O MINISTÉRIO DA EVANGELIZAÇÃO EM PRETÓRIA

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O MINISTÉRIO DA EVANGELIZAÇÃO EM PRETÓRIA
O Ministério da Evangelização em Pretória,
P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória
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1. O MINISTÉRIO DA EVANGELIZAÇÃO EM PRETÓRIA (1)
Pe. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória
A sorte me visitou em 1999 quando fui a Quénia e a Nigéria.
Visitei diferentes escolas de evangelização e fiquei surpreendido
pelo número de pessoas envolvidas na evangelização. Havia
muitos evangelizadores adultos e jovens, e visitei uma
comunidade de religiosas: as Irmãs da Evangelização, que foram
fundadas precisamente para este ministério. Participei num
seminário para a evangelização, chamado "Curso Paulo", em
Nairobi (Quénia) e também participei na escola permanente de
evangelização na diocese de Issele-eku em Nigéria. Ao regresso
a África do Sul, não sabia o que fazer com a grande riqueza de
informação que tinha conseguido em África. Tivemos um
seminário sobre as Curas e a libertação em Maio de 2000 em
Cristo o Homem Novo. Depois deste seminário, algumas pessoas
de Garankuwa/Soshanguve pediram-nos para continuar a
experiência que vivemos durante aquele fim de semana. Foi
assim que começamos alguns encontros (workshops) na tarde
das sestas férias na paróquia de São Carlos Lwanga,
Garankuwa/Soshnaguve. Centramos a atenção nas curas e
libertação durante algum tempo e depois começamos um curso
sobre a evangelização.
Ao fim do ano 2000 sentimos que tinha chegado o tempo para
definirmo-nos não tanto como um ministério de curas quanto
como um ministério de evangelização. Em Dezembro de 2000,
pedimos ao Arcebispo, que vinha a São Carlos Lwanga para as
Confirmações, para abençoar e dar a comissão aos
evangelizadores para este novo ministério na Arquidiocese. Isto
foi feito e tivemos 40 evangelizadores, entre eles 15 jovens,
comissionados para o trabalho de evangelização
Existimos para ir para fora e partilhar a mensagem e a pessoa de
Jesus com os católicos inactivos e com aqueles que não praticam
em nenhuma igreja. Temos de amá-los, afirmá-los, escutá-los e
finalmente evangelizá-los. Convidamo-los às nossas Pequenas
Comunidades Cristãs (SCC) e a plena vida paroquial onde podem
ser alimentados com a Palavra e com o Sacramento. No nosso
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programa de evangelização sublinhamos e promovemos a
conversão pessoal. Com a ajuda do evangelho mostramos a
necessidade para a pessoa de entregar-se totalmente a Cristo e
de abraçar a nova vida que Ele oferece. Isto implica cortar os
laços com a vida de pecado e de rebelião. Também desafiamos
as pessoas a comprometer-se na igreja e nas Pequenas
Comunidades Cristãs (Evangelii Nuntiandi 50-54). Encaminhamos
aqueles que entram na igreja para os programas de
catecumenado da paróquia. Temos de utilizar todas e cada
oportunidade para partilhar a Palavra de Deus e o amor e a
misericórdia de Cristo com os outros: no autocarro, no comboio,
durante os casamentos e funerais, durante os desastres e as
celebrações, queremos partilhar Cristo. O nosso carisma é
partilhar e apregoar a Palavra de Deus a todos.
Queremos levar os Católicos activos a uma relação pessoal com
o Senhor e a participação plena na vida da paróquia. A partir
dessa relação pessoal com o Senhor, esperamos que vão
compreender que, como Católicos baptizados, também partilham
a Missão de nosso Senhor. Nós somos os seus olhos, as suas
mãos, os seus pés, a sua boca, o seu coração, a sua cabeça e o
seu trabalho depende de nós, não só dos ministros ordenados e
dos/as religiosos/as.
Exortamos aos evangelizadores para que vivam uma plena vida
eclessial e sacramental. Têm de estar centrados em Cristo e viver
a vida do Espírito: uma vida de oração, oração diária, sobretudo a
Eucaristia, o terço e o Sacramento da Reconciliação, adoração do
Santíssimo Sacramento e a Hora Santa. A Eucaristia e a Hora
Santa são fundamentais na nossa espiritualidade. Tudo isto é
completado com a leitura devota da Sagrada Escritura e com o
estudo da mesma. A nossa é uma ESCOLA DE
EVANGEIZAÇÃO, uma escola de amor e perdão, uma escola de
cuidado e compaixão, uma escola de unidade, alegria e
reconciliação. Também estamos comprometidos no serviço: o
nosso serviço é sobretudo hospitalidade nas nossas paróquias,
visitas aos doentes, aos pobres, aos prisioneiros e a qualquer
pessoa em necessidade que esteja marginalizada pela sociedade.
Cuidamos dos doentes de SIDA e das suas famílias. Estamos
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preparados para animar retiros e encontros para jovens,
adolescentes, catecúmenos, etc. Damos grande importância à
Palavra de Deus e a nossa vida está centrada nela.
O nosso ponto de partida na evangelização é que o mundo é
criado por Deus e, portanto, é bom. As pessoas são criadas com
amor por um Deus de amor e à sua Imagem. O mal moral e o
pecado destruem a harmonia que existe entre Deus e toda a
criação. Pecamos mas Deus nos salvou em Cristo. Toda a
criação é boa, a gente é boa, a graça de Deus é oferecida a todos
e trabalha no mundo. Esta graça dá-nos liberdade e esperança.
Satanás e o pecado não têm a última palavra. Na história da
salvação, Deus continuamente desafiou a gente a rejeitar o
pecado, a arrepender-se, a perdoar e a começar de novo. O
mundo não é perfeito; nós não somos perfeitos; caímos mas
temos de depender da graça de Deus e tentar viver umas vidas
dignas dos filhos de Deus redimidos pelo sangue de Cristo. Todos
precisamos de cura Espiritual.
No ministério de evangelização da Arquidiocese de Pretória,
encorajamos a oração, o aconselhamento e a utilização dos dons
carismáticos mencionados em 1Cor 12,4-11. Em vez de confiar
nos espíritos ancestrais para conseguir informação, pedimos ao
Espírito Santo que nos dê o dom de conhecimento, de profecia e
discernimento para o bem da gente necessitada. Permitimos e
permitimos com alegria que Deus intervenha e realize milagres
nas vidas da gente. Não fomentamos nenhum tipo de divinação
ou o uso de "medianeiros" (intermediários). Não podemos ser
uma igreja que fica indiferente perante os problemas dos crentes.
Temos de comprometermo-nos e actuar com compreensão e
compaixão. O Senhor misericordioso, que é o Bom Pastor, espera
que a igreja em África cuide da gente deste continente na sua
vida concreta e nos seus problemas
O ministério da evangelização é um desafio para sermos uma
igreja em África, que toma a sério os valores africanos, os ideais,
as aspirações, os sentimentos de culpabilidade, as necessidades
e os objectivos. Este ministério pretende conduzir a gente à
plenitude de vida e à cura mas, ao mesmo tempo reconhecer, que
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podemos aceitar a dor e a pena nas nossas vidas (Col 1,24). O
sofrimento é um mistério. A cruz de nosso Senhor tem um sentido
e sabemos que algo bom pode nascer do nosso sofrimento (Rom.
8,28). Também devemos tentar considerar e saber se há alguma
explicação natural razoável de alguns acontecimentos e
incidentes.
Jesus mandou os seus discípulos para predicarem e deu-lhes o
poder de curar. Entre as muitas actividades que Jesus veio
realizar nesta terra, podemos ver que Ele veio para fazer
sobretudo duas coisas:
1. Para dar a vida, uma vida nova, uma relação amorosa com o
seu Pai e com Ele, através do Espírito Santo. Jesus convidou
a gente a arrepender-se e a fazer a experiência de uma
transformação pessoal.
2. Para proclamar o Reino de Deus, o Reino de Justiça e de
Paz, enquanto curava e libertava a gente dos elementos
deficientes nas suas vidas, que precisavam de serem
transformados, para que a vida nova pudesse entrar
livremente neles.
O ministério de Jesus é sobretudo um ministério de serviço. Ele
veio para servir; Ele veio para dar a sua vida; foi o servo dos
necessitados e marginalizados. A nossa atenção centra-se em
Jesus.
Começamos o ministério de evangelização desde a paróquia de
São Carlos Lwanga em Soshanguve.
Temos recebido os seguintes testemunhos daqueles que
participaram nesta experiência:
1. A gente recebeu e sentiu a presença de um Deus que cuida e
ama.
2. Há gente que tem uma esperança renovada depois de ter
feito a experiência do desespero.
3. O sentimento de ser amado e protegido. Este é um elemento
de companheirismo, a amizade daqueles que partilham a
mesma experiência.
4. Um compromisso renovado com Cristo, enraizado
especialmente na fé e na conversão.
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5. O sentimento que Deus pode servir-se de nós para realizar o
seu projecto.
6. Libertação dos espíritos, das aflições e da possessão.
I. A MISSA DE CURAS
Cada missa é uma missa de curas, como cada missa é uma
missa de acção de graças ou uma missa do Espírito Santo.
"Missa de curas" é o título (nome) que utilizamos para mostrar
que se trata de uma missa em que o acento principal vai ser posto
sobre o poder de Deus no Espírito Santo. O celebrante principal
ou o comentador pode fazer alguns comentários durante algumas
partes da missa para suscitar uma participação consciente e
activa de todos os membros da assembleia. Isto tem de ser feito
sem romper o ritmo normal da missa. Trata-se de uma forma de
evangelização durante a missa.
1. A ASSEMBLEIA:
Centramos a nossa atenção no poder de curas da assembleia,
quando estamos todos reunidos em nome do Senhor. Há um
poder de curas na comunidade dos crentes.
2. INVOCAÇÃO:
Começamos a missa também convidando a comunidade dos
santos e dos nossos antepassados. Consideramos os nossos
antepassados como parte da comunidade. Juntos damos graças
a Deus, por Jesus Cristo e no poder do Espírito Santo
3. O RITO PENITENCIAL:
Pedimos à congregação de tomar consciência do poder curativo
da misericórdia de Deus. O rito penitencial ajuda-nos a recordar o
poder curativo do arrependimento. Celebramos a misericórdia de
Deus e anelamos ter a experiência pessoal dessa misericórdia. É
necessário que os que estão em pecado mortal tenham a
oportunidade de confessar os seus pecados.
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4. A PALAVRA:
A Palavra de Deus cura. Jesus pronunciou essa Palavra e muita
gente foi curada. A Palavra torna-nos conscientes de quão grande
é o amor de Deus para nós. Temos a capacidade de ser amados
e somos amados incondicionalmente. A gente deve escutar a
palavra de Deus com corações abertos e dispostos a confiar no
Deus que se revela nas Escrituras, a reconhecê-Lo como o Deus
que nos dá o poder para vencer o pecado e a morte.
5. A EUCARISTIA:
A Eucaristia é um sinal do amor de Deus. Deus está entre nós.
Celebremos esta sua presença especial na Eucaristia. Cantamos
e dançamos para Ele. A nossa comunhão é um sinal do nosso
desejo de união com Deus. É também o nosso sinal de unidade.
Quando a recebemos, peçamos a Deus para nos libertar de todas
as nossas divisões. Que a paz reine na nossa comunidade.
Recebamo-la para receber o poder para ir e evangelizar.
Levemos a Boa Notícia aos outros. Vamos para sermos
testemunhas de amor e de unidade no mundo ficando perto dos
que sofrem.
6. IMPOSIÇÃO DAS MÃOS:
Normalmente, depois da celebração da Eucaristia, os que querem
ficar lá para receberem uma bênção individual podem fazê-lo.
Rezamos por eles, ungimos com óleo e damos aconselhamento
espiritual a outros. A equipa do ministério de cura, sob a
supervisão do sacerdote ou de um líder por ele delegado colabora
neste ministério. Deve ser feito com dignidade e equilíbrio,
evitando toda exageração
II. O MINISTÉRIO DAS CURAS
Há cinco tipos diferentes de feridas dos que sofre a gente:
"Feridas físicas que afectam qualquer parte do corpo, por
exemplo, a pele, o sangue, os músculos, os ossos, os órgãos.
Estas podem ser causadas por ferimentos, por infecção ou
doença, ou por defeitos congénitos. Feridas emocionais: privação
e trauma são duas causas comuns de doença (sofrimento)
emocional. A nossa dimensão espiritual pode ficar ferida. Quando
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isso acontece, a nossa vontade pode ser afectada até ao ponto
de já não sermos capazes de decidir livremente. Perdemos a
nossa semelhança com Deus. Feridas espirituais: A privação
espiritual produz ferimento espiritual. Feridas relacionais: A
dimensão relacional do nosso ser inclui relações como o
ambiente, com as outras pessoas e com Deus. Quando estas
relações se tornam viciadas ou destrutivas, sofremos as
consequências. As relações incluem o mundo espiritual, isto é,
Deus, anjos e também demónios. Cada uma destas relações
pode tornar-se viciada e destrutiva. Por exemplo, podemos tentar
manipular Deus submetendo-O aos nossos desejos através da
prática de certos rituais. Podemos estabelecer relações
destrutivas com o mundo dos espíritos maus procurando o seu
poder através de práticas ocultas. Podemos ser vítimas dos
nossos espíritos maus através do desarranjo ou da tentação.
Feridas sociológicas: Estas feridas têm a sua origem na opressão
e na injustiça que existem no mundo.
Temos problemas de conflitos armados entre vários grupos que
lutam pelo poder e domínio de recursos limitados, distribuição
desigual de recursos, racismo, tribalismo, patriarquismo,
imigração, fome, ditadura e corrupção. As feridas destas
situações podem ser curadas através da oração e da acção
social.
O ministério de evangelização é uma tentativa humilde de uns
poucos de nós de revitalizar o ministério de proclamação e de
cura na Igreja Católica depois do Sínodo de África. Continuamos
a nossa partilha no diálogo e no debate com todos aqueles que
defendem ideias diferentes das nossas. O diálogo exige uma
atitude equilibrada. No podemos ser ingénuos nem
excessivamente críticos. Temos de ser abertos e receptivos,
dispostos a deixar-nos transformar pelo encontro. Diálogo não
significa deixarmos de lado as nossas convicções religiosas.
Temos de caminhar com a integridade da nossa fé. Temos de
continuar firmes na nossa fé em Cristo, o Mediador, mas
recordando que Deus se tem revelado também noutras religiões,
embora seja de uma maneira imperfeita. O nosso encontro com
outras religiões nos ajudará a aprofundar a nossa fé ao vermos
quão comprometidos e espirituais são os aderentes à Religião
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Tradicional Africana. A inculturação será o resultado desse
diálogo e partilha.
LIBERTAÇÃO
O Dr. Francis Macnutt fala do exorcismo, que compreende "como
a oração formal da Igreja para libertar uma pessoa possuída por
espíritos maus. A libertação é um processo, sobretudo através da
oração, para resgatar uma pessoa que está oprimida ou infestada
por maus espíritos mas não possuída por eles. O exorcismo
formal, na tradição Católica exige a permissão do Bispo e é
exercido raramente (1). É prudente para a equipa do ministério de
libertação de apresentar-se oficialmente ao Bispo e de exercer o
seu ministério com a permissão do pároco local. Os membros da
equipa têm de ser pessoas bem formadas. A sua formação tem
de incluir estudos bíblicos e o ensinamento da Igreja na área dos
espíritos e da cura. Os casos que precisam de um exorcismo
formal têm de ser transferidos ao exorcista diocesano. A
libertação deveria ser realizada com cuidado, apenas quando, na
oração, concluímos que realmente se trata de uma actividade
demoníaca. Em certos casos é necessário consultar o médico e
às vezes o psicólogo. Há situações em que o método (approach)
integrado é recomendado. A equipa precisa ter experiência e
prudência
Jesus veio para libertar as pessoas de todas as formas de
opressão, externa e interna, opressão material, física e espiritual.
Ele liberta as pessoas para que gozem da vida divina e da sua
guia protectora. Perdoou os pecados, falou em favor dos fracos e
marginalizados, defendeu as crianças, curou os enfermos,
perdoou os pecados, pus ordem nas relações e desafiou os
hipócritas e os injustos (Lk 11,20). A vitória final de Jesus foi a
cruz (Jo 12,31). Os discípulos, pelo menos numa ocasião,
fracassaram completamente na sua tentativa de realizar a
libertação (Mt. 17,14-16). Jesus não tratou todas as condições
como o resultado de maus espíritos e Ele agiu em condições
semelhantes como se em alguns casos fosse necessária a
libertação e em outros casos não. Uma pessoa muda e cega é
curada através da libertação (Mt 9,32; 12,22-23). A cura de outras
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pessoas não é relacionada com a libertação (Mt 9,32; Mc 7,3237). Era, de facto, muito bem conhecido no mundo que algumas
desordens mentais podiam ser o resultado de causas orgânicas
ou psicológicas e não eram atribuídas necessariamente a causas
demoníacas.
Rezamos pela cura com grande ênfase no ministério de
libertação. Neste caso, dirigimo-nos directamente aos espíritos
maus, e em nome de Jesus mandamo-los de deixar a pessoa
aflita. Também mandamos ao espírito mau de doença de deixar a
pessoa e de libertá-la. Segundo a nossa experiência os africanos
atribuem a maioria das aflições a pessoas más ou à feitiçaria. O
Pe. Gabriele Amorth diz: "Somos conscientes da acção de Cristo,
que destruiu o reino de Satanás e estabeleceu o Reino de Deus.
É por isso que, os casos em que Jesus libertou as pessoas
possuídas pelos demónios são particularmente importantes. No
seu ensinamento a Cornélio sobre Cristo Pedro não menciona
nenhum milagre senão que Ele curou "todos os que tinham caído
sob o poder do diabo" (Actos 10,38).
Compreendemos, pois, porque a primeira autoridade que Jesus
deu aos apóstolos era o poder de expulsar demónios (Mt 10,1; Lc
9,1; Mc 6,7.13). Podemos dizer o mesmo para todos os crentes:
"Estes são os sinais que acompanharão os que tiverem
acreditado: em meu nome expulsarão demónios" (Mc 16,17).
Assim, Jesus cura e restabelece o plano divino que tinha sido
arruinado pela rebelião de alguns anjos e dos seus seguidores. É
necessário dizer-lho bem claramente: o mal, o sofrimento, a morte
e o inferno não são actos de Deus. A centralidade de Cristo é tal
que só podemos ser salvos no seu nome. É só no seu nome que
podemos vencer e libertar-nos do inimigo da nossa salvação,
Satanás (Mt 8,28-34; Mc 7,24-30).
Jesus mandou embora os espíritos com uma ordem. Assim
exercia o ministério de exorcismo. "Eu to mando, vai embora!".
Jesus utilizava a sua própria autoridade quando tratava com o
inimigo que frustrava o vontade de Deus para o seu povo. A saída
dos espíritos era acompanhada ás vezes por gritos, gemidos ou
fortes movimentos físicos (Mc 9,26; Lc 4,33-36.41). Os discípulos
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utilizaram o mesmo método invocando o nome de Jesus que lhes
tinha dado a autoridade de comandar aos espíritos.
"Senhor, até os demónios se nos submetem em teu nome!" (Lc
10,17). "Em nome de Jesus Cristo, eu te ordeno que te retires
dela" (Actos 16,18; 3,6; 9,14). O mesmo Espírito Santo actuava
em Jesus e nos apóstolos. São Paulo escreveu acerca de uma
grande variedade de poderes espirituais invisíveis contra os quais
temos de lutar: "Revesti-vos da armadura de Deus, para poderdes
resistir às insídias do diabo. Pois o nosso combate não é contra o
sangue nem contra a carne, mas contra os Principados, contra as
Autoridades, contra os Dominadores deste mundo de trevas,
contra os Espíritos do Mal, que povoam as regiões celestiais" (Ef.
6, 11-13).
i) Acreditamos nestes espíritos?
Acreditamos em Deus. Acreditamos no amor de Deus, no seu
poder e compaixão. Também acreditamos que estes espíritos
negativos existem porque a igreja assim ensina e se trata de um
ensino confirmado pelos evangelhos. Somos convidados pela
Igreja a viver plenamente a nossa vida cristã, uma vida de oração,
confissão, culto, sacramentos, etc. Estas práticas protegem a
pessoa dos ataques dos espíritos e também a libertam. Quando
estamos unidos a Cristo, somos vencedores. O maligno tentará
influenciar a nossa vontade, de tentar-nos, de intimidar-nos, e a
maior segurança é viver na presença de Deus.
Normalmente nos encontramos com os seguintes espíritos:
 Os espíritos do oculto: estes podem vir como resultado da
participação em rituais mágicos, espiritismo, astrologia, etc.
 Os espíritos dos pecados: pornografia, adições, abuso de
substâncias, imoralidade, avareza, ódio, etc. Estes pecados
precisam de serem confessados.
 Os espíritos de trauma: de experiências da juventude,
violação, abuso, pobreza, racismo e qualquer outra dor que
poderia ter oferecido uma oportunidade ao maligno para
entrar.
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Outros espíritos: os espíritos dos antepassados devem ser
respeitados. Os espíritos enfurecidos dos antepassados
exigem normalmente mudanças na família e operam sempre
sob o senhorio de Cristo. Podemos discernir as suas queixas
e tentar mudar para o bem da família e para o bem de todos.
Há alguns espíritos inquietos dos antepassados, que estão à
procura de uma morada mexendo de um lugar para outro.
Devemos rezar por eles.
Há outros espíritos estranhos que não formam parte dos
antepassados da família mas cuja presença é para o bem da
família. Se são temerosos de Deus, devemos deixá-los em
paz.
Fantasmas e espíritos maus devem ser exorcizados. Os
espíritos arrogantes dos antepassados, que trazem
destruição, dor e morte devem ser exorcizados.
II.) Algumas manifestações externas
Há algumas indicações para sabermos se os maus espíritos estão
ou não estão presentes:
 Alguém pode não ser capaz de exprimir a sua fé em Jesus
Cristo. Pode haver reacções violentas perante o crucifixo ou
pessoas sagradas. Reacções irracionais e negativas em
relação a Sagrada Comunhão podem ser também um sinal da
presença de um espírito. Os demónios reagem perante a
presença do Divino. Alguns sinais podem ser romper vasos
sagrados. Profanação de bíblias e igrejas, e blasfémias são
sinais mais evidentes.

Obstrução directa do trabalho de Deus: A rapariga com o
espírito de divinação obstruía o trabalho de Deus (Actos
16,16-18). Espíritos em pessoas que encontraram Jesus
pronunciaram o seu nome numa tentativa de ganhar poder
sobre Ele (Mc 1,23; 5,7). Fazemos a experiência de burla, riso
descontrolado, conversa compulsiva e distracção, por
exemplo, quando alguém está a ser aconselhado ou a
receber a oração pela cura e o mau espírito pretende obstruir
isto. É importante antes do ministério, do aconselhamento ou
dos encontros utilizar a nossa autoridade cristã para proibir
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qualquer interferência dos espíritos inimigos. Não é sempre
necessário de fazer este tipo de orações publicamente.

Alguns expertos no ministério de curas aconselham que
digamos algumas orações privadamente e com calma.
Qualquer que seja o tipo de actividade que vai desenvolver,
tudo deveria ser feito sob a direcção do Espírito Santo.
Centre-se em Deus e no Espírito. Evite a preocupação
exagerada pelos espíritos.

Há uma presença certa dos espíritos quando alguém está
envolvido no culto satânico. O sentir-se claramente atraído
por práticas ocultistas como feitiçaria, espiritualismo,
horóscopos, astrologia, etc. é também um sinal de presença
satânica

Há fenómenos paranormais, tais como casas oprimidas e
movimentos inexplicáveis de objectos, portas e janelas que
indicam a presença de espíritos que afectam a casa e que
causam às vezes alterações emocionais nos outros.

O pecado mortal, a rejeição de Deus, o aborto, a dominação
pelos pais, o abuso podem estar ligados a espíritos maus
(Rev. 18,2).

Também devem ser consideradas algumas doenças e
desordens que resistem ao tratamento. Nem todas as
doenças são causadas pelos espíritos. É só quando os
tratamentos normais não produzem os resultados esperados
que podemos procurar outras explicações.

Em alguns casos, durante o aconselhamento espiritual,
podemos encontrar situações de escuridade interior, confusão
espiritual, procura intencional de crenças heréticas,
dificuldade para aceitar as verdades básicas cristãs, bloqueio
persistente do compromisso por Cristo. Estas experiências
podem ser o resultado do estado emocional pessoal naquele
momento preciso, ou dúvidas normais ou podem ser
causadas por um espírito.
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
É necessário averiguar bloqueios notórios na personalidade
normal ou no desenvolvimento espiritual. Quando alguém
permanece emocionalmente adolescente e espiritualmente
criança, poderia haver razões psicológicas para isso o poderia
tratar-se de um espírito que está a travar o desenvolvimento.

Um laço inalterável (uma dependência necessária) com a
tentação e com o pecado em áreas de práticas sexuais
aberrantes, luxuria sexual e outros hábitos, adição, drogas,
álcool, tabaco, jogo, anorexia, fatalismo, criticismo,
descrença, falta de perdão, amargura, fúria e engano
poderiam ser sinais da presença de um espírito.

Os medos irracionais e as fobias, culpabilidade angustiosa e
ódio de si mesmo podem ser sinais da presença de um
espírito negativo.

Também pode haver um forte sentido da presença de
parentes mortos, de espíritos desencarnados agitados de
parentes mortos. É importante celebrar a Missa com a Arvore
de Família sobre o altar.
Como não temos nenhuma garantia e como algumas de estas
manifestações podem ser o resultado de outras causas,
precisamos de discernimento para poder saber com que tipo de
espírito estamos a lidar. Precisamos de conhecimentos de
medicina e de psicologia para ter um ideia clara do que está a
acontecer. Temos de utilizar o sentido comum, prudência e
discernimento em todos os casos. Não devemos espiritualizar
tudo mas utilizar também a nossa razão. Não vejamos espíritos
maus em todas as coisas e situações. Isto não é de nenhuma
maneira saudável. Uma espiritualidade saudável centra-se em
Deus e na bondade da criação. É por isso que este ministério
precisa de pessoas equilibradas, capazes de utilizar o sentido
comum. Se alguém está excessivamente preocupado com os
espíritos maus, há muitas probabilidades que ele vai deixar de
lado outras preocupações pastorais importantes. Cada coisa deve
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ter o seu tempo e lugar, e temos de preocupar-nos de tudo o que
é importante na vida.
II. O ministério de libertação
É necessário trabalharmos em equipa. O ministério de
libertação, contrariamente ao ministério de exorcismo, pode ser
exercido por qualquer baptizado. Os que acreditam podem
expulsar demónios (Mc 16,17). Todo o cristão pode praticar a
libertação. Qualquer pode fazê-lo, mas o ministério não é para
qualquer. Trata-se de um ministério difícil. É necessário rezar por
ele porque é dado a muitos como um dom. Não se nomeie a si
mesmo para este ministério, mas deixe ao grupo discernir com a
ajuda do director espiritual, e que eles decidam com a ajuda do
Espírito Santo quem deverão trabalhar nesta equipa. Que a
equipa aprenda a trabalhar e a crescer juntos. Que se perdoem
mutuamente e depois que alguns membros do grupo intercedam
enquanto outros praticam a libertação. Desenvolvam o hábito da
oração e do jejum.
Há pessoas que não deveriam fazer parte deste ministério: as
pessoas sensíveis e vulneráveis não podem exercer este
ministério. Neófitos devem ser desencorajados de formar parte
deste ministério. Os que gostam de mostrar-se poderosos e que
gostam da ostentação não podem participar neste ministério. Os
que não têm experiência devem permanecer na retaguarda e não
na vanguarda. Os membros do ministério de libertação devem ser
santos, sábios, prudentes, humanamente maduros e com
experiência.
1. Crie uma atmosfera adequada. Prepare um crucifixo, velas,
óleo sagrado e tudo o que poderia precisar. Proteja-se a si
mesmo, a sua família, o seu trabalho e propriedade com o
Sangue de Cristo antes de comprometer-se neste ministério.
Houve ocasiões em que achamos que a exposição do Santíssimo
Sacramento foi uma ajuda. A Eucaristia torna-nos conscientes do
amor de Deus e da presença de Jesus no meio de nós.
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Esteja cheio do poder do Espírito Santo. Conheça o poder de
Deus operando dentro de nós. Este conhecimento aumenta
quando permanecemos fiéis à nossa vida de oração. Oração e
jejum são sempre necessários neste ministério (Mc 8,29). Invoque
o nome de Jesus para que lhe dê sabedoria e poder. Que o
Espírito encha o lugar e cada um ali presente. Invoque a presença
da Bem-aventurada Virgem Maria e de São Miguel. A sua
assistência é necessária de uma maneira especial neste tipo de
oração.
2. Tente averiguar como é que o espírito conseguiu a entrada. Foi
a causa do pecado? Então o pecado tem de ser confessado como
uma condição para a sua libertação. Durante a entrevista tente
ver se há necessidade de renuncia a práticas ocultas. Há
necessidade de pedir perdão? (Lc 6,28; Rom 12,14). Conduza a
pessoa por meio de uma oração de abandono à Senhoria de
nosso Senhor Jesus. Ele/ela também poderia renovar o seu
compromisso baptismal, renunciar a qualquer espírito que poderia
estar presente nele/nela, sobretudo um espírito que não honra
Jesus Cristo como Senhor e Deus.
Ordene ao espírito de sair no nome de Jesus. Actue com a
autoridade de Jesus, portanto tenha confiança. Não é necessário
muito barulho. Que a pessoa para quem rezam peça a ajuda de
Jesus e participe activamente na oração. A pessoa quer
verdadeiramente ser libertada? A pessoa acredita em Jesus
Cristo?
1. Oração de libertação
NO NOME DE JESUS EU TE ORDENO, O ESPÍRITO DE--------------, EU TE ORDENO DE IR EMBORA SEM FAZER MAL
ALGUM A ESTA PESSOA DE MANEIRA ALGUMA, E SEM
FAZER MAL A NENHUM DOS PRESENTES, EU TE ORDENO
NO NOME DE JESUS PARA NÃO VOLTAR DE NOVO.
2. Depois desta oração, observe a pessoa. Se não há
manifestações, peça à pessoa que continue com uma vida
espiritual intensa e exorte todos aqueles por quem rezou que
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P. Victor Phalana, Sacerdote Diocesano de Pretória
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continuem a manter a oração e a vida sacramental. Encorajeos a continuar num grupo de oração para que possam contar
com o apoio dos seus irmãos e irmãs. Participem num
seminário sobre o desenvolvimento espiritual ou entrem no
Rito de Iniciação Cristã para Adultos, um ministério de
evangelização, os focolares, o movimento de renovação ou
grupos espirituais semelhantes. Acompanhe-os sempre que
seja possível. Encoraje a pessoa a responsabilizar-se pelas
suas próprias acções. Quando a confissão é necessária, tem
de ser feita. Quando a pessoa precisa de perdoar, devemos
encoraja-la a fazê-lo. Evite exageros, tenha cuidado de não
cair na armadilha da superstição. Precisa da opinião e às
vezes da assistência e da colaboração de pessoal médico,
psiquiatras, psicólogos, conselheiros para chegar a uma visão
(wholistic approach) abrangente da cura da pessoa. Perguntese a si mesmo: rezei suficientemente? Ainda preciso de mais
tempo para rezar? É necessário jejuar? Preciso de mais
tempo para o jejum e para o discernimento? È necessário
referir a pessoa a um psicólogo? Preciso da assistência de
um sacerdote-exorcista?
3. A pessoa tem de permanecer aberta a mudança. Veja como
pode mudar a situação. Perdoe todo o que precisa de perdoar
na sua vida.
4. O espírito saiu? Façam o discernimento em equipa. Pergunte
a pessoa como se sente. Alguns sinais físicos da saída do
espírito incluem: um rosto mais descontraído; o fim dos
gemidos, gritos ou convulsões; a capacidade de rezar e de
invocar o nome de Jesus sem outras reacções ou
manifestações; a pessoa é também capaz de falar
normalmente e de comportar-se naturalmente. Podem
comprometer-se a apoiar a pessoa através da oração nos
dias seguintes.
7. Encha todos os espaços de tempo vazio invocando o Espírito
Santo de novo. Graças a Deus.
Este ministério de cura é integral: abrange as emoções, a
inteligência, a vontade e o corpo. Rezamos com a gente para
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187
serem curados, oferecendo-nos a nós mesmos para sermos
utilizados como instrumentos de Deus. Comunicamos com os
crentes e aconselhamo-los. Precisamos de conhecermos as
raízes do problema. Oferecemo-lhes o nosso ministério para
ajudá-los a experimentar o amor de Deus. Impomo-lhes as mãos
e ungimo-los com o Óleo da Alegria.
Exortamos a gente a começar um novo tipo de vida: uma vida de
amor e não de ódio, uma vida de paz e não de violência, uma vida
de perdão e não de vingança, uma vida de partilha em vez de
uma vida de cobiça. As pessoas não podem ser curadas se não
vivem em harmonia com o ambiente. Tentamos encorajar a gente
a romper as cadeias da preguiça, ódio, materialismo,
individualismo e racismo. Ser integro (whole) é ser uma pessoa
para os outros, um verdadeiro cristão - alguém que se preocupa
pelos outros, libertado de rejeição pessoal para tornar-se um filho
de Deus livre. Encorajamos as pessoas para serem activos,
inovadores e criativos, utilizando todas as oportunidades que se
apresentam e contribuindo para o bem da sociedade.
Devemos compreender que o processo de discernimento tem de
fazer a distinção entre os espíritos ancestrais e os espíritos
demoníacos. Não podemos confundi-los, já que alguns espíritos
não são maus e não podem causar mal às pessoas. Tratamo-los
com respeito. Também é importante distinguir as causas naturais
de doenças, causas sobrenaturais e causas demoníacas. É
preciso recordar que às vezes Deus pode permitir a doença como
um meio de purificação para que procuremos sempre a vontade
de Deus.
O RITO DE CURAS: SERVIÇO DE ORAÇÃO
(A PREPARAÇÃO REMOTA CONSISTE EM JEJUM E
DISCERNIMENTO
-CONSULTAÇÃO
DA
FAMÍLIA,
PREPARAÇÃO DAS COISAS QUE SEREÃO NECESSÁRIAS
DURANTE A ORAÇÃO. NÃO É NECESSÁRIO UTILIZAR TODOS
OS SÍMBOLOS NO MESMO SERVIÇO. DECIDA O QUE QUER
FAZER E DEIXE DE LADO TODO O QUE PARECE
SUPERFLUO)
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A) ORAÇÃO À TRINDADE
Nesta oração, reconheça a presença de Deus Pai que nos ama
com um amor incondicional. Acreditamos na presença de Jesus
que disse que onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu
estou lá no meio deles. Renovamos a nossa fé no Espírito Santo
que nos foi dado.
B) CANTO
E
CONVITE
AOS
SANTOS
E
AOS
ANTEPASSADOS DA FAMÍLIA
"Santos de Deus, santos anjos, nossos irmãos e irmãs defuntos,
estamos aqui. Concedei-nos a graça da vossa presença para
completar a nossa família. Na presença do Criador e Pai nós vos
suplicamos: vinde. Conheceis o Primeiro Antepassado, Jesus
Cristo, ele é o nosso redentor e o vosso redentor, está aqui
presente: vinde à nossa companhia. Conhecem o Espírito Santo
dador de vida e esse Espírito esta aqui. Vinde, nossos pais e
nossas mães e continuai a rezar pelo nosso bem-estar. Vós
destes-nos a vida Amastes-nos. Sabemos que continuais a
cuidar-nos. Concedei-nos os favores de Deus. Dai-nos boa saúde
e paz. Deus abençoar-nos-á. Deus curar-nos-á. Em Jesus, nós
vos pedimos de seres os nossos medianeiros. Junto com vós e
em Jesus prometemos guardar os valores que temos recebido e
dar glória ao Pai. (Um ancião da família pode invocar os nomes
dos antepassados da família)…Uni-vos à nossa oração pela cura
de… Rezai connosco pela recuperação de…Rezai connosco pela
protecção de….
Na vossa presença, Senhor, renovamos a nossa unidade com os
nossos antepassados. Pedimos perdão pelos nossos pecados
passados. Pelo sangue de Jesus Cristo, pedimos pela cura dos
nossos parentes. Curai os nossos parentes e rogai por aqueles de
entre nós que estão vivos e moram entre os vivos e os defuntosvivos (living-dead). Senhor, ensinai-nos a arte do perdão.
Concedei-nos a graça de perdoar-nos mutuamente todas as
ofensas e feridas do passado.
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(Durante a invocação dos antepassados da família, a família pode
utilizar símbolos e gestos da sua cultura, depois de ter consultado
o sacerdote).
SENHOR TENDE PIEDADE
CRISTO TENDE PIEDADE
SENHOR TENDE PIEDADE
(Se parecer apropriado, os membros da família podem recordar
aqueles momentos de dissensão, de divisão, de lutas internas, de
tensão e de discórdia na família. Demorem o tempo necessário
para pedir-se mutuamente perdão. Um balde de água misturada
com aloés é introduzido e os membros da família são convidados
a lavar as sua mãos e depois a trocar o sinal da paz. Qualquer
membro da família que quiser confessar-se pode fazê-lo a esta
altura)
C) ORAÇÃO INTRODUTÓRIA: Senhor Jesus Cristo, sois o
curandeiro da mente, do corpo e da alma. Estamos aqui cientes
que "pelas vossas feridas fomos curados". Impõe a vossa mão
poderosa sobre o nosso irmão…/irmã…. Restaura-lhe a saúde e
a integridade. Pai, nós vos louvamos porque só vós sois santo;
nós vos louvamos porque sois compassivo, nós vos louvamos
porque sois capaz de curar e estais disposto a escutar as nossas
orações. Nós vos louvamos porque nos criastes por amor, Senhor
Jesus remistes-nos pelo vosso sangue e pelas vossas feridas
somos curados. Espírito de amor e de liberdade, restaurai ao/a
vosso/a servo/a o/a nosso/a irmão/ã a saúde e a integridade.
Infundi nele/a o Sopro de Deus, cura física, cura espiritual e
emocional. Infundi nele/a o vosso poder, perdoai-o/a. Confiamos
em vós Senhor.
A PALAVRA (Podem fazer uma das seguintes leituras: Mc 2,112; Tiago 5,13-18; 2Cor 1,3-11; Mc 7,24-30; Lc 4,18-20; Is 53,1-5;
Lc 18,35.43; Mt 9,18-26; Rom 8,26-39).
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D) PARTILHA DA PALAVRA



Deveria ser sublinhado aqui que a cura é um sinal importante
da realidade da salvação. Deus quer que sejamos curados
emocionalmente e fisicamente. O desejo de Deus é que
façamos a experiência da vida em abundância (Jo 10,10).
Deus quer a nossa integridade.
Podemos suportar o sofrimento em união com Cristo. É o tipo
de sofrimento que contribui para a nossa purificação, para a
santidade e para a salvação do mundo.
Somos desafiados pelo Evangelho a manifestar amor e
compaixão para com os enfermos e para com os membros
vulneráveis da nossa comunidade. A nossa presença ajudaos a suportar os seus sofrimentos com paciência e a
permanecerem firmes na sua fé.
E) INTERCESSÕES: Aqui oferece-se a oportunidade a membros
da família e alguns membros da comunidade cristã de apresentar
as suas petições. As nossas orações poderiam incluir outras
necessidades da nossa comunidade. Podemos concluir as nossas
intercessões rezando simultaneamente no Espírito. (Durante
estas orações simultâneas, podemos incluir uma oração para o
arrependimento, para o perdão mútuo, para a libertação de
espíritos malévolos, para a transformação e liberdade total da
opressão física e espiritual).
F) BÊNÇÃO DA ÁGUA
Senhor Deus Todo-Poderoso
Criador de toda a vida,
de corpo e alma,
Nós vos pedimos para + abençoar esta água:
Enquanto a utilizarmos com fé
Perdoai os nossos pecados
E libertai-nos de toda a doença
E do poder do mal.
Senhor,
Na vossa misericórdia
Dai-nos a água viva
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Que jorra continuamente como uma fonte
De salvação:
Libertai-nos, corpo e alma, de todo o perigo
E admiti-nos na vossa presença em pureza de coração.
Nós vo-lo pedimos por Cristo nosso Senhor
G) BÊNCÃO DO SAL
Deus Todo-Poderoso,
Nós vos pedimos de abençoar + este sal
Como una vez abençoastes o sal espalhado sobre a água
Pelo profeta Eliseu.
Onde quer que este sal e esta água são aspergidos
Remove o poder do mal,
E protegei-nos sempre
Com a presença do vosso Espírito Santo.
Concedei-nos por Cristo nosso Senhor. Amen.
(Sal pode ser misturado com água benta)
H) BÊNÇÃO DO ÓLEO DA ALEGRIA:
Líder: O nosso auxílio é no nome do Senhor
Todos: Que fez o céu e a terra.
Óleo criatura de Deus
Tiro o demónio fora de ti
Por Deus o Pai Todo-Poderoso
Que fez o céu, a terra e o mar
E todo o que eles contêm.
Que o poder do adversário, as legiões do demónio,
E todos os ataques e maquinações de Satanás
Sejam desfeitas e retiradas longe de esta criatura óleo.
Que este óleo traga saúde ao corpo
E à alma de todos aqueles que o utilizam,
No nome de Deus +, o Pai, e de nosso Senhor Jesus Cristo +,
seu Filho,
E do Espírito Santo +, o Advogado,
Assim como no amor do mesmo Jesus Cristo nosso Senhor,
Que virá para julgar ambos os vivos e os mortos e o mundo pelo
fogo. Amen.
O Ministério da Evangelização em Pretória,
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Líder: Senhor ouvi a minha oração
Todos: E que o meu clamor cheque até vós.
Líder: O Senhor esteja convosco
Resposta: E convosco também
Oremos:
Senhor Deus Todo-Poderoso, ante quem as multidões de anjos
ficam consternados
E cujo serviço celestial reconhecemos,
Nós vos suplicamos de olhar favoravelmente
E de abençoar e santificar esta criatura, o óleo,
Que pelo vosso poder foi extraído
Do sumo das olivas.
Vós a destinastes para a unção dos doentes, a fim de que,
quando são curados,
Vos dêem graças a Vós, Deus vivo e verdadeiro.
Concedei-nos, nós vos pedimos, que aqueles que utilizarão este
óleo,
Que abençoamos + em vosso nome,
Sejam libertos de todo o sofrimento e enfermidade
E de todas as insídias do inimigo.
Seja ele instrumento para afugentar toda a espécie de
adversidade do vosso povo,
Feito na vossa imagem e redimido pelo sangue precioso do vosso
Filho,
Para que nunca voltem a sofrer
A mordedura da antiga serpente,
Por Jesus Cristo nosso Senhor. Amen.
I) IMPOSIÇÃO DAS MÃOS
O sacerdote e alguns membros da família impõem as mãos
demoradamente e com calma sobre o irmão ou a irmã doente.
Alguns membros da comunidade, especialmente os que fazem
parte da equipa de curas, podem impor também as mãos. (Pode
cantar-se um canto meditativo suavemente como som de fundo).
J) UNÇÃO COM ÓLEO: Ungimos a pessoa doente na frente, no
peito, nas mãos e nos pés. Alguns membros da família são
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convidados a aproximar-se para serem ungidos com óleo. Para
eles é o óleo da cura, da integridade e da reconciliação. Podem
manifestar as necessidades e aspirações pessoais enquanto se
reza por eles.
K) BÊNÇÃO DAS VELAS
Deus eterno e Todo-Poderoso, nós vos damos graças por Jesus
Cristo nosso Salvador e Luz do mundo. Abençoai estas velas + e
que elas nos recordem a vossa luz e a vossa presença. Que a
vossa luz ilumine as áreas escuras dos nossos corações e das
nossas mentes. Que sejamos luz do mundo, levando a vossa
Palavra aos outros, partilhando o vosso amor com os pobres e o
vosso conforto com os angustiados. Como luzes do mundo,
ajudai-nos a eliminar a ignorância e a cobiça, e ajudai o vosso
povo a crescer em conhecimento e no espírito de partilha. Que a
luz da fé brilhe nesta casa e nos nossos lares para que nunca
sucumbamos às pressões deste mundo. Sede o centro das
nossas vidas. Concedei-nos por Jesus Cristo nosso Senhor.
L) BÊNÇÃO DO INCENSO OU IMPEPHO
Deus de Amor, Deus Criador. Tudo o que criastes é bom. Nós vos
damos graças e vos bendizemos, porque pela vossa palavra e
poder fizeste todas as coisas, e tudo o que precisamos para viver
é vosso dom. Concedei-nos que, em obediência à vossa palavra
e vontade, os vossos fiéis possam utilizar sempre as coisas
criadas em espírito de agradecimento. Abençoai este incenso +, e
fazei das nossas vidas um sacrifício vivo de louvor. Que vos
ofereçamos uma oblação viva através dos nossos sacrifícios
quotidianos. Que as nossas orações cheguem até Vós como
incenso. Recebei as nossas orações, Senhor, e concedei-nos as
graças que precisamos para viver a nossa fé e para servir a
humanidade. Protegei-nos de todo o mal e revesti-nos com a
vossa justiça. Nós vo-lo pedimos por Cristo nosso Senhor.
M) BENÇAÕ DA CASA
Sacerdote:
Em nome do pai e do Filho e do Espírito Santo.
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Todos:
Sacerdote:
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A paz do Senhor esteja com esta casa e com
todos os seus moradores.
E consigo também.
Senhor Jesus Cristo, entraste na casa de
Zaqueu. Nós vos suplicamos, entrai nesta casa
com a plenitude da vossa bênção. Vós que viveis
e reinais pelos séculos dos séculos. Amen.
N) ESCOLHA UMA LEITURA (Mt 7,24-28; Heb 3,1-6; Lc 19,1-10;
Gen 18,1-8; Jo 14,2-6; Sal 91)
O) ORAÇÃO DE LIBERTAÇÃO E PROTECÇÃO
Oração contra o malefício (Do ritual grego)
Kyrie eleison. Deus, nosso Senhor, Rei dos tempos, TodoPoderoso e majestoso, Vós que fizestes tudo e que transformais
tudo apenas com a vossa vontade. Vós que na Babilónia
transformastes em orvalho as flamas da fornalha "sete vezes mais
quente" e protegeste e salvaste as três santas crianças. Sois o
médico e doutor da alma. Sois a salvação daqueles que se
aproximam de vós. Nós vos pedimos de tornar impotente, de
afastar todo o poder diabólico, a sua presença e maquinação;
toda a influência maligna, malefício ou olho mau e todas as más
acções contra este vosso povo, especialmente o vosso
servo…Onde há inveja e malícia, dai-nos a abundância de
bondade, paciência, vitória e caridade. Senhor, Vós que amais o
vosso povo, nós vos pedimos de estender as vossas mãos
poderosas e os vossos altos e grandes braços e que venhais em
nossa ajuda. Ajudai-nos, a nós que fomos feitos na vossa
imagem; mandai o anjo da paz sobre nós, para proteger-nos o
corpo e a alma. Que ele mantenha longe de nós e aniquile todo o
poder maligno, todo o veneno e malícia invocada contra nós por
gente corrupta e invejosa. Então, sob a protecção da vossa
autoridade possamos cantar em acção de graças, "O Senhor é a
minha salvação, de quem terei medo? Não temerei o mal porque
estás comigo, meu Deus, minha força, meu Deus poderoso,
Senhor da paz, Pai de todos os tempos".
Sim, Senhor nosso Deus, tende compaixão de nós, vossa
imagem, e salvai o vosso servo…de toda a ameaça ou dano do
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maligno, e protegei-o/a afastando-o de todo o mal. Nós vo-lo
pedimos pela intercessão da Nossa Bem-aventurada, Gloriosa
Senhora, Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, dos mais
esplêndidos arcanjos e de todos os santos. Amen.
P) ORAÇÃO DE BÊNÇÃO DA CASA
Oremos
Nosso Pai celestial, sois sempre bom connosco. Já durante a
nossa vida terrestre somos privilegiados de receber os vossos
dons, nós vos louvamos e damos graças de todo o coração.
Tornai-nos cada vez mais agradecidos a vós por todos os dons
materiais e espirituais que nos concedeis.
Olhai para nós com amor, pomos toda a nossa confiança e
esperança em vós.
Abençoai +++esta casa e protegei todos os que moram nela.
Dai-lhes a vossa paz, preservai-os de todo o mal, e libertai-os da
sua fraqueza e da sua culpa.
Dai-lhes uma porção plena dos bens deste mundo, e abri os seus
corações às necessidades dos outros.
Ajudai-nos a recordar sempre que as nossas moradas terrestres
serão destruídas, e seguiremos a vossa chamada a morar na
comunidade e unidade eterna com Vós. Fortalecei em nós o
desejo de ficar convosco.
Nos vos pedimos, nossos antepassados, na presença de nosso
Senhor Jesus Cristo que é o vosso Senhor, o Primeiro dos
Antepassados. Continuai contribuindo para o bem da nossa vida
na terra. Que haja harmonia, reconciliação e unidade nesta casa.
Inspirai-nos para seguirmos os valores da nossa cultura e os
valores do nosso Evangelho. Que os filhos desta família cresçam
em sabedoria e nos valores de Ubuntu (humanidade). Abençoai
todos nós aqui presentes. Nós vo-lo pedimos por Cristo nosso
Senhor. Amen.
Q) MEMBROS DA FAMÍLIA PODEM FAZER ESTAS BREVES
INTERCESSÕES
 Que possamos fazer a experiência da alegria e da vida em
abundância. Senhor ouvi-nos
 Concedei-nos Senhor saúde de mente e corpo.
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



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Que sejamos generosos e prontos em ajudar aos que estão
em necessidade. Senhor, ouvi-nos.
Que a nossa sociedade cuide dos pobres e dos que não têm
lar. Senhor, ouvi-nos.
Que gozemos da intercessão da nossa Mãe, Maria, e de São
José e que tomemos a família de Nazaré como o modelo da
nossas famílias.
Que os nossos fiéis defuntos descansem na vossa paz e
vivam na vossa presença. Encomendamos à vossa
misericórdia as almas de… (Mencionamos alguns nomes de
membros próximos da família que faleceram. Acendemos um
vela abençoada para eles). Podem cantar um hino aos irmãos
defuntos
NOSSO PAI, UM MISTÉRIO DO TERÇO E
HINOS APROPRIADOS
(Os pais levam o sacerdote a todos os quartos e fora ao redor da
casa. Abençoamos a casa com água benta e incenso. Ungimos
os lintéis com óleo. Abençoamos outros objectos e carros).
(Pedimos aos que nos ajudam com o seu discernimento que
façam uma pequena pausa e que implorem ao Espírito Santo
para que fale nos seus corações, dando-lhes uma palavra de
sabedoria ou profecia destinada a esta família. Partilhamos essas
palavras de exortação e encorajamento com a família e depois
concluímos com uma acção de graças. Podemos utilizar este
tempo para louvar a agradecer ao Senhor com oração, canto e
dança).
R. BÊNCÃO FINAL:
Convidamos os pais para que abençoem os seus filhos
O sacerdote dirá a seguinte oração: ABENÇÕE-NOS DEUS
TODO-PODEROSO, PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO. AMEN.
S) PARTILHA DA REFEIÇÃO
Num espírito de alegria e de celebração partilhamos juntos uma
refeição de cura e reconciliação.

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