Orçamento envolto em polémica com Bruxelas
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Orçamento envolto em polémica com Bruxelas
PUB Edição 1845 1,20 Euro 5 de fevereiro de 2016 a 11 de fevereiro de 2016 www.mundoportugues.pt Diretor: Maria da Conceição Granado de Almeida [email protected] OURÉM ANTÓNIO COSTA DESVALORIZA ALEGADAS DIFERENÇAS MAS... P. 4 Câmara de Ourém prepara ‘Rede de Apoio e Informação ao Peregrino’ Orçamento envolto em polémica com Bruxelas LISBOA P. 5 Estação de Santa Apolónia pode “ganhar” hotel P. 2 e 3 SEIA P. 11 Empresário cria museu do queijo para divulgar setor e atrair visitantes A História do SISAB PORTUGAL P. 23 a 25 A próxima edição do evento consagra 21 anos de um percurso sempre em crescendo. Continuamos nesta edição a contar a história de um projeto que revolucionou completamente o panorama das exportações portuguesas. FESTA RIJA... Bailes animam Carnaval ESQUI O carnaval está a chegar e com ele vivem-se dias de grande festa. Afinal o carnaval não é apenas para as crianças... Vanina Guerillot é a segunda esquiadora portuguesa a ganhar medalhas em provas internacionais P. 4 PELO MUNDO P. 12 a 15 Presidenciais: Eleitores em Newark e Washington foram a votos Zika: Portal das comunidades alerta viajantes sobre o vírus Paris: Primavera Cultural Portuguesa apresenta trabalhos de artistas portugueses EUA: Universidade de Brown recebe AF_EDP_LBANDS_MP_250x50.pdf 1 12:27 espólio de Fernando Pessoa C M Y CM MY CY CMY K LEÕES LIDERAM CAMPEONATO P. 34 P. 28 Sporting vence jogo marcado por arbitragem polémica... GUIMARÃES Uma visita ao berço da nação... P. 27 P. 38 p.2 DESTAQUE 5 DE FEVEREIRO DE 2016 ORÇAMENTO DE 2016 ENVOLTO EM POLÉMICA COM BRUXELAS Bruxelas envia carta para Lisboa dando conta Comissão Europeia. Crise política espreita... O Governo enviou finalmente para Bruxelas um primeiro esboço do Orçamento 2016, mas a Comissão Europeia não parece ter gostado do que viu e de imediato enviou uma carta explicando as razões. A partir daí António Costa ficou entre fogos cruzados, por um lado a irredutibilidade de Bruxelas e por outro as promessas feitas à esquerda e que sustentam o seu governo no parlamento. Veremos o que vem a seguir, mas a crise política espreita... O grande descontentamento de Bruxelas ficou a dever-se ao facto de o Governo ter considerado no esboço do Orçamento do Estado para 2016 as reversões das medidas de austeridade como medidas extraordinárias, erradamente segundo a própria UTAO (Unidade Tácnica de Apoio ao Orçamento), e foi essa forma de contabilização que permitiu apresentar a Bruxelas uma redução de 0,2 pontos percentuais do défice estrutural. Segundo os técnicos daquele organismo, que desenvolvem o seu trabalho junto do parlamento, a única coisa que António Costa conseguiu foi camuflar uma redução do défice quando, na realidade, até poderá aumentar. Agora tudo depende de como o Governo vai responder. Se a Comissão entender que os objetivos para o défice e o esforço orçamental necessário não são atingidos, as coisas podem vir a complicar-se, e muito, para Portugal. Se Bruxelas considerar que Portugal está na categoria de “risco de incumprimento”, pode convidar as autoridades portuguesas a tomar as medidas necessárias para corrigir esta trajetória. Mais grave seria se a Comissão decidisse que Portugal estaria em risco de “sério incumprimento”, algo, aliás, que Bruxelas fez alusão na carta que enviou ao Governo português. Em última instância, Portugal pode vir a ser alvo de sanções. Depois de ser advertido, a Comissão pode aplicar uma coima de 0,2% do PIB por violação de regras. Em última instância, Portugal pode vir a ser alvo de sanções. Depois de ser advertido, a Comissão pode aplicar uma coi- ma de 0,2% do PIB por violação de regras. Caso o incumprimento se mantenha, as multas podem atingir os 0,5% do PIB, o que não é brincadeira. REVISÃO ORÇAMENTAL Não é só a Comissão Europeia que pode pedir um orçamento revisto. Na verdade, de acordo com as mudanças que foram feitas na Lei de Enquadramento Orçamental (uma lei de valor reforçado), caso seja identificado um “desvio significativo” face ao objetivo de médio prazo (que é o mesmo, de 0,5% do PIB potencial), a lei dita que o Governo tem de apresentar uma versão revista do Orçamento à Assembleia da República. Para além de rever a proposta de Orçamento do Estado, o Governo tem de apresentar um plano de correção com as medidas necessárias para garantir que os objetivos são cumpridos, tendo 30 dias para o fazer. Para António Costa não há qualquer problema Entretanto o primeiro-ministro disse não acreditar que haja algum “problema sério” entre o Governo e Bruxelas relativamente ao projeto de Orçamento do Estado para 2016, sublinhando que, neste momento, as discussões são a nível técnico. António Costa desvalorizou as notícias sobre alegadas diferenças entre o Governo e a Comissão Europeia, apontando que falou ao telefone com o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, que lhe confirmou que a análise ao “esboço” orçamental enviado para Bruxelas ainda se processa ao nível meramente técnico. “Ainda hoje me telefonou o comissário Moscovici, assegurando-me que nada se passa a nível político, tudo se passa ao nível técnico, e falei há pouco com o ministro das Finanças, que me confirmou que a equipa da Comissão Europeia está em Lisboa a trabalhar . Para a oposição o esboço de orçamento peca por irrealismo O PSD afirmou que o esboço de Orçamento do Estado para 2016 tem pressupostos irrealistas e uma estratégia imprudente, agravando a incerteza e a desconfiança. “Os pressupostos são irrealistas, a estratégia é imprudente”, afirmou o deputado do PSD António Leitão Amaro, sublinhando que a proposta “agrava a desconfiança e agrava a incerteza”, o que “é tudo o que Portugal não precisa”. Confrontado com as declarações do candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa, que admitiu que o PSD possa vir a viabilizar o OE, Leitão Amaro respondeu que “seria absolutamente imprudente estar a falar sobre sentidos de voto de documentos parciais”, mas vincou que o esboço “não é realista nem é sustentável” e isso não é bom para Portugal. Agência financeira Fitch considera orçamento A agência de ‘rating’ Fitch considerou entretanto que o esboço do orçamento português para 2016 baseia-se em estimativas de crescimento económico e de redução de despesa e aumento de receita que se podem revelar irrealistas. “O esboço de Plano Orçamental Português para 2016 pretende manter a consolidação orçamental, mas baseia-se em estimativas de crescimento e em planos de receita e despesa que se podem revelar irrealistas”, considera a agência de notação financeira Fitch. Os analistas lembram que, no ‘draft’ que seguiu para Bruxelas, o Governo do PS prevê uma redução do défice para 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, abaixo dos 2,8% que estimava inicialmente no Programa de Governo, mas aquém do défice de 1,8% previsto pelo anterior executivo PSD/ CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho. “Esta meta é consistente com as nossas expectativas de que um novo Governo manteria o compromisso socialista de longa data de respeitar as regras orçamentais eu- ropeias” de consolidação orçamental, afirmam os analistas da agência de ‘rating’. Considerando que o esboço orçamental demonstra que não há “dissidências significativas” do Bloco de Esquerda e do PCP, a Fitch afirma que “há espaço político para a consolidação” orçamental. O executivo estima um crescimento económico de 2,1% este ano, o que fica bastante acima das previsões da Fitch, de um avanço do PIB de 1,7%. “Os dados recentes não demonstram nenhuma melhoria notável nas taxas de crescimento e a expectativa de que o aumento da procura externa vai impulsionar as exportações pode vir a revelar-se otimista, dado o abrandamento das economias emergentes e o fraco crescimento da zona euro”, afirma a agência de ‘rating’. Além disso, a Fitch aponta que o Governo deixa por esclarecer como é que vai “conciliar o seu objetivo de uma consolidação orçamental moderada com o seu compromisso eleitoral de reverter medidas de austeridade”. Quanto à dívida pública, o Go- DESTAQUE 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.3 O QUE SE DIZ DO ORÇAMENTO do descontentamento da PS critica análise da agência Fitch, considerando que a agência misturou “alhos com bugalhos” irrealisa verno prevê uma redução para 126% do PIB no final do ano, “o que dependerá da implementação da consolidação prevista, mas também de fatores extraordinários, como o eventual custo da venda do Novo Banco”, escreve a Fitch. A estimativa para a dívida pública está “ligeiramente” abaixo das perspetivas da agência financeira, que antecipa uma dívida de 127,9% do PIB em 2016, tendo em conta estimativas da agência de “um menor crescimento e de maior défice”, sem especificar qual. As finanças públicas e o ritmo de consolidação orçamental são “fatores sensíveis” para o rating atribuído à dívida soberana de Portugal pela Fitch, que atualmente ainda é ‘BB+’, com perspetiva positiva. “Um relaxamento orçamental que resulte numa trajetória menos favorável na dívida pública poderá levar a uma ação negativa sobre o ‘rating’, do mesmo modo que um crescimento enfraquecido pode ter um impacto negativo nas finanças públicas”, afirma. A Fitch deverá analisar a situação de Portugal a 4 de março e a 19 de agosto O PS considerou que a Fitch ignorou o impacto de medidas de estímulo à economia incluídas no Orçamento para 2016 e comparou “alhos com bugalhos” para concluir que são otimistas as previsões de crescimento do Governo. João Galamba, porta-voz do PS, assumiu esta posição, depois de a agência de ‘rating’ Fitch ter considerado que o esboço de plano orçamental português para 2016 se baseia em estimativas de crescimento económico, de redução de despesa e de aumento de receita que se podem revelar irrealistas. COMPARAR ALHOS COM BUGALHOS “Aceitamos todas as críticas e estamos disponíveis para ter um debate com quem tem dúvidas sobre o Orçamento. Mas, quando se comparam as previsões de crescimento que constam do esboço de Orçamento para 2016 (de 2,1 por cento) com as previsões das instituições internacionais, estamos a comparar alhos com bugalhos”, advertiu o dirigente socialista. João Galamba alegou depois que as previsões disponíveis efetuadas por instituições internacionais para a economia portuguesa são feitas “num cenário de políticas invariantes”. “Ou seja, se não se fizer nada, a economia portuguesa cresce naturalmente em 2016 entre 1,5 ou 1,7 por cento, consoante a instituição. Ora, o Governo parte precisamente desse cenário de políticas invariantes e depois calcula o impacto que as suas medidas têm sobre esse mesmo cenário base. Precisamente por esta razão, é inevitável que o Orçamento para 2016 apresente previsões de crescimento mais otimistas do que todas as existentes”, justificou. Para o porta-voz do PS, a estimativa de crescimento para este ano “tem de ser levada em conta a estratégia e as medidas que constam no Orçamento”. “O que estamos a dizer é que o aumento do salário mínimo, a reposição salarial na administração pública, o aumento dos mínimos sociais, a aceleração da execução de fundos europeus, assim como outras medidas, têm no seu conjunto um efeito de aceleração do PIB (Produto Interno Bruto) de 1,7 para 2,1 por cento em termos de crescimento. Não podemos comparar diretamente estimativas de 1,7 por cento e de 2,1 por cento porque partem de realidades distintas”, justificou. João Galamba sustentou ainda que, até agora, nenhuma instituição internacional fez uma previsão em cima do efeito das políticas de estímulo à economia propostas pelo executivo do PS. “Portanto, dizer-se que as nossas previsões são otimistas é uma apreciação sem qualquer fundamento”, reforçou. Confrontado com o aviso da Fitch de que poderá descer o ‘rating’ de Portugal caso o Governo falhe a meta de défice de 2,6 por cento este ano, João Galamba reiterou a tese segundo a qual as agências de ‘rating’ devem “perceber que não podem comparar alhos com bugalhos”. “Espero que na análise que façam do ‘rating’ português concluam que só se pode comparar um cenário com políticas com uma avaliação que inclua essas mesmas políticas. Se a Fitch, ou qualquer outra instituição, decidir analisar as medidas que constam do Orçamento para 2016 e aí então concluir que o Governo está a ser otimista, nesse caso poderemos ter diferenças de posição. Até lá, estamos apenas a comparar realidades distintas”. António Costa Costa diz que orçamento é responsável e cumpre compromissos. O primeiro-ministro defendeu que a proposta do Orçamento do Estado para 2016 “cumpre os compromissos eleitorais do PS”, dos acordos com os partidos de esquerda, bem como os compromissos nacionais e os europeus. Bagão Félix Explicar "contradições" do esboço será "bom teste" para Centeno Helena Garrido O maior risco para Portugal está nos investidores O PSD afirmou que a missiva enviada pela Comissão Europeia ao Governo pedindo esclarecimentos sobre o esboço de Orçamento do Estado para 2016 representa uma “oportunidade” para o executivo dar mais “consistência e realismo” à proposta de Orçamento. Assunção Cristas A candidata à presidência do CDS/PP Assunção Cristas disse que o Orçamento do Estado é uma “ficção”, na primeira sessão da volta designada “unidos para vencer”, na qual irá ouvir os militantes. João Almeida Esboço do OE2016 é muito pouco coerente e não é sustentável. João Almeida, deputado do CDS-PP, disse que o esboço do Orçamento do Estado para 2016 levanta várias preocupações, tendo pedido à UTAO que o analise. Catarina Martins A porta-voz do BE, Catarina Martins, disse que o Orçamento do Estado para 2016 “será naturalmente o espelho” do acordo entre os partidos de esquerda, avisando que “não há recado nenhum” que possa pôr em causa este entendimento. UMA ALTERAÇÃO EMBLEMÁTICA... Mudança do IVA na restauração O Governo prevê o retorno do IVA na restauração para 13% a partir de julho, segundo o esboço do Orçamento do Estado para 2016. Esta descida terá um impacto orçamental, em comparação com 2015, de -0,09% do Produto Interno Bruto (PIB), adianta o esboço do OE2016. Entretanto a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) reuniu-se com o primeiro-ministro, tendo este reafirmado o compromisso de baixar o imposto sobre o consumo IVA no setor. O que a Comissão Europeia pretende saber A Comissão Europeia quer saber, por que é que o Governo pretende reduzir o défice estrutural em 0,2 pontos percentuais, o que é apenas um terço do recomendado em julho, segundo a carta enviada hoje ao Ministério das Finanças. “Estamos a escrever-lhe para perceber por que é que Portugal planeia uma redução défice estrutural em 2016 muito abaixo do recomendado pelo Conselho Europeu em julho”, afirmam os comissários europeus dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, e do Euro, Valdis Dombrovskis, na carta enviada hoje e divulgada pelo Ministério das Finanças. Na missiva, que é dirigida ao ministro das Finanças, Mário Centeno, os comissários europeus lembram que a 14 de julho o Conselho Europeu recomendou uma redução do défice estrutural, que exclui os efeitos do ciclo económico, de 0,6 pontos percentuais este ano. Ora, o esboço do plano orçamental, enviado a Bruxelas e à Assembleia da República na passada sexta-feira, prevê uma redução do défice estrutural de 1,3% em 2015 para 1,1% este ano, ou seja, de apenas 0,2 pontos percentuais. p.4 PELO PAÍS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 Norte Centro Sul VILA NOVA DE FAMALICÃO OURÉM ARRAIOLOS Viagens gratuitas pelo concelho para chegar cedo ao Carnaval Câmara prepara ‘Rede de Apoio e Informação ao Peregrino’ Animação e mascarados vão desfilar pelas ruas da vila Este ano, a autarquia reforça, na noite de 8 para 9 deste mês, os autocarros gratuitos a circularem de diversos pontos do concelho. Os autocarros têm saída das freguesias de Joane, Riba de Ave, Fradelos, Gondifelos, Arnoso Santa Eulália, Pedome e Portela, pelas 21h, 21h45 e 22h30 em direção à cidade, com paragem em frente à Escola D. Sancho I. Os autocarros regressam às freguesias pelas 2h, pelas 4h e pelas 6h. E, fruto de uma parceria com a CP - Comboios de Portugal -, vai ainda ser possível viajar desde Aveiro até Famalicão por apenas dois euros, ida e volta. São válidos nos dias 7, na noite de 8 de fevereiro (compra antecipada até ao dia 7) e 9, incluindo a Linha de Aveiro, Linha de Braga, Linha de Caíde/Marco de Canaveses e Linha de Guimarães, informa uma nota divulgada pelos serviços autárquicos de Famalicão. Com origem no tradicional Entrudo, o Carnaval famalicense nasce da participação livre das pessoas, que saem à rua encarnando as mais diversas personagens. Tem como palco principal a zona envolvente ao Parque da Juventude. AROUCA A peregrinação internacional de maio a Fátima e as comemorações do Centenário das Aparições levaram os serviços de Ourém a lançar uma ‘Rede de Apoio e Informação ao Peregrino’. Para esse efeito, foi realizado, no ano passado, um inquérito a vários grupos de peregrinos, que concluiu ser a beneficiação das estradas e caminhos, a melhoria dos pontos de apoio e informação prestada, assim como a necessidade de se articularem esforços já dinamizados pelas diversas entidades do município e congregá-los para se alcançar a referida rede algumas das medidas a implementar. O trabalho, que será apresentado em breve, está a ser realizado em articulação com as Paróquias e Juntas de Freguesia. NAZARÉ Entrudo chega com prémios para Mostra de Carnaval os foliões Sátira, crítica social e algumas partidas fazem parte do En- no Centro Cultural trudo em Arouca. Este ano, os festejos começam no dia 5 de fevereiro, com o desfile das escolas e instituições, tendo como temas a arte e a solidariedade. Na véspera de Carnaval (8 de fevereiro), a partir das 21h30, “joga-se ao Entrudo, como antigamente, na Praça Brandão de Vasconcelos, e elegem-se os melhores mascarados tradicionais”, revela uma nota divulgada pela autarquia. Os festejos encerram com o grande desfile inter-freguesias, pelas ruas da vila no dia 9 de fevereiro. Durante a quadra festiva e até 6 de março, está também patente no Museu Municipal a exposição «Mascar’arte», promovida pelo Agrupamento de Escolas de Arouca. AVEIRO Câmara compra terrenos para construir variante em Cacia A Câmara de Aveiro aprovou a compra de 27 terrenos em Cacia, para fazer a nova variante de acesso à zona industrial e conquistar o investimento que o grupo Portucel/Soporcel quer fazer numa nova fábrica. As 32 parcelas de terreno vão custar ao município quase 320 mil euros. “É grande a relevância do investimento na nova fábrica do GPS, que assume uma capacidade final de produção de 240.000 toneladas por ano, um investimento próximo dos 420 milhões de euros e uma projeção de criação de cerca de 300 novos postos de trabalho em Aveiro até ao ano de 2022”, salienta o Executivo Municipal liderado por Ribau Esteves. Com início de produção previsto para o segundo semestre de 2016, a nova fábrica vai concretizar um investimento de 100 milhões de euros e criar 100 novos postos de trabalho, na primeira fase. REDAÇÃO Email: [email protected] tel. (00351) 21 795 76 70 AMIGO N.º1 DO CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 1994 MEDALHA DE MÉRITO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 2000 FUNDADORES Valentim Morais e Padre Vítor Melícias Lopes ADMINISTRAÇÃO Chefe de Redação José Manuel Duarte (CP 3414) [email protected] Redatores Principais Ana Grácio Pinto (CP 2857) [email protected] António Freitas (CP 1920) Carlos Morais [email protected] DIRETOR Ana Rita Almeida (CP 6092) [email protected] Maria da Conceição Granado de Almeida (TE 402) [email protected] Está aberta até 14 de fevereiro a exposição de Carnaval «Seca fates d’oleade», patente no Centro Cultural da Nazaré. Através de uma retrospetiva em fotografias, vídeo, jornais e livros foi abordada a importância da época festiva para a comunidade, que a vive de forma única e bastante intensa. A mostra retrata ainda os espaços por onde o evento se desenrola, a rua e as salas de baile. Com entrada gratuita, pode ser visitada de 2ª a 6ª das 9h30 às 13h e das 14h às 17h30. Aos sábados, está aberta das 15h às 18h e aos domingos e dia de Carnaval (excecionalmente), das 15h às 18h. A 5 de fevereiro, Arraiolos entra no espírito de Carnaval com um desfile e um baile a decorrer nas ruas da vila alentejana. Os foliões têm apenas de vestir as suas fantasias e juntar-se, às 10h, na Praça da República. O desfile começa por volta das 10h15, passa pela Travessa do Algarvio e pela Rua Alexandre Herculano e termina na Praça do Município, onde se dá início a um baile. A organização é da Câmara Municipal de Arraiolos, em colaboração com o Agrupamento de Escolas de Arraiolos, Santa Casa da Misericórdia de Arraiolos e do Vimieiro e do Centro Infantil Augusto Piteira. LAGOS Agremiações festejam o carnaval No município de Lagos, alguns locais do concelho e respetivos moradores continuam a viver a quadra carnavalesca com a alegria de outros tempos. Assim, entre os dias 5 e 9 de fevereiro, sempre a partir das 21h30, o Clube Desportivo de Odiáxere organiza bailes de carnaval no seu salão nobre. A mesma associação realiza no dia 7 um corso de crianças (no Campo de Futebol do Clube Desportivo) e no dia 9 um desfile de Carnaval (no Largo da Alegria, junto ao Moinho). Já o Grupo dos Amigos do Chinicato realiza na sua sede, no dia 7, às 16h, um baile e concurso de máscaras. No dia 9, a partir das 21h haverá, no mesmo local, um animado baile de carnaval. VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO LOURES Trajes e máscaras de Carnaval expostos no centro comercial Antecipando as festividades do Carnaval, que são uma tradição no concelho, o LoureShopping expõe, até 14 de fevereiro, trajes e máscaras de cabeçudos que fazem parte dos corsos carnavalescos da região. Patente no Espaço Família, localizado no piso 1, a mostra pode ser visitada todos os dias, entre as 10h e as 23h. Com origens que remontam a 1934, o Carnaval de Loures é um dos maiores carnavais da Área Metropolitana de Lisboa e de Portugal. Conta, atualmente, com mais de 1200 figurantes e 15 carros alegóricos no seu desfile carnavalesco, que atrai à cidade milhares de pessoas, todos os anos. COLABORADORES E CORRESPONDENTES PORTUGAL Manuela Aguiar, Carlos Luís, Eduardo Moreira, Vasco Callixto, Manuel Pinto Coelho, Nélson Simas, Paulo Geraldo, Joaquim Vitorino, José António Barreiros ESTRANGEIRO África do Sul: Carlos Silva Alemanha: João Marques, Manuel Campos Argentina: Martin Fabian d’Oliveira Bélgica: António Fernandes Brasil: Ramos André, António Gomes da Costa, José António Marcelino, Linda Gonçalves, Dagmar Lourenço Canadá: Carlos Morgadinho Espanha: Luís Longueira Estados Unidos: Adalino Cabral, Edmundo Macedo, Glória de Melo, José Martins, Nelson Tereso França: Duarte Silva, António Cravo Holanda: José Camacho Suíça: Manuel Beja, António Santos Venezuela: Rui Carloto Inglaterra: Rogério Fragoso Dinamarca: Susana Louro Bailes animam Carnaval no concelho Vila Real de Santo António celebra o Carnaval, entre os dias 5 e 13 de fevereiro, com bailes e um desfile a decorrerem na Avenida Marginal (Monte Gordo) e no Centro Cultural António Aleixo (VRSA). Na cidade sede do concelho haverá bailes a 5, 6 e 8 de fevereiro, sempre a partir das 21h30. Já em Monte Gordo, a programação arranca no dia 6 de fevereiro, às 22h, na tenda instalada na zona poente da marginal, com um conjunto de bailes que se prolongam nos dias 7 e 8. Na terça-feira, dia 9, às 15h30, um desfile assinala o ‘Enterro do Entrudo’. As atividades encerram no dia 13 de fevereiro, com o Baile da Pinhata, às 21h30, no Centro Cultural, em VRSA. Morada: Av. Elias Garcia, 57 - 7.º • 1049-017 Lisboa - Portugal Fax: (00351) 21 795 76 65 Publicidade Assinaturas [email protected] Alípio Pereira (Coordenador) [email protected] [email protected] tlm. (00351) 91 983 77 76 Paulo Ferreira (Coordenador) tel. (00351) 21 795 76 71 tel. (00351) 21 795 76 68 Departamento de Eventos [email protected] Tânia Diniz [email protected] tel. (00351) 21 795 76 69 [email protected] Ana Lourenço (Coordenadora) [email protected] tlm. (00351) 91 983 77 75 tel. (00351) 21 795 76 73 Nádia Duarte Capital Social: 200.000 Euros SÓCIOS COM MAIS DE 5% DO CAPITAL NA EMPRESA: Carlos Manuel Cordeiro Baião Morais EDITOR e PROPRIETÁRIO MUNDO PORTUGUÊS Sociedade Jornalística S.A. Depósito Legal: 1971/83 Registo: Ministério da Justiça/107468 O Emigrante/Mundo Português: 107468 Estatuto Editorial: Ler em www.mundoportugues.pt [email protected] tel. (00351) 21 795 76 74 Serviços Administrativos Graça Vieira [email protected] tel. (00351) 21 795 76 66 /7 PORTE PAGO TIRAGEM No mês de JANEIRO 28.000 ex. PELO PAÍS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.5 A MÍTICA ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA Estação de Santa Apolónia pode “ganhar” hotel O presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Ramalho, afirmou que a estação de Santa Apolónia, em Lisboa, manterá o terminal ferroviário, mas com aproveitamento comercial, admitindo mesmo a possibilidade de vir a ter um hotel. “Gostaríamos de ter a estação de Santa Apolónia valorizada, com terminal ferroviário, mas com aproveitamento comercial, porque do outro lado estará o Terminal de Cruzeiros”, afirmou António Ramalho, quando questionado pelo deputado do PCP Bruno Dias sobre os planos para a estação de comboios de Lisboa. A pergunta surge depois de os representantes de organizações sindicais da ex-REFER terem denunciado “o despejo de trabalhadores de instalações que aos poucos estão a ser objeto de negócios imobiliários”. Na comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, António Ramalho admitiu a possibilidade de Santa Apolónia vir a ter um hotel, dando o exemplo bem-sucedido com outros imóveis detidos pela empresa pública, como a estação do Rossio que gera uma renda anual de um milhão de euros. Ainda assim, o responsável garantiu que os planos para a estação de comboios de Santa Apolónia mantêm a sua vocação de terminal ferroviário. “Estamos a tentar valorizar as estações”, realçou, dando ainda o exemplo da estação de São Bento, no Porto, “uma das mais bonitas do mundo”, que recebe cerca de 4.000 visitantes por ano que não andam de comboio. Sem precisar o plano para a estação de comboios portuense, o responsável adiantou que “as laterais tinham carros de bombeiros e ferro velho de antigas composições”, considerando que não era “um exemplo a manter”. Sobre sucessivas mudanças do posto de trabalho dos funcionários da antiga Refer e da Estradas de Portugal, na sequência da fusão das duas empresas públicas, António Ramalho desvalorizou a questão, referindo que apenas 13 pessoas terão que fazer três mudanças e que há trabalhadores a mudarem-se do Palácio Coimbra para Santa Apolónia, que distam 100 metros. Neste âmbito, acrescentou, ele próprio teve que se adaptar e mudar de “uma sala ampla” para um gabinete mais pequeno, na sede da Infraestruturas de Portugal, junto à praça das portagens, ao lado da ponte 25 de Abril, em Almada. Santa Apolónia é apenas uma das 10 estações ferroviárias que vão ter uma utilização mais rentável — sem estarem exclusivamente dedicadas à entrada e saída de passageiros e à expedição de comboios. Segundo o presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), An- Edifício da estação Santa Apolónia tónio Ramalho, “existe um enorme potencial para estas estações que não tem sido aproveitado, porque há muita procura para várias utilizações”. Além das novas utilizações que serão dadas a estas três estações, seguem a mesma estratégia as de Entrecampos, Campanhã, Cais do Sodré, Cascais, Oriente, Braga e Coimbra. “Já sabemos que o potencial de receitas anuais previsto para estas 10 estações é de €11 milhões”, esclarece António Ramalho. “Seja qual for a diversidade de utilizações turístico-culturais, ou até de restauração, o nosso objetivo será sempre o de valorizar a estação de Santa Apolónia”, comenta António Ramalho. O MEU BANCO SEMPRE COMIGO. www.bpinet.pt BPI Directo Apps BPI Saiba toda a informação em www.bancobpi.pt p.6 CLUBE DOS LEITORES 5 DE FEVEREIRO DE 2016 JÚLIO AUGUSTO MARQUES - BRASIL Parabéns pelos 93 anos! As mensagens dos nossos amigos e leitores também nos chegam através da página do Mundo Português na rede social ‘Facebook’. Através dela, mantemos um contato diário com quem integra esta imensa comunidade, nos quatro cantos do mundo. A todos, o nosso Muito Obrigado por fazerem parte da Família do Mundo Português... No próximo dia 7 de fevereiro, irá haver festa rija na casa do amigo Júlio Augusto Marques. Este compatriota, natural do concelho de Almeida, no distrito da Guarda, é um dos nossos leitores mais antigos. Júlio Augusto Marques nasceu na freguesia das Naves, a 7 de fevereiro de 1923. Vive no Brasil, mais precisamente na cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo, desde 1961, já lá vão 55 anos. A filha Laurinda Limão diz-nos que o seu pai “sempre trabalhou na forja, como ferreiro”. “Mesmo quando veio para cá, foi essa a sua profissão”, recordou ao «Mundo Português». Com o seu trabalho, Júlio Marques e a sua mulher criaram cinco filhas. Reformado e viúvo, recebe o carinho das filhas, dos três netos e dos sete bisnetos (três meninas e quatro meninos). Pelo «Mundo Português», vai acompanhando o que se passa em Portugal e nos outros países onde há comunidades lusas. “Quando era mais novo e podia andar, ia a Portugal algumas vezes, agora já é custoso, mas vontade não lhe falta”, sublinha Laurinda. “Não coloquei um gosto para agradar e para mim é excelente. Sim porque realmente sinto interesse e orgulho. Fui mais um português que viveu parte da sua vida no estrangeiro. Eu adoro este tipo de publicação, acredito que ajuda toda a comunidade portuguesa dentro ou fora do pais. Desejo muita sorte e longa vida a este jornal”. Marçal Martins - Portugal “Viva o Mundo Português!!! Todos nós somos um pouco emigrantes de varias zonas diferentes, mas sempre com o coração no nosso Portugal. De geração em geração continuamos pelo mundo, emigrantes, mas pensando em Portugal.” Cristina Carreira - Brasil “É um jornal que publica todas as notícias que são importan- tes e tem textos muito bem redigidos. Parabéns, gosto muito do vosso jornal e da vossa página no Facebook.” Glória Peixoto - Portugal “Gosto muito desta pagina porque mostra muito do nosso lindo Portugal. Ficamos muito bem informados. Parabéns a quem teve a iniciativa, pois está muito bem feita.” Lola Santos - Portugal “Tudo que seja para divulgar Portugal e os portugueses são bem-vindos! Moram no meu coração...” Fernanda Costa - França “Soy hijo de portugueses y me encanta todo de Portugal. A pesar que no conozco, pero pienso ir algun dia a conocer a mi fami- lia. Muy bueno Mundo Portugues, felicitaciones.” José Cairão - Argentina “Espectacular. Me trae recuerdos de mi siempre amado Portugal. Hace 31 años que mis padres imigraron a Venezuela. Tenia 9 añitos cuando pise esta tierra. Pero siempre recuerdo a mi amado Portugal. Quisiera volver, no pierdo las esperanzas. Me emociona cada vez que oigo noticias de alla en especial la de mi paisanito Ronaldo. Eso me hace sentir orgullosa de ser Portuguesa!” Erika Pereira Venezuela “Maravilhoso. Amo Portugal. Sou açoriana, nascida na Ilha de São Miguel, Açores. Vim para o Brasil criança, mas nunca esqueci meu Portugal.” Maria Da Graça Gruenlich - Brasil REGIONAL 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.7 SEMANA GASTRONÓMICA DA CHANFANA EM VILA NOVA DE POIARES Confraria candidata chanfana a especialidade da Europa O êxito da Semana da Chanfana de Vila Nova de Poiares tem vindo a aumentar ano após ano e este ano rondaram as 10 mil pessoas que se deslocaram até Vila Nova de Poiares para degustar o tradicional prato cuja base é a carne de cabra. ANTÓNIO FREITAS( TEXTO E FOTOS) Vila Nova de Poiares é registada como a capital universal da Chanfana e tem uma confraria que fez renascer do ancestral prato da região, um ícone gastronómico. As pequenas terras podem ser muito grandes de alma, neste caso através do empreendedorismo e inovação e com isso ganham os agentes locais. A organização pertence à Confraria da Chanfana de Vila Nova de Poiares, que assinala década e meia de existência, tendo sido constituída com o fim específico de fazer “o levantamento, defesa e divulgação do património gastronómico da região das Beiras em geral, e em especial da chanfana”. São elementos simbólicos fundamentais desta confraria “o forno de lenha onde se assa a chanfana, os caçoilos de barro preto (verdadeiros ex-libris do artesanato do concelho) e a cabra velha, símbolo de uma pastorícia que outrora se traduzia na atividade dominante”. Durante treze dias todos os apreciadores deste prato rumam a Poiares e nos restaurantes locais podem degustar uma especialidade que é confeccionada com carne de cabra já bem adulta marinada em vinho tinto. É depois levada ao lume em “caçoilos” de barro preto durante mais de 4 horas o que a torna a carne seculenta e muito apetitosa por via dos ingredientes. Registe-se que a confeção da chanfana como especialidade gastronómica de Vila Nova de Poiares poderá vir a ser “especialidade tradicional reconhecida da Europa”. Essa é, pelo menos, a vontade da Confraria da Chanfana, que entregou à diretora regional de Agricultura e Pescas um dossiê elaborado com esse objetivo. Foi durante a apresentação da “Semana da Chanfana”, a decorrer de 12 a 24 de janeiro, que a responsável, Adelina Martins, recebeu a documentação das mãos de Madalena Carrito, confrade-mor da instituição poiarense. Ana Soeiro, vice-presidente europeia da Qualifica Origine Europa, considerou, a propósi- Cerca de 10 mil pessoas passaram pelos restaurantes de Vila Nova de Poiares to, que “é um ponto de honra que seja aprovado o pedido como especialidade tradicional reconhecida e, por isso, ajudou que a candidatura fosse feita de acordo com as normas europeias”. A “Chanfana” é um prato gastronómico típico da região de Coimbra, mais precisamente dos concelhos de Penacova, Miranda do Corvo e Vila Nova de Poiares. Existem ainda várias versões sobre o aparecimento deste prato e, aquela que é considerada a mais correcta, remete-nos para as invasões francesas de 1810. Durante os 3 anos de ocupação, os militares franceses não mostraram piedade e roubaram as populações situadas em re- Madalena Carrito confrade mor da confraria da Chanfana recebe mais um grupo de apreciadores dor dos seus quartéis, que se localizavam nos concelhos de Penacova e Vila Nova de Poiares. Os franceses roubaram cereais e animais, à excepção dos animais velhos, pois eram muito duros para comer. Assim, nasciam as primeiras receitas de Chanfana, confeccionada com cabra velha. Existe ainda outra versão sobre a sua criação, terá sido inventada pelas monjas do Mosteiro de Semide que, para evitar que os militares franceses lhes roubassem os rebanhos, mataram elas próprias os animais e cozinhavam-nos. Como os invasores franceses tinham envenenado as águas, as monjas utiliPUB p.8 MUNDO PORTUGUES - 46 ANOS 5 DE JANEIRO DE 2016 HISTÓRIA DE UM JORNAL DIFERENTE FEITO PARA GENTE IGUAL Um jornal que dava voz a quem não a tinha foi especialmente visado pela censura A carta que se publica em baixo é um dos documentos históricos mais Tendo nascido sob o lema “AGIR SERVINDO”, o Emigrante/Mundo Português jornal. O próprio Marcello anos dando de vida EMIGRANTE/MUNDO - 11Caetano, à época Presidente do sempre se assumiu comoHistória um jornaldede40 causas, vozde aO quem não a tinha valiosos destePORTUGUES Conselho de Ministros, escreve a Mário Bento, Director Geral dos Servie pondo a nú os anseios dos seus leitores - os emigrantes. Talvez por isso foi ços Centrais do Exame Prévio (vulgo CENSURA), exigindo mais censuespecialmente “observado” pela censura prévia que limitava em muito a total ra para O EMIGRANTE/MUNDO PORTUGUÊS e fazia-o nestes termos: liberdade de expressão. «Meu caro dr. Mário Bento O jornal “O EMIGRANTE/MUNDO PORTUGUÊS” foi especialmente visado pelos cortes da censura Nos últimos tempos do regime “nas entrelinhas” mensagens Recebo novo número de O EMIGRANTE em cujas páginas se procua censura já não poupava nada “perigosas” como UMA NOVA ra achincalhar, aos olhos dos emigrantes, o Governo português, a camnem ninguém e cortava textos IGREJA SEM EXCEÇÃO DE panha e o acto eleitoral, tomando mais uma vez o partido claramente quase cegamente. O nosso jornal, RAÇAS OU DE CLASSES, ou UMA pela CDE. Dizem-nos que o jornal vai a exame prévio. E não pode deinascido sob o lema de AGIR IGREJA HUMILDE EM TODOS OS xar de se ter em conta que o desfiguramento da imagem da Pátria no SERVINDO, tinha no seu dia- ASPECTOS... coração dos portugueses ausentes é crime e grave. Chamo por isso a A carta hojepreocupação publicamossocial é um dos documentos históricos a-dia que uma Para o regime este tipo de apelo atenção para o facto» bastante grande, com posições o mesmo que apelar a uma mais valiosos deste jornal. O próprioera Marcello Caetano, à época muito próximas da doutrina social a Mário sociedade sem classes, valores Presidente do Conselho, escreve Bento, Director Geral Igreja. Centrais do Exame Prévio que (vulgo então CENSURA), eram defendidos pelos dosda Serviços comunistas. Já quando se pretendia exigindo mais censura para O EMIGRANTE/MUNDO Nem mesmo assim escapava ao abolir a diferenciação por raças, PORTUGUÊS e fazia-o nestes termos: longo braço da censura que via o esta era também matéria bastante “perigo” parágrafo que lia. sensível, dado o tipo de ocupação «Meu caroem dr.cada Mário Bento Exemplo disso é o texto de 17 de colonial que então Portugal fazia Recebo novo número de O EMIGRANTE em cujas páginas se Outubro de 1973, que publicamos em Angola, Moçambique e Guiné, procura achincalhar, aos olhos dos emigrantes, o Governo e onde um leitor jovem nos dizia: e que inclusive tinha conduzido à português, a campanha e o acto eleitoral, tomando mais “a juventude quer uma igreja tristemente célebre guerra colonial, uma vez o partido claramente pela CDE. Dizem-nos que o sem pompas, sem luxos e sem onde tantos portugueses perderam jornal vai a uma exame prévio. não apode injustiças, igreja humildeEem vida. deixar de se ter em conta que o desfiguramento da imagem da Pátria no todos os aspectos”, e continuava coração dos portugueses ausentes é crime e grave. Chamo “a juventude sente que a igreja Recorde-se que historicamente não porfalseia isso aaatenção para facto» se está aqui a discutir a posição Boa Nova deo Cristo, fazendo muitas vezes o contrário política do regime de então. Não A carta que hoje publicamos é um dos documentos históricos em benefício dos seus interesses”. é este o espaço e muito menos o O leitor terminava o seu artigo tempo. Pretende-se apenas mostrarmais valiosos deste jornal. O próprio Marcello Caetano, à época afirmando que “a juventude quer, como nesta época o desespero doPresidente do Conselho, escreve a Mário Bento, Director Geral acima de tudo uma NOVA IGREJA, regime tinha atingido tal intensidadedos Serviços Centrais do Exame Prévio (vulgo CENSURA), que saiba tudo e todos sem que conduzia a uma irracionalidadeexigindo mais censura para O EMIGRANTE/MUNDO excepção de raças ou de classes absurda de censurar, na totalidade,PORTUGUÊS e fazia-o nestes termos: COM AMOR, como disse Cristo”. um artigo que apenas visava a Claro que este leitor nunca percebeu organização da igreja de então,«Meu caro dr. Mário Bento porque é que o seu texto, por onde vista pela perspectiva sempreRecebo novo número de O EMIGRANTE em cujas páginas se clamava por uma igreja de amor e crítica da juventude. procura achincalhar, aos olhos dos emigrantes, o Governo de paz, nunca teria sido publicado. Quem era jovem nessa época português, e a campanha e o acto eleitoral, tomando mais Provavelmente nem teria imaginado frequentava os grupos de jovens nasuma vez o partido claramente pela CDE. Dizem-nos que o como é que o seu simples artigo paróquias sabe perfeitamente comojornal vai a exame prévio. E não pode deixar de se ter em alguma vez poderia afetar o naquela época se equacionavaconta que o desfiguramento da imagem da Pátria no regime político do seu país. No tudo e como tudo se punha emcoração dos portugueses ausentes é crime e grave. Chamo entanto a censura conseguiu ler causa permanentemente. por isso a atenção para o facto» História de 40 anos de vida de O EMIGRANTE/MUND O jornal “O EMIGRANTE/MUN foi especialmente visado pelo (...) Em cada dia que passava o regime sentia que o fim se aproximava. Os sinais indicavam-no com evidência, o que levava a uma inquietação constante às instituições da época e Por isso, o cerco da censura apertava cada vez mais. A carta que publicamos hoje é bem o exemplo disso que mostra como o nosso jornal foi especialmente visado pelas malhas do regime. Não foram muitos os que tiveram a honra de ser Nos últimos tempos do regime a censura raças ou de classes COM AMOR, como colonial que então Portugal fazia em já não poupava nada nem minguém e disse Cristo”. Angola, Moçambique e Guiné que cortava textos quase cegamente. O nosso inclusivamente tinha conduzido à jornal nascido sob o lema de AGIR Claro que este leitor nunca percebeu tristemente célebre guerra colonial, onde SERVINDO tinha no seu dia-a-dia uma porque é que o seu texto por onde tantos portugueses perderam a vida. preocupação social bastante grande, com clamava por uma igreja de amor e de paz posições muito próximas da doutrina nunca teria sido publicado. Recorde-se que historicamente não se social da Igreja. Provavelmente nem teria imaginado está aqui a discutir a posição política do Nem mesmo assim escapava ao longo como é que o seu simples artigo alguma regime de então, não é este o espaço e braço da censura que via o “perigo” em vez poderia afectar o regime político do muito menos o tempo. Pretende-se cada parágrafo que lia. Exemplo disso é o seu país. No entanto a censura apenas mostrar como nesta época o texto de 17 de Outubro de 1973 que conseguiu ler “nas entrelinhas” desespero do regime tinha atingido tal publicamos em cima e onde um jovem mensagens “perigosas” como UMA intensidade que conduzia a uma operário escreveu que “a juventude quer NOVA IGREJA SEM EXCEPÇÃO DE irracionalidade absurda de censurar na independente o nosso cumprimentos umaVerdadeiramente igreja sem pompas, sem luxosjornal e apresentou RAÇAS OU DE ao CLASSES, ou UMA totalidade um artigo que apenas visava a Chefe de Estado quando do seu lançamento em 1970 sem injustiças, uma igreja humilde em IGREJA HUMILDE EM TODOS OS organização da igreja de então, vista pela todos os aspectos”, e continuava “a ASPECTOS... perspectiva sempre crítica da juventude. Nosde últimos a censura raças ou e de classes COM AMO Em cada diaoque juventude sente que a igreja falseia(...) a Boa Para regime este tipo apelo,tempos era o do regime Quem era jovem nessa época já não poupava nada nem minguém e disse Cristo”. Nova de Cristo, fazendo muitas vezes o que apelar a uma sociedade sem frequentava os grupos de jovens nas passava omesmo regime sentia cortava textos quase cegamente. nosso contrário em benefício dos seus classes, valores paróquias O sabe perfeitamente como na que o fim se aproximava. Osque então eram REGIONAL 5 DE FEVEREIRO DE 2016 PASSADIÇOS DO PAIVA REABREM A 13 FEVEREIRO Uma viagem biológica Os Passadiços do Paiva localizam-se na margem esquerda do Rio Paiva, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro. São 8 km que proporcionam um passeio “intocado”, rodeado de paisagens de beleza ímpar, num autêntico santuário natural, junto a descidas de águas bravas, cristais de quartzo e espécies em extinção na Europa. O percurso estende-se entre as praias fluviais do Areinho e de Espiunca. A entrada vai custar 1 euro e poderá ser comprada online, existindo limite diário de visitantes. Apenas 1km desta estrutura em Arouca será de acesso livre. O passadiço sobre as escarpas do rio Paiva, em Arouca, reabre ao público a 13 de Fevereiro com a afluência limitada a 3.500 visitantes diários, o que obrigará ao controlo online das entradas, que agora custarão um euro. A estrutura de 8km inaugurada em junho rapidamente se tornou uma atração turística da região, pela sua paisagem natural ao longo das margens do rio e através de áreas até então intocadas. No entanto cerca de 600 metros desse percurso foram, em Setembro, destruídos num incêndio, obrigando à evacuação dos visitantes que ali se encontravam. Para evitar que circunstâncias idênticas se possam repetir em momentos de maior afluência e complicar operações de socorro, a autarquia decidiu impor um limite de acessos à estrutura. Esses acessos serão controlados “através de uma plataforma online que será oficialmente lançada a 1 de Fevereiro”, confirmou à Lusa o presidente da Câmara, José Artur Neves. Um quilómetro do passadiço manter-se-á de acesso livre, mas, para apreciação do percurso integral, os interessados terão que solicitar o seu direito de entrada através da Internet. Depois é só apresentar o comprovativo dessa reserva aos funcionários que, nas três entradas do percurso, passarão a verifi- car os respectivos dados. Com este procedimento, a autarquia criou assim seis novos postos de trabalho, cujos honorários serão suportados por uma receita de bilheteira que o autarca espera vir a reflectir os mesmos níveis de elevada afluência registados enquanto o acesso ao local era gratuito. “Um euro é uma quantia irrisória, até a avaliar pela pressão que temos sentido por parte das unidades hoteleiras e das agências de turismo, com as pessoas sempre a perguntarem quando é que reabrimos o passadiço”, defende José Artur Neves. “E os cidadãos de Arouca terão um cartão de acesso gratuito ao local, para irem lá as vezes que quiserem”, acrescenta, embora referindo que a emissão do documento também terá um custo. Outra novidade a ultimar para a reabertura é a transformação operada na zona que até aqui era apontada como a menos apelativa do passeio, por se afastar das margens do Paiva e obrigar a uma subida íngreme em terra batida, através do pinhal. “A escadaria que começa na ponte de Alvarenga, no extremo próximo da praia do Areinho, não tinha continuidade quando chegava a essa parte”, recorda o presidente da Câmara de Arouca. “Mas agora esse terreno é nosso e fizemos lá mais 200 metros de degraus, o que resulta numa escadaria ainda mais imponente do que a que já lá estava”, afirma. Outra mais-valia desse troço é que permitirá aos visitantes observarem “um sobreiral muito antigo”, onde as árvores “conseguiram fixar raiz entre as pedras e cresceram no meio da rocha”, revelando o que José Artur Neves classifica como “uma resistência extraordinária”. Além da recuperação do troço destruído pelo fogo e da implementação do sistema de controlo de acessos, a intervenção que a autarquia tem vindo a realizar no passadiço do Paiva incluiu a aquisição do terreno junto à ponte de Alvarenga e a criação de instalações sanitárias na Praia do Vau. O inves- p.9 p.10 HISTÓRIA 5 DE FEVEREIRO DE 2016 1 PORTUGAL À DESCOBERTA DO MUNDO A conquista de Ceuta A tomada de Ceuta é considerada, pela maioria dos historiadores, como o início de uma época de expansão portuguesa no mundo. Alcançado o objetivo de tomar aquela cidade do norte de África, Portugal estava em condições de prosseguir para sul, em busca de novos territórios. Desde D. João I, fruto de uma intenção expansionista deste rei, que novos reinos eram cobiçados com novas investidas a serem idealizadas. Uma delas era a conquista de Granada, ideia que pairava na mente Porta de entrada de Portugal em África, Ceuta é vista hoje como uma porta de entrada de África na Europa. O desembarque ocorreu a 21 de agosto de 1455. No dia seguinte o porto foi ocupado por uma invasão militar portuguesa, comandada pelo Rei D. João I. Aponte o seu smartphone ou tablet e vejo o video na nossa página de facebook.com/emigrantemundoportugues de todos desde 1411, com o objetivo de ganhar terreno aos infiéis. O outro plano era o ataque às praças fortes de Marrocos. Dada a sua importância económica a opção recaiu em Ceuta. Assim, após uma minuciosa preparação da viagem que começara em 1412, e para se dar cumprimento à vontade, partiu de Lisboa, a 25 de julho de 1415, uma frota composta de 212 navios (59 galés, 33 naus e 120 embarcações pequenas). O desembarque ocorreu a 21 de agosto, tendo a cidade sido controlada pelo contingente militar de cerca de 20 mil homens, e o castelo tomado no dia seguinte, 22 de agosto de 1415. Após a conquista, a mesquita maior de Ceuta foi transformada numa igreja cristã, numa política usual de substituição de símbolos efetuada pelos vencedores. Constituía também a confirmação e o sucesso da cruzada contra os infiéis proposta por D. João I e muito bem acolhida pelo Papa. Outras razões que motivaram a tomada de Ceuta foram o facto de existir nesse local uma base de pirataria que atacava as costas do Algarve. Desta forma os portugueses conseguiam controlar as entradas e saídas do Mediterrâneo. IMPORTÂNCIA ECONÓMICA Entre as motivações que presidiram ao objetivo de conquistar Ceuta toma especial relevância a económica. Relativamente à moeda, durante os séculos XIV e XV, verificou-se um fenómeno de desvalorização acentuada sem paralelo e deveu-se sobretudo à falta de metal e à crise que o comércio português atravessava. A expedição a Ceuta afigurava-se uma boa estratégia pela perspetiva Há uma unanimidade entre os historiadores quanto à questão da Conquista de Ceuta ser o início da expansão portuguesa. Foi uma praça conquistada com relativa facilidade, por uma expedição organizada por D. João I, em 1415. de ali poderem adquirir ouro e prata. A história revelou o contrário, já que a manutenção da praça de Ceuta implicava abastecimentos regulares de provisões, nomeadamente de trigo. A fraca produção, associada a uma população em crescimento, sobretudo nas cidades, provocou uma acentuação nas necessidades alimentares. Para além deste encargo, foi também necessário proceder ao pagamento da dívida quer fossem nacionais quer a estrangeiros, devido aos empréstimos pedidos para financiar a expedição marítima. Portugal tomou Ceuta com um contingente que alguns historiadores estimam que fossem mais de 30 mil homens (a bordo de 270 navios) e, a 3 de setembro de 1415, deixou na cidade uma guarnição de 2.500 soldados portugueses, sob o comando de outra das figuras históricas ainda presentes nas ruas de Ceuta, Pedro de Meneses. No entanto, 600 anos depois da conquista de Ceuta estima-se que não hajam mais de 60 portugueses a viverem na cidade, trabalhando fundamentalmente nos setores dos ser- 2 PORTUGAL À DESCOBERTA DO MUNDO Descoberta e povoamento da Madeira e dos Açores A ocupação de Ceuta terá sido o trampolim para as viagens e povoamento da Madeira e dos Açores, com incursões também nas Canárias. Os arquipélagos da Madeira e dos Açores, situados no Oceano Atlântico, são, desde o século XV, parte importante do território português. Desabitados quando os portugueses chegaram, foram colonizados por pessoas da metrópole, facto que contribui para a estreita ligação com Portugal Continental. Considerados durante vários séculos como colónias ou províncias ultramarinas, só com a Constituição de 1976 adquiriram novo estatuto: regiões autónomas. A Madeira e os Açores têm instituições próprias - governos regionais e assembleias legislativas regionais - que lhes permitem ter uma maior autonomia. Para evitar que Castela tomasse posse do arquipélago da Madeira conhecido desde o século XIV: um portulano catalão de 1339 já representa algumas das ilhas, nomeando-as inclusivamente - em 1419 e 1420, duas expedições portuguesas, comandadas por João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, largaram do Algarve e ocuparam as ilhas de Porto Santo e da Madeira. Os navegadores portugueses sabiam que quando navegavam mais para Ocidente tinham dificuldades no regresso, já que navegavam contra o vento, razão pela qual navegavam a favor do vento rumo a noroeste. Foi um desses desvios que, em 1427, o navegador algarvio Diogo de Silves avistou a ilha de Santa Maria, depois a de São Miguel e, possivelmente, mais outras cinco ilhas. As ilhas das Flores e do Corvo só foram avistadas em 1425 pelo capitão Diogo de Teive. Nos primeiros anos não houve grande interesse em colonizar permanentemente estas ilhas, mas a partir do momento em que se começou a recear uma ocupação por parte de Castela, Portugal decidiu povoar e administrar estes arquipélagos. O povoamento da Madeira iniciou-se em 1420. Cerca de cem pessoas, dirigidas pelos três «descobridores» (João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo), desembarcaram na Madeira e no Porto Santo. Gonçalves Zarco, que dirigia o povoamento, dividiu o arquipélago em três partes. A ilha da Madeira foi dividida em duas partes: uma para Zarco e outra para Tristão Vaz Teixeira. Bartolomeu Perestrelo ficou com o cargo de senhor da ilha de Porto Santo. O arquipélago começou por depender da Coroa mas em 1433 D. Duarte doou-o ao infante D. Henrique, que passou a administrar o território à maneira feudal. Dividiu o território em três capitanias que confiou aos três descobridores. O arquipélago da Madeira, com cerca de 796,8 km2 de superfície, é constituído pelas ilhas da Madeira, Porto Santo, Desertas e Selva- gens. Encontra-se situado no oceano Atlântico, a sudoeste de Portugal Continental. A maior ilha é a da Madeira (722m2) seguindo-se a do Porto Santo (42,17 km2). As Desertas e as Selvagens são pequenas ilhas que nunca foram habitadas devido à inexistência de água. A colonização dos Açores começou mais tarde. Nunca carta régia de 1439, diz-se que D. Henrique já tinha mandado lançar ovelhas nas ilhas dos Açores e referem-se as primeiras medidas para o povoamento deste arquipélago. Também o arquipélago dos Açores foi concedido ao infante D. Henrique. A ilha de Santa Maria foi doada a Gonçalo Velho, segundo o sistema de capitanias. Só na década de 1460 é que outras ilhas foram objecto de interesse, tendo sido dividas em mais três capitanias: uma para a ilha da Graciosa, outra para as ilhas do Pico e do Faial e outra para a ilha Terceira (mais tarde dividida em duas metades). Refira-se que o povoamento dos Açores revelou-se mais difícil que o da Madeira, obrigando D. Henrique a doar duas capitanias a estrangeiros, ambos da Flandres. O arquipélago dos Açores fica situado no Atlântico Norte e é constituído por nove ilhas repartidas por três grupos. O grupo oriental é formado pelas ilhas de São Miguel e de Santa Maria. O grupo central é composto pelas ilhas Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial. O grupo Ocidental é formado pelas ilhas das Flores e do Corvo. A maior ilha é a de São Miguel, com uma superfície de 746 km2. A menor é a do Corvo, com apenas 17,5 km2 de extensão. Ao todo, as nove ilhas ocupam 2247km2. in Uma História Concisa de Portugal REGIONAL 5 DE FEVEREIRO DE 2016 CULTURA NA CIDADE DE SEIA Empresário cria museu do queijo para divulgar setor e atrair visitantes O promotor do projeto, Ricardo Ramos. A cidade de Seia vai ter um museu dedicado ao queijo, que surge por iniciativa de um empresário local que pretende contribuir para o aumento da oferta turística da região da Serra da Estrela. O promotor do projeto, Ricardo Ramos, disse que o Museu do Queijo de Seia envolve um investimento de cerca de 500 mil euros e deverá abrir este ano. O museu abordará “diversas áreas” relacionadas com o queijo e com o território da Serra da Estrela”, e será um “museu vivo”, segundo o responsável. Ricardo Ramos adiantou que o espaço museológico mostrará aspetos relacionados com o passado, mas também permitirá que os visitantes acompanhem “todo o ciclo relacionado com o queijo” na atualidade. O novo espaço, que vai ocupar um piso do edifício do “Mercado do Queijo”, situado próximo do Museu do Pão, terá a designação de Museu do Queijo de Seia, mas também abordará outros aspetos da região da Serra da Estrela. “Podemos encontrar áreas relacionadas com a fauna, com a flora, com a geografia, com as gentes, com a comunidade, com as tradições e, depois, temos como área principal a pastorícia e o queijo Serra da Estrela”, adiantou. Na vertente da pastorícia, disse que serão abordados aspetos como as fardas dos pastores, a transumância, as histórias, as lendas e os lugares. O museu, com uma área total de 600 metros quadrados, terá uma exposição permanente sobre o queijo e a Serra da Estrela, uma sala para exposições temporárias, uma cozinha beirã e uma queijaria tradicional que es- tará aberta aos visitantes. No futuro complexo estarão expostos utensílios relacionados com a produção do queijo e a pastorícia (trajes dos pastores, campainhas usadas pelas ovelhas, ‘chavelhas’ em madeira que identificavam o rebanho de cada proprietário, etc.). A título de exemplo, Ricardo Ramos indicou que uma das paredes ficará decorada com os desenhos que eram próprios de cada pastor da região. O museu também vai ter elementos multimédia que proporcionarão ao visitante um autêntico ambiente serrano. “Vão existir sons dos pastores a assobiarem para o rebanho, o berrar das ovelhas, os cabritos a irem ao encontro das mães, o cão a ladrar, o chover, o nevar, os pássaros, a fauna, vai haver um contexto Serra da Estrela a partir do momento em que entramos para o museu. E, a partir desse momento, vamos abordar várias temáticas dentro do museu, para além do queijo”, disse à Lusa. Ricardo Ramos diz que é sua intenção criar um “museu vivo” com a possibilidade de as pessoas acompanharem, no terreno, as várias atividades pastoris e associadas ao queijo. Pode ser “interessante” para os turistas, quer sejam portugueses ou estrangeiros, por proporcionar “uma abordagem mais cultural” de um produto (queijo da Serra da Estrela) que encontram nas prateleiras das lojas da região, frisa. “Valorizar o produto, demonstrar como se faz, as particularidades, a origem, a confeção e as possibilidades de consumo do queijo” são ideias que estão na origem do projeto que vem juntar-se aos museus do Pão e do Brinquedo, que já estão em funcionamento p.11 p.12 PELO MUNDO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 Universidade norte-americana recebe espólio de Fernando Pessoa Cerca de dois mil documentos sobre Fernando Pessoa, encontrados num baú na África do Sul, no verão passado, que incluem poemas, cartas e até um livro, estão a ser estudados na Universidade de Brown, nos Estados Unidos. A doação a esta instituição dos documentos, que pertenceram ao investigador britânico Hubert Jennings, especialista no escritor português, pode causar surpresa, mas já nos anos 1970 a universidade de Nova Inglaterra se começava a transformar num dos centros de estudos pessoanos mais importantes do mundo. “Organizámos em 1977 o primeiro congresso internacional sobre Fernando Pessoa, de que resultou o primeiro livro sobre Pessoa em inglês”, explicou à Lusa o professor catedrático da Universidade de Brown Onésimo Teotónio de Almeida. A instituição oferece regularmente seminários sobre Pessoa, para o qual convida especialistas de todo o mundo e, ainda em 2015, organizou o primeiro colóquio sobre Pessoa, como poeta inglês. Publica ainda a única revista dedicada exclusivamente ao estudo do poeta, Pessoa Plural, na qual foi referido pela primeira vez, em dezembro, a existência deste espólio da África do Sul. Foi Henriqueta Madalena Dias, meia-irmã de Fernando Pessoa, que, em meados da década de 1970, abriu o baú e enviou uma carta ao investigador britânico Hubert Jennings, que guardou os manuscritos na sua garagem, na Cidade do Cabo, na África do Sul. Jennings tinha descoberto o português, enquanto reitor de um liceu na África do Sul, depois de perceber que Fernando Pessoa tinha estudado na escola. “Tão interessado ficou nele que, em 1968, foi para Portugal pesquisar mais sobre ele e até aprendeu português. Chegou a falar muitíssimo bem”, garante Onésimo. Quando, em maio do ano passado, a Universidade de Brown organizou um colóquio sobre “Pessoa, poeta inglês”, decidiu convidar Christopher Jennings, filho de Hubert Jenings. “Bem impressionado com o que viu, mostrou interesse em que o espólio pessoano do seu pai viesse para a Brown. Ainda me certifiquei com ele se não seria melhor enviá-lo para a Casa Fernando Pessoa, ou para a Biblioteca Nacional, em Lisboa, mas ele insistiu”, lembra Onésimo. Depois de outro professor da universidade avaliar o espólio, que já tinha sido transferido para Nova Iorque, ficou decidido que a Univer- sidade aceitaria a oferta. Nos meses seguintes, foi preparado um número da revista Pessoa Plural, exclusivamente dedicado a este espólio, preparado por Carlos Pittella Leite. “Fica muito material publicado, mas há mais que irá surgindo a seu tempo, na editora Gávea-Brown”, esclarece Onésimo. Ainda não foram descobertos quaisquer inéditos de Pessoa que não existam na Biblioteca Nacional, mas admite-se que venham a surgir. De qualquer forma, o conjunto tem grande relevância para os estudos pessoanos, sobretudo para os biógrafos. Nas cartas já publicadas, há relatos de morte de familiares que causaram muito desgosto a Pessoa, listas dos familiares com quem viveu e as casas que habitou, a par de descrições mais banais, como as de brincadeiras com uma sobrinha, que fingia fazer-lhe a barba, e de alguns dos seus medos. Fernando Pessoa “tinha muito medo de trovoadas: escondia-se em lugares escuros para não ver os relâmpagos e cobria a cabeça para não ouvir os trovões”, descreveu Henriqueta, a meia-irmã, numa carta enviada em 1970 a Jennings, que faz parte do espólio agora descoberto. Portal das Comunidades alerta viajantes sobre o vírus Zika Um alerta sobre o Zika foi divulgado no Portal das Comunidades Portuguesas com o objetivo de avisar os viajantes sobre a epidemia provocada por aquele vírus em algumas zonas do mundo. O aviso no portal (https://www. portaldascomunidades.mne.pt/pt/), apresenta um link para o comunicado da Direção-Geral de Saúde (DGS) sobre o vírus Zika. De acordo com a nota da DGS, divulgada a 15 de janeiro, “o vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infetados” e “não se transmite de pessoa a pessoa”. “Os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articula- ções, conjuntivite, dores de cabeça e musculares. Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais”, sublinhou o documento. Segundo o comunicado da DGS, “há suspeitas (ainda não inteiramente comprovadas) que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia”. Para as pessoas que irão deslocar-se às zonas afetadas deve-se antes do início da viagem, de acordo com a DGS, procurar aconselhamento em Consulta do Viajante, em especial mulheres grávidas. A DGS referiu que as pessoas devem assegurar-se da proteção contra a picada do mosquito, usan- do roupas adequadas, repelentes, optar por ambientes com ar condicionado, seguir as recomendações das autoridades locais e redes mosquiteiras. Ter ainda especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos do género Aedes Aegypti – que também transmite o vírus da Dengue e do Chikungunya - picam mais frequentemente (a meio da manhã e desde o entardecer ao por do sol. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), seis casos de infeção pelo vírus Zika foram registados em Portugal até ao momento, cinco de cidadãos que estiveram recentemente no Brasil e um de um médico que regressou da Colômbia. LUXEMBURGO ACHBL entrega cadeira de rodas a jovem de Tarouca Rogério Oliveira (à esq) com Valdemar Pereira e Rui Raimundo A Associação Cultural e Humanitária da Bairrada no Luxemburgo (ACHBL), voltou a realizar uma acção de solidariedade. Desta vez, aquela instituição portuguesa no Luxemburgo ofereceu no dia 20 de janeiro, uma cadeira de rodas nova e adaptada às necessidades de André Garrido, residente em Tarouca. O jovem tarouquense André Garrido recebeu, no passado dia 20 de janeiro, uma nova cadeira de rodas, melhor adaptada às suas necessidades e que lhe permitirá mais alguma comodidade. A entrega da cadeira, que permitirá mais alguma comodidade ao jovem tarouquense, decorreu no salão nobre da Câmara Municipal de Tarouca Após ter analisado o caso do André, que lhes foi dado a conhecer por um dos sócios com ligações familiares ao concelho de Tarouca, a ACHBL realizou uma angariação de fundos que permitiu a aquisição deste novo equipamento, explicou o seu presidente, Rogério Oliveira. Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar Pereira, e o presidente da União das Freguesias de Tarouca e Dalvares, Rui Raimundo, felicitaram a associação pelo gesto de nobreza e solidariedade. André Garrido é um jovem tarouquense de 15 anos, com deficiência mental e motora, que ganhou assim um novo conforto. Fundada em 1997, a ACHBL conta com mais de 200 associados. Mais de 90 por cento do trabalho realizado pela Associação é humanitário, feito através da realização de jantares a favor de entidades ou pessoas necessitadas, mediante os pedidos que recebem, maioritariamente enviados de Portugal. Os donativos são sempre entregues em géneros, já que o dinheiro recolhido é usado para a aquisição dos bens que são posteriormente enviados tanto a instituições como a pessoas necessitadas. FRANÇA Academia do Bacalhau de Rouen tem nova direção A Academia do Bacalhau de Rouen, realizou a 16 de Janeiro de 2016 as suas primeiras eleições para os corpos gerentes. A assrembleia decorreu Num jantar de ‘Amizade e Portugalidade’ no restaurante La Berteliére, que é dirigido pelo português Anibal Silva. “A Academia de Rouen desde a sua criação foi presidida pelo compadre José Stuart, conforme os estatutos internos de dois em dois anos é obrigatório eleger no- vos corpos gerentes. O compadre Joaquim Monteiro, que acompanha esta academia desde a sua criação, foi eleito presidente por unanimidade para o ano de 2016 e 2017”, informa uma nota divulgada pela academia. Joaquim Monteiro vai agora dar continuidade aos trabalhos já iniciados assim como “dar vida a novos projetos sempre dentro dos pilares fundamentais das academias: a Amizade, a Portugalidade e a Solidariedade”. PELO MUNDO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.13 ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NAS COMUNIDADES No fim de semana de 30 e 31 de janeiro, cerca de 4.500 portugueses registados em Newark e Washington, nos Estados Unidos, foram chamados à urnas para finalmente poderem votar nas eleições presidenciais de Portugal, depois do cancelamento no fim-de-semana anterior, devido a uma tempestade de neve. Apesar do voto destes portugueses não alterar o resultado da eleição, que terminou a 24 de janeiro com a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa, conta acima de tudo a participação e a realização de um direito cívico. Noutras cidades dos Estados Unidos da América (EUA), a votação aconteceu a 23 e 24 de janeiro, mas apenas 2,89% dos eleitores inscritos compareceu. Em Newark, onde estão registados 4.264 dos eleitores e Washington apenas tem recenseados 289 eleitores. Alguns dos eleitores vivem em zonas distantes de Nova Jérsia ou até nos estados da Pensilvânia e Delaware, que estão incluídos nesta zona consular. No passado fim de se- mana, José Luís Fernandes, juiz de 1ª instância na Pensilvânia, tinha conduzido cerca de duas horas desde Filadélfia para votar. “Vale a pena, claro que sim. Se não votarmos, não podemos mostrar aos políticos em Portugal que existimos e que merecemos a sua atenção”, explicou Fernandes à agência Lusa. Já João Machado, que se mudou para os EUA há 21 anos , diz que o voto é uma forma de honrar a história do país. “Além de ser um dever cívico, é um direito que custou muito a conquistar. A nossa comunidade devia entender melhor a importância do voto. Temos população suficiente para ser relevantes e garantir voz às nossas comunidades”, assegurou. A VOTAÇÃO NAS COMUNIDADES Até ao fecho desta edição, faltava ainda apurar os resultados em dois consulados - um na Europa e os dois nos Estados Unidos. Mas já era possível antever os números da votação para as presidenciais 2016, nas comunidades portuguesas. Foto de arquivo Eleitores em Newark e Washington foram a votos Assim - e quando ainda decorriam as operações para a obtenção dos resultados no estrangeiro - de um universo eleitoral de 289.671 inscritos nos consulados, tinham votado no estrangeiro 13.032 eleitores. Ou seja, apenas 4,5% do total. Havia ainda 131 votos em branco e 56 nulos. Marcelo Rebelo de Sousa foi o candidato mais votado, tendo recebido 57,17% dos votos (o que correspondia a 7.344 votos), seguido de Sampaio da Nóvoa (19,15%) e Marisa Matias (8,35%). Nas estatísticas por continente, África foi o que apresentou maior número de votantes em relação aos inscritos: dos 13.182 inscritos, votaram 1.613 eleitores (12,24% do total). Na Europa, e quando faltava ainda apurar o resultado de um dos 31 consulados, a percentagem de votantes era de 5,77%, correspondente a 6.004 votos de um universo de 104.115 inscritos. Na Ásia e Oceania, o apuramento nos quatro consulados revelou que votaram 1.011 eleitores, de 20.058 inscritos (5,04%). Já na América - e estando ainda em falta os resultados de Washington e Newark - dos 152.316 inscritos, tinham votado 4.404 eleitores (2,89%). PUB Novidade Zona Industrial de Tábua, Lote1 3420-316 Tábua 235 412 090/1 [email protected] p.14 PORTUGUESES NO MUNDO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 O LISBOETA BRUNO NETTO JÁ EXPÔS EM VÁRIOS PAÍSES E RESIDE NA HOLANDA “Gosto de pintar as realidades que vejo no meu dia-a-dia” “Considero-me um pintor de gentes, mas tento encontrar as diferenças nessas realidades que vou encontrando”, define-se Bruno Netto. O artista plástico tem patente até 15 de fevereiro, na sede do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, em Lisboa, uma exposição cuja temática pode dizer-se que é uma declaração de amor a Lisboa, feita no feminino. Ao «Mundo Português, Bruno Netto, que atualmente vive na Holanda, fala da suas obras, do que o inspira e do que o define como pintor. Bruno Netto, 36 anos, nasceu em Lisboa. Depois de concluir os os estudos em Arte e Design, a pintura levou-o para Espanha, Argentina, Inglaterra e Holanda, onde reside atualmente. O reconhecimento internacional veio com uma exposição na Galeria Opera, em Budapeste, Hungria, que lhe valeu o premio ‘Art laudabilis’. Como começou a pintar? Desde que me lembro sempre quis pintar. Há uma frase de um dos meus artistas favoritos, Diego Rivera, muralista mexicano, que dizia que “se somos artistas, pintaremos até morrer, será como respirar.” E para mim é assim também. Assim que senti essa enorme vontade em criança, nunca mais me abandonou. Desde então fui explorando diferentes vertentes e técnicas, e dai ter viajado pelo México, Argentina, etc para compreender e aprender de outros artistas. Como define a sua pintura? Eu gosto de pintar as realidades que vejo no meu dia-a-dia. Considero-me um pintor de gentes, mas tento encontrar as diferenças nessas realidades que vou encontrando. Por exemplo, posso pintar uma mulher a tocar um instrumento musical, um violino, e essa é a ação na qual eu baseio toda a pintura, mas depois há certos elementos digamos surrealistas, com os quais gosto de interactuar. A água é sem dúvida um deles. Porque dá movimento, dá força e dá energia. Fale um pouco das obras que integram a exposição no Camões, IP… As obras aqui enviadas (fotografias) fazem parte da exposição feita no Camões-Instituto da Cooperação e da Língua organizada pelo Camões e pela Embaixada Portuguesa na Holanda, onde a temática é PUB uma história de amor e Lisboa. As figuras inserem-se em grandes planos, neste caso a mulher como figura principal e a interação dela com as diferentes realidades que vai encontrando. Há somente uma obra, de que particularmente gosto muito e que também foi exposta - é um trabalho feito especialmente para o Nuno Flores (ex-membro dos Quinta do Bill) e a sua banda ‘The Crow’, em que retratei o músico e a banda e onde se pode ver a água que sai dos violinos simbolizando a força e o movimento. Mas todas elas (estão) inseridas nesse tema figurativo, que é retratar a figura com uma cor e uma força muito grandes. Há na sua pintura alguma marca de portugalidade? Em geral eu pinto situações diárias, mas não têm necessariamente que a ver com Portugal. Talvez o facto que distinga a minha pintura seja a cor forte que utilizo. Mas nesta ultima exposição esteve bem patente essa “marca” portuguesa com a cidade de Lisboa como pano de fundo. Eu acho que a pintura tem de ser “descomplicada”, ou seja, reflectir, de maneira mais prática e pura, o que o pintor sente. Para um pintor, ser português é uma vantagem ou uma desvantagem? Acho que não se pode aplicar muito o “ser” ou não português. Um pintor é um pintor, independentemente da sua nacionalidade. Talvez haja quem utilize o patriotismo ou nacionalismo na sua pintura, mas eu como já estou fora há vários anos, suponho que já “bebi” tanto de outras culturas que isso reflecte-se na minha obra. Agora, sou um português muito orgulhoso do meu país, e sempre que exponho fora é uma honra enorme dizer que sou português. Para mais, temos uma grande tradição na Arte, temos excelentes artistas como Júlio Pomar, Cruzeiro Seixas, Joana Vasconcelos, etc, para citar alguns. A sua pintura nasce do seu quotidiano, ou faz parte de um projeto imaginário? É curioso que faça essa pergun- ta, já que tento precisamente que haja um equilíbrio entre o quotidiano das cenas que pinto, e um (universo) imaginário. Para mim, é importante que o público que olha para o meu trabalho seja transportado a um outro mundo, que não fique só no primeiro plano dos quadros. Aí há sempre um equilíbrio que tento manter para não deixar “fugir” o quadro para outros sítios, mas nem sempre se consegue. Porquê a Holanda depois de tanto ter viajado pelo mundo? A Holanda veio a ser o país que melhores condições me dava na época em que decidi estabelecer-me aqui. Gostei da sua gente, e da inspiração encontrada e decidi ir ficando. O que não significa que não mude uma vez mais ou viaje bastante, como até agora o tenho feito. CULTURA 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.15 INICIATIVA INAUGURADA EM JANEIRO DECORRE ATÉ AGOSTO Primavera Cultural Portuguesa apresenta trabalhos de artistas portugueses em Paris Paris recebe até finais de agosto, mais uma edição da iniciativa «Printemps Culturel Portugais» (‘Primavera Cultural Portuguesa’). O programa coloca em evidência vários artistas portugueses nos vários espaços emblemáticos da capital francesa. O «Printemps Culturel Portugais» (‘Primavera Cultural Portuguesa’) surge da colaboração entre os museus Grand Palais, Jeu de Paume, Cite de l’Architecture & du Patrimoine, a delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian e o Theatre de la Ville. Entre outras ofertas, estão exposições do pintor Amadeo de Souza-Cardoso, da fotógrafa Helena Almeida, de meio século da arquitetura portuguesa, do artista Julião Sarmento e ainda uma peça da companhia Teatro Praga. A iniciativa foi aberta a 20 de janeiro, na Gulbenkian de Paris, com a exposição ‘Juliao Sarmento. Rendas de Valença ‘vestem’ imagens no Núcleo Museológico tos outros acessórios. A exposição conta com trabalhos dos utentes da Associação de Reformados de Valença e peças de Anabela Pereira, Maria Estrela Costa, Augusta Santana, Maria Fernanda Sousa, Ana Maria Fontainhas e Casa das Fontes. ATÉ 28 DE FEVEREIRO Tradições e Folclore em Monsaraz ‘Tradições e Folclore’ é o título da exposição que Ana Rita Janeiro apresenta até 28 de fevereiro na Igreja de Santiago da vila medieval de Monsaraz. Integra 20 telas pintadas a acrílico nas quais a artista retrata as suas origens e as tradições alentejanas, com especial incidência no folclore. “As vivências e as memórias de Ana Rita Janeiro são reveladas em pinturas coloridas representativas de locais, momentos e tradições que marcaram a sua infância no Alentejo”, informa uma nota da autarquia. “o segredo mais bem guardado da cultura portuguesa, que viveu e trabalhou entre Paris e Manhufe, no norte de Portugal”, descreve um comunicado da organização. De 13 de abril a 29 de agosto, é a vez da Cite? de l’Architecture & du Patrimoine, em coproduçao com a Gulbenkian de Paris, acolher a exposição ‘Les universalistes. 50 ans d’architecture portugaise’ (‘Os universalistas. 50 anos da arquitetura portuguesa’), que apresenta 50 projetos arquiteturais sob a forma de maquetes produzidas especialmente para a exposição, documentos gráficos e audiovisuais. De 31 de maio a 04 de junho, no âmbito da sétima edição do festival Chantiers d’Europe, o Théâtre de la Ville propõe o ‘Projet Pessoa’, do Teatro Praga, a companhia portuguesa que volta a ser mais uma vez convidada para fazer parte do evento (Chantiers/Estaleiros da Europa). Este já é o quarto ano consecutivo que a companhia portuguesa é convidada a participar. “O Teatro Praga está de regresso com Fernando Pessoa na bagagem. Um monumento nacional abordado com muita liberdade e fantasia, com uma dramaturgia alegremente heteróclita que faz ressurgir a infância do poeta na PUB ATÉ 23 DE ABRIL Esculturas de cavalos, elefantes, gatos, e até guarda-chuvas e manequins foram ‘vestidos’ a rigor com rendas em croché e estão em exposição no Núcleo Museológico de Valença, até 23 de abril. São mais de “200 peças sui generis, onde a arte tradicional de bordar se apresenta em formas contemporâneas”, informa a autarquia de Valença. O objetivo é dar novas contextualizações às artes tradicionais de bordar, mostrando as possibilidades da utilização atual das rendas e bordados nas novas tendências da moda. Os emblemáticos lenços dos namorados de Valença, os de noivar, com as cores garridas a vermelho e azul os de namorar destacam-se também nesta exposição. Encontram-se ainda bordados em ponto de cruz e rechilieu, uma infinidade de dedais, pontas de agulhas e mui- la chose, meme - the real thing’, que se prolonga até 17 de abril. De 9 de fevereiro a 22 de maio, o museu Jeu de Paume apresenta a retrospetiva “Helena Almeida. Corpus”, mostrando pela primeira vez em França, as obras mais emblemáticas que aliam a pintura, fotografia, desenho e vídeo, daquela que é considerada uma das maiores artistas contemporâneas portuguesas. De 20 de abril a 18 de julho, o Grand Palais, associado às comemorações dos 50 anos da Fundação Calouste Gulbenkian, apresenta a retrospetiva de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), A exposição pode ser apreciada diariamente entre as 9h30 e as 13h e das 14h às 17h30. p.16 EMPRESAS & MERCADOS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 EST. MANUEL DA SILVA TORRADO COMERCIALIZA AZEITES DESDE 1911, EXPORTA 95% DA PRODUÇÃO E TEM NO ‘SALOIO’ UMA DAS MARCAS SÍMBOLO DE PORTUGAL “Esta é verdadeiramente uma empresa voltada para a exportação” Manuel da Silva Torrado, um português natural de Monforte, que em 1878 iniciou a sua atividade como comerciante em Lisboa. Em 1911 constituía com os irmãos, a empresa que levou o seu nome e que ao longo de mais de cem anos, esteve sempre ligada ao comércio do azeite. Adquirida em 1992 por outra empresa também com história, a SICA (fundada em 1942), a Manuel da Silva Torrado & Cª. (Irmãos), SA comercializa marcas de azeite que são verdadeiras tradições portuguesas, como a ‘Saloio’, registada em 1926, cuja embalagem em lata é já um símbolo luso junto dos portugueses no estrangeiro. A atual Manuel da Silva Torrado & Cª. (Irmãos), S.A., nasceu da visão de um português natural de Monforte, distrito de Castelo Branco, que em 1878 iniciou a sua atividade como comerciante em Lisboa. A hiatória desta empresa começa em 1911 com os irmãos, a Manuel da Silva Torrado & Cª. (Irmãos), Lda, que esteve sempre ligada ao comércio do azeite. É muito provavelmente a mais antiga empresa a comercializar azeites em Portugal. Tradicionais são também as suas marcas: a ‘Santa Maria’ e a ‘Saloio’. Lançada há 90 anos, a ‘Saloio’ é vendida na tradicional embalagem em lata em diversos países - sendo considerada um símbolo de Portugal junto das comunidades portuguesas nos Estados Unidos e no Canadá. Em 1992, a Manuel da Silva Torrado & Cª. (Irmãos), SA foi adquirida pelos proprietários da SICA - Sociedade Industrial e Comercial de Azeites, sediada em Estremoz, e que já era fornecedora da empresa. Com mais de cem anos de existência, Rui Norte dos Santos: Julgo que é atualmente a mais antiga empresa a comercializar azeite em Portugal. Como comerciante em nome individual, o seu fundador, Manuel da Silva Torrado, iniciou a sua atividade muito antes, em 1878. Em 1911, criou a empresa, juntamente com os irmãos. Até 1992 pertenceu à família do fundador, que a vendeu à SICA - empresa que já era fornecedora de azeite à Manuel da Silva Torrado. Nós (SICA) eramos uma empresa produtora e industrial, com lagar e indústria em Estremoz. Tínhamos uma marca que ambicionávamos desenvolver em termos de exportação. E a aquisição da Manuel da Silva Torrado foi a forma encontrada para avançarmos na exportação, aproveitando a marca ‘Saloio’ e toda a estrutura comercial daquela empresa. Foi escolhida por causa da sua implantação secular, dos clientes que tinha no estrangeiro e das suas marcas tradicionais. “O ‘Saloio’ foi uma marca que a Manuel da Silva Torrado registou em 1926. (...) é a nossa marca de referência e já podemos dizer que tem 90 anos. E desde 1926 vendese para os EUA, acompanhou toda a emigração açoriana. a Manuel da Silva Torrado & Cª. (Irmãos), SA comercializa no estrangeiro, cerca de 95 por cento da sua produção, e alia a modernidade de algumas embalagens à tradição e legado histórico de outras, mantendo sempre o ‘foco’ na qualidade, como destacaram Rui Norte dos Santos, administrador, e Adriano Marques, diretor comercial. A Manuel da Silva Torrado é uma empresa centenária que nunca deixou de produzir azeites, e que a SICA adquiriu em 1992. O que levou a SICA a adquirir a Manuel da Silva Torrado? A Manuel da Silva Torrado comercializa, realmente, duas marcas de azeite que têm grande tradição em Portugal e em alguns países da Diáspora portuguesa. Adriano Marques: A Manuel da Silva Torrado trata da parte comercial, essencialmente, exportação. Os azeites que comercializa são todos produzidos e embalados em Estremoz, no Alentejo, pela SICA. Comercializamos os azeites ‘Santa Maria’ e ‘Saloio’, mas a marca líder é o ‘Saloio’. Temos ainda outra marca, a ‘Triunfo’, que já pertencia à SICA, e também é uma marca antiga. A marca ‘Saloio’ está registada em vários países e a ‘Santa Maria’ está registada em dois ou três países. Tanto o ‘Saloio’ como o ‘Santa Maria’ são comercializados desde a criação da empresa, em 1911. Rui Santos: O ‘Saloio’ foi uma marca que a Manuel da Silva Torrado registou em 1926, há 90 anos. Daqui a dez anos temos que fazer uma grande festa. O ‘Saloio’ é a nossa marca de referência e já podemos dizer que tem 90 anos. E desde 1926 vende-se para os EUA: acompanhou toda a emigração açoriana. A marca ‘Santa Maria’ foi registada em Portugal no ano de 1928. A Manuel da Silva Torrado teve sempre, para as suas duas marcas de azeite, embalagens em lata. E mantém até hoje esta forma de embalar o azeite. Porquê? Adriano Marques: Como vendemos muito para o mercado das comunidades (portuguesas), exportamos muito em lata. Rui Santos: Principalmente para o Canadá e os Estados Unidos. Para o Brasil, neste momento, exportamos mais em garrafa, porque o mercado brasileiro mudou muito e pede mais azeite ‘virgem extra’ e embalado em garrafa. Mas antes, para aquele mercado, só vendíamos em lata, era o que queriam. Todos os restaurantes tinham uma variedade de latas de azeite muito grande. Nos EUA e no Canadá, e também na Austrália, o azeite ‘Saloio’ em lata ainda é um símbolo de Portugal. Adriano Marques: Ainda há pouco tempo, no filme «O Pátio das Cantigas», apareceram várias vezes as nossas latas de azeite ‘Saloio’. Rui Santos: Por outro lado, em países onde os transportes são mais difíceis, a lata tem vantagens. Mas, para nós, é principalmente pela tradição. Adriano Marques: A questão do transporte também é importante. Nós vendemos muito em contentores e estes levam muito mais azeite em lata do que em garrafa. Por exemplo, um con- tentor de 20 pés, leva 20 mil litros de azeite, se este for em lata. Se for em garrafa, leva 12,5 mil litros. É uma grande diferença. E a lata é uma embalagem mais leve, conserva melhor o produto e não se parte. É uma embalagem muito boa. Cá em Portugal é que se deixou um pouco de utilizar, mas agora está a voltar a usar-se. Há dez anos não vendíamos estas embalagens em lata para Portugal e agora já estamos a vender. Hoje, qualquer loja gourmet, principalmente em zonas turísticas, vende o nosso azeite neste tipo de embalagem. Para além das embalagens em lata, têm vários tipos de embalagem em vidro, como uma, com um design moderno, que faz lembrar as garrafas de vinho do Porto… Rui Santos: Nós tínhamos uma embalagem em vidro, num formato mais tradicional, e achamos que devíamos lançar outra, diferente. De entre várias amostras, escolhemos esta. É um azeite mais caro, da gama ‘Premium’, e esta embalagem é também mais cara, porque as vidrarias que a fazem, criam-nas em pequenas quantidades, de uma forma quase artesanal. Os azeites, tanto das marcas ‘Saloio’ e ‘Santa Maria’ (da Manuel da Silva Torrado), como da marca ‘Triunfo’ (da SICA), vêm de olivais do Alentejo e são elaborados pela SICA. Adriano Marques: Todo o azeite que comercializamos é produzido e embalado na SICA. EMPRESAS & MERCADOS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.17 As diferenças entre ‘azeite’, ‘azeite virgem’ e ‘azeite virgem extra’… Rui Santos: A SICA existe desde 1942 sempre com lagar, implantado em Estremoz, e tem agora outro lagar, em Serpa. O azeite provém todo do Alentejo, da região de Estremoz, Serpa, Beja. Compramos as azeitonas a produtores locais, que as entregam nas nossas unidades de produção. Em Serpa, no lagar novo, ultrapassamos os seis milhões de quilos de azeitonas, que equivaleram a um milhão de litros de azeite - dos quais cerca de 600 mil litros foram para nós. O lagar de Estremoz produziu cerca de três milhões de quilos de azeitonas, equivalentes a 400 mil litros de azeite. Adriano Marques: Nesta campanha (de 2015/2016), pela primeira vez, produzimos praticamente todo o azeite que comercializamos. Antes tínhamos que comprar azeite a cooperativas. Acreditamos que na próxima campanha, ficaremos auto-suficientes. Qual é a percentagem da comercialização que se destina à exportação? Adriano Marques: Normalmente, exportamos 99 por cento dos azeites, mas este ano vamos exportar 95 por cento. Porque crescemos em Portugal, e chegamos aqui aos 5 por cento. Rui Santos: Em Portugal vendemos mais na região de Lisboa, mas comercializamos para todo o país - continente e regiões autónomas. Mas o nosso ‘forte’ é, sem dúvida, a exportação. Esta é verdadeiramente, uma empresa voltada para a exportação. Quais são os principais mercados para os vossos azeites? Adriano Marques: Temos quatro mercados principais, e nos quais o azeite ‘Saloio’ é a marca portuguesa mais conhecida: nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Timor. Nesses países, o nosso ‘Saloio’ é a marca mais associada a Portugal, porque está aí implantada já há muitos anos. pelos nossos emigrantes. Com a independência de Timor, houve pessoas que vieram ter connosco para comprar, porque ainda se lembravam desta marca do tempo em que ainda era uma colónia portuguesa. Na Austrália, junto da diáspora portuguesa, a ‘Saloio’ é a marca líder, assim como no Canadá e nos EUA. Exportamos ainda para o Brasil, Angola, Macau, Irlan- da, Inglaterra, entre outros países. Rui Santos: No norte da América, estamos muito implantados onde existem comunidades açorianas, já com quartas e quintas gerações. Toda a zona de Fall River, New Bedford, Boston… Ali estão os nossos clientes mais fiéis. No Canadá, os principais clientes estão em Toronto. E há cinco anos regressamos a Angola, país para onde a Manuel da Silva Torrado já exportava, assim como para Moçambique, quando eram ainda colónias de Portugal. Com a guerra, deixou-se de exportar e há cinco anos regressamos ao mercado angolano, que é um mercado chave. Há algum mercado novo em vista ou para onde gostariam de exportar num futuro próximo? Adriano Marques: O Japão. É um bom mercado de azeite. É recente mas que consome bastante, e com o qual já fizemos alguns contatos. E em quantidades mais pequenas, o nosso azeite também é comercializado na Polónia e na Alemanha. Está até em países para onde não vendemos diretamente. Há pouco tempo disseram-me que tinham visto o nosso azeite num país das Caraíbas - tinha ido através de um importador dos Estados Unidos. Os mercados com grandes comunidades portuguesas são importantes? “Nós tínhamos uma embalagem em vidro, num formato mais tradicional, e achamos que devíamos lançar outra, diferente. De entre várias amostras, escolhemos esta. É um azeite mais caro, da gama ‘Premium’. (...) as vidrarias que fazem (esta embalagem), criam-nas em pequenas quantidades, de uma forma quase artesanal” Rui Santos: Sim, são fiéis às marcas portuguesas, conhecem a nossa marca, e consomem azeite. Para uma empresa como a Manuel da Silva Torrado, que comercializa quase toda a sua produção nos mercados externos, que mais valias traz uma feira como o SISAB Portugal? Rui Santos: Somos clientes do SISAB desde a segunda edição (em 1996). E ao SISAB vão os nossos principais importadores. Pensam lançar futuramente outros produtos, como complemento à gama de azeites? Rui Santos: Há sempre ideias, mas ainda não tomamos a decisão de avançar. Já falamos em lançar uma marca de azeitonas, de picles, de piri-piris, mas para já, mantemo-nos na gama de azeites. Adriano Marques: As nossas famílias sempre estiveram ligadas ao ramo do azeite, é aquilo que sabemos fazer bem. Mas sim, vamos continuar a lançar novas embalagens. Em que aspetos, os azeites da vossa empresa se diferenciam? Rui Santos: Principalmente por serem alentejanos: são verdadeiramente do alto e do baixo Alentejo, com uma mescla de azeitonas galegas. Há muito azeite do baixo Alentejo que não tem azeitonas do alto Alentejo, e nós temos. E elas são diferentes. A variedade galega do alto Alentejo é muito diferente da azeitona do baixo Alentejo. E nós conseguimos fazer uma mescla deste azeite, que por isso consideramos de grande qualidade: porque tem atribu- A Casa do Azeite - Associação de Azeite de Portugal, explica na sua página da internet quais as gamas de azeite que existem em Portugal e o que leva as respectivas classificações. As embalagens identificadas apenas como ‘Azeite’, contém um produto que contém azeite refinado e azeite virgem. “Trata-se de azeite refinado, enriquecido com azeite virgem, aromático e frutado, com grau de acidez igual ou inferior a 1,0%”, lê-se na página onde se sublinha que, apesar de ser mais barato, “mantém o valor nutritivo do azeite e tem um ponto de fumo bastante elevado o que permite aumentar o seu número de utilizações”. Os azeites com a classificação de ‘virgem’, têm boa qualidade, “com sabor e cheiro a azeitona sã”, acidez igual ou inferior a 2% e são mais apropriados “para assados, sopas, refogados ou marinadas”, informa a Casa do Azeite. Por último, o ‘virgem extra’ é um azeite “de qualidade superior, com sabor e cheiro intensos a azeitona sã”, sem nenhum defeito organoléptico e com acidez igual ou inferior a 0,8%. “Os azeites virgem extra de sabor mais suave são ideais para o tempero de saladas e alimentos com sabor mais suave, bem como para a doçaria. Por outro lado, os azeites virgem extra de sabor mais intenso vão melhor com alimentos de sabor mais marcado e poderão ser utilizados para a confecção de alguns molhos”, explica ainda a página da associação. Classificações à parte, Rui Norte dos Santos lembra que todos os azeites são “obtidos naturalmente de uma gordura que é o sumo da azeitona”. E dá como exemplo os óleos de girassol e de amendoim, provenientes de produtos naturais, “mas que só podem ser extraídos com a ajuda de um solvente”. Já o azeite, explica, “é obtido também através de um processo mecânico, mas que não usa nenhum agente externo”. “É extraído da azeitona sendo espremido. Como separa bem a água (de vegetação) do azeite, passado algum tempo fica o azeite em cima e a água em baixo. Por isso, até se pode fazer azeite em casa, já que não há nenhum produto que interfere na sua produção”. De referir ainda que Portugal possui, atualmente, seis denominações de origem protegida para Azeites: Azeites de Trás-os-Montes, Azeites da Beira Interior (Azeites da Beira Baixa e da Beira Alta), Azeites do Ribatejo, Azeites de Moura, Azeites do Norte Alentejano e Azeites do Alentejo Interior. p.18 EMPRESAS & MERCADOS 2 DE FEVEREIRO DE 2016 LICOR SERRANO | ARTUR ALEIXO, FUNDADOR DA EMPRESA A arte de pôr uma c Empresa produtora de Bebidas Espirituosas e Licores há mais de 20 anos, situada no vale do Zêzere entre as Serras da Estrela e a Serra da Gardunha, comercializa produtos de cariz tradicional e regional, tais como a Ginja Serra da Estrela, Zimbromel, Licor de Mirtilo, Amêndoa com Mel, Licor Serrano, entre outras. Além das outras bebidas que produz, é dado destaque ao Gin, elaborado com o bom zimbro da região e já com duas versões lançadas. A última é resultante da destilação de vários frutos como a cereja do Fundão, que lhe dá um início doce e um final surpreendente, onde se equilibra o frutado com o amargor característico do zimbro. Um destes dias estivemos em Tortosendo à conversa com ARTUR ALEIXO, o responsável pelo nascimento desta empresa há mais de vinte anos. Como é que começou esta empresa? Esta empresa foi criada por mim, em 1980. Comecei como distribuidor de bebidas. Comprava o produto e vendia diretamente aos clientes. Tinha uma rede de clientela aqui na zona do Interior e já faturava bastante bem. Entretanto, por volta de 1987, começaram a surgir em Portugal as grandes superfícies de distribuição e as pessoas começaram a ir fazer compras a um preço mais baixo do que o proposto pelo fornecedor habitual. Foi aí que vi que a minha empresa não tinha muito futuro, porque não tinha qualquer hipótese perante as condições e o poderio económico e de negócio dessas grandes superfícies. E foi assim que surgiu a ideia: se eu trabalho as outras marcas porque é que não faço as minhas próprias marcas? Ou seja, a ideia de fazer os meus produtos próprios. E foi desta maneira que nasceu a “Licor Serrano”, como uma empresa de produção. E esse licor tem alguma tradição local? De certo modo. Nós construímos o produto de raiz, sendo que a única tradição local é ir a produtos endógenos aqui da região - nomeadamente o vime, o leite, as natas, o zimbro, entre outros - para criar um produto novo. A mistura das natas e do leite, por exemplo, na altura servia para fazer queijo. Já eu fiz um licor. Depois fomos para outros produtos, para o chamado “mercado da noite”, ou seja, produtos para o grande consumo das discotecas e dos bares: as vodkas, os licores tropicais, amêndoa amarga, entre outros. Neste momento, reunindo todo o nosso portefólio, produzimos neste momento cerca de 70 produtos diferentes. (...) Quando começaram a surgir em Portugal as grandes superfícies de distribuição e as pessoas começaram a ir fazer compras a um preço cada vez mais baixo vi que a minha empresa não tinha muito futuro, porque não podia lutar contra o poderio económico dessas grandes superfícies (...) E porque nasceu o Gin? O nosso gin tem uma história muito engraçada. Estamos numa região onde o elemento essencial do gin, que é o zimbro, existe em grande quantidade e qualidade aqui na Serra da Estrela. Falamos do melhor zimbro de Portugal e talvez do mundo. Uma planta rasteira, espontânea, que “vive lá em cima” a partir dos 1600 metros de altitude, um arbusto selvagem, mas que tem características muito boas. Ora, se estamos numa região onde o zimbro selvagem é dos melhores do mundo porque não fazer um gin com ele? E depois a esse zimbro associamos alguns “botânicos” como a canela, a casca de limão, pétalas de rosa e outros para construir esta bebida que está a ter um enorme sucesso. E como se chama? Por questões da comunicação, optámos por um nome em inglês. Queríamos fazer uma ligação entre o gin e a região, então, chamámos-lhe “Wild Snow Dog”, ou seja, o “Cão da Serra”. Selvagem, como se fosse um lobo da neve. Tal como o zimbro. Trata-se de um gin premium, porque passa por vários processos de destilação. Primeiro, destilamos o zimbro e depois destilamos os outros botânicos em separado para fazer o blending final. É um gin com uma complexidade elaborada. Recentemente, lançámos também o “Wild Snow Dog” de cereja do Fundão. Então mas diga-me: o gin não é uma bebida que tem de ser feita só com zimbro? A base é o zimbro, sim, mas depois podemos acrescentar vários botânicos. De momento, tenho projetos para fazer gin com 50 botânicos. O gin antes era aquela bebida branca, transparente. Hoje temos gins maravilhosos, com várias cores. Como é que isto é possível? A certa altura, o gin era “gin puro e duro”, feito só de zimbro e muito pouco mais. Era muito agreste, com uma acidez elevada, mas funcionava assim, sendo servido apenas gin com água tónica. Entretanto, os gostos e a evolução do mercado levaram as pessoas a querer uma bebida mais equilibrada e não tão ríspida, tão ácida, tão agreste. E como limar as “arestas” do zimbro? Com botânicos. Alguns frutados, outros mais herbais, como camomila ou chá preto, que juntamos para criar uma fórmula harmoniosa, fazendo desaparecer a agressividade do gin tradicional. O nosso gin de cereja, por exemplo, surge neste sentido também. Além disso, nós temos o melhor zimbro de Portugal e temos também a melhor cereja, então associámos o zimbro da Serra da Estrela com a cereja da Serra da Gardunha. Falámos com a Câmara Municipal e fizemos um gin, combinando esses dois produtos endógenos. E continua a ser bebido com a tradicional água tónica? Sim, continua a ser bebido com água tónica, que também teve uma evolução bastante grande. Embora o nosso gin seja para ser bebido com águas tónicas mais neutras, existe a possibilidade de colocar águas tónicas com sabores. Mas, por exemplo, falando novamente do gin de cereja: quando o servimos, ele vai acompanhado de uma água tónica neutra, porque como ele já tem um sabor natural, recomendamos a cereja para que seja complementado com algo que reforce esse mesmo sabor. Além do gin e do licor, existem mais pro- EMPRESAS & MERCADOS 2 DE FEVEREIRO DE 2016 p.19 cereja no topo do gin dutos baseados em ingredientes da região? Temos, como já referi, o licor Serrano e temos também o Zimbromel, uma espécie de aguardente de zimbro, conseguida através de um processo de maceração do zimbro em aguardente de cereais, entre outros que têm sido um autêntico cartão de visita da Serra da Estrela. o consume mais. Diria, mais especificamente, dos 25 aos 50 anos, porque é uma faixa com mais poder económico, maior autonomia financeira e capacidade para consumir estes gins premium. Depois, temos aquelas bebidas mais direcionadas para jovens entre os 18, 19 ou 20 anos, como por exemplo o Savanas ou o Bali Beach. Temos ainda outro segmento, mais ligado para o mercado tradicional. E a empresa, que foi crescendo, com quantos trabalhadores conta? Ora bem, a empresa foi crescendo ao longo destes anos e, neste momento, somos 15 trabalhadores. E quanto fatura? Estamos a falar de um grupo de duas empresas. De um lado, temos a empresa original, que era em nome pessoal e que se mantém e, do outro, a outra empresa que tive de constituir – Licor Serrano Lda – essencialmente para produção, enquanto a primeira é uma empresa de distribuição. O grupo fatura, com impostos, à volta de 2 milhões e 800 mil euros. Quando começou o público-alvo eram as pessoas da região, mas de certeza que hoje já tem uma clientela mais vasta. Quem consome estes produtos? Estes produtos direcionam-se para dois mercados: o do consumidor final e o do retalhista. Nesses, alguns dirigem-se para uma faixa etária específica. O gin, por exemplo, vai dos 19 anos aos 50, que é a faixa etária que E falando em exportação, qual é o peso desta para a faturação? Neste momento, não é muito elevado. Ronda os 15%. Não que seja mau, mas temos grandes perspetivas de futuro. Ainda hoje, por exemplo, recebemos uma encomenda do Luxemburgo e temos também uma encomenda para a França. Já exportámos para o Canadá, Brasil e estamos agora na Colômbia, em negociações. As pessoas aqui da região não estavam habituadas a fazer gin, por exemplo. Quando teve essa ideia onde foi buscar o know how, os destiladores e os técnicos? Às vezes, temos à nossa beira as coisas e quase não as vemos. Nós fazemos a destilação pelo processo tradicional, tão simples quanto isso. É um alambique tradicional como no tempo dos nossos pais e avós. Óbvio que houve melhorias a nível de controlo de temperatura e controlo de qualidade, fruto de alguma investigação e trabalho que fizemos, de modo a conseguirmos um produto bastante bom através do alambique tradicional. Estamos agora com um projeto para desenvolver: um novo alambique que opere por arrasto de vapor. É um processo diferente do alambique tradicional, onde uma caldeira faz a evaporação do álcool numa serpentina que se transforma em destilado de algo: um fruto, uma erva, etc.. No arrasto, o processo é bastante diferente: a caldeira produz vapor a alta pressão, que passa pelos frutos fermentados e arrasta o álcool, evitando o risco de queimar. É um processo muito mais eficaz, com muito mais qualidade e para o qual estamos a avançar a passos seguros. PUB p.20 EMPRESAS & MERCADOS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 ANTÓNIO BORGES - CARINA PRODUTOS ALIMENTARES “A qualidade dos produtos produzidos tr da empresa e a exportação em muito pa A CARINA – Produtos Alimentares Lda. é uma empresa criada em 1988, que se dedica ao fabrico de Produtos Pré-Cozinhados Ultracongelados e com uma moderna unidade fabril em Chaves, onde produz com qualidade produtos alimentares que são cada vez mais exportados. Viajámos até Chaves ao encontro do flaviense e dinâmico empresário António Borges que, juntamente com sua esposa Carla e um staff dedicado de colaboradores, conseguiram erguer uma empresa adquirida e já em funcionamento há sete anos. Na altura, atravessava uma fase que a levaria ao encerramento e, graças a um corpo técnico de 32 colaboradores permanentes com sólida experiência e elevado grau de profissionalismo e graças à aposta na qualidade daquilo que produzem, conseguiram afirmar-se no mercado nacional e iniciar com sucesso a exportação dos seus produtos. Após um período de afirmação e crescimento, a CARINA assistiu, nos últimos 5 anos, a um processo de adaptação resultante de um forte investimento em instalações e equipamentos, que saltam à vista mal se chega às suas instalações fabris. Presentemente, opera num espaço moderno e bem equipado, cuja aposta assenta num reconhecimento alicerçado na capacidade de produzir, respeitando prazos e permanecendo atenta aos padrões de consumo dos seus clientes. Com preços bastante competitivos, aposta numa qualidade pautada pela melhoria contínua da organização e dos métodos de trabalho, fazendo cumprir de maneira fiel os seus contratos, conforme nos explica António Borges MP- Quando adquiriu esta empresa, a sua aposta era continuar a manter os postos de trabalho e crescer mais. Conte-nos um pouco dessa aposta empresarial? António Borges- Como flaviense e por conhecer a marca de produtos Carina, comprei, juntamente com a minha esposa, esta empresa que era de dois irmãos que laboravam quase em exclusivo para as grandes superfícies, que lhes esmagavam os preços e, por isso, a situação financeira era menos boa. Em três anos foi investir e perder dinheiro, porém, há quatro anos e fruto de ter ido pela primeira vez ao SISAB PORTUGAL tudo veio a modificar-se nesta empresa. Posso contar a história rapidamente e sem referir esse cliente internacional que conheci - e foi tão importante para nós e para o sucesso - no SISAB PORTUGAL e, hoje, é meu importador para o mercado inglês. O mesmo referiu-me que o meu produto não tinha a qualidade que ele queria. Isso tocou-me, cheguei à fábrica e revolucionei todo o fabrico. Fui procurar receitas antigas, métodos tradicionais de fabrico, consultei chefes de cozinha e deixei de produzir focado para as (...) O horas, e nest pessoa dos m pois s cliente teria c grandes superfícies e passei a apostar na alta qualidade dos produtos e com sucesso. Na altura pouco exportava e, dada a revolução da CARINA e os clientes que fomos conseguindo no evento, estamos a crescer. O nosso lema é qualidade, transparência e confiança entre fornecedor e cliente. MP- Nessa recolha de receitas fez uma recolha aqui da região de Chaves? AB- Sim, como reparou e pode ver na fábrica a linha de moldagem dos pastéis e cozeduras segue as receitas e os processos tradicionais, aliada ao sistema semi-industrial de fabrico e, depois, ultra congelação. Isso foi a nossa “tábua de salvação”. A qualidade tem o seu preço, mas o cliente sabe distinguir. MP- Quantas referências de produtos a CARINA produz? AB- Cerca de 50 referências, entre as quais pastéis de bacalhau (o produto que mais vendemos), pastéis de Chaves, rissóis de carne, camarão e de chocolate. Para a CARINA, a Gestão da Qualidade e da Segurança Alimentar são parte integrante do seu processo de desenvolvimento. Em suma, de forma a alicerçar convenientemente o edifício da qualidade, procuramos de forma consistente atender ao objetivo que aponta para a capacidade da entrega dos nossos produtos. Não fazemos stocks e queremos que o produto chegue ao consumidor com pouco tempo de congelação. O cliente faz a encomenda e trabalhamos com muita eficiência no fabrico e entrega. Em 48 horas, tem a encomenda na sua loja. Em função dos diferentes mercados, culturas e paladares, a CARINA procura acompanhar os hábitos e tendências exibidas pelos António Borges e a sua esposa Carla da empresa CARINA (...) Em três anos foi investir e perder dinheiro, porém, há q pela primeira vez ao SISAB PORTUGAL tudo veio a modific consumidores, apostando na criação de novos produtos. Estamos recetivos a novos parceiros de negócio. Vamos estar no próximo SISAB PORTUGAL 2016, já com reuniões agendadas com importadores internacionais. As nossas vendas aumentaram 42% nos últimos anos, tendo a exportação 30% do volume total de vendas, mas queremos crescer ainda mais e temos capacidade para isso. MP- Falou em novos produtos e a inovação é uma constante. Como sabe, em Lisboa, foi lançado por outro empresário - e com sucesso - um pastel de bacalhau com queijo da Serra da Estrela no seu inte- rior. A junção de dois sabores diferentes e de, registe-se, dois ícones dos nossos produtos alimentares. Tem alguma opinião sobre esta nova realidade alimentar, virada EMPRESAS & MERCADOS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.21 raduziu-se num crescimento de 42% ara isso contribuiu!” O objetivo é trabalhar 24 sobre 24 , criar mais emprego nesta cidade te região como forma de fixar as as, aliando o bem fazer e a dedicação meus funcionários ou colaboradores, sem eles e sem a confiança dos nossos es, que são parceiros de negócio, não conseguido erguer esta empresa (...) quatro anos e fruto de ter ido car-se nesta empresa (...) para o turista? AB- Deixe que lhe diga que quando me falaram nisso - e foi notícia numa das minhas voltas comerciais pelo país - passei pela Rua Augus- ta, em Lisboa, entrei na Casa Portuguesa e vi o produto, a sua confeção à frente do cliente e o conceito de loja e, claro, provei! Os turistas eram muitos e fiquei maravilhado! Foi um “casamento perfeito” e uma ideia genial. Promovem-se dois bons produtos e, dada a qualidade que se sente no sabor, foi um lançamento excelente e está de parabéns quem teve a ideia e a concretizou. Portugal precisa disto, precisa de inovação e de reinventar novos produtos e a junção dos dois sabores é “divinal”. MP- Até onde quer que a CARINA cresça? AB- O objetivo é trabalhar 24 sobre 24 horas, criar mais emprego nesta cidade e nesta região como forma de fixar as pessoas, aliando o bem fazer e a dedicação dos meus funcionários ou colaboradores, pois sem eles e sem a confiança dos nossos clientes, que são parceiros de negócio, não teria conseguido erguer esta empresa. Procuramos sempre destacar-nos pela melhor qualidade e diferenciação, pautando os nossos compromissos por um elevado grau de responsabilidade e pela sustentabilidade das relações com os nossos parceiros. Como temos feito, penso conseguir. Investimos e modernizámos de raiz as nossas instalações, no sentido de fazer face às novas exigências do mercado. Ao longo dos últimos anos, consolidámos a nossa relação com diferentes distribuidores e grandes grupos económicos com o fornecimento de marca própria e estamos, agora, capacitados para desenvolver novas parcerias. No que concerne ao mercado externo, destaca-se uma presença circunscrita ao mercado da “saudade”, nomeadamente Inglaterra, França, Alemanha, Luxemburgo e Suíça e estamos, desde já, a desenvolver esforços no sentido da nossa afirmação em países africanos de expressão portuguesa, em Macau, Hong Kong e no Brasil. ANTÓNIO FREITAS Uma combinação perfeita entre um bom vinho do Douro e o pastel de bacalhau da CARINA PASTEL DE CHAVES É PRODUTO DE INDICAÇÃO GEOGRÁFICA PROTEGIDA O Pastel de Chaves é certificado como produto de Indicação Geográfica Protegida (IGP) pela Comissão Europeia e a partir de agora só os produtos fabricados em Chaves é que podem ser vendidos como Pastel de Chaves. A certificação é uma mais-valia significativa para Chaves, ao nível da criação de emprego e riqueza e com grande potencial no mercado externo. Foi no ano em que comemorou 150 anos que o Pastel de Chaves, feito à base de massa folhada e carne picada, foi classificado como produto com Indicação Geográfica Protegida. O famoso Pastel de Chaves, conhecido pelo seu sabor e tenrura, com a aprovação da certificação por parte da Comissão Europeia ficou, assim, protegido contra imitações. O processo de certificação, publicado em Diário da República, iniciou-se em 2006 e permite valorizar, reconhecer e proteger os pastéis quanto à sua origem, natureza e qualidade, evitando fraudes e imitações. A classificação do produto de pastelaria, em forma de meia-lua, constituído por uma massa folhada e recheada com um preparado específico à base de carne de vitela picada, evita quaisquer práticas que, sem direito, utilizem ou façam apelo à denominação registada para beneficiar da sua reputação. A história do Pastel de Chaves data de 1862, quando uma vendedora, cuja origem se desconhece, percorria a cidade de Trás-os-Montes com uma cesta de pastéis de forma estranha e insuficientes para satisfazer a “gula” dos habitantes. A fundadora da Casa do Antigo Pasteleiro decidiu, então, oferecer uma libra pela receita da iguaria que acabou por conquistar um lugar de destaque na gastronomia flaviense. A CARINA é um dos produtores certificados para produzir este pastel. EMPRESAS & MERCADOS SUPER BOCK Inaugura Casa da Cerveja em Leça do Bailio Repleta de tradição e autenticidade, a “Super Bock Casa da Cerveja” é o novo centro de visitas da cidade do Porto. Situada no Centro de Produção da Unicer, em Leça do Balio, é uma “casa viva” em pleno funcionamento, onde é possível assistir ao processo de fabrico da cerveja, conhecer as matérias-primas que lhe dão origem, assim como as histórias, curiosidades e os momentos marcantes da icónica cerveja Super Bock. Este centro de visitas, dinâmico e interativo, conta com identidade, design, produção e montagem assinados pela Omdesign. O desenvolvimento dos conteúdos e suportes de todos os espaços ficou também a cargo da agência portuense, que apostou em soluções, materiais e tons alusivos ao universo da cerveja e ao território da marca. Ao longo da visita, composta por dez áreas distintas, são diversos os pontos de interesse, nomeadamente o contacto com as matérias-primas nobres para a produção desta bebida milenar, como a Oficina de Cerveja Artesanal - uma “mini-fábrica” totalmente independente, na qual são visíveis os diferentes processos que dão origem às cervejas artesanais da Unicer - e a Sala de Fabrico, onde ainda hoje se encontram as originais caldeiras de cobre com mais de 50 anos. A Super Bock Casa da Cerveja constitui, assim, um novo ponto de atração turística da cidade do Porto, com o intuito de aproximar e envolver os consumidores e os fãs da Super Bock com a marca. A autenticidade e interatividade são uma constante, o que faz com que a visita a este espaço seja uma experiência única e inesquecível. DFJ VINHOS Só no ano de 2015 a empresa conquistou 311 prémios Em 2015 a DFJ VINHOS recebeu 311 prémios, dos quais 65 medalhas de ouro, 98 medalhas de prata e 16 troféus. Recorde-se que desde 2010 a DFJ VINHOS já recebeu 1245 prémios. Sobre estes prémios o Engº. José Neiva Correia salienta: "Estamos orgulhosos pois que este é um excelente reconhecimento do esforço do nos- so grupo de trabalho, sempre lutando por conseguir o melhor preço e qualidade em todos os nossos vinhos. Os prémios não são um fim em si, são antes de mais um instrumento para os que trabalham connosco passarem a mensagem aos seus clientes da excelência do nosso trabalho." ORIVÁRZEA Empresa conquista importante certificado de qualidade Numa nota distribuída à imprensa a Orivárzea, produtora de arroz do Ribatejo, congratula-se, assim como a todos os seus colaboradores, pela distinção que acaba de obter - um importante certificado de qualidade, concretamente o PT/1505478 que certifica a excelência dos seus sistema de gestão. UMA HISTÓRIA COM TRADIÇÃO A história da Orivárzea começa em 1997, quando um grupo de 10 dos mais importantes orizicultores da Lezíria Ribatejana decide dar as mãos e juntar as forças para produzir e comercializar um arroz de excelência com qualidades únicas, e fazê-lo chegar ao consumidor final a preço justo. A rentabilização dos meios de produção e o acerto de um projecto fundado no espírito de solidariedade e entreajuda rapidamente atraíram novos agricultores, que foram crescendo através dos anos até chegarem aos actuais 37 associados com 5000 hectares semeados. Todos Ribatejanos, todos produtores de arroz, todos fiéis aos princípios de certificação que garantem um arroz muito acima dos padrões oficiais de qualidade e com um controle absoluto do processo pro- 5 DE FEVEREIRO DE 2016 PUB p.22 dutivo, desde a semente, produzida pela Orivárzea, até à embalagem na prateleira do supermercado. Mas a tradição da Orivárzea nasceu muito antes de 1997. Berço privilegiado do cultivo de arroz em Portugal desde finais do século XIX, a Lezíria Ribatejana viu passar pelas suas largas planícies gerações de agricultores a quem o tempo e a prática ensinaram os segredos da orizicultura de excelência no estuário do Tejo. O ARROZ CAROLINO Descendentes destes pioneiros, e com uma herança já secular na produção e comercialização de um arroz tradicional, os associados da Orivárzea entram no mercado do século XXI com pergaminhos de antiguidade e visão de futuro, fazendo desta marca uma referência na produção de arroz de grande qualidade, não só em Portugal como em toda a Europa. A qualidade do Arroz Carolino produzido pela Orivárzea na Lezíria Ribatejana é de tal forma distintiva, que para além do mercado nacional o produto é hoje exportado para importantes mercados mundiais. O QUE OS PARTICIPANTES PENSAM DO SISAB PORTUGAL JOSÉ MARQUES MPC - MACAU ANTÓNIO ROCHA ALCIONE Estamos à procura de diversos produtos alimentares portugueses e, de facto, aqui no SISAB PORTUGAL está sempre tudo muito bem representado. Já é a quarta vez que venho e de facto é o local ideal para se procurar novos produtos e novas alternativas. As feiras internacionais são ligeiramente diferentes do SISAB PORTUGAL, pois são vocacionadas para outros produtos e outros mercados. Contudo, o SISAB PORTUGAL está muito bem posicionado e está no top dessas feiras. Já vimos ao SISAB PORTUGAL há alguns anos. Vê-se muita afluência de compradores internacionais, o que tem sempre muito interesse. O SISAB PORTUGAL é uma oportunidade que temos para dinamizar o produto além-fronteiras. Acaba por ser uma porta ideal para ganhar o mercado da exportação. Este é o evento mais indicado para as empresas portuguesas evoluirem para a exportação.O SISAB PORTUGAL é importantíssimo. Estão de parabéns e devem continuar. Não é por acaso que a gente vem cá já há alguns anos. CARLOS NOGUEIRA PLASTIDOM O SISAB PORTUGAL é uma amostra de tudo de bom que Portugal fabrica e produz. É uma oportunidade de negócio para os expositores e dá a conhecer o que a nossa indústria oferece ao mundo. Neste contexto esta- mos presentes no SISAB PORTUGAL, sendo a Plastidom uma marca líder, com a Domplex em Portugal, com suporte logístico para as várias soluções que carecem a indústria e estamos presentes como uma alternativa e um suporte de valorização de produto nacional. Costumamos participar em feiras lá fora. Estou tentado a dizer que esta, senão igual, é a melhor. Concordo que o SISAB PORTUGAL é importante para Portugal. Basta ver as marcas que estão representadas no certame. As marcas líderes estão presentes. Isso quer dizer que é uma aposta conjunta em que queremos levar bem longe o nome de Portugal. ANTÓNIO LOUÇÃO EXPORT MANAGER ERVIDEIRA JOÃO COSTA TROPIGALIA - MOÇAMBIQUE O SISAB PORTUGAL é bastante bom, bastante produtivo, especialmente com contactos com novos representantes a nível internacional e com o alargamento de contactos, quer a nível nacional quer internacional. Estamos aqui representados há vários anos e continuamos sempre interessados em estar presentes, porque é uma feira que tem bastantes resultados nas nossas vendas e também nos novos contactos com novos representantes. Tem havido melhorias na qualidade e melhoria nos parceiros, na quantidade de interessados, na quantidade de variedade e, dentro dessa variedade, a qualidade está cada vez mais alta e isso é um incentivo, não só para nós como vendedores a representar o nosso produto, mas também para quem está interessado em comprar o produto que temos para venda. Estamo aqui no SISAB PORTUGAL para ver as novidades. Apesar de já termos os nossos fornecedores habituais é lógico que também olhamos para outros stands e para outras marcas. Vemos como o mercado está a evoluir ou não e observamos a nossa concorrência, porque as outras marcas também existem no mercado moçambicano. Aproveitamos esta feira para termos um bocado a noção do que é que se está a passar no mercado em termos de novidades. A Tropigalia já vem há muitos anos ao SISAB PORTUGAL. É já uma tradição, todos os anos. AFONSO SANTOS ANGOLA ARMANDO FONTAINHAS PRESIDENTE DA ADEGA COOPERATIVA DE MONÇÃO A Adega esteve em todas as edições do SISAB PORTUGAL, desde o início, há 20 e poucos anos, até hoje. Somos presença obrigatória em todas as edições. Estar no SISAB PORTUGAL é estar com todo o mundo que se encontra a trabalhar e a importar os nossos produtos. Aqui eu consigo estar com muitos clientes meus, que já me visitam todos os anos. Consigo contactar pessoas que, não sendo meus clientes, podem vir a sê-lo. Fazer negócios. É uma presença que é indispensável. Esta é a 8ª edição em que participo no SISAB PORTUGAL. É uma feira importante que desde logo catapultou os nossos negócios ao nível da relação comercial internacional entre Angola e Portugal. Há produtos portugueses que têm um grande consumo em Angola, quer seja pela população angolana quer seja pelos residentes portugueses e, desde logo, procurámos novos fornecedores e produtos no que diz respeito aos congelados portugueses, que têm preços excelentes na relação qualidade/preço. Há uma evolução qualitativa e quantitativa no SISAB PORTUGAL. A feira está a evoluir qualitativa e quantitativamente. Tem fornecedores muito bons, a nível dos vinhos e a nível de outras bebidas também, como os licores e tudo resto. 1998 4.ª EDIÇÃO Pela primeira vez algumas empresas já apresentaram o seu próprio stand O SISAB PORTUGAL SEMPRE SOUBE... Esta foi a edição em que os importadores estrangeiros estiveram presentes pela primeira vez. Há muito que os produtos portugueses despertavam natural curiosidade e por isso o SISAB PORTUGAL ganhou pela primeira vez a presença de importadores da Holanda e da Suécia. Momento da abertura dos trabalhos da IV Edição do SISAB PORTUGAL A natural curiosidade perante os produtos portugueses que se renovama em cada edição do evento No ano seguinte a imagem dos produtos alimentares portugueses beneficiava já de uma mediatização especial. Por um lado caminhávamos para o quarto ano de SISAB PORTUGAL, por outro resultava também do benefício acrescido da EXPO’98. O IV Congresso trazia assim a Tróia cerca de 400 empresários vindos de diversos países, para fazer a maior edição até então realizada. Mas a grande novidade e originalidade desta edição era o facto de todas as empresas presentes já apresentarem o seu próprio stand de exposição e pela primeira vez também o evento recebeu empresários estrangeiros muito por via da própria pressão exercida pelas empresas nacionais. De 1 a 3 de Outubro em Tróia realizou-se a IV edição do ainda denominado Congresso Internacional do Sector Alimentar e Bebidas e bem se pode dizer que foi o momento da internacionalização e do nascimento do SISAB PORTUGAL num formato mais aproximado ao que temos vinte anos depois, pois foi neste ano que se receberam as primeiras empresas participantes vindas do estrangeiro, nomeadamente da Holanda e da Suécia. Na sessão de abertura o secretário de Estado adjunto do Ministro da Economia, Vítor Ramalho, salientou a importância das bolsas de contactos que aconteciam habitualmente no evento, considerando os empresários portugueses das comunidades como de “capital importância para a internacionalização do sector do agroalimentar”. E com a realização desta edição em Tróia encerrava-se um ciclo, pois a partir de agora acabava o encontro em locais sempre diferentes, passando a realizar-se sempre no mesmo local, o que trazia inúmeras vantagens aos participantes. JORGE ELIAS Administrador da AZEOL (...) O SISAB PORTUGAL é uma feira extremamente lucrativa, ao nível dos contactos, e do acompanhamento dos clientes. Estes são três dias que se fazem no ano que valem por seis Todas as empresas presentes apresentaram os sues produtos em espaços próprios meses ou pelo ano inteiro. Não há nada parecido com esta feira (...) BRUNO COELHO Responsável do departamento de exportação da NOBRE (...) A Nobre está com o SISAB PORTUGAL desde a primeira edição. Eu é a terceira edição que estou cá. O SISAB PORTUGAL é m uito importante, não só para a Nobre, mas para todos os produtos portugueses, porque é claramente a melhor montra que nós temos em termos nacionais para mostrar os nossos produtos lá fora. É claramente já uma referência. Mesmo em termos internacionais é frequente ouvir a referência ao SISAB PORTUGAL como o local, para se ir, para se conhecer os produtos portugueses. Para nós, ano após ano tem -se manifestado como um forte contributo para os potenciais negócios que vamos fazer em termos de exportação. Só temos boas experiências, muitos contatos e é interessante ver, ano após ano, geografias diferentes que vêm cá pelo reconhecimento dos nossos produtos, lá fora (...) Mesa de abertura dos trabalhos do evento que nesta altura ainda tinha adesignação de Comgresso Internacional A grande cortesia do cafézinho no SISAB PORTUGAL GLÓRIA CALIMASSI CAC Angola (...) No SISAB PORTUGAL vejo que há empresas que conseguem ter sucesso nos produtos que estão a comercializar, porque a feira é mais tranquila. Consegue-se comunicar com as empresas estrangeiras e mostrar os produtos portugueses de uma forma mais clara. Acho que isso faz todo o sentido e que, na minha opinião, deveria existir algo do género nos outros países. Acho que por isso somos um bocadinho diferenciadores e pioneiros nesse sentido (...) 1998 Carlos do Carmo, uma voz bem conhecida a interpretar música portuguesa para os estrangeiros que nos visitavam pela primeira vez. Momentos da sessão de abertura, a seguir começavam os negócios p.26 EMPRESAS & MERCADOS 2 DE FEVEREIRO DE 2016 QUEIJOS LAGOS Da Serra da Estrela para o mundo o m A Queijos Lagos resulta de uma tradição familiar da família Lagos, que ao longo de várias gerações, se torna especialista na produção de queijos e requeijão com leite cru. Se as gerações mais antigas da família apenas comercializavam queijo e requeijão, as últimas optaram por, recorrendo às melhores técnicas de fabrico e afinação, produzirem os seus próprios queijos e o resultado é o queijo Lagos. A tradição, o saber fazer e a selecção das matérias primas que dão corpo aos produtos e são o maior e mais fiel compromisso que os Queijos Lagos têm para com os seus clientes. Da produção sobressai a fidelidade da empresa para com as mais ancestrais técnicas de fabrico e a origem artesanal, que permite ter produtos únicos e de sabores inconfundíveis e que transformam a queijos Lagos em grandes especialistas em queijos feito com leite cru. Uma verdadeira boutique de queijo foi o que fomos encontrar ali para os lados de Vila Chã na região de Seia. Estivémos à conversa com Luis Lagos, responsável da empresa que nos explicou que a empresa “é um projeto geracional, porque tudo começou com os meus trisavôs. Inicialmente, de uma forma apenas comercial, comprando o queijo de ovelha que existia aqui na zona e era produzido pelos pastores da Serra da Estrela e indo comercializar esse queijo aos grandes centros urbanos da altura, Covilhã, Figueira da Foz, Coimbra e também a Lisboa. Mais tarde, algumas gerações depois nomeadamente na do meu pai, foi feita já uma queijaria aqui numa freguesia do concelho de Oliveira do Hospital, que é Meruge, de onde a minha família é originária, e iniciamos um processo de pré-industrialização, de transformação da recolha de leite e transformação de queijo. Assim encontramos com a fase de comercialização que já tinha sido iniciada umas gerações atrás. Agora na minha geração, demos um salto em frente e mencionamos ainda mais a transformação, aumentamos o espaço para mil metros quadrados e com outra capacidade de produção. Inovamos ainda no sentido de criar novos produtos, tínhamos o queijo de ovelha e co- meçamos também com o queijo de cabra e também de mistura (de ovelha com cabra). (...) É preciso que as pessoas percebam que não podemos continuar a ter aquele modelo um bocadinho romântico que é um pastor com 50 ovelhas, porque isso não é rentável economicamente. E ninguém pode “ser convidado” para a pobreza e abraçar essa mesma pobreza. (...) Para esta região seriam necessários rebanhos de 500 cabeças em regime semi-intensivo (...) Só não produzem com leite de vaca… Nós temos uma regra e eu continuou a respeitar essa mesma regra, que é os “Lagos” só trabalham queijos finos. Não que tenhamos algum tipo de desconsideração para com o queijo de vaca, mas o leite que tem mais qualidade, a nível de proteínas e densidade de gordura, é o leite de ovelha. É o rei dos leites. A seguir é o leite de cabra e só trabalhamos com esses dois. O leite de vaca é para grande consumo e nós identificamo-nos como uma boutique de queijos, trabalhamos leite cru, leite que não é pasteurizado e dentro desta categoria, os leites finos. (...) O SISAB PORTUGAL é uma grande plataforma de apresentação das empresas para o mercado externo e tivemos algumas oportunidades pelo facto de lá termos estado. mente. Claro que é sempre importante realçar o grande nível que existe de desigualdade negocial entre uma pequena produção (como é a nossa) e a grande distribuição. Há grupos mais sensíveis à nossa pequena dimensão e outros menos sensíveis. Mas de uma forma geral podemos dizer que as coisas têm funcionado relativamente bem. E onde distribuem a vossa produção no mercado nacional? O nosso modelo de negócio está muito centrado nas grandes superfícies. Trabalhamos com quase todas em Portugal. E também algum mercado mais tradicional, como as lojas gourmet. Mas 90% do nosso negócio hoje em dia está centrado nas grandes superfícies. O domínio da distribuição alimentar em Portugal está também aí, a profissionalização do sector fez-se com as grandes cadeias de hipermercados e tivemos, obrigatoriamente, de ter uma capacidade de resposta e também nos direcionamos para os fornecer e para acompanharmos esse processo. E não têm razão de queixa de trabalhar com as grandes superfícies? As grandes superfícies exigem-nos uma grande transformação e também exigem muita profissionalização. O grande problema é que em Portugal o processo começou ao contrário, porque o primeiro sector a profissionalizar-se foi a grande distribuição alimentar e não a transformação e a produção da matéria-prima. Se formos profissionais, se soubermos o que estamos a fazer, se produzirmos um bom produto e se formos realmente competitivos, conseguimos trabalhar com as grandes superfícies facil- LUIS LAGOS EMPRESAS & MERCADOS 2 DE FEVEREIRO DE 2016 p.27 melhor queijo de leites finos Faça-me um retrato da empresa… Terminamos o ano de 2015 com cerca de 3 milhões de euros de faturação, temos cerca de trinta colaboradores e do valor faturado exportamos cerca de 500 mil euros E para que mercados já exportam? Tivemos uma grande vitória em 2015, porque estávamos muito centrados naquilo que designamos como o nosso mercado étnico, na portugalidade que existe fora do nosso país, como nos Estados Unidos e França, mas conseguimos também sair para além desse espaço. No entanto esse é um mercado muito importante, porque é uma grande rampa de lançamento dos nossos produtos no exterior e se não fosse essa plataforma muitas vezes os produtos portugueses não conseguiam dar um salto tão rápido para fora e para ir para a conquista de outros mercados. Nós conseguimos uma grande vitória em 2015 que foi ter o nosso queijo presente na Polónia, e também estamos a trabalhar bem em Espanha. Já estiveram no SISAB PORTUGAL? Já fizemos o SISAB PORTUGAL, é uma grande plataforma de apresentação das empresas para o mercado externo e tivemos algumas oportunidades pelo facto de lá termos estado. É, por isso, uma porta que mantemos sempre entreaberta para participar. Atendendo que não produzem a matéria-prima, não têm problema com a aquisição dessa mesma matéria-prima? Muitos problemas. Acho que as entidades oficiais desde o Ministério da Agricultura, à Direção Geral de Veterinária à própria transformação têm de promover um grande diálogo no sentido de aumentarmos a nossa produção leiteira nacional. Não falo de vaca, pois não conheço o setor, e sei que a realidade é completamente distinta, mas no setor do leite de cabra e de ovelha, nós temos muito por onde crescer. É preciso que as pessoas percebam que não podemos continuar a ter aquele modelo um bocadinho romântico que é um pastor com 50 ovelhas, porque isso não é rentável economicamente. E ninguém pode “ser convidado” para a pobreza e abraçar essa mesma pobreza. Nós temos que convidar os jovens que saem da universidade e que se formam em áreas relacionadas para abraçarem projetos agrícolas empresariais. Nós precisamos de autênticas fábricas de produção de leite de cabra e ovelha. Projetos pecuários intensivos com exploração em regime semi-intensivo para podermos oferecer à nossa indústria transformadora que existe nesta região e noutras do país, onde existe exatamente o mesmo problema, o leite em escala insuficiente para a produção dos seus (...) Terminamos o ano de 2015 com cerca de 3 milhões de euros de facturação, temos cerca de trinta colaboradores e do valor facturado exportamos cerca de 500 mil euros (...) produtos. E o quanto é que seria normal um rebanho comportar para ter essa tal rentabilidade? Penso que para esta região, arriscaria a dizer 500 cabeças num regime semi-intensivo e com uma seleção de uma raça que seja produtiva. Nós temos uma ovelha nesta região, que tem de ser protegida e acarinhada porque produz o nosso queijo com denominação de origem protegida e que tem de ser produzido por uma específica raça de uma ovelha, a bordaleira ou churra mondegueira. Mas depois é preciso termos outras alternativas, porque não podemos produzir só queijo de origem protegida, também produzimos queijo de ovelha corrente e cabra. E a internacionalização tem de ser feita também com os dois produtos, precisamos de ter uma ovelha que seja produtiva a nível de preço e leite, e há várias raças para isso, com cruzamentos, que podem ter imenso sucesso. E este é um trabalho a ser feito pelo Ministério da Agricultura e pela Direção Geral de Veterinária. PUB p.28 DESPORTO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 LIGA PORTUGUESA Sporting vence em mais um jogo ‘polémico’... O Benfica goleou o Moreirense e manteve a distância para os rivais que também já tinham garantido os três pontos - o FC Porto venceu por 3-1 em casa do Estoril-Praia e o Sporting por 3-2 a Académica em Alvalade - e o segundo lugar a dois pontos dos ‘leões’ e com mais três que os ‘azuis e brancos’ A goleada do Benfica por 4-1 na visita ao Moreirense deixou tudo na mesma no trio que luta pelo título de campeão de futebol, já que o líder Sporting e o FC Porto também venceram na 20.ª jornada. Os tentos de Jonas (16 e 67), Mitroglou (43) e Gaitán (75), contra o de Iuri Medeiros (90+2), confirmaram o melhor momento do Benfica na época, com o sétimo triunfo consecutivo – e o 12.º êxito nos últimos 13 jogos -, a manter pressão sobre o Sporting, que à 22.ª jornada verá as ‘águias’ receberem os ‘dragões’. O Sporting, que venceu a Académica 3-2, soma 51 pontos, mais dois do que o Benfica, que leva três de avanço para o FC Porto, que ganhou 3-1 na visita ao Estoril, após 14 jogos sem triunfar em deslocações à capital. 20ª JORNADA V. GUIMARÃES - U. MADEIRA, 3-1 ESTORIL-PRAIA - FC PORTO, 1-3 SPORTING – ACADÉMICA, 3-2 AROUCA - P. FERREIRA, 2-2 NACIONAL – TONDELA, 3-1 RIO AVE - V.E SETÚBAL, 2-1 BOAVISTA - SP. BRAGA, 0-0 MOREIRENSE - BENFICA, 1-4 MARÍTIMO – BELENENSES Na corrida ao título de melhor marcador, Jonas já leva 21 tentos, mais cinco do que o sportinguista Slimani e nove do que o pacense Bruno Moreira. Na luta pela Europa, o Paços de Ferreira foi apanhado pelo Vitória de Guimarães no quinto lugar, após ceder empate 2-2 em casa do pretendente Arouca, que deu a volta ao tento de Bruno Moreira (19) com golos de Lucas Lima (66) e autogolo de Fábio Cardoso (80), mas, em superioridade numérica desde os 69, por vermelho direto André Leal, permitiu a Roniel (88) salvar um ponto para os pacenses. O Paços partilha o quinto posto com o Vitória de Guimarães, com 30 pontos, enquanto o Arouca é oitavo, com 25, a três do Rio Ave que regressou às vitórias, ao bater em casa o Vitória de Setúbal, por 2-1. Dois golos de cabeça, de Marcelo (20 minutos) e Tarantini (23), quebraram ‘jejum’ de quatro jogos dos vilacondenses sem amealhar os três pontos, de nada valendo aos sadinos o remate certeiro de Costinha (63). O Rio Ave descolou do Vitória de Setúbal e isolou-se no sétimo lugar, com 28 pontos, mais três do que os sadinos, que caíram para o nono lugar, em igualdade com o Arouca. O Sporting de Braga não foi além de empate 0-0 na visita ao Boavista, que continua com tendência positiva na segunda volta: os arsenalistas estão isolados em quarto, com 36 pontos, enquanto o Boavista alcançou a Académica, antepenúltimo. Um ‘bis’ de Salvador Agra e um golo de Rodrigo Pinho permitiram ao Nacional regressar às vitórias, derrotando o último classificado Tondela por 3-1, resultado que permite aos madeirenses ascender ao 14.º lugar, três pontos acima da ‘linha de água’. A ronda arrancou com o triunfo caseiro do Vitória de Guimarães so- J V E D GOLOS SPORTING 51 20 16 3 1 43-14 2º 3º BENFICA FC PORTO 49 46 20 20 16 14 1 4 3 2 54-14 40-12 4º SP. BRAGA 36 20 10 6 4 33-14 5º P. FERREIRA 30 20 8 6 6 29-24 6º VITÓRIA SC 30 20 8 6 6 29-30 7º RIO AVE 28 20 8 4 8 30-32 8º AROUCA 25 20 5 10 5 26-26 9º VITÓRIA FC 25 20 6 7 7 31-37 10º ESTORIL-PRAIA 23 20 6 5 9 19-25 11º U. MADEIRA 23 20 6 5 9 15-25 12º BELENENSES 22 19 5 7 7 25-40 13º 14º MARÍTIMO 21 20 19 6 5 3 5 10 10 26-37 22-30 20 20 20 20 20 5 5 10 23-35 4 4 5 5 11 11 15-28 20-37 2 3 15 14-34 15º NACIONAL MOREIRENSE 16º 17º BOAVISTA ACADÉMICA 18º TONDELA bre o União da Madeira (3-1). Danilo Dias, aos 12 minutos, ainda colocou os insulares em vantagem, mas Licá (13), Henrique Dourado (61) e Otávio (72) de- 21ª JORNADA SEXTA-FEIRA, 5 FEVEREIRO: BELENENSES – BENFICA, 20:30 (SPORT TV) SÁBADO, 6 FEVEREIRO: V. SETÚBAL – MARÍTIMO, 18:30 (SPORT TV) TONDELA - V. GUIMARÃES, 20:45 (SPORT TV) DOMINGO, 7 FEVEREIRO: P. FERREIRA - BOAVISTA, 16:00 U. MADEIRA – MOREIRENSE, 16:00 ACADÉMICA – NACIONAL, 16:00 FC PORTO – AROUCA, 19:15 (SPORT TV) SEGUNDA-FEIRA, 08 FEVEREIRO: SPORTING - RIO AVE, 19:00 (SPORT TV) SP. BRAGA - ESTORIL-PRAIA, 21:00 (SPORT TV) P 1º O Benfica venceu o Moreirense por 4-1, em encontro da 20.ª jornada da I Liga, mantendo a distância para os rivais e impondo a terceira derrota caseira consecutiva aos minhotos. Para os lisboetas, foi a sétima vitória seguida, tendo sido conseguida graças a dois golos de Jonas (16 e 67 minutos). O brasileiro mantém o primeiro posto como melhor marcador e ainda passou para Gaitán fazer o quarto, aos 75. 17 17 9 20 ram o triunfo aos vimaranenses, que somaram o quinto encontro consecutivo sem perder, algo que ainda não tinham conseguido esta temporada. O FC Porto virou o resultado e voltou a vencer no reduto do Estoril três anos depois DESPORTO SPORTING Cosme Machado assume erro no lance do segundo golo da Académica em Alvalade A arbitragem de Cosme Machado no jogo SportingAcadémica gerou enorme controvérsia, em particular devido à validação do segundo golo da Académica, marcado na própria baliza por Ewerthon, mas com João Real, em clara posição de fora de jogo, a fazer-se à bola, o que deveria ter invalidado o lance. O árbitro Cosme Machado, de Braga, assumiu ter errado no lance que originou o segundo golo da Académica, em Alvalade, frente ao Sporting, em encontro da 20.ª jornada da I Liga. “Não foi correta a decisão, tanto minha como do árbitro assistente. Mas, quero dizer que a decisão foi tomada por mim, sou o chefe de equipa e estou a assumir a decisão como responsável pela equipa de arbitragem”, disse Cosme Machado, em declarações ao canal de televisão SIC. O árbitro bracarense afirmou que gostaria que a decisão tivesse sido diferente: “Ninguém mais do que nós, tanto eu como o Alfredo Braga, se sente triste com uma decisão errada. Infelizmente, foi tomada naquele momento. porque somos humanos”. A arbitragem de Cosme Machado no jogo Sporting-Académica gerou enorme controvérsia, em particular devido à validação do segundo golo da Académica, marcado na própria baliza por Ewerthon, mas com João Real, em clara posição de fora de jogo, a fazer-se à bola, o que deveria ter invalidado o lance. OCTÁVIO MACHADO AO ATAQUE “Só não assistimos a um grande escândalo porque o Sporting tem uma grande equipa” Octávio Machado foi a cara da revolta leonina no auditório do Estádio de Alvalade logo após o jogo com a Académica. No lugar de Jorge Jesus, deixou muitas críticas à arbitragem de Cosme Machado: “só não assistimos a um grande escândalo porque o Sporting tem uma grande equipa, que trabalha muito e bem e tem um grande público. Não é admissível que o Sporting, clube com a maior média de espetadores no estádio na primeira volta, tenha adeptos que participam no espetáculo e depois saiam indignados. Não é assim que se promove o futebol e não é assim que queremos estar no futebol. O que se passou na hora e meia de jogo, critérios das faltas, não assinalar uma grande penalidade sobre Mané… Ando no futebol há muito tempo e nunca tinha visto um árbitro auxiliar anular um golo, e bem, e ser pressionado para mudar de opinião. Nunca tinha visto e penso que é raro nos campos de futebol. O golo era bem anulado”, disse o diretor do futebol dos Leões. O diretor do Sporting pediu mesmo que Cosme Machado não volte a ser nomeado para os jogos do Sporting. “Fico muito triste por dizer isto, mas o senhor Cosme Machado não tem condições, enquanto árbitro – não colocamos em causa a sua idoneidade enquanto pessoa - não tem qualidade para estar na primeira divisão. E gostava que o senhor Vítor Pereira [presidente do Conselho de Arbitragem] nunca mais o nomeasse para jogos do Sporting. Seria defendê-lo e resguardá-lo, depois do que aconteceu aqui hoje. Com toda a efervescência que tem havido à volta do Sporting, devia haver mais cuidado na nomeação dos árbitros” disse. PUB 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.29 p.30 DESPORTO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 OCTÁVIO MACHADO ATACA CONSELHO DE DISCIPLINA DA FPF “Dois pesos e duas medidas” Em causa está uma agressão do avançado argelino ao médio grego Samaris que não foi assinalada pelo árbitro Jorge Sousa no jogo entre o Sporting e o Benfica para a Taça de Portugal. O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol anunciou a instauração de uma processo disciplinar ao avançado Slimani, do Sporting, na sequência de uma queixa apresentada pelo Benfica. Em causa está uma agressão do avançado argelino ao médio grego Samaris que não foi assinalada pelo árbitro Jorge Sousa, no início da segunda parte do jogo da quarta eliminatória da Taça de Portugal, em que o Sporting recebeu e venceu o Benfica, por 2-1, após prolongamento. A secção não profissional do CD indicou ainda que, no âmbito do mesmo processo, mandou arquivar a queixa apresentada pelo Sporting contra o Benfica. A 23 de novembro, dois dias depois do encontro, o clube ‘encarnado’ deu conta da queixa depositada no CD por causa da agressão de Slimani, que marcou o golo do triunfo do Sporting, aos 112 minutos, depois de o grego Mitroglou ter colocado as ‘águias’ em vantagem aos seis minutos e de Adrien ter empatado nos descontos da primeira parte. Dois dias depois dos bicampeões nacionais, o Sporting também fez saber que apresentou queixas no órgão disciplinar da FPF contra jogadores do Benfica por agressões a futebolistas e a um treinador adjunto dos ‘leões’, alegadamente verificadas nos dois últimos encontros entre as duas equipas, um no campeonato, e no da Taça. Em dezembro, o CD instaurou um processo “com vista ao apuramento de factos” relacionados com o jogo da Taça de Portugal e remeteu para a Comissão de Instrução e Inquéritos (CII) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional a parte da queixa ‘leonina’ referente ao jogo da oitava jornada do campeonato, que o Sporting venceu por 3-0, no Estádio da Luz, a 25 de outubro de 2015. A 11 de dezembro, a CII comunicou o arquivamento das queixas do Sporting, considerando que, depois de analisadas as imagens enviadas, não havia indícios suficientes para a instauração de qualquer procedimento disciplinar. SPORTING REAGE O diretor geral do Sporting, Octávio Machado, acusou o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol de ter “dois pesos e duas medidas” e revelou que o clube vai recorrer do processo instaurado a Slimani. “Não espero que Slimani seja castigado, pelo contrário. Não deve sê-lo porque seria ter dois pesos e duas medidas. Seria mau para o futebol português”, disse o dirigente ‘leonino’, para quem o Sporting é o clube que mais tem promovido a modalidade pelos espetáculos que tem proporcionado e por ser a equipa com mais jogadores portugueses. De acordo com Octávio Machado, “as regras e os conceitos do futebol são iguais em todas as competições, pelo que não se percebe porque é que num caso a secção profissional do CD tomou a decisão de arquivar a participação do Sporting e a secção não profissional instaurou um processo a Slimani”. O dirigente ‘leonino’ aludia à queixa do Benfica referente a uma alegada cotovelada dada pelo jogador Islam Slimani no benfiquista Samaris, no jogo Sporting-Benfica da Taça de Portugal, que justificou a abertura de um processo ao avançado argelino, ao contrário do aconteceu com a participação apresentada pelos ‘leões’ sobre alegadas infrações disciplinares de jogadores ‘encarnados’ no jogo entre as duas equipas para a I Liga. “O Sporting vai recorrer desta decisão do CD para o Conselho de Justiça (CJ) da FPF porque não aceita que haja dois pesos e duas medidas”, disse o diretor geral dos ‘leões’, que manifestou estranheza com o conteúdo da queixa avançada pelo Benfica contra Slimani junto do CD. Segundo Octávio Machado, a queixa refere uma agressão de Slimani a Samaris na primeira parte, quando toda a comunicação social alude ao lance em causa como tendo ocorrido no início da segunda, além de que o ponta de lança do Sporting é referido na mesma queixa como jogador do Nacional. A propósito, o dirigente ‘leonino’ rebateu a tese do Benfica, segundo a qual houve uma agressão de Slimani a Samaris no citado lance: “Uma cotovelada é uma cotovelada. O Slimani, O jogo da polémica aconteceu na quarta eliminatória da Taça de Portugal, em que o Sporting recebeu e venceu o Benfica, por 2-1, após prolongamento. Slimani marcou mesmo o golo da vitória leonina aos 112 minutos do prolongamento para evitar o bloqueio de Samaris, fez um movimento de extensão com o braço para o afastar e atingiu-o nas costas. O árbitro viu e não interpretou como sendo uma agressão”. “O que nos preocupa é a indisponibilidade para apitar manifestada por quatro árbitros de qualidade, que nos merecem confiança, cujas notas aos jogos que arbitraram do Sporting apareceram na comunicação social. Estou a falar de Jorge Sousa, Carlos Xistra, Hugo Miguel e Vasco Santos, que estão de baixa”, disse Octávio Machado, para quem, qualquer dia, “não há árbitros para apitar ou se restringem as opções de uma forma inaceitável”. O mesmo dirigente fez a defesa de Islam Slimani, um jogador “abnegado, que joga nos limites da entrega como os amantes do futebol apreciam”, virtudes essas que estão a tentar “virar” contra ele e acusou o Benfica de “obses- são e de mover a sua influência” para castigar o jogador argelino, recordando que é o “único clube que, até ao momento, apresentou queixa contra um adversário”. Questionado sobre as declarações recentes do presidente do Marítimo, Carlos Pereira, que culpou o Sporting por não ter fechado atempadamente o negócio das transferências de Marega e José Sá, que assinaram pelo FC Porto, alegou tratar-se de uma opinião e que o clube de Alvalade “só confirma a aquisição de jogadores que assinem contrato”. Em relação às notícias que dão consumada a transferência de André Carrillo para o Atlético Madrid, Octávio Machado reconheceu que o jogador “é livre de assinar por quem quiser”, mas lembrou que há “prerrogativas a cumprir” e que não o foram até ao momento, nomeadamente a obrigatoriedade de informar por carta o Sporting. SPORTING Sporting vai recorrer do arquivamento do inquérito sobre as alegadas ofertas do Benfica a árbitros O Sporting anunciou, em comunicado, que irá recorrer da decisão da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga em arquivar processo decorrente das afirmações do seu presidente, Bruno de Carvalho, sobre as ofertas do Benfica a árbitros. Na mesma nota, a direção dos ‘leões’ insurge-se contra a ‘sentença’ tornada pública: “Não serão estas tomadas de decisão, que prejudicam gravemente o futebol, que irão demover o nosso clube, em todas as instâncias necessárias, para a penalização de quem comete atos como os ora mencionados”. E relembra que se trata da “oferta de 1120 jantares por época a árbitros, delegados e observadores”, argumentando que é por decisões como a da CII que não é permitida “a modernização, credibilização e dignificação do futebol”, aludindo à “criação de conceitos inexistentes como o de 0dolo sem intenção’”. A direção do Sporting escreve que “não era expectável outra decisão”, atendendo “ao próprio decurso do inquérito promovido pela Comissão de Instrução e In- quéritos da Liga, pelas questões colocadas, nomeadamente aos árbitros, e pela condução da inquirição no que diz respeito ao presidente do Sporting Clube de Portugal”, a qual “no momento certo, irá pelo mesmo ser revelada”. A CII anunciou o arquivamento do processo decorrente das afirmações do presidente do Sporting sobre as ofertas do Benfica a árbitros. A comissão considerou que as ofertas a que Bruno de Carvalho se referiu como sendo uma forma de influenciar as equipas de arbitragem, e que pelas contas do líder do Sporting poderiam atingir um valor global anual de 250 mil euros, “ingressa no conceito de ofertas de mera cortesia (...) admitida na regulação desportiva”. II LIGA Feirense aproveita deslize dos quatro primeiros O Feirense aproveitou os deslizes de FC Porto B, Freamunde, Desp. Chaves e Gil Vicente. O Feirense foi o principal destaque da 27ª jornada da II Liga, ao vencer na receção ao Farense por 1-0 e beneficiar da circunstância de os quatro primeiros da classificação não terem vencido. O líder FC Porto B, que não pode subir de divisão, perdeu em casa com o Leixões, o vice-líder Freamunde tinha empatado em Barcelos com o quarto classificado, o Gil Vicente, e o Desportivo de Chaves, terceiro, não foi além de um empate em casa frente ao penúltimo, o Oriental. Em face dos resultados dos quatro primeiros, o Feirense ‘pontuou’ em vários campos em simultâneo, graças ao golo solitário de Platiny, aos 49 minutos, a corresponder de cabeça a um cruzamento de Serginho. O Farense viu a sua tarefa dificultada após a expulsão de Rambé, aos 81 minutos, por acumulação de cartões amarelos, mas Irobiso ainda podia ter empatado, aos 83. Com este precioso triunfo, o Feirense subiu ao quarto lugar, com 46 pontos, por troca com o Gil Vicente (44), que não foi além de um CRISTIANO RONALDO Grande golo frente ao Espanyol O Real Madrid goleou por 6-0 na receção ao Espanyol, num encontro, da 22.ª jornada da Liga espanhola, em que o português Cristiano Ronaldo marcou metade dos tentos dos ‘merengues’. O ‘capitão’ da seleção apontou o segundo, de grande penalidade, aos 12 minutos, o quarto, com um grande trabalho à entrada da área concluído com potente remate de pé esquerdo, aos 45, e o quinto, de cabeça aos 82. Com este ‘hat-trick’, Ronaldo conta agora 19 golos na prova, tendo igualado o uruguaio Luis Suárez na liderança dos marcadores. Karim Benzema inaugurou o marcador, aos sete minutos, passando a somar 18, e James Rodriguez apontou o terceiro, aos 16. Óscar Duarte encerrou as contas, aos 86, na própria baliza. O Real Madrid voltou a isolar-se no 3º posto, a um ponto do Atlético de Madrid e quatro do Barcelona. ‘nulo’ em casa frente ao vice-líder, o Freamunde. Imediatamente abaixo do Feirense, o Portimonense, sexto classificado, que somava os mesmos pontos (43) da equipa de Vila da Feira, também ‘tropeçou’, em Mafra, face ao antepenúltimo da classificação, ao ceder um ‘nulo’. A maior surpresa da 27.ª jornada protagonizou-a o FC Porto B, ao sofrer a sua segunda derrota em casa na II Liga, frente ao Leixões, 16.º classificado, tendo-se repetido assim o resultado da primeira volta. Os golos foram marcados por Bruno Lamas e Rateira, aos 40 e 84 minutos, os quais, curiosamente, foram os autores dos golos com que o Leixões bateu os portistas em Matosinhos. O FC Porto não perdia em casa desde a primeira jornada, a 9 de agosto de 2015, quando foi batido pelo Portimonense, por 2-1. Por seu lado, o Desportivo de Chaves desperdiçou a oportunidade de ascender à vice-liderança, ao ceder um inesperado empate em casa perante o Oriental, depois de se ter adiantado no marcador aos 48 mi- p.31 DESPORTO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 nutos, por Braga. A equipa transmontana não conseguiu, porém, impedir a reação do Oriental, que seria coroada com o golo do empate, aos 72 minutos, através de Firmino. De realçar, ainda, a derrota do Sporting B em casa frente ao Sporting da Covilhã, por 3-1, resultado que aumentou a série de resultados negativos dos ‘leões’ e permitiu aos serranos fugirem aos lugares de despromoção. Ao somar o sétimo triunfo na prova, o Sporting da Covilhã subiu ao 18.º lugar, com 32 pontos, enquanto o Sporting B somou o sétimo jogo consecutivo sem vencer e está em 11.º, com 36. Nas restantes partidas o Vitória de Guimarães B perdeu em casa com o Famalicão por 2-1, Varzim e Penafiel empataram a um golo na Póvoa, o Académico de Viseu fez valer o fator casa na receção ao Santa Clara ao vencer por 1-0, o mesmo resultado com que o Atlético bateu o Olhanense na Tapadinha, e, finalmente, o Desportivo das Aves impôs-se em casa ao Sporting de Braga B por dois golos sem resposta. P J V E D GOLOS 1º FC PORTO B 52 27 16 4 7 58-35 2º 3º FREAMUNDE DESP. CHAVES 47 47 27 27 13 12 8 11 6 4 33-18 36-25 4º FEIRENSE 46 27 1 10 5 31-23 5º GIL VICENTE 44 27 21 8 7 34-25 6º PORTIMONENSE 43 27 21 10 6 36-31 7º DESP. AVES 42 27 12 6 9 30-21 8º FAMALICÃO 42 27 11 9 7 38-31 9º SP. BRAGA "B" 38 27 10 8 9 28-30 10º ATLÉTICO 36 27 9 9 9 24-23 11º SPORTING "B" 36 27 10 6 11 31-35 12º A. VISEU 36 27 9 9 9 27-31 13º 14º VARZIM 35 35 27 9 10 8 5 10 12 29-30 26-31 33 9 6 12 29-31 8 9 9 5 10 13 29-35 29-33 15º OLHANENSE FARENSE 27 16º 17º LEIXÕES SANTA CLARA 33 32 18º SP. COVILHÃ 32 27 27 27 27 7 11 9 28-34 19º PENAFIEL 31 27 7 10 10 26-32 20º V. GUIMARÃES B 31 27 8 7 12 27-36 21º BENFICA B 31 27 9 4 14 29-39 22º MAFRA 27 27 5 12 10 21-25 23º ORIENTAL 27 27 7 6 14 34-41 24º OLIVEIRENSE 21 27 4 9 14 26-44 27ª JORNADA 28ª JORNADA OLIVEIRENSE - BENFICA B, 1-2 GIL VICENTE – FREAMUNDE, 0-0 FC PORTO B – LEIXÕES, 0-2 MAFRA – PORTIMONENSE, 0-0 SPORTING B - SP.COVILHÃ, 1-3 VIT.GUIMARÃES B – FAMALICÃO, 1-2 VARZIM – PENAFIEL, 1-1 A. VISEU – SANTA CLARA, 1-0 ATLÉTICO – OLHANENSE, 1-0 DESP. AVES - SP. BRAGA B, 2-0 DESP. CHAVES – ORIENTAL, 1-1 FEIRENSE – FARENSE, 1-0 FAMALICÃO - GIL VICENTE PORTIMONENSE - SPORTING B SANTA CLARA - DESP. AVES PENAFIEL – ATLÉTICO LEIXÕES - D. CHAVES OLHANENSE - V. GUIMARÃES B SP. BRAGA B - OLIVEIRENSE SP. COVILHÃ – FEIRENSE FARENSE - MAFRA, 15:00 ORIENTAL - A.VISEU BENFICA B - VARZIM FREAMUNDE - FC PORTO B PUB p.32 DESPORTO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 TAÇA DA LIGA Sp. Braga, Marítimo, Benfica e Portimonense nas ‘meias’ Marítimo-Portimonense e Benfica-Sp. Braga. São estes os jogos das meias-finais da Taça da Liga. O FC Porto completou a sua pior participação numa Taça da Liga com o pleno de derrotas em três jogos. O Marítimo, que empatou sem golos frente ao Famalicão, na Madeira, venceu o Grupo A Sporting de Braga e Marítimo juntaram-se ao Benfica e Portimonense nas meias-finais da Taça da Liga, com ‘arsenalistas’ e ‘encarnados’ a encontrarem-se numa espécie de final antecipada da prova, graças ao seu estatuto de favoritos. Os ‘arsenalistas’, reduzidos a 10 jogadores desde os 63 minutos (Mauro foi expulso), empataram sem golos no terreno do Rio Ave, na terceira e última jornada do Grupo D, e terminaram com sete pontos, dois à frente dos adversários des- ta tarde. Na outra partida do agrupamento, o Belenenses goleou o Leixões por 4-0, quedando-se a três pontos do líder, enquanto os matosinhenses nem sequer pontuaram. O espanhol Juanto Ortuño, reforço de inverno da equipa do Restelo, apontou dois dos tentos (78 e 86), somados aos de Tonel (9) e Betinho (69), para uma goleada conseguida com apenas 10 elementos, por expulsão de Tiago Almeida, a meia hora do fim do encontro. O Marítimo, que empatou sem golos frente ao Famalicão, na Madeira, venceu o Grupo A, também com sete pontos, agrupamento no qual o FC Porto foi a maior desilusão, sem qualquer ponto conquistado, tendo sido derrotado pelo Feirense. De facto, o FC Porto sofreu a terceira derrota na Taça da Liga, ao perder em casa do secundário Feirense, por 2-0, na terceira e última jornada do Grupo A. Com poucas hipóteses de se apurar, pois precisava de uma derrota do Marítimo e de uma grande recuperação na diferença de golos, o Feirense somou a segunda vitória na ‘poule’, com golos de Hélder Castro (39), de grande penalidade, e de Porcellis (81). Com este resultado, o FC Porto termina no último lugar do Grupo. Sem somar qualquer ponto, enquanto o Feirense é segundo, com seis, a um do Marítimo. Os funchalenses, finalistas vencidos na última temporada, receberão, numa única mão, o Portimonense na outra meia-final, com a particularidade de os algarvios serem a primeira equipa do escalão secundário a chegar a essa fase da Taça da Liga. O FC Porto sofreu a terceira derrota na Taça da Liga, ao perder em casa do secundário Feirense FUTSAL SELEÇÃO Loures assina protocolo com Sporting para dar formação de futsal no concelho Jogo com a Noruega em maio A Câmara Municipal de Loures assinou um protocolo de colaboração com o Sporting Clube de Portugal para potenciar a prática do futsal no concelho, nomeadamente através de formação gratuita a uma centena de jovens. A colaboração entre a Câmara de Loures e o clube lisboeta já existe há alguns anos, mas desta vez irão ser estabelecidas as condições de funcionamento de um Centro Municipal de Formação de Futsal, segundo explicou à agência Lusa o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira. “Pensamos que é uma aposta muito positiva para o nosso concelho porque iremos dar oportunidade a cerca de uma centena de crianças de terem um enquadramento integrado nesta modalidade. Quem sabe no futuro venham a ter oportunidade de jogar no Sporting ou num clube do concelho”, sublinhou. O Centro Municipal de Formação de Futsal é constituído por dois polos, um na cidade de Loures (Pavilhão Paz e Amizade) e outro na localidade de São João da Talha (Pavilhão José Gouveia) e dará formação gratuita a jovens entre os cinco e os 14 anos, de ambos os sexos. “Achamos que o facto de ser gratuito é uma mais-valia porque não exclui ninguém. Independentemente da condição económica qualquer jovem terá oportunidade para ter um enquadramento prático do futsal”, apontou. Além da formação, dada por técnicos do Sporting, ficará estabelecida também a realização de dois ‘workshops’, por época, destinado a técnicos de futsal. Em contrapartida, a Câmara Municipal de Loures irá ceder as instalações do pavilhão José Gouveia, em São João da Talha, para a realização dos jogos dos junio- res do Sporting (categoria A,B e C) e para os da equipa sénior feminina. A seleção portuguesa vai defrontar a Noruega, a 29 de maio, em jogo de preparação para o Euro2016. “A Seleção Nacional terá no dia 29 de maio, em hora e local a divulgar, mais um importante teste de preparação para o Campeonato da Europa que decorrerá em França entre os dias 10 de junho e 10 de julho de 2016”, refere a nota da FPF. O jogo com a Noruega sucede a um conjunto de outros jogos, também de preparação para o Europeu, já agendados, e que incluem testes com a Bulgária, a 25 de março, em Leiria, e com a Bélgica, a 29 de março, em Bruxelas. O organismo federativo recorda também que as seleções defrontaram-se em dez ocasiões, com Portugal a vencer sete, empatar duas e perder uma, e que os nórdicos foram eliminados no ‘play off’ para o Euro2016 pela Hungria, futura adversária dos lusos. p.34 DESPORTO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 ESQUI Vanina Guerillot é a segunda esquiadora portuguesa a ganhar medalhas em provas internacionais Vanina Guerillot tornou-se na segunda esquiadora portuguesa a conquistar uma medalha em provas internacionais depois de Andrea Bugnone, no mesmo escalão, ter sido o primeiro esquiador português a alcançar o mesmo feito, em 2012, também no Troféu Borrufa. Vanina Guerillot tornou-se a segunda esquiadora portuguesa a conquistar medalhas em provas internacionais, depois de se ter sagrado vice-campeã de ‘slalom gigante’, na categoria de infantes, no Troféu Borrufa, em Espanha. Vanina Guerillot, de 13 anos, filha de mãe portuguesa e pai francês, a viver em Courchevel, França, integrou a comitiva lusa em Andorra onde decorreu a competição. A jovem esquiadora consegue a proeza depois de Andrea Bugnone, no mesmo escalão, ter sido o primeiro esquiador português a conquistar medalhas em provas internacionais de desportos de neve, em 2012, também no Troféu Borrufa. Andrea Bugnone, residente na Suíça e filho de mãe portuguesa, agora com 16 anos, vai ser o primeiro atleta nacional a participar nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, entre 12 e 21 de fevereiro, em Lillehammer, Vanina Guerillot tornou-se a segunda esquiadora portuguesa a conquistar medalhas em provas internacionais, Andrea Bugnone, filho de mãe portuguesa, vai ser o primeiro atleta nacional a participar nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude na Noruega. A delegação portuguesa em Andorra conta, para além de Vanina Guerillot, com mais cinco esquiadores: Manuel Ramos, Lourenço Simões, Pedro Marim, Henrique Brancal e Lucas Viegas. geiro, à procura de atletas com capacidades para representarem Portugal. Em declarações à agência Lusa, o dirigente informou estar feita a sinalização de talentos a residirem no estrangeiro: Para Pedro Farromba, presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, os resultados internacionais que começam a surgir são fruto do trabalho feito no país e junto dos portugueses residentes no estran- “Falta garantir-lhes as condições de treino, porque sabemos onde há atletas portugueses com capacidades.” Para que isso aconteça, realça, é necessário um maior apoio por parte do Governo. MUNDIALITO INFANTIL Benfica, FC Porto e Sporting vão participar no Mundialito Infantil Benfica, FC Porto, Sporting, FC Barcelona, Liverpool, AC Milan, Inter Milão, Juventus, Ajax e Vasco da Gama estão entre os clubes já confirmados para o Mundialito infantil de futebol, organizado pela FIFA, a decorrer em março, em Vila Real de Santo António. Benfica, FC Porto, Sporting, FC Barcelona, Liverpool, AC Milan, Inter Milão, Juventus, Ajax e Vasco da Gama estão entre os clubes já confirmados para o Mundialito infantil de futebol, a decorrer em março, em Vila Real de Santo António. O Mundialito 2016, organizado sob a égide da FIFA e já considerado como o maior torneio infantil do mundo, irá decorrer novamente em Vila Real de Santo António, de 20 a 26 de março, com 200 equipas oriundas dos cinco continentes e mais de quatro mil atletas. Benfica, FC Porto, Sporting, Belenenses e Olhanense são os emblemas nacionais que já con- firmaram a presença no Mundialito, que irá contar com equipas representantes de importantes clubes a nível mundial. FC Barcelona, Atlético de Madrid, Valência e Sevilha, de Espanha, Inter Milão, AC Milan e Juventus, de Itália, Liverpool, de Inglaterra, Ajax, da Holanda, Borussia Dortmund, da Alemanha, Vasco da Gama, do Brasil, América, do México, e Kashima Antlers, do Japão, contam-se entre os clubes participantes. O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António e os estádios do Lusitano Futebol Clube e do Grupo Desportivo Beira-Mar são, uma vez mais, os palcos escolhidos para receber a prova, perfazendo um total de 17 campos de jogo. Ao todo, participam na competição mais de quatro mil crianças, entre os 6 e os 12 anos de idade, divididas por quatro categorias de futebol de 7 e uma categoria de futebol de 6. A primeira fase jogar-se-á no sistema de liga, classificando-se as duas primeiras equipas para o ‘Torneio de Ouro’ e as seguintes para o ‘Torneio de Prata’. As restantes ficam apuradas para o ‘Torneio de Bronze’ e ‘Fair Play’. Organizado pela Escola Internacional de Futebol Ricardo Godoy, com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, os promotores do Mun- O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António e os estádios do Lusitano Futebol Clube e do Grupo Desportivo Beira-Mar são, uma vez mais, os palcos escolhidos para receber a prova, perfazendo um total de 17 campos de jogo. dialito 2016 preveem um retorno financeiro de cerca de sete mi- lhões de euros para a economia local. DESPORTO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.35 ANDEBOL PANAMÁ Islândia no caminho de Portugal rumo ao Mundial Bruno Pais 10.º classificado no Ironman 70.3 A Islândia esteve presente nos nove últimos Europeus, destacando-se o terceiro lugar em 2010, o quinto em 2014 e o facto de ser vice-campeã olímpica em Pequim2008. A Islândia, 13.ª classificada no Europeu que termina na Polónia, é a adversária de Portugal no ‘play-off’ de acesso ao Mundial de andebol de 2017, em França, ditou o sorteio. “Tivemos oportunidade de, no último ano e meio, realizar cinco jogos particulares com a Islândia, dos quais ganhámos dois e perdemos três. Este histórico recente espelha bem as dificuldades que poderemos vir a encontrar, mas, ao mesmo tempo, dá-nos alento para encarar este ‘play-off’ de uma forma positiva”, analisou o selecionador de Portugal Rolando Freitas. Os islandeses recebem Portugal a 11/12 de junho e a decisão será em solo luso, a 15/16 de junho. “Vamos encarar este ‘play- -off’ de uma forma positiva. Já sabíamos que o sorteio seria sempre muito difícil, dado o valor das seleções que constituíam o pote 1. Ainda assim, adversários como a Dinamarca, ou até a Croácia, eram aqueles que queríamos evitar em absoluto”, reconheceu Rolando Freitas. A Islândia esteve presente nos nove últimos Europeus, destacando-se o terceiro lugar em 2010, o quinto em 2014 e o facto de ser vice-campeã olímpica em Pequim 2008. “Devemos levar em consideração que, neste Europeu, a Islândia não se apurou para o ‘main-round’ [segunda fase] por escassos dois golos, sendo - até aos jogos das finais - a única equipa a derrotar a Noruega, que foi claramente a grande surpresa deste Europeu pela qualidade do jogo apresentado”, advertiu. Estando colocado no pote 2, Portugal sabia que iria encontrar um adversário considerado dos mais fortes. “Sabemos que esta é uma boa oportunidade para Portugal. Estou certo de que vamos todos direção, equipa técnica, clubes, jogadores, adeptos e outros agentes ligados à modalidade - contribuir para que a preparação para estes jogos seja a ideal, chegando a junho em ótimas condições de lutar pelo apuramento”, vaticinou. Rolando Freitas espera que Portugal possa aproveitar a oportunidade para “regressar aos grandes palcos”, congratulando- -se pelo facto do desafio decisivo ser disputado em casa. O presidente da federação, Ulisses Pereira, manifestou-se convicto de que vão ser dois jogos “muito intensos” e deseja que Portugal tenha “a pontinha de sorte que tem faltado nas últimas competições”. Sorteio para o ‘play-off’ de apuramento para o Campeonato do Mundo de França 2017 Suécia - Bósnia Herzegovina República Checa - Macedónia Polónia - Holanda Rússia - Montenegro Sérvia - Hungria Islândia - Portugal Eslovénia - Noruega Bielorrússia - Letónia Dinamarca - Áustria O olímpico português Bruno Pais foi 10.º classificado no Ironman 70.3, prova de triatlo longo que se realizou na Cidade do Panamá. “Nunca tinha competido a este nível nesta altura do ano. Estou contente com o meu desempenho e com as sensações que tive. O calor e a humidade causaram-me muito desgaste, mas foi uma boa forma de começar a época. Foi a primeira prova oficial do triatlo do Estoril-Praia e isso também me deixa muito orgulhoso”, disse o atleta dos ‘canarinhos’. O triatleta do Estoril-Praia cumpriu os 1,9 quilómetros de natação, 90 de ciclismo e 21 de corrida em 03:49.00, a 10.08 minutos do canadiano Lionel Sanders, que bateu o francês Antony Costes por 3.01 e o australiano Tim Reed por 4.16. MASTERS DA ISLÂNDIA EM BADMINTON ATLETISMO Pedro Martins perde final Benfica sagra-se campeão nacional de juvenis de atletismo em pista coberta O português Pedro Martins perdeu na final do Masters da Islândia de badminton, cedendo por 2-1 em Reiquejavique, frente ao dinamarquês Kim Bruun. Sétimo cabeça de série, Pedro Martins até venceu o primeiro ‘set’, por 21-10, mas o adversário, oitavo favorito do torneio, recuperou e impôs-se nos jogos seguintes pelos parciais de 21-14 e 21-16, em 57 minutos. Pedro Martins começou por afastar o turco Emre Vural, oriundo da qualificação, por 21-12 e 2321, seguindo-se o islandês Kari Gunnarsson por 21-13 e 21-15. O maior obstáculo surgiu nos quartos de final, fase em que o luso defrontou o favorito do torneio, o polaco Adrian Dziolko, impondo-se por 21-18, 10-21 e 21-13. Nas meias-finais, frente ao dinamarquês Patrick Bjerregaard, que também veio da qualificação, Pedro Martins liderava por 9-2 no primeiro ‘set’ quando o adversário abandonou, por problemas físicos. No quadro feminino, Telma Santos, que era quarta cabeça de série, ficou-se pela segunda ronda, na qual perdeu com a dinamarquesa Cláudia Paredes por 21-13 e 21-19. Na primeira ronda, a portuguesa tinha afastado a também dinamarquesa Sofie Kierkegaard, oriunda da qualificação, por 21-15 e 21-14. Ambos os atletas estão na corrida pelo apuramento para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, sendo que a lista definitiva será divulgada a 1 de maio. ATLETISMO Marisa Carvalho bate recorde A atleta portuguesa Marisa Vaz Carvalho, do Benfica, bateu o recorde nacional de juvenis dos 300 metros, em pista coberta, com o tempo de 39,92 segundos, nos ‘nacionais’ de atletismo da categoria, realizados em Braga. A anterior melhor marca pertencia a Ana Pacheco (Sporting de Braga), com 41,11 segundos, e estava em vigor desde 1997. No final da primeira jornada do nacional de juvenis, o Benfica lidera as classificações coletivas, somando 68 pontos no setor masculino e 49 no feminino, contra 50 e 23, respetivamente, da Juventude Vidigalense, que segue em segundo nas duas. As equipas masculina e feminina de atletismo do Benfica sagraram-se campeãs nacionais de juvenis em pista coberta, no decorrer dos campeonatos realizados em Pombal. Os rapazes somaram 147,5 pontos, contra 53 da Juventude Vidigalense e 45 da Associação 20 km de Almeirim. As raparigas do Benfica obtiveram 124 pontos, mais cinco que a Juventude Vidigalense. O Gira Sol completou o pódio, com 44 pontos. A jovem benfiquista Marisa Vaz de Carvalho, que no sábado, na primeira jornada, batera o recorde nacional juvenil de 300 m, com 39,92 segundos, e ganhara também o peso/3 kg, com 14,00 metros, somou terceiro título na segunda jornada, ao triunfar nos 60 m barreiras, com 8,47 segundos. Em destaque esteve ainda Manuel Dias (U. Tomar), ao bater o recorde nacional do heptatlo (juvenis), com 4.781 pontos. PUB THE FINE WINE ALLIANCE Taste the finest family owned wines Douro Lisbon Lisbon CONTACTS (+351) 219 687 072 [email protected] Alentejo www.wineventures.eu www.quintadecottas.pt www.quintassebastiao.com www.santavitoria.pt p.36 EDUCAÇÃO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 ALUNOS PORTUGUESES ESTÃO A SAIR MAL PREPARADOS DA FACULDADE Lutar por um ensino superior especializado Cada vez mais existem casos de alunos de universidades portuguesas que enfrentam dificuldades ao entrar no mercado de trabalho. A falta de um ensino mais prático, que não se baseie apenas na teoria, obriga várias empresas a darem formações para preparem os recém-licenciados. São já vários os especialistas que defendem um novo método de ensino, de modo a preparar cada vez mais cedo a geração mais nova para enfrentar o mundo de trabalho. Num mundo que está em constante mudança - com o avanço das novas tecnologias - a forma de ensinar contínua inalterável, imóvel, como se estivesse parada no tempo. O mundo do mercado de trabalho está em constante mudança e, cada vez mais, precisa de trabalhadores especializados com conhecimentos práticos na área. Num estudo recente, levado a cabo pelo ‘Center for World University Ranking’ sobre as mil melhores universidades do mundo, sete delas são portuguesas, colocando, assim, Portugal numa posição privilegiada. No entanto, apesar desta distinção, os alunos portugueses terminam os estudos e entram mal preparados para o mercado de trabalho, acabando por receber uma formação especializada na empresa. PRÁTICA INSUFICIENTE NAS UNIVERSIDADES André Coelho tem vinte e cinco anos e licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores no Instituto Superior Técnico. Trabalha, agora, numa empresa de consultoria de Tecnologia de Informação (TI), mas não esquece as dificuldades que enfrentou quando terminou o curso superior, há poucos meses. Considera, neste sentido, que “as universidades portuguesas preparam mal os alunos”. “Acho que temos acesso a uma boa formação e que trabalhamos muitas vezes sobre pressão, mas não temos conhecimentos específicos em determinadas áreas”. Na sua opinião, uma das formas de colmatar este problema seria começar por estabelecer uma ligação mais estreita entre as universidades e as empresas, o que tornaria mais fácil a integração de um novo trabalhador e evitaria que as empresas tivessem de perder tempo a dar formação. “Quando entrei para a minha empresa tive que ter uma formação especializada dentro da área. Apesar de o meu curso me dar as bases, houve alguma falta de informação. Trabalho com bases de dados e tenho as noções do panorama geral, mas faltavam-me os conhecimentos mais aprofundados, que tive de estudar já dentro da empresa”, confessou o jovem. Apesar de tudo, não desvaloriza as aulas teóricas que deu na faculdade: “Precisamos de ter a base dos conhecimentos para os poder aplicar”. Em contrapartida, sentiu que as au- las práticas não chegaram para representar o que realmente acontece no mundo do trabalho. As feiras de trabalho são também uma aposta de muitas faculdades para aproximar os estudantes com as empresas, mas são mais úteis para, mais tarde, o licenciado conseguir ter informações e arranjar trabalho nessas empresas. Considera que os estágios curriculares são bastante importantes para preparar melhor os jovens para o mercado de trabalho, pois vão permitir ao recém-licenciado ter um contacto direto com a área. O SUCESSO PARTE DA INICIATIVA DOS JOVENS Outro caso semelhante é o de Maria Helena Guia, também ela com vinte e cinco anos, mas licenciada em Comunicação Empresarial. A faculdade onde se licenciou deu-lhe a oportunidade de realizar um estágio curricular numa empresa da área e, ao terminar, foi convidada a ficar. “Acho que há determinados módulos que são construídos em cima de bases com pouca solidez, ou seja, há uma série de unidades curriculares completamente desnecessárias nas nossas universidades, hoje em dia”, comentou Maria Helena Guia, recordando os seus tempos de faculdade. No entanto, a jovem acha que a culpa da má preparação deve ser distribuída pelo aluno, pelo curso que escolheu, pela escola onde entrou e também pelo docente. Defende, ainda, que a “teoria é tão importante como a prática, pois as bases das coisas são construídas nisso mesmo” e que esta componente não pode ser descartada. A recém-licenciada realçou, inclusive, a importância de estágios curriculares, onde os alunos encaram a realidade do mercado de trabalho e começam a compreender o panorama da concorrência, além de “se aperceberem de uma série de coisas que não são ensinadas na universidade”. Maria Helena recorda que não se sentia preparada para o mundo do trabalho quando começou o estágio curricular e que foi fundamental adaptar-se, “aprender e começar a conhecer o sistema”.A jovem salientou, como estratégia, “colocar dúvidas pertinentes aos professores”, isto é, acredita que o sucesso passa por um ato livre e espontâneo de questionamento. RECONFIGURAÇÃO DOS PLANOS CURRICULARES O Mundo Português quis saber a opinião de um docente e foi, por isso, falar com Rogério Santos, professor na licenciatura em Comunicação Social da Universidade Católica Portuguesa (UCP) há mais de 32 anos. No seu entender, este assunto é delicado: verificam-se casos onde “se consegue provar o contrário, casos de medicina e de enfermagem - com aceitação em países como o Reino Unido - e em engenharia e arquitetura, onde há projetos premiados ou que resultam em encomendas para empresas nacionais”. O docente levantou a questão de cursos onde o estágio é essencial, como os casos dos cursos medicina ou fisioterapia, onde é fundamental o contacto direto com doentes para o profissional do futuro poder pôr em prática todos os seus conhecimentos. Rogério Santos apontou, ainda, que, com o processo de Bolonha, houve muitos cursos que foram reduzidos e que houve a necessidade de fazer mudanças. “No curso de Comunicação Social e Cultural da UCP, por exemplo, o estágio passou para o mestrado, sempre que o aluno escolhe a opção estágio. Entendeu-se dar formação teórica na licenciatura e permitir espaço para a experimentação prática no mestrado”, explicou. No caso da UCP, a grande carga de disciplinas de humanidades destina-se, segundo o docente, “a levar o aluno a uma maior reflexão, logo, a uma maior compreensão do mundo”. O professor referiu, ainda, que está a haver uma mudança nesta área pela parte do empregador, onde este dá preferência a quem tem o mestrado e não apenas uma licenciatura. Deixou, ainda, uma chamada de atenção para outro elemento também muito importante: a massificação do ensino universitário e o facto de este já não estar apenas orientado para a elite. VIAGENS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.37 GUIMARÃES, UMA CIDADE COM HISTÓRIA Uma visita ao Berço da Nação Associada à fundação da identidade nacional, a majestosa cidade de Guimarães distingue-se não apenas pelo seu passado histórico, mas pelo inegável encanto do seu Património Cultural. O reconhecimento internacional surge em 2001, quando o Centro Histórico de Guimarães é classificado pela UNESCO como Património Mundial, confirmando o que para nós era já uma certeza - Guimarães é uma das cidades mais belas do Mundo. Em 2012 foi igualmente reconhecida pela União Europeia como Capital Europeia da Cultura, um importante impulso no desenvolvimento cultural, social e económico sustentável da cidade Vimaranense. Venha visitar a cidade onde nasceu Portugal e perca-se no local onde a história e a contemporaneidade se fundem, proporcionando-lhe a mais incrível experiência. Iniciamos a nossa jornada pelo Castelo. Situado na freguesia de Oliveira do Castelo, o imponente Castelo de Guimarães não passa despercebido a quem visita a cidade. A sua construção data do século X, altura em que a Condessa Mumadona Dias manda construir um Mosteiro na sua herdade de Vimaranes. Posteriormente, é construída uma fortaleza por forma a proteger a povoação de possíveis ataques de mouros e normandos. Nasce assim, de forma primitiva, o Castelo que em 2007 foi considerado uma das Sete Maravilhas de Portugal. Reza a lenda que terá sido no Castelo de Guimarães que nasceu D. Afonso Henriques, fundador do Reino de Portugal. Também conhecido por Castelo da Fundação ou Castelo de S. Mamede, pela sua ligação à Batalha de São Mamede em 1128, este é um monumento de paragem obrigatória. O PAÇO DOS DUQUES Descendo o Monte Largo, encontramos o Paço dos Duques de Bragança, uma impar casa senhorial mandada edificar por D. Afonso no século XV. Este palácio de estilo borgonhês, que durante cerca de 4 séculos se encontrou abandonado, sofreu durante o Estado Novo uma intervenção de recuperação, tendo a sua configuração atual sido recriada. Algumas salas recuperadas deram lugar ao atual museu que, paralelamente à reconstrução do Palácio Ducal, passou a albergar um espólio de Arte datado dos séculos XVII e XVIII. Das coleções expostas no museu, ressalvamos as tapeçarias de Pastrana cujas temáticas incidem sobre as conquistas do norte de África, o núcleo de tapeçarias flamengas e a mostra de mobiliário português referente ao período Pós-Descobertas. LARGO DO TOURAL Seguimos para o Largo do Toural. “Aqui Nasceu Portugal” – é assim que o icónico Largo do Toural nos saúda. No século XVII o largo situava-se extramuros, junto à principal porta da vila, onde se realizavam feiras de gado. Nos finais do século XVIII iniciou-se a sua lenta transformação com a edificação de prédios junto à muralha, sendo mais tarde construído o Jardim Público. Em 2011, o Chafariz renascentista de três taças, que havia sido colocado no Toural em 1583, retorna ao seu local de origem. Considerado o coração da cidade, atualmente, o Largo do Toural reúne vários restaurantes, bares, lojas e galerias que atraem turistas e locais de diferentes faixas etárias. Num leve passeio pelo centro, depressa chegamos à Igreja da Nossa Senhora da Oliveira. Situada no Largo da Oliveira, onde se encontra o incrível Padrão do Salado, a Igreja da Nossa Senhora da Oliveira tem origem num Mosteiro mandado construir em 950. Alvo de sucessivas remodelações e acrescentos, a edificação integra atualmente elementos das mais variadas épocas. Ainda no Centro Histórico, encontramos o Museu de Alberto Sampaio criado em 1928 para albergar as coleções de diversas Igrejas e Conventos da região. O espaço em que se insere pertencia à extinta Igreja Colegiada, sendo por isso de grande valor histórico e artístico. Encontramos em exposição importantes coleções de escultura dos períodos medieval e renascentista, até ao século XVIII, assim como uma das mais importantes coleções de ourivesaria do país. MERCADO DE GUIMARÃES No âmbito das Artes, mas em contraste com os espaços históricos até aqui visitados, rumamos à contemporânea Plataforma das Artes e da Criatividade. O Antigo Mercado de Guimarães ganha novos contornos, tendo num projeto infraestrutural sido transformado na Plataforma que se subdivide em três grandes áreas: o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, os Ateliers Emergentes e os Laboratórios Criativos. Na área expositiva José de Guimarães, podemos contemplar a permanente “Coleção José de Guimarães”, bem como exposições temporárias. Este singular espaço atrai um vasto público, desde os apreciadores de Arte, aos que apenas procuram usufruir da ampla praça em que se insere, restaurantes ou livraria. Depois de uma paragem para degustar os típicos Rojões e o Bacalhau com Broa, sem esquecer as deliciosas Tortas de Guimarães, seguimos até à Igreja de São Francisco, cuja construção data de 1400. Embora entre os séculos XV e XVIII se tenham verificado grandes alterações no exterior da Igreja, é no seu interior que podemos encontrar as mais significativas mudanças, do gótico ao barroco. O painel de azulejos que relata a vida de Santo António, a sacristia de figurino Joanino, com teto de caixotões pintados e arcazes em pau-preto, e o retábulo-mor são os traços mais distintivos deste importante edifício. É altura de sair do centro da cidade e visitarmos as ruínas arqueológicas de Citânia de Briteiros, uma incrível prova da existência de um povoado primitivo, de origem pré-romana, os “castros”. Apesar dos traços caracteristicamente castrejos, as ruínas demonstram uma forte romanização do início da era cristã. O esquema urbanístico das construções e as várias “cinturas de muralhas” que ainda podemos observar, oferecem-nos uma clara visão de como se organizavam estes remotos povos. Longe do centro, podemos ainda desfrutar das magníficas paisagens de Guimarães, no topo da Montanha da Penha. Encontramos não apenas os incríveis miradouros naturais, onde podemos admirar o pôr-do-sol sobre a cidade Vimaranense, mas também o Santuário da Penha, diversas áreas de passeio e de lazer, um Centro Equestre e inúmeras grutas por onde nos podemos aventurar. p.38 DESPORTO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 A HISTÓRIA DA PRAÇA MAIS EMBLEMÁTICA DO NOSSO PAÍS O quadro mudou mas a beleza ficou Considerada por muitos como o coração de Lisboa, a Praça do Comércio, também conhecida por Terreiro do Paço, é uma das maiores e mais bonitas praças da Europa. Situada junto ao rio Tejo, chegou a ser o local onde estava o palácio dos reis de Portugal durante séculos e hoje é casa de vários Ministérios e outros departamentos governamentais. É considerada como o “centro oficial da capital e do governo do país”. Memórias Foi durante o reinado de D. Manuel I, em 1511, que se transferiu a residência do rei do Castelo de São Jorge para este local junto ao rio. O nome Terreiro do Paço é, claramente, uma referência ao Palácio que durante 400 anos teve como sua residência a praça. No entanto, foi no terramoto de 1755 que destruiu a capital de Portugal que o Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70 000 volu- Presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, à janela dos ministérios fazia os seus discursos que apelavam à Guerra do Ultramar, como o famoso “Angola é Nossa”. No dia 25 de abril de 1974 a praça assistiu à Revolta do Movimento das Forças Armadas e derrubou o governo de Marcello Caetano e o Estado Novo. E em 1975, num discurso do Primeiro-Ministro Pinheiro de Azevedo, ficaram famosas as suas frases como “O Povo é Sereno” ou “É apenas fumaça”, resultantes de confrontos do PREC na Praça do Comércio. mes, foram destruídos. O precioso Arquivo Real com documentos relativos à exploração oceânica, entre os quais, por exemplo numerosas cartas do descobrimento do Brasil e outros documentos antigos também foram perdidos para sempre. Na reconstrução, coordenada por Eugénio dos Santos, a praça tornou-se no elemento fundamental do plano do Marquês de Pombal para reconstruir a capital portuguesa. A história continua a desenrolar-se na praça e foi a 1 de fevereiro de 1908 que a Praça do Comércio assistiu ao assassinato do então rei D. Carlos e o seu filho herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe. Foi na Revolução de 1910 que a Marinha portuguesa desembarcou no Cais das Colunas para ocupar locais estratégicos da cidade. A 5 de outubro de 1910, numa praça junto ao terreiro foi proclamada a Repú- blica. Após a Revolução de 1910 os edifícios foram pintados a cor-de-rosa. Contudo, voltaram recentemente à sua cor original, o amarelo. O lado sul, com as suas duas torres quadradas, está virado para o Tejo. A 18 de fevereiro de 1957, a rainha Isabel II, do Reino Unido, desembarcou no Cais das Colunas, para visitar a capital portuguesa. Foi também durante o regime do Estado Novo que o então PUB No centro da Praça do Comércio encontra-se a estátua do Rei José I (rei de Portugal na altura do terramoto de 1755) que suportou a cidade depois deste fenômeno que devastou Lisboa. Ao longo dos anos, a estátua de bronze ganhou uma pátina verde. No lado norte, a praça é centrada por um impressionante arco que conduz à Rua Augusta, uma das principais áreas de comércio pedestre da baixa de Lisboa. O arco está decorado com estátuas de personalidades históricas, como Vasco da Gama e Marquês do Pombal. Os espaçosos edifícios arqueados, que se estendem pelos outros três lados da praça, são hoje sede de departamentos governamentais, alguns restaurantes e é também nesta praça que se encontra o café mais antigo de Lisboa: o “Martinho da Arcada”. A Praça do Comércio, que esteve no centro dos grandes acontecimentos históricos de Portugal, chegou em tempos a ser usada como parque de estacionamento com cancelas e barreiras à volta. No entanto, foi na década de 1990 que a praça foi devolvida aos lisboetas e agora é palco para eventos culturais e espetáculos. Recordamos a peça jornalistica do Mundo Português, acima referida, datada de 1971, onde são discutidos os planos para devolver a praça aos lisboetas. Portugal recebeu ainda a visita do Papa Bento XVI em 2010 e no dia 11 de maio, foi celebrada uma Missa na Praça do Comércio que contou com cerca de 280 mil pessoas a assistir. CIÊNCIA 5 DE FEVEREIRO DE 2016 p.39 JOÃO CALMEIRO E JOÃO VAREDA DESENVOLVEM INVESTIGAÇÕES NAS ÁREAS DA SAÚDE E DO AMBIENTE Investigadores de Coimbra foram distinguidos pela Fundação Gulbenkian João Calmeiro e João Vareda, investigadores da Universidade de Coimbra (UC), vão receber da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), Bolsas de Estímulo à Investigação no valor de 12.500 euros cada, pelos estudos na área da saúde e do ambiente. João Calmeiro, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), investiga a ‘canalrodopsina-2’, uma proteína importante que poderá ser utilizada como ferramenta contra a cegueira causada por degeneração da retina. Esta patologia afeta mundialmente mais de 15 milhões de pessoas). Algumas doenças provocam a cegueira através da perda específica dos neurónios da retina que são sensíveis à luz. No entanto, outros neurónios, que normalmente não respondem à luz, sobrevivem e podem recuperar a função da visão através de técnicas de optogenética, explica uma nota divulgada pela UC. João Peça, investigador do CNC e orientador da investigação realizada por João Calmeiro, explica que a investigação “procura conferir capacidade de resposta à luz, aos neurónios da retina que não têm essa capacidade naturalmente”. “O projeto visa alterar as propriedades de absorção de luz da proteína ‘canalrodopsina-2’, que naturalmente responde apenas à luz de cor azul, e criar novas variantes que absorvem e respondem à luz de outras cores”, acrescenta João Calmeiro. Já a investigação de João Va- reda, a ser realizada no Centro de Investigação dos Processos Químicos e Produtos da Floresta da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, centra-se no desenvolvimento de um aerogel à base de Sílica para remediação de solos contaminados com metais pesados. O cientista explica que, partindo das propriedades que potenciam a utilização dos aerogéis à base de sílica, e, modificando-os para tal, pretende “gerar um novo aerogel que seja capaz de remover dos solos um conjunto de seis metais pesados em simultâneo, nomeadamente cádmio, chumbo, zinco, níquel, cobre e crómio”. Estes metais pesados, esclarece, “são os que mais poluem os solos ibéricos”. “Têm origem na poluição atmosférica e na atividade humana e podem ser arrastados pela água das chuvas, sendo este problema ambiental mais relevante quando se trata de solos agrícolas”, alerta o investigador. Sobre o prémio que vão receber no próximo dia 9 de março, ambos destacam o facto de reconhecer o trabalho que estão a desenvolver. João Calmeiro diz ser “um enorme orgulho” receber o prémio de uma instituição prestigiada como a FCG, acrescentando que “reconhece e valoriza também a originalidade que pauta o tema deste projeto, reforçando o elevado potencial que a biotecnologia e combinação de optogenética com neurociências representam na comunidade científica”.Também João Vareda refere que a distinção da FCG “reconhe- ce a originalidade de uma ideia e a sua aproximação a uma aplicação final, que poderá resolver um grave problema ambiental”. “Dentro de um ano conto ter um aerogel capaz de remover metais pesados dos solos ibéricos”, conclui o investigador, cujo trabalho é orientado pela docente Luísa Durães. O Programa Estímulo à Investigação da FCG distingue anualmente propostas de investigação em Matemática, Física, Química e Ciências da Terra e do Espaço, apoiando a sua execução em centros de investigação portugueses. O prémio destina-se a investigadores com idade inferior a 26 anos, contemplando o investigador e a instituição onde o projeto é realizado. MIGUEL SOARES E JOSÉ CUNHA-VAZ RECEBERAM 40 MIL EUROS DIVIDIDOS ENTRE OS DOIS TRABALHOS Trabalhos sobre tratamento de malária e inovação em diagnóstico oftalmológico foram premiados A utilização do sistema imunitário como tratamento para travar a infeção por malária e um novo método que revoluciona diagnóstico de doenças da retina, aplicável a 90% dos casos, foram os vencedores dos Prémios Pfizer 2015, atribuídos pela biofarmacêutica em parceria com a Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa (SCML). Os prémios valorizam dois trabalhos na área da investigação clínica e básica, desenvolvidas por investigadores portugueses, no total de 40 mil euros, igualmente divididos entre os dois trabalhos. “Os Prémios Pfizer têm como objetivo distinguir o melhor trabalho de investigação básica e clínica em ciências da saúde, sendo que este ano foi o terceiro ano mais concorrido das 59 edições, com cerca de 70 trabalhos”, informa uma nota divulgada pela farmacêutica. Este ano, as investigações vencedoras apresentaram traba- lhos relacionados com o combate à malária através do próprio sistema imunitário e uma técnica inovadora de diagnóstico de doentes com retinopatia diabética. A utilização do sistema imunitário no combate à proliferação da malária está a ser desenvolvida por Miguel Soares, investigador principal deste trabalho no Instituto Gulbenkian de Ciência, e a sua equipa, como resposta imunológica contra a transmissão da malária. Os investigadores descobriram que componentes específicos das bactérias residentes no intestino conseguem induzir a produção de anticorpos naturais contra o Plasmodium, parasita que causa a malária, conferindo proteção contra esta doença. Segundo a Organização Mundial de Saúde, houve 214 milhões de casos de malária reportados em 2015. Já o método de diagnóstico para a retinopatia diabética está a ser desenvolvido por José Cunha- -Vaz, investigador da Associação para a Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem, pretende uma melhoria significativa do diagnóstico de doenças na retina, tais como a retinopatia diabética e doenças vasculares da retina, e em que é necessário recorrer à injeção de fluoresceína (um líquido de cor que cria contraste na retina) e que tem efeitos secundários como a possível reacção alérgica e pode ainda, em casos muito raros, provocar a morte. Esta evolução possibilita a análise e diagnóstico detalhado por parte de pessoas com doenças nas retinas, sem necessidade de recurso à injeção de substância de contraste. De acordo com a Federação Internacional da Diabetes, o número de pessoas com diabetes a nível mundial vai aumentar de 387 milhões em 2014 para 592 milhões de pessoas em 2035. A retinopatia diabética é uma das doenças associadas à diabe- tes e uma das maiores causas de perda de visão. “Este novo método, não invasivo, permite monitorizar eficazmente e com a frequência que for considerada desejável, as alterações na retina. Com esta inovação acessível a todos os centros especializados em oftalmologia é possível que 90% das pessoas que precisam de se submeter a este exame, não necessitem de usar a injeção de contraste” afirma José Cunha-Vaz, citado na mesma nota de imprensa. Reconhecida como a mais antiga distinção na investigação biomédica em Portugal, os Prémios Pfizer datam de 1956 e, ao longo de seis décadas de existência, já premiaram mais de 500 investigadores. No passado, já receberam esta distinção reputados cientistas portugueses como João Lobo Antunes, António Damásio, Alexandre Castro Caldas, Miguel Castelo Branco, Bruno da Silva Santos, Moisés Mallo entre tantos outros. PUB p.40 MÚSICA 5 DE FEVEREIRO DE 2016 FADO FADO Camané vai atuar em fevereiro no Irão e na África do Sul O fadista Camané vai atuar no Irão e na África do Sul, onde vai apresentar o seu mais recente álbum, “Infinito presente” e outros sucessos de uma carreira com cerca de 35 anos. No dia 15 de fevereiro o fadista vai subir ao palco do Fajr International Music Festival, a decorrer na Tehran Milad Tower, na capital iraniana. Esta será a estreia de Cama- né em territórtio da República Islâmica do Irão. Quatro dias depois, mais precisamente a 19, Camané sobe ao palco do Marcellus Theatre, no Emperors Palace Casino, em Joana Amendoeira em digressão na Áustria Joanesburgo, na África do Sul. Camané vai ser acompanhado pelos músicos José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença, na viola, e Paulo Paz, no contrabaixo. FESTIVAL NORTE-AMERICANO Portugueses Holy Nothing levam “Hypertext” ao festival norte-americano SXSW le cunho positivo que é saberes que foste selecionado, de entre vários projetos de todo o mundo, e sentires que pode haver algo especial associado ao que tu fazes”. “Diretamente do Porto, Portugal, este trio de música eletrónica viaja fundo na exploração e experimentação do que um laboratório cheio de sintetizadores e ‘grooveboxes’ consegue produzir. Ao misturar ritmos tropicais com ‘vocoders’ industriais ou mergulhando batidas dançáveis em ambientes hipnóticos, tudo parece possível e inesperado na linguagem hipertextual desta banda”, escreve o festival SXSW na sua página. Pedro Rodrigues salienta a ideia de “experimentação e de pesquisa” e de uma sala de ensaios que “é verdadeiramente um laboratório”, onde a criação “é uma questão de falhas e de tentativa-erro”. Em setembro do ano passado os Holy Nothing lançaram “Hypertext”, o primeiro disco do grupo, misturado por Rui Maia (dos X-Wife), numa edição Cultura Fnac e Turbina, que o guitarrista Samuel Gonçalves classifica como “uma metáfora mais ou menos direta: hipertexto enquanto texto com muitas hiperligações”. “No fundo, o nosso texto acaba por ser o disco. É um disco com muitas referências e com um processo de criação que vai beber a muitos sítios diferentes”, disse Samuel Gonçalves. Pedro Rodrigues acrescenta que têm “comprovado” que “Hypertext” “vem muito mais daquele trabalho presencial em sala de ensaios enquanto o EP ‘Boundaries’ resultava das maquetes que tinham surgido em partilha de temas na Dropbox, enquanto [estavam] todos em sítios diferentes do globo”. A banda, que costuma dizer que é constituída por “um músico [Nelson Silva] e dois arquitetos [Pedro Rodrigues e Samuel Gonçalves]”, arrancou quando Nelson Silva estava no Porto, Pedro Rodrigues na Holanda e Samuel Gonçalves no Chile, o que significava que o trabalho era feito através do computador e da partilha no sistema de armazenamento digital Dropbox, o que já não sucede agora que estão os três no Porto. A banda faz questão de trabalhar a música em conjunto com as artes visuais, algo mais presente nos espetáculos ao vivo, recorrendo para isso aos criativos Bruno Albuquerque (autor da capa do disco), João Pessegueiro e Rui Monteiro. PUB FOTOGRAFIA JOSÉ FRADE A banda portuguesa Holy Nothing vai marcar presença, em março, no festival norte-americano South by Southwest (SXSW), levando o álbum de estreia “Hypertext”, naquela que vai ser a “primeira real experiência” do grupo no estrangeiro. “Ficámos um bocado extasiados. Tentámos ver a veracidade do ‘email’”, disse, entre risos, Pedro Rodrigues, um dos três membros da banda, quando questionados sobre como tinham recebido a notícia de que iam a Austin, de 15 a 20 de março. O teclista Nelson Silva confirma que ficaram “super-satisfeitos”, não apenas pelo facto de se tratar dos Estados Unidos, mas também a nível da “concretização como músico”, uma ideia que Pedro Rodrigues subscreve: “Há sempre aque- A fadista Joana Amendoeira, em vésperas de apresentar um novo álbum, “Muito depois”, atua em três palcos austríacos, acompanhada pelos músicos Pedro Amendoeira, na guitarra portuguesa, Rogério Ferreira, na viola, e Carlos Menezes, na viola baixo. A fadista subiu ao palco da Forsterschule, em Bruck an der Mur, na Estíria, no centro da Áustria. No dia 4 atua em Salzhof, em Freistadt, na região da Alta Áustria, e, finalmente, no Centro Cultural de Stainach, novamente na Estíria, afirma comunicado da sua produtora. O novo disco de Joana Amendoeira é editado no dia 5 de fevereiro, e conta com dois temas extra, assinados por Tiago Torres da Silva, autor de oito dos 14 que constituem o alinhamento. ALCOBAÇA Carlos Mendes a celebrar 50 anos de carreira O músico e cantor Carlos Mendes, que no ano passado celebrou 50 anos de carreira artística e começou no grupo Sheiks em 1963, atuou no Teatro João d’Oliva Monteiro, em Alcobaça. “Amélia dos olhos doces”, “Ruas de Lisboa” e “A festa da vida”, em versões de voz e piano, são algumas das canções que apresentou no palco de Alcobaça, anunciou a sua produtora. O espetáculo, intitulado “A festa da vida”, é “intimista, em que o público é convidado a partilhar, de forma sincera, a sua vida repleta de histórias, de risos e celebrações que marcaram, inevitavelmente, a música portuguesa”, segundo a mesma fonte. Carlos Mendes representou por duas vezes Portugal no Festival Eurovisão da Canção, com “Verão”, em 1968, e, em 1972, com “A festa da vida”. Em 2014, o músico recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores. MÚSICA 5 DE FEVEREIRODE 2016W p.41 ARTISTA PORTUENSE LANÇOU O PRIMEIRO ÁLBUM E PREPARA-SE PARA PISAR OS PRIMEIROS PALCOS Koa defende uma aliança entre ouvido e olhar Koa vem do Porto e quer revolucionar o mundo da música nacional, que afirma estar contaminado com a presença masculina. Licenciada em Design de Interiores, foi na etapa da profissionalização que sentiu que só a música a conseguia satisfazer plenamente. Este foi o ano de lançamento do seu primeiro álbum, KOA, e o ano em que pisou o seu primeiro palco como artista a solo, no festival Marés Vivas, em julho. O Hard Club, no Porto, vai ser a sua próxima casa. À primeira vista ninguém o diria, mas por trás de Koa está “uma pessoa muito simples”, segundo o que referiu ao Mundo Português a artista portuguesa. PRIMEIRO ÁLBUM É AUTOINTITULADO Na primavera-verão de 2015 lançou “Koa”, o seu primeiro álbum, cujos acabamentos foram levados a cabo por uma equipa que trabalhou com grandes nomes da cena mundial, como Sam Smith, Jessie J, Beyoncé ou Ariana Grande. O disco, “muito virado para o Pop e o R&B”, é composto por temas “mais fortes” e outros “mais românticos”, que ainda estão por lançar. A ESTREIA NO MARÉS VIVAS O lançamento de Koa nos grandes palcos deu-se em julho de 2015, no Festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia, um mês depois de ter nascido o álbum. “Eles viram o meu trabalho, gostaram, e surgiu a possibilidade de subir ao Palco Jogos Santa Casa [naquele Rita Carmo © DO DESIGN DE INTERIORES À MÚSICA Portuense de gema, Koa relembrou que a sua paixão já a acompanha desde a infância. Estudou música e sempre ouviu, da parte dos seus professores, que “havia alguma coisa de diferente” no seu percurso. Aprendeu a tocar vários instrumentos, teve contacto com toda a formalidade musical, mas licenciou-se em Design de Interiores. No final do curso, já durante o estágio, percebeu que não era aquilo que queria e decidiu voltar àquilo que realmente a preenchia: a música. Cresceu no mundo do espetáculo, foi a voz de algumas bandas de garagem e teve, antes de se lançar como Koa, a oportunidade de pisar alguns palcos com estes seus pequenos projetos. “Feminista e teimosa”, como a própria cantora se rotula, não tem medo “de levantar a voz” e defende um percurso menos obstaculizado para as mulheres que queiram singrar em mundos como o do espetáculo. festival]”, contou a cantora. Abriu o concerto do rapper português Jimmy P no certame e não escondeu que o público a recebeu de um modo caloroso, apesar de ainda não conhecerem o seu trabalho. “Mexiam-se, batiam palmas, tentavam acompanhar apesar de não saberem as músicas”, acrescentou a artista. KOA ESTÁ ABERTA A COLABORAÇÕES Jimmy P já participou no single de Koa, “Bit My Hook”. Segundo a cantora, foi uma parceria “que trouxe um brilho que estava a faltar ao tema”. “Foi juntar o útil ao agradável”, afirmou. Novas colaborações estão na mira da artista, mas ainda estão em fase de estudo. O PRÓXIMO PASSO É DAR A CONHECER O TRABALHO Koa subiu ao palco do Hard Club, no Porto, a 7 de dezembro, para dar a conhecer o seu álbum e a sua identidade enquanto artista. Segundo a cantora, “estão a aparecer muitos rapazes” no panorama musical português. “A presença feminina é uma falha no mercado”, acrescentou. É a cara, assim, de um trabalho que promete “muita dança, muita cor, muitas novidades e brincadeiras durante o concerto”. Koa quer afirmar-se como “um complemento ao olhar” e fornecer ao espetador um pacote que satisfaça todos os seus sentidos. A artista portuguesa Koa já tem dois videoclips a circular pela Internet. No primeiro, do tema “Stand Up”, a cantora apareceu coberta exclusivamente por pinturas corporais. O segundo single, partilhado com o rapper português Jimmy P, também já tem vídeo desde 19 de outubro: sensualidade é a chave-mestra desta produção. O passo seguinte? Dar a conhecer o projeto a um público cada vez mais alargado. Fotografias: Rita Carmo p.42 BOA MESA 5 DE FEVEREIRO DE 2016 Culinária CARNE Feijoada à Portuguesa PORQUE SABE SEMPRE BEM... Chá verde com abacaxi e salsa INGREDIENTES ½ litro de chá verde, 5 ramos de salsa picados, 2 chávenas de abacaxi moído, açucar/adoçante q.b. PREPARAÇÃO Deite o chá verde numa forma para fazer gelo e leve ao congelador até gelar. Coloque no liquidificador a salsa, juntamente com água, e bata durante 1 minuto. De seguida filtre a água e acrescente o chá gelado, adicionando o abacaxi e o açucar ou adoçante. Mexa até dissolver e sirva. PEIXE Massada de tamboril INGREDIENTES 1 Kg de feijão vermelho seco demolhado de véspera 2 farinheiras 1 chouriço de carne 1 morcela de cozer Meio chispe salgado de véspera 400g de entrecosto salgado de véspera 400g de entremeada salgada de véspera 300g de cabeça de porco salgada de véspera 1 orelha de porco salgada de véspera 2 cebolas 4 cravinhos Tomate pelado Folhas de louro q.b. Cenoura Azeite PREPARAÇÃO Coloque água numa panela e deixe ao lume até ferver, juntando-lhe um pouco de sal. De seguida acrescente o feijão, o chispe, o entrecosto, a entremeada, a orelha de porco, a cabeça de porco, o chouriço e a morcela. Junte também uma cebola cortada a meio, com os cravinhos espetados. Deixe cozer durante, aproximadamente, 40 minutos em lume médio/alto. Passados os 40 minutos apague o lume e retire as carnes para uma travessa à parte, de modo a permitir que as mesmas arrefeçam de forma natural. Para dentro de um tacho retire o caldo do feijão, numa quantidade suficiente para cobrir as farinheiras. Em seguida, pique-as com um palito ou um garfo, coloque no tacho com o caldo e leve ao lume durante, aproximadamente, 15 minutos. Enquanto aguarda que as farinheiras cozam, vá cortando as carnes em pedaços e os enchidos às rodelas, deixando de lado a morcela, colocando-a num recipiente. Depois de cozidas, retire as farinheiras e coloque-as num recipiente à parte, por exemplo no mesmo que a morcela. Numa outra panela faça um refogado com o azeite, a cebola picada e as folhas de louro. Vá mexendo os ingredientes até a cebola dourar ou até achar necessário. Junte ao refogado o tomate pelado e as rodelas de cenoura e deixe cozinhar durante, aproximadamente, 10 minutos em lume brando. Seguidamente junte as carnes atenção que nestas não se incluem a morcela e as farinheiras - e mexa durante 2 minutos. Acrescente o feijão, depois de escorrido, e mexa até tudo se envolver. Junte o caldo de cozer as farinheiras e, se necessário, junte um pouco mais do caldo da cozedura do feijão. Deixe cozinhar durante, aproximadamente, 10 minutos até os ingredientes ficarem tenros e o molho ganhar o gosto dos temperos. Entretanto corte as farinheiras em rodelas e reserve. Desligado o lume da feijoada deixe a panela repousar, não retirando a tampa, permitindo que o comer apure. No final, acrescente à feijoada as rodelas de farinheira e a morcela. Pode optar ainda por complementar a refeição com uma dose de arroz branco, servida num recipiente à parte. INGREDIENTES 2 dentes de alho 1 colher de coentros picados Sal q.b. 1 cebola grande 1dl de azeite 1/2 pimento verde 1/2 pimento vermelho 2 tomates picados 1 colher de polpa de tomate 800g de tamboril 300 g de miolo de camarão 1dl de vinho branco 2dl de água 200g de massa cotovelo PREPARAÇÃO Numa panela faça um refogado com o azeite e o alho picado e, de seguida, junte os pimentos, cortados em cubos cubos. Adicione o tomate, sem pele e sem sementes, e a polpa de tomate. De seguida envolva e misture o peixe, cortado aos pedaços, e os camarões. Tempere com sal, refresque com o vinho e deixe cozinhar durante dois minutos. Retire o peixe e os camarões e reserve. Adicione a água ao refogado e, assim que ferver, coloque a massa e deixe cozer durante dez minutos, em lume brando. Junte novamente os camarões e o peixe e deixe ferver cerca de dois minutos. Misture os coentros, recitifique os temperos e sirva a massada. e coloque-as de pé num tabuleiro fundo e próprio para ir ao forno. Coloque um pau de canela em cada maçã, no lugar do caroço. Encha o centro de cada maçã com açúcar, deixando-o transbordar um pouco, ficando algum excesso no topo da mesma. Por fim, regue cada maçã com um pouco de Vinho do Porto e leve o tabuleiro ao forno durante, aproximadamente, 20 minutos. Deverá acompanhar o processo para assegurar que as maças não se desfazem. Retire-as quando abrirem pequenos golpes na casca e, de preferência, enquando ainda estiverem um pouco rijas. SOBREMESA Maçã assada INGREDIENTES 6 maçãs reinetas 6 paus de canela Açúcar amarelo q.b. Vnho do Porto q.b. PREPARAÇÃO Pré-aqueça o forno a 175º C. Retire os caroços das maçãs SAÚDE 5 DE JANEIRO DE 2016 p. 43 A MUSICOTERAPIA E OS SEUS BENEFÍCIOS Música para os seus ouvidos e para o seu bem-estar A música é algo mais do que apenas um lazer. Também pode ser utilizado como terapia na cura e recuperação de doenças, preparação de intervenções invasivas, acalmar e promover a inteligência. A música existe desde o primórdio dos tempos, sendo utilizada em inúmeras circunstancias, tais como para relaxar, trabalhar, enfrentar o trânsito, namorar, curar, partilhar emoções. Desde o Alasca à Austrália, a música é utilizada nas sociedades, modificando com base na cultura e era em que se encontra. Mas será que a música tem algum impacto no processo de saúde-doença de uma pessoa? Será que a pode ajudar a enfrentar problemas ou mesmo a curar? Foram feitos vários estudos e investigações sobre esta temática e as descobertas foram surpreendentes. Os primeiros indícios de que a música foi utilizada para fins terapêuticos são da época dos faraós, no Egipto, onde a música era utilizada como encantamento, influenciando a fertilidade das mulheres. Já Aristóteles afirmava que a música ajudava a controlar as emoções incontroláveis. Atualmente a música tem outros fins terapêuticos, sendo utilizada em quase todos os setores da saúde, desde os fetos aos idosos; de doenças cardiovasculares a doenças mentais. Nas doenças cardiovasculares, a musicoterapia é utilizada para ajudar os doentes a relaxarem e conseguirem ter uma melhor perceção da doença e das recomendações que os profissionais de saúde fornecem. Mais especificamente, na hipertensão arterial, a musicoterapia pode ser utilizada para ajudar a pessoa a relaxar e, consequentemente, equilibrar os seus valores de tensão arterial. Por outro lado, no tratamento do cancro, a musicoterapia pode ser utilizada para a preparação de intervenções dolorosas ou desconfortáveis, como é o caso da quimioterapia. Nestes casos a música é responsável por acalmar a pessoa, animá-la e ajudar a partilhar emoções ou medos. Existem estudos que comprovam que a música ouvida pelos fetos pode influenciar o seu futuro. Fetos que dentro da barriga da mãe ouviam música calma, quando nasciam e ficavam mais agitados, após a mãe colocar a música que ouvia no espaço intrauterino, o recém-nascido acalmava. Nos idosos, a musicoterapia está cada vez mais presente, seja para os problemas de saúde mental (Alzheimer ou Parkinson) como apenas estímulos para o seu desenvolvimento. A musicoterapia nos idosos ajuda no restabelecimento do ritmo da marcha (ritmos da musica), estimulação da marcha (canto), au- mento da criatividade (criação e memorização de músicas), aumento da força corporal (ritmo da musica para estimular movimentos) e diminuição dos sintomas da depressão (convívio social e expressão de sentimentos). Mozart, Wagner, Maria Callas entre outros são os embaixadores da chamada inteligência musical. Esta inteligência é aquela que promove a capacidade de o ser humano captar sons de forma organizada, de os processar e de se envolver em experiências musicais. O contacto com a música irá contribuir para um melhor funcionamento psicológico, nomeadamente do ponto de vista neuropsicológico intelectual, emocional e social. A musicoterapia estimula a criatividade e a inteligência, sendo por isso importante pro- mover uma cultura musical nas crianças desde cedo. “Quem canta seus males espanta”, dito popular português, de Zélia Duncan. A música tem estes benefícios, consegue acalmar, ajudar no controle da frequência cardíaca e respiratória, e ainda diminuir a ansiedade. Em pessoas com depressão ou ansiedade generalizada a música é uma forma de conseguirem recuperar e controlar estas doenças. O som de palavras ou da música possui uma energia própria, levando à expressão de diversos sentimentos, negativos ou positivos. A música é algo essencial à vida do Homem, devemos procurar aproveitar todos os seus benefícios e, assim, promover a nossa saúde. p.44 HORÓSCOPO SIGNO DA ÉPOCA AQUÁRIO 5 DE FEVEREIRO DE 2016 Os aquarianos são inovadores e têm uma boa relação com as pessoas em geral. Têm um espírito irrequieto e defendem a liberdade e a espontaneidade. Gostam de trabalhar em grupo e acreditam no potencial de cada individuo mas não são pessoas muito emotivas. São racionais mas ao mesmo tempo são visionários e estão quase sempre focados no futuro, debochando do passado e ignorando o presente. Na mitologia, o signo é representado ora por um jovem, ora por um velho. Ambos trazem uma ânfora cheia d’água, que derramam ao solo. O inconsciente flui através de suas mãos, tornando-o instrumento para a busca de soluções originais e descobertas transformadoras. 21 jan a 19 fev. CARNEIRO 21 mar. a 20 abr. José Peseiro (04.04.1960) TOURO Carlos Morais (14.05.1960) GÉMEOS Paulo Bento (20.06.1969) CARANGUEJO Pedro Santana Lopes (29.06.1956) LEÃO Nicolau Breyner (30.07.1940) VIRGEM Paulo Sousa (30.08.1970) 21 abr. a 21 22 mai. a 21 jun. 21 jun. a 23 jul. 24 jul. a 23 ago. 24 ago. a 23 set. Tudo o que envolva contactos e movimento no mundo do trabalho sairá beneficiado. É um bom período para comunicar uma ideia, apresentar um projecto, conquistar um apoio. Para tal, procure estar bem documentado. Período de risco para conflitos conjugais ou laborais. Se der alguma atenção a pormenores, evitará situações desagradáveis e utilizará, de uma forma positiva, a energia que Marte agora lhe oferece. Tenha cuidado nas suas acções. Nesta semana encontrará dentro de si forças das quais não tinha consciência. Os poderes sobrenaturais e o lado oculto da vida, são áreas que lhe despertarão a curiosidade e interesse. Período de algum pessimismo e fatalismo. Está num período de grande actividade física que é favorável ao início de novos projectos. Sente confiança em si mesmo. Poderá ter tendência para avançar sem reparar nos obstáculos. Deve respeitar os direitos dos outros e evitar ser autoritário. Sente neste momento que consegue trabalhar de forma mais rentável, eficiente e ordenada. Poderá ter de fazer pequenas viagens no âmbito da sua profissão que lhe irão trazer benefícios. É possível que se sinta insatisfeito. Está com grande capacidade de afirmar a sua posição, de explicar e pôr de forma clara os seus objectivos. Tem tendência para ser demasiado sincero e por vezes agressivo no modo como se exprime. Tem dificuldade de ouvir os outros. BALANÇA ESCORPIÃO SAGITÁRIO CAPRICÓRNIO AQUÁRIO PEIXES Assunção Cristas (28.09.1974) Raquel Strada (07.11.1986) Ana Sofia Martins (29.11.1986) Carolina Torres (08.01.1989) Rui Sinel de Cordes (13.02.1980) Pedro Barroso (15.03.1986) 24 set. a 23 out. 24 out. a 22 nov. 23 nov. a 21 dez. 22 dez. a 20 jan. 21 jan. a 19 20 fev. a 20 mar. Este é um período em que a introspecção e a análise serão uma boa maneira para encontrar respostas no domínio dos sentimentos e emoções. Neste momento exprime de forma sensível e com profundidade aquilo que sente. Sente-se com grande capacidade de iniciativa e com grande desejo de começar coisas novas. Sente-se atraído por tudo o que envolva conquista, luta ou mesmo algum risco. Poderá surgir uma paixão repentina por uma pessoa. Neste período verá aumentada a sua capacidade de negociação, ou simplesmente a capacidade de apresentar ideias, através das quais poderá tentar melhorar as suas condições de trabalho ou financeiras. Esta é, uma boa fase para cuidar de si. Aproveite estes dias para mudar a sua rotina quotidiana e para desenvolver novas actividades. Intuição e novas ideias vão ajudá-lo a atingir mais facilmente os seus objectivos. Nesta altura a sua relação com os outros é benéfica para si. Vai encontrar as soluções de que precisa dentro de si. A meditação e a espiritualidade vão ajudá-lo a planificar a vida e a conhecer-se melhor, mas não se feche demasiado, inconscientemente poderá estar a fugir da realidade. Poderá ter alguma tendência, nesta fase, para impor aos outros as suas crenças religiosas ou a sua maneira de ver a vida. Lembre-se de que cada pessoa tem o direito de se orientar pelas suas próprias ideias. Tenha em atenção os asuntos fiscais. Sudoku Dependendo do nível de dificuldade, o objetivo é completar os quadrados em falta com números de 1 a 9. Há, no entanto, três regras a respeitar: o mesmo número não se pode repetir nem na linha horizontal, nem na linha vertical, nem no mesmo quadrado. À Descoberta De Portugal Pulo do Lobo, Mértola SOLUÇÕES Pulo do Lobo é a maior queda de água do sul de Portugal e fica situada no rio Guadiana, a montante de Mértola. As águas caem e envoltas num mar de espuma branca descem por entre as rochas desagoando num lago. As margens desta queda de água são tão apertadas que, segundo a lenda, até um lobo conseguiria transpor de um só sal- to. Daí o nome de Pulo do Lobo. A paisagem de Pulo de Lobo é magnífica, o leito do rio após a queda de água, encontra-se todo exposto, em rocha por entre a qual serpenteia o rio Guadiana. Miradouros Palavras Cruzadas Miradouro Pérgola da Foz, Porto Horizontais: 4. Conjunto de frutas (ex:uvas); 6. Grupo de mercadores ou viajantes que seguem juntos; 9. Conjunto de canções ou composições poéticas, com afinidades temáticas ou formais; 10. Grupo de cães; 11. Conjunto de poesias narrativas, de tipo tradicional; 12. Bando de ladrões ou malfeitores Verticais: SOLUÇÕES Horizontais: 4. CACHO; 6. CARAVANA; 8. CORO; 9. CANCIONEIRO; 10. MATILHA; 11. ROMANCEIRO; 12. QUADRILHA Verticais: 1. FROTA; 2. BANDA; 3. ELENCO; 5. CÁFILA; 7. ALCATEIA 1. Conjunto de navios, aviões ou veículos de um país ou de uma companhia; 2. Grupo de músicos que tocam em conjunto; 3. Conjunto de artistas que entram num filme ou numa peça de teatro; 5. Conjunto de camelos ou dromedários; 7. Conjunto de lobos. 8. Grupo de pessoas que cantam juntas; O Miradouro da Pérgola da Foz é um local romântico à beira mar, ladeado por um pequeno jardim ideal para apreciar o o pôr do sol. Este Miradouro é uma das imagens mais associadas à Foz do Douro, sendo um dos ex libris mais emblemáticos da célebre cidade do Porto. Conhecida como a mais bonita varanda para a foz do rio Douro, este é um local a visitar onde pode observar as muitas cores do céu, as sombras das colunas refletidas no chão e ainda os diferentes tons de azul enlaçados pelo rio e pelo mar. PARABÉNS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 Parabéns a você JAN 30 Soares Manuel Encamp Dia da Não Violência FEV Nuno Aguiar Stansted Rito Raphael Saint Georges D'oleron Rodrigues Joaquim Colmar Rodrigues Luis Frankfurt Sa Fatima Levallois Perret JAN 31 Andorra Inglaterra França França Alemanha França Dia da Solidariedade Acacio Marques Rio De Janeiro Adriano Neves Thiviers Altair Ribeiro Rio De Janeiro Anita Silva Rio De Janeiro Avelino Martins Sao Paulo Baptista Manuel Cergy Carlos Valente Rio De Janeiro Edith Martins Marseille Ferreira Ilidio St. Brelade Gomes Jose Encamp Iracy Souza Rio De Janeiro Jose Freire Vernier Jose Magalhaes Lyon Lisat Vieira Rio De Janeiro Luis Madeira Corsier Manuel Alves Perros Guirec Manuel Amaral Ecully Maria Rocha L'isle Adam Marina Ribeiro Stuttgart Mario Neves Martignas Rodrigues Antonio La Varenne Silverio Martins Clermont Ferrand Simone Souto Recife Brasil França Brasil Brasil Brasil França Brasil França Jersey C.I Andorra Brasil Suíça França Brasil Suíça França França França Alemanha França França França Brasil 1 Criação da Academia da Força Aérea Portuguesa Aires Ferreira Champigny Sur Marne Alfredo Jorge Waibstadt Antonio Branco Bale Antonio Esteves Yakima Antonio Martinho Rio De Janeiro Antonio Paz Sao Paulo Armindo Silva Belo Horizonte Augusto Coxo Rio De Janeiro Celestino Santos Campinas Costa Joana St. Brieuc Delmar Rosado Camaragibe Fernandes Manuel Ampreville De Minoie Fernando Candido Rio De Janeiro Ferreira Jose Caluire Francisco Alonso Munchen Francisco Mesquita Stein Am Rhein Francisco Valle Rio De Janeiro Horacio Correia Antony Ildefonso Carvalho Vitry Sur Seine Isabel Mendes Rio De Janeiro Joao Cardeira Chavannes-pres-renens Joaquim Calado Veynes Joaquim Dias Renens Joaquim Pinho Rio De Janeiro Jose Ribeiro . Jose Rufino Praia Grande Jose Toste . Leticia Souza Niteroi Luis Duarte Cressier Manuel Ferreira Paris França Alemanha Suíça U.S.A. p.45 A EMIGRAÇÃO VISTA PELO CARTOON DO ZÉ MANEL(publicado originalmente em 1970) O desejo de emigrar por parte dos jovens não é recente. Já em 1970 se encontravam alguns jovens a procurar a emigração e, algumas vezes, até crianças... Marcelo Gomes Macae Maria Pedra Lake Ronkonkoma Pedro Salgueirinho Vista Alegre - Rj Raul Botelho Rio De Janeiro Sapeta, Jose St. Helier Silva Alberto Evry Stefanie Goncalves Aarburg Trindade Agostinho Petange Brasil U.S.A. Brasil Brasil Jersey C.I França Suíça Luxemburgo Brasil Brasil Brasil FEV 2 Dia de Nossa Senhora da Luz Brasil Alvaro Almeida Brasil Recife Americo Dias Penapolis Brasil Antonio Florindo Dili Timor Lorosae Antonio Lopes Villejuis França Antonio Rodrigues Etampes França Antonio Rodrigues Etampes França Armando Albuquerque Elsene Bélgica Augusto Pinto Bad Neuenahr-ahrweiler Alemanha Carlos Pinheiro York Canadá Dias Manuel Bessancourt França França França Brasil Brasil França Brasil França Brasil França Alemanha Suíça França Brasil Suíça França Suíça Brasil Brasil Brasil México Brasil Suíça França Domingos Dias Rillieux-la-pape Elga Marinho Hamburg Ernesto Silva Mesquita - Rj Euclides Santil Rio De Janeiro Firmino Lourenco Rio De Janeiro Gilberto Oliveira Cotia Isaura Pinho Engenho Novo - Rj Joao Freitas Rio De Janeiro Joaquim Ralha Boecourt Jose Ferreira London Jose Freitas Caracas Jose Gago Comodoro Rivadavia Jose Maia Sallanches Alemanha Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Suíça Inglaterra Venezuela Argentina França JAN Jose Martins Sao Paulo Julia Colmenero Rio De Janeiro Lima Luis Remich Manuel Goncalves Niteroi Manuel Lima Sao Joao De Meriti Manuel Queiroz Nova Iguacu Manuel Rodrigues London Maria Gouveia St. Peter Maria Silva Rio De Janeiro Moreira, Alexandre Andorra La Vella Rogerio Galante Rio De Janeiro Tereza Mota Rio De Janeiro Vasco Nunes Minden Vieira Guilherme Saverne Brasil Brasil Luxemburgo Brasil Brasil Brasil Inglaterra Jersey C.I Brasil Andorra Brasil Brasil Alemanha França FEV Tocado pela primeira 3 vez o Hino dos Açores Alcino Almeida Thiais Alexandrina Rebeca Hagen Alfredo Afonso Iguarassu Alice Ferreira Rio De Janeiro Angela Almeida Maracay - Ed. Aragua Antonio Reis St. Denis Antonio Rodrigues Rio De Janeiro Antonio Santos Rio De Janeiro Arlindo Vidonho Belem Carolina Machado Rio De Janeiro Deysia Rodrigues 46 Bridge La Fernandes Manuel Santa Coloma Francisco Casado Toulouse Joao Alves Sao Paulo Joaquim Nabais Drancy Jorge Oliveira Saint Ouen França Alemanha Brasil Brasil Venezuela França Brasil Brasil Brasil Brasil Inglaterra Andorra França Brasil França França p.46 PARABÉNS 5 DE FEVEREIRO DE 2016 Parabéns a você Julio Oliveira França Nanterre Justino Loureiro Rio De Janeiro Brasil Luciano Sousa Frankfurt Alemanha Luis Loureiro Rio De Janeiro Brasil Luis Quinta Neuss Alemanha Magalhaes Armindo Colmar França Manoel Fernandes Niteroi Brasil Manuel Mota Rio De Janeiro Brasil Maria Clemente Rio De Janeiro Brasil Maria Pires Rio De Janeiro Brasil Maria Silva Andorra La Vella Andorra Painhas Manuel Encamp Andorra Paixao St. Helier Jersey C.I Rodrigues Manuel La Massana Andorra Rogerio Reis St Martin D'heres França Sebastiao Coelho Marburg Alemanha Silva Manuel Chalette França Virgilio Moniz Dili Timor Lorosae FEV 4 Americo Canine Curitiba Antonio Costa Sao Paulo Antonio Ferreira Schwelm Antonio Fonseca Paris Antonio Pereira Charenton Le Pont Antonio Trindade Laval Carlos Fontes Hericourt Carlos Roque London Correia Reis Clichy Sous Bois Diamantino Ferreira La Varenne Ferreira Jose Selestat Francisco Carapinha Sao Vicente Gracelina Pereira Dijon Gravanita Carlos Montreal Joao Banza Leicester Jonathan Pellet Les Pontins Jose Castro Yvre L'eveque-sarthe Luis Alipio Sannois Manuel Souza Rio De Janeiro Margarida Campos Rio De Janeiro Mario Silva Rio De Janeiro Pereira Alfredo Dusseldorf Ricardo Fiuza Belo Horizonte Rocha Manuel Yverdon-les-bains Rosangela Nogueira Rio De Janeiro Ruivaco Jose Vaulx-en-velin Vieira Manuel Escaldaes-engordany FEV 5 Brasil França França Andorra Timor Lorosae Brasil Brasil Alemanha Brasil Suíça Brasil França Andorra Dia de Santa Águeda U.S.A. Brasil Brasil Brasil Alemanha França França Canadá França Inglaterra França França França Cabo Verde França Canadá França Manuel Medeiros Manteca Ca Marco Teixeira Bale Brasil Brasil França Brasil FEV Coroação da Rainha 6 Brasil Suíça Suíça França Nelson Couto Rio De Janeiro Paulo Oliveira Berck Plage Virgina Fernandes Andarai - Rj França Inglaterra Brasil Maria Freitas Les Avenieres Motel Raposo Sao Paulo Brasil Antonio Horto Overath Alemanha Antonio Pereira Santos Brasil Antonio Santos Montmorency França Avelino Conceicao Houilles França Carlos Cunha St. Maurice Sur Moselle França Claudia Silva Rio De Janeiro Brasil Diogo Cunha Arruffens Suíça Fernanda Angelina Geneve Suíça Fernandes St. Brelade Jersey C.I Horacio Santos Triesen Liechtenstein Jaime Bento Brasil Rio De Janeiro Joao Mauricio Aarwangen Suíça Joaquim Goncalves Rio De Janeiro Brasil Jorge Santos Vigneux S-seine França Jose Dias Villars Les Dombes França Jose Leitao Aubergenville França Jose Santos Lavey-village Suíça Ladislau Ferreira Wiltz Luxemburgo Laurentino Catarino Rio De Janeiro Brasil Manuel Castanho Rio De Janeiro Brasil Início da Guerra Colonial Portuguesa Agricola Gouvea Rio De Janeiro Alberto Cruz Luzern Amelia Souza Rio De Janeiro Jose Figueiredo Rio De Janeiro Jose Ovar Paris Jose Rodrigues Paris Lima, Antonio Santa Coloma Lisia Goncalves Dili Luciane Rodrigues Rio De Janeiro “O Emigrante/ Mundo Português” dá os parabéns a todos os seus leitores que festejam nesta data o seu aniversário. Para que fique para a história e para que esta continue a ser a página de sucesso que tem sido até aqui, envie-nos a sua data de nascimento e passará a fazer parte desta grande família que é “O Emigrante/Mundo Português”. Andorra Suíça Isabel II do Reino Unido Adelia Reis Recife Albano Vilao Badbergen Alves Horacio Clermont Ferrand Amandio Mendes Londrina Ana Noce Rio De Janeiro Antonio Alves Vaucresson Antonio Pires Montevideo Antonio Santos Minusio Arlindo Veloso Kelowna Augusta Campos Rio De Janeiro Carlos Alves Champigny Sur Marne Carlos Pinto Cormeilles-en-parisis Carlos Santos Somerville Dra Carvalho Praia Dra MartinsDra Dra Martins Oliveirinha Brasil Alemanha França Brasil Brasil França Uruguai Suíça Canadá Brasil França França U.S.A. Cabo Verde Portugal Fatima Mendes Rio De Janeiro Brasil Joao Soares Bonn Alemanha Joaquim Silva Beaufort Luxemburgo Jose Cardoso Strasbourg França Jose Ferreira Rio De Janeiro Brasil Luis Amaral Sao Paulo Brasil Manuel Jorge Creux-de-genthod Suíça Manuel Loureiro Hamburg Alemanha Manuel Rodrigues Frankfurt Alemanha Manuel Silva St. Fons França Maria Lourenco Rio De Janeiro Brasil Mario Costa Liverdyen-brie-tournan França Micael Teixeira Payerne Suíça Paulo Lourenco Saint-blaise Suíça Paulo Valente London Inglaterra Rodrigues Augusto Andorra La Vella Andorra Rogerio Viegas Heilbronn Alemanha FEV 7 Nascimento do rei português D. Afonso IV Amaury Gomes Recife Antonio Cunha Montigny Les Cormeilles Valentim Sampaio Paris Bandeira Fernando Koln David Cabral East Providence David Tavares Louvres Francisco Lopes Schonaich Ilda Figueiredo Rio De Janeiro Jaime Macedo Sao Paulo Joao Lopes La Courneuve Jorge Santos Tours Jose Ferreira Diemelstadt Jose Miranda Rio De Janeiro Jose Ribeiro Suresnes Julio Marques Santos Lourenco Jose St Pierre Du Perray Manuel Pereira Niteroi Marciano Rodrigues Rio De Janeiro Maria Bastos Albergaria-a-velha Maria Deniau St. Gemmes-sur-loire Maria Santos Rio De Janeiro Rutilene Silva Lubeck Silva Piedade London Tomas Matos Champigny Sur Marne FEV 8 Brasil França França Alemanha U.S.A. França Alemanha Brasil Brasil França França Alemanha Brasil França Brasil França Brasil Brasil Portugal França Brasil Alemanha Inglaterra França Navio escola Sagres é incorporado na Marinha portuguesa A Baptista Livry Gargan Alessandra Cardoso Macae Antero Baltazar Rubi Antonio Viana Escaldaes-engordany Armindo Domingos Sevres Augusto Fernandes Rio De Janeiro Dominique Moura Paris Eduardo Marques Velizy Filomena Linhares Mery S/ Oise Jose Julio Rio De Janeiro Julio Carita Antony França Brasil Espanha Andorra França Brasil França Luis Vieiro Rio De Janeiro Manoel Baeta Rio De Janeiro Manuel Loureiro L'hay Les Roses Nathalino Dias Champigny Sur Marne Romina Romao Villa Elisa-buenos Aires Serafim Frias Rio De Janeiro FEV 9 Brasil Brasil França França Argentina Brasil Dia de Santa Apolónia Andreia Alves Chur Antonio Almeida Souffelweyersheim Antonio Costa Saint Meme Les Carrieres Antonio Machado Rio De Janeiro Antonio Silva Orly Aurora Lopes Rio De Janeiro Da Jose Agen Diamantino Costa Baucau Timor Dias Aires Crissier Domingos Trindade . Dr Anjos Rio De Janeiro Dr Goncalves Lisboa Elias Laudo Thunder Bay Fernando Reino Contrexeville Francisco Barbosa Rio De Janeiro Guilherme Simoes Rio De Janeiro Joaquim Gaspar Bondy Jorge Mota Rio De Janeiro Jose Casimiro Ecully Jose Pedrosa Sao Paulo Luis Almeida Rio De Janeiro Manuel Dias Ehrwald Mario Figueiredo Sao Paulo Marques Pereira Cormeilles En Vexin Nuno Pereira Blaustein Stephanie Jacinto Branson Urbano Guedes Rio De Janeiro Valdemar Pereira Tours Suíça França França Brasil França Brasil França Lorosae Suíça Angola Brasil Portugal Canadá França Brasil Brasil França Brasil França Brasil Brasil Áustria Brasil França Suíça Brasil França França França Brasil França FEV 10 Lançado o semanário português “O Diabo” Agostinho Canhao Fresnes França AF_ANUNCIO_MADEIRA_MUNDOPORTUGUES_2016.pdf 1 21-01-2016 15:32:19 Madeira €49 €47 DE LISBOA PREÇO IDA DO PORTO PREÇO IDA C M Y CM MY CY CMY K DE BRAÇOS ABERTOS Viagens: 18JAN16-04FEB16 / 11FEB16-17MAR16 / 14APR16-31MAY16 / 19SEP-30NOV16 Preços de ida com todas as taxas incluídas. Sujeitos a condições especiais e com lugares limitados. Válidos nos voos diretos e específicos à partida de Lisboa e Porto, operados pela TAP, para compras com cartão de débito (adicional para compras com cartão de crédito) e reservas em www.flytap.com até 7 de fevereiro de 2016. Viagens de 25 de janeiro de 2016 a 30 de novembro de 2016 (as promoções terão menor disponibilidade ou não estarão ativas nos períodos de 5 a 10 de fevereiro de 2016, de 18 de março a 13 de abril de 2016, nos feriados de junho e de 27 de junho a 18 de setembro de 2016). Incluem o transporte grátis de um volume de bagagem de porão até 23Kg. Para mais informações, contacte o 707 205 700 / 21 843 11 00, consulte www.flytap.com ou o seu Agente de Viagens. flytap.com BOM FIM DE SEMANA 5 DE FEVEREIRO DE 2016 Idas & Vindas de Vasco Callixto O Grande Hotel do Porto data de 1880, e naturalmente, tem sofrido sucessivas adaptações ao longo de mais de um século de existência. Mas o passando continua alipresente, mantendo-se todo o “charme do tempo” dos nossos avós. Cartoon da semana Nova lei para acolhimento de refugiados na Dinamarca a merecer severas críticas Visitar Torres Novas e “encontrar” o Alcaide Gil Pais e os “heróis de Diu” Há pouco mais de duas décadas, fizera uma última visita a Torres Novas e, ao tempo a dirigir a revista “Rodoviária”, de turismo, automobilismo e estradas, , consagrei a capa e uma página central à histórica cidade das margens do Almonda. Voltei agora a Torres Novas, não me foi difícil estacionar na área central e voltei a apreciar demoradamente o notável painel que se apresenta no paredão da rampa de acesso ao Castelo. Só para admirar este painel, vale a pena ir a Torres Novas. Painel de grandes dimensões, constituído por 2300 azulejos, este belo cartaz histórico-turístico data de 1939 e é da autoria do consagrado artista Jorge Colaço(1868-1942), que compareceu ao acto inaugural. Sob o painel, também em azulejo, lê-se: “Valeu mais com Gil Pais a obrigação da homena- povoação em 1190. Outro monumento, porém, voltei a encontrar em Torres Novas, mas em local diferente. Com efeito, o antigo Padrão Henriquino, que se situava também junto ao castelo, foi transferido em 2003 para a parte baixa da cidade, erguendo-se agora no centro de uma ampla e moderna praça, junto à estação rodoviária. Sem dúvida, ficou melhor situado. Obra do escultor Severo Portela Júnior(1898-1985), idêntica a outras que foram destinadas ao Ultramar, este Padrão consagra, de igual modo, quatro naturais da região, que se destacaram na defesa do então território português de Diu, na Índia. O propósito de homenagear estes “Heróis de Diu” data dos anos vinte do século passado, mas o projecto não teve então segui- MUNDO PORTUGUÊS VASCO LOURENÇO | Presidente da Associação 25 de Abril “O resultado das presidenciais é uma fraude. Foi a comunicação social que fez o novo presidente e com ele andou ao colo durante uma campanha em que ele não disse nada” ANTÓNIO VITORINO| Ex.ministro socialista “Espero que o sentida responsabilidade de Marcelo prevaleça sobre uma certa dimensão lúdica, que é o que lhe dá graça, mas se coaduna pouco com a figura presidencial” MIGUEL SOUSA TAVARES | Comentador político e escritor “Marcelo Rebelo de Sousa? Só sei que vai ser melhor do que Cavaco. E só por isso já vou dormir melhor” LÁ VAI VENENO... «Podíamos ter arranjado uma candidata mais engraçadinha e com um discurso mais populista, mas não somos capazes de mudar»... Jerónimo de Sousa O líder do PCP em entrevista à RTP. fez esta declaração a mostrar a “azia” que por ali vai com o resultado de Marisa Matias nas últimas presidenciais. Vamos ver como vai continuar esta guerra, porque guerra vamos ter com toda a certeza... gem que a vida do filho”. Gil Pais era em 1373 o alcaide do castelo de Torres Novas, quando os castelhanos invadiram Portugal e puseram cerco à vila, impondo a rendição da fortaleza, ao que o alcaide se opôs, resistindo mesmo ao estratagema do inimigo, que, entretanto, nas cercanias, aprisionara um jovem, seu filho, cuja vida salvariam, se a rendição se concretizasse. Como tal não aconteceu, o filho do alcaide , já morto, foi apresentado à porta de armas ao heróico defensor do castelo. E os castelhanos levantaram o cerco. Episódio semelhante verificou-se na mesma época, no norte do país, nos arredores de Barcelos, quando o alcaide do castelo de Faria igualmente resistiu às investidas do inimigo. Presença histórica junto às muralhas do castelo de Torres Novas, é a de D.Sancho I, cujo busto representa um preito de gratidão ao rei “Povoador”, por ter concedido foral à mento. Após Torres Novas ter recebido em 1960 o Padrão Henriquino, não só foi colocada no monumento uma pedra que viera de distantes paragens, como numa das suas faces os “Heróis de Diu” foram finalmente homenageados. A citada pedra está identificada: “Esta pedra veio da Fortaleza de Diu - Índia Portuguesa”. E na face direita do Padrão lê-se: Homenagem aos torrejanos Daniel de Arnide, Francisco de Gouveia, Miguel de Arnide e D.Pedro de Almeida, Heróis do 1º e 2º. Cercos de Diu”. A homenagem foi prestada pela “Mocidade Portuguesa” e o Padrão ostenta as datas de 1460(morte do Infante D.Henrique), 1538-1546(cercos de Diu) e 1960 (Comemorações Henriquinas), nele se lendo também “Por mares nunca d antes navegados”. Daniel de Arnide, pai de Miguel de Arnide, seria originário de uma família genovesa. 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