Número 2 - AFSI - Associação dos Familiares de Servidores do
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Número 2 - AFSI - Associação dos Familiares de Servidores do
BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 A Batalha pela Dignidade Em 31 de agosto de 2015, as famílias do serviço exterior brasileiro foram surpreendidas por uma notícia. Não se tratava do pagamento da residência funcional, atrasada em muitos postos fazia três meses, ocasionando a carestia, a dívida e, em casos mais graves, o despejo. Tampouco informações mais precisas sobre o plano de remoções, que novamente inviabiliza o planejamento familiar. Quem dera fosse alguma resolução sobre o exercício provisório, que, ao violar a Constituição de 1988, arranca os cônjuges de seus empregos no Brasil para lançá-los no ostracismo funcional no exterior. E a situação dos filhos? Abruptamente desligados de seus colégios, apartados de uma educação no idioma nacional, em sua maioria ainda permanecem, após perderem o ano letivo, acomodados em instituições extremamente caras para suas famílias, esperando o momento de retornar ao Brasil para, após perder outro ano, tentar dar prosseguimento a suas peripatéticas trajetórias educacionais. Para os filhos mais velhos, que conseguem com muito esforço a formação universitária, retornam para a pátria para viver no desemprego, em decorrência das dificuldades na validação de diplomas. Nesse retorno ao Brasil, a família ainda tem de enfrentar as longas filas para apartamento funcional, tendo no meio tempo que arcar por vezes com 1/3 de seus salários com caros aluguéis em uma situação em que poucos dispõem de fiador. companheiras(os) que foram obrigados a tirar licença para acompanhamento de cônjuge por não poderem ter exercício provisório no exterior agora deverão arcar com o triplo de contribuição para manter-se no Plano de Seguridade Social do Servidor Público. Em decorrência dos atrasos da RF, em que muitos orçamentos familiares sobram somente para arcar com a alimentação durante o mês, esse desembolso é impossível. Afastados do País, ignorados pelo governo, desunidos em dezenas de capitais ao redor do mundo e sujeitos a um preconceito irreal e anacrônico sobre o cotidiano da vida diplomática, os familiares do serviço exterior são o alvo mais fácil e frágil das reformas que virão — que se sobrepõem a um quadro histórico de injustiças. É diante dessa encruzilhada que a AFSI solicita a colaboração dos familiares do serviço exterior. Todos nós somos pessoas atarefadas com demandas pessoais, familiares e profissionais. A dedicação de um pouco do tempo de cada um pode ser o essencial para minorar as agruras e as injustiças pelas quais passamos. Sem uma resposta organizada aos desafios que se apresentarão no futuro, será inviável apoiar nossas famílias a sacrificar-se na tarefa de representar com denodo o Brasil no exterior. Vamos todos participar! Com as finanças falidas e emocionalmente em crise, as famílias do serviço exterior receberam sobre os seus ombros mais um fardo: os maridos, esposas e Neste Número: Eleições da AFSI * Entrevista com Dora Lopes * Gestão junto ao Itamaraty * Exercício Provisório: Perguntas e Respostas * Licença para acompanhamento de cônjuge * Curso de Preparação para Expatriação * Como aproveitar os melhores restaurantes dos EUA Ele içõe s da AFSI No início de outubro de 2015, a AFSI convocou uma Assembleia-Geral Ordinária para 8 de novembro. Ela realizou-se de acordo com o planejado. A agenda apreciou os seguintes pontos: I. A agenda da AFSI para 2016 e as Ações Realizadas em 2015; II. Apreciação do relatório anual da Diretoria; III. Discussão e homologação das contas e o balanço aprovado pelo Conselho Fiscal; IV. Aprovação do valor da Anuidade e do orçamento para o próximo ano fiscal; V. Eleição dos membros da Diretoria, nos anos de eleição diretiva, conforme o art. 18 e art. 27. Por ocasião da convocação, a Diretoria divulgou a seguinte carta: Prezados Associados, Tendo em vista as eleições para a Diretoria em novembro, achamos importante falar um pouco mais sobre o nosso trabalho. Os nomes dos cargos e o peso que eles levam podem assustar um pouco. Apesar do que está previsto no Estatuto, nosso trabalho na AFSI não se resume aos cargos lá descritos; ele é muito mais amplo, profundo e gratificante. Atualmente trabalhamos em diversas frentes, e todos nós participamos de forma igualitária na decisão e no desenvolvimento das atividades. Cada um de nós “abraça” atividades ou projetos, contribui nos projetos dos outros, ou apenas apoia o que cada um de nós assume como trabalho. Contudo, é importante ressaltar que os papéis descritos no Estatuto também são efetivos (como presidente, tesoureiro, etc). Nós trabalhamos com o boletim informativo bimestral; a administração do site, do fórum virtual, do grupo e da página do Facebook; a elaboração de um livro (pesquisa); a interlocução com o MRE, associações e sindicatos dos servidores do SEB, e com a mídia; gestões no Congresso Nacional; e a realização de diversos cursos e palestras oferecidos aos associados, entre tantos outros. É importante, ainda, lembrar que a Diretoria atual tem membros nos 4 quantos do mundo e se encontra frequentemente (viva o whatsapp), além de se comunicar muito bem por email e fazer reuniões virtuais rotineiras. Ou seja, TODOS, não importa onde estejam, podem e devem participar! O apoio, o trabalho e o voluntariado de cada um faz uma grande diferença. Venha fazer parte deste time! Nova diretoria (Gestão Nov/2015 a Out/2017) Carolina Vilalva: Presidente. É formada em Psicologia Clínica e Relações Internacionais e atualmente presta serviços de Coaching Executivo. Está em seu segundo posto, Santiago, com seu marido e filhos. É mãe de Felipe (3) e Julia (1). Fabiola Saldanha: Vice-Presidente. Formada em Direito pela UERJ e Mestre em Direito Internacional pela Washington College of Law. É Procuradora da Fazenda Nacional e acompanha seu marido na carreira diplomática desde 1998. Tem duas filhas, Julia e Clara. Já residiu com sua família em Genebra, na Haia e em Washington. Mora em Brasília desde junho de 2014. Ana Helena de Athayde B. Cummings: Primeira-Secretária. Advogada e fotógrafa. Nascida e criada em Brasília, atualmente mora em Washington. Renata Franzen Jappe: Segunda-Secretária. Formada em Administração de Empresas, funcionária de empresas privadas em Porto Alegre por mais de 10 anos e empregada pública em Brasília por 3 anos. Atualmente mora em Washington, DC e escreve um blog sobre como economizar nos Estados Unidos. Cynthia Vieira: Primeira-Tesoureira. Formada em Direito pela UNESC, mestre em Direito Internaciomal pela Universidad Complutense de Madrid. Residiu em Washington-DC por quase 4 anos, e recentemente o marido foi removido para o Iraque, e a família ficará em Lisboa. Caroline Luciane Broering Dutra: Segunda-Tesoureira. Formada em Engenharia Elétrica pela UFSC e mestre em Gestão de Projetos pela École des Mines de Saint-Étienne (França). Residiu no Irã (Teerã) por 3 anos e atualmente mora em Washington DC. Bárbara Oliveira Souza: Conselho Fiscal. Cientista social e antropóloga, formada pela UnB, mestre e doutora em antropologia social, também pela UnB, é atualmente pesquisadora associada ao Instituto Cubano de Investigación Social Juan Marinelo e ao Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. Reside em Havana, Cuba, desde janeiro de 2014. Raquel Lima Pereira de Araújo Leite: Conselho Fiscal. Formada e com mestrado em Economia pela UnB. É Analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional. Atualmente, reside em Brasília. Rogério de Souza Farias: Conselho Fiscal. Doutor em Relações Internacionais e Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Atualmente, é visiting scholar do Lemann Institute for Brazilian Studies e associate do Center for Latin American Studies da Universidade de Chicago, onde reside. Anteriormente morou em Bamako, no Mali. BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 ENTREVISTA COM DORA SOBREIRA LOPES Nasci em Caracas, onde meu pai era terceiro-secretário. Tenho um irmão 10 meses mais velho e outro 1 ano e 4 meses mais novo. Os meus pais eram os dois de Natal e tinham famílias numerosas. Depois da aposentadoria, voltaram para lá, onde meu Pai faleceu há 6 anos. Passei a maior parte do que me lembro da minha infância entre Lisboa (dos 4 aos 8 e dos 15 aos 20), Brasília (meu pai trabalhou na Presidência da República durante dois anos, antes da vinda do Itamaraty para Brasília) e Zurique. Fomos alfabetizados em inglês numa escola de freiras irlandesas em Lisboa, mas minha avó, que passou dois anos em Lisboa conosco, e meu pai, que tinha sido professor de português, sempre se preocuparam em nos ensinar português e nos pôr em contato com autores brasileiros e com a cultura brasileira em geral. Passamos três anos em Zurique que não foram fáceis, principalmente no início. A experiência na escola internacional foi traumática. Nós, assim como vários estrangeiros, fomos bullied, e as lembranças ficaram marcadas para sempre. No último ano, passei para a American High School que foi, tanto em termos acadêmicos quanto emocionais, a melhor escola em que estudei. Fizemos alguns bons amigos fora da escola, e vários são como família até hoje. Vínhamos ao Brasil com frequência, muitas vezes anual, o que naqueles tempos era caríssimo, já que não existiam tarifas promocionais. Era full fare ou nada. Convivemos com avós, tios e primos. Tivemos contato com a cultura brasileira e com o povo. Subimos em mangueiras e goiabeiras, caçamos lagartixas, tomamos banho de chuva, aprendemos palavrões e gírias e fomos repetidamente vacinados contra o risco de nos tornarmos gringos! Uma vez, ao sobrevoarmos os Alpes nevados, um de nós se entusiasmou com a semelhança que tinham com a areia de Pirangi, em Natal. Estudei Letras - Inglês (3 anos na Universidade de Lisboa e 2 na UnB). Além disso fiz Aliança Francesa em Lisboa até o último ano e também estudei alemão. Hoje, trabalho mais com a língua portuguesa. Quando meu irmão mais velho estava no Rio Branco, dividia apartamento com um amigo que veio a ser meu marido, embora eu muitas vezes tivesse dito que nunca casaria com um diplomata. Tivemos os dois filhos mais velhos em Brasília, e saímos para Londres com dois bebês, num tempo em que não havia RF. A única alternativa foi morar num apartamento pequeno fora do centro. Por isso, meu marido viveu Londres, e eu, as crianças e só um pouquinho de Inglaterra e Europa nos fins de semana. Nunca tive um emprego formal. Para ajudar a complementar a renda familiar, sobretudo em Brasília, onde, antigamente, sempre sobrava mês no fim do salário, optei por trabalhar em casa, fazendo traduções e bolos decorados. Hoje, ainda faço alguns bolos e trabalho também com revisão de textos, principalmente teses de CAE. Com base na minha experiência como filha e, a seguir, como mulher de diplomata, posso afirmar que esta vida t e n d e a u n i r o n ú c l e o f a m i l i a r, provavelmente por serem aquelas as pessoas com quem se pode contar. Na alegria e na tristeza, estamos todos no mesmo barco, e isso nos aproxima muito. No meu caso, em que os meus dois irmãos também se tornaram diplomatas, quando estamos reunidos, coisa que fazemos com regularidade, estamos todos na mesma frequência. Todos sabem o que é RF e expectativa de Quadro de Acesso. Todos conhecem o alívio de ver finalmente se fechar uma mudança, mas conhecem também aquele aperto de ver partir nossa vida num caminhão e as incertezas quanto à próxima cidade, à próxima casa e ao próximo capítulo de nossas vidas. Algumas pessoas julgam que o fato de ter tido a experiência desta vida como filha torna mais fáceis as rupturas e a distância . Não é meu caso. Sou sensível e sinto muita falta de pessoas, coisas e lugares que deixo para trás. Reconheço que para coisas práticas do dia a dia, minha história me facilita a vida em muitas situações – desde a arrumação de uma mesa de jantar até os macetes que se adquirem ao longo dos anos para a hora de organizar uma mudança, sem mencionar o fato de ter aprendido línguas estrangeiras como criança. A diferença fundamental entre ser filha e ser mulher de diplomata é que a primeira é um destino, e a segunda, uma escolha. O primeiro caso dá-nos as vivências e oportunidades, mas também nos dá a impotência e as frustrações, além do direito de reclamar e de transferir para os pais a culpa por nossos momentos difíceis. No dia em que cheguei a Zurique, aos 10 anos, caí n o c h o r o à m e s a d o j a n t a r, questionando a razão de ter nascido filha de diplomata. Apesar dos momentos difíceis das chegadas, das partidas e de alguns episódios traumáticos na escola, julgo ser muito positivo o saldo. As experiências, o - Page 3 - contato com diferentes culturas e línguas e toda a riqueza adquirida sem esforço compensaram em muito, no meu caso, todos os prantos nas despedidas e nos períodos em que me sentia a estranha no ninho. E sim, tenho grandes amigos de infância e de adolescência com quem convivo até hoje, embora seja do tempo das cartas e do correio. No segundo caso, existe a responsabilidade de poupar os filhos das dificuldades e do sofrimento causado pelas mudanças, embora eles se acostumem a isso ao longo dos anos e passem até a gostar dessa variação. Quando estávamos fechando a mudança em La Paz, onde nosso filho mais novo, então com 13 anos, foi muito feliz, ele me repreendeu. Acusoume de ser cruel, por ter escolhido ter filhos mesmo tendo passado por isso e sabendo que a vida de filho de diplomata tem seus momentos duros. Afirmou que era a última mudança que faria conosco. O drama durou pouco. Depois de cerca de um ano em Brasília, comentou que morar na Europa não seria má ideia. Teve sorte: ganhou 5 anos maravilhosos em Bruxelas! Como mulher de diplomata, tenho consciência de alguns obstáculos que posso ter de enfrentar, mas trato de descobrir a cidade e os arredores o quanto antes e de tirar da experiência tudo que posso. É muito mais fácil buscar ser feliz do que ficar procurando as desvantagens e criticando tudo. Reconheço que o isolamento pode ser um fato. Os diplomatas têm seu trabalho e convivem com pessoas diferentes. Os filhos vão para a escola, onde têm sua rotina e fazem novos amigos, o que lhes preenche os dias. Eu muitas vezes me senti só e muitas vezes tive vontade de conversar com alguém, de conversar com gente grande. A nova geração de cônjuges de servidores do Itamaraty é de um tempo em que quase todas as mulheres têm uma profissão e não querem abrir mão de sua realização profissional. Acho válidas todas as tentativas de reduzir os danos causados pela carreira do marido. Gosto de insistir, no entanto, com aquelas que tendem a ver apenas o lado negativo, que também temos privilégios: nos dias de hoje, são poucas as mulheres que têm a oportunidade de ficar em casa com seus filhos enquanto são pequenos. Tirei proveito disso e, embora não tenha tido grande realização profissional, consegui fazer coisas que me dão prazer e acompanhar de perto o desenvolvimento de meus filhos. Faria o mesmo outra vez. BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 Ao comparar a geração da minha mãe com as seguintes, vejo que hoje em dia as mulheres têm mais independência e que, com exceção das embaixatrizes, não se espera que os cônjuges desempenhem uma função. Antigamente, pelo que ouvi, as embaixatrizes dispunham mais das mulheres dos subordinados de seus maridos e esperavam delas tarefas como ajudar a arrumar a árvore de natal da residência ou fazer bolinhos para determinado encontro. Hoje pode até ser que as ajudem, mas fazem-no por amizade, por vontade e até para passarem umas horas divertidas. Como já disse, apesar de ter vivido a maior parte da vida fora do Brasil, consegui ser brasileira e conhecer a realidade do nosso país. Repeti com meus filhos o que meus pais fizeram comigo. Sempre viemos ao Brasil de férias para estar com a família. Sempre acompanhamos os eventos no Brasil, mesmo antes dos tempos da internet. Sempre servi em casa comida brasileira, até bolo de rolo, que aprendi a fazer com minha mãe, ainda menina. Meus filhos têm muita intimidade com tios e primos e até com as gerações mais velhas. Têm, os três, Natal, RN como hometown no Facebook, embora sejam dois de Brasília e um de Ottawa. A identificação com a nossa terra foi tamanha, que há dois anos, meu filho mais velho, também diplomata, resolveu casar com uma colega à beira da Lagoa do Bonfim, perto de Natal, na casa de campo dos meus pais, onde ele, quando pequeno, brincou com sapos, conviveu com o povo e aprendeu que o abacate não vem do supermercado e sim do abacateiro. Embora tenham vivido poucos anos no Brasil, todos três escrevem muito bem português. Desde os tempos de msn messenger, e até hoje, nas conversas de whatsapp, corrijo algum erro que façam, e essa prática se estendeu também para os sobrinhos. Todos agradecem. Como filha, o lugar em que fui mais feliz foi Lisboa. Foram muitos anos de vida por lá, e é difícil apagar tantas boas lembranças de quem começou faculdade, fez grandes amizades e aprendeu a dirigir nas ladeiras daquela cidade. Tenho até hoje em Lisboa amigas que são família. Já chegamos a passar 10 anos sem nos ver, mas isso em nada abalou os reencontros. Os amigos mais próximos não puderam perder o casamento do meu filho há dois anos. Como mulher de diplomata, não posso reclamar da maior parte dos postos que tivemos e da vida que levei. É claro que as circunstâncias familiares e financeiras influem na experiência em cada um. Até viver em Roma (por um ano, apenas!), afirmava que cada posto teve seu significado e suas vantagens de acordo com o momento, e que não havia um preferido. Depois de Roma, tive de mudar meu discurso. Como Roma não houve ! Vivi intensamente aquelas pedras, aqueles becos, aqueles monumentos, as estátuas, as janelas e suas flores. Explorei cada ponte, cada pátio e cada restaurante, e todos os dias foram de grandes descobertas e emoções. Fizemos boas amizades entre colegas, e foi um prazer o convívio diário com os romanos. O único posto onde tive dificuldades foi La Paz. Apesar de morarmos bem e de nosso filho ter sido muito feliz na ótima escola americana, minha vida foi muito entediante e frustrante. Nem um cinema decente existia lá naquela época, e o dia a dia para mim foi extremamente vazio. As saídas temporárias são a salvação num lugar assim, mas para quem tem filho em escola não se podem tirar a cada três meses. Mesmo assim, viemos ao Brasil sempre que pudemos e demos outras escapadas. Depois de tantos anos nesta vida nômade, me pergunto como Convênio Vista Alegre No último número do nosso boletim, informamos que a fabricante de porcelanas Vista Alegre (Portugal) e a AFSI estavam negociando descontos exclusivos para os membros da Associação residentes no exterior. A empresa, no momento, está ajustando a sua plataforma eletrônica para acomodar as particularidades da AFSI. É possível que no final de novembro já esteja quase finalizado o novo sistema, possibilitando aos membros da AFSI a aquisição de produtos para o período natalino. Maiores detalhes em http://vistaalegre.com/int/. - Page 4 - será viver sempre na mesma cidade. Embora tenha passado meus anos formativos em Lisboa e considere Portugal como minha segunda pátria, poucas vezes, mesmo quando adolescente, me imaginei vivendo permanentemente por lá. Endereço permanente ? O que é isso ? Tendo a ter uma atitude positiva perante a vida e o que ela me oferece. Isto não é diferente em relação à vida de dependente de diplomata. Durante anos, esse rótulo de dependente me incomodou. Hoje, me alegro por ter conseguido conciliar a formação dos meus filhos com meus trabalhos esporádicos, que sempre me dão prazer e reconhecimento. Quando a cidade permite, tiro dela o melhor que posso. Em Bruxelas, ia com regularidade passar o dia ou fim de semana em Paris ou Londres e voltei a Lisboa com muita frequência. Em Montevidéu, aproveitei bem a Rambla para caminhar e ver o rio, e ia com as amigas aos leilões, o que era uma boa diversão. Quando as crianças eram pequenas ou em Brasília, onde, com o ninho vazio, não tenho muito para fazer, leio, cozinho, costuro, faço bolos e invento coisas. Nesta vida, são fundamentais criatividade e atitude positiva. Além, é claro, de dar graças a quem criou a internet. Todas as manhãs, minha filha conversa comigo por facetime, a caminho do trabalho, pelas ruas de Nova York, e com frequência, minha mãe, lá de Natal, me faz companhia enquanto cozinho o jantar. BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 Reunião com o Embaixador Sérgio Danese, SecretárioGeral do Itamaraty. Da esquerda para a direita: Carolina Vilalva, SG Emb. Sérgio Danese , Embaixatriz (VicePresidente AFSI) Lilian Marques Porto, Embaixadora Maria-Theresa Lázaro, Subsecretária-Geral do Serviço Exterior, e Fabiola Saldanha (secretária AFSI) - 31/08/2015 A diretoria da AFSI conduziu várias reuniões com representantes do Itamaraty em 31 de agosto de 2015. Com o Secretário-Geral Sérgio Danese, a reunião teve a seguinte pauta: a)Apresentação da AFSI e das conquistas obtidas; b) Agenda positiva, ideia de parceria, em que podemos ajudar?; c) Criação de um núcleo de família no Itamaraty e em cada Posto; d) Parceria com a Vista Alegre; e) Cursos já oferecidos on-line, curso do Rio Branco, curso como Representar o Brasil no Exterior; f) Nossos próximos objetivos, RF, Auxílio Educação, Revalidação de Diplomas obtidos no exterior. A Presidente da AFSI, Carolina Vilalva, enumerou tudo o que a AFSI já fez até hoje, salientando que todas as vitórias foram alcançadas sem gastar um centavo de dinheiro público. A VicePresidente, Lilian Marques Porto e Santos, enfatizou que a AFSI não havia solicitado a reunião para pedir nada. Ao contrário, a organização estava ciente do esforço que a Administração do Itamaraty está fazendo durante a atual crise. O objetivo da AFSI, nesse ambiente, é oferecer ajuda, colaboração e parceria. A reunião com o Chefe do Cerimonial do Itamaraty, Embaixador Fernando Igreja, foi conduzida para lidar com a agenda do curso que a AFSI pretende ministrar, no segundo semestre de 2015, para os seus associados, sobre como representar o Brasil no exterior. Buscou-se, no encontro, o apoio do Cerimonial sobre quais tópicos deveriam ser abordados na palestra. O Embaixador demonstrou interesse no assunto e ressaltou a grande relevância da iniciativa para o bom funcionamento das representações brasileiras no Exterior. Ele lembrou que cerimonial e protocolo são um conjunto de regras de bom senso, internacionalmente aceitas, que facilitam - Page 5 - enormemente o desempenho e o dia a dia dos funcionários e familiares. A aplicação desse conhecimento pode ajudar os servidores e familiares a se sentirem mais seguros e confiantes para participar ativamente na vida do Posto, incluir-se em vários eventos e administrar a vida no exterior com mais segurança e menos ansiedade. Na ocasião, o Embaixador sugeriu a leitura do livro Daughters of Britannia (Katie Hickman. Harper Perennial, 2002) que conta a história de três séculos do Serviço Diplomático Inglês, documentada por cartas enviadas e recebidas pelos funcionários expatriados, e que foram compiladas pela autora. Aparentemente, a atualidade e a natureza dos problemas mencionados nessas cartas dão a medida da recorrência dos desafios que até hoje as famílias dos funcionários do serviço exterior de todos os países enfrentam no mundo. BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 Outra reunião realizada no Itamaraty foi com a Chefe da Divisão de Temas Educacionais, a conselheira Almerinda Augusta de Freitas Carvalho. O objetivo do encontro foi tratar do reconhecimento de diplomas de ensino superior obtidos no exterior por filhos e cônjuges de membros do Serviço Exterior Brasileiro. O objetivo da AFSI era saber como poderia ajudar a tornar o processo mais célere e reduzir a burocracia atual. Fomos informados pela conselheira Almerinda que já existe um Grupo de Trabalho de Aceleração de reconhecimentos de diplomas trabalhando no MEC para facilitar o processo de revalidação. Esse grupo começou a funcionar em decorrência, em parte, da necessidade gerada pela volta de milhares de estudantes do Ciência sem Fronteiras, que precisam revalidar os cursos feitos no exterior. Existe uma lei que dá às Universidades a autonomia para aceitar ou não os diplomas, e o MEC não pode influir nessas decisões. financiados pelas próprias famílias, sem terem recebido nenhuma subvenção oficial. É uma perda indiscutível de talentos, que poderiam estar contribuindo para o país. Em todas essas reuniões, a AFSI foi representada por Carolina Vilalva e por Lilian Marques Porto e Santos. Fabiola Saldanha participou da reunião com o Embaixador Sérgio Danese. No entanto, no âmbito do Mercosul já existem vários acordos entre universidades, ou seja, já se sabe como esses acordos podem ser feitos, e isso significa que no futuro outros acordos poderão ser feitos com universidades de outros países (EUA, União Europeia, Canadá, México, etc.). Essa é, infelizmente, uma solução de médio/ longo prazo. A conselheira Almerinda é uma entusiasta do assunto e se ofereceu para nos ajudar sempre e no que for possível. Ela felicitou a AFSI por estar tentando resolver esse problema, que causa transtornos muito graves na vida dos familiares e que, na maioria das vezes, provoca o desencanto dos filhos em voltar ao País, e força-os a continuar seus caminhos profissionais no exterior, onde seus diplomas são aceitos. Isso é claramente uma grande perda para o País, sobretudo porque até hoje esses jovens filhos e cônjuges são formados em excelentes escolas e universidades, Duas outras reuniões ainda foram realizadas. A primeira com a ASOF, e a segunda com a ADB. Nas duas ocasiões, o objetivo foi apresentar a AFSI e identificar possíveis parcerias, além de demonstrar o interesse do Itamaraty nos grupos de trabalho de AuxílioEducação, GT Funcionais e GT RF. A ADB, em particular, elogiou a forma interativa como a AFSI se comunica com seus associados e pretende aprender e replicar a experiência nesse setor. Reunião com a ASOF (acima). - Da esquerda para a direita: César Dunstan Fleury Curado (atual presidente da ASOF), Carolina Vilalva, Rose Marie Romariz Maasri (Presidente do Conselho Fiscal da ASOF) e Soraya Castilho (ex-presidente da ASOF. Obs: no dia da reunião, ela ainda era presidente e o César ia tomar posse em uma semana) Reunião com o Embaixador Fernando Lemos Igreja (esquerda), Chefe do Cerimonial do MRE - 31/08/2015. Reunião com a ADB (direita). Do lado esquerdo: Leandro Rocha de Araujo (Secretário e integrante da Diretoria da ADB), Embaixadora Vitoria Cleaver (Presidente da ADB), Embaixador Ronaldo Costa Filho (ADB), Secretária Márcia Canario de Oliveira (Integrante da Diretoria da ADB), Carlos Augusto Loureiro de Carvalho (Vice Presdente Executivo ADB) - Page 6 - BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 Exercício Provisório no Exterior, Perguntas e Respostas 1. O que é o Exercício Provisório? R: O Exercício Provisório (EP), previsto na Lei dos Servidores Públicos Federais, estabelece que, se servidor público acompanha cônjuge servidor público deslocado “(...) para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo”, pode entrar em exercício provisório no local de destino “(...) em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo” (art. 84, § 2° da Lei 8.112/90, grifo nosso). 2. O Exercício Provisório é permitido nas unidades do MRE no exterior? R: Infelizmente, não. O EP nas unidades do MRE no exterior foi vedado expressamente pelo art 3o. da Lei 10.872/04, convertido no art. 69 da Lei 11.440/06, a Lei do Serviço Exterior Brasileiro. A AFSI entende que o referido dispositivo é inconstitucional e apresentou representação ao Ministério Público Federal neste sentido. O MPF concordou com a argumentação da AFSI e, em 4 de agosto de 2015, ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5.355) no Supremo Tribunal Federal, pedindo a declaração formal da inconstitucionalidade do art. 69, da lei 11.440. Resta ao STF, portanto, julgar sobre o mérito da ação. O prazo médio para julgamento de uma ação desse tipo pelo STF tem sido de cerca de 5 anos. 3. Por que o exercício provisório é tão importante para os cônjuges de servidores do SEB? 5. O exercício provisório não afetaria o orçamento do MRE? R: Não. Para todos os efeitos, o servidor permanece lotado no órgão de origem, recebendo salário por aquele órgão. Os únicos custos para o MRE seriam de infraestrutura de trabalho (mesas, telefones etc.). Contudo, esse impacto é pequeno. R: Os cônjuges de servidores do SEB 6. Não seria um caos para o MRE pagam um alto preço para manter a aceitar repentinamente tantos unidade de suas famílias no exterior, cônjuges em EP? especialmente pelo impacto das R: O impacto numérico da permissão do EP constantes remoções em suas vidas e, em para os cônjuges de servidores do SEB é particular, em suas carreiras profissionais. bastante limitado. No âmbito da Não apenas perdem sua renda, mas Administração Pública Federal o impacto já interrompem seus projetos profissionais é muito pequeno, havendo pouco mais de nas instituições a que pertenciam no 700 casos de exercício provisório, Brasil. Nesse contexto, o cônjuge servidor abrangendo 134 entidades e órgãos público tem um custo de oportunidade públicos, em um universo superior a ainda maior ao acompanhar o servidor do 790.000 (setecentos e noventa mil) SEB. Além de perder a remuneração, o servidores federais. cônjuge perde a progressão funcional, ou No âmbito do MRE, em um primeiro seja, quando retorna a Brasília após vários levantamento, foram contabilizados cerca anos no exterior, retorna no mesmo nível de 110 servidores públicos federais funcional em que saiu. Ademais, para casados ou em união estável com manter o direito à aposentadoria, o servidores do MRE. Trabalhando com esse servidor tem como única opção, durante a universo, como apenas metade do licença, continuar contribuindo para a contingente do SEB está no exterior, caso a Previdência e Seguridade Social proibição fosse revogada, seriam brasileiras, recolhendo o mesmo valor que possivelmente acrescentados à força de descontaria se estivesse na ativa (11% da trabalho no exterior (dependendo da remuneração total), valor este por vezes vontade do servidor de requerer o EP e de elevado e que recai sobre a única renda o orgão de origem concedê-lo) menos de remanescente do casal. Em algumas 55 servidores, volume também pequeno, carreiras, inclusive, há exigência de tempo considerando-se que o MRE conta hoje mínimo de efetivo exercício profissional na com mais de 1700 servidores no exterior. carreira para aposentadoria, o que Ademais, do ponto de vista gerencial, por significa que, mesmo contribuindo, o se tratar de um grupo definido e estável de cônjuge pode perder o direito de se servidores ao longo do tempo, é certo que aposentar aos 60/55 anos. se adaptarão às rotinas e necessidades do 4. O s s e r v i d o r e s e m e x e r c í c i o MRE. provisório não “roubariam” vagas de servidores do SEB nos postos? 7. O cônjuge em EP poderia exercer funções de Oficial ou de Assistente R: Não. O servidor em EP não está de Chancelaria? Caso positivo, isso efetivamente lotado no posto; sua lotação não desvalorizaria essas carreiras? permanece no órgão de origem, na sede. R: O cônjuge em EP deverá exercer funções compatíveis com aquelas do seu cargo de origem. Certamente atuará em apoio às atividades do Posto; porém, os atos privativos das carreiras permanecem preservados, por força de lei. Assim, o servidor em EP não poderá executar, assinar ou responder por atos privativos dos servidores de carreira. Ao contrário, estará lá para apoiar o desempenho do Serviço Exterior Brasileiro, emprestando seus conhecimentos e habilidades específi- Portanto, o servidor não ocupa claro de lotação (vaga) no posto. Da mesma forma, a possibilidade de exercício provisório independe da existência de vaga no posto. Portanto, a atuação de servidor em exercício provisório não desobriga a administração pública de preencher vagas em aberto. - Page 7 - BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 ficos de acordo com as instruções do Chefe do princípio constitucional da proteção da pessoas selecionadas por concurso público do Posto. Deve-se ter em mente, ainda, que família, e que deve facilitar o seu exercício, e, portanto, aptas na sua capacidade os maiores prejudicados pela atual dentro dos parâmetros legais. Por isso, a individual, ao serviço público. O fato de proibição do EP são as famílias de Ofchans AFSI defende que se estabeleça fórmula haver casais trabalhando na mesma cidade ou Achans com cônjuges servidores. O transparente, negociada entre entidades de ou posto já se apresenta hoje, dado que há salário do cônjuge em EP complementaria a classe e Itamaraty, para evitar abusos ou grande número de casais de servidores do renda, beneficiando, em especial, esses omissões. SEB. Ambas as situações (casais do SEB e servidores com salário menor no exterior. 11. Q u e m d e c i d i r i a s o b r e a casais SEB/EP) devem ser tratadas da 8. Como seria aproveitado um médico, necessidade, ou não, de ter aquela mesma forma, no que se refere ao dentista, controlador de vôo, biólogo, pessoa trabalhando na missão ambiente de trabalho. Como ilustração, antropólogo, etc. numa missão diplomática? O Chefe do Posto, a cabe notar que 27% dos cônjuges do diplomática? SERE, o ministério de origem, ou o serviço exterior norte-americano trabalham cônjuge/concursado? nos respectivos postos, sujeitos à R: O EP requer compatibilidade entre funções do cargo público de origem e as R: Atualmente, o EP é regulamentado pela regulamentação anti-nepotismo do funções a serem exercidas, e essa Orientação Normativa n. 5/2012, do MPOG, Departamento de Estado dos EUA. verificação deverá se dar caso a caso, que determina que o pedido deverá ser 16. Se a representação diplomática como ilustra a Orientação Normativa SGP/ instruído com a anuência dos órgãos de não tiver espaço físico para alojar o MPOG no. 5/2012. A AFSI entende que o origem e de destino. A AFSI entende que s e r v i d o r - c ô n j u g e e m E P, q u e estudo dessa compatibilidade deverá caberá ao Itamaraty utilizar seu poder autonomia terá o Chefe do Posto para obedecer ao princípio da razoabilidade, regulamentador para detalhar o não aceitar que ele trabalhe ali? tendo como objetivo adequar os anseios do processamento desse tipo de requerimento. R: A AFSI defende que o Itamaraty exerça servidor que pleiteia EP com a possibilidade 12. A quem o cônjuge concursado papel regulamentador e administrativo de de preencher reais necessidades do posto. prestaria sua lealdade institucional? Ao modo a evitar que esse tipo de situação Cada situação pouco convencional deverá Itamaraty ou ao órgão que paga o seu ocorra. Na realidade atual das ser avaliada caso a caso, sem privilégios salário? representações do Brasil no exterior, nem injustiças. R: O servidor em EP está submetido à sabemos que os recursos humanos 9. Quais carreiras de servidores/ hierarquia funcional do órgão de destino. disponíveis estão muito aquém das cônjuges seriam contempladas por Desse modo, deverá responder às necessidades da comunidade brasileira no esse direito? Isso não seria uma solicitações e ordens hierárquicas do Chefe exterior. Assim, pensamos que a frustração discriminação contra os outros (da do do direito ao EP deve ser evitada e pergunta anterior), também administrativamente submetido a este. soluções administrativas devem ser concursados? 13. E se o servidor-cônjuge nāo se adotadas de modo a compatibilizar o R: O EP é estabelecido pela Lei dos mostrar adequado para o trabalho na interesse das famílias do SEB, o interesse Servidores Públicos Federais (Lei nº missão diplomática? da administração e os interesses brasileiros 8.112/90), de modo que se subentende que R: Aplicam-se as mesmas regras de EP no no exterior. torne sujeitos de direito apenas os Brasil. O EP exige exame prévio de 17. Há especificidades, previstas em servidores federais. O Judiciário poderá compatibilidade de funções, o que deverá lei, próprias das funções das Carreiras determinar, contudo, se o EP é cabível minimizar situações como essa. Em do Serviço Exterior que são levadas também para servidores das esferas situação que se enquadre como infração em conta no processo de recrutamento estaduais e municipais. De todo modo, a disciplinar prevista na Lei nº 8.112, a e treinamento dessas carreiras e que compatibilidade de funções permanecerá punição deverá ser aplicada por seu órgão não o seriam para os demais sendo critério para que o servidor-cônjuge de origem. O Chefe do Posto deverá servidores públicos. Como possa atuar em EP. Da mesma forma, a sempre oficiar, oferecer provas e exigir do compatibilizar com o EP? exigência de compatibilidade de funções órgão de origem medidas disciplinares, R: O EP requer compatibilidade entre visa a preservar o interesse público; quando cabíveis. funções do cargo público de origem e as portanto, esse critério, por si só, não é 14. Como garantir que não vai haver funções a serem exercidas, e essa discriminatório. favorecimento de certos cônjuges na verificação deverá se dar caso a caso, 10. Qual seria o poder de decisão do autorização do EP no exterior? como ilustra a Orientação Normativa SGP/ Chefe do Posto em aceitar ou não Caberá ao MRE utilizar seu poder MPOG no. 5/2012. A AFSI entende que o esse cônjuge? regulamentador para que o processo de estudo dessa compatibilidade deverá R: A Orientação Normativa no. 5/2012, do requerimento de EP seja transparente e obedecer ao princípio da razoabilidade, MPOG, dispõe que os pedidos de EP equânime. A AFSI defende que essa tendo como objetivo adequar os anseios do devem ser instruídos com a anuência dos regulamentação conte com as contribuições servidor que pleiteia EP com a possibilidade órgãos de origem e destino. A AFSI entende da AFSI e das entidades de classe do MRE. de preencher reais necessidades do posto. que caberá ao Itamaraty regulamentar 15. O fato de haver casais trabalhando Situações pouco convencionais deverão ser internamente as consultas necessárias para na mesma sede/posto não caracteriza avaliada caso a caso, sem privilégios nem a formação do seu consentimento. De todo nepotismo? injustiças. modo, a Administração deve compreender De forma alguma. Assim como no caso de que o EP é um direito do servidor, reflexo casais de servidores do SEB, trata-se de Posto, vez - Page 8 - que estará BOLETIM AFSI Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 Exercício Provisório, Questões levantadas na Assembleia Geral do Sinditamaraty A AFSI foi convidada a se pronunciar social ao trabalho; e pela afronta ao sobre o Exercício Provisório na última princípio da proteção da família. Assembleia Geral do Sinditamaraty, To d o s e s s e s d i r e i t o s e s t ã o realizada em 17/11/2015, que teve a amparados nos artigos 1º, 3º, 5º, 6º, Ação Direta de Inconstitucionalidade - 7º e 226 da Constituição Federal. ADI 5.355/15 contra a vedação do 2) qualquer tipo de manifestação da pontos de pauta. AFSI que viesse a diferenciar a Compreendemos ser este um tema importância ou tratar as várias complexo e apreciamos a seriedade do carreiras do SEB como de menor Sinditamaraty no estudo de questão tão importância ou complexidade. A AFSI sensível. Observando que muitos se opõe veementemente a essa familiares e até servidores não estão a diferenciação, visto que as carreiras par das discussões, e considerando as de Assistente de Chancelaria, de dúvidas levantadas na Assembleia Geral, Oficial de Chancelaria e de a AFSI apresentou algumas notas de Diplomata são, por lei, reconhecidas discussão: como típicas de Estado e têm suas 1) A AFSI é uma representação dos funções estabelecidas por legislação familiares das servidoras e dos específica. As manifestações servidores de todas as carreiras do contrárias a essa visão da AFSI, Serviço Exterior Brasileiro - SEB. As presentes no texto da ADI 5.355/15, manifestações da AFSI sempre refletem posição exclusiva da PGR. primam pela defesa dos direitos dos A íntegra da representação da AFSI familiares, bem como pelo à PGR pode ser acessada no site da reconhecimento da importância de Associação. 3) respectivo país de destino, preparação da família para a remoção com antecedência para que possa adquirir conhecimento da língua nativa e dos costumes, além de previsão de ações para a inclusão produtiva do cônjuge nos casos possíveis, entre outras ações. 4) A AFSI reitera uma vez mais que o manifestação feita pela AFSI à PGR, Exercício Provisório para cônjuges que balizou a ADI 5.355/15, foi que são servidoras/es públicos é um centrada na defesa do direito do direito assegurado pela Constituição Exercício Provisório - EP para Federal, bem como pela Lei cônjuges acompanhantes de 8112/1990. Os transtornos gerados membros do SEB em missão no em uma remoção par o exterior para exterior. A manifestação dessa a família (cônjuges e filhos) devem associação centra sua argumentação ser considerados, uma vez que a no vício de inconstitucionalidade do proteção da família é um direito art. 69 da Lei nº 11.440/2006, por sua assegurado em nosso marco jurídico. violação ao princípio da igualdade; Tanto no meio empresarial, como na pela ofensa ao princípio da igualdade representação diplomática de dentro da sociedade conjugal; por diversos países, a preocupação com conferir tratamento discriminatório de os familiares é inerente à remoção, o gênero; pela frustração ao direito que inclui pagamentos de auxílio - Page 9 - A estrutura de apoio às famílias, nas quais um (ou mais de um) dos membros seja servidor do SEB, Em nenhum momento houve exercício provisório - como um dos todas as carreiras do SEB. A escolar condizente com os custos do deveria ser compatível com a legislação vigente no Brasil. No caso de países como os EUA e a França, o provimento de vagas nos postos do exterior deve ser formalmente estendido aos cônjuges, desde que comprovada sua aptidão para o cargo, de modo a possibilitar que as famílias possam diversificar sua fonte de renda, o que é particularmente pertinente no caso de famílias com filhos. 5) Apesar da existência de acordos bilaterais com alguns países que permitem a atuação profissional de cônjuges, cabe ponderar as limitações com relação à sua aplicação. Sobre esse tema, ressaltam-se as muitas dificuldades de ordem cultural e/ou legal para que os cônjuges encontrem trabalho no exterior. Destaco, a seguir, algumas dessas limitações: a) Língua: Além da dificuldade natural de ser versado em uma língua estrangeira, há complicadores como o fato de se estar competindo com falantes nativos e, em algum casos, com falantes nativos bilíngues. Na Bélgica, por exemplo, muitas vagas pedem que o candidato seja fluente em francês e holandês. Mesmo com empenho, obter um nível profissional nessas duas línguas poderia levar anos. BOLETIM AFSI Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 b) Diploma e experiência: Nos casos em torno de 2 meses. Caso o servidor funciona uma requisição ou cessão em que é preciso um diploma em licença seja contratado no exterior, entre Ministérios. O Exercício específico pra exercer a profissão terá que solicitar ao RH da empresa Provisório representa economia para (engenharia, arquitetura, medicina, estrangeira que espere o processo de o Erário, visto que funções exercidas advocacia) é comum o não consulta ao seu empregador no Brasil por contratados locais, em moeda reconhecimento da equivalência. Em (no caso, a Administração Pública) ser estrangeira, podem, em parte, vir a outros casos, exige-se dos candidatos concluído. Além do mais, é justamente ser exercidas por servidores públicos experiência na iniciativa privada em nas áreas específicas de cargo, nas concursados, que recebem sua atividades que não existem no serviço quais o servidor tem mais experiência, remuneração em reais, paga pelo público (como departamento de que a lei é mais restritiva. órgão de origem. Ademais, com vendas, marketing ou produção fabril). Sobre o Exercício Provisório, vistas a ampliar sua eficiência, a Muitos dos servidores públicos em ressalta-se que sua aplicação não Administração Pública pode acessar licença para acompanhar cônjuge no ocasiona substituição ou mão de obra qualificada de exterior são integrantes de carreiras sobreposição de funções com as servidores concursados no exterior. nomeadamente "típicas de estado", carreiras já existentes no órgão no justamente por não terem equivalência qual será feita a lotação. O Exercício contribuição mensal de 22% dos na iniciativa privada. Provisório funciona no nível salários dos servidores em Licença, c) Estadia limitada: Eventualmente seu operacional, independe de vaga pré- referente à contribuição empregador estará ciente de que o existente. havendo previdenciária patronal, sem haver servidor licenciado está naquele país compatibilidade de funções, há a nenhum retorno desse aporte no que acompanhando seu cônjuge do serviço aprovação pelos órgãos de origem e se refere ao exercício efetivo desse exterior por um tempo limitado, e isso é de destino, sendo o ônus salarial do conjunto de servidores para a um limitador na sua contratação. órgão de origem do servidor. Nesse Administração. Seleções são complicadas, bem como diapasão, diferentemente do o enquadramento de novos argumentado pelo PGR, a ASFI 689/2015 representa sério risco para funcionários na empresa. É difícil que protocolará manifestação como os cônjuges que são servidores um empregador despenda esforços por amicus curiae no processo da ADIN públicos em Licença para um funcionário que, quando muito, 5.355/15, referendando o acompanhar cônjuge em missão no ficará só cinco anos atuando na entendimento a exterior, e suas famílias, pois a partir empresa. compatibilização do Exercício de 1º de dezembro de 2015, a d) Limitações legais: Há Provisório no Serviço Exterior deve cobrança do Plano de Seguridade incompatibilidade para que servidores ser efetivada no nível de apoio Social - PSS se dará integralmente públicos em licença sejam operacional que, nas representações com ônus para o servidor, de forma remunerados por representações de diplomáticas e consulares brasileiras obrigatória. Isso significa que países estrangeiros. Portanto, aquelas no exterior, se relaciona com as mensalmente o cônjuge em Licença, vagas funções exercidas pelos contratados que é servidor público, terá que locais. pagar 33% do seu salário para se O Exercício Provisório não é o manter vinculado ao PSS, mesmo dos cônjuges em Licença. atendimento a um pleito individual, sem receber nenhuma remuneração. e) Lei do Conflito de Interesses: Essa um "privilégio", mas sim um direito e O impacto no orçamento dessas lei, de 2013, bastante severa, pune um reforço ao interesse público: a famílias já afetadas pela proibição do com demissão quem incorrer em vaga no órgão de origem que antes Exercício Provisório será conflito de interesses (público x ficava bloqueada por um servidor extremamente potencializado. privado), mesmo em Licença. Para licenciado, sem atender os 10) Servidores públicos em Exercício cada vaga postulada, o servidor em interesses da Administração Pública, Provisório não representam nenhum Licença deve solicitar autorização a poderá contar com as funções a tipo de ameaça à execução da seu órgão, que muitas vezes consulta serem desempenhadas pelo servidor política externa brasileira, nem também a CGU, em processo que dura em EP em outro órgão, tal qual mesmo ao sigilo de informações em embaixadas 6) e representações de outros países são incompatíveis para pleito profissional 7) Em - Page 10 - de que 8) 9) Atualmente, o Erário arca com a Por outro lado, a Medida Provisória BOLETIM AFSI Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 mesmo ao sigilo de informações portanto, ato sensíveis. Trata-se do exercício de inconstitucional. ilegal e permitido e, em muitos casos, exercido regularmente, como no funções operacionais, normalmente 13) Uma maior rede de apoio às caso das Comissões das Forças conferidas a funcionários locais. A famílias no exterior encorajaria o Armadas no Exterior, localizadas possibilidade de atividades operacionais servidor do SEB a se inscrever nos em Washington D.C e em Londres. serem realizadas por servidores planos de remoção e a preencher A AFSI reitera sua disposição para públicos, inclusive, possibilita maior vagas desocupadas nos postos do ampliar o diálogo com as instituições e segurança na execução das atividades, MRE no exterior, no melhor organizações, bem como com pois estes são regidos pelo ordenamento atendimento ao interesse público, servidores do SEB, familiares e demais jurídico brasileiro, o que pode gerar a inclusive em postos com situações interessados, que estejam envolvidos responsabilização de seus atos, se socioeconômicas e políticas mais no debate sobre o Exercício Provisório necessário for. Caso seja aplicada a vulneráveis. É sabido que muitos de cônjuges servidores licenciados. lógica de que o EP seria uma ameaça à servidores optam por ficar na Reafirma, mais uma vez, o execução da política externa brasileira, o SERE, em Brasília, por não compromisso com os familiares de que poderíamos dizer da contratação de poderem abrir mão da renda todas as carreiras do Serviço Exterior funcionários locais estrangeiros, percebida por seu cônjuge. Nesse Brasileiro e com a luta para o existente nos diversos postos do MRE caso, é flagrante o prejuízo ao fortalecimento dos direitos dessas no exterior? Nesse caso, haveria além servidor do SEB no que tange à famílias. Por fim, reforça o convite a de risco à execução da política exterior sua progressão funcional e à todas as pessoas interessadas em brasileira também periculosidade para a administração que não dispõe de participar e contribuir com a própria soberania do Estado brasileiro? todo o seu quadro. Essa situação Associação, que é representante de 11) Muitos dos postos do MRE no deve se agravar com a entrada em todos nós familiares de servidores e vigor da MP 689/2015. servidoras do Itamaraty. exterior, principalmente Consulados, carecem de mão de obra, o que 14) O universo de servidores do SEB acaba por sobrecarregar os próprios que têm cônjuge servidor é servidores do SEB quando lotados bastante restrito. Segundo nesses postos. O EP poderia ajudar levantamento informal, feito pela a atenuar essa situação crônica em AFSI, existe uma média de 0,5 funções compatíveis com sua cônjuge/servidor situação, que não conflitem com as representação do MRE do exterior. funções exclusivas dos servidores O impacto de sua aplicação, no do SEB que se refere a adaptações 12) N ã o s e t r a t a d e p r i v i l e g i a r administrativas, por seria determinados cônjuges (os que são notavelmente restrito. Por outro servidores) em detrimento de outros lado, esse impacto sobre as (não servidores): o direito conferido famílias é de suma importância aos servidores já existe e encontra- para se em pleno funcionamento dentro psicoemocional, social e do território nacional, no âmbito dos financeira. sua estabilidade diversos órgãos da Administração 15) O Art. 69 da Lei 11.440/2006 Pública Federal (incluindo os explicita que a vedação ao escritórios regionais do MRE). Privar Exercício Provisório existe apenas o cônjuge servidor que se muda nas unidades administrativas do para o exterior para seguir sua MRE no exterior. Ademais do família de exercer um direito que lhe MRE, são raros os casos de outros é conferido em outras situações órgãos ou entidades da constitui quebra de isonomia, e, Administração Federal no exterior. Nesses, o Exercício Provisório é - Page 11 - Este artigo foi redigido com a colaboração de vários membros da Associação, que acompanharam, pela internet, o debate do SINDITAMARATY. Ele decorre do estudo conduzido por vários colegas que se debruçaram sobre os aspectos legais do problema. BOLETIM AFSI Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 ADB estuda parceria com Defesa para oferecer ensino a distância a filhos de servidores 2002, o ensino a distância substituiu o sistema de internato, favorecendo assim a continuidade do convívio familiar. A convite da ADB, em 21 de outubro, o Diretor de Ensino do Colégio Militar de Manaus, Coronel Carlos Alberto Garcia, visitou o Itamaraty e fez apresentação sobre o sistema de ensino a distância que o Exército oferece aos filhos de seus servidores. Atualmente, mais de 470 dependentes de militares de 10 a 17 anos utilizam o sistema. Além da ADB, participaram do encontro representantes do Sinditamaraty, da ASOF, do Ministério da Educação, da CAPES e dos setores consular e educacional do MRE. Segundo o Coronel Garcia, a proposta pedagógica do EaD é de aprendizado para a vida, estimulando a interdisciplinaridade e mantendo o aluno no centro do processo. "O trabalho segue a filosofia de ensino por competências para desenvolver habilidades para o dia a dia, voltado para o lado prático da vida." Segundo o Coronel Garcia, a socialização é importante e não pode ser deixada em segundo plano. Por esse motivo, afirma, é importante estimular a participação dos alunos em eventos sociais, onde possam falar entre si e trocar experiências (como feiras, concursos e olímpiadas de matemática e física) e incentivar a socialização no contraturno, em atividades culturais, esportivas e aulas de idiomas. A visita do Coronel Garcia ao Itamaraty deu-se no contexto de contatos iniciados pela ADB com a Secretaria de Ensino do Ministério da Defesa. Em 10 de setembro, a Embaixadora Vitória Cleaver visitou o Ministério da Defesa, onde se reuniu com o General Joaquim Silva e Luna, Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto e com o General Wa l m i r S c h n e i d e r, C h e f e d o Departamento de Ensino para conhecer a experiência do Ministério da Defesa em temas educacionais e discutir possibilidades de trabalho conjunto. Ensino a Distância O Colégio Militar de Manaus (CMM), criado em 1971, foi o oitavo estabelecimento do gênero, entre os 13 existentes no Brasil. É lá que funciona o "QG" do Ensino a Distância (EaD) oferecido aos filhos de militares em áreas de fronteira e de difícil acesso e também àqueles lotados no exterior. Desde Uma das vantagens desse sistema é que o aluno pode migrar para qualquer instituição de ensino do Brasil, no momento em que desejar. A grade curricular é baseada na legislação do MEC (Lei de Diretrizes e Bases) e do Exército. São 40 semanas, divididas em quatro bimestres, durante os quais os alunos passam por três avaliações parciais e uma avaliação final de estudo. Tripé escola-família-aluno No EaD, os pais têm um papel ainda mais ativo do que na educação presencial. Além de acompanhar as atividades diárias dos filhos, como leituras e dever de casa, são eles, por - Page 12 - exemplo, que recebem as provas por email, imprimem, aplicam e remetem de volta para o Colégio Militar. Para que possam desempenhar esse papel, são treinados por meio de um curso e l a b o r a d o p e l o C o l é g i o M i l i ta r e encaminhado via CD. Os pais contam com o apoio virtual de tutores, baseados no CMM, que resolvem as dúvidas dos alunos, e psicopedagogos, que acompanham a evolução do aprendizado. Parceria Em termos legais, para ampliar o atendimento de EaD do Colégio Militar de Manaus e incluir os filhos de servidores do MRE no exterior, seria necessário firmar um convênio com o Ministério da Defesa. Segundo o Coronel Garcia, o Colégio trabalha, atualmente, no limite da capacidade dos recursos disponíveis. A ADB, em parceria com outras instituições, estuda elaborar um projetopiloto de EaD para um posto específico e apresentar proposta ao Ministério da Defesa. O Coronel Garcia adverte, no entanto, que entrar no sistema militar de ensino a distância não possibilita migração para uma unidade presencial. Para ingressar no sistema presencial do Colégio Militar, é necessário fazer o concurso de admissão, aberto anualmente, no 6º ou 9º ano. Mais informações em http:// www.cmb.ensino.eb.br/ BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 Curso de Preparação para Expatriação, Uma parceria AFSI / Instituto Rio Branco Há 70 anos o Instituto do Rio Branco prepara seus diplomatas para o serviço público internacional por intermédio de uma capacitação profissional em disciplinas relacionadas à política externa brasileira com o objetivo de ajustar a teoria à realidade prática da carreira. A vida profissional itinerante, no entanto, dispõe de muitos outros aspectos culturais e emocionais que devem ser abordados durante uma capacitação institucional que almeja harmonizar os conhecimentos teóricos com o fazer diplomático. Não há formação completa ou transformação profissional de êxito sem a consideração da dimensão humana e familiar do servidor. Garantir uma boa adaptação pessoal e familiar no estrangeiro é essencial a quem precisa estar bem integrado e ambientado para poder desenvolver e executar a política externa brasileira. adquirir tais conhecimentos antes de sair do país, ao invés de ir descobrindo os desafios, sem orientação e aos tropeços, pelos caminhos da vida. Embora essa primeira edição do curso tenha sido limitada - por questões de espaço e de recursos -, apenas ao público familiar de todas as carreiras e aos servidores diplomáticos, a AFSI tem pleno entendimento de que a necessidade desse tipo de treinamento perpassa por todos os servidores do SEB. A iniciativa, no entanto, demonstra como o Itamaraty se tem esforçado para, a despeito do ambiente de crise orçamentária, lidar com as dificuldades enfrentadas pelos seus servidores e familiares no exterior. A Associação acredita, portanto, que essa primeira edição do Curso seja apenas o começo de uma nova política do Itamaraty e de parcerias entre as Instituições. O material e a bibliografia do curso estão disponíveis na página web da AFSI: www.afsi.com.br e podem também ser adquiridos através de contato direto com a associação. Com esse intuito, a AFSI e o Instituto Rio Branco consolidaram uma parceria para a elaboração de um Curso de Preparação para a Expatriação que trabalha, de maneira inédita, a conscientização emocional do processo de expatriação e que, pela primeira vez na história do Instituto, foi ABERTA a TODOS os associados AFSI e diplomatas cursando ou não o programa de formação do Rio Branco. A iniciativa demonstra como o Itamaraty tem se esforçado para, a despeito do ambiente de crise orçamentária, lidar com as dificuldades enfrentadas pelos seus servidores e familiares no exterior. O curso foi dividido em três dias e foi conduzido por Carolina Vilalva, Eva Pereira e Valeska Martins. De acordo com relatos e avaliações, os participantes ficaram positivamente surpresos com as palestras e dinâmicas de grupo, sendo praticamente consenso que tal iniciativa deveria ser oferecida periodicamente. As avaliações feitas comprovaram que, ao final do curso, todos os participantes se sentiam mais preparados para os desafios pessoais futuros, que uma vida cheia de mudanças irá trazer. Também foi vista como de grande valia a oportunidade de Roteiro do curso DIA 1 Apresentação O papel do representante do Brasil no exterior Inteligência cultural: estudo de caso Cidadãos do mundo: depoimento e reflexão DIA 2 Dinâmica de Grupo “Os 4 níveis de escuta” Depoimento: cidadãos do mundo Dinâmica de grupo: “Efeito Pipa” Raízes Resilência: Palestrante Dra. Eva Pereira Dinâmica de grupo Sessão FAQ com Embaixatriz Dora Lopes Atividade de encerramento - Page 13 - DIA 3 Dinâmica de grupo: Identidade do cônjuge. Reflexão Apresentação: o casal expatriado Dinâmica de grupo: benefícios, desafios e negociações Apresentação: Mudando-se para o exterior com crianças Coaching grupal Encerramento do curso e feedback BOLETIM AFSI ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE SERVIDORES DO ITAMARATY (AFSI) Novembro/Dezembro 2015 e Janeiro/2016 Curiosos vocabulários para você aproveitar melhor os restaurantes nos EUA: por Caroline Dutra Entrées: todo turista confunde, inclusive europeus! No menu, quando você encontrar essa palavra, ela quer dizer pratos principais e não tem nada a ver com as entradas (em inglês "appetizers"). Este significado só existe nos EUA e no Canadá. (Para saber mais clique aqui.) Brunch (Breakfast + Lunch): São os almoços dos dorminhocos de final de semana. Uma mistura de café da manhã com almoço. É super popular nos EUA nos finais de semana e é a desculpa para os restaurantes cobrarem 20 dólares por uma omelete. Mimosa: bebida comumente servida nos brunches. Trata-se apenas da mistura de espumante com suco de laranja. Deli (Delicatessen): nos EUA são fastfoods mais saudáveis, muitas vezes oferecendo saladas e sopas no menu. Coleslaw: salada à base de repolho ralado. Muitas vezes é misturado com cenoura Diretora da AFSI (2014-2015) Biscuits: não são biscoitos para os americanos! Os biscuits são deliciosos pãezinhos fofinhos, normalmente servidos quentes no café da manhã com muito gravy. A palavra com este sentido só é usada nos EUA e no Canadá. (Para saber mais clique aqui.) Carolina Vilalva (Presidente) Lilian Padovani Marques Porto Santos (Vice-Presidente) Ana Helena de Athayde B. Cummings (Primeira Secretária) Gravy: é um molho grosso, normalmente com sabor de carne ou frango. Fabiola Saldanha (Segunda Secretária) Philly Cheesesteak (ou somente Cheesesteak): famoso sanduíche da Filadélfia com carne fatiada e queijo. Mariana Leal Schmidt (Primeira Tesoureira) Hoagie : também um tipo de sanduíche da Filadélfia. Não percebo muita diferença quando comparado ao anterior. Raimundo Seixas (Segundo Tesoureiro) Rachel Pellizzoni (Conselho Fiscal) Sub (submarine): sanduíche comprido (no formato de submarino) segundo os americanos. Mesmo formato que os 2 itens anteriores, no entanto, mas com nomes diferentes só para complicar. Celina Bühler da Silva (Conselho Fiscal) BLT Sandwich: Bacon + Lettuce + Tomato. Simples assim! Rogério de Souza Farias (Conselho Fiscal) Club Sandwich: é um sanduíche de pão de forma com várias camadas. * * * Expediente do boletim: Sliders: são mini hambúrgueres servidos em buns. Bun: é um pão com formato de um hambúrguer, que pode ser levemente adocicado. Celina Bühler da Silva (Editora) Três franquias bacanas! Bagel: pão no formato de rosquinha. 1. ShakeShack https:// www.shakeshack.com/ Flatbread: nada mais é que uma pizza metida a besta. Quando aparece no menu, é com coberturas mais ousadas, tipo queijo brie com geleia de figo. Pizzas normalmente são mais tradicionais, nos sabores marguerita, peperoni, etc. 2. Five Guys http:// www.fiveguys.com/ 3. BGR http:// www.bgrtheburgerjoint.com/ - Page 14 - Rogério de Souza Farias (Editor Assistente) Dora Sobreira Lopes (revisão) AFSI