Programas - Compós 2013

Transcrição

Programas - Compós 2013
Encontro Anual da
Associação Nacional
de Programas de
Pós-Graduação em
Comunicação
Salvador, 04 a 07 de junho de 2013
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO
Julio Pinto, Presidente
Itania Maria Mota Gomes, Vice-Presidente
Inês Vitorino, Secretária-Geral
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Dora Leal Rosa, Reitora
Luís Rogério Bastos Leal, Vice-Reitor
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO
Giovandro Marcus Ferreira, Diretor
Maurício Tavares, Vice-Diretor
Edson Dalmonte, Coordenador do PósCom
22º ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS
COORDENAÇÃO GERAL
Edson Dalmonte
COORDENAÇÃO EXECUTIVA
Fábio Ferreira
Giovandro Marcus Ferreira
Jorge Cardoso Filho
Lia Seixas
Malu Fontes
Maria Carmem Jacob de Souza
Suzana Barbosa
IDENTIDADE VISUAL E DIAGRAMAÇÃO
Rodrigo Cunha
PRODUÇÃO EXECUTIVA
Allysson Viana; Camilo Aggio; Carolina Garcia; Clarissa Amaral; Clarissa Viana;
Dilvan Azevedo; Elva Valle; Felippe Thomaz; Iêda Tourinho; Inara Rosas; Isabel
Villela; Ivanise Hilbig de Andrade; João Pedro Pitombo; João Senna Teixeira;
Juliana Teixeira; Júnia Ortiz; Maíra Portela; Maria Ísis; Maria Paula Almada;
Mariana Guedes; Mônica Paz; Neuma Dantas; Paulo Victor Sousa; Rafael Carvalho;
Renata Cerqueira; Rodrigo Cunha; Rodrigo Lessa; Samuel Barros; Talyta Singer;
Tatiana Maria Dourado; Thais Miranda; Thiago Emanoel; Thiago Falcão; Valéria
Vilas Bôas; Vitor Braga; Vitor Torres; Wladmir Lima, Yuri Almeida.
// mensagem
de boas vindas
Este 22º Encontro Nacional da Compós, que acontece em Salvador,
mostra uma Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação
em Comunicação muito diferente daquela que aqui esteve em 1993, há
exatos 20 anos. Nesse longo percurso de troca científica e profissional,
os programas que agora compõem nossa Associação deram mostras
de maturidade e contínuo trabalho sério, que foram fortalecidos com a
criação de inúmeros cursos novos e com a intensa diversificação regional.
Como os colegas verão, a programação dos GTs e as demais atividades
do Encontro constituem prova cabal de que nossa área está consolidada
na sua produção de conhecimento e na interinseminação entre as várias
posturas científicas dentro dela, dado o valor que empresta à percepção
de que a Comunicação é amplamente capaz de abrigar, não apenas as
clivagens profissionais, mas, e principalmente, aquilo que as une na
pesquisa e nos propósitos comuns.
Por isso, damo-lhes nossas boas vindas com o desejo de que esta
oportunidade de intercâmbio de ideias lhes seja profícua.
JULIO PINTO
Presidente da COMPÓS
// sumário
Programação Geral 09
Programação por GTs
Comunicação e Cibercultura 13
Comunicação e Cidadania 19
Comunicação e Cultura 25
Comunicação e Experiência Estética 31
Comunicação e Política 37
Comunicação e Sociabilidade 43
Comunicação em Contextos
Organizacionais 49
Cultura das Mídias 55
Epistemologia da Comunicação 61
Estudos de Jornalismo 67
Estudos de Televisão 73
Estudos de Cinema, Fotografia e
Audiovisual 79
Imagem e Imaginários Midiáticos 85
Práticas Intercionais e Linguagens na
Comunicação 91
Recepção: Processos de Interpretação,
Uso e Consumo Midiáticos 97
Lançamento de Livros 103
programação
geral
10
04.06
7h-18h Credenciamento
(ter)
9h-12h Seminário Internacional
14h-17h “Estudos Culturais no Tempo Futuro”
Prof. Dr. Lawrence Grossberg
University of North Carolina (EUA)
19h30
05.06
7h
Auditório
Hotel Vila Galé
(Ondina)
Abertura Oficial da Compós
Entrega do Prêmio Compós de Melhores
Teses e Dissertações 2013
Apresentação musical
Coquetel de boas-vindas
Teatro Castro
Alves (Campo
Grande)
Credenciamento
Saguão da
Faculdade de
Comunicação
(qua)
manhã Reunião dos Grupos de Trabalho
9h-12h Comunicação e Cibercultura
Comunicação e Cidadania
tarde Comunicação e Cultura
14h-18h Comunicação e Experiência Estética
Comunicação e Política
Comunicação e Sociabilidade
Comunicação em Contextos
Organizacionais
Cultura das Mídias
Epistemologia da Comunicação
Estudos de Jornalismo
Estudos de Televisão
Estudos de Cinema, Fotografia e
Audiovisual
Imagem e Imaginários Midiáticos
Práticas Interacionais e Linguagens na
Comunicação
Recepção: Processos de Interpretação,
Uso e Consumo Midiáticos
18h
Saguão do
Hotel Vila Galé
(Ondina)
Lançamento de Livros
Sessão de autógrafos
Sala 1
Sala 2
Sala 3
Sala 4
Sala 5
Sala 6
Sala 7
Sala 8
Sala 9
Sala 10
Sala 11
Sala 12
Sala 13
Sala 14
Sala 15
Saguão da
Faculdade de
Comunicação
11
// programação
geral do evento
06.06
(qui)
manhã Reunião dos Grupos de Trabalho
9h-12h Comunicação e Cibercultura
tarde
14h-18h
22h
07.06
(sex)
Comunicação e Cidadania
Comunicação e Cultura
Comunicação e Experiência Estética
Comunicação e Política
Comunicação e Sociabilidade
Comunicação em Contextos
Organizacionais
Cultura das Mídias
Epistemologia da Comunicação
Estudos de Jornalismo
Estudos de Televisão
Estudos de Cinema, Fotografia e
Audiovisual
Imagem e Imaginários Midiáticos
Práticas Interacionais e Linguagens na
Comunicação
Recepção: Processos de Interpretação,
Uso e Consumo Midiáticos
Festa de Encerramento
Sala 1
Sala 2
Sala 3
Sala 4
Sala 5
Sala 6
Sala 7
Sala 8
Sala 9
Sala 10
Sala 11
Sala 12
Sala 13
Sala 14
Sala 15
Portela Café
(Rio Vermelho)
10h-12h Reunião de avaliação dos
Auditório
Hotel Vila Galé
(Ondina)
14h-18h Reunião do Conselho da Compós
Auditório
Hotel Vila Galé
(Ondina)
Coordenadores de GTs
Reunião de avaliação entre a diretoria
da COMPÓS, coordenadores e vicecoordenadores dos Grupos de Trabalho e
participantes do XXII Encontro.
Eleição da nova diretoria para o biênio
2013/2015 e avaliação e encerramento do
XXII Encontro.
programação por GTs
Comunicação e
Cibercultura
COORDENAÇÃO • ERICK FELINTO, UERJ
VICE-COORDENAÇÃO • JUREMIR MACHADO, PUCRS
14
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT COMUNICAÇÃO E CIBERCULTURA
SALA 1 • 9h-12h
“Música e mídia locativa: apropriação do lugar através de conexões musicais
geolocalizadas” — Diego Brotas
Resumo: A partir do surgimento de novos dispositivos eletrônicos e de redes
infocomunicacionais sem fio, eclode dentro dos estudos da cibercultura um novo
foco de pesquisa, as mídias locativas. A partir delas, o estudo da comunicação
se volta mais uma vez para as interações em espaços urbanos. A partir do uso
das mídias locativas, há a caracterização de uma distinta forma comunicativa
de apropriação do lugar, baseada em uma interdependência entre o contexto
(lugares), sujeito e mídia. Este artigo propõe a análise de estudos que relacionam
as mídias locativas com a elaboração de novos tipos de interações espaciais
relacionadas à música, em mobilidade, baseadas em geolocalização.
Relatora: Alessandra Maia
“Aproximações com o conceito de apropriação: uma associação com as
imagens de celebridades no blog ‘Te Dou um Dado?’” — Camila Cornutti
Barbosa e Susan Liesenberg
Resumo: O presente artigo propõe apresentar uma discussão sobre
o conceito de apropriação a partir de relações com distintos campos
do conhecimento, como as Artes Visuais, a Filosofia da Linguagem e
a Comunicação. Blogs e sites de rede social têm sido apontados como
ambientes propícios para fazer emergir novos conteúdos e imagens
apropriadas de outros contextos. Assim, em um segundo momento, busca-se
criar uma categorização de tipos de apropriações relacionadas às imagens de
celebridades veiculadas no blog de humor “Te Dou Um Dado?”, procurando
evidenciar a importância de se pensar sobre a apropriação também no
contexto de artefatos digitais amplamente difundidos na rede.
Relator: Diego Brotas
» GT COMUNICAÇÃO E CIBERCULTURA
SALA 1 • 14h-18h
“Paratextos, programas de ação” — Thiago Falcão
Resumo: Este artigo tem como intuito discutir o modo através do qual os
elementos relativos – ainda que externos – a uma mídia incidem sobre sua
15
experiência. Na década de 1980, Gérard Genette escreveu um tratado
a partir do modo como títulos e prefácios enquadravam a experiência
textual. Estes paratextos foram apropriados por Mia Consalvo para
discutir conteúdo apropriado a partir dos jogos eletrônicos. Nossa questão,
portanto, recai sobre a relação entre video games e seus paratextos:
consistem estes em meros adendos à experiência – panos de fundo,
intermediários – ou serão eles capazes de agenciar comportamentos,
mediar relações, sugerir o rumo das ações tomadas em um mundo cuja
própria existência depende destas, para fazer sentido?
Relatora: Suely Fragoso
“Imersão em realidades ficcionais” — João Carlos Massarolo e Dario
Mesquita
Resumo: Este artigo discute as estratégias de imersão utilizadas para a
construção de mundos de histórias nas múltiplas plataformas de mídia,
levando em consideração as abordagens teóricas que denotem sua
natureza lúdica, assim como os aspectos da imersão sensorial, cognitiva
e emocional. Neste contexto, as experiências que relacionam atividades
cotidianas e a vivência de mundos ficcionais, envolvem os jogadores
em ações interativas e colaborativas pelas zonas imersivas em que se
desenvolvem os mundos de histórias.
Relator: Thiago Falcão
“Imersão em games: da suspensão de descrença à encenação de crença” —
Suely Fragoso
Resumo: O texto revisa os significados associados a ‘suspensão de
descrença’ na literatura, no cinema e na televisão, apontando dois eixos
problemáticos: a associação entre a imersão e o dualismo corpo/mente e o
mito da audiência ingênua, incapaz de distinguir entre a representação e a
realidade. Objeções ao uso das ideias de imersão e suspensão de descrença
em games sugerem que a expressão ‘encenação de crença’ retrata melhor
a relação entre jogadores e jogos. Essa ideia é discutida em termos das
implicações da interatividade e da interação social para a imersão em
games, contemplando: a) os efeitos da agência sobre o desenvolvimento
do jogo; b) a mediação das interfaces de hardware e software e c) a
permeabilidade entre os espaços físicos e os espaços de jogo. Conclui-se que
a diversidade das relações entre jogadores e games desafia as classificações
que diferenciam as mídias de forma rígida e excludente, bem como
abordagens centradas exclusivamente em configurações técnicas.
Relator: João Carlos Massarolo
16
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT COMUNICAÇÃO E CIBERCULTURA
SALA 1 • 9h-12h
“Notas sobre a pirataria de games no Brasil: inclusão (digital) dos pobres e
games como fomentadores de resistência” — José Messias
Resumo: O objetivo deste trabalho não é advogar sobre a pirataria sob um
ponto de vista ético. Embora se reconheça a relevância deste debate, nossa
análise se focará nas questões cognitivas e de produção de subjetividade
ligadas às práticas piratas da cultura gamer. Defende-se que as subjetividades
envolvidas na pirataria de games põem em movimento redes de sociabilidade,
processos de autoformação e tutoria, manipulação de dispositivos técnicos
complexos, além do estímulo a produção criativa e livre. Espera-se expor
melhor esse cenário por meio de uma breve análise da comunidade “Brazukas”
dentro da rede social Orkut.
Relatora: Liliane da Costa Nascimento
“Quantified Selves: contar, monitorar e conhecer a si mesmo através dos
números” — Liliane da Costa Nascimento e Fernanda Bruno
Resumo: Este trabalho investiga, através dos métodos da teoria ator-rede, as
práticas de objetivação de si presentes nas técnicas de auto-monitoramento
empregadas pelos Quantified Selves, um grupo de indivíduos que busca
promover melhorias em suas vidas através do registro de indicadores
quantitativos e qualitativos sobre seu comportamento e personalidade.
Iniciaremos descrevendo este movimento e focalizando as suas formas de
medição e registro. Em seguida, passaremos a uma breve apresentação das
formas de análise e registro de si nos estoicos. Por fim, cotejaremos as formas
de auto-monitoramento contemporâneas com estas modalidades históricas
da escrita de si, buscando circunscrever suas especificidades em relação aos
processos subjetivos que promovem.
Relatora: Susan Liesenberg
“O julgamento do mensalão e as redes sociais de interpretação: pistas para
uma hermenêutica da comunicação e cultura midiática compartilhada ” —
Claudio Cardoso de Paiva
Resumo: Na sociedade midiatizada a experiência política não desapareceu;
transfigurou-se. O fenômeno da internet e das redes sociais forjaram uma nova
ambiência comunicacional em que os atores-em-rede, e-leitores, a partir de
17
uma cognição coletiva conectada articulam novos agenciamentos ético-políticos,
virando do avesso a concepção e a própria atividade política. Este texto apresenta
elementos para uma compreensão das notícias acerca do chamado “julgamento
do mensalão”, em que as relações entre mídia e poder se mostram em toda sua
complexidade. Observamos a sua projeção no contexto do ciberespaço, um
ambiente que pulsa permanentemente, num presente contínuo, agregando
diferentes linguagens e sensibilidades, e cuja forma e sentido solicitam novos
parâmetros de interpretação. Neste sentido propomos algumas pistas para um
exercício de interpretação, uma hermenêutica da comunicação compartilhada,
que possa desvelar o significado do “julgamento do mensalão” nas redes sociais.
Relatores: Henrique Antoun e Fábio Malini
» GT COMUNICAÇÃO E CIBERCULTURA
SALA 1 • 14h-18h
“A materialidade do jogar no Kinect: o terror ganha outras proporções” —
Alessandra Maia
Resumo: O presente estudo busca evocar momentos de intensidade por meio
da descrição das affordances (GIBSON, 1986) e sensorialidade (REGIS, 2008)
observadas no jogo eletrônico “Rise of Nightmares” (2011). Acredita-se que
o game de “horror de sobrevivência” – controlado através dos movimentos
corporais lidos pelo acessório Kinect, do Xbox 360 – permite que a sensação de
medo e tensão seja mais intensa que a vivenciada em produtos de outros meios.
A hipótese é de que seja por causa da imersão proporcionada pela jogabilidade
que o acessório engendra.
Relator: José Messias
“Mobilização nas redes sociais: a narratividade do #15M e a democracia na
cibercultura” — Henrique Antoun e Fábio Malini
Resumo: O trabalho pensa três momentos do desenvolvimento da Internet
correlacionados com três diferentes tipos de apropriação e luta empreendidas
pela multidão através da rede. Deste modo a multidão e a Internet giram
em torno dos hackers que iluminam o sentido da comunicação distribuída
ao privilegiar as biolutas. Os hackers inventam o ciberespaço, desenvolvem
a cibercultura e mobilizam a multidão. A comunicação distribuída em rede
interativa é o lugar onde as populações lutam por sua autonomia contra as leis e
regulações imperiais.
Relator: Claudio Cardoso de Paiva
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programação por GTs
Comunicação e
Cidadania
COORDENAÇÃO • CICILIA PERUZZO, UMESP
VICE-COORDENAÇÃO • ALEXANDRE BARBALHO, UFC
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programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
SALA 2 • 9h-12h
“Buen vivir e a crítica ao desenvolvimento: reposicionando a comunicação e a
cidadania no pensamento latino-americano” — Denise Cogo, Catarina Teresa
Farias de Oliveira e Daniel Barsi Lopes
Resumo: Esse artigo discute os princípios do Buen Vivir como uma
perspectiva pós-capitalista de renovação crítica da ideia de desenvolvimento
e de deslocamento da noção de comunicação para o desenvolvimento e
de comunicação para a mudança social. Com base em pesquisa teórica e
documental, a discussão proposta situa as possibilidades de articulação
da perspectiva do Buen Vivir com a comunicação cidadã, no contexto do
pensamento comunicacional latino-americano, a partir da revitalização de uma
perspectiva de comunicação relacionada aos processos culturais.
Relator: Adilson Vaz Cabral Filho
“Comunicação comunitária nos BRICS: comunidade gerativa e comunidade
de afeto como propostas conceituais” — Raquel Paiva, Leonardo Custódio e
João Paulo Malerba
Resumo: O objetivo deste trabalho é propor o uso dos conceitos de
“comunidade gerativa” e “comunidade de afeto” para estudos comparativos
de comunicação comunitária em contextos sociais distintos. A partir do
olhar sobre os países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul),
identificamos como abordagens à comunicação comunitária em estudos
comparativos recentes são tipicamente burocráticas e não permitem análises
empíricas aprofundadas sobre o tema. Em seguida, definimos “comunidade
gerativa” e “comunidade de afeto.” Por fim, apresentamos exemplos brasileiros
para demonstrar como estes conceitos podem gerar estudos amplos sobre
motivações, práticas e consequências das ações comunicacionais contrahegemônicas de atores da sociedade civil.
Relator: Rozinaldo Antonio Miani
» GT COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
SALA 2 • 14h-18h
“Cidadania e vigilância participativa: a divulgação da identidade de foragidos
do sistema prisional no Facebook” — Aldenor da Silva Pimentel e Tiago Mainieri
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Resumo: Este trabalho tem por objetivo discutir o conceito de comunicação
pública a partir do estudo da divulgação da identidade de foragidos do sistema
penitenciário pelo perfil no facebook da Divisão de Segurança e Captura do
Departamento do Sistema Penitenciário da Secretaria de Estado da Justiça e da
Cidadania de Roraima. Para tanto, foi realizada a Análise do Discurso dos posts
do referido perfil, de 19 de agosto de 2011 até 23 de junho de 2012, assim como
os respectivos comentários dos internautas. Além disso, foi também aplicado
questionário com o responsável pela atualização do perfil na rede social. Desse
modo, questiona-se se temos, a partir dessa experiência, uma comunicação
pública verdadeiramente calcada no exercício da cidadania.
Relatores: Alexandre Barbalho e Alicianne Gonçalves de Oliveira
“Comunidade alto-falante: a escuta da rádio de poste, os sons do comércio
vida cotidiana em um bairro popular de Salvador” — Andrea Meyer Medrado
Resumo: O objetivo deste artigo é investigar as maneiras pelas quais os
moradores do Pau da Lima, um bairro de Salvador, utilizam as rádios
comunitárias em seu dia-a-dia. O foco é na comunidade e não nas emissoras,
no ouvinte e não no produtor de rádio. O ponto de partida é o reconhecimento
de que pouca atenção tem sido dedicada à dimensão da escuta de rádio
comunitária. Este artigo integra o campo da cultura auditiva aos estudos de
mídia comunitária, utilizando-se de conceitos como o da “paisagem sonora”
(SCHAFER, 1994). Assim, a rádio comunitária passa a ser entendida como
parte integrante de um conjunto de ritmos. É possível concluir que se faz
necessária uma descoberta das funções das rádios comunitárias de maneira
orgânica, passo a passo, ao invés de estabelecê-las a priori. Estas ideias são
desenvolvidas aqui a partir de um estudo etnográfico da escuta da rádio de
poste no Pau da Lima, identificada pelos ouvintes como a mais autêntica
expressão de rádio comunitária no bairro.
Relator: Juciano de Sousa Lacerda
“Comunicação e mobilização: o movimento “Não Foi Acidente” e a campanha
em torno de um problema público no Brasil” — Maria Terezinha da Silva
Resumo: O presente trabalho analisa a emergência e as ações do Movimento
“Não Foi Acidente” (NFA), que desenvolve uma campanha de coleta de
assinaturas para apresentar, ao Congresso Nacional, um projeto de lei de
iniciativa popular visando modificar o Código de Trânsito Brasileiro. Partindo
da abordagem de acontecimento em Quéré (1997; 2005) e de problema público
em Gusfield (2009), descrevemos e analisamos: a) a forma como surge o
movimento NFA; b) como se apropria de diferentes mídias para potencializar
uma ação coletiva em torno de um problema público; c) como seus apoiadores
definem a situação-problema do álcool ao volante, quais valores sociais são
22
mobilizados e que soluções são propostas. A análise apoiou-se sobre um
corpus constituído por matérias jornalísticas veiculadas em mídias eletrônicas
e digitais, além de comentários postados por internautas no blog do NFA e em
seu perfil no Facebook.
Relator: Edgard Rebouças
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
SALA 2 • 9h-12h
“Lógicas, práticas e vivências de cidadania em telecentros e lan houses na
Região Metropolitana de Natal-RN” — Juciano de Sousa Lacerda
Resumo: Trata-se de resultado de pesquisa que investiga as lógicas, práticas
e vivências de cidadania cultural em telecentros e lan houses da Região
Metropolitana de Natal (RN). Nosso objetivo foi mapear as condições
tecnológicas em multimídia de telecentros e lan houses da região e
identificar a existência de produções digitais local e comunitária, tendo
em vista caracterizar nessas ações algum tipo de agência cidadã ou contrahegemônica de comunicação. Os resultados apontam para uma presença
tímida de desses agenciamentos.
Relatores: Raquel Paiva, Leonardo Custódio e João Paulo Malerba
“A construção de uma nova postura política no sindicalismo brasileiro:
o sindicato cidadão nas páginas da imprensa sindical” — Rozinaldo
Antonio Miani
Resumo: A última década do século XX foi decisiva para a história do
movimento sindical brasileiro. Após um período de intensa atuação política
numa perspectiva classista e comprometida com os interesses históricos da
classe trabalhadora, sob a égide do “novo sindicalismo”, os sindicatos foram
abandonando sua prática combativa que combinava a articulação das lutas
econômicas com a luta política de construção de uma nova hegemonia por
parte da classe trabalhadora. Em contrapartida, emergia um discurso e práticas
voltados para a conquista de direitos estritamente corporativos e de cidadania,
que configuraram o que ficou denominado como “sindicalismo cidadão”. Essa
nova postura política foi enaltecida pelos principais dirigentes do movimento
sindical à época e veiculada e legitimada na imprensa sindical. Com este
artigo, pretendemos verificar como a implantação do sindicalismo cidadão
23
foi abordada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nas suas respectivas
produções comunicativas.
Relatores: Denise Cogo, Catarina Teresa Farias de Oliveira e Daniel Barsi Lopes
“SEPPIR.GOV.BR: uma comunicação militante” — Alicianne Gonçalves de
Oliveira e Alexandre Barbalho
Resumo: O presente artigo analisa as narrativas que a comunicação da Secretaria
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), ligada à Presidência
da República, coloca à disposição da esfera pública brasileira quando o tema é
a questão racial no país. Através do site da secretaria, procura-se compreender
que agendas e agentes são contemplados e priorizados nas narrativas
veiculadas pelo órgão, principalmente aqueles ligados à história e às estratégias
de luta do movimento negro. Para tanto, é feita uma análise qualitativa das
informações disponibilizadas no site em 2011, apoiada nas análises sóciohistórica e discursiva dessas informações, além de entrevista com a responsável
pela comunicação da secretaria.
Relatores: Tiago Mainieri e Aldenor da Silva Pimentel
» GT COMUNICAÇÃO E CIDADANIA
SALA 2 • 14h-18h
“Políticas de comunicação comunitária na transição para a TV digital na
Espanha e no Brasil” — Adilson Vaz Cabral Filho
Resumo: Este artigo é oriundo de uma pesquisa de pós-doutorado realizada
de agosto de 2012 a janeiro de 2013, financiada pela CAPES / MEC / Brasil,
na Universidade Carlos III de Madrid, sob o N. de processo 955311-8. Trata
de uma análise comparativa entre as políticas de comunicação comunitária de
Espanha e Brasil no que tange às iniciativas comunitárias em TV, considerando
os momentos diferentes da transição para a digitalização da transmissão de
TV; que contam com estrutura e participação diferentes nas organizações
constitutivas das iniciativas de comunicação comunitária e que têm governos
diferentes e complexos no que diz respeito à proximidade com as questões
deste setor. A pesquisa se pauta na análise bibliográfica e documental, com
base nas leis e nas formas da participação das iniciativas de comunicação
comunitária nos diferentes países, propondo definir um quadro conceitual
de análise para a participação das iniciativas de comunicação comunitária no
processo regulatório e tecnológico.
Relatora: Maria Terezinha da Silva
24
“A participação social na regulação da mídia no Canadá: lições para o Brasil?”
— Edgard Rebouças
Resumo: Este estudo analisa como o Canadá vivencia desde os anos 1910
situações semelhantes às que ocorrem atualmente no Brasil em torno de
temas ligados às comunicações. Por entender que o locus ideal para o debate
sobre políticas públicas são audiências públicas, foi escolhido como corpus as
Comissões Reais sobre o setor das indústrias culturais e midiáticas – jornais,
livros revistas, rádio, televisão e cinema. Foram acessadas fontes primárias
no Arquivo Público do Canadá, bem como fontes secundárias em textos
científicos. Como proposição de pesquisa, parte-se do princípio de que o
modelo canadense de audiências públicas com a participação ampla de
atores sociais poderia ser aplicado no Brasil, tendo em vista as semelhanças
do sistema midiático, as dimensões continentais e a diversidade cultural
encontrada nos dois países. As conclusões conduzem para uma crise de
participação da sociedade nos debates sobre esses temas, uma omissão do
Estado e um forte lobby dos grupos empresariais.
Relatora: Andrea Meyer Medrado
programação por GTs
Comunicação
e Cultura
COORDENAÇÃO • IRENE MACHADO, USP
VICE-COORDENAÇÃO • SUZANA KILPP, UNISINOS
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programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT COMUNICAÇÃO E CULTURA
SALA 3 • 9h-12h
“Meios misturados: paradigmas para a reflexão sobre comunicação e cultura”
— Márcio Souza Gonçalves e Ericson Saint Clair
Resumo: Investigam-se as relações entre meios de comunicação e cultura a
partir da crítica a um determinado modo de configurar tais relações nomeado
como “epocalismo”. Observa-se a precariedade desse modelo de pensamento
com o auxílio de três ramos de exemplos apresentados por autores diferentes e
referentes a períodos históricos distintos: a convivência colaborativa de oralidade,
manuscritos e impressos na Inglaterra do século XVII apontada por McKenzie;
a interpenetração do oral e do escrito no Brasil dos anos 1800 e 1900 indicada
por Marialva Barbosa; e as marcas da oralidade na pontuação produzidas no
romance do século XIX demonstradas por Parkes. Em seguida, rascunha-se uma
proposta de revisão da nossa herança de uma narrativa histórica teleológica, com
a sugestão de uma redefinição das relações macro e micro a partir de uma ênfase
especial nos aspectos microscópicos e criativos da cultura.
Relatores: Roberto Tietzmann e Miriam de Souza Rossini
“Falsidade e fabulação em imagens contemporâneas de Arraes e Gondry” —
Sonia Montaño e Suzana Kilpp
Resumo: O artigo pensa o estado-vídeo em um lugar de passagem:
as plataformas de compartilhamento on-line. Propõe o “audiovisual
contemporâneo” como imagem virtual e dialética que emerge da sobreposição
de vídeos, interfaces, usos e ambientes em um mesmo espaço-tempo, e como
expressão de uma metamídia que devora as anteriores, descontextualizandoos e estabelecendo outras vizinhanças aos vídeos. São analisadas algumas
operações do software e da interface em vídeos de Guel Arraes e Michel
Gondry, com ênfase na potência do falso e da fabulação no tensionamento
ético e estético do “realismo” da “ficção” e da “verdade”.
Relatora: Mônica Rebecca Ferrari Nunes
» GT COMUNICAÇÃO E CULTURA
SALA 3 • 14h-18h
“Sociedade biotecnológica de mercado: subjetividade contemporânea e
autoajuda” — Ieda Tucherman e Cecília C.B. Cavalcanti
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Resumo: Este artigo pretende analisar o sujeito empreendedor de si ou capital
humano na sociedade de mercado determinada pelo processo de precificação
da vida, pressupondo ainda, que vivemos um século que denominamos de
biotécnico. Nossa premissa é de que há uma valorização da retórica da autoajuda
com o surgimento de campeões de venda de livros neste campo e um aumento
considerado das matérias jornalísticas, além da contaminação desta retórica em
outras editorias de midias informativas. Neste caso, analisando a Revista Veja,
através do seu Acervo Digital, verificamos a presença da linguagem de autoajuda,
principlamente nas editorias de Saúde, Economia e Comportamento e, na
década de 2000, identificamos o surgimento da figura do líder-coach, com dois
perfis que nomeamos como o aconselhador e o treinador.
Relatores: Mauricio Ribeiro da Silva e Norval Baitello Junior
“Figuras do mal no filme biográfico brasileiro” — Cristiane Freitas Gutfreind
Resumo: Esse texto tem por objetivo analisar o mal de maneira subjetiva
através da representação que o cinema realiza da história. A partir do conceito
de figura (Lyotard e Dubois) a imagem é pensada pela sua ontologia e pelo
sensível. A figura, em sua derivação figurativa, autoriza o cinema a ver o “real”
de outra maneira, permite exorcizar o mal e atualiza a história. A análise dos
filmes biográficos de ficção sobre a ditadura militar brasileira, especificamente,
Zuzu Angel (Sérgio Resende, 2006), legitimam as escolhas estéticas dessa forma
de representação atrelada a posições políticas culturalmente determinadas,
impondo ao espectador uma atividade crítica de desconstrução da história.
Relator: Allysson Viana Martins
“Diante do corpo de Di Cavalcanti: devorar e delirar nas fronteiras da
imagem” — Érico Oliveira de Araújo Lima
Resumo: Este artigo aborda o pensamento glauberiano a partir da perspectiva da
devoração. A discussão articula a estética do sonho proposta por Glauber Rocha
a uma abordagem antropofágica no âmbito das sensibilidades, em um diálogo
com o movimento modernista brasileiro. Os processos tradutores são pensados
no próprio campo das imagens, num movimento desencadeado, sobretudo, pelo
filme Di Cavalcanti (1977), em que Glauber Rocha inventa um ritual próprio
para relacionar-se com o amigo morto. No encontro fílmico, a deriva de sentidos
se constitui em zona de fronteira e de limite, no que se traça uma composição
com os conceitos de Lotman e Trías. A empreitada do realizador também é
vista como experimentação do risco e do abismo, fenômenos discutidos em
articulação com o pensamento de Flusser.
Relatoras: Sonia Montaño e Suzana Kilpp
28
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT COMUNICAÇÃO E CULTURA
SALA 3 • 9h-12h
“De volta ao passado nos dez anos de 11/9: tessitura da memória em uma
nova ecologia das mídias” — Allysson Viana Martins
Resumo: A utilização da memória como recurso produtivo na tessitura do (web)
jornalismo é analisada neste artigo através das publicações sobre o decenário
do 11/9 nos sites dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, The
Guardian e The New York Times. O engajamento para uma utilização eficiente
e eficaz da memória na internet deveria tornar-se saliente nessas publicações
jornalísticas graças a alguns fatores, como: a configuração da memória em uma
nova ecologia, a comemoração/celebração de um acontecimento como o 11/9
e a posição privilegiada do assunto nos jornais por meio de especiais e páginas
próprias. Partimos da hipótese de que os usos mais avançados da memória
ocorreriam nessa confluência. Observamos que a sua utilização se tornou
comum na produção jornalística, embora, muitas vezes, isso ocorra de modo
automático, algorítmico, pouco eficiente ou inovador.
Relatora: Sheila Schvarzman
“A emergência da cena cosplay nas culturas juvenis” — Mônica Rebecca Ferrari
Nunes
Resumo: Este trabalho integra a Pesquisa Comunicação, Consumo e Memória:
Cosplay e Culturas Juvenis, com apoio do CNPq (Chamada MCTI/CNPq/
MEC/CAPES N. 18/2012 – Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas)
em desenvolvimento junto ao PPGCOM-ESPM. Com base na teoria semiótica
da cultura de Tártu-Moscou, nas teorias sobre cultura juvenil e consumo,
este paper apresenta a configuração da cena cosplay e analisa aspectos da
semiosfera na emergência desta cena - considerando-a igualmente como
prática cultural, de significação e sociabilidade em que jovens se vestem e
atuam como personagens de narrativas midiáticas. O artigo traz os resultados
parciais da pesquisa de campo realizada no Anime Dreams 2013 e aqueles
obtidos em 2012 (primeira fase da pesquisa, sem fomento) referentes às
relações cosplayer-cosplay investigando como os fãs habitam as memórias das
narrativas e personagens que originaram o cosplay.
Relator: Érico Oliveira de Araújo Lima
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“Vínculos hipnógenos e vínculos culturais nos ambientes da cultura e da
comunicação humana” — Mauricio Ribeiro da Silva e Norval Baitello Junior
Resumo: Este trabalho trata da questão dos vínculos comunicacionais, buscando
estabelecer diferenciações e similaridades em sua caracterização quando
relacionados a ambientes ligados ao enredamento simbólico da cultura em
contraste com o processo de iconofagia (Baitello Jr.), ocorrido no âmbito do
consumo das chamadas imagens técnicas próprio da Mediosfera, conforme
descrita por Contrera. Neste contexto, caracterizam-se duas tipologias: vínculos
culturais e vínculos hipnógenos como formas essenciais que trazem em seu bojo
a semente comum da experiência corporal (espacial) sob a qual se assenta todo o
processo de vinculação e, portanto, de comunicação humana.
Relatoras: Ieda Tucherman e Cecília C.B. Cavalcanti
» GT COMUNICAÇÃO E CULTURA
SALA 3 • 14h-18h
“Israel: nova história e cinema pós sionista” — Sheila Schvarzman
Resumo: O presente artigo trata de um movimento cultural e político que busca
através da revisão sobre a história da criação do país, repor questões centrais como
a relação e o reconhecimento dos palestinos, assim como a responsabilidade
pelo seu exílio/expulsão. Dever de memória, dever de reconhecimento no qual o
cinema israelense tem se engajado com força e para o qual o documentarista Eyal
Sivan propõe constituir um arquivo de depoimentos dos perpetradores. Não só
das vítimas palestinas, mas também os israelenses combatentes, os perpetradores,
questionando assim, inclusive, as formas do documentário.
Relatora: Cristiane Freitas Gutfreind
“O registro da experiência no audiovisual de acontecimento contemporâneo”
— Roberto Tietzmann e Miriam de Souza Rossini
Resumo: Neste artigo exploramos um conceito emergente e perceptível entre
vários produtos audiovisuais contemporâneos: a formação e a legitimação de uma
estética específica para retratar acontecimentos do cotidiano. Temos percebido
um conjunto de características estéticas partilhadas por produtos audiovisuais
exibidos na televisão, no cinema, em canais de transmissão audiovisuais na internet
e também em jogos digitais. A partir da noção de acontecimento, exploraremos
as características desta estética, marcada pela brevidade; reposicionamento do
registro imediato e do denotativo; presença de uma estrutura mínima de ação e
de resolução; possibilidade de consumo individual ou por categorias e um caráter
modular que facilita a reprodução, a imitação e o pastiche.
Relatores: Márcio Souza Gonçalves e Ericson Saint Clair
30
programação por GTs
Comunicação e
Experiência Estética
COORDENAÇÃO • CARLOS MENDONÇA, UFMG
VICE-COORDENAÇÃO • JEDER JANOTTI JR., UFPE
32
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT COMUNICAÇÃO E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
SALA 4 • 9h-12h
“A perfomatividade da experiência estética: modulações rítmicas e tensivas da
sensibilidade” — José Benjamim Picado e Jônathas Miranda de Araújo
Resumo: Pretende-se aqui examinar aspectos da experiência estética que
implicam sua necessária performatividade, especialmente da parte do apreciador
de obras ou produtos de nosso campo de estudos: neste sentido, nos interessa
avaliar como a leitura ou a fruição sensível de textos, sons ou imagens implica
nas modulações específicas nas quais as paixões e a sensibilidade da recepção
são empregadas, sobretudo com respeito às capacidades somáticas desta
performatividade. De momento, nos interessa examinar a questão do ritmo
da apreciação, como elemento nucleador de experiências estéticas, sobretudo
naquilo que nos permite avaliar a produção das tensões próprias ao regime
passional da leitura e do engajamento sensorial no universo das obras.
Relator: Laan Mendes de Barros
“Estética, técnica e jogo: relações entre o lúdico e a arte fotográfica” — Letícia
Perani
Resumo: Este presente trabalho tem o objetivo de construir relações entre
a análise crítica da arte fotográfica e as qualidades da categoria do lúdico, a
partir de um breve histórico da ideia de jogo, que nos permite pensar em um
conceito mais ampliado para este termo, focando principalmente nas questões
de Friedrich von Schiller sobre lúdico e estética. Assim, podemos traçar duas
possíveis presenças do instinto de jogo no ato de fotografar: a ação lúdica da
memória (modos de produção fotográfica) e a ação lúdica do pensamento
(modos de fruição da fotografia).
Relatores: José Benjamim Picado e Jônathas Miranda de Araújo
» GT COMUNICAÇÃO E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
SALA 4 • 14h-18h
“Afetos pictóricos ou em direção a transeunte de Eryk Rocha” — Denilson
Lopes Silva
Resumo: Este ensaio se propõe a introduzir o ponto de partida de meu próximo
projeto de pesquisa Afetos Pictóricos. Para tanto apresentarei o que tem sido
chamado de virada afetiva, o conceito de afeto que uso e como afeto pode ser
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encenado. Talvez isto abra uma perspectiva distinta de entender vários filmes
feitos por uma nova geração de diretores conhecido como Cinema PósIndustrial (MIGLIORIN, 2012a), Cinema de Garagem (IKEDA e LIMA, 2011 e
2012) ou Novíssimo Cinema Brasileiro. Pretendo fazer uma leitura que articule
a experiência do leitor e as imagens bem como cinema e pintura na procura de
uma encenação de afetos. No fim, analisarei Transeunte (2010) de Eryk Rocha
através da encenação do caminhar como gesto, o rosto e o espaço.
Relator: Thiago Soares
“Vidas lazer: a experiência da percepção no ser-tempo” — Raquel do Monte
e Silva
Resumo: O presente artigo pretende compreender através o filme Viajo
porque preciso, volto porque te amo (2010) como a percepção, a existência
e os corpos se colocam no processo de construção de um mundo sensível
amparado pela temporalidade. Para tanto, lançamos mão de uma reflexão
acerca da filosofia do movimento e do corpo partindo do pensamento de Henri
Bergson e problematizando-o frente ao olhar da fenomenologia. No trajeto,
vamos encontrando, através do contato com o filme, dados que possibilitam a
aproximação do conceito de vida lazer, projeto existencial central que cruza a
vida dos personagens.
Relator: Denilson Lopes Silva
“A poesia do cotidiano na crônica de Clarice Lispector: experiência estética
em “A Descoberta do Mundo” — Vivian Resende Jatobá
Resumo: A crônica de Clarice Lispector reunida em “A Descoberta do mundo”
traz a manifestação poética do cotidiano. Essa experiência estética parte
de acontecimentos rotineiros que são ressignificados na crônica e passam
a compor uma coletânea em que se percebe a presença da sensibilidade
no retrato da realidade. Dessa maneira, este trabalho pretende abordar a
possibilidade de usar a crônica como modo de retratar, com olhar poético,
os acontecimentos mais banais de nossa vida diária, sendo a obra de Clarice
Lispector o nosso ponto de partida para perceber que pequenas epifanias
podem ser inspiradas por nossa rotina.
Relatores: Jorge Cardoso Filho e Dilvan Azevedo
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programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT COMUNICAÇÃO E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
SALA 4 • 9h-12h
“Experiência estética na cultura midiatizada: hibridações entre música e
história em quadrinhos” — Laan Mendes de Barros
Resumo: Reflexões sobre experiência estética na cultura midiatizada
contemporânea. O objeto estético e a percepção estética em um contexto
de hibridações culturais e interculturalidades, de hibridações tecnológicas
e mediações intermidiáticas. Articulações entre Comunicação e Arte.
Interações entre criação e fruição. Experiências poético-estéticas em
produções midiáticas que articulam linguagens de música e de história
em quadrinhos. Bandas brasileiras de música jovem que combinam sons,
palavras e imagens visuais. A criação paradigmática “Tubarões Voadores”, de
Arrigo Barnabé e Luiz Gê, de 1984.
Relatora: Letícia Perani
“Da roda ao disco: um estudo sobre experiência e consumo” — Deivison
Moacir Cezar de Campos
Resumo: O presente texto constitui-se na proposição de eixo teórico
de uma investigação de doutorado em andamento. A pesquisa enfoca a
construção do pertencimento afrobrasileiro pela experiência em festas de
black music, problematizando o papel da música gravada no processo. A
partir da articulação dos conceitos de experiência e consumo, relacionandoos com elementos da cultura africana e tendo a roda, presente em diferentes
manifestações culturais africanas e da diáspora, como elemento síntese,
propõe-se um circuito teórico-metodológico que apreende as dinâmicas
culturais e midiáticas envolvidas no processo.
Relatores: Talita Cristina Araújo Baena e Otacílio Amaral Filho
“O pixel da voz” — Thiago Soares
Resumo: Diante dos processos de digitalização da voz na produção musical
contemporânea, com sintetizadores e programas de áudio em computadores
que são “corretores” de imperfeições vocais, questionamos que corpos emergem
destas materialidades sonoras. Partimos de um debate sobre as práticas
de produção das canções para tentar compreender as formas de escuta e
engajamento presentes nas matrizes sonoras digitalizadas. O conceito de “grão
da voz”, proposto por Roland Barthes, é apontado como “baliza” conceitual
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para a discussão em torno do que chamamos de “pixel da voz”: a visualização
não apenas de um corpo que emerge da performance vocal, mas um sistema
de produção de sentido que envolve a figura do produtor musical, lógicas
de metamorfose presentes na cultura digital e a capacidade atual de se gerar
matrizes vocais que são emprestadas a corpos que não as cantaram.
Relator: Deivison Moacir Cezar de Campos
» GT COMUNICAÇÃO E EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
SALA 4 • 14h-18h
“Do argumento à sedução: dimensões (est)éticas da crítica” — Jorge Cardoso
Filho e Dilvan Azevedo
Resumo: O artigo discute aspectos relacionados aos fundamentos éticos e
estéticos da crítica, a partir da reconstituição do surgimento da atividade crítica
durante o processo de emergência da esfera pública burguesa e de sua posterior
desconstrução nas práticas discursivas pós-modernas. Aponta para a gradual
valorização da racionalidade estética nos processos de crítica contemporâneos
(como sistemas de recomendação e resenhas online) e para as possibilidades
de construção de controvérsias e dissensos que emergem ao examinar o
senso comum. Por fim, demonstra como uma atividade crítica amparada na
racionalidade estética é capaz de instituir as contradições necessárias para uma
discussão democrática sobre o valor.
Relatora: Raquel do Monte e Silva
“O espetáculo musical Terruá Pará: a música popular massiva convertida em
política de estesia” — Talita Cristina Araújo Baena e Otacílio Amaral Filho
Resumo: O artigo analisa a experiência musical do espetáculo e projeto de
divulgação da música produzida no estado do Pará, denominado Terruá Pará.
Para este exercício de análise e reflexão, o artigo relaciona a experiência do
Terruá Pará com estágios da música popular massiva e aspectos históricos e
identitários da cultura da música na Amazônia Paraense. Partindo da concepção
de que “o princípio da midiatização orienta a priori a representação e a
interpretação dos fenômenos comunicacionais” (Muniz Sodré), o artigo descreve
o espetáculo e conclui que além de uma política de estesia, o Terruá Pará é
produto de uma espécie de metonímia das experiências musicais vivenciadas no
território paraense, pronto para ser comercializado no mainstream.
Relatora: Vivian Resende Jatobá
36
programação por GTs
Comunicação e
Política
COORDENAÇÃO • LUIS FELIPE MIGUEL, PPGCP/UnB
VICE-COORDENAÇÃO • FRANCISCO JAMIL, UFC
38
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT COMUNICAÇÃO E POLÍTICA
SALA 5 • 9h-12h
“Representação parlamentar no Twitter: uma abordagem quantitativa” —
Francisco Paulo Jamil Marques e Jakson Alves de Aquino
Resumo: O trabalho investiga o uso do Twitter por parte dos 458 deputados
federais brasileiros registrados no microblog. Com base na análise das variáveis
relativas ao volume de publicação de mensagens e ao número de seguidores,
confrontadas com variáveis independentes de cunho individual e político,
descobriu-se, dentre outras questões, que um parlamentar relativamente jovem,
com alta votação, early adopter dos media digitais e integrante de um partido de
esquerda é aquele que apresenta um perfil de uso mais intenso do Twitter.
Relatoras: Regiane Lucas Garcez e Danila Gentil Rodriguez Cal
“Os discursos articulados da democracia (entre o econômico, o político e o
social)” — Isabel Villela
Resumo: O sentido dos experimentos democráticos atuais se mostra vinculado
a diferentes discursos que visam o controle do Estado e defendem direitos civis; a
democracia e derivativos esta assim enredada com demandas conciliatórias dos
interesses econômicos, sociais e políticos ao nível local, nacional e internacional.
Tomando como referencia a realidade brasileira e três eventos de âmbito
mundial [Fórum Econômico Mundial, Fórum Social Mundial e Rio+20] propõese comparar, na perspectiva da economia politica da comunicação, teorias e
fatos que salientam a complexidade democrática em períodos do capitalismo
histórico, como o discurso democrático vem sendo flexibilizado pela emergência
de novos atores e carregado de sentido polissêmico.
Relator: Solano dos Santos Nascimento
» GT COMUNICAÇÃO E POLÍTICA
SALA 5 • 14h-18h
“Quem está no controle? Um estudo sobre as entrevistas com os candidatos à
Presidência da República transmitidas nos telejornais da Rede Globo durante
as eleições de 2010” — Wilson Gomes e Fernanda Soares Pereira
Resumo: Há um fenômeno relativamente novo e crescentemente relevante
nas campanhas políticas no Brasil que são as entrevistas “ao vivo” (ou
“sem edição nem corte”) com candidatos a cargos do Executivo, inseridas
39
na programação dos principais telejornais de rede. Ao lado da cobertura
jornalística de campanhas, da propaganda eleitoral e dos debates, as entrevistas
“ao vivo” compõem o conjunto dos recursos e linguagens mediante os quais
a política é representada na TV durante as campanhas eleitorais. Este artigo
tenta examinar as características específicas deste novo recurso, partindo de
um modelo teórico e metodológico segundo a qual as entrevistas não são
apenas janelas para a visibilidade política, mas, sobretudo, arenas em que duas
instituições, o jornalismo e a política, lutam pelo controle das mensagens.
Os autores testam este modelo num corpus constituído por 14 entrevistas
veiculadas pelos telejornais da Rede Globo de Televisão com candidatos à
Presidência durante as eleições de 2010.
Relatores: Afonso de Albuquerque e Pâmela Araujo Pinto
“As vozes gritadas na eleição de 2010: o discurso direto na disputa
presidencial” — João Feres Júnior, Lorena Miguel, Eduardo Barbabela, Anaily
Mafra, Renata do Nascimento Silva e Ingrid Peregrini
Resumo: A eleição presidencial de 2010 pela primeira vez conduziu uma mulher
ao posto mais destacado do Executivo brasileiro. Dilma Rousseff, do Partido dos
Trabalhadores, venceu José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira, no
pleito com uma diferente de 12 pontos percentuais. Durante o processo eleitoral
os grandes jornais do país, O Globo, O Estado de São Paulo e a Folha de São
Paulo empregaram diversos mecanismos para influenciar o leitor. Dentre estes,
está a utilização de frases em discurso direto nas capas dos jornais. Este trabalho
analisará a forma e o conteúdo dessas “chamadas” diretas e a maneira como
buscaram influenciar a eleição.
Relatores: Fernando Lattman-Weltman e Viktor Chagas
“A parte que me cabe nesse julgamento: a Folha de S.Paulo na cobertura ao
processo do ‘mensalão’” — Flávia Biroli e Denise Mantovani
Resumo: O paper discute a cobertura da Folha de S. Paulo ao julgamento
da Ação Penal 470, mais conhecido como julgamento do “mensalão”. Nela,
a pluralidade corresponde à garantia de espaços restritos para a defesa,
circunscrita e autointeressada, de alguns indivíduos diante da narrativa que
organiza o noticiário. Este aparece, por sua vez, colado aos fatos e, como tal,
não posicionado. O ângulo apresentado como legítimo para a cobertura é
naturalizado ao mesmo tempo em que as posições em disputa, que implicariam
recortes distintos para a produção do noticiário, são excluídas ou domesticadas
como reações aos fatos. Na cobertura analisada, o partidarismo encontra sua
expressão na prevalência da dimensão moral da política no discurso jornalístico.
Relatores: Wilson Gomes e Fernanda Soares Pereira
40
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT COMUNICAÇÃO E POLÍTICA
SALA 5 • 9h-12h
“Deslizes morais na cena midiática: reprodução da intolerância ou
oportunidade para novas gramáticas morais?” — Regiane Lucas Garcez e
Danila Gentil Rodriguez Cal
Resumo: Discute-se de que forma deslizes morais veiculados nos media
reforçam preconceitos ou desvelam questões pouco tematizadas na esfera
pública. Qual o papel desses deslizes morais na ampliação das relações de
reconhecimento e na transformação das gramáticas morais que regem a
sociedade? A partir de uma aproximação entre as teorias do Reconhecimento
e da deliberação, analisamos a repercussão na Internet de dois artigos: um
sobre o movimento gay, de J.R. Guzzo, publicado na Revista Veja, e outro
sobre os Guarani Kaiowá, publicado por Walter Navarro na versão online
do Jornal O Tempo. A análise levou em conta a) o descortinamento de
consensos tácitos e b) a possibilidade de discussão acerca de valores com
vistas à ampliação de gramáticas morais.
Relatora: Isabel Villela
“Jornalismo e política em pauta: tensões entre interesses públicos e privados
no debate sobre a criação da Empresa Brasil de Comunicação” — Edna Miola
e Rousiley Maia
Resumo: O trabalho examina o debate público sobre a criação da Empresa
Brasil de Comunicação no Parlamento e na imprensa nacional. A partir de uma
abordagem sistêmica da deliberação, discutem-se os condicionantes impostos às
diferentes arenas discursivas e as consequências da deliberação sobre a opinião
pública e a produção da decisão política. Conclui-se que o processo discursivo
pode gerar decisões deliberativas e ganhos epistêmicos, mas também resultados
não-deliberativos tais como acordos e barganhas, decisões que desconsideram
minorias parlamentares e tematizações incompletas.
Relatoras: Flávia Biroli e Denise Mantovani
“Reportagens com denúncias na imprensa brasileira: análise de duas décadas
da predileção por mostrar problemas” — Solano dos Santos Nascimento
Resumo: Este estudo analisa a publicação de reportagens com denúncias pela
imprensa brasileira nos seis anos de eleições presidenciais pós-regime militar,
o que significa um período de mais de 20 anos. O corpus escolhido são as
41
três maiores revistas semanais do país: Época, IstoÉ e Veja. A conclusão é
que o número médio de reportagens com denúncias praticamente triplicou
a partir de 2002 na comparação com o período que vai de 1989 a 1998. Uma
revisão bibliográfica é usada para mostrar que essa preferência da imprensa
por denúncias, além de estar ligada ao avanço democrático do país, pode ser
explicada por algumas das principais teorias do jornalismo.
Relatores: Francisco Paulo Jamil Marques e Jakson Alves de Aquino
» GT COMUNICAÇÃO E POLÍTICA
SALA 5 • 14h-18h
“Insegurança, (re)partidarização e “fogo amigo”: a economia política dos
meios na Era Lula” — Fernando Lattman-Weltman e Viktor Chagas
Resumo: O objetivo deste artigo é debater, no atual cenário da
redemocratização e, em especial, nos anos recentes, qual o lugar institucional
e a especificidade da ação política dos modernos meios de comunicação
de massa. A partir da teoria de Tsebelis sobre os atores com poder de
veto, buscamos oferecer um quadro sintético da evolução do mercado de
comunicação brasileiro e da circulação dos meios impressos ao longo das Eras
FHC (1995-2002) e Lula (2003-2011), suas principais contradições e potenciais
impactos sobre os variados veículos e atores do setor.
Relatoras: Edna Miola e Rousiley Maia
“O inferno são os outros: mídia, clientelismo e corrupção” — Afonso de
Albuquerque e Pâmela Araujo Pinto
Resumo: O texto enfoca o modo como os conceitos de clientelismo e
corrupção são empregados pela bibliografia relativa à Comunicação
Política. Ele sustenta que, mais do que descrever fenômenos concretos e
empiricamente identificáveis, os conceitos são utilizados de maneira adjetiva,
como um elemento que aponta a incapacidade de determinadas sociedades
em satisfazer parâmetros ideais que, supostamente seriam satisfeitos por
outras. Sustenta ainda que este modelo argumentativo é usado não apenas nos
estudos internacionais produzidos sobre o tema, mas é replicado nas análises
produzidas no Brasil sobre a chamada “mídia regional”.
Relatores: João Feres Júnior, Lorena Miguel, Eduardo Barbabela, Anaily Mafra,
Renata do Nascimento Silva e Ingrid Peregrini
42
programação por GTs
Comunicação e
Sociabilidade
COORDENAÇÃO • EDILSON CAZELOTO, FACASPER
VICE-COORDENAÇÃO • JOÃO FREIRE FILHO, UFRJ
44
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT COMUNICAÇÃO E SOCIABILIDADE
SALA 6 • 9h-12h
“Arqueologia do acontecimento” — José Luiz Aidar Prado
Resumo: Partindo de uma síntese das teorias do acontecimento, realizada por
Vera França, proporemos uma releitura do acontecimento a partir da teoria de
Alain Badiou, para quem esse conceito encarna uma ruptura nos estados das
coisas, a partir da qual constitui-se um sujeito e um processo de verdade que
não podem ser compreendidos sob as categorias dos saberes que presidem à
situação. Nessa perspectiva, é possível considerar que o conceito pós-fundacional
de acontecimento deve nos levar a colocar como parti pris que nem tudo é
discurso, pois há algo da ordem do acontecimento, o que conduz a pensar numa
configuração do político em processos que fazem romper o estado da situação e
a propor uma teorização conceitual da relação entre discurso e acontecimento.
Relatora: Angie Biondi
“Apologias da ambição: a ética e a ciência do sucesso em Veja e IstoÉ” —
João Freire Filho
Resumo: Desde o início dos anos 1990, fórmulas da felicidade e do sucesso
oriundas dos Estados Unidos encontram forte aceitação no Brasil – o país
da alegria gratuita e inefável, segundo o estereótipo acalentado mundo afora.
Meu projeto de pesquisa aborda as contribuições sistemáticas da mídia para o
intrincado processo de assimilação de valores da “cultura do empreendedorismo”
– em especial, a autodeterminação, a autoconfiança e a autorrealização
performática. Neste artigo, analiso como as matérias de capa “A descoberta da
ambição” (VEJA, 01/03/2006) e “O despertar da ambição” (ISTOÉ, 17/02/2010)
– inspiradas, dissimuladamente, na reportagem da TIME, “Ambition: why some
people are most likely to succeed” (14/11/2005) – lançam mão da autoridade
do conhecimento científico para reabilitar noções morais controversas e para
naturalizar capacidades e talentos consagrados no âmbito corporativo.
Relatora: Paula Sibilia
» GT COMUNICAÇÃO E SOCIABILIDADE
SALA 6 • 14h-18h
“Blogs de pacientes com câncer: do estigma ao compartilhamento” —
Carolina Cavalcanti Falcão e Karla Regina Macena Pereira Patriota Bronsztein
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Resumo: Este trabalho pretende situar os blogs de pacientes com câncer a
partir dos relatos autobiográficos de si e da transformação da intimidade, como
um processo francamente catalisado pelos avanços tecnológicos. Além de
concatenar a prática do falar de si nos ambientes virtuais a noções estabelecidas
na Antiguidade, sustentamos o argumento de que o projeto de um blog dessa
natureza se funda numa vontade de memória, em que a experiência do sujeito
se imbrica com conceitos e representações socialmente compartilhados. Dessa
forma, busca-se problematizar essas páginas como espaços em que existe uma
desconstrução do câncer como uma doença vergonhosa, mas que engendram,
ao mesmo tempo, noções institucionalizantes, normalizadoras sobre o
comportamento dos autores.
Relator: João Freire Filho
“A velhice no tempo do capitalismo emocional: uma questão delicada” —
Gisela Grangeiro da Silva Castro
Resumo: A partir de uma imbricação entre arte, comentários e reflexões
teóricas, este trabalho discute a delicada questão da velhice na atualidade. A
problemática proliferação das lógicas e dinâmicas mercadológicas nas esferas
afetivas e sociais marca a nova fase do capitalismo em que se vive. As interações
sociais atuais são marcadas pela racionalidade mercantilista do custo-benefício.
A todo o momento e em qualquer idade, é imperativo projetar uma imagem de
juventude e disposição para performances ultra-humanas. O envelhecer passa a
ser interpretado negativamente como entrada na obsolescência. A patologização
da velhice; seu escamoteamento na cultura midiática; a dignidade possível na
idade avançada; as formas de resistência; a morte como solução problemática são
alguns dos temas abordados nesta discussão que aposta nas potências criativas da
vida para compor rotas alternativas para as subjetividades contemporâneas.
Relator: Bruno Campanella
“Os paradoxos hipermodernos e as tecnologias digitais: reflexões sobre a
sociabilidade contemporânea a partir do pensamento de Gilles Lipovetsky” —
Erika Oikawa
Resumo: Este trabalho se propõe a refletir sobre os paradoxos da
hipermodernidade apontados por Gilles Lipovetsky, a partir da apropriação das
tecnologias digitais de comunicação para a prática do cuidado com a saúde e
com o bem-estar do indivíduo contemporâneo. Este por sua vez, apesar de ainda
hedonista, narcisista e consumista, tem se mostrado cada vez mais preocupado
com o porvir e sobrecarregado com a liberdade e a independência conquistadas
na pós-modernidade. A partir desse cenário paradoxal da sociedade atual,
reflete-se também sobre as complexas e contraditórias formas de sociabilidade
que emergem desse contexto, tendo como objeto de análise os aplicativos (Apps)
46
para dispositivos móveis dos quadros “Medida Certa” e “Brasil sem Cigarro”,
ambos exibidos no programa “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão.
Relatoras: Carolina Cavalcanti Falcão e Karla Regina Macena Pereira Patriota
Bronsztein
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT COMUNICAÇÃO E SOCIABILIDADE
SALA 6 • 9h-12h
“Jornalismo de catástrofe: políticas de solidariedade e práticas de si no
discurso do humanismo mínimo” — Angie Biondi
Resumo: Os eventos trágicos que transitam pelo jornalismo diário dialogam
intensamente com uma agenda política de cariz humanitária definindo relações,
tanto subjetivas quanto pragmáticas, entre as figuras do sofredor e espectador.
O discurso da “comum humanidade” que vinculava seus agentes em uma moral
piedosa caducou frente às solicitações de uma sociedade tecnológica, multicultural
e pluralista. Outra configuração de solidariedade se esboça quando a mídia enfatiza
o lugar do espectador como agente responsivo às tragédias anunciadas. Esta
ênfase, porém, resvala na prática de si e fomenta a lógica da instrumentalização
da solidariedade num mundo global não mais de humanidade, mas de
humanitarismos particulares. Neste texto focamos a análise no caso da passagem
do furacão Sandy, no final de 2012, atentos às implicações político-subjetivas
desdobradas por um consenso normativo de solidariedade que revelaria, em seu
fundo, uma prática altruísta e irônica marcadamente contemporânea.
Relatora: Maria Cristina Franco Ferraz
“A celebridade nas campanhas socialmente engajadas: a formação do capital
solidário” — Bruno Campanella
Resumo: Este trabalho propõe a hipótese teórica de que a participação de
celebridades em campanhas ambientais e humanitárias é capaz de produzir
uma espécie de capital simbólico, chamado aqui de capital solidário, que
pode ser acumulado e posteriormente convertido em capital econômico.
O envolvimento nessas ações midiáticas solidárias ajuda na ampliação e
na qualificação da visibilidade que as celebridades adquirem ao longo de
suas carreiras. Ou seja, esse tipo de engajamento público oferece a artistas
e personalidades da mídia uma nova dimensão àquilo que Heinich (2012)
chama de capital de visibilidade: a dimensão qualitativa.
Relatora: Erika Oikawa
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“Histórias de vida exemplares: heroísmo e melodrama em ação” — Ana
Carolina Escosteguy
Resumo: A presente pesquisa pressupõe a convergência das seguintes ideias: não
existe uma única resposta para a questão sobre as transformações da mídia sobre
a vida social e estas não podem ser pensadas como decorrência direta de sua
ação. Levando em conta tais premissas, adotamos uma metodologia composta
por entrevistas biográficas. O resultado obtido é o que se denomina de narrativas
identitárias. Estas são configuradas pelo modo como o indivíduo confere sentido
às suas experiências, numa interação concreta e específica onde é instigado
a “contar sua vida”. A partir dessa experiência, sugerimos que as narrativas
identitárias coletadas são reveladoras de processos culturais maiores e mais
abrangentes, expressando a presença fluída e penetrante da mídia nos modos de
ser; as narrativas identitárias são construídas mediante convenções culturais que
estão em circulação na mídia; entre tais convenções, destacamos a presença de
características do melodrama e de um ethos heroico.
Relatora: Gisela Grangeiro da Silva Castro
» GT COMUNICAÇÃO E SOCIABILIDADE
SALA 6 • 14h-18h
“Do peito da virgem ao do Facebook: mutações de um olhar que erotiza,
moraliza e censura” — Paula Sibilia
Resumo: A partir de alguns episódios ocorridos em 2012, nos quais a rede
social Facebook suspendeu as contas de várias usuárias que publicaram em
suas páginas fotos delas próprias amamentando seus filhos, este artigo tece
uma reflexão sobre certas mudanças ocorridas ao longo dos últimos séculos
na sociedade ocidental. O foco se concentra nos deslocamentos simbólicos e
morais em torno à nudez do seio feminino que se expõe ao público, procurando
identificar os sentidos das reações censoras que essa imagem tem motivado
em diversos momentos históricos. A intenção é contextualizar a atitude
aparentemente anacrônica da empresa norte-americana, não só a partir da
análise de certas manifestações que tal gesto provocara na própria internet e na
mídia em geral, mas recorrendo também a uma perspectiva genealógica capaz
de indagar na contemporaneidade desse tipo de moralizações e interdições que
parecem remeter a outras épocas.
Relatora: Ana Carolina Escosteguy
48
“Estatuto paradoxal da pele e cultura contemporânea: da porosidade à peleteflon” — Maria Cristina Franco Ferraz
Resumo: A exploração do estatuto paradoxal da pele - interface dentro/
fora - permite ultrapassar a dicotomia metafísica superfície/profundidade,
problematizando a tendência atual, também expressa na teoria, a um
elogio das superfícies e a um horror por oposições dicotômicas. Possibilta
avaliar as implicações do fechamento da porosidade da pele em formas de
sociabilidade estimuladas na cultura da imagem, da exibição, do espetáculo,
bem expressas pelo material inorgânico teflon. Sendo Poros, na visão grega,
pai de Eros, a investigação acerca do estatuto paradoxal da pele convida a
uma retomada do tema do erotismo. Partindo de perspectivas oferecidas por
Agamben acerca da pornografia, ligada ao valor de exibição nas sociedades
de espetáculo e de consumo, e relacionando-as a diversas reflexões de
José Gil acerca do corpo e da pele, discute-se e convoca-se a abertura da
porosidade da pele.
Relator: José Luiz Aidar Prado
programação por GTs
Comunicação
em Contextos
Organizacionais
COORDENAÇÃO • EUGENIA MARIA MARIANO
DA ROCHA BARICHELLO, UFSM
VICE-COORDENAÇÃO • IVONE DE LOURDES
OLIVEIRA, PUC MINAS
50
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT COMUNICAÇÃO EM CONTEXTOS
ORGANIZACIONAIS
SALA 7 • 9h-12h
“Vigilância civil sobre as práticas de comunicação das organizações privadas:
limites da atuação da imprensa e os desafios do monitoramento pelos
públicos” — Marcio Simeone Henriques e Daniel Reis Silva
Resumo: O artigo aborda a questão da vigilância sobre práticas de comunicação
das organizações privadas. Por meio de uma análise sobre o surgimento e o
desenvolvimento, nos últimos anos, de iniciativas de vigilância civil voltadas
para a denúncia de práticas abusivas de comunicação empregadas pelas
organizações, evidencia constrangimentos que limitam a atuação da imprensa no
monitoramento dessas atividades. Reflete também sobre a existência de desafios
e entraves enfrentados pelos públicos na tentativa de exercer diretamente o papel
de vigilância sobre as organizações privadas.
Relatores: Ricardo Ferreira Freitas, Flávio Lins e Maria Helena Carmo dos
Santos
“Assessoria de imprensa e complexidade: superando os equívocos da teoria e
da prática tradicionais” — Wilson da Costa Bueno
Resumo: O relacionamento entre as organizações e a mídia tem sido pensado e
praticado a partir de uma perspectiva técnico-operacional que não contempla o
novo cenário que redesenha a teoria e a prática da Comunicação Organizacional.
O artigo resgata os princípios do pensamento complexo, buscando
recontextualizar a interação entre organizações, veículos e profissionais de
imprensa e propõe um novo modelo para a atuação das assessorias de imprensa.
Analisa recursos básicos utilizados nesta atividade, como as salas de imprensa
virtuais, os comunicados de imprensa (releases) e os atuais bancos de dados que
dão suporte ao trabalho de assessoria de imprensa.
Relatores: Simone Antoniaci Tuzzo e Claudiomilson Fernandes Braga
» GT COMUNICAÇÃO EM CONTEXTOS
ORGANIZACIONAIS
SALA 7 • 14h-18h
“Ética, organizações e consumo consciente” — Luiz Peres-Neto
51
Resumo: A partir da aproximação da ética com o campo da comunicação
organizacional propomos uma reflexão acerca das construções discursivas articuladas
por organizações e consumidores acerca da noção de consumo consciente. Inicialmente,
dissertamos sobre a noção de ética, a sua relação com as organizações e sobre dois
modelos éticos clássicos, a ética da convicção e a ética da responsabilidade. Assim
mesmo, localizamos o debate acadêmico que relaciona a ética com o terreno do
consumo e, a partir do mesmo, revisamos a polissemia que permeia as definições sobre
o que seriam as práticas de consumo consciente. Além desse debate teórico, realizamos
um estudo empírico no qual analisamos discursos de quatro empresas e de 10
consumidores, com o qual buscamos sinalizar algumas das premissas éticas implicadas
na construção discursiva do que seriam as práticas de consumo consciente.
Relatores: Eduardo Vizer e Helenice Carvalho
“Comunicação e sustentabilidade: uma questão estratégica. Lições da Rio+20”
— Iara Maria da Silva Moya
Resumo: As relações entre Comunicação e Sustentabilidade apresentam-se
como questão estratégica. A Rio+20, Conferência das Nações Unidas Sobre
Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em 2012, deu visibilidade mundial, ainda
que de maneira discreta, às ameaças à vida em nosso planeta. Se a discussão teve
seu foco nos temas Economia Verde e Governança Global, o aquecimento global e
as mudanças climáticas vêm transformar o debate da sustentabilidade de discussão
econômica em uma questão de vida ou morte. Mais que um novo modelo
econômico, o mundo precisa de um novo entendimento da sustentabilidade e do
sentido estratégico que a comunicação aí assume.
Relator: Jair Antonio Oliveira
“A pragmática da comunicação organizacional” — Jair Antonio Oliveira
Resumo: O objetivo deste artigo é refletir sobre alguns procedimentos necessários
aos professores e gestores na área da Comunicação para “lidar” com a Pragmática
no âmbito das organizações. A tarefa inicial é definir um referencial teórico para
a Pragmática que tenha como pressuposto o fato de que os indivíduos usam a
linguagem de modo relacional e a partir de certas perspectivas. Depois, é preciso
configurar uma metodologia que não seja reducionista para ser empregada
conforme o contexto, as circunstâncias, as crenças e as práticas de cada comunidade.
Finalmente, é preciso ressaltar que apesar desses esforços “classificatórios” nenhuma
teoria será suficiente para restringir o caráter performativo da linguagem; fato que
exige do professor/gestor uma constante ressignificação dos critérios que adotar
para perceber as diferenças epistemológicas existentes nas práticas linguísticas intra e
interculturais e assumir o caráter político desses atos.
Relatora: Iara Maria da Silva Moya
52
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT COMUNICAÇÃO EM CONTEXTOS
ORGANIZACIONAIS
SALA 7 • 9h-12h
“Categorías de análisis comunicacional en contextos organizacionales” —
Eduardo Vizer e Helenice Carvalho
Resumo: O epistemólogo húngaro Imre Lakatos (1977) propos a frutífera tese
de que as ciências se desenvolvem seguindo um Programa de Investigação
Científica (PIC). Este ideal científico parecia muito distante das incertezas que
acompanham o vasto campo da comunicação e o das organizações. A indisciplina que caracterizou as investigações em comunicação, e a preocupação
pela falta de uma identidade definida e um ‘objeto’ próprio, projetou a
comunicação como uma perspectiva fundamental para compreender a
complexidade e a multidimensionalidade dos processos organizacionais e
comunicacionais, instalando, ao mesmo tempo, uma imagem difusa, inabordável
em sua especificidade por meio dos instrumentos teóricos e metodológicos das
ciências sociais. Apresentamos neste trabalho, um corpo de proposições teóricas
que ajudam a explorar articulações teóricas e empíricas entre os processos de
comunicação e a (re)contrução das organizações.
Relator: Luiz Peres-Neto
“Relações públicas para profissionais liberais: avanços e desafios” — Simone
Antoniaci Tuzzo e Claudiomilson Fernandes Braga
Resumo: Este trabalho apresenta estudos teóricos e empíricos sobre as
transformações na atuação profissional dos Relações Públicas que transcendem
as ações de planejamento estratégico para organizações e passam a atuar junto a
Profissionais Liberais, destacando que as experiências de construção de imagem,
identidade e opinião pública trabalhadas pelos Relações Públicas se mostra cada
vez mais necessárias para a construção de marcas de organizações pessoais.
Aqui são apresentados dados de investigações iniciadas em 2010 pelo grupo
de pesquisa – Mídia, Imagem e Cidadania do PPGCOM UFG, em razão dos
quais já se pode destacar os avanços e desafios que esse campo da comunicação
e atuação enfrentam. Os dados que compõem este artigo colaboram para as
investigações, apresentando uma visão particular da cidade de Goiânia – Goiás,
objetivando ampliar as discussões sobre este vasto campo de atuação para os
Profissionais de Relações Públicas.
Relator: Wilson da Costa Bueno
53
“Contribuições da perspectiva sistêmica para a comunicação no contexto
organizacional” — Vanessa Bueno Mol
Resumo: Este artigo busca inscrever o fenômeno da interação entre organizações
e sociedade nas redes sociais na internet tendo como referência a Teoria dos
Sistemas Sociais, de Luhmann (2010). Essa fundamentação teórica sustenta
que as organizações são sistemas sociais que se fecham para lidar com a
complexidade do mundo, caso contrário provavelmente não sobreviveriam. No
entanto, conforme a referida teoria, esse fechamento é apenas operacional, já
que, para evoluir, elas precisam entrar em contato com o meio e com os outros
sistemas. Sob essa perspectiva, entendemos que, embora as organizações estejam
cada vez mais presentes nas redes sociais, essa inserção tem sido acompanhada
por um tensionamento entre os princípios interativos e participativos
característicos dessas plataformas digitais e os princípios de racionalidade,
observação e programação que fundamentam a lógica organizacional. As
reflexões que ora aqui se apresentam constituem parte da dissertação defendida
pela autora em 2012.
Relatora: Daiana Stasiak
» GT COMUNICAÇÃO EM CONTEXTOS
ORGANIZACIONAIS
SALA 7 • 14h-18h
“A comunicação organizacional sob a perspectiva da midiatização social: uma
proposta de reflexão” — Daiana Stasiak
Resumo: O artigo propõe a midiatização social como um suporte teórico
relevante para discutir os fenômenos relacionados à interação entre organizações,
meios de comunicação e sujeitos e a autonomia de cada uma dessas instâncias
advinda, principalmente, a partir do desenvolvimento das tecnologias. Nesse
sentido, o trabalho objetiva contribuir com as reflexões contemporâneas da
comunicação organizacional que se preocupam com questões emergentes numa
sociedade complexa regida por paradigmas dialógicos e relacionais.
Relatora: Vanessa Bueno Mol
“Brasil em 8 minutos: a (re)apresentação do país na cerimônia de
encerramento da Olimpíada 2012” — Ricardo Ferreira Freitas, Flávio Lins e
Maria Helena Carmo dos Santos
Resumo: Este artigo analisa a apresentação do Brasil na cerimônia de
encerramento das Olimpíadas de Londres 2012. Durante cerca de 8 minutos,
artistas brasileiros se revezaram em um espetáculo de clichês que mostrou
músicas, fantasias e coreografias, representativas, sob o ponto de vista midiático,
54
da cultura nacional. Acreditamos que os sons e imagens exibidos no megaevento,
assistido por milhões de pessoas ao redor de todo o mundo, cumprem um papel
importante na (re)construção de imaginários sobre o Brasil, primeiro país da
América do Sul a sediar os Jogos Olímpicos.
Relatores: Marcio Simeone Henriques e Daniel Reis Silva
programação por GTs
Cultura das
Mídias
COORDENAÇÃO • SAMUEL PAIVA, UFSCar
VICE-COORDENAÇÃO • MAURÍCIO BRAGANÇA, UFF
56
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT CULTURA DAS MÍDIAS
SALA 8 • 9h-12h
“O gênero policial como máquina de narrar” — Vera Lúcia Follain
de Figueiredo
Resumo: Surgida em meados do século XIX, momento em que se afirma a
divisão entre dois regimes de produção cultural, o cultivado e o popular, a
narrativa policial moderna desafia essa partilha, situando-se na interseção entre
tais regimes. Priorizando o processo de investigação de crimes, instituído com a
modernidade, transformando-o num modelo abstrato gerador de narrativas, o
gênero caracteriza-se pelo amplo potencial de reprodução a partir de pequenas
variações, adaptando-se bem ao princípio da serialidade e à transposição para
diferentes mídias. Considerando tais características, o texto discute a trajetória da
ficção policial e sua recorrência na literatura e no cinema contemporâneos, tendo
em vista o declínio da estética da provocação.
Relator: Bruno César Simões Costa
“O narrador e as narrativas midiáticas: entre o fato e o acontecimento” —
Míriam Cristina Carlos Silva
Resumo: Este trabalho envolve a investigação de aspectos que operam na
construção das narrativas midiáticas, tomando-se, como objeto de análise,
notícias pautadas por João da Filmadora, um comunicador informal, que levanta
pautas da cidade de Campina do Monte Alegre, SP, e procura divulgá-las para
a grande mídia. Parte-se dos conceitos de fato e acontecimento midiático e da
perspectiva do narrador, conceituado por Benjamin (1982). Conclui-se que
João da Filmadora é um promotor de trocas culturais. Trata-se de alguém que
conhece fontes para as narrativas tradicionais, além de ser um observador atento
do mundo a sua volta, que extrai pautas das mais variadas situações do dia a dia.
É ele um mediador, capaz de relacionar os narradores tradicionais e a mídia, por
perceber aquilo que pode interessar como valor-notícia.
Relatoras: Gislene Silva e Rosana de Lima Soares
» GT CULTURA DAS MÍDIAS
SALA 8 • 14h-18h
“Xica da Silva e a eclosão da memória e cultura negras: samba-enredo e
cultura midiática” — Liv Sovik
57
Resumo: Chica da Silva (1734?-1796) é a mais antiga figura feminina forte
do imaginário popular brasileiro. Sua memória, silenciada por quase 70 anos
depois de sua morte, foi recuperada a partir da segunda metade do século XIX,
geralmente como sedutora e, paradoxalmente, feia ou antipática. O argumento
deste trabalho é que a história da memória de Chica deveria focar o sambaenredo “Xica da Silva”, de 1963, em que esse paradoxo é desfeito, através da
eclosão da memória negra.
Relator: Herom Vargas Silva
“Imaginar a nação em tempo heterogêneo e midiático: herança, espectro,
resíduos” — Renato Cordeiro Gomes
Resumo: A partir da observação de que a Nação deixou de ser o centro de um
sistema de significação, que marcou, desde o século XIX, a base geopolítica da
cultura, indaga-se se estamos vivendo uma fase final da construção romântica da
cultura nacional, num contexto histórico marcado pela debilitação do Estadonação, pela transnacionalização da economia e das culturas, pela expansão
das redes comunicacionais que põem em circulação fluxos de informação,
produzindo um novo tipo de espaço reticulado que debilita as fronteiras do
nacional e do local. Esta perspectiva permite traçar algumas hipóteses sobre
representações da Nação, ou sua ausência, em narrativas midiáticas e literárias
contemporâneas no Brasil. Articulando nação e narração, trabalham-se os
conceitos de herança, resíduos e espectro, para equacionar uma forte tradição da
cultura brasileira centrada na identidade da Nação.
Relator: Felipe da Silva Polydoro
“Capas de disco da gravadora Continental: pós-tropicalismo, MPB e
experimentalismo” — Herom Vargas Silva
Resumo: Neste paper, proponho discutir as inovações de algumas capas de
discos de um conjunto de artistas experimentais da MPB nos anos 1970,
chamados de pós-tropicalistas. Esses álbuns, cujo design tentou traduzir
para o campo visual os projetos estéticos de compositores e músicos, foram
inspirados na contracultura, na tentativa de criar novas formas de expressão
durante a ditadura militar. Os discos de quatro artistas lançados pela gravadora
Continental, sediada em São Paulo, serão analisados: Walter Franco, Tom Zé,
Secos & Molhados e Novos Baianos. A capa de disco será pensada não apenas
como embalagem comercial, mas como elemento de mediação estética, de gosto
e de consumo, dentro do campo midiático da canção.
Relatora: Liv Sovik
58
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT CULTURA DAS MÍDIAS
SALA 8 • 9h-12h
“A imersão televisiva e o retorno da imagem estereoscópica” — Felipe de
Castro Muanis
Resumo: A televisão muda a cada dia suas tecnologias, permitindo novas
visualidades e formas de espectatorialidade. Tais mudanças reposicionam a
televisão no campo dos estudos da imagem, o que demanda um olhar atento
e constante, até mesmo para entender as limitações dessas inovações, se elas
podem ser boas ou prejudiciais para o processo comunicativo que a define. Com
base em textos de Oliver Grau, Jonathan Crary, Michel Chion, Arlindo Machado
e André Bazin, pretende-se neste artigo analisar os potenciais de imersão da
imagem televisiva, aproximando-a do estereoscópio e da hipertelevisão.
Relatora: Míriam Cristina Carlos Silva
“A ubiquidade das câmeras e a intrusão do real na imagem” — Felipe da Silva
Polydoro
Resumo: A disseminação de câmeras em dispositivos eletrônicos móveis e
equipamentos de vigilância multiplica os registros visuais do mundo. Entre eles,
estão os vídeos que captam a irrupção inesperada de um acontecimento alheio
ao sujeito que filma, um assalto do real na cena que desorganiza os elementos e
modifica até mesmo o estatuto da imagem. Neste texto, objetivamos conceituar
tal tipo de imagem e, além disso, levantar referências teóricas para analisá-la,
sobretudo com base no pensamento de Martin Heidegger e Jacques Lacan.
Relator: Márcio Serelle
“Para pensar a crítica de mídias” — Gislene Silva e Rosana de Lima Soares
Resumo: A frágil reflexão acadêmica sobre teorias e procedimentos de crítica de
mídias no Brasil demonstra um primeiro sinal de vitalidade quando observamos
que, apesar de esporádicas, as publicações sobre essa problemática vêm
compondo um quadro cumulativo. No universo midiático tem sido a televisão
que mais provoca diferentes tipos de crítica (acadêmica, jornalística e popularsocial), em especial em relação aos seus programas de ficção, com destaque
para as telenovelas – raras as críticas e os estudos sobre como fazer a crítica de
telejornais, programas de humor, de esporte, de auditório ou reality shows. Este
estudo tem caráter introdutório, como parte de um projeto de pesquisa maior
sobre critérios ou modos de crítica de mídias, inspirado na história de como
59
tradicionalmente o fizeram a crítica de cinema e de literatura.
Relatora: Vera Lúcia Follain de Figueiredo
» GT CULTURA DAS MÍDIAS
SALA 8 • 14h-18h
“A literatura terrorista de Roberto Bolaño em 2666” — Bruno César
Simões Costa
Resumo: No livro 2666 podemos divisar com clareza o que aqui denominamos
literatura terrorista de Roberto Bolaño. Neste artigo investigamos como esta
proposta de literatura conversa com o estado da arte na contemporaneidade
a partir da análise das opções miméticas e diegéticas do escritor chileno. Esta
análise também pretende nos colocar em contato com questões fundamentais
para compreender a relação da literatura com a cultura midiática e as
possibilidades da arte frente às demandas de entretenimento da cultura
contemporânea.
Relator: Renato Cordeiro Gomes
“Cinema e contraluz: limiares da repressão na cultura midiática argentina”
— Márcio Serelle
Resumo: Este artigo busca examinar em filmes argentinos (notadamente
Valentín, Kamchatka e O segredo dos seus olhos) o procedimento da
contraluz, entendido como um modo de composição narrativa em que
eventos relacionados a ditaduras e outras formas de repressão movem-se à
sombra, porém atuando agudamente sobre a trajetória das personagens. A
partir de uma breve recuperação do movimento de internacionalização da
cinematografia argentina, que, já em meados de 1980, articula estruturas
dramáticas convencionais e denúncia política, pretende-se analisar o modo
como parte do cinema deste século representa a violência totalitária. Seja
pelo investimento imaginativo, pela metalinguagem ou pela alegoria,
essas narrativas renunciam às imagens explícitas da violência dos aparatos
repressores e engendram dramaturgias de grande eficácia comunicacional.
Coloca-se, assim, em discussão, a capacidade reflexiva desses filmes no que se
refere às relações entre o ficcional, o midiático e o social.
Relator: Felipe Muanis
60
programação por GTs
Epistemologia da
Comunicação
COORDENAÇÃO • LUIZ SIGNATES, UFG
VICE-COORDENAÇÃO • LUIZ MAURO SÁ MARTINO, FACÁSPER
62
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT EPISTEMOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
SALA 9 • 9h-12h
“Modalidades e derivações da comunicação no mundo da vida: sentidos,
experiência e interação” — Luís Mauro Sá Martino e Ângela Cristina Salgueiro
Marques
Resumo: Este trabalho delineia algumas relações epistemológicas entre o
conceito de comunicação e a noção fenomenológica de “mundo da vida”,
procurando destacar a natureza ontologicamente comunicacional deste último.
A partir de uma discussão teórico-crítica dos conceitos, busca-se indicar
algumas articulações possíveis. O argumento se desdobra em três direções: (1)
são discutidos alguns aspectos do conceito de “mundo da vida”, sublinhando
seu aspecto relacional-comunicativo; (2) a partir daí, destaca-se o conceito de
“comunicação” pautado nessa noção fenomenológica; (3) são delineadas algumas
tensões entre as abordagens do “mundo da vida” em Husserl e Habermas.
Relatores: André Lemos e André Holanda
“Sobre o conceito de comunidade na comunicação” — Eduardo Yugi
Yamamoto
Resumo: O texto lança a possibilidade de pensar um outro conceito de
comunidade ante o atual cenário midiatizado, um conceito distinto daquele
herdado das Ciências Sociais do século XIX que a entende, exclusivamente,
enquanto substância comum compartilhada (território, cultura, etnia, classe
etc.). Este outro conceito, reivindicado por importantes pensadores –tais
como Bataille, Blanchot, Nancy, Rancière, Derrida, Agamben entre outros –,
é desenvolvido aqui pela hermenêutica de Roberto Espósito que encontra no
significado arcaico da comunidade (communitas) uma ontologia originária.
Tal ontologia, fundamentada no conceito de physis(que Heidegger extrai de
um estudo sobre a substância aristotélica), provê uma estrutura genética das
entificações comunitárias que pode ser acolhida pelos estudos comunicacionais
não apenas para ampliar seus objetos de pesquisa, mas para legitimar as
intervenções comunicacionais na luta biopolítica contemporânea.
Relatora: Vera Regina Veiga França
63
» GT EPISTEMOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
SALA 9 • 14h-18h
“A epistemologia de uma comunicação indecisa” — Lucrécia D’Alessio Ferrara
Resumo: No âmbito de pesquisa mais ampla que se encontra em
desenvolvimento, estuda-se o confronto entre a autonomia científica da
comunicação e os conceitos que a reduzem a polaridades e impossibilitam
a percepção de diferenças e ambivalências que subjazem aos conceitos e os
relativizam. Nesse confronto, são examinadas algumas polaridades como: meios
técnicos e comunicativos, comunicação biológica /ecológica e social, espetáculo e
entretenimento, método e estratégia metodológica. Como consequência, sugerese a possibilidades de revisão dos métodos que decorrem de aproximações
fenomenológicas da comunicação, para verificar as contribuições que podem
ser alcançadas através de método(s) de base mais arqueológica, as consequências
que deles decorrem e têm sido objeto de inferências da ciência contemporânea.
Relatores: Luís Mauro de Sá Martino e Ângela Cristina Salgueiro Marques
“Crítica e metacrítica: contribuição e responsabilidade das teorias da
comunicação” — Vera Regina Veiga França
Resumo: Este texto discute o caráter cíclico das abordagens críticas da
comunicação particularmente no Brasil nos últimos 40 anos. Os anos 70,
80 se caracterizaram por teorias de diferentes matizes que denunciaram a
mercantilização da cultura, o esvaziamento do simbólico, as disputas por
hegemonia na interpretação da realidade. Os 20 anos seguintes foram marcados
por certo abandono do viés crítico, em favor de abordagens mais pontuais, do
tratamento de aspectos mais recortados do processo e do produto comunicativo.
A partir das discussões recentes de Boltanski, situando os conceitos de crítica
e metacrítica, apontamos, ao final desta reflexão, a importância do resgate de
olhares mais abrangentes nas análises comunicacionais, capazes de interpretar
as práticas comunicativas na sua relação com a manutenção e a mudança social,
atravessadas pela tensão entre ideologia e utopia (Ricoeur).
Relator: Ciro Marcondes Filho
“A máxima pragmática e a pesquisa em comunicação” — Francisco José
Paoliello Pimenta
Resumo: O artigo busca descrever contribuições da Máxima Pragmática, proposta
pelo lógico Charles S. Peirce, para os atuais estudos da Comunicação, em especial
aqueles derivados das transformações decorrentes das trocas por meio das redes
digitais. Relações entre o método pragmaticista e as etapas das investigações
científicas são apresentadas a partir de exemplos retirados de pesquisas realizadas
64
nos últimos anos sobre processos comunicacionais envolvendo ciberativistas,
adeptos de jogos eletrônicos e de redes sociais, e pesquisadores.
Relator: Júlio César Lemes de Castro
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT EPISTEMOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
SALA 9 • 9h-12h
“Um autômato espiritual pode ser forçado a pensar? Reflexões sobre a capacidade
de avaliar os efeitos da comunicação no outro” — Ciro Marcondes Filho
Resumo: Experiências realizadas com diversas formas e diferentes veículos de
comunicação sugerem que o alcance de nossa capacidade de apreendê-las é
restrito, que as interpretações violentam a observação e que a realização efetiva
do Acontecimento comunicacional se demonstra de fato nas repercussões
retardadas dos casos estudados. Experiências realizadas com diversas formas e
diferentes veículos de comunicação sugerem que o alcance de nossa capacidade
de apreendê-las é restrito, que as interpretações violentam a observação e que a
realização efetiva do Acontecimento comunicacional se demonstra de fato nas
repercussões retardadas dos casos estudados.
Relatora: Lucrécia D’Alessio Ferrara
“Peirce e Hegel: possíveis convergências e tensões com a dialética marxiana”
— Jairo Ferreira, Rafael Hiller e Fernanda Miron
Resumo: O objetivo deste artigo é aproximar a abordagem semiótica de Peirce
e as perspectivas sócio-antropológicas marxianas. A aproximação é feita a
partir de um lugar mediador: Hegel. Primeiramente, definimos proposições e
apresentamos evidências sobre as relações entre Peirce e Hegel. Essas proposições
e evidências resultam de pesquisa empírica (bibliográfica), baseada em textos
originais de Peirce e reflexões de comentadores. Estão balizadas por duas
relações percebidas: uma, que acentua as convergências de Peirce com Hegel;
outra, que pondera as formulações críticas do primeiro em relação ao segundo.
Essas proposições são cotejadas com pesquisa própria, que nos permitiu concluir
pela formulação de um encontro com tensões e convergências entre os dois.
A partir dessas conclusões evidenciadas, buscamos então inferências sobre as
relações entre a semiótica e o método marxiano. Finalizamos direcionados a
questionamentos para futuras reflexões.
Relator: Francisco José Paoliello Pimenta
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“Do paradigma ao cosmograma: sete contribuições da teoria ator-rede para a
pesquisa em comunicação” — André Holanda e André Lemos
Resumo: O objetivo desse artigo é apresentar a Teoria Ator-Rede (TAR) e colocála em discussão no campo da pesquisa em comunicação, mais particularmente
nos estudos do jornalismo. Vamos apresentar suas principais características, e
conceitos, colocando-os em tensão com o campo jornalístico, principalmente
com relação a conceitos fundamentais para uma abordagem epistemológica a
fim de sugerir sete contribuições da TAR para este debate. Sustentamos, no final,
a necessidade da superação de paradigmas hegemônicos pelo mapeamento das
associações: os cosmogramas.
Relator: Eduardo Yugi Yamamoto
» GT EPISTEMOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
SALA 9 • 14h-18h
“Questões epistemológicas em torno do uso da teoria lacaniana dos discursos
na área de comunicação” — Júlio César Lemes de Castro
Resumo: Este trabalho discute a aplicação da teoria dos discursos de Jacques
Lacan à área da comunicação. São aduzidos alguns exemplos de leitura
de fenômenos midiáticos com base num discurso específico ou na matriz
constituída pelos discursos do senhor, da universidade, da histeria, do analista e
do capitalismo, que para Lacan representam os tipos fundamentais de laço social.
A partir daí, examinam-se possíveis modos de uso dessa ferramenta teórica:
como fator de aproximação e diferenciação, pivô de raciocínio abdutivo, roteiro
de evolução histórica, critério de sistematização e método subjacente. Além disso,
considera-se o recurso à teoria dos discursos como instrumento de articulação
interdisciplinar, envolvendo a noção de psicanálise em extensão e operações de
importação, exportação e contextualização conceituais.
Relator: Potiguara Mendes da Silveira Júnior
“O revirão e o ciborgue: teoria da comunicação e psicanálise” — Potiguara
Mendes da Silveira Júnior
Resumo: Retomada da perspectiva de fluidez das fronteiras dos anos 1980, no
intuito de reavivar alguns passos da montagem das bases da Transformática, teoria
psicanalítica da comunicação que orienta nossa linha de pesquisa (“Comunicação,
estética e psicanálise”). Cotejo com o Manifesto ciborgue, escrito entre 1983 e
1991 por Donna Haraway, que se utiliza da imagem do ciborgue para indicar a
diluição de fronteiras entre “o humano e o animal”, “o animal-humano (organismo)
e a máquina” e “o físico e o não-físico”. As noções psicanalíticas de Revirão e
Idioformação, contemporâneas desse período, também implicam esta fluidez de
66
fronteiras, mas supõem maior abstração por excluírem qualquer ligação intrínseca
ao humanismo (mesmo o pós-) que o ciborgue ainda mantém por ser bastante
tributário da reprodução biológica (mesmo que hibridizada à máquina).
Relatores: Jairo Ferreira, Rafael Hiller e Fernanda Miron
programação por GTs
Estudos de
Jornalismo
COORDENAÇÃO • TATTIANA TEIXEIRA, UFSC
VICE-COORDENAÇÃO • MARCIA BENETTI, UFRGS
68
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT ESTUDOS DE JORNALISMO
SALA 10 • 9h-12h
“As fronteiras do campo do jornalismo: uma análise a partir da notícia como
objeto de estudo” — Carlos Eduardo Franciscato
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar um movimento histórico de
constituição epistemológica de um campo específico de estudos, que podemos
denominar provisoriamente como campo do jornalismo. A análise será feita
utilizando um referencial teórico sobre disciplinaridade, interdisciplinaridade
e multidisciplinaridade. A questão proposta neste artigo é investigar de que
formas a notícia vem sendo tratada como objeto de estudo no jornalismo e,
nessas abordagens, em que grau as abordagens aplicadas ao estudo da notícia
direcionam para uma construção disciplinar ou transversal do conhecimento
sobre o jornalismo. Para isso, recorremos à leitura de um conjunto de obras
internacionais e nacionais que consideramos de referência para a pesquisa
em jornalismo no Brasil, particularmente àquelas que contribuem mais
significativamente para a compreensão da notícia como fenômeno jornalístico.
Relator: Luiz Gonzaga Motta
“O cotidiano no horizonte do jornalismo e das ciências sociais: práticas
analíticas entre a visibilidade e a interpretação” — Frederico Tavares e
Christa Berger
Resumo: Aos jornais cabe dar a ver a vida cotidiana, às Ciências Sociais
cabe dar a conhecer o significado desta vida cotidiana. Mas, se jornalistas e
cientistas sociais têm o cotidiano como horizonte, é possível afirmar que ambos
comungam de uma mesma pretensão. Ao fazer emergir os acontecimentos
que compõem a realidade e interpretá-los a luz de um ou outro saber,
ambos colaboram na formação de um círculo hermenêutico que remete
ao conhecimento do mundo e que faz também pensar na intersecção de
práticas que envolvem ambos os campos, na interpenetração de processos
de interpretação e visibilidade. Partindo desse ponto de convergência, este
texto busca debater o lugar do jornalismo no rol de saberes sobre o cotidiano,
refletindo sobre a dimensão metodológica de suas práticas informativas. Nesse
percurso, chama-se atenção para formas “externas” de legitimação do caráter
interpretativo do jornalismo, pensando-o a partir do uso e do reconhecimento
que se faz dele por outras áreas.
Relator: Carlos Eduardo Franciscato
69
» GT ESTUDOS DE JORNALISMO
SALA 10 • 14h-18h
“Apontamentos sobre o ciberacontecimento: o caso Amanda Tood” —
Ronaldo Cesar Henn
Resumo: O trabalho analisa conceitualmente a produção de acontecimentos
jornalísticos nas redes sociais da internet e sua reverberação a partir de um
caso específico: o suicídio da adolescente canadense Amanda Tood que,
depois de postar vídeo no YouTube em que relata intimidações sofridas no
Facebook e na escola, foi encontrada morta em seu quarto gerando comoção e
transformando-se em pauta para a imprensa do Canadá. Através do conceito
de ciberacontecimento, busca-se compreender as dinâmicas de processos com
essa natureza, as transformações que introduzem no sistema jornalístico e a as
articulações dos campos problemáticos instituídos. A análise fundamenta-se no
diálogo entre as teorias do acontecimento, os conceitos de semiose de C. S. Peirce
e o de semiosfera de Iuri Lotma.
Relator: Marcelo Träsel
“Jornalismo guiado por dados: relações da cultura hacker com a cultura
jornalística” — Marcelo Träsel
Resumo: O Jornalismo Guiado por Dados é uma prática de Jornalismo em
Bases de Dados em vias de adoção por redações de todo o mundo, desde meados
dos anos 2000. Trata-se de um desenvolvimento dos conceitos de Jornalismo
de Precisão e Reportagem Assistida por Computador, propostos inicialmente
nos anos 1970 e impulsionados pelo processo de digitalização das redações e
pela adoção de políticas de acesso à informação por governos e instituições. O
trabalho levanta a hipótese de que o Jornalismo Guiado por Dados se configura
como uma imbricação entre a cultura profissional dos jornalistas e a cultura
hacker. Os resultados da etapa preliminar de uma pesquisa etnográfica realizada
entre jornalistas brasileiros em novembro e dezembro de 2012 sugerem que os
jornalistas guiados por dados compartilham algumas práticas e valores com os
membros da cultura hacker.
Relatores: Gabriela Zago e Marco Toledo
“Jornalismo como sistema de alerta: integração entre mídia social e impressa
na tragédia de Santa Maria” — Gabriela Zago e Marco Toledo
Resumo: Nesse artigo analisamos o jornalismo como um sistema de alerta
que integra diferentes canais de comunicação. O estudo de caso foi realizado
com base no incêndio da boate Kiss ocorrido na cidade de Santa Maria, RS,
em 27 de janeiro de 2013. Nós monitoramos todos os links para o jornal
70
Zero Hora que circularam na rede social Twitter entre 25 e 31 de janeiro de
2013, compreendendo um conjunto de dados de 20.012 tweets. Analisamos o
volume de mensagens replicadas, o conteúdo dessas mensagens e os perfis mais
retuitados de modo a poder identificar como o Twitter funcionou como um
sistema de alerta durante a tragédia. Os resultados dessa investigação indicam
que mídia social e impressa funcionam de modo coordenado como um sistema
de alerta durante eventos de grande comoção.
Relator: Ronaldo Cesar Henn
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT ESTUDOS DE JORNALISMO
SALA 10 • 9h-12h
“Mediação + representação: matriz conceitual e operacional para análise dos
conflitos de poder no jornalismo” — Luiz Gonzaga Motta
Resumo: O artigo apresenta uma matriz operacional para a observação empírica
da disputa pelo poder de voz entre narradores, entre eles e as personagens (eixo
de mediação), e entre as próprias personagens (eixo da representação). Tomada
como referência, a polissêmica narrativa jornalística é considerada uma construção
discursiva sutilmente negociada pelo veículo, os profissionais corporativos, e as
falas das personagens. Esses atores se digladiam trazendo para o dramatismo
do relato seus próprios valores, interesses, suas singularidades técnicas e ethos.
A matriz considera a competição pela voz um jogo de poder disputado palmo a
palmo pelos atores sociais, de forma às vezes tangível, mas quase sempre sutil.
Relatora: Sylvia Debossan Moretzsohn
“Jornalismo e memória: 40 anos de capas políticas de Veja” — Renné Oliveira
França
Resumo: Este trabalho descreve e analisa as capas políticas de Veja, revista de
informação da Editora Abril. O objetivo é compreender, através da semiótica visual
e a análise do discurso, os significados embutidos em imagens e textos ao longo de
40 anos da revista mais vendida do Brasil e caracterizar a memória aferida de suas
capas a partir da forma como os acontecimentos foram representados entre os anos
de 1968 e 2008. Desta maneira pretende-se fazer uma aproximação entre discurso e
memória que pode revelar formas do fazer jornalístico.
Relatora: Laura Storch
71
“O leitor imaginado como categoria conceitual para pensar o jornalismo de
revista” — Laura Storch
Resumo: O presente trabalho buscar delimitar os traços teóricos do leitor imaginado
no contexto do jornalismo de revista e sua relevância para a problematização do
jornalismo como campo complexo de investigação. Partindo de uma discussão
epistemológica fundamentada no interacionismo, compreendemos a leitura como
um fenômeno de negociação de sentidos que é constitutivo do jornalismo. Propomos
debater a figura do leitor imaginado como uma “posição”, inscrita no texto (verbal
e não-verbal) de modo a permitir a negociação de sentidos entre autor e leitor real.
Nessa perspectiva, autor e leitor real não lidam com um texto, mas com outro sujeito
– o leitor imaginado –, mesmo que ele exista apenas como virtualidade.
Relator: Mozahir Salomão Bruck
» GT ESTUDOS DE JORNALISMO
SALA 10 • 14h-18h
“Crack na imprensa: imaginários e modos de representação do jornalismo
sobre o surgimento e a explosão da droga em Belo Horizonte (MG, Brasil)” —
Mozahir Salomão Bruck
Resumo: Este artigo apresenta resultados de pesquisa sobre a cobertura pelo
jornal Estado de Minas, considerado periódico referência da cidade de Belo
Horizonte (Minas Gerais, Brasil), do uso e comércio do crack no município. O
objetivo de tal levantamento foi tentar compreender que imagens são construídas
pelo jornalismo sobre o chamado submundo do crack – a droga, seus atores
e as complexas redes de distribuição, usos, combate, prevenção e tratamento.
Sabendo que, de um modo ou outro, tais percepções – engendradas pelo
discurso jornalístico - têm efetivamente impacto junto à sociedade que consome
e faz circular os enunciados presentes nesse discurso.
Relatora: Renné Oliveira França
“Noticiar a dor: possibilidades e dificuldades do jornalismo na tragédia de
Santa Maria” — Sylvia Debossan Moretzsohn
Resumo: Este artigo aborda a necessidade e a dificuldade de se noticiar a dor,
entendida como elemento constitutivo da própria atividade humana e, portanto,
indissociável da cobertura jornalística. Discute a relação entre razão e emoção a
partir de abordagens da filosofia, sociologia e neurobiologia e defende a emoção
como um valor para o jornalismo. Indaga como tratar esse sentimento em sua
densidade, fugindo do apelo ao sensacionalismo. Aplica a análise à tragédia de
Santa Maria, onde mais de 230 pessoas morreram no incêndio numa boate.
Relatores: Frederico Tavares e Christa Berger
72
programação por GTs
Estudos de
Televisão
COORDENAÇÃO • BRUNO SOUZA LEAL, UFMG
VICE-COORDENAÇÃO • ANA PAULA GOULART, UFRJ
74
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT ESTUDOS DE TELEVISÃO
SALA 11 • 9h-12h
“Gestão da autoria de telenovelas: questões preliminares sobre o papel das
emissoras” — Maria Carmem Jacob de Souza e João Eduardo Silva de Araújo
Resumo: O presente trabalho expõe as bases teóricas que estão servindo de
compasso a um estudo exploratório acerca das práticas de gestão da autoria
empregadas na produção de telenovelas pelas emissoras brasileiras, com especial
enfoque nos procedimentos aplicados pela Rede Globo. Como a pesquisa ainda se
encontra em fase inicial, este artigo é orientado menos pela exposição de resultados
do que pela apresentação do projeto de estudos à comunidade acadêmica, o que
é feito sobretudo através da explicitação das premissas que o conduzem. Tais
premissas são vinculadas à sociologia bourdieusiana, e portanto debitarias da
noção de campo; e aos emergentes estudos sobre indústrias criativas, em especial os
que abordam as especificidades dos tipos de produtos, das relações de produção e
dos modelos de gerenciamento dessa sorte de indústrias.
Relatoras: Geane Alzamora e Lorena Tárcia
“Inovações estilísticas na telenovela: a situação em Avenida Brasil” — Renato
Luiz Pucci Junior
Resumo: Análise de cenas da telenovela Avenida Brasil (Globo, 2012) com o
objetivo de detectar inovações estilísticas no uso de recursos audiovisuais. Com
base no conceito de esquema, utilizado por teóricos e historiadores cognitivistas,
como Patrick C. Hogan e David Bordwell, procura-se indicar que um processo
de revisão de paradigma ocorre na ficção televisiva brasileira, no sentido da
renovação de características estilísticas consagradas pelo sucesso de décadas de
produção. A análise se fundamenta na ideia, sustentada por Edgar Morin, de que
a cultura midiática se caracteriza também por uma dinâmica de conservação
e inovação. No período atual, a telenovela brasileira absorve esquemas
audiovisuais testados no cinema e em outras mídias, reconfigurando-os segundo
suas próprias necessidades narrativas.
Relatora: Elizabeth Duarte
» GT ESTUDOS DE TELEVISÃO
SALA 11 • 14h-18h
75
“Cultura das séries: forma, contexto e consumo de ficção seriada na
contemporaneidade” — Marcel Vieira Barreto Silva
Resumo: Nos últimos anos, tem aumentado o interesse acadêmico em torno
das séries de televisão, especialmente - mas não somente -, as de origem norteamericana. Há toda uma literatura recente que avalia a presença das séries de TV
em diversas matrizes nacionais (EUA, Itália, França, Reino Unido, etc.), analisando
a produção, circulação e recepção dos programas. Neste artigo, vamos propor a
existência de uma cultura das séries, a partir de três condições epistemológicas
centrais: a sofisticação das formas narrativas, o contexto tecnológico que permite
uma ampla circulação digital (on-line ou não) e os novos modos de consumo,
participação e crítica textual. Com isso, as séries fomentam interesses que não
se restringem ao envolvimento de comunidades de fãs com obras específicas,
mas também indicam a formação de um repertório histórico em torno desses
programas, de uma telefilia transnacional, de uma cultura das séries.
Relatoras: Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Maria Cristina Palma
Mungioli
“O Video Music Awards e a consolidação do videoclipe como gênero” —
Ariane Diniz Holzbach
Resumo: O artigo vai analisar a consolidação do videoclipe como gênero tendo
como janela de observação a mais importante premiação voltada para ele: o
Video Music Awards. Para tanto, o artigo entende o gênero como um fenômeno
sociocultural marcado não só pela estrutura interna dos produtos culturais, mas
pelos contextos nos quais esses produtos ascendem e pelas instâncias inseridas
nesse processo. A proposta, assim, é analisar a principal premiação do videoclipe
para entender como esse evento foi fundamental na consolidação do videoclipe e
como ele ajudou a transformar uma emissora de TV – a MTV – em sinônimo de
videoclipe por muitos anos. Além de analisar todas as edições do VMA realizadas
até 2012, o artigo fará uma discussão sobre o conceito de gênero e sobre o papel das
premiações contemporâneas na legitimação dos produtos culturais.
Relatora: Juliana Gutmann
“O populismo e o neopopulismo no jornalismo televisivo no Brasil” —
Igor Sacramento e Marcos Roxo
Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar as formas contemporâneas da
presença da informalidade nas estratégias de popularização dos programas
jornalísticos da televisão brasileira. Discutiremos até que ponto conceitos
importados do debate político, como populismo e neopopulismo, são adequados
para enquadrar estas estratégias e interpretar os significados da intensificação
e/ou a atenuação dos seus elos com a cultura popular. Com esse fim, tomamos
como objeto de análise os telejornais Balanço Geral (TV Record) e o RJTV
76
1ª edição (TV Globo). A nossa hipótese é que o uso dos termos populismos e
neopopulismo como categorias analíticas tendem a reforçar a “divisão moral do
trabalho” responsável pelas hierarquias constitutivas das ideologias profissionais
que atravessam a atividade jornalística em geral e na televisão.
Relatoras: Iluska Coutinho e Renata Pereira
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT ESTUDOS DE TELEVISÃO
SALA 11 • 9h-12h
“Entre tecnicidades e ritualidades: formas contemporâneas de
performatização da notícia na televisão” — Juliana Gutmann
Resumo: Com o objetivo de contribuir para o refinamento metodológico da
análise de programas televisivos, o artigo propõe uma abordagem dos telejornais
que leve em conta a dimensão comunicacional, privilegiando a interpretação
de suas formas materiais, culturais e simbólicas. Analisa especificamente as
performances acionadas pelos corpos do repórter que virtualizam posições
para o espectador, constituindo espaços de subjetividade que contrastam com
o discurso normativo sobre as práticas do campo. O artigo sugere um caminho
para a análise televisiva que leve em conta o diálogo entre os estudos culturais e
a semiótica e, pela demonstração do trabalho empírico, identifica articulações
possíveis entre marcas formais instituídas e novas formas de performatização da
notícia no telejornal de rede brasileiro.
Relatores: Igor Sacramento e Marcos Roxo
“A queda da bancada e as mudanças na cena de apresentação: em busca da
identidade e aproximação com o telespectador” — Iluska Coutinho e Renata
Pereira
Resumo: O trabalho investiga como as alterações na cena de apresentação do
telejornal, que incluem a retirada da bancada como o principal elemento cênico e
a circulação e posicionamento do apresentador no estúdio, constituem tentativas
de aproximação, estabelecem vínculos de pertencimento e relações identitárias
com o público. Avaliou-se as alterações no MGTV 1ª Edição, veiculado pela
TV Integração de Juiz de Fora, afiliada à TV Globo. Percebemos na nova cena a
utilização de recursos como a encenação e a informalidade para suscitar clima
de afetividade e intimidade, fortalecendo os simulacros de interatividade e efeitos
de presença. Por meio da dramaturgia do telejornalismo e da análise textual,
77
observou-se o peso que cada enunciador assume no espaço cedido pela bancada.
O recorte englobou onze programas compreendidos entre a estreia e o primeiro
ano de implantação da mudança.
Relatora: Ariane Holzbach
“Olimpíadas 2012, convergências e transmídia: telas múltiplas na cobertura
jornalística da BBC” — Geane Alzamora e Lorena Tárcia
Resumo: O Telejornalismo vem se configurando historicamente como
fenômeno midiático regido pela lógica transmissível e pela perspectiva
monomidiática de transmissão. O artigo discute as implicações para o
Telejornalismo no âmbito de uma lógica colaborativa em perspectiva
intermediática, procurando responder de que modo a cobertura transmídia
realizada pela BBC dos jogos olímpicos de Londres, em 2012, sinalizam
mudanças no cenário telejornalístico.
Relator: Marcel Vieira Barrero Silva
» GT ESTUDOS DE TELEVISÃO
SALA 11 • 14h-18h
“Qualidade da ficção televisiva brasileira: elementos para a construção de um
modelo de análise” — Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Maria Cristina
Palma Mungioli
Resumo: Atualmente a discussão da qualidade de programas televisivos tornouse vasta e complexa, pois permeia diversas esferas, da audiência ao estilo estético,
das técnicas de produção aos formatos. Frente a tal complexidade, este artigo
reúne abordagens teórico-operativas buscando definir a qualidade da ficção
televisiva brasileira. Discutem-se marcos teóricos enfatizando aspectos da cultura
de televisão - relações entre gênero/formato; ficção de qualidade e audiência
de qualidade; complexidade narrativa; relevância cultural e social do conteúdo.
Busca-se elaborar um modelo de leitura crítica privilegiando a noção de qualidade
baseada nas particularidades do modelo televisivo do País aliada ao amplo debate
da televisão de qualidade que hoje ocorre nos estudos internacionais. O artigo
reflete ainda discussões do OBITEL (Observatório Ibero-Americano da Ficção
Televisiva). Finalmente, procura responder à demanda por estudos sobre qualidade
da ficção atual, objeto de poucos estudos entre nós.
Relatores: Maria Carmem Jacob de Souza e João Eduardo Silva de Araújo
78
“Ficção televisual: a produção 2012 da Rede Globo de Televisão” — Elizabeth
Duarte
Resumo: O domínio absoluto da TV Globo no terreno da teledramaturgia
parece estar sendo ameaçado: as três principais telenovelas da emissora – a das
seis, a das sete ou a das nove – vêm obtendo baixos índices de audiência. É de se
questionarem, portanto, as causas dessa queda brusca da audiência em novelas
aparentemente tão diferentes, pois, certamente, elas não devem repousar sobre
um único motivo. O trabalho, dando continuidade às reflexões apresentadas no
ano de 2012, realiza, à luz de uma semiótica discursiva de inspiração européia,
um exame preliminar, mas detalhado das três telenovelas, com vistas a identificar
razões de caráter mais amplo e extensivo, responsáveis pelo desinteresse dos
telespectadores e a dimensionar as interferências de algumas das transformações
em curso nesse contexto.
Relator: Renato Pucci
programação por GTs
Estudos de
Cinema, Fotografia
e Audiovisual
COORDENAÇÃO • EDUARDO MORETTIN, USP
VICE-COORDENAÇÃO • MARIANA BALTAR, UFF
80
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT ESTUDOS DE CINEMA, FOTOGRAFIA E
AUDIOVISUAL
SALA 12 • 9h-12h
“Experiência sensível e vida ordinária em Cao Guimarães: uma análise das
obras Ex-isto e Passatempo” — Consuelo da Luz Lins
Resumo: Propõe-se um exame da obra do artista Cao Guimarães, a partir da
identificação que nelas se faz de um tipo de atitude estética que se encontra na
base de seu processo de criação de imagens: nestas obras não apenas se valoriza
uma suspensão dos esquemas sensórios-motores de certos momentos da vida
de todo dia (produzindo essa suspensão em forma de arte), mas também se
manifesta a busca desta atitude nos personagens que ele filma e na forma como
o espectador é conduzido a se relacionar com seus trabalhos. Esta hipótese da
atitude estética orienta a análise que aqui se faz de certos trabalhos mais recentes
do artista, em especial seu longa metragem ficcional Ex-isto (2010) e a exposição
Passatempo (2012).
Relator: André Brasil
“O inventário fotográfico na contemporaneidade” — Leandro Pimentel Abreu
Resumo: A produção de fotografias sob um rigor formal e sua organização em
um sistema classificatório tornou-se uma prática recorrente em diversos campos
do saber. Na modernidade, o uso da técnica fotográfica com intenções artísticas,
por sua vez, procurou, em sua grande maioria, evitar uma identificação com esse
uso funcional. Com a desestabilização dessa ordem, artistas passam a utilizar
a fotografia em virtude de sua capacidade de reprodução e de produção de
vestígios. Entre essas modalidades destaca-se a produção de inventários - etapa
fundamental no processo de invenção e de criação -, tática que se evidencia na
arte contemporânea. Seja recolhendo e reciclando imagens de outros circuitos,
ou colecionando aquelas que são afetivamente próximas, o artista inventariante
investe com freqüência na revisão de seu acervo a fim de criar uma montagem
atualizada que possibilita a partilha daquilo que fora fixado de modo efêmero em
sua mesa operatória.
Relatores: Wilson Oliveira da Silva Filho e Leila Beatriz Ribeiro
81
» GT ESTUDOS DE CINEMA, FOTOGRAFIA E
AUDIOVISUAL
SALA 12 • 14h-18h
“Revisitando o “cinema de atrações” através do diálogo entre performances de
live cinema com coleções, espectatorialidade e memória” — Wilson Oliveira
Filho e Leila Beatriz Ribeiro
Resumo: Esse artigo pretende revisitar o conceito de “cinema de atrações” de Tom
Gunning para compreender um pouco melhor a cena do que se chamou de live
cinema. Performances audiovisuais em tempo real que, para além da sala de cinema,
levam a sétima arte para outros espaços, associadas ao colecionismo e a emergência
de um novo espectador. Nosso objetivo também é articular esse conceito e essa
prática a algumas questões relacionadas à memória no contemporâneo. Acreditamos
que a experiência do live cinema compartilha de uma espécie de memória do cinema
e do vídeo. A proposta de um mnemocinema parece evidenciada em performances
audiovisuais ao ar livre, nos museus, nas fachadas, nas ruínas de parques. Se o
“cinema de atrações” resumia em parte os primórdios do cinema, revistá-lo pode ser
apontar caminhos para um outro audiovisual.
Relatora: Consuelo Lins
“Sob o risco do ensaio: (de)formações na história do documentário” —
Patricia Rebello da Silva
Resumo: Uma reflexão teórica da forma ensaio no documentário ainda é um
campo com muitas possibilidades. Da mesma maneira como aconteceu nos
domínio da literatura, também no cinema ele ainda não teve suas características
totalmente delimitadas. Seria possível encontrar em Alberto Cavalcanti, um
brasileiro radicado na França, e que em meados dos anos 1930 foi cooptado pelo
escocês John Grierson para se juntar à equipe do Empire Marketing Board, o
começo da composição ensaísta no cinema? Em que esta hipótese pode renovar
no que diz respeito uma noção de “representação” nesta forma de cinema?
Relator: Gustavo Souza
“Algumas notas sobre a crítica de ficção seriada televisiva” — Regina Lucia
Gomes Souza e Silva
Resumo: Avaliar produtos televisivos não é tarefa fácil, uma vez que estes encontramse imersos numa grade que combina formatos e gêneros bastante diferenciados e o
crítico terá de examiná-los com a vigilância necessária. Este trabalho pretende refletir
sobre a crítica de televisão buscando entendê-la como um prática de avaliação estética
das obras televisivas que enfrenta consideráveis desafios metodológicos. Trataremos
82
de questões que implicam a análise da ficção seriada televisiva marcada por sua
diversidade de tipos e por uma complexa fragmentação da estrutura narrativa.
Relatora: Mariana Souto
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT ESTUDOS DE CINEMA, FOTOGRAFIA E
AUDIOVISUAL
SALA 12 • 9h-12h
“A câmera diegética: clareza narrativa e legibilidade documental em falsos
documentários de horror” — Rodrigo Octávio D’Azevedo Carreiro
Resumo: Falsos documentários de horror têm sido realizados, nas últimas
duas décadas, em todo o mundo. A produção massiva desse tipo de filme
levou a crítica norte-americana a criar uma alcunha específica para nomeálos: found footage genre. Para filmar um enredo de ficção e dar a ele a textura
estilística de um documentário, um cineasta precisa lidar com uma série de
restrições criativas, a fim de impor a sons e imagens o efeito de real presente
em um documentário verdadeiro, sem perder a clareza narrativa de uma ficção
tradicional. A partir da análise de um corpus formado por 180 filmes, este ensaio
procura descrever e examinar alguns padrões recorrentes de estilo e narrativa,
que têm sido usados por diretores de cinema para conjugar, através de um
equilíbrio delicado, a legibilidade narrativa e a verossimilhança documental.
Relatora: Regina Gomes
“Novas emergências das relações de classe no cinema brasileiro: uma pequena
reviravolta coletiva?” — Mariana Souto
Resumo: Este artigo pretende tecer algumas reflexões a partir do surgimento,
pós anos 2000, de alguns filmes brasileiros de grande potência e reverberação
que recolocam fortemente a problemática das classes sociais – ainda que em
outros termos e sob outras formas, em relação ao cinema dos anos 1960 e 70.
Doméstica, Pacific, Um lugar ao sol, Babás, Santiago, Vigias, Rua de mão dupla,
Câmara escura são possíveis focos de uma retomada de algo que desponta agora
com novas formulações – depois de uma virada subjetiva e da tendência da
particularização do enfoque, estaríamos começando a presenciar indícios de
uma pequena “reviravolta coletiva”?
Relator: Cezar Migliorin
83
» GT ESTUDOS DE CINEMA, FOTOGRAFIA E
AUDIOVISUAL
SALA 12 • 14h-18h
“O personagem no road movie documental brasileiro” — Gustavo Souza
Resumo: Este trabalho quer debater as composições de personagem no road
movie documental brasileiro. Centrada nos filmes Pachamama (Eryk Rocha,
2009) e Olhe pra mim de novo (Cláudia Priscila e Kiko Goifman, 2011), a
discussão apresenta três etapas: primeiramente, enfoca-se a forma como o
personagem problematiza as composições dos gêneros cinematográficos, assim
como ele relativiza também a própria noção de deslocamento. Em seguida, o
debate sobre o personagem ao propor uma ética da performance que guiaria as
análises. E, por fim, a discussão se direciona para outros modos de ver o road
movie realizado no Brasil.
Relator: Rodrigo Octávio D’Azevedo Carreiro
“Formas do antecampo: notas sobre a perfomatividade no documentário
brasileiro contemporâneo” — André Brasil
Resumo: A partir da constatação de um regime performativo das imagens,
desdobramos, neste artigo, a hipótese de que, no domínio do documentário, um
relevante traço formal desta performatividade está na exposição do antecampo:
trata-se de um espaço ético que não deixa de ser recurso estilístico; recurso
estilístico que não deixa de ser espaço ético. Essa proposição desenvolve-se a
partir do percurso por documentários brasileiros contemporâneos, em diálogo
estreito com o repertório crítico acerca dos filmes (A falta que me faz, Os dias
com ele, Pacific, Jogo de Cena, Moscou, Bicicletas de Nhanderu).
Relator: Leandro Pimentel Abreu
“Território e virtualidade: quando a “cultura” retorna no cinema” — Cezar
Migliorin
Resumo: O filme As Hipermulheres de Takumã Kuikuro, Carlos Fausto e
Leonardo Sette narra o cotidiano de uma aldeia Kuikuro durante a preparação
e execução de uma tradicional festa que desde 1981 não acontecia na aldeia de
forma completa. Esse artigo visa interrogar os sentidos propostos e produzidos
com o cinema no retorno da festa à comunidade. Pretendemos explorar as
marcas políticas de uma tradição que com o documentário retorna como
informação e experiência sensível. Refletimos sobre os gestos que constroem um
território, necessário para a política, e as virtualidades da própria comunidade na
relação com o cinema e com a “cultura” que retorna com o ele.
Relatora: Patricia Rebello da Silva
84
programação por GTs
Imagem e
Imaginários
Midiáticos
COORDENAÇÃO • MALENA CONTRERA, UNIP
VICE-COORDENAÇÃO • DENIZE ARAUJO, UTP
86
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT IMAGEM E IMAGINÁRIOS MIDIÁTICOS
SALA 13 • 9h-12h
“A formação das imagens do feminino na cosmologia da umbanda e sua
manifestação no imaginário brasileiro” — Florence Marie Dravet
Resumo: O artigo propõe apresentar a construção do imaginário do feminino na
cosmologia afrobrasileira e identificar a participação dessas imagens na formação
do imaginário do feminino na cultura brasileira. Estudamos os mitos de origem,
os Orixás femininos e a figura emblemática da pomba-gira. Nossa metodologia
fenomenológica e poética recorre à observação, descrição e interpretação tanto
dos mitos narrados como da ritualística praticada e da vivência dos próprios
médiuns participantes do processo. O resultado da pesquisa apontou o oculto
como a noção central que permite entender a função do feminino no equilíbrio
das relações cosmológicas tanto quanto das relações sociais no ambiente do
terreiro e no cotidiano fora dele.
Relatora: Ana Tais Portanova Barros
“A imagem da mulher na fotografia contemporânea: as cores singulares de
Nan Goldin” — André Melo Mendes
Resumo: Esse artigo pretende abordar como a obra de Nan Goldin dialoga
criticamente com a tradição de retratos da História da Arte, especialmente com
as principais modalidades de representação do indivíduo estabelecidas no século
19, ainda válidas nos dias de hoje. Nas três fotografias da artista analisadas neste
artigo é possível perceber esse diálogo tenso e transgressivo. Com essa postura,
a artista contribui para o enfraquecimento do discurso hegemônico sobre a
mulher, tipificada, quase sempre, como um objeto que serve ao olhar masculino.
Relatoras: Rose de Melo Rocha e Beatriz Beraldo
» GT IMAGEM E IMAGINÁRIOS MIDIÁTICOS
SALA 13 • 14h-18h
“Eu serei meu próprio fetiche: nudez em templos do artifício ou ativismo de
mulheres-imagens” — Rose de Melo Rocha e Beatriz Beraldo
Resumo: Tomando por inspiração recente episódio de confronto protagonizado
por ativistas do Femen Brazil ao invadirem shopping center na cidade de São
Paulo, que abrigava em seu interior a Casa de Vidro do Big Brother Brasil 2013,
problematizamos imagens e imaginários da nudez e do ativismo representativos
87
de políticas contemporâneas de visibilidade. O lugar do corpo e as dinâmicas
conflituosas que marcam a ação do Femen Brasil permitem-nos resgatar as bases
burguesas de contenção das narrativas e de alguns imaginários do feminino na
cena midiática contemporânea.
Relatora: Juliana Tonin
“A sombra, o tirano e o louco: o dualismo Ocidente/Oriente no jornalismo
visual” — Alberto Klein
Resumo: Este artigo explora o dualismo entre Ocidente e Oriente a partir
de três imagens: a sombra, o tirano e o louco, respectivamente vinculadas às
figuras de Osama Bin Laden, Saddam Hussein e Mahmoud Ahmadinejad.
Tais representações, dada a sua constante reincidência, aparecem como
estereótipos no jornalismo visual, estando diametralmente em oposição a valores
ocidentais, como luz, democracia e razão. O texto também parte do conceito de
Orientalismo para analisar procedimentos semióticos que constituem o processo
de demonização dos referidos personagens, segundo as contribuições de Ivan
Bystrina, Gilbert Durand e Stuart Clark.
Relatores: Ada Cristina Machado da Silveira e Carlos Alberto Orellana
Gonçalves
“A transposição luciferina de Hellblazer, das HQs para o cinema: a sedução
dos pactos fáusticos” — Denise Azevedo Duarte Guimarães
Resumo: O artigo aborda o processo de tradução/adaptação das narrativas
sequenciais de Hellblazer, publicadas desde 1988 até hoje, para o filme
Constantine (2005), dirigido por Francis Lawrence. É discutido o tema da
sedução das visões infernais e dos pactos diabólicos, um fenômeno que por
muitos séculos tem impregnado o imaginário cristão e cujas imagens tem sido
exploradas pela indústria cinematográfica. A motivação filosófica deste texto
vem do livro de Vilém Flusser A história do demônio. O aporte teórico inclui o
conceito de tradução como “transluciferação” (Haroldo de Campos), os estudos
de Lotte Eisner e Gilles Deleuze sobre o cinema expressionista alemão, as
teorias da adaptação e da intertextualidade, bem como as pesquisas de autores
reconhecidos sobre Histórias em Quadrinhos e sobre Cinema.
Relatora: Monica Martinez
88
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT IMAGEM E IMAGINÁRIOS MIDIÁTICOS
SALA 13 • 9h-12h
“Das relações entre corporificação e descorporificação: a imagem como duplo
digital” — Monica Tavares
Resumo: Este artigo intenciona analisar imagens da estética digital nas quais
o corpo é colocado como elemento principal de articulação e reorganização
da experiência, firmando-se como agente “oculto” que garante as trocas entre
identidade e alteridade, ficção e realidade. Tomaremos a noção de duplo digital
proposta por Dixon para o entendimento de como se desenvolvem as trocas
entre selves e others no contexto de ambientes interativos.
Relator: André Melo Mendes
“O imaginário e a hipostasia da comunicação” — Ana Taís Martins Portanova
Barros
Resumo: Este artigo busca revisar as definições e indefinições da noção
de imaginário e simbólico e relacionar seus limites e seu alcance dentro da
pesquisa em Comunicação. Equacionam-se as dificuldades de abordagem
pela Comunicação da noção de trajeto do sentido que, herdada da Escola de
Grenoble, embasa a Teoria do Imaginário. Verifica-se que a Comunicação
não dá conta de estudar a catalisação de imaginários e o fabrico de
imagens simbólicas presentes nos fenômenos comunicacionais, não só pela
inadequação de um processo descrito em termos de emissor - mensagem
- receptor, mas sobretudo pela suposta autoevidência do imaginário e do
simbólico como manifestos na linguagem, desembocando numa redução do
imaginário aos seus sintomas sociais.
Relator: Alberto Klein
“Vídeo e imaginário apropriados pelo discurso de telejornais” — Ada Cristina
Machado da Silveira e Carlos Alberto Orellana Gonçalves
Resumo: A pesquisa Vídeo e imaginário apropriados pelo discurso de
telejornais tem a proposta de entender a relação do medium vídeo com as
formações imaginárias e a apropriação deles realizada pelo discurso jornalístico.
Assumimos que as noções de imaginário e da constituição do sujeito são
as bases da compreensão e da interpretação do mundo. Dessa maneira,
desejamos entender de que modo o vídeo produz efeitos no trajeto da produção
cultural, midiática e artística da contemporaneidade. Privilegiamos uma
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multimetodologia ao abarcar aspectos da constituição do imaginário e dos
universos míticos abordados na obra de Gilbert Durand.
Relatora: Monica Tavares
» GT IMAGEM E IMAGINÁRIOS MIDIÁTICOS
SALA 13 • 14h-18h
“A imagem em deriva: da dicotomia entre imagem simbólica e imagem
técnica” — Juliana Tonin
Resumo: O presente artigo tem por objetivo pensar a dicotomia entre as noções
de imagem simbólica e imagem técnica a partir do pensamento de Gilbert
Durand. Definindo as noções de simbólico e do entendimento dos aspectos do
não simbólico, tendo por base as obras Estruturas Antropológicas do Imaginário,
O Imaginário e A Imaginação Simbólica, abre-se um espaço de diálogo para
reflexão sobre a pertinência, possibilidades de se estabelecer tal diferenciação
epistemológica sobre a imagem e tenta-se compreender os princípios que
emanam e poderiam fundamentar essas diferentes conceituações.
Relatora: Florence Marie Dravet
“Mundus imundus: o imaginário do lixo em três filmes brasileiros” — Monica
Martinez
Resumo: Este artigo analisa três filmes: Ilha das Flores, do diretor gaúcho
Jorge Furtado (1989), Boca de Lixo, do cineasta paulista Eduardo Coutinho
(1992) e Lixo Extraordinário (2010), da cineasta britânica Lucy Walker,
co-dirigido pela pernambucana Karen Harley e pelo carioca João Jardim.
Neste estudo comparativo, a análise relaciona, por meio das diferenças sociohistóricas e autorais, a representação da temática ecológica, em particular no
quesito do lixo. Para isto, emprega uma abordagem teórica transdisciplinar
que contempla diferentes áreas do conhecimento, como a Comunicação, a
Mitologia, a Psicologia, a Filosofia, a Biologia e a Arqueologia, numa tentativa
de compreender a questão do imaginário do lixo. O resultado sugere que,
no último quarto de século, a representação do lixo acompanhou a evolução
social, revelando, porém, que para a sociedade a questão ainda é um desafio a
ser melhor elaborado.
Relatora: Denise Azevedo Duarte Guimarães
90
programação por GTs
Práticas Interacionais
e Linguagens na
Comunicação
COORDENAÇÃO • JOÃO BATISTA FREITAS CARDOSO, USCS
VICE-COORDENAÇÃO • KLÉBER MENDONÇA, UFF
92
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT PRÁTICAS INTERACIONAIS E
LINGUAGENS NA COMUNICAÇÃO
SALA 14 • 9h-12h
“Quando a imagem fala e o texto grita: reflexões sobre modos de representar
no jornalismo televisivo” — Vânia Maria Torres Costa
Resumo: Este artigo reflete sobre os usos do recurso imagético no telejornalismo
da Rede Globo a partir de séries especiais que trazem reportagens sobre a
Amazônia. Apresenta-se a metodologia desenvolvida para analisar texto e
imagem como especificidade para pensar as narrativas do jornalismo que
utilizam os recursos audiovisuais. Tendo o texto como prática social, observase o produto televisivo como a precipitação de fios ideológicos que demarcam
imaginários reiterados historicamente. E nesse sentido, é possível identificar os
silêncios do texto verbal que explodem nas imagens como algo que não pode ser
dito, mas que sempre é mostrado.
Relatora: Eloísa Joseane da Cunha Klein
“Autorreferencialidade e jornalismo: reflexões teórico-analíticas sobre a
processualidade além do discurso institucional da mídia” — Eloísa Joseane da
Cunha Klein
Resumo: Este texto analisa aspectos da autorreferencialidade midiática que
ultrapassam casos em que deliberadamente há uma fala institucional sobre o
jornalismo. Para tanto, desenvolvo uma análise conceitual da autorreferenciadade,
considerando a relação com pesquisas sobre metalinguagem e metadiscurso,
aspectos das interações sociais e processos comunicacionais e midiáticos. A
esta análise conceitual, agrego a síntese de inferências advindas de pesquisas
empíricas anteriores que possibilitam observar formas difusas e contínuas
de autorreferencialidade e elementos de autorreflexividade do jornalismo.
Consideramos que a autorreferencialidade ocorre na processualidade das
interações sociais, está relacionada à experiência contemporânea com a mídia e
pode potencializar circuitos comunicacionais críticos.
Relatora: Vânia Maria Torres Costa
93
» GT PRÁTICAS INTERACIONAIS E
LINGUAGENS NA COMUNICAÇÃO
SALA 14 • 14h-18h
“Texto promocional: o desafio do modelo teórico-metodológico” — Maria
Lilia Dias Castro
Resumo: Este trabalho, tomando por base os textos promocionais veiculados
na televisão, dispõe-se a discutir uma proposta teórico-metodológica que
articule a concretude das condições políticas, econômicas, sociais e culturais que
emolduram esse tipo de produção; o pacto comunicativo firmado entre produtores
e receptores; as relações desse texto com seu paradigma e com outros textos que
lhe precedem ou sucedem na cadeia; e, por fim, as articulações presentes na
esfera intradiscursiva. Nesse sentido, propõe uma reflexão em três direções: (1) a
natureza desse tipo de produção midiática, (2) a possibilidade de um alargamento
articulatório no campo da semiótica e (3) a proposição de um modelo teóricometodológico, capaz de fornecer os subsídios adequados a essa empreitada.
Relatores: João Anzanello Carrascoza e Tânia Márcia Cezar Hoff
“Interação discursiva: os discursos nacional e estrangeiro em auto-anúncios
de agências de propaganda nos anos 1950” — João Anzanello Carrascoza e
Tânia Márcia Cezar Hoff
Resumo: Neste artigo, analisamos os modos de interação entre os discursos
nacional e estrangeiro presentes em anúncios auto-referenciais de agências de
propaganda veiculados nos anos 1950 na Revista Publicidade e Negócios. Tecemos
considerações sobre a fertilidade da Análise de discurso de linha francesa para se
investigar a construção dos sentidos de consumo no discurso publicitário, uma vez
que o discurso pressupõe interação no contexto linguístico e social. A partir de um
corpus no qual observamos elementos locais e estrangeiros, buscamos identificar
como se desenvolve a interdiscursividade entre os referidos discursos no âmbito da
mensagem publicitária da época. A Análise de Discurso, articulada aos estudos de
linguagem e de comunicação, é a principal fundamentação teórico-metodológica
de nossa abordagem do discurso publicitário como um dos sistemas de divulgação
da cultura do consumo no Brasil.
Relatores: José Maurício Conrado Moreira da Silva, Alexandre Huady Torres
Guimarães e Paula Renata Camargo de Jesus
“Interações comunicacionais e pós-colonialismo: analisando a entrada da
televisão brasileira em Portugal e o continuum das trocas de linguagens no
espaço lusófono” — José Maurício Conrado Moreira da Silva, Alexandre Huady
Torres Guimarães e Paula Renata Camargo de Jesus
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Resumo: Este trabalho objetiva analisar a continuidade das trocas de linguagens
entre Brasil e Portugal, considerando o contexto pós-colonial existente os
dois países. A pesquisa analisa os conceitos de semiose, oriundo da área
da Semiótica, para refletir sobre a atual natureza midiática destas trocas de
linguagens e também sobre a questão das inversões políticas inerentes ao
circuito comunicativo do espaço lusófono – ou seja, dos países que falam a
língua portuguesa – para debater a hipótese de que na atualidade, o Brasil é
um contexto de referencia de linguagens midiáticas para países como Portugal.
O trabalho faz um breve levantamento histórico da chegada da telenovela
brasileira a Portugal e de emergência, neste país, de uma indústria própria desta
linguagem, a partir da experiência brasileira.
Relatora: Maria Lilia Dias Castro
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT PRÁTICAS INTERACIONAIS E
LINGUAGENS NA COMUNICAÇÃO
SALA 14 • 9h-12h
“Interações no rádio musical expandido: a contribuição etnográfica” —
Marcelo Kischinhevsky e Lena Benzecry
Resumo: O presente artigo busca investigar práticas interacionais no rádio
musical expandido (que abarca das ondas hertzianas à internet), a partir do
estudo de caso do podcast Muqueca de Siri, dedicado ao samba. No percurso,
discutimos a pertinência da abordagem etnográfica para pesquisas voltadas para
o consumo de música via rádio, dentro da gama de possibilidades de circulação
sonora que existe hoje em dia, considerando a formação de comunidades de
ouvintes que transitam entre o mundo on line e off line.
Relatores: Ana Silvia Lopes Davi Medola e Carlos Henrique Sabino Caldas
“Regimes de interação no audiovisual: as experiências interativas do Google”
— Ana Silvia Lopes Davi Medola e Carlos Henrique Sabino Caldas
Resumo: O artigo analisa o videoclipe dentro do contexto de convergência
midiática, em que os recursos de produção presentes nos diferentes dispositivos de
comunicação infoeletrônicos agem no processo de constituição de sua linguagem,
criando experiências inovadoras nos modos de fruição e nas realidades de
consumo. Estruturados sobre as relações interativas possibilitadas pelas tecnologias
digitais das mídias contemporâneas, pretende-se demonstrar como as estratégias
enunciativas constituem um dos principais mecanismos de discursivização na
configuração dos novos formatos de videoclipes. Nesta perspectiva, realizar-se-á
95
a análise da experiência de videoclipe interativo desenvolvida pelo diretor Chris
Milk, “The Wilderness Downtown”, a partir do arcabouço teórico-metodológico da
sociossemiótica, em especial os regimes de interação.
Relatora: Yvana Fechini
“Televisão transmídia: conceituações em torno de novas estratégias e práticas
interacionais da TV” — Yvana Fechini
Resumo: As transformações nos modos de produção, distribuição e consumo
de conteúdos televisivos têm sido objeto de várias denominações, entre elas,
“Televisão transmídia”. O conjunto de práticas de produção e recepção reunidas
sob essa designação é, no entanto, tão vago e variado que requer ainda dos
estudiosos de televisão um esforço para dotar o conceito de maior rigor. O
desafio que assumimos, neste artigo, é propor algumas bases conceituais a partir
das quais possamos definir mais precisamente essas novas estratégias e práticas
interacionais da TV.
Relatores: Marcelo Kischinhevsky e Lena Benzecry
» GT PRÁTICAS INTERACIONAIS E
LINGUAGENS NA COMUNICAÇÃO
SALA 14 • 14h-18h
“Imagem processual, cinema sem filme: criações espaciais em imagens
performáticas” — Aline Couri Fabião e Andre Parente
Resumo: O artigo propõe uma reflexão dentro da pesquisa que vem sendo
desenvolvida sobre criação de espaços através de interfaces interativas.
Entendendo o espaço a partir do corpo e da experiência, algumas obras podem
ser consideradas construções espaciais. Trataremos casos nos quais a imagem
visualizada e experimentada é processual. Sem registro prévio, tais imagens
exibem seu modo de constituição e incluem os espectadores em sua produção.
São imagens performáticas em diferentes graus. Relacionam-se ao processo de
desocultamento do dispositivo do cinema, questionando sua forma hegemônica,
a postura contemplativa, a separação entre espectador e performance, o conceito
de autoria, a supremacia da visão e do objeto de arte. A ênfase é dada à experiência,
ao movimento e ao corpo. A construção espacial pode se dar em várias escalas.
A menor delas é a imediata ao entorno corpóreo. Numa perspectiva mais ampla,
contribui-se para a construção de outros espaços de vida.
Relator: Nuno Manna
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“A chave azul: leitura como interação com o fantástico” — Nuno Manna
Resumo: Diante do inacabamento oferecido por narrativas fantásticas, buscamos
por chaves que nos auxiliem na produção de sentidos. A complexidade da
relação que aí se instaura parece desafiar categorias tradicionais que propõem
uma compreensão do lugar do leitor. Tomando alguns exemplos do cinema e da
literatura, desenvolvemos aqui uma reflexão que toma o processo de significação
dos textos fantásticos como terreno fértil para uma percepção do leitor como
ator em uma prática interacional que eleva um texto a uma obra. Nesse sentido,
investigamos o inacabamento dos textos fantásticos em dois sentidos: o
inacabamento fundamental de todo texto, e aquele que abre margem a leituras
simbólicas, metafóricas e alegorizantes.
Relatores: Aline Couri Fabião e Andre Parente
programação por GTs
Recepção: processos
de interpretação, uso
e consumo midiáticos
COORDENAÇÃO • ADRIANA BRAGA, PUC-Rio
98
programação por GTs
/ 05.06 (qua)
» GT RECEPÇÃO: PROCESSOS DE
INTERPRETAÇÃO, USO E CONSUMO
MIDIÁTICOS
SALA 15 • 9h-12h
“Consumo midiático: uma especificidade do consumo cultural, uma antessala
para os estudos de recepção” — Mariângela Toaldo e Nilda Jacks
Resumo: O artigo tem o objetivo de contribuir para o debate sobre as instâncias que
diferenciam a análise do consumo cultural, do consumo midiático e da recepção
propriamente dita. Apresenta-se definições, especificidades e as articulações (possíveis)
entre os três âmbitos – especialmente no que se refere à relação com a mídia. Parte-se
da proposta de Canclini (1993 e 2005) sobre a compreensão do consumo cultural,
a fim de abarcar os diferentes aspectos implicados no tema. Em seguida, apresentase uma definição sobre consumo midiático e o que o envolve enquanto atividade.
Por fim, oferece-se um entendimento sobre o termo recepção, expondo-se uma
visão sobre a possível relação entre as três dimensões. Utilizam-se como referências
principais Canclini (1993 e 2005), Morley (1992) e Silverstone (2002).
Relatores: Roseli Figaro e Rafael Grohmann
“Notas metodológicas relativas à pesquisa de recepção midiática” — Jiani Bonin
Resumo: O texto recolhe questões metodológicas vivenciadas e trabalhadas no
âmbito de processos e práticas de pesquisas de recepção concretos. Recupera,
inicialmente, questões relativas ao desenho metodológico geral destas pesquisas.
Num segundo momento, focaliza aspectos especificamente relacionados ao desafio
metodológico de incorporar a perspectiva histórica neste tipo de investigação.
Relatora: Tatiana Guenaga Aneas
» GT RECEPÇÃO: PROCESSOS DE
INTERPRETAÇÃO, USO E CONSUMO
MIDIÁTICOS
SALA 15 • 14h-18h
“Aquilo que adere e se entrelaça com a vida: os sentidos em torno dos sujeitos na
televisão” — Ricardo Duarte Gomes da Silva
Resumo: Este artigo analisa como se apresentam os sentidos dos jovens em
99
torno das aparições do popular em seus programas de televisão favoritos. No
Brasil, as “pessoas do povo” e as “figuras populares” se tornaram recorrentes no
conteúdo dos programas televisivos e parecem estabelecer um diálogo com os
públicos. Isto chama a atenção para o processo comunicativo entre a mensagem
do popular na tevê e os públicos, bem como a forma de sentido que se adere
e entrelaça com a vida dos jovens pesquisados. Após breves reflexões sobre o
popular na tevê enquanto estimulador de uma ocorrência de comunicação,
falamos sobre o conceito de popular e trazemos as falas dos receptores. Neste
texto, utilizamos para análise o popular em uma telenovela e um reality-show
rural. Por fim, a pesquisa ainda em andamento enfatiza a importância da
observação do processo comunicativo a partir do rico ângulo da recepção.
Relatoras: Mariângela Toaldo e Nilda Jacks
“Aspirações femininas: modelos da televisão e da vida” — Veneza Mayora
Ronsini, Sandra Depexe, Julia Schnorr, Fernanda Scherer e Gabriela Gelain
Resumo: O texto discute as noções de feminilidade e as relações de gênero com
base em um estudo com 24 mulheres de classe popular e dominante, de diferentes
gerações. Delimitando a problemática aos temas da sensualidade/sexualidade,
infidelidade e hexis corporal, compara as percepções de modo a extrair resultados
iniciais sobre a incidência da telenovela nos modos de ser e de pensar o gênero
feminino. Dentre os resultados obtidos, observa-se que a beleza feminina e o ideal de
mulher são bastante inspirados na televisão ou no mundo da moda e dos negócios,
para ambas as classes, mas a mulher de classe popular extrai da televisão e da novela
todas as referências. Além disso, o padrão de beleza do corpo retilíneo das classes
altas disputa espaço com o padrão curvilíneo das classes populares enquanto o estilo
elegante das mulheres de classe alta, tido como ideal pelas mulheres de classe popular,
é tensionado pelo estilo popular por uma minoria.
Relatora: Cristina Teixeira Vieira de Melo
“Tardes de junho no País do Futebol: uma perspectiva etnográfica sobre a
recepção coletiva da Copa do Mundo no Brasil” — Édison Gastaldo
Resumo: Este trabalho apresenta resultados de investigações etnográficas
realizadas durante as Copas do Mundo de 2006 e 2010, em diferentes cidades
brasileiras. As pesquisas de campo e gravação das imagens e video foram realizadas
por uma ampla equipe de pesquisadores de diferentes instituições, e resultaram em
dois vídeos etnográficos: “Ritos da Nação” (2007) e “Uma Tarde de Junho no País
do Futebol” (2010). Neste artigo, utilizo dados destas duas pesquisas para explorar a
noção de “fato social total” tal como se manifesta no momento ritualizado do “jogo
do Brasil” durante uma Copa do Mundo, bem como algumas relações entre estes
fenômenos interacionais e os campos da economia, da política e da midiatização.
Relatores: Antonio Fausto Neto e Fabiane Sgorla
100
programação por GTs
/ 06.06 (qui)
» GT RECEPÇÃO: PROCESSOS DE
INTERPRETAÇÃO, USO E CONSUMO
MIDIÁTICOS
SALA 15 • 9h-12h
“Zona em construção: acesso e mobilidade da recepção na ambiência
jornalística” — Antonio Fausto Neto e Fabiane Sgorla
Resumo: Discute-se a problemática da recepção – aqui especificada na situação
do leitor de jornal – a partir dois conceitos convergentes: “zona de contato”
e “zona de interpenetração”. Através de análise de materiais jornalísticos,
descreve-se “estratégias de indução do leitor” que são acionadas em contextos
da “Sociedade Midiática” e da “Sociedade em vias Midiatização”. Os dados
mostram que, apesar das referidas zonas promoverem o acesso/mobilidade
do leitor na ambiência jornalística, o trabalho interpretativo feito pelo ator em
recepção ultrapassa os horizontes e as expectativas regulatórias da produção
nesses espaços, revelando que o mesmo não se fixa aos protocolos de indução.
Dinâmicas da circulação que se complexificam na “Sociedade em vias de
Midiatização”, instituem acoplamentos entre produtores e receptores, segundo
interações que merecem novos olhares da pesquisa.
Relatores: Maria Ângela Mattos, Rafael Drumond, Ellen Joyce Marques Barros e
Max Emiliano Silva Oliveira
“O conceito de classe social nos estudos de recepção brasileiros” — Roseli
Figaro e Rafael Grohmann
Resumo: Neste artigo, discute-se a utilização do conceito de classe social em
estudos de recepção clássicos e contemporâneos, desde o fim da década de 1970
até o ano de 2012, a partir de livros considerados representativos para o campo
da Comunicação. Esses trabalhos são analisados criticamente e verificam-se as
contribuições que trouxeram para a área ao abordarem seu objeto empírico a
partir do conceito de classe social. Na parte final, retomamos a discussão sobre o
conceito de classe social, trazemos a contribuição de dois autores que atualizam o
conceito a partir da realidade brasileira. Finalmente, procuramos discutir alguns
dos desafios que o conceito de classe social traz para os estudos de recepção.
Relatoras: Veneza Mayora Ronsini, Sandra Depexe, Julia Schnorr, Fernanda
Scherer e Gabriela Gelain
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“Estudos de recepção: possível deslocamento para uma epistemologia das
interações” — Maria Ângela Mattos, Rafael Drumond, Ellen Joyce Marques
Barros e Max Emiliano Silva Oliveira
Resumo: Este artigo tematiza a emergência possível de uma epistemologia
das interações nos estudos de recepção. Nessa medida, indagamos sobre
os deslocamentos sociais, culturais, técnicos e epistemológicos que estão
rearticulando as tradicionais fronteiras entre produtores e receptores.
Partimos da necessidade de repensar o estatuto da recepção em face
das disposições técnico-midiáticas contemporâneas, particularmente,
diante dos regimes de interação midiatizada inaugurados com as novas
mídias. Refletimos ainda sobre as matrizes teóricas que, historicamente,
conformaram a especificidade das pesquisas de recepção no Brasil e na
América Latina. Nesse intento, problematizamos: quais os deslocamentos
provocados pela epistemologia interacional no legado da tradição
culturalista que fundamenta as teorias das mediações?
Relator: Édison Gastaldo
» GT RECEPÇÃO: PROCESSOS DE
INTERPRETAÇÃO, USO E CONSUMO
MIDIÁTICOS
SALA 15 • 14h-18h
“O barulho da crítica sobre O Som ao Redor” — Cristina Teixeira
Vieira de Melo
Resumo: A partir de uma perspectiva discursiva de análise, o presente artigo
objetiva dar a conhecer as razões utilizadas pela crítica para legitimar O som ao
redor como um filme “original”, “singular”, uma verdadeira “obra prima”. O corpus
é composto por 43 textos publicados em jornais, revistas, sites e blogs nacionais e
estrangeiros. A análise se apoia nos conceitos de obra, autor, comentário, formação
discursiva e acontecimento discursivo (Foucault, 2005, 2006, 2007).
Relatora: Jiani Bonin
“O poder dos leões: uma análise do Festival de Cannes como espaço de
recepção e instância de consagração do campo publicitário” — Tatiana
Guenaga Aneas
Resumo: Este artigo tem o objetivo de refletir sobre os festivais, de modo geral,
e o Cannes Lions - Festival Internacional da Criatividade, especificamente,
enquanto espaço de recepção e instância de consagração do campo publicitário.
A partir da articulação de conceitos de Roger Odin e Pierre Bourdieu, parte-se
102
da hipótese de que existe uma relação entre os modos de produção de sentido
mobilizados pelos filmes publicitários neste contexto, e os critérios de valoração
em jogo neste lugar. O objetivo deste artigo é refletir sobre estes pontos de
contato e demonstrar a possibilidade de articulação das duas perspectivas através
da análise da recepção do filme Carousel, da Phillips.
Relator: Ricardo Duarte Gomes da Silva
lançamento de
livros
104
lançamento de livros
Lançamentos Compós
1. Livro Compós 2013
BRASIL, André; LISSOVSKY, Maurício; MORETTIN, Eduardo (Orgs.).
Visualidades Hoje. Salvador: EDUFBA, 2013.
O diagnóstico é frequente: vivemos sob um novo regime do visível. Porém,
não há consenso em torno dos traços e motivações – estéticos, sócio-culturais,
políticos e tecnológicos – que o constituem. Dessa constatação surgiu a proposta
do presente livro da Compós, organizado em torno do tema Visualidades hoje.
O plural, nesse caso, não é fortuito e indica o caráter heterogêneo e diverso
das transformações em curso, assim como das perspectivas e dos modos de
abordagem. A construção de uma concepção alargada da visualidade faz da
Comunicação um campo privilegiado para mapear e pensar criticamente este
novo regime do visível. Dividido em três partes, Renovados efeitos de real,
Novos espaços de fruição e consumo e Política das imagens, a presente coletânea
nos coloca diante de objetos liminares, experiências de uma visualidade em
transformação. Não pretendeu, contudo, comprovar “tendências” ou sugerir
qualquer sentido único para a história. Mas à luz do debate sobre a cena
contemporânea que a reunião destes estudos certamente propicia, ressaltemos,
mais uma vez, que em toda visualidade, em toda novidade, permanecem,
incontornáveis, silêncios e contratempos.
2. Prêmio Compós 2012: Melhor Tese
VIEIRA, Marcel. Adaptação Intercultural. Salvador, EDUFBA, 2013.
Adaptação Intercultural: o caso de Shakespeare no cinema brasileiro ilumina
algumas questões centrais no debate sobre as relações entre literatura, teatro
e cinema, a partir da proposta de um modelo analítico para investigar filmes
adaptados cujas fontes textuais vêm de outras matrizes culturais. Com isso,
dialoga com a vasta bibliografia sobre o tema, dando um passo além das
análises marcadamente comparativas que restringem seu escopo de investigação
aos textos literário e fílmico, e considerando os processos culturais como
determinantes na produção de sentido dessas obras.
Lançamentos Diversos
BONNEMASON, Bénédicte; GINOUVÈS, Véronique; PERENOU, Véronique.
Guía de Análisis Documental del Sonido Inédito: para la implementación de
bases de datos. Lima: Instituto Francés de Estudios Andinos, 2007.
La “Galaxia Gutemberg” no lo dice todo... la oralidad marca también de manera
lançamento de livros
importante a nuestras sociedades occidentales. Los archivos orales se deben
poder identificar, analizar y comparar con otros documentos como la imagen
y lo escrito. Por lo tanto, es necesario proponer una herramienta que permita
el análisis de fonogramas inéditos. El objetivo de esta guía es proponer un
instrumento práctico que respete la especificidad de la fuente oral siguiendo las
convenciones de las reglas y formatos utilizados en las bibliotecas. Numerosos
anexos y ejemplos concretos permiten tener en cuenta el tratamiento del archivo
sonoro inédito en una base datos documental, incluyendo los problemas
específicos ligados a las grabaciones correspondientes a la literatura oral y las
músicas tradicionales.
CARVALHO, Carlos Alberto de. Jornalismo, Homofobia e Relações de Gênero.
Curitiba: Appris, 2012.
Em que medida a homofobia – realidade complexa fortemente enraizada
culturalmente – é desafiadora para as noções do jornalismo como ator social, na
perspectiva de agente que negocia permanentemente com outros atores sociais
os sentidos possíveis dos acontecimentos noticiados, é a principal discussão
proposta no livro Jornalismo, Homofobia e Relações de Gênero.
COHEN, Évlyne; GOETSCHEL, Pascale; MARTIN, Laurent; ORY, Pascal (Eds.).
Dix ans d’Histoire Culturelle. Villeurbanne/França: Presses de l’Enssib, 2011.
L’Association pour le développement de l’histoire culturelle (ADHC) est née,
en 1999, du constat de la place croissante, en même temps que problématique,
de l’histoire culturelle dans l’historiographie contemporaine. Revendiquée par
les uns, dénoncée par les autres, cette place méritait l’institution d’un lieu de
rencontres où tous ceux qui se reconnaissent dans cette qualification pourraient
échanger sur le fond et sur la forme de leur travail. L’association a tenu son
premier congrès en 2000. Au terme d’une décennie et plus d’activité, il était
temps de tirer le bilan et, comme il se doit, de tracer de nouvelles perspectives.
Cette anthologie des conférences et tables rondes organisées dans le cadre du
congrès annuel de l’association propose un panorama unique en son genre des
propositions avancées par l’histoire culturelle en France et, dans une moindre
mesure, à l’étranger depuis dix ans.
COSTA, Márcia. De Pagu a Patrícia: o último ato. São Paulo: Dobra, 2012.
Nos anos 50 ela já não mais queria ser chamada de Pagu. Depois de trocar a
militância política pela militância cultural e pelo jornalismo, Patrícia Galvão
chega a Santos (SP) em 1954 para incendiar a cena, atuando como jornalista
em A Tribuna, produzindo peças de teatro e eventos literários e difundindo a
vanguarda. Esta história é contada no livro De Pagu a Patrícia – o último ato
105
106
lançamento de livros
(Dobra Editorial / Fundo de Cultura de Santos), da jornalista e pesquisadora
Márcia Costa, cujo objetivo é revelar a intelectual por trás do mito. A obra marca
os cinquenta anos de morte de Pagu.
FABIÃO, Aline Couri. Loop: tecnologia e repetição na arte. Rio de Janeiro:
Torre, 2012.
O loop consiste na repetição de pequenos trechos (de imagens, sons ou código)
visando à criação de um todo cujo significado ou comportamento extrapole
o de suas partes constituintes. Esta pesquisa teve início com a constatação
da importância do loop para a criação contemporânea e teve como objetivo
analisar as diversas formas de uso desta ferramenta, a partir das próprias obras
e de depoimentos de artistas. O loop torna-se importante na medida em que
existe como um conceito, possibilitando diversas apropriações, e também como
ferramenta, possibilitando resultados específicos.
FELINTO, Erick; SANTAELLA, Lúcia. O Explorador de Abismos: Vilém
Flusser e o Pós-Humanismo. São Paulo: Paulus, 2012.
A obra consiste em análise aprofundada sobre um tema pouquíssimo explorado
na obra de Vilém Flusser, pensador da comunicação de enorme projeção na
Europa (especialmente na Alemanha), apesar de ainda insuficientemente
estudado no Brasil. Os autores investigam a problemática do pós-humanismo,
problema central hoje do campo da cibercultura, relacionando-a com a reflexão
de flusser sobre os impactos dos meios de comunicação na cultura e sociedade. A
partir de pesquisa realizada no Arquivo Flusser, em Berlim, com textos inéditos
do autor, os autores sistematizam uma série de questões fundamentais para a
melhor compreensão das teses flusserianas, como, por exemplo a influência da
cibernética e da fenomenologia em sua obra.
FERRAZ, Talitha. A Segunda Cinelândia Carioca. Rio de Janeiro: Morula, 2012.
Resultado de uma pesquisa de mestrado em Comunicação e Cultura, A segunda
cinelândia carioca aborda a relação entre o espaço urbano da Tijuca e as salas de
cinema que existiram no bairro carioca. A obra resgata um período importante
no desenvolvimento urbano do Rio de Janeiro e serve de modelo para pesquisas
futuras que possam dar conta do alcance sociocultural que o cinema conheceu
no século passado. A pesquisa foi realizada entre 2007 e 2009 e conta agora, nesta
segunda edição, com acréscimos feitos pela autora.
lançamento de livros
FIGARO, Roseli; NONATO, Claudia; GROHMANN, Rafael. As Mudanças no
Mundo do Trabalho do Jornalista. São Paulo: Atlas, 2013.
Uma série de funções desapareceu do cenário das rotinas produtivas do métier
do jornalista. Os produtos jornalísticos impressos, televisivos ou radiofônicos
são produzidos de maneiras completamente diferentes do que há cerca de vinte
anos. O tempo e o espaço, comprimidos pelas possibilidades das tecnologias de
comunicação e de informação, foram assimilados nos processos de produção
de modo a reduzir o tempo para a reflexão, a apuração e a pesquisa no trabalho
jornalístico. Essas e outras questões são analisadas neste livro, que reúne
evidências do mundo do trabalho dos jornalistas de São Paulo no desabrochar
do século XXI, apreendendo basicamente as “mudanças” que determinam sua
inserção na vida cotidiana.
FILHO, Jorge Cardoso. Práticas de Escuta do Rock. Salvador: EDUFBA, 2013.
Este e-book é resultado da tese de doutorado realizada na Universidade Federal
de Minas Gerais e investiga comparativamente os regimes de escuta no qual três
álbuns do Rock foram inseridos em seus respectivos contextos de lançamento:
The Dark Side of the Moon (1973), da banda Pink Floyd; Nevermind (1991), da
banda Nirvana; e In Rainbows (2007), da banda Radiohead. O estudo recupera
traços da experiência de escuta com cada um dos álbuns a partir das suas
dimensões estéticas e culturais, sobretudo a partir dos conceitos de experiência
estética, mediações e materialidades da comunicação.
GAILLARD, Isabelle. La Télévision : histoire d’un objet de consommation
-1945-1985. Paris: INA/CTHS, 2012.
Comment la « boîte aux images » est-elle devenue si rapidement la télé ? Telle
est la question à laquelle ce livre essaye de répondre. En saisissant les différents
moments de l’histoire d’un objet devenu indispensable, l’auteur détaille sa
fulgurante ascension de son lancement dans les limbes expérimentales jusqu’à
son apparente banalisation. Revisitant à travers « l’étrange lucarne » la période
des Trente Glorieuses, Isabelle Gaillard montre qu’explorer le marché d’un objet
de consommation de masse débouche sur l’histoire totale d’une nouvelle société
en plein essor : la société de consommation.
GASTALDO, Edison. Publicidade e Sociedade: uma perspectiva
antropológica. Porto Alegre: Sulina, 2013.
Publicidade e Sociedade: uma perspectiva antropológica reúne trabalhos
produzidos ao longo de dez anos de pesquisa sobre a publicidade. O objetivo
deste livro é apresentar ao leitor um conjunto de textos que problematizem o
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discurso publicitário a partir de sua dimensão social: para além das intenções
mercadológicas estritas de seus produtores, o mundo que vemos representado nos
anúncios é um importante elemento de apresentação e defesa de representações
sociais, que fundamentam e legitimam relações de poder entre pessoas e grupos.
GOMES, Itania. Análise de Telejornalismo: desafio teóricos-metodológicos.
Salvador: EDUFBA, 2012.
O livro Análise do Telejornalismo: desafios teórico-metodológicos reúne
os artigos apresentados pelos conferencistas convidados no Seminário
Internacional de mesmo nome, realizado entre os dias 23 e 26 de agosto de 2011,
pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas
da Universidade Federal da Bahia, através do Grupo de Pesquisa em Análise de
Telejornalismo (GPAT). Na primeira seção, Análise Cultural de Telejornalismo,
discute-se especialmente o papel dos estudos culturais para a análise das
transformações efetuadas no telejornalismo em função da relação com a cultura.
Na segunda seção do livro, Telejornalismo e História: temporalidades, cultura
e sociedade os autores investigam o lugar que a história ocupa nas pesquisas de
telejornalismo e como os valores e características do telejornalismo resultam de
um processo histórico. Na terceira seção, Linguagem e Telejornalismo, os autores
avaliam diversas facetas dos processos de produção de sentido do telejornalismo,
tanto da perspectiva das contribuições da semiótica quanto da análise do
discurso. Na quarta e última seção do livro, a relação entre Jornalismo, sociedade
e subjetividades marcou a preocupação dos autores.
GRANET-ABISSET, Anne-Marie; RIGAUX, Dominique. Images de Soi,
Images de l’Autre. Grenoble/France: CNRS MSH-Alpes, 2010.
Interroger les images, qui séduisent, qui émeuvent, qui interpellent, qui choquent,
et analyser les pratiques, les usages et les enjeux qui s’y rapportent, tel est l’objectif
du présent ouvrage issu d’un colloque international organisé en 2008 par les deux
laboratoires d’histoire et histoire de l’art de l’Université de Grenoble : le CRHIPA
et le LARHRA. Dans ce champ thématique très vaste, deux angles d’approche
principaux ont été retenus : le portrait et l’image de l’altérité. Ils sont abordés dans
une perspective diachronique large, de l’Antiquité à nos jours. Les treize études
de cas rassemblées permettent de confronter les méthodes et les démarches
de l’historien et de l’historien de l’art. L’étude des conditions et du contexte de
production sont également au coeur de la réflexion autour des images.
GUIMARÃES, Denise. Histórias em Quadrinhos & Cinema: adaptações de
Alan Moore e Frank Miller. Curitiba: Editora da UTP, 2012.
Este é um livro indicado para quem estuda, ensina ou trabalha com o tema das
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adaptações que não devem ser vistas, meramente, como atividades ligadas aos
apelos massivos e à reiteração das estereotipias, mas também como possíveis
reconfiguradoras do imaginário contemporâneo. Busca-se delinear conceitos
teóricos, analíticos e interpretativos fundamentais para o estudo do chamado
comic book movie ou “filme de quadrinhos”, considerado como uma das
fórmulas de maior relevo na indústria cinematográfica atual.
LEAL, Bruno Souza; CARVALHO, Carlos Alberto de. Narrativas e Poéticas
Midiáticas: estudos e perspectivas. São Paulo: Intermeios, 2013.
A narrativa, em abordagem pragmática, é vista como constituidora de
processos de mediação próprios, que articulam dimensões textuais, temporais,
estéticas e ideológicas que contribuem para a conformação da experiência dos
indivíduos, demandando com isso o desenvolvimento de perspectiva teóricoanalítica peculiar. Entre os temas e fenômenos estudados pelo Tramas, além do
jornalismo e da televisão, estão a produção audiovisual, as questões LGBT, de
gênero e sexualidade, especialmente em suas configurações brasileiras.
LEAL, Bruno Souza; CARVALHO, Carlos Alberto de. Jornalismo e Homofobia
no Brasil: mapeamento e reflexões. São Paulo: Intermeios, 2012.
Parte da vida social, a homofobia, assim como as diferentes manifestações da
diversidade sexual, em especial as LGBTs, não cessa de gerar acontecimentos
no cotidiano, ocupando cada vez mais lugar de destaque no debate político e na
atenção dos agentes midiáticos. A aproximação entre um modo de dizer e saber
a vida social – o jornalismo – e um fenômeno complexo, marcado por silêncios
e esforços de visibilização, indissociável das tensões identitárias, sexuais, morais,
dos diversos grupos e realidades que constituem a sociedade brasileira, não é
simples nem fácil.
MAIA, Rousiley. Deliberation, the Media and Political Talk. Nova Iorque:
Hampton Press, 2012.
Mostrar o importante lugar que a comunicação de massa ocupa na democracia
deliberativa é o tema do livro Deliberation, the Media and Political Talk. A obra
de Rousiley C. M. Maia, professora do Departamento de Comunicação Social
da UFMG, enfrenta o desafio de integrar as teorias normativas da democracia
deliberativa e os estudos dos media. Através da análise de diversas controvérsias
sobre a deliberação pública e de vários estudos de caso, o livro mostra como é
possível conectar discussões políticas que acontecem na vida cotidiana e em
fóruns políticos específicos com amplos debates na sociedade. Os capítulos
escritos em coautoria com Ângela C. Marques, Danila Cal e Ricardo Fabrino
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Mendonça apresentam casos empíricos que foram parte das pesquisas realizadas
por eles durante a pós-graduação.
MARCONDES FILHO, Ciro. O Rosto e a Máquina: o fenômeno da
comunicação visto dos ângulos humano, medial e tecnológico – Nova Teoria
da Comunicação – vol. 1. São Paulo: Paulus, 2012.
MARCONDES FILHO, Ciro. O Escavador de Silêncios: formas de construir
sentidos na comunicação – Nova Teoria da Comunicação – vol. 2. São Paulo:
Paulus, 2012.
MARCONDES FILHO, Ciro. O Principio da Razão Durante: da Escola de
Frankfurt à crítica alemã contemporânea – Nova Teoria da Comunicação –
vol. 3. São Paulo: Paulus, 2012.
MENDONÇA, Carlos. E o Verbo se Fez Homem: corpo e mídia. São Paulo:
Intermeios, 2013.
Este livro debate algumas das maneiras pelas quais o corpo homossexual resistiu
e criou linhas de fuga frente ao exercício de controle e punição imposto sobre ele.
As imagens, em muitos momentos da história ocidental, ofereceram aos corpos
uma possibilidade de comunicarem-se através de mídias do silêncio: quando a
palavra foi proibida a imagem falou aos pares.
MORETTIN, Eduardo. Humberto Mauro, Cinema, História. São Paulo:
Alameda Editorial, 2013.
MORETZSOHN, Sylvia. Repórter no Volante: o papel dos motoristas de jornal
na produção da notícia. São Paulo: Publifolha, 2013.
O livro pretende contribuir para ampliar o enfoque sobre o processo de
produção da notícia e para a própria história do jornalismo brasileiro ao expor
a importância do trabalho de uma categoria profissional que sempre ficou na
sombra e está agora em vias de extinção, na era da internet: o motorista de
reportagem. Aponta a relevância de sua atuação tanto na tarefa elementar de
conduzir a equipe como no próprio processo de apuração, na sugestão de pautas
e em várias outras formas de colaboração.
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MOTA, Luiz Gonzaga. Análise Crítica da Narrativa. Brasília: Editora UnB, 2013.
O livro oferece ao leitor procedimentos práticos para a análise crítica de estórias,
enredos, conflitos e personagens que preenchem filmes, canções, reportagens,
comerciais de TV, relatos das mídias digitais e outras narrativas. A perspectiva
pragmática permite a identificação de vozes narrativas e suas intenções, os efeitos de
sentido e os conteúdos de fundo ético, político e ideológico dos relatos, assim como a
maneira pela qual os homens articulam o sentido e constroem o mundo simbólico.
NATANSOHN, Leonor Graciela. Jornalismo de Revista em Redes Digitais.
Salvador: EDUFBA, 2013.
Uma revista que existe apenas em rede digital, tem páginas que podem ser
“viradas” como no suporte impresso, mas incorpora vídeos, galerias de fotos,
infografia interativa, memória, realidade aumentada, continua sendo uma
revista? Ou se trata de um novo produto midiático que por conveniência,
preguiça ou vício metafórico continuamos a chamar de “revista”? O conjunto
de textos incluídos nesta coletânea está – explícita ou implicitamente, de muitas
diferentes maneiras – abordando centralmente essa questão. Mas afinal, que
“revista” é essa que nasce com as redes digitais ou para elas se transfere, total ou
parcialmente? Continuidade? Transposição? Ruptura?
PRADO, José Luiz Aidar. Convocações Biopolíticas nos Dispositivos
Comunicacionais. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2013.
Os dispositivos comunicacionais oferecem uma multiplicidade de convocações
e de receitas para guiar os usuários no mundo do consumo, cujo combustível
não é somente mercadoria em sua materialidade, mas a própria vida. Esses
programas biopolíticos dos dispositivos comunicacionais tomam as potencias da
vida como capital cultural para promoção dos eus que buscam gozo. Os agentes
convocadores indicam para os consumidores modos para conseguir o a-mais
rumo ao sucesso nesse mundo dito “flexível”.
RAUCH, André; RSIKOUNAS, Myriam (Eds.). L’Historien, le Juge et
l’Assassin. Paris: Publications de la Sorbonne, 2012.
Après le criminel et son juge, surgit l’historien. Que sait-il des faits ? Son
enquête est tributaire de la disponibilité des archives. Elle croise des sources
écrites, audiovisuelles, d’origines diverses : policières, judiciaires, pénitentiaires,
littéraires... Quand elles ne font pas défaut, comme c’est souvent le cas pour
l’inceste, le viol ou les violences domestiques. La confrontation des archives
ouvre la voie aux représentations et aux imaginaires. Ils varient d’une époque
à une autre, selon les circonstances, les positions des témoins et la nature des
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témoignages. Journaux, émissions radio et spectacles télévisés font et défont
crimes et jugements au cours des années, les opposant et les contestant à la
lumière d’autres témoignages ou de nouvelles interprétations.
RIBEIRO, José Carlos; MIRANDA, Thais; SOARES, Ana Terse (Orgs.).
Práticas Interacionais em Rede. Salvador: EDUFBA, 2013.
O livro Práticas Interacionais em Rede é uma coletânea que reúne alguns dos
melhores artigos apresentados na segunda edição do Simpósio de Pesquisa em
Tecnologias Digitais e Sociabilidade (SIMSOCIAL): Práticas Interacionais em
Rede, que aconteceu nos dias 10 e 11 de outubro de 2012, na Universidade Federal
da Bahia. O objetivo do evento foi o de promover a reflexão sobre as práticas
sócio-comunicacionais observadas nas interações efetivadas em redes digitais. Em
um momento em que a discussão a respeito das tecnologias telemáticas concentrase nos seus usos e aplicabilidades, o evento propôs-se a ampliar esta leitura do
fenômeno, trazendo novos elementos – oriundos do campo da Cibercultura – que
sirvam de base para outras propostas interpretativas, assentadas em perspectivas
teóricas e metodológicas interdisciplinares.
RONSINI, Veneza V. Mayora. A Crença no Mérito e a Desigualdade: a
recepção da telenovela do horário nobre. Porto Alegre: Sulina, 2012.
O trabalho articula a análise do texto televisivo com o estudo de sua recepção/
consumo, examinando como as representações da pobreza nas telenovelas são
assimiladas, negociadas ou rechaçadas por jovens de classe popular, média e
alta. A extensa investigação conjuga, com rigor e inventividade metodológica,
modelos teóricos formulados por Jesús Martín-Barbero (mediações) e Stuart
Hall (codificação/decodificação). Outro ponto importante do livro é o diálogo
com as reflexões do sociólogo Jessé Souza a respeito das peculiaridades da
dominação de classe no Brasil (um contraponto bastante lúcido às celebrações da
chegada de uma possante “nova classe média brasileira”).
RUBLESCKI, Anelise; BARICHELLO, Eugenia Mariano da Rocha. Ecologia
da Mídia. Santa Maria: Editora Facos/UFSM, 2013.
O livro Ecologia da Mídia parte de uma perspectiva da mídia como ecossistema,
incluindo os novos formatos que têm como suporte as tecnologias digitais. São
processos de circulação das informações caracterizados pela superação das
dicotomias entre emissor/receptor, meio/mensagem, sujeito/mídia, presentes
nos estudos sobre os meios de comunicação de massa, procurando compreendêlos sob a perspectiva de uma nova ambiência e do processo de midiatização
da sociedade contemporânea, no qual as lógicas midiáticas parecem regular as
interações sociais.
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SACRAMENTO, Igor; ROXO, Marco. Intelectuais Partidos: os comunistas e
as mídias no Brasil. Rio de Janeiro: E-Papers, 2012.
O livro trata das relações dos intelectuais com o Partido Comunista Brasileiro
(PCB) e a indústria cultural. Seu foco é o trânsito entre os militantes que se
engajaram, em algum grau, na produção de mídias comunistas e que, em
diversos casos, ganharam notoriedade nas mídias de massa.
SAMPAIO, Inês. Comunicação, Cultura e Cidadania. Campinas: Pontes, 2012.
Este livro reúne a contribuição de pesquisadores que, em outubro de 2010,
estiveram reunidos no Seminário Nacional de Comunicação, Cultura e
Cidadania, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação
(PPGCOM) da Universidade Federal do Ceará, para refletir sobre as questões
da comunicação contemporânea, em sua interface com a comunicação
e a cidadania. A proposta valoriza, em seu formato, o princípio da
interdisciplinaridade, reunindo olhares da sociologia, da política, da história, da
educação, entre outros, para pensar as questões comunicacionais por meio do
diálogo entre diferentes perspectivas.
SAMPAIO, Inês; PINHEIRO, Andrea (Orgs.). Qualidade na Programação
Infantil na TV Brasil. Florianópolis: Insular, 2012.
O livro é resultado de uma pesquisa sobre a qualidade da programação
infantil da TV Brasil, uma televisão pública gerida pela Empresa Brasileira de
Comunicação. Os pesquisadores dedicaram-se à análise de 221 episódios dos
23 programas infantis exibidos pela referida emissora entre outubro de 2010
e janeiro de 2011, como Castelo Rá-Tim-Bum, Dango Balango, Vila Sésamo,
TV Piá, Cocoricó, entre outros. A análise considerou um conjunto de aspectos
formais e de conteúdo presentes nas obras audiovisuais, com base em critérios
como diversidade, inovação/criatividade, promoção do desenvolvimento
integral da criança, promoção de modelos de conduta construtivos, estímulo à
cultura nacional e à cidadania, interatividade, inocuidade, entre outros. A obra
faz uma provocação acerca do que se considera qualidade na comunicação para/
com crianças, suprindo uma lacuna importante neste campo de estudos.
SERAFIM, José Francisco; LIMA, Sergio Ricardo. Representações do Meio
Ambiente: clima, cultura, cinema. Salvador: EDUFBA, 2012.
O livro Representações do Meio Ambiente: clima, cultura, cinema aborda os
discursos e a práxis sobre o clima e o meio ambiente, sob diversos pontos
de vista. Considerando-se o cinema como um poderoso propagador de
referências culturais, um propósito complementar é discutir instâncias, efeitos
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e ideias subjacentes a representações cinematográficas do meio ambiente e dos
fenômenos climáticos atuais.
SIBILIA, Paula. Redes ou Paredes: a escola em tempos de dispersão. Rio de
Janeiro: Contraponto, 2012.
O livro analisa os fatores envolvidos na crescente incompatibilidade entre os
novos modos de ser e estar no mundo, por um lado, e as clássicas instalações
escolares, por outro lado, com suas próprias regras, premissas e ambições que
parecem cada vez mais antiquadas. A análise leva em conta um conjunto de
fatores socioculturais, econômicos e políticos, com o objetivo de identificar
os sentidos dessas transformações históricas e oferecer algumas pistas que
permitam delinear possíveis respostas ao conflito reformulando as perguntas.
SILVEIRA, Fabrício. Rupturas Instáveis: Entrar e sair da música pop. Porto
Alegre: Libretos Universidade, 2013.
Rupturas Instáveis reúne artigos escritos entre janeiro de 2011 e agosto de 2012,
apresentados em diversos congressos do campo da Comunicação e, agora,
reescritos e reagrupados em livro. Os textos analisam a produção de certos
artistas pop (músicos e bandas de rock, sobretudo) que não são representantes
daquele pop palatável que fomos acostumados a ouvir e a reconhecer, nas
últimas décadas.
TAVARES, Frederico. SCHWABB, Reges. A Revista e seu Jornalismo. Porto
Alegre: Penso, 2013.
Passados dois séculos desde a publicação das primeiras revistas no Brasil, este
livro sem similar reúne diversos profissionais brasileiros que se dedicam ao
estudo e à produção desse produto jornalístico com o intuito de colaborar com
o aprofundamento do pensamento sobre suas peculiaridades. A primeira parte
do livro, “Ângulos e processos”, inclui a revista em um quadro de referências que
problematiza sua constituição jornalística e sua inserção social. A segunda, “Práticas
e produto”, reúne um apanhado reflexivo sobre os aspectos estruturais. O tradicional
“como se faz” dá lugar a uma abordagem das características que envolvem.
TRIVINHO, Eugênio. Glocal: visibilidade, imaginário bunker e existência em
tempo real. São Paulo: Annablume, 2013.
lançamento de revistas
MATRIZes – v. 7, n. 1. São Paulo: USP, 2013.
MATRIZes é a revista científica do Programa de Pós-Graduação em Ciências
da Comunicação da Universidade de São Paulo. Lançada em 2007, é destinada à
publicação de estudos que tenham por objeto a comunicação. Acolhe pesquisas
teóricas e empíricas sobre processos comunicativos, meios e mediações nas
interações sociais. Trata-se de uma publicação aberta às reflexões sobre culturas e
linguagens midiáticas e suas implicações sociopolíticas e cognitivas. MATRIZes
preserva o horizonte transdisciplinar do pensamento comunicacional e espera
redimensionar conhecimentos e práticas que contribuam para definir, mapear e
explorar os novos cenários comunicacionais.
Societés & Representation, n. 35, « Archives et patrimoines visuels et sonores ».
Paris: Publications de la Sorbonne, 2013.
Dans un monde en mouvement, en pleine mutation et parfois même en crise, le
patrimoine visuel, sonore et audiovisuel s’impose comme un ancrage nécessaire
pour pouvoir penser le présent et envisager l’avenir des productions humaines,
culturelles, artistiques et médiatiques. Trait d’union indispensable entre hier et
demain, les archives occupent une place prépondérante sur le terrain des activités
scientifiques d’intelligibilité du monde contemporain. Depuis quelques années,
par le développement des moyens de numérisation et l’extension du périmètre
des archives, le champ est alors en pleine reconfigurations. Celles-ci sont abordées
dans le dossier “Archives et patrimoines visuels et sonores” de la revue Sociétés
& Représentations n° 35 sous trois angles : Un regard sur les institutions de
conservation et sur les politiques patrimoniales en France, en Suisse et au Brésil.
Les stratégies de valorisation patrimoniale des archives et de leurs processus de
publicisation. Les usages des archives pour le chercheur comme pour le spectateur.
Télévision, n. 4. Paris: CNRS Editions, 2013.
Dans la Crise de la culture, Hannah Arendt montre que les objets culturels sont
inexorablement entraînés sur la pente du divertissement et que consommer
s’identifie assez rapidement, dans notre société, à se divertir. Cet « appel »
du divertissement est particulièrement observable dans un média comme
la télévision où les missions d’informer et de cultiver se soumettent, chaque
jour un peu plus à sa loi. Si les talk-shows sont fréquentés par les politiques
et les journalistes, ils sont d’abord des programmes ludiques qui mélangent
les genres pour laisser place à l’infotainment. Les émissions de vulgarisation
scientifiques empruntent de leur côté la voie de la ludification de crainte d’être
trop sérieuses. Quant à la fiction, elle suit parfois la pente de cet ultime stade
du divertissement dénoncé par Arendt, où, pour faire « passer » un objet
culturel, on le déforme, on le dénature. C’est aujourd’hui le sort de nombreuses
adaptations télévisuelles de « classiques ». Information, culture, politique,
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connaissances scientifique… La télévision est-elle condamnée à céder aux
sirènes du divertissement ?
Circav, n. 21, « Télévision et Justice ». Paris: Harmattan, 2010.
Ce vingt et unième numéro de la revue CIRCAV a pour objectif d’explorer les
relations entre deux institutions majeures : la justice et la télévision. Comment
se construisent ces relations ? Que nous apprennent-elles de la justice, de la
télévision et plus généralement de la société ? Un constat historique s’impose : à la
télévision, la justice n’est pas seulement présente dans les émissions d’information.
Elle a envahi le divertissement dès les années 1950, et plus récemment, les
séries fictionnelles. Fiction et sérialisation constituent aujourd’hui des voies de
contestation esthétiques de l’institution judiciaire. Ce que fait la télévision de la
justice et la justice de la télévision : voilà ce dont il est question. En complément
des réflexions des chercheurs, nous avons associé celles des professionnels de la
procédure judiciaire dont le point de vue décentré permet de mieux rendre compte
de l’intrication des enjeux pour chacune de ces institutions.

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