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POR SUSANA
ESTEVES
Software
nacional aposta
na especialização
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Os mercados verticais são apontados pelas produtoras de
software nacionais como o melhor alvo para potenciarem os seus
negócios e competirem com as empresas internacionais
m mercado em crescimento,
com uma oferta vasta e
diversificada,povoado por clientes
cada vez mais conhecedores das
tecnologias e como tal mais exigentes. Esta é
mais ou menos a forma comum como as
empresas nacionais de software traçam o perfil
do mercado nacional nesta área. Segundo os
vários players contactados pela Vdi,os principais
produtores de software conseguem responder
às necessidades das empresas e às exigências do
mercado.Estes concordaram ainda que o sector
U
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é cada vez mais competitivo,mas negaram que
esta fosse uma das principais barreiras à expansão
do mesmo. Pelo contrário, o mercado mais
agressivo origina uma oferta mais diversificada
e obriga a que os produtores de software
necessitem de inovar constantemente, «não
podendo descorar as questões relacionadas com os
processos,porque é ai que se centra a gestão dos negócios
dos seus clientes»,ressalvou Rui Beirão,directorgeral da Logiciel.
Nem mesmo o panorama da economia
nacional é ameaçador para o sector. Como
exemplificou Nuno Mata Mouros, director
da Advantis Solutions, «a área da gestão da
localização de viaturas assistiu,em 2005,à apresentação
de novas ofertas com características diferentes, capazes
de responder às solicitações mais exigentes da procura.
Nesse ano a procura cresceu bastante com os aumentos
verificados nos custos dos combustíveis,o que obriga a
uma melhor racionalização das frotas».
No mesmo contexto, Luís Oliveira,
director geral da In4Tools quis acrescentar que
«os decisores das empresas encaram agora o investimento
em software de gestão como um passo estratégico rumo
à competitividade e eficácia operacional, sendo mais
criteriosos no levantamento de necessidades e na
escolha das soluções».Esta é uma tendência que,
segundo o mesmo, elevou o grau de
confiança entre fornecedores e clientes,
contribuiu para uma "selecção natural" das
melhores soluções e estimulou o investimento
empresarial em modernização informática.
Ainda assim, o mercado das soluções de
gestão continua a ser encaixado em perspectivas
estratégicas diferentes, dentro do panorama
empresarial português. Como enumerou em
jeito mais crítico, Mário Oliveira,
administrador da Roff, existem companhias
que enquadram esta oferta como um
investimento para optimizar o funcionamento
da organização e a sua produtividade, bem
como para garantir a qualidade de serviços e
produtos. No entanto, existem outras que
reconhecem as soluções de gestão como um
custo necessário para obedecer a requisitos
legais, sejam estes fiscais, de rastreabilidade,
qualidade ou outros. «A experiência da Roff
demonstra-nos que está a despontar um conjunto de
PMEs,que classificamos como sofisticadas,que reconhece
a importância dos sistemas de informação.Estas têm
conseguido impor-se no mercado usando as vantagens
competitivas decorrentes da organização,automatização
e controlo que estas soluções proporcionam»,indicou.
Ainda assim,este mesmo responsável lembrou
que a oferta se encontra actualmente muito
dispersa,existindo um conjunto muito elevado
de empresas demasiado pequenas para garantir
suporte consistente após a implementação, o
que para a área de sistemas de gestão é uma
componente essencial.
Em termos de ofertas actuais, o mercado
está dividido entre as opções multinacionais e
das empresas de software nacional, com todas
as vantagens e desvantagens que isso implica.
«As aplicações de gestão feitas em Portugal,idealizadas
para responder especificamente às necessidades das
empresas portuguesas,estão a ganhar terreno importante
face às soluções das multinacionais, que se pautam
por serem demasiado genéricas para o nosso mercado»,
quis destacar Eduarda Azevedo,directora de
marketing da PHC.
A partilhar de uma opinião completamente
contrária está Victor Dias director de marketing
da ISRetail.Segundo este executivo,apesar de
existir actualmente uma oferta razoável de
produtos portugueses na área do software de
gestão, quando a questão são as soluções de
gestão específicas para a área logística o cenário
é outro,até porque não existe uma oferta muito
alargada de produtos. «Temos as empresas que
trabalham com produtos estrangeiros, as que
desenvolveram produtos para estender as
funcionalidades de outros produtos mais generalistas
(midleware) e as que desenvolveram produtos específicos
para a área logística. Este último grupo é muito
reduzido não existindo muitas empresas portuguesas
que apostem no desenvolvimento de software específico
para a logística e em especial para a área de gestão
de armazéns.»,indicou,criticando ainda que «a
procura deste tipo de soluções também não tem tido
uma continuidade suficiente para estimular o mercado
a criar produtos especializados».
Neste caso, a procura existente parece vir
maioritariamente das multinacionais ou dos
grandes grupos,que tendencialmente preferem
especificidade das necessidades deste sector, estando a
aumentar a oferta de soluções "standard" no nosso
mercado», salientou.
Com uma perspectiva que contrasta com
a maioria dos players contactados,Paulo Mota,
sales & marketing da Arquiconsult,defende que
de uma maneira geral,a procura neste mercado
acompanha as tendências económicas de
crescimento, encontrando-se por isso
praticamente estagnado.«Não há grandes revoluções
tecnológicas, não há grandes alterações legislativas e
os ciclos de mudança de software são cada vez mais
longos», sublinhou. No entanto, este último
acaba por vir justificar a ideia de que a oferta
«Não existem muitas empresas portuguesas
que apostem no desenvolvimento de software
específico para a logística e em especial para a área de
gestão de armazéns»
as empresas internacionais.
Completando o posicionamento do
responsável da ISRetail,Rui Nogueira,director
de aplicações da Sage Adonix concordou
que em relação às soluções para o mercado
logístico,propriamente dito,ainda existe bastante
margem de crescimento,sendo na sua essência
um mercado para especialistas.Só actualmente
se começa a generalizar a procura de soluções
para diversos sectores de actividade.«Em relação
à oferta, esta está bastante limitada pela inicial
das multinacionais continua a castigar o negócio
das produtoras de software nacionais.
«Contrariando de uma forma clara os índices residuais
de crescimento do mercado de software de gestão dos
últimos 2 anos,a Microsoft Business Solutions,e em
particular o seu ERP Microsoft Dynamics NAV,
tem obtido crescimentos anuais significativamente
superiores às do mercado», fez saber.
Este responsável lembrou ainda que o
panorama nacional continua a ser povoado
por empresas que possuem novas necessidades
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funcionais, para as quais o software em uso na
empresa não dá resposta, nomeadamente no
que a processos de negócio específico diz
respeito.Para além disto,continua a existir um
parque de ferramentas tecnologicamente
ultrapassadas que têm de ser substituídas,muitas
delas soluções implementadas no terreno de
fornecedores desinvestiram do nosso mercado
ou simplesmente desapareceram. Com base
neste contexto, Paulo Mota destaca que os
elevados índices de crescimento associados ao
Microsoft Dynamics NAV e por consequência
da Arquiconsult, se justificam, não só devido
«à capacidade de adaptação da ferramenta às
necessidades concretas dos clientes,como pelo facto de
existir o factor segurança que o investimento numa
ferramenta Microsoft aporta na aquisição e no custo
futuro de propriedade».
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Barreiras
A falta de capacidade de investimento das
empresas nacionais continua a ser apontada
como uma das principais barreiras à evolução
ainda mais saudável deste sector, no entanto,
as empresas que o trabalham acreditam que
esta é uma tendência em vias de extinção,
devido ao facto de cada vez mais as soluções
que se encontram em cima da mesa poderem
ser ajustadas não só às necessidades dos vários
tipos de companhias,como às várias carteiras.
«O nosso sistema para a área da logística,por exemplo,
assenta sobre uma base de dados SQL Server e
disponibiliza um conjunto de ferramentas que permite
a implementação de soluções que garantem uma
elevada flexibilidade», exemplificou Rui Beirão
da Logiciel.
Para além disto, a redução dos custos de
comunicação e a disponibilização de aplicações
Web acabaram por destrancar algumas portas
e potenciar bastante os negócios. «Resta agora
uma queda no preço da componente de hardware
destas soluções», frizou Nuno Mata Mouros.
Mais específico, ao nível das soluções em
si, o responsável da In4Tools defendeu que a
este mercado falta ainda simplificar, facilitar a
recolha,o processamento,o acesso e a partilha
de informação. «As empresas têm de perder cada
vez menos tempo em tarefas administrativas ou
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burocráticas para realizarem mais na sua área de
negócio.As soluções informáticas para acrescentar valor,
precisam responder a esta necessidade, ser cada vez
menos complexas de operar incrementando,todavia,
a eficácia operacional», disse.
Luís Oliveira reconhece que a maior
barreira a esta simplificação prende-se com as
especificidades inerentes a cada negócio,muito
dependentes de um mercado dinâmico,
acabando por dar origem a soluções que
procuram responder a muitas situações,
tornando-se complexas de parametrizar e
operar.
A formação dos decisores das empresas,
foi ainda outro factor barreira destacado por
Mário Oliveira da Roof. «Essencialmente nas
pequenas e médias empresas,são raros os gestores que
estão convenientemente informados, ou mesmo
formados, sobre as soluções de TI para a gestão»,
comentou.Este facto deve-se essencialmente,
segundo o mesmo executivo, ao facto de os
sistemas de informação,ao contrário de outras
áreas,comportarem benefícios mais difíceis de
medir e avaliar.Na maioria das vezes,o retorno
do investimento só pode ser evidente quando
comparadas empresas de idênticas características
que possuam sistemas distintos.
A aculturação dos gestores dessas
companhias promovendo outras empresas de
sucesso foi a solução apontada. «Existe
efectivamente uma relação unívoca entre empresas
portuguesas apontadas como casos de sucesso nacional
e internacional e os seus sistemas de informação
evoluídos. Fácil é então concluir que o investimento
em sistemas de informação é factor essencial para a
obtenção desse sucesso»,concluiu Mário Oliveira,
destacando que por isto mesmo, parte do
esforço de pré-venda da ROFF é direccionada
para a gestão de topo, na divulgação destes
indicadores.
Relativamente
à
percepção
custo/benefício,Paulo Mota referiu que este
factor é ainda piorado pela «falta de soluções
financeiras que ajudem os clientes na concretização
do seu investimento em SI, embora nos últimos
tempos tenha havido sinais animadores neste
aspecto, inclusive com as linhas de financiamento
promovidas pelas entidades estatais no âmbito da
modernização tecnológica».
Para além disto, e devido aos custos
associados de implementação destas soluções,
bastantes empresas do sector logístico
(principalmente nos operadores logísticos)
optaram pelo desenvolvimento interno de
soluções e que hoje ainda proliferam. «Esta
situação deveu-se à quase inexistência de soluções
standard,normalmente,sem qualquer integração com
os outros sistemas da empresa, pois os custos de
integração seriam elevados.Como são soluções internas,
as companhias tendem a ter alguma resistência à
mudança e,normalmente,não reconhecem que estão
a trabalhar com sistemas obsoletos e bastante
fragmentados», lembrou Rui Nogueira da
Adonix.
A relativa reduzida dimensão deste
segmento de mercado também ajuda. «Trata-
as gamas.
No caso da Logiciel,a solução para a área
logística com maior procura diz respeito ao
tratamento do controle de armazéns e stocks
com controlo por data/prazo de validade,
produto, lote, embalagem e data de
entrada/produção. No entanto, no portfolio
de produtos da empresa estão soluções de
Controlo de Armazéns e Stocks, Controlo de
«Ainda não é fácil a gestão do investimento necessário
face aos benefícios esperados.»
se de um segmento que tem andado um pouco
adormecido, onde até à relativamente pouco tempo
as empresas portuguesas eram de reduzida dimensão,
pouco estruturadas não estando muito presente a
necessidade de usarem instrumentos de gestão mais
sofisticados», começou por dizer Victor Dias.
Mas a entrada das multinacionais no sector dos
operadores logísticos acabou por criar uma
outra dinâmica. «De facto tem vindo a aumentar
a procura de software para este sector,nomeadamente
produtos para a gestão de armazéns. É curioso
constatarmos como para a área de transportes têm
aparecido produtos recentes desenvolvidos por empresa
portuguesas,que souberam tirar partido das tecnologias
de mobilidade e do aumento da concorrência entre as
transportadoras», completou alertando para a
escassez de conhecimento especializado na área
logística,fundamental para a conceptualização
de um produto orientado para o sector.
Os produtos
O PHC Enterprise, o PHC
Advanced e o PHC Corporate são
as três soluções base da empresa
nacional, que tem registado um
aumento da procura na ordem dos
10%, este ano. No entanto, esta
dispõe também de um leque de
mais de 40 módulos verticais, nos
quais estão incluídas soluções como
o PHC Clínica, o PHC Recursos
Humanos,o PHC Interop,o PHC
Projecto, o PHC Factoring, o
Manufactor, entre outros. Em
termos de soluções base, o PHC
Advanced é a solução mais vendida no
universo da companhia, tendo representado
44% do total de vendas no ano fiscal transacto.
A gama PHC Enterprise (gama para as grandes
empresas),contudo,foi a que registou o maior
crescimento no ano fiscal passado,aumentando
as vendas em 17%. A software house angariou
mais de 1 500 clientes no ano passado em todas
Armazéns e produtos; Gestão de Produtos e
respectivas localizações; Controlo por Ponto
de Encomenda; Controlo de produções/
entradas em armazém;Controlo de consumos/
saídas de armazém/ aviamentos;Movimentos
de recepção em armazém,cargas/ expedição;
Transferência entre armazéns/ posições;entre
outras.
A operar também na área da gestão de
armazéns, a ISRetail destaca o WPMS como
o produto mais procurado e indica que este
é um sector em crescimento. «A vontade de
investir neste tipo de soluções é grande, o que ainda
não é fácil é a gestão do investimento necessário face
aos benefícios esperados.A ideia do muito curto prazo
ainda está muito presente no estilo
de gestão, sendo difícil gerir a valorização das
expectativas dos benefícios a médio prazo face ao valor
do investimento inicial», disse Vítor Dias.
Actualmente a logística é uma área global
de investimento das empresas, na sua
generalidade,porque sabem que a organização
da sua cadeia de abastecimento é um factor
determinante de diferenciação e de
produtividade face à concorrência e à
globalização do mercado.É neste mercado que
se insere a globalidade da oferta da Sage Adonix.
No entanto,a aposta da empresa para este ano
está centrada na solução Geode GX (WMS)
gestão avançada de armazéns, integrada com
o ERP Adonix X3. «Estas constituem uma forte
aposta para as Empresas que querem melhorar bastante
a cadeia de abastecimento (SCE),cadeia logística ou
somente os seus fluxos físicos transaccionais»,indicou
Rui Nogueira. Em destaque esteve ainda as
ofertas em termos de mobilidade para armazéns
e expedição de mercadorias,como a Gateway
RF ou as soluções RFID da companhia.
Sem especificar produtos, Mário oliveira
da Roff indicou que a procura de produtos
está intimamente ligada ao estado actual de
cada organização. «A generalidade das pequenas
e médias empresas portuguesas ainda se encontra com
necessidades básicas,ao nível dos ERP,e é nessa área
que existe ainda um vasto mercado. Mas a
implementação do ERP é apenas a entrada na
evolução dos sistemas nas organizações,talvez a mais
complexa e a que exige maior investimento»,referiu.
Num patamar diferente estão os clientes
mais antigos e evoluídos da Roff.
«As necessidades passam para um nível
operacional,para a automatização de
armazéns e linhas de produção,
automatização das ligações com
parceiros de negócio, relacionamento
com o cliente (CRM) ou serviços
internos de self-service (como recursos
humanos ou compras) »,destacou.
Ao nível de decisão estratégica
e de disponibilização de
informação existe uma
procura consolidada nas áreas
analíticas de Business Intelligence e de
planeamento de médio e longo
prazo com ferramentas
sofisticadas nas áreas
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reais necessidades do mercado », complementou.
A áreas de gestão de frotas é aqui coberta
pela Advantis e pela In4Tools. No caso da
primeira companhia, os produtos mais
procurados são o Netfleet,que permite soluções
de gestão de GPSs ou de outros periféricos
como PDAs, PCs. Este produto permite
controlar a localização de veículos,reforçando
a sua organização para que alcance
determinados objectivos operacionais como a
optimização da gestão de equipas,racionalização
da utilização de frotas, etc.
«As soluções mais procuradas têm como foco a
A In4Tools responde a esta demanda do
mercado com o 4Biz - Gestão de Frota. No
entanto,Luís Oliveira salientou que as soluções
que simplificam a relação com a tecnologia
assegurando,em simultâneo,a criação de valor
no processamento e gestão da informação da
empresa estão a ter cada vez maior adesão,
como é o caso dos produtos da linha
4DigitalPen - Nota de Encomenda Digital,
Briefing Digital, Prova de Entrega Digital e
Assistência Técnica Digital.
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financeiras e da produção.
Paulo Mota da Arquiconsult identificou 5
grandes grupos de soluções com maior procura.
As duas primeiras dizem respeito à optimização
da gestão de armazéns,à distribuição,ao retalho
e aos processos de controlo e planeamento da
produção.Aqui incluem-se ainda a gestão de
recursos humanos e as soluções de CRM.As
soluções ligadas ao conhecimento do negócio
e à decisão, nomeadamente, de Business
Inteligence e de Business Scoredcard, as
aplicações de mobilidade e as soluções
integradoras de sistemas - SOA,completam o
"pacote".Para estas áreas,a Arquiconsult colocou
na sua oferta soluções Microsoft Dynamics
NAV, LS Retail, MS-CRM, Microsoft
Dynamics Business Analytics, Microsoft
Business Scoredcard manager, Microsoft
Sharepoint, Biztalk e Outsystems.
«Mais do que produtos hoje em dia o mercado
preocupa-se em obter soluções», defendeu Paulo
Mota. «A própria forma como a Arquiconsult se
organiza internamente,por Indústria,permite chegar
ao mercado com soluções verticais mais próximas das
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racionalização do uso das viaturas apoiado em métricas
disponibilizadas pelos sistemas», explicou Nuno
Mata Mouros. Outro tipo de solicitação cada
vez mais frequente tem também a ver com a
capacidade de gestão de equipas técnicas no
terreno, nomeadamente com o objectivo de
dotar o supervisor de equipa da capacidade de
decisão com base num critério de proximidade
geográfica. «Neste capítulo,temos já desenvolvidas
integrações com aplicações de gestão de obras»,
respondeu.
O segundo semestre
A concorrência agressiva por parte das
empresas estrangeiras, a economia nacional e
alguns entraves anteriormente assinalados que
existem ainda neste sector, prometem erguer
alguns contratempos ao negócio das empresas
nacionais que trabalham o mercado do software
de gestão em Portugal.No entanto,este aspecto
não está aparentemente a abalar o espírito
positivo destes players que deixam antever para
o final do ano resultados positivos.
Rui Beirão da Logiciel, por exemplo, diz
estimar um crescimento de 30% nas vendas
de software e respectivos serviços de
implementação.Um valor que irá ser suportado
pelos «26 anos de experiência da Logiciel no mercado
nacional e por uma boa prestação nos serviços de
apoio pós-venda».No final,disse,«o pacote proposto
(software+serviços) será muito aliciante para empresas
e nós podermos oferecer produtos e serviços mais
personalizados».Esta mesma fonte avançou ainda
que a empresa vai apresentar ainda este ano
novidades na área logística estão focalizadas nos
módulos da área da produção.
Para a segunda metade deste ano a Advantis
promete,na pessoa do seu director Nuno Mata
Mouros, um investimento reforçado no
Netfleet sobre equipamentos do tipo PDA,
«que permitem uma maior riqueza em termos de
funcionalidades,nomeadamente dotar as equipas no
terreno da capacidade de recolherem informação,
receberem instruções de trabalho,ou utilizar aplicações
complementares». Em 2006, companhia espera
somar um crescimento na casa dos 20%, na
facturação realizada.
Com a promessa de uma maior
proximidade com os parceiros, a In4Tools
estabeleceu como objectivo duplicar os
resultados líquidos obtidos o ano passado e
atingir o volume de vendas de 1.000.000 euros,
valor que irá representar um crescimento das
vendas em cerca de 20%.
A empresa está a lançar desde o início do
ano vários produtos da linha de software
4DigitalPen à qual acrescentará novas soluções
até ao fim do ano. Esta linha de software, que
permite a gestão informática de processos
baseados em papel e caneta, tem merecido
especial interesse do mercado, segundo Luís
Oliveira.« São aplicações que resolvem com extrema
simplicidade processos morosos, com elevados custos
operacionais e pouco eficientes.Permitem,por exemplo,
a um comercial recolher,no terreno,a nota de encomenda
com papel e caneta e colocá-la em tempo real no
sistema de gestão informático da empresa»,explicou.
A Roof foi a única empresa que não
avançou novidades para a segunda metade do
ano. Como explicou Mário Oliveira, «as
soluções que apresentamos encontram-se
normalmente muito avançadas face às necessidades
do mercado nacional».Por exemplo,«a tecnologia
RFID faz parte da nossa oferta há já 3 anos.
Não serão portanto as novidades nas áreas da
integração de equipamentos da produção,a evolução
nas componentes de RFID ou mesmo os
desenvolvimentos na área de balanced scorecard que
marcaram o negócio este ano», defendeu.
Alterações só a nível estratégico.A empresa
prepara-se para aumentar a equipa e abrir uma
empresa subsidiária em Angola.A Roff fechou
o ano de 2005 com uma facturação superior
a 10,5 milhões de euros e com o título de
maior VAR (Value Added Reseller) nacional
da SAP. «O alargamento da nossa base de clientes
é também essencial ao nosso crescimento e esse resulta
do trabalho de pré-venda com ciclos longos que
esperamos venham a dar frutos», disse Mário
Oliveira. Segundo este último, o primeiro
semestre é indicador de um crescimento acima
dos 11 milhões de euros.
Deixando as novidades e lançamentos para
os últimos três meses de 2006,Paulo Mota da
Arquiconsult não quis levantar muito o pano
relativamente aos novos produtos a caminho,
referindo apenas que se tratam de «novas soluções
pensadas de raiz para novos mercados verticais e uma
afirmação da nossa posição na Península Ibérica».A
empresa prevê obter um crescimento nesta
área de negócio entre os 70% e os 100%,
atingindo este ano um valor de facturação na
ordem dos 2 milhões de euros.
«Quanto mais específico for o produto maior é
o ganho de produtividade»,foi a máxima defendida
por Eduarda Azevedo,da PHC.Por isto mesmo
a empresa garante que irá continuar a apostar
fortemente em sectores verticais,como o sector
industrial,através do Manufactor,e na área de
gestão de equipas e na área da Saúde.
«Apresentámos a nova versão da gama PHC e
lançámos vários novos módulos que estão a ter uma
grande aceitação no mercado,como é o caso do PHC
Team Control, que permite todo o tipo de
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planeamento, gestão, coordenação, monitorização,
colaboração e controlo de projectos com optimização
e organização do trabalho em equipa e do PHC
Workflow, um novo módulo que possibilita
automatizar os procedimentos internos de uma
empresa,envolvendo todos os seus departamentos»,
enumerou a mesma responsável.
Para este ano a PHC estima registar um
crescimento de 10%, chegando a uma
facturação de 8,9 milhões de euros.
A ISRetail disponibilizou, no início de
2006, a versão 2006A do WPMS com um
conjunto de novas funcionalidades.
«Actualmente estamos em fase avançada de
preparação da versão 2006B, que deverá ficar
disponível entre Setembro e Outubro», indicou
Vitor Dias.
A empresa espera agora aumentar o leque
de funcionalidades na área do aproveitamento
de espaço em situação de manutenção de
stock de vários proprietários, que é uma
situação típica dos operadores logísticos. «A
ideia é aumentar o número de variáveis/parâmetros
que podem ser usados na contratação de serviços
de armazenagem e distribuição», indicou o
mesmo responsável. A próxima versão irá
igualmente disponibilizar mais instrumentos
de gestão e controlo global da operação, de
modo a detectar atrasos face ao previsto e
pontos de congestionamento.
Em fase de lançamento das novas versões
do Geode GX 142 (WMS), está a Sage
Adonix.Esta versão apresenta uma tecnologia
reformulada em relação à geração anterior,
reforçando a aposta na tecnologia Web.
«Completamos assim um ciclo de revisão da nossa
oferta que estabelece a utilização da mesma fundação
e tecnologia,obtendo uma integração e modularidade
sem precedentes. Para a apresentação desta solução
contamos com várias iniciativas e com a base
instalada em Portugal, que conta com nomes
importantes da logística, para a sua promoção»,
indicou Rui Nogueira. Relativamente a
resultados, este executivos disse que espera
que sejam moderados. «O Ano 2007 será
então de consolidação e aí esperamos um
acentuado crescimento no sector logístico. Para
este ano estamos apenas a prever um crescimento
de vendas das soluções WMS, de cerca de 20%
», anunciou.
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