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FENOMENOLOGIáàDOàFáLáRàDEàáMOR
Susan Petrilli1
Tradução de Cecília Maculan Adum
5
Resu oà
Oàa o ,àe ua toà oltadoàpa aàu à i oàaoà u do à àse p eà i o.àMasà
oàa o à à i oàta
à oàse idoà ueà iasàsu di is es,à o oàa uelaà
e t eàãgapeàeàE os,àoàa o àilial,à ate o,àpassio al,àdeàa izade,à o jugal,à
são subdivisões que não tangem à unidade e à unicidade do amor. Para
di idi ,àest àaàl gua,àaào de àdoàdis u so.àásàde o i aç esàoi iaisàdoà
a o àest oàligadasà o àaà atego iaàdaàide idade.àEà adaà ezà ueàu aà
ide idadeà àassu ida,à aisàdeàu aàalte idadeà àsa ii ada,àalte idadeà
própria e alteridade dos outros. Os vários nomes do amor, as suas várias
ide idadesàs oàigual e teàsa ií iosàdaàalte idade.àáàpossi ilidadeàdeàseà
evitar a língua acontece quando a escritura não é uma simples transcrição,
escritura de escrevente, mas é escritura do escritor. Seja a escritura, seja o
apai o adoàa osàs oàsu eidosà sàg açasàdoàa o ,àeàoàa o à àse p eà
fora dos papéis sociais.
Pala as- ha e: Amor, alteridade, corpo, ordem do discurso, escritura,
unicidade
áàu i idadeàdoàa o
E à Pa aàu aàilosoiaàdoàatoà espo s el à
-
àMikhailàBakhi à osàfazà
observar que
oà e t oà alo ai oàdaàa uitet i aàdoàe e toàdaà is oàest i aà àu àse àhua o,à asà oà o oàu à ual ue ,àdeà o te doàid i oàaàsià es o,à asà
o oàu aà ealidadeà o etaàa o osa e teàai ada.àNesta,àaà is oàest i aà
não faz absolutamente abstração dos possíveis pontos de vista de valores, não
apaga a fronteira entre o bem e o mal, entre o bonito e o feio, entre verdade
eàaà e i a;àaà is oàest i aà o he eàeàe o t aàtodasàestasàdife e çasà oài te io àdoà u doà o te plai o,à asàestasàdife e çasà oàsu ge àdeleà o oà
it iosà li os,à o oàp i pioàdeà e àeàfo a àoà ueà à isto,à asàelasàpe ae e à oài te io àdesseà u doà o oà o e tosà o situi tesàdaàsuaàa uitet i a,àeàtoda iaàs oàtodosàa a adosàpelaàai aç oàdeàu àse àhu a o,àu aà
ai aç oàa o osaà ueàtole aàtudo.àáà is oàest i aàta
à o he e,à à la o,à
p i piosàdeàseleç o ,à asàessesàs oàtodosàa uiteto i a e teàsu o di adosà
à “usa à Pet illià à p ofesso aà deà Filosoiaà eà Teo iaà dasà L guasà aà U i e sidadeà deà Ba i,à Depa ta e toà
deà P i asà Li gu si asà eà á liseà deà Te tos.à Le io aà “e i i a,à teo iaà daà t aduç oà eà estudosà deà
Mídia.
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aoà e t oà alo ai oàso e a oàdaà o te plaç oà–àu àse àhu a oà BáKHTINà
Eà“EUàCÍ‘CULO,à
,àp.à
áà elaç oàdeàa o à à e t alàta
e i oàdoàDiscurso Amorosoà se i
,àt ad.àit.à
discurso amorosoà
O deàelaà oàest .à Di ioàdoàluto,à
Barthes,à
,àt .àit.à
à aà ele oàdeà‘ola dàBa thes.àQualàa o ?àá ueleà
iosà
-
,à
,àt .àit.à
àeàdosàFragmentos de um
,àa ueleàilialàdeàA câmara clara
,àt ad.àit.à
,àeàdeà
,àa ueleàdeà‘ola dàBa thesàpo àBa thesà Barthes de Roland
,àouàa ueleàdaàa izade:àaàa oluia, o cortejo dos amigos, conforto do
i e ,àdosà uaisàBa thesàfalaàe àu àe saioàdeà
,ài ituladoà áài age .àQuaisàdesses?àE osàouà
ãgape?àOàa o àpassio alàouàoàa o à a io al?
O ponto central da questão é que o amor é único. É essa a tese de Jean
Luc Marion, é essa a tese de Emmanuel Lévinas, é essa a tese de Roland Barthes.
à
Issoàe àdoisàse idos.àOàa o à àse p eà i o,à oàape asàa ueleà e i o ,à asàta
a ueleà ate o:àte haàu aà
eàdezàilhos,à adaàilhoà àa adoàpelaà
à
eà o oàilhoà i o,àeàdeà
nada vale a consolação pela perda de um com a argumentação de que existem outros nove, como de
nada vale a consolação pela perda da mulher amada com o argumento de que existem tantas outras.
Isso vale também para o amor de Deus. Cada indivíduo é amado por Deus Pai
o oà ilhoà
i o.à Po à out oà lado,à sejaà ditoà e t eà pa
i o:à istoà ,à o oà dizà L i as,à oà
à
Oàa o àe ua toà oltadoàaàu à
à
Masàoàa o à à i oàta
o ote s oà
teses,à seà Deusà à a o ,à Deusà à
oà à u aà a a te izaç oà a it
i a.à
i oà oà u do à ,à esseàse ido,àse p eà i o.
àe àu àout oàse ido.àIstoà à oàse idoà ueàasà uitasàsu di is esà
o oàa uelaàe t eàãgapeàeàE os,àilial,à ate o,àpassio al,àdeàa izade,à o jugal,àet às oàsu di is esà
que não tangem à unidade e à unicidade do amor. Para dividir há a língua, a ordem do discurso. A
tal propósito, em Aulaà
à‘ola dàBa thesà ost aà o oàaàl guaà osà o st a geàaàdize ,àaàdei i ,à
aàdisi gui àasà elaç es:àduasàpessoasàseàf e ue ta àassidua e te,àeàaàu à e toàpo toà à o oàseàaà
língua interviesse para impor que cada um dê nome à relação, que diga qual é entre aqueles nomes
p e istosà aàse
i aàeà oàl i oà ige te,à ueàdigaà ualà àeà ueàseà o po teàe à o se u
iaàdisso.
Como bem sabia Claude Lévi-Strauss no estudo sobre os sistemas de parentesco, o
sistema nominal é ao mesmo tempo um sistema de comportamentos. O poder da língua sobre
o falante, diz Barthes, não consiste no impedir de dizer, mas, ao contrário no constranger a dizer,
aà o i a ,àaàesta ele e àei uetas,àaàassu i -seà adaàu àe à o se u
iaàaà espo sa ilidadeà
doà elai oà o po ta e toà eà doà elai oà ju zoà posii oà ouà egai oà ueà aà so iedadeà p e à
para as relações normais e também anormais, para a regularidade e para a perversão.
à
ásà
iasàde o i aç esàdoàa o àest oàligadasà à atego iaàdaàide idadeà à ualàaào de àdoà
dis u soàeàaàp p iaàl guaàsuste ta à ui ssi o.àNo eaç oàsig ii aàide ii aç o.àEà adaà ezà ueà
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u aàide idadeà àassu idaà aisàdeàu aàalte idadeà àsa ii ada,àalte idadeàp p iaàeàalte idadeàdosà
out os.àOsà
iosà o esàdoàa o ,àasàsuasà
iasàide idades,às oàigual e teàsa ií iosàdaàalte idade.
áàatopiaàdeà ue àa a
Trapacear com a língua, não se fazer encontrar jamais lá onde se está localizado, individuado,
p o u ado:à àessaàaài di aç oàdeà‘ola dàBa thesàe àAula. Mas isso é possível até um certo ponto
e certamente não basta a vontade, a determinação, a intenção. Não está nas mãos do sujeito,
enquanto sujeito, enquanto centro de decisão, essa possibilidade. Trata-se, ao contrário, de algo
que acontece e acontece de maneira impessoal, como o fato de chover. Acontece àquele que,
dizàBa thes,à oàes e eà aisàe à a ei aàt a sii a,à o oàsujeitoàai o,à o oàes e e te,à o oà
auto -auto idade;à ueà oàte à ais,àdi iaàMikhailàBakhi ,àu aàpala aàdi eta,ào jei a,àsua;à ueà
não escreve mais com o nome próprio.
à
áàpossi ilidadeàdeàseàdes ia àdaàl guaàa o te eà ua doàaàes itu aà oà à aisàt a sii a,à
assu eàaàfo
aàdeàes itu aài t a sii a,à oà àes itu aàdeàes e e teà–àoàjo alista,àoàe sa sta,à
oàpu li it ioà-,à asàsi àes itu aàdoàes ito .àEs ito ,àdizàBakhi ,à àa ueleà ueà esteàaà oupaàdoà
ala ;àeàoà ala à àoà i oà odoàdeàdes ia -seàdaàl guaàfas ista,à ue,àfeitoàsil
se i ,à ue àdei i ,àdete
io,à ue àseàfaze à
i a ,àdisi gui .à
Trata-se do escritor, portanto, como capaz de calar, e, portanto, de exotopia, de
deslo a e to.àMasàta
àoàe a o ado,à ue àa a,àoà ;àeàta
àa ueleà ueàa a,àj à ueà
ama independentemente de uma escolha, por qualquer deliberação da própria vontade, recebe,
elho àseàpode iaàdize ,à àsu
eido,à àg açaàdoàa o .àN oà à asualà ueà e a o ado àsoeà oà
passi o,à esta àe a o ado ,à ueàe àpo tugu sàe istaàaà aizàlai aàpassio, apaixonar-se, e que em
fa
sàeàe ài gl sàpa aà e a o a -se àseàuse à e osà ueàt aduzidosàlite al e teàe àitalia oà
sig ii ue à ai àe àa o ,à o oà ai àdoe tes .
Amar é, diria Emmanuel Lévinas, um movimento sem retorno, sem ganho, movimento em
se idoà i o,à oà ualàoàsujeitoà o oàse àai oàseàt a sfo
a,àaoà o t io,àe àsujeitoà oàse idoà
passivo do termo, em ser sujeitado. Um ser que se encontra escritor, assim como se encontra
enamorado.
à
N oàesta osàfala doàdoàe a o adoà oàse idoàe i oàdoàte
o.àCo oàseà ,ài feliz e te,à
aàl guaàdisi gueàeà o st a geàaàdisi gui .àQue àa aà oà à aisàu àpapelàso ial,àoàa o àdoà
papelà oà o e eà uito,àeà oài alàdasà o tasà àhip
itaàeàfalso.àOàa o à àse p eàfo aàdosà
papéis sociais.
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O enamorado, diz Barthes, é atopos, desordenado ou inoportuno, como o escritor. E,
epita os,à oàseàt ataàdoàa o àe i o.àOàa o à à i o,àaàl guaà o st a geàaàdisi gui :àa o à
o jugal,àa o àdeàa a te,àa o àpe e so,àa o àilial,àa o àpate o.àáàp o u aào si adaàpelaà
fotog aiaàdaà
eàdes itaàpo àBa thesàe àA câmara clara não é procura pelo amor filial, mas sim
procura pelo enamorado. Como o é a procura da a oluia,à oàp o u aàdoàa igoàpo àpa teàdoà
amigo, do discípulo por parte do mestre, mas sim procura pelo enamorado.
à
N oàesta osàfala doàdeàa o à o otadoà o oàe i oàeà uitoà e osàdeàa o à o otadoà
o oàse ual,à ueàaào de àdoàdis u soàp es e eàeà ueà o al e teàest à oltadoàaoàout oàse o àeà
obedece ao sistema das relações previstas pelo social.
Estamos falando do amor único. O amor único não é uma ideia, não é um conceito, não é
uma abstração, esse não existe em geral. O amor único é sempre amor em primeira pessoa, amor
deàu àsi gula àeàjusta e teàpo àissoà àse p eà
i o.àN oà à a a te iz elà o oàdesteàipoàouà
da ueleàout oàipo.àâà e aàdoàa o àseàpodeàes e e ,àdizàBa thes,àso e teàe àp i ei aàpessoa.àà
E no Discurso amoroso, no primeiro dos dois seminários, em 23 de janeiro de 1975, a propósito da
igu aà -a o àeleàai a:à U aàg a
i aàverdadeiraà
oàes ol si a,à oà ep esso a à oà o te iaà
oài i ii oà aà o jugaç oàdeàa a .
áàe pe i
à
iaàa o osa,à o oà eduç oàaoàp - atego ial
Oàe a o adoàfala:àassi à o eçaàFragmentos de um discurso amoroso.O amor vai de um eu a
um tu e na sua unicidade se subtrai ao olhar de um terceiro, não participante. Nisso está a discrição do
a o ,àoàseuàesse ialpudo ,àaàsuaà solid oà o stituti a ,à o oàdizàBa thes,àu aà solid oàesse ial ,àdeà
quem ama, homóloga à solidão essencial da qual fala Maurice Blanchot a propósito do escritor.
Essa palavra em primeira pessoa não é, todavia – justamente porque discreta, não
despudorada, não ostensiva, não subscrita -, não é palavra direta, palavra objetiva, palavra que usa a
língua, e que por consequência é à essa funcional e por essa usada. Essa é uma palavra que cala e nesse
modo é excedente, outra, capaz de subtrair-se ao silêncio ensurdecedor da comunicação, segundo a
ordem do discurso.
Essa palavra indireta, taciturna, esse discurso do enamorado, como discurso do escritor,
disturba justamente por isso, porque é infuncional, e no final das contas, de maneira não suspeita,
como diz Edmond Jabès, subversiva.
à
Oàe a o ado,à oàse idoà ueàesta osàfala do,à àa ueleà ueàa a,àeàa aà o àu àa o à
i o,à e àaàseàe o t a àe àu aàpe spe i aàe t ao di
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iaàe à elaç oàaà ualàasàfo asàeàasà
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categorias segundo as quais está organizado o mundo ordinário são abolidas. Trata-se de uma
espécie de eduç oàouàdeàsuspe s oàdeàjuízoàfe o e ol gi aàe à aseà à ualàoàse idoà
io,àdoà
qual o próprio Barthes fala, é colocado de lado.
à
Noà ueà o e eà àfo aàdoàespaço,àj àize osà efe
iaàaoà a te àat pi oàdoàe a o ado,à
a ueleà ueàa a.àEleà oàseà olo aàe à e hu àluga àp e isoà asà oà oàse idoà ueàseàe o t aà
e àu àipoàdeàa
i oà o-luga à o oàa uelesàdes itosàpo àMa àáug àeà ueàs oà pi osàdaà
forma social em que vivemos. Ao contrário, cada lugar assume uma conotação, uma valência, uma
coloração única. Nenhum outro pode ocupar, experimentar, viver os lugares de quem ama, os quais
não são os mesmos, nem para os outros nem para ele do momento em que ama.
O próprio conceito de distância não é mais aquele comumente entendido, e acontece o
fenômeno paradoxal que a distância da pessoa amada até ele não corresponde à distância dele até
aàpessoaàa ada.àEleàseàse teàp
i oà uiloà ueàpa aàoàout oà àdista te,àeà i e- e sa;àeàseàse teà
muito distante, sofrendo por isso, de quem o percebe em uma distância curta.
Também o tempo muda radicalmente, e também o tempo é percebido pelo enamorado
e àu aà a ei aà ueà oà o espo deà uelaàdoàa ado:àu àdia,àu aàho aàpodeàdu a àu aà
eternidade, e quando o enamorado se lamenta com o amado, que não conseguia mais suportar o
lo gu ssi oàte poàdaàsepa aç o,àpodeàse i -seàdize à ueàoàte poà àt atadoàsi ples e teà o oà
um punhado de dias.
à
Masàa uiloà ueà aisàpodeài te essa àaàu aàfe o e ologiaàdoàa o à àu àipoàdeà eduç oà
que podemos indicar como transcendental, porque é como se portasse as formas do espaço-tempo
não ainda medidas, organizadas, determinadas, conceitualizadas.
A redução consiste no passar dos sujeitos ordinários, já feitos, a uma espécie de preatego ialà
i o,à i su situ el,à i e su
elà e à ujoà espaçoà eà te poà
oà s oà aisà a uelesà doà
sujeito psicológico, do sujeito já dado.
O efeito de desambientação, o não reconhecer-se, o encontrar-se outro na relação amorosa
está ligado a esta redução das formas espaço-temporais à alteridade do próprio eu.
Na relação de amor o efeito de estranhamento que se produz sobre o eu mesmo comporta
oàta toàa uelaà ueàBa thesài di aà o oà pe gu taàt gi a ,à Que àsouàeu? ,à asàa uelaà ueà
eleài di aà o oàpe gu taà
i a,à “ouàeu? .àáàpassage àdoàt gi oàaoà
i oà àaàpassage àdeà
um eu que está no centro e que se autovaloriza e que se auto-agrada e se auto-compadece a um
eu descentrado e destronado, que se vê com o olho de um outro e que é reduzido a sua própria
caricatura.
A alteridade colocada nua na relação amorosa concerne ao próprio corpo, ao si, como diz
Lévinas, antecedente à consciência de si. Trata-se do corpo vivido de maneira pre-categorial, um
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o po,à o oàdize àGillesàDeleuzeàeàF li àGuata iàe àMil Platôsà
,àt ad.àit.à
,à se à g osà
eà o-o g i o ,à ueàes utaàa tesà ueàoàeuàes ute,à apazàdeàp o a à sias,àse i e tos,àpai es,à
envolvimentos e apreensões antes que o eu o saiba.
Oàa o à o oàfu da e toàdoàeuàpsi ol gi o
Em primeiro lugar está a sequência normal segundo a qual os acontecimentos se organizam
em uma história, em uma narração, que vem a saltar. Narração e eu, o eu psicológico, o eu empírico,
o eu já feito e já dado, o eu consciente e intencional, são complementares. Quando o eu entra em
crise é porque perdeu a narração, ou pelo menos ali vê os buracos que ele mesmo ou outro, o
psicanalista, deve eliminar reconstruindo o pedaço de história perdido.
O discorrer do enamorado, o discurso amoroso, feito necessariamente em primeira pessoa,
asàpo àu àsujeitoàassujeitado,àalijado,à o oàdizàL i as,à oàpodeà aisàdoà ueàse àf ag e tado:à
f ag e toàdeàu àdis u soàa o oso,à o t ioà àse u
iaà a ai a,à àhist ia.
O tempo não é mais a distensão do presente em direção ao passado na forma da retenção
eàe àdi eç oàaoàfutu oà aàfo aàdaàp ote s o:àu aàfalsaàdia o iaàpo ue,àe àefeitoàtudoàseà
dese ol eàe àsi
à
o ia,àso àoà o t oleàdaàp ese ça,àdoàsujeito;àu àte poàtodoàp ese teà oàsujeito.
Oàa a àto aàoàte poàdeàlu oà o
uoàaàe p ess oàdoàdis eto,àdaàdis iç o,àdoàf ag e to,à
uma fratura, um intervalo, um intermezzo irrecuperável porque aqui o tempo é dado pelo outro, o
amado, pela sua possibilidade de ausentar-se, pelo seu não estar, que é a modalidade própria do seu
ser outro.
O tempo aqui se torna espera,àoà o i e toà ueàoà edeà oàte poàte àse p eà e essidadeà
doà o i e toàpa aàse à edido à àoàestadoàdeà oàt a uilidadeàp o o adoàpeloàout o,àpelaàespe aà
pelo outro, pelo compromisso faltado como no caso magistralmente descrito por Barthes. Ali não
tranquilidade é aqui inquietude.
à
“e,à o oàdizàCha lesà“.àPei e,àefei a e teà oàseàde e iaàdize à ueàoàsujeitoàpe sa,à ueà
é sim o sujeito a pensar, segundo uma visão que o exalta e o torna protagonista, assim como não se
deveria dizer que nós pensamos mas, ao contrário, que estamos em pensamento, pois bem isso o
a a teàsa eà uitoà e :àeleàest àse p eàe àpe sa e to.
A escansão, a fratura temporal provocada pelo amor pelo outro, pela inquietude, pelo
estar em pensamento por ele, comporta um tempo que é verdadeiramente diacronia e no
qual o caráter da irreversibilidade é dado por aquele movimento sem retorno em direção ao
outro que é o amor.
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à
áàaus
iaàdaàhist ia,àaàsu e s oàdaàse u
iaà a ai a,àaàsu e s oàdoàsujeito,à
daào de àdoàdis u soàseà elete à oà a te àf ag e t ioàdeàu àte toà ueà ue àfala àdoà
dis u soàa o osoàdoàpo toàdeà istaàdoàe a o ado,àe àp i ei aàpessoa,àeà oà aàpe spe i aà
de um terceiro, em relação ao amado e ao amante que de fora transforma esta relação em seu
objeto, em seu tema.
Como consequência o discurso amoroso é feito, como diz Barthes, de igu as, cuja
o de ,àpa aàe ita àaà e o posiç oàdeàu aàhist ia,àe àu aàse u
ai
à
iaà a ai a,àe àu aà
aç oàdoàsujeito,à oàpodeàse àout aà ueàaào de àalfa i a.
áà o de à alfa i aà assegu aà aà i possi ilidadeà deà u à di e io a e toà e à u aà
hist ia.àáà e essidadeà asualàouàaà asualidadeà e ess iaàdaào de àalfa i aàdei eà e à
aàsituaç oàdeà horssujet
àoà tuloàdeàu àli oàdeàL i as,àdeà
,àt ad.it.à
à oàduploà
se idoàdeà fo aàdoàsujeito àeà fo aàdoàte aà a ai o ,à ueà àaàsituaç oàp p iaàdaàe pe i
doà e a o a e to,à se p eà oà se idoà
iaà
oà ape asà deà a o à e i o asde amor único;à eà
que permite a esse uma fenomenologia que não recai no poder de um outro sujeito, aquele
og os ii o.à
à
áà fe o e ologiaà doà e i o-agapasi o,à doà a o à
i oà seà to a,à assi ,à o diç oà
fundamental de uma se i i aàdoàeuà V. SEBEOK, PETRILLI, PONZIO,à
à ueàseàafasteàdaà
is oàeste eoipada,à ueàpossaàseàte ,àdeàu aài te p etaç oà o oàeuàpsi ol gi o,à o oàeuàj à
feitoàeà o situ do,à ueàseàap ese taàeàseà ep ese taà o oàsujeitoà o s ie teàeài te io al.à
Como diz Jean Luc Marion, e esta é a tese central de seu livro, Oàfe
e oàdoàe ois oà
,à oà àaàpa i àdaàpsi ologiaàdoàeuà ueà àposs elàu aàfe o e ologiaàdoàe i o,à asà
à aà pa i à destaà li a,à eà e te de doà e i oà oà se soà
oà eduto ,à ueà à poss elà u aà
des o st uç o- e o st uç o,àistoà àu aà o p ee s oà i aàdoàeuàpsi ol gi o.
Como é o mundo, o tempo, o espaço, a relação com o outro antes que o eu psicológico
se construa, se arme de suas defesas, se enrijeça até a plenitude de si e a esclerose, se pode
falar de uma fenomenologia do discurso amoroso.
F ag e tosàdeàu àdis u soàa o osoà o oàse i i aàdoàeu,àouàe t oàaàse i i aàdoàeuà o oà
se i i aàdaàsig ii
ia
O livro de Barthes, O discurso amorosoà o àsuaàdi is oàe àFigu asà deàa o ,à eto adaà
em F ag e tosàdeàu àdis u soàa o oso,àd uma contribuição enorme a uma fenomenologia do
e i oà ueà ,àe à li aàa lise,àu aàse i i aàdoàeu.àPa aàaà elaç oàdeàho ologiaàaà ualàize osà
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referência no início entre enamorado e escritor, a escritura, a escritura literária é aquela que mais se
aproxima e que melhor torna visível o ponto de vista do enamorado, sobretudo quando essa, como
o se aàBakhi ,àg açasà àsuaà apa idadeàdeà o p ee s oà espo de te,àdeàpala aà oào jei a,à
não direta, à sua capacidade de calar, faz-se a si mesma discurso amoroso. Barthes, em O discurso
amoroso e, portanto, em Fragmentos de um discurso amoroso lança mão frequentemente da
escritura literária para falar do amor do ponto de vista do próprio enamorado.
A escritura literária sabe longamente sobre o amor. Pela homologia de posição entre o
enamorado e o escritor, assim como Deleuze em Proust e os signos encontra em âàp o u aàdoàte poà
perdido, o tempo perdido no amor e na escritura do amor, um enorme reservatório de signos, dado
que o enamorado lê signos por todos os lados, assim também Barthes encontra na leitura de teses
lite iasà i tei asàigu as àj àp o tasàpa aàsuaà olheita àe ào de àalfa i aàdeàf ag e tosàdeà
discurso amoroso.
à
Desseàpo toàdeà istaàoàt a alhoàdeàBa thesàseàligaà a ueleàdese ol idoàdeàu aàse i i aà
doàeuà ue,àe àu àp i ei oàte po,àessaàp p iaàf ag e tadaàeàespalhadaà aà ele oàso eàosà
sig osàdosà est esàdaàse i i aà o oàCha lesàPei e,àVi to iaàWel ,àCha lesàMo is,à e àaàsegui à
organizando-se e especializando-se em um discurso unitário que tem início recentemente com a
pes uisaàdeàTho asà“e eokàso eàoà ueàeleà ha a aàdoàeuàse i i o.
Juntando-se à contribuição proveniente de Roland Barthes, como também àquela de
MikhailàBakhi ,àpassa,àpelaà o t i uiç oàdaàes itu aàlite iaà ueàe i ue eàaàse i i aàto a do-aà
o oàse i i aàdaàsig ii
ia,àaoà te ei oàse ido ,à àte ei aàdi e s oàdoàse ido,àoà se idoà
o tuso ,à ueà àa ueleàdoàte toàeà ueà à o t apostoàaoàse idoà
se i i aàdaà o u i aç oàeà àse i i aàdaàsig ii aç oà V.àBá‘THE“,à
E à elaç oà àsig ii aç o,àaàsig ii
io à ueàpe a e eàligadoà à
.
iaà àa uiloà ueàe ede,àalgoàdeàsuple e ta à ueàsaiàfo aàdaà
possi ilidadeàdeàai a ,àdeà o p ee de ,àdeàdete i a .àáoà o t io,àaàsig ii aç oà àu àse idoà
que se oferece, que se impõe, que vem de encontro. Por esse seu dar-se, por este seu fazer-se
encontro Barthes a indica como se idoà vioà lesens obvie .àObviusàe àlai àsig ii aàta toà
io à
ua toà ueà e àdeàe o t o .àPa aàfala àdoàobtuso o texto deve fazer-se ele mesmo obtuso e o seu
odoàdeà a a ,ài te p eta ,àdeà eigu a àseàto aàa ueleàdaàsig ii
iaà ueà oàte àaàaud iaàdaà
sig ii aç o,àsuaàp o o aç o,àsuaào s e idade.àOào tusoàte àu à ueàdeà ese adoàeàdeàdis eto.
Como diz Barthes, oàse idoào tusoà lesensobtus à àaoà es oàte poào si adoàeàfugaz,à
al oàeàe asi o,àt ueàeài uieta te.à O tuso àd àideiaàdeàsua iza ,àdeàa edo da ,àdeàdo iliza ,àdaà
sig ii
iaàaà espeitoàdaàsig ii aç o.àO tusoà àoàsua iza àda uiloà ueà àagudo,àespi hoso,àoàsua iza à
deàu àse idoà uitoà la o,à uitoàfo te.àáoà es oàte poào tusoà àa uiloà ueàfogeà à aptu a,à
aquilo que não se deixa enquadrar, aquilo que surpreende e dribla. O suavizar, o arredondamento,
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o po taàdii uldadeàdeà aptu a,àfuga idade,àdesliza e to.àOào tusoàe àgeo et iaàe isteàpa aà
i di a àoà guloàsupe io àaoà eto.àCo oàdizia àosàa igosàg egos,àoà guloà etoà oà àja aisàalgoà
aut o o.à“eàh àu à guloà eto,àh àta
àu àout oàid i o.àOà guloà etoàest à oligadoà o àaà
pe pe di ula idade,à o àaà eid oàeà o àaàide idade.àOà guloào tuso,àaoà o t io,àpodeà a ia .à
Oàse idoào tusoà àa ueleàdaàsig ii
iaà ueàes apaàdaàpe pe di ula idade,àdaàide idade,àdaà
igidez,àdaàdupli a ilidadeàdaàsig ii aç o.ààà
deàp otu e
ia,à aisà ueàu àout oàse so,àu àout oàluga àdoàse ido,àu àout oà o te doà ueà
seàa es e taàaoàse idoà
oàse ido.àáàp i aà
a aàdaàsig ii
à
Oàse idoào tuso,àu aàesp ieàdeàfalsaàdo a,à
io,à àaoà o t ioàu aàesp ieàdeàdesliza e to,àdizàBa thes,à ueàevita
iaàdaàsig ii aç oàeàaào de àdoàdis u soàs oàd i ladasàpo àessaàout aàp i aà
ia.
Oàse idoào tusoàseàap ese taà o oàa uiloà ueà ài il,ài fu io al,ài p odui o,à o oà
sig ii a teà ueà oàp ee heàeà ueàpo ta toà oà àsaisfeitoàpo àu àsig ii ado,à o oàa uiloà ueà
oà ep ese taà ada.àE à elaç oàaàissoà ueàte à efe
ia,àsig ii ado,àfu ç o,ài alidade,àoàse soà
o tusoà esultaàalgoàdeà o t a- atu eza,àdeàa e aç o:
eàpa e eà ueàa aàoà a poàdoàse idoàtotal e te,àistoà ,ài i ita e te.àEstouà
dispostoàaàa eita ,àpo àesteàse idoào tuso,àaà o otaç oàpejo ai a:àoàse idoà
o tusoàpa e eàseàe pli a àdoàladoàdeàfo aàdaà ultu a,àdoàsa e ,àdaài fo aç o;à
a alii a e te,àte àalgoàdeàde is io;àe à ua toàa eàaoài i itoàdaàli guage ,àpodeàpa e e àli itadoàaoà ueà o e eà à az oàa al i a;àpe te eà à açaà
dosàjogosàdeàpala a,àdasà i adei as,àdosàgastosài teis;ài dife e teà sà ategoiasà o aisàouàest i asà oàt i ial,àoàf il,àoàposiçoàeàaà o fus o ,àest àdoàladoàdoà
carnaval. Enquanto obtusoàest à e à Bá‘THE“,à
,àp.à .
A escritura literária fala da ambivalência da linguagem, da tendência contrastante a
velar e a desvelar ao mesmo tempo, da sedução, fala da possibilidade de trapacear com a
li guage à Ba thes ,àdeà u la àoàpode ,àaàLei:à et fo aàdeàtudoàoà ueà oàho e à àe ede te,à
i p odui o,àdeàtodasàasàsuasàai idadesài fu io ais,à oà àse içoàdasà eg asàdaà epeiç o,à
da reprodução, do nomeável. Por sua natureza aberta, ambígua, dialógica, fugaz, incerta,
pe tu a te,àaàli guage àpo i aà àesseàp p ioà dis u soàa o oso à K iste a .à“o eàessesà
aspectos, indico o livro de Augusto Ponzio, também esse da primeira metade dos anos oitenta,
assim como os dois volumes de Leituras citados no início, Oàdespe dí ioàdosàsig ii a tes:àoe os,à
a morte, a escrituraà
proximidadeà
,àdepoisà ei p essosàe àOsàsig osàdoàout o:àe ed
iaàlite
iaàeà
.àáà o t i uiç oà akhi ia aà à esseàte toàap o i adaà uelaàdeà‘ola dà
Barthes, de Julia Kristeva, de Jacques Derrida, Maurice Blanchot, Emmanuel Lévinas.
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A relação entre humildade e fragilidade do eu, por um lado, e disponibilidade arriscada,
p o taàaàseàa e tu a à o à o ia çaàe àdi eç oàaoà ueà àout o,àpo àout oàlado,à àj àaigu adaà
oà itoàplat i oàdeàE osà oàBanquete ,àu àipoàdeàdi i dadeài te
edi iaàouàde
ioà
ue,àge adoàpo àPe iaà aàpo eza,àaà e essidade àeàpo àPo osà oàdeusàdaàe ge hosidade ,àsa eà
reencontrar o caminho também quando a estrada está barrada.
Em Victoria Welby a conexão entre enriquecimento do eu e abertura arriscada em
di eç oà àalte idadeà àe p essaàe àte
o oà ,à e à elaç oà aoà se à dete
osàdeà t a s e d
i ado,à eà e à te
ia àe à elaç oà à ealidadeàassi à
osà deà
i aà aoà se à saisfeito à o oà
o diç esà daà e oluç oà hu a a:à N sà todosà i feliz e teà te de osà atual e te,à ho e sà
eà ulhe es,àaàesta
osàsaisfeitosà ... àpelasà oisasàassi à o oàs o.àMasàesta osàtodosà oà
u doà p e isa e teà aà o diç oà deà esta
osà i saisfeitosà o à estas à Weallte d o ,à
e a d o e ,àto esaisiedà... iththi gsàasàthe àa e.àButà eàha eàallàe te edàtheà o ldà
p e isel àtoà eàdissaisiedà ithàit à
a us itosi ditos .
Na fenomenologia de eros-agape, do único amor, o outro se representa na sua
elaç oào igi
ia,àfo aàdosàpap is,àfo aàdasàalte idadesà elai as,àseàap ese taà o oà osto,à
o oàolha à ueàfu aàosà e esi e tosàdosàpap isàeàdasàdife e ças,àe àu aà elaç oà
oà
ediada,à se à odeiosà eà est at gias,à ueà L i asà ha aà deà fa eà aà fa e:à seà ap ese taà
o oà ostoà u,àe posto,à o oà o e,à ueàte àu àse idoàpo àsiàeà ueàolhaàeà e àeà osà
confrontos dos quais o eu se encontra em relação de não-indiferença.
Também o corpo, nessa fenomenologia do amor, se manifesta em toda a sua nãoeliminável alteridade.
É justamente o corpo amoureux que faz saltar todas as bases sobre as quais o
equilíbrio dos sistemas internos à ordem do discurso se regem. Os limites do corpo são os
limites da língua. Justamente na relação amorosa toma-se majoritariamente consciência
das potencialidades do próprio corpo e do corpo do outro.
o meu corpo é a minha prisão imaginária. O teu corpo, a coisa que te pae eàaà aisà eal,à à e ta e teàaà aisàfa tas i a.àTal ezàsejaàs àfa tasi a.à“eàh à e essidadeàdoàout oàpa aàli e a àoà o po;à ... àN oàpossoà
e pu a à euà o poàaoàe t e oàdeàsià es oàseà oà o àu àout o;à
mas também esse outro tem um corpo, um imaginário. Esse outro pode
ser um objeto. Mas o jogo que me interessa mais é quando há verdadeia e teàu àout oàe àto oàaà i à Bá‘THE“,à
,àp.à
.
No momento em que se sente o corpo assim como é, percebe-se em sua materialidade e,
portanto, em sua fragilidade, em sua caducidade, como corpo que não é duradouro, que termina.
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á a -seàsig ii aàse i àdeàgolpeàaà o te:à Welooked,à elo ed,àa dthe e ithi sta tl à/àDeath e aete i leto oua dà e à ‘o e tàG a es,àPureDeath ,àeàse i-laà o oàte ii a te,àho
el,àte
el,à
inexorável porque o amor, ao mesmo tempo, é tensão de vida.
à
Oà e p o oàdoa -seàdoàa o à àse idoà o oàdoe çaàdoà o poàe ua toà o poàefêmero,
destinado a morrer. O presente recíproco dos amantes, o presenteàdeàsi,à àdadoà aàfo aàdoàdesaio,à
e àu àjogoàespe ulai o.àOà e p o oàdoa -seà oà àout aà oisaà ueàaàdes o e taàdoàa o à o oà
revelação da morte. A relação amorosa é descrita como perda de si na tensão em direção ao outro,
como máxima abertura.
à
áà elaç oàdoàa o àdeli eiaàu àespaçoà o
uoàe t eài te oàeàe te o,àde t oàeàfo a,àe t eà
o eu e o outro do próprio corpo e do corpo do outro, um espaço que permite sair dos próprios papéis
p -esta ele idos,àj àdei idos,à oà o i e toàdeàest a ha e toàe à elaç oàaàsiàeàdeàte s oàe à
direção ao outro. Os amantes são excedentes e, por isso, transgressivos em relação às coordenadas
daào de àdoàdis u so;às oàa
guos,àfugazes,às oàt a sg edie tesà Bakhi :àessesàfaze ài u s oà
reciprocamente um no eu do outro, reciprocamente se descobrem.
O enamorado é caracterizado pelo excesso, pela saída da lógica da troca igual, pelo dar em
pura perda, pelo medo pelo outro, pela inquietude pela ausência do outro, pela melancolia como
lutoàa te ipadoàpelaàpe daàdoàout o,àpeloài alàdaà elaç o:àa g siaàpeloài al,àpeloàes ue i e toà
o oà o se u
iaàdoà a te àef
essaàpossaàdu a ;à edoàdaàaus
e oàdaà elaç oàe i aàe,àpo ta to,àpelaài possi ilidadeà ueà
ia,àdoàa a do o,à epeida e teàdista iadoàpelosàju a e tosà
desesperados. A relação de amor se propõe como lugar da mais ressonante expressão do desejo,
doàp aze àpeloàp aze àdoàout o,àdaàdoaç o,àdoài fu io al,àp op ia e teàhu a o:à o oà et fo aà
da escritura.
O discurso amoroso é o lugar par excellenceàdoàe ede teà o oàta
àe ide ia à
Geo gesàBatailleàeàJea àBaud illa d ,àdoà e esso ,àdaà i egula idade ,àdaà f ag e ta iedade .àNesseà
se idoàoàdis u soàa o osoà à eto adoà oàdis u soàlite io.àH àe àBa thesàu aàesp ieàdeàelogioà
da fragmentariedade, da unicidade, da mathesissingularis em contraposição à mathesisuniversalis,
daài e teza,àdoà se idoào tuso .
No amor, assim como na escritura o sujeito está descentrado, perde a consistência. Faz-se
aàsià es oàes itu aàdaà oz,àdoà o po,àdoài agi
io,àdoàdesejoàpeloàout o:àOàa o àpeloàout oà àtalà
que, malgrado a própria inquietude, esse se faz voz e escritura voltada a assegurar, a consolar o outro
osà o f o tosàdoà edoàdoài àdaà elaç o,à o oà essaàpoesiaàdeàJoh àDo eà ueàleioà aàt aduç oà
deàáugustoàPo zio:
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áàValedi io :àfo iddi gà o i g
Co
ásà e à i tuousà e àpassà ildl àa a ,
á dà hispe àtoàthei àsoules,àtoàgoe,
Whilst some of their sad friends doe say,
Theà eathàgoesà o ,àa dàso eàsa ,à o:
Co eà uieidipa to oglio esi
“oto o edi e dosi heà àl o a,à
Me t e o
e ta oal u ia i i esi:
-àVaà iaàilà espi oà-,àedalt i:à- o àa o a-.
So let us melt, and make no noise,
Noàtea e-loods,à o àsig -te pestsà o e,
T e ep opha aio àoàfou àjo es
Toàtellàtheàla eieàou àlo e.
Las ia o i os ,àso
essa e te,
Sensadipianto e disospirtremore.
È profanar gioiecheognundinoi sente
Il rivelareal mondo ilnostro amore.
Mo i gàofàth ea thà i gsàha es
Land feares,
Me à e ko à hatàitàdidàa dà ea t,
Butàt epidaio àofàtheàsphea es,
Though greater farre, is innocent.
Tremor diterrafapaura e disastri,
Eàsulàsuoàse soàl uo ofado a de,
Malatrepidazionechehangliastri
È inocente benché tanto sai grande.
Dull sublunary lovers love
Whoseàsoulàeisàse se à a otàad it
Absence, becaus it doth remove
Thoseàthi gsà hi hàele e tedàit.
Neià ozzia a isu lu a iàa o e
-àLaà uiàa i aà àilàse soà–à o à eggeafato
L asse za,à heà àiàpe i olo aggio e
Dele cose dicuiesso è stato fato.
Butà eà àaàlo e,àsoà u hà ei d,
Thatàou àsel esàk o à otà hatàitàis,
Inter-assured of the mind,
Care lesse, eyes, lips, and hands to misse.
Ma oi,àdall a o os ai ato,
Cheà eppu e oi e o os ia l esse za,
La mente resa certa del suo stato,
Me àd o hi,àla aàeà a iu tal asse za.
Ou àt oàsoulesàthe efo e,à hi hàa eào e,
Though I must goe, endure not yet
A breach, but an expansion,
Like gold to ayerythinnessebeate.
Le anime nostrenella loro unione,
Be h iode apa i e o t o oglia,
Non avvertono fratura, maespansione,
Co eào oà he atutoàsiàfasfoglia.
Ifàthe à eàt o,àthe àa eàt oàso
ásàsifeàt i à o passesàa eàt o,
Th àsouleàtheài tàfoot,à akesà oàsho
To move, but doth, if the ‘other doe.
“o àdue,à aà os à o eà el o passo
“o àdueàleàauste eàge elleaste:àeàdo e
Sembra non fare la tua anima un passo,
Pi issoà àeàall alt oàteso,àseàsià uo e.
And though it in the center sit,
Yetà he àtheàothe àfa àdothà o e,
Itàlea es,àa dàhea ke sàate àit,
á dàg o esàe e t,àasàthatà o esàho e,
E benché essa rimanganel suo centro,
Me t el alt api lo ta oàsiàspi ge,
“iài li a,àla i hia aàeàaspetail ie t o
To a doàe etaàseàaà ee t a àsiàa i ge.
“u hà itàthouà eàtoà ee,à hoà ust
Likeàth othe àfootào li uel à u e;
Th ài
essà akesà à i leàjust,
á dà akesà eàe d,à he eàIà egu e.
Eàpe à e,à uiài ào li ueà ieàa da àpe ie e,
“ ileàall alt opiede,àa da àspedito,
Se i puntofermo, e ilcerchiochiude bene,
Eàfai heioto ido eso pa ito.
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iato.àTe tai oàdeàe ita leildispa e e
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Como a escritura de amor, independentemente se seja ou não registrada pelo signo
Como a escritura de amor, independentemente se seja ou não registrada pelo signo escrito,
aàes itu aàlite
ia,àessaàp i aàdeà ees itu a,àesseàp o ede àdeà o st uç oàeà e o st uç o,à
sai da jurisdição da escritura como transcrição obsequiosa em direção à ordem do discurso.
I i ia-seàu aàp i aàdeàes itu aà pe e sa à Ba thes,à
,à oàp odui a,à oà oltadaàaoà
o jei o,à aà ualàoàdisp dio,àoà l ulo,àoà o t oleà oàse e àaà adaàal
àdeàdeslocamento:à
deslo a e toàe à elaç oàaosàluga esàdoàsujeito,àdaàide idade,àdoàpe te i e to,àdoàinteressamento, do perdurar no próprio ser, da ontologia.
Trata-se de uma escritura onde jogam um papel fundamental o falar indireto, a
pa dia,àaài o ia,àasàdi e sasà fo
deà
- ,àe àBakhi ,à
aà ossaàfo
e
asàdoà ala ,à o oàdizàMikhailàBakhi à osàApontamentos
,àouà oà isoàf eado à .àBakhi ,à
aàso ialà Lau e eà“te eàeàoàseuàYo ikàeàta
àoà isoà ide te àdaà ultu aà
,à oàse doà aisàposs elà
àJo atha à“ itàj àoàsa ia à
i aàpopula à ueàai daà‘a elaisài haàpodidoà eto a àeà
t aduzi àe à a teà e al .
A evidenciação da dialogicidade e da alteridade do signo, frequentemente descuidada
pelaàse i i a,à àso etudoàu aà uest oàdeàes itu aàdisi taàdaàtranscrição, liberada da phoné,
peloà u doàp eigu adoà aàl gua,àpelaào de àdoàdis u soàeàe te didaà o oà e upe aç oàdaà
capacidade remodelizante própria do homem enquanto dotado de linguagemà “e eok .
à
Oàusoàdoàte
oà es itu a àpodeàe i à ale -seàdaàdisi ç oàp opostaàpo àBa thesà
à e t eà es itu aà i t a sii a à eà es itu aà t a sii a ,à ouà t a s iç o à eà po ta toà
e t eà es ito es ,à es e e tes ;àpodeà ale -seàdoàapo teàdeàJa uesàDe idaà
loàaoà dife i à o oàdife e çaàeàdife i e toà dife
levinasiana de uma
àeàliga-
e ,àpodeàle a àe à o taàaài di aç oà
itu eà ava tà lalet e.à Es itu a à à tudoà issoà ueà atestaà aà a e tu aà
aoài i ito,àaoàout o,à à uptu aàdaàtotalidade,à àp edisposiç oà ài o aç o,à à iai idade,à à
i e i a.àáàes itu aà o sisteà oà jogoàdoàfa tasi a ,à aàle i asia aà o a àe te didaà o oà
o i e toàse à eto oàe àdi eç oàaoàout o,à aàsig ii
iaàdaàsig ii aç o.
H ,àpo ta to,àu aàite aç oàdoàDize à ueà àite aç oàp e- ele i aàeà ueàindica o
Dize à o oàu àDize àoàDize :à àoàe u iadoàdoàeis- eàa uià ueà oàseàide ii aà
com nada senão com a voz que se enuncia e se entrega. Eis onde é necessário
p o u a àaào ige àdaàli guage à LÉVINAS,à
,àt ad.àit.,àp.à .
à
Nessaà pe spe i aà aà p i aà daà es itu aà à aà p i aà daà odelaç oà doà u doà
pelaà i s g iaà daà iai idade,à daà i e ç o,à daà alte idade;à p i aà doà sig ii a à i s itaà
oà hu a o,à o oseuà t atoà esp ie-espe i o,à ueà p e edeà aà p p iaà o u i aç o.à áà
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escritura que vem antes da letra, antes do falar, a escritura amorosa e o amor da escritura,
ueà àesse ial e teàa o àdoàout o,à odelaàaà at iaàse i i aà o oà at iaàse i i aà
humana.
Refe
ias
AUGÉ, Marc. No àluoghi.àI t oduzio eàallaàsu
ode it .àt ad.àit.à,àdiàD.à‘ola d,àMila o:àEl uthe a,à
.
BáCHTIN,à Mi hailà M.à
.à L’ope adià Ra elaisà eà laà ultu aà popola e.à Riso,à a e aleà eà festaà ellaà
t adizio eà edie aleàeà i as i e tale.àTo i o:àEi audi,à
.
_______ . I te sezio i.àt ad.it.àC.à“t adaàJa o ič,à ,à
1979.
,àpp.à
-
;àa heà ellaàt ad.it.àdiàM.àBa hi ,à
_______ . “ ie zeàdellaàlete atu aàeàs ie zeu a e. trad. it. di N. Marcialis, Scienzeumane, 4, 1980, pp.
7-23.
_______ . Estei aàeà o a zo.àU à o t i utoàfo da e taleàallaà s ie zaàdellaàlete atu a . a cura diC.
“t adaJa o ič,àTo i o:àEi audi,à
.
_______ . L’auto eàeàl’e oe.àTeo iaàlete a iaàeàs ie zeu a e.àaà u aàdiàC.à“t adaàJa o i ,àTo i o:àEi audi,à
1988.
_______ . Li guaggioàeàs itu a. trad. di L. Ponzio, a cura di A. Ponzio, Roma, Meltemi, 2003.
_______ . Pa aàu aàilosoiaàdoàatoà espo s el. tr. a cura di Valdemir Miotello e Carlos Alberto Faraco,
“ oàCa los:àPed oà&àJo oàEdito es,à
.
BáCHTIN,àMi hailàeàilàsuoàCi olo.àOpe eà
. tr. dal russo contesto a fronte, intr. e cura di Augusto
Po zioài à olla .à o àLu ia oàPo zio,àMila o:àBo pia i,à
.
Bá‘THE“,à‘ola d.ààIlàg adoàze oàdellaàs itu a,àseguitoàdaàNuo iàsaggià ii i.àTo i o:àEi audi,à
_______ . Mitologie.àt ad.àit.à o àu oàs itoàdiàU
e toàE o,àTo i o,àEi audi,à
_______ . “aggià ii i.àt ad.àit.àdiàL.àLo zi,àTo i o:àEi audi,à
_______ . Ele e iàdiàse iologie.àTo i o:àEi audi,à
_______ . “/).àt ad.àit.ààdiàL.àLo zi,àTo i o:àEi audi,à
.
.
.
.
_______ . Ba thesàdiàRola dàBa thes.àt ad.àit.àdiàG.àCelai,àTo i o:àEi audi,à
_______ . F a
.
.
_______ . L’i pe oàdeiàseg i.àt ad.àit.à,àdiàM.àVallo a,àTo i o:àEi audi,à
_______ . LeàPlaisi àduàte te.àPa is:à“euil,à
.
e iàdiàu àdis o soàa o oso.àt ad.àitàdià‘.àGuidie i,àTo i o:àEi audi,à
ISSN: 1807-6211
.
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RevistAleph
_______ . Leço ,ài àR.àBa thes.àvol. V, pp. 427-448. 1993-2002.
_______ . à L i agi e ,ài à‘.àBa thes.àt ad.it.àdiàá.à‘.àPull e g.àI :àI àfo
- ,à‘eggioàE ilia:àElit opia,à
.
aàdiàpa ole, libro secondo, pp.
_______ . Laà a e aà hia a.àNotaàsullaàfotog aia.àt ad.àit.à,àdià‘.àGuidie i,àTo i o:àEi audi,à
_______ . Laàg a aàdella o e.àI te isteà
-
. trad.it. di L. Lonzi, Torino, Einaudi, 1986.
_______ . L’o ioàeàl’otuso.à“aggià ii iàIII.àTo i o:àEi audi,à
.
_______ . Ilà usioàdellaàli gua.àt ad.àit.à,àdiàB.àBelloto,àTo i o:àEi audi,à
_______ . L’a e tu eàs
.à
iologi ue.àPa is:à“euil,à
.
.
_______ . Œu esà o pl tes. Li es,àte tes,àe t eie s,à ol.àI,à
,à ol.àII,à
,à ol.àIII,à
,à ol.àIV,à
,à ol.àV,à
,àEdiio à ta lieàetàp ese t eàpa àE i àMa t ,àPa is:à“euil.à
2002
-
_______ . Va iazio àisullaàs itu a.àseguiteàdaàIlàpia e edelàtestoàt ad.it.àaà u aàdiàC.àOssola,àTo i o:àEi audi,à
1999.
_______ . “ ii.à“o iet ,àtesto,à o u i azio e.àaà u aàdiàG.àMa o e,àTo i o:àEi audi,à
.
_______ . Laàp pa aio àduà o a àIàetàII,àte teà ta li,àa ot àetàp se t àpa àN.àL ge ,àsousàlaàdi e io à
d’E i àMa t .àPa is:à“euil/I e ,à
.
_______ . I te
ezzo.àaà u aàdiàá.àBo itoàOli a,àMila o:à“ki a,à
_______ . Do eàleià o à .àt .àdiàV.àMag elli.àTo i o:àEi audi,à
.
.
_______ . Ilà dis o soà a o oso.à “e i a ioà all É oleà p ai ueà desà autesà tudesà
à seguitoà daà
F a e iàdiàu àdis o soàa o osoài edii,àt .ài t .àeà u aàdiàáugustoàPo zio,àMila o:àMi esis,à
.
BATAILLES, Georges. L’e ois o.àMila o:àMo dado i,à
.
_______ . LaàNoio àdeàd pe se .àI :àBáTáILLE,àG.àŒu esà o pl tes,àI.àPa is:àGalli a d,à
320.
_______ . Laàso a it .àBolog a:àIlàMuli o,à
_______ . L’espe ie zaài te io e.àBa i:àDedalo,à
BAUDRILLARD, Jean. Losà a
ioàsi
,àpp.à
-
.
.
oli oàeàlaà o te.àMila o:àFelt i elli,à
.à
_______ . Dellaàseduzio e. Bologna, Cappelli, 1980.
_______ . “eduzio eà eà solle itazio e.à “t ategiaà dellaà sidaà eà dellaà do a da .à à à à I :à “t ategieà dià
a ipolazio e.àaà u aàdiàChia aà“i o a,à‘a e a:àLo go,à
.
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RevistAleph
BLáNCHOT,àMau i e.àL’á
tàdeàlaà o t.àPa is:àGalli a d,à
_______ . à LaàLit atu eàetàleàd oità àlaà o t .àI :àBLáNCHOT,àM.àBla hot.àLaàpa tàduàfeu.àPa is:àGalli a d,à
1949.
_______ . Ilàli oàaà e i e.àTo i o:àEi audi,à
.
_______ . L’E t eie ài i i.àPa is:àGalli a d,à
_______ . LeàPasau-del .àPa is:àGalli a d,à
.
.
_______ . L’E itu eàduàd sast e.àPa is:àGalli a d,à
_______ . DeàKakaà àKaka.àPa is:àGalli a d,à
.
.
_______ . Laàfolliaàdelàgio oàeàLaàlete atu aàeàilàdi itoàallaà o te,à o letu eàdiàJa uesàDe idaàeà
E
a uelàL i as.à‘eggioàE ilia:àElit opia,à
.
_______ . Laà o u it ài o fessa ile.àMila o:àFelt i elli,à
CALVINO, Italo. Lezio iàa e i a e.àMila o:àFelt i elli,à
DELEUZE, Gilles. Ma elàP oustàeàiàseg i.àTo i o:àEi audi,à
.
.
.
_______ ;àGUáTTá‘I,àF li .àCo eàfa siàu à o poàse zao ga i? Millepia i.àCapitalis oàeàs hizof e ia,àsez.à
II.à‘o a:àCastel e hi,à
.
_______ ;à GUáTTá‘I,à F li .à “ulà ito ello.à Millepia i.à Capitalis oà eà s hizof e ia,à sez.à III.à ‘o a:à
Castelvecchi, 1997.
DERRIDA, Jacques. Laàs itu aàeàladife e za.àTo i o:àEi audi,à
_______ . “op a- i e e.àMila o:àFelt i elli,à
DUC‘OT,àOs ald.àLeàDi eàeàleàdit.àPa is:àMi uit,à
.
.
.
DONNE, John. Poesieàa o ose,àpoesieàteologi he.àaà u aàdiàC.àCa po,àTo i o:àEi audi,à
FOUCAULT, Michel. L’o di eàdelàdis o so.àTo i o:àEi audi,à
.
.
JABÈS, Edmond. Ilàli oàdelleài te ogazio i,àt ad.àit.àdiàCh.à‘e ellato,à‘eggioàE ilia:àElit opia,à
_______ . Dalàdese toàalàli o,à o e sazio eà o àMa elàCohe .à‘eggioàE ilia:àElit opia,à
.
.
KIE‘KEGáá‘D,à“o e .à Glistaàdiàe oi iài ediai,ào e oilà usi ale-e oi o .àI àId.àE te -Elle à[áut-áut].
a u aàdiàá.àCo tese,àto oàI,àpp.à - ,àMila o:àádelphi,à
.à
_______ . àIlàdia ioàdelàseduto e.àI àId.àE te -Elle à[áut-áut]. a cura di A. Cortese, tomo 3, pp. 41-222,
Mila o:àádelphi,à
.
KRISTEVA, Julia.àLaà oi àdeàBa thes.àCo
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u i aio s/‘ola dàBa thes,à ,à
.
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_______ . “to ieàd’a o e.à‘o a:à‘iu ii,à
_______ . Et a ge sà à ousà
.
es.àPa is:àFa a d,à
.
Le tu es,àdi etaàdaàVitoàCa oiglio,à‘ugge oàCa pag o i,àY esàVe sa t,àeàáugustoàPo zio,à‘ola dàBa thesà
6, 1980.
Le tu es,à di etaà daà Vitoà Ca oiglio,à ‘ugge oà Ca pag o i,à Y esà Ve sa t,à eà áugustoà Po zio,à E otologia.à
Barthes – erotologia 7–8, 1981.
LEOPARDI, Giacomo. Dia ioàdelàp i oàa o eàeàp oseàauto iog ai he.àaà u aàdiàG.àMo ei,àGe o a:àIlà
Melangolo. 1981.
_______ . )i aldo eàdeiàpe sie i.àaà u aàdiàG.àPa ella,àMila o:àGa za i,à
.
LEVINá“,àEMMáNUELà
.àTotalit àetàI i i,àLáia,àNijhof;àt ad.àit.àTotalit àeài i ito,àdiàá.ààDellásta,à
i t od.àdià“.àPet osi o,àMila o:àJa aàBook.
_______ . L’u a esi oàdell’alt ouo o. trad. it. di A. Moscato, Genova, il Melangolo, 1985.
_______ . ált i e ià heàesse eàoàalàdil dell’esse za.àt ad.àit.à,àdià“.àPet osi o,àMila o:àJa aàBook.
_______ . àIlàte poàeàl’alt o.àGe o a:àIlàMela golo,à
.
_______ . Fuo iàdalàsoggeto.àt ad.it.àdiàF.àP.àCigliaà p ef. .àGe o a:àMa iei,à
_______ . Lesài p e uesàdeàl’histoi e.àMo tpellie :àFataàMo ga a,à
_______ . Dio,àlaà o teàeàilàte po.àMila o:àJa aàBook,à
.
.
.
_______ . Filosoiaàdelàli guaggio.àaà u aàdiàJ.àPo zio,àBa i:àG aphis,à
.
LÉVI-STRAUSS, Claude. T isiàt opi i.àt ad.it.àdiàB.àGa ui,ààMila o:àIlà“aggiato e,à
_______ . á t opologiaàst utu ale. t ad.it.àdiàP.àCa uso,àMila o:àIlà“aggiato e,à
.
.
_______ . Ilàpe sie oàsel aggio.àt ad.it.àdiàP.àCa usoàdiàP.àCa uso,àMila o:àIlà“aggiato e,à
MARION, Jean Luc. Leàph o
eàdeàl’e ois .à“i à
ditaio s.àPa is:àG asset,à
.
.
MORRIS, Charles. TheàOpe à“elf,àNe àYo k,àP e i e-Hall.àt ad.it.àL ioàape to,àdià“.àPet illi,àBa i:àG aphis,à
2002.
PEIRCE, Charles S. Colle tedàPape s,à oll.à - .àaà u aàdiàC.àHa tsho e,àP.àWeiss,àeàá.àW.àBu ks,àCa
Mass. :àTheàBelk apàP essàofàHa a dàU i e sit àP ess,à
- .
PETRILLI, Susan. Teo iaàdeiàseg iàeàdelàli guaggio,àBa i:àád iai a,à
idgeà
a.
_______ . “uàVi to iaàWel .à“ig ii sàeàilosoiaàdelàli guaggio.àNapoli:àEdizio ià“ ie ii heàItalia e,à
1998b.
_______ . Pe o siàdellaàse ioi a.àBa i:àG aphis,à
ISSN: 1807-6211
.
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_______ . E àout oàluga àeàdeàout oà odo:àFilosoiaàdaàli guage ,à íi aàlite
e ,àe àto oàeàaàpa i àdeàBakhi .à“ oàCa los:àPed o&Jo oEdito es,à
.
iaàeàteo iaàdaàt aduç o,à
_______ . Theà“elfàasàaà“ig ,àtheàWo ld,àa dàtheàOthe .àLi i gà“e ioi s, Pref. di Augusto Ponzio, xii–xv.
Ne àB u s i kà U.“.á. :àT a sa io àPu lishe s,à
.
PONZIO, Augusto. Loàsp e oàdeiàsig ii a i.ààL’e osàlaà o teàlaàs itu a.àBa i:àád iai a,à
.
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_______ . Iàseg idell’alt o.àE eàde zaàlete a iaàeàp ossi it .àNapoli:àEdizio ià“ ie ii heàItalia e,à
1995.
_______ . Legge eàt adu e do.àápolli ai e,àá istofa e,àBaudelai e,àBo ges,àDo e,àLaàFo tai e,ààVal
Fasa o:à“ he a.à
a.
_______ . Li guisi aàge e ale,às itu aàlete a iaàeàt aduzio e.àPe ugia:àGue a.à
.
.
_______ ;à PETRILLI,à“usa à
.àTho asà“e eokàeàosà“ig osàdaàVida. Traducao, Pedro Guilherme
O za iàBo o ato.à“aoàCa los:àPed o&Jo oàEdito es,à
.
PROUST, Marcel. áàlaà e he heàduàte pspe du.àPa is:àGalli a d,à
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_______ . Glo alà“e ioi s.àBloo i gto àa dàI dia apolis:àI dia aàU i e sit àP ess,à
.
_______ ;àPET‘ILLI,à“usa .à Wo e ài àse ioi s .ààI :àI te digitaio s:àEssa sàfo ààI
u aàdiàG.àF.àCa ,àW.àHa e t,àL.à)ha g,àpp.à - ,àNe àYo k:àPete àLa g,à
.
_______ ;àPET‘ILLI,à“usa ;àPON)IO,àáugusto.àL’iose ioi o. ‘o a:àMelte i,à
e ga dàRau h, a
.
WELBY, Victoria. WhatàisàMea i g?à “tudiesài àtheàDe elop e tàofà“ig ii a e . a cura e pref. di A.
Es h a h,àpp.ài - ii,àsaggioi t od.àdiàG.àMa ou ,àpp.à i - lii,ài ààFou daio sàofà“e ioi s,à ol.à ,à
á ste da :àJoh àBe ja i s,à
_______ . “ig ii ato,à etafo a,ài te p ezio e,àaà u aàdià“.àPet illi,àBa i:àád iai a,à
_______ . “e so,àsig ii ato,àsig ii ai it à =àCap.à ,àWhaisMea i g?,à
u aàdià“.àPet illi,à Idee.àGe esidelà“e so ,à / ,àpp.à - ,à
.
[
.
] ,àt ad.àit.àeàài t od.àaà
_______ . à E oluzio eàdellaà itaàeà elazio ià os i he .àátha o .àVita, XIII, ns. 5, pp. 45-52, 2002.
ISSN: 1807-6211
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