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Equipamentos de ponta e
pesquisa sonora garantiram
qualidade à gravação
OS
DEZ
DE AVIÕES DO
O show aconteceu no
Forró do Sítio, na
cidade de Eusébio, a
60 quilômetros de
Fortaleza. O espaço
teve dois palcos: um
na lateral esquerda,
para as bandas de
baile e a dupla
sertaneja César
Menotti e Fabiano, e
outro, no centro, para
os aniversariantes
da noite.
Miguel Sá
[email protected]
Fotos: Internet / Divulgação
Revisão técnica:
José Anselmo “Paulista”
À
s duas horas da manhã, as cerca de
30 mil pessoas presentes já haviam
curtido as atrações do palco secundário,
mas o cansaço passou longe. Quando o
Aviões do Forró entrou no palco principal, o local explodiu, com as pessoas dançando sem parar até as sete da manhã.
O público pode não saber disso, mas ele
também viu uma prova de como o áudio
brasileiro amadureceu nos últimos dez
anos. Além do sucesso consolidado das
músicas do grupo, o uso de equipamentos de ponta e uma bem cuidada pesquisa
sonora proporcionaram a qualidade que
garantiu o entusiasmo do público para o
registro do terceiro DVD do grupo.
SONORIZAÇÃO
O evento foi grande. Por isto, o áudio do
show é uma história de muitas parcerias.
Quem pilotou o som foi Tibério Gama
Cardoso, mais conhecido como Tibasom, de 36 anos, 18 deles dedicado ao
áudio. Ele entrou na banda substituindo
Roberto Silva, o Marujo, também presente na festa. “Começou meio difícil. Tivemos que dar uma melhorada nos timbres
usados no forró, que eram muito rústicos”, relembra Marujo, hoje dono de uma
empresa de som.
Para a sonorização do ambiente, Tiba fez
questão de usar o sistema line array da
Machine. Por meio de Walmy Bastos, re-
ANOS
FORRÓ
presentante da empresa na Bahia,
Tiba conseguiu os equipamentos
com as empresas Torres Som, de
Alagoinhas, e Tek Audio Sonorização, de Ubaitaba. Elas forneceram um
total de 64 caixas Mach Line 4.8,
além das 30 SB 218 para subgraves.
Tiba trabalhou em conjunto com a
equipe de engenharia da Machine
para projetar a cobertura sonora do
ambiente. A gravação do DVD fez
com que fosse necessário tomar
cuidado especial com o volume do
PA, que não podia ser muito alto.
“Eu trabalho em sincronia com o
pessoal do Estúdio Carranca. Não
posso fazer um PA
muito alto porque
vira bagunça na mixagem. Por isto, tenho
torre de delay, front fill
e mais as caixas dentro
do camarote (para poder não aumentar muito o
volume do PA). Está cheio
de microfones shot gun,
tem que ter cuidado com
o volume. Estou sonorizando um ambiente,
então tem que ter o delay. Não é só colocar 12
caixas de um lado e
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“
Uns 15 dias antes
do evento
nos foram enviadas
todas
as plantas da área
e a estrutura
que iria ser
utilizada, o que foi
fundamental para
dimensionarmos
a quantidade de
equipamento e
onde eles deveriam
ser utilizados
(Walmy Bastos)
”
Da esquerda para a direita: Tiba, João Carlos, Marujo e Walmy
Cada torre de delay teve 8 caixas Mach 4.8
Equipes trabalharam juntas
12 do outro”, ressalta Tiba. Walmy Bastos também foi o responsável da Machine pelo suporte técnico no local do
show. “Uns 15 dias antes do evento nos
foram enviadas todas as plantas da área
e a estrutura que iria ser utilizada, o que
foi fundamental para dimensionarmos
a quantidade de equipamento e onde
eles deveriam ser utilizados”, detalha.
O sistema line array de PA usou 32 cai-
Parcerias dão o tom da festa
A dimensão do evento fez com que João
Carlos, sócio da Machine, acompanhasse o
evento pessoalmente com Rocha, o representante da empresa no Ceará. Elder dos
Santos Torres, da Torres Som, e Wilde
Queiroz, da Tek Audio, também estiveram lá
para conferir o suporte ao evento. “Nós temos experiência no mercado de som, e procuramos sempre o melhor. Tivemos o conhecimento de que a Machine estava lançando
produtos de qualidade e resolvemos trocar
nosso sistema. Fomos bem atendidos, gostamos do equipamento e por isto estamos
aqui”, declara Wilde.
“Prefiro usar equipamento nacional para valorizar a indústria brasileira e, além do mais,
este é um excelente equipamento”, diz Elder.
Dois dias antes do show, também houve
uma apresentação do PA para técnicos de
som da região. Augusto Castro, da AC Produções, que trabalha em conjunto com a
Explosão Som e Luz, se entusiasmou com o
som. “Não é fácil colocar à prova o produto
e, graças a Deus, hoje a indústria nacional
está se superando, mostrando capacidade
de concorrer com os internacionais”,
enfatiza o empresário.
João Carlos comemora o sucesso. “O principal objetivo aqui é divulgar o line array da
Machine no estado do Ceará, tendo em vista
que já temos 80% da amplificação daqui”,
completa.
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Sistema de line array foi composto por 16 caixas Mach 4.8, por lado
xas Mach 4.8 (16 em cada lado) e
16 no delay (oito em cada lado).
Quatro caixas do mesmo modelo
foram distribuídas na
frente do palco e mais
quatro foram usadas no
Aviões do Forró
Carlos Artistides e Isaias Duarte, sócios da A3 Entretenimento, procuravam nacionalizar o som do forró no início da década de 2000.
“Quando lançamos uma banda de forró, queríamos uma banda
diferente , que fosse jovem. Pegamos o forró e levamos para
onde o sertanejo, o axé e o rock estão”, conta Isaias.
Carlos Artistides, filho de Zequinha Aristides, pessoa importante no cenário do forró, é o responsável pela construção do som da banda. Ele afirma
que a internet e as mudanças no mercado fonográfico mudaram as estratégias de lançamento de música. “Nós sempre procuramos equilibrar a agenda de shows com o ensaio,
elaborando novidades para o público, porque
hoje está muito dinâmico, muito rápido, as coisas
acontecem rápido e, se não acompanhar, fica para
trás. Hoje lançamos uma música por mês e, no final
do ano, lançamos um CD completo com 12 músicas já
testadas, já aprovadas, e mais duas ou três inéditas. Até uns cinco anos
atrás, lançávamos um CD por ano, todo inédito, a partir daí é que o
trabalho ia ser conhecido”, exemplifica.
Sistema se encaixa esteticamente na estrutura do palco
Tiba e Claudinho apostam nos line arrays da Machine
camarote, que ficava ao lado do palco.
Vinte e quatro subs SB 218 reforçaram
o PA e duas foram usadas no camarote.
“
“
Nos tons eu uso o E904, na
percussão também, a maioria Sennheiser,
e os cantores Xande e Solange usam o
SKM 5200 (Tiba)
As caixas usaram os amplificadores
Machine 2.8 SD, de 1800 watts; 6.0 SD,
de 6000 watts; e 14.0 SD, de 14000
watts. O rack de processamento contava com três Lake LC 26 para o PA, um
dbx 4800 para as torres de delay e um
dbx 260 para os front fills.
Na housemix, Tiba gosta de trabalhar
com as ferramentas da Digidesign. Ele
operou o som por meio de uma Digidesign Venue Profile da Torres Som.
Como tem dois i-Locks, ferramentas
que permitem o uso dos plug-ins da
Waves, ele pode explorar bastante este
recurso de processamento. Na configuração usada no show, ela estava com 48
canais. Para a captação dos instrumentos acústicos e das vozes, os microfones
mais usados por ele na captação da banda são os da Sennheiser. “Nos tons eu
uso o E904, na percussão também, a
maioria Sennheiser, e os cantores Xande e Solange usam o SKM 5200 com a
bobina MD5235; mas para os metais
fui atrás dos microfones da AudioTechnica”, diz Tiba.
Palco secundário
O palco das atrações de abertura teve os
equipamentos da Projesom, empresa de
Fortaleza. Foram duas Yamaha PM5D –
uma para PA e outra para o monitor de
Cesar Menotti e Fabiano. As outras bandas
tiveram a Yamaha M7CL para o monitor. A
amplificação dos line array da DAS, Aero
38, eram Machine, com os modelos PSL
para o PA e a linha SD nos subs. Foram
usados cerca de 40 amplificadores
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Equipe da A3
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SOM NO PALCO
Para a gravação do DVD, a configuração do equipamento de palco teve
de ser mudada, principalmente por
causa dos convidados Dorgival
Dantas e a dupla César Menotti e
Fabiano. “Normalmente trabalho
com até 24 auxiliares. Aqui tivemos que fazer um acoplamento de
mais auxiliares por causa dos convidados”, diz o técnico de monitor
Luis Cláudio Pereira Filho, o Claudinho, com a banda há sete anos.
Por conta da gravação, guitarras,
violões e baixo foram colocados
em linha e um biombo acrílico foi
colocado para a percussão, além do
que já era usado na bateria. Ainda
que houvesse a preocupação de
deixar o palco o mais limpo possível, foi usado um par de sistemas
line array Mach 4.8 como sidefill
com oito caixas de cada lado, mais
quatro subs. “Normalmente usamos monitores de chão para o
Alexandre e amplificadores para
baixo e guitarra, mas hoje está tudo
em linha”, expõe Claudinho. Os
sistemas de in-ear usados foram os
SR 2000 e EK2000 IEM, além dos
SR 300 (G3).
produtor musical Emanuel Dias. O estúdio
levou uma equipe de
Line Machine também para o side no palco
três pessoas: Junior
Evangelista, no patch da UM; Brupara o topo da caixa e os AKG 451
no Lins, como operador do rack de
nos over. O sinal chegava em 48 capalco; e Luis, como roadie, os três
nais no Pro Tools HD da unidade
sob a coordenação de Gera Vieira.
móvel após passar por 16 canais
Uma das principais tarefas na gravacom pré-amplificadores Neve 9098,
ção de um DVD é a captação da
API e Focusrite. Estes 16 canais
plateia, feita com oito microfones:
eram convertidos nos Apogee AD16.
quatro shot guns da Audio-TechOs 32 restantes passavam pela connica, dois da Rode e mais dois
versão analógico/digital dos précardioides NT5, também da Rode.
amplificadores Mackee Onix 800R.
Na captação de instrumentos, foram
“Nós misturamos esses prés com a
usados também o Sennheiser 441
conversão Apogee na bateria e na
GRAVAÇÃO DO DVD
A unidade móvel de áudio do Estúdio Carranca foi escolhida pelo
Sandro, da Torres Som, mostra amplificação Machine usada no evento
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Globais fizeram a apresentação do show do Aviões do Forró
Tiba gosta de usar as mesas Venue/ Venue Profile
No rack de processamento,
equipamentos Lake e dbx
voz dos cantores principais. Os Mackee
ficam para o restante da banda: baixo,
guitarra, acordeom e sopros”, explica
Gera Vieira.
Na unidade móvel, o áudio dos instrumentos gravados no Pro Tools era enviado para as caixas KRK V8 pela mesa
Yamaha 02R. Os ambientes chegavam
na mesa Yamaha 01V. O diretor técnico
do Aviões do Forró, Melksedec, operou
a gravação do áudio do show.
jam o Brasil inteiro e têm o mesmo sucesso que gêneros como o sertanejo e o axé
tinham na época. Também há dez anos,
apenas as empresas de som do Sudeste tinham acesso aos equipamentos de ponta.
Hoje, empresas de alcance regional também oferecem o que há de mais avançado. E o melhor é que a indústria brasileira
também está neste pacote.
Para saber online
SUCESSO
O cuidado na produção também é parte
da razão do sucesso que o forró do Aviões
faz no Brasil. Em 2002, o ritmo ainda
era um movimento regional, com o
epicentro no Nordeste, e hoje é um fenômeno nacional, com bandas que via-
http://machineamplificadores.com.br/
www.a3entretenimento.com.br/
www.avioesdoforro.com.br/

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