Baixar - Hospital São Luiz

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Baixar - Hospital São Luiz
Tamanho é documento Por que a obesidade é um risco direto e indireto para o coração
Tempo bom? Só para os insetos Mudança climática favorece proliferação de pernilongos e mosquitos
n º 2 | j a n e i ro - m a r ço | 2012
Um novo
termômetro
Sistema da Rede D’Or São Luiz usa
tecnologia dos tablets para captar e processar
com rapidez a avaliação dos pacientes
carta ao leitor
N
a estreia da SuaSaúde, dissemos que as reportagens da revista
iriam abordar a saúde também sob o ponto de vista da qualidade de vida. O conjunto de textos
desta segunda edição é um bom exemplo disso.
Em primeiros cuidados, você verá que é possível, sim, as grávidas curtirem dias de sol na piscina ou na praia. Basta seguir algumas recomendações para que tudo fique bem para ela e para o bebê. Se aqui o foco é a vida que se inicia, na reportagem especial ele recai sobre a outra
ponta: os dilemas e as alternativas envolvendo o cuidado de idosos. Como a tendência é que
as famílias tenham cada vez menos filhos e que estes trabalhem mais, quem vai atender os
pais quando eles precisarem da atenção especial típica de alguns momentos da velhice?
Um assunto fundamental para a qualidade da vida deles.
Já o conteúdo das seções viver bem e planeta saudável pode ser visto como um
alerta. Na primeira, mostramos como e por que a obesidade é um risco para o
coração – por si só, não apenas quando associada a outros problemas, como diabetes e LDL (“colesterol ruim”) elevado. Na segunda, ficará claro que a poluição
e a urbanização mal planejada contribuem para a proliferação de mosquitos.
Este segundo número da SuaSaúde também mostra como, em vários desses
casos, a Rede D’Or São Luiz tem atuado para melhorar a qualidade de vida de
seus pacientes – seja por meio de um serviço internacionalmente reconhecido
de cirurgia bariátrica (como descrevemos em viver bem), seja na adoção de um
plano especial contra a dengue (como aponta o boxe de planeta saudável).
No entanto, a grande estratégia para aprimorar nossos serviços está detalhada na
matéria especial de acontece na rede, nas próximas páginas. Você vai conferir que, usando a
tecnologia dos tablets, introduzimos um serviço de pesquisa de satisfação inovador no sistema
hospitalar brasileiro. O sistema permite, com agilidade, captar as respostas dos clientes, processá-las internamente e planejar estratégias para resolver as demandas identificadas. Afinal,
no setor de saúde a qualidade de atendimento está intimamente ligada à qualidade de vida.
A
Rede D’Or
implantou um sistema
de pesquisa de satisfação
inovador. As respostas dos
pacientes são processadas com
mais agilidade, o que permite
atender as demandas com
mais rapidez
Boa leitura!
A Redação
Expediente
SuaSaúde é uma publicação trimestral desenvolvida pela PrimaPagina e pela BuonoDisegno, sob coordenação da Diretoria de Marketing da Rede D’Or
São Luiz • Diretoria de Marketing Claudio Tonello, George Maeda, Alexandre Volcian, Débora Rodrigues e Nereida Cavalcanti • Presidente do Conselho
Editorial Ruy Bevilacqua • Conselho Editorial Jorge Moll, José Roberto Guersola, Claudio Tonello, Alexandre Loback, Jorge Moll Neto, João Pantoja, Lucio
Auler, Rodrigo Gavina, Newton Takashima e Luiz Dellanegra.
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Guariso e Paula Montefusco • Projeto gráfico e diagramação BuonoDisegno (www.buonodisegno.com.br), tel. (11) 3512-2122 • Arte Renata Buono,
Luciana Sugino, Renata Lauletta, Isabela Berger e Pedro Muraki • Tratamento de imagem Inovater • Impressão Gráfica Eskenazi • Editor responsável
José Roberto de Toledo (DRT-DF 2623/88) • Foto Capa Wavebreakmedia ltd/Shutterstock
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 1
sumário
4 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
06
14
20
26
34
40
50
54
acontece
na rede
Saiba o que
há de novo
nos hospitais
da Rede D’Or
medicina
avançada
O plano para o
país exportar
remédios
atômicos
made in Brazil
viver bem
O (enorme)
peso da
obesidade
nas doenças
cardiovasculares
envelhecimento
Mais idosos,
menos filhos
para cuidar
deles. Como
fechar a
equação?
primeiros
cuidados
O que as grávidas
precisam saber
para curtir
o calor e a
barriguinha
na praia
planeta
saudável
Por que as
mudanças
socioambientais
dificultam o
combate a
pernilongos e
mosquitos
coma bem
Tofu, o queijo
de soja, pode
ter sabor
para ir além
dos redutos
vegetarianos
rodando por aí
Praia e
infraestrutura
são o forte da
Praia do Forte,
que terá evento
sobre câncer
de mama
46
60
diagnóstico
O mineiro
Miguel Rati,
hemodinamicista
da Rede D’Or
e clínico do
coração
unidades
e médicos
Os hospitais
da Rede D’Or e
os profissionais
que contribuíram
com esta
edição
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 5
Acontece na rede
HOSPITAL viVALLE
BARRA D’OR
PRONTOLINDA
Hospital de referência
é adquirido pela
Rede D’Or São Luiz
Barra D’Or completa 14 anos
e deve ganhar hospital vizinho
Hospital terá
60 novos leitos
A primeira unidade hospitalar da Rede D’Or, o Barra D’Or, completou 14 anos
em março consolidando-se como referência em cuidados de saúde na zona
oeste do Rio, em especial na Barra. Certificado nacional e internacionalmente
por importantes instituições, o hospital evoluiu por meio de investimentos em
tecnologia, capacitação de equipes e ampliação dos espaços. A região desenvolveu-se de tal forma no período que a Rede D’Or planeja uma nova unidade por lá,
de modo a complementar os serviços oferecidos pelo Barra D’Or, mas com outra
estrutura e dirigido a outro público. A inauguração deve ocorrer no ano que vem.
O Hospital viValle, de São José dos
Campos (SP), que tem 60 leitos e
mil médicos credenciados, foi adquirido pela Rede D’Or São Luiz. O
negócio faz parte da estratégia de
expansão da rede e amplia sua área
de atuação. Referência no Vale do
Paraíba, o viValle faz anualmente
50 mil atendimentos de PS, 4,2 mil
internações , 3,4 mil cirurgias e 10,5
mil consultas ambulatoriais. Conta
ainda com o Instituto de Ensino e
Pesquisa viValle, para atualização
do conhecimento de profissionais.
Hospital e Maternidade
Brasil
Novo setor agiliza
atendimento
O Hospital e Maternidade Brasil
inaugurou em janeiro a Clínica Médica Porta Aberta, anexa ao prédio
principal, para tornar mais rápido
o atendimento às pessoas do ABC
paulista. A ala pode receber até 200
pacientes. “Vamos encaminhá-los
para o local adequado de acordo
com seu quadro clínico e agilizar
o atendimento”, afirma Ariadne
Stacciarini, supervisora médica.
Hospital Esperança
Expansão cria 100 novos leitos
HOSPITAL NORTE D’OR
Um ano, 22 mil emergências
Fotos Divulgação
O Norte D’Or, no bairro de Cascadura, comemorou em janeiro seu primeiro ano, período em que fez 22 mil atendimentos de emergência
adulta e tornou-se uma referência nesse tipo de serviço na zona norte
do Rio de Janeiro. A consolidação do hospital veio acompanhada da
ampliação da carteira de planos de saúde aceitos pela unidade: desde outubro, foram acrescentados América, Unimed, Real Grandeza,
Banco Central, Bradesco, Camarj, Camperj, Eletronuclear, Omint, Life
empresarial, Golden Cross e Porto Seguro.
Shutterstock
O Hospital Esperança, no Recife, deu início em janeiro ao seu projeto de expansão, com 40 novos leitos
para internação. Até julho, serão entregue mais 60, além de duas salas cirúrgicas. O investimento no
plano é de R$ 30 milhões. “Todas essas ações foram planejadas para aprimorar ainda mais a qualidade
assistencial nos serviços médicos, além de oferecer maior conforto e humanização aos nossos pacientes”, afirma Alexandre Loback, diretor-executivo do Hospital Esperança.
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O Prontolinda, em Olinda, investiu R$ 10 milhões na expansão
de leitos de internação em três
andares do hospital. Com isso,
o número passará de 100 para
160 — acréscimo de 12 apartamentos individuais e 48 para
atividades de enfermaria.
Hospital Assunção
HOSPITAL SÃO LUIZ
Pezinho on-line
As unidades do São Luiz, em São Paulo, estão disponibilizando acesso on-line aos
resultados do “teste do pezinho”, um exame preventivo que pode detectar doenças que, se não tratadas, podem trazer grandes problemas de saúde, como anemia falciforme, hipotireoidismo congênito, toxoplasmose congênita e leucinose.
Ao levarem o bebê para o procedimento, os pais recebem um login e senha para
acessar as informações no site do hospital.
Unidade abre
ciclo de palestras
O Hospital Assunção, na região do
ABC paulista, abriu um ciclo de
palestras de saúde para empresas.
Para o SESI, por exemplo, uma
das 70 companhias visitadas, foi
realizada uma explanação sobre
DSTs, com ênfase em Aids.
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 7
Acontece na rede
Hospital São Luiz
Gestão eletrônica
A unidade Morumbi da Rede D’Or
São Luiz, de São Paulo, adotou em
fevereiro o prontuário eletrônico
e um software de gestão para os
prontos-socorros e as unidades
de terapia intensiva. O objetivo
é aprimorar o fluxo de informações, proporcionar segurança aos
pacientes e evitar desperdícios.
Unidades de SP recebem certificação internacional
As unidades Itaim e Morumbi do Hospital São Luiz receberam o selo de Centro de Excelência em Cirurgia Bariátrica no Brasil, dado pela Surgical Review
Corporation. A organização tem como foco melhorar a segurança e a qualidade do atendimento dado ao paciente, além de ser a responsável pelos melhores centros de tratamento da obesidade mórbida no mundo. O hospital deve
apresentar, por exemplo, baixo índice de complicações nos casos cirúrgicos
de obesidade e um número mínimo de cirurgias bariátricas já realizadas para
ganhar o reconhecimento.
Reprodução
HOSPITAL SÃO LUIZ MORUMBI
Hospital Esperança
Novo site está no ar
HOSPITAL RIO DE JANEIRO
A nova página do Hospital Esperança, do Recife, disponibiliza dicas de prevenção para pacientes
e familiares, além de uma sessão
para tirar dúvidas sobre saúde e
bem-estar. Também há informações institucionais. O endereço é
www.hospitalesperanca.com.br.
Reforço na UTI Neonatal
Serviço exclusivo
em ortopedia
O Hospital Niterói D’Or tornou-se,
recentemente, o primeiro centro hospitalar da cidade a ter
um setor de emergência voltado exclusivamente à ortopedia. O novo setor, com dez
ortopedistas e dez cirurgiões,
tem capacidade de atender até
50 casos de trauma por dia. O
hospital trabalhará em parceria com centros e clínicas, para
obter agilidade e evitar que o
paciente tenha que se deslocar
para outro município.
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Troca de válvula do
coração sem cirurgia
Graziella Vitorino/Momento Único
HOSPITAL NITERÓI D’OR
HOSPITAL SÃO LUIZ
Divulgação
Shutterstock
A nova Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Rio de Janeiro, na zona
oeste carioca, conta agora com 16 leitos para casos de alta complexidade envolvendo recém-nascidos. “Novos leitos específicos para os casos de neonatalidade
tornam-se um ganho para a população em termos de qualidade na assistência“,
afirma o diretor-médico da instituição, Jason Guida. “O hospital tornou-se capaz
de oferecer um cuidado ainda mais completo para gestantes e bebês”, reforça a
ginecologista Heloisa Graça Aranha, diretora-executiva da unidade.
HOSPITAL E MATERNIDADE ASSUNÇÃO
Mais e melhores salas de cirurgia
O Hospital Assunção, de São Bernardo do Campo, concluiu a reforma de seis
salas de cirurgias (uma delas na obstetrícia) e inaugurou um espaço de descanso
para médicos, num investimento de R$ 5 milhões. Com as obras finalizadas, a
expectativa é que o número de cirurgias passe de 600 para até 900 ao mês. As
mudanças, que fazem parte de um projeto maior de modernização do hospital,
tiveram como objetivo dar maior conforto e segurança aos pacientes.
O Hospital São Luiz, de São Paulo,
começou a aplicar uma técnica
inovadora e sem cirurgia invasiva
para troca de válvula do coração.
O procedimento é feito por meio
da punção da artéria da região
da perna, usando um cateter com
uma válvula artificial em sua extremidade, como explica o chefe
do serviço de Ecocardiografia do
hospital, Marcos Valério de Resende. Esse cateter é levado ao local
da obstrução, onde a válvula se
expande e solta da base, tomando
o lugar daquela que estava doente.
Com esse método, o paciente tende
a se recuperar mais rapidamente.
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 9
Fotos Nicola Labate
acontece na rede Por Leonardo Guariso
Quando quem faz o diagnóstico é o
paciente
Sistema inovador para pesquisa de satisfação utilizado na Rede D’Or São Luiz
ajuda a melhorar serviço e atendimento nos hospitais
A equipe que concebeu o projeto: Kennedy Cintra, supervisor de Inteligência de Mercado; Claudio Tonello, diretor de Marketing; e George Maeda, gerente de Marketing
10 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
O médico canadense William Osler (1849–1919), considerado o mais brilhante professor de medicina de seu tempo,
já dizia: “ouça seu paciente e ele dirá o que
tem”. A Rede D’Or São Luiz ampliou o alcance desse preceito: adotou um novo sistema
para captar com mais precisão e rapidez o
que o paciente quer – ou, ao menos, o que
espera de um serviço hospitalar. Desde novembro, todas as unidades do grupo utilizam
tablets para fazer pesquisas diárias de satisfação com os pacientes que estão tendo alta.
Assim que a série de perguntas termina, o
aparelho remete a avaliação do entrevistado a um site a que diretores e gestores têm
acesso. Com a informação em mãos, corrigir
o problema torna-se mais ágil. “O projeto é
inovador no mercado hospitalar brasileiro”,
afirma o diretor executivo de marketing,
Claudio Tonello.
A iniciativa foi desenvolvida pela equipe
de marketing da própria rede. A ideia era
instalar uma ferramenta rápida, que apresentasse um termômetro mensal da satisfação dos pacientes, de modo a se aproximar
deles, ouvir suas demandas. A solução veio
da integração entre os modernos tablets e
o sistema do hospital. “Percebemos que a
gente estava fazendo algo novo”, conta o supervisor da área de Inteligência de Mercado
da Rede D’Or São Luiz, Kennedy Cintra. “O
grupo pedia uma pesquisa mensal e a gente
trouxe uma pesquisa diária”, afirma Tonello.
Com o programa pronto, tudo foi ajustado em um mês e meio. Hoje, são realizadas
2.400 pesquisas por mês em toda rede, e a
meta, segundo Cintra, é atingir 4.100. Antes,
era contratada uma empresa para fazer, num
determinado período do ano, 500 entrevistas. “Agora, o processo é contínuo”, compara
o diretor de marketing.
O novo método abrange os temas satisfação geral; recepção; nutrição; acomodação,
limpeza, concierge (que oferece serviços
pessoais aos pacientes), enfermagem, anestesia, equipe médica e serviço de exame. À
primeira vista, perguntas sobre tantos assuntos levam a crer numa pesquisa demorada,
mas tudo dura entre 2 e 4 minutos, segundo
a equipe de marketing. Para cada questão,
o paciente dá uma nota de um a dez. Caso
ela seja menor que oito, novas perguntas
são feitas para identificar o foco da insatisfação. Uma abordagem mais detalhada
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 11
assunto. “A gente consegue criar
uma pesquisa específica para cada unidade”, frisa o
gerente corporativo de
marketing da Rede
d’Or São Luiz, George Maeda. Toda
informação obtida
passa pela Ouvidoria. Uma vez por mês,
gestores e ouvidores
se reúnem para discutir
quais medidas serão tomadas em casos mais amplos.
Alguns problemas são mais simples e rápidos de ajustar, como a temperatura de uma
refeição. Outros, no entanto, exigem tempo
e um plano específico, como o acúmulo de
pessoas na área de exames. Para diminuir
o descontentamento nesse setor, médicos
e outros funcionários passaram a informar
previamente o tempo de espera. Além disso, o local de aguardo ganhou televisões e
um posicionamento melhor das cadeiras.
Ao
ter um ouvidor
acompanhando as
opiniões do paciente sobre
o atendimento, a Rede D’Or
São Luiz aposta não só na
tecnologia, mas no
sobre a qualidade da
lado humano
refeição, por exemplo,
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tecnologia de pontA O material
obtido com o tablet vai para um sistema em
“nuvem”, uma espécie de banco de dados
Fotos Nicola Labate
pode apontar se o descontentamento está nas opções de
cardápio, na temperatura e no sabor das
refeições ou no horário em que a comida
foi servida.
O questionário também é aplicado na
maternidade. No entanto, por se tratar de
público-alvo e ambiente diferentes, algumas
perguntas são acrescentadas – por exemplo, o grau de satisfação da enfermagem
do berçário.
A abordagem do paciente é feita diariamente por um ouvidor, funcionário do hospital
sem qualquer relação com as áreas avaliadas.
Participam do questionário os clientes que
tenham ficado internados tempo suficiente
para usar os serviços. A advogada Janaína
Lopes da Costa, 32, que respondeu às questões no início de março, dias após dar à luz
no Hospital São Luiz de São Paulo, considera
o trabalho importante. “É uma preocupação do hospital em tentar atender melhor
as pessoas”, comenta. “Foi rápido. Pra mim,
nota dez”, completa.
Todos os ouvidores foram treinados pela
equipe de marketing. “Desenvolvemos um
sistema moderno, mas é o lado humano que
faz a diferença”, aponta Tonello. O sucesso
da nova ferramenta, inclusive, já diminuiu
as reclamações na Ouvidoria. Agora, a insatisfação é analisada no foco, sem dar tempo para que ela cresça. “O hospital deixa o
papel reativo de esperar pela reclamação
do cliente e passa a ser proativo, buscando
saber o que ele deseja.”
Outra vantagem da ferramenta é que se
adapta às demandas. Se a queixa não envolve nenhuma das opções, o ouvidor pode
anotá-la no próprio aparelho e, posteriormente, acrescentar uma questão sobre o
acessado de qualquer lugar, sem necessidade
de instalar um programa – ao mesmo tempo,
a informação é copiada para uma rede corporativa. Dessa base, os dados são enviados
para canais distintos. Um deles é um site no
qual apenas diretores e gestores têm acesso
à pesquisa. O objetivo é tático: trata-se, por
exemplo, do gerente de nutrição verificando
o que deve ser corrigido. As informações poderão ser vistas também na TV Corporativa
e no sistema de B.I. da Rede D´Or São Luiz.
Maeda afirma que os dados identificam
os pontos que precisam ser trabalhados, e
nunca servem de retaliação a funcionários.
“É o hospital ouvindo mais para trabalhar
melhor”, explica. De qualquer modo, acrescenta, só o fato de a pesquisa estar sendo
implantada “faz com que o hospital preste
mais atenção no trabalho que vem fazendo”.
A ferramenta tornou-se tão importante
que fará parte da reunião mensal das unidades, como novo indicador de monitoramento de performance, junto com os aspectos financeiros e a qualidade assistencial.
Além disso, será um dos indicadores que
influenciarão o Programa de Participação
nos Resultados, voltado aos colaboradores
da Rede D`Or São Luiz. A ferramenta permite que as respostas dos clientes sejam armazenadas em um banco de dados virtual de fácil acesso
medicina avançada por Verônica Couto
A medic
i na
Investimento de R$ 850
milhões tenta tornar o
país autossuficiente em
substâncias atômicas usadas
em diagnóstico por imagem
e tratamento de câncer
le
nuc
Raj Creationzs/Shutterstock
ar é nos
s
a
14 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 15
Gonul Kokal/Shutterstock
O
tratamento
de alguns tipos de câncer, principalmente
na tireoide e no sistema ósseo, e vários diagnósticos por imagem têm ganhado um aliado
importante: medicamentos feitos a partir
de elementos radioativos (conhecidos, por
isso, como radiofármacos). Em oncologia e
cardiologia, permitem procedimentos não
invasivos e que preservam as células sadias
dos pacientes, além de serem, em alguns casos,
a única forma de aliviar sofrimentos agudos
– por exemplo, nas dores ósseas intratáveis
clinicamente, provocadas por tumores de
mama e próstata ou metástase.
Esses elementos, chamados de radioisótopos, são átomos de carga semelhante, mas
radioativos, produzidos em reatores nucleares ou em aceleradores de partículas, por
meio da irradiação por partículas de nêutrons e prótons. Combinados a substâncias
farmacológicas tradicionais, eles podem ser
absorvidos pelo organismo na forma de medicamentos, ingeridos ou injetados.
Assim, o mais usado no Brasil, o tecnécio-99 (presente em 80% dos procedimentos de medicina nuclear e
em quase todos os radiofármacos
para exames de diagnóstico)
costuma ser associado a fosfato
para interagir com as células
ósseas e marcá-las com emissões de raios gama. Eles atravessam o corpo e são visíveis em
equipamentos de leitura de imagens,
detalhando as condições do paciente.
Já os “medicamentos atômicos” são
elaborados com radioisótopos emissores
de raios beta, capazes de destruir tecidos
circunvizinhos, por exemplo, afetados por
câncer. Integram o tratamento contra doenças na tireoide e no sistema ósseo, além
de combaterem tumores neuroendócrinos. Nesse grupo está
A
o segundo radioisótopo de maior procura no Brasil, o iomaioria dos
do-131, ministrado, entre outros, a pacientes com câncer
elementos utilizados
na tireoide, para atacar tecidos lesionados. Ao todo,
em medicina nuclear é são mais de 20 radiofármacos no mercado, que dão
anualmente, de cerca de 2 milhões de proceimportada do Canadá, da conta,
dimentos médicos. E com uma demanda crescente,
Argentina e da África
afirma Allan Santos, diretor científico da Sociedade
Brasileira de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem
do Sul, os três únicos Molecular (SBMM).
fornecedores
A maioria dos radioisótopos, porém, é importada do
16 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
Canadá (a maior parte), da Argentina e da África do Sul, os
três únicos fornecedores do mundo desses elementos. A busca
pela independência de fornecedores em área tão crítica para a
saúde das pessoas motivou o governo a investir na construção
de um reator nuclear de baixa potência, chamado Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Trata-se de um projeto de R$ 850
milhões, com prazo de sete anos para conclusão.
Um dos objetivos é tornar o país autossuficiente em molibdênio (usado para fabricar o tecnécio-99), no próprio tecnécio-99 e
em outros radioisótopos. Segundo José Augusto Perrota, diretor
de pesquisa e desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia
Nuclear e coordenador técnico do projeto, a intenção é fabricar o
dobro do que consome o mercado interno.
Atualmente, a produção fica a cargo do Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares (Ipen, maior fornecedor nacional) e de
outros dois centros públicos. Juntos, respondem por metade da
oferta brasileira, estima João Alberto Osso Júnior, gerente da divisão
de pesquisa e desenvolvimento na diretoria de Radiofarmácia do
Ipen. A outra metade está a cargo de hospitais e empresas privadas
que, desde 2006, foram autorizadas a produzir radiofármacos com
radioisótopos de “meia vida” curta, ou seja, cuja radioatividade cai
rapidamente à metade, dificultando o transporte a longas distâncias.
Santos, da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, destaca a
redução de custos e a autonomia nacional em radioisótopos como
os principais benefícios do RMB. “Hoje, no Brasil, são 400 serviços
de medicina nuclear – clínicas ou laboratórios ligados a hospitais. Todos dependem do
molibdênio, gerador de tecnécio, para funcionar”, exemplifica. A questão dos preços
também é relevante. Ele conta que quatro
sessões de aplicação de lutécio-177, mínimo
necessário para tratar um tipo específico
de câncer neuroendócrino, saem por mais
de R$ 40 mil. “E nenhum convênio, nem o
SUS, cobre esse tratamento.”
A autossuficiência em radioisótopos, mais
precisamente em molibdênio, revelou-se urgente após uma grande crise de abastecimento
em 2009, causada por problema técnico que
interrompeu a atividade do maior fornecedor
do mundo, no Canadá. Tratamentos foram
interrompidos; diagnósticos, atrasados; os
custos subiram até 400% e o acesso à tec-
Medicamentos
feitos a partir de
elementos radioativos
contribuem bastante
para um diagnóstico
mais eficaz em um
exame por imagem
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 17
Os radiofármacos podem ser usados na detecção de anomalias.
Em cardiologia, por exemplo, esse
tipo de substância é usado em
análises complementares – os
exames regulares detectam obstrução de vasos do coração, já os
testes com radiofármacos, como
a tomografia nuclear e a ressonância nuclear, captam melhor o
órgão em funcionamento. Assim,
é possível encontrar problemas
anatômicos e funcionais.
“Quando fazemos um exame no
coração, usamos um fármaco que
tenha afinidade com o órgão. Dessa
maneira, tenho a chance de visualizar o funcionamento do coração,
ver se as válvulas estão trabalhando e avaliar o bombeamento de
sangue”, explica o cardiologista
Maurício da Rocha Pantoja, responsável pelo laboratório de cardiologia da Rede D’Or e professor
da Universidade Federal do Rio
de Janeiro. “O exame mostra se
o coração está funcionando bem.”
O cardiologista ou clínico geral
pode solicitar o exame de acordo
com o quadro clínico do paciente. No entanto, só o cardiologista
nuclear (especializado em exames
cardíacos com radiofármacos)
pode realizá-lo.
Praticamente toda extensão do
organismo pode ser analisada por
meio dessa técnica, como pulmões,
aparelho digestivo, rins, pele e tireoide. “O exame com radiofármacos
é um excelente mecanismo para
estudar o comportamento do corpo
humano, porque ele acompanha
o funcionamento do organismo”,
resume o cardiologista.
rota. A previsão é de que o reator entre em
operação em seis ou sete anos.
riscos? Perrota destaca que o RMB não
tem nada a ver com usina nuclear. Esses equipamentos são classificados em reatores de
potência (como os das usinas de energia, que
funcionam a altíssimas temperaturas) e os de
pesquisa, como o do projeto brasileiro. Estes
normalmente são menores, mais fáceis de
manejar e mais baratos do que os acelerados de partículas (cíclotrons), que também
geram alguns radioisótopos. O RMB prevê
um potencial de 30 megawatts, em comparação a 3.900 megawatts da usina de Angra
2, diz o coordenador do projeto. “O RMB não
opera a altas temperaturas, a energia correspondente é bem diferente, com riscos muito
menores do que os de uma central nuclear.”
O modelo de Iperó terá seis vezes o total
do atual reator do Ipen, de 5 megawatts. O
projeto inclui, além do reator, a estrutura
em torno dele para fornecimento das aplicações. Da ordem de 70% do valor do empreendimento, envolve desenvolvimento
nacional, e o restante, importações, além
de uma parceria com a Argentina, que tem
iniciativa semelhante. Bork/Shutterstock
Corpo em
funcionamento
nologia se concentrou em pacientes da rede
privada. O Brasil comprava todo o suprimento
da fonte canadense, que já anunciou a disposição de interromper definitivamente a
produção em 2016. Precisou, então, buscar
saídas de emergência, como a aquisição de
excedentes produzidos na Argentina.
A ênfase do RMB será atender a demanda
da medicina nuclear, mas o reator terá outras aplicações. Seus múltiplos propósitos
cobrem produção de radioisótopos e fontes
radioativas para a saúde, agricultura e meio
ambiente; realização de testes de irradiação de materiais e combustíveis nucleares;
e apoio a pesquisas e estudos, o que inclui a
criação de um laboratório nacional para servir à comunidade científica em áreas como
nanotecnologia, biologia estrutural e desenvolvimento de novos materiais.
O reator será instalado na região centrosul de São Paulo, próximo a Sorocaba: em
Iperó (SP), perto do Centro Experimental
Aramar, da Marinha, onde também se desenvolve o protótipo do primeiro submarino
nuclear brasileiro. Cerca de R$ 30 milhões
do orçamento total estão programados para
desembolso este ano, na fase de estudos e
construção de infraestrutura, calcula Per-
Combinados a outras substâncias, os elementos radioisótopos podem até ser injetados no corpo humano
18 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
viver bem por Rosane Albin e Paula Montefusco
adverte
A balança
a humanidade está engordando.
A obesidade virou uma epidemia global, e
desde 1980 o número de casos dobrou, atingindo 1,5 bilhão de adultos em 2008. Se antes
o excesso de peso era considerado um fator
de risco para o coração apenas quando associado a outros problemas – como diabetes,
hipertensão e alterações nas taxas de colesterol e triglicérides –, hoje a recomendação
de instituições como a American Heart Association é de que os médicos considerem a
gordura um problema por si só na prevenção
de doenças cardiovasculares.
Num estudo publicado em outubro do
ano passado, Elizabeth Jackson e Melvyn
Rubenfire, da Escola de Saúde da Universidade de Michigan, afirmam que o problema
é um fator de risco independente e sugerem
aos médicos que prestem mais atenção ao
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excesso de peso dos pacientes. Uma das pesquisas citadas, o Framimgham Heart Study,
chegou à conclusão de que 11% dos casos de
insuficiência cardíaca em homens e 14% em
mulheres deveram-se apenas à obesidade.
Foram avaliadas, durante 14 anos, quase 6
mil pessoas sem histórico de problemas no
coração, sendo que 496 (8,4%) desenvolveram a doença. A incidência do problema nos
obesos foi duas vezes a dos outros pacientes.
Não é difícil entender o impacto da obesidade no coração. Quando uma pessoa ganha
dez quilos, seu coração tem que bombear
mais sangue para esse peso excedente. Assim, desgasta-se e tende a ter uma “vida
útil” menor.
Os danos que a obesidade pode causar
à saúde são vários. “Mais recentemente,
pesquisas indicam a associação de obesi-
Olivier Le Moal/Shutterstock
Além de estimular doenças que prejudicam o coração, a obesidade por si só é fator de risco
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 21
Andrey Eremin/Shutterstock
Esses pontos são fundaQuando
mentais. Um corpo no
uma pessoa
formato “maçã” (gorengorda dez quilos, seu dura concentrada na
coração tem de bombear região abdominal) é
mais perigoso que o
mais sangue para essa
“pera” (gordura no
massa que foi acrescentada. quadril e no culote,
comumnasmulheres).
Assim, sofre desgaste “Homens
com circunmais rapidamente
ferência abdominal acima
dade com diversos tipos
de cânceres, tanto em
homens quanto em
mulheres”, afirma
Leila Maria Batista
Araújo, professora
da Universidade Federal da Bahia e endocrinologista especializada em diabetes,
obesidade e dislipidemia.
George Bray, professor da
Universidade Estadual de Medicina
da Louisiana, nos Estados Unidos, também
alerta para a importância de diagnosticar
e tratar a obesidade, num estudo publicado em 2011. Ele diz que o diagnóstico deve incluir exames clínicos e laboratoriais,
como o Índice de Massa Corporal (IMC)
e a medição da circunferência da cintura,
além de uma minuciosa avaliação geral dos
riscos médicos.
22 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
de 102 cm e mulheres com a
medida além de 88 cm têm mais
chances de sofrer doenças cardiovasculares
quando o IMC está entre 25 e 35. Acima dos
35 de IMC, a circunferência abdominal tem
importância menor”, afirma o cardiologista
Dario Fortes Ferreira, coordenador médico
do Hospital São Luiz, unidade Morumbi.
Para calcular o índice, divide-se o peso em
quilos pelo quadrado da altura em metros
(peso/altura x altura).
O aumento da gordura na barriga é perigoso porque está relacionado ao metabolismo e, em geral, vem acompanhado
de aumento do LDL (“colesterol ruim”) e
queda de HDL (“colesterol bom”). “O tipo
de tecido adiposo dessa região é mais agressivo do que a gordura da periferia”, explica
o cardiologista Miguel Moretti, da unidade
Anália Franco do São Luiz.
desejo de mudança Como tratamentos para a obesidade, George Bray lista, seguindo esta ordem na aplicação: mudanças
no estilo de vida, dietas, exercícios, medicamentos e cirurgias. A endocrinologista Leila
Araújo é enfática: “O melhor tratamento
é a pessoa querer mudar... Mudar a dieta,
o estilo de vida. A medicação é apenas um
auxílio.” A psicóloga Lilian Sharovsky, docente do curso de Psicologia do Complexo
Educacional FMU e doutora em Ciências
da Saúde pela USP, afirma que a avaliação
psicológica é fundamental para um diagnóstico preciso e o consequente tratamento. “É preciso investigar a concepção que o
paciente tem sobre sua obesidade – a que
atribui, como espera ser sua participação
– e sobre sua motivação em estabelecer o
controle de peso, além de compreender seu
hábito alimentar.”
Ela cita um artigo publicado em dezembro
na revista Psychiatric Clinics North America
que aponta a eficácia dos tratamentos psicológicos, capazes de reduzir em 10% o peso
corpóreo. “O tratamento para redução do
peso está baseado no modelo de intervenção
interdisciplinar, com o objetivo de mudança do estilo de vida.” Para Lilian, qualquer
intervenção deve enfatizar a participação
do paciente, que precisa assumir um papel ativo em seus novos comportamentos.
“Não existe saúde sem a participação efetiva
da pessoa envolvida, ainda que tenhamos
um grande aparato tecnológico.” A equipe
maçã (com gordura
concentrada no abdôme)
implica mais riscos
queo em forma de pera
(gordura no quadril):
o tecido adiposo na
região abdominal
é mais agressivo
Bem preparado
para cirurgia
Quando o obeso não consegue mudar seus hábitos nem
emagrecer com redutores de apetite, costuma-se recorrer à cirurgia bariátrica. Conhecido popularmente como
“operação de redução do estômago”, o procedimento é o
último recurso para quem precisa perder peso. “Seguimos
o padrão estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, que defende que é preciso esgotar todo tratamento
clínico e medicamentoso para que o tratamento cirúrgico
seja considerado”, explica Alexander Morrell, cirurgião
bariátrico do aparelho digestivo e diretor do Centro de
Excelência em Cirurgia Bariátrica e Metabólica da unidade Morumbi do São Luiz, em São Paulo.
Em 2011, as unidades do Itaim e do Morumbi do São
Luiz receberam um selo internacional da Surgical Review
Corporation em cirurgia bariátrica. A certificação atesta
que a instituição tem condições de fazer cirurgias desse
tipo com o apoio de uma equipe multidisciplinar, formada
por anestesistas, psicólogos, endocrinologistas e nutricionistas, capazes de fazer o acompanhamento prévio e
posterior do paciente.
No Rio de Janeiro, a Rede D’Or também é gabaritada
no apoio ao paciente obeso. O Hospital Quinta D’Or tem
um Centro de Tratamento Cirúrgico de Obesidade. “Além
da equipe multidisciplinar, que está pronta para atender
o paciente antes, durante e depois da cirurgia, temos
estrutura para acomodar bem esse paciente, com cômodos e móveis desenvolvidos para eles. As portas são
mais largas, as mesas cirúrgicas, mais resistentes, e os
banheiros, mais espaçosos”, detalha o cirurgião Rogério
Villela Lemos.
Antes de um paciente ser operado, alguns aspectos são
levados em conta. Ele tem de ter obesidade confirmada
por cinco anos e Índice de Massa Corpórea igual ou maior
que 40 ou igual ou maior que 35 – caso tenha alguma
doença associada à obesidade, como diabetes, pressão
alta, apneia e colesterol e triglicérides elevado.
As cirurgias podem ser divididas em dois tipos: as restritivas (como banda gástrica e manga gástrica), que
diminuem a quantidade de alimento que o paciente pode
ingerir, e as disabsortivas (por exemplo, bypass gástrico,
grampeamento gástrico ou gastroplastia redutora, a mais
realizada), que reduzem a quantidade de nutrientes absorvida pelo organismo. Em ambos os casos o procedimento
pode ser feito cirurgicamente ou por videolaparoscopia.
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 23
Altafulla/Shutterstock
multidisciplinar precisa ficar atenta para
as flutuações na motivação do paciente,
garantindo que ele continue o tratamento.
O viés psicológico também é apontado por Leila. “O uso de medicamentos de
neurologia e psiquiatria, como antidepressivos, ansiolíticos e anticonvulsionantes,
pode levar à perda de peso, mostrando que
o controle do apetite tem a ver com o sistema nervoso central. Estamos percebendo que controlar a ansiedade é de grande
importância no tratamento da obesidade.
As pessoas vivem numa grande ansiedade
de ser mais, querer mais, e trabalham em
excesso, se alimentam e dormem mal, e
entram em ansiedade.”
24 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
circunferência abdominal eleA
vada, além de alterações
relação com
lipídicas e glicêmicas.
Um dos sintomas da
aspectos psicológicos é
é a desisde mão dupla: a obesidade depressão
tência da prática de
pode desencadear baixa
qualquer atividade
autoestima e tristeza, mas física e do cuidado
com hábitos alimena depressão favorece o tares,
o que, por si só,
pode piorar a condição
ganho de peso
Segundo Lilian, a obesidade
pode desencadear sintomas psicológicos como
isolamento, baixa autoestima e tristeza,
porque os pacientes
sentem-se discriminados numa sociedade cujo maior
apelo é a aparência.
Trata-se de uma via de
duas mãos. “Os sintomas
psicológicos também podem
desencadear a obesidade. Vários estudos
apontam que pacientes com quadro de depressão maior tendem a apresentar IMC maior,
clínica do paciente, já que
favorece o ganho de peso”, explica a psicóloga. Ou seja, a máxima latina
“mens sana in corpore sano” (mente sã em
corpo são) está mais atual do que nunca. Quem
vai
cuidar
de quem
cuidou
de nós?
O envelhecimento da população, o menor número de filhos e a participação
das mulheres no mercado impõem um desafio: como atender bem os idosos
26 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
Nejron Photo/Shutterstock
especial por Mara Bergamaschi
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 27
Q
uando os pais de Suely, falecidos
na década de 60, ficaram doentes, os muitos filhos e parentes que
moravam na pequena cidade revezaram-se nos cuidados. Faltavam,
naquela época, recursos, tratamentos e remédios hoje disponíveis,
capazes de melhorar a qualidade de vida, mas não era difícil nem
incomum que arranjos familiares diversos garantissem braços para
apoiar com dedicação os idosos debilitados. Isso era visto – e ainda
é – como obrigação moral de boas famílias.
Quatro décadas depois, vivendo no mesmo município, já equipado
com hospitais, Suely teve de contratar cuidadores para lidar, durante sete anos, com o Alzheimer do marido. A família diminuíra e os
muitos parentes se dispersaram, inclusive seus próprios filhos. Dos
quatro, apenas a filha mais velha, que muito a ajudou, ainda morava
por perto. Todos apoiaram financeiramente o longo tratamento do
pai, mas não tiveram como impedir a sobrecarga de trabalho e de
sofrimento da mãe. Nem tiveram certeza de que o pai estava sendo
bem atendido. Na cidade, procuraram em vão por planos de saúde,
projetos de governo, clínicas, profissionais especializados e grupos
sociais com os quais pudessem compartilhar dúvidas e dificuldades
dramáticas impostas por uma enfermidade degenerativa.
Já viúva, dona Suely, gozando ainda de boa saúde e contando com
renda própria, foi morar com a filha de 55 anos, recém-aposentada.
Divorciada, Simone vivia sozinha, pois seus dois filhos estudavam
na capital. Pela primeira vez, Suely percebeu que sua filha poderia
ter um futuro mais arriscado do que o dela. Perguntou-se: quem
cuidaria de Simone, quando ela envelhecesse? Asilos? E estendeu a dúvida para as novas gerações: quem cuidaria de seus oito
netos, se hoje em dia eles nem mais se animavam a casar, quanto
mais a ter filhos?
28 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
Kacso Sandor/Shutterstock
A situação relatada aqui, com nomes fictícios, faz e fará por muito tempo parte do
cotidiano de milhões de famílias brasileiras.
É hoje tão real que, medida e quantificada, já
se transformou em tema de alentados estudos. Que terminam apontando a necessidade
urgente de reorientação das políticas públicas, sobretudo de saúde e previdência. Essas
pesquisas buscam detalhar o novo cenário
demográfico do Brasil, também representado
na história que abriu este texto. O Censo de
2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) confirmou que a população
brasileira, de 190,7 milhões, cresce menos
do que o esperado e envelhece a passos largos. Isso decorre principalmente do declínio constante e acentuado, a partir dos anos
60, da taxa de fertilidade das mulheres e do
aumento da longevidade. O quadro é fruto
também da melhoria geral da qualidade de
vida e da modernização das relações e dos
papéis sociais, que modificam a estrutura
tradicional da família.
Nas últimas três décadas, o grupo com mais
de 65 anos só cresceu, passando de 4,8% dos
habitantes em 1991 para 7,4% em 2010. Na
outra ponta, o contingente de crianças de
até quatro anos não parou de diminuir. O
resultado é que, pela primeira vez na história
brasileira, o número de idosos (14 milhões)
ultrapassou o de crianças (13,8 milhões).
Também pela primeira vez, no último Censo
a faixa de até 20 anos recuou em números
absolutos. Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025
o Brasil poderá ser o sexto país com maior
quantidade de pessoas mais velhas.
O perfil, pouco a pouco, ganha feições semelhantes à realidade do antes chamado
Primeiro Mundo. Com populações menores e condições socioeconômicas melhores
do que as brasileiras, há muito os países de
renda elevada implantaram programas e
medidas para responder ao envelhecimento
da população. Pois, se a longevidade é uma
conquista para a sociedade, não deixa de ser
também um desafio – sobretudo se não vier
acompanhada de boas condições de vida.
A mudança gradual da pirâmide etária
(cada vez menos parecida com uma pirâmide, aliás) tem repercutido na legislação pelo
menos desde a década de 80. A Constituição
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 29
terminal. A imensa maioria
O
deles afirma ainda não
cuidado com os
ter recebido preparo
idosos recai, em geral,
para desempenhar
esse trabalho.
sobre esposas ou filhas
“A experiência
de 1988, a Política com mais de 50 anos, que têm de assumir a resNacional do Idoso e,
de se dividir entre a nova ponsabilidade por
idosos dependentes
em seguida, o Estatarefa e os afazeres que tem
sido colocada petuto do Idoso tiveram
já tinham
los cuidadores familiares
o objetivo de garantir
uma velhice saudável, ativa
e digna. O Ministério da Saúde
tem se movimentado, mas as medidas ainda
são de pequeno alcance.
Tyler Olson/Shutterstock
geração sanduíche Ocorre que, na
esfera governamental, até hoje tudo continua mais no terreno teórico do que prático. O novo desenho demográfico do país
e a insuficiência de políticas públicas para
enfrentá-lo levaram a coordenadora da área
de População e Cidadania do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana
Amélia Camarano, a organizar no ano passado,
junto com 20 especialistas e pesquisadores,
o estudo “Cuidados de longa duração para a
população idosa: um novo risco social a ser
assumido?”, que foi transformado em livro.
Doutora em envelhecimento populacional,
Ana Amélia sabe que o país não pode mais
perder tempo. “Tudo mudou, mas cuidar dos
idosos continua recaindo unicamente sobre
as famílias. Se há recursos financeiros, ainda
é possível fazer algo, mas, se não há – e 40%
dos trabalhadores nem pagam a Previdência
–, é simplesmente impossível”, diz. “Hoje
a família é pequena, os filhos estão longe.
E nem cabem a eles, por exemplo, procedimentos de saúde complexos”, completa.
O estudo do Ipea estimou que as famílias
brasileiras tomam conta hoje de 3,2 milhões
de idosos praticamente sozinhas – um quadro não muito diferente do de outras nações.
A tarefa recai, principalmente, sobre esposas e filhas com mais de 50 anos. Há ainda um número grande de velhos cuidando
de velhos. Mas esses cuidadores familiares
sofrem efeitos negativos severos, físicos e
psicológicos, ao conviver prolongadamente
com os parentes acometidos de enfermidades crônicas, degenerativas ou em estado
30 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
como uma tarefa exaustiva
e estressante, pelo envolvimento
afetivo e por ocorrer uma transformação de
uma relação anterior de reciprocidade para
uma relação de dependência”, resumem as
pesquisadoras Maria das Graças Melo Fernandes e Telma Ribeiro Garcia, ambas da
Universidade Federal da Paraíba, em artigo
publicado na Revista Brasileira de Enfermagem. “O cuidador, ao desempenhar atividades relacionadas ao bem-estar físico e
psicossocial do idoso, passa a ter restrições
em relação à sua própria vida”, acrescentam.
Os estudiosos cunharam até alguns termos para designar essas mulheres que se espremem entre os afazeres diários (trabalho
formal, lidar com filhos e arrumar a casa) e
a atenção com o parente mais velho: “geração sanduíche” ou “mulheres divididas”. “O
conflito entre papéis experimentados pelas
cuidadoras é visto como fonte contínua de
tensão”, observam as pesquisadoras da Universidade Federal da Paraíba.
Essa situação, claro, tem impacto também
na qualidade de vida dos idosos. Num dos
capítulos do estudo do Ipea, as pesquisadoras Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, Daniella Pires Nunes, Ligiana Pires
Corona e Maria Lúcia Lebrão,
baseadas em dados coletados no município de
São Paulo entre 2000
e 2006, sustentam
que, “por mais que as
famílias cuidem dos
idosos, esse cuidado
parece estar aquém
das necessidades reais
apresentadas por eles.”
No período mencionado, os
idosos ficaram mais dependentes
e passaram a ter, em sua residência, atendimento menor de suas demandas. Ou seja:
houve uma comprovada redução da oferta
de cuidado familiar. A conclusão é que o país
terá de patrocinar, nos próximos dez anos,
quando a população com incapacidade funcional será ainda maior, “um crescimento
acentuado na provisão de cuidados formais
não familiares”.
O problema, no entanto, é que mesmo quem
poderia pagar pelo atendimento à terceira
idade tem dificuldade de encontrar bons
serviços e profissionais habilitados. Em São
Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, a procura por um cuidador com alguma formação
e treinamento é muito maior do que a oferta.
E encontrar casas de repouso para idosos que
gozam de boa saúde e desejariam viver com
independência é igualmente difícil. Clínicas
especializadas em doenças degenerativas
continuam sendo raridade, mesmo nas metrópoles. As poucas que existem costumam
ser caras. “Na Alemanha, no Japão, em vários outros países, as pessoas já fazem desde
cedo um seguro para a futura residência da
velhice. Não existe o preconceito contra os
‘asilos’, até por que essas instituições em
nada se assemelham a nossos asilos”, conta
Ana Amélia. “Temos de profissionalizar o
atendimento, acabar com a noção de abandono e pobreza, mudar o caráter filantrópico e religioso.”
A pesquisa do Ipea contabilizou 3.548 asilos
(218 públicos), que hospedam 83 mil pessoas. O governo contribui somente com 22%
da receita desses locais. “O governo federal
tem apenas uma instituição para os idosos,
o Abrigo Cristo Redentor, que fica no Rio de
Janeiro e atende 298 pessoas. Em
contrapartida, a Sociedade
São Vicente de Paulo tem
700”, compara a coordenadora do Ipea.
Ana Amélia defende que as res-
Pesquisa
do Ipea defende
uma política pública
que profissionalize os
cuidadores e os asilos, para
aliviar as famílias e melhorar
o atendimento aos
mais velhos
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 31
Quando se tem um idoso em casa,
quase tudo muda – às vezes, a
própria estrutura da residência.
Nesse sentido, a principal preocupação da família deve ser com
as possíveis quedas, afirma o geriatra Marcelo Acabral, do Hospital Esperança, no Recife, ligado
à Rede D’Or. “O envelhecimento
traz perda das massas muscular
e óssea, o que diminui a força.
As quedas ocasionam fraturas e
podem até causar a morte, por
consequência de quadros decorrentes das fraturas, como trombose,
infecção ou embolia pulmonar.”
Cerca de 50% dos idosos que
sofrem algum tipo de queda não
recuperam a funcionalidade do
corpo completamente.
Os tipos de mudança na casa variam de acordo com o problema
de saúde. Mas algumas mudanças
são padrão e não exigem grandes
reformas, como instalar barras de
segurança no boxe do chuveiro,
ao lado da privada e ao longo dos
corredores. Elas darão apoio para que a pessoa se levante e se
equilibre ao andar. Os assentos do
vaso sanitário, dos bancos e de
cadeiras devem ser um pouco mais
altos, para amenizar o trabalho
dos joelhos. Na cozinha, os utensílios mais usados devem ficar ao
alcance das mãos. Convém abolir
tapetes, que facilitam escorregões
– as exceções são os antiderrapantes, para áreas como boxe ou
banheira. Os interruptores de luz
devem ter fácil acesso para quem
entra no quarto e para quem está
na cama e, eventualmente, precisa se levantar no meio da noite.
32 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
Yuri Arcurs/Shutterstock
Casa à prova
de acidentes
ponsabilidades sejam compartilhadas entre
Estado, setor privado e famílias. “O Estado,
que hoje tem atuação mínima, tem que entrar
para proteger pelo menos os mais pobres”,
defende. “Um dos caminhos é entender esses
cuidados como direito social, assim como a
previdência, a saúde e a assistência,” resume
Ana Amélia, que defende a criação imediata de uma “estrutura de cuidados formais.”
Outra especialista que assina um dos capítulos do livro, Anita Liberalesso Neri, afirma
que o desafio é desenvolver serviços comunitários que complementem o cuidado familiar. Segundo ela, os membros da família
responsáveis pelos idosos “não contam com
ajuda por parte do Estado e ainda são privados de contatos sociais, o que coloca em
risco o seu bem-estar físico e psicológico”.
Nessa situação, podem comprometer os reconhecidos benefícios que o lar, a família e
o ambiente social proporcionam, passando
a cuidar mal ou até a maltratar o doente.
Anita sugere a formalização de procedimentos simples – como ajuda na arrumação
da casa, na higiene, alimentação e deslocamento do paciente até o médico, nas compras e no pagamento de contas. Esse tipo de
apoio comunitário praticamente inexiste no
Brasil. Anita Neri defende ainda que, além
da ajuda na rotina diária, criem-se serviços
intermediários entre as instituições de lon-
ga permanência e a manutenção da pessoa
em casa, como centros-dia, hospitais-dia e a
atenção domiciliar especializada.Nenhuma
dessas alternativas elimina as instituições
de residência permanente – hoje mal vistas
e mal fiscalizadas. Elas podem, sim, representar, de acordo com as pesquisas, uma alternativa de apoio e também de proteção e
segurança. “Optar por uma instituição não
significa necessariamente redução da importância da família, mas uma nova organização e divisão de responsabilidades com o
Estado e o mercado privado. Também não
significa uma ruptura de laços familiares.
Pode significar até reforço”, escreve Ana
Amélia no estudo.
No Brasil, a cobertura desse tipo de residência é muito baixa: menos de 1% dos
idosos residem nelas. Entretanto, pesquisa
feita em 2006 pela Fundação Perseu Abramo e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc)
mostra que 67% da população idosa aceitaria morar em uma Instituição de Longa
Permanência para Idosos (ILPI). As 3.548
listadas pelo Ipea atingem somente 30% dos
municípios. Apenas 6% delas são públicas.
Os asilos, casas de repouso ou equivalentes
estão concentrados, em sua maioria, na região Sudeste (2/3, aproximadamente) e nas
cidades maiores. E trabalham com 90% dos
leitos ocupados. primeiros cuidados por Paula Montefusco
calor
redondo
S.Borisov/Shutterstock
O que a gestante pode fazer e o que deve evitar na praia e na piscina para
preservar a saúde e não expor o bebê a riscos
34 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 35
J
do melasma e do tipo de pele da paciente.”
Entra em jogo, então, outra palavra-chave:
prevenção. Neste caso, significa passar um
protetor solar com fator de proteção 30, pelo
menos, e usar chapéu e roupas leves quando
estiver fora d’água. E não adianta passar o
protetor solar uma vez só: o produto deve
ser reaplicado a cada duas horas ou depois
de sair da água. Também vale aquela regra
tão martelada quanto ignorada: prefira horários em que o sol não está tão forte, antes
das 10h e depois das 16h.
Mesmo o uso de cremes (protetores ou
não) requer cuidado adicional. “Evite utilizar qualquer produto dermatológico sem
orientação médica, porque ele pode conter
substâncias que atravessam a barreira placentária, oferecendo riscos ao feto”, diz Fernanda Couto Fernandes de Oliveira, médica
assistente do departamento de obstetrícia
da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp).
“As gestantes devem
se preocupar com os
efeitos cumulativos
do sol, que podem
ser determinantes
em pacientes suscetíveis ao câncer de
pele”, diz a dermatologista Selma Helene.
Se a grávida tem estrias, o
cuidado deve ser ainda maior,
porque a exposição ao sol pode
aumentar as chances de que essas marcas
se intensifiquem depois da gestação.
moderação, principalmente no calor, quando é especialmente convidativo se esbaldar em atividades ao ar
livre e se estirar à beira do mar e da piscina. Mas como moderar-se
(vocábulo que, na origem latina, significa “manter-se na medida”),
numa fase da vida em que tanta coisa muda – inclusive, ou sobretudo, as medidas?
Tomando alguns cuidados básicos. Ao arrumar a bolsa para a
praia ou para o clube, a gestante deve se lembrar de um dos riscos
mais comuns do verão: a incidência da luz solar. Torrar sob o sol é
um problema para todo mundo, mas ainda pior para as grávidas,
porque sua pele é mais propensa ao surgimento de manchas, em
razão de alterações na concentração hormonal. Esse tipo de marca, chamado de melasma, caracteriza-se pela cor amarronzada,
aparece no rosto e é mais frequente em mulheres de pele negra.
Às vezes, desaparece naturalmente, quando o bebê nasce. O ponto,
afirma a médica Selma Helene, membro da Sociedade Brasileira de
Dermatologia, é que a exposição excessiva ao sol pode dificultar a
remoção das manchas no pós-parto, quando eventuais tratamentos para eliminá-las estão liberados. “Elas podem ficar mais difíceis de serem removidas dependendo da extensão e profundidade
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nem atleta nem sedentária A
recomendação dos médicos é manter o nível das atividades físicas do período anterior
à gestação. Não é hora de virar uma atleta para perder os quilinhos que o barrigão
traz – preocupação com isso, só depois de
a mulher se recuperar do parto. Mas evite
o sedentarismo. “A grávida deve e pode realizar exercícios, de preferência atividades
na água, como hidroginástica, e caminhadas
em vez de corrida, para evitar o impacto nas
articulações”, explica o ginecologista e obstetra Pedro Ferreira Awada, do Hospital e
Maternidade Brasil, de Santo André (SP),
uma das unidades da Rede D’Or São Luiz.
Gosphotodesign/Shutterstock
É
hora de fazer
valer a regra que todos
conhecem, mas deixam de
á há algumas décalado: prefira horários em que
das se sabe que gravidez não precisa e não
tem de ser tratada como doença. A gestante
o sol não está tão forte,
pode fazer quase tudo o que as outras pesantes das 10h e depois
soas fazem – quase, porque seu organismo
das 16h
é mais sensível. A palavra-chave, portanto, é
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 37
como foram preparadas. Pelo mesmo motivo, cuidado com os sucos e bebidas com gelo;
vai saber com que água eles foram feitos.
Parece exagero, mas uma intoxicação alimentar é muito mais grave para uma grávida:
pode causar desidratação e até desmaios. Opte por levar frutas, sanduíches de
casa em uma bolsa térmica.
E água. Ingira cerca de 2
litros por dia. Uma boa
opção é água de coco,
que, além de ser rica em sais minerais,
combate o enjoo.
Nunca é demais
insistir:nadadeálcool,
nem um golinho. “Não
há padronização de dose
segura na gestação, portanto
a abstinência alcoólica é recomendada pela Organização Mundial da Saúde”,
explica Fernanda.
Rejeite
as guloseimas
vendidas na praia, como
milho verde, queijo coalho
Portanto, melhor andar do que correr na
e espetinho de camarão –
orla da praia, preferencialmente com tênis
apropriados, que amorteçam o impacto e
não se sabe a procedência
ofereçam conforto e segurança. Melhor, tamdelas nem como foram
bém, deixar de lado por um tempo os esportes
feitas
com bola, como vôlei: o impacto de uma bolada
na barriga pode ser perigoso para o feto. E musculação? Não há problema em malhar pernas e braços, mas é
importante “abandonar os exercícios abdominais”, afirma Awada.
A mesma moderação deve-se ter na água. No mar, não é prudente
ultrapassar a barreira do quadril. Parece pouco, mas, quando as ondas vêm, o nível da água fica mais alto e o choque pode ser suficiente
para a grávida perder equilíbrio e cair (aqui, uma dica: virar-se de
costas para as ondas; assim, a barriga fica livre do impacto da onda
e a segurança do bebê está garantida).
A natação está liberada, contanto que a profundidade da água não
seja superior um metro. Deve-se ter precaução ainda com saltos
na piscina e mergulhos, por conta da pressão exercida na barriga
e pelo esforço exigido do aparelho respiratório.
Fique na água o tempo que quiser – no verão, quem não quer?
Os banhos de imersão são ótimos, porque a pressão hidrostática
da água ajuda a combater o inchaço, mais frequente nas pernas e
causa de dor e incômodo. O que não se recomenda, segundo Fernanda, da Unifesp, são os banhos em água muito quente (seja de
banheira ou de piscinas naturalmente quentes, como em algumas
cidades termais): podem provocar malformações na criança, principalmente no terceiro trimestre de gestação.
YanLev/Shutterstock
muito líquido Outras preocupações ligadas ao calor são a
desidratação e a queda da pressão arterial. Os dois quadros se manifestam por tontura, que também pode ser um dos sintomas da
gravidez, especialmente no início. “Se sentir queda na pressão,
basta procurar um local mais fresco. Não é aconselhável comer
azeitonas ou colocar sal embaixo da língua, como reza a crença
popular”, alerta Awada.
A solução é evitar muito tempo de exposição direta ao sol e respeitar os horários: a grávida deve comer de três em três horas, fazendo lanchinhos leves entre as refeições. Mas é época de rejeitar
as guloseimas vendidas na praia, como milho verde, queijo coalho
e espetinho de camarão – nunca se sabe a procedência delas, nem
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na reta final A moderação deve ser
maior no primeiro trimestre de gestação,
período em que se eleva o risco de abortos
espontâneos. Nessa fase, são comuns os enjoos – programas corriqueiros de um dia de
verão, como um passeio de barco, podem se
transformar em um pesadelo.
Nas semanas finais, o recomendável é continuar se exercitando, mas diminuir o ritmo
e se concentrar em atividades que estimulem o trabalho de parto, como a caminhada.
A recomendação dos médicos é que a mãe
não viaje para muito longe (nada de aviões,
portanto) ou para locais de muito trânsito.
Imagina entrar em trabalho de parto na balsa
entre Guarujá e Santos ou numa barca entre
Rio e Niterói? Melhor tentar programar as
férias para outra etapa da gestação.
É sempre bom ficar num local que tenha
hospital por perto, de preferência com um
plantonista pronto para fazer o parto ou
atender uma emergência obstétrica, se necessário. Na dúvida, é melhor ficar em casa.
A mesma regra vale para as gestantes de
alto risco. Se o quadro pede repouso absoluto – como acontece com descolamento
de placenta ou eclâmpsia –, não há mesmo
outra opção. Se o caso não for grave, converse com seu médico. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 39
planeta saudável por Julliane Silveira
Perigo no ar
Henrik Larsson/Shutterstock
Temperaturas elevadas, urbanização mal
planejada e poluição: uma combinação ruim
para os humanos, boa para os mosquitos e
ótima para os pernilongos
40 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 41
Vinicius Tupinamba/Shutterstock
42 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
Andrea Crisante/Shutterstock
N
a época mais quente do ano, uma
reclamação é recorrente: o ataque dos mosquitos, que têm seu ciclo reprodutivo acelerado por causa do calor. Sem escolher idade,
sexo nem cor, esses insetos podem causar desde coceira e alergias
na pele até doenças mais graves, como dengue e febre amarela. E
parecem incomodar cada vez mais.
De fato, o aumento desse transtorno não é só mera impressão.
As mudanças climáticas e a poluição das grandes cidades tornam
nosso planeta cada vez mais favorável à proliferação desses insetos.
É o caso da reprodução do Aedes aegypt, transmissor da dengue. Alguns estudos realizados no Sul do Brasil sugerem que a
temperatura média dessa região aumentou 1,5°C desde 1970, o
suficiente para elevar os casos da doença.
Até os anos 1990, não havia registros de
transmissão de dengue na região, o que
passou a acontecer depois. Já a poluição
de rios e lagoas serve de alimento ao Culex
quinquefasciatus, conhecido popularmente
como pernilongo ou muriçoca, que ingere
justamente os resíduos orgânicos despejados nas águas.
“Esses mosquitos são os mais encontrados
nas cidades brasileiras e se adaptaram às
alterações que o homem provocou no ambiente. O Aedes vive muito bem nas áreas
urbanas, e o Culex, nas águas sujas”, afirma
Delsio Natal, biólogo e professor do departamento de Epidemiologia da Faculdade de
Saúde Pública da USP.
O mosquito transmissor da dengue se
beneficia da poluição inorgânica – com o
acúmulo de pneus, latas e embalagens de
plástico. Esses objetos acumulam água parada, que cria o ambiente para que o inseto
coloque seus ovos. Já o pernilongo tira proveito da poluição orgânica. É mais comum
em regiões que tenham águas contamina-
Pesquisa
mostra que
pernilongo
está cada
vez mais
resistente a
inseticidas
das por dejetos como comida e vegetação
mal aparada. Uma pesquisa do Instituto
de Ciências Biomédicas da USP, realizada
na cidade de São Paulo, aponta que o Culex
quinquefasciatus é encontrado com mais
frequência às margens do rio Pinheiros (um
dos dois principais do município), por causa da abundância dos poluentes orgânicos.
A alta oferta de “alimento” causou ainda
outro efeito colateral. O tamanho médio
desses mosquitos cresceu ao longo dos anos.
As águas poluídas exercem ainda um
efeito indireto no aumento no número de
pernilongos na cidade. Quando limpas, há
um equilíbrio ecológico entre as espécies,
e esse mosquito serve de alimento a outros insetos e animais. Mas a maioria dos
predadores não sobrevive aos poluentes,
fazendo com que a muriçoca vire praga,
sem nenhum controle natural.
Para tornar esse cenário ainda mais desanimador, a pesquisa da USP também mostrou que esse animal está mais resistente
aos inseticidas normalmente aplicados na
região. “Esses químicos exercem uma pressão seletiva importante sobre as populações de mosquitos. Ou seja, matam os que
são geneticamente suscetíveis ao produto
e poupam os mais fortes. Esses mosquitos
naturalmente resistentes se reproduzem,
e seus descendentes herdam seus genes.
Com o passar do tempo, aumenta o número
de insetos resistentes”, explica o biólogo
Eduardo Bergo, pesquisador científico da
Superintendência de Controle de Endemias
(Sucen) do Estado de São Paulo.
Por causa desse processo, usar inseticidas em casa pode contribuir para aumentar
a resistência dos insetos, sem tanta eficácia
no combate a essas pragas. “O spray fica
por poucos minutos no ar e só é efetivo no
contato direto com o mosquito, desde que
não seja de uma linhagem resistente. A existência de poucos produtos disponíveis para
Prevenção contra a dengue
A epidemia de dengue deve voltar com força
nos primeiros meses de 2012 em 48 municípios
brasileiros, e em outros 500 haverá alto risco de
contágio, segundo indicam dados do Ministério
da Saúde e pesquisas publicadas pela Fiocruz
e pelo Instituto D’Or. Por isso, os hospitais da
rede receberam preparação especial.
“Cada emergência dos hospitais organizou um
treinamento com suas equipes médicas e de
enfermagem em parceria com as comissões
de Controle de Infecção Hospitalar, para criar
um fluxo único de atendimento aos pacientes
com suspeita de dengue”, conta a infectologista
Danielle Borghi, coordenadora da Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar do Copa D’Or.
“Isso incluiu criação de um prontuário para
síndrome febril aguda com duração menor ou
igual a sete dias, reformulação do cartão de
retorno, reforço na classificação de risco e até
reestruturação física”, explica. A reestruturação
incluiu, no Rio, até mesmo tendas para hidratação, oferecimento de soro oral na fila de espera
e elaboração de material de divulgação com dicas para prevenção, sintomas e sinais de alerta.
Os casos de dengue aumentam no verão devido
à combinação de chuva e calor, característicos
dessa época do ano e ideais para o mosquito
Aedes aegypt.
Para evitar efeitos mais graves, é importante
fazer o diagnóstico rapidamente. Mesmo em
um país tropical como o Brasil, é comum que
a dengue seja erroneamente diagnosticada, o
que atrasa o tratamento e pode comprometer
a cura. “A dengue é causada por um vírus. E podem parecer outras doenças: malária, febre tifoide, meningite, infecções urinárias, leptospirose,
apendicite ou até pneumonia”, afirma Danielle.
Por isso, é preciso ficar atento aos sintomas,
como diminuição repentina da febre, dor muito
forte na barriga, sangramento do nariz, da boca
ou outros tipos de hemorragias, tontura, diminuição do volume de urina, vômitos frequentes
ou com sangue, dificuldade de respirar, agitação ou muita sonolência, suor frio e manchas
vermelhas ou roxas na pele.
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 43
Birute Vijeikiene/Shutterstock
Dicas
vite usar filtros solares
1 Eque
contenham repelentes.
Como a reaplicação do filtro
deve ocorrer com mais
frequência, há chances maiores
de intoxicação por causa
do excesso de componentes
químicos
refira uma versão sem
2 Pperfume
nem corantes, para
reduzir riscos de alergia.
aplique repelente sobre
3 Na unca
pele machucada ou irritada.
oloque repelente somente em
4 Cáreas
expostas (não é preciso
passar por baixo da roupa).
elas e mosquiteiros são
5 Talternativas
sustentáveis e
eficientes, desde que nenhum
mosquito tenha entrado no
ambiente. Se o inseto não
consegue sair, pica o morador
que ficou no imóvel.
44 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
controle ratifica a cautela no uso”, alerta
o entomologista José Bento, do Instituto
Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
Cuidar do espaço em que se mora, para que as pessoas não deixem recipientes
acumularem água, e exigir tratamento de
esgoto e descarte apropriado de lixo em
toda a cidade são ações que surtem mais
efeito. “Soluções simples e sustentáveis
como essas garantem um ambiente saudável”, acrescenta Bento. Se ainda assim
você achar necessário aplicar inseticidas
em casa, procure variar a marca.
hábitos diferentes O Culex quinquefasciatus incomoda mais. Tem hábitos
noturnos: pica à noite (quando as pessoas
estão mais relaxadas) e emite aquele zunido
característico, que atrapalha o sono de muita gente. Durante o dia, fica escondido em
cantos escuros da casa. Para se reproduzir,
prefere água suja. Pode transmitir elefantíase, doença rara no Brasil, que causa fe-
bre, inflamações e inchaços enormes nas
extremidades do corpo. Manter a grama e
outras vegetações bem aparadas é uma boa
maneira de evitar a proliferação desse tipo
de mosquito, porque ele deposita as ovas
sob o mato alto.
O Aedes aegypt é silencioso, mas é mais
temido por ser o transmissor da dengue e
da febre amarela. Pica durante o dia e tem
marcas brancas no corpo e nas pernas. Esse
inseto procura água limpa para se reproduzir.
Por isso, deve-se evitar manter embalagens
plásticas, vasos e outros potenciais depósitos
nas redondezas da casa. Falhas de construção
também servem de criadouro. Fique atento
a calhas, ralos entupidos e lajes de prédios
em construção, por exemplo.
“Em uma obra de um estádio para a Copa
do Mundo, quantos depósitos de água parada devem existir? Isso é só um exemplo
de como a organização do espaço interfere
na maior presença desse mosquito”, ilustra
Eduardo Bergo. Marcio Estanislau/Photocamera
diagnóstico por Paula Montefusco
Clínico,
com muita honra
O trabalho do hemodinamicista Miguel Rati é percorrer
as veias como se fossem labirintos, para evitar que o
coração – e o resto do organismo – entre em colapso
Sebastian Kaulitzki/Shutterstock
“Quando você trata das demais
partes do corpo, as pessoas temem
mutilação ou disfunção. No coração, temem
a morte”, diz Miguel Rati, que cuida diariamente de um dos órgãos mais importantes
do corpo humano. O médico é o coordenador da área de hemodinâmica dos hospitais Barra D’Or, Copa D’Or e Quinta D’Or,
no Rio de Janeiro. Pode-se dizer que esse
campo da medicina é uma subárea da cardiologia: envolve os exames ou tratamentos
baseados no cateterismo, método em que
são inseridos tubos extremamente finos em
vasos sanguíneos para detectar obstruções
ou coágulos – problemas que podem levar a
derrames ou infartos.
Um dos procedimentos feitos a partir do
cateterismo é a angioplastia (desobstrução
de artéria ou veia e posicionamento de um
dispositivo) chamado stent, que evita que o
fluxo sanguíneo pare novamente. Coloca-se
um cateter (tubo oco com 2 a 2,5 milímetros
de diâmetro) através da pele e, pelo sistema
arterial, chega-se ao coração e injeta-se um
contraste, que torna possível enxergar os
vasos pelo raio x.
Apesar de corriqueiro para o hemodinamicista, o exame é complexo. “Quando fiz
um cateterismo pela primeira vez, há mais
de 30 anos, tive a mesma sensação que sinto
ainda hoje quando inicio um novo exame.
É instigante e, conforme me foi ensinado,
é muito difícil fazer bem feito o que se faz
todos os dias. Por isso, cada vez é como se
fosse a primeira”, afirma Rati.
É necessário ser extremamente preciso.
Punciona-se uma artéria com uma agulha,
pela qual passa um fio de aço revestido de
teflon, com 1 milímetro de diâmetro – é o fio
guia. Esse fio fica dentro do cateter e serve
para orientá-lo dentro do vaso sanguíneo.
A inserção é feita pela virilha, pelos braços
ou pelos punhos. O acesso fica mais complicado caso existam anomalias no trajeto
até o coração ou em pacientes com lesões
de altíssimo risco.
Rati comanda uma equipe em cada um dos
três hospitais da Rede D’Or, realiza exames
e lida com a parte burocrática, que inclui o
controle de medicação e gerenciamento indireto do orçamento. Para ele, esse é o ônus
do cargo. “Gosto mesmo é de atender os pacientes”, comenta.
O cuidado é herança dos tempos passados
em Barbacena. Nascido e criado na cidade
mineira, foi por lá que teve os primeiros contatos com a medicina. “O envolvimento entre
médico e as pessoas é um pouco maior do
que nas cidades grandes”, compara.
Mas, para que o paciente chegue até sua
mesa, é avaliado por um cardiologista clíSuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 47
Stent,
dispositivo usado
nas cirurgias
BioMedical/Shutterstock
de angioplastia
48 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
nico que indica o exame hemodinâmico ou cateterismo. “O que
fazemos é confirmar se realmente existe uma doença que possa
afetar o coração ou o aparelho circulatório. Se ela está lá, o exame
vai dizer quão grave é o caso. Levamos em conta também as condições físicas da pessoa para determinar o tipo de tratamento a ser
seguido.” Cada teste leva de 40 minutos a uma hora, o que permite
que o hemodinamicista passe bastante tempo com o paciente. Em
média, Rati atende duas pessoas por dia.
Difícil é escolher o caso mais curioso. “Já vi desde cardiopatias
consideradas simples até as mais complexas, principalmente as
congênitas em recém-nascidos, e ainda o caso de uma angioplastia
realizada em uma paciente de 103 anos.”
Foi no Instituto do Coração – vinculado ao Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – que ele
se especializou na área em que atua até hoje. A instituição é uma
das principais referências no estudo e tratamento de doenças cardiológicas e torácicas do Brasil. “Fiz residência em clínica médica,
cardiologia e hemodinâmica no HC. Quando estava no terceiro ano,
surgiu a oportunidade de ir para o setor de cateterismo do Incor”,
lembra. E o Instituto estava cheio de novidades nessa época. Enquanto Rati assumia a posição, seus colegas realizavam uma das
primeiras angioplastias do país, comandada por Siguemituzo Arié,
que aconteceu em seguida à cirurgia pioneira em Curitiba,
em 1979, capitaneada por Costantino Costantini.
Filho de um mecânico e uma escriturária, o
especialista não sabe dizer como a vocação
apareceu. “Acho que está ligada àquela imagem que temos do médico quando somos
crianças: de uma pessoa que está lá para
ajudar o doente.”
Nunca pensou em seguir outra profissão.
Mas, quando foi a São Paulo cursar o último
ano da graduação, chegou a se interessar
por obstetrícia . “O serviço no Hospital do
Servidor Público do Estadual, onde eu estava, era fantástico nessa área. Mas venceu a
cardiologia”, lembra. Preferiu não apostar
tanto nas cirurgias, área geralmente muito
valorizada. “Minha formação é de clínico,
com muita honra!”
Depois de mais de 20 anos na capital paulista, aceitou um novo desafio: chefiar o setor
de cateterismo do então recém-inaugurado
Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, em
1998. Esse foi o primeiro hospital da Rede
D’Or, que, até então, contava com uma estrutura abrangente de laboratórios especializados, inclusive, no diagnóstico não invasivo
de cardiopatias.
Pouco mais de uma década
depois, aos 59 anos, Rati
brinca que é “praticamente um adolescente”, já adaptado
ao Rio. Ele acredita
que a capital fluminense supera São
Paulo em qualidade
de vida. “Tem menos
trânsito. Gosto de me planejar e visitar um hospital
dos que coordeno por dia, assim
não perco tempo em engarrafamentos.”
O médico mora em uma região arborizada do bairro do Recreio dos Bandeirantes e
aproveita as folgas dos plantões para fazer
caminhadas e se dedicar ao seu hobby predileto, a fotografia. “Nunca fiz curso. Fotografo
o que encontro pela frente, faço isso desde
criança”, afirma. “Ganhei minha primeira
câmera aos 14 anos, era uma Kodak, daquelas
do tipo caixote, bem simples e sem muitos
recursos. Não dava para levar a todos os lugares porque era grande e o transporte não
era prático”, conta. É assim, controlando as
diversas máquinas que regem sua vida, que
o médico é capaz de fazer funcionar o motor
do corpo humano. Seu
hobby predileto
é a fotografia, que
adora desde criança. “Não
fiz curso. Fotografo tudo o que
encontro pela frente”, conta
o médico da Rede
D’Or
coma bem por Sara Duarte Feijó
o curinga
da culinária
Queridinho dos vegetarianos, o tofu pode ser usado em receitas doces e salgadas
N
Josh Resnick/Shutterstock
ão é preciso
saber comer com pauzinhos para apreciar
um bom tofu. Inventado na China há cerca de
2.000 anos, esse alimento é um dos principais
ingredientes da culinária de países asiáticos,
como Japão, Coreia, Indonésia e Tailândia.
Trazido para este lado do Oceano Atlântico
pelos imigrantes japoneses, que aportaram
aqui no início do século 20, esse derivado da
soja acabou sendo incorporado à culinária
vegetariana, e hoje em dia é a matéria-prima
para saladas, petiscos e mesmo sobremesas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, indústrias
de alimentos usam o tofu para fazer salsicha,
hambúrguer, linguiça, maionese, iogurte,
queijo e até espetinho de churrasco vegano.
50 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
Autora do livro “Tofu – Sabor e Saúde em
56 Receitas”, a chef paulistana Ellen Vitorino
afirma que esse alimento é um verdadeiro
curinga da cozinha. “O tofu é muito bem aceito por quem não come carne, porque é rico
em proteínas e isento de gordura saturada”,
comenta. “Sua maior vantagem é que, por
ter um sabor muito suave, pode ser usado
tanto em receitas doces como em salgadas.”
Radicada na cidade de Wildwood, na Geórgia (Estados Unidos), Ellen é especialista
em adaptar receitas clássicas da culinária internacional aos preceitos vegetarianos. “Só
não recomendo sanduíche de tofu”, afirma.
“Puro, ele é insosso e sem graça. Para deixálo gostoso, seria preciso temperá-lo, assá-lo
ou dar uma marinada. Como dá muito trabalho, nesse caso, é melhor usar o queijo
Minas mesmo”, sugere.
Apesar de, em algumas rodas, ser chamado de “queijo vegetariano”, o tofu está
fora dessa categoria, pois não leva leite. Ele
é, na verdade, uma espécie de gelatina ou
creme, com textura macia e elástica. Para
produzi-lo, é preciso triturar os grãos de
soja e misturá-los com água. Em seguida,
adicionam-se sais de cálcio, magnésio ou
ácidos à base de limão ou vinagre. São esses
ingredientes que fazem o extrato de soja
coagular, passando do estado líquido para
o de gel. Dependendo da substância adicionada, produz-se um tipo diferente de tofu.
Na Ásia, há mais de 30 variedades, mas no
Brasil são fabricadas apenas seis. “É que o
brasileiro só gosta do tofu bem consistente, que se assemelha mais ao queijo Minas”,
comenta a nutricionista Nívea Takeshi, da
indústria de alimentos Agro Nippo. Por aqui,
os tipos mais populares são o defumado (ideal
para o preparo de saladas e pratos frios), o
kinugoshi (que tem consistência bem leve
e pode ser consumido cru ou servir de base
para fazer sobremesas), o tezukuri ou tofu
caseiro (que é bem prensado e firme e, por
isso, indicado para aquecer na chapa ou preparar pratos quentes) e o momengari (que
absorve bem o sabor dos molhos e, por isso,
é usado em sopas e cozidos).
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 51
Na hora de se servir de tofu, muitos
optam por mergulhá-lo no shoyu.
É melhor, porém, moderar. Não
porque se está acrescentando um
derivado da soja a outro: apesar
da origem comum, ambos têmcaracterísticas distintas. O molho
possui aminoácidos, vitaminas,
cálcio e proteínas, mas muito sódio.
“Esse é o grande ponto fraco”, diz
Andrea Bottoni, coordenador da
equipe de nutrologia do Hospital
e Maternidade São Luiz (unidade
Anália Franco). “O problema não
é o shoyu, e sim como ele entra na
sua dieta, ou seja, se você costuma consumir muito sal ou não.”
Uma boa opção é o shoyu light,
cuja proporção de sódio é entre
25% e 35% menor que a da versão
normal (para saber o valor exato,
consulte a tabela de informações
nutricionais, na embalagem do
produto). “Mas é preciso tomar
cuidado, pois muitas pessoas acreditam que, por ser light, o alimento
pode ser consumido à vontade. Isso
não é verdade, pois esses produtos
não são isentos de determinada
substância, apenas apresentam
uma quantidade reduzida dela”,
observa Bottoni.
O nutrólogo ainda acrescenta
outra preocupação em relação
ao shoyu: a presença do conservante glutamato monossódico.
As pessoas sensíveis a esse composto, caso o ingiram em grande
quantidade, podem ter reações
como enxaqueca, dor ao redor
dos olhos, no pescoço, e sudorese. “Existem algumas marcas
que são isentas do glutamato.
Essa é a melhor opção”, sugere.
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Bernabea Amalia Mendez/Shutterstock
Com shoyu,
com moderação
O chef do restaurante paulistano Aizomê, Shin Koike, explica que o tofu deve ser
usado como base para as receitas, e não como ingrediente principal. “Nós, japoneses,
aprendemos em casa qual tipo de tofu serve para quê”, afirma. “Mas, para quem não
está acostumado, eu indico começar pelo
kinogoshi, que é o mais leve e agradável ao
paladar, e pode ser consumido cru, com um
pouco de cebolinha e shoyu. Para preparar
pratos quentes, a melhor opção é o momengari, que pode ser cozido ou grelhado sem
correr o risco de desmanchar.”
Comparado aos laticínios de origem animal, o tofu é muito menos gorduroso e contém menos sal. Por isso, é indicado como
substituto do queijo para pacientes que têm
problemas cardíacos, hipertensão e diabetes. De acordo com a Tabela Brasileira de
Composição de Alimentos (Taco), desenvolvida por pesquisadores da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), o tofu
industrializado apresenta em média 4%
de gordura. Para se ter ideia, uma porção
de 100 gramas tem apenas 64 calorias. Já a
mesma quantidade do queijo Minas frescal
tem 264; e o parmesão, 453.
Por ser de origem vegetal, o tofu é naturalmente isento de lactose e colesterol.
Apresenta nutrientes como ferro, selênio,
potássio e fósforo. Contudo, não é uma boa
fonte de cálcio: cada 100 gramas contêm 81
miligramas, bem menos do que o encontrado na ricota (253 miligramas) e no queijo
Minas frescal (579).
Trocando em miúdos: o tofu é saudável,
mas não deve ser o alimento básico de uma
dieta. Afinal, como salientam os especialistas,
quanto mais variada a alimentação, melhor.
Na hora de comprá-lo, verifique se o produto está em ambiente refrigerado e limpo. Além de conferir o prazo de validade,
veja se o soro está bem transparente. “Se
estiver viscoso, formando uma espécie de
limo na superfície do tofu, não compre”,
avisa Nívea Takeshi.
Outros sinais de perigo são o mau cheiro
e a embalagem estufada, que indicam que
o produto pode ter sido contaminado por
bactérias, como a toxina botulínica, causadora do botulismo, uma doença que pode
levar inclusive à morte. Depois de aberto,
o tofu deve ser mantido na geladeira e consumido em no máximo três dias. Vinicius Tupinamba/Shutterstock
rodando por aí por Bernardo Ramos
natureza
Forte por
Piscinas naturais, ecoturismo e excelente infraestrutura hoteleira fazem da
Praia do Forte uma jóia na Linha Verde, estrada que serve o litoral norte da Bahia
54 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 55
Não
deixe de
mergulhar nas piscinas
naturais. Vale alugar
material para passar alguns
minutos observando peixes
e outras criaturas
marinhas
a história longínqua desta praia, a pouco mais de 70 quilômetros de Salvador, não se sabe ao certo como
tudo começou. Se as primeiras pessoas que
chegaram por ali foram pescadores, catadores de coco ou gente atraída pelo forte,
que armazenava mercadorias que seriam
enviadas à então capital do Brasil. Pouco importa, na verdade. O que vale mesmo é visitar
a Praia do Forte, um paraíso indispensável para
quem está na capital baiana por alguns dias. Basta
alugar um carro ou pegar uma van – que sai do aeroporto
internacional, por exemplo – e botar o pé na Linha Verde, a estrada
que serve o litoral norte da Bahia.
Nem é o caso de usar a desculpa de que já foi para lá há uns dez
anos. A vila mudou bastante. Deixou de ser um lugar com restaurantes e lojinhas rústicas para abrigar excelentes locais para matar a
fome e boutiques que você encontra nos shopping centers das grandes capitais brasileiras. Algumas são especializadas no artesanato
local. Um charme, tudo é de muito bom gosto.
6º Simpósio Internacional de
Atualização em Câncer de Mama
Onde
Tivoli Ecoresort Praia do Forte
Avenida do Farol, Mata de São João, Praia do Forte
Quando
De 29 de março a 1º de abril
http://www.dimagnavitaeventos.com.br/evento.
php?id=53
56 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
G. Evangelista/Opção Brasil Imagens
N
Bom, mas nada disso existiria não fosse a praia – afinal, estamos falando de uma
das regiões mais belas do litoral brasileiro.
Passar o dia na praia é essencial. As mais
interessantes são as de Papa Gente e Lord.
Pode ir às duas, já que tudo é pertinho. Mas
não perca a oportunidade de dar um mergulho nas piscinas naturais que se formam
nelas. Vale alugar uma máscara, um pé de
pato e um snorkel e passar minutos e minutos observando os belos peixes e outras
criaturas marinhas que se abrigam
nos rochedos que formam o
conjunto da obra.
Depois de “morgar”
naareia–como dizem
os locais –, seja tomando uma cerveja
gelada ou uma água
de coco, a fome vai
bater. Desloque-se à
vila e saboreie um dos
pratos típicos, servidos
em qualquer restaurante.
Se não está muito acostumado
com pimenta e azeite de dendê, não exagere na dose.
Uma volta pela vila pode encerrar o dia
antes de encarar a rodovia e voltar para Salvador. Mas, se preferir, dá para se hospedar
com qualidade na Praia do Forte. E que qualidade! Para quem gosta de muito conforto,
e tem como pagar, o Tivoli Ecoresort é uma
excelente pedida – aliás, ele é que sediará
o 6º Simpósio Internacional de Atualização em Câncer de Mama . Possui todos os
pré-requisitos de um recanto de luxo, como
internet, TV a cabo e ar-condicionado nos
quartos, centro de convenções e uma piscina
à beira da praia. Na mesma categoria estão
os dois hotéis da rede Iberostar – Bahia e
Praia do Forte –, com basicamente as mesmas instalações e monitores para distrair as
crianças enquanto os pais aproveitam o que
há de bom – e não é pouco. Também existem
restaurantes anexos às piscinas, com uma
comida mais leve, e até um teatro, onde são
realizados shows diários na alta temporada.
Em um nível um pouco abaixo, mas extremamente confortáveis, estão pousadas,
como a Rosa dos Ventos. E há uma série de
opções mais simples.
SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 57
Onde ficar
Ibertostar Praia do Forte
Resort de luxo, tem pacote all
inclusive e é recomendado para
famílias. Rodovia BA 099 km
56 - s/nº, www.iberostar.com.
br, tel.: (71) 3676-4200.
Pousada Refúgio da Vila
Uma das mais confortáveis
da praia, com uma bela
piscina. Loteamento Aldeia
dos Pescadores, 6/7 E, www.
refugiodavila.com.br, tel.: (71)
3676-0114.
Pousada Rosa dos Ventos
Serviço diferenciado e
excelente localização.
Alameda da Lua, ao lado
do Projeto Tamar, www.
pousadarosadosventos.com,
tel.: (71) 3676-1271.
Onde comer
diversão além da praia É impossível falar da Praia do Forte sem mencionar o Projeto Tamar-Ibama, maior centro
reprodutivo do país da espécie de tartaruga marinha cabeçuda. A temporada em
que elas colocam os ovos vai de setembro
a maio – abrange, portanto, o período do
simpósio. E a praia é monitorada pelos funcionários do projeto em uma extensão de
30 quilômetros, em nome da reprodução
da espécie. A sede do programa ocupa 10
mil metros quadrados e é visitada diariamente por centenas de turistas.
As ruínas da Casa da Torre de Garcia D’Ávila,
considerada a primeira grande construção
portuguesa do país, também valem uma visita. O prédio leva esse nome em homenagem ao homem que ergueu a edificação. A
obra começou em 1551 e ajudou a proteger
o litoral brasileiro até o século 19, quando a
Casa da Torre foi desativada e abandonada.
A ruínas foram tombadas em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan).
Falando em preservação, o Instituto Baleia
Jubarte, sediado na Praia do Forte, faz o trabalho de monitoramento desses mamíferos,
que nadam bem perto da costa entre julho
e outubro. Agências de viagem organizam
passeios em alto-mar para que os turistas
possam contemplar esses gigantes nessa
época do ano. Antes do embarque, há uma
palestra no instituto sobre os hábitos das
baleias e a importância delas no ecossistema.
esportes Quem gosta de esportes radicais está em casa. Ali, rolam altas ondas para
quem é adepto do surfe. A Praia do Forte invariavelmente sedia campeonatos internacionais da modalidade. No entanto, o esportista deve tomar cuidado se cair da prancha,
pois o fundo é formado por recifes de coral.
Outro atrativo é o parasail, em que uma
lancha puxa a pessoa, que usa uma espécie
de paraquedas como acessório. Dá para atingir até 60 metros de altura, com uma visão
espetacular do local, ou melhor, do paraíso.
Também é possível fazer passeios de boiacross, bicicleta, quadriciclo, tirolesa e a cavalo
no local. Para curtir tudo que a Praia do Forte tem para oferecer, não precisa ser muito
exigente. A natureza já fez a sua parte. Só
não se esqueça de usar proteção solar, pois
a chuva é rara por estas bandas.
Moquecaria Brasil
A especialidade são as
moquecas, com preço atraente
e variedade receitas. Av. ACM.
No Facebook: http://pt-br.
facebook.com/ObaMoquecaria,
tel.: (71) 3676-1186.
Terreiro Bahia
Com pratos típicos, foi eleito
o melhor restaurante da Praia
do Forte pelo Guia 4 Rodas em
2009, 2010 e 2011. Av. ACM
S/N, www.terreirobahia.com.br,
tel.: (71) 3676-1754.
58 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
Juan Villa/Opção Brasil Imagens
Casa da Nati
Com um bufê de comida
caseira típica, é um dos mais
tradicionais da vila. Alameda
do Sol, www.casadanati.com.
br, tel.: (71) 3676-1239.
unidades e colaboradores
Unidades Associadas
Unidades São Luiz
Unidades D’Or
Endereços dos hospitais que fazem parte da Rede D’Or São Luiz
Hospital
Endereço
Telefone
Hospital Barra D’Or
Hospital Copa D’Or
Hospital Quinta D’Or
Hospital Rios D’Or
Hospital Norte D’Or
Hospital Niterói D’Or
Av. Ayrton Senna, 2541, Barra da Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22775-002
Rua Figueiredo de Magalhães, 875, Copacabana | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22031-011
Av. Almirante Baltazar, 435, São Cristovão | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20941-150
Estrada dos Três Rios, 1366, Freguesia (Jacarepaguá) | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22745-005
Rua Carolina Machado, 38, Cascadura | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21350-135
Av. Sete de Setembro, 301, Santa Rosa (Icaraí) | Niterói/RJ | CEP 24230-251
Tel.: (021) 2430-3600
Tel.: (021) 2545-3600
Tel.: (021) 3461-3600
Tel.: (021) 2448-3600
Tel.: (021) 3747-3600
Tel.: (021) 3602-1400
Hospital e Maternidade
São Luiz – Itaim
Rua Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 95, Vila Nova Conceição | São Paulo/SP | CEP 04544-000
Tel.: (011) 3040-1100
Hospital São Luiz
Morumbi
Rua Eng. Oscar Americano, 840, Morumbi | São Paulo/SP | CEP 05673-050
Tel.: (011) 3093-1100
Hospital e Maternidade
São Luiz – Anália Franco
Rua Francisco Marengo, 1.312, Jardim Analia Franco | São Paulo/SP | CEP 03313-001
Tel.: (011) 3386-1100
Rio de Janeiro
Hospital Badim
Hospital Bangu
Hospital Israelita
Hospital Joari
Hospital Provita
Hospital Real
Hospital Rio de Janeiro
Rua São Francisco Xavier, 390, Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20550-013
Rua Francisco Real, 752, Bangu | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21810-042
Rua Lúcio de Mendonça, 56, Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20.270-040
Rua Olinda Ellis, 93, Campo Grande | Rio de Janeiro/RJ | CEP 23045-160
Rua Silva Gomes, 77, Cascadura | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21350-080
Estr. do Realengo, 1336, Padre Miguel | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21810-122
Rua Luis Beltrão, 147, Vila Valqueire | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21.321-230
Tel.: (021) 3978-6400
Tel.: (021) 2401-5220
Tel.: (021) 2176-8800
Tel.: (021) 2414-3600
Tel.: (021) 3296-5400
Tel.: (021) 3423-9800
Tel.: (021) 3369-9650
Hospital e Maternidade
Brasil
Rua Cel. Fernando Prestes, , 1.177, Centro | Santo André/SP | CEP 09020-110
Tel.: (011) 2127-6666
Hospital e Maternidade
Assunção
Av. João Firmino, 250, Assunção | São Bernardo do Campo/SP | CEP 09810-250
Tel.: (011) 4344-8000
Hospital viValle
Av. Lineu de Moura, 995, Jd. Urbanova | São José dos Campos/SP | CEP 12244-380
Tel.: (012) 3924-4900
Pernambuco
Hospital Esperança
Hospital Prontolinda
Hospital São Marcos
Rua Antônio Gomes de Freitas, 265, Ilha do Leite | Recife/PE | CEP 50070-480
Av. José Augusto Moreira, 810, Casa Caiada | Olinda/PE | CEP 53130-410
Av. Portugal, 52, Boa Vista | Recife/PE | CEP 52010-010
Tel.: (081) 3131-7878
Tel.: (081) 3432-8000
Tel.: (081) 3217-4444
São Paulo
Profissionais da Rede D’Or São Luiz que colaboraram nesta edição
MARCOS VALÉRIO RESENDE
Cardiologista
Hospital e Maternidade São Luiz - Itaim
(011) 3040-1100
MARCELO CABRAL
Geriatra
Hospital Esperança
(081) 3131-7878
JASON GUIDA
Diretor médico
Hospital Rio de Janeiro
(021) 3369-9650
ALEXANDRE LOBACK
Diretor executivo
Hospital Esperança
(081) 3131-7878
ARIADNE STACCIARINI
Clínica Geral e supervisora
Hospital e Maternidade Brasil
(011) 2127-6666
PEDRO FERREIRA AWADA
Ginecologista e obstetra
Hospital e Maternidade Brasil
(011) 2127-6666
VINÍCIUS DE MORAES
Diretor médico
Hospital Niterói D’Or
(021) 3602-1400
Heloisa Graça Aranha
Diretora executiva da Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal
Hospital Rio de Janeiro
(021) 3369-9650
CÉSAR TORRES
Coordenador do Centro Cirúrgico
Hospital e Maternidade Assunção
(011) 4344-8000
DANIELA BORGHI
Infectologista
Hospital Copa D’Or
(021) 2545-3600
CARLOS CLEVERSON
Diretor-geral
Hospital Norte D’Or
(021) 3747-3600
MAURÍCIO PANTOJA
Cardiologista
Hospital Barra D’Or
(021) 2430-3600
MIGUEL RATTI
Hemodinamicista
Hospital Copa D’Or
(021) 2545-3600
PATRÍCIA NETO
Diretora médica
Hospital Norte D’Or
(021) 3747-3600
MIGUEL MORETTI
Cardiologista
Hospital e Maternidade São Luiz - Anália
Franco
(011) 3386-1100
ANDREA BOTTONI
Nutrólogo
Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco
(011) 3386-1100
SOLANGE GIANOTTI
Gerente de relacionamento
com empresas
Hospital e Maternidade Assunção
(011) 4344-8000
60 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz
Alexander Morrell
Cirurgião bariátrico
Unidade Morumbi do São Luiz
(011) 3093-1100
Rogério Villela Lemos
Cirurgião
Hospital Quinta D’Or
(021) 3461-3600