Thuja occidentalis
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Thuja occidentalis
EAD-CEHL Releitura de Matérias Médicas do Curso de Especialização em Homeopatia de Londrina - Polo Fortaleza (CEHL - CE) Thuya occidentalis: a árvore da vida MSc. Antonio Alberto de Medeiros Ferreira* Julho de 2015 * I – Formação profissional Magistério, Projeto Crescer-RJ; Graduação em Odontologia, UNIGRANRIO-RJ; Direito, Cathedral-RR; Formação Profissional Perito Odontolegista de Polícia Civil do Estado de Roraima, ISSeC-ACADEPOL-RR. II – Formação acadêmica Especialização em: Saúde Coletiva, PUC-RJ; Odontologia Legal, UFRJ; Radiologia, UNIGRANRIO-RJ; Odontologia do Trabalho, CFO; Psicopedagogia, ICE-MT; Acupuntura, ABA-SP; Homeopatia, CEHL-CE. Master en: Ciências de la Educación Superior, UMTZ, Cuba y Medicina Forense, UV, Espanha. Mestre em Odontologia, CPGSLM-SP. E-mail: [email protected] e [email protected] A mais elevada e única missão do médico é tornar saudáveis as pessoas doentes, o que se chama curar. O mais alto restabelecimento ideal da rápido, cura é suave o e duradouro da saúde... §§1º 2º Organon 1. INTRODUÇÃO Histórico Segundo Ribeiro Filho (2013), existe uma gama muito grande de nomes para o medicamento homeopático Thuja occidentalis, são eles: Arbor vitae; Cedrus lycea; Cupressus arbor vitae; Thuja; Thuya; Thuya obtusa; e Thuya occidentalis. Além destes nomes, Argenta (2005) também denomina como cedro branco ou árvore da vida, sendo uma árvore resinosa da família das coníferas, muito semelhante ao cipreste, cuja preparação homeopática se obtêm a tintura por meio das folhas recentes, colhidas no início do verão, na floração, por maceração em álcool. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2011) utiliza como sinonímia homeopática da Thuya occidentalis: Thuya e Arbor vitae. É uma árvore cuja altura máxima pode chegar a vinte metros, formato piramidal da copa e com ramificação monopodial para o caule. O caule reto de cor castanho-avermelhado em seu córtex, os ramos são recobertos por folhas rígidas, imbricadas umas às outras. As folhas são ovais, persistentes, com extremidades acuminadas sobre uma superfície dorsal convexa e apresentando na extremidade angular glândula oval contendo óleo-resina de odor característico, intenso, de sabor picante, balsâmico e canforáceo. Na extremidade dos ramos ocorrem cones ovoides pequenos microesporofilados, amarelos e flores masculinas. O fruto é cone megasporofilado estróbilo oblongo subcônico, verde-castanho. No preparo da tintura-mãe de Thuya occidentalis se utiliza os ramos jovens e frescos, por maceração com etanol a 65% (v/v), segundo a técnica geral de preparação de tintura-mãe. Ribeiro Filho (2008), em um erudito estudo sobre os Repertórios Homeopáticos, elabora um quadro comparativo de 97 medicamentos desde a concepção da Matéria Médica Pura de S. Hahnemann com as 1ª e 2ª edições das Doenças Crônicas, que utilizou outras fontes patogenéticas realizadas em seus discípulos e observadas em pacientes e, dentre eles, a Thuja occidentalis, que registra 633 sintomas somente na referida Matéria Médica Pura, não tendo acrescentado nenhum novo sintoma nas edições das Doenças Crônicas. Possivelmente o nome Arbor vitae esteja relacionado com os achados de Durzan (2009) e Martini (2002), que relatam a história do explorador e navegador francês Jacques Cartier, que em 1535 desembarcou no Canadá, pela segunda vez, subiu o Saint-Lawrence e passou o inverno em Stadacone, porque seus navios ficaram nas águas congeladas durante cinco meses. Uma estranha doença atacou a população indígena, e em seguida, os marinheiros franceses, em um período de dois meses, quase todos os homens de Cartier ficaram doentes, diante de uma situação tão trágica, o explorador após realizar um exame em um marinheiro morto, descreveu o que mais tarde seria chamada de escorbuto. Os índios foram capazes de extrair um medicamento a partir de uma árvore chamada Anneda, acredita-se que seja a Thuya occidentalis, este medicamento atuou rapidamente e permitiu que a maioria recuperasse totalmente a saúde, sendo que 25 dos 112 marinheiros tiveram êxito letal pelo acometimento da referida doença. Para Durzan (2009), a hipótese provável do mecanismo de ação da Anneda, fonte de uma cura milagrosa para o escorbuto da equipe de Jacques Cartier, tem como base aminoácidos sazonal e altos níveis de arginina, prolina, e compostos de guanidina, presentes em decocções preparadas no inverno severo. A arginina, prolina e todos os aminoácidos essenciais, teriam fornecido benefícios nutricionais adicionais para a rápida recuperação. O valor de arginina, especialmente na recuperação dos marinheiros criticamente doentes, é postulada como uma fonte de óxido nítrico e os compostos de guanidina derivado de arginina como fatores para as atividades de óxido nítrico. Esta avaliação fornece mais insights sobre a utilização da candidata "árvore da vida" pelos povos indígenas no leste do Canadá, ela levanta hipóteses sobre as funções nutricionais e sinérgicas de arginina, seus metabólitos e outros biofatores complementando o papel da vitamina C, especialmente no tratamento dos marinheiros de Cartier. Monteiro e Coelho (2008) brindam uma pesquisa com resultados de remissão da papilomatose bovina tratada com Thuya occidentalis 12CH, associado ao uso tópico da tintura-mãe desta planta, por sessenta dias. Segundo Lacerda (1993), Hahnemann observou que várias manifestações dérmicas de seus pacientes não correspondiam às da psora, com destaque para condilomas e discordou da terapia médica da época, cauterização, que além de não curar, era um procedimento muito doloroso ao paciente. Preconizou, então, a prescrição de Thuya occidentalis, remédio básico homeopático para as manifestações patológicas do miasma sicótico. E complementa o autor, a cavidade oral manifesta diversas patologias de origem sicótica, tais como cistos, erupções granulomatosas, neoformações tumorais benignas e malignas. Sankaran (2010) descreve na tabela das famílias de plantas e miasmas, a família das coníferas, na sicose, representada pelo medicamento homeopático Thuj. E na tabela das sensações dos vegetais, para a família das coníferas, a sensação é de: frágil, quebrado, quebradiço, conectado/desconectado, vazio/cheio, cortado, fragmentado; a reação passiva de: indolência, medroso, fraco; a reação ativa: rígido e duro; e por derradeiro, a compensação: força, você se torna forte e protetor dos outros que são quebradiços e frágeis. Oliveira (2010), em sua Tese de Doutorado, apresenta um estudo da Thuya occidentalis, conhecida como Arbor vitae ou cedro branco, descreve que é originária do leste da América do Norte e cultivada na Europa como uma árvore ornamental, que foi identificada pela primeira vez, durante uma expedição do século 16 no Canadá, onde era usada como um remédio por índios nativos para o tratamento de reumatismo, gota e malária e posteriormente foi revelado ser eficaz no tratamento da fraqueza de escorbuto, na Matéria Médica ela apresenta uma extensa patogenesia, contudo é principalmente indicada em dores de cabeça e nevralgias intensas, infecções com presença de catarro, verrugas, pólipos nasais e uterinos, gonorréia agudas e crônicas. A Thuja occidentalis é comum nas Regiões frias da Europa, Ásia, América do Norte e Brasil. Toxicologia A história da toxicologia de Thuya está registrada por Tétau (2001), quando Hahnemann trata de um jovem com corrimento uretral, que lembra uma blenorragia, doença venérea considerada desonrosa à época, no entanto, o paciente era seminarista e sua virgindade estava intacta, então, sob a acurada observação do mestre, este pesquisou os hábitos do paciente e constatou que o jovem enquanto trabalhava e estudava no jardim, mordiscava sempre uns ramos frescos de tuia. Hahnemann associa o corrimento uretral ao que podia ser uma intoxicação, pede ao paciente que deixe de mordiscar a planta e o corrimento para, curado, o jovem Karl Franz abandona os estudos de Teologia para consagrar à Medicina e assim, nasce Thuya, remédio para sicose, doença crônica caracterizada por corrimentos e pela formação de verrugas e condilomas. Rossoni, Appelt e Dallegrave (2008), relatam caso de intoxicação canina por ingestão crônica de ramos da planta Thuja sp, também denominada de tuia, árvoreda-vida ou pinheirinho-do-cemitério, a planta é portadora da substância química tujona, que os autores atribuem como responsável por registros de intoxicação em bovinos, ovinos e animais de estimação. Os sintomas apresentados foram diarréia com sangue intermitente, os exames parasitológicos foram negativos por três vezes, recebeu tratamento sintomático, sempre melhorava e retornavam os sintomas, até que se constatou a ingestão da referida planta, a proprietária do animal recebeu orientação sobre a potencialidade tóxica, providenciou o afastamento do cão daquela planta e não foram mais observados os sintomas descritos. Thujone, que consiste em 85% α-tuiona e 15% β-tuiona, é o constituinte principal no óleo essencial a partir da substância de ervas secas Thujae occidentalis herba, NASER et al (2005). KÜPELI AKKOL et al (2015), concluem que o óleo essencial da Thuja occidentalis e o seu componente ativo, α-tuiona, pode ser utilizado para o tratamento da síndrome do ovário policístico sem induzir a osteoporose. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Analogias da substância com os sintomas patogenéticos Em geral, suas folhas parecem agulhas. Semelhança da planta com as verrugas. Folhas da tuia-vulgar (Thuja occidentalis), Disponível em: uma conífera da América do Norte, Escola http://homeopatiaparamulheres.bl Britannica (2015). ogspot.com.br/2011/04/thuyaoccidentalis-filha-do-meio.html Disponível em: https://adapte.files.wordpress.com/2 010/10/china_needle404_675809c.j pg Sintoma Matéria Médica Pura (SMMP) 54. Agulhadas, especialmente ao longo da testa (após 5 1/2 hs.). SMMP 145. Agulhadas no lado esquerdo do maxilar inferior (após 1 1/2 h.). [Lr.] Disponível em: http://www.clinicamedicadeac upuntura.es/wpcontent/uploads/2014/09/Acu puntura-para-adelgazar.jpg SMMP 174. No lado direito, sob a língua, uma picada dolorida que aumenta gradualmente, exatamente como se uma agulha fosse enfiada; ela era algumas vezes agravada ao engolir (após 4 hs.). [Htn.] Disponível em: http://thumbs.dreamstime.co m/z/vetor-preocupadohomem-dos-desenhosanimados-14725793.jpg SMMP 7. A cabeça dele está confusa e incapaz de pensar. SMMP 14. Preocupação da mente; ele não conseguia se livrar dos pensamentos com os quais ele tinha se ocupado. SMMP 20. De manhã dor de cabeça,... algumas vezes no topo da cabeça como se um prego fosse enfiado com um arranco, algumas vezes na fronte como se esta caísse para fora, com frio interno; tudo isto era melhorado ao caminhar ao ar livre. SMMP 46. Sensação no osso parietal direito como se um prego estivesse enfiado ali... (após 1/2 h.). [Fz.] Disponível em: http://images.clipartlogo.com/files/ss/t humb/971/97119077/vectorcollection-of-cartoon_small.jpg SMMP 546. Um dolorido combinado com sensação de picar, de raspar, em várias partes, exatamente como se nos ossos. Polaridades com a clínica SMMP 593. O anoitecer todo um calor agradável sobre o corpo todo, com dedos frios... (após 3 1/2 hs.). [Fz.] SMMP 594. Mãos quentes..., enquanto a face está fria, mas a fronte está quente (após 12 hs.). [Lr.] SMMP 603. Todo anoitecer (das 18:00 às 19:30 horas) frio, com calor externo do corpo, secura na boca e sede. SMMP 604. Depois de leve calor, frio corre sobre ele, com mãos gélidas, no anoitecer (após 5 a 6 hs.). [Fz.] Modalidades Melhora SMMP 20. (...) tudo isto era melhorado ao caminhar ao ar livre. SMMP 263. Frequentes eliminações de fezes copiosas, pastosas, que dão grande alívio. [Gss.] Agravação SMMP 50. (...) pior quando mastiga. SMMP 365. (...) pior no anoitecer. SMMP 548. As dores são piores depois das 03:00 horas da tarde, como também à noite. SMMP 18 Ofuscado na cabeça e como se embriagado, especialmente de manhã. [Fr. H--n.] SMMP 20. De manhã dor de cabeça, algumas vezes como se a cabeça fosse separada... SMMP 21. De manhã dor de cabeça, como após dormir de modo muito profundo ou como depois de abaixar. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4. CONCLUSÃO Pode se concluir que o trabalho cumpriu seu objetivo de permitir ampliar o conhecimento, por meio da releitura da Matéria Médica Pura de Samuel Hahnemann, de forma dialética, realizando as interconexões da analogia com a planta, a patogenesia e suas correlações de uma forma bastante interessante que favoreceu o aprendizado com novas interpretações, bem como a redescoberta do tema da substância homeopática Thuja occidentalis a partir das referidas conexões. AGRADECIMENTOS Os sinceros agradecimentos pelo meu crescimento pessoal e profissional, MUITO OBRIGADO! Aos ilustres Professores do CEHL: Joaquina Vilmaci, Jorge Bandeira Bayma, Leila Verônica Costa Albuquerque, Luiz Darcy Gonçalves Siqueira, Maria do Rocio Lázaro Rodrigues, Marta Mylian Rodrigues, Paula Andressa Pennacchi Savi e Rosana Mara Ceribelli Nechar. Aos ilustres colegas de turma do CEHL - Polo Fortaleza: Carolina da cunha correia lima, Catarina Laboure Loueck, klefer Gaspar Carvalho da Silva, Marcos Rabelo de Freitas, Maria Carlos Pereira da Silva e Monalisa Lima Brito. A ilustre Senhora ASTRIT SIQUEIRA. Ao Suporte CEHL. E a todos que fazem a grande família CEHL. REFERÊNCIAS ARGENTA, M. B. Matéria médica homeopática: odontológicos. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005. sinais e sintomas Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Farmacopeia Homeopática Brasileira, thuya occidentalis. 3ª ed., 2011. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/arquivos/cp38_2010_mono/th uya_occidentalis.pdf Acesso em: 21 de julho de 2015. CONÍFERA. 1 fot., color. 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