Competiremvezdecombater
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Competiremvezdecombater
SEGUNDA-FEIRA, 2 DE FEVEREIRO DE 2009 O ESTADO DE S. PAULO LINK L7 LINK L7 ENTREVISTA MATT MASON, jornalista ‘Competiremvezdecombater’ Internet conversou com o jornalista sobre o livro e o cenário descrito nele. : ALEXANDRE MATIAS Como surgiu a ideia do livro? O sucesso do iTunes e da Apple no mercado de música digital veio do fato das gravadoras não terem assumido a competição contra a pirataria digital, na época do Napster, preferindo processar seu próprio público. Sem a competição formal, as majors abriram espaço para a entrada de um executivo de outra indústria para ser bem sucedido num mercado que era dominado por elas. Esse é apenas um entre as dezenas de exemplos que o jornalista Matt Mason lista em seu livro The Pirate’s Dilemma (Free Press, importado). Analisando a questão da pirataria do ponto de vista da cultura, Matt sugere que a saída para as empresas não perderem para a pirataria é que elas assumam a concorrência e, em vez de tentar processar os piratas, mostrem para seu público que pode oferecer algo melhor. Para não fugir à sua própria linha de raciocínio, Mason colocou o livro para download no site thepiratesdilemma.com. O Link Escrevi sobre música durante anos e sempre me interessei em como a cultura funciona como um experimento social que traduz como as pessoas se sentem e como, através da cultura, elas se juntam e tentam fazer com que as coisas funcionem não necessariamente de uma forma já estabe- ‘Lost’: ‘A emissora preferiu concorrer e disponibiliza a série de graça em seu site’ lecida – e como isso pode dar vazão a boas ideias. Assim, o movimento punk fez isso com a ideia do consumidor que também se vê como um produtor. Não que isso não existisse antes do punk, mas foi o punk quem primeiro levou esse conceito para o holofote, seguido do hip hop e, mais tarde, pela web – e agora isso é algo que todos conseguem compreender. O mundo ultrapassou o conceito de transmissão tradicional DIVULGAÇÃO (broadcasting) e abraçou todas as formas de comunicação e compartilhamento de informação e conteúdo – e eu quis observar o lado cultural dessa equação. E qual é a principal contribuição da internet neste cenário? Acho que os pais da internet serão lembrados da mesma forma que hoje lembramos dos filósofos clássicos. Não estou falando em troca de MP3, mas de uma mudança que vem reorganizar a sociedade. Estamos vendo, em diferentes áreas, mudanças em estruturas de poder que deixam de ser baseadas no modelo em que um emissor fala para muitos receptores e estão indo para um modelo em que todos conversam com todos – todo mundo hoje pode transmitir informação para todo mundo ou só para algumas pessoas. Mas o principal valor da pirataria é que as pessoas podem copiar, legitimar algo novo e criar novos modelos de negócio. Foi assim que Hollywood começou, foi assim que o mercado de música começou e acho que iremos ver novos modelos de negócios surgindo daí. Piratasensinaram algo aomercado? Atlantic – e hoje você não vê nenhum jovem apaixonado pela SonyBMG, elas viraram o inimigo. E isso não vai mudar nas próximas gerações, mesmo se a indústria mudar da noite pro dia. Com o tiro no próprio pé dado pelas gravadoras, ao processar seus clientes, outros ramos da indústria aprenderam algo? PIRATAS - ‘São os punks de hoje’ Certamente. Vide que muitos estúdios e empresas de mídia estão contratando consultores para saber como lidar com isso e aos poucos estão se livrando da ideia de processar os próprios consumidores, pois se tornou improdutivo. As gravadoras provavelmente nunca irão se livrar da péssima reputação que ganharam ao fazer isso. Antes as pessoas eram apaixonadas pelas gravadoras – pela Motown, pela Com certeza. Veja a série Lost. Seus produtores são contra a pirataria, mas eles em vez de brigar contra os piratas, resolveram competir com eles. Assim, se você vive nos EUA, você pode assistir à série de graça no site da emissora. Esse é um bom argumento contra a pirataria – em vez de tentar reprimi-la, tente competir com ela. A Disney/ABC (produtora de Lost) entendeu isso e colocou em prática. Fiquei surpreso com a decisão, porque é uma empresa com dezenas de milhares de funcionários, que mesmo assim colocou isso em prática. Isso é uma decisão drástica a ser tomada numa empresa tão grande. Se você é o executivo-chefe de uma empresa de mídia, uma decisão dessas pode fazer com que o preço da empresa caia. Essa aproximação entre empresas e piratas pode fazer com que a distinção entre o underground e mainstream desapareça? Acho que não. Escrevo para um site chamado Free.com e foi da comunidade de troca de arquivos via internet que eu recebi as críticas mais sérias a meu livro. Porque meu livro de uma certa forma tenta legitimar a pirataria e as pessoas que agem como piratas se veem como o underground. E aí aparece um cara dizendo que nós precisamos tornar isso mainstream para que a indústria geradora de conteúdo possa sobreviver (rindo)... Então esse cara é o inimigo. É como perguntar para um garoto punk nos anos 70 como é que se faz para vender camisetas dos Ramones em todos os shopping centers dos EUA. Eu entendo e respeito a posição dessas pessoas, mas o ponto é que, hoje em dia, as camisetas dos Ramones estão à venda em todos os shopping centers dos EUA. A pirataria vai com certeza se tornar legal. É assim que essas coisas funcionam, o underground sugere algo novo, o mainstream vem e legitima. Sempre foi assim. ● POR REPRODUÇÃO Navegar Impreciso Pedro Doria*, no Vale do Silício O futuro do jornal no papel H á duas semanas, o presidente do conglomerado Hearst anunciou que o Seattle Post-Intelligencer está à venda. Quer US$ 14 milhões. Se não encontrar comprador, o jornal, de 146 anos, fechará no dia 9 de março.Aqui nosEUA, aconversaa respeitodecrisedaimprensa não é apenas conversa. Emoutubropassado,oChristian Science Monitor, um dos jornaisque melhor cobrempolítica internacional no país, deixou de circular em papel diariamente. A última edição do Monitor saiu poucosmesesapósojornalcompletar um século de idade. Hoje, opera apenas como website. Apósanos se falando em crise na imprensa, a foice está começandoadescernosmaistradicionais jornais do país. Os de médio porte estão realmente começando a fechar. O New York Times, que carrega aquele que é provavelmenteonomemaisconhecido na imprensa mundial, anunciou quarta-feira passada que teve uma queda de 50% em sua receita ao longo do último ano. Caiu para metade. A crise econômica é uma das culpadas, certamente. Mas ninguém está falando de um pacote governamental para resgatar os jornais. Tais pacotes, nos EUA, vão para bancos e, talvez, montadoras de automóveis. O problema dos jornais, nos EUA, tem a ver com as peculiaridades do país. A primeira atende pelo nome Craig’s List. Trata-se de um dos sites mais primitivos que há na internet. Serve para classificados. Qualquer um pode ir lá e postar um anúncio. A maioria deles sai de graça – alguns poucos são pagos. Craig’s List rende uma fortuna mensalmente a seu fundador, Craig Newmark, dado o volume de anunciantes. Acontece que 40% da renda publicitária dos jornais americanos vinha justamente de anúncios classificados. Os outros 60% da renda publicitária está sendo desviada para a internet. Não seria tanto um problema se a publicidade fosse para os sites dos jornais, masainternettemsuaspeculiaridades. Os campeões da venda de anúncios online não são veículos de mídia: são sites de busca. Google em primeiro, Yahoo em segundo, MSN em terceiro. Entenderqueatecnologiaestá mudando e que, portanto, negócios antigos estão deixando de operar como faziam antes é a parte fácil. A parte complicada é que jornais são importantes. Amaioriadosblogs,nosEUA, sãoagregadoresdenotícia.Publicamcomentáriosepõemlinkspara as notícias que repórteres de jornais apuraram. Mas blogs grandes, como o Huffington Post, competem por leitores e por anunciantes com os sites de jornais.Paraosjornais,descobriras notícias e publicá-las custa uma fortuna: custa os salários de uma redaçãointeira.Paraosblogs,éo exercício de copiar e colar. Nãosedevenegarofatodeque blogs prestam um serviço importante.Osmelhoresblogssão,essencialmente,aimprensadodiaeditada.Omelhordecadajornaléresumidoedevidamenteapontado. O que acontece, no entanto, se todos os jornais começarem a fechar? Quem vai descobrir as notícias e reportar os fatos? Nas redações dos EUA, já se começa a ouvir quem resmungue: ‘estamos dando as notícias de graça na internet’. Querem cobrar. Só que nada é tão simples. Há um motivo para o New YorkTimes estardegraçaonline. Se o futuro é a web, é importante continuar sendo a principal fonte de notícias dopúblico.Nãoimportaamídia. Quem cobra pelo acesso nãotemleitores, caino ostracismo.(Aexceçãoéaimprensa de finanças.) A crise da imprensa dos EUA chegou em seu pior momento. E, neste exato momento, editores em todo o país começam a buscar saídas, novos modelos. Não se fala de outra coisa. No ar, há uma mistura de desespero e esperança. Aimprensapodeestarchegandonomomentodesereinventar. No caso do Seattle Post-Intelligencer, há uma esperança no ar: Bill Gates mora em Seattle. Há quem diga que ele está interessado. ● Treinodefutebolonlineegratuitoparajovens ●●● A Nike acaba de lançar no País um programa online e gratuito de exercícios baseado na preparação física dos principais jogadores do mundo. O Bootcamp (tinyurl.com/niketreino) tem como foco o desenvolvimento da potência, velocidade, agilidade e capacidade aeróbica dos jogadores. BREVES † O colunista Pedro Doria passa um ano em Palo Alto, na Califórnia link *[email protected] Comente esta coluna no site http://link.estadao.com.br TRABALHO GAMES Oportunidade de emprego via SMS ‘Resident Evil 4’ para PC chega às bancas O Emprega São Paulo (www. empregasaopaulo.sp.gov.br), da Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho (SERT) irá oferecer a novidade a partir de março. O site disponibiliza hoje cerca de 14 mil vagas. Aos profissionais interessados basta cadastrar gratuitamente o currículo na página do serviço. Até março, a central de atendimento é que avisa quando há uma vaga que se encaixa com o perfil do inscrito. A nova edição da revista FullGames traz encartado em sua edição mais recente o polêmico game Resident Evil 4. Liberado para maiores de 18 anos, o jogo é considerado o melhor da série, que começou em 1996 no primeiro PlayStation e ganhará o quinto game em 2009. O jogo roda suave na maioria dos PCs, mas não roda em notebooks mais modestos. O game está disponível nas bancas de jornal e custa R$ 17,90. classificados ABERTO 24 HORAS R$15,00 /h. A domicílio, micro lento, mensagem de erro, configur. vírus, spywares, conflitos, defeitos, atualizações, internet, rede, wireless,roteador, speedy, vírtua, compartilhamento. (11)2236-7667 TÉCNICO 24 HS Em Domicílio (11)4265-0774. SISTEMAS INFORMATIZADOS AULAS DE INFORMÁTICA Internet,word,excel,acces, foto/cd 3171-1097/9312-0216 Eda PORTÁTEIS NOTEBOOK Assist. técnica todas as marcas. 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