Dissertação - LABBAS
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Dissertação - LABBAS
Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia e Ciências Faculdade de Engenharia Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil CAPA E APRESENTAÇÕES Fernando Nahid Leitão Verificação à Fadiga de Pontes Rodoviárias Mistas (Aço-Concreto) Rio de Janeiro 2009 Fernando Nahid Leitão Verificação à Fadiga de Pontes Rodoviárias Mistas (Aço-Concreto) Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao PGECIV - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Área de concentração: Estruturas Orientador: Prof. José Guilherme Santos da Silva, DSc. Co-orientador: Prof. Pedro Colmar Gonçalves da Silva Vellasco, PhD. Co-orientador: Prof. Luciano Rodrigues Ornelas de Lima, DSc. Rio de Janeiro 2009 Fernando Nahid Leitão Verificação à Fadiga de Pontes Rodoviárias Mistas (Aço-Concreto) Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao PGECIV - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Área de concentração: Estruturas Aprovado em 06 de Março de 2009. Banca Examinadora: __________________________________________________________ Prof. José Guilherme Santos da Silva, DSc - Presidente / Orientador Departamento de Engenharia Mecânica - UERJ __________________________________________________________ Prof. Pedro Colmar Gonçalves da Silva Vellasco, PhD Departamento de Estruturas e Fundações - UERJ __________________________________________________________ Prof. Luciano Rodrigues Ornelas de Lima, DSc Departamento de Estruturas e Fundações - UERJ __________________________________________________________ Prof. Raul Rosas e Silva, PhD Departamento de Engenharia Civil - PUC-Rio __________________________________________________________ Prof. Sebastião Arthur Lopes de Andrade, PhD Departamento de Estruturas e Fundações - UERJ Rio de Janeiro 2009 DEDICATÓRIA Aos meus familiares pelo amor incondicional, pela paciência nos momentos difíceis, pelo incentivo aos meus estudos e pelo apoio constante ao meu desenvolvimento profissional e pessoal. AGRADECIMENTOS A minha mãe que diariamente dedicou todo o seu carinho e apoio através de incentivo, compreensão e da manutenção do nosso lar. Ao meu pai pelo apoio aos estudos, conhecimentos compartilhados, oportunidades proporcionadas e valores ensinados. A minha noiva e futura esposa pelo carinho, solidariedade e compreensão demonstrada através de palavras e gestos. Ao meu irmão e minha cunhada pela prontidão e companheirismo. A minha família e amigos que souberam entender meus momentos de ausência. Ao meu orientador, professor e amigo José Guilherme Santos da Silva, pelos conhecimentos passados, pelo reconhecimento, pela paciência e apoio dispensados nesses anos prazerosos de trabalho e convívio. Aos meus co-orientadores, professores e amigos Luciano Rodrigues Ornelas de Lima e Pedro Colmar Gonçalves da Silva Vellasco pela prontidão, conversa e amizade que não faltaram desde os tempos de graduação. Aos professores e funcionários do PGECIV - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, em especial aos professores Francisco Soeiro, Luiz Biondi e Sebastião Andrade pelo aprendizado e reconhecimento dispensados. Aos amigos e companheiros do programa de pós-graduação por todo o convívio e solidariedade. A todos os profissionais, com quem pude conviver de alguma forma nesses anos de estudo, pela compreensão e apoio dispensados. A CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo apoio financeiro. A todos que, de alguma maneira, contribuíram na execução deste trabalho. “A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana." Louis Pasteur RESUMO LEITÃO, Fernando Nahid. Verificação à Fadiga de Pontes Rodoviárias Mistas (AçoConcreto). 2009. 264f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Faculdade de Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. As pontes rodoviárias mistas (aço-concreto) estão sujeitadas às ações dinâmicas variáveis, por exemplo, devido ao tráfego de veículos sobre a superfície irregular do pavimento. Estas ações dinâmicas podem gerar a nucleação de fraturas ou mesmo a sua propagação sobre a estrutura. A correta consideração desses aspectos objetivou o desenvolvimento de uma metodologia de análise, com a finalidade de avaliar os níveis dos esforços e tensões oriundos do tráfego dos veículos sobre a superfície irregular do pavimento e, bem como, proceder uma verificação à fadiga de obras de arte rodoviárias em aço e mistas (aço-concreto). Para tal, as técnicas para a contagem de ciclos de tensão e a aplicação das regras de dano acumulado foram analisadas através de curvas do tipo S-N, associadas a diversas normas de projeto. A ponte rodoviária mista (aço-concreto) investigada neste estudo é constituída por quatro vigas de aço longitudinais e por um tabuleiro de concreto armado. O modelo numérico-computacional, desenvolvido para a análise dinâmica da ponte, foi concebido com base em técnicas usuais de discretização através do método dos elementos finitos. Simulam-se as almas das vigas de aço e as lajes de concreto do tabuleiro através de elementos finitos de casca. As mesas dessas vigas, transversinas e os enrijecedores são modelados por elementos de viga tridimensionais. Os veículos são representados a partir de sistemas "massa-mola-amortecedor". O tráfego dessas viaturas é considerado mediante a simulação de comboios semi-infinitos, deslocando-se com velocidade constante sobre a ponte. As conclusões da presente investigação versam acerca da vida útil de serviço dos elementos estruturais de pontes mistas (aço-concreto). Palavras-chave: Análise dinâmica, pontes rodoviárias mistas, fadiga, irregularidade de pavimento, modelagem computacional. ABSTRACT Steel and composite highway bridges (steel-concrete) are currently subjected to dynamic actions, for example, variable magnitude due to vehicles traffic on the deck rough pavement. These dynamic actions can generate the fractures nucleation or even their propagation on the structure. The correct consideration of these aspects pointed out to an analysis methodology developed, in order to evaluate the stresses through a dynamical analysis on highway bridge decks, due to vehicles crossing on the irregular pavement surfaces and to proceed a fatigue verification from Steel and composite highway bridges (steel-concrete). The stress cycles counting techniques and the cumulative damage rules application had been analyzed through S-N curves associated with diverse projects norms. The steel and composite highway bridge (steel-concrete), investigated in this study, is constituted by four longitudinal steel beams and a composite deck. The computational model, developed for the bridge dynamic analysis , adopted the usual mesh refinement techniques present in finite element method simulations. The beam web thickness was represented by shell finite elements. The beam top and bottom flange and the longitudinal and vertical stiffeners were simulated by threedimensional beam elements, where flexural and torsion effects were considered. The bridge concrete slab was simulated by shell finite elements. The vehicles are represented from "mass-spring-damper" systems. The traffic of these vehicles is considered as a simulation of half-infinite convoys dislocating with constant speed on the bridge. The present study conclusions concerning steel and composite highway bridges (steel-concrete) structural elements service life. Key-words: Dynamical analysis, steel and composite highway bridges, fatigue, deck rough pavement surface, computational modeling. LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 - Viaduto da Linha Amarela, Jacarepaguá, RJ, Brasil ..............................26 Figura 1.2 - Construção do viaduto da perimetral, RJ, Brasil, Pinho e Belley (2007) 28 Figura 1.3 - Construção da Linha Vermelha, RJ, Brasil, Pinho e Belley (2007) ........28 Figura 1.4 - Fratura visível, ponte Hoan, Estados Unidos, Wikipédia (2009) ............29 Figura 2.1 - Exemplo de tensão com amplitude constante........................................38 Figura 2.2 - Exemplo de tensão com amplitude variável e aleatória .........................39 Figura 2.3 - Processo de fadiga em uma placa fina sob cargas cíclicas, Branco, et al (1999) ....................................................................................................40 Figura 2.4 - Fraturas visíveis, ponte Hoan, Estados Unidos, Wikipédia (2009).........41 Figura 2.5 - Exemplo esquemático de uma curva S-N ..............................................47 Figura 2.6 - Modelo de histórico de tensões..............................................................48 Figura 2.7 - Histórico de tensões reduzido a picos e vales .......................................49 Figura 2.8 - Metodologia de fluxo (gota de chuva) para picos e vales ......................50 Figura 2.9 - Exemplo de aplicação do método Rainflow ...........................................50 Figura 2.10 - Contagem dos ciclos do exemplo de aplicação ilustrado para o método Rainflow...............................................................................................51 Figura 2.11 - Seção 4, Item 4.1, Ligações de extremidade com soldas de filete longitudinais, NBR 8800 (2008).........................................................55 Figura 2.12 - Seção 5, Item 5.2, Ligações soldadas transversais à direção das tensões, NBR 8800 (2008)................................................................56 Figura 2.13 - Classificação dos elementos, Pinho e Belley (2007)............................59 Figura 2.14 - Faixa de tensão por número de ciclos, AASHTO (2005) .....................60 Figura 2.15 - Faixa de tensão admissível para cargas repetidas em elementos que podem provocar colapso estrutural, Pinho e Belley (2007).................60 Figura 2.16 - Média diária de tráfego e numero de ciclos, Pinho e Belley (2007) .....61 Figura 2.17 - Valor da constante A, AASHTO (2005)................................................62 Figura 2.18 - Valor do (ADTT)SL, número de veículos de fadiga por dia em faixa simples durante a vida útil, AASHTO (2005) .....................................62 Figura 2.19 - Número de ciclos de faixa de tensão por passagem do veículo de fadiga, n, AASHTO (2005).................................................................63 Figura 2.20 - Amplitude constante limite para casos de fadiga, (∆F)TH, AASHTO (2005) ................................................................................................63 Figura 2.21 - Curvas de resistência à fadiga para intervalos de tensão normal, Afonso (2007) ...................................................................................67 Figura 2.22 - Classificação de peça não soldada, curva S-N, EUROCODE (2003) ..68 Figura 2.23 - Classificação dos elementos, curvas S-N, BS 5400 (1980) .................73 Figura 2.24 - Classificação dos elementos estruturais segundo BS 5400 (1980), Pravia (2003) ....................................................................................74 Figura 3.1 - Seção transversal típica da ponte ..........................................................80 Figura 3.2 - Vista superior da ponte ..........................................................................80 Figura 3.3 - Vista tridimensional ponte - modelo em barras unifilares.......................81 Figura 3.4 - Vista tridimensional da ponde - modelo ilustrativo .................................81 Figura 3.5 - Tipos de perfis soldados ........................................................................82 Figura 3.6 - Modelo de veículo tridimensional implementado por Santos (2007) ......86 Figura 3.7 - Veículo tipo “TB-12” da NBR 7188 (1984) .............................................87 Figura 3.8 - Modelo de veículo com 4 graus de liberdade, Almeida (2006). .............87 Figura 3.9 - Modos de vibração do veículo ...............................................................89 Figura 3.10 - Descrição dos modelos de veículos.....................................................90 Figura 3.11 - Comboios de veículos adotados ..........................................................91 Figura 3.12 - Função de irregularidade não-determinística .......................................92 Figura 3.13 - Amostras de irregularidades, Chantre (2008) ......................................94 Figura 4.1 - Modelo em elementos finitos, perspectiva completa..............................97 Figura 4.2 - Modelo em elementos finitos, perspectiva aproximada..........................97 Figura 4.3 - Modelo em elementos finitos, vista superior ..........................................98 Figura 4.4 - Modelo em elementos finitos, vista longitudinal .....................................98 Figura 4.5 - Modelo em elementos finitos, vista frontal .............................................98 Figura 4.6 - Elemento de casca, tipo SHELL63, Ansys (2005)..................................99 Figura 4.7 - Elemento de viga, tipo BEAM44, Ansys (2005)......................................99 Figura 4.8 - Elemento de viga, tipo BEAM4, Ansys (2005) .....................................100 Figura 4.9 - Exemplo de interação entre o veículo, a irregularidade de pavimento e a estrutura da ponte ...............................................................................103 Figura 4.10 - Generalização da passagem dos comboios sobre a estrutura ..........104 Figura 4.11 - Modelo da passagem de cargas nos nós da ponte............................105 Figura 4.12 - Metodologia para geração de tabelas de carga simulando a passagem do comboio de veículos.....................................................................106 Figura 4.13 - Validação da estratégia para um veículo passando com velocidade constante de 80km/h sobre a ponte, efeito da mobilidade da carga, Leitão (2008)....................................................................................107 Figura 4.14 - Validação da estratégia para um comboio de dois veículos passando com velocidade constante de 80km/h sobre a ponte, efeito da mobilidade da carga, Leitão (2008) ..................................................108 Figura 5.1 - 1° Modo de vibração da ponte, f01=2,90Hz ..........................................111 Figura 5.2 - 2° Modo de vibração, f02=3,64Hz .........................................................112 Figura 5.3 - 3° Modo de vibração, f03=6,87Hz .........................................................113 Figura 5.4 - 4° Modo de vibração, f04=9,63Hz .........................................................114 Figura 5.5 - 5° Modo de vibração, f05=11,03Hz .......................................................115 Figura 5.6 - 6° Modo de vibração, f06=12,85Hz .......................................................116 Figura 5.7 - Comboio I, velocidade de 80km/h, deslocamentos translacionais verticais na seção central da ponte .................................................117 Figura 5.8 - Comboio II, velocidade de 80km/h, deslocamentos translacionais verticais na seção central da ponte .................................................118 Figura 5.9 - Comboio I, velocidade de 80km/h, deslocamentos translacionais verticais na seção central da ponte, qualidade da pista excelente..119 Figura 5.10 - Comboio II, velocidade de 80km/h, deslocamentos translacionais verticais na seção central da ponte, qualidade da pista excelente.120 Figura 5.11 - Seção transversal com indicação das vigas ......................................122 Figura 5.12 - Vista superior com indicação dos locais para análise das tensões....122 Figura 5.13 - Passagem dos comboios pela pista central .......................................123 Figura 5.14 - Passagem dos comboios pela pista lateral ........................................123 Figura 5.15 - Efeito da mobilidade de carga para o caso 1 .....................................125 Figura 5.16 - Efeito das irregularidades da pista para o caso 1 ..............................126 Figura 5.17 - Efeito da mobilidade de carga para o caso 2 .....................................127 Figura 5.18 - Efeito das irregularidades da pista para o caso 2 ..............................128 Figura 5.19 - Efeito da mobilidade de carga para o caso 3 .....................................129 Figura 5.20 - Efeito das irregularidades da pista para o caso 3 ..............................130 Figura 5.21 - Efeito da mobilidade de carga para o caso 4 .....................................131 Figura 5.22 - Efeito das irregularidades da pista para o caso 4 ..............................132 Figura 6.1 - Variação de tensão no tempo, Pravia (2003).......................................136 Figura 6.2 - Valores obtidos pela rotina do Matlab (2007).......................................136 Figura 6.3 - Obtenção das tensões na fase permanente ........................................137 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Contagem dos ciclos, exemplo de aplicação do método Rainflow........51 Tabela 2.2 - Valores sugeridos, fator de segurança YMf , EUROCODE 3 (2003)......66 Tabela 2.3 - Valores característicos da curva S-N, BS 5400 (1980) .........................76 Tabela 2.4 - Fatores de probabilidade de colapso para as curvas S-N,....................76 Tabela 3.1 - Propriedades geométricas da ponte......................................................79 Tabela 3.2 - Propriedades do aço ASTM A588 .........................................................79 Tabela 3.3 - Propriedades do concreto C25..............................................................79 Tabela 3.4 - Propriedades geométricas dos perfis metálicos soldados.....................82 Tabela 3.5 - Propriedades geométricas das cantoneiras metálicas ..........................83 Tabela 3.6 - Propriedades geométricas dos enrijecedores .......................................83 Tabela 3.7 - Parâmetros α e β usados na análise de vibração forçada ....................85 Tabela 3.8 - Características dinâmicas do veículo, Almeida e Silva (2006) ..............88 Tabela 3.9 - Classificação das irregularidades do pavimento, coeficiente de amplitude, Φω0, Almeida e Silva (2006)...........................................93 Tabela 3.10 - Propriedades estatísticas da irregularidade da figura 3.13 .................95 Tabela 4.1 - Dados do modelo de elementos finitos (MEF), por elementos geométricos ...................................................................................100 Tabela 4.2 - Dados do modelo de elementos finitos (MEF), por elementos finitos..101 Tabela 4.3 - Dados do gerais sobre a malha de elementos finitos..........................101 Tabela 5.1 - Frequências naturais da ponte obtidas ...............................................109 Tabela 5.2 - Descrição dos pontos para análise das tensões .................................122 Tabela 5.3 - Tabela ilustrativa dos casos de carregamento em estudo ..................124 Tabela 6.1 - Contagem dos ciclos com a rotina do Matlab (2007) ..........................136 Tabela 6.2 - Tipos de detalhes estruturais analisados ............................................138 Tabela 6.3 - Classificação geral dos detalhes .........................................................139 Tabela 6.4 - Tabela ilustrativa do caso 1.................................................................140 Tabela 6.5 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito da mobilidade de carga, caso 1..................................................................................140 Tabela 6.6 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito das irregularidades da pista, caso 1 ......................................................141 Tabela 6.7 - Tabela ilustrativa do caso 2.................................................................141 Tabela 6.8 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito da mobilidade de carga, caso 2..................................................................................142 Tabela 6.9 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito das irregularidades da pista, caso 2 ......................................................142 Tabela 6.10 - Tabela ilustrativa do caso 3...............................................................143 Tabela 6.11 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito da mobilidade de carga, caso 3 .............................................................................143 Tabela 6.12 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito das irregularidades da pista, caso 3 .....................................................144 Tabela 6.13 - Tabela ilustrativa do caso 4...............................................................144 Tabela 6.14 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito da mobilidade de carga, caso 4 .........................................................145 Tabela 6.15 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito das irregularidades da pista, caso 4.....................................................145 Tabela 6.16 - Efeito da mobilidade da carga e da irregularidade pista....................147 Tabela 6.17 - Efeito da passagem pela faixa central e pela faixa lateral.................149 Tabela 6.18 - Efeito da passagem dos comboios....................................................152 Tabela A.1 - Det. do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da mobilidade da carga ...............166 Tabela A.2 - Det. do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da irregularidade de pavimento ...167 Tabela A.3 - Det. do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da mobilidade da carga ...............168 Tabela A.4 - Det. do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da irregularidade de pavimento ...169 Tabela A.5 - Det. do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da mobilidade da carga ...............170 Tabela A.6 - Det. do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da irregularidade de pavimento ...171 Tabela A.7 - Det. do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da mobilidade da carga ...............172 Tabela A.8 - Det. do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da irregularidade de pavimento ...173 Tabela A.9 - Det. do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da mobilidade da carga ...............174 Tabela A.10 - Det. do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da irregularidade de pavimento .175 Tabela A.11 - Det. do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da mobilidade da carga .............176 Tabela A.12 - Det. do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da irregularidade de pavimento .177 Tabela A.13 - Det. do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da mobilidade da carga .............178 Tabela A.14 - Det. do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da irregularidade de pavimento .179 Tabela A.15 - Det. do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da mobilidade da carga .............180 Tabela A.16 - Det. do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da irregularidade de pavimento .181 LISTA DE SÍMBOLOS D - Taxa de dano acumulado k - Nº de diferentes níveis de tensão numa seqüência específica de carregamento n - Nº de ciclos de tensão com determinada amplitude N - Nº de ciclos de tensão necessários para ocorrer falha E - Módulo de elasticidade Cf - Constante obtida na tabela K.1 da NBR 8800 (2008) σTH - Limite admissível da faixa de variação de tensão, tabela K.1 da NBR 8800 (2008) σSR - Faixa de variação de tensão admissível, NBR 8800 (2008) γ - Fator de carga, AASHTO (2005) (∆f) - Faixa de variação de tensão, AASHTO (2005) (∆F)n - Resistência nominal a fadiga, AASHTO (2005) (ADTT)SL - Número de veículos de fadiga por dia em faixa simples durante a vida útil, AASHTO (2005) (∆F)TH - Amplitude constante limite para casos de fadiga (MPa), AASHTO (2005) (∆F)cn - Resistência nominal a fadiga para detalhes da categoria C (MPa), AASHTO (2005) ∆σR - Resistência à fadiga em termos de faixa de tensões, EUROCODE (2003) log(a) - Constante determinada de modo a definir a equação da reta, EUROCODE (2003) Dd - Dano acumulado, EUROCODE (2003) nEi - Número de ciclos associados com cada faixa de tensão, EUROCODE (2003) NRi - Número de ciclos tolerados para cada faixa de tensão, EUROCODE (2003) γFf - Fator de segurança parcial de ∆σE,2 ou ∆τE,2, EUROCODE (2003) γMf - ∆σE,2 - ∆σC - Fator de segurança parcial de ∆σC ou ∆τC, EUROCODE (2003) Faixa de tensão normal referente a 2 x 106 de ciclos de tolerância, EUROCODE (2003) ∆σ - Faixa de tensão normal, EUROCODE (2003) ∆τ - Faixa de tensão cisalhante, EUROCODE (2003) ∆τE,2 - Faixa de tensão cisalhante admissível equivalente a 2 x 106 de ciclos, EUROCODE (2003) ∆τC - Faixa de tensão cisalhante referente a 2 x 106 de ciclos de tolerância, EUROCODE (2003) K0 - Constante relativa à curva S-N média, BS 5400 (1980) m - Parâmetro associado a inclinação das curvas, EUROCODE (2003), BS 5400 (1980) ∆ - Inverso do desvio padrão de log(N), BS 5400 (1980) d - Número de desvios padrão em relação à média, BS 5400 (1980) fy - Tensão de escoamento fu - Tensão última fck - Resistência característica a compressão do concreto M - Matriz de massa K - Matriz de rigidez ξi - Taxa de amortecimento do modo i ω0i - Frequência natural circular do modo i f0i - Frequência natural do modo i u - deslocamento u& - velocidade &u& - aceleração Vb(x) - função das irregularidades Vbi - amplitude real da parte harmônica w - ondulabilidade da pista ϕ - angulo de fase φ - modo de vibração ξP - fração de amortecimento Φ(ω0) - coeficiente de amplitude - densidade espectral das irregularidades E vb - Média quadrática da distribuição das irregularidades S²vb - Variância 2 - Desvio padrão - Amplitude máxima Φvbvb(ωi) [ ] 2 σ vb VbMÁX LISTA DE ABREVIATURAS UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro PUC - Rio Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul NBR Norma Brasileira ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas AISC American Institute of Steel Construction AASHTO Association of State Highway and Transportation Officials BS British Standards AWS American Welding Society SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................26 1.1. Apresentação e relevância ..............................................................................26 1.2. Situação do assunto ........................................................................................30 1.3. Objetivos ...........................................................................................................35 1.4. Escopo do trabalho ..........................................................................................35 2. PROJETO À FADIGA ...........................................................................................37 2.1. Introdução .........................................................................................................37 2.2. Fadiga estrutural ..............................................................................................38 2.2.1. Conceituação ..................................................................................................38 2.2.2. Mecanismos de formação de fissuras .............................................................39 2.2.3. Regimes de fadiga ..........................................................................................42 2.2.4. Modelos de danos e seus diferentes enfoques ...............................................42 2.2.5. Conceito de vida útil e segurança contra falha................................................45 2.2.6. Análise à fadiga - Curvas S-N .........................................................................46 2.2.7. Método para contagem de ciclos.....................................................................47 2.2.8. Técnicas de avaliação de fadiga .....................................................................52 2.3. Normas de projeto ............................................................................................53 2.3.1. NBR 8800........................................................................................................54 2.3.1.1. Critérios de dimensionamento......................................................................55 2.3.1.2. Classificação dos detalhes ...........................................................................55 2.3.1.3. Resistência à fadiga .....................................................................................56 2.3.1.4. Considerações sobre a norma .....................................................................57 2.3.2. AASHTO - LRFD Bridge Design Specifications...............................................58 2.3.2.1. Critérios de dimensionamento......................................................................58 2.3.2.2. Classificação dos detalhes ...........................................................................59 2.3.2.3. Ciclos de carregamento................................................................................60 2.3.2.4. Resistência à fadiga .....................................................................................61 2.3.2.5. Considerações sobre a norma .....................................................................64 2.3.3. EUROCODE 3.................................................................................................65 2.3.3.1. Critérios de dimensionamento......................................................................65 2.3.3.2. Classificação dos detalhes ...........................................................................66 2.3.3.3. Ciclos de carregamento................................................................................68 2.3.3.4. Resistência à fadiga .....................................................................................70 2.3.3.5. Considerações sobre a norma .....................................................................72 2.3.4. BS 5400...........................................................................................................72 2.3.4.1. Critérios de dimensionamento......................................................................73 2.3.4.2. Classificação dos detalhes ...........................................................................73 2.3.4.3. Ciclos de carregamento................................................................................75 2.3.4.4. Resistência à fadiga .....................................................................................75 2.3.4.5. Considerações sobre a norma .....................................................................76 3. MODELOS MATEMÁTICOS .................................................................................78 3.1. Introdução .........................................................................................................78 3.2. Modelo estrutural da ponte .............................................................................78 3.3. Modelagem do amortecimento........................................................................83 3.4. Modelagem da carga móvel.............................................................................86 3.5. Comboios de veículos .....................................................................................90 3.6. Modelagem da irregularidade do pavimento .................................................91 4. MODELO NUMÉRICO-COMPUTACIONAL .........................................................96 4.1. Introdução .........................................................................................................96 4.2. Modelo computacional.....................................................................................96 4.3. Desenvolvimento da estratégia de carregamento sobre a ponte ..............101 5. ANÁLISE DA RESPOSTA DINÂMICA DA ESTRUTURA ..................................109 5.1. Introdução .......................................................................................................109 5.2. Análise das frequências naturais e modos de vibração .............................109 5.3. Validação da estratégia de carregamento desenvolvida ............................117 5.3.1. Efeito da mobilidade da carga .......................................................................117 5.3.2. Efeito das irregularidades da pista ................................................................119 5.3.3. Considerações sobre os fatores de amplificação dinâmicos .........................121 5.4. Resultados obtidos na análise dinâmica .....................................................122 5.4.1. Comboio I com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte - Caso 1 ....124 5.4.2. Comboio I com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte - Caso 2 .....126 5.4.3. Comboio II com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte - Caso 3 ...128 5.4.4. Comboio II com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte - Caso 4 ....130 5.4.5. Análise global dos históricos de tensões apresentados ................................132 6. VERIFICAÇÃO À FADIGA .................................................................................135 6.1. Introdução .......................................................................................................135 6.2. Contagem de ciclos .......................................................................................135 6.3. Análise da fadiga ............................................................................................137 6.3.1. Comboio I com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte - Caso 1 ....139 6.3.2. Comboio I com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte - Caso 2 .....141 6.3.3. Comboio II com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte - Caso 3 ...143 6.3.4. Comboio II com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte - Caso 4 ....144 6.3.5. Análise comparativa dos resultados obtidos ao longo da análise .................146 6.3.5.1. Efeito da mobilidade de carga versus efeito das irregularidades de pista ..146 6.3.5.2. Variação da posição do carregamento sobre a ponte ................................148 6.3.5.3. Influência das classes de detalhes estruturais ...........................................150 6.3.5.4. Comportamento estrutural das vigas de aço ..............................................151 6.3.5.5. Efeito do número de veículos trafegando sobre a obra de arte..................151 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................154 7.1. Introdução .......................................................................................................154 7.2. Conclusões alcançadas .................................................................................154 7.3. Sugestões para trabalho futuros ..................................................................156 REFERÊNCIAS .......................................................................................................157 ANEXO A - Tabelas de estimativa de dano acumulados e vida útil ..................166 A.1. Comboio I na faixa central, velocidade de 80km/h - Caso 1 ......................166 A.2. Comboio I na faixa lateral, velocidade de 80km/h - Caso 2........................170 A.3. Comboio II na faixa central, velocidade de 80km/h - Caso 3 .....................174 A.4. Comboio II na faixa lateral, velocidade de 80km/h - Caso 4.......................178 ANEXO B - Exemplo de APDL para análise modal .............................................182 26 1. INTRODUÇÃO 1.1. Apresentação e relevância Ao longo das últimas décadas, a comunidade científica vem desenvolvendo estudos intensos acerca das amplificações dinâmicas que ocorrem sobre os tabuleiros rodoviários, mediante o tráfego de veículos. Normalmente, no estudo do comportamento estrutural de pontes rodoviárias não são considerados os efeitos dinâmicos, tais como: mobilidade da carga, oscilação dos veículos ao abordar a ponte, impacto destes sobre o tabuleiro devido às irregularidades da pista, variação de velocidade das viaturas dentre outros. O estudo da resposta dinâmica de pontes rodoviárias mistas (aço-concreto), submetidas ao tráfego de comboios de veículos é uma tarefa complexa que envolve a interação existente entre as propriedades dinâmicas das viaturas e da obra de arte. A figura 1.1 ilustra um viaduto rodoviário da Linha Amarela, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, em estrutura mista (aço-concreto), construído no ano de 2000, um dos mais novos viadutos rodoviários construídos no Rio de Janeiro. Figura 1.1 - Viaduto da Linha Amarela, Jacarepaguá, RJ, Brasil 27 Deste modo, o comportamento dessas estruturas quando submetidas a carregamentos dinâmicos, assim como, o estudo dos impactos causados em pontes rodoviárias mistas, tem sido um tema bastante explorado por diversos pesquisadores ao longo dos anos, Chantre (2008), Almeida e Silva (2007), Amorim (2007), Santos (2007), Melo (2007), Leitão (2006), Almeida (2006), Almeida e Silva (2006), Pravia (2003), Santos (2003), Ferreira (1999), Silva (1996). O interesse por este assunto advém da importância de se conhecer de forma mais realista a resposta destas obras de arte quando submetidas às suas condições normais de utilização. Para se conhecer de forma mais precisa os esforços e deslocamentos existentes nos elementos estruturais, constituintes das obras de arte rodoviárias, é fundamental que os modelos matemáticos empregados simulem a estrutura tanto mais próximo da realidade quanto possível. Neste caso, faz-se necessário, também, uma boa representação das ações dinâmicas existentes sobre o tabuleiro, associadas aos comboios de veículos. Pontes rodoviárias mistas podem estar sujeitas a defeitos nos materiais de seus elementos estruturais, tais como micro trincas e defeitos de soldas. Esses sistemas estruturais quando sujeitos as ações dinâmicas encontram-se submetidos ao fenômeno da fadiga, que pode vir a produzir a concentração de fraturas e consequente propagação destas, certamente podendo afetar a estabilidade de modo local ou global da obra de arte ou mesmo reduzir a sua vida útil. Recentemente trabalhos importantes foram desenvolvidos acerca dos impactos da fadiga em estruturas de ponte, aonde se destacam os estudos de Afonso (2007), Pravia (2003) e Ferreira (1999). Tradicionalmente, os métodos adotados para projetar estruturas de aço são classificados em método das tensões admissíveis e método dos estados limites. No método das tensões admissíveis, a tensão máxima que atua numa estrutura é comparada com uma tensão admissível, definida em função das propriedades mecânicas do material e de um coeficiente de segurança. No método dos estados limites as cargas aplicadas na estrutura são majoradas por fatores de carga e comparadas com cargas características do estado limite da estrutura. A figura 1.2, Pinho e Belley (2007), apresenta as vigas metálicas na construção do viaduto da perimetral no Rio de Janeiro, RJ, Brasil, construído de 28 1973 a 1978 com 7326 metros de comprimento por 19 metros de largura e vãos variando de 31 a 60 metros em vigas bi-apoiadas. Figura 1.2 - Construção do viaduto da perimetral, RJ, Brasil, Pinho e Belley (2007) A figura 1.3 ilustra a construção do elevado da Linha Vermelha, Pinho e Belley (2007), construída em duas etapas, contendo aproximadamente 7160 metros de comprimento e vãos variando de 20 a 75 metros de comprimento. Figura 1.3 - Construção da Linha Vermelha, RJ, Brasil, Pinho e Belley (2007) 29 No que tange ao estudo das ações dinâmicas provenientes da interação existente entre os veículos e o tabuleiro irregular das obras de arte, a fratura por fadiga, que consiste na ruptura do material sujeito a ciclos repetidos de tensão ou deformação, deve ser levada em consideração na análise como um terceiro estado limite. A importância da fadiga como estado limite vem sendo considerada nas normas estruturais além de ser cada vez mais utilizada nas práticas correntes de projeto. Tal análise se faz necessária devido aos carregamentos de amplitude variável atuando sobre as pontes rodoviárias, oriundos, principalmente, do tráfego de veículos sobre o tabuleiro irregular. A figura 1.4 apresenta uma fratura visível da ponte Hoan, Estados Unidos, conhecida na bibliografia consultada pela quantidade de fraturas aparentes. Figura 1.4 - Fratura visível, ponte Hoan, Estados Unidos, Wikipédia (2009) Assim sendo, nesta investigação apresenta-se o desenvolvimento de uma metodologia de análise que objetiva a verificação à fadiga em pontes rodoviárias em aço e mistas (aço-concreto), mediante o emprego de um modelo matemático tridimensional, considerando-se a interação dinâmica existente entre os comboios de veículos e a superfície irregular do tabuleiro. Os resultados obtidos na fase 30 permanente da resposta do sistema serão utilizados para uma análise de estabilidade de fratura por fadiga de pontes metálicas e mistas. 1.2. Situação do assunto O estudo dos efeitos causados pelas vibrações em estruturas de pontes e viadutos rodoviários iniciou-se aproximadamente em 1850, motivado pela utilização de novos veículos com velocidades maiores e mais pesados. Acredita-se também que as primeiras rupturas por fadiga passaram a ter certa importância em meados do século XIX. Essa importância se deu principalmente por aspectos econômicos. Antes da Segunda Guerra Mundial, muitas pontes treliçadas usadas na Europa, sofreram rupturas e colapsos pouco tempo depois de colocadas em serviço. Essas pontes eram pouco carregadas e as rupturas foram súbitas devido a fraturas frágeis. Os primeiros estudos conhecidos sobre fadiga são da autoria do engenheiro alemão August Wӧhler e foram realizados em eixos de locomotivas cujas rupturas eram frequentes na indústria ferroviária alemã por volta de 1840, Pravia (2003). August Wӧhler introduziu o conceito até hoje utilizado de curvas S-N. A partir das curvas S-N, pode obter-se diretamente a faixa de tensão máxima em função de número de ciclos aplicados ao longo da vida útil da peça. Tais curvas são desenvolvidas através de ensaios em detalhes ou corpos de prova padronizados. Ainda hoje, estas curvas constituem um dos métodos mais utilizados para representar os ensaios de fadiga dos materiais. Para faixa de tensão com amplitude variável ao longo do tempo, não existe uma correlação direta. Dessa forma, Palmgreen (1924), apresentou algumas expressões para a correlação entre tensões cíclicas e tensões variáveis. Miner (1945) por sua vez, apresentou o conceito de dano acumulado, cuja teoria se faz presente na maioria das normas internacionais sobre o assunto. Com o passar dos anos, a evolução dos estudos possibilitou uma modelagem mais detalhada e real no que diz respeito a estruturas de pontes e modelos de carregamentos de veículo mais condizentes com a realidade. Esses avanços se faziam necessários, pois o problema de fadiga em pontes rodoviárias caminhava em duas vertentes diferentes. A primeira se referia ao avanço dos estudos da fadiga 31 aplicado a pontes metálicas, uma vez que muitas faixas de tensão classificadas pelas normas eram fruto de ensaios de cíclicos de carga em corpos de prova padronizados. Para tensões aleatórias, novas metodologias adaptadas de teorias do passado se faziam necessárias para que assim se pudessem obter bons resultados a partir de medições em estruturas existentes. Outra vertente era associada com relação à modelagem real de estruturas e veículos, assim como uma correta interação entre os mesmos e a irregularidade do pavimento. Dessa forma o impacto das vibrações na estrutura através do método dos elementos finitos proveu grande avanço na análise de modelos de estrutura bi e tridimensional. A partir da década de 90, a comunidade científica, baseada no refinamento dos modelos empregados na análise da resposta dinâmica das pontes e viadutos, toma consciência da absoluta importância dos efeitos produzidos pelas irregularidades superficiais sobre o comportamento dos tabuleiros rodoviários. Ressalta-se ainda que o caráter não-determinístico dessas irregularidades passa a ter destaque na modelagem das mesmas, de forma que os modelos traduzam o problema de maneira mais realista em consonância com situações práticas. Com os avanços tecnológicos, novos conceitos estruturais forma sendo adotados, gerando assim projetos e estruturas cada vez mais flexíveis e com baixo valor de frequência fundamental. Silva (1996) avaliou os efeitos das irregularidades superficiais sobre o comportamento dos tabuleiros rodoviários, mediante estudo paramétrico. Respaldado nos resultados obtidos, foi proposto um coeficiente de majoração de esforços estáticos que considera todas as ações dinâmicas verticais provenientes dos veículos, inclusive as irregularidades da pista. O estudo paramétrico, segundo Silva (1996), foi conduzido com base na implementação computacional da metodologia de análise no domínio do tempo, com a finalidade básica de avaliar os efeitos dinâmicos provenientes de perfil irregular do pavimento ocasionado pelo desgaste da superfície de rolamento ao longo do tempo, sobre o comportamento estrutural de pontes rodoviárias. A resposta dinâmica do sistema veículo-viga foi obtida mediante integração das equações de movimento, no domínio do tempo, considerando-se, exclusivamente, a excitação produzida pela interação entre os pneus dos veículos do comboio e a superfície irregular do tabuleiro. A distribuição do perfil irregular da pista foi considerada segundo modelo randômico com base na densidade espectral do pavimento. Pela análise dos resultados, percebe-se que o 32 coeficiente de majoração dos efeitos estáticos não abrangeu todas as ações dinâmicas verticais provenientes dos veículos, inclusive as irregularidades da pista, visto que estas últimas geraram esforços dinâmicos significativamente maiores em relação aos efeitos estáticos. Ferreira (1999) apresentou um procedimento simplificado para análise dinâmica da superestrutura de pontes, estudando a excitação provocada pela passagem de veículos, com a finalidade de avaliar os danos provocados pela fadiga em pontes com estrutura mista. Na modelagem simplificada para análise dinâmica, as formas modais de vibração da estrutura foram utilizadas para se construir um modelo unifilar da estruturas da ponte no seu eixo de simetria longitudinal. Neste modelo simplificado de análise, as formas modais naturais de vibração foram substituídas por outras equivalentes às de flexão vertical e a de torção axial. Dessa forma Ferreira (1999), pôde, a partir das respostas dinâmicas em termos dos deslocamentos, determinar as faixas de variação de tensão em certos pontos da estrutura. Assim sendo, utilizando curvas S-N, Ferreira (1999) determinou a vida útil e os danos acumulados para algumas ligações. Zhang, et al (2001) analisaram os fatores de amplificação dinâmicos e as cargas equivalentes uniformemente distribuídas provenientes de tráfegos eventuais em pontes. Foram simulados dois tipos de irregularidades: aleatórias e nãoaleatórias. Na análise dos resultados foram considerados dois tipos de tráfego: livre e congestionado, determinando expressões analíticas para o cálculo do fator de amplificação dinâmico e características do espectro de resposta para pontes fracamente amortecidas com diversas condições de contorno, submetidas à passagem de cargas móveis com velocidade constante. Fisher (2001) fez estudos sobre estruturas de pontes flexíveis, com baixa frequência natural, consequentemente susceptíveis a faixas de tensão com altos valores de amplitude e detectaram muitos casos de fratura por fadiga devido a carregamentos de vento. Greco e Santini (2002) desenvolveram uma análise paramétrica na qual apresentaram a eficácia dos coeficientes de amortecimento na redução das amplitudes das respostas dinâmicas. Um estudo comparativo entre as respostas exatas, obtidas mediante uma análise modal complexa, e as aproximações destas, fornecidas por uma análise modal clássica, apresentou diferenças significativas, nas quais as respostas exatas possuem maiores valores do que as suas aproximações. 33 Liu, et al (2002), investigaram a influência da superfície irregular do tabuleiro rodoviário sob o tráfego de veículos pesados, simulados por cargas móveis elevadas. Quatro comprimentos de ponte em concreto protendido foram analisados e quatro tipos comuns de veículos foram selecionados para a modelagem tridimensional. A superfície irregular da ponte foi baseada em um processo randômico ao longo da direção transversal do pavimento. Os resultados indicaram que os valores do fator de impacto induzido pelas cargas elevadas são, geralmente, menores do que aqueles indicados pela “American Association of State Higwhay and Transportation Officials Specification”, AASHTO (2005). Pravia (2003) fez uma complementação ao estudo de Ferreira (1999), com foco em diferentes alternativas para avaliar a estabilidade de pontes fraturadas, possibilitando, para o projeto de novas pontes, um modelo adequado para tratar o problema da fadiga de maneira correta. Para alcançar esses objetivos, Pravia (2003) fez uma compilação extensiva do estado da arte, das técnicas e procedimentos para definir a vida útil de uma ponte, envolvendo temas tais como: a obtenção de esforços através de análises dinâmicas, técnicas de contagem de ciclos de tensões, assim como o emprego criterioso de regras de dano acumulado combinadas com curvas S-N ou, alternativamente, a aplicação dos procedimentos decorrentes da teoria da mecânica da fratura. Com seu trabalho, Pravia (2003) observou que os problemas de fraturas, principalmente no enfoque da mecânica da fratura, são tratados de maneira isolada, em geral associados a problemas clássicos da elasticidade e da plasticidade e não a um problema prático da dinâmica estrutural. Nassif e Liu (2003) analisaram a resposta dinâmica de pontes, empregando um modelo tridimensional para a avaliação da interação ponte-pavimento-veículo. As viaturas são idealizadas como sistemas tridimensionais com onze graus de liberdade, possuindo um conjunto de suspensões e pneus de comportamento nãolinear. As irregularidades do pavimento são geradas através de um processo Gaussiano randômico. Os resultados mostram que o fator de amplificação dinâmico é fortemente dependente da qualidade da superfície do pavimento, da suspensão do veículo e da geometria da ponte. Law e Zhu (2004 e 2005) apresentaram dois trabalhos, nos quais avaliam o comportamento de pontes submetidas à passagem de veículos. No primeiro, foi analisado o comportamento dinâmico de pontes de concreto armado danificadas submetidas à passagem de veículos. Estes foram modelados como massas se 34 deslocando sobre o tabuleiro da ponte ou como sistemas com quatro graus de liberdade. Os efeitos de diversos parâmetros, como a velocidade dos veículos e qualidade da superfície do pavimento, foram considerados em suas análises. No segundo, o comportamento dinâmico de tabuleiros contínuos com seção nãouniforme, sobre apoios elásticos, submetidos à passagem de veículos, foi avaliado. Nesta análise, foi considerada a interação entre a estrutura, a irregularidade do pavimento e os veículos, sendo estes modelados como cargas móveis com espaçamento fixo. O efeito da frenagem dos veículos sobre a ponte também foi considerado neste trabalho. Almeida (2006) apresentou novo estudo paramétrico, propondo uma metodologia de análise da resposta dinâmica, deslocamentos e esforços, de pontes rodoviárias devido à travessia de comboios de diversos tipos de veículos sobre o tabuleiro irregular dessas obras de arte. Avaliou os efeitos dinâmicos provenientes das irregularidades superficiais existentes no tabuleiro sobre o comportamento das pontes rodoviárias através de metodologia de análise desenvolvida no domínio do tempo de acordo com um modelo estatístico. O modelo matemático foi concebido de forma a simular o conjunto do veículo e do tabuleiro, onde a participação da massa e da rigidez dos veículos foi considerada na definição das frequências do conjunto e, conseqüentemente, a força de interação entre os veículos e a ponte é afetada pela flexibilidade desta. Simula-se o tabuleiro das obras de arte por uma viga modelada com base em elementos finitos de barra unidimensionais e discretizada com massas concentradas e flexibilidade distribuída. Os veículos são simulados por sistemas de massas, molas e amortecedores. As irregularidades da pista foram definidas por um modelo matemático não-determinístico, com base na densidade espectral do perfil do pavimento, obtida experimentalmente. Diversos outros trabalhos relevantes foram apresentados nessa mesma época, Santos (2003), Leitão (2006), Amorim (2007), Santos (2007), Chantre (2008) e Afonso (2007), sendo o trabalho sobre fadiga em pontes ferroviárias, apresentado por Afonso (2007), o de maior relevância no que diz respeito à fadiga em pontes metálicas. Afonso (2007), através de uma revisão da teoria de fadiga em aços e dos procedimentos recomendados pelas principais normas de estruturas metálicas, realizou um estudo de caso real de uma ponte que apresentou falha por fadiga em suas longarinas. Para tal estudo, Afonso (2007) modelou numericamente a estrutura e realizou análise experimental na mesma, através de medições in situ, para a 35 calibração do modelo. Esse trabalho possibilitou a verificação à fadiga desta estrutura determinando a vida residual de seus elementos. 1.3. Objetivos O principal objetivo desse trabalho de pesquisa consiste no desenvolvimento de uma metodologia de análise para verificação à fadiga em pontes rodoviárias em aço e mistas (aço-concreto). Para tal são considerados dois efeitos distintos, a saber: mobilidade da carga e irregularidades do pavimento. Desta forma, desenvolve-se uma metodologia de análise, respaldada pelo emprego de um modelo numérico tridimensional, para avaliação da resposta dinâmica sobre os tabuleiros das pontes e viadutos rodoviários em aço e mistos (aço-concreto). Considera-se a passagem de diferentes comboios de veículos condizentes com a realidade de utilização atual, introduzindo o efeito proveniente da interação entre as viaturas e a estrutura da ponte com o tabuleiro irregular. Adicionalmente, objetivou-se comparar os valores das tensões obtidas ao longo da análise e suas respectivas faixas de variação, de forma a estudar o dano acumulado e, bem como, a vida útil da estrutura focando aspectos concernentes à fadiga. 1.4. Escopo do trabalho Visando atingir os objetivos propostos de forma clara e organizada, este trabalho divide-se em sete capítulos. No primeiro capítulo, faz-se uma introdução ao assunto aqui estudado. Inicialmente, mostra-se a relevância do mesmo no atual estágio de desenvolvimento da análise estrutural. Posteriormente, apresenta-se a situação do assunto, indicando-se diversos trabalhos, com seus respectivos autores, que contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento a respeito da análise dinâmica de pontes e viadutos. A seguir, são apresentados os objetivos a serem alcançados neste 36 estudo. Por fim, é mostrado como este texto se encontra estruturado, fazendo-se uma breve apresentação de cada capítulo. No segundo capítulo faz-se uma breve introdução sobre os conceitos de fadiga e apresenta as normas de projeto para dimensionamento a mesma, fazendo referência as suas principais recomendações. No terceiro capítulo são apresentados os modelos matemáticos adotados neste trabalho para a realização das análises dinâmicas. Este capítulo faz uma breve apresentação dos modelos matemáticos, da ponte, do veículo, dos seus respectivos comboios, do amortecimento e da irregularidade de pavimento, contendo formulações, propriedades físicas e geométricas adotados no estudo. No quarto capítulo, os dados característicos de cada modelo matemático são utilizados de forma a simular o sistema veículo-ponte necessário a esse estudo. Esse capítulo apresenta toda a modelagem da estrutura da ponte mista (açoconcreto), assim como toda a estratégia de carregamento desenvolvida no presente trabalho. O quinto capítulo dedica-se a análise dinâmica do modelo numéricocomputacional da ponte metálica. Valores de frequências naturais, validações da estratégia de carregamento, assim como os resultados obtidos, são apresentados neste capítulo. No sexto capítulo, os resultados demonstrados no capítulo anterior são utilizados para se proceder com as análises da estrutura à fadiga. Comparativos e avaliações para cada caso estudado também são apresentados nesse capítulo. No sétimo capítulo, apresenta-se a conclusão deste estudo, contendo as considerações e sugestões para continuação do trabalho aqui desenvolvido. 37 2. PROJETO À FADIGA 2.1. Introdução Devido à natureza dinâmica dos carregamentos que atuam nas pontes rodoviárias mistas (aço-concreto), os elementos estruturais e as ligações dessas obras de arte estão sujeitos à variação cíclica de cargas e conseqüentemente de tensões e deslocamentos. Mesmo que a tensão máxima de um ciclo não ultrapasse a tensão de escoamento do material, elementos estruturais ou suas ligações podem falhar após um determinado número de aplicações de variações de tensão (ciclos) causados pelas diferentes amplitudes dos carregamentos originados pelo tráfego de veículos. Pontes rodoviárias mistas (aço-concreto) podem estar sujeitas a defeitos nos materiais de seus elementos estruturais, tais como descontinuidades mecânicas e metalúrgicas, sendo micro trincas e defeitos de solda os casos mais comuns. Tais defeitos causam o inicio da fissuração do material desses elementos estruturais, que quando sujeitos a ações dinâmicas, encontram-se submetidos ao fenômeno da fadiga e podem vir a produzir a concentração de fraturas e conseqüente propagação destas, certamente podendo afetar a estabilidade de modo local ou global da obra de arte ou até mesmo reduzir a sua vida útil. Para se conhecer de forma mais precisa o impacto da fadiga em estruturas metálicas se faz necessária à aplicação de ensaios que modelem da forma mais real possível o comportamento das cargas e dos elementos estruturais submetidos às mesmas. Ao longo dos anos diversas pesquisas nesse sentido levaram ao conceito de variação de tensão e de ciclos, expressos através de curvas S-N obtidas experimentalmente, de forma a estimar de uma maneira mais precisa a vida útil dessas obras de arte. Esse capítulo introduz o conceito de fadiga e seus diferentes regimes e enfoques além de um breve resumo das principais normas para análise de fadiga, a nível internacional, com foco nas metodologias, especificações e formulações. 38 2.2. Fadiga estrutural 2.2.1.Conceituação Estruturas metálicas quando sujeitas a ciclos repetidos de tensão ou deformação podem estar sujeitas a ruptura do material que as compõem, ou seja, sujeitos a fratura por fadiga. A passagem de veículos trafegando sobre pontes rodoviárias mistas provoca em toda a estrutura, devido à característica dinâmica desses carregamentos, uma variação de tensões e deslocamentos ao longo do tempo. Qualquer peça estrutural metálica sujeita à variação de tensão ao longo do tempo pode sofrer fratura por fadiga. Tais ciclos de tensão podem ser provocados por carregamentos diversos e podem provocar variações de tensões diversificadas. As diferentes formas de carregamento das estruturas podem provocar diferentes tipos de ciclos de tensão, como ciclos só em tração, só em compressão, ciclos alternados entre tração e compressão, ciclos com tensões repetidas, ciclos com tensão flutuante, ciclos com características pulsativas entre outros. De uma forma geral, os ciclos de tensão no tempo são divididos entre ciclos com tensões de amplitude constante e com tensões de amplitudes variáveis. As figuras 2.1 e 2.2, a seguir, ilustram alguns exemplos de variações de tensão associadas a carregamentos que podem provocar a fratura por fadiga. Figura 2.1 - Exemplo de tensão com amplitude constante 39 Figura 2.2 - Exemplo de tensão com amplitude variável e aleatória Geralmente, as tensões de amplitude constante têm natureza determinística e estão associadas a carregamentos oriundos do funcionamento de máquinas e equipamentos. Já as tensões com amplitude variável e aleatória estão normalmente associadas às estruturas reais sujeitas a cargas aleatórias, como vento, passagem de comboio de veículos, carregamentos oriundos do comportamento marítimo, algumas atividades físicas, entre outras. Independentemente do tipo, conforme mostrado nas figuras 2.1 e 2.2, a faixa de variação de tensão é de fundamental importância para a verificação à fadiga de estruturas metálicas. As normas de projeto, em sua maioria, levam em consideração a faixa de variação de tensão no que diz respeito à verificação quanto à fadiga. 2.2.2.Mecanismos de formação de fissuras A Fadiga é um processo de dano localizado no material produzido por cargas cíclicas. Isso é resultado do acumulo de processos formados inicialmente por pequenas fissuras, pela propagação das mesmas e finalmente pelo aparecimento de fraturas. Sob a ação de cargas cíclicas, deformações plásticas localizadas podem ocorrer no ponto de maior tensão localizada. Essas deformações plásticas induzem danos permanentes no material e ao desenvolvimento de fraturas. O tamanho das fraturas tende a aumentar com o aumento do número de ciclos de carregamento. 40 Após certo numero de ciclos, o aumento da fratura pode vir a causar falha da peça metálica correspondente. Geralmente, observa-se que o processo de fadiga envolve os seguintes passos: formação de núcleo de fissuração, pequeno aumento nas fissuras, grande aumento nas fissuras e finalmente a fratura. Fissuras aparecem, inicialmente, no plano que corta os pontos com maiores concentrações de tensão, como em descontinuidades do material, porosidades, micro-trincas e defeitos de solda. O inicio da fissuração por fadiga geralmente ocorre na superfície original da peca, pois a concentração de tensões e máxima nessa região, Branco, et al (1999). Após o aparecimento de fissuras, as mesmas tendem a se propagar até que atinjam tamanhos críticos, causando assim instabilidade localizada e conseqüentemente influenciando no comportamento da estrutura como um todo. Diversos estudos foram realizados, comprovando danos locais e em alguns casos até rupturas finais causando falha total da estrutura, Chan, et al (2001). A figura 2.3 Superfície original a seguir, ilustra o processo de fadiga em uma placa fina. Estágio 2: fratura por fadiga Estágio 1: fratura por fadiga Extrusão Intrusão Trecho da falha Figura 2.3 - Processo de fadiga em uma placa fina sob cargas cíclicas, Branco, et al (1999) 41 O processo de propagação da fissura ocorre, geralmente, em duas fases, conforme ilustrado na figura 2.3. A fase inicial I ocorre na superfície externa da peça, logo após a formação das trincas iniciais. Tal fase apresenta a propagação do defeito inicial através do crescimento das fissuras num plano com elevados valores de tensões cisalhantes. Na fase II as fissuras tendem a se propagar internamente, de fora para dentro da peça. Essa propagação ocorre perpendicularmente à solicitação externa, aonde predominam valores maiores de tensão normal. A amplitude das tensões e a variação das mesmas associadas aos planos normal e cisalhante de tensões são os principais fatores que influenciam na propagação e na velocidade com que as fissuras se propagam na peça. Um exemplo do aparecimento de uma fratura em uma estrutura de ponte metálica real é ilustrado na figura 2.4. Figura 2.4 - Fraturas visíveis, ponte Hoan, Estados Unidos, Wikipédia (2009) Ao se falar de estruturas metálica de pontes, os componentes estruturais localizados em regiões que apresentam maiores concentrações de tensões e conseqüentemente com variações de tensões constantes e de maior amplitude são pontos inevitavelmente mais prováveis para aparecimento de fissuras. As falhas de materiais, descontinuidades mecânicas, metalúrgicas, corrosões, defeitos de fabricação e montagem quando originadas nesses locais são fatalmente pontos 42 sujeitos a fissura e fratura por fadiga Vasudevan, et al (2001). Estudos demonstraram que em alguns casos aonde o elemento estrutural apresente corrosão, a fadiga pode ser causada por um estado de tensões constantes, Norton (1998). Estudos mais aprofundados a cerca dos mecanismos de formação de fissuras, através de conceitos mais detalhados e ensaios de laboratórios são apresentados por Suresh (1998) e Pravia (2003), não sendo alvo desse presente trabalho. 2.2.3.Regimes de fadiga Os regimes de fadiga são classificados com base na quantidade de ciclos de tensão que são aplicadas em uma peca durante sua vida útil em serviço. A quantidade de ciclos classifica os regimes de fadiga em dois tipos, sendo um de alto ciclo (High-Cycle Fatigue - HCF) e o outro de baixo ciclo (Low-Cycle Fatigue - LCF). No regime de alto ciclo, predominam tensões de baixa amplitude, deformações elásticas e um grande número de ciclos até a falha da peça. Já no regime de baixo ciclo, predominam tensões de alta amplitude, conseqüentemente deformações plásticas significativas em cada ciclo e um pequeno número de ciclos até a falha da peça. Não existe uma delimitação oficial entre o regime de alto ciclo e o de baixo ciclo. Estudos anteriores demonstram que a partir de 1 x 10³ ciclos de tensão, Norton (1998), já se pode considerar um regime de alto ciclo de fadiga, aonde, predominantemente usam-se curvas e diagramas S-N para se analisar o impacto da fadiga e conseqüentemente a vida útil da maioria das estruturas. 2.2.4.Modelos de danos e seus diferentes enfoques Fadiga é um processo de dano localizado no material produzido por cargas cíclicas. Isso é resultado do acumulo de processos no corpo do material. Prever 43 danos por fadiga em componentes estruturais submetidos a carregamentos variáveis é um assunto complexo. Muito pouco se conhece dos mecanismos de fadiga a ponto de se identificar ou prever danos por fadiga a partir de conceitos estabelecidos com base em ensaios de laboratório, principalmente quando se trata de tensões de amplitude variável e comportamento aleatório. Existem vários teorias para modelos de danos por fadiga. Tais modelos de dano acumulado objetivam a análise do comportamento a fadiga de estruturas sob carregamentos aleatórios uma vez que as curvas S-N são construídas a partir de ensaios experimentais sujeitos a carregamentos de amplitude constante. O primeiro modelo de dano, mais simples e geralmente utilizado, é o dano linear proposto por Palmgreen (1924) e Miner (1945). Essa regra conhecida como regra de Miner, sugere que o dano acumulado é proporcional à energia absorvida pelo material conforme demonstrado nas equações 2.1 e 2.2, a seguir. Di = ∑ k i=1 ni Ni (2.1) Onde: D: Taxa de dano acumulado k: Nº de diferentes níveis de tensão numa seqüência específica de carregamento n: Nº de ciclos de tensão com determinada amplitude N: Nº de ciclos de tensão necessários para ocorrer falha A falha ocorre quando, ∑ Di = ∑ k ni ≥ 1.0 N i=1 i (2.2) 44 Entretanto, em muitos casos, a regra linear leva a valores não conservativos de estimativa de vida útil. Os resultados dessa aproximação não levam em consideração o efeito da passagem constante do carregamento na acumulação dos danos durante o ciclo de cargas de fadiga, ou seja, o dano é acumulado na mesma taxa correspondente ao nível de tensão dado sem considerar o impacto das cargas anteriores. Algumas normas e Alguns trabalhos importantes demonstram a aplicabilidade, a simplicidade e a importância da regra linear, assim como suas limitações, Battista e Pfeil (1999b), Cullimore e Webber (2000), Fisher (2001), Gilani e Whittaker (2000a e 2000b), Kiss, et al (1998), Nishikawa, et al (1998) entre outros. Desde a introdução da regra linear de dano muitas teorias de dano por fadiga foram propostas de forma a aprimorar o acerto sobre a estimativa de vida útil das estruturas. A falta de capacidade de processamento computacional limitou o uso do processo não linear para determinação do dano estrutural. Dessa forma outras teorias de dano por fadiga foram criadas a partir de adaptações a regra linear, como por exemplo, a linear dupla elaborada por Manson e Halford (1981). Uma revisão acerca de uma melhor compreensão das muitas aproximações de dano por fadiga pode ser consultada em, Pravia (2003) e Afonso (2007). Diferentes enfoques para a análise de danos causados por fadiga são comumente empregados. Esses enfoques dependem de como é o processo de formação da fadiga e como a mesma é propagada. O enfoque mais utilizado em projeto para a análise de estruturas sob o efeito de fadiga é o enfoque de vida útil. Esse enfoque tem o objetivo de determinar a vida útil da estrutura sujeitas a cargas cíclicas, através de curvas S-N obtidas experimentalmente e leis de acumulação de danos lineares. Outro enfoque importante para análise de dano por fadiga é o enfoque de tolerância do defeito. O enfoque baseia-se na determinação das fissuras existentes através de avaliações estruturais, onde o tamanho da fissura existente é determinado através de técnicas de ensaios não destrutivos (avaliação visual, líquido penetrante, raios x, ultra-som, etc.). Ambos os enfoques podem ser utilizados na avaliação de estruturas, sendo que o enfoque de vida útil é mais comumente utilizado na pratica corrente de projeto, enquanto o enfoque do defeito é, geralmente, utilizado em defeitos existentes identificados em estruturas existentes. Pravia (2003) fornece maiores informações a respeito dos diferentes enfoques para determinação do dano por fadiga. 45 2.2.5.Conceito de vida útil e segurança contra falha Geralmente, um fator de segurança tem o intuito de delimitar faixas de resistência de forma a determinar a capacidade de carregamento de uma estrutura. Esses carregamentos podem ser os mais diversos, como estáticos, impactos, fadiga entre outros. O propósito de se utilizar um fator de segurança é garantir que uma estrutura não irá sob a ação de esforços ou por qualquer defeito do material. Baseado no conceito de fator de segurança engenheiros aeroespaciais desenvolveram, para a análise de fadiga, os conceitos de segurança contra falha (fail-safe) e de vida útil (safe-life). A filosofia de segurança contra falha prevê que qualquer peça ou detalhe estrutural pode conter fissuras e conseqüentemente estar sujeita a falhas. Nesse sentido esse conceito baseia-se na minimização dos efeitos causados pela fadiga e não em um número limite de ciclos de carregamento. Para que o conceito de segurança contra falha seja utilizado, se faz necessária à determinação dos tamanhos críticos das fissuras para cadê elemento ou detalhes estrutural. Dessa forma, o conceito em questão demanda inspeções periódicas com métodos de monitoração do tamanho das fissuras através de equipamentos confiáveis. Faz-se importante a frequência dessas inspeções, como também, a troca das peças que por ventura vierem apresentar algum problema relacionado ao tamanho das fissuras que as tornem não mais seguras. Os principais benefícios desse conceito estão relacionados à prevenção de falhas inesperadas. A filosofia baseada na vida útil prevê que qualquer peça ou detalhe estrutural seja projetado para não falhar durante um tempo determinado. Esse conceito assume que testes, ensaios e análises possam prover uma estimativa adequada para a vida útil esperada para o elemento estrutural. Dessa forma, o conceito de vida útil requer extensivos testes e análises para determinar com maior precisão o comportamento de elementos estruturais. Baseando-se nesse conceito qualquer elemento estrutural deverá ser removido de serviço ao final da sua vida útil estimada. Os conceitos de segurança contra falha e de vida útil se distinguem na sua concepção e na forma com que a estrutura é analisada ao longo do tempo. A filosofia de vida útil tem como principal benefício à necessidade de menos 46 inspeções, porém pode não ser precisa quanto a carregamentos inesperados ou aleatórios, não sendo eficaz para falhas inesperadas. Já o conceito de segurança contra falha tem como principal benefício à prevenção de falhas inesperadas, porém requer inspeções freqüentes. Maiores detalhes a respeito de vida útil e segurança contra falha podem ser consultados no trabalho de Suresh (1998). 2.2.6.Análise à fadiga - Curvas S-N Conforme foi descrito nos itens acima, uma das maneiras mais utilizadas e difundidas nas normas que tratam dos danos causados por fadiga é a análise de tensões através das curvas S-N. As curvas S-N são baseadas nas regras de Miner e são construídas a partir de ensaios experimentais de flexão rotativa ou compressão e tração. Os corpos de prova normalizados, peças e detalhes estruturais específicos, são submetidos a carregamentos de amplitude constante até que ocorra a falha e se registre o número de ciclos. Muitos estudos foram feitos a partir de carregamentos de amplitude variável, Petersen (1995), Nielsen, et al (1997); Agerskov (1999), porém devido à grande dificuldade de se determinar as inúmeras formas e intensidades de carregamentos dinâmicos que podem ocorrem na estrutura aliado a dificuldade de se gerar ensaios ou modelos matemáticos generalizados fazem com que, apesar dos avanços tecnológicos, a análise dos efeitos provocados pela fadiga em estruturas metálicas submetidas a tensões de amplitude variável e aleatória ainda seja alvo de grandes estudos e pesquisas. As curvas S-N determinam o limite de fadiga do material associado aos diferentes tipos de detalhes estruturais adotados em estruturas metálicas. Dessa forma se pode saber a faixa de tensão máxima que a estrutura, ou detalhe estrutural, suporta de acordo com o número de ciclos de carga. Quando não se dispõe de dados experimentais, adotam-se relações empíricas para a construção da curva SN. Muitos estudos foram desenvolvidos ao longo dos anos acerca das curvas S-N e suas considerações, Norton (1998), Sae (1997), Collins (1993). Independentemente de como a curva S-N é obtidas, seja por ensaio ou através de relações empíricas, as mesmas devem ser corrigidas porque as situações 47 de uso real do material não estão nas mesmas condições ideais em que se encontram os corpos de prova quando submetidos aos ensaios. Tais correções são feitas sobre o limite de fadiga, Norton (1998). A figura 2.5, apresenta um Faixa de tensão (MPa) esquemático exemplificando os modelos de curvas S-N. Fratura Zona segura N - Número de ciclos Figura 2.5 - Exemplo esquemático de uma curva S-N 2.2.7.Método para contagem de ciclos A análise dos efeitos provocados pela fadiga em estruturas metálicas submetidas a tensões de amplitude variável e aleatória pode ser obtida através de históricos de variação da faixa de tensão da estrutura a ser analisada. Esse histórico pode ser obtido através de modelos matemáticos ou através de medições em estruturas existentes. Dessa forma, para que seja possível a determinação do dano acumulado e conseqüentemente a estimativa de vida útil da estrutura a partir de históricos de tensão se faz necessária à utilização de um método para contagem de ciclos de carregamentos associados a esse histórico. Algumas normas estruturais prevêem a utilização de métodos de contagem de ciclos como metodologia válida para estimativa do dano acumulado e da vida útil da estrutura. Atualmente, os métodos de contagem de ciclo mais conhecidos são o método Rainflow e o método Reservatório, sendo que o método Rainflow se apresenta como o mais utilizado atualmente nas análises que necessitam de 48 contagem de ciclo para determinação do dano, Pravia (2003) e Afonso (2007). O método de contagem de ciclos, Rainflow é largamente utilizado para análise de dados de fadiga de forma a reduzir históricos de tensões em faixas de tensão simplificadas e foi proposto originalmente por Matsuiski e Endo em 1968, Wikipédia (2009). O método Rainflow se faz necessário para aplicação da regra de Miner na determinação do dano acumulado e conseqüentemente para a estimativa de vida útil da estrutura. O método em questão é considerado como metodologia de contagem de ciclos válido pelo ASTM E 1049-85 (2005) e por diferentes normas estruturais, como o EUROCODE 3 (2003), BS 5400 (1980), AASTHO (2005) entre outras. A figura 2.6 apresenta um modelo de histórico de tensões utilizado para exemplificar o método Rainflow. Figura 2.6 - Modelo de histórico de tensões O método em questão reduz o histórico de tensões em uma seqüência de picos e vales de tensão. Esse procedimento se faz necessário para que com a combinação desses máximos e mínimos, possam se formar meio ciclos de tensão. A metodologia consiste ainda em associar o comportamento desses mínimos e máximos como escoamentos de gotas de chuva, similares ao encontro das águas de 49 um telhado. Dessa forma, o gráfico contendo o histórico de tensões pode ser interpretado a 90º da forma em que ele se encontra originalmente (tensões no eixo das ordenadas). A figura 2.7 a seguir, mostra o modelo de histórico de tensões reduzido a picos e vales a partir do histórico de tensões originais ilustrado na figura 2.6. Figura 2.7 - Histórico de tensões reduzido a picos e vales A contagem do meio ciclo é feita considerando que as terminações de fluxo ocorrem, quando uma gota alcança o final do histórico de tensões sem ser interrompido por nenhum outro pico, quando o fluxo se funde com outro fluxo oriundo de um pico mais a frente ou quando o fluxo flui no sentido oposto de um pico de maior valor. Um novo fluxo não pode ser iniciado enquanto o anterior não for terminado ou concluído. Cada percurso completo é considerado meio ciclo; meios ciclos com variação de tensão igual são combinados para formar ciclos completos. Essa metodologia se aplica tanto aos picos quanto aos vales do histórico de tensões. A figura 2.8, exemplifica a contagem de ciclos pelo método Rainflow para picos e vales já colocados a 90º da forma original ilustrada na figura 2.7. 50 Figura 2.8 - Metodologia de fluxo (gota de chuva) para picos e vales A figura 2.9 ilustra um exemplo de aplicação do método Rainflow. Figura 2.9 - Exemplo de aplicação do método Rainflow Para o histórico de tensões ilustrado na figura 2.9, temos alguns casos de contagem de ciclos são observados a título de exemplo. O meio ciclo “A” começa no pico “1” e termina oposto a uma amplitude maior de tensão, referente ao pico “2”. O 51 valor da amplitude desse meio ciclo é de 16 MPa. O meio ciclo “B” começa no pico “4” e termina no ponto em que é interrompido pelo fluxo oriundo de um pico anterior, pico “3”. O valor da amplitude desse meio ciclo é de 18 MPa. O meio ciclo “C” começa no pico “5” e termina no fim do histórico de tensões apresentado. O valor da amplitude desse meio ciclo é de 20 MPa. Os exemplos acima apenas demonstram algumas aplicações referentes ao histórico apresentado, porém para se ter uma análise completa, os demais picos devem ser analisados da mesma maneira. A mesma metodologia deve ser executada para verificação dos vales conforme figura 2.8. Uma vez feitas às análises totais dos picos e dos vales, os ciclos estarão corretamente contados pelo método Rainflow. Os resultados obtidos pela a contagem de ciclos completa referente ao histórico de tensões ilustrado acima são demonstrados a seguir na tabela 2.1 e na figura 2.10. Tabela 2.1 - Contagem dos ciclos, exemplo de aplicação do método Rainflow Faixa de Ciclos inteiros tensão (MPa) 10 2 12 16 17 1 20 1 23 1 30 Ciclos inteiros Meios ciclos 1 1 1 1 1 Meios ciclos 3 2 1 0 10 12 16 17 20 23 30 Figura 2.10 - Contagem dos ciclos do exemplo de aplicação ilustrado para o método Rainflow 52 2.2.8.Técnicas de avaliação de fadiga O presente estudo tem o objetivo de analisar o comportamento de pontes rodoviárias mistas (aço-concreto) sob o efeito de carregamentos dinâmicos. Dessa forma, o estudo da mecânica da fadiga como fenômeno físico e conseqüentemente das técnicas empregadas para detecção das mesmas não serão aprofundadas no presente trabalho. Para uma melhor informação a respeito das técnicas de avaliação de fadiga, sugere-se a leitura de Pravia (2003) e Afonso (2007). Atualmente, existem vários métodos para a determinação física da fadiga. O método mais utilizado e de menor custo, é o método elementar da inspeção visual. A identificação de fraturas por esse método requer profissionais experientes e com conhecimento específico do comportamento da estrutura em análise. Esse conhecimento da estrutura por parte do profissional é de extrema importância, pois dessa forma o mesmo saberá observar os locais de maior concentração de tensões, de maior importância no sistema estrutural, assim como soldas e ligações importantes. Além da inspeção visual, outras técnicas podem ser empregadas para avaliação da estrutura quanto à fadiga, sendo as mais usuais, a de líquido penetrante, o raio x, a técnica de partículas magnéticas e o ultra-som, Pravia (2003). A identificação de fraturas através do emprego de líquido penetrante é uma técnica simples, de baixo custo e bastante utilizada nos trabalhos de inspeção. Essa técnica prevê a identificação de fissuras através da utilização de sprays de cores diferentes (vermelho e branco) de forma a realçar as fissuras no detalhe verificado. Após a aplicação do líquido vermelho, todo o seu excesso é retirado e em seguida se aplica o líquido branco de forma a realçar as fissuras. A técnica de raio x prevê a utilização de um filme posicionado sobre a superfície do elemento estrutural e a conseqüente aplicação de radiação. Após a revelação do filme, a imagem permite a identificação dos possíveis defeitos na superfície. A técnica de partículas magnéticas prevê a magnetização do elemento estrutural. Após a magnetização é espalhada uma fina camada de partículas de ferro sobre a superfície do elemento. A concentração das partículas acusa a existência de fraturas. A técnica de ultra-som identifica através da propagação de ondas no corpo do elemento, os possíveis locais com defeito, a presença de fissuras ou fraturas. Os 53 métodos descritos acima podem não apresentar resultados muito bons, pois muitas vezes são superficiais ou apenas na direção de incidência da fonte. Uma alternativa mais completa, porém mais cara e menos usual é a utilização de tomografias ou raio x tridimensional que permite que as fissuras sejam percebidas em todo o corpo do objeto. 2.3. Normas de projeto Na sua maioria, as normas de projeto recomendam como regra geral a aplicação das curvas S-N associadas às regras de danos de Miner. Para isso, existem diferentes maneiras de se obter resultados que sirvam como parâmetros relacionados à resistência a fadiga dos diversos tipos de estrutura. As normas estruturais recomendam, nesse sentido, que os projetos de estruturas de pontes evite ao máximo locais com concentrações de tensão, de forma a evitar possíveis pontos de fadiga. A análise da resistência à fadiga, praticada nas normas, é feita através das faixas de variação de tensão, ou seja, a diferença entre tensões que ocorrem em planos principais num ciclo de carga. De modo geral, esse cálculo é feito como a diferença entre a tensão mínima e a tensão máxima para cada ciclo de carga. No cálculo das tensões não são consideradas tensões residuais, excentricidades não superiores às tolerâncias de fabricação, concentração de tensões devido à geometria do cordão de solda (são consideradas as concentrações de tensões devido à forma da união) e curvatura. Além disso, as tensões de corte são desprezadas quando o seu valor é inferior a 15% da tensão normal. Usualmente, a forma mais comum de se obter dados referentes à fadiga é associar a peça ou detalhe estrutural às classificações padronizadas de limites de tensão e ciclos adotados nas normas. Outra forma de se obter resultados é através de históricos de tensões obtidos através de ensaios experimentais ou modelagem matemática. Para utilização dessa metodologia se faz necessária a contagem de ciclos de tensão associadas a esses históricos, onde o método Rainflow é largamente adotado na pratica usual de projeto para contagem desses ciclos. As normas apresentam curvas S-N associadas a diversos detalhes estruturais, 54 permitindo assim que se adotem valores específicos para peças de mesmas características e comportamento. Para a análise de estruturas sujeitas a carregamentos variáveis, conforme orientações de Afonso (2007) devem ser considerados os seguintes fatores, tais como: Tipo do detalhe estrutural, tipo do esforço solicitante, histórico de cargas, variações de tensões no detalhe estrutural. Atualmente no Brasil, não existe uma norma específica para a avaliação de pontes metálicas. A NBR 8800 (2008) prevê apenas a análise de edifícios em estrutura metálica ou mista (aço-concreto). Dessa forma, devem ser adotadas normas estrangeiras para o dimensionamento de pontes metálicas e conseqüentemente para verificação quanto à fadiga das mesmas. As normas estrangeiras de ponte devem ser utilizadas como alternativa, onde se destacam, a norma de pontes americanas AASHTO (2005), a norma européia EUROCODE 3 (2003) e a norma britânica BS 5400 (1980). De uma forma geral, todas estas normas tratam o projeto de novas pontes segundo o enfoque de vida útil (safe-life) à fadiga. A norma européia EUROCODE 3 (2003) e a norma britânica BS 5400 (1980) assumem que a vida útil da ponte seja de, ao menos, 120 anos. Já a norma americana AASHTO (2005) especifica a vida útil da ponte em 75 anos. 2.3.1.NBR 8800 Não existe no Brasil uma norma que trate especificamente de fratura por fadiga em pontes metálicas. A NBR 8800 (Projeto de estruturas de aço e estruturas mistas de aço e concreto de edifícios - 2008) trata dos detalhes estruturais sujeitos à fadiga no seu anexo K, sendo aplicada, conforme seu próprio título, apenas em edifícios. De forma a se utilizar uma literatura brasileira no presente estudo, a seguir serão apresentados os valores referentes ao anexo K para fadiga em elementos estruturais de edifícios. 55 2.3.1.1. Critérios de dimensionamento A referida norma se aplica a elementos estruturais de aço e a ligações metálicas sujeitas a ações que provocam grande número de ciclos de variação de tensão. Todos os critérios de dimensionamento descritos na NBR 8800 (2008) são baseados nos critérios de dimensionamento do AISC (American Institute of Steel Construction), sendo o mais importante, o critério de não ser necessária à verificação da resistência à fadiga de peças sujeitas a ciclos de aplicação de cargas menores que 2 x 104. A Resistência aos ciclos de tensão previstos na NBR 8800 (2008) considera que todas as peças estão sob o efeito de temperatura inferior a 150º e com a adequada proteção a corrosão. 2.3.1.2. Classificação dos detalhes A NBR 8800 (2008) prevê a análise da fadiga através de fórmulas específicas de acordo com o tipo de detalhe estrutural. Esses detalhes estruturais são divididos em oito diferentes categorias de detalhes (A, B, B’, C, D, E, E’ e F), que permitem classificar a faixa de tensão limite e os parâmetros de fadiga específicos para cada categoria de detalhe. Figura 2.11 - Seção 4, Item 4.1, Ligações de extremidade com soldas de filete longitudinais, NBR 8800 (2008) 56 A figura 2.11 acima, exemplifica a tabela K.1 de classificação dos detalhes estruturais da referida norma. Para se ter uma melhor compreensão dos tipos de detalhes estruturais a referida norma ilustra os detalhes através de desenho explicativos na tabela K.2. A figura 2.12 mostra um exemplo de detalhe estrutural referente à seção 5, item 5.2, ligações soldadas transversais à direção das tensões. Figura 2.12 - Seção 5, Item 5.2, Ligações soldadas transversais à direção das tensões, NBR 8800 (2008) 2.3.1.3. Resistência à fadiga A Resistência à fadiga é analisada através das faixas de variação de tensão. Na NBR 8800 (2008), assim como na norma americana, isso é feito através de limites máximos para faixa de variação de tensão. Nesse sentido, os limites para faixa de variação de tensão não devem exceder os valores de três diferentes casos previstos no item K.4 da referida norma. O primeiro caso (K.4 - a) expõe que para as categorias de detalhe A, B, B’, C, D, E e E’, a faixa de tensão admissível de variação de tensões, σSR, em MPa, deve ser determinada por: σ SR 327 C f = N 0,333 ≥ σ TH (2.3) 57 Onde: Cf: Constante obtida na tabela K.1 da NBR 8800 (2008) N: Número de ciclos de variação de tensões durante a vida útil da estrutura σTH: Limite admissível da faixa de variação de tensão - Tabela K.1 NBR 8800 (2008) O segundo caso (K.4 - b) expõe que para a categoria de detalhe F, a faixa de tensão admissível de variação de tensões, σSR, em MPa, deve ser determinada por: σ SR 11× 10 4 C f = N 0,167 ≥ σ TH (2.4) O terceiro e último caso (K.4 - c) detalha as faixas de tensão admissíveis para elementos de chapa tracionados, ligados na extremidade por soldas de penetração total, soldas de penetração parcial, soldas de filete ou combinações das anteriores, dispostas transversalmente à direção das tensões na linha de transição entre o metal-base e a solda. Esse detalhamento é menos trivial, apresentando diversas equações, para diversos casos, não sendo alvo do presente trabalho. 2.3.1.4. Considerações sobre a norma O anexo K da referida norma não faz muitas considerações a respeito de quantidade de ciclos e não se aprofunda na análise da fadiga, limitando-se apenas a determinação da faixa de tensão máxima admissível. Esse procedimento é importante na verificação usual de estruturas, porém não é perfeitamente aplicável as diferentes formas de avaliação de fratura por fadiga. Um exemplo disso é que a referida norma não faz considerações a respeito de métodos de contagem de ciclos para histórico de tensões. 58 2.3.2.AASHTO - LRFD Bridge Design Specifications A Norma para pontes AASHTO (2005) é baseada no método dos estados limites e ao contrário da NBR 8800 (2008) é especifica para análise de pontes. A referida norma apresenta na sua seção 6 considerações específicas para a verificação da fadiga adotadas nesse presente estudo. 2.3.2.1. Critérios de dimensionamento A norma estrutural AASHTO (2005) prevê a análise em estruturas sob o efeito da fadiga induzida por carregamentos ou por distorção de seus elementos. Os casos de fadiga causada por carregamentos são os mais importantes para o presente trabalho, dessa forma, os critérios de dimensionamento demonstrados nesse item serão baseado nesse tipo de análise a fadiga. A norma em questão é aplicável, tanto em estruturas de aço, quanto em estruturas mistas (aço-concreto) e prevê a verificação do estado limite de fadiga e fratura para carregamentos dinâmicos através da um caminhão simples conhecido como veículo de fadiga, “fatigue truck”. Segundo a AASHTO (2005), cada detalhe estrutural submetido a carregamentos, deverá satisfazer os seguintes critérios quanto à resistência à fadiga: γ( ∆f ) ≤ ( ∆F)n Onde: γ: Fator de carga (∆f): Faixa de variação de tensão (∆F)n: Resistência nominal a fadiga (2.5) 59 2.3.2.2. Classificação dos detalhes Os detalhes estruturais são classificados em onze diferentes condições gerais de acordo com o tipo de esforço que estão submetido. Essas diferentes classes estão subdivididas de acordo com a categoria do detalhe e está associada às características especificas e as diferentes formas que o mesmo pode se encontrar nas estruturas usuais. A norma AASHTO (2005) prevê a análise da fadiga através de fórmulas específicas de acordo com o tipo de detalhe estrutural. Esses detalhes estruturais são divididos em oito diferentes categorias de detalhes (A, B, B’, C, C’, D, E, e E’), que permitem classificar a faixa de tensão limite e os parâmetros de fadiga específicos para cada categoria de detalhe. Figura 2.13 - Classificação dos elementos, Pinho e Belley (2007) Essa classificação objetiva a correta identificação do detalhe estrutural de forma a se utilizar a curva S-N na determinação das faixas de tensão máximas admissíveis. Faixa de tensão (MPa) 60 N – Número de ciclos Figura 2.14 - Faixa de tensão por número de ciclos, AASHTO (2005) 2.3.2.3. Ciclos de carregamento A norma AASHTO (2005), indica alguns valores baseado em tabelas de contagem de ciclos de variação de tensão máxima para que sejam utilizados em projeto. A figura 2.15 a seguir, Pinho e Belley (2007), ilustra uma dessas tabelas, especificamente para elementos que podem provocar colapso estrutural com os valores de tensão convertidos para KN/cm². Figura 2.15 - Faixa de tensão admissível para cargas repetidas em elementos que podem provocar colapso estrutural, Pinho e Belley (2007) 61 A norma também indica valores de média de diária de tráfego (MDT) e o número de ciclos de acordo com o tipo de rodovia. Abaixo, a figura 2.16, ilustra o exemplo de tabela para elementos longitudinais, baseada no veículo de fadiga padrão. Figura 2.16 - Média diária de tráfego e numero de ciclos, Pinho e Belley (2007) 2.3.2.4. Resistência à fadiga Para os casos gerais de verificação a fadiga, a AASHTO (2005), prevê a faixa de tensão admissível para resistência à fadiga pelas equações 2.6 e 2.7. ( ∆F)n = A N 1 3 ≥ 1 ( ∆F) TH 2 N = (365)(75)n(ADTT )SL (2.6) (2.7) Onde: A: Constante obtida em tabela (MPa³) n: Número de ciclos de faixa de tensão por passagem do veículo de fadiga N: Número de ciclos de variação de tensões durante a vida útil da estrutura (ADTT)SL: Número de veículos de fadiga por dia em faixa simples durante a vida útil (∆F)TH: Amplitude constante limite para casos de fadiga (MPa) 62 Para os valores da constante A, a norma em questão prevê valores de acordo com a classificação do detalhe estrutural segundo a figura 2.17 abaixo. Figura 2.17 - Valor da constante A, AASHTO (2005) As figuras 2.18 e 2.19 ilustram, os valores do (ADTT)SL (número de veículos de fadiga por dia, em faixa simples, durante a vida útil) e do número de ciclos de faixa de tensão por passagem do veículo de fadiga, n, respectivamente. Figura 2.18 - Valor do (ADTT)SL, número de veículos de fadiga por dia em faixa simples durante a vida útil, AASHTO (2005) 63 Figura 2.19 - Número de ciclos de faixa de tensão por passagem do veículo de fadiga, n, AASHTO (2005) Os valores de amplitude constante limite para casos de fadiga, (∆F)TH, são apresentados pela figura 2.20. Figura 2.20 - Amplitude constante limite para casos de fadiga, (∆F)TH, AASHTO (2005) 64 As faixas de tensão admissíveis para elementos de chapa tracionados, ligados na extremidade por soldas dispostas transversalmente à direção das tensões na linha de transição entre o metal-base e a solda são verificadas conforme equação 2.8. 0,094 + 1,23 ( ∆F)n = ( ∆F)nc t 1 6 p H tp ≤ ( ∆F)nc (2.8) Onde: (∆F)cn: Resistência nominal a fadiga para detalhes da categoria C (MPa) H: Abertura efetiva do filete de solda (mm) tp: Espessura placa carregada (mm) 2.3.2.5. Considerações sobre a norma A Norma para pontes AASHTO (2005) se mostra como uma das mais completas normas sobre fadiga em pontes metálicas e mistas no cenário mundial. Ela possui um bom material e uma boa flexibilidade permitindo uma análise mais correta e aplicada a cada caso. Isso faz com que ensaios, modelagem, históricos de tensão ou qualquer outra forma de análise possam ser utilizados com base nas premissas da norma. É a norma estrutural para esse tipo de estrutura com maior utilização no Brasil. 65 2.3.3.EUROCODE 3 O EUROCODE 3 (2003), é aplicável a todos os tipo de estruturas de aço, pois apresenta um método geral para avaliação à fadiga de estruturas e elementos estruturais que estão submetidos a faixas de variação de tensão. O método utilizado no EUROCODE 3 (2003) é fruto de testes de fadiga em larga escala aplicados a diferentes elementos estruturais inclusive com imperfeições geométricas e estrutural, oriundo de montagem e de fabricação. O EUROCODE 3 (2003) possui no capítulo 1.9 recomendações especificas para o dimensionamento a fadiga. No anexo A do capítulo 1.9, o EUROCODE 3 recomenda para carregamentos de amplitude variável definido por históricos, basear o cálculo de vida útil na regra de danos cumulativa de Miner. Tal norma prevê ainda a avaliação da fadiga pelos conceitos de vida útil e de segurança contra falha. 2.3.3.1. Critérios de dimensionamento O EUROCODE 3 (2003) se aplica a elementos estruturais de aço e a ligações metálicas sujeitas a ações que provocam grande número de ciclos de variação de tensão. A resistência aos ciclos de tensão previstos no EUROCODE 3 (2003) considera para a análise a fadiga, todas as tensões nominais devem estar dentro dos limites elásticos do material, não sendo permitido que os elementos estruturais estejam submetido a temperaturas maiores que 150° C ou sem adequada proteção à corrosão. O EUROCODE 3 (2003) permite que a avaliação da fadiga seja feita pelo método da segurança contra falha ou pelo método da vida útil. Quaisquer outros métodos que não sejam os descritos acima não estão previstos por esse código. O referido código recomenda ainda que para tolerâncias para análise à fadiga, assim como condições de verificação sejam consultas na norma EN 1090. Para um maior detalhamento acerca dessas condições recomenda-se a leitura de Afonso (2007). O EUROCODE 3 (2003), parte 1.1, referente ao dimensionamento de pontes, prevê diferentes alternativas para o dimensionamento de pontes metálicas à 66 fadiga, sendo que os enfoques principais são através de mínimos e máximos de tensão e através de histórico de tensões. Conforme descrito anteriormente, o EUROCODE 3 (2003) considera a possibilidade de se analisar a fadiga tanto pelo conceito de vida útil, quanto pelo conceito de segurança contra falha. Dessa forma, visando considerar as incertezas na análise da resposta da estrutura à fadiga são incorporados as faixas de tensões de projeto fatores de segurança parcial YFf e YMf,. O fator de segurança YFf é referente às faixas de tensão admissíveis e o fator YMf referente aos valores de tensão por fadiga. São responsáveis por considerar as incertezas relativas aos níveis de carga aplicada, ao cálculo de tensões e intervalo de tensões, ao cálculo de uma faixa de tensões com amplitude constante que seja equivalente ao histórico de projeto e a evolução do carregamento de fadiga ao longo da vida de projeto da estrutura. A tabela 2.2 apresenta os valores do EUROCODE 3 (2003) para o fator de segurança YMf. Tabela 2.2 - Valores sugeridos, fator de segurança YMf , EUROCODE 3 (2003) Tipo de inspeção Conceito Segurança contra falha (fail-safe) Vida útil (safelife) Periódica com fácil acesso aos elementos estruturais Periódica com difícil acesso aos elementos estruturais 1.00 1.15 1.15 1.35 2.3.3.2. Classificação dos detalhes A norma em questão apresenta dez categorias de detalhes para análise das faixas de tensão de acordo com o cada elemento estrutural. Assim como nas demais normas essas diferentes categorias estão subdivididas de acordo com o tipo do elemento estrutural associado às características especifica e as diferentes formas que o mesmo pode se encontrar na estrutura. A resistência à fadiga é determinada por uma série de curvas log (∆σR) x log (N), sendo cada uma destas aplicada para 67 uma categoria de detalhe típico. Cada categoria de detalhe é designada por um número que representa, em MPa, o valor de referência ∆σC da resistência à fadiga para 2 x 106 ciclos, conforme ilustrado na figura 2.21. Figura 2.21 - Curvas de resistência à fadiga para intervalos de tensão normal, Afonso (2007) A equação 2.9 expressa a definição das curvas de resistência à fadiga para valores nominais de tensão. log(N) = log(a ) − m. log(∆σ R ) Onde: N: Número de ciclos de variação de tensões durante a vida útil da estrutura (2.9) 68 m: Declividade constante das curvas, com valor igual a 3 ou 5 log(a): Constante determinada de modo a definir a equação da reta ∆σR: Resistência à fadiga em termos de faixa de tensões Da mesma maneira, curvas similares às apresentadas na figura 2.21 são utilizadas para as tensões cisalhantes e são ilustradas no item 7, figura 7.2 do EUROCODE 3 (2003), parte 1.9. Essas curvas têm uma declividade constante igual a 5 (m) e não apresentam limite de fadiga de amplitude constante, mas o limite de corte para 1 x 108 de ciclos é aplicado. Ambas as curvas, tensões normais e tensões cisalhantes, são baseadas em investigações experimentais representativas incluindo os efeitos de: concentrações de tensão local devido à geometria de soldas, tamanho e forma de descontinuidades aceitáveis, a direção da tensão, tensões residuais, condições metalúrgicas e, em alguns casos, é considerado o processo de soldagem e procedimentos de melhoria de pós-soldagem, Afonso (2007). A figura 2.22 apresenta um exemplo de classificação, segundo as curvas S-N, para peça não soldada. Figura 2.22 - Classificação de peça não soldada, curva S-N, EUROCODE (2003) 2.3.3.3. Ciclos de carregamento Os valores das faixas de tensão devem ser determinados através do histórico de carregamento de cada detalhe estrutural de acordo com suas características. Pode, também, ser determinado através de medição da resposta dinâmica de estruturas similares. Dessa forma, deve ser analisado o histórico de tensões, para que através da contagem dos ciclos possa se determinar às faixas de tensão a que estão submetidos os detalhes estruturais. O EUROCODE 3 (2003) parte 1.9, prevê a 69 utilização do método Rainflow ou do método Reservatório como métodos válidos de contagem de ciclo. A metodologia adotada nesse código baseia-se na regra de Miner para determinação da vida útil estrutura, porém com algumas correções de acordo com os fatores de segurança do código e com relação às curvas S-N conforme mostrado anteriormente. A formula de danos acumulados recomendada pelo EUROCODE 3 (2003) é ilustrada pela equação 2.10. n Dd = ∑ i nEi NRi (2.10) Onde: Dd: Dano acumulado nEi: Número de ciclos associados com cada faixa de tensão NRi: Número de ciclos tolerados para cada faixa de tensão Dessa forma a verificação quanto à fadiga, para histórico de tensões, segundo o EUROCODE 3 (2003), deve obedecer aos seguintes critérios: Se for baseado no acumulo de dano: Dd ≤ 1 (2.11) Se for baseado na faixa de tensão: γ Ff ∆σE,2 ≤ m D d ∆σ C γ Mf ⇒ m=3 (2.12) 70 Onde: γFf: Fator de segurança parcial de ∆σE,2 γMf: Fator de segurança parcial de ∆σC ∆σE,2: Faixa de tensão normal admissível equivalente a 2 x 106 de ciclos ∆σC: Faixa de tensão normal referente a 2 x 106 de ciclos de tolerância 2.3.3.4. Resistência à fadiga Para carregamentos de amplitude constante o os valores de faixa de tensão admissível não devem ultrapassar os valores apresentados nas equações 2.13 e 2.14. ∆σ ≤ 1,5f y (2.13) Onde: ∆σ: Faixa de tensão normal fy: Nº de ciclos de faixa de tensão por passagem “fatigue truck” obtido na tabela ∆τ ≤ 1,5 f y 3 (2.14) Onde: ∆τ: Faixa de tensão cisalhante Para verificação à fadiga, os valores das faixas de variação de tensão devem ser verificados conforme as equações 2.15 e 2.16. 71 γ Ff ∆σE,2 ≤ 1,0 ∆σ C γ Mf (2.15) Onde: γFf: Fator de segurança parcial de ∆σE,2 γMf: Fator de segurança parcial de ∆σC ∆σE,2: Faixa de tensão normal admissível equivalente a 2 x 106 de ciclos ∆σC: Faixa de tensão normal referente a 2 x 106 de ciclos de tolerância γ Ff ∆τE,2 ∆τ C γ Mf ≤ 1,0 (2.16) Onde: γFf: Fator de segurança parcial de ∆τE,2 γMf: Fator de segurança parcial de ∆τC ∆τE,2: Faixa de tensão cisalhante admissível equivalente a 2 x 106 de ciclos ∆τC: Faixa de tensão cisalhante referente a 2 x 106 de ciclos de tolerância Nos casos aonde possa existir a combinação dos esforços de tensão cisalhante e normal à fadiga deve ser verificada conforme a equação 2.17. 3 5 γ Ff ∆σ E,2 γ ∆τE,2 + Ff ≤ 1,0 ∆σ C γ Mf ∆τ C γ Mf (2.17) 72 2.3.3.5. Considerações sobre a norma O EUROCODE 3 Design os steel structures (2003), é uma das mais importantes referências mundiais no dimensionamento de estruturas de aço. Tal código, demonstra através dos seus fatores de correção a importância dada ao dimensionamento dos elementos estruturais quanto à fadiga. A norma em questão possui uma excelente classificação de detalhes oriunda de análises baseadas em cinco diferentes veículos de fadiga. Dessa forma. não há dúvidas que o EUROCODE 3 é, atualmente, um dos materiais de referência no que diz respeito ao dimensionamento de estruturas de pontes quanto à fadiga do aço. 2.3.4.BS 5400 Seguindo a tendência de unificação das normas européias, a norma BS 5400 está sendo gradativamente substituída pelos Eurocodes. Diversos cursos ao longo de 2009 estão sendo oferecidos nas comunidades européias para esclarecer projetistas quanto essa transição que deverá ocorrer em no máximo um ano. O presente estudo utilizou a BS 5400 nas análises de forma a servir como material comparativo para as referências bibliográficas e as normas adotadas. A Norma para pontes BS 5400 standard é aplicada a pontes com estrutura em aço, em concreto e mistas (aço-concreto). Assim como o AASHTO (2005), trata-se de uma norma específica para o dimensionamento de estruturas de pontes baseada nos conceitos de estado limite, onde a ocorrência de deterioração de um componente ou elemento por fadiga até o ponto que origine uma ruptura é considerado um estado limite último de resistência. A norma BS 5400 aplica-se a problemas de fadiga de alto ciclo e considera que a estrutura, a nível macroscópico, trabalha no regime elástico. Para solicitações de amplitude variável, o cálculo é realizado com base na regra de danos acumulados de Miner. 73 2.3.4.1. Critérios de dimensionamento A norma em questão trata do dimensionamento a fadiga no capítulo dez e permite que a verificação a fadiga seja feita através da classificação do detalhe estrutural, da faixa de tensão, do número de ciclos e da probabilidade de falha. Para o dimensionamento a fadiga, a referida norma fixa a vida útil de uma ponte, geralmente em cento e vinte anos. A verificação de estruturas quanto à fadiga, segundo a BS 5400, baseia-se em fórmulas extraídas de curvas S-N obtidas através de ensaios e é feita através das faixas de variação de tensão. A figura 2.23 a seguir ilustra a curva S-N da norma em questão. Figura 2.23 - Classificação dos elementos, curvas S-N, BS 5400 (1980) 2.3.4.2. Classificação dos detalhes A norma estrutural BS 5400 (1980) prevê a análise em estruturas sob o efeito da fadiga através de nove diferentes classes para detalhes estruturais, sendo eles: W, G, F2, F, E, D, C, B, S. Em termos de análise à fadiga, a pior classe é a classe W e a melhor classe é a classe B. A Classe S é uma classe especial de conectores. Algumas dessas classes podem ser visualizadas na figura 2.24. 74 Figura 2.24 - Classificação dos elementos estruturais segundo BS 5400 (1980), Pravia (2003) Os detalhes estruturais são classificados de acordo com as diferentes classes citadas acima. Tal classificação, conforme todas as normas sobre fadiga, é de acordo com o detalhe estrutural, as tensões e tipos de carga a que está submetido, das dimensões e geometrias, juntas, método de fabricação. A norma BS 5400 recomenda, quando não for possível uma classificação definida de acordo com os detalhes propostos usar a classe G. Ao se tratar de juntas que transmitem esforços diretamente, deve-se usar a classe W. 75 2.3.4.3. Ciclos de carregamento A Norma BS5400 recomenda o uso de históricos de carga; ou caso não existam, recomenda usar históricos de tensões em conjunto com métodos de contagem de ciclos. A referida norma considera como métodos válidos de contagem de ciclo o método Rainflow e o método Reservatório para contagem de ciclos. Em relação ao uso de curvas SN, e ao se tratar de solicitações de amplitude variável, métodos de contagem de ciclos e o uso da regra de Miner, podem ser adotados. 2.3.4.4. Resistência à fadiga A Resistência à fadiga é analisada através das faixas de variação de tensão utilizando-se curvas S-N. Para a norma BS 5400, as curvas S-N, ilustradas na figura 2.23, são expressas através da equação 2.18. N σmr = K 0 ∆d (2.18) Onde: N: Número de ciclos estimado para falha associado a um ciclo de tensão σr K0: Constante relativa à curva S-N média m: Inverso do inclinação da média de log(σr) menos a curva log(N) ∆: Inverso do desvio padrão de log(N) d: Número de desvios padrão em relação à média Nas tabelas 2.3 e 2.4, são apresentados os valores característicos para as curvas S-N. A tabela 2.3 apresenta os valores característicos de acordo com a classe do elemento estrutural. Já a tabela 2.4 apresenta os valores para os fatores 76 de probabilidade de colapso relacionados com o número de desvios padrão em relação à média, d. Tabela 2.3 - Valores característicos da curva S-N, BS 5400 (1980) Classe K0 ∆ m W G F2 F E D C B S 0,37 x 1012 0,57 x 1012 1,23 x 1012 1,73 x 1012 3,29 x 1012 3,99 x 1012 1,08 x 1014 2,34 x 1015 2,13 x 1025 0,654 0,662 0,592 0,605 0,561 0,662 0,625 0,657 0,313 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,5 4,0 8,0 Tabela 2.4 - Fatores de probabilidade de colapso para as curvas S-N, BS 5400 (1980) Probabilidade de colapso (%) d 50,0 31,0 16,0 2,3 0,14 0,0 0,5 1,0 2,0 3,0 2.3.4.5. Considerações sobre a norma Apesar de ser da década de 80 e estar sendo substituída pelos Eurocodes, a Norma para pontes BS 5400 (1980) é uma das mais completas normas referentes à análise de pontes, permitindo a verificação para carregamentos de veículos rodoviários e ferroviários. A BS 5400 é aplicável em diversos tipos de pontes com estrutura em aço, em concreto e mistas (aço-concreto). Permite vários tipos e 77 metodologias de análise, sugerindo inclusive que para casos de estruturas existentes, se use históricos de tensões medidos na mesma. No próximo capítulo serão apresentados os modelos matemáticos adotados no presente estudo e suas respectivas propriedades físicas e geométricas. Tais modelos servirão de base para a modelagem numérico-computacional definitiva para esse trabalho. 78 3. MODELOS MATEMÁTICOS 3.1. Introdução Neste capítulo são apresentados os dados referentes ao projeto da ponte rodoviária, metálica mista, desenvolvida nessa investigação. Como no Brasil não existe norma especifica de pontes metálicas, a estrutura da ponte apresentada foi originalmente dimensionada a partir da norma americana AASHTO (2005) em conjunto com normas de projeto brasileiras, como norma de concreto armado e protendido NBR 6118 (2003), como a norma de pontes NBR 7187 (2003), a de estruturas metálicas NBR 8800 (2008), a de ventos NBR 6123 (1988), a de carregamentos móveis NBR 7188 (2004) e a de carregamentos estáticos NBR 6120 (1980). A ponte rodoviária mista apresentada nesse estudo baseia-se em um exemplo de projeto atual, Pinho e Belley (2007). 3.2. Modelo estrutural da ponte O modelo estrutural utilizado no presente estudo corresponde a uma ponte rodoviária mista (aço-concreto) de eixo reto, bi-apoiada e com vão de 40,00m. O modelo é composto por quatro vigas longitudinais soldadas de alma cheia em seção mista com espaçamento entre eixos de 3,50m, além de balanços laterais de 1,25m, formando um tabuleiro de 13,00m de largura por aproximadamente 3,10m de altura. A ponte em questão é composta de uma laje de concreto armado com espessura de 0,225m (22,5cm), guarda-roda de concreto tipo “New Jersey” de 0,88m de altura e oito estruturas de diafragmas compostas por cantoneiras de abas iguais tipo “L” ao longo de toda a estrutura. Para as vigas soldadas, assim como para as cantoneiras metálicas foi adotado o aço ASTM-A588, com tensão de escoamento igual 350 MPa (fy = 350 MPa) e tensão última igual a 485 MPa (fu = 485 MPa). O concreto da laje do tabuleiro possui resistência característica a compressão de 25 MPa (fck = 25 MPa). 79 Tabela 3.1 - Propriedades geométricas da ponte Propriedades geométricas da ponte (m) Comprimento 40 Largura 13 Altura sem guarda-roda 2,225 Espessura da laje 0,225 Largura do balanço lateral 1,25 Espaçamento entre eixos de viga 3,5 Espaçamento entre diafragmas 5,629 As propriedades do aço ASTM-A588 e do concreto C25 utilizados no dimensionamento de projeto da ponte estão demonstrados nas tabelas 3.2 e 3.3, respectivamente. Tabela 3.2 - Propriedades do aço ASTM A588 Limite de escoamento fy = 350 MPa Tensão última fu = 485 MPa Módulo de elasticidade E = 205 Gpa Coeficiente de Poisson υ = 0,3 Massa específica ρ = 7850 kg/m³ Tabela 3.3 - Propriedades do concreto C25 Espessura h = 0,225 m Resistência característica fck = 25 Mpa Módulo de elasticidade E = 30 Gpa Coeficiente de Poisson υ = 0,2 Massa específica ρ = 2500 kg/m³ As figuras 3.1 e 3.2, a seguir, ilustram, respectivamente, a seção transversal típica e a vista superior, com suas respectivas propriedades geométricas. 80 Figura 3.1 - Seção transversal típica da ponte Figura 3.2 - Vista superior da ponte As figuras 3.3 e 3.4, apresentam as vistas tridimensionais da estrutura, sendo uma em modelo de barras unifilares e outra em modelo ilustrativo, respectivamente. 81 Figura 3.3 - Vista tridimensional ponte - modelo em barras unifilares Figura 3.4 - Vista tridimensional da ponde - modelo ilustrativo 82 Dois tipos distintos de perfil são adotados para as vigas longitudinais, ao longo do comprimento da obra de arte, sendo um referente ao trecho central e outro associado aos extremos. A figura 3.5 ilustra os perfis metálicos adotados na viga. Figura 3.5 - Tipos de perfis soldados As tabelas 3.4 e 3.5 apresentam as propriedades geométricas dos perfis metálicos soldados e das cantoneiras metálicas que compõe a estrutura da ponte rodoviária do estudo. Tabela 3.4 - Propriedades geométricas dos perfis metálicos soldados Perfil Viga - Trecho do perfil extremo Propriedades geométricas (mm) Altura (d) 2000 Largura da mesa superior (bs) 450 Espessura da mesa superior (ts) 2,5 Largura da mesa inferior (bi) 450 Espessura da mesa inferior (ti) 5 Espessura da alma (tw) 9,5 Viga - Trecho do perfil central Propriedades geométricas (mm) Altura (d) 2000 Largura da mesa superior (bs) 500 Espessura da mesa superior (ts) 2,5 Largura da mesa inferior (bi) 670 Espessura da mesa inferior (ti) 5 Espessura da alma (tw) 9,5 83 Tabela 3.5 - Propriedades geométricas das cantoneiras metálicas Diafragma - Diagonal Propriedades geométricas (mm) L 127 x 127 x 10 Aba (a) 127 Espessura (t) 10 Diafragma - Inferior Propriedades geométricas (mm) 2L 127 x 127 x 10 Aba (a) 127 Espessura (t) 10 Além das peças estruturais apresentadas acima, a ponte metálica estudada possui diversos enrijecedores transversais, longitudinais e de apoio. Os enrijecedores de apoio são compostos de duas chapas de 22mm de espessura por 200mm de largura, os enrijecedores transversais são compostos de uma chapa de 12,5mm de espessura por 170mm de largura e os enrijecedores longitudinais são compostos de uma chapa de 12,5mm de espessura por 170mm de largura. Tabela 3.6 - Propriedades geométricas dos enrijecedores Tipo do enrijecedor Enrijecedor de apoio Enrijecedor transversal Enrijecedor longitudinal Largura (mm) Espessura (mm) Comprimento (mm) 200 22 1925 170 12,5 1845 170 12,5 Ao longo do perfil 3.3. Modelagem do amortecimento A determinação do amortecimento estrutural em pontes rodoviárias é uma tarefa complexa que não pode ser determinada analiticamente. Conforme sua definição, o amortecimento é o processo pelo qual a energia proveniente do movimento vibratório é dissipada. Muitas das interações entre as peças estruturais, aonde ocorre grande parte da dissipação de energia, não é modelada. O 84 amortecimento não depende apenas das propriedades intrínsecas dos materiais que compõem a estrutura, mas também de outros fatores de grande impacto, como as propriedades dos materiais e elementos que estejam acoplados à estrutura, tais como alvenaria, acabamentos, divisórias e mobiliários. A avaliação física do amortecimento de uma estrutura só é considerada corretamente medida se seus valores são obtidos através de ensaios experimentais. Entretanto, a realização destes ensaios muitas das vezes demanda tempo e custo que na maioria dos casos é muito elevado. Por esta razão, o amortecimento é geralmente obtido em termos de taxas de contribuição, ou taxas de amortecimento modal. Com esse propósito, é usual utilizar-se a matriz de amortecimento de Rayleigh, que considera duas principais parcelas, sendo uma a taxa contribuição da matriz de rigidez (β) e a outra a taxa de contribuição da matriz de massa (α), que pode ser visto através da Equação 3.1. Sendo que M é a matriz de massa e K é a matriz de rigidez do sistema, Clough e Penzien (1975). C = αM + β K (3.1) Onde: M: Matriz de massa K: Matriz de rigidez A equação 3.1 pode ser escrita, em termos de taxa de amortecimento modal e frequência natural circular (rad/s), como: ξi = β ω0i α + 2 ω0i 2 Onde: ξi: Taxa de amortecimento do modo i ω0i: Frequência natural circular do modo i (3.2) 85 Isolando α e β da equação 3.2 para duas frequências naturais mais importantes, obtêm-se as equações 3.3 e 3.4. α = 2 ξ1 ω01 - β ω01 ω01 β= (3.3) 2 ( ξ 2 ω02 - ξ1 ω01 ) ω02 ω02 - ω01 ω01 (3.4) A partir de duas frequências naturais mais importantes é possível descobrir os valores de α e β. Em geral, a frequência natural ω01 é tomada como a menor frequência natural, ou frequência fundamental da estrutura, e ω02 como a segunda frequência mais importante no carregamento. As normas de projeto para estruturas de pontes, AASTHO (2005), EUROCODE 3 (2003), BS 5400 (1980), normas especificas de vibração em pisos AISC, assim como parte da bibliografia consultada, Ferreira (1999), Pravia (2003), Silva (1996), orienta quanto aos valores para a taxa de amortecimento modal de acordo com as condições da estrutura. A partir de tais orientações, foi considerado um coeficiente de amortecimento de 3% (ξ = 3%) em todos os modos. Essa taxa leva em conta a existência de poucos elementos que contribuem com o amortecimento da estrutura. A tabela 3.7 apresenta os parâmetros α e β utilizados nas análises de vibração forçada, para a modelagem do amortecimento da estrutura da ponte metálica desenvolvida nesse estudo. Tabela 3.7 - Parâmetros α e β usados na análise de vibração forçada f01(Hz) f02(Hz) 2,9022 3,6404 ω01 ω02 (rad/s) (rad/s) α β 18,2351 22,8733 0,60877554 0,00145956 86 3.4. Modelagem da carga móvel A modelagem de um veículo tridimensional é uma tarefa extremamente complexa que requer um grande domínio computacional. Alguns modelos de veículos com muitos graus de liberdade foram desenvolvidos por Santos (2007). Para o presente estudo torna-se inviável a modelagem de um veículo com uma grande quantidade de graus de liberdade tridimensionais e ainda prover a interação do mesmo com a estrutura da ponte e com as irregularidades de pavimento. A figura 3.6 ilustra um modelo tridimensional de 6 graus de liberdade implementado por Santos (2007). Figura 3.6 - Modelo de veículo tridimensional implementado por Santos (2007) O modelo matemático desenvolvido neste trabalho baseia-se no veículo desenvolvido por Almeida (2006) e procura representar veículos que trafegam sobre as pontes rodoviárias e viadutos existentes. O modelo bidimensional de Almeida (2006) é considerado discreto, constituído por conjuntos de massas, molas e amortecedores possuindo três massas e um total de quatro graus de liberdade. O modelo do veículo é formado por um conjunto de massas, molas e amortecedores e baseia-se no veículo “Tipo 12” preconizado pela norma brasileira NBR 7188 (1984), como mostrado na figura 3.7. Porém, é importante ressaltar que este embasamento diz respeito apenas às dimensões e ao número de eixos do 87 veículo, pois a referida norma considera que o carregamento imposto pelo mesmo é constituído por um par de forças concentradas que apresentam módulos constantes e iguais entre si ao longo do tempo. Figura 3.7 - Veículo tipo “TB-12” da NBR 7188 (1984) A figura 3.8, apresenta as propriedades dinâmicas do modelo de veículo de Almeida (2006), possuindo dois eixos, uma massa suspensa e duas massas nãosuspensas. Na figura visualiza-se a massa suspensa, ms, as massas nãosuspensas, mns1 e mns2, os conjuntos mola-amortecedor superiores, kvs1, cvs1 e kvs2, cvs2, e os conjuntos mola-amortecedor inferiores, kvp1, cvp1 e kvp2, cvp2. Este modelo apresenta quatro graus de liberdade, sendo estes os movimentos vertical e de rotação no próprio plano da massa suspensa, descritos, respectivamente, pelas coordenadas uv e θs, e os movimentos verticais das duas massas não-supensas, dados pelas coordenadas u1 e u2. Figura 3.8 - Modelo de veículo com 4 graus de liberdade, Almeida (2006). 88 A tabela 3.8 relaciona as características dinâmicas do modelo de veiculo desenvolvido por Almeida (2006). Tabela 3.8 - Características dinâmicas do veículo, Almeida e Silva (2006) Características Dinâmicas massa suspensa (ms) massa não suspensa (mnsi)(1) momento de inércia da massa suspensa (Ims) rigidez da suspensão (kvsi)(2) rigidez dos pneus (kvpi)(3) fração de amortecimento da suspensão (ξi) freq. natural associada à rotação da ms (f01) freq. natural associada à translação da ms (f02) frequência natural associada a mns1 (f03) frequência natural associada a mns2 (f04) Valor 1.070,0 65,0 40,125 2.485,80 8.078,75 0,10 2,32 2,99 20,05 20,08 1o modo natural de vibração (φ1) [0,00 [1,00 [0,00 [0,00 2o modo natural de vibração (φ2) 3o modo natural de vibração (φ3) 4o modo natural de vibração (φ4) (1) Os valores das duas massas não suspensas são iguais entre si. (2) Os valores de rigidez das duas suspensões são iguais entre si. (3) Os valores de rigidez dos pneus dos dois eixos são iguais entre si. Unidade kg kg kN.m² kN/m kN/m Hz Hz Hz Hz − 0,36 0,36 1,00] 0,24 0,24 0,00 ] T 1,00 − 1,00 0,00] 1,00 1,00 0,00] T T T Os quatro modos de vibração obtidos por Almeida e Silva (2006) e adotados nesse estudo para este veículo, φ1, φ2, φ3 e φ4, são apresentados, graficamente, na figura 3.9. 1º modo natural de vibração 2º modo natural de vibração 89 3 º modo natural de vibração 4º modo natural de vibração Figura 3.9 - Modos de vibração do veículo Um ponto bastante importante neste estudo diz respeito aos valores das frequências naturais dos veículos isolados, considerados para efeito de análise sobre uma base rígida. As frequências naturais, correspondentes à translação da massa suspensa e da massa não-suspensa, são feitas iguais a 3,0Hz e 20,0Hz, respectivamente, Silva (1996). Contudo, o veículo possui uma frequência de valor mais baixo, associada à rotação da massa não suspensa dos modelos, a qual é igual a 2,3Hz. O coeficiente relativo de amortecimento, ξ, adotado para o modo de vibração natural com predominância de deslocamentos da massa suspensa dos veículos é igual a 0.1 (10%), Silva (1996). A massa total de todos os modelos de veículo empregados neste trabalho é de 12t (ms = 10.667,0kg; mns1 = 666,5kg e mns1 = 666,5kg), o que corresponde a um peso total de 120kN. A relação entre a massa suspensa e as massas não-suspensas foi feita igual a 8,0 em todos os casos, Silva (1996). No presente estudo, a partir do modelo matemático proposto por Almeida (2006), de forma a representar um veículo com quatro rodas, de acordo com o modelo tridimensional da ponte, as cargas dos eixos do veículo, figura 3.8, foram divididas entre as quatro rodas representativas do modelo de veículo simplificado tridimensional, conforme ilustrado na figura 3.10. Dessa maneira, foram aproveitadas todas as propriedades dinâmicas do veículo padrão descrito anteriormente, figura 3.8. As forças geradas pelos eixos, fruto da interação entre o peso e a irregularidade de pavimento, foram divididas proporcionalmente para as quatro rodas do modelo tridimensional, figura 3.10. Ou seja, considera-se que os pares de rodas trabalham em conjunto, associados a 90 quatro cargas pontuais, variáveis ao longo do tempo, as quais são aplicadas sobre o tabuleiro da ponte, de acordo com o movimento destes veículos. A figura 3.10, a seguir, exemplifica a simplificação desenvolvida com base no modelo anteriormente estudado Almeida (2006). Modelo original, Almeida (2006) Simplificação de veículo desenvolvida Figura 3.10 - Descrição dos modelos de veículos 3.5. Comboios de veículos Com o objetivo de se simular o trafego real de veículos nesse tipo de estrutura, foram desenvolvidas duas situações distintas de carregamento sobre a ponte em estudo, considerando a velocidade de 80km/h para os comboios de veículos ilustrados na figura 3.11. A figura 3.11 (a) apresenta o comboio I que é caracterizado pela passagem de dois veículos com uma distância de 22,0m entre eixos, enquanto a figura 3.11 (b) apresenta o comboio II que é caracterizado pela passagem de três veículos com uma distância de 14,0m entre eixos. 91 (a) Dois veículos atravessando a ponte (Comboio I). (b) Três veículos atravessando a ponte (Comboio II). Figura 3.11 - Comboios de veículos adotados 3.6. Modelagem da irregularidade do pavimento O modelo de irregularidade longitudinal de um pavimento pode ser considerado como um conjunto dos desvios da superfície que afetam a qualidade de rolamento e a ação dinâmica das cargas sobre a rodovia. Dessa forma, a irregularidade é uma grandeza física mensurável direta ou indiretamente, que por sua vez permite uma melhor avaliação de custo operacional dos veículos, conforto, segurança, velocidade de percurso e economia das viagens. Ela pode ter origem nas imperfeições ocorridas durante o processo construtivo, assim com pode resultar de problemas ocorridos após a construção, como resultado da atuação do tráfego, pois, a contínua solicitação imposta pelo tráfego ao pavimento altera as condições de sua superfície com o passar do tempo. A distribuição do perfil irregular do pavimento, irregularidades da pista, é considerada segundo modelo randômico com base na densidade espectral do pavimento. O tipo de pista escolhido para a análise é o de qualidade excelente, observando-se que essa categoria é definida segundo a classificação das irregularidades do pavimento, Almeida (2006), Almeida e Silva (2006), Almeida e Silva (2007), Amorim (2007), Leitão (2006), Silva (1996), Chantre (2008). O aparecimento das irregularidades pode ser fruto de fatores ambientais, como por exemplo, a combinação da água das chuvas e as elevadas variações de 92 temperatura que em conjunto com as solicitações impostas pelo tráfego podem provocar deformações plásticas no revestimento asfáltico, e consequentemente diminuir a capacidade de suporte do pavimento. No decorrer dos anos, excelentes trabalhos sobre características de irregularidade de pavimento foram apresentados pela comunidade cientifica, Chantre (2008), Almeida e Silva (2007), Amorim (2007), Leitão (2006), Almeida (2006), Almeida e Silva (2006), Silva (1996). No que tange à modelagem das irregularidades não-determinísticas, o ponto de partida desta abordagem é a representação da função das irregularidades, vb(x), com base em seu espectro complexo de Fourier. A figura 3.12 ilustra um modelo aleatório de irregularidade definido pela função Vb(x). +vb v b (x ) x (m ) X -v b Figura 3.12 - Função de irregularidade não-determinística Deve-se então discretizar a função Vb(x) para gerar um conjunto de amostras de irregularidades aproximando a distribuição das mesmas por uma série finita de harmônicos, conforme a equação 3.5. N v b (x ) = ∑ v bi cos[ωi x − ϕi ] i =1 Onde: Vbi: Amplitude real da parte harmônica ωi: Frequência do harmônico i φi: Ângulo de fase do harmônico i determinada N: Número de harmônicos (3.5) 93 A amplitude da parte harmônica das irregularidades, vbi, é determinada através da densidade espectral das irregularidades Φvbvb(ω), conforme demonstrado pela equação 3.6, a seguir. v bi = 2∆ωΦ v b v b (ωi ) (3.6) Onde: Φvbvb(ωi): Densidade espectral das irregularidades ∆ω: Denota o intervalo de discretização Um aspecto interessante referente à modelagem das irregularidade de pavimento é que para se determinar a densidade espectral das mesmas, Φvbvb(ω), se faz necessária a determinação de um coeficiente de amplitude, Φω0. Este coeficiente de amplitude representa o volume das irregularidades em relação a uma superfície perfeitamente plana, sendo seus valores expressos em cm³/m para uma frequência básica das irregularidades equivalente a uma por metro e ondulabilidade da pista igual a dois. O coeficiente Φω0 é determinado em função da qualidade do pavimento, conforme ilustra a tabela 3.9. Tabela 3.9 - Classificação das irregularidades do pavimento, coeficiente de amplitude, Φω0, Almeida e Silva (2006) Qualidade do pavimento Excelente Bom Médio Ruim Muito Ruim Limite inferior Valor médio Limite superior 0,5 2 8 32 128 1 4 16 64 256 <2 <8 < 32 < 128 < 512 94 As irregularidades da pista são definidas segundo modelo não-determinístico com base na densidade espectral do pavimento. Adota-se para as irregularidades aleatórias uma distribuição normal e um processo randômico fracamente estacionário de segunda ordem, Almeida e Silva (2006). A fim de ilustrar a forma e amplitude das irregularidades, a figura 3.13 apresenta um perfil de irregularidade gerado com base no modelo matemático para pistas de qualidade excelente. No eixo das abscissas estão representadas, em metros, as coordenadas horizontais ao longo do comprimento da ponte e no das ordenadas, em milímetros, as amplitudes das irregularidades. Foi utilizada uma escala deformada para permitir a visualização da natureza randômica das irregularidades empregadas, Chantre vb(x) (mm) (2008). 300,00 200,00 100,00 0,00 -100,00 -200,00 -300,00 0 5 10 15 20 25 30 35 30 35 x (m) (a) Qualidade da pista: ruim, Φ(ω0) = 64cm³ vb(x) (mm) 60,00 30,00 0,00 -30,00 -60,00 0 5 10 15 20 25 x (m) (b) Qualidade da pista: média, Φ(ω0) = 16cm³ 20,00 10,00 0,00 -10,00 -20,00 0 5 10 15 20 25 30 x (m) (c) Qualidade da pista: excelente, Φ(ω0) = 1cm³ Figura 3.13 - Amostras de irregularidades, Chantre (2008) 35 95 As simplificações desenvolvidas de adaptação para o modelo tridimensional de veículo, alvo desse estudo, são também consideradas para as forças de irregularidades geradas com base nos perfis de irregularidade não-determinísticos utilizados. Dessa forma a tabela 3.10 apresenta os valores da média, média quadrática, variância e desvio padrão correspondentes à irregularidade desenvolvida no presente estudo. Tabela 3.10 - Propriedades estatísticas da irregularidade da figura 3.13 Qualidade da Pista Média Média Quadrática Variância Desvio Padrão Φ (ω0) = 1 cm³ mvb (cm) E[vb²] (cm²) S²vb(cm²) σ Excelente 0,30 0,12 0,03 2 vb (cm) 0,17 Amplitude Máxima VbMÁX (cm) 0,80 No próximo capítulo o será apresentado o modelo numérico-computacional adotado no presente estudo e suas respectivas características. O modelo numéricocomputacional objetiva a total integração entre os modelos matemáticos apresentados, visando formar um perfeito sistema veículo-ponte-irregularidade. 96 4. MODELO NUMÉRICO-COMPUTACIONAL 4.1. Introdução No capítulo anterior foram apresentadas todas as propriedades referentes à estrutura da ponte mista (aço-concreto), assim como as propriedades dos veículos e irregularidades de pavimento desenvolvidas no estudo. Nesse capítulo, as propriedades apresentadas anteriormente são utilizadas para possibilitar o desenvolvimento de um modelo numérico-computacional tridimensional mais próximo da realidade. O modelo numérico-computacional tridimensional foi implementado com base no emprego da ferramenta computacional Ansys (2005). Neste modelo, considera-se a travessia dos comboios de veículos sobre a estrutura da ponte e, bem como, a interação destes com o tabuleiro e as irregularidades da pista. 4.2. Modelo computacional O modelo computacional tridimensional foi gerado utilizando-se técnicas usuais de discretização, via método dos elementos finitos (MEF), por meio do emprego do programa Ansys (2005). A estrutura da ponte metálica foi elaborada através da utilização de elementos de casca e viga em um modelo com um total de 4992 nós e 29952 graus de liberdade. O comprimento dos elementos finitos que compõem a malha da estrutura é de aproximadamente 0,50m, num total de 6588 elementos. As figuras 4.1 e 4.2 ilustram a complexidade do modelo computacional tridimensional, através da sua perspectiva completa e aproximada, respectivamente. 97 Figura 4.1 - Modelo em elementos finitos, perspectiva completa Figura 4.2 - Modelo em elementos finitos, perspectiva aproximada 98 As figuras 4.3, 4.4 e 4.5 apresentam o modelo de elementos finitos da ponte mista na sua vista superior, longitudinal e frontal respectivamente. Figura 4.3 - Modelo em elementos finitos, vista superior Figura 4.4 - Modelo em elementos finitos, vista longitudinal Figura 4.5 - Modelo em elementos finitos, vista frontal 99 Para modelagem da laje de concreto do tabuleiro foram utilizados elementos finitos de casca do tipo SHELL63, que possuem quatro nós e seis graus de liberdade por nó. Os mesmos elementos, SHELL63, foram utilizados para modelar as almas dos perfis metálicos que compõem as vigas longitudinais da ponte rodoviária. A figura 4.6 ilustra o elemento finito de casca tipo SHELL63 utilizado para modelar a laje e as almas das vigas. Figura 4.6 - Elemento de casca, tipo SHELL63, Ansys (2005) Elementos finitos de viga, onde são considerados os efeitos de flexão e de torção, foram utilizados para modelar as demais peças estruturais da ponte metálica. A mesa superior e inferior das vigas longitudinais e, bem como, os enrijecedores longitudinais e transversais foram modelados a partir de elementos de viga tridimensionais do tipo BEAM4. As cantoneiras de diafragmas foram modeladas a partir de elementos de viga tridimensionais do tipo BEAM44. As figuras 4.7 e 4.8 ilustram os elementos BEAM44 e BEAM4 respectivamente. Figura 4.7 - Elemento de viga, tipo BEAM44, Ansys (2005) 100 Figura 4.8 - Elemento de viga, tipo BEAM4, Ansys (2005) Conexões rígidas do tipo “off-set” foram utilizadas, de forma a garantir a compatibilidade de deformações dos nós dos elementos de placa (laje de concreto) e dos elementos de viga tridimensionais (vigas de aço), simulando o comportamento de um sistema estrutural misto com interação total. Considera-se, ainda, que os materiais empregados na estrutura em estudo (aço e concreto), trabalham no regime linear-elástico. Em ambos os elementos finitos (viga e casca) considera-se que as seções permanecem planas no estado deformado. A tabela 4.1 apresenta as características computacionais do modelo de elementos finitos gerado para essa obra de arte, por elemento geométrico. A tabela 4.2 descreve as características computacionais do modelo de elementos finitos por tipo de elemento finito utilizado na tabela. Tabela 4.1 - Dados do modelo de elementos finitos (MEF), por elementos geométricos Elemento geométrico Áreas Linhas Keypoints Quantidade 493 988 420 101 Tabela 4.2 - Dados do modelo de elementos finitos (MEF), por elementos finitos Elemento finito Elementos de casca - SHELL63 - laje de concreto Elementos de casca - SHELL63 - alma das vigas Elementos de viga - BEAM4 - mesas superiores Elementos de viga - BEAM4 - mesas inferiores Elementos de viga - BEAM44 - diafragma diagonal Elementos de viga - BEAM44 - diafragma inferior Elementos de viga - BEAM4 – Enrijecedores de apoio Elementos de viga - BEAM4 – Enrijecedores transversais Elementos de viga - BEAM4 – Enrijecedores longitudinais Total de elementos Quantidade 2484 1840 368 368 432 168 40 520 368 6588 A tabela 4.3 descreve as características gerais da malha de elementos finitos elaborada no presente estudo. Tabela 4.3 - Dados do gerais sobre a malha de elementos finitos Dados Número de elementos Número de nós Número de graus de liberdade Tamanho aproximado do malha (m) Valor 6588 4992 29952 0,50 4.3. Desenvolvimento da estratégia de carregamento sobre a ponte Na presente análise as cargas dinâmicas atuantes sobre o tabuleiro da ponte são oriundas da interação dinâmica existente entre os veículos do comboio e o tabuleiro irregular da obra de arte. Assim sendo, a introdução do efeito das irregularidades da pista na equação de movimento do sistema composto pelos veículos e ponte (sistema veículo-ponte) foi feita considerando que, para os veículos, tais irregularidades assemelham-se a deslocamentos de base. Deste modo, durante o intervalo de tempo em que um determinado veículo está atravessando uma irregularidade do pavimento, este transmite ao tabuleiro da obra de arte uma força variável de acordo com suas propriedades dinâmicas, 102 associadas à rigidez e ao amortecimento. A partir dessas considerações, pode-se determinar um vetor de cargas, F(t), variável ao longo do tempo, referente à interação dos pneus dos veículos com a superfície irregular do tabuleiro, representando forças dinâmicas aplicadas sobre a estrutura, como apresentado na equação 4.1. F(t) = C v e v& b + K v e v b (4.1) Onde: v& b : primeira derivada de vb Vb: Grandeza associada ao perfil irregular do pavimento Cv: Matriz de amortecimento para cada modelo distinto de veiculo e: Vetor unitário usado para aplicação das ações nas coordenadas dos carros Kv: Matriz de rigidez para cada modelo distinto de veículo As ações dinâmicas advindas da interação existente entre os veículos do comboio e o tabuleiro irregular da obra de arte são aplicadas sobre o modelo numérico-computacional como sendo forças dinâmicas variáveis ao longo do tempo. A aplicação dessas forças dinâmicas correspondentes aos eixos dos diversos veículos é feita, ao longo do tempo, de acordo com a velocidade dos veículos e espaçamento entre os mesmos. Essas cargas dinâmicas, provenientes dos pneus das viaturas, são aplicadas sobre os nós dos elementos finitos de casca representativos da laje de concreto. A estratégia de carregamento visa representar a interação dinâmica entre os veículos, as irregularidades do pavimento e a ponte. Essa interação é variável ao longo do tempo, ou seja, a cada intervalo de integração, é aplicada sob o pavimento da estrutura uma nova força, resultante da interação entre o perfil de irregularidade e as forças dinâmicas oriundas dos pneus dos veículos. Vale ressaltar que essas forças dinâmicas estão associadas ao peso dos veículos, ao efeito das irregularidades da pista ou mesmo a superposição de ambas as ações. 103 A figura 4.9 ilustra esta interação referente a travessia dos comboios de veículos sobre a ponte metálica. Na figura 4.9 Ue é o deslocamento da base deformada em relação à indeformada, up é a distância entre a base e a irregularidade da pista e uv é o deslocamento do veículo em relação a base indeformada. Figura 4.9 - Exemplo de interação entre o veículo, a irregularidade de pavimento e a estrutura da ponte O programa computacional Ansys (2005), permite que sejam feitas análises transientes e consequentemente possibilita a obtenção dos valores de deslocamentos, esforços e tensões ao longo do tempo. Porém, existem alguns aspectos relevantes quanto à simulação numérica da passagem dos comboios de veículos sob a estrutura da ponte no Ansys (2005), conforme ilustrado na figura 4.10. Com o intuito de simular a travessia dos comboios de veículos, considerandose a interação veículo, irregularidades e ponte, foi desenvolvida uma estratégia de modelagem que se inicia com a identificação dos nós onde serão aplicadas às cargas associadas aos pneus dos veículos, ou seja, as faixas onde irão ocorrer o tráfego, como ilustrado na figura 4.10. 104 Figura 4.10 - Generalização da passagem dos comboios sobre a estrutura Devido à complexidade do modelo estrutural investigado, a identificação desses nós não é uma tarefa simples. Primeiramente para se obter uma boa acoplagem dos nós do modelo numérico-computacional e proporcionar a correta interação entre todos os elementos foi necessária a divisão da malha em pequenas áreas. Essa divisão impossibilita a utilização de nós aleatoriamente, ou seja, foi feita a identificação das coordenadas de cada nó para assim determinar se eles se encontram no local desejado ou na coordenada mais próxima possível dentro da mesma faixa de passagem prevista para uma roda de um dado veículo. Como os elementos da malha têm seu tamanho em torno de 0,50m, os nós utilizados para a simulação da passagem dos comboios distam-se entre si de 0,50m, em um total de 81 nós por faixa de passagem. A figura 4.11 ilustra a metodologia de passagem dos comboios na ponte para um exemplo no meio do vão transversal. 105 Figura 4.11 - Modelo da passagem de cargas nos nós da ponte Cada nó identificado no modelo numérico, conforme a figura 4.11, recebe a carga referente a uma respectiva tabela. Essas tabelas funcionam como vetores de cargas ao longo do tempo, simulando assim a passagem dos veículos sobre a ponte, de acordo com a metodologia de análise desenvolvida. O procedimento desenvolvido nesta dissertação foi elaborado através da criação de uma matriz de carregamento contendo o valor das cargas nos nós ao longo do tempo. A figura 4.12 ilustra uma tabela explicativa sobre a metodologia desenvolvida. Pode-se observar que as cargas dos eixos variam diagonalmente e que no eixo vertical (colunas) temos as cargas em cada nó ao longo do tempo. O tempo está explicito no eixo horizontal (linhas). A figura em questão mostra claramente que em alguns instantes os nós tem cargas referentes aos eixos dos veículos que estão passando naquele determinado intervalo de tempo e que em outros instantes não tem carga alguma, pois a carga no intervalo de tempo seguinte já está em outro nó. 106 Figura 4.12 - Metodologia para geração de tabelas de carga simulando a passagem do comboio de veículos Deve-se ressaltar, ainda, que quando da passagem de um comboio de veículos sobre a ponte, no instante em que os pneus de cada veículo estão sobre um determinado grupo de nós genéricos do modelo numérico-computacional, o mesmo encontra-se sobre efeito dessas cargas dinâmicas. Todavia, nos instantes em que os pneus de um mesmo veículo estão em outro trecho da ponte, obviamente não há carga alguma sobre o referido nó. É importante mencionar, também, que os valores de carga existentes nas tabelas podem ser provenientes do efeito da mobilidade da carga (efeito do peso), da interação existente com as irregularidades da pista, ou mesmo a partir da superposição de ambos. 107 Os valores das cargas referentes à interação dos pneus dos veículos com as irregularidades do pavimento, foram obtidas através da implementação computacional GDYNABT, Silva (1996). Dessa forma, o sistema veículo-ponte, totalmente integrado, considerando a interação total do veículo com a irregularidade e a estrutura pode ser simulado. Os resultados provenientes das diversas situações de carregamentos dinâmicos sobre o tabuleiro da ponte foram avaliados e comparados com aqueles fornecidos por outros modelos desenvolvidos em estudos anteriores, Chantre (2008), Almeida e Silva (2007), Amorim (2007), Leitão (2006), Almeida (2006), Almeida e Silva (2006), Silva (1996), objetivando a calibração do presente modelo numéricocomputacional. As figuras 4.13 e 4.14 ilustram perfeitamente a validação do modelo numérico-computacional tridimensional desenvolvido, no que diz respeito ao efeito da mobilidade da carga, em termos dos deslocamentos translacionais verticais, Leitão (2008). Figura 4.13 - Validação da estratégia para um veículo passando com velocidade constante de 80km/h sobre a ponte, efeito da mobilidade da carga, Leitão (2008) 108 Figura 4.14 - Validação da estratégia para um comboio de dois veículos passando com velocidade constante de 80km/h sobre a ponte, efeito da mobilidade da carga, Leitão (2008) No próximo capítulo serão apresentados todos os resultados alcançados nesse trabalho no que diz respeito à modelagem numérico-computacional. Os resultados obtidos serão analisados, validados e expostos de modo que possam ser utilizados para a verificação quanto à fadiga. 109 5. ANÁLISE DA RESPOSTA DINÂMICA DA ESTRUTURA 5.1. Introdução A resposta dinâmica do sistema (deslocamentos e tensões) é obtida mediante a integração das equações de movimento, no domínio do tempo. Considera-se inicialmente o efeito da mobilidade da carga e, em seguida, exclusivamente a excitação produzida pela interação entre os pneus dos veículos do comboio e a superfície irregular do tabuleiro. Neste capítulo são apresentados os valores obtidos nas análises do presente trabalho. Faz-se a validação dos deslocamentos para cada comboio de acordo com os resultados esperados obtidos por outra metodologia de estudo e ilustram-se os gráficos de tensões e deslocamento para cada exemplo. 5.2. Análise das frequências naturais e modos de vibração Inicialmente, com base na simulação numérica realizada, são obtidas as frequências naturais e os modos de vibração da ponte rodoviária mista (açoconcreto). De acordo com os resultados apresentados na tabela 5.1, pode-se verificar que o valor da frequência fundamental (f01) da ponte estudada, de acordo com a presente metodologia de análise, praticamente coincide com os valores calculados com base no emprego de outras estratégias de análise Silva (1996), Murray et al (2003). Tabela 5.1 - Frequências naturais da ponte obtidas, diferentes métodos de análise Frequências Naturais da Ponte f01 f02 2,90 3,64 f0i (Hz), Ansys (2005) f03 f04 f05 6,87 9,63 11,03 f06 12,85 GDYNABT AISC Silva (1996) Murray et al (2003) f01 (Hz) 2,85 f01 (Hz) 2,65 110 A observação feita anteriormente, no tocante às frequências naturais, fornece um bom indicativo de coerência no que diz respeito ao modelo numéricocomputacional desenvolvido e, bem como, aos resultados e conclusões obtidas ao longo dessa investigação. Os modos de vibração apresentados no presente estudo, em termos de comportamento, estão de acordo com os estudos apresentados anteriormente por Ferreira (1999) e Pravia (2003) que se baseiam em pontes metálicas similares a desenvolvida nesse estudo. Na figura 5.1 é apresentado o primeiro modo de vibração referente à frequência fundamental da ponte. Nota-se que o valor da frequência fundamental da ponte, f01 = 2,90Hz é relativamente baixo, o que demonstra a alta flexibilidade da mesma. Tal flexibilidade enfatiza a necessidade de se analisar a resposta dinâmica para esse tipo de estrutura. Observa-se claramente, no primeiro modo de vibração ilustrado na figura 5.1, que se trata de um modo de flexão longitudinal. Esse primeiro modo é de especial interesse para a análise do comportamento dinâmico da estrutura quando submetida a carregamentos reais por apresentar uma frequência de vibração baixa e similar a muitas frequências de excitação oriundas da passagem de comboios de veículos conhecidos. O segundo modo de vibração referente à torção axial da estrutura é ilustrado na figura 5.2. O valor da segunda frequência natural da estrutura também é relativamente baixo, o que demonstra o efeito e a importância da torção nesse tipo de estrutura. Na figura 5.3 é apresentado o terceiro modo de vibração referente à flexão lateral das vigas. Esse modo já apresenta um valor bem maior que os dois primeiros, mas ainda assim é de interesse para uma análise de resposta dinâmica por apresentar acentuada flexão das vigas concentrados em determinados pontos fundamentais da estrutura. As figuras 5.4, 5.5 e 5.6 apresentam o segundo modo de flexão longitudinal, o segundo modo de torção axial e o modo de flexão transversal das lajes e diafragmas, respectivamente. Tratam-se de modos mais complexos e menos importantes para uma análise de resposta dinâmica uma vez que apresentam valores de frequência natural bem elevados. Dificilmente esses modos de vibração irão ocorrem em estruturas reais sem que problemas relacionados aos três primeiros modos possam ser identificados anteriormente. 111 As figuras 5.1, 5.2, 5.3, 5.4, 5.5 e 5.6, a seguir, ilustram os seis primeiros modos de vibração correspondentes frequências naturais do modelo estrutural em estudo. (a).Perspectiva (b) Vista longitudinal. (c).Vista frontal Figura 5.1 - 1° Modo de vibração da ponte, f01=2,90Hz 112 (a).Perspectiva (b) Vista longitudinal. (c).Vista frontal Figura 5.2 - 2° Modo de vibração, f02=3,64Hz 113 (a).Perspectiva (b) Vista longitudinal. (c).Vista frontal Figura 5.3 - 3° Modo de vibração, f03=6,87Hz 114 (a).Perspectiva (b) Vista longitudinal. (c).Vista frontal Figura 5.4 - 4° Modo de vibração, f04=9,63Hz 115 (a).Perspectiva (b) Vista longitudinal. (c).Vista frontal Figura 5.5 - 5° Modo de vibração, f05=11,03Hz 116 (a).Perspectiva (b) Vista longitudinal. (c).Vista frontal Figura 5.6 - 6° Modo de vibração, f06=12,85Hz 117 5.3. Validação da estratégia de carregamento desenvolvida É de fundamental importância que a estratégia de carregamento desenvolvida represente, o mais próximo possível, o comportamento da estrutura. Desta forma, para que os resultados obtidos estejam de acordo com esse comportamento, faz-se necessária a validação da estratégia de carregamento desenvolvida para esta dissertação. No presente estudo, a validação da estratégia de carregamento foi feita através da comparação dos resultados obtidos a partir da metodologia de análise empregada anteriormente por outros autores, Almeida (2006) e Silva (1996). 5.3.1.Efeito da mobilidade da carga Para validar a estratégia de carregamentos desenvolvida no presente estudo, a figura 5.7 ilustra os deslocamentos obtidos no meio do vão, através da mobilidade da carga referente ao comboio I. A figura em questão apresenta os valores do FAD (Fator de amplificação dinâmico) ao longo das passagens sobre a ponte, t/t1 (Razão entre o tempo de passagem e o tempo de uma passagem). 2D - GDYNABT 3D - ANSYS 1.20 1.00 0.80 FAD 0.60 0.40 0.20 0.00 -0.20 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t / t1 Figura 5.7 - Comboio I, velocidade de 80km/h, deslocamentos translacionais verticais na seção central da ponte 118 Da mesma maneira a figura 5.8 apresenta os deslocamentos translacionais verticais obtidos no meio do vão, através da mobilidade da carga referente ao comboio II. A figura em questão apresenta os valores do FAD (Fator de amplificação dinâmico) ao longo das passagens sobre a ponte, t/t1 (Razão entre o tempo de passagem e o tempo de uma passagem). 2D - GDYNABT 3D - ANSYS 1.20 1.00 0.80 FAD 0.60 0.40 0.20 0.00 -0.20 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t / t1 Figura 5.8 - Comboio II, velocidade de 80km/h, deslocamentos translacionais verticais na seção central da ponte Os estudos anteriormente desenvolvidos por Chantre (2008), Amorim (2007), Leitão (2006), Almeida (2006) e Silva (1996) utilizaram a ferramenta computacional GDYNABT, Silva (1996) para obtenção de resultados. Dessa forma as figuras 5.7 e 5.8 ilustram os resultados obtidos através do Ansys (2005) e através do GDYNABT, Silva (1996). Observa-se que os resultados obtidos, em termos dos deslocamentos translacionais verticais, com base na metodologia de análise desenvolvida neste estudo, apresenta uma boa concordância de valores quando comparados com metodologias de estudos anteriores, Chantre (2008), Amorim (2007), Leitão (2006), Almeida (2006) e Silva (1996), no que diz respeito à mobilidade de carga. 119 5.3.2.Efeito das irregularidades da pista Com o mesmo objetivo, a análise dos valores dos deslocamentos translacionais verticais obtidos através da passagem dos comboios sobre as irregularidades da pista, visa validar a estratégia de carregamentos desenvolvida no presente estudo. A figura 5.9 ilustra os deslocamentos translacionais verticais obtidos no meio do vão, através da passagem do comboio I sobre a irregularidade da pista com qualidade excelente. A figura em questão apresenta os valores do FAD (Fator de amplificação dinâmico) ao longo das passagens sobre a ponte, t/t1 (Razão entre o tempo de passagem e o tempo de uma passagem). 2D - GDYNABT 3D - ANSYS 2.00 1.50 1.00 FAD 0.50 0.00 -0.50 -1.00 -1.50 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t / t1 Figura 5.9 - Comboio I, velocidade de 80km/h, deslocamentos translacionais verticais na seção central da ponte, qualidade da pista excelente Analogamente a figura 5.10 apresenta os deslocamentos translacionais verticais obtidos no meio do vão, através da passagem do comboio II sobre a irregularidade da pista. A figura em questão apresenta os valores do FAD (Fator de amplificação dinâmico) ao longo das passagens sobre a ponte, t/t1(Razão entre o tempo de passagem e o tempo de uma passagem). 120 2D - GDYNABT 3D - ANSYS 1.40 1.20 1.00 0.80 FAD 0.60 0.40 0.20 0.00 -0.20 -0.40 -0.60 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 t / t1 Figura 5.10 - Comboio II, velocidade de 80km/h, deslocamentos translacionais verticais na seção central da ponte, qualidade da pista excelente Do mesmo modo, o método comparativo utilizado para mobilidade de carga foi também utilizado para o estudo dos deslocamentos mediante a passagem dos comboios sobre a irregularidade da pista. As figuras 5.9 e 5.10 ilustram os gráficos obtidos através do resultados alcançados via Ansys (2005) e via ferramental computacional GDYNABT, Silva (1996). Para os valores dos deslocamentos referentes às irregularidades do pavimento, figuras 5.9 e 5.10, o comportamento do FAD (Fator de amplificação dinâmico) apresenta pequenas diferenças. Essas diferenças podem ser atribuídas, por exemplo, pelo fato de que a definição do amortecimento estrutural é absolutamente distinta para cada metodologia de análise. Um outro fator de importância diz respeito à própria natureza do modelo estrutural tridimensional em comparação com o caso bidimensional. De certa forma, pode-se observar também que a metodologia desenvolvida, obteve valores aceitáveis dentro das diferenças existentes entre as metodologias de análise, no que diz respeito às irregularidades da pista, comprovando que o comportamento do modelo matemático tridimensional desenvolvido apresenta boa concordância quando comparado com estudos anteriores Chantre (2008), Amorim (2007), Leitão (2006), Almeida (2006) e Silva (1996). 121 5.3.3.Considerações sobre os fatores de amplificação dinâmicos Analisando-se os gráficos das figuras 5.7, 5.8, 5.9 e 5.10 foi observado que as amplificações dinâmicas para a ponte em estudo (modelo matemático tridimensional), devidas ao efeito da mobilidade dos veículos, não são muito elevadas, sendo próximas da unidade. Contudo, essas amplificações crescem, substancialmente, chegando mesmo a ultrapassar os efeitos devidos a presença estática dos veículos, quando se considera o efeito oriundo da interação dinâmica das viaturas dos comboios com as irregularidades da pista, mesmo adotando-se um pavimento de qualidade excelente. Os gráficos referentes às irregularidades do pavimento se apresentam diferentes nas figuras 5.9 e 5.10, pois são gerados a partir de modelos de irregularidade aleatórios diferentes, além de estarem sendo submetidos a carregamentos distintos. Constata-se ainda na fase transiente dos gráficos, figuras 5.7 a 5.10, a sucessiva entrada na ponte dos veículos dos comboios. Essa constatação pode ser observada pelas mudanças bruscas da curva nos instantes em que esses veículos encontram-se na posição correspondente ao tempo que os separa dos veículos anteriores. Assim sendo, as curvas representativas da resposta dinâmica do sistema deslocam-se para a direita com amplificações bem mais elevadas, até que as pontes estejam completamente carregadas e os sistemas atinjam a fase permanente da resposta. Finalmente, cabe ressaltar que ao longo do estudo foi observado que os valores dos fatores de amplificação dinâmicos, no que tange aos deslocamentos translacionais verticais e esforços, oriundos da interação dos pneus dos veículos dos comboios com a superfície irregular do tabuleiro das obras de arte são bastante elevados, na razão direta do decréscimo da qualidade da pista. É importante ressaltar que os valores apresentados para a mobilidade da carga e para irregularidade da pista são apresentados separadamente, ou seja, os valores reais de FAD deverão ser o somatório dos valores obtidos pela mobilidade da carga e pela irregularidade da pista. 122 5.4. Resultados obtidos na análise dinâmica Uma vez a estratégia de carregamento validada, se faz necessária à obtenção dos históricos de tensão para os locais aonde se deseja analisar o comportamento dos elementos estruturais. Os valores de tensão utilizados no presente estudo foram obtidos nos nós de ligação entre a mesa inferior e a alma da viga, exceto para as tensões cisalhantes, obtidas no meio da alma da viga. De forma a representar de uma melhor maneira esses locais, a figura 5.11 apresenta a seção transversal com as respectivas indicações das vigas. Figura 5.11 - Seção transversal com indicação das vigas A figura 5.12 ilustra, em vista superior os locais aonde foram obtidas as tensões. Esses locais estão descritos na tabela 5.2. Figura 5.12 - Vista superior com indicação dos locais para análise das tensões Tabela 5.2 - Descrição dos pontos para análise das tensões 123 Locais de análise Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Região 5 Descrição Meio do vão Meio do vão Meio do vão Apoio No diafragma Viga 1 2 4 2 4 Para o presente estudo, a estrutura é carregada de duas maneiras distintas, sendo a primeira através da passagem dos comboios de veículos pela faixa referente à pista central, figura 5.13, e a segunda através da passagem dos comboios pela faixa referente à pista lateral entre as vigas 1 e 2, figura 5.14. Os casos de carregamento do presente estudo são demonstrados na tabela 5.3. Figura 5.13 - Passagem dos comboios pela pista central Figura 5.14 - Passagem dos comboios pela pista lateral 124 Tabela 5.3 - Tabela ilustrativa dos casos de carregamento em estudo Faixa central da ponte Comboio I Faixa lateral da ponte Comboio II Faixa central da ponte Comboio II Faixa lateral da ponte Caso 4 Caso 3 Caso 2 Caso 1 Comboio I 5.4.1.Comboio I com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte - Caso 1 As figuras 5.15 e 5.16 apresentam os históricos de tensão para a passagem do comboio I pela faixa central da ponte. Demonstram-se os valores obtidos referentes à resposta dinâmica da ponte em estudo, no domínio do tempo, para os pontos mapeados, de acordo com a figura 5.12 e com a tabela 5.2. São considerados os efeitos da mobilidade da carga (efeito do peso), figura 5.15, e das irregularidades superficiais, figura 5.16, considerando-se um pavimento de qualidade excelente. 125 a) Histórico de tensões normais - Região 1 b) Histórico de tensões normais - Região 2 c) Histórico de tensões normais - Região 3 d) Hist. de tensões cisalhantes - Região 4 e) Histórico de tensões normais - Região 5 Figura 5.15 - Efeito da mobilidade de carga para o caso 1 126 a) Histórico de tensões normais - Região 1 b) Histórico de tensões normais - Região 2 c) Histórico de tensões normais - Região 3 d) Hist. de tensões cisalhantes - Região 4 e) Histórico de tensões normais - Região 5 Figura 5.16 - Efeito das irregularidades da pista para o caso 1 5.4.2.Comboio I com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte - Caso 2 Na seqüência do texto são apresentadas às figuras 5.17 e 5.18, que ilustram os históricos de tensão para a passagem do comboio I pela faixa lateral da ponte. Os valores referentes à resposta dinâmica da ponte em estudo, no domínio do 127 tempo, para os pontos mapeados, são apresentados de acordo com a figura 5.12 e com a tabela 5.2. São considerados os efeitos da mobilidade da carga (efeito do peso), figura 5.17, e das irregularidades superficiais, figura 5.18, considerando-se um pavimento de qualidade excelente. a) Histórico de tensões normais - Região 1 b) Histórico de tensões normais - Região 2 c) Histórico de tensões normais - Região 3 d) Hist. de tensões cisalhantes - Região 4 e) Histórico de tensões normais - Região 5 Figura 5.17 - Efeito da mobilidade de carga para o caso 2 128 a) Histórico de tensões normais - Região 1 b) Histórico de tensões normais - Região 2 c) Histórico de tensões normais - Região 3 d) Hist. de tensões cisalhantes - Região 4 e) Histórico de tensões normais - Região 5 Figura 5.18 - Efeito das irregularidades da pista para o caso 2 5.4.3.Comboio II com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte - Caso 3 Da mesma maneira que o comboio I, às figuras 5.19 e 5.20 apresentam, para o comboio II na faixa central, a resposta dinâmica da ponte em estudo, no domínio do tempo, com base nos históricos de tensões para os pontos mapeados, de acordo 129 com a figura 5.12 e com a tabela 5.2. São considerados os efeitos da mobilidade da carga (efeito do peso), figura 5.19, e das irregularidades superficiais, figura 5.20, considerando-se um pavimento de qualidade excelente. a) Histórico de tensões normais - Região 1 b) Histórico de tensões normais - Região 2 c) Histórico de tensões normais - Região 3 d) Hist. de tensões cisalhantes - Região 4 e) Histórico de tensões normais - Região 5 Figura 5.19 - Efeito da mobilidade de carga para o caso 3 130 a) Histórico de tensões normais - Região 1 b) Histórico de tensões normais - Região 2 c) Histórico de tensões normais - Região 3 d) Hist. de tensões cisalhantes - Região 4 e) Histórico de tensões normais - Região 5 Figura 5.20 - Efeito das irregularidades da pista para o caso 3 5.4.4.Comboio II com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte - Caso 4 Na seqüência do texto são apresentadas às figuras 5.21 e 5.22, referentes à resposta dinâmica da ponte em estudo, para passagem do comboio II pela faixa lateral. Os valores foram obtidos no domínio do tempo, com base nos históricos de 131 tensões para os pontos mapeados. São considerados os efeitos da mobilidade da carga (efeito do peso), figura 5.21, e das irregularidades superficiais, figura 5.22, considerando-se um pavimento de qualidade excelente. a) Histórico de tensões normais - Região 1 b) Histórico de tensões normais - Região 2 c) Histórico de tensões normais - Região 3 d) Hist. de tensões cisalhantes - Região 4 e) Histórico de tensões normais - Região 5 Figura 5.21 - Efeito da mobilidade de carga para o caso 4 132 a) Histórico de tensões normais - Região 1 b) Histórico de tensões normais - Região 2 c) Histórico de tensões normais - Região 3 d) Hist. de tensões cisalhantes - Região 4 e) Histórico de tensões normais - Região 5 Figura 5.22 - Efeito das irregularidades da pista para o caso 4 5.4.5.Análise global dos históricos de tensões apresentados Observa-se nos gráficos de tensões referentes ao efeito da mobilidade da carga, figuras 5.15 , 5.17, 5.19 e 5.21, de uma forma geral, que as vigas mais próximas da passagem dos comboios apresentam valores mais elevados de tensão, 133 assim como um histórico mais sujeito aos eventuais impactos. Da mesma maneira este comportamento pode ser observado para as tensões devido à passagem dos comboios sobre o pavimento irregular da obra de arte investigada, figuras 5.16, 5.18, 5.20 e 5.22. Naturalmente, os valores de tensão obtidos no meio do vão são maiores do que os demais. Isso ocorre devido aos maiores valores de momento fletor na seção central da ponte. Torna-se interessante observar esse comportamento e evidenciar que em algumas seções da obra de arte surgem concentrações de tensão, sendo estas seções consideradas como críticas para análise quanto à fadiga. Pode-se notar uma ligeira diferença de comportamento para o efeito da mobilidade da carga nas vigas mais próximas dos pontos de aplicação de carga em relação às vigas mais distantes (Exemplo: figuras 5.15a e 5.15b). Esse efeito pode ser explicado pelo impacto dos pneus ao interagir com a estrutura, sendo a distância entre os dois picos que se apresentam no topo dos gráficos aproximadamente o tempo necessário para entrada do segundo eixo de um determinado veículo naquele ponto da estrutura, (Exemplo: figura 5.15a). Gráficos contendo os valores de tensão cisalhante no apoio são apresentados, de forma a ilustrar o impacto da passagem dos veículos nos apoios da estrutura, figuras 5.15d, 5.16d, 5.17d, 5.18d, 5.19d, 5.20d, 5.21d e 5.22d. Nota-se claramente que a passagem do comboio II, de três veículos, (Exemplo: figura 5.19d) apresenta uma maior quantidade de picos e uma maior amplitude que a passagem do comboio I, de dois veículos (Exemplo: figura 5.15d). A diferença de tempo, entre um pico e o outro, é aproximadamente o tempo necessário para a entrada de um novo veículo na ponte, valendo essa afirmação também para os casos de tensão normal. Os valores de tensão cisalhante no apoio são muito maiores que os valores obtidos de tensão normal no meio do vão, o que demonstra a necessidade de se olhar com cuidado questões referentes a aparelhos e enrijecedores de apoio. Os valores máximos de tensão dos gráficos associados ao efeito da mobilidade da carga, figuras 5.15, 5.17, 5.19 e 5.21, e das irregularidades da pista, figuras 5.16, 5.18, 5.20 e 5.22, em alguns casos apresentam amplitudes similares, porém a faixa de variação de tensão devido à passagem das irregularidades são muito maiores, mostrando a necessidade da análise a fadiga referente a este efeito em particular, uma vez que as faixas de variação de tensão são dados fundamentais para tais análises. Essas diferentes faixas de variação de tensão expõem a 134 necessidade de manutenção preventiva em estruturas reais, não só no que diz respeito à estrutura em si, mas principalmente no que diz respeito à qualidade do pavimento. Vale ressaltar que para o presente estudo foram consideradas irregularidades de pista consideradas de qualidade excelente. Para a passagem dos comboios nas faixas laterais, figuras 5.17, 5.18, 5.21 e 5.22, observa-se nas vigas mais próximas do carregamento um aumento nos valores das amplitudes de tensão. Tal aumento demonstra a importância da distribuição do carregamento dinâmico sobre a obra e, bem como, a contribuição dos modos de vibração torsionais. Outro aspecto interessante, para a passagem dos veículos na faixa lateral da ponte, diz respeito à viga lateral (viga 4, figura 5.11) oposta à faixa lateral de passagem do comboio, pois esta apresenta valores de tensões bem inferiores aos demais, figuras 5.17c, 5.18c, 5.21c e 5.22c. Deve-se ressaltar o fato de que caso ocorram carregamentos alternados entre a faixa lateral extrema da direita e a da esquerda, pode existir uma faixa de variação de tensão maior do que o normal, uma vez que em determinados momentos se tem uma tensão muito baixa e em outro uma muito elevada. Na referida viga, dependendo da combinação de carga que pode ocorrer sobre a obra, os valores de tensão podem ser consideravelmente amplificados. Tal fato acentua à importância da consideração dos efeitos de torção na modelagem numérica desse tipo de estrutura, especialmente para a análise quanto à fadiga. No próximo capítulo, os valores das tensões obtidos através da passagem dos comboios no modelo tridimensional alvo desse estudo, conforme ilustrado anteriormente, serão utilizados para se analisar a fadiga de alguns elementos estruturais da ponte em questão, com principal foco no impacto causado pela passagem dos comboios na irregularidade do pavimento em relação apenas ao efeito da mobilidade da carga. 135 6. VERIFICAÇÃO À FADIGA 6.1. Introdução No capítulo anterior foram apresentados os resultados obtidos para as análises propostas pelo presente estudo. Assim, nesse capítulo os valores obtidos pelas análises demonstradas no capítulo anterior são utilizados para que se possa fazer a análise dos elementos estruturais selecionados quanto à fadiga. A contagem dos ciclos, baseados nos históricos de tensão apresentados no capítulo anterior, são feitas pelo método Rainflow já descrito anteriormente. O impacto dos carregamentos dinâmicos sobre os elementos estruturais selecionados é avaliado de forma a se obter as tensões e as faixas de tensão máximas para cada análise proposta. Um comparativo entre as normas estruturais discriminadas no capítulo dois é desenvolvido com especial interesse entre a diferença dos valores obtidos para o efeito da mobilidade da carga e para cargas submetidas à irregularidade de pavimento. 6.2. Contagem de ciclos O trabalho apresentado utiliza o método Rainflow para contagem dos ciclos de tensões obtidos para cada elemento estrutural. No capitulo dois é demonstrado um exemplo de contagem de ciclos pelo método em questão, porém os resultados obtidos e demonstrados no capítulo anterior são complexos, com muitos picos de tensão e com valores muito diversificados. Dessa forma, a contagem manual dos ciclos de tensão se torna impossível. Para tal contagem foi utilizada uma rotina implementada no programa Matlab (2007) e validada com o exemplo do capítulo dois e com o trabalho apresentado por Ferreira (1999) e Pravia (2003). Valores idênticos aos publicados por esses autores foram obtidos e estão demonstrados na seqüência do texto pelas figuras 6.1 e 6.2 , assim com na tabela 6.1, através do comparativo referente ao trabalho de Pravia (2003). 136 Figura 6.1 - Variação de tensão no tempo, Pravia (2003) Figura 6.2 - Valores obtidos pela rotina do Matlab (2007) Tabela 6.1 - Contagem dos ciclos com a rotina do Matlab (2007) Faixa de tensão (MPa) 30 60 80 100 120 Ciclos inteiros Meios ciclos 10 6 4 1 - 2 137 6.3. Análise da fadiga Inicialmente, são escolhidos os detalhes estruturais que serão analisados. Naturalmente essa escolha não é aleatória, tendo que ser compatível com os locais aonde os respectivos históricos de tensão foram gerados. A partir desses históricos foi feita a contagem dos ciclos, pelo método Rainflow, e obtiveram-se os totais de ciclos, apenas para a fase permanente. A fase permanente é de fundamental interesse para o presente estudo uma vez que a fadiga é causada por esforços repetitivos, principal característica dessa fase. Outro fator importante é que a fase permanente expressa o comportamento dinâmico da estrutura, ou seja, caracteriza a forma já estabilizada e amortecida com que a estrutura se comporta quando submetida a um carregamento. A figura 6.3 apresenta um gráfico de tensões ilustrando, a faixa de tensões de real interesse do presente estudo. Histórico de tensões Local na ponte Tensões na fase permanente Figura 6.3 - Obtenção das tensões na fase permanente Com os valores devidamente obtidos através da fase permanente do gráfico, foi feita a contagem dos ciclos conforme exemplo de contagem de ciclo exposto anteriormente. A incidência de cada ciclo associado a sua faixa de tensão é usada 138 de forma a se obter o seu valor correspondente proporcional a 2 x 106 ciclos. De posse desses valores pode se, através das curvas S-N de cada norma se obter o dano e respectivamente a vida útil de cada elemento estrutural analisado. Os tipos de detalhe estrutural analisados nesse trabalho são apresentados na tabela 6.2 abaixo. Tabela 6.2 - Tipos de detalhes estruturais analisados Detalhe Desenho Tipo Local Elemento estrutural 1 Solda entre mesa e alma Meio do vão Viga 1, Viga 2 e Viga 4 2 Solda entre seções de perfis Meio do vão Viga 1, Viga 2 e Viga 4 3 Solda do pé dos conectores Meio do vão Viga 1, Viga 2 e Viga 4 4 Solda do pé dos enrijecedores Meio do vão Viga 1, Viga 2 e Viga 4 5 Solda do enrijecedor transversal Meio do vão Viga 1, Viga 2 e Viga 4 Talvez a tarefa de maior complexibilidade e que exige conhecimento do engenheiro responsável é a classificação dos detalhes apresentados. Cada norma possui, conforme descrito no capítulo dois, diferentes detalhes estruturais classificados conforme respectivas tabelas e figuras. A tabela 6.3 abaixo descreve a classe de detalhe adotada de acordo com as orientações de cada norma para o esse estudo. 139 Tabela 6.3 - Classificação geral dos detalhes Detalhe NBR 8800 AASHTO EUROCODE BS 5400 1 B B 125 D 2 B B 125 D 3 C C 80 F2 4 C C 80 F 5 D D 71 G Nos itens a seguir serão apresentados os cálculos pertinentes ao dano acumulado e as estimativas de vida útil para todos os elementos e pontos de análise, referentes à ponte mista em estudo, apresentados na tabela 6.2. São considerados cinco detalhes estruturais, tabela 6.2, três vigas diferentes (um, dois e quatro), figura 5.11, dois comboios (I e II), figura 3.11, duas passagens distintas (faixa lateral e central), figuras 5.13 e 5.14, dois tipos de carregamento (peso e irregularidade) e quatro normas distintas NBR 8800 (2008), AASHTO (2005), EUROCODE (2003) e BS 5400 (1980), totalizando 480 análises. No anexo A deste volume, as tabelas A.1 a A.16 apresentam exemplos de alguns cálculos de dano acumulado e de estimativa de vida útil, sendo que nas tabelas 6.5, 6.6, 6.8, 6.9, 6.11, 6.12 , 6.14 e 6.15 são demonstradas as consolidações dos valores obtidos para tensão máxima, faixa de variação máxima e estimativa da vida útil. Os resultados apresentados na seqüência do texto foram analisados de acordo com as recomendações de cada norma, NBR 8800 (2008), AASHTO (2005), EUROCODE (2003) e BS 5400 (1980), utilizando-se as respectivas equações de curva S-N. Convém chamar a atenção do leitor para o fato de que um item específico foi elaborado para análise dos resultados. 6.3.1.Comboio I com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte - Caso 1 Para o presente estudo são considerados na análise cinco tipos distintos de detalhes estruturais e quatro normas de projeto diferentes NBR 8800 (2008), AASHTO (2005), EUROCODE (2003) e BS 5400 (1980). A tabela 6.4 ilustra o caso em estudo, caso 1, comboio I com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte, 140 de forma a proporcionar uma melhor compreensão dos valores obtidos nas tabelas seguintes. Tabela 6.4 - Tabela ilustrativa do caso 1 Faixa central da ponte Caso 1 Comboio I Os resultados, referentes à vida útil da ponte investigada no presente estudo são apresentadas nas tabelas 6.5 e 6.6 Deve-se ressaltar que para o cálculo são considerados os efeitos da mobilidade da carga (efeito do peso) e das irregularidades superficiais, considerando-se um pavimento de qualidade excelente. Tabela 6.5 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito da mobilidade de carga, caso 1 141 Tabela 6.6 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito das irregularidades da pista, caso 1 6.3.2.Comboio I com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte - Caso 2 Analogamente ao tópico anterior a tabela 6.7 ilustra o caso 2, comboio I com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte, de forma a proporcionar uma melhor compreensão dos valores obtidos nas tabelas seguintes. Os resultados, referentes à vida útil da ponte investigada para o caso 2 são apresentadas nas tabelas 6.8 e 6.9 Tabela 6.7 - Tabela ilustrativa do caso 2 Caso 2 Comboio I Faixa lateral da ponte 142 Tabela 6.8 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito da mobilidade de carga, caso 2 Tabela 6.9 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito das irregularidades da pista, caso 2 143 6.3.3.Comboio II com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte - Caso 3 A tabela 6.10 ilustra o caso 3, comboio II com velocidade de 80km/h na faixa central da ponte, de forma a proporcionar uma melhor compreensão dos valores obtidos nas tabelas seguintes. Os resultados, referentes à vida útil da ponte investigada no caso 3, são apresentados nas tabelas 6.11 e 6.12. Tabela 6.10 - Tabela ilustrativa do caso 3 Faixa central da ponte Caso 3 Comboio II Tabela 6.11 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito da mobilidade de carga, caso 3 144 Tabela 6.12 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito das irregularidades da pista, caso 3 6.3.4.Comboio II com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte - Caso 4 A tabela 6.13 ilustra o caso 4, comboio II com velocidade de 80km/h na faixa lateral da ponte, de forma a proporcionar uma melhor compreensão dos valores obtidos nas tabelas seguintes. Os resultados, referentes à vida útil da ponte investigada para o caso 2 são apresentadas nas tabelas 6.14 e 6.15 Tabela 6.13 - Tabela ilustrativa do caso 4 Caso 4 Comboio II Faixa lateral da ponte 145 Tabela 6.14 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito da mobilidade de carga, caso 4 Tabela 6.15 - Verificação à fadiga da ponte rodoviária em estudo, efeito das irregularidades da pista, caso 4 146 6.3.5.Análise comparativa dos resultados obtidos ao longo da análise É importante ressaltar que o objetivo principal desse capítulo é o de demonstrar o impacto dos diferentes fatores relacionados à passagem dos veículos sobre a ponte. Por outro lado, os valores relativamente baixos obtidos para vida útil dos elementos estruturais, não condenam necessariamente o projeto da estrutura investigada neste trabalho. Para que isso ocorra, detalhes mais precisos referentes a outros elementos de projeto, tais como processos construtivos, comprimentos efetivos, distancia entre pontos de solda, tipos de solda entre outros deveriam ser mapeados com maior detalhamento. De acordo com as análises realizadas ao longo do presente trabalho, alguns aspectos relevantes foram observados e serão analisados de forma separada. Especial atenção é dada para a diferença entre os valores da vida útil da ponte quando os efeitos provenientes da mobilidade da carga e das irregularidades do pavimento são efetivamente comparados. A diferença entre os valores obtidos pela passagem do comboio na faixa central e na faixa lateral da pista também é alvo de investigação, assim como os resultados apresentados para os pontos específicos de cada viga analisada. Um outro aspecto interessante diz respeito a influência da classificação dos detalhes na estimativa do dano acumulado e da vida útil da ponte. Finalmente, a diferença dos resultados apresentados para a passagem dos dois comboios adotados no presente estudo é discutida. 6.3.5.1. Efeito da mobilidade de carga versus efeito das irregularidades de pista Pode-se observar que as cargas dinâmicas oriundas das irregularidades de pavimento são de extrema importância, principalmente no que diz respeito à análise da fadiga das pontes rodoviárias. Na maioria dos casos analisados, os valores de dano crescem muito quando comparados aos valores apenas da carga móvel. A tabela 6.16, na seqüência do texto, apresenta o comparativo entre os valores encontrados para mobilidade de carga e para a irregularidade da pista. 147 Tabela 6.16 - Efeito da mobilidade da carga e da irregularidade pista É interessante observar que muitas vezes o efeito da mobilidade da carga apresentou valores maiores de tensão, porém com faixas de tensão bem menores que as apresentadas pelas irregularidades de pavimento. Observando-se os resultados apresentados na tabela 6.16 verifica-se que o maior valor de tensão obtido para mobilidade de carga, viga 1, caso 4, é de 203,67 MPa (σmáx = 203,67 MPa), enquanto o maior valor de tensão para irregularidade do pavimento, viga 1, caso 2, é de 171,86 MPa (σmáx = 171,86 MPa). Para o mesmo caso de mobilidade de carga, viga 1, caso 4, a faixa de variação de tensão obtida foi de 47 MPa (∆σmáx = 47 MPa) enquanto para a irregularidade da pista, viga 1, caso 2, foi bem maior, 154 MPa (∆σmáx = 154 MPa). 148 Pode-se notar claramente a influência de uma maior faixa de variação de tensão quando observamos, para os respectivos casos, a diferença da vida útil calculada através do dano acumulado para cada caso, sendo para a maior tensão causada pela mobilidade de carga, aproximadamente 173 anos e para a irregularidade de pista, com uma tensão máxima menor, porém com maior faixa de variação de tensão, aproximadamente 2 anos. O valor de faixa de tensão admissível apresentado por Pinho e Belley (2007), para os detalhes estruturais 1 e 2 é 162 MPa (∆σmáx = 162 MPa) e para os detalhes 3 e 4, é 112 MPa (∆σmáx = 112 MPa). Esses valores, calculados segundo AASHTO (2005), demonstram que o efeito da mobilidade da carga sobre a estrutura não se apresenta crítico e está abaixo dos valores limites desses detalhes estruturais, porém, dependendo do caso de carregamento, os valores obtidos para a passagem dos comboios sobre a irregularidade do pavimento apresentam valores superiores aos valores limites. Dessa forma, observa-se que valores elevados de faixas de variação de tensão impactam diretamente na diminuição da vida útil do elemento estrutural analisado. Os valores da mobilidade da carga e das irregularidades de pavimento são apresentados separadamente, porém carregamentos reais estão sobre a ação de ambas as cargas ao mesmo tempo, podendo elevar ainda mais os valores de tensão obtidos nesse estudo. Tais constatações orientam não apenas para uma manutenção periódica das estruturas de pontes rodoviárias mistas, como também para a manutenção da qualidade do pavimento uma vez que os valores obtidos são apenas para irregularidades de pavimento consideradas excelentes, Silva (1996) e Almeida (2006). 6.3.5.2. Variação da posição do carregamento sobre a ponte Outro aspecto interessante observado ao longo da análise foi à diferença entre os valores obtidos pela passagem dos comboios na faixa central, tabelas 6.5, 6.6, 6.11 e 6.12, e na faixa lateral, tabelas 6.8, 6.9, 6.14 e 6.15. Pode-se perceber que os carregamentos oriundos da passagem dos comboios pela faixa lateral, de 149 uma forma geral, produzem tensões mais elevadas em determinados pontos da estrutura, produzindo assim faixas maiores de variação de tensão, conforme apresentado na tabela 6.17 a seguir. A tabela 6.17, apresenta o comparativo entre os valores encontrados para passagem dos comboios nas faixas central e lateral da pista. Tabela 6.17 - Efeito da passagem pela faixa central e pela faixa lateral 150 Pode-se perceber o impacto da análise dinâmica e conseqüentemente o impacto causado pela variação do posicionamento dos veículos na ponte, ao se comparar os valores encontrados por Pinho e Belley (2007) para o efeito da mobilidade da carga na viga 2 (mais central), tensão máxima de 90.50 MPa (σmáx = 90,50 MPa), com os valores de tensão máxima encontrados pelo presente estudo para a mesma viga, de 91.03 MPa (σmáx = 91,03 MPa, casos 1 e 2) a 147.93 MPa (σmáx = 147,93 MPa, casos 3 e 4). Dessa forma, a passagem pela faixa lateral se demonstrou mais critica que a passagem pela faixa central para a análise quanto à fadiga. Da mesma maneira que foi percebida uma maior concentração de tensões em determinados pontos da estrutura, em relação a outros pontos que apresentaram tensões bem menores. Aparentemente esses casos podem parecer de pequeno interesse para a análise a fadiga, porem a passagem alternada entre os comboios pelas faixas lateral da esquerda e da direita, podem produzir grandes efeitos na variação das faixas de tensão desses pontos, hora carregados e hora sem carga alguma. 6.3.5.3. Influência das classes de detalhes estruturais Notou-se pela diferença da vida útil apresentada para cada detalhe estrutural que a correta classificação do mesmo é de fundamental importância. Grandes diferenças entre os valores de cada classe puderam ser observadas. Tal comportamento orienta para uma análise cautelosa do comportamento de cada elemento, com especial interesse na sua ligação estrutural e aos esforços atuantes no mesmo. A classificação dos detalhes estruturais, de acordo com a diferença dos resultados expostos nas tabelas 6.5, 6.6, 6.8, 6.9, 6.11, 6.12, 6.14 e 6.15, deve ser feita com muita cautela por parte dos engenheiros estruturais, para que outros detalhes relevantes, associados, por exemplo, aos processos construtivos, comprimentos efetivos, distancia entre pontos de solda, tipos de solda entre outros, possam ser devidamente considerados na análise. 151 A influência das classes de detalhes estruturais pode ser também observada nas tabelas 6.16 e 6.17. 6.3.5.4. Comportamento estrutural das vigas de aço Os diferentes pontos de análise adotados no presente estudo puderam demonstrar os comportamentos distintos para cada viga de aço analisada, figura 5.11. Foi interessante observar que o comportamento dessas peças estruturais está ligado diretamente à forma como o carregamento se apresenta sobre a estrutura. Variações da faixa de tráfego, efeitos dinâmicos oriundos das irregularidades do pavimento, também contribuem para a mudança de comportamento dessas peças. Em alguns casos muito específicos, os valores do dano acumulado e, bem como, da vida útil da ponte, devidos ao efeito da mobilidade da carga apresentaram resultados (máxima variação das tensões) mais um pouco mais críticos do que aqueles referentes ao efeito das irregularidades, tabelas 6.11 e 6.12. Tal fato pode ser explicado justamente pelo caráter não-determinístico das irregularidades superficiais. Dessa forma, o presente estudo, demonstra a real importância de uma correta simulação, ou para casos de estruturas reais, de uma medição experimental feita in situ. O Comportamento estrutural das vigas de aço pode ser também observado nas tabelas 6.16 e 6.17. 6.3.5.5. Efeito do número de veículos trafegando sobre a obra de arte Pode-se perceber a diferença entre a passagem dos diferentes comboios sobre a estrutura da ponte em questão. O comboio II, figura 3.11, que aparentemente produz maior carregamento na estrutura, em muitos casos foi menos critico para a verificação à fadiga da ponte, apresentando menores faixas de variação de tensão. O mesmo comboio II, figura 3.11, na teoria, possui uma frequência de excitação mais perto da frequência fundamental da ponte, ou seja, 152 produz maior impacto nas amplitudes de vibração da mesma. Dessa forma pode se perceber que o comboio em questão apresentou maiores valores de tensão máxima. A tabela 6.18 apresenta o comparativo entre os valores encontrados para a passagem do comboio I e para a passagem do comboio II. Tabela 6.18 - Efeito da passagem dos comboios O comportamento diferenciado entre os comboios quando analisados a fadiga, pode ser explicado pela maior presença de veículos transitando pela ponte 153 para o comboio II, figura 3.11. O comboio I, figura 3.1, por apresentar menos veículos trafegando na ponte para um mesmo intervalo de tempo, representou nesse presente estudo, uma maior variação de tensão oriunda do maior valor de carregamento e descarregamento da ponte, ou seja, quanto mais tempo a ponte ficou sem carga, mais ela se descarregou, gerando uma maior faixa de variação de tensão ao receber novo carregamento. Pode-se perceber que os valores encontrados não estão associados de forma direta a quantidade de veículos de cada comboio, apresentando variações de tensão para um determinado comboio em alguns casos maiores e em outros menores do que as variações do outro comboio. No próximo capítulo serão feitas as considerações finais sobre o presente estudo como também serão sugeridas melhorias para trabalhos futuros. Deve-se ressaltar que os cálculos completos para o dano acumulado e estimativa de vida útil estão apresentados nas tabelas A.1 a A.72 apresentadas no anexo A ao final deste trabalho. 154 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 7.1. Introdução Desenvolver uma metodologia de análise para verificação à fadiga em pontes rodoviárias em aço e mistas (aço-concreto) foi o principal objetivo desta dissertação. Assim sendo, essa metodologia de análise, respaldada pelo emprego de um modelo numérico-computacional tridimensional, para avaliação da resposta dinâmica sobre os tabuleiros das pontes e viadutos rodoviários em aço e mistos (aço-concreto), considera a passagem de diferentes comboios de veículos condizentes com a realidade de utilização atual, introduzindo o efeito proveniente da interação entre as viaturas e a estrutura da ponte com o tabuleiro irregular. Os deslocamentos e históricos de tensões obtidos, mediante o estudo da resposta dinâmica permanente da obra de arte modelada no presente estudo, considerando-se a interação existente entre os comboios de veículos e a superfície regular (efeito do peso) e irregular do tabuleiro, foram utilizados para uma análise de dano por fadiga de determinados elementos estruturais de uma ponte mista (açoconcreto). 7.2. Conclusões alcançadas Na seqüência do texto, são apresentadas as principais conclusões obtidas ao longo do desenvolvimento desta dissertação. Primeiramente, conclui-se que a representação tridimensional dos modelos estruturais é de fundamental importância no estudo do comportamento dinâmico das pontes rodoviárias mistas (aço-concreto). Tal conclusão baseia-se, especialmente, nos valores distintos dos danos acumulados e de estimativa da vida útil da ponte investigada, de acordo com a metodologia empregada para a travessia dos veículos (faixa central e faixa lateral). Este fato demonstrou a importância da contribuição dos 155 modos de vibração torsionais e pela possível variação aleatória dos veículos trafegando sobre uma estrutura real. Com base nas análises numéricas realizadas ao longo da presente investigação foi possível observar que os resultados obtidos, mediante o emprego de um modelo numérico-computacional tridimensional, encontram-se bem calibrados e a metodologia desenvolvida fornece amplas possibilidades de extensão do trabalho de pesquisa, no que concerne a uma avaliação mais detalhada acerca das amplificações dinâmicas encontradas. Uma outra conclusão de fundamental importância diz respeito à travessia de veículos sobre as irregularidades superficiais. O presente trabalho permite concluir que essas irregularidades acabam por gerar históricos de tensões com grandes faixas de variação. O impacto dessas ações dinâmicas, oriundas da interação dos pneus dos veículos com o pavimento irregular das obras de arte, é bastante crítico no que diz respeito à análise de fadiga. Pode se evidenciar tal impacto ao se comparar os valores encontrados para irregularidade de pista do presente estudo. Os valores máximos (todos os casos) encontrados de tensão máxima e faixa de variação máxima para mobilidade de carga na faixa central respectivamente 147.93 MPa e 52.00 MPa. Já os valores encontrados para irregularidade de pista são respectivamente 126.27 MPa e 160.00 MPa, apresentando, apesar de uma menor tensão máxima, uma faixa de variação de tensão muito superior, o que é crítico para o estudo da fadiga. Essa constatação orienta para um conceito diferenciado de manutenção dessas obras de arte, voltado não apenas para manutenção da estrutura em si, mas para a manutenção da qualidade do pavimento, evitando assim problemas de fadiga e, bem como, diminuição da vida útil da estrutura. Conclui-se, ainda, que diversos fatores e condições de carregamento influenciam nos valores de variação das faixas de tensão, como por exemplo, à quantidade de veículos trafegando e as diferentes maneiras com que eles atravessam a estrutura. Para uma análise à fadiga, inúmeras simulações devem ser feitas neste sentido. Observou-se, também, que não se deve desprezar pontos distintos na estrutura por mais simétrica que a mesma seja. Essa constatação baseia-se no fato de que os carregamentos se apresentam de forma aleatória sobre a obra de arte. 156 Foi verificado, ainda, que a classificação dos elementos estruturais, de acordo com as normas de projeto, deve ser feita com muita cautela. O elemento estrutural investigado deve ser corretamente analisado levando-se em conta inúmeros fatores, tais como: projeto estrutural, tipo de carregamento, tipo de ligação, tipo de solda, espessura das chapas, comprimento do elemento estrutural, etc. Deste modo, a experiência e o conhecimento dos engenheiros projetistas têm um grande peso, no que tange ao dimensionamento e verificação à fadiga de obras de arte rodoviárias mistas (aço-concreto). 7.3. Sugestões para trabalho futuros A seguir, são relacionadas algumas sugestões para a continuidade e desenvolvimento de trabalhos futuros sobre os temas aqui tratados e outros correlatos. Realizar testes experimentais em uma ponte real (frequências naturais, deslocamentos, esforços e tensões), de forma a refinar a metodologia de análise desenvolvida. Ampliar a abrangência da metodologia de forma a permitir o tráfego dos veículos considerando o efeito da mobilidade de carga somado ao efeito das irregularidades de pista. Promover a continuação do estudo em questão através da parametrização de diferentes aspectos, como a velocidade dos comboios, a quantidade de veículos, o trafego em diferentes faixas de pista e sentidos, a qualidade do pavimento, assim como, variar os modelos de pontes rodoviárias mistas (aço-concreto). Um estudo paramétrico para diferentes formas aleatórias que uma irregularidade de mesma qualidade pode se apresentar deve ser também desenvolvido. Refinar o modelo empregado para as viaturas, com o objetivo de se obter um modelo matemático que represente os veículos de modo mais próximo da realidade, ou seja, com uma maior quantidade de graus de liberdade. Ampliar o estudo para a consideração de outros modelos de veículos, avaliando as pontes rodoviárias a partir da travessia de viaturas mais pesadas ou mesmo previstas em normas distintas de projeto. 157 REFERÊNCIAS AASHTO. LRFD Bridge Design Specifications. 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Comboio I na faixa central, velocidade de 80km/h - Caso 1 Tabela A.1 - Detalhes do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da mobilidade da carga 167 Tabela A.2 - Detalhes do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da irregularidade de pavimento 168 Tabela A.3 - Detalhes do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da mobilidade da carga 169 Tabela A.4 - Detalhes do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da irregularidade de pavimento 170 A.2. Comboio I na faixa lateral, velocidade de 80km/h - Caso 2 Tabela A.5 - Detalhes do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da mobilidade da carga 171 Tabela A.6 - Detalhes do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da irregularidade de pavimento 172 Tabela A.7 - Detalhes do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da mobilidade da carga 173 Tabela A.8 - Detalhes do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da irregularidade de pavimento 174 A.3. Comboio II na faixa central, velocidade de 80km/h - Caso 3 Tabela A.9 - Detalhes do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da mobilidade da carga 175 Tabela A.10 - Detalhes do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da irregularidade de pavimento 176 Tabela A.11 - Detalhes do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da mobilidade da carga 177 Tabela A.12 - Detalhes do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da irregularidade de pavimento 178 A.4. Comboio II na faixa lateral, velocidade de 80km/h - Caso 4 Tabela A.13 - Detalhes do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da mobilidade da carga 179 Tabela A.14 - Detalhes do tipo 1 e 2, na viga 1, efeito da irregularidade de pavimento 180 Tabela A.15 - Detalhes do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da mobilidade da carga 181 Tabela A.16 - Detalhes do tipo 3 e 4, na viga 2, efeito da irregularidade de pavimento 182 ANEXO B - Exemplo de APDL para análise modal !#### PONTE EM VIGA MISTA AÇO-CONCRETO BIAPOIADA DE 40M ####! FINISH /CLEAR !/CONFIG, NRES, 30000 !INICIA A FASE DE PREPROCESSAMENTO /PREP7 /VIEW,1,1,1,1 /PNUM,AREA,1 /PNUM,AREA,1 !#### DEFINIÇÃO DO TIPO DE ELEMENTO FINITO ####! ET,1,BEAM4 ET,2,BEAM44 ET,3,SHELL63 ET,4,SHELL63 ET,5,BEAM4 !TIPO DE ELEMENTO 1 - MESAS DAS VIGAS DE AÇO !TIPO DE ELEMENTO 2 - DIAFRAGMAS DE AÇO !TIPO DE ELEMENTO 3 - ALMA DAS VIGAS DE AÇO !TIPO DE ELEMENTO 4 - LAJE DE CONCRETO !TIPO DE ELEMENTO 5 - ENRIJECEDORES !#### DEFINIÇÃO DAS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DO MODELO ESTRUTURAL ####! !PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS MESAS !SUPERIOR 1 R,1,0.01125,5.859375e-7,1.8984375e-4,0.45,0.025,0, RMORE,0,0,0,0,0,0 !SUPERIOR 2 R,2,0.0125,6.5104167e-7,2.604167e-4,0.5,0.025,0, RMORE,0,0,0,0,0,0 !INFERIOR 1 R,3,0.0225,4.6875e-6,3.796875e-4,0.45,0.05,0, RMORE,0,0,0,0,0,0 !INFERIOR 2 R,4,0.0335,6.979167e-6,1.253179167e-3,0.67,0.05,0, RMORE,0,0,0,0,0,0 !PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DOS DIAFRAGMAS !DIAGONAIS R,5,23.3e-4,3.62e-6,3.62e-6,0.127,0.01,0 RMORE,23.3e-4,3.62e-6,3.62e-6,0.127,0.01,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0 !INFERIORES R,6,46.6e-4,7.60e-6,13.734e-6,0.254,0.01,0 RMORE,46.6e-4,7.60e-6,13.734e-6,0.254,0.01,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 183 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0,0,0,0,0,0 RMORE,0 !PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS ALMAS DAS VIGAS R,7,0.0095 !PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DAS LAJES R,8,0.225 !PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DOS ENRIJECEDORES DE APOIO R,9,0.0088,1.1733333e-4,3.54933333e-7,0.022,0.4,0, RMORE,0,0,0,0,0,0 !PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DOS DEMAIS ENRIJECEDORES TRANSVERSAIS R,10,0.002125,5.117708333e-6,2.766927083e-8,0.0125,0.17,0, RMORE,0,0,0,0,0,0 !PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DOS ENRIJECEDORES LONGITUDINAIS R,11,0.002125,5.117708333e-6,2.766927083e-8,0.0125,0.17,0, RMORE,0,0,0,0,0,0 !####DEFINIÇÃO DAS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS####! !AÇO MP,EX,1,2.10E+11 !MÓDULO DE ELASTICIDADE MP,PRXY,1,0.3 !COEFICIENTE DE POISSON MP,DENS,1,7850 !DENSIDADE !CONCRETO MP,EX,2,3.05E+10 !MÓDULO DE ELASTICIDADE MP,PRXY,2,0.2 !COEFICIENTE DE POISSON MP,DENS,2,2500 !DENSIDADE !####COORDENADAS X,Y,Z DOS PONTOS-CHAVE (KEYPOINTS)####! K,1,-1.25,2,0 K,2,-1.25,2,0.3 K,3,-1.25,2,5.929 K,4,-1.25,2,8.1 K,5,-1.25,2,11.558 K,6,-1.25,2,17.186 K,7,-1.25,2,22.814 K,8,-1.25,2,28.442 K,9,-1.25,2,31.9 K,10,-1.25,2,34.071 K,11,-1.25,2,39.7 K,12,-1.25,2,40 K,13,0,0,0 K,14,0,2,0 K,15,0,0,0.3 K,16,0,2,0.3 K,17,0,0,5.929 K,18,0,2,5.929 K,19,0,0,8.1 K,20,0,2,8.1 K,21,0,0,11.558 K,22,0,2,11.558 K,23,0,0,17.186 K,24,0,2,17.186 K,25,0,0,22.814 K,26,0,2,22.814 K,27,0,0,28.442 K,28,0,2,28.442 K,29,0,0,31.9 K,30,0,2,31.9 K,31,0,0,34.071 K,32,0,2,34.071 K,33,0,0,39.7 K,34,0,2,39.7 K,35,0,0,40 K,36,0,2,40 K,37,3.5,0,0 K,38,3.5,2,0 K,39,3.5,0,0.3 K,40,3.5,2,0.3 K,41,3.5,0,5.929 K,42,3.5,2,5.929 K,43,3.5,0,8.1 K,44,3.5,2,8.1 K,45,3.5,0,11.558 K,46,3.5,2,11.558 K,47,3.5,0,17.186 K,48,3.5,2,17.186 K,49,3.5,0,22.814 K,50,3.5,2,22.814 K,51,3.5,0,28.442 K,52,3.5,2,28.442 K,53,3.5,0,31.9 K,54,3.5,2,31.9 K,55,3.5,0,34.071 K,56,3.5,2,34.071 K,57,3.5,0,39.7 K,58,3.5,2,39.7 K,59,3.5,0,40 K,60,3.5,2,40 K,61,7,0,0 K,62,7,2,0 K,63,7,0,0.3 K,64,7,2,0.3 K,65,7,0,5.929 K,66,7,2,5.929 K,67,7,0,8.1 K,68,7,2,8.1 K,69,7,0,11.558 K,70,7,2,11.558 K,71,7,0,17.186 K,72,7,2,17.186 K,73,7,0,22.814 K,74,7,2,22.814 K,75,7,0,28.442 K,76,7,2,28.442 K,77,7,0,31.9 K,78,7,2,31.9 K,79,7,0,34.071 K,80,7,2,34.071 K,81,7,0,39.7 K,82,7,2,39.7 K,83,7,0,40 K,84,7,2,40 K,85,10.5,0,0 K,86,10.5,2,0 K,87,10.5,0,0.3 K,88,10.5,2,0.3 K,89,10.5,0,5.929 K,90,10.5,2,5.929 K,91,10.5,0,8.1 K,92,10.5,2,8.1 184 K,93,10.5,0,11.558 K,94,10.5,2,11.558 K,95,10.5,0,17.186 K,96,10.5,2,17.186 K,97,10.5,0,22.814 K,98,10.5,2,22.814 K,99,10.5,0,28.442 K,100,10.5,2,28.442 K,101,10.5,0,31.9 K,102,10.5,2,31.9 K,103,10.5,0,34.071 K,104,10.5,2,34.071 K,105,10.5,0,39.7 K,106,10.5,2,39.7 K,107,10.5,0,40 K,108,10.5,2,40 K,109,11.75,2,0 K,110,11.75,2,0.3 K,111,11.75,2,5.929 K,112,11.75,2,8.1 K,113,11.75,2,11.558 K,114,11.75,2,17.186 K,115,11.75,2,22.814 K,116,11.75,2,28.442 K,117,11.75,2,31.9 K,118,11.75,2,34.071 K,119,11.75,2,39.7 K,120,11.75,2,40 K,121,0,0,1.14 K,122,0,2,1.14 K,123,0,0,2.337 K,124,0,2,2.337 K,125,0,0,3.534 K,126,0,2,3.534 K,127,0,0,4.731 K,128,0,2,4.731 K,129,0,0,7.805 K,130,0,2,7.805 K,131,0,0,9.681 K,132,0,2,9.681 K,133,0,0,13.434 K,134,0,2,13.434 K,135,0,0,15.31 K,136,0,2,15.31 K,137,0,0,19.062 K,138,0,2,19.062 K,139,0,0,20.938 K,140,0,2,20.938 K,141,0,0,24.69 K,142,0,2,24.69 K,143,0,0,26.566 K,144,0,2,26.566 K,145,0,0,30.319 K,146,0,2,30.319 K,147,0,0,32.195 K,148,0,2,32.195 K,149,0,0,35.269 K,150,0,2,35.269 K,151,0,0,36.466 K,152,0,2,36.466 K,153,0,0,37.663 K,154,0,2,37.663 K,155,0,0,38.86 K,156,0,2,38.86 K,157,3.5,0,1.14 K,158,3.5,2,1.14 K,159,3.5,0,2.337 K,160,3.5,2,2.337 K,161,3.5,0,3.534 K,162,3.5,2,3.534 K,163,3.5,0,4.731 K,164,3.5,2,4.731 K,165,3.5,0,7.805 K,166,3.5,2,7.805 K,167,3.5,0,9.681 K,168,3.5,2,9.681 K,169,3.5,0,13.434 K,170,3.5,2,13.434 K,171,3.5,0,15.31 K,172,3.5,2,15.31 K,173,3.5,0,19.062 K,174,3.5,2,19.062 K,175,3.5,0,20.938 K,176,3.5,2,20.938 K,177,3.5,0,24.69 K,178,3.5,2,24.69 K,179,3.5,0,26.566 K,180,3.5,2,26.566 K,181,3.5,0,30.319 K,182,3.5,2,30.319 K,183,3.5,0,32.195 K,184,3.5,2,32.195 K,185,3.5,0,35.269 K,186,3.5,2,35.269 K,187,3.5,0,36.466 K,188,3.5,2,36.466 K,189,3.5,0,37.663 K,190,3.5,2,37.663 K,191,3.5,0,38.86 K,192,3.5,2,38.86 K,193,7,0,1.14 K,194,7,2,1.14 K,195,7,0,2.337 K,196,7,2,2.337 K,197,7,0,3.534 K,198,7,2,3.534 K,199,7,0,4.731 K,200,7,2,4.731 K,201,7,0,7.805 K,202,7,2,7.805 K,203,7,0,9.681 K,204,7,2,9.681 K,205,7,0,13.434 K,206,7,2,13.434 K,207,7,0,15.31 K,208,7,2,15.31 K,209,7,0,19.062 K,210,7,2,19.062 K,211,7,0,20.938 K,212,7,2,20.938 K,213,7,0,24.69 K,214,7,2,24.69 K,215,7,0,26.566 K,216,7,2,26.566 K,217,7,0,30.319 K,218,7,2,30.319 K,219,7,0,32.195 K,220,7,2,32.195 K,221,7,0,35.269 K,222,7,2,35.269 K,223,7,0,36.466 K,224,7,2,36.466 K,225,7,0,37.663 K,226,7,2,37.663 K,227,7,0,38.86 K,228,7,2,38.86 K,229,10.5,0,1.14 K,230,10.5,2,1.14 K,231,10.5,0,2.337 K,232,10.5,2,2.337 K,233,10.5,0,3.534 K,234,10.5,2,3.534 K,235,10.5,0,4.731 K,236,10.5,2,4.731 K,237,10.5,0,7.805 K,238,10.5,2,7.805 K,239,10.5,0,9.681 K,240,10.5,2,9.681 K,241,10.5,0,13.434 K,242,10.5,2,13.434 K,243,10.5,0,15.31 K,244,10.5,2,15.31 K,245,10.5,0,19.062 K,246,10.5,2,19.062 K,247,10.5,0,20.938 K,248,10.5,2,20.938 K,249,10.5,0,24.69 K,250,10.5,2,24.69 K,251,10.5,0,26.566 K,252,10.5,2,26.566 K,253,10.5,0,30.319 K,254,10.5,2,30.319 K,255,10.5,0,32.195 K,256,10.5,2,32.195 K,257,10.5,0,35.269 K,258,10.5,2,35.269 K,259,10.5,0,36.466 K,260,10.5,2,36.466 K,261,10.5,0,37.663 K,262,10.5,2,37.663 K,263,10.5,0,38.86 K,264,10.5,2,38.86 K,265,-1.25,2,1.14 K,266,-1.25,2,2.337 K,267,-1.25,2,3.534 K,268,-1.25,2,4.731 K,269,-1.25,2,7.805 K,270,-1.25,2,9.681 K,271,-1.25,2,13.434 K,272,-1.25,2,15.31 K,273,-1.25,2,19.062 K,274,-1.25,2,20.938 K,275,-1.25,2,24.69 K,276,-1.25,2,26.566 K,277,-1.25,2,30.319 K,278,-1.25,2,32.195 K,279,-1.25,2,35.269 K,280,-1.25,2,36.466 K,281,-1.25,2,37.663 K,282,-1.25,2,38.86 K,283,11.75,2,1.14 K,284,11.75,2,2.337 K,285,11.75,2,3.534 K,286,11.75,2,4.731 K,287,11.75,2,7.805 K,288,11.75,2,9.681 K,289,11.75,2,13.434 K,290,11.75,2,15.31 K,291,11.75,2,19.062 K,292,11.75,2,20.938 K,293,11.75,2,24.69 K,294,11.75,2,26.566 K,295,11.75,2,30.319 K,296,11.75,2,32.195 K,297,11.75,2,35.269 K,298,11.75,2,36.466 K,299,11.75,2,37.663 K,300,11.75,2,38.86 K,301,0,1.542,0 K,302,0,1.542,0.3 K,303,0,1.542,1.14 K,304,0,1.542,2.337 K,305,0,1.542,3.534 K,306,0,1.542,4.731 K,307,0,1.542,5.929 K,308,0,1.542,7.805 K,309,0,1.542,8.1 K,310,0,1.542,9.681 K,311,0,1.542,11.558 K,312,0,1.542,13.434 K,313,0,1.542,15.31 K,314,0,1.542,17.186 K,315,0,1.542,19.062 K,316,0,1.542,20.938 K,317,0,1.542,22.814 K,318,0,1.542,24.69 K,319,0,1.542,26.566 K,320,0,1.542,28.442 K,321,0,1.542,30.319 K,322,0,1.542,31.9 K,323,0,1.542,32.195 K,324,0,1.542,34.071 K,325,0,1.542,35.269 K,326,0,1.542,36.466 K,327,0,1.542,37.663 K,328,0,1.542,38.86 K,329,0,1.542,39.7 K,330,0,1.542,40 K,331,3.5,1.542,0 K,332,3.5,1.542,0.3 K,333,3.5,1.542,1.14 K,334,3.5,1.542,2.337 K,335,3.5,1.542,3.534 K,336,3.5,1.542,4.731 K,337,3.5,1.542,5.929 K,338,3.5,1.542,7.805 K,339,3.5,1.542,8.1 K,340,3.5,1.542,9.681 K,341,3.5,1.542,11.558 K,342,3.5,1.542,13.434 K,343,3.5,1.542,15.31 K,344,3.5,1.542,17.186 K,345,3.5,1.542,19.062 K,346,3.5,1.542,20.938 K,347,3.5,1.542,22.814 K,348,3.5,1.542,24.69 K,349,3.5,1.542,26.566 K,350,3.5,1.542,28.442 K,351,3.5,1.542,30.319 K,352,3.5,1.542,31.9 K,353,3.5,1.542,32.195 K,354,3.5,1.542,34.071 K,355,3.5,1.542,35.269 K,356,3.5,1.542,36.466 K,357,3.5,1.542,37.663 K,358,3.5,1.542,38.86 K,359,3.5,1.542,39.7 K,360,3.5,1.542,40 K,361,7,1.542,0 K,362,7,1.542,0.3 K,363,7,1.542,1.14 K,364,7,1.542,2.337 K,365,7,1.542,3.534 K,366,7,1.542,4.731 K,367,7,1.542,5.929 K,368,7,1.542,7.805 K,369,7,1.542,8.1 K,370,7,1.542,9.681 K,371,7,1.542,11.558 K,372,7,1.542,13.434 K,373,7,1.542,15.31 K,374,7,1.542,17.186 K,375,7,1.542,19.062 K,376,7,1.542,20.938 K,377,7,1.542,22.814 K,378,7,1.542,24.69 K,379,7,1.542,26.566 K,380,7,1.542,28.442 K,381,7,1.542,30.319 K,382,7,1.542,31.9 K,383,7,1.542,32.195 K,384,7,1.542,34.071 K,385,7,1.542,35.269 K,386,7,1.542,36.466 K,387,7,1.542,37.663 K,388,7,1.542,38.86 K,389,7,1.542,39.7 K,390,7,1.542,40 K,391,10.5,1.542,0 K,392,10.5,1.542,0.3 K,393,10.5,1.542,1.14 K,394,10.5,1.542,2.337 K,395,10.5,1.542,3.534 K,396,10.5,1.542,4.731 185 K,397,10.5,1.542,5.929 K,398,10.5,1.542,7.805 K,399,10.5,1.542,8.1 K,400,10.5,1.542,9.681 K,401,10.5,1.542,11.558 K,402,10.5,1.542,13.434 K,403,10.5,1.542,15.31 K,404,10.5,1.542,17.186 K,405,10.5,1.542,19.062 K,406,10.5,1.542,20.938 K,407,10.5,1.542,22.814 K,408,10.5,1.542,24.69 K,409,10.5,1.542,26.566 K,410,10.5,1.542,28.442 K,411,10.5,1.542,30.319 K,412,10.5,1.542,31.9 K,413,10.5,1.542,32.195 K,414,10.5,1.542,34.071 K,415,10.5,1.542,35.269 K,416,10.5,1.542,36.466 K,417,10.5,1.542,37.663 K,418,10.5,1.542,38.86 K,419,10.5,1.542,39.7 K,420,10.5,1.542,40 ! ####DEFINIÇÃO DE TODAS AS LINHAS DO MODELO ESTRUTURAL####! !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AS MESAS SUPERIORES EXTREMAS L,14,16 L,16,122 L,122,124 L,124,126 L,126,128 L,128,18 L,18,130 L,130,20 L,38,40 L,40,158 L,158,160 L,160,162 L,162,164 L,164,42 L,42,166 L,166,44 L,62,64 L,64,194 L,194,196 L,196,198 L,198,200 L,200,66 L,66,202 L,202,68 L,86,88 L,88,230 L,230,232 L,232,234 L,234,236 L,236,90 L,90,238 L,238,92 L,30,148 L,148,32 L,32,150 L,150,152 L,152,154 L,154,156 L,156,34 L,34,36 L,54,184 L,184,56 L,56,186 L,186,188 L,188,190 L,190,192 L,192,58 L,58,60 L,78,220 L,220,80 L,80,222 L,222,224 L,224,226 L,226,228 L,228,82 L,82,84 L,102,256 L,256,104 L,104,258 L,258,260 L,260,262 L,262,264 L,264,106 L,106,108 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AS MESAS SUPERIORES CENTRAIS L,20,132 L,132,22 L,22,134 L,134,136 L,136,24 L,24,138 L,138,140 L,140,26 L,26,142 L,142,144 L,144,28 L,28,146 L,146,30 L,44,168 L,168,46 L,46,170 L,170,172 L,172,48 L,48,174 L,174,176 L,176,50 L,50,178 L,178,180 L,180,52 L,52,182 L,182,54 L,68,204 L,204,70 L,70,206 L,206,208 L,208,72 L,72,210 L,210,212 L,212,74 L,74,214 L,214,216 L,216,76 L,76,218 L,218,78 L,92,240 L,240,94 L,94,242 L,242,244 L,244,96 L,96,246 L,246,248 L,248,98 L,98,250 L,250,252 L,252,100 L,100,254 L,254,102 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AS MESAS INFERIORES EXTREMAS L,13,15 L,15,121 L,121,123 L,123,125 L,125,127 L,127,17 L,17,129 L,129,19 L,37,39 L,39,157 L,157,159 L,159,161 L,161,163 L,163,41 L,41,165 L,165,43 L,61,63 L,63,193 L,193,195 L,195,197 L,197,199 L,199,65 L,65,201 L,201,67 L,85,87 L,87,229 L,229,231 L,231,233 L,233,235 L,235,89 L,89,237 L,237,91 L,29,147 L,147,31 L,31,149 L,149,151 L,151,153 L,153,155 L,155,33 L,33,35 L,53,183 L,183,55 L,55,185 L,185,187 L,187,189 L,189,191 L,191,57 L,57,59 L,77,219 L,219,79 L,79,221 L,221,223 L,223,225 L,225,227 L,227,81 L,81,83 L,101,255 L,255,103 L,103,257 L,257,259 L,259,261 L,261,263 L,263,105 L,105,107 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AS MESAS INFERIORES CENTRAIS L,19,131 L,131,21 L,21,133 L,133,135 L,135,23 L,23,137 L,137,139 L,139,25 L,25,141 L,141,143 L,143,27 L,27,145 L,145,29 L,43,167 L,167,45 L,45,169 L,169,171 L,171,47 L,47,173 L,173,175 L,175,49 L,49,177 L,177,179 L,179,51 L,51,181 L,181,53 L,67,203 L,203,69 186 L,69,205 L,205,207 L,207,71 L,71,209 L,209,211 L,211,73 L,73,213 L,213,215 L,215,75 L,75,217 L,217,77 L,91,239 L,239,93 L,93,241 L,241,243 L,243,95 L,95,245 L,245,247 L,247,97 L,97,249 L,249,251 L,251,99 L,99,253 L,253,101 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AOS DIAFRAGMAS DIAGONAIS L,15,40 L,40,63 L,63,88 L,16,39 L,39,64 L,64,87 L,17,42 L,42,65 L,65,90 L,18,41 L,41,66 L,66,89 L,21,46 L,46,69 L,69,94 L,22,45 L,45,70 L,70,93 L,23,48 L,48,71 L,71,96 L,24,47 L,47,72 L,72,95 L,25,50 L,50,73 L,73,98 L,26,49 L,49,74 L,74,97 L,27,52 L,52,75 L,75,100 L,28,51 L,51,76 L,76,99 L,31,56 L,56,79 L,79,104 L,32,55 L,55,80 L,80,103 L,33,58 L,58,81 L,81,106 L,34,57 L,57,82 L,82,105 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AOS DIAFRAGMAS INFERIORES L,15,39 L,39,63 L,63,87 L,17,41 L,41,65 L,65,89 L,21,45 L,45,69 L,69,93 L,23,47 L,47,71 L,71,95 L,25,49 L,49,73 L,73,97 L,27,51 L,51,75 L,75,99 L,31,55 L,55,79 L,79,103 L,33,57 L,57,81 L,81,105 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AOS ENRIJECEDORES DE APOIO L,13,301 L,301,14 L,35,330 L,330,36 L,37,331 L,331,38 L,59,360 L,360,60 L,61,361 L,361,62 L,83,390 L,390,84 L,85,391 L,391,86 L,107,420 L,420,108 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AOS ENRIJECEDORES DOS DIAFRAGMAS L,15,302 L,302,16 L,39,332 L,332,40 L,63,362 L,362,64 L,87,392 L,392,88 L,17,307 L,307,18 L,41,337 L,337,42 L,65,367 L,367,66 L,89,397 L,397,90 L,21,311 L,311,22 L,45,341 L,341,46 L,69,371 L,371,70 L,93,401 L,401,94 L,23,314 L,314,24 L,47,344 L,344,48 L,71,374 L,374,72 L,95,404 L,404,96 L,25,317 L,317,26 L,49,347 L,347,50 L,73,377 L,377,74 L,97,407 L,407,98 L,27,320 L,320,28 L,51,350 L,350,52 L,75,380 L,380,76 L,99,410 L,410,100 L,31,324 L,324,32 L,55,354 L,354,56 L,79,384 L,384,80 L,103,414 L,414,104 L,33,329 L,329,34 L,57,359 L,359,58 L,81,389 L,389,82 L,105,419 L,419,106 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AOS DEMAIS ENRIJECEDORES TRANSVERSAIS L,121,303 L,303,122 L,123,304 L,304,124 L,125,305 L,305,126 L,127,306 L,306,128 L,129,308 L,308,130 L,131,310 L,310,132 L,133,312 L,312,134 L,135,313 L,313,136 L,137,315 L,315,138 L,139,316 L,316,140 L,141,318 L,318,142 L,143,319 L,319,144 L,145,321 L,321,146 L,147,323 L,323,148 L,149,325 L,325,150 L,151,326 L,326,152 L,153,327 L,327,154 L,155,328 L,328,156 L,157,333 L,333,158 L,159,334 L,334,160 L,161,335 L,335,162 L,163,336 L,336,164 L,165,338 L,338,166 L,167,340 L,340,168 187 L,169,342 L,342,170 L,171,343 L,343,172 L,173,345 L,345,174 L,175,346 L,346,176 L,177,348 L,348,178 L,179,349 L,349,180 L,181,351 L,351,182 L,183,353 L,353,184 L,185,355 L,355,186 L,187,356 L,356,188 L,189,357 L,357,190 L,191,358 L,358,192 L,193,363 L,363,194 L,195,364 L,364,196 L,197,365 L,365,198 L,199,366 L,366,200 L,201,368 L,368,202 L,203,370 L,370,204 L,205,372 L,372,206 L,207,373 L,373,208 L,209,375 L,375,210 L,211,376 L,376,212 L,213,378 L,378,214 L,215,379 L,379,216 L,217,381 L,381,218 L,219,383 L,383,220 L,221,385 L,385,222 L,223,386 L,386,224 L,225,387 L,387,226 L,227,388 L,388,228 L,229,393 L,393,230 L,231,394 L,394,232 L,233,395 L,395,234 L,235,396 L,396,236 L,237,398 L,398,238 L,239,400 L,400,240 L,241,402 L,402,242 L,243,403 L,403,244 L,245,405 L,405,246 L,247,406 L,406,248 L,249,408 L,408,250 L,251,409 L,409,252 L,253,411 L,411,254 L,255,413 L,413,256 L,257,415 L,415,258 L,259,416 L,416,260 L,261,417 L,417,262 L,263,418 L,418,264 !SEGMENTOS CORRESPONDENTES AOS ENRIJECEDORES LONGITUDINAIS L,301,302 L,302,303 L,303,304 L,304,305 L,305,306 L,306,307 L,307,308 L,308,309 L,309,310 L,310,311 L,311,312 L,312,313 L,313,314 L,314,315 L,315,316 L,316,317 L,317,318 L,318,319 L,319,320 L,320,321 L,321,322 L,322,323 L,323,324 L,324,325 L,325,326 L,326,327 L,327,328 L,328,329 L,329,330 L,331,332 L,332,333 L,333,334 L,334,335 L,335,336 L,336,337 L,337,338 L,338,339 L,339,340 L,340,341 L,341,342 L,342,343 L,343,344 L,344,345 L,345,346 L,346,347 L,347,348 L,348,349 L,349,350 L,350,351 L,351,352 L,352,353 L,353,354 L,354,355 L,355,356 L,356,357 L,357,358 L,358,359 L,359,360 L,361,362 L,362,363 L,363,364 L,364,365 L,365,366 L,366,367 L,367,368 L,368,369 L,369,370 L,370,371 L,371,372 L,372,373 L,373,374 L,374,375 L,375,376 L,376,377 L,377,378 L,378,379 L,379,380 L,380,381 L,381,382 L,382,383 L,383,384 L,384,385 L,385,386 L,386,387 L,387,388 L,388,389 L,389,390 L,391,392 L,392,393 L,393,394 L,394,395 L,395,396 L,396,397 L,397,398 L,398,399 L,399,400 L,400,401 L,401,402 L,402,403 L,403,404 L,404,405 L,405,406 L,406,407 L,407,408 L,408,409 L,409,410 L,410,411 L,411,412 L,412,413 L,413,414 L,414,415 L,415,416 L,416,417 L,417,418 L,418,419 L,419,420 ! ####DEFINIÇÃO DE TODAS AS ÁREAS DO MODELO ESTRUTURAL####! !ÁREAS DAS LAJES A,1,2,16,14 A,14,16,40,38 A,38,40,64,62 A,62,64,88,86 A,86,88,110,109 A,2,265,122,16 A,16,122,158,40 A,40,158,194,64 A,64,194,230,88 A,88,230,283,110 A,265,266,124,122 A,122,124,160,158 A,158,160,196,194 A,194,196,232,230 A,230,232,284,283 A,266,267,126,124 A,124,126,162,160 A,160,162,198,196 A,196,198,234,232 A,232,234,285,284 A,267,268,128,126 A,126,128,164,162 A,162,164,200,198 A,198,200,236,234 A,234,236,286,285 A,268,3,18,128 A,128,18,42,164 A,164,42,66,200 A,200,66,90,236 A,236,90,111,286 A,3,269,130,18 A,18,130,166,42 A,42,166,202,66 A,66,202,238,90 A,90,238,287,111 A,269,4,20,130 A,130,20,44,166 A,166,44,68,202 A,202,68,92,238 A,238,92,112,287 A,4,270,132,20 A,20,132,168,44 A,44,168,204,68 A,68,204,240,92 A,92,240,288,112 A,270,5,22,132 A,132,22,46,168 A,168,46,70,204 A,204,70,94,240 A,240,94,113,288 A,5,271,134,22 A,22,134,170,46 188 A,46,170,206,70 A,70,206,242,94 A,94,242,289,113 A,271,272,136,134 A,134,136,172,170 A,170,172,208,206 A,206,208,244,242 A,242,244,290,289 A,272,6,24,136 A,136,24,48,172 A,172,48,72,208 A,208,72,96,244 A,244,96,114,290 A,6,273,138,24 A,24,138,174,48 A,48,174,210,72 A,72,210,246,96 A,96,246,291,114 A,273,274,140,138 A,138,140,176,174 A,174,176,212,210 A,210,212,248,246 A,246,248,292,291 A,274,7,26,140 A,140,26,50,176 A,176,50,74,212 A,212,74,98,248 A,248,98,115,292 A,7,275,142,26 A,26,142,178,50 A,50,178,214,74 A,74,214,250,98 A,98,250,293,115 A,275,276,144,142 A,142,144,180,178 A,178,180,216,214 A,214,216,252,250 A,250,252,294,293 A,276,8,28,144 A,144,28,52,180 A,180,52,76,216 A,216,76,100,252 A,252,100,116,294 A,8,277,146,28 A,28,146,182,52 A,52,182,218,76 A,76,218,254,100 A,100,254,295,116 A,277,9,30,146 A,146,30,54,182 A,182,54,78,218 A,218,78,102,254 A,254,102,117,295 A,9,278,148,30 A,30,148,184,54 A,54,184,220,78 A,78,220,256,102 A,102,256,296,117 A,278,10,32,148 A,148,32,56,184 A,184,56,80,220 A,220,80,104,256 A,256,104,118,296 A,10,279,150,32 A,32,150,186,56 A,56,186,222,80 A,80,222,258,104 A,104,258,297,118 A,279,280,152,150 A,150,152,188,186 A,186,188,224,222 A,222,224,260,258 A,258,260,298,297 A,280,281,154,152 A,152,154,190,188 A,188,190,226,224 A,224,226,262,260 A,260,262,299,298 A,281,282,156,154 A,154,156,192,190 A,190,192,228,226 A,226,228,264,262 A,262,264,300,299 A,282,11,34,156 A,156,34,58,192 A,192,58,82,228 A,228,82,106,264 A,264,106,119,300 A,11,12,36,34 A,34,36,60,58 A,58,60,84,82 A,82,84,108,106 A,106,108,120,119 A,72,210,209,71 A,210,212,211,209 A,212,74,73,211 A,96,246,245,95 A,246,248,247,245 A,248,98,97,247 A,26,142,141,25 A,142,144,143,141 A,144,28,27,143 A,50,178,177,49 A,178,180,179,177 A,180,52,51,179 A,74,214,213,73 A,214,216,215,213 A,216,76,75,215 A,98,250,249,97 A,250,252,251,249 A,252,100,99,251 A,28,146,145,27 A,146,30,29,145 A,30,148,147,29 A,148,32,31,147 A,52,182,181,51 A,182,54,53,181 A,54,184,183,53 A,184,56,55,183 A,76,218,217,75 A,218,78,77,217 A,78,220,219,77 A,220,80,79,219 A,100,254,253,99 A,254,102,101,253 A,102,256,255,101 A,256,104,103,255 A,32,150,149,31 A,150,152,151,149 A,152,154,153,151 A,154,156,155,153 A,156,34,33,155 A,34,36,35,33 A,56,186,185,55 A,186,188,187,185 A,188,190,189,187 A,190,192,191,189 A,192,58,57,191 A,58,60,59,57 A,80,222,221,79 A,222,224,223,221 A,224,226,225,223 A,226,228,227,225 A,228,82,81,227 A,82,84,83,81 A,104,258,257,103 A,258,260,259,257 A,260,262,261,259 A,262,264,263,261 A,264,106,105,263 A,106,108,107,105 !ÁREAS DAS ALMAS DAS VIGAS A,14,16,15,13 A,16,122,121,15 A,122,124,123,121 A,124,126,125,123 A,126,128,127,125 A,128,18,17,127 A,38,40,39,37 A,40,158,157,39 A,158,160,159,157 A,160,162,161,159 A,162,164,163,161 A,164,42,41,163 A,62,64,63,61 A,64,194,193,63 A,194,196,195,193 A,196,198,197,195 A,198,200,199,197 A,200,66,65,199 A,86,88,87,85 A,88,230,229,87 A,230,232,231,229 A,232,234,233,231 A,234,236,235,233 A,236,90,89,235 A,18,130,129,17 A,130,20,19,129 A,20,132,131,19 A,132,22,21,131 A,42,166,165,41 A,166,44,43,165 A,44,168,167,43 A,168,46,45,167 A,66,202,201,65 A,202,68,67,201 A,68,204,203,67 A,204,70,69,203 A,90,238,237,89 A,238,92,91,237 A,92,240,239,91 A,240,94,93,239 A,22,134,133,21 A,134,136,135,133 A,136,24,23,135 A,46,170,169,45 A,170,172,171,169 A,172,48,47,171 A,70,206,205,69 A,206,208,207,205 A,208,72,71,207 A,94,242,241,93 A,242,244,243,241 A,244,96,95,243 A,24,138,137,23 A,138,140,139,137 A,140,26,25,139 A,48,174,173,47 A,174,176,175,173 A,176,50,49,175 ASBL, ALL, ALL, , , KEEPL !####GERAÇÃO DA MALHA DE ELEMENTOS FINITOS####! ESIZE,.5,0, TYPE,1 MAT,1 !DEFINE A DIVISÃO DAS LINHAS !DEFINE O TIPO DE ELEMENTO (MESAS DAS VIGAS) !DEFINE O TIPO DE MATERIAL (AÇO) REAL,1 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (MESA SUPERIOR PERFIL EXTREMO) LMESH,1,64,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO REAL,2 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (MESA SUPERIOR PERFIL CENTRAL) LMESH,65,116,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO REAL,3 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (MESA INFERIOR PERFIL EXTREMO) LMESH,117,180,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO 189 REAL,4 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (MESA INFERIOR PERFIL CENTRAL) LMESH,181,232,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO TYPE,2 MAT,1 !DEFINE O TIPO DE ELEMENTO (DIAFRAGMAS) !DEFINE O TIPO DE MATERIAL (AÇO) REAL,5 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (DIAFRAGMAS DIAGONAIS) LMESH,233,280,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO REAL,6 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (DIAFRAGMAS INFERIORES) LMESH,281,304,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO TYPE,5 MAT,1 !DEFINE O TIPO DE ELEMENTO (ENRIJECEDORES) !DEFINE O TIPO DE MATERIAL (AÇO) REAL,9 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (ENRIJECEDORES DE APOIO) LMESH,305,320,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO REAL,10 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (ENRIJECEDORES TRANSVERSAIS) LMESH,321,528,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO REAL,11 !DEFINE AS PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS (DIAFRAGMAS LONGITUDINAIS) LMESH,529,644,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE LINHAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO AATT,2,8,4 !COMANDO QUE ENGLOBA O MATERIAL, REAL CONSTANTE E O TIPO DE ELEMENTO (LAJE DE CONCRETO) AMESH,1,145,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE ÁREAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO AATT,1,7,3 !COMANDO QUE ENGLOBA O MATERIAL, REAL CONSTANTE E O TIPO DE ELEMENTO (ALMAS DAS VIGAS) AMESH,262,493,1 !DEFINE UMA SEQUENCIA DE ÁREAS COM MESMO MATERIAL, GEOMETRIA E TIPO DE ELEMENTO !####CONDIÇÕES DE CONTORNO####! !COMANDO "DK", NÚMERO DO NÓ, RESTRIÇÃO DOS NÓS EM X,Y,Z !DK,1,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,14,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,38,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,62,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,86,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,109,UX,,,,,UY,,,,,UZ DK,13,UX,,,,,UY,,,,,UZ DK,37,UX,,,,,UY,,,,,UZ DK,61,UX,,,,,UY,,,,,UZ DK,85,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,12,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,36,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,60,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,84,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,108,UX,,,,,UY,,,,,UZ !DK,120,UX,,,,,UY,,,,,UZ DK,35,UX,,,,,UY,,,,, DK,59,UX,,,,,UY,,,,, DK,83,UX,,,,,UY,,,,, DK,107,UX,,,,,UY,,,,, !####SOLUÇÃO####! /SOLU ANTYPE,2 MODOPT,SUBSP,10 EQSLV,FRONT MXPAND,10 SOLVE FINISH