Calendário 2006 - Fórum Downforce
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Calendário 2006 - Fórum Downforce
G U I A D F W R C 2 0 0 6 WRC Crise no Mundial de Rali? Carlos Martinez Gomes Editorial O Mundial de Rali da FIA - ou simplesmente WRC - é, sem dúvida alguma, uma das categorias mais fantásticas do automobilismo. Seus pilotos realizam, a cada prova, uma grande demonstração de arrojo e perícia, sempre proporcionando belíssimas imagens. É uma categoria cuja popularidade aumenta a cada dia, e, para ajudar um pouco nesse crescimento, resolvemos escrever este Guia para a Temporada 2006, com o intuito de ajudar quem ainda não teve o prazer de acompanhar o WRC a passar a fazê-lo a partir deste ano. Mostraremos um pouco da história do campeonato, os seus maiores vencedores, os perfis das equipes e pilotos participantes deste ano e os palcos que serão utilizados nesta temporada. Esperamos que vocês gostem. para saber mais ... WRC na TV www.axn.com.br O AXN é quem transmite para o Brasil os programas do Mundial de Rali, e está disponível em pacotes de TV por assinatura. O canal exibe três programas diferentes: World Rally Magazine: programa de meia hora de duração com as últimas notícias e um preview da próxima etapa, com entrevistas e matérias diversas. Geralmente são exibidos dois programas em seqüência, totalizando uma hora. World Rally Championship: este programa é um compacto de uma hora de duração da última etapa disputada. A qualidade é altíssima em todos os aspectos. Informação precisa e abundante, fotografia excelente e entrevistas com os pilotos e co-pilotos são as principais atrações. Obrigatório. Shakedown: é um programa de variedades com uma hora de duração. O apresentador Neil interage com a cultura local, visita pontos turíticos, participa de eventos promocionais com pilotos e co-pilotos e ainda marca presença nos estágios, dando um pouco da visão dos torcedores e citando os principais acontecimentos da etapa. O WRC é atração do AXN toda sexta-feira, às 21h. Há reprises no sábado (13h) e na segunda-feira (15h). Na internet A quem quiser acompanhar o WRC em 2006, segue a dica de websites: www.wrc.com (site oficial) www.wrclive.com www.motorsport.com Nos dois primeiros endereços é possível um acompanhamento quase em tempo real de forma gratuita (quem se dispuser a pagar poderá inclusive acompanhar em tempo real). O motorsport figura na lista por ser uma excelente fonte de fotos. Na seção específica deste guia com os detalhes de cada etapa é possível ver o endereço oficial de cada uma delas. No fórum Downforce http://www.downforce.com.br/forum/viewtopic.php?t=14465 Neste tópico é possível acompanhar a prétemporada, com notícias e comentários. Além disso, em cada etapa um tópico será criado com a mesma finalidade. índice Todos os Campeões .............................................................. 4 Regulamento 2006 .............................................................. 7 Equipes e Pilotos KRONOS TOTAL CITROEN WRT ..................................... 10 BP-FORD WORLD RALLY TEAM ..................................... 12 SUBARU WORLD RALLY TEAM ...................................... 14 OMV PEUGEOT NORWAY ............................................. 16 STOBART VK M-SPORT FORD RALLY TEAM ................... 18 RED BULL SKODA TEAM .............................................. 20 Quem Deve Aparecer ................................................... 22 Calendário 2006 Montecarlo ................................................................. 25 Suécia ........................................................................ 26 México ....................................................................... 27 Espanha ..................................................................... 28 França ........................................................................ 29 Argentina ................................................................... 30 Itália .......................................................................... 31 Grécia ........................................................................ 32 Alemanha .................................................................... 33 Finlândia ..................................................................... 34 Japão ......................................................................... 35 Chipre ........................................................................ 36 Turquia ....................................................................... 37 Austrália .................................................................... 38 Nova Zelândia ............................................................. 39 Grã-Bretanha .............................................................. 40 3 Editor Carlos Martinez Gomes Projeto Gráfico / Diagramação Dox Colaboradores Carlos Martinez Gomes / Mario Junior Todas as imagens e logotipos contidos neste material foram encontradas na internet e pertencem aos seus respectivos donos. Clique nas Matérias do Índice para acesso direto Clique nos Números das Páginas para voltar ao Índice Clique nos Logotipos Downforce para ir ao Fórum Clique nas Bandeiras Quadriculadas para acessar eventuais debates no Fórum Para melhor visualização utilize Reader 5 ou superior ativando Editar/Preferências/Exibir/ Suavizar Arte Vetorial Todos os Campeões O campeonato de pilotos é disputado desde 1977, e consagrou até hoje 18 campeões diferentes. O primeiro deles foi o italiano Sandro Munari, pilotando um Lancia. Neste ano de 2006 pelo menos 3 campeões estarão na disputa pelo título: Sebastien Loeb, Marcus Gronholm e Petter Solberg. Há a chance de um quarto campeão mundial - Colin Mcrae - entrar na disputa, mas ainda não há qualquer confirmação neste sentido. O mundial de construtores é um pouco mais antigo e teve início em 1973, e a grande vencedora é a italiana Lancia. Atual tricampeã, a Citroen deixa o WRC nesta temporada, mas anuncia retorno em 2007. A França venceu em 2005 seu sexto título consecutivo, totalizando 9 mundais, só que ainda está atrás da Itália, que possui 13 troféus. A Lancia (abaixo) foi responsável por 10 destes títulos. Sebastien Loeb: o francês pode ser o atual bi-campeão da categoria, mas vai ter que suar para alcançar o feito de... ...Tommi Makinen (à direita na foto), finlandês tetra-campeão do WRC dentre os anos de 1996 e 1999, sempre pela Mitsubishi. À esquerda, Solberg, campeão de 2003 pela Subaru. Makinen divide o recorde de títulos da categoria com seu compatriota Juha Kankkunen. A finlândia domina amplamente a contagem de títulos com 14 conquistas. Todos os Campeões 5 Pilotos Campeões Ano 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 1979 1978 1977 Piloto Sébastien Loeb (FRA) Sébastien Loeb (FRA) Petter Solberg (NOR) Marcus Gronholm (FIN) Richard Burns (GBR) Marcus Gronholm (FIN) Tommi Makinen (FIN) Tommi Makinen (FIN) Tommi Makinen (FIN) Tommi Makinen (FIN) Colin Mcrae (GBR) Didier Auriol (FRA) Juha Kankkunen (FIN) Carlos Sainz (ESP) Juha Kankkunen (FIN) Carlos Sainz (ESP) Massimo Biasion (ITA) Massimo Biasion (ITA) Juha Kankkunen (FIN) Juha Kankkunen (FIN) Timo Salonen (FIN) Stig Blomqvist (SUE) Hannu Mikkola (FIN) Walter Rohrl (ALE) Ari Vatanen (FIN) Walter Rohrl (ALE) Bjorn Waldegaard (SUE) Markku Alen (FIN) Sandro Munari (ITA) Construtores Campeões Equipe Citroën (FRA) Citroën (FRA) Subaru (JAP) Peugeot (FRA) Subaru (JAP) Peugeot (FRA) Mitsubishi (JAP) Mitsubishi (JAP) Mitsubishi (JAP) Mitsubishi (JAP) Subaru (JAP) Toyota (JAP) Toyota (JAP) Toyota (JAP) Lancia (ITA) Toyota (JAP) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Peugeot (FRA) Peugeot (FRA) Audi (ALE) Audi (ALE) Opel (ALE) Ford (EUA) Fiat (ITA) Ford (EUA) Fiat-Lancia (ITA) Lancia (ITA) Ano 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 1979 1978 1977 1976 1975 1974 1973 Construtor Citroën (FRA) Citroën (FRA) Citroën (FRA) Peugeot (FRA) Peugeot (FRA) Peugeot (FRA) Toyota (JAP) Mitsubishi (JAP ) Subaru (JAP) Subaru (JAP) Subaru (JAP) Toyota (JAP) Toyota (JAP) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Peugeot (FRA) Peugeot (FRA) Audi (ALE) Lancia (ITA) Audi (ALE) Talbot (GBR) Fiat (ITA) Ford (EUA) Fiat (ITA) Fiat (ITA) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Lancia (ITA) Alpine Renault (FRA) Carro Xsara Wrc Xsara Wrc Xsara Wrc 206 Wrc 206 Wrc 206 Wrc Corolla Wrc Lancer Evolution Carisma Wrc Impreza Wrc Impreza Impreza Celica 4wd Celica 4wd Delta Integrale Delta Integrale Delta Integrale Delta Integrale Delta Integrale Delta 4wd 205 Turbo 16 205 Turbo 16 Quattro Rally 037 Quattro Sunbeam Lotus 131 Abarth Escort Rs 131 Abarth 131 Abarth Stratos Stratos Stratos Alpine A110 Todos os Campeões Os 20 maiores vencedores do WRC Ao todo, 66 pilotos já tiveram a glória de subir no ponto mais alto do pódio no WRC. O último a entrar neste seleto grupo foi o belga François Duval, vencedor da última etapa de 2005. Mostraremos aqui a lista dos 20 maiores vencedores, encabeçada pelo espanhol Carlos Sainz. 6 O recordista: com o primeiro lugar na Argentina em 2004 o espanhol Carlos Sainz chegou a 26 vitórias em mundiais de rali e se isolou na liderança do ranking. Mas seu recorde sofrerá ameaça direta em 2006 por parte de ... ... Sebastien Loeb, que venceu 10 provas em 2005 e pulou para 20 conquistas, ... Os 20 Maiores Vencedores Posição 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Piloto Carlos Sainz (ESP) Colin Mcrae (GBR) Tommi Makinen (FIN) Juha Kankkunen (FIN) Didier Auriol (FRA) Sébastien Loeb (FRA) Markku Alen (FIN) Marcus Gronholm (FIN) Hannu Mikola (FIN) Massimo Biasion (ITA) Bjorn Waldegaard (SUE) Walter Rohrl (ALE) Petter Solberg (NOR) Stig Blomqvist (SUE) Timo Salonen (FIN) Richard Burns (GBR) Ari Vatanen (FIN) Bernard Darniche (FRA) Gilles Panizzi (FRA) Sandro Munari (ITA) Vitórias 26 25 24 23 20 20 19 18 18 17 16 14 13 11 11 10 10 7 7 7 ... de Marcus Gronholm, que já faturou 18 e está motivado pela mudança para a Ford ... ... e pelo vice-líder do ranking Colin Mcrae, com 25 vitórias. Não se sabe, porém, se o britânico correrá em 2006. Carlos Martinez Gomes Regulamento 2006 Calendário Mundial de Pilotos O mundial de 2006 será composto por 16 provas. Algumas delas foram reajustadas de suas datas habituais para que os custos fossem reduzidos. Confira a lista. Para o campeonato de 2006 será novamente utilizado o sistema de pontuação de 2005, que é o mesmo da F1: OBS: Entre parênteses há a indicação que na etapa haverá também uma prova válida pelo Production WRC (P-WRC) ou pelo Junior WRC (J-WRC) 20-22/01 03-05/02 03-05/03 24-26/03 07-09/04 28-30/04 18-21/05 02-04/06 11-13/08 18-20/08 01-03/09 22-24/09 13-15/10 27-29/10 17-19/11 01-03/12 Mônaco, Monte Carlo (P-WRC) Suécia (J-WRC) México (P-WRC) Espanha, Catalunha (J-WRC) França, Córsega (J-WRC) Argentina (P-WRC) (-JRWC) Itália, Sardenha (J-WRC) Grécia, Acrópolis (P-WRC) Alemanha (J-WRC) Finlândia (J-WRC) Japão (P-WRC) Chipre (P-WRC) Turquia (J-WRC) Austrália (P-WRC) Nova Zelândia (P-WRC) Grã-Bretanha (J-WRC) O melhor da última temporada: o rali da Grécia foi eleito o melhor de 2005. Estas imagens do Estádio Olímpico de Atenas abarrotado para acompanhar uma das superespeciais ali realizadas demonstram bem o porquê. Vencedor 2° colocado 3° colocado 4° colocado 5° colocado 6° colocado 7° colocado 8° colocado 10 pontos 08 pontos 06 pontos 05 pontos 04 pontos 03 pontos 02 pontos 01 ponto Qualquer piloto inscrito no WRC sempre poderá marcar pontos válidos para o mundial de pilotos e tentar sagrar-se campeão, ainda que pilote por equipes privadas ou que não tenha sido nomeado pela equipe para marcar pontos para o mundial de construtores em uma etapa. Não há uso do sistema de descartes. Mundial de Construtores A pontuação do mundial de construtores é a mesma do mundial de pilotos, mas aqui há uma regra diferente quanto à distribuição: Regulamento 2006 apenas as equipes que estiverem inscritas como M1 ou M2 - mais detalhes sobre isso logo mais adiante - marcam pontos válidos para este campeonato. As demais equipes privadas não disputam este título. Além disso, as equipes que eventualmente corram com 3 carros em uma etapa têm que escolher - antes do início do rali - apenas 2 carros que poderão marcar pontos para o campeonato de construtores. Todavia, conforme dito anteriormente, estes pilotos marcarão pontos normalmente para a disputa do mundial de pilotos, independentemente de qualquer coisa. Como funciona na prática? Se um determinado rali tiver o seguinte resultado: 1° colocado 2° colocado 3° colocado 4° colocado 5° colocado 6° colocado 7° colocado 8° colocado 9° colocado 10° colocado Piloto A (equipe X, M1) Piloto B (equipe privada) Piloto C (equipe X, M1, 3° carro não-escolhido para os pontos) Piloto D (equipe X, M1) Piloto E (equipe Y, M2) Piloto F (equipe Y, M2) Piloto G (equipe Z, M1) Piloto H (equipe K, M2) Piloto I (equipe K, M2) Piloto J (equipe Z, M1) Como ficaria o resultado? Para o mundial de pilotos, é irrelevante a equipe ou sua condição. Cada piloto irá marcar pontos normalmente, conforme sua posição de chegada. Neste caso, seriam distribuídos pontos normalmente do primeiro ao oitavo colocado (do piloto A ao H). Para o campeonato de construtores, entretanto, seria diferente. Os pilotos B (que corre por equipe privada) e C (não nomeado pela equipe para marcar pontos) seriam desconsiderados da tabela, ou seja, seria como se ambos não existissem. Dessa forma, a título de exemplo, a equipe do piloto I marcaria mais 2 pontos para o mundial de construtores e a do piloto J mais 1 ponto, ainda que nenhum dos dois marque pontos para o mundial de pilotos (porque ficaram fora dos oito primeiros). Uma última observação que só vale para as equipes M2: uma equipe só poderá pontos para o mundial de construtores se entrar com ao menos dois carros em uma prova. Como estas não são obrigadas a correr em todas as provas, pode existir etapas nas quais só um piloto participe. No caso não marcará pontos para os construtores, ainda que marque pontos válidos para o mundial de pilotos. Além disso, a equipe só marcará pontos para as provas nas quais ela se comprometeu no ato de inscrição. As regras para 2006 As equipes (M1? M2?) Para o ano de 2006, há uma novidade nas regras: agora é permitido que equipes outrora consideradas privadas disputem o campeonato pra valer. Agora há dois tipos de pedido de inscrição junto à FIA: Manufacturer 1 (M1) e Manufac- 8 turer 2 (M2). A primeira opção é a utilizada pelos times oficiais de fábrica e pelas equipes particulares que optem correr sob as mesmas condições rígidas que se exige das montadoras oficiais. A M2 possui um regulamento técnico mais flexível, mas também oferece algumas limitações. Ambos os tipos de equipe - M1 e M2 - disputarão, porém, o campeonato de construtores. Haverá 6 times disputando o título nesta temporada, sendo que 3 inscritos como M1 (Kronos, Ford e Subaru) e as outras 3 como M2 (OMV, M-Sport e Red Bull). Confira agora quais as diferenças entre elas: Manufacturer 1 • Poderá usar 2 ou 3 carros, sendo que apenas dois podem marcar pontos contando para o campeonato de construtores em cada etapa; • Terá que nomear antecipadamente seu primeiro piloto obrigatoriamente, e, salvo motivo de força maior, este nome não poderá ser mudado durante o campeonato; • Terá que usar os carros completamente dentro das regras de 2006; • Deve se comprometer a participar de todas as provas do mundial; • A durabilidade de suas peças são vinculadas a cada prova; • Poderão alinhar seu terceiro carro em conformidade com as regras previstas para a Manufacturer 2 (este carro nunca marcará pontos para o mundial de construtores). Regulamento 2006 Manufacturer 2 • Não poderá usar carros de 2006 ou mesmo peças homologadas após 2 de Janeiro de 2006; • Não poderá ter como pilotos alguém que tenha ficado entre os 6 primeiros na tabela de classificação em algum dos últimos 5 campeonatos; • Só precisa se comprometer a participar de 10 provas; • Suas peças só precisam durar 2 etapas consecutivas, não sendo vinculadas a uma etapa em específico. Todas as equipes não inscritas como M1 ou M2 serão consideradas privadas, e não poderão disputar o mundial de construtores. As regras para redução de custos Limite de motores A FIA instituiu diversas regras visando a redução de custos na categoria. A exemplo do que ocorre na F1, por exemplo, um motor deverá durar mais de uma prova. Veja como funcionará: Equipes M1: Haverá 8 pares de ralis nos quais o mesmo motor deve ser usado. 1. Monte Carlo e Suécia 2. México e Argentina 3. Espanha e França 4. Itália e Grécia 5. Alemanha e Finlândia 6. Japão e Grã-Bretanha 7. Chipre e Turquia 8. Austrália e Nova Zelândia Equipes M2: seus motores devem durar 2 provas consecutivas, não há vinculação de pares de rali. O chassi e o motor serão selados conjuntamente, não podendo ser separados um do outro. Se o selo estiver rompido no começo da segunda corrida de um destes pares, haverá uma penalidade de 60 segundos no evento seguinte. OBS: Foi veiculado na imprensa que em alguns dos ralis esta regra não seria usada, mas não é isso que está escrito no regulamento mais recente da FIA à época que este guia foi escrito. O grande problema é que, por exemplo, entre o par de provas do México e da Argentina serão realizados os ralis da Espanha e da França. Só que como o motor não pode ser separado do chassi, os carros ficariam sem uso durante mui- 9 to tempo entre uma prova e outra, o que pode ser prejudicial para as equipes M1, sujeitas a esta regra de vinculação às etapas. Limite de peças sobressalentes Haverá também uma limitação da quantidade de peças sobressalentes que poderão ser levadas para as seguintes etapas: Monte Carlo e Suécia Espanha e França Itália e Grécia Alemanha e Finlândia Austrália e Nova Zelândia Limitação do número de chassis Cada equipe poderá usar apenas 8 chassis para cada um de seus 2 carros durante o ano. Dois chassis extras poderão ser autorizados pela FIA em caso de completa destruição. Limitação do câmbio Nos seguintes pares de provas, haverá limitação no conjunto câmbio/diferencial: Itália e Grécia Chipre e Turquia Austrália e Nova Zelândia Para o primeiro rali de cada par, haverá dois conjuntos de câmbio/diferencial para cada carro. No segundo rali, somente um conjunto. Carlos Martinez Gomes Equipes e Pilotos Em 2005, a Kronos participou na condição de time particular com apoio da empresa alemã OMV e conseguiu ótimos resultados, incluindo-se aí 2 pódios. Este ano promete ser ainda melhor, uma vez que terá um suporte bem mais generoso: a Citröen transformará a equipe belga numa semi-oficial, com apoio inclusive de Guy Frenquelin, chefão da. A chefia, porém ficará mesmo com Marc Van Dalen. Esta é a única equipe Manufacturer 1 que não é oficialmente uma montadora. Isso significa que o time terá que correr com KRONOS TOTAL CITROEN WRT (M1) Carro Citröen Xsara WRC Pneus BF Goodrich Pilotos 01 Co-piloto 02 Co-piloto 02 Co-piloto 2005 Sebastien Loeb Daniel Elena Xavier Pons Carlos del Barrio Daniel Sordo Marc Marti Últimos Resultados 2004 2003 2002 Estreante 2001 seus carros totalmente adaptados para 2006, além de se comprometer a correr em todas as provas, o que não é pouca coisa. A Kronos correrá com o Xsara adaptado às novas regras e contará com os serviços do atual bicampeão Sebastien Loeb e da promessa espanhola Xavier Pons - que deverá dividir o segundo carro com o também espanhol Dani Sordo, campeão do JWRC em 2005. Equipes e Pilotos 11 Sebastien Loeb Xavier Pons FRA 26/02/1974 ESP 21/01/1980 Atual bicampeão do mundo, Sebastien Loeb tenta um novo desafio na carreira: tentar defender seu título a bordo de uma equipe particular. Apesar de todo mundo saber que a Kronos será uma quaseCitröen, o fato de não haver tanto investimento como no ano passado pode ser um diferencial importante, já que neste ano há diversas regras novas. Mas depois do ano praticamente perfeito do francês em 2005 quando conquistou o recorde de 10 vitórias na temporada, ninguém em sã consciência o deixaria de fora da briga pelo título. Para fechar o ano com chave de ouro, Loeb sagrou-se ainda Campeão do ROC. Paralelamente à disputa do mundial, Loeb ainda terá um outro desafio: ajudar no desenvolvimento do C4, carro a ser usado em 2007 pela Citröen. Ralis 72 Retrospecto Títulos 2 Vitórias 20 2004/2005 Pódios 37 Últimos Resultados 2005 2004 Campeão Campeão 127 pts. 118 pts. 2003 Vice 71 pts. 2002 10° 18 pts. Daniel Sordo ESP 02/05/1983 Espanhol, X. Pons já passou pelo J-W RC e pelo P-W RC sem grandes resultados. Pilotou algumas provas pela Kronos enquanto esta ainda estava sob a bandeira da OMV e foi mantido no time para este ano, de forma até surpreendente. Terá agora à sua disposição melhor estrutura de sua carreira para mostrar serviço. Deve dividir o carro com Daniel Sordo durante o ano. Esteve muito próximo do primeiro pódio da carreira correndo em casa no ano passado. Retrospecto Pontos 340 Ralis 11 Títulos - 2001 15° 6 pts. 2005 15° 7 pts. 2004 25° 3 pts. Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a Campeão do J-W RC e m 2 0 0 5, a j o v e m promessa espanhola é pat r imôn io da Citröen e é tido como aposta para o futuro: especula-se inclusive que ele deve ser efetivado na equipe no retorno of icial da montadora em 2007. Pilotará o terceiro carro do time (como em Monte Carlo) ou dividirá o segundo carro em outras provas durante o ano. Deve fazer cerca de 8 etapas no máximo, pois vai continuar a competir pelo JWRC, tentando defender seu título em 2006. Retrospecto Pontos 10 Ralis Títulos 2001 n/a 2005 2004 Vitórias Pódios Estreante Últimos Resultados 2003 2002 Estreante Pontos 2001 Equipes e Pilotos BP-FORD WORLD RALLY TEAM (M1) Carro Ford Focus RS WRC Pneus BF Goodrich Pilotos 03 Marcus Gronholm Co-piloto Timo Rautiainen 04 Mikko Hirvonen Co-piloto Jarmo Lehtinen P. Teste Roman Kresta Co-piloto Jan Tomanek Últimos Resultados 2005 2004 2003 2002 2001 3° Vice 4° Vice Vice 104 pts. 143 pts. 93 pts. 104 pts. 86 pts. Terceira colocada neste último campeonato, a Ford promete melhorar - e muito - seu desempenho no mundial 2006. A equipe colocou o modelo adaptado para 2006 já na última prova do mundial, na Austrália, e não fez feio: andou num ótimo ritmo e chegou nos pontos. Além disso, mostrou poucos problemas de confiabilidade, o que será crucial nesta temporada, levando-se em conta as regras de durabilidade criadas para este campeonato. A equipe resolveu também renovar a dupla de pilotos: como primeiro piloto, ninguém menos que o 12 finlandês Marcus Gronholm, campeão em 2000 e 2002. Para fazer companhia a ele, trouxeram o seu compatriota Mikko Hirvonen, que levou a disputada vaga pelo ótimo desempenho no fim do ano. O checo Roman Kresta, que pilotou para equipe em 2005, foi contratado como piloto de testes. Christian Loriaux, diretor técnico, crê que o carro de 2006 é um grande avanço em relação a 2005. Mesma opinião teve Gronholm no seu primeiro contato com o carro. O chefão Malcom Wilson prefere manter a cautela e acredita ser muito cedo para pensar em título. Equipes e Pilotos 13 Marcus Gronholm Mikko Hirvonen FIN 05/02/1968 FIN 31/07/1980 Depois de temporadas frustrantes a bordo do 307, que não lhe ofereceu confiabilidade e desempenhos suficientes, o finlandês campeão do mundo em 2000 e 2002 irá pilotar pela Ford em 2006. A equipe saiu na frente em matéria de desenvolvimento ao utilizar o modelo deste ano ainda no final de 2005 e promete luta pelo título. Depois de ter guiado o carro nos testes de inverno, Marcus está confiante num bom desempenho para este ano e crê que disputará o título. Ralis 119 2005 3° 71 pts. Retrospecto Títulos 2 Vitórias 18 2000/2002 Pódios 38 Últimos Resultados 2004 5° 62 pts. 2003 6° 46 pts. 2002 Campeão 77 pts. Roman Kresta RCH 24/04/1976 Depois de pilotar pela Subaru em 2004, Hirvonen fez algumas provas pela Ford no último campeonato e parece ter agradado ao time: foi escolhido para ser companheiro de Gronholm, ganhando a disputa por um dos cockpits mais disputados de 2006. O seu desempenho na penúltima etapa de 2005, quando conseguiu o primeiro pódio da carreira em após uma disputa eletrizante com Xavier Pons deve ter sido decisivo para esta decisão. O finlandês foi elogiado pelo chefe da equipe durante seus primeiros testes com o modelo do próximo ano. Retrospecto Pontos 392 Ralis 39 Títulos - 2001 4° 36 pts. 2005 10° 14 pts. 2004 7° 29 pts. Vitórias - Pódios 1 Últimos Resultados 2003 15° 3 pts. 2002 n/a Campeão por duas vezes em seu país em 2000 e 2001, o checo Roman Kresta teve a melhor oportunidade da carreira no último ano, quando foi piloto da Ford oficial durante sua primeira temporada completa no WRC. Não fez, porém, um campeonato regular durante o ano e terminou apenas na oitava colocação no mundial de pilotos. Foi mantido na equipe como piloto de testes para 2006. Pode vir a alinhar um terceiro carro da equipe em alguma etapa ou substituir os pilotos titulares caso seja necessário, mas não há nada certo a esse respeito. Retrospecto Pontos 46 Ralis 36 Títulos - 2001 n/a 2005 8° 29 pts. 2004 n/a Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 21° 1 pt. 2002 n/a Pontos 30 2001 n/a Equipes e Pilotos SUBARU WORLD RALLY TEAM (M1) Carro Subaru Impreza WRC 2006 Pneus Pirelli Pilotos 05 Petter Solberg Co-piloto Phill Mills 06 Chris Atkinson Co-piloto Glenn Macneal 06 Stephane Sarrazin Co-piloto Stephane Prevot Últimos Resultados 2005 2004 2003 2002 4° 3° 3° 3° 97 pts. 122 pts. 109 pts. 67 pts. 2001 4° 66 pts. A equipe japonesa lançou, no fim do ano passado, o novo modelo do seu Impreza que disputará o campeonato de 2006. Como tem sido de praxe, já pode ser considerado um dos mais belos do mundial, com sua tradicional pintura azul e amarela. Resta saber se voltará a ser competitivo como fora em 2003, quando conquistou o título de pilotos com Petter Solberg. A equipe manteve sua dupla de pilotos, composta pelo norueguês Petter Solberg e o australiano Chris Atkinson – ou simplesmente 14 “Atko”. O terceiro carro da equipe ficará a cargo do francês Stephane Sarrazin, especialista em asfalto, que está escolhido pela equipe para marcar pontos neste tipo de piso, incluindo-se nesta lista a etapa de abertura do Mundial em Monte Carlo. Nos primeiros testes realizados com o carro novo, Solberg mostrou-se confiante na luta pelo título neste ano. Será a única das equipes que disputam o mundial de construtores que utilizará os pneus Pirelli. Equipes e Pilotos 15 Petter Solberg Chris Atkinson NOR 18/11/1974 AUS 30/11/1979 Apesar de ter conseguido 3 vitórias e o vice-campeonato em 2005, aquele não foi um ano que possa ser considerado como bom para Solberg. O norueguês se envolveu em muitos acidentes durante a temporada, e teve a estranha gória de conquistar a vitória no fatídico rali da GrãBretanha, além de ter sofrido com a pouca competitividade do seu equipamento frente ao Xsara. Após os primeiros testes, porém, Solberg está confiante que pode vir a repetir o feito de 2003, quando sagrou-se campeão. Retrospecto Ralis 92 Títulos 1 2005 Vice 71 pts. 2004 Vice 82 pts. 2003 Vitórias 13 Pódios 28 Últimos Resultados 2003 Campeão 72 pts. 2002 Vice 37 pts. Stephane Sarrazin FRA 30/11/1979 O jovem piloto australiano ganhou experiência em 2005 e chegou até a estar próximo de sua primeira vitória na carreira, em casa, na última etapa do ano passado. Agora irá fazer uma temporada completa pela Subaru e tem tudo para fazer seu melhor ano no WRC. Retrospecto Pontos 281 Ralis 20 Títulos - 2001 10° 11 pts. 2005 12° 13 pts. 2004 16° 4 pts. Vitórias - Pódios 1 Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a Especialista em asfalto, Sarrazin pilotará novamente pela Subar u - como tem feito nos últimos dois anos - nas provas nesse tipo de piso. Já está escalado para marcar pontos para a equipe em Monte Carlo, abertura do mundial. A novidade fica por conta da mudança de co-piloto: Denis Giraudet não será mais seu parceiro. Stephane Prevot, também francês, será seu novo co-piloto para 2006. Prevot trabalhou com François Duval durante o ano de 2005, e encerrou a parceria com o belga após o rali do Chipre daquele ano. Retrospecto Pontos 17 Ralis 12 Títulos - 2001 n/a 2005 17° 6 pts. 2004 11° 8 pts. Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a Pontos 14 2001 n/a Equipes e Pilotos OMV PEUGEOT NORWAY (M2) Carro Peugeot 307 WRC Pneus BF Goodrich Pilotos 07 Manfred Stohl Co-piloto Ilka Minor 08 Henning Solberg Co-piloto Cato Menkerud 2005 Últimos Resultados 2004 2003 2002 Estreante 2001 16 Equipes e Pilotos Depois de experimentar uma parceria com a equipe Kronos no último mundial utilizandose do Xsara, a empresa de combustíveis alemã OMV agora investe num projeto em parceria com uma outra equipe particular, a Bozian Racing. Neste ano a OMV utilizará o Peugeot 307, o que pode transformar o desempenho do time numa incógnita, já que este modelo não se mostrou ser muito eficiente. Por estar inscrita como M2, poderá lutar pela primeira vez pelo título de construtores. Entretanto, ao contrário do que ocorrerá com a Kronos em relação à Citröen, não deverá ter o mesmo suporte por parte da Peugeot. Apesar de não poder contar com pilotos que tenham ficado nas 6 primeiras posições em algum dos últimos 5 mundiais, a OMV escolheu bem: terá como pilotos o austríaco Manfred Stohl (que conseguiu 2 pódios em 2005 correndo pela própria OMV) e o norueguês Henning Solberg. A equipe deve correr com layouts diferentes em seus carros. 17 Manfred Stohl Henning Solberg AUT 07/07/1972 NOR 08/01/1973 O austríaco teve um ótimo ano em 2005, e por isso não foi surpresa a notícia de que a OMV manteria seu vínculo com ele. O fato da equipe ser inscrita como M2 limitava suas escolhas, e a opção por Stohl foi, sem dúvida, muito acertada, além de justa. Ele conseguiu 2 pódios durante o ano, coisa que um piloto de equipe particular não fazia em anos. Estes resultados ele conseguiu ainda um outro feito: levar uma mulher (sua co-piloto Ilka Minor) ao pódio. Já é certo que correrá todas as 16 etapas deste ano. Retrospecto Ralis 90 Títulos - 2005 9° 22 pts. 2004 18° 4 pts. Vitórias - Pódios 2 Últimos Resultados 2003 19° 2 pts. 2002 n/a Sempre correndo por equ ipes pr ivadas, Henning Solberg (irmão mais velho de Petter Solberg, piloto da Subaru) tenta agora melhorar seu retrospecto como piloto da OMV. Ano passado fez provas com carros privados da Ford, sendo que em 2006 fará sua estréia pilotando um Peugeot. Deve disputar 12 etapas durante o ano, incluindo na lista a abertura do mundial em Monte Carlo. Seu carro terá como maior patrocinador a Expekt. Retrospecto Pontos 33 Ralis 28 Títulos - 2001 n/a 2005 14° 9 pts. 2004 21° 3 pts. Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a Pontos 12 2001 n/a Equipes e Pilotos STOBART VK M-SPORT FORD RALLY TEAM (M2) Carro Ford Focus WRC 2004 Pneus BF Goodrich Pilotos 09 Matthew Wilson Co-piloto Scott Martin 10 Peter Tsjoen Co-piloto Bernd Casier 10 Kosti Katajamäki Co-piloto Timo Alanne 2005 Últimos Resultados 2004 2003 2002 Estreante 2001 A Eddie Stobart Motorsports, praticamente um time “B” da Ford, esteve sempre presente nas provas do WRC como equipe particular e terá a oportunidade de correr disputando pra valer o mundial de construtores pela primeira vez em sua história, graças às novas regras. O time aposta em diversos jovens talentos para guiar seus carros. O primeiro piloto será o britânico Matthew Wilson, filho de ninguém menos que Malcom Wilson, chefão da equipe Ford oficial, de apenas 18 18 anos, que correrá todas as provas do ano. O segundo carro será divido por vários outros jovens pilotos durante o ano, dentre eles o belga Peter Tsjoen, os finlandeses JariMatti Latvala e Kosti Katajamaki e o argentino Luis-Perez Companc. William Stobart, chefe da equipe, acredita que será um ano de experiência que pode ser proveitoso, graças ao apoio dado pela Ford oficial, cujo investimento no time permitirá o uso de durante carros durante todo o ano. Equipes e Pilotos 19 Matthew Wilson Peter Tsjoen GBR 29/01/1987 BEL 01/02/1974 Filho de Malcom Wilson (chefe da equipe Ford oficial), Matthew andou pela primeira vez no WRC em 20 03, como copiloto do pai no rali da Grã-Bretanha. Nos dois anos seguintes andou novamente na mesma prova, só que em ambas oportunidades já como piloto. Com apenas 18 anos, irá disputar sua primeira temporada completa no WRC. Seu pai o considera uma aposta de longo prazo, e o colocou na M-Sport para que ele adquira experiência e se torne competitivo o mais rapidamente possível. É uma das esperanças dos britânicos de voltar a ter um campeão. Retrospecto Ralis 2 Títulos - 2005 n/a 2004 n/a Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a Kosti Katajamäki FIN 26/02/1977 Campeão belga em algumas oportunidades, Tsjoen chegou a fazer duas provas pelo WRC a bordo de um Toyota Corolla. Terá uma boa oportunidade em 2006, mas ainda não será dessa vez que fará uma temporada completa, já que o segundo carro da M-Sport deve ter uma alta rotatividade. Está escalado para ser companheiro de Matthew Wilson no rali de Monte Carlo, na abertura do mundial. Retrospecto Pontos - Ralis 2 Títulos - 2001 n/a 2005 n/a 2004 n/a Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a Piloto da Suzuki no J-WRC em 2005, campeonato no qual foi o qu i nto colocado, Katajamäki - que já foi campeão finlandês de rali - vai fazer sua estréia na categoria principal do WRC. Como costuma acontecer com os pilotos finlandeses, ele tem um forte padrinho: ninguém menos que Marcus Gronholm, que, coincidência ou não, estará também na Ford em 2006 - só que no time principal. Já está escalado para correr na Suécia, etapa que os escandinavos costumam dominar. Fará 5 provas durante o ano. Retrospecto Pontos - Ralis Títulos 2001 n/a 2005 2004 Vitórias Pódios Estreante Últimos Resultados 2003 2002 Estreante Pontos 2001 Equipes e Pilotos RED BULL SKODA TEAM (M2) Carro Skoda Fabia WRC Pneus BF Goodrich Pilotos 11 Andreas Aigner Co-piloto Timo Gottschalk 12 Gilles Panizzi Co-piloto Hervé Panizzi 12 Mattias Ekström Co-piloto Stefan Bergman 2005 Últimos Resultados 2004 2003 2002 Estreante 2001 A Skoda, do grupo Volkswagen, deixou oficialmente o mundial de 2006, mas negociou com diversas equipes a cessão de seus carros, e uma delas foi uma das empresas que mais investe em esporte no mundo: a Red Bull. A fabricante de bebidas energéticas parece não conhecer limites em seus investimentos: não satisfeita em montar uma equipe na Fórmula 1 em 2005, comprou uma segunda equipe na categoria e agora vai estampar sua marca também no WRC com a difícil missão de dar competitividade ao Skoda Fabia. 20 Colin Mcrae já provou em 2005, no entanto, que isso não é uma tarefa tão impossível quanto parece. A equipe ficará sob o comando do austríaco Raimund Baumschlager. Andreas Aigner, piloto revelado pelo programa Red Bull Rally Junior, é a aposta a longo prazo da equipe nesta nova empreitada. Para auxiliar o processo de aprendizado dele e do time, a Red Bull contratou dois conhecidos pilotos: o sueco Mattias Ekström e o francês Gilles Panizzi. É possível que outros pilotos venham a pilotar o segundo carro. Equipes e Pilotos 21 Andreas Aigner Gilles Panizzi AUT 24/09/1984 FRA 19/09/1968 Aigner é mais um jovem piloto a alinhar no W RC em 2 0 0 6 : com apenas 21 anos, o piloto do programa Red Bull Rally Junior participou este ano de 4 provas pelo P-WRC, correndo com um Mitsubishi Lancer Evo VIII. Terá agora a chance de fazer sua primeira temporada pela categoria principal, competindo em 10 das 16 etapas. Raimund Baumschlager acredita que o austríaco tem potencial para brigar com os medalhões do mundial de rali nos próximos anos. Retrospecto Ralis Títulos 2005 2004 Vitórias Pódios Estreante Últimos Resultados 2003 2002 Estreante Mattias Ekström SUE 14/07/1978 O primeiro dos “órfãos” da Mitsubishi a aparecer nesse guia, o especialista em asfalto Gilles Panizzi - que soma sete vitórias na categoria - foi imediatamente chamado pela Red Bull para ajudar o time em sua chegada como equipe oficial ao WRC. Dada a limitação que as equipes M2 têm na hora de contratar seus pilotos, sua escolha foi um bom negócio para a equipe. Já está escalado para correr em Monte Carlo. Retrospecto Pontos Ralis 70 Títulos - 2001 2005 15° 7 pts. 2004 13° 6 pts. Vitórias 7 Pódios 12 Últimos Resultados 2003 10° 27 pts. 2002 6° 31 pts. Piloto da DTM - categoria pela qual foi campeão em 2004 Ekström vai novamente disputar ao menos uma prova pelo WRC em 2005: já está designado para correr em casa, na Suécia, única prova disputada sob a neve do mundial. Foi campeão da Copa da Nações do ROC em 2005, juntamente com o dinamarquês Tom Kristensen - 7 vezes vencedor das 24 horas de Le Mans. Retrospecto Pontos 134 Ralis 1 Títulos - 2001 8° 22 pts. 2005 n/a 2004 n/a Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a Pontos 2001 n/a Equipes e Pilotos 22 Quem Deve Aparecer São os que podem aparecer durante o ano por equipes privadas ou até nas equipes M1 e M2 Jan Kopecky Toni Gardemeister Gianluigi Galli Co-piloto Filip Schovanek RCH Co-piloto Jakke Honkanen FIN Co-piloto Giovanni Bernacchini ITA FIN 31/03/1975 RCH 28/01/1982 O jovem piloto checo que estreou no WRC pela Skoda em 2005 marcou 1 ponto na última etapa, na Austrália. Tem seu nome ligado a uma equipe de seu país que usará o Skoda Fabia. Não se sabe ainda, porém, quantas etapas fará durante o ano. Retrospecto Ralis 7 Títulos - 2005 24° 1 pt 2004 n/a Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a O finlandês fez uma temporada regular em 2005: se não foi brilhante, também não teve resultados que possam ser considerados como fracos. Sua regularidade lhe rendeu o quarto lugar na temporada, o que não parece ter sido suficiente para a Ford, que preferiu não renovar seu contrato. Já está definido que correrá pela equipe Astra Racing em Monte Carlo, pilotando um Peugeot 307. Seu acerto com a Astra pode incluir mais nove provas durante o ano. Retrospecto Pontos 1 Ralis 88 Títulos - 2001 n/a 2005 4° 58 pts. 2004 24° 3 pts. Vitórias - Pódios 5 Últimos Resultados 2003 12° 9 pts. 2002 13° 3 pts. ITA 13/01/1973 Pego de surpresa com a repentina saída da Mitsubishi do mundial, Galli afirma que foi prejudicado por esta decisão, pois teria recebido uma oferta da Ford e recusou por confiar numa boa temporada da equipe japonesa em 2006. O italiano desfez a parceria com Guido D’Amore e terá como co-piloto o compatriota Giovanni Bernacchini. Correrá ao menos em Monte Carlo e na Suécia em um Mitsubishi privado e pode vir a participar de uma M2 ou alguma outra equipe privada durante o ano. Retrospecto Pontos 88 Ralis 50 Títulos - 2001 16° 5 pts. 2005 11° 14 pts. 2004 15° 5 pts. Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 17° 4 pts. 2002 9° 5 pts. Pontos 73 2001 n/a Equipes e Pilotos 23 Harri Rovanperä François Duval Colin Mcrae Co-piloto Risto Pietiläinen FIN Co-piloto Sven Smeets BEL Co-piloto Nicky Grist GBR FIN 08/04/1968 BEL 18/11/1980 Bio: Mais um que ficou a pé depois da saída da Mitsubishi. Conseguiu vaga para correr na Suécia – prova na qual ele conquistou sua única vitória na carreira - em dos Lancers cedidos a equipes privadas pelos japoneses. Não se sabe ainda como será a participação do finlandês durante o ano, uma vez que ele não poderá alinhar por uma equipe M2, por ter ficado em 5° no mundial de 2001. Pode vir a se beneficiar da nova política da Mitsubishi de aumentar seu apoio a equipes privadas. Retrospecto Ralis 104 Títulos - 2005 7° 39 pts. 2004 8° 28 pts. Vitórias 1 Pódios 15 Últimos Resultados 2003 11° 18 pts. 2002 7° 30 pts. GBR 05/08/1968 Duval foi contratado pela Citröen em 2005 como uma grande promessa. O que se viu foi um piloto muito rápido, mas que se envolvia em acidentes. Devido a isso, o espanhol Carlos Sainz foi chamado às pressas para substituí-lo após mais um dos acidentes, e que culminaram com a briga com seu ex-navegador Stephane Prevot. Duval melhorou sua performance durante o resto do ano e conseguiu sua primeira vitória no último rali, na Austrália. Duval não pode assinar com equipes M2 por ter sido 6° colocado no mundial nos últimos 2 anos. Seu co-piloto deverá ser Sven Smeets, que já foi parceiro de Freddy Loix. Fechou com uma equipe privada para disputar o rali de Monte Carlo, pilotando um Skoda. Retrospecto Pontos 178 Ralis 65 Títulos - 2001 5° 36 pts. 2005 6° 47 pts. 2004 6° 53 pts. Vitórias 1 Pódios 12 Últimos Resultados 2003 9° 30 pts. 2002 n/a Segundo maior vencedor da história do WRC, Mcrae é sempre alvo de rumores acerca de seu retorno à categoria, mas o britânico prossegue sendo uma incógnita para 2006. Depois de ficar fora em 2004, o campeão de 1995 retornou em duas provas em 2005 pela Skoda, e não fez feio: foi sétimo colocado correndo em casa, e esteve na disputa pela vitória na última etapa do ano. O que dificulta a vida de Mcrae é que a Red Bull, que praticamente sucedeu a Skoda, se inscreveu como M2, classe de equipe pela qual ele não poderá pilotar em virtude das regras da FIA. Resta saber se ele pode aparecer em equipes particulares ou em alguma das M1. Retrospecto Pontos 130 Ralis 145 Títulos 1 2001 n/a 2005 22° 2 pts. 2004 n/a 1995 Vitórias 25 Pódios 42 Últimos Resultados 2003 7° 45 pts. 2002 4° 35 pts. Pontos 626 2001 Vice 42 pts. Equipes e Pilotos 24 Antony Warmbold Nicolas Bernardi Daniel Carlsson Co-piloto Michael Orr GBR Co-piloto Jean-Marc Fortin BEL Co-piloto Mattias Andersson SUE ALE 28/07/1978 FRA 16/05/1977 Cor rendo em 20 05 pela M-Spor t, War mbold não conseguiu resultados muito expressivos, e teve como melhores resultados chegar em 7° por três vezes. Corre desde 2001 por equipes privadas, quase sempre pela Ford - exceção feita ao ano de estréia, quando correu com um Toyota em algumas provas. Chegou a ser copiloto do pai, Achim Warmbold, no rali da GrãBretanha em 2000. Uma última informação a título de curiosidade: Achim Warmbold chegou a ter como co-piloto o francês Jean Todt, hoje chefe da equipe Ferrari. Retrospecto Ralis 46 Títulos - 2005 18° 6 pts. 2004 25° 3 pts. Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a SUE 29/06/1976 Especialista em asfalto, Nicolas Ber nardi foi v icecampeão do J-WRC em 2004 e fez sua estréia pela categoria principal em 2005, correndo 4 provas, sempre pilotando um Peugeot. Andou em duas destas provas por uma equipe particular (Équipe de France FFSA, que usava um 206) e duas pela equipe oficial, tendo marcado 4 pontos no total - exatamente nos ralis disputados pela equipe oficial. Tem seu nome ligado a equipes privadas que farão uso do Peugeot 307 ou pode vir a andar em um terceiro carro da OMV-Bozian Racing. Retrospecto Pontos 12 Ralis 4 Títulos - 2001 n/a 2005 20° 4 pts. 2004 n/a Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a O sueco Daniel Carlsson participou do WRC pelo segundo ano em 2005. Antes de começar na categoria principal, fez duas temporadas no J-WRC em 2002 e 2003, conseguindo como melhor resultado a 3a colocação no geral em 2003. Apesar de feito alg umas provas com um Subaru Impreza no ano passado, possui forte vínculo com a Peugeot e a Bozian Racing, na qual andou a maioria das etapas na carreira. Pode vir a participar desta equipe como apoio ou oficialmente. Retrospecto Pontos 4 Ralis 21 Títulos - 2001 n/a 2005 19° 5 pts. 2004 12° 6 pts. Vitórias - Pódios - Últimos Resultados 2003 n/a 2002 n/a Pontos 11 2001 n/a Mario Junior Calendário 2006 1ª Etapa Rallye Automobile Monte Carlo 20 a 22 de janeiro www.acm.mc O Rali de Mônaco é um dos eventos mais antigos do rali. Desde 1911 tem mantido a característrica de ser mais arriscado do que a própria jogatina nos famosos cassinos da região. O clima e as condições das estradas asfaltadas nas montanhas ao norte do principado são imprevisíveis, mas o inverno rigoroso inevitavelmente deixa alguns trechos com camadas de gelo e eventualmente até com neve. Assim, a escolha de pneus é crucial. Slicks, slicks sulcados (até mesmo à mão, antes dos estágios) ou pneus especiais com cravos para condições mistas são as opções que podem levar ao sucesso ou ao fracasso. David Lapworth, chefe da equipe Subaru, explica com bom humor que “o rally pode começar com asfalto bastante sujo; então a chuva pode deixar a pista molhada, enlameada; durante a noite o frio congela a pista e complica os estágios da manhã seguinte; logo que o sol nasce os estágios voltam a ficar molhados; então secam; aí ficam sujos; e se tudo correr bem ficam limpos com a passagem dos carros, mas também pode nevar, ou acontecer qualquer uma dessas coisas de forma desordenada”. Assim, um bom resultado depende da habilidade do piloto de explorar ao máximo o conjunto quando os pneus e as condições de pista combinam e de manter um ritmo competitivo quando a situação não é a ideal, sempre com o risco de encontrar um trecho congelado ou neve quando menos se espera. Os estágios são estreitos e sinuosos através dos íngremes caminhos ao sul dos Alpes, mas há trechos velozes que testam a aplicação dos pilotos, já que apresentam paredões de um lado da pista e enromes penhascos de outro. O setup é muito parecido com o usado em outros rallies em asfalto. Os carros são rebaixados para reduzir a altura do centro de gravidade e os pneus geralmente são largos e slicks. A suspensão não é tão dura, pois é necessária alguma maleabilidade para aumentar a aderência no asfalto molhado ou mesmo congelado, que pode surgir a qualquer momento durante os estágios. Fãs do mundo todo viajam todo ano para acompanhar a etapa com suas buzinas de ar e muita disposição para encarar o frio nas montanhas. Alguns até se exaltam demais e acabam jogando neve na pista, o que de certa forma já é algo esperado por todos os pilotos - mesmo que se zanguem quando são vitimados, como aconteceu com Solberg e Gronholm em 2005. A presença de vários pilotos e personalidades do automobilismo que moram em Mônaco é uma certeza, já que o centro de operações é montado próximo ao famoso Túnel do circuito de rua de Monte-Carlo que é utilizado pela Fórmula 1. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Sebastian Loeb (Citroen Xsara) Sebastian Loeb (Citroen Xsara) Sebastian Loeb (Citroen Xsara) Tommi Makinen (Subaru Impreza) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Carlos Sainz (Toyota Corolla) Piero Liatti (Subaru Impreza) Patrick Bernardini (Ford Escort RS) Calendário 2006 2ª Etapa Uddeholm Swedish Rally 3 a 5 de fevereiro www.swerally.se Atualmente, o Rali da Suécia é o único da temporada que é disputado na neve, mas estuda-se a realização de um outro rali na vizinha Noruega, na mesma época e com condições semelhantes. O Rali da Suécia é um evento ímpar no WRC, sendo atualmente o único disputado puramente na neve. As temperaturas podem cair a -30ºC e é um tormento para mecânicos, pilotos e co-pilotos. A neve exige pneus especiais, com cravos de metal que ajudam a manter o carro no percurso. As estradas geralmente têm nas suas laterais enormes bancos de neve que são usados pelos pilotos como apoio nas saídas de curvas - uma técnica perigosa que pode render vários segundos por estágio ou então uma reação inesperada do carro e um provável acidente. Mesmo com pouca aderência, a combinação des- tes pneus especiais com os bancos de neve e com alguns trechos retilíneos fazem deste rali um dos mais rápidos do ano, incluindo saltos e curvas de raio longo que produzem algumas das mais belas imagens da temporada. Como em 2005, pode acontecer do clima não ser tão rigoroso. Se as estradas ficarem com o cascalho congelado exposto, sem uma camada mais espessa de neve, os pneus se deterioram muito rapidamente e começam a perder os cravos, o que pode ser notado pelas faíscas que são geradas. Como os pilotos precisam percorrer dois ou três estágios com o mesmo set de pneus, esta é uma possibilidade que preocupa a todos. Os pilotos escandinavos são absolutamente favoritos nesta etapa, pois conhecem os segredos das estradas locais e estão acostumados com as condições, já que inciaram suas carrreiras em campeoantos locais. Quem vence a etapa da Suécia do WRC certamente é ou está se tornando um piloto de ponta. Contudo, em 2004 o francês Sebastien Loeb que- 26 brou este tabu, provando que é realmente diferenciado e que pode vencer em qualquer superfície. Como não poderia deixar de ser, um rali na Escandinávia atrai milhares de espectadores que vão conferir a ação de perto. O destaque desta etapa fica por conta dos fãs totalmente insanos do norueguês Petter Solberg, que não medem esforços para chegar aos estágios, passando em meio às florestas e lagos congelados com seus snow-mobiles ou mesmo à pé. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Petter Solberg (Subaru Impreza) Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Harri Rovanpera (Peugeot 206) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Kenneth Eriksson (Subaru Impreza) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Calendário 2006 2ª Etapa Corona Rally Mexico 3 a 5 de março www.rallymexico.com A estréia do rali do México em 2004 foi cercada de muita expectativa e representou uma complementação importante ao calendário, já que é a única etapa disputada na América do Norte. Esqueça totalmente do frio, do gelo e da neve. Exatamente um mês após o rali da Suécia, as equipes atravessam o Atlântico e encontram no México a primeira etapa do ano disputada em cascalho. Muito calor, poeira e a conhecida hospitalidade dos países da América Latina marcam este evento. Os pilotos aprovam totalmente o Rali do México por ser um dos mais bem organizados do ano, com menores “road sections” (viajens entre um estágio e outro) em relação aos outros ralis. Os estágios cuidadosamente alargados e compactados são um convite irrecusável à velocidade e rapidamente caíram no gosto dos pilotos. A disposição dos estágios pelas montanhas ao redor de Guanajuato e Lion cria um excelente espetáculo para os torcedores presentes, pois é possível ver os carros descendo a montanha por um caminho retilíneo, extremamente rápido, e depois conferir a subida do outro lado. Porém, nem tudo são rosas no rali do México. A altitude tem seus efeitos negativos, pois o ar rarefeito faz com que os motores percam até 20% de potência. Além disso, algumas pedras ao redor da pista podem entrar no caminho dos pilotos com o desenrolar dos estágios, o que pode gerar acidentes em alta velocidade. Alguns solavancos nas mudanças bruscas de inclinação também podem vitimar os mais desavisados ou desatentos às notas de navegação. O setup do carro é composto basicamente de pneus específicos para cascalho, que devem resistir às altas temperaturas. A suspensão é ajustada de acordo com cada grupo de estágios, dependendo de suas características. Os estágios com estradas preparadas permitem uma altura menor e um pouco mais de rigidez. Como acontece em todos os ralis em cascalho seco, os primeiros pilotos a entrar na estrada (seguindo a ordem de classificação do campeonato) sofrem com a superfície escorregadia e acabam “varrendo” os estágios para os próximos carros, 27 criando uma trajetória sem a camada superficial e mais solta de cascalho na qual a aderência fica consideravelmente maior. Quem vai conferir o rali do México de perto não se arrepende, pois a cidade de Leon é uma das mais modernas do país e ainda oferece muitos locais tradicionais que produzem sua própria tequila, com o clima festivo e hospitaleiro dos mexicanos. 2005 2004 Últimos vencedores Petter Solberg (Subaru Impreza) Markko Martin (Ford Focus) Calendário 2006 4ª Etapa Rallye de Catalunya Costa Daurada 24 a 26 de março www.rallyracc.com O Rali da Espanha é o principal rali em esfalto da temporada, sendo o que mais se aproxima das características das competições em circuitos fechados. A etapa espanhola do mundial passa em 2006 para o início da primavera do hemisfério norte , mas as condições não devem ser muito diferentes das encontradas até então. Sendo um evento predominantemente disputado em largas e lisas estradas asfaltadas, uma técnica apurada de pilotagem é extremamente importante para aproveitar tais condições e explorar ao máximo o conjunto. Mesmo assim, existem partes mais lentas e téc- nicas que permitem aos pilotos uma maior agressividade, cortando as curvas no apex, reduzindo a trajetória e ganhando tempo. Os co-pilotos são ainda mais importantes nestes momentos, pois dão instruções claras de quais curvas cortar ou não e quais os riscos envolvidos. Mas como os estágios são percorridos duas vezes, a sujeira jogada na pista pode ser traiçoeira na repassagem. O ajuste do carro é clássico: o mais baixo possível e bastante duro para ganhar em agilidade. Pneus slicks são a pedida pr incipal, mas o composto precisa ser adequado à temperatura e à abrasividade do asfalto. Pode ser necessário fazer alguns sulcos à mão, em caso de chuva. Os fãs espanhóis, multiplicados pela carreira vitoriosa de Carlos Sainz, comparecem todo ano em grande número aos estágios com suas bandeiras e um enor me entusiasmo, dev idamente exibidos quando os pilotos passam a toda velocidade a poucos metros de distância. A presença do público do WRC na Espanha é tão grande que no último ano um dos estágios nas redon- 28 dezas da cidade de Salou foi cancelado por questões de segurança. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Markko Martin (Ford Focus) Gilles Panizzi (Peugeot 206) Gilles Panizzi (Peugeot 206) Didier Auriol (Peugeot 206) Colin McRae (Ford Focus) Philippe Buglaski (Citroen Xsara) Didier Auriol (Toyota Corolla) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Colin McRae (Subaru Impreza) Calendário 2006 5ª etapa Rallye de France Tour de Corse 7 a 9 de abril www.rallyedefrance.com O Rali da França é o terceiro dos quatro ralis disputados em asfalto durante a temporada, antecedendo uma longa sequência de ralis disputados em cascalho. Disputado na montanhosa ilha da Córsega, ao sul da França, este rali é considerado o mais técnico e difícil do ano. O traçado extremamente sinuoso e a velocidade proporcionada pela aderência do asfalto representam um desafio para a durabilidade dos pneus e para a resistência física de pilotos e co-pilotos, que são submetidos a forças laterais de mais de 3G. Os estágios ao redor da capital Ajaccio mostram o porquê do evento ser conhecido como o rali das dez mil curvas. Com uma curva seguida de outra, não há um segundo sequer de tranquilidade para pilotos e co-pilotos. Seja na sequência de hairpins nas montanas, seja nas estreitas e sinuosas ruas dos vilarejos, é fundamental que o piloto tenha o máximo de concentração na trajetória e nas notas de navegação. Hesitar aqui significa perder muito em competitividade, principalmente diante dos pilotos locais que conhecem os segredos das rotas. Além de proporcionar muito desgaste nos pneus, alguns trechos das estradas da Córsega ficam sujos de terra ou cascalho, principalmente em alguns setores mais deteriorados, o que significa uma mudança constante nos níveis de aderência e um desafio adicional para os pilotos. É bastante comum os pilotos cortarem caminho pela terra ao lado das estradas, mas o risco de bater em uma pedra é grande e a sujeira jogada na pista se volta contra eles mesmos na repassagem. O clima é bastante imprevisível. Olhando para o céu no porto de Ajaccio, onde é montado o centro de operações do rali, a dúvida surge na cabeça de todos enquanto de um lado o sol brilha e do outro, perto das montanhas, as nuvens densas se aglomeram. As equipes mandam seus meteorologistas para vários estágios com horas de antecedência para tirar a temperatura do asfalto e observar as condições. Mesmo com todo este esforço, a escolha de pneus continua sendo uma loteria, já que o tempo nublado das montanhas pode rapidamente se transformar 29 em chuva ou abrir brechas para o calor do sol. O setup comumente usado no asfalto pode ser levemente alterado de acordo com os estágios, já que pode ser necessário mais altura para cortar as curvas ou então um ajuste mais mole para os trechos mais sujos. A cultura local é bastante característica e, de certa forma, independente da França. Com um idioma próprio, os locais cantam suas músicas tradicionais e oferecem especiarias aos visitantes, sobretudo queijos, peixe, temperos fortes e vinho. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Markko Martin (Ford Focus) Petter Solberg (Subaru Impreza) Gilles Panizzi (Peugeot 206) Jesus Puras (Citroen Xsara) Gilles Panizzi (Peugeot 206) Philippe Bugalski (Citroen Xsara) Colin McRae (Subaru Impreza) Colin McRae (Subaru Impreza) Philippe Bugalski (Renault Megane) Calendário 2006 6ª etapa Rally Argentina 28 a 30 de abril www.rallyargentina.com A etapa que representa a América do Sul também foi antecipada no calendário e pode ter menos do frio e da chuva tradicionais do inverno argentino. Disputado no tradicional cascalho, o rali da Argentina é um dos pontos altos da temporada. Ao redor da Villa Carlos Paz, uma pequena porém agitada cidade perto de Cordoba, os estágios se espalham pelas montanhas e vales. A maioria dos trechos é de muita velocidade, mas o terreno é bastante acidentado e não raramente os carros fecham os estágios com danos na carenagem. As características do terreno geram vários saltos e alguns córregos que cruzam os estágios, sendo que o volume de ág ua varia com a chuva que geralmente marca presença. Se os saltos não são tão dramáticos, os watersplashes - como são denominados os córregos - são uma grande preocupação, pois nunca se sabe ao certo a sua profundidade e qual é a velocidade e trajetória adequadas. Não raramente pilotos e co-pilotos encontram situações diferentes das descritas nas notas de nevagação previamente preparadas e acabam passando por apuros. Quando isto acontece, o impacto pode ser maior que o esperado e ocorrem danos no carro, que podem ir de um paralama perdido ou um capô estufado até mesmo um problema mais sério de suspensão. O motor também é devidademente preparado com um mecanismo acionado pelo co-piloto que previne a entrada de água nas câmaras de combustão, mas nada garante que o carro sobreviva à agressividade imposta pelos pilotos. Finalmente, assim como no México, o ar rarefeito da altitude faz os motores perderem potência. Se por um lado o rali da Argentina é complicado para as equipes, por outro lado representa um prato cheio para os argentinos fanáticos por velocidade que se aglomeram ao lado da pista, principalmente nos saltos e watersplashes. Eles cantam 30 euforicamente enquanto o estágio é percorrido pelos carros do WRC. Dizer que o clima é parecido com o do “La Bombonera” em dia de Boca X River não é nenhum exagero. Como não poderia deixar de ser, a festa é abastecida com muita cerveja e com o tradicional churrasco argentino, preparado ali mesmo ao lado dos estágios. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Carlos Sainz (Citroen Xsara) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Carlos Sainz (Ford Focus) Colin McRae (Ford Focus) Richard Burns (Subaru Impreza) Juha Kankkunen (Subaru Impreza) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Calendário 2006 7ª etapa Supermag Rally Italia Sardinia setores velozes e com saltos. A única trajetória possível é o centro da pista, pois não há mais que dois palmos livres de cada lado antes da imponente presença de enormes rochas. Mesmo em muitas 19 a 21 de maio www.rallyitalia-sardinia.com De volta à Europa, o WRC enfrenta o clima quente do Mediterrâneo, na ilha de Sardenha. Após a estréia em 2004, o Rali da Itália em Sardenha passou por algumas modificações em 2005, ganhando estágios mais velozes. Contudo, a receita básica permaneceu inalterada. Com uma superfície bastante arenosa, os estágios próximos ao litoral de Porto Cerve continuam com a característica que marcou este rali em 2004: pistas extremamente estreitas. A combinação presente na maioria dos estágios de areia escorregadia e estradas estreitas impõe um grande desafio aos pilotos, principalmente nos 31 quanto os carros descem as montanhas, se aproximando do litoral. Contudo, às vezes a nuvem é tão grande que, com a ausência de vento, os dois minutos que separam a largada de cada carro não são suficientes para dissipá-la, o que gera problemas de visibilidade. Ninguém no WRC nega que gostaria de aproveitar o calor nas belas praias da ilha ao invés de cozinhar dentro dos carros. Na verdade este é um consenso geral, já que os turistas presentes na ilha não comparecem tanto aos estágios, preferindo observar o parque de serviço montado em um distrito industrial. 2005 2004 das curvas, não há espaço para o carro ser colocado de lado, como normalmente é feito, o que exige uma abordagem bastante diferente mas não menos agressiva. As imagens on-board deste rali são realmente intrigantes. O terreno bastante característico deste rali é um tormento para os primeiros pilotos na pista, que precisam encarar a areia fofa da superfície. A desvantagem se torna ainda maior pois a camada logo abaixo, mais compacta e com mais aderência , fica à disposição dos rivais que vem na sequência. A enorme nuvem de poeira que se forma gera belas imagnes aéreas en- Últimos vencedores Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Petter Solberg (Subaru Impreza) Calendário 2006 8ª etapa Acropolis Rally of Greece 2 a 4 de junho www.acropolisrally.gr O Rali da Grécia foi eleito o melhor de 2005, graças ao enorme sucesso da superespecial disputada no Estádio Olímpico de Atenas. Em 2006 o estádio será o centro de operações do rali. O tradicionalíssimo rali da Grécia tem características que mexem com a cabeça dos pilotos e dos chefes de equipe. A abordagem mais correta é pensar estágio por estágio e se preocupar em chegar até o final. Tamanha cautela se justifica: a combinação de estradas sem preparação, de cascalho bruto e pedregulhos enormes, aliadas ao calor intenso e à velocidade proporcionada pelas retas e curvas longas fazem desta etapa uma das mais hostis da temporada. Não é à toa que a lista de vencedores deste rali parece uma relação dos maiores nomes da história do WRC. Apenas para citar alguns nomes, A r i Vatenen, Juha Kankkunen e Carlos Sainz venceram na Grécia, assim como Colin McRae e também a estrela maior do WRC contemporâneo, Sebastien Loeb. O desafio é enorme para os pilotos assim como também é para as equipes e seus carros. As molas devem ter a tensão correta para os impactos em alta velocidade com as pedras, mas é necessário um compromisso para que o carro não fique instável nos trechos mais lisos e arenosos. O protetor do cárter também precisa ser reforçado e a consequente redistribuição de peso demanda um ajuste diferenciado da suspensão. Mas os pneus são o grande problema: um composto muito macio rapidamente sucumbe à temperatura e às pedras, se desgastando e perdendo aderência; se o composto for muito duro, a menor aderência proporciona giro em falso das rodas e - adivinhem só - o desgaste é alto. Assim, os pneus ficam ainda mais frágeis e a probabilidade de furos ou rasgos aumenta muito. A localidade histórica deste rali também faz com que ele seja diferen- 32 ciado dos demais. Em 2006, o Estádio Olímpico de Atenas será o centro de operações do rali, aproveitando o sucesso estrondoso da superespecial lá disputada no último ano. Foi um destes acontecimentos que palavras não podem explicar muito bem, e neste ano o público deve comparecer novamente em peso para conferir de perto as equipes trabalhando nos seus carros entre um grupo e outro de estágios. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Petter Solberg (Subaru Impreza) Markko Martin (Ford Focus) Colin McRae (Ford Focus) Colin McRae (Ford Focus) Colin McRae (Ford Focus) Richard Burns (Subaru Impreza) Colin McRae (Subaru Impreza) Carlos Sainz (Ford Escort) Colin McRae (Subaru Impreza) Calendário 2006 9ª etapa OMV ADAC Rallye Deutschland técnica com o freio de mão sendo usada, seguida pelo som alto e grave dos motores com mais de 300 cavalos de potência. Algumas curvas de raio curto também quebram estas retas, e a visão encoberta 11 a 13 de agosto www.omv-adac-rallye.com O Rali da Alemnha estreou em 2002 e até agora conheceu apenas um vencedor. Sebastien Loeb, claro. O etapa alemã do WRC é a última da temporada de 2006 em superfície selada. Sim, selada, pois seria simplista demais dizer que é um rali disputado no asfalto. Os primeiros estágios são disputados em estradas asfaltadas nas montanhas de Mosel, repletas de videiras. Por serem utilizadas na colheita, estas estradas ficam bastante escorregadias devido às uvas esmagadas em sua superfície. Mesmo assim, as longas retas proporcionam muita velocidade e um espetáculo incrível nos hairpins, nos quais o público se aglomera para ver freiadas bruscas e a famosa 33 gios são mais parecidos com os vistos nos outros ralis em asfalto, mas o desafio não é menor. Pelo contrário, a chuva sempre é uma ameaça nesse rali e pode complicar ainda mais as coisas. A cultura local é bastante jovem, graças à universidade de Mosel. As casas são pintadas com cores alegres e a arquitetura também é descontraída. A combinação dessa atmosfera amigável com a famosa e bastante presente cerveja alemã traz muita descontração entre os pilotos, gerando algumas imagens, digamos, inesperadas. 2005 2004 2003 2002 pelas videiras ou muros de contenção podem enganar os mais otimistas. O cenário é deslumbrante e há dúvidas se sentimos mais pena pelo piloto ou pelas videiras quando algo dá errado. O segundo dia é marcado por estágios na zona militar de Baumholder. A superfície varia entre asfalto, concreto e paralelepípedos, trazendo constantes mudanças nos níveis de aderência. Alguns trechos são cercados de pequenos - e perigosos - blocos de concreto nas laterais, que já causaram vários acidentes sérios. Em 2005 alguns estágios foram modificados e 2006 pode trazer mais mudanças. No domingo os está- Últimos vencedores Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Calendário 2006 10ª etapa Neste Rally Finland 18 a 21 de agosto www.nesterallyfinland.fi Voar baixo, definitivamente, não é força de expressão no rali da Finlândia, o país natal do rali! Cinco milhões de habitantes. Um milhão de espectadores presentes nos estágios. Bem-vindo à Finlândia! O tamanho do público no Grande Prêmio da Finlândia - como ficou conhecido este rali - reflete a sua grandeza, tradição e importância. O país do rali sedia a sua etapa na região central, próximo a Jyväskylä, cidade natal de vários finlandeses campeões. Por entre os vários lagos existentes no local - daí o tradicional nome Thousand Lakes - existem várias estradas de cascalho fino, compactado e úmido, que proporcionam bastante aderência. Os estágios são velocíssimos, largos e preparados de maneira que os saltos - e que saltos! - sejam a principal atração desta etapa. É o evento favorito de equipes, pilotos e fãs. A aerodinâmica é cada vez mais importante no WRC, visando melhor desempenho nas curvas longas e rápidas, redução de arrasto e melhor equilíbrio aerodinâmico. Os aerofólios traseiros geralmente têm vários elementos verticais que seguram mais a traseira do carro nas curvas, enquanto a dianteira do carro é desenhada para reduzir arrasto e melhorar a entrada de ar para o radiador. Já o equilíbrio, a harmonia da pressão aerodinâmica exercida sobre o carro é um dos fatores mais importantes, talvez o mais importante de todos. Na edição de 2005 do rali da Finlândia, Petter Solberg escapou da pista com seu Subaru Impreza e perdeu o aerofólio traseiro, a uns 300 metros de um enorme salto. Phill Mills, seu navegador, avisou sobre o “big jump” logo adiante. Solberg tomou a trajetória adequada, pisou fundo e... Por muito pouco não acontece um dos piores acidentes da história recente do WRC. Enquanto o carro estava no ar, a falta de pressão aerodinâmica na traseira fez com que ela se levantasse, apontando a dianteira contra o solo. Felizmente, o carro voltou para o chão antes que uma capotagem fosse inevitável, caindo sobre o radiador. O carro puxou rapidamente para a vala ao lado da pista, mas Solberg retomou o controle e quase que milagrosamente ele e Phill Mills escaparam ilesos. Mesmo - e principalmente - quando tudo corre bem, há quem odeie o espetáculo proporcionado pelos saltos. Os co-pilotos sofrem bastante, pois a aterrisagem nem sempre é uniforme, o impacto sempre é forte e, por não terem o apoio do volante, geralmente machucam as costas, perdem o fôlego e passam alguns minutos tentando voltar a respirar normalmente ou parar de gemer de dor. As imagens on-board não deixam dúvidas quanto ao drama vivido pelos co-pilotos nos saltos. Os saltos também não são apenas questão de pisar fundo e voar. É necessário dosar perfeitamente a velocidade para não p erder temp o na aterrisagem e também saber tomar a melhor trajetór ia para pousar no lugar correto da pista, dependendo do traçado adiante. Assim sendo, as notas de navegação tem uma impor tância 34 fundamental e muitas informações precisam ser passadas rapidamente por causa da alta velocidade. O resultado é uma comunicação que usa e abusa da linguagem própria que os navegadores usam, bastante sintetizada e clara. Um rali tão diferenciado não poderia deixar de beneficiar os pilotos da Escandinávia, acostumados desde sempre com estas condições. Através das últimas décadas, apenas três pilotos não-escandinavos conseguiram vencer esta etapa. Tudo isto faz deste rali um evento especialíssimo, o qual todo piloto do WRC sonha em vencer. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Marcus Gronholm (Peugeot 307) Marcus Gronholm (Peugeot 307) Markko Martin (Ford Focus) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Juha Kankkunen (Subaru Impreza) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Calendário 2006 11ª etapa Rally Japan 1 a 3 de setembro www.rallyjapan.jp Com tantas montadoras japonesas tendo marcado presença no WRC, já era hora do país do sol nascente sediar uma etapa, e está sendo um sucesso. O Rali do Japão é bastante recente no WRC. Estreou em 2004 e, apenas com duas edições disputadas, já se tornou um dos mais importantes e aguardados da temporada. A tradição vitoriosa das montadoras japonesas (Suzuki, Mazda, Toyota, Mitsubishi e Subaru) no WRC criou uma legião de fãs do esporte que sempre marcam presença, seja nas arquibancadas das superespeciais, seja nos estágios. Esta etapa é disputada na ilha de Hokkaido, ao norte do arquipélago, mais precisamente na região de Tokachi, com o centro de operações na cidade de Obihiro. Os estágios, em sua maioria, são estradas que cortam as densas florestas da região, tendo uma superfície de de terra e cascalho fofo e úmido. Os grandes trechos retilíneos na floresta geram setores com alta média horária, sendo que a sensação de velocidade é ainda maior devido às árvores em volta e à pista estreita. Na verdade, a vegetação rasteira nas bordas acaba encobrindo parte da pista. Assim, apostar na sorte e cortar as curvas pode significar muito tempo ganho ou o fim do rali, se alguma pedra ou vala profunda estiver ao lado da pista. Já os setores fora da floresta têm um aspecto bastante diferente. Com uma camada superficial bastante profunda de cascalho bruto e seco, estes estágios invertem a “regra” de que os primeiros pilotos levam desvantagem com uma superfície menos firme. Acontece que os primeiros carros começam a cavar enormes valas na estrada, e como a camada de cascalho é profunda, a aderência não se modifica. A cada carro que passa as valas ficam mais profundas, até chegar num ponto que o assoalho começa a bater na parte não cavada 35 pelos pneus, criando uma trajetória quase que obrigatória para os demais pilotos. Sair desta linha, mesmo que na tentativa de melhorar o traçado, representa tempo perdido por causa da instabilidade gerada. Assim, o parque de serviço é um dos mais agitados da temporada, com equipes e pilotos quebrando a cabeça para modificar totalmente o ajuste da suspensão e a para escolher os pneus mais adequados entre um grupo e outro de estágios. Como se isso tudo não bastasse, a exposição da ilha ao Oceano Pacífico traz sempre a possibilidade de chuva, que em certas circunstâncias pode ser torrencial. Por fim, a variedade de condições não se limita à superfície e ao clima, mas também ao tamanho dos estágios. Encontra-se de tudo no Rali do Japão: superespeciais com menos de 2km, estágios curtos com 10km ou menos, estágios médios em torno de 20km e até mesmo um estágio-monstro com 50km! A recepção dos fãs japoneses é algo único. Mesmo não sendo fanáticos insanos como os argentinos, suecos e finlandeses, os japoneses comparecem em peso com suas famílias, trazendo consigo bandeiras, bonés, camisetas e tudo o que for relacionado ao WRC. Demonstram muita admiração e respeito pelos pilotos e co-pilotos, muito conhecimento sobre o esporte e, à sua maneira, demonstram o entusiasmo e a alegria proporcionada pelo rali. 2005 2004 Últimos vencedores Marcus Gronholm (Peugeot 307) Petter Solberg (Subaru Impreza) Calendário 2006 12ª etapa Cyprus Rally média de velocidade do ano. As pedras que cobrem os estágios impõem um teste rigoroso para suspensões e pneus. Além do terreno ser muito irregular, as pedras pontiagudas não são misericordiosas com os pneus, principal- 22 a 24 de setembro www.cyprusrally.org.cy vo adicional, mas logo perceberão que também para eles será um evento de resistência. A topografia irregular e o calor tornam o espetáculo complicado também para os espectadores, mas alguns ainda se aventuram e conseguem encontrar boas arquibancadas naturais. Últimos vencedores 2005 Sebastien Loeb (Citroen Xsara) 2004 Sebastien Loeb (Citroen Xsara) 2003 Petter Solberg (Subaru Impreza) 2002 Marcus Gronholm (Peugeot 206) 2001 Colin McRae (Ford Focus) 2000 Carlos Sainz (Ford Focus) O Rali do Chipre ficou marcado como sendo o moedor de carros da temporada. Mais uma vez, os carros, pilotos e co-pilotos do WRC enfrentam condições muito difíceis, desta vez no Chipre, uma ilha localizada no extremo leste do Mar Mediterrâneo. A cidade turística de Limassol, no litoral sul da ilha, é o centro de operações do rali. Os estágios se espalham pelas montanhas ao norte da cidade e, sem sombra de dúvidas, são as estradas mais hostis da temporada para os carros. Os estágios são absolutamente sinuosos e estreitos. A superfície é arenosa, mas predominam os setores cobertos de pedras grandes e pontiagudas. Estas características tornam este rali o com menor 36 mente quando já estão desgastados. Porém, a baixa média de velocidade representa a maior dificuldade para os carros, já que pode levar a um superaquecimento. As constantes mudanças de marcha também ameaçam a confiabilidade do carro. Assim, este rali é uma prova mais de resistência do que de velocidade. Piloto e copiloto também precisam mostrar resistência para manter o ritmo durante os três dias, já que o calor, aliado às baixas velocidades, transformam o carro num forno empoeirado em movimento. Os t ur istas sempre presentes em Limassol terão o rali como um atrati- Calendário 2006 13ª Etapa Rally of Turkey 13 a 15 de outubro www.wrcturkey.com Esta etapa é outra adição recente ao calendário e, a exemplo da Fórmula 1, foi muito bem aceita e também representa parte da integração da Turquia à comunidade européia. O Rali da Turquia estreiou em 2003 e é disputado nas montanhas de Kemer, no sudoeste do país. Com 3 edições disputadas, ainda há muito o que descobrir sobre esta etapa, já que a cada edição as condições das estradas e o clima trazem alguma novidade. Apesar de lembrar um pouco os outros ralis do Mediterrâneo, a variedade de condições é grande. Ao invés do solo arenoso da Sardenha, a superfície deste rali é de terra, mas em muitas par- tes as pedras lembram as condições do Rali da Grécia e até mesmo do Rali do Chipre. A média de velocidade não é baixa, o que ajuda no resfriamento do carro. O setup do carro e a escolha de pneus são cruciais para um bom desempenho, mas conseguir achar a receita mágica demanda muita competência e um tanto de sorte. Mesmo se o ajuste ideal para um grupo de estágios for encontrado, a chuva pode surgir, mudar completamente as características dos estágios e deixar todas as equipes em igualdade de condições. Com pneus para terra/cascalho quente e suspensão um pouco mais alta por causa das pedras, pilotos e co-pilotos enfrentaram estradas enlameadas, mas com uma superfície uniforme e dura. Controlar o carro com o setup e pneus errados foi coisa para poucos. Assim, este rali é uma mistura dos outros ralis no Mediterrâneo e o calor intenso pode dar lugar para fortes chuvas, tornando-o ainda mais imprevisível. Geralmente as condições não são as ideais para o setup e pneus escolhidos, obr igando os pilotos a se conterem para não andar mais do que podem. O histórico da etapa mostra que erros custam caro, geralmente levando a um acidente ou 37 a alguma quebra. A Turquia oferece uma mescla interessante de sua cultura e modo de vida com as conveniências modernas da Europa, dada a ocidentalização que está acontecendo no país. A hospitalidade dos habitantes é enorme e todos entendem e admiram a importância do evento que sediam. O trânsito e a densidade populacional atrapalham um pouco, mas são problemas irrelevantes se comparados às qualidades encontradas, tanto do ponto de vista do rali como do ponto de vista turístico. 2005 2004 2003 Últimos vencedores Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Carlos Sainz (Citroen Xsara) Calendário 2006 14ª Etapa Telstra Rally Australia 26 a 29 de outubro www.rallyaustralia.com.au O Rali da Austrália esconde muitas surpresas por trás da inegável beleza de seus estágios. O continente da vez é a Oceania. A primeira parada é do lado oeste da Austrália, mais precisamente em Perth, uma bela cidade litorânea. A terra e poeira vermelha, o cascalho escorregadio e os longos trechos retilíneos pelas planícies ou por entre as florestas caracterizam esta etapa. A posição de entrada no estágio é um pouco mais importante neste rali. O cascalho que cobre a terra vermelha é bastante granulado e redondo, tornando a pista muito escorregadia para os primeiros carros, como se estivessem correndo sobre bolinhas de gude. Com a passagem de alguns carros as condições melhoram muito, pois é deixada uma trajetória com a ter ra mais f irme exposta. Os longos trechos de aceleração não são tão tranquilos quanto podem parecer, pois as freiadas sempre são problemáticas devido à falta de aderência. As curvas de raio longo, que são a maioria, ainda permitem que o piloto contorne algum imprevisto. Mas perder o ponto de freiada em algumas curvas de raio curto é uma grande possibilidade, pois nos trechos descampados não há pontos de referência e a estrada se confunde com a paisagem poucos metros adiante. Já nos trechos que cortam as florestas essa situação se agrava, pois as árvores ao redor não darão uma segunda chance. Uma situação ocasional no WRC é a presença de animais nas estradas. Nada mais natural, na verdade. Mas, na Austrália, a situação é muito mais crítica. O maior problema são os cangurus, que subitamente atravessam as estradas e não deixam alternativas para os pilotos. Esses incidentes são mais comuns do que se imagina e os danos causados pelos impactos com os pequenos animais geralmente trazem diversos abandonos. A cidade de Perth tem um belíssimo litoral e 38 uma vida noturna agitada, que até o ano passado era ideal para as festas de fim de temporada, já que este rali era o último do calendário. Mesmo assim, é impossível visitar o local e não se divertir com o inglês “australianês” ou então deixar de conhecer pessoalmente os simpáticos cangurus e coalas, que já viraram sinônimo de Austrália. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Francois Duval (Citroen Xsara) Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Petter Solberg (Subaru Impreza) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Richard Burns (Subaru Impreza) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Colin McRae (Subaru Impreza) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Calendário 2006 15ª Etapa Propecia Rally New Zealand 17 a 19 de novembro www.rallynz.org.nz O WRC aproveita a passagem pela Oceania e disputa sua penúltima etapa na Nova Zelândia. O Rali da Nova Zelândia é outro que teve sua data mudada, passando da terceira para a décima-quinta etapa da temporada. A mudança no clima, contudo, não deve ser grande, sendo que a expectativa é de calor moderado e alguma possibilidade de chuva. A cidade litorânea de Auckland é o centro de operações do rali e localiza-se na ilha norte do arquipélago neozelandês. Todos os ralis da temporada se destacam de alguma maneira, mas a Nova Zelândia oferece uma etapa tão exuberante quanto o seu território. As longas retas e as curvas abertas proporcionam velocidades extremas, o que torna este rali um dos preferidos pelos pilotos. A superfície é coberta de granito solto, o que reduz um pouco a aderência, mas isto é totalmente compensado pelas inclinações extremamente pronunciadas em várias curvas, sendo esta uma das marcas desse rali. É preciso ter uma trajetória precisa nos trechos velozes e sinuosos, aproveitando-se das inclinações para pisar fundo e ir jogando o carro de apex em apex. O tabalho da suspensão, sobretudo das barras estabilizadoras, tem um papel fundamental no setup do carro e pode ser a chave do sucesso ou do fracasso, pois um ajuste equivocado faz com que as rodas internas percam contato com o solo nas inclinações enquanto o pesso do carro cai sobre o lado externo. Alguns estágios são realizados em vias próximas ao litoral e têm uma superfície mais arenosa. Ainda assim a natureza veloz do rali não se altera. Aqui, a imagem dominante é a do mar, ao 39 invés dos descampados que cercam as estradas de granito. Um rali de muita velocidade, que demanda muita perícia e com um cenário que só a Nova Zelândia tem. Um prato cheio para uma das etapas que podem decidir o campeonato. A cidade de Auckland oferece uma boa estrutura, fazendo valer a pena tornar os dois ralis da Oceania em um único programa apenas. As infinitas criações de ovelhas da região e o público local extremamente amigável fazem companhia aos turistas nas arquibancadas naturais que a topografia cria nos terrenos descampados, que permitem a visão de longas partes dos estágios sem necessidade de locomover-se muito. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Sebastien Loeb (Citroen Xsara) Petter Solberg (Subaru Impreza) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Richard Burns (Subaru Impreza) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Tommi Makinen (Mitsubishi Lancer) Carlos Sainz (Toyota Corolla) Kenneth Eriksson (Subaru Impreza) Richard Burns (Mitsubishi Lancer) Calendário 2006 16ª Etapa Wales Rally of Great Britain 1 a 3 de dezembro www.walesrallygb.com início, era um evento predominantemente nacional e que cortava longas distâncias por toda a ilha, ficando conhecido como RAC Rally. Hoje, recebe o campeonato mundial e se transformou num rali compacto, com os estágios todos dentro de uma área não muito grande, sendo excelente para os A última etapa do calendário é o rali da Grã-Bretanha, que volta a ser disputado no inverno. Mais uma mudança no calendário, talvez a melhor delas. Tradicionalmente, esta etapa fechava a temporada, quase sempre com batalhas épicas pelo título. Porém, as edições mais recentes foram disputadas no fim do verão e as diferentes condições climáticas tiraram completamente os maiores atrativos do rali. Certamente o erro foi percebido e novamente o País de Gales recebe a última etapa, sob o título de rali da Grã-Bretanha. Este rali é um dos mais antigos e mostra bem como o esporte evoluiu ao longo das décadas. No espectadores. Estes, impulsionados pelos últimos campeões ingleses, continuam fãs do esporte e comparecem em peso. A superfície muda o tempo todo, var iando entre terra, cascalho e cascalho bruto. Porém, o inverno rigoroso da ilha traz a certeza de trechos esburacados, chuva, muita lama e até mesmo gelo entrando nessa mistura. Assim, a natureza veloz dos estágios pode ser diminuída, mas o desafio não muda, isto se não fica ainda maior. A região metropolitana de Cardiff é a base do rali, 40 oferecendo uma boa estrutura para o WRC e para todos os que vão conferir a ação de perto. Em outro exemplo de comodidade para os torcedores, o início e o fim do rali são no Estádio Millenium, criando um grande espetáculo para o público. Neste mesmo estádio também é disputada uma superespecial, que em 2005 foi a primeira etapa in-door da história do WRC, já que o estádio é coberto. Do estádio, os carros partem para as montanhas, florestas e lagos ao sul de Gales, onde o rali da Grã-Bretanha impõe seus tradicionais desafios e freqüentemente vira personagem da disputa dos títulos de pilotos e construtores. 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 Últimos vencedores Petter Solberg (Subaru Impreza) Petter Solberg (Subaru Impreza) Petter Solberg (Subaru Impreza) Petter Solberg (Subaru Impreza) Marcus Gronholm (Peugeot 206) Richard Burns (Subaru Impreza) Richard Burns (Subaru Impreza) Richard Burns (Mitsubishi Carisma) Colin McRae (Subaru Impreza) Armin Schwarz (Toyota Celica)