Relatório e Contas Consolidadas 2002 - Grupo Auto

Transcrição

Relatório e Contas Consolidadas 2002 - Grupo Auto
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Apresentamos aos senhores Accionistas o Relatório do Conselho de Administração relativo à
actividade e contas consolidadas da Auto-Industrial, S.A.
DESTAQUES
SÍNTESE DOS RESULTADOS
Em 2002 persistiram e agravaram-se as dificuldades da actividade económica global num quadro
de forte perturbação em que se associaram factores negativos de natureza política, económica e até
institucionais, relacionados com o funcionamento dos mercados de capitais.
O mau desempenho dos mercados de capitais arrasta-se desde meados de 2000 com avultadas
perdas acumuladas que afectaram profundamente a confiança dos investidores e comprometem o
investimento. Em 2001 e 2002 as Bolsas de Valores europeias e dos Estados Unidos tiveram
perdas acumuladas superiores a 40%. No biénio o índice português PSI 20 recuou cerca de 26%
em 2002 e 25% em 2001.
À semelhança do que ocorreu com o Japão a autoridade monetária dos Estados Unidos já quase
esgotou o instrumento das taxas de juro para dinamizar a economia. No passado mês de
Novembro o FED reduziu a taxa de referência em 0,5% para 1,25%, o valor mais baixo desde
1961. Desde 2001 a Reserva Federal desceu a sua taxa doze vezes num total acumulado de 5,25%.
O Banco Central Europeu reduziu por quatro vezes a taxa de refinanciamento em 2001 num total
de 1,5% e em 2002 uma vez, em 0,5%, para os 2,75%.
Nas circunstâncias actuais o espectro da guerra no Iraque gera receios e expectativas quanto á
situação política mundial, causando retracção dos mercados, mas ao mesmo tempo afecta o nível
dos preços internacionais gerando algumas tensões inflacionistas, apesar do fraco crescimento
económico. Em Dezembro o preço do Brent nos mercados internacionais situava-se 12,6% acima
dos preços de Novembro (em dólares) e 40% face a um ano atrás e em Janeiro de 2003 o preço do
barril de petróleo atingia $ US 30.
A economia portuguesa teve de novo um desempenho mais negativo do que o justificado pelo
desfavorável quadro internacional. O crescimento do PIB deverá ser inferior a 0,5%, aquém da
União Europeia, que se estima possa atingir entre 0,8% e 1% e o crescimento português situar-se-à
de novo abaixo do da Espanha, Grécia e Irlanda. Em 2002 Portugal terá também registado a maior
subida da taxa de desemprego da União Europeia ao passar dos 4,2 para 5,8%, ainda assim
inferior ao desta, que se situa nos 7,8%. Como é sabido o espectro do desemprego é um dos
factores que mais afecta a confiança das pessoas como agentes económicos.
A situação financeira do Estado veio de novo inibir a utilização do instrumento orçamental como
factor de dinamização do investimento e da economia. O défice público em 2001 acabou por ser
corrigido para 4,2% e o de 2002, que se encontra ainda em discussão com Bruxelas, deverá variar
entre 2,5% e 2,8%. Este constrangimento em contra ciclo, é mais um factor inibidor da tomada de
medidas impulsionadoras da actividade num clima de baixa confiança e condições da iniciativa
privada para o investimento.
O sector automóvel foi em Portugal dos mais atingidos pela recessão. Em Dezembro o mercado
português de automóveis ligeiros conheceu uma retracção de 25,6% face ao mês homologo do ano
anterior, em total contradição com a tendência do mercado europeu que nesse mês cresce 11,7%.
A tendência para a degradação do mercado nacional de automóveis ligeiros foi patente ao longo
do ano: -2,16% no primeiro trimestre; - 11,62% no segundo trimestre; -15,84% no terceiro
trimestre; - 26,82% no quarto trimestre. Essa tendência reforçou-se ainda em 2003 como uma
variação negativa em Janeiro de – 27,4%.
Em termos qualitativos manteve-se também a tendência para a degradação das margens e de todo
o quadro financeiro da actividade, com particular relevo para o peso e risco dos stocks. Num
1
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
quadro de sobrecapacidade produtiva a pressão competitiva é muito grande entre os vários
construtores que operam na Europa. A pressão sobre os retalhistas tem assumido intensidade
incomportável sobre muitas empresas cuja situação financeira se encontra muito debilitada.
Verifica-se em permanência a necessidade de gerir e acompanhar campanhas promocionais
lançadas pelas marcas que exigem meios crescentes de controlo operacional e administrativo por
parte dos retalhistas. Manteve-se e reforçou-se a tendência de recurso aos canais alternativos de
distribuição de automóveis a preços muito inferiores aos dos canais oficiais exercendo pressão
insustentável sobre as margens do retalho e fazendo escassear os clientes deste canal que, melhor
informados, procuram solução alternativas para adquirirem o seu automóvel.
Neste quadro desfavorável o desempenho do grupo Auto Industrial deve ser considerado, uma vez
mais, bastante positivo. O bom desempenho em 2002 revelou-se quer nos resultados comerciais
atingidos, quer pelos resultados de exploração alcançados. Para além dos resultados comerciais e
financeiros o grupo manteve acções visando a reestruturação das operações por forma a assegurar
a sua eficiência no plano dos custos e a sua competitividade no plano comercial e na prestação de
serviços. O desenvolvimento e expansão dos negócios manteve-se como aspecto importante da
estratégia e agenda do grupo, como foi evidenciado pela aquisição da Mercentro, concessionário
Mercedes em Aveiro e pelo primeiro ano de actividade do Banco Mais em Espanha, em que se
obtiveram resultados encorajadores.
O lucro consolidado do grupo após impostos e antes da exclusão dos interesses minoritários foi de
€ 13.854.534, um aumento de 10 % relativamente aos € 12.555.680 obtidos em 2001 e de 28%
face aos € 10.851.364 de 2000.
Desde 1999, após o aumento de capital da Tecnicrédito SGPS, a Auto-Industrial passou a
consolidar 51% dos resultados desta holding financeira, quando anteriormente consolidava 85%.
Excluindo então os interesses minoritários não imputáveis à participação da Auto-Industrial, os
lucros do exercício de 2002, após impostos, atingiram € 7.206.142, que comparam com €
6.255.895, obtidos em 2001 (+15 %) e € 5.831.175 em 2000. É pois um lucro em linha ascendente
com os anos anteriores e corresponde a um “Return on Equity” (ROE) de 19%.
Os resultados simples da Auto-Industrial após impostos foram de € 1.604.704, nível idêntico aos
de 2001 ( € 1.578.410) após o recalculo neste ano das provisões para impostos de acordo com as
instruções contabilistas recentes relativas à tributação sobre o lucro consolidado, como adiante
será melhor explicitado. Os resultados operacionais apresentaram uma pequena redução de €
2.329.835 para € 2.211.287 mas a função financeira foi mais favorável ( € - 729.967 < € 511.847). Os resultados correntes foram também superiores, passando de € 1.599.868 para €
1.699.440. O saldo positivo de resultados extraordinários que em 2001 atingira € 498.251 foi de €
379.943 em 2002,.
O quadro seguinte evidencia a evolução dos resultados do grupo nos últimos dois anos,
considerando a sua imputação à Auto-Industrial, SA à Tecnicrédito SGPS, SA e empresas que
nela consolidam e às restantes empresas do grupo que consolidam na Auto-Industrial, bem como o
impacto na consolidação das operações intra-grupo.
Resultados
Empresas
Auto-Industrial S.A.
Grupo Tecnicrédito
Outras Empresas do Grupo
Operações Intra-Grupo
Total
Antes de Impostos
2002
2001
2.079.383
2.098.119
16.675.112
18.593.041
- 852.935
- 1.065.036
- 901.532
- 1.558.203
17.000.027
18.067.921
Após Impostos
2002
2001
1.604.704
1.578.410
13.737.313
13.142.568
- 585.950
- 607.095
- 901.532
- 1.558.203
13.854.534
12.555.680
Valores em Euros
2
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
O NOVO REGULAMENTO DO BLOCK EXEMPTION
Um tema que dominou o sector automóvel em 2002 foi a entrada em vigor do novo Regulamento
do Block Exemption, relativo à distribuição e assistência aos veículos a motor na União Europeia.
O assunto já fora objecto de uma explanação sintética no relatório do ano anterior, baseada então
nas conclusões de Dezembro de 2000 relativas à avaliação do regulamento 1472/95, publicadas
pela Comissão Europeia, e também nos primeiros projectos divulgados ás associações
representativas dos interessados e que foram publicados nos inícios de Janeiro e de Fevereiro do
ano passado.
Após um novo período de debates e audiências e cumpridas outras formalidades, a Comissão
publicou o Regulamento nº 1400/2002 de 31 de Julho de 2002, relativo à aplicação do nº 3 do
artigo 81º do Tratado a certas categorias de acordos verticais e de práticas concertadas no sector
automóvel. Este regulamento veio substituir o Regulamento nº 1475/95 que caducou em 30 de
Setembro de 2002, pelo que o novo regulamento entrou em vigor em 1 de Outubro de 2002. Pelo
facto da Comissão ter introduzido um período transitório o novo regulamento só será plenamente
aplicável após o termo desse período, ou seja, após 30 de Setembro de 2003.
Em consequência, os acordos vigentes que satisfaçam as condições do Regulamento nº 1475/95
manterão a sua vigência até ao termo do período transitório do actual regulamento.
A perspectiva da União Europeia ao emanar o novo Regulamento para a distribuição e serviços
de reparação automóvel é a de entidade reguladora da concorrência tendo portanto em vista
salvaguardar os princípios e as regras que tornam o mercado competitivo, promovendo dessa
forma a sua eficiência e a adequada salvaguarda e protecção dos consumidores.
Tendo como principal finalidade reforçar a concorrência dos mercados de distribuição de veículos
a motor novos e da prestação de serviços pós-venda, as provisões do novo Regulamento aplicamse a todos os estádios comerciais e correspondentes acordos e práticas relativos à distribuição de
veículos automóveis novos e à prestação de serviços de reparação e de manutenção aos
consumidores finais. O âmbito do actual regulamento é pois mais vasto que o do nº 1475/95
cobrindo, nomeadamente, as relações dos fabricantes com importadores ou distribuidores de
automóveis que não assegurem serviços pós-venda, oficinas de reparação que não vendam
automóveis e com fornecedores que fornecem peças sobresselentes a oficinas de reparação.
Um aspecto muito relevante do actual Regulamento é que ele consigna um determinado número
de restrições graves relativas à venda de veículos a motor novos, serviços de reparação e
manutenção e peças sobresselentes (artº 4º) que ao serem consignadas em contratos ou se
transformarem em práticas negociais afectam de tal forma a liberdade dos operadores e, em
consequência, uma prática de livre concorrência, que a sua verificação retira a isenção em bloco
aos operadores e aos acordos que as contemplem. É muito importante a este respeito acentuar - e a
própria Comissão Europeia sublinha-o bem - que o que está em causa nestas restrições graves não
é apenas uma proibição de meios mas é sobretudo uma proibição de resultados anticoncorrenciais.
São a este propósito bem ilustrativas as palavras que a Comissão utiliza na brochura explicativa do
regulamento: “o recurso à pressão, a incentivos ou desincentivos financeiros, ao arrendamento de
instalações comerciais ou outras medidas que cerceiem ou procurem cercear a independência de
um distribuidor ou de uma oficina de reparação, de modo a impedi-los de adoptar um
comportamento pró-concorrencial que os artigos 4º e 5º encorajam, ou pôr em causa os direitos
consagrados no artº 3º, não são isentos ao abrigo do regulamento”.
Uma outra preocupação da Comissão, já enunciada nas críticas feitas ao anterior regulamento, foi
a de salvaguardar a independência dos concessionários, a protecção dos seus investimentos e, nas
palavras da própria Comissão, “salvaguardar um quadro contratual relativamente estável, no
3
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
âmbito do qual os vendedores de veículos novos ou os prestadores de serviços de reparação
possam estar em franca concorrência”.
Uma das disposições mais relevante para este efeito, que não constava nos primeiros projectos de
regulamento apresentados, só tendo sido introduzida em estádio posterior, é a que assegura a
transmissibilidade do estabelecimento de distribuição ou de reparação de automóveis no âmbito
da mesma rede de distribuição, sem necessidade de qualquer autorização externa. Esta disposição
elimina assim no âmbito da rede de distribuição as restrições à transmissão dos estabelecimentos
de vendas ou de prestação de serviços de reparação, restrições essas susceptíveis de afectar
profundamente o valor da venda da empresa.
Este novo quadro permite também uma maior dinâmica no desenvolvimento do negócio, através
da aquisição de outras empresas integradas na mesma rede de distribuição, sendo também
susceptível de contribuir para a maior racionalização e eficiência das redes de distribuição e de
prestação de serviços de uma determinada marca.
Uma outra inovação do actual regulamento destinada a assegurar a estabilidade dos acordos de
distribuição e de reparador autorizado e também a salvaguardar a verificação de pressões por parte
dos fornecedores no sentido de induzirem comportamentos anti-concorrenciais, respeita às regras
sobre a denúncia dos contratos. É condição da isenção que o acordo vertical preveja “que o
fornecedor que pretenda rescindir o contrato, tem de fazê-lo por escrito e incluir as razões
pormenorizadas, objectivas e transparentes da rescisão, a fim de impedir que o fornecedor
rescinda o acordo vertical com o distribuidor ou oficina de reparação devido a práticas que não
podem ser restringidas no âmbito do presente regulamento”.
A rescisão unilateral tem pois que ser fundamentada e esse fundamento consubstanciar uma causa
justificada de rescisão do acordo. Em caso de litígio competirá ao árbitro escolhido pelas partes ou
aos tribunais nacionais verificar a efectiva existência da fundamentação pormenorizada, objectiva
e transparente e avaliar também o valor dos fundamentos para, como consequência deles, pôr
termo ao contrato. Em especial, os árbitros ou os juizes nacionais deverão averiguar se com a
denúncia do contrato o fornecedor não terá querido evitar comportamentos dos concessionários
que não podem proibir pondo-lhes termo mediante a rescisão do acordo da concessão, o que
equivaleria a uma restrição indirecta e grave da concorrência. Evidentemente, cabe aos árbitros ou
aos tribunais nacionais avaliarem estas circunstâncias de facto.
Um dos principais objectivos da Comissão a atingir com o novo Regulamento é a maior
concorrência ao nível da distribuição dos automóveis. No anterior sistema que poderia ser ao
mesmo tempo selectivo e exclusivo, era concedida a um distribuidor - ou em alguns casos a mais
do que um - uma determinada área relativamente à qual estes assumiam responsabilidades mas em
que, ao mesmo tempo, gozavam de uma forte protecção à concorrência por parte de outros
concessionários ou reparadores. Entendeu a Comissão Europeia que esta combinação era nociva
do ponto de vista da concorrência tendo-a abolido no presente Regulamento. Havendo distribuição
selectiva não podem ser afectadas determinadas áreas a determinados concessionários ou
reparadores devendo alargar-se a todo o território da União Europeia a potencialidade da sua
acção comercial ou de prestação de serviços. Assim, num sistema de distribuição selectiva,
qualquer concessionário pode fazer vendas activas em qualquer local ou região abrangida pelo
Regulamento. Num período transitório, os concessionários de vendas ficarão ainda inibidos de
abrirem outros estabelecimentos noutros locais para além daqueles que já têm autorizados. É a
famosa location clause que restringe provisoriamente a capacidade de estabelecimento dos
distribuidores de automóveis. Na sua versão final o Regulamento 1400/2002 atribui aos
concessionários de veículos de passageiros e de veículos comerciais ligeiros, integrados em
sistemas de distribuição selectiva o direito de abertura de estabelecimentos de venda ou de entrega
noutras áreas do mercado comum em que seja utilizada a distribuição selectiva.
Como consequência, para além da prospecção comercial activa, os concessionários passam a
poder estabelecer-se em qualquer local em que vislumbrem uma oportunidade, nomeadamente
4
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
pelo facto da capacidade de vendas nesse local se mostrar fraca ou insuficiente, definindo assim,
autonomamente, como entenderem, a estratégia de expansão do negócio. Esta possibilidade,
ainda que suspensa até 1 de Outubro de 2005 por alargamento do período transitório para este
efeito, será prenhe de consequências para a competitividade da distribuição automóvel e para a
estrutura das redes de concessionários.
A Comissão Europeia nas suas notas explicativas ao Regulamento vê assim a situação da
proibição da location clause: “ esta liberdade irá reforçar a concorrência entre produtos de uma
mesma marca em toda a Europa, em benefício dos consumidores e irá permitir aos
concessionários expandir as suas actividades e adquirir uma maior independência em relação aos
seus fornecedores, ao mesmo tempo permitirá tornar esses distribuidores de dimensão europeia de
veículos a motor novos.
No sector dos serviços de reparação e de assistência a principal consequência do actual
regulamento foi a de retirar a sua possível obrigatória relação com as vendas dos automóveis. Em
consequência, se o concessionário decidir, por opção estratégica ou conveniência, não se envolver
na actividade de reparação e manutenção de automóveis este pode subcontratar esses serviços a
uma oficina de reparação autorizada pertencente à mesma rede de marca. O fornecedor pode,
quanto à sua rede de oficinas autorizadas, optar pelo sistema de distribuição selectiva ou pelo
sistema de distribuição exclusiva, desde que a sua quota do mercado relevante não seja superior a
30%. Como é entendimento que para este efeito o mercado relevante será, não a totalidade do
mercado de serviços de reparação e assistência de todas as marcas, mas apenas o mercado de
determinada marca, desde que a rede oficial de reparação autorizada cubra mais de 30% do
mercado o regulamento apenas cobre o sistema de distribuição selectiva qualitativa. Nestas
circunstâncias, que são as que normalmente se verificam na realidade, o fornecedor apenas pode
impor às suas oficinas de reparação autorizada critérios qualitativos, aceitando todos os operadores
que os satisfaçam, incluindo, nas palavras da própria Comissão, “os concessionários autorizados
cujos acordos caducaram, mas que pretendam prosseguir a sua actividade como oficinas de
reparação autorizadas”.
É também interpretação da própria Comissão, que o regulamento não abrange quaisquer restrições
à liberdade de estabelecimento das oficinas de reparação autorizadas integradas num sistema de
distribuição selectiva, pelo que, nas palavras desta, “ as oficinas de reparação autorizadas devem
poder decidir livremente da localização do seu estabelecimento inicial e da localização de
eventuais estabelecimentos suplementares que prestem serviços de reparação e manutenção”.
O novo regulamento do Block Exemption, do qual apenas se mencionaram alguns tópicos
importantes, poderá ter consequências profundas na distribuição e nos serviços de reparação e
assistência a automóveis, desde que seja correctamente aplicado pelos fabricantes, distribuidores
de vários níveis, concessionários e oficinas de reparação e serviços de assistência e também se for
correctamente entendido e interpretado pelas jurisprudências nacionais e convenientemente
supervisionado pela Comissão Europeia. O artº 11º do Regulamento dispõe que a Comissão
deverá acompanhar a aplicação do regulamento no que respeita sobretudo aos seus efeitos sobre a
concorrência no domínio da venda a retalho e dos serviços de pós-venda. Palavras proferidas
recentemente pelo Comissário Mário Monti traduzem o seu empenhamento quanto à aplicação
efectiva do regulamento, ao afirmar que “ tal como estava determinado em ver esta reforma
nascer, também estou para vê-la funcionar. Este regulamento não será como um protótipo de um
veículo que parece muito bonito mas que não pode ser utilizado na prática. Em poucas palavras,
onde forem detectados problemas, podemos e iremos agir energicamente no sentido de fazer
cumprir as regras”.
5
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
MERCENTRO
A aquisição da totalidade do capital da Mercentro, Comércio de Automóveis, S.A., concessionário
da Mercedes-Benz em Aveiro é também um importante tópico a merecer destaque no presente
relatório. A aquisição da Mercentro permitiu à Auto-Industrial integrar a rede de distribuição da
Mercedes-Benz, o que para ela representa importante valor estratégico. Já por várias ocasiões no
passado, a Auto-Industrial estivera envolvida em negociações com vista à aquisição de
concessionários que detivessem a representação dessa prestigiada marca, mas infelizmente essas
diversas oportunidades nunca tiveram no passado concretização. A Mercedes é uma das marcas
com mais prestígio entre os fabricantes de automóveis que produz automóveis de elevada
qualidade dirigidos sobretudo ao estrato da população médio- alto e alto. Trata-se de um segmento
em que a Auto-Industrial não possuía uma representação significativa e trata-se também de uma
marca que pelo grande sucesso e elevada procura que os seus modelos suscitam não apenas na
Europa, mas noutros mercados como o dos Estados Unidos e Japão tem sempre apresentado um
desempenho crescente face aos mercados mostrando-se também mais estável e menos susceptível
de ser afectada pelas baixas de mercado que ciclicamente ocorrem no sector automóvel. Uma
representação da Mercedes-Benz é também um factor de prestígio acrescido para o Grupo AutoIndustrial, que por seu lado também se considera um parceiro à altura de promover com eficiência
e bom nível quantitativo o negócio da Mercedes-Benz.
Com a aquisição da Mercentro, a Auto Industrial passou também a deter a sua primeira operação
comercial de automóveis na cidade de Aveiro. É uma cidade dinâmica e economicamente
desenvolvida num centro importante de uma região com as mesmas características havendo
também desde há muitos anos interesse estratégico do Grupo em nela estabelecer-se. Até à
aquisição o Grupo Auto-Industrial mantinha a sua presença em Aveiro através da delegação do
Banco Mais, também uma das mais dinâmicas e rentáveis desta instituição.
A Mercentro tem um capital social de € 500.000,00, dispões de instalações próprias construídas
em 2002, com excelentes características funcionais de imagem e localização perspectivando-se
que a curto prazo possa atingir uma facturação de € 17.000.000,00 e vender anualmente cerca de
350 unidades novas Mercedes-Benz.
INTERNACIONALIZAÇÃO DA TECNICRÉDITO SGPS / BANCO MAIS
Banco Mais Espanha
A actividade comercial da Sucursal do Banco Mais em Espanha iniciou-se no mês de Janeiro e
centrou-se essencialmente na região de Madrid.
Os contactos com o mercado no sentido de obter parcerias comerciais foram efectuados com
selectividade, optando-se por contactar operadores de média dimensão, com presença continuada
no mercado e orientados para a comercialização de veículos utilitários e de gama média ou baixa.
Os produtos e serviços apresentados registaram uma boa aceitação o que permitiu iniciar a
produção comercial no primeiro mês do ano.
No decurso do ano foram intensificados os contactos comerciais e desenvolvidas várias formas de
colaboração entre a Sucursal e os operadores do mercado.
Em 2002, a Sucursal de Espanha efectuou operações com 65 comerciantes de automóveis tendo
recebido 1.189 solicitações de crédito das quais 52.3% tiveram concretização.
Foram celebrados 622 contratos, correspondendo a 4.8 milhões de euros de crédito concedido.
O período em análise foi igualmente importante, para aferir da adequação dos procedimentos e
controlo do risco de crédito e para testar mecanismos essenciais ao desenvolvimento do negócio,
nomeadamente o processamento e registo de garantias sobre os automóveis financiados.
6
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Em 2003 o Banco Mais Espanha tenciona incrementar o volume de actividade na província de
Madrid e alargar a actividade a novas províncias.
No final do exercício, o quadro de pessoal, era composto por sete colaboradores.
Tecnicrédito Hungria
2002 foi o quarto ano completo de actividade da Tecnicrédito Hungria no financiamento
automóvel.
Após o forte crescimento ocorrido em 2001, de cerca de 150% em volume de crédito concedido, o
ano de 2002 foi um ano de consolidação e de maior consistência na produção comercial.
O número de novos empréstimos concedidos atingiu as 5.955 unidades para um volume total de
crédito na ordem dos 21,7 milhões de euros. Tal traduziu-se num decréscimo face ao ano anterior
de 10,8% em número de contratos e de 20,2% em valor de crédito concedido. Apesar deste
aspecto negativo, a produção de 2002 foi bastante mais criteriosa quanto à avaliação do risco,
registando-se em ambos os semestres produções superiores à produção registada no último
semestre de 2001.
Na Tecnicrédito Hungria, o departamento de análise de crédito (DAC) teve o seu primeiro ano
completo de actividade, monitorizando todas as propostas processadas com o auxílio do sistema
de scoring elaborado especificamente para o mercado húngaro e de acordo com os registos
históricos do comportamento da carteira da empresa.
A utilização destas aplicações para análise e controlo do risco associado às propostas e aos
fornecedores tornou a análise de crédito mais homogénea e consistente com as políticas gerais
definidas para a área da concessão de crédito dentro do grupo.
Ao nível da cobrança seguiu-se também o modelo do Banco Mais. Os contactos com o cliente
final estão centralizados no Contact Center estruturado em termos idênticos ao de Portugal.
A Tecnicrédito Hungria recebeu durante o ano em análise 9.933 solicitações de crédito, das quais
se concretizaram 5.955, decrescendo assim o nível de aceitação de propostas de 62%, registado no
ano anterior, para 60%. Este decréscimo, experimentado em Portugal de há uns anos a esta parte,
está em linha com o normal desenvolvimento do mercado e da expansão da actividade comercial
que exige políticas de concessão de crédito mais restritivas.
O ano de 2002 foi um período de clara consolidação e alargamento da presença da Tecnicrédito
Hungria no mercado de financiamento automóvel húngaro.
A empresa continuou a reforçar a sua organização interna, efectuando os investimentos
necessários à continuação da prestação de um serviço de maior qualidade aos seus clientes
directos (os comerciantes de automóveis), sobretudo através da actualização da sua base
tecnológica e através do reforço da sua equipa comercial.
Da análise das Demonstrações Financeiras do ano de 2002, ressalta o resultado líquido alcançado
de 2.75 milhões de euros. Este resultado evidencia um retorno para os accionistas na ordem dos
34%.
A 31 de Dezembro de 2002 a carteira de crédito tinha um valor de 33.9 milhões de euros,
representando cerca de 95.5% dos activos da empresa que, por sua vez, totalizaram 36.6 milhões
de euros. O activo líquido total registou um crescimento de 23.3%.
O crédito em situação morosa atingiu os 4.2% do total da carteira de crédito. O total de provisões
acumuladas em balanço passou a cobrir 124% do total crédito em mora.
Os activos corpóreos e incorpóreos da empresa cresceram cerca de 19%, fruto dos investimentos
realizados com o reforço da presença geográfica, da equipa comercial e actualização tecnológica.
Os proveitos financeiros gerados ao longo do exercício totalizaram os 9.6 milhões de euros, o que
representou um acréscimo de 52% face ao ano anterior. Os custos financeiros e equiparáveis
atingiram os 1.9 milhões de euros o que se traduziu numa margem bruta financeira de 7.7 milhões
7
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
de euros. Esta margem foi consumida em 1 milhão de euros pelos custos associados às comissões
a pagar aos comerciantes de automóveis.
O resultado líquido de 2.75 milhões de euros representa um acréscimo de 63.6% face ao ano
transacto e corresponde a cerca de 20% dos resultados do Grupo AI. A situação líquida acumulada
da empresa atingiu os 10.8 milhões de euros o que se traduz numa autonomia financeira de 30%,
no final do ano.
REESTRUTURAÇÃO DE PESSOAL
Os esforços de reestruturação e adequação das estruturas de pessoal às necessidades da actividade
das diversas operações do Grupo AI, que tinham sido iniciados de uma forma sistemática em
2000, prosseguiram de uma forma mais ampliada durante 2001 e mantiveram-se em 2002.
No exercício a que respeita o presente relatório foram pagas indemnizações por rescisões de
contratos de trabalho por mútuo acordo no montante total de € 394.483, a acrescer aos € 574.416
despendidos em 2001 e € 314.551 em 2000. Do total de € 1.284.000 despendidos no triénio
passado respeitaram à Auto Industrial € 715.000 e às restantes associadas (com exclusão da
Tecnicrédito SGPS e sociedades dependentes) € 569.000. De acordo com a prática do Grupo, a
totalidade da verba despendida foi levada a custos do exercício através da conta de resultados
extraordinários.
Em 2002, a operação da AI que fez o maior esforço na reestruturação e adequação das estruturas
de pessoal foi a AI Leiria que passou de 81 para 72 colaboradores , com o dispêndio de € 70.000.
A CAM Lisboa ainda dIspendeu cerca de € 55.000 em indemnizações e a Garagem de Santa Cruz
cerca de € 40.000.
É preciso que se note que este esforço sistemático de adequação das estruturas de pessoal tem uma
incidência sobretudo de ordem qualitativa e de adequação às funções e não de redução do nível
geral de emprego no grupo. Com efeito entre 1999 e o final de 2002 o número de empregados
passou de 1009 para 1114.
USADOS
A comercialização de automóveis usados constitui crescentemente um dos mais importantes
vectores de desenvolvimento estratégico do Grupo. A Auto-Industrial está particularmente
vocacionada para gerir e desenvolver convenientemente este importante negócio, uma vez que
dispõe de uma rede de pontos de venda de retalho e de assistência que cobre as mais importantes
cidades do país e as regiões onde a actividade económica e o comércio de automóveis apresenta
maior dinamismo.
A Auto-Industrial dispõe de uma equipa central responsável operacionalmente pelo sector dos
usados, que propõe a definição e implementa a estratégia do Grupo para o sector, determina e
impõe procedimentos operacionais, faz as aquisições por grosso às frotas e distribui as unidades
aos diversos pontos de retalho, faz auditora às diversas operações e assegura o desenvolvimento e
o planeamento estratégico da actividade.
Para além dessa estrutura operacional, o Grupo AI desenvolveu um sistema de informação que
permite o controlo regular do negócio e das suas variáveis mais críticas, constituindo um
instrumento imprescindível para a tomada de decisões e um apoio à acção comercial.
A comercialização de viaturas usados assumiu, nestes últimos dois anos, no contexto do sector
automóvel, particular importância. Para estar presente nos grandes negócios envolvendo as
multinacionais da área do Rent-a-Car e das Gestoras de Frotas, as quais no seu conjunto
representam cerca de 20% do mercado Nacional, é imprescindível dispor-se de uma organização
8
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
que permita absorver e distribuir as retomas que resultam destas operações. É também com a
propósito de assumir essa posição estratégica que o Grupo Auto-Industrial tem vindo a
desenvolver a sua rede de distribuição de automóveis usados, sendo que este mercado de viaturas
usadas representa em unidades quase o dobro do mercado de viaturas novas.
Venda de Veículos
Usados em Portugal
Ligeiros Passageiros
Comerciais Ligeiros
Total
1999
2000
2001
2002
Variação
2001 / 2002
424.797
121.180
545.977
446.025
132.743
578.768
464.676
134.779
599.455
407.032
134.718
541.750
- 12,41%
- 0,05%
- 9,63%
Fonte: ACAP
As vendas de automóveis usados no Grupo A.I. passaram de 5.180 unidades em 2001, para 4.925
unidades em 2002, tendo a facturação atingido cerca de € 40.000.000, valor idêntico ao do ano
passado. A facturação de usados em 2002 correspondeu a cerca de 17 % da facturação do grupo
em bens e serviços, contra cerca de 18% em 2001. A quebra ligeiríssima que se constatou no
número de unidades vendidas deve-se, essencialmente, à envolvente sócio-económica que o país
atravessa e que determinou a fortíssima redução registada no mercado automóvel. Sofrendo a
pressão comercial, os fabricantes desenvolveram fortes acções de marketing para movimentar o
mercado de novos e escoar as suas produções com constantes campanhas de crédito, ofertas
variadas, o recurso sistemático ao pré registo, como é o exemplo da matriculação de viaturas para
demonstração ou vendidas com 0 KM e um registo, como forma de aumentar os descontos aos
clientes finais, criando dificuldade na venda de automóveis usados. Constatou-se, por outro lado, a
entrada de novos concorrentes, ligados a grandes Grupos do sector, com estratégias idênticas às
preconizadas pela Auto-Industrial.
Saliente-se a abertura ao pública, em Junho, nas novas instalações da CAM em Perafita –
Matosinhos, de uma área de exposição de usados para cerca de 50 viaturas, com sucesso imediato,
tendo a CAM Porto aumentado em 22% as suas vendas de usados no ano de 2002.
As relações com fornecedores regulares foram bastante incrementadas ao longo de 2002, tendo a
Auto Industrial adquirido automóveis a algumas das principais rent-a-car do país, à divisão da
Rent-a-Car da Auto Industrial, a empresas gestoras de frotas e a concessionários de marcas de
dentro e de fora do grupo. Cerca de 60 % das viaturas adquiridas foram da marca Opel, seguindose a Renault e a Volkswagen. Quanto à idade das viaturas adquiridas registe-se que quase 51 %
foram do próprio ano de 2002, 36% de 2001 e 11% de 2000.
9
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Os produtos de valor acrescentado, associados ao negócio de usados e que assumem particular
importância, pelas sinergias que geram com o Banco Mais, como o crédito e o seguro de
protecção total, registaram respectivamente, um aumento em relação a 2001 de 12,7% e 57%. O
serviço veículo de substituição também registou, em 2002, um acréscimo elevado com uma
variação positiva de 166%.
O projecto de telemarketing que tem por objectivo utilizar este instrumento como meio
potenciador de vendas e também de auditoria e controlo do processo da venda, iniciou-se durante
o ano de 2002. Neste período foram contactados telefonicamente, nas diversas fases que o
programa comporta, 3.081 clientes, tendo-se apurado que 869 e 2121 se encontravam,
respectivamente, muito satisfeitos e satisfeitos com os serviços prestados e que 97%
recomendariam a nossa Empresa.
REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO DOS GRUPOS DE SOCIEDADES
Como expressamente se referiu no Relatório do Conselho de Administração relativo à actividade
do exercício de 2001, a Auto-Industrial optou pelo regime especial de tributação dos grupos de
sociedades, consignado na Lei 30-G/2000 (Reforma Fiscal).
A Auto-Industrial, como sociedade dominante, espelhou, nas contas simples relativas àquele
exercício, o cálculo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, de acordo com
aquele regime especial, não reflectindo nas contas das restantes empresas abrangidas por este
regime qualquer estimativa de imposto.
Em 10 de Janeiro de 2003, no Diário da Republica nº. 8-II Série, foi publicada a Directriz
Contabilística nº. 28 “Impostos sobre o Rendimento” que veio definir o modo de contabilização
do regime especial do IRC, obrigando a sua aplicação aos exercícios que se iniciem em ou após 1
de Janeiro de 2002.
De forma resumida poderemos dizer que a Directriz impõe a estimativa e a contabilização do
imposto sobre o rendimento em cada sociedade do grupo, como se cada sociedade não estivesse
abrangida pelo regime especial, sendo que nas sociedades com matéria colectável a estimativa do
imposto a pagar é contabilizada como dívida à sociedade dominante, e as que apresentem
prejuízos fiscais estimam o reporte que transita para exercícios futuros e contabilizam-no como
crédito sobre a empresa mãe.
Nas disposições transitórias aquela Directriz Contabilística prevê a possibilidade de se
reconhecerem todos os ajustamentos referentes a saldos activos e passivos por impostos diferidos
relativos a situações passadas.
Decidiu o Conselho de Administração, para facilitar a comparação das contas agora em análise
com as do exercício anterior, fazer os referidos ajustamentos às contas de 2001, e, como se
impunha, apresentar as contas de 2002 já cumprindo o disposto na referida directriz.
Os ajustamentos feitos em 2001 resultaram num aumento do Activo em cerca de 129 mil euros e
do Passivo em cerca de 624 mil e uma diminuição da Situação Líquida de 495 mil que com a
valorização das participações financeiras pelo método da equivalência patrimonial se resumiram à
diminuição do Resultado Líquido do exercício em 496 mil euros, e à diminuição da Situação
Líquida antes dos resultados em 122 mil euros. Ainda no âmbito das disposições transitórias da
Directriz Contabilística o Conselho de Administração decidiu, de acordo com a possibilidade
consagrada na respectiva alínea b) do artigo 72º, não aplicar as restantes disposições sobre
impostos diferidos por ser sua convicção que o seu efeito nas demonstrações financeiras não é
relevante.
Com a aprovação do Orçamento do Estado para 2003 foram introduzidas alterações quantitativas
e qualitativas importantes ao pagamento especial por conta.
O Conselho de Administração está atento ao evoluir da situação e a estudar as medidas que se
poderão adoptar para minimizar o impacto negativo que tais alterações, se não forem modificadas,
necessariamente trarão para as empresas, nomeadamente para as do sector automóvel.
10
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
QUADRO GERAL DA ECONOMIA
ECONOMIA INTERNACIONAL
A Economia Mundial cresceu 2.8% em 2002 (menos 6 p.b. que no ano anterior), prevendo-se um
crescimento de 3.7% para 2003, acompanhado de uma melhoria nos indicadores de confiança dos
agentes económicos e de um reforço do comércio mundial.
A recuperação da actividade económica foi particularmente significativa no primeiro semestre de
2002 com o crescimento a exceder as expectativas em algumas regiões do mundo, com destaque
para os EUA e as economias dos mercados emergentes da Ásia. A recente fraqueza dos mercados
financeiros mundiais levou ao aumento da incerteza quanto ao dinamismo da recuperação da
economia mundial. A partir do final do primeiro trimestre de 2002 deu-se uma deterioração
acentuada dos mercados financeiros internacionais. Os preços das acções na Zona Euro, medidos
pelo índice Dow Jones Eurostoxx, diminuíram 34% em relação ao final de 2001, enquanto no
mesmo período, os preços das acções norte-americanas, medidos pelo índice S&P 500,
diminuíram 26%.
As pressões inflacionistas mantiveram-se relativamente contidas, registando uma baixa da taxa de
inflação na generalidade das economias, com excepção da América Latina. Isto apesar da subida
do preço das matérias-primas e do petróleo, cujo preço por barril aumentou cerca de 8 dólares em
relação ao final de 2001 e a volatilidade do preço aumentou bastante nos últimos meses devido às
perspectivas de um conflito militar no Iraque.
Par 2002 estima-se um crescimento do PIB nos EUA de 2.2% (0.3% em 2001). A recessão
económica em 2001 foi mais profunda e alargada do que o previsto. A recuperação económica
perdeu algum dinamismo com o abrandamento do crescimento do consumo privado, provocado
pelos efeitos negativos sobre a riqueza, resultantes do acentuado ajustamento do mercado bolsista
norte-americano.
A confiança dos consumidores deteriorou-se nos últimos meses e a persistência de incerteza
relativamente à solidez financeira das empresas voltou a atrasar uma recuperação das despesas de
investimento. Os efeitos da bolha especulativa ainda não terminaram e vão demorar mais tempo
do que o inicialmente previsto. O crescimento da despesa pública deverá ser o principal suporte,
em 2003, subjacente ao crescimento do PIB em termos reais.
Nos mercados accionistas, os principais índices apresentaram quedas substanciais e os níveis de
volatilidade ultrapassaram, no caso dos Estados Unidos e da Zona Euro, os observados na
sequência das crises asiáticas e russa. Este comportamento reflectiu o aumento dos prémios de
risco e a redução dos lucros esperados das empresas cotadas, sobretudo na sequência da
divulgação de irregularidades contabilísticas.
As taxas de juro das Obrigações do Tesouro a 10 anos atingiram níveis mínimos desde o início da
década de 60, os diferenciais de juro para as empresas com melhor rating aumentaram 53 p.b.,
entre o final de 2001 e Outubro de 2002, enquanto que para as empresas com pior rating o
diferencial aumentou 118 p.p.
A Reserva Federal norte-americana manteve o objectivo para a taxa de juro dos Fed funds em
1.75%, nível verificado desde 11 de Dezembro de 2001.
No mercado cambial o dólar, entre o final de 2001 e meados de 2002, depreciou-se 10 por cento
em relação ao euro, que atingiu máximos em relação ao dólar em meados de Julho, tendo-se
situado em alguns momentos acima da paridade.
No Japão permanece a situação de deflação e deverá registar-se uma nova contracção da
actividade económica prevendo-se uma variação de -0.5% para o PIB (-0.3% do que em 2001).
Prevê-se que em 2003 cresça 1.1%, invertendo finalmente a tendência negativa.
No primeiro semestre de 2002, o PIB apresentou alguma recuperação suportada pelo
comportamento das exportações e por alguma melhoria da procura interna. No segundo trimestre
além das exportações liquidas terem contribuído para o crescimento, o consumo público e privado
11
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
tiveram também uma contribuição positiva, enquanto as despesas de investimento privado
continuaram a contrair-se, embora a um ritmo mais lento do que nos trimestres anteriores.
A recuperação do investimento para 2003 poderá, no entanto, ser atrasada pela persistência de
problemas estruturais, dos problemas do sector bancário e das necessidades contínuas do sector
empresarial de reduzir o seu nível de endividamento.
Em Outubro, o Banco Central do Japão procedeu à compra de acções aos bancos comerciais, no
âmbito de um conjunto de medidas que permitiu às instituições financeiras reduzir os seus activos
em acções, de modo a facilitar a resolução do crédito de cobrança duvidosa e garantir a
estabilidade do sistema financeiro.
A Zona Euro apresentou uma desaceleração do crescimento do PIB em 2002, de 1.5% para 0.9%.
O sector externo evoluiu favoravelmente e a procura interna, apesar de ter apresentado alguma
estabilização, manteve-se fraca.
Após a forte subida do preço do petróleo e dos produtos alimentares, a taxa de inflação anual da
área, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, situou-se em 2.1% em 2002
prevendo-se um valor de 1.6% para 2003, se os preços do petróleo não subirem abruptamente e a
moderação salarial prevalecer.
A redução do crescimento dos preços em 2002 é resultado da desaceleração dos preços de
importação motivados pela apreciação do euro, da quebra dos preços dos produtos energéticos e
das perspectivas pouco favoráveis quanto à evolução da actividade económica.
Um conjunto importante de países da Zona Euro registou uma deterioração do saldo orçamental e
da dívida pública, decorrente essencialmente do abrandamento da actividade económica. As
receitas públicas apresentaram uma redução, em percentagem do PIB, devido ao menor
crescimento deste, à redução dos impostos, sobretudo dos impostos sobre os rendimentos das
pessoas singulares e colectivas, às contribuições para a segurança social e aos efeitos
desfavoráveis da evolução do preço das acções, em particular sobre impostos relativos a mais
valias.
O défice orçamental, excluindo as receitas de vendas de licenças de UMTS, aumentou 0.4% em
2002 para 1.9%, depois de em 2000 ter registado um excedente de 0.2%.
As taxas de juro das obrigações de dívida pública a 10 anos iniciaram, a partir do final do primeiro
trimestre de 2002, um movimento acentuado de descida. Em meados de Outubro, esta taxa de juro
situava-se em 4.5%, 80 p.b. abaixo do nível de Março.
A taxa de crescimento do crédito concedido a residentes na Zona Euro manteve uma tendência
decrescente relativamente ao ano anterior. Num quadro em que existem condições favoráveis de
financiamento, a desaceleração do crédito na Zona Euro reflectiu o abrandamento económico bem
como as incertezas em torno da sua recuperação.
Em termos gerais, as economias da Zona Euro cujo crescimento tem dependido, de forma mais
significativa, do desempenho das exportações apresentam maior vulnerabilidade à materialização
da recuperação da economia mundial e, em particular, da economia norte-americana.
ECONOMIA PORTUGUESA
Em 2002, registou-se uma marcada desaceleração da actividade económica em relação ao ano de
2001. O crescimento do PIB terá sido inferior a 0.5%, o que compara com 1.8% em 2001. O
abrandamento abrangeu a generalidade das componentes da despesa e dos sectores produtivos,
registando-se alterações em termos de composição da despesa com destaque para: revisão em
baixa da procura interna privada, em particular no que se refere ao consumo de bens duradouros e
ao investimento; revisões para cima da despesa final das administrações públicas e do contributo
da procura externa liquida para o crescimento do produto.
Em 2002 a economia portuguesa continuou o processo de ajustamento iniciado em 2000 cujas
principais características foram: reduções, em termos reais, da despesa final das famílias e das
empresas; continuação da alteração do padrão de crescimento económico, verificando-se um
contributo negativo da procura interna para o crescimento, o que já não acontecia desde 1993;
redução das necessidades de financiamento da economia portuguesa face ao exterior; aumento da
taxa de poupança dos particulares, reforçando os aumentos dos dois anos anteriores.
12
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
O aumento da poupança esteve associado ao ajustamento da situação financeira das famílias para
fazer face à amortização da dívida contraída ao longo dos últimos anos e às dificuldades de
consolidação financeira das administrações públicas que geraram um clima de incerteza sobre o
comportamento futuro da economia, tendo um impacto negativo na confiança dos consumidores.
As perspectivas menos favoráveis do mercado de trabalho, num contexto de um aumento do
desemprego, agravaram os níveis de confiança. Contudo tanto o consumo, como o investimento
da administração pública desacelarou relativamente ao elevado crescimento registado nos anos
anteriores.
Estima-se, todavia, que o grau de esforço dos particulares no pagamento da dívida, manteve-se aos
mesmos níveis de 2001- entre 12 e 13% do rendimento disponível. A sua composição, porém, foi
ligeiramente alterada, reflectindo o efeito desfasado da redução registada nas taxas de juro
implícitas: a parcela de encargos com juros diminuiu cerca de 0.5 p.p. do rendimento disponível,
enquanto que o esforço dos particulares associados à amortização da divida cresceu, praticamente
o mesmo valor.
Em 2002, a taxa de inflação em Portugal, medida pela variação média anual do Índice
Harmonizado de Preços no consumidor (IHPC), situou-se nos 3.6%, o que constitui uma redução
em relação ao valor de 4.4%, observado em 2001. A previsão para 2003 está compreendida entre
2.4% e 3.4%.
O abrandamento dos preços reflectiu, essencialmente, quatro factores principais: menor
crescimento dos preços dos bens alimentares não transformados; redução no preço das
importações; apreciação da taxa de câmbio e a desaceleração dos salários nominais.
O efeito destes factores prevaleceu sobre os factores que actuaram em sentido contrário como: o
processo de conversão em euros de preços em escudos e o aumento da taxa de IVA, a partir de
Junho de 2002.
Relativamente ao comércio externo, o crescimento das exportações de bens e serviços foi próximo
do verificado em 2001, o que, num contexto internacional mais desfavorável, corresponde a um
comportamento mais favorável das quotas de mercado das exportações portuguesas e a uma
queda, em termos reais, das importações, o que já não acontecia desde 1993. Esta evolução foi
reflexo das componentes com maior conteúdo importado - despesas em bens de consumo
duradouro; investimento em equipamento - que registaram reduções reais muito significativas, em
linha com o seu padrão de comportamento cíclico habitual.
A evolução monetária e financeira da economia portuguesa em 2002, acompanhou os
desenvolvimentos dos mercados financeiros internacionais.
As taxas de juro do sector bancário mantiveram-se relativamente estáveis durante o ano, em linha
com a evolução da Euribor, registando uma redução no final do ano em consequência do corte da
taxa de juro de referência do Banco Central Europeu de 3.25% para 2.75%.
Apesar das alterações de declive da curva de rendimentos, as taxas de juro nos prazos mais curtos
do mercado monetário do euro (até 3 meses) apresentaram-se razoavelmente estáveis. Desta
forma, as taxas de juro bancárias em Portugal mantiveram-se praticamente constantes no decurso
do ano, em níveis muito baixos, tanto em termos nominais como reais. Assim, a taxa de juro dos
depósitos a prazo (181 dias a um ano) oscilou entre 2.9 e 3.1%, sendo o seu valor médio 3.0%,
inferior em 0.4 p.p. à média de 2001.
Quanto às taxas de juros das operações activas, também estas permaneceram estáveis, desde o
final de 2001, em níveis próximos dos mínimos registados em meados de 1999.
Houve uma redução continuada das taxas de juro de longo prazo das obrigações de dívida pública
e dos índices de cotações de acções. Contudo, a redução das taxas de juro das obrigações foi
menos acentuada que a média da Zona Euro. O índice PSI-20 desceu 25.6% relativamente a 2001.
A taxa de crescimento do crédito às sociedades não financeiras passou de 13.3%, em Dezembro
de 2001, para 6.1% em Agosto de 2002. Registaram-se, em particular, decréscimos significativos
no ritmo de crescimento dos empréstimos bancários nos ramos de construção, das actividades
imobiliárias, dos serviços prestados às empresas e do comércio.
Reflectindo a persistência de taxas de juro reais negativas nas operações passivas e o
abrandamento pronunciado da actividade económica, em particular da procura interna privada, os
depósitos do sector privado não financeiro registaram, em 2002, um crescimento muito moderado,
por comparação com os dois anos anteriores.
13
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Esta acentuada diminuição observada nos depósitos de sociedades não financeiras e particulares
impossibilitou ao sistema bancário residente captar, internamente, os recursos necessários à
expansão do seu activo. Em consequência, a posição credora do sector monetário residente face ao
sector privado não financeiro aumentou, verificando-se, em contrapartida, um agravamento da
posição devedora face ao exterior.
O crédito a particulares, para outros fins que não habitação, registou uma ligeira desaceleração,
tendo o seu crescimento estabilizado em torno dos 10%. Dado o elevado grau de endividamento
atingido pelos particulares – cerca de 97% do rendimento disponível em 2001, estimando-se que
tenha ultrapassado os 100% em 2002 – a continuada deterioração da confiança dos consumidores
e a dissipação dos efeitos transitórios do fim dos regimes bonificados de crédito, o crédito a
particulares acentuou a sua trajectória descendente, interrompida no final de 2001.
A Balança de Rendimentos apresentou em 2002 novo aumento do défice associado ao forte
aumento do endividamento externo da economia portuguesa face ao exterior nos últimos anos.
As Balanças Corrente e de Capital - que traduzem as necessidades de financiamento da economia
portuguesa – apresentaram uma redução conjunta do défice de um valor de 8.4% do PIB em 2001
para um valor que se situou entre 5,25 e 6,75% em 2002.
ECONOMIA ESPANHOLA
Em Espanha, os últimos dois meses de 2002 reflectiram um abrandamento da desaceleração
económica ocorrida no decorrer do ano, contribuindo para que o crescimento anual se tenha
situado em torno dos 2%. Embora não tenham desaparecido completamente os sinais de
debilidade que condicionaram a economia nos últimos anos, determinados factores como os
baixos níveis das taxas de juro, os cortes fiscais e outros, fazem prever uma suave melhoria do
consumo para 2003, estimando-se, para este ano, um crescimento do produto de 2.5%. Durante o
ano de 2002 a economia espanhola padeceu, em geral, dos mesmos sintomas que a UE, tendo
finalizado o ano com valores para a inflação, medida pelo Índice de Preços de Consumo, de 4% e
de 7.2% para a taxa de desemprego, o pior valor desde 1993.
ECONOMIA HÚNGARA
Em 2002, a economia húngara registou um crescimento do PIB em torno dos 3.5%, valor muito
próximo do atingido em 2001 e mais uma vez bastante acima do crescimento da União Europeia.
Relativamente ao ano de 2003 prevê-se um crescimento económico entre 3.5% e 4%. A inflação
situou-se nos 5.3%, atingindo-se assim os ambiciosos objectivos traçados no ano anterior. Em
2001 tinha-se situado nos 9.2%.
Durante o ano de 2002 a economia húngara, em sintonia com o resto do mundo, sofreu as
repercussões do ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001 e das vicissitudes do ano corrente,
com destaque para os escândalos de grandes grupos económicos e para as grandes quedas dos
mercados financeiros. Contudo, a instabilidade económico-social das economias emergentes da
América Latina, com destaque para a crise da Argentina, o aumento brutal do “risco Brasil” e da
incerteza política da Venezuela, gerou uma realocação dos investimentos, beneficiando os países
da Europa Central e de Leste.
O tema marcante ao longo de 2002 foi o alargamento da Hungria à UE, juntamente com mais 5
países da Europa de Leste, que viram aprovada, na Convenção de Copenhaga, a sua entrada em
2004.
Ao nível da taxa de câmbio, no final do ano, a moeda húngara, o forint, registava face ao euro o
valor de 235.9, uma apreciação de 4.2% face a 2001.
Ao nível da política monetária e no que concerne às taxas de juro o Banco Nacional Húngaro
(BCH) iniciou o ano com um corte de 25 p.b. na taxa de referência, colocando-a a 9.5%. Após
quatro intervenções na taxa durante o primeiro semestre, o BCH procedeu a mais dois cortes nas
taxas, no segundo semestre, colocando a taxa a 8.5%, valor que se manteve até ao final do ano.
14
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
MERCADO AUTOMÓVEL
PANORAMA EUROPEU
O mercado europeu
Em Dezembro de 2002 o mercado europeu de automóveis ligeiros de passageiros atingiu 988.392
unidades, o que se traduziu numa variação positiva de 11,5% em relação a Dezembro de 2001.
Neste último mês do ano são de registar os declínios da França (-0,5%), da Bélgica (-14,4%), da
Suécia (-3,2%) e de Portugal, com a maior quebra percentual em toda a Europa, (-25,6%). Em
tendência contrária há que sublinhar as variações positivas do Reino Unido (+14,3%), da Itália
(+51,4%), da Holanda (+135,2%) e da Irlanda (+84,6%)
Para a totalidade do ano 2002 as vendas de automóveis ligeiros de passageiros na Europa
passaram de 14.817.679 unidades vendidas em 2001 para 14.390.163 unidades vendidas em 2002,
o que traduziu numa variação negativa de 2,9%. Esta tendência já se adivinhava pela evolução do
mercado em anos anteriores (-1,9% de 1999 para 2000 e +0,2% de 2000 para 2001).
A estagnação do mercado automóvel não é exclusiva do mercado europeu prevendo-se que a nível
mundial a quebra seja de –0,3%, situação para a qual contribuem os dois principais mercados
mundiais: a Europa com a já referida quebra de 2,9% e a América do Norte com uma quebra de
2,0%. O mercado europeu em conjunto com o mercado americano representam cerca 69% das
vendas mundiais.
Analisando no mercado de automóveis de passageiros na Europa Ocidental a evolução mensal das
vendas de 2002 em relação ao ano homólogo, verifica-se que o mercado teve a maior quebra no
1º semestre do ano (-4,5%) tendo atenuado essa quebra no 2º semestre (-2,9%). Durante o ano o
mercado apenas teve variações positivas nos meses de Abril (+1,1%), Agosto (+0,8%) e
Dezembro (+0,3%). Em média a variação mensal das vendas de 2002 em relação ao mês
homólogo foi, como seria de esperar, negativa (-3,6%).
Dos cinco maiores mercados da Europa Ocidental, à excepção do Reino Unido, todos
apresentaram um comportamento desfavorável em 2002.
Alemanha
O mercado alemão apresentou um decréscimo de vendas de 2,6%, tendo as vendas de automóveis
passado de 3.341.718 em 2001 para 3.253.402 em 2002, traduzindo-se em termos absolutos numa
queda das vendas de 88.316 viaturas. De salientar que o mercado alemão está em queda desde
2000 com taxas negativas de –11,1% em 2000 e – 1,1% em 2001. Situação particularmente
preocupante para o principal mercado europeu cujas vendas em 2002 apresentaram o nível mais
baixo nos últimos 8 anos, e à qual não será alheia a performance da economia bastante abaixo das
expectativas nomeadamente em termos de fraco crescimento do PIB e elevado nível de
desemprego.
À semelhança dos últimos anos o grupo Volkswagen manteve a liderança destacada no mercado
alemão com 30% das vendas. Esta quota representa aproximadamente o dobro do segundo grupo
no mercado alemão, o DaimlerChrylser. O VW Golf foi de novo o modelo mais vendido neste
mercado (7,7% do mercado) apesar da queda nas vendas de 7,4% em relação ao ano anterior. O
VW Passat, segundo modelo mais importante desta marca, registou também forte redução nas
vendas: -19,7%. De destacar o crescimento em 27,6% das vendas do VW em 2002. Dentro do
Grupo VW de realçar a performance do Audi A4, o terceiro modelo mais vendido na Alemanha,
com um crescimento das vendas de 13,1%.
15
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Em 2002 o Grupo DaimlerChrysler manteve a sua quota de mercado inalterada com 14,2% do
mercado, a mesma desde 2000. A marca principal deste Grupo, a Mercedes-Benz aumentou a sua
quota de mercado ligeiramente passando de 12,1% em 2001 para 12,2% em 2002. O Mercedes
Classe C continua a ser o modelo mais vendido desta marca, ocupando a sexta posição no ranking
alemão apesar das suas vendas terem decaído 14,9%. Destaque para o Mercedes Classe E cujo
lançamento da nova versão em 2002 contribuiu para um crescimento de 31,1% nas vendas do
modelo.
O Grupo General Motors continua a ver a sua quota de mercado em regressão, passando de 12,2%
em 2001 para 10,7% em 2002. Esta variação é explicada pela posição de mercado da marca Opel
cuja quota actual é 10,4%, tendo perdido nos últimos 3 anos cerca de 1,8% do mercado. O
principal modelo em termos de vendas continua a ser o Opel Astra que neste ultimo ano começou
a acusar o peso da idade tendo passado de segundo modelo mais vendido na Alemanha em 2001
para quarto lugar em 2002 com uma quebra de 22,6% nas vendas.
O Grupo Ford alcançou uma quota de mercado de 9,9% tendo ganho nos últimos 3 anos 1,1% do
mercado. A marca Ford é a principal responsável pelo crescimento, representando em 2002 8,2%
do mercado. O principal modelo da Ford neste mercado continua a ser o Focus apesar da quebra
nas vendas de 9,9%. Destaque para o renovado Ford Fiesta que registou um acréscimo de 37,5%.
Reino Unido
Em 2002 o mercado britânico de automóveis volta a bater o recorde do ano anterior, atingindo o
seu mais alto valor de sempre 2.563.631 viaturas vendidas, um aumento de 4,3% em relação a
2001, em que se registaram 2.458.769 viaturas. Este mercado cuja performance contrariou o
ocorrido na maioria dos países europeus continua a ser o segundo mais importante da Europa. O
sucesso continua a dever-se em grande parte ao elevado nível de vendas a particulares através da
dinâmica rede de retalho automóvel, factor ao qual não é alheia a performance, acima da média,
do Reino Unido em termos de crescimento económico e de controlo do desemprego.
O mercado britânico é dominado pelo Grupo Ford com uma quota de mercado de 20%. A marca
Ford representa 15,7% do mercado, apesar de ser a mais vendida perdeu desde o ano 2000 cerca
de 1,1% do mercado. O modelo mais vendido no Reino Unido continua a ser o Ford Focus, tendo
inclusivamente aumentado a suas vendas em 8,9%.
O Grupo GM apesar de ocupar o terceiro lugar no mercado com 13,1% de quota, possui a segunda
marca mais vendida, a Opel (designada aqui por Vauxhall ) com uma quota que se manteve
inalterada em relação a 2001: 12,6%. No ranking de vendas por modelo, o Corsa e o Astra
ocupam respectivamente a terceira e quarta posição com crescimentos de vendas de,
respectivamente, 8% e 1,9%.
O Grupo PSA, o segundo mais importante neste mercado com 13,3% de quota, registou uma
diminuição da penetração de 0,3%. A marca Peugeot representa 8,2% do mercado, tendo
diminuído 0,3% desde 2000, e a marca Citroen representa 5,1%, tendo aumentado a sua
penetração no mercado em 1,3% nos últimos 3 anos. De referir que o modelo mais vendido desta
marca é o Peugeot 206, ocupando o 2º lugar no ranking de vendas neste país.
Itália
O mercado automóvel italiano registou uma queda de 5,9% tendo sido vendidas 2.270.900
viaturas em 2002, contra 2.413.455 em 2001. Em 2001 o mercado já tinha registado uma variação
negativa de 0,8%.
O Grupo Fiat continua a dominar o mercado italiano com uma quota de 31,7%, apesar de vir a
perder terreno, tendo nos últimos 3 anos perdido 3,5% do mercado. A posição do Grupo tem
vindo a sofrer acentuada erosão num mercado onde em meados dos anos 80 chegou a representar
60% das vendas. Dentro deste Grupo a marca Fiat apresenta uma quota de mercado de 23,6%,
16
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
tendo registado uma variação negativa de 2%. No ranking de vendas por modelo o Grupo Fiat
possui cinco modelos nos sete primeiros lugares: Fiat Punto (Líder de mercado), Fiat Panda
(segunda posição), Fiat Stilo (quarta posição) e Fiat Seicento e Lancia Y (na sexta e sétima
posição). Nota de destaque pela negativa para a quebra de 28% nas vendas do Fiat Punto em 2002.
O Grupo Ford ocupa no mercado a segunda posição com 9,4% do mercado e a segunda posição
no ranking de vendas por modelo com o Ford Focus. Na terceira posição, ao fim de vários anos, o
Grupo GM (7,9% do mercado em 2002 contra 8,9% em 2001) foi ultrapassado pelo Grupo PSA
(9,1% do mercado em 2002 contra 8,1% em 2001). Considerando as marcas isoladamente, de
referir que a Opel continua a ser a terceira marca mais vendida em Itália com 7,8% do mercado,
de registar tambem a aproximação da marca VW cuja quota, em 2002, foi apenas inferior à Opel
em 0,2%
França
O mercado automóvel francês continua a evoluir negativamente. Em 2002 foram vendidas
2.145.073 viaturas, um decréscimo de 4,9% em relação a 2001. Este mercado em 2001 já tinha
registado uma queda de 5,1%.
O Grupo PSA continua a dominar com uma quota de mercado que não sofreu alteração em
relação a 2001, mantendo-se nos 33,8%. A marca Peugeot representa 20,5% do mercado
(decréscimo de 0,2% em relação a 2001) e a marca Citroen representa 13,3% (acréscimo de
0,2%). Em termos de ranking por modelos o Peugeot 206 e o Peugeot 307 são respectivamente o
segundo e terceiro modelo mais vendido, o Citroen Saxo/C3 e o Xsara Picasso ocupam por sua
vez a sexta e a sétima posição.
Outra marca francesa, a Renault, alcançou em 2002 uma quota de mercado de 27%, com um
crescimento de 0,4% na quota. Graças ao novo Clio a Renault alcança a primeira posição no
ranking das vendas por modelos.
Para atestar a força das marcas francesas no seu mercado doméstico de referir que os 10 primeiros
modelos mais vendidos são de origem francesa. A Vollkswagen através do VW Golf ocupa a
décima primeira posição no referido ranking. O Grupo Volkswagen, o terceiro Grupo mais
importante neste mercado, representa 10,7% do mercado francês, uma quebra de 0,7 em relação a
2001.
Espanha
Considerando os cinco maiores mercados automóveis europeus, o mercado espanhol foi o que
registou uma maior quebra em 2002, com 1.331.878 automóveis vendidos contra 1.425.573 em
2001 este mercado baixou 6,6%. O mercado espanhol encontra-se relativamente fragmentado em
termos de marcas, existindo cinco marcas com quotas muito aproximadas: a Renault (com
12,2%), a Seat, a Citroen e a Peugeot (cada uma com 11,1%) e a Opel com 10,9%.
Quanto a modelos, o Seat Ibiza recuperou em 2002 a liderança do mercado perdida em 2001, isto
apesar das vendas deste modelo terem baixado 5,4%. Contrariando a performance geral da marca,
o Ford Focus foi o segundo modelo mais vendido em Espanha, logo seguido do Peugeot 206 e do
Opel Astra.
Restantes Países
Á semelhança do que aconteceu nos países atrás referidos, nos restantes mercados europeus de
automóveis ligeiros de passageiros tambem houve uma tendência acentuada para a descida, sendo
Portugal o mais penalizado com uma queda de 11,4%. As excepções à regra, com crescimento,
foram a Suécia, a Finlândia, a Dinamarca e o Luxemburgo.
De referir o caso do Grécia, país de dimensão semelhante ao nosso, cujo mercado automóvel tem
vindo a revelar um crescimento significativo. A titulo de exemplo, em 1986 venderam-se na
17
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Grécia 142.751 automóveis enquanto que em Portugal se venderam 227.911, uma diferença de
85.160 automóveis. Em 2000 o mercado grego ultrapassou o mercado português tendo em 2002, a
diferença de vendas entre os dois mercados sido favorável à Grécia. Enquanto que as vendas na
Grécia foram 270.071 automóveis, em Portugal as vendas quedaram-se pelas 226.129 viaturas, ou
seja, uma diferença de 43.942 automóveis.
Grupos e marcas automóveis na Europa
Relativamente à performance dos fabricantes de automóveis na Europa Ocidental o primeiro
aspecto a realçar é a continuação da liderança do Grupo Volkswagen (VW), com 2.653.104
viaturas vendidas, apesar da quota de mercado ter passado de 18,9% em 2001 para 18,4% em
2002. A marca VW registou uma quebra nas vendas de 7,1% com 1.490.602 automóveis
registados, sendo a marca mais vendida na europa. Todas as restantes marcas do Grupo VW
sofreram uma queda nas vendas, com a excepção da Audi com uma incremento de 1,5%. De
referir que a Audi tem tido nos últimos anos uma performance bastante positiva tendo registado
em 2002 uma quota de mercado de 3,8%. As marcas Seat e Skoda praticamente não alteraram as
suas penetrações de mercado, respectivamente 2,7% e 1,6%.
O modelo mais vendido do Grupo VW continua a ser o VW Golf, no entanto este modelo perdeu
em 2002 a liderança no ranking de vendas europeu. As vendas do VW Golf sofreram uma quebra
de 11,5% representando uma quota de mercado de 4,1% com menos 8.508 unidades vendidas que
o Peugeot 206, modelo líder em vendas na Europa. O segundo modelo mais vendido do Grupo
VW continua a ser o VW Polo, passando a ocupar o nono lugar no ranking europeu, com 349.316
viaturas vendidas, um acréscimo de 6,2% em relação a 2001, devido ao lançamento da nova
versão deste modelo.
O Grupo PSA, ao contrário do Grupo VW, viu em 2002 a sua quota de mercado aumentar para
15% o que se traduz-se em 2.163.181 viaturas vendidas em 2002. Recorde-se que em 2001 essa
quota era de 14,4% e em 2000 de 13%. A marca Peugeot registou uma ligeira quebra nas vendas(0,1%), passando de 1.278.840 para 1.277.262 viaturas vendidas em 2002. Apesar deste facto a
quota de mercado aumentou de 8,6% em 2001 para 8,9% em 2002. Destaque para a já referida
liderança do modelo Peugeot 206 no mercado europeu com 592.760 viaturas vendidas, o que
representa uma quota de mercado de 4,1%, isto apesar da quebra na vendas de 5,3%. De destacar,
dentro desta marca, a excelente prestação do Peugeot 307, lançado em meados de 2001, cujas
vendas de 432.526 unidades, um aumento de 130% em relação a 2001, permitem a este modelo
ocupar a quinta posição no ranking europeu de vendas por modelo.
O desempenho foi mais positivo para a marca Citroen cujas vendas aumentaram para 885.919
viaturas em 2002 contra 860.907 em 2001, e em termos de quota de mercado, 6,2% em 2002
contra 5,8% em 2001. O modelo mais vendido desta marca é o Citroen Saxo/C3 com 1,8% do
mercado europeu seguido de perto pelo Citroen Xsara Picasso com 1,5%.
O Grupo Ford é o terceiro grupo mais importante em vendas na Europa com 1.635.651 viaturas
vendidas em 2002, uma redução de 0,8% em relação ao ano anterior. A presença deste grupo no
mercado foi reforçada tendo a quota de mercado passado de 11,1% para 11,4%. A marca Ford
vendeu no ano em análise 1.279.796 viaturas o que traduziu uma quebra de 2,1% em relação a
2001, em sentido contrário a quota de mercado passou de 8,8% para 8,9%. O Ford Focus é o
terceiro modelo mais importante no mercado europeu com 511.387 viaturas vendidas, registando
em relação a 2001 um decréscimo de 5,3%. O Ford Fiesta, que ocupa a décima posição nas
vendas, registou uma variação positiva de 17%, com as 297.893 viaturas vendidas a atestarem a
boa performance da nova versão do Fiesta na Europa. Realce negativo para a quebra de 13,3% nas
vendas do Ford Mondeo, que se quedaram em 2002 nas 246.522 viaturas vendidas.
Em 2002 a Renault ultrapassou em vendas o Grupo GM. Apesar da quebra de 2% as 1.543.228
viaturas Renault vendidas na Europa permitiram a esta marca alcançar uma quota de mercado de
18
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
10,7%, sendo que em 2001 essa quota foi de 10,6%. O principal modelo da Renault foi o Renault
Clio com 495.457 unidades, quarta posição no ranking europeu de vendas.
O Grupo General Motors sofreu em 2002 uma das maiores quebras nas vendas: -10,4% para
1.433.953 de unidades o que correspondeu a uma perda de 166.237 viaturas relativamente ao ano
anterior. O Grupo GM possui agora uma penetração de mercado de 10%. A marca Opel/Vauxall,
que representa 95% das vendas do Grupo, sofreu uma redução de 10,7% nas vendas, com
1.354.511 viaturas Opel em 2002 contra 1.516.138 em 2001. Parte da explicação para esta
redução pode ser encontrada na performance de vendas dos três principais modelos desta marca.
O Opel Astra, que ocupa a sexta posição no ranking europeu, registou a venda de 418.030
viaturas, uma quebra de 16,7%. O Opel Astra, que se encontra já na fase final do seu ciclo de vida,
passou de uma quota de mercado de 3,4% em 2001 para 2,9% em 2002. O segundo modelo mais
vendido da Opel é o Corsa, cujas vendas de 401.119 viaturas em 2002 também tiveram uma
redução significativa de 12,1%. Nota de destaque, também pela negativa, para o desempenho do
Opel Vectra, que em 2002, ao vender apenas 164.527 unidades, atingiu o nível de vendas mais
baixo desde 1997 com cerca de 43% do nível de vendas registado nessa altura, 386.196 unidades.
A razão para esta fraca prestação prende-se com o facto deste novo modelo ter sido lançado
apenas em meados de 2002 e com uma oferta ainda pouco alargada em termos de versões sendo o
ano 2003 decisivo para avaliar o sucesso desta nova aposta da Opel no sentido de recuperar a
liderança perdida, em 1999, para o VW Passat no segmento Médio-Superior.
Para finalizar esta breve análise do mercado automóvel europeu por fabricantes, duas referências
adicionais por razões opostas.
O Grupo Fiat, pela negativa, ao registar a maior quebra de vendas neste mercado: - 16,8%, tendo
passado de 1.415.932 unidades vendidas em 2001 para 1.177.655. A quota de mercado passou de
9,6% em 2001 para 8,2% em 2002. Todas as marcas do Grupo registaram quebras sendo a da
Lancia a mais acentuada: -26,3%.
Referência, pela positiva para os construtores Japoneses cujas vendas aumentaram 6,6%. O
conjunto dos fabricantes nipónicos atingiram vendas de 1.646.730 unidades. À excepção da
Nissan e da Mitsubishi, todas as marcas registaram incrementos positivos, em maior evidência os
crescimentos de 16,6% da Honda, de 13,9% da Toyota e de 13,3% da Mazda. Precisamente as
marcas cujo design dos modelos mais se tem aproximado do tradicional gosto do comprador
europeu.
MERCADO PORTUGUÊS
O mercado nacional de veículos ligeiros (passageiros e comerciais) registou em 2002 uma
retracção de 13,7%. É o segundo ano consecutivo em perda acentuada pois em 2001 essa variação
negativa tinha sido praticamente idêntica (-13,8%). Com um volume de vendas de 305.375
veículos ligeiros em 2002, contra 353.894 em 2001, o mercado nacional atingiu o seu nível mais
baixo desde 1996. Esta redução nas vendas de automóveis em Portugal decorre de uma
significativa alteração do clima económico no país. Em 2002 não houve alterações positivas na
confiança dos agentes económicos, em particular dos consumidores quanto às perspectivas de
melhoria da situação económica. Consequentemente manteve-se o abrandamento da procura
interna com as naturais implicações desfavoráveis para o mercado automóvel já bastante
penalizado por uma política fiscal desajustada da realidade europeia.
Vendas de Automóveis
Ligeiros em Portugal
Passageiros
Comerciais
Total
1997
226.593
90.199
316.792
1998
267.170
100.986
368.156
1999
2000
2001
2002
297.670
102.285
399.955
289.945
120.585
410.530
255.215
98.679
353.894
226.129
79.246
305.375
Fonte: ACAP
19
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Considerando apenas o mercado de automóveis ligeiros de passageiros, no qual estão agora
incluídos os veículos todo-o-terreno, este mercado sofreu uma quebra de 11,4%, a maior registada
em toda a Europa. Em 2002 foram vendidas 226.129 automóveis enquanto que no ano anterior
tinham sido 255.215. Isolando as vendas de veículos todo-o-terreno, em 2002 foram matriculadas
2.955 unidades, um número bastante inferior às 6.692 unidades matriculadas em 2001. Esta
quebra de 55,8% associada à reduzida expressão das vendas confirmam o “desaparecimento”
deste segmento de mercado após a alteração do regime de Imposto Automóvel ocorrido em 2001.
O mercado de veículos comerciais ligeiros com uma quebra nas vendas de 19,7% sofreu uma
queda superior à do mercado de veículos de passageiros. No ano em análise foram matriculadas
79.246 unidades enquanto que em 2001 tinham sido matriculadas 98.679 unidades. Este mercado
ainda está a ser penalizado pela entrada em vigor do novo regime do Imposto Automóvel em 2001
e pela desaceleração do investimento das empresas em 2002.
Análise por Fabricante
O mercado português é liderado pelo Grupo VW (VW, Skoda, Seat e Audi) com 48.381 unidades
vendidas a que corresponde uma quota de mercado de 20,7%, apesar das vendas terem diminuído
13,5%. Na segunda posição encontra-se o Grupo PSA (Citroen e Peugeot) com 17,7% do
mercado e 41.345 unidades vendidas. Em relação a 2001 as vendas do Grupo PSA tiveram uma
quebra bastante inferior ao mercado, 2,7%. Na terceira posição a Renault com 30.247 unidades
vendidas em 2002 e uma quota de mercado de 12,9%, sendo a Renault entre os principais
fabricantes o único que aumentou a sua quota de mercado em relação a 2001. Na quarta posição
encontra-se o Grupo GM (Opel e Saab) com uma quota de 10,9% contra 12,9% em 2001. As
vendas deste Grupo em 2002 foram de 25.477 unidades tendo sofrido a das maior queda em
comparação com os seus principais concorrentes e com o mercado, - 22,5%.
Os restantes fabricantes apresentaram em 2002 uma quota de mercado inferior a 2 dígitos,
destacando apenas aqueles com quem o Grupo Auto-Industrial possui parceria comercial: o Grupo
Fiat (Fiat, Alfa Romeo e Lancia) com 7,6%, o Grupo Ford (Ford e Volvo) com 6,9% e o Grupo
DaimlerChrysler (Mercedes-Benz, Chrysler e Jeep) com 4,2%.
Análise por Marca e Modelo
Analisando o mercado de automóveis de passageiros na perspectiva de cada marca, constatamos
que houve uma alteração significativa no ranking de vendas das principais marcas.
Em 2002 a Opel ao vender 23.832 viaturas perdeu a liderança do mercado passando para quarta
posição no ranking, com uma impressionante quebra de 26,7%. O Opel Corsa, que liderava as
vendas em termos de modelos, registou uma redução de 22,1% passando para a terceira posição
com 13.879 unidades. Mais dramática a quebra de 35% no Opel Astra, o segundo modelo mais
importante da Opel com vendas, em 2002, de 6.661 unidades, recorde-se que em 2001 esse valor
tinha sido 10.249. Este modelo que se encontra na fase final do seu ciclo de vida será substituído
no final de 2003 por nova versão.
A liderança do mercado nacional de veículos ligeiros de passageiros é agora assumida pela
Renault, com 29.171 unidades vendidas e uma redução de 6,4% em relação a 2001. O Renault
Clio tornou-se também o modelo mais vendido em Portugal no ano 2002, com 16.294 viaturas.
Destaque também para o renovado Renault Laguna cujas vendas sofreram um incremento de
14,8%, com 5.079 unidades vendidas em 2002.
A Volkswagen manteve a segunda posição no ranking de vendas por marca, com 26.224 viaturas
ligeiras, isto apesar da variação negativa de 18,3% em relação a 2001. O modelo mais importante
desta marca foi o VW Polo com 11.588 unidades e aumento de 11,2%.
20
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
A Peugeot, que em 2001, ocupava a quarta posição passou a ser em 2002 a terceira marca mais
vendida, com 24.784 viaturas vendidas, tendo sofrido uma ligeira redução de 1,2% nas vendas em
relação a 2001. O modelo mais vendido continua a ser o Peugeot 206 com 13.971 unidades
vendidas, posicionado-se em segundo lugar no ranking de vendas por modelo.
Uma breve referência ao mercado de automóveis ligeiros de mercadorias, onde também
ocorreram algumas alterações no ranking das vendas por marcas. A Renault, apesar da quebra de
13.9%, continua a comandar destacada, tendo atingido em 2002 13.214 unidades. A Citroen com
8.817 unidades vendidas continua também na segunda posição. Com quebras significativas nas
vendas de 34,5% na Mitsubishi e de 37,8% na Ford, estas marcas perderam respectivamente a
terceira e quarta posição para a Opel e para a Peugeot. Recorde-se que este mercado globalmente
sofreu uma quebra de 19,7%. Na categoria de Comerciais derivados de Ligeiro os modelos mais
vendidos foram o Renault Clio, com 7.157 unidades, e o Opel Corsa, com 6.670 unidades. Na
categoria de Furgões o líder destacado continua a ser o Ford Transit com 2.064 unidades.
Análise por Segmento
Para finalizar esta abordagem ao mercado automóvel nacional em 2002 passamos a analisar os
respectivos segmentos.
O segmento Económico (A), representa 3,2% do mercado total, tendo sofrido uma redução de
2001 para 2002 de 34,3%. O modelo mais vendido foi o surpreendente Smart com 1.319 unidades
representando 25,2% das vendas deste segmento. Este facto é significativo atendendo a que este
modelo constitui desde o final de 2001 uma novidade em termos de conceito automóvel, de marca
e de rede de distribuição.
O segmento Inferior (B), é o mais importante do mercado representado 43,9% das vendas, ou seja,
99.295 unidades. Relativamente a 2001, o volume de vendas deste segmento baixou 10,8%. Neste
segmento o modelo mais vendido no ano em análise foi o Renault Clio com 16.294 unidades logo
seguido do Peugeot 206 com 13.971 unidades e, a curta distância, o Opel Corsa com 13.879
unidades. De referir que em 2001, este segmento era liderado pelo Opel Corsa seguido do Renault
Clio e do Peugeot 206, na altura a diferença de vendas do primeiro para o segundo classificado foi
de apenas 3 viaturas. Os principais modelos vendidos no Segmento Inferior registaram quebras
nas vendas em relação a 2001, o Renault Clio, o Peugeot 206 e o Opel Corsa baixaram as vendas,
respectivamente, 8,5%, 19,8% e 22,1%. De destacar o VW Polo, quarto modelo mais vendido
com 11.588 unidades, que registou em 2002 um acréscimo nas vendas de 11,2%. O VW Polo
inverte em 2002 a posição com o Fiat Punto que apresentou vendas de apenas 9.332 unidades, o
que traduz uma impressionante quebra nas vendas de 40,4%.
O segmento Médio-Inferior (C), é responsável por 33,6% das vendas no mercado de automóveis
ligeiros de passageiros, este valor traduziu em 2002 a venda de 76.013 unidades contra as 85.278
unidades vendidas em 2001. A quebra de vendas registada neste mercado foi de 10,9%. O VW
Golf, com 9.374 unidades vendidas, mantém a liderança conquistada em 2000 ao Opel Astra. O
Opel Astra regista de 2001 para 2002 uma redução nas vendas de 35%, sinal claro da necessidade
de renovação deste modelo, passando-se da segunda para quarta posição no ranking de vendas
com 6.661 unidades. Surpreendente a performance do novo Peugeot 307 ao registar vendas de
8.667 unidades, em 2001 esse valor foi 2.504, garantindo o titulo de segundo modelo mais
vendido neste segmento. O Ford Focus mantém a terceira posição, com 6.751 unidades vendidas,
apesar de ter decrescido 24,3% em relação ao ano anterior.
O segmento Médio–Superior (D), aumentou em ligeiramente o seu peso no mercado total, 16,2%
em 2002 contra 14,7% em 2001, totalizando 36.662 unidades vendidas. Em relação a 2001 foram
vendidas menos 961 viaturas. Este segmento é comandado pelo Renault Laguna com 5.079
unidades vendidas, com um aumento nas vendas de 14,8% este modelo ultrapassa no ranking o
VW Passat, anterior líder, e o BMW série 3, anterior segundo classificado. Destaque também para
21
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
o novo Audi A4 que registou 4.654 unidades vendidas ocupando agora a segunda posição neste
segmento. O anterior líder, VW Passat, ocupa agora a quinta posição com 3.467 unidades
vendidas o que traduziu uma redução de 24,4% em relação a 2001.
No segmento Superior (E) não houve grandes alterações em relação ao ano passado. Em 2002
foram vendidas 5.289 viaturas contra 5.529 em 2001, representando este segmento 2,34% do
mercado. O BMW série 5 com 826 unidades vendidas perdeu a liderança para o Mercedes Classe
E que registou 1.694 viaturas, o que traduziu um impressionante aumento de vendas de 69%. O
Audi A6 vendeu 685 viaturas mantendo a terceira posição no ranking.
O segmento Luxo (F) com apenas 646 unidades vendidas manteve o seu reduzido peso de 0.29%
no mercado total. Na liderança destacada deste segmento continua o Mercedes Classe S com 237
unidades seguido pelo BMW série 7 com 137 unidades, de referir que estes dois modelos
representam 57% das vendas totais do segmento Luxo.
O único segmento que registou aumento nas vendas em relação a 2001 foi o segmento
Desportivos, com um total de 5.879 unidades vendidas. Este segmento representa agora 2,6% do
mercado total. Verdadeiro sucesso neste segmento, o novo Mercedes Classe C Sport Coupé, que
triplicou as vendas em relação a 2001. Com 729 unidades vendidas este Mercedes lidera
destacado o segmento. Considerando a totalidade dos modelos Mercedes-Benz existentes neste
segmento (C, SLK, CLK e SL) 22% das vendas totais de desportivos em Portugal pertencem a
esta marca.
Quanto ao segmento de viaturas Todo-o-terreno, este representa 1,31% do mercado com 2.955
unidades vendidas em 2002. Este mercado, por razões sobejamente conhecidas tem vindo a perder
dimensão, o ano de 2002 não foi excepção tendo se registado uma quebra de 55,8% em relação a
2001. Devido a distorção introduzida nos preços pelo actual regime fiscal os modelos mais
vendidos passaram a ser os todo-o-terreno mais orientados para compradores menos sensíveis ao
preço, o Mercedes ML com 379 viaturas e o BMW X5 com 375 viaturas.
O segmento de Monovolumes, poucas alterações registou em relação a 2001, com um nível de
vendas de 12.612 unidades este segmento representa 5,58% do mercado em 2002. Os três
modelos mais vendidos continuam os mesmos. Em primeiro lugar o Renault Scénic com 3.064
unidades vendidas, em segundo o Opel Zafira com 1.620 unidades e o Citroen Picasso com 1.579
unidades. Recorde-se que em 2001 o Citroen Picasso foi o segundo modelo mais vendido com
1.850 unidades e o Opel Zafira o terceiro com 1.782 unidades.
22
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
ACTIVIDADE COMERCIAL
AUTOMÓVEIS NOVOS
Em 2002 as operações automóveis do Grupo Auto-Industrial venderam 9.970 automóveis ligeiros
novos, um acréscimo de 12,8% em relação às 8.836 unidades comercializadas em 2001. Tratou-se
sem dúvida de um excelente desempenho comercial atendendo a que o mercado automóvel
português registou uma quebra de 13,7%. Este aumento das vendas de automóveis novos
traduziu-se também num aumento da penetração do Grupo Auto-Industrial no mercado, com a
quota a passar para 3,3% contra os 2,5% registados em 2001.
As operações Opel do Grupo registaram vendas de 5.925 automóveis novos, mais 5,9% que as
5.593 vendidas em 2001. De referir que neste período as vendas de viaturas ligeiras da Opel
Portugal baixaram 21,2%. Esta performance positiva deve-se essencialmente às operações Opel
de Lisboa e Porto. Recorde-se que nestas operações foram efectuados em anos anteriores
importantes investimentos em instalações e equipamentos no sentido de as dotar com meios para
melhorar a cobertura do mercado e a qualidade do serviço prestado. A quota do Grupo AutoIndustrial nas vendas da Opel Portugal aumentou de 13,4% para 18%. Acompanhando a tendência
do mercado as vendas das operações Opel a Rent-a-Car, a Gestoras de Frotas e a Clientes Frotistas
registaram um aumento de 34%, em contrapartida as vendas a Retalho sofreram uma redução de
21%.
A operação Ford do Grupo, a C.A.M., teve também um desempenho positivo em 2002, com a
venda de 2.121 viaturas novas contra as 1.537 vendidas em 2001, ou seja, um aumento de 38%.
Esta performance comercial é duplamente positiva pois contraria a quebra geral do mercado e a
quebra nas vendas do importador. Em 2002 as vendas da Ford Lusitana baixaram
significativamente em 22,2%. Em 2002 a quota de vendas da C.A.M. na Ford praticamente
duplicou passando de 6,8% para 12,09%. Atendendo a que as vendas da C.A.M. Porto não
sofreram grandes alterações em relação a 2001, a explicação para a performance positiva deve-se
essencialmente ao desempenho da C.A.M. Lisboa. Tendo iniciado a sua actividade em 2000, a
operação atravessou um período de instabilidade resultante de um profundo processo de
reestruturação em termos organizacionais e de gestão. Em 2002 os resultados desse processo
começam a surgir. Em termos comerciais, apesar de se encontrar aquém do seu potencial, a
C.A.M. Lisboa duplica em 2002 as vendas do ano anterior. Esse aumentou deveu-se sobretudo a
23
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
um aumento da posição comercial junto de clientes Frotistas não sendo também de desprezar o
aumento, embora inferior, nas vendas a clientes Particulares.
As operações Renault do Grupo, a Gilauto e a Auto-Horizonte, venderam 939 viaturas, mais 12%
que as 839 do ano anterior. O desempenho positivo destas operações acompanha a prestação
positiva da Renault marca líder no mercado nacional. Apesar das dificuldades resultantes da
concorrência directa das operações Renault do Grupo com a própria rede de retalho do importador
na grande Lisboa, foi possível aumentar a penetração nas vendas Renault de 1,8% para 2,2%.
A Garagem de Santa Cruz, operação Citroen do Grupo em Coimbra, aumentou as vendas em
12,8%, tendo vendido 486 unidades, de referir que em 2001 se tinham vendido 431 viaturas. As
vendas globais da marca caíram 5,9% pelo que a Garagem de Santa Cruz consegue em 2002
aumentar a sua quota nas vendas da Citroen de 1,6% para 1,9%.
A União Eborense, concessão Fiat e Lancia em Évora, apresentou um desempenho comercial
negativo, 175 unidades vendidas em 2002 contra as 209 em 2001. Esta prestação deve-se à má
performance da marca italiana no mercado português, a Fiat e a Lancia registaram uma
impressionante redução nas vendas de 31,1%. Na União Eborense essa queda foi menos
acentuada tendo se ficado pelos 16,3%. Apesar disto o peso desta concessão nas vendas da Fiat e
da Lancia aumentou de 0,8% para 1%.
A EUA, concessão Chrysler e Jeep em Braga, reflexo de uma gama ainda bastante dependente dos
veículos todo-o-terreno e dos monovolumes, vendeu 152 viaturas em 2002, menos 75 automóveis
que no ano anterior. A redução nas vendas da EUA foi de 33%, ainda assim, inferior à redução de
46% registada nas vendas do importador, a Chrysler Portugal. A EUA aumentou o seu peso nas
vendas do importador de 11,6% para 14,5%. Nota positiva para o facto de 80% das vendas da
EUA terem sido feitas a Retalho.
Uma referência final para a mais recente operação do Grupo, a Mercentro. Tendo sido adquirida
em Julho de 2002, esta concessão Mercedes-Benz em Aveiro vendeu 172 viaturas durante o
segundo semestre, tendo tido um peso de 3,2% nas vendas totais da Mercedes-Benz. Atendendo a
que durante este período houve alterações significativas em termos de estrutura comercial, este
desempenho comercial deixa desde já boas indicações quanto ao futuro peso desta concessão na
actividade comercial de viaturas novas do Grupo Auto-Industrial.
ACTIVIDADE DE RENT-A-CAR
A operação de rent-a-car da Auto-Industrial conheceu em 2002 uma redução da sua actividade,
que se traduziu num volume de facturação de 2.518.455€, ou seja cerca de 5,8% abaixo do ano
anterior.
Em termos operacionais, podemos destacar os seguintes indicadores:
Descrição
Contratos
Dias de Aluguer
Rendimento por dia de aluguer
Duração média Contrato
Receita média Contrato
Taxa de Ocupação
2001
9.583
132.747
20,16€
13,9 dias
279€
73%
2002
9.788
120.122
20.97€
12,3 dias
257€
71%
Variação
+2.1%
-9.5%
+4.0%
-11.5%
-7.9%
-2%
A frota total em 31/12/2002 ascende a 438 viaturas, sendo que a frota média ao longo do ano foi
de 464 viaturas o que representa uma diminuição de cerca de 6% face ao ano anterior. Esta frota é
24
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
constituída em cerca de 98,5% por viaturas de marcas representadas pelo Grupo Auto-Industrial
como forma de reforço do aproveitamento de sinergias. Esta lógica de compras dentro do universo
de marcas do Grupo tem permitido a maximização do aproveitamento dos bónus associados aos
objectivos de compras estabelecidos pelas diferentes marcas. O escoamento das viaturas que
compõem a frota é assegurado, na sua esmagadora maioria, pela rede de retalho da Auto-Usados.
O resultado da actividade, por força da diminuição da facturação em 150 mil euros, revela um
prejuízo de 7 mil euros, contra os resultados positivos de 105 mil do ano anterior.
PEÇAS E ACESSÓRIOS
A facturação total de peças e acessórios atingiu em 2002 os 28 milhões e 100 mil euros, tendo-se
verificado-se um crescimento de quase 8% em relação a ano anterior. Continuando a manter-se a
tendência de estabilização de preços, e mesmo tendo em conta o novo perímetro de consolidação,
com a inclusão da facturação de meio ano da Mercentro, poderemos classificar como bom o
desempenho verificado, pese embora a estagnação verificada na venda de peças no sector
agrícola.
No final do exercício o rácio de rotação dos stocks subiu ligeiramente para 80 dias, em parte
justificado por a Mercentro só ter consolidado vendas de seis meses.
Na Auto-Industrial o total de vendas de peças foi de 10.4 milhões de euros, verificando-se um
crescimento percentual igual ao do Grupo (+8%)
SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA
Foi concluída com sucesso a implementação de um sistema de gestão de qualidade na Motolusa e
na Garagem Santa Cruz segundo o referencial da norma ISO 9001-2000. Este processo irá agora
ser alargado a todas as operações do grupo.
Os acordos celebrados com as companhias de seguros e as sociedades gestoras de frotas
complementados pelo seu acompanhamento comercial tiveram um assinalável sucesso, tendo a
facturação de mão de obra nas Oficinas atingido os nove milhões de euros, o que representa um
aumento de 14%.
25
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Foi nesta área de negócios que se registaram os maiores índices de crescimento, com a facturação
simples da Auto-Industrial a chegar aos 5 milhões e a do grupo aos 9 milhões, crescimentos de 15
e 14%, respectivamente.
Para além dos acordos atrás referidos não se deve deixar de salientar que os aumentos resultaram
dos investimentos feitos nas oficinas nos últimos anos, de que salientamos a Portela da Ajuda,
Alcântara, e Leiria na Auto-Industrial, e Rio Tinto e Perafita (esta em fase de conclusão) nas
outras empresas do Grupo e sem os quais não teria sido possível celebrar os referidos acordos.
IMPORTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS
O sector das máquinas e equipamentos agrícolas teve um comportamento negativo, com o
mercado de tractores agrícolas a decrescer em relação ao ano de 2001 em 8,8%, de 9.588
matriculas par 8.747, sendo as quebras idênticas no mercado de tractores convencionais (- 9%) e
nos compactos (- 8.5%). Lembramos, contudo, que em Janeiro de 2002 o IVA sobre as máquinas
agrícolas passou de 5% para 12%, pelo que no final do ano de 2001 houve uma antecipação de
compras o que de alguma forma distorce as comparações.
Nas ceifeiras debulhadoras o mercado recuperou da quebra verificada em 2001, onde apenas
foram vendidas 12 unidades, tendo sido vendidas 25 unidades na campanha de 2002, ainda assim
abaixo das 28 vendidas na campanha de 2000.
A marca Fendt, distribuída pela Forte, vendeu 108 tractores, ligeiramente abaixo dos 120 do ano
anterior.
A marca Amazone, igualmente distribuída pela Forte, continuou a sua implantação no mercado
nacional, tendo as suas vendas crescido 62% de 2001 para 2002.
A Kubota, distribuída pelos Tractores Ibéricos, teve uma quota de mercado ligeiramente superior a
5% no ano em análise, tendo aquela associada entregue 442 unidades em 2002. A quota da
Kubota foi, no mercado dos tractores compactos, de 10%, enquanto no mercado dos
convencionais se quedou nos 2.5%. Em ambos os mercados houve uma quase estabilização da
penetração da Kubota no mercado nacional.
As vendas de ceifeiras Claas pela Divisão Agrícola mantiveram-se nas 5 unidades, o que
significou uma perda de quota de mercado.
26
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
IMPORTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE MOTORES MARÍTIMOS E INDUSTRIAIS
A perda de competitividade dos motores diesel industriais distribuídos pela Auto Industrial
acentuou-se durante o exercício em análise tendo as vendas diminuído de 141 unidades para
apenas 84. Tal como já referido no relatório anterior não se prevê uma alteração nesta tendência
pelo que temos vindo a procurar novos produtos, nomeadamente no sector marítimo, que
preencham a quebra verificada.
No sector marítimo comercial, devido à suspensão dos subsídios às pescas, houve uma quebra
geral do mercado, mas tendo a Motolusa apenas vendido menos dois motores que no exercício
anterior aumentou a sua quota de mercado.
Tem sido contudo na área marítima de recreio em que a aposta tem sido mais forte e onde
prevemos aumentar a facturação.
Durante 2002 abrimos uma loja na Doca de Belém e iniciámos a comercialização, como
concessionários para Lisboa, dos barcos Quicksilver e dos motores fora de borda Mercruiser.
Prosseguimos a comercialização dos barcos Pioner, onde se venderam 21 unidades, mais 17% que
no ano anterior, e dos motores marítimos Mariner e Yanmar, tendo-se facturado 30 unidades, mais
do dobro das vendidas do ano anterior.
ACTIVIDADE DE CRÉDITO
Apesar do cenário macro-económico desfavorável e do contexto claramente negativo para a
generalidade dos operadores no mercado de financiamento, o ano de 2002 revelou-se positivo
para as instituições de crédito do grupo Auto Industrial, instituições essas controladas directa ou
indirectamente a 100% pela Tecnicrédito SGPS.
No âmbito nacional o ano traduziu-se num período de consolidação da presença no mercado do
crédito ao consumo. Ao nível internacional, o grupo continuou a crescer, concedendo mais de 26
milhões de euros de crédito. A entrada no mercado espanhol revelou-se uma opção acertada, com
a Sucursal do Banco Mais a terminar o ano com uma produção em torno dos 100 contratos/mês.
Na Hungria o ano foi de clara aposta no alargamento da presença no mercado de financiamento
automóvel, na continuação da expansão geográfica e no investimento e reforço da organização
interna.
A Tecnicrédito SGPS apresentou, em 2002, resultados consolidados na ordem dos 13.7 milhões
de euros, o que traduz um crescimento de 9% em relação aos 12.6 milhões de euros alcançados no
ano anterior. O Banco Mais contribuiu naturalmente com a maior fatia, sendo responsável (em
termos individuais) por 34% deste resultado. Saliente-se também o importantíssimo contributo da
Tecnicrédito Hungria, empresa que viu o seu resultado líquido crescer em 63.6%, para 2.75
milhões de euros, contribuindo desse modo com cerca de 20% para os resultados líquidos do
grupo. A Margem, mediadora de seguros do grupo, contribuiu para o resultado em cerca de 8%.
A carteira de crédito do grupo atingiu os 597.4 milhões de euros, representando um crescimento
na ordem dos 11.8% face ao ano anterior. O número de contratos activos ultrapassou, no ano em
análise, os 120.000.
No seu conjunto as empresas do grupo celebraram 39.431 novos contratos, a que correspondeu
um crédito concedido superior a 282 milhões de euros. Face ao ano anterior o número global de
contratos teve um crescimento de cerca de 1% e o crédito concedido um acréscimo de 3%.
27
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Fruto dos comportamentos menos favoráveis demonstrados, em 2002, pelas carteiras de crédito de
2000 e de 2001, deu-se continuidade ao crescimento da influência dos modelos de risco na decisão
de crédito e reforço e ampliação do Contact Center, responsável por todos os contactos telefónicos
com clientes em situações de mora menos graves, libertando as equipas regionais para os
contactos de maior complexidade. Como resultado deste crescente esforço, a carteira de 2002
demonstrou, até ao momento, um comportamento muito positivo em relação ao cumprimento das
dívidas, apresentando indicadores de projecção de risco ao nível dos observados nas melhores
carteiras geradas em anos anteriores.
No crédito automóvel e em Portugal, as soluções oferecidas foram, à semelhança do ano anterior,
o Crédito, o Leasing e a Locação Financeira - "regime de ALD". Fora do âmbito automóvel a
aposta no Crédito Directo revelou-se um sucesso, com um crescimento do crédito concedido de
213% face ao ano anterior.
Na Hungria dando continuidade ao alargamento da cobertura do território desse país, efectuaramse as diligências necessárias à abertura de uma delegação regional em Gyor, cuja inauguração
ocorreu já no início de 2003. No decorrer deste ano serão ainda lançadas mais duas delegações em
Miskolc e Pécs, passando então a rede comercial a contar com um total de 5 delegações. O
número de novos contratos celebrados atingiu as 5.955 unidades e um volume total de crédito
concedido na ordem dos 21.6 milhões de euros.
A Sucursal de Espanha efectuou, no decorrer do ano em análise, operações com 65 comerciantes
de automóveis tendo recebido 1.189 solicitações de crédito das quais 52.3% tiveram
concretização. Foram celebrados 622 contratos, correspondendo a 4.8 milhões de euros de crédito
concedido. No decurso do ano foram intensificados os contactos comerciais e desenvolvidas
várias formas de colaboração entre a Sucursal e os operadores do mercado. Em 2003 a Sucursal
tenciona incrementar o volume de actividade na província de Madrid e alargar a actividade a
novas províncias.
SITUAÇÃO FINANCEIRA
VOLUME DE NEGÓCIOS
O total da facturação da Auto-Industrial foi de 116 milhões de euros, praticamente igual à do ano
precedente.
A quebra do mercado automóvel, tanto dos novos como dos usados, já assinalada atrás, foi sentida
em todas as operações da Auto-Industrial, com a excepção da concessão de Lisboa, que,
principalmente por força dos acordos celebrados com empresas gestoras de frotas, aumentou as
suas vendas em mais de 800 unidades novas, com uma facturação superior à do ano precedente de
9.500.000 euros. Nas restantes operações de retalho automóvel as quebras foram significativas,
tanto em numero de unidades novas vendidas como em facturação. Contudo no total da facturação
de novos da Auto-Industrial a variação foi positiva, com mais 400 unidades facturadas e mais 2
milhões de euros de facturação.
Nos Usados e nas operações da Auto-Industrial as quebras foram assinaláveis, com 2.569
unidades vendidas, menos 443 unidades do que no ano precedente, e menos 3 milhões de euros de
facturação.
Para compensar a perda de facturação nas viaturas usadas e ainda no rent-a-car e na rodovia
(Lisboa fechou o posto de gasolina no início de 2002) a actividade do pós-venda registou avanços
importantes, com aumentos de facturação de peças de cerca de 10% e na mão de obra de cerca
de15%.
O mix das vendas sofreu em consequência do que atrás se refere alguma alteração, mantendo-se o
peso da facturação dos novos no total da facturação da Auto-Industrial em 59%, passando o dos
usados para 23%, quando no ano anterior era de 26%, e o pós-venda passou para 13%. O sector
28
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
que mais peso perdeu foi o sector agrícola, não representando a sua facturação mais do que 2% do
total da Auto-Industrial.
A margem bruta total manteve-se contudo estável, nos 13.1%, dado o aumento da importância do
pós-venda na facturação da Auto-Industrial.
Os proveitos totais do Grupo rondaram os 337 milhões de euros, quando no exercício anterior
tinham passado ligeiramente os 309 milhões. Verificou-se assim um aumento de 9%, com o maior
aumento tanto absoluto (+13.7 milhões de euros) como percentual (17.5%) na actividade
financeira.
Recordemos que em 1995 o total das vendas do Grupo se quedava nos 115 milhões de euros,
quase um terço do volume actual.
A facturação consolidada, não incluindo os proveitos da actividade financeira, foi de 245 milhões
de euros, quando em 2001 tinha sido de 230 milhões.
O mix das vendas, continuando a excluir os proveitos do sector financeiro, também aqui, e ainda
mais do que o verificado nas contas simples, teve alterações de relevo. A facturação de viaturas
novas foi de cerca de 145 milhões de euros, mais 20.5 milhões que no ano anterior, representando
61% do total das vendas contra os apenas os 55% em 2001. As vendas de usados desceram o seu
peso no total das vendas de 18% para 17% e a facturação de maquinas agrícolas e dos motores
marítimos e industriais passou dos 8% para apenas 6%. O pós-venda, tal como nas contas simples,
subiu o seu peso de 13% para 16%.
Verificou-se assim, e contrariamente à evolução recente, uma perda de peso das vendas de usados
em detrimento dos novos, e um aumento da importância do pós-venda na facturação total do
Grupo. As explicações estão dadas em outras partes deste relatório. Quanto aos usados a situação
terá sido meramente circunstancial reafirmando-se a estratégia do grupo definida em relatórios
anteriores de dar elevada importância ao desenvolvimento dessa linha de negócio.
29
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS
O total das despesas operacionais da Auto-Industrial, excluindo as despesas com pessoal e as
amortizações e provisões, com comentários específicos noutras partes deste relatório, subiu na
Auto-Industrial 11%, passando de 5.4 milhões de euros para 6 milhões. A evolução da rubrica
“Fornecimentos e Serviços Externos” explica aquela variação.
Para além das despesas com os registos automóvel, cujos custos unitários que não podem ser por
nós controlados, subiram de forma acentuada de um ano para o outro, há que referir o aumento
das despesas resultantes do funcionamento no ano inteiro de Alcântara (em 2001 esteve aberta
apenas dois meses), e o aumento dos prémios de seguros no RaC, que passaram de 172 mil euros
para 208 mil (+ 21%).
Nas contas consolidadas as mesmas despesas operacionais, continuando a excluir as despesas com
pessoal e as amortizações e provisões, que serão analisadas isoladamente a seguir, passaram de
23.4 para 33.6 milhões de euros.
Também a evolução da rubrica “Fornecimentos e Serviços Externos” justifica aquela variação,
sendo que o aumento de 9.5 milhões de euros é resultado do aumento das comissões pagas pelo
Banco Mais aos prescritores dos seus negócios. Recordamos que no ano anterior as comissões
foram pela primeira vez especializadas daí resultando um custo do exercício inferior em cerca de 6
milhões de euros quando comparado com o exercício de 2000.
AMORTIZAÇÕES E PROVISÕES
No exercício a que este relatório se reporta as amortizações efectuadas a nível de contas simples
foram de 1.6 milhões de euros, contra os 1.7 milhões do exercício anterior.
A justificação para esta variação está na opção de financiamento adoptada para a frota da Rent-aCar, tendo-se privilegiado financiá-la através do aluguer à Tecnicrédito em detrimento da compra
a firme.
Como sempre foi feito, as taxas utilizadas para as amortizações do exercício foram as máximas
permitidas pela lei fiscal, tanto nas contas simples como consolidadas, pelo que, com a excepção
das amortizações de bens reavaliados, as amortizações são integralmente custos fiscais.
30
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
A nível das contas consolidadas as amortizações passaram de 4.9 milhões de euros para 4.6
milhões. Nos anexos a estas demonstrações financeiras encontram-se as variações patrimoniais
ocorridas por aquisições e abates
Na Auto-Industrial e nas sociedades não financeiras do Grupo utilizaram-se os critérios fiscais
definidos pelo Código do IRC para calcular o montante das Provisões para Cobrança Duvidosa a
evidenciar no balanço de fecho do exercício.
Nas contas simples no exercício de 2002 constituíram-se provisões para créditos de cobrança
duvidosa no montante de 157 mil euros. Constituíram-se provisões de 59 mil euros tanto no RaC
como em Pombal e de 52 mil em Leiria, e anularam-se provisões no DAF no montante de 28 mil,
não havendo nas outras operações valores constituídos ou anulados que justifiquem menção.
No final do exercício as provisões acumuladas para cobranças duvidosas ascendem a 2.26 milhões
de euros e parecem-nos adequadas aos riscos de crédito estimados por critérios económicos.
Nas contas consolidadas foram feitas, no exercício, provisões no valor de 17.1 milhões de euros,
mais 7.6 milhões de euros que as constituídas no ano anterior.
As empresas não financeiras praticamente não contribuíram para este reforço, sendo que o de
maior volume para além dos 157 mil da Auto-Industrial atrás referidos, foi efectuado nos
Tractores Ibéricos, no total de 41 mil euros.
As empresas financeiras reforçaram as provisões em cerca de 17 milhões, tendo o Banco Mais
contribuído com 9.7 milhões e a TCC Investment com 6.4 milhões.
PESSOAL
Os custos com o pessoal ascenderam na Auto-Industrial a € 7.426.676, um aumento de 3,85 %
relativamente aos € 7.154.651 do ano anterior. O crescimento da massa salarial reconduziu-se
sobretudo aos aumentos anuais de base, pois o número total de empregados em valores de final de
período reduziu-se de 371 para 369. As maiores variações de pessoal foram no departamento
administrativo e financeiro central (DAF) que passou de 28 para 36 funcionários devido ao
reforço do “back office” central e na AI Leiria em que por via de um esforço de racionalização se
passou de 81 para 72 colaboradores. O número médio de empregados no ano foi de 374 contra
380 no ano anterior. O rácio homens/mulheres passou de 4,98 para 4,27 contrariando a tendência
do ano anterior de reforço do peso do emprego masculino. Na Auto-Industrial, por ter incluída a
estrutura central de apoio à administração e outros serviços centrais, designadamente de tesouraria
e contabilidade, o peso no emprego do sector administrativo é de 16% do total, correspondendo á
área comercial 27%, ás oficinas 44% e às peças 13%.
A média de idades foi de 39,5 anos e a antiguidades média desceu ligeiramente para 11,5 anos. A
percentagem de empregados com habilitação superior à escolaridade obrigatória passou de 29%
para 30%.
Nas contas consolidadas os custos com o pessoal passaram de € 19.836.760 para € 21.355.558, o
que representou um aumento de 7,67%. O numero total dos empregados do Grupo AutoIndustrial, em valor de final de período, passou de 1056 para 1114, uma ampliação de 58 recursos.
O número médio de empregados do ano foi de 1091 valor que compara com 1.077 do ano 2001. O
número de empregados da sub-Holding Tecnicrédito SGPS era de 271 no final de 2002, estando
42 destes empregados na Hungria e 6 em Espanha. Ao nível das outras associadas as alterações
mais significativas deram-se nas empresas de retalho automóvel onde o nível dos recursos
humanos se ampliou em 17 pessoas, passando de 457 para 474 empregados. As principais
variações foram na CAM Porto (de 85 para 76); na Gilauto onde os recursos humanos baixaram
de 44 para 40. Na Gesteco, que encerrou a sua actividade saíram os 6 funcionários, havendo que
registar a entrada de 46 funcionários devido à aquisição da Mercentro.
31
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
CUSTOS FINANCEIROS
O saldo financeiro apresentado pela Auto-Industrial em 2002 foi negativo no montante de €
511.847 o que representou diminuição relativamente aos € 729.967 do ano anterior e aos €
855.528 de 2000. A redução explica-se uma vez mais com o acréscimo de receitas financeiras em
contrapartida de uma evolução mais moderada dos custos de financiamento.
A taxa média dos fundos utilizados terá descido cerca de 0,26% de 2001 para 2002. A AutoIndustrial manteve a orientação no sentido de cobrir o risco de variação das taxas de juro mediante
o recurso a instrumentos financeiros derivados. No final do ano € 13.999.383 tinham a taxa fixada
mediante os adequados instrumentos contratuais, cobrindo um período até Abril de 2005. É
intenção da empresa manter a mesma política.
Os saldos de clientes, líquidos de provisões para cobranças duvidosas, tiveram uma redução de €
10.480.000 em 2001 para € 9.960.000 em 2002. Foi um desempenho positivo dado que se
verificou uma redução dos saldos de clientes em cerca de 5% quando a facturação da empresa se
manteve em nível idêntico ao ano anterior.
As existências de mercadorias atingiram no final do ano € 13.071.000. Foi uma estabilização face
a 2001 mas num patamar elevado, pois que no final deste ano as mercadorias tinham sofrido um
acréscimo de 20% sobre o ano anterior. Considerando a totalidade do grupo as existências
aumentaram de € 36.138.000, para € 41.100.000, cerca de 13,73%, quando as vendas de bens e
prestações de serviços ( com exclusão do subgrupo Tecnicrédito SGPS) aumentaram cerca de 6%.
Nesta evolução pesou a Mercentro, responsável por um acréscimo de existências de € 2.314.201
quando a facturação desta nova empresa do grupo só consolidou vendas a partir de Julho do ano
passado. Foi também significativo o aumento das existências de Tractores Ibéricos (material
Kubota) de € 1.977.000 para € 3.340.000.
A dívida financeira da Auto-Industrial que atingia os € 28.957.357 no final de 2001 passou para €
31.681.683 no final de 2002. A principal causa deste aumento reporta-se ao aumento dos crédito
sobre empresas do Grupo em cerca de € 5.400.000, sendo de destacar os fundos providenciados à
Mercentro e à CAM Lisboa.
Em termos consolidados a dívida do Grupo ascendeu a € 167.703.343, apresentando uma redução
face aos € 217.546.617 do ano passado. Estes ciclos de redução e crescimento da dívida ao nível
do consolidado do grupo têm apenas a ver com as operações de securitização de activos do Banco
Mais e com os ritmos da reposição da carteira devido ao aumento da actividade e à expansão dos
negócios, quer em Portugal quer no estrangeiro, e à sua relação com as vendas de activos no
quadro das operações de securitização.
RESULTADOS
A conta de Demonstração de Resultados da Auto-Industrial apresenta neste exercício uma
estrutura muito semelhante à do ano precedente.
Na verdade os Resultados Operacionais são idênticos aos do ano anterior, com uma ligeira quebra
de 5%, consequência da muito ligeira quebra nas vendas e do aumento dos custos dos Serviços e
Fornecimentos de Terceiros em 10%, valores estes que em parte são compensados pelos bónus
obtidos da Opel por se terem atingido os objectivos de vendas por ela fixados. Estes bónus estão
contabilizados em Proveitos Suplementares, conta que em relação ao ano anterior aumenta 817
mil euros (+ 63%).
Os Resultados Financeiros passaram de –730 mil euros em 2001 para –511 mil em 2002, o que se
traduz numa variação percentual positiva de 30%.
32
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
Assim os Resultados Correntes do exercício foram cerca de 100 mil euros superiores aos do ano
anterior.
Tendo havido uma diminuição, em relação a 2001, dos Proveitos (-250 mil euros) e dos Custos
Extraordinários (-139 mil euros), os Resultados Antes de Impostos no corrente exercício são
praticamente iguais aos do ano anterior, variando apenas 18 mil euros (-0.9%).
A Conta de Demonstração de Resultados Consolidados também não apresenta alterações
estruturais muito significativas quando comparada com a do ano anterior, nomeadamente se
levarmos em consideração as alterações importantes que se verificaram de 2000 para 2001 e a que
fizemos referência no nosso relatório anterior.
Como já atrás foi referido, as vendas do Grupo aumentaram cerca de 10% (+28 milhões) e o
Lucro Bruto aumentou 20% (+ 15.5 milhões) para 91.5 milhões de euros. Tendo os custos
operacionais subido em relação ao ano precedente 19 milhões de euros (como atrás foi referido e
discriminado) o resultado operacional regrediu 1.5 milhões de euros, apesar do aumento
verificado na rubrica de Outros Proveitos Operacionais, onde estão contabilizadas as recuperações
de crédito do Banco Mais, conforme é preconizado no plano de contas para o sistema bancário.
Não se tendo verificado variações significativas nos Resultados Financeiros e tendo os Resultados
Extraordinários do exercício pouco excedido os 900 mil euros, o resultado antes de impostos foi
de 17 milhões de euros.
Depois das provisões para impostos o Resultado Líquido foi de 13.854.534 euros, que compara
com os 12.555.680 do ano precedente, sendo os Resultados Líquidos de Impostos e Interesses
Minoritários de 7.206.142 euros, ou seja um aumento de 15% em relação ao exercício de 2001.
33
Auto-Industrial S.A.
Relatório e Contas Consolidadas 2002
MENÇÕES FINAIS
A fim de satisfazer ao disposto no artigo 66º do Código das Sociedades Comerciais, consigna-se
não terem ocorrido factos relevantes desde 1 de Janeiro de 2003 até à data em que este relatório é
redigido.
Para os trabalhadores e colaboradores das sociedade do grupo um agradecimento pelo empenho e
dedicação demonstrados.
Ao Conselho Fiscal manifesta-se o reconhecimento do Conselho de Administração pela forma
competente, interessada e colaborante com que tem seguido os negócios sociais.
Coimbra, 26 de Fevereiro de 2003
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Tomaz Andrade Rocha (Presidente)
Mário Rui Veiga Figueiredo Costa
Manuel Cardoso Pinto Marta
Mário Leite Santos
Francisco José da Cunha Lucas
34
BALANÇO CONSOLIDADO DO GRUPO AUTO-INDUSTRIAL 2002
ACTIVO
IMOBILIZADO
IMOBILIZAÇÕES INCORPOREAS
Despesas de instalação
Despesas de investig. e desenv.
Propriedade industrial e outros dir.
Trespasses
Outras imobilizações incorpóreas
Imobilizações incorpóreas em curso
IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS
Terrenos e recursos naturais
Edificios e outras construções
Equipamento básico
Equipamento de transporte
Ferramentas e utensílios
Equipamento administrativo
Taras e vasilhame
Outras imobilizações corpóreas
Imobilizações em curso
Outras imobilizações corpóreas
INVESTIMENTOS FINANCEIROS
Partes capital empresas grupo
Emprestimos empresas grupo
Partes capital empresas associad.
Emprestimos empresas associad.
Titulos e outras aplicaç. financeiras
Outros empréstimos concedidos
Imobilizações em curso
Adiant. conta investimentos financ.
CIRCULANTE
EXISTÊNCIAS
Matérias primas,subsd.e consumo
Produtos e trabalhos em curso
Subprodutos,desperd.,resid.,refug.
Produtos acabados e intermédios
Mercadorias
Adiantamentos conta de compras
AB
AP
997.334
145.263
11.665
AL
2001
1.222.039
170.968
21.103
559.626
2.500.654
2.032.404
224.705
25.705
9.438
559.626
468.249
4.474.389
3.186.666
1.287.723
236.381
1.402
55.055
559.626
509.039
16.703
1.378.206
9.324.926
19.339.724
8.142.797
3.200.048
1.438.922
10.507.870
6.990.823
5.050.475
1.895.706
1.073.372
7.610.004
9.324.926
12.348.901
3.092.322
1.304.342
365.550
2.897.866
7.076.788
10.899.629
3.381.731
1.927.285
244.181
2.785.854
1.074.475
5.746.560
859.739
214.736
5.746.560
167.186
3.747.340
58.775.322
23.480.119
35.295.203
30.229.994
30.462
7.450
113.178
30.462
7.450
113.178
30.637
13.055.750
649.510
13.055.750
649.510
1.419.377
13.856.350
13.856.350
1.965.518
1.674
9.750
1.674
9.750
7.512
12.941
56.132
37.633
41.043.152
46.554
36.137.778
56.132
41.092.209
36.204.785
135.735.504
150.206.203
276.634
135.735.504
150.482.837
17.640.500
22.786.108
1.768.766
18.851.863
62.124.775
1.691.726
328.447
1.312.370
3.903.791
290.319
1.533.367
2.561.267
52.739
42.464
8.363.159
3.068.655
9.126.207
1.634.601
59.224.533
97.856.589
37.633
41.099.284
41.148.341
DIVIDAS TERCEIROS M/L PRAZO
Clientes c/c (Actividade Financeira) 135.735.504
Clientes Titulos a Receber (Actividade Comercial)
Empresas Associadas
Outros accionistas
Fornecedores
Estado e outros entes públicos
Outros devedores
135.735.504
DIVIDAS TERCEIROS C. PRAZO
Clientes c/c
Actividade Comercial
17.640.500
Actividade Financeira
22.786.108
Clientes titulos a receber (Actividade Comercial)
1.768.766
Clientes de cobrança duvidosa
Actividade Comercial
4.365.726
Actividade Financeira
12.510.906
Empresas associadas
3.903.791
Empr.assoc.,participadas,participan
Adiantamentos a fornecedores
52.739
Adiant.fornecedores imobilizado
Estado e outros entes públicos
8.363.159
Outros devedores
3.068.655
Subscritores de capital
74.460.348
TITULOS NEGOCIÁVEIS
Acções empresas grupo
Obrigações titulos partic.emp.grupo
Acções empresas associadas
Obrig.titulos partic. emp.associadas
4.037.279
11.198.536
15.235.815
515.504
BALANÇO CONSOLIDADO DO GRUPO AUTO-INDUSTRIAL 2002
ACTIVO
Outros títulos negociáveis
Outras aplicações de tesouraria
AB
AP
AL
2001
13.991
13.991
DEPÓSITOS BANCÁRIOS E CAIXA
Depósitos bancários
12.125.570
Caixa
158.309
12.283.879
ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS
Acréscimos de proveitos
9.282.233
Custos diferidos
6.201.335
15.483.569
Total de amortizações
Total de provisões
Total do activo 356.217.702
26.666.785
15.291.947
41.958.733
12.125.570
158.309
12.283.879
14.498.808
77.129
14.575.937
9.282.233
6.201.335
15.483.569
7.582.796
8.448.039
16.030.835
314.258.969
348.738.692
BALANÇO CONSOLIDADO DO GRUPO AUTO-INDUSTRIAL 2002
CAPITAL PROPRIO E PASSIVO
CAPITAL PRÓPRIO
Capital
Acções próprias-Valor nominal
Acções próprias-Descontos prémios
Prestações suplementares
Prémios de emissão
Diferenças de consolidação
Ajustamentos de partes de capital
Reservas de reavaliação
Reserva legal
Reservas estatutárias
Reservas contratuais
Outras reservas
Resultados transitados
Subtotal
Resultado liquido do exercicio
Dividendos antecipados
Total do capital próprio
INTERESSES MINORITÁRIOS
Capital
Resultado
PASSIVO
Provisões para pensões
Provisões para impostos
Outras provisões para riscos encarg.
DIVIDAS A TERCEIROS M/L PRAZO
Emprestimos por obrigações
Dividas a instituições de crédito
Fornecedores imobilizado c/c
DIVIDAS A TERC. CURTO PRAZO
Emprestimos por obrigações
Empréstimos por titulos de participaç.
Dividas a instituições de crédito
Adiantamentos por conta de vendas
Fornecedores c/c
Fornecedores-fact. recep. conferencia
Fornecedores-titulos a pagar
Fornec. imobilizado-titulos a pagar
Empresas assoc. partic.participantes
Outros accionistas
Adiantamentos de clientes
Outros emprestimos obtidos
Fornecedores imobilizado c/c
Estado e outros entes públicos
Outros credores
ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS
Acréscimos de custos
Proveitos diferidos
Total do passivo
Total do capital próprio, inter.minoritarios e do passivo
2002
2001
12.500.000
-33.885
18.088
12.500.000
-33.885
18.088
12.946.292
451.288
1.694.904
568.805
12.358.465
451.289
1.694.904
443.805
4.465.516
2.733.516
32.611.009
7.206.142
30.166.182
6.255.895
39.817.151
36.422.077
24.967.980
6.648.392
31.616.372
20.162.925
6.299.785
26.462.710
10.433.641
10.433.641
9.061.674
9.061.674
30.500.000
36.659.300
6.231.064
73.390.364
34.939.895
13.604.712
3.295.455
51.840.062
32.500.000
4.987.980
56.824.999
17.481.968
148.224.587
35.131.399
1.024.631
26.142.973
963.757
416.957
337.281
2.969.923
3.846.624
10.819.410
148.521.923
2.503.559
6.820.494
11.985.421
214.460.040
10.301.279
178.239
10.479.518
242.825.447
314.258.969
10.221.508
270.621
10.492.129
285.853.905
348.738.692
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS CONSOLIDADOS POR FUNÇÕES - 2002
2002
2001
337.309.672
309.235.539
Custos das Vendas e Prestações de Serviços
253.013.239
Custos das Vendas e Prestações de Serviços ( actividade financeira )
239.538.831
Vendas e Prestações de Serviços
Vendas e Prestações de Serviços ( actividade financeira )
RESULTADOS BRUTOS
84.296.433
69.696.708
6.499.922
28.826.616
23.423.092
17.274.349
4.557.811
19.175.192
22.271.272
10.034.907
RESULTADOS OPERACIONAIS
21.272.298
22.773.148
Custo líquido de Financiamento
Ganhos (Perdas) em filiais e associadas
Ganhos (Perdas) em outros investimentos
Resultados não usuais ou não frequentes
5.216.354
23.560
2.296
918.227
5.147.948
11.780
135.057
295.885
17.000.027
18.067.922
3.145.493
5.512.241
13.854.534
12.555.680
6.648.392
6.299.785
7.206.142
6.255.895
2,88
2,50
Outros proveitos e ganhos operacionais
Custos de Distribuição
Custos Administrativos
Outros custos e perdas operacionais
RESULTADOS CORRENTES
Imposto sobre os resultados correntes
RESULTADOS CORRENTES APÓS IMPOSTOS
Interesses Minoritários
Resultado de operações em descontinuação
Resultados Extraordinários
Imposto sobre os resultados extraordinários
Resultados líquidos
Resultado por acção
ANEXO
MOVIMENTOS
Existências Iniciais
Entradas provenientes de produção/compras
PRODUTOS
ACABADOS E
36.145.290
250.773.073
PRESTAÇÃO
SERVIÇOS
DE
7.195.835
Regularização de existências
Existências Finais
41.100.958
Custo das Vendas e Prestações de Serviço
245.817.404
7.195.835
Grupo Auto-Industrial
Demonstração de Fluxos de Caixa - 2002
EURO
Actividades Operacionais
Recebimentos de Clientes
Recebimentos de Clientes ( actividade financeira )
Pagamentos a Fornecedores
Pagamentos a Fornecedores ( actividade financeira )
Pagamentos a Pessoal
Fluxo Gerado Pelas Operações
Pagamentos / Recebimentos IRC
Fundos adiantados a clientes ( actividade financeira )
Venda de Crédito s/ clientes ( actividade financeira )
Outros Recebimentos / Pagamentos relativos à Actividade Operacional
280.653.260
92.305.005
276.449.488
46.232.257
21.954.147
28.322.373
-7.115.236
-222.991.642
278.988.600
936.894
Fluxo Gerado antes das Rubricas Extrordinárias
78.140.990
Recebimentos Relacionados com Rúbricas Extrordinárias
Pagamentos Relacionados com Rúbricas Extrordinárias
1.339.448
753.787
78.726.651
Fluxo das Actividades Operacionais
Actividades de Investimento
Recebimentos Provenientes de :
Investimentos Financeiros
Imobilizações Corpóreas
Imobilizações Incorpóreas
Subsídios de Investimento
Juros e Proveitos Similares
Dividendos
0
9.411.207
0
0
774.917
23.560
10.209.684
Pagamentos Respeitantes a :
Investimentos Financeiros
Imobilizações Corpóreas
Imobilizações Incorpóreas
13.695.890
15.445.175
577.935
29.719.000
-19.509.316
Fluxo da Actividade de Investimento
Actividades de Financiamento
Recebimentos Provenientes de :
Empréstimos Obtidos
Aumento de Capital, Prestações Suplementares e Prémios de Emissão
Subsídios e Doacções
Venda de Acções (quotas) Próprias
Cobertura de Prejuízos
Pagamentos Respeitantes a :
Empréstimos Obtidos
Amortização de Contratos de Locação Financeira
Juros e Custos Similares
Dividendos
Redução de Capital e Prestações Suplementares
Aquisição de Acções (quotas) Próprias
Fluxo da Actividade de Financiamento
0
0
188.132
0
0
188.132
52.778.883
1.457.893
5.988.976
1.471.773
0
0
61.697.525
-61.509.393
Variação de Caixa e seus Equivalentes
-2.292.058
Efeito das Diferenças de Câmbio
Caixa e seus Equivalentes no Início do Período
Caixa e seus Equivalentes no Fim do Período
14.575.937
12.283.879
ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
CONSOLIDADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2002
I - INFORMAÇÕES RELATIVAS ÀS EMPRESAS INCLUÍDAS NA CONSOLIDAÇÃO E A OUTRAS
1 - EMPRESAS DO GRUPO INCLUÍDAS NA CONSOLIDAÇÃO
A denominação e a sede das empresas incluídas na consolidação, bem como a
respectiva proporção do capital detido, constam do quadro seguinte. As condições que
determinaram que fosse levada a efeito a consolidação resultam do disposto na alínea a) do
nº.1 do Dec. Lei nº. 238/91.
Nome
Sede
Proporção Detida
AUTO-INDUSTRIAL, S.A.
Av. Navarro, 36
COIMBRA
Auto-Industrial, SGPS, SA
Av.Fontes Pereira de Melo, 14 12º
LISBOA
100%
Auto-Industrial Porto, Lda
R. Pedro Alves Cabral 205 a 213
RIO TINTO
100%
AUTO HORIZONTE, LDA.
Rua de Lisboa (Edifício Horizonte)
ESTORIL
98,78%
C.A.M.- Camiões, Automóveis
e Motores, S.A.
Rua Delfim Ferreira, 188
PORTO
100%
CENTRAL PARQUE - AUTOMÓVEIS, S.A.
Rua Castilho, 167 A/E
LISBOA
93,12%
DIGITESE - Consultadoria em Aplicações Informáticas, Lda.
Av. Duque de Loulé, 93/95 B
LISBOA
100%
FORTE - Camiões, Máquinas e
Reparações, Lda.
Av. Navarro, 36 Coimbra
COIMBRA
100%
E U A – EMPRESA UNIVERSAL de
Automóveis, Lda.
Rua Cidade do Porto
BRAGA
100%
GARAGEM DE SANTA CRUZ, LDA
Av. Navarro, 45
COIMBRA
100%
GESTECO - Centro de Gestão
de Coimbra, Lda.
Av. Fernão de Magalhães, 333
COIMBRA
100%
GILAUTO - Automóveis, Máquinas
e Equipamentos, S.A.
Rua Cidade da Beira, 48-K
LISBOA
90,01%
-
Nome
Sede
Proporção Detida
MARGEM INVESTMENTS & Cº.
P.O.Box 30124
Grand Cayman - CAYMAN ISLANDS
100%
MARGEM - Mediação Seguros, Lda.
.
Av. Navarro, 36
COIMBRA
51,57%
MERCENTRO- Comercio de Automóveis, SA.
.
R. de Nossa Senhora das Necessidades, 72
AVEIRO
100%
MOTOLUSA - Motores de Portugal, Lda.
Estrada da Circunvalação
Portela da Ajuda - LISBOA
100%
NOVITEXTO - Base de Dados, Lda.
Av.Fontes Pereira de Melo, 14 12º
LISBOA
100%
R.M.P.- Reparações Mecânicas do
Pombal, Lda.
Av. Heróis do Ultramar, 25
POMBAL
100%
SAGRUP - SGPS, S.A.
Av.Fontes Pereira de Melo, 14 12º
LISBOA
57,92%
SOLMOTOR - Veículos e Peças, S.A.
Edifício C.A.M., Cruz de Popa
ALCABIDECHE
100%
TECNICRÉDITO SGPS, S.A.
Rua Soeiro Pereira Gomes, 7 – sala 2
LISBOA
51,57%
BANCO MAIS, SA
Rua Soeiro Pereira Gomes, 7
Sala 2,3,5
LISBOA
51,57%
TECNICRÉDITO - ALD - ALUGUER DE
AUTOMÓVEIS, SA
Rua Soeiro Pereira Gomes, 7
SALA 2,3
LISBOA
51,57%
TECNICRÉDITO - MAGYARORSZÁG PÉMZÜGYI
RÉSZVENYTÁRSASÁG
ARPAD CENTER 1134 BUDAPESTE
ARBOC UTQA 6 - HUNGRIA
51,57%
TECNICRÉDITO CAYMAN, INC
The Bank of Nova Scotia Building,
4th Floor - Cardinal Avenue, P.O. Box 30124
CAYMAN ISLANDS
51,57%
TCC INVESTMENT, LTD
The Bank of Nova Scotia Building,
4th Floor - Cardinal Avenue, P.O. Box 30124
CAYMAN ISLANDS
51,57%
TECNICRÉDITO INTERNACIONAL (II), SGPS
Sociedade Unipessoal, Lda
Avenida Arriaga, 77
Edifício Marina Fórum, 3º Andar - Sala 302
FUNCHAL
51,57%
TRACTORES IBÉRICOS, LDA.
Estrada da Circunvalação
Portela da Ajuda - CARNAXIDE
100%
UNIÃO EBORENSE DE AUTOMÓVEIS, LDA.
Praça do Sertório, 5
100%
ÉVORA
______________________________________________________________________________
2
2 - EMPRESAS DO GRUPO EXCLUÍDAS DA CONSOLIDAÇÃO
A denominação e a sede das empresas excluídas da consolidação, bem como a
respectiva proporção do capital detido constam do quadro seguinte. As condições que levaram
a que não fosse levada a efeito a consolidação resultam do disposto no nº.1 do artigo 4º. do
Decreto-Lei nº. 238/91.
Nome
Sede
AUTO CALDENSE Automóveis, Lda
Praça 5 de Outubro, 34/35
CALDAS DA RAINHA
100%
A.U.A.- Auto Associadas
(Automóveis) , LDA.
Av. de Nice, 4
ESTORIL
100%
Auto-Palace Automóveis, LDA
Rua Alexandre Herculano, 66
LISBOA
100%
ESTAÇÃO DE SERVIÇO
NOVALMADAUTO, LDA.
Rua Pde. Angelo F.da Silva,1-A
ALMADA
93.24%
Mascarenhas e Miranda, Lda
Av.24 de Julho, 180 – C
LISBOA
100%
RENAUTO - Comércio e Indústria
Automóvel, LDA.
Rua Cidade da Beira,48-K
LISBOA
92.5%
_
.
Proporção Detida
____________________________________________________________________
3 - EMPRESAS ASSOCIADAS CONSOLIDADAS
As empresas associadas do Grupo, respectivas sede e proporção do capital detido
constam do quadro seguinte:
Nome
Sede
MODIPE, S.A.
Poligno de las Monjas
MADRID
19,6%
VERA CRUZ, Industria e Comércio, SA
Av. Presidente Vargas 351 sala 1302
Belém Pará - BRASIL
21,72%
____
Proporção Detida
_________________________________________________________________
7 - PESSOAL AO SERVIÇO
O número médio de pessoal que durante o ano esteve ao serviço das empresas incluídas
na consolidação foi 1.091.
3
III - INFORMAÇÕES RELATIVAS AOS PROCEDIMENTOS DE CONSOLIDAÇÃO
10 - DIFERENÇAS DE CONSOLIDAÇÃO
O saldo nesta rubrica justifica-se pelas diferenças de consolidação originadas em 1992
com as correspondentes variações ocorridas nos exercícios subsequentes até 2001 inclusivé
corresponde à compensação efectuada entre os valores contabilísticos das partes de capital
detidas e a proporção dos capitais próprios que elas representam.
Diferenças de consolidação positivas
Diferenças de consolidação negativas
24.248.173
11.301.881
12.946.292
18 - CRITÉRIO DE CONTABILIZAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO EM ASSOCIADA
Os investimentos financeiros nas empresas Associadas, encontram-se registados pelo
método da equivalência patrimonial, sendo as participações contabilizadas pelo custo de
aquisição, o qual foi ajustado para o valor correspondente à proporção nos resultados líquidos
da Associada e ao valor relativo à proporção nas restantes rúbricas dos capitais próprios.
IV - INFORMAÇÕES RELATIVAS A COMPROMISSOS
21 - COMPROMISSOS FINANCEIROS ASSUMIDOS E NÃO REFLECTIDOS NO
BALANÇO CONSOLIDADO
A composição das responsabilidades assumidas perante terceiros e não reflectidas no
balanço consolidado são as seguintes:
___________________________________________________________________________
RESPONSABILIDADES
MONTANTES
___________________________________________________________________________
POR CAUÇÕES ESTATUTÁRIAS
POR MERCADORIAS TERCEIROS CONSIGNAÇÃO
25.000
7.062.371
POR VALORES E ACTIVOS DADOS COMO CAUÇÃO
1.958
POR VALORES À COBRANÇA
POR GARANTIAS PRESTADAS
23.280
24.408.462
___________________________________________________________________________
TOTAL
31.521.071
___________________________________________________________________________
4
V - INFORMAÇÕES RELATIVAS A POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
23 - CRITÉRIOS DE VALORIMETRIA
Os critérios de valorimetria utilizados nas demonstrações financeiras consolidadas
foram consistentes com os critérios utilizados pelas empresas entre si, descritos como se segue:
-
Existências
Os veículos e as máquinas agrícolas foram valorizados ao custo efectivo de
aquisição, unidade a unidade.
As restantes mercadorias foram valorizadas ao custo médio (existências
iniciais mais as aquisições efectuadas durante o exercício).
Os produtos e trabalhos em curso foram valorizados pelo custo das peças
incorporadas em obras e pela mão-de-obra e eventuais serviços externos aplicados.
-
Investimentos Financeiros
As partes de capital em empresas do grupo e outras aplicações financeiras
encontram-se valorizadas ao custo de aquisição, com excepção do referido no segundo
parágrafo da nota 50
As partes de capital em empresas associadas encontram-se registadas de
acordo com o critério referido na nota 18.
-
Imobilizações Incorpóreas
As imobilizações incorpóreas são basicamente constituídas por despesas com
aumento de capital, trespasses comerciais e outras despesas de investigação e
desenvolvimento directamente relacionadas com a actividade e objectivos das empresas
incluídas na consolidação.
-
Imobilizações Corpóreas
As imobilizações corpóreas encontram-se registadas ao custo de aquisição,
tendo no entanto tais valores sido sucessivamente reavaliados nos termos da legislação
em vigor
As reintegrações são calculadas pelo método das quotas constantes e dentro
dos limites máximos permitidos pela legislação em vigor.
-
Provisões para riscos e encargos
O Grupo regista nesta rubrica provisões constituídas para processos judiciais
em curso.
5
24 - COTAÇÕES PARA CONVERSÃO DE MOEDA ESTRANGEIRA
As cotações utilizadas contra o Euro foram as seguintes:
Dinamarca
-
DKK
-
7.4288
EUA
-
USD
-
1.0487
Japão
-
JPY
-
Reino Unido
-
GBP
-
0.65050
Suiça
-
CHF
-
1.4524
Hungria
HUF
236.29
Brasil
BRL
Coreia do Sul
KRW
Noruega
124.39
3.7124
1243.76
NOK
7.2756
Para as restantes moedas da zona Euro utilizou-se as taxas de conversão abaixo referidas:
Alemanha
-
DEM
-
1.95583
Áustria
-
ATS
-
13.7603
Bélgica
-
BEF
-
40.3399
Espanha -
ESP
-
166.386
Finlândia
França
-
FIM
FRF
-
Grécia (a)
-
GRD
-
Holanda -
NLG
-
Irlanda
-
IEP
-
Itália
-
ITL
-
Luxemburgo
-
LUF
-
Portugal -
PTE
-
200.482
5.94573
6.55957
340.75
2.20371
0.787564
1936.27
40.3399
a) Em vigor desde 1 de Janeiro de 2001
6
27 - ACTIVO IMOBILIZADO / AMORTIZAÇÕES E PROVISÕES
RUBRICAS
SALDO IN
REAVAL
AUMENTO ALIENAÇÃO
TR.ABAT.
SALDO FI
ACTIVO BRUTO
Imobilizações Incorpóreas
Despesas de Instalação
Desp.Invest. Desenvolvimento
Propriedade Industrial
Trespasses
Imobiliz. em curso
1.014.124
132.420
107.101
559.626
16.703
380.632
38.547
1.370
Outras Imobilizações Incorpóreas
2.440.085
157.386
96.817
2.500.654
4.270.059
577.935
73.046
300.558
4.474.389
7.076.788
16.298.027
7.947.990
3.550.997
1.010.683
11.912.167
3.981.838
4.109.921
7.135.214
1.309.265
581.752
739.923
722.948
1.325.907
6.487.412
1.079.483
126.970
264.202
1.010.752
-257.683
452.994
580.731
26.543
1.880.019
9.324.926
19.339.724
8.142.797
3.200.048
1.438.922
10.507.870
60.247
Imobilizações Corpóreas
Terrenos e Rec. Naturais
Edificios e outras construções
Equipamento básico
Equipamento transporte
Ferramentas e utensilios
Equipamento administrativo
Taras e vasilhames
Outras imobiliz. corporeas
Imobilizações em curso
InvestimentosFinanceiros
Partes capital emp.grupo
Emprestimos emp. grupo
Partes capital emp.associadas
Emprestimos emp. associadas
Partes capital emp. participadas
Emprestimos emp. participadas
Titulos e outras aplic. financeiras
Outros emprestimos concedidos
Imobilizações em curso
925.634
209.087
3.747.340
2.274.175
52.469.626
20.341.175
73.046
87.368
0
16.703
10.067.168
30.637
515.504
99.671
7.450
2.556
1.222.039
170.968
21.103
559.626
1.074.475
274.955
5.746.560
3.968.311
58.775.321
175
30.462
7.450
113.178
404.882
1.419.377
13.036.374
649.510
1.400.001
13.055.750
649.510
1.965.518
13.695.890
1.805.058
13.856.350
777.743
131.018
52.046
223.289
14.245
3.703
-18.294
44.084
997.334
145.263
11.665
1.931.046
136.818
35.461
2.032.404
2.891.854
378.055
21.992
61.251
3.186.666
5.398.398
4.566.259
1.623.712
766.502
9.126.313
1.023.178
967.171
677.995
174.831
1.457.970
101.638
802.104
199.812
44.586
76.249
-670.886
-319.149
206.188
-176.625
2.898.031
6.990.823
5.050.475
1.895.706
1.073.372
7.610.004
758.448
-53.082
24.268
-178.641
859.739
22.239.632
4.248.062
1.248.657
1.758.918
23.480.119
Adiant.por c/ invest.financeiros
AMORTIZ. E PROVISÕES
Imobilizações Incorpóreas
Despesas de Instalação
Desp.Invest. Desenvolvimento
Propriedade Industrial
Trespasses
Outras Imobilizações Incorpóreas
21.992
Imobilizações Corpóreas
Terrenos e Rec. Naturais
Edificios e outras construções
Equipamento básico
Equipamento transporte
Ferramentas e utensilios
Equipamento administrativo
Taras e vasilhames
Outras imobiliz. corporeas
7
InvestimentosFinanceiros
Titulos e outras aplic. financ.
Outros emprestimos conced
42 - A contabilidade das sociedades do Grupo não estava organizada de modo a
permitir imputar as amortizações feitas durante os vários exercícios subsequentes à primeira
reavaliação efectuada ao custo histórico e às reavaliações propriamente ditas, pelo que não é
possível apurar o custo histórico líquido de amortizações e as reavaliações também líquidas das
amortizações.
44 - DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS RESULTADOS FINANCEIROS
EXERCICIOS
2002
2001
5.467.695 5.553.889
236.931
222.391
CUSTOS E PERDAS
Juros suportados
Remuneração a tit. Participação
Amort. Invest. em imoveis
Prov. P/ aplicações financeiras
Diferenças cambio desfavoraveis
5.359
12.455
Descontos p.p. concedidos
34.399
65.961
Perdas alienação aplic. tesouraria
Outros custos perdas financeiras
244.592
143.854
Perdas relativas emp. Associadas
Resultados Financeiros
-5.190.499 -5.001.111
798.476
997.439
PROVEITOS E GANHOS
Juros obtidos
Rendimentos tit. participação
Rendimentos imóveis
Ganhos part. capital outras emp.
Diferenças cambio favoraveis
Descontos p.p. obtidos
Ganhos alienação aplic. tesouraria
Outros prov. ganhos financeiros
Ganhos relativos emp. associadas
718.636
24.882
916.478
11.780
2.022
27.799
6.141
59.654
25.136
3.386
798.476
997.439
45 - DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS
CUSTOS E PERDAS
Donativos
Dividas incobraveis
Perdas em existencias
Perdas em imobilizações
Multas e penalidades
Aumentos de amortiz.e provisões
Correcç.relativas exercicios anter.
Outros custos perdas extraordin.
Resultados extraordinarios
PROVEITOS E GANHOS
EXERCICIOS
2002
2001
4.746
4.792
101.385
11.541
10.364
15.394
34.688
59.753
434.672
659.358
6.642
210.667
13.584
314.369
544.016
918.228
295.884
2.029.119 1.610.964
2002
2001
8
Restituiçãode impostos
Recuperação de dividas
Ganhos em existencias
Ganhos em imobilizações
Beneficios de penalidades contr.
Reduções de amortiz.e provisões
Correcç.relativas exercicios anter.
Outros proveitos e ganhos extrao.
6.445
5.159
40
7.896
34.352
31.187
627.384
865.865
40.306
10.330
24.661
41.397
3.274
10.142
1.292.657
638.988
2.029.119 1.610.964
46 - PROVISÕES
Provisões
Saldo inicial
Aumento
Redução
Saldo final
Aplicações de tesouraria
Cobranças duvidosas
16.892.372
15.770.686
17.427.243
15.235.815
9.061.674
1.332.278
-39.689
10.433.641
25.954.046
17.102.964
17.387.554
25.669.456
Riscos e encargos
Depreciação de existencias
Investimentos financeiros
Total
47 - Bens em regime de locação financeira
Instalações
Seixal
Contrato nº31 BCP LEASING
Benavente
Contrato nº507420 IMOLEASING
Vila Nova de Gaia
Contrato nº20020342 BCP LEASING
Rio Tinto
Contrato nº103261 TOTTAIMO
Contrato nº203261 TOTTAIMO
Aveiro
Contrato nº120115 BANCO ALVES
RIBEIRO
Activo Bruto Outros Credores
602.683
524.876
685.847
592.255
1.244.003
1.089.090
1.508.864
1.448.375
966.559
1.043.995
2.645.923
8.135.695
1.830.426
6.047.201
84.176
58.176
48.266
50.503
34.557
12.160
275.372
117.120
11.764
8.593
18.565
70.138
57.103
25.603
35.545
6.749
4.208
266.958
113.542
11.549
8.436
18.226
Equipamentos
Contrato nº008723 LOCAPOR
Contrato nº004039 LOCAPOR
Contrato nº058332 LOCAPOR
Contrato nº049008 INTERBANCO
Contrato nº 130 MERCEDES BENZ
Contrato nº158 MERCEDES BENZ
Contrato nº3210001001 LOCAPOR
Contrato nº3210001002 LOCAPOR
Contrato nº3210002001 LOCAPOR
Contrato nº3210002002 LOCAPOR
Contrato nº3210002003 LOCAPOR
9
Contrato nº3210002004 LOCAPOR
Contrato nº3210002005 LOCAPOR
Contrato nº3210002006 LOCAPOR
Contrato nº3210003001 LOCAPOR
Contrato nº3210003002 LOCAPOR
7.060
3.679
9.050
237.021
30.012
6.931
3.612
8.885
232.689
29.464
1.006.074
899.638
VIII - INFORMAÇÕES DIVERSAS
50 A) A rubrica ´Ajustamentos partes de capital` regista um valor de 451.289 resultante de
aumentos de capital em sociedades do grupo por incorporação de reservas de reavaliação
conforme norma interpretativa nº 8/87 da Comissão de Normalização Contabilística e já
registado em exercícios anteriores.
B) Para efeitos de consolidação a empresa Mascarenhas e Miranda, Lda, foi consolidada pelo
método da equivalência patrimonial, apesar de ser detida a 100% pela Auto Industrial S.A. O
método seguido para a consolidação justifica-se porque, desde a sua aquisição, a empresa não
desenvolveu qualquer tipo de actividade.
A Mercentro, SA foi consolidada pelo método integral no que diz respeito às contas
compreendidas no período de Julho a Dezembro. As contas da sociedade reportadas a 30 de
Junho foram consolidadas pelo método da equivalência patrimonial. A utilização dos dois
métodos justifica-se porque a sociedade foi adquirida em 1 de Julho de 2002.
C) A reavaliação efectuada ao abrigo do Dec.Lei nº 31/98 no valor de 2.231.641 encontra-se
realizada, por força das amortizações e alienações, no montante de 578.162.
D) Para uma melhor comprensão do Balanço e da Demonstração de Resultados Consolidados,
abaixo apresentamos o Balanço Sintético Consolidado e a Demonstração de Resultados
Consolidada da Tecnicrédito, SGPS.
Na consolidação da Tecnicrédito SGPS foram utilizadas as contas financeiras da Tecnicrédito
ALD e foi elaborada de acordo com os princípios de consolidação que o Plano Oficial de
Contabilidade preconiza.
10
BALANÇO SINTÉCTICO CONSOLIDADO DA TECNICRÉDITO SGPS
SITUAÇÃO
LÍQUIDA
ACTIVO
Imobilizado Líquido
Dividas de Terceiros MLP
Dividas de Terceiros C.P.
18.153.595
135.735.504
30.275.559
Capital Próprio
51.417.999
Resultado líquido do Exercício
13.737.313
Total da SL
65.155.312
Títulos Negociáveis
Dep Bancários e Caixa
10.643.378
Acréscimos e Diferimentos
12.381.387
PASSIVO
Provisões
Total do Activo
207.189.423
8.900.209
Dividas a Terceiros MLP
39.183.941
Dividas a Terceiros CP
87.443.334
Acréscimos e Diferimentos
6.506.627
Total do Passivo
142.034.111
Total do Cap. Próprio + Passivo
207.189.423
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS CONSOLIDADA TECNICRÉDITO, SGPS
Custo das Merc. Vend. Mat. Cons.
37.014.936
Vendas
Fornecimentos e Serv. Externos
22.967.102
Prestações de Seviços
92.305.005
Custos com o Pesoal
5.374.111
Proveitos Suplementares
Amortizações
1.582.063
Outros Prov. e Ganhos Operacionais
Provisões
17.196.841
Impostos
794.185
Outros Custos e Perdas Operacionais
68.972
7.959.436
871.105
1.508.222
(B)
Outros Juros e Proveitos Similares
102.643.768
297.359
(D)
Proveitos e Ganhos Extraordinários
102.941.127
1.284.995
(A)
Juros e Custos Similares
84.998.210
2.278.236
(C)
Custos e Perdas Extraordinárias
87.276.446
274.564
(E)
Imposto s/ Rend. Exercício
87.551.010
2.937.799
Resultados Operacionais (B) - (A)
Resultados Financeiros (D-B) - (C-A)
-1.980.877
Resultados Correntes (D) - (C)
15.664.681
Resultado Líquido do Exercício
90.488.809
13.737.313
Resultados Antes Impostos (F) - (E)
16.675.112
TOTAL
104.226.122
Resultado Liq. do Exercício (F) - (G)
13.737.313
(G)
(F)
104.226.122
17.645.558
11
RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL
Senhores Accionistas:
Nos termos dos artigos 508º e seguintes do Código das Sociedades
Comerciais, e do mandato que V. Exª s nos conferiram, o Conselho Fiscal
acompanhou, com a frequência que entendeu necessária, durante o exercício de
2002, o processo de preparação das contas consolidadas, com o apoio e
colaboração, que agradece, do Conselho de Administração e dos serviços
administrativos, analisando os documentos que lhe serviram de suporte e
verificando a sua conformidade com as disposições aplicáveis.
O Conselho verificou igualmente a concordância do Relatório Consolidado
de Gestão com as Contas Consolidadas do exercício.
Nestas condições é parecer do Conselho Fiscal que o Relatório
Consolidado apresentado pelo Conselho de Administração e as Contas
Consolidadas satisfazem todos os requesitos legais.
Sendo assim, o Conselho Fiscal, apoiado pela Certificação Legal das
Contas Consolidadas elaborada pelo Revisor Oficial de Contas, a qual mereceu a
sua inteira concordância, propõe:
Sejam aprovados o Relatório Consolidado de Gestão e as Contas
Consolidadas apresentadas pelo Conselho de Administração, referentes ao
exercício findo em 31 de Dezembro de 2002.
Coimbra, 26 de Fevereiro de 2003
O Conselho Fiscal
Sílvio Costa - Presidente
Maria Teresa Andrade Dias
António Luís Athayde Martha.
Carlos Manuel Amado Figueiredo Nunes
António Freitas dos Santos - ROC
CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS
INTRODUÇÃO
1- Examinei as demonstrações financeiras consolidadas anexas de AutoIndustrial S.A., as quais compreendem o Balanço Consolidado em 31 de Dezembro
de 2002, (que evidencia um total de balanço de 314.258.969 Euros e um total de
capital próprio de 39.817.151 Euros , incluindo um resultado líquido de 7.206.142
Euros ), a Demonstração Consolidada de Resultados, Resultados por Funções,
Demonstração de Fluxos de Caixa e o correspondente Anexo.
RESPONSABILIDADES
2- É da responsabilidade do Conselho de Administração a preparação de
demonstrações financeiras consolidadas que apresentem de forma apropriada a
posição financeira do conjunto das empresas englobadas na consolidação, e o
resultado consolidado das suas operações, bem como a adopção de políticas
critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema de controlo
interno apropriados.
3- A minha responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional
e independente, baseada no meu exame daquelas demonstrações financeiras.
ÂMBITO
4- O exame a que procedi foi efectuado de acordo com as Normas e
Directrizes Técnicas da Câmara dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem
que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de
segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras consolidadas estão
isentas de distorções materialmente relevantes.Para tanto o referido exame inclui:
- a verificação de as demonstrações financeiras das empresas englobadas
na consolidação terem sido apropriadamente examinadas e, para os casos
significativos em que o não tenham sido, a verificação, numa base de amostragem,
do suporte das quantias e divulgações nelas constantes e a avaliação das
estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de
Administração, utilizadas na sua preparação;
- a verificação das operações de consolidação e da aplicação do método da
equivalência patrimonial;
- a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas
adoptadas, a sua aplicação uniforme e a sua divulgação, tendo em conta as
circunstâncias;
- a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e
- a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação
das demonstrações financeiras consolidadas.
5- Entendo que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a
expressão da minha opinião..
OPINIÃO
6- Em minha opinião, as demonstrações financeiras consolidadas referidas
apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos
materialmente relevantes, a posição financeira consolidada de Auto Industrial sa
em 31 de Dezembro de 2002, o resultado das suas operações no exercício findo
naquela data, em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente
aceites.
Coimbra, 26 de Fevereiro de 2003
António Freitas dos Santos
Roc nº 263
RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO
INTRODUÇÃO
O presente Relatório é emitido nos termos das disposições legais em vigor,
nomeadamente tendo em atenção o estatuído no artº 452 do Código das
Sociedades Comerciais,e através dele damos conhecimento das deligências e
acções tomadas durante o ano de 2002, no âmbito da revisão legal das contas
consolidadas de Auto-Industrial S.A..
ÂMBITO
Procedemos à revisão legal da Auto Industrial sa e ao exame das suas
demonstrações financeiras consolidadas relativas ao exercício findo em 31 de
Dezembro de 2002, de acordo com as normas técnicas de revisão aprovadas pela
Câmara dos Revisores Oficiais de Contas, e com a profundidade considerada
necessária nas circunstâncias. Em consequência do exame efectuado emitimos a
respectiva certificação legal das contas, cujo conteúdo damos aqui como
integralmente reproduzido.
TRABALHOS EFECTUADOS
Os procedimentos adoptados no desenvolvimento sistemático da revisão
legal ao longo do exercício de 2002, assentaram fundamentalmente nos aspectos e
àreas seguintes:
- acompanhamento da gestão corrente das Empresas do Grupo Auto
Industrial através de contactos regulares com elementos das respectivas
Administrações, e outros responsáveis, nomeadamente na área financeira, tendo
solicitado e obtido todos os esclarecimentos que considerámos necessários.
- apreciação da adequação e consistência das políticas contabilísticas
adoptadas pelas diversas empresas e que se encontram divulgadas no Anexo às
Contas.
- análise da informação financeira divulgada, com testes substantivos nas
seguintes àreas:
• análise e teste das reconciliações bancárias preparadas pelas
empresas;
• confirmação directa e por escrito junto de terceiros (bancos,
clientes e fornecedores) dos saldos de contas, responsabilidades
e outras garantias. Procedimentos alternativos foram adoptados,
com o apoio dos serviços administrativos das empresas, visando
o completo esclarecimento de divergências entretanto surgidas e
que considerei materialmente relevantes.
- análise dos procedimentos de inventariação física das existências,
incluindo a apreciação das normas internas aplicáveis à sua execução.
- confirmação directa junto dos consultores jurídicos das
diferentes
Empresas, no que refere a acções judiciais ou outras, nas quais a Empresa é
autora ou ré, por forma a avaliar da eventual materialidade que tais acções
pudessem vir a ter nas demonstrações financeiras do exercício.
CONCLUSÕES
Como conclusão geral da minha actividade durante o exercício de 2002,
apraz-me registar que:
- houve sempre, quer por parte da Administração, quer por parte dos demais
sectores da Empresa, uma preocupação permanente na aderência estricta às
disposições legais vigentes e aos estatutos da Empresa;
- houve de igual modo uma abertura total e sem reservas às deligências e
solicitações por mim manifestadas;
- ao longo do acompanhamento da Gestão da Empresa não tive
conhecimento de quaisquer factos ou situações relevantes que mereçam
divulgação.
Coimbra, 26 de Fevereiro de 2003
António Freitas dos Santos
Roc nº 263
RELATÓRIO DA BDO BINDER & CO.
Exmo. Conselho de Administração da Auto Industrial, SA
1. Examinámos as demonstrações financeiras consolidadas anexas da Auto Industrial, SA,
as quais compreendem o Balanço Consolidado em 31 de Dezembro de 2002 (que evidencia
um activo líquido de 314 258 969 euros e um capital próprio positivo de 39 817 151 euros,
incluindo um resultado líquido positivo de 7 206 142 euros), a Demonstração Consolidada
dos Resultados por Naturezas, o Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados
Consolidados e as Demonstrações Consolidadas dos Resultados por Funções e dos Fluxos
de Caixa referentes ao exercício findo naquela data. A elaboração e apresentação das
demonstrações financeiras consolidadas são da responsabilidade do Conselho de
Administração. A nossa responsabilidade consiste em expressarmos uma opinião sobre as
referidas demonstrações financeiras consolidadas com base na auditoria que realizámos.
2. O nosso exame foi realizado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceites,
as quais requerem que a auditoria seja planeada e executada de forma a obtermos uma
razoável segurança sobre se as demonstrações financeiras consolidadas contêm ou não
erros ou omissões significativos. Uma auditoria inclui a verificação, por amostragem, da
documentação de suporte dos valores e das informações constantes das demonstrações
financeiras. Uma auditoria inclui também a apreciação dos princípios contabilísticos
adoptados e das estimativas mais significativas efectuadas pelo Conselho de
Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras
consolidadas consideradas na sua globalidade. É nossa convicção que a auditoria que
realizámos constitui uma base razoável da nossa opinião.
3. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras consolidadas acima referidas,
apresentam adequada e apropriadamente, em todos os aspectos materialmente relevantes,
a situação financeira consolidada da Auto Industrial, SA, em 31 de Dezembro de 2002,
bem como o resultado consolidado das suas operações e os fluxos consolidados de caixa
referentes ao exercício findo naquela data, em conformidade com os princípios
contabilísticos geralmente aceites em Portugal.
4. Sem afectar a opinião expressa no parágrafo anterior, refere-se que tendo por objectivo
dar uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira consolidada e nos termos
referidos no Relatório do Conselho de Administração e ainda nas notas 1 e 50 do Anexo
ao Balanço e à Demonstração dos Resultados Consolidados, a Auto Industrial consolida
pelo método integral as demonstrações financeiras consolidadas da sua filial Tecnicrédito
SGPS, SA, que são preparadas em conformidade com os princípios contabilísticos
geralmente aceites em Portugal para o sector bancário, regulados pelo Banco de Portugal.
As demonstrações financeiras consolidadas incluem rubricas próprias onde se evidenciam
os principais saldos resultantes daquele procedimento.
BDO BINDER & CO.
Lisboa, 13 de Março de 2003

Documentos relacionados

Relatório e Contas Consolidadas 2004 - Grupo Auto

Relatório e Contas Consolidadas 2004  - Grupo Auto considerável aumento de 31%, relativamente aos € 13.854.534 obtidos em 2002. Em 1999, após o aumento de capital da Tecnicrédito, SGPS, a Auto Industrial passou a deter 51% das acções desta holding ...

Leia mais