SALAo DE ABRIL NO TEMPO FUTURO

Transcrição

SALAo DE ABRIL NO TEMPO FUTURO
PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA
JURACI VIEIRA DE MAGALHAES
Prefeito
FUNDAi;:Ao DE CULTURA ESPORTE E TURISMO - FUNCET
JOSE MARIA BARROS DE PINHO
Presidente
53° SAL6.0 DE ABRIL
Galeria Antonio Bandeira
30 de abril a 02 de junho de 2002
Fortaleza - Ceara
~
Brasil
SALAo DE ABRIL NO TEMPO FUTURO
A FUNCET
reserva-se 0 papel de agente importante do
processo cultural de Fortaleza. Ela nao e a unica institui,ao
da cidade a tratar de assuntos tao relevantes da criatividade
humana. Ha outras entidades, como se espera, a tratar das
atividades da cultura e do pensamento entre n6s, sem,-r-_
entretanto, ultrapassar-nos em entusiasmo, desvelo e
consciencia crftica. Nao administramos a burocracia
cultural; produzimos e propomos a qualifica,ao da
produ,ao para alcan,armos a fun,ao social da arte. Com essa perspectiva,
precisamente ha tres anos estamos discutindo, debatendo, estudando e
analisando 0 Salao de Abril e sua conexao com as artes plasticas locais e do mundo.
Tivemos que enfrentar resistencias internas e externas para realizar 0 Salao de
Abril, na defini,ao clara de seus propOsitos a fim de atender as necessidades
transformadoras da sociedade moderna.
Assim, ou mantemos 0 Salao numa dimensao provinciana apenas para garantir
uma continuidade hist6rica ou avan,amos para alcan,ar 0 mundo, a
contemporaneidade com a marca de nosso tempo e com as cores de nossa
inteligencia. Se optarmos pelo primeiro plano, perderemos a capacidade de ousar,
tipica do nosso processo criativo, ensolarado pela adversidade que jamais sufocou
o talento e a esperan,a renovadora da cria,ao de nossos artistas plasticos. No
segundo momento, havera 0 encontro do sol com a sombra para que a luz se
empenhe garantindo a luminosidade do destino.
Tecnica, inven,ao e luz abrem a janela do Salao de Abril para 0 mundo. E,
portanto, esse mundo que procuramos escalar na revisao do cotidiano de nossa
a,ao cultural que desenvolve no presente a consciencia do futuro. Futuro que ja
chegou pela coragem e talento do povo cearense.
Jose Maria Barros de Pinho
Presidente da Funda,ao de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza - FUNCET
HIST6RICO
a Salao de Abril
nao surgiu pela iniciativa de um artista
plastico e nem de alguma entidade especificamente
destinada as artes. Veio por intermedio de uma agremia<;ao. -~~~t
estudantil, a UEE (Uniao Estadual dos Estudantes), muito
bem dirigida por tres jovens literatos cearenses: Raimundo
Ivan de Oliveira, Aluizio Medeiros e Antonio Girao Barroso.
"Eram cinco horas da tarde do dia dezenove de Abril de 1943. quando foi aberto 0
primeiro SalaD de Abril, em urn pequeno local de cnde acaba de mudar-se a
Livraria Comercial R, testemunha a pintar Jean-Pierre Chabloz.
E verdade que naD foi a primeira mostra de arte a realizar-se em Fortaleza, nem
tampouco inexistiam entidades artisticas. Ja havia 0 Centro Cultural de
Belas-Artes (CCBA), formado por artistas que iniciaram, em 1941,
0
Salao
Cearense de Pintura, mas a UEE, com um ativo Departamento de Cultura, criou 0
Salao de Abril, realizando 0 primeiro em 1943.
Este predominaria sabre a Dutro e prosseguiria 0 caminho, naD sem algumas
mudanyas de entidades promotoras e varias interrupt;:oes. Assim e que a UEE fez
o primeiro salao e naD Ihe deu continuidade, a que 56 foi acontecer em 1946, jit sob
a responsabilidade de nova entidade artistica, a SCAP (Sociedade Cearense de
Artes Plasticas), fundada em 1944, que Ihe deu exisle,"cia e resistencia ale 195B,
quando, entaD. a propria SCAP veio a desaparecer, deixando uma marca dificil de
apagar.
Par cima dessa marca e ocupando a fun<;ao da SCAP, a Prefeilura Municipal de
Fortaleza, par intermedio de sua Secretaria de EducaQao e Cultura, recebendo
sugestao e ajuda do "seapiano" Zenon Barreto, assumiu a responsabilidade de
dar sobrevivencia ao Salao de Abril que se interrompeu, como ticou dito, com 0 tim
daSCAP.
Ressurge
0
Salao, assim, em 1964, urn tanto academico em quantidade de
participantes - seis - mas de significativD valor artistico.
No Salao de Abril de 1990, a Funda,ao Cultural de Fortaleza, 6rgao da Prefeitura
que S8 encarrega da organizac;ao e realizar;ao da mostra, colocando a contagem
em seu numero exato - quarenta e urn Sal6es ., refazendo a verdade da
documentac;ao historica e engrenando corretamente 0 registro e sua cronologia.
Ao longo desses anos ele vern S8 fazendo e, apesarde tudo, deixando sempre urn
saldo positivo, acrescentando, a cada vez, mais alguma caisa no nosso panorama
artistico, mostran do como ele
e au
S8
apresenta, como evoluiu e,
ate
mesma,
como decaiu, 0 que naG deixa de ser positivo, porque e um sinal para reformulac;ao
para reencetar a marcha ascendente au rever a qualidade dos trabalhos que
S8
apresentam e, ainda, as condi,oes que sao oferecidas para sua apresenta,ao.
A resistencia e a persistencia por tanto tempo, revelam que 0 Salao de Abril tern
urn significado bern maior do que se pensa e do que alguns Ihe querem atribuir. Ele
tern side
0
caminho de conduzir muitos artistas
a revelal;80 e a pontcs mais
eJevados no conceito artistico, ao masma tempo abrindo mais sua vi sao para as
manifesta90es culturais de nosso meio e de nossos artistas.
IS50
proporcionou
muitos desdobramentos, com maior abrangencia e penetra<;ao na nossa atividade
de arte.
Nilo Firmeza - Estrigas
Artista Plastico
SALA OCILMA LIMA
Urna portaria da Fundacao de Cultura de Fortaleza denomina Sala
OeHma Lima a mostra de arte comemorativa ao dia Mundial do Artista
Plastico (8 de maio): "0 Presidente da Funda~o de Cultura de
Fortateza, no usa de SUBS alribui¢es legais resolve. denominar Sala
Especial Ocilma Lima, a mostra de arte anuat, oomemorativa ao dia
Mundial do Artista Pltlstico.
Fortaleza, 02 de maio de 1996.
M
Medalha Jean·Pierre Chabloz
Heloisa JU3l;aba
Heloisa JU8caba consegue produzir urns arte passosl, original de leitura aparentemente faeil. Mas
na realidade
S6
lrata de urna pesquisa em profundidade de alga que por ser simples e autentico,
e
faD frequentemente ignorado.
Marc Berkowitz, Rio de Janeiro, egosto de 1983
Nascida oa serra da Guaramiranga. eslado do Ceara, em 1926, Heloisa Juacaba iniciou
sua formacao artistica em 1950, na Sociedade Cearense de Artes Plasticas (SCAP), onde estudou
desenho e pintura com Joao Maria Siqueira e Floriano Teixeira. Em 1956, frequentou 0 curso livre
de desenho e pintura do Museu de Arte de Louisiana, nos Estados Unidos.
ExpOs pela primeira vez M exatos 50 anos, no Salao dos Novos de 1952. A partir de entao,
sua participacao foi uma constante em varias outras exposi¢es. liderando, ainda, diversos
movimenlos artisticos no Ceara. Oentre suas muitas manifesta¢es artisticas flQuram desenhos,
pinluras. gravuras, esculturas, objetos, ilustracoes, criacoes visuais para teatro, designer de
m6veis e ambientaCOBs de interiores, alem pinturas em porcelana e ceramica.
Sua composi~o se formula de elementos paisagisticos dissociados e reordenados no
prop6sito de uma harmonizacao coloristica. Os que nao conhecem 0 Nordeste brasileiro e 0
avaliam na ideia de uma terra desertica pela eros~o e pela seca, terao dificuldade em identifica-Io
na natureza verdejante e resplandescenle da primorosa pintura de Heloisa Juacaba. Isso se
explica na atitude contemplativa da pintora fixada aos sitios da Guaramiranga, Maranguape e
Mondubim, onde exuberantes cajueiros. mangueiras, bromelias, cr6tons, caladios, filodendros e
carnaubeiras trazem notavel contexto de sugest6es.
Artista Convidado
Jose Guedes
A solenidade de premiacao dos artislas selecionados para 0 53° Salao de Abril, bern como a
entrega da Medalha Jean-Pierre Chabloz e Placa de Homenagem, ocorrera nas depend~nciasdo
Ideal Clube de Fortaleza, no dia 6 de maior de 2002, a partir das 19h.30min
CENTRO DE REFERENCIA DO PROFESSOR
GALERIA ANTONIO BANDEIRA
~Na
sessao de 15 de junho de 1809. a Camara Municipal
acordou, por determina!;30 do Governador Barba Alardo,
publicar e fixar editais para se fazer urn Mercado Publico dentro
do patio e a estacada dos pa90s do conselho (casa n° 42, da rua ......-:-
Sena Madureiraf.
Este mercado, mais conhecido como Mercado da Farinha, que ja naa existe, era
destinado
a venda de cereais, complementando 0 servil;O de abastecimento da cidade de
Fortaleza, uma vez que 0 Mercado de Ferro se destinava exclusivamente
a venda de
produtos frescos. 0 atual ediffcio do antigo Mercado Central foi concluido e inaugurado
em 22 de setembro de 1932, provocando com issa a posterior retirada do Mercado de
Ferro da sua vizinhanya. concentrando-se, pois, no antigo Mercado Central os servic;os
de abastecimento de quase toda a cidade,
o edificio, com acessos por tres ruas distintas: Conde D'Eu, General Bezerril e Travessa
Crato, passu; caracteristicas de Art-Deco bastante despojadas e simples, algo bastante
comum it epaca de sua construc;ao. Ele e compasto basicamente de um pavilhao com
estrutura em pilares de concreto e cobertura executada com elegantes tesouras
metalicas confeccionadas com trilhos de bonde, Originalmente, 0 predio foi coberto com
telhas planas de barro do tipo Marselha, posteriormente substituidas par telhas de
fibrocimento. Hoje, restaurado e adaptado, 0 antigo Mercado Central transformou-se no
2
Centro de Referencia do Professor, espavo com 632m que abriga a Galeria Antonio
Bandeira,o Memorial Sinha D'Amora e a Biblioteca Virtual Moreira Campos,
COMISSAO JULGADORA
JOSEGUEDES
Imciou a carreira de artista p1astico em 1973. no Salao dos NovaS, onde ganhou 0 pr~mio em pintura.
Part,cipou de varias exposk;6es colelivas e individuais nas principais capil3is brasileiras e no exterior:
A1emanha, Argentina. Chile. Eslados Unidos, Franca. Ilalla. libano, Portugal e Uruguai. I:: delenlor de dezoilo
prllmios nacionais e internacionais. denIre eles a Pafete O'Or. do Festival Internacional de Pintura de Cagnes·
Sur-Mer, Franca. 1995. Dirigi.... a Casa de Cullura Raimundo Cela entre 1986 e 1990.
Alualmente. dirige 0 Museu de Arte ConlemporAnea do Centro Dragao do Mar e a galena JG Arte Visual. Em
2001 toi convidado para participar da Sienal de Sao Paulo, em ed~o comemorativa aos 50 anos de cria~
daquele evenlO.
TADEU CHIARELLI
ProfesS()( Doulor do Departamento de Artes Plasticas da Escola de Comunica~oe Anes da Universidade de
Sao Paul0,onde e responsavel pelas disciplinas de WHist6ria da Ane no BrasJl- Seculo XIX e "Hist6ria da Ane
no Brasil- Seculo XXw. Foi curador-chefe do Museu de Me Moderna de S~o Paulo entre 1996 e 2000, tendo
sido responsavel pela reoorganizat;Ao do aceNo daQuela institu~o, incluindo os projetos de reslauro.
aceitac;ao de doa<;6es, aQulsi<;6es e exposi¢es do acervo.
Publicou Um Jeca nos vemissages: a critica de arte de Monteiro Lobato (1995): Leda Catunda (1998); Arte
imernacional brasileira (1999) e Arte e nao Ane (2002). Colabora, ainda. com artigos sabre ane em ;ornais e
revistas do Brasil e do Exterior.
w
DODORA GUIMARAES
Bacharel em Comunicac;Ao Social pela UFC, em 1977. Espedalista em Teorias da Comunicac;Ao e da
Imagem, tamMm pela UFC, em 1993. Trabalhou como redatora e direlora da RTVC, e em agendas de
publicidade de Fonaleza entre os anos de 1974 a 1985. Em 1983. juntamente com Servulo Esmeraldo, criou a
Xisto Collona Edil;:Qes de Ane. dirigindo a Ane Galeria de Fonaleza, entre 1983 e 1993. Atuou como
assistente Curatorial da Jell Exposit;ao Intemacional das Esculturas Ef~meras (1986 e 1991) e da Exposit;ao
Nacional de Arie E'~mera (1993).
Desde 1994, dirige 0 Centro de Anes Visuais Raimundo Cela. da Secretaria de Cultura e Despono do Estado
do Ceara. Foi curadora das seguintes exposil;:oes: Universo Cariri (1995). no Centro de CuUura do Abolil;:ao.
Fortaleza. Ceara: Jongada (1997). Museu do Ceara: Admir(JVeis Bclezasdo Ceara au 0 Desabusado Mundo
do Cul/ura Popular(1998), Memorial da CuUura Cearense - Centro Oragao do Marde Ane e Cullura: Louvada
Seja 0 Arte de um Povo que se Ve (2001). 1" Bienal de Artes do Cariri. Juazeiro do None - CE; Nino: 0
Essencial em Estado Bruto(2oo1). Pinacoteca do Estadode Sao Paulo: lendo sido, ainda. Curadora Adjunta
do Projeto Rumos Visuais (1999 - 2000). !tau Cultural. Vive e lrabalha em Fortaleza.
ATA DO JURI DE SELE(,;Ao
PREMIA(,;Ao DO 53' SALAo DE ABRIL
Entre os dias 19 e 20 de abril de 2002, na Galeria AntOnio Bandeira, no Centro de
Refef~ncia do Professor, na regiao cenlral da cidade de For1ateza, Tadeu
ChIarelli (crftico e professor da Universidade de Sao Paulo); Jose Guedes
(artista e diretor do Museu de Arte ContemporAnea do Ceara) e Dodora
Guimaraes (diretora do Centro de Artes Visuais Raimundo Gela). examinaram
os dossies de (180) eenlo e oilenla artistas inscritos no 53 0 Sa lao de Abril de o--<~::­
Artes Plasticas.
Apes a analise delida do material. fo; realizada urna primeira trlagem. reslando
(18) dezoito concorrenles.
Numa segunda triagem. realizada a par1ir das (18) dezoito obras pre-selecionadas. foram escolhidos
os (16) dezesseis artistas que deverao inlegrar a 53' edicao do Salao de Abril.
Os crilerios utilizados para a escolha dos 16 (dezesseis) artislas selecionados loram: consisl~ncia das
propostas: coerencia entre conceilo e execucao: c1areza dos projetos apresenlados e as principais quest6es
da atualidade.
o juri prop6e que 0 montante de dinheiro destinado a premiaCao seJa dividido enlre os (16) dezesseis artistas
selecionados.
o juri ponderou sobre as segUinles questoes:
- A necessidade imediala de revisao e atualizacao do Regulamento do Salao de Abril. Tal proposta se da peto
tato do juri considerar que a alual configuraCao do Regulamento e anacr6nica e que nao mais contempta as
necessidades da arte atual:
. A necessidade de aC6es continuadas que possibilitem a transformaCao do Salao de Abril num verdadeiro
cenlro de lransformaCao da situaCao do artista p!astico contemporflneo cearense, deixando de ser um mero
evento burocratico sem mais nenhuma conseqlu:~ncia efetiva junto a comunidade;
. A necessidade do S<l1;30 de Abril deixar de ser um salao apenas local, assumindo sua vocacao de
lransformar-se num salao de abrangencia nacional. 0 juri acredita que, s6 assim, 0 Salao de Abril ira
corresponder plenamente a imagem que Fonaleza transmite para 0 restante do pais:
- 0 juri sugere que. desde esta 53' edicao, sejam realizadas paleslras, cursos e oficinas sobre arte
conlemporanea com os artistas selecionados e demais interessados:
- 0 juri salienla a importancia para que desde ja sejam iniciados os trabalhos preparativos para a 54' ediCao do
Salao de Abril, em 2003, quando a instituicao completara 60 (sessenta) anos de existencia, conflgurandose como um dos mais anligos sal6es de artes plasticas do pais:
- Para essa pr6xima edicao do Salao de Abril, 0 juri sugere a ocorrencia de um numcro signiflcativo de
exposic6es satelites que deem a dimensao da importancia hist6rica do Sa1<30. assim como mostras que
lragam dados novas sobre a arte atual.
Subscrevem-se,
Tadeu Chiarelli I Jose Guedes I Dodora Guimaraes
Fortaleza, 20 de abril de 2002
ANTONIO BANDEIRA
Aqui mesmo em Fortaleza, na Rua Santa Isabel, 0 menino AntOnio
Bandeira teve seu primeiro alumbramento, surpreendeu 0 primeiro
guache, urn certa crepusculo Irisle e lindo, como estes que costumam.,--._...;
aparecer por ca no mes de junho, feitas dum tom de violeta multo
exclusivo, lirando pro vermelho, com raras manchas dum azul estranho.
Oai por diante. toda tarde ficava espreitando 0 espetaculo; foi se tarnando
colecionador de crepusculos, buscando-os diariamenle, a principia na janela de casa ou
na porta da Fundil;3o de seu pai, mais tarde junto do mar, nas dunas do Mucuripe. no cais do
porto. Em Maranguape. na Serra Verde, urn pouco por toda parte. Depois foi ampliando 0 seu
patrimonio de beleza. ganhau a noite, habitou madrugadas. viu dia nascendo. pescador partindo
pro mar, conviveu com gente que enfrentava cada cotidiano com um heroismo novo e a aten~o do
artista que jil estava la nele, M muito tempo, levou-o a fixar no papel lodo aquele material que
vinha compondo a tessitura do seu mundo interior.
No comeco, aventurou-se par conta propria; depois frequentou aulas da Mundica. $ua primeira
professora. Oepois, inlegrou um grupo de jovens pintores cearenses que compunham 0 Centro
Cultural de Belas-Artes (poslerior SCAP). depois no Rio, depois em Paris, depois no vasto mundo
de que se fez cidadao. Assim tormou-se 0 artista, como se formam os grandes, com lalenlo, com
estudo, com trabalho, com coragem. com sofrimento, com amor, numa busca interminavel, sempre
as renovando, pesquisando. perseguido per uma sincera ansia de reatiza~o e foi somando
vivencias. amanda cidades. navios, gentes,lugares, plantas, coisas, bichos, momentos. caplando
beleza com aquela sensibilidade que se pode reatmente chamar excepcional, trazendo tudo para
seus quadros, Iransformando tudo em cor, levado pela poderosa capacidade criadora tao cedo
revelada, servido por um perrnanente sentido do poetico, uma constante de equilibrio, que
conterem aos seus trabalhos a unidade que valeria bem a pena verduma vez. numa retrospectiva.
A utilizal;Ao inteligente de lodo aquele citado patrimOnio de lembrancas reunido com zelosa
ternura outra constante na obra de Bandeira, assim como a definitiva presenca da pureza que Ihe
vem da infancia e que 0 artista cultiva com evidente amor. De menino, na verdade. Antonio
Bandeira conserva quase tudo: a pureza, a bondade, 0 riso aberto a capacidade de se fazerquerer
bern, a tacil convivencia, essa deliciosa alegria de viver a simplicidade, a franqueza. lsso tudo
somado 0 torna verdadeiro, da-Ihe a marca de autenticidade que taz com que em Qualqueresquina
do mundo, nos bistrOs da Rive Guache, em Copacabana, na Bahia ou em qualquer barzinho de
beira de praia, em Forlaleza, em todos os momentos, pintando, conversando, escrevendo,
ouvindo, fazendo poesia, seja sempre a mesmo homem, 0 mesmo artista, 0 mesmo poeta, a
mesma personalidade, aspectos tao diversos e ao mesmo tempo lao unidos pela iluminaCao de
seu universo interior.
e
Milton Oias· Forlaleza - 1963
ANTONIO BANDEIRA
Caem aqui as lembranyas de Bandeira, simples lembrancas. Tao simples e grandes, como tao
grandes e simples eram 0 artisla e a criatura humana que se chamam (conlinuam presentes)
Antonio Bandeira.
Cidadao de Fortaleza, a quem fezdeclarac;ao de arnor, cidadao do mundo. Bandeira derramava·se
internacionalmente, conservando-se 0 cearense de sempre: bricalhao, humilde, born com a vida. E
ele que gostava tanlo de viajar, foi born ate com a marte. (... )
(... ) na televisao, 0 reporter da noticia de que Bandeira, 0 pintor cearense Antonio Bandeira,
falecera em Paris. Eram 6 de oulubro de 1967. Depois viriam as detalhes: uma aneslesia para uma
intervenc;:ilO cirurgica nas cordas vocais cartava a vida do pintor ainda jovern, relativamente. E ali,
em Paris, deixando os amigos consternados, Bandeira e sepultado. (... ) Nao iamos mais ouvir sua
voz grave, cheia e seu riso aberto e satisfeito. Nao andaria mais aqui, nas ruas de Fortaleza, e nao
pareceria acanhado com <'I popularidade. (... )
(... ) Pintor de muitas "CtDADES", Bandeira eslara sempre em lodas etas e, mesmo nao vottando,
continuara sempre presente, com seu vator intacto, na memoria de quem 0 viu e 0 admirou nos
muitos lugares de sua curta vida. Alraves de sua pintura, que tem a marca dos mestres, ele
continuara, como tem continuado, bem vivo na beteza e perman{mcia de sua arte.
Nilo Firmeza· Estrigas -1992
TRABALHOS SELECIONADOS
2002
FRANCISCO ZANAZANAN
SemTitukJ
lnstal~
300='
\\
HERBERT ROLIM
Jsrdim
Instalayao
IGOR CAMARA
600 an'
Cha~lJ 8
Pedre
Fotografia
JOx40cm
VITOR CESAR
Tranah;lo Llatrada
Dob~
RENAN COSTA LIMA
RODRIGO COSTA LIMA
VITOR CESAR
Pass8nt8
InstalacAo
InstalacAo
200 x 200 em'
IGOR CAMARA
. "31"
Fotografia
3Ox40cm
MILENA TRAVASSOS
Vidro Aberto I
Objelo
MILENA TRAVASSOS
Vidro Abflf10 /I
Objeto
20xJOcm
20xJOcm
GERARDO DA SILVA
Hist6ria de Brasilia
Pintura
100 llao em
BOSCOUSBOA
Ceos de &xracharia
InstaJ~
200 II 150 em
GERARDO DA SILVA
A 56nzala Voltando so Brasil
Pintura
l00xaoem
FRANCISCO DE ALMEIDA
InVOCBndo os Anjos. 0 Draglo & a Serpents 1/
Xilogravura
75x122an
FRANCISCO DE ALMEIDA
Invocando os Anjos. 0 Dragao e a S6rpente I
Xilogravura
75x122cm
JARED DOMlclO
Projetos de MutilafiOO I CoIher
Objeto
11 x80cm
TICIANO MONTEIRO
Sem Titulo
Gravura
10.5x9cm
KELSON TELES
Torre de Papel
Instalacao
500 x 260 em"
TICIAND MONTEIRO
Sem Titulo
Gra~ura
17x12cm
JAREO OOMlclO
Projelos de MUli/at;40 I Vassour8
Objelo
150x40em
TELMO VALEN~A
Ttmsmo sexual Mapa 1/
Infogravu,a
60 II 60cm
TELMO VALEN~A
Tunsmo Sexual. Mapa I
Infogravura
6011 60 cm
CELESTINO RAMALHO
Predadores I
CELSO OLIVEIRA
Padlm.AlI2
Oesenho
FOlografia
72x49cm
15011100cm
DRAWLIO JOCA
as Romani/cos
Fotografla
14611105em
CELSO OLIVEIRA
Padim·AIi 1
Fotografia
15011 100 em
CELESTINO RAMALHO
Predadores /I
Desenho
72114gem
ARTISTAS SELECIONADOS
BOSCO lISBOA
Rua 505, casa 97
Fane: 214.2280
CELESTINO RAMALHO
Rua Castro Alves. 510
CEP 60.130-210 - Fane: 459.0080
CELSO DE OLIVEIRA SILVA
Rua Fausto Cabral, 940 - apIa. 401
CEP 60.175-415 - Fone:262.5916
DRAWLIO JOCA
Av. Pintar Antonio Bandeira, 2285. apia. 202
CEP 60.182-300 - Fane: 278.1476
FRANCISCO DE ALMEIDA
Rua Eslado do Rio, 55 - apIa. 602 - bloco B
CEP 60.441-150 - Fane: 9604.3945
FRANCISCO ZANAZANAN
Rua W21. bloeD 2 - apia. l1C
CEP 61.655-760 - Fone: 3065.0031
GERARDO DA SILVA
Rua Rufino de Alencar. 175
CEP 60.060-620 - Fone: 252.2260
HERBERT ROLIM
Rua Humberto de Campos, 936
CEP 60.130-350 - Fane: 472.0951
IGOR CAMARA
Rua Erneslo Monteiro, 1300
CEP 60.833·710 - Fane: 273.3200
JAREO DOMiclO
Av. Francisco Sa, 4421
CEP 60.310-001 - Fane: 236.7783
KELSON TELES
Rua Antonio Barbosa, 1241
CEP 60.760-410 - Fane: 473.1963
MILENA TRAVASSOS
Rua Visconde de CairU, 340
CEP 60.182-13~ - Fane: 262.5738
RENAN COSTA LIMA
ROORIGO COSTA LIMA
ViTORCESAR
Rua Canuta de Aguiar, 27 - apia. 401
CEP 60.160-120 - Fane: 261.7050
TELMO VALENC;A
Rua Roberto Gradhvor, 572
CEP 60.812-540 - Fane: 274.7003
TICIANO MONTEIRO
Rua Silva Jatahy. 1268 - apia. 302
CEP 60.165-070 - Fone:242.6733
ViTORCESAR
Rua Herminia Banavides. 330 - apto.501
CEP 60.162-260 - Fane: 234.1726
APOIO TECNICO
FUNCET
Presidente
Jose Mana Barros de Pmho
Assessora do Titular
Mana Helena More,ra Marques
Procuradora Juridica
Ana Arlene Fenarldes Bnto
Departamento de Patrimonio Hist6rico.cullural
Jose Capelo Fllho
lidIa Sarmiento
Chefe da Equipe de Oesenvolvimento de Desporto
Ana Claudia Garcia de Figueiredo
Chefe da Equipe de Projeto$ Especiais
Elaine Marla Pontes Bnto
Direloria de Planejamento
Sergio Brigido de Moura
Jane Maria Saraiva Mapurunga
Circlor da Galeria Antonio Bandeira/Memorial Sinha O'Amora
MarcuS Tulio Dias Monteiro
Oirelor Administrativo Financeiro
Geraldo Chateaubnand de Andrade
Diretora Pinacateca
Cecilia Ximenes Avila
Diretoria de Promol;oes Turisticas
Vania Bastos
lorena Climara Vale
Mana Nazar~ Coelho
APOIO TECNICO
53° Salao de Abril
Curador
Joao Jorge Marques Mele
Organiza<;ao
Joao Jorge Marques Mele
Marcus Tulio Dias Monteiro
Calillogo e Programa y 3o Visual
Lidia Sarmiento
Fotografia
Eduardo Ramos
Inscrh;6es
Gilza Arruda Sampaio
Sandra Lima
Revisao
Lucineide Souto Bezerra
Marcus Tulio Dias Monteiro
Diagrama y 30 Final
Francisco Gideon
Agradecimentos
Banco do Brasil
Ideal Clube
Corpo Diretor do Centro de Referencia do Professor
Guarda Municipal
Policia Mililar
PREFEITURA EVOCE
FAZE DO FORTALEZA DA CERTO
BANCO 00 BRASil
Centro de Referencia do Profe>sor
~.v
00Iltf1ll
!III-01
CfI"'IQOI
6.pdt-r1
Ideal Clube

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