do futuro

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do futuro
O designer
do futuro
H
á indícios que a indústria da moda mude tanto
nos próximos 10 anos quanto mudou nos últimos
100. Consolidação, informatização e globalização são
as grandes rupturas de hoje, e continuarão a ser à
medida que se transformam e mudam. Os designers
de moda estão na vanguarda dessas rupturas.
Em parceria com o Conselho de Estilistas de Moda
da América (CFDA), uma associação comercial sem
fins lucrativos composta por mais de 450 dos mais
importantes designers de moda feminina, masculina,
jóias e acessórios da América, a Lectra pesquisou os
principais profissionais que trabalham na indústria
internacional de moda e confecção.
Esta pesquisa explora como e porquê o papel do
designer de moda está mudando. Ela apresenta os
desafios, as rupturas e as mudanças mais importantes
que afetam os designers de moda hoje... e continuarão
a influenciar a profissão nos próximos anos.
Expondo uma visão de como os designers de moda
da próxima geração continuarão a criar no moderno
ambiente da moda .
2
GRANDES EXPECTATIVAS
"Como um designer de moda, eu
sempre fui consciente de que não
era apenas um artista, porque estava
criando algo que era feito para ser
vendido, comercializado, utilizado, e,
finalmente, descartado."
Tom Ford
I
ndiscutivelmente, designers são
artistas. Hoje, uma nova dicotomia
entre artista e técnico está no cerne
de questões que envolvem o novo
papel do designer. O designer de moda
agora ocupa um espaço entre criativo,
técnico e revendedor, uma estrutura e
conjunto de habilidades impostos por
um mercado cada vez mais competitivo
e exigente.
A maior pressão sobre os designers, de
acordo com os resultados da pesquisa
da Lectra/CFDA, refere-se à velocidade
para o mercado: desenvolver coleções
cada vez mais rápido para renovar de
forma contínua a oferta na loja. Os
consumidores, pelo menos os de fast
fashion e marcas contemporâneas,
tornaram-se doutrinados com uma
mentalidade de "bobeou, dançou".
Esta estratégia de varejo de mudar a
mercadoria a cada semana para buscar
vendas imediatas é uma forma de
manter a competitividade e combater as
vendas on-line. Como resultado, notase uma mudança nas expectativas dos
consumidores e os hábitos de compra maior consumo, com maior frequência.
Além de um menor lead time e mais
coleções, os designers agora têm
que lidar com maior concorrência.
As marcas precisam se diferenciar,
enquanto tentam chamar atenção
de um consumidor que é informado,
capacitado, menos fiel às marcas, que
mistura peças e não se incomoda em
comprar na Internet para conseguir o
melhor preço.
No entanto, o novo designer não
está
completamente
desarmado
para enfrentar esse novo contexto:
ferramentas digitais permitem que
eles trabalhem rápido, armazenando
dados que poderão ser reutilizados
conforme necessário e eliminando
completamente tarefas demoradas,
como gradação manual, ou mesmo
reduzindo a necessidade de amostras
físicas, com o uso de soluções de
software de prototipagem virtual 3D.
A colaboração está se tornando
simples, pois estilos digitais podem
ser manipulados, salvos, alterados,
refinados e reeditados por vários
colaboradores em diferentes países
e fusos horários. Isso gera um novo
tipo de criatividade coletiva. De acordo
com os resultados da nossa pesquisa,
um bom domínio desta nova caixa de
ferramentas do designer é, obrigatório:
"Inovação técnica significa que as
técnicas de produção e as ferramentas
usadas para design e desenvolvimento
estão mais avançadas. Os designers
precisam ter uma compreensão dos
últimos lançamentos."
Entrevistado da pesquisa da CFDA
A colaboração vai além da empresa.
Designers e equipes de desenvolvimento
precisam compartilhar informações
em tempo real com parceiros
externos e fornecedores. Até mesmo
os consumidores, por meio da mídia
social, têm agora uma plataforma
para se comunicar com os designers e
expressar suas escolhas de marcas e
preferências. O ecossistema da moda
está se reconfigurando.
Os próprios modelos de negócios que
ditam como o designer opera foram
transformados. Alguns fabricantes
chineses estão agora projetando e
vendendo suas próprias marcas, ao
invés de apenas produzir para os outros,
uma opção viável e atraente. Designers
não trabalham mais isoladamente, mas
ao lado de compradores, comerciantes,
profissionais de marketing e até mesmo
fabricantes.
Apesar dessa recém descoberta
liberdade criativa permitida pelas
ferramentas digitais, por que a "moda"
tem a mesma aparência? Por que
estamos mais dependentes do que
nunca das marcas de luxo para nos
liderar e inspirar? O que se espera de
um designer dentro desta economia
orientada pela demanda?
lectra.com
3
O NOVO CONSUMIDOR
O
consumidor é uma figura imponente para o novo
designer. Esse consumidor está tendo um papel ativo
com a mídia digital; um diálogo de duas vias é agora parte
da marca do consumidor e, portanto, da relação entre
consumidor e designer. Para que os designers permaneçam
no jogo, é essencial para eles encontrar o equilíbrio certo
entre manter este discurso, enquanto permanecem fiéis
à estética da marca. Informações de nossa pesquisa
mostram que os designers veem o consumidor como uma
figura dominante. Como um entrevistado diz sem rodeios:
"Foi-se o tempo em que se podia projetar em um vácuo e
empurrar produtos goela abaixo dos consumidores. Quem
estiver mais próximo ao
consumidor final ganha a
corrida..."
Entrevistado da pesquisa da
CFDA
exercem seu poder ao "curtir" algo no Facebook,
ponderando o que a marca fará mais ou menos ao expressar
opiniões em fóruns de mídia social e incentivando
ou persuadindo outros consumidores a comprar.
No extremo, esta nova relação de mão dupla entre
consumidor e designer cria um círculo fechado em que
o consumidor alimenta a marca, por exemplo, criando
comunidades e grupos virtuais que podem ser usados
para o marketing, design e criação de marca. O resultado:
um panorama criativo totalmente novo para os designers,
que não só precisa ser navegado, mas também pode servir
de inspiração aos designers e levá-los a um novo nível.
As mesmas mídias sociais
que dão poder à voz do
consumidor
devem
ser
usadas pelo designer para se
comunicar com o consumidor,
e até mesmo alimentar
seu processo de design. O
consumidor sofisticado e
informado passou de um
papel passivo que faz escolhas
com base em uma seleção
limitada de designs prontos
a ter uma influência sobre a
marca, o designer e o produto
final.
Os
consumidores
FERRAMENTAS E HABILIDADES OBRIGATÓRIAS
O
s
designers
têm
mais
conhecimento sobre questões
técnicas e de produção do que
tinham há 10 anos, de acordo com
os resultados da nossa pesquisa. As
marcas combatem o desafio de tempo
reduzido para o mercado ao exigir que
os designers sejam mais polivalentes.
Os designers precisam demonstrar
versatilidade e também precisam levar
4
em consideração os custos e preços.
Geralmente, cabe ao designer lidar com
os aspectos técnicos: como as equipes
e os processos são simplificados, essas
tarefas estão sendo integradas no papel
do designer. Um designer afirma:
"A relação entre o designer e o fabricante
tornou-se mais direta; as empresas já
não têm mais modelistas ou costureiras
internas. Moldes e amostras são feitos
pelo fabricante."
Entrevistado da pesquisa da CFDA
Prazos apertados são atendidos usando
ferramentas digitais de economia de
tempo, desde armazenar blocos antigos
para serem reutilizados na forma digital
até utilizar a tecnologia de criação de
modelagem 3D, formas de cores digitais
e soluções colaborativas como um
fashion PLM. Os designers pesquisados
concordam que o processo de design de
moda está mais colaborativo do que
era 10 anos atrás. O novo designer é
um colaborador.
Neste cenário competitivo em que
tudo está disponível para todos, os
designers devem operar com uma
nova consciência do impacto que
suas decisões têm em fatores como:
time to market, custos, preços,
comercialização e como o produto
final será comercializado para quem
e quando. Para que as marcas tenham
sucesso, elas devem ser capazes de
confiar em seus designers para criar o
que o consumidor final tem em mente,
considerando o ambiente de varejo,
seja on-line ou físico.
"O papel do revendedor tornou-se
mais poderoso, do que a qualidade e a
inovação."
Entrevistado da pesquisa da CFDA
As marcas procuram ofuscar seus
concorrentes. A estética dos designers
é exibida através de looks e vitrines,
o que implica que o revendedor e
o designer trabalham em estreita
colaboração. Para as marcas menores,
o designer também deve assumir
o papel de revendedor. Atestando
a nova consciência e polivalência
necessária no mercado competitivo,
outro entrevistado descreve o que é
necessário para um novo designer:
"Conhecimento prático de como as
decisões dos designers impactam em
todo o ciclo de vida de uma peça de
vestuário, desde a estrutura de custos
até a experiência do cliente."
Entrevistado da pesquisa da CFDA
A MODA NÃO TEM TENDÊNCIA?
"Por que os designers ainda buscam desesperadamente
tendências quando não há tendências?"
John Fairchild sob o pseudônimo de Countess Louise
J. Esterhazy, 2014
N
o artigo editorial The Countess Talks Trends — or Lack
of Them, o ex-presidente e diretor editorial de Fairchild
publications, John Fairchild fala das recém descoberta
da acessibilidade e visibilidade em praticamente tudo. Os
consumidores estão mais confiantes em suas opções de
compras e menos leais às marcas, misturando peças de
diferentes marcas e diferentes categorias de preços para
criar visuais originais. Um dos entrevistados descreve isso
dessa maneira:
"O esnobismo na moda desapareceu. Norte-americanos,
em particular, e muitos europeus, não querem que lhes
digam o que vestir."
Entrevistado da pesquisa da CFDA
Um movimento "high-low" que felizmente combina itens
básicos de uma marca de fast fashion ou supermercado
com uma peça exclusiva de um designer ou marca de luxo,
está se tornando a regra. Isso contrasta com os hábitos de
consumo de mais de 10 anos atrás, quando um consumidor
comprava roupas inteiras da marca ou designer a quem eram
leais, tornando, nas palavras de um designer de alto padrão
que entrevistamos, "extremamente difícil" vender básico e,
portanto, tentar deixar essas peças fora de uma coleção.
A ascensão de marcas de vestuário esportivo-casual, como
Lululemon e marcas com foco em produtos e com base
em inovação, como Uniqlo, atestam esses novos hábitos de
consumo. No lado positivo, os produtos são avaliados por seu
próprio mérito e não por sua marca - um passo positivo em
termos de qualidade, e uma demonstração de um novo foco
do consumidor sobre o valor. No entanto, no lado negativo, o
fator decisivo para o consumidor é principalmente o preço.
Apesar da impressão que este novo consumidor capacitado e
vestido com originalidade possa dar, a mesmice que vemos
em toda ofertas é espantosa. Compradores com alto poder
aquisitivo buscam pouca variação do que vendeu bem em
estações anteriores, tornando-se comum ver praticamente a
mesma roupa em todas as marcas e em todo o mundo. Esta
mesmice é o resultado de uma indústria que não arrisca.
Na sombra da crise financeira global de 2008, as empresas
estão mais avessas ao risco preferindo comprar apenas o
que vendeu bem nas coleções passadas. Isso significa menos
diferenciação na oferta: uma grande ameaça à criatividade.
O papel do novo designer combina malabarismo dos aspectos
positivos e negativos dessas interrupções da indústria
e confrontamento das situações resultantes. Embora a
mesmice seja um dos atuais resultados negativos das imensas
quantidades de dados agora disponíveis na indústria, há
também benefícios a serem colhidos. Se os varejistas podem
capturar a imaginação do consumidor, os designers podem
tirar disso mais sutileza e delicadeza, já que as ferramentas
e o pensamento se tornam mais sofisticados.
lectra.com
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fábricas a vapor no início de 1800, as marcas de moda que
aproveitam o poder dos dados conectados terão a chance
de colher ganhos descomunais. O segredo é desenvolver
uma estratégia omni-channel esclarecida que permita
uma tomada de decisão fundamentada e ágil com base
nesses dados."
John Squire, 2014
"Tenha em mente que a revolução omni-channel é
amadurecida com oportunidade... Assim como muitas
indústrias se beneficiaram dos recursos de novas
A customização pode ser a reação criativa positiva a esta fusão
entre consumidores e designers. Se o papel do designer for
realmente tornar-se um intérprete de ditames de consumo,
então trabalhar em um processo colaborativo pode ser o
caminho para os designers continuarem a exercer seu lado
criativo e artístico. Saber o que vai ser comprado, e o que não
será, pode beneficiar a criatividade, nas vendas, e até mesmo
ser inspirador.
O LUXO LIDERA
O
papel do designer no setor de
luxo também tem mudado nos
últimos anos, embora não da mesma
forma. Além das exigências habituais
de "mais, mais rápido", o designer de
moda de luxo também está sujeito a
demandas relacionadas à diversidade de
mercadoria e licenças. Eles apresentam
óculos de sol, licenças de fragrâncias e
emprestam seus nomes para as outras
marcas e categorias para as coleções
cápsulas.
Outra mudança evidente é a forma
como os designers de luxo trabalham:
ao assumir o controle de lojas, eles
simultaneamente
conduzem
sua
própria marca, onde sua criatividade
pode ser expressa de forma mais livre.
No entanto, a recente nomeação da
Hermès de Nadège Vanhee-Cybulski
para vestuário feminino pode indicar
uma tendência em outra direção:
Hermès reconheceu publicamente
a vantagem de tê-la trabalhando
exclusivamente para eles.
O luxo também está liderando o
caminho em outra frente, incentivando
e patrocinando jovens talentos.
A Kering organiza um concurso anual
de design Empowering Imagination em
parceria com a NY Parsons, The New
School for Design. Em 2013, LVMH
lançou o seu prêmio Fashion Designer
Young, aberto a designers com menos
de 40 anos de idade. Ao prestar apoio e
atenção aos meios de comunicação tão
necessários para os jovens designers
esperançosos, essas competições
também constroem a reputação da
marca e estima com a juventude, novos
designers e consumidores.
T R A N S PA R Ê N C I A E I M E D I A T I S M O : A N O V A N O R M A
A
s marcas de luxo também estão liderando o caminho
no confronto e controle do maior medo dos designers
e ameaça percebida: a transparência. Como os desfiles
de marcas de luxo são transmitidos ao vivo através da
Internet, os designers são obrigados a contar com novos
parâmetros de exclusividade. As marcas de luxo nos
ensinaram que o medo de imitações precisa ser substituído
6
pela inovação e compartilhamento. Criar e controlar
comunidades de marca funciona melhor do que limitálas. A reinterpretação e o feedback instantâneo podem ser
usados com vantagem, alimentando o processo criativo.
A transmissão ao vivo da passarela anteriormente
exclusiva exibida através da Internet, e a mais recente
expectativa de ter essas coleções, vistas pela primeira vez,
imediatamente disponível para compra, estão se tornando
regra. Elas ilustram como marcas de moda de luxo estão
assumindo o controle do rompimento digital para a sua
indústria, em que o imediatismo e a transparência estão
sendo empurrados até os limites atuais. Uma lição geral
pode ser derivada dessa tendência: a interrupção deve ser
promovida, em vez de contornada.
Houve uma intensificação irônica em extremidades
opostas do espectro de informações do consumidor. Há
uma sobrecarga de informações disponíveis na Internet
sobre determinados aspectos da moda como preço,
seleção e história da marca. No entanto, uma completa
falta de informação permanece sobre como as peças
são confeccionadas, o que cria expectativas irreais dos
consumidores.
RASTREABILIDADE E SUSTENTABILIDADE:
UM LONGO CAMINHO PELA FRENTE
"Comprar um mistério será um conceito absurdo em breve.
Não há luxo em um enigma."
Fundador e designer da Honest By, Bruno Pieters
D
efensor da rastreabilidade, o ex-diretor de arte da Hugo
by Hugo Boss defende uma maior transparência em
toda a cadeia de abastecimento. No entanto, a rastreabilidade
não é considerada uma questão urgente para os designers
norte-americanos entrevistados, a maioria expressou que a
rastreabilidade não era um problema ou um fator decisivo
em suas escolhas diárias. E como um designer apressou-se
a nos lembrar:
"Curto prazo é um problema crônico na indústria de
vestuário."
Entrevistado da pesquisa da CFDA
Embora, de acordo com as respostas à nossa pesquisa,
a rastreabilidade e a sustentabilidade continuem tendo
uma importância secundária para muitos, a atenção da
mídia dada a este assunto continua a aumentar. Algumas
marcas, de fast fashion bem como de luxo, estão liderando
o caminho. A marca de fast fashion F&F do Tesco do Reino
Unido se orgulha da utilização de materiais sustentáveis
e da utilização da tecnologia 3D para redução do número
de amostras. Gigantes, como a H&M, estão liderando o
caminho em termos de práticas sustentáveis de fast fashion,
como um circuito fechado para têxteis e roupas, em que a
roupa não mais desejada pode ser reciclada em novas peças
de vestuário.
"O processo de sustentabilidade impulsiona o setor de moda
para mudar. Para mudar para algo menos poluente, mais
eficiente e mais respeitoso do que existe hoje; para alterar a
escala e a velocidade de estruturas de apoio e para infundir
um sentido de interconexão."
Kate Fletcher & Lynda Grose, 2012
Os designers podem integrar esta área crescente de polêmica
e possibilidade ao considerar um aspecto da marca: uma
maneira de impulsionar a perspectiva do consumidor, uma
maneira de ganhar o respeito por suas práticas de design,
já que sua marca tenta se diferenciar em um mercado super
lotado. As pessoas estão interessados em ter uma conexão
emocional com as marcas que escolhem. As marcas éticas
têm uma grande vantagem, pois elas têm uma história
mais rica, mais emocional para contar - uma que adota
a transparência exigida pela era digital. É o papel do novo
designer mediar esta prática, uma vez que estão na origem
do produto, e os consumidores estão ficando cansados do
marketing tradicional.
Se o papel do designer está se tornando o de contador
de histórias da marca, então as práticas sustentáveis,
transparentes e ecologicamente corretas, que oferecem
vantagens operacionais a longo prazo, podem ser o caminho
a seguir.
lectra.com
7
Q U A L É O PA P E L D A M Í D I A S O C I A L ?
A
transparência é uma questão cada vez mais
importante, não só em termos de rastreabilidade do
produto, mas também em termos de expectativa de saber
tudo sobre um designer e interagir com ele, por meio de
plataformas de mídia social.
Envolver-se com um cliente através da mídia social tornouse obrigatório. Enquanto marcas maiores podem ter uma
pessoa dedicada a isso, para o designer ou nichos de
marcas torna-se parte do papel do designer ser a voz da
marca. Como observa um entrevistado, as mídias sociais,
especialmente quando usadas para relacionamentos
diretos, têm vantagens incontestáveis:
"A mídia social me deu a capacidade de me conectar a um
grande número de clientes em tempo real. Isso tornou
meu trabalho muito mais imediato em vez de apenas criar
e esperar, como era no passado não tão distante."
Entrevistado da pesquisa da CFDA
Ou, como outro designer coloca quando perguntado
quais as competências que um futuro designer deve ter:
"A necessidade de ser uma voz em vez de um designer. A
necessidade de ser capaz de publicar no Twitter, Instagram
e blog em uma base regular."
Entrevistado da pesquisa da CFDA
A importância da voz, imagem pública e popularidade
do designer também é evidente no número crescente de
designers que se tornaram celebridades, aproveitando
a força de seu nome para dar popularidade à sua marca.
Para os entrevistados, este foi um ponto de tensão, alguns
expressando a ideia de uma vantagem injusta.
CONCLUSÃO
O
s designers estão encontrando seu espaço em um cenário digitalmente interrompido. Nossa pesquisa mostra claramente
que os designers estão conscientes de que estamos vivendo um momento de transição. Agilidade de colocação no
mercado; diante de um consumidor confiante com expectativas e hábitos de compras renovados; diminuindo tendências e
fidelidade à marca; um jogo de interação entre exclusividade e transparência - todos estes temas apontam para um campo
nivelado em que a ideia de valor está sendo redefinida.
O designer de amanhã é um elo central em uma cadeia de suprimentos mais interdependente, ao longo da qual os
dados digitais fluem. Os fabricantes, os marqueteiros, os comerciantes e até mesmo os consumidores tornaramse partes inseparáveis do design de moda. Novas formas de comunicação pelas plataformas de mídia social,
combinadas com um mercado em que tudo está disponível para todos, capacitaram um consumidor originalmente
passivo. Como consequência, o design tornou-se mais uma interpretação dos desejos do consumido — ao invés de
uma sugestão. O ”isolamento” do design está sendo destruído. Colaboração é a nova estrutura.
8
POR QUE A LECTRA?
O
cenário em transformação da indústria da moda
internacional e as evoluções no modo como designers
de moda trabalham, criam, colaboram e compartilham,
apontam as vantagens de se criar designs dentro de
uma estrutura de soluções tecnológicas mais inovadoras
disponíveis para profissionais da moda.
As soluções Lectra específicas para a indústria da moda
incorporam 40 anos de experiência e tecnologia avançada
no setor aliados as melhores práticas para manter as
empresas sempre na vanguarda.
As soluções de prototipagem virtual 3D transformam o design
e o desenvolvimento de produtos oferecendo aos designers e
modelistas a capacidade de ver e ajustar peças de vestuário,
em tempo real. Gradação digital e verificação de caimento
de todos os tamanhos significam que os designers podem
verificar o caimento em estilos e variedades de tamanho.
O tempo de colocação no mercado é reduzido, permitindo,
assim, que os designers se tornem mais responsivos aos
desejos do consumidor. A criatividade e o DNA da marca
que acabam por definir o valor de uma empresa aos olhos
dos seus clientes são reforçados por um melhor controle e
visibilidade.
A solução de gerenciamento de ciclo de vida do produto
(PLM) da Lectra é outro exemplo de como a tecnologia
pode ajudar a simplificar a vida de um designer. A
entrada de dados é reduzida e a visibilidade da evolução
de um produto através de seu ciclo de fornecimento
e industrialização é aumentada. Os designers podem
literalmente ver a evolução de suas criações conforme
são realizadas e trazidas ao mercado. A tecnologia pode
ajudar a alavancar a visão de um designer, libertando-o
das tarefas não criativas que lhe deixam preso. Vamos
deixar os designers fazerem o que fazem de melhor:
Design.
lectra.com
9
Obrigado a todos que participaram
da pesquisa on-line realizada em
parceria com a CFDA.
10
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