Editorial - AFAGO - Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia

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Editorial - AFAGO - Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia
BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA ANO VI N° 02 - MARÇO- ABRIL2013
Editorial
Registrar para não perder
Raimundo Nonato de Miranda Chaves
Nestes últimos tempos, tenho acompanhado e tenho aplaudido o professor José Moreira exercendo a nobre função de
presidir a Comissão Mineira de Folclore – CMFL. Moreira
e sua equipe têm se dedicado, com afinco, a missão de despertar a sociedade para a Cultura Popular. O conhecimento
que é passado, oralmente, de uma pessoa para outra está
acabando. Não há ouvintes e os falantes ao desaparecerem
levam o conhecimento consigo. A modernidade rejeita o antigo como inútil, démodé e cafona. São Francisco, reza a
lenda, também, não tinha ouvintes e foi falar aos pássaros e
aos peixes. Hoje, tem até papa com seu nome. Nós não
podemos, na modernidade, falar aos pássaros senão, acabaremos em algum hospício falando para pessoas mais loucas do que supõem sermos.
Não temos tribuna para discursar e nem platéia para nos
ouvir, mas temos veículos que aceitam e aplaudem nossos
causos, isto garante o registro e a disponibilidade do conhecimento até que alguém compreenda a importância e se interesse por ele. A Afago disponibiliza o Boletim Informativo e
o site www.afagouveia.org.br. Acredito que a CMFL, também, possa disponibilizar o Boletim Carranca. Então, vamos
escrever sobre os Ofícios e sobre seus titulares. Por que não
escrever sobre o Alfaiate, sobre o Tropeiro, o Lapidador, o
Sapateiro , o Seleiro ...
Quem não teve a emoção de entrar na sala de costura do
alfaiate e ver, sobre o manequim, o seu paletó de linho branco brilhante, o famoso S-120, ainda sem mangas e
pespontado com linha preta, pronto para a prova. O alfaiate
toma aquela peça, com carinho, e veste você, gira em sua
volta, admirando a própria obra, marcando aqui e ali, com o
giz de costureiro, locais de acertos: sobre o ombro, na cintura, no comprimento. Enquanto isto, você sonha com aquele
terno pronto, camisa impecavelmente branca com punhos
duplos e aquela abotoadura que você ganhou de seu avô
quando terminou o curso cientifico, gravata de seda grená,
sapato preto brilhando, você é capaz de ver-se nele, como
no espelho, tal o brilho. Naquele salão repleto de moças,
todas nos seus requintados longos, modelo tomara que caia.
E a romântica música de Sergio Balona. Ai você acorda do
sonho com a ordem: “levanta o queixo”, emitida pelo seu
alfaiate.
Eu não vou escrever sobre alfaiate, é apenas uma incursão
na zona urbana e estou voltando para minha comunidade ru-
ral. Penso escrever sobre Pedro de Neco Custódio exímio trançador de couro; peças produzidas por ele, verdadeiras obras-primas: laços, cabrestos, chicotes de montarias entre outras. Prometo, ainda, na mesma pegada falar
de Armindo, arreeiro trazido do Serro por João Baiano
para dar manutenção na tralha de tropa. Armindo fazia e
reparava cangalhas como ninguém. Sem esquecer do oficio do fazedor de rédeas, arreadores, barrigueiras, cilhas
e outras peças de cabelo cortado da cauda ou da crina de
animais.
O Museu de Artes e Ofícios, em BH, na Praça da Estação, tem admirável coleção de objetos e utensílios usados
nos diferentes ofícios. Pode-se conhecê-los navegando no
site www.mao.org.br, o Museu Virtual. Fotos e definições
esclarecedoras de cada objeto estão à disposição, este
trabalho está pronto, a coleção, cada dia, se enriquece
com o achado de mais peças. Minha proposta é para pessoas, que, conhecem ou conheceram alguém entendido
de um oficio, registrar o saber e o fazer deste oficio. Eu
conheci os irmãos Manoel e João Saraiva, residentes na
margem do córrego da Água Parada. Eles construíram ou
reformaram quase tudo nas fazendas de João Baiano, de
moinho, engenho de cana, fabrica de farinha, currais, residências... Eles faziam suas próprias ferramentas, eram especialistas no trato da madeira, então, adquiriam o que
era de ferro e faziam: plainas, enxós, graminhos, grovêtas,
serras... é uma história a ser contada.
Notícias & comentários
www.afagouveia.org.br
Confiram nas Imagens Flutuantes
Acessos
www.portalgouveia.com.br
Notícias atualizadas de Gouveia.
http://www.caminhosdaserra.org.br/
Projetos, fotos e vídeos
Comissão Mineira de Folclore
Relatórios e reportagens de atividades
desenvolvidas a partir de 5 de março de 2012.
Edições do informativo Carranca.
Destaque para ampla reportagem fotográfica
elaborada pelo doutor Raimundo Nonato de
Miranda Chaves sobre eventos da 46ª Semana
Mineira de Folclore.
Selo Unicef - Gouveia 2006
Detalhadas informações sobre relatórios
produzidos por crianças e instituições de Gouveia
para obterem o Selo Unicef recuperadas, expostas e
comentadas pelo professor doutor Raimundo Nonato
de Miranda Chaves.
Cemitério do Peixe
Chamada para artigos e reportagens
fotográficas sobre o emblemático Cemitério do
Peixe.
Aplausos e Apupos
Comentários sobre ações necessárias ao
desenvolvimento de Comunidades
Boletim Informativo
Acesso a todas as edições do Boletim
Informativo da AFAGO
Emancipação de Gouveia
Reprodução do album: Gouveia em quatro tempos.
São Sebastião do Tigre
Vídeos que registram acontecimentos naquela
localidade no dia 4 de novembro
Cônego Paulo Henrique no
Camilinho
Visita do Revmo. Cônego Paulo Henrique Soares,
titular da Paróquia de Santo Antônio de Gouveia à
comunidade do Camilinho no dia 3 de março. Texto e
fotos.
Mensagens
Posicione o cursor na primeira linha de colunas à esquerda onde está escrito “Afago”. Movimente o cursor
seguindo a linha horizontal para a direita e desça até a
quinta linha onde está escrito “Mensagens”. Para ter
certeza confira se a caixa mudou de cor azul para amarelo. Pressione o mouse. Pronto, você terá acesso a
notícias e comentários mais recentes sobre Gouveia e
o que pensam os gouveianos.
Comunique-se com o Boletim da AFAGO.
Envie para o endereço [email protected] artigos, comentários, fotos, contos e poesias.
Notícias selecionadas
Em 27/02/2013 –
Hermes Nascimento da Silva Comunica
O sitio da Prefeitura de Gouveia já esta funcionando.
WWW.gouveia.mg.gov.br
Raimundo Nonato de Miranda Chaves:
Aplausos, meus e da Afago, ao Diretor Social: Geraldo
Augusto Silva, o Dingo, reeleito presidente do Coral
“CRESCERE”(Crescer), para o biênio 2013 - 2015.
Prefeitos e vice-prefeitos de Gouveia
04/03/2013 Adilson do Nascimento
Não posso deixar de fazer justiça a um excelente e atencioso
funcionário da câmara municipal que se já havia me atendido
muito gentilmente quando estive na secretaria da casa para
pesquisar a relação dos ex-presidentes, enviou-me, por
email, os nomes dos ex-vice prefeitos, conforme relação
abaixo. O nome dele á NIXON SILVA VIEIRA, sendo
que esse Silva vem de Celma, de Viano Sapateiro e o Vieira
vem de Geraldinho “Tampinha”, meu amigo, antigo motorista
de João Grilo e do Ki-Mercado, que durante longos anos
transportou tecido da fábrica, para a Estamparia em
Contagem. O Nixon, além dessa origem e de outras
qualidades, ainda é irmão do Frei Flávio, que às vezes
aparece aqui neste espaço. VICE-PREFEITOS DE
GOUVEIA Gestão Efigênio Gomes Pereira – 1955 a 1958
Vice: Rômulo Cruz Franchini Gestão Paulo Pedro de
Almeida Cezarini – 1959 a 1962 Vice: João de Miranda
Ribas Gestão Efigênio Gomes Pereira -1963 a 1966 Vice:
Theódulo Alves Prado Gestão Theódulo Alves Prado –
1967 a 1970 Vice: Cupertino Pinto Ribas Gestão Efigênio
Gomes Pereira -1971 a 1972 Vice: Osvaldo Nominato
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Notícias & comentários
Gestão Geraldo Manoel Brandão Bittencourt – 1973
a 1976 Vice: Antonino Diniz Neto Gestão Theódulo
Alves Prado – 1977 a 1982 Vice: Cupertino Pinto Ribas
Gestão Geraldo Manoel Brandão Bittencourt – 1983
a 1988 Vice: Idalino Alves Ribas Gestão Geraldo
Eustáquio Ferreira – 1989 a 1992 Vice: Maria das
Dores Alves Gestão Geraldo Manoel Brandão
Bittencourt – 1993 a 1996 Vice: Theódulo Alves Prado
Gestão Alberono de Oliveira – 1997 a 2000 Vice:
Geraldo Monteiro Gestão Alvimar Luiz de Miranda –
2001 a 2004 Vice: Antônio Ailton Ribas Gestão
Alberone de Oliveira – 2005 a 2008 Vice: Vamir
Moreira Gestão Geraldo de Fátima Oliveira – 2009 a
2012 Vice: Alvimar Luiz de Miranda Gestão Geraldo
de Fátima Oliveira – 2013 a 2016 Vice: Alfeu Augusto
de Oliveira
fundamental e conhece as dificuldades de alfabetização de crianças que não tiveram a oportunidade da socialização no pré-escolar.
Estive com as crianças, alegres e saudáveis, sempre acompanhadas da profa. Beatriz, na sala de aulas, na hora do lazer, saboreando o feijão tropeiro com arroz preparado pela cantineira Reginalda
e, também, no regresso para casa, em ônibus novo, adquirido em
2012, dirigido pelo experiente e atencioso motorista: Eduardo. Gente
boa da família Paulino.
Rodoviária de Gouveia
11/03/2013 - Raimundo Nonato de Miranda
Apupos
Não entenda apupo como vaia, mas como um grito de
descontentamento pelo tratamento que a administração municipal
de Gouveia tem dispensado ao prédio rústico, construído por João
Baiano, em 1940, e entregue à comunidade para sede da Escola
Estadual Rural Mista de Camilinho. O imóvel está abandonado
há mais de ano.
A E.E.João Baiano, na mesma localidade não tem sala para
professores, não tem sala para instalar o laboratório de informática
– os computadores pessoais, doados pelo Proinfo, estão sem uso
desde janeiro de 2011 – . O posto de saúde improvisado no imóvel
abandonado foi desativado e o atendimento pelo pessoal da saúde
acontece na sala de aula.
Foto –Paulo Vieira – Assessoria de Comunicação
Aplausos
10/03/2013 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves
Aplausos para o setor municipal de Educação de Gouveia
pela criação, em 2013, do ciclo pré-escolar na E.E. Municipal João Baiano. Ali, denominado carinhosamente:
Prezinho, com quatorze crianças de quatro e cinco anos.
Os de cinco anos iniciarão, em 2014, o primeiro ano do
ciclo fundamental.
Parabéns, muito especial, para a professora Beatriz Chaves Brandão, que pediu a criação do curso e contatou os
pais da crianças convencendo-os a providenciar as matriculas delas.
O pré-escolar funciona nas comunidades de Cuiabá,
Pedro Pereira, Engenho da Bilia, Vila Alexandre e Riacho dos Ventos. Todos, sob a supervisão da Escola Infantil Zulma Miranda.
A professora Beatriz, experiente e dedicada, lecionou
durante anos para estudantes do primeiro ano do ciclo
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Papa e Tradição
12/03/2013 - Adilson do Nascimento
TRADIÇÃO às vezes pode significar atraso. Com tanta
evolução tecnológica para os meios de comunicação em tempo
real (twitter, email, facebook etc. etc.) o Vaticano anunciará
o famosso “Habemus Papam” por meio de um sinal de
fumaça, coisa dos índios, há vários séculos passados.
12/03/2013 - Guido Araujo
Tradição vem do Latim, “traditio”, substantivo, ação de
entregar, entrega, no sentido comum. No especial, Tradição
é, pois, uma entrega, cultural, de alguma coisa de uma geração
a outra, ou de pai para filho. Envolve também um valor afetivo
e distintivo. Daí cada nação ter certa tradição que outra não
tem e que a distingue. Até as familias se diferenciam por
suas tradições. Tudo vai desembocar na cultura quando
começa a afetar os pilares da sociedade. Se destruídos estes,
a sociedade rui. Os estudiosos já fizeram suas teorias e não
vou entrar nisto. Mas o que quero dizer, em resposta ao meu
amigo e conterrâneo Adilson, é que a fumaça branca do
Vaticano vai correr mundo é no twitter, facebook, email, rádio,
etc. Coletivamente, contudo, a fumacinha branca funciona
melhor que o telefone, email, twitter, etc. Empata com o radio.
Todo o povo na Praça de São Pedro terá a noticia do “habemus
papam” instantaneamente. A técnica da fumaça não é atraso,
é tradição.Perde apenas para a distância. A tecnologia recente
veio apenas encurtar a distância, não a eficiênca. A igreja
quer significar que a doutrina que recebeu na origem será
“entregue” pelo novo papa. A fumaça branca além de ser
notícia tem um “plus”. Este plus os meios que você citou não
transmitem
12/03/2013 - Adilson do Nascimento
Guido, quisera eu que outros também fizessem a réplica. Nada
é pior que lançar uma polêmica e não obter resposta. Continuo
achando que o “sistema” precisa ser modernizado, até porque
hoje sabemos como a fumaça é fabricada. Nos meus tempos
de convivência com o Padre Luiz Barroso ele me fazia
acreditar que a mudança de cor da fumaça era um milagre
13/03/2013 - Guido Araujo
Adilson, também espero que outros deem sua opinião, pois é
um assunto que não implica a fé. No meu entender, o Padre
Luís Barroso cometeu uma falha misturando fumaça com
Espírito Santo. O Papai Noel também é uma mentira para os
meninos. Contudo, serve para aguçar a desconfiança do futuro
adulto. Meu modo de ver isto é que a verdade deve ser dita
ou omitida, nunca substituída por uma mentira.
13/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
Adilson e Guido, tenho seguido toda a discussão sobre a
eleição do novo papa. Digamos que o ‘tempo’ não esteja
permitindo que eu passe a maior parte de meus dias diante da
tela de meu PC, para que possa entrar na conversação. Quero
apenas lhes dizer que, no meu conceito, tradição é tradição e
como tal, acho que a fumacinha do Vaticano deve continuar,
a despeito de que o mundo tenha mudado e que isso não faça
jus ao progresso. Considerando o fato pelo ângulo
progressista, estamos mais do que atrasados. Mas ela nada
tem a ver com as mudanças e sim com a expectativa e o
sentimento. Sem mesclar a minha fé ao fato em questão, a
fumacinha para mim é sinal de que o papa está sendo
escolhido. Quando negra, o futuro papa não foi eleito. Com
ansiedade espero que ela saia branca e, em seguida, o
“HABEMOS PAPA”. Acho, até, que hoje a fumacinha
aparecerá alva na chaminé. Sentimental como sou, não
poderiam esperar outra opinião de minha parte, não é mesmo?
13/03/2013 - Nilson Pereira Machado
Adilson, Sr Guido, o contraditório é sempre salutar para uma
das partes ou para ambas, quando as duas se completam,
esclarecendo duvidas existentes, ou conceitos “adormecidos”
no sub consciente de uma da partes.Mas deixemos de lado a
tradição, seja ela justa ou não, seja ela ultrapassada ou não,
as religiões pelo mundo afora, nunca acompanhou e nem
acompanhará a Ciência e nem pode, pois todas se “protegem”
num manto de obscuridade, de dogma e que muitas vezes
são os responsáveis por manter a crença. Obs. Estou vendo
na TV a fumaça branca. Vou interromper o post. Sr Guido
expõe mais por favor artigos de sua autoria muito rico.Obrigado
Sete Lagoas 13/3/13 15,15 Hs.
13/03/2013 - Adilso do Nascimeto
E a fumaça branca saiu anunciando mais uma vitória da
Argentina sobre o Brasil, revigorando o ditado de que no
conclave quem entra Papa sai Cardeal. O Papa Francisco I,
além de ser o primeiro latino americano a se tornar papa é
também o primeiro integrante da Companhia de Jesus a
alcançar o posto. E olha que neste conclave ele era o único
jesuíta presente, já que um segundo, da Indonésia, por
problemas de saúde não compareceu
13/03/2013 - Otomano Menezes
Doutor Adilson do Nascimento nesta polêmica criada aqui
abaixo sobre tradição e que o senhor acaba se superando na
última mensagem de agora a pouco, estou com o senhor, sem
direito a réplica.
13/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
Adilson, Guido, Nilson, AFAGO, Minas, Brasil e católicos do
Mundo Inteiro, a fumacinha branca saiu pela chaminé e num
mesmo instante de suave magia e encantamento o Mundo
compreendeu: HABEMUS PAPAM! É o primeiro papa sulamericano e se chamará Francisco I. Argentino, porém
simples, cozinha os seus próprios alimentos. Anda de lotações!
Carismático, à primeira vista, é jovem nos seus 76 anos. Fará
uma Igreja Nova. Reunirá os irmãos em Cristo. E quem sabe,
fará com que argentinos e brasileiros se considerem irmãos
de verdade, sem frieza, acabando com as diferenças que
fazem dois povos de duas nações num mesmo continente,
intimamente se estranharem e se digladiarem, principalmente
em se tratando do futebol? HABEMUS PAPAM. E...
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Francisco I é argentino.Que nos unamos, pois, irmanados pela
mesma alegria!
14/03/2013 – João de Jesus Saraiva
Minha querida mestra,Maria Auxiliadora,boa tarde.não
desfazendo das demais opiniões abaixo descritas,fico muito
feliz com a sua mensagem sobre nosso querido santo papa
Francisco,(BEM-VINDO O QUE VEM EM NOME DO
SENHOR).Veio em boa hora,onde o mundo se transforma
numa velocidade espantosa,e mudanças estas que nem
sempre é para o bem,a fumacinha branca vem como um raio
de luz para nos alegrar.Jesus Cristo,nosso pai e rei dos reis
está sempre ao lado de todos nós mas,sentíamos como órfão
até aquele momento em que a chaminé mais observada do
mundo estava ali testando também a nossa paciência e nossa
fé,saindo fumaça negra em 4 vezes em horários
diferentes,quando na 5 votação justamente na hora daquela
chuvinha que também é bênçãos do céu,eis que saiu a tão
esperada fumaça branca,aí foi só emoção.BEM VINDO
AQUELE QUE VEIO EM NOME DO SENHOR
15/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
Joãozinho, saudades de você que pensava ter me esquecido.
Mensageiro da boa nova, como o cognominei, você, honrada
e orgulhosamente, cedeu o título que lhe dei à fumacinha
branca, que, após quatro nuvens negras, saiu da chaminé do
Vaticano para anunciar, não só a mim , mas a toda a
humanidade católica ou não a boa nova que tanto
esperávamos: O PAPA FOI ELEITO! Naquele momento,
sacudidos que fomos por uma força maior, transmitida por
nossos pais, quando da eleição de papas anteriores, de emoção
choramos. Instante de tão grande magia, quando só tínhamos
olhos para a chaminé a espargir a alva fumacinha. Não
questionamos a nacionalidade do eleito, não pensamos em
mais nada a não ser que a nossa Igreja fundada por Cristo,
tendo em Pedro a pedra-mor e o primeiro papa, novamente
tinha um chefe. Já não estávamos órfãos. Só passado algum
tempo, nos conscientizamos do nome e da nacionalidade do
eleito - um jesuíta argentino por nome Jorge, investido do
mais alto cargo da Igreja Católica Apostólica Romana que
passou a se chamar Francisco e através desse nome nos
mostrou a que veio. Quis nos comunicar que como Francisco
de Assis veio trazer a humildade e o amor aos pobres.
Enquanto os sinos de Roma badalavam, badalavam também
todos os sinos católicos do Mundo Inteiro , mas, principalmente,
os sinos do Continente Americano do Sul que pela primeira
fizera um papa. Os nossos corações em uníssono aos sinos,
palpitaram de emoção, quando o novo chefe da Igreja chegou
à janela e despido de toda vaidade, ostentando apenas a túnica
branca e tendo ao peito o mesmo cordão de cobre com a
cruz de Cristo que sempre usou, saudou a multidão em delírio.
Pudemos constatar nele a humildade e o carisma. Só nesse
momento, como que despertos da magia, compreendemos
que chegara o nosso novo chefe, o representante de Cristo,
que, inspirado pelo Espírito Santo, veio trazer paz e serenidade
a esse mundo tão conturbado pela violência e desamor.
Embalados pelo sorriso do Papa Francisco nos recolhemos.
Enquanto monologávamos em latim a frase que se tornou tão
grata e familiar aos nossos ouvidos, HABEMUS PAPAM,
adormecemos, sonhando sonhos de ventura, amor e paz, num
amanhã radioso alicerçado pelo carisma piedade e
competência do Sumo Pontífice, presente de Deus que
acabáramos de receber !
15/03/2013 - José Moreira de Souza
Tardiamente, retomo a questão da tradição.- Nesses dias eu
estava cuidando de coisas muito atrasadas, conversas sobre
Folclore e Educação. - É um atraso, manter compensações
bancárias com o uso do pombo correio. Os “atrasos” têm a ver
com as tecnologias e aumento da produtividade do trabalho.
Porém, é atraso manter uma agricultura orgânica, no momento
em que o aumento da produtividade agrícola inunda o mundo
de agrotóxicos? É um atraso ir ao trabalho a pé, se temos meios
ágeis de transporte? Mas, quando contemplamos o aumento da
obesidade mórbida e endêmica , a proliferação do diabetes, por
falta de exercício e a distância cada vez maior entre casa,
trabalho, casa centros de saúde, casa centros de lazer, casa
escolas, de que lado está o atraso? Nas tecnologias de construção
do espaço urbano, ou na formação de economias urbanas
sustentáveis? Há tradições e tradições. Para quem acredita no
atraso, por trás existe uma tradição que gera a fé de que tudo
que é moderno e aumenta a produtividade do trabalho é melhor.
Há uma tradição do moderno. A Inglaterra com a revolução
industrial criou e expandiu a tradição do moderno, mas ela mesma
viu que não poderia abolir a tradição da Realeza, caso contrário
o poder imperial ruiria. Nós brasileiros acreditamos, com fé
firme e devotamente, que tudo que não é o mais moderno é
atraso. Eu já pensei milhares de vezes: Os Estados Unidos da
América não questionam a não modernidade da “Casa Branca”.
Será que ela está no lugar certo? Aqui nós aceitamos a mudança
do centro do Governo do Palácio da Liberdade para a Cidade
Administrativa. Somos mais modernos, sem dúvida. Nossa
tradição é esta. Não poderemos nos assustar se algum dia um
governo mais moderno, resolver mudar a capital de Minas para
outro lugar mais moderno ainda. São Paulo já pensou nisso em
tempos quase recentes. Nosso desejo, imposto pela tradição de
sermos modernos, inventou um ditado: “A vergonha é a herança
maior que meu pai me deixou”. No almanaque “Jeca Tatuzinho”
que vinha junto com o Biotônico Fontoura, Monteiro Lobato
mostrou que Jeca Tatu era muito atrasado, mas depois que
tomou Ancilostomina Fontoura e Biotônico Fontoura, mudou
de vida; de sitiante pobre virou fazendeiro tão moderno que
suas galinhas e porcos alcançaram outra identidade: “Não diz
mais porco, é pig; não diz mais galinha, é hen”. É mais chic,
dizia-se quando tínhamos que imitar a moderna França; é up-to
date diremos hoje porque é assim que se diz em inglês. A tradição
da modernidade que nós herdamos desde a Independência é
esta: ter vergonha do que nós somos. “A gente não sabemos
escolher presidente, a gente não sabemos tomar conta da gente,
a gente não sabemos nem escovar os dentes...” Os efeitos disso
se mostram no turismo e na balança comercial. A concepção
ideológica que opõe atraso ao desenvolvimento – “Eis aí o
Sugismundo!” – é, ela mesma, a mais atrasada de todas.
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Animais na Praça
18/03/2013 - Afrânio Gomes
Parece que as denuncias sobre os animais na praça já surtiram
efeito, foi assunto na reunião dessa segunda feira 18 de março
de 2013 na Câmara de Vereadores de Gouveia.
19/03/2013 - Adilson do Nascimento
Afrânio, fiquei sabendo que o assunto foi levado à câmara
pelo vereador Irineu Bittencourt. Porém, somente levantar o
assunto não resolve o problema. Sugiro que a prefeitura, pelo
seu órgão competente, apreenda os animais, recolhendo-os a
um pátio e cobre uma taxa do proprietário, pela manutenção
e liberação dos mesmos e ainda que assinem um termo de
conduta se obrigando a que não se repita a invasão dos
mesmos às praças públicas. Simples assim! Basta vontade
de agir!
19/03/2013 - Guido Araujo
Adilson e Afrânio, o tratamento a ser dado a animais soltos
na rua, de valor econômico, deve ser o sugerido por
Adilson. Pelo visto, Gouveia não deve ter um código. Se
não tiver, já está na hora de os vereadores providenciar.
Sugestão: para os cachorros de rua: providenciar um canil,
depois doar ou sacrificá-los. Para os porcos e galinhas: fazer
churrasco para as crianças da APAE. Para os gatos:
eliminação imediata, pois transmitem toxoplasmose e raiva,
entre outras doenças e não são vacinados nas campanhas
oficiais, por dificuldade de manuseio. Além do mais se
alimentam das passarinhos
Páscoa
mais rápido do que um computador?! Como posso não
25/03/2013 - Gil Martins de Oliveira
acreditar em Deus se, ontem, diante da bela jacobina vermelha,
Com esta mensagem, quero desejar a todos vocês que me
encontram, neste espaço, UMA FELIZ E SANTA PÁSCOA.
Ele parou no ar, à minha frente, em forma de um lindo beija-
DEUS NÃO EXISTE! COMO ASSIM? Como é possível,
flor?! Como ignorar a presença de Deus naquelas centenas
de lagartas pretas, unidas num só “monte” – uns quinze
se hoje, de madrugada Ele me despertou no canto da acauã,
centímetros de comprimento por cinco de largura e três de
lá na mata ciliar do Serra Azul?! Como negar Deus, se, aos
primeiros raios do sol, Ele pisca para mim em milhares de
altura –, numa comunhão de esforços, se arrastando
lentamente, em busca de pastagem que as deixassem prontas
gotículas douradas, prateadas e cristalinas que mais parecem
para a grande metamorfose?! Observando-as atentamente,
lágrimas das estrelas pendentes da jovem casuarina! Como,
se Ele dotou a mim, a você, a Nietzsche, a Hegel, a Marx, a
percebi que as “caroneiras” de cima – cada uma medindo
Sartre com um cérebro capaz de executar vinte milhões de
seus cinco centímetros de comprimento por meio de diâmetro
(é arredondada) –, após algum tempo, num solidário
bilhões de cálculos por segundo, ou seja, milhões de vezes
revezamento, desciam o pequeno “monte ambulante” e se
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posicionavam à frente, prontas para receberem a carga sobre
elas. As pequenas antenas da guia iam tateando o espaço à
frente e, a qualquer sinal de alerta, o bloco todo ficava imóvel
até que tudo fosse resolvido. Fiquei um longo tempo –
aposentado pode! – admirando aquele belo exemplo de
solidariedade, de cooperativismo, de trabalho em equipe e de
genético capaz de gerar um pé de eucalipto, o do tronco liso,
que pode alcançar cinquenta metros de altura?! Por mais
insensível que possa ser uma pessoa, como não enxergar a
presença de Deus nos gestos concretos de amor de uma
Madre Tereza, Irmã Dulce, João Paulo II, Chico Xavier e
outros tantos?! Ou de uma mãe que, em situação de penúria,
união, valores, muitas vezes, tão raros entre nós, humanos.
deixa de comer para que sobre mais comida para os filhos?!
Como é possível negar a existência de Deus se, no silêncio
Como não ver a presença do Criador Supremo nos netinhos
que, ao me verem chegar, correm, de braços abertos, ao meu
da noite roceira, apenas quebrado pelo melancólico canto do
curiango, posso contemplar a silhueta da palmeira macaúba
dentro do grande círculo da lua cheia?! E o milagre da
multiplicação?! São cerca de oitocentos grãos em uma única
espiga de milho, todos vindos de um único grãozinho?! Como
encontro gritando alegremente vovôôô?! Como não ver Deus
no gesto de um Homem que, ao se deparar com a prostituta
ameaçada por seus algozes, prestes a ser apedrejada,
conforme mandava a lei de Moisés, derrete-lhes o ódio ao
não perceber o dedo de Deus numa sementinha que, na palma
dizer: — “Quem não tiver pecado, que atire a primeira
de nossa mão, mal dá para ser vista, mas com um potencial
pedra”?! Tenhamos todos, uma Santa e Feliz Páscoa!
Percorrendo Gouveia
25/03/2013 - Adilson do Nascimento
Gil, para você se situar o Hermes Nascimento, de Nova
Serrana, que às vezes escreve neste espaço, é meu irmão. O
quinto na linha de sucessão do “trono” da dinastia de Joaquim
Marços e Raimundão. O Zé de Flora tem ideia de fazer um
livro da Afago com a história, os casos e as personagens
folclóricas de Gouveia. Como eu vivi Gouveia muito pouco,
mas vivi São Roberto intensamente, já passei para ele alguns
detalhes da fábrica e da vila operária. Meus irmãos Edila,
Irany, Odete e Hermes, todos ex-operários da fábrica,
contribuíram com alguns fatos lembrados daquela época de
ouro. Você teve sua vivência e ainda pode contar com as
lembranças dos seus irmãos. Portanto pode colaborar
intensamente. Quando eu leio o seu relato de subir pela
estradinha de terra da Água Fria, passando pelo Bateeiro,
Mato dos Bois, atém chegar em Datas, eu me vejo,
nitidamente, fazendo o mesmo percurso, até o Mato dos Bois
e nas barragens, diariamente e até Datas pontualmente, por
exemplo, levando uma certidão emitida por Aurélio, para ter
firma reconhecida no cartório de Datas, tendo como condução
a sola dos pés descalços. Tudo isso é uma história e quando a
gente narra ou escreve o Sociólogo José Moreira de Souza
abre um largo sorriso.
25/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
Gil, escrevia sobre a sua mensagem do de 22 e a primeira de
hoje, dia 25, quando ao postar a minha, deparei com essa
maravilha sobre DEUS. Tecerei meus comentários sobre ela,
enquanto, no momento, desejo a você seus familiares e todos
da AFAGO e de Gouveia uma feliz e santa Páscoa! Numa
junção de sua mensagem anterior com a primeira do dia 25,
cheguei à conclusão de que todos os gouveianos das décadas
40, 50 e 60 são afins, não tão somente pelo glorioso firmamento
que, um dia, nos acobertou, pelo solo que pisamos, pelo relevo
e flora de que nos orgulhamos, mas tão e principalmente pela
educação que dos nossos pais recebemos. Em suas
mensagens, pude evidenciar muitas coincidências: nascemos
no mesmo ano, tivemos por mães mulheres fortes, que nos
cobriam de carinhos sem, contudo, deixar de usar a vara para
nos corrigir, caso necessário. Mulheres, como D, Izaltina e
D. Antônia foram modelo de mães que não se importavam
pedir emprego para os filhos, sem salários, com o objetivo
único de que aprendessem uma profissão. Elas bem sabiam
que mente desocupada é oficina”... Reproduzindo o que diziam
“mente desocupada é oficina do diabo”. O primeiro emprego
de Guido foi na Lapidação do Sr Aprígio e, como você, Noel
foi padeiro na Padaria do Jaques e quer fazia sol ou chuva,
levantava-se para, carregando uma cesta enorme, tocar uma
buzina de porta em porta com o objetivo de entregar o pão
fresquinho. Cabia a mim o dever de arrumar uma casa de
dezessete cômodos, varrer e olhe que essa casa, última em
que moramos, antes de mudarmos pra Curvelo, a Chapelaria,
por papai reconstruída era de chão batido, no qual tinha que
salpicar água para evitar a poeira. A esse tempo, Vera já
lecionava na Escola Maria Amália de Curvelo. João era bem
novo e a caçula tinha apenas dois anos. Mudando-nos para
Curvelo, em 23 de maio de 1953, trocamos uma casa
confortável àquela época , apesar do piso não acabado, por
um barracão de 03 cômodos, cujas paredes meiágua, (nome
esdrúxulo, mas assim o diziam,) nos foram úteis para
dependurar as cadeiras. Noel e Guido foram trabalhar na
bomba de gasolina dos Tolentino, depois passaram à seção
de passagens. Enquanto isso, João já mais crescido empurrava
um carro enorme de correspondências e encomendas trazidas
de BH pelos ônibus e as entregava aos destinatários.
Chegaram a dizer à minha mãe que isso era covardia, ao que
ela sempre altiva , respondeu:- Ele de nada se queixa e vai
continuar lá. O tempo lépido passou .. Guido foi convidado a
trabalhar no Banco Mercantil do Brasil, convite mesmo, não
houve concurso e de lá fora convocado para a Seção de
Câmbio do mesmo Banco no Rio de Janeiro , já que em Minas
não havia tal cargo. Noel e João foram para o DER, onde de
funcionários passaram a chefes. Porque nomeado chefe de
transporte, Noel teve que se mudar para Teófilo Otoni, onde
Boletim Informativo da AFAGO página 7
Notícias & comentários
havia a vaga e João a chefe de Oficina em Curvelo mesmo.
Maria Olímpia crescia em beleza e graça. Vera continuava
como professora da Escola Maria Amália e eu” fominha”
por primeiro lugar( muito ruim isso) me entregava aos estudos,
sem deixar as tarefas domésticas. Infelizmente, Noel faleceu
como os outros, deixando apenas duas irmãs e levando
consigo uma parte viva da História de Gouveia. Mas aqui
estou eu para contá-la desde 1941, juntando-a aos “causos”
que ouvi de meus pais.
• - Relendo a longa mensagem constatei não ter
mencionado muitas coisas, como os sapatos feitos
por Zé de Odília, calçados, apenas, para irmos à
missa e à Escola. Mas, voltei mesmo porque
verifiquei não ter citado o nome de meu pai, Manoel
Conceição de Paula, e isso para mim é imperdoável.
Contrário à nossa mudança e super desgostoso por
nossas acomodações em barração tão minúsculo,
quando reconstruíra para nós casa tão grande em
Gouveia, papai se empregou na Fábrica de
Beneficiamento de Algodão Pereira Diniz. Prestes
a fechar as portas pela baixa produção, meu pai
garantiu aos donos da empresa acrescentar em muito
o número de fardos. De uma inteligência privilegiada,
aumentou a produção de 03 fardos para 68 ao dia.
Fato inédito! Com o seu salário altíssimo naquele
tempo, pelo mecânico que foi e pela gratidão dos
proprietários, papai nos tirou do barracão para uma
casa decente e confortável, de acordo com a nossa
posição de classe média, nem alta, nem baixa.
Louvores a meu pai, eterno desconhecido, mas
brilhante e terno para com os filhos, mormente para
comigo e para com a caçula que já começara a atrair
dele toda a atenção! Enciumada, tive que aceitar a
divisão do afeto.
04/04/2013 - Raimundo Nonato de
Miranda Chaves
Uai! Se você nasceu naquele mundão de
terras: desde o Córrego da Caatinga até
o Engenho da Bilia; desde o Rio
Paraúna até a Cachoeira de Barão de
Guaicuí, então, você teve muita sorte.
Mesmo que isto não tenha ocorrido, mas
você teve a segunda chance: tornar-se
Glórias do Coral Crescere
27/03/2013 - José Moreira de Souza
Hoje, Quarta Feira de Trevas, na cidade de Sabará, o Coral
Crescere, acompanhado de orquestra, celebrará o “Ofício de
Trevas”. Trata-se de uma das cerimônias mais sublimes da
Semana Santa. A igreja no escuro, iluminada apenas por um
candelabro de treze velas dispostas em forma de pirâmide. A
cada antífona, seguida de uma lição e um salmo, apagam-se
duas velas, uma de cada lado. Até alcançar a vela maior localizada
no vértice da pirâmide. Quando essa vela é apagada, a igreja se
escurece totalmente e as pessoas batem com o livro de lições
sobre os bancos, reproduzindo o tremor da terra. A Semana
Santa é a maior encenação de símbolos fundamentais da história
da humanidade e a Igreja preserva com sabedoria nossa trajetória
humana. Não é de espantar que um estudioso como Carl Jung
tenha se debruçado atentamente sobre essa simbologia que narra
nosso percurso. A encenação da Paixão contém mensagens
muito além do contexto mórbido acusado por modernidades
desatentas. O hino Crux Fidelis – oh! Cruz da Fidelidade, árvore
entre todas a mais nobre! – entoado na sexta feira, data do
século V e sublinha o que simboliza “Braços Abertos” – a acolhida
sem reservas da amizade com amor pleno. A benção do fogo
novo para anunciar a ressurreição é uma das cenas mais
carregadas de significado. O mundo vive em trevas. Fogo se
faz com fricção de duas pedras que pelo atrito criam chamas
ardentes. Essas chamas se propagam nas mechas de algodão e,
sopradas crepitam e possibilitam a conservação do fogo – o
fogo perene – no Círio Pascal. Haja ciência, domínio da ciência,
para sintetizar em símbolos tão precisos o viver humano.
Diferentemente dos espetáculos, essas cerimônias pedem
compreensão. O elogio à vida espiritual dialoga com todas as
religiões que priorizam a via do espírito como conquista da
humanidade. São mantras que se repetem, alternam-se,
combinam-se deixando a mente flutuar. Anotem, hoje, a partir
das 22:00 horas na Matriz de Nossa Senhora da Conceição de
Sabará. Em Santa Luzia, o Ofício de Trevas é celebrado na
noite da Sexta Feira da Paixão, após a procissão do enterro. Em
Minas Gerais, essas cerimônias se revestem de importância
maior por guardarem nossa tradição barroca. Nota: O Coral
Crescere tem como diretor nosso conterrâneo, Geraldo Augusto
Silva, o Dingo de Vavá, e conta também com a voz de Guido de
Oliveira Araújo, neto de Manuel Branco, também nosso
conterrâneo.
amigo de quem nasceu ali. Então, você
está convidado para a Reunião do
próximo dia 6, sábado, depois de
amanhã, bem ali na esquina da Rua
Palmira com a Rua Níquel - Restaurante
O Boiadeiro. A reunião dos gouveianos,
a partir das 17:00 horas, no Bairro Serra
- tudo a ver com Gouveia de onde se
pode ver o mundo aos pés do Espinhaço
Boletim Informativo da AFAGO página 8
Notícias & comentários
Gil trouxe a família e
registrou tudo
Doutor
Raimundo
e Gil
apreciam
o
Dicionários da
Religiosidade
Popular
Guido Araújo apresenta Relatório da Afago
Adilson do Nacimento comenta a situação
financeira da Afago
As lindas filhas e esposa do Gil enfeitaram a
festa
Boletim Informativo da AFAGO página 9
Notícias & comentários
Congraçamento continua
12/04/2013 - Marcos Brum Ribas
Prezados Dr. Raimundo Nonato, Professor José Moreira
de Souza, Guido e Adilson! Por motivos de força maior
não pudemos comparecer a reunião da AFAGO, realizada
sábado passado no Restaurante Boiadeiro. Peço desculpas
pela nossa falta. Pelos relatos, vi que foi proveitosa apesar
de poucas pessoas presentes. Acompanhamos, mesmo que
de longe, os acontecimentos da AFAGO. Abraços a todos
e até o próximo encontro. Att, Marcos, Renata, Elena, Duda
e Pedro.
08/04/2013 - João de Jesus Saraiva
Adilson peço desculpas por o não comparecimento no
encontro da AFAGO,neste sábado passado,estava um
pouco resfriado e com febre.Na situação critica em que
chegamos,com esta epidemia de dengue,se assim poço
dizer,qualquer resfriado seguido de febre agente já fica
cabreiro,como diz na nossa terrinha.Mas passou e graças a
Deus foi alarme faço.Quanto a serenata em São Roberto,me
fez lembrar dos seresteiros Beniditinho Sintruim,ou seja
Benedito de Zabel de Janjão,Heli Guimarães,João Antonio
de Jota,Edigar nosso grande amigo,de campista.Agora
quanto aos seresteiros de Gouveia eu lembro das serenatas
nas lindas madrugadas com Zé de Juca,Geraldo de
Abreu,Chico Sabernadina,e dos mais novos eu lembro de
Zezé de Sinhá,mais conhecido por Zezé coração de
luto.estes eu tenho quase certeza que o Gil Martins
lembra.Por vezes eu ia no cinema de Juca de Mário nos
finais de semana e como o filme acabava muito tarde,eu
dormia em casas de parentes em Gouveia e escutava as
lindas serenatas que alí eram realizadas.pena que Maria
Auxiliadora tenha ido para Curvelo ainda muito nova,mas
com certeza ela também já tenha tido este privilégio de ouvir
algumas seja em Gouveia ou seja em Curvelo pois fazia
parte também de grandes e saudosos seresteiros da
Recado bem dado
11/04/2013 - Gil Martins de Oliveira
Afrânio, voltando a residir em Gouveia, por que não fundar
uma Associação de Participação Popular (APP), junto com
pessoas políticas, sim, porém apartidárias? Gente que esteja
preocupada apenas com o bem comum? Um bom grupo
que possa se fazer presente nas sessões da Câmara
Municipal, fiscalizando, acompanhando e sugerindo ... Aqui,
em Mateus Leme, — a ONG Palha de Milho é parceira da
noite,verdadeiros artistas da nossa época de ouro.Um
grande abraço a todos
08/04/2013 - Adilson do Nascimento
Joãozinho, de Tarcízio e de D. Luiza Saraiva, você, sem
dúvida, é um grande e excelente guardião da memória viva
dos tempos áureos da nossa São Roberto. Aquela São
Roberto dos carrinhos de guia, que desciam o morro da
fábrica, e de puxar lenha, no mato dos bois; dos sacos de
canela de ema, jogados lá do alto do morro da usina; dos
bagres do Rio São Roberto, apanhados até em peneiras;
dos banhos na cachoeirinha e no córrego da reserva,
completamente despidos; reserva onde furtávamos, à noite,
as frutas de Landulfo Dornas, e ele no dia seguinte infectava
os galhos com bosta, para nos impregnar; dos pegadores,
em frente ao pensionato, até a Dona Inhã nos mandar ir
dormir; dos jogos de volei, inclusive com Yara Ribas, capitã
da seleção brasileira; das festas de São Pedro e de primeiro
de maio, com farta distribuição de comidas e bebidas; dos
Natais de D. Neida, com brinquedos, biscoitos e balas; do
cinema de Elias Gomes, com faroeste do tipo “Ardida como
Pimnenta”, com Doris Day; do futebol do Padre Serafim,
com jogadores fantástico, a exemplo de Dico Tameirão;
das festas de casamento, com banquetes fartos, incluídos
de tutu com frango frito; do catecismo das catequistas
Julinha, do Cauiabá e Raimunda e Conceição Guedes, para
que fizéssemos a primeira comunhão, o que fiz em 30 de
outubro de 1955, com o Padre Serafim; dos bailes
monumentais no clube da fábrica, inclusive os de formatura
do ginásio, porque a “cidade” não tinha clube recreativo;
do primeiro salário, entregue pelo Vicente Moura e que os
nossos pais confiscavam, por inteiro, devolvendo depois
uma mixaria; das primeiras paqueras e vamos parar por
aqui, pois caso contrário a emoção poderá nos causar uma
AVVT - Ansiedade pela Vontade de Voltar no Tempo.
APPML — no início, fomos recebidos quase que a
pedradas, agora, já se pode falar de uma convivência
respeitosa. Aos poucos, os demais cidadãos vão
aprendendo o caminho do exercício político. Mas é muito
importante que uma associação desse tipo não se renda
aos afagos partidaristas. E isso é tarefa muito difícil, mas
não impossível de ser concretizada. (Olha, Livro de
Mensagens, juro que vou dar uma boa parada com estes
meus textos, viu!)
Boletim Informativo da AFAGO página 10
Notícias & comentários
Família completa com genros e netos.
Tradição de volta
13/04/2013 - Adilson do Nascimento
Voltando ao tema das tradições que vão se perdendo ao longo
dos tempos, com a modernidade que vem acompanhada da
violência urbana, uma que fazia enorme sucesso na São
Roberto dos anos sessenta do século passado eram as
fogueiras comemorativas dos santos do mês de junho. Na
rua, em frente às casas daqueles moradores que tinham o
nome dos santos, eram armadas as fogueiras e oferecido
canjica, quentão, doce de mamão, de várias formas, inclusive
um de anéis, (uma fatia fina do mamão, enrolada e presa
com linha de costura), além de farto foguetório. No dia 12 de
junho, véspera de Santo Antônio, com certeza, essa festa
acontecia na casa de Antônio, de Raimundão, Antônio Baiano,
Antônio de Paula, Antônio, de Jota, Antônio de Deus etc. No
dia 23, véspera de São João, era na casa de João Saraiva,
João Paneleiro, João Veloso, João Pintinho, João Paixão etc.
Já no dia 28, véspera de São Pedro, as festas eram
monumentais. Havia alguns festejos na casa de Pedro Baiano,
mas o grande evento era patrocinado pela fábrica,
principalmente nos tempos de Pedro Cezarini, cujo nome é
Paulo Pedro e acontecia naquela enorme praça em frente ao
casarão da gerência, junto à praça de esportes e do
caramanchão, onde a banda de música, sob a batuta de Zé
Maria, maestro, exibia seu repertório. Ali se içava o mastro
com a bandeira tendo de um lado um retrato de São Pedro e
do outro os retratos de Santo Antônio e São João. Todo ano
era escolhido um novo festeiro, para guardar a bandeira do
mastro até o ano seguinte e organizar a comemoração, para
a qual a fábrica não limitava os gastos, ou se limitasse o fazia
em alto patamar. Tenho que dar razão às pessoas que dizem
que eu vivo de passado, mas acontece que eu tenho um
passado que foi vivido... e bem!
13/04/2013 - João Saraiva
Adilson meu amigo,meu companheiro de varias jornadas,aqui
descritas por várias vezes,e com grande alegria que sinto neste
momento quando leio esta belissima mensagem que você
acaba de escrever aqui neste espaço que só nos traz
alegrias.Falando das festas juninas,onde você menciona meu
nome entre os Joãos, dentre eles grandes amigos nossos que
já se foram,estão vivos João paneleiro e eu para testemunhar
estas festas maravilhosas que vivenciamos em São
Roberto.Nas fogueiras de São João por exemplo,nos tínhamos
uma disputa no bom sentido com queimas de fogos,entre eu e
nosso Saudoso João de xanda como era chamado.Eu fazia
barulho na rua de baixo mais precisamente na rua da reserva
e João de Xanda na rua de cima,mas no final eu perdia pois
como José baiano era compadre do João de Xanda ele soltava
um foguetão por nome de ronqueira nada mais nada menos
de que uma verdadeira bomba caseira artesanal feita de um
cilindro torneado na oficina da fábrica.Aquilo era carregado
de pólvora preta e enchia aquilo de caco de telhas sei lá pedaço
de tijolo e tinha um grande pavio.Quando soltava aquilo,como
dizia minha vó dindinha,cruz credo o mundo tá arrasando,moral
da historia,eu sempre perdia a batalha.Mas era muito bom
era divertido,e na minha casa tinha,canjica,quentão feito de
folha de laranja com folha de canela,biscoito de goma,como
era chamado naquela época,pé de moleque,biscoito quebraquebra sovado com melado de rapadura,Maria Auxiliadora
deva ter degustado pois nas festas de Gouveia não faltava,e
também não faltava batata doce nas fogueiras,porque agente
tinha que ficar de olho pois você,Antonio Carlos de Adinha
seu primo eram verdadeiros ladrãozinho de batatas assadas
nas fogueiras,há! deixa pra lá depois contarei o resto.
Adilson,já ia esquecendo de tecer um comentário sobre as
festas de São João na fazenda Capitão Felizardo,pra não lograr
os companheiros do camelinho.como sou amigo do padre
Carlos filho de Senhor Levindo,agora poucos anos atrás fui
convidado por ele para assistir uma festa de São João lá na
fazenda e pude reviver tudo isto,que por sinal uma belíssima
festa onde toda a redondeza participa.Serra
talhada,camelinho,córrego da Luz e várias comunidades alí
se faz presente,já é uma tradição.Sobre estas festas da
fazenda eu deixo os comentários com mais detalhes com
Milton,Manoel e Raimundo Nonato.Um grande abraço
Boletim Informativo da AFAGO página 11
ARTIGOS
Efeitos do tabagismo
Estatísticas mostram que 200 mil pessoas morrem
precocemente no Brasil vitimas de doenças relacionadas
com o habito de fumar. O tabagismo é responsável por
25% das mortes por doenças coronarianas, 25% dos óbitos
por doenças cerebrovasculares, 90% das que ocorrem por
câncer de pulmão, 85% das consequentes da doença
pulmonar obstrutiva crônica. O tabagismo também está
relacionado a ulcera péptica, hipertensão arterial,
aneurisma da artéria aorta, infecções respiratórias graves
e impotência sexual. A dependência e os fatores
psicológicos dificultam o abandono do cigarro. O
tratamento adequado aumenta a chance de largar o habito
de fumar e diminui de forma considerável as repercussões
provocadas pelo tabagismo com melhora da qualidade de
vida e da longevidade.
Dr.Cristiano Miranda CRM 34339
Cardiologista Pós graduado em psicologia
www.cristianomirandacardiologia.com
Prática da meditação promove melhoras
cardiovasculares e o bem estar psicológico
Um dos problemas que é comum e afeta diretamente o
bem estar e longevidade da vida é a hipertensão arterial
sistêmica (HAS). Ela pode ser definida de forma
simplificada como um aumento da pressão no interior das
artérias, sendo ela um dos fatores mais importantes para
o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, em
especial o AVC (acidente vascular cerebral, popularmente
conhecido como “derrame cerebral”), e o infarto agudo
do miocárdio (IAM). Sabe-se que a HAS está relacionada a
40% das mortes por AVC e a 25 % das mortes por
IAM.[1],[2],[3]
Durante 2006 e 2007 foi feita uma extensa pesquisa para
avaliar a maioria dos estudos existentes sobre a meditação
transcendental (MT) e sua influência sobre a pressão
arterial. Ficou demonstrado que a MT está associada à
redução de aproximadamente 5 mmhg na pressão sistólica
e 3 mmhg na pressão diastólica, ou seja, uma pressão
alterada de 145 x 90 mmhg pode ser reduzida para 140 x 87
mmhg. Em outros estudos a melhora foi ainda maior,
reduzindo em até 10.7 mmhg na pressão sistólica e 6.4
mmhg na pressão diastólica. Resultados dessa magnitude
ainda podem ser acompanhados de redução significativa
no risco futuro de desenvolvimento de doenças do
aparelho cardiovascular.3,[4],5
O estresse é outro fator que pode levar ao
desenvolvimento da HAS, que por sua vez contribui para
o surgimento futuro do IAM e do AVC. Segundo estudos
que acompanharam mais de 3000 indivíduos europeus
durante sete anos, o estresse crônico pode de fato levar
ao desenvolvimento da HAS[5]. Esses estudos foram
replicados no estudo CARDIA, que também demonstrou
sua influência no desenvolvimento da HAS em até 15 anos
após o início do estilo de vida estressante.3 Em outras
pesquisas, os resultados indicam que a resposta aguda ao
estresse, processada principalmente no nosso sistema
nervoso central como uma situação hostil de luta ou de
fuga, pode funcionar como um gatilho para a liberação
aumentada de hormônios como o cortisol, adrenalina e
noradrenalina. Os efeitos diretos desses hormônios são o
aumento da frequência cardíaca e da pressão. Uma
alternativa para que possamos conseguir uma redução
imediata deles é a meditação. A longo prazo ela pode
reduzir tanto a pressão arterial como a frequência cardíaca,
além de melhorar os níveis glicêmicos. Essa maior
coerência do sistema nervoso viabilizada pela meditação,
com consequente redução da interpretação hostil de
situações corriqueiras, pode melhorar a resposta
adaptativa ao estresse, prevenindo as consequências
negativas como a hipertensão, o infarto do miocárdico e
o AVC.3 , 5 Destacamos ainda entre os benefícios, a
prevenção do Alzheimer, redução da perda cognitiva em
decorrência do envelhecimento, melhora da empatia,
esperança e autoestima, além da redução da ansiedade,
da raiva, bem como a melhora significativa da
depressão.[6]
Entre os estudos que demonstraram os benefícios
neurológicos e psicológicos utilizando aparelhos de
ressonância magnética relatam que as mudanças
significativas na atividade cerebral ocorreram depois de
apenas oito semanas de prática meditativa, quando
realizada duas vezes por semana, durante pelo menos
quinze a vinte minutos. Eles também observaram que
entre os que mantêm por vários anos a prática de meditar
mais de 30 minutos por dia, os benefícios chegam a ser
ainda maiores.6,[7]
Assim, temos que os resultados de diversas pesquisas
sugerem que a meditação pode levar à melhora clínica de
diversas doenças, sejam elas psicológicas ou fisiológicas,
além de reduzir o risco de desenvolvimento de doenças
crônicas, principalmente as que acometem o coração, o
cérebro e as artérias. As pesquisas apontam para reduções
surpreendentes de 23% na mortalidade de todas as causas
e uma redução de até 30% na taxa de mortalidade
cardiovascular. Lembrando que as doenças
cardiovasculares estão descritas hoje como a principal
causa de morte nos países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Alguns autores como Schneider,
Alexander e Staggers salientam que essas descobertas são
bastante significativas, pois previamente só eram
encontradas em certas pesquisas que envolviam os fatores
de risco para as doenças cardiovasculares e o uso de
medicamentos. Esses pesquisadores comparam a MT a
uma nova classe de medicamento, com importante
impacto na sobrevida, na melhora da qualidade de vida e
na promoção da longevidade.3,5
Boletim Informativo da AFAGO página 12
ARTIGOS
[1] LOTUFO, Paulo A. Doenças cardiovasculares no Brasil. In: NOBRE,
Fernando; SERRANO JR., Carlos (Ed.). Tratado de cardiologia SOCESP.
Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 1, p. 7-15.
[2] LAURENTI, Rui. Mortalidade por doenças cardiovasculares no
Brasil. In: NOBRE, Fernando; SERRANO JR., Carlos (Ed.). Tratado de
cardiologia SOCESP. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 2, p. 16-21.
[3] SCHNEIDER, Robert H.; WALTON, Kenneth G.; SALERMO, John W.;
NIDICH, Sanford I. Cardiovascular Disease Prevention and Health
Promotion with the Transcendental Meditation Program and
Maharishi Consciousness-Based Health Care. National Institute of
Health, Bethesda, 16 (3 suppl. 4), S4-15-26, 2006.
[4] ANDERSON, James W.; LIU, Chunxu; KRYSCIO, Richard J. Blood
Pressure Response to Transcendental Meditation: A Meta-
analysis. American Journal of Hypertension, v. 21, n. 3, p. 310-316, mar.
2008.
[5] RAINFORTH, Maxwell V et al. Stress Reduction in Patients with
Elevated Blood Pressure: A Systematic Review and Metaanalysis. National Institute of Health, Bethesda, 9 (6), 520-528, 2007.
[6] CHIESA, Alberto. Zen Meditation: An Integration of Current
Evidence. The Journal of Alternative and Complementary Medicine,
Bologna, v. 15, n. 5, p. 585-592, maio 2009.
[7] NEWBERG, Andrew; WALDMAN, Mark R. Como Deus pode mudar
sua mente: um diálogo entre fé e eurociência. São Paulo: Prumo,
2009.
Dr.Cristiano Miranda CRM 34339
Uma Poetisa de Capitólio
Edna Maria de Oliveira Launay, Professora de Português e
Francês, vive na França
O Firmamento Sertanejo nos Olhos de meu Pai
A Paineira da Matinha
Quando penso em meu pai
Invade-me uma grande tristeza.
A tristeza de meu pai
Tornou-se a minha.
Meu pai foi um camponês
Até os cinqüenta anos.
Na fazenda da nossa Matinha,
Tinha uma linda paineira.
Belas flores a ornavam
Maritacas aí pousavam.
Um dilúvio engoliu suas terras.
A cidade devorou meu pai.
Para o céu a paineira se elevava
Dessa ferida, ele nunca mais sarou.
Como se quisesse tocá-lo
Na cidade, à noite,
Quando andávamos juntos,
Meu pai ia na frente
Caminhando rapidamente.
Com seus imensos galhos.
Suas raízes do solo brotavam
E bancos para nós se tornavam.
Atrás, eu escutava o seu silêncio.
Não via seus olhos
Ou verdadeiros alazões
Mas os adivinhava.
Que para os ares nos alçavam.
Eles procuravam o firmamento sertanejo
E só encontravam as luzes citadinas.
Então, era como se ele me dissesse:
Depressa, apaguem essas luzes
Que ofuscam minha vista,
O que fizeram de nossa paineira?
Sob as águas da represa
Desapareceu.
Nesta noite de luar,
Quero ver
O meu céu carregado de estrelas
Boletim Informativo da AFAGO página 13
ARTIGOS
O Peixe e o valente
Raimundo Nonato de Miranda Chaves
Cemitério do Peixe, 15 de agosto de 1935, foto histórica,
propriedade de Celso Rodrigues Vieira, comerciante em
Gouveia e produtor rural na comunidade do Tigre. Celso, sorriso
fácil, conversa solta, contador de causos, admirador de
Genaro, de quem conhece toda a história, mas, sempre
acrescenta, com humildade, que conhecedor de verdade da
história de Genaro é Luiz Rodrigues.
Luiz Rodrigues, nós o conhecemos, hoje, próspero fazendeiro
estabelecido nas margens do Rio Congonhas, em outros
tempos, conceituado caçador de onças lá pelos lados da Serra
Talhada. Aprendeu com o avô materno o conhecido Luiz da
Serra. Mas, isto foi há muitos anos, quando o poderoso felino
ainda não era bichinho de estimação dos ambientalistas.
A foto: de paletó e gravata, o elegante delegado de policia;
orgulho e pose que lhe conferem o status de poder maior. De
farda militar e chapéu, o indômito sargento Ozório,
representante da brava e respeitada corporação dos
Caçadores Mineiros. Sargento Ozório era genro de Canequinha
– o homem que criou a romaria de São Miguel e Almas –,
rico proprietário da fazenda do Vassalo.
Casado com Ritinha? — É pode ser! Mas, em primeiras
núpcias. Aos oitenta e três anos Ozório se casou novamente
com Eufrasina, neta de Canequinha, moçoila ainda, que,
certamente, suava com o calor dos desejos, enquanto o ancião
dormia. Biologicamente frustrada, mas, economicamente
realizada, no presente e no futuro, com a valiosa pensão que
lhe garantia aquele casamento.
À esquerda e à direita, dois Praças, posição de sentido e fuzis
à mão, como deve se mostrar o brioso policial. O último militar,
de braços cruzados, pose semelhante ao sargento chefe do
grupamento, talvez seja um Cabo.
Finalmente, em trajes civis, ladeado pela guarda de honra, a
figura mais importante de nossa história: Genaro
Genaro, figura histórica na região, contarei dele,
agora, os causos que me foram relatados por Celso
e, uma segunda etapa, quando me encontrar com Luiz
Rodrigues.
Genaro se encontrava em pequeno barraco na
margem do Rio Cipó, noite quase clara do sertão, lua
em quarto crescente. Quando o barraco foi cercado
por policiais, lídimos representantes da famosa
corporação conhecida como Caçadores Mineiros; era
mais um encontro com Genaro.
Genaro, homem primitivo, narinas sensíveis, forte
característica animal – nariz mais sensível do que os
olhos –, percebeu odor entranho. Raciocínio rápido,
como um Charles Chan sertanejo, falou para si
mesmo:
— eu num peidei aqui, galinha num cagou aqui! Aqui
tá fedeno, Ih! Sei lá!
E, elevando a voz, continuou
— Vou encher minha cabacinha dágua e vou durmi.
O comandante dos praças ordenou, quase
sussurrando,
— Fiquem quietos! Vamos aguardar até ele dormir.
Genaro caminhou, descansadamente, até o barranco e, com
agilidade, saltou para dentro do rio. O praça, atento, percebeu
a manobra, correu para junto do rio, levando consigo seus
companheiros. Genaro, experiente, sabia que não haveria
tempo de fazer a travessia e se movimentou junto ao barranco,
protegido pela vegetação e se apoiando nos galhos de
ingazeiros que, da margem se projetavam sobre as águas do
rio Cipó. Assim, Genaro venceu a correnteza e atingiu o
remanso na curva do rio, de onde, mais atento, observava
seus perseguidores através dos ramos; a tropa, como é natural,
procurava-o na direção rio abaixo, esperavam que a
correnteza o arrastasse. Exceto um deles. O mais inteligente?
Talvez o mais idiota, observava, caminhando lentamente rio
acima. Genaro sentiu que seria descoberto, pouca
luminosidade, mas bastante para identifica-lo, se visto de perto.
Então, com sagacidade, imaginou um plano para distrair o
Praça; Encontrou, ali, um tronco de madeira, possivelmente
trazido pela correnteza, talvez um grosso moirão de cerca,
ainda com algum pedaço de arame pregado nele. A origem
do tronco era o menos importante. Determinado, desgarrou
o tronco dos galhos de Ingazeiro e o empurrou para a
correnteza. Aquela peça salvadora deslizou na correnteza,
logo o praça, enganado, atirou nela, no que foi seguido pelos
demais militares. Genaro observava, atentamente, percebeu
que um tiro havia atingido a peça de madeira fazendo saltar
uma grande lasca, naquele exato momento e, instintivamente,
soltou um grito de dor, em seguida o grito de vitória:
— Morre cangaceiro!
E, ouviu, em resposta, a gargalhada do primeiro, seguida dos
demais praças. Sua tática havia funcionado. Depois de algum
tempo, Genaro, tranquilo, atravessou o Rio Cipó. Molhado,
Boletim Informativo da AFAGO página 14
ARTIGOS
com frio, e, injuriado, imaginando que aqueles que o perseguiam
deviam, agora, estar aquecidos no seu barraco, possivelmente,
comendo seu queijo com rapadura, talvez tenham encontrado a
garrafa de cachaça e a carne seca.
Em Conceição do Mato Dentro, alguns dias depois, o tenente,
chefe do destacamento, ouvia o relato da expedição. Uma das
perguntas dele:
— Quem gritou: Morre Cangaceiro?
Os militares entreolharam, cada um acreditava que fosse o outro
e nunca haviam falado a respeito. Ninguém respondeu. A dúvida
se instalou no cérebro do tenente.
Genaro se safou desta e continuou por aí, de Fechados a Capitão
Felizardo, às vezes na Mandaçaia, outras vezes no Tombador.
Uma falcatrua aqui, uma briga acolá, um pequeno furto no Cipó,
outro maior nas Contendas. Genaro vivia cada dia, hoje, decidiu
roubar a besta dourada, de nome Duquesa, propriedade de
Betinho Rodrigues. Ele roubava animais para fazer catira e os
de qualidade eram ganho certo. Betinho residia na margem direita
do rio Paraúna, próximo e pouco acima da foz do Córrego
Sepultura, na Mandaçaia. Duquesa era a besta de sela e o orgulho
dele, não havia outro animal igual nas proximidades. Nem João
Baiano, mais rico e mais poderoso, proprietário de outra besta
de nome, também, Duquesa e cor pelo de rato, competia com
ele. Mula muito alta, cor baia claro, descanelada, marchadeira,
andava trocando as orelhas, isto é, movendo as orelhas,
alternadamente, para frente e para trás; característica de animal
ágil e atento aos ruídos, vindos de todas as direções.
Genaro, experiente, planejou tudo: Noite clara, encontrou a
Duquesa, com outros animais, na areia do rio Parauna,
aproximou-se com cuidado, levando seu cavalo bem próxima
de si, e, com habilidade conseguiu por-lhe o cabresto. A Duquesa
era sua. Agora, atravessar o rio Parauna, descer a Serra,
atravessar o córrego do Bicho e continuar até as margens do rio
Cipó. Calculava chegar lá, ainda, à noite; não deveria ser visto
com a besta, conhecida nas redondezas. No Cipó, descansaria
durante o dia e à noite rumaria para Santa de Pirapama, onde a
venderia por bom preço.
O senhor Betinho, irado e inconformado com o roubo da Duquesa
fez lá suas diligencias e tudo levava a crer que fora Genaro o
autor da trapalhada; então, falava alto e bom som que,
encontrando Genaro, daria um tiro nele.
Tempos depois, comunidade de Capitão Felizardo, tradicional
celebração de São João, o povo aglomerado em frente à Igreja.
Genaro avista Betinho Rodrigues que trazia revolver na cinta,
bem baixo, apoiado na coxa direita. Não se atemorizou,
sorridente, se encaminha em direção a ele. Cumprimenta-o,
alegremente, e diz:
— Senhor Betinho que beleza de revolver. Revolver como este
só homem rico como o senhor pode possuir.
Betinho, vaidoso, estimulado por Genaro, saca o revolver,
segura-o pelo cano e o oferece a Genaro para examina-lo com
calma. Genaro, sempre sorrindo, recebe a arma, abre o tambor,
retira as balas e as segura com a mão esquerda, bate,
lateralmente, no tambor e o faz girar, examina o cano, comenta
sobre as estrias em perfeito estado de conservação, e, fala:
— calibre 38, cano longo, Smith e Wesson, cabo de madrepérola,
bem lubrificado e pouco usado. Uma joia senhor Betinho,
Enquanto falava, Genaro coloca, novamente, as balas no revolver,
o aponta para Betinho e fala:
— Então, senhor Betinho! Você disse que me daria um tiro no
nosso primeiro encontro! Será hoje?
Betinho naquela saia justa, sem saber como responder, mas,
Genaro não era assassino. Segurou o revolver pelo cano e o
ofereceu ao Betinho, nesta altura, mais branco do que menino
de apartamento, disse, calmamente:
— Senhor Betinho! Dou-lhe sua vida pela sua mula baia! Estamos
quites.
Deu as costas e saiu tranquilamente.
Assim era Genaro, filho de Pedro Satú, mas, no dia 15 de agosto
de 1935, lá no Cemitério do Peixe o anjo da guarda cochilou e
o sargento Ozório, o genro de Canequinha, botou as mãos nele.
Genaro era previdente, ele sabia orações de São Cipriano, trazia
consigo amuletos dos Orixás mais poderosos, aprendera
mandinga com Pedro Satú. Naquele dia 15 de agosto, no entanto,
nada o pode salvar de Ozório. Ele foi preso. Perdeu a liberdade,
mas não perdeu a arrogância e falava, para quem quisesse ouvir,
que no mês de setembro estaria de volta, precisava plantar sua
roça.
Sargento Ozório, seu lugar tenente, os dois praças e mais o
delegado gozaram, naquele dia, momentos de gloria, haviam
aprisionado o facínora; permitiram que todos o vissem, depois,
seguiram viagem para a sede do município: Conceição do Mato
Dentro. Pernoitaram em um sitio, nas proximidades de Ouro
Fino, ali, exigiram do proprietário um quarto sem janelas, para
alojar o prisioneiro. Dormiram no paiol de milho, duas camas
para os praças e, entre elas, sobre uma enxerga colocada no
chão, deitou-se Genaro. Todos, cansados da jornada e seguros
de sua força, relaxaram e dormiram profundamente. Genaro
estava preparado, ele previra os acontecimentos, e, levantouse, silencioso como um gato, apanhou os dois fuzis e, já fora
do paiol de milho encheu de areia os canos das armas,
inutilizando-os completamente. Montou no pelo de um cavalo
que pastava por ali, e, ainda, levou o cantil de um dos praças.
Não que precisasse de água, farta em toda a região, mas o
cantil era o seu troféu. Genaro voltou, tranquilamente para o
seu barraco. Ele sabia que a tropa, desarmada, não o procuraria
naquele e nos próximos dias, e, se o fizesse seria em outros
lugares que não sua casa, pensavam que ele não poderia ser tão
ousado.
Para terminar:
Entrou no bico do pinto.
Saiu no bico do pato.
Causos, contei três.
Agora, você conta quatro
26/03/2013 - Guido Araujo
Dr. Raimundo, bela a história a do Genaro, contada com arte e
por quem conhece a região e seus mistérios. Está faltando a
história do Batica. Este Batica tinha um grupo. Alguma coisa
dele deve estar registrada em Datas ou Diamantina, embora
tenha vivido nos termos de Gouveia. Meu pai contava que,
quando ele chegava nas festas de casamento, acabava com
tudo. Punha os noivos para servir o jantar para servir o jantar
para ele. Recomeçava o baile e punha o povo para dançar,
cantando: “esta faca de Batica/ é de quem é/ e todo mundo
respondia: “da barriga dos homens e das muié”
Boletim Informativo da AFAGO página 15
ARTIGOS
Os Custódios
Raimundo Nonato de Miranda Chaves
Neco Custódio, mulato claro, ou, com mais precisão: três
quartos talvez, sete oitavos da raça branca; pele queimada
de sol, magro, quase sessenta anos. Mas, não se deixe
enganar, ágil como um gato, forte, rijo, suas mãos pareciam
garras. Neco trabalhava para Niquinho Miranda, não era
empregado fixo, realizava tarefas especiais quando solicitado.
Hoje, era um destes dias e Neco, ainda cedinho, entrava, na
casa de Niquinho, pela porta dos fundos conforme seu
costume. A porta era partida em duas tal que a parte de cima
funcionava como janela e a portinhola de baixo, sempre
fechada, impedia que as galinhas entrassem na cozinha. Neco
girou a tramela da portinhola, entrou e cumprimentou dona
Amélia que respondeu com visível mau humor, enquanto, lhe
apontava o bule de café sobre o fogão e a pequena caneca
esmaltada pendurada perto dali. Esperou que Neco servisse
o café e falou:
— Quando terminar vai até a sala. Niquinho te espera lá.
Niquinho, cenho carregado, mas sempre se alegrava quando
recebia Neco Custódio e o cumprimentou:
— Como você tem passado meu compadre?
E Neco, era um hábito seu, respondeu:
— Pois é, seu Niquinho, estou ainda aguentando, só aquela
casquinha!
— Você já sabe o que me aprontou a Ritinha? Apareceu aí
de barriga!
— É, ouvi dizer!
— O Xisto, pai dela, me confessou que foi aquele mateiro
que amansou uma tropa para João Baiano. Segundo me
informou o próprio João Baiano, o porqueira mora ali nas
imediações da Tapera, saindo na direção do arraial do Sapo.
Eu mandei chamar você, meu compadre, porque quero que
va busca-lo para mim. Amélia tem um xodó danado com esta
menina que, ela praticamente criou. Coma um feijão ferrado,
apanha o que precisar e monta meu burro ruão, animal forte,
para você arrastar o cabra, amarrado, se for preciso.
Tardinha do quarto dia, o sol acabara de se por, Niquinho,
como fazia diariamente, sentado no pedestal do grande cruzeiro
em frente de sua casa. Já rezara, agora, pensava na Ritinha,
no Neco, além dos problemas cotidianos. Quando ouviu a
batida da porteira do Córrego Seco. Levantou-se, olhou com
atenção e reconheceu a marcha batida do Ruão. Estranho,
Neco chegava sem o porqueira, e, Neco não é de fazer as
coisas pela metade. Esperou impaciente. Neco apeou
vagarosamente como se quisesse adiar, se possível, evitar o
encontro com Niquinho. Retirou o embornal de couro,
colocado na capoteira, pendurou-o no ombro, dirigiu-se a seu
NIquinho e o cumprimentou, assim, meio sem jeito. Niquinho
nem respondeu ao cumprimento e perguntou:
— Cadê o homem?
— Oh seu Niquinho a coisa não se deu conforme nós
pensamos. Encontrei o porqueira numa vendinha na estrada
do Sapo e, falei que ia levá-lo para reparar a safadeza que
tinha feito com Ritinha. Pois o infeliz reagiu, saltou para cima
de mim com um punhal, destes curvelanos. Eu negaceei,
segurei a munheca dele com a mão esquerda e cortei a barriga
dele com minha peixeira. Foi uma vez só e eleBoletim
já caiuInformativo
no chão
estrebuchando. O dono da venda quis se mexer, então, eu,
com a faca suja de sangue e de outras coisas, o encarei com
disposição, e ele se acalmou. Ai, eu pensei, aquele, ali no
chão, não servia mais para casar, era tempo perdido traze-lo
conforme o senhor mandou. Por isso cortei só a orelha dele,
está aqui no embornal.
-- Não quero isto! Desarreia o burro, pede Amélia para lhe
servir o jantar, dorme no quartinho do rancho e amanhã você
deixa o Ruão arreia outro animal e vai para a fazenda de
Pedro Miranda, na barra do Rio Cipó. Fica lá, por uns tempos.
Vamos aguardar os acontecimentos.
— Oh seu Niquinho, o senhor me desculpa, mas acho que o
Ruão não deve ficar no Camilinho. Aqui passa muita gente
da Mata e este burro chamou muito a atenção nos lugares
que passei. Afinal, mulato claro queimado de sol e magro tem
muitos por aqui, mas burro ruão, marchador e grande, só este.
Se o senhor concordar eu o escondo lá nos Crioulos, perto de
minha casa. De lá, eu continuo a viagem num cavalinho meu,
mas não quero ficar lá no Pedro Miranda, ele é muito
autoritário e nós podemos nos desentender. O senhor me
desculpe, ele é genro do senhor, mas genro por genro eu
prefiro ficar na fazenda do Cafundó de João Baiano, com ele
eu me entendo melhor.
Algum tempo passado tudo continuou calmo, era comum atos
de vingança para lavar a honra das donzelas. Neco vendeu o
Ruão, com anuência de seu Niquinho, para gente da fazenda
Cana Brava, lá pelos lados de Augusto de Lima. Ritinha pariu
um garoto forte e saudável e ainda se casou com um primo
que ficou conhecido como Tico-tico – avezinha idiota que
choca os ovos e trata de filhotes de melro; filhote muito maior
do que os pais, que se desdobram trazendo minhocas, larvas,
insetos e sementes para alimentar aquela criatura faminta.
Às vezes me assusta a lição de minha neta adolescente: Calma
vô! É da natureza da avezinha.
Mês de maio, safra de milho, este ano, generosa, chuva na
hora certa. Niquinho colheu muito milho. Reservou um paiol
inteiro para alimentar a porcada, decidiu fazer fubá do outro
paiol. As mulheres trabalhavam do nascer ao por do sol,
usavam uma peça de madeira em forma de cunha, pouco
menos do que um palmo, pendurada no pulso, com ela
rasgavam a palha de milho, e com as mãos terminava o
trabalho de despalha. Balaio cheio, o milho era levado a um
jirau e ali um homem batia, com uma estaca leve; os grãos de
milho se soltavam do sabugo e eram recolhidos sobre couro
de boi colocado em baixo do jirau. O milho, era abanado com
ajuda de uma peneira grossa e, colocado na moega do moinho
de pedra. O moinho não parava, dia e noite aquele ruído
monótono. A pedra de cima, móvel, rolando sobre a de baixo,
fixa, e esmagando os grãos de milho que caiam da moega
através de uma bica de madeira. A quantidade que caia?
Controlada por dispositivo rústico acionado pela pedra movel.
A sacaria de americano cru comprado no armazém da fábrica
de São Roberto era cortada e costurada por dona Amélia, na
maquininha de mão. Dez alqueires de fubá, medidos e
ensacados, carga para cinco mulas, eram colocados nos
balaios de taquara, um alqueire por balaio, dois balaios por
da AFAGO página 16
ARTIGOS
cada mula. Este trabalho mais o transporte e a
comercialização eram serviços para compadre Neco Custódio
que chegava com o nascer do sol, arriava a tropa, carregava
e partia para Gouveia. Fubá não se conserva por muito tempo,
compradores eram exigentes e ao menor sinal de azedo ou
formação de bolor, a saca era rejeitada.
Ano de safra generosa, já disse isto, estou apenas reforçando
a informação, todos tinham fubá e, até os economistas sabem,
aumentando a quantidade oferecida cai o preço de equilíbrio.
Portanto, é recomendável que você reze para chover na sua
horta, mas peça, com mais fervor, para não chover na horta
do vizinho.
Neco Custódio, habilidoso, diligente, mesmo assim conseguiu
vender a carga de quatro bestas. Tocou com a outra para
Barão de Guaicui. Ali, casa antiga, assoalho de madeira,
tabuas largas sobre batentes muito espaçados resultava num
piso com alguma flexibilidade. Neco media o fubá em uma
quarta de madeira – vinte litros - , enquanto o comprador,
falava sobre catira, cantava e dançava em torno da quarta.
O sapateado, com batida forte nos calcanhares, flexionava o
assoalho e abatia, compactava o fubá despejado na quarta. A
quarta, quase cheia, ele interrompia seu Neco e, com as mãos
em garra, pressionando o fubá, mostrava e comentava como
era rastro de onça. Terminada a peleja, dez quartas de fubá,
dois alqueires e mais duas quartas colocadas de dobro sobre
os balaios, o comerciante ofereceu:
— Então seu Neco! O que o senhor vai comprar?
— Acerta a conta do fubá!
Respondeu Neco Custódio, com ares de poucos amigos. O
comerciante contou os riscos que havia feito na parede ao
lado do caixote de fubá e falou:
— São dois alqueires e meio, mas a última quarta estava
faltando cinco litros. Vou descontar no pagamento. O senhor
tem que medir as quartas com fartura senão, o senhor sabe,
quando o senhor morrer a terra não vai dar para cobrir a
sepultura. Neco recebeu o dinheiro, só então, falou:
— Eu preciso de munição para a espingarda: chumbo grosso,
chumbo fino e pólvora, meia libra de cada um, mais 30
espoletas.
Recebeu a mercadoria, enrolada em jornal velho, colocou na
capanga de pano e ia saindo da venda quando foi cobrado
pelo vendedor.
— Seu Neco! O senhor se esqueceu do pagamento da
munição.
— Esqueci não senhor! Esta munição é para matar aquela
onça safada que fazia rastros no meu fubá. Ainda tem uma
pequena sobra para dar alguns tiros e espantar aqueles
catireiros sem vergonha que ficam dançando perto da quarta
de fubá.
Neco Custódio morador dos Crioulos, cabeceiras do Rio da
Capivara, tinha quatro filhos: João, Pedro, José e Levindo e,
pelo menos, duas filhas: Rita e uma outra casada com Neco
de Antonico Teles. Esta história fica para a próxima semana.
04/04/2013 - Gil Martins de Oliveira
É, meu caro Raimundo Nonato, os Custódios acabam de me
proporcionar uma gostosa viagem pelos costumes e vivências
dos nossos ancestrais. Pura e bela obra literária. Parabéns.
Amigos de verdade
Carolina Chaves Molck - 9 anos 4º. Ano – Colégio
Marista
Amigos de verdade são aqueles que,
quando estamos enrascados eles
nos ajudam quando brincamos eles
brincam junto e quando choramos se entristecem
Quando rimos, florescem, quando
amamos, amam junto e compartilham
os prazeres da vida
Boletim Informativo da AFAGO página 17
ART IGOS
TRABALHO INFANTIL X INFANTILIDADE
Gil Martins de Oliveira
A mídia e os (in)formadores de opinião acabaram criando um
monstro chamado trabalho infantil. Mas se prestarmos
bastante atenção, ele só está proibido para os excluídos, sabe,
aquela gente que continua sem voz e sem vez. Aquelas
crianças que vendem balas junto aos carros, nos semáforos
vermelhos ou as que acompanham os pais pedintes. Ou ainda,
para aquelas que têm que ajudar os pais nos pequenos
empreendimentos familiares. Sim, para esse pessoal, toda a
força da lei. É um crime, é um absurdo. No entanto, as mesmas
pessoas que fizeram as leis e zelam pelo seu cumprimento e
todos nós estamos cansados de ver crianças, minipatricinhas
e minipatricinhos, trabalhando diariamente nas diversas
emissoras de televisão. Será, talvez, porque este tipo de
trabalho seja “limpo” e o outro, “sujo”? Mas sujeira não seria
roubar? Aqui está mais uma comprovação de que, em nossa
pátria, a punição pelo não acatamento das leis só existe para
quem não tem “padrinho” com poder de veto. A maior parte
dos meus setenta e um anos foi vivida perto de famílias que
usaram mão de obra infantil em suas plantações. A maioria
das crianças, após as aulas, ajudavam os pais no plantar, no
cuidar e no colher. Algumas famílias, às vezes, por ignorância
mesmo, impediam os filhos de irem para a escola, o que era e
sempre será condenável. Contudo, conheço dezenas desses
trabalhadores infantis de outrora que, hoje, são pessoas
respeitáveis, responsáveis e dignas. Muitas, inclusive, com
curso superior. Certa vez, visitando uma família amiga, aqui
da roça, vi uma menina de cinco aninhos, hoje, com seus
quarenta, que, em cima de um caixote, junto ao tanque,
pelejava para lavar uma blusinha que havia sujado. Essa garota
e suas irmãs cresceram em todo sentido, tornando-se pessoas
competentes na família e na sociedade. É muito raro se
deparar com alguém que tenha começado a trabalhar cedo e
caído no mundo do crime. Então, por que não fazer com que
os pequeninos aprendam a arrumar sua cama, a cuidar do
seu quarto, enxugar o banheiro ou a lavar o seu prato? Que
mal há nisso? Sou de opinião que tudo o que existe NA
CRIAÇÃO é para ser usado. USADO! O grande problema,
fruto, aliás, do nosso livre arbítrio, é o Ab-uso. ABUSO. É
neste prefixo, ab-, que mora o problema. Toda criança, no
meu entender, deve crescer tendo algum tipo de afinidade
com o mundo do trabalho. E se nossos legisladores e
governantes não querem ver crianças – nenhuma! –
trabalhando, então que criem escolas com tempo integral, mas,
por favor, incluindo no currículo, alguma disciplina que possa
ajudar o aluno na sua tendência profissional. Louve-se, aqui,
o Colégio Padre Eustáquio, em Belo horizonte, que, há
cinquenta anos, conserva, na grade curricular, a disciplina Artes
Industriais. Em grupos, os alunos se revezam nas habilidades
relacionadas com madeira, argila e metal. Antigamente havia
eletricidade também. E como eles gostam desses momentos!
Tenho absoluta certeza de que, nesse meio século de
existência do colégio, muitos ex-alunos escolheram ou
deixaram de escolher alguma profissão devido às experiências
vividas naquela Sala de Artes Industriais. Banir a
EXPLORAÇÃO do trabalho infantil, SIM! Agora, BANIR
a criança do mundo do trabalho, NÃO! Educar para o trabalho
é tarefa que tem que começar cedo, pois quando realizamos
algum tipo de trabalho, crescemos em autoestima e em
dignidade. Estamos cheios de marmanjos, por aí, que nada
fazem porque nada lhes foi ensinado. Gente que quer
emprego, trabalho, não. Tachar o trabalho infantil, pura e
simplesmente, como crime, para mim, é INFANTILIDADE,
é falta de discernimento e, o que é pior, é educar para a
malandragem. Educação para o trabalho não pode ser
iniciada na adolescência. Nessa altura dos acontecimentos,
a “oficina” já estará ocupada.
18/03/2013 - Adilson do Nascimento
Gil, você como sempre brilhante! Eu posso não ser paradigma
para o sucesso, mas também não sou exemplo de fracasso
e comecei minha vida “profissional” aos onze anos de idade,
vendendo lenha puxada do Mato dos Bois, para as donas de
casa da vila e chuchu e abóbora para o refeitório da fábrica.
Aos quatorze anos eu já tinha uma carteira profissional de
menor assinada pela fábrica e aos dezesseis eu já fazia parte
dos funcionários de D. Stael, no escritório, e respondia pela
folha de salários de todos os operários, efetuando os
pagamentos em espécie. Buscar lenha era um trabalho
divertido (correndo por aquelas campinas do Amarelo, do
Lajeado, do Bateeiro; nadando nas barragens nos riachos,
ou nas cachoeiras; apanhando guabiroboa, araticum, jatobá,
pequi) e rentável. Junto com vender abóbora me
proporcionava angariar “algum” para um cineminha, comuma
colega, um pão com salame e pagar a pequena contribuição
que era cobrada pelo ginásio. O que ficou de ruim de tudo
isso? Absolutamente nada! O que ficou de bom? O início da
moldagem da minha experiência e personalidade. Aprendi
cedo que o dinheiro não cai como a chuva, nem que em se
plantando dá. Mas você não teve infância! Poderia dizer
alguém menos avisado. Duvido que uma criança de hoje
com tudo que tem à disposição tenha uma infância como eu,
meus irmãos e meus contemporâneos tivemos. O excesso
de proteção do governo para os chamados excluídos, eu já
disse isto aqui, exclui mais do que protege. Por isso é que se
vê tanta marginalidade.
18/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
Gil, Adilson e Joãozinho, comentei a excelente crônica do
Gil pelo face. Agora, junto-me a vocês três, para indagar:apesar de trabalharmos, quando crianças, quem pode dizer
que teve uma infância melhor que a nossa? Tempo
maravilhoso em que, cumprindo nossas rotineiras tarefas,
tínhamos por companheiros e cenário: o sol a matizar de
cores mil o firmamento, o cristalino dos regatos, a queda das
cachoeiras e o verde matiz da relva. É claro que o nosso
trabalho não impediu que fizéssemos da natureza também o
nosso habitat, curtindo dos pássaros o gorjeio e da brisa o
suave toque. Jamais deixamos de estudar e fazer nossas
tarefas escolares e de nossos pais aprendemos, pelo trabalho
digno e pelo exemplo, todos os valores que nos fazem hoje
Boletim Informativo da AFAGO página 18
ARTIGOS
seres pensantes e responsáveis. Seres que veem no
TRABALHO a força-motriz que nos direciona para o bem e
para que sejamos os cidadãos honrados que hoje somos.
22/03/2013 - Gil Martins de Oliveira
TRABALHO INFANTIL – 02
Minha saudosa e querida mãe, Isaltina Tameirão de Oliveira,
jamais se despreocupou com o futuro dos filhos, no que
concerne a trabalho. Aos oito anos, eu já engraxava sapatos,
andando de porta em porta ou, nas grandes festas de Gouveia,
ali bem na esquina da venda do Zé de Glória. Houve época
em que “lavava a égua” como se diz em minha terra. Dos
dez aos treze anos, passei por três sapatarias, das diversas
existentes em Gouveia. Minha mãe simplesmente chegava
até os donos e ia logo pedindo: — “será que você pode deixar
meu filho, aí, para aprender ofício? Não precisa pagar nada a
ele”. Meu primeiro “estágio” foi com Zé de Odília, depois,
passei pela oficina de sapateiro, assim era chamada, do Zé
de Dico, e mais tarde, na de Popô. Interessante é observar
que, nessa época, Gouveia produzia muito calçado. Tenho
duas marcantes cicatrizes no dedo médio da mão esquerda,
consequência das escapulidas da afiada faca de sapateiro,
ao cortar a sola. Em seguida, fui trabalhar na Padaria do
Jacques, vendendo pães nas casas. Durante muito tempo,
entreguei pão em Datas. Saía da Padaria, à Rua Laurindo
Ferreira, a pé, e puxando um burrinho, com dois balaios cheios de pão, na cangalha, descia o lapeiro do Curtume dos
Paulinos, passava por São Roberto, pelo Bateeiro, com a bela
Cachoeira, pelo Mato da Companhia que, na verdade, não
passava de uma capoeira e seguia estrada afora até chegar
“nas” Datas, onde entregava a carga no depósito de pão,
retornando em seguida. Nessa mesma época, fui coroinha de
Padre José da Mata Machado e, mais tarde, de Padre Serafim,
os quais, iniciavam a missa, em latim, dizendo: “Introibo ad
altare Dei”, subirei ao altar de Deus; e a gente respondia:
“Ad Deum qui laetificat juventutem meam”, ao Deus que
alegra a minha juventude. Até hoje, tenho todo o responsório
na memória. Nas andanças pelas capelas, criança ainda, sentia-me muito importante, tomando café ou mesmo almoçando na casa do Dr. Rômulo, em São Roberto, do Coronel Cica,
no Tigre ou mesmo, na de Dodona ou Dona Doninha, ao lado
da Matriz, onde dormi inúmeras vezes, nas quintas-feiras,
véspera das primeiras sextas-feiras. Até o sono chegar, jogávamos escopa. Normalmente, em minha casa, nessas ocasiões, mamãe me acordava às três da madrugada. Eu me arrumava e me dirigia até à casa de D. Genilda, que morava no
Beco de Jota, para chamar o Eustáquio Miranda, Taquinho,
e, juntos, na silenciosa madrugada, subíamos para igreja. Esse
tal beco, que ao centro, tinha uma larga canaleta calçada
com grandes lajotas para escoar as águas das enxurradas
que desciam rumo ao Rio Chiqueiro, divisava com o quintal
de Madalena de Deus, no qual havia uma enorme moita de
bananeira prata, da qual sempre vinham alguns barulhos não
identificados que acabavam contribuindo para que eu apertasse mais o passo. A volta era mais tranquila, pois já estava
acompanhado. A partir das quatro horas, Padre Serafim já
começava a distribuir a comunhão para os fiéis devotos que
trabalhavam na Fábrica de São Roberto e tinham que pegar
serviço às seis da manhã. Além das “mordomias” citadas,
andava de carro, no jipe do Sr. Oséias ou então, no Austin
que Padre Serafim ganhou dos operários da fábrica de tecidos. Além de tudo isso, ainda sobrava tempo para ir à escola,
caçar e matar passarinhos e brincar de faroeste nas ruas
vazias de minha terra. E mais, buscar lenha lá para as bandas
do Pé do Morro, tendo, muitas vezes, a companhia do José
Moreira, Zé de Flora. Com balaio alçado pelo braço, vendi
muito abacate, laranja, mamão e banana nas portas das casas. Meu avô, João Tameirão, era quem incentivava — para
não dizer que obrigava — a gente, nessas ocasiões. Meus
irmãos, João e José Antônio, não tiveram vida fácil, pois adolescentes ainda, já trabalhavam junto com papai, Jason, na
Lapidação de Diamantes de vovô Aprígio. Sem a ajuda deles, teria sido muito difícil para meu pai sustentar as treze
pessoas da família. Dois outros irmãos, Jayme e Romeu, estiveram nas alfaiatarias de Geraldo de Abreu e de Geraldo
Cordeiro (Romeu) e na de Antônio Augusto do Pombal
(Jayme), também aprendendo ofício. Escola? Era o Grupo
Escolar Aurélio Pires. Hum! Não era brincadeira. Para mim,
apesar de todas as especializações existentes, hoje em dia,
as atuais primeiras séries do Ensino Fundamental não chegam nem perto do que se ensinava e se aprendia naqueles
tempos. As professoras eram, realmente, educadoras. Além
dos conteúdos, a gente aprendia boas maneiras, civismo, cidadania, amor à pátria, princípios morais e cristãos; fazíamos
muitas excursões pelos campos, o que, talvez, tenha contribuído para que muitos homens e mulheres, ex-alunos, hoje,
demonstrem tanta afinidade com o meio ambiente. E se a
gente quisesse aprontar alguma estrepolia, além da atenção
das professoras, lá estava o sempre alerta Chiquinho Aguiar
que nada deixava passar. Ele era sineiro, porteiro e
disciplinário, funções que desempenhava com escrupulosa
responsabilidade. Eis algumas lembranças inesquecíveis, a
gente as tratava por Donas: Adalgisa, Zézé Ribas, Ritinha,
as filhas de Hemano, dentre as quais destaco Alice Chaves;
Marília Gomes, Doca, as queridas Vitalina e Zaíde. São
nomes que ficaram carimbados na minha alma, além, é claro, da dirigente espiritual de todas as crianças gouveianas
daqueles tempos: Dona Flora. Na verdade, o que eu e meus
irmãos somos, hoje, nós o devemos aos nossos pais, principalmente ao desempenho motivacional de mamãe que,
com todas as limitações provocadas pela fustigante asma
que a atormentava, sempre nos orientou na busca de uma
ocupação. “A alma ocupada não é tentada”, dizia-nos sempre. E mais, quando começávamos a receber salário, a ordem dela era: “O primeiro bem que um rapaz deve adquirir
é um lote, para construir o seu barraco”. E isto, todos nós
seguimos à risca. Tenho certeza absoluta de que o meu conteúdo de ser humano, hoje, seria totalmente diferente, se eu
não tivesse apanhado muito de minha mãe. Sim, Dona Isaltina
não deixava por menos e eu tinha uma índole bem complicada. Ela conseguiu arrancar de mim muita erva daninha,
dentre as quais, tirar as coisas escondido. O “colchão” do
nosso berço sempre foi recheado com responsabilidade,
respeito, moral, ética e valores cristãos e limites. Graças a
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ARTIGOS
Deus. Preocupa-me, hoje, a permissividade presente em
muitos lares. Muitos pais optam por “comprar” o comportamento dos filhos com a moeda corrente chamada bens de
consumo. “Se você comer, vai ganhar”... “Se você fizer o
dever de casa, vai ganhar”... Quem sabe, a nova lei, aprovada no Congresso Nacional, tornando os direitos empregatícios
das empregadas domésticas iguais aos demais, não irá contribuir para que os pais dividam com os filhos as tarefas diárias do lar?! Muitas famílias, certamente, não conseguirão
mais garantir o salário de uma doméstica, dentro das novas
exigências contratuais. Fato que forçará, obrigatoriamente,
mudanças nos hábitos familiares. Um bom momento para
que as crianças possam começar aprender a colocar a roupa
suja no cesto, a estender a toalha que usou, a guardar os seus
sapatos, a arrumar a sua cama, a lavar o prato em que comeu, a deixar banheiro e quarto limpos. Ensinar
corresponsabilidade e compartilhamento, eis uma bela forma
de se iniciar o Trabalho Infantil, do qual sou fruto, e com
muito orgulho.
24/03/2013 - Guido Araujo
Gil Martins de Oliveira, você matou a cobra e mostrou o pau.
Gostaria de conhecer você, que deve ter um bom papo e
saber contar boas histórias. Certa vez sugeri a Maria
Auxiliadora escrever suas memórias sobre Gouveia, faria o
mesmo a você. Sua lembrança dos lugares, das pessoas e
coisas está viva, nítida. Você viveu um período de mudança,
principalmente na educação, que passou a ser ensinamento e
não formação. Os pais passavam suas experiências ao filho,
e este aprendia “fazendo”, num tempo em que não era proibido menino trabalhar. Esse tempo precisa de registro e você
tem o dom de contar o fato, é um ótimo cronista, no sentido
histórico termo. Você aceita?
25/03/2013 - Gil Martins de Oliveira
Prezados amigos e conterrâneos, Adilson, Guido, Hermes,
Nilson e Maria Auxiliadora escrever, para mim, é atividade
prazerosa, mas quando o assunto é Gouveia, bota prazer nisso. A questão é que minhas lembranças são limitadas. Gostaria de ter a memória do meu irmão, João, este sim, tem muita
Gouveia para ser contada. Já sugeri a ele que vá registrando
tudo e passando para mim. O fato de, em 1956, eu ter saído
de Gouveia rumo ao Seminário de Itaúna, MG, e, em 58, minha família ter-se mudado para Contagem, deixou-me apenas as memórias contidas entre dezembro de 41, quando nasci,
a janeiro de 56, quando parti. É bem verdade que foram 14
anos intensamente vividos e bem aproveitados por mim, a
partir dali, do número 610, da Rua Laurindo Ferreira. Até
hoje, guardo na mente cada palmo daquele chão gouveiano
que não cansava de percorrer e dos espaços públicas, das
largas, que não existem mais: cadê o Campo do Cemitério,
de Raimundo de Carlota, a grande área atrás e ao lado do
hospital, da Cruz do Padre, da Cruz das Almas e todas aquelas terras que margeavam o caminho para o Rio Chiqueiro,
passando por Raimundo de Carlota? Já sei, gato comeu. Se,
o que escrevo e continuar escrevendo, puder ser útil para
alguma coisa, que assim seja. Façam bom proveito.
Lembranças do padre José
08/04/2013 - Gil Martins de Oliveira
Meu caro, Adilson, duas considerações a respeito de publicações
suas hoje. A primeira se refere aos intelectuais de primeira
linhagem de Gouveia. O máximo que eu poderia almejar seria o
posto de coroinha dessa turma. Obrigado pelo conceito, mas
não me superestime, por favor. A segunda é referente à bela
foto da igrejinha de São Roberto. Quantas e quantas missas
acolitei ali, nos tempos do latim e do padre de costa para a
assembleia. Numa delas, celebrava o saudoso Padre José da
Mata Machado. Era o momento da consagração. Eu já estava
de campainha em punho para saudar o erguimento da hóstia
consagrada quando, de repente, o velho e rigoroso celebrante
percebeu, pelo reflexo na porta do sacrário dourado, que havia
um “atrevido” que não se ajoelhara. Padre José, de mãos postas,
calma e serenamente, voltou-se para a assembleia e fitando o
fiel que continuava de pé, apontou o dedo indicador para o céu
e disse, solenemente: — Grande é só Deus! E voltou-se para o
altar, dando continuidade à celebração. O homem, que se
ajoelhou imediatamente, era ninguém mais nem menos do que
o grande Doutor Alexandre Mascarenhas.
08/04/2013 - José Moreira de Souza
Gil, bela lembrança do padre José Machado. Ele reina soberano
na memória popular de Gouveia. Não apenas pelo nome da praça,
mas por inúmeros casos relatados pelos mais velhos para os
filhos. No primeiro Prêmio Afago de Literatura, o conto
vencedor narrava estórias do padre. Ele simboliza o fim de uma
época. Aquele tempo em que o padre era sagrado, sua palavra
era respeitada e temida. A ele devemos a construção da capela
do Barão, a de São Francisco, a criação do Livro de Tombo que
registra a história de Gouveia a partir do ano de sua posse,
recuperando até mesmo a história antiga, com nomes dos
vigários e párocos, reforma da Matriz desde quando tinha duas
torres e a conservação de todos os livros antigos. Quanto aos
livros, muitos se perderam por falta de atenção da comunidade
e dos vigários.
O padre José Machado tinha uma severidade doce. Era, com
frequência, enérgico. Não deixava nada sem resposta, mas não
privilegiava quem quer que fosse. Dois casos: certa vez, ele
estava sem vinho para celebrar. Pediu-me para ir até a casa de
Doninha, mãe de Eutália, para pedir uma garrafa de “Vinho
Eucarístico”. Eutália presidia a Guarda de Honra e cuidava dos
padres lazaristas que vinham a Gouveia uma vez por mês para
atender às filhas de Maria – associação presidida por Lourdes
Brasil - e à Guarda de Honra; por isso guardava, em casa, vinhos
e hóstias. Fui, e dei o recado. Doninha me atendeu, encontrou
uma garrafa de vinho já pelo meio e entregou-me com a seguinte
mensagem: “Diga ao padre José que não é nada.” Lá fui eu com
a meia garrafa e o recado. Dei conta das duas coisas. Aí, o
padre deu-me nova incumbência: “Volta lá e diga para ela: ‘eu
compro vinho, mas vinho não me compra”. Não entendi o
recado, que, certamente, era uma mensagem cifrada; mas não
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ARTIGOS
fui burro para levar de volta a dita mensagem. Por qualquer
dúvida, cheguei em casa e narrei o episódio a Tia Flora. E ela
assustada: “mas ocê não falou nada, né?” Certamente, tia Flora
entendeu melhor o recado.
Segundo caso. Era um domingo. O padre celebrava a missa. A
igreja estava cheia e como era costume, os homens ocupavam
a parte que ficava junto à porta principal ou atrás do altar numa
portinha do lado esquerdo que dava acesso à capela do
Santíssimo. Um senhor, cujo nome omito, lia um jornal enquanto
o sacerdote lia a epístola. Em dado momento, eu notei que o
que o padre falava não era latim, mas um bom português. Com
a mesma entonação, ouço: “Você não tem fé? Vem à missa para
ler jornal?” E voltou à leitura da epístola. A comunidade,
certamente, não entendeu nada; a repreensão foi dirigida apenas
a um senhor.
Quando o padre José queria comentar alguma falta, que era de
conhecimento da comunidade ele jamais se referia à pessoa.
Certa vez, um senhor entendeu que ele se referia a seu
comportamento tido como inadequado. Imediatamente, foi à
sacristia, após a missa e perguntou: “O senhor disse isto foi pra
mim?” A resposta veio imediata: “Se a carapuça lhe serve, usea.”
Eu tenho recordações alegres, todas as vezes que me lembro
do padre José. Vejo-o sentado junto ao fogão, ou no escritório
pintando cenas do arraial de Nossa Senhora da Glória ou da
capela do Tigre. Vejo-o carinhoso com os inúmeros afilhados.
Guardo as últimas cenas de sua agonia, assistido pelo Guido –
afilhado de uma família do Pedro Pereira. Padre José era um
homem de Deus. Isto a Gouveia aprendeu e lhe devota um
amor sincero.
08/04/2013 - Adilson do Nascimento
Gil, não concordo com você e sei que o rótulo lhe cai muito
bem! A foto da igrejinha da fábrica (apenas no facebook pois eu
não consegui publicá-la aqui), mostra o cuidado da administração
atual com uma relíquia, não só da fábrica, quanto da Gouveia.
Vê-se os bancos novos, de madeira, os quadros antigos da via
sacra, nas paredes com nova pintura, o altar antigo, todo de
mármore e o telhado íngreme. Quanto ao “velho” Alexandre
Mascarenhas convivi com ele em três situações: bastante
distante, como patrâo do meu pai; menos distante, como meu
patrão e completamente próximo, como amigos que fomos,
por um longo período, quando, inclusive, sabia de sua artrose
no joelho o que o impedia de dobrar o joelho, o que talvez tenha
sido a causa de sua permanência de pé, na hora da consagração,
até porque ele era católico de boa fé. Porém, na atual Matriz de
Santo Antônio, logo na entrada, existem dois profetas em pedra
sabão. Um está com o dedo apontado para os céus, como se a
dizer: “meu Deus está lá em cima”. O outro tem o braço e o
dedo voltados para o lado, como se a dizer: “meu Deus sempre
esteve lá na fábrica”.
09/04/2013 - José Moreira de Souza
Adilson, a relação entre cobu e biscoito queimado sempre foi
muito intensa. Havia as pessoas que residiam na bela vila da
fábrica que você descreve com altíssima competência na obra
que ainda será publicada; mas, quase todas tinham parentes em
Gouveia, com exceção de umas poucas moças que residiam no
“convento”. Além disso, um grande número de operárias e operários desciam diariamente serra abaixo a partir das 5 horas da
madrugada para o trabalho na fábrica. Eu, ainda muito
criancinha, assisti a uma missa na capela da fábrica que foi
demolida para dar lugar à residência de Pedro Cesarini e Marlene. Assisti à inauguração da nova capela e ao “batismo do sino”,
à inaguração da nova usina da cachoeira, à inauguração do novo
pavilhão da fábrica. Tudo isso com a participação da multidão
de gente de Gouveia. Dancei também no clube numa festa de
ano novo, assisti a e participei de teatro no cinema da fábrica.
Enfim, trocas entre Gouveia e a fábrica eram constantes. Vamos à serenata. A banda de Gouveia e de São Roberto era uma
e mesma coisa. Zé Maria, o grande maestro, unificava isso,
tanto quanto ao coral que cantava na igreja. Certa vez, Geraldo
Abreu, me chamou para uma seresta em São Roberto. Zé Maria estava junto, acompanhado de Zé de Juca, Manuel Soares
da Luz - maestro da banda de Datas -, Chico de Sá Bernardina.
Zé Maria foi até a sala da música, e nós nos reunimos na porta
de Samuel, cunhado de Geraldo Abreu. A partir daí a cantoria,
melhor a sinfonia seguiu seu trajeto. Casa das Clarinda, casa de
Raimunda de Paula, casa de Chico Vieira e subimos rua acima.
Após o que, decemos e subimos para Gouveia. São Roberto
está para Gouveia como Biribiri, Inimutaba e Cedro estão respectivamente para Diamantina, Curvelo e Paraopeba. As vilas
das fábricas eram extensão das cidades que as sustentavam e
às quais as fábricas davam vida. Com a criação de Biribiri, o
povo de Diamantina tinha o orgulho de visitar todos os fins de
semana esse novo espaço e a vida urbana acontecia em Biribiri
mais do que na orgulhosa Diamantina. Com a vila do Cedro hoje Caetanópolis - a, então, chamada Vila Paraopeba se projetou tanto que chegou a ter um jornal diário fundado por uns
sonhador, Avelino Fóscolo. A indústria têxtil com suas vilas
operárias inventaram um modo de vida urbano importantíssimo para a gente compreender as novas cidades que Minas Gerais criou. Vilas se tornaram monumentos de cultura urbana.
Não foram apenas espaço de produção mas de valorização do
trabalho e de sua “reprodução ampliada”. Eu tenho um relato
que narra a chegada em Diamantina de dona Mariana dos Santos, a zeladora do convento de Biribiri. Ele havia viajado ao Rio
de Janeiro e retornava. Foram muitos dias de festa desde o
Guinda até a “cidade maior” Biribiri. Dona Mariana era mãe do
bispo e esse estava sempre presente na vila da fábrica, preferindo a fábrica ao palácio. Em Gouveia, contava-se, - Efigênio
negou isto - que, nos tempos do Coronel Sica, os operários não
batiam ponto. Tomavam a bênção do coronel e se dirigiam para
as máquinas. Hoje as coisas mudaram muito, a fábrica é apenas
local de produção e que casa um cuide de si. Pouquíssimas
famílias ainda residem na vila da fábrica São Roberto e as trocas da empresa com Gouveia dependem de deliberações na matriz
da Cia Industrial de Estamparia. Empresa criada com capital da
fábrica de São Roberto, ou seja com o trabalho de toda a Gouveia
para engrandecimento de Belo Horizonte e Contagem.
09/04/2013 - Guido Araujo
OS PROFETAS Você, Adilson, falou da existência de dois profetas na entrada da atual matriz de Santo Antônio e do significado de seus gestos. Não conheço os ditos profetas nem de nome
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ARTIGOS
nem de vista, mas presumo que devam ser uma imitação dos
de Aleijadinho, ou pelo menos de inspiração barroca. Embora
confie na sua piedade patriótica, tenho para mim que os gestos admitem outras interpretações. Aponto dois motivos: pela
escultura, que é uma obra aberta até certo ponto, admitindo
vários significados e por alguns dados que você nos fornece.
Com base nos dados - a posição dos profetas “na entrada da
igreja”, indica perspectiva de quem entra no templo. Por aí,
posso interpretar primeiramente que um deles está apontando com o dedo o ponto de recolhimento das doações e outro
indicando onde está o poderoso Recompensador da generosidade, no céu. Por outro lado, na perspectiva de quem sai da
igreja, um dos profetas poderia estar pedindo carona e o outro indicando a direção que eles queriam ir, o céu. Ainda temos outras mensagens possíveis. O primeiro estaria dizendo
à pessoa que entra ou que sai da igreja: “se você quer ou não
ir lá para cima, o céu, veja o que meu colega lhe indica”, e
este, com o dedo apontando a terra, para o lado, estaria
dizendo,”deixa de imaginar bobagem, gouveiano, abra o olho,
olhe onde você está pisando. Cuide de Gouveia desde o
Boqueirão até o Paraúna. Cuide de sua história, do Hospital,
da Apae, do Asilo, das escolas, de sua casa, de seu irmão, de
sua vida e desta sua boa terra. Ó, se você cuidar dela, seu
céu começa é aqui. Mas se você não fizer isto, aqui, ó, procê”
09/04/2013 - Adilson do Nascimento
Professor José Moreira de Souza, a vantagem de ter você
como amigo é meu constante aprendizado. Eu disse, lá em
baixo, aqui neste espaço, que não vivi Gouveia, por ter vivido
apenas São Roberto, na minha infância, justificando que as
duas localidades formavam duas repúblicas distintas, até porque a Gouveia “elitizada” representada pelas famílias da Rua
da Frente também não tratava como igual o pessoal das Ruas
de Trás. Não discordo de você, nem posso, quando você diz
que havia uma “relação intensa” entre cobu e biscoito queimado; da mesma forma, também, que não posso discordar
de que a estrada de terra, de madrugada, ficava cheia de
pessoas pertencentes às famílias de Gouveia que desciam, a
pé, às vezes debaixo de chuva e frio, para buscar seu sustento na fábrica, que era, afinal, a maior e mais consolidada fonte de emprego e renda do município, inclusive expandindo o
seu capital para fora dele, adquirindo outras indústrias do ramo,
em Contagem e em Diamantina. Famílias da Gouveia operária, jamais da Gouveia “elitizada’. A expressão elitizada que
eu trouxe para o meu comentário não era uma coisa estigmatizada e sim subentendida, talvez na mente dos próprios moradores da república da Rua da Frente. Eu, por princípio, acredito que não devo dar aqui nomes das famílias que se consideravam elites, aristocratas, até porque eu poderia estar
maculando a imagem de pessoas que “deram a vida” para o
crescimento e desenvolvimento da cidade, como um todo, e
hoje, por não estarem em nosso meio, não poderiam me contestar. Você, junto com Adélia, foi testemunha (e para você
não foi novidade), quando de nosso almoço no Camilinho, na
casa de Zico Baiano, na companhia de Manoel e Milton
Miranda, de Geraldo Miranda e Diva, de Raimundo Nonato e
eu, junto com a Ilda, quando o Raimundo me perguntou se
“naqueles tempos” havia uma discriminação entre o pessoal
de São Roberto e o pessoal de Gouveia. Ele imaginava a
discriminação nesta ordem. Aí foi a vez da Ilda citar, com
toda aquela sua franqueza inocente, um caso vivido pessoalmente por ela, quando pretendeu estabelecer um namoro com
um rapaz da elite e ele foi “aconselhado” a não prosseguir
pelo fato de ela ser uma operária “comedora de algodão”,
um termo pejorativo que era usado pela elite menos inteligente e mais agressiva. E olha que a Ilda era aluna do ginásio e
o seu pai, além de ter sido vereador, foi um dos poucos e
escassos proprietários de automóvel da cidade, naqueles tempos. Eu sofri na pele uma discriminação humilhante, talvez
por falta de melhor pensar das pessoas gestoras de certas
condutas administrativas. Quando eu cheguei, aos sete anos
de idade, ao primeiro ano “adiantado”, do Grupo Escolar
Aurélio Pires, aluno oriundo de São Roberto não tinha “direito” à merenda que o grupo oferecia a todos os demais. Eu
tinha feito o primeiro ano “atrasado” (olha aí Auxiliadora) na
Escola Rural São Roberto e lá a merenda era farta e graciosa. Hoje eu sei que a direção do grupo entendia que os meninos de São Roberto podiam levar as suas próprias merendas.
Mas vá explicar isso para uma criança de sete anos que vê
trinta dos seus colegas entrarem em uma fila para receber
uma caneca de mingau e, tendo ido junto, é retirado dali, sob
o argumento de que ele simplesmente... não pode! Essa
ridicularidade, nos tempos dos meus irmãos, posteriores aos
meus, deixou de existir, penso eu, que pela dependência e
submissão do Brasil aos Estados Unidos, quando participava
daquela campanha Aliança para o Progresso. Com o tempo,
com uma maior aproximação das administrações do novo
município emancipado com as administrações da fábrica,
quando os gerentes passaram a fazer parte da elite, como
prefeito ou vices, essa cultura arrefeceu-se. O advento do
ginásio, em 1958, quando em várias das suas formaturas a
solenidade e o baile de gala se deram no clube da fábrica, até
porque a cidade não dispunha de espaço compatível com o
evento, também contribuiu para a aproximação das duas repúblicas. Certa vez Dona Vitalina me disse na presença de
João Ribas: - “aristocratas em Gouveia são vocês da fábrica
que têm emprego e renda fixos”. Nos meus tempos de adulto
as duas “repúblicas” - Gouveia e São Roberto - já conviviam
em harmonia, inclusive eu fui o terceiro operário eleito vereador (depois de Chico Vieira e Oséias Nunes) e o primeiro
operário eleito presidente da câmara. Portanto, pelo dito, posso
lhe fazer uma afirmação e um desafio: uma “relação intensa” tanto pode ser de amor ou de ódio e eu o desafio a me
mostrar uma família gouveana que tenha sido formada nos
anos cinquenta do século passado e que tenha ou teve como
patriarcas um gouveano, da elite e uma operária da fábrica,
principalmente que morava em São Roberto. O pessoal da
elite casava entre si, até com parente, para preservação da
espécie.
09/04/2013 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro
Adilson, Gil, José Moreira, Joãozinho, Guido, meu Deus, foi
só em ficar de cama com uma forte febre que me acometeu
Boletim Informativo da AFAGO página 22
ARTIGOS
logo após a minha mensagem a Dr. Raimundo no dia 07, para
vocês crivarem o Sítio de mensagens, sendo 11 do dia 08 e 03
de hoje, dia 09. Isso tudo, apesar de negaram ser intelectuais,
na fama dos quais, pego uma carona. Mas a minha febre não
foi dengue, não, Joãozinho. Infelizmente, seguindo a saga da
família, saga quer dizer lenda medieval,( porém, faço-a verdade plena, incontestável e cruel,) como todos os outros estou que se foram, de coração ou embolia que é também coágulo só que no pulmão, estou tendo pneumonias várias, mas
as minhas, com a graça de Deus, não me levarão à terrível
embolia. Sou muito teimosa e no meu monólogo com Deus,
digo-LHE que me perdoe a ousadia, mas ainda não “aceito”
passar deste para o outro Espaço. Deus que me conhece
muito bem, compreende-me e sorrindo da minha heresia, sabe
ser ela apenas vontade de viver. Perdoando-me, faz-me
reerguer, como agora, quando após uns momentos no PC, só
em AFAGO, voltarei novamente para o repouso. Um dia apenas de ausência e tantas mensagens, como já lhes disse, com
assuntos palpitantes. Li todas e darei pequenas respostas a
cada um, porque frágil não vou facilitar, uma vez que já estou
a me cansar. Entretanto, rapidamente, direi a Adilson que
com ele quero disputar as SERENATAS que não ouvi, apesar de viver cotidianamente, ouvindo os sons musicais que
vinham da casa dos Paulino, com as ALVORADAS das festas religiosas de Gouveia às quais, batendo o queixo de frio,
Vera me levava para se encontrar com o seu amado, hoje
viúvo, Fernando. Devo-lhe dizer também, Adilson, que Gouveia
sempre foi preconceituosa, mas, apesar de ser, ocasionalmente, moradora da Rua da Frente, sempre tive nas ruas por
você citadas, o meu ponto de referência, pois que se há mesmo que haviam cercos e os havia, eu os furava com meus
irmãos, talvez para encontrar nessas ruas as nossas origens.
Gil, estou censurando-o pela modéstia quanto a não se admitir exímio escritor. Com você, José estabelecerei uma parceria sobre nossos conhecimentos da vida do Padre José da
Mata Machado, ( claro que você sabe muito mais sobre aquele
sacerdote enérgico e sisudo, mas de um coração de ouro.
Com tristeza como você reconheço que não foi tão somente
a Igreja do Rosário e a outra capelinha demolidas, mas também a Igrejinha de São Francisco, relicário, onde foi velado o
corpo do nosso Padre José Machado, coisa que não poderia
acontecer. Quem sabe estou equivocada quanto ao corpo ser
velado nessa capelinha em frente à casa dele? A você, Zé,
também contarei um fato acontecido entre o meu avô Joaquim Duro( inteligente, mas, como bebia e fazia bobagens...)
e o nosso padre em questão. Contarei com detalhes, talvez, a
mesmo fato que você sucintamente mencionou no fim, de
sua mensagem. Sobre a discussão dos profetas entre vocês,
Adilson e Guido não me imiscuirei, porque conheci muito pouco São Roberto e sua linda capelinha. Bem, acabei respondendo a quase tudo, exceto à mensagem de Adilson do dia
07, sobre a situação financeira da nossa Associação. -Em
última análise fechá-la? - Não! Reunamos todos nós que
amamos Gouveia. Façamos contribuições extras, símbolo
material de amor à terra que Deus nos deu por berço.
O perigo do avião.
Guido Araujo
Fui viajar de avião após meus 63 anos, com os filhos já criados,
já quase avô e atendendo a 30 anos de insistência de minha
mulher. Finalmente, cedendo também à pressão de meus
filhos, viajei e gostei. Entendi por que temia tanto o avião.
Quando era criança um teco-teco de São Paulo, sem
querosene, caiu no Palmital, onde eu morava. O avião voava
rasteiro, com um barulhão danado, e o medo maior era quando
ele passava sobre nossas cabeças, tão baixo que a gente via
o piloto. Houve gente que se escondeu debaixo das moitas e
no “Bambá”,um mato alagadiço que existia entre a estrada
de carro e a casa de Alvim Carvalho. Eu tinha medo da
fragilidade da máquina. Após voltear, ir e vir por cima da
estrada, finalmente desapareceu num aclive, paralelo à igreja,
no meio das gabirobas, mais ou menos à distância de um
quilômetro da minha casa. O sol estava entrando e todo mundo,
de volta dos garimpos, acorreu para o local. Vi um aviãozinho
mais amarelo que o piloto que perguntava assustado onde
estava. Tinha saído de Belo Horizonte. Achou que estava na
periferia de São Paulo, para onde estava indo. Confundiu as
pilhas de tijolo cru e queimado da olaria do meu pai com
edifícios. Chamava-se João, na boca do povo, Joãozinho. Disse
que tentou pousar na estrada, mas o combustível acabara e o
avião caiu de inanição. Achei que o homem estava delirando.
Mas estava são e salvo. A jardineira do Serro para Diamantina
passava de dois em dois dias, quando não enguiçava. Esperou
a jardineira e de Diamantina foi para São Paulo. O avião
ficou lá no campo, amarrado no chão, cheirando a óleo e
sendo depenado de sua casca de pano encerado, usado como
capa de chuva por alguns faiscadores. Mas o que eu quis
contar mesmo não era isto. Hoje li no Caderno de Informática
do Estado de Minas a resposta de Piropo a um temeroso de
que os sistemas de controle de aeronaves pudessem ser
invadidos. Na resposta ele tranquilizava o medroso, afirmando
que a invasão se dava pela internete e estes sistemas não
admitem conexão. Aconselhava, “portanto voe tranquilo -ao
menos no que toca a ataques via internete”. Bem,vim ao
computador para ler algumas novidades no site da CNN e
encontro noticia na mesma linha. O jovem Hugo Teso, expiloto alemão, de brinquinho na orelha, leve barba rala, cabelo
enrolado em coque atras da cabeça, dizendo a uma cúpula de
segurança em Amsterdam que ele desenvolveu um aplicativo
de telefone, no Android, capaz de controlar quase todas as
funções dos softwares dos aviões, através de sinais de rádio.
Usando simulador de voo, demonstrou que pode mudar a
velocidade, a altitude e a direção de uma aeronave virtual.
Pode até apagar as luzes do cockpit, alterar as informações
da tela da cabine de comando. Tudo isto, apertando botãozinho
de controle remoto, como você faz com sua televisão.A sorte
é que ele é “White Collar”, lado bom em oposição ao “Black
Collar”, lado malandro dos hackers. Acho que voar de teco-
teco era mais seguro. Só não deixar faltar querosene.
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RELATORIO DAS ATIVIDADES DA AFAGO NO ANO DE 2012
RELATORIO DAS ATIVIDADES DA
AFAGO NO ANO DE 2012
Introdução
O ano de 2012 começou com o novo visual do Site
afagouveia.org.br. Procurando atingir os objetivos do Estatuto de “propugnar pelo desenvolvimento do Município de
Gouveia”, a Afago, no ano de 2012, dirigiu suas ações no
sentido de divulgar a cidade, sua gente, seus costumes, sua
vida social, econômica, e política e conservar o patrimônio
histórico. Maior ênfase foi dada às atividades culturais, ao
registro da vida social, do desenvolvimento da cidade, dos
costumes. Recuperou documentos e sítios históricos. Trabalhou no apoio de iniciativas das entidades civis do Município e
enfatizou o registro e projeção de acontecimentos e festejos
de lugarejos da Zona Rural. A limitação de recursos inibiu
iniciativas já programadas em anos anteriores e eliminou outras no corrente. De suas principais realizações é o relatório
que se segue:
I. ÁREA ADMINISTRATIVA
a. O ano de 2012 começou com o novo visual
do Site afagouveia.org.br. O Dr. Raimundo
Nonato de Miranda Chaves, iniciou o ano
colocando o site mais prático e atraente.
Novos melhoramentos vieram no decorrer
do ano.
b. Entrega do Prêmio Afago de Literatura – A
entrega do prêmio Afago de Literatura de
2011 foi adiada em acordo com a Secretaria
Municipal de Educação, para coincidir com
a realização da Primeira Semana Literária
de Gouveia. Com a realização da Semana
em 2012, constou, a entrega, como evento
de encerramento das atividades, no Centro
Social Dom Paulo Lopes Farias, com a presença de autoridades do Executivo e do
Legislativo municipais, professores, estudantes, Diretoria da Afago e Comissão
Julgadora.
c. Participação ativa na Primeira Semana Literária de Gouveia- A participação da Afago
se deu por consultas, e participação do debate com os escritores gouveianos convidados.
d. Apoio à reconstituição da Comissão Mineira de Folclore – Ciente das dificuldades enfrentadas pela Comissão Mineira de Folclore, a Afago cedeu sua base material para as
reuniões e orientação jurídica para efetivação
de sua regularização
e. Realização do Encontro de Confraternização - Continua “acontecimento relevante,
como hora do abraço, de confraternização”.
O primeiro encontro foi realizado no PizzaBar,
após Assembléia Geral Ordinária de março/
2012. A segunda reunião de congraçamento
na linha da Reunião de 2011, na chácara dos
irmãos Manoel e Milton Miranda, foi patrocinada in totum pelo Diretor José Moreira
de Souza, em sua chácara, em Pinhões, Santa Luzia, atingindo plenamente os objetivos
da Afago no sentido da alegria, da recreação, do relacionamento descontraído dos
associados. Na parte da manhã, os
afagueanos se reuniram na Capela do Convento de Macaúbas para uma missa celebrada pelo Cardeal Dom Serafim Fernandes
de Araújo, celebrando o primeiro aniversário de falecimento de Doutor Waldir de
Almeida Ribas. Em seguida se dirigiram à
Chácara do Diretor para um almoço variado
e lauto.
f. Apoio e participação na 46ª. Semana Mineira de Folclore - Conferência do Presidente
num dos dias da Semana sobre a escola de
Camilinho. A afago apoiou o evento, postando noticias e reportagens fotográficas no seu
site.
g. Apoio a Entidades Sociais de Gouveia - A
Afago contribuiu para conseguir assinaturas
para o livro de ouro da APAE, em levantamento de fundo para construção do piso da
nova sede.
h. Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Rio
Parauna – SCBHP, A Afago, membro titular
do referido subcomitê, compareceu à reuniões em Conceição do Mato Dentro, Presidente Juscelino e Gouveia, participando efetivamente das discussões.
i. Manutenção do Sitio afagouveia.org.br e do
Boletim Informativo
i. Sitio: repaginado e cognominado
“jornal inteligente”, mostrou cara
nova em 2012, evidenciando dois
objetivos de sua criação: primeiro,
divulgar Gouveia, as entidades organizadas de sua sociedade civil, sua
gente seus festejos. Segundo, Veicular a opinião do gouveiano, proporcionando ao internauta espaço
para opinar, reivindicar ou fazer sua
catarse, além de estimular o contato entre gouveianos, no “Livro de
Mensagens”. Cumpriu seu papel de,
1. Informar sobre as comunidades rurais, Espinho, Tigre,
Cuiabá, Ribeirão de Areia;
2. expor projetos variados de
interesse da população.
Boletim Informativo da AFAGO página 24
RELATORIO DAS ATIVIDADES DA AFAGO NO ANO DE 2012
ii. Boletim Informativo: com periodicidade bimestral, manteve a qualidade de impressão e de conteúdo na
análise e reportagem dos fatos de
interesse de Gouveia. Divulgou a
cidade, sua gente, seus costumes,
seus festejos e comemorações, bem
como a história de seus empresários e pioneiros. É distribuído gratuitamente, pelo correio, ao comércio,
autoridades municipais, escolas e
associados. Distribuído, também, em
meio eletrônico para quem se interessar e nos fornecer seu endereço
eletrônico.
j. Cemitério do Tigre – Por coordenação do
Presidente da Afago, os moradores do Tigre
e comunidades vizinhas quotizaram-se, reconstruíram os muros e recuperaram o histórico Cemitério do Tigre. Ficou para 2013 a
recuperação do túmulo do Coronel Sica.
Reportagem, fotos e prestação de contas
publicadas no Site da Afago.
k. UNICEF – Recuperação, comentários e
publicação no Site da Afago. Julgados desaparecidos, os relatórios produzidos por cri-
anças e Instituições de Gouveia, para concorrência do Município à obtenção do Selo
Unicef, foram recuperados pelo Dr.
Raimundo Nonato de Miranda Chaves, junto a Senhora Deolinda Alice dos Santos, de
Ouro Preto.
l. Reportagens Sociais no Boletim e no Site:
i. Bodas de Diamante em Ribeirão de
Areia.
ii. Bodas de Ouro em Camilinho.
iii. Artigos e reportagens sobre o Cemitério do Peixe.
iv. Celebração de Nossa Senhora
Aparecida na comunidade de Espinho
v. Artigos vários sobre educação, política, história e economia.
II.
CONSELHO FISCAL
O Conselho Fiscal executou normalmente sua
função e, participou das reuniões mensais realizadas, em conjuntas, com o Conselho de Administração.
III. BALANÇO FINANCEIRO
Em relação ao exercício findo em 31 de
dezembro de 2012 a tesouraria apresentou a seguinte movimentação:
Boletim Informativo da AFAGO página 25
RELATORIO DAS ATIVIDADES DA AFAGO NO ANO DE 2012
Julgamos, oportuno e conveniente, tecermos alguns
comentários a respeito da nossa movimentação financeira;
primeiro alertando para o fato de que a nossa população contribuinte está escassa e atualmente não passa de 40 pessoas,
o que impossibilita a associação de exercer o seu papel social
em sua plenitude e atender às necessidades, ainda que não
financeiras, da sociedade civil gouveana, o que obriga os diretores que já desempenham as suas funções sem qualquer
ônus e contribuem com uma parcela superior aos demais sócios comuns, a fazerem uma contribuição complementar para
arcar com os custos de impressão dos boletins informativos e
com a premiação do Prêmio Afago de Literatura. Temos
adotado, por princípio, a exclusão da listagem de sócio contribuinte dos nomes de todos aqueles que deixam de quitar as
suas contribuições em dois meses seqüenciais, entendendo
que o associado não tem intenção de colaborar e em razão
dos altos custos operacionais com emissão de boletos bancários, postagem dos mesmos, taxas bancárias etc. Havemos
de observar, ainda, que vários dos nossos trabalhos administrativos são executados pelos próprios diretores que graças
às suas habilidades não dependem da contratação de empregados para o funcionamento de secretaria, tesouraria, contabilidade e jurídico, o que sem dúvida dá muito trabalho. Além
do mais Marcos e D. Helena Brum Ribas, a exemplo do nosso fundador Dr. Waldir de Almeida Ribas, continuam nos
emprestando a sala que nos serve de sede, em um ponto
central e supervalorizado da capital, sem cobrança de aluguel. Por último gostaríamos de esclarecer que durante o
exercício findo, ou seja, em novembro de 2012, transferimos
os nossos recursos financeiros para o Banco Itaú S/A abrindo uma conta na agência da Avenida Antônio Abrahão Caram,
850, na Pampulha, onde os nossos serviços, principalmente
de tecnologia, ficaram muito facilitados.
I. CONCLUSÃO
A Afago, no corrente ano, perseguindo seus objetivos estatutários:
a. Realizou os encontros sociais para congraçamento dos gouveianos
b. Divulgou Gouveia
c. Recuperou história e sítios do Município
d. Registrou e discutiu problemas da cidade
e. Apoiou as Instituições civis.
II.
OBSERVAÇÃO
Para registro: A diretoria da Afago, representada pelos
10 associados que compõem o Conselho de Administração (7) e o Conselho Fiscal (3) têm dado provas de
dedicação e desprendimento. Cada um financiando
suas despesas de viagens e estadias quando fora da
sede. Além de contribuir, mensalmente, com cota equivalente a quatro vezes a cota do associado comum,
para sustentar a publicação do Boletim Informativo e
do Prêmio Afago de Literatura.
tizada. Sabe juntar as silabas, formar e até pronunciar a palavra, mas ainda tem dúvidas sobre o significado dela. A
Afago está se consolidando e, ainda, não tem estrutura que
permite projetos mais arrojados. Temos sido prudentes e continuaremos prudentes neste ano de 2013. Limitar-nos-emos
ao feijão com arroz, daremos continuidade aos projetos em
andamento: Edição do Boletim Informativo, manutenção do
Sitio afagouveia.org.br, distribuição do Prêmio Afago de Literatura, realização das reuniões de Congraçamento, apoio
e registro de celebrações nas Comunidades, manutenção de
parcerias com entidades da sociedade civil e, estimulo ao
maior relacionamento com Gouveia, especialmente, com a
administração municipal.
Acontecimentos relevantes deverão marcar o ano de 2013:
1. Sócios Honorários – O Conselho de Administração,
em reunião conjunta com o Conselho Fiscal, decidiu
iniciar a formação do quadro de Sócios Honorários
da Afago e, para isso, decidiu convidar pessoas de
Gouveia, representativas das áreas de Saúde, Educação, Esporte e Música. A entrega de certificados
de sócios honorários será realizada em Gouveia, data
ainda não determinada, durante solenidade organizada em parceria com a Prefeitura Municipal.
2. A seleção dos estudantes e a entrega do Premio
Afago de Literatura deverá ocorrer, durante o segundo semestre, em solenidade organizada em parceria com a Escola Estadual Joviano de Aguiar, sob
a competente direção da professora Marilac Mesquita Nunes.
3. Jantar com o Prefeito – O diretor social da Afago:
Geraldo Augusto Silva está programando, data ainda não determinada, um jantar para cerca de 80
convidados. Aproximadamente, quinze formam o
staff do Prefeito Geraldo de Fátima Oliveira. Este
grupo virá de Gouveia e fará para os convidados da
Afago uma apresentação do trabalho que vem sendo realizado em Gouveia pela atual administração.
O jantar é iniciativa do senhor prefeito municipal,
numa consideração especial com a Afago. Não é
jantar de adesão, é uma reunião de trabalho e confraternização.
Belo Horizonte, 06 de abril de 2013.
PROGRAMAÇÃO DE TRABALHOS DA AFAGO NO
ANO 2013
A Afago completou seis anos, em dezembro de 2012, Na
escala de tempo humana, ainda, é uma criança semi-alfabeBoletim Informativo da AFAGO página 26
Manuel, Geraldo e Diva, sempre atentos e estudiosos.
Gil veio da roça trouxe a família e cachos de banana ouro,
conhecida em Gouveia como “Dedo de Moça”.
Tirou zero sem responder nada errado
1-
A senhora Maria de Lourdes Macena, presidente da
Comissão Nacional, o senhor Domingos Diniz, vicepresidente da Comissão Mineira de Folclore, juntamente
com a senhora Adélia Anis Raies, estiveram presentes na
reunião de Congraçamento da AFAGO
Mais uma cena do Congraçamento
Em qual guerra Napoleão morreu?
R: Na última em que ele lutou.
2- Onde foi assinado o Tratado de Tordesilhas?
R: No final da folha.
3- Em que estado corre o rio São Francisco?
R: Líquido.
4- Qual a principal razão do divórcio?
R: O casamento.
5- Qual o principal motivo dos erros?
R: As provas.
6- O que nunca se come no café da manhã?
R: Almoço e janta.
7- Com o que parece a metade de uma maçã?
R: Com a outra metade.
8- Se você jogar uma pedra vermelha em um lago azul,
como ela fica?
R: Molhada.
9- Como um homem consegue ficar oito dias sem
dormir?
R: Sem problemas, ele dorme à noite.
10- Como fazer para levantar um elefante com uma só
mão?
R: Você nunca encontrará um elefante com uma só mão...
11- Se você tiver três maçãs e quatro laranjas em uma
mão e quatro maçãs e três laranjas na outra, o que você
terá?
R: Mãos enormes.
12- Se oito homens levam dez horas para construir uma
parede, quanto tempo levariam quatro homens para
construí-la?
R: Tempo algum, a parede já foi construída.
13- Como você faria para derrubar um ovo cru em um
piso de concreto, sem quebrá-lo?
R: Da maneira que quiser, pisos de concreto são muito
difíceis de se quebrar.
Colaboração de Diva Maria de Miranda
Boletim Informativo da AFAGO página 27
ARTIGOS
VIVAMUS
COMO ACEITAR AS FRUSTAÇÕES
C omo tudo é impermanente, muda a todo instante, é impossível não nos frustrarmos.Durante nossa
existência,seremos surpreendidos por um mundo que acontece diferente do que gostaríamos.A todo instante
nos deparamos com dificuldades e desapontamentos, tendo sensação de que não vou dar conta diante dos
problemas.Deparamos com perda de alguém que amamos,derrota profissional, desemprego, cm alguma doença
grave.Dá uma sensação de frustração.Começamos a perder no útero materno, dos seios da mãe.O problema
está como reagimos diante de tudo isso.Posso no entanto garantir que todas as pessoas passam por tudo isto.
Enquanto alguns toleram graves situações e apesar da tristezapartem para novas conquistas, outras no entanto
à menor dificuldade ficam prostradas,deprimidas.Ocorre que o mundo nem sempre acontece de acôrdo com
nossos desejos. O exercício é aprender a lidar com as situações reais no momento presente,gastar menos
energia em lamentações, enfatizando em como deveria ser. Por isso que viver no presente é um “presente”,
resolvendo o que acontece neste instante, no agora.Podemos ser contrariados, o mundo não existe só para nos
satisfazer,temos que transformar, pois viemos aqui para isto.Vocês assistiram o filme :”As Aventuras de Pi”?
Vejam. Se não fosse os enormes obstáculos,o personagem não teria sobrevivido. Sempre perguntamos: Por
que comigo? As experiências são para todos. Saber que as pessoas e coisas são o que são e não o que eu
gostaria que fossem. Não se colocar na postura de vítima, injustiçado, de pobre coitado, não cultivar uma visão
tão amarga da vida.Não leve muito a sério nem você, nem a vida.Agradeça pelo ar que respira,por ouvir, falar,
andar, enxergar, pelos pais que lhe deram a vida, pelos filhos, amigos e pelas pessoas com a qual temos
dificuldades, pois eles é que nos ensinam.
Geraldo Augusto Silva
SOCIAIS
Confiante na Luz Perpétua
José Moreira de Souza
No dia, 7 de abril, Adélia e eu fomos ao Santuário de Santa
Luzia e assistimos à missa. Após a celebração, procuramos
o pároco. Tínhamos a missão de entregar-lhe um envelope
deixado por Jésus Maria de Paulo, o filho mais novo de
Juca de Celina, o emblemático Sacristão da Gouveia. A
esposa de Jésus incumbiu-nos dessa missão. Jésus, ao sentir
que a vista estava se tornando cada vez mais fraca, passou
a guardar todos os meses uma parte do pagamento de
aposentadoria para dedicá-lo à santa protetora das vistas.
Ao contemplar a luz perpétua, no dia 5 de janeiro, deixou
um envelope com um valor considerável tendo em vista as
suas posses. O reverendo pároco recomendou-nos colocar
o envelope no cofre junto ao altar de Santa Luzia. Nele
está escrito: “De Jésus Maria de Paulo – 19 de abril de
1926 – 05 de janeiro de 2013 – para Santuário de Santa
Luzia do Rio das Velhas”. Em seguida o padre registrou na
agenda paroquial a celebração das missas do próximo
domingo – dia 13 de abril – em intenção da alma de Jésus
Maria de Paulo. Nessa cidade, em todos os dias 13 de cada
mês, os devotos de Santa Luzia se reúnem no santuário
para invocar seu nome e proteção, culminando no em
dezembro, quando peregrinos de todo o Brasil tornam
pequena a cidade.
Boletim Informativo da AFAGO página 28
SOCIAIS
01/03/2013 - Adilson do Nascimento
Acabo de tomar conhecimento, tardiamente, que faleceu,
semana passada, aqui na capital, o ex-dentista da fábrica e
de Gouveia e primeiro diretor do Ginásio Santo Antônio,
RAIMUNDO BENEDITO DA SILVA. Não tenho
maiores detalhes, mas sabia da sua combalidade condição
de saúde. Mais uma personalidade que adotou Gouveia como
sua e trabalhou por ela que nos deixa e torna ainda mais orfâ
uma comunidade carente de batalhadores pela causa alheia.
A Dona Diva, sua esposa, antiga professora do Grupo
Escolar Aurélio Pires, o nosso pleito de gratidão e as nossas
condolências.
Faleceu no dia 06 de abril, na cidade de Sete Lagoas a
senhora Maria de Lourdes Machado, mais conhecida como
Lolota. Lolota era filha de Augusto de Folomena e casada
com Antônio Machado, também chamado de “Antônio do
Padre”.
Faleceu em Gouveia a senhora Ilda Ribas. Era filha de Nonô
Ribas e viúva de Idalino Ribas. Não temos a data precisa do
falecimento.
Notícia de última hora
Adilson do Nascimento:
Lamento informar o falecimento hoje, pela
manhã, em Diamantina, por falência múltipla
dos órgãos, de Jair Vieira – 23 abril.
23/04/2013 - João Saraiva
À familia Vieira enlutada nossos sentimentos pelo
falecimento do nosso Jair Vieira,grande amigo e
companheiro desde a vila operária de São
Roberto,onde convivemos por longos anos ,nossos
sentimentos.João Saraiva e familia.
23/04/2013 - Guido Araujo
Adilson, o passamento do senhor Jair Vieira, seu
cunhado, certamente, é uma perda para Gouveia
e os amigos. Meus sentimentos a você e sua
família. Que Deus o tenha em bom lugar e
conforte a todos.
19/04/2013 José Moreira de Souza
FALECEU, no dia 19 de abril, em Gouveia, AILTON RIBAS
e foi sepultado às 17:00 horas. Ailton era uma pessoa maravilhosa. Cuidava dos jardins da Praça padre José Machado
com atenção para cada planta. Lamentava toda vez que alguém maltratasse qualquer uma delas. Era o pai das flores.
Com o mesmo cuidado, guardava repertório de músicas de
salão em Gouveia desde o século XIX. Gente como ele,
será sempre lembrado. Imaginem São Pedro recebendo-os
com um cesto de flores. É para você, Ailton. Vem cá depressa, Deus quer homenageá-lo. Ele se foi no início da
madrugada.
A respeito manifestou-se Alex Mendes dos Santos:
Nós da Caminhos da Serra sentiremos muito a sua
falta, ele que conosco esteve sempre há 13 anos, nas
reuniões, caminhadas, navegadas, acampamentos com
os meninos, cursos, ......
A Reserva é fruto das suas obras: reconstrução do
muro, construção das salas e do galpão, replantio de
árvores, na renovação das nascentes e principalmente
na iniciação de muitas crianças na botânica.
Que ele seja feliz no novo ciclo que se inicia.
Alex
Boletim Informativo da AFAGO página 29
SOCIAIS
Aniversariantes
Aniversariantes - Maio
Maria da Conceição Matos Sãozinha de Vavá - 1
Maria de Lourdes Gomes - 1
Diego Artur de Miranda – 6
Thiago Henrique de Miranda 08
Aristeu de Oliveira - 9
Gabriela Ribas Oliveira 9
Maria Reginalda de Miranda Lima - 9
Naly Ribas Oliveira - 10
Ilda Monteiro Prado - 10
Jorge Luiz Batista - 10
Elena Berenice Brum Ribas (Mãe Marcos) – 10
Orlando Silva – Xeripe - 10
Luiz Fernando Vieira Trópia - 10
Betânia da Conceição de Miranda 10
Cléuber Alves Monteiro - 11
João Batista de Miranda Filho – 12
José Mário Gomes Pereira - 13
Eliana Aparecida Simões de Miranda – 15
Alisson Miranda Ribas – 15
Liliane Moreira - 15
Nícia Raies Moreira de Souza - 16
Nilson Santos – 16
Nilberto Rocha - 16
Valdene da Conceição Ribas - 16
Lindeia Ribas de Oliveira – 16
Cleber José de Miranda - 17
Zenon de Carvalho - 17 - Noventa anos
Raimundo Nonato Miranda Chaves – 20 – Oitenta
anos
Leonardo de Oliveira Paula - 20
Walison Aparecido Brandão – 20
Fred. Fonteneli de Freitas - 26
Franco Zaghen - 30
Geraldo Moacir de Miranda - 30
Ione Maria Ribas - 31
Aniversariantes mês de junho
Juliana Zahen - 1
Andréia Loiola Ribas – 2
Rita Ordália Drumond Monteiro 2
Luiz Carlos Gomes - 3
Adenice Alves Rodrigues – 5
Haroldo Antônio Ribas - 6
Feliciano Cordeiro 9
Cassiana Araújo Santos Miranda – 9
Sílvio Lourenço de Oliveira - 10
Claudio Augusto Pinto de Carvalho - 10
Fabrício de Lima Ávila – 15
Albanor de Oliveira - 17
Lívia Maria Santos Rodrigues – 19
João Martins de Oliveira - 24
Albany Alves de Oliveira - 28
Clever Garcia Regis - 30
Parabéns!
Boletim Informativo da AFAGO página 30
Coral Crescere no Convento de Macaúbas
Coral Crescere se apresentará no dia 1 de maio a partir das
10:00 horas no Convento de Macaúbas, cidade de Santa Luzia.
Esta é mais uma contribuição desse grupo à religiosidade e à
cultura mineira. O Coral é presidido por nosso Diretor Social,
Geraldo Augusto Silva e conta também com a participação de
nosso Secretário. Guido de Oliveira Araújo.
Mesmo sem qualquer apoio de políticas públicas, como a
famosa Lei de Incentivo à cultura, o grupo se mantém firme.
Neste ano, o Coral se apresentou na cidade de Sabará
acompanhado por grande orquestra na celebração do Ofício
de Trevas, da quarta feira santa.
Adiada a data de entrega do Prêmio AFAGO
de Literatura
A pedido das diretoras das escolas de Gouveia, foi adiada da
data de entrega do Prêmio Afago de Literatura.
A nova data é o dia 4 de outubro.
O Prêmio Afago já se encontra na terceira edição e tem como
objetivo divulgar as atividades literárias das crianças e dos
jovens de Gouveia.
Em cada ano uma das escolas é homenageada. No primeiro
ano, foi a Escola Estadual “Aurélio Pires”, em 2012, foi a vez
da Escola Estadual “Augusto Aires da Mata Machado”. No
presente ano, a homenageada é a Escola Estadual “Joviano
de Aguiar”.
De domingo e de jiboia
O Albanor era estudante de Medicina em Montes Claros.
A distância entre Gouveia e Montes Claros ia, para ele, se
encurtando aos poucos: o jovem galã não perdia uma oportunidade e nos finais de semana sempre estava em
Gouveia. Eram finais de semana passados com a família e
os amigos numa rotina que nem rotina parecia, tão curtida era pelo jovem estudante de medicina. Domingo era
sol pela manhã. A seguir, uma pelada. Depois, cerveja
gelada e almoço. Depois do almoço, uma soneca. Mas o
sono do nosso amigo tinha uma particularidade: ele gostava de dormir peladão. Isso mesmo, dormia do jeito que
tinha nascido, vestido de Adão.
Sua mãe, dona Ritinha, gostava, já nessa época, de reunir
na copa as amigas. Era uma boa conversa de tarde
domingueira. Tomavam chá, café, comiam rosquinhas, pão
de queijo e saboreavam outras delícias, saídas do forno e
do “talento culinário” da dona da casa. Mas deliciosas
mesmo eram as conversas. Muita conversa! Dizem que as
mulheres, quando reunidas, têm a capacidade, só delas,
diga-se de passagem, de falar e de ouvir, todas ao mesmo
tempo.
Mas voltemos ao objetivo desta história: relatar um fim
de semana inesquecível para nosso amigo estudante . O
Albany, irmão do Albanor, em uma de suas andanças à
procura de cristal, tinha encontrado uma jiboia de quase
dois metros. Colocou-a então dentro de um saco de
aniagem e trouxe o bicho para casa. O animal foi crescendo , comendo ratos, tomando leite. Foi se acostumando
com a casa e seus moradores. E passou a viver ali, rastejando-se entre os cômodos, esquecendo as lembranças
da vida entre árvores, céu , predadores e presas, vivendo
placidamente sua vida de “jiboia-gente”.
Mas o Albanor , como estudava em Montes Claros, não
sabia da existência da jiboia. Parece que, nos finais de
semana, com a casa mais cheia de gente, ela preferia o
silêncio de algum cômodo mais isolado, quem sabe até
sentisse saudades da vida antiga cujas lembranças iam
ficando cada vez mais fugidias...
Naquele domingo, o Albany, que sempre gostou de pregar uma peça nos outros, pediu ao Albanilson que o ajudasse a fazer uma surpresa para o irmão estudante. Os
dois conversaram, pensaram, mediram os perigos que
poderiam ocorrer . Enfim, resolveram partir para o ataque. E foi assim que tudo aconteceu: os dois irmãos agarraram a cobra e a colocaram em cima do colchão...pertinho
do Albanor. Bem enrolado, o bicho foi se mexendo, mexendo, enrolando, desenrolando, enrolando de novo, até
acordar o dorminhoco peladão...
Ao ver aquela jiboia enorme, ali, bem pertinho dele, o
cara entrou em pânico total. Pulou da cama e entrou na
copa onde a mulherada conversava. Então o Albanor ,
peladão e bem dotado , agiu com rapidez: puxou a toalha,
que estava em cima da mesa, jogou pratos, talheres, copos, xícaras, tudo no chão e se cobriu.
Mas a surpresa ainda não tinha acabado: ao se virar para
trás, ele viu o Albany dando risadas, com a serpente, mansinha, enrolada em seu pescoço. Perto dele, Albanilson
também ria a não poder mais.
Vocês já imaginaram o assunto da mulherada naquela que
foi a próxima reunião de fim de semana na casa de D.
Ritinha? Eu bem que imagino, mas não vou contar não.
Deixo isso a cargo de vocês, os leitores deste texto.
Texto: Dr Pércio Monteiro Prado
Revisão: Professora Maria Ivonete de Lima Ávila
Afago vai propor Prêmio das Culturas Populares para gouveiano
Gonzaga é escutor de mérito e merece
reconhecimento
Boletim Informativo da AFAGO página 31
Guardem bem
No dia 20 de maio, nosso professor doutor Raimundo Nonato de Miranda Chaves celebra – e nós com
ele – a emblemática idade de oitenta anos. Vamos encher a casa dele de mensagens, a caixa de mensagens de
parabéns e cantar;
Foi no roseiral da esperança
Que você hoje colheu
Um ano a mais de existência,
Foi o Bom Deus que lhe deu.
Muitas felicidades,
Muita paz e alegria!
Se estivéssemos em São Paulo, eu entoaria:
Cantiamo al nostro amico
Dio gli facia sempre Felice
Per longa viiiiiiiiita!
Ou em latim
Sit tibi lux Felix!
Ad multos annos vivat!
Boletim da AFAGO
Órgão Informativo da Associação do Filhos e Amigos
de Gouveia
Ano VI – N ° 02-13 - Março-Abril 2013.
www.afagouveia.org.br
Diretor Responsável – Raimundo Nonato de Miranda
Chaves
Editoração Gráfica: José Moreira de Souza
Crédito das Fotos:Adélia Anis Raies de Souza,Afrânio
Gomes, Raimundo Nonato de Miranda Chaves José
Moreira de Souza, Paulo Vieira.
Diretoria da AFAGO
Presidente de Honra: Waldir de Almeida Ribas in
Memoriam
Presidente: Raimundo Nonato de Miranda Chaves
Secretário: Guido de Oliveira Araújo
Diretor de Finanças: Adilson Nascimento
Patrocinadores:
Diretores da AFAGO
Comissão Editorial
Guido de Oliveira Araújo.
José Moreira de Souza
Raimundo Nonato de Miranda Chaves
IMPRESSO
REMETENTE
AFAGO - Associação dos Filhos
e Amigos de Gouveia
Avenida Amazonas 115 - sala
1709
CEP: 30180 - 000 - BELO HORIZONTE - MG

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