Temporada 2009 |2010 em números

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Temporada 2009 |2010 em números
Temporada 2009 |2010 em números
125 Iniciativas
315 Apresentações | Representações
Cerca de 22.000 espectadores/participantes (estimativa para o período de 20 Junho 2009 a
30 Julho 2010)
37
Espectáculos de Teatro e Dança, com
117
representações e
12.696
espectadores
(estimativa espectadores idem)
20
Concertos em
21
apresentações para
4.218
espectadores (estimativa espectadores
idem)
35
Oficinas, espectáculos e visitas guiadas inseridas no Projecto Educativo em
91
apresentações e 2.224 espectadores/participantes (estimativa espectadores idem)
32
Iniciativas de debate e pensamento com
42
apresentações e
1.665
participantes
(estimativa espectadores idem)
1
Dia temática (Dia do Tempo) com
44
sessões para
1.161
participantes
68%
de taxa
de ocupação média dos espectáculos (estimativa espectadores idem)
91.256,00 € de receitas de bilheteira
601.153,00 €
custos de programação da Temporada 2009-2010 (todos os custos
artísticos, de produção e logísticos)
2.025.477,00 €
Orçamento global de 2010 (ano civil), dos quais
custos de programação
Introdução
682.000,00 €
Introdução
Mark Deputter
Temporada 2010-11
A temporada 2010-11 é, em primeiro lugar, uma continuação do trabalho desenvolvido desde
Maio 2009 e procura reforçar e aprofundar o papel do Teatro Maria Matos na criação
contemporânea, nas áreas do teatro, da dança, da música e da criação para o público jovem.
O Teatro Maria Matos continua a apostar no intercâmbio e na colaboração a nível nacional e
internacional, inscrevendo a criação nacional num contexto europeu e global. Desenvolve a sua
actividade no campo de atracção entre o local e o global, estimulando activamente cocriações
entre artistas portugueses e estrangeiros e co-produções com teatros e festivais internacionais.
Para alcançar os seus objectivos o Teatro Maria Matos aposta na colaboração e na
coprodução com festivais, teatros, produtores de música e companhias de teatro e de dança,
privilegiando o trabalho em rede, a nível nacional e internacional.
E na convicção de que a arte nos ajuda a compreender o mundo e a sociedade, o Teatro
organiza momentos de debate e reflexão, em conjunto com pensadores, artistas e
organizações da sociedade civil.
Artes do espectáculo
Na área das artes do espectáculo, a programação segue as seguintes linhas estratégicas de
programação:
Apresentação e co-produção de companhias e criadores portugueses
O Teatro Maria Matos continua a posicionar-se como a casa de muitos criadores e companhias
independentes que trabalham em Lisboa, oferecendo-lhes melhores condições de trabalho, um
maior financiamento e mais visibilidade pública. Para além da apresentação, o Teatro investe
fortemente em co-produções. A política das co-produções é enquadrada num esforço mais
amplo, que procura alargar a base de apoio aos criadores, favorecendo a circulação das obras
e aumentando as carreiras dos espectáculos.
Apresentação
•
Tok’Art Landscape with figures / Lake / Work
•
Ana Borralho e João Galante Untitled, Still Life
Co-produção
•
Patrícia Portela A colecção privada de Acácio Nobre – co-produção com Associação
•
Prado (digressão nacional)
•
Nuno Cardoso / Ao Cabo Teatro A Gaivota – co-produção com Teatro Nacional São
•
João, Centro Cultural Vila Flor e Teatro Aveirense (digressão nacional)
•
Tiago Rodrigues Hotel Lutécia – co-produção com Mundo Perfeito
•
Projecto Teatral Coro – co-produção com Projecto Teatral
•
Tânia Carvalho e Maria Duarte Fábulas – co-produção com Bomba Suicida e Teatro
•
Viriato
•
Martim Pedroso A Philosophia do Gabiru (a partir do universo literário de Raul
•
Brandão) – co-produção com Materiais Diversos (digressão nacional)
Reposição
•
Cão Solteiro A Portugueza – co-produção com Cão Solteiro (reposição e digressão
•
nacional)
•
Truta Ivanov – co-produção com Truta (reposição e digressão nacional)
Co-produção de projectos nacionais|internacionais
O Teatro Maria Matos posiciona-se como produtor internacional, agindo activamente no
”mercado” global e atraindo co-produtores internacionais para os artistas portugueses. Nas
colaborações internacionais damos preferência à colaboração artística directa (co-criações,
residências artísticas, intercâmbios) em alternativa ao mero co-financiamento. Assim, o Teatro
será co-produtor das seguintes criações nacionais | internacionais:
•
Mala Voadora e Third Angel What I heard about the world – co-produção com Sheffield
•
Theatres e PAZZ Performing Arts Festival (Oldenburg)
•
tg STAN The Tangible - co-produção com Ashkal Alwan (Beirute), Théâtre de la Bastille
•
(Paris), Teatergarasjen (Bergen), Black Box Teater (Oslo)
•
Miguel Pereira Nova criação – co-produção com Dance4 (Nottingham)
•
Mundo Perfeito e Dood Paard Nova criação – co-produção com Mundo Perfeito e Dood
•
Paard (no âmbito do Projecto Estúdios)
Programação internacional (just the highlights)
O Teatro Maria Matos propõe uma programação de teatro e dança maioritariamente nacional
complementada por uma programação internacional. A programação internacional apresenta
nomes já conhecidos em Lisboa, ao lado de novos valores. A presença regular de certos
artistas permite que se integrem mais facilmente no universo cultural local e entrem em diálogo
com a criação nacional. No entanto, consideramos igualmente importante a apresentação de
artistas pouco conhecidos ou desconhecidos, incluindo, num mundo globalizado, criadores
oriundos de lugares fora dos grandes centros culturais ocidentais (programação em curso).
•
Les Ballets C de la B / Alain Platel Out of context
•
Nature Theatre of Oklahoma Life and Times – Episode 1
•
Boris Charmatz Levée des conflits
•
KVS Global Anatomy
•
Rimini Protokoll Best Before
Co-produção de eventos e festivais / Redes e parcerias
A dinamização da criação contemporânea passa também pela criação e continuação de
parcerias. Assim, o Teatro Maria Matos será co-produtor ou co-organizador dos seguintes
festivais:
•
Festival Temps d’Images 2010
•
Festival FIMFA LX11
•
Festival Brasil, em co-organização com o Teatro São Luiz
•
Festival de Almada 2011
O Teatro Maria Matos tornou-se ainda membro de redes nacionais e internacionais:
•
Co-fundador e membro da rede de programação e co-produção “5 Sentidos”, em
•
conjunto com o CC Vila Flor (Guimarães), o Teatro Viriato (Viseu), o Teatro Virgínia
•
(Torres Novas) e o Teatro Municipal da Guarda.
•
Co-fundador e membro da rede RIP (Rede Informal de Programadores)
•
Novo membro do Grupo de Programação Internacional da ONDA (Office Nationale de
•
Diffusion Artistique, Paris)
Debate e reflexão
Como Teatro Municipal, o Maria Matos tem uma responsabilidade acrescida na estimulação do
debate público, pelo que continuamos a desenvolver várias estratégias para o promover.
Haverá encontros regulares entre público e artistas:
•
Conversas pós-espectáculo
•
Super Disco. Um encontro mensal com um convidado e o disco que escolheu.
•
Arena. Um debate mensal sobre o estado do teatro, da dança e da performance.
Outra medida estruturante é a escolha de um tema por quadrimestre. O tema é apresentado
um dossier na brochura quadrimestral do Teatro e depois discutido e trabalhado em eventos
públicos, tais como conferências, seminários, debates, workshops, oficinas para crianças, entre
outros. Simultaneamente, o tema escolhido terá ressonâncias na programação: sem querer
reduzir as obras artísticas a um papel ilustrativo, o tema terá impacto na organização e no
conteúdo da programação do Teatro e, em certos casos, será o motivo para a organização de
ciclos ou projectos assumidamente temáticos.
•
Setembro a Dezembro 2010 – Res publica | Res privata
- Fim-de-semana Res publica | Res privata
•
Janeiro a Março 2011 - BIOGRAFIA
- A definir
•
Abril a Julho 2011 - ABUNDÂNCIA
- Dois Graus. Arte e aquecimento global – co-organização Transforma e 2020 Network
- Dias da Abundância
Setembro
teatro | co-produção TMM
Patrícia Portela
A Colecção Privada de Acácio Nobre
10 a 18 Setembro (excepto 13 Set) | Sala principal
Na cave dos avós de Patrícia Portela foi encontrado um baú com fragmentos de textos e
maquetas de objectos idealizados por Acácio Nobre, um português de referência do início do
séc. XX, mas agora esquecido; um homem com uma carreira política, científica e artística
discreta, eloquente e muito inovadora para o seu tempo. Um Lumière português, um Steve
Jobs precoce, um bio-engenheiro sem par na História e um amante/apoiante acérrimo dos
artistas e da arte, embora apenas daquela que revoluciona o mundo. Em suma: um Leonardo
da Vinci português que uma ditadura silenciou e eliminou dos registos da História portuguesa.
Patrícia Portela reúne os textos e os modelos encontrados no baú esquecido dos seus
familiares, segue as pistas até novos e preciosos documentos perdidos em arquivos pessoais e
casas de amigos, e reconstrói algumas das obras, ideias políticas e ambiciosos projectos
científico-artísticos de Acácio Nobre com o objectivo máximo de reavivar a obra de um homem,
anónimo, como tantos outros, e de questionar a memória colectiva de um país que, se tivesse
decidido atribuir a este homem a imortalidade que lhe era devida, seguindo alguns dos seus
princípios, teria sido um país diferente.
texto e imagens Patrícia Portela máquina de escrever e instalação sonora Christoph de Boeck
programação, efeitos especiais, pós produção de imagem Irmã Lucia efeitos especiais
cinematografia Leonardo Simões
desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção
jóia de Acácio Nobre Alda Salavisa
edição de texto Isabel Garcez
direcção técnica Claúdia Rodrigues
direcção de produção e produção executiva Helena Serra e Pedro Pires
co-produção Teatro Maria Matos produção Prado
A Prado é uma estrutura financiada pela Ministério da Cultura/DGArtes
dança
TOK’ART
Landscape with figures - Lake - Work
30 Setembro a 2 Outubro | Sala principal
Nas peças que compõem este programa, o coreógrafo André Mesquita questiona-se sobre o
que está por trás da criação e propõe-se tornar visível no palco as manifestações físicas que
estão presentes no processo criativo. Qual a forma da abstracção, do corpo e da expressão
física no material coreográfico? Da ambiguidade e do acidente? Qual a relação do intérprete e
do seu destino criativo na partilha inerente com o coreógrafo? Do que se fala quando se cria?
Lake venceu dois prémios no 13.º International Solo-Tanz-Theater Festival 09, em Estugarda,
Alemanha: 1.º lugar na categoria de Melhor Bailarina, para Teresa Alves da Silva; 3.º lugar na
categoria de melhor coreógrafo, para André Mesquita.
Landscape with figures
coreografia e espaço cénico André Mesquita
luzes André Mesquita e Nuno Salsinha
base sonora A partir de uma conferência de Elisabeth Gilbert
intérpretes Teresa Alves da Silva, Guzmán Rosado e Shumpei Nemoto
Lake
coreografia André Mesquita
luzes André Mesquita, Miguel Ramos e Nuno Salsinha
música David Lang
intérprete Teresa Alves da Silva
Work
coreografia e espaço cénico André Mesquita
luzes André Mesquita e Nuno Salsinha
banda sonora Alva Noto (arranjo sobre sample)
intérpretes Teresa Alves da Silva, Ana Margarida Brito, Guzmán Rosado, Ricardo Teixeira e Shumpei Nemoto
Outubro
teatro | co-produção TMM
Cão Solteiro e Vasco Araújo
A Portugueza
8 Outubro | Sala principal | Reposição
O Cão Solteiro põe e não põe em cena. A Portugueza encerrou um ciclo de três espectáculos
iniciado em 2008. Foi a última de três “caixas” sugestionadas pelo trabalho do artista americano
Joseph Cornell (1903-1977). Mais uma vez, e como é prática no grupo, pediu-se a colaboração de
um artista plástico. Em A Portugueza são arrumados dentro de uma “caixa preta” os seguintes
elementos: um piano, uma masterclass de canto, um pianista, uma professora, um cantor, quatro
actores, um Hino Nacional, algumas dissonâncias e uma incerta apoteose filarmónica. No fim, ficam
a caixa e o piano. O Cão Solteiro não põe em cena outra coisa além do lugar. “Rien n’aura eu lieu
que le lieu”.
I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O oceano, a rugir d’amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Ás armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
criação Vasco Araújo, Paula Sá Nogueira, Mariana Sá Nogueira, Joana Dilão, José Nunes, Cátia Pinheiro, Raimundo
Cosme, André Godinho, André E. Teodósio, Miguel Manso, Myriam Madzalik, Nicholas Mcnair, Teresa Louro, Palmira
Abranches, Maria José Baptista, Natália Ferreira, Filipe Pereira, Nuno Tomaz e Paulo Reis produção Cão Solteiro
coprodução
Teatro Maria Matos A Portugueza Alfredo Keil (música) e Henrique Lopes de Mendonça (letra)
performance
Ana Borralho & João Galante
em colaboração com Rui Catalão
Untitled, Still Life
Outubro (datas a definir)
Saber quem somos e o que fazemos implica aceitar de onde vimos. Partilhamos influências e referências.
Inspiramo-nos em artistas com quem trabalhámos e outros houve de quem apenas fomos seus
espectadores. Deparamo-nos com interesses e ambições próprias – algumas delas enunciadas por quem
nos antecedeu e cujo trabalho desconhecíamos. Fizemos um levantamento de cenas, momentos de
peças que nos marcaram, processos de trabalho. Abordámos tabus sexuais, regressámos à exposição do
corpo e fomos surpreendidos pelo facto dos nossos corpos poderem servir de empréstimo a um desejo de
ruptura projectado por terceiros. Uma frase, fixada na parede de um restaurante, serviu-nos de mote:
“dança como se ninguém estivesse a ver-te”. Objectivando a nossa presença, a nossa nudez, o nosso
estar perante o outro, incluímos a fotografia, ou melhor ainda, a pose fotográfica e com ela uma certa
ideia de realidade legada ao futuro. As imagens no tempo, as imagens através do tempo, inspiram
histórias. Sentimo-las, a essas imagens fixas, a produzirem matéria para criar sentidos, narrativas. E no
entanto, não sentimos estar a produzir ou a viver uma história. E mesmo assim resistimos a criar história,
ou a revivê-la. Queríamos antes, e queremos ainda, estabelecer um espaço a partilhar e a ser inscrito
pelo público que há-de vir. Apercebemo-nos então de que o único adereço de cena com que vínhamos
trabalhando – um sofá – era ele próprio um marco a definir presenças e ausências: quem ficava, quem
esperava, quem partia, quem voltava.
Rui Catalão
conceito Ana Borralho, João Galante e Rui Catalão direcção artística Ana Borralho & João Galante dramaturgia Rui
Catalão co-criação Ana Borralho, Cláudio da Silva, João Galante, Rui Catalão, Yingmei Duan colaboradores Antonia
Buresi, Francisca Santos, Maria Lemos, Mónica Samões, Yann Gibert dispositivo cénico Ana Borralho, João Galante,
Rui Catalão som João Galante produção executiva Ana Borralho, Mónica Samões produção casaBranca
coprodução Útero, DeVIR/CaPa Centro de Artes Performativas do Algarve apoio Atelier RE.AL, Grande Cena, Galeria
Zé dos Bois agradecimentos Alaíde Costa, Ana André, Alexander Jenkins, Claudia Nunes, David-Alexandre Guéniot,
Duarte Catarre, Fernando Ribeiro, Helena Flor, João Fiadeiro, José Pelicano, Margarida Mestre, Marie Mignot, Melro,
Miguel Pereira, Nuno Catarre, Patricia Almeida, Patricia Caballero, Rodrigo, Sofia Campos, Tatiana, Vasco Célio.
Projecto financiado por Ministério da Cultura/DGArtes A casaBranca é uma estrutura financiada pelo Ministério da
Cultura/DGArtes
teatro | co-produção TMM
Tiago Rodrigues
Hotel Lutécia
22, 23 e 24 Outubro | Avenida Frei Miguel Contreiras
Por ocasião do 41º aniversário da inauguração do edifício, o Teatro Maria Matos e o Hotel
Lutécia apresentam um espectáculo inédito cujo “palco” é a fachada do Hotel e do Teatro. O
público está sentado numa bancada na rua e torna-se testemunha da vida dos ocupantes de
vários quartos do Hotel. À medida que vão aparecendo nas varandas e no bar, ouvimos as
suas conversas através de auscultadores. Os diálogos serão escritos por dramaturgos
convidados de todo o mundo. A encenação está nas mãos de Tiago Rodrigues.
co-produção Mundo Perfeito e Teatro Maria Matos
parceria Hotel Lutécia
teatro | co-produção TMM
Nuno Cardoso / Ao Cabo Teatro
A Gaivota de Anton Tchekov
28 a 31 Outubro | Sala principal
Depois de Platonov, criação de 2008 considerada pelo jornal Público como melhor espectáculo
do ano e merecedora de uma Menção Especial da Associação Portuguesa de Críticos de
Teatro, e antes de Três Irmãs, projecto a desenvolver em 2011, A Gaivota é o segundo passo
de uma estruturante viagem empreendida por Nuno Cardoso aos textos fundamentais de
Tchekov. Aproveitando um texto matricial da discussão meta-teatral, uma espécie de espelho
vertiginos onde o Teatro se serve de si próprio para ensaiar uma reflexão sobre o paralelo entre
vida e criação, Nuno Cardoso rodeia-se da sua equipa habitual para continuar a desenvolver
um método orgânico, construído sobre a noção de ensaio, sobre uma prática da improvisação
que não é mais do que um entendimento dramatúrgico dos textos que se constrói com o corpo,
mais do que sobre uma análise racional. A cenografia, da responsabilidade de F. Ribeiro,
construída sobre a que deu espaço a Platonov, remete-nos uma vez mais para um mundo
instável, feito de declives pronunciados, a ritmar o conflito entre a jovem vanguarda que, no
início do séc. XX, necessita de rasgar espaços para afirmar a sua identidade, e o poder
estabelecido que vive ainda mas com a morte no horizonte, centrando-se obsessivamente na
ideia da sua própria ausência.
A iluminação de José Álvaro Correia, jogo de ambiguidades e perplexidades, serve na
perfeição a feliz e fluida indeterminação dos textos de Tchekov. As personagens desejam
ardentemente libertar-se das suas insuficiências, mas são inteligentes ao ponto de saberem
que essa libertação já dificilmente é possível. Daí a sua extrema humanidade, a complexidade
desencantada com que vêem o mundo e concebem (ou não!) o seu próprio futuro.
tradução António Pescada
encenação Nuno Cardoso
assistência de encenação Victor Hugo Pontes
cenografia Fernando Ribeiro
desenho de luzes José Álvaro Correia
com Maria do Céu Ribeiro, Cristina Carvalhal, João Pedro Vaz, Luís Araújo, Micaela Cardoso, Jorge Mota*, Lígia
Roque*, João Castro*, Paulo Freixinho*, José Eduardo Silva*
criação Ao Cabo Teatro
co-produção Teatro Nacional São João, Centro Cultural Vila Flor, Teatro Maria Matos e Teatro Aveirense
colaboração As Boas Raparigas…
Festival Temps d’Images 2011
Outubro e Novembro
Programação a definir
O TEMPS D'IMAGES regressa ao Teatro Maria Matos. Este festival criado pelo canal ARTE
France e La Ferme du Buisson, Scène Nationale de Marne-la-vallée, com o objectivo de
estimular o diálogo e a prática artística entre as Artes Performativas e a Imagem em
movimento, o Festival TEMPS D’IMAGES tem inspirado artistas e promotores, que nunca se
tinham encontrado anteriormente, a colaborar numa grande variedade de novos projectos em
parceria com o Festival TEMPS D'IMAGES.
Novembro
teatro | co-produção TMM
Mala Voadora e Third Angel (Lisboa / Sheffield)
What I heard about the world
12 a 20 de Novembro (excepto 16 Nov) | Sala principal
Em What I Heard About The World, a Mala Voadora e a companhia inglesa Third Angel tentam
mapear um planeta esférico numa superfície plana. Com base numa recolha global de
situações do quotidiano onde a realidade integra o falso, Jorge Andrade, Alexander Kelly e
Chris Thorpe decidem-se a catalogar países e partilhar histórias num espectáculo que se
interroga se temos que fingir o mundo de modo a percebê-lo.
autoria e interpretação Jorge Andrade, Alexander Kelly e Chris Thorpe
desenho de luz James Harrison
co-produção Sheffield Theater, Teatro Maria Matos e PAZZ Performing Arts Festival, em associação com
worldmapper.org.
Dezembro
teatro/dança | co-produção TMM
tg STAN (Antuérpia)
The Tangible
8 a 11 Dezembro | Sala principal
Espectáculo falado em árabe e em inglês | Legendado em português
O ponto de partida para The Tangible foi, por um lado, a realidade que se vive no Crescente
Fértil* com o seu epicentro na Palestina e, por outro, os artistas que criaram esta performance
e as suas diversas histórias. The Tangible é, possivelmente, uma declaração de amor a todos
os feridos, oprimidos ou vítimas de abusos naquele que pode ser considerado o berço da
civilização que, invariavelmente, renasce das cinzas. Uma reflexão que vai para lá do mero
parecer, uma abstracção e um testemunho pessoal sobre os indivíduos, ao invés dos seus
partidos políticos; sobre a perda, a injustiça e os seus antónimos, ao invés dos diversos pontos
de vista sobre eles criados.
Ou, talvez, seja simplesmente um balanço, a pesquisa de uma maneira para falar sobre o
Médio Oriente sem recorrer a uma atitude simplista, padronizada ou neo-orientalista. *O
Crescente Fértil ou Al Hilal Al Khaseeb é uma zona árida em forma de meia-lua, também
conhecida como “O Berço da Civilização” que engloba o Oriente, a Antiga Mesopotâmia e o
Antigo Egipto. Hoje em dia, é uma área que corresponde, sensivelmente, ao actual Egipto,
Israel, Palestina, Líbano e partes da Jordânia, Síria, Iraque, Kuwait, sudeste da Turquia e
sudoeste do Irão.
texto Etel Adnan, Samih al-Qasim, Mourid Barghouti, John Berger e Mahmoud Darwish criação Eid Aziz, Tale Dolven,
Liz Kinoshita, Federica Porello, Rojina Rahmoon e Frank Vercruyssen elementos visuais Ruanne Abou-Rahme e
Yazan Al Khalili com a participação de Jolente De Keersmaeker interpretação Lore Baeten tradução Tania Tamari
Anasir, Lore Baeten and Martine Bom produção tg STAN co-produção Ashkal Alwan (Beirute, Líbano), Théâtre de la
Bastille (Paris, França), Festival d'Automne (Paris, França), Théâtre Garonne (Toulouse, França), Teatergarasjen
(Bergen, Noruega), Black Box Teater (Oslo, Noruega), Teatro Maria Matos (Lisboa, Portugal)
dança
Alain Platel / les ballets C de la B (Gand)
Out of Context
19 e 20 Dezembro | Sala principal
“A dor é verdadeira quando se consegue que outros acreditem nela. Se ninguém além de ti acredita nela,
a tua dor é loucura ou histerismo” Naomi Wolf
“Tentar escrever sobre o amor é confrontar a barafunda da linguagem: aquela região do histerismo onde a
linguagem é tanto de mais como de menos, excessiva e pobre” Roland Barthes
Um dos temas que de forma mais proeminente tem sobressaído no meu trabalho em anos mais recentes
é o do “corpo em estado de histeria”. Não me refiro à histeria como doença, mas antes como expressão
da ultra-sensibilidade em relação à Vida. Sempre que as palavras não conseguem exprimir as nossas
mais íntimas emoções, o corpo toma conta. A dança deve ter tido esta função ao longo dos tempos: lutar
para ser uma tradução física de sentimentos exacerbados. O cenário, o guarda-roupa, a música não
constituem um ponto de partida, um princípio que espero integrar nesta performance. Nada mais que
nove bailarinos num palco vazio, com luz minimalista e uma banda sonora que surge do processo criativo.
É por isso que nos últimos anos tenho optado pela colaboração com bailarinos exímios na arte do
movimento porque, eles conseguem transmitir este estranho estado de receptividade num sentido físico.
O medo de falta de à-vontade dos que por vezes vêem o corpo neste estado é, por vezes, grande.
Mesmo assim, acredito que ao vê-lo, estar próximo é uma experiência positiva. Permite-nos entender que
este comportamento específico, tal como outras formas de comportamento estranho, extremo e
provocador fazem parte da nossa humanidade.
Alain Platel
concepção e direcção Alain Platel interpretação e criação Matthieu Desseigne Ravel, Kaori Ito, Emile Josse,
Mélanie Lomoff, Ross Mc Cormack, Romeu Runa, Elie Tass, Rosalba Torres Guerrero, Hyo Seung Ye produção les
ballets C de la B co-produção Théâtre de la Ville (Paris), Le Grand Théâtre de Luxembourg, TorinoDanza, Sadler’s
Wells (Londres, Stadsschouwburg Groningen, Tanzkongress 2009/ Kulturstiftung des Bundes, Kaaitheater (Bruxelas),
Wiener Festwochen les ballets C de la B é Embaixador da Unesco-IHE, Institute for Water Education
Janeiro
teatro
Nature Theater of Oklahoma (Nova Iorque)
Life and Times --- Episode 1
Janeiro | Sala principal
Uma ópera criada a partir de uma única conversa telefónica gravada.
Uma biografia épica de 16 horas criada a partir de uma conversa telefónica com uma mulher de
34 anos, onde conta a sua história de vida até os dias actuais. Organizada por episódios, a
duração de cada um corresponde aos tempos que o narrador faz uma pausa ao contar a
história dela, o projecto abrange toda a narrativa da vida de uma pessoa anónima, do
nascimento até ao presente.
O tema deste bio-épico não foi escolhido porque a vida dela era notável ou diferente, mas
porque era o mesmo que a vida da maioria das pessoas, e porque ela fala bem sobre a sua
própria história pessoal. Para proteger a identidade dessa pessoa, vários lugares e nomes
foram alterados, a história toda foi transcrita na íntegra e, em seguida, foi finalmente relida por
outra pessoa, que manteve o ritmo exacto da narrativa original gravada.
concepção e direcção Kelly Copper & Pavol Liska / Nature Theater of Oklahoma
baseado numa entrevista telefónica a Kristin Worrall
palco, figurinos e desenho de luz Peter Nigrini
música Robert M. Johanson
dança Elisabeth Conner
dramaturgia Florian Malzacher
com Anne Gridley, Alison Weisgall, Julie LaMendola, Fabian Krüger, Markus Meyer, Moritz Vierboom
músicos Kristin Worrall, Robert M. Johanson, Alexander Medem
teatro | co-produção TMM
Projecto Teatral
«Coro»
Janeiro | Sala principal
(a partir da tragédia Antígona, de Sófocles, na versão de Hölderlin)
(…) Finda a moratória sobre a palavra ou porventura apenas brevemente interrompida é talvez
o momento de dar lugar à sua manifestação mais exuberante e plural. A convocatória
estendida ao maior número de vozes; o coro trágico (a intenção é mesmo vir a trabalhar com
um conjunto de cerca de 40 coreutas/músicos). Já não na sua função protocolar de abertura
(párodos), interrupção (stasima) e encerramento (éksodos) mas no particular andamento do
Kommós, do lamento. Na sua configuração mais impenetrável, erigido como parede segundo
as ordens de tessitura vocal, é justamente perante um muro de lamentações que nos
deveremos encontrar.
Fevereiro
performance | co-produção TMM
Tânia Carvalho e Maria Duarte
Fábulas
Fevereiro | Sala principal
Tendo como ponto de partida as fábulas de Esopo e as fábulas de Fedro, Maria Duarte e Tânia
Carvalho criarão um dueto.
As fábulas servirão de motivo criativo apenas no sentido imagético das criaturas e não no
sentido moral normalmente associado às fábulas.
Trabalhar um corpo que transpire traços animalescos, criar pequenos monstros, associar-lhes
carácter.
Para já existe a vontade de parte do dueto ser dirigido por Maria Duarte e interpretada por
Tânia Carvalho, outra parte dirigido por Tânia Carvalho e interpretada por Maria Duarte.
Isto são apenas ideias iniciais surgidas de conversas e encontros de café, ideias mais materiais
surgirão quando juntas iniciarem os ensaios e a discussão das propostas de ambas.
Para já, as fábulas falam por si.
produção Bomba Suicida
co-produção Teatro Municipal Maria Matos
residência artística Teatro Viriato (Viseu)
A Bomba Suicida é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura/DGArtes
dança
Boris Charmatz (Paris)
Levée des conflits
Fevereiro | Sala principal
Uma companhia efémera de trinta bailarinos repete e interpreta uma forma original de
“coreografia imóvel”.
Apesar de todos estarem em movimento e formarem uma oscilação enorme, um redondo
hipnótico, o conjunto não se move. É uma escultura... não pode existir sem os corpos que
subtilmente a activam, mas produz uma instalação imaterial por algumas horas.
Neste sentido, lembra-me a definição subjectiva de Neutro de Roland Barthes: o neutro como
um desejo da suspensão dos conflitos.
Desejo que a peça possa ser vista como um manifesto para corpos permeáveis! E uma peça
de paz, uma peça para a paz, sem reivindicar, gritar, bater, mas com a sustentabilidade da
vontade colectiva. Um desejo para.
Boris Charmatz
interpretação Eleanor Bauer, Nuno Bizarro, Mathieu Burner, Magali Caillet-Gajan, Boris Charmatz, Sonia Darbois,
Olga Dukhovnaya, Olivia Grandville, Peggy Grelat, Gaspard Guilbert, Taoufiq Izzediou, Lenio Kaklea, Jurij Konjar, Elise
Ladoué, Catherine Legrand, Maud Le Pladec, Éric Martin, Naiara Mendioroz, Thierry Micouin, Andreas Albert Müller,
Mani A. Mungai, Élise Olandeguy, Felix Ott, Annabelle Pulcini, Fabrice Ramalingom, Nabil Yahia-Aïssa
luz Yves Godin
som Olivier Renouf
produção Musée de la danse/Centre Chorégraphique National de Rennes et de Bretagne
co-produção Théâtre National de Bretagne/Rennes; Théâtre de la Ville / Paris ; Festival d'Automne à Paris ; Manifesta
8 à Murcia (Espagne) avec le soutien de Bonlieu /Scène nationale Annecy; Chassé Theater à Breda (Pays-Bas) ;
Teatro Maria Matos de Lisboa (Portugal).
Este projecto é apoiado por CulturesFrance /Ville de Rennes.
Março
teatro
Rimini Protokoll - Helgard Haug /Stefan Kaegi
(Berlim)
Best Before
Março | Sala principal
"Rimini Protokoll traz a vida real para o palco de uma maneira que nenhuma outra forma de teatro tem
conseguido. A força inconfundível destes espectáculos reside sobretudo no facto que a vida poderia
ganhar uma maior plenitude e o teatro poderia perder o controle sobre si mesmo."
Frankfurter Rundschau
Best Before retira o multi-jogo de vídeo para fora do domínio virtual e transporta-o para o
espaço íntimo do teatro. Cada membro do público navega um avatar anónimo, interagindo com
um painel de especialistas no palco - um artista electrónico, um game tester, um político e uma
polícia sinaleira. A cidade simulada, BestLand, desenvolve-se gradualmente à medida que os
membros do público adicionam o seu toque pessoal com o controlador de jogo na mão. Tendo
a sua inspiração na indústria de jogos de Vancouver, BestLand evolui e transforma-se de
acordo com os confrontos e colaborações entre o público, partindo das suas tomadas de
decisão pessoais, políticas e sociais.
criação Helgard Haug, Stefan Kaegi dramaturgia Tim Carlson vídeo Candelario Andrade cenografia Andreas Kahre
desenho de som Stefan Smulovitz desenho de luz John Webber desenho do jogo Brady Marks animação das
personagens e modelagem Carl Emil Carlsen, John Warner programação do jogo Dan Coburn coordenação do
projecto do jogo e operação de som Sean Arden agenciamento Dani Fecko agenciamento / direcção de cena Ben
Cheung operador de luz e suporte técnico Sarah Mansikka director técnico James Foy legendagem Katinka
Deecke, David Mass entrevista em vídeo Vito Misceo (La Casa Gelato) intérpretes Duff Armour, Arjan Dhupia, Brady
Marks, Ellen Schultz, Bob Williams música interpretada ao vivo Ron Samworth uma encomenda PuSh International
Performing Arts Festival co-produção Goethe-Institut, Brighton Festival, Hebbel - Theater Berlin GmbH, Luminato Toronto Festival of Arts and Creativity, PuSh International Performing Arts Festival, Rimini Apparat, The Cultch, La
Bâtie - Festival de Genève apoio Arts Partners in Creative Development e Federal Republic of Germany
teatro | co-produção TMM
Martim Pedroso
A Philosophia do Gabiru
Março | Sala principal
Este projecto pretende revisitar o universo literário do militar, jornalista, pintor, escritor e poeta
Raul Brandão (1867-1930) e de, com ele, evidenciar o carácter autobiográfico que sempre
imprimiu na sua obra. Diversas personagens povoaram a sua poesia, o seu drama, as suas
crónicas e memórias, e todas elas correspondem a um prolongamento de si mesmo, do seu eu
contraditório e do seu pensamento crítico. Cronista e também desenhista, profundamente
influenciado pelo espírito revolucionário de Dostoievski e pelo simbolismo romântico, foi um
homem apaixonado, místico, religioso, anarca e de temperamento desesperadamente irónico,
fazendo da crítica ou comentário social, o programa da maior parte dos seus escritos.
Contemporâneo de Pessoa, nunca se insere numa corrente ou escola literária, preferindo
desbravar um caminho solitário na procura do seu próprio estilo que, no fundo, era o resultado
de muitas contaminações nacionais e estrangeiras. A Philosophia do Gabiru, título retirado de
um dos capítulos do poema dramático pré-expressionista Os Pobres, visa explorar
cenicamente aquilo que eram os sonhos, as angústias e as liberdades filosóficas deste filho da
República que soube documentar como ninguém, e de forma muito particular, o que era um
Portugal em profunda crise económica, política, moral e social, numa época em que o mundo
atravessava as mais conturbadas mudanças.
encenação Martim Pedroso
textos Raul Brandão e Nelson Guerreiro
dramaturgia Nelson Guerreiro e Martim Pedroso
consultoria literária Maria Antónia Oliveira
figurinos e cenografia João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira
produção Materiais Diversos
co-produção Teatro Maria Matos
Abril
teatro
Benjamin Verdonck & Willy Thomas / KVS (Bruxelas)
Global Anatomy
Abril | Sala principal
“Uma cena hilariante segue outra... são muitas as cenas poderosas. Global Anatomy é simplesmente
poderoso.” Cutting Edge
“Benjamin Verdonck e Willy Thomas criaram novamente uma performance impossível de categorizar. Este
teatro nu e generoso faça-você-mesmo é uma linguagem teatral absolutamente única.” Theaterfestival
jury 2008
No início não havia nada… excepto uma porta vai-e-vem, duas cadeiras laranjas e uma mão
cheia de pinheiros de plástico. Após uma breve luta com a porta, Benjamin Verdonck, austero e
nu, entra em cena nervosamente seguido pelo candido Willy Thomas. Adão e Eva exploram um
mundo vazio através de uma série de cenas hilariantes que degeneram num caos absoluto.
Embora exista uma grande ânsia pela comunicação e pela construção, o falhanço está
constantemente à espera...
PVS Benjamin Verdonck & Willy Thomas
produção Kvs
agradecimentos Toneelhuis e Campo
teatro | co-produção TMM
Truta
Ivanov de Anton Tchekov
Abril | Sala Principal | Reposição
“Cada um de nós é feito de demasiadas rodas, de demasiados parafusos, de demasiadas
válvulas, para que possamos julgar-nos uns aos outros à primeira vista ou a partir de dois ou
três sinais exteriores. Eu não o compreendo, o senhor não me compreende e nem sequer a
nós próprios nos compreendemos...”
Tchekov, in Ivanov
A peça Ivanov é uma sátira de uma sociedade hipócrita e vazia de princípios, que vive entre a
imobilidade e a incapacidade de existir. Ivanov é um homem banal, como muitos outros, que se
vê confrontado com o tédio da sua situação familiar e social, com o desgosto e a angústia; e
que tem de gerir as suas dívidas, as suas culpas, as pressões dos que o rodeiam, também
como os seus problemas. Até que não percebendo nada da sua vida, compreende o que deve
fazer... E decide: acabar. E acaba a peça.
texto Ivanov autor Anton Tchekov direcção Tónan Quito produção e divulgação Henrique Figueiredo / Truta
cenografia Fernando Ribeiro figurinos Ana Limpinho iluminação Daniel Worm D’Assumpção interpretação António
Fonseca, Carla Galvão, João Pedro Vaz, Joaquim Horta, Paula Diogo, Pedro Lacerda, Raul Oliveira, Rita Durão, Sílvia
Filipe e Tónan Quito design Hugo Neves colaboração Patrícia Costa co-produção Teatro Maria Matos
TRUTA é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura/DGArtes
Maio
performance
Miguel Pereira
Nova criação 2011
Um espectáculo de variedades
Maio | Sala principal
“O tempo do teatro, qualquer que ele seja, é sempre ligado. O do music-hall é, por definição,
interrompido; é um tempo imediato. E é esse o sentido das variedades: que o tempo cénico
seja um tempo justo, real, sideral, o tempo do próprio referente (...)”
Roland Barthes, in Mitologias
Nesta nova criação desejo continuar a minha pesquisa e reflexão no âmbito do espectáculo.
Neste caso, o espectáculo de variedades. Se no espectáculo convencional existe uma gestão
do tempo no sentido de uma unidade, a “ligação” de que Barthes fala, um espaço onde não
existem arestas ou rugosidades, aqui pretendo encontrar uma forma que entre em colisão com
essa aparente lisura. Na ideia de criar ilusão, desenvolvem-se artifícios que escondem a
imperfeição e a fragilidade do gesto humano. Ora é aqui que se encontra a matéria que desejo
aprofundar e sublinhar, procurando fora da “técnica” esse gesto e essa expressão. Dentro
destes objectivos, pretendo trabalhar com intérpretes amadores, que não exerçam a vida
artística como profissão mas que, por uma razão ou por outra, têm afinidades ou interesses
nessa forma de expressão. Procurarei pessoas e grupos artísticos amadores para encetar uma
pesquisa dentro deste universo.
Farei uma audição em Inglaterra para o projecto em Nottingham e outra em Portugal.
Miguel Pereira
produção O Rumo do Fumo
co-produção Teatro Municipal Maria Matos e Dance 4 (Nottingham)
FIMFA Lx11
Maio | Sala principal
Voltamos a receber a 11ª edição do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas.
Um projecto renovador e aberto a novas tendências, de dimensão internacional, que pretende
promover e divulgar uma área específica de expressão artística: o universo das formas
animadas.
iniciativa A Tarumba estrutura financiada por Ministério da Cultura / DG Artes
Junho
Festival Brasil
Co-organização com o Teatro São Luiz
Junho | Sala principal
Programação a definir
Julho
teatro | co-produção TMM
Mundo Perfeito & Dood Paard
Nova criação 2011
Julho | Sala principal
Espectáculo no âmbito do projecto Estúdios, encontro anual de criação entre artistas
portugueses e estrangeiros.
co.produção Mundo Perfeito, Teatro Maria Matos e Dood Paard (Amesterdão)
Festival Internacional
de Teatro de Almada
Julho | Sala principal
Na sua 28.ª edição, o Festival Internacional de Teatro de Almada regressa com uma
programação variada que inclui teatro, música, dança, exposições e colóquios.
co-organização Câmara Municipal de Almada e Companhia de Teatro de Almada estrutura financiada por Ministério
da Cultura / DG Artes
Música
Pedro Santos
Durante a temporada de 2009-10, ouviu-se no Teatro Maria Matos música étnica, electrónica,
jazz ou pop, sempre caminhando nas vanguardas ou na simples tentativa de fazer soar a
música de sempre da maneira mais original possível. Nesta nova temporada, iremos prosseguir
as nossas premissas de há um ano, abrindo a nossa sala para criar ou estreitar laços de
comunhão com programadores independentes - a promotora Filho Único, o projecto Grain Of
Sound e as associações Zé Dos Bois e Granular são algumas das parcerias importantes que
teremos nos próximos meses -, e procurando receber alguns dos nomes mais interessantes da
música contemporânea actual, sem nos restringirmos a estilos ou tendências, e tentanto
complementar a oferta cultural que actualmente existe em Lisboa.
Setembro
Jóhann Jóhannsson (Islândia)
Apesar de habitualmente ser um compositor muito requisitado no domínio da música de
câmara e orquestral, Jóhansson é um músico que desafia limites e estilos, com edição de
álbuns fortemente conceptuais e biográficos. Virá, em Setembro, na companhia de Hildur
Gudnadóttir (violoncelista que nos visitou em Maio, a solo) e Matthias Hemstock (em
percussão).
Outubro
Faust (Alemanha)
São considerados uma das sementes do krautrock germânico e passados 40 anos do início da
sua brilhante discografia ainda entusiasmam plateias com uma demonstração energética dos
potencialidades das suas ideias. Estreia em Lisboa, em Outubro, com a sua formação mais
criativa e intensa - Jean-Hervé Péron e Werner "Zappi" Diermaier - em colaboração com a
associação Zé Dos Bois.
Wildbirds & Peacedrums (Suécia)
Outubro
Ganharam um prémio de jazz com o primeiro álbum, são considerados um projecto
experimental, e fazem canções pop entre a grandiloquência ritualística e as canções de
embalar. Voz e percussão, por Mariam Wallentin e Andreas Werliin, vestem de forma minimal
este projecto que com a recente edição de "Retina" coloriu a sua música com novas e originais
cores.
Novembro
Sonic Scope
Durante três dias em Novembro, o Sonic Scope irá celebrar na nossa sala a décima edição de
um dos mais persistentes festivais Lisboetas dedicados à nova música. A Parte Maldita (um
recente projecto com Nuno Rebelo), Rodrigo Amado (em quarteto) ou @c são alguns dos
nomes que celebrarão uma década de vida deste festival da Grain Of Sound.
Dezembro
Daniel Carter, William Parker
& Federico Ughi (EU
A)
Um trio recente - nascido com estouro em The Dream, um álbum de 2006 - que une a escola
sólida e expansionista do jazz de Daniel Carter e William Parker com a energia versátil e
transbordante do jovem italiano (a viver em Nova Iorque há uma década) Federico Ughi,
aparece no Maria Matos, em meados de Dezembro, em programação da Filho Único.
Projecto Educativo
Susana Menezes
Para o período de 2010-2011 o Projecto Educativo do Teatro Maria Matos pretende continuar a
desenvolver uma programação própria e regular de espectáculos e oficinas nas áreas do
teatro, dança, performance, música, poesia, artes visuais e o cruzamento entre elas. O
programa assenta em três directrizes fundamentais:
•
Continuar a apoiar e estimular a criação contemporânea nacional para crianças e
•
jovens.
•
Estreitar a relação com as escolas dos diferentes níveis de ensino com projectos
•
específicos.
•
Aprofundar as parcerias já estabelecidas com outros serviços educativos nacionais.
Apostamos na criação contemporânea nacional para crianças e jovens e na realização de
encomendas de espectáculos e oficinas a criadores com um percurso profissional relevante no
panorama artístico português. Com esta política de estímulo e desafio queremos aumentar a
produção de espectáculos dirigidos a um público jovem e a diversidade da oferta a nível
nacional.
As propostas que integram o programa do Projecto Educativo são realizadas em articulação
com os temas centrais que norteiam a programação geral do Teatro. Exploram metodologias,
técnicas, práticas próprias do teatro, da dança e da performance e o cruzamento com outras
áreas das artes.
Em colaboração com a escola, propomos projectos para adolescentes convidando criadores a
trabalhar nas escolas secundárias de Lisboa através do projecto Quando pensamos…, uma
proposta que promove a reflexão e posterior apresentação à comunidade, em exercício prático
no palco do Teatro Maria Matos. Para orientar estas propostas desafiámos respectivamente os
criadores André E.Teodósio para trabalhar com um grupo de adolescentes sobre a Res publica
| Res privata e João Fiadeiro para trabalhar sobre a Biografia.
Vamos Dançar? é um outro projecto direccionado à comunidade escolar (1º,2º e 3º ciclos), uma
proposta de aproximação de públicos a bailarinos e coreógrafos e às suas práticas e
metodologias de criação. Tem a periodicidade de um encontro por mês. Estão já confirmados:
Clara Andermatt e Victor Hugo Pontes.
Setembro
teatro
Cie Jardins Insolites (Angers/Lisboa)
COUCOU
22 a 29 Setembro | Sala de ensaios | 6 meses aos 3 anos
Cou Cou! Ah!
Cou Cou, não está,
Cou Cou, olha, está aqui!
Cou Cou, olha, já não está!
Primeira experiência teatral para bebés.
Um espectáculo de movimento e cor que surpreende os mais novos.
criação Isabelle Kessler e Thérèse Angebault
interpretação Ana Cloe, Letícia Liesenfeld ou Mafalda Saloio
cenário e figurinos Maria João Castelo
Outubro
teatro/dança
Davide Venturini / Companhia TPO
e Giacomo Scalisi (Prato / Lisboa)
República Dança
14 a 17 Outubro | Sala principal | a partir dos 12 anos
Uma conspiração, uma manifestação, uma intenção de futuro... A revolução republicana
através de uma breve narrativa fotográfica projectada numa grande cortina suspensa no ar,
ganha vida e forma pelo movimento coreográfico de um dueto masculino. A fotografia, a dança,
a música e as novas tecnologias reúnem-se num projecto que utiliza imagens apelativas da
história da I República para levarem ao público jovem, uma História contada com a energia do
corpo em movimento.
direcção artística Davide Venturini/Companhia TPO e Giacomo Scalisi
co-criação e interpretação Peter Michael Dietz e Nuno Nunes
desenho digital Rossano Monti
desenho de som Spartaco Cortesi
desenho de luz Cristóvão Cunha
técnico de imagem Luís Bombico
técnico de luz e som Joaquim Madaíl
figurinos Ainhoa Vidal
Novembro
teatro | co-produção TMM
Patrícia Portela e Cláudia Jardim
O jogo das perguntas
4 a 7 Novembro | Sala principal | a partir dos 9 anos
Um jogo-performance. Quantas igrejas tem o céu? Há mais folhas numa pereira ou num livro
de Harry Potter? Porque se suicidam as folhas quando se sentem amarelas? São algumas das
perguntas principais deste jogo feito de muitos jogos, onde se podem marcar pontos, ter sorte,
ganhar guerras ou países, tudo graças à eloquência dos jogadores. Um super-jogo cheio de
perguntas e sem uma única resposta possível.
co-criação Cláudia Jardim e Patrícia Portela
programação, efeitos especiais Irmã Lúcia efeitos especiais
desenho sonoro e música Christoph de Boeck
direcção técnica e design de luz Claudia Rodrigues
apoio à dramaturgia Isabel Garcez
o inspirador e guest star Pablo Neruda
produtora Conceição Narciso
produção Prado
co-produção Teatro Viriato e Teatro Maria Matos
Prado é uma estrutura subsidiada pelo Ministério da Cultura/DGArtes
André E. Teodósio e
estudantes do ensino secundário
Quando pensamos em Res publica | Res
privata
28 de Novembro | Sala principal
O projecto Quando pensamos….é um convite à reflexão sobre os vários temas que
convocamos para a programação do Teatro. Por um período de dois meses, convidamos um
criador a trabalhar o tema e a construir uma proposta artística em conjunto com um grupo de
estudantes do ensino secundário.
Neste dia, apresentam o resultado no palco da sala principal.
Janeiro
dança
Graeme Pulleyn, Romulus Neagu
e Luís Pedro Madeira
A partir do adolescente míope
Janeiro | Sala principal | a partir dos 13 anos
A partir do adolescente míope é um convite a mergulhar no mundo próximo e reconhecível da
adolescência, um regresso a um passado feito de festas de garagem, do primeiro beijo, da
descoberta do corpo, da felicidade e da confusão. Num espaço cénico acolhedor, os três
intérpretes revivem as suas próprias adolescências com a do autor do livro O romance do
adolescente míope, Mircea Elíade, que o escreveu apenas com 17 anos.
criação, espaço cénico e interpretação Graeme Pulleyn e Romulus Neagu
música interpretada ao vivo Luís Pedro Madeira
desenho de luzes Cristóvão Cunha
produção Companhia Paulo Ribeiro
co-produção Teatro Viriato
Fevereiro
música/oficina | co-produção TMM
Real Pelágio
Nova criação
Fevereiro | Sala de ensaios | a partir dos 8 anos
Histórias Magnéticas é um projecto do guitarrista Sérgio Pelágio que consiste na composição e
bandas-sonoras para histórias infantis. O resultado é uma história-contada-concerto para
guitarra eléctrica e voz. A primeira história, A bomba e o general de Umberto Eco, estreou em
2009 na Fábrica das Artes - Centro Cultural de Belém e foi posteriormente apresentada em
várias escolas de Lisboa.
A próxima história magnética proposta para o Teatro Maria Matos apresenta algumas
novidades: parte de uma história inédita, ainda sem título, de Isabel Minhós Martins, fruto de
uma colaboração com a editora Planeta Tangerina, e será lançada como um livro-CD com
música de Sérgio Pelágio.
O mote do espectáculo será à volta de cabeleireiros, penteados, confidências... aparências,
mudanças de visual, sonhos e frustrações relacionados com a imagem.
No espectáculo, a guitarra eléctrica e a voz serão os protagonistas. A utilização de imagens
projectadas vai complementar esta relação. O espectáculo é seguido de uma conversa e de um
atelier dirigido pelos dois intérpretes em que as crianças serão estimuladas a construir uma
partitura/história feita de elementos variados - recortes, palavras, desenhos e outros – partindo
de uma procura dos sons escondidos num texto ou numa imagem.
direcção artística e música original Sérgio Pelágio
texto original Isabel Minhós Martins (Planeta Tangerina)
consultoria de movimento Sílvia Real
interpretação e coordenação do atelier Sérgio Pelágio - guitarra eléctrica e Isabel Gaivão – voz
direcção de produção Ana Teresa Real
secretariado de produção Marta Reis
produção Real Pelágio
co-produção Teatro Maria Matos
Março
teatro | co-produção TMM
Catarina Requeijo
Amarelo
Março | Sala de ensaios | dos 3 aos 5 anos
Porque é que quando perguntamos a uma criança qual é cor preferida a resposta surge sempre
pronta e um adulto tem sempre alguma dificuldade em responder? Deixamos de ter preferência
ou passamos gradualmente a ver o mundo a preto e branco? Ou teremos medo de que alguém
queira interpretar a nossa resposta de forma mais ou menos psicanalítica? Que informações se
tiram dessa resposta?
Por acaso tenho uma cor preferida que prefiro não revelar para não me revelar, talvez… Ao
longo da fase de pesquisa haverá uma aproximação a crianças da idade do público-alvo, no
sentido de compreender de que forma vêm esta cor. Que sensações provoca uma cor?
Provoca a todos a mesma sensação? O amarelo aquece, faz cócegas, arrepia, irrita, enfurece?
Depende dos dias? E das horas? É sempre amargo, como nos limões?
É do cruzamento destas respostas com alguns textos narrativos e com outros elementos de
pesquisa que surgirá a dramaturgia deste espectáculo.
encenação Catarina Requeijo
interpretação Catarina Requeijo
cenografia e figurinos Maria João Castelo
desenho de luz José Álvaro Correia
assistência de encenação Inês Barahona
co-produção Teatro Maria Matos
Oficina de dança
Vamos dançar?
Em Vamos dançar?, a dança é protagonista de um espaço de experimentação e descoberta.
Uma oportunidade para conhecer e recriar as práticas e metodologias de criação de bailarinos
e coreógrafos com percursos relevantes no panorama português. A oficina começa com uma
conversa, ilustrada por imagens e filmes, seguida de uma séries de experiências práticas.
28 e 29 Outubro | Sala de ensaios | escolas do 3º ciclo
Criadora convidada Clara Andermatt
18 e 19 Novembro | Sala de ensaios | escolas do 1º ciclo
Criador convidado Victor Hugo Pontes
Maria Matos Teatro Municipal
Av. Frei Miguel Contreiras, 52
1700-213 Lisboa
Gabinete de Comunicação
Teatro Maria Matos
Rua Bulhão Pato, 1B
1700-081 Lisboa
t: 218 438 800 / f. 218 438 809
Directora de Comunicação
Catarina Medina
[email protected]
tlm: 91 857 32 44
Gabinete de Comunicação
Rita Tomás
[email protected]
tlm: 91 935 66 94
www.teatromariamatos.pt

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