Que é o Foro de São Paulo?

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Que é o Foro de São Paulo?
Que é o Foro de São Paulo?
Por Alejandro Peña Esclusa
Resumo: Alejandro Peña Esclusa, presidente da Força Solidária - que organizou as
passeatas-monstro contra Hugo Chávez - denuncia:
O Foro de São Paulo vive de narcotráfico, seqüestro, assalto a banco e roubo de gado.
Interrogado pelos jornalistas, Raúl Reyes, líder guerrilheiro colombiano, admitiu em sua recente
visita à Venezuela que as FARC formam parte do chamado Foro de São Paulo. Vejamos a que
se referia.
Depois da queda do Muro de Berlim em 1989 e da derrubada do comunismo na ex-União
Soviética, Fidel Castro decidiu substituir o apoio que recebia do Bloco Oriental pelo de uma
transnacional latino-americana.
Texto completo
Aproveitando o poder parlamentar que tinha o Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil, Fidel
Castro convocou em 1990, junto com Luis Inácio "Lula" da Silva, todos os grupos guerrilheiros
da América Latina a uma reunião na cidade de São Paulo.
Além do próprio PT e do Partido Comunista de Cuba, acudiram ao chamado o Exército de
Libertação Nacional (ELN) e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC); a
Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) da Nicarágua; a União Revolucionária
Nacional da Guatemala (URNG); a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) de
El Salvador; o Partido da Revolução Democrática (PRD) do México; e várias dezenas mais de
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grupos guerrilheiros e partidos de esquerda da região que iam se juntando ao longo dos anos,
como o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) do México.
Alí decidiram formar uma organização que se auto-denominou Foro de São Paulo.
Para dirigi-lo centralizadamente, criaram um Estado Maior civil, dirigido por Fidel Castro, Lula,
Tomás Borge e Frei Betto, entre outros, e um Estado Maior militar, comandado também pelo
próprio Fidel Castro, o líder sandinista Daniel Ortega, e no qual tem um papel importante o
argentino Enrique Gorriarán Merlo.
Gorriarán Merlo foi fundador do Exército Revolucionário do Povo (ERP) e posteriormente do
Movimento Todos pela Pátria (MTP). Gorriarán Merlo é o autor do ataque terrorista de janeiro
de 1989 ao regimento de infantaria La Tablada, em Buenos Aires, no qual morreram 39
pessoas, e foi quem encabeçou a esquadra que assassinou Anastasio Somoza em Assunção,
Paraguai, em setembro de 1980.
Gorriarán Merlo também organizou a maquinaria militar do Movimento Revolucionário Tupac
Amaru (MRTA), o mesmo que há três anos e meio tomou a residência do embaixador japonês
em Lima.
O Foro de São Paulo tem um sistema de comunicação permanente, e até produz uma revista
trimestral própria, denominada América Livre.
Estabeleceu uma forma sólida e permanente de financiamento, baseada em sequestro, roubo
de gado, cobrança de impostos, assaltos a bancos, pirataria, narcotráfico e demais atividades
ilegais que rotineiramente praticam os grupos guerrilheiros na América Latina.
Tendo em vista que o marxismo dos anos sessenta já estava caduco e desprestigiado, os
diretores do Foro de São Paulo decidiram adotar formalmente diversos disfarces:
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um foi o do indigenismo, ou a suposta luta pelos direitos dos indígenas, para encobrir a
formação de grupos guerrilheiros (Exército Zapatista de Libertação Nacional), e também a
promoção do separatismo, argumentando que os territórios ocupados pelas tribos indígenas
são próprios e não do Estado nacional.
Outro foi o do ecologismo radical que, alegando a proteção do meio ambiente, justificou a ação
de terroristas que obstaculizaram o avanço do Estado em obras públicas de infraestrutura
como rodovias e tensão elétrica.
E finalmente, o de uma versão extremista da chamada Teologia da Libertação (Frei Betto,
Leonardo Boff, Paulo Evaristo Arns), com o objetivo de dividir a Igreja Católica e justificar a
violência com argumentos supostamente cristãos.
Segundo um informe da AP, datado em Montevidéo, Hugo Chávez se inscreveu no Foro de
São Paulo em 30 de maio de 1995. Isto foi confirmado por Pablo Beltrán, líder do ELN, em uma
entrevista realizada pela Globovisión em 17 de novembro de 1999.
Financiamento do narcotráfico
Há quatro anos o investigador colombiano Jesús E. La Rotta publicou um livro intitulado As
Finanças da Subversão Colombiana, no qual revela os resultados de suas investigações sobre
as fontes de financiamento das FARC, do ELN e do EPL.
Fazendo uso de numerosos gráficos e tabelas, La Rotta identifica seis formas ou modos gerais
por meio dos quais os guerrilheiros colombianos obtêm entrada de dinheiro, a saber:
a extorsão em menor escala, como os impostos, o bilhete e a cobrança de pedágios, de onde
obtêm um total de 1.030 milhões de dólares ao ano;
a extorsão em grande escala a empresas nacionais e multinacionais nos diversos setores
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como o petroleiro, agrícola, pecuário, industrial, comercial e financeiro, de onde arrecadam
5.270 milhões de dólares anuais;
o abigeato ou roubo de gado, de onde recolhem 270 milhões de dólares anualmente; os
assaltos, por meio dos quais conseguem 400 milhões de dólares ao ano;
a pirataria, seja terrestre, fluvial, marítima ou aérea, que lhes rende 150 milhões de dólares em
depósitos anuais e, finalmente, o narcotráfico, de onde obtêm 1.130 milhões de dólares ao ano.
Tudo isso soma oito mil duzentos e cinquenta (8.250) milhões de dólares ao ano, cifra muito
superior aos orçamentos de todas as Forças Armadas Nacionais de todos os países andinos.
Todavia, La Rotta admite que se tratam de cifras de 1994, e explica que "os grupos
subversivos, em particular as FARC e o, entraram em franco processo de substituição dos
cartéis da droga desmantelados e que, cumprido tal processo, se fechará o círculo do
enriquecimento quando incorporarem em plenitude o produto global do narcotráfico, que pode
representar-lhes depósitos de dinheiro superiores".
Poucos meses depois de haver-se publicado o livro de La Rotta, saiu o livro O Cartel das
FARC, elaborado por major colombiano Luis Alberto Villamarín Pulido, o qual alega que as
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia constituem o terceiro e mais poderoso cartel das
drogas.
Embora já existissem provas da vinculação do ELN e das FARC com o narcotráfico, os
documentos retidos em 31 de janeiro de 1996 das quadrilhas 14 e 15 das FARC, por tropas da
Brigada 12 em Paujil (Caquetá), comprometem ainda mais os guerrilheiros com o tráfico de
drogas: aparecem as frequências de VHF e inúmeros telefonemas dos capos do Cartel de Cali,
assim como atas de reuniões entre as FARC e os narco-traficantes.
O livro está cheio de afirmações impressionantes, como esta:
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"A infraestrutura do cartel das FARC tem todos os elementos de organização e controle
próprios dos bandos de mafiosos que inundam o mundo civilizado com o tráfico ilícito de
cocaína, com o agravante de que ameaçam camponeses, envolvendo-os com as milícias
bolivarianas e o partido comunista clandestino.
A ação dos delinquentes do cartel das FARC ultrapassa as fronteiras nacionais".
Alejandro Peña Esclusa é o presidente da Fuerza Solidaria, a ONG que organiza os protestos
populares contra o governo Hugo Chávez na Velezuela.
Tradução: Graça Salgueiro
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