o lince 01 - Jornal O Lince
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o lince 01 - Jornal O Lince
NOVA FASE - ANO 2 - Nº 21 - 20 de setembro de 200 20088 - APARECIDA-SP Fundado em 20 de outubro de 1969 DIRETOR FUNDADOR: Benedicto Lourenço Barbosa Tem o que le lerr ................................................................................................................................. ................................................................................................................................................................................................... www.jornalolince.com.br Quem é quem nas eleições municipais? As eleições municipais se aproximam e é chegada a hora de definir a quem confiar o voto. Para tanto, alguns esclarecimentos são necessários para que o eleitor possa analisar as conseqüências da decisão que adotar. Dentre os esclarecimentos necessários, é fundamental saber a diferença entre eleições majoritárias e proporcionais. De fato, em 5 de outubro, haverá duas eleições distintas: uma para prefeito e outra para vereadores. A eleição para prefeito, também chamada de majoritária, estabelece uma relação direta entre o desejo da maioria dos eleitores e o candidato ao cargo, ou seja, é eleito aquele que recebe o maior número de votos válidos em apenas um turno ou no segundo turno de votação, no caso de serem dois. Já nas eleições proporcionais, nem sempre é eleito aquele que é mais votado. O que existe é uma proporção de cadeiras no legislativo em função do desempenho de cada partido no pleito eleitoral. Assim sendo, cada partido obtém uma vaga a partir do momento em que atinge um número mínimo de votos que resulta da divisão dos votos válidos pelo número de cargos existentes no legislativo. Esse SOMOS DEMOCRATAS (DEM, PTC) Aloísio André Arneiro (Lu Arneiro - 25007) Edna Aparecida Ferreira Torres (25780) João Vicente Braga Vieira (25500) José Benedito Ferreira da Rocha (Zé da Elza - 25100) José Ricardo Damião Alves (Cachorro - 25555) Josiane Pereira de Moura (25013) Lúcio José Pedrini (25668) Maria Aparecida Castro Rocha (25660) Maurílio Benedito dos Santos Reis (25000) Nilton Isaias de Andrade (Beiçola - 36666) Paulo Lopes Guimarães (Paulinho da Renovação - 25600) Waldemir José Pedroso (Wadê - 25012) Welington Nogueira Silva (25025) APARECIDA MELHOR (PTN, PSL, PDT, PPS) Adval Benedito Coelho (23690) Ana Lúcia Moura (12222) Antonio Carlos Firmino (12570) Bernadete da Silva Santos (Irmã Bernadete - 19230) Domingos Léo Monteiro (23023) Eliane de Almeida da Silva (23423) Eliane Dias Camargo (Lia - 12000) Elisabete Maria de Melo Oliveira (12765) João Carlos Leme (João do Aroeira - 19000) Luís Cláudio da Silva (Claudião Cantor - 12100) Luís Marcelo Marcondes Pinto (23123) Marcelo Monteiro Gonçalves (Cabo Monteiro - 12012) Marco Antonio Gonzaga da Silva (23500) Marcos Antonio da Silva (Marquinhos da Guarda - 23153) Maria Aparecida de Oliveira (19136) Nelma Fátima Silva Cleto Ferreira (Nelma do Povo - 17333) Wilson Manoel Aparecido Delfino (Gilso Cachorrão - 12005) Pesquisador afirma que prefeito com alta aprovação faz o sucessor HÁ POUCO mais de um mês das eleições municipais, a Rádio-TV Aparecida promoveu, no dia 03 de setembro, o Seminário de Educação Política Voto Consciente, um ato de cidadania. Cerca de 100 pessoas, entre elas vários candidatos a prefeito e a vereador, acompanharam as locuções do historiador Gilberto Souza, da Comissão de Justiça e Paz da CNBB, e do Prof. Dr. Alberto Almeida, sociólogo, pesquisador da Universidade Federal Fluminense e autor do livro "A cabeça do brasileiro". O sociólogo Alberto Almeida apontou várias características do eleitor brasileiro e foi categórico ao afirmar que as suas pesquisas demonstram que, quando um governo é muito bem avaliado pela população, o administrador público faz o seu sucessor. Aguardemos as eleições! número mínimo é chamado de quociente eleitoral e define quantas vagas caberão a cada agremiação partidária. Trata-se de um eficiente dispositivo legal quando a intenção é valorizar as agremiações partidárias e não as candidaturas avulsas. Ocorre, portanto, de nem sempre os mais votados serem os eleitos e de nem sempre serem eleitos aqueles que o eleitor desejaria dentro de um partido ou coligação. Por isso, é preciso estar atento, pois o seu voto pode ajudar a eleger alguém que você não gostaria que fosse o seu representante na Câmara Municipal. Visando, então, dar elementos de reflexão para o eleitor, O Lince publica a relação dos candidatos a vereador em Aparecida-SP, as coligações a que pertencem e a votação dos atuais candidatos que concorreram nas eleições de 2004. É certo que o quadro político se alterou, alguns candidatos mudaram de partido, o número de votos pode aumentar ou diminuir em razão de diferentes fatores e há muitos candidatos estreantes cujas votações permanecem incógnitas. Porém, uma boa análise do quadro abaixo pode ajudar a escolher de maneira melhor informada e menos ingênua COMPROMISSO COM APARECIDA (PSB, PSDC) Antonio Jorge da Silva (Pai Jorge - 40678) Denise Maria Silva de Oliveira (Denise da Promoção Social - 40777) Elisabeth Moreira da Cunha (40003) Gilson Ferreira da Costa ( Macaquinho - 27017) Harlei Diniz de Carvalho (40123) Hernando José Plentz da Silva (40800) Joaquim Noivo da Silva (Joaquim Cabeleireiro - 40024) José Cândido de Souza (Candinho - 40999) - 125 Júlio José Ferreira dos Santos (Júlio da Banca - 40222) Luiz Carlos Ferreira (Corpo Seco - 40000) Marcelo Pereira Rangel (40111) Marcos Antônio Tavares (Marcão Tavtur - 40555) Paulo Roberto Dias (Paiá - 40444) Selma Lúcia Charleaux Gouvêa dos Reis (40666) Valdecir de Oliveira (Padre Vito - 40040) APARECIDA SEM MEDO DE SER FELIZ (PR, PSDB, PMN, PSC) Adilson José de Lima Castro (Adilson Boi na Brasa - 45000) Edgar dos Santos Filho (Edgar da Farmácia - 45555) Francisco Egidio Monteiro Vaz (Fram Pé Sujo - 45222) Gilda Catarina da Silva (Imã Gilda - 20020) João Ferreira (45685) João Luiz Mota (Dão - 45670) José Benedito Ribeiro (Prof. Zé Dito - 45645) Júlio Bustamante Sá Júnior (20000) Maria Tereza Dias Gomes (45045) Nadir Pereira Neves (Nadir Imóveis - 20600) Patrícia Almeida Gonçalves Pereira (45678) Paulo Benedito dos Santos (Paulinho Feroz - 22666) Paulo Caputo (45655) Pedro César de França Freire (Rei da Cocada - 45123) Regina Helena de Castro (Prof. Regina - 45111) Rosa Maria de Jesus (Rosinha - 33456) Valdeci Martins da Silva (33633) Wilian Camargo de Oliveira (20123) RUMO CERTO (PTB, PMDB) Alcir de Souza Siqueira (Pastor Alcir - 14616) Amélia Rodrigues Zocoler (Amélia manicure - 14333) Ângelo Reginaldo Leite (14444) Celso Pereira (Celso Pintor - 14500) Elcio Ribeiro Pinto (Elcinho - 14123) Emerson Camargo Perez (Dengue - 14004) José Antonio de Jesus (15015) José Odir de Campos (Carneirinho - 14888) José Rosa do Prado (Zé Rosa - 14699) Luiz Otávio de Toleto Piza (Tavinho Piza - 14000) Maria Aparecida de Jesus Ventura da Silva (Cidinha Ventura - 14700) Milton Martins Pereira (Milton do Salgado - 14660) Nei Aurélio Rangel (Nei Lebrinha - 15000) Pedro Ricardo Goussain (Pedrão Santa Casa - 14714) PV Ana Carolina Gonçalves Pinto (43020) Antonio Trindade (43088) Benedito Carlos Ribeiro Wendling (43066) Dirceu Fulgêncio Pinto (43010) Guido Machado Braga (43007) Hidélcio Guimarães de Oliveira (43099) Luiz Carlos da Silva (43000) Maria Inês Rocha (43034) Maria Margarida Silva de Freitas (da TMC Turismo- 43013) Susi de Cássia Freire (43030) Valberto Wagner da Silva (Beto do Bruno - 43043) JUVENTUDE, OUSAR E AVANÇAR (PP, PRB, PT) Agnaldo Gomes Ribeiro (Baiano do Jegue - 11611) Alessandro Antonio Ribeiro Rodrigues (10123) Alexandro de Souza Dias (Pingo - 13000) Antonio Carlos Mathias (Iê - 11111) Benedito da Conceição Belchior (Ditinho do Itaguaçu - 11210) Carlos Eduardo Thomaz da Silva (11000) Edino Aparecido Rocha (11123) Ivan Claudinei de Carvalho (11113) Josué Antonio Lourenço Barbosa (Cambé - 13013) Luis Carlos de Siqueira (Piriquito - 11456) Luiz Carlos de Souza (11011) Nislair Fabian de Melo (11789) Roger Bertolaccine Andare (11222) PSOL Ednaldo de Oliveira Sant'Anna (50123) José Benedito dos Santos (Zezinho - 50000) Aparecida Locais de Votação 1 a 6 - EE Américo Alves 7 a 11 - EM Virgulina M. M. Fázzeri (Coteca) 12 a 15, 95 e 113 - EM Chagas Pereira 16 a 19, 67, 97 e 106 - EE Maria Conceição Pires do Rio 20, 21, 62, 70 e 105 - EM Sólon Pereira 22 a 26 e 69 - EM Maria Helena Camargo Lourenço Barbosa 27 a 30, 66, 96 e 108 - EE Paulina Cardoso 31 a 33, 59, 73 e 104 - EM Marieta Braga 34 a 37 e 74 - EM Anísio Novaes 38 a 40 e 48 a 50 - EE Murillo da Amaral 51 a 54, 56, 57 e 116 - EE Comendador Salgado 60, 71, 98, 107 e 115 - EM Edgar de Souza 63 - EM Maria Aparecida Encarnação (especial) 65 e 103 - EM Maria Aparecida Encarnação ................................................................................................................................................................................................... Aparecida, 20 de setembro de 2008 1 E DITORIAL Á GORA O sorriso da russa Jinglemania Ou de como levar o eleitor a não pensar Alexandre Marcos Lourenço Barbosa EM 2008, afora as boas intenções da legislação eleitoral, a afronta à legislação ambiental tem sido constante. A poluição visual cedeu lugar à poluição sonora. São bombardeios, em decibéis, caindo como chamarizes, sem hora marcada e em intervalos reduzidos, nos tímpanos de eleitores e não-eleitores. Haja martelo, estribo e bigorna para suportar, sem perder a lucidez, esta overdose publicitária, quase sempre de mau gosto, expressa nos jingles dos candidatos. Antes, diante dos outdoors, fecharmos os olhos ou redirecioná-los era possível, mas, agora, como fazer o mesmo com os ouvidos? Imagino a cena surreal e a comicidade de ver as pessoas, nas ruas e em suas casas, com chumaços de algodão nas orelhas protegendo-se de um marketing agressivo sem qualquer conteúdo significativo, mesmo porque os jingles não trazem em si este propósito. Ao contrário, a finalidade publicitária destas vinhetas sonoras é vedar o pensamento, sedar a consciência e acirrar os instintos para transformar as eleições num grande game no qual as pessoas se perfilam por afinidades, simpatias e interesses pessoais. É penoso manter a sobriedade uma vez inserido neste jogo coordenado por candidatos e marqueteiros. Isso exige do eleitor algo mais que, na maioria das vezes, ele não dispõe ou, se dispõe, não está disposto a ceder. A rigor, falo da capacidade de penetrar analiticamente os discursos e a história dos candidatos, auscultar-lhes a dimensão do não-dito, perceber o recôndito e em que medida aquilo que se esconde é ou não comprometedor. Não falo das pequenas faltas e fraquezas humanas, estas são desconsideráveis se não forem graves, e sim de grupos e pessoas bem ou mal intencionados, muito, pouco ou nada preparados, dispostos ou não para o altruísmo inerente ao verdadeiro homem público. Eleições não são bienais de entretenimento nem finais de campeonato esportivo. O momento eleitoral não é um acontecimento sem maiores conseqüências. Estas são diretas e, às vezes, imediatas. Daí as eleições não permitirem a leviandade do eleitor sem que a realidade regurgite sobre ele. E a realidade é impiedosa com os irresponsáveis e, em certos casos, também com os demais. Escolhas mal feitas podem ter efeitos nefastos sobre todos. À guisa de exemplo, e para ficar apenas neste, poderíamos perguntar qual é o dano social causado por um professor aprovado em um concurso público fraudado? Ele terá sob sua tutela cerca de 30 a 35 crianças durante um período de pelo menos 25 anos. Se ele não estiver bem preparado, quantas famílias não serão atingidas pela sua inaptidão e/ou incapacidade? E o custo para a sociedade que investiu durante anos para obter como resultado uma horda de despreparados? Na essência da política não creio que necessariamente esteja o bem comum, pois ela bem pode - e isto é fato - estar avessa ao interesse coletivo. O que constitui, a meu ver, o núcleo da vida política é a sua dimensão eminentemente humana e o seu alcance inevitavelmente público. Em política não há o destino, não há o divino. Nela, as coisas não acontecem porque assim deveriam ser, mas ocorrem porque há homens que escolheram que assim fosse. Não há fatalidades, há escolhas bem ou mal conduzidas. A política entrega ao homem a responsabilidade pela condução de sua história, único sentido possível para a palavra destino. E a história exige seres humanos resolvendo (ou não!) problemas humanos. Não há como fugir desta sorte sem renunciar à liberdade. Política e História imbricam-se e reclamam, ambas, a ruptura com uma indiferença presumida e jamais atingida, pois, teórica e praticamente, é impossível estar acima ou além da trama de valores representada pelo jogo do poder. As eleições municipais estão aí e os diferentes grupos partidários também. É hora de escolher e de expressar os nossos julgamentos. É hora de lembrar, com Lord Byron, que "o melhor profeta do futuro é o passado", pois ninguém pode ser avaliado pelo que ainda não fez. Seria preconceito puro. Mirar os olhos de cada candidato e traduzir-lhe a fronte é o que se espera de um eleitor arrazoado. Afinal, como ensinou o mestre Balzac, "não é a fronte o que há de mais profético no homem?" O futuro que teremos dependerá da escolha que fizermos. Tão óbvio quanto verdadeiro. PROPRIETÁRIO: Alexandre Marcos Lourenço Barbosa ENDEREÇO: Rua Alfredo Penido, 101 Tel.: (12) 9138-5576 — [email protected] PROJETO GRÁFICO: Marco Antônio Santos Reis REVISÃO: Heloísa Helena Arneiro Lourenço Barbosa JORNALISTA RESPONSÁVEL: Rita de Cássia Corrêa (MTB 26.190/SP) IMPRESSÃO: Gráfica e Editora Santuário TIRAGEM: 3000 exemplares - Distribuição Gratuita Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Registro no Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica - Comarca de Guaratinguetá - SP, sob nº 26, fls. 17 do livro B-1. 2 Getúlio Martins ASSISTI a muito pouco dos Jogos Olímpicos de Pequim. Desse pouco que vi, achei que a ginástica é uma coisa muito chata. As atletas, quando não estão chorando, roem as unhas, num banco duro, aguardando a nota como se fosse uma sentença de morte. Esporte tem que dar prazer, se não for assim, não compensa. Não se conseguem bons resultados. A Mauren disse que no dia em que saltou 7,04 m pediu, nas suas orações, uma ajuda para conseguir fazer o melhor. Veja que ela não pediu para vencer. Pois, se assim o fosse, como é que o Senhor ia fazer com os outros competidores, que certamente tinham pedido a mesma coisa? Ela conseguiu porque treinou muito, tem um biótipo favorável para a modalidade que pratica e porque achava que podia ganhar. Já o Jadel não venceu, apesar da garra. Estava sozinho sem o treinador, padrinho seu, o Pedrão. O João do Pulo, quando saltou no México, ganhou a medalha de ouro e bateu o recorde mundial, que só seria ultrapassado dez anos depois. Contou que, no dia da prova, tinha acordado com a alma leve e achou o dia bonito. Uma série de fatores positivos contribuiu para o sucesso dele: treino, biótipo, garra e prazer. Observe numa partida decisiva de futebol, logo no início do jogo, as jogadas de bola dividida. Quem ganha são os campeões. Viu aquela dividida do Ronaldinho Gaúcho com o argentino Fernando Gago. O argentino elegante se jogou por trás, desajeitado, para cortar uma jogada na lateral sem nenhuma importância aparente. O brasileiro riu do esforço do jogador argentino. Você viu quem riu no final. Competição não exclui solidariedade. Na maratona, depois de correr 30 km, o atleta usa o seu estoque extra de energia, porque já consumiu tudo que tinha, apesar de o locutor dizer que ele não aparenta cansaço. Depois de passar por um posto de abastecimento de água, o atleta de Eritréia ofereceu água para o queniano que estava ao seu lado, na liderança da prova, e não alcançara a sua garrafa. Não sei se a água fez diferença, mas o queniano ganhou ouro e o outro ficou em quarto. Diante do quadro de medalhas, o que mais se discute é como tornar o Brasil uma potência nos esportes e não somente no futebol. O caminho todo mundo sabe: tem que começar pela escola. O jeito de caminhar é que são elas. Nenhuma escola poderia funcionar sem instalações adequadas para práticas de, pelo menos, cinco modalidades esportivas. No currículo teria que ter teoria esportiva e nutricional. Competição entre as escolas da cidade tem que ter todo ano. Nos bairros, tem que se conseguir espaços para atividades esportivas e palestras, para todas as faixas de idades, coordenados por professores bem remunerados e dedicados em tempo integral. Não dá para separar educação de esporte, pois ele é a maneira mais fácil de educar. Normalmente, os secretários de educação não conseguem alcançar essa visão. Apegam-se aos seus recursos como o alcoólatra se apega ao copo de pinga ou ao maço de cigarros. Teve uma coisa rara durante a ginástica dos jogos na China. Uma russa sorriu para a companheira, antes de caminhar para a barra. Não sei se ganhou ouro, mas me lembro bem do rosto dela. Getúlio Martins é doutor em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo A dança dos hormônios Sílvia Maria de Carvalho Farias DURANTE todo o ciclo vital pelo qual passamos, desde a concepção até o findar dos nossos dias, os hormônios estão presentes em nosso organismo. Eles compõem uma orquestra bem-sincronizada, comandada pelas glândulas endó-crinas. Essas glândulas secretam hormônios para o sangue circulante, que por sua vez inicia uma espécie de dança, atuando sobre células-alvo em muitos pontos do nosso corpo. Existem seis glândulas endócrinas muito importantes e várias outras de menor importância. A delas é a hipófise, uma glândula bem pequenina que exerce uma função vital em nossa vida, tanto que é conhecida como glândula-mestra. O corpo humano é controlado por dois sistemas muito eficientes: o nervoso e o endócrino, e a nossa pequenina glândula-mestra funciona como uma ponte entre esses dois sistemas que são constituídos por duas metades: uma que contém tecido nervoso e a outra, tecido glandular. Desde a nossa concepção, que é o encontro da célula da nossa mãe com a célula do nosso pai, os hormônios atuam de forma esplendorosa dentro do corpo materno, com uma perfeição que só a natureza divina pode proporcionar. É um corpo nutrindo, forman- DO do, dando vida a outro corpo. Nascemos, e os hormônios continuam trabalhando, fazendonos crescer. Chegamos à puberdade, e os hormônios maturam nossas células. Com isso, tornamos-nos homens e mulheres capazes de nos reproduzirmos, de nos multiplicarmos, de gerarmos novas vidas, de sermos eternos. E assim encontramos, com a maturidade, a sabedoria da experiência vivenciada dia a dia. Olhamo-nos no espelho e vemos as marcas de expressão dos nossos sonhos, dos nossos fracassos. É o sistema endócrino promovendo alterações em sua dança, a música se torna lenta, como se fosse uma valsa acompanhando o cair da tarde, esperando o início da noite. O findar dos nossos dias deve ser bem-programado para que possamos ter uma velhice bem-sucedida. É fundamental participarmos de algum projeto para a melhor idade, ouvir Roberto Carlos, dançar forró e valsas, muitas valsas, de preferência acompanhados da pessoa que amamos, que nos fez e nos faz feliz. Sílvia Maria de Carvalho Farias, graduanda de Enfermagem Fatea/Lorena, funcionária do hospital Unimed de Lorena . e-mail: [email protected]. LEITOR Oi Lince, vocês poderiam nos ajudar a decidir pelo vereador, que é o que tá difícil! Onde encontro um curriculum dos candidados a vereança? Como vou saber se são honestos, trabalhadores, tem consciência ambiental? Se estudou, se honra seus compromissos, se não tem nome no SPC e Serasa? Se, alguma vez, lutou por alguma causa sem ferir os direitos do seu próximo? Onde trabalha? Se é patrão, cumpre suas obrigações legais de empregador? Se é empregado cumpre seus deveres com dedicação? Se é bom pai ou mãe, bom marido ou esposa, bom filho? Se é uma pessoa equilibrada, se tem princípios morais e religiosos? Você poderia abrir uma página assim para nós, eleitores. Um abraço. Lidia Almeida Carvalho — Aparecida - SP Caro Alexandre, Venho acompanhando a sua coluna no jornal O Lince, que muito me agrada. Eu gosto de política, sobretudo de escrever sobre. Atualmente, tenho uma coluna no jornal eletrônico: http://www.politicadovale.com.br/, onde escrevo sobre a política de Lorena, onde moro. No meu último artigo, eu me inspirei em um dos seus artigos. Forte abraço, saúde e paz. Jean Domingos — Lorena - SP Oi, Alexandre, como vai? Desejo que esteja bem. Quero reforçar aqui que admiro seu trabalho, já fui sua aluna em vários cursos, tem feito um grande trabalho unindo através do seu jornal os artistas da região e acima de tudo trabalha pela educação. Denise de Souza — Guaratinguetá - SP Aparecida, 20 de setembro de 2008 F OCUS Com Ziraldo na Bienal Márcia Filippo recebe prêmio em Belo Horizonte Márcia Fillipo, à esquerda, recebe o troféu “Mulher Influente” de 2008 Ziraldo com Sofia e Alice SOFIA HELENA, a escritora-mirim da seção Grafias de O Lince, esteve na 20 Bienal Internacional do Livro de São Paulo e participou da sessão de autógrafos do escritor Ziraldo. O consagrado criador do "Menino Maluquinho" foi atencioso e amável com Sofia e sua irmã Alice. Trocaram algumas palavras e Ziraldo, interessado, pediu a Sofia que lhe mandasse alguns textos escritos por ela. Certamente, um encontro inesquecível para a pequena e iniciante autora. Exposição - 50 anos de Arquidiocese de Aparecida A SECRETÁRIA Municipal de Turismo de Aparecida, Márcia Fillipo, recebeu o Troféu Mulher Influente, prêmio concedido pelo Jornal MG Turismo às mulheres que se destacam nos diversos setores de atuação. O prêmio é concedido a diversas categorias e no quesito Administração Pública, a dinâmica e dedicada secretária de turismo foi agraciada com o galardão maior. Em sua décima segunda edição, a entrega do Troféu aconteceu no último dia 8 de setembro, às 20 horas, no salão nobre do Othon Palace Hotel, em Belo Horizonte. Mulheres de expressão de todo o país lá estiveram reunidas e Márcia Filippo, escolhida entre suas pares, foi a oradora da turma. O Troféu Mulher Influente coroa de mérito e reconhecimento o trabalho competente e criativo de Márcia Filippo à frente do turismo de Aparecida ao longo de quase oito anos. Viagem Literária Cerimônia de a ber tur a contou com inúmer os con vidados convidados Centro de Apoio aos Romeiros Asa Oeste - Aparecida-SP [email protected] (12) 3104-1263 e 3104-1264 Aparecida, 20 de setembro de 2008 Pelo Jovem e seu primeiro emprego com registro em carteira Lu Arneiro, seu companheiro! LU ARNEIR O ARNEIRO NA TARDE de 11 de setembro, o escritor Moacyr Scliar esteve em Guaratinguetá, na Biblioteca Municipal "Dr. Diomar Pereira Rocha", onde participou de um batepapo com leitores da região. Batizado de "Viagem Literária", o encontro encheu a sala de leitura com um público formado por professores, alunos e apreciadores da obra do premiado autor, cujos livros somam mais de 60 títulos, entre romances, contos, crônicas, ensaios e literatura infantil, alguns dos quais traduzidos para vários idiomas. Durante a apresentação, Moacyr Scliar, que é membro da Academia Brasileira de Letras, discorreu um pouco sobre sua inColigação Rumo Certo com Silvino e Dina Aquário de Aparecida Santuario VEREADOR Moac yr Sc liar Moacyr Scliar liar,, ladeado por Tonho F Frr ança e W ilson Gor j de “O Lince” PTB Eleitor, valorize seu voto. O futuro da cidade está em suas mãos. Vote com consciência VEREADOR Reginaldo Leite cnpj:10.082.650/0001-87 ção Promo al especi para escolas DEM+PTC NO DIA 02, próximo passado, foi inaugurada, na sede da Cúria Metropolitana de Aparecida, a Rua Barão do Rio Branco, no. 412, centro, Exposição comemorativa dos 50 anos de Criação e Instalação da Arquidiocese de Aparecida. A Exposição apresenta acervo fotográfico com os fatos marcantes da história da Arquidiocese, seus Arcebispos, suas Paróquias, Santuário Nacional, visitas do Papa João Paulo II e do Papa Bento XVI. Conta ainda com acervo de Imagens que retratam a piedade popular. Objetos litúrgicos e outros objetos importantes para a nossa história. Quer a Exposição fazer, ainda, homenagem a três grandes homens da nossa história, os quais optaram por permanecerem na recém-criada Arquidiocese de Aparecida: Monsenhor Oswaldo de Barros Bindão; Monsenhor Rodrigo da Silva Araújo; Cônego Francisco Eloy. Fazem parte da Exposição os aposentos preparados para Sua Santidade, o Papa Bento XVI, por ocasião de sua vinda a Aparecida para a abertura da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho. A presente Exposição deseja fazer memória desses 50 anos de caminhada do Povo de Deus nesta circunscrição eclesiástica. Fazer, aos mais antigos, recordarem o já vivido e, aos mais novos, contar a história, para que construam o futuro. E que esteja presente a fé na presença de Deus, em toda essa caminhada, pois o Senhor não abandona o Seu Povo. A Exposição está aberta à visitação pública, de quarta-feira a domingo, das 13h30min às 16h30min. Aberta nesse mês de setembro, ficará à disposição de todos até o mês de dezembro. Será uma honra receber a todos que queiram conhecer um pouco de nossa história comum. SOMOS DEMOCRATAS Padre Paulo Tadeu 25007 14444 (da Associação Comercial) fância em Porto Alegre e falou de sua formação como médico e escritor. A seguir, o autor colocou-se à disposição para responder às perguntas da platéia. Esgotada esta parte, a viagem literária teve por desfecho uma rápida sessão de autógrafos e fotografias. Aos que perderam esta oportunidade fica o convite para participarem dos próximos encontros, com outros autores, previstos a ocorrerem ainda este ano. Para maiores informações, os interessados devem procurar a biblioteca pública situada à Praça Condessa de Frontim, 160 Centro - Guaratinguetá. Ou entrar em contato através do telefone (12) 3133-9301. ESCRITÓRIO CONTÁBIL DICO Avenida Monumental, 446 Tel. 3105-2716 3 R EPUBLICANDO REGULAMENTO DO TRÂNSITO DE VEHICULOS NO MUNICÍPIO DE APPARECIDA - ESTADO DE SÃO PAULO CAPITULO V - DOS CONDUCTORES DE VEHICULOS E SEU DEVERES Artigo 38 - Só poderão conduzir vehiculos pessoas que obtiverem a respectiva carteira de habilitação, na Prefeitura, depois de approvados em exame, exceptuados os carroceiros que conduzem carroças a pé, os carreiros e os proprietários e conductores de bicycletas. § 1º - Para o fim das determinações do presente artigo, os candidatos a conductores de vehiculos deverão provar: a) ser maior de 18 annos. b) Não sofrer de moléstia transmissível, por simples convivência transitória, nem de mal que o possa privar subitamente do governo do vehiculo. c) Ter visão e audição perfeitas. d) Ter attestado firmado por pessoa idônea, a juízo da Prefeitura, de que é honesto, morigerado e não se dá ao vício da embriaguez. e) Que comprehende e falla o idioma nacional. § 2º As exigências constantes das letras "b" e "e" serão dispensadas quando se tratar de habilitação de candidatos a conductores de vehiculos particulares. § 3º - Os assim habilitados deverão prehencher as disposições dispensadas no paragrapho anterior, sempre que desejarem passar a conduzir vehiculos de aluguel. Artigo 39 - Os exames effectuar-se-hão no local que for designado pela Prefeitura e perante examinadores por ella designados. Artigo 40 - Approvado o candidato, não começará a exercer o seu mister sem que previamente esteja munido da carta de habilitação e matricula na policia. Artigo 41 - Nas cartas de conductores de automóveis constarão: nome, filiação, idade, estado, naturalidade, residência, signaes particulares, e photographia dos respectivos conductores. quando o serviço a executar exceder de duas horas. Tão pouco poderá interromper o serviço começado, salvo desarranjo irremediavel no motor, não podendo, então, cobrar pelo serviço até então prestado, mais do que a metade do que marcar a tabella. § 1º - todo conductor de automóvel, que tenha sido ajustado para determinado serviço é obrigado a comparecer a hora estipulada e logar designado. § 2º - por sua vez, a pessoa que haja contractado um vehiculo e prescindir, sem prévio aviso, do seu serviço, ou não fôr encontrada no logar e hora marcada, é obrigada a pagar a importância do serviço ajustado. § 3º - antes de tomar um automóvel, o passageiro deverá declarar se o serviço a executar será por hora ou por corrida. CAPÍTULO VI - DO EMPLACAMENTO E NUMERAÇÃO DOS VEHICULOS Artigo 48 - todo vehiculo terá uma placa de numeração, que será affixada com parafusos ou rebites e do modo seguinte: a) nos vehiculos de carga de tracção animal, no lado direito e logar mais alto possível; b) nos vehiculos de passageiros e tracção animal, na parte posterior, sendo o numero repetido nas lanternas c) nos vehiculos a motor, o numero é mostrado em duas placas, colocadas uma na parte posterior, sob a laterna, e outra na frente, deixando livre toda a parte do irradiador. § único - é prohibido terminantemente alterar a placa de numeração, quer na sua cor, quer no seu formato ou tamanho. Artigo 49 - nos casos de extravio de uma placa, outra poderá ser dada em substituição, uma vez justificada a perda, a juízo da Prefeitura. Artigo 42 - Nenhum conductor de vehiculo de aluguel poderá recusar serviçopara o fim a que estiver destinado. § único - a nova placa será sempre com numero novo, ficando os números das placas perdidas cancellados para todos os effeitos, durante o exercício. Artigo 43 - Os conductores de automóveis de aluguel são obrigados a recusar o seu vehiculo a passageiros que façam algazarra ou por qualquer modo perturbem o socego e a ordem publica. Artigo 50 - em caso algum a placa de um vehiculo pode ser mudada para outro, mesmo que o vehiculo para o qual ella for fornecida desappareça da circulação, salvo caso de inutilisação do mesmo. Artigo 44 - Ao conductor de automóvel que, posteriormente à sua matrícula, commetter actos, devidamente comprovados, contra a moralidade ou segurança publicas ou que forneça o seu vehiculo para pratica de actos criminosos, será cassada a carteira, independentemente das penas a que ficar sujeito pelo Codigo Penal. § único - para esse effeito, as placas são selladas com sello de chumbo. Artigo 45 - São obrigações communs de cada um dos conductores de vehiculos: a) trazer comsigo a sua carta de hjabilitação, e licença do vehiculo. b) estar vestido descentemente. c) não carregar o vehiculo com peso ou lotação maior ao estabelecido. d) diminuir a marcha nos cruzamentos de rua e) não descer ladeira sem que o vehiculo esteja sufficientemente travado, não sendo permittido fazel-o por meio de cordas, correntes, etc. f) conservar o vehiculo no máximo asseio possível. g) ter sempre accesas, a noite, quando em movimento, as lanternas de que trata o artigo 22. h) guardar a ordem estabelecida para a direcção do transito; i) caminhar quando possível, conservando a sua direita, não rodando sobre as guias dos passeios lateraes. j) entregar dentro de 24 horas, à Prefeitura ou policia, qualquer objecto ou volume por ventura esquecidos em seus vehiculos. k) tratar o público com toda pollidez e respeitar e acatar as ordens das autoridades municipaes e policiaes. l) não confiar a outrem a direcção do vehiculo em que estiver matriculado e nem ceder os seus documentos. m) não fazer correrias nas vias publicas para angariar passageiros ou freguezes n) não fazer estacionar o vehiculo nas ruas e praças, de encontro aos passeios, salvo nos casos de carga e descarga de volumes muito pesados. o) Não abandonar o vehiculo, sem que esteja travado em suas rodas e guardado por pessoas que delle tomem conta. Artigo 46 - São obrigações especiaes dos conductores de vehiculos destinados ao transporte de passageiros: a) guardar a maior ordem nos pontos de estacionamento, não promovendo algazarras ou ajuntamentos; b) tratar com pollidez e attenciosa deferência os passageiros e as autoridades, evitando toda e qualquer alteração com os mesmos c) conduzir os passageiros ao lugar do seu destino, sem atrazar propositalmente a marcha, ou fazer caminho mais longo que o necessário; d) não exigir do passageiro preço maior que os da tabella; e) exigir a tabella sempre que o passageiro exigir; f) não permittir passageiros viajando nos estribos. Artigo 47 - Todo conductor de automóvel que se achar em qualquer logradouro publico, ou nos pontos de estacionamento, quando o vehiculo estiver livre, sobre pretexto algum poderá recusar passageiros, salvo maltrapilhos, ébrios e portadores de moléstias contagiosas, ou 4 CAPÍTULO VII - DO ESTACIONAMENTO DE VEHICULOS Artigo 51 - Os vehiculos de aluguel poderão estacionar livremente nos pontos estabelecidos e lotados pelo Prefeito. Artigo 57 - Poderão ainda ser applicadas as seguintes penas disciplinares aos conductores de vehiculos que, no exercício de sua profissão, occasionarem desastres pessoaes. § 1º - em casos de ferimentos leves, ficará immediatamente suspenso pelo prazo de 30 dias. Essa pena será relevada desde que, do relatório da autoridade policial, fique apurada a não responsabilidade do conductor e demonstrado que o mesmo não pretendeu evadir-se depois do desastre e que facilitou socorro ao ferido. § 2º - em casos de ferimentos graves, a suspensão será pelo prazo de 60 dias. Essa pena relevada no fim de 30 dias, desde que fique apurada a não responsabilidade do conductor e demonstrado que o mesmo não pretendeu evadir-se depois do desastre e que facilitou socorro ao ferido. § 3º - em casos de morte, ficara suspenso por 90 dias e por mais tempo, se a sentença não sentença não for proferida dentro desse prazo pelo Juiz de Direito da Comarca. § 4º - em caso de reincidência, não prevalecerá a vantagem do relevamento da pena e, si o conductor do vehiculo fugir ou deixar de prestar auxilio ao ferido, as penas serão impostas em dobro. § 5º - quando se verificar a reincidência em desastres que occasionarem morte, a carta do conductor será definitivamente cassada. § 6º - todo conductor de vehiculo que, estando suspenso, for encontrado no exercício de sua profissão terá a sua carta cassada definitivamente. CAPITULO IX - DO IMPOSTO DE VEHICULOS Artigo 58 - O imposto de vehiculos é devido pelos seus proprietários embora sejam estes dirigidos por terceiros, e será cobrada na razão de uma taxa para cada vehiculo. Artigo 59 - A arrecadação geral deste imposto é feita, na Prefeitura Municipal de primeiro a 31 de Janeiro de cada anno, em uma só prestação. Artigo 60 - Quanto aos novos vehiculos não registrados no anno anterior, o pagamento será feito antes de serem utilisados. Artigo 61 - Os proprietários de vehiculos que não satisfizerem o pagamento de imposto nos prazos regulamentares, ficarão sujeitos a multa de 20%, além da aprehensão do vehiculo, para effectividade da cobrança dos impostos, multas e despesas de depósito. Artigo 62 - O pagamento de imposto só prevalece dentro do exercício para que tenha sido effectuado, qualquer que seja a data em que se realise. CAPÍTULO X - DISPOSIÇÕES GERAES Artigo 52 - A collocação a observarem os vehiculos nos pontos designados para estacionamento, obedecerá ao que for estabelecido pelas autoridades municipaes e policiaes, que terão em vista a commodidade publica. Artigo 53 - Os automóveis de aluguel que estacionarem nos pontos permitidos, deverão ser munidos de um deposito destinado a receber óleos e graxas usados nesse vehiculos, devendo não só esse recpetor, como os demais apparelhos, funccionar perfeitamente, de modo a impedir o derramamento de graxa ou óleo nas vias publicas. CAPITULO VIII - DAS MULTAS E SUAS APLICAÇÕES Artigo 54 - Para os casos de infracção das disposições da presente lei, ficam estabelecidas as seguintes penas: a) falta de licença e matricula do vehiculo - multa de 20$000 a 50$000 e apprehensão do vehiculo até que seja cumprida a disposição legal; b) excesso de velocidade - pela primeira infracção, multa de 20$000 a 50$000 e, nos casos de infracções reiteradas, além do máximo da multa, cassação temporária da licença ou carta por 10 a 30 dias; c) falta de carta - pela primeira infracção, multa de 20$000 a 50$000 e prisão por 3 a 8 dias nas reincidências; d) inobservância da tabella de preços - pela primeira infracção, multa de 10$000 a 30$000 e 50$000 na reincidências; e) pela recusa de serviços, para o fim a que estiver destinado o vehiculo, multas de 10$000 a 50$000; f) falta de freios de pé ou de mão, ou mau funccionamento dos mesmos, multa de 10$000 a 30$000 e 50$000, nas reincidências; g) transitar contra mão - multa de 20$000 Artigo 55 - Para os casos de outras infracções da presente lei, será imposta a pena de multa de 10$000 a 20$000 e o dobro nas reincidências. Artigo 56 - Todas as multas provenientes de infracções da presente lei, serão consignadas em autos, nos quaes se mencionará a infracção, não sendo licito, sem o seu processo, tornar-se effectiva a pena. § 1º - as importâncias das multas arrecadadas, serão recolhidas por meio de guias à Thesouraria Municipal. § 2º - em tudo quanto se refere à applicação das penas estabelecidas na presente lei, a decisão final competirá, privativamente, ao Prefeito Municipal. Artigo 63 - A fiscalisação do serviço de vehiculos no Município de Apparecida, será exercida tanto pela Prefeitura e seus agentes como pelas autoridades policiaes. Artigo 64 - É permittido a qualquer pessoa notória idoneidade authenticar as infracções occorrentes e leval-as ao conhecimento de quem de direito. Artigo 65 - Além das penas impostas aos conductores de vehiculos, a Prefeitura poderá cassar-lhes a carta, temporária ou difinitivamente, sempre que ficar provado a sua incompetência para continuar a exercer a profissão. Artigo 66 - Em todos os casos de infracções da presente lei, será ligitima para garantia das cobranças das multas e impostos devidos, a aprehensão dos vehiculos ligados à respectivas contravenções. § 1º - os vehiculos serão conduzidos ao depósito municipal ou garage, de onde só serão retirados depois de pagas as multas e impostos devidos, bem como as despesas do depósito. § 2º - passados oito (8) dias de deposito, serão levados a praça, na forma da lei. Artigo 67 - Os serviços referentes a exame de conductores de vehiculos em geral, lotação e designação de pontos de estacionamento para vehiculos, expedição de cartas, numero de vehiculos, fiscalisação da cobrança dos impostos respectivos são de cargo exclusivo da Prefeitura Municipal. Artigo 68 - Em qualquer tempo a Prefeitura, por meio de editaes publicados pela imprensa local, poderá alterar ou supprimir qualquer disposição da presente lei, bem assim, accrescentar outras que julgar convenientes. Artigo 69 - A presente lei entrara em vigor immediatamente após à sua publicação. Artigo 70 - Revogam-se as disposições em contrario. Registre-se e publique-se. Prefeitura Municipal de Apparecida, 6 de Maio de 1929. Américo Alves Pereira Filho Prefeito Municipal Pedro Natalício de Castro Secretário da Câmara Final Aparecida, 20 de setembro de 2008 E LEIÇÕES 2008 Publicidade Vote com segurança Cambé VEREADOR SARGENTO 13013 RANGEL JOSY MOURA 25013 cnpj: 10.037.965/0001-02 Nessa eleição, não jogue seu voto fora. Josy Moura, é agora. VEREADORA DEM+PTC 40111 CNPJ 10.028.917/0001-58 25 A família que há 40 anos luta por você na Câmara de Aparecida PT Coligação: PT, PP, PRB SOMOS DEMOCRATAS Prefeito: Silvino Vice: Dina Lourenço Barbosa Venho pedir o seu voto, aparecidense, para que possamos lutar juntos por uma saúde e uma educação de qualidade. É Aparecida de cara nova! Adilson Boi na Brasa 45000 Com Márcio prefeito Beto Barbosa vice Resgate da dignidade de jovens e adolescentes PSDB Com a experiência e a presidência do PTB, Prof. Gentil confia e apóia a candidatura do Dengue. DEM+PTC CNPJ: 09.938.884/0001-02 Você conhece, você pode confiar! Vote VEREADOR SOMOS DEMOCRATAS Trabalho social Vereador CNPJ 07.711.503/0001-14 Geração de empregos 14004 Gente igual a gente! CNPJ 09.938.654/0001-35 João Vicente 25500 com Silvino para prefeito Aparecida, 20 de setembro de 2008 Através das pequenas coisas, transformamos a sociedade — Escola de Música e Ar tes Artes 5 G RAFIAS Moda "desevoluída" Sofia Helena Arneiro Lourenço Barbosa Olá! Estamos em 3008 tentando filmar o, talvez, último desfile de moda do mundo. Sabem o porquê disso? Porque o ser humano "desevoluiu". Agora estamos aqui com a tecnologia de câmera de olho de pterodátilo e microfone de osso tentando gravar algo. Ainda não se sabe se... Uga, buga, ubagh... Desculpem-me! Isso foi um sinal de minha "desevolução". Continuando... Ainda não se sabe se voltaremos a evoluir. Agora, vamos ao nosso desfile! Na passarela, o mais novo modelo de pele de mamute! É ideal para o inverno e dias gelados da Nova Era do Gelo. A próxima modelo traz um vestido de pele de tigredente-de-sabre com colar de presas de tiranossauro rex. É difícil conseguir o colar e por isso ele custará umas mil escamas azuis. O próximo modelo veste uma roupa esportiva de pele de tricerátops com estegossauro. Como podem ver, é ideal para corridas de tarde ou fugas de diplodocus. E, para encerrar, a próxima modelo traz um jeans de pele de brachiossauro. Vocês devem estar querendo saber como os dinossauros chegaram aqui para que essas roupas fossem feitas. Bem... Essa é outra história. Sofia Helena tem 10 anos e gosta de escrever histórias [email protected] A noite núbia... Ruth Guimarães A noite núbia debruçou-se sobre nós límpida e calma, coroada de estrelas. Que importa sejam os deuses mitos, os espaços vazios e todo sonho termine pela cruz? Eis-nos, pois, olhando estrelas e a ouvi-las talvez, em seu cósmico rumor imperceptível. Dá-me a mão e sigamos, lá em cima, há o roteiro claro das estrelas e aqui a vida é como um grande rio. A força que guia os astros há de levar-nos ao nada final com ou sem as inúteis interrogações. A correnteza nos conduz. Ruth Guimarães é escritora, e ocupa a cadeira nº 22 da Academia Paulista de Letras Marco Antônio Santos Reis Algumas rugas do tempo, à As reflexões, confusas, direita do rosto marcado, inembaralhando-se num camconstantes ou volúveis, de repo prata, rindo de mim, de pente, mudaram de lado. outra dimensão. O mesmo se deu com o olho Bósons? esquerdo, um tanto inclinado. Estaria eu olhando para lá, Passou para a direita. ou de lá estaria sendo olhaNão dei-me conta de contas do? Porque tudo assim tão estranhas, com números invertrocado, se, trocado, contiESPELHO tidos como escrita rúnica. nuo tão assim? O braço esquerdo do CrucifiAlívio, talvez, por manter, cado me benzendo à direita. mesmo em vista de tantos Na camiseta não notei alteração. Bem inversos, alguns portos onde atracar. grande, no peito, continuou escrito Alguns portos feitos de idéias, outros “AMA”.Estranho a caneta na mão esde mãos, ou de corações, onde aninharquerda. Justo eu, que mal escrevo com me em meio a tantas humanas confua direita. Canhoto? Esquisito o cabelo sões. Tudo isso frente ao espelho. Me penteado para a direita. vendo do lado trocado. Sem diferença Meu lado preferido na cama passou alguma, nem vantagem aparente. A não para o outro lado. A porta abriu-se ao ser pensar que você poderia estar, tamcontrário... bém no coração do meu lado direito. 1 Pipa Colorida Wilson Gorj O SINAL anunciava o fim de mais um dia de aulas na escola Murillo do Amaral. Para muitos alunos, era como se soasse um apito de largada, tamanha a pressa. Dentre esses, um garoto magricela tomava a dianteira, a fome exigindo de suas pernas o máximo de velocidade. De manhãzinha, antes de sair de casa, a mãe havia lhe prometido para o almoço a sua comida predileta. Panquecas! Correndo, imaginava-as no seu prato, fumegantes e cheirosas. Estava, portanto, absorto nessa visão deliciosa, quando, ao atravessar a avenida, não percebeu o carro vindo em sua direção. O automóvel deu uma freada brusca. De modo que o veículo que vinha logo atrás não pôde evitar o embate violento, com o que provocou um barulho não menos assustador que o estrago na traseira do carro à frente. Caído no asfalto, o menino levantou-se assustado e, sem olhar para trás, continuou a correr, ou melhor, a fugir desembestadamente. Natural que fugisse. Não queria que aquele acidente chegasse aos ouvidos de sua mãe. O castigo seria certo, pois falta de aviso não era. A mãe nunca se cansava de alertá-lo para o perigo daquela via movimentada. "Antes de atravessar a avenida, preste muita atenção. Nunca tenha pressa. Só passe quando não vier nenhum carro." Ora, justamente por conta de sua pressa e desatenção ocorrera o tal acidente. Sendo assim, quanto mais se distanciasse dali, melhor. Quem sabe, se corresse bem, a notícia daquele infeliz episódio não o acompanhasse até em casa. Dessa maneira, ia correndo, quando suas pernas afoitas, ao atingirem a rua Sebastião dos Santos, deram uma brecada tão forte quanto a do automóvel que há pouco o havia arremessado de encontro ao asfalto. Logo na primeira esquina, avistara uma velha de xale preto. Quem era? Sua tia! Tão logo a reconheceu, seu cora- ção se pôs acelerado, forçando-o a uma nova corrida desembestada. Enquanto corria, pensava no finado avô, de quem aquela tia solteirona cuidara. Se ainda fosse vivo, poderia buscar nele um pouco de cumplicidade e proteção; afinal, sempre contara com sua amigável intercessão nas ocasiões em que a mãe ameaçava aplicarlhe umas boas chineladas. Ah, que saudade sentia do avô! Das tardes azuis em que passavam juntos a empinar papagaios coloridos. Mas daquela tia beata... Dela não gostava nem de se lembrar. Chata, ranzinza! Quantas vezes ela se metera na amizade deles, proibindo o avô de acompanhá-lo em suas brincadeiras, sempre com a justificativa de que essas poderiam ser prejudiciais à saúde já debilitada do "velho pai". Saudade. Medo. Na mente apavorada do menino, lembranças e pensamentos se cruzavam, atropelavam-se. Ao fim da sua rua, teve de se deter pela segunda vez. A mãe acabara de sair pelo portão de casa e vinha afobada ao seu encontro. Resignado, postou-se à espera das chineladas e dos puxões de orelha. Óbvio que ela já estava a par de tudo. No entanto, a mulher passou pelo filho como se não o visse. O garoto, vendo o desespero dela, sentiu o coração apertado. Tanto que não se importou mais com o castigo que viria. Agora só queria abraçá-la, consolá-la, pedir-lhe desculpa. Todavia, não pôde levar adiante essa vontade, visto que algo desviou sua atenção em direção oposta. Acabara de ouvir um assobio familiar. Virando-se, de imediato reviu a tia a falecida tia, cuja cabeça, emoldurada pelo xale preto, meneava-se severamente em mais um gesto de censura. Aflito e confuso, o menino ainda escutou um segundo chamado. Voltou-se, então, para o local exato de onde vinham aqueles assovios. Bem ali, sentado num banco da praça Santo Antônio, um simpático velhinho lhe acenava, chamando-o para perto de si. No céu azul, bailava uma linda pipa colorida. Wilson Gorj — Aparecida-SP Primeiro colocado no XIX Concurso de Contos “Aconteceu em Aparecida” da Biblioteca Municipal de Aparecida-SP [email protected] Comemorando mais um aniversário de sua patrona, a Biblioteca Municipal de Aparecida promoveu, na noite de 19 de setembro, a 19ª cerimônia de premiação dos três primeiros classificados no Concurso de Contos “Aconteceu em Aparecida”. Acima, os textos. 6 Aparecida, 20 de setembro de 2008 G RAFIAS 2 Encontro em Aparecida Walkíria Valério da Silva Adentraram pela rampa de acesso à imagem da Padroeira. Maria dos Anjos, moída da longa viagem de carona em um caminhão, em que trouxera uma criança de três anos deitada ao colo, parou em frente à dona da casa e começou a experimentar sensações diferentes. Sentia-se muito leve e com uma inesperada paz interior. Começou a chorar descontroladamente. Grossas lágrimas saltaram-lhe dos olhos, molhando o vestido simples. As crianças, que acompanhavam a jovem mulata, estranharam. O menino mais novo, agarrado ao vestido dela, principiou um soluço. Uma senhora que admirava a cena de perto procurou consolar: " Sua irmã está emocionada, filhinho. É só isso!". De nada adiantou, pois o menino chorou ainda mais e dirigindo-se à garota, chamou por mainha. Pessoas ao lado estranharam. A mesma senhora observou: "Eles são baianos! Na Bahia eles tratam todas as mulheres pelo nome de mainha." O primogênito de Maria dos Anjos, vendo que a mãe não se importava com a confusão que as pessoas ao redor faziam, apenas puxou o irmão para junto de si. Apesar de ser apenas três anos mais velho que o outro, sabia que não podia interromper quando alguém orava. Também estava cansado da viagem, mas o que lhe incomodava eram os ruídos que vinham de sua barriga. Assim que terminou as orações, Maria dos Anjos, que nem ouvia o que se passava ao redor, fez o sinal da cruz, secou o rosto com as mãos e essas no vestido. Depois pegou o filho pequeno no colo e saiu da Basílica para comprar algo para eles comerem, seguida pelo filho mais velho. Maria dos Anjos comprou apenas duas coxinhas e as entregou nas mãos dos filhos. Ela não comeria nada, pois era preciso economizar para a viagem de volta para casa. Estava habituada com a dor de fome. O que a incomodava, freqüentemente, era a dor de cabeça. Inacreditavelmente, neste dia, mesmo em jejum, não sentia nada. Acreditava ser um milagre de Nossa Senhora Aparecida. Desde que pararam em frente à imagem sentia aquela sensação boa. Não pôde deixar de sentir um pouco de inveja das pessoas que moravam bem perto da Basílica. Imaginou como seria morar ali ou em uma cidade vizinha. A garota de dezoito anos olhava carinhosamente os meninos. Pensava nas dificuldades que enfrentava. Naquela vida amarga e sofrida que levavam. O filho mais velho nascera fruto de um acidente. Pelo menos em sua cabeça adolescente, era assim que pensava: "foi um acidente". Ocorreu em um dia em que lava- va a cozinha da família para a qual trabalhava. Estava sozinha com o patrão, quando este a chamou ao quarto. Nem se lembrava ao certo como tudo ocorrera. Tudo tão rápido e repulsivo que era como se sua mente apagasse aqueles momentos desagradáveis. Depois foi aquele tornado! Sua tranqüila vidinha de menina se transformou totalmente. A mãe, viúva, e os três irmãos, culpando-a e insultando-a. Tornouse a vergonha da cidadezinha do interior da Bahia. Ela própria, na época, acreditou ser culpada, mesmo sem entender ao certo o motivo. Não conhecia, nem ao menos hoje, a história de que a imagem da Virgem Aparecida fora encontrada no rio com a cabeça separada do restante do corpo, negra e com uma saliência no ventre, para mostrar ao povo a insatisfação no céu com os assassinos, a mando dos patrões, de escravas grávidas de seus senhores. Maria dos Anjos viera no percurso todo da viagem pensando no futuro dela e de seus filhos. Imaginou que, certamente, quando os meninos crescessem mais um pouco iriam abandoná-la, assim como fizera seu marido, pai do filho mais novo, que fora trabalhar no Rio de Janeiro há dois anos e jamais dera notícias. Durante a viagem até pensara que seria o melhor para eles. Já vinha até se conformando com a idéia de ficar só e entregar as forças. Afinal, nada teria mais sentido sem eles. Por eles que se levantava cedo e seguia sua dura rotina. Sozinha, poderia deitar seu frágil corpo castigado no chão e esperar sua hora. Nada mais faria sentido. Depois da experiência em frente à imagem de Nossa Senhora Aparecida sentia algo diferente. Olhando as crianças, viu que o filho menor, que já devorara sua coxinha, recebia a metade do quase intacto salgado do irmão. Os olhos de Maria dos Anjos marejaram. Sabia que o filho mais velho também estava faminto, mas mesmo assim, ele se contivera, comendo devagarzinho para poder dividir com o irmão caçula. A garota lembrou-se de como muitos aconselharam sua mãe para que abortassem o menino. Agora ali, vendo a generosidade do primogênito, Maria dos Anjos se felicitava por ter resistido às investidas da mãe que se livrassem dele. Era um fruto do seu ventre! Novas esperanças inundavam-lhe a alma. Encheu-se de ânimo e sorriu para os meninos. Tinha a certeza de que nada mais no mundo impediria de serem felizes. Walkíria Valéria da Silva — Guaratinguetá-SP Segunda colocada no XIX Concurso de Contos “Aconteceu em Aparecida” da Biblioteca Municipal de Aparecida-SP Aparecida, 20 de setembro de 2008 3 Os fotógrafos de Aparecida Lúcio Mauro Dias Todo final de semana de movimento, a disputa entre os fotógrafos da Praça Nossa Senhora Aparecida pela "romeirada" era intensa. E apesar de todo empenho dos "lambe-lambe", diversas romarias que anualmente estavam na cidade viravam fregueses e sempre usavam fotografar com o mesmo profissional. Era uma espécie de gratidão pelo atendimento especial que recebiam toda vez que por aqui chegavam. A romaria não tirava fotografia nenhuma enquanto o "retratista oficial" não aparecesse por lá. Esses fotógrafos, tal como seus pseudônimos, eram pessoas simples, com uma pronuncia informal, capazes de criar até mesmo uma espécie de dialeto entre eles. A expressão "frú", por exemplo, era quando a fotografia ficava tremida ou fora de foco. "Velô" era quando se perdia uma chapa por ter entrado luz dentro da máquina. "Granulô", fotografia que perdia a nitidez. Ficou uma "água", quando a chapa não revelava. "Pé de galinha", tipo de fungo que dava nas lentes objetivas. Em razão disso a lente "não cortava", ou seja, não dava perfeição na fotografia. E sem querer a arte da fotografia acabou tendo influência nesse aspecto lingüístico deles. Quando surgiu a primeira máquina fotográfica houve uma revolução mundial e quando a primeira fotografia foi feita surgiu um modo novo de conhecimento humano que ia além do tempo e da própria história. A influência estrangeira da fotografia teve o seu auge quando se infiltraram máquinas, lentes objetivas e ampliadores com nomes complicados de serem pronunciados. Surgiu então um amontoado de palavras que acabaram fazendo parte do cotidiano daquelas pessoas simples. Certa vez a esposa de um fotógrafo lá da praça quase abandonou o lar fazendo o cidadão ficar um tanto intrigado. Algum tempo depois ele foi descobrir que havia pronunciado a palavra "Werlisa" enquanto dormia, o que fez a esposa achar que o retratista tinha arranjado uma "amante". Werlisa foi o nome de uma máquina fotográfica famosa antigamente. Naquele tempo não existia ainda em Aparecida o velório municipal. Quando ocorria alguma morte era costume velar o morto na própria residência. Depois, o féretro se encaminhava até a igreja mais próxima onde se rezava uma missa de corpo presente. O defunto era então levado para o cemitério Santa Rita. Certa vez, uma romaria vinda de Minas Gerais, chegou à praça procu- rando um fotógrafo que tinha ido almoçar em casa naquela ocasião. Eram fregueses de longa data e sempre que vinham pra cá jamais deixaram de usar os serviços dele. Procurando pelo retratista sem o encontrar, o chefe da romaria foi perguntar para um outro sobre o paradeiro do colega: — O senhor não ficou sabendo o que aconteceu? O nosso amigo partiu desta para uma outra. — Não brinca não seu moço! Nóis vêm tudo ano aqui pra tirá retrato cum ele. Tem inté um fio meu que nasceu esse ano e é a primêra veis que nóis tráis ele aqui na Paricida do Norte. Naquele dia, tinha falecido uma senhora muito idosa lá da Santa Rita que teve que ser enterrada às pressas. Foi realizada uma missa na Igreja Velha e o caixão estava saindo bem naquela hora: — Olha lá senhor, o coitado já está indo para o cemitério. Deus o tenha na sua glória infinita... — Jesuis amado, moço, que situação triste... — Ele era muito meu amigo. Antes de morrer ele me disse que vocês viriam esta semana. Eu faço questão de tirar quantos retratos vocês quiserem para ajudar a viúva nessa hora triste. Depois de muitas chapas batidas a romaria desceu a Monte Carmelo entristecida com o fato ocorrido. Alheio a tudo, estava subindo o "falecido". Ele reconheceu o chefe da romaria e foi ao seu encontro. O homem levou o maior susto, tamanha a surpresa em ver o "morto" subindo a rua. Depois de saber de toda a história, o retratista foi "ter" com o colega. Quase saíram no braço. Mas depois da intervenção da turma do deixa disso, acabaram mesmo é tomando umas pingas juntos até escurecer o dia. Hoje, esse folclore vai virando passado. A maioria dos romeiros agora traz suas próprias máquinas fotográficas e não têm mais aquela fidelidade com os retratistas. O bom da história é que nenhum "Guardião da Santa" precisou mais "morrer" antes da hora para que outros pudessem eternizar as imagens dessa linda devoção à Padroeira do Brasil. A saudade daquela época áurea nem mesmo a tecnologia digital irá conseguir remontar e revelar com tanta maestria e precisão. E essa tecnologia só será considerada um ganho incontestável para a história da fotografia se souber desenvolver também um dom de preservar a memória dessa arte. Lúcio Mauro Dias — Aparecida-SP Terceiro colocado no XIX Concurso de Contos “Aconteceu em Aparecida” da Biblioteca Municipal de Aparecida-SP 7 R ETRATO Ruth Guimarães José Luiz Pasin RUTH GUIMARÃES Botelho nasceu em Cachoeira Paulista, no dia 13 de junho de 1920, em sítio de seu avô materno, o português José Botelho, guarda-chaves da Estrada de Ferro Central do Brasil, na rua do Aterro, atual Carlos Pinto, situado entre as barrancas do rio Paraíba e os trilhos da estrada de ferro. Filha de Cristino Guimarães e de Maria Botelho. Aos três anos de idade, foi morar em uma fazenda no sul de Minas Gerais - a Fazenda Campestre, na localidade de Pedra Branca, atual município de Delfim Moreira, ao pé da Serra de São João. Fez o curso primário no Grupo Escolar Dr. Evangelista Rodrigues, em Cachoeira Paulista e o magistério na Escola Normal Patrocínio São José, em Lorena. Mudando-se para São Paulo, freqüentou a Escola Normal Padre Anchieta e concluiu seus estudos na Escola Normal de Guaratinguetá. Aos dez anos de idade, residindo com os avós maternos, em Cachoeira Paulista, publicou seus primeiros versos nos jornais locais "A Região" e "A notícia". Retornando a São Paulo, em 1938, ingressou no Curso de Letras Clássicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, onde foi aluna de Silveira Bueno, Antonio Soares Amora, Fidelino de Figueiredo, Roger Bastide e outros mestres de renome internacional. Freqüentou a Escola de Arte Dramática, de Alfredo Mesquita. Foi aluna e discípula de Mário de Andrade, que a iniciou nos estudos de folclore e literatura popular. Trabalhou para diversas editoras como revisora e tradutora e escreveu crônicas, artigos e crítica literária para jornais e revistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa: Correio Paulistano, a Gazeta, Diário de São Paulo, Folha da Manhã, publicando contos no Suplemento Literário do jornal O Estado de São Paulo e crônicas semanais para o jornal Folha de São Paulo. Repórter das revistas Noite Ilustrada, Carioca, Globo, Semana Ilustrada, Senhora, Quatro Rodas, Realidade, Atualidades Literárias e Revista Lusitana (Portugal). Em 1946, lançou, pela Editora da Livraria Globo, seu primeiro livro Água Funda, romance que retrata o universo rural e caipira do Vale do Paraíba paulista e mineiro, nas vertentes da Serra da Mantiqueira, sucesso de público e de crítica. M EMÓRIA Seu segundo livro Filhos do Medo, ampla pesquisa folclórica sobre o diabo e todas as manifestações demoníacas no imaginário do homem valeparaibano, valeulhe um verbete na "Enciclopedie Française de la Plêiade", sendo Ruth Guimarães a única escritora latino-americana a receber esta distinção. Lecionou em colégios e faculdades: francês na Aliança Francesa de São Paulo, grego na Universidade de Taubaté, Folclore na Faculdade de Música Santa Cecília de Pindamonhangaba, Psicologia da Arte e Literatura Latina nas Faculdades Integradas Tereza D'Ávila, em Lorena, Literatura Brasileira e Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cruzeiro. Há trinta anos vem pesquisando as ervas e raízes medicinais, preparando uma enciclopédia em doze volumes sobre medicina natural, a ser lançada pela Edart Editora. Fundou a Academia Cachoeirense de Letras, o Museu de Folclore Valdomiro Silveira e a Guarda Mirim de Cachoeira Paulista. Participou ativamente do I Congresso Brasileiro de Folclore, da Sociedade Paulista de Escritores, do Centro de Pesquisas Folclóricas "Mário de Andrade", da Comissão Estadual de Folclore, dos Festivais de Folclore de Olímpia, sendo membro do Instituto de Estudos Valeparaibanos e da União Brasileira de Escritores. Em 1989, recebeu o prêmio "Eugênia Sereno". Além de mais de quarenta livros publicados, incluindo biografias, antologias e traduções do latim, do espanhol, do francês e do italiano, Ruth Guimarães participou da montagem da peça "Romaria", dirigida por Miroel Silveira, com músicas de Almir Sater e Renato Teixeira. O Grupo de Teatro do SESC de São Paulo encenou a peça de sua autoria "A pensão de Dona Branca". Reside atualmente em Cachoeira Paulista, no sítio herdado de seu avô materno, onde cuida das suas plantas, cachorros, galinhas e patos, pesquisa e escreve seus livros, contos e crônicas, recebe os amigos, alunos e admiradores para a prosa gostosa e hospitaleira. Terminou a mais completa pesquisa sobre Pedro Malazartes, o herói mitológico popular e está escrevendo um novo romance intitulado O Livro da Bruxa. Casada com seu primo, o fotógrafo e jornalista José Botelho Neto, amigo e companheiro de jornadas e pesquisas, tiveram nove filhos: Marta, Rubem, Antônio José, Joaquim Maria, Judá, Marcos, Rovana, Olavo e Júnia: poetas, jornalistas, professores. Segundo seu filho Joaquim Maria Guimarães Botelho, "Ruth Guimarães vive dizendo que quer arranjar tempo para se dedicar à bruxaria... Ruth vive sem tempo, mas já é uma bruxa - a bruxa boa que o folclore valeparaibano representa nas suas histórias como a simpática velhinha que ensina o caminho às perdidas, que destrói com artimanhas geniais os monstros para deixar passar os príncipes que vão, por sua vez, salvar as princesas transformadas em rãs e as donzelas amaldiçoadas pelas feiticeiras malvadas. É assim que Ruth quer continuar vivendo neste Vale do Paraíba que ela conta e reconta nos seus escritos deliciosos, pesquisados com o carinho de quem garimpa brilhantes. Na sua calma de cachoeirense, Ruth vem abrindo a alma há 76 anos, para ser o relicário vivo das informações e da cultura valeparaibanas..." Texto originalmente publicado em 1996. Joaquim Maria Guimarães Botelho O Vale do Paraíba em forma de pepitas DEM+PTC SOMOS DEMOCRATAS CNPJ 09.938.654/0001-35 RUTH GUIMARÃES vive dizendo que quer arranjar tempo para se dedicar à bruxaria. Ela é uma bruxa assumida, daquelas que cozinham poções encantadas em caldeirões de ferro e panelas de pedra, que curam doenças com mezinhas, tinturas e extratos de ervas medicinais, das que arranjam situações ruins com simpatias, rezas fortes, palavras mágicas. Ruth vive sem tempo, mas já é uma bruxa - a bruxa boa que o folclore valeparaibano representa nas suas histórias como a simpática velhinha que ensina o caminho às perdidas, que destrói com artimanhas A mulhr está sempre presente na família, no trabalho, na comunidade. Vamos estar presentes, também, na vida pública. Edna Torres 25780 com Silvino para prefeito 8 geniais os monstros para deixar passar os príncipes que vão, por sua vez, salvar as princesas transformadas em rãs e as donzelas amaldiçoadas pelas feiticeiras malvadas. É assim que Ruth quer continuar vivendo neste Vale do Paraíba que ela conta e reconta nos seus escritos deliciosos, pesquisados com o carinho de quem garimpa brilhantes. Na sua calma de cachoeirense, Ruth vem abrindo a alma há 71 anos, para ser o relicário vivo das informações e da cultura valeparaibanas. Ruth é simples como a sua gente. Humilde como suas histórias. Sábia como seus avós. Tem o dom do magistério e o pratica pelo exemplo, pelo comportamento, pela força de caráter. Foi menina moleque, de nadar em represa, enforcar aulas para ler romances, fazer traquinagens com os animais, correr, brincar, ser. Foi chefe de família muito moça, cuidando de três irmãos mais novos, mourejando o sustento de todos na São Paulo dos anos quarenta, acumulando dois e três trabalhos com o curso de Letras Clássicas da Universidade de São Paulo e um aprendizado de literatura com mestres como Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Amadeu Amaral. Cedo escreveu seu primeiro romance: "Água Funda", um relato mais-que-perfeito do tipo popular valeparaibano. Guimarães Rosa lhe dedicou, depois de ler "Água Funda", em manuscrito bilhete, o apelido de parenta minha. Foi cronista do jornal "Folha de São Paulo", intercalando a coluna com Cecília Meirelles, Carlos Heitor Cony e Padre Vasconcelos. Comentou literatura no Rodapé Literário do jornal "O Estado de São Paulo". Biografou personalidades como Cristo, Lesseps, Valdomiro Silveira e Buda. Estréia a Editora Cultrix com trabalhos de fôlego como o "Dicionário de Mitologia Grega", "As mães na Lenda e na História", "Líderes Religiosos", "Lendas e Fábulas do Brasil" e dezenas de outros. São mais de 40 trabalhos de pesquisa, pedaços de amor cada um deles. Traduções são muitas, do francês, espanhol, italiano, grego e latim. É de sua lavra a belíssima versão do "Asno de Ouro", de Apuleio. Ruth não pára. Dorme quatro horas por noite e lê o que pode, tudo o que pode, o mais que pode. Tem um livro rascunhado, outro em produção e um terceiro na cabeça. Tem sido assim nos últimos cinqüenta anos. Que os digam seus milhares de alunos, que guardam dela ensinamentos de arte, de cultura, de vida. Ruth tem a qualidade singular de não passar despercebida. Ninguém consegue ficar indiferente ao seu jeito calmo e seguro. Muito menos à sua impressionante capacidade de trabalho. Um capinador, seu empregado, costumava se queixar dela, dizendo que ela era a pessoa que havia inventado o trabalho. Cada trabalho seu tem um sentido pedagógico, exemplar, de resgate das coisas do povo. Sua melhor pesquisa, que chamou de "Filhos do Medo", recupera todas as manifestações desse gigante da alma, no dizer de Mira y López. Gnomos, duendes, assombrações, sacis, mulas-sem-cabeça, diabos e demônios, envolvidos nas mais diversas e arrepiantes situações que o povo se encarrega de fazer perdurar na memória dos descendentes pelo reconto, pela tradição oral. Mestre Ruth é especialista em escrever como quem fala ao filho ou ao amigo, de forma singela e clara e simples e objetiva. E linda. E sábia. Seu jeito fácil de contar a maior das complexidades dá sabor de descoberta à leitura. Ela explica e a gente entende, como bem deve ser o repassar de informações. Neste ponto ela tangencia o jornalismo, e a ele presta inestimável serviço, completando aspectos que a notícia não apura. Aprendizado de muitas reportagens para a "Revista do Globo", "Quatro Rodas", jornal "Valeparaibano" e "Revista Realidade". E, pois, se a palavra como signo lingüístico é arbitrária, a imagem tem por vezes que ser buscada para conotar a informação. E Ruth encontrou no primo José o parceiro e cúmplice para o trabalho de duas vidas. Casaram-se. Tiveram nove filhos. Mas continuam entregando à vida novos rebentos de criação, na forma de re- portagens, pesquisas folclóricas, exposições, livros, aulas. São professores, os dois. São garimpeiros de brilhantes. José desenha com a luz, em preto e branco, e fotografa as belezas das gentes e das coisas das gentes. O casal revisita a dialética de texto e imagem de Roland Barthes, nessa parceria. E prossegue Amadeu Amaral, recupera Valdomiro Silveira, revive Mário de Andrade e resgata Guimarães Rosa. Neste registro do cotidiano de alguns lugares do Vale do Paraíba, as leréias dos morros e das serras, o clima dos mercados, o rosto das pessoas, as mãos dos artesãos, os trabalhadores, os lugares e seus ocupantes. Ruth e José, meus pais, bruxos, amados, nos remetem à singeleza do que verdadeiramente é importante. Mais não lhes poderemos pedir. O autor é jornalista e filho de Ruth Guimarães Originalmente publicado em Crônicas Valeparaibanas. São Paulo, Centro Educacional Objetivo / Fundação Nacional do Tropeirismo, 1992. Aparecida, 20 de setembro de 2008 D ROPS H ISTÓRIA Trezentos da Ponte do Sá HÁ 80 ANOS, o semanário A Liberdade estampava, em primeira página, um artigo intitulado "Abaixo a escravidão!". Nele, o colunista recorre a um episódio ocorrido no início da República - que tem suas origens no final do terceiro quartel do século XIX - para repetir o chamamento público pela emancipação de Aparecida do jugo guaratinguetaense que insistia em manter a canga sobre seus ombros. Assinado sob o pseudônimo "o velho apparecidense", é provável que o seu autor seja o Cônego Antônio Marques Henriques, considerando o grau de engajamento do mesmo no movimento, o adjetivo utilizado na assinatura, o estilo lacônico e obstinado no escrever, e a sua forte ligação com Pedro Salgado, então diretor-gerente do jornal. É difícil saber com que fidelidade os fatos são relatados, visto que os redatores do periódico estavam de tal modo entranhados em seus propósitos que alguma distorção não pode ser desconsiderada. Propositalmente ou não, entretanto, fato é que a idéia de 300 aparecidenses contra 6.000 guaratinguetaenses remete ao heroísmo do rei espartano Leônidas e seus trezentos soldados no épico combate às tropas persas, comandadas pelo rei Xerxes, no desfiladeiro das Termópilas, em 480 a.C. A narrativa histórica - apesar de ser consenso entre os historiadores que os números apresentados por Heródoto são exagerados - fala de uma superioridade numérica descomunal a favor do exército persa. Eram cerca de duas a três centenas de milhares de persas contra trezentos espartanos. Xerxes, em tom de ultimato, chegou a enviar mensagem a Leônidas dizendo que as flechas de seu exército tapariam o Sol. "Melhor, pois se os Medos taparem o Sol, combateremos à sombra", respondeu Leônidas. Diante da inevitabilidade do confronto, os espartanos, em respeito á Constituição de Licurgo (que declarava ser a deserção a suprema desonra para um espartano), resistiram alguns poucos dias, mas o massacre foi inevitável. Felizmente, o contrário aconteceu na ponte do ribeirão do Sá, escolha típica de estratégia militar. A intimidação foi o bastante para evitar qualquer confronto na Aparecida do início da República. As contendas continuariam em outros planos, é bem verdade, mas a imagem de Nossa Senhora Aparecida, definitivamente, não mais foi dividida com Guaratinguetá. SOBRE O TEMPO O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel. Platão O tempo é o mais sábio dos conselheiros. Plutarco As quatro coisas que não voltam para trás: a pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo passado. Autor desconhecido A vida já é curta e nós a encurtamos ainda mais desperdiçando o tempo. Victor Hugo O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido. Bertrand Russell O melhor profeta do futuro é o passado. Lord Byron Matamos o tempo - o tempo nos enterra. Machado de Assis Haja Hoje para tanto Ontem. Paulo Leminski O tempo que se passa rindo é um tempo que se passa com os deuses. Provérbio chinês Pode-se enganar a todos por algum tempo. Pode-se enganar alguns por todo o tempo. Mas não se pode enganar a todos todo o tempo. Autor desconhecido A Liber dade Liberdade Orgam propugnador dos interesses locaes Redacção - junto à Luz d'Apparecida Director-Gerente - Pedro Salgado Anno V - Apparecida do Norte, 19 de agosto de 1928 - n. 208 Abaixo a escravidão! É tempo de levantar este grito. Os dias vão passando; as horas vão correndo; os congressistas estão reunidos e nem uma estrella brilha na noite escura da escravidão d'Apparecida annunciando a nossa liberdade. Não posso adivinhar. A minha mente de velho, já embaçada, não pode descobrir a razão porque, em um país com 40 annos de liberdade, se conserva ainda um povo amarrado ao poste da ignomínia. E é por isso que vou continuar as apreciações que vinha fazendo sobre a pressão que sempre se fazia contra o povo d'Apparecida. Estávamos no ano de 1879, sendo vigário de Guaratinguetá, o Cônego Miguel Martins. Este reunido aos chefões d'aquella cidade a pretexto de obedecerem à devoção do povo, dirigiram uma petição ao bispo de São Paulo para que lhes concedesse licença de levarem a imagem de Nossa Senhora afim de assistir lá às Novenas de todo o Mez de Maria. Com a licença, que lhes foi concedida, o Vigário, todos os annos, no primeiro domingo de Abril já convidava o povo para vir no dia seguinte buscar a Imagem de Nossa Senhora, que lá ficava durante quatro e cinco mezes. Os romeiros carregados de família, e muitas vezes sem recursos, chegavam cá e, não encontrando a Imagem, voltavam logo, sem ver a Santa, reclamando contra o logro que tomavam. À vista de tantos clamores, os habitantes dÁpparecida, enviaram uma representação ao Bispo, Aparecida, 20 de setembro de 2008 allegando que os romeiros vinham de longes terras e tinham de voltar sem verem a Santa Imagem. Porém o Bispo respondeu que não podia attender, porque se tratava de uma devoção do povo de Guaratinguetá. Os reclamantes ficaram quietos, e as coisas continuaram até que, passado tempos, o vigário Miguel Martins foi expulso da parochia e nomeado em seo logar o Cônego Benedicto Teixeira, que continuou com a mesma expeculação de seu antecessor. Logo que foi proclamada a Republica, os reclamantes d'Apparecida pediram ao Presidente do Estado que interviesse a favor dos romeiros para que a Santa Imagem não fosse mais para Guaratinguetá, mas elle respondeu que nada podia fazer porque a Igreja estava separada do Estado. Passado algum tempo, Deodoro da Fonseca, presidente da República, depôz os presidentes dos Estados e nomeou para S. Paulo o Dr. Américo Brasiliense, que nomeou delegado de Polícia em Guaratinguetá o Dr. Lycurgo de Castro Santos. No anno seguinte, no primeiro domingo de Abril, estando eu na quitanda, porque n'esse tempo não havia mercado, chegou o povo que vinha da Egreja e convidava a todos que se apromptassem para virem buscar a Santa na manhã do dia seguinte, porque o vigário os tinha convidado para isso. Montei logo a cavallo e vim à disparada contar aos amigos tudo quanto em Guaratinguetá se planejava. Como respeitávamos a lei e as autoridades, fomos contar ao Delegado tudo quanto se passava, fazendo-lhe ver os pedidos que já tínhamos feito sem que nenhum fosse attendido. Então o Dr. Lycurgo nos respondeu que não passava de uma expeculação o que se estava passando com a imagem. Si fosse devoção viriam cumprir os votos na sua Igreja, e por isso que procedêssemos como entendêssemos. Voltando de lá, reunimos umas 300 pessoas e fomos para a ponte do Sá na 2. feira. Ali, armados de cacete, fizemos voltar umas 6.000 pessoas, que vinham dispostas a levarem a Santa. O Cônego Benedicto Teixeira chegando a Guaratinguetá passou ao Bispo um longo telegramma, fazendo-lhe ver o ocorrido e pedindo providencias. D. Lino por sua vez telegraphou ao Delegado perguntando como é que uma authoridade consentia taes abusos? A isso respondeu o Dr. Lycurgo que abusos estava elle, bispo, praticando há muitos annos, pois o que se estava passando com a imagem não era mais do que uma expeculação comercial e nada mais. Que a Republica separou a Egreja do Estado, mas não admitte comerciar com a capa da Religião, e tudo quanto fosse de justiça havia de fazer-se ou por bem ou por mal. Foi isto o que fez o povo d'Apparecida. Não conseguia por bem, lançou mão da força. O bispo novamente respondeu que serenassem os ânimos; que a Santa não sahiria mais de sua Igreja sem consentimento do Papa. E assim ficou até hoje. Sirva isto ao menos de exemplo e encorajamento à mocidade d'Apparecida para a sua libertação. E assim sendo, levantem um grito tão alto, q' o seu ecco percorrendo as quebradas da serra da Mantiqueira ainda reproduza ao longe: Viva a nossa liberdade! O velho apparecidense. Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraçar e tempo de afastar-se; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz. Eclesiastes O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nela repousa a esperança. Frank Lloyd Wright Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem. Marcel Proust Todos os relógios da cidade / Começam a girar e a tocar / Mas não deixe / O tempo te enganar / Pois o tempo / Não há quem conquiste / Em angústias e preocupações / A vida escoa vagamente / E a todos / O tempo há de consumir / Seja agora ou no porvir. W.H. Auden Muitas vezes não temos tempo para dedicar aos amigos, mas para os inimigos temos todo o tempo do mundo. Leon Uris O homem que tem coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida. Charles Darwin Há ladrões que não se castigam, mas que nos roubam o mais precioso: o tempo. Napoleão Bonaparte Tempo. Coisa que acaba de deixar a querida leitora um pouco mais velha ao chegar ao fim desta linha. Mario Quintana 9 E NTREVISTA Ruth Guimarães O Lince - Estamos na residência da escritora Ruth Guimarães, em Cachoeira PaulistaSP, para uma entrevista exclusiva para o Jornal O Lince. Dona Ruth, muito bom-dia! Eu gostaria de começar fazendo um questionamento à senhora que é de praxe: Como começou essa ligação da senhora com o escrever, com a escrita, enfim, com a literatura de um modo geral? Ruth Guimarães - Eu acho que isto vem da minha família. Meu pai tinha uma biblioteca, então, quando eu era bem pequena, eu já brincava com livro, já folheava livro. Quando eu estava na escolinha da roça, já lia os livros do meu pai, apesar de que ele tinha só o Machado de Assis e outros da mesma época, mas a gente lê o que tem, né? Lê o que pode. Li Monteiro Lobato. Monteiro Lobato foi o meu iniciante. O Lince - Depois desse primeiro contato, o que levou a senhora a buscar um curso de Letras Clássicas, o que levou a senhora a buscar essa aproximação maior com a literatura? Teve algum fato marcante ou esses primeiros contatos com Machado, com Monteiro Lobato é que foram a provocação, o estímulo bastante para isso? Ruth Guimarães - Eu tive mãe muito imaginosa e gostava muito de ler romance. Em Lorena, eu estudei no começo do ginásio em Lorena, e em Lorena havia uma família, Di Domênico, que alugava livros a 200 réis cada um, por oito dias, e como minha mãe gostava muito de romance, ela me mandava fazer uma assinatura e trazer uns quatro ou cinco livros pra casa. E aqueles livros corriam, mas eram livros assim: Delly... eu nem me lembro mais os autores... esses livrinhos pra moça, porque era isso que minha mãe lia, e eu lia também, mas, com a continuação de leitura, eu fui apurando a maneira de escrever, ficou fácil pra mim escrever. A prática né! Então, tendo prática de escrever, quando havia aula de redação na escola, a minha redação, ainda mais que eu contava com a imaginação da minha mãe que eu herdei... eu tenho muito imaginação... então, com essa prática de ler romance, eu fiquei com uma facilidade muito grande de escrever e quando havia aula de redação que a professora mandava escrever historinha, mandava descrever a sala de aula, claro que eu tinha uma provinha ou um trabalho diferente dos outros trabalhos por causa da minha prática. E aí as professoras se entusiasmavam e mandavam pro jornalzinho da cidade. Chamava-se "O Cachoeirense". Então, com dez anos, eu escrevia n'O Cachoeirense (risos). Pena que eu não tenho, não guardei, não me incomodei com isso pra ver que porcarias que eu escrevia (risos). O Lince - Para uma criança de dez anos, com certeza, tinha muita qualidade. Ruth Guimarães - Pois é! Porque eu era constantemente solicitada pra escrever. Tinha um cantinho lá pra mim no jornal da cidade. E quando eu estudei em Guará, eu tinha uns treze anos, por aí, doze ou treze anos, aí eu escrevia pro jornal da cidade, porque eu fui aluna do professor Jerônimo de Aquino (graaande professor!), e ele me ensinou a métrica. Olha! Ninguém estava aprendendo métrica, só eu (risos). A minha vida foi orientada no sentido de escrever. O Lince - Então, obviamente que estes contatos desde a família até a escola, escolas... Ruth Guimarães - A escola me aju- dou muito... porque me tirou da minha casa. Eu fiquei sem pai e sem mãe cedo e fiquei com a minha avó materna. Minha avó era caipira, mineira, contadeira de história. Veja como as coisas vão se acomodando. Quando as coisas têm que ser parece que tudo se encaminha nessa direção. Então, eu fiquei contadeira de história também, e contadeira de história tanto falando como escrevendo. Eu sou contadeira de história até hoje. O Lince - E a partir daí, então, o contato da senhora com o mundo acadêmico e, por conseqüência, o contato com a literatura universal mais ampla, mais vasta. Como é que a senhora avalia essa formação acadêmica na definição dos seus rumos literários? Ruth Guimarães - O que acontece é que toda gente que tinha contato comigo, contato com a minha família, o divertimento era me ensinar coisas. Cada um me ensinava aquilo que sabia e logo cedo eu peguei uma experiência grande nesse sentido e mudei a escolha de livros, aí eu pude escolher... aí não eram mais aqueles livros de moça, aquela literatura pra moça que era M. Deli e outros. Eu comecei a ler literatura mais séria. Mas literatura mesmo e não historinha. O Lince - E a partir daí, quando que a senhora decidiu escrever o primeiro livro, escrever a primeira obra? Ruth Guimarães - Eu não decidi escrever um livro não, o livro se escreveu sozinho (risos) porque eu escrevi uma coisa e outra, e quando eu fui para São Paulo, fui procurar os artistas. Veja só que atrevimento! Eu tinha dezessete anos, fui pra São Paulo, fui trabalhar, e gostava de escrever, e fiz uma visita a Abner Mourão do Correio Paulistano, defunto Correio Paulistano. O Abner Mourão leu o que eu escrevi, com aquele jeitão dele, botou os dois cotovelos em cima da mesa, da cátedra dele, de trabalho, e falou pra mim assim: "Foi a senhora mesmo que escreveu isso aqui?" Então aquele "mesmo" me esporiou, né? Claro que fui eu que escrevi, e considerei como um grande elogio: "foi a senhora mesmo que escreveu isto?" E publicou, e publicou. E isto foi um estímulo porque eu falei: Se o grande Abner Mourão considera bom, então tá bom, então tá bom, então eu vou escrever, e continuei escrevendo. O Lince - A gente vê também em todo o trabalho da senhora um grande apreço pelas traduções, especialmente Dostoiévski,... Ruth Guimarães - ... eu ganhava o extra fazendo tradução do francês. Dostoiévski eu fiz do francês, de segunda mão... fiz Balzac, fiz Prosper Mérimée, fiz Oscar Wilde, fiz uma porção de traduções. Traduzi do italiano, traduzi do espanhol,... O Lince - E desse contato com originais ou traduções a partir textos de "segunda mão", a senhora foi costurando, alinhavando a sua própria forma de... Ruth Guimarães - Muito mais fora da USP do que dentro. Muito mais. O Diaulas, da Cultrix, ele dizia pra mim assim: "Você que devia me pagar pra fazer a tradução para a editora, porque o que você está aprendendo aqui você não aprendia em nenhuma escola do mundo". Pois é! O Lince - E dessas traduções, desse trabalho fora da universidade, somado ao traba- Entrevista gravada em 29.08.08, na residência da autora, em Cachoeira Paulista - SP lho acadêmico, como a senhora definiria suas maiores influências literárias? Quais são os autores da sua predileção, quais são os autores que mais influenciam sua obra? Ruth Guimarães - Bom, o que eu admiro mais e com quem eu concordo no total é Machado de Assis... Machado de Assis... não tem outro pra ele. Eu gosto do Mário de Andrade, por exemplo; gosto muito do Guilherme de Almeida, apesar de que eu não o considero um grande poeta, é um grande escritor de versos (risos)... tem uma grande música e uma grande beleza também, mas é pouco profundo, né? Ele é mais no ritmo do sambinha (risos). O Lince - Há poucos dias, saiu na Folha de São Paulo, um artigo remetendo a uma pesquisa de um professor de uma universidade do Rio Grande do Sul comparando Machado de Assis e Borges e fazendo críticas bastante pesadas ao modernismo, a Mário de Andrade, a Osvald. Como é que a senhora vê os escritores modernistas no Brasil? Ruth Guimarães - São muito bons... mas são muito bons. O maior de todos é o Mário. Eu fui aluna do Mário! Porque, quando eu escrevi Os Filhos do Medo... eu estava escrevendo Os Filhos do Medo e não tinha pra quem mostrar... e não tinha uma pessoa que me dissesse... que me dissesse alguma coisa, que fizesse alguma crítica contundente, uma crítica que fosse fundo do que eu estava escrevendo. Escrevi e não sabia se aquilo tava... se era bem assim ou se não era. Aí eu procurei o Mário e tive várias sessões com ele, ele se interessou muito, ele era uma criatura sempre disponível pra gente... e fez umas críticas dolorosas, mandou cortar, mandou jogar fora... (risos). E depois ele disse pro Fernando Góes que era jornalista e era amigo comum, dele e meu: "Sabe aquela menina", porque eu tava com vinte anos ou menos, e ele falou: "Aquela menina sabe, oh Góes, ela reagiu à altura". Isto, na fala do Mário de Andrade, foi um estímulo pra mim, foi um empurrão pra cima, e daí que eu fiquei mesmo pesquisadora e estudando folclore, sociologia. Fiz sociologia com o Bastidinho e curso pós na USP. Porque, sabe, eu tenho essa idéia de que quando a gente faz uma coisa, ou faz bem feito ou não faz. História de ligar Internet aí, e copiar, não dá certo. A gente dar opinião sem estar com uma base boa, também, é até um pecado. O Lince - Temerário. Ruth Guimarães - Temerário. Então, o que eu faço, eu faço bem feito, o mais bem feito possível. Quando foi pra escrever os livros religiosos, que eu escrevi para a Cultrix também, eu levei dois anos fazendo Teogonia, pra depois pegar o livro e escrever, que era pra dar uma súmula, um apanhado da religião ou de cada religião direito né, o que era. Então sabia o que era Pentecostes, o que é transubstanciação, o que é que faz a diferença entre o evangélico e o católico, mas não diferença de fé, diferença de conhecimento, por que a religião católica se apóia em Cristo sem discutir se Cristo existe ou não existe, ou existiu como homem ou existiu como Deus, mas a filosofia da religião. O Lince - E como é que nesse evoluir da escritora Ruth Guimarães, como é que a senhora, didaticamente, colocaria as fases pelas quais a senhora passou. Que temário, que temática que, de certa maneira, foi conduzindo a senhora ao longo dessa carreira de escritora... dessa vida de escritora? O início, como foi? Que preocupações conduziam a senhora? Ruth Guimarães - Eu tinha umas idéias a respeito da linguagem. Eu sempre gostei muito de discutir a linguagem dos autores. Então, eu via, por exemplo, Lima Barreto, um grande escritor, tem muitas idéias, ia fundo nos pensamentos dele, mas uma linguagem horrível... quer dizer, não era uma linguagem horrível não. Era uma linguagem muito boa, mas sem aquele aval do escritor que sabe escrever. Pegar Jorge Amado... Jorge Amado comove as pessoas, tem uma linguagem bonita... ele dá adjetivação... ele é um narrador muito bom... ele é um descritivo também muito bom, mas não sabe escrever. Então, ele prejudicou a perenidade dos livros dele. Daqui a cinqüenta anos, quem vai ler Jorge Amado? E assim: esta leviandade de fazer o que não sabe. E aí eu resolvi escrever sabendo o que eu estava fazendo, mesmo se não fosse o escritor aquela criatura de idéias, pelo menos a língua... O Lince - A forma... Ruth Guimarães - Isso mesmo, a forma. Por isso que eu entrei na USP, na seção de Letras Clássicas, para aprender latim, grego e português, três línguas mortas (risos). O Lince - Desta primeira preocupação com a linguagem, com a adequação com a forma... Ruth Guimarães - Então, eu queria escrever como se falava, mas não escrever como se falava à maneira do Guimarães Rosa. Briguei muito com o Guimarães Rosa, imagine que atrevimento! Mas eu dizia: "Guima, você não tem direito de cunhar palavras, de criar palavras, a palavra só existe se tiver um povo que fale, a palavra é povo. E você põe aí, por exemplo, o mato aeiouava. Muito bonita a palavra, muito engraçada também, mas não vale nada, quem vai falar essa palavra daqui pra frente? Só você. Nos seus livros, daqui a não sei quantos anos, esta palavra que está aqui não existe". O Lince - Acaba gerando um hermetismo... Ruth Guimarães - É. E ele tem muitas assim desse tipo. O Lince - A senhora acha que isso tornaria, então, a obra anacrônica, dentro de sua própria época? Ruth Guimarães - Não, anacrônica não! Defunta. (risos) Palavra que não é de povo, é palavra morta. Esta história de ter uma língua universal. O inglês universal porque tem um monte de gente que fala. Usar o esperanto e aquele, o sânscrito. Ah! O que é isso? Não tem povo que fale, não existe O que existe é gente. Então, esse o meu sentido, a direção da minha escrita. E aí quando eu escrevi, eu quis escrever numa linguagem que ninguém tinha usado que era a linguagem valeparaibana. Qual é o escritor que escreveu o valeparaibano? Só eu. E eu tinha direito, primeiro, porque eu sou povo daqui, eu sou caipira, e, segundo porque eu tinha uma experiência grande da linguagem mais profunda, da linguagem que se usa pra rezar, por exemplo, da linguagem que se usa para amar, então, eu sou intérprete de uma língua que existe, que é o valeparaibano, e eu escrevi, em valeparaibano, e de Minas também, ZEZÃO CONCRETAGEM O pioneiro há mais de 25 anos Situado à Praça N. Sra. Aparecida, junto ao convento dos Padres Redentoristas Lajes e pisos industriais nivelados a laser ÓTIMO TRATAMENTO * Apartamentos e quartos amplos e arejados * Suítes com TV em cores * Ar Condicionado quente e frio * Frigobar, Elevador Atlas www.zezaoconcretagem.com.br [email protected] Garagem Própria Praça N. Sra. Aparecida, 247 Aparecida-SP Tel.: (12) 3105-2700 / 3105-1548 FAX: 3105-3652 www. hotelcentralaparecida.com.br 10 Tel/Fax: 3105-1377 Av. Padroeira do Brasil, 689 Aparecida-SP Tel.: (12) 3105-2812 São José dos Campos Tel.: (12) 3936-2005 Aparecida, 20 de setembro de 2008 E NTREVISTA porque eu vim de uma fazenda de Minas. Não nasci lá, sou daqui de Cachoeira Paulista, mas eu vim de uma fazenda de Minas. Escutei aquelas conversas todas lá e pus no livro com a maior fidelidade possível, porque eu sou uma criatura, sou caipira, mas em cima do caipirismo, da caipirice, eu sou uma criatura estudada, trabalhada. O Lince - De todas as obras que a senhora escreveu, que a senhora produziu, existe alguma de sua predileção? Alguma obra que mais tenha gerado encantamento, orgulho de autoria? Ruth Guimarães - Olha, eu aprecio todas as minhas obras e aquelas que eu não aprecio, que eu não dou o meu aval, eu jogo fora. Já escrevi romance de duzentas páginas e joguei fora porque não me satisfez. E quando acabo de escrever um livro, não é meu mais, acabou, vai embora. Eu não tenho os meus livros. Agora é que os meus filhos estão colecionando. (risos) O Lince - O que a senhora tem de trabalho recente é a série Macunaíma para crianças, é isso? Ruth Guimarães - É a série Macunaíma para crianças. Tem um livro que estou escrevendo, faz tempo que estou escrevendo. Chama-se: Um tal de Zé. Um romance, mas um romance do comportamento do povo valeparaibano. Esse daí de vez em quando eu pego e escrevo e reescrevo. E também recente são as crônicas que estou escrevendo no Valeparaibano, toda quarta-feira escrevo uma, vou fazer uma coleção e publicar em livro. O Lince - E já gostaria de deixar o convite aqui para senhora. Seria uma honra, para nós, tê-la escrevendo n'O Lince. É uma vez por mês só, mas...(risos) Ruth Guimarães - Me dê os tamanhos, porque eu sou muito irregular nesta questão de medida. Uma vez escrevo demais, outra vez escrevo de menos. A minha imaginação não tem medida, não tem tamanho. O Lince - E o jornal tem o tamanho de sua imaginação. O que achar que deve escrever, estaremos dispostos a publicar... E gostaria de fazer mais uma pergunta: agora, recentemente, a senhora, assumindo uma cadeira na Academia Paulista de Letras, poucos valeparaibanos tiveram essa honra de lá estar... Ruth Guimarães - ... Poucos e bons. Péricles Eugênio,.... O Lince - Exatamente. Então, gostaria de saber qual é o sentimento, o que a senhora tem a dizer sobre esse reconhecimento de toda uma vida e de toda uma obra e desta possibilidade de estar representando o Vale do Paraíba na Academia Paulista de Letras? Ruth Guimarães - E estou um pouco Cinderela. Uma coisa que acontece uma vez na vida, né, e quando acontece, se acontece. Foi muito bom. O Lince - Como é o processo de escolha de um membro da Academia? Ruth Guimarães - Geralmente a proposta é feita por um dos confrades, um dos membros. Eu já tive convites antes, quando eu era bem moça, por um acadêmico chamado Fernando Góes. Bem mais tarde eu tive convite por outro que é o Paulo Bonfim, o poeta, mas eu não tava pra Academia não, sabe! Porque prestígio não me tenta muito, e eu tinha a impressão que não ia fazer grandes coisas lá na Academia. O que que eu ia fazer lá na Academia? E também o meu estilo de vida não dava pra Academias não. Eu tinha muito compromisso, eu tinha muita complicação na minha vida. Trabalhava em dois empregos pra susten- tar os meus irmãos, que eram os meus filhos ao mesmo tempo, porque eu criei os irmãos menores com a morte do meu pai e minha mãe. E não dava mesmo! Não dava tempo, não tinha tempo, não tinha maneira de conciliar as coisas e freqüentar a Academia, nem pensar, nem pensar. Agora eu trabalho bastante também, mas estou aposentada, chefio um Departamento de Cultura do município de Cruzeiro, sou funcionária pública de carteirinha (risos) Trabalho muito, trabalho muito! E este lugar na Academia, eu consegui porque eu sou muito trabalhadeira. Eu tenho uma religião que é mais ou menos a religião de São Paulo, São Paulo, o santo, e não São Paulo, o estado. O São Paulo dizia assim: "Aquele que não trabalha, que não coma". Lapidar. Eu também sou assim. Acho que aquele que não trabalha, que não coma. Se no Brasil se trabalhasse mais, se fizesse a religião do trabalho, estava em muito melhores condições. O Lince - Meu avô também tinha uma frase lapidar neste sentido. Ele dizia: "Quem não trabalha, não merece o prato que come". Ruth Guimarães - É a mesma coisa. Exatamente. Então, eu sempre trabalhei muito e sempre procurei trabalhar certo. Então, se eu tenho algum merecimento, eu devo ao trabalho. O Lince - Existe alguma influência Durkheimiana, positivista, nesta visão, nesta religião do trabalho? Ruth Guimarães - Não. A minha é a sabedoria popular (risos). A minha é a sabedoria do caipira. O Lince - E falando um pouco em sabedoria do caipira. E essa ligação da senhora com o folclore, esse desejo de escrever sobre essa sabedoria. Isso se traduziu numa série de obras. Que obras são essas e o que a senhora buscou nessas obras? Ruth Guimarães - Eu busquei o registro. Porque nós somos um país continental, com comportamentos diferenciados em cada uma das áreas e está tudo por fazer. Então, eu que estou aqui e que sei, e que sinto esta efervescência da cultura popular, achei que era meu dever fazer o registro e fazendo o registro eu faço o estudo. Estudei o folclore... também. (risos) O Lince - Falando ainda em Folclore, nós tivemos em Aparecida uma representante do folclore na região... Ruth Guimarães - ... a Conceição Borges... O Lince - ...não, a Maria de Lourdes, irmã dela, que foi da Comissão Nacional do Folclore. A senhora chegou a conhecê-la? Teve algum contato com ela? Ruth Guimarães - Elas são primas do meu marido. E eu fui colega do irmão delas... como é que ele se chama? Eu me esqueci o nome dele. Faz tanto tempo isso. Eu estudei em São Paulo, na Escola Normal Padre Anchieta, em 1935. Em 35, eu estava, em São Paulo, estudando. Então, eu andava... O Lince - Teve que se virar muito cedo... Ruth Guimarães - Eu tive que me virar muito cedo e não tinha muito apego assim a lugar nenhum não. Eu morava na casa do meu avô, aqui mesmo em Cachoeira Paulista, mas se fosse para ir fazer algum curso, alguma coisa em algum lugar, e o meu avô, não sei por que, ele tinha predileção por mim. Eu era a neta da predileção dele e, tudo o que eu queria fazer, ele permitia e eu quis estudar em São Paulo, ele deixou (risos)... Fui eu pra São Paulo (risos). O Lince - Ainda bem que deixou! Ruth Guimarães - Ainda bem que deixou. (risos) O Lince - Pois bem! E a questão do demônio do subconsciente das pessoas. Como é que a senhora vê esta questão? Ruth Guimarães - O problema estava no meu subconsciente. Eu morava numa fazenda... casarão... uma imensidade... tinha vinte e seis cômodos a casa. Um dos cômodos era um salão que dava para se fazer baile. Se faziam bailes lá na minha casa, e a minha mãe tomava conta lá da fazenda, morava lá meu pai também. Tinha quatro empregadas para poder gerir a fazenda. Tinha a cozinheira, a copeira, a arrumadeira,... O Lince - E a faxineira? Ruth Guimarães - Não, não, não era a faxineira. A faxineira vinha de fora. Não morava lá. E a outra era a lavadeira. A lavadeira se desdobrava em duas: era a lavadeira e a filha. Então, ia uma vez por semana, e uma vez por semana em casa se fazia uma espécie de mutirão para fazer doce. Então, se fazia doce em calda e doce em cacheta. E, nestes dias de descascar marmelo, descascar pêssego, figo... era dia de contar história. E o pessoal contava história de arrepiar. O Lince - Na beira do tacho. Ruth Guimarães - Não. Descascando fruta. Quando era a hora do tacho, não me deixavam ficar na cozinha, porque era uma mexeção de tacho. Tudo quente e gente correndo pra lá e pra cá... aquelas águas lá. Então, eles não me deixavam ficar. Porque também eu fui muito arteira, Nossa Senhora! "Dona Maria, tira a Ruth daqui que ela é muito arteira!" (risos) Eles não me deixavam ficar na cozinha. E com isto, eu me familiarizei com todo o folclore de horror, e o diabo era um personagem importantíssimo. Era o que aparecia em tudo. Eu sabia como é que a gente chamava o diabo, como é que entregava a alma pra ele, como é que tinha que rezar, como é que fazia invocação, as árvores que ele freqüentava - a figueira brava, a peroba. Então, isto foi ficando entranhado, isto foi se fazendo lá no meu inconsciente. Eu não acreditava em Deus, nem sabia o que era Deus, porque eu ainda não tinha tido nem catecismo e já sabia quem era o diabo. Então, eu tive um inconsciente moldado pelo demônio e eu tive que escrever um livro sobre o demônio para me ver livre dele. Só depois que eu escrevi este livro é que o diabo deixou de me incomodar, porque mesmo não acreditando, porque eu não acredito, mesmo agora, a religião não conseguiu repor o diabo no lugar... a minha religião... nem tenho religião nenhuma. Mas, o diabo ocupava um lugar muito grande e me dava ordens. Eu era apavorada... Entrar num lugar escuro assim... Se eu lembrasse que o diabo não gosta de escuro, não gosta de luz... então eu tinha aqueles pavores. Quase que foi um caso de internação. O Lince - De psicanálise.... Ruth Guimarães - De psicanálise, não. De psiquiatria. (risos) É. Era apavorada. E então, como eu ainda tinha, mesmo na minha linguagem, de falar do diabo, contar a história do diabo, estava me incomodando. Aí eu escrevi Os Filhos do Medo e me libertei. (risos) O Lince - E economizou uma série de consultas (risos). Ruth Guimarães - Isso. E ficou um bom livro, porque é muito sincero. É muito vivo. Meu Os Filhos do Medo é muito vivo porque eu vivi todas as coisas lá. O Lince - Como é que a senhora vê, hoje, essa relação das pessoas com a literatura, como é que a senhora vê, hoje, o brasileiro como leitor? Ruth Guimarães - Eu não vejo o brasileiro como leitor (risos). Eu não conheço nenhum brasileiro leitor (risos). Eu leio livro à noite, mas não conheço ninguém que leia mais de dez livros por ano. O Lince - Que indicações a senhora faria para quem quer realmente entrar em contato com a literatura de qualidade, com a boa literatura? Ruth Guimarães - Que humildemente vá lendo estes livrinhos aí. Vamos ler o velho Machado, vamos ler o Mário de Andrade, vamos ler Lima Barreto, vamos ler Eça de Queiroz,... O Lince - A senhora já falou aqui pra gente sobre a importância do trabalho. Eu acredito que essa seja talvez a grande receita para ser alguém bem-sucedido, faça o que fizer. Agora, além de muito trabalho o que a senhora sugeriria para aqueles que queiram, não digo se tornarem escritores, mas se aprimorarem no processo de escrever? Existe alguma dica que a senhora possa aproveitar da sua experiência pessoal? Ruth Guimarães - A gente só aprende com os outros, né! Esta história de autodidatismo, isso aí é tudo balela porque, se a pessoa não sabe, como é que vai aprender consigo? Só pode aprender com quem sabe. Então procurar boas escolas. A boa escola. E trabalhar lá na escola com honestidade. Trabalhar sempre. O Lince - A senhora também nos disse, quando chegamos, que já conhecia o Jornal O Lince. Agora uma questão muito pessoal, o que a senhora tem achado do jornal? Ruth Guimarães - Ah, muito bem feito... muito bem feito. A gente vê que por trás d'O Lince está uma pessoa que pensa, que tem idéias. E a pessoa só tem idéias quando tem conhecimento. Antes de ter conhecimento, ter idéia como? É só uma repetência, né! A pessoa vive por procuração. O Lince - Vou tomar isso como um elogio e estímulo! Ruth Guimarães - E é. É. Gostei muito, aprovei muito, e estou acostumada a ver esses jornalecos por aí. Eu recebo muito jornal. O Lince - E para concluir, Dona Ruth, gostaria que a senhora ficasse à vontade para fazer as suas considerações que, por ventura, o entrevistador, por ignorância, deixou de perguntar e a senhora gostaria de falar. Ruth Guimarães - Perguntou bem. Eu falei sinceramente, falei à vontade. As perguntas foram perguntas que me deram ocasião de confessar (risos)... E isso também é um elogio. Faz enda Har as azenda Haras Joamar CASARÃO Forró toda quinta Araci / Paula Hotel de Alto Padrão Apartamentos com TV, Ar condicionado, Frigobar, Interfone, Elevador, Estacionamento V endas de Car ne de Cor deir o Carne Cordeir deiro Cor tes especiais: ré, paleta, per nil, carré, car costela, bisteca etc. Rua Domingos Garcia, 30 Centro - Aparecida-SP Estrada Vale do Sol, Pedro Leme, Roseira-SP Aparecida, 20 de setembro de 2008 Rua Afonso Pereira Rangel, 57 Jardim Paraíba - 12570-000 Tel.: 3105-2029 Nas melhores casas ecida parecida de car ne de A par ou celular : (12) 9735-8780 Cabo João 11 Enciclopédia terá charge de Maurílio Reis cnpj:08.889.443/0001-97 I. O. N. S Vereador Wilson Gorj vence mais um concurso de contos .X& LUX L .&UIONS O Concurso de Contos "Aconteceu em Aparecida", organizado pela Divisão de Cultura do Departamento de Educação de Aparecida, através da Biblioteca Pública Municipal, premiou os vencedores de 2008 na noite de ontem. Há dezenove anos consecutivos, o evento comemora, no dia 19 de setembro, o aniversário da professora e folclorista Maria de Lourdes Borges Ribeiro, patrona da biblioteca. Mais uma vez, o autor de Sem Contos Longos e colunista de O Lince, Wilson Gorj, recebeu o primeiro prêmio. A seção Grafias desta edição publica os três contos vencedores. O cartunista Maurílio Reis, do jornal O Lince, terá charge publicada em uma enciclopédia para estudantes, em 20 volumes, com conteúdo elaborado pela Editora Moderna e distribuição feita pelo jornal O Estado de São Paulo. O humor do desenhista constará do volume 17, dedicado à gramática e à lingüística, e de um portal dedicado aos assinantes. Lançada em 2005, a enciclopédia já vendeu mais de sete milhões de exemplares na Espanha e em dez países da América Latina. Em 2006, a coleção recebeu o The Worddidac Award, o mais importante prêmio do mundo para materiais educacionais e pedagógicos concedido pela Worlddidac Foundation, da Suíça. Uma grande oportunidade para os brasileiros conhecerem um pouco da arte e do humor de Maurílio Reis. Ruth Guimarães na Academia Paulista de Letras Festação marca a reabertura da Estação Ferroviária de Aparecida Na última quinta-feira, 18, a escritora Ruth Guimarães foi recebida na Academia Paulista de Letras para assumir a cadeira número 22, outrora ocupada por Guilherme de Almeida. Coube ao escritor Paulo Bonfim o discurso de saudação a esta valeparaibana de Cachoeira Paulista, 88 anos, e autora de mais de quarenta livros. Convidada outras duas vezes, as atribulações de uma vida muito ativa não permitiram a láurea em outras ocasiões. Desde agora, porém, esta "contadeira de histórias" - como ela mesma afirma - que Comunidade em ação Maurílio Maurílio Reis Reis 25000 registram a cultura do homem valeparaibano, tem seu nome imortalizado ao lado de outros grandes da nossa literatura regional, dentre eles: Almeida Nogueira (Bananal), Carlos Rizzini (Taubaté), Cassiano Ricardo (São José dos Campos), César Salgado (Pindamonhangaba), Dino Bueno (Pindamonhangaba), Gabriel Benedito Isaac Chalita (Cachoeira Paulista), J. C. Nogueira Moutinho (Pindamonhangaba), Monteiro Lobato (Taubaté), Péricles Eugênio da Silva Ramos (Lorena), Plínio Salgado (São Bento do Sapucaí) e Valdomiro Silveira (Cachoeira Paulista). Desfile cívico comemora a Semana da Pátria Na noite do dia 12 de setembro, foram reabertas as portas da antiga estação de trem de Aparecida, onde funciona a Divisão de Cultura do Departamento de Educação e Cultura da cidade. O prédio da Estação, totalmente remodelado, torna-se um importante espaço cultural, do qual a cidade carecia há anos. Também a Casa do Artesão passou por minucioso trabalho de reforma. Todo o mérito seja dado às professoras Therezinha Amaral e Jussara Chad, que não mediram esforços em busca dos recursos necessários à obra. Uma exposição de quadros, comidas típicas e shows variados, marcaram o evento. Celso Alves em aniversário de Quércia A Avenida Monumental Papa João Paulo II foi o palco da parada cívica do Dia da Independência, acontecida na manhã do último dia 5 de setembro. Escolas públicas e privadas do município, grupos policiais e militares, Guarda Municipal e De- fesa Civil, funcionários de diversos departamentos da administração municipal e participantes de vários projetos desenvolvidos na cidade, participaram da grande festa em comemoração aos 186 anos de liberdade política do Brasil. O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia completou o seu septuagésimo ano de vida no último dia 18 de agosto e o atuante vereador Celso Alves, presidente do PMDB de Aparecida, a convite do exgovernador paulista, esteve em sua festa de aniversário. Pr of a. Antonieta, de Guar ujá-SP Prof ofa. ujá-SP,, Quércia e o vereador Celso Alves MINTER COL MINTERCOL Minerais - Terraplanagem e Construções Ltda Ar eia - Brita e Ter Areia errra Preço especial para revendedores Avenida Itaguaçu, 3534 Itaguaçu - Aparecida-SP Fone: (12) 3105-1554 12 Não é o maior mas é o melhor Aberto de Segunda a Sábado das 6 às 21h Domingos e Feriados das 6 às 20h ACEITAMOS ENCOMENDAS DE BOLOS EM 3 TAMANHOS Rua Benedito Macedo, 301 - Ponte Alta - Aparecida-SP Tel.: 3105-2058 Aparecida, 20 de setembro de 2008