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www.revistaoutdoor.pt
nº7 setembro/outubro 2012
outdoor
Revista
Torna-te fã
porto santo,
a primavera eterna
por Aurélio Faria
Entrevista
com João Rodrigues
aventura
Kilimanjaro por Luísa Tomé
desporto adaptado
Vela sem Limites
evento
Grande Trail Serra D´Arga
pedais de xisto
Rota em BTT nas Aldeias Históricas
sobrevivência
Como sobreviver a Catástrofes
descobrir sintra
Diretrizes
EDITORIAL
05
GRANDE REPORTAGEM
PORTO SANTO, Primavera Eterna por Aurélio Faria
06
EM FAMÍLIA
ATIVIDADE — Costa do Sol By Kayak
nº7 Setembro_Outubro
2012
14
VIAGEM — Auroras Boreais
16
EVENTO — Grande Trail Serra D´Agra
20
aventura
EVENTO — Festival Bike Portugal
24
DESAFIO — Kilimanjaro por Luísa Tomé
26
06
entrevista
João Rodrigues — Um sucesso de um velejador!
34
POR TERRA
AVENTURA — Pedais de Xisto
38
EVENTO — Ultra Trail Aldeias do Xisto
44
POR ÁGUA
ATIVIDADE — Vela
46
evento — Foi assim o The Tall Ships
52
CRÓNICA — Heróis do Mar
56
FOTOGRAFIA
PORTFOLIO DO MÊS — José Carlos Sousa
62
FOTO-REPORTAGEM — Vindimas no Dão
68
FOTO DO MÊS - A Praia de Porto Santo
74
SOS
Sobreviver a Catástrofes - A vida em Campo
76
Percorrer descalço, de preferência na maré
baixa, ao nascer ou ao pôr do sol, os 9km de
areia fina e dourada é a mais conhecida atividade outdoor do Porto Santo. Aurélio Faria
dá-nos a conhecer os encantos desta ilha.
34
DESCOBRIR
região de sintra
80
projeto — Rumo a Santiago
88
LIVRO AVENTURA — Interrail
92
DESAFIO — Rescaldo Ironmena
98
kids
quintas pedagógicas
100
ATIVIDADES OUTDOOR
104
DESPORTO ADAPTADO
VELA SEM LIMITES
110
ESPAÇO APECATE
O novo Plano de Formação de Activos da APECATE
Uma história de sucesso... Estivemos à
conversa com João Rodrigues. Com um
currículo fantástico, o velejador contou-nos
alguns segredos e deixou-nos com imensa
vontade de velejar... Uma entrevista a não
perder!
114
equipamento
118
vouchers
120
a fechar
122
Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores.
Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.
80
Na Região de Sintra existem inúmeros caminhos e mistérios por descobrir. Neste
número damos a conhecer a principais
pequenas rotas que nos levarão a conhecer esta região de uma forma diferente.
Editorial Ficha técnica
chegou o
número 7!
V
amos desfrutar dos últimos
dias de Verão?
www.portalaventuras.clix.pt
Edição nº6
WPG – Web Portals Lda
NPC: 509630472
Capital Social: 10.000,00
Este é o mote para mais um
número da Revista Outdoor!
Nesta edição iniciamos a nossa fantástica
viagem pelo Mundo Outdoor na ilha do Porto Santo, terra de boas gentes e de uma beleza inconfundível! A pé, de BTT, ou a nado, não o deixaremos ficar indiferente a este, nosso, paraíso natural.
Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide
Telefone: 214702971
Site internet: www.revistaoutdoor.pt
E-mail: [email protected]
Registo ERC n.º 126085
Das ilhas, passamos para o continente onde não faltam sugestões de eventos e atividades para realizar sozinho, em família ou com amigos! Paramos em Sintra onde vamos descobrir 5 pequenas rotas.. os famosos PR’s! Mas, se as atividades
por Terra não são o seu forte, aceite o nosso convite, venha
velejar connosco e descubra alguns segredos de João Rodrigues, um dos atletas portugueses que marcou presença nos
Jogos Olímpicos.
Na categoria de fotografia, os amantes da natureza podem
deliciar-se com as vindimas na região do Douro e com mais
um fantástico portfólio de um fotógrafo Português. Quanto à
foto do mês, voltamos ao Porto Santo e à sua magnífica praia
galardoada como uma das 7 maravilhas.
Lá por fora, convidamo-lo a descobrir o Kilimanjaro e apresentamos-lhe o Livro Interrail… desfrute, leia e aventure-se!
Continue a seguir-nos no Portal Aventuras e os seus fins de
semana já não serão os mesmos!
Até Novembro e não se esqueça, desafie a rotina! ø
Nuno Neves
Editor e Diretor
Nuno Neves | [email protected]
Marketing, Comunicação e Eventos
Isa Helena | [email protected]
Sofia Carvalho | [email protected]
BEBIANA CRUZ | [email protected]
Revisão
Cláudia Caetano
Colaboraram neste número:
ana barbosa, ana lima, ana quinta, antónio
pedro nobre, artur pegas, Aurélio Faria,
carlos sá, charles lindley, filomena gomes,
joão rodrigues, josé carlos sousa, luísa
tomé, luís varela, pedro pedrosa, susana
muchacho.
som
bebiana cruz
Design Editorial
Inês Rosado
Fotografia de capa
aurélio faria
Desenvolvimento
Ângelo Santos
5
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Grande Reportagem
PORTO SANTO,
PRIMAVERA ETERNA
Reportagem
Porto Santo
Já ouviu falar do Piano de Mugearite?
Sabe onde descansa o mero Beiçolas?
Qual é a localização do primeiro farol para os navios vindos da Europa?
É fácil encontrar o Facho e as matamorras ligadas aos ataques dos piratas?
Em que ilhéu há galerias subterrâneas e fornos da cal?
A que é que os porto santenses chamam Olho de polvo,
Boca de leão e Cabeço do caranguejo?
Ainda há moinhos em laboração? E muros emparelhados
de proteção às videiras de jacquet?
Indicará o GC374YK as piscinas naturais das Salemas?
O que resta do tesouro do Galeão holandês?
Onde voam o garajau e as cagarras?
O que é que fascinou Charles Darwin no Porto Santo?
Qual é a mais recente área marinha protegida nacional?
Grande Reportagem
P
ercorrer descalço, de preferência na
maré baixa, ao nascer ou ao pôr do
sol, os 9km de areia fina e dourada é
a mais conhecida atividade outdoor do
Porto Santo.
Mas para os menos sedentários e mais curiosos,
pisar a areia fina do recife de coral desmantelado há 40 mil anos, deverá ser apenas o primeiro
passo num paraíso atlântico do turismo proativo
e sem limite de idade.
“O clima seco e estável, sem grandes amplitudes
na temperatura do ar e da água do mar, - nunca
mais de dez graus, um recorde no Atlântico... -,
permite durante todo o ano passeios a pé, mergulho e caça submarina, observação de aves, de
cetáceos e baleias, à prática de BTT e de desportos aquáticos...” - resume Nuno Silva, sócio da
Bonus Journey, uma das empresas que organiza
atividades outdoor.
windsurf, com garrafa de mergulho, com GPS
na mão ou binóculos ao pescoço... - e quem tiver
tempo deve experimentar todas as hipóteses-, é
possível observar inúmeras preciosidades biológicas, geológicas e culturais nesta ilha de 42
km2 formada há 19 milhões de anos e povoada
desde o século XV.
Os limites são a vontade pessoal e a duração da
estadia. As rotas propostas são uma singela escolha pessoal, e podem ser feitas por conta própria, ou profissionalmente com empresas locais.
(vide caixa)
TREKKING: AS ROTAS DOS PICOS
Os 517m do cume do Facho, o pico mais alto da
ilha, valem pela vista, soberba, que revela a dimensão da ilha e as diferenças entre as altas,
escarpadas e recortadas costas oriental e norte
e a praia de areia que ocupa quase todo o litoral
sul. Do cume onde outrora se acendiam fogueiras com feixes (fachos) para alertar de ataques
de piratas ou da passagem de baleias,
ILHA OUTDOOR
observa-se, a olho nú, os 6 ilhéus
As múltiplas atividades outdoor
do Porto Santo e a silhueta mon“As múltipossíveis respondem a estas e a
tanhosa da Madeira.
plas atividades
centenas de outras curiosidaSubir ao pico do Facho, imoutdoor possíveis
des que revelam a rica e sofriplica um pequeno desvio da
da história da Ilha Dourada.
PR2, uma das pequenas rorespondem a estas e
De janeiro a dezembro...a
tas já sinalizadas na ilha.
a centenas de outras
pé, de bicicleta, de cavalo ou
Com variantes norte e sul,
curiosidades que revede barco, numa prancha de
a PR2 ou Vereda do Pico do
Foto: Bonus Journey
lam a rica e sofrida
história da Ilha
Dourada.“
8
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Reportagem
Porto Santo
Foto: Bonus Journey
Foto: Bonus Journey
“Os mais
Castelo, permite a ascensão do
da como o cabeço do Caranguejo
atentos e silenmais arborizado e conhecido
marcam as primeiras observapico porto santense. Refúgio e
ções, antes da pisar caminho
ciosos na marcha
defesa contra piratas argelidominado pelos Ciprestes
poderão ter a sorte de
nos e franceses, o pico Caste(Cupressus macrocarpa).
avistar perdizes e poulo guarda ainda vestígios das
Integrada na Rede Natura
antigas fortificações e da cis2000, na Diretiva Habitats, a
pas, ou rapinas como
terna.
Área do Pico Branco e da Terra
a Manta e o FranNo cimo, a estátua de Schiappa
Chã regista a maior concentracelho.”
de Azevedo homenageia o orgação de flora endémica bem connizador da reflorestação do Porservada.
to Santo, e permite observar a árdua
Em escarpas praticamente inacesconstrução dos muros emparelhados que
síveis, e aqui a ajuda de um guia é fundatravaram a erosão com exemplares de espécies mental -, é possível observar Urtiga (Urtica
exóticas e mais resistentes à adversidade cli- portosanctana), Erisimum arbuscula, Molarimatérica, como o Pinheiro de Alepo, o Pinheiro nha (Fumaria muralis subsp. Muralis var. laeta)
bravo e o Cipreste. Os mais atentos e silenciosos e a Vicia costae. Nas arribas desta área, poisam
na marcha poderão ter a sorte de avistar per- duas espécies de aves marinhas, a Cagarra e o
dizes e poupas, ou rapinas como a Manta e o Garajau.
Francelho.
VEREDA DO PICO BRANCO E TERRA CHÃ
Outro desvio, noutra Pequena Rota, - a PR1 da
Vereda do Pico Branco e Terra Chã-, permite
conhecer uma das lendas locais. Conta a lenda que foragidos da lei ou dos piratas argelinos
foram surpreendidos por uma derrocada, e ficaram sepultados na Furna dos Homiziados ou
dos Amaziados. A gruta está situada nas imediações da vereda traçada para os burros que
transportavam cereais que eram malhados no
terreiro que ficou conhecido como Terra Chã.
Esta é uma vereda panorâmica que permite vistas fantásticas, e o acesso ao topo do Pico Branco, assim designado por causa de uma coluna
de pedra branca, e de líquenes brancos da espécie com nome comum de urzela (Rocella sp.),
durante muito tempo usada na tinturaria.
Na subida para o cume, a formação prismática
da Rocha Quebrada e a falha rochosa conheci-
O MUGEARITO DE ANA FERREIRA
Mais baixo que os picos do nordeste, o rochoso
Ana Ferreira (283m) assemelha-se ao dorso de
um dinossauro, e é a maior saliência topográfica da parte ocidental do Porto Santo. No flanco
leste, esconde aquele que é considerado por alguns especialistas, um dos tesouros geológicos
mais bonitos do mundo: o Piano, ou Pedreira, os
diques de mugearito com uma idade calculada
em 12 milhões de anos. Na disjunção prismática
remanescente de dezenas de anos de exploração de pedra, explicam os geólogos, pode ainda observar-se como decorreu o lento arrefecimento do magma. Os traquiandesitos, como são
designadas estas rochas vulcânicas, foram naturalmente classificadas como Geossítio 1 (33°
02’ 36.31’’ N 16° 22’ 12.18’’ W) no recém-criado
Geoparque do Porto Santo. (vide ROTA DARWINIANA).
Curiosidade histórica contemporânea: a Pedrei-
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
9
Grande Reportagem
ra foi palco nos anos 80 de um concerto que juntou a madeirense Road String Band com a continental Banda do Casaco.
BTT E GEOCACHING: A ROTA DAS BAÍAS
Foto: Carlos Freitas
Com apenas metade da ilha asfaltada, e o resto
em terra batida e gravilha, o Porto Santo é um
paraíso praticamente inexplorado para os praticantes de BTT e que permite, aos mais afoitos
praticantes, uma série de percursos downhill e
crosscountry, ou rolar simplesmente até locais
tranquilos.
E para começar a pedalar nada como perguntar onde fica o parque fotovoltaico e o sítio de
Linhares. Nas imediações, e dependendo altura
do ano, é possível assistir à laboração do último moinho da ilha. Reconstruído por Manuel
Eduardo Rodrigues, o proprietário compra, às
vezes, alqueires de cevada e centeio só para ter
o prazer de acionar as velas do moinho.
Uma segunda sugestão: efetuar o percurso Ponta da Canaveira – Morenos, pedalar até
ao cimo do Zimbralinho, e descer
a pé, até à baía onde fundearam
os navegadores portugueses
“Quem fizer
em 1418. O acesso, pela lia dúzia de cagação ao pico das Flores e
ches referenciadas,
por uma estrada de terra
batida, é difícil, mas vale
fora da Vila Baleira, e
pelo mergulho na praia
que coincidem com algude calhau de uma angra
mas das rotas referidas,
de rara beleza e águas
ficará certamente a
límpidas.
Praticar BTT no Porto Sanconhecer bem a
to permite aceder a baías e
ilha.“
locais de possíveis mergulhos
na pouco referenciada costa
norte, e as descobertas poderão ser
facilmente combinadas com a prática de Geocaching.
Quem fizer a dúzia de caches referenciadas,
fora da Vila Baleira, e que coincidem com algumas das rotas referidas, ficará certamente a conhecer bem a ilha.
O Porto das Salemas (GC374JH), em baixa-mar
(consultar tabela de marés) permite chapinhar
numas piscinas naturais fantásticas. O Porto dos
Frades (GC374YK) - a cache encontra-se perto
do antigo forno da cal -, é outro oásis de tranquilidade.
Para quem não tem vertigens nem medo de uma
cache de nível 5 de terreno devido à fragilidade
do solo, a Falésia das Cores (GC374Z3) impõe
o maior desafio porto santense aos geocachers.
O cabeço do Guilherme (GC3VRFB), geocache
em manutenção, vale pela vista sobre o local
onde se afundou em 1724 o galeão holandês
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Setemrbo_Outubro 2012 OUTDOOR
MERGULHO E MAR: A ROTA DOS ILHÉUS
Foto: Carlos Freitas
Foto: Carlos Freitas
Foto: Carlos Freitas
O Beiçolas é encontro obrigatório para quem
mergulha no Madeirense. Naquele que é considerado já o melhor mergulho do arquipélago da
Madeirense, o manso mero deixa-se tocar pelos
mergulhadores que visitam o casco do cargueiro afundado. Além do Beiçolas, badejos, barracudas, enxaréus e raias são outros peixes que se
podem facilmente observar no cargueiro transformado em recife artificial.
À profundidade, posição e à distância perfeitas,
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
11
Reportagem
Porto Santo
repleto de peixe, e permitindo ainda imersões
noturnas, o mergulho do Madeirense é um de
muitos mergulhos possíveis em águas sempre
claras, com visibilidade de dezenas de metros,
e nunca frias (19/20o no inverno, e 24/25o no
verão).
Os 2 centros locais de mergulho organizam idas
à dúzia de spots mais conhecidos: os Canhões
(18m), um mergulho fácil, onde é possível encontrar munições de um galeão espanhol; a
Baixinha e as Escadinhas; o Chinês, mergulho
profundo...; as Bicudas, onde existe uma curiosa
formação vulcânica, com bacias e canyons recortados como dedos; o Cabeço das Laranjas e o
Jardim dos Leques...
A maioria dos mergulhos é efetuada em profundidades inferiores a 35 metros, e nas imediações
de 3 dos seis ilhéus do Porto Santo que integram
a Rede Natura 2000 e desde 2008, a Rede de
Áreas Marinhas e o Projeto Life. O desembarque
nalguns ilhéus, só possível com agentes turísticos autorizados, vale pela observação da flora
costeira da Macaronésia e da avifauna marinha
que nidifica nos grandes rochedos-guardiões da
ilha. Uma lagartixa e duas tarântulas endémicas valem ainda a visita, mas é a fauna malacológica, e as mais de cem espécies de caracóis,
Foto: Carlos Freitas
Slot ter Hooge (O castelo de Hooge). Com mar
calmo, será difícil imaginar como terá sido o
naufrágio em que morreram 221 pessoas. Mais
fácil é perceber a cobiça do caçador de tesouros
Robert Sténuit, que segundo arqueólogos portugueses, poderá ter retirado em 1975, 2 toneladas
de prata em lingotes e moedas dos fundos do
porto do Guilherme. Na Casa Colombo, alguns
artefactos testemunham a história mal contada
da descoberta do Slot ter Hooge.
O calhau da serra de Fora ou Prainha, a praia
do Contrim (costa norte, vereda à esquerda do
Porto dos Frades), e a praia do Penedo do Sono
(atrás do Porto de Abrigo), são outras sugestões
para desmontar da bicicleta e dar um mergulho.
Grande Reportagem
alguns endémicos, que merecem o estatuto de
proteção aos ilhéus.
O ilhéu da Cal, ou ilhéu de Baixo, destaca-se pelas ricas minas de calcário. As encostas, perfuradas por cavernas, dão entrada a antigas galerias
de exploração.
O ilhéu de Cima foi nos primeiros tempos do
povoamento conhecido também como ilhéu dos
Dragoeiros, a árvore que produzia o tão procurado sangue de drago usado na tinturaria.
anualmente à ilha praticantes de caça submarina.
Diogo acompanhou durante o verão, os grupos
privilegiados com outra hipótese outdoor: um
mergulho na baía do Ingrato Grande, na base
das galerias do ilhéu da Cal.
Com botes motorizados, é possível ainda percorrer outras galerias naturais, junto ao mar, e
conhecer formações como o Olho de Polvo e a
Boca do Leão...
BALEIAS E GOLFINHOS
GEOSÍTIOS E A ROTA DARWINIANA
«Estava sossegado no barco, à espera da saída Nos ilhéus ou na ilha, se encontrar um caracol,
dos mergulhadores, e quando ouvi o esguicho pare porque poderá ser uma espécie única no
mundo como a Serraturotula juliformis. Nas
de água e o arfar, apanhei um susto...»
Diogo Vasconcelos lembra o encontro imediato imediações da Fonte da Areia, é possível enconcom a pacífica mas gigantesca baleia piloto que trar facilmente fósseis de caracóis.
Depois da viagem de circum-navegação, e de
se acercou da embarcação.
O neto do último vigia de baleias, caçadas até escrever “A origem das espécies”, o naturalis1982, lamenta que a atividade do avô não seja ta fascinou-se com a diversidade de moluscos
agora desenvolvida para uma atividade que dá existentes no Porto Santo, quando não era ainda
já emprego a muita gente nos Açores: a observa- conhecido o património geológico de excepção.
ção de golfinhos, baleias e outros cetáceos, facil- A grande variedade de formas, rochas e estruturas geológicas, a maioria de origem vulcâmente avistados, a pouca distância das
nica, permite uma interessante e pecostas porto santenses, sobretudo no
dagógica rota outdoor com a visita
inverno.
“Em
aos catorze geosítios do Geopark.
Os mares da região são também
qualquer parAlém da famosa disjunção prisrota para cardumes de cavalas
te da ilha, e mesmo
mática do pico de Ana Ferreira,
da Índia, o tunídeo de carne
sem grandes conhecia paisagem do ilhéu de Cima
quase branca, e que atrai já
mentos de geologia, é
possível compreender
a riqueza geomorfológica da ilha.”
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Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Reportagem
Porto Santo
revela o Cabeço das Laranjas e os Tubos de
Lava, a baía do Zimbralinho tem uma disjunção
esferoidal, o porto das Salemas, os conjuntos de
filões... Em qualquer parte da ilha, e mesmo sem
grandes conhecimentos científicos, é possível
compreender a riqueza geomorfológica da ilha.
despertam a atenção.
A construção do campo de golfe com a criação
de uma zona húmida de 60 hectares dinamizou
também nos últimos anos um novo ecossistema,
que permite já a observação permanente de espécies como garças e patos-reais.
VOO LIVRE E AVES: ROTAS AÉREAS
A TROTE…
Com ventos predominantes de norte e dominantes de sul e oeste, e devido à sua posição geográfica, o Porto Santo não será o local ideal para a
prática de voo livre. Mas os pilotos experientes
de parapente e asa delta encontram aqui, algumas semanas por ano, condições para voos
curtos, mas inesquecíveis que terminam quase
sempre em aterragens na praia. O sítio preferido de descolagem é o pico de Ana Ferreira.
Com os pés assentes na terra, e binóculos bem
assestados existem, no entanto, mas nos céus e
arribas, condições únicas para a observação de
aves, em particular das aves marinhas.
Há duas IBA – Áreas Importantes para as Aves
– identificadas, uma na parte ocidental, outra
nos ilhéus, onde nidificam Cagarras, Pintainhos, Roques-de-Castro, Gaivotas de pata amarela, Almas Negras e Garajaus, e são avistadas
anualmente migratórias como a Rola-do-mar e
a Garça-branca. Entre as aves terrestres nidificantes, são as rapinas de maior porte como o
Francelho e a Manta, ou pequenas aves como o
Corre-Caminhos ou Canário da Terra, que mais
Infelizmente, perdeu-se há muito a tradição das
burricadas entre os veraneantes, e o burro do
Porto Santo está agora praticamente extinto.
Em alternativa, e a cavalo, na única empresa
que comercializa esta hipótese, é possível ainda
percorrer a trote ou a passo, interessantes percursos off road pelos caminhos florestais ou de
terra batida.
NADAR NO PARAÍSO
Sem dúvida, a melhor maneira de terminar
umas férias Outdoor será sempre, e num dia de
mar calmo, dar umas braçadas nas águas da
ponta da Calheta, onde, quais animais míticos,
quase se tocam ilhéu da Cal e o pico de Ana Ferreira.
Depois de uns dias no Porto Santo, é fácil crer
no mito da Antiguidade e partir com a convicção
de que o paraíso fica onde a Esfinge olha para o
Dragão. ø
Aurélio Faria
Saiba Mais sobre o Porto Santo em PNMadeira.pt
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
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Em Família
costa do sol
by kayak
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Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Por automóvel, mota, comboio, bicicleta, a pé,
patins, etc... são muitos os meios pelos quais
desfrutamos a nossa maravilhosa costa.
Agora, imagine-se diferente, imagine-se audaz
e razoavelmente feliz ao disfrutar de tudo o
que a Costa do Sol lhe pode oferecer, de uma
só vez... por mar.
O estuário do Tejo passou a ser um meio privilegiado por forma a que possa aliar desporto
e turismo de uma forma segura, económica e
fantástica.
Com embarque no Porto de Recreio de Oeiras
a BORK You dispõem de um variado leque de
canoas, kayaks e surf skis permitindo adequar
material e nível técnico de cada praticante.
A “vontade” é o quanto baste para que desfrute
do estuário do Tejo, não precisa de saber remar, muito menos de ser um super atleta, a
BORK You enquadra os seus clientes de uma
forma correta e escolhe a melhor rota, maré e
embarcação. ø
FICHA TÉCNICA
As rotas da BORK:
• A rota dos Fortes
• Costa do Sol
• Oeiras by Kayak
• Cascais by Kayak
• Lisbon by Kayak
O que trazer:
• Chinelos, ténis, botas neoprene
• Calção de praia, de neoprene ou licra
• Camisola ou t-shirt
• Garrafa de água
• Pode trazer máquina fotográfica (water proof), não
se vai arrepender.
Quem pode fazer:
• Jovens a partir dos 8 anos de idade
Material disponível:
• Kayaks de mar
• Surf Skis
• Sit on tops
• Pagaias
• Coletes
Preços: 20, 25 e 40€
O passeio inclui seguro por praticante, guia, palamenta (embarcação, colete e pagaia).
Duração do passeio: Mínimo de 1 hora máximo de 4
horas, se as condições o permitirem a BORK You pode
promover desembarque em uma das praias da costa
e tirar proveito de uns bons mergulhos.
Um Programa: Bork You
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
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Em Família
Atividade
A
traídos por locais como o Guincho,
Cabo da Roca, Cascais, Estoril ou
Belém, muitos turistas, desportistas
e famílias passam grande parte do
seu tempo a descobrir locais fantásticos ao longo de toda a Costa do Sol formando
a nossa Riviera.
Em Família
Em busca das Auroras
Boreais
ano novo de exceção em busca das auroras boreais.
Quando era criança, nas frias noites que antecediam o natal, passava bastante tempo a perscrutar o céu. Procurava em vão encontrar a azáfama das renas que puxavam o trenó do simpático
velho de barbas. Mais tarde, percebi que o Pai
Natal se fazia deslocar de formas mais terrenas,
mas nem por isso deixei de olhar para o céu na
esperança de ver nestas latitudes uma Aurora.
A nossa viagem inicia-se em Reykjavik, e levar-nos-á a visitar o Geyser – o original! e a cascata
Gulfoss, uma das mais impressionantes da Islândia. O dia terminará no sopé do vulcão Hekla
onde iniciaremos uma “caça” às luzes do norte.
Ao contrário do que se pensa, a Islândia não é
demasiado fria no inverno. É fria, sem dúvida,
mas se vos disser que a temperatura média na
capital em janeiro é um grau negativo conseguimos perceber que não falamos de extremos.
A corrente (quente) do Golfo banha a Islândia
amenizando as agruras do inverno.
Depois de uma retemperadora noite de sono,
partiremos para Este para a região do maciço
do vulcão Eyjafjallajökull, que ficou célebre por ser o responsável pela nuA magia de ver estas luzes dançantes
que ora são verdes ora alaranjadas
vem de fumo que inundou os ares
Com esda Europa em 2010.
torna-se real na Islândia. Entre
perança, já
Visita às quedas de água de Selnovembro e inícios de março as
teremos visto aujalandsfoss - que podemos atranoites árticas por vezes dão-nos
roras, mas a nossa
vessar por detrás - e a Skógarespetáculos que ficam gravafoss onde segundo a lenda um
dos para sempre na nossa mebusca continuará
antigo
viking escondeu um cinmória. Por isso, propomos que
até encontrarmos
to em ouro e onde por vezes se
traga toda a sua família para um
as mais belas e
coloridas.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
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Em Família
Viagem - Islândia
O
inverno a norte não tem só neve,
gelo e frio. O inverno a norte não
são só noites longas, sol tímido e
uma lareira que não cessa de crepitar. O Grande Norte tem luz. Uma
luz sem igual que raramente se encontra abaixo do paralelo 50 – São as Auroras Boreais, um
espetáculo que todos os anos invade os céus da
Islândia sem que para isso tenha que pedir licença.
Em Família
vê o seu reflexo. Com cinto ou não, esta queda
de água é lindíssima e imponente (cerca de 60
metros).
Visitaremos o centro de interpretação do vulcão
Eyjafjallajökull e a quinta Þorvaldseyri, onde
iremos aprender um pouco sobre a erupção de
2010 e os seus efeitos na vida quotidiana das
populações. Aqui, os mais jovens podem ver ao
vivo o que aprendem nas suas aulas de geografia.
Mais tarde, visitaremos as praias negras da região de Vík e um dos maiores campos de lava
da Islândia. Quando a noite finalmente cair e as
temperaturas baixarem iniciaremos uma nova
caça às auroras.
regressaremos a Reykjavik, mas em rota teremos tempo para conhecer a povoação de Vík
onde faremos um passeio nas suas praias de
areia negra para observar os fantásticos pináculos de Reynisdrangar que se encontram junto
ao mar. Segundo a lenda, os dois pináculos são
dois trolls petrificados pelos deuses após terem
tentado arrastar um navio para terra, sendo apanhados, foram transformados em rocha aos primeiros raios de sol da manhã.
A norte da aldeia de Hveragerði, famosa pelas
suas casas verdes, faremos um último passeio
na região geotermal ou iremos a Grændalur
onde poderemos usufruir de um banho termal e
relaxar antes de regressarmos à capital.
O hotel que nos aloja serve-nos de base para os
próximos dois dias. Exploraremos um dos mais
belos parques da Islândia considerado igualmente como dos maiores parques nacionais da
Europa, o Parque Nacional de Vatnajökull. Iniciaremos a nossa visita na região sudeste do
parque, uma zona com paisagens lindíssimas
onde florestas crescem nas imediações de línguas glaciares que quase alcançam o mar. Sem
dúvida, um local obrigatório para se visitar. Faremos uma caminhada entre bétulas até à queda
de água de Svartifoss, famosa pelas suas colunas
de basalto. No caminho, teremos fantásticas vistas sobre os dois maiores glaciares da Europa,
os Vatnajökull e Hvannadalshnúkur cuja altitude é de 2110 metros.
Com esperança, já teremos visto auroras, mas
a nossa busca continuará até encontrarmos as
mais belas e coloridas.
Assim, passaremos a última semana do ano em
busca das mais mágicas luzes dos céus e visitando um dos mais fantásticos locais do planeta, a
Islândia. ø
A noite de 31 de dezembro aproxima-se a passos
largos e não tarda estará na hora de formular
desejos para o novo ano e celebrar as belezas
naturais que a Islândia nos mostrou. Por isso,
18
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Artur Pegas
Próxima viagem: Várias datas de outubro a abril.
Especial fim de ano com saída a 25 de dezembro.
www.papa-leguas.com
Programa:
D1: Voos cidade de origem - Reykjavik
D2: Reykjávik
D3: Reykjavík– Geysir – Gullfoss - Vulcão Hekla
D4: Hekla – quedas de água de Seljalandsfoss e
Skógarfoss – quinta Þorvaldseyri – Museu Skógasafn
– Kirkjubæjarklaustur
Parque Nacional de Vatnajökull - Skaftafell
Jökulsárlón – Sheep farm
Vík – Hot springs of Ölkelduháls – Reykjavik
Voo de regresso
D5:
D6:
D7:
D8:
Por Família
Em
terra
 Evento
20
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
O Grande Trail Serra D’Arga é um evento para
toda a família. Estão inscritos mais de 900 atletas
e apresenta-se como uma grande festa do desporto da corrida em Natureza.
N
o dia 6 de outubro por volta das
10h da manhã será dado o arranque deste grande evento com um
Trail Jovem na belíssima Mata do
Camarido em Caminha. Podem
participar crianças dos 0 aos 16 anos com distâncias a percorrer entre os 500m e os 2000m.
Desta forma, queremos dar às crianças a
oportunidade de se divertirem num espaço de
excelência para a prática de desporto.
De seguida é a vez dos adultos fazerem um
Free Trail com 9km. É um treino que percorre a mesma Mata do Camarido e a zona história de Caminha. Desta forma, os atletas ficam
a conhecer o melhor desta Vila fazendo o que
mais gostam que é correr.
Da parte da tarde teremos as Jornadas Técnicas no auditório do Hotel Portas do Sol em Caminha, aqui será apresentado muito desporto
relacionado com a modalidade assim como
saúde e auto superação.
No dia 7 de outubro deslocamo-nos até à aldeia de Dem em plena Serra D’Arga, e aí às 8
badaladas da torre da igreja local será dada
a partida para uma maratona de 43km extremamente dura. Estão inscritos perto de 500
atletas para este desafio que, procuram ultra-
Em Família
Evento
Grande
Trail Serra
D’Arga
Em Família
passar os seus limites físicos e psicológicos.
Às 10 badaladas da torre da igreja de Dem será
dada a partida para mais 500 atletas que vão
percorrer 21 ou 12 km. Os atletas dos 21km
vão terminar a sua prova na mítica aldeia de
S. Lourenço da Montaria, passando pelo Mosteiro de S. João D’Arga e o fantástico rio âncora, já os dos 12km passam na aldeia de S. João
D’Arga e no Mosteiro com o mesmo nome voltando a Dem.
A festa termina com a entrega de prémios e com
vários agrupamentos musicais locais que vão
mostrar a sua arte. Todos os atletas na chegada são presenteados com muita festa e carinho
popular.
Todo este evento só é possível com a ajuda de
mais de 150 pessoas que fazem parte do Staff.
De referir que algumas delas fazem mais de
500 quilómetros com o único intuito de apoiar
e ajudar os atletas. As gentes locais também se
mobilizam perante este dia de festa em plena
serra. Também nada disto seria possível caso
não tivéssemos o apoio de muitas empresas e
marcas assim como as autarquias locais.
De referir que a RTP se associou a este evento como media partner, algo inédito no nosso país. Temos a participação de toda a elite Nacional e alguns dos melhores atletas do
Mundo. Contamos também com a presença de
atletas de várias Nacionalidades como: Itália,
Alemanha, Suíça, Espanha, Irlanda e de referir a presença de 19 atletas de França. Todos
estes fatores aumentam a nossa responsabilidade e confiança que este evento nos propõe.
Esperemos que todos fiquem satisfeitos e
queiram voltar no ano seguinte. ø
Carlos Sá
www.grandetrailserradearga.blogspot.pt
Todo este evento só é possível
com a ajuda de mais
de 150 pessoas que fazem
parte do Staff. De referir
que algumas delas fazem
mais de 500 quilómetros
com o único intuito de
apoiar e ajudar os
atletas (...)
22
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Onde
eficiência
e cOntrOlO
se juntam.
OCCAM
Advanced Dynamics é a tecnologia com que criámos
a bicicleta de trail mais eficiente do mercado. Uma
máquina que te fará subir mais ágil do que nunca
e te dará o máximo controlo para fazeres faísca
em qualquer descida. Nova Orbea Occam, onde
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Aventura
 Evento
festival bike portugal
24
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Aventura
FestivalBike Portugal
D
e 19 a 21 de outubro, o Festival Bike
Portugal - Festival
Internacional da
Bicicleta, Equipamentos e Acessórios e Salão de
Ciclismo Profissional, evento
que se realiza no Centro Nacional de Exposições e Mercados
Agrícolas, em Santarém, volta
a ser o centro das atenções do
mundo da bicicleta.
A qualidade e a diversidade
de produtos em exposição, a
apresentação de novos modelos de bicicletas, equipamentos
e acessórios, o envolvimento
de empresas e instituições que
promovem a bicicleta como um
meio saudável para a prática
desportiva ou para momentos de lazer, têm sido motivos
de atração e fortes contributos
para o crescimento continuado
do número de visitantes, tendo
a última edição registado uma
afluência de cerca de 27 mil visitantes.
O recinto exterior será palco
para a exibição de várias modalidades. Para esta edição do
Festival Bike, o programa foi
desenvolvido em função dos
milhares de visitantes e de
acordo com as várias modalidades que se praticam com bicicleta.
A realização do 1º Dowtown
Festival Bike Portugal, o 1º Troféu da Juventude, o 1º Passeio
Familiar “Miradouros de Santarém”, o 1º Festival de Monociclos, o 1º Troféu Sprint Bike
e Utilização Livre, Run & Bike,
a decorrer paralelamente ao
duatlo, e ainda uma Pista para
Utilização Permanente do Público são as novidades desta
edição, mas é possível encontrar atividades para todos os
gostos.
Realce para a 8ª Maratona de
BTT, o 9º Encontro Nacional de
Ciclismo, o 1º Troféu da Juventude, o 8º Encontro Nacional de
Cicloturismo, o 5º Duatlo Festival Bike, o 2º Ciclo Cross, as
finais dos Campeonatos Nacio-
nais de BMX e de Dirt Jumping.
Exibições de Trial Bike, as entregas de prémios da Associação de
Ciclistas Profissionais, Sessões
de Autógrafos, Test – Drive’s,
Workshops complementam o
programa.
Com um vasto programa de atividades competitivas, o envolvimento de prestigiadas empresas e a presença de atletas de
renome, o Festival Bike Portugal é já uma referência incontornável deste mercado. ø
Horários:
Sexta-feira, 19/10: 10h às 17h
(só profissionais)
Sexta-feira, 19/10: 17h às 21h
(público em geral)
Sábado, 20/10: 10h às 22h (público em geral)
Domingo, 21/10: 10h às 20h
(público em geral)
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
Festival Bike Portugal
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25
Aventura
Kilimanjaro
Aventura
Kilimanjaro
Q
uinze mais sete mais dez mais…, contava ansiosa os minutos que teria de
percorrer no aeroporto de Schiphol
até chegar à porta de entrada do voo
da KLM que me levaria a Nairobi.
O avião tinha saído com mais de uma hora de
atraso de Lisboa e eu já me tinha mentalizado que
teria que dar uma corrida se não quisesse perder
a ligação, mas quando a hospedeira me entregou
o mapa do aeroporto de Amesterdão as minhas
esperanças começaram a diminuir. É um aeroporto bastante luminoso e confortável, mas quanto tempo demoraria para fazer a distância que
me separava do terminal de partida? Comecei a
lembrar-me da última vez que lá tinha aterrado
e veio-me à memória os seus longos corredores
envidraçados. Tinha o estômago do tamanho de
uma amêndoa. Fervilhava por dentro mas tentava não transparecer o nervosismo. Só mesmo
quando o avião aterrou e apagaram as luzes de
cinto de segurança é que me lancei furiosamente à minha mochila e me coloquei em posição de
lançamento no corredor do avião.
- Excuse me, I´m late! - corria o mais rapidamente possível pelos tapetes rolantes, tentando
desviar-me. Respiração ofegante, mãos a tremer,
será que o meu estômago já chegou ao tamanho
de um pinhão?!?! Porta de embarque vazia, olho
em redor perdida, alguém sentado perto me diz –
They just left, go ahead! – não penso duas vezes e
lanço-me pela manga em direção ao avião. Tive
sorte, são holandeses, a hospedeira ri do meu ar
esbaforido. Pega no meu cartão de embarque e
manda-me sentar. Consegui. Embarquei para
Nairobi! Começo a descomprimir. Vou passar
uma noite na capital do Quénia e fazer o restante percurso até Moshi, cidade que se encontra na
base da montanha, de camioneta local.
O voo é tranquilo, converso pontualmente com
os meus companheiros de assento. Acontece com
quem viaja tantas horas sozinho. Somos brindados mesmo antes de aterrar por um momento
musical muito especial. Um coro queniano que
regressava a casa, já com saudades de cantar,
levantou-se e surpreendeu todo o avião com as
suas vozes alegres e fortes.
À chegada a Nairobi espera-me uma surpresa
menos boa. A minha bagagem não conseguiu
correr tanto quanto eu e ficou em Amesterdão. O
autocarro para a Tanzânia é de manhã bem cedo,
o que quer dizer que tenho que me ir embora e
deixá-la para trás. Não te preocupes, dizem-me
no aeroporto, nós enviamos a tua bagagem para
onde estiveres. Tenho as botas de caminhada calçadas, a minha mochila, cantil, um polar e pouco
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
27
Aventura
“Vou passar
uma noite na capital
do Quénia e fazer o restante percurso até Moshi,
cidade que se encontra
na base da montanha,
de camioneta local.”
mais. Por hoje não me vou preocupar mais, penso.
subiram, onde treinam no seu país. Tema de conversa não faltou.
Procuro o grupo de espanhóis ao qual me vou
juntar. Parece que um deles também está sem
bagagem. Na realidade não se apresentam como
espanhóis, Juan, Catalunha, José, Miguel e Iñaki,
País Basco e finalmente Rafael, Madrid.
- Maria Luísa por favor, puede ser nuestra intérprete? – Não tive rapidez para responder prontamente, a minha mente continuava a deambular na bagagem que não aparecia. Sabia que o
sucesso de chegar ou não ao cimo dos 5895 m,
para além da boa condição física, era o equipamento. Não conseguiria certamente aguentar
temperaturas de 25° negativos com o polar e o
impermeável que trazia na mochila. José António, amigo que me aconselhou a rota que tinha
elegido para subir ao Kilimanjaro, tinha-me dito
- Faz a Machame, é uma rota mais alpina, paisagens mais bonitas e tens mais um dia para aclimatar. – E sem equipamento, pensava, será que
consigo? Maria Luísa – chama-me o Rafa mais
alto – Me oyes?
O rebuliço na estação de camionagem entretém-me do atraso da partida. As mochilas já estão no
tejadilho da velha camioneta que nos levará através das planícies africanas por pouco mais de 200
km. Ouço falar em 4 a 5 horas de viagem, penso para comigo que pelo aspeto da camioneta e
com burocracias de postos fronteiriços, é melhor
nem sequer querer saber. Vou aproveitando o
meu lugar à janela para me deslumbrar com as
aldeias masai e responder aos acenos dos pastores, tão vibrantes nas suas vestes vermelhas. Pouco depois da passagem da fronteira avistamo-lo.
- Uau, look over there! – os passageiros levantam-se nervosos. Algo vem animar a lentidão dos
30km/h de velocidade cruzeiro a que viajamos.
À nossa esquerda, magnífico, coroado de branco,
Kili, a montanha sagrada!
Passaram 8 horas desde que saímos de Nairobi
e sinto-me contente por não ter tido voo para o
aeroporto do Kilimanjaro. Feitas as contas, gostei
desta viagem lenta e já me sinto parte do grupo,
tento falar o meu melhor castelhano, aprendo
palavras novas e ouço com agrado as histórias
que os meus novos amigos têm para me contar.
Os locais que já visitaram, as montanhas que
28
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Estava uma manhã amena e encontrávamo-nos
no jardim do hotel, na nossa primeira reunião
com o guia, Benjamin. Iríamos partir dentro
de alguns minutos para a porta de entrada do
parque nacional. No nosso grupo havia três pessoas na casa dos 30 anos e os outros três elementos acima dos cinquenta. O seu inglês não
era famoso e custava-lhes bastante entender o
inglês com sotaque africano do nosso guia. Fui
nomeada intérprete e porta-voz oficial do grupo.
Depois de algumas explicações, Benjamin leva-me a mim e ao Miguel a um grande armazém
nas traseiras do hotel para que possamos alugar
material. Não consigo evitar sorrir ao entrar. –
Este material foi esquecido na montanha, não?
Depois de um pequeno percalço com o autocarro
onde seguíamos que avariou e foi chamado outro
para o substituir, chegamos a Machame gate,
uma das portas de entrada do Parque Nacional
do Kilimanjaro, que se encontra a cerca de 3km
da aldeia com o mesmo nome. É no meio de uma
fértil e luxuriante floresta tropical que começamos o nosso primeiro dia de caminhada. Fico
impressionada com o número de carregadores
que vão fazer parte do nosso grupo, mas se pensarmos na logística que é necessária para construir um acampamento confortável, percebemos
que carregamos mesmo a casa às costas.
Benjamin necessita de mais algum tempo para
se organizar e propõe-nos começarmos a caminhar devagar com Amani, o guia auxiliar. Frisa
mais do que uma vez, “têm que ir lentamente,
não se esqueçam”. Encontramo-nos em meia
hora. Debaixo de uma chuva miudinha e persistente embrenhamo-nos na floresta desejosos de
começar a andar depois de dois dias comprimidos em cadeiras de aviões e camionetas. Seguia
à frente conversando animadamente com o Rafa,
capitão da marinha reformado que descobriu o
fascínio das montanhas depois de passar tanto
tempo no mar, quando ouço Amani chamar –
Maria, slower, you are going too fast. – Parámos
com algum espanto à espera. Aguardamos perto
de um feto enorme, e entretemo-nos a observar
as suas folhas que se desenrolam em formas tão
harmoniosas. Em pouco tempo estamos todos
reunidos. Benjamin explica-nos, vamos ter que
nos habituar a caminhar a um ritmo lento, o ritmo que vamos ter hoje e daqui para a frente, será
o mesmo que teremos no dia de cume, quando
subirmos para os quase 6000m. Além disso estamos a aclimatar, a dar tempo ao nosso corpo para
se adaptar à altitude, quanto mais devagar andarmos, melhor será a nossa adaptação. – Eu sei que
apetece andar mais rápido, ainda estamos abaixo dos 3000m, mas a partir de amanhã vamos
ter altitudes superiores e os nossos movimentos
devem ser sempre calmos e lentos e, mesmo nas
tarefas mais básicas, como entrar e sair da tenda,
caminhar no acampamento e afastarmo-nos para
tirar fotografias, é sempre este ritmo que devem
seguir. – Compreendo que com a alegria do início, nos entusiasmamos e ainda não conectamos
com ritmo da montanha. Pouco depois a floresta
densa diminui. Já nos encontramos a 3100m no
nosso primeiro acampamento.
“É no meio
de uma fértil e
luxuriante floresta
tropical que começamos o nosso primeiro dia de caminhada.”
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
29
Aventura
Kilimanjaro
Procuro entre o amontoado de roupa usada algo
que não me fique exageradamente grande. Ao
fim de um tempo esqueço os tamanhos, fico feliz
apenas por encontrar o que necessito. Saco-cama, luvas, gorro, impermeável, outro forro
polar e calças impermeáveis. Benjamin continua positivo, - a tua bagagem vai ser entregue
amanhã no primeiro acampamento, este material é só para prevenir. O Miguel aluga também
um saco para colocar o material e eu aproveito
para colocar lá dentro o que não vou precisar
nos primeiros dias. Há um fator muito positivo
nesta minha falta de bagagem, sou a primeira a
estar pronta quando é necessário partir. E assim
foi, passados pouco minutos estou à porta do
hotel com a minha pequena mochila prontíssima.
Aventura
Hoje
vamos passar por uma das
paisagens mais espetaculares desta
rota, o Shira
plateau.
- Uma das várias belezas desta montanha é a diversidade de
ecossistemas. Todos os dias vais
ter um diferente, Maria. – dizia-me Benjamin enquanto caminhamos em fila atrás dele, seguindo
o seu ritmo tranquilo. – Hoje vamos
passar por uma das paisagens mais espetaculares desta rota, o Shira plateau. - Atravessamos uma área em que as Ericas arboreas estão
30
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
a recuperar de um incêndio de há
uns anos. A neblina matinal torna
a paisagem mais misteriosa. Perto
do acampamento espera-nos outra
maravilhosa surpresa, avistamos
o espetacular monte Meru com os
seus 4565 m e Kibo, o nosso objetivo.
O monte Kilimanjaro tem 3 cones vulcânicos, Shiva, formado na primeira erupção;
Mawenzi na segunda e Kibo onde se encontra o
calças de trekking e uma lifa e fui para a tenda
beber o meu chá matinal. – Pareces otra persona
Maria Luísa – diz José com um sorriso. Acho que
já se tinham habituado a ver-me sempre com a
mesma indumentária. – Não sei o que fazer com
tudo aquilo José, já me tinha habituado ao essencial. – Agora sobrava-me roupa, barras energéticas, frutos secos, enfim, coisas que só precisamos
quando as temos. José é o elemento mais velho
do grupo, com a calma que os seus 60 anos lhe
permitiam, este basco extremamente amável e
bem preparado é um montanheiro por excelência.
O nosso terceiro dia de caminhada foi sem dúvida
um dos mais apreciados por todo o grupo. Começamos com uma forte subida, deixando para trás
Shira plateau. À nossa frente, Kibo! Caminhamos
em direção ao nosso objetivo, o que nos trás energia para continuar a subir esta enorme parede
de rocha. Fizemos uma variante no trilho, escapando às dezenas de trekkers que se encontram
na montanha, e subimos aos 4700m da Lava
tower. Esta lindíssima formação rochosa, com aproximadamente 100m de
altura, vai permitir-nos ter vistas
- We are a 100% group! We’ll
Dirigimodeslumbrantes e seguir a máximake it to the top. Pole, pole! –
-nos para o cénico
ma dos alpinistas “climb high
Encontramo-nos na tenda messleep low”, o que nos vai ajuse depois de um lanche ajanacampamento de Bardar na aclimatação. Optámos
tarado reunidos com os guias
ranco, passando por linpor ficar a meio caminho num
para uma última conversa
díssimos dendrosenécios,
acampamento menos popuantes da subida final. Benjalar, que nos permite um fim
min encoraja-nos, dizendoessas plantas gigantes
de dia com conversa animada
-nos
que temos o mesmo ritque povoam o nosso
sobre as características próprias
mo de caminhada, estamos em
imaginário.
de bascos, catalães e madrilenos.
sintonia e vamos todos conseguir
Houve alturas em que me parecia
chegar ao cume. Pole, pole significa
que cada um dos espanhóis pertendevagar.
ciam a países diferentes. A esperança de
voltar a ter o meu saco diminuía à medida que No último acampamento, Barafu que fica a 4600
subia em altitude e me afastava da civilização. m, subimos sem o guia até aos 5000 m para ver
Benjamin no entanto continuava a afirmar que como nos sentíamos. Só Iñaki o mais novo do
ele iria aparecer. - Hakuna matata. – Dizia-me grupo sentia fortes dores de cabeça e estava
com o seu sorriso aberto e franco. De qualquer preocupado. Todos o encorajávamos mas o seu
modo já estava a usar meias número 40 de um semblante continuava carregado. Iñaki é profesdos meus companheiros espanhóis.
sor de educação física e está em óptima forma,
Como usufruímos de mais um dia na montanha,
a aclimatação decorreu muito bem. O espírito de grupo é muito bom e foi sendo reforçado
pela caminhada lenta, pelos longos piqueniques
e pelas agradáveis conversas na tenda messe ao
chegar aos acampamentos.
Dirigimo-nos para o cénico acampamento de
Barranco, passando por lindíssimos dendrosenécios, essas plantas gigantes que povoam o nosso
imaginário. E foi neste maravilhoso cenário num
nascer de sol vibrante e luminoso que comecei a
ouvir chamar pelo menú nome. Cabeça fora da
tenda, ensonada, não queria acreditar no que os
meus olhos viam! Às costas de um carregador o
meu saco com todo o equipamento! Não sei se
pelo sono ou simplesmente porque já estava mentalizada que não o iria ver a minha alegria não foi
muita. De repente, senti-me como as crianças na
noite de Natal, que, com tantos brinquedos novos
acabam por não brincar com nenhum. Vesti as
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
31
Aventura
Kilimanjaro
ponto mais alto, Uhuru Peak, formou-se aquando
da terceira erupção deste enorme vulcão.
Aventura
Fico fascinada com tanta
beleza, a sombra do
monte Meru está magnífica, a luz do nascer
do sol é mágica,
respira-se tranquilidade.
não tem nada a temer. Caminhamos juntos há
vários dias, a montanha une-nos, ninguém quer
deixar ninguém para trás. Construímos uma
sólida amizade e espírito de entre ajuda, a subida nunca seria a mesma se um de nós desistisse. Descansamos um pouco e às 11h30 da noite
somos acordados pelo Peter, o nosso excelente
cozinheiro que conseguiu fazer refeições deliciosas com tão poucas condições. Percebemos que o
cozinheiro é também um dos fatores de sucesso
nas ascensões. Precisamos comer para ter forças,
com a altitude é normal perder o apetite, logo,
se as refeições não forem apetitosas muito dificilmente recuperamos. Neste caso, apenas um chá
e uns biscoitos. - Não vale a pena encher muito o
estômago, vão ver muita gente a vomitar por aí
acima - Benjamin ri-se.
Somos dos primeiros grupos a partir, mas já se
vêm algumas luzes dos frontais seguindo o trilho.
Vai ser um longo dia, entretenho-me a observar
as estrelas. O céu estrelado na montanha é fascinante. Fazemos paragens muito curtas de hora
a hora para beber um pouco de água e comer
algo, e como está muito frio paramos apenas 3
ou 4 minutos. Quando se começa a aperceber
uma pequena luminosidade chegamos a Stella
point. Sabemos que a partir daqui a inclinação é
um pouco menor e já só falta um último esforço.
Amani dá-nos chá quente que trouxe num termos e algumas bolachas. Benjamin empresta-me
um segundo par de luvas, tinha as mãos geladas.
O chá, o descanso e as mãos mais quentes dão-me ânimo para continuar e é às 6h20 da manhã
32
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
com o sol a romper que chegamos ao Uhuru
peak, passando pelos maravilhosos glaciares e
cascatas de gelo que ocupam grande parte do
cume. É sempre um momento de grande emoção
chegar ao nosso objetivo depois de tantas horas
a caminhar. Fico fascinada com tanta beleza, a
sombra do monte Meru está magnífica, a luz do
nascer do sol é mágica, respira-se tranquilidade.
Como o tempo está bom, permanecemos uma
boa meia hora a deambular e a fotografar. Benjamin tem que nos chamar para iniciarmos a descida de regresso a Barafu, onde toda a equipa nos
aguarda para nos felicitar.
Descansamos um pouco, comemos uma boa sopa
e seguimos pela rota Mweka até ao acampamento com o mesmo nome. Esta é a noite de despedida de toda a equipa que nos ajudou nesta nossa
aventura. Depois de ter estado sem a bagagem
durante alguns dias, os meus sacos a partir daí
foram sempre muito mais reduzidos, mantinha-me com o essencial.
Vários foram os conselhos, dicas e histórias que
ouvi acerca desta ascensão, inclusivamente de
atletas muito bem preparados que não chegavam
ao topo.
O sucesso da nossa ascensão foi sem dúvida a
união do nosso grupo. A montanha uniu-nos,
manteve-nos em sintonia e habituou-nos ao seu
ritmo pole, pole. ø
Luisa Tomé
Papa-Léguas
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Entrevista
 João Rodrigues
por Bebiana Cruz
Outdoor: Iniciou-se na modalidade bastante jovem. Sente-se privilegiado de
ter descoberto esta modalidade com
apenas 9 anos?
João rodrigues: Claramente! Foi primeiro
que tudo um privilégio nascer na Madeira, no
seio de uma família com fortes ligações ao mar.
Depois foi um golpe de sorte o meu pai ter decidido investir numa prancha à vela, no final dos
anos 70. O resto é uma história de amor à primeira vista e de toda uma vida em torno de um
projeto desportivo.
Seria preciso mais caracteres do que aqueles
que certamente me disponibilizaram, se quisesse cabalmente responder a esta pergunta. Posso
apenas dizer que, hoje em dia, essa preparação
resulta de anos e anos de experiência acumulada, sendo que a mesma foi personalizada de
acordo com aquilo que pensava ser melhor para
mim. Não tenho a presunção de afirmar que é a
melhor preparação possível, nem de que tenha
conseguido chegar sequer perto do que seria
um modelo perfeito. Mas é algo pessoal, inteiramente criado por mim e adaptado à minha forma de ser, pensar e estar.
Em Portugal, quais são os melhores
spots para a prática do windsurf?
Mesmo sendo suspeito e mesmo correndo o risco de parecer tendencioso, continuo a considerar que o melhor spot do país para a prática da
prancha à vela, na vertente até agora Olímpica,
Como é a rotina diária de um atleta de é de facto a Madeira. Como um todo. Não é só
alta competição?
pelo maravilhoso facto de termos o ano inteiA mesma de qualquer pessoa que tenha
ro temperaturas amenas, quer de ar quer
descoberto a sua vocação e que queide água. É também pelas condições
ra explorar todo o seu potencial
de mar e vento que é possível en“Não tenho
enquanto ser humano: total decontrar à volta da ilha, haja vona presunção
dicação!
tade de as procurar, fruto dos
microclimas induzidos pela
de afirmar que é a
A mudança de hábitos
acentuada orografia da ilha. E
melhor preparação
alimentares e de vida
é também pelo facto de num
possível, nem de que tesão sacrifícios que vacurto espaço, encontrarmos
lem a pena?
condições ímpares para a pránha conseguido chegar
A palavra sacrifício esvaziatica
de outras modalidades
sequer perto do que
-se de sentido quando associaque servem de complemento
seria um modelo
da a uma vida com significado.
à preparação de qualquer atleta
perfeito.“
Assim sendo, não posso falar de
de prancha à vela, nomeadamente
sacrifícios, mas sim de compromissurf - com as melhores ondas da Eusos ou mesmo de comprometimentos.
ropa - BTT - com alguns dos melhores
Não fiz nenhuma mudança de hábitos alimentrilhos que se pode imaginar - SUP - nas mesmas
tares ou de estilos de vida para ser um atleta de águas de temperaturas tão agradáveis - e trail alta competição. Esta era a vida que queria ter e percorrendo das mais belas montanhas que se
era assim que gostaria de viver. Por um conjun- pode imaginar! Tudo isto junto, numa ilha tão
to de circunstâncias absolutamente milagrosas, pequena, com acessibilidades fantásticas, faz da
isso foi possível acontecer e prolongar-se por Madeira e do Porto Santo a materialização do
muito mais tempo do que à partida seria de su- paraíso na terra! Pelo menos para mim...
por. Respondendo diretamente à sua pergunta,
recorro às sábias palavras de Fernando Pessoa:
Sente que esta é uma modalidade valorizada no nosso país?
“Valeu a pena? Tudo vale a pena
Infelizmente, de forma alguma! Jamais perceSe a alma não é pequena.
berei porque é que nunca se investiu verdadeiQuem quere passar além do Bojador
ramente na classe mais acessível do programa
Tem que passar além da dor.
Olímpico, que é também a mais rápida e sem
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
sombra de dúvida das mais espetaculares. ApeMas nele é que espelhou o céu.”
nas na Madeira, e porque dois clubes investiram
recursos financeiros e humanos nesta classe, a
Como é feita a preparação para as com- prancha à vela continua a ter forte representatipetições?
vidade, como o atestam as sucessivas represen-
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
35
Entrevista
João Rodrigues
Neste número da Outdoor estivemos à conversa com João Rodrigues. Com um currículo
fantástico, o velejador contou-nos alguns
segredos e deixou-nos com imensa vontade de
velejar... Uma entrevista a não perder!
Entrevista
alto da sua carreira?
Corrijo: o recorde nunca foi homolgado pelo
Guiness Book of records. Aparentemente, não
cabia em nenhuma categoria. Não foi o ponto
mais alto. Não tenho por norma classificar iniciativas deste género de pontos altos, da mesma
forma que os insucessos que fui somando não
foram adjetivados de pontos baixos. São faces da
mesma moeda, que não é mais, repito, uma forma de vida com significado.
Reconheço que foi um marco interessante da
minha carreira desportiva, e que era inevitável
que um dia viesse a ocorrer. A prancha à vela
desde cedo fascinou-me também pela autonomia que concedia a quem se aventurasse a explorá-la. Se aos 10 anos, fazer a travessia desde
o Clube Naval do Funchal até ao ilhéu do Lido,
numa distância de meia milha talvez, foi uma
aventura inesquecível, o certo é que abriu caminho a outras odisseias. Depois de percorrer toda
a costa das ilhas da Madeira e do Porto Santo,
olhei para o horizonte e o que vi: as Desertas.
Depois, naturalmente surgiu a travessia Porto Santo Madeira. E finalmente, faltava ligar a
Madeira às Selvagens. Essa oportunidade surgiu
por ocasião da celebração dos 40 anos de elevação destas ilhas a reserva natural, a primeira
em Portugal. Por coincidência, também nesse
ano, celebrei a passagem aos “entas”, pelo que
se uniu o útil ao agradável! Numa organização do Parque Natural da Madeira,
a mesma realizou-se num bonito
“De cada
tempo de dez horas, o que me
vez que penso
permitiu chegar ao meu destino, a Selvagem Grande, a
nisso, não posso
tempo do chá das cinco!
deixar de sorrir ao
lembrar-me da expe- Alcançou também um
tações Olímpicas, as recentes presenças em campeonatos do mundo
feito inédito ao garanriência que foi pare da Europa, quer em juniores, quer
tir a sexta presença nos
ticipar nos JO
em séniores, com destaque para o reJogos Olímpicos de Verão
(...)”
cente título de vice-campeão do mundo
em Londres2012. Qual é a
masters de um velejador madeirense.
Conta com 22 Medalhas de Ouro, 16 Medalhas de Prata e 13 Medalhas de Bronze.
Qual é o segredo do sucesso?
Não há absolutamente nenhum segredo. Há,
isso sim, 31 anos de dedicação a uma modalidade... e sensivelmente umas 15000 horas em
cima de uma prancha...
Entrou para o guiness ao ser o primeiro
velejador a fazer a travessia em prancha à vela entre a ilha da Madeira e as
ilhas Selvagens. Este foi o ponto mais
36
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
sensação de reforçar mais
um lugar na história do desporto português?
De cada vez que penso nisso, não posso deixar
de sorrir ao lembrar-me da experiência que foi
participar nos JO de Barcelona 92, de como isso
mudou a minha vida e de como pensei que dificilmente poderia repeti-la.
Depois disso, vieram mais 5 ciclos Olímpicos,
todos eles distintos, todos eles profundamente
marcantes. Mas em nenhum momento fiz da
marca “seis JO” uma referência ou um objetivo.
Simplesmente aconteceu. Na verdade, não penso muito nisso.
Com um percurso recheado de sucessos,
o que lhe falta alcançar a nível profissional?
“O futuro pertence aqueles que acreditam na
beleza dos seus sonhos” Eleanor Roosevelt.
Quais são as maiores dificuldades para
os iniciantes na modalidade?
Hoje em dia, nenhumas! Qualquer que seja o
nível, fisionomia, equilíbrio, idade, é possível
aprender a velejar numa prancha à vela num espaço de horas, desde que estejam reunidas três
condições essenciais: vento e mar calmos, material adequado à pessoa em questão, um bom
instrutor. ø
Sabe mais sobre o João Rodrigues em
Facebook
Perfil
João rodrigues
O velejador João Rodrigues, atleta português com mais presenças em edições
dos Jogos Olímpicos, é um dos embaixadores do evento. O atleta, natural da
Madeira, fez história no dia 16 de Junho
de 2011 ao tornar-se no primeiro velejador de prancha à vela a fazer a travessia entre a ilha da Madeira e as Ilhas
Selvagens - 160 milhas durante 12 horas
- jamais conseguida em prancha à vela
(windsurf) numa só etapa. A iniciativa
integrou o programa das comemorações do 40.º aniversário da criação da
Reserva Natural das Ilhas Selvagens, a
primeira reserva natural de Portugal.
Por coincidência, João Rodrigues também completou 40 anos a 2 de Novembro de 2011. João Rodrigues, Campeão e
Vice-Campeão do Mundo de Windsurf
(Prancha à Vela), em 1995 e 2008, tetra-campeão Europeu, conta com mais de
120 internacionalizações e 51 medalhas
conquistadas em competições internacionais – 22 de Ouro, 16 de Prata e 13 de
Bronze.
OUTDOOR Julho_Agosto 2012
37
Entrevista
João Rodrigues
Escreveu o livro “Crónicas de um velejador”. Como surgiu este projeto?
Surgiu da necessidade de partilhar com familiares e amigos aquilo que estava a viver e que
saia, de certa forma, do padrão normal. Não
era para ser um livro. Começou aliás por um
parágrafo a dar conta de que tinha chegado a
Qingdao, no sul da China, no verão de 2007. Mas
depois embalei e quando dei por mim, tinha material para um livro, que foi o derradeiro lançamento literário inserido nas comemorações dos
500 anos de elevação da cidade do Funchal, a 30
de Dezembro de 2008. É possível que venha a
publicar um segundo volume destas crónicas...
afinal, passaram-se mais quatro anos.
Por Terra
pedais de xisto
38
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por Terra
Pedais de Xisto
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
39
Por Terra
E
se de repente tudo parasse no tempo? de traçar uma Grande Rota pedestre e de BTT
A BTT é a máquina do tempo ao per- unindo todas as Aldeias do Xisto (GRAX) é ancorrer a Grande Rota das Aldeias do tigo mas só agora dá os primeiros passos com
os primeiros grupos a “arriscarem”
Xisto, uma nova travessia em
um travessia especialmente em
BTT possível de realizar
BTT. A ADXTUR- Agência para
em diferentes formatos e nível de
“(...)
o Desenvolvimento Turístico
dificuldade consoante o número
uma nova
das Aldeias do Xisto é quem
de dias escolhido para duração
travessia em BTT
promove o projeto, dinamida aventura. Percorre aldeias
zando uma parceira entre
preservadas, praias fluviais,
possível de realizar
todos os Municípios envolcumeadas e vales de serras
em diferentes formatos e
vidos e agentes privados
dominadas pelo Xisto, com
nível de dificuldade con(alojamentos, restaurantes,
paisagens de cortar a respisoante o número de dias
empresas de animação) de
ração e encontros imediatos
modo a tornar a GRAX uma
com veados selvagens, que
de escolhido para durealidade.
nos transportam para outros
ração da aventempos e paragens.
tura.”
O desafio
Atualmente, é possível fazer já
GRAX
parte desta travessia com recurso a
A rede de Aldeias do Xisto conta presentemente com 27 Aldeias situadas no Pinhal In- GPS, unindo 18 Aldeias do Xisto, num total de
terior, uma zona que se pode delimitar grosso 239km, subindo um total de 10.500m de desmodo entre a Serra da Estrela e o Rio Tejo e nível acumulado (!) e descendo outro tanto, e
entre a Serra da Gardunha e a Serra do Sicó, voltando à mesma aldeia onde começamos. Não
atravessada pelo Rio Zêzere e onde as Serras é para qualquer um/a mas como é possível esda Lousã e do Açor são as rainhas. O projeto colher o número de dias que se leva para fazer a
40
Julho_Agosto 2012 OUTDOOR
Por Terra
Pedais de Xisto
travessia, dadas as várias opções de alojamento
(bem típico por sinal) existente, acaba por conseguir adequar-se o percurso à nossa capacidade ou nível de preparação.
A recompensa
Em, julho passado um grupo de 5 ciclistas
aceitou o desafio de fazer esta versão da travessia em 4 etapas, uma versão Ultra claro está,
com dias duros e um calor que contribuiu para
aumentar o desafio e para uns mergulhos saborosos nas praias fluviais por onde se passa.
No primeiro dia (64 km; +3267 m; -3059 m;
5-6h) deparamo-nos com “a parede”. Para quem
tem ganas de subir, a saída é mesmo da vila da
Lousã, onde se pode dormir de véspera, mas
para os mais poupados (de pernas, claro) um
início numa das Aldeias do Xisto Talasnal ou
Casal Novo ajuda a que a subida virtualmente
impossível de pedalar, um pouco mais à frente,
da Cerdeira até quase ao Trevim (ponto mais
alto da Serra da Lousã), se faça com mais fôlego.
Fazendo a travessia no sentido dos ponteiros do
relógio segue-se até ao Concelho de vizinho de
Góis e às Aldeias de Aigra Velha e Nova e Pena,
com desvio opcional a Comareira. Um pic-nic
à beira da Ribeira de Pena (Rede Natura 2000)
deixa-nos com forças para atacar a cumeada que
leva a Fajão, já na Pampilhosa da Serra. Aqui o
restaurante Pascoal nunca deixa mal ninguém,
onde após uma bela chanfana, acabamos a pernoitar na Cadeia (calma, é só uma residencial).
O segundo dia (54 km;+1962 m ;-2373 m;4-5h) reserva-nos um descida alucinante até ao
“Atualmente
é possível fazer
já parte desta travessia com recurso a
GPS, unindo 18 Aldeias do Xisto, num
total de 239km
(...)”
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
41
Por Terra
Zêzere, não sem antes passar pelo paredão da
Barragem de Santa Luzia onde chegamos por
um single track parte do Centro de BTT aqui recentemente inaugurado. Seguindo na margem
direita do Zêzere após os Janeiro de Cima
(Fundão) e de Baixo (Pampilhosa), cruzamos
o rio em Cambas e surge um belo empeno por
aí a cima recompensado com vistas magníficas
sobre os meandros do Zêzere e alguns dos Geo-Sítios do GeoParque Naturtejo, reconhecido
pela UNESCO. A passagem pela Aldeia do Xisto
de Alvaro (Oleiros) é assinalada com mais um
mergulho na piscina flutuante e para os realmente duros o dia ainda não acabou já que Vilar
dos Condes é o destino de eleição para uma
pernoita memorável nas casas de Turismo em
Espaço Rural aí existentes e pelos cozinhados e
mimos da Teresa (a dona).
O terceiro dia é longo e variado (78 km | +3264m
| -3275 m | 6-7h). Os profundos meandros do
Zêzere só nos deixam em paz em Pedrogão Pequeno (recomenda-se provar a sopa de peixe
local), onde do monte da Senhora da Confiança
quase que nos podíamos lançar de parapente em
direcção à ponte Filipina lá nos confins do Zêzere onde chegamos a voar, mas mais baixinho,
com a BTT por cima da calçada medieval. Deste
local de rara beleza e paz não temos alternativa
a não ser, subir por outra calçada (será para o
céu?) e após uma sucessão de aldeias chegamos
42
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
à Praia Fluvial da Aldeia do Xisto de MosteiroPedrogão Grande, uma das mais recentemente
classificadas. Uma bela tosta na esplanada do
restaurante típico e antigo lagar, mergulho para
refrescar e prontos para “tirar a pele ao rabo”
até às Fragas de São Simão, um dos ex-libris da
travessia. Um desfiladeiro em forma de praia
(ou será vice-versa?), cenário natural para uma
cena bucólica ou talvez não, já que os caracóis,
tremoços e imperiais do barzinho ao lado das
piscinas naturais poderão ser responsáveis por
acabar a etapa logo ali. Até porque mesmo ao
lado (que é como quem diz, a uma rampa de
distância) está o Casal de S.Simão (Figueiró dos
Vinhos), Aldeia de Xisto com restaurante onde é
possível pernoitar. Para os que rapam o osso até
ao fim, a Ultra etapa acaba na Ferraria de São
João, 10 quilómetrozinhos mais à frente, sempre
a subir é claro.
A quarta e última etapa (44km, +1999m ; -1729;
3-4h) desta versão Ultra da GRAX é, à boa maneira ciclo-turistica, de “consagração”. Mais
suave que as anteriores, permite chegar um
pouco mais cedo ao final (ótimo para quem viaja
para longe) ou... levantar mais tarde da cama.
Uma noite extra na Aldeia do Xisto da Ferraria
de S.João (Penela) também pode não ser mal
pensado pois aí existe o primeiro Centro de BTT
criado em Portugal, com 5 percursos circulares
que permitem descobrir ainda melhor a zona (e
Por Terra
Pedais de Xisto
um recentemente criado Fun Trail para miúdos
e graúdos se divertirem sem ir muito longe).
Mas voltando ao quarto percurso leva à passagem pelo São João do Deserto, praia fluvial da
Louçainha e a Aldeia do Xisto de Gondramaz, já
depois de sair de Penela e entrar em Miranda
do Corvo. Gondramaz, marca pela beleza da aldeia, onde não faltam curiosidades como formas
fálicas aninhadas nas paredes e muros de xisto
das casas (onde está o wally?) que deixam intrigados quem não resiste em as tocar ou observar.
Esta é uma etapa fresca, com sombras, e com
muitas probabilidades de encontros imediatos
com uma das espécies de Veado ou Corço que
vagueiam pela Serra da Lousã, mas atenção, pois
a distração pode ser a queda ou colisão frontal
do artista com consequências nem sempre agradáveis (ainda há pouco tempo aconteceu...).
Bem mais agradável é a descida final até à Lousã
para quem lá iniciou a volta à 4 dias (ou mais),
já que essa encosta final é onde se encontram
alguns dos melhores trilhos de free-ride e downhill do País. Qual usar? É só perguntar a um
dos loucos voadores que por ali descem quase
todos os dias, fazendo da Lousã uma das mecas
do BTT de Portugal. ø
Em resumo
GRAX- Grande Rota das Aldeias do Xisto em BTTversão Ultra em 4 etapas
Aldeias do Xisto visitadas: Casal Novo, Talasnal, Chiqueiro, Vaqueirinho, Cerdeira, Aigra Velha, Aigra Nova, Comareira, Pena, Fajão, Janeiro de
Cima, Janeiro de Baixo, Alvaro, Pedrogão Pequeno, Mosteiro, Casal de S.Simão, Ferraria de
São João, Gondramaz.
Praias Fluviais visitadas: Janeiro de Cima, Janeiro de
Baixo, Cambas, Alvaro, Mosteiro, Ana de Aviz,
Fragas de São Simão, Louçainha.
Tracks de GPS, viatura de apoio e marcação de
alojamentos: A2Z-Adventures.com (desde 390€)
Dormidas para as 4 etapas: Fajão, Vilar dos
Condes, Ferraria de São João.
Outras dormidas possíveis: Lousã, Talasnal, Candal,
Comareira, Pena, Janeiro de Cima, Alvaro, Pedrogão Pequeno, Mosteiro, Casal de S.Simão,
Gondramaz.
Rede de alojamentos especializados em receber ciclistas - www.bikotels.com
Mais informações sobre alojamentos e restaurantes
e informação turística- www.aldeiasdoxisto.pt
Pedro Pedrosa
www.A2Z-Adventures.com
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
43
Por Terra
 Evento
ultra trail
aldeias do xisto
O
AXtrail®series 2012 traz pela primeira vez um Ultra Trail às Aldeias
do Xisto (UTAX). A prova que encerrará o circuito promete 82 km
de puro trail, com desníveis generosos, single tracks espetaculares, e aquelas paisagens a que a Serra da Lousã e as Aldeias do
Xisto já nos habituaram.
Já realizadas as duas primeiras séries do circuito
AXtrail series® 2012, a #03 e última série terá lugar a 10 de novembro na Lousã e será composta
por duas provas distintas: o UTAX com 82km de
44
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
distância, e o Trail da Lousã com apenas 30km
mas igualmente interessante e desafiador. Ambos os percursos garantem a passagem por várias Aldeias do Xisto e por trilhos de grande tecnicidade e beleza! O UTAX será a prova rainha
do circuito deste ano e, para além de um percurso notável com 5000 m de desnível e um tempo
limite de 20 horas, terá a mais valia de ser uma
das provas qualificativas para o UTMB 2013 com
3 pontos atribuídos (dos 7 necessários para ir a
sorteio).
Para além da grande dureza física, esta prova
Por Terra
Axtrail 2012
Fotos: Sérgio Azenha
promete marcar a diferença pelo território pontuado pelas Aldeias do Xisto, repletas de escadarias e recantos, ribeiras, pontes e aromas que
fazem lembrar os tempos dos nossos avós.
A menos de dois meses da data da prova, a organização já conta com cerca de 100 inscritos para
o Trail da Lousã e mais de 130 para o UTAX, e as
inscrições continuam abertas!
sã, e com treinos um pouco por toda esta serra. Trata-se de dois dias exclusivamente dedicados à modalidade, com a presença garantida
de alguns dos melhores atletas nacionais e internacionais e cujo objetivo é proporcionar aos
presentes workshops técnicos de trail running,
promover a troca de experiências e o convívio
entre atletas. ø
Trail Running Camp
Outra novidade do circuito deste ano é a realização de um Trail Running Camp no fim d semana
de 27 e 28 de outubro, também na Vila da Lou-
O programa será divulgado brevemente em
www.axtrail.com.
Axtrail 2012
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
45
Por Água
 Atividade
vela
46
Maio_Junho 2012 OUTDOOR
OUTDOOR Maio_Junho 2012
Fotos: Aporvela
47
Por Água
Vela
Por Água
Portugal um País de Marinheiros…
a VELA atual
A
história da navegação de recreio em
Portugal remonta ao século XIX, altura em que chegaram ao país os
primeiros modelos fabricados pelo
mundo fora. O nome do primeiro
clube náutico português começou por ser Real
Associação Naval e foi fundado por D. Pedro V,
que encabeçava a lista de assinaturas, seguido
de D. Luís.
Afinal, era preciso «Animar a construção e promover o divertimento de regatas em Portugal…»,
como ainda hoje se pode ler nos velhos Estatutos que datam de 1855. Entretanto, D. Maria II
começou também a dirigir os seus interesses
para o «Divertimento de Regatas», bem como o
Conde de Alcáçovas, que escolheu Paço d’Arcos
para os festivais náuticos. Era vulgar ver D. Luís
embarcado no navio de guerra Conde de Tojal a
acompanhar as provas disputadas muitas vezes
entre a Marinha Real Portuguesa e tripulações
inglesas de navios fundeados nas nossas águas.
A Associação Naval de Lisboa – designação atual
– é o clube náutico mais antigo da Península
Ibérica. Encontra-se instalada nos velhos edifícios da Grande Exposição do Mundo, junto às
margens do Tejo, e continua a manter um calendário muito preenchido, funcionando um pouco
como o grande motor da vela na capital.
Ao longo dos tempos foi formando jovens na
arte de bem velejar. Adquiriu barcos-escola,
promoveu cursos e contratou monitores proporcionando a qualquer associado a aquisição
de conhecimentos náuticos mais complexos,
nomeadamente através do Curso de Patrão de
48
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Costa e de Motor.
Este é apenas um exemplo, o primeiro em Portugal. Pelo país foram aparecendo outros clubes
náuticos que, com melhores ou piores instalações, com mais ou menos dinheiro, se dedicam
de alma e coração à prática e à divulgação do
desporto de vela. Nas suas fileiras estão normalmente ex-velejadores que tudo fazem para que
cada vez haja mais velas nos planos de água nacionais.
Na primeira metade do século XX, velejadores
portugueses participavam já em competições
internacionais, alcançando lugares cimeiros, as
Olimpíadas de 1948, 1952 e 1960 proporcionaram anos de glória à vela nacional.
Após um período de estagnação, que correspondeu à década de 70 e às suas convulsões políticas, deu-se o ressurgimento: foram criadas e
dinamizadas muitas escolas de vela, que iniciam
os jovens na modalidade e dão continuidade às
aspirações de todos os amantes do mar, independentemente da idade ou condição social. A
modalidade regista um índice de crescimento
fora do comum e uma grande implementação
junto dos mais novos.
As diversas classes de vela encontram-se atualmente espalhadas por pequenos e grandes clubes. Umas foram vedetas nos anos cinquenta,
sendo hoje mantidas como barcos-escola (é o
caso das classes Vaurien e Snipe), outras, mais
recentes, foram introduzidas em resultado da
divulgação internacional (420, Laser e 470) e
outras ainda são as estrelas da modalidade (Star
e Sharpie).
Num país com grandes tradições ligadas ao mar,
São barcos de uma só vela e de um só velejador,
feitos de madeira ou de fibra. Houve quem dissesse um dia que estas embarcações “parecem
caixotes de madeira que andam para trás quando passa um petroleiro”.
Da fase de iniciação fazem parte aulas teóricas
e práticas, aprendendo-se, nomeadamente, a fazer nós e a conhecer as correntes e os ventos.
Dentro do Optimist, o velejador tem que saber
lidar com os numerosos cabos, o patilhão móvel, o vertedor de água, para além da vela e do
leme. Tudo está previsto para o contacto com a
água, desde a utilização obrigatória do colete à
existência de fatos secos, de botas e do indispensável chapéu ou boné, não vá o Sol fazer das
suas…
Normalmente, o jovem velejador vê o
clube ser selecionado pelo pai e,
depois de tratadas as burocracias, começa o contacto com
“Normalmente,
outros aprendizes. Poupo a
o jovem velejador
pouco tem-se noção que
os receios são comuns.
vê o clube ser selecioFace a isto, os monitores
nado pelo pai e, depois
têm um papel importante
de tratadas as burocrano apoio aos velejadores.
GUSTAVO LIMA
Estes são, habitualmente,
cias, começa o contacto
Gustavo Lima é, sem dúvida,
velejadores de outras clasum vencedor nato, para quem
com outros aprendises que já passaram por sisem
vitórias a vida tem menos
zes. (...)”
tuações idênticas e, por isso,
sentido.
compreendem os receios dos
Ambicioso, determinado e lutador,
aprendizes e nutrem por eles um
percebeu que o seu futuro poderia pascarinho especial.
sar pela vela de competição e, por isso mesmo,
Como em todas as classes, passada esta fase de
optou por interromper os estudos, no 11.º ano, e
iniciação, os míni-velejadores vão fazer carreira
dedicar-se a tempo inteiro ao seu sonho. O propara os campeonatos regionais, nacionais, eurofissionalismo proporcionou-lhe muitas alegrias:
peus e mundiais.
festejou um Campeonato da Europa (1994) e um
Campeonato Mundial de Laser Radial, em 1998.
Histórias de campeões
Portugal conta nas suas fileiras com vários noDUARTE BELLO E MÁRIO QUINA
mes ligados à vela. João Rodrigues e Gustavo
Duarte Bello conquistou a medalha de prata nos
Lima são dos mais recentes mas o olímpico
Jogos Olímpicos de Londres em 1948. Como triMário Quina e o comandante da Caravela Vera
pulante tinha o irmão Fernando e utilizaram um
Cruz, João Lúcio, são velejadores que todos coSwallow. Foi a primeira vez, no que diz respeito
nhecem.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
49
Por Água
Vela
a prática da Vela encontra-se hoje largamente JOÃO RODRIGUES
divulgada e em plena expansão.
João Rodrigues é hoje o atleta português com
mais participações olímpicas. Este ano, em LonOptimist leva os primeiros aventureiros dres, cumpriu a sexta presença nas olimpíadas.
para o Mar
O madeirense de 40 anos representou o nosso
Os Optimist constituem a primeira aproximação país na classe RS:X.
à modalidade, destinando-se a aprendizes de velejador entre os oito e os 15 anos. Durante muito
tempo foi a única classe de iniciação à vela para
jovens a partir dos oito anos.
Por Água
à vela, que houve um resultado de tão grande
envergadora para Portugal.
A história, a bem das cores nacionais, voltou a
repetir-se passados 12 anos. Nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, Mário Quina subiu ao pódio com o irmão, José, para receber a medalha
de prata da classe Star. Também em Atlanta Portugal subiu ao pódio com Hugo Rocha e Nuno
Barreto na classe 470 para receber a medalha
de bronze.
JOÃO LÚCIO
Falar com João Lúcio significa adquirir muitos
conhecimentos náuticos, ouvir muitas histórias
ligadas ao Mar, ficar a conhecer países que quase não conseguimos encontrar no mapa e começar a olhar para dentro das pessoas de uma
forma diferente.
te a Sul do país, mostrando aos jovens como se
vivia a bordo das caravelas quinhentistas.
Outras classes surgiram entretanto, mais competitivas e com uma postura mais radical como
é o caso da 49er em que os velejadores cumprem as regatas quase sempre com um dos flutuadores fora de água.
Para que o público pudesse assistir mais de perto à competição náutica e para que fosse mais
fácil perceber o que estava a acontecer nos Jogos Olímpicos de Barcelona estreou-se o Match
Racing, regatas de cerca de 20 minutos, com um
percurso de vai e vem, montado junto a terra,
em sistema de round robin (todos contra todos)
e em que competem duas embarcações totalmente iguais, sendo vencedor o que primeiro
cortar a linha de chegada.
Com o aparecimento de novas marinas
João Lúcio já viajou um pouco por
e portos de abrigo ao longo da costa
todo o mundo, conhece bem muiportuguesa a vela de cruzeiro temtas terras banhadas pelos oceaOutras classes
-se desenvolvido em grande escala
nos e consegue descobrir um
enchendo de velas os muitos plalado positivo em tudo o que
surgiram entrenos de água nacionais e animanacontece a bordo. Hoje é o
tanto, mais comdo o excelente campo de regatas
comandante da Caravela
petitivas e com uma
que a costa portuguesa tem. ø
Vera Cruz, propriedade da
postura mais radical
APORVELA, e uma das ativiAna Lima
dades a que se tem dedicado
como é o caso da
é à divulgação da vela, de Nor-
49er (...)
50
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
DESCOBRE A
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Por água
 Evento
foram assim as the tall
ships races 2012 liSBOA
por todos. Os tripulantes que chegaram à capital
portuguesa puderam envolver-se na vida local.
“Lisboa recebeu de uma forma fantástica as “The
Tall Ships Races”. Este espaço é único, um gigantesco cais aos pés da cidade de Lisboa, uma vista
deslumbrante e a capacidade de misturar os muitos tripulantes com a vida na cidade. A organização
está de parabéns, tudo correu muito bem desde a
forma como todos fomos recebidos até aos muitos
apoios sempre necessários a quem chega do mar.
Uma palavra também para os jornalistas portugueses que abraçaram os «Tall Ships» e divulgaram junto do grande público todas as atividades”,
aponta Robin Snouck-Hurgrove, chairman da STI.
Entre os muitos veleiros presentes na Grande Regata contam-se wseis navios portugueses: Navio-Escola Sagres, Creoula, Santa Maria Manuela, Caravela Vera Cruz, Vela Náutica II e Veloce.
Oficiais de ligação consideram-se “felizardos”
Os oficiais de ligação foram parte integrante do
evento com a clara missão de estabelecer a comunicação entre a tripulação e o pessoal de terra. Vera
Costa, 20 anos, foi a oficial de ligação do Rupel,
um veleiro belga da classe B. Inscreveu-se nesta
edição das “The Tall Ships Races” para ganhar experiência e se divertir. “Adorei a experiência, os
belgas foram muito simpáticos e entendemo-nos
“Foi um
evento fantástico. Tivemos milhares de visitantes de
todas as idades
(...)”
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
53
Por água
The Tall Ships Races
A
passagem das “The Tall Ships Races
2012” por Lisboa foi um verdadeiro sucesso. Ao longo de quatro dias – entre
19 e 22 de julho – foram quase meia
centena de veleiros que deram vida ao
Cais de Santa Apolónia e que pintaram Alfama de
forma diferente.
Os visitantes contaram-se às centenas de milhares
e o grande objetivo da APORVELA, entidade organizadora do certame em Portugal em parceria com
a Sail Training International (STI), foi alcançado.
Para além de puxar o público para o Mar, a Associação Portuguesa de Treino de Vela conseguiu
embarcar 220 jovens nos vários veleiros participantes na Grande Regata.
“Foi um evento fantástico. Tivemos milhares de
visitantes de todas as idades desde os mais jovens
das escolinhas até aos mais velhos. O recinto esteve sempre cheio com pessoas que queriam visitar
os veleiros. Além disso havia muita animação em
terra com várias atividades, o que permitiu que famílias inteiras passassem um fim de semana diferente junto ao mar”, conta António Lobato. O presidente da APORVELA quer continuar a apostar em
trazer jovens para o Mar e afirma que “esta regata
é sem dúvida um bom ponto de partida”.
Os 49 veleiros acostaram num dos melhores portos
do mundo. A excelência em termos de condições e
localização do Cais de Santa Apolónia é destacada
Por água
“Trainees” elogiam aventura no Mar
As “The Tall Ships Races” têm como objetivo levar
para os oceanos jovens de todo o mundo e transmitir o máximo de informação sobre a melhor forma
de estar e usufruir do mar. Em pleno oceano os
jovens são postos à prova num sistema de quartos
(4 horas) em que as tarefas podem ser ir ao leme,
ficar na vigia, faina geral de mastros, trabalhar na
“gallery” (cozinha), ou baldear o convés entre outros.
De Saint-Malo vieram centenas de jovens que contaram as suas peripécias. João Baptista, 18 anos, de
Lisboa, aluno do 12.º ano, navegou no Bark Europa
e soube pela APORVELA da oportunidade: “Espetacular, apesar de não ser a primeira vez. A bordo
utilizávamos vocabulário alemão e isso foi o mais
difícil”, conta.
Heinrich Teschemacher de 23 anos, um jovem alemão de Niedersachsen, frequenta a escola náutica
e declarou que na primeira perna da regata estava
“muito vento, mas que, em termos gerais, foi
ótimo”. Teschemacher garante mesmo
que “dentro de dois anos” vai iniciar-se
“As “The
como profissional na Marinha MerTall Ships
cante”. ø
Races” têm como
objetivo levar para
os oceanos jovens
de todo o mundo
(...)”
muito bem. Gostaria muito de
voltar a participar numa futura edição”, conta a estudante de
Engenharia do Ambiente que escolheu este cargo por considerá-lo o
mais interessante e o que permite um
maior contacto com diferentes culturas.
José Carvalheira, 23 anos, frequenta o Curso de Piloto de Aviação e é estudante de Psicologia. Assim
que soube que a regata ia passar por Lisboa, fez
logo a sua inscrição para oficial de ligação. O praticante de vela foi responsável pela ligação com o
veleiro britânico Maybe: “Foi um trabalho recompensador. Gosto muito de trabalhar em equipa e
ver como estas funcionam. Interagi bastante com
as tripulações dos vários veleiros, este convívio foi
fantástico”, revela.
Marta Brito, estudante de Direito de 21 anos, ouviu falar do evento pela sua mãe que trabalha
num porto marítimo. “Além desta ligação ao mar
que tenho através da minha mãe também gostava
muito de me especializar em Direito Marítimo”. O
veleiro que lhe foi atribuído foi o polaco Kapitan
Borchard: “A tripulação foi muito simpática e até
tentaram ensinar-me polaco.O comandante até fez
questão de trocar uma caneta comigo, foi muito
giro”, destacou a jovem que considera o posto de
oficial de ligação como a melhor maneira de ter
contacto com as tripulações dos veleiros e com outras culturas.
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Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Ana Lima
Por Água
 Crónica
heróis do mar
E
u e os meus amigos encontrávamo-nos
sentados junto a uma das docas de Lisboa, à espera do Skipper. Iríamos ter
uma manhã de iniciação à navegação à
vela. Estávamos animados e falávamos
com movimentos largos de braços, escondendo algum nervosismo e ansiedade perante a perspetiva
de nos principiarmos na atividade dos nossos antepassados mais ilustres, personagens principais da
primeira Globalização económica.
Sentia na nuca os olhares atentos de visionários
como o Infante D. Henrique; de navegadores
como Vasco da Gama e Fernão de Magalhães, ou
Diogo Cão e Bartolomeu Dias; e de exploradores
como Roberto Ivens e Hermenegildo Capelo. Tínhamos a oportunidade de provar naquela manhã ventosa de Verão que, passados mais de quinhentos anos, ainda possuíamos aquela proteína
de ADN particular dos Portugueses que despoleta em nós a nostalgia pelos oceanos, a aventura
56
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
pela descoberta dos mares.
O nosso Skipper chegou com algum atraso. Algo
também típico português. Não foi devido às marés,
nem aos ventos, mas porque apanhou trânsito na
marginal. Vicissitudes da modernidade. Era um
homem novo, nem magro nem gordo. Tinha óculos escuros da moda, cabelo alourado, pele morena. Envergava um pólo cor de laranja, bermudas
lisas e sapatos de vela castanhos. Parecia uma fotocópia certificada de Skipper de alguma prova da
America’s Cup.
Depois das apresentações efetuadas e em jeito de
introdução, assegurou-nos que, em qualquer situação, aquele barco nunca se viraria. Ficámos a
olhar uns para os outros, surpreendidos. Mas ainda há barcos que se viram? Tínhamos algumas
dúvidas e receios, mas nunca nos passou pela cabeça que este barco poderia, numa eventualidade
remota, virar. As minhas dúvidas eram maiorita-
Esperámos junto ao barco (um Bénéteau 25, próprio para instrução e regatas) que o Skipper fizesse
os primeiros preparativos. Vimo-lo ir buscar umas
velas enroladas a outro barco e colocá-las no chão
do “nosso”. Depois de mais umas manobras e uns
movimentos indecifráveis, fez sinal para subirmos.
Uns com mais cuidado que outros, lá subimos e
sentámo-nos nos locais que nos indicou, três de
um lado e dois do outro, junto a ele. Ligou um pequeno motor fora de bordo e lá fomos devagarinho,
saindo da doca. A manhã estava solarenga e fresca.
O Sol iluminava tudo com uma luz forte, que favorecia e aumentava o tom das cores. As gaivotas faziam voos rasantes na marina por entre os inúmeros mastros, criando a dimensão sonora comum a
qualquer marina a todas as latitudes.
perspetiva nova para mim. Quando chego a Lisboa pela Ponte, a panorâmica é maior, mas de um
ângulo picado, orgulhoso. Dali do rio, o ângulo é
mais baixo, proporcionando uma vista, para mim,
mais pessoal, quase íntima. Eu e Lisboa, tu cá tu lá,
num olhar arregalado (pelo menos da minha parte), de espanto mudo perante a beleza luminosa da
minha cidade.
Por Água
Heróis do Mar
riamente do foro técnico e resumiam-se a uma
pergunta: como é que um Skipper e cinco pessoas
sem experiência em navegação à vela conseguem
manobrar um barco? A resposta surgiu à posteriori, de forma natural.
Assim que saímos da doca, o Skipper pediu à Clara
e à Marta para içarem a vela principal. Explicou-lhes como fazer e elas seguiram as instruções à
risca. Uma ficou junto ao mastro para ajudar a
colocar a bainha da vela na reentrância daquele, e a outra foi para a cabina içar a adriça. Após
um momento em que as duas não se conseguiam
coordenar, o que nos obrigou a andar em círculos para apanharmos o vento na posição correta,
elas lá conseguiram encontrar um modo de entendimento e a vela principal foi içada. Agora sim, o
batismo de vela começou. Mais tarde, foi a vez de o
Guilherme armar a bujarrona.
Navegávamos à bolina, em direção a Belém.
Durante uns minutos estive
“O
Perguntámos ao Skipper porque é que estiresponsável pelo leme.
nosso Skipbordo é à direita, e bombordo é à esquerEstava toda orgulhosa!
per chegou com
da. Com os pés descalços sobre o braço do
No entanto, o Skipper
leme, respondeu-nos que “bom-bordo”
achou melhor que
algum atraso. Algo
o devolvesse vistambém típico portuto não ter certeza
guês. Não foi devido às
de eu o conseguir
marés, nem aos ventos,
passar entre os dois
molhes; andava aos
mas porque apanhou
ziguezagues. É muito
trânsito na marcomplicado dirigir um
ginal. “
barco à vela. Se viro o
leme para a direita, o barco curva para a esquerda; se o
viro para a esquerda, o barco curva para a direita.
Eu sou canhota, mas um canhoto a querer dirigir
outro canhoto é demasiado confuso! Ali não havia
ondas, mas com o meu ziguezague, já me sentia
enjoada! Imaginei o olhar reprovador de Bartolomeu Dias, criticando a minha falta de jeito. Havia
de ser bonito ter-me a mim como piloto no Cabo
das Tormentas… Nunca chegaria a ser o Cabo da
Boa Esperança comigo como timoneira.
Saímos. Dentro daquele pequeno barco é que me
apercebi da enorme largura do rio Tejo. Nós ali,
pequeninos, vendo os cacilheiros na sua ida e vinda, a Ponte 25 de abril ao longe e o céu enorme
por cima de nós! O Skipper falou-nos das colinas
de Lisboa e da sua influência nos ventos e nas refregas e da importância da cor escura na superfície
da água para as identificar a tempo. Eu não prestei muita atenção àquela informação, pois estava
deliciada com a magnífica vista da cidade. É uma
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
57
Por Água
“Dentro daquele
pequeno barco é
que me apercebi da
enorme largura do rio
Tejo. Nós ali, pequeninos, vendo os cacilheiros na sua ida e
vinda, (...) “
é o lado esquerdo, porque na
altura da exploração da costa
africana, esta ficava (e continua a ficar, claro está) sempre do lado esquerdo, dando
orientação e segurança aos
marinheiros portugueses, à
medida que iam velejando mais
para Sul, desbravando o Atlântico.
Perante este meu desconhecimento,
imaginei que Diogo Cão elevava os braços ao céu, pedindo desculpas por tão ignorante
descendente.
Numa altura de mais vento, o Skipper mandou-nos
para estibordo, junto dele, para que contrabalançássemos o barco, que navegava inclinado com a
força do vento.
– Susana, dá-me esse cabo azul. – Pediu.
– Cabo? Qual cabo? – Eu não via nenhum cabo.
Nem azul, nem cor-de-rosa ou mesmo amarelo às
bolinhas.
– Dá-me esse cabo que está aos teus pés! – Repetiu.
Eu olhava para os meus pés, olhava para o Skipper e encolhia os ombros sem saber o que dizer.
Os meus companheiros de batismo olhavam em
silêncio ora para mim, ora para o Skipper, como se
estivessem a ver um jogo de ténis, com o mesmo
ar incrédulo que eu tinha. Eu queria ajudar o Skipper, participar o mais possível na lide do barco,
mas não via cabos azuis que pudesse lhe entregar.
Eu sei que sou míope, mas o barco não é muito
grande e os meus pés não conseguem afastar-se
muito de mim, mesmo que eu quisesse. Não via
58
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
cabo algum, só uma série de
cordas no fundo do barco, uma
delas, por coincidência, azul.
– Mas é isso mesmo! Isso não é
uma corda, é um cabo! – Gritou
o Skipper exasperado.
Não existem cordas na vela. Cordas são para alpinismo ou canyoning, por exemplo. As cordas possuem
elasticidade, para favorecer algum tipo de
amortecedor, quando uma pessoa escorrega e cai,
ou precisa de ser içada. Na vela, os cabos são rígidos, característica fundamental para fazer face à
força do vento e do mar. Mais uma vez, desiludi
os grandes navegadores portugueses de que me
orgulho tanto. Fechei os olhos e imaginei-os a abanarem a cabeça, de braços cruzados sobre o peito,
com ar reprovador.
O Bénéteau 25 velejava a grande velocidade, todo
inclinado, saltando nas ondas provocadas pelos
outros barcos que passeavam no Tejo. Era emocionante sentir o vento e os salpicos da água na cara e
nos braços. Tal como crianças excitadas, fazíamos
adeus aos outros velejadores que nos respondiam
divertidos. Pensariam de certeza que éramos novatos.
Após um momento de silêncio em que todos iam a
olhar para o perfil ondulado de Lisboa, o Skipper
gritou-nos “caça a vela!” e depois com ar autoritário “morde o cabo!”. O cabo já eu sabia o que era;
agora caçar a vela e morder o dito já não me fazia
grande sentido.
Nunca tinha visto o Padrão dos Descobrimentos, e
principalmente o Infante D. Henrique, de frente.
Deste lado é visível a forma de caravela (como é na
perspetiva lateral), mas também a forma de espada e/ou crucifixo. Muitos portugueses desconhecem que o Padrão foi desenhado e construído para
a Exposição do Mundo Português em 1940. A ideia
original para o Padrão era a de uma obra efémera
e foi erigido como tal em materiais mais perecíveis, tais como o gesso. Só no final da exposição é
que foi construído em pedra.
Por Água
Heróis do Mar
Caçar… Morder… De início não tinha essa noção,
mas agora a vela parecia-me ser um desporto muito violento. Depois da tradução de “marinheirês-português”, lá entendi o que o Skipper queria dizer e fiquei mais aliviada. Afinal a vela não é nada
violenta, e o facto de termos caçado a vela e mordido o cabo, fez com que velejássemos com mais
velocidade. A emoção aumentou, pois o barco ia
realmente bastante inclinado, com água a entrar
no bordo mais a baixo e connosco praticamente
em pé, a tentar contrabalançar com o nosso peso
o outro bordo. Sabia bem aquela vertigem da velocidade do vento impelido numa vela triangular,
salpicada com a água fresca no rosto. É muito diferente da habitual caminhada no campo e na serra.
Notei outra coisa interessante. O Centro Cultural
de Belém, ao contrário do que a maioria das pessoas dizem, não esconde ou ensombra o Mosteiro
dos Jerónimos. Aquela construção do século XX
começa no alinhamento do Museu de Marinha,
um pastiche construído no século XIX, que nasce junto ao final do Mosteiro. Uma coisa é certa,
a massa construtiva do Centro Cultural é grande;
tão grande (ou maior) como a massa do edifício da
Agência Europeia de Segurança Marítima, junto
ao Cais do Sodré. No entanto, o CCB permite que
as pessoas tomem contacto com o Tejo, coisa que a
Agência (parece-me que ainda) não faz.
A passagem por baixo da Ponte 25 de abril foi mais
um motivo de grande emoção e para gritarmos urras e vivas. O nosso Skipper sorria, olhando para
nós tal como um adulto condescendente a olhar
para crianças traquinas. As luzes vermelha cónica
e verde cilíndrica (ou era ao contrário?) na base
do pilar pareciam desligadas. Lá em cima, víamos
os carros passarem no tabuleiro metálico, rápidos,
ignorantes da nossa presença e excitação. O zumbido que faziam lembrava um enxame em constante movimento. Na outra margem, o Cristo Rei O Skipper retirou-me destes pensamentos, chamantinha-se de braços abertos a Lisboa, inexpres- mando-nos a atenção para a manobra que iríamos
sivo. Porquê terem feito uma réplica do Corcova- realizar a seguir: viragem de bordo. Pediu para
do? Porque não algo diferente desta vez?
mantermos as cabeças baixas e ter cuidado
Em vez de estar sempre de braços
com a retranca, ao passar para o outro
A
abertos sem nunca os apartar num
lado do barco. Meio atrapalhados, lá
abraço, porque não fazer uma
fomos agachados, procurando algo
passagem
representação de um abraço
onde nos equilibrar, normalmente
por baixo da
afectuoso?
um braço ou uma perna do batizado
Ponte 25 de abril
mais próximo e sentámo-nos, semfoi mais um motivo
Encolhi os ombros ao Cristo
pre de olho na retranca.
Rei. O barco seguia com velode grande emoção
cidade e eu estava feliz. Sentia
Voltámos a passar em frente ao Ine para gritarmos
o vento na cara e nos cabelos.
fante e do seu Padrão e, mais à frenurras e vivas.
As velas brancas todas enfunadas
faziam-me sonhar em aventuras
por paragens longínquas e exóticas.
Paragens com nomes que fazem sonhar
tipo Papua, Vanuatu ou Grenadines onde chegaria
num navio cheio de velas enfunadas e faria imensas caminhadas.
Naquele momento, o Mosteiro dos Jerónimos, o
Padrão dos Descobrimentos e o Centro Cultural de
Belém apareceram no nosso campo de visão. Mais
ao longe a Torre de Belém e ao fundo o Centro de
Coordenação e Controlo de Tráfego Marítimo do
Porto de Lisboa, desenhado por Gonçalo Byrne.
A perspetiva aqui também é novidade. Apesar da
altura e fealdade das torres do Restelo, a zona ribeirinha e histórica de Belém, mais bela e equilibrada, consegue sobrepor-se à primeira.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
59
Por Água
te, debaixo da ponte. Mais urras e vivas. Desviámo-nos dum cacilheiro fazendo um círculo mudando
de bordo novamente agachados e fomos navegando até à Praça do Comércio.
ca pode querer dizer que se está de sobreaviso,
que se está atento. E é realmente necessário no
exemplo da vela, pois em caso contrário podemos
ferir-nos na cabeça com um movimento rápido da
retranca devido ao vento.
Esta praça da Baixa Pombalina abre-se ao Tejo,
dando as boas vindas a todos aqueles privilegiados Rumámos novamente a Belém. Agora que já esque chegam de barco, podendo usufruir desta bela távamos familiarizados com os procedimentos do
vista de Lisboa. O Arco do Triunfo e as fachadas veleiro, o nosso Skipper fazia-o inclinar bastante,
amarelas dos edifícios ministeriais pareciam ainda caçando a vela de forma a ganhar mais velocidamais imponentes daquela perspetiva aquática. O de. Os batizados inclinavam-se para trás, ficando
quase como que em pé, devido ao ângulo do
Castelo de S. Jorge espreitava cá para baibarco. Sentíamo-nos como verdadeiros
xo, transmitindo uma sensação de se“Agoprofissionais, velejando sem medo,
gurança.
inclinados borda fora, como nas
ra percebo
regatas que se vêem na televisão.
Esta praça é muito sui generis
o fascínio que o
Voltámos a mudar de bordo e a
por duas razões. Primeira, porMar incute. Sentir
subir o Tejo, mas desta vez foque o objetivo original da sua
a vertigem pelo azul,
mos mais pelo centro do rio.
construção foi a instalação de
Durante toda a manhã velejácomerciantes nas arcadas da
pelo desconhecido,
mos entre o Terreiro do Paço e
praça, objetivo este que nunca
a partida e a proBelém. Pode saber a pouco para
foi alcançado nos anos seguintes.
messa de exotiso nosso Skipper ou para qualquer
Deste modo, optou-se por instalar
mo (...)”
outro velejador experimentado. Para
os ministérios da altura naqueles
nós, os cinco batizados nesta primeira
edifícios. Após o terramoto de 1755, o
experiência de vela, foi o suficiente para
Rei tinha saído do Paço e instalado a sua
ter despoletado naquela proteína particular do
comitiva na Real Barraca na Ajuda.
ADN Português a vontade de aprendermos mais,
A segunda razão prende-se com o facto de a es- ou pelo menos, de repetirmos a aventura.
tátua do rei D. José e do seu amado Gentil esta- Agora percebo o fascínio que o Mar incute. Sentir
rem de costas viradas a Lisboa. Para mim significa a vertigem pelo azul, pelo desconhecido, a partida
que para este rei era mais importante perscrutar e a promessa de exotismo que ela implica. Fiquei
os barcos carregados que subiam o Tejo chegando com vontade de partir. Partir para outro lugar…
das várias colónias, do que a sua própria cidade,
“Vou continuar a procurar
capital de um grande Império.
Mais uma vez o Skipper avisou-nos da mudança A minha forma, o meu lugar,
de bordo. Lá tivemos de baixar as cabeças, ficar de Porque até aqui eu só
olho na retranca e irmo-nos sentar do outro lado. Estou bem onde eu não estou…”
Agora já percebo porque é que se usa esta palavra
noutros contextos menos marítimos. É um exem- Eu sei, esta parte não é minha, é do António Variaplo vivo da origem de uma das muitas expressões ções. ø
Susana Muchacho
idiomáticas da língua portuguesa. Estar na retranGeosphera
60
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Fotografia
 Portfólio do mês — José Carlos Sousa
62
Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011
63
Parapente sobre o Portinho da Arrábida
Fotografia
Marisa e Inês a fazer bloco na praia da Coelha no
Algarve
Marisa a fazer bloco na praia de Albandeira no
Algarve
64
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
Anicha no Portinho da Arrábida
Tarde de nevoeiro na Peninha em Sintra
Praia da
Grota no Parque
Natural
OUTDOOR Março_Abril
2012
65
Sintra Cascais
Marisa a Escalar no sector “Condomínio” na Azoia
Fotografia
Quem é
o JOSÉ CARLOS SOUSA?
Nasci em 1966 e começo a escalar em 1982,
durante quase toda a minha vida tenho estado ligado à escalada nas suas várias vertentes e às atividades de aventura.
Em 1983 tirei um curso de Escalada em Rocha, em 1998 frequentei a Escola de Alta
Montanha de Benasque em Espanha. Desde
1989 que ministro Cursos de Escalada em Rocha e Cursos Profissionais ligados à segurança de trabalhos em altura e em 2000 para o
Instituto do Desporto fui coautor do primeiro
livro de manobras de corda e ministrei por
todo o país os primeiros cursos desta área.
Entre 2006 e 2008, fui também Seleccionador
Nacional de Escalada pela Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada.
Aprendi os primeiros conceitos de fotografia
em 1982 com um amigo e companheiro de
cordada, o José Maria Oliveira, que tinha
uma paixão pela fotografia e uma Canon Reflex analógica. Ele continua a fotografar e
conta já com várias publicações.
Entre 1987 e 1995, fiz viagens regulares a Espanha, Itália e França para escalar, onde fui
66
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
apurando o gosto pela fotografia, mas só em
1996 faço uma rock climbing trip aos Estados Unidos e adquiro a minha primeira máquina fotográfica: uma Olympus analógica.
Em 2000, fiz um upgrade para uma Sony
compacta digital e começo a fotografar com
mais regularidade.
Só começo a ter objectivos concretos quando adquiri a Nikon D3000 em 2010 e, após
ter lido o livro “Fotografia” do Joel Santos,
consigo os primeiros resultados que me
agradam, na minha área preferencial que é
paisagem.
A motivação aumenta com o reconhecimento, os prémios recebidos e com os pedidos de
publicação do meu trabalho.
O próximo objetivo, assim que fizer um novo
upgrade de máquina e lentes é organizar
uma Climbing/PhotographyTour à Nova Zelândia. ø
Galeria Flickr
Facebook
Fotografia
Portfólio
Árvore junto ao Penedo da Amizade em Sintra
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
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Fotografia
 Foto-Reportagem
NA ROTA DAS VINDIMAS
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Maio_Junho 2012 OUTDOOR
Fotografia
Foto-Reportagem
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011
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Fotografia
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Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Fotografia
Foto-Reportagem
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
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Fotografia
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Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Fotografia
Foto-Reportagem
provas no douro
vindimas no dão
A época de vindimas é sinónimo de muita
azáfama nas várias regiões vitivinícolas nacionais.
É o culminar de um ano de trabalho onde o
produto final é a imagem de marca.
O vinho!
Venha experimentar um programa sensorial, preparado para lhe despertar os 5
sentidos: os olhos cheios de cores quentes, os ouvidos embalados com cantigas, o
paladar estimulado pelas provas e o olfato
com os cheiros intensos dos mostos que
fermentam...
O programa realiza-se nos dias: 21/22;
28/29 setembro 5 e 6 outubro de 2012 com
um mínimo de 10 participantes. ø
Um programa: Oficina da Natureza
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
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Fotografia do mês
praia do porto santo
A Praia do Porto Santo foi eleita uma das 7 Maravilhas de Portugal, na categoria de praias de
dunas. Um paraíso aqui tão perto e por muitas
vezes desconhecido confirma o reconhecimento da qualidade excecional da praia, conhecida
desde sempre como o ex-libris da “Ilha Dourada”! É sem dúvida um destino de excelência a
não perder. ø
Foto de Aurélio Faria
Fotografia
Foto do Mês
S.O.S.
...
sobrevivência
a catastrofes
a vida em campo
76
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Na primeira parte deste artigo explicámos como
se deve preparar para uma catástrofe. Damos-lhe indicações do que fazer, para onde ir, como
ir, etc, na eventualidade de um dia vir a ser necessário. Se ainda não leu, comece por ler a primeira parte deste artigo na Revista Outdoor nº 6.
Assim sendo, vamos partir do princípio que realmente ocorreu uma catástrofe e o leitor já colocou em prática tudo o que aprendeu na 1ª parte.
Ao chegar ao seu destino, depois de montar o
acampamento, deve estar atento ao rádio AM/
FM que levou, para se dar conta do ponto de situação. Sendo assim temos duas situações possíveis: A primeira é a normalização geral da situação que lhe permite voltar a casa dentro das 72
horas para as quais tem alimento, água, e tudo o
resto que preparou. A segunda é se os tumultos,
a falta de condições sanitárias, de alimentos e de
água ou até de local para ficar ainda subsistem.
É sobre esta hipótese que nos vamos focar neste
artigo.
Em primeiro lugar, tem de dominar o choque
psicológico da situação: Não está perdido, mas
está sem alimentos e água potável e não se
pode deslocar aos locais a que está habituado a
obtê-los. Nesta situação tem de pensar que já é
um sobrevivente, porque se preparou e estará
melhor do que muitas pessoas feridas, doentes
e em pânico pelas cidades. Respire fundo, provavelmente estará um local bonito no meio da
natureza, e prossiga fazendo um plano para aí
continuar o tempo necessário. No entanto mesmo com o otimismo em alta, mantenha sempre
os pés bem assentes na terra e nunca se esqueça: A Natureza não se vai adaptar a si, você é que
terá de se adaptar a ela.
Se leu a primeira parte deste artigo, terá no seu
Bug Out Bag (BOB) o necessário para ter um
abrigo, bem como ferramentas para fazer fogo
com alguma facilidade. Se choveu e está tudo
molhado, pode ler o excelente artigo do Pedro
Alves no Blog da Escola do Mato, que o ensina
a fazer fogo nestas condições. Com as necessiOUTDOOR Setembro_Outubro 2012
77
S.O.S.
Sobrevivência a Catástrofes
C
omo ponto prévio gostaria de reforçar a ideia de que este artigo não é
uma formação. Apenas visa alertar
o leitor para as situações descritas
e dar-lhe algumas dicas que podem
ser bastante úteis, não sendo possível abordar
todas as questões nem todas as variáveis numa
situação deste género. Procure formação específica na área da sobrevivência e do bushcraft,
para adquirir as competências necessárias e saber como lidar com um cenário deste género.
S.O.S.
dades de abrigo e fogo resolvidas, passemos à
próxima prioridade.
ÁGUA
Em teoria e em média (depende de cada pessoa,
clima e estação do ano) o ser humano pode estar
sem ingerir água durante 3 dias. Idealmente estará numa zona com algum tipo de nascente, ribeiro, riacho, etc, e tem consigo pastilhas purificadoras. Se não sabe onde está ou não consegue
ver água à sua volta, saibam que existem árvores e plantas que indicam a sua existência (p.e.
o Salgueiro Chorão). Nas áreas com abundância
de água a vegetação tende a destacar-se, pois
é mais verde e de aspeto mais vivo. Também a
grande concentração de aves indica a presença
de água nas redondezas e os trilhos dos animais
na sua generalidade também se dirigem à mesma. Mas até as pastilhas purificadoras podem
acabar e será necessário filtrar e de seguida ferver a água que obteve (mesmo usando as pastilhas purificadoras deve filtrá-la previamente).
Não vamos falar de filtros naturais mais complexos, mas deve usar pelo menos um lenço ou
similar para decantar a água e seguidamente
fervê-la. Se estiver a chover, com um pouco de
imaginação terá este problema resolvido, pois
só tem de recolher água da chuva. No entanto
é bom filtrar e ferver esta água também. Existe
o mito que a água da chuva é puro H2O e não é
bem assim.
ALIMENTO
Mais uma vez dependendo de cada pessoa, um
ser humano pode estar até 3 semanas sem comer
se não tiver uma atividade física intensa. Numa
situação deste tipo podemos obter alimentos de
três maneiras: Peixe, crustáceos e afins através
da pesca, aves e pequenos mamíferos através da
caça e as várias partes das plantas através da re78
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
coleção.
Existem várias técnicas de pesca primitiva para
quem não tem as ferramentas adequadas, mas
não vamos abordá-las, porque o leitor se preparou e tem um kit mínimo de pesca. Falta-lhe o
isco, mas até aqui não é preciso inventar muito, porque afinal os peixes não mandam vir comer de fora, comem o que existe naquela zona.
Procure minhocas, larvas e insetos e tente a sua
sorte.
Em relação à caça, uma vez que em princípio não tem uma arma consigo, torna-se mais
complicado. Mas tempo não lhe falta e usando
a imaginação conseguirá capturar alguns animais. Não é do âmbito deste artigo dar formação
em armadilhas ou técnicas de caça, mas pode
pesquisar sobre este assunto e obterá algumas
boas ideias. Se for uma zona com coelhos, com
alguma insistência e uma grande quantidade de
laços feitos nos seus trilhos (normalmente identificados pelos seus excrementos característicos), mais cedo ou mais tarde acabará por apanhar um. Se não o souber preparar, por via das
dúvidas limpe todo o seu interior com cuidado e
coma apenas o restante. Tenha em atenção que
a caça fora das zonas autorizadas e com armadilhas é proibida, por isso utilize estes métodos
apenas em situações de emergência.
A recoleção pode parecer o método mais simples e rápido para obter alimento, mas é preciso ter alguns cuidados. Se os jardins de nossas
casas estão por vezes cheios de plantas tóxicas
sem nos apercebermos, imagine na natureza.
Existem várias partes comestíveis nas plantas,
mas vamo-nos centrar nos frutos, embora a sua
existência em abundância dependa muito da estação do ano em que nos encontramos. Existe
um mito que se pode comer tudo o que as aves
comem, mas não é bem assim. Alguns frutos
Para quem não está muito a par destas questões,
algumas espécies animais carregam uma fama
Formador Certificado
Instrutor de Bushcraft e Sobrevivência na Escola do Mato
www.luisvarela.org
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S.O.S.
Sobrevivência a Catástrofes
possuem componentes tóxicos para nós que não de potencialmente agressivos ou perigosos.
fazem efeito nas aves. Confie antes nos mamífe- Hoje em dia, a palavra certa é mesmo essa: poros: tudo o que os mamíferos comem pode, por tencialmente. A raposa está espalhada por todo
norma, ser ingerido de forma segura pelo ser o nosso país, mas não representa perigo pois
humano. No caso dos frutos, existe uma abrevia- é um animal tímido e pouco se aproxima dos
tura que deve decorar: PAL: Peludos, Amargos e humanos. O lobo-ibérico é por natureza mais
Leitosos (os brasileiros usam CAL, de Cabelu- agressivo, mas está praticamente em vias de exdo). Desconfie se existe uma destas caracterís- tinção. Poucos exemplares haverá em Portugal,
ticas, mas definitivamente não se alimente de sobretudo na zona da Serra da Estrela, Minho
nenhum fruto que as tenha todas. O amargo é e Trás-os-Montes, e não há registos nas últimas
comprovado apenas por colocar uma pequena décadas de lobos atacarem os seres humanos,
porção na sua boca, sem mastigar, nem engo- apenas o gado. Um encontro com um Lince Ibélir. Desconfie também de frutos de cores muito rico será ainda mais difícil, pois está confinado
vivas e cheiros doces ( p.e. cheiro a amêndoa), a algumas dezenas de indivíduos, apenas nas
ou de bagas de cores muito claras, normalmente serras algarvias.
brancas ou amareladas. Na dúvida cozinhe tudo, Apesar dos nomes sonantes dos animais descriporque existem plantas e frutos que são tóxicos tos anteriormente, que nos podem provocar alcrus, mas podem ser consumidos cozinhados. gum receio, provavelmente os maiores perigos
Evite completamente os cogumelos, pois exis- virão de coisas bem mais comuns: Mosquitos,
tem centenas de espécies venenosas e também
carraças, abelhas e vespas. Quase todos
porque são quase isentos de calorias
sabemos que os mosquitos podem
(100g têm entre 6 a 25 Kcal, depentransmitir doenças e que as suas
dendo da espécie). Não valem o
picadas por vezes infetam. NunEvite complerisco que corremos ao consumica se aproxime de ninhos de
tamente os cogu-los.
vespas ou de colmeias, pois o
melos, pois existem
ataque destes insetos em gruPOTENCIAIS PERIGOS
po pode ter consequências
centenas de espécies
Dos riscos com a flora já falágraves. As carraças também
venenosas e também
mos no parágrafo anterior, por
podem transmitir doenças,
porque são quase
isso nesta temática dos perigos
além de que as suas feridas
que pode enfrentar vamos aborinfetam com muita facilidaisentos de calorias
dar sobretudo a fauna. Em terde. Em relação aos ratos, a sua
(...)
mos de cobras, apenas temos três
urina causa Leptospirose, que é
espécies venenosas em Portugal: A
muitas vezes fatal e a sua mordeCobra Rateira, relativamente comum em
dura pode transmitir tétano, raiva e outodo o país, que embora agressiva dificilmente tras doenças.
conseguirá inocular veneno quando morde, pois
os seus colmilhos estão na retaguarda da boca. CONCLUSÂO
As duas restantes são víboras e essas sim mais Como já afirmei, este artigo tem como principal
perigosas, embora o veneno não seja suficiente objetivo alertar para a possibilidade de acontepara matar uma pessoa de boa saúde. São a Ví- ceram catástrofes e dos benefícios em estarmos
bora Cornuda, comum em todo o país e a Víbora preparados para elas. Ao ler ambas as partes
de Seoane, existente sobretudo no Gerês. Entre deste artigo, o leitor já tem vantagem sobre a
outras características, as víboras distinguem-se grande maioria da população, pois ficará com
pela sua cabeça triangular e pelas pupilas ver- as bases mínimas de conhecimento para atuar
perante situações deste tipo. No entanto, nunca
ticais.
Em termos de escorpiões, a única espécie exis- é demais salientar a importância da formação
tente em Portugal é o Lacrau, presente em todo nestas áreas. Escolha formadores ou escolas
o território nacional, com preferência por zonas credíveis e vai acabar por passar uns dias na namais rochosas e áridas. O seu veneno não é nor- tureza, onde certamente irá disfrutar da mesma
malmente fatal e ao contrário do que se julga e divertir-se bastante. Para além disso, e mais
são essencialmente noturnos. Estas serpentes e importante ainda, quem sabe não aprende uma
o lacrau são animais a evitar, pois apesar de o série de técnicas úteis que um dia lhe podem
seu veneno não ser fatal, implicaria uma ida ao salvar a vida, a si e à sua família. ø
hospital.
Luís Varela
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Sintra
Foto:CM
As “Pequenas Rotas de Sintra” são um novo
modo de conhecer o património do município,
dotado de excelentes recursos naturais particularmente propícios à pratica de atividades de ar
livre.
Sintra
5 pequenas rotas para descobrir
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Sintra
PR1— Percurso de Santa Maria:
O percurso inicia-se no Largo Rainha D. Amélia junto
ao Palácio Nacional de Sintra , no Centro Histórico.
Entre este Largo e o Turismo podemos iniciar a
subida pelas Escadinhas Félix Nunes seguindo depois à esquerda pela Rua da Ferraria. Um pouco
mais à frente, do lado esquerdo fica o Miradouro
da Ferraria que merece uma visita. Tomando a
Rua Marechal Saldanha, subimos até à Fonte da
Sabuga.
Da fonte, sobe-se a Calçada dos Clérigos, estando
lá no cimo a Igreja de Santa Maria.
Depois da passagem pela Igreja, iniciamos a descida pela Travessa de Sta Maria, até ao Largo Sousa
Brandão. Aqui, temos de atravessar a estrada (com
cuidado), tomar a Rua das Murtas e contornar o
Parque da Liberdade.
Pela extrema Norte do Parque, as Escadinhas das
Murtas conduzem-nos, na descida, até à Volta do
Duche
Para terminar, é só seguir a Volta do Duche até
ao Palácio da Vila, ponto de saída deste percurso,
podendo ainda refrescar-se com a água fresca da
Fonte Mourisca a meio caminho.
caracteristicas:
Extensão: 1,9 km;
Duração média do percurso: uma hora;
Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;
Pontos de passagem: Fonte da Sabuga, Igreja de Santa
Maria, Parque da Liberdade;
Dificuldade: Baixa, desnível pouco acentuado.
Mais Informações: CM Sintra
PR2— Percurso da pena:
O PERCURSO inicia-se no Largo do Palácio Nacional de Sintra, no Centro Histórico.
Subindo a Rua das Padarias, voltamos à esquerda
pelas escadinhas até alcançar a Rua da Ferraria.
Continuando a subir esta rua, um pouco mais à
frente, à esquerda, vale a pena ir até ao Miradouro da Ferraria, para depois continuar pelo asfalto
até à Fonte da Sabuga. Da fonte, sobe-se a Calçada
dos Clérigos estando lá no cimo a Igreja de Santa
Maria. O percurso continua pela Rua da Trindade,
onde merece destaque o Convento da Santíssima
Trindade, aproximamo-nos de São Pedro de Penaferrim. Seguindo agora pela Calçada da Penalva,
tomamos a Rua Visconde Faro e Oliveira e continuamos pela Rua do Rio da Bica até à fonte com o
mesmo nome (1875). Por um trilho, à direita, subimos até ao “Monte Sereno”, um castelo particular
que se encontra a meia encosta da Serra de Sintra.
O percurso continua a subir pela Calçada da Pena
até à entrada principal do Parque da Pena.
Passando a porta rotativa, o caminho serpenteia
por um misto de escadas e áreas planas. Sempre a
descer, encontramos as ruínas da primitiva Capela
de São, bem como a Álea Ferreira de Castro .
Já na Igreja de Santa Maria, o percurso repete-se,
seguindo pela Calçada dos Clérigos, passando a
Fonte da Sabuga, a Rua da Ferraria e descendo até
ao Largo do Palácio Nacional.
caracteristicas:
Extensão: 4.5 km;
Duração média do percurso: Duas horas e meia;
Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;
Pontos de passagem: Fonte da Sabuga, Igreja de Santa
Maria, São Pedro de Penaferrim, Castelo do Monte Sereno, Parque e Palácio da Pena, Castelo dos Mouros;
Dificuldade: Alta, desnível muito acentuado.
Mais Informações: CM Sintra
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PR3— Percurso do castelo:
caracteristicas:
Extensão: 4,7 km;
Duração média do percurso: Duas horas e meia;
Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;
Pontos de passagem: Largo de Ferreira de Castro, Castelo dos Mouros, Igreja de Santa Maria, Fonte da Sabuga;
Dificuldade: Alta, desnível muito acentuado.
Mais Informações: CM Sintra
O percurso inicia-se no Palácio Nacional de Sintra.
Subindo a Rua das Padarias, onde fica localizada a
Pastelaria Periquita, continuamos à esquerda pelas
escadinhas, até à Rua da Ferraria.
Aqui, seguimos a sinalética, virando à direita, até
ao Largo Ferreira de Castro - início da Rampa da
Pena. Subimos, passando alguns palacetes e chalets.
Continuando a subir pelo asfalto até ao cruzamento para Capuchos e Pé da Serra, voltamos à esquerda para a estrada empedrada.
O portão do Parque da Pena, também conhecido
por portão dos Lagos, é a próxima passagem, para
continuarmos a subir até à zona de entrada para o
Castelo dos Mouros.
Após a porta rotativa, e tomando a direção para o
Castelo dos Mouros, o caminho serpenteia por um
misto de escadas e zonas planas.
Sempre a descer encontramos as ruínas da primitiva Capela de São Pedro. Chegando à Igreja de Santa Maria, seguimos pela Calçada dos Clérigos até à
Fonte da Sabuga.
Continuando, a descer, viramos à direita para a
Rua da Ferraria e descemos as Escadinhas Félix
Nunes para regressar ao Largo do Palácio Nacional.
PR4— Percurso de seteais:
O largo do Palácio Nacional de Sintra é o local de
saída para este percurso.
Seguimos na direção do Posto de Turismo , passando a Torre do Relógio e a Igreja de São Martinho.
Tomando a estrada à esquerda, continuamos até
ao Largo Dr Carlos França.
caracteristicas:
Extensão: 3,5 km;
Duração média do percurso: uma hora e meia;
Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;
Pontos de passagem: Torre do Relógio, Igreja de São Martinho, Quinta da Regaleira, Palácio de Seteais, Rampa da Pena,
Fonte da Pipa;
Dificuldade: média, desnível muito acentuado.
Mais Informações: CM Sintra
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Passamos a Fonte dos Pisões e a Cascata com o
mesmo nome para continuarmos a caminhada, e
após percorrer cerca de 200m avistamos, à esquerda, a imponente Quinta da Regaleira .
Depois de contornar a Quinta da Regaleira, subimos a Rua Barbosa du Bocage, até ao Hotel Palácio
de Seteais que nos surge pela direita.
Continuamos o caminho pela Azinhaga do Vale dos
Anjos, que tem início mesmo em frente do portão
principal de Seteais.
Depois de uma subida algo sinuosa e serpenteada,
entramos na Rampa da Pena. Sendo este o ponto
mais alto deste percurso, iniciamos aqui a descida
pelo asfalto até ao Largo Ferreira de Castro.
Um pouco mais abaixo, descendo as escadinhas,
podemos refrescar-nos na Fonte da Pipa. Continuando a descer, chegamos ao ponto de partida, o
Largo Rainha D. Amélia.
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Sintra
PR5— Percurso dAS QUINTAS:
O largo do Palácio Nacional de Sintra é o local de
saída para este percurso.
Seguimos na direção do Posto de Turismo, passando a Torre do Relógio e a Igreja de São Martinho.
Tomando a estrada à esquerda, continuamos até
ao Largo Dr.Carlos França.
Seguindo em frente, passamos a Fonte dos Pisões
e a Cascata com o mesmo nome, até chegarmos à
imponente Quinta da Regaleira.
Do largo em frente à Quinta do Relógio, seguimos
pela Rua Trindade Coelho, que nos conduz a algumas das mais belas Quintas de Sintra como a Quinta do Castanheiro.
No final, deparamos com a Quinta dos Alfinetes, assinalando o percurso de ida e de regresso.
Voltando à esquerda encontramos mais abaixo a
Quinta da Cabeça e o início da calçada por onde
vamos descer.
Depois da Quinta da Ponte Redonda, ponto mais
longo do percurso, iniciamos o regresso até à Vila,
que depois de percorrer um pouco de asfalto, passar a curva e contracurva, entramos num trilho
conhecido como Mata do Carago devido à sua vegetação espontânea.
Novamente na Quinta da Cabeça, subimos até à
Quinta dos Alfinetes, para tomar a direção do Caminho dos Castanhais, onde encontramos a Quinta com o mesmo nome, seguindo-se a Quinta dos
Mouros.
Na Rua Fresca, subindo ao fundo as Escadinhas da
Pendôa, seguimos pela rua com o mesmo nome até
ao ponto de partida, o Largo do Palácio Nacional.
caracteristicas:
Extensão: 4,3 km;
Duração média do percurso: Duas horas;
Local de saída/chegada: Largo do Palácio da Vila;
Pontos de passagem: Torre do Relógio, Igreja de São
Martinho, Quinta da Regaleira, Quinta do Relógio, Quinta
do Castanheiro, Quinta dos Alfinetes, Quinta de D. Amélia,
Quinta dos Castanhais;
Dificuldade: Baixa, desnível pouco acentuado.
Mais Informações: CM Sintra
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Foto: Caminhos da Natureza
 Atividades Outdoor em Sintra
Escalada e rappel em sintra
A ação desenrola-se no famoso Penedo da
Amizade, por baixo do Castelo dos Mouros.
Por trilhos sinuosos alcançamos a base deste
fabuloso penedo, que nos oferece vistas únicas dos exóticos palácios de Sintra e de toda a
linha costeira para Norte.
Aqui, encontramos uma variedade de vias de
Rappel e Escalada que garantem diversão e
desafio para todos, independentemente do
seu grau de destreza ou experiência.
Foto: Equinócio
Dependendo das condições climatéricas e do
estado da rocha a atividade poderá ser realizada noutro local de escalada na Serra de
Sintra.
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Ficha Técnica
Dificuldade: Baixa - Iniciação (Rappel e Escalada)
Duração (Tempo de atividade): 3H00 - Rappel e Escalada
Idade aconselhada: Apartir dos 8 anos
Tipo de Percurso: Circular
Mais Informações: Equinócio
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Sintra
GPS PAPER
Traga a sua família e /ou amigos até ao Largo
da Feira de São Pedro em Sintra, para, a partir
daí, ser guiado por um GPS Outdoor que vos
levará a descobrir Sintra por outros caminhos.
Chegue até à porta do Castelo dos Mouros sem
esforços e aí o Alcaide Mouro entregar-lhe-á
a chave para uma conquista serena (ou será
que isto já aconteceu antes?) deste pedaço de
Património da Humanidade que é Sintra.
Siga o seu ”guia”, se ele o levar aos travesseiros de Sintra, delicie-se com essa maravilha e
regresse ao Espaço Muitaventura por um trilho romântico e cheio de atividades, segredos
e desafios.
Foto: Equinócio
Foto: Muitaventura
Ficha Técnica
Dificuldade: Baixa - Média
Duração: Cerca de 5h
Tipo de Percurso: Circular
Mais Informações: Muitaventura
AZÓIA, A OESTE DE SINTRA
Desta vez o Parque Natural Sintra Cascais
mostra-nos o seu lado Oeste, virado ao mar,
mais selvagem.
Vamos calcorrear os seus trilhos e de repente… a terra acaba! Surge o mar imenso, azul,
intenso. Quem esconde mais mistérios, a Serra de Sintra ou o Oceano Atlântico? Quem
chama com mais intensidade por nós, a serra
ou o mar?
Ficha Técnica
Dificuldade: Baixa - Média
Duração: Cerca de 5h
Km: 12,5 Km
Mais Informações: Geosphera
Foto: Geosphera
Vamos passar por algumas construções encarrapitadas em pontos altos e encontrar
verdadeiras vistas oceânicas de deslumbrar
qualquer um. Tudo isto, se a Serra o permitir.
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Descobrir
 Atividades Outdoor em Sintra
Saímos da Malveira em direção ao mar, passamos pelas Almoinhas Velhas e seguimos
rumo em direção a Biscaia, daqui observamos
a nossa majestosa costa e o vasto oceano, é
imponente e grandiosa esta vista.
Percorremos trilhos de pescadores ao longo
das arribas em direção a praia do Abano com
a praia do Guincho e o Cabo Raso sempre na
linha do horizonte. Vamos poder observar o
voo de inúmeras espécies que aqui habitam,
recordar um respirar profundo e libertador,
e sentir a liberdade que é podermos escolher
estar ali naquele momento único.
Ficha Técnica
Dificuldade: Baixa
Duração : Meio Dia
Tipo de Percurso: Circular
Mais Informações: Caminhos da Natureza
Foto: Caminhos da Natureza
Foto: Caminhos da Natureza
Caminhada na serra de sintra - arribas
rota dos antepassados - tour em buggy
Foto: Guincho Adventours
O desafio é conhecer um pouco da história
dos concelhos de Sintra e Cascais, através do
contacto com dois ancestrais monumentos: As
Ruínas Romanas (Casais Velhos) e o Convento dos Capuchos, seguindo uma viagem por
caminhos históricos e luxuriantes, em estreito contacto com a Natureza, num perímetro
classificado pela Unesco como Património
Mundial.
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Ficha Técnica
Dificuldade: Baixa - Iniciação
Duração : Meio dia
Tipo de Percurso: Circular
Mais Informações: Guincho Adventours
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Sintra
 Alojamento
Sintra Boutique Hotel
Um destino por si próprio com cativantes
vistas sobre a cidade velha e o Parque Natural de Sintra, o design moderno e estilo
contemporâneo português encontram a sua
ambiente natural no coração de Sintra.
O Sintra Boutique Hotel dispõe de 18 espaçosos quartos, todos os quais gozam de
vistas desinibidas sobre o pitoresco centro
da cidade e Parque Natural de Sintra. O seu
icónico restaurante é conhecido pela sua
cozinha portuguesa contemporânea baseada em produtos locais e o seu jardim bar
interior fazem a escolha perfeita para relaxar confortavelmente.
Central no rico património cultural, histórico e natural de Sintra, o Sintra Boutique Hotel serve como porta para as experiências
enriquecedoras de Sintra e Portugal como
visitas a palácios e museus, caminhadas na
natureza e divertimento sem fim nas praias
oceânicas.
Faça do Sintra Boutique Hotel a sua base
na descoberta da natureza e património de
Sintra, seguindo os percursos de aventura
recomendados que o levarão aos locais que
estão fora do mapa turístico, que lhe mostraram uma Sintra desconhecida.
O Serviço de Concierge estará ao dispor na
organização de tours TT, circuitos de trecking, montanhismo e de ciclismo.
O Sintra Boutique Hotel dispõe também de
cestos de pic-nic para que possa passar um
confortável dia fora em família, num dos
idílicos espaços verdes do Parque Natural
de sintra.
Sintra Boutique Hotel
Rua Visconde de Monserrate, nº 48
2710-591 Sintra - Portugal
Tel: + 351 219244177
Web: Sintraboutiquehotel.com
Email: Reservations@sintraboutiquehotel.
com
GPS : Lat: 38.796327 ; Long : -9.389572
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 Projeto
Projeto Rumo a Santiago
2012
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Rumo a Santiago 2012
Quando, em 2010, o primeiro Caminho de Santiago foi percorrido, com a travessia do Caminho
Central Português, ficou lançada a ideia para o
que se viria a tornar em 2011 o projeto Rumo a
Santiago. É então que, com a travessia em bicicleta dos 800 quilómetros do Caminho Francês
desde Saint Jean Pied de Port até Santiago de
Compostela, que nasce este projeto.
O propósito principal do projeto assenta na divulgação dos Caminhos de Santiago e na disponibilização de conteúdos e ferramentas para a
organização de travessias dos Caminhos em todas as vertentes (a pé, a cavalo ou em bicicleta),
com especial ênfase na vertente de ciclismo, em
www.rumoasantiago.com.
Os Caminhos de Santiago são rotas milenares de
peregrinação a Santiago de Compostela, onde
estão sepultados os restos mortais do apóstolo que deu o nome à cidade. Embora existam
imensas vias por toda a Europa, é na Península
Ibérica, em particular em Espanha, que a rede
de caminhos apresenta uma imensidão de diferentes alternativas.
O projeto Rumo a Santiago não estaria completo sem a sua faceta solidária. Uma vez que os
Caminhos de Santiago por si só já assumem um
carácter de bons valores, a união desse facto a
causas solidárias pareceu-nos natural. Por isso,
em 2011 o projeto Rumo a Santiago incluiu uma
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
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Descobrir
modesta campanha de divulgação da Associação
Acreditar no âmbito das suas atividades. O projeto teve uma nova edição em 2012, com a organização da travessia em bicicleta de um outro
Caminho de Santiago (a Via de la Plata), numa
viagem de 1000 quilómetros entre Sevilha e
Santiago de Compostela. Com a ambição de ajudar a Associação Acreditar de uma forma mais
substancial do que em 2011, foi também criada
uma campanha de sensibilização e de angariação de verbas para esta Associação. Esta campanha é designada por “Rumo a Santiago 2012 Mil quilómetros para Acreditar”, cujo objetivo é
doar 1000 euros à Associação Acreditar e esteve
em vigor até ao passado dia 5 de setembro em
www.rumoasantiago.com/apoiar.
A travessia em bicicleta da Via de la Plata foi realizada entre os dias 27 de julho e 10 de agosto
de 2012, num grupo de duas pessoas: Norberto
Henriques, docente de Engenharia Informática
no Instituto Politécnico de Leiria e investigador
na área de Sistemas de Transportes Inteligentes/mobilidade urbana, e Jorge Frazão, militar
de profissão, integrado numa equipa de engenharia.
A viagem foi distribuída por um total de 15 etapas, que nos permitiram usufruir de tudo o que
o Caminho tem para oferecer e documentar (na
medida do possível) os locais por onde passámos com fotografia e vídeo sem que as jornadas
diárias a pedalar se alongassem demasiado.
etapas
1ª Etapa: Sevilha – Almaden de la Plata – 69,45 km
2ª Etapa: Almaden de la Plata – Zafra – 79,38 km
3ª Etapa: Zafra – Merida – 63,43 km
4ª Etapa: Merida – Casar de Caceres – 84,94 km
5ª Etapa: Casar de Caceres – Galisteo – 61,31 km
6ª Etapa: Galisteo – La Calzada de Bejar – 72,46 km
7ª Etapa: La Calzada de Bejar – Salamanca – 72,29 km
8ª Etapa: Salamanca – Zamora – 66,66 km
9ª Etapa: Zamora – Santa Croya de Tera – 87,87 km
10ª Etapa:Santa Croya de Tera –Puebla de Sanabria– 71,14 km
11ª Etapa: Puebla de Sanabria – La Gudina – 55,36 km
12ª Etapa: La Gudina – Vilar de Barrio – 54,06 km
13ª Etapa: Vilar de Barrio – Cea – 58,47 km
14ª Etapa: Cea – Silleda – 46,97 km
15ª Etapa: Silleda – Santiago de Compostela – 44,31 km
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O alojamento no final de cada etapa foi garantido pela rede de albergues de peregrinos distribuídos ao longo do Caminho. Embora não
tenham grandes luxos, são alojamentos perfeitamente aceitáveis para este tipo de travessia e
asseguram um local com condições para tomar
um bom banho e descansar convenientemente
durante a noite.
A travessia decorreu sem percalços mecânicos
ou físicos. Para isso contribuíram vários dos
apoios logísticos com que contámos, desde o
treino acompanhado, a suplementação nutricional ou o comportamento e irrepreensíveis das
bicicletas que nos foram disponibilizadas.
Houve, contudo, algumas dificuldades a ultrapassar. Na fase inicial da viagem houve a necessidade de lidar com o imenso calor das regiões
da Andaluzia e Extremadura. As primeiras etapas corresponderam a um consumo diário de
cerca de 6 litros de água por cada elemento e
obrigavam a uma paragem de 3 horas no período de maior exposição solar. Para além disso, as regiões do interior oeste de Espanha têm
um relevo considerável, o que se traduziu em
algum esforço na progressão no terreno. A transitabilidade de alguns dos troços do caminho foi
também um obstáculo. A abundância de rocha
irregular e alguns trilhos profundamente marcados pelas águas de Inverno impossibilitam a
utilização da bicicleta, o que nos tornou caminhantes em algumas ocasiões.
A viagem em si foi, como se esperava, uma experiência única. Cada caminho tem características próprias e a Via de la Plata, pela Via Sanabresa (que, em Granja de Moreruela, se apresenta
como alternativa à via que une a Via de la Plata
ao Caminho Francês em Astorga), é um misto
de paisagens que variam desde o austero até ao
verdejante e frondoso.
Há alguns pormenores interessantes que ficaram na memória. A Via de la Plata atravessa
imensas povoações rurais, algumas com muito
poucos habitantes, onde todas as pessoas se conhecem e onde recebem de forma muito amável
quem visita as povoações. O simples facto de se
sentarem nas suas cadeiras à porta de casa, ao
longo da rua em conversa com os vizinhos do
lado e da frente é um cenário tão diferente do
que se vê no dia-a-dia, que enriquece em muito
a experiência da viagem.
A calorosa receção que os hospitaleiros do albergue municipal de Zamora nos fizeram tocou-nos bastante. Nunca iremos esquecer o gesto
amável que a Yolanda e o David tiveram para
connosco (e para todos os outros peregrinos
Um último pormenor que gostaríamos de referir
é o facto de algumas das pessoas que conhecemos no Caminho e com quem conversámos sobre o projeto terem feito questão de contribuir
para o mesmo. No total tivemos 3 contribuições
de pessoas que eram perfeitos desconhecidos
para nós, o que não deixa de ser curioso tendo
em conta a dificuldade para recolher apoios que
temos registado junto de pessoas que até nos
são próximas.
A viagem de 2012 já terminou, mas o projeto
continua. Para além da campanha de solidariedade para a Associação Acreditar, estamos já a
pensar na próxima travessia de um outro Caminho de Santiago. Como temos vindo a elevar a
fasquia da dificuldade a cada ano que passa, o
Caminho do Norte (que percorre toda a costa
norte de Espanha partindo de Irun) é um sério
candidato para a edição de 2013.
Até lá, Bom Caminho! ø
Norberto Henriques
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
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Rumo a Santiago 2012
que iam entretanto chegando), com as doces
palavras de incentivo, com o chá gelado e bem
açucarado para recuperar do esforço, com as pipocas salgadas para recuperar alguns dos sais
perdidos, com o farto pequeno-almoço que nos
esperava pela manhã, ainda de madrugada…
tudo isto a troco de nada!
Descobrir
 Livro Aventura
de comboio pela europa
Munique, Hauptbahnof,
19 de novembro, 08h45...
Adoro estações de comboio e... quanto maiores forem, melhor. A azáfama que reina nestes
locais estimula-me todos os sentidos: desde a
visão de centenas, milhares de passageiros de
todas as nacionalidades, raças e estratos sociais,
que se atropelam de um lado para o outro, do
executivo de móvel colado à orelha que corre
para o próximo ICE para Frankfurt, passando
pelo emigrante asiático que transporta a «casa»
às costas e tenta decifrar de que linha parte o
seu comboio, até ao grupo de mochileiros fora
de época que aguarda, sentado sobre as mochilas, pelo próximo expresso para Praga.
Os carrinhos de bagagem que apitam para pedir
passagem entre a multidão... os sons dos altifalantes anunciando as próximas partidas e chegadas, bem como os atrasos, que se misturam
com a cacofonia de vozes, apitos de locomotivas e as «camas musicais» que tentam ainda dar
mais uma pitada de confusão a toda esta atmosfera... Os cheiros de comida, café fresco, choco92
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
onde ele afirmava que há uma diferença entre
ser um viajante ou ser um turista, recorrendo
a uma metáfora em que comparava o turismo
com fast-food. Viajante é aquele que parte para
outro local e explora ao máximo a sua viagem,
observando, sentindo, saboreando e aprendendo tudo aquilo
que o outro local pode oferecer, regressando ao
país de origem mais realizado por ter vivido uma
experiência única que, certamente, o irá marcar
para toda a vida. Quanto ao turista, é largado no
aeroporto, transportado até ao hotel, muitas vezes igual a tantos outros noutros países, come
onde os guias turísticos dizem para comer, vai
aos sítios de que sempre ouviu falar e, mesmo
assim, observa-os mais através da objetiva da
sua máquina do que a olho nu, passa mais tempo a olhar para o mapa do que para os locais em
redor e 1 ou 2 semanas depois (quando não apenas 3 ou 4 dias...) volta a casa com pouco mais
do que fotografias e souvenirs para os amigos...
e no ano seguinte faz o mesmo.
Eu «percebi» esta metáfora naquele momento,
Viajar…
pois sempre me achei especial e diferente. ViaNos nossos dias, viajar tornou-se num verdadei- java de uma forma mais livre, mais aventureira,
ro luxo. Não utilizo este termo pelo fator finan- e preocupava-me, de facto, em conhecer ao máceiro, pois tenho a certeza de que muitos dirão: ximo as cidades por onde passava, misturando«Bom, pode ser caro, mas eu ainda tenho meios -me com os habitantes locais, indo aos mesmos
para viajar quando quero!» Claro que sim! Mes- sítios onde eles iam, descobrindo os restauranmo em época de crise, ainda há quem tenha di- tes onde comiam, os clubes onde se divertiam,
nheiro para viajar para onde quer e como quer... os hábitos das suas famílias... mas ainda assim
Agora, quando quer ou quanto quer, pode? Con- faltava algo. Havia um pouco a sensação – perfusos? Perguntem-se antes: «Posso realmente doem-me a expressão, mas creio que é a mais
viajar?» O melhor será mesmo perguntarem-se: apropriada – de um «one night stand» fantástico,
«O que é viajar?» Não vou começar aqui um de- mas que por força das circunstâncias não povaneio pseudocientífico ou existencialista. Pode- dia progredir para algo mais realizável. A sério!
-se viajar de muitas formas que não necessitem Quando começava a sentir de facto o local, chepropriamente do ato de nos deslocarmos a outra gava a hora de partir e regressar à minha vida
parte. No filme Smoke, de Wayne Wang,
normal sem desfrutar do êxtase que busa personagem Augie diz a certa altucava.
ra que nunca precisou de sair de
“Quando coBrooklyn para conhecer o MunSó quando tive a coragem de armeçava a sentir
do, pois todo o mundo passou
riscar a fundo e mudar-me para
pela porta da sua tabacaria.
a República Checa, um país
de facto o local, cheDe facto, eu próprio já «viajei»
praticamente alienígena para
gava a hora de partir
até à Colômbia ao ler Garcia
mim – apesar das muitas see regressar à minha
Marquez, «atravessei» o Mali
melhanças culturais e quoticom os sons de Salif Keita e
dianas, as diferenças chegam a
vida normal sem desdescobri a antiga Jugoslávia a
ser
de facto alucinantes – é que
frutar do êxtase
ver filmes de Kustorika... Viajar
percebi o que era viajar. Não me
que buscava.”
pode ser, de facto, um termo muilimitei a passar um tempo neste
to vasto.
país, mas assentei bases: primeiro,
Basta de devaneios. Falemos do termo
numa pacata aldeia histórica no Sul da
viajar para o ato de descobrirmos outros síMorávia; depois, na lindíssima cidade univertios, outras culturas, outros povos... É disso que sitária de Olomouc; e, atualmente, em Ostrava,
querem saber. Certa vez vi um documentário antigo coração mineiro/industrial do país, que
sobre o escritor norte-americano Paul Bowles, hoje se reinventa como um ativo e excitante
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
93
Descobrir
Livro Aventura
late quente, perfumes para todos os gostos e... o
odor inconfundível de quem passou mais uma
noite em trânsito (como é provavelmente o meu
caso). A tudo isto há que acrescentar a imaginação: «Para onde vão todas estas almas? Quantos
quilómetros? Quantas horas? Quantas viagens?
Quantas histórias?» Para mim, não existe local
mais fascinante. Por mais que uma cidade me
deslumbre, é sempre a estação central o local
que mais me marca numa visita. Talvez por ser
aquele que me recebe e o que se despede de
mim; talvez pela atmosfera... Não sei, sinceramente. Podem dizer-me que é possível vivermos
a mesma experiência num aeroporto ou numa
estação rodoviária internacional; porém, o primeiro é demasiado organizado para ser comparado e as pessoas são conduzidas tipo manada
no seu interior; no segundo caso, os autocarros
não transportam tantas pessoas e são muito
mais simples… Esta experiência etnográfica é,
sem dúvida, uma das principais razões
porque prefiro viajar de comboio em vez de recorrer a outros géneros de transporte…
Descobrir
polo cultural desta jovem república que ainda
mal celebrou década e meia de existência.
Ficar com os locais não foi suficiente... tornei-me parte das suas famílias.
Não me contentei em comer bramboráks, mas
aprendi a cozinhá-las. A slivovice que saboreei
foi aquela para a qual ajudei a apanhar as ameixas.
Não observei apenas os hábitos locais, mas
tornei-os nos meus próprios e insisti sempre
em aprender o complexo idioma checo. Só não
troquei o futebol pelo hóquei, embora vibre intensamente com os jogos da seleção nacional
checa a que assisto, sempre na pivnice (taberna
checa) ali da esquina, bebendo a minha «pivčo»
(algo como a nossa «bejeca»). A minha imersão
neste país foi tal, que deixei de ver-me como um
viajante. Passei a reconhecer-me como alguém
que de facto já não vê esta república somente
como um local de passagem, mas como uma segunda casa. Percebem?
Desta vez foi mais do que um «one night stand»...
É uma verdadeira história de amor! Fora de
gozos, posso dizer que finalmente viajei e que
aquilo que Bowles disse no documentário faz,
hoje, para mim todo o sentido.
Mesmo assim, acho que esta não foi ainda a viagem da minha vida. Há muitos sítios onde quero repetir esta experiência. Porém, ainda agora
cheguei à casa dos 30, por isso, espero ter tempo
e saúde para tal...
Tudo isto para dizer que, para viajar, não é preciso dinheiro; ou, melhor, que o fator financeiro
pesa, é um facto, mas não é o mais importante...
O tempo, a dedicação e uma mente aberta são os
fatores realmente essenciais para que se viaje.
Sem eles, por mais dinheiro que se tenha, não se
consegue mais do que simplesmente fazer tu94
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
rismo.
Este livro não é para vos ensinar a viajar. Aliás,
acho que é algo que não se ensina. É algo que
devemos encontrar dentro de nós e são de facto
experiências tão pessoais que não há livro algum que nos possa ensinar. Quando muito, podemos partilhar essas experiências. Claro que
tenho momentos fantásticos para recordar, os
quais, certamente, adorariam que partilhasse
convosco... mas já há demasiada gente que o faz
neste país e, provavelmente, melhor do que eu.
Por isso, prefiro limitar-me a dar algumas dicas que vos podem ajudar nos vossos próximos
devaneios turísticos, que certamente serão um
bom tubo de ensaio para as vossas viagens. Depois, quem sabe, talvez um dia também sejam
vocês a escrever sobre elas ou, se calhar... até a
dar mais dicas.
Neste guia, escrevo sobre explorar a Europa de
comboio. Não é a primeira vez que o faço. No
meu primeiro livro, O Guia do Mochileiro – Em
Viagem com InterRail e Eurail, não só explorei
este género de viagem por ser aquele no qual
tinha – e ainda tenho – mais experiência, mas
também por não existir qualquer publicação especializada. O resultado foi mais do que positivo:
não só o livro esgotou como ainda atraiu bastante a atenção dos media, o que demonstrou que
havia de facto interesse por guias que ajudassem a viajar de comboio pela Europa.
No entanto, houve algo de que já me tinha dado
conta e que este primeiro guia acabou por reforçar: há um enorme preconceito de que viajar pela Europa de comboio é uma coisa para
estudantes, algo para os mochileiros, visto pelos mais velhos como uma forma de viajar para
a qual já não têm idade ou pelos mais seletos
Descobrir
Livro Aventura
como «viagens de segunda categoria».
Tentei desmistificar esta ideia, mas admito que a
escolha do título, que tendia a rotular esta forma
de viajar, não ajudou. No entanto, a realidade é
absolutamente outra: desde 1998 que o limite de
idades foi abolido, permitindo que viajantes de
todas as faixas etárias possam viajar com o InterRail; até foi criado um bilhete para menores
de 12 anos, de modo a incentivar as famílias a
considerarem esta opção. Em abril de 2007 foi
criado o passe de 1.ª classe, que acaba por ir ao
encontro dos viajantes mais requintados.
Foi então que decidi não só atualizar o guia, visto
terem ocorrido mudanças drásticas na estrutura
do passe InterRail, mas também dirigi-lo a todos
os viajantes, desde os jovens e mochileiros, que
já havia abrangido no primeiro, aos mais maduros, seletos, famílias e até mesmo executivos.
Basicamente, pretendo explicar o que é realmente o InterRail, como se utiliza, como aproveitar ao máximo as vantagens destes passes,
que não se confinam apenas às viagens de comboio, mas também oferecem descontos não só
noutros meios de transporte complementares,
mas igualmente em locais de estada, restaurantes, museus e monumentos, e procuro dar ainda
uma noção de como funciona o sistema ferroviário nos 30 países que estão envolvidos nas redes, com conselhos e dicas que certamente vos
ajudarão.
É claro que também faço uma introdução de
cada país, dos melhores sítios a visitar, da cultura, do povo e da gastronomia, com os conselhos
úteis referentes a formalidades a ter em conta,
noções das infra-estruturas hoteleiras, serviços
úteis ao viajante, comunicações, saúde e segurança e, ainda, indicações para viajantes com
necessidades específicas.
Só excluí as dez melhores cidades que incluí no
primeiro. Fiz esta opção, pois, ao escolher apenas dez locais, estaria a excluir tantas outras pérolas do Velho Continente... Depois, há dezenas
de guias que certamente vos ajudarão melhor
e nos postos de turismo locais acabam por aceder a informação mais precisa e atualizada, sem
custos adicionais.
PORQUÊ A EUROPA?
Não é por acaso que a Europa é alcunhada de
Velho Continente. Se virmos bem, sendo o mais
pequeno continente do Planeta (a Oceânia – ou,
se quiserem, a Austrália – não se pode comparar
com os restantes), nele encontra-se quase meia
centena de países oficiais, não esquecendo que
dentro de muitos deles coexistem ainda outras
nações, umas mais autónomas do que outras,
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
95
Descobrir
mas todas elas com as suas próprias cultura,
história, tradição e forma de vida. Isto reflete-se
não só nas suas gentes, mas também marca a
fisionomia do território.
gozar da paisagem ao longo do percurso. Talvez
por este motivo, aconselho a quem tem a possibilidade de adquirir um bilhete de avião para
um destino mais central, que o faça, pois ganha
2 dias de viagem, os quais pode, definitivamenPORQUÊ O COMBOIO?
te, aproveitar para passar mais tempo noutros
Respondo a esta questão apontando apenas a lugares. Ainda assim, perder estes 2 dias em
única desvantagem ao decidir explorar o Velho trânsito num comboio noturno não é propriaContinente sobre carris – tempo. De facto, estar- mente um desperdício de tempo, se soubermos
mos na ponta da Europa, partilhando fronteiras aproveitar outras vantagens. Viajar no Sudapenas com a Espanha, que é um dos maiores -Express até Hendaia, por exemplo, é uma exterritórios deste continente, não é o mais van- periência absolutamente gratificante. Há quem
tajoso. Logo, é perfeitamente normal que exis- pense que nele só viajam os emigrantes com a
tam apenas virtualmente duas ligações inter- sua valise de carton, mas não é bem assim. Esnacionais a partir do nosso país, pois a terceira, tão lá muitos, sim, mas também encontramos
entre Porto e Vigo, pode ser de facto útil para viajantes oriundos de todo o Mundo, de todas as
quem quiser explorar o país vizinho, mas, para idades e de todos os extratos sociais. Nesta «torquem quer descobrir os restantes membros da re de Babel» sobre carris, partilhei couchettes
rede, de pouco serve. Resumindo e concluindo, com: coreanos que descobriam a Europa com o
queiramos ou não, os viajantes que pretendam
Eurail; romenos que regressavam a casa, depois
viajar pela Europa com um passe ferrode trabalharem na construção civil em
viário, tendo como ponto de partida
Lisboa; italianos de mochila às coso nosso país, estão condenados a
tas que queriam saber onde ouvir
“Estão lá
gastar 2 dias de viagem só para
o melhor fado; um casal de reformuitos, sim, mas
sair e regressar à nossa penínmados americano que escolheu
também encontrasula!
a nossa capital como ponto de
Ainda por cima, estas duas
partida para a sua viagem no
mos viajantes oriunligações, são comboios noturVelho Continente...
dos de todo o Mundo,
nos, nos quais não podemos
Ao chegarmos ao Centro da
de todas as idades e
de todos os extratos sociais.”
96
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
Por exemplo, voar de Paris para Amesterdão
dura apenas 40 minutos. No entanto, convém
fazer o check-in pelo menos uma hora antes e
há que ter em conta que o aeroporto não está
no centro da cidade. Depois há que esperar pela
bagagem e apanhar um comboio até Amesterdão pois, mais uma vez, o aeroporto está fora da
cidade. Feitas as contas, chegar do centro da capital francesa ao da congénere holandesa pode
ser uma odisseia que nos consome 4 ou 5 horas. Se optarmos pelo comboio, basta-nos ir até
a Gare du Nord, em pleno coração parisiense,
sentarmo-nos confortavelmente no nosso lugar
e 4 horas depois saímos na Amsterdam Centraal
que, como o próprio nome indica, está no centro
da capital holandesa. Isto tudo sem check-ins,
esperas por bagagens (e menos probabilidades
de estas desaparecerem), espaços confinados,
equilibrismo na fila para a casa de banho, trocas
e baldrocas de transportes, etc.
Se a tudo isto adicionarmos o conforto de podermos, pura e simplesmente, levantar-nos do nosso lugar e espairecer ao longo da composição,
ir até ao vagão-restaurante e tomar uma bebida
enquanto desfrutamos da paisagem, poder ir até
à casa de banho da carruagem seguinte quando
a nossa está ocupada, temos outra vantagem.
Depois, há a paisagem. Ao percorrermos as distâncias entre os locais que pretendemos visitar,
desfrutamos da Natureza, do campo, das aldeias,
das cidades, dos castelos, dos lagos e das montanhas que desfilam perante os nossos olhos e
acabam por substituir livros, filmes ou portátil
como forma de passar o tempo e, definitivamente, enriquecemos a nossa viagem. Quanto
a segurança, há menos probabilidades de um
comboio descarrilar do que um avião cair e as
possibilidades de sobrevivência são mais do que
claras. Aqui, nem o carro nem a camioneta podem gerar discussão. Não esquecer, também, a
mobilidade. Talvez o automóvel possa oferecer
alguma concorrência, mas viajar de carro tem
muitas desvantagens. Nem sempre é fácil entender o trânsito local, muitos países têm formalidades a ter em conta, se quisermos evitar
confusões, e encontrar estacionamento pode
ser complicado, senão mesmo virtualmente impossível em algumas cidades. As horas de ponta existem em qualquer lado e os veículos com
matrícula estrangeira são um alvo preferencial
dos criminosos (e por vezes de polícias menos
escrupulosos). Ao viajarmos com um passe ferroviário internacional, podemos saltar de composição em composição muito facilmente, sem
grandes preocupações adicionais, para além de
estarmos no comboio certo, se precisamos ou
não de reserva ou se o passe é válido ou não.
Porém, para isto, basta perder uns minutos a
averiguar antes de embarcar e estes problemas
deixam pura e simplesmente de existir. Por último, o meio ambiente. Embora ainda circulem
locomotivas a diesel,
grande parte das linhas ferroviárias europeias
estão devidamente eletrificadas, tornando o
comboio num dos meios de transporte menos
poluentes.
Ao fim e ao cabo, “De Comboio Pela Europa” é
mais um guia de viagens, mas escrito de uma
forma muito pessoal por alguém que correu
meia Europa sobre carris na última década e
meia... não sei se isto me torna num especialista na matéria, mas acredito que posso ajudar
bastante quem queira viver experiências semelhantes às que eu vivi.
“De Comboio Pela Europa” é mais um guia de
viagens, mas escrito de uma forma muito pessoal por alguém que correu meia Europa sobre carris na última década e meia... não sei se
isto me torna num especialista na matéria, mas
acredito que posso ajudar bastante quem queira
viver experiências semelhantes às que eu vivi.
Boas viagens! ø
António Pedro Nobre
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
97
Descobrir
Livro Aventura
Europa, estes contrastes humanos atingem proporções inacreditáveis. Aqui, o fator tempo já
não pesa tanto, pois as distâncias são menores e
o comboio acaba por ser quase sempre a melhor
opção. Mesmo quando voar é mais rápido, nem
sempre ganhamos tempo.
Descobrir
 Ironmena rescaldo
E
navegação para outros atletas que o façam! Em
circunstâncias normais poderia ser penalizada,
mas o tempo que perdi nesta situação (cerca de
25min.) acabou por funcionar como tal, e tentei
recuperar a calma e o discernimento, bem como
o tempo e os quilómetros perdidos.
O percurso era um clássico de montanha, que
só teria a ganhar com a presença anunciada, e à
última da hora cancelada, de Lance Armstrong.
Os Alpes não são os mesmos sem essa figura incontornável do ciclismo e triatlo mundiais. Tanto eram subidas intermináveis, como descidas
de cortar a respiração, tal como as paisagens,
se bem que o esforço e concentração impediam,
em certa medida, que se apreciasse devidamente tal cenário. Qualquer distração podia ter um
preço demasiado elevado!
Passo por um atleta SEM UMA PERNA E SEM
UM CRENQUE na bicicleta, e lanço-lhe um incentivo. É nestes momentos que me sinto uma
felizarda por ter todos os membros e condições
físicas que me impelem para os usar. Ao mesmo tempo, sinto enorme admiração por aquele
e muitos outros atletas que tentam superar-se
todos os dias, com ou sem limitações
físicas. É aqui que penso também
nos dadores de sangue e naqueles que dele precisam para so“Passo por um
breviver. Vale a pena pensaratleta SEM UMA
mos nisso…
PERNA E SEM UM
ram
cerca
das
CRENQUE na bicicle06h30 de 24 Junho
ta, e lanço-lhe um
2012 quando uma
incentivo. ”
massa humana, de
toucas azul e rosa, se
atirou às calmas e tépidas águas da
Praia do Centenaire em Nice. Por entre
cotovelos, braços e pernas, é difícil arranjar
lugar para nadar… Mas decorrida 1h29 para os
3.800mts de natação, estou a sair da água e a
recolher o saco azul da “BIKE” marcado com o
meu nº de dorsal. Equipo-me para o segmento
de 180kms de ciclismo em montanha e sigo para
o lugar de “estacionamento” da minha Specialized Tarmac, quase no fim do Parque de Transição (PT) e muito perto da saída para o segmento.
Começo então a engrenar mudanças enquanto
ainda é plano, dando-me então conta de um problema: tinha o guiador um pouco desalinhado
com a roda, o que se agravou nos quilómetros
seguintes. De tal forma que tive de parar e arranjar uma ferramenta para poder prosseguir em
segurança. Tal foi uma consequência do transporte da bicicleta num porta-bagagens, pelo que
serve de lição para futuras ocasiões e um aviso à
98
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Filomena Gomes
www.ironmenanice.blogspot.pt
Facebook
WE ARE IRONMEN, mais pelo
tempo dispendido em treinos durante meses, e sacrifício inerente,
do que pelo tempo de prova propriamente dito.
WE ARE IRONMEN, pela coragem de escolher
desafios cada vez mais difíceis, e não pela habilidade que possamos ter. Sinto-me recompensada por ter escolhido participar em prol de uma
campanha de divulgação da Dádiva de Sangue.
Mas todos nós podemos ser IRONMEN, se tivermos a abnegação de DAR SANGUE, e assim
APOIAR A VIDA! AJUDAR é a grande prova das
nossas vidas!
Agradeço a todos os meus apoiantes: MOVEFREE; COFIDES Competição; Portal Aventuras;
Revista Outdoor, e dedico a prova a todos os
Dadores de Sangue, pelo ato altruísta que regularmente praticam.
Bem hajam!
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
99
Descobrir
Ironmena
Após 07h04, entro no PT, estaciono a Tarmac,
meto no bolso várias pastilhas de dextrose que
me sobraram e apanho o saco vermelho da
“RUN”, pronta para a maratona, com muito público a encher toda a Promenade des Anglais.
Fui parando em quase todos os abastecimentos
(que até tinham chuveiros para refrescar), bebendo água e ingerindo gel a cada volta completa, além de ir chupando lentamente pastilhas de
dextrose. A cada volta de cerca de 10kms ganhamos um elástico de cor diferente para marcar o
nº de voltas efetuadas. Até que cheguei à última
volta, acompanhada de outro atleta português.
Com 4h18 de corrida, apanho a Bandeira Nacional que me é passada e entramos juntos no
funil de meta, de bandeira esticada e orgulhosamente empunhada. Ouvimos então as palavras mais desejadas: “YOU’RE AN IRONMAN”! ø
Kids
quintas pedagógicas
Reunimos neste espaço algumas sugestões
de quintas pedagógicas! Vai ser um dia
inesquecível!
QUINTA PEDAGÓGICA ARMANDO VILLAR
Muito perto da confusão da cidade, apenas a um minuto
da A5 e a três minutos de Cascais, pode encontrar o espaço
ideal para passear em família.
Esta Quinta Pedagógica foi concebida a pensar nas crianças,
e tem a missão de promover ações de educação ambiental
e científica complementares aos programas escolares, integrando, para além da componente pedagógica, as componentes lúdico-recreativas e de desenvolvimento pessoal.
Durante a visita pode conhecer os amistosos habitantes deste espaço: galinhas Pretas Lusitânicas e Pedrês, patos, perus,
gansos, coelhos, o famoso Elétrico, um burro de Miranda, as
ovelhas Merino Preto, as cabras e os porcos pretos alentejanos, todos tratados com muito carinho e respeito.
A horta com os legumes da época é tratada sem recurso a
quaisquer produtos químicos.
No forno de lenha artesanal é cozido um delicioso pão que
antes foi amassado pelas crianças.
Os engenhos tradicionais de água, a Picota, a Nora e o Moínho de Vento Americano ainda fazem parte deste espaço,
sendo a sua demonstração um dos pontos altos das visitas.
Na Quinta Pedagógica Armando Villar, para além de visitas
de estudo realizam-se visitas e workshops para famílias, e
ainda programas de férias para os mais novos!
A partir do corrente mês de setembro serão dinamizadas aulas de Yoga aos sábados de manhã e atividades extracurriculares de artes plásticas para crianças dos 7 aos 11 anos.
Para mais informações contacte:
Tlm.: 932 500 600
E-mail: [email protected]
Site: www.quintadovillar.com
100
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
O Parque Biológico da Serra da Lousã é visita obrigatória
para quem quer conhecer a vida selvagem de Portugal.
Visa associar a biofilia e a paixão pela natureza com a inclusão de pessoas com deficiência ou doença mental grave,
exemplo único no mundo.
O Parque integra a Quinta Pedagógica com raças autóctones
da agro pastorícia tradicional, Centro Hípico, pioneiro na
equitação adaptada e hipoterapia (1ª representação Paralímpica portuguesa em Atenas), mostra de Animais Selvagens,
Labirinto de Árvores de Fruto (único no mundo), Ecomuseu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais e Tanoaria (onde os
artesãos são pessoas com necessidades especiais), Loja de
Artesanato e Restaurante Museu da Chanfana.
Promove atividades como alimentação animal, equitação,
tiro ao arco, festas de aniversário, visitas guiadas, programas
de férias, passeios de charrete…
O Parque recebeu o Prémio Damião de Góis 2012 atribuído
pela Embaixada do Reino dos Países Baixos.
Contatos:
Parque Biológico da Serra da Lousã
Quinta da Paiva, 3220-154 Miranda do Corvo
Tel: 239 538 444/5 Tlm: 915 361 527
E-mail: [email protected]
Site: www.parquebiologicoserradalousa.com
Kids
Quintas Pedagógicas
parque biológico da serra da lousã
Kids
QUINTA PEDAGÓGICA DOS OLIVAIS
A Quinta Pedagógica dos Olivais é um lugar distinto, no centro da cidade de Lisboa, onde os sons e
os cheiros do campo, a observação de várias espécies de animais domésticos e as tarefas agrícolas e
pecuárias permitem diariamente, àqueles que nos
visitam, uma constatação do mundo rural.
Para este novo ano, a Quinta Pedagógica dos Olivais acrescenta ao seu Programa Escola, especialmente elaborado para a população escolar, quatro
propostas, todas elas repletas de conceitos que em
comum têm a natureza como a essência principal,
sendo ainda a deficiência visual uma questão contemplada com programação específica.
Caça aos Insetos, Encher a Barriga de Histórias e
Plantas com História são atividades que pretendem, no seu todo, tornar a aprendizagem num
acontecimento essencialmente divertido através
da possível observação direta e a experiência prática.
Sentir e Cheirar destina-se a toda a população visitante com deficiência visual. Com a ajuda de um
dossier guia, que contém circuitos pré-definidos
e informação simultânea em Braille, será possível uma pormenorizada exploração dos animais e
algumas espécies de plantas do Jardim das Ervas
Aromáticas.
As tradicionais receitas das diversas regiões de
Portugal em Aromas e Sabores, O Ciclo do Pão, Veterinário por uma hora, aprender a cuidar da horta
na Agricultura Biológica, calçar as galochas e participar nas tarefas da Vida na Quinta, ou a interação com Florinda, a camponesa da nossa Quinta,
entre muitas outras propostas, continuarão a constar como oportunidades de se usufruir de momentos nomeadamente marcantes.
Mantendo-se o calendário rural, não deixaremos
de celebrar as principais festividades, de norte a
sul do país, como a Apanha da Azeitona, a Desfolhada ou a Queima dos Espantalhos.
Pelo sexto ano consecutivo daremos lugar ao concurso de Espantalhos e de Histórias que a cada ano
tem um acréscimo significativo de participantes.
Todas as atividades são gratuitas e destinam-se a
crianças a partir dos 3 anos.
Para mais informações:
Quinta Pedagógica dos Olivais
Tel: 21 855 09 30
E-mail: [email protected]
Site: www.quintapedagogica.cm-lisboa.pt
Facebook: Quinta Pedagógica dos Olivais
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Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
OUTDOOR Até 25€
Atividades Outdoor
capuchos
arribas
Partimos do Convento dos Capuchos e seguimos rumo a Pedra
Amarela para contemplar uma
O percurso que vai realizar possui
a nossa majestosa costa e o vasto
oceano, é imponente e grandiosa
esta vista..
Preço: 25€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Caminhos da Natureza
vista privilegiada.
Onde: Serra de Sintra
Preço: 25€ / pax
Um Programa: Caminhos da Natureza
lisboa, cidade dos
miradouros
Mar de Palha.
Preço: 20€ / pax
Um Programa: Geosphera
No Parque Natural da Serra da
Arrábida há um mundo maravilhoso por descobrir.
Preço: Sob consulta.
Dificuldade: Fácil/Médio
Onde: Parque Natural Arrábida
Um Programa: Geosphera
paintball
linha torres vedras
E que tal um jogo entre os seus
amigos de paintball?
Quem disse que a história é aborrecida? Um dia passado em boa
companhia e com muitas histórias divertidas. Atrevam-se!
Preço: 9,90€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Sniper
Em cada miradouro abraçamos
o Tejo e respiramos a luz única
da cidade reflectida nas águas do
Onde: Parque Aventura Sniper;
Preço: 17,50€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Sniper
rappel noturno
Na fase final da Lua Nova, desafie-se participando neste rappel
noturno em rocha natural no Parque Natural Sintra Cascais.
Preço: 19,90€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: MuitAventura
Escalada guia em
cascais
Venha passar um momento único, escalando em rocha natural,
junto ao mar de Cascais.
Preço: 15€ / pax
Dificuldade: Iniciação
Um Programa: MuitAventura
arrábida mar
topo arrábida
Este percurso leva-nos a conhecer as praias a poente e nascente
do Portinho da Arrábida e outras
Passeio Pedestre ao Formosinho,
ponto mais alto da Serra da Arrábida com identificação de fauna
curiosidades do Parque Marinho.
Preço: 25€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Vertente Natural
e flora.
Preço: 15€ / pax
Dificuldade: Alto
Um Programa: Vertente Natural
bridge jumping
soft rafting
Saltar de uma ponte com cerca de
50 metros de altura, apenas com
O percurso que vai realizar possui uma bela paisagem num vale
protegido do vento, descendo por
umas águas tranquilas e limpidas.
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Rafting Atlântico
uma corda especial e um arnês.
Onde: Minho
Preço: 25€ / pax
Um Programa: Rafting Atlântico
104
outão
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Lisbon by Kayak
Um passeio de kayak a não perder
junto à costa com paisagens e recordações inesquecíveis.
Não há mais bela vista de Lisboa
do que a vista do Tejo. Vamos voltar ao tempo dos descobrimentos!
Distância: 10 Km
Percurso: Praia dos Pescadores
– Tamariz ou “Boca do Inferno”.
Um Programa: Bork You
Distância: 4 km
Percurso: Belém – Algés
Dificuldade: Médio
Um Programa: Bork You
Batismo surf
canoagem óbidos
E que tal um batismo de surf na
praia da Ericeira? Venha apren-
Um passeio em plena Lagoa de
Óbidos onde desfrutará de paisagens magníficas.
Local: Lagoa de Óbidos
Preço: Desde 25€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: ExperienceSport
der esta modalidade.
Preço: 25€ / pax
Dificuldade: Iniciação
Um Programa: Pocean Surf
Academy
passeio aldeias xisto
Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro
são aldeias cravadas na serra da
Lousã.
Onde: Lousã
Preço: Sob consulta
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Javsport
escalada serra da
freita
Venha experimentar escalada em
vários lagos e escalar a Cascata
da Mizarela por uma via acessível.
Preço: 20€ / pax
Um Programa: Nicho Verde
Canoagem no mondego
canoagem no zêzere
Venha conhecer esta modalidade
no Rio Alva e emocione-se com
esta descida!
A beleza natural, a água translúcida ou a proximidade de Lisboa
são fatores que o levarão a descer
este Rio.
Preço: Sob consulta.
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Aventur
Realizado por marcação.
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Transserrano
cultural bike tour
Venha conhecer a zona do Oeste
duma forma diferente. Através de
um bike tour levamo-lo a conhe-
trekking sintra cascais
Conheça o Parque Natural Sintra
Cascais num trekking fabuloso.
cer esta zona lindíssima!
Preço: Desde 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Experience Sport
Onde: Sintra/Cascais
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Guincho Adventours
canoagem no zêzere
escalada&rappel
A beleza natural, a água translúcida ou a proximidade de Lisboa
são fatores que o levarão a descer
este Rio.
Preço: Sob consulta.
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Aventur
Venha conhecer a Serra de Sintra
por ângulos únicos. Uma atividade outdoor a não perder!
Onde: Serra de Sintra
Preço: 25, 22 € / pax.
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Equinócio
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
105
Atividades Outdoor
cascais by kayak
OUTDOOR até 75€
Atividades Outdoor
guincho à praia
grande
de sintra ao palácio
da pena
Venha descobrir a costa do Guincho a Praia Grande, com passagem pela ponta mais Ocidental
da Europa – O cabo da Roca
Preço: 49€ / pax
Um Programa: Caminhos da Natureza
Um passeio à descoberta dos
mais belos trilhos de Sintra, com
passagem pela Vila e subida ao
Palácio da Pena e Cruz Alta.
Preço: 49€ / pax
Um Programa: Caminhos da Natureza
visita à berlenga
workshop de
escalada
Desfrute de uma fantástica
visita guiada à ilha e às grutas
da Berlenga.
Onde: Ilha da Berlenga
Preço: Sob consulta.
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: PortugalWestzone
arrábida terra mar
paintball + Aventura 3
Circuito de Multiatividade com
rappel, escalada, caminhada e
canoagem numa das mais belas
zonas da Arrábida.
Preço: 35€ / pax
Dificuldade: Médio/Alto
Um Programa: Vertente Natural
Tenha um fim de semana em
cheio! Venha connosco fazer
batismo surf praia
sta rita
canyoning ribeira de
quelhas
Venha desfrutar de uma zona
cheia de potencial. A lagoa de
Óbidos irá proporcionar-lhe uma
inesquecível experiência.
Preço: Desde 30,70€ / pax
Um Programa: Experience Sport
btt Idanha a monsanto
multi-atividades!
Onde: Parque Aventura Sniper
Preço: Desde 34€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Sniper
Atividade que envolve a descida a
pé da Ribeira das Quelhas.
Onde: Ribeira de Quelhas, Lousã
Preço: 40€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Transserrano
canyoning rio poio
para dias intensos de BTT.
Preço: 51€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Caminhos da Natureza
Situado em Ribeira de Pena (Cerva), o Rio Poio é o rio mais extenso
e técnico de Portugal continental.
Apresenta um verdadeiro desafio
aos amantes desta modalidade.
Preço: A partir de 40€ / pax
Um Programa: Nicho Verde
caminhada noturna
em sintra
canoagem + passeio
noturno no rio sado
Esta incursão noturna pelas encostas da Serra de Sintra destina-se a aventureiros.
Onde: Serra de Sintra
Preço: 30€ / pax
Um Programa: Papa-Léguas
Uma experiência com a plena
presença de uma lua fantástica
que nos irá guiar neste passeio
noturno pelo rio Sado.
Preço: 50€ / pax
Um Programa: Papa-Léguas
Muitos single tracks e trilhos por
calçadas históricas esperão por si
106
Este Workshop é destinado aos
que se pretendem iniciar na escalada em rocha.
Onde: Sesimbra
Preço: 29€ / pax
Um Programa: Vertente Natural
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
kayak tour
Desafiamos-te à diversão num
dos nossos automáticos Moto 4
ou Buggy todo o terreno.
O percurso disponível em Cascais,
o kayak tour leva-te a conhecer a
baía de Cascais de uma perspetiva
Onde: Sintra
Preço: 75€ /para duas pessoas.
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Guincho Adventours
totalmente diferente.
Preço: 35€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Guincho Adventours
Passeio a cavalo por
terras do Vez
Cores, Sabores e
Tradições
Onde: Arcos de Valedevez
Preço: 75€ / pax
Um Programa: Oficina da Natureza
Venha descobrir as Cores, os Sabores e as Tradições de Paredes
de Coura através de um percurso interpretativo de grande beleza paisagística.
Um Programa: Oficina da Natureza
douro vinhateiro
Canyoning no Gerês
Uma atividade que mostra uma
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
vila carregada de história: O Vez.
Lugar da vida duriense por excelência, a quinta é o ponto privilegiado para se encontrar o fio
condutor entre a vinha e o produto final.
Preço: 55€ / pax
Um Programa: Oficina da Natureza
canyoning
ribeira de pena
Com vários rios à disposição,
apresentamos um programa a
não perder para os amantes da
modalidade de Canyoning. Venha
desfrutar destas paisagens.
Preço: 49€ / pax
Um Programa: Equinócio
travessia do cabo
Atividade que implica a descida
a pé da Ribeira da Pena, com recurso a saltos para a água. A não
perder!
Preço: 35€ / pax
Um Programa: Transserrano
Passeio em barco semi-rígido ao
longo da linha de costa de Sesimbra até ao Cabo Espichel, na área
da Reserva Marinha Professor
Luis Saldanha.
Preço: 27€ / pax
Um Programa: Vertente Natural
golfinhos do sado
batismo de parapente
Viagem de barco à descoberta dos
golfinhos do Sado, partilhando as
belezas do estuário e da costa da
Arrábida. Venha e divirta-se!
Preço: Sob Consulta.
Dificuldade: Fácil/médio
Um Programa: Muitaventura
Desfrute de voos de Parapente
nas bonitas praias de Sintra.
Onde: Arribas das praias Grande,
Aguda ou S. Julião.
Preço: S ob consulta
Dificuldade: Fácil/médio
Um Programa: Muitaventura
travessia pedestre
canyoning rio arado
Venha descobrir a espetacular linha de costa de Lagos a Sagres,
com as suas falésias, enseadas de
agua cristalina...
Preço: Sob Consulta
Um Programa: Caminhos da Natureza
Venha sentir a adrenalina do Rio
Paiva e desfrutar de um momento
de aventura.
Onde: Terras de Bouro
Preço: Sob consulta
Dificuldade: Médio
Um Programa: Equinócio
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
107
Atividades Outdoor
buggy ou moto4
Salto Tandem
por terras durienses
O Salto Tandem consiste numa
experiência única e inesquecível,
na qual o cliente se liberta, com a
sensação da Queda Livre em pura
adrenalina.
Preço: Sob consulta
Um Programa: Rafting Atlântico
Passeio pelas Terras Centenárias
da Região Demarcada do Douro que terá início no Porto com
uma viagem de comboio até ao
Pinhão.
Preço: Sob consulta.
Um Programa: Nicho Verde
Curso de iniciação à
fotografia
Autonomia na serra
do Alvão
Este curso foi concebido para
quem quer dar os primeiros passos na fotografia, abordando os
principais temas da fotografia.
Preço: 325€ / pax
Um Programa: Papa-Léguas
Atividade recomendada a bons
caminheiros e a quem queira
uma experiência inesquecível.
Preço: 150€ / pax
Dificuldade: Médio/Alto
Um Programa: Papa-Léguas
rafting no paiva
lagos, terra de navegantes
Este é um rio para um contacto inicial para a modalidade
de Rafting.
Onde: Rio Paiva.
Preço: Sob consulta.
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Rafting Atlântico
a fóia marafada
Não fique aí, venha à descoberta
do Algarve verdadeiro! Atividade não recomendada a principiantes.
Locais: Sagres a Monchique.
Preço: Sob consulta.
Dificuldade: Médio
Um Programa: Geosphera
de semana.
Preço: Sob consulta.
Um Programa: Geosphera
GRANDE FALHA
A Grande Falha situa-se no
Cabo Espichel e é parte integrante do sistema cársico deste. Não perca este workshop.
Preço: 98€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa:Vertente Natural
léguas peneda
aulas surf
Eis uma oportunidade para conhecer uma das mais belas regiões de Portugal, o Parque Nacional da Peneda- Gerês.
Preço: 195€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Papa-Léguas
Venha aprender a modalidade
na praia da reserva de surf portuguesa.
lagos a sagres
Rota dos antepassados em Buggy
Venha descobrir a espetacular
linha de costa de Lagos a Sagres
com as suas falésias, enseadas de
agua cristalina.
Preço: 395€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Caminhos da Natureza
108
Venha passear ao lado do Infante D. Henrique e sentir-se
ao leme de um fantástico fim
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Onde: Praia de Ribeira d´Ilhas
Preço: 100€ /pack de 10 aulas
Um Programa: Pocean Surf Academy
Conheça Cascais e Sintra em
buggy.
Preço: 105€ (inclui entrada e
vista ao Convento dos Capuchos)
Um Programa: Guincho Adventours
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
OUTDOOR mais de 75€
Atividades Outdoor
Vela sem Limites
Desporto Adaptado
T
odas as segundas, quartas, quintas
e sábados o cais do Clube Naval de
Cascais tem outra animação. Prepara-se mais um dia em que os cidadãos portadores de deficiência podem praticar vela.
A ideia chegou num barco vindo da Galiza tripulado por deficientes motores em 2004. O Clube
Naval de Cascais, a Cercica, e a Câmara Municipal de Cascais acolheram a ideia de imediato.
Era necessário desenvolver esta atividade em
Portugal pelo seu potencial lúdico, terapêutico e
desportivo seguindo na esteira do que já se fazia
na Inglaterra, EUA e Austrália e começa agora a
110
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
ter alguma expressão na Europa.
Unimos então esforços, consagrados num protocolo tripartido: a Câmara Municipal de Cascais
deu o seu apoio institucional e financeiro estável; a Cercica ofereceu as coordenadas técnicas
aplicáveis e emprestou dois semi-rígidos que estavam parados e agora servem de embarcações
de apoio e segurança; o Clube Naval de Cascais
tratou da parte técnica e monitorizou e formou
os nautas, recorrendo a muitos voluntários e alguns profissionais, alem de conceber o pontão
de apoio e adquirir as embarcações Access.
Por definição um cidadão deficiente faz o mesmo mas precisa de mais tempo. É só essa a di-
Desporto Adpatado
Vela sem Limites
ferença. Assim decidimos chamar o projeto Vela
sem Limites.
Os patrocinadores têm sido fundamentais para
o sucesso do projeto, e desde o primeiro dia a
Seth, a Lindley, a SIC Esperança e a Plastimo,
este último através do fornecimento de equipamentos, têm nos apoiado sem hesitação. A estes
juntaram-se recentemente a Administração do
Porto de Lisboa e a BRISA, que apoia os Encontros anuais, e que vão já na sua sexta edição em
2012!
E não se trata só de apoios monetários. Temos
muitos e variados apoiantes, pois todas as ajudas são bem vindas, como por exemplo o apoio
da Garland no transporte subsidiado das embarcações Access da Inglaterra e da Holanda, ou
dos Escuteiros do Estoril com voluntariado para
os nossos eventos.
Esta iniciativa depende da responsabilidade social, que apesar das crises económicas e vários
apertos a que estamos sujeitos, continua bem
presente na mente de muitos, felizmente!
Os barcos – da Classe
“Esta iniAccess – adaptados a
ciativa depende
pessoas com condicionamentos físicos,
da responsabilidade
são uma excelente
social, que apesar das
escola. Dos oito discrises económicas e vários
poníveis no Clube
apertos a que estamos
Naval de Cascais,
sujeitos, continua bem
presente na mente de
muitos, felizmente! ”
OUTDOOR Julho_Agosto 2012
111
Desporto Adaptado
dois estão preparados com motores
eléctricos para serem utilizados por
tetraplégicos. Uma técnica comprovada por uma travessia do Canal da
Mancha realizada com comando do
leme e da escota por sopro da tripulante feminina, ou uma volta as Ilhas
Britânicas pelo Geoff Holt, tetraplégico, num trimaran da Classe Challenger.
Existem uns 50 Access em Portugal, no entanto apenas um número
reduzido em atividade regular. Só o
Clube Navais de Cascais, Funchal e
da Horta navegam sistematicamente, embora os Clubes na Povoa, Viana de Castelo, e o Centro Náutico do
Parque das Nações começam a aumentar a sua atividade.
“Qualquer
desporto precisa
de jovens e competição, mas reconheço,
no entanto, que na vela
adaptada a idade não é
crucial para se obterem
os melhores desempenhos. “
Através da Associação Portuguesa
da Classe Access (APCA), estamos
empenhados na maior divulgação
da Vela Adaptada, através de empréstimos gratuitos de barcos Access
e de equipamento auxiliar, e o apoio
na organização de eventos, mas os
resultados têm demorado em aparecer. Sem o alargamento da prática da vela adaptada, dificilmente
iremos progredir. Na Inglaterra, uns
120 Clubes praticam a Vela Adaptada regularmente! Mas não vamos
baixar os braços, e vamos insistindo
na divulgação da modalidade para o
qual a competição é um meio ideal.
Em termos de competição nos últimos três anos a APCA tem fomentado a organização de regatas em barcos Access 2,3 para a selecção dos
melhores velejadores para a equipa
representante de Portugal em campeonatos internacionais.
Os resultados têm sido excecionais.
O Bruno Pereira ganhou o Campeonato Europeu em 2009, ficando com
a medalha de bronze nos Mundiais
de 2010. O Pedro Reis é Campeão da
Europa em título, tendo conquistado
o primeiro lugar na Itália em 2011.
Ambos são do CNCascais.
Qualquer desporto precisa de jovens
e competição, mas reconheço, no
entanto que na vela adaptada a idade não é crucial para se obterem os
melhores desempenhos. Na desloca-
112
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
Desporto Adpatado
Vela sem Limites
ção em junho da nossa equipe ao Funchal para o
Campeonato Nacional, aonde o Pedro Reis conquistou o primeiro lugar, o Domingos Cagembe
com 55 anos, classificou-se no 5º lugar na geral!
A Vela em Limites do Clube Naval de Cascais
compõe-se não só de velejadores regulares (uns
80) como também daqueles que vêm experimentar a vela adaptada nos Encontros (uns 60
por ano), duns 25 voluntários, que ajudam regularmente em todas as sessões, e de 5 monitores
profissionais. Os voluntários são particularmente importantes, pois recebem os velejadores,
tratam da estatística e organização, preparam e
vestem os coletes, aparelham as embarcações e
através da grua colocam os velejadores nos Access.
As dificuldades existem evidentemente, mas
o voluntarismo e a vontade tudo ultrapassa. A
procura é maior que a oferta e se mais meios
existissem maior seria o desenvolvimento desta
modalidade.
Assim, pouco a pouco vamos ultrapassando os
obstáculos: por exemplo este ano inauguramos
um novo cais flutuante, especificamente concebido para a prática da vela adaptada, e iniciamos sessões de vela para invisuais, com muito
sucesso.
E este sucesso reflete-se na estatística: desde
2005 realizamos mais de 690 sessões, com 6300
saídas a vela, apoiado por mais de 7000 presenças de voluntários e profissionais!
Hoje em dia, calcula-se que 10% da população
europeia seja portadora de deficiência, e a vela
adaptada corresponde em pleno a essa população oferecendo possibilidades de ócio ativo,
estudo e utilização de conhecimentos náuticos
para um melhor desempenho e até um pouco
de aventura. Tudo aspetos muito importantes na
vida de qualquer pessoa, e particularmente dos
Portugueses, a beira-mar plantados! ø
Charles Lindley
Clube Naval de Cascais
[email protected]
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
113
Espaço APECATE
plano de formação
de aCtivos
turismo de ar livre
C
onforme foi noticiado no último número, a APECATE entregou à ANQEP a proposta de criação de uma
nova qualificação profissional no
sector turístico – o Técnico de Turismo de Ar Livre, acompanhada da proposta de
um CET - Curso de Especialização Tecnológica
em Turismo de Ar Livre. Dissemos então que,
num momento em que tanto se afirma a importância da adequação da formação profissional às
exigências do mercado, é elementarmente justo
que esta proposta, assente num Referencial de
Formação exigente, realista e concebido por es114
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
pecialistas com a chamada “mão na massa”, seja
aprovada com a urgência possível. Terminámos
o artigo manifestando a intenção da APECATE
de relançar o seu Plano de Formação de Activos,
reorganizado, em conteúdos e duração, em função da proposta apresentada, remetendo para
este número a apresentação de uma síntese do
Referencial de Formação e deste novo Plano.
SÍNTESE DO REFERENCIAL DE FORMAÇÃO
Os Cursos de Especialização Tecnológica são
cursos pós-secundários não superiores, que
conferem uma qualificação de nível 5 do Qua-
Espaço APECATE
Animação Turística
Foto:Transerrano
dro Nacional de Qualificações (QNQ). O seu
objectivo fundamental é suprir as necessidades
verificadas, no tecido empresarial, ao nível de
quadros intermédios, constituindo-se como uma
alternativa válida para a profissionalização de
técnicos especializados e competentes.
De acordo com a Portaria nº 782/2009, de 23 de
Julho, e a Recomendação do Parlamento europeu e do Conselho de 23 de Abril de 2008, os
técnicos de nível V devem possuir “conhecimentos abrangentes, especializados, factuais e
teóricos numa determinada área de estudo ou
de trabalho e consciência dos limites desses
conhecimentos; ser portadores de “uma gama
abrangente de aptidões cognitivas e práticas
necessárias para conceber soluções criativas
para problemas abstractos”; e, sob o ponto de
vista das atitudes, devem ser capazes de “gerir
e supervisionar em contextos de estudo ou de
trabalho sujeitos a alterações imprevisíveis” e
“rever e desenvolver o seu desempenho e o de
terceiros”.
Quando falamos em Técnico de Turismo de Ar
Livre estamos, pois, a falar de um técnico cujo
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
115
Espaço APECATE
No actual quadro legislativo, podem frequentar estes cursos:
a) titulares de um curso de ensino secundário,
ou de habilitação legalmente equivalente;
b) os que tendo obtido aprovação em todas as
disciplinas dos 10.º e 11.º e tendo estado inscritos no 12.º ano de um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente
não o tenham concluído;
c) titulares de uma qualificação profissional de
nível 4;
d) titulares de um Diploma de Especialização
Tecnológica (DET) ou de um grau ou diploma
de ensino superior que pretendam a sua requalificação profissional.
Podem igualmente candidatar-se à inscrição
num curso de especialização tecnológica num
estabelecimento de ensino superior os indivíduos com idade igual ou superior a 23 anos, aos
quais, com base na experiência, aquele
reconheça capacidades.
Composição do Referencial
de Formação
O CET em Turismo de Ar Livre proposto à ANQEP inclui
150 h de Formação Geral e
Científica e 725 h de Forma-
116
ção Tecnológica, nas quais se incluem 200 h de
formação em áreas técnicas específicas, correspondentes à escolha de 4 das 6 áreas de actividade consideradas (cf artigo do número anterior). Para além da Formação em Contexto de
Trabalho, este referencial corresponde a uma
aprendizagem teórico-prática, como é, aliás,
exigência do próprio modelo de formação dos
CET.
Neste conjunto encontram-se:
- UFCD comuns a outros CET da área do Turismo e Lazer, que correspondem a unidades
de formação já formatadas no Catálogo Nacional de Qualificações (é o caso, entre outras, das
UFCD Português, Língua Inglesa, Relações Interpessoais, Tecnologias de Informação e Comunicação, Turismo, Áreas Protegidas);
- UFCD que, embora formatadas no Catálogo,
exigem uma adaptação criteriosa à profissão
(ex: Cartografia e Orientação ou Metodologias
de Avaliação dos Riscos Profissionais);
- UFCD totalmente concebidas pelos técnicos
responsáveis pela nossa proposta e que integram, na sua quase totalidade, o nosso
Plano de Formação de Activos (ver
ponto seguinte).
“O Plano de
Formação de Activos da APECATE dirige-se fundamentalmente
a pessoas que estão ao
serviço de empresas de
animação turística
(...)”
Julho_Agosto 2011 OUTDOOR
O PLANO DE FORMAÇÃO DE
ACTIVOS DA APECATE
O Plano de Formação de Activos da APECATE dirige-se
fundamentalmente a pessoas
Fotos: Sniper
perfil de competências se enquadra claramente
nestes descritores do Quadro Europeu de Qualificações para a Aprendizagem ao longo da vida.
Espaço APECATE
Animação Turística
que estão ao serviço de empresas de animação
turística, mas tem também como destinatários
estudantes ou profissionais que pretendam
complementar a sua formação nestas áreas.
Porquê lançar já este Plano em vez de esperar
que o Governo se manifeste sobre as nossas propostas?
Não foi questão que não nos tivéssemos colocado mas a resposta foi clara e unânime: não faz
sentido esperar. Pelo contrário, temos obrigação
de não esperar.
No Plano para 2012-2013 será dada prioridade à
organização e calendarização, em regime de
UFCD avulsas, das disciplinas que consideramos a essência da formação base de qualquer
técnico de turismo de ar livre. São elas:
Relações interpessoais (50h); Territórios de Turismo de Ar Livre – Interpretação da Paisagem
(25h); Territórios de Turismo de Ar Livre – Interpretação do Património (25h); Planificação
e gestão de programas de turismo de ar livre
(25h); Promoção da saúde e fisiologia em ambientes de ar livre (50h); Metodologias de avaliação de riscos profissionais (25h); Cartografia
e orientação (25h); Meteorologia em turismo de
ar livre (50h); Socorrismo (25h); Tiro com arco,
besta e zarabatana (50h); todas as áreas técnicas
específicas *(50h cada).
No que respeita às línguas estrangeiras, pressupomos o seu domínio, estando prevista, em cada
área técnica específica, a aquisição do respectivo vocabulário técnico.
Sempre que possível, a formação será dada em
regime intensivo – blocos de 25 horas distribuídas por 4 dias – e em regime de internato. Nas
UFCD de 50 horas, caberá ao formador propor
o intervalo entre os dois blocos que considerar
mais adequado ao sucesso da aprendizagem.
No momento de lançamento de cada curso será
disponibilizada, no website da APECATE, informação sobre os seus objectivos, conteúdos e respectivos formadores. Os potenciais formandos
que queiram enviar-nos desde já a sua intenção
de inscrição nas UFCD referidas receberão directamente esta informação. ø
Ana Barbosa
Presidente da Direcção da APECATE
*Ver Espaço APECATE do número anterior
Este texto encontra-se escrito com o antigo acordo ortográfico.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
117
Equipamento
timberland Pathrock
TIMEX CYCLE TRAINER
2.0 – COMPUTADOR DE
BICICLETA
Descrição: GPS - Velocidade,
distância, Lat/Longitude
SiRFstarIII GPS Technology
Incluí sensor de frequência cardíaca Flex Techo Digital 2.4 HRM
Sensor de pressão Barométrica:
Altitude/Elevação e Inclinação/
Grau; Temperatura; Memória
para 100-treinos; 5 ecrãns costumizáveis; Mãos livres; Auto
Start, Auto Split, Auto Stop, Auto
Resume; PC e Mac Device Agent
Download Data para software de
treino online Powered by TrainingPeaks; Batería recarregável
de Li-Ion até 18-Hour; 2 Quick-Release, Adaptadores com dupla posição.
Descrição: Desportivo construído em pele premium impermeável, com membrana Gore-Tex
para uma proteção e conforto
adicionais em qualquer situação climatérica, sola intermedia
em EVA para amortecimento e
absorção de choques proporcionando conforto diário, sola
Green Rubber com rasto especifico para uma tração superior.
timberland Piper Trail
Berg SLEEPINGBAG
XPLORER 400
Descrição: Desportivo com membrana waterproof, sola intermédia
em EVA, sistema BSFP para uma
tração excelente, sola Green Rubber com 42% de borracha reciclada.
Mais informações
asics t-shirt Trail
Descrição: T-Shirt de trail, leve,
respirável devido as inserções
de painéis de mesh nas costas e
debaixo dos braços, fecho com
proteção anti-frição no queixo
e bolsos laterais para colocação
de garrafas ou barras energéticas.
Descrição: Saco cama para 3 estações; Temperatura: Conforto
0ºC, Extremo -5º; forro em polialgodão, peso 1,7 kg, em formato de mumia. Para pessoas
que queiram acampar com o
máximo conforto.
Mais informações
Mais informações
118
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
asics casaco corta vento
Equipamento
asics calções 2 em 1
Descrição: Calções dois em um, devido ao
seu calção interior removível. Bolsos para
armazenamento, conforto e performance.
Logo reflectores.
Mais informações
Garmin Fénix
Descrição: O novo Fénix inclui um abrangente
conjunto
de
ferramentas de navegação que permite aos
utilizadores planearem
viagens, criarem rotas
e registarem pontos de
direção.
Os amantes do desporto de ar livre podem navegar segundo as coordenadas GPS ao longo
de um percurso ou de
uma rota, em direção a
waypoints ou ao longo
de qualquer outra opção selecionada.
Descrição: Casaco corta vento, zonas de
ventilação na frente e nas costas, liberdade
de movimento.
Mais informações
adventure 65l BERG
Descrição: Mochila
de grande capacidade e autonomia;
2 bolsos laterais
de acesso rápido e
tampa superior com
bolso para objetos
pessoais; Ideal para
acampar.
Mais informações
Mais informações
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
119
Vouchers
Para usufruir dos descontos indicados nos vouchers, deverá imprimir a página e entregar à
respetiva empresa no ato da marcação ou compra da atividade ou serviço.
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Leitores
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Oferta válida para atividades em agenda de Rafting,
Caminhadas, Escalada e Rappel, Canyoning, Workshop de
Bodyboard e Bushcraft.
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ao final do ano de 2012
Tel: 210 155 139
Setembro_Outubro 2012 OUTDOOR
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Para usufruir dos descontos indicados nos vouchers, deverá imprimir a página e entregar à
respetiva empresa no ato da marcação ou compra da atividade ou serviço.
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
A fechar
aplicação portal aventuras
A Aplicação Portal Aventuras para smartphones apresenta-se como um guia de sugestões sobre as temáticas de
Turismo Ativo, Atividades ao Ar livre, Desporto e Natureza.
De forma simples e prática irá encontrar um sem fim de
sugestões que o farão sair da rotina e partir à aventura.
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turísticos, como barragens, castelos, zonas protegidas,
rotas e muito mais!
Para onde for, ou onde estiver não pode deixar de consultar as sugestões do Portal Aventuras.
Brevemente disponível no teu smartphone!
corre jamor
A terceira edição da prova chega a 11 de Novembro, pelas
10h30, e oferece duas distâncias: 9 km (prova principal) e
3 km (prova mini).
As inscrições estão abertas e podem ser feitas através do
site oficial do evento: www.correjamor.com.
Sabe Mais em www.portalaventuras.clix.pt
observanatura
A OBSERVANATURA é a oportunidade para o encontro
entre as empresas de turismo de natureza, as organizações não governamentais, as editoras e empresas de
material óptico e os turistas ornitológicos, em torno dos
valores da biodiversidade.
Nesta 4.ª edição da feira, contamos com a sua participação, a entrada é gratuita!”
Sabe Mais em www.portalaventuras.clix.pt
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Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
agenda outdoor
A agenda do Portal Aventuras encontra-se ao rubro! Existem inúmeras atividades de Norte a Sul do nosso país que
te farão viver muitos momentos de emoção.
Canoagem, Surf, Caminhadas, Trekking, Viagens de
Aventura, Canyoning, Rappel, Escalada, Montanhismo,
Sobrevivência....e muito mais!
Boas Aventuras!
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nova categoria equipamento
Vais partir a aventura?
Precisas de novos equipamentos outdoor?
O Portal Aventuras abriu uma nova categoria com as últimas novidades do mundo do desporto outdoor.
Damos-te a conhecer novas marcas e modelos acabados
de ser lançados. Não percas esta oportunidade e escolhe
já o teu próximo material!
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3ª edição do Festival de Observação de Aves
Encontram-se abertas as inscrições para a 3ª edição do
festival, que tem atividades abertas ao público entre 5 e 7
de out., em Sagres. A inscrição é gratuita na maioria das
iniciativas, mas a inscrição é obrigatória.
Este ano o festival destaca as ações a pensar nos mais novos e nos amantes da natureza.
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Norte Alentejano “O” Meeting 2012
Se gostas de praticar desporto e de explorar a natureza o
Grupo Desportivo dos Quatro Caminhos tem para ti um
evento muito especial!
Pelo sétimo ano consecutivo, o Grupo Desportivo dos
Quatro Caminhos, organiza o Norte Alentejano O’ Meeting, desta vez em parceria com a Câmara Municipal de
Nisa e a Federação Portuguesa de Orientação.
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OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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