SALAo DE ABRIL NO TEMPO FUTURO
Transcrição
PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA JURACI VIEIRA DE MAGALHAES Prefeito FUNDAi;:Ao DE CULTURA ESPORTE E TURISMO - FUNCET JOSE MARIA BARROS DE PINHO Presidente 53° SAL6.0 DE ABRIL Galeria Antonio Bandeira 30 de abril a 02 de junho de 2002 Fortaleza - Ceara ~ Brasil SALAo DE ABRIL NO TEMPO FUTURO A FUNCET reserva-se 0 papel de agente importante do processo cultural de Fortaleza. Ela nao e a unica institui,ao da cidade a tratar de assuntos tao relevantes da criatividade humana. Ha outras entidades, como se espera, a tratar das atividades da cultura e do pensamento entre n6s, sem,-r-_ entretanto, ultrapassar-nos em entusiasmo, desvelo e consciencia crftica. Nao administramos a burocracia cultural; produzimos e propomos a qualifica,ao da produ,ao para alcan,armos a fun,ao social da arte. Com essa perspectiva, precisamente ha tres anos estamos discutindo, debatendo, estudando e analisando 0 Salao de Abril e sua conexao com as artes plasticas locais e do mundo. Tivemos que enfrentar resistencias internas e externas para realizar 0 Salao de Abril, na defini,ao clara de seus propOsitos a fim de atender as necessidades transformadoras da sociedade moderna. Assim, ou mantemos 0 Salao numa dimensao provinciana apenas para garantir uma continuidade hist6rica ou avan,amos para alcan,ar 0 mundo, a contemporaneidade com a marca de nosso tempo e com as cores de nossa inteligencia. Se optarmos pelo primeiro plano, perderemos a capacidade de ousar, tipica do nosso processo criativo, ensolarado pela adversidade que jamais sufocou o talento e a esperan,a renovadora da cria,ao de nossos artistas plasticos. No segundo momento, havera 0 encontro do sol com a sombra para que a luz se empenhe garantindo a luminosidade do destino. Tecnica, inven,ao e luz abrem a janela do Salao de Abril para 0 mundo. E, portanto, esse mundo que procuramos escalar na revisao do cotidiano de nossa a,ao cultural que desenvolve no presente a consciencia do futuro. Futuro que ja chegou pela coragem e talento do povo cearense. Jose Maria Barros de Pinho Presidente da Funda,ao de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza - FUNCET HIST6RICO a Salao de Abril nao surgiu pela iniciativa de um artista plastico e nem de alguma entidade especificamente destinada as artes. Veio por intermedio de uma agremia<;ao. -~~~t estudantil, a UEE (Uniao Estadual dos Estudantes), muito bem dirigida por tres jovens literatos cearenses: Raimundo Ivan de Oliveira, Aluizio Medeiros e Antonio Girao Barroso. "Eram cinco horas da tarde do dia dezenove de Abril de 1943. quando foi aberto 0 primeiro SalaD de Abril, em urn pequeno local de cnde acaba de mudar-se a Livraria Comercial R, testemunha a pintar Jean-Pierre Chabloz. E verdade que naD foi a primeira mostra de arte a realizar-se em Fortaleza, nem tampouco inexistiam entidades artisticas. Ja havia 0 Centro Cultural de Belas-Artes (CCBA), formado por artistas que iniciaram, em 1941, 0 Salao Cearense de Pintura, mas a UEE, com um ativo Departamento de Cultura, criou 0 Salao de Abril, realizando 0 primeiro em 1943. Este predominaria sabre a Dutro e prosseguiria 0 caminho, naD sem algumas mudanyas de entidades promotoras e varias interrupt;:oes. Assim e que a UEE fez o primeiro salao e naD Ihe deu continuidade, a que 56 foi acontecer em 1946, jit sob a responsabilidade de nova entidade artistica, a SCAP (Sociedade Cearense de Artes Plasticas), fundada em 1944, que Ihe deu exisle,"cia e resistencia ale 195B, quando, entaD. a propria SCAP veio a desaparecer, deixando uma marca dificil de apagar. Par cima dessa marca e ocupando a fun<;ao da SCAP, a Prefeilura Municipal de Fortaleza, par intermedio de sua Secretaria de EducaQao e Cultura, recebendo sugestao e ajuda do "seapiano" Zenon Barreto, assumiu a responsabilidade de dar sobrevivencia ao Salao de Abril que se interrompeu, como ticou dito, com 0 tim daSCAP. Ressurge 0 Salao, assim, em 1964, urn tanto academico em quantidade de participantes - seis - mas de significativD valor artistico. No Salao de Abril de 1990, a Funda,ao Cultural de Fortaleza, 6rgao da Prefeitura que S8 encarrega da organizac;ao e realizar;ao da mostra, colocando a contagem em seu numero exato - quarenta e urn Sal6es ., refazendo a verdade da documentac;ao historica e engrenando corretamente 0 registro e sua cronologia. Ao longo desses anos ele vern S8 fazendo e, apesarde tudo, deixando sempre urn saldo positivo, acrescentando, a cada vez, mais alguma caisa no nosso panorama artistico, mostran do como ele e au S8 apresenta, como evoluiu e, ate mesma, como decaiu, 0 que naG deixa de ser positivo, porque e um sinal para reformulac;ao para reencetar a marcha ascendente au rever a qualidade dos trabalhos que S8 apresentam e, ainda, as condi,oes que sao oferecidas para sua apresenta,ao. A resistencia e a persistencia por tanto tempo, revelam que 0 Salao de Abril tern urn significado bern maior do que se pensa e do que alguns Ihe querem atribuir. Ele tern side 0 caminho de conduzir muitos artistas a revelal;80 e a pontcs mais eJevados no conceito artistico, ao masma tempo abrindo mais sua vi sao para as manifesta90es culturais de nosso meio e de nossos artistas. IS50 proporcionou muitos desdobramentos, com maior abrangencia e penetra<;ao na nossa atividade de arte. Nilo Firmeza - Estrigas Artista Plastico SALA OCILMA LIMA Urna portaria da Fundacao de Cultura de Fortaleza denomina Sala OeHma Lima a mostra de arte comemorativa ao dia Mundial do Artista Plastico (8 de maio): "0 Presidente da Funda~o de Cultura de Fortateza, no usa de SUBS alribui¢es legais resolve. denominar Sala Especial Ocilma Lima, a mostra de arte anuat, oomemorativa ao dia Mundial do Artista Pltlstico. Fortaleza, 02 de maio de 1996. M Medalha Jean·Pierre Chabloz Heloisa JU3l;aba Heloisa JU8caba consegue produzir urns arte passosl, original de leitura aparentemente faeil. Mas na realidade S6 lrata de urna pesquisa em profundidade de alga que por ser simples e autentico, e faD frequentemente ignorado. Marc Berkowitz, Rio de Janeiro, egosto de 1983 Nascida oa serra da Guaramiranga. eslado do Ceara, em 1926, Heloisa Juacaba iniciou sua formacao artistica em 1950, na Sociedade Cearense de Artes Plasticas (SCAP), onde estudou desenho e pintura com Joao Maria Siqueira e Floriano Teixeira. Em 1956, frequentou 0 curso livre de desenho e pintura do Museu de Arte de Louisiana, nos Estados Unidos. ExpOs pela primeira vez M exatos 50 anos, no Salao dos Novos de 1952. A partir de entao, sua participacao foi uma constante em varias outras exposi¢es. liderando, ainda, diversos movimenlos artisticos no Ceara. Oentre suas muitas manifesta¢es artisticas flQuram desenhos, pinluras. gravuras, esculturas, objetos, ilustracoes, criacoes visuais para teatro, designer de m6veis e ambientaCOBs de interiores, alem pinturas em porcelana e ceramica. Sua composi~o se formula de elementos paisagisticos dissociados e reordenados no prop6sito de uma harmonizacao coloristica. Os que nao conhecem 0 Nordeste brasileiro e 0 avaliam na ideia de uma terra desertica pela eros~o e pela seca, terao dificuldade em identifica-Io na natureza verdejante e resplandescenle da primorosa pintura de Heloisa Juacaba. Isso se explica na atitude contemplativa da pintora fixada aos sitios da Guaramiranga, Maranguape e Mondubim, onde exuberantes cajueiros. mangueiras, bromelias, cr6tons, caladios, filodendros e carnaubeiras trazem notavel contexto de sugest6es. Artista Convidado Jose Guedes A solenidade de premiacao dos artislas selecionados para 0 53° Salao de Abril, bern como a entrega da Medalha Jean-Pierre Chabloz e Placa de Homenagem, ocorrera nas depend~nciasdo Ideal Clube de Fortaleza, no dia 6 de maior de 2002, a partir das 19h.30min CENTRO DE REFERENCIA DO PROFESSOR GALERIA ANTONIO BANDEIRA ~Na sessao de 15 de junho de 1809. a Camara Municipal acordou, por determina!;30 do Governador Barba Alardo, publicar e fixar editais para se fazer urn Mercado Publico dentro do patio e a estacada dos pa90s do conselho (casa n° 42, da rua ......-:- Sena Madureiraf. Este mercado, mais conhecido como Mercado da Farinha, que ja naa existe, era destinado a venda de cereais, complementando 0 servil;O de abastecimento da cidade de Fortaleza, uma vez que 0 Mercado de Ferro se destinava exclusivamente a venda de produtos frescos. 0 atual ediffcio do antigo Mercado Central foi concluido e inaugurado em 22 de setembro de 1932, provocando com issa a posterior retirada do Mercado de Ferro da sua vizinhanya. concentrando-se, pois, no antigo Mercado Central os servic;os de abastecimento de quase toda a cidade, o edificio, com acessos por tres ruas distintas: Conde D'Eu, General Bezerril e Travessa Crato, passu; caracteristicas de Art-Deco bastante despojadas e simples, algo bastante comum it epaca de sua construc;ao. Ele e compasto basicamente de um pavilhao com estrutura em pilares de concreto e cobertura executada com elegantes tesouras metalicas confeccionadas com trilhos de bonde, Originalmente, 0 predio foi coberto com telhas planas de barro do tipo Marselha, posteriormente substituidas par telhas de fibrocimento. Hoje, restaurado e adaptado, 0 antigo Mercado Central transformou-se no 2 Centro de Referencia do Professor, espavo com 632m que abriga a Galeria Antonio Bandeira,o Memorial Sinha D'Amora e a Biblioteca Virtual Moreira Campos, COMISSAO JULGADORA JOSEGUEDES Imciou a carreira de artista p1astico em 1973. no Salao dos NovaS, onde ganhou 0 pr~mio em pintura. Part,cipou de varias exposk;6es colelivas e individuais nas principais capil3is brasileiras e no exterior: A1emanha, Argentina. Chile. Eslados Unidos, Franca. Ilalla. libano, Portugal e Uruguai. I:: delenlor de dezoilo prllmios nacionais e internacionais. denIre eles a Pafete O'Or. do Festival Internacional de Pintura de Cagnes· Sur-Mer, Franca. 1995. Dirigi.... a Casa de Cullura Raimundo Cela entre 1986 e 1990. Alualmente. dirige 0 Museu de Arte ConlemporAnea do Centro Dragao do Mar e a galena JG Arte Visual. Em 2001 toi convidado para participar da Sienal de Sao Paulo, em ed~o comemorativa aos 50 anos de cria~ daquele evenlO. TADEU CHIARELLI ProfesS()( Doulor do Departamento de Artes Plasticas da Escola de Comunica~oe Anes da Universidade de Sao Paul0,onde e responsavel pelas disciplinas de WHist6ria da Ane no BrasJl- Seculo XIX e "Hist6ria da Ane no Brasil- Seculo XXw. Foi curador-chefe do Museu de Me Moderna de S~o Paulo entre 1996 e 2000, tendo sido responsavel pela reoorganizat;Ao do aceNo daQuela institu~o, incluindo os projetos de reslauro. aceitac;ao de doa<;6es, aQulsi<;6es e exposi¢es do acervo. Publicou Um Jeca nos vemissages: a critica de arte de Monteiro Lobato (1995): Leda Catunda (1998); Arte imernacional brasileira (1999) e Arte e nao Ane (2002). Colabora, ainda. com artigos sabre ane em ;ornais e revistas do Brasil e do Exterior. w DODORA GUIMARAES Bacharel em Comunicac;Ao Social pela UFC, em 1977. Espedalista em Teorias da Comunicac;Ao e da Imagem, tamMm pela UFC, em 1993. Trabalhou como redatora e direlora da RTVC, e em agendas de publicidade de Fonaleza entre os anos de 1974 a 1985. Em 1983. juntamente com Servulo Esmeraldo, criou a Xisto Collona Edil;:Qes de Ane. dirigindo a Ane Galeria de Fonaleza, entre 1983 e 1993. Atuou como assistente Curatorial da Jell Exposit;ao Intemacional das Esculturas Ef~meras (1986 e 1991) e da Exposit;ao Nacional de Arie E'~mera (1993). Desde 1994, dirige 0 Centro de Anes Visuais Raimundo Cela. da Secretaria de Cultura e Despono do Estado do Ceara. Foi curadora das seguintes exposil;:oes: Universo Cariri (1995). no Centro de CuUura do Abolil;:ao. Fortaleza. Ceara: Jongada (1997). Museu do Ceara: Admir(JVeis Bclezasdo Ceara au 0 Desabusado Mundo do Cul/ura Popular(1998), Memorial da CuUura Cearense - Centro Oragao do Marde Ane e Cullura: Louvada Seja 0 Arte de um Povo que se Ve (2001). 1" Bienal de Artes do Cariri. Juazeiro do None - CE; Nino: 0 Essencial em Estado Bruto(2oo1). Pinacoteca do Estadode Sao Paulo: lendo sido, ainda. Curadora Adjunta do Projeto Rumos Visuais (1999 - 2000). !tau Cultural. Vive e lrabalha em Fortaleza. ATA DO JURI DE SELE(,;Ao PREMIA(,;Ao DO 53' SALAo DE ABRIL Entre os dias 19 e 20 de abril de 2002, na Galeria AntOnio Bandeira, no Centro de Refef~ncia do Professor, na regiao cenlral da cidade de For1ateza, Tadeu ChIarelli (crftico e professor da Universidade de Sao Paulo); Jose Guedes (artista e diretor do Museu de Arte ContemporAnea do Ceara) e Dodora Guimaraes (diretora do Centro de Artes Visuais Raimundo Gela). examinaram os dossies de (180) eenlo e oilenla artistas inscritos no 53 0 Sa lao de Abril de o--<~:: Artes Plasticas. Apes a analise delida do material. fo; realizada urna primeira trlagem. reslando (18) dezoito concorrenles. Numa segunda triagem. realizada a par1ir das (18) dezoito obras pre-selecionadas. foram escolhidos os (16) dezesseis artistas que deverao inlegrar a 53' edicao do Salao de Abril. Os crilerios utilizados para a escolha dos 16 (dezesseis) artislas selecionados loram: consisl~ncia das propostas: coerencia entre conceilo e execucao: c1areza dos projetos apresenlados e as principais quest6es da atualidade. o juri prop6e que 0 montante de dinheiro destinado a premiaCao seJa dividido enlre os (16) dezesseis artistas selecionados. o juri ponderou sobre as segUinles questoes: - A necessidade imediala de revisao e atualizacao do Regulamento do Salao de Abril. Tal proposta se da peto tato do juri considerar que a alual configuraCao do Regulamento e anacr6nica e que nao mais contempta as necessidades da arte atual: . A necessidade de aC6es continuadas que possibilitem a transformaCao do Salao de Abril num verdadeiro cenlro de lransformaCao da situaCao do artista p!astico contemporflneo cearense, deixando de ser um mero evento burocratico sem mais nenhuma conseqlu:~ncia efetiva junto a comunidade; . A necessidade do S<l1;30 de Abril deixar de ser um salao apenas local, assumindo sua vocacao de lransformar-se num salao de abrangencia nacional. 0 juri acredita que, s6 assim, 0 Salao de Abril ira corresponder plenamente a imagem que Fonaleza transmite para 0 restante do pais: - 0 juri sugere que. desde esta 53' edicao, sejam realizadas paleslras, cursos e oficinas sobre arte conlemporanea com os artistas selecionados e demais interessados: - 0 juri salienla a importancia para que desde ja sejam iniciados os trabalhos preparativos para a 54' ediCao do Salao de Abril, em 2003, quando a instituicao completara 60 (sessenta) anos de existencia, conflgurandose como um dos mais anligos sal6es de artes plasticas do pais: - Para essa pr6xima edicao do Salao de Abril, 0 juri sugere a ocorrencia de um numcro signiflcativo de exposic6es satelites que deem a dimensao da importancia hist6rica do Sa1<30. assim como mostras que lragam dados novas sobre a arte atual. Subscrevem-se, Tadeu Chiarelli I Jose Guedes I Dodora Guimaraes Fortaleza, 20 de abril de 2002 ANTONIO BANDEIRA Aqui mesmo em Fortaleza, na Rua Santa Isabel, 0 menino AntOnio Bandeira teve seu primeiro alumbramento, surpreendeu 0 primeiro guache, urn certa crepusculo Irisle e lindo, como estes que costumam.,--._...; aparecer por ca no mes de junho, feitas dum tom de violeta multo exclusivo, lirando pro vermelho, com raras manchas dum azul estranho. Oai por diante. toda tarde ficava espreitando 0 espetaculo; foi se tarnando colecionador de crepusculos, buscando-os diariamenle, a principia na janela de casa ou na porta da Fundil;3o de seu pai, mais tarde junto do mar, nas dunas do Mucuripe. no cais do porto. Em Maranguape. na Serra Verde, urn pouco por toda parte. Depois foi ampliando 0 seu patrimonio de beleza. ganhau a noite, habitou madrugadas. viu dia nascendo. pescador partindo pro mar, conviveu com gente que enfrentava cada cotidiano com um heroismo novo e a aten~o do artista que jil estava la nele, M muito tempo, levou-o a fixar no papel lodo aquele material que vinha compondo a tessitura do seu mundo interior. No comeco, aventurou-se par conta propria; depois frequentou aulas da Mundica. $ua primeira professora. Oepois, inlegrou um grupo de jovens pintores cearenses que compunham 0 Centro Cultural de Belas-Artes (poslerior SCAP). depois no Rio, depois em Paris, depois no vasto mundo de que se fez cidadao. Assim tormou-se 0 artista, como se formam os grandes, com lalenlo, com estudo, com trabalho, com coragem. com sofrimento, com amor, numa busca interminavel, sempre as renovando, pesquisando. perseguido per uma sincera ansia de reatiza~o e foi somando vivencias. amanda cidades. navios, gentes,lugares, plantas, coisas, bichos, momentos. caplando beleza com aquela sensibilidade que se pode reatmente chamar excepcional, trazendo tudo para seus quadros, Iransformando tudo em cor, levado pela poderosa capacidade criadora tao cedo revelada, servido por um perrnanente sentido do poetico, uma constante de equilibrio, que conterem aos seus trabalhos a unidade que valeria bem a pena verduma vez. numa retrospectiva. A utilizal;Ao inteligente de lodo aquele citado patrimOnio de lembrancas reunido com zelosa ternura outra constante na obra de Bandeira, assim como a definitiva presenca da pureza que Ihe vem da infancia e que 0 artista cultiva com evidente amor. De menino, na verdade. Antonio Bandeira conserva quase tudo: a pureza, a bondade, 0 riso aberto a capacidade de se fazerquerer bern, a tacil convivencia, essa deliciosa alegria de viver a simplicidade, a franqueza. lsso tudo somado 0 torna verdadeiro, da-Ihe a marca de autenticidade que taz com que em Qualqueresquina do mundo, nos bistrOs da Rive Guache, em Copacabana, na Bahia ou em qualquer barzinho de beira de praia, em Forlaleza, em todos os momentos, pintando, conversando, escrevendo, ouvindo, fazendo poesia, seja sempre a mesmo homem, 0 mesmo artista, 0 mesmo poeta, a mesma personalidade, aspectos tao diversos e ao mesmo tempo lao unidos pela iluminaCao de seu universo interior. e Milton Oias· Forlaleza - 1963 ANTONIO BANDEIRA Caem aqui as lembranyas de Bandeira, simples lembrancas. Tao simples e grandes, como tao grandes e simples eram 0 artisla e a criatura humana que se chamam (conlinuam presentes) Antonio Bandeira. Cidadao de Fortaleza, a quem fezdeclarac;ao de arnor, cidadao do mundo. Bandeira derramava·se internacionalmente, conservando-se 0 cearense de sempre: bricalhao, humilde, born com a vida. E ele que gostava tanlo de viajar, foi born ate com a marte. (... ) (... ) na televisao, 0 reporter da noticia de que Bandeira, 0 pintor cearense Antonio Bandeira, falecera em Paris. Eram 6 de oulubro de 1967. Depois viriam as detalhes: uma aneslesia para uma intervenc;:ilO cirurgica nas cordas vocais cartava a vida do pintor ainda jovern, relativamente. E ali, em Paris, deixando os amigos consternados, Bandeira e sepultado. (... ) Nao iamos mais ouvir sua voz grave, cheia e seu riso aberto e satisfeito. Nao andaria mais aqui, nas ruas de Fortaleza, e nao pareceria acanhado com <'I popularidade. (... ) (... ) Pintor de muitas "CtDADES", Bandeira eslara sempre em lodas etas e, mesmo nao vottando, continuara sempre presente, com seu vator intacto, na memoria de quem 0 viu e 0 admirou nos muitos lugares de sua curta vida. Alraves de sua pintura, que tem a marca dos mestres, ele continuara, como tem continuado, bem vivo na beteza e perman{mcia de sua arte. Nilo Firmeza· Estrigas -1992 TRABALHOS SELECIONADOS 2002 FRANCISCO ZANAZANAN SemTitukJ lnstal~ 300=' \\ HERBERT ROLIM Jsrdim Instalayao IGOR CAMARA 600 an' Cha~lJ 8 Pedre Fotografia JOx40cm VITOR CESAR Tranah;lo Llatrada Dob~ RENAN COSTA LIMA RODRIGO COSTA LIMA VITOR CESAR Pass8nt8 InstalacAo InstalacAo 200 x 200 em' IGOR CAMARA . "31" Fotografia 3Ox40cm MILENA TRAVASSOS Vidro Aberto I Objelo MILENA TRAVASSOS Vidro Abflf10 /I Objeto 20xJOcm 20xJOcm GERARDO DA SILVA Hist6ria de Brasilia Pintura 100 llao em BOSCOUSBOA Ceos de &xracharia InstaJ~ 200 II 150 em GERARDO DA SILVA A 56nzala Voltando so Brasil Pintura l00xaoem FRANCISCO DE ALMEIDA InVOCBndo os Anjos. 0 Draglo & a Serpents 1/ Xilogravura 75x122an FRANCISCO DE ALMEIDA Invocando os Anjos. 0 Dragao e a S6rpente I Xilogravura 75x122cm JARED DOMlclO Projetos de MutilafiOO I CoIher Objeto 11 x80cm TICIANO MONTEIRO Sem Titulo Gravura 10.5x9cm KELSON TELES Torre de Papel Instalacao 500 x 260 em" TICIAND MONTEIRO Sem Titulo Gra~ura 17x12cm JAREO OOMlclO Projelos de MUli/at;40 I Vassour8 Objelo 150x40em TELMO VALEN~A Ttmsmo sexual Mapa 1/ Infogravu,a 60 II 60cm TELMO VALEN~A Tunsmo Sexual. Mapa I Infogravura 6011 60 cm CELESTINO RAMALHO Predadores I CELSO OLIVEIRA Padlm.AlI2 Oesenho FOlografia 72x49cm 15011100cm DRAWLIO JOCA as Romani/cos Fotografla 14611105em CELSO OLIVEIRA Padim·AIi 1 Fotografia 15011 100 em CELESTINO RAMALHO Predadores /I Desenho 72114gem ARTISTAS SELECIONADOS BOSCO lISBOA Rua 505, casa 97 Fane: 214.2280 CELESTINO RAMALHO Rua Castro Alves. 510 CEP 60.130-210 - Fane: 459.0080 CELSO DE OLIVEIRA SILVA Rua Fausto Cabral, 940 - apIa. 401 CEP 60.175-415 - Fone:262.5916 DRAWLIO JOCA Av. Pintar Antonio Bandeira, 2285. apia. 202 CEP 60.182-300 - Fane: 278.1476 FRANCISCO DE ALMEIDA Rua Eslado do Rio, 55 - apIa. 602 - bloco B CEP 60.441-150 - Fane: 9604.3945 FRANCISCO ZANAZANAN Rua W21. bloeD 2 - apia. l1C CEP 61.655-760 - Fone: 3065.0031 GERARDO DA SILVA Rua Rufino de Alencar. 175 CEP 60.060-620 - Fone: 252.2260 HERBERT ROLIM Rua Humberto de Campos, 936 CEP 60.130-350 - Fane: 472.0951 IGOR CAMARA Rua Erneslo Monteiro, 1300 CEP 60.833·710 - Fane: 273.3200 JAREO DOMiclO Av. Francisco Sa, 4421 CEP 60.310-001 - Fane: 236.7783 KELSON TELES Rua Antonio Barbosa, 1241 CEP 60.760-410 - Fane: 473.1963 MILENA TRAVASSOS Rua Visconde de CairU, 340 CEP 60.182-13~ - Fane: 262.5738 RENAN COSTA LIMA ROORIGO COSTA LIMA ViTORCESAR Rua Canuta de Aguiar, 27 - apia. 401 CEP 60.160-120 - Fane: 261.7050 TELMO VALENC;A Rua Roberto Gradhvor, 572 CEP 60.812-540 - Fane: 274.7003 TICIANO MONTEIRO Rua Silva Jatahy. 1268 - apia. 302 CEP 60.165-070 - Fone:242.6733 ViTORCESAR Rua Herminia Banavides. 330 - apto.501 CEP 60.162-260 - Fane: 234.1726 APOIO TECNICO FUNCET Presidente Jose Mana Barros de Pmho Assessora do Titular Mana Helena More,ra Marques Procuradora Juridica Ana Arlene Fenarldes Bnto Departamento de Patrimonio Hist6rico.cullural Jose Capelo Fllho lidIa Sarmiento Chefe da Equipe de Oesenvolvimento de Desporto Ana Claudia Garcia de Figueiredo Chefe da Equipe de Projeto$ Especiais Elaine Marla Pontes Bnto Direloria de Planejamento Sergio Brigido de Moura Jane Maria Saraiva Mapurunga Circlor da Galeria Antonio Bandeira/Memorial Sinha O'Amora MarcuS Tulio Dias Monteiro Oirelor Administrativo Financeiro Geraldo Chateaubnand de Andrade Diretora Pinacateca Cecilia Ximenes Avila Diretoria de Promol;oes Turisticas Vania Bastos lorena Climara Vale Mana Nazar~ Coelho APOIO TECNICO 53° Salao de Abril Curador Joao Jorge Marques Mele Organiza<;ao Joao Jorge Marques Mele Marcus Tulio Dias Monteiro Calillogo e Programa y 3o Visual Lidia Sarmiento Fotografia Eduardo Ramos Inscrh;6es Gilza Arruda Sampaio Sandra Lima Revisao Lucineide Souto Bezerra Marcus Tulio Dias Monteiro Diagrama y 30 Final Francisco Gideon Agradecimentos Banco do Brasil Ideal Clube Corpo Diretor do Centro de Referencia do Professor Guarda Municipal Policia Mililar PREFEITURA EVOCE FAZE DO FORTALEZA DA CERTO BANCO 00 BRASil Centro de Referencia do Profe>sor ~.v 00Iltf1ll !III-01 CfI"'IQOI 6.pdt-r1 Ideal Clube
Documentos relacionados
premio prefeitura municipal de fortaleza
Claudio Pereira e Jornalista e Advogado. Bacharel em Ci€mcias Juridicas e Sociais. pela Universidade Federal do Ceara. com cursos de Extensoo e Especializac;oo na Havard University e na Universidad...
Leia maisXXXVI Salflo
Para. de futuro, entender-sc melhor 0 XXXVI SaHio de Abril mister se raz situa·l0 em seu contexto hist6rico. Vivcmas urn tempo de transi9ao e mudan<;:as. E: este 0 primeiro Salao oficial de arIes p...
Leia maisFORTALEZA - CEARA
..\ S( :.\1' dell ,,,"[mllid.tdc .'" S.lI.'" .11'; l'l~li '1"·tIl,l" d., ,"c'III.' ,1e~.,p.rrt:lt:II. ~1."" S.,I.i" le'''"':"'. CII' 1')/,.. ,,,I. .'ILllCI., d., P'cfc itlll.l ,\ \IIIll,il'.r1 dc F...
Leia maisFORTALEZA - CEARA
A SCAP deu continuid:l.dc:1O S;t!ao :ltc 195R '1u;lllllo d;l lIlesrn.\ des:lpan:c('u. M;\~ <) Sa1.10 fes~ufgiu, em 1<)(>4 ~ob a tUlda d~ Prefeituf;l Municipal de Fort:llez:l, por sugest.1o do e.sca...
Leia mais