstream (Mbps) 10 10 30 Acima de 120 Faixa de frequência upstream (MHz) 5-42 5-42 5-42 5-42 Suporta a versão 6 do endereçamento IP Não Não Não Sim Pode-se ver que as versões DOCSIS podem chegar a uma taxa de dados de 160 Mbps de downstream. Como a entrega dos canais IPTV é através de multicast e cada canal ocupa uma faixa entre 2,5 e 4 Mbps, será possível uma faixa de 40 a 65 streams IPTV individualmente. A última versão do DOCSIS é a DOCSIS 3.0 que é capaz de fornecer serviços de IPTV aos seus clientes. É a tecnologia banda larga da próxima geração que permite às operadoras realizarem ligações por múltiplos canais. Entre suas características podemos citar: o suporte a próxima geração de endereços IPv6, melhor segurança das redes e mecanismos IP-multicat e QoS. O sistema DOCSIS 3.0 possui mecanismos que garantem que a privacidade do assinante não seja comprometida. Este sistema de segurança é baseado no regime Baseline Privacy Interface Plus (BPI+). Esta privacidade é conseguida através da encriptação dos pacotes IPTV permitindo uma forte proteção contra furto de serviço das operadoras. 3.3.4 EURODOCSIS A indústria de cabo Européia desenvolveu suas próprias normas de transferência de dados em alta velocidade através de redes de TV a cabo. A principal diferença entre as duas normas, Americana e Européia, é a diferença de largura de banda. Na Americana, são utilizados canais que usam 6 MHz, enquanto na Européia são utilizados set-top boxes com 8 MHz. Assim, a configuração para da indústria Européia tem uma largura de banda cerca de 33% maior que a Americana[4]. 40 3.4 IPTV VIA SATÉLITE Esta forma de distribuição vem emergindo ao longo dos anos devido a sua característica de fornecer maior largura de banda, quando comparado com as redes terrestres. O fornecedor via satélite está começando a mudar sua plataforma de redes para IP na entrega de vídeos. Podendo, assim, ser possível a entrega de IPTV. Figura 3.7: Rede de distribuição IPTV centrada em satélite [4]. Como é possível observar na Figura 3.7, o sinal original é recebido e codificado em MPEG-2, MPEG-4 ou no formato Windows Media e é criptografado no centro de operações de vídeo do satélite. Após este processo ele é enviado ao satélite que tem a finalidade de redistribuir estes sinais para as várias plataformas de vídeos que podem ser operados por empresas de TV a cabo ou por empresas de telecomunicações. Estas, por sua vez, redistribuem o sinal para os assinantes através de suas infra-estruturas já existentes. A implantação de satélite IP set-top boxe permite que aos consumidores um acesso a conexão banda larga de alta velocidade, possibilitando a entrega de serviços IPTV. Devido às exigências de grande capacidade de vídeo on-demand, os set-top boxes se tornam meios impraticáveis para o serviço IPTV. Este problema está sendo corrigido com a implantação de set-top boxes com Hard Disk (HD) acoplados aos seus dispositivos. Que faz com que o 41 conteúdo VoD sejam transferidos para este HD. Na tecnologia via satélite pode-se utilizar modens de banda larga para a modulação/demodulação do sinal. 1) IP via satélite (IPoS) – utiliza tecnologia DVB-S2 e suporta uma transmissão de dados de até 120 Mbps. 2) DVB canal de retorno via satélite (DVB-RCS) – Possui uma taxa de transmissão de dados de 40 Mbps e uma capacidade de canal de retorno de aproximadamente 2 Mbps. 3) Satélite DOCSIS – Versão adaptada do DOCSIS para satélite, onde a principal diferença do DOCSIS é a utilização do Fase Quadratare Shift Keying (QPSK) para modulação do sinal, em vez do QAM utilizado nas redes HFC. Inicialmente possuía um suporte para velocidades de 1,5 Mbps, atualmente estas taxas são muito maiores [4]. 3.5 IPTV EM REDES SEM FIO Com o desenvolvimento das redes banda larga sem fio em ascensão, os serviços IPTV podem utilizar desta alternativa para expandir os seus horizontes. 3.5.1 WIMAX FIXO A demanda de consumidores WiMAX como plataforma de transmissão de conteúdo IPTV tem crescido constantemente. WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access) é uma plataforma de banda larga que vem sendo considerado pela indústria a tecnologia que irá substituir a família Wi-Fi dos padrões wireless. É possível observar na Figura 3.8 uma amostra simplificada do funcionamento de duas células WiMAX interligadas entre si para entrega de vídeo a usuários finais. 42 Figura 3.8: Diagrama de blocos simplificado de um sistema WiMAX para tráfego IPTV [4]. WiMAX opera na faixa de frequências licenciadas e não licenciadas, a banda licenciada é a opção operacional preferida para aplicações em tempo real, tais como o IPTV, pois existem menores chances de ocorrência de interferências. O WiMAX fixo opera na faixa de frequência 3400 a 3600 MHz. Orthogonal Frequency Division Multiplexing (OFDM) é a escolha mais utilizada pelos fabricantes de equipamentos WiMAX, pois tem habilidade de lidar com a questão da propagação multipath (vários caminhos). As características OFDM WiMAX se tornam, desta forma, adequadas para a prestação de serviços IPTV. O conteúdo de vídeo possui uma Privacy Sublayer (Privacidade de subcamada) que criptografa este conteúdo fazendo com que a transmissão se torne mais segura [15]. Para garantia de prestação de serviços IPTV, é utilizado o WiMAX Transport Layer Properties Standard TCP/IP. Quando falamos de transmissão WiMAX vários fatores podem interferir na distância em que o consumidor IPTV tem que estar da estação base. A geografia da região, as especificações dos equipamentos e as condições meteorológicas são algumas destas condições 43 que tem que ser levado em consideração na hora da implantação desta tecnologia. A velocidade máxima do WiMAX é de 60 Mbps para uma área de cobertura entre 6 e 10 km, podendo variar de acordo com as condições expostas anteriormente. É importante notar que o WiMAX pode suportar linha de visada (LOS) e linha de visada parcial (NLOS) [15]. 3.5.2 WIMAX MÓVEL O IEEE 802.16 não fornece serviços de banda larga em ambientes móveis. Por conta disto, surgiu em 2005 uma alteração na norma com o IEEE 802.16e, que também é conhecido como WiMAX móvel. As faixas de espectro licenciadas para esta norma são 2.5, 3.3 e a faixa entre 3.4 e 3.8 GHz. Algumas características do WiMAX móvel são fundamentais para o transporte de serviços IPTV. Este tipo de tecnologia suporta velocidades de pico que varia de 32 a 46 Mbps. Utiliza tecnologias OFDMA otimizadas que permite aos espectadores um acesso IPTV multicast em áreas geográficas sensíveis às vias de transmissão multipath (vários caminhos). Utiliza o IMS (IP Multimedia Subsystem) para acelerar e simplificar a implantação de serviços baseados em IP. O WiMAX móvel fornece um suporte avançado de Qualidade de Serviço (QoS), sendo isto muito bom para as aplicações em tempo real do IPTV [16]. 3.5.3 REDE MUNICIPAL WIRELESS MESH Redes Municipais Wireless Mesh são outra plataforma sem fio que promete apoiar os serviços IPTV. Possui uma licença de operação entre 2.4 e 5GHz. A tecnologia utilizada para construção de redes Mesh foi o Wi-Fi, pois a maioria dos dispositivos portáteis e notebooks são fabricados com esta interface já embutida. Para a construção de redes Wi-Fi em um ambiente livre é necessário a utilização de pontos de acessos (AP) interligados e também uma conexão com fio que fornecesse o serviço de banda larga para a rede. Pode-se ver um exemplo deste tipo de conexão na Figura 3.9. 44 Figura 3.9: Arquitetura de rede mesh municipal [4]. Wi-Fi Mesh Access Points (AP’s) cobrem uma área muito maior que as convencionais AP’s internas. Geralmente são instaladas em postes, prédios e torres de comunicações. Todos os AP’s se comunicam entre si e com um gateway AP, através de configurações de cluster. O gateway é conectado com a rede banda larga através de uma porta Ethernet. O número de AP’s em um cluster varia entre as implementações. A taxa média de dados em uma rede municipal sem fio é de aproximadamente 1 Mbps, que é suficiente para aplicações de acesso a Internet. No entanto, quando pensamos nas necessidades de banda do IPTV, observamos que esta tecnologia não se aplica nas transmissões de vídeo. 3.5.4 TECNOLOGIAS DE REDE 3G Redes móveis baseadas em tecnologias 3G EV-DO e HSDPA são capazes de oferecer aplicações móveis ao IPTV. Evolution-Data Optimized (EV-DO) é uma tecnologia de banda larga sem fio com taxas de 4,9 Mbps. Já o HSDPA (High Speed Downlink Packet Acess) é uma tecnologia que suporta taxas de até 14 Mbps. Apesar destas tecnologias não serem ideais no fornecimento de serviços IPTV, elas são importantes para consumidores que estão em áreas mal servidas pelo serviço DSL e a cabo [10]. 45 4. ANÁLISE COMPARATIVA Chamado de Internet em alta velocidade, a banda larga tem uma alta taxa de transmissão de dados. Qualquer conexão maior que 256 Kbps é considerada Internet de banda larga. Várias tecnologias como satélite, DSL, cabo, WiMAX, entre outras, permitem o acesso a velocidades de conexão banda larga. Estas tecnologias competem entre si, principalmente na prestação de última milha, pois as grandes distâncias que compõem o backbone de Internet são essencialmente feitos por fibra óptica. Algumas destas tecnologias estão prontas para o crescimento, enquanto outras não serão capazes de competir em longo prazo, principalmente em relação ao limite de velocidade de conexão. Na Figura 4.1 podemos ver alguns exemplos de diferentes tecnologias de banda larga e também ter uma noção das empresas que vão ganhar ou perder a briga pelos serviços de banda larga. Figura 4.1: Visão geral das tecnologias banda larga existente 46 Já na Figura 4.2, é possível observar melhor que a tecnologia DSL ocupa uma maior hegemonia em relação aos outros concorrentes, isto se dá principalmente pela utilização da infra-estrutura já existente de telefonia fixa na maioria das residências pelo mundo. Figura 4.2: Porcentagem de cada tecnologia a nível mundial Hoje, a transmissão de um canal IPTV exige uma largura de banda de 4 Mbps (podendo chegar a 2,5 Mbps com novos formatos de compressão e equipamentos mais robustos). Na transmissão de um canal de alta definição exige-se uma largura de banda entre 7 e 8 Mbps reais. Estas mínimas características são fundamentais quando se pensa na qualidade de serviço e experiência da tecnologia IPTV [14]. Tanto as velocidades downlink quanto uplink devem apresentar velocidades dentro dos intervalos de garantia de qualidade IPTV, isto por causa da capacidade interativa apresentada por este serviço. A grande revolução apresentada pelo IPTV aos usuários de TV a Cabo é a possibilidade de se escolher os vários canais da preferência do utilizador e pagar apenas por estes canais, ou seja, o usuário não é obrigado a pagar por canais que não são de seu agrado. Desta forma, o serviço IPTV poderá atingir a todo o tipo de público alvo. Mas como qualquer outra tecnologia, o IPTV também apresenta suas desvantagens. Como é um sistema baseado em protocolo IP ele apresenta algumas limitações em termos de perda de pacote e atrasos dependendo da taxa de transmissão que lhe é designada. Outro impasse encontrado em relação a esta taxa é com relação à transmissão HDTV que requer quantidade de banda muito maior. 47 Para este estudo IPTV serão analisados alguns parâmetros comparativos entre as tecnologias de entrega da última milha, como: velocidade, custo, disponibilidade e qualidade de serviço. 4.1 LARGURA DE BANDA Vídeos sobre a arquitetura IP continuam aumentando suas exigências de velocidade de largura de banda, levando os prestadores de serviços a continuarem com seus investimentos em melhoria de suas tecnologias. Enquanto tecnologia, como satélite, está quase chegando a máxima largura de banda teórica suportada por tecnologias IP, outras, como fibra, cabo e WiMAX, terão um caminho longo a percorrer para chegar a estes limites extremos. Na tabela 4.1 podem-se verificar as velocidades relativas a cada tecnologia pesquisada. Tabela 4.1: velocidade entre tecnologias estudadas [1,12,15,16]. Tecnologia de rede Velocidade FTTH Vários gigabits por segundo DSL Entre 1 e 100 Mbps HFC Mais de 100 Mbps Satélite Mais de 155 Mbps Wireless Fixo Entre 1 e 10 Mbps WiFi Até 54 Mbps 3G 2,4 a 73,5 Mbps (downlink) e 153 Kbps a 27 Mbps (Uplink) WiMAX Até 75 Mbps Cabo 40 a 160 Mbps (downlink) e 10 a 120 Mbps (Uplink) Fazendo uma analise das tecnologias apresentadas e verificando suas capacidades de transferência de dados, pode-se concluir que: - No caso do ADSL a largura de banda varia muito pouco, sofrendo algumas reduções apenas no horário de pico, já a desvantagem, neste tipo de serviço, está em relação à velocidade de uplink que é bem menor que a de downlink, o que para a interatividade do IPTV 48 não é uma característica boa e também a variação da largura de banda em relação à distância, tendo como exceção o VDSL que possui uma transmissão simétrica e é uma solução importante para o DSL. - Diferentemente do ADSL a conexão a Cabo não sofre do mesmo problema de grande diferença entre downlink e uplink, sendo assim, uma vantagem na utilização do IPTV. Como esta tecnologia possui uma divisão de sua conexão, isto se torna uma desvantagem quando muitas pessoas estão utilizando o serviço ao mesmo tempo, o que diminui a velocidade de transmissão por cada assinante. - A tecnologia 3G ainda não possui velocidades satisfatórias para a transmissão IPTV. Este tipo de tecnologia não suporta a transmissão de vídeos em formato HD. - A transmissão via Satélite possui uma garantia da largura de banda, além de uma velocidade de download muito superior à maioria das tecnologias utilizadas para entrega da última milha. - As tecnologias FTTH e HFC são tecnologias que apresentam grandes capacidades de transmissão de dados. Possui velocidade de downlink e uplink iguais. São, devido a estas características, tecnologias que cabem perfeitamente na transmissão IPTV. - O WiMAX se torna o principal produto móvel que pode concorrer com as outras tecnologias fixas quando o assunto é velocidade de transmissão. Esta tecnologia possui velocidade de uplink e downlink iguais, e pode chegar a uma taxa de transmissão de até 11,3 Mbps real [15]. 4.2 CUSTO Enquanto a melhoria das redes custa muito dinheiro para as empresas prestadoras de serviço IPTV, os clientes não estão dispostos a pagar tão caro pelos serviços de alta velocidade. Mesmo sem esta disposição, os usuários estão cada vez mais exigentes com as necessidades de tecnologias mais velozes e com menor preço. Comparando as diversas tecnologias apresentadas neste trabalho, as tecnologias que apresentam melhor características para transmissão IPTV são sem dúvida aquelas com maiores velocidade de transmissão, mas nem sempre estas tecnologias apresentam preços que o mercado pode acolher para serem utilizados. No caso da transmissão via Satélite, a tecnologia em si já é muito cara, sem contar com os equipamentos que teriam que ser adquiridos para ter acesso a esta transmissão que também é muito cara. 49 Na tecnologia DSL o custo é um fator a favor, pois devido a já existente infra-estrutura presente na maioria da casa dos utilizadores, este apenas terá o custo em adquirir um modem que fará a modulação do sinal para que este possa trafegar em uma rede analógica. Comparando com o DSL, a tecnologia a Cabo se torna um pouco mais cara, pois necessita de cabeamento de televisão e modem específico para esta aplicação, a alternativa encontrada pelas empresas prestadoras na hora de concorrerem com a tecnologia DSL é a utilização deste modem de forma emprestada, ou seja, o assinante não é dono do modem que está em sua residência. Já o WiMAX apresenta uma certa vantagem em relação a este parâmetro, ele é o que apresenta menor custo de equipamento e de tecnologia de implementação. Na Tabela 4.2 tem alguns preços destas tecnologias que foram extraídos do Bookings Institute na Univeridade da Califórnia. Tabela 4.2: Custos de instalação de algumas tecnologias. Tecnologia Instalação (x1000) Instalação domiciliar DSL $270,00 $30,00-$50,00 Cabo $65,00 $1.200,00 3G $405,00 $50,00 FTTH $93,00 $1.250,00 WiMAX $3,00 $8,00 O fator mais desgastante para o prestador de serviço destas tecnologias mais caras é o fato de que após um investimento de muitos bilhões para atender uma pequena região, uma operadora WiMAX pode entrar no mercado por um custo muito menor. 4.3 DISTÂNCIAS SUPORTADAS POR CADA TECNOLOGIA O serviço de banda larga chega, quando chega, sempre mais lentamente nas regiões menos povoadas, devido a pouca demanda de utilizadores. Os serviços mais populares são o DSL e cabo, mas mesmo estes não estão disponíveis em algumas áreas. Este fator é de grande importância para o crescimento de fornecimento de outras tecnologias, como satélite e WiMAX. 50 Na Tabela 4.3, está descrito qual a máxima distância que cada tecnologia pode percorrer para garantir o serviço oferecido. Tabela 4.3: Máxima distância percorrida por cada tecnologia [4]. Tecnologia Máxima distância ADSL 5,4 Km VDSL 1,3 Km ADSL2+ 2,7 Km (qualquer outra taxa é semelhante ao ADSL) FTTH 20 Km 3G (WCDMA, CDMA200) Cobre a área de cobertura da rede de acesso WiFi Mais de 100m WiMAX LOS - 10 a 16 Km NLOS - 1 a 2 Km Instalação interna NLOS - 0,3 a 0,5 Km Satélite Grande área de cobertura entre 1000 e 36000 Km Cabo 100Km ou mais Com base na tabela pode-se concluir que as tecnologias que melhor podem satisfazer os clientes mais distantes é o FTTH, WiMAX e Satélite. Como na maioria das vezes os assinantes não possui de condições suficientes para bancar a implantação de tecnologias caras como o FTTH e Satélite, a principal escolha se torna o WiMAX que possui um custo beneficio mais acessível e também possui padrões satisfatórios para a transmissão IPTV. 4.4 QUALIDADE DE SERVIÇO No fornecimento de algumas aplicações, a interrupção se torna uma questão muitas vezes inaceitável, como no caso do IPTV. A tecnologia de banda larga fixa sempre teve certa vantagem sobre as tecnologias móveis (wireless). Entretanto, mesmo as tecnologias fixas possuem diferenças entre si e sofrem de constantes comparações para uma melhor disponibilidade de stream de vídeo. A qualidade de serviço está ligada diretamente com a quantidade de banda que se é transmitida por cada tecnologia e a capacidade mínima requerida pelos serviços IPTV. Sendo neste sentido as tecnologias que apresentam suas taxa de transmissão de downstream e upstream superiores aos 7 ou 8 Mbps ideais para prestação de serviço IPTV. 51 Fornecedores de serviços de vídeo pela rede IP estão cada vez mais evoluindo as suas tecnologias para atingirem melhores qualidades e confiança do assinante na tecnologia IPTV. Existe uma infinidade de meios de transmissão da última milha, e cada tecnologia possui suas características particulares na hora de entrega de serviços de vídeo. Tecnologias de transmissão fixa têm sua largura de banda limitada pela natureza do meio de transmissão, no caso da transmissão sem fio esta largura também é limitada, mas não pela natureza da transmissão e sim pela quantidade de espectros RF disponíveis licenciados. A tecnologia mais promissora é o WiMAX, que possui capacidades de transmissão banda larga promissora, que pode suportar a tecnologia IPTV sem perda de qualidade de serviço e de experiência [16]. A fibra é incontestavelmente um meio de comunicação que oferece uma infinita largura de banda em comparação aos seus concorrentes. Outros benefícios da fibra são o maior nível de segurança e confiabilidade, pois apresenta imunidade a interferências eletromagnéticas. A confiabilidade leva este sistema a baixos custos de operação, o que leva a fibra a ser um objeto de desejo de muitos assinantes. Nos últimos anos, o preço da fibra, bem como de seus equipamentos, vem baixando gradativamente devido ao aumento da demanda por esta tecnologia. Capacidade de largura de banda máxima, alta confiabilidade, segurança e baixo custo operacional estão começando a tornar realidade na prestação de serviço IPTV. Na Tabela 4.4 podem-se observar detalhadamente todas as características das principais tecnologias de entrega de última milha que foram mostradas neste projeto. 52 Tabela 4.4: Principais características das tecnologias de entrega da última milha [1,4]. Tecnologia Utilização do Spectrum Capacidade de divisão Capacidade Máxima distância Vantagens Limitações ADSL Acima de 1,1 MHz Não 12 Mbps - 0,3 Km 8,4 Mbps - 2,7 Km 6,3 Mbps - 3,6 Km 2 Mbps - 4,8 Km 1,5 Mbps - 5,4 Km 5,4 Km Existência de POTS largura de banda limitada, que é sensível à distância - assimétrica de magnitude menor para taxa de upstream VDSL Acima de 1,1 MHz Não 52 Mbps - 0,3 Km 26 Mbps - 0,9 Km 13 Mbps - 1,3 Km 1,3 Km Principalmente existência de POTS largura de banda sensível à distância ADSL2+ Acima de 2,2 MHz Não 26 Mbps - 0,3 Km 20 Mbps - 1,5 Km 7,5 Mbps - 2,7 Km 2,7 Km (qualquer outra taxa é semelhante ao ADSL) Existência de POTS largura de banda sensível à distância FTTH THz PON: Sim P2P: Não Mais de 1 Gbps por fibra por canal 20 Km Comprimento de banda relativamente ilimitado requer novas fibras para sobrepor o acesso à rede 3G (WCDMA, CDMA200) 1,92 - 1,98 GHz 2,11 - 2,17 GHz Sim Mais de 2 Mbps por assinante registrado Cobre a área de cobertura da rede de acesso Terminais móveis. Percorre infra-estrutura celular existente Espectro caro. Aplicações Limitadas WiFi 2.4,5.7 GHz Sim 11,54 Mbps Mais de 100m Compatível com Ethernet Apenas aplicações LAN. Requer segurança WiMAX Padrão 3,5 GHz Sim 2,8 a 73,5 Mbps por Downlink por equipamento do assinante e 2,8 a 73,5 Mbps por Uplink por equipamento do assinante LOS - 10 a 16 Km NLOS - 1 a 2 Km Auto instalação interna NLOS - 0,3 a 0,5 Km NLOS a ser normalizado (exceto para a versão 802.16) taxa de bits na prática é de 2 Mbps por assinante e tamanho máximo das células NLOS entre 1 e 2 km Satélite licenciados em 1.5 a 3.5, 3.7 a 6.4, 11.7 a 12.7, 17.3 a 17.8, 20 a 30 GHz Sim Mais de 155 Mbps por downlink Grande área de cobertura entre 1.000 e 36.000 Km Grande área de cobertura. Adequado para aplicações multicast. Caro para construir. Capacidade de assinantes limitada. Cabo (DOCSIS 3.0) Downstream 881002MHz Upstream 5-42MHz Não Downstream 160Mbps Upstream 120 Mbps 100Km ou mais Controle do material enviado aos assinantes; Percorre infra-estrutura existente. Aquisição de DOCSIS modem. 5. CONCLUSÃO Atualmente, os operadores de telecomunicações possuem uma grande variedade de meios de transmissão na implementação de serviços IPTV. Sem dúvida, as tecnologias baseadas em fibras se tornam uma plataforma ideal no fornecimento desta tecnologia, podendo, com a diminuição do custo, se tornar a principal forma de distribuição. Tecnologias como DSL e Cabo possuem limitações que, com o passar do tempo e a evolução das outras tecnologias, tais como fibra e WiMAX, se tornarão obsoletas, devido a suas grandes limitações, tanto de banda quanto de distância. Mesmo com o futuro incerto destes tipos de soluções, são tecnologias que dominam o mercado atual de fornecimento IPTV, devido principalmente à utilização da infra-estrutura já existente. Outra tecnologia de entrega de serviços IPTV é a abordagem sem fio, que através do WiMAX pode oferecer serviços de banda larga a lugares sem nenhuma infra-estrutura e com qualidade de serviço e experiência. A capacidade de distribuir TV com grande eficiência através de protocolo IP irá transformar radicalmente a indústria de TV digital. Uma das grandes dificuldades encontrada pelos prestadores de serviços IPTV é a garantia de qualidade de serviço. Atrasos, congestionamento da rede, pacotes IP corrompidos são algumas das condições que os prestadores de serviço IPTV têm que lidar diariamente, ou seja, o serviço tem que ter alguns requisitos rigorosos em sua infra-estrutura, oferecendo adequada capacidade de largura de banda que suportem toda a banda IPTV. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] SHIHAB, E., CAI, L., WAN, F., GULLIVER, A., Wireless Mesh Networks for In-Home IPTV Distribution, Canada, 2008. [2] KIM, H. J., LEE, D. H., LEE, J. M., LEE, K. H., LYU, W., CHOI, S. 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