Olalla Oliveros era modelo e actriz mas «Deus fez
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Olalla Oliveros era modelo e actriz mas «Deus fez
Leva 4 anos na Ordem e Mandato de São Miguel, em Madrid Olalla Oliveros era modelo e actriz mas «Deus fez-me um casting e não pude dizer-lhe que não» Olalla Oliveros numa foto da sua época de modelo... Que deixou em 2010 para entregar‐se ao Senhor e trabalhar com anciãos Actualizado 30 de Abril de 2014 Rafa López / FaroDeVigo.es "O Senhor não se equivoca. Ele fez-me um casting e não pude dizer que não". Desta forma explica a natural de Vigo Olalla Oliveros, de 36 anos, a sua decisão de abandonar o mundo da moda, a publicidade, o cinema e a televisão, no qual tinha um brilhante futuro, para ingressar num convento em regime de semiclausura. Em 1 de Maio de 2014 cumprem-se quatro anos desde que a Irmã Olalla del Sí de María, como se chama agora, ingressou na Ordem e Mandato de San Miguel Arcángel (www.grupodesanmiguelarcangel.org), uma associação católica com instalações em San Miguel de Oia e em Madrid. Não foi até datas mais recentes quando contou em público o golpe de timão que decidiu dar à sua vida, uma decisão radical que o seu ambiente mais próximo, familiar, profissional e social, não compreendeu. O diário galego El Faro de Vigo localizou Olalla Oliveros numa residência de anciãos de Madrid, onde realiza o seu trabalho, mas a religiosa declinou amavelmente realizar mais declarações. "A madre [geral] disse-me que livre- mente tomasse uma decisão. E decidi que não", responde ao telefone. "Encomendamo-la a São Miguel Arcanjo, para que tenha êxito no seu trabalho, disse à jornalista. Boa viagem, adeus". Com formação em teatro e em dança, Olalla Oliveros protagonizou numerosos anúncios publicitários e participou em séries como "A família Mata" (2007) e "O comissário" (1999), assim como na película "Fase terminal" (2010). Em Dezembro de 2009 iniciou a gravação de "Fora de jogo", uma telenovela na qual ia actuar junto com Fernando Andina, Diana Palazón e Álex Angulo, mas a Telecinco cancelou o projecto antes da sua estreia. Apesar dessa decepção, as coisas iam bem profissionalmente a Olalla. Assim o contava a actriz viguesa durante um retiro em Orense no ano passado: "Ao chegar a Vigo as minhas amigas diziam-me ´ouve, fui a tal loja e vi-te num catálogo´; ´ouve, vi-te num anúncio´. Isso momentaneamente enche-te. Vês admiração, reconhecem-te (...) Mas a sós com o Senhor não te podes esconder. E não era feliz". A representante não o entende Uma explicação similar foi a que escutou no seu dia a sua representante, Mirella P. Melero. Esta amiga além de manager, que dirige a agência Plan B em Madrid, não sabia que Olalla preparava, valha a redundância, um "plano B" para a sua vida. "Ela tinha um trabalho confirmado e levei uma grande surpresa – comenta a FARO a representante. Tinham-lhe dado um papel importante numa série junto a nomes reconhecidos da interpretação. Estava recolhendo os frutos de um grande trabalho". Acrescenta Mirella P. Melero que houve quem se riu daquela decisão. Muitos no seu ambiente desconheciam a sua religiosidade, que era uma católica muito praticante. "Foi uma decisão pessoal e respeito-a – comenta a FARO. Não sou religiosa nem creio na Igreja Católica, mas Olalla explicou-me os seus motivos e eu acredito na sua vocação", sublinha. E a família tampouco A sua família não encaixou bem o facto de que Olalla (uma belíssima pessoa, mais por dentro inclusive que por fora, coincidem todos) passasse da vida artísti- ca ao convento. Segundo fontes do ambiente familiar, Olalla entrou em contacto com a Ordem e Mandato de San Miguel Arcángel através de uma amiga e companheira do colégio Amor de Deus, de Vigo. O irmão desta amiga tinha saído da toxicodependência graças à ajuda espiritual. Segundo estas versões, que não podemos confirmar com a própria Olalla, a jovem viguesa conhecia o fundador da Ordem e Mandato, Miguel Rosendo, desde que tinha 15 anos, e "entrou [na associação] num momento muito baixo" da sua vida. Se teve influência na sua decisão algum revês sentimental é só matéria de especulação. Ninguém, salvo ela, o poderá confirmar ou desmentir. Depois de 3 dias em Fátima Segundo conta a própria Olalla, voltava à voragem de Madrid, onde levava uma década trabalhando, depois de passar três dias em Fátima, quando as perguntas começaram a acumular-se na sua cabeça: "O que me dá esta força? O que me dá esta paz? Perguntava-me (...) Deus foi-me dando a força, as luzes (...) Não me tirava uma monja da cabeça. Ria-me. Dizia, oh Senhor, como pode ser que me estejas pedindo isto?! E venha rir e venha chorar. Assim passei todo o caminho em autocarro, de noite". Uma felicidade imensa embargou: "Fui à missa, confessei-me, falei com o sacerdote. E quando tentava falar com Jesus não consegui falar com Ele, porque me dava o riso. Era tanta a alegria que a única coisa que fazia era rirme, porque estava entendendo que era feliz, que o Senhor me pedia isso". Ao contrário da supermodelo brasileira Adriana Lima, que de pequena queria ser monja para ajudar os demais, a Olalla nunca se lhe tinha passado pela cabeça ser religiosa. "Eu sonhava ser actriz. De facto, iam-me as coisas muito bem (...) Esse gozo e essa felicidade não a dá nem um vaqueiro, nem um namorado, nem um ´que bonita estás´, nem um salto alto". Ordem e Mandato... Na realidade não são monjas No dia 1 de Maio de 2010, Olalla ingressou em semiclausura em Vilariño, Oia. A Ordem e Mandato de San Miguel Arcángel, que tem o estatuto canónico de Associação pública de fiéis, inclui tanto seculares (laicos) como pessoas consagradas, que vivem em comunidade. São os miguelianos e miguelianas. Estas últimas, como Olalla, realizam votos privados, como não casar-se, obedecer e servir o próximo. Em sentido jurídico e canónico não são monjas, ainda que coloquialmente se lhes chame assim pelo seu hábito. A origem deste colectivo religioso está na música. O seu fundador, o viguês Miguel Rosendo da Silva, publicou discos de canções católicas, algumas das quais estilo pop e rock. Nelas participam religiosas com o chamativo hábito azul e amarelo da Ordem, como as irmãs Sandra e Marta, cujas harmonias vocais recordam as do duo Ella Baila Sola. A música e o teatro são duas das maneiras com as quais esta associação realiza o seu apostolado. Pelas manhãs, rezam; e pelas tardes, prestam serviços como assistência a enfermos, jovens e anciãos, e actos de caridade como colectas para o Banco de Alimentos. A associação funciona ainda em modo experimental. Não é nem uma companhia, nem uma ordem, nem uma congregação. "O Espírito Santo dos carismas a quem quer, e a Igreja discerne quais são verdadeiros", explicam em fontes da Diocese de Tui-Vigo. "É uma experiência que irá ou não irá, um processo de muitos anos", acrescentam. A visita da filha de Isabel Preysler, Tamara Falcó, à Ordem e Mandato há uns meses pôs o foco nesta associação católica, cujos membros femininos vestem hábito sem ser propriamente monjas. [...] Os seus membros são maiores de idade, com uma média de uns 30 anos. Foi já passada a trintena quando Olalla decidiu separar-se das câmaras para (como disse o papa Francisco) converter-se em "a levedura que leva a mensagem de Jesus". "Escolhiam-me muito frívolos" para papéis Até que decidiu ingressar na Ordem e Mandato de San Miguel Arcángel, Olalla Oliveros era um rosto conhecido da televisão. Protagonizou anúncios para marcas como Ford, Rover, ING Direct, Evax, Ausonia, Trinaranjus e Kellog´s, entre outras, e tinha tido papéis episódicos e secundários em séries tão populares como "O Comissário", "Cenas de matrimónio" e "A família Mata". Tinham-lhe entregue uma personagem principal quando decidiu fazer-se religiosa. "Escolhiam-me para Olalla numa foto do seu papéis muito frívolos, muito vaidosos, de rapariga frívola portfolio (explicou a actriz viguesa). E eu dizia-me, quando me darão um papel de monja? Porque sentia no meu interior que de monja o faria muito bem" in