Dissertação - IME
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Dissertação - IME
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA RICARDO AARON NEGRÓN RIVAS A TECNOLOGIA LASER SCANNING E SEU POTENCIAL DE APLICAÇÃO NO MAPEAMENTO TOPOGRÁFICO Dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Cartográfica. Orientador: Jorge Luís Nunes e Silva Brito – Cel R-1 -Ph.D. Rio de Janeiro 2002 c2002 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha Rio de Janeiro - RJ CEP: 22290-270 Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer forma de arquivamento. É permitida a menção, a reprodução parcial ou integral e a transmissão entre bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e dos orientadores. N394 Negrón, Ricardo Aaron Rivas. Tecnologia Laser Scanning e seu Potencial de Aplicação no Mapeamento / Ricardo Aaron Negrón Rivas - Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2002. 116 p. : il., graf., tab. : 29,7 cm. Dissertação (mestrado) - Instituto Militar de Engenharia – Rio de Janeiro, 2002. 1. Sensoriamento Remoto. 2. Sensores de Varredura Laser. 3. M.D.T. CDD 621.3678 2 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA RICARDO AARON NEGRÓN RIVAS TECNOLOGIA LASER SCANNING E SEU POTENCIAL DE APLICAÇÃO NO MAPEAMENTO Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Cartográfica. Orientador: Jorge Luís Nunes e Silva Brito – Cel R-1- Ph.D. Aprovada em ?? de Dezembro de 2002 pela seguinte Banca Examinadora: Jorge Luís Nunes e Silva Brito – Cel R-1 - Ph.D do IME - Presidente Prof. Oscar Ricardo Vergara – D.E. do IME Prof. Íris Pereira Escobar – D.E. da UERJ Rio de Janeiro 2002 3 Aos amados Otto, Beatriz, Angel, Aura, Amada, Ricardo e Daniel. 4 AGRADECIMENTOS A Deus pela oportunidade da vivência de novas experiências pessoais é profissionais, sempre abrindo o caminho entre as dificuldades permitindo alcançar um sonho inesquecível. Ao Exército Venezuelano pelo privilégio de acrescentar minha formação profissional. Ao Exército Brasileiro por conceder uma vaga no curso de Mestrado em Engenharia Cartográfica do IME. Ao Instituto Militar de Engenharia (IME) por outorgar um acúmulo de conhecimentos do mais alto nível acadêmico. Ao Instituto Geográfico de Venezuela “Simón Bolívar” pelo constante apoio, confiança é incentivos em mim depositados. A Petrobras pela concessão de dados obtidos dos sistemas de varredura laser permitindo alcançar os objetivos previstos em minha dissertação. A Esteio Aerolevantamentos pelo apoio recebido ao encaminhar nossa solicitação de dispor de dados laser à Petrobras. A Geoid Ltda pelo fornecimento de dados, experiências é conhecimentos na compreensão da tecnologia Laser Scanning é por todo o apóio a mim dispensado. A Toposys do Brasil pelo assessoramento fornecido sobre a tecnologia “Laser Sacanning” A toda minha família é amigos pelas constantes orações, incentivos, conselhos é confiança depositada no triunfo da meta proposta. Ao Cel. Jorge Luís Nunes e Silva Brito professor e orientador durante os dois anos de estudos no Mestrado, aportando conhecimentos, experiências, incentivos e tempo na procura de transmitir o melhor apoio acadêmico e pessoal para alcançar a missão de estudo. Ao General de Brigada Romer Mena Nava pela oportunidade de formar parte do Instituto Geográfico de Venezuela e por candidatar meu nome para realizar este Mestrado. Aos demais professores, alunos e funcionários do Departamento de Engenharia Cartografia do IME pelo apoio fornecido e por dispor a oportunidade de formar parte de sua família. A minha esposa Amada, meus filhos Ricardo e Daniel por compreender minhas ausências e por sua constante demonstração de carinho. Obrigado À comunidade Venezuelana em Rio de Janeiro por ser minha família em Brasil. Ao povo Brasileiro pela grande acolhida e familiaridade outorgada a toda minha família na difícil tarefa de adaptar-se a uma nova cultura, a um novo país. 5 Aos profesores da Banca examinadora pela sua participação é recomendações propostas. Finalmente, sou grato a todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização desta pesquisa. 6 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES.................................................................................................. 10 LISTA DE TABELAS............................................................................................................ 12 LISTA DE SIGLAS................................................................................................................ 14 RESUMO ................................................................................................................................ 15 ABSTRACT ............................................................................................................................ 16 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17 1.1 Posicionamento do Trabalho Proposto ......................................................................... 17 1.2 Justificativa do Trabalho .............................................................................................. 17 1.3 Objetivos do Estudo ..................................................................................................... 19 1.4 Organização do Trabalho ............................................................................................. 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 21 2.1 Introdução..................................................................................................................... 21 2.2 Tecnologias Envolvidas na Operação do Sistema ................................................... 22 2.2.1 Sistema GPS+INS ........................................................................................................ 23 2.2.2 Sistema Lidar................................................................................................................ 30 2.3 Operação do Sistema de Varredura Laser .................................................................... 36 2.4 Fabricantes do Sistema ................................................................................................. 53 3 GERAÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO MODELO NUMÉRICO DE ELEVAÇÕES OBTIDO A PARTIR DE DADOS LASER. ............................................... 55 3.1 Introdução..................................................................................................................... 55 3.2 Metodologia Para a Geração do M.N.E. Obtido a Partir de Dados Laser .................... 56 3.2.1 1º Fase (Coleta dos Dados Laser)................................................................................. 56 3.2.1.1 Dados Brutos ................................................................................................................ 57 3.2.1.2 Filtragem ...................................................................................................................... 57 3.2.1.3 Conversão de Formato ................................................................................................. 59 3.2.2 2ª Fase (Geração do M.N.E)......................................................................................... 59 7 3.2.2.1 Preparo dos Dados ........................................................................................................ 60 3.2.2.2 Determinação dos Parâmetros do M.N.E. .................................................................... 62 3.2.2.3 Construção do M.N.E ................................................................................................... 63 3.2.3 Metodologia Para Avaliação da Qualidade de um M.N.E. Obtido a Partir de Dados Laser ............................................................................................................................. 64 3.2.3.1 Pesquisa da Base de Referência ................................................................................... 65 3.2.3.2 Construção do M.N.E. de Referência. .......................................................................... 66 3.2.3.3 Comparação dos M.N.E. .............................................................................................. 67 4 EXPERIMENTO E ANÁLISE DOS RESULTADOS. ................................................ 69 4.1 Introdução..................................................................................................................... 69 4.2 Material da Geoid ......................................................................................................... 69 4.2.1 Descrição da Área. ....................................................................................................... 70 4.2.2 Descrição dos Dados Obtidos do Sensor Laser ............................................................ 70 4.2.3 Geração do M.N.E. a Partir de Dados Laser ................................................................ 71 4.2.4 Disponibilização da Base de Referência ...................................................................... 73 4.2.5 Geração do M.N.E. de Referência................................................................................ 73 4.2.6 Teste do M.N.E. ........................................................................................................... 74 4.3 Material da Petrobras ................................................................................................... 81 4.3.1 Descrição da Área ........................................................................................................ 82 4.3.2 Descripção dos Dados Obtidos do Sensor Laser .......................................................... 82 4.3.3 Geração do M.N.E. a Partir de Dados Laser. .............................................................. 84 4.3.4 Disponibilização da Base de Referência ...................................................................... 86 4.3.5 Geração do M.N.E de Referência................................................................................. 86 4.3.6 Teste do M.N.E. ........................................................................................................... 87 4.4 Análise dos Resultados Obtidos. .................................................................................. 93 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS. .......... 95 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 98 7 APÊNDICES .................................................................................................................. 100 7.1 APÊNDICE 1: Metodologia para Extrair uma a Mostra de Pontos Laser do Arquivo Original Fornecido pelo Fabricante............................................................................ 101 8 7.2 APÊNDICE 2: Metodologia para Coletar o Conjunto de Pontos Laser Presentes nas Vizinhanças de Cada Ponto GPS Empregado Como Referência. .............................. 102 8 ANEXOS......................................................................................................................... 103 8.1 ANEXO 1: FABRICANTES DOS SISTEMAS DE VARREDURA LASER. ........ 104 8.1.1 Optech ........................................................................................................................ 104 8.1.2 Topsys Gmbh ............................................................................................................. 107 8.1.3 Topeye AB ................................................................................................................. 109 8.1.4 LH-Systems ................................................................................................................ 110 8.1.5 Fabricante Não Comercial .......................................................................................... 112 8.2 ANEXO 2: Fornecedores Brasileiros, de Serviço de Varredura Laser. ..................... 113 8.2.1 Geoid Ltda .................................................................................................................. 113 8.2.2 Esteio Engenharia e Aerolevantamentos S.A. ............................................................ 114 8.2.3 Toposys do Brasil Ltda .............................................................................................. 114 8.3 ANEXO 3: Estudo das Estratégias de Espaçamento Empregadas pela DGS, Intergraph e Ackerman na Geração do M.N.E. ........................................................................... 116 • 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIG. 2.1 Sistema de Varredura Laser ............................................................................... 22 FIG. 2.2 Sistemas Inerciais ............................................................................................... 25 FIG. 2.3 Parâmetros obtidos por intermédio do Sistema Inercial .................................... 26 FIG. 2.4 Diferencial GPS ................................................................................................. 27 FIG. 2.5 Principio de funcionamento do Raio Laser ........................................................ 30 FIG. 2.6 Operação do Sistema LIDAR............................................................................. 37 FIG. 2.7 Software ALTM-NAV Planner .......................................................................... 38 FIG. 2.8 Largura da faixa do Vôo .................................................................................... 39 FIG. 2.9 Freqüência de Perfilamento................................................................................ 41 FIG. 2.10 Parâmetros do Padrão de Varredura Laser ....................................................... 42 FIG. 2.11 Sistema de Scanner de Fibra Óptica................................................................. 43 FIG. 2.12 Ocupação das Estações de Referência ............................................................. 44 FIG. 2.13 Coleta de Dados. .............................................................................................. 45 FIG. 2.14 Ecos do pulso laser ........................................................................................... 47 FIG. 2.15 Processamento (Software Realm Survey Aircraft 3.02d) ................................ 50 FIG. 2.16 Processamento Software Realm Survey Aircraft 3.02d ................................... 50 FIG. 2.17 Processamento .................................................................................................. 51 FIG. 2.18 Pulsos Refletidos do Laser ............................................................................... 52 FIG. 3.1 Fluxograma Coleta dos Dados Laser. ................................................................ 56 FIG. 3.2 Fluxograma da Geração do MNE ...................................................................... 60 FIG. 3.3 Visualização da Área de Teste ........................................................................... 62 FIG. 3.4 Seleção dos parâmentros da interpolação do MNE............................................ 64 FIG. 3.5 Fluxograma da Avaliação do MNE.................................................................... 65 FIG. 4.1 Representação gráfica dos resíduos calculados.................................................. 75 FIG. 4.2.c Representação Gráfica dos MNE obtidos do 20 dos dados laser e O MNE de Referência.......................................................................................................................... 76 FIG. 4.3 Representação gráfica dos MNE Construídos.................................................... 77 FIG. 4.4 Representação do 100% dos dados laser fornecidos pela Geoid (17544 pontos) ............................................................................................................................... 78 FIG. 4.5 Representação do 60% dos dados laser fornecidos pela Geoid (10613 pontos) 78 FIG. 4.6 Representação do 20% dos dados laser fornecidos pela Geoid (3534 pontos) .. 79 10 FIG. 4.7 Representação da área do teste 5 ........................................................................ 80 FIG. 4.8 Representação gráfica dos resíduos calculados do 3ºgrupo de dados. ............... 88 FIG. 4.9.c Representação Gráfica dos MNE obtidos do 20 dos dados laser e O MNE de Referência.......................................................................................................................... 89 FIG. 4.10 Representação gráfica dos MNE Construídos (extrato 3ºgrupo de dados) ...... 90 FIG. 4.11 Representação do 100% dos pontos laser extraídos do 3º grupo de dados fornecidos pela Petrobras (14850 pontos) ......................................................................... 91 FIG. 4.12 Representação do 60% dos pontos laser extraídos do 3º grupo de dados fornecidos pela Petrobras (8823 pontos) ........................................................................... 92 FIG. 4.13 Representação do 40% dos pontos laser extraídos do 3º grupo de dados fornecidos pela Petrobras (5852 pontos) ........................................................................... 92 11 LISTA DE TABELAS TAB. 3.1 Medidas estatísticas empregadas na avaliação dos MNE gerados. ................... 68 TAB. 4.1 Estatísticas dos dados fornecidos pela Geoid ................................................... 70 TAB. 4.2 Parâmetros para a Geração dos MNEs a serem avaliados. ............................... 71 TAB. 4.3 Estatística da amostra coletada com 80% dos dados laser fornecidos pela Geoid. ................................................................................................................................ 71 TAB. 4.4 Estatística da amostra coletada com 60% dos dados laser fornecidos pela Geoid. ................................................................................................................................ 72 TAB. 4.5 Estatística da amostra coletada com 40% dos dados laser fornecidos pela Geoid. ................................................................................................................................ 72 TAB. 4.6 Estatística da amostra coletada com 20% dos dados laser fornecidos pela Geoid. ................................................................................................................................ 72 TAB. 4.7 Estatísticas dos dados coletados da base cartográfica de referência ................. 74 TAB. 4.8 Estatísticas dos Resíduos (metros) ................................................................. 75 TAB. 4.9 Estatísticas dos Resíduos .................................................................................. 77 TAB. 4.10 Parâmetros para a Geração dos novos MNEs que serão avaliados. ................ 80 TAB. 4.11 Estatísticas dos Resíduos dos MNE (Laser-GPS) ........................................... 80 TAB. 4.12 Estatísticas dos Resíduos do Teste 5 (GPS vs Laser) ..................................... 81 TAB. 4.13 Características dos dados fornecidos pela Petrobras. ...................................... 82 TAB. 4.14 Estatísticas do 1º grupo de dados fornecidos pela Petrobras .......................... 83 TAB. 4.15 Estatísticas do 2º grupo de dados fornecidos pela Petrobras .......................... 83 TAB. 4.16 Estatísticas do 3º grupo de dados fornecidos pela Petrobras .......................... 83 TAB. 4.17 Parâmetros para a Geração do MNE a ser avaliado. ....................................... 84 TAB. 4.18 Estatística da amostra coletada com 80% dos dados laser fornecidos pela Petrobras. ........................................................................................................................... 84 TAB. 4.19 Estatística da amostra coletada com 60% dos dados laser fornecidos pela Petrobras. ........................................................................................................................... 85 TAB. 4.20 Estatística da amostra coletada com 40% dos dados laser fornecidos pela Petrobras. ........................................................................................................................... 85 TAB. 4.21 Estatística da amostra coletada com 20% dos dados laser fornecidos pela Petrobras. ........................................................................................................................... 85 TAB. 4.22 Estatísticas dos dados coletados da base cartográfica de referência ............... 87 12 TAB. 4.23 Estatísticas dos Resíduos do 3ºGrupo de Dados (metros). ........................... 88 TAB. 4.24 Estatísticas dos Resíduos Extrato Carta Itumbiara e 3ºGrupo de Dados ........ 90 TAB. 4.25 Estatísticas dos Resíduos entre 20% e 100% dos dados laser......................... 94 TAB. 8.1 Características dos sistemas ALTM 1020 e 1025 ........................................... 105 TAB. 8.2 Características dos sistemas ALTM 1210 e 1225 .......................................... 105 TAB. 8.3 Características dos sistemas ALTM 2025 e 2033 .......................................... 106 TAB. 8.4 Características dos sistemas ALTM 3025 e 3033 .......................................... 106 TAB. 8.5 Características do sistema ALTM 2050 ........................................................ 107 TAB. 8.6 Características dos sistemas Toposys I e II .................................................... 108 TAB. 8.7 Características da Câmera Digital ................................................................... 109 TAB. 8.8 Características dos sistemas TopEye ............................................................. 110 TAB. 8.9 Características do sistema ALS40.................................................................. 111 TAB. 8.10 Características dos sistemas ScanLars e ATM II. ........................................ 112 13 LISTA DE SIGLAS SR Sensoriamento Remoto LIDAR Light Detection and Ranging LASER Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation GPS Global Positioning System DGPS Differential Global Positioning System INS Inertial Navigation System WGS84 World Geodetic System of 1984 RTCM Real Time Correction Measure ION Institute of Navigation GLONASS Global Navigation Satellite System ANSI American National Standards Institute ISO International Standards Organization EN-60825 Normas Européias. ALTM Airborne Laser Terrain Mapping IME Instituto Militar de Engenharia MNE Modelos Numéricos de Elevações GIS Geographic Information System PEC Padrão de Exatidão Cartográfico 14 RESUMO O “Laser Scanning” é um sensor remoto ativo, aerotransportado, que permite descrever a superfície varrida pelo sensor através de milhares de pontos coletados por segundo, que dispõem de posicionamento planimétrico e altimétrico, com uma precisão esperada da ordem de 5 a 7 centímetros, independentemente da altura de vôo. As tecnologias envolvidas nesta operação são o LIDAR é o GPS+INS, as quais integram suas potencialidades num moderno sensor conhecido como sistema de varredura laser. O objetivo do presente trabalho é descrever a fundamentação teórica do sistema de varredura a laser e avaliar o potencial de emprego dos dados coletados por um sensor laser no mapeamento, analisando a precisão obtida pelo sensor, de acordo com o padrão de exatidão cartográfica estabelecido na legislação Brasileira, no Decreto nº 89.817. Esta pesquisa descreve uma metodologia para gerar e avaliar modelos numéricos de elevações obtidos com o emprego de dados laser. Apresenta também uma estratégia de filtragem para facilitar a manipulação, processamento e armazenamento dos dados coletados pelo sensor. A análise dos resultados comprovou que os dados obtidos do sistema de varredura laser na superfície de estudo podem ser disponibilizados para a construção de cartas topográficas nas escalas 1:20.000 e menores; porém, não foi possível confirmar a precisão referida nas especificações técnicas fornecidas pelos fabricantes. Essa comprovação exige que novos testes sejam aplicados para poder avaliar a qualidade dos dados laser em diferentes tipos de relevo. Espera-se que esta pesquisa incentive futuros trabalhos e sirva como referência para uma melhor compreensão da tecnologia Laser Scanning. 15 ABSTRACT The "Laser Scanning" is an airborne, active remote sensor that allows the description of a surface swept by the sensor through thousands of collected data points showing their planimetric and altimetric position with a precision of 5 to 7 centimeters, independently of the flight height. The technologies involved are LIDAR and GPS + INS, which integrate their potentials in a single and modern sensor known as a laser scanner system. The aim of this research work is to describe the theoretical basis of the system and to evaluate the potential use of data collected through laser scanning. This is accomplished by the analysis of the precision of the sensor, according to the Brazilian cartographic accuracy standards established by the Decree No 89.817. This investigation describes a methodology to generate and evaluate numerical models of elevations acquired through the use of laser collected data. This research also presents a filtering strategy to facilitate the manipulation, process and storage of data collected by the sensor. The analysis of the results has proven that laser scanning data can be used in topographic mapping up to the 1:20.000 scale. Unfortunately, it was not possible to confirm the nominal standards claimed by laser equipment manufacturers. Such tasks will depend upon additional testing work. Finally, one expects that this research will serve as a starting point for future work, as will as for a better comprehension the laser scanning technology. 16 1 1.1 INTRODUÇÃO Posicionamento do Trabalho Proposto Os avanços tecnológicos observados nos últimos anos proporcionaram uma série de mudanças nos procedimentos de obtenção de dados a partir de técnicas de Sensoriamento Remoto (SR). O crescente emprego de diferentes sensores de observação terrestre está originando não só uma enorme quantidade de informações, mas também uma nova forma de estudar a superfície terrestre, permitindo dispor de massas de dados geográficos, cujo processamento e análise, expandirá o conhecimento humano, facilitando a interpretação de múltiplos fenômenos presentes no planeta. Para extrair uma quantidade de informação de um conjunto de dados, é preciso conhecer as características do sensor e da plataforma que o sustenta, em virtude de existirem diversas formas de aquisição de dados. Cada uma delas apresenta variações quanto a seus métodos de operação, representando diferenças importantes na interpretação dos dados produzidos. No entanto, ainda não se dispõe de uma solução ideal, ou única, para abordar as inúmeras variáveis presentes na difícil tarefa de construir um mapa que atenda a maioria das necessidades exigidas pelo usuário final. Esse é um dos Motivos pelos quais os profissionais ligados a esta área de conhecimento procuram manter-se atualizados sobre as tecnologias desenvolvidas, criando um espírito crítico para assegurar sua capacitação antes da aceitação definitiva da tecnologia; seja com fins de ensino, assessoramento ou produção. Esta necessidade desperta o interesse de apresentar, por meio deste trabalho, os conceitos, informações e características da tecnologia “Laser Scanning” e seu potencial de aplicação no mapeamento. 1.2 Justificativa do Trabalho O século recém-findado foi testemunha de grandes avanços tecnológicos e científicos; o desenvolvimento da informática permitiu mudanças impressionantes nos processos fotogramétricos tradicionais, não só proporcionando mudanças operacionais, mas também permitindo grandes avanços nos sistemas de aquisição de dados. 17 Usualmente se empregava com mais freqüência, sensores passivos nos processos cartográficos. Entretanto, os sensores ativos (sensores de varredura a laser ou radar interferométrico) começaram a apresentar excelentes alternativas na produção de informação cartográfica, permitindo capturar dados em áreas onde os sensores passivos apresentavam dificuldades. Os sensores a Laser que provêm da tecnologia LIDAR (Light Detection and Ranging), emitem pulsos de luz polarizada entre o ultravioleta e o infravermelho próximo, permitindo medir a distância entre o sensor e o objeto (BARRA, 2000), (EMILIO, 1996). Estes tipos de sensores foram pouco explorados na produção cartográfica, já que originalmente foram empregados em plataformas orbitais, onde se dificultava a captura do sinal refletido devido à alta dispersão do mesmo considerando a distância do sensor. Por este motivo, o sensor a Laser foi empregado para estudar outros fenômenos. Nos últimos anos se empregou esta tecnologia a bordo de aeronaves, apresentando resultados interessantes do ponto de vista cartográfico, ao poder captar centenas de pontos por segundo sobre a superfície em estudo, gerando uma estrutura de dados que descrevem o relevo da superfície estudada. Na Cartografia Digital, este conjunto de dados, que descreve a distribuição espacial de uma característica do terreno, é conhecido genericamente como Modelo Digital do Terreno (MDT) (FELICÍSIMO, 1994). Um Modelo Digital do Terreno permite uma melhor interpretação dos dados ou variáveis representadas, ao poder incluir ferramentas quantitativas durante a análise, possibilitando as tarefas de correção geométrica das imagens e, inclusive, permitindo modelar ou representar os dados com características tridimensionais, melhorando a visão espacial do fenômeno representado. Na Cartografia convencional ou analógica, a informação isométrica constitui variável básica, usualmente empregada na construção de mapas topográficos. No MDT (Cartografia Digital), essa variável isométrica é representada por meio dos Modelos Numéricos de Elevação (MNE), que descrevem a elevação de uma região, mediante um conjunto de dados que representam a distribuição espacial da altitude da superfície do terreno. A obtenção da informação de elevação constitui-se no passo inicial do processo de construção de um MNE, perfazendo-se na tarefa de maior importância, já que a qualidade de seu resultado afeta diretamente processos posteriores. A construção de Modelos Numéricos de Elevações a partir da tecnologia “Laser Scanning”, é considerada muito recente, embora já existam alguns centros de produção, ensino e pesquisa utilizando esta técnica. Por esse motivo, é importante que o Departamento 18 de Engenharia Cartográfica do IME inicie suas investigações nesta área de interesse, com a finalidade de atualizar o conteúdo programático desta instituição de ensino, mantendo a excelência acadêmica que o caracteriza. O presente trabalho procura apresentar o funcionamento desta tecnologia, oferecendo os conceitos básicos de sua aplicação e as características de seus dados. É, portanto, um passo inicial nos estudos na investigação e conhecimento da produção cartográfica com apoio de “Laser Scanning”. 1.3 Objetivos do Estudo A presente Dissertação tem por objetivos os seguintes: • Descrever a Tecnologia “Laser Scanning”. • Investigar o emprego do laser scanning aerotransportado para a geração de modelos numéricos de elevação. • Gerar modelos numéricos de elevações (MNE) com os dados provenientes de um sensor a laser aerotransportado. • Avaliar o potencial de utilização do MNE gerado por varredura a laser no contexto do mapeamento topográfico. 1.4 Organização do Trabalho Para melhor compreensão, esta dissertação está organizada em cinco capítulos. O capítulo 2 tem a finalidade de apresentar os fundamentos técnicos envolvidos nos processos de obtenção de dados por meio do Laser Scanning, permitindo conhecer esta nova técnica que posiciona os milhares de pontos por segundo gerados pela varredura do laser. Finalizando-se o capítulo, trata-se da evolução dos sistemas laser e indica-se, no anexo 1, os principais fabricantes comerciais. O capítulo 3 tem como objetivo desenhar uma metodologia que permita gerar um MNE a partir de dados laser, avaliar a qualidade dos dados coletados pelo sensor laser e analisar posteriormente os resultados obtidos de acordo com o interesse e exigências de um produto cartográfico. 19 No capítulo 4 encontram-se descritos os experimentos e resultados obtidos a partir do tratamento aplicado a um conjunto de dados coletados por meio do sensor de varredura laser, os quais foram cedidos pelas empresas Geoid e Petrobras ao desenvolvimento deste estudo. O capítulo 5 contém as conclusões da pesquisa e sugestões para trabalhos futuros. Seguidamente são apresentadas as referências bibliográficas, apêndice e anexos elaborados ao longo do trabalho para melhor entendimento do conteúdo da dissertação. 20 2 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Introdução Na atualidade a constante presença de soluções atrativas que revolucionam as tarefas diárias do homem, exigem a atualização do conhecimento, aumentando as demandas de textos e informações de conteúdo científico, que permitam esclarecer a fundamentação destas modernas tecnologias. Este comportamento da sociedade moderna, de empregar os novos alcances científicos de maneira imediata, evidenciam a necessidade de encontrar alternativas, mais práticas que facilitem e melhorem suas atividades cotidianas, fortalecendo os objetivos dos investigadores de procurar soluções, com capacidades superiores, desencadeando uma corrida tecnológica que providencia dinamicamente respostas para os problemas e necessidades da comunidade. Este grande dinamismo exige que, com a mesma velocidade com que se desenvolvem e consagram, as modernas tecnologias difundam todos os aspectos relacionados a seu funcionamento, características, aplicações e deficiências. Na realidade tradicionalmente estes criadores são cientistas e investigadores, que consagram suas invenções em artigos técnicos que não possuem a mais adequada distribuição. As Ciências Cartográficas não estão alheias a esta realidade. O sistema de varredura laser tradicionalmente conhecido como LIDAR ou Laser Scanning é uma das tecnologias que possuem a restrição de carecer de fontes bibliográficas ao alcance de seus usuários. A escassa informação bibliográfica sobre esta moderna tecnologia dificulta seu melhor entendimento. Este capítulo tem a finalidade de apresentar os fundamentos técnicos envolvidos nos processos de obtenção de dados por meio do Laser Scanning, permitindo conhecer esta nova técnica que posiciona os milhares de pontos por segundo gerados pela varredura do laser. Primeiramente serão descritas as tecnologias envolvidas no funcionamento dos sensores, efetuando-se uma revisão bibliográfica de sua evolução até seus fundamentos teóricos, para logo apresentar a operação do sistema, consolidando uma visão integral das características do Laser Scanning. Finalizando-se o capítulo, trata-se da evolução dos sistemas laser e indica-se, no Anexo 1 , os principais fabricantes comerciais e no Anexo 2, as empresas que oferecem o serviço de perfilamento no Brasil. 21 2.2 Tecnologias Envolvidas na Operação do Sistema Os sistemas de varredura a Laser ou Laser Scanning, caracterizam-se pela captura e integração de dados obtidos de tecnologias consagradas no mundo científico, materializandose num rápido e confiável método para obter dados tridimensionais de uma área de interesse. A maneira mais fácil de detectar as tecnologias que fundamentam o funcionamento do sistema de Varredura a Laser é por meio do conhecimento dos componentes que integram o sensor. Através da FIG. 2.1 é possível reconhecer os componentes que permitem a operação efetiva do sistema, podendo-se mencionar: • Plataforma. • Receptores GPS. • Sistema de Medição Inercial. • Medidor de Intervalos de Tempo. • Gerador de luz Laser. • Scanner (dispositivo Óptico de espelhos oscilantes). • Dispositivo de Armazenamento de dados. • Computador. • Tela para Visualizar a rota do vôo. FIG. 2.1 Sistema de Varredura Laser Fonte: Adaptado das Empresas Geoid e TopEye 22 Este conjunto de componentes permitem que o sistema execute duas operações principais: primeiramente o cálculo da posição da plataforma do sensor, obtido através da integração dos dados provenientes de satélites posicionadores e os dados adquiridos por sensores inerciais, tecnologia conhecida pelas siglas GPS+INS (Global Positioning System/ Inertial Navigation System). A segunda operação é a medição de distâncias entre o sensor e os objetos presentes na superfície de estudo, informação obtida da tecnologia LIDAR (Light Detection And Ranging), ao registrar e processar a diferença de tempo entre o sinal (pulso laser) emitido pelo sensor e o sinal registrado depois de interagir com o alvo. Mais informações sobre as tecnologias envolvidas na operação do sistema de varredura laser, podem ser encontradas em (CHRISTIAN and LINDENBERGER, 1998) e (CASELLA, 2000). As tecnologias (LIDAR, GPS+INS) constituem o fundamento operacional do sistema de varredura laser e serão descritas abaixo: 2.2.1 Sistema GPS+INS O Sistema de Posicionamento Global (GPS) revolucionou os sistemas instrumentais de navegação. Hoje em dia o sistema GPS/INS impõe-se entre os instrumentos de navegação por sua precisão e pela grande capacidade de dispor de base de dados com informação importante para a navegação. A chave fundamental para seu emprego maciço a bordo de aeronaves foi à capacidade de poder integrar receptores GPS aos sistemas de navegação instrumental que já eram aceitos por seus excelentes resultados ao longo da história. Esta integração permite manter a autonomia dos sistemas inerciais para navegação com as modernas capacidades oferecidas pelo Sistema Global de Posicionamento. Informações adicionais sobre o histórico do desenvolvimento do sistema GPS podem ser encontradas em (BENEVENTO, 2000) e (KÁTIA, 2001). Um exemplo prático da vinculação entre os controles de navegação da aeronave e o sistema GPS/INS pode ser encontrado em no site: www.astech-engineering.com . Existem hoje no mercado soluções que permitem combinar receptores GPS e sistemas inerciais. 23 O GPS e o sistema inercial têm responsabilidade no posicionamento da plataforma do sensor de acordo com suas características técnicas, fornecendo um conjunto de dados com variáveis diferentes integrados pelo fator tempo (instante da captura dos dados). Os sistemas inerciais apóiam-se no princípio da inércia e na relação existente entre as acelerações e a posição. Usam-se acelerômetros e giroscópios para a determinação da velocidade e atitude do conjunto de sensores montados a bordo do avião, fornecendo os parâmetros de navegação da plataforma do sensor com um alto grau de precisão. Os giroscópios e acelerômetros são sensores denominados inerciais devido ao fato de permitirem a medição de acelerações, velocidades e deslocamentos lineares e angulares em relação a um sistema de referência perfeitamente estabilizado. Entre os componentes básicos que integram o sistema inercial pode-se mencionar: um conjunto de giroscópios e acelerômetros, uma unidade de seleção de operação e uma unidade de navegação inercial que se compõe de uma plataforma inercial e um computador. A unidade de seleção de operação é a que permite que os giroscópios alinhem-se com os eixos da aeronave, ficando o sistema preparado para operar. O computador do sensor inercial serve de interface com o mundo exterior por meio da entrada dos dados provenientes dos acelerômetros, que detectam as forças de aceleração da aeronave. Entretanto é necessário manter um alinhamento correto para evitar que os acelerômetros detectem informações errôneas; para isso, o sistema conta com um conjunto de giroscópios; qualquer deslocamento destes produzirá um sinal compensatório que será transmitido aos controles da aeronave para compensar o movimento e manter uma correta estabilidade do sensor no caso da navegação por instrumentos. Nos demais casos a informação será devidamente registrada e armazenada. Existem dois métodos através dos quais pode-se efetuar a tradução do sinal do acelerômetro em relação ao referencial inercial: o método da Plataforma Inercial e o método Strapdown, (HOSKEN, 1990). Conforme o mesmo autor, o método da Plataforma Inercial utiliza uma plataforma estabilizada, montada numa suspensão conhecida como estrutura de Gimbals. Neste caso, são alinhados os acelerômetros em relação aos eixos do referencial inercial, de modo que se corrija sua orientação de forma contínua. No método Strapdown os elementos sensíveis do sensor são montados diretamente sobre o veículo ou plataforma. Este método é largamente utilizado em aeronaves onde as manobras requerem uma resposta rápida para o sistema; por outro lado, obriga a utilização de 24 computadores de alta velocidade para poder operar os algoritmos de transformação de coordenadas. O sistema conta com três Acelerômetros, a saber: um destinado a detectar a aceleração em sentido Norte-Sul, outro registrando as acelerações em sentido Leste-Oeste e o terceiro medindo a aceleração angular da aeronave com respeito ao centro da terra. O sinal emitido pelo primeiro acelerômetro é integrado com a informação obtida do terceiro acelerômetro (em relação à direção da vertical), para permitir uma mudança na Latitude da aeronave. Uma correção mais complexa é aplicada para o cálculo da Longitude desta posição, multiplicando pelo sinal do segundo acelerômetro o resultado da secante da latitude calculada. Por meio na FIG. 2.2 e possível materializar os conceitos teóricos do funcionamento do sistema inercial. FIG. 2.2 Sistemas Inerciais Fonte: www.aer.ita.cta.br Assim, os sistemas de navegação inercial processam as medidas angulares detectadas pelos giroscópios com relação aos eixos do sistema de referência, junto com as forças de 25 aceleração detectadas pelos acelerômetros, registrando uma massa de dados necessária para determinar a atitude da plataforma do sensor. Estes dados são representados por letras gregas conhecidas como: κ, φ, ω representando as variações em torno no eixo X (roll), as variações em torno no eixo Y (pitch) e as variações em torno no eixo Z (yaw), respectivamente, como pode-se observar na FIG. 2.3. FIG. 2.3 Parâmetros obtidos por intermédio do Sistema Inercial Fonte: Brandalize, Op.cit Simultaneamente, durante a obtenção dos dados pelo sistema inercial, os receptores GPS registram os dados do posicionamento do sensor, aplicando as técnicas conhecidas como GPS Diferencial. O DGPS é um sistema que visa melhorar a precisão obtida através do GPS. O fato fundamental é que os erros produzidos pelo sistema de posicionamento afetam por igual (ou de maneira muito similar) os receptores que estão muito próximos; isso se deve à distância que há entre o receptor e os satélites que se encontram no espaço. À distância entre dois receptores que se encontram próximos é quase inapreciável para o satélite, o que faz com que o sinal que atinge ambos os receptores viaje pelo mesmo corredor da atmosfera (corredor espacial), sofrendo as mesmas alterações, provocando os mesmos erros e distorções no sinal. Este fato repete-se para todos os erros que se encontram no sinal, com exceção dos produzidos pelo multitrajeto, por serem erros próprios da localização de cada receptor. Se a posição do receptor é bem conhecida baseada em outras técnicas, e a posição dada pelo sistema é registrada, será possível estimar os erros produzidos pelo GPS. E se esse 26 receptor transmite a correção dos erros aos receptores próximos a ele, estes poderão, por sua vez, corrigir também os erros produzidos pelo sistema como se pode observar na FIG.2.4. FIG. 2.4 Diferencial GPS Fonte: www.mundogps.com Com o sistema DGPS podem ser corrigidos parcialmente os erros produzidos pelos seguintes fatores: • propagação pela ionosfera - troposfera. • erros na posição do satélite (efemérides). • erros produzidos pelo relógio do satélite ou do receptor. Para materializar este fundamento é necessário dispor de uma estação monitora que conheça sua própria posição com uma precisão muito alta, o que é possível se ela estiver conformada por: • um receptor GPS de dupla freqüência, um microprocessador para calcular os erros do sistema GPS e para gerar a estrutura da mensagem que se envia aos receptores. Levando em conta que há um canal de dados unidirecional no sentido dos receptores, será necessário: • um transmissor (estação monitora), no caso de serem necessárias correções em tempo real; (para os usuários) um receptor para receber os dados, no caso de posicionamentos em tempo real. Nas mensagens que se enviam aos receptores que estão próximos, podem ser incluídos dois tipos de correções: 27 • uma correção, diretamente aplicada à posição. Isto traz o inconveniente, de que tanto o usuário quanto a estação monitora deverão usar os mesmos satélites, pois as correções estão baseadas neles. • uma correção aplicada as pseudodistâncias de cada um dos satélites visíveis. As alterações que sofre o sinal ao atravessar a atmosfera fazem com que a distância determinada não corresponda à precisão requerida. Por isso é considerada uma pseudodistância. Junto com a mensagem de correções, também se envia o tempo de validade das correções. Na verdade, o sistema consegue fazer o cálculo do tempo do sinal, desde o satélite até o receptor, mediante a sincronização entre ambos; o receptor faz uma réplica do código gerado pelo satélite e uma vez recebida à informação compara os códigos. A diferença entre o tempo de uma seção do código recebido e o do código gerado é denominada delta tempo (∆t). Este ∆t, multiplicado pela velocidade da luz no vácuo, determina a distância do satélite em relação ao receptor. Com a finalidade de trabalhar no mesmo sistema de referência, todos os componentes GPS se encontram posicionados em função do sistema geocêntrico cartesiano, mediante o elipsóide de referência (WGS84). Neste sentido, os satélites dispõem de coordenadas tri-dimensionais (X,Y,Z), determinadas pelo sub-sistema de controle (GALERA, 2000), dado fundamental para calcular as efemérides empregadas pelos usuários, recebidas na mensagem de navegação. Visto que assim o receptor pode calcular sua distância em relação a cada um dos satélites visíveis e assumindo que são conhecidas as coordenadas dos satélites, conta-se com os dados necessários para determinar sua posição no mesmo sistema. Porém ainda não estaria sendo levado em conta o erro ou distorção que porta o sinal. Para isto seria necessário determiná-lo. Este procedimento é feito calculando-se a diferença entre a posição conhecida da estação base e a posição calculada pelo sistema, para logo gerar a correção, que será aplicada aos pontos de localização desconhecida encontrados numa área próxima à estação de referência ou estação base. Os receptores de freqüência simples (L1) (GALERA,2000) não devem se distanciar da base mais do que 40 Km, considerando as especificações do receptor e do projeto. Os receptores de dupla freqüência (L1, L2), podem separar-se da base até 350 Km, considerando também as características técnicas dos equipamentos. Ambos os receptores apresentarão suas capacidades de precisão em partes por milhão. Por exemplo, 5mm + 1 ppm representa uma precisão de 5mm + 1mm por cada Km de separação em relação à estação base. 28 Nem todos os cálculos de DGPS são determinados da mesma forma. Alguns precisam de enlace via rádio para calcular as coordenadas em tempo real, enquanto outros só precisam gravar todas as posições medidas e o tempo exato de cada uma das medições. Logo depois esses dados são processados junto com os dados levantados na estação de referência e em seguida é determinada a posição do receptor mediante um pós-processamento. Quando a determinação da posição é feita em tempo real, é necessária uma conexão via rádio, o que não significa que os receptores (tanto o da base, como o da estação calculada) tenham a capacidade de transmitir os dados, motivo pelo qual é usado um equipamento que, ao ser integrado ao receptor, envia ou recebe os dados em tempo real. Esta conexão é conhecida como “correção diferencial”, cujo protocolo de comunicações é o RTCM (Radio Technical Comission for Maritime Service). O protocolo RTCM originou-se em l983, quando o Instituto de Navegação dos Estados Unidos (ION, Institute of Navigation), solicitou apoio à Comissão Técnica de Serviços Marítimos para que proporcionasse um protocolo de transmissão destinado às correções diferenciais necessárias para os usuários do sistema GPS. Desde que foi feita essa solicitação até a atualidade, o dito organismo colocou à disposição dos usuários uma série de recomendações sobre os protocolos, os intervalos de transmissão e a informação que deveria ser transmitida. Atualmente a versão vigente do protocolo de transmissão RTCM é a 2.1, e sabe-se que ela está sendo melhorada para que possam ser transmitidas as mensagens com as correções diferenciais para os satélites do sistema GLONASS (Global Navigation Satellite System). De maneira resumida pode-se dizer que o DGPS (GPS Diferencial) é um sistema GPS + estações de referência cuja posição é conhecida com precisão. Estas estações calculam as correções das pseudodistâncias até os receptores próximos, num raio de acordo com as especificações técnicas do equipamento (receptor). Assim, são determinadas com alta precisão as localizações dos pontos desejados, corrigindo os erros encontrados no sinal enviado pelo satélite de navegação (ROCHA, 1998). Estes cálculos podem ser obtidos depois de um pós-processamento ou em tempo real, usando um transmissor com protocolo RTCM. No caso no sistema GPS/INS, a posição calculada dos receptores GPS (a bordo da aeronave e a estação Base) é ajustada com os parâmetros de variação detectados pelo sistema inercial, melhorando a precisão do posicionamento. O resultado final é um posicionamento obtido com uma sólida tecnologia inercial e com a elevada precisão do sistema GPS. 29 2.2.2 Sistema Lidar A palavra LIDAR é uma abreviatura da palavra inglesa "Light Detection And Ranging" e representa os sensores remotos que empregam como fonte de energia um raio laser que opera na região do Espectro Eletromagnético, correspondente à área do infravermelho próximo, do visível ou do ultravioleta. Este tipo de sensor recebe a qualificação de sistema ativo, por funcionar com seu próprio sistema de energia. O laser é um raio de luz que viaja em uma só direção sem desviar-se, até o momento que choca com uma partícula. Nesse instante, o sinal de laser se dispersa em todas as direções e uma pequena fração dela retorna na direção de origem; logo o sinal de retorno é capturado pelo sensor. É possível analisar o sinal em intensidade e inclusive determinar o tempo de vôo do momento de transmissão do pulso laser até a recepção do eco originado pela interação do laser com alguma substância ou objeto. Isto proporciona diversos tipos de informação que serão analisados, dependendo do interesse do estudo. A palavra Laser também é uma abreviatura, representando as iniciais da frase "Light Amplification by Stimulated Emisson of Radiation" (amplificação de luz por emissão estimulada de radiação). A FIG. 2.5 permite descrever como é produzido um raio Laser. FIG. 2.5 Principio de funcionamento do Raio Laser Fonte: www.aol.com.br 30 A característica mais original do laser é que emite luz coerente, o que representa que todas as porções da onda óptica vibram em uníssono já que todos os fótons contidos no laser possuem a mesma freqüência. O laser é simplesmente um conversor de energia que aproveita o processo de estimulação da emissão para concentrar certa parte desta energia em radiação de uma só freqüência, movendo-se em uma só direção. Esta capacidade de propagação em uma só direção permite gerar linhas retas perfeitas para alinhar objetos, determinar paralelismo, nivelar superfícies e controlar deslocamentos, entre outras aplicações. O uso da luz coerente aumenta a cada dia seu extenso campo de emprego. O emprego do laser em sistemas de medição, inspeção e controle abrangem um espectro muito amplo de aplicações. Por exemplo: • Na identificação de substâncias químicas. • Na medição de intervalos de tempo. • Em aplicações cartográficas e topográficas. • Em aplicações médicas. • Em diversos campos industriais. As listas de aplicações práticas do laser estão crescendo com rapidez. Algumas destas aplicações têm um interesse puramente acadêmico, mas a grande maioria está relacionada com o desenvolvimento tecnológico e à produção industrial. Alguns exemplos destas aplicações encontram-se no alinhamento de encanamentos, na construção de túneis, na medição de vibrações em turbinas e grandes máquinas, na indústria como ferramenta para cortar, soldar e brocar, na construção de planos em agrimensura e em topografia. Outro uso importante dos sistemas Lidar é no "mapeamento", na construção de mapas da superfície da Terra, cidades, fossas marinhas e topografias dos planetas e satélites do Sistema Solar. Também utiliza-se este tipo de sistemas para a sondagem e detecção de poluentes ambientais permitindo analisar níveis de contaminação ambiental ou a concentração de um determinado elemento químico na atmosfera. Não é possível deixar de mencionar as diversas aplicações do laser no campo da medicina, para realizar operações cirúrgicas em distintas especialidades como em oftalmologia, ginecologia, dermatologia, odontologia e cirurgia. Os exemplos mais comuns são operações visuais, pulverização de pedras nos rins, entre outros. 31 Finalmente, pode-se mencionar que existe, além disso, uma grande variedade de técnicas de medição de laboratório na área da química, da física e da biologia, nas quais o laser se instalou como uma ferramenta de uso corrente nas atividades de investigação. Para conseguir executar qualquer das aplicações descritas anteriormente é necessário selecionar adequadamente o sensor a ser empregado, já que existe uma variada gama de classificações de sensores laser de acordo com os seguintes parâmetros: o tipo de operação, o tempo de funcionamento, a maneira como está construído o laser, as plataformas que o sustentam e, inclusive, uma classificação em relação aos limites admissíveis de emissão. É importante destacar que na bibliografia consultada não está presente uma classificação integral que oriente o usuário desta tecnologia a conhecer profundamente o sensor empregado. Por tal razão, apresenta-se a seguir uma classificação integral que agrupa as diversas opiniões de autores que dedicaram parte de seu tempo para compartilhar os conhecimentos relacionados à tecnologia Lidar e ao emprego do Laser. É possível classificar os sensores Laser por meio dos seguintes parâmetros: • tipo de operação; • tempo de funcionamento; • tecnologia empregada na geração do laser; • plataforma de transporte e; • limites de segurança. Essas chaves de classificação serão detalhadas a seguir: De acordo com a finalidade do sensor, é possível diferenciar três tipos de operação da tecnologia Lidar, a saber: • Range Finders: É o tipo de operação mais simples. Estes equipamentos empregados tradicionalmente para medir e quantificar as distâncias do sensor ao objetivo ou substância, por meio do cálculo do tempo de propagação do sinal. • Dial: É o modo de operação usualmente empregado para quantificar e estudar concentrações químicas que se encontram no ar ou na atmosfera. Serve como ferramenta no estudo da camada de ozônio, análise da concentração de vapor de água, estudos de diferentes substâncias poluentes, entre outros. Esta operação apóia-se na emissão de dois raios laser de diferentes composições de acordo com a substância em estudo, para assegurar que uma delas possa ser absorvida ao contato com suas moléculas e a outra não seja afetada pela substância. A diferença de intensidade entre 32 ambos raios laser ao retorno ao sensor é analisada para conhecer a concentração química da substância estudada. • Doppler Lidars: Este modo de operação é empregado para determinar e calcular a velocidade de um objeto, partícula ou substância. Leva o nome Doppler por obedecer às características da medição por mudança de freqüência sobre um mesmo objeto. Essa mudança de freqüência é originada pelo movimento do objeto e corresponde, na realidade, à diferença de intensidade do sinal recebido com relação ao sinal emitido. O sensor emite dois pulsos instantaneamente; as análises dos sinais recebidos em relação à mudança de posição do objeto devido a seu movimento originam uma diferença no sinal recebido, conhecida como mudança do Doppler. O tempo de funcionamento do sensor origina uma classificação importante entre os sistemas Lidars, conhecidos como: • Laser Contínuo: É aquele sensor que assegura manter um tempo de funcionamento de 0,25 segundos emitindo radiação em forma contínua. Este tempo mínimo de 0,25 segundos foi adotado em relação ao tempo que demora a pálpebra em cobrir o olho humano. • Laser Pulsado: Este tipo de laser é precisamente aquele que não possui a capacidade de manter a emissão do laser pelo lapso de tempo mencionado anteriormente. As diferentes tecnologias empregadas na geração de um Laser originam uma classificação interessante; a saber: • Laser de estado Sólido: Este tipo Laser é construído com cristais sólidos como o rubi ou titânio-safira, que se excitam com a luz intensa. Sua intensidade está compreendida entre 690 nm a 1100 nm, é usualmente empregado na indústria, na medicina e outras aplicações científicas. • Laser de Gás: É um tipo de laser produzido em um gás ou em uma mistura de gases, como argônio ou hélio-néon, que se excitam por meio de uma corrente elétrica: o Laser He-NE é considerado um laser de baixa potência, emite uma luz vermelha de longitude igual a 632,8 nm, e é o laser tradicionalmente empregado nos apontadores a laser. O Laser de argônio é de meia freqüência empregado em medicina e aplicações científicas. • Laser de Semicondutor: São lasers diminutos construídos por materiais sólidos denominados semicondutores e se excitam por meio de uma corrente elétrica. Um exemplo deste tipo de laser é o Laser do Arseniato de Gálio, que emite luz 33 Infravermelha de comprimento de onda de 800 nm. Este tipo de laser é empregado na maioria dos instrumentos elétricos e nos sistemas de telecomunicações. • Laser de Corante: Estes são lasers construídos por meio de um corante líquido, como por exemplo, o rodamina, e são excitados por meio de um laser de argônio ou por lâmpada de flash. O corante absorve a luz laser produzindo fluorescência em um leque de luz muito amplo e a emissão laser é conduzida por meio de prismas ou outros elementos ópticos. O comprimento desta onda varia desde 400 nm até 1000 nm, sendo empregado tradicionalmente em aplicações médicas e científicas. As Plataformas que transportam o Sensor também permitem efetuar uma classificação, agrupando os sistemas em três grupos fundamentais: • Satelitais: Como seu nome o sugere são sensores laser a bordo de satélites, empregados tradicionalmente para a coleta remota de dados. • Aerotransportados: Aqui é possível agrupar a todos aqueles sensores que se encontram a bordo de aeronaves, como aviões ou helicópteros. • Terrestres: Nesta classificação é possível reunir os sensores que se encontram apoiados sobre a superfície da terra. Empregando tradicionalmente em tripé como é o caso de níveis, distanciômetros, scanner laser terrestre, entre outros. • Manuais: São aqueles sensores lasers que não requerem nenhuma plataforma especial para controlar sua operação; como exemplo, mencionam-se os ponteiros laser tradicionalmente empregados em apresentações orais e conferências. É possível efetuar outra classificação para os sensores laser de acordo com os limites admissíveis de operação para evitar que este tipo de radiação seja prejudicial para o homem (PFLUG, 2002). Tendo como referência as Normas Européias (EN 60825), os sensores laser são grupados em cinco classes: • Classe I: Esta classe agrupa os sensores laser que não emitem radiação excedendo os níveis máximos permitidos. Não geram nenhum dano nem risco, mas exige-se como medida de controle, empregar etiquetas de perigo para informar ao operário que deve tomar medidas preventivas. • Classe II: Sensores laser emissores de luz visível que não possuem suficiente potência para produzir danos por acidentes, mas podem produzir danos por uma observação direta do feixe durante um período superior a 0,25 segundos. Podem produzir danos oculares; seu nível de risco é critico para exposições maiores que 1000 segundos. São 34 empregados como medidas de controle os seguintes dispositivos: carcaça protetora, etiquetas de perigo, indicadores de funcionamento e lentes de proteção. • Classe IIIa: Sensores laser emissores de luz visível que não produzem danos por observação indireta, mas danificam a retina se forem dirigidos para o olho humano. Também podem produzir danos oculares crônicos para exposições maiores de 0,25 segundos. São empregados como medidas de controle: lentes de proteção, sinais de perigo e controles administrativos. • Classe IIIb: Sensores laser que podem produzir danos por acidentes se o feixe ou suas reflexões forem observados diretamente. O contato com o feixe pode produzir dano ocular e cutâneo. São empregados como medidas de controle: lentes de proteção, sinais de perigo e controle administrativo. • Classe IV: Sensores Laser que produzem danos graves, por incidências diretas, indiretas ou reflexão difusa, nos olhos e na pele. Podem produzir dano ocular e cutâneo; há perigo agudo ao contato com o feixe ou com sua radiação difusa. Empregam-se como medidas de controle: lentes de proteção, sinais de perigo e controle administrativo. Outra referência importante no momento de classificar os sensores laser de acordo com as normas de segurança de uso é o emprego dos padrões americanos Z136.1-2000, elaborados pelo ANSI (American National Standards Institute). A partir do ano 1976 é obrigatório classificar os sensores laser construídos, ou que operem, no território dos Estados Unidos e cumprir com as normas de segurança adequadas para cada tipo de laser, como é o caso de emprego de protetores de segurança e etiquetas de aviso, dentre outras medidas. Este padrão de segurança, refletido nas normativas ANSI Z136.1-2000, foi adotado pela agência ou Organização Internacional de Padrões (ISO), o qual, por sua vez, criou uma comissão específica para a atualização de normas de uso de equipamentos Laser. Seguindo como referências estes padrões e normas, é possível classificar os sensores Laser em: • Classe 1: Esta classificação agrupa os sensores incapazes de produzir uma radiação prejudicial durante sua operação e funcionamento; por tal motivo dispensam medidas de segurança para seu emprego. Entretanto é recomendável, por medidas de segurança industrial, evitar uma exposição direta à emissão laser. • Classe 2: São considerados Lasers de baixo poder (1 a 5 nw), que não ocasionam danos ao olho humano em circunstâncias normais ou de forma acidental, não obstante 35 poderem produzir danos diante de uma exposição direta da emissão do laser por extensos períodos de tempo. Operam na região do espectro eletromagnético na gama visível (400 a 700 nm). Em geral são lasers de hélio e neon, como é o caso dos apontadores laser empregado usualmente. • Classe 3: São sensores lasers de poder intermediário (5 a 500 nw); podem originar danos oculares observando-se diretamente o feixe de luz laser. Esta classificação subdivide-se em 3A quando se refere à luz visível, e em classe 3B para referir-se a luz invisível. • Classe 4: Nesta classe são agrupados os lasers de potência muito alta (>500nw), podem ocasionar lesões oculares, embora sejam de um raio indireto refletido em forma especular ou difusa. Esta classe de laser pode lesar a pele e ocasionar incêndios. Empregam-se na indústria para corte e perfurações de metais. Maiores informações sobre as normas de segurança podem ser encontradas na seguinte página da Internet: http://z136.org/faq.shtml. De acordo com a classificação descrita encima pode-se apreciar que a tecnologia Laser Scanning, comporta-se como um sistema de operação Range Finders com um tempo de funcionamento de tipo Pulsado abordo de uma plataforma aerotransportada e com uma classificação de segurança nas classes III e IV de acordo com as normativas ANSI Z136.12000, com relação à tecnologia empregada na geração do laser, pode-se comcluir que dependera dos requerimentos dos fabricantes. Finalmente, é adequado destacar que o emprego do Laser dentro do ambiente topográfico e cartográfico começou a partir da aparição dos níveis e telêmetros laser. Atualmente é possível determinar dados altimétricos através de meios de aquisição direta com o auxílio da tecnologia Laser Scanning, integrando as características apresentadas do sistema Lidar com a precisão dos sistemas de posicionamento global e as qualidades das plataformas inerciais de navegação. 2.3 Operação do Sistema de Varredura Laser A operação do sistema será descrita em três fases importantes, como se pode observar na FIG. 2.6: • Planejamento. • Coleta de dados. 36 • Pós-processamento. FIG. 2.6 Operação do Sistema LIDAR Fonte: Imagem adaptada do Sistema TopEye Durante o Planejamento, estabelece-se uma relação entre as capacidades do sensor com as necessidades do projeto a executar, assegurando que as futuras fases alcancem as qualidades de precisão esperadas de acordo com as características técnicas do sensor. Os parâmetros necessários a determinar nesta fase são: • Altura de vôo. • Velocidade de vôo. • Freqüência de oscilação do dispositivo óptico do sensor (Freqüência do Perfilamento). • Ângulo de Abertura do sensor. • Densidade de pontos. • Diâmetro dos pontos. • Largura da faixa de vôo. • Potência do Pulso Laser (Freqüência de operação). • Normas de segurança no emprego de dispositivos lasers. • Cálculo do consumo de combustível, entre outros. Estes parâmetros estão estreitamente relacionados entre si, motivo pelo qual o objetivo principal do planejamento do projeto é alcançar um equilíbrio entre cada um dos parâmetros, empregando ao máximo suas capacidades e minimizando suas deficiências ou conseqüências negativas. 37 Os sistemas de varredura laser atualmente disponíveis no mercado oferecem software que facilita as operações de planejamento e de controle do vôo. A titulo de ilustração cita-se o sistema ALTM (Airbone Laser Terrain Mapper), de fabricação canadense, produzido pela empresa Optech, que dispõe do Software ALTM-NAV Planner, versão V1. 432, de fevereiro de 2001, como pode ser visualizado por meio da FIG. 2.7. FIG. 2.7 Software ALTM-NAV Planner Fonte: Empresa Geoid Com o apoio do software de planejamento fornecido pelos respectivos fabricantes, esta etapa é desenvolvida de maneira muito simples. Uma vez definida a área de interesse por intermédio de suas coordenadas geográficas, efetua-se uma simulação de uma missão e vai-se variando alguns parâmetros até atingir-se uma determinada condição de rastreio da área. Por exemplo, a determinação da altura de vôo ideal para alcançar as exigências do projeto está relacionada diretamente com as capacidades de potência do laser. De acordo com as características técnicas do sensor, este pode operar de forma segura a partir de uma altura mínima de operação cumprindo com as normas internacionais de emprego de dispositivos lasers (Normas EN 60825, ANSI Z136. 1- 2000). De acordo com a potência do sensor haverá alturas de vôo máximas e mínimas recomendadas pelo fabricante, onde se assegure o funcionamento efetivo do sistema. A margem de folga entre a altura mínima e máxima de operação do sensor permitirá selecionar a altura de vôo ideal para este projeto, tomando agora em consideração o relevo da área de estudo. 38 Em função do relevo e das características da plataforma do sensor (helicóptero ou avião), é possível estimar uma altura de vôo que servirá como dado inicial para conferi-lo com os outros parâmetros envolvidos no processo. Na determinação dos parâmetros restantes deve-se levar em consideração o sistema de varredura adotado, o qual definirá os modelos matemáticos aplicados nas operações de cálculo futuras. Dispondo de uma altura de vôo (h) estimada como referência e considerando-se um sistema de varredura por meio de um conjunto óptico de espelhos oscilantes, inicia-se a determinação da largura da faixa do vôo, que definirá a quantidade de linhas ou faixas do vôo necessárias para cobrir a área do projeto. Neste novo cálculo para determinar a largura da faixa do vôo (L), incorpora-se um novo fator ou parâmetro, definido como o ângulo de abertura do sensor (β). Tomando como referência o sistema ALTM 1020 empregado pela empresa Geoid, observa-se que este ângulo oscila entre 0 a ± 20° graus de abertura (ângulo de varredura) com uma freqüência de varredura variável de acordo com o ângulo da abertura do sensor (28 Hz por ± 20°scan). Finalmente aplicando uma simples solução de triângulos retos, ilustrado na FIG. 2.8, tem-se o cálculo da largura da faixa do vôo (L), que é dado pelas equações EQ. 2.1 e 2.2: L = h × Tanβ 2 EQ. 2.1 L = 2 × h × Tanβ EQ. 2.2 A varredura da superfície é transversal à Linha de Vôo. FIG. 2.8 Largura da faixa do Vôo Fonte: Imagem adaptada do Sistema TopEye 39 Ao determinar a largura da faixa do vôo é possível calcular a quantidade de faixas necessárias para cobrir a área de estudo e estimar inclusive os gastos de combustível e as horas de vôo requeridas para tais especificações. Neste momento, o planejador do projeto equilibra os fatores que intervieram nos cálculos administrativos relacionados aos gastos de operação, equilibrando as necessidades do projeto com os gastos operativos, podendo alterar a largura da faixa com o objetivo de dispor de menos faixas de vôo, sem comprometer as características do projeto. Também pode reduzir esta largura aumentando as faixas de vôo, mas evitando que representem uma carga excessiva de dados, comprometendo trabalhos posteriores de processamento. Outro aspecto a considerar no momento de calcular as faixas de vôo é a determinação da direção de vôo mais apropriada para cobrir a área de estudo, tomando em consideração as características da plataforma aérea e o relevo da região a ser trabalhada. Uma vez obtidas as dimensões das faixas de vôo, o próximo parâmetro a ser determinado é o correspondente à freqüência de oscilação do dispositivo óptico do sensor, conhecido por “Freqüência de Perfilamento ou de Scan (f/perf.)”. Sua finalidade é combinar os movimentos do conjunto óptico do sistema com a velocidade da plataforma, permitindo executar uma varredura uniforme e contínua do terreno a ser levantado criando um padrão de varredura conhecido como dente de serra (BRANDALIZE, 2001). Estes dados são fornecidos pelo fabricante e determinam uma margem de operação que permite balancear as características do sensor com diferentes velocidades da aeronave. Uma vez selecionada a freqüência de perfilamento (f/perf.) e conhecida à potência do sensor laser, tecnicamente denominada de “Freqüência de Operação (f/oper.)”, é possível determinar a separação ou espaçamento (E) existente entre os pontos que serão coletados pelo sensor. Este espaçamento é calculado pela EQ. 2.3: E= 2 × f . perf . × L f .oper. EQ. 2.3 As informações sobre a densidade ou espaçamento dos pontos e o diâmetro (D) dos mesmos permitirão determinar o nível de detalhes a serem levantados da superfície de estudo. Caso o projeto requeira um nível de detalhe máximo, é preciso assegurar uma freqüência de perfilamento alta, originando uma maior quantidade de informação. Esta quantidade é diretamente proporcional ao tamanho dos arquivos digitais gerados e que terão de ser pós-processados. Por meio da FIG. 2.9 observam-se dois exemplos da varredura laser, de acordo com a freqüência de perfilamento. 40 FIG. 2.9 Freqüência de Perfilamento Fonte: Brandalize, Op.cit. P. 06 Novamente é necessário equilibrar a densidade dos pontos com as necessidades do projeto a fim de evitar ter excesso de informação que, seguramente, retardará as etapas posteriores de processamento. Outro parâmetro a ser considerado é o diâmetro do ponto (D). Este é o parâmetro que está vinculado à potência do laser e à altura da plataforma. Por meio do conhecimento destes dois fatores é possível determinar o grau de divergência do feixe de luz laser (α). À medida que a altura da plataforma do sensor é aumentada, mantendo a mesma potência do laser, é possível observar ou determinar o diâmetro que representa o ponto do laser sobre a superfície analisada. Estes cálculos são determinados em laboratório, incorporando novos fatores que intervêm na divergência do feixe laser (α), tais como as condições atmosféricas. Isso permite ao fabricante estimar o grau de divergência do laser empregado em seus equipamentos. Esta informação permitirá ao usuário determinar o diâmetro (D) aproximado de cada ponto em função da altura de vôo empregada. De acordo com a EQ. 2.4: EQ. 2.4 D =α × h Através da FIG. 2.10 é ilustrada a integração dos parâmetros técnicos associados ao padrão de varredura laser. 41 FIG. 2.10 Parâmetros do Padrão de Varredura Laser Fonte: adaptado do sistema TopEye A determinação do espaçamento dos pontos e a distribuição dos mesmos sobre a superfície de interesse por meio de sensores que dispõem de um sistema de varredura diferente do mencionado anteriormente, requerem outros tipos de procedimentos. Na atualidade os sistemas de varredura laser, fabricados e disponíveis comercialmente, possuem dois métodos de varredura. A maioria dos fabricantes empregam o sistema de varredura de espelhos oscilantes cujo padrão é de forma de dente de serra. Entretanto, nas equipes que operam com um sistema de varredura de fibras ópticas, originam um padrão de varredura linear como é possível observar na FIG. 2.11. O cálculo da largura da faixa de vôo obedece, da mesma forma, ao procedimento descrito por meio das EQ’s. 2.1 e 2.2, mas o espaçamento dos pontos é calculado por meio da EQ. 2.5, dado que o sistema fixa a quantidade de pontos contidos na largura da faixa. A titulo de exemplificação os sistemas Toposys I e II estão construídos para detectar cento e vinte e sete pontos de reflexão do pulso laser com a superfície de trabalho; os mesmos são devidamente espaçados de acordo a largura da faixa do vôo. E=L EQ. 2.5 127 E possível fixar a largura da faixa dado o arranjo preciso das fibras ópticas. Esta virtude do sistema facilita as operações posteriores de ajuste das coordenadas da posição da plataforma do sensor e sua projeção a cada ponto na superfície de estudo, determinado por meio da fixação da luz laser. 42 Pto. 1 Pto. 64 Pto. 127 FIG. 2.11 Sistema de Scanner de Fibra Óptica Fonte: Sistema Toposys Finalmente, após determinar todos os parâmetros anteriormente mencionados, é também necessário assegurar que a calibração do sensor tenha sido efetuada, já que isto claramente poderia alterar todos os dados adquiridos no momento da operação e comprometer todo o trabalho realizado. O software de planejamento evita que o usuário esqueça este fator muito relevante para a operação do sistema, solicitando que sejam incorporados os dados provenientes da última calibração do sensor ( BURMAN, 2000). De maneira similar aos sensores fotogramétricos tradicionais, o fabricante fornece os dados sobre a calibração do sistema. Não obstante, é o próprio fabricante quem recomenda efetuar uma calibração do sensor, com certa regularidade, assegurando o funcionamento efetivo do sistema. Todos estes passos relatados anteriormente permitem efetuar uma estimativa de como será empregado o sensor. Entretanto, no momento do vôo, é necessário manter um controle de todos estes aspectos em tempo real, já que uma nova quantidade de fatores como a velocidade e direção do vento, as condições meteorológicas, entre outras, podem interferir de forma significativa no planejamento efetuado. Depois de planejada a operação inicia-se a fase de Coleta de Dados, que será descrita em seguida. Esta fase tem a delicada tarefa de manter sincronizados os componentes do sistema e assegurar que durante a execução do vôo os parâmetros ajustados durante o planejamento mantenham-se coerentes, os quais asseguram a precisão desejada para a varredura da área de interesse. 43 A fase de coleta de dados desenvolve-se, de forma simultânea, em dois ambientes: um no solo e outro na plataforma aérea. O primeiro ambiente desenvolve-se em terra, com a instalação de uma ou várias estações de referência, caso de a área do projeto o requeira, devido a sua extensão e as características do dispositivo GPS empregado. A FIG. 2.12 mostra graficamente algumas tarefas presentes na ocupação de uma estação de referência. FIG. 2.12 Ocupação das Estações de Referência Fonte: Instituto Geográfico de Venezuela Simon Bolívar O funcionamento desta estação de referência deve satisfazer os requerimentos de precisão de uma medição em campo, aplicando as técnicas de correção diferencial GPS pósprocessado, entre os dados obtidos do receptor a bordo da plataforma aérea e do receptor da estação de referência. Ambos equipamentos devem atingir precisões Geodésicas (código C/A, P, portadoras L1, L2), com a finalidade de exportar esse nível de precisão aos dados obtidos do dispositivo laser. O segundo ambiente de funcionamento desta fase desenvolve-se na plataforma do sensor durante o vôo, registrando e armazenando os dados do receptor GPS, do sistema inercial e dos provenientes do dispositivo laser. Essa situação é ilustrada na FIG. 2.13. 44 FIG. 2.13 Coleta de Dados. Fonte:www.airbornelasermapping.com A operação de posicionamento do sensor contém uma variante em relação aos processos tradicionais de posicionamento diferencial, dada a condição especial do receptor GPS a bordo da plataforma, o qual percebe as mesmas variações que sofre a nave durante o vôo, produto das condições meteorológicas, da velocidade da aeronave, da força da gravidade, dentre outros fatores. A solução dada pelos fabricantes dos sistemas de varredura laser foi à incorporação de sensores inerciais, que registram qualquer variação do sensor em relação a uma superfície de referência. Esta solução não é tão simples; a informação proveniente do receptor GPS deve estar acoplada ao sistema inercial para registrar simultaneamente os dados de variação da plataforma do sensor com os dados obtidos do posicionamento registrado pelo receptor GPS de bordo. É importante ressaltar que os registros dos movimentos da nave efetuados pelo sistema inercial estarão estreitamente relacionados à posição do sistema na plataforma do sensor. Cada posição da nave detecta diferentes tipos de variações. Por esta razão a antena do receptor GPS a bordo da nave deve estar perfeitamente acoplada ao centro geométrico do sistema inercial. Um dos parâmetros presentes no certificado de calibração do sensor é a distância entre os centros geométricos da antena do receptor GPS e o do sistema inercial. Estes dados serão integrados oportunamente na fase de pós–processamento. O sistema dispõe de um computador a bordo da aeronave que lhe permite controlar os parâmetros obtidos no planejamento. Por exemplo, o caso do sistema ALTM 1020 operado 45 pela empresa Geoid, o mesmo software de planejamento dispõe de uma variante para empregá-lo em tempo real, durante o vôo, observando as mesmas informações efetuadas ao momento do planejamento, mas integrando-o aos movimentos e direção da nave. O operador do sistema permanece em constante comunicação com o piloto da aeronave que, por sua vez, dispõe de uma tela que lhe proporciona dados do vôo segundo o planejamento efetuado. Portanto, o operador pode alterar, em benefício da missão e em função dos fatores ambientais, quaisquer dos parâmetros determinados durante o planejamento, visando manter as características e especificações do projeto. É por esta razão que os fabricantes provêm ferramentas como os softwares de planejamento e controle de vôo, que permitem ajustar de forma imediata os parâmetros da operação do sistema. Qualquer das mudanças efetuadas durante o vôo, como por exemplo, velocidade, altura, direção de vôo, distribuição ou densidade de pontos, será devidamente registrada e armazenada, para ser empregada na fase de pós-processamento. Uma atividade realizada durante a coleta de dados é a operação do dispositivo Laser. Dadas as qualidades de um feixe de luz Laser, os fabricantes incorporaram um dispositivo laser com a finalidade de determinar um novo dado que será oportunamente empregado para calcular a posição de cada ponto sobre a superfície topográfica de interesse. Inicialmente o dispositivo Laser é acoplado ao sistema inercial e ao receptor GPS. Esta é a tarefa de maior importância para o fabricante no momento de instalar o sistema de varredura laser, permitindo que os dados recebidos por cada um dos dispositivos que integram o sistema mantenham uma coerência e adequada sincronização. O dispositivo Laser é encarregado de gerar e emitir o feixe de laser, o qual será devidamente dirigido para a superfície de estudo por meio de um conjunto óptico de espelhos oscilantes que permitem uma varredura sincronizada perpendicular à direção de vôo. Este dispositivo é capaz de receber a resposta de cada pulso ao ser refletida pelos objetos presentes na superfície estudada. O feixe refletido da superfície é devidamente dirigido pelo conjunto óptico (espelhos), a um medidor de intervalos de tempos, o qual registra o momento que é emitido cada pulso laser e o momento em que chega o pulso refletido pela superfície, determinando o intervalo de tempo ( ∆t ) resultante entre ambos os registros, considerando a velocidade de propagação do feixe de laser. Este cálculo pode-se efetuar por meio da EQ. 2.6, onde a letra (c) corresponde a velocidade da luz, (BALTSAVIAS, 1999). ∆t = 2 × h c EQ. 2.6 46 Os sistemas de varredura laser permitem registrar mais de um eco ou feixe refletido por pulso antes de emitir o próximo pulso laser, devido à rapidez com que o sinal viaja no espaço e ao tempo de funcionamento do dispositivo laser que o caracteriza como sistema de laser pulsado. Esta situação impôs que os fabricantes programassem uma forma adequada de armazenar as informações obtidas. Assim, todos os dados recebidos como primeiro eco de cada emissão de pulso laser são registrados em um arquivo; todos os segundos ecos registrados por pulso serão armazenados em outro arquivo. A maioria dos sistemas de varredura laser permite registrar até dois ecos por pulsos, tradicionalmente denominados primeiro e último pulso, como é o caso especifico dos sistemas fabricados pela empresa Opetch. Os sistemas fabricados pela empresa TopEye e LH system registram até quatro ecos por pulso representando um maior nível de detalhes em cada registro laser, embora evidentemente requeiram maior espaço de armazenamento. A Fig. 2.14 ilustra os diferentes ecos do pulso laser. FIG. 2.14 Ecos do pulso laser Fonte: Sistema Topográfico TopEye Existe uma informação de elevada importância que é registrada e armazenada no momento de receber o feixe de laser refletido, e se refere à potência do feixe de laser com que chegou o sinal, permitindo estudos futuros relacionados ao nível de reflexão que pode ter qualquer objeto ou substância. Esta informação é relevante porque orienta o usuário a empregar o dispositivo laser cuja potência lhe permita receber maior informação da superfície que será estudada. Embora não existam muitos textos analisando esta informação, é possível alertar ao usuário que sistemas dotados de dispositivos lasers capazes de penetrar superfícies marinhas (água), muito úteis para obter informação batimétrica, não são recomendáveis para 47 serem empregados sobre uma superfície topográfica, dadas as características da potência e composição do feixe laser. Outro aspecto importante a ressaltar é que o sistema dispõe de um dispositivo de segurança para que se cumpram as normas de uso seguro de dispositivos Lasers. No momento de detectar uma altura de vôo que permita que a potência do Laser ocasione lesões sobre a superfície observada, imediatamente o sistema desativa a emissão do pulso laser, informando na tela do software de controle do vôo. Esta afirmação contradiz o conceito apresentado por Rocha (2000), onde assegura que “o sensor laser é de uso restrito ao emprego em regiões remotas e sobre os oceanos, dado o fato de empregar pulsos de luz laser de intensidade elevada, que podem ocasionar lesões a animais e pessoas”. Na verdade o sensor dispõe de um feixe de luz de alta potência, mas, desde 1974, os organismos internacionais exigem que os fabricantes que operam com dispositivos lasers cumpram com as medidas de segurança (ANSI Z136.1-2000) na construção de seus equipamentos. Este tipo de informação confunde os usuários com relação na operação do sistema de varredura laser e suas aplicações. Finalmente, ao ter coletado todos os dados necessários, inicia-se a operação de Processamento. O passo inicial desta fase é recolher toda a informação coletada pela estação de referência em terra e a informação registrada a bordo da plataforma do sensor. Cada sistema conta com um software para processar essa massa de dados; não obstante, existem fabricantes exclusivos de software de processamento que habilmente tratam de acoplar-se às ferramentas tradicionalmente empregadas no setor cartográfico, criando aplicativos especiais compatíveis com as diferentes linhas de trabalho. Existem fabricantes que se apóiam neste tipo de soluções, dedicando o máximo tempo na construção do sistema e deixando a tarefa de programação e processamento em mãos de especialistas, embora seja recomendável escutar as sugestões do fabricante do sistema para assegurar compatibilidade na integração dos softwares. Qualquer que seja a solução adotada, o procedimento tradicional é descarregar a informação registrada a bordo da aeronave e a proveniente do coletor GPS da estação de referência. Esta tarefa é de relevada importância, já que não só se descarregam os dados, mas também são organizados adequadamente por meio de um conjunto de pastas, onde os dados são armazenados de acordo com a informação registrada. Recorde-se que cada componente do sistema de varredura a laser gera um grupo de dados. Por exemplo, do receptor GPS, provêm um conjunto de informação de acordo com as mensagens de correção diferencial. O sistema inercial gera também diferentes grupos de 48 dados que registram as variações da plataforma do sensor em cada eixo de referência durante o tempo de operação do sistema. O dispositivo laser tem um conjunto de dados de acordo com tipo de eco registrado do laser com o grau de reflexão de cada eco de pulso. O sistema de controle do vôo registra os valores definitivos dos parâmetros descritos na fase de planejamento. Este alerta especial quanto ao manejo e armazenamento da informação é de elevada importância, já que se dispõe de uma grande quantidade de dados dispostos em diferentes arquivos e extensões. É importante notar que o produto gerado pelo sistema de varredura laser é um conjunto de dados e não uma imagem, considerado tratar-se de um sensor não imageador. Uma vez descarregados os dados dos componentes do sistema Laser, inicia-se a tarefa de integrá-los. O processamento é desenvolvido pelos softwares de forma integral, agrupando todos os parâmetros e informações compiladas. Entretanto o algoritmo empregado, capaz de integrar dados de tão variadas fontes, é protegido pelos fabricantes. O operador do sistema só deve indicar ao software onde se encontra localizada cada informação no diretório e onde serão armazenados os resultados do processamento. Esta tarefa requer concentração, já que é variada a informação que deve indicar-se no programa, e qualquer dúvida poderia ocasionar que o algoritmo processe dados incorretos. Um exemplo das seqüências de operações que pode ser adotada pelo usuário é notificar ao software as informações necessárias para o cálculo diferencial dos dados coletados pelos receptores GPS, empregados para o cálculo da posição da plataforma do sensor, selecionando os intervalos de tempo onde se registraram a maior quantidade de satélites em ambos receptores. Este procedimento não é diferente dos empregados tradicionalmente ao processar dados GPS, conforme se pode observar nas FIG´s 2.15 e 2.16. 49 FIG. 2.15 Processamento (Software Realm Survey Aircraft 3.02d) Fonte: Empresa Geoid FIG. 2.16 Processamento Software Realm Survey Aircraft 3.02d Fonte: Empresa Geoid Geralmente é selecionado o endereço onde se encontram armazenados os dados obtidos do receptor a bordo da nave, como também o endereço dos dados da estação de referência. Outras informações solicitadas pelo software são: o diretório dos dados obtidos do sistema inercial, os parâmetros de calibração do sensor e os dados provenientes do dispositivo laser onde os ecos recebidos foram armazenados de uma maneira especial, sendo, portanto 50 necessário indicar ao software que dados serão processados; os dados dos primeiros ecos do pulso laser ou os dados dos últimos ecos. Na realidade é necessário processar os dois registros, mas, evidentemente, isto terá que ser feito em seções de trabalho diferentes. O importante é saber como diferenciar o arquivo de saída, para evitar confusão. Na seqüência descrita anteriormente descrevem-se de maneira muito geral os procedimentos requeridos para obter informação a partir de um conjunto de dados adquiridos pelo sistema de varredura laser com apoio dos softwares fornecidos pelos fabricantes do sensor, gerando uma massa de dados 3D que podem apresentar-se na superfície de interesse, como pode-se observar na FIG. 2.17. O desafio agora é conhecer o algoritmo aplicado para integrar os dados obtidos das tecnologias GPS/INS e Lidar. FIG. 2.17 Processamento Fonte: Sistema TopEye É possível reconhecer que o software efetua primeiramente a determinação da posição da plataforma do sensor, apoiado no cálculo diferencial (DGPS), proveniente dos dados dos receptores GPS. O posicionamento obtido é ajustado por meio da integração dos dados provenientes da calibração do sensor projetando as coordenadas do posicionamento ao centro geométrico do sensor, e, finalmente, um novo ajuste é feito considerando a atitude da 51 aeronave durante a operação do sensor, situação registrada pelo sistema inercial. As coordenadas obtidas da operação do sistema serão projetas a cada ponto onde se obtenha um registro da interação do laser com a superfície de estudo, sendo necessário considerar o sistema de varredura empregado pelo sensor, dado que este definirá o modelo matemático a ser empregado para tal fim (MORIN, 2002). Tradicionalmente os dados processados são apresentados em um conjunto de coordenadas tridimensionais no sistema WGS-84 (leste, norte e elevação), no formato ASCII, fornecendo uma vantagem no processamento de futuras conversões, tanto de coordenadas como de formato de arquivo, de acordo com a necessidade do usuário final. Existem equipamentos que incluem informação do grau de intensidade obtido no momento do laser interagir com o alvo. Esta ferramenta é importante em futuras aplicações e análise das diferentes respostas espectrais coletadas, uma vez que pode vir a fornecer a composição dos materiais presentes na superfície de interesse. A grande quantidade de dados obtidos numa superfície pelas características do sistema permite detectar diferentes níveis de informação, registrando dados da superfície do solo inclusive em áreas de vegetação abundante como pode observar-se na FIG. 2.18. Para a construção de modelos numéricos de elevações e determinação da quantidade de massa vegetal numa determinada superfície é necessário reconstruir de maneira precisa a verdadeira superfície do solo. Entretanto, nem sempre o último pulso refletido pela superfície corresponde, na informação do solo, requerendo um processamento adicional do sinal. FIG. 2.18 Pulsos Refletidos do Laser 52 A representação dos dados obtidos como último pulso laser, é tratada para assegurar reconstruir a superfície do solo da área de estudo, aplicando-se uma ferramenta de filtragem. Essa operação é possível pela grande quantidade de pontos obtidos durante a varredura laser. Assim, os dados que apresentem uma alteração muito significativa de acordo com seus vizinhos serão extraídos do arquivo de pontos. Esta tarefa de filtragem elimina parte da informação coletada, mas, na realidade, dada a grande quantidade de dados presentes na área de estudo, o procedimento descrito não compromete os resultados finais, obtendo-se um arquivo de pontos que representam a informação do solo da superfície de estudo. O processo de filtragem é uma seqüência da fase de processamento protegida pelos fabricantes, dado que sua aplicação gera um acréscimo nos custos do projeto. Esta informação é essencial para o usuário na hora de selecionar o produto mais adequado para alcançar seus objetivos, selecionando entre os dados brutos ou processados. Os dados brutos geralmente proporcionam um conjunto de pontos dos diferentes níveis de informação coletados pelo sistema, e sua manipulação por meio de ferramentas de visualização de superfície permite reconstruir a realidade da área de interesse com uma ótima quantidade de detalhes. Mas, ao precisar gerar curvas de nível ou organizar a informação de acordo com os dados altimétricos, é preciso dispor de dados processados para conhecer o comportamento real do solo na superfície de interesse (THOMAS, 2001). É possível encontrar na Internet maiores informações sobre o funcionamento do sistema de varredura laser, por meio do site www.lidar.com.br, trata-se da iniciativa da empresa Esteio, posta à disposição dos usuários em junho 2002. Neste site pode-se encontrar trabalhos, experiências, aplicações e fabricantes da tecnologia Laser Scanning. Outra referência muito significativa na Internet é o site www.airbornelasermapping.com. 2.4 Fabricantes do Sistema O processo evolutivo dos sistemas de varredura laser esteve em mãos da indústria comercial há 25 anos, apresentando nesta última década avanços significativos com possibilidades de aplicação cartográfica, construindo sistemas com características técnicas especiais de acordo com a finalidade do estudo. Depois de diversos protótipos de sistemas de varredura laser, foi iniciado sua comercialização a partir de 1995; apresentando-se no mercado uma grande variedade de sistemas com capacidades técnicas diferentes. 53 Os principais fabricantes do “Laser Scanners” existentes à época da elaboração desta dissertação, estão listados no anexo 1. No anexo 2 apresenta-se os fornecedores brasileiros, de serviços de varredura laser. 54 3 GERAÇÃO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO MODELO NUMÉRICO DE ELEVAÇÕES OBTIDO A PARTIR DE DADOS LASER. 3.1 Introdução De acordo com os fabricantes dos sistemas de varredura a laser, a maior vantagem oferecida pelo sistema é a possibilidade de dispor de uma massa considerável de dados altamente representativos da superfície de interesse, os quais podem ser facilmente processados para obter modelos digitais do terreno. A rápida geração de modelos digitais do terreno, especificamente modelos numéricos de elevações sobre a superfície de estudo, desperta um interesse especial no meio cartográfico, dado o fato de ser precisamente a informação altimétrica, a tarefa que requer a maior carga de trabalho para um cartógrafo na execução do mapeamento topográfico. Reconstruir a informação altimétrica de uma determinada superfície, por metodologias diferentes das tradicionais e empregando menor tempo de trabalho, pode ser o maior potencial de aplicação da tecnologia Laser Scanning para o mapeamento topográfico. A qualidade da informação altimétrica obtida com auxílio dos sensores de varredura a laser, será verdadeiramente aceita se atingir os padrões de exatidão cartográfica aprovados pelas organizações responsáveis. Na atualidade todo documento cartográfico construído no país deve obedecer ao Decreto Lei nº 89.817, onde estabelece o padrão de exatidão cartográfico (PEC), indicador estatístico que define a acuracidade dos trabalhos cartográficos (KÁTIA, 2001). Com o fim de avaliar a qualidade do produto cartográfico construído com os dados obtidos do sistema de varredura laser, é preciso gerar o mencionado produto, neste caso o modelo numérico de elevações. O objetivo deste capítulo é elaborar uma metodologia que permita gerar e avaliar o modelo numérico de elevações obtido a partir de dados laser e fornecer informações que permitam obter conclusões significativas quanto à qualidade das informações obtidas por meio deste sensor. 55 3.2 Metodologia Para a Geração do M.N.E. Obtido a Partir de Dados Laser As fases que serão descritas a seguir encontram-se agrupadas em duas etapas principais. A primeira descreve os procedimentos gerais da coleta de dados durante a obtenção da informação altimétrica, considerada o passo inicial para a construção do MNE. Trata-se da fase de maior transcendência, já que a qualidade de seu resultado afeta diretamente qualquer processo posterior. Em seguida, a segunda fase estabelece a seqüência de passos para construir os MNE que serão requeridos para as análises respectivas. 3.2.1 1º Fase (Coleta dos Dados Laser). Como se pode observar na FIG. 3.1 abaixo, esta primeira fase contempla os processos de operação do sistema de varredura laser, necessários para efetuar a coleta de dados altimétricos georreferenciados da superfície de interesse. Inicio Planejamento Coleta de Dados (Sensor Laser) Dados de Posicionamento (DGPS,INS) Dados (Dista. e Ângulo de Varredura) Dados (Calibração do sensor) Processamento (Integraçãod dos dados) DadosBrutos (Coordenadas, E,N,H) Filtragem Informações *Superficie *Relevo Conversão deFormato (dwg para ASCII) FIG. 3.1 Fluxograma Coleta dos Dados Laser. 56 As etapas iniciais do fluxograma (Planejamento, Coleta de Dados e Processamento), foram descritas genericamente no item 2.3 “Operação do Sistema de Varredura Laser”. Essas informações são aplicáveis ao amplo universo de equipamentos existentes no mercado, efetuando os ajustes necessários de acordo com as características técnicas do sensor empregado. Os detalhes operacionais específicos de cada sensor encontram-se fora do alcance deste estudo, já que são dependentes diretamente das empresas que oferecem este tipo de serviço de sensoriamento remoto, que contempla, equipes, software e pessoal altamente treinado para tais funções. Esta restrição não afeta o objetivo principal do trabalho já que o interesse é avaliar o produto cartográfico que é oferecido ao usuário final. A seguir serão detalhadas as fases restantes da metodologia apresentada. 3.2.1.1 Dados Brutos Uma vez processados todos os dados coletados pelo sistema de varredura laser, os mesmos são agrupados de acordo com o pulso refletido correspondente. No momento da coleta o sensor armazena todos os dados relacionados com cada eco do pulso laser refletido em arquivos diferentes. Durante o processamento, os resultados obtidos são dispostos em arquivos separados, o que dificulta o emprego das informações obtidas. O problema maior é que ainda não e possível diferençar quais informações correspondem ao relevo ou a qualquer outro fenômeno geográfico ou objeto presente na superfície estudada. Este fato ressalta a necessidade de empregar uma estratégia que permita classificar as informações obtidas, tendo como critério de classificação o fenômeno geográfico a analisar. Esta estratégia é conhecida como filtragem e será descrita em seguida. 3.2.1.2 Filtragem Esta fase do processo é de grande importância quando o objetivo de emprego dos dados é a construção de um modelo numérico de elevações correspondente à topografia da região em estudo. Qualquer outra informação contida na massa de dados coletados pelo sensor daria origem a um modelo distinto, genericamente conhecido como “Modelo Digital do Terreno”, onde o atributo representado não necessariamente é o relevo da área de estudo, já que pode representar qualquer outro atributo presente na região. O modelo poderia, 57 inclusive, referir-se à representação numérica da vegetação quando o atributo representado corresponde à altura da vegetação da superfície de interesse. O sistema de varredura laser não reconhece qual ponto coletado corresponde ao relevo, à vegetação ou a qualquer outro atributo presente na superfície de estudo. O conjunto de dados registrados dispõe os mesmos atributos, referidos às coordenadas X, Y e Z, de acordo ao sistema de projeção adotado. Entretanto, durante a coleta de dados, o sistema consegue registrar um dado que identifica o tipo de eco do pulso que foi emitido ao interagir com qualquer objeto presente na área de estudo. Esta capacidade de registrar diferentes tipos de eco de cada pulso laser permite aplicar algumas técnicas de filtragem para identificar quais pontos registrados como primeiro, segundo ou terceiro eco de pulso refletido representa mais adequadamente a topografia da superfície estudada. O resto da informação corresponderia a qualquer outro aspecto presente na superfície de estudo. A possibilidade de extrair a informação do solo, por intermédio dos dados adquiridos abre um amplo leque de utilidades do sensor, as quais variam desde o estudo da biomassa de uma região, até levantamentos batimétricos. A fase de filtragem tem o objetivo específico de extrair do conjunto de dados brutos coletados pelo sistema, a informação sobre a topografia da região de interesse, para facilitar a futura construção do MNE. As diferentes estratégias de filtragem têm uma estreita relação com o sistema de varredura empregado pelo sensor, com a finalidade de obter o melhor resultado dos algoritmos aplicados. Informação adicional sobre as tarefas de filtragem pode ser encontrada em KRAUS and WOLFGANG (2000) e BETTINA, REISS and WOLFGANG (1999). Na literatura destacaram-se dois processos de filtragem aplicados de acordo com as necessidades do usuário. O primeiro processo constrói uma superfície de referência empregando todos os pontos coletados pelo sensor laser. Logo, são determinados os resíduos obtidos entre cada ponto originalmente coletado pelo sensor laser com a superfície de referência, atribuindo um peso especifico a cada um dos resíduos, adotando o seguinte critério: os resíduos positivos obterão o menor peso deixando valor 0 ao maior resíduo positivo. Com relação aos resíduos negativos, estes obterão o maior peso. Em seguida, de acordo com um conjunto de restrições aplicadas pelo operador, serão afastados os pontos de menor peso, dispondo de uma massa de dados que representam o relevo. Estas restrições 58 foram estabelecidas de acordo com as características do terreno e diversos outros critérios fixados pelo fabricante da metodologia de filtragem. O segundo processo mais destacado, constrói uma superfície de referência por meio dos dados coletados como último eco de pulso recebido pelo sensor de varredura laser. Logo cada ponto é comparado com seus vizinhos, calculando-se para cada posição o coeficiente de correlação. De acordo com os parâmetros fixados pelo fabricante do processo são retirados os pontos que não atendam aos critérios adotados. Finalmente, é construída a verdadeira superfície de referência, a qual será comparada com os pontos restantes coletados pelo sensor aplicando a mesma metodologia, deixando duas massas de dados: uma com informação do solo e outra com as demais informações coletadas. 3.2.1.3 Conversão de Formato Os dados brutos integrados durante a fase de processamento podem ser dispostos em diversos formatos de armazenamento de acordo com as necessidades do usuário. Freqüentemente é possível receber os dados em formato ASCII. Entretanto, durante as tarefas de filtragem, os dados refinados podem estar armazenados em outro tipo de formato, dado que o software para efetuar a filtragem emprega um formato proprietário que pode ser exportado a uma variada possibilidade de extensões, de acordo com a necessidade do usuário. A finalidade desta fase é deixar pronto o conjunto de dados, que serão processados para gerar o modelo numérico de elevações da superfície de estudo. 3.2.2 2ª Fase (Geração do M.N.E). A seqüência de procedimentos a seguir, descreve a metodologia adotada para construir os modelos numéricos de elevações que serão analisados com a finalidade de avaliar a qualidade do produto gerado por meio dos sensores de varredura laser e determinar seu potencial cartográfico. Convencionalmente os modelos numéricos de elevações foram aceitos como produtos cartográficos, exigindo que o conteúdo de suas informações esteja construído com os mesmos critérios científicos e precisão técnica alcançados por qualquer outro produto de porte similar mantendo aos padrões nacionais e internacionais adotados oficialmente. Porém a necessidade de gerar um produto que atenda às normas técnicas cartográficas vigentes requer uma metodologia sistemática que mantenha a qualidade dos dados originais no produto 59 cartográfico gerado. A seguir serão descritas as fases desta metodologia, tendo como referência na FIG.3.2 que ilustra o fluxograma da geração do MNE obtido a partir de dados laser. inicio Preparo dos dados Deterninação dos Parâmetros do M.N.E. Construção do M.N.E. Fim FIG. 3.2 Fluxograma da Geração do MNE 3.2.2.1 Preparo dos Dados O primeiro trabalho a ser feito é conhecer a projeção e o sistema de referência nos quais se encontram os dados coletados pelo sensor laser e definir o sistema de referência para o modelo a ser gerado de acordo com as necessidades do usuário. Nessa fase será feita a conversão respectiva dos dados originais, se necessária. A próxima tarefa a executar é determinar o emprego total ou parcial dos dados laser, devido à grande quantidade de dados obtidos do sensor de varredura. De acordo com o programado durante a fase de planejamento, a coleta de dados pode ter um alto ou baixo nível de detalhamento, soluções que estarão diretamente relacionadas com o tamanho dos arquivos dos dados. Freqüentemente é adotado o critério de coletar a maior quantidade de informações da superfície de estudo aproveitando o máximo emprego do sensor e seus custos associados. Esta solução pode atrapalhar as fases de pós-processamento e manipulação dos dados coletados pelo sensor. Porém, os fabricantes oferecem ferramentas para extrair do conjunto total de dados, uma amostra de dados devidamente representativa que 60 possa atingir as necessidades do usuário. Estas ferramentas são protegidas pelo fabricante é se desconhece os algoritmos empregados para tais fins. É possível que o fabricante empregue técnicas de interpolação definindo um espaçamento maior ao disposto entre os pontos originais, aproveitando esta metodologia para dispor uma distribuição regular dos pontos coletados pelo sensor, dado o fato que os pontos coletados pelo sistema laser estão dispostos de acordo com o método de varredura que emprega o sensor para cobrir a superfície de estudo, distribuindo os pontos de forma semiregular. Outra alternativa é adotar uma metodologia que selecione só alguns pontos do arquivo original de acordo a um critério apropriado para manter dados representativos de toda a superfície estudada. A solução adotada neste trabalho foi construir uma metodologia que seleciona um conjunto de dados do arquivo original sem modificar a qualidade dos dados coletados pelo sensor mantendo uma distribuição homogênea em toda a superfície de estudo. Esta metodologia foi construída com apoio do software Matchcad. Na construção da solução proposta o primeiro passo foi selecionar um ponto de referência do universo de pontos dispostos nos arquivos de dados laser. Para tal fim foi empregado como ponto de referência o primeiro ponto do arquivo de dados; seguidamente determinaram-se as distâncias entre o ponto de referência e os demais pontos presentes no arquivo de dados laser. Uma vez obtido o cálculo das distâncias, foi adotado como critério de coleta, aqueles pontos cuja distância ao ponto de referência fosse menor ou igual ao valor do raio inicial o qual foi determinado de acordo com a percentagem de dados a coletar. O espaçamento do raio inicial dispõe uma margem de tolerância de dois metros, fornecendo um limite superior e inferior, esta condição permite coletar aqueles pontos que se encontram nessa faixa de espaçamento. Para poder coletar pontos em toda a superfície de interesse foi necessário repetir o mesmo procedimento incrementando o valor do raio inicial até que o valor do raio de coleta fosse maior o igual à máxima distância calculada entre o ponto de referência e os pontos presentes no arquivo de dados laser. Finalmente esta metodologia foi implementada no Matchcad estabelecendo como condição que o valor do raio inicial seja adotado de acordo com a porcentagem de dados a coletar e que o incremento do raio mantenha a mesma magnitude que o raio inicial. O programa descrito pode ser observado no Apêndice 7.1. No capítulo 4 “Experimento”, será empregado o processo de filtragem descrito anteriormente com a finalidade de trabalhar com diferentes conjuntos de dados da mesma área de estudo. 61 Finalmente, uma vez preparados os dados para seu futuro processamento, a leitura dos mesmos pode ser feita diretamente no arquivo de dados. Entretanto com a finalidade de ter uma melhor visualização da área de trabalho e poder extrair a maior quantidade de informações relevantes, é recomendável empregar uma ferramenta de visualização apropriada. A leitura dos dados de varredura a laser será efetuada por meio do software DATAGEOSIS versão 2.0, plataforma selecionada por suas ferramentas amigáveis de manipulação de dados cartográficos e com o objetivo de utilizar uma nova plataforma de trabalho criada no Brasil, para o ambiente Windows, pela empresa Alezi Teodolini. Por meio da FIG. 3.3 pode-se observar na tela do software Datageosis a representação de um conjunto de dados laser e sua nova disposição logo após o processo de filtragem. FIG. 3.3 Visualização da Área de Teste Fonte: software Datageosis versão 2.0 3.2.2.2 Determinação dos Parâmetros do M.N.E. Os parâmetros empregados para gerar um modelo numérico de elevações são: os limites da área de estudo, determinados pelos pontos máximos e mínimos do conjunto de dados a representar, a seleção do espaçamento em X e Y, entre os pontos da superfície a gerar ou a seleção da quantidade de linhas e colunas da grade que representará a superfície da área de 62 estudo; finalmente, seleciona-se o método de interpolação a ser empregado na construção do MNE. O critério utilizado para determinar os limites da área de estudo foi empregar os pontos mínimos e máximos das áreas disponíveis com dados obtidos através do sensor de varredura a laser. Com relação ao espaçamento a primeira ação é estimar a escala de representação do MNE e aplicar os critérios adotados pelos organismos oficiais responsáveis pelas normas cartográficas vigentes no país. O problema é que as normas recomendam um espaçamento planimétrico em função da precisão vertical desejada para a confecção de cartas topográficas através de técnicas convencionais de fotogrametria digital, como pode observar-se em as Normas Provisórias para Fotogrametria Digital ou no estudo comparativo entre as diferentes estratégias adotadas pela 1ª Divisão de Levantamentos, pela Intergraph e por Ackerman (MENDONÇA, 2003). Este fato sugere a necessidade de se criar um conjunto de normas técnicas específicas para outros métodos de geração de MNE, caso do sistema de varredura a laser, dentre outros. Apesar dos problemas descritos, ainda foi empregado como padrão de referência o espaçamento recomendado nas Normas Provisórias para Fotogrametria Digital (Anexo 8.3), dado o fato de provir de organismos oficiais e não se dispor de outra fonte de referência com igual grau de relevância. Em seguida foi adotado como interpolador o método de Kriging por ser considerado um método de estimação ótimo, do ponto de vista estatístico (FELICISIMO, 1994). 3.2.2.3 Construção do M.N.E Finalmente, depois de dispor os parâmetros para a construção do MNE, iniciou-se a seleção do software empregado para processar a geração dos modelos. A seleção foi feita entre o software DATAGEOSIS versão 2.0 e o SURFER versão 8.0, optando-se pelo segundo por fornecer maiores ferramentas de manipulação para modelagem de dados 3D. No caso do Datageosis observa-se que este não permite ao usuário selecionar o interpolador nem os limites que definem a área real do trabalho. Estas dificuldades eliminaram a possibilidade de empregá-lo na construção dos modelos numéricos de elevações previstos na dissertação. O Surfer permite gerar uma superfície (.grd) de acordo com a solicitação do usuário, permitindo alterar qualquer parâmetro envolvido no processo. Inicialmente o software solicita carregar os dados que serão empregados como fonte de informação para o futuro MNE; esta operação é feita por meio da opção “Grid” do menu principal é a sub-opção “Data”, 63 selecionando seguidamente o diretório e o nome do arquivo de dados a processar. Uma vez carregados os dados será apresentada uma janela de identificação, como se pode observar na FIG.3.4, onde é necessário ajustar os parâmetros que foram previamente definidos no item 3.2.2.2 “Determinação dos Parâmetros do MNE”. Finalmente deverá ser notificado quais colunas do arquivo de dados correspondem à coordenadas X,Y,Z, e pressionar a função “OK” para ordenar ao software a execução das operações que darão origem a o MNE requerido. FIG. 3.4 Seleção dos parâmentros da interpolação do MNE Fonte: software SURFER versão 8.0 3.2.3 Metodologia Para Avaliação da Qualidade de um M.N.E. Obtido a Partir de Dados Laser Convencionalmente os Modelos Numéricos de Elevações foram aceitos como produtos cartográficos, exigindo que o conteúdo de suas informações esteja construído com os mesmos critérios científicos e precisão técnica alcançados por qualquer outro produto de porte similar de acordo aos padrões nacionais e internacionais adotados pela organização que originou a informação. A qualidade de um MNE depende da magnitude dos erros acumulados nas diferentes etapas de construção do modelo (FELICÍSIMO, 1994). À medida que o processo de produção 64 de um MNE é mais prolongado aumentam as probabilidades de diminuir a qualidade dos dados que deram origem a esta nova representação, recordando que os modelos são visões simplificadas da realidade obtidas por processos adequados de generalização dispostos para obter a melhor representação da superfície de interesse. A necessidade de conhecer a qualidade dos MNE gerados a partir dos sistemas de Varredura Laser, possui um interesse especial em virtude do método de coleta dos dados altimétricos ser proveniente de uma moderna tecnologia cujo principal objetivo é oferecer uma alternativa aos tradicionais métodos de aquisição deste tipo de dados (BEHAM, MAAS and VOSSELMAN, 2000). A seguir serão descritas as fases da metodologia proposta para avaliar a qualidade do MNE obtido a partir de dados laser, tendo como referência a FIG.3.5 que ilustra o fluxograma da metodologia de avaliação. inicio Pesquisa da Base de referência Construção do M.N.E. de referência Comparação dos M.N.E. Fim FIG. 3.5 Fluxograma da Avaliação do MNE 3.2.3.1 Pesquisa da Base de Referência Esta fase tem a finalidade de determinar a mais idônea fonte de informação cartográfica existente que será empregada como superfície de referência para avaliar o MNE construído a partir dos dados obtidos do sensor de varredura laser. A máxima prioridade será outorgada às informações obtidas de organismos oficiais e à escala mais apropriada em concordância com os dados que serão avaliados. 65 A referência mais idônea é coletar um conjunto representativo de pontos, com uma alta qualidade de precisão sobre a mesma área onde se encontram os dados laser que serão avaliados, para dispor uma excelente base referencial que permita uma comparação ajustada à realidade da área de estudo. Esta solução requer tempo e financiamento, requerimentos fora do alcance desta dissertação, devido a dificuldades operacionais. Primeiramente a procura dos dados coletados pelo sensor de varredura laser sobre uma área dentro do território Brasileiro foi uma tarefa que demandou maior tempo do que o inicialmente planejado por se tratar de regiões com informações estratégicas, de emprego restrito por razões de segurança. A necessidade de coletar um numero significativo de pontos de alta precisão devido à densa quantidade de pontos laser disponíveis exigiria um esforço logístico significativo. Uma alternativa para fonte de referência era o emprego de pontos da Rede Brasileira de Monitoramento Continuo ou pontos correspondentes ao Sistema Geodésico Brasileiro dispostos na área de estudo, para fazer comparações pontuais. Esta solução não foi possível concretizar pelo fato dos pontos referidos encontrarem-se fora dos limites da área coberta com os dados laser empregados neste estudo. O emprego do mapa geoidal do Brasil, poderia fornecer uma estratégia de avaliação muito interessante, mas esta solução poderia ser utilizada-se os dados brutos coletados pelo sensor fossem disponíveis sem haver sido processados e a altitude elipsoidal coletada pelo receptor GPS dos pontos laser fosse conhecida. Os pontos laser fornecidos para esta dissertação foram devidamente processados, impossibilitando esta estratégia. Finalmente, empregar uma fonte de informação cartográfica existente, permitiria extrair um conjunto de dados de toda a área de estudo oferecendo uma alternativa de comparação de dois produtos cartográficos gerados por metodologias diferentes. O emprego de outra fonte de informação cartográfica como referência não pretende ser uma ferramenta para concluir qual das fontes é mais precisa, já que ambos métodos de coleta de dados têm objetivos distintos, oferecendo vantagens e desvantagens de acordo com a análise realizada. A finalidade é empregá-la como uma referência por possuir um alto grau de confiabilidade e qualidade seguindo os critérios nacionais adotados por um órgão oficial responsável pelas normas cartográficas vigentes no país. Esta estratégia foi adotada para construir uma superfície de referência, a qual será empregada na avaliação do MNE gerado a partir dos dados laser. 3.2.3.2 Construção do M.N.E. de Referência. 66 Uma vez selecionado como base de referência outros documentos cartográficos existentes, neste caso mapas topográficos das áreas de estudo, é preciso extrair deles as informações necessárias para construir um modelo numérico de elevações. Esta tarefa pode ser feita diretamente, se o material cartográfico encontrar-se em formato digital; caso contrário deverá ser feita a digitalização das curvas de nível presentes na área de estudo. Ao dispor da massa de dados extraída do mapa topográfico é preciso gerar um MNE empregando os mesmos limites e parâmetros selecionados para o MNE feito a partir dos dados laser, como foi descrito no item 3.2.2.2 “Determinação dos Parâmetros do MNE”. 3.2.3.3 Comparação dos M.N.E. Uma vez construídos os dois modelos numéricos de elevações a comparar, é selecionado o MNE de referência para ser manipulado no software Surfer. Esta manipulação consiste na conversão do arquivo de superfície (.grid) para um arquivo de dados (.dat). Esta tarefa é feita através da opção “File” do menu principal e do sub-opção “Open”, selecionando seguidamente o diretório é o nome do arquivo de dados a processar. Neste caso, o arquivo representa o modelo numérico de elevações construído como referência. Uma vez carregada a superfície (.grid) do MNE de referência no Sufer é possível converter o arquivo de superfície (.grid) a um arquivo de dados (.dat) por meio da opção “File” do menu principal e a subopção “Save” “As...” , onde poderá ser selecionado o diretório, nome e extensão do novo arquivo de saída. Este processo é necessário para o cálculo dos resíduos entre o MNE de referência e o MNE gerado a partir de dados laser. Aplicando outra ferramenta do software Surfer é possível calcular os resíduos entre uma superfície (.grd) é um arquivo de dados por meio da opção “Grid” do menu principal é a subopção “Residuals”, onde deverão ser selecionados o arquivo de superfície e o de dados, a serem comparados. Uma vez calculados os valores dos resíduos entre ambas superfícies foram selecionados um conjunto de medidas estatísticas de posição, dispersão e variabilidade, com o fim de facilitar a interpretação e análise dos resultados obtidos, através de ferramentas adequadas que permitam ressaltar as tendências e características dos dados analisados. Com apoio da TAB. 3.1 podem-se observar as estatísticas empregadas na organização dos resíduos obtidos da comparação dos MNE. Para maiores detalhes sobre as estatísticas utilizadas, sugere-se consultar (CRESPO, 1987). 67 Outra análise a efetuar é em relação ao processo de filtragem descrito no item 3.2.2.1 “Preparo dos Dados”, onde se apresenta uma ferramenta para determinar o emprego total ou parcial dos dados laser. A metodologia da análise será construir diferentes MNE correspondentes à mesma área de estudo por meio do emprego de diferentes amostras de dados extraídas do arquivo original de dados laser disponível para esta pesquisa. Os modelos numéricos de elevações construídos serão comparados com o MNE de referência e com o MNE gerado com o emprego total dos pontos lasers disponíveis. TAB. 3.1 Medidas estatísticas empregadas na avaliação dos MNE gerados. Ferramentas Estatísticas Resíduo mínimo r min := min( r1 , r2 , r3 , ......, r n) Resíduo máximo r max := max( r1 , r2 , r3 , ......r ...... n) r range := r max − r min Range r media := Média 1 n r mediana := ⋅ ∑ ri i =1 n+1 r mediana := Mediana Quartil 1 n 2 n 2 ou +1 Variância Desvio Padrão 1 Denomina-se quartil o valor de uma amostra que a divide em quatro partes iguais (CRESPO, 1987). 68 4 4.1 EXPERIMENTO E ANÁLISE DOS RESULTADOS. Introdução Para avaliar a qualidade dos dados obtidos a partir do sensor laser com os dados da carta topográfica, é necessário criar uma metodologia para fazer coincidir ambas massas de dados, fixando alguma variável, neste caso as coordenadas X e Y de cada ponto; e comparar as elevações de ambos ponto a ponto. Esta solução foi adotada dada a maneira irregular como encontram-se dispostos os dados da área de estudo, impossibilitando uma comparação direta entre ambas as amostras. Foram gerados dois MNE de grade regular, construídos com as mesmas especificações técnicas. O primeiro interpolando as altitudes dos pontos coletados pelo sensor laser e o segundo MNE interpolando as altitudes dos pontos extraídos das curvas de nível. Os parâmetros para gerar ambos MNE devem coincidir para dispor os pontos exatamente com as mesmas coordenadas planimétricas e avaliar as diferenças com relação ao valor altimétrico dos pontos analisados. O objetivo desta fase é aplicar a metodologia proposta no capítulo 3 a um conjunto de dados laser fornecidos pelas empresas Geoid e Petrobras ao Departamento de Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia e analisar os resultados obtidos de acordo com o interesse e exigências de um produto cartográfico. 4.2 Material da Geoid Respondendo a solicitação feita em 09 de Janeiro de 2002 por meio do oficio Nº 001- PG do Departamento de Engenharia Cartográfica do IME, o diretor da empresa Geoid Ltda providenciou um conjunto de dados coletados por seu sensor laser ALTM 1210 ao Instituto Militar de Engenharia, com a finalidade de que os mesmos fossem empregados exclusivamente para fins didáticos e de pesquisa. O apoio da empresa Geoid não se limitou ao fornecimento de dados laser; esta empresa também providenciou a oportunidade de operar o sistema durante um vôo de 45 minutos executado exclusivamente para este estudo. O contato com os equipamentos, software e pessoal presentes em sua empresa resultaram em valiosas experiências e conhecimentos acerca da tecnologia Laser Scanning. 69 4.2.1 Descrição da Área. Os dados cedidos pela Geoid correspondem a uma área do município de Vespasiano, do estado de Minas Gerais, de propriedade do diretor da empresa, engenheiro Mario Oscar de Souza Lima. A área coberta pelos dados laser abrange uma extensão de 126.362,71 m², ao sul do Ribeirão da Mata, nas vizinhanças da cidade de Vespasiano. Não foi possível dispor maior quantidade de dados, fruto das cláusulas de confidencialidade da empresa. 4.2.2 Descrição dos Dados Obtidos do Sensor Laser A quantidade de pontos laser entregados pela Geoid foi de 22.469 pontos por meio do arquivo “platô-pontosXYZ.dwg”, apresentando as seguintes características: • 1.190 KB de tamanho de arquivo. • 17.544 pontos que descrevem o relevo da área de trabalho. • 4.925 pontos atribuídos à vegetação. • Espaçamento aproximado entre os pontos de 2 metros. • Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), MC 45. • Datum Horizontal: SAD – 69 • Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba (SC) Quanto às estatísticas dos dados do relevo da área de trabalho, podem-se destacar os valores numéricos mencionados na TAB. 4.1 abaixo: TAB. 4.1 Estatísticas dos dados fornecidos pela Geoid Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 615229,36 615315,15 615401,7 615501,45 615592,52 363,16 615407,71 70 Laser Y(m) 7820044,28 7820112,85 7820187,29 7820287,99 7820391,33 347,049 7820200,14 17544 Z(m) 738,82 752,15 765,42 773,3 782,83 44,01 762,533 4.2.3 Geração do M.N.E. a Partir de Dados Laser Com as informações descritas nos itens anteriores e aplicando a metodologia proposta no capítulo 3, foram construídos 5 cinco MNE a partir dos dados laser. Para isso emprega-se o 20%,40%,60%,80% e 100 % dos pontos lasers disponíveis. Esta tarefa foi feita por meio do procedimento de filtragem apresentado no item 3.2.2.1. Os parâmetros adotados para o grade de cada MNE encontram-se presentes na TAB.4.2. As tabelas 4.3 a 4.6 apresentam as características das massa de dados que deram origem aos MNE gerados com os dados fornecidos pela Geoid. TAB. 4.2 Parâmetros para a Geração dos MNEs a serem avaliados. X Y Interpolador Total de Pontos Grade Mínimo(m) 615230 7820050 Máximo(m) 615580 7820380 Kriging 64 8 linhas x 8 colunas Espaçamento(m) 50 47,1428571 TAB. 4.3 Estatística da amostra coletada com 80% dos dados laser fornecidos pela Geoid. Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 615229,36 615315,38 615401,86 615501,43 615592,52 363,16 615407,79 71 Laser Y(m) 7820044,28 7820113,20 7820186,53 7820286,95 7820391,33 347,04 7820199,67 14120 Z(m) 738,82 752,43 765,57 773,43 782,83 44,01 762,66 TAB. 4.4 Estatística da amostra coletada com 60% dos dados laser fornecidos pela Geoid. Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 615229,38 615315,03 615402,48 615501,25 615592,52 363,14 615408,10 Laser Y(m) 7820044,28 7820113,02 7820187,40 7820287,55 7820391,33 347,04 7820200,13 10613 Z(m) 738,82 752,27 765,53 773,44 782,28 43,46 762,60 TAB. 4.5 Estatística da amostra coletada com 40% dos dados laser fornecidos pela Geoid. Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 615229,36 615316,02 615402,19 615501,03 615592,52 363,16 615408,18 Laser Y(m) 7820044,28 7820113,05 7820187,48 7820287,73 7820391,33 347,04 7820199,94 7060 Z(m) 738,82 752,28 765,54 773,31 781,88 43,06 762,62 TAB. 4.6 Estatística da amostra coletada com 20% dos dados laser fornecidos pela Geoid. Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 615529,36 615317,65 615402,69 615505,32 615592,26 362,90 615409,86 72 Laser Y(m) 7820044,43 7820111,67 7820186,70 7820287,31 7820391,08 346,65 7820199,13 3534 Z(m) 738,82 752,66 765,38 773,10 781,81 42,99 762,58 4.2.4 Disponibilização da Base de Referência Uma vez conhecidas as informações técnicas dos dados outorgados pela empresa Geoid, iniciou-se a busca de fontes cartográficas, partindo do índice de cobertura cartográfica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro (DSG). Entretanto, dada a localização geográfica dos dados empregados na pesquisa, a organização que apresentou a maior quantidade de informação da área, de acordo com nosso objetivo, foi o Instituto de Geociências Aplicadas de Belo Horizonte, MG (IGA), adquiriram-se desse organismo as cartas analógicas 1:50.000 ( construída pelo IBGE) e 1:25.000 (construída pelo consórcio cruzeiro-terrafoto-prospec) correspondentes a Lagoa Santa, Município Vespasiano no estado de Minas Gerais. O material cartográfico selecionado por ter maior nível de detalhamento da área de estudo, foi a carta topográfica Lagoa Santa na escala 1:25.000, folha SE 23-ZC-VI-1-SO, editada em 1977 pelo consórcio CRUZEIRO-TERRAFOTO-PROSPEC, na projeção UTM, referida ao Datum Horizontal Córrego Alegre, MG e vertical considerando o nível médio do mar o marégrafo Imbituba, SC; a eqüidistância das curvas de nível é de 10 metros. Uma observação de importância e o fato de que os dados estudados estão referidos ao Datum SAD69, o que implica na necessidade de conversão de Datum. Para tal fim foi empregado o software TOPOG 5.05 versão Beta, construído pelo Doutor Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva e o software GeoCalc versão 4.2 fabricado pela Geocomp Systems. Outra tarefa implícita nesta fase é dispor a base cartográfica em formato digital para facilitar a extração da informação altimétrica. No caso de ter uma base cartográfica em formato analógico é imprescindível efetuar um processo de digitalização de acordo com os recursos técnicos disponíveis. Informações adicionais acerca dos métodos de digitalização podem ser encontradas em BARRA ROCHA (2000). 4.2.5 Geração do M.N.E. de Referência Conforme visto no item 3.2.3.2, foram extraídas as informações altimétricas da região de estudo através da digitalização das curvas de nível da carta topográfica 1:25.000 “Lagoa Santa”, adotada como base de referência. Destaca-se a tarefa de conversão dos dados ao 73 datum horizontal SAD 69 cumprindo as exigências da legislação vigente e as normas técnicas fixadas no Decreto Lei nº 89.817, permitindo compatibilizar os dados da base cartográfica e os dados coletados pelo sensor laser no mesmo sistema de referência. Uma vez disponível a informação altimétrica da zona de estudo, foram empregados os parâmetros fixados na TAB.4.2 para a geração do MNE de referência através do software Sufer. A TAB 4.7 apresenta as informações estatísticas dos dados coletados da carta topográfica. Ao dispor da superfície do MNE gerado como referência é necessário aplicar a metodologia descrita no item 3.2.3.3, para converter os dados do MNE gerado em um arquivo de texto (.dat,.xls ou .txt), deixando prontas todas as informações requeridas para a aplicação dos teste de avaliação descritos a seguir. TAB. 4.7 Estatísticas dos dados coletados da base cartográfica de referência Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais 4.2.6 Carta Topográfica X(m) Y(m) Z(m) 615003,58 7819735,94 740 615335,74 7820008,93 750 615509,52 7820176,54 760 615645,71 7820357,09 770 615820,71 7820646,48 792 817,17 910,54 52 615482,16 7820179,37 761,45 1772 Teste do M.N.E. Num primeiro teste realizado, foram calculados os resíduos dos MNE construídos com as diferentes massas de dados extraídas por meio do emprego do processo de filtragem proposto neste estudo descrito no item 3.2.2.1, e o MNE de referência. Este conjunto de superfícies (MNE) foi gerado com os mesmos parâmetros, destacando-se o critério de espaçamento adotado, o qual atende ao mapeamento topográfico para uma carta 1:25.000, dado o fato que o documento cartográfico empregado para obter o modelo de referência, corresponde à escala citada. Porém o modelo gerado com estas informações estaria atendendo a uma escala 1:25.000 e o espaçamento recomendado de acordo às Normas Provisórias para Fotogrametria Digital prevê 50 metros de espaçamento horizontal. A TAB.4.8 apresenta uma estatística dos resíduos calculados, os quais podem ser visualizados na FIG 4.1 74 TAB. 4.8 Estatísticas dos Resíduos (metros) % Pontos Laser Empregados Mínimo Máximo Range Média Primeiro quartil Terceiro quartil Variância Desvio Padrão 20% -1,914044814 30,51214326 32,42618807 9,557515531 3,395371821 14,63304608 61,56692545 7,846459421 40% -2,01504019 30,5130553 32,5280955 9,60703405 3,26491395 14,0968595 62,3023631 7,8931846 60% -1,872871169 30,74027959 32,61315075 9,578418196 3,193590314 14,09361384 63,26749026 7,954086388 80% -2,002015008 30,76840868 32,77042368 9,609479644 3,050477396 14,06635277 63,02834849 7,939039519 100% -2,004167579 30,75971471 32,76388229 9,627889946 3,213734952 14,07580209 63,12301634 7,944999455 Diferençãs (metros) Desvio Padrão 8 7.9 7.8 7.7 Desvio Padrão 20 40 60 80 100 % Pontos Laser Empregados Diferenças (metros)² Variância 64 63 62 61 60 Variância 20 40 60 80 100 % Pontos Laser Empregados FIG. 4.1 Representação gráfica dos resíduos calculados. O segundo teste representa em forma gráfica os MNE gerados, com a finalidade de perceber as diferencias visuais entre cada modelo, como se pode observar nas FIG. 4.2a, 4.2b e 4.2c abaixo. 75 MNE (100%Pontos Laser) 8 linhas x 8 Colunas MNE (80%Pontos Laser) 8 linhas x 8 Colunas FIG. 4.2.a Representação Gráfica dos MNE obtidos do 80 e 100% dos dados laser. MNE (40%Pontos Laser) 8 linhas x 8 Colunas MNE (60%Pontos Laser) 8 linhas x 8 Colunas FIG. 4.2.b Representação Gráfica dos MNE obtidos do 40 e 60% dos dados laser. MNE DE REFERÊNCIA (8 linhas x 8 Colunas) MNE (20%Pontos Laser) 8 linhas x 8 Colunas FIG. 4.2.c Representação Gráfica dos MNE obtidos do 20 dos dados laser e O MNE de Referência. 76 No terceiro teste, o MNE da superfície de estudo é gerado adotando-se um espaçamento próximo ao encontrado entre os pontos laser presentes no arquivo original. A FIG 4.3. apresenta a representação gráfica das superfícies geradas com o novo critério de espaçamento de 2 metros de acordo com as características de espaçamento dos dados fornecidos pela Geoid descritos no item 4.2.2., equivalentes a 151 linhas x 160 colunas na grade do MNE. A TAB. 4.9 reúne os resíduos calculados entre os MNE gerados. MNE (100%Pontos Laser) 151 linhas x 160 Colunas MNE DE REFERÊNCIA (151 linhas x 160 Colunas) FIG. 4.3 Representação gráfica dos MNE Construídos. Escala X 1.0 in = 58.3, Y 1.0 in = 58.3, Z 1.0 in = 28.68 TAB. 4.9 Estatísticas dos Resíduos Resíduos dos MNE (Carta Top.Vs Pontos laser) Total de pontos 24160 Dimensões da Grade 151 lin x 160 col Mínimo -3,94330209882355 Máximo 29,3086039914282 Range 33,2519060902517 Média 9,7354509241033 1º Quartil 3,89863953617225 3° Quartil 14,0476814347985 Variância (m²) 56,6485477905052 Desvio Padrão (m) 7,52652295489127 O quarto teste se dispõe a visualizar a distribuição das amostras de dados coletas ao empregar a metodologia de filtragem adotada nesta dissertação. Para isto foi utilizado o software Datageosis visualizando os arquivos de dados gerados durante o processo de filtragem, apresentados pelas FIG 4.4 a 4.6. A FIG.4.4 visualiza a totalidade dos pontos lasers 77 fornecidos pela Geoid, a FIG. 4.5 representa 60% dos pontos é a FIG.4.6 mostra só 20% dos dados disponíveis. FIG. 4.4 Representação do 100% dos dados laser fornecidos pela Geoid (17544 pontos) Fonte: software Datageosis versão professional FIG. 4.5 Representação do 60% dos dados laser fornecidos pela Geoid (10613 pontos) Fonte: software Datageosis versão professional 78 FIG. 4.6 Representação do 20% dos dados laser fornecidos pela Geoid (3534 pontos) Fonte: software Datageosis versão professional De acordo com os resultados dos testes citados anteriormente foi necessário incluir um novo teste para certificar a precisão dos dados laser e avaliar seu potencial de emprego no mapeamento. Para isto, foi necessário dispor de dados descritivos do relevo da região de estudo, coletados com outras tecnologias, cuja precisão forneça uma margem de erro menor que os coletados por meio das cartas topográficas. Optou-se por coletar um conjunto de pontos através de receptores GPS de dupla freqüência empregando o método DGPS. Este quinto teste foi planejado em duas etapas, a saber: a primeira constrói duas superfícies, uma com os dados laser e outra com os dados coletados com o GPS. Ambas as superfícies foram geradas com os mesmos parâmetros, tendo como critério a seleção de uma região onde se pudesse dispor da maior quantidade de pontos GPS. Além disto, houve a preocupação de que os pontos de campo tivessem uma distribuição homogênea na área do teste. A TAB. 4.10 apresenta os parâmetros da nova área de teste e a FIG 4.7 permite visualizar a distribuição dos pontos laser e GPS na região selecionada. A TAB. 4.11 reúne os resíduos calculados entre os MNE gerados. 79 TAB. 4.10 Parâmetros para a Geração dos novos MNEs que serão avaliados. X Y Interpolador Total de Pontos Grade Mínimo(m) 615410 7820175 Máximo(m) Espaçamento(m) 615460 0,5 7820210 0,5 Kriging 7171 71 linhas x 101 colunas FIG. 4.7 Representação da área do teste 5 (Pontos GPS em amarelo e pontos laser em vermelho) Fonte: software Datageosis versão professional TAB. 4.11 Estatísticas dos Resíduos dos MNE (Laser-GPS) Resíduos dos MNE (Laser.Vs GPS) Total de pontos 7171 Dimensões da Grade 71 lin x 101 col Mínimo -2.09725827526984 Máximo 2.28355868518304 Range 4.38081696045288 Média -0.392058679065547 1º Quartil -0.544203323606212 3º Quartil -0.23410799001681 0.2667187646825 Variância (m²) Desvio Padrão (m) 0.516448220717721 Erro médio altimétrico 0.51793 80 A segunda etapa do teste 5 procura empregar a totalidade dos pontos GPS disponíveis na área de estudo permitindo aumentar a amostra de dados empregados para o teste. A metodologia adotada para atingir este objetivo foi coletar os pontos laser presentes nas vizinhanças de cada ponto GPS. Esta tarefa foi feita com o apoio do software Mathcad, onde foram implementados alguns procedimentos para determinar as distâncias de cada ponto GPS a cada ponto laser presente na área de estudo, tendo em consideração que as informações dos pontos laser e GPS encontram-se dispostas em arquivos de dados diferentes. Uma vez calculadas todas as distâncias aplicou-se como critério de coleta a seleção dos pontos laser cuja distância entre cada ponto GPS fossem menores ou iguais a 3 metros. Finalmente logo após a coleta dos pontos laser vizinhos com respeito a cada ponto GPS, foi calculado o valor médio de cada conjunto de dados coletados. Em seguida foram determinadas as diferenças em relação aos pontos GPS empregado como referência. Os resultados obtidos podem ser observados na TAB. 4.12 e a implementação do procedimento descrito anteriormente encontra-se no Apêndice 7.2 TAB. 4.12 Estatísticas dos Resíduos do Teste 5 (GPS vs Laser) Resíduos em as Coordenadas Este Norte Altura 104 104 104 Total de pontos -1.718 -1.997 -0.993 Mínimo 1.519 2.4 0.986 Máximo 0.024 -0.07 0.096 Média 0.401 0.55 0.294 Variância (m²) Desvio Padrão (m) 0.633 0.742 0.542 Erro médio planimétrico (m) 0.842 Erro médio altimétrico (m) 0.4795 4.3 Material da Petrobras Durante a pesquisa de dados coletados por levantamentos laser sobre diferentes regiões do Brasil, foi estabelecido o contato com a empresa Esteio S.A., através do oficio Nº 002 – PG do Departamento de Engenharia Cartográfica do IME, datado em 09 de Janeiro de 2002. A solicitação referida anteriormente recebeu uma atenção especial. Entretanto os dados disponíveis pela empresa correspondiam a uma faixa aproximada de 800 metros de largura que segue os corredores de dutos da malha da Petrobras-Transpetro, os quais só poderiam ser cedidos com autorização da Petrobrás. 81 Através do Oficio nº 004 – DE-6 emitido pela chefia do Departamento de Cartografia no IME, em 18 de Abril de 2002, iniciou-se o contato com a Petrobras e a fim de solucionar algumas exigências da empresa, em relação ao sigilo do emprego dos dados em questão. O IME recebeu o material solicitado em 22 de Agosto de 2002, comprometendo-se a utilizar os dados exclusivamente para fins didáticos e de pesquisa, assinando um compromisso de sigilo e segurança, por um período de 20 anos. Devido ao ajuste do tempo de minha comissão de estudos no Brasil, não foi possível aplicar os testes de analise aos três conjuntos de dados fornecidos pela Petrobras. A seleção da área empregada para o respectivo analise foi o 3º conjunto de dados, pelo fato de dispor da folha topográfica Itumbiara a qual seria empregada para construir o modelo de referência. 4.3.1 Descrição da Área A Petrobras forneceu três conjuntos de dados laser. Dois desses conjuntos correspondem a uma região do estado de Mato Grosso do Sul e o terceiro conjunto de dados refere-se a uma zona do estado de Minas Gerais. A área coberta pelos dados laser abrange uma extensão de 21.053 Km², por meio de 1.694.202 pontos e corresponde a uma faixa de aprox. 800 metros de largura, que segue os corredores de dutos da malha da Petrobras-Transpetro, destacando-se o uso restrito do material devido a política de segurança da empresa. 4.3.2 Descripção dos Dados Obtidos do Sensor Laser A Petrobras forneceu 1694202 pontos laser na projeção UTM (MC 51º) dispostos em 3 grupos de dados, tendo um espaçamento aproximado entre os pontos de 1 a 3 por m², as características dos mesmos são apresentados por meio da TAB. 4.13 a 4.16: TAB. 4.13 Características dos dados fornecidos pela Petrobras. Dados Laser Numero de pontos Tamanho do arquivo Datum Horizontal Datum Vertical Dimensões da área 1º Conjunto de Dados 2º Conjunto de Dados 3º Conjunto de Dados 474619 445315 774268 14832 KB 13917 KB 24196 KB SAD-69 SAD-69 SAD-69 Nível Médio do Mar Nível Médio do Mar Nível Médio do Mar 5684 Km² 7178 Km² 8191 Km² 82 Quanto às estatísticas dos dados do relevo da área de trabalho podem-se destacar os valores mencionados nas TAB. 4.14 a 4.16 abaixo: TAB. 4.14 Estatísticas do 1º grupo de dados fornecidos pela Petrobras Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 281225,45 281821,07 282091,07 282304,63 282673,79 1448,34 282048,735 Laser Y(m) 7486407,76 7487605,54 7488455,09 7489182,45 7490332,32 3924,56 7488401,21 474619 Z(m) 536,03 553,71 558,96 588,67 602,33 66,3 568,020 TAB. 4.15 Estatísticas do 2º grupo de dados fornecidos pela Petrobras Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 279126,36 279963,90 280319,69 280564 281032,79 1906,4 280243,142 Laser Y(m) 7499059,86 74999,52 7500551,28 7501401,48 7502825,15 3765,29 7500702,058 445315 Z(m) 577,69 617,48 629,16 646,54 666,98 89,29 631,222 TAB. 4.16 Estatísticas do 3º grupo de dados fornecidos pela Petrobras Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 695176,68 695657,46 695859,61 696063,12 697010 1833,319 695883,974 83 Laser Y(m) 7962856,73 7964399,23 7965231,85 7965800,82 7966524,68 3667,949 7965073,068 774268 Z(m) 434,42 457,74 486,18 499,03 507,74 73,32 477,85 4.3.3 Geração do M.N.E. a Partir de Dados Laser. Tendo como referência a metodologia proposta no capítulo 3 foram construídos 5 cinco MNE a partir dos dados laser, empregando para isso os mesmos valores porcentuais utilizados nos dados da Geoid, isto é, de 100% a 20% dos pontos laser disponíveis. Esta tarefa foi feita por meio do procedimento de filtragem sugerido no item 3.2.2.1, com a variante de empregar diferentes pontos de referência para cada coleta de dados através do procedimento de filtragem. Os parâmetros adotados para a grade do MNE que será avaliado encontram-se presente na TAB.4.17. Nas tabelas 4.18 a 4.21 serão apresentadas as características das massas de dados que deram origem aos MNE gerados com 80%, 60%, 40% e 20% dos dados fornecidos pela Petrobras. TAB. 4.17 Parâmetros para a Geração do MNE a ser avaliado. 3º Grupo de Dados X Y Interpolador Total de Pontos Grade Mínimo(m) 695178 7962858 Máximo(m) 697008 7966522 Kriging 128 16 linhas x 8 colunas Espaçamento(m) 261,428 244,266 TAB. 4.18 Estatística da amostra coletada com 80% dos dados laser fornecidos pela Petrobras. 3º Grupo de Dados Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 695176,68 695657,25 695859,3 696062,52 697010 1833,31 695883,59 84 Laser Y(m) 7962856,73 7964399,93 7965232,07 7965801,48 7966524,68 3667,94 7965073,66 619483 Z(m) 434,42 457,75 486,16 499,04 507,74 73,32 477,68 TAB. 4.19 Estatística da amostra coletada com 60% dos dados laser fornecidos pela Petrobras. 3º Grupo de Dados Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 695176,71 695657,57 695859,62 696064,02 697009,71 1833 695884,25 Laser Y(m) 7962858,56 7964398,11 7965231,4 7965800,81 7966522,32 3663,76 7965072,71 469392 Z(m) 434,43 457,76 486,19 499,03 507,74 73,31 477,69 TAB. 4.20 Estatística da amostra coletada com 40% dos dados laser fornecidos pela Petrobras. 3º Grupo de Dados Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 695176,68 695657,62 695859,86 696063 697009,71 1833,02 695884,03 Laser Y(m) 7962858,61 7964398,28 7965233,11 7965801,36 7966524,68 3666,06 7965073,51 309238 Z(m) 434,42 457,80 486,21 499,04 507,74 73,32 477,71 TAB. 4.21 Estatística da amostra coletada com 20% dos dados laser fornecidos pela Petrobras. 3º Grupo de Dados Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Dados X(m) 695176,71 695656,55 695860,25 696063,39 697009,82 1833,11 695884,01 85 Laser Y(m) 7962861,31 7964401,57 7965228,11 7965799,69 7966524,68 3663,37 7965072,74 155006 Z(m) 434,44 457,63 486,14 499,03 507,43 72,99 477,62 4.3.4 Disponibilização da Base de Referência Conhecidas as informações dos dados outorgados pela Petrobras, iniciou-se a procura de fontes cartográficas, partindo do mapa índice de cobertura cartográfica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro (DSG). Observandou-se que o material cartográfico disponível encontra-se na escala 1:100.000, apresentando as seguintes características: O Terceiro grupo de dados, pode ser localizado na carta topográfica “Itumbiara” (SE-22Z-B-I), na escala 1:100.000, editada pelo IBGE em 1973 na projeção UTM, referida ao Datum Horizontal Córrego Alegre, MG e vertical considerando o Nível Médio do Mar do marégrafo Imbituba; eqüidistância das curvas de nível igual a 50 metros. A área de interesse encontra-se nos limites dos estados de Goiás e Minas Gerais, situados ao sul do rio Paranaíba, nas proximidades da cidade de Araporã. Uma observação de importância é o fato de que os dados laser analisados estão referidos ao Datum SAD69, portanto os dados provenientes da carta topográfica utilizada como referência necessitam ser transformados no momento apropriado. Para tal fim foi empregado o software TOPOG 5.05 versão Beta, construído pelo Doutor Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva e o software GeoCalc versão 4.2 fabricado pela Geocomp Systems. 4.3.5 Geração do M.N.E de Referência Conforme visto no item 3.2.3.2, foram extraídas as informações altimétricas da região de estudo através da digitalização das curvas de nível da carta topográfica 1:100.000 “Itumbiara”, empregada como base de referência para o terceiro grupo de dados cedidos pela Petrobras. Destaca-se a tarefa de conversão dos dados ao datum horizontal SAD 69 cumprindo as exigências da legislação vigente e as normas técnicas fixadas no Decreto Lei nº 89.817, a fim de compatibilizar os dados da base cartográfica e os dados coletados pelo sensor laser. Uma vez disponível a informação altimétrica da zona de estudo, foram empregados os parâmetros fixados na TAB.4.17 para a geração do MNE de referência através do software Sufer. A TAB. 4.22 apresenta as informações estatísticas dos dados coletados da carta topográfica. 86 TAB. 4.22 Estatísticas dos dados coletados da base cartográfica de referência 3º Grupo de Dados (metros) Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo Range Média Pontos Totais Carta X 691665,0812 694008,2182 694974,6680 697973,4456 700450,6642 8785,5842 695905,0073 Topográfica Y 7959445,8593 7963212,0069 7965413,3259 7966840,025 7968294,1834 8848,324 7964967,9864 1064 Itumbiara Z 450 450 450 500 527 77 468,744 Ao dispor da superfície do MNE gerado como referência é necessário aplicar a metodologia descrita no item 3.2.3.3, para converter os dados do MNE gerado em arquivos de texto (.dat,.xls ou .txt), deixando prontos todas as informações requeridas para a aplicação dos teste de avaliação, descritos a seguir. 4.3.6 Teste do M.N.E. Mantendo-se a metodologia descrita no item 4.2.6, foram calculados os resíduos do MNE construído do terceiro grupo de dados com o respectivo MNE de referência. Este conjunto de superfícies (MNE) foi gerado com os mesmos parâmetros, destacando-se o critério de espaçamento adotado, o qual atende ao mapeamento topográfico para uma carta 1:100.000, dado o fato que o documento cartográfico empregado para obter o modelo de referência, corresponde à escala citada. Os modelos gerados com estas informações estariam atendendo a uma escala 1:100.000 e o espaçamento recomendado pelas Normas Provisórias para Fotogrametria Digital (MENDONÇA, 2003) prevê 250 metros de espaçamento horizontal. A tabela 4.23 apresenta uma estatística dos resíduos calculados, os quais podem ser visualizados na FIG. 4.8. 87 TAB. 4.23 Estatísticas dos Resíduos do 3ºGrupo de Dados (metros). % Pontos Laser Empregados Mínimo Máximo Range Média Primeiro quartil Terceiro quartil Variância Desvio Padrão 20% -45.6325002 13.7355923 59.36809251 -8.21255621 -14.788258 -0.27862361 148.4350799 12.18339361 40% -46.478267 13.6791597 60.1574266 -7.8237295 -14.606278 0.62940227 145.393436 12.05792 60% -46.356081 13.628362 59.984443 -7.731007 -14.691169 0.5784548 151.07592 12.291295 80% -46.539531 13.760182 60.299714 -7.8695812 -14.890336 0.6612653 151.34276 12.302145 100% -46.5317637 13.82490923 60.35667297 -7.80912067 -14.8451727 0.65849791 151.7325684 12.31797745 Diferençãs (metros) Desvio Padrão 12.4 12.2 12 11.8 Desvio Padrão 20 40 60 80 100 % Pontos Laser Empregados Diferençãs (metros)² Variância 155 150 Variância 145 140 20 40 60 80 100 % Pontos Laser Empregados FIG. 4.8 Representação gráfica dos resíduos calculados do 3ºgrupo de dados. O segundo teste representa em forma gráfica os MNE gerados, com a finalidade de perceber as diferencias visuais entre cada modelo, como se pode observar nas FIG. 4.9a, 4.9b e 4.9c abaixo. 88 MNE (80%Pontos Laser) 16 linhas x 8 Colunas MNE (100%Pontos Laser)16 linhas x 8 Colunas FIG. 4.2.a Representação Gráfica dos MNE obtidos do 80 e 100% dos dados laser. MNE (40%Pontos Laser) 16 linhas x 8 Colunas MNE (60%Pontos Laser) 16 linhas x 8 Colunas FIG. 4.2.b Representação Gráfica dos MNE obtidos do 40 e 60% dos dados laser. MNE (20%Pontos Laser) 16 linhas x 8 Colunas MNE DE REFERÊNCIA (16 linhas x 8 Colunas) FIG. 4.9.c Representação Gráfica dos MNE obtidos do 20 dos dados laser e O MNE de Referência. 89 Para o terceiro teste, foi necessário selecionar uma amostra dos pontos presentes no 3º grupo de dados laser fornecidos pela Petrobras. Este procedimento procura construir um novo MNE mantendo como critério um espaçamento próximo ao encontrado entre os pontos laser presentes no arquivo original. Esta nova injunção aumenta consideravelmente o esforço computacional requerido para interpolar uma grade de 2 metros de espaçamento em uma área maior como a delimitada pelo 3º grupo de dados laser, sendo necessária a seleção de uma área de trabalho de menores dimensões. O novo MNE ressalta as informações encontradas na densa coleta de dados própria do método de varredura empregado pelo sensor laser. A FIG 4.10 apresenta a representação gráfica das superfícies geradas com o novo critério de espaçamento de 2 metros de acordo com as características de espaçamento dos dados fornecidos pela Petrobras descritos no item 4.3.2. A TAB. 4.24 reúne os resíduos calculados entre o MNE gerado com os dados laser e o MNE construído com os dados extraídos da carta topográfica Itumbiara. MNE (100%Pontos Laser) 151 linhas x 160 Colunas MNE DE REFERÊNCIA (151 linhas x 160 Colunas) FIG. 4.10 Representação gráfica dos MNE Construídos (extrato 3ºgrupo de dados) Escala X 1.0 in = 610.6, Y 1.0 in = 610.6, Z 1.0 in = 239.91 TAB. 4.24 Estatísticas dos Resíduos Extrato Carta Itumbiara e 3ºGrupo de Dados Resíduos dos MNE (Carta Top.Vs Pontos laser) (metros) Tola de pontos 24160 Dimensões da Grade 151 linhas x 160 colunas Mínimo -46.5701423316536 Máximo 14.4389089879914 Range 61.009051319645 Média -7.35241155029656 1er. Quartil -14.6239118285699 3er. Quartil 0.349035471813295 Variância 130.993253144231 Desvio Padrão 11.4452284007018 90 O quarto teste tem a finalidade de visualizar a distribuição das amostras de dados coletadas ao empregar a metodologia de filtragem adotada nesta dissertação. Como se pode observar no quarto teste aplicado aos dados fornecidos pela empresa Geoid, o software empregado foi o Datageosis, neste caso o software não suportou a grande quantidade de dados presentes nos arquivos fornecidos pela Petrobras tendo a necessidade de selecionar uma região de menores dimensões. Esta restrição não afeta o objetivo do teste o qual procura visualizar o comportamento da distribuição dos pontos laser depois de efetuar o processo de filtragem. As FIG. 4.11,12 e 13 apresentam os resultados do teste efetuado. FIG. 4.11 Representação do 100% dos pontos laser extraídos do 3º grupo de dados fornecidos pela Petrobras (14850 pontos) Fonte: software Datageosisi versão professional 91 FIG. 4.12 Representação do 60% dos pontos laser extraídos do 3º grupo de dados fornecidos pela Petrobras (8823 pontos) Fonte: software Datageosisi versão professional FIG. 4.13 Representação do 40% dos pontos laser extraídos do 3º grupo de dados fornecidos pela Petrobras (5852 pontos) Fonte: software Datageosisi versão professional O quinto teste não foi possível ser aplicado ao conjunto de dados fornecidos pela Petrobras pelas grandes dificuldades logísticas necessárias para coletar pontos em campo nas 92 regiões onde foram outorgados dados lasers. Este teste será recomendado para ser executado em trabalhos futuros. 4.4 Análise dos Resultados Obtidos. Durante a manipulação dos dados laser foi possível comprovar a necessidade de desenvolver estratégias de processamento para simplificar ou apurar a densa quantidade de dados obtidos pelos sistemas de varredura laser. Esta capacidade de coletar grandes quantidades de dados permite reconstruir a superfície varrida pelo sensor com um alto nível de detalhes, sendo esta uma das maiores vantagens do sistema laser aerotransportado oferecidas pelos fabricantes. Freqüentemente emprega-se o sistema para obter informação cartográfica a nível cadastral ou para coletar dados de pequenas extensões de terreno pelo fato de considerar que áreas de grandes dimensões acarretariam quantidades excessivas de dados, os quais afetariam o processamento, tratamento e armazenamento das informações coletadas. Os resultados obtidos pelo primeiro e segundo teste evidenciam que apropriadas estratégias de filtragem permitem empregar até 20% dos dados laser mantendo a qualidade de precisão e visualização obtida por o conjunto total de dados coletados pelo sensor originalmente. Com a finalidade de materializar as diferenças reais entre o MNE gerado com a menor porcentagem de dados laser e o MNE construído com a totalidade dos pontos laser, foram calculadas as diferenças entre ambas superfícies as quais se apresentam na TAB.4.25, as diferenças obtidas não são apreciáveis visualmente como pode perceber-se no segundo teste. Este fato também pode ser comprovado observando o comportamento dos resíduos calculados entre os MNE gerados com as distintas porcentagens de coleta é o MNE de referência apresentados por meio das tabelas 4.8 e 4.23, onde evidencia as pequenas variações registradas entre os resíduos de cada modelo comparado, considerando a compatibilidade e a escala do MNE de referência. Analisando os resultados do terceiro teste pode-se apreciar o nível de detalhamento que é obtido com o aproveitamento máximo das informações presentes nos dados coletados pelo sensor. O qual indica o primeiro índice de qualidade alcançado pelo produto cartográfico construído com dados coletados dos sistemas de varredura laser. 93 TAB. 4.25 Estatísticas dos Resíduos entre 20% e 100% dos dados laser (material da Geoid) Resíduos dos MNE (20% Vs 100% Pontos laser) (metros) Total de pontos 64 Dimensões da Grade 8 linhas x 8 colunas Mínimo -2.89617955803351 Máximo 1.51870322857758 Range 4.41488278661109 Média -0.070374413615589 1er. Quartil -0.292063242762424 3er. Quartil 0.165954965289416 Variância 0.388529374853485 Desvio Padrão 0.623321245308938 O quarto teste comprova que a metodologia de filtragem descrita no item 3.2.2.1 atinge os objetivos desejados permitindo trabalhar com a quantidade de dados que requeira o projeto sem prejuízo de perda da homogeneidade da distribuição dos pontos coletados pelo sistema laser e sem alteração dos valores de cada ponto coletado. Finalmente o quinto teste permite dispor uma primeira aproximação da qualidade da precisão dos pontos coletados pelo sensor de varredura laser na amostra de dados analisados, como se pode observar nas tabelas 4.11 e 4.12. Os resultados obtidos estimam o erro planimétrico na faixa dos 0.842 metros é o erro altimétrico na ordem dos 0.479 metros, permitindo considerar o emprego dos dados analisados como fonte de informação topográfica no mapeamento a escalas 1:20.000 em diante considerando o erro máximo admitido pelo padrão de exatidão cartográfica. O teste que pode certificar a verdadeira qualidade da precisão dos pontos laser seria o poder reconhecer no terreno um conjunto de pontos coletados pelo sensor os quais logo seriam medidos empregando outras metodologias como o posicionamento ou nivelamento geodésico. Esta consideração não desacredita o teste aplicado dado o fato de ser uma atividade impossível de executar depois da coleta dos pontos laser, permitindo considerar a metodologia do quinto teste como uma das melhores opções para avaliar a precisão de um conjunto de pontos coletados pelo sensor de varredura laser. 94 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS. As informações e resultados descritos no presente trabalho confirmam o potencial cartográfico disponível, através do emprego dos sensores de varredura laser, destacando a necessidade de aprofundar as pesquisas nesta área de estudo e acrescentar a divulgação acadêmica da tecnologia e suas possíveis aplicações, incorporando seu estudo como conteúdo programático dos cursos de graduação é pós-graduação em Engenharia Cartográfica oferecidas no Instituto Militar de Engenharia (IME). Os testes aplicados ao conjunto de dados laser ressaltam o nível de detalhamento que pode ser obtido do relevo da superfície de estudo por meio do emprego do sensor laser e evidenciam as dificuldades que podem ser encontradas durante o processamento e armazenamento da densa coleta de dados fornecida pelo sensor, as quais encontra-se diretamente relacionadas com o nível de detalhamento esperado para a reconstrução da superfície varrida pelo sensor. As dificuldades de processamento e armazenamento presente na manipulação de grandes quantidades de dados são similares às dificuldades encontradas pela fotogrametria digital durante seu desenvolvimento, mas o desejo de dispor soluções à problemática apresentada deram motivação ao desenvolvimento de pesquisas fundamentais para a geração de softwares é hardwares com soluções brilhantes. As possibilidades de emprego dos dados laser nas tarefas de construção de mapas topográficos em áreas sem cobertura vegetal densa provem dos excelentes resultados obtidos nas áreas de teste. A comparação feita no quinto teste entre os dados obtidos com o sensor laser e dados coletados no terreno com apoio do sistema GPS, evidenciam o alto nível de confiabilidade e precisão alcançado pelo sistema de varredura laser, permitindo considerar o sistema como uma metodologia alternativa aos procedimentos empregados tradicionalmente, outorgando aos usuários a possibilidade de empregar o sensor mais adequado a suas necessidades. O comportamento homogêneo dos resíduos calculados destaca a ausência de erros aleatórios que incrementem variações no posicionamento planimétrico ou altimétrico. Nos resultados obtidos pode apreciar-se como os valores altimétricos providenciaram os melhores resultados; este fato pode-se atribuir ao emprego da mesma estação base utilizada para o posicionamento dos pontos laser é para a coleta dos pontos no terreno. Ainda empregando a mesma estação base para o posicionamento não foi possível atingir a precisão anunciada pelos fabricantes, este fato não compromete a precisão do sistema, pelo contrario, 95 sem manter controle em todas as variáveis presentes na operação do sistema, foi possível obter um erro médio planimétrico na faixa dos 0.84263 metros e o erro médio altimétrico na ordem dos 0.47958 metros, além de conhecer que a precisão dos pontos laser empregados como referência foram coletados com uma tolerância de 0.5 metros. Tendo em consideração os resultados descritos acima e o padrão de exatidão cartográfica esperado para o mapeamento no Brasil pode-se concluir que o conjunto de dados laser analisados como um produto cartográfico final, atende as exigências de precisão para o mapeamento 1:1.000 e menores, considerando esse conjunto de dados laser como um produto cartográfico intermediário é preciso empregar como padrão de referência o erro máximo admitido para o apoio terrestre o qual indicaria que a precisão dos dados laser atende as exigências do mapeamento 1:20.000 em diante. Quanto ao potencial de utilização de modelos numéricos de elevações gerados a partir de dados laser no contexto do mapeamento topográfico, fica claro que a qualidade dos dados laser seria o fator decisivo para seu emprego, porém, de acordo a os resultados obtidos é possível dispor os dados coletados por este sensor para satisfazer as necessidades do controle planimétrico é altimétrico da superfície a mapear. Finalmente, seria adequado padronizar a melhor combinação dos parâmetros requeridos para construir um MNE estruturado, de acordo com a precisão esperada. Os parâmetros referidos são o espaçamento entre os pontos que formam a grade a ser construída é a seleção do interpolador empregado. Estas conclusões são obtidas dos testes realizados, porém sugere-se a aplicação de outros testes de qualidade em distintas regiões do país é com diferentes tipos de relevo e cobertura vegetal para certificar a definitiva precisão dos dados obtidos dos sistemas de varredura laser. Outro aporte do presente estudo foi a materialização de uma estratégia de filtragem para coletar parcialmente um conjunto de dados lasers dispostos em um arquivo de texto (.txt), permitindo obter uma distribuição homogênea em toda a superfície analisada alem de manter a distribuição semi-regular freqüentemente disponíveis em dados coletados pelos sistemas de varredura laser. A metodologia foi construída com apoio do software Mathcad alcançando os resultados esperados, apesar disto sugere-se migrar a proposta de filtragem a uma plataforma operacional que permita agilizar os tempos de processamento, considerando as limitações do software empregado. Os resultados obtidos nesta dissertação justificam futuras pesquisas nesta área de estudo, sendo este trabalho motivação para que os organismos oficiais pelo mapeamento no Brasil, as 96 instituições de ensino é as empresas privadas, forneçam o apoio preciso nas futuras iniciativas de desenvolvimento de pesquisas nesta área de concentração. Na atualidade os fabricantes dos sensores Laser mantêm um esforço especial em lograr que seus equipamentos possam coletar maiores quantidades de pontos em cada varrida do sensor sobre uma superfície de estudo, considerando satisfazer a um publico alvo que há despertado interesse nas potencialidades desta tecnologia e requer reconstruir uma região de trabalho com um alto nível de detalhamento. Os resultados obtidos e as futuras pesquisas podem motivar aos fabricantes em adequar as potencialidades do sensor para atingir outros requerimentos, os quais não estão muito distantes dos objetivos atuais dos fabricantes, lembrando que o sistema já é integrado com câmaras aéreas digitais e equipamentos de filmagem para providenciar as informações que uma imagen só pode fornecer. Também podese destacar as possibilidades de dispor uma imagem ortocorrigida é a construção de curvas de nível, invertendo menor tempo que o requerido por metodologias convencionais. No decorrer da elaboração desta dissertação foram identificados outros temas vinculados diretamente com o tema estudado. Diante a necessidade de explorar outras potencialidades do sistema, permite-se recomendar os seguintes temas para pesquisas futuras: • efetuar processamento dos dados utilizados nesta dissertação com outros testes de avaliação ou aplicar os mesmos testes de avaliação em outras áreas de estudo. • explorar o potencial de emprego dos sensores laser aerotransportado construídos para fins hidrográficos (reconstrução batimétrica das regiões costeiras). • explorar a elaboração de ortofotomapas com a integração de câmaras aéreas digitais a os sistemas de varredura laser. • pesquisar os métodos de filtragem empregados pelo sistema para identificar o relevo da superfície varrida pelo sensor. • propor indicadores técnicos para a construção de modelos digitais do terreno estruturados. • pesquisar outras aplicações praticas dos sistemas laser. 97 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALTSAVIAS, E.P., Airborne Laser Scanning: Basic Relations and Formulas, Institute of Geodesy and Photogrammetry, Switzerland, 1999. 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HOFFMAN A., Airborne Laser Scann (Lidar Hits), IAPRS, Amsterdam, 2000. 99 7 APÊNDICES 100 7.1 APÊNDICE 1: Metodologia para Extrair uma a Mostra de Pontos Laser do Arquivo Original Fornecido pelo Fabricante. 101 7.2 APÊNDICE 2: Metodologia para Coletar o Conjunto de Pontos Laser Presentes nas Vizinhanças de Cada Ponto GPS Empregado Como Referência. 102 8 ANEXOS 103 8.1 ANEXO 1: FABRICANTES DOS SISTEMAS DE VARREDURA LASER. 8.1.1 Optech Companhia Canadense fundada em 1984, dedicada ao desenvolvimento e investigação tecnológica. Concentra seus esforços em cinco áreas de atuação: Topografia Terrestre, Topografia Marítima, Espaço Atmosférico, Imageamento com Laser e Produtos Industriais de medição. Todas estas áreas trabalham com a tecnologia Lidar como meio de interação entre o sensor e a superfície ou substância em estudo. Os produtos fabricados pela Optech conquistaram o mercado mundial permitindo a expansão da companhia a nível internacional. Em 03 de abril do 2001 a companhia inaugurou um escritório nos Estados Unidos, com a finalidade de facilitar suporte técnico especializado aos fornecedores de seus equipamentos já que anteriormente dispunha somente de representantes de seus produtos em outros países, apoiando-se na infra-estrutura de outras empresas. Entre suas mais destacadas contribuições é possível mencionar a instalação de vários sistemas Lidar de absorção diferencial no Ártico para avaliar a concentração de ozônio na atmosfera, durante 1994 recebeu um renomado prêmio canadense pela excelência e inovações no campo da hidrografia empregando sistemas Lidar aerotransportado. Os esforços de desenvolvimentos atuais permitiram-lhe trabalhar com a agência espacial canadense (CSA), a agência espacial americana (NASA) e a agência espacial européia (ESA). Apesar da extensa gama de produtos fabricados pela empresa, este estudo concentra sua pesquisa nos modelos de sistemas Lidars construídos com fins topográficos (terrestres), mantendo o enfoque principal desta dissertação. A companhia Optech fabricou um total de nove (09) modelos de sistemas Laser para mapeamento do terreno (ALTM – Airborne Laser Terrain Mapping), desde o modelo ALTM 1020 construído em 1993 até o mais recente modelo ALTM 2050 comercializado atualmente. Cada um destes modelos de sistemas dispõe de características técnicas específicas, como poderá ser observado nas TAB. 7.1 a 7.5. As tabelas 7.1 e 7.2 descrevem os modelos ALTM fora da produção comercial, embora a companhia mantenha suporte técnico para todos os modelos. As TAB. 7.3 a TAB. 7.5 representam os sistemas disponíveis comercialmente. Informações de contato da empresa encontram-se em www.optech.on.ca. 104 TAB. 8.1 Características dos sistemas ALTM 1020 e 1025 Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Método de Varredura Medidas por segundo Freqüência de Varredura Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Requerida Registro do pulso Freqüência de Operação / Varredura Padrão de Varredura ALTM 1020 Optech Coordenadas 3D Espelhos Oscilantes 5000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 30 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º ALTM 1025 Optech Coordenadas 3D Espelhos Oscilantes 25000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 30 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º 1047 nm 330 - 1500 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 15 A 1er é Ultimo pulso 1064 nm 330 - 750 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 30 A 1er é Ultimo pulso 100 Hz ate 5 khz Dente de Serra (Zig-Zag) 100 Hz ate 10 kHz Dente de Serra (Zig-Zag) TAB. 8.2 Características dos sistemas ALTM 1210 e 1225 Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Método de Varredura Medidas por segundo Freqüência de Varredura Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Requerida Registro do pulso Freqüência de Operação / Varredura Padrão de Varredura ALTM 1210 Optech Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Oscilantes 10000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 30 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º ALTM 1225 Optech Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Oscilantes 25000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 28 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º 1047 nm 330 - 1200 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 30 A 1er é Ultimo pulso 1064 nm 330 - 1200 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 25 A 1er é Ultimo pulso 100 Hz ate 25 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) 100 Hz ate 25 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) 105 TAB. 8.3 Características dos sistemas ALTM 2025 e 2033 Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Método de Varredura Medidas por segundo Freqüência de Varredura Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Registro do pulso Freqüência de Operação / Varredura Padrão de Varredura ALTM 2025 Optech Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Oscilantes 25000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 28 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º ALTM 2033 Optech Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Oscilantes 33000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 28 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º 1064 nm 180 - 2000 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 24-35 A 1er é Ultimo pulso 1047nm 330 - 3000 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 35 A 1er é Ultimo pulso 25 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) 100 Hz ate 33 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) TAB. 8.4 Características dos sistemas ALTM 3025 e 3033 Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Método de Varredura Medidas por segundo Freqüência de Scan Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Registro do pulso Freqüência de Operação / Varredura Padrão de Varredura ALTM 3025 Optech Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Oscilantes 25000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 28 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º ALTM 3033 Optech Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Oscilantes 33000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 28 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º 1064 nm 180 - 3000 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 24-35 A 1er é Ultimo pulso 1064 nm 180 - 3000 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 26-35 A 1er é Ultimo pulso 25 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) 33 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) 106 TAB. 8.5 Características do sistema ALTM 2050 Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Método de Varredura Medidas por segundo Freqüência de Varredura Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Requerida Registro do pulso Freqüência de Operação / Varredura Padrão de Varredura 8.1.2 ALTM 2050 Optech Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Oscilantes 50000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos 28 Hz ± 20º / 50 Hz ± 10º Variável entre 0º ± 20º 1064 nm 210 - 2000 mts Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 26-35 A 1er é Ultimo pulso 50 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) Topsys Gmbh É uma companhia Alemã fundada em março de 1995 por três engenheiros que trabalhavam no sistema europeu de defesa aérea (EADS). Atualmente, a empresa emprega mais de 30 pessoas oferecendo diversos serviços vinculados com o uso da tecnologia Lidar. Além disso, produz e vende os sistemas Lidars a clientes que desejam proporcionar os mesmos serviços que a Toposys oferece na Alemanha. A compra de seus equipamentos inclui treinamento, assessoramento e instalação locais, assegurando que o cliente obtenha os mesmos resultados de precisão obtidos pela empresa na Alemanha. Esta companhia dispõe de dois modelos de sistemas de varredura laser, conhecidos como Toposys I e Toposys II. Ambos os modelos são capazes de gerar a maior quantidade de pontos por segundo registrada entre os sistemas de porte similar fabricado por outras empresas, oferecendo uma faixa de 83.000 medidas por segundo; outra característica muito destacada em suas equipes é o emprego de um sistema de varredura linear obtido por meio de um scanner com um dispositivo de fibra óptica, apoiado em um desenvolvimento tecnológico do EADS com fins militares construído há 15 anos, proporcionando ótimos resultados de 107 acordo a informações obtidas do fabricante. Atualmente é o único sistema fabricado, tanto comercialmente como para uso particular, que emprega o mencionado sistema linear de varredura laser. Cada um destes modelos de sistemas dispõe de características técnicas específicas, como poderá ser observado na TAB. 7.6. Entre os principais serviços oferecidos pela empresa destacam-se as construções de modelos digitais do terreno e modelos de superfícies obtidos como produto primário do processamento dos dados coletados por seu sensor. Incluem-se produtos adicionais como vetorização, simulação tridimensional de cidades, ortofotomapas, curvas de nível, consultoria, entre outros serviços associados à área de atuação da empresa. Os dados obtidos dos sensores de varredura laser apresentaram excelentes resultados nas áreas de telecomunicações, simulação de inundações, silvicultura, cartografia, representações 3D, etc. A companhia apresenta também uma solução integral combinando ao sensor laser uma câmara digital multi-espectral cujas características são apresentadas na TAB. 7.7 abaixo. Informações de contato da empresa encontram-se em www.toposys.com. TAB. 8.6 Características dos sistemas Toposys I e II Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Coordenadas 3D Escâner de fibra óticas 128 (Numero) canais do escâner 80000 TopoSys II TopoSys Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Escâner de fibra óticas 128 (Numero) canais do escâner 83000 Freqüência de Varredura 650 Hz 650 Hz Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Requerida Registro do pulso Freqüência de Operação / Varredura Padrão de Varredura Variável entre 0º ± 14º Variável entre 0º ± 14º 1540 nm 1000 mts Classe IV (ANSI) Desconhecido 1er o Ultimo pulso 1540 nm 1600 mts Classe IV (ANSI) Desconhecido 1er é Ultimo pulso 83 Khz Linear 83 Khz Linear Método de Varredura Medidas por segundo TopoSys I TopoSys 108 TAB. 8.7 Características da Câmera Digital Ângulo de abrangência 23,8º Pixel por linha 640 Resolução (altitude de vôo: 1000m) 0,55 mm Quatro (04) Canais Spectrais 0,44 - 0,49 µ m 0,50 - 0,58 µ m 0,58 - 0,66 µ m 0,77 - 0,89 µ m 8.1.3 Topeye AB A Companhia Topeye AB tem suas origens em fevereiro de 1996, como resultado da fusão corporativa de três importantes companhias suecas, a Saab Combitech, a Saab Dynamics e a Osterman Helicopter, criando a Saab Survey Systems AB, companhia que produzia o sistema Saab TopEye, conhecido sensor de varredura laser desenvolvido tecnologicamente pela Saab Dynamics junto a especialistas internacionais. Em 30 de abril de 1999, a companhia Osterman Helicopter adquiriu a totalidade das ações da companhia Saab Survey Systems AB, renomeando a mesma como Topeye AB e mudando seu escritório principal para a cidade de Gotemburgo. Seu novo enfoque comercial está orientado para proporcionar serviços apoiados no sistema TopEye, manter serviço especializado de atenção a seus clientes e produzir seus equipamentos Topeye comercializando-os internacionalmente. A TopEye AB dispõe de dois modelos de sistemas de varredura laser, com características similares. Entretanto cada um deles está orientado a objetivos específicos, reforçando certas vantagens, dependendo da necessidade do estudo a ser realizado. Um dos equipamentos é construído para ser empregado a bordo de um helicóptero. Este sistema leva por nome Rotary Wing. Também é possível instalá-lo em um avião modificando algumas de suas estruturas básicas. Entretanto, não poderá aumentar sua altitude máxima de operação de acordo com as normas de emprego seguro de equipamentos laser. O equipamento ora em tela apresenta vantagens se a área a ser estudada corresponde a grandes faixas lineares, como linhas de alta tensão, oleodutos, estradas etc; dada flexibilidade à plataforma que leva este sensor. O segundo equipamento é construído especificamente para aeronaves, sendo 109 conhecido com o nome de Fixed Wind. E recomendado principalmente para grandes extensões de superfície, cidades, estudos de silvicultura, mapeamento etc. A TopEye dispõe, como equipamento opcional, uma câmera digital de alta resolução que pode ser instalada em ambos modelos de sistema de varredura laser. Cada um destes modelos de sistemas dispõe de características técnicas específicas, como poderá ser observado na TAB. 7.8. Informações de contato da empresa encontram-se em www.topeye.com. TAB. 8.8 Características dos sistemas TopEye Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Método de Varredura Medidas por segundo Freqüência de Varredura Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Requerida Registro do pulso Freqüência de Operação / Varredura Padrão de Varredura 8.1.4 ToEye (Asa Rotativa) Saab Dynamics/TopEye AB Coordenadas 3D Espelhos Oscilantes 6000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos ToEye (Asa Fixa) Saab Dynamics/TopEyeAB Coordenadas 3D Espelhos Oscilantes 6000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos Variável entre 0º ± 20º estabilizado e 40º não estabilizado Variável entre 0º ± 40º estabilizado 1064 nm 60 ate 480 mts Clase 3B (En 60825) 28 VDC Até 3 ecos de pulso laser 1064 nm 200 ate 1000 mts Clase 3B (En 60825) 28 VDC Até 3 ecos de pulso laser 6 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) 6 Khz Dente de Serra (Zig-Zag) LH-Systems A criação desta companhia deu-se em 01 de junho de 1997 fruto do acordo comercial de duas grandes empresas, a Leica Geosystems AG, proveniente da Suíça e a empresa Americana BAE Systems, fundadores da companhia LH-Systems, cuja principal atividade esta concentrada em sensores aerotransportados e sistemas fotogramétricos. Durante o primeiro trimestre de 2001, a companhia Leica Geosystems AG, reestruturou sua organização e disponibilizou seis grandes divisões para atender melhor sua atividade comercial, criando as seguintes Divisões: GIS & Mapping, Survey & Engineering, Consumer 110 Products, Special Products, Industrial Measurement e New Businesses. A Divisão GIS & Mapping agrupou suas atividades em quatro áreas principais: GPS/GIS, Geographic Imaging, Land Information Systems e finalmente Airborne Data Acquisition, esta última sub-divisão foi constituída pela companhia LH-systems. Em maio de 2001, a LH-systems adquiriu a Azimute Corporation, considerada uma das três principais empresas fabricantes de dispositivos lasers, de acordo com o International Lidar Mapping Fórum (Flood, 2000). A Azimute Corporation foi a companhia fabricante do sistema de varredura laser AeroScan. A LH-Systems outorgou à Azimute Corporation a responsabilidade de dirigir sua divisão Lidar, estabelecendo como meta a construção do novo produto LH-systems ALS40, scanner a laser aerotransportado, que pode ser integrado a seu moderno sensor fotogramétrico digital ADS40. Atualmente a LH-systems encontram-se desenvolvendo ferramentas que permitam integrar por meio de um mesmo software o controle de ambos sensores (ADS40 e ALS40) durante sua operação. As características técnicas específicas do sensor ALS40 poderá ser observado na TAB. 7.9. Informações de contato da empresa encontram-se em www.lh-systems.com. TAB. 8.9 Características do sistema ALS40 Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Método de Varredura Medidas por segundo ALS40 LH Systems Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Oscilantes Freqüência de Varredura Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Requerida Registro do pulso Freqüência de Operação / Varredura Padrão de Varredura 35 Khz Variável entre 0º ± 45° (nova versão até 75°) Na faixa do infravermelho próximo 2000mts(nova versão até 6100/perda de precisão) Classe IV (ANSI) 28 VDC/ 10 A Até 3 ecos de pulso laser Nova versão alcançara até 5 ecos de pulso 38- 50 Khz de acordo à altitude Dente de Serra (Zig-Zag) 111 8.1.5 Fabricante Não Comercial Os grandes benefícios oferecidos pelos sensores de varredura laser despertaram o interesse não só de fabricantes comerciais. Atualmente existem diversas organizações que desenvolveram sistemas laser aerotransportados para atender à suas próprias necessidades. Dentre essas empresas, destacam-se as seguintes: a Advanced Lidar Technology Inc; FugroInpark b.v, EagleScan Inc, Mosaic Mapping Systems Inc, Terra Point Llc, Ins.for the Nav. Of Stuttgart, e a NOAA/NASA. É importante mencionar estas instituições já que qualquer delas, no futuro, poderá comercializar seu sistema, como foi o caso inicial da Toposys, que construiu seu sistema para uso interno e agora também o comercializa. Novos interessados em desenvolver seus próprios sistemas poderiam surgir. Em todo caso, este crescente número de fabricantes exige a necessidade de conhecer os fundamentos da tecnologia para ser capaz de analisar os dados provenientes deste novo sensor. A seguir será apresentado as características técnicas dos sistemas ScanLars e ATM II construídos para emprego interno do fabricante,como poderá ser observado na TAB. 7.10. TAB. 8.10 Características dos sistemas ScanLars e ATM II. Sistema Fabricante Dados Fornecidos pelo sistema Método de Varredura Medidas por segundo Freqüência de Varredura Ângulo de Varredura Comprimento de onda do laser Altitude de operação Classificação do laser Potência Requerida Registro do pulso Freqüência de Varredura Padrão de Varredura ScaLars Inst.for the Nav. Of Stuttgart Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Rotatórios 7000 Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos Variável entre 0º ± 20° 810 - 1064 nm 700 mts Classe IV (ANSI) Desconhecido 1er é Ultimo pulso 7.69 Khz Circular 112 ATM II NOAA/NASA Coordenadas 3D / Dados de Intensidade Espelhos Rotatórios Desconhecido Variável de acordo ao: *ângulo de Varredura *velocidade da plataforma *Densidade de pontos (20 Hz ± 15º) Variável entre 0º ± 15º 523 nm 750 mts Classe IV (ANSI) 115 Volts / 15 A 1er é Ultimo pulso 2 - 10 Khz Circular 8.2 ANEXO 2: Fornecedores Brasileiros, de Serviço de Varredura Laser. O crescente desenvolvimento da tecnologia Lidar e suas aplicações práticas despertaram o interesse das empresas fornecedoras de serviços no setor da geoinformação. Dispor da mais moderna tecnologia apresenta vantagens comerciais, motivo pelo qual, freqüentemente, estas companhias investem recursos para modernizar suas ferramentas de trabalho para conseguir manter-se competitivas e oferecer melhores serviços a seus potenciais usuários. Quando se trata de tecnologia de ponta, muitos clientes potenciais esperam que a tecnologia se consagre para evitar um risco maior em seu investimento. Por isso sua expansão avança lentamente. Esta realidade é mais freqüentemente observada nos países em desenvolvimento, onde dispor da mais moderna tecnologia representa custos muito elevados. O emprego da tecnologia Lidar como sensor ativo fornecedor de dados descritivos de uma superfície é uma realidade presente no mundo, especialmente nos países onde surgiram os principais fabricantes de sistemas aerotransportados de varredura laser, provocando um parcial desinteresse naqueles países onde seria mais difícil alcançar esta tecnologia. Em toda América do Sul somente dois países venceram este paradigma: a Argentina e o Brasil. A primeira conta com um fornecedor local que oferece uma gama de produtos associados ao processamento dos dados obtidos de seu sensor laser e o Brasil conta nestes momentos com 3 companhias que oferecem, entre outros produtos, o emprego de seu sensor de varredura laser para levantamentos terrestres, orientados a uma serie de aplicações. Esta realidade desperta o interesse dos especialistas da região, em compreender as capacidades deste sensor e analisar a possível aplicação de seus produtos em suas tarefas habituais. A seguir será apresentado um resumo descritivo dos fornecedores locais no Brasil. 8.2.1 Geoid Ltda A Geoid Ltda é uma empresa mineira especializada em mapeamento de alta precisão. Utiliza recursos de rastreadores de satélites GPS geodésicos, fotografias aéreas digitais a cores, videografia e scanner a laser. Representa no Brasil a Optech, empresa canadense fabricante de equipamentos a laser. 113 É pioneira em mapeamento com GPS no setor privado nacional e foi a primeira empresa em adquirir o sensor laser trazendo ao mercado Brasileiro soluções cartográficas modernas obtidas com apoio da mais recente tecnologia de sensoriamento remoto. A Geoid dispõe o sistema ALTM 1210 fabricado pela Optech. Concentra seus objetivos em fornecer soluções de mapeamento as empresas de projetos, mineradoras, reflorestamento, construção civil e pesada, petróleo, concessionárias de saneamento, telecomunicações, energia elétrica entre outros. Maiores informações podem ser encontradas em : www.geoid.com.br. 8.2.2 Esteio Engenharia e Aerolevantamentos S.A. Companhia Brasileira fundada em 1969, atuando como empresa de consultoria, concentrando suas tarefas na execução de projetos e supervisão de diversas obras de engenharia civil (estradas, aeroportos, linhas férreas, linhas de energia elétrica, etc.). A necessidade de empregar levantamentos aerofotogramétricos como base de apoio na elaboração de seus projetos, motivaram a empresa a formar uma equipe técnica que realizasse serviços de aerolevantamento. Por isso em 1976 foi inscrita como empresa de categoria “A” no Estado Maior das Forças Armadas do Brasil, tendo sido autorizada a executar cobertura aerofotogramétrica e mapeamento convencional. Desde essa data, a empresa foi incorporando tecnologia de ponta para fortalecer os serviços oferecidos. Em maio de 2001, a Esteio adquiriu o sistema de varredura laser ALTM 2025, fabricado pela empresa canadense Optech, incorporando entre seus serviços a possibilidade de obtenção de dados altimétricos por meio desta moderna tecnologia. A Esteio oferece uma grande variada gama de serviços técnicos entre os que se destacam: Cobertura Aerofotogramétrica, Processamento Fotogramétrico, Aerotriangulação, Apoio Terrestre, Geoprocessamento, Cadastro Técnico, Conversão de Dados, Tratamento Digital de Imagens, Engenharia viária, Gerenciamento de Obras, Ortofotomapas, Cartografia Temática e Serviços Especiais. Maiores informações podem ser encontradas em : www.esteio.com.br. 8.2.3 Toposys do Brasil Ltda A Toposys, fabricante do sistema de varredura laser, (RESLOW, 2000), atua em parceria com outras firmas e oferece uma solução completa e sistemática no monitoramento e 114 planejamento de linhas de transmissão, modelagem e representação tridimensional, monitoramento de erosões em áreas litorâneas, extração de modelos digitais de elevações, integração de dados a sistemas GIS, e outras aplicações associadas ao mapeamento e soluções cartográficas. A projeção da Toposys fora dos limites da Alemanha, abrange escritórios comerciais na Áustria e no Brasil. Neste último país, a Toposys encontra-se em uma fase inicial, tramitando as permissões necessárias de acordo com as exigências e normativas vigentes para operar seu sistema laser Toposys II, o qual pode ser integrado a sua câmera digital multispectral de acordo com as necessidades do cliente. Maiores informações podem ser encontradas em www.toposys.com. 115 8.3 ANEXO 3: Estudo das Estratégias de Espaçamento Empregadas pela DGS, Intergraph e Ackerman na Geração do M.N.E. Estudo comparativo das estratégias de espaçamento propostas em MARCIS (2003) Estratégia Espaçamento Horizontal 50 m 1ª DL 75 m 21 m Intergraph 31,5 m 42 m 100 m 50 m Ackermann 200 m 100 m 116 Observação Escala de restituição de 1/25.000 Escala de restituição de 1/50.000 Resolução geométrica de 14 µm Resolução geométrica de 21 µm Resolução geométrica de 28 µm Terreno plano Escala de restituição de 1/25.000 Terreno ondulado Escala de restituição de 1/25.000 Terreno plano Escala de restituição de 1/50.000 Terreno ondulado Escala de restituição de 1/50.000