LUIZ GUILHERME LOUZADA MALDONADO A INFLUÊNCIA DA
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LUIZ GUILHERME LOUZADA MALDONADO A INFLUÊNCIA DA
LUIZ GUILHERME LOUZADA MALDONADO A INFLUÊNCIA DA HISTEROSSONOMETRIA PRÉVIA NA TRANSFERÊNCIA EMBRIONÁRIA GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA NOS RESULTADOS DE FERTILIZAÇÃO ASSISTIDA Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina para obtenção do Título de Mestre em Ciências. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Ajzen Co-orientador: Prof. Dr. Edson Borges Jr. SÃO PAULO 2009 Maldonado, Luiz Guilherme Louzada A influência da histerossonometria prévia na transferência embrionária guiada por ultrassonografia nos resultados de fertilização assistida / Luiz Guilherme Louzada Maldonado. -- São Paulo, 2008. ix, 32f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Radiologia e Ciências Radiológicas. Título em inglês: Embryo transfer based on previous uterine length measurement enhance ICSI outcomes when compared with standard ultrasonographic-guided embryo transfer. 1. Transferência embrionária. 2. Ultra-sonografia. 3. Técnicas reprodutivas assistidas. 4. Fertilização in vitro. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Chefe do Departamento: Prof. Dr. Sergio Ajzen Coordenador da Pós-graduação: Prof. Dr. Giuseppe D’Ippolito iii A minha dedicada mãe Maria Luiza, ao meu querido pai Milton, aos meus irmãos, meus grandes torcedores, a minha querida Tia Lininha, aos meus amigos que fazem parte da a minha vida e que considero parte da minha família também. Como não poderia deixar, em especial, a minha maravilhosa esposa, Anna Carolina, pelo carinho, pela dedicação, pelo companheirismo e pelo apoio em todos os momentos da minha vida. iv Agradecimentos Ao Prof. Dr. Sérgio Ajzen, por ter me acolhido nesta Instituição e por acreditar no meu projeto. Ao meu irmão Prof. Dr. André Luiz Louzada Maldonado por ter me indicado o caminho e dado o exemplo a ser seguido. Ao Prof. Dr. Edson Borges Jr., pelo incentivo e por ter proporcionado condições para a realização desta tese. Ao amigo e companheiro de todas as horas Dr. Wagner de Camargo Penteado Busato, que tem me orientado e acompanhado na trajetória da minha vida pessoal e profissional. A Profa. Andrea Puchnick e a Profa. Daniela Paes de Almeida F. Braga, pela paciência e pela dedicação na elaboração desta tese. A todas as pacientes que participaram deste estudo. v Sumário Dedicatória ........................................................................................................................................... iv Agradecimentos ................................................................................................................................. v Listas ..................................................................................................................................................... vii Resumo................................................................................................................................................. ix 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 1 1.1 Objetivos ....................................................................................................................................... 4 2 MÉTODOS ....................................................................................................................................... 5 2.1 Desenho do estudo .................................................................................................................... 5 2.2 Casuística ..................................................................................................................................... 5 2.3 Estimulação ovariana ................................................................................................................ 6 2.4 Preparação dos oócitos e da injeção intracitoplasmática de espermatozóide ........ 7 2.5 Avaliação da fertilização e da qualidade do embrião ...................................................... 8 2.6 Transferência embrionária ....................................................................................................... 9 2.7 Parâmetros avaliados................................................................................................................ 12 2.8 Análise estatística....................................................................................................................... 12 3 RESULTADOS ............................................................................................................................... 14 4 DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 17 5 CONCLUSÕES............................................................................................................................... 21 6 ANEXOS ........................................................................................................................................... 22 7 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 30 Abstract Bibliografia consultada vi Lista de figuras e tabelas Figura 1 Meta-análise realizada por Abou-Setta .............................................................. Figura 2 Desenho esquemático dos protocolos de indução ovariana utilizados no estudo ..................................................................................................................... Figura 3 2 7 Desenho esquemático da injeção intracitoplasmática de espermatozóide.......................................................................................................... 8 Figura 4 Desenho esquemático da avaliação da qualidade do embrião .................. 9 Figura 5 Hisrerossonometria Prévia realizada por via transavaginal ......................... 10 Figura 6 Desenho esquemático do protocolo de rotina utilizado na transferência embrionária ................................................................................................................. 10 Figura 7 Cateter Wallace utilizado na transferência embrionária ................................ 11 Figura 8 Esquema da histerossonometria prévia ............................................................. 11 Figura 9 Imagens ultrassonográficas demonstrando os parâmetros avaliados ...... 12 Figura 10 Distribuição das pacientes segundo o protocolo de indução....................... 15 Figura 11 Distribuição das pacientes segundo o tipo de transferência........................ 15 Figura 12 Distribuição das pacientes segundo a indicação............................................. 16 Figura 13 Distribuição das pacientes segundo as taxas de gestação e de implantação ................................................................................................................. 16 Tabela 1 Média e desvio padrão das variáveis quantitativas das pacientes dos grupos controle e estudo......................................................................................... 14 Tabela 2 Avaliação das variáveis categóricas das pacientes dos grupos controle e estudo ........................................................................................................................ 15 vii Lista de abreviaturas e símbolos % Porcentagem °C Graus Celsius µL Microlitros cm Centímetro CO2 Dióxido de carbono FIV Fertilização “in-vitro” FSH Hormônio folículo-estimulante hCG Gonadotrofina coriônica humana ICSI Injeção intracitoplasmática de espermatozóide MII Oócitos maduros (metáfase II) mm Milímetros HP Histerossonometria prévia pg/ml Picogramas por mililitro s Segundos SOP Síndrome do ovário policístico TE Transferência embrionária UI/L Unidades internacionais por litro US Ultra-sonografia FSH-r Hormônio Folículo Estimulante Recombinante hCG-r Hormônio Corioganodotrópico GnRH Hormônio Regulador Gonadotrópico viii Resumo Objetivos: avaliar um método adicional a transferência embrionária guiada por ultrasonografia transabdominal, realizando uma medida uterina (Histerossonometria prévia), através de ultra-sonografia transvaginal tomando como base os resultados das taxas de gestação e de implantação em pacientes submetidas a tratamento de reprodução assistida de alta complexidade de transferência de embriões. Métodos: foram estudados 200 ciclos de injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) submetidos a protocolos longos com Agonista do GnRH e com Antagonista do GnRH para o bloqueio dos ciclos sendo utilizados para indução e “Trigger” , FSH e LH recombinantes respectivamente. As pacientes foram subdivididas em 2 grupos, o grupo estudo de estudo foi representado por 50 pacientes onde foram realizadas Histerossonometria prévia em Transferências embrionárias guiadas por US transabdominal e os resultados destes ciclos foram comparados ao grupo controle que consistia em 150 ciclos onde se utilizou o protocolo padrão de transferência embrionária guiada por US transabdominal. Resultados: os grupos não apresentaram diferença estatística com relação a idade, causa de infertilidade, espessura endometrial, tipo de protocolo de indução, oócitos recuperados na punção ovariana, oócitos maduros obtidos e número de embriões transferidos. Com relação à transferência fácil também não houve diferença estatística quando comparado o grupo estudo com o controle (92% x 92%).No entanto quando avaliamos as taxas de gestação e implantação entre os grupos podemos observar um aumento estatisticamente significante para o grupo de estudo x controle, 54% x 26% (p=0,001) e 30,67% x 11,93% (p<0,0001) respectivamente. Conclusões: os achados demonstram que a realização da transferência embrionária guiada por US transabdominal auxiliada pela Histerossonometria Prévia do local adequado para a transferência deve ser utilizada de rotina nas clínicas de fertilização assistida, pois as taxas de gestação e de implantação apresentam um aumento estatisticamente significante, trazendo grande benefício para os resultados de ciclos de ICSI. ix 1 INTRODUÇÃO Os tratamentos de casais inférteis submetidos à fertilização “in-vitro” (FIV) tiveram considerável avanço a partir de Steptoe, Edward, em 1978 (1) . Desde então, quase todos os passos de FIV tem sido otimizados no intuito de incrementar as taxas de gestação, aumentando a eficiência em diferentes aspectos envolvidos. No entanto, é apenas parcialmente verdadeiro para as técnicas de transferência embrionária (TE). Desde o início da transferência intra-uterina, poucas modificações têm sido feitas para este procedimento (2). As TE podem também ser intra-tubárica de gametas (GIFT), de zigotos (ZIFT) 24 horas após a inseminação do espermatozóide no óvulo e de embriões (TET) 48 horas após a inseminação no óvulo. Podem também ser transmiometrial, esta reservada para casos importantes de estenose cervical, porém todas estas estão praticamente inexistentes na rotina das clínicas atualmente. A TE é um passo final importante na FIV. Uma meta-análise de oito trabalhos randomizados por Buckett (3) mostrou que a TE guiada por ultra-sonografia (US) melhorou as taxas de implantação e de gestação. Muitos autores consideram que a orientação com US em transferências difíceis e deposição dos embriões no local adequado na cavidade uterina são os dois principais benefícios que o método oferece. Uma desvantagem seria que o método requer tempo extra e um profissional a mais. Entretanto, a experiência dos profissionais pode proporcionar uma variação na taxa de gravidez, até mesmo sem utilização de US na TE (4-6). No entanto, apesar da grande aceitação do US como uma ferramenta durante a transferência embrionária algumas controvérsias permanecem. Em um estudo de Prapas (7) , não foi encontrado diferença significativa nas taxas de gestação para transferências no 5º dia guiado por US ou às cegas. Garcia-Velasco (6) não encontrou uma diferença significativa nos resultados de ciclos de doação de óvulos comparando transferência guiada com às cegas e Kosmas (8) , através de um estudo randomizado controlado, demonstraram que não ofereceu qualquer beneficio em resultados clínicos na utilização de US na TE. Além dos maiores avanços realizados nos protocolos de estimulação ovariana e desenvolvimento embrionário as taxas de gestação e implantação após TE tem se 2 mantido relativamente baixas. A maioria das pacientes submetidos à FIV alcançou o estágio da transferência com embriões viáveis de boa qualidade, mas apenas uma pequena parte deles resultará em gravidez clínica, gestação continuada ou nascimento vivo. É estimado mais que 85% dos embriões transferidos para a cavidade uterina falharão na implantação (9). A TE é o final e mais crucial passo na FIV (10) . Uma TE atraumática implica em ausência ou mínimo dano endometrial e é essencial para um aumento das taxas de sucesso em FIV. Vários fatores podem afetar o sucesso da transferência embrionária incluindo: o tipo de cateter usado vigorosa da cérvix (11,12) , forma de carregar o cateter (13) , lavagem (Erro! Fonte de referência não encontrada.) , aspiração do muco cervical experiência do profissional (16) , localização do cateter (17) , transferência guiada (15) , (11) , transferência fácil (18,19) e a presença de sangue e/ou muco no cateter (16,20). Realizamos um trabalho em 2005 que observou melhor resultado com a transferência às cegas utilizando como método adicional a histerossonometria prévia (HP) sendo comparado à transferência guiada por US (22). Esse trabalho foi incluído em uma meta-análise realizada por Abou-Setta em 2007 (9) e apresentava um favorecimento a TE ás cegas diferente da grande maioria dos trabalhos, talvez justificado pela utilização da HP, sendo possivelmente este método adicional o responsável pelos melhores resultados (figura 1). Figura 1: Meta-análise realizada por Abou-Setta (9). 3 Já um estudo semelhante realizado por Lambers em 2006(21) comparou transferência guiada por US com transferência baseada numa medida prévia para a localização ideal da deposição dos embriões, não demonstrando benefício do mesmo resultando em taxas semelhantes de gestação e implantação. Neste trabalho então realizamos a transferência guiada por US transabdominal e adicionamos a técnica da HP, utilizando assim o benefício referente a utilização da TE guiada por US bem representada na meta-análise realizada por Abou-Setta em 2007 (9) somada a HP no intuito de obter melhores resultados com relação a taxa de gestação e implantação em pacientes espermatozóides (ICSI). submetidas à injeção intracitoplasmática de 4 1.1 Objetivos 1. Avaliar um método adicional à transferência embrionária guiada por ultrassonografia transabdominal, realizando uma medida prévia por ultrassonografia transvaginal 2. Avaliar as taxas de gestação e de implantação em pacientes submetidas a tratamento de reprodução assistida de alta complexidade, comparando protocolo convencional realizado na transferência guiada por ultrassonografia com o protocolo que adiciona a histerossonometria prévia. 5 2 MÉTODOS 2.1 Desenho do estudo Foi realizado estudo caso-controle, para avaliar um novo protocolo de transferência guiada por US. Foram incluídas no estudo, pacientes atendidas no Centro de Fertilização Assistida – Fertility. Este estudo de caso-controle incluiu 200 pacientes submetidas à injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI), de janeiro de 2007 a dezembro de 2007. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de São Paulo (anexo 1) e um termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 2) foi obtido, no qual as pacientes concordaram em partilhar os resultados dos seus ciclos para fins de investigação. 2.2 Casuística As pacientes foram submetidas a ciclo de FIV no período de Janeiro de 2007 a Dezembro de 2007, divididas em 2 grupos – controle e estudo –, com base no método utilizado na transferência de embriões. No grupo controle (n = 150), as pacientes foram submetidas a protocolo padrão de TE guiada por US. No grupo estudo (n = 50), as pacientes realizaram previamente à TE guiada por US, realizada a HP pelo US transvaginal que se estende do orifício externo do colo uterino até a metade do eixo longitudinal da cavidade endometrial. Critérios de inclusão: 9 Indicação clínica de FIV/ICSI 9 FSH basal < 10 MUI/ml 9 Sorologias negativas HIV, Lues, Hepatites B-C 6 9 IMC ≤ 29 9 Consentimento informado 9 Critérios de exclusão : 9 Doença sistêmica significativa 9 Endometriose grau III-IV 9 Hidrossalpinge com indicação cirúrgica 9 Cirurgias ovarianas prévias 9 Tratamentos agressivos prévios 9 SOP com IMC > 25] 9 Não pelo menos 1 embrião de boa qualidade para TE 2.3 Estimulação ovariana A estimulação ovariana controlada foi realizada pelo regulamento pituitário longo utilizando um agonista do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRHa, Lupron Kit™, Abbott S. A., Paris, França) ou bloqueio com antagonista (Cetrotide®, Serono, Genebra, Suíça) iniciado quando a paciente apresentava pelo menos um folículo com diâmetro médio ≥ 14 mm, sendo a estimulação ovariana com FSH recombinante (Gonal-F®, Serono, Genebra, Suíça). A dinâmica folicular foi acompanhada por US (Medison Sonoace Pico, Seul, Coréa), com início no 4º dia de administração da gonadotropina. Quando o crescimento folicular e níveis séricos de estradiol adequados foram observados, gonadotrofina coriônica humana recombinante (r-hCG, Ovidrel™, Serono, Genebra, Suíça) foi administrada para provocar a maturação folicular final. Oócitos foram coletados 35 horas após a administração de hCG pelo US transvaginal (figura 2). 7 Protocolo de indução com Antagonista do GnRH Protocolo de indução com Agonista do GnRH USG TV. SERIADO USG TV. SERIADO TRANSFERÊNCIA AGONISTA GnRH PUNÇÃO MENSTRUAÇÃO MENSTRUAÇÃO I I I 18 24... I I 1 2 3 I I I I 4 5 6 7 FSH-r 225-375 UI I I I I I I I I I I I I I I I 8 9 10 11 12 13 14 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7... P4 MICRONIZADA FSH-r 75-375UI I I 18 24... I I 1 2 3 I I I I 4 5 6 7 FSH-r 225-375 UI hCG-r 250 µg TRANSFERÊNCIA PUNÇÃO CETRORELIX 0,25 mg/dia I I I I I I I I I I I I I I 8 9 10 11 12 13 14 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7... P4 MICRONIZADA FSH-r 75-375UI hCG-r 250 µg Figura 2: Desenho esquemático dos protocolos de indução ovariana utilizados no estudo. 2.4 Preparação dos oócitos e da injeção intracitoplasmática de espermatozóide Após a obtenção, os oócitos foram incubados em meio de cultura (G-™ MopsV1, Vitrolife, Kungsbacka, Suécia), cobertos com óleo mineral (Ovoil™, Vitrolife, Kungsbacka, Suécia) a 37°C e 6% de CO2 por 5 horas. Células cumulus foram retiradas com uma exposição de 30 s ao meio tampão Hepes contendo 80 IU/mL de hialuronidase (Irvine Scientific, Santa Ana, E.U.A.) e logo após, células coronais foram removidas manualmente utilizando uma pipeta Pasteur de vidro (Humagen Fertility Diagnostics, Charlottesville, Virgínia, E.U.A.). O status nuclear dos oócitos foi então avaliado. Quando observado que os oócitos liberaram o primeiro corpo polar, eles foram considerados maduros e utilizados para a ICSI. Para a ICSI, os oócitos foram colocados individualmente em 4 µL gotas de solução meio tampão (G-Mops™-V1, Vitrolife, Kungsbacka, Suécia). O esperma foi colocado em uma gota central de 4 µL de solução polivinilpirrolidona (PVP, Irvine Scientific, Santa Ana, E.U.A.) em um prato de cultura de vidro de 50 x 4 mm (WillCodish®, Nova Jersey, E.U.A.) coberto com óleo mineral quente (Ovoil™, Vitrolife, Kungsbacka, Suécia). A injecção de esperma foi realizada na fase aquecida (37°C) de um microscópio invertido (Eclipse TE 300; Nikon®, Tóquio, Japão) 40 horas após o hCG acionar a fase MII (óvulos maduros) ou após 24 horas em cultura para oócitos imaturos captados que tinham sido submetidos a maturação nuclear (figura 3). 8 Fonte: http://www.vivita.com.br Figura 3: Desenho esquemático da injeção intracitoplasmática de espermatozóide. 2.5 Avaliação da fertilização e da qualidade do embrião A fertilização foi avaliada 18 horas após a ICSI, e foi declarada fertilização normal quando dois pronúcleos claramente distintos estavam presentes. A qualidade do embrião foi avaliada sob um microscópio invertido (Eclipse TE 300; Nikon®, Tóquio, Japão). Os seguintes parâmetros foram registrados: (i) o número de blastômeros, (ii) a porcentagem da fragmentação, (iii) variação na simetria do blastômero, (iv) a presença de multinucleação e (v) os defeitos na zona pelúcida e do citoplasma no dia +3. Os embriões de alta qualidade foram definidos como aqueles com as seguintes características: 4 a 6 células no segundo dia ou 8 a 10 células no terceiro dia de desenvolvimento; menos de 15% de fragmentação; blastômeros simétricos; ausência de multinucleação; citoplasma incolor com granulação moderada sem inclusões; ausência de granulosidade do espaço perivitelino e ausência de dismorfismo da zona pelúcida (figura 4). Embriões sem qualquer das características acima referidas foram considerados de baixa qualidade. 9 Figura 4. Desenho esquemático da avaliação da qualidade do embrião. 2.6 Transferência embrionária Três dias após a recuperação dos oócitos, um a três embriões boa qualidade foram transferidos por paciente, dependendo da idade da paciente. Quando nenhum embrião boa qualidade estava disponível para transferência, a paciente foi excluída do estudo. Para que não houvesse interferência nos resultados todas as transferências embrionárias de ambos os grupos foram realizadas pelo mesmo profissional. Para a TE, as pacientes foram colocadas na posição de litotomia e colo do útero foi exposto usando um espéculo bivalve. O muco no canal cervical foi removido com um cotonete e a exocérvix foi limpo com uma solução salina tampão (Dulbecco’s PBS solution; Irvine Scientific, Santa Ana, Califórnia, E.U.A.). No grupo estudo, durante a estimulação ovariana controlada, a distância a partir do orifício externo do colo uterino até a metade do eixo longitudinal da cavidade endometrial foi mensurada pela US transvaginal (Medison Sonoace Pico, Seul, Coréa) e este comprimento (HP) foi utilizado para a auxiliar como ajuste fino durante o procedimento posterior de tranferência embrionária onde observando ao US onde era visibilizado uma imagem transabdominal com bexiga cheia num corte longitudinal o cateter penetrando pela endocévix alcançando a metade longitudinal da cavidade endometrial, obtendo assim uma melhor precisão na TE (figura 5). 10 Figura 5: Hisrerossonometria Prévia realizada por via transavaginal. Para as pacientes do grupo controle, foi utilizado o protocolo de rotina, realizando US abdominal (Medison Sonoace Pico, Seul, Coréa) com bexiga cheia para visibilizar o comprimento total do endométrio, o colo e o fundo uterino e assim acompanhar a penetração do cateter até a metade da cavidade uterina obtendo assim visualmente o local adequado para a deposição dos embriões. Fonte: http://www. Vivita.com.br Figura 6: Desenho esquemático do protocolo de rotina utilizado na transferência embrionária. Para todas as pacientes, foi utilizado um cateter de TE macio (Wallace®, Smiths Médica Internacional, Hythe, Reino Unido), ligado a uma seringa de insulina (figura 7). Durante a fase da inserção do cateter, o cateter exterior não tocou na parede vaginal para evitar a transferência de qualquer infecção dentro do útero. 11 Figura 7: Cateter Wallace utilizado na transferência embrionária. O embriologista trouxe o cateter interno com os embriões para a sala de transferência quando o médico estava convencido que o cateter exterior estava na posição correta. O clínico introduziu o cateter interno através do cateter exterior e os embriões foram depositados delicadamente (Figura 8). Figura 8: Esquema da histerossonometria prévia. O cateter foi cuidadosamente removido imediatamente após a transferência e verificado então, sob um microscópio, para garantir que todos os embriões tinham sido 12 transferidos. Ao final do procedimento, as pacientes permaneceram em repouso na cama durante 30 minutos. 2.7 Parâmetros avaliados Foram consideradas variáveis quantitativas: idade, espessura do endométrio, oócitos obtidos, número de oócitos maduros (MII), número de bons embriões transferidos, número de embriões transferidos, número de sacos gestacionais, taxa de implantação (figura 9). Foram consideradas variáveis categóricas: protocolo de indução, indicação, tipo de transferência e taxa de gestação. A taxa de implantação foi definida como o número total de sacos gestacionais dividido pelo número total de embriões transferidos. Gestação clínica foi definida como a presença de um saco gestacional visualizado na 5º a 6º de gestação. Figura 9: Imagens ultrassonográficas demonstrando os parâmetros avaliados. 2.8 Análise estatística A análise de todas as informações coletadas nesta pesquisa foi inicialmente feita de forma descritiva. Para as variáveis de natureza quantitativa foram calculadas médias e desviopadrão. As variáveis de natureza qualitativa foram analisadas através do cálculo de freqüências absolutas e relativas. 13 As análises inferenciais empregadas com o intuito de confirmar ou refutar evidências encontradas na análise descritiva foram o teste t de Student, para as variáveis quantitativas e o teste do qui-quadrado de Pearson ou o teste exato de Fisher para o estudo da associação entre duas variáveis de natureza qualitativa. Em todas as conclusões obtidas através das análises inferenciais foi utilizado o nível de significância α igual a 5%. Os dados foram digitados em planilhas do Excel for Windows® para o adequado armazenamento das informações. As análises estatísticas foram realizadas com o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 15.0 for Windows®. 14 3 RESULTADOS A amostra selecionada foi composta por 200 pacientes, sendo 150 (75%) pertencentes ao grupo controle e 50 (25%) ao grupo estudo. As Tabelas 1 e 2, assim como as figuras 10 a 13, trazem a descrição detalhada destas pacientes, segundo todos os parâmetros de interesse avaliados. É importante notar que o grupo controle apresentou, em média, idade (p=0,879), número de oócitos obtidos (p=0,292), número de óvulos maduros (p=0,274), número de embriões transferidos (p=0,425), endométrio (p=0,131) e número de bons embriões transferidos (p=0,157) iguais ao grupo estudo (Tabela 1). O grupo estudo apresentou, em média, maior número de sacos gestacionais (p=0,033) e maiores valores de taxa de implantação (p<0,0001) que o grupo controle (Tabela 1). A distribuição dos indivíduos segundo protocolo de indução (p=0,569), indicação (p=0,418) e tipo de transferência (p=0,136) é estatisticamente a mesma em ambos os grupos (Tabela 2). A taxa de gestação é estatisticamente maior (p=0,001) no grupo estudo (54%) quando comparado ao grupo controle (26%). Tabela 1 – MÉDIA E DESVIO PADRÃO DAS VARIÁVEIS QUANTITATIVAS DAS PACIENTES DOS GRUPOS CONTROLE E ESTUDO Variáveis quantitativas Controle Estudo Total p Idade (anos) 35,13 ± 4,66 35,06 ± 4,09 35,11 ± 4,52 0,879 Oócitos obtidos 11,85 ± 8,93 10,90 ± 8,29 11,61 ± 8,76 0,292 MII (óvulos maduros) 8,44 ± 6,60 9,12 ± 7,32 8,61 ± 6,78 0,274 Embriões transferidos 2,57 ± 0,93 2,50 ± 0,84 2,55 ± 0,91 0,425 Endométrio (mm) 12,05 ± 2,27 12,38 ± 1,95 12,13 ± 2,19 0,131 Sacos gestacionais 1,13 ± 0,41 1,26 ± 0,45 1,18 ± 0,43 0,033* Taxa de implantação (%) Bons embriões transferidos 11,93 ± 22,88 30,67 ± 33,39 15,38 ± 25,68 <0,0001* 2,11 ± 0,76 *p<0,05 2,02 ± 0,68 Teste t de Student 2,09 ± 0,74 0,157 15 Tabela 2 – AVALIAÇÃO DAS VARIÁVEIS CATEGÓRICAS DAS PACIENTES DOS GRUPOS CONTROLE E ESTUDO Variáveis categóricas Grupo Ago Longo + FSHr Protocolo de Ant + FSHr (b) indução Total (a) Controle Estudo Total 79 (52,7%) 22 (44,0%) 101 (50,5%) 71 (47,3%) 28 (56,0%) 99 (49,5%) 9 (6,0%) 1 (2,7%) 10 (5,0%) ISCA 21 (14,0%) 5 (13,5%) 26 (13,0%) Fator Masculino 67 (44,7%) 20 (54,1%) 87 (43,5%) Fator Ovariano 18 (12,0%) 4 (10,8%) 22 (11,0%) Fator Tubário 11 (7,3%) 4 (10,8%) 15 (7,5%) SOP 6 (4,0%) 2 (5,4%) 8 (4,0%) Misto 18 (12,0%) 14 (37,8%) 32 (16,0%) Total 0,569 150 (100,0%) 50 (100,0%) 200 (100,0%) Endometriose Indicação p 0,418 150 (100,0%) 50 (100,0%) 200 (100,0%) Fácil Tipo de Difícil transferência Total 147 (98,0%) 46 (92,0%) 193 (96,5%) 3 (2,0%) 4 (8,0%) 7 (3,5%) 0,136 150 (100,0%) 50 (100,0%) 200 (100,0%) p>0,05 Teste do Qui-quadrado (a) = protocolo longo com agonista GnRH seguido pela estimulação ovariana com FSH recombinante; (b) = protocolo com antagonista GnRH seguido pela estimulação ovariana com FSH recombinante; ISCA = infertilidade sem causa aparente; SOP = síndrome do ovário policístico. Grupo Estudo Grupo Controle 60 100 50 80 Pacientes (%) Pacientes (%) Grupo Controle 40 30 20 60 40 20 10 0 Grupo Estudo Ago Longo+FSHr Ant+FSHr Protocolo de Indução 0 Fácil Difícil Transferência Figura 10: Distribuição das pacientes segundo o Figura 11: Distribuição das pacientes segundo o protocolo de indução. tipo de transferência. 16 Grupo Controle Grupo Estudo 70 50 40 30 20 10 0 Endometriose ISCA F. Masculino F. Ovariano F. Tubário SOP Misto Protocolo de Indução Figura 12: Distribuição das pacientes segundo a indicação. Grupo Controle Grupo Estudo 54,0 60 50 Pacientes (%) Pacientes (%) 60 40 30,7 26,0 30 11,9 20 10 0 Taxa de gestação p = 0,001* teste do Qui-quadrado Taxa de implantação p <0,0001* teste t de Studente Figura 13: Distribuição das pacientes segundo as taxas de gestação e de implantação. 17 4 DISCUSSÃO A TE é um passo fundamental no tratamento da reprodução assistida. Nosso estudo testou a hipótese de que a TE guiada por US auxiliada pela na Histerossonometria Prévia é um método melhor para aumentar os resultados da ICSI quando comparado com a TE padrão guiada por US. Em nosso trabalho optamos pelo uso de cateter Wallace macio, baseado em revisão sistemática e meta-análise que demonstraram que o uso do cateter macio na TE aumentou significativamente as taxas de gestação quando comparadas a transferências realizadas com cateteres firmes (25) . Outro estudo, comparando diferentes cateteres utilizados em transferência, mostrou um aumento na gestação clínica comparando os cateteres Wallace (macio) e Cook TDT (firme) e demonstrando uma leve vantagem no uso do Wallace frente ao Cook (26). Aboulfotouh em 2008 realizou um trabalho que comparou a escolha do cateter firme x macio para a TE,a taxa de gestação clínica não foi estatisticamente significante, no entanto, diminui a incidência de transferências difíceis e o trauma endometrial (27). Embora tenha sido descrito que uma técnica de TE traumática pode resultar em dano ao endométrio (23) , há controvérsia sobre o impacto da TE fácil ou da difícil em taxas de gestação subseqüentes. Em nossos resultados não observamos com a introdução da HP uma diferença estatística quando comparamos TE fácil e difícil, obtendo 92% de fácil para o grupo de estudo contra 98% para o grupo controle (P=0,136). Cevrioglu (23) realizou histeroscopia após prova de transferência e compara o dano endometrial em relação a transferência fácil, moderada e difícil, encontrando maior lesão endometrial e maior freqüência de sangue no cateter. Alvero (24) relacionaram a presença de sangue no cateter a uma influência negativa a resultados de FIV. Henne (29) realizou um trabalho, onde observou em um significante número de casos de TE com a bexiga cheia, que o útero se tornou de retrovertido para antevertido, melhorando assim a visualização do cateter na TE guiada, no entanto, mesmo assim, em 10% de todas as transferências refere não ser suficiente visualização da transferência (30). 18 Em meta-análise realizada em 2007, Abou-setta (2) comparou transferência com bexiga vazia versus bexiga cheia, mostrando uma diferença significativa nas taxas de gestação a favor da TE com bexiga cheia. Em nosso estudo optamos por realizar as transferências guiadas com bexiga cheia para obtermos uma melhor visualização ao US para ambos os grupos estudados. Além da TE guiada por US transabdominal, alguns autores defendem a TE guiada por US transvaginal, como Kojima (31) , que obteve frente a TE às cegas, taxas de gestação e implantação superiores: 28,9% x 15,2% e 13,1% x 7% respectivamente. Resultados semelhantes foram obtidos por Anderson (32). Matorras (33) comparou transferências guiadas por US com TE às cegas. Além de apresentar melhores taxas de gestação e implantação, o número de transferências fáceis nas guiadas foi de 97% contra 81% das às cegas. Algumas vantagens potenciais da orientação ultra-sonográficos foram relatadas. Facilidade na colocação do cateter macio e confirmação da posição de sua da ponta na TE (34) . Argumentou-se também que o real benefício da ultra-sonografia reside na capacidade de aumentar a apreciação clínica da anatomia pélvica durante a transferência (2). De fato, tem sido sugerido que as TE guiadas por US são mais fáceis, se comparadas a TE ás cegas, porém sua superioridade, no entanto, ainda está em debate. Enquanto alguns estudos relataram uma melhoria nos resultados da FIV (33,35- , outros demonstraram não haver diferença (5,6,8,38,39). 37) Apesar de a ultra-sonografia poder confirmar a posição do cateter dentro do útero, ela pode não melhorar a facilidade da entrada na cavidade uterina frente a um tortuoso canal cervical ou um útero retrovertido e em pacientes obesas, quando a visualização do transdutor de difícil. O espéculo pode igualmente interferir com visualização da colocação inicial do cateter dispersando ou interferindo com o sinal acústico. Visualizar todo o corpo do cateter pode não sempre ser possível, alinhar o canal e a faixa endometrial dentro da janela acústica estreita do transdutor, podendo ser tecnicamente difícil se a rota percorrida pelo cateter se apresentar tortuosa(39). Um dos fatores mais críticos que afetam a TE é a habilidade do profissional que executa o procedimento. Estima-se que mais de 30% de falhas de todos os ciclos de 19 FIV sejam atribuídos a problemas na técnica da TE (28), o que justifica o enorme esforço em tentar melhorar o seu desempenho, facilitando a sua realização. Em uma meta-análise realizada em 2007, Abou-setta concluiu que o uso da ultra-sonografia transabdominal para orientar a colocação do cateter durante a TE pode ser benéfica e deve se tornar o padrão no atendimento para todas as pacientes (9) . De fato, a maioria dos centros reprodução assistida, se não todos, já têm equipamentos de US que pode ser usado para TE. Conseqüentemente, evitar a orientação ultrasonográfica em favor da TE às cegas pode deixar de beneficiar as pacientes. Coroleu (4) compararou resultados de implantação em pacientes submetidas a ciclos de FIV onde a TE guiada por US foi realizada a 10 mm , a 15 mm e a 20 mm, obtendo uma taxa de implantação significativamente maior nos 15 e 20mm quando comparado a 10 mm. Estudos anteriores já investigaram a influência da distância na transferência ao fundo do útero em resultados clínicos. Oliveira (40) demonstrou que a taxa de gestação é significativamente afetada pela transferência de distância do fundo do útero. Frankfurter (41) demonstrou que a distância do fundo uterino na TE influencia nas taxas de gestação e implantação, evidenciando o aumento de gestação ectópica variando do grupo mais distante para o menos distante do fundo uterino de 3,2% para 11,5% (42). Franco Jr (43) comparou resultados de TE acima da metade da cavidade uterina com embriões transferidos abaixo da metade da cavidade uterina não observando diferença estatisticamente significante com relação às taxas de gestação e implantação. Por meio de uma análise de regressão logística, foi demonstrado que para cada milímetro adicional que o embrião é depositado distante do fundo uterino, como observado pelo US abdominal, as probabilidades da gravidez clínica aumentam em 11% (42). Cavagna (44) dividiu a cavidade uterina em três partes – inferior, médio e superior – e encontrou uma taxa de implantação melhor nos casos que os embriões foram transferidos no terço médio. 20 Uma revisão sistemática e meta-análise foram realizadas para avaliar a melhor localização para a TE e demonstraram que as taxas de nascidos vivos, gestação continuada e gestação clínica podem ser influenciadas pelo local da TE, sugerindo que a transferência na metade da cavidade uterina é melhor que ± 10 mm do fundo do útero (2). Neste estudo optou então como local ideal para a deposição dos embriões a região correspondente a metade da cavidade uterina no sentido longitudinal, para os dois grupos avaliados. Em nosso estudo (22) , realizado em 2005, comparamos a TE ás cegas baseado na HP com a transferência guiada por US e obtivemos melhores resultados no grupo de estudo com taxa de gestação 76,9% x 38,5% e taxa de implantação de 26,9% x 17,3%. No entanto, Lambers (21) compararou a TE guiada por US transabdominal com a TE baseada em uma medida de transferência apresentando taxa de gestação, gestação continuada e implantação semelhantes 35,1%, 31,1% e 24,3% x 33,9%, 29,5% e 24,2% respectivamente. Na tentativa de melhorar os resultados de fertilização assistida muito tem se discutido com relação à transferência e a maior parte das clínicas tem praticado a transferência guiada e pelo trabalho nosso anteriormente realizado com HP e TE as cegas, procuramos saber se a Transferência somada a HP que poderia precisar ainda mais a técnica de TE guiada por US. Pudemos confirmar com os resultados pois quando comparamos o nosso grupo de estudo com o controle observamos uma taxa de implantação (30,67% x 11,93%; p<0,0001) e de gestação (54% x 26%; p=0,001) devendo portanto introduzir na nossa rotina clínica de TE otimizando o procedimento com custo desprezível e possivelmente diminuindo o tempo do procedimento. 21 5 CONCLUSÕES 1. Os achados demonstram que a realização da transferência embrionária guiada por US transabdominal auxiliada pela Histerossonometria Prévia do local adequado para a transferência deve ser utilizada em Fertilização Assistida. 2. As taxas de gestação e de implantação apresentam um aumento estatisticamente significante para o protocolo de transferência embrionária guiado por ultra-sonografia transabdominal com utilização da Histerossonometria Prévia. 22 6 ANEXOS Anexo 1 – Projeto de pesquisa, submetido à aprovação do Comitê de Ética Médica da UNIFESP 23 Anexo 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Estas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária em um estudo que visa introduzir um método adicional à transferência embrionária. Durante os controles ultra-sonográficos para acompanhamento do crescimento folicular, realizaríamos uma medida onde seria a localização ideal dos embriões no útero sendo esta medida chamada por nós de “MTEP”. A MTEP é a medida da entrada do útero até o local na cavidade uterina onde são transferidos os embriões; com esta medida podemos confirmar a localização correta no útero junto à visualização direta ao ultra-som durante o procedimento da transferência dos embriões, tentando com isso incrementar os resultados de gestação. A transferência embrionária é o processo onde transferimos para a cavidade uterina da paciente os embriões gerados em laboratório de Reprodução Assistida, sendo uma das etapas mais importantes dos tratamentos de reprodução assistida de alta complexidade, realizada no Brasil apenas por médicos, vem sendo aprimorada no de decorrer dos anos. O aprimoramento da técnica visa melhorar as taxas de gestação, portanto monitorar a localização no útero onde são depositados os embriões tem contribuído de forma importante, se tornando indispensável durante o procedimento. Os estudos atribuem a transferência embrionária uma taxa acima de 30% de responsabilidade nas falhas de ciclos de Fertilização Assistida. Serão incluídas no estudo 20 pacientes submetidas a técnicas de reprodução assistida no Fertility – Centro de Fertilização Assistida. A medida (MTEP) será realizada durante o controle de ultra-sonografia realizado durante o tratamento, não havendo qualquer risco aos resultados e não causando qualquer desconforto adicional. Para aqueles que concordarem em participar deste estudo é importante saber que: 1) Trata-se de estudo de uma técnica inovadora de transferência embrionária no intuito de melhorar os resultados de gestação para as pacientes da clínica. 2) Em qualquer etapa do estudo você terá acesso aos profissionais responsáveis pela pesquisa para eventuais esclarecimentos. O principal investigador é Luiz Guilherme Louzada Maldonado, que pode ser encontrada à Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 4545; telefone (11) 3885-9858 ou (11) 9954-2584; email [email protected] . Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Botucatu, 572 – 1º andar – cj 14, 55711062, FAX: 5539-7162 – E-mail: [email protected] 3) É garantida a liberdade de retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo sem qualquer prejuízo a continuidade de seu tratamento neste centro. 4) Toda a informação será confidencial. Os dados obtidos serão analisados em conjunto, não sendo divulgado a identificação de nenhum paciente isoladamente. 5) É garantido o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas, bastando entrar em contato com um dos investigadores da pesquisa. 24 6) Todos os custos referentes ao estudo correrão por conta dos investigadores, não tendo despesas pessoais adicionais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada a sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa. 7) Não há riscos relacionados com a sua participação. Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos propostos neste estudo (nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento médico na Instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas. 8) Os investigadores comprometem-se a utilizar os dados coletados somente para esta pesquisa. Antes que você opte por participar deste estudo, é importante que tenha esclarecido todas as dúvidas. Eu,_________________________________________ acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo “Impacto da MTEP na transferência embrionária em ciclos de Reprodução Assistida”. Discuti com Dr. __________________ sobre minha decisão em participar deste estudo, ficando claro para mim, quais os propósitos do trabalho, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e esclarecimentos permanentes, garantia de assistência para eventualidades decorrentes do estudo e que minha participação é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento nesta Clinica. Nome do cônjuge ou testemunha: _________________________________ _________________________________ _________________________________ Assinatura da Paciente Assinatura do Cônjuge ou testemunha Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente para participação no estudo “Impacto da MTEP na transferência embrionária em ciclos de reprodução assistida” Médico Responsável: _________________________________ _________________________________ Assinatura do Médico Responsável 25 _________________________________ _________________________________ Dr. Edson Borges Jr. Dr. Luiz Guilherme Louzada Maldonado Diretor Clínico Responsável pelo estudo Fertility – Centro de Fertilização Assistida São Paulo, ______ de________________ de 20___. 26 Anexo 3 – Dados das pacientes do grupo controle (n=150) Código Idade Protocolo Indicação 5792 7214 7214 9369 9369 9689 9958 10793 11032 11319 11594 11998 12142 12142 12142 12170 12729 12748 12766 13114 13160 13292 13377 13377 13404 13492 13492 13552 13552 13556 13558 13584 13584 13596 13596 13629 13662 13662 13665 13665 13665 13669 13723 13739 13740 13740 13743 13752 13783 13837 13837 13866 13870 13872 13872 13902 13902 13909 13912 39 37 37 42 42 34 43 43 24 40 31 34 43 43 43 28 34 38 39 30 43 37 37 37 36 34 34 36 37 36 41 41 41 40 41 33 42 42 33 33 33 28 31 32 33 33 36 36 33 30 30 33 32 35 36 36 36 27 36 1 1 2 1 2 1 2 2 2 2 1 2 2 2 2 1 2 1 1 1 1 2 2 2 2 1 2 1 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 1 2 1 2 1 1 2 2 1 1 3 3 3 3 3 6 3 4 5 3 3 3 7 7 7 3 7 7 5 1 7 6 2 2 2 2 2 2 2 4 4 3 3 3 3 3 7 3 1 1 1 3 2 3 5 5 3 6 3 3 3 3 3 3 3 2 2 3 3 Oócitos obtidos MII 7 10 7 11 2 20 4 7 36 11 21 7 7 7 9 21 14 3 6 10 9 6 8 4 2 11 17 13 6 2 2 6 5 5 4 28 12 12 6 4 7 8 9 3 5 6 11 14 21 8 3 23 10 3 3 3 6 7 13 3 5 5 7 2 15 2 7 27 8 12 3 6 6 9 12 13 2 4 2 5 4 4 4 2 8 14 8 6 2 2 6 3 4 3 25 9 8 5 4 5 6 9 2 4 6 9 6 19 6 3 7 3 3 3 3 6 6 12 Bons Embriões Tipo de Endométrio Gestação SG Implantação embriões transf. transf. transf. 4 1 10,1 2 — 0,00 3 2 1 17,0 2 — 0,00 2 3 1 12,8 2 — 0,00 2 5 1 12,0 2 — 0,00 3 2 1 10,8 2 — 0,00 1 3 1 12,1 2 — 0,00 2 2 1 10,4 2 — 0,00 2 1 1 9,0 2 — 0,00 1 2 1 13,5 1 1 50,00 2 1 1 17,3 2 — 0,00 1 2 1 14,2 1 1 50,00 2 3 1 10,0 2 — 0,00 2 2 1 10,5 2 — 0,00 2 2 1 11,4 2 — 0,00 2 3 1 13,4 2 — 0,00 2 1 1 12,8 2 — 0,00 1 4 1 15,6 2 — 0,00 2 1 1 9,8 2 — 0,00 1 3 1 14,5 1 1 33,33 3 3 1 13,7 2 — 0,00 3 4 1 12,0 2 — 0,00 3 3 1 8,4 1 1 33,33 3 2 1 10,4 2 — 0,00 2 2 1 12,6 1 1 50,00 2 1 1 13,0 2 — 0,00 1 4 1 11,0 2 — 0,00 3 5 1 12,1 2 — 0,00 3 2 1 14,5 2 — 0,00 2 4 1 12,7 2 — 0,00 2 2 1 10,7 2 — 0,00 2 1 1 11,6 2 — 0,00 1 4 1 9,8 1 1 25,00 2 1 1 10,9 1 1 100,00 1 1 1 11,5 2 — 0,00 1 1 1 11,0 2 — 0,00 1 4 1 13,0 2 — 0,00 3 3 1 13,8 2 — 0,00 2 3 1 15,4 2 — 0,00 2 2 1 9,8 2 — 0,00 2 2 1 10,2 2 — 0,00 1 3 1 11,4 1 — 33,33 3 3 1 11,9 1 1 33,33 3 2 1 10,6 1 1 50,00 2 1 1 12,0 2 — 0,00 1 2 1 17,2 2 — 0,00 2 1 1 13,5 1 1 100,00 1 2 1 15,0 1 1 50,00 2 2 1 9,2 2 — 0,00 2 3 1 15,0 1 1 33,33 3 4 1 14,0 2 — 0,00 2 2 1 13,1 2 — 0,00 1 3 1 17,7 1 1 33,33 1 3 1 13,6 1 1 33,33 3 1 1 11,4 2 — 0,00 1 3 1 11,2 2 — 0,00 2 3 1 10,3 2 — 0,00 3 4 1 10,8 2 — 0,00 2 2 1 9,8 2 — 0,00 1 3 1 8,2 2 — 0,00 3 Continua 27 Continuação Código Idade Protocolo Indicação 13912 13944 13961 13970 13970 13986 13986 13991 13999 14006 14006 14021 14022 14022 14035 14037 14038 14064 14069 14069 14089 14089 14089 14101 14108 14114 14198 14211 14229 14276 14280 14312 14326 14326 14333 14336 14340 14345 14345 14398 14413 14473 14477 14488 14491 14516 14518 14524 14527 14543 14560 14612 14629 14629 14630 14651 14671 14682 37 26 31 38 39 32 32 29 26 33 34 30 37 37 38 37 29 32 29 29 27 27 27 41 34 31 27 40 39 34 38 42 35 38 41 34 33 38 38 40 37 40 23 25 33 32 36 42 38 29 34 40 36 36 42 30 41 36 2 1 1 1 2 1 2 2 1 2 2 1 1 2 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 2 1 1 2 2 1 1 1 2 1 2 1 2 2 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2 3 3 3 4 4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 7 3 7 3 3 3 4 4 4 4 1 3 5 3 3 3 2 2 7 7 2 3 1 5 5 4 2 3 3 7 3 2 5 3 3 3 6 4 2 2 2 3 4 3 Oócitos obtidos MII 7 11 10 1 4 19 32 12 49 16 15 27 12 12 3 28 13 19 26 31 3 6 2 11 5 12 26 10 18 7 19 11 12 19 9 9 28 15 9 4 8 37 14 25 13 20 12 7 31 16 25 17 12 16 3 27 3 1 5 10 7 1 4 13 26 5 28 14 13 17 8 7 1 22 7 13 19 18 2 5 2 6 2 9 21 8 9 1 15 9 7 16 3 8 26 8 1 4 7 24 14 22 8 19 10 5 21 8 22 12 12 15 3 13 2 1 Bons Embriões Tipo de Endométrio Gestação SG Implantação embriões transf. transf. transf. 4 1 10,6 1 1 25,00 1 2 1 11,5 1 1 50,00 1 2 1 16,8 1 1 50,00 2 1 1 11,6 2 — 0,00 1 3 1 12,6 1 1 33,33 3 2 1 11,4 2 — 0,00 2 3 1 12,8 2 — 0,00 2 3 1 11,2 2 — 0,00 3 2 1 11,2 2 — 0,00 2 3 1 12,4 2 — 0,00 3 3 1 13,5 2 — 0,00 1 3 1 13,0 1 2 66,67 3 3 1 11,0 2 — 0,00 2 4 1 11,8 1 1 25,00 3 1 1 11,6 2 — 0,00 1 3 1 9,9 1 1 33,33 3 2 1 12,5 2 — 0,00 1 2 1 11,8 1 1 50,00 2 3 1 11,0 2 — 0,00 3 3 1 11,6 2 — 0,00 3 2 1 9,9 2 — 0,00 1 2 1 12,0 2 — 0,00 1 2 1 10,2 2 — 0,00 2 4 1 14,0 2 — 0,00 3 3 1 16,7 2 — 0,00 2 2 1 12,8 2 — 0,00 2 3 1 9,2 1 3 100,00 3 3 1 11,8 2 — 0,00 2 3 1 14,0 2 — 0,00 2 2 1 10,8 2 — 0,00 2 3 1 10,2 1 1 33,33 3 5 1 17,0 1 2 40,00 3 3 1 14,0 2 — 0,00 3 3 1 18,1 1 1 33,33 3 3 2 11,7 2 — 0,00 3 2 1 9,9 2 — 0,00 2 3 1 14,3 1 1 33,33 3 3 1 10,7 2 — 0,00 3 3 1 9,2 1 1 33,33 3 3 1 9,6 2 — 0,00 3 3 1 10,0 1 1 33,33 3 4 1 14,7 2 — 0,00 3 3 1 11,8 1 2 66,67 3 4 1 12,9 2 — 0,00 2 3 1 9,6 2 — 0,00 2 3 1 14,1 2 — 0,00 3 2 1 12,0 1 1 50,00 2 4 1 14,8 2 — 0,00 3 3 1 10,8 2 — 0,00 3 3 1 9,9 1 1 33,33 3 3 1 12,4 2 — 0,00 2 2 1 7,5 2 — 0,00 2 3 1 11,4 2 — 0,00 3 3 2 14,9 2 — 0,00 3 1 1 5,9 2 — 0,00 1 2 1 11,4 2 — 0,00 2 2 1 13,2 2 — 0,00 2 1 1 12,4 2 — 0,00 1 Continua 28 Continuação Código Idade Protocolo Indicação 14682 14685 14698 14711 14720 14744 14797 14817 14821 14833 14846 14846 14856 14861 14868 14868 14869 14871 14877 14900 14900 14914 14937 14952 14954 14973 14982 14988 14998 15026 15028 15063 15103 15151 36 34 36 34 41 30 40 34 33 34 36 36 39 36 35 35 37 40 33 32 32 41 36 32 29 31 31 40 29 35 40 36 42 26 2 1 2 1 1 2 2 1 2 1 1 2 1 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 1 1 2 2 1 2 2 2 1 1 2 3 7 4 5 7 3 4 2 7 3 4 4 2 1 4 4 3 6 5 3 3 5 6 3 7 3 7 3 3 1 1 2 4 7 Oócitos obtidos MII 6 3 7 25 2 5 16 12 4 18 6 1 8 5 3 3 12 4 1 19 21 7 7 28 6 5 17 20 9 31 2 11 4 30 5 3 3 25 1 5 10 7 4 11 6 1 5 5 2 2 8 4 1 12 9 4 6 21 6 5 8 14 7 18 1 7 2 24 Bons Embriões Tipo de Endométrio Gestação SG Implantação embriões transf. transf. transf. 3 1 12,6 1 1 33,33 3 1 1 10,4 1 1 100,00 1 2 1 9,1 2 — 0,00 2 2 1 10,8 2 — 0,00 2 2 1 12,0 2 — 0,00 2 2 1 13,1 1 1 50,00 2 4 1 12,5 2 — 0,00 3 2 1 10,4 2 — 0,00 2 2 1 13,8 1 1 50,00 2 2 1 18,4 2 — 0,00 2 3 1 13,1 2 — 0,00 3 1 1 10,3 2 — 0,00 1 3 1 9,5 2 — 0,00 3 3 1 11,7 2 — 0,00 2 2 1 12,9 2 — 0,00 1 2 1 12,9 2 — 0,00 1 3 1 16,4 1 1 33,33 2 3 1 10,8 2 — 0,00 2 1 1 7,8 2 — 0,00 1 3 2 11,4 2 — 0,00 3 3 1 13,7 2 — 0,00 1 2 1 14,1 2 — 0,00 1 4 1 14,4 1 1 25,00 2 3 1 10,6 2 — 0,00 3 2 1 13,4 2 — 0,00 2 2 1 6,5 2 — 0,00 2 3 1 9,4 2 — 0,00 3 3 1 11,8 2 — 0,00 2 3 1 11,3 2 — 0,00 3 3 1 9,9 2 — 0,00 1 2 1 10,1 2 — 0,00 2 3 1 15,6 2 — 0,00 3 1 1 11,3 2 — 0,00 1 2 1 11,4 2 — 0,00 2 29 Anexo 4 – Dados das pacientes do grupo estudo (n=50) Código Idade Protocolo Indicação 11032 12766 13404 13446 13584 13584 13783 13795 13799 13902 13902 13902 13909 13912 13912 14309 14310 14311 14318 14320 14324 14325 14329 14337 14685 14728 14797 14807 14869 15029 15036 15037 15046 15047 15048 15058 15060 15076 15204 15354 15354 15403 15557 15558 15662 15724 15909 15935 16117 16136 29 39 36 31 41 41 33 33 34 36 36 41 29 37 36 32 35 30 35 34 31 31 33 40 34 37 40 30 37 30 35 32 32 28 28 30 34 31 41 41 41 37 38 40 37 41 34 35 34 43 2 1 2 1 2 1 2 1 1 2 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 2 1 2 1 2 2 2 5 5 2 3 3 3 3 3 3 2 5 2 3 3 3 7 2 3 2 6 6 3 3 7 7 3 4 7 3 3 3 7 1 3 3 3 3 7 7 7 4 4 4 7 7 7 7 7 5 7 Oócitos obtidos MII 16 6 2 11 5 6 21 2 12 3 6 3 9 7 13 31 4 22 7 15 13 33 3 6 3 7 16 20 12 16 15 5 5 4 10 8 13 10 5 5 10 4 7 22 39 7 24 5 8 9 14 4 2 11 3 6 19 2 9 3 6 2 7 5 12 29 3 16 6 14 12 31 2 6 3 3 10 17 8 16 13 4 4 3 9 8 12 5 3 4 9 4 5 19 32 5 16 5 6 9 Bons Embriões Tipo de Endométrio Gestação SG Implantação embriões transf. transf. transf. 3 1 13,0 1 1 33,33 3 2 1 14,5 1 1 50,00 2 1 1 13,0 2 0,00 1 3 1 10,8 2 0,00 2 1 1 10,9 1 1 100,00 1 4 1 9,8 2 0,00 3 3 1 15,0 1 1 33,33 3 2 1 13,5 2 0,00 2 2 1 10,6 2 0,00 2 2 1 10,3 2 0,00 2 3 1 10,8 2 0,00 2 1 1 12,7 2 0,00 1 2 1 14,8 1 1 50,00 2 3 1 10,6 1 1 33,33 2 3 1 8,2 2 0,00 3 2 1 12,9 1 1 50,00 2 2 1 13,8 1 1 50,00 2 3 1 14,8 1 2 66,67 2 2 1 10,6 1 2 100,00 2 2 1 14,8 2 0,00 2 2 2 11,1 1 1 50,00 2 2 2 10,0 1 1 50,00 2 1 1 12,2 2 0,00 1 3 1 10,0 2 0,00 3 1 1 10,4 1 1 100,00 1 2 1 13,0 2 0,00 2 4 1 12,5 2 0,00 3 3 1 11,5 1 1 33,33 2 2 1 16,4 1 1 50,00 1 3 2 12,3 2 0,00 2 2 1 12,3 1 2 100,00 2 2 1 12,0 2 0,00 2 2 1 17,4 2 0,00 2 2 1 16,3 1 1 50,00 2 3 1 12,7 2 0,00 2 3 1 12,4 1 1 33,33 3 3 1 11,7 2 0,00 1 3 1 12,7 1 2 66,67 2 1 1 12,3 1 1 100,00 1 3 1 15,4 2 0,00 1 3 1 10,0 1 2 66,67 1 3 1 13,0 1 1 33,33 3 3 1 12,0 2 0,00 1 2 1 10,8 1 1 50,00 2 3 2 10,6 1 1 33,33 2 4 1 12,8 2 0,00 3 3 1 13,0 1 1 33,33 3 4 1 10,3 1 2 50,00 2 3 1 11,5 1 2 66,67 3 4 1 14,8 2 0,00 3 30 7 REFERÊNCIAS 1. 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Methods: The study evaluated 200 patients undergoing intracytoplasmic sperm injection (ICSI) cycles, in which the pituitary blockage was achieved though GnRH agonist or antagonist and FSH and hCG were used for follicular growth and final maturation respectively The patients were split into two groups based on embryo transfer method used. Every patient in which the embryo transfer was based on previous uterine length measurement (ULM group, n=50) was matched with three cycles in which embryo transfer was performed though standard ultrasonographicguidance (US group, n=150). The outcomes of the studied groups were evaluated. Results: Experimental groups were similar for the female age; the number of aspirated follicles, the number of MII retrieved oocytes, number of transferred embryos, endometrium thickness and the causes of infertility. The groups were also equal regarding the easiness of transfer (95.5% vs 95.6% for US and ULM groups respectively, p=1.000). However, both the implantation (11.9% vs 30.6% for US and ULM groups respectively, p<.0001) and the pregnancy rates (26.0% vs 54.0% for US and ULM groups respectively, p=.001) were significantly higher in the ULM group. Conclusion: Our findings demonstrated that the embryo transfer method based on the transabdominal ultrasound associated with the previous uterine length measurement should be performed routinely in assisted reproduction centers, since it is able to significantly improve pregnancy and implantation rates. Bibliografia consultada Agresti A. Categorical data analysis. New York: Wiley Interscience, 1990. Bussab WO, Morettin PA. Estatística básica. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006. Conselho Nacional de Estatística. Normas de apresentação tabular. Rev Bras Estat 1963; 24:42-8. Houaiss A, Villar MS, Franco, FMM. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva; 2001. International Commitee of Medical Journal Editors. 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