Brochura I Jornadas Enfermagem Médico-Cirurgica

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Brochura I Jornadas Enfermagem Médico-Cirurgica
RESUMOS
CIENTÍFICOS
“PONTES do CUIDAR”
Súmula das Jornadas
*A Segurança do Doente*
Moderador: Amélia Gracias
Cirurgias Seguras - Check List (BO e CA)
H. Marques; H.Lopes
Prevenção e Gestão do Erro Medicamentoso
C. Apolinário
Monitorização da Preparação Pré-Operatória
L..Beato
Cirurgias Seguras - Check-list
Bloco Operatório
Autores: ; MARQUES, Helena; SANCHEZ, Ana; LUÍS, Leonor
Tendo em conta o crescente volume anual de cirurgias e das complicações cirúrgicas que
advêm durante a intervenção cirúrgica ou após a sua concretização, como causa importante de morbilidade e mortalidade, a segurança cirúrgica emergiu como um problema de
saúde pública significativo.
Com o objectivo de melhorar a segurança cirúrgica e a qualidade dos cuidados, a Aliança
Mundial para a Segurança do Doente, da Organização Mundial da Saúde (OMS), estabeleceu o programa “Cirurgia Segura Salva Vidas” em todos os blocos Operatórios do Sistema
Nacional de Saúde a ser implementado até final de Setembro de 2010.
Gestos simples, como a mera verificação de uma lista (Lista de Verificação da Segurança
cirúrgica), enumerando os principais problemas potencialmente associados a cada uma
das fases da cirurgia (antes, durante e após), com envolvimento activo de todos os profissionais de saúde que constituem a equipa cirúrgica, traduzem-se numa significativa redução das taxas de complicações e de mortalidade. A lista é uma ferramenta que tem como
objectivo final, ajudar a garantir que as equipas, de forma coerente, seguindo algumas
medidas de segurança críticas, minimizem os riscos mais comuns e evitáveis que colocam
em risco a vida e o bem-estar dos utentes cirúrgicos. O mesmo acontece com o Índice de
Apgar Cirúrgico, a aplicar pelo anestesista, antes de o doente sair da sala de operações
Sabendo-se dos benefícios da aplicabilidade da check list, e no sentido de tentar perceber
se esta estaria a ser bem aceite por toda a equipa e a ser correctamente preenchida, realizamos um estudo no Bloco Operatório do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio de
11/01/2011 a 30/03/2011 a uma amostra de 504 doentes. Deste estudo podemos referir
que a fase mais preenchida foi a 1ª fase (Sign In) e que as fases menos preenchidas foram
a segunda (Time out) e a terceira (Sign Out). O Apgar Cirúrgico também foi um campo que
teve pouca adesão.
Cirurgias Seguras - Check-list
Cirurgia de Ambulatório
Autores: LOPES, Hélio; GRACIAS, Amélia
Tendo em conta o crescente volume anual de cirurgias e das complicações cirúrgicas qA
Organização Mundial de Saúde(OMS) identificou um novo problema de saúde pública. Um
problema deste Milénio que em grande parte se deve ao desenvolvimento das ciências da
saúde, das novas tecnologias e que produziram um impacto inimaginável na vida
contemporânea das sociedades. Segundo a OMS, o número de cirurgias realizadas nos 56
Países estudados, quase duplicou o número de nascimentos ocorridos em 2006 e que
foram 136 milhões. Apesar deste enorme avanço científico a OMS identificou, igualmente,
um número arrepiante de complicações resultantes da atividade cirúrgica.
“...7 milhões de pacientes cirúrgicos sofreriam complicações significativas a cada
ano,1milhão dos quais morreria durante ou imediatamente após a cirurgia”
Foi a dimensão deste problema, e o fato de que os estudos efetuados demonstrarem que
pelo menos metade desses eventos adversos poderiam ser evitáveis, que conduziu a OMS
a tomar medidas. A Aliança Mundial para a Segurança do Paciente criou em 2007/8 o
Programa “Cirurgia Segura Salva Vidas”. A introdução de medidas e de padrões de
segurança tornou-se um imperativo à escala mundial. Uma das formas de difundir e
operacionalizar o Programa “Cirurgia Segura Salva Vidas” foi através da introdução de uma
“Checklist” (Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica) a utilizar na sala de operações.
O Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio EPE, e particularmente, a Cirurgia de
Ambulatório não podiam ficar alheios a este Desafio. A 03 de Janeiro de 2011 a Cirurgia de
Ambulatório deu início ao Programa “Cirurgia Segura Salva Vidas”. A Lista de Verificação
de Segurança Cirúrgica, recomendada pela Direção Geral da Saúde, passou a ser
obrigatoriamente aplicada a todos os pacientes submetidos a uma cirurgia com anestesia
geral.
Nas 1.ªs Jornadas de Enfermagem Médico-Cirúrgicas vamos apresentar os dados obtidos
relativamente à aplicação da Checklist no 1.º Trimestre deste ano. Realizamos 415
“Checklist” num universo de 450 cirurgias realizadas com anestesia geral e loco-regional.
Obtivemos uma “Taxa de Execução” da Checklist de 96,9% para os doentes operados com
anestesia geral e de 92,2% para o total dos doentes operados.
A “Taxa de Verificação” resultante da validação dos itens da Lista de Verificação elaborada
pelo Responsável da Cirurgia Segura é bastante elevada nos dois primeiros momentos,
Sign In e Time Out; 98,6% e 98,9%, respectivamente e significativamente mais baixa no
último momento, Sign Out; 92,4%.
Prevenção e Gestão do Erro
Medicamentoso
Autores: APOLINÁRIO, Cláudia; SILVA, Daniela ; GASPAR, Helena; MACHADO, Teresa
Os acidentes, na área do medicamento estão descritas como sendo um dos aspectos
essenciais na prática dos cuidados de saúde, apresentando 6 a 8% dos erros em contexto
hospitalar. O erro medicamentoso pode estar relacionado á prática profissional, produtos
usados na área de saúde, prescrição, preparação, problemas de rotulagem, monitorização
e uso de medicamentos.
Sendo imperioso conhecer a realidade do centro hospitalar do barlavento algarvio, foi
criada uma norma hospitalar que tem por objecto lançar os primeiros trabalhos de prevenção e monitorização do erro medicamentoso. Para o efeito foram criados indicadores e
elaboradas varias listas de verificação tendo em conta a especificidade de cada serviço.
O objectivo deste trabalho foi garantir a melhoria continua da prática na gestão e administração de medicamentos assim como prevenir erros na gestão e administração de medicamentos.
Para tal, foi feita pesquisa bibliográfica e foi aplicado um estudo no serviço de medicina 2
no período de tempo de três meses procedendo-se semanalmente ao preenchimento das
listas de verificação. Posteriormente foi feita uma análise descritiva dos dados obtidos.
Com os resultados obtidos verificou-se que este trabalho levou a uma diminuição do erro
medicamentoso por parte dos profissionais do serviço e deparamo-nos com inúmeras dificuldades pois apercebemo-nos que não estamos despertos para esta problemática.
Assim salientamos que este trabalho contribui para sensibilizar a equipa de enfermagem
na importância da prevenção e monitorização do erro medicamentoso levando mesmo a
alterar comportamentos e atitudes que visem a melhoria da prática clínica.
Monitorização da Preparação
Pré-Operatória
Autores: BEATO, Liliana
Na preparação pré-operatória do doente, o duche com anti-séptico, a tricotomia, a desinfecção das mãos do cirurgião e restante equipa cirúrgica, a atitude perante o doente infectado ou colonizado, a profilaxia antibiótica e a duração do internamento pré-operatório
são factores a terem consideração.
Pretendeu-se identificar as boas práticas na preparação pré-operatória recorrendo-se ao
preenchimento da Check-list pré-operatória (NP 1/VII/E) e posteriormente identificar
acções de melhoria no cumprimento da preparação pré-operatória da pele (NP 2/VIII/E).
A população alvo deste estudo foram todos os doentes internados no serviço de Cirurgia 1
propostos para Cirurgia Electiva e a amostra é de 84 doentes intervencionados nos meses
de Janeiro, Fevereiro e Março de 2011.
Na recolha de dados foi utilizado um formulário para se efectuar a observação estruturada, individualmente e a todos os elementos de enfermagem em estudo, através do qual se
poderá verificar o cumprimento, ou não cumprimento, da Norma de Procedimento da Preparação Pré-Operatória. Posteriormente, foram verificados os processos clínicos de forma
a constatar o cumprimento e grau de preenchimento da Check-list Pré-Operatória.
Constatámos sumariamente que o preenchimento da Check-list é de 92,2% e os campos
em que se verifica incumprimento (não preenchimento) são: o peso, a altura e sinais
vitais.
*Diabetes - Horizonte de Cuidados/
Cuidados com Horizonte...*
Moderador: Conceição Cruz
Diabetes - Programa de Ensino Estruturado no
Serviço de Medicina 1
D. Duarte
Cuidados ao Pé Diabético
F. Silva
Terapia por Pressão Negativa
V. Calado
A Problemática da Amputação
A. Lopes
Diabetes - Programa de Ensino
Estruturado no Serviço de Medicina 1
Autores: DUARTE, Desidério; MARQUES, Ana;
Introdução:
No sentido de optimizar o controlo metabólico dos doentes diabéticos, desenvolveu-se
um programa de ensino a doentes com diabetes. Este programa inicialmente utilizado
apenas no sector da Medicina 1, foi posteriormente alargado aos restantes sectores do
serviço de medicina.
Objectivos:
- Educar o doente sobre aspectos importantes da sua doença, auxiliando-o na aquisição de
competências técnicas, de modo a torná-lo autónomo e ajudando-o gerir a doença.
- Rentabilizar os dias de internamento.
Metodologia:
Estudo Descritivo.
Desenvolvimento:
O programa de ensino é realizado a todos os diabéticos inaugurais, com alteração do
esquema terapêutico ou que manifestem dúvidas. É composto por 5 sessões:
- Abordagem à doença;
- Auto-vigilância;
- Informações sobre o controlo da diabetes nomeadamente dieta e exercício físico;
- Ensino conforme o tratamento prescrito;
- Abordagem das principais complicações.
Resultados:
Ao longo do ultimo triénio foi aplicado o programa de ensino a 50 doentes, uma média
aproximada de 17 por ano. Destes, a maioria, 62% eram do género masculino.
A faixa etária dos doentes que necessitaram deste ensino foi elevada, sendo que 69,49%
tinha idade igual ou superior a 50 anos.
Cerca de 80% dos casos eram de diabetes tipo 2, sendo a maioria diabetes inaugural
(52%).
A maior parte não apresentava conhecimentos anteriores (56%), sendo que foi em 2009
que este parâmetro mostrou particular evidencia, com 75% dos doentes a não revelar
noções prévias sobre a sua doença.
No que diz respeito à terapêutica recomendada para o ambulatório, 23 doentes (46%)
foram medicados com insulina, o mesmo número com antidiabéticos orais, e o restante
com ambos.
Do total de 50 doentes a quem foi realizado o ensino ao longo destes 3 anos, somente 10
(5 em 2008, 3 em 2009 e 2 em 2010), recorreram ao hospital de dia da diabetes com a
doença descompensada, o que indica que o ensino foi eficaz em 80% dos casos.
Conclusões:
Durante estes 3 anos realizou-se este programa de ensino o ensino a 50 doentes sendo
eficaz em 80% dos doentes, os quais tinham a sua doença bem controlada até à data da
primeira consulta no hospital de dia.
O Pé Diabético
Autores: SILVA, Filomena
Introdução: O pé diabético consiste em alterações anatomopatológicas e neurológicas
periféricas que ocorrem nos pés de pessoas com diabetes. Essas alterações constituem a
neuropatia diabética, problemas circulatórios, com menor circulação sanguínea local e
infecção os quais requerem acompanhamento específico.
Objectivos: Esta apresentação tem como finalidade reforçar a importância do tratamento
no pé diabético.
Pé diabético, definição, epidemiologia e factores associados á ulcera de pé.
A neuropatia como responsável pelas várias lesões que podem acontecer. A complexidade
do tratamento destas feridas.
Conclusão: A prevenção e o tratamento precoce são fundamentais para evitar e reduzir as
amputações minor e major dos membros inferiores.
sua doença bem controlada até à data da primeira consulta no hospital de dia.
Terapia por Pressão Negativa
Autores: CALADO, Vera
A Diabetes Mellitus constitui um grave problema de saúde pública a nível mundial. Uma
das complicações mais dramáticas da diabetes é a úlcera no pé, uma vez que, ainda continua a ser responsável por um elevado número de amputações cirúrgicas dos membros
inferiores, causando prejuízos para o utente e sistema de saúde.
A terapia por pressão negativa surgiu pela primeira vez no Oriente, tendo a sua utilização
variado consoante as tendências das diversas épocas. O novo dispositivo foi comercializado pela primeira vez nos EUA em 1995 e na nossa instituição começou a ser utilizado em
2009.
A terapia por pressão negativa é uma tecnologia não evasiva que promove a cicatrização
da ferida através do equilíbrio do ambiente húmido e da estimulação celular. Está recomendada para o tratamento de úlceras neuropáticas entre outras.
Este trabalho resultou de uma reflexão crítica da nossa prática diária no serviço de cirurgia, visto ser uma realidade com a qual contactamos diariamente. Somos, frequentemente, confrontados com situações em que pequenas lesões do pé em doentes diabéticos
levam a internamentos repetitivos e prolongados e até mesmo amputação cirúrgica do
membro.
Será apresentada uma situação clínica que evidencia a prática da utilização de terapia por
pressão negativa no pé diabético.
A Problemática da Amputação
Autores: LOPES, Ana Rita; COSTA, Lucília
Introdução: A amputação dos membros inferiores surge como solução a uma das principais complicações da diabetes, o pé diabético, constituindo por isso um grave problema da
saúde pública actual pelos custos, económicos e sociais que acarreta.
Objectivo: Com este trabalho pretendemos identificar e dar a conhecer a casuística do
serviço de Cirurgia Geral 2 do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, estudando a prevalência de amputações em doentes com Diabetes Mellitus e percebendo quais as principais complicações associadas às amputações realizadas no serviço.
Metodologia: Realizou-se para tal um estudo analítico observacional transversal retrospectivo. Procedeu-se assim a uma colheita de dados através da consulta dos processos clínicos de um grupo de 32 doentes internados no serviço de Cirurgia Geral 2 entre Janeiro e
Dezembro de 2010, submetidos a amputação dos membros inferiores. Foram consideradas as seguintes variáveis: sexo, idade, tipo de cirurgia/nível de amputação, portadores ou
não de diabetes, dias/tempo de internamento, destino de alta, complicações associadas à
cirurgia.
Resultados: Dos 32 processos analisados, observou-se uma maior incidência de amputações no sexo masculino (21 doentes), bem como uma prevalência de amputações major
(21 amputações), numa faixa etária maioritariamente acima dos 80 anos. Denotou-se ainda uma alta percentagem de doentes diabéticos (23 doentes) em relação aos não portadores de diabetes e ainda um elevado índice de complicações directas e /ou indirectas.
Conclusão: Conclui-se que no serviço de Cirurgia Geral 2, no ano de 2010 na população de
doentes amputados, existe uma prevalência marcada de doentes do sexo masculino, idosos, portadores de diabetes e que acabam por ser submetidos a amputações major na
estação Outono/Inverno.
*Cancro da Mama...O Cuidar
neste Percurso*
Moderador: Ivone Mimoso
Consulta de Senologia
A. Bento
Internamento
M. Santos
Bloco Operatório
S. Oliveira
Hospital de Dia
A. Afonso
Consulta de Senologia
Autores: BENTO, Alexandra
Objectivos: Apresentar o percurso que o CHBA disponibiliza aos seus utentes; Descrever a
importância do enfermeiro ao longo do percurso.
Introdução: Em 2005,foi criado o grupo de diagnóstico e tratamento da patologia mamária. A
dinâmica de trabalho deste grupo origina a necessidade de englobar no mesmo, um elemento de
enfermagem. A partir de 2008 uma nova etapa surge, a criação de raiz de uma consulta de enfermagem. A consulta será transversal a todas as fases do processo, de atendimento dos utentes, ou
seja, ao nível da prevenção, do diagnóstico, do tratamento e da reabilitação. Em 2011, o grupo
encontra-se referenciado a nível europeu no tratamento de Cancro de Mama.
Desenvolvimento: A sua missão é a prestação de cuidados de enfermagem hospitalares, personalizados, com elevada qualidade, humanismo, eficiência, responsabilidade social, acessibilidade e
carácter preventivo aos utentes da sua área de influência.
A consulta de Enfermagem é realizada em três momentos, relativamente à consulta médica,
nomeadamente, pré consulta, consulta e pós-consulta.
A intervenção de Enfermagem, na pré-consulta, é baseada essencialmente, no
acolhimento do utente/família através da entrevista de admissão. Tendo como objectivo colher
dados para identificação das necessidades sentidas; Permitindo a planificação de cuidados personalizados.
Durante a consulta médica, a Enfermeira, dá apoio técnico em diversos
procedimentos (ex: execução de pensos, biopsias, drenagem abcessos). È também feita a avaliação em conjunto com o médico e o utente/família dos problemas/necessidades anteriormente
identificados.
Por último, o terceiro momento corresponde à pós-consulta. È o momento mais complexo e trabalhoso. A actividade de Enfermagem é subdividia em duas áreas distintas.
Na área oncológica a intervenção de Enfermagem implica:
Proporcionar apoio emocional ao utente e família, após a comunicação da notícia;
Validar o planeamento dos cuidados, numa vertente holística e humanizada, promovendo a
qualidade de vida;
Elucidar e orientar sobre a realização de exames de estadiamento;
Elucidar e orientar sobre as várias etapas da doença e seus tratamentos;
Esclarecer dúvidas ao utente e família após mastectomia ou cirurgia conservadora;
Esclarecer dúvidas ao utente e família sobre gânglio sentinela e esvaziamento axilar;
Informar sobre os apoios concedidos e a legislação aplicável;
Informar sobre a distribuição das ajudas técnicas;
Elucidar ao utente e família sobre expansor mamário, prótese mamária e futura reconstrução;
Encaminhar para outros técnicos da equipa multidisciplinar, sempre que
necessário;
Garantir a continuidade dos cuidados prestados com o encaminhamento e
acompanhamento dos utentes nas várias etapas do tratamento e na articulação
com outras entidades. A nível interno (Consulta Externa, Hospital de Dia, Consulta da
Dor, Cirurgia, entre outras) e a nível externo (Radioterapia, Hospitais Centrais,
Centros de Saúde, entre outros);
Consulta de Senologia
(Cont.)
Autores: BENTO, Alexandra
Ensinos diversos, relacionados com higiene, alimentação, cuidados pós operatórios, tratamentos a efectuar, entre outros;
Esclarecimentos de duvidas ou referenciação de sintomas do utente, diariamente, através de
contacto telefónico ou presença do mesmo.
Na área benigna a intervenção de Enfermagem implica:
Proporcionar apoio emocional ao utente e família, após a comunicação da notícia;
Esclarecer dúvidas ao utente e família sobre doença oncológica e lesões complexas;
Esclarecer dúvidas ao utente e família sobre fibroadenomas e abcessos mamários;
Validar o planeamento dos cuidados, numa vertente holística e humanizada, promovendo a
qualidade de vida;
Elucidar e orientar sobre as várias etapas do tratamento (exames de estadiamento, cirurgia,
recuperação pós operatória);
Informar sobre os apoios concedidos relacionados com a actividade profissional;
Ensinos diversos, relacionados com higiene, alimentação, cuidados pós operatórios, descanso ou exercício físico, condução, entre outros;
Encaminhar para outros técnicos da equipa multidisciplinar, sempre que necessário;
Esclarecimentos de duvidas ou referenciação de sintomas do utente, diariamente, através de
contacto telefónico ou presença do mesmo.
A consulta de Enfermagem decorre semanalmente em conjunto com a consulta médica. A
Enfermeira também esta presente na reunião semanal do grupo de diagnóstico e tratamento da patologia mamária.
Em paralelo a todas as intervenções de Enfermagem enunciadas, também é realizado trabalho na área da prevenção, com a divulgação de informações junto das populações. Esta dinâmica tem permitido desmistificar medos e receios e aproximar a população dos cuidados de
saúde prestados pelos profissionais do CHBA.
Conclusão: Neste momento o CHBA permite aos seus utentes e famílias um tratamento de
excelência, uma vez que tem aos seus dispor uma equipa de profissionais direccionados
para a área do cancro da mama e as melhores tecnologias a nível nacional.
O utente tem a possibilidade de ultrapassar essa fase da sua vida junto da sua família, em
sua casa, com os seus amigos ou ate mesmo no seu trabalho. Esta aproximação permite ao
utente e família, manter as suas vidas dentro de uma rotina, mencionada por muitos como
normal.
Quando o utente e sua família são informados da notícia, surge nos seus pensamentos que o
seu percurso de vida termina nesse momento.
A dinâmica de trabalho desenvolvida pela Enfermagem ao longo das várias fases do tratamento e da doença vão fazer com que os utentes e suas famílias vejam os enfermeiros como
os seus educadores, advogados, amigos, porto de abrigo.
Ao percorrer este longo caminho o utente e sua família têm sempre ao seu lado, de dia e de
noite, sempre disponível, um elemento representativo da Enfermagem.
Internamento
Autores: SANTOS, Mónica; COSTA; Marisa; FERREIRA, Marlene
A mulher submetida a cirurgia da mama, passa por uma série de alterações, físicas, psicológicas, emocionais, familiares, sociais e sexuais, tendo que desenvolver as suas capacidades de adaptação a uma nova realidade, tendo o enfermeiro como missão ajudar a doente
nesse processo.
Os sentimentos mais comuns no pré-operatório são a ansiedade relacionada com a cirurgia, a sua possibilidade de cura e o medo da morte. Ao mesmo tempo pode apresentar
medo em relação ao desconhecido, tipo de cirurgia e anestesia.
No pós-operatório uma das principais preocupações da mulher após mastectomia é a alteração da sua imagem corporal, pois a perda da mama está associada a perda da feminilidade, comprometimento sexual, desfiguramento, diminuição da atracção sexual e ou por
vezes perda do parceiro.
Cabe ao enfermeiro cuidar da mulher submetida a cirurgia da mama numa perspectiva
holística e humanizada, incluindo o marido/companheiro e a restante família nos cuidados
e no apoio a doente. O enfermeiro deve também oferecer à doente, família/pessoas significativas, suporte emocional, conduzindo-os à expressão dos sentimentos, necessidades,
preocupações de forma a facilitar a adaptação a todo este processo.
O pré operatório corresponde ao período que se estende do momento da indicação de um
procedimento cirúrgico até à sua execução.
Deve-se quantificar a doença prévia e identificar novas condições que possam afectar ou
modificar de forma danosa o período pós-operatório.
O objectivo da assistência é promover o melhor estado físico e psicológico do doente
visando evitar complicações no período pós-operatório.
Partindo como base de um referencial teórico e reflectindo sobre esta realidade. Temos
como objectivo principal delinear e especificar todo o percurso percorrido pela doente
submetida a cirurgia da mama desde o 1º minuto do internamento, acolhimento, exames
complementares, ensinos operatórios, preparação psicológica, intervenção cirúrgica,
período pós operatório, reabilitação, apoio emocional devido à alteração da imagem e
ensinos para a alta e partilhar experiencias vivenciadas ao longo deste caminho.
Em suma, a mulher submetida a cirurgia da mama passa por uma série de dúvidas, anseios
e medo dos tempos futuros. Enfrentado no período pré operatório a ansiedade, o medo
do desconhecido e a morte. A mulher ao vivenciar todo este processo em relação a cirurgia da mama, deve ser apoiada pela equipa multidisciplinar e pelo enfermeiro, em relação
aos aspectos físicos, emocionais e social, para que todo este processo represente um
momento de menor choque emocional.
Pelo qual baseamos este trabalho na nossa experiência profissional/pessoal vivida como
enfermeiros integrantes do serviço de cirurgia 2 nos cuidados prestados aos doentes submetidos a cirurgia da mama.
Técnicas Actuais no Tratamento Cirúrgico do Cancro da
Mama - Cuidados do Enfermeiro Peri-Operatório
Autores: OLIVEIRA, Sandra; FERREIRA, Jorge; PIMENTEL, Carla; DIAS, Armanda; PESTANA,
Sílvia
Introdução: a escolha deste tema surge no âmbito do desenvolvimento do grupo de diagnóstico e
tratamento da patologia mamária criada em 2005, com o objectivo do tratamento desta patologia
no sul do país, na zona do barlavento algarvio.Ao longo destes anos o grupo evoluiu técnica a e
cientificamente, obrigando a mobilização de uma equipa multidisciplinar, desde as diferentes
especialidades (cirurgia, anatomia patológica, radioterapia, imagiologia, medicina nuclear, oncologia) englobando uma equipa de enfermagem que necessariamente se enquadra nesta dinâmica
Desenvolvimento: o cancro da mama é a causa mais frequente na população feminina. Em Portugal são registados aproximadamente 4500 novos casos por ano. È a segunda causa de morte entre
mulheres com idades entre os 35/55 anos.Apesar da complexidade das doenças malignas mamárias com a implementação dos rastreios e a generalização da mamo grafia, é possível estabelecer
um diagnóstico precoce. Assim o prognostico e a perspectiva de vida melhoraram significativamente.O tratamento desta patologia evoluiu de procedimentos de grande agressividade cirúrgica
(grande recepção oncológica da época halstediana) para procedimentos mais conservadores, de
forma a conseguir um controlo locorregional da doença removendo pouco mais que o tumor.
O serviço de cirurgia do CHBA, com o apoio de toda uma equipa multidisciplinar tem acompanhado a substituição dos paradigmas anteriores pelos actuais conceitos (tratamento conservador da
mama com remoção localizada dos tumores; biopsia do gânglio sentinela; avaliação intraoperatória de margens cirúrgicas; cirurgia oncoplastica e cirurgia de reconstrução imediata com
prótese mamaria). Melhorando a qualidade de vida das mulheres, restituindo a integridade corporal, recompondo a imagem psíquica comprometida pela auto imagem aceitação social e dificuldades sexuais.
Toda a cirurgia comporta um conjunto de factores e sentimentos a que a utente é submetida. O
Enfermeiro peri-operatório tem um papel preponderante neste processo tecnicista, não esquecendo que na” arte do cuidar” deve ter presente factores específicos como os distúrbios de autoimagem, redução da auto-estima e dedução drástica de planos.Para além de todas as competências do Enfermeiro peri-operatório preconizadas pela A.E.S.O.P, realçamos ao longo do trabalho
as actividades de suporte (segurança, prevenção da Infecção, controlo da dor e posicionamento
cirúrgico) e as actividades do cuidar (Empatia, escuta, activa compreensão, encorajamento) de
forma a garantir a excelência dos cuidados.
Conclusão: O cancro da mama deve ser tratado por profissionais especializados trabalhando
numa equipa multidisciplinar.A prestação de cuidados de elevada qualidade deve ser dotada de
recursos técnicos e humanos com o objectivo de maximizar a sua sobrevivência e qualidade de
vida, tendo em conta as suas necessidades como pessoa e respeito pela dignidade humana.
Hospital de Dia
Autores: AFONSO, Ana Rita; VILARINHO, Vera
A abordagem da doença oncológica e da pessoa com cancro, nos dias de hoje já não se
centra apenas na patologia em si, nos seus sinais e sintomas e nos efeitos secundários dos
seus tratamentos; como também dirige especial atenção à qualidade de vida percepcionada por esta pessoa. Se por um lado assistimos ao aumento da sobrevida de pessoas às
quais foram diagnosticadas doença oncológica, por outro lado é imprescindível a necessidade de acompanhamento adequado e humanizado destas mesmas.
É por esta razão, essencial a existência do Hospital de Dia de Oncologia onde este acompanhamento e prestação de cuidados multidisciplinares possa ocorrer ao mesmo nível
daqueles que são prestados numa unidade de internamento, mantendo a pessoa maioritariamente em ambiente familiar e com o objectivo de maximizar o seu bem-estar. De facto,
o tratamento antineoplásico envolve rotinas, é fragmentado e regulado pela incerteza temporal que a própria doença impõe; a pessoa que o vivencia e tem esperança de o vencer
ou de o controlar, deve ser cuidada e respeitada a individualidade do seu contexto biopsico-social.
Neste sentido, quando são prestados cuidados em ambulatório é de extrema importância
que se valorize a componente emocional, na medida em que as alterações impostas pela
doença ultrapassam os aspectos físicos, sociais ou económicos. O dia-a-dia destas pessoas
sofre grandes alterações quando há necessidade destas realizarem procedimentos dolorosos ou invasivos, diferentes tratamentos, ou até mesmo comparecer a consultas com diferentes profissionais.
Para tal, é primordial a humanização de todos os cuidados administrados através do acolhimento da pessoa ao serviço, ouvindo, compreendendo, esclarecendo dúvidas, desmistificando medos, mas simultaneamente colocarmo-nos no lugar do outro facilitando a forma
como enfrentam a doença. Conhecer esta realidade, constitui um verdadeiro desafio para
todos aqueles que buscam a excelência da prestação de cuidados.
*Dor*
Moderador: Helena Gonçalves
Intervenção de Enfermagem na Unidade da Dor
M. Andrez
Dor Aguda
R. Tristão
Dor Crónica...Não Mata mas Dói...
A. Sousa
Intervenção de Enfermagem na
Unidade da Dor
Autores: ANDREZ, Márcia
Apresentação da Unidade de dor:
Espaço físico, Horário, Contacto telefónico, População alvo, Acesso, Equipa Multidisciplinar
e Psicoterapia de Grupo.
Intervenções do Enfermeiro:
Avaliação e Monitorização;
Administração de terapêutica;
Ensino doente/família: autoavaliação e autocontrolo da dor; medicação prescrita, efeitos
secundários, obtenção de receitas de estupefacientes; técnicas não farmacológicas, etc.
Encaminhamento: de acordo com necessidades detectadas sejam psicológicas ou socioeconómicas; referenciação para rede de cuidados continuados integrados entre eles cuidados paliativos
Articulação: Outros serviços/instituições caso o doente esteja internado ou inserido na
rede; Equipa de gestão de altas de forma a iniciar processo para cuidados paliativos
Quando existe contacto telefónico efectuado pelo doente estas actividades também estão
presentes. Por vezes - de forma a minimizar o desconforto que é a deslocação do doente
ao hospital - várias medidas podem ser tomadas, ensinadas para alivio e controlo da dor.
Definição, procedimento e dinâmica da Psicoterapia de grupo do doente oncológico com
dor.
Unidade de Dor pretende:
O conforto é um resultado holístico desejável relativo à disciplina de enfermagem (Kolcaba
e Dimarco, 2005). Pretende-se promover o conforto do doente, melhorando a qualidade
de vida do doente e família através uma abordagem multidisciplinar, em que o trabalho
em equipa é imprescindível. Este trabalho em equipa requer que doente/família seja o
principal protagonista /vector na avaliação e controlo da sua dor. Porque a dor: É aquilo
que a pessoa que a experiencia diz que é, existindo sempre quando ela diz que existe.
(Margo McCaffery, sd). E é o doente/família que estando no domicilio tem que ser instruído e ciente da terapêutica analgésica instituída. Temos consciência que a relação de ajuda
com base numa comunicação adequada é factor importante neste sintoma multifactorial
que é a dor.
Dor Aguda
Autores: TRISTÃO, Rosa ; JACINTO, Vítor; GONÇALVES, Mª Helena
Falar de dor aguda é relembrar uma experiência desagradável pela qual todos já passamos
em algum momento da nossa vivência. Este sintoma de alerta que se instala de forma
súbita com uma duração limitada e associado a uma lesão tecidular com causa conhecida,
tem impacto no organismo
São várias as manifestações que o doente pode apresentar resultantes das complicações
ao nível do sistema respiratório, músculo-esquelético, vascular, hormonal e psíquico. Deste modo é no âmbito das suas competências nos domínios da prática profissional, ética e
legal que o enfermeiro toma por foco de atenção a dor contribuindo para a satisfação, o
auto-cuidado e bem-estar do doente.
O enfermeiro precisa de conhecer a dor e saber como ela afecta o doente para o poder
ajudar. Através de uma relação empática, utiliza técnicas de comunicação que envolvem o
respeito pela individualidade, observa comportamentos e recorre a escalas de avaliação.
Neste trabalho abordaremos a dor aguda no contexto da cirurgia, pois a cirurgia em si é
um processo de stress para o doente que juntamente com a dor cirúrgica o irá transformar
numa pessoa fragilizada perdendo a confiança em si mesmo. Com uma avaliação assertiva
e rotineira, o tratamento da dor pode ser facilitado e o seu controlo antecipado através de
medidas farmacológicas e não farmacológicas. Qualquer doente com dor tem o direito de
ser atempadamente cuidado, de forma a evitar sofrimento desnecessário e contribuir para
o seu agravamento.
Desde Outubro de 2001 que existe em Portugal um documento estratégico da Direcção
Geral da Saúde, o Plano Nacional de Luta Contra a Dor, pioneiro em todo o mundo, que
estabelece um conjunto de recomendações e orientações estratégicas para uma correcta
abordagem de todas as modalidades de dor e para todos os grupos etários.
Unidades de dor aguda, constituídas por uma equipa multidisciplinar são cada vez mais
recomendadas independentemente dos diferentes tipos de moldes. O modelo europeu
tem como pivot dessa unidade o enfermeiro, daí a sua denominação de nurse-based em
Dor Crónica...Não mata mas dói...
Autores: SOUSA, Ana Maria ; JACINTO, Vítor; GONÇALVES, Mª Helena
A dor tão antiga como o próprio Homem, é inerente à própria vida e é uma das experiências por este mais temida, no entanto uma das mais experimentadas. Desde sempre que a
humanidade procura o alívio da dor. É pois irónico que a dor, o sintoma mais comum na
medicina, ainda hoje seja difícil de tratar e pouco compreendida. É uma experiência pela
qual todos já passámos, uma experiência universal, envolta numa complexidade que torna
a sua definição muito problemática. A subjectividade inerente à dor torna-a extremamente difícil de definir. Definir objectivamente o termo dor, será desprovê-la da subjectividade
que a caracteriza. A este propósito Mecaffery (1983), citado por KANNER (1998:17), refere
que a dor é “qualquer coisa que a pessoa que a sente diz que é, existindo sempre que ela
diz que existe”. Este conceito é exemplificativo da forma como a dor é considerada uma
experiência individual e subjectiva, e de como é impossível dissociar todas as dimensões
da pessoa que a experiência.
Nos doentes com cancro, a dor é uma das razões mais frequentes de incapacidade e sofrimento. Em algum momento da evolução desta doença, 80% dos doentes experimentarão
dor. No entanto, nos dias de hoje, a dor continua a ser tratada de forma inadequada. A formação dos profissionais de saúde é indispensável, independentemente da sua especialidade ou âmbito assistencial. A formação contínua é fundamental, pois permite adquirir
novos conhecimentos, mudar atitudes, ensinar técnicas, e só assim se poderá melhorar
esta situação. Neste contexto, esta apresentação tem como objectivos relembrar conhecimentos sobre dor, sensibilizar para a importância da avaliação da dor, abordar de forma
sumária o tratamento da dor, evidenciar o papel do enfermeiro no controlo da dor. Sendo
a finalidade contribuir para o desenvolvimento de boas práticas nos diversos contextos de
intervenção profissional.
*Funcionalidade e Qualidade de Vida*
Moderador: Paula Morgado
Avaliação Pós Intervenção cirúrgica à Catarata
L. Mancha
Sexualidade nos Doentes Submetidos à Cirurgia da
Anca
R. Martins
AVC: A Perspectiva dos Cuidados
P. Santos
Avaliação Pós Intervenção Cirúrgica à
Catarata
Autores: MANCHA, Lúcia; GREGÓRIO, Arsénio
A qualidade de vida em saúde é determinada por diversas dimensões, de entre as quais se destaca a capacidade para a realização das actividades de vida diárias. O que por sua vez, é influenciado
pela presença, ou não, de doenças graves e/ou incapacitantes.
A catarata é cada vez mais um problema de saúde pública, não só pelo grande número de
população que abrange, dada a sua etiologia (catarata senil – pessoas idosas; catarata congénita
ou traumática – pessoas mais jovens), mas também pela incapacidade que provoca. Sendo a catarata, a opacificação do Cristalino, leva a uma progressiva perda de visão e consequentemente à
diminuição da capacidade para realizar as actividades de vida diárias e à diminuição da qualidade
de vida. Por este motivo, o seu tratamento torna-se cada vez mais importante, sendo a cirurgia, o
único definitivo.
Na cirurgia à catarata, o enfermeiro desempenha um papel fundamental, participando no
pré-operatório (preparação do utente para a cirurgia, confirmação dos critérios de admissibilidade), intra-operatório (colaboração na anestesia, circulação, instrumentação) e pós-operatório
(preparação para alta, ensino sobre os cuidados a ter e medicação a fazer – mediante indicação
médica).
Com o objectivo de demonstrar a importância da cirurgia à catarata na qualidade de vida
do utente, foi realizado um estudo quantitativo, para o qual foi elaborado um questionário, denominado de QVC (Qualidade de Vida da pessoa com Catarata). Este foi devidamente validado, apresentando um alpha de Cronbach de 0,885, o que demonstra a sua fiabilidade na avaliação que se
pretende, tendo sido posteriormente aplicado a 107 utentes com catarata, antes da cirurgia e 30
dias após a mesma. O questionário avalia o grau de dificuldade relacionado com a acuidade visual,
a capacidade para realizar as actividades de vida diárias e a satisfação com a visão. Após a sua
aplicação, os dados obtidos foram tratados através do programa estatístico SPSS, onde é feita
uma análise descritiva da amostra e, dadas as características do instrumento e o tamanho da
amostra, aplicados testes paramétricos para análise dos dados, nomeadamente teste T-Student
para amostras emparelhadas, com significância assumida de p>0,05.
Do estudo realizado e apresentando o teste t uma significância de 0,000 pode-se concluir
que a intervenção cirúrgica à catarata aumenta a qualidade de vida.
Sexualidade nos Doentes Submetidos
à Cirurgia de Anca
Autores: MARTINS, Rafaela; EIRIZ, Jorge; ESPERANÇA, Vanda
As doenças reumáticas traduzem-se em elevados custos para a saúde. Apesar das doenças
reumáticas constituírem um vasto campo de investigação, o nosso trabalho tem como
enfoque a coxartrose. O tratamento da coxartrose depende de vários factores, podendo
ser conservador ou cirúrgico. A artroplastia total da anca é hoje o procedimento mais utilizado para o tratamento cirúrgico da coxartrose. No internamento o planeamento de cuidados, tem como objectivos principais prevenir a luxação da prótese e/ou outras complicações, reduzir a dor, restaurar a função articular, promover a máxima independência funcional e a autonomia da pessoa na realização dos autocuidados após a alta hospitalar. As
precauções relativas à substituição total da anca deverão ser cumpridas durante todas as
actividades de vida diária, incluindo as relações sexuais.
A sexualidade é parte integrante da personalidade de todo o ser humano, sendo construída através da interacção entre duas pessoas. O desenvolvimento da necessidade humana
básica sexualidade depende da satisfação do desejo de contacto, intimidade, expressão
emocional, prazer, carinho e amor. A grande maioria dos doentes é capaz de retomar
segura e agradavelmente as relações sexuais, após a substituição da anca. Os doentes,
cuja função sexual já estava comprometida antes de ser operado, devido à dor e à dificuldade de mobilização da anca, normalmente, após a cirurgia deixam de ter dor e ficam com
maior capacidade de movimentação.
Geralmente é seguro retomar as relações sexuais, aproximadamente seis semanas após a
cirurgia. Este é o tempo estabelecido para que a ferida operatória e os músculos envolventes da anca recuperem. Durante os ensinos é importante reforçar que o doente deve respeitar as posições recomendadas, devendo igualmente ter especial atenção, nas posições
a evitar, de modo a prevenir as complicações associadas.
AVC: Perspectiva dos Cuidados
Autores: SANTOS, Paula; MARTINS, Samuel; RODRIGUES, Mª Carlos
A diminuição das taxas de natalidade e de mortalidade, fruto da evolução dos processos
terapêuticos, do desenvolvimento de tecnologias na área da saúde, bem como a melhoria
de acessibilidade aos cuidados de saúde, manifestam-se num aumento da esperança
média de vida e consequentemente no aumento da população idosa.
Com o acréscimo do poder de compra e da variedade de escolha, foi possível no nosso
país assistir progressivamente ao abandono da saudável dieta mediterrânica, e consequentemente ao aumento da obesidade, do sedentarismo e o envelhecimento da população, contribuíram decisivamente para o aumento das doenças cardiovasculares.
Podemos afirmar que o AVC em Portugal, além de ser a primeira causa de morte, é uma
das razões mais importantes de hospitalização e de incapacidade permanente no adulto,
consequentemente com elevados custos directos e indirectos, (Prior, 2009).
Os cuidados de enfermagem de reabilitação ao doente com AVC devem iniciar-se precocemente na unidade de internamento, tendo em conta que, 50% dos doentes que tiveram
um AVC ficam com limitações a nível motor, 10% com incapacidade de viver na comunidade e possuem um risco aumentado para a ocorrência de um novo evento. Vários estudos
comprovam que cerca de 25% dos doentes repetem o AVC e que cerca de 10% das pessoas que sofreram um AVC têm risco de voltar a apresentar novo evento no primeiro ano
após o primeiro.
Pelo que as intervenções de enfermagem devem contemplar cuidados de reabilitação e de
prevenção de novos eventos, ainda considerar a qualidade de vida relacionada com o AVC,
considerar as características desta doença, os seus impactos na vida pessoal, familiar e
social e, finalmente, as características sócio-demográficas dos doentes e seus prestadores
de cuidados
Compete assim, ao enfermeiro de reabilitação apoiar, orientar, e explicar os ganhos em
saúde, para que os utentes optem por nos acompanhar na luta pela prevenção do novo
evento, através do controle dos factores de risco, maximizando o seu potencial e melhorando assim a sua qualidade de vida.
A qualidade de vida tem sido definida como a avaliação subjectiva do indivíduo acerca do
grau em que estão satisfeitas as necessidades nos vários domínios de vida.
Qualidade de vida é um conceito complexo e ambíguo que varia de pessoa para pessoa, e
que para a mesma pessoa modifica ao longo da vida, sendo a saúde uma dimensão
comum a todos os conceitos de qualidade de vida. Assim, o impacto da doença na vida da
pessoa, é percepcionada ao nível dos aspectos relacionados com a sintomatologia depressiva, da mobilidade, dor, sono, reacções emocionais e isolamento social.
Então, a intervenção do enfermeiro de reabilitação deve contemplar na preparação para a
alta cuidados individualizados para a máxima autonomia da pessoa com AVC e para a prevenção dos factores de risco modificáveis que incluem cuidados com a alimentação e
ingestão hídrica adequados, controlo do peso, cuidados com o controlo da hipertensão
arterial, da diabetes e actividade física, contemplando ainda o ensino e treino à família/
cuidador informal.
*Doente Crítico*
Moderador: Arsénio Gregório
Via Verde Coronária - Balanço da Sua Existência
(PTM; LGS)
C. Lourenço; A. Ferreira
Via Verde do AVC - Perspectiva de Existência no
Serviço de Urgência
A. Agostinho
Transporte Secundário (inter-hospitalar)(PTM; LGS)
J. Mendonça, A. Conceição
Via Verde Coronária - Balanço da sua
Existência - Portimão
Autores: LOURENÇO; Catarina; ANTUNES, Sara; PARREIRA, Dulce; MANUEL, Sofia
As doenças cardio vasculares, nomeadamente a doença coronária, com o seu carácter multidimensional e as suas graves consequências, negativas e directas, para o cidadão,
a sociedade e sistema de saúde, determina um grave problema de saúde pública, justificando uma actuação planeada e organizada ao longo de todo o sistema de saúde, através
de um Programa Nacional com objectivos concretos de prevenção e redução estas doenças.
Sendo a doença coronária uma das principais causas de morte em Portugal, responsáveis por cerca de 50% das mortes ocorridas em 1999 como nos mostram dados estatísticos do M. Saúde em 2003. A Organização Mundial de Saúde, nomeadamente do Programa
Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares, preocupou-se com o
nosso sistema de saúde, dando uma perspectiva de crescimento à doença coronária.
Assim criou-se o plano com objectivos e estratégias que se centra na promoção e concretização do seu adequado tratamento.
Foram criadas as vias verde coronárias (PNPCDC, 2003)
“ Estratégia organizada para a abordagem , encaminhamento e tratamento mais adequado nas fases pré, intra e inter hospitalares, de situações clínicas mais frequentes e/ou graves que importam ser especialmente valorizadas pela sua importância para a saúde das
populações”.
”(…)para o diagnóstico e tratamento rápido , quando o doente procura directamente o
Hospital, por sua iniciativa ou por meios diferentes do INEM. A responsabilidade da criação de circuitos hospitalares internos que possibilitem o tratamento de reperfusão no
mais curto espaço de tempo pertence a cada hospital.”
Dentro de um desafio proposto pela nossa chefe de serviço, na apresentação de um
trabalho numa jornada de Enfermagem no CHBA, em que iríamos partilhar e apresentar a
nossa vivência no SU perante a temática da Via Verde Coronária, julgamos ser fundamental referir na nossa apresentação alguns pontos que passamos a nomear:
As indicações pelo Alto Comissariado da Saúde onde dá recomendações ao EAM
com Supra ST :
Via Verde Coronária - Balanço da sua
Existência ( cont.)
Autores: ANTUNES, Sara; LOURENÇO; Catarina; PARREIRA, Dulce; MANUEL, Sofia
- Na redução do tempo para o tratamento mais adequado e melhorar as
taxas de mortalidade e morbilidade associadas ao EAM.
- Com o objectivo de perfusão nas primeiras duas horas após o inicio dos sintomas Iniciando, assim o projecto da Via Verde Coronária no nosso serviço de
urgência.
Falar do diagnóstico segundo a OMS ao utente com EAM com supra de ST, feito
através do Quadro clínico; ECG e resultados analíticos ( CK-mb; troponina)
Falar do tratamento segundo a OMS ao utente com EAM com supra de ST, através
da terapêutica de reperfusão coronária, farmacológica ou mecânica.
Fazer uma descrição da abordagem ao utente com EAM com supra de ST, através
de vários pontos de entrada:
Doente que é admitido pela triagem;
Doente que entra directamente pela a reanimação, acompanhado por bombeiros ou
um equipa diferenciada (SIV; VMER)
Doente que já se encontra no serviço de Urgência e inicia sintomatologia ou apresenta
exames que comprovam o EAM com supra ST.
Descrição detalhada dos cuidados na sala de reanimação/ cuidados de enfermagem:
- Equipa existente na sala;
- Terapêutica inicial, protocolada
Explicar todo o dispositivo da activação da Via Verde Coronária:
Contacto com hospital de referência;
Transmissão de dados;
Critérios à equipa de Enfermagem, para realização de Via Verde;
Material disponível e sua disposição;
Ambulância disponível e sua activação;
Registos e papéis burocráticos a ter em conta.
Demonstração estatística, referente ao ano de 2010 na activação da Via Verde
Via Verde Coronária - Balanço da sua
Existência - Lagos
Autores: FERREIRA, Alexandra; TRIGO, Maria João; BARTOLOMEU, Teresa;
COSTA, Fabiana; SANTOS, Ester; DIAS, Marisa; SILVA, Jorge; MEDEIROS, Pedro
As doenças cardiovasculares são na maioria dos países industrializados a principal causa
de mortalidade e morbilidade. Para a sociedade e para o sistema de saúde, são actualmente uma das principais causas de incapacidade e de perda de anos potenciais de vida, tanto
a nível internacional como a nível nacional.
À semelhança de muitos países ocidentais, são também a principal causa de morte em
Portugal. Segundo a Direcção Geral de Saúde (2003)
Desta forma a Via Verde foi implementada com o objectivo de diminuir a mortalidade no
pré-hospitalar, requerendo por isso uma campanha de sensibilização da população e uma
organização dos serviços de saúde.
No Algarve a Rede de Urgência/Emergência faz parte um conjunto de instituições de saúde, sendo uma delas o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Lagos. Esta Unidade após uma
primeira intervenção e triagem coloca em curso procedimentos de tratamento, referenciação e encaminhamento dos doentes com critérios de Via Verde Coronária.
A SUB de Lagos abrange geograficamente, o município de Lagos e as Terras do Infante
(Aljezur e Vila do Bispo), um total de 36035 habitantes.
No âmbito das I Jornadas de Enfermagem Médico-Cirúrgica do CHBA, foi realizado um
estudo retrospectivo dos utentes que foram sujeitos ao protocolo da Via Verde Coronária
no ano 2010, após terem sido admitidos no SUB de Lagos.
Em 2010 foram obtidos os seguintes resultados:
Dos 27579 utentes que recorreram à SUB, 74 necessitaram de reencaminhamento hospitalar por necessidades específicas do foro cardiológico
Os meses com maior número de Via Verde Coronária foram o Janeiro, Fevereiro e Abril
Dos 74 utentes, 43 são do género masculino e 31 do género feminino, e uma média de
idades de 67 anos
A via de admissão consta de que 67 utentes recorreram por transporte próprio e apenas 7 através de ambulância
Via Verde Coronária - Balanço da sua
Existência (Cont)
Autores: FERREIRA, Alexandra; TRIGO, Maria João; BARTOLOMEU, Teresa;
COSTA, Fabiana; SANTOS, Ester; DIAS, Marisa; SILVA, Jorge; MEDEIROS, Pedro
Utentes em Via Verde Directa: 19 utentes - 39%.
Dos 19 utentes, 15 são do género masculino com média de idade de 65 anos e 4 do
género feminino como média de idades de 67 anos.
Utentes reencaminhados para o CHBA Portimão e Via Verde: 4 utentes - 8%
Utentes reencaminhados para o CHBA Portimão e Hospital Alvor: 1 utente - 2%
Em jeito de conclusão, a equipa do SUB de Lagos ao reconhecer rapidamente os sinais e
sintomas do EAM baseia a sua intervenção numa multidisciplinaridade de profissionais,
colocando a cooperação entre eles como uma peça fundamental para uma intervenção
precoce de modo a evitar ou reduzir sequelas no utente.
Via Verde AVC Perspectiva de um ano de Existência
no Serviço de Urgência
Autores: AGOSTINHO, Ana; ROCHATO, Mara
Segundo a OMS (2003), AVC consiste num conjunto de “sinais clínicos de perturbação focal
(ou global) da função cerebral, desenvolvendo-se rapidamente, com sintomas durando mais de 24
horas sem causa aparente que não de natureza vascular”.
O acidente vascular cerebral constitui um problema da maior relevância a nível mundial,
sendo a segunda causa de morte e incapacidade permanente nos países desenvolvidos. Em Portugal, o seu impacto é ainda maior, uma vez que constitui a primeira causa.
Cerca de 70 por cento das mortes por Acidente Vascular Cerebral ocorrem fora ou antes
da chegada ao hospital, sobretudo porque os doentes desvalorizam os sinais e tardiamente solicitam ajuda. Estes valores apontam para a necessidade de aumentar a rapidez no acesso destes
doentes ao hospital, através da implementação das Vias Verdes. A Via Verde AVC são estratégias
que visam melhorar a acessibilidade dos doentes, na fase aguda da doença aos cuidados médicos
mais adequados, diminuindo, assim, o risco de morte e posteriores sequelas. Atraves da realização de estudos da Via Verde AVC realizado em 2009/2010/2011 no CHBA os resultados são bastante positivos, demonstrando ganhos significativos no tratamento dos doentes e nos tempos de
demora pré-hospitalar.
Nos últimos anos tem-se verificado uma consciencialização progressiva, assim como um
aprofundamento científico acerca desta patologia, o que nos remeteu para o reconhecimento da
possibilidade de prevenção (através do controlo dos factores de risco) e de tratamento (através
do recurso a novas terapêuticas farmacológicas, cirúrgicas e neuro-radiológicas, com o apoio de
procedimentos especializados de enfermagem e técnicas de fisioterapia). Por outro lado, surge
também a necessidade de reintegração na sociedade, assim como a prevenção do AVC recorrente.
A existência de terapêuticas de fase aguda, remete-nos para a emergência do tratamento
do AVC, o que implica uma actuação num intervalo de tempo muito preciso e com procedimentos
sistematizados. Torna-se então imprescindível o reconhecimento precoce dos sinais de alerta, a
avaliação rápida e o acesso expedito dos doentes ao hospital. Para que tal ocorra sem hiatos,
criou-se a Via Verde de AVC. Aqui salienta-se a importância das Unidades de AVC.
Segundo a Declaração de Helsingborg (2006), todos os hospitais que admitem doentes
com AVC, devem ter uma Unidade de AVC. Esta define-se, segundo a DGS (2001) como um sistema de organização de cuidados prestados aos doentes, numa área geograficamente bem definida.
Via Verde AVC Perspectiva de um ano de Existência
no Serviço de Urgência ( Cont.)
Autores: AGOSTINHO, Ana; ROCHATO, Mara
Esta tem com principais objectivos a administração de terapêuticas de fase aguda,
prevenção do agravamento do AVC, prevenção de complicações, estratificação de factores
de risco, implementação de medidas preventivas de AVC recorrente, o início precoce do
tratamento e do programa de reabilitação e o desenvolvimento de um plano de alta e follow up adequados.
A Unidade de AVC, no nosso hospital situa-se no serviço de urgência geral desde
Novembro de 2009. Para otimização do seu funcionamento, são seguidas as recomendações da ESO e AHA.
Consiste numa unidade de nível B, isto é, uma unidade regional de AVC e encontrase permanentemente articulada com a U-AVC do HDFaro. São admitidos doentes Prioridade I e II.
A equipa multidisciplinar é formada por neurologista consultor, medicina interna,
fisiatria, enfermagem, fisioterapia, terapeuta da fala e assistente social em constante articulação com serviços como imagiologia, laboratório de análises, alimentação e exames
especiais. A unidade de AVC do Hospital do Barlavento, a funcionar numa sala contígua à
UIDA, pretende garantir aos doentes qualidade, quer no pré internamento, quer no pós
internamento e fazer uma reabilitação o mais rápido possível.
Tem uma lotação de 3 camas, sendo o rácio enfermeiro-doente de 1:3.
Desde Novembro de 2009 até Março de 2011 contabilizam-se 249 internamentos
sendo 63,8% do género masculino e 36,2% feminino.
A média de idades é 65,6 anos, no género masculino 67,6 anos e feminino 64,5
anos.
No total de doentes admitidos, 68,3% são AVC’s isquémicos, 13,2% hemorrágicos,
12% AIT’s, sendo a restante percentagem de outros diagnósticos.
O total de fibrinólises realizadas foram 16, numa proporção de 8 no género masculino e 8 no feminino, o que corresponde a uma percentagem de 7,4 e 12,9%, respectivamente.
Transporte Secundário
(Inter-Hospitalar) Portimão
Autores: MENDONÇA, João
O doente crítico pode ser definido como aquele em que, “por disfunção ou falência profunda de um ou mais órgãos ou sistemas, a sua sobrevivência esteja dependente de meios
avançados de monitorização e terapêutica”, como tal o processo de transporte destes
doentes tende a ser extremamente complexo devendo ser cuidadosamente ponderado a
sua necessidade. Seguidamente devem ser tomadas todas as medidas necessárias para
que o transporte decorra sem intercorrências antecipando todas as complicações que possam vir a ocorrer. Finalmente, após todos os contactos efectuados, o doente será transferido com uma equipa médica que apresente a capacidade de manter ou melhorar os cuidados a que o doente estava submetido anteriormente.
O transporte do doente crítico pode ser intra ou inter-hospitalar, quer por via terrestre
(em ambulâncias medicalizadas) quer por via aérea (no helicóptero do INEM). Os motivos
pelos quais se realizam são: carência de recursos humanos ou tecnológicos; continuação
de tratamento noutros centros; estabelecimento de diagnóstico clínico; razões sociofamiliares.
Os transportes de doentes críticos no CHBA ocorrem maioritariamente pela carência de
recursos humanos ou tecnológicos e os dados estatísticos demonstram um crescimento
exponencial do número de transferências efectuadas desde os primeiros anos (2001,
2002) até 2010.
Transporte Secundário
(Inter-Hospitalar) Lagos
Stress, Ansiedade e Depressão
Autores: CONCEIÇÂO, Ana
Os enfermeiros dos serviços de Urgência e Medicina da UHL integram a escala de transferências desta Unidade. Nos turnos da Manhã e Tarde, as transferências são asseguradas pelos enfermeiros do serviço de
Medicina e no turno da Noite pelos enfermeiros do serviço de Urgência. Vários autores identificam agentes
específicos de stress relacionados com reacções adversas ao trabalho em contexto hospitalar, bem como a
existência de uma relação significativa entre a sobrecarga de trabalho e o desenvolvimento de ansiedade.
Qualquer enfermeiro que integre a escala de transferências, tendo em conta a pluridimensionalidade de
um SUB, deverá ter conhecimentos sobre o corpo e processos de doença de todos os grupos etários. Consideramos que a transferência de doentes, nomeadamente de doentes críticos, possa ser um momento de
sobrecarga, em que o enfermeiro poderá demonstrar insegurança e ser incapaz de adaptar as suas capacidades à situação específica. Deste modo, executámos um trabalho que visa identificar o stress, ansiedade e
depressão nesses mesmos enfermeiros que integram a referida escala. Para tal, utilizámos a Escala de
Ansiedade Depressão e Stress (EADS) de 21 itens de Lovibond e Lovibond e fizemos um estudo quantitativo, para o qual estabelecemos as seguintes hipóteses:
- Existem diferenças nos níveis demonstrados de ansiedade, depressão e stress entre os enfermeiros dos serviços de Urgência e Medicina?
- Os enfermeiros deterem formação na área de transferências, influencia os estados de ansiedade,
depressão e stress?
Encontramo-nos, ainda, na fase de tratamento de dados estatísticos. No entanto, podemos antever que,
na realidade, existem diferenças na segurança demonstrada pelos enfermeiros, de acordo com o serviço
em que exercem. Desconhecemos, ainda, se essas diferenças terão significado estatístico.
Podemos concluir que, cerca de 21% dos enfermeiros que exercem funções no serviço de Medicina dizem
ter formação na área da transferência de doentes, e que cerca de 50% dos enfermeiros a prestar cuidados
no serviço de Urgência detêm formação na mesma área.
*IACS - Infecções Associadas aos
Cuidados de Saúde*
Moderador: Marta Coelho
Estudo sobre a Punção Venosa Periférica
E. Neto
Estudo sobre Hemoculturas
N. Costa
A Importância da Higiene das Mãos
P. Campos
Estudo sobre a Punção Venosa
Periférica
Autores: NETO, Eva; FERNANDES, Fátima; CAMILO, Andrea; RIBEIRO, Marlene
A Punção Venosa Periférica é o procedimento invasivo, mais executado pelos
enfermeiros na prestação de cuidados.
A enfermagem possui um papel de destaque na responsabilidade da execução desta
técnica, pois compete aos enfermeiros a decisão sobre a escolha do local de punção,
o tipo de dispositivos e sua manutenção, revisão da terapêutica a administrar e a
prevenção de complicações.
Este estudo pretende intervir, mediante a Norma de Procedimento de Enfermagem,
na
técnica da Punção Venosa Periférica, para evitar que seja executada de forma
rotineira, cumprindo apenas parcialmente as etapas descritas na Norma e
consequentemente contribuindo para o surgimento de complicações.
O objectivo geral é identificar as boas práticas na punção venosa periférica
associada á perfusão contínua e o objectivo específico é verificar se a técnica e o
conhecimento dos enfermeiros acerca da Punção Venosa Periférica está de acordo
com a Norma de Procedimento de Enfermagem Nº 2/VII/E.
No que concerne ao desenho da investigação, trata-se de um estudo quantitativo,
descritivo e exploratório; os enfermeiros do Serviço de Medicina III correspondem à
amostragem por conveniência. O método da recolha de dados constou da aplicação
de um questionário para recolher dados acerca do conhecimento que têm sobre a PVP
e posterior observação estruturada, e individual a todos os elementos de enfermagem
em estudo.
Os resultados e conclusões serão apresentados a 9 de Junho.
Estudo sobre Hemoculturas
Autores: COSTA, Nuno; MARTINS, Paula; GABRIEL, Gualter
INTRODUÇÃO:
Hemocultura é um exame auxiliar relevante pois o seu resultado reflete-se diretamente na
terapêutica (CCIH, 2010). Após o estudo de 2007, onde o índice global de qualidade (IGQ)
foi 87%, identificaram-se ainda algumas práticas inadequadas na colheita de sangue para
cultura. Decidiu-se repetir o mesmo estudo com o intuito de apurar a permanência ou não
das práticas inadequadas.
OBJECTIVOS:
• Enumerar as Hemoculturas contaminadas no período de 10/01/011 a 10/04/011;
• Identificar os factores associados à contaminação de Hemoculturas;
• Comparar o Índice Global de Qualidade do estudo de 2007 com o de 2011;
Sensibilizar os profissionais de saúde para as boas praticas nas Hemoculturas.
MATERIAL E MÉTODOS: Observação directa com guia de recolha de dados “Auditoria às
praticas de colheita de hemoculturas” estruturada em 5 padrões (Norma; Pedidos de
hemocultura, Técnica asséptica durante a colheita; Inoculação no meio de cultura, e transporte ao laboratório), fundamentação no Protocolo de Actuação nº54/CHBA, e pesquisa
bibliográfica. O método utilizado foi a estatística descritiva, com analise percentual dos
resultados.
RESULTADOS E CONCLUSÕES:
Análise dos Índices de qualidade (IQ) por padrão:
Padrão 1. IQ 100% - A norma está disponível e foi discutida no serviço;
Padrão 2. IQ 65,83% - A maioria das hemoculturas é realizada antes de iniciar antibioterapia (18 casos), no entanto, em 6 casos a colheita foi efectuada na altura do pedido e não
coincide com a menor concentração de antibiótico;
Padrão 3. IQ 94,81% - Salienta-se que a lavagem/desinfecção das mãos antes da colheita
não foi realizada em 4 casos, assim como a utilização do antisséptico de base aquosa;
Padrão 4. IQ 66,67% - A data de validade dos frascos de inoculação foi somente verificada
em 18 casos, e a desinfecção da rolha de borracha após remoção da tampa foi observado
em apenas 15 casos. É de salientar que em 15 casos a mudança de agulha não é aplicável
por utilização do sistema de vácuo;
Padrão 5. IQ 98.33% - Somente em 4 dos casos observados não foi possível o envio imediato ao laboratório, no entanto não foram conservadas no frigorífico.
Manteve-se o Índice Global de qualidade no Muito Bom (85, 13%).
Importância da Higiene das Mãos
Autores: CAMPOS, Paula
A evidência mundial diz que a adesão à melhoria da prática da higiene das mãos está
directamente relacionada com a transmissão de infecções e é universalmente baixa com
taxas de adesão inferiores a 60%.
No CHBA a taxa de adesão à higiene das mãos ronda os 62%.
Em termos gerais, a estratégia para melhor a taxa de adesão está relacionada com:
O aumento da adesão à higiene das mãos, para que mais profissionais higienizem as
mãos mais vezes;
A mudança do sistema, para que seja possível higienizar as mãos no local de prestação de cuidados, utilizando soluções anti-sépticas de base alcoólica para as mãos;
A disponibilização de lavatórios equipados para os profissionais.
Uma combinação de outras medidas destinadas a sensibilizar os profissionais e a
obter o apoio e o envolvimento de profissionais-chave para as práticas de higiene
das mãos.
CONFERÊNCIA
*Competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica*
Por: Rosa Miranda, Ordem dos Enfermeiros
Moderador: Suzel Poucochinho
Competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
Autores: MIRANDA, Rosa
O exercício da profissão de enfermeiro remonta, em Portugal, a finais do século XIX, sendo
que , a partir da 2º metade do século XX, as modificações operadas nas competências exigidas aos enfermeiros e , por isso mesmo, no nível de formação académica e profissional
têm vindo a traduzir-se no desenvolvimento de uma prática profissional cada vez mais
complexa, diferenciada e exigente.1
A própria evolução da sociedade portuguesa e as suas expectativas de acesso a padrões de
cuidados de enfermagem da mais elevada qualificação técnica , científica e ética para
satisfazer níveis de saúde cada vez mais exigentes, assim como a organização desses cuidados em ordem a responder às solicitações da população, não só em instituições de
carácter hospitalar ou centros de saúde, públicos ou privados, mas também no exercício
liberal, vêm dar o maior relevo à necessidade de se proceder à regulamentação e controlo
do exercício profissional dos enfermeiros.1
Cabe à Ordem dos Enfermeiros enquanto associação de direito público, proceder à regulamentação e controlo do exercício profissional dos enfermeiros, assim como adoptar um
código deontológico e um estatuto disciplinar pelos quais os enfermeiros se pautam.1
No Decreto Lei nº 104 de 98 de 21 de Abril, correspondendo ao estatuto da OE dos enfermeiros, subsecção VI, Artigo 29º pode ler-se que o conselho de enfermagem é o órgão
profissional da ordem, que representa os enfermeiros qualificados nos diferentes domínios da enfermagem, agrupados em comissões.
Refere que o CE é composto pelo conjunto dos presidentes das comissões de especialidade, da comissão de cuidados gerais e da comissão de formação em enfermagem, referindo
no seu ponto 3- as comissões de especialidade, que correspondem às especialidades reconhecidas pela Ordem. Neste enquadramento temos a comissão de especialidade de enfermagem Médico Cirúrgica.
A Lei nº 111/2009, de 16 de Setembro, procede à primeira alteração ao Estatuto da Ordem
dos Enfermeiros. 2
No Artigo 31ª - A, explicitam-se os Colégios da Especialidade, no ponto 1 , os colégios de
especialidade são os órgãos profissionais, constituídos pelos membros que detenham o
título profissional da respectiva especialidade, sendo competências dos colégios, entre
outras, c)definir as competências específicas da especialidade a propor ao conselho directivo, d) elaborar programas formativos na respectiva especialidade, a propor ao conselho
directivo, f) definir padrões de qualidade de cuidados de enfermagem especializados, a
propor ao conselho directivo.
À mesa do colégio compete, entre outras, dirigir os trabalhos do colégio.2
A evolução dos trabalhos, no âmbito do colégio de especialidade de enfermagem Médico
Cirúrgica, resulta da continuidade de um plano iniciado pela correspondente Comissão de
especialidade, e tem uma continuidade plasmada no Plano de Actividades do colégio de
especialidade Médico Cirúrgica 2010-2011.
Competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
(Cont.)
Autores: MIRANDA, Rosa
Especialista é o enfermeiro com um conhecimento aprofundado num domínio específico
de enfermagem, tendo em conta as respostas humanas aos processos de vida e aos problemas de saúde, que demonstram níveis elevados de julgamento clínico e tomada de
decisão, traduzidos num conjunto de competências especializadas relativas a um campo
de intervenção. 3
O quadro de competências do enfermeiro especialista traduz quatro domínios de competências comuns, a todas as áreas de especialidade, aprovadas em Assembleia Geral de 29
de Maio de 2010, concretamente: responsabilidade profissional, ética e legal, melhoria
contínua da qualidade, gestão dos cuidados e desenvolvimento das aprendizagens profissionais.3
Aprovadas em Assembleia de colégio, no dia 25 de Setembro de 2010, as competências
específicas do enfermeiro especialista em Pessoa em situação Crítica, consubstanciam as
competências desta área de especialização de cuidados e enfermagem, concretamente:
a) Cuida da pessoa a vivenciar processos complexos de doença crítica e ou falência orgânica
b) Dinamiza a resposta a situações de catástrofe ou emergência multi vítima, da concepção à acção;
c) Maximiza a intervenção na prevenção e controlo da infecção perante a pessoa em situação crítica e ou falência orgânica, face à complexidade da situação e à necessidade de respostas em tempo útil e adequadas.4
No mesmo momento de reflexão e tomada de decisão pelo colégio, foi igualmente aprovada a proposta de pronúncia que passa a incluir nesta área de especialização a Pessoa em
Situação Crónica e Paliativa 5, bem como a assunção de que, a seu tempo, este colégio
dará lugar a dois colégios que corresponderão às referidas áreas de cuidados especializados.
Dada toda esta evolução e no desenvolvimento da planificação de actividades, inerentes à
concretização das atribuições deste colégio, deu-se continuidade a um processo de construção de novas propostas para discussão e votação na próxima assembleia de colégio de
especialidade Médico Cirúrgica, marcada para o dia 16 de Julho de 2011.
Concretamente proposta de Padrões de Qualidade dos Cuidados Especializados em enfermagem em Pessoa em Situação Crítica; Proposta de Programa Formativo da Especialidade
em enfermagem em Pessoa em Situação Crítica e Projecto de Regulamento de Competências Específicas do enfermeiro especialista em Pessoa em Situação Crónica e Paliativa.
O desenvolvimento do colégio e consequentemente das práticas de enfermagem especializadas serão tão mais ricas quanto melhor e intensa for a envolvência dos enfermeiros
especialista da especialidade Médico Cirúrgica.
COMISSÃO ORGANIZADORA
Mariana Santos
Fernando Aleixo
António Santos
Fátima Fernandes
Fátima Barros
Helena Gonçalves
Paulo Oliveira
Vítor Jacinto
Suzel Poucochinho
Liliana Beato
Joana Sequeira
Ricardo Cravo
COMISSÃO CIENTÍFICA
Arsénio Gregório
Amélia Gracias
Salomé Coutinho
João Miranda
Leonor Luís
Lucília Leal
Rui Mimoso
Francisca Vieira
Ivone Mimoso
Paula Morgado
Conceição Cruz
SECRETARIADO
Patrícia Salgado
Portimão, Junho de 2011

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