Brochura I Jornadas Enfermagem Médico-Cirurgica
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Brochura I Jornadas Enfermagem Médico-Cirurgica
RESUMOS CIENTÍFICOS “PONTES do CUIDAR” Súmula das Jornadas *A Segurança do Doente* Moderador: Amélia Gracias Cirurgias Seguras - Check List (BO e CA) H. Marques; H.Lopes Prevenção e Gestão do Erro Medicamentoso C. Apolinário Monitorização da Preparação Pré-Operatória L..Beato Cirurgias Seguras - Check-list Bloco Operatório Autores: ; MARQUES, Helena; SANCHEZ, Ana; LUÍS, Leonor Tendo em conta o crescente volume anual de cirurgias e das complicações cirúrgicas que advêm durante a intervenção cirúrgica ou após a sua concretização, como causa importante de morbilidade e mortalidade, a segurança cirúrgica emergiu como um problema de saúde pública significativo. Com o objectivo de melhorar a segurança cirúrgica e a qualidade dos cuidados, a Aliança Mundial para a Segurança do Doente, da Organização Mundial da Saúde (OMS), estabeleceu o programa “Cirurgia Segura Salva Vidas” em todos os blocos Operatórios do Sistema Nacional de Saúde a ser implementado até final de Setembro de 2010. Gestos simples, como a mera verificação de uma lista (Lista de Verificação da Segurança cirúrgica), enumerando os principais problemas potencialmente associados a cada uma das fases da cirurgia (antes, durante e após), com envolvimento activo de todos os profissionais de saúde que constituem a equipa cirúrgica, traduzem-se numa significativa redução das taxas de complicações e de mortalidade. A lista é uma ferramenta que tem como objectivo final, ajudar a garantir que as equipas, de forma coerente, seguindo algumas medidas de segurança críticas, minimizem os riscos mais comuns e evitáveis que colocam em risco a vida e o bem-estar dos utentes cirúrgicos. O mesmo acontece com o Índice de Apgar Cirúrgico, a aplicar pelo anestesista, antes de o doente sair da sala de operações Sabendo-se dos benefícios da aplicabilidade da check list, e no sentido de tentar perceber se esta estaria a ser bem aceite por toda a equipa e a ser correctamente preenchida, realizamos um estudo no Bloco Operatório do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio de 11/01/2011 a 30/03/2011 a uma amostra de 504 doentes. Deste estudo podemos referir que a fase mais preenchida foi a 1ª fase (Sign In) e que as fases menos preenchidas foram a segunda (Time out) e a terceira (Sign Out). O Apgar Cirúrgico também foi um campo que teve pouca adesão. Cirurgias Seguras - Check-list Cirurgia de Ambulatório Autores: LOPES, Hélio; GRACIAS, Amélia Tendo em conta o crescente volume anual de cirurgias e das complicações cirúrgicas qA Organização Mundial de Saúde(OMS) identificou um novo problema de saúde pública. Um problema deste Milénio que em grande parte se deve ao desenvolvimento das ciências da saúde, das novas tecnologias e que produziram um impacto inimaginável na vida contemporânea das sociedades. Segundo a OMS, o número de cirurgias realizadas nos 56 Países estudados, quase duplicou o número de nascimentos ocorridos em 2006 e que foram 136 milhões. Apesar deste enorme avanço científico a OMS identificou, igualmente, um número arrepiante de complicações resultantes da atividade cirúrgica. “...7 milhões de pacientes cirúrgicos sofreriam complicações significativas a cada ano,1milhão dos quais morreria durante ou imediatamente após a cirurgia” Foi a dimensão deste problema, e o fato de que os estudos efetuados demonstrarem que pelo menos metade desses eventos adversos poderiam ser evitáveis, que conduziu a OMS a tomar medidas. A Aliança Mundial para a Segurança do Paciente criou em 2007/8 o Programa “Cirurgia Segura Salva Vidas”. A introdução de medidas e de padrões de segurança tornou-se um imperativo à escala mundial. Uma das formas de difundir e operacionalizar o Programa “Cirurgia Segura Salva Vidas” foi através da introdução de uma “Checklist” (Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica) a utilizar na sala de operações. O Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio EPE, e particularmente, a Cirurgia de Ambulatório não podiam ficar alheios a este Desafio. A 03 de Janeiro de 2011 a Cirurgia de Ambulatório deu início ao Programa “Cirurgia Segura Salva Vidas”. A Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica, recomendada pela Direção Geral da Saúde, passou a ser obrigatoriamente aplicada a todos os pacientes submetidos a uma cirurgia com anestesia geral. Nas 1.ªs Jornadas de Enfermagem Médico-Cirúrgicas vamos apresentar os dados obtidos relativamente à aplicação da Checklist no 1.º Trimestre deste ano. Realizamos 415 “Checklist” num universo de 450 cirurgias realizadas com anestesia geral e loco-regional. Obtivemos uma “Taxa de Execução” da Checklist de 96,9% para os doentes operados com anestesia geral e de 92,2% para o total dos doentes operados. A “Taxa de Verificação” resultante da validação dos itens da Lista de Verificação elaborada pelo Responsável da Cirurgia Segura é bastante elevada nos dois primeiros momentos, Sign In e Time Out; 98,6% e 98,9%, respectivamente e significativamente mais baixa no último momento, Sign Out; 92,4%. Prevenção e Gestão do Erro Medicamentoso Autores: APOLINÁRIO, Cláudia; SILVA, Daniela ; GASPAR, Helena; MACHADO, Teresa Os acidentes, na área do medicamento estão descritas como sendo um dos aspectos essenciais na prática dos cuidados de saúde, apresentando 6 a 8% dos erros em contexto hospitalar. O erro medicamentoso pode estar relacionado á prática profissional, produtos usados na área de saúde, prescrição, preparação, problemas de rotulagem, monitorização e uso de medicamentos. Sendo imperioso conhecer a realidade do centro hospitalar do barlavento algarvio, foi criada uma norma hospitalar que tem por objecto lançar os primeiros trabalhos de prevenção e monitorização do erro medicamentoso. Para o efeito foram criados indicadores e elaboradas varias listas de verificação tendo em conta a especificidade de cada serviço. O objectivo deste trabalho foi garantir a melhoria continua da prática na gestão e administração de medicamentos assim como prevenir erros na gestão e administração de medicamentos. Para tal, foi feita pesquisa bibliográfica e foi aplicado um estudo no serviço de medicina 2 no período de tempo de três meses procedendo-se semanalmente ao preenchimento das listas de verificação. Posteriormente foi feita uma análise descritiva dos dados obtidos. Com os resultados obtidos verificou-se que este trabalho levou a uma diminuição do erro medicamentoso por parte dos profissionais do serviço e deparamo-nos com inúmeras dificuldades pois apercebemo-nos que não estamos despertos para esta problemática. Assim salientamos que este trabalho contribui para sensibilizar a equipa de enfermagem na importância da prevenção e monitorização do erro medicamentoso levando mesmo a alterar comportamentos e atitudes que visem a melhoria da prática clínica. Monitorização da Preparação Pré-Operatória Autores: BEATO, Liliana Na preparação pré-operatória do doente, o duche com anti-séptico, a tricotomia, a desinfecção das mãos do cirurgião e restante equipa cirúrgica, a atitude perante o doente infectado ou colonizado, a profilaxia antibiótica e a duração do internamento pré-operatório são factores a terem consideração. Pretendeu-se identificar as boas práticas na preparação pré-operatória recorrendo-se ao preenchimento da Check-list pré-operatória (NP 1/VII/E) e posteriormente identificar acções de melhoria no cumprimento da preparação pré-operatória da pele (NP 2/VIII/E). A população alvo deste estudo foram todos os doentes internados no serviço de Cirurgia 1 propostos para Cirurgia Electiva e a amostra é de 84 doentes intervencionados nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2011. Na recolha de dados foi utilizado um formulário para se efectuar a observação estruturada, individualmente e a todos os elementos de enfermagem em estudo, através do qual se poderá verificar o cumprimento, ou não cumprimento, da Norma de Procedimento da Preparação Pré-Operatória. Posteriormente, foram verificados os processos clínicos de forma a constatar o cumprimento e grau de preenchimento da Check-list Pré-Operatória. Constatámos sumariamente que o preenchimento da Check-list é de 92,2% e os campos em que se verifica incumprimento (não preenchimento) são: o peso, a altura e sinais vitais. *Diabetes - Horizonte de Cuidados/ Cuidados com Horizonte...* Moderador: Conceição Cruz Diabetes - Programa de Ensino Estruturado no Serviço de Medicina 1 D. Duarte Cuidados ao Pé Diabético F. Silva Terapia por Pressão Negativa V. Calado A Problemática da Amputação A. Lopes Diabetes - Programa de Ensino Estruturado no Serviço de Medicina 1 Autores: DUARTE, Desidério; MARQUES, Ana; Introdução: No sentido de optimizar o controlo metabólico dos doentes diabéticos, desenvolveu-se um programa de ensino a doentes com diabetes. Este programa inicialmente utilizado apenas no sector da Medicina 1, foi posteriormente alargado aos restantes sectores do serviço de medicina. Objectivos: - Educar o doente sobre aspectos importantes da sua doença, auxiliando-o na aquisição de competências técnicas, de modo a torná-lo autónomo e ajudando-o gerir a doença. - Rentabilizar os dias de internamento. Metodologia: Estudo Descritivo. Desenvolvimento: O programa de ensino é realizado a todos os diabéticos inaugurais, com alteração do esquema terapêutico ou que manifestem dúvidas. É composto por 5 sessões: - Abordagem à doença; - Auto-vigilância; - Informações sobre o controlo da diabetes nomeadamente dieta e exercício físico; - Ensino conforme o tratamento prescrito; - Abordagem das principais complicações. Resultados: Ao longo do ultimo triénio foi aplicado o programa de ensino a 50 doentes, uma média aproximada de 17 por ano. Destes, a maioria, 62% eram do género masculino. A faixa etária dos doentes que necessitaram deste ensino foi elevada, sendo que 69,49% tinha idade igual ou superior a 50 anos. Cerca de 80% dos casos eram de diabetes tipo 2, sendo a maioria diabetes inaugural (52%). A maior parte não apresentava conhecimentos anteriores (56%), sendo que foi em 2009 que este parâmetro mostrou particular evidencia, com 75% dos doentes a não revelar noções prévias sobre a sua doença. No que diz respeito à terapêutica recomendada para o ambulatório, 23 doentes (46%) foram medicados com insulina, o mesmo número com antidiabéticos orais, e o restante com ambos. Do total de 50 doentes a quem foi realizado o ensino ao longo destes 3 anos, somente 10 (5 em 2008, 3 em 2009 e 2 em 2010), recorreram ao hospital de dia da diabetes com a doença descompensada, o que indica que o ensino foi eficaz em 80% dos casos. Conclusões: Durante estes 3 anos realizou-se este programa de ensino o ensino a 50 doentes sendo eficaz em 80% dos doentes, os quais tinham a sua doença bem controlada até à data da primeira consulta no hospital de dia. O Pé Diabético Autores: SILVA, Filomena Introdução: O pé diabético consiste em alterações anatomopatológicas e neurológicas periféricas que ocorrem nos pés de pessoas com diabetes. Essas alterações constituem a neuropatia diabética, problemas circulatórios, com menor circulação sanguínea local e infecção os quais requerem acompanhamento específico. Objectivos: Esta apresentação tem como finalidade reforçar a importância do tratamento no pé diabético. Pé diabético, definição, epidemiologia e factores associados á ulcera de pé. A neuropatia como responsável pelas várias lesões que podem acontecer. A complexidade do tratamento destas feridas. Conclusão: A prevenção e o tratamento precoce são fundamentais para evitar e reduzir as amputações minor e major dos membros inferiores. sua doença bem controlada até à data da primeira consulta no hospital de dia. Terapia por Pressão Negativa Autores: CALADO, Vera A Diabetes Mellitus constitui um grave problema de saúde pública a nível mundial. Uma das complicações mais dramáticas da diabetes é a úlcera no pé, uma vez que, ainda continua a ser responsável por um elevado número de amputações cirúrgicas dos membros inferiores, causando prejuízos para o utente e sistema de saúde. A terapia por pressão negativa surgiu pela primeira vez no Oriente, tendo a sua utilização variado consoante as tendências das diversas épocas. O novo dispositivo foi comercializado pela primeira vez nos EUA em 1995 e na nossa instituição começou a ser utilizado em 2009. A terapia por pressão negativa é uma tecnologia não evasiva que promove a cicatrização da ferida através do equilíbrio do ambiente húmido e da estimulação celular. Está recomendada para o tratamento de úlceras neuropáticas entre outras. Este trabalho resultou de uma reflexão crítica da nossa prática diária no serviço de cirurgia, visto ser uma realidade com a qual contactamos diariamente. Somos, frequentemente, confrontados com situações em que pequenas lesões do pé em doentes diabéticos levam a internamentos repetitivos e prolongados e até mesmo amputação cirúrgica do membro. Será apresentada uma situação clínica que evidencia a prática da utilização de terapia por pressão negativa no pé diabético. A Problemática da Amputação Autores: LOPES, Ana Rita; COSTA, Lucília Introdução: A amputação dos membros inferiores surge como solução a uma das principais complicações da diabetes, o pé diabético, constituindo por isso um grave problema da saúde pública actual pelos custos, económicos e sociais que acarreta. Objectivo: Com este trabalho pretendemos identificar e dar a conhecer a casuística do serviço de Cirurgia Geral 2 do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, estudando a prevalência de amputações em doentes com Diabetes Mellitus e percebendo quais as principais complicações associadas às amputações realizadas no serviço. Metodologia: Realizou-se para tal um estudo analítico observacional transversal retrospectivo. Procedeu-se assim a uma colheita de dados através da consulta dos processos clínicos de um grupo de 32 doentes internados no serviço de Cirurgia Geral 2 entre Janeiro e Dezembro de 2010, submetidos a amputação dos membros inferiores. Foram consideradas as seguintes variáveis: sexo, idade, tipo de cirurgia/nível de amputação, portadores ou não de diabetes, dias/tempo de internamento, destino de alta, complicações associadas à cirurgia. Resultados: Dos 32 processos analisados, observou-se uma maior incidência de amputações no sexo masculino (21 doentes), bem como uma prevalência de amputações major (21 amputações), numa faixa etária maioritariamente acima dos 80 anos. Denotou-se ainda uma alta percentagem de doentes diabéticos (23 doentes) em relação aos não portadores de diabetes e ainda um elevado índice de complicações directas e /ou indirectas. Conclusão: Conclui-se que no serviço de Cirurgia Geral 2, no ano de 2010 na população de doentes amputados, existe uma prevalência marcada de doentes do sexo masculino, idosos, portadores de diabetes e que acabam por ser submetidos a amputações major na estação Outono/Inverno. *Cancro da Mama...O Cuidar neste Percurso* Moderador: Ivone Mimoso Consulta de Senologia A. Bento Internamento M. Santos Bloco Operatório S. Oliveira Hospital de Dia A. Afonso Consulta de Senologia Autores: BENTO, Alexandra Objectivos: Apresentar o percurso que o CHBA disponibiliza aos seus utentes; Descrever a importância do enfermeiro ao longo do percurso. Introdução: Em 2005,foi criado o grupo de diagnóstico e tratamento da patologia mamária. A dinâmica de trabalho deste grupo origina a necessidade de englobar no mesmo, um elemento de enfermagem. A partir de 2008 uma nova etapa surge, a criação de raiz de uma consulta de enfermagem. A consulta será transversal a todas as fases do processo, de atendimento dos utentes, ou seja, ao nível da prevenção, do diagnóstico, do tratamento e da reabilitação. Em 2011, o grupo encontra-se referenciado a nível europeu no tratamento de Cancro de Mama. Desenvolvimento: A sua missão é a prestação de cuidados de enfermagem hospitalares, personalizados, com elevada qualidade, humanismo, eficiência, responsabilidade social, acessibilidade e carácter preventivo aos utentes da sua área de influência. A consulta de Enfermagem é realizada em três momentos, relativamente à consulta médica, nomeadamente, pré consulta, consulta e pós-consulta. A intervenção de Enfermagem, na pré-consulta, é baseada essencialmente, no acolhimento do utente/família através da entrevista de admissão. Tendo como objectivo colher dados para identificação das necessidades sentidas; Permitindo a planificação de cuidados personalizados. Durante a consulta médica, a Enfermeira, dá apoio técnico em diversos procedimentos (ex: execução de pensos, biopsias, drenagem abcessos). È também feita a avaliação em conjunto com o médico e o utente/família dos problemas/necessidades anteriormente identificados. Por último, o terceiro momento corresponde à pós-consulta. È o momento mais complexo e trabalhoso. A actividade de Enfermagem é subdividia em duas áreas distintas. Na área oncológica a intervenção de Enfermagem implica: Proporcionar apoio emocional ao utente e família, após a comunicação da notícia; Validar o planeamento dos cuidados, numa vertente holística e humanizada, promovendo a qualidade de vida; Elucidar e orientar sobre a realização de exames de estadiamento; Elucidar e orientar sobre as várias etapas da doença e seus tratamentos; Esclarecer dúvidas ao utente e família após mastectomia ou cirurgia conservadora; Esclarecer dúvidas ao utente e família sobre gânglio sentinela e esvaziamento axilar; Informar sobre os apoios concedidos e a legislação aplicável; Informar sobre a distribuição das ajudas técnicas; Elucidar ao utente e família sobre expansor mamário, prótese mamária e futura reconstrução; Encaminhar para outros técnicos da equipa multidisciplinar, sempre que necessário; Garantir a continuidade dos cuidados prestados com o encaminhamento e acompanhamento dos utentes nas várias etapas do tratamento e na articulação com outras entidades. A nível interno (Consulta Externa, Hospital de Dia, Consulta da Dor, Cirurgia, entre outras) e a nível externo (Radioterapia, Hospitais Centrais, Centros de Saúde, entre outros); Consulta de Senologia (Cont.) Autores: BENTO, Alexandra Ensinos diversos, relacionados com higiene, alimentação, cuidados pós operatórios, tratamentos a efectuar, entre outros; Esclarecimentos de duvidas ou referenciação de sintomas do utente, diariamente, através de contacto telefónico ou presença do mesmo. Na área benigna a intervenção de Enfermagem implica: Proporcionar apoio emocional ao utente e família, após a comunicação da notícia; Esclarecer dúvidas ao utente e família sobre doença oncológica e lesões complexas; Esclarecer dúvidas ao utente e família sobre fibroadenomas e abcessos mamários; Validar o planeamento dos cuidados, numa vertente holística e humanizada, promovendo a qualidade de vida; Elucidar e orientar sobre as várias etapas do tratamento (exames de estadiamento, cirurgia, recuperação pós operatória); Informar sobre os apoios concedidos relacionados com a actividade profissional; Ensinos diversos, relacionados com higiene, alimentação, cuidados pós operatórios, descanso ou exercício físico, condução, entre outros; Encaminhar para outros técnicos da equipa multidisciplinar, sempre que necessário; Esclarecimentos de duvidas ou referenciação de sintomas do utente, diariamente, através de contacto telefónico ou presença do mesmo. A consulta de Enfermagem decorre semanalmente em conjunto com a consulta médica. A Enfermeira também esta presente na reunião semanal do grupo de diagnóstico e tratamento da patologia mamária. Em paralelo a todas as intervenções de Enfermagem enunciadas, também é realizado trabalho na área da prevenção, com a divulgação de informações junto das populações. Esta dinâmica tem permitido desmistificar medos e receios e aproximar a população dos cuidados de saúde prestados pelos profissionais do CHBA. Conclusão: Neste momento o CHBA permite aos seus utentes e famílias um tratamento de excelência, uma vez que tem aos seus dispor uma equipa de profissionais direccionados para a área do cancro da mama e as melhores tecnologias a nível nacional. O utente tem a possibilidade de ultrapassar essa fase da sua vida junto da sua família, em sua casa, com os seus amigos ou ate mesmo no seu trabalho. Esta aproximação permite ao utente e família, manter as suas vidas dentro de uma rotina, mencionada por muitos como normal. Quando o utente e sua família são informados da notícia, surge nos seus pensamentos que o seu percurso de vida termina nesse momento. A dinâmica de trabalho desenvolvida pela Enfermagem ao longo das várias fases do tratamento e da doença vão fazer com que os utentes e suas famílias vejam os enfermeiros como os seus educadores, advogados, amigos, porto de abrigo. Ao percorrer este longo caminho o utente e sua família têm sempre ao seu lado, de dia e de noite, sempre disponível, um elemento representativo da Enfermagem. Internamento Autores: SANTOS, Mónica; COSTA; Marisa; FERREIRA, Marlene A mulher submetida a cirurgia da mama, passa por uma série de alterações, físicas, psicológicas, emocionais, familiares, sociais e sexuais, tendo que desenvolver as suas capacidades de adaptação a uma nova realidade, tendo o enfermeiro como missão ajudar a doente nesse processo. Os sentimentos mais comuns no pré-operatório são a ansiedade relacionada com a cirurgia, a sua possibilidade de cura e o medo da morte. Ao mesmo tempo pode apresentar medo em relação ao desconhecido, tipo de cirurgia e anestesia. No pós-operatório uma das principais preocupações da mulher após mastectomia é a alteração da sua imagem corporal, pois a perda da mama está associada a perda da feminilidade, comprometimento sexual, desfiguramento, diminuição da atracção sexual e ou por vezes perda do parceiro. Cabe ao enfermeiro cuidar da mulher submetida a cirurgia da mama numa perspectiva holística e humanizada, incluindo o marido/companheiro e a restante família nos cuidados e no apoio a doente. O enfermeiro deve também oferecer à doente, família/pessoas significativas, suporte emocional, conduzindo-os à expressão dos sentimentos, necessidades, preocupações de forma a facilitar a adaptação a todo este processo. O pré operatório corresponde ao período que se estende do momento da indicação de um procedimento cirúrgico até à sua execução. Deve-se quantificar a doença prévia e identificar novas condições que possam afectar ou modificar de forma danosa o período pós-operatório. O objectivo da assistência é promover o melhor estado físico e psicológico do doente visando evitar complicações no período pós-operatório. Partindo como base de um referencial teórico e reflectindo sobre esta realidade. Temos como objectivo principal delinear e especificar todo o percurso percorrido pela doente submetida a cirurgia da mama desde o 1º minuto do internamento, acolhimento, exames complementares, ensinos operatórios, preparação psicológica, intervenção cirúrgica, período pós operatório, reabilitação, apoio emocional devido à alteração da imagem e ensinos para a alta e partilhar experiencias vivenciadas ao longo deste caminho. Em suma, a mulher submetida a cirurgia da mama passa por uma série de dúvidas, anseios e medo dos tempos futuros. Enfrentado no período pré operatório a ansiedade, o medo do desconhecido e a morte. A mulher ao vivenciar todo este processo em relação a cirurgia da mama, deve ser apoiada pela equipa multidisciplinar e pelo enfermeiro, em relação aos aspectos físicos, emocionais e social, para que todo este processo represente um momento de menor choque emocional. Pelo qual baseamos este trabalho na nossa experiência profissional/pessoal vivida como enfermeiros integrantes do serviço de cirurgia 2 nos cuidados prestados aos doentes submetidos a cirurgia da mama. Técnicas Actuais no Tratamento Cirúrgico do Cancro da Mama - Cuidados do Enfermeiro Peri-Operatório Autores: OLIVEIRA, Sandra; FERREIRA, Jorge; PIMENTEL, Carla; DIAS, Armanda; PESTANA, Sílvia Introdução: a escolha deste tema surge no âmbito do desenvolvimento do grupo de diagnóstico e tratamento da patologia mamária criada em 2005, com o objectivo do tratamento desta patologia no sul do país, na zona do barlavento algarvio.Ao longo destes anos o grupo evoluiu técnica a e cientificamente, obrigando a mobilização de uma equipa multidisciplinar, desde as diferentes especialidades (cirurgia, anatomia patológica, radioterapia, imagiologia, medicina nuclear, oncologia) englobando uma equipa de enfermagem que necessariamente se enquadra nesta dinâmica Desenvolvimento: o cancro da mama é a causa mais frequente na população feminina. Em Portugal são registados aproximadamente 4500 novos casos por ano. È a segunda causa de morte entre mulheres com idades entre os 35/55 anos.Apesar da complexidade das doenças malignas mamárias com a implementação dos rastreios e a generalização da mamo grafia, é possível estabelecer um diagnóstico precoce. Assim o prognostico e a perspectiva de vida melhoraram significativamente.O tratamento desta patologia evoluiu de procedimentos de grande agressividade cirúrgica (grande recepção oncológica da época halstediana) para procedimentos mais conservadores, de forma a conseguir um controlo locorregional da doença removendo pouco mais que o tumor. O serviço de cirurgia do CHBA, com o apoio de toda uma equipa multidisciplinar tem acompanhado a substituição dos paradigmas anteriores pelos actuais conceitos (tratamento conservador da mama com remoção localizada dos tumores; biopsia do gânglio sentinela; avaliação intraoperatória de margens cirúrgicas; cirurgia oncoplastica e cirurgia de reconstrução imediata com prótese mamaria). Melhorando a qualidade de vida das mulheres, restituindo a integridade corporal, recompondo a imagem psíquica comprometida pela auto imagem aceitação social e dificuldades sexuais. Toda a cirurgia comporta um conjunto de factores e sentimentos a que a utente é submetida. O Enfermeiro peri-operatório tem um papel preponderante neste processo tecnicista, não esquecendo que na” arte do cuidar” deve ter presente factores específicos como os distúrbios de autoimagem, redução da auto-estima e dedução drástica de planos.Para além de todas as competências do Enfermeiro peri-operatório preconizadas pela A.E.S.O.P, realçamos ao longo do trabalho as actividades de suporte (segurança, prevenção da Infecção, controlo da dor e posicionamento cirúrgico) e as actividades do cuidar (Empatia, escuta, activa compreensão, encorajamento) de forma a garantir a excelência dos cuidados. Conclusão: O cancro da mama deve ser tratado por profissionais especializados trabalhando numa equipa multidisciplinar.A prestação de cuidados de elevada qualidade deve ser dotada de recursos técnicos e humanos com o objectivo de maximizar a sua sobrevivência e qualidade de vida, tendo em conta as suas necessidades como pessoa e respeito pela dignidade humana. Hospital de Dia Autores: AFONSO, Ana Rita; VILARINHO, Vera A abordagem da doença oncológica e da pessoa com cancro, nos dias de hoje já não se centra apenas na patologia em si, nos seus sinais e sintomas e nos efeitos secundários dos seus tratamentos; como também dirige especial atenção à qualidade de vida percepcionada por esta pessoa. Se por um lado assistimos ao aumento da sobrevida de pessoas às quais foram diagnosticadas doença oncológica, por outro lado é imprescindível a necessidade de acompanhamento adequado e humanizado destas mesmas. É por esta razão, essencial a existência do Hospital de Dia de Oncologia onde este acompanhamento e prestação de cuidados multidisciplinares possa ocorrer ao mesmo nível daqueles que são prestados numa unidade de internamento, mantendo a pessoa maioritariamente em ambiente familiar e com o objectivo de maximizar o seu bem-estar. De facto, o tratamento antineoplásico envolve rotinas, é fragmentado e regulado pela incerteza temporal que a própria doença impõe; a pessoa que o vivencia e tem esperança de o vencer ou de o controlar, deve ser cuidada e respeitada a individualidade do seu contexto biopsico-social. Neste sentido, quando são prestados cuidados em ambulatório é de extrema importância que se valorize a componente emocional, na medida em que as alterações impostas pela doença ultrapassam os aspectos físicos, sociais ou económicos. O dia-a-dia destas pessoas sofre grandes alterações quando há necessidade destas realizarem procedimentos dolorosos ou invasivos, diferentes tratamentos, ou até mesmo comparecer a consultas com diferentes profissionais. Para tal, é primordial a humanização de todos os cuidados administrados através do acolhimento da pessoa ao serviço, ouvindo, compreendendo, esclarecendo dúvidas, desmistificando medos, mas simultaneamente colocarmo-nos no lugar do outro facilitando a forma como enfrentam a doença. Conhecer esta realidade, constitui um verdadeiro desafio para todos aqueles que buscam a excelência da prestação de cuidados. *Dor* Moderador: Helena Gonçalves Intervenção de Enfermagem na Unidade da Dor M. Andrez Dor Aguda R. Tristão Dor Crónica...Não Mata mas Dói... A. Sousa Intervenção de Enfermagem na Unidade da Dor Autores: ANDREZ, Márcia Apresentação da Unidade de dor: Espaço físico, Horário, Contacto telefónico, População alvo, Acesso, Equipa Multidisciplinar e Psicoterapia de Grupo. Intervenções do Enfermeiro: Avaliação e Monitorização; Administração de terapêutica; Ensino doente/família: autoavaliação e autocontrolo da dor; medicação prescrita, efeitos secundários, obtenção de receitas de estupefacientes; técnicas não farmacológicas, etc. Encaminhamento: de acordo com necessidades detectadas sejam psicológicas ou socioeconómicas; referenciação para rede de cuidados continuados integrados entre eles cuidados paliativos Articulação: Outros serviços/instituições caso o doente esteja internado ou inserido na rede; Equipa de gestão de altas de forma a iniciar processo para cuidados paliativos Quando existe contacto telefónico efectuado pelo doente estas actividades também estão presentes. Por vezes - de forma a minimizar o desconforto que é a deslocação do doente ao hospital - várias medidas podem ser tomadas, ensinadas para alivio e controlo da dor. Definição, procedimento e dinâmica da Psicoterapia de grupo do doente oncológico com dor. Unidade de Dor pretende: O conforto é um resultado holístico desejável relativo à disciplina de enfermagem (Kolcaba e Dimarco, 2005). Pretende-se promover o conforto do doente, melhorando a qualidade de vida do doente e família através uma abordagem multidisciplinar, em que o trabalho em equipa é imprescindível. Este trabalho em equipa requer que doente/família seja o principal protagonista /vector na avaliação e controlo da sua dor. Porque a dor: É aquilo que a pessoa que a experiencia diz que é, existindo sempre quando ela diz que existe. (Margo McCaffery, sd). E é o doente/família que estando no domicilio tem que ser instruído e ciente da terapêutica analgésica instituída. Temos consciência que a relação de ajuda com base numa comunicação adequada é factor importante neste sintoma multifactorial que é a dor. Dor Aguda Autores: TRISTÃO, Rosa ; JACINTO, Vítor; GONÇALVES, Mª Helena Falar de dor aguda é relembrar uma experiência desagradável pela qual todos já passamos em algum momento da nossa vivência. Este sintoma de alerta que se instala de forma súbita com uma duração limitada e associado a uma lesão tecidular com causa conhecida, tem impacto no organismo São várias as manifestações que o doente pode apresentar resultantes das complicações ao nível do sistema respiratório, músculo-esquelético, vascular, hormonal e psíquico. Deste modo é no âmbito das suas competências nos domínios da prática profissional, ética e legal que o enfermeiro toma por foco de atenção a dor contribuindo para a satisfação, o auto-cuidado e bem-estar do doente. O enfermeiro precisa de conhecer a dor e saber como ela afecta o doente para o poder ajudar. Através de uma relação empática, utiliza técnicas de comunicação que envolvem o respeito pela individualidade, observa comportamentos e recorre a escalas de avaliação. Neste trabalho abordaremos a dor aguda no contexto da cirurgia, pois a cirurgia em si é um processo de stress para o doente que juntamente com a dor cirúrgica o irá transformar numa pessoa fragilizada perdendo a confiança em si mesmo. Com uma avaliação assertiva e rotineira, o tratamento da dor pode ser facilitado e o seu controlo antecipado através de medidas farmacológicas e não farmacológicas. Qualquer doente com dor tem o direito de ser atempadamente cuidado, de forma a evitar sofrimento desnecessário e contribuir para o seu agravamento. Desde Outubro de 2001 que existe em Portugal um documento estratégico da Direcção Geral da Saúde, o Plano Nacional de Luta Contra a Dor, pioneiro em todo o mundo, que estabelece um conjunto de recomendações e orientações estratégicas para uma correcta abordagem de todas as modalidades de dor e para todos os grupos etários. Unidades de dor aguda, constituídas por uma equipa multidisciplinar são cada vez mais recomendadas independentemente dos diferentes tipos de moldes. O modelo europeu tem como pivot dessa unidade o enfermeiro, daí a sua denominação de nurse-based em Dor Crónica...Não mata mas dói... Autores: SOUSA, Ana Maria ; JACINTO, Vítor; GONÇALVES, Mª Helena A dor tão antiga como o próprio Homem, é inerente à própria vida e é uma das experiências por este mais temida, no entanto uma das mais experimentadas. Desde sempre que a humanidade procura o alívio da dor. É pois irónico que a dor, o sintoma mais comum na medicina, ainda hoje seja difícil de tratar e pouco compreendida. É uma experiência pela qual todos já passámos, uma experiência universal, envolta numa complexidade que torna a sua definição muito problemática. A subjectividade inerente à dor torna-a extremamente difícil de definir. Definir objectivamente o termo dor, será desprovê-la da subjectividade que a caracteriza. A este propósito Mecaffery (1983), citado por KANNER (1998:17), refere que a dor é “qualquer coisa que a pessoa que a sente diz que é, existindo sempre que ela diz que existe”. Este conceito é exemplificativo da forma como a dor é considerada uma experiência individual e subjectiva, e de como é impossível dissociar todas as dimensões da pessoa que a experiência. Nos doentes com cancro, a dor é uma das razões mais frequentes de incapacidade e sofrimento. Em algum momento da evolução desta doença, 80% dos doentes experimentarão dor. No entanto, nos dias de hoje, a dor continua a ser tratada de forma inadequada. A formação dos profissionais de saúde é indispensável, independentemente da sua especialidade ou âmbito assistencial. A formação contínua é fundamental, pois permite adquirir novos conhecimentos, mudar atitudes, ensinar técnicas, e só assim se poderá melhorar esta situação. Neste contexto, esta apresentação tem como objectivos relembrar conhecimentos sobre dor, sensibilizar para a importância da avaliação da dor, abordar de forma sumária o tratamento da dor, evidenciar o papel do enfermeiro no controlo da dor. Sendo a finalidade contribuir para o desenvolvimento de boas práticas nos diversos contextos de intervenção profissional. *Funcionalidade e Qualidade de Vida* Moderador: Paula Morgado Avaliação Pós Intervenção cirúrgica à Catarata L. Mancha Sexualidade nos Doentes Submetidos à Cirurgia da Anca R. Martins AVC: A Perspectiva dos Cuidados P. Santos Avaliação Pós Intervenção Cirúrgica à Catarata Autores: MANCHA, Lúcia; GREGÓRIO, Arsénio A qualidade de vida em saúde é determinada por diversas dimensões, de entre as quais se destaca a capacidade para a realização das actividades de vida diárias. O que por sua vez, é influenciado pela presença, ou não, de doenças graves e/ou incapacitantes. A catarata é cada vez mais um problema de saúde pública, não só pelo grande número de população que abrange, dada a sua etiologia (catarata senil – pessoas idosas; catarata congénita ou traumática – pessoas mais jovens), mas também pela incapacidade que provoca. Sendo a catarata, a opacificação do Cristalino, leva a uma progressiva perda de visão e consequentemente à diminuição da capacidade para realizar as actividades de vida diárias e à diminuição da qualidade de vida. Por este motivo, o seu tratamento torna-se cada vez mais importante, sendo a cirurgia, o único definitivo. Na cirurgia à catarata, o enfermeiro desempenha um papel fundamental, participando no pré-operatório (preparação do utente para a cirurgia, confirmação dos critérios de admissibilidade), intra-operatório (colaboração na anestesia, circulação, instrumentação) e pós-operatório (preparação para alta, ensino sobre os cuidados a ter e medicação a fazer – mediante indicação médica). Com o objectivo de demonstrar a importância da cirurgia à catarata na qualidade de vida do utente, foi realizado um estudo quantitativo, para o qual foi elaborado um questionário, denominado de QVC (Qualidade de Vida da pessoa com Catarata). Este foi devidamente validado, apresentando um alpha de Cronbach de 0,885, o que demonstra a sua fiabilidade na avaliação que se pretende, tendo sido posteriormente aplicado a 107 utentes com catarata, antes da cirurgia e 30 dias após a mesma. O questionário avalia o grau de dificuldade relacionado com a acuidade visual, a capacidade para realizar as actividades de vida diárias e a satisfação com a visão. Após a sua aplicação, os dados obtidos foram tratados através do programa estatístico SPSS, onde é feita uma análise descritiva da amostra e, dadas as características do instrumento e o tamanho da amostra, aplicados testes paramétricos para análise dos dados, nomeadamente teste T-Student para amostras emparelhadas, com significância assumida de p>0,05. Do estudo realizado e apresentando o teste t uma significância de 0,000 pode-se concluir que a intervenção cirúrgica à catarata aumenta a qualidade de vida. Sexualidade nos Doentes Submetidos à Cirurgia de Anca Autores: MARTINS, Rafaela; EIRIZ, Jorge; ESPERANÇA, Vanda As doenças reumáticas traduzem-se em elevados custos para a saúde. Apesar das doenças reumáticas constituírem um vasto campo de investigação, o nosso trabalho tem como enfoque a coxartrose. O tratamento da coxartrose depende de vários factores, podendo ser conservador ou cirúrgico. A artroplastia total da anca é hoje o procedimento mais utilizado para o tratamento cirúrgico da coxartrose. No internamento o planeamento de cuidados, tem como objectivos principais prevenir a luxação da prótese e/ou outras complicações, reduzir a dor, restaurar a função articular, promover a máxima independência funcional e a autonomia da pessoa na realização dos autocuidados após a alta hospitalar. As precauções relativas à substituição total da anca deverão ser cumpridas durante todas as actividades de vida diária, incluindo as relações sexuais. A sexualidade é parte integrante da personalidade de todo o ser humano, sendo construída através da interacção entre duas pessoas. O desenvolvimento da necessidade humana básica sexualidade depende da satisfação do desejo de contacto, intimidade, expressão emocional, prazer, carinho e amor. A grande maioria dos doentes é capaz de retomar segura e agradavelmente as relações sexuais, após a substituição da anca. Os doentes, cuja função sexual já estava comprometida antes de ser operado, devido à dor e à dificuldade de mobilização da anca, normalmente, após a cirurgia deixam de ter dor e ficam com maior capacidade de movimentação. Geralmente é seguro retomar as relações sexuais, aproximadamente seis semanas após a cirurgia. Este é o tempo estabelecido para que a ferida operatória e os músculos envolventes da anca recuperem. Durante os ensinos é importante reforçar que o doente deve respeitar as posições recomendadas, devendo igualmente ter especial atenção, nas posições a evitar, de modo a prevenir as complicações associadas. AVC: Perspectiva dos Cuidados Autores: SANTOS, Paula; MARTINS, Samuel; RODRIGUES, Mª Carlos A diminuição das taxas de natalidade e de mortalidade, fruto da evolução dos processos terapêuticos, do desenvolvimento de tecnologias na área da saúde, bem como a melhoria de acessibilidade aos cuidados de saúde, manifestam-se num aumento da esperança média de vida e consequentemente no aumento da população idosa. Com o acréscimo do poder de compra e da variedade de escolha, foi possível no nosso país assistir progressivamente ao abandono da saudável dieta mediterrânica, e consequentemente ao aumento da obesidade, do sedentarismo e o envelhecimento da população, contribuíram decisivamente para o aumento das doenças cardiovasculares. Podemos afirmar que o AVC em Portugal, além de ser a primeira causa de morte, é uma das razões mais importantes de hospitalização e de incapacidade permanente no adulto, consequentemente com elevados custos directos e indirectos, (Prior, 2009). Os cuidados de enfermagem de reabilitação ao doente com AVC devem iniciar-se precocemente na unidade de internamento, tendo em conta que, 50% dos doentes que tiveram um AVC ficam com limitações a nível motor, 10% com incapacidade de viver na comunidade e possuem um risco aumentado para a ocorrência de um novo evento. Vários estudos comprovam que cerca de 25% dos doentes repetem o AVC e que cerca de 10% das pessoas que sofreram um AVC têm risco de voltar a apresentar novo evento no primeiro ano após o primeiro. Pelo que as intervenções de enfermagem devem contemplar cuidados de reabilitação e de prevenção de novos eventos, ainda considerar a qualidade de vida relacionada com o AVC, considerar as características desta doença, os seus impactos na vida pessoal, familiar e social e, finalmente, as características sócio-demográficas dos doentes e seus prestadores de cuidados Compete assim, ao enfermeiro de reabilitação apoiar, orientar, e explicar os ganhos em saúde, para que os utentes optem por nos acompanhar na luta pela prevenção do novo evento, através do controle dos factores de risco, maximizando o seu potencial e melhorando assim a sua qualidade de vida. A qualidade de vida tem sido definida como a avaliação subjectiva do indivíduo acerca do grau em que estão satisfeitas as necessidades nos vários domínios de vida. Qualidade de vida é um conceito complexo e ambíguo que varia de pessoa para pessoa, e que para a mesma pessoa modifica ao longo da vida, sendo a saúde uma dimensão comum a todos os conceitos de qualidade de vida. Assim, o impacto da doença na vida da pessoa, é percepcionada ao nível dos aspectos relacionados com a sintomatologia depressiva, da mobilidade, dor, sono, reacções emocionais e isolamento social. Então, a intervenção do enfermeiro de reabilitação deve contemplar na preparação para a alta cuidados individualizados para a máxima autonomia da pessoa com AVC e para a prevenção dos factores de risco modificáveis que incluem cuidados com a alimentação e ingestão hídrica adequados, controlo do peso, cuidados com o controlo da hipertensão arterial, da diabetes e actividade física, contemplando ainda o ensino e treino à família/ cuidador informal. *Doente Crítico* Moderador: Arsénio Gregório Via Verde Coronária - Balanço da Sua Existência (PTM; LGS) C. Lourenço; A. Ferreira Via Verde do AVC - Perspectiva de Existência no Serviço de Urgência A. Agostinho Transporte Secundário (inter-hospitalar)(PTM; LGS) J. Mendonça, A. Conceição Via Verde Coronária - Balanço da sua Existência - Portimão Autores: LOURENÇO; Catarina; ANTUNES, Sara; PARREIRA, Dulce; MANUEL, Sofia As doenças cardio vasculares, nomeadamente a doença coronária, com o seu carácter multidimensional e as suas graves consequências, negativas e directas, para o cidadão, a sociedade e sistema de saúde, determina um grave problema de saúde pública, justificando uma actuação planeada e organizada ao longo de todo o sistema de saúde, através de um Programa Nacional com objectivos concretos de prevenção e redução estas doenças. Sendo a doença coronária uma das principais causas de morte em Portugal, responsáveis por cerca de 50% das mortes ocorridas em 1999 como nos mostram dados estatísticos do M. Saúde em 2003. A Organização Mundial de Saúde, nomeadamente do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Cardiovasculares, preocupou-se com o nosso sistema de saúde, dando uma perspectiva de crescimento à doença coronária. Assim criou-se o plano com objectivos e estratégias que se centra na promoção e concretização do seu adequado tratamento. Foram criadas as vias verde coronárias (PNPCDC, 2003) “ Estratégia organizada para a abordagem , encaminhamento e tratamento mais adequado nas fases pré, intra e inter hospitalares, de situações clínicas mais frequentes e/ou graves que importam ser especialmente valorizadas pela sua importância para a saúde das populações”. ”(…)para o diagnóstico e tratamento rápido , quando o doente procura directamente o Hospital, por sua iniciativa ou por meios diferentes do INEM. A responsabilidade da criação de circuitos hospitalares internos que possibilitem o tratamento de reperfusão no mais curto espaço de tempo pertence a cada hospital.” Dentro de um desafio proposto pela nossa chefe de serviço, na apresentação de um trabalho numa jornada de Enfermagem no CHBA, em que iríamos partilhar e apresentar a nossa vivência no SU perante a temática da Via Verde Coronária, julgamos ser fundamental referir na nossa apresentação alguns pontos que passamos a nomear: As indicações pelo Alto Comissariado da Saúde onde dá recomendações ao EAM com Supra ST : Via Verde Coronária - Balanço da sua Existência ( cont.) Autores: ANTUNES, Sara; LOURENÇO; Catarina; PARREIRA, Dulce; MANUEL, Sofia - Na redução do tempo para o tratamento mais adequado e melhorar as taxas de mortalidade e morbilidade associadas ao EAM. - Com o objectivo de perfusão nas primeiras duas horas após o inicio dos sintomas Iniciando, assim o projecto da Via Verde Coronária no nosso serviço de urgência. Falar do diagnóstico segundo a OMS ao utente com EAM com supra de ST, feito através do Quadro clínico; ECG e resultados analíticos ( CK-mb; troponina) Falar do tratamento segundo a OMS ao utente com EAM com supra de ST, através da terapêutica de reperfusão coronária, farmacológica ou mecânica. Fazer uma descrição da abordagem ao utente com EAM com supra de ST, através de vários pontos de entrada: Doente que é admitido pela triagem; Doente que entra directamente pela a reanimação, acompanhado por bombeiros ou um equipa diferenciada (SIV; VMER) Doente que já se encontra no serviço de Urgência e inicia sintomatologia ou apresenta exames que comprovam o EAM com supra ST. Descrição detalhada dos cuidados na sala de reanimação/ cuidados de enfermagem: - Equipa existente na sala; - Terapêutica inicial, protocolada Explicar todo o dispositivo da activação da Via Verde Coronária: Contacto com hospital de referência; Transmissão de dados; Critérios à equipa de Enfermagem, para realização de Via Verde; Material disponível e sua disposição; Ambulância disponível e sua activação; Registos e papéis burocráticos a ter em conta. Demonstração estatística, referente ao ano de 2010 na activação da Via Verde Via Verde Coronária - Balanço da sua Existência - Lagos Autores: FERREIRA, Alexandra; TRIGO, Maria João; BARTOLOMEU, Teresa; COSTA, Fabiana; SANTOS, Ester; DIAS, Marisa; SILVA, Jorge; MEDEIROS, Pedro As doenças cardiovasculares são na maioria dos países industrializados a principal causa de mortalidade e morbilidade. Para a sociedade e para o sistema de saúde, são actualmente uma das principais causas de incapacidade e de perda de anos potenciais de vida, tanto a nível internacional como a nível nacional. À semelhança de muitos países ocidentais, são também a principal causa de morte em Portugal. Segundo a Direcção Geral de Saúde (2003) Desta forma a Via Verde foi implementada com o objectivo de diminuir a mortalidade no pré-hospitalar, requerendo por isso uma campanha de sensibilização da população e uma organização dos serviços de saúde. No Algarve a Rede de Urgência/Emergência faz parte um conjunto de instituições de saúde, sendo uma delas o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Lagos. Esta Unidade após uma primeira intervenção e triagem coloca em curso procedimentos de tratamento, referenciação e encaminhamento dos doentes com critérios de Via Verde Coronária. A SUB de Lagos abrange geograficamente, o município de Lagos e as Terras do Infante (Aljezur e Vila do Bispo), um total de 36035 habitantes. No âmbito das I Jornadas de Enfermagem Médico-Cirúrgica do CHBA, foi realizado um estudo retrospectivo dos utentes que foram sujeitos ao protocolo da Via Verde Coronária no ano 2010, após terem sido admitidos no SUB de Lagos. Em 2010 foram obtidos os seguintes resultados: Dos 27579 utentes que recorreram à SUB, 74 necessitaram de reencaminhamento hospitalar por necessidades específicas do foro cardiológico Os meses com maior número de Via Verde Coronária foram o Janeiro, Fevereiro e Abril Dos 74 utentes, 43 são do género masculino e 31 do género feminino, e uma média de idades de 67 anos A via de admissão consta de que 67 utentes recorreram por transporte próprio e apenas 7 através de ambulância Via Verde Coronária - Balanço da sua Existência (Cont) Autores: FERREIRA, Alexandra; TRIGO, Maria João; BARTOLOMEU, Teresa; COSTA, Fabiana; SANTOS, Ester; DIAS, Marisa; SILVA, Jorge; MEDEIROS, Pedro Utentes em Via Verde Directa: 19 utentes - 39%. Dos 19 utentes, 15 são do género masculino com média de idade de 65 anos e 4 do género feminino como média de idades de 67 anos. Utentes reencaminhados para o CHBA Portimão e Via Verde: 4 utentes - 8% Utentes reencaminhados para o CHBA Portimão e Hospital Alvor: 1 utente - 2% Em jeito de conclusão, a equipa do SUB de Lagos ao reconhecer rapidamente os sinais e sintomas do EAM baseia a sua intervenção numa multidisciplinaridade de profissionais, colocando a cooperação entre eles como uma peça fundamental para uma intervenção precoce de modo a evitar ou reduzir sequelas no utente. Via Verde AVC Perspectiva de um ano de Existência no Serviço de Urgência Autores: AGOSTINHO, Ana; ROCHATO, Mara Segundo a OMS (2003), AVC consiste num conjunto de “sinais clínicos de perturbação focal (ou global) da função cerebral, desenvolvendo-se rapidamente, com sintomas durando mais de 24 horas sem causa aparente que não de natureza vascular”. O acidente vascular cerebral constitui um problema da maior relevância a nível mundial, sendo a segunda causa de morte e incapacidade permanente nos países desenvolvidos. Em Portugal, o seu impacto é ainda maior, uma vez que constitui a primeira causa. Cerca de 70 por cento das mortes por Acidente Vascular Cerebral ocorrem fora ou antes da chegada ao hospital, sobretudo porque os doentes desvalorizam os sinais e tardiamente solicitam ajuda. Estes valores apontam para a necessidade de aumentar a rapidez no acesso destes doentes ao hospital, através da implementação das Vias Verdes. A Via Verde AVC são estratégias que visam melhorar a acessibilidade dos doentes, na fase aguda da doença aos cuidados médicos mais adequados, diminuindo, assim, o risco de morte e posteriores sequelas. Atraves da realização de estudos da Via Verde AVC realizado em 2009/2010/2011 no CHBA os resultados são bastante positivos, demonstrando ganhos significativos no tratamento dos doentes e nos tempos de demora pré-hospitalar. Nos últimos anos tem-se verificado uma consciencialização progressiva, assim como um aprofundamento científico acerca desta patologia, o que nos remeteu para o reconhecimento da possibilidade de prevenção (através do controlo dos factores de risco) e de tratamento (através do recurso a novas terapêuticas farmacológicas, cirúrgicas e neuro-radiológicas, com o apoio de procedimentos especializados de enfermagem e técnicas de fisioterapia). Por outro lado, surge também a necessidade de reintegração na sociedade, assim como a prevenção do AVC recorrente. A existência de terapêuticas de fase aguda, remete-nos para a emergência do tratamento do AVC, o que implica uma actuação num intervalo de tempo muito preciso e com procedimentos sistematizados. Torna-se então imprescindível o reconhecimento precoce dos sinais de alerta, a avaliação rápida e o acesso expedito dos doentes ao hospital. Para que tal ocorra sem hiatos, criou-se a Via Verde de AVC. Aqui salienta-se a importância das Unidades de AVC. Segundo a Declaração de Helsingborg (2006), todos os hospitais que admitem doentes com AVC, devem ter uma Unidade de AVC. Esta define-se, segundo a DGS (2001) como um sistema de organização de cuidados prestados aos doentes, numa área geograficamente bem definida. Via Verde AVC Perspectiva de um ano de Existência no Serviço de Urgência ( Cont.) Autores: AGOSTINHO, Ana; ROCHATO, Mara Esta tem com principais objectivos a administração de terapêuticas de fase aguda, prevenção do agravamento do AVC, prevenção de complicações, estratificação de factores de risco, implementação de medidas preventivas de AVC recorrente, o início precoce do tratamento e do programa de reabilitação e o desenvolvimento de um plano de alta e follow up adequados. A Unidade de AVC, no nosso hospital situa-se no serviço de urgência geral desde Novembro de 2009. Para otimização do seu funcionamento, são seguidas as recomendações da ESO e AHA. Consiste numa unidade de nível B, isto é, uma unidade regional de AVC e encontrase permanentemente articulada com a U-AVC do HDFaro. São admitidos doentes Prioridade I e II. A equipa multidisciplinar é formada por neurologista consultor, medicina interna, fisiatria, enfermagem, fisioterapia, terapeuta da fala e assistente social em constante articulação com serviços como imagiologia, laboratório de análises, alimentação e exames especiais. A unidade de AVC do Hospital do Barlavento, a funcionar numa sala contígua à UIDA, pretende garantir aos doentes qualidade, quer no pré internamento, quer no pós internamento e fazer uma reabilitação o mais rápido possível. Tem uma lotação de 3 camas, sendo o rácio enfermeiro-doente de 1:3. Desde Novembro de 2009 até Março de 2011 contabilizam-se 249 internamentos sendo 63,8% do género masculino e 36,2% feminino. A média de idades é 65,6 anos, no género masculino 67,6 anos e feminino 64,5 anos. No total de doentes admitidos, 68,3% são AVC’s isquémicos, 13,2% hemorrágicos, 12% AIT’s, sendo a restante percentagem de outros diagnósticos. O total de fibrinólises realizadas foram 16, numa proporção de 8 no género masculino e 8 no feminino, o que corresponde a uma percentagem de 7,4 e 12,9%, respectivamente. Transporte Secundário (Inter-Hospitalar) Portimão Autores: MENDONÇA, João O doente crítico pode ser definido como aquele em que, “por disfunção ou falência profunda de um ou mais órgãos ou sistemas, a sua sobrevivência esteja dependente de meios avançados de monitorização e terapêutica”, como tal o processo de transporte destes doentes tende a ser extremamente complexo devendo ser cuidadosamente ponderado a sua necessidade. Seguidamente devem ser tomadas todas as medidas necessárias para que o transporte decorra sem intercorrências antecipando todas as complicações que possam vir a ocorrer. Finalmente, após todos os contactos efectuados, o doente será transferido com uma equipa médica que apresente a capacidade de manter ou melhorar os cuidados a que o doente estava submetido anteriormente. O transporte do doente crítico pode ser intra ou inter-hospitalar, quer por via terrestre (em ambulâncias medicalizadas) quer por via aérea (no helicóptero do INEM). Os motivos pelos quais se realizam são: carência de recursos humanos ou tecnológicos; continuação de tratamento noutros centros; estabelecimento de diagnóstico clínico; razões sociofamiliares. Os transportes de doentes críticos no CHBA ocorrem maioritariamente pela carência de recursos humanos ou tecnológicos e os dados estatísticos demonstram um crescimento exponencial do número de transferências efectuadas desde os primeiros anos (2001, 2002) até 2010. Transporte Secundário (Inter-Hospitalar) Lagos Stress, Ansiedade e Depressão Autores: CONCEIÇÂO, Ana Os enfermeiros dos serviços de Urgência e Medicina da UHL integram a escala de transferências desta Unidade. Nos turnos da Manhã e Tarde, as transferências são asseguradas pelos enfermeiros do serviço de Medicina e no turno da Noite pelos enfermeiros do serviço de Urgência. Vários autores identificam agentes específicos de stress relacionados com reacções adversas ao trabalho em contexto hospitalar, bem como a existência de uma relação significativa entre a sobrecarga de trabalho e o desenvolvimento de ansiedade. Qualquer enfermeiro que integre a escala de transferências, tendo em conta a pluridimensionalidade de um SUB, deverá ter conhecimentos sobre o corpo e processos de doença de todos os grupos etários. Consideramos que a transferência de doentes, nomeadamente de doentes críticos, possa ser um momento de sobrecarga, em que o enfermeiro poderá demonstrar insegurança e ser incapaz de adaptar as suas capacidades à situação específica. Deste modo, executámos um trabalho que visa identificar o stress, ansiedade e depressão nesses mesmos enfermeiros que integram a referida escala. Para tal, utilizámos a Escala de Ansiedade Depressão e Stress (EADS) de 21 itens de Lovibond e Lovibond e fizemos um estudo quantitativo, para o qual estabelecemos as seguintes hipóteses: - Existem diferenças nos níveis demonstrados de ansiedade, depressão e stress entre os enfermeiros dos serviços de Urgência e Medicina? - Os enfermeiros deterem formação na área de transferências, influencia os estados de ansiedade, depressão e stress? Encontramo-nos, ainda, na fase de tratamento de dados estatísticos. No entanto, podemos antever que, na realidade, existem diferenças na segurança demonstrada pelos enfermeiros, de acordo com o serviço em que exercem. Desconhecemos, ainda, se essas diferenças terão significado estatístico. Podemos concluir que, cerca de 21% dos enfermeiros que exercem funções no serviço de Medicina dizem ter formação na área da transferência de doentes, e que cerca de 50% dos enfermeiros a prestar cuidados no serviço de Urgência detêm formação na mesma área. *IACS - Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde* Moderador: Marta Coelho Estudo sobre a Punção Venosa Periférica E. Neto Estudo sobre Hemoculturas N. Costa A Importância da Higiene das Mãos P. Campos Estudo sobre a Punção Venosa Periférica Autores: NETO, Eva; FERNANDES, Fátima; CAMILO, Andrea; RIBEIRO, Marlene A Punção Venosa Periférica é o procedimento invasivo, mais executado pelos enfermeiros na prestação de cuidados. A enfermagem possui um papel de destaque na responsabilidade da execução desta técnica, pois compete aos enfermeiros a decisão sobre a escolha do local de punção, o tipo de dispositivos e sua manutenção, revisão da terapêutica a administrar e a prevenção de complicações. Este estudo pretende intervir, mediante a Norma de Procedimento de Enfermagem, na técnica da Punção Venosa Periférica, para evitar que seja executada de forma rotineira, cumprindo apenas parcialmente as etapas descritas na Norma e consequentemente contribuindo para o surgimento de complicações. O objectivo geral é identificar as boas práticas na punção venosa periférica associada á perfusão contínua e o objectivo específico é verificar se a técnica e o conhecimento dos enfermeiros acerca da Punção Venosa Periférica está de acordo com a Norma de Procedimento de Enfermagem Nº 2/VII/E. No que concerne ao desenho da investigação, trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e exploratório; os enfermeiros do Serviço de Medicina III correspondem à amostragem por conveniência. O método da recolha de dados constou da aplicação de um questionário para recolher dados acerca do conhecimento que têm sobre a PVP e posterior observação estruturada, e individual a todos os elementos de enfermagem em estudo. Os resultados e conclusões serão apresentados a 9 de Junho. Estudo sobre Hemoculturas Autores: COSTA, Nuno; MARTINS, Paula; GABRIEL, Gualter INTRODUÇÃO: Hemocultura é um exame auxiliar relevante pois o seu resultado reflete-se diretamente na terapêutica (CCIH, 2010). Após o estudo de 2007, onde o índice global de qualidade (IGQ) foi 87%, identificaram-se ainda algumas práticas inadequadas na colheita de sangue para cultura. Decidiu-se repetir o mesmo estudo com o intuito de apurar a permanência ou não das práticas inadequadas. OBJECTIVOS: • Enumerar as Hemoculturas contaminadas no período de 10/01/011 a 10/04/011; • Identificar os factores associados à contaminação de Hemoculturas; • Comparar o Índice Global de Qualidade do estudo de 2007 com o de 2011; Sensibilizar os profissionais de saúde para as boas praticas nas Hemoculturas. MATERIAL E MÉTODOS: Observação directa com guia de recolha de dados “Auditoria às praticas de colheita de hemoculturas” estruturada em 5 padrões (Norma; Pedidos de hemocultura, Técnica asséptica durante a colheita; Inoculação no meio de cultura, e transporte ao laboratório), fundamentação no Protocolo de Actuação nº54/CHBA, e pesquisa bibliográfica. O método utilizado foi a estatística descritiva, com analise percentual dos resultados. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Análise dos Índices de qualidade (IQ) por padrão: Padrão 1. IQ 100% - A norma está disponível e foi discutida no serviço; Padrão 2. IQ 65,83% - A maioria das hemoculturas é realizada antes de iniciar antibioterapia (18 casos), no entanto, em 6 casos a colheita foi efectuada na altura do pedido e não coincide com a menor concentração de antibiótico; Padrão 3. IQ 94,81% - Salienta-se que a lavagem/desinfecção das mãos antes da colheita não foi realizada em 4 casos, assim como a utilização do antisséptico de base aquosa; Padrão 4. IQ 66,67% - A data de validade dos frascos de inoculação foi somente verificada em 18 casos, e a desinfecção da rolha de borracha após remoção da tampa foi observado em apenas 15 casos. É de salientar que em 15 casos a mudança de agulha não é aplicável por utilização do sistema de vácuo; Padrão 5. IQ 98.33% - Somente em 4 dos casos observados não foi possível o envio imediato ao laboratório, no entanto não foram conservadas no frigorífico. Manteve-se o Índice Global de qualidade no Muito Bom (85, 13%). Importância da Higiene das Mãos Autores: CAMPOS, Paula A evidência mundial diz que a adesão à melhoria da prática da higiene das mãos está directamente relacionada com a transmissão de infecções e é universalmente baixa com taxas de adesão inferiores a 60%. No CHBA a taxa de adesão à higiene das mãos ronda os 62%. Em termos gerais, a estratégia para melhor a taxa de adesão está relacionada com: O aumento da adesão à higiene das mãos, para que mais profissionais higienizem as mãos mais vezes; A mudança do sistema, para que seja possível higienizar as mãos no local de prestação de cuidados, utilizando soluções anti-sépticas de base alcoólica para as mãos; A disponibilização de lavatórios equipados para os profissionais. Uma combinação de outras medidas destinadas a sensibilizar os profissionais e a obter o apoio e o envolvimento de profissionais-chave para as práticas de higiene das mãos. CONFERÊNCIA *Competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica* Por: Rosa Miranda, Ordem dos Enfermeiros Moderador: Suzel Poucochinho Competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica Autores: MIRANDA, Rosa O exercício da profissão de enfermeiro remonta, em Portugal, a finais do século XIX, sendo que , a partir da 2º metade do século XX, as modificações operadas nas competências exigidas aos enfermeiros e , por isso mesmo, no nível de formação académica e profissional têm vindo a traduzir-se no desenvolvimento de uma prática profissional cada vez mais complexa, diferenciada e exigente.1 A própria evolução da sociedade portuguesa e as suas expectativas de acesso a padrões de cuidados de enfermagem da mais elevada qualificação técnica , científica e ética para satisfazer níveis de saúde cada vez mais exigentes, assim como a organização desses cuidados em ordem a responder às solicitações da população, não só em instituições de carácter hospitalar ou centros de saúde, públicos ou privados, mas também no exercício liberal, vêm dar o maior relevo à necessidade de se proceder à regulamentação e controlo do exercício profissional dos enfermeiros.1 Cabe à Ordem dos Enfermeiros enquanto associação de direito público, proceder à regulamentação e controlo do exercício profissional dos enfermeiros, assim como adoptar um código deontológico e um estatuto disciplinar pelos quais os enfermeiros se pautam.1 No Decreto Lei nº 104 de 98 de 21 de Abril, correspondendo ao estatuto da OE dos enfermeiros, subsecção VI, Artigo 29º pode ler-se que o conselho de enfermagem é o órgão profissional da ordem, que representa os enfermeiros qualificados nos diferentes domínios da enfermagem, agrupados em comissões. Refere que o CE é composto pelo conjunto dos presidentes das comissões de especialidade, da comissão de cuidados gerais e da comissão de formação em enfermagem, referindo no seu ponto 3- as comissões de especialidade, que correspondem às especialidades reconhecidas pela Ordem. Neste enquadramento temos a comissão de especialidade de enfermagem Médico Cirúrgica. A Lei nº 111/2009, de 16 de Setembro, procede à primeira alteração ao Estatuto da Ordem dos Enfermeiros. 2 No Artigo 31ª - A, explicitam-se os Colégios da Especialidade, no ponto 1 , os colégios de especialidade são os órgãos profissionais, constituídos pelos membros que detenham o título profissional da respectiva especialidade, sendo competências dos colégios, entre outras, c)definir as competências específicas da especialidade a propor ao conselho directivo, d) elaborar programas formativos na respectiva especialidade, a propor ao conselho directivo, f) definir padrões de qualidade de cuidados de enfermagem especializados, a propor ao conselho directivo. À mesa do colégio compete, entre outras, dirigir os trabalhos do colégio.2 A evolução dos trabalhos, no âmbito do colégio de especialidade de enfermagem Médico Cirúrgica, resulta da continuidade de um plano iniciado pela correspondente Comissão de especialidade, e tem uma continuidade plasmada no Plano de Actividades do colégio de especialidade Médico Cirúrgica 2010-2011. Competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica (Cont.) Autores: MIRANDA, Rosa Especialista é o enfermeiro com um conhecimento aprofundado num domínio específico de enfermagem, tendo em conta as respostas humanas aos processos de vida e aos problemas de saúde, que demonstram níveis elevados de julgamento clínico e tomada de decisão, traduzidos num conjunto de competências especializadas relativas a um campo de intervenção. 3 O quadro de competências do enfermeiro especialista traduz quatro domínios de competências comuns, a todas as áreas de especialidade, aprovadas em Assembleia Geral de 29 de Maio de 2010, concretamente: responsabilidade profissional, ética e legal, melhoria contínua da qualidade, gestão dos cuidados e desenvolvimento das aprendizagens profissionais.3 Aprovadas em Assembleia de colégio, no dia 25 de Setembro de 2010, as competências específicas do enfermeiro especialista em Pessoa em situação Crítica, consubstanciam as competências desta área de especialização de cuidados e enfermagem, concretamente: a) Cuida da pessoa a vivenciar processos complexos de doença crítica e ou falência orgânica b) Dinamiza a resposta a situações de catástrofe ou emergência multi vítima, da concepção à acção; c) Maximiza a intervenção na prevenção e controlo da infecção perante a pessoa em situação crítica e ou falência orgânica, face à complexidade da situação e à necessidade de respostas em tempo útil e adequadas.4 No mesmo momento de reflexão e tomada de decisão pelo colégio, foi igualmente aprovada a proposta de pronúncia que passa a incluir nesta área de especialização a Pessoa em Situação Crónica e Paliativa 5, bem como a assunção de que, a seu tempo, este colégio dará lugar a dois colégios que corresponderão às referidas áreas de cuidados especializados. Dada toda esta evolução e no desenvolvimento da planificação de actividades, inerentes à concretização das atribuições deste colégio, deu-se continuidade a um processo de construção de novas propostas para discussão e votação na próxima assembleia de colégio de especialidade Médico Cirúrgica, marcada para o dia 16 de Julho de 2011. Concretamente proposta de Padrões de Qualidade dos Cuidados Especializados em enfermagem em Pessoa em Situação Crítica; Proposta de Programa Formativo da Especialidade em enfermagem em Pessoa em Situação Crítica e Projecto de Regulamento de Competências Específicas do enfermeiro especialista em Pessoa em Situação Crónica e Paliativa. O desenvolvimento do colégio e consequentemente das práticas de enfermagem especializadas serão tão mais ricas quanto melhor e intensa for a envolvência dos enfermeiros especialista da especialidade Médico Cirúrgica. COMISSÃO ORGANIZADORA Mariana Santos Fernando Aleixo António Santos Fátima Fernandes Fátima Barros Helena Gonçalves Paulo Oliveira Vítor Jacinto Suzel Poucochinho Liliana Beato Joana Sequeira Ricardo Cravo COMISSÃO CIENTÍFICA Arsénio Gregório Amélia Gracias Salomé Coutinho João Miranda Leonor Luís Lucília Leal Rui Mimoso Francisca Vieira Ivone Mimoso Paula Morgado Conceição Cruz SECRETARIADO Patrícia Salgado Portimão, Junho de 2011