Dolly, orgulho nacional

Transcrição

Dolly, orgulho nacional
Sorria: Jesus Te Ama
O Senhor
Jesus Cristo esta
voltando prepara-te
Leia a Biblia a Palavra de Deus
Leia a Biblia e conhecereis a
verdade e a verdade vos
libertará
S
MAI
L
A
O
RN
O JO SEGUID
PER RASIL
B
DO
Circulam nesta
edição 30.709
exemplares
Lembre-se: não há sábio
sem o pleno
conhecimento da Biblia,
a Palavra de Deus
A Voz do Estado de São Paulo - Ano V - Edição 66 - abril - Circulação Nacional - R$ 1,50 - 06
Somos livres por sermos
escravos da lei
Caixa Postal 3014
CEP 06210-970
e-mail: [email protected]
www.leiaojornal.com.br
Uma guerra sem refresco
Dolly, orgulho nacional
Codonho: teimoso, persistente,
corajoso, atrevido, nacionalista,
patriota, orgulho brasileiro, exemplo
a ser seguido
A guerra travada entre a
pequena Dolly e a gigante CocaCola envolve em seus bastidores
pressão a fornecedores e, até,
um possível envolvimento de
órgãos públicos.
Pág. 4, 5, 6 e 7
Por ser o melhor refrigerante do Brasil e da América Latina, a Dolly sofre retaliação da multinacional Coca Cola.
Gil Arantes: oito anos
que mudaram Barueri
Os oito anos da
administração Gil
Arantes, iniciada
em 1º de janeiro de
1997 e encerrada
em 31 de dezembro
de 2004, marcará o
futuro de cada
barueriense.
As realizações na área da infância garantiram a Gil o título
de “Prefeito Amigo da Criança”
Pág. 08
Igreja Universal quer
reconstruir Jerusalém
Acompanhe na próxima
edição de Leia O Jornal o
aprofundamento da
discussão sobre a
reconstrução de Jerusalém
em Del Castilho no Rio de
Janeiro, por Edir Macedo e
seus sequazes.
A serpente
rasteja e prepara
o bote
Edir Macedo:
partido
próprio para
tomar o poder
Pág. 02
Ex-vereador
Clarindo
luta pela
unidade em
Barueri
Clarindo ao lado de seu grande amigo prefeito
Rubens Furlan. Os bons tempos voltarão.
Pág. 07
Fernando
Chucre
visita a
redação de
Leia O Jornal
Pág. 03
Pré candidato Fernando Chucre e Jamo Little Brown
Benedito
Fernandes
com Silvinho:
todo apoio ao
governador
Cláudio Lembo
Futuro candidato a deputado federal Silvinho Peccioli (a dir)
acompanhou o prefeito Benedito Fernandes durante o evento
Pág. 10
Massacre na justiça
Se o massacre do Carandiru já constitui mancha indelével na
história brasileira, a ação da Justiça nesse caso a agrava. Pág. 10
Leia a Mensagem de Cristo
O poder da oração
Pág. 09
Página 2
Edição 67
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
ESTÁ VOLTANDO
- JESUS
É BOM
Editorial
O que acontece com a ética, com
a moral e com a honestidade? A serpente rasteja
Nestes tempos de sensacionais
e milionários apliques e da verdadeira reverência a que cada vez
maiores parcelas dos nossos
conterrâneos se dignam a prestar, louvando e festejando os protagonistas de formidáveis trambiques e maracutaias (até com
danças da pizza), é de se lembrar
o velho e já desgastado jargão
do nosso mais celebrado jurista,
Rui Barbosa:
“de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarse os poderes nas mãos dos homens, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Nada mais atual e emblemático. Difícil acrescentar-se a essas
antigas frases – na verdade tão
fortes e tão presentes – qualquer
tipo de complemento em face ao
terror e à insegurança jurídica que
hoje vivenciamos nesta nossa
abençoada, mas tão pobre e tão
vilipendiada, Nação. É um jogo
de tudo ou nada. Tudo pelo poder, afastando-se de vez e com
força total (a força do Estado) as
noções mais elementares de direito, de ética, de moral e de honra.
Interesses gigantescos e reconhecidamente fenomenais alimentados no seio da Nação e
além dos nossos mares e das nossas fronteiras, utilizam-se de verdadeiros fantoches para impor a
toda a população nacional a pobreza, a miséria e a mais ampla e
total falta de perspectivas; olhos
postos apenas e tão somente na
possibilidade de lucros e de lucros cada vez mais crescentes levam de roldão princípios elementares da vida em sociedade e, paralelamente, numa ação finamente orquestrada, tão inexorável
quanto irreversível, sucateiam e
lançam ao lixo as nossas mais importantes instituições.
De nada valeria ser repetitivo e
aqui demonstrar ao leitor a situação em que se encontram as nossas áreas de saúde, educação, segurança, previdência, trabalho e
até mesmo a dos direitos mais elementares e comezinhos, como o
direito à vida, à propriedade e o de
livremente contratar; leis apenas
literais, lançadas ao espaço sideral e, na prática, inacessíveis e inatingíveis pelos pobres cidadãos
que delas se vêem obrigados a se
socorrer.
Para uns poucos (no poder ou
nas suas bordas) sucatear instituições públicas é um negócio
milionário. Você tem plano de saúde? Seus filhos estudam em escolas públicas? Você paga segurança particular? Além das taxas, tarifas, impostos e outros apliques
você também paga para que o local onde você mora seja cuidado
por particulares em questões relacionadas à infra-estrutura, limpeza, asfalto e manutenção?
O que efetivamente ocorreu
com a ética, a moral e a honra de
alguns tempos a esta data? Argumentam alguns que a síndrome da corrupção, “o toma lá dá
cá”, a barganha e a “lei de Gerson” são braços de uma antiga
cultura em nosso País. Somos –
por descendência e natureza –
fracos, falsos e corruptos e, em
tendo possibilidade ou no exercício de qualquer cargo – minimamente relevante que seja – não
titubeamos em esmagar os nossos semelhantes para assim obter qualquer tipo de vantagem,
ainda que por mínima e insignificante que possa parecer. Ser corrupto e venal é uma cultura nacional, afirmam os mais céticos.
Ocorre que no decorrer dos oito
anos de FHC e agora, nestes últimos quatro, a corrupção escan-
carou-se de tal maneira que nem
mesmo o Conselho de Ética (não
se sabe se é para rir ou para chorar) vai conseguir sobreviver a
tantas e tão visíveis negociatas
dos homens que se encontram no
poder e que o exercem em nosso
nome. A bem da verdade, os rumos demarcados pelo grupo no
poder antes deste, voltados a privilegiar os organismos financeiros nacionais e internacionais
foram até mesmo exacerbados:
nunca os bancos e as instituições
financeiras lucraram tanto como
nos últimos 12 anos (oito de FHC
e mais quatro do atual). O povo,
porém, ganhou em contrapartida
o “fome zero”, a “bolsa família”,
o “vale-transporte”, “vale-alimentação” etc. Ou seja, expandiu-se de forma geométrica e universal a miséria que hoje assola
toda a nação.
A sofrida classe média (em vias
de extinção) se vê presa fácil dos
abutres que rondam o desastre.
Na maior parte das grandes cidades do interior, o poder público
municipal, numa ação orquestrada com grupos interessados em
privatizar a administração e a segurança pública, nos mesmos
moldes do já ocorreu no passado
com a saúde (planos de saúde) e
com a educação (escolas particulares), cria a esdrúxula figura de
“loteamentos fechados”. Dessa
forma o poder público exime-se
de suas responsabilidades constitucionais de responder pela manutenção, obras e serviços nesses locais e, sob o comando de
‘associações’, cria miniprefeituras particulares. Miniprefeituras
com o poder de tributar os cidadãos e ir à Justiça para receber o
que voluntariamente gastou.
Mais criminoso do que essa perversa maquinação é o fato de o
Poder Judiciário, em muitas de
suas comarcas, verem com bons
olhos a instituição desses impostos para instituições particulares.
O que pode ser constatado com
o aceitar e dar andamento a ações
de cobrança sem sequer atentar
para o fato de não haver nenhum
documento, de responsabilidade
dos moradores e dos proprietários, que os vinculem às tais ‘associações’.
Mais grave, porém, que a miséria e a falta de perspectivas é a
destruição cabal de grande parte
das nossas instituições. Assim
que chegou ao poder, o grupo que
procura por todos os meios lá se
manter liquidou, primeiramente, a
ferramenta política (o partido) que
para lá o conduziu. Os escândalos envolvendo José Genoino, seu
irmão e outros altos dirigentes da
agremiação praticamente, se o
povo tiver um mínimo de memória, liquidou quaisquer pretensões
que esses senhores possam ter na
vida pública.
Na seqüência, rolaram as cabeças de ministros de Estado (José
Dirceu, Luiz Gushiken, Palocci) e
parece que ainda outros irão. O
Congresso Nacional (Câmara dos
Deputados e Senado Federal)
desmoralizou-se em face de tantos escândalos e de tantas negociatas. O STF, depois da tumultuada passagem do ex-ministro da
Justiça de FHC, Nelson Jobim,
tem pela frente a dura tarefa do
soerguimento moral.
O que será que ainda resta por
destruir para que os nossos conterrâneos abram os olhos e num
repente de consciência e iluminação dêem um basta a essa corja
de bandidos que, travestidos de
políticos, buscam apenas e tão somente saquear a Nação? Como diz
em seu livro o ilustre escritor Jaime Pinsky “O Brasil te futuro?”.
A meu ver, depende de como
vamos votar, não é?
Jamo Little Brown
Pérolas & Pedregulhos
ATÉ TU BRANT
***
LENÇOL SANTISTA
Sarney que nos idos da década de 50 abateu a oligarquia de
Vitorino Freire no Maranhão, e
implantou a sua própria, pertencia à “banda de música” da
UDN.
De salto em salto por ironia do
destino chegou ao posto de presidente, “o poeta virou presidente”, teve uma recaída e voltou a
ser poeta. Hoje deixou os lençóis
maranhenses e dedica-se ao lençol santista. Ele gosta muito do
Maranhão e de mar.
***
PROFETAS DO ACONTECIDO
O sociólogo que dirigiu? por
oito anos a nação ataca nos jornais com muitas perguntas. Deve
ser pela afirmativa de que a pergunta é a base da filosofia. Reinou por oito anos, doou grande
parte do patrimônio nacional, aumentou a dívida. O equilíbrio foi
total: não temos nada e devemos
tudo.Não questiono a privatiza-
ção e sim a maneira afoita como
foi conduzida, as moedas podres,
financiamentos do BNDES, indexação das tarifas. As mazelas foram tantas que os mais rancorosos chamaram-na de piratização.
Outro profeta é Delfin Neto,
originariamente Delfino, por vinte anos foi o czar da economia,
não resolveu coisa nenhuma.
Legalizou a agiotagem com o imposto sobre operações financeiras, complicou o protesto para
os cheques sem fundos. “Sofreu” um borbulhante exílio em
Paris como embaixador. Palpitante ou palpitosa é a sua colaboração atualmente.
“O silêncio é, algumas vezes, mais eloqüente do
que os discursos”.
***
REDUÇÃO DE IMPOSTOS
Está sendo praticada pela atual administração federal, só faço
um pequeno reparo, o compartilhamento é entre a União, o Estado e o Município, este como
caudatário será atingido, ficará
com a receita menor ainda. Imposto só não basta. Explique-se
a União, como é que ficam as
contribuições? Simplesmente
continua como está? A contribuição pertence à União. Continuará servindo para aumentar o
superávit primário para o encantamento do Partido Financeiro!!
“É gostoso ocupar a sombra
alheia”
***
PESQUISA
Revela um dado momento. Se
você estudá-la devidamente,
item por item, terá um panorama
futuro corrigível. Vamos tomar
cuidado para não banalizar a
pesquisa, jogando estatística na
lata do lixo. Os que se sentem
prejudicados pelo resultado da
pesquisa, perdedores momentâneos, devem trabalhar para corrigir as possíveis falhas indicadas pela pesquisa.
“Chore na cama que é lugar
quente”
***
TV DIGITAL
Pelo andar da carruagem esta
inovação não estará disponível
em 2006. Há interesses demais
em jogo; é briga de cachorro
grande. O galã do Triângulo Mineiro, Hélio Costa, porta voz do
Sistema Globo de Televisão,
contrariou interesses poderosos.
Uma das mais assustadoras
notícias do atual quadro político
brasileiro passou praticamente
despercebida, confinada em pequenas notas de páginas internas dos jornais. Os comentaristas políticos, preocupados com
o mar de lama que nos avassala,
ao que me consta não lhe dedicaram maior atenção. É preocupante. É como se a fundação do Partido Nazista em 1920 tivesse sido
noticiada em três linhas.
Tornou-se realidade: a Igreja
Universal do Reino de Deus, seita fundada pelo bispo Edir Macedo, que até então se utilizara
de variadas legendas para atingir
seus objetivos, agora passa a dispor de um partido político próprio, o PMR, que aliás está mudando de nome e passará a se
chamar Partido Republicano. Já
conta com um senador, Marcelo
Crivella, o sobrinho do senhor
Macedo que fala bem e tem cara
de santo, embora tenha sido flagrado anos atrás, em vídeo que
passou na televisão, gargalhando eufórico, em meio a seus parceiros, enquanto jogavam para o
alto aos punhados as montanhas
de notas arrancadas dos fiéis,
quase todos pessoas humildes e
de pouca instrução.
O vice-presidente José Alencar,
Edir Macedo
por Francisco Marcos
“Juízo que, constituindo-se na
encruzilhada onde se encontram
os espíritos ligados aos grupos
mais diversos, se exprime e se
modifica sem ser condicionada
necessariamente pela aproximação física dos indivíduos” – definição sociológica de opinião.
Quanto a povo temos: “conjunto de indivíduos que falam a
mesma língua, têm costumes e
hábitos idênticos, afinidade de
interesses, uma história e tradições comuns”.
Brant eu conheço como parlamentar afinado com questões tributárias, mas como adepto do
sofismo eu desconhecia. Deve
ter aprendido com o filósofo José
Genoíno, conviveram por muitos
anos na Câmara, que “uma coisa
é uma coisa e outra coisa é outra
coisa”.
Brant afirmou: “povo e opinião
pública nada têm em comum”. Já
Benedito Valadares perguntava
se alguém sabia qual era o endereço do povo. Com sua catilinária Brant forneceu aos demais
envolvidos nos processos de
cassação a receita milagrosa para
uma pizza segura e de fácil digestão entre seus pares.
“Nunca se mente tanto como
antes das eleições, nas guerras,
depois de uma pescaria e durante uma comissão parlamentar de
inquérito”.
e prepara o bote
Como é muito hááábil poderá se
safar. A conferir
“Muita esperteza acaba engolindo o esperto”
***
FRANQUIA
Modalidade de investimento/
negócio que já existe há muitos
anos no Brasil (postos de gasolina, lojas Dr. Scholl e outras menos votadas), pegou foco nos
últimos vinte e cinco anos. Na
Região Metropolitana de Campinas (RMC) já temos vários investidores virando Joana D Arc,
compraram franquias e não conseguiram implantá-las. Máster
franqueadores apelam para as
chicanas jurídicas, não devolvem o dinheiro, o pessoal está
no ora veja. A bronca maior está
no setor de café, é bom lembrar
que nós devemos contar sempre
com a orientação de um advogado, dar uma de fran ciscano e
tentar economizar leva para o
barato que sai caro.
“Não chore sobre o café que
deixou de ser servido”
***
PAULO ROBERTO SEVERO
PIMENTA
Deputado federal PT-RS, em
primeira legislatura é atuante e
com presença nos trabalhos da
Câmara; 86,4 por cento em 2003,
82,1 por cento em 2004 e 77,4 por
cento em 2005, a diferença está
registrada com “missão oficial autorizada”. Nosso herói cometeu
ato explícito, notório e documentado de quebra de decoro parlamentar. Tudo televisionado ao
vivo pela TV Câmara, tentou plantar uma lista “fajuta” na CPI quando da inquirição do grande “laranjal” chamado Marcos Valério.
Romeu Queiroz que confessou
ter recebido dinheiro do “ruralduto” foi absolvido em plenário,
Paulo Pimenta passou batido. No
mínimo foi uma “minipizza”.
“Democracia é o império da
lei” ou FOI?
***
ESCREVENDO DE FLORES
Lúcia Santaella, Dispore pelo
lado maternal e Santaella pelo
lado paternal, é uma luminar da
semiótica. Doutora em Teoria Literária pela PUC-São Paulo, com
passagens pelas universidades
de: Indiana(EUA), Berlim e Kassel na Alemanha. Premio Jabuti
em 2002. É minha contemporâ-
nea no Instituto de Educação
Barão do Rio Branco, em Catanduva-SP. Tenho a satisfação de
ter presenciado o início da carreira desta “mignon” na estatura e “grand” no conhecimento e
dedicação.
“Os melhores perfumes estão
nos menores frascos”
***
TELECOMUNICAÇÃO
“Espelhinhos” concorrentes
das grandes empresas telefônicas, desenvolvem uma estratégia de marketing notável. Praticam uma política de pequenos
passos, capacitam seus profissionais, não utilizam a grande
mídia publicitária, valorizam a
internet, criam sites inteligentes
e de fácil consulta.Comem o mingau pelas bordas, afirmação gaúcha, mas sempre válida. As
grandes oferecem SUPER, SIM
e as pequenas tarifas realimentes econômicas, sem truque e
sem magia, e muito menos alarde.
Se o atendimento das chamadas pequeno aos seus usuários
tiver um apelo humano: Atenção
e carinho. Dispensando a voz
mecânica e falando com pessoas, que se cuidem as arrogantes.
“A arrogância não é privilégio
dos sábios, mas sim dos ignorantes”.
***
MERECIMENTO
AMBIVALENTE
Petistas e tucanos se merecem,
muito, muito, muito.O que diferencia é o estilo, tucano tem sutileza, petistas arroubos, bazófias e bravatas. Os tucanos falam,
mas não dizem, os petistas falam
e agridem.
Pena que nosso rincão continua um deserto de homens,
quando surge alguém diferente
é cooPTado ou esmagado. Os
cenários para a grande farsa estão sendo montados, até que
enfim teremos um espetáculo,
que não é do crescimento, mas
do xingamento. Há um quarto de
século estamos patinando, o
jogo do cachangá, tira, põe, deixa fica.
“As almas dos governantes e
dos opositores são atiradas ao
mesmo molde”
Francisco Marcos, publicitário e cientista político lato
senso
[email protected]
E mais ainda, a nova agremiação conseguiu a filiação do vicepresidente da República, José
Alencar, e anunciou que vai lançá-lo candidato à Presidência, na
próxima eleição. Alencar, que no
dizer do colunista Arnaldo Jabor
assumiu sem constrangimento a
posição de coroinha de Macedo,
não explicou as razões para a sua
nova opção política. “Esse é o principal projeto político do partido
criado pela Igreja Universal do
Reino de Deus”, informa o repórter Gerson Camarotti, na pequena
matéria que O Globo dedicou ao
assunto, no último dia 4 de outubro. Acrescenta que o novo partido só filiou dois deputados, José
Divino e Vieira Reis, que deixaram
o PMDB do Rio, porque Crivella
acha fundamental uma bancada
pequena e um partido enxuto
“para poder negociar com outras
legendas o apoio à candidatura
presidencial de Alencar.”
“Queremos um partido enxuto,
para trocar o apoio de outros partidos pelo voto no Zé”, declarou
o supracitado Crivella, numa intimidade com a segunda autoridade do País de dar água na boca a
muita gente boa.
Ou seja, o tal Partido Republicano não está brincando, oferece o menos relevante para tentar
dar o bote e abocanhar logo o
posto que numa república como
a nossa tem foros imperiais.
Sinto o impulso de ser repetitivo e peço desculpas por reproduzir abaixo trecho de crônica já divulgada neste espaço meses atrás
e intitulada “O ovo da serpente”:
“Conhecida seita nasceu no
País; em poucos anos prosperou
a ponto de estender seus tentáculos por dezenas de países. O
que prega ela? Além da lengalenga, comum a todas, da salvação da alma, defende crenças
medievais, como a suposição de
que as pessoas ficam doentes
não pela ação de micróbios mas
por falta de fé e porque demônios apossam-se dos seus corpos.
É como se séculos de cultura e
ciência e figuras como Pasteur e
Oswaldo Cruz nunca houvessem
existido. Além disso, extorque as
camadas mais carentes, por meio
da cobrança de dízimos e contribuições incessantemente reclamadas. Desse modo amontoou
fortuna gigantesca, empregada
em investimentos financeiros,
construção de templos que rivalizam em imponência com os de
igrejas milenares e, em boa parte,
no estabelecimento de uma rede
de comunicação de massa gigantesca, que lhe permite não só
Edir Macedo: partido próprio
para tomar o poder
multiplicar o poder de proselitismo como influenciar a opinião
pública em questões decisivas
para o futuro do País. Sua rede
nacional de televisão conta com
jornalistas e vedetes do entretenimento contratados por salários astronômicos e consolida-se
cada vez mais como uma efetiva
opção de audiência em massa.
O mais impressionante é que
essa seita não hesita em confessar que seu objetivo não é apenas amealhar almas para uma suposta futura bem-aventurança no
reino dos céus, mas sim que tem
um objetivo de conquista, a longo prazo (aqui vejo
que subestimei a turma!), do poder temporal, tendo para isso
constituído braços
políticos, que se infiltram por diversas organizações partidárias, embora concentrando-se sobretudo
em uma ou duas.
Nesse ponto temos
de reconhecer: podese acusá-los de muitas coisas, menos de
aliado a
não serem sinceros.
Ou seja, corremos o
risco, se forem bem-sucedidos, de
termos um dia instalado no País
o mais retrógrado de todos os regimes políticos, o teocrático,
como bem exemplificam governos
como os dos aiatolás no Irã ou
dos talibãs no Afeganistão. E o
mais assustador de tudo é que,
de certa forma, essa gente que
exorciza demônios e possessões
em pleno século XXI já chegou
de fato ao poder, como base parlamentar e aliada do partido popular, supostamente de esquerda, eleito com o objetivo declarado de modernizar o País e curar e
educar seu povo. Será que votos
numa eleição ou no Congresso
justificam isso? Será que justificam tudo?
Capitalistas, inclusive judeus,
financiaram Hitler como uma barreira ao comunismo, na ilusão de
que poderiam controlá-lo no momento que quisessem; todo mundo sabe o que aconteceu. Agora,
rumamos em silêncio para a possibilidade de que nossos filhos
ou netos venham a viver num
estado teocrático, embora muitos
possam achar essa hipótese desprezível, quem sabe até risível.
Mas foi com base na indiferença
e na incredulidade, é bom insistir,
que os nazistas tomaram o poder
e desencadearam o apocalipse.”
O que falta a Universal explicar é para que quer o domínio
político do País – eleito, não há
dúvida, Alencar serviria apenas
de escada para essa gente, do
mesmo modo que o velho presidente von Hindenburg serviu de
escada para Hitler em fevereiro
de 1934.
A serpente saiu do ovo, rasteja
e arma o bote. Quando é que as
forças vivas e conscientes deste
País vão abrir os olhos e se mobilizar contra essa ameaça? Ou será
que estão todos hipnotizados e
paralisados, como a presa diante
da cobra, à espera de que o pior
aconteça?
Catástrofe anunciada
É só questão de tempo: os cientistas alertam, assim que o vírus da gripe das aves passar por
ligeira mutação, milhões de pessoas serão contaminadas e morrerão no mundo inteiro, numa repetição da tragédia da gripe espanhola de 1918. Tragédias
como essas são um estímulo ao
fundamentalismo religioso: sempre há algum pastor para anunciar que se trata de um castigo
divino, por causa dos pecados
dos homens.
Rubem Mauro Machado,
fonte: site ABI
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
ESTÁ VOLTANDO
- JESUS
É BOM
Edição 67
Página 3
Fernando Chucre visita a redação de Leia O Jornal
Simples e humilde como seu
pai (Fuad Chucre, prefeito de
Carapicuíba), Fernando Chucre
visitou a redação de Leia O Jornal. Na condição de pré-candidato pelo PSDB à Câmara dos
Deputados, Fernando Chucre
falou da importância da representação legislativa, tanto estadual quanto federal, como forma de minimizar os problemas
da região Oeste. Em especial
das cidades mais pobres, como
Carapicuíba, que são “inadministráveis” sem os repasses de
verbas do governo.
Há quatro anos, Fernando
Chucre foi candidato a deputado federal a pedido de seu pai,
Fuad. Trabalhando há 18 anos
em seu próprio escritório de Arquitetura, Fernando até então
havia se mantido distante da
política. “Vivo do meu trabalho
como arquiteto”, diz. Atendendo ao pedido de Fuad, Fernando candidatou-se e foi bem acolhido pelos eleitores da região:
conquistou 98.300 votos, sendo primeiro suplente do PSDB,
uma legenda que exige um coeficiente de votação bastante
elevado.
Mesmo sem ser eleito, o resultado animou Fernando a participar mais de perto da política
estadual do seu partido, tornadose membro do diretório estadual
e coordenador da Grande São
Paulo Oeste, que hoje reúne oito
municípios. No ano passado,
aceitou o convite do prefeito
Fuad e foi durante quatro meses
secretário de Indústria. “Aceitei
o cargo com uma missão estabelecida: montar um balcão que
facilitasse a emissão de documentos para os empresários”,
conta Fernando que só ficou na
Secretaria até firmar os convênios com a Receita Federal, Junta Comercial e demais órgãos e
treinar os funcionários. Segundo ele, hoje os empresários conseguem toda documentação em
torno de 48 horas.
Fernando sempre defendeu
que o prefeito de Carapicuíba
deveria ser o candidato a deputado federal, pois, em sua opinião, mais do que um bom prefeito, Carapicuíba precisa de
deputados que lutem para trazer recursos. “Devido a todos
os problemas já conhecidos:
ser a segunda menor renda per
capita do Estado, ser cidade
dormitório, entre outros, Carapicuíba não pode sobreviver
sem recursos externos”, defende.
Em princípio,
Fernando descarta uma futura
candidatura sua a
prefeito da cidade, justamente
por acreditar na
importância de
deputados lutando para trazer recursos federais e estaduais,
além de conhecer a batalha diária de seu pai, para suprir as
despesas básicas da prefeitura.
Caso seja confirmado candidato, Fernando acredita que este
ano, pela projeção nacional do
PSBD (o ex-governador Geraldo Alckmin candidato à Presidência da República e o ex-prefeito José Serra candidato ao
governo do Estado) o esforço
de campanha poderá ser menor
e será possível manter a mesma
votação. Outro fator que certamente favorecerá a candidatura
de Fernando Chucre é seu dinamismo jovem e o fato de que
será seu primeiro mandato.
“Existe um desejo muito forte
de renovação do quadro político em Brasília, principalmente
por essa seqüência de deputados legislando em causa própria
que se tem visto”, analisa.
Por outro lado, Fernando está
bem consciente das dificulda-
Tributo a Fuad Chucre
O melhor prefeito
do Brasil
Prefeito Fuad Chucre de Carapicuiba/SP
Pré candidato a deputado federal, Fernando Chucre visita a redação de Leia O Jornal
des que poderá enfrentar na
Câmara dos Deputados. “Converso bastante com políticos
que foram prefeitos na região,
como Rubens Furlan e Celso
Giglio, e se elegeram deputados
federais e não gostaram da experiência de Brasília”. Ainda
assim, Fernando projeta concentrar seu trabalho em programas que possam gerar recursos para as cidades da região.
Entre eles, está a criação de uma
assessoria parlamentar para
nortear projetos para municípios da Região Oeste. “O que se
tem visto são deputados se elegerem por determinada região
e depois tentarem criar em outras partes do Estado. Quero
concentrar o meu mandato na
luta pela melhoria da Região
Oeste”, explica Fernando.
Ao falar da importância dessa base parlamentar, Fernando
cita como exemplo, o Grande
ABC que tem
quase o mesmo
número de eleitores e conta com
dez deputados,
enquanto a região
Oeste tem três.
Já na área de assessoria parlamentar, conforme Fernando o município de
Santana de Parnaíba é o único
bem estruturado na busca por
verbas externas – Barueri também é bem estruturada mais por
ser rica, não busca recursos
“Devido a todos os
problemas já
conhecidos, Carapicuíba
não pode sobreviver sem
recursos externos.”
Caro Deputado João Paulo Cunha
ficam os dedos. A luta continua.
Perseguido e estigmatizado que
tenho sido ao longo de grande
parte da minha vida, sem culpa
formada e apenas por questões
ideológicas, sei e respeito os dias
e as aflitivas horas que V. Exa. viveu. Felizmente, seus pares tiveram luz e reconheceram a improcedência das denúncias. De portas e coração aberto, aceite o nosso reconhecimento pelo formidável e gigantesco trabalho que V.
Exa. realiza pela nossa Cidade e
pela nossa Região. Parabéns.
Leia O Jornal
Jamo Litlle Brown.
(fundo de compensação dos
municípios que não tem arrecadação suficiente), Fernando
cita a construção da Fatec e a
desapropriação da Inac, onde
será construído um centro social urbano. “É a criatividade da
administração usada em favor
da população de Carapicuíba”,
explica. Isso porque o Fumef
tem uma trava legal: são recursos municipais que só podem
ser utilizados no sistema viário
ou
de
transporte de interesse
metropolitano.
Então o
governo
de Carapicuíba
busca aliar o interesse da
população e encontrar brechas para a utilização desses recursos.
Para este ano, o prefeito Fuad
Chucre dará continuidade à
obra na área do Inac, próxima
ao Ariston, região com pouco
infra-estrutura para a população. Ali já está em fase de término a construção do Batalhão
da Polícia Militar e serão construídos creche, pré-escola,
campos de futebol, quatro quadras cobertas, centro de convivência para a terceira idade.
Ou seja, uma obra que reunirá
uma série de equipamentos públicos para o bem-estar da população de Carapicuíba.
Aproveitamos para chamar a
atenção do prefeito Fuad e de
seu filho Fernando Chucre para
a retaliação que estamos sofrendo por parte do seu gabinete e do secretário de comunicação engenheiro Guilherme
e sra. Taís, só pelo fato de na
edição 64 termos feito uma homenagem ao sr. Fuad, colocando-o como o melhor prefeito do
Brasil, conforme matéria que
reproduzimos ao lado.
É lamentável que as notícias
boas o gabinete não deixe chegar ao conhecimento do prefeito. Só as más. A não ser que haja
contra-ordem por parte do prefeito. Afinal o candidato Fernando Chucre se comprometeu a
verificar por que Leia O Jornal
não tem recebido releases e a
enviá-los. O fechamento foi atrasado e um dia e meio depois nem
as notícias nem o futuro candidato retornou com informações.
Jamo Little Brown
“Existe um desejo muito forte de
renovação do quadro político em
Brasília, principalmente por essa
seqüência de deputados legislando
em causa própria que se tem
visto”Fernando Chucre visita a
redação de Leia O Jornal
Fernando Chucre quer ajudar municípios pobres da região Oeste
OSASCO
Parabéns pela Vitória. A Justiça prevaleceu. Parabéns, também,
pelo discurso claro e realista, classificando setores da imprensa
como falsos e hipócritas. Felizmente, na nossa visão – em que
pese estarmos em campos ideológicos diferentes – não apenas
antevimos a sua vitória como a
ela nos unimos, levando aos nossos leitores de todo o Brasil o
“perverso e maquiavélico” plano
urdido contra Vossa Excelência.
Infelizmente, eles conseguiram
parte dos objetivos: o de impedir
o vôo de V. Exa. para cargos mais
altos. Porém, vão-se os anéis e
fora. Fernando atribui essa estrutura de Santana de Parnaíba
à competência do prefeito Benedito Fernandes, que já foi
subprefeito da Freguesia do Ó
na administração Jânio Quadros em São Paulo.
Fernandes foi também secretário de Fuad Chucre em Carapicuíba. “É um homem sério,
competente e que muito ajudou
a dinamizar a imagem do prefeito”, diz Fernando. Para ele,
Benedito
Fernandes
foi substituído à altura
por Décio,
o atual Secretário de
Finanças:
“Décio é
tão sério,
competente e corretíssimo
quanto Fernandes”.
Sobre a administração Fuad
Chucre, Fernando ressalta a luta
do prefeito para bem servir o
povo pobre de Carapicuíba.
“Quando ele não está na cidade,
está no gabinete do governador
ou nos dos secretários tentando
buscar verbas para os projetos
da cidade”. Segundo Fernando,
o governo do Estado, desde Mario Covas e depois com Geraldo Alckmin tem sido um verdadeiro parceiro de Carapicuíba,
sempre ajudando em tudo que
foi possível, repassando as ver-
bas disponíveis. “Esperamos
poder retribuir a parceria ajudando o governador Alckmin em
sua caminhada rumo ao Palácio
do Planalto”, diz.
Entre as obras que Fuad Chucre está realizando a partir do
repasse de verbas do Fumef
RA
PA
BÉ
NS
Do ponto de vista popular, o
alinhamos junto aos mais destacados prefeitos da região e
nos vemos na obrigação de endossar a opinião de muitos dos
nossos cidadãos que o vêem
como melhor prefeito do Brasil.
Sua maneira de ser, agir e viver reflete a grandiosidade do
ser humano que ele é. Dotado
de acentuada sensibilidade e
preocupação com o bem-estar
dos seus semelhantes, ele não
é, em verdade, diferente dos
grandes tocadores de obras, o
que lhe tem permitido fazer
avançar e humanizar a mais
pobre e sofrida cidade da Grande São Paulo.
Se não fosse o bastante, o
município ainda se vê sufocado pela obrigação do laudêmio
ao município de Barueri, imposição legal que somente se serve ao benefício de ricas e abastadas famílias e às multinacionais. O laudêmio, uma espécie
de IPTU, embora de valor irrisório, é uma taxa cobrada em
favor dos índios. Também deveria estar a serviço de Carapicuíba e de seu povo por ser,
originariamente, também uma
ex-aldeia indígena.
Deixamos isso para técnicos
e especialistas tributários, nos
limitando a enaltecer este homem simples, honesto, bondoso, caridoso, íntegro e que - por
ser dócil e gentil - se tornou voluntariamente escravo de seu
povo. Até sua privacidade ele
deixou de lado, colocando-se
diariamente desde as quatro da
manhã e até altas horas da noite ao lado das pessoas necessitadas as quais, em fila na sua
porta, lhe trazem todos os tipos de problemas e de reivindicações. De alguma forma, resolve ou minimiza os problemas
e todos se vêem atendidos e satisfeitos com a atenção e o respeito que
lhes demonstra a
maior autoridade do
município.
Cidadão
diferenciado, ele nasceu para
servir e não
para ser servido e tem
encontrado
no seio da
sua família,
principalmente por parte da sua esposa,
o maior apoio para dedicar-se
ao bem dos cidadão e por fazer
avançar a sua cidade.
Como todo ser humano, também comete erros e falhas. Com
a ajuda do ex-prefeito de Osasco, Silas Bortolosso, aprendemos a admirá-lo e a gostar dele
como a pessoa simples que é.
Às vezes, por simplicidade e
pureza, fazemos dele um centralizador, quando na verdade é
a sua maneira, o seu jeitão característico de administrar a
sua sofrida cidade de forma pessoal e direta, demonstrando
com a sua presença o respeito
aos cidadãos da sofrida população de Carapicuíba.
Pelo seu jeitão de ser, muitas
vezes assume compromissos
com muitos que o procuram e
– agenda atabalhoada - não
comparece aos encontros, pelo
fato de conviver com a periferia, atendendo a população.
Por isso, são muitos os que
desistem de procurá-lo. Chucre,
que quer dizer bravio e selvagem, representa bem a personalidade de Fuad Chucre, um
guerreiro sempre pronto a lutar para melhorar as condições
de vida da população.
Não obstante suas falhas,
Fuad é um ser humano muito
especial, gostem dele como ele
é e terão um bravo e grande
amigo ao seu lado. Que Deus
abençoe seus secretários, principalmente os da Fazenda, Décio Vieira de Souza, Saúde, Educação e Obras, para que o prefeito tenha muita paz e, com a
ajuda de Deus, administrar com
inteligência e probidade as dívidas e os graves problemas de
Carapicuíba.
Saiba prefeito Fuad que o Senhor Jesus Cristo te ama e eu
também. Muito obrigado.
Muito embora conhecendo
pouco a personalidade do prefeito Fuad, temos certeza de
que ele merece este título de
melhor prefeito humano do
País, pela competência de administrar desgraças, pobreza,
doença, fome, miséria, desemprego. Sejam também abençoados, por questão de justiça, os
demais milhares de prefeitos de
municípios pobres do Brasil,
que como ele carregam em seus
ombros todas as dificuldades
do seu povo.
Entre todos os problemas,
Carapicuíba não tem
sequer um
terreno adequado próprio para
seu aterro
sani t ár i o.
Acostumado a lidar
com todos
esses problemas,
imaginem
se o Fuad fosse prefeito de um
município rico, como São Bernardo ou Barueri, pois o dinheiro que sobra naqueles municípios falta em Carapicuíba. E a
única coisa que Fuad não tem
direito a administrar é dinheiro.
Mesmo assim esse gigante ainda tem coragem e força para
respirar fundo e de todo coração, mesmo sem direito à privacidade, dizer agradecido a
Deus que vale a pena ser útil,
como prefeito, ao operoso
povo trabalhador da sua querida Carapicuíba. Por isso, só podemos, carinhosamente, dizer
que Fuad Chucre não tem só
um coração de boi, mas um coração de elefante, capaz de abrigar todo seu povo. Homenagem
de Leia O Jornal
Jamo Little Brown
Fuad: Significa coração e indica
uma pessoa que se envolve em
tudo o que faz e, por isso, sentese feliz com cada vitória que
obtém por menor que seja. Em
geral, na verdade, alcança
quase sempre grandes vitórias.
Beck Natação
S
NO Piscina 25 mts - Coberta - Térmica
A
25
Natação e Hidroginástica a partir de R$ 45,00
(Mensal) *1 aula por semana - Horários Especiais
Av. Dionisia A. barreto, 609 Fone: 3681-8128
MUSCULAÇÃO – Reinalguração
Direção Greice Kerche
Amplo salão, aparelhos novos e modernos.
1 aula grátis
Página 4
Edição 67
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
ESTÁ VOLTANDO
- JESUS
É BOM
COCA X DOLLY
Uma guerra sem refresco
Inexplicavelmente quase sem ruído, já que há denúncias gravadas – o que em certos casos faz a alegria da mídia grande –, essa guerra
protagonizada pela marca mais famosa do mundo encerra em seus bastidores sabores insuspeitados, como se verá a seguir.
Marina Amaral
Dois homens se cumprimentam em um escritório no bairro
do Itaim Bibi, em São Paulo.
Trocam apresentações, não se
conhecem pessoalmente. A porta da sala do anfitrião está aberta
e duas microcâmaras ocultas
captam o momento em que o
empresário Laerte Codonho
conduz o consultor Luiz Eduardo Capistrano do Amaral a uma
poltrona e senta-se à sua frente
no sofá.
A reunião é de trabalho. Capistrano, como é conhecido no
mercado o ex-executivo da
maior engarrafadora da CocaCola no Brasil, a mexicana Panamco (Panamerican
Beverages Inc., hoje CocaCola Femsa, também mexicana), foi chamado por Codonho,
proprietário da marca Dolly Refrigerantes, para prestar uma
consultoria, atividade que exerce depois de deixar o cargo de
diretor na Spal, a engarrafadora da Panamco na região da
Grande São Paulo, Campinas,
Santos e Mato Grosso do Sul.
O consultor não tem motivos
para desconfiar do verdadeiro
motivo da reunião marcada pelo
dono da Dolly. O setor de refrigerantes no Brasil produziu
11,9 bilhões de litros em 2002.
A Coca-Cola detém 50 por cento, a AmBev (Brahma, Antarctica e distribuição da marca
Pepsi), 17 por cento, e 750 fabricantes regionais (os chamados tubaineiros) dividem os 33
por cento restantes. O crescimento vem sendo pequeno –
3,3 por cento de 2001 para
2002 – e cada ponto percentual do mercado é ferozmente disputado por grandes e pequenas,
motivo suficiente para que a
pequena Dolly, com 1,6 por
cento do mercado nacional
(ACNielsen, 2002), pudesse
estar interessada em contratar
os serviços de um ex-executivo da empresa líder.
O relógio das microcâmaras
marca 17h48m32s, 12 de junho
de 2003. A primeira intervenção é de Codonho: está precisando de alguém que “conhece
o jogo” e quer saber se o convidado não tem mais vínculos
com a Coca-Cola. Depois de
deixar formalmente a Panamco,
Capistrano trabalhou mais um
tempo para a empresa como
consultor. Mas agora, afirma
ele, está livre. A Coca-Cola Femsa – companhia mexicana da
qual a Coca-Cola Company detém 39,6 por cento das ações –
adquiriu recentemente a Panamco por 3,6 bilhões de dólares, tornando-se a maior engarrafadora da América Latina e a
segunda maior engarrafadora
mundial de Coca-Cola, atrás
apenas da Coca-Cola Bottlement, dos Estados Unidos.
Quatro minutos depois, a secretária entra trazendo uma bandeja. O visitante se serve de uísque com gelo, o anfitrião prefere um guaraná Dolly. A conversa segue mais relaxada.
“Como a Coca-Cola pode
deixar um cara como você solto?”, pergunta o empresário. O
executivo sorri, lisonjeado. Diz
que optou pela independência e
que está examinando uma nova
proposta de consultoria da
Coca-Cola Femsa. A Spal, da
qual ele foi diretor, atua no mercado das maiores regiões metropolitanas paulistas, o mais
disputado do País, e responde
por parte importante da dívida
de 800 milhões de dólares da
Panamco, absorvida na transação mexicana. A situação difícil em que se encontrava Capistrano antes da transação é o
tema da conversa captada pelas câmaras agora e Codonho
vai conduzindo o assunto para
as estratégias usadas pela Spal
contra a concorrência. “Contra mim também”, provoca o
dono da Dolly.
O ex-executivo sorri, entre
cúmplice e sem graça. “Quando me disseram que você queria falar comigo, pensei: será
Por ser o melhor refrigerante, a Dolly sofre retaliação da multinacional Coca Cola
que ele quer me matar, bater em
mim...”, brinca.
Codonho finge abrir o jogo:
“Eu tenho apanhado barbaridade, estou sendo sacaneado o
tempo todo, é fiscalização da
Receita, ação do Ministério Público, pressão nos meus fornecedores. Quero alguém que dê
o diagnóstico, localize de onde
parte a pressão”.
Capistrano admite que “realizou diversas estratégias” para
tirar pontos dos concorrentes
em São Paulo, principalmente
dos chamados produtores regionais a quem chama de “caipiras”, excluindo seu cliente em
potencial, é claro.
É a deixa para o dono da Dolly
encostá-lo na parede: “Ninguém
melhor do que quem fez a bomba para desativar a bomba”.
Capistrano nega que seja o
único responsável – “há coisas
orquestradas há anos” –, mas
admite que agiu contra a Dolly,
principalmente pressionando os
fornecedores de insumos (embalagens, rótulos, açúcar e adoçante) a não vender para a empresa. “Eu não podia fazer nada
ilegal”, completa, em tom de
gozação. “Senão eu já tinha tido
sucesso há muito mais tempo,
eliminado a concorrência há
muito mais tempo. No México
não tem concorrência.”
“Por quê? Como poderia ser
feito isso?”, interessa-se o empresário.
“Liquida, mata as pessoas todas!”
“Não brinca, não, mas mata
fisicamente também?”, pergunta Codonho, aparentemente
perplexo.
E o outro, rindo: “Fisicamente, se for necessário. No México são treze famílias no mercado de refrigerantes, então ou
é Coca ou é Pepsi”.
Codonho estimula o papo, reafirma o interesse em contratar os serviços do consultor. Em
tom profissional, Capistrano diz:
“Confesso que vim preparado
para tudo, menos para essa
contra-estratégia”. O relógio
das
câmaras
marca
18h59m10s. O telefone acaba
de tocar – é a senha para trocar a fita de vídeo enquanto
Codonho finge falar com alguém. Quando “desliga” o telefone, vai direto ao ponto:
“Como posso te remunerar?”
Negociam rapidamente. A questão se complica quando bate
nos cifrões. Capistrano quer
saber os números da Dolly: faturamento, porcentagem de
mercado que tem – “chuta” 10
por cento da Grande São Paulo
(6,8 por cento em 2002, segundo a Nielsen), mas Codonho
não entrega o ouro e pede que
o consultor calcule quanto vale
o seu tempo para “desarmar a
bomba” em sessenta dias. Dez
mil reais mensais é o valor inicial. O negócio parece que vai
andar. Capistrano propõe chamar seu ex-chefe, Jorge Giganti
– que dirigiu a Panamco depois
de ter presidido a Coca-Cola do
Brasil, do México e da Argenti-
na – para ajudá-los. Argumenta
que seria um articulador de
peso e, “embora não precise de
dinheiro, nesse negócio da Femsa ele ganhou 5 milhões de
dólares e vai ganhar a quinta
aposentadoria, talvez precise de
um desafiozinho”.
Codonho dá corda e acusa
Giganti de ter sido o responsável pela “operação contra a
Dolly”. O outro retruca, irônico: “Não, o Jorge Giganti não
fez nada pra te matar, absolutamente. Claro, só me chamou
e disse para eu fazer o que fosse necessário”.
“Por que pra cima de mim?”
“Coca-Cola é Coca-Cola”,
responde Capistrano. “Então,
agrediu a Coca-Cola é fatal.
Tem que ter reação. Se você
batesse só na Fanta, no Kuat,
não sei o que e tal... Mas o problema é que num determinado
momento há uma análise de que
a Dolly estava tirando clientes
da cola, da Coca-Cola.”
“Mas chegou-se a essa análise?”
“Sim, pelos números, você
realmente pode fazer uma análise desse tipo.” (O guaraná Antarctica é o segundo refrigerante mais vendido no País, a
Coca-Cola o primeiro. Desde
que chegou ao País, a CocaCola briga para diminuir a participação do sabor guaraná no
setor.) “O sabor guaraná está
ganhando do sabor cola fomentado por guaranás de segunda
linha: Dolly, Convenção etc.
Então, isso começa a ser realmente o calcanhar-de-aquiles.”
“Isso tudo precisamos estudar”, diz Codonho.
“Preciso de sessenta dias para
entrar de cabeça nisso”, responde Capistrano. E ressalva:
“Saí da Panamco para mudar
de negócio. Tive de demitir 15
mil pessoas enquanto estava lá,
não é brincadeira. Sou um cara
muito ético, muito leal, não sei
se sou o cara que você colocou na cabeça. O que fiz com
você era negócio. Achava que
você estava no mesmo ritmo,
entendeu? (...) Particularmente, nós dois temos essa simbiose, eu não queria conhecer
você, eu não queria falar com
você porque eu tinha uma missão que foi dada pelo presidente, o Giganti disse...”.
“E qual era a missão?”, interrompe, ansioso, Codonho.
“A missão era tirar você do
mercado. Você tinha 5, 6, 7, 8
pontos, eu tinha que tirar 4 pontos da concorrência”, explica o
ex-executivo.
“Você fechou o cerco”, diz
Codonho, parecendo sentido.
Truco. O relógio das câmaras marca 19h31m49. A segunda dose de uísque é servida. A
tensão se dissipa.
“Infelizmente, o seu único
azar é que eu podia ter saído
um ano antes de lá. Ganhei
mais um ano pra fazer isso.”
“Filho da p.”, diz entre risos
o dono da Dolly.
O outro também ri: “E, eu te
digo, o pior é o seguinte: não
ganhei muito dinheiro com
isso”.
“Nesse ano, você me cutucou...”
“Cutuquei porque era uma
tentativa de orientação pra
Coca-Cola, de treinamento para
eles, do que eles poderiam fazer para um dia chegar a 70
pontos de mercado de novo,
que eles nunca mais vão ter.”
“Espera aí, vocês estavam
fazendo protótipo em cima de
mim?”
Capistrano confirma: “Era
uma visão do que eles poderiam fazer pra, de novo, algum
dia chegar a 70 por cento de
mercado. Esse desafio eu assumi em Atlanta (sede da CocaCola Company). Como é que o
Brasil pode ajudar a chegar a
70 por cento de novo? Digo,
vou tentar mostrar os caminhos
por lá”.
“E pau na Dolly, coitada da
Dolly.”
Ao que Capistrano responde:
“Era uma, mas as outras, com
a continuidade, iam sofrer
igual”.
Codonho
puxa um
ponto que
considera
parte da armação. Pergunta sobre
uma portaria
da Receita –
a instrução
normativa
SRF
nº.
034, de 1999 – que obriga os
produtores de garrafa PET (essas de plástico) a relatar em minúcias suas transações com as
indústrias de refrigerantes para
o controle fiscal do volume
vendido.
“Vocês conseguiram fazer um
negócio do caramba, aquela foi
você, todos os produtores de
garrafas terem que dar um relatório para a Receita.”
Capistrano se envaidece:
“Essa, sim, essa foi”.
“Essa foi sua. Parabéns!”
“Essa foi a única...”
Codonho interrompe: “Era o
‘relatório Capistrano’, falavam
assim. Então, quer dizer, o Capistrano quer saber quanto quer
o mercado e ele mandou a Receita implantar um negócio desses...”.
O outro se limita a sorrir.
São quase 8 da noite, é Dia
dos Namorados, os dois decidem continuar a conversa no
dia seguinte. O diálogo final é
em clima de franca “amizade”.
“Você conhece a fábrica de
Diadema?”, pergunta Codonho,
referindo-se à Ragi Refrigerantes, a principal engarrafadora de
sua marca.
“Não. Aliás, já passei perto.
Quando mandava o pessoal ficar... Só passava para fiscalizar se estava todo mundo anotando tudo, todos os caminhões
etc.” (risos)
“Filho da p.! (risos) Você fazia isso?”
“Alguém tinha que fazer...”
“Filho da p.”, repete Laerte,
ainda rindo, deixando escapar
um tapa um tanto violento no
sofá. “Era você que mandava
até isso...”
“Não tinha muito problema,
não. Tinha terceiros que faziam lá, que pesquisavam com os
transportadores (para obter informações sobre volume distribuído e os pontos de venda da
Dolly), mas o óbvio, o básico é
sempre o básico.”
Em tom de brincadeira, Capistrano pergunta: “Por que
você não me procurou antes,
me ofereceu 1 milhão de reais...?” E aí, falando sério: “Veja
bem, talvez eu não aceitasse,
sou um cara muito ético. Mas
a Coca-Cola me convenceu a
fazer coisas, com falsas promessas...”.
Pausa para o almoço. Há duas
horas assisto às fitas ao lado de
Laerte Codonho no mesmo escritório onde foram gravadas,
com o objetivo de provar que a
Dolly havia sido vítima de concorrência desleal e abuso de poder econômico por parte da engarrafadora da Coca-Cola, segundo Codonho. Ele conta que
passou a desconfiar de que Capistrano estivesse por trás de
seus reveses nos negócios depois que lhe disseram que os
vendedores da Spal andavam
distribuindo cópias de um email difamatório contra a Dolly
– dizendo que o refrigerante
dava câncer – em mercadinhos,
creches, pontos de ônibus, igrejas. “Um pastor chegou a ler o
e-mail durante o culto”, diz.
Suas desconfianças aumentaram quando um de seus fornecedores lhe disse que o ex-diretor da Spal lhe propusera contrato com a Coca-Cola em troca do corte na venda de embalagens PET para a Dolly. Ao ficar sabendo que o outro estava
fora da Coca-Cola, marcou então uma reunião como se fosse
contratá-lo para uma consultoria. Acabou gravando “mais de
30 horas de reunião”, diz, quando insisto em assistir às fitas
na íntegra – a imprensa havia
recebido
trechos selecionados
por sua assessoria de
imprensa.
Por fim,
como ele
não concorda em
ceder cópias das fitas
– “há nomes que preciso preservar” –,
combinamos assistir no seu escritório, na íntegra, às três fitas referentes às reuniões gravadas nos dias 12, 13 e 17 de
junho, que constam do inquérito policial 695/01 instaurado
na 3ª Delegacia de Diadema a
partir de um B.O. registrado
por Laerte Codonho a propósito do e-mail difamatório. As
gravações das outras duas reuniões com Capistrano foram
parcialmente divulgadas à imprensa, mas preferi ignorá-las,
uma vez que não foram aferidas pela perícia nem disponibilizadas na íntegra.
Depois de um sanduíche, vamos para a segunda fita.
“Dois meses já eram o
suficiente para a gente destruir
toda a participação de
mercado que os produtores
menores tinham.”
Lobby na receita?
13 de junho, 9h57m. As microcâmaras registram um Capistrano engravatado com nova
proposta sobre a consultoria
pedida pela Dolly: “O que você
quer vai envolver outras pessoas, você tem idéia da complexidade disso? Vou ter de me
dedicar full time, o preço não é
mais aquele padrão”.
Acrescenta que vai estudar o
caso para ver como tirar Codonho de suas dificuldades.
Além dos prejuízos econômicos, há os processos por razões fiscais.
“Há coisas difíceis de reverter, os processos, não dá para
parar agora. Mas as coisas vão
acabar se resolvendo de uma
maneira ou outra. Sempre tem
uma solução. A solução talvez
seja você vender a marca: ‘Vou
me livrar enquanto posso sair
o melhor possível’. Talvez seja
a última solução para resolver
o problema. E pode ser que ainda haja coisas a fazer...”
Codonho cutuca: “Por que
vocês não compraram a operação naquela época? Sairia
mais barato...”.
“Você tem uma marca que
eventualmente pode ser mantida”, continua Capistrano, sem
se abalar.
“Quanto vale?”
“Bem, não conheço seus resultados. Pelo que sei, uns 20,
30 milhões, mais ou menos o
preço da Simba (marca criada
pela Coca-Cola para vender um
refrigerante mais barato e ganhar parte do mercado dos “refrigerecos”, já vendida).”
O dono da Dolly não concorda com a avaliação. Para mim,
diz ter certeza de que a Spal
queria detonar a marca e depois
comprá-la barato. De Capistrano cobra: “Eu quero saber
como você vai desarmar a bomba. Vocês infiltraram gente para
me espionar, no Ministério Público, na Receita...”
Capistrano nega ter cooptado o antigo contador da Dolly
para passar informações e também ter subornado o fiscal da
Receita denunciado por Codonho na Corregedoria. Diz que
não sabia que um consultor
contratado pela Spal para ajudar a tirar pontos dos concorrentes no mercado trabalhava
para o dono da Dolly exatamente na área fiscal. Mas admite:
“Quando nós armamos a estratégia, tinha vários pontos.
Era com fornecedores, com a
Receita Federal, com o Ministério Público, entendeu, tinha
toda essa espionagem para formular os volumes... Tinha inclusive muitas coisas que nem
chegaram a ser feitas. Não sei
nem o que vocês iam fazer. Não
ia ter matéria-prima no mercado pra ninguém...”, volta a dizer.
“Não ia adiantar a gente espernear, brigar, pôr polícia...”
“Por algum tempo, vocês só
iam poder espernear. Mas eu
não precisava de um ano de
domínio total, precisava de dois
meses. Dois meses com matéria-prima limitada, controlada,
pingando, já eram o suficiente
para a gente destruir toda a participação de mercado que os
produtores menores tinham.
Quer dizer, a estratégia nunca
foi bolada pra matar ninguém,
eu sou um cara humano”, brinca, rindo. “Toda a minha estratégia era dar de 55 a 60 pontos
para a Coca-Cola. Nunca prevemos o desaparecimento de
ninguém. A estratégia não era
liquidar, e sim restringir. Então,
a matéria-prima era o ideal.” E
continua, referindo-se às acusações de Codonho de que a
Spal teria cooptado funcionários de órgãos públicos: “A ação
na Justiça é lenta, demorada,
confusa. A Coca-Cola tem inclusive muita dificuldade de fazer pagamentos”.
“Como assim?”, interessa-se
Codonho.
“Porque é o tal negócio:
como a relação com os franqueados era muito complicada
naquele momento... Quem você
acha que tem dinheiro livre no
mercado? A Coca-Cola? Não é.
São os franqueados.”, entrega.
“Que é a própria CocaCola...”, retruca Codonho.
“É e não é. Mas, se você está
em briga com a Coca-Cola, está
tendo prejuízo todo mês e não
consegue pagar a conta dela,
você acha que ainda vai investir todo o teu caixa 2 em atividades para beneficiar a CocaCola?” E muda de assunto. Admite que procurou “informações fiscais” contra a Dolly
através de dados obtidos com
os fornecedores sobre as compras da empresa. “É mais ou
menos óbvio que você tem de
buscar as brechas com os for-
Continua na página seguinte
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
necedores.”
Codonho lança uma carta na
mesa. Pede que Capistrano deponha, diz que precisa de provas documentais da atuação da
Coca-Cola contra ele.
Capistrano não responde.
Continua a falar da pressão sobre os fornecedores, o que parece ser sua especialidade.
Lembra a portaria da Receita,
aquela que Codonho chamou de
“relatório Capistrano”:
“Essas coisas levaram os fornecedores a entender que eu
não só tinha força como fazia
o que prometia. A portaria saía,
não saía, enrolava pra caramba, e saiu e o pessoal não queria cumprir. Eu disse: quem não
atender não vai mais ser fornecedor. Como a essa altura eu
tinha vários fornecedores, porque também fiz a diversificação de fornecedores, um pouco contrária à tese de menor
custo, mas com finalidades estratégicas de ter mais poder
sobre todos, então a gente conseguiu que isso prosperasse.
Realmente foi a primeira pancada, todo mundo ficou com
medo.”
Volta a falar no contrato de
consultoria, ainda não assinado. Repete: vai precisar de mais
dinheiro, o assunto exige dedicação. Mais uma vez pede autorização para consultar o expresidente da Panamco, Jorge
Giganti. Nada fica acertado, a
não ser a próxima reunião.
Ética e caixa 2
17 de junho, o reloginho marca 17h42 no vídeo. De roupa
esporte, Capistrano se serve de
uísque antes de entrar na conversa. Fala sobre um instituto
(o Etco), diz que a idéia partiu
da Associação dos Fabricantes
de Coca-Cola como resposta a
pressões da Company:
“Essa linha ética está sendo
cada vez mais exigida pelas empresas multinacionais. Depois,
inclusive, dos últimos eventos
nos Estados Unidos (caso Enron), não sei se você tem acompanhado o que está acontecendo, há uma nova lei que obriga
todas as empresas que têm
ações negociadas no mercado
americano a se submeter a ela,
que vai punir de forma exemplar os executivos que se envolverem em tramóias.”
Codonho ironiza: “Pô, esses
caras estão querendo que esse
instituto vá cacifar esse negócio com a Coca-Cola operando
do jeito que opera?”
Capistrano segue explicando
que o combate à sonegação fiscal vai aumentar através do
controle direto da cadeia de produção pela Receita. “Precisa ver
se eles vão ficar só nas portarias ou se vão partir para a contagem física. Se realmente vão
conseguir implantar os medidores de vazão, controlar o fluxo
de produção de cada um. Isso
é uma coisa que o Hoche (Pulcherio, executivo da área financeira da Coca-Cola) havia comentado comigo há dois anos
porque ele achava que ia ser a
solução.”
“Quem estava implantando
isso, a Coca-Cola?”
“Não, que eu saiba é uma portaria” (é a medida provisória nº.
2.158-35).
“Sim, mas quem trabalhou foi
a Coca-Cola para isso?”
“Isso era um plano da Associação dos Fabricantes”, responde Capistrano.
“Uma pergunta: quem manda é quem paga, você concorda comigo?”, pergunta Codonho.
O outro assente com a cabeça.
“Segundo, quem paga é que
faz os seus rebates e está com
o caixa 2 na mão. Quem é o
homem hoje que está com o
caixa 2?”
“Eu acho que essa verba está
sendo repassada pela Associação dos Fabricantes.”
“E o que vinha do caixa 2?”,
pergunta Codonho.
“Vinha de sucata, muita sucata, sobra, coisa vendida para
terceiros. Obras, principalmente civis. Você faz um contrato,
o cara vai construir, o cara recebe 50 milhões para construir
5 mil metros quadrados e devolve 20 milhões em grana
viva.”
“Como funcionava o esquema?”
“Mesmo esquema, os distribuidores recebiam e, como
muitas vezes repassavam a
mercadoria sem nota para terceiros, faziam o caixa 2 deles e
passavam uma parte”, entrega
Capistrano. “Sempre a corda
estouraria...”
“Do lado mais fraco.”
ESTÁ VOLTANDO
Capistrano, ex-diretor da Coca Cola, sai da delegacia após prestar depoimento. Prova do poder da
máfia contra a Dolly
“Do lado de quem fez, foi o
distribuidor, ou o transportador,
ou o construtor lá. Não tem risco”, diz Capistrano.
Codonho pergunta se Jorge
Giganti entraria “nessa”. Se deporia a seu favor. O outro responde que seriam precisos milhões de dólares. “Não sei o que
você quer que ele deponha...”,
acrescenta.
“Depor as sacanagens, que
tentaram me quebrar...”
O outro se diz em dúvida.
Reconhece que o nome de Giganti seria “bombástico”. Promete falar com o ex-chefe.
Confirma, a pedido de Codonho, que outro “consultor” independente havia sido contratado para roubar mercado da
concorrência – teria recebido 2
milhões de reais quando a Nielsen registrou 2 pontos de crescimento na fatia da Spal. Jura
que não sabia que o mesmo
consultor trabalhava para a Dolly, na área de tributos. Codonho quer que Capistrano arrume documentos que provem a
contratação do sujeito. O outro
diz que não sabe se tem como
fazer isso.
Codonho insiste, sem sucesso.
Dá cadeia?
Fui à 3ª Delegacia de Diadema, onde corre o inquérito policial sobre o tal e-mail difamatório. O delegado Marcos Dario da Silva me mostrou os documentos. Havia versões de
todo tipo do e-mail, até manuscritas e enviadas pelo Correio.
Li também os dois depoimentos de Capistrano – no primeiro, de 21 de agosto de 2003,
ele limita-se a dizer que saiu da
Spal em 1999 e, portanto, não
era mais funcionário da Panamco à época dos fatos – e as
declarações do representante
jurídico da Spal, Marco Aurélio Éboli, confirmando que Capistrano havia sido demitido da
empresa em dezembro de 2000
e trabalhado mais 12 meses
como consultor contratado,
exatamente como consta das
fitas.
Houve um segundo depoimento de Capistrano, quando o
delegado o interrogou já com a
transcrição das fitas feita pela
perícia do Instituto de Criminalística de São Bernardo.
“Esse é o único documento
importante do inquérito”, afirma o delegado, referindo-se ao
laudo que atesta: “Não há vestígios de edição nas fitas”.
Nesse novo depoimento,
prestado em dezembro de 2003
– portanto, depois que a Dolly
já tinha aberto um procedimento
para averiguar o caso na Secretaria de Direito Econômico do
Ministério da Justiça, com certa repercussão no Congresso e
na imprensa especializada em
negócios –, Capistrano admite
que realmente trabalhou na Spal
no período descrito por Éboli.
Também declara que não sabia
que estava sendo gravado, mas
não confirma o conteúdo da
conversa, alegando não se lembrar de seu “inteiro teor”.
Nega que tivesse sido contratado pela Spal para desestabilizar a Dolly e também a autoria do e-mail difamatório. E
conta sua versão da história:
reuniu-se com o dono da Dolly, que estaria interessado em
contratar os seus serviços, e a
negociação teria sido fechada
por 25 mil reais mensais. A conversa então teria tomado outro
rumo. Disse que “Laerte (Codonho) fazia várias perguntas
e, para não desagradá-lo, contei-lhe diversas blagues”, passando a dar “respostas dúbias”
à medida que seu novo patrão
o pressionava para confirmar
que havia sido contratado pela
Spal para o espionar e prejudicar sua empresa. Afirmou que,
nas últimas reuniões, Codonho
“lhe revelou o plano de usá-lo
como instrumento de ameaça à
Coca-Cola com a finalidade de
obter uma recompensa de 100
milhões de dólares para que um
escândalo fosse evitado”, como
registra o escrivão da delegacia, e que ele deveria “ir ao
México para conversar diretamente com os diretores da Femsa e pedir a quantia mencionada”. Quando “descobriu que
o único objetivo de Laerte era
esse, recusou-se a participar de
qualquer esquema”.
Laerte Codonho diz que as
acusações de chantagem são
mentirosas e que teria sido
ameaçado por Capistrano para
vender a Dolly, e também advertido de que se fizesse “qualquer denúncia à imprensa seria
rechaçada por todos os lados,
com força desproporcional”,
segundo o que teria anotado.
Não pude entrevistar Capistrano. Seu advogado, Roberto
Telhada, prometeu que me receberia e que sondaria seu cliente a respeito, mas uma semana depois deixou de atender
meus telefonemas. Por isso não
consegui esclarecer de forma
definitiva por que Capistrano e
Codonho brigaram.
O delegado Marcos Dario
acha que “essa investigação não
vai dar em nada. Será difícil
provar qualquer versão”. Para
ele, “o processo importante é o
que está no Cade, que lida com
essa questão de concorrência
desleal”. Depois, me pergunta:
“O que é blague?” “Uma espécie de piada”, digo, me dando
conta de que era exatamente
isso o que eu iria procurar saber. Não no sentido semântico,
claro.
Blague?
Mais exato do que eu na explicação ao delegado, o Aurélio
define blague como pilhéria, dito
espirituoso. Durante pelo menos oito horas e quarenta minutos (a que assisti), o senhor
Luiz Eduardo Capistrano do
Amaral, diretor de compras e
aquisições estratégicas da maior engarrafadora de Coca-Cola
no Brasil durante três anos,
contou “blagues” bastante detalhadas ao senhor Laerte Codonho sem saber que estava
sendo gravado. Pelo menos nas
três primeiras reuniões. Depois
teria motivo para desconfiar
disso, de acordo com sua versão da história. As “blagues” se
referem ao modus operandi não
só da Panamco, mas também
da Associação Nacional de Fabricantes de Coca-Cola e da
própria Company. Denúncias
graves e não comprovadas,
mas que partiram de um exexecutivo que teria condições
de fazê-las.
Decidi investigar como opera a Coca-Cola no Brasil de
acordo com outras fontes, para
ver se o que foi dito por Capistrano faz sentido dentro do
mercado de refrigerantes no
Brasil. Alguns nomes tiveram de
ser mantidos em sigilo: não é
fácil brigar com a Coca-Cola.
Estive também no escritório
de Ismael Corte Inácio, advogado de Codonho e de Júlio
Requena Mazzi, dono da Ragi
Refrigerantes (ex-Dolly Refrigerantes), a maior fabricante
dos refrigerantes e respectivos
concentrados da marca Dolly
nas versões diet e normal dos
sabores guaraná, limão, cola e
laranja. Mazzi é o que se chama de “franqueado master”,
uma espécie de Panamco da
Dolly, em Diadema. O advogado me entregou cópias de todos os processos relacionados
ao caso: um procedimento ad-
ministrativo de 12 de agosto de
2003 que apura se há indícios
de concorrência desleal e abuso de poder econômico por
parte da Coca-Cola contra a
Dolly, na Secretaria de Direito
Econômico (SDE), ainda não
concluído; um ofício do subprocurador da República Moacir Guimarães de Morais Filho,
que atua junto ao Cade, pedindo em 9 de março de 2004 a
abertura de inquérito na Polícia
Federal, com o depoimento de
três fornecedores da Dolly confirmando as pressões do ex-diretor da Spal para não vender
insumos para a empresa; uma
queixa-crime por difamação
oferecida pela Ragi contra Luiz
Eduardo Capistrano do Amaral
em 10 de dezembro de 2003;
uma ação indenizatória movida
em 25 de fevereiro de 2004 pela
Ragi Refrigerantes contra a
Spal pelos prejuízos que teria
causado por práticas anticoncorrenciais contra a empresa;
uma denúncia contra um fiscal
da Receita e um ex-contador da
Dolly na Corregedoria da Receita Federal feita por Laerte
Codonho (a sindicância foi instaurada, mas ainda não concluída); e uma representação de
Júlio Mazzi contra o procurador Márcio Schusterschitz, que
o teria “perseguido”. O procurador se afastou por vontade
própria dos processos movidos
contra a Dolly, alegando suspeição. Das três denúncias feitas em menos de um ano por
ele – que atua na 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo
–, uma não foi aceita e duas se
tornaram processos e estão correndo na Justiça: ambos contra
a Ragi Refrigerantes, por delitos de natureza fiscal. O procurador também entrou com
uma ação civil pública contra a
Ragi Refrigerantes e a Diet
Dolly, firma que pertencia a
Laerte Codonho e outros,
encerrada
em 1998.
Atualmente,
a firma de
Codonho se
chama Dettal-Part, dona
da marca
Dolly, localizada naquele
pequeno escritório do Itaim Bibi.
O advogado me informou ainda que a Coca-Cola entrou com
uma ação civil contra a DettalPart e a Ragi Refrigerantes em
3 de março de 2004. Apesar de
muita insistência, nem a assessora de imprensa designada especialmente para a crise Dolly
x Coca, Lalá Aranha, da Companhia de Notícias, nem o gerente de comunicação da CocaCola, Maurício Bacellar, nem
Karla Camargo, indicada como
assessora de imprensa da
Coca-Cola Femsa, atenderam a
minhas solicitações de entrevistas e informações sobre o caso.
Não foi atendido nem mesmo o pedido para que um dos
advogados da empresa tomasse ciência do teor das denúncias.
- JESUS
tabilidade da empresa haviam
sido supervalorizados nos documentos exibidos na hora da
venda, e que haviam sido retirados fundos e transferidos
para os Estados Unidos depois
de realizada a transação. À época, o presidente da Coca-Cola
no Brasil era Jorge Giganti, o
presidente da Panamco citado
por Capistrano. “Isso não estava no espírito do negócio”,
escreve delicadamente Vidigal,
que cita várias outras passagens
sobre o tipo de relacionamento
que a Company mantém com
seus franqueados no livro editado pela Rocco em 1995, um
ano depois de ele ter revendido
a empresa para a Embolletadora Andina, engarrafadora da
Coca-Cola no Chile.
O direito de usar a marca –
presente em 200 países – custa além do dinheiro desembolsado, conforme Vidigal. Quando adquiriu a franquia, ele queria que a Coca-Cola mantivesse uma participação acionária
na empresa, mas a Company só
venderia os 100 por cento. Vidigal acabou aceitando e assinou um contrato de cinco anos,
renováveis, de acordo com ele,
um risco para quem gasta milhões de dólares em um negócio e pode perder a marca antes mesmo de reaver o investido. O preço do concentrado
vendido pela Coca-Cola para
fabricar o refrigerante também
pode subir de repente, conta o
livro, mas não o preço final, em
razão da concorrência.
Essas seriam as condições
oferecidas aos interessados em
participar do Sistema CocaCola, que em 2003 trouxe um
faturamento de 21 bilhões de
dólares à Coca-Cola Company
e lucro 43 por cento maior que
o de 2002, apesar da queda de
6 por cento nas vendas do setor de refrigerantes no mundo
e da situação de quase estagnação nas taxas de crescimento
das vendas da própria CocaCola. A principal acionista da
Company é a fundação Woodruff e o maior investidor externo é Warren Buffett, um gigante do mercado financeiro
que integra o conselho de administração em Atlanta.
Até meados da década de 90,
a estratégia era lucrar o máximo com a marca através de um
sistema de franquias no qual o
valor pelo uso da marca é embutido no preço do concentrado produzido exclusivamente
por ela, Company. Foi dessa
maneira que a multinacional
cresceu de forma assombrosa,
fazendo seu valor de mercado
passar de 4,3 bilhões de dólares em 1981 para impressionantes 180 bilhões de dólares em
1997, segundo a revista Exame. Mas o mundo se tornou
pequeno para ela, que passou a
cobiçar
maior participação nos
lucros das
engarrafadoras. Em
um primeiro movimento, foi
concentrada a operação em sete
empresasâncoras, megaengarrafadoras
com participação acionária da
Company. A Panamco e a Femsa – hoje fundidas na CocaCola Femsa – são duas delas,
responsáveis pelos maiores
mercados consumidores do
mundo depois do americano: o
México e o Brasil. Aqui detém
25 por cento do setor. Daí a
preocupação da Coca-Cola
Company com a repercussão
do caso Dolly – a Spal fazia parte do grupo no qual tinha participação acionária à época dos
fatos relatados por Capistrano
nas fitas gravadas por Codonho.
No Brasil, essa estratégia de
concentração foi maior do que
em outros países, porque o
nosso mercado é considerado
um dos mais importantes – o
terceiro do mundo – e um dos
mais difíceis para a indústria de
refrigerantes: cada brasileiro
toma 66 litros de refrigerante
por ano, menos da metade do
que um mexicano, o segundo
mercado consumidor, e 3,3
vezes menos do que um americano, o primeiro. As tentativas
de aumentar o consumo de refrigerantes têm obtido resultados pífios – menos de 10 por
cento nos últimos oito anos, o
que significa que grandes marcas, como a Coca-Cola, têm de
disputar um mercado quase
estagnado com um número
cada vez maior e bem-sucedido de concorrentes – os cha-
Cada brasileiro toma 66 litros
de refrigerante por ano,
menos da metade do que
um mexicano e 3,3 vezes
menos do que um americano.
A companhia
O empresário Antônio Carlos
Vidigal descreve, no livro-denúncia Emoção pra Valer, os
Bastidores de uma Franquia,
sua ida em 1986 à sede da
Coca-Cola, em Atlanta, sul dos
Estados Unidos, onde foi negociar, em seu nome e do primo
Roberto Vidigal, a compra da
franquia da Coca-Cola no Rio
de Janeiro – a primeira fábrica
construída pela multinacional
no Brasil, em 1942. Pagaram 57
milhões de dólares. Ao assumir
a direção da fábrica, Vidigal descobriria que patrimônio e ren-
É BOM
Edição 67
Página 5
mados tubaineiros – capazes de
colocar produtos no mercado
por até metade do preço cobrado por elas. Para reverter essa
tendência, a Company resolveu
ir à ofensiva contra os concorrentes. Recomprou as franquias de Minas Gerais e do Espírito Santo e, no Nordeste, onde
as marcas regionais já tinham
mais de 40 por cento do mercado, criou uma nova empresa
em associação com a engarrafadora do Ceará, a Norsa, do
grupo Jereissati. O grupo Norsa/Coca-Cola (48,6 por cento
das ações da Coca-Cola, 40 por
cento do grupo Jereissati e 11,3
por cento do grupo Aragão, do
Piauí) tornou-se a maior engarrafadora da marca na região,
controlando as operações do
Ceará, Bahia, Rio Grande do
Norte e Piauí. A Coca-Cola também comprou o controle acionário da Cia. Maranhense de
Refrigerantes, fabricante de
uma das marcas regionais mais
tradicionais, o guaraná Jesus.
Em 2002 e 2003, a participação da Coca-Cola no volume
total de refrigerantes vendidos
na região aumentou 2,5 por
cento. O ganho foi todo em
cima das tubaínas, cuja fatia no
mercado caiu de 42,8 para 38,8
por cento. Quatro pontos,
como diria Capistrano.
O sistema Coca-Cola
A par dessa estratégia, a multinacional aumentou a participação acionária no que chama
de Sistema Coca-Cola do Brasil, hoje formado por 16 grupos empresariais proprietários
das 42 engarrafadoras e pela
Divisão Brasil da Coca-Cola
Company, representada por
duas pessoas jurídicas: a Recofarma Indústrias do Amazonas
Ltda. – a fábrica de concentrado sediada na Zona Franca de
Manaus, que tem cerca de 400
empregados – e a Coca-Cola
Indústrias Ltda., sediada na
Praia do Botafogo, Rio de Janeiro, que tem como funcionários apenas os seis principais
executivos da subsidiária brasileira contratados diretamente
pela Company para zelar por
seus interesses. São eles que reproduzem as diretrizes da multinacional no Brasil, cuidam das
relações institucionais e formulam as estratégias de marketing,
cujas despesas são divididas
entre a Company e as engarrafadoras e também são parcialmente embutidas no preço do
concentrado.
O site da Coca-Cola anuncia
que “o Sistema Coca-Cola no
Brasil contribuiu com R$ 1,9
bilhão em impostos federais,
estaduais e municipais em
2002”. A esmagadora maioria
desses impostos recai sobre o
segundo elo da cadeia de produção de refrigerantes – as engarrafadoras –, uma vez que a
Company goza, com sua Recofarma, a fábrica do concentrado, dos muitos benefícios
fiscais da Zona Franca de Manaus. Para aliviar essa carga, as
engarrafadoras encontraram
maneiras legais de se creditar
de alguns impostos que seriam
pagos pela Recofarma, não fossem tais benefícios fiscais. Em
1998, elas entraram com um
mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para
garantir o direito de descontar
do IPI devido o que já havia sido
pago pelo primeiro elo da cadeia produtiva, como determina a lei que definiu o imposto
como não-cumulativo, e obtiveram sentença favorável.
Acontece que, no caso, o primeiro elo é a Coca-Cola brasileira em Manaus, isenta de IPI.
Criou-se a absurda situação na
qual um imposto não pago pelo
primeiro elo (Coca-Cola) transforma-se em crédito (por isso
mesmo chamado de crédito ficto, ou seja, fictício) para o segundo elo da cadeia (engarrafadoras), que desconta tal “crédito” do total de IPI devido. O
procurador-geral da Fazenda
Nacional, Manoel Felipe Rego
Brandão, reconhece o inusitado da situação. “Tentamos argumentar na época, mas perdemos, agora esse debate tornou-se estéril”, conforma-se o
procurador, cuja função é defender os interesses do Fisco.
A Company, como todas as
empresas grandes, conta com
um time de primeira linha em
“engenharia tributária”, a complexa ciência de economizar em
impostos sem ferir a lei. Já os
produtores regionais, que não
têm indústrias sediadas em
Manaus e não contam com tanto expertise, são obrigados a
Continua na página seguinte
Página 6
Edição 67
interpretações mais literais, o
que pode resultar em uma carga fiscal bem maior.
Os especialistas em tributos
das grandes indústrias de refrigerantes também conhecem em
detalhes os ralos da evasão fiscal, não para uso próprio, claro. Podem opinar e até mesmo
ajudar a combater a sonegação
fiscal no País: a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (ABIR) – dirigida por
representantes da Coca-Cola e
da AmBev – firmou um convênio com a Receita Federal para
implantar um sistema de medidores de vazão que vai ligar eletronicamente as unidades fabris
de todas as indústrias de refrigerante à Receita, possibilitando o controle de volume produzido a partir da fábrica. O
volume é a chamada pauta fiscal para o cálculo de IPI e ICMS
próprio e retido.
É a essa sofisticada invenção
que se refere Capistrano quando fala de um certo instituto,
bancado pela associação dos
engarrafadores de Coca-Cola,
que pretende fechar o cerco
contra a sonegação. Lembremos este trecho: “Precisa ver
se eles vão ficar só nas portarias ou se vão partir para a contagem física, se realmente vão
conseguir implantar os medidores de vazão, controlar o fluxo
de produção de cada um. Isso
é uma coisa que o Hoche havia
comentado comigo há dois
anos porque ele achava que ia
ser a solução”.
É exatamente este personagem, Hoche José Pulcherio,
que me explica como vai funcionar o sistema, na tripla condição de vice-presidente da Rio
de Janeiro Refrescos (a mesma franquia da Coca-Cola que
foi dos Vidigal), presidente da
ABIR e conselheiro do Etco –
Instituto Brasileiro de Ética
Concorrencial. A Coca-Cola e
a ABIR patrocinam o projeto,
cuja defesa institucional é feita
pelo Etco.
Entusiasta da idéia há mais de
dez anos – conheceu o sistema
na Venezuela no começo da década de 90, onde é usado nas
indústrias de cerveja –, Hoche
também pode ser considerado
o seu articulador: “A AmBev
comprou uma marca na Venezuela e conheceu o mesmo sistema, e aí desenvolvemos a
idéia juntos, que acabou sendo
muito bem recebida pela Receita”, explica. Os equipamentos
estão sendo testados – seria a
primeira vez no mundo o seu
uso em linhas de produção de
refrigerantes – e, assim que
aprovados, serão postos à venda. “É um investimento que terá
de ser feito pelos fabricantes,
que deverá ser encarado como
a compra de qualquer equipamento. Quem não tiver como
pagá-lo não tem condições de
continuar no ramo”, diz, quando pergunto se o preço não o
tornará inacessível para fabricantes pequenos.
O sistema é tão sofisticado, que
sabe reconhecer se o que está
enchendo as embalagens é água
ou refrigerante – detecta o gás e
algumas características químicofísicas da bebida, segundo me
explica Hoche. Pelo jeito, seremos pioneiros em tecnologia de
controle de evasão fiscal no setor de refrigerantes, o que não
deixa de ser um belo exemplo de
parceria pública e privada. A medida provisória nº. 2.158-35, assinada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em agosto
de 2001, traz a exigência dos
medidores de vazão em um de
seus muitos artigos, provavelmente sem que FHC tenha a
menor idéia do que seja isso.
Quase ninguém tem. O Etco se
define como uma associação sem
fins lucrativos que congrega representantes da indústria de cigarros, combustíveis, cervejas e
refrigerante, com o objetivo de
“delimitar parâmetros éticos para
a concorrência e estimular ações
eficazes contra a evasão fiscal, a
falsificação de produtos e o contrabando”, conforme seus estatutos. Hoche faz um cálculo. De
acordo com ele, os tubaineiros
detêm mais de 30 por cento do
mercado de refrigerante, mas 90
por cento dos impostos do setor
são pagos pelas engarrafadoras
da AmBev e da Coca-Cola. Em
sua visão, isso configura concorrência desleal e, portanto, merece a atenção do Etco, o novo
guardião da ética empresarial. Segundo o site da entidade, seu presidente é o ex-deputado paulista
Emerson Kapaz, que perdeu a
reeleição para a Câmara em 2002
apesar da torcida da Coca-Cola,
que contribuiu com 100 mil reais para sua campanha, de acor-
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
Codonho: teimoso, persistente, corajoso, atrevido, nacionalista,
patriota, orgulho brasileiro, exemplo a ser seguido
do com o TSE.
Para o consultor de marketing Adalberto Viviani, especialista no setor, o principal fator
para o crescimento das marcas
regionais – ou tubaínas – foi a
substituição dos vasilhames de
vidro dos refrigerantes pelas
embalagens PET (principalmente as garrafas de 2 litros), o que
reduziu custos e dificuldades de
distribuição, facilitando a colocação dessas marcas menores
nos pontos de venda (supermercados, padarias etc.). As garrafas plásticas embalam 80 por
cento do volume de refrigerantes produzido no Brasil atualmente. Nada que não possa ser
revertido, acredita a Coca-Cola,
que vem investindo no retorno
das garrafas de vidro ao mercado desde o final de 2002.
“A Coca-Cola cometeu um
erro estratégico ao adotar as
embalagens PET, agora vamos
ver se tem força para inverter
uma tendência consagrada pelas indústrias de refrigerante”,
diz Viviani, explicando que, além
de facilitar a distribuição para
os produtores de menor capacidade logística, a embalagem
plástica eliminou a fidelidade às
grandes marcas, garantida pela
necessidade de retornar os cascos tanto pelos consumidores
como pelos pontos de venda.
Embora sejam mais caras do
que as garrafas PET, as garrafas de vidro reduziriam os custos de embalagem para as indústrias capazes de arcar com
a complexidade de distribuição
de vasilhames retornáveis, uma
vez que podem reutilizá-los. Os
custos poderiam ser menores
ainda se a Abipet – Associação
Brasileira de Produtores de
Embalagens PET – não estivesse atenta à capacidade de articulação política dos novos defensores das garrafas de vidro.
Ao examinar a lei que estabelece a reforma tributária, aprovada em dezembro passado, os
fabricantes de PET foram surpreendidos com a inclusão de
oito artigos – até então ignorados por eles – que dispunham
especificamente sobre a cobrança de Cofins sobre embalagens produzidas para o setor
de refrigerantes. De acordo
com o texto aprovado pelo Congresso, as embalagens PET e
as latas seriam muito mais oneradas que os concorrentes que
produzem garrafas de vidro,
excluídas da medida.
“É uma especificidade que
provoca estranheza dentro de
uma lei tão ampla, ainda mais
porque a indústria de refrigerantes é apenas um dentre os
setores que compram as nossas embalagens – vendemos
para a indústria de alimentos e
para outras também”, diz Robert Somogyi, presidente da
Amcor, uma das maiores fabricantes do setor. “Mas, ao examinar a lei, descobrimos outras
especificidades no setor de
combustíveis, de remédios etc.
Quem saberá como foram parar ali? Nós não estamos em
Brasília acompanhando todas as
emendas apresentadas no Congresso”, diz.
A Abipet reagiu e conseguiu
marcar uma audiência, em janeiro, com o secretário da Receita, Jorge Rachid. Ouviram
dele que o objetivo da regulamentação – elaborada por técnicos do próprio órgão – é diminuir a evasão fiscal do setor
aumentando a carga tributária
dos elos mais organizados da
cadeia: os fabricantes de refrigerantes e os de embalagem. “O
secretário nos disse que não
tem como controlar o cara que
vende latinha de refrigerante na
praia”, conta Somogyi, “mas
explicamos que, do jeito que estava, haveria uma migração em
massa das maiores indústrias de
refrigerante para as garrafas de
vidro.”
O secretário também teria ficado sensibilizado com outro
argumento, dessa vez usado
para rebater uma bandeira muito usada pela indústria de refrigerantes, a de que os tubaineiros sonegariam impostos e,
portanto, só poderiam ser controlados através do elo anterior
da cadeia, o dos produtores de
PET. “Seria injusto atribuir aos
produtores regionais (tubaineiros) a responsabilidade pela
evasão fiscal no setor”, diz. “A
maioria deles paga os impostos
e o volume de evasão é grande
demais para que seja atribuído
exclusivamente a eles”, explica
o presidente da Abipet, Alfredo
Setti.
Por fim, os produtores de
PET conseguiram convencer a
Receita a corrigir “as distorções
do mercado” provocadas pela
lei, sendo então incluídas as garrafas de vidro – retornáveis ou
não – na nova regulamentação.
“Uma vitória”, comemora a associação, que ensaia uma presença mais efetiva em Brasília
para evitar novas surpresas.
Uma aula com Jack
Correa
Ele é saudado pelos próprios
concorrentes como um dos
maiores lobistas do mercado.
Teve desempenho brilhante na
Fiat antes de assumir a vice-presidência de assuntos estratégicos e relações governamentais
da Coca-Cola. Por obra e graça de Jack Correa, a equipe do
presidente Collor concedeu à
Fiat a felicidade de vender o
carro popular sozinha no mercado durante um ano e quatro
meses. Seu segredo? Ele é
aquele que é amigo da secretária, vai visitar o ministro e conhece o porteiro, a faxineira,
conhece todo mundo em Brasília e todo mundo o conhece,
me dizem na capital federal.
E ele gosta de exibir essa arte
de bem manejar as palavras e
as relações, como fez em uma
palestra realizada no Fórum
Empresarial Brasil, em 2000,
ano em que a Dolly teria sido
vítima da Coca-Cola. A transcrição está na Internet e sua fidelidade me foi garantida por
Alexandre Barros, organizador
do evento. Na introdução, Correa explica por que a CocaCompany mantém um escritório e um vice-presidente em
Brasília, apesar de suas operações estarem concentradas em
Manaus e no Rio:
“A questão chave é o peso
que a empresa dá à questão do
relacionamento com o governo. Montar uma estrutura em
Brasília requer uma perspectiva de longo prazo. É preciso
não só conhecer as pessoas,
mas criar vínculos com elas.
Desembarcar em Brasília sem
conhecer bem a pessoa com
quem vai falar, sua história de
vida, sua linha de ação, é complicado, perigoso e caro. No
caso de ter que mudar uma legislação danosa para a empresa, quem não é conhecido,
quem não está lá mostrando a
cara, quem não tem o que dizer ficará eternamente de longe admirando o que está acontecendo. Há consultorias em
Brasília de profissionais egressos da Receita. Eles conhecem
todo mundo, sabem todos os
caminhos. O erro é ir direto sem
conhecer a pessoa.” Define-se:
“O bom lobista é um Garrincha, um Rivellino, mestre em
ESTÁ VOLTANDO
driblar adversidades, que gosta
de superar ou contornar os ‘não
pode’. Eu sou limitado pelo
código de conduta da CocaCola. Quem brincar com isso
sai da empresa. O código me
proíbe de sentar com um parlamentar e fazer qualquer tipo
de acordo, pois há uma lei
(americana) contra isso, posso
ir preso. Gosto de fazer as coisas com competência, driblando os impedimentos que aparecem”.
Também explica, didaticamente, “o que é exatamente o
governo para uma empresa que
tem um produto nacional que
vende em muitos ou todos os
Estados”. Dá conselhos de
como influenciar ministros e
governadores, como ganhar a
simpatia de presidentes e prefeitos. Discorre sobre as possibilidades de acionar as embaixadas estrangeiras para ajudar
as empresas com sede fora do
País: “Muitas medidas que podem beneficiar uma empresa –
ou parar de prejudicar – são tomadas para fazer bonito perante uma embaixada”. Depois fala
do Congresso:
“O Congresso tem um papel
crucial, um grande poder de definir situações no Executivo em
função dos votos, ameaçando
que não vai votar um projeto
de interesse do governo. O plenário parece muito importante,
mas o que conta, realmente, são
as comissões temáticas, onde
as leis são discutidas. Sugiro
que vocês evitem participar de
qualquer audiência pública nessas comissões. Sempre se sabe
a que horas começa a audiência e nunca se sabe quando nem
como acaba – ultimamente, tem
acabado com prisão.”
Poder de fogo
Codonho também montou
seu esquema. Contratou uma
assessora de imprensa experiente – Marli Gonçalves, que trabalha na Brickmann Associados
– e foi para Brasília fazer lobby
no Congresso, como ensina
Jack. Codonho conhece políticos: aos 26 anos, em 1987,
depois de ter enfrentado um
lobby de usineiros, conseguiu
licença para fabricar o primeiro refrigerante dietético do país,
o Diet Dolly. Também exerceu
um cargo público no governo
Collor, foi diretor da Conab –
Cia. Nacional de Abastecimento –, na área de comercialização de produtos agrícolas. Ele
é técnico agrícola.
Nada que se compare ao poder de fogo da Coca-Cola, evidentemente. De acordo com o
TSE, o Sistema Coca-Cola
doou 9,9 milhões de reais aos
candidatos às eleições de 2002.
A Recofarma (Coca-Cola Company) doou
dois terços,
e as engarrafadoras,
um terço.
Três milhões de reais foram
divididos
igualmente
entre três
candidatos
a presidente: Lula, Ciro Gomes e José
Serra. Dez candidatos a senador foram beneficiados – cinco receberam doações superiores a 100 mil reais: Tasso Jereissati (PSDB/CE), Dante de
Oliveira (PSDB/MT), Teotônio
Vilela (PSDB/AL), Arthur Virgílio (PSDB/AM) e Roseana
Sarney (PFL/MA). Os interesses na Zona Franca de Manaus
valeram 750 mil reais de doação ao candidato a governador
Carlos Eduardo de Souza Braga (PPS-AM), mais do dobro
concedido aos que vêm a seguir nas preferências da empresa: o governador Aécio Cunha
(PSDB/MG) e a governadora
Rosinha Matheus ficaram com
300 mil reais cada um. Entre
os candidatos à Câmara, 12 foram contemplados com os mesmos 100 mil reais. Quatro não
foram eleitos, três atuam na Comissão de Finanças e Tributação – Francisco Dornelles (PP/
RJ), Pauderney Avelino (PFL/
AM) e Osório Adriano (dono da
engarrafadora da Coca-Cola no
Distrito Federal), com o reforço de Mussa de Jesus Demes
(PFL/PI), que recebeu 40 mil
reais – e dois em outras comissões referentes à questão tributária: Herculano Anghinetti (PP/
MG) e Ronaldo Vasconcellos
(PL/MG), que também atua na
CPI da Pirataria.
O lobby de Codonho conseguiu abrir uma brecha para colocar o caso Dolly x Coca-Cola
em pauta na Comissão de De-
- JESUS
fesa do Consumidor da Câmara pouco depois de entrar com
o procedimento contra a CocaCola na SDE, aquele ainda não
concluído. O deputado Celso
Russomano, membro dessa
comissão, passou a falar em
CPI depois de assistir a trechos
das fitas de Codonho. Em setembro, intermediou um encontro realizado na Câmara entre o dono da Dolly e a CocaCola representada pelo diretor
jurídico Rodrigo Caracas, pelo
diretor de Comunicação, Eduardo Simbalista, e pelo já conhecido Jack Correa, além de mais
dois advogados. Segundo Codonho, os executivos ouviram
sua versão dos fatos e uma denúncia feita por ele sobre evasão de ICMS que teria sido praticada pela Spal, apelidada de
“Operação Pangaia”. Uma nova
reunião foi marcada, sempre de
acordo com o relato do dono
da Dolly, no hotel Meliá, em São
Paulo, dessa vez com o diretor
da Spal, Jorge Torres, que lhe
teria perguntado quanto queria
para que as duas partes entrassem em acordo. “Disse que
queria receber uma indenização
pelos prejuízos sofridos na época e uma multa como reconhecimento de que eles tinham errado”, conta Codonho. Na terceira reunião, o dono da Dolly
teria sido inquirido diretamente
sobre o valor desejado. “Disse
que queria 1 bilhão, 1 quatrilhão”, despista, “eles só estavam ganhando tempo.”
A tentativa de acordo adiou a
ofensiva do dono da Dolly na
Comissão de Defesa do Consumidor. Finalmente, no dia 14
de novembro, Russomano
apresentou um requerimento de
audiência pública – em que Capistrano, Codonho e representantes da Coca-Cola Femsa seriam convidados a explicar seu
envolvimento no caso Dolly x
Coca-Cola para os deputados
da comissão. Cinco dias depois,
o requerimento foi retirado da
pauta. O requerimento foi reapresentado pelo deputado e novamente rejeitado, dessa vez
sem a sua presença na casa, o
que é proibido pelo regimento
interno. Quem defendeu a rejeição foi o deputado Arnaldo
Faria de Sá, que nem sequer faz
parte da comissão.
Duas outras comissões da
Câmara se interessariam pelo
caso Dolly x Coca-Cola: a de
Tributação e Finanças e a de Fiscalização e Controle. Na primeira, a Coca-Cola estava bem protegida e a audiência não foi aprovada, principalmente pela atuação do deputado Osório Adriano, dono da franquia de CocaCola em Brasília. Na segunda
comissão, o requerimento de
audiência pública foi aprovado
p o r
unanimidade
no dia
31 de
março
d
e
2004.
O
s
convites for a m
enviados a Codonho, Capistrano e ao
presidente da Coca-Cola do Brasil, Brian Smith, para uma primeira rodada de depoimentos
no dia 13 de abril. Na véspera
do dia marcado, o deputado Arnaldo Faria de Sá, embora também não faça parte dessa comissão, entrou com um requerimento ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha, alegando problemas regimentais na
votação que aprovara o requerimento. Cunha acatou os argumentos de Faria de Sá e a
audiência foi cancelada.
No outro front de batalha, a
mídia, a Dolly obteve um sucesso relativo com a ofensiva
capitaneada por sua assessoria
de imprensa, que, além de uma
multiplicidade de releases sobre
o caso, enviou trechos das fitas e transcrições delas aos veículos de comunicação. O Estadão e o Globo publicaram pequenas matérias no caderno de
negócios. Folha e Veja silenciaram. Os únicos veículos que
cobriram direito o caso foram
o jornal Valor Econômico e a
revista IstoÉ Dinheiro, publicações segmentadas. Para furar
o que interpretou como bloqueio, Codonho publicou em 18
de dezembro de 2003 um anúncio no Wall Street Journal contando a história e conseguiu repercussão na mídia americana
– foi entrevistado até pela CNN.
Três dias depois, apareceu na
televisão brasileira em horário
comprado na Rede TV!, falan-
“O bom lobista é um
Garrincha, um Rivellino, mestre
em driblar adversidades, que
gosta de superar ou contornar
os ‘não pode’.”
É BOM
do sobre o caso e exibindo trechos das fitas. Um novo programa na mesma emissora foi
ao ar uma semana depois. A
Dolly então recebeu centenas de
cartas e e-mails, muitos com
denúncias contra a Coca-Cola
que teriam sido feitas até por
pessoas que trabalham na multinacional, segundo contam Laerte Codonho e sua assessora.
No final do mês de janeiro, O
Pasquim publica uma entrevista de capa com Codonho, na
qual ele anuncia, bombasticamente, ter provas de que Alexandre Paes Santos, famoso
lobista de Brasília, tinha sido
contratado pela Coca-Cola para
atuar no caso Dolly.
APS, como é chamado por
muitos, tem relações bem conhecidas pela mídia e pelos políticos de Brasília com o deputado Arnaldo Faria de Sá, o
mesmo que atuou para impedir
as audiências públicas nas temidas comissões temáticas referidas por Jack em sua instrutiva palestra. Depois de um longo período de glória, APS caíra em desgraça ao arranjar encrenca com o então ministro da
Saúde, José Serra – em um
caso envolvendo denúncias sobre funcionários do seu ministério. Amargou um período de
ostracismo e voltou à carga
substituindo a “marca APS”,
queimada no mercado, pela sigla IPA – Instituto de Pesquisas Avançadas –, fundado por
ele e três empregados seus.
Através dessa nova sigla é que
teria sido contratado por 120
mil reais para “minimizar e, se
possível, eliminar o risco de ter
a Coca-Cola e/ou Femsa convocadas para uma audiência
pública na Câmara dos Deputados com relação ao caso Dolly para preservar a imagem do
sistema Coca-Cola”, conforme
relatório interno da Coca-Cola,
cuja cópia foi distribuída em
uma coletiva de imprensa convocada por Codonho, que também entregou o que seria uma
prestação de contas de Daniel
Carvalho Mendonça, subordinado de Jack Correa, pedindo reembolso de um almoço com
APS e um técnico da SDE –
Secretaria de Direito Econômico –, ligada ao Ministério da
Justiça.
As digitais de Jack Correa
aparecem em outro tipo de lobby, esse do tipo “positivo”. No
final de agosto de 2003, pouco
depois de a Dolly entrar com
aquele procedimento de concorrência desleal na SDE, a
Coca-Cola comunicou ao presidente Lula que “expandiria
sua rede de restaurantes populares a 1 real alinhada ao programa Fome Zero”. A “rede”,
na verdade, contava com um
único restaurante do tipo, bancado pelo engarrafador gaúcho
da Coca-Cola e inaugurado em
abril de 2003. Lula prometeu
que compareceria à inauguração do próximo restaurante e
cumpriu o que disse no dia 18
de março deste ano. Acabou
dando uma bela retribuição à
multinacional. Em seu discurso, disse: “Quando eu era mais
jovem, ser antiamericano era
não tomar Coca-Cola. Agora
que estou mais maduro, descobri que não há nada melhor do
que tomar uma Coca-Cola gelada principalmente quando se
acorda de madrugada”.
Coca-Cola é isso aí.
Em Brasília
A IstoÉ Dinheiro foi um dos
poucos veículos a publicar o
conteúdo dos documentos distribuídos por Codonho na coletiva e também a resposta da
Coca-Cola dizendo que contratara uma assessoria do IPA,
que, por sua vez, havia subcontratado Alexandre Paes Santos,
mas não reconhecia a legitimidade das cópias dos documentos distribuídos pela Dolly. No
entanto, duas outras cópias do
que seriam documentos internos da Coca-Cola – e constavam do kit da imprensa na ocasião da coletiva – permaneciam inéditas até o momento em
que concluo esta matéria: uma
proposta de trabalho dirigida à
Coca-Cola Indústrias Ltda. pela
Idéias, Fatos e Texto, Consultoria em Comunicação & Estratégias, assinada por Luís
Costa Pinto, com data de 19 de
novembro de 2003; e uma nota
fiscal no valor de 30 mil reais
emitida pela mesma empresa
contra a Recofarma no dia 2 de
dezembro do mesmo ano.
Lula, como chamam Luís
Costa Pinto na imprensa, é um
jornalista premiado, que exerContinua na página seguinte
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
ceu cargos importantes em grandes veículos de comunicação:
Veja, Época, O Globo, Correio
Braziliense, Folha de S. Paulo.
Desde a campanha à presidência
da Câmara assessora João Paulo
Cunha, daí o impacto da revelação feita pela Dolly, especialmente pelo teor da proposta de trabalho que teria sido enviada à CocaCola, que diz na introdução: “O
objetivo é manter uma fina sintonia com os formadores de opinião da mídia sobre as falsas denúncias que estão a chegar às redações de São Paulo e Rio de Janeiro que envolvem o nome da
Coca-Cola e de empresas a ela ligadas. Além disso, estreitar o relacionamento desses formadores
de opinião da mídia com a direção da empresa. Também é missão da IFT traçar um panorama
do trânsito dessas falsas denúncias no Congresso Nacional e
conversar com parlamentares
sobre as tentativas de promover
eventuais desdobramentos desses
casos no Parlamento”. Em seguida, vem um “roteiro de trabalho”
cujo item 1 diz: “Monitoramento
dos trabalhos da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor em relação à tentativa de se
marcar uma audiência pública para
debater evasão de divisas e relacionar tal assunto à Coca-Cola. A
primeira rodada já empreendida foi
plenamente satisfatória”. A data,
19 de novembro, é o dia em que
foi retirado de pauta o requerimento de Russomano na citada comissão.
Ligo para o celular de Lula e
conto rapidamente o caso. Logo
de cara, ele explica que não é assessor de imprensa de Cunha, e
sim consultor de imagem e comunicação da presidência da Câmara. Combinamos nos encontrar no Salão Verde da Câmara.
Mostro a minuta do contrato, um
paper, segundo ele me explica depois de se recuperar da perplexidade inicial: “Como esse cara conseguiu documentos internos da
Coca-Cola?” Depois começa a ler
a cópia do que ele próprio teria
escrito. Topa com a frase “monitoramento dos trabalhos da Comissão Permanente de Defesa do
Consumidor...”. “Falta uma palavra aqui, meu compromisso era
monitorar a cobertura dos trabalhos e não as comissões”, indigna-se.
“Então, o documento é falso?”,
pergunto.
Antes de responder, ele me dá
uma aula de “ética”: “Acho que a
primeira coisa que um repórter tem
que fazer é perguntar como a Dolly
teve acesso a isso, que trabalho
de pirataria ou de espionagem está
por trás disso? É legítimo a gente
publicar o objeto de algo que foi
surrupiado? E nesse caso aqui não
reconheço. Acho que tem um problema com esse documento, tem
duas assinaturas, eu não produzi
esse documento com essas duas
assinaturas”.
Pergunto qual era a natureza de
seu trabalho para a Coca-Cola.
“Eu precisava saber como a história da denúncia da Dolly estava
chegando à mídia em Brasília, aos
repórteres que cobrem negócios,
Cade, SDE, tal, aqui no Congresso ou no Poder Executivo. Eu precisava ter uma percepção dessa
denúncia entre os formadores de
opinião. Precisava saber como
isso estava batendo nas comissões, mas não perante os deputados. Eu nunca falei, e aí desafio qualquer pessoa a provar o
contrário, nunca conversei com
nenhum deputado sobre CocaCola, Dolly. Jamais. Foi sempre
a respeito da imprensa, esse é meu
métier. Por outro lado, sentei com
a Coca-Cola pra dizer o que estava errado
no tratamento deles com
a mídia. Meu
trabalho é efetivamente e
eminentemente de consultoria para
essa área de
imagem. Eu
cobro pra dar
conselho.”
Depois explica que começou a trabalhar para
João Paulo
Cunha após
ter feito a campanha de Ciro Gomes à presidência, a campanha
ao segundo turno do atual governador do Ceará, Lúcio Alcântara, e um trabalho coordenado por
Duda Mendonça para a prefeitura de São Paulo – “uma análise
ESTÁ VOLTANDO
de mídia bastante extensa”. Na
campanha de João Paulo à presidência da Câmara, sua empresa
foi contratada pelo PT via DNA,
uma agência de Belo Horizonte.
Diz que não tem vínculos funcionais com a Câmara: “A minha empresa é contratada pela Câmara
dos Deputados através de uma
agência de propaganda licitada
para dar consultoria de imagem à
presidência da Câmara e aos deputados da mesa da Câmara,
tal...”. De repente lembra que, no
período em que trabalhou para a
Coca-Cola, estava sem contrato
formal com a Câmara dos Deputados: “Foi
um período de transição entre
a Ogilvy –
que havia
me contratado – e a
SMPB,
que me
contratou
de novo
depois de
um gap de
alguns meses que pegou justamente esse
final de
ano”.
“Mas essa foi uma questão formal, não? Você continuou trabalhando...”, pergunto.
“Reduzi drasticamente os meus
contatos aqui. Agora, assim como
presto serviço para a Câmara dos
A Coca-Cola comunicou ao
presidente Lula que
“expandiria sua rede de
restaurantes populares a 1 real
alinhada ao programa Fome
Zero”. A ”rede” na verdade
contava com um único
restaurante do tipo.
- JESUS
É BOM
Deputados, eu prestei serviço para
a Coca-Cola, para a TAM, para o
Duda Mendonça...” Conta que foi
contratado por Jack Correa, o
vice-presidente institucional da
Coca-Cola, de quem é amigo desde 1992.
Epílogo
Três dias depois desse diálogo
e da remarcação da audiência pública na Câmara para o dia 29 de
abril, policiais da 3ª Delegacia de
Estelionato do Departamento de
Investigações Gerais, acompanhados de Fernando Ramazzini, autor da denúncia e diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsificação – da qual a Coca-Cola é
associada –, invadiram a Fat Man,
uma pequena distribuidora de bebidas localizada em Sapopemba,
bairro da periferia de São Paulo.
Encontraram no lugar um único
funcionário, além de uma pequena quantidade de refrigerantes
Dolly e notas fiscais de baixo valor preenchidas a mão. Disse Ramazzini a Raquel Balarin, repórter
do jornal Valor Econômico: “O
funcionário nos disse que fora
contratado e recebia ordens de
um senhor chamado Esaú Vespúcio Domingues, que é sócio do
escritório de contabilidade que
atende as empresas do grupo
Dolly”. Os policiais foram ao escritório de contabilidade Raucci &
Domingues, onde teriam sido
apreendidos outros documentos
que comprovariam sonegação fiscal por parte da Dolly, na opinião
do mesmo Ramazzini. Rogério
Edição 65
Página 7
Raucci, sócio de Domingues, disse à repórter do Valor que a Fat
Man é uma distribuidora pequena, onde apenas o comércio da
vizinhança faz a retirada de refrigerantes, e confirmou que seu escritório presta serviços para a Ragi
Refrigerantes. “Mas isso não configura que a distribuidora tenha
qualquer relação com a Dolly”,
diz.
Raucci entrou com representação na Corregedoria da Polícia
Civil porque os policiais teriam
invadido o escritório sem mandado judicial e coagido os funcionários a comparecer na delegacia
com documentos. A Secretaria da
Fazenda de São Paulo, “que, segundo a denúncia da ABCF, estaria acompanhando o caso, informou que não acompanhou e não
participou da operação policial”,
conclui a notícia assinada por Raquel Balarin.
Talvez por coisas assim o consultor Viviani tenha me respondido da seguinte forma quando perguntei se a Dolly estava lucrando
em marketing ao brigar com a líder do mercado: “Ela deve estar
colhendo alguns frutos, brasileiro
gosta de ficar do lado do mais fraco. Por outro lado, quanto vale a
marca Dolly agora? Comprá-la
significaria comprar uma briga
com uma das empresas mais fortes do mundo”.
Fonte: Caros Amigos, jornalista Marina Amaral – transcrito
com autorização por Jamo Little Brown.
BARUERI
Mesmo desempregado, o ex-vereador Clarindo se esforça pela
manutenção da unidade político-administrativa de Barueri
O ex-vereador Clarindo Aparecido da Silva Filho visitou a redação de Leia O Jornal, ocasião em
que concedeu entrevista exclusiva, fazendo uma avaliação sobre
o desenvolvimento da cidade de
Barueri e a situação política atual. Em 22 anos de vida pública,
Clarindo acompanhou de perto o
desenvolvimento da cidade e o
trabalho dos últimos prefeitos.
Para ele, Gil Arantes é um pacificador, sempre realizando em seus
oito anos de mandato a política
de apaziguar, tendo conseguido
uma administração sem entrevero, o que sem dúvida contribuiu
para o crescimento ordenado e
que salta aos olhos da cidade em
sua administração. Durante sua
entrevista, Clarindo fez questão
de ressaltar que todos os homens
que ocupam cargos públicos, seja
o presidente, os governadores e
os prefeitos, inclusive o de Barueri, o fazem única e exclusivamente pela vontade de Deus. “O futuro desses homens públicos
dependerá de como eles usarem
o presente. Ele permanecerá enquanto estiver debaixo da mão de
Deus. Isso é bíblico”.
A entrevista foi interrompida
por um telefonema pelo celular de
uma pessoa informando ao Clarindo que o prefeito Rubens Furlan, desinformado e provando
ainda não conhecer o feitio do exvereador, não obstante conviverem a décadas, haveria feito comentários inverídicos. Furlan
deve ter mais cuidado em filtrar
suas informações. Principalmente porque uma das condições impostas pelo senhor Clarindo para
conceder entrevista a Leia O Jornal foi de que o que ele falasse
fosse publicado na íntegra e preferencialmente sem ofensa a
quem quer que fosse, principalmente ao seu amigo Furlan.
Isso porque fica claro que uma
das coisas que mais preocupam
ao senhor Clarindo é a continuação da unidade político-administrativa de Barueri, sem a qual o
município poderá sofrer solução
de continuidade no seu desenvolvimento.
Por outro lado, percebe-se que
algo não vai bem, por mais esforço que o senhor Clarindo faça
para não demonstrar seu humano sentimento sobre alguns episódios que vêm acontecendo na
Sabesp, fui Primeiro Secretário da
Mesa. Enfim durante todos os
mandatos sempre fui muito presente na Câmara.
Leia – Com quantos prefeitos
da administração de Barueri
você conviveu durante sua vida pública?
Clarindo – Como vereador, trabalhei com o prefeito Rubens
Furlan, de 83 a 88 e de 93 a 96;
com Carlos Alberto Bel Correia,
de 89 a 92; e com Gilberto Macedo Gil Arantes de 97 a 2004.
Clarindo e o diretor de Leia O Jornal, Jamo Little Brown
cidade. Mesmo assim, ele deixa a
entender que tanto o prefeito
Furlan, a Câmara Municipal, o
candidato a deputado estadual
Gil Arantes e todas as autoridades civis e militares, funcionários municipais, desde o gari até o
mais alto escalão da administração do município, precisam da
colaboração de homens pacificadores e conselheiros, como por
exemplo Wagih Sales Nemer, para
que a manutenção da unidade
política tenha continuidade. Enfim pessoas que sejam algodão
entre cristais, como por exemplo
o próprio Gil Arantes.
O prefeito Furlan com certeza
não dará crédito a certas informações infundadas, principalmente quando essas informações
são oriundas de pessoas, não
obstante humanas e dignas da
misericórdia de Deus, mas que
não passam de pobres, infelizes
e marginalizados da política e da
sociedade e que só servem para
por curare e azedume para que
haja divisão.
Como aconteceu com Leia O
Jornal, que muito se preocupa
com a felicidade do povo de Barueri, a ponto de, mesmo sendo
vítima, como foi o senhor Clarindo de calúnia e injúria, evitar provocar desunião.
Leia O Jornal vem a público, sem
puxa-saquismo, mas a bem da
verdade e em respeito aos seus
leitores, informar que há meses
fiscaliza a conduta do senhor Clarindo, para tirar dele alguma palavra ou pensamentos contrários à
administração atual da cidade,
mas ao contrário, ele sempre, à
moda Gil Arantes, agiu de forma
conselheira e pacificadora, não
dando direito a quem quer que
seja de usar sua imagem para provocar a ira do seu amigo prefeito
Furlan.
Não obstante hoje estar desempregado, depois de 22 anos trabalhando pela coletividade, como
vereador, secretário, presidente
da Câmara e às vezes mal entendido, Clarindo faz questão de demonstrar gratidão e amizade ao
ex-prefeito Gil Arantes e ao prefeito Rubens Furlan, pelo fato de
como representante de uma entidade religiosa nunca ter tido uma
reivindicação de sua entidade
deixado de ser atendida.
Parecer da redação: É pena que
um homem com a experiência e
dedicação à vida pública como
Clarindo se encontre à procura de
emprego. E a cicatriz que está no
coração de Clarindo é fruto do
abandono daqueles que ele considerava seus companheiros. Afinal de todo o secretariado, apenas o secretário Carlos Zicardi se
preocupou em ligar e perguntar
se ele necessitava de algo.
Leia – Você chegou a exercer
cargos na administração municipal?
Clarindo – Sim, no mandato do
prefeito Gil, exerci o cargo de secretário municipal à frente da Secretaria de Gestões Intergovernamentais e com Furlan, por um
tempo, na Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
Leia – Hoje Barueri toda comenta que o prefeito Rubens
Furlan voltou muito diferente; os
funcionários estão extremamente descontentes. A que se atribui
isso?
Clarindo – Bom, as pessoas
mesmo que não queiram passam
por algumas mudanças na medida em que têm consciência da
responsabilidade que passam a
ter quando se elegem para administrar uma cidade do porte de
Barueri hoje. Isto cria na pessoa
uma certa ansiedade em razão da
transformação que a cidade sofreu durante os oito anos de mandato do Gil. Portanto eu não creio
que ele tenha voltado diferente.
Ele continua sendo o mesmo Furlanzinho que o povo conhece:
intempestivo, arrojado, bom orador, carismático, enfim o grande
político que é. Quanto ao descontentamento dos servidores, acho
que é necessário dar um tempo
ao prefeito para se adaptar nesta
nova embarcação que ele está
pilotando. Tem que se considerar que ele estava acostumado
com um teto-teco e de repente lhe
entregam um supersônico na
mão. É de convir comigo que,
embora sendo competente, é necessário um tempo para ter o comando absoluta da máquina. O
povo lhe conferiu o mandato por
confiar nele e ter a certeza de que
ele sabe o que faz, portanto, não
Com... e Gil Arantes
duvido que fará um grande governo e o que me leva a crer nisso é o fato de ter sonhos mais
altos. E isto serve como combustível que lhe dá a energia necessária para trabalhar como vem trabalhando, contemplando todas
as regiões do município ao mesmo tempo, com equipamentos
públicos e projetos sociais, dando ao povo o que necessita.
Leia – Qual a avaliação que
você faz do município hoje em
termos gerais?
Clarindo – Barueri tem marcado presença na região. Aliás marcou presença no mundo, quando
tivemos a Campanha do Selo e a
imagem do município foi para
todo o mundo. Hoje a cidade ocupa um cenário político de destaque. Está destacado também com
a quase erradicação da mortalidade infantil, na questão da segurança, com uma guarda municipal com efetivo de quase 600
homens e dois distritos policiais
equipados e mantidos pelo município; a educação também é
destaque; a saúde é considerada
de primeiro mundo. O Furlan fez
uma revolução no Sameb, incrementando as acomodações, dando mais conforto aos pacientes.
Está dando continuidade às obras
iniciadas no governo Gil Arantes,
como o hospital e a faculdade e
licitando novas obras. Eu diria
que a cidade está em pleno vapor.
Leia – Como se explica que uma
cidade tão desenvolvida tenha um
comércio ainda tão incipiente,
muito menor que outras cidades
vizinhas?
Clarindo – Veja, hoje Barueri
Ao lado de Rubens Furlan
Leia – Como você vê o retorno
do prefeito Furlan ao PMDB?
Clarindo – A raiz política do
Furlan está no PMDB, desde os
tempos de MDB, que era o partido mais forte na cidade na época
do Bittencourt. Furlan era muito
ativo e participou de todas as
campanhas do PMDB: diretas já,
anistia, democracia já. Então é o
bom filho voltando a casa, fazendo lembra a parábola bíblica do
filho pródigo.
Leia – Quais são as perspectivas da candidatura Gil Arantes a
deputado estadual?
Clarindo – A grande chance de
ser bem votado vai depender de
como será desenvolvida a política local. Se a política for bem desenvolvida ele pode ser um dos
mais votados da região, porque a
administração de Barueri reflete na
região. O prefeito Fuad Chucre, de
Carapicuíba, o prefeito Paulinho
Bururu, de Jandira, nutrem simpatia pelo Gil. O mesmo acontece em
Santana de Parnaíba, Pirapora e
até em Osasco. Mas a sustentação da candidatura dele tem que
partir de Barueri.
Leia – Leia O Jornal ofereceu
a candidatura do Gil ao Sergio Yamato e ao Silas Bortolosso, que
viram com grande simpatia a possibilidade de se procurados pelo
Gil lhe darem o apoio devido.
Clarindo – São apoios importantes. Porque que o Gil precisa
marcar sua liderança sendo bem
votado nessa eleição e ficar à altura da liderança de Rubens Furlan. A votação determinará o futuro político do Gil.
Leia O Jornal – Clarindo você
está na vida pública em Barueri
há quanto tempo?
Clarindo – Hoje na verdade
não estou na vida pública, isto é,
exercendo mandato.
Leia – Quantos mandatos você
exerceu como vereador. Quais
cargos ocupou na Câmara?
Clarindo – Exerci cinco mandatos. Iniciei em 83 e terminei meu
último mandato em 31 de dezembro de 2004. Nesses 22 anos fui
presidente da Câmara por duas
vezes, fui presidente da Comissão de Justiça e Redação, presidente da Comissão Pró-Segurança, presidente da Comissão Pró-
possui 150 mil postos de trabalho. Desses, 50 mil são ocupados
por munícipes baruerienses. Os
outros 100 mil são trabalhadores
de outras cidades. Ou seja, as
pessoas ganham em Barueri e
gastam fora. E mesmo daqueles
50 mil muitos preferem fazer suas
compras fora. Agora se está dando atenção especial ao novo centro comercial e espera-se que seja
mais atrativo. Até mesmo porque
a falta de locais para estacionar
no centro atrapalha o desenvolvimento do comércio.
Entre seus amigos Furlan e Gil Arantes
Leia – Você concorda que ele
deve sair das cercanias e buscar
votos também fora, como em
Osasco e Carapicuíba?
Clarindo – Sim.
Página 8
Edição 67
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
ESTÁ VOLTANDO
- JESUS
É BOM
Gil Arantes: oito anos que mudaram Barueri
Contar a história de sucesso de
um município em oito anos, baseado em números e estatísticas é
relativamente fácil. Difícil muitas
vezes é traduzir os números e dizer o quanto eles representam de
fato a quem mais interessa: as pessoas. Os oito anos da administração Gil Arantes, iniciada em 1º de
janeiro de 1997 e encerrada em 31
de dezembro de 2004, marcará o
futuro de cada barueriense. É uma
história impossível de se ignorar,
uma história de trabalho, sucesso, crescimento e otimismo.
Foi em 1985, durante a primeira
administração do prefeito Rubens
Furlan que Gil assumiu a Secretaria de Esportes. Tomou para si o
encargo de disciplinar o futebol
municipal, numa época em que
eram comuns as agressões a árbitros e bandeiras. A medida foi drástica: o primeiro campeonato da era
Gil Arantes tinha como regra a eliminação do jogador que agredisse um árbitro. Mas não apenas do
campeonato; estaria permanentemente impedido de atuar em qualquer categoria do futebol municipal; se na mesma partida mais de
um jogador agredisse, o time seria
eliminado. “Parecia que o mundo
ia desabar sobre minha cabeça.
Houve então muita pressão sobre
o prefeito, mas o Furlan me deu
apoio”, confessa Gil. Gil foi secretário de Esportes até 1988, quando Carlos Alberto Bel Correa foi
eleito prefeito. Assumiu a então
Secretaria de Edificações Públicas,
que se tornaria Secretaria de
Obras quatro anos depois.
O prefeito no seu bairro
Gil Arantes foi eleito pela primeira vez prefeito de Barueri, em
1996, com 65.728 votos, cerca de
70% do total de votos válidos, tendo sido escolhido candidato do
grupo político conduzido pelo prefeito Rubens Furlan no início de
a prestar atendimento diferenciado a cada mãe e criança atendida
em Barueri. O programa foi um
dos componentes que ajudaram
a fazer cair o índice de mortalidade infantil em 2004, em estudo da
Fundação Seade, destacando
Barueri, entre os municípios com
população acima de 200 mil habitantes, mantendo o primeiro lugar no ranking da região da Grande São Paulo.
Toda a atenção com a criança,
seja na prática da cidadania (Autoridades Mirins) e do lazer (Brincando nas Férias, entre tantos outros
projetos), na educação e no combate à mortalidade infantil, foi coroada com uma das mais importantes menções que Barueri recebeu
até hoje, da Fundação Abrinq: o
selo “Prefeito Amigo da Criança”.
Atendendo sereshumanos
A sucessão de obras realizadas por Gil mudou a cara da cidade
3X4, emissão de carteira de identidade e profissional, assistência
jurídica e de saúde, lazer e informação, além do gabinete do prefeito e da primeira dama, aberto
para ouvir a população do bairro.
Educação para mudar a
história
Na época em que Gil assumiu, o
Estado começava o processo de
municipalização do ensino. O prefeito viu na medida uma grande
oportunidade de trazer a Barueri a
responsabilidade pela Educação,
com a intenção real de transformar o setor. Municipalizar o ensino era encurtar as distâncias entre as necessidades dos alunos e
professores em relação à solução
efetiva dos problemas da educação. As falhas foram corrigidas
com muita rapidez e, acima de
tudo, conhecimento de causa –
ninguém melhor que o próprio município para conhecer os proble-
mesmas oportunidades e níveis de
qualidade de ensino.
Para ter sucesso, o trabalho
precisava necessariamente passar pela requalificação dos professores, muitos deles na verdade não preparados à nova filosofia da educação municipal. E era
preciso um grande projeto para
essa qualificação; um lugar que
pudesse reunir todo o aparato de
aperfeiçoamento constante a es-
Também investiu na coleta seletiva de lixo, que a priori apenas
desperta a consciência ambiental, via reciclagem, mas que em
Barueri, além de ter de fato alcançado boa parcela de baruerienses,
permitiu a criação de uma cooperativa de ex-catadores de lixo. A
Cooperiyara é o destino final de
todo o lixo reciclável recolhido
pela Coleta Seletiva de Lixo. Por
dia, a cooperativa recebe cerca de
1995. Durante sua campanha, Gil
começou uma agenda de visitas e
reuniões com a população. “Fiz
muitas reuniões, em todos os bairros, em todos os locais. Naquela
campanha chegava a fazer duas
ou até três reuniões no mesmo dia,
numa mesma noite, fazia reunião
de sábado, fazia reuniões de domingo, além dos comícios no período eleitoral, e mesmo antes do
período eleitoral”, conta Gil.
Eleito, já na primeira reunião
com o secretariado falava da idéia
de montar
um projeto,
espécie de
“prefeitura
itinerante”,
a fim de dar
à população mais
que a oportunidade
de falar dos
problemas
de determinado bairro, como acesso a diversos serviços gratuitos de direito. Era o
embrião do megaprojeto “O Prefeito no Seu Bairro”, que nasceu
como piloto, mas tomou corpo e
apoio da população, transformando-se num grande sucesso público.
Realizado em oito regiões por
ano, o projeto levava à população diversos serviços gratuitos,
como corte de cabelo, fotografia
mas de suas escolas.
Em 2004, sete anos após o início da municipalização – com uma
rede que atende mais de 60 mil
alunos em vários níveis, cerca de
dois mil educadores, entre professores, diretores, orientadores
educacionais, coordenadores pedagógicos, diretores assistentes,
diretores e supervisores –, o sistema municipal de ensino era modelo de qualidade para todo o
País. Ao término de seu mandato
Barueri contava com 47 Escolas
Municipais
de Ensino
Fundamental, atendendo 43 mil
alunos de 1ª
a 8ª séries;
11 Escolas
Maternais,
com 2,2 mil
alunos; e 20
EMEIs, com
14.996 alunos.
A municipalização, na qual foi
pioneira, foi o primeiro passo. A
administração passou a oferecer
a melhor estrutura para o setor. A
grade curricular foi especialmente
estudada. Os alunos de 1ª a 4ª séries passaram a ter aulas de Inglês,
Filosofia, Educação Artística e
Educação Musical. Passou-se a
estabelecer um padrão educacional no município para que alunos
de bairros diferentes tivessem as
O megaprojeto “O Prefeito no Seu
Bairro” nasceu como piloto, mas
tomou corpo e apoio da
população, transformando-se
num grande sucesso público.
Sistema viário e obras
A partir de 1997, Barueri passou
a se preocupar em não somente
resolver problemas pontuais de
acesso a bairro, como prever futuros problemas de trânsito dentro
de uma cidade que precisaria de
mais artérias para escoar seu desenvolvimento. Nesse sentido a
parte de Barueri do Corredor Oeste foi concluída com recursos municipais; foi concluído o último
trecho de duplicação da Estrada
Velha de Itapevi; foram realizadas
várias obras de interligação Centro/Aldeia/Alphaville, incluindo a
Ponte Antonio Macedo Arantes.
Com tantas obras, a cara de alguns bairros foi sendo mudada.
A construção do Parque Municipal, do Centro de Eventos e Museu da Bíblia, muito contribuiu
para isso. Também foram construídos dois viadutos sobre os
trilhos da CPTM, dando fim aos
constantes acidentes com trens.
Política de emprego
As realizações
na área da
infância
garantiram a
Gil o título de
“Prefeito
Amigo da
Criança”
ses professores. A idéia foi construir um local próprio onde todos
os professores tivessem a mesma filosofia de educação: nascia
o Centro de Aperfeiçoamento de
Professores, que une modernidade à dinâmica
apaixonante
da educação.
Um projeto pioneiro e de sucesso em todo
o Brasil.
Outra ação
foi a inserção
de Barueri, em
2001, no Bolsa-Escola federal, programa em que famílias comprovadamente
carentes e que tinham filhos matriculados em escolas públicas
podiam receber uma ajuda de custo equivalente a R$ 15 por mês
por filho, até o limite de três filhos na faixa etária de 6 a 15 anos.
A meta do governo federal era
atingir 10% da população, que
equivaliam, naquela ocasião, a
2.389 famílias de Barueri. No entanto, o total de famílias que tinham direito ao benefício era de
aproximadamente 5.700 pessoas.
Gil Arantes então criou o benefício municipal para atender essas
famílias. O cartão Bolsa-Escola
Municipal beneficiava, em junho
de 2004, 4.942 famílias.
cinco toneladas de material reciclável, e os trabalhadores tiram
do programa, muitas vezes, o sustento de sua família.
Amigo da criança
Foram muitas
as ações dedicadas à criança
pela gestão Gil
Arantes. “A
preocupação
não deve ser só
com a educação escolar,
mas com a qualidade de vida
dentro
de
casa”, preconizava Gil, já no
início de sua
primeira gestão. Assim, da Febem que o Estado quis enfiar goela abaixo de Barueri, nasceria um dos mais importantes projetos voltados à criança: a Brinquedoteca. A Brinquedoteca de Barueri está estruturada e funcionando apoiada em cinco grandes módulos de tal modo
que cada um atue efetivamente no
envolvimento da criança com áreas de estimulação para o seu desenvolvimento pleno. A experiência na ala pediátrica do Sameb deu
origem a outro programa: o Brincando em Domicílio, que atende
em casa a criança enferma.
Outro projeto pioneiro de Barueri é o “Autoridades Mirins”. Durante as comemorações da Semana da Criança em outubro de 1997,
o governo municipal programou
uma atividade que mudaria a maneira das autoridades e do adulto
perceber, se relacionar e ouvir a
criança, e delas também ampliarem
sua visão quanto às autoridades.
O programa consiste na substituição simbólica de crianças nos cargos de autoridades dos Poderes
Executivo, Legislativo, Judiciário
e do empresariado.
Em novembro de 1997, a cidade ganhava sua maternidade municipal, um projeto iniciado na
gestão Furlan. Com o tempo, a
atenção à criança que nascia em
Barueri motivou outras iniciativas. Lançado em outubro de 2003,
o projeto Criança Cidadã passou
Municipalizar o ensino era
encurtar as distâncias entre
as necessidades dos alunos
e professores em relação à
solução efetiva dos
problemas da educação
Nos oito anos de administração Gil buscou estar próximo ao povo
Atualmente a rede de saúde em
Barueri conta com o Centro de
Especialidades 1 e 15 Unidades
Básicas de Saúde, distribuídas
pelos principais bairros da cidade, para consultas ambulatoriais
com agendamento prévio, que
contam com as seguintes especialidades: clínica geral, obstetrícia,
pediatria e ginecologia. Além dessas especialidades, conta ainda
alização do carnaval de rua.
“Peguei um momento de Barueri muito delicado. Ficou na minha
mão a organização dessa cidade,
e tive sim algumas perdas políticas com isso. Infelizmente, camadas da sociedade entendiam que
isso era um prejuízo a elas, mas o
importante era a maioria, a cidade
como um todo. São medidas que a
população vai desfrutar só daqui
a anos, não são resultados imediatos”, diz Gil Arantes.
Ecologicamente correta
Barueri fez um trabalho pioneiro no Brasil, despertando a consciência da Agenda 21 nas comunidades escolares. A Agenda 21 é
um programa de ação baseado
num documento de 40 capítulos
que constitui a mais ousada e
abrangente tentativa já realizada
de promover, em escala mundial,
um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de
proteção ambiental, justiça social
e eficiência econômica. Para sua
efetiva implantação em Barueri, a
Secretaria Municipal de Meio
Ambiente realizou em 2004 um intenso trabalho de conscientização
das bases do município, por intermédio da comunidade escolar.
Educação foi ponto forte em
seu governo
com atendimento de dermatologia,
otorrinolaringologia, cirurgia vascular, neurologia, endocrinologia,
nutrição, pequenas cirurgias, ortopedia, gastroenterologia, endoscopia, ultra-som, eletrocardiograma, reumatologia, fisioterapia (inclusive para portadores de necessidades especiais), odontologia e
tisiologia. O sistema de saúde dispõe de três prontos-socorros que
oferecem atendimento para casos
de emergência/urgência (24 horas)
e exames de Raios X.
Guarda Municipal
Para atacar a violência, a guarda
municipal foi ampliada: de 300 guardas em 1997, Gil Arantes o efetivo
até 2004 chegou em 600 homens
com uma frota de cem viaturas.
Também, em 1999, pediu ao secretário de Estado de
Segurança Pública, o aumento do
efetivo policial do
batalhão da PM
em Barueri, que
naquela época
possuía 110 homens para atuar
em todo o município. Também implantou um distrito policial. Implantou a Lei Seca, que limitou o horário de funcionamento de bares e
similiares. Em outro momento o administração municipal proibiu a re-
Apesar do crescimento empresarial em Barueri, a mão-de-obra
da cidade continuava desempregada. A prefeitura adotou uma série de ações para qualificação dos
trabalhadores, incluindo uma secretaria específica. “Quando assumi a prefeitura em 1997, cerca de
17% das vagas de emprego na cidade eram ocupadas por baruerienses. Hoje nós estamos esbarrando em 35% a 36%”, lembra Gil.
Também se preocupou com quem
não consegue se colocar no mercado de trabalho. Criado em 1999, o
Programa de Auxílio ao Desempregado (Proad) tem o objetivo de aproveitar temporariamente o desempregado na prestação de serviço nas
repartições públicas, por um período de nove meses. Da mesma forma, a primeira dama, Silvia Arantes,
conduziu diversos programas da
Promoção Social que visavam socorrer os desempregados.
A fibra e obstinação para organizar uma cidade, com medidas drásticas que não agradam a alguns,
certamente têm uma inspiração fácil
de compreender: a família, onde a
sociedade toda tem suas sementes.
“Sempre, em todas as ações, quero
fazer para as famílias aquilo que entendo ser o melhor para a minha família”, revela Gil Arantes. Para ele, o
mais importante é ter terminado seus
oito anos de governo com a consciência tranqüila. “Eu sei que fiz o máximo pela cidade,
e fiz até muito
mais do que imaginava. Só não
enxerga a mudança de Barueri
quem não quer
ver. Investimos
no ser humano,
mostramos para
a população o
quanto é importante ela gostar
da cidade onde vive, e governar Barueri para mim foi um orgulho, e espero um dia voltar a governar nossa cidade”, diz.
“Sempre, em todas as
ações, quero fazer para
as famílias aquilo que
entendo ser o melhor para
a minha família”
A família de Gil foi a inspiradora para suas realizações
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
Clínica da Assembléia de Deus
traz esperança a crianças
Lar de crianças soropositivas em Porto Alegre é cenário de milagres
Conhecida pelo zelo e carinho
no cuidado a crianças contaminadas pelo vírus HIV, a Clínica
Esperança de Amparo à Criança
(Ceacri), ligada à AD em Porto
Alegre, tem experimentado os
milagres de Deus desde a sua
fundação. Com direção e corpo
de funcionários evangélicos em
sua maioria, a ONG abriga atualmente 20 crianças, de 0 a 9 anos,
que foram abandonadas pelas famílias. Até hoje passaram pela clínica mais de 50 meninos e meninas, dos quais 18 foram adotados por terem simplesmente negativado a doença. Isso mesmo:
apesar de a Aids ser considera
uma doença sem cura aos olhos
humanos, Deus tem realizado prodígios neste lugar.
De acordo com a presidente e
diretora da Clínica Esperança, Lóide Linhares Colisse, membro da
AD em Porto Alegre, o trabalho,
fundado em 1999, foi fruto do
amor da missionária Mary Taranger, que precisou se afastar das
atividades para cuidar da saúde.
Ela é esposa de um dos pioneiros
do Movimento Pentecostal no
Rio Grande do Sul, o missionário
Nils Taranger, já falecido, que dirigiu por décadas a AD gaúcha.
“A irmã Mary foi procurada para
hospedar uma criança soropositiva, e se incomodou de não poder integrá-la a outras crianças.
Então Deus a tocou para começar um trabalho de abrigar somente portadoras do vírus HIV”, explica Lóide.
Infectologista especialista em
Aids pediátrica, Marinella Della
Negra é responsável pela equipe
que cuida de crianças HIV positivo no Hospital Emilio Ribas, em
São Paulo. Segundo ela, é impossível uma criança negativar a doença depois de infectada. “Ninguém negativa o HIV, ou é ela é
infectada ou não. Se ela tomar
medicamento corretamente e fizer
tudo que se preconiza, pode conviver com a doença. Infelizmente
a Aids ainda não tem cura”, disse
a médica. Mas contrariando totalmente o laudo médico, o desaparecimento do vírus foi constatado em quase 20 crianças. “A
medicina tem resistência em admitir um milagre. Mas o fato é que
nenhuma das mães de nossas crianças fez um tratamento sequer,
e ainda assim essas crianças negativaram. E isso só aconteceu
devido à poderosa mão de Deus”,
testificou a responsável pela clínica, que teve o prazer de ver todas essas crianças curadas, adotadas ou de volta a suas famílias.
A parte espiritual realmente tem
feito a diferença na condução da
Ceacri. Seguindo os preceitos da
Educação Cristã, a casa tem ensinado às crianças o caminho no
qual devem andar. Segundo Lóide, além dos cultos matinais diários, as crianças visitam várias
igrejas e se apresentam com hinos. “Formamos um coral com
ESTÁ VOLTANDO
elas, e quando são convidadas
vão com muita alegria e disposição”, conta a diretora.
Somado a todo aparato estrutural da clínica, as crianças contam ainda com a cobertura espiritual da AD em Porto Alegre. Segundo o líder da igreja, o pastor
Ubiratan Batista Job, a clínica é
um braço da obra social da igreja.
“Ainda que ela tenha vida própria, a igreja e os membros participam da manutenção da clínica.
Existem obreiros escalados que
sempre estão lá levando a Palavra, orando e orientando-os. Além
tura (Unesco), sendo uma das três
instituições gaúchas selecionadas a receber doação da Fundação Bill Gates.
Pioneira neste perfil de atendimento, a clínica é um acalanto às
crianças e também ao Conselho
Tutelar da região, como relata o
conselheiro Cirilo Fae. “Para nós, é
muito bom saber que existe uma
instituição séria, que tem feito esse
trabalho exemplar”, elogia o conselheiro, lembrando que o Estado
também fornece o amparo necessário. “Temos acompanhado o serviço social da clínica bem de perto.
Juntos tentamos
de todas as maneiras fazer com que a
criança não seja esquecida pela família enquanto está
no abrigo”, conta
Cirilo.
Criado há um
ano e meio, o serviço social da clínica
Crianças da clínica
louvam a Deus; novas
instalações estão sendo
construídas para
ampliar o número de
crianças atendidas.
disso, eles também participam dos cultos”, conta
o pastor, que também é
presidente da Convenção
da AD no Rio Grande do Sul (Ciepadergs).
Encaminhadas até a clínica através do Conselho Tutelar ou pelo
Juizado da Infância e da Juventude, as crianças, além de muito
amor, recebem abrigo, alimentação, vestuário e tratamento médico. “O Grupo Hospitalar Conceição, por meio do INSS, nos
presta todo serviço em relação à
saúde delas”, conta a diretora,
acrescentando que o trabalho é
mantido com doações de pessoas físicas e jurídicas. Devido à
seriedade do trabalho, há dois
anos a Ceacri foi reconhecida pela
Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cul-
Edição 67
É BOM
Diga não ao Horóscopo
Fevereiro
Sábio Salomão
“A resposta branda desvia
o furor, mas a palavra dura
suscita a ira. A língua dos
sábios adorna a sabedoria,
mas a boca dos tolos derrama a estultícia”. (Provérbios
15:1 e 2)
Março
Profeta Jeremias
“Porque a confusão devorou o trabalho de nossos pais,
desde a nossa mocidade: as
suas ovelhas, e as suas vacas, e os seus filhos, e as
suas filhas. Jazemos na nossa vergonha e estamos cobertos da nossa confusão,
porque pecamos contra o
Senhor, nosso Deus, nós e
nossos pais, desde a nossa
mocidade até o dia de hoje;
e não demos ouvidos à voz
do Senhor, nosso Deus.”.
(Jeremias 3:24-25)
Abril
Evangelista S. João
“Veio para o que era seu, e
os seus não o receberam.
Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de
serem feitos filhos Deus: aos
que crêem em seu nome, os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.”. (João
1:11-13)
Maio
Salvador Jesus Cristo
“Não julgueis, e não sereis
julgados; não condeneis, e não
sereis condenados; soltai e
soltar-vos-ão. Daí, e ser-vosá dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando
vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes
também vos medirão de
novo.” (Lucas 6:37 e 38)
Setembro
Apóstolo S. Pedro
“Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento,
sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos
ofereceu na revelação de
Jesus Cristo, como filhos obedientes, não vos conformeis
com as concupiscências que
antes havia em vossa ignorância”. (1 Pedro 1:13 e 14)
Junho
Profeta Isaías
“Buscá-los-ás, mas não os
acharás; e os que pelejaram
contigo tornar-se-ão nada, e
como coisa que não é nada,
os que guerrearam contra ti.
Porque eu, o Senhor, teu Deus,
te tomo pela tua mão direita e
te digo: não temas, que eu te
ajudo”. (Isaías 41:12 e 13)
Outubro
Evangelista S. Lucas
“Todo vale se encherá, e se
abaixará todo monte e outeiro; e o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se aplainarão; e toda
a carne verá a salvação de
Deus”. (Lucas 3:5 e 6)
Novembro
Legislador Moisés
“Vedes aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos,
como me mandou o Senhor,
meu Deus, para que assim
façais no meio da terra a qual
ides a herdar. Guardai-os,
pois, e fazei-os, porque esta
será a vossa sabedoria e o
vosso entendimento perante
os olhos dos povos que ouvirão todos estes estatutos e
dirão: Só este grande povo é
gente sábia e inteligente”.
(Deuteronômio 4:5 e 6)
Julho
Evangelista S. Marcos
“E ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre pronto um barquinho junto
dele, por causa da multidão,
para que o não comprimisse,
porque tinha curado a muitos,
de tal maneira que todos quantos tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem.” (Marcos 3:9 e 10)
Agosto
Apóstolo S. Tiago
“O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra
vós e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os
últimos dias. Eis que o salário
dos trabalhadores que ceifaram
as vossas terras e que por vós
foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos
Exércitos”. (Tiago 5:3 e 4)
Dezembro
Apóstolo S. Paulo
“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre
toda impiedade e injustiça
dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode
conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou”. (Romanos 1:18 e 19)
Jamo Little Brown
Palavras
cruzadas da BIBLÍA
tem buscado o resgate da história
de cada criança, fato esse que tem
colaborado para o desenvolvimento de cada criança. “Junto à Previdência Social e ao fórum dos conselhos, tentamos localizar os familiares delas. Por meio dessa ‘investigação’, estamos montando um
álbum com a história de cada um”,
explica a assistente social da Ceacri, Sílvia Lúcia Fiukuoka.
Os planos para o futuro são ainda maiores. Segundo a diretora Lóide, está sendo construído um prédio em um terreno que vai aumentar
em cinco vezes a capacidade física
do local. “Vai ficar muito bom. Vamos abrigar um número muito maior
de crianças”, anima-se Lóide.
Ninguém está mais necessitado da oração do que o homem
atarefado, o homem que não tem
tempo, pois tendo cada hora do
dia tomada por um compromisso,
como poderá este homem fugir ao
nervosismo da pressa, às crises
de impaciência, à amargura do
desgosto?
Somente a oração pode fazer
com que supere a tudo, porque
assim estará invocando sobre o
seu trabalho a bênção de Deus, a
bênção da qual tudo depende.
Amolar a foice jamais cegou o
corte; de igual modo a oração
nunca impede o andamento do
serviço. Como é possível esquecer a necessidade constante de
amolar o nosso instrumento de
trabalho, isto é, de orarmos sem
cessar, em se tratando de obra tão
importante como a salvação eterna? A vida de oração reflete-se no
nosso trabalho; refletir-se-á no
fruto de nossa vida e, finalmente,
também na seara; a vida de oração se refletirá igualmente em vitória nas dificuldades e provações.
As cadeias do pecado rompemse quando Jesus é invocado,
quando Ele, em adoração, é glorificado e louvado como Senhor
redivivo, que ressurgiu vitoriosamente do sepulcro e que pôs o
inimigo por estrado de seus pés.
É sob o efeito da oração que em
adoração glorifica do Senhor, que
o Deus vivo põe-se em ação; Sua
onipotência e força resolvem
qualquer necessidade e proble-
ma; Seu amor conforta e sara.
Deus é um Senhor por demais
maravilhoso! Que Redentor é Ele!
Que Salvador inigualável! Que
vencedor formidável! Que Rei!
Quando aprenderemos a invocá-lo, em adoração, com os nomes que Lhe descrevem a sublime natureza? Os céus e a terra
deverá proclamar incessantemente os louvores de um Senhor tão
maravilhoso! Como esperamos
glorificá-Lo na eternidade, se aqui
não o fazemos?
Orar significa apresentar-se
perante o Santo Deus, significa
marcar audiência com o Rei dos
reis. Como poderemos comparecer à sua presença, não estando
purificados? Como orar se não
Lhe entregamos inteiramente a
nossa vontade? Deus nos atenderá as orações somente quando
rogarmos de acordo com Sua
vontade. Submeter-se a uma vida
de oração implica fazer uma revisão profunda da nossa vida.
Por que não nos expormos à
luz divina, à Sua verdade, para
sermos libertados? O assunto é
de suma importância: Deus quer
transformar a nossa vida em vida
de oração, o que vale dizer, em
vida cheia de poder, em vida vitoriosa na contemplação de sua
glória. E pela oração Deus não
quer apenas transformar nossas
vidas, dando-lhes sentido e frutificando-as. Pela oração Deus
quer transformar-te em portador
de Sua bênção para muitos.
Direito de Resposta
Por sermos escravos da lei para sermos livres abrimos democraticamente espaço para direito
de resposta às pessoas que se sentirem ofendidas, independentemente de ação judicial, ficando como
juízo competente os endereços de redação e impressão que constam do expediente desse jornal,
conforme lei de imprensa. Sendo que as matérias assinadas não expressam o pensamento desse jornal.
Somos livres por sermos escravo da lei!
e-mail: [email protected]
R E S P O S TA S
O poder da oração
Cristo exortou à oração. Com
esta exortação e com a dádiva da
oração o Senhor pôs nas mãos
dos homens um poder inestimável. O todo-poderoso, em palavras claras e inequívocas, compromete-se a atender-nos a prece conquanto que esta Lhe seja
dirigida com fé e em nome de Jesus. O estímulo à oração é uma
nota promissória assinada por
Cristo. Podemos apresentá-la,
pois Ele próprio comprometeu-se
a resgatá-la. “A oração constituise no maior poder deste mundo,
pois ela é capaz de mover a mão
d’Aquele que rege o universo”.
A oração encerra possibilidades
jamais vistas; ela pode transformar tudo: homens, suas dificuldades e situações embaraçadas.
Não há barreira para a oração.
É exatamente por este motivo
que Satanás se empenha ao máximo em afastar-nos da oração.
Sabe ele que, mesmo realizando
grandes obras no reino de Deus,
não lhe somos prejudiciais. Mas
ele sabe também que lhe invadimos o domínio e lhe arrebatamos
a presa, ao orarmos com persistência. Um quadro expressivo,
pintado por antigo mestre, exemplifica este estado de coisas. O
quadro mostra uma balança. A um
dos pratos estão agarrados cinco demônios; no outro prato está
sentado um garoto, orando; e a
balança pende fortemente para o
lado do menino. Eis o poder da
oração, da verdadeira oração!
Página 9
Mensagem de Cristo para edificação de sua alma
Janeiro
Salmista Davi
“Elevo os olhos para os
montes: de onde me virá o
socorro? O meu socorro vem
do Senhor, que fez o céu e a
terra. Não deixará vacilar o
teu pé; aquele que te guarda
não tosquenejará”. (Salmos
121:1-3)
A clínica,
dirigida pela
irmã Lóide
Linhares (à
esquerda) tem
trazido
esperança
para crianças
soropositivas
- JESUS
Página 10
Edição 67
DESPERTA O SENHOR JESUS CRISTO
ESTÁ VOLTANDO
- JESUS
É BOM
SANTANA DE PARNAÍBA
Cerimônia comemora 85 anos de
união do casal mais velho da região
Os moradores do bairro
Chácara Solar de Santana de
Parnaíba, João Pereira dos
Santos, de 111 anos, e Ana
Maria de Jesus Pinheiros Pinto, de 97, completaram 85 anos
de casados no dia 1º de abril.
Para comemorar a data, foi
realizada uma cerimônia na
Igreja Assembléia de Deus, no
bairro da Fazendinha, nos mesmos moldes de uma cerimônia tradicional.
A história do casal mais velho da Região Oeste começou
em 1921, quando eles se uniram oficialmente na cidade de
Araçoari, no Vale do Jequitinhonha, no Estado de Minas
Gerais. Da união do casal nasceram oito filhos e destes vieram outros 72 novos membros
entre netos, bisnetos e tataranetos.
A filha caçula de 60 anos de
idade, Zolina do Carmo Delfi-
Sávio Barletta
O prefeito Benedito Fernandes e a primeira-dama Ângela
Fernandes fizeram questão de participar da festa
no Soares, assistiu à cerimônia
muito emocionada. “É maravilhoso ainda ter meus pais ao
meu lado. A união deles foi selada pelos anjos”, disse.
Além dos parentes e amigos,
o prefeito Benedito Fernandes
e a primeira-dama Ângela
Fernandes também prestigiaram a festa do casal.
Longevidade
A comemoração de 85 anos
de casamento de João Pereira dos Santos e Ana Maria de
Jesus Pinheiros Pinto não é
nenhuma surpresa para San-
tana de Parnaíba. De acordo
com o último Índice Paulista
de Responsabilidade Social
(IRPS) de 2003, pesquisa realizada pelo SEADE, o município possui hoje o melhor indicador de longevidade da
Região Metropolitana de São
Paulo.
Além disso, o município ostenta o segundo melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Região Metropolitana. E, recentemente,
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), responsável pela
elaboração do IDH, fez uma
revisão do último ranking nacional e elevou o município em
duas posições. Antes em 25º,
o município possui agora o 23º
melhor índice de desenvolvimento humano do País.
Fonte: Secom Santana
de Parnaíba
Benedito Fernandes prestigia posse do governador
Cláudio Lembo no Palácio dos Bandeirantes
Sávio Barletta e Roberto Andrade
Em 31 de março, o prefeito
de Santana de Parnaíba Benedito Fernandes (PFL) prestigiou
a cerimônia de transmissão do
cargo de governador do Estado de São Paulo para Cláudio
Lembo (também do PFL), que
assume o governo com a saída
de Geraldo Alckmin, candidato
oficial do PSDB à presidência
da República.
O evento aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, sede do
governo estadual, e contou
com a presença dos secretários de Estado – os anteriores,
da gestão Alckmin e os novos,
da gestão Lembo –; do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(FIESP), Paulo Skaf; do presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista, Henry
Sobel; do arcebispo de São
Paulo, o cardeal Dom Cláudio
Hummes; do prefeito da capital, Gilberto Kassab; e do presidente do PFL, o senador Jorge Bornhausen; além de outras
autoridades civis e militares.
Após receber o pavilhão de
governador do Estado das mãos
de Alckmin e assinar o decreto
de nomeação dos novos secre-
Futuro candidato a deputado federal Silvinho Peccioli (a dir)
acompanhou o prefeito Benedito Fernandes durante o evento
tários, Cláudio Lembo disse
que sua gestão dará continuidade às ações do governo Alckmin. “Prosseguirei com seus
atos, como se ele estivesse no
palácio. A preservação do sentido ético do governador estará
presente aqui todos os dias”,
disse Lembo.
Discursando logo em seguida, Alckmin elogiou a postura
de seu sucessor. “Estou convicto de que São Paulo está em
ótimas mãos. O mais alto grau
de sabedoria é a humildade, e o
Cláudio Lembo começa com o
pé direito”, disse Alckmin, que
também comentou sobre sua
gestão e o seu desafio de concorrer à Presidência da República. “O Estado de São Paulo
tem mantido suas contas, mesmo com os altos juros e o baixo dinamismo da economia no
País. Não quero que essa nova
jornada seja uma luta política,
daqueles que querem o poder
para si, para os seus ou para o
seu partido”. E acrescentou:
“Estamos em um país de oportunidades, com um povo trabalhador, criativo, que tem tudo
para estar na liderança do desenvolvimento sustentável mundial”, finalizou.
Entre as diversas autoridades
políticas estava o prefeito de
Santana de Parnaíba Benedito
Fernandes, que aproveitou para
comentar sobre o que espera do
governo Lembo. “O professor
Cláudio Lembo ao longo de sua
vida adquiriu uma grande experiência política e nós julgamos que ele vai fazer um governo muito bom para o Estado de São Paulo, devido à sua
competência como homem público”, comentou o prefeito.
Perfil
Cláudio Lembo nasceu em
São Paulo, em 12 de outubro
de 1934. Foi Secretário de Negócios Extraordinários do exprefeito Olavo Setúbal, em
1974, e Secretário de Negócios Jurídicos do prefeito Jânio
Quadros de 1986 a 1989. Concorreu ao Senado em 1978 e a
vice-presidente da república em
1990. Em 2002, foi eleito vicegovernador de São Paulo.
Advogado desde 1959, Lembo é professor de Direito e foi
Diretor para assuntos legislativos do Banco Itaú e reitor da
Universidade Mackenzie de
1997 a 2002.
Fonte: Secom Santana de
Parnaíba
Massacre na justiça
Se o massacre do Carandiru já constitui mancha indelével na
história brasileira, a ação da Justiça nesse caso a agrava
Afronta a idéia de justiça a decisão do Tribunal de Justiça (TJ)
de São Paulo de reverter condenação em primeira instância e absolver o coronel Ubiratan Guimarães, o comandante da operação
policial que resultou no massacre do Carandiru, em 1992, no
qual 111 presos foram mortos
durante uma rebelião.
Com a anulação parcial do primeiro julgamento, de 2001, no
qual o oficial fora sentenciado a
632 anos de prisão, os membros
mais antigos do TJ afirmam que,
do ponto de vista do Direito, a
matança jamais ocorreu.
Não foram responsabilizados
nem o governador do Estado à
época, Luiz Antonio Fleury Filho,
nem o secretário da Segurança,
nem o comandante da operação,
nem, até o momento, nenhum dos
policiais envolvidos.
A situação em que se deu o
acontecimento de 1992 era extremamente difícil e perigosa para a
polícia. Uma rebelião precisava
ser debelada, e o governo optou
Deputado Fleury
jurados afirmaram
que o coronel agira
“no estrito cumprimento do dever”,
mas a seguir disseram que ele atuara
com “excesso”,
ponto que fundamentou a acusação
de co-autoria com
dolo eventual.
A contradição teria justificado a anulação total do julgamento e a realização
de um novo juízo; jamais a absolvição do
réu. Não há notícia
de outra tecnicalidade semântica que
tenha livrado um
acusado de 632
anos de pena. Espera-se que o Superior Tribunal de Justiça reforme a decisão do TJ paulista.
Se o massacre do
Carandiru já constitui mancha indeléO Jornal mais perseguido do Brasil
vel na história brasileira, a ação da Justiça nesse
pela invasão.
O que ocorreu a partir daí per- caso a agrava.
Entre os homicídios e o primeimanece controverso. Mas é evidente, por seu desfecho, que a ro julgamento, transcorreram
operação foi desastrosamente nove anos. A única condenação
conduzida, o que, portanto, su- obtida foi revertida cinco anos
gere que seu comandante é pelo depois. Os outros processos ainmenos co-responsável pelas mor- da em curso não foram julgados.
Tudo isso contribui para reforçar
tes.
Houve incoerência do júri. Ao a impressão – não de todo equiresponderem ao questionário, os vocada – de que este é o país da
impunidade.
Fonte: editorial da “Folha
de SP” 17/02/2006)
Nota da Redação: Por conta da
luta contra a impunidade, vários
órgãos de imprensa do País, que
ousaram afirmar que o governador Fleury, ao menos de ofício,
teria sido o culpado por este massacre, foram processados e condenados cível e criminalmente a
pagarem indenização por perdas
e danos morais. A SA O Estado de
S. Paulo, o Estadão, na pessoa do
seu diretor-presidente Ruy Mesquita, e Leia O Jornal, o jornal mais
perseguido do País, e seu diretor
Alcides Jamo Little Brown, também foram condenados. O ex-governador Fleury usou a condenação contida nos autos contra Ruy
Mesquita nos autos contra Leia o
Jornal em sua defesa.
Jamo Little Brown
Coronel Ubiratan
Prefeitura arrecada
doações em Alphaville
com o projeto Bota-Fora
Roberto Andrade
Ao fundo, a presidente do Fundo Social de Solidariedade de
Santana de Parnaíba, Ângela Fernandes
A Secretaria Municipal de
Assistência Social realizou, nos
dias 1º e 3 de abril, nos residenciais Alpha 6 e 3, mais uma
etapa do projeto Bota-Fora.
Foram arrecadados móveis,
brinquedos, eletroeletrônicos,
utensílios domésticos e roupas.
A primeira-dama e presidente
do Fundo Social de Solidariedade, Ângela Fernandes,
acompanhou a operação no
sábado e fez questão de agradecer pessoalmente aos colaboradores.
Tudo o que foi arrecadado
no Bota-Fora segue para o
Bazar da Solidariedade da
Assistência Social, localizado
na Avenida Brasil, nº 355, no
Jardim São Luiz. O dinheiro
obtido com a venda é revertido para o Fundo Social de Solidariedade de Santana de Parnaíba e transformado em compras de aparelhos ortopédicos
e cadeiras de rodas, que são
distribuídos à população carente.
O Bota-Fora não tem data
certa para acontecer. Toda a
vez que um grupo de pessoas
se mobiliza, entra em contato
com a Assistência Social para,
juntos, marcarem o dia do recolhimento das doações. Para
esta empreitada, a prefeitura
conta com a parceria da empresa Ultragaz, que cede caminhão, motorista e ajudante.
Para a moradora do Alpha
3, Nilza Bedin, a ação teve
ótimos resultados. “Com certeza, essa foi a maior doação
do projeto bota-fora que ocorreu no Alpha 3. Ao todo, foram dois caminhões e uma
Kombi cheios de objetos e
materiais”, destaca Nilza, que
é diretora social do condomínio.
No dia 8, a operação BotaFora foi no Residencial 18 do
Forte e; no dia 20 de maio será
a vez dos moradores do Alpha
11 realizarem a ação, lembrando que as doações acontecem
sempre a partir das 10 horas.
Quem tiver interesse em participar do Bota-Fora pode ligar para a Rede Permanente
de Doações da Secretaria de
Assistência Social, pelo telefone 4154-2363.
Fonte: Secom Santana
de Parnaíba
Pedi com lágrimas
O presbítero José Antonio
Simão louva ao Senhor Jesus
Cristo com simplicidade, muito
amor, devoção e dedicação
sacerdotal. José Antonio Simão
nasceu no município alagoano
de Ibateguara (antiga Piquete),
em 19 de agosto de 1940. Filho
de Antonio Simão de Sales e
de dona Maria Amélia da Conceição; casado com Elizete
Gomes Simão (que já dorme no
Senhor), com quem teve cinco
filhos: Orlando, Welington, Elilde, Ricardo e Eurides. Hoje se
acha desposado de dona Maria José Sales Simão.
Convertendo-se a Cristo, o
Espírito Santo o inspirou a
compor dezenas de hinos, dos
quais muitos estão gravados
pelo compositor, bem como
por outros cantores. De sua
lavra tem se produzido dois
CDs: Chamado por Jesus e
Pedi com lágrimas. Atualmente se prepara para o lançamento de seu terceiro CD.
Vale a pena salientar que
José Simão sofre as mesmas
humilhações e perseguições
que os autores dos hinos da
Harpa Cristã das Assembléias de Deus, principalmente o
hino 15. Ao convidar o cantor
Simão, saiba que seu ministério é o de tão somente agradar a Deus e a igreja do Senhor Jesus Cristo, ao contrário de muitos cantores mercenários e metaleiros.
Contatos:
Tel: (11) 3605-0703
Jamo Little Brown