Inmensa

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Inmensa
Inmensa
Cildo Meireles, Inmensa, aço, 400 x 810 x 445 cm, 1982 - 2002.
Foto: Tibério França
Cildo Meirelles
Meireles, Cildo (1948)
Biografia
Cildo Campos Meirelles (Rio de Janeiro RJ 1948). Artista multimídia.
Inicia seus estudos em arte em 1963, na Fundação Cultural do
Distrito Federal, em Brasília, orientado pelo ceramista e pintor
peruano Barrenechea (1921). Começa a realizar desenhos inspirados
em máscaras e esculturas africanas. Em 1967, transfere-se para o
Rio de Janeiro, onde estuda por dois meses na Escola Nacional de
Belas Artes - Enba. Nesse período, cria a série Espaços Virtuais:
Cantos, com 44 projetos, em que explora questões de espaço,
desenvolvidas
ainda
nos
trabalhos Volumes
Virtuais e Ocupações (ambos de 1968-69). É um dos fundadores da
Unidade Experimental do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro MAM/RJ, em 1969, na qual leciona até 1970. O caráter político de
suas obras revela-se em trabalhos como Tiradentes - Totemmonumento ao Preso Político (1970), Inserções em Circuitos
Ideológicos: Projeto Coca-cola (1970) e Quem Matou Herzog? (1970).
No ano seguinte, viaja para Nova York, onde trabalha no
projeto Eureka/Blindhotland, no LP Sal sem Carne (gravado em 1975)
e na série Inserções em Circuitos Antropológicos. Após seu retorno ao
Brasil, em 1973, passa a criar cenários e figurinos para teatro e
cinema e, em 1975, torna-se um dos diretores da revista de
arte Malasartes. Desenvolve séries de trabalhos inspirados em papel
moeda, como Zero Cruzeiro e Zero Centavo (ambos de 1974-1978)
ou Zero Dollar (1978-1994). Em algumas obras, explora questões
acerca de unidades de medida do espaço ou do tempo, como em Pão
de Metros (1983) ou Fontes(1992).
Fonte:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artis
tas_biografia&cd_verbete=581
Carreira
1960
Conhecido internacionalmente, Cildo cria os objetos e as instalações
que acoplam diretamente o visor em uma experiência sensorial
completa, questionando, entre outros lemas, o regime da banana
brasileira (1964 - 1984) e a dependência do país na economia global.
Cildo Meireles tem desempenhado um papel chave dentro da
produção artística nacional e internacional. Situando-se na transição
da arte brasileira entre a produção neoconcretista do início dos anos
60 e a de sua própria geração, já influenciada pelas propostas da arte
conceitual, instalações e performances, as obras de Cildo Meireles
dialogam não só com as questões poéticas e sociais específicas
doBrasil, mas também com os problemas gerais da estética e do
objeto artístico[1].
1970/80
Durante os anos 70 e 80 Cildo Meireles arquitetou uma série de
trabalhos que faziam uma severa crítica à ditadura militar. Obras
comoTiradentes: totem monumento ao preso político ou Introdução a
uma nova crítica, que consiste em uma tenda sob a qual se encontra
uma cadeira comum forrada com pontas de prego, são alguns
trabalhos de cunho político do artista. Neles a questão política
sempre vem acompanhada da investigação da linguagem. Inserções
em circuito ideológico: Projeto Coca Cola, por exemplo, consistiu em
escrever, sobre uma garrafa de Coca Cola, um dos símbolos mais
eminentes do imperialismo norte-americano, a frase Yankees go
home, para, posteriormente, devolvê-la à circulação. Além da
questão política o projeto faz referência a toda problematização
desenvolvida pelos movimentos de vanguarda e por Marcel
Duchamp no início do século; uma espécie de ready made às
avessas[2].
Cildo examina a falibilidade da percepção humana, os processos de
comunicação, as condições do espectador, a relação da obra de arte
com o mercado.
Uma de suas obras, chamada Cruzeiro zero é uma réplica fiel de uma
nota do cruzeiro (a moeda corrente naquele tempo) que não tem
nenhum valor e as figuras históricas e heróicas sejam substituídas
pela fotografia de um índio brasileiro e de um paciente de um hospital
psiquiátrico. Há uma crítica, um comentário na superinflação e na
desvalorização do cruzeiro, este trabalho joga com noções
tradicionais da natureza e ' do valor ' da arte e da marginalização do
Brasil no mundo internacional da arte.
Atualidade
Em 2008 ganhou o Premio Velázquez de las Artes Plásticas,
concedido pelo Ministerio de Cultura da Espanha[3], ainda em 2008,
ganhou mostra na Tate Gallery em Londres, onde expõe obras e
instalações com caráter político que serão expostas até janeiro de
2009. Segundo o Jornal Folha de São Paulo de 13 de outubro de
2008.
Bibliografia
Gilmore, Jonathan. "Cildo Meireles at Galerie Lelong." Art in
America v. 93 no. 3 (March 2005) p. 132.
Weinstein, Joel. "Industrial Poetry: A Conversation with Cildo
Meireles." Sculpture v. 22 no. 10 (December 2003) p. 50-5.
Cohen, Ana Paula. "Cildo Meireles: Museu de Arte Moderna
Aloisio Magalhaes." Art Nexus no. 44 (April/June 2002) p. 125-6.
Zamudio, Raul. "Knowing Can Be Destroying." TRANS>
arts.cultures.media no. 7 (2000) p. 146-152.
Carvalho,
Denise.
"Cildo
Meireles:
New
Museum
of
Contemporary Art." Sculpture v. 19 no. 10 (December 2000) p.
74-5.
Farmer, John Alan. "Through the Labyrinth: An Interview with
Cildo Meireles." Art Journal v. 59 no. 3 (Fall 2000) p. 34-43
Basualdo, Carlos. "Maxima Moralia: The Work of C.
Meireles." Artforum International v. 35 (February 1997) p. 58-63
Mosquera, Gerardo. Cildo Meireles. London : Phaidon, 1999.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cildo_Meireles
O surgimento de Cildo Meireles, como um dos mais significativos artistas
brasileiros de sua geração, coincide com o fechamento político provocado pela
promulgação do AI-5, em 1968, e o conseqüente desenvolvimento de propostas
mais conceituais.
Nascido na cidade do Rio de Janeiro, passa sua infância e adolescência entre
Goiânia, Belém do Pará e Brasília, onde, por influência do pintor peruano Félix
Alejandro Barrenechea, passa a dedicar-se ao desenho. Por volta de 1966, quando
se preparava para ingressar no curso de arquitetura da UNB, é convidado por Mário
Cravo a expor seus desenhos no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAMB) em
Salvador, motivo pelo qual não chegou a realizar os exames de vestibular.
Em 1967, retorna ao Rio de Janeiro, onde cursa por um breve período a Escola de
Belas Artes, e freqüenta o ateliê de gravura do MAM. Nesta época, abandona
temporariamente o desenho, e dedica-se a uma produção de cunho mais
conceitual, voltada à crítica dos meios, dos suportes e das linguagens artísticas
tradicionais. Em 1969, agora como professor do ateliê do MAM, funda ao lado de
Guilherme Vaz e Frederico Morais a unidade experimental do museu, da qual passa
a ser diretor.
Desta convivência com F. Morais e Guilherme Vaz, nasceria também “Do corpo a
Terra”, manifestação realizada no Parque Municipal, nas ruas, nas serras e nos
ribeirões da cidade de Belo Horizonte, sob a coordenação de F. Morais, em
1970. Cildo participa com “Totem - Monumento aos presos políticos”, na qual
evocava aos presos e desaparecidos políticos do regime militar.
Nestes anos de censura, medo, e silêncio, que se seguiram à promulgação do AI5, Cildo Meirelesdestacou-se por uma série de propostas política e socialmente
críticas, como por exemplo, seu trabalho em carimbo em notas de um cruzeiro:
“Quem matou Herzog?”, de 1975. Uma mensagem explícita, ainda que anônima, de
sua visão da arte enquanto meio de democratização da informação e da sociedade.
Motivo pelo qual costumava gravar em seus trabalhos deste período a frase: “a
reprodução dessa peça é livre e aberta a toda e qualquer pessoa”, ressaltando a
problemática do direito privado, do mercado e da elitização da arte.
É também, neste mesmo período, que o artista elabora seu projeto “Inserções em
circuitos ideológicos”, que consistia em gravar nas garrafas retornáveis de Cocacola informações, opiniões críticas, a fim de devolvê-las à circulação.
Já no final da década de 1970, passa a explorar através de seus trabalhos, a
capacidade sensorial do público (gustativa, térmica, oral, sonora) como chave da
fruição estética, e em detrimento da predominância visual das artes plásticas.
Emprega cada vez mais, mas sempre em função de uma idéia, materiais precários,
efêmeros, de uso cotidiano e popular.
Particularmente na década de 80, Cildo Meireles não aderiu a proposta de
revitalização da pintura, como grande número de artistas da geração 80 a fizeram.
Ele seguiu com sua produção conceitual de múltiplas linguagens e suportes
empregados. Entretanto, perpassando décadas e acumulando estilos e idéias, este
artista - sendo um seguidor e fomentador da contravenção Duchampiana de
dessacralizar a arte - incorpora em seu repertório um citacionismo irônico da
tradição da arte que domina nos anos 80. Deste modo, ele promove amplas
possibilidades de expressão sobre a escultura desmobilizada de preceitos formais.
Vale dizer, que a intensa produção de Cildo Meireles, ainda em andamento,
ampliou seu campo criativo ao inserir instalação, objeto e tecnologia. Além disso,
ele reafirmou seu compromisso com o público e não com o mercado de arte. Seu
trabalho simboliza o máximo grau atingido pela relação aberta entre linguagem e
interação.
Ana Claudia Salvato Pelegrini
[PIBIC-CNPq]
Luciana de A. Leite
[bolsista IC - FAPESP]
Daisy V. M. Peccinini
[coordenadora MAC-USP]

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