Apresentação do PowerPoint

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FORMAÇÃO AVANÇADA
CARTOGRAFIAS DA EXPERIÊNCIA: DO CORPO À
CIDADE – ‘CRIAR CORPO-CRIAR CIDADE’
"Criar corpo-criar cidade" é um curso teórico-prático que se propõe trabalhar o movimento
do corpo (sensação-percepção e gesto) na sua relação com a cidade (espaço-lugarhabitabilidade) analisando e discutindo práticas artísticas no encontro com sistemas de
organização política e social que advêm da formatação de determinados corpos e de
determinadas cidades.
“Percorrer um espaço não é inconsequente. Caminhar na rua propõe uma linguagem de
entendimento do espaço. Se se decide ir por uma rua e não por outra, concorre de certeza
edifícios, do grau de luz que permitem, da afinidade com as cores e os brilhos, com o espaço
que é destinado a andar a pé, e o que exigem em termos de grau de atenção e velocidade
no atravessamento desse espaço. Estes factores e tantos outros moldam o corpo, fazem
nele fronteiras compatíveis com os lugares que percorre enquanto as está a percorrer, e que
se activam e recompõem ao percorrer cada lugar. …” (Estevens, Agostinho e Neuparth
(2012)) "Querido, mudei a cidade!" in Le Monde Diplomatique – versão portuguesa,
Dezembro, 2012).
Numa perspectiva teórica, pretende-se discutir o corpo e a cidade e o modo como se
cruzam as diferentes perspectivas encontrando-se, concomitantemente, a prática da
reflexão teórica de co-criação corpo-rua/cidade, no espaço do c.e.m. – centro em
movimento.
Pretende-se que este curso tenha uma abordagem multidisciplinar no olhar o corpo e a
cidade e por isso os formadores serão de várias áreas do conhecimento, desde a
antropologia à dramaturgia, passando pela literatura comparada, pela geografia ou pela
escrita.
Organização:
Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
c.e.m. - centro em movimento
Núcleo de Estudos Urbanos do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de
Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa
c.e.m
centro em movimento
Destinatários
Estudantes e profissionais que tenham interesse em desenvolver conhecimentos na área do movimento do corpo (sensação-percepção e
gesto) na sua relação com a cidade (espaço-lugar-habitabilidade).
Nº Participantes
O número de vagas previsto é de 20 alunos, podendo o curso funcionar com um mínimo de 5.
Inscrições ou informações: [email protected]
CALENDÁRIO POR SESSÃO E MÓDULO
SESSÃO 1
Módulo I Peter Hulton | 31 Out, 1 e 2 Nov
‘Staring at life: on documentation. The experience of accompanying an
event’
Módulo II Margarida Agostinho | 7, 8 e 9 Nov
‘A prática do corpo escrita’
Módulo III Ana Estevens | 14, 15 e 16 Nov
‘Espaços de transição e movimento’
Módulo IV Francesca Negro | 21, 22 e 23 Nov
‘Vazio e fragmento, novos paradigma para uma poética do ser. Textos
literários, fotografia, filmes.’
SESSÃO 2
Módulo I Patrícia Portela | 6, 7 e 8 de Fev
‘Narrativas e incidências’
Módulo II Sofia Neuparth | 13, 14 e 15 de Fev
‘Corpo-acontecimento’
Módulo III Manuela Carvalho | 20, 21 e 22 de Fev
‘O corpo como espaço performativo na literatura e cultura visual’
Módulo IV Ana Prata | 27, 28 de Fev e 1 de Mar
‘Espaço, Literatura e Género’
Módulo V Marta Traquino| 6, 7 e 8 de Mar
‘Para a medida da cidade’
Duração/ ECTS
Duas sessões constituídas por 5 módulos de 9 horas cada. 90 horas de contacto lectivo, 150 horas de trabalho - 6 ECTS (sujeito a aprovação)
Datas: 31 de Outubro a 30 de Novembro de 2013 e 6 de Fevereiro a 8 de Março de 2014
Horário:
Cada módulo funcionará em seminários de 3 horas, três vezes por semana, 5ªs e 6ªs : 18h-21h, Sábados: 10h – 13h
Inscrição/propinas
Curso completo com avaliação : 180€
Sessão de 5 módulos com avaliação: 90€
Inscrição por módulo (sem avaliação ou acreditação): 25€
Local
Faculdade de Letras da Universidade Nova de Lisboa
PETER HULTON
É director da Unidade de Documentação de Actividades Artísticas (Arts
Documentation Unit) e Investigador Honorário da Universidade de Exeter,
no Reino Unido.
Chefiou o Departamento de Teatro e Dança da Escola Superior de Artes de
Dartington durante vários anos e leccionou em universidades da Índia e da
Coreia. Dirigiu um workshop sobre "Teatro e Comunidades" organizado
pelo Council of Europe. Fundou e foi editor de "Theatre Papers"-.
Tem artigos publicados na Drama review"(USA), "New Theatre Quaterly
(U.K.),
"Theatre
Papers"
(U.K.),
"Educational
Analysis"
(U.K.)
e
"Pertormance Research" (U.K.).
No âmbito dos seus estudos realizou uma investigação em Multimédia em
Nova lorque, recebeu formação em Hatha Yoga no Instituto Iyengar, na
Índia e em Xintoismo no - Ishikiri - Jinja em Osaka.
As
suas
peças/adaptações
foram
representadas
pelas
seguintes
companhias: - "Freehold Theatre Cornpany", "Medium Fair Theatre
Company", "Bristol Old Vic Theatre", "Foco Novo" e "BBC2". É um dos
directores do Festival Internacional de Workshops, em Londres, sendo
também director consultivo da revista de Investigação da Performance
(Performance Research Journal), no Reino Unido.
PETER HULTON
‘STARING AT LIFE: ON DOCUMENTATION
THE EXPERIENCE OF ACCOMPANYING AN EVENT’
Conversa com Peter Hulton em torno da documentação
Podemos encontrar duas palavras no termo documentação, ambas do Latim – docere que diz respeito a guiar ou ensinar e que encontramos em inglês na palavra
“doctor” e decere que está na origem da palavra “decent”. Em inglês chamamos um tipo decente a alguém que é aceite pelos outros da sua classe. Andando para trás
na origem da palavra decere encontramos a raiz Sanscrita que se refere a uma oferta que é aceite pelos Deuses. Gosto disso... que a documentação tenha a ver com o
que está em oferta... E talvez seja por isso que nunca se possa saber bem o que estará à disposição a cada momento. Isto quer dizer que é preciso ouvir
incansavelmente o que estiver disponível, o que provavelmente será bastante diferente daquilo que se imagina que estará lá para ser ouvido, e isso então também
significa que se terá de ir preparado para responder ao que quer que esteja à disposição.
Lembro-me uma vez que fui à Polónia para documentar uma companhia de teatro chamada Gardziencie (http://www.gardzienice.art.pl) em que pensei que o meu
trabalho seria estar nos ensaios e eventualmente filmá-los. No entanto, o que o encenador Staniewski queria que fizesse era encontrá-lo depois dos ensaios para
conversar sobre os seus trabalhos... e o que surgiu daí foi um pequeno livro das coisas que Staniewski tinha para dizer. Uma outra circunstância foi quando estive a
trabalhar com o Steve Paxton e a Lisa Nelson no L'Animal a l'esquena (www.lanimal.org) em Espanha. Achava que tinha sido convidado para documentar o trabalho
deles, mas nada disso – o que eles fizeram foi insistir para que eu me juntasse a eles e dançasse... assim se se quiser ver alguma documentação desse trabalho no
L'esquina ter-se-á que olhar atentamente para o meu corpo agora como eu ando por aí...
A documentação pode acontecer de todas as maneiras em variados suportes, mas o melhor é quando ela responde ao que estiver disponível na situação, com as
pessoas, etc. Uma das melhores coisas sobre documentação é quando se está a filmar, a câmara está lá pronta a testemunhar o que estiver à disposição quando a
coisa acontecer, e isto acontece porque se está a ouvir atentamente a situação e pode-se saber quando algo for acontecer e onde estará o foco nesse momento. Isto
acontece-me às vezes, só as vezes, no estúdio. Admiro realmente as pessoas que conseguem fazer isso numa situação de menos controlo, como a rua.
Outra coisa que tenho a dizer sobre documentação é que descobri que realmente preciso de conhecer quais são as minhas ferramentas para documentar – isto é, se
estiver a trabalhar com uma câmara vou precisar de conhecê-la de trás para a frente e estar completamente confiante quando a uso. Recentemente comprei uma
câmara nova mais pequena, porque não posso continuar a levar câmaras tão grandes como costumava fazer, por causa das costas. Tenho estado imenso tempo para
estar realmente com esta nova câmara, o que tem acontecido muito lentamente e tem exigido imensa prática. Há pouco tempo estava em Paris a filmar um workshop
da Anna Halprin - uma bailarina da California com quase 90 anos – e ela estava a trabalhar com quase 100 bailarinos franceses e eu estava lá extremamente confiante
com a câmara, de modo que já acabei de editar o material e estou contente com o resultado, o que aconteceu com certeza devido à relação que estabeleci com a
câmara neste trabalho.
Isto lembra-me outra coisa – o documentador não deve ter só a responsabilidade de colectar as pegadas do que acontece – como a filmagem ou o registo áudio. Ele
deve também ser responsável pela edição e produção dessas pistas. É o acompanhamento do material até onde ele tiver de ir. Quando estou a documentar estou
também a pensar em quem vai querer ver esta documentação quando ela terminar. O documento nunca é o mesmo que a coisa em si – é outra coisa, com os seus
próprios termos, que partilha um eco com o real original.
Estou sempre a lembrar-me que a documentação tem a ver com AIPP – que soa como música, mas que significa:
A – Alinhado com a situação, ouvir o que está à disposição
I – Individualmente cada documentação terá a sua própria forma, revelará ela mesma o meio em que irá ocorrer.
P – Performativamente, qualquer documentação terá a marca do seu documentador e mostrará como ele estava a ver e a pensar as coisas conforme elas aconteciam.
P – Projectivamente, enquanto documento estou sempre a considerar o interlocutor a quem me irei dirigir e de que modo o irei encontrar com essa documentação.
Peter Hulton tem dedicado várias décadas da sua vida a produzir registos nas artes performativas que disponibiliza no seu site: www.arts-archives.org
SESSÃO I – Módulo II Dias 7, 8 e 9 de Novembro
MARGARIDA AGOSTINHO
‘A prática do corpo escrita’
Este módulo irá abordar a escrita e o acto de escrever como modo de integração do
conhecimento enquanto decorre a experiência de observação. Apela assim ao
fortalecimento das capacidades de percepção em mobilidade, permitindo uma
continuidade no acto de conhecer durante todo o processo de observação – percepção –
reflexão – retorno à observação. Trata-se portanto de um modo de conhecer que não
segmenta as partes do acontecimento que se quer compreender, não enquadrando nem
fixando com essa acção quer a experiência, quer o próprio observador. Para isso iremos
treinar o gesto da escrita enquanto prática corporal, escrever pelo próprio acto de
escrever, presenciando o desenrolar da configuração da escrita com papel e caneta na
concretização de texto que não tem como primeira intenção a transmissão de um
conteúdo, mas é antes uma escrita-acção e não uma escrita-reacção meramente
descritiva. Iremos abordar o lugar do corpo, no sentido de corpo – matéria de existência,
a partir do qual se geram diferentes configurações de escrita que potenciam integrações
de conhecimento distintas. Iremos também abordar algumas considerações teóricas
relacionando-as com estas práticas de corpo-escrita: O conceito de individuação de Peter
Pál Pelbart; o Espaço Liso e o Espaço Estriado de Deleuze e Guattari, e a Arqueologia do
Sentir de Mario Perniola.
.
Bibliografia
Neuparth, Sofia & Greiner, Christine (orgs) (2011) Arte Agora – Pensamentos enraizados na experiência, Annablume.
Neuparth, S., Agostinho, M. & Estevens, A. (orgs) (2013) pedras 12 - Pessoas e Lugares, edições c.e.m – centro em movimento.
Deleuze, Gilles & Guattari, Felix (2008), Mil Planaltos. Capitalismo e Esquizofrenia, Assírio e Alvim
Margarida Agostinho
Integra a equipa do c.e.m desde 2002, onde é gestora artística e investigadora em corpo e escrita. Tem-se dedicado à escrita
enquanto lugar de si próprio onde se faz escolhas e se pulsa junto com o mundo. Desde há vários anos que se interessa pelo
conhecimento e pela importância que o corpo tem nesse acto, o que a levou à área de estudos da Psicopedagogia
Perceptiva, e principalmente a fazer trabalho regular no c.e.m (em corpo e escrita) desde 99 - acompanhando encontros e
laboratórios de escrita, bem como aulas regulares de corpo/movimento. Em 2003 integrou a Zona Z (zona de criação
artística do c.e.m), e desde aí tem tido uma participação activa na criação e experimentação feita nesta estrutura, tanto em
colectivo como individualmente em questões entre o corpo, a escrita e o espaço, interrogando o acto de escrever na rua em
espaços públicos e questionando formas de pensar e de enraizar pensamento.
Módulo II – Sessão 1
Margarida Agostinho
‘A prática do corpo escrita’
7, 8, 9 de Novembro
SESSÃO I – Módulo III Dias 14, 15 e 16 de Novembro
Ana Estevens
‘Espaços de transição e movimento’
Neste módulo, pretende-se, no quadro do debate crítico, discutir a relação entre as
transformações das cidades contemporâneas e os diferentes movimentos migratórios.
Associado a este debate, tem-se também como objectivo identificar as principais
dinâmicas de transformação social nas quais se identificam fenómenos de desigualdade
(económica, social, política ou cultural), processos de exclusão e segregação, tal como os
efeitos visíveis e invisíveis destas trajectórias. Pontos a abordar: Habitar a cidade; As
migrações – de um lugar a outro ou a permanência no mesmo lugar?; Outros olhares
sobre o espaço urbano.
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Bibliografia
Bauman, Z., 2007. La sociedad individualizada. Madrid: Catedra.
Bordieu, P., 1998. La Esencia Del Neoliberalismo.
Delgado, M., 2011. El espacio público como ideología. Madrid: Los Libros de la Catarata.
Harvey, D., 2000. Spaces of hope. Edinburgh University Press: Edinburgh.
Harvey, D., 2012. Rebel cities. From the Right to the City. London: Verso.
Ana Estevens
Tem estudado Geografia e actualmente termina o seu doutoramento em Geografia Humana. Aí debate a complexidade das
relações sociais que se estabelecem na cidade contemporânea, abordando mais especificamente o conceito de conflito.
Nesta investigação, utiliza metodologias etnográficas numa abordagem qualitativa, onde privilegia a prática de estar na rua
e as experiências sensoriais que daí advém. Esta investigação é feita de um modo comparativo entre dois bairros: a
Mouraria, em Lisboa, e o Raval, em Barcelona. Ao longo deste percurso, tem feito investigação no Centro de Estudos
Geográficos e leccionado na unidade curricular de Geografia Cultural e Social no Instituto de Geografia e Ordenamento do
Território da Universidade de Lisboa. Nos últimos dois anos, tem-se dedicado a reflectir sobre o modo de produzir cidade na
contemporaneidade, o que a aproximou do trabalho desenvolvido no c.e.m. – centro em movimento e a levou a
desenvolver/partilhar ideias de investigação/documentação/criação.
Módulo III – Sessão 1
Ana Estevens
‘Espaços de Transição e Movimento’
14, 15 e 16 de Novembro
SESSÃO I – Módulo IV Dias 21, 22 E 23 de Novembro
FRANCESCA NEGRO
Vazio e fragmento, novos pradigmas para uma poética do ser.
Textos literários, fotografia, filmes
Este módulo pretende analisar a relação corpo – espaço – situação a partir da
consideração da consciência do corpo como nova etapa da evolução cognitiva do
homem. O homem e o desenvolvimento da sua imagem, e o homem e a análise da
própria maneira de se relacionar com o corpo são assuntos específicos de criação
bastante recente; podemos dizer que a maneira de falar do corpo e o seu papel em
âmbito artístico mudaram a partir da metade do século passado. Porquê? Como? Quais
os elementos que podem ter intervindo neste processo, mas sobretudo, de que forma
este processo é representado na literatura e nas outras formas artísticas? O corpo
reflexo, representado, reconstruído, o corpo manifesto e o corpo metamórfico, o corpo e
o seu desconforto em relação ao ambiente: este e vários outros exemplos de declinação
do objecto-sujeito corpo serão abordados durante o curso passando pelas obras de
Pierpaolo Pasolini, Tiziano Scarpa, Annie Ernaux, J.G Ballard, António Lobo Antunes, José
Saramago, Lars Von Trier, Spencer Tunick e outros.
.
Bibliografia
Nochlin, Linda, The Body in Pieces: The Fragment as a Metaphor of Modernity, Thames and Hudson, London-New York, 2001;
Brook, Peter, “Body Works: Objects of Desire in Modern Narrative, Cambridge, Mass. and London: Harvard University Press, 1993;
Gallop, Jane, “Thinking Through the Body”, New York: Columbia University Press, 1988;
Deleuze, Gilles – Guattari, Felix, “Anti-Oedipus: Capitalism and Schizophrenia”, London, Athlone, 1986
Francesca Negro
É doutorada em Literatura Comparada e investigadora de pós-doutoramento em Literatura Comparada com o projecto: A
pele doméstica: o espaço da intimidade na literatura contemporânea. Participa no projecto Lisbon-Log e interessa-se pelos
Estudos Comparados Inter-Artísticos ligados ao tema do espaço e da cidade. Neste âmbito desenvolveu a sua pesquisa
sobretudo no âmbito do cruzamento entre a literatura e as artes figurativas e do espaço e as ciências cognitivas. Colabora
com o Instituto de Urbanismo de Paris e é membro do Centro de Estudos Comparatistas.
Módulo IV – Sessão 1
Francesca Negro
Vazio e fragmento, novos paradigmas para uma poética do ser
Textos literários, fotografia, filmes
21, 22, 23 de Novembro
SESSÃO 2 – Módulo I Dias 6, 7 e 8 de Fevereiro
PATRÍCIA PORTELA
‘Narrativas e incidências’
Com este módulo procuraremos abordar diferentes modelos e processos dramatúrgicos
que tenham como ponto de partida não só a palavra, mas o som, a imagem e o jogo.
Através de exercícios de escrita e de improvisação procuraremos de uma forma prática
mas também reflexiva, estudar de forma breve diferentes processos e qual a sua
relevância no panorama actual.
Como ponto de partida utilizaremos partituras performativas pré-existentes (como a
theatre piece de John Cage) assim como diferentes modelos de guiões e peças teatrais
do século XIX e XX.
.
.
Patrícia Portela
Nasceu em 1974. Tem o bacharelato em Realização Plástica do Espectáculo da ESTC, em Lisboa, fez o MA of Arts in
Scenography na Faculty of Theatre the Utrecht e na Central St. Martins College of Art, e frequentou a European Film
College, na Dinamarca. Desde 1994 que se dedica à performance, à instalação, ao cinema e à literatura. Como figurinista ou
cenógrafa trabalhou com vários grupos independentes dos quais destaca o teatro da garagem, o projecto teatral ou o teatro
meridional e com vários realizadores de cinema como Miguel Gomes ou Luís Alavrães. Foi uma das fundadoras do grupo O
Resto em 1996 e da Associação Cultural Prado em 2003. Lecciona com regularidade no Fórum Dança desde 2008.
Sessão 2 - Módulo I
Patrícia Portela
‘Narrativas e incidências’
6, 7 e 8 de Fevereiro
SESSÃO 2 - Módulo II Dias 13, 14 e 15 de Fevereiro
Sofia Neuparth
‘Corpo-acontecimento’
a) a ideia de corpo versus a experiência de corpo. O "fazer" do corpo, mapeamento do
percurso da ideia e representação de corpo no ocidente desde a revolução industrial até
hoje e suas repercussões na criação de um corpo específico.
b) corpo e presença- de como encontrar na experiência das práticas de movimento raízes
do pensamento filosófico entre Espinoza, Artaud, Hijikata, Tanaka Min, Deleuze-Guattari,
Kuniichi Uno, Peter Pál Pelbart, Simondon, e/ou Agamben.
c) os movimentos que criam corpo- de como enraizar na experiência de exercícios
específicos algumas das movimentações que sucedem nas primeiras 4 semanas de
desenvolvimento embrionário(biologia).
d) o problema da criação de espaço numa concepção de corpo que está em lugar
nenhum- estudo pratico-teórico da relação entre a percepção-sensação de corpo e a
modulação de atmosferas na criação de espaços.
Bibliografia
Greiner, Christine (2011) O Corpo-pistas para estudos Indisciplinares, Annablume
Uno, Kuniichi (2012), A génese de um corpo desconhecido, n-1 Edições
Neuparth, Sofia & Greiner, Christine (orgs), Arte Agora – Pensamentos enraizados na experiência, Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade
Pál Pelbart , Peter (org), (2010 e 2011) PUC-SP Cadernos de Subjetividade, PUC, São Paulo.
Sofia Neuparth
Tem um percurso singular no seio da Arte Contemporânea em Portugal. Deu forma a um espaço próprio de investigação
artística que sustenta as suas práticas nos estudos do corpo e do movimento. É o entendimento que tem do corpo como
acontecimento em relação que determina todo a sua acção, quer a nível do trabalho de formação que desenvolve há 34
anos, quer em relação à estrutura profissional que co-criou e dirige – o c.e.m , do festival que programa – Pedras d´Água , da
intervenção politica que realiza e das criações que apresenta. O seu percurso tem sido acompanhado por artistas e teóricos
como Steve Paxton, Bragança de Miranda, Peter Pal Pelbart, Christine Greiner ou Helena Katz que muito têm contribuído
para a divulgação e inscrição dessa singularidade e da sua pertinência na contemporaneidade.Na sequência do exercício de
dançar teoria onde se dedica à ligação entre o trabalho de corpo e o estudo da biologia e da filosofia emergiram criações
como “mmm-um poema físico”(2005), “práticas para ver o invisível e guardar segredo”(2010), “ 1 ou 2 contentamentos
comedidos”(2011) ou “pátio” (2012).
Módulo II – Sessão 2
Sofia Neuparth
‘Corpo acontecimento’
13, 14 e 15 de Fevereiro
SESSÃO 2 - Módulo III Dias 20, 21 e 22 de Fevereiro
Manuela Carvalho
‘O corpo como espaço performativo na literatura e cultura visual’
Propõe-se analisar o corpo como objecto cultural e espaço performativo, que contempla
códigos sociais, práticas políticas e artísticas e desafia estereótipos, encenado tanto em
textos literários, como no cinrma e artes performativas, como ainda no quotidiano das
ruas.
moldável nas artes e na ciência. Esta temática será abordada através do estudo
comparativo de textos literários (excertos), filmes e várias práticas performativas,
nomeadamente A Dama Pé-de-Cabra de Alexandre Herculano, O Físico Prodigioso de
Jorge de Sena, Titus Andronicus de William Shakespeare, o filme The Pillow Book de
Peter Greenaway e o trabalho artístico de Adrian Piper e Orlan.
.
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Manuela Carvalho
Doutorada em Estudos Literários pela Universidade de Birmingham (Reino Unido), é Investigadora Auxiliar no Centro de
Estudos Comparatistas (CEC) da Universidade de Lisboa desde 2008, onde desenvolve trabalho de investigação e docência
na área da tradução teatral e estudos inter-artes e intermedia. Foi coordenadora científica do projecto TETRA (Teatro e
Tradução): para uma história da tradução teatral em Portugal, 1800-2010, financiado pela Fundação para a Ciência e
Tecnologia entre 2008 e 2011 (http://tetra.fl.ul.pt/tetra/pt/). Entre as suas publicações mais recentes destaca-se o volume
Depois do Labirinto: Teatro e Tradução (co-organizado com Daniela Di Pasquale) (2012), que reúne resultados e estudos
encetados no âmbito do TETRA.
Módulo III – Sessão 2
Manuela Carvalho
‘O corpo como espaço performativo na literatura e cultura visual’
20, 21, 22 de Fevereiro
SESSÃO 2 - Módulo IV Dias 27, 28 de Fevereiro e 01 de Março
Ana Prata
‘Espaço, Literatura e Género’
Este módulo tem como objectivo problematizar o conceito de gendered space
através da análise de obras literárias e cinematográficas privilegiando uma
discussão acerca das práticas de apropriação do espaço social, cultural e
geográfico. Serão estudadas obras de Virginia Woolf, Maria Velho da Costa,
Annie Ernaux, Maria Judite de Carvalho, entre outros.
.
Bibliografia
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GANSER, Alexandra. 2009. Roads of Her Own: Gendered Space and Mobility in American Women's Roads Narrative 1970-2000. Amsterdão e Nova Iorque: Rodopi;
BRAIDOTTI, Rosi. 1994. Nomadic Subjects: Embodiment and Sexual Difference in Contemporary Feminist Theory. Nova Iorque: Columbia University Press;
MASSEY, Doreen. 1994. Space, Place and Gender. Minneapolis: University of Minnesota Press.
.
Ana Filipa Prata
É investigadora no Centro de Estudos Comparatistas e doutorada em Literatura Comparada pela Universidade de Lisboa,
com a seguinte tese “Práticas narrativas da cidade: crónicas urbanas de Carlos Drummond de Andrade, Maria Judite de
Carvalho e Jacques Réda” (2011). Encontra-se actualmente a desenvolver um projecto de pós-doutoramento sobre os
lugares de espera e de trânsito no imaginário contemporâneo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Publicou recentemente “Des corps urbains sans lieu ni bornes: Maria Judite de Carvalho et Annie Ernaux”, Maria Judite de
Carvalho : une écriture en liberté surveillée. Paris : L’Harmattan, 2012.
Módulo IV – Sessão 2
Ana Prata
‘Espaço, Literatura e Género’
Dias 27, 28 de Fevereiro e 1 de Março
SESSÃO 2 – Módulo IV Dias 6, 7 e 8 de Março
MARTA TRAQUINO
‘Para a medida da cidade’
“Abracei a cidade e a cidade abraçou-me.” (Jonas Mekas).
Como pode uma cidade abraçar uma pessoa? O que leva alguém a sentir-se abraçado
por uma cidade? Nas sessões deste módulo do curso iremos reflectir sobre
possibilidades de resposta a estas perguntas. Tomaremos como coordenadas as questões
provocadas por alguns casos da actual prática artística que trabalha com Espaço e Lugar
na cidade (europeia). Na atenção à qualidade da percepção do indivíduo face ao que o
rodeia, relacionando circunstâncias e materialidades que a condicionam em contraponto
com outras que a podem catalisar e levar ao exercício e à prática da subjectividade. Esta
entendida como uma travessia entre interior e exterior, através dos limites do corpo. Um
processo que, como tal, necessita de um tempo próprio ao indivíduo. É neste sentido
que nos servirá de mote a frase acima citada, enquanto enunciação metafórica que
remete para a importância da antecipação de um movimento deliberado do corpo,
direccionado à realidade envolvente. Quer seja um movimento corpóreo, ou no plano
das ideias, trata-se de experienciar a aproximação através da medida própria, segundo
uma direcção que se toma, pois no movimento do abraço vai-se ao encontro do que se
quer tornar próximo.
.
Bibliografia
Neuparth, Sofia & Greiner, Christine (orgs) (2011) Arte Agora – Pensamentos enraizados na experiência, Annablume.
Neuparth, S., Agostinho, M. & Estevens, A. (orgs) (2013) pedras 12 - Pessoas e Lugares, edições c.e.m – centro em movimento.
Deleuze, Gilles & Guattari, Felix (2008), Mil Planaltos. Capitalismo e Esquizofrenia, Assírio e Alvim
Marta Traquino
É artista e investigadora. Licenciada em Artes Plásticas - Pintura (FBAUL, 1995), mestre em Comunicação, Cultura e
Tecnologias da Informação (ISCTE, Dept. Sociologia, 2007) e doutora em Belas-Artes / Arte Pública (FBAUL, 2012) com a tese
teórico-prática intitulada "Ser na Cidade — urbanidade e prática artística, percepções e acções". Do seu trabalho artístico
destacam-se as instalações “Travessia de Fronteira - Parte II” (2007), “Entre” (2005), “Dentro do Ar” (2004), e as propostas
para acção “Livre Acesso” (2012), “Para um estado de encontro” (2011) e “Que cor tem agora o céu?” (2010). A sua
investigação centra-se em práticas artísticas de abordagem ao Espaço e ao Lugar na Cidade. É membro do grupo de
investigação, internacional e independente, On Walls e participa em conferências nacionais e internacionais para o
pensamento crítico sobre a Cidade actual. Destas se destacam: “Relocating Borders” (COST/EastBordNet, Humboldt Univ.,
Berlim, 2013), “Remaking Borders” (COST/EastBordNet, Monastero dei Benedettini, Catania, 2011) e “Framing the City”
(CRESC, Manchester Univ., 2011). Em Abril de 2010, o seu livro “A Construção do Lugar pela Arte Contemporânea” foi
editado pela Húmus. Desde 1995, tem leccionado cursos e workshops no domínio prático e teórico da Arte Contemporânea
em diversas escolas e outras instituições. Em 2013 inicia o seu projecto de investigação teórico-prática em pósdoutoramento designado "Para a prática reflexiva de uma ‘arte conversável’ no domínio público".
Módulo V – Sessão 2
Marta Traquino
‘Para a medida da cidade’
Dias 6, 7, 8 de Março

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