redução do tempo resposta: a utilização da motocicleta no serviço
Transcrição
redução do tempo resposta: a utilização da motocicleta no serviço
ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS BACHARELADO EM CIÊNCIAS MILITARES REDUÇÃO DO TEMPO RESPOSTA: A UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA NO SERVIÇO EMERGENCIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESPÍRITO SANTO. MÁRCIO DA COSTA CAVACHINI Belo Horizonte 2013 Márcio Da Costa Cavachini REDUÇÃO DO TEMPO RESPOSTA: A UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA NO SERVIÇO EMERGENCIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESPÍRITO SANTO Trabalho de conclusão de curso apresentado à Academia de Bombeiros Militar do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Militares. Orientador: Paulo Eduardo Santiago Mesquita, Cap BM Belo Horizonte 2013 RESUMO O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) é responsável pela coordenação e execução das ações de defesa civil, prevenção e combate a incêndios e explosões, busca e salvamento, e elaboração de normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens contra incêndio e pânico em todo o estado. Na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), essas ações são realizadas pelo Primeiro Batalhão de Bombeiros, em três Companhias dispostas na região. A redução do tempo resposta com utilização de motos faz parte do planejamento estratégico da instituição, uma vez que a deficiência das estradas, o aumento da quantidade de veículos e a falta de mobilidade urbana dificultam os deslocamentos emergenciais. O objetivo deste trabalho foi analisar o emprego de motocicletas no serviço emergencial do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo como forma de melhorar o tempo de deslocamento na primeira resposta aos sinistros na Região Metropolitana da Grande Vitória, atendida pelo Primeiro Batalhão de Bombeiros Militar. Os métodos propostos tiveram como objetivo identificar como o emprego da motocicleta na redução do tempo resposta influencia na sobrevida das vítimas e no combate aos incêndios, através de informações sobre como este serviço é realizado em outros Corpos de Bombeiros da Federação. O trabalho verificou que, atualmente, o tempo resposta realizado pelo CBMES na RMGV não está dentro dos padrões internacionais, o que aponta a motocicleta como uma boa opção para redução do tempo de deslocamento, tendo em vista que foi identificada uma redução de 60% no tempo de deslocamento com a utilização da motocicleta pelos Corpos de Bombeiros estudados. Palavras-chave: Tempo resposta. Atendimento emergencial. Trânsito. Motocicleta. Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo. ABSTRACT The Military Fire Department of Espírito Santo (CBMES) is responsible for the coordination and execution of civil defense actions, prevention and fighting of fires and explosions, search and rescue, and development of standards related to the safety of people and their properties against fire and panic throughout the state. In the metropolitan area of Grande Vitória (RMGV), these actions are performed by the First Battalion of Firefighters, in three companies disposed in the region. The reduction in response time with the use of motorcycles is part of the institution's strategic planning, since the deficiency of roads, the increase in the number of vehicles and the lack of urban mobility hamper the emergency displacements. The aim of this study was to analyze the use of motorcycles in the emergency service of the Military Fire Department of Espírito Santo in order to improve the displacement time in the first response to accidents in the metropolitan area of Grande Vitória, attended by the First Battalion of Firefighters. The proposed methods aimed to identify how the use of motorcycle in reducing response time influence the survival of victims and firefighting through information about how this service is conducted in other Fire Departments in Federation. The work verified that currently the response time performed by the CBMES in RMGV is not up to international standards, what points to the motorcycle as a good option to reduce displacement time, considering that it was identified a 60% reduction in travel time using motorcycle by fire departments studied. Keywords: Response time. Emergency care. Traffic. Motorcycle. Military Fire Department of Espírito Santo. LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 – Modelo de incêndio natural x Curva padrão .......................................... 25 FIGURA 2 – Curva temperatura-tempo de um incêndio real ..................................... 25 FIGURA 3 – Fases da evolução de um incêndio ....................................................... 26 FIGURA 4 – Lentidão no trânsito da Terceira ponte em Vitória devido a um carro com defeito mecânico. ...................................................................................................... 31 FIGURA 5 – Arco metropolitano ................................................................................ 33 FIGURA 6 – Michaux-Perreaux, motocicleta a vapor ................................................ 38 FIGURA 7 – FN M86, modelo utilizado em desfile de apresentação na cidade de São Paulo em abril de 1936 ............................................................................................. 40 FIGURA 8 – Minimoto Welbike da Segunda Grande Guerra ..................................... 41 FIGURA 9 – Honda Tipo A, 50 cm3 de 1948 ............................................................. 42 FIGURA 10 – Moto Operacional Bombeiros - MOB do CBPMESP ........................... 61 FIGURA 11 – Moto de Combate a incêndio do CBMERJ .......................................... 63 FIGURA 12 – Demonstrativo de Instalação de Unidades Operacionais .................... 67 GRÁFICO 1 – Acidentes de trânsito com vítimas segundo a faixa horária ............... 34 GRÁFICO 2 – Percentual dos atendimentos do CBMES .......................................... 35 GRÁFICO 3 – Maiores atendimento no ES ............................................................... 35 QUADRO 1 - Acionamento das Guarnições .............................................................. 16 QUADRO 2 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Quantidade de militares e motos em serviço ..................................................................................... 56 QUADRO 3 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Início do serviço emergencial com moto. ................................................................................. 57 QUADRO 4 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Principal natureza de atendimento ........................................................................................... 58 QUADRO 5 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Horário de atendimento............................................................................................................... 59 QUADRO 6 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Motos utilizadas ................................................................................................................... 60 QUADRO 7 – Preço médio das motocicletas ............................................................ 62 QUADRO 8 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Uso de motos específicas ................................................................................................................ 62 QUADRO 9 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Acidentes com os motociclistas militares. .......................................................................................... 63 QUADRO 10 – Recursos disponíveis no 1º BBM ...................................................... 68 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Informações gerais do trânsito – Espírito Santo - 2012 ........................ 32 TABELA 2 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Redução do tempo de deslocamento ............................................................................................ 60 TABELA 3 – Viaturas operacionais por companhia do 1º BBM e os tempos de deslocamentos realizados no primeiro semestre de 2013. ....................................... 68 TABELA 4 – Suposição do tempo de deslocamento a ser realizado com a implantação da moto no serviço emergencial do CBMES ......................................... 71 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABS Anti-lock Braking System ABSL Auto-Bomba Salvamento Leve ABTS Auto-Bomba Tanque Salvamento APH Atendimento Pré-hospitalar BBM Batalhão de Bombeiros Militar BM Bombeiro Militar CBMDF Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal CBMERJ Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro CBMES Corpo de bombeiros Militar de Minas Gerais CBMMG Corpo de Bombeiros Militar Minas Gerais CBPMESP Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo CBU Comandante dos Bombeiros da Unidade CEOpeM Curso de Especialização em Operações com Motocicletas CET Companhia de Engenharia de Tráfego CINDS Centro Integrado de Informações de Defesa Social CIODES Centro Integrado Operacional de Defesa Social CNM Confederação Nacional de Municípios CNT Confederação Nacional do Transporte CTB Código de Trânsito Brasileiro DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito DETRANES Departamento de Trânsito do Espírito Santo DF Distrito Federal DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte EPI Equipamento de Proteção Individual EUA Estados Unidos da América FN Fabrique Nationale d’Armes de Guerre GAEPH Grupamento de Atendimento de Emergência Pré-hospitalar IIHS Insurance Institute for Highway Safety INEM Instituto Nacional de Emergências Médicas ITO Instrução Técnico Operacional ISO International Organization for Standardization LGE Líquido Gerador de Espuma MEM Medical Emergency Motorcycle MG Minas Gerais MIEMS Maryland Institut of Emergency Medical Services MOB Moto Operacional Bombeiro MTB Manual Técnico de Bombeiro OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico OVACE Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho PCR Parada Cardiorrespiratória PF Polícia Federal PHTLS Prehospital Trauma Life Suport POP Procedimento Operacional Padrão PRF Polícia Rodoviária Federal RENAEST Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito RH Recursos Humanos RJ Rio de Janeiro RMBH Região Metropolitana de Belo Horizonte RMGV Região Metropolitana da Grande Vitória SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SCI Sistema de Comando de Incidente SP São Paulo SUS Sistema Único de Saúde TKU Tonelada por Quilometro Útil SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11 2 TEMPO RESPOSTA PARA ATENDIMENTO EMERGENCIAL ...................... 15 2.1 Atendimento Emergencial ..................................................................................... 15 2.1.1 O acionamento ............................................................................................... 16 2.1.2 O “a postos” da equipe ................................................................................... 17 2.1.3 O deslocamento .............................................................................................. 17 2.1.4 O atendimento no local ................................................................................... 18 2.1.5 A conclusão do atendimento ........................................................................... 19 2.2 Tempo Resposta .................................................................................................... 20 2.3 A Relação Entre o Tempo e a Necessidade de Resposta. ................................ 23 2.3.1 Sobrevida........................................................................................................ 23 2.3.2 Curva de incêndio ........................................................................................... 24 3 O TRÂNSITO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO....................................... 28 3.1 O Trânsito do Brasil no Cenário Internacional .................................................... 28 3.2 Malha Rodoviária do Brasil ................................................................................... 29 3.2.2 Quantidade crescente de veículos no país ..................................................... 30 3.3 Velocidade Média dos Veículos nos Grandes Centros Urbanos do País. ....... 31 3.4 Situação do Trânsito no Espírito Santo ............................................................... 32 3.4.1 Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) ........................................... 33 3.4.2 Tipos de ocorrências que mais ocorrem ......................................................... 35 4 USO DA MOTOCICLETA: DIMINUIÇÃO DO TEMPO RESPOSTA ............... 37 4.1 A Motocicleta e a Sociedade ................................................................................ 37 4.2 Uso da Moto nos Órgãos de Serviço Emergencial ............................................ 43 4.2.1 Uso internacional ............................................................................................ 43 4.2.2 Uso no Brasil .................................................................................................. 44 4.3 Vantagens e Desvantagens do Uso da Motocicleta ........................................... 46 4.3.1 Vantagens ....................................................................................................... 46 4.3.2 Desvantagens ................................................................................................. 47 4.4 Atendimento Emergencial com Motocicleta ........................................................ 48 5 METODOLOGIA ............................................................................................. 49 5.1 Quanto à Pesquisa ................................................................................................ 49 5.2 Cálculo do Tempo de Deslocamento Realizado pelo 1º BBM do CBMES....... 50 5.3 Simulação da Redução do Tempo de Deslocamento com Uso da Motocicleta no 1º BBM do CBMES........................................................................................... 51 5.4 Cálculo do Tempo Resposta do 3º BBM do CBMMG ........................................ 51 5.5 Do Questionário ..................................................................................................... 52 5.6 Delimitações ........................................................................................................... 54 6 RESULTADOS OBTIDOS .............................................................................. 56 6.1 Análise das Respostas dos Questionários Enviados aos Corpos de Bombeiros dos Estados de MG, SP, RJ e DF ......................................................................... 56 6.2 Moto Resgate no CBMMG .................................................................................... 64 6.3 O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo ................................................ 66 6.3.1 Métodos utilizados para redução do tempo resposta ...................................... 70 6.3.2 Simulação na redução do tempo de deslocamento do 1º BBM do CBMES ... 70 7 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES .............................................................. 72 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 74 APÊNDICE A .................................................................................................. 85 APÊNDICE B .................................................................................................. 87 11 1 INTRODUÇÃO A necessidade de uma resposta rápida, eficaz e segura por parte dos serviços de atendimento emergencial, vão ao encontro de necessidades prementes no atendimento às situações de urgência e emergência (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Uma resposta rápida refere-se ao menor tempo decorrido desde o acionamento do Corpo de Bombeiros ao momento em que a primeira guarnição chega ao local da ocorrência (ROCHA, 2009). Ao Corpo de Bombeiros Militar do Espirito Santo (CBMES) compete: “Coordenar e executar ações de Defesa Civil, prevenção e combate a incêndios e explosões em local de sinistro, busca e salvamento, elaboração de normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens contra incêndio e pânico” (ESPÍRITO SANTO, 1989). O crescimento acelerado e desordenado das cidades exige dos Corpos de Bombeiros modificarem suas formas de atendimento, tendo como exemplo a realização do serviço emergencial com motos (GRIGULO, 2008, p.13). A frota de veículos do Espírito Santo no ano de 2005 era de 804.757 veículos, no ano de 2010 este valor passou para 1.2571.194 veículos, o que configura um aumento de aproximadamente 56% em cinco anos (DETRANES, 2013a). O aumento da frota de veículos, aliado as estreitas vias, ocasiona lentidão no trânsito, fazendo com que o serviço de atendimento emergencial não atenda de acordo com tempo resposta definido em normas reconhecidas mundialmente (EMERGÊNCIA, 2012). 12 O principal uso da motocicleta nos Corpos de Bombeiros é no atendimento préhospitalar1. No CBMERJ2 há mais de 450 atendimentos mensais, preferencialmente para ações de APH. No SAMU Brasília são realizados cerca de 700 atendimentos por mês, principalmente clínicos (EMERGÊNCIA, 2012). Devido à necessidade de redução do tempo para se iniciar o atendimento a uma ocorrência e, observado que a utilização de veículos de fácil mobilidade poderá contribuir para isso; este estudo pretende avaliar a influência do uso da motocicleta para diminuir o tempo resposta no serviço emergencial do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo. O presente estudo tem por objetivo analisar o emprego de motocicletas no serviço emergencial do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo como forma de melhorar o tempo de deslocamento da primeira resposta aos sinistros na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) atendida pelo primeiro Batalhão de Bombeiros Militar. De forma mais específica, pretende-se: a) Avaliar como é feito o serviço emergencial com utilização de motos nos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, para obter informações que subsidiem a criação desse serviço no Espirito Santo; b) Identificar a influência do emprego de motocicleta na redução do tempo resposta; c) Verificar os efeitos da redução do tempo de deslocamento da resposta primária na sobrevida de vítimas e no combate a incêndios. As motos são empregadas nas ocorrências onde o tempo não pode ser desperdiçado, a vantagem está no rápido atendimento e pronta resposta à 1 Atendimento Pré-hospitalar (APH) é o atendimento prestado em situações de urgência e emergência, em eventos ocorridos fora do hospital, nos primeiros minutos após o agravo à saúde (CRM, 2003). 2 Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). 13 sociedade nos horários onde os veículos maiores tem dificuldade no deslocamento. (EMERGÊNCIA, 2012). O presente trabalho traz uma oportunidade de inserir, aos serviços prestados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo à sociedade capixaba, uma nova modalidade, já exercida em outros Corpos de Bombeiros do Brasil, que por sua natureza diminuirá o tempo resposta nas ocorrências de bombeiros. Elaborou-se como hipótese preliminar a implantação do serviço emergencial com utilização de motos nas diversas ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Espírito Santo. Acredita-se que a implantação da motocicleta como uma viatura operacional, servirá como uma boa ferramenta para obtenção da redução do tempo resposta, convertendo em resultados significativos aos atendimentos realizados pelo CBMES à sociedade capixaba. Para compreensão do tema deste estudo, optou-se pela divisão em capítulos, a fim de levar à interpretação do desenvolvimento. O segundo capítulo trata do atendimento emergencial e sua relação com o tempo resposta realizado pelas guarnições de bombeiros. No terceiro capítulo abordou-se a situação atual do trânsito, partindo de uma abordagem internacional convergindo para o que ocorre atualmente no Espirito Santo, mais precisamente na RMGV. Aborda-se ainda, a situação da malha rodoviária e os tipos de ocorrências mais comuns. O quarto capítulo traz um breve histórico da motocicleta desde sua criação, no século XIX, passando por sua evolução e uso nas grandes guerras mundiais, chegando às primeiras motos utilizadas no Brasil. Finaliza-se o capítulo com uma abordagem do uso da moto pelos serviços emergenciais no mundo e no Brasil. No quinto capítulo, será demonstrada a metodologia do estudo, apresentando os métodos propostos. 14 No sexto capítulo, são trabalhadas as informações adquiridas nos grupamentos de motos dos Corpos de Bombeiros dos estados de SP, DF, RJ e MG, bem como realizada uma simulação do tempo resposta com a implantação da motocicleta, tendo como base o tempo resposta realizado pelo CBMES no ano de 2013. No sétimo capítulo são apontadas as considerações finais e sugestões julgadas cabíveis sobre o assunto estudado. 15 2 TEMPO RESPOSTA PARA ATENDIMENTO EMERGENCIAL Este Capítulo aborda as formas de atendimentos emergenciais realizados pelos Corpos de Bombeiros, partindo do acionamento, passando pela definição da equipe, a postos, deslocamento e o atendimento no local. Será tratada a definição do tempo resposta e como é fundamental o menor tempo de atendimento através da análise da sobrevida e da curva de incêndio. 2.1 Atendimento Emergencial O atendimento emergencial é todo serviço realizado pelos Bombeiros que compreenda a urgência e emergência, sendo os atendimentos mais comuns: incêndio urbano, envolvimento de pessoas em situações de riscos, salvamento aquático, salvamento em altura e vitimas de traumas ou clínicas (CBMMG, 2010). De acordo com Manual Técnico de Bombeiro (MTB) nº 13 do CBPMESP, o atendimento emergencial: Decorre de um evento repentino e inesperado, ou na iminência de acontecer que requer ação imediata. O atendimento é emergencial quando a consequência da ocorrência é o agravamento da situação ou dos danos. O atendimento é emergencial apenas quando a ação do bombeiro no local produza efeitos que eliminem ou reduzam o agravamento da situação ou dos danos (SÃO PAULO, 2006a, p.6). A partir das definições do CBMMG e do CBPMESP, podemos afirmar que o atendimento emergencial é todo deslocamento realizado pelas guarnições de bombeiros a fim de realizar um atendimento especializado, em que o menor tempo decorrido do acidente ao atendimento definirá o desfecho da ocorrência. 16 2.1.1 O acionamento O acionamento das guarnições no CBMMG é realizado através de sinais sonoros e visuais. Há previsão de três equipes por unidade de bombeiros, equipe do Socorro (viatura de combate a incêndio), equipe do salvamento e a equipe do resgate, além da viatura do Comandante dos Bombeiros da Unidade (CBU) (MINAS GERAIS, 2002). Segundo Batista (2009, p.38), existe no CBMMG as seguintes guarnições operacionais: “[...] Auto-Bomba, Auto-Tanque, Auto-Jamanta, Auto-Comando de Área, Auto-Resgate, Auto-Ambulância, Auto-Salvamento, Auto-Escada Mecânica, Auto-Lança Elevatória, Auto-Socorro a Materiais Perigosos, Auto-Transporte de Material e Moto- Resgate”. QUADRO 1 - Acionamento das Guarnições OCORRÊNCIA COR NR TOQUES INTENSIDADE 1º SOCORRO AZUL 01 LONGO 2º SOCORRO AMARELA 01 LONGO 1º SALVAMENTO VERDE 02 LONGOS 2º SALVAMENTO LARANJA 02 LONGOS UR BRANCA 03 LONGOS APOIO TODAS 04 CURTO Fonte: CBMMG, 2002. No caso do CBMES o atendimento emergencial é realizado através de três equipes: uma unidade de resgate, uma Auto-Bomba Tanque Salvamento (ABTS) e o AutoBomba Salvamento Leve (ABSL). O acionamento é realizado através de um sistema de som colocado na unidade que descreve a chamada e a equipe empenhada. 17 2.1.2 O “a postos” da equipe O “a postos” das equipes referem-se à preparação, de cada equipe especifica, para o deslocamento no atendimento realizado pelos bombeiros. Segundo a Instrução técnica operacional (ITO) nº1 do CBMMG, o “a postos” “É a disposição regular e uniforme das GU em suas respectivas viaturas, para o deslocamento a atendimentos operacionais” (MINAS GERAIS, 2002, p.2). De acordo com protocolo operacional padrão do SAMU do município de franca em São Paulo, o a postos dependerá da prioridade do atendimento, sendo o tempo de 60 segundos para deslocamentos em prioridade intermediária e de 30 segundos para prioridade máxima. No CBMMG o tempo padrão para iniciar o deslocamento não pode superar os 60 segundos desde o acionamento da equipe (MINAS GERAIS, 2002). O “a postos” refere-se à disposição dos militares em sua equipe operacional, para que possa iniciar o deslocamento. O tempo de preparação varia de instituição para instituição, sendo comum o tempo não superior a 60 segundos. 2.1.3 O deslocamento “Considera-se em deslocamento a viatura que tem pôr objetivo chegar ao local da emergência, conforme os códigos de deslocamento” (SÃO PAULO, 2006b, p. 14). Os deslocamentos nos atendimentos emergenciais são realizados de acordo com a prioridade de cada ocorrência, sendo classificados por códigos. Com prioridade mínima o deslocamento é realizado em código 1, em prioridade intermediária o deslocamento é em código 2 e em prioridade máxima o deslocamento é realizado em código 3 (SAMU, 2012). 18 O deslocamento em código 1, são os deslocamentos realizados sem prioridade de chegada, obedecendo o previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e seguindo a fluidez do trânsito, como exemplo o retorno de ocorrências e o abastecimento. (SÃO PAULO, 2006b). Os deslocamentos em código 2, são realizados com farol e sinalizadores óticos ligados, ainda não são considerados deslocamentos emergenciais, porém devem ser feitos nos deslocamentos sem prioridade nos períodos noturnos (MINAS GERAIS, 2008). Segundo a ITO nº 20 do CBMMG (2008), o deslocamento em código 3 é realizado com sirene, sinalizadores óticos e faróis ligados. O código três é utilizado quando em deslocamentos pra os locais de emergências. No CBPMESP, os deslocamentos emergenciais com motos poderão ser realizados pelos corredores, devendo o motociclista, tomar os devidos cuidados para não transgredir as normas de trânsito (SÃO PAULO, 2006b). As ocorrências de bombeiros variam por tipo e complexidade, devendo o condutor de viatura emergencial utilizar o código de deslocamento apropriado à necessidade da ocorrência, lembrando sempre que possível respeitar às normas de trânsito vigentes. 2.1.4 O atendimento no local Quando as guarnições de bombeiros chegam aos locais de ocorrências, as formas de atuação possuem padronizações de acordo com cada Corpo de Bombeiro. No CBMMG elas são conhecidas como Instrução Técnica Operacional (ITO), no CBMES são os Procedimentos Operacionais Padrão (POP). 19 As ações emergenciais dos bombeiros são desenvolvidas de acordo com cada ocorrência especifica3: APH, Salvamento e/ou Combate a incêndio. O APH é o serviço realizado “[...] por profissional qualificado e habilitado que visa acessar uma vítima que se encontre em condições de risco ou não, estabilizá-la e transportá-la adequadamente, no menor tempo possível, ao hospital adequado”. (SÃO PAULO, 2006a, p.5). Nas ações de salvamento a atuação é bem ampla, o trabalho é realizado para remoção de pessoas, animais e/ou bens em locais de difícil acesso, este serviço requer grande especialização por envolver vários ambientes de atuações e diversos equipamentos (ARAÚJO, 2012, p.28). Ainda segundo Araújo, as ações de salvamento e APH são interligadas e, em muitos casos, prestados ao mesmo tempo, ou seja, o salvamento é a remoção cuidadosa de vítimas dos locais de sinistros. Outra forma de atendimento emergencial do Corpo de Bombeiros é no combate a incêndios. No local da ocorrência, através de conhecimentos profissionais e habilidades, os bombeiros realizam o combate às chamas através de equipamentos próprios ou existentes na estrutura ou proximidades (SÃO PAULO, 2006c). 2.1.5 A conclusão do atendimento Por mais que haja uma equipe especifica para cada atividade exercida pelos Corpos de Bombeiros, há uma grande relação entre elas. Os militares do salvamento também realizam atividade de APH e de combate a incêndio, assim como os militares do combate a incêndio realizam ações de salvamento e primeiros socorros. 3 Vide 2.1.1 20 Observamos que as ações das equipes de salvamento e combate a incêndio são encerradas na própria cena, enquanto que às equipes de APH tem a missão de entregar a vítima estabilizada ao hospital, o que torna imprescindível a existência de um veículo especializado para o transporte. Tal veículo deve dispor de mobilidade e agilidade para que a sobrevida do acidentado seja prolongada. É notório que os veículos de transporte de acidentados ou enfermos, as ambulâncias, são demasiadamente grandes para as vielas comumente encontradas, e lentas nos deslocamentos devido ao trânsito das grandes metrópoles. É visível a necessidade de uma equipe precursora para o primeiro atendimento e que esta mesma equipe esteja em condições de aumentar a fluidez do trânsito, caso seja necessário, atuando como batedores para diminuir o tempo de chagada ao atendimento médico especializado. 2.2 Tempo Resposta “Uma frase muito conhecida no meio dos profissionais de segurança diz: “uma gota de água apaga um palito de fósforo, um copo de água é necessário para apagar um incêndio de um minuto, um balde após dois minutos e depois… ninguém sabe”” (VIEIRA, 2011. p.194). Rocha (2009, p.51), diz que: O tempo-resposta é medido pela velocidade com que o trem de socorro, ou pelo menos, parte dele, a partir do acionamento feito pelo solicitante, chega ao local do evento, estabeleça o equipamento e comece a operar no combate ao desastre. Este hiato de tempo é fundamental para o salvamento e preservação de muitas vidas. “Tempo de resposta é o tempo decorrido do momento em que o solicitante entra em contato com o CBMMG, usualmente via fone 193, até o momento em que a viatura de APH chega ao local da ocorrência” (MINAS GERAIS, 2012, p.10). 21 Segundo o Instituto de Pesquisas Rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), “Denomina-se tempo de resposta do sistema o intervalo de tempo entre o recebimento da informação do evento acidental, [...] e a chegada da equipe de atendimento (resgate) no local” (DNIT, 2005, p. 71). O tempo resposta pode ser divido em etapas e trabalhado separadamente. Segundo Costa et al. (2011): o tempo resposta compreende a chamada, triagem, registro, rádio, empenho, acionamento, saída da viatura, deslocamento e chegada ao local. Ainda segundo Costa, as etapas do atendimento possuem tempo determinado, variando poucos segundos de uma ocorrência para outra, com exceção do tempo de deslocamento, que possui grande variação devido ao trânsito, tipo de viatura, horário do dia e tipo de ocorrência. O tempo resposta é uma importante variável que deve ser observada dentro de dois conceitos muito utilizados no atendimento as vítimas: a “hora de ouro” e os “minutos de platina”. De acordo com o médico Dr. Adams Cowley / MIEMS (Maryland Institut of Emergency Medical Services) (input PHTLS 2004) a hora de ouro refere-se ao período de 60 minutos decorridos desde o agravamento da saúde, em que seria necessário iniciar o tratamento definitivo. Os minutos de platina segundo Verde (2010, p.6): São os primeiros dez minutos a partir do momento em que aconteceu o acidente, extremamente críticos em termos de imediato socorro, em razão das sequelas permanentes ou até mesmo do óbito da vítima, resultantes de lesões aos sistemas nervoso, respiratório e circulatório, que podem ser afetados pela falta de uma respiração adequada. A hora de ouro e os minutos de platina traduzem a necessidade dos órgãos de serviço emergencial em realizar o atendimento no tempo pertinente à urgência da vítima, influenciando diretamente nos resultados obtidos na ocorrência. 22 Os serviços de APH espalhados pelo mundo organizam-se com base no tempo gasto em seus atendimentos, com intuito de prestar o atendimento da maneira mais vantajosa. O tempo resposta é um dos principais indicadores de eficiência de um serviço emergencial, este critério é mais do que uma questão de dados, refere-se a um indicador estratégico. (MIR, 2013). Para Silva (2010), o tempo decorrido para início do atendimento é uma das principais características para sucesso do atendimento, vindo a influenciar diretamente na sobrevida das vítimas. O tempo mais importante é o tempo entre o início do agravo à saúde até o início do atendimento do serviço de emergência a vítima. Este espaço de tempo define se a assistência foi prestada em tempo suficiente (MIR, 2013). Silva (2010) e Mir (2013) consideram o tempo-resposta como um dos pontos mais importantes relacionados a um atendimento emergencial. Chegar à vítima com conhecimentos e equipamentos para o atendimento, no menor tempo possível, será o diferencial na sobrevida das vítimas. “Chegar ao local é uma coisa, chegar à vítima é outra” (EID, 2013, p. 03). Eid explora uma situação muitas vezes presenciada pelos bombeiros em seus atendimentos, chegar à vítima é diferente de chegar ao local, deslocar-se a pé em passagens estreitas carregando equipamento de APH, salvamento ou combate a incêndio ocasionará o consumo de um tempo valioso no atendimento. O corpo de Bombeiros, órgão muito solicitado em situações emergências, trabalha sempre contra o tempo e o quanto antes chegar ao local da ocorrência e iniciar o atendimento, trará melhores resultados à sociedade, tanto no trato às vítimas quanto no controle da emoção dos expectadores. 23 2.3 A Relação Entre o Tempo e a Necessidade de Resposta. As ocorrências emergenciais atendidas pelos Corpos de Bombeiros carregam consigo a relação do tempo com a necessidade de resposta. Uma resposta rápida poderá definir o sucesso ou não de uma ocorrência. 2.3.1 Sobrevida Segundo o dicionário do Aurélio, sobrevida é o estado que sobrevive a outro. Vida futura, prolongamento da existência além da morte, sobrevivência. O tempo é fator decisivo no atendimento emergencial, a cada minuto que o socorro demora, a situação pode se tornar irreversível. Paradas cardíacas e hemorragias são exemplos de situações que rapidamente levam à vítima a morte (MIR, 2004). As ocorrências pré-hospitalares demandam um menor tempo resposta e costumam serem mais críticas e responsáveis pelo maior número sequelas. A redução da morbimortalidade em situações envolvendo traumas e causas clínicas são decorrentes do atendimento em menor tempo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). A partir de 4 minutos do início da PCR4, as chances de recuperação diminuem drasticamente, a cada minuto sem atendimento a vítima perde cerca de 10% de chance de sobreviver à parada, porém se o atendimento for realizado corretamente a perda é reduzida a 3% por minuto (RIO DE JANEIRO, 2008, p.3). Segundo Chapleau (2008, p. 82) “A parada cardíaca súbita geralmente é resultante de um ritmo cardíaco anormal denominado fibrilação ventricular (FV) [...]. A desfibrilação é o único tratamento efetivo para a fibrilação ventricular.”. 4 Parada cardiorrespiratória – PCR. 24 O fator determinante para a sobrevivência da vítima em uma ocorrência de parada cardíaca é o tempo decorrido entre a perda de consciência e o uso do desfibrilador, o coração tende a fibrilar na maioria dos casos de parada cardíaca (BRASÍLIA, 2007). Ainda segundo o CBMDF, o uso do DEA é primordial nas vítimas de fibrilação ventricular, sendo que a eficiência é inversamente proporcional ao tempo, ou seja, diminui significativamente com o passar do tempo. Se a desfibrilação ocorrer entre 4 a 5 minutos do início da fibrilação a vítima pode vir a sobreviver sem sequelas. Quando tratamos do controle de hemorragias, nos referimos à contenção do extravasamento de sangue do corpo humano, que sem controle, pode levar à morte da vítima em poucos minutos (RIO DE JANEIRO, 2008). Uma hemorragia grave interfere no transporte de oxigênio e nutrientes para as células, o que pode levar às células cerebrais à morte em menos de 4 minutos. A hemorragia grave é um ponto primordial a ser verificado em vítimas, pois nada adianta tratar uma PCR se houver hemorragias. (RIO DE JANEIRO, op. cit.). 2.3.2 Curva de incêndio A curva de incêndio é uma simulação feita através de modelos matemáticos que descrevem o aquecimento do ambiente em função do tempo, os modelos são variados e possuem suas aplicações e limitações. A curva de incêndio padrão é muito utilizada, haja vista que a curva de incêndio real contempla apenas os incêndios comuns. (COSTA; SILVA, 2006). A curva de incêndio real não é de fácil determinação, as características da construção e a carga incêndio são alguns dos fatores que podem influenciar no desenvolvimento do incêndio (COSTA; SILVA, 2008). 25 De acordo com Costa e Silva (2008), para simplificar os estudos, a curva real é substituída por uma curva padrão, a mais difundida é a da ISO-834, porém esta não apresenta muitas informações sobre o incêndio. FIGURA 1 – Modelo de incêndio natural x Curva padrão Fonte: (COSTA; SILVA, 2008, p.3). O incêndio pode ser dividido nas seguintes etapas: “pré-flashover”, “Flashover” e temperatura máxima. Os tempos de ocorrência diferem tanto quanto forem diferentes os cenários do incêndio (COSTA; SILVA, 2006). FIGURA 2 – Curva temperatura-tempo de um incêndio real Fonte: COSTA; SILVA, 2006. A partir da curva de incêndio real, percebemos uma divisão em três partes distintas. A primeira parte refere-se ao início do incêndio, a temperatura está baixa e há um desenvolvimento lento, podendo levar de 5 a 20 minutos, dependendo de diversos fatores, como a carga incêndio, compartimentação e ventilação. (SEITO et al., 2008). 26 Na segunda parte, temos um aumento súbito da temperatura em uma pequena variação de tempo, decorrente da ignição simultânea dos materiais combustíveis do ambiente, ocorrendo um incêndio generalizado, o que caracteriza o fenômeno “flashover”. (SÃO PAULO, 2006d). A terceira parte caracteriza-se pela diminuição gradual da temperatura devido à falta de combustível a queimar no ambiente, as chamas são reduzidas e começam a se reduzir a brasas. (BRASÍLIA, 2009). FIGURA 3 – Fases da evolução de um incêndio Fonte: SEITO et al, 2008. “O tempo é de extrema importância quando um sinistro ocorre e, em particular no caso de um incêndio” (VIEIRA, 2011, p.194). Segundo SEITO et al. (2008), o incêndio deve ser combatido em sua primeira fase, ou seja, antes que ocorra o “flashover”, se isso ocorrer, a extinção do incêndio tem grande probabilidade de sucesso. De acordo com o manual de emprego operacional do CBMMG (2002, p. 06), “‘Rapidez’ tanto no deslocamento para o atendimento ao sinistro, quanto nas ações 27 no local de trabalho; [...], são aspectos que garantem o atingimento do objetivo tático”. Para que se tenha uma boa resposta ao combate a incêndio, a primeira equipe de bombeiros deve chegar ao local do incêndio em cerca de 4 min, e ter uma plena resposta com 8 minutos (NFPA 1710, 2010). Após cerca de 10 min do início do incêndio, o fogo se alastra para outros cômodos da edificação, a partir deste ponto o controle do incêndio é dificultado pelo aumento de temperatura dos materiais em queima, depois de 16 minutos a porcentagem de destruição da propriedade tende a 100% (NFPA 1710, op. cit.). Ainda segundo a NPFA, o mais importante para limitar a propagação do fogo é a chegada rápida de um número suficiente de pessoal equipado, no menor tempo possível do ponto de origem incêndio. São vários os fatores que influenciam no atendimento emergencial, porém, o tempo de deslocamento é a variável de maior importância, pois ela que determinará se o atendimento foi realizado em tempo hábil. Segundo Costa et al. (2011), o deslocamento é a principal variável no tempo resposta, influenciando na sobrevida das vítimas e no combate antecipado as chamas no caso dos incêndios, evitando em muitos casos que as situações de emergência se tornem em desastre. 28 3 O TRÂNSITO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Nesta parte do trabalho será feita uma abordagem do trânsito, partindo de uma visão do Brasil em relação ao mundo e chegando mais precisamente a região metropolitana da Grande Vitória, sob o enfoque dos acidentes de trânsito. 3.1 O Trânsito do Brasil no Cenário Internacional Mundialmente, todos os anos, os acidentes de transporte terrestre são responsáveis por mais de um milhão de mortes e por cerca de 20 a 50 milhões de pessoas feridas, sendo 10 milhões por lesões incapacitantes (SANTOS et al., 2012). Nos EUA foram registrados em 2008, 37.261 mil mortes no trânsito, de uma população de aproximadamente 304 milhões, no mesmo ano na União Europeia, foram registrados 38.876 mil mortes no trânsito de uma população de 498 milhões de pessoas (CNM, 2009). Segundo a CNM (2009), o Brasil apresentou em 2008, 57.116 mil mortes por acidentes de trânsito de uma população de 189,6 milhões de pessoas. Proporcionalmente o Brasil matou 2,5 vezes mais que os EUA e 3,7 vezes mais que a União Europeia. Percebe-se através de CNM, que as mortes no trânsito não estão associadas somente ao crescimento da população e do número de veículos, mas principalmente devido a uma alta vulnerabilidade ao risco. Os números revelam que o Brasil vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito (SUS, 2011). No cenário internacional, o Brasil detém o terceiro lugar no ranking dos países onde mais morrem pessoas envolvidas em acidentes de trânsito, perdendo apenas para a China e Índia, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) (GADAMER, 2002). 29 Observa-se a partir das afirmações de SANTOS, GADAMER e CNM, que o Brasil possui um dos piores resultados quanto ao número de mortos em acidentes de trânsito, perdendo para países com populações bem superiores, o que nos torna um país que enfrenta de forma ineficaz os acontecimentos no trânsito. De forma geral, nós vivemos em um caos no trânsito, os deslocamentos se tornam mais demorados e perigosos. O Brasil continua seguindo o caminho contrário dos países componentes da União Europeia e EUA no quesito trânsito seguro. (CNM, 2011). 3.2 Malha Rodoviária do Brasil O transporte de cargas através das rodovias é responsável por mais de 60% da quantidade de Tonelada por Quilometro Útil (TKU) transportada no Brasil (Lobo; Hijjar, 2011). O fato da maior quantidade de cargas serem transportadas pelas rodovias faz com que as estradas brasileiras, sejam elas de responsabilidade federal ou estadual, não possuam boa qualidade para deslocamentos dos veículos, tendo em vista o desgaste provocado pelo peso transportado, muitas vezes de maneira irregular. De acordo com a 16ª pesquisa CNT de rodovias, 72,2 % das rodovias no Brasil, estão classificadas entre péssimo a regular, quando avaliadas a partir da média das características de pavimento, sinalização e geometria da via. A quantidade de veículos pesados aliado ao péssimo estado de conservação das rodovias interfere significativamente no quantitativo de acidentes de trânsito. Segundo o DNIT (2013), somente nas rodovias federais sob a sua jurisdição, entre os anos de 2007 a 2011, morreram cerca de 40 mil pessoas envolvidas em acidentes de trânsito, desse total mais de seis mil foram envolvendo motocicletas. 30 3.2.2 Quantidade crescente de veículos no país Muitos são os elementos que contribuem para que o país apresente, a cada dia, uma quantidade maior de veículos em sua frota. O fácil acesso ao financiamento para aquisição de veículos e a falta de transporte coletivo de qualidade, são os maiores responsáveis pela deterioração da mobilidade urbana, que são demonstrados nos centros urbanos através da lentidão no trânsito (SILVEIRA, 2010). Ainda segundo Silveira, a lentidão de veículos em uma via urbana é a principal demonstração da falta de mobilidade, gerando demoras e preocupações nos serviços de atendimentos à população. No Brasil, a frota de veículos registrados no ano 2000 foi de 29.722.950 veículos, este quantitativo refere-se a um valor bruto onde se incluem reboques, quadriciclos, triciclos, tratores e outros. A frota registrada no mês de fevereiro de 2013 contabiliza um total de 76.937.578 veículos, o que representa um aumento de aproximadamente 158% (DENATRAN, 2013). Nos últimos 13 anos, a frota de automóveis aumentou aproximadamente 115%, enquanto que o aumento de motocicletas foi de aproximadamente 395%, segundo estes dados do DENATRAN (2013). Podemos observar uma tendência na aquisição de motocicletas pela sociedade que, prejudicada pela falta de mobilidade urbana, recorre a veículos mais ágeis para os deslocamentos urbanos. Os registros do RENAEST5 comprovam o aumento diário do número de motocicletas no trânsito, logo a motocicleta tem se tornado mais comum e acessível devido às vantagens que pode apresentar frente ao aumento do número de carros e a degradação da mobilidade urbana. 5 Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito - RENAEST 31 3.3 Velocidade Média dos Veículos nos Grandes Centros Urbanos do País. Muitos são os fatores causadores da baixa velocidade média nos grandes centros urbanos do país, como os carros quebrados, obras nas vias, veículos pesados em circulação, acidentes com fechamento de pistas e os horários de pico que estão se dilatando e se encontrando no decorrer do dia. (RESENDE; SOUZA, 2009). FIGURA 4 – Lentidão no trânsito da Terceira ponte em Vitória devido a um carro com defeito mecânico. Fonte: GAZETAONLINE, 2012. Em Belo Horizonte, o trânsito é muito intenso, mais de 2,6 mil ônibus e um total de 536 mil veículos cortam diariamente as ruas do centro, fazendo com que a velocidade média do trânsito fique em torno de 16 km/h (AYER; PARREIRAS, 2013). Estudo realizado pela Companhia de Engenharia de tráfego (CET) de São Paulo mostrou que no horário de pico mais intenso do dia a velocidade média realizada pelos veículos é de 15 km/h (GLOBO, 2013). Os motoristas no Rio de Janeiro também enfrentam problemas com o trânsito, a velocidade média caiu para 20 km/h e a previsão para os próximos anos é de mais redução. (FUNBIKE, 2013). 32 3.4 Situação do Trânsito no Espírito Santo No Espírito Santo não foi diferente do que ocorreu em outros estados do Brasil. Acompanhando a tendência nacional, a frota veicular teve um aumento significativo de acordo com os relatórios anuais de estatísticas do DETRANES. Os investimentos em petróleo, gás, setor portuário e logístico, ampliação de shopping centers e empresas mineradoras no arco metropolitano da RMGV, contribuíram para o aumento na circulação na região metropolitana (ABE; STELZER, 2008). No período (2005-2010), a frota de automóveis aumentou aproximadamente 50%, enquanto que o aumento de motocicletas foi de aproximadamente 65%, estes dados do DENATRAN (2013) confirmam a mesma tendência nacional por aquisição de motocicletas. A tabela abaixo exemplifica informações gerais e indicadores do trânsito no estado do Espírito Santo no período de 2005 a 2010. TABELA 1 – Informações gerais do trânsito – Espírito Santo - 2012 Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 População (habitantes) 3.408.365 3.464.280 3.519.742 3.519.742 3.487.199 3.512.672 Infrações Acidentes Vítimas 153.405 32.528 13.940 218.128 35.129 16.467 213.117 38.189 17.566 213.117 38.189 17.566 525.100 43.485 19.751 606.014 46.319 20.488 Média de acidentes com vítimas por dia 27,66 30,73 34,63 34,63 39,42 41,42 38,19 45,12 48,13 48,13 54,11 56,13 Média de vítimas por dia Fonte: DETRANES, 2011. Através da tabela podemos observar que a população quase não variou no período analisado, a quantidade de veículos aumentou muito e o número de infrações praticamente quadruplicou. 33 O aumento do número de veículos circulando e a maior exposição dos condutores ao risco, verificado através do elevado número de infrações, são os fatores que mais provocam os acidentes de trânsito. 3.4.1 Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV) As características dos deslocamentos, as barreiras naturais e o não acompanhamento da infraestrutura das cidades frente à velocidade de reprodução da frota de veículos, tem tornado o trânsito pior na RMGV (ABE; STELZER, 2008). O arco metropolitano apresentado na figura abaixo, nos mostra o raio de 60 km de abrangência da RMGV, partindo-se da capital vitória. FIGURA 5 – Arco metropolitano Fonte: ABE; STELZER, 2008. Ainda segundo Abe e Stlezer (2008, p.5), “Os eixos utilizados para deslocamentos internos são os mesmo utilizados para acesso e o atravessamento da cidade, e se constituem também nos corredores de atividades principais”. Além da lentidão, o trânsito provoca um grande impacto na vida das pessoas na RMGV. No ano de 2005, a frota de veículos na RMGV era de aproximadamente 400 mil veículos ante aos 804 mil que existiam em todo o estado, neste mesmo ano, 34 mais de quatro mil pessoas foram vítimas em acidentes de trânsito. (DETRANES, 2013a). GRÁFICO 1 – Acidentes de trânsito com vítimas segundo a faixa horária Fonte: DETRANES, 2009. Quatro anos depois, em 2009, havia cerca de 610 mil veículos na Região Metropolitana da Grande Vitória, próximo da metade do número total de veículos do estado, neste ano houve 6.909 vítimas do trânsito. Na RMGV, no ano de 2005, foi registrado pico no registro do número de acidentes entre as 17 e 19 horas. Ao verificar os anos de 2006 a 2009, observou-se um aumento do número de ocorrências de aproximadamente 70%, havendo manutenção no horário de maior incidência, entre as 17 e 19h (DETRANES, 2013b). Os horários de trânsito mais lento na RMGV foram registrados das seis às nove da manhã, de onze à uma hora da tarde e das cinco às sete da noite. Nos outros horários o trânsito costuma fluir normalmente (TRIBUNA, 2013). Através dos dados do DETRANES e da reportagem do jornal A tribuna, percebemos que é entre 17 e 19h que mais ocorrem acidentes com vítima e este é o lapso temporal de maior incidência de veículos nas vias, ocasionando engarrafamentos. Portanto, este horário é onde temos uma maior atuação dos bombeiros nos acidentes de trânsito, bem na hora de maior lentidão. 35 3.4.2 Tipos de ocorrências que mais ocorrem Nos anos de 2011 e 2012 a área de maior atendimento realizado pelo CBMES foi no atendimento pré-hospitalar, representando no ano de 2011, 51,7% e no ano 2012, 52,6% do percentual de atendimentos realizados pela corporação (CIODES, 2012). GRÁFICO 2 – Percentual dos atendimentos do CBMES Fonte: CIODES, 2012. Ao verificar os resultados do relatório estatístico - CIODES/CBMES 2012 verifica-se que a maior parte dos atendimentos realizados pelo CBMES refere-se à colisão/choque de motocicleta. No ano de 2012, foram atendidas 3.663 ocorrências desta natureza, representando um aumento de 23,4% em relação a 2011. GRÁFICO 3 – Maiores atendimento no ES 36 O Brasil apresenta grande carência no controle do trânsito, fato demonstrado pelo alto índice de mortes que ocorrem a cada ano. No estado do Espirito Santo não é diferente, o grande número de veículos rodando diariamente aliado a alta exposição ao risco por parte dos condutores levam ao desastre. Os acidentes quando analisados separadamente não causam tanto impacto a sociedade, porém quando vistos como um somatório de todos os casos, ficamos diante de um desastre, que causa caos não somente a fluidez do trânsito, mas também ao sistema de saúde (OLIVEIRA, 2010). 37 4 USO DA MOTOCICLETA: DIMINUIÇÃO DO TEMPO RESPOSTA O presente capítulo se subdivide em três fases que se relacionam com a evolução da motocicleta na história. Na primeira parte buscou-se apresentar o uso da motocicleta pela sociedade de acordo com sua evolução no decorrer dos anos. Na segunda parte faz-se uma abordagem do uso da motocicleta pelos serviços emergenciais no mundo e principalmente no Brasil, por último faz-se uma abordagem aos ricos e vantagens do uso de motocicletas. 4.1 A Motocicleta e a Sociedade Desde a criação da roda pelos sumérios (por volta de 3000 AC.) surgiu uma nova fase de desenvolvimento, que passando por carroças, carruagens, triciclos motorizados e outras invenções resultariam nos veículos automotores. (ABRAM, 2013). As motocicletas foram criadas em várias partes do mundo em períodos muito próximos, porém alguns fatos marcaram a história deste veículo, como a criação da primeira moto a vapor e a primeira com motor a combustão. “As primeiras motocicletas foram construídas entre 1868 e 1869, utilizando grandes e pesados motores a vapor. A motocicleta francesa Michaux-Perreaux, é o primeiro registro de motocicleta” (FLASHBACKERS, 2009, p. 01). 38 FIGURA 6 – Michaux-Perreaux, motocicleta a vapor Fonte: HOTPOT, 2010. Na Alemanha as motos evoluíram a partir da bicicleta de “segurança” que oferecia muitas vantagens em estabilidade, frenagem e facilidade de montagem. O alemão Gottlied Daimler aplicou um motor à combustão nesta bicicleta, denominando de “roda de montar” ou “carro de montar” (MERCEDES BENZ, 2013). Nos Estados Unidos da América (EUA), a primeira motocicleta foi a Orient-Aster (1898) fabricada três anos antes da Indian (1901) e aproximadamente quatro anos antes da famosa Harley-Davidson (1903) (FLASHBACKERS, 2009). Nos primeiros anos do século XX as motos fabricadas eram primitivas, sendo basicamente estruturas de bicicletas reforçadas com um motor aparafusado. Muitas foram às dificuldades encontradas pelos defensores deste meio de transporte, desde a carência de bons projetos até a concorrência com o automóvel, que apresentava melhor comodidade (SILVEIRA, 2010) Segundo Araújo (1981), apud Júnior (2007, p. 19): “[...] a novidade dos transportes da época era o automóvel e a linha de produção em massa tornou o mesmo acessível à população em geral, deixando, assim, as motocicletas em um segundo plano de veículo alternativo [...]”. 39 Outro impedimento ao desenvolvimento da motocicleta foi a depressão econômica em 1929, dezenas de marcas de motocicletas desapareceram. Nos EUA, somente a Harley-Davidson e a Indian conseguiram se manter devido a contratos com os departamentos de polícia e forças armadas. (FLASHBACKERS, 2009). O uso da motocicleta para fins militares foi registrado pouco antes da Primeira Guerra Mundial, quando os exércitos já se preparavam para possíveis guerras. Na Primeira Grande Guerra, foram utilizadas motos para diversos serviços. Só o exercito alemão operava com 4.000 motos no início da Primeira Guerra Mundial. (BASTOS, 2013). No decorrer da Primeira Guerra Mundial, a motocicleta era vista pelo militares como evolução e substituição aos cavalos, pois não necessitava de tantos cuidados. O consumo reduzido de combustível, a linha de produção fácil e a utilização de matérias primas comuns, tornaram o veículo diferenciado dos existentes e apropriado em diversas situações (SILVEIRA, 2010). Após a Primeira Guerra Mundial, a firma Belga Fabrique Nationale d’Armes de Guerre (FN) da cidade de Herstal, desenvolveu a partir de um modelo civil a motocicleta M86, que foi muito utilizada pelo Exército Belga e por países da América do Sul. A moto era totalmente blindada e apresentava uma metralhadora, porém com excessivo peso em sua blindagem. (BASTOS, 2013) 40 FIGURA 7 – FN M86, modelo utilizado em desfile de apresentação na cidade de São Paulo em abril de 1936 Fonte: BASTOS, 2013. A motocicleta FN M86 foi a primeira moto a ser utilizada por militares no Brasil. Em 1936, as motos foram utilizadas pela Força Especial de São Paulo, para reprimir manifestações nas ruas, porém, tiveram vida curta, pois a polícia especial foi extinta poucos anos depois. (MIOTTO, 2012). “Com o advento da Segunda Guerra Mundial, a utilização de motocicletas voltou-se para métodos e estratégias empregados com eficiência e novidades, que causaram surpresa em algumas forças militares” (SILVEIRA, 2010, p. 20). “A Segunda Grande Guerra tem início com as motocicletas em um número muito mais expressivo na frente de batalha. Somente o Exército Norte-Americano possuía 90.000 motos Harley-Davidson no conflito” (JUNIOR, 2007). Segundo Bastos (2013) e Junior (2007), percebe-se claramente um aumento impressionante do uso de motocicleta entre a Primeira e Segunda Guerra Mundial devido às vantagens que apresentava frente a outros veículos. Durante a Segunda Guerra Mundial, no dia “D”, foi utilizado o que havia de mais moderno sobre motocicleta, as “minimotos”. Esses veículos apresentavam uma avançada tecnologia, um motor pequeno, silencioso e com potência suficiente para 41 os deslocamentos. As “minimotos” eram lançadas aos militares através de páraquedas (JUNIOR, 2007). FIGURA 8 – Minimoto Welbike da Segunda Grande Guerra Fonte: BIRCH, 2006. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a população necessitava de um veiculo resistente e econômico que superasse a distância em locais onde o sistema viário não era apropriado aos carros, assim a motocicleta apareceu como uma solução para aquela realidade (FLASHBACKERS, 2009). Na Europa, Japão e EUA, indústrias bem diversas concentraram suas atenções na fabricação de bicicletas motorizadas, motonetas e motocicletas. É nesta época que se dá o início da grande diversificação dos modelos de motos (FLASHBACKERS, op. cit.). A empresa de motos, Honda Motor Company, iniciou seu império em 1948, após a venda de bicicletas com motores, o que incentivou a produção de um motor próprio, dando assim origem ao império Honda (PUPO, 2013). A Honda Motors do Brasil obtém 79,6% do mercado de vendas de motos (registrado em 2012) sendo uma das maiores empresas de comércio de motocicletas do mundo e tudo começou com a Honda Tipo A em 1947 (HONDA, 2013; PUPO, 2013). 42 FIGURA 9 – Honda Tipo A, 50 cm3 de 1948 Fonte: SAMAHÀ, 2009. Segundo Flashbackers (2009), foi na década de 50 que a Lambretta do Brasil S.A. inaugura a primeira fábrica de veículos no Brasil, antecipando-se até mesmo a indústria automobilística. A implantação da indústria seguiu uma tendência mundial da motoneta. A empresa passou por altos e baixos, porém não conseguiu superar a concorrência das empresas japonesas. Nos anos 60 houve grande investimento de empresas estrangeiras no mercado de motos brasileiro, porém a motocicleta não teve boa participação na frota nacional de veículos até o final do século XX (ZERBINI et al., 2009). Em 1975, o número de motos fabricadas foi de 5.220 unidades, já em 2005 foram registradas 1.213.517 motos. O grande aumento de motos foi observado a partir dos anos 90 (ZERBINI et al., op. cit.). As motocicletas têm sido utilizadas em diversos tipos de serviços no meio civil, desde entregas de pequenas cargas como: documentos, cartas, lanches e até de cargas um pouco maiores como água e gás. Em alguns lugares realizam até o serviço de moto táxi que hoje possui regulamentação através do DENATRAN. O trânsito tem se tornado cada vez mais lento e a sociedade cada vez mais exigente com prazos, por isso há uma tendência em buscar alternativas contra os atrasos 43 cotidianos, muitos veem a moto como uma alternativa para o trânsito cada vez mais caótico (ZERBINI et al., 2009). Atualmente, motocicleta conseguiu conquistar seu espaço na sociedade moderna, por mais que tentem ir contra, não há mais volta, a motocicleta se apresenta como um meio de transporte barato e eficaz ante ao crescimento demográfico e o aumento do número de veículos maiores. Certamente, podemos prever para o futuro motos melhores, mais econômicas, mais resistentes e em maior quantidade nas estradas brasileiras. 4.2 Uso da Moto nos Órgãos de Serviço Emergencial 4.2.1 Uso internacional A motocicleta é muito utilizada pelos sistemas de serviço emergencial em todo o mundo, mesmo em lugares onde o trânsito é disciplinado há a utilização deste serviço, como é o caso de Tóquio no Japão. A utilização de motocicletas pelos bombeiros japoneses se dá com motos de estilo on/off road (JUNIOR, 2007). Na Inglaterra, o serviço de APH é realizado pelo Medical Emergency Motorcycle (MEM), e estão situados em locais de áreas edificadas, onde pode ser difícil para uma ambulância ou carro passar. As motos são capazes de chegar aos pacientes rapidamente e começar o tratamento enquanto a ambulância está a caminho. Atualmente existe este serviço no centro de Londres, Hackney e Tower Hamlets (NHS, 2013). Em Portugal, o Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEM), realiza o serviço com motos através dos Motociclos de Emergência Médica (MEM) com apenas um técnico de emergência. O MEM “[...] tem como missão a sua deslocação rápida ao local da ocorrência, com vista à avaliação e estabilização clínica inicial das vítimas de acidente ou de doença súbita [...]” (INEM, 2013, p. 01). 44 O uso da motocicleta pelos bombeiros nos Estado Unidos é mais restrito do que em outros países. Devido às boas condições viárias, grande quantidade de postos de bombeiros e adensamentos urbanos estudados, as motos são potentes e pesadas, sendo destinadas a congestionamentos de rodovias e vias de grande largura. (SILVEIRA, 2013). Em Israel, o serviço voluntário com motos (ambucycles) inovou na forma de atender, quando distribuíram as motocicletas em Israel de forma que pudessem acessar qualquer ponto da cidade com até 90 segundos, enquanto que a primeira reposta com ambulância pode vir a levar até 10 minutos, o que fez da moto um importante elo na cadeia de sobrevivência em uma emergência (ISRAELRESCUE, 2013). 4.2.2 Uso no Brasil No país, o serviço de atendimento emergencial com motos já é realizado por boa parte dos Corpos de Bombeiros, mesmo que em quantidades pequenas de motos em alguns estados. O Distrito federal é a unidade federativa com maior quantidade de motos atuantes no serviço operacional. (EMERGÊNCIA, 2012). No Amazonas, o Corpo de Bombeiros faz o uso de motocicletas para o atendimento pré-hospitalar, além disso, as motocicletas possuem extintores laterais, dando também a possibilidade de atendimento a princípios de incêndio (GRIGULO, 2008). No Acre, o Corpo de Bombeiros utiliza as motocicletas em ocorrências de traumas, princípios de incêndios e prevenção em geral. Quando o serviço não é muito requisitado, as guarnições de motos deslocam-se para o Parque da maternidade em Boa Vista, para atendimento ao público, como: pressão arterial, nível de oxigenação e eventuais socorros (JUNIOR, 2007). Em Minas Gerais, a motocicleta é utilizada há muito tempo no serviço administrativo, porém, o uso na área operacional se deu com a publicação da Instrução Técnica 45 Operacional (ITO) nº 20 em 2008. As motos atendem principalmente ocorrências de atendimento pré-hospitalar (SILVEIRA, 2010). No Ceará, o Corpo de Bombeiros utiliza motocicletas desde 2001, porém, o uso é mais simples. As motos não possuem nada de diferente das motos originais, contando apenas com bolsas laterais para materiais de atendimento pré-hospitalar (JUNIOR, 2007). No Distrito Federal, os bombeiros iniciaram o atendimento com moto em 2009, neste ano o comandante do CBMDF justificou a criação do serviço a partir da diminuição do tempo resposta em virtude do elevado trânsito nos horários de pico (SPAGNOLO, 2011). Na Paraíba, o uso da motocicleta iniciou em 1999, limitada ao serviço de vistorias. Só em 2007 foi criado o Atendimento Moto Resgate, desde então o serviço de moto resgate é desenvolvido pelos bombeiros paraibanos nas cidades de Paraíba, João Pessoa e em Campina Grande (SILVEIRA, 2010). Em São Paulo, o serviço de Moto Operacional Bombeiro (MOB) teve início em 1999, como projeto piloto, vindo a ser implementado em 2000 devido ao sucesso nos atendimentos às ocorrências de bombeiros. Atualmente todos os batalhões de bombeiros da capital possuem grupamentos de motos, que atendem todos os tipos de ocorrências (JUNIOR, 2007). Segundo Emergência (2012), o uso de motocicletas pelos bombeiros já é realizado em vários estados brasileiros, além dos estados citados acima, temos: Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, Seará. (EMERGÊNCIA, 2012). Além dos Corpos de Bombeiros, o SAMU também utiliza motos em seu atendimento emergencial. O uso da moto foi iniciado em dezembro de 2008 (MS, 2013). A utilização da motocicleta do SAMU (Motolância) é para atendimento rápido às ocorrências clínicas e traumáticas (MINISTÉRO DA SAÚDE, 2009). 46 4.3 Vantagens e Desvantagens do Uso da Motocicleta 4.3.1 Vantagens O grande aumento do número de motos no trânsito se deu pelas vantagens que a motocicleta apresenta frente aos carros. A facilidade nas mudanças de direção, estacionamento e economia de tempo e combustível, tem atraído mais pessoas a utilizar este tipo de veículo (SANTOS, 2009). Ainda segundo Santos, a motocicleta também apresenta outras vantagens como: menor poluição, menor ruído, aumenta a mobilidade para aqueles de menor poder aquisitivo e ocupam um menor espaço aumentando a fluidez do trânsito. Segundo Oliveira (2011, p. 38) as vantagens da motocicleta operacional: [...] estão na sua manobrabilidade e versatilidade em ultrapassagem e passagem em vias em trânsitos urbano caótico e engarrafado, deslocamentos em corredores, transposição de canteiros centrais, descerem escadas, condução em trilhas de matas, dentre outras. Consequentemente agilidade e rapidez na chegada no local da ocorrência para o atendimento as vítimas reduzindo o tempo resposta. O fato da redução do tempo no local das ocorrências , traz a possibilidade de obter dados para repassar a Central de Operação de Bombeiros (COBOM) posteriormente acionar os recursos de apoio no caso de necessidade . Segundo Martins (2001), apud Júnior (2007, p. 27): O serviço de atendimento de emergência, na maioria dos Corpos de Bombeiros do mundo, optou por utilizar motocicletas, pois principalmente nos grandes centros, a maior problemática é o trânsito, devido a grande quantidade de veículos e de pedestres, aliado a o fato de em diversos logradouros não ser possível o tráfego de veículos quatro rodas. Desde a sua criação, a moto evoluiu muito e apresenta-se hoje em dia como uma boa opção a quem deseja um veículo pequeno, econômico e ágil, capaz de superar o trânsito e economizar o tempo. Muitos são os serviços e empresas que lançam mão deste recurso para melhorar o atendimento à sociedade. 47 4.3.2 Desvantagens Ao mesmo tempo em que a motocicleta apresenta vantagens ante os veículos maiores, ela possui grande vulnerabilidade aos riscos apresentados pelo trânsito brasileiro. O índice de acidentes com motos que geraram mortes tem crescido de forma alarmante. Em nove anos o número de óbitos mais que triplicou na região sudeste, gerando um crescimento de 214% (SUS, 2011). Segundo o CNM (2009, p.19): Os acidentes envolvendo motos estão aumentando a cada ano, pulando de 9% do total de acidentes em 2000 para 22% dos acidentes em 2007. Esse dado reflete um grande aumento da frota de motos nas ruas do país, somado à irresponsabilidade dos motociclistas no trânsito e às brandas leis que vigoram no Brasil. “A “criação” das profissões de “motoboy” e, mais recentemente, de “moto-taxistas” aliada à falta de fiscalização [...], está sedo capaz de ocasionar maior número de acidentes e, consequentemente, de feridos e de mortos.” (JORGE, 2012, p. 32). Através de SUS, CNM e Jorge, podemos inferir que a maior desvantagem da motocicleta é a vulnerabilidade ao acidente, sendo que o risco de se acidentar não muda, ele é inerente ao ambiente em que o motociclista frequenta. Outra forma de reduzir a vulnerabilidade do motociclista é a realização de treinamentos distintos para os profissionais que atuam sobre duas rodas, além do aumento das operações de fiscalização que, unidas à campanhas de educação no trânsito, tendem a diminuir os nefastos números do trânsito De acordo com um estudo realizado pelo Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) pelo menos 37% dos acidentes fatais poderiam ter sido evitados se as motocicletas possuíssem o sistema ABS e nos casos de acidentes sem morte, seriam 23% menores (CESVI, 2013). 48 Mesmo trazendo muitas vantagens a motocicleta apresenta pontos negativos que muitas vezes afastam a possibilidade de novos motociclistas e de novos serviços. O maior problema do uso da moto é a vulnerabilidade que o motociclista apresenta na condução desta, que pode ser evitado com a utilização correta de EPI’s, sistemas de segurança do próprio veículo e orientações sobre condução. 4.4 Atendimento Emergencial com Motocicleta As motos são empregadas nas ocorrências onde o tempo não pode ser desperdiçado, a vantagem está no rápido atendimento e pronta resposta à sociedade nos horários onde os veículos maiores tem dificuldade no deslocamento. (EMERGÊNCIA, 2012). As motos podem ser empenhadas em ocorrências de resgate, combate a incêndios, salvamento e produtos perigosos, porém em alguns estados as motos são utilizadas apenas no APH, como é o caso CBMDF. (MINAS GERAIS, 2008; SPAGNOLO, 2011). O atendimento emergencial com motos é realizado por dois militares, sendo um profissional por moto, que se deslocam aos locais de emergências simultaneamente com o deslocamento da viatura principal que solucionará definitivamente a ocorrência (SÃO PAULO, 2005). Os motociclistas possuem limitações no atendimento de emergências de bombeiros, logo, o atendimento realizado por eles é com ênfase à preservação da vida. Ao chegarem ao local da ocorrência, iniciarão o atendimento conforme preconizam os manuais previstos (MINAS GERAIS, 2008). Com a chegada da viatura principal, esta assumirá a ocorrência, cabendo aos militares da moto passar-lhes as novidades, recolher seus equipamentos e retornar ao quartel, finalizando o atendimento da moto (SÃO PAULO, 2005). 49 5 METODOLOGIA 5.1 Quanto à Pesquisa Foi utilizada uma pesquisa aplicada com o objetivo de gerar conhecimento para fornecer subsídios para a redução do tempo resposta, tema de interesse do CBMES. A “Pesquisa aplicada consiste na utilização do conhecimento da pesquisa básica e da tecnologia para se obter aplicações práticas como produtos ou processos” (JUNG, 2003, p. 114). Para pesquisa bibliográfica foi utilizada uma ampla consulta a artigos, documentos, literaturas, jornais e revistas à disposição nos diversos servidores da internet. Os documentos de língua estrangeira foram trabalhados a partir de sua tradução literal. Procurou-se na revisão da literatura buscar informações sobre o uso atual da motocicleta por órgãos responsáveis pela segurança pública, avaliando o desempenho da prestação desses serviços, bem como a realização de uma comparação entre os Corpos de Bombeiros dos estados de Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Conforme Silva (2001, p. 37) a revisão da literatura: [...] resultará do processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o tema e o problema de pesquisa escolhidos. Permitirá um mapeamento de quem já escreveu e o que já foi escrito sobre o tema e/ou problema da pesquisa. Foi realizada uma pesquisa qualitativa com a finalidade de demonstrar a efetividade do uso da motocicleta nos Corpos de Bombeiros. Para JUNG (2013, p. 40). “Os modelos qualitativos são aqueles formulados a partir de descrições intuitivas do pesquisador ou indivíduo pesquisado”. 50 Procurou-se também, através de um universo de dados, fazer comparações acerca do aumento da frota com a lentidão no trânsito, inferindo tendências sobre a mobilidade urbana. “O método comparativo consiste no confronto entre elementos, levando em consideração seus atributos. Promove o exame dos dados a fim de obter diferenças ou semelhanças que possam ser constatadas, e as devidas relações” (BONAT, 2009, p. 29). Como base lógica à investigação, foi utilizado o método dedutivo, ou seja, uma construção lógica do conhecimento, no qual foram realizadas conclusões a partir de uma sequência de informações anteriormente verificadas (SILVA, 2001). O estudo sobre a implementação do serviço emergencial com motos no Espírito Santo se deu a partir do interesse do CBMES, através do plano estratégico 2011/2014, em minimizar o tempo resposta com estudo sobre a viabilidade de implantar o serviço emergencial piloto com utilização de motos. 5.2 Cálculo do Tempo de Deslocamento Realizado pelo 1º BBM do CBMES Para a estimativa do tempo de deslocamento realizado pelas viaturas operacionais do CBMES na área do Primeiro Batalhão de Bombeiros, foram coletados 2983 registros de ocorrências atendidas no primeiro semestre de 2013, do total de ocorrências, foram desconsideradas 1485 ocorrências (ocorrências que presentaram erro na confecção ou que estavam fora do horário delimitado) e aproveitados 50,25% dos registros. Para tornar o estudo possível de comparações, foi realizada a delimitação dos dados, a fim de seguir o objetivo da pesquisa e acompanhar as características da situação investigada. (PESCE; IGNÁCIO, 2009). 51 O tempo de deslocamento para fins de cálculo refere-se ao tempo decorrido desde a saída da viatura da OBM, ao momento em que chega a cena da ocorrência (COSTA et al., 2010). Utilizando-se do armazém de dados do CIODES, que informa a hora de início da operação e a hora de chegada ao local, foi realizado o cálculo da diferença de tempo entre estes dois momentos, nos reportando o tempo de deslocamento. O objetivo deste trabalho é verificar a influência da motocicleta na redução do tempo resposta, logo foram considerados somente os tempos dos deslocamentos no período das 07 às 19h, horário este que representa o período mais comum de atuação das equipes de moto nos Corpos de Bombeiros estudados. 5.3 Simulação da Redução do Tempo de Deslocamento com Uso da Motocicleta no 1º BBM do CBMES Partindo da tabela 3, que expressa o tempo de deslocamento realizado pelas viaturas operacionais do 1º BBM do CBMES no período das 07 às 19h no primeiro semestre de 2013, e considerando que a moto nos Corpo de Bombeiros estudados, reduziram aproximadamente 60% no tempo de deslocamento, foi criada a tabela 4. A tabela 4 expressa uma suposição do tempo de deslocamento que seria realizado com a utilização da motocicleta pelo CBMES. Para isso, foi realizado o cálculo reduzindo o tempo de deslocamento, aferido na tabela 3, em 60%. 5.4 Cálculo do Tempo Resposta do 3º BBM do CBMMG Para Minas Gerais (2012), o tempo resposta é o tempo decorrido entre a solicitação do serviço emergencial ao momento em que a viatura chega ao local da ocorrência. 52 Diante da definição, foi calculado o tempo resposta médio nas ocorrências emergências, realizado pelas viaturas operacionais do 3º BBM, no primeiro semestres de 2013, no período compreendido entre 07h30min às 19h30min, período do dia em que atua o moto resgate na Unidade. Para cálculo do tempo resposta, foram utilizados os dados do armazém do CINDS, que informam os campos de horário da comunicação do fato e horário no local. Foi realizada a subtração dos tempos e a média dos tempos aferidos, resultando no tempo resposta médio do 3º BBM no 1º semestre de 2013. Foram desconsiderados os empenho da AMO e as ocorrências de: captura de animais, corte e poda de árvores, enxame de insetos, resgate de cadáver, pessoa desaparecida, resgate de animais em risco, salvamento de pessoa ilhada e transporte inter-hospitalar. Foi solicitado junto ao CINDS o tempo resposta realizado pela moto resgate no primeiro semestre de 2013, porém informaram que o sistema não retorna a busca com informações sobre a moto, nem faz o calculo do tempo resposta deste recurso. Para estimativa da redução do tempo resposta com uso da motocicleta, foram utilizados os últimos registros do tempo resposta realizado pela moto resgate aferido nos anos de 2009 e 2010, a partir do trabalho de Oliveira (2011). 5.5 Do Questionário Quanto aos objetivos deste trabalho, foi realizada uma pesquisa exploratória, através de um questionário aplicado aos comandantes dos grupamentos de motos dos Corpos de Bombeiros Militares de SP, DF, RJ e MG. A pesquisa exploratória, de acordo com Reis (2008), acontece no estudo de áreas geralmente pouco estudadas, ou seja, há pouco conhecimento formalizado sobre o 53 assunto e o pesquisador necessita de aprimorar e supor ideias sobre o tema em estudo. Os questionários enviados a outras corporações tiveram o objetivo de complementar a pouca literatura existente sobre o uso de motos, buscando informações de como é realizado o serviço, a fim de realizar comparações identificando pontos comuns e suas peculiaridades, para que no final sejam realizadas sugestões de emprego para o CBMES. Procurou-se através do questionário (apêndice A), a participação dos Corpos de Bombeiros estipulados nos objetivos deste trabalho, utilizando o conhecimento adquirido nos anos de serviços com motos a fim de gerar informações para este trabalho. As perguntas foram criadas de forma que abrangessem o máximo de informações sobre o uso de motos no serviço operacional. A primeira pergunta foi destinada a verificar a estrutura do serviço com motos nos Corpos de Bombeiros. A segunda pergunta ateve-se a abstrair informações sobre o atendimento emergencial com motos. A terceira pergunta teve o intuito de identificar a influencia da moto na redução do tempo resposta. A quarta pergunta tratou dos modelos e tipos de motocicletas que possuem as corporações e a quinta pergunta teve o objetivo de trazer informações sobre os riscos da atividade com motos, a partir do ponto de vista de cada Comandante de Grupamento de motos. A entrevista pessoal (apêndice B) com o responsável pelo grupo de motos do 3º BBM do CBMMG foi realizada com o objetivo de obter informações “in loco”, do desempenho do motorresgate na área de atuação do batalhão, e de informações que fogem ao questionário. 54 O CBPMESP não respondeu ao questionário diretamente, logo foi realizado contato com um Comandante de Batalhão do bombeiro de São Paulo, onde este encaminhou um trabalho onde respondia as questões apresentadas no questionário. O questionário foi realizado com uma distribuição em cinco grupos, onde são abordadas informações sobre: a estrutura do serviço com moto, o atendimento emergencial, tempo resposta, tipos de motos utilizadas e os riscos dessa atividade. 5.6 Delimitações A Região Metropolitana da Grande Vitória foi escolhida ante outras regiões do Espírito Santo, por apresentar quase metade da população total do estado em apenas 5% do território, o que faz a densidade demográfica na RMGV ser nove vezes maior do que a média do estado. (ESPÍRITO SANTO, 2013a). O Primeiro Batalhão de Bombeiros Militar (BBM), situado na capital do estado do Espírito Santo, foi escolhido para verificação do tempo resposta e implantação do serviço emergencial com motos devido a sua disposição estratégica na RMGV. O 1º BBM abrange sete municípios dos oito que compõem a RMGV, com exceção do município de Guarapari que é atendido pela 1ª Cia independente (ESPÍRITO SANTO, 2005; ESPÍRITO SANTO, 2008). A escolha dos Corpos de Bombeiros Militares dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Minas Gerais, se deu pelo fato de já possuírem o atendimento com motos implementado e continuado. O tempo resposta do 1º BBM do CBMES não foi calculado devido a influencia da demanda reprimida, ou seja, a quantidade de ocorrências que deixam de ser atendidas ou o seu atendimento é atrasado, em virtude da indisponibilidade de recurso (ESPÍRITO SANTO, 2008). 55 A demanda reprimida faz com que, o deslocamento para atendimento da ocorrência não seja realizado logo após o processamento da informação pelo CIODES, havendo uma dilatação no tempo resposta, não sendo possível fazer comparações sobre a redução do tempo resposta. Não foi realizado neste estudo, uma pesquisa que avalia-se o investimento financeiro realizado por cada corporação na implantação do serviço com motos, tendo em vista que o objetivo deste trabalho é dar subsídio para implantação do serviço com foco na redução do tempo resposta. Não foi realizada uma comparação entre o efetivo total das corporações com o efetivo empregado no serviço, pois o serviço emergencial com motos é encarado de maneira diferente em cada Corpo de Bombeiro. No CBMERJ as motos atuam em todos os tipos de ocorrências, enquanto que no CBMDF apenas no APH (MINAS GERAIS, 2008; SPAGNOLO, 2011). 56 6 RESULTADOS OBTIDOS Neste capítulo serão apresentadas as informações adquiridas através do questionário enviado aos comandantes dos grupamentos de motos de MG, RJ, SP e DF. Também serão abordadas informações do CBMES quanto às ocorrências e estratégias adotadas para redução do tempo resposta. 6.1 Análise das Respostas dos Questionários Enviados aos Corpos de Bombeiros dos Estados de MG, SP, RJ e DF Através dos questionários foram elaborados quadros e tabelas que descrevem como está sendo realizado o serviço, com a vantagem da redução do tempo de deslocamento e a desvantagem dos acidentes. QUADRO 2 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Quantidade de militares e motos em serviço Corpo de Bombeiro CBMMG CBMERJ Fato Observado Quantidade de motos que 1 possuem no 30 40 atendimento emergencial Quantidade de militares 2 destinados a 11 28 atividade com moto 1 De acordo com o boletim logístico nº 04 de 2013. 2 CBPMESP CBMDF 22 30 22 20 Número de militares empenhados no dia 13 out. 2013 com base na carta de situação. Observa-se através do quadro 2 que o número de militares empenhados é bem parecido entres os Corpo de Bombeiros do RJ, SP e DF. No CBMERJ, dos 28 militares citados, 20 atuam no APH e combate a incêndio e 8 fazem parte do pelotão de escolta. 57 No CBMMG o número de militares empenhados é variável, dependendo do quantitativo de militares disponíveis diariamente. Prova disso são os dados do COBOM, através da carta de situação do dia 13 de outubro, onde não há miliares empenhados no 3º BBM, único BBM que realiza o serviço com motos na RMBH. Segundo Junior (2007, p. 16): Hoje, na Capital de São Paulo, o Corpo de Bombeiros possui, em cada Grupamento de Bombeiros, de duas a três equipes de motociclistas que atendem a todos os tipos de chamados, visando cumprir a meta de implantação do programa, que é a de levar ao solicitante a presença do Corpo de Bombeiros no local da ocorrência, no menor tempo possível. A motocicleta possibilita essa agilidade e cumpre o objetivo de maneira eficiente, apesar da limitação física imposta pela baixa capacidade de carga do veículo em questão. Ainda segundo Junior, na capital de São Paulo o CBPMESP possui 11 equipes de motociclistas, porém este número é variável em função da existência ou não de efetivo. O serviço com motos é realizado por dois militares em cada posto de atuação, para o 1º BBM do CBMES seria interessante que houvesse três duplas diárias de militares para executarem o serviço com motos, uma em cada companhia, haja vista que o CBMES não possui postos avançados. QUADRO 3 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Início do serviço emergencial com moto. Corpo de Bombeiro Fato Observado Há quanto tempo realiza o atendimento com motos CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF 6 anos 16 anos 13 anos 4 anos Dos Corpos de Bombeiros estudados, o que apresentou serviço mais recente foi o do CBMDF, seguido pelo CBMMG. O CBMERJ foi o que apresentou maior tempo de funcionamento, iniciaram em 1997 com o APH e desde junho de 2013 iniciaram o serviço de combate a incêndio. O CBPMESP iniciou no ano 2000 através de um projeto piloto, onde foi verificada a eficiência do uso da moto. 58 O CBMERJ e o CBPMESP são os que possuem o serviço há mais tempo. Neste período realizaram diversas correções e adaptações no serviço com motos, que vão desde modelos utilizados e adaptações nas motos a estudos sobre distribuição de locais para atuação. Para a criação do serviço no CBMES, seria interessante se basear nos serviços com motos prestados pelo CBMERJ e CBPMESP, haja vista que já serviram como referência para criação deste serviço em outros Corpos de Bombeiros, além de possuírem o serviço com maior tempo de funcionamento e continuidade. Assim como foi feito pelo CBPMESP, é aconselhável para o CBMES a implantação do serviço emergencial com motos através de um projeto piloto, que segundo Demarco (1990), apud Montagner (2012, p.66): “é aquele em que você deixa de lado o enorme livro de padrões e tenta algumas técnicas que não foram provadas ainda. [...], você pode esperar um pouco de ineficiência no começo. [...]. Do outro da balança está o aperfeiçoamento [...]”. QUADRO 4 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Principal natureza de atendimento Corpo de Bombeiro Fato Observado Principal natureza das ocorrências atendidas CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF APH APH APH APH A principal natureza do atendimento realizado pelas motos, nos quatro Corpos de Bombeiros, foi no APH. Talvez por este fato, somente o CBMERJ já tenha iniciado o atendimento com uma moto específica para combate a incêndio. As motos que não carregam sistema próprio de combate a incêndio, limitam a atuação do bombeiro motociclista. Ao chegarem a um local incendiado, os militares dão o combate às chamas através dos meios existentes no local, até a chegada da viatura principal (SÃO PAULO, 2005). 59 O serviço emergencial com motos do CBMDF é realizado somente pelo Grupamento de Atendimento de Emergência Pré-hospitalar (GAEPH), atuam em cinco prioridades e são distribuídas entre quarteis e locais estratégicos. As motos do GAEPH atuam praticamente em todo tipo de atendimento préhospitalar, seja atuando diretamente ou simplesmente averiguando a situação, podendo inclusive estabelecer o Sistema de Comando de Incidente (SCI). As motos do CBPMESP atuam em todos os tipos de ocorrência, porém a maioria dos atendimentos é na área do resgate, representando mais de 90% do total de ocorrências atendidas. No ano de 2006 foram atendidas 5.544 ocorrências na capital. (JUNIOR, 2007). QUADRO 5 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Horário de atendimento. Corpo de Bombeiro Fato Observado CBMMG CBMERJ Escala de 12/60h Escala de 12/36h Compreendido de (06-18h/ 07-19h/ 07h30 às 19h30* 08-20h) e 12/36h. *Escala realizada no 3º BBM do CBMMG Horário de atendimento CBPMESP CBMDF Escala de 12/36 Compreendido de 06h30 às 18h30 Escala de 12/36h compreendido de 07 às 19h As motos são escaladas sempre ao dia havendo pequenas diferenças nos horários de início e término. As escalas são de 12 horas de trabalho por 36h de descanso, com exceção do CBMMG. No CBMERJ, o serviço com motos é ativado de acordo com a demanda de cada posto de bombeiro, o efetivo é empregado de acordo com planejamentos estratégicos realizados pela 3ª Seção do Estado-Maior Geral. 60 TABELA 2 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Redução do tempo de deslocamento Corpo de Bombeiro Fato observado CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF 60%* Entre 55 a 70%, dependendo do trânsito. 62,5 % 60 % Redução no tempo resposta * Redução do tempo resposta realizado nos anos 2009 e 2010 nas ocorrências de APH (MANHÃES, 2011). Uma das perguntas do questionário abordava a redução do tempo resposta, porém as respostas vieram sobre a redução do tempo de deslocamento. A redução do tempo de deslocamento foi o ponto mais significativo verificado neste trabalho, houve um ganho semelhante de aproximadamente 60% nos Corpos de Bombeiros estudados. As viaturas com quatro rodas podem levar 2,5 vezes mais tempo para chegar ao local da emergência. Pode-se observar que o tempo reposta é uma variável de difícil aferição e os Corpos de Bombeiros não possuem este controle tão exato. Através das informações sobre o tempo de deslocamento, cedidas pelo CBMERJ, pode-se verificar que o maior ganho do uso de motos se dá quando maior é o impedimento do deslocamento no trânsito, os 70% de redução se deram nos horários de pico, enquanto que os 55% se deram com trânsito com maior fluidez. QUADRO 6 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Motos utilizadas Corpo de Bombeiro Fato Observado Modelos de motocicletas utilizadas CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF NX4 – Falcon Xtz 250 Lander XT 660 Honda NX4 – Falcon Yamaha XT – 660 Yamaha Xt 660 Xtz 250 Lander 61 FIGURA 10 – Moto Operacional Bombeiros - MOB do CBPMESP Fonte: GRIGULO, 2008. O modelo de motocicleta atualmente mais utilizado é a Yamaha XT 660. Segundo Junior (2007), foram realizados testes pelo CBPMESP onde se comparou a antiga Honda NX4 Falcon com a Yamaha XT660. Observou-se que a XT 660 apresentou vantagem significativa no quesito segurança, apresenta desempenho superior, melhor aceleração, maior capacidade de carga, maior poder de frenagem com a mesma agilidade, chegou-se a conclusão que a XT 660 se mostrou como uma boa opção para adaptação objetivando o serviço de bombeiros. O CBMERJ além dos serviços de APH e combate a incêndio que são realizados com Yamaha XT660, realizam o serviço de escolta, que é realizado com a Yamaha Midnight 950cc. No curso de especialização em operações com motocicletas os alunos realizam os treinamentos com a Honda Falcon 400cc. Segundo estudos de Silveira (2010), as motos para uso nas ocorrências emergenciais nos Corpos de Bombeiros devem ter mais de 300 cilindradas e possuírem capacidade de se deslocar em todos os tipos de terreno, ou seja, devem ser de uso misto, on/off road. 62 Abaixo segue o quadro com os preços médios realizados no mercado de motos dos modelos utilizados pelos Corpos de Bombeiros estudados. QUADRO 7 – Preço médio das motocicletas Motocicleta XT 660 Nx400i Falcon XTZ 250 Lander Preço R$ 27.306,00 R$ 18.173,00 R$ 12.553,00 Fonte: FIPE, 2013. Segundo Junior (2007) a XT 660 representa a melhor opção de moto para uso nas atividades de bombeiros, porém por muitos anos a Nx400 foi utilizada atendendo as exigências que o serviço necessitava. De fato a melhor moto para o serviço é a XT 660, mesmo sendo 50% mais onerosa para aquisição do que a NX400i. QUADRO 8 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Uso de motos específicas Corpo de Bombeiro Fato Observado Possui motocicletas específicas CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF Não Sim Não Não O único Corpo de Bombeiros estudado a apresentar uma moto de combate a incêndio foi o CBMERJ, a moto é uma Yamaha XT 660, que transporta dois cilindros laterais contendo água junto com o LGE. A geração da espuma é feita de maneira mecânica através do ar comprimido que faz um turbilhão na pistola/esguicho. A vantagem do uso de uma moto própria de combate a incêndio se faz pelo fato das viaturas de combate a incêndio serem as que mais demoram a chegar ao local do incidente. As viaturas de combate a incêndio, via de regra, são caminhões que passaram por adaptações para se tornarem um veiculo emergencial, e não dispõem de agilidade por apresentarem peso e dimensões consideráveis para deslocamentos no trânsito (SILVEIRA, 2010). 63 FIGURA 11 – Moto de Combate a incêndio do CBMERJ Fonte: DBM/MOT, 2013. QUADRO 9 – Comparação do uso da moto no serviço emergencial – Acidentes com os motociclistas militares. Corpo de Bombeiro Fato Observado Índice de acidentes nos deslocamentos CBMMG CBMERJ CBPMESP CBMDF Em 4 anos de funcionamento, 4 acidentes 6 acidentes registrados até 2013. 22 acidentes sofridos por 18 bombeiros. Nível reduzido e com baixa gravidade Segundo Manhães (2011), em quatro anos de funcionamento do moto resgate do CBMMG na RMBH, ocorreram 4 acidentes envolvendo os motociclistas do bombeiros. Vale ressaltar que os acidentes no CBMMG foram graves, em um dos acidentes o militar ficou com uma lesão permanente, e atualmente realiza somente atividades administrativas. Nos outros acidentes houve recuperação, sendo necessário até 6 meses para reabilitação total dos militares. No CBMERJ, antes de novembro de 2011, foram registrados 6 (seis) casos de acidentes envolvendo os motociclistas do DBM/MOT6. Em novembro de 2011, foi formada a primeira turma do Curso de Especialização em Operações com 6 Destacamento Bombeiro Militar Motociclista 64 Motocicletas (CEOpeM), após esta data não houve nenhum registro de ocorrência de acidentes, em consequência do continuado treinamento realizado. No CBPMESP, foi realizada uma pesquisa com os 18 bombeiros que atuavam nos grupos de motos na capital de São Paulo, foram registrados vinte e dois acidentes entre os motociclistas, sendo que somente um teve afastamento superior a um mês. O maior percentual de lesões registrado foi nos joelhos e mãos (JUNIOR, 2007). No CBMDF, os números de acidentes são extremamente reduzidos e de baixa gravidade, devido ao treinamento adotado e a doutrina empregada. Os procedimentos são adotados em observância a toda legislação de trânsito vigente, e também pela padronização estabelecida entre os diversos cursos para motociclistas que são ministrados por corporações coirmãs tais como: PRF, PF, PM, BM e etc. O uso da motocicleta pelos Corpos de Bombeiro do país não foram nem estão sendo muito bem aceita, em atributo a vulnerabilidade que apresenta aos riscos de acidentes de trânsito (SILVEIRA, 2010). Podemos observar que a quantidade de acidentes com motos são reduzidos, tendo em vista se tratar de deslocamentos emergenciais, que são realizados com celeridade, porém a gravidade dos acidentes nos atenta para o uso de EPI e do constante treinamento do motociclista, pois praticamente todo acidente com moto gera lesão. 6.2 Moto Resgate no CBMMG O CBMMG iniciou o atendimento emergencial com motos no ano de 2008 e possuía motos nos três batalhões da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Inicialmente eram destinadas ao atendimento de cinco prioridades como a parada cardiorrespiratória, OVACE, afogamento e vítimas presas em Ferragens. 65 Como a demanda pelo atendimento dos bombeiros na RMBH é muito alta, a moto passou a realizar todos os tipos de atendimentos, sobrecarregando o sistema do moto resgate nos três Batalhões. No ano da implantação houve o primeiro curso de condução de emergência para moto resgate, a fim de capacitar o condutor a conduzir a motocicleta de forma responsável, priorizando a segurança no trânsito. Nos anos que se passaram o moto resgate na RMBH apresentou muitas dificuldades. Nos três Batalhões, ocorreram acidentes que feriram militares e estragaram as motos, o que fragilizou o sistema do moto resgate. No 1º e no 2º Batalhão, após acidentes, as motos ficaram quebradas, não houve manutenção e o sistema parou de funcionar. Batista (2009) traz que os bombeiros confirmam a necessidade do uso de motocicletas, porém é necessário adequar o modo de funcionamento à realidade dos Batalhões. Um ano depois da implantação do serviço com motos, somente duas das seis motos que iniciaram o serviço estavam disponíveis devido à falta de manutenção. Somente no 3º BBM o uso da motocicleta foi mantido, de acordo com a entrevista aplicada ao militar responsável pelo grupamento de motos do 3º BBM, o serviço de moto resgate recebe uma grande influência dos militares que estão à frente, pela iniciativa em adquirir EPI’s e dar manutenção nas motos. O grupo de moto resgate do terceiro batalhão atende de 4 a 8 ocorrências por dia. As ocorrências são atendidas de acordo com o protocolo de atendimento, dando a primeira resposta nas ocorrências com vítimas presas às ferragens, quedas de motociclistas, atropelamentos e tentativas de suicídio, além de todas as ocorrências típicas de bombeiros. O moto resgate do 3º BBM realiza também a atividade de batedor, que favorece o deslocamento das unidades maiores no trânsito. 66 A escala operacional do 3º BBM foi refeita e atualmente é de 12 horas de serviço por 60 horas de folga, foi uma adaptação em cima da escala 24 por 48, sendo que o militar motociclista trabalha apenas no período diurno. Quando comparamos o tempo resposta geral do 3º BBM, que foi de 34min31s no primeiro semestre de 2013 de acordo com o CINDS, com os últimos registros do tempo resposta realizado pela moto resgate, que foi de 14min30s, percebemos que a moto realiza um deslocamento significativamente mais rápido do que as outras viaturas operacionais (OLIVEIRA, 2011). No CBMMG o uso da motocicleta é realizado no 3º BBM (sede), 5º BBM (Uberlândia – sede), 6º BBM (Governador Valadares – sede), 7º BBM (Montes claros – sede e Pel. Pirapora), 8º BBM (Uberaba – sede) e 9º BBM (Varginha – sede). 6.3 O Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo foi criado através da Lei nº 1316, de 30 de janeiro de 1921. Desde sua criação possuiu vários nomes, até que em 1997, ano da separação com a Polícia Militar através da Emenda Constitucional nº 12, adquiriu o nome de Corpo de Bombeiro Militar (CBMES, 2005). De acordo com a constituição estadual do Espirito Santo, ao CBMES: "Compete ao Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e execução de ações de defesa civil, prevenção e combate a incêndios, perícias de incêndios e explosões em local de sinistros, busca e salvamento, elaboração de normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens contra incêndios e pânico e outras previstas em lei." (ESPIRITO SANTO, 1997). 67 FIGURA 12 – Demonstrativo de Instalação de Unidades Operacionais Fonte: ESPÍRITO SANTO, 2008. O CBMES possui quatro Batalhões e três Companhias Independentes. Segundo o departamento de RH, o CBMES possui um efetivo previsto para 1800 homens, sendo que apresenta atualmente 1300, esta diferença se deu com a provação recente de um novo quadro organizacional. O Primeiro Batalhão de Bombeiros possui sede em vitória, com área de atuação de 3192,56 Km2. Possui três companhias, 1ª Cia em Vitória, 2ª Cia em Vila Velha e a 3ª Cia em Serra. O Batalhão possui sob sua responsabilidade oito municípios (Cariacica, Viana, Fundão, Stª Leopoldina, Stª Mª Jetibá, Serra, Vila Velha e Vitória), contabilizando uma população aproximada de 1,6 milhões (CBMES, 2013). No Primeiro Batalhão a menor Unidade Operacional é a Companhia, esta possui serviço padronizado, apresentando as viaturas de acordo com a tabela a seguir. 68 QUADRO 10 – Recursos disponíveis no 1º BBM Viaturas Significado Cia ABSL Auto Bomba Salvamento Leve 1ª, 2ª e 3ª ABTS Auto Bomba Tanque Salvamento 1ª, 2ª e 3ª AR Auto Resgate 1ª, 2ª e 3ª AM Auto Mergulho 1ª CHEFE DE OPERAÇÕES - Batalhão O registro das ocorrências atendidas pelo CBMES é realizado pelo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (CIODES) que “[...] é um moderno sistema informatizado que unificou os telefones emergenciais utilizados pelas Polícias Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros, passando a atender as chamadas de emergência através de um único número -190” (ESPÍRITO SANTO, 2013b). O CBMES não monitora o tempo de deslocamento realizado pela instituição, nem por suas Unidades Operacionais. O tempo registrado neste trabalho foi através de uma metodologia própria7 para uso na comparação com o tempo realizado em outros estados. TABELA 3 – Viaturas operacionais por companhia do 1º BBM e os tempos de deslocamentos realizados no primeiro semestre de 2013. CIA 1ª CIA 2ª CIA 3ª CIA Fonte: (CIODES, 2013) 7 Vide item 5.3 Viaturas Tempo de deslocamento ABSL 06 19min38s ABTS 01 39min17s AR 01 (Resgate) 16min12s ABSL 07 26min07s ABTS 02 51min48s AR 02 (Resgate) 16min33s ABSL 08 23min41s ABTS 03 25min47s AR 03 (Resgate) 16min57s 69 No APH, o tempo médio de deslocamento das três unidades de resgate realizado pelo CBMES, com as viaturas AR 01, AR 02 e AR 03 foi de 16min32s. O tempo médio de deslocamento realizado pelas viaturas ABSL 06, 07, 08 foi de 24min21s. As viaturas ABTS realizaram um tempo médio de deslocamento de 35min05s. O tempo médio gasto com deslocamentos na área do Primeiro Batalhão no primeiro semestre de 2013 foi de 23min31s8. As três AR’s foram as viaturas que melhor se deslocaram para o atendimento de ocorrências, mesmo assim apresentaram um tempo médio de deslocamento superior ao que é preconizado nos atendimento clínicos e traumáticos. De acordo com Mir (2013), o tempo resposta é um dos principais indicadores de eficiência de um serviço emergencial, este critério é mais do que uma questão de dados, refere-se a um indicador estratégico. O tempo resposta realizado pelo 1º BBM do CBMES, aferido no primeiro semestre de 2013, foi considerado alto quando comparado aos padrões internacionais, tornando-se um problema a ser resolvido pela instituição. As formas são variadas para solução do problema de tempo resposta, pode ser reduzido através da implantação de novas unidades, de meios mais eficazes de tramitação de informações, para o acionamento das viaturas a partir da ligação ao número 193 ou com a utilização de veículos que possam se deslocar em um menor tempo, como o que já é feito em outros estados com uso da motocicleta. 8 Tempo calculado a partir da média de todos os registros selecionados para estudo. 70 6.3.1 Métodos utilizados para redução do tempo resposta No ano de 2008, uma comissão de oficiais realizou um estudo sobre a reestruturação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo em decorrência da aplicação do Plano de Expansão. Neste trabalho é apresentado um projeto de redução do tempo resposta com a implantação de novas Unidades Operacionais. O CBMES apresenta atualmente, catorze9 pontos de atendimento no serviço emergencial e a partir de pesquisas, constatou-se a necessidade de implantação de mais 15 unidades para atender a maioria do estado em um tempo resposta inferior ao crítico, que é de 30min (ESPÍRITO SANTO, 2008). Através de uma metodologia própria definiram a prioridade entre os municípios para implantação de novas Unidades, tendo os municípios de Vila Velha e Serra, municípios da Grande Vitória, com a maior prioridade para instalação de unidade (ESPÍRITO SANTO, op. cit.). 6.3.2 Simulação na redução do tempo de deslocamento do 1º BBM do CBMES O tempo de deslocamento é uma variável de extrema importância para o Corpo de Bombeiros, onde pode ser definido se o serviço foi prestado com eficiência ou não, porém este tempo médio é uma variável de difícil aferição, pois apresenta muita diversificação, principalmente em decorrência das formas de deslocamento10 e das características ambientais. 9 As unidades nos municípios de Guaçuí, Anchieta e Cariacica estão em construção. 10 Vide 2.1.3 71 TABELA 4 – Suposição do tempo de deslocamento a ser realizado com a implantação da moto no serviço emergencial do CBMES CIA 1ª CIA 2ª CIA 3ª CIA Tempo de Tempo de deslocamento provável deslocamento atual com a implantação da motocicleta ABSL 06 19min38s 07min51s ABTS 01 39min17s AR 01 (Resgate) 16min12s 06min29s ABSL 07 26min07s 10min27s ABTS 02 51min48s 20min43s AR 02 (Resgate) 16min33s 06min37s ABSL 08 23min41s 09min28s ABTS 03 25min47s 10min19s AR 03 (Resgate) 16min57s 06min47s Viaturas 15min43s A tabela acima deixa claro o quanto a motocicleta representa em ganho no tempo de deslocamento. A maior redução quando tratamos em quantidade de minutos foi com relação a ABTS 02, em torno de 31min, e a menor foi de 9min43s com relação a AR 01. O tempo “economizado” com o uso da motocicleta colocaria o bombeiro mais cedo na cena do acidente, podendo agir de forma preventiva e até evitando que desastres se concretizem. Mesmo apresentando limitações de equipamentos e pessoal, uma dupla de motociclistas bem treinada nas ações de APH, salvamento e combate a incêndios, pode muito, quando colocados com antecedência no ambiente sinistrado até a chegada do apoio final. 72 7 CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES Através deste trabalho foi possível confirmar, levando-se em conta as vantagens e desvantagens, a viabilidade da implantação do serviço emergencial com motos no Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, como forma de melhorar o tempo de deslocamento da primeira resposta aos sinistros na Região Metropolitana da Grande Vitória. A análise de como o serviço é realizado nos outros Corpos de Bombeiros, permitiu uma melhor visão da importância do uso das motos e como pode ser adaptado para melhores resultados. Para análise da viabilidade do emprego de motocicletas no serviço emergencial do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, foram considerados os seguintes aspectos avaliados nos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados de SP, RJ, MG e DF: quantidade de militares empenhados; tempo de funcionamento, natureza e horário de atendimento; redução do tempo resposta; tipos de motos e acidentes envolvendo os motociclistas militares. A quantidade de militares escalados depende da disponibilidade de efetivo para execução do serviço. O tempo de funcionamento do atendimento com motos influenciou diretamente nas adaptações e no de balizamento das formas e natureza de atuação dos motociclistas. A verificação dos acidentes envolvendo motociclistas, nos mostra porque o atendimento com motos ainda não é muito aceito pelos Corpos de Bombeiros do país, porém existem formas de minimizar a vulnerabilidade e os efeitos destes acidentes. Foi identificada uma redução de aproximadamente 60% nos tempos de deslocamentos, quando se utiliza a motocicleta como mais um veículo operacional, levando o bombeiro a intervir mais cedo em situações que necessitam de um 73 atendimento urgente, influenciando na sobrevida das vítimas, nos salvamentos e no combate antecipado as chamas. A metodologia utilizada atendeu em parte os objetivos deste trabalho, a pesquisa bibliográfica trouxe informações necessárias para a compreensão do trabalho, inclusive na verificação dos efeitos do atendimento antecipado na sobrevida de vítimas e no combate a incêndios, porém o questionário gerou alguns hiatos. O uso do questionário trouxe limitações na análise de informações do estudo, foram encontradas dificuldades na obtenção dos dados com o questionário, algumas informações solicitadas chegaram superficiais e outras foram abordadas de forma diferente por cada Corpo de Bombeiro, dificultando as comparações, além disso, o CBPMESP não respondeu o questionário. Para os próximos estudos sobre o uso de motos, é importante incorporar à metodologia, um estudo que acompanhe “in loco” o deslocamento e o serviço prestado pelos bombeiros motociclistas, de forma a apresentar fielmente as vantagens e necessidades desse sistema de atendimento. Sugere-se a aferição do tempo de deslocamento realizado pelas viaturas operacionais em ocorrências que possuam a maior prioridade no tempo de atendimento, ou seja, nos deslocamentos em código 3, para que se possa trabalhar fielmente a influência da motocicleta no tempo de deslocamento. Recomenda-se também o estudo de motos com características específicas para certos tipos de ocorrências, como a moto de combate a incêndio, que atualmente é utilizada pelo CBMERJ. Sugere-se ainda que seja realizado um estudo que verifique em qual tipo de ocorrência deve ser empenhada a motocicleta, de forma que seu uso seja efetivo na redução de deslocamento. 74 REFERÊNCIAS ABE, A.; STELZER, P. Mobilidade Urbana Sustentável. Agenda Vitória, 2008. Disponível em:< http://www.vitoria.es.gov.br/arquivos/20110511_agendavix_mobilidad_resum.pdf>. Acesso em 06 out. 2013. ABRAM, Associação Brasileira de Motociclistas. Breve histórico da motocicleta. 2013. Disponível em: <http://abrambrasil.org.br/not_01.11_historia.html>. Acesso em: 14 jun. 2013. ARAÚJO, F. B. Manual de instrução técnico-profissional – Salvamento. [2012?] Disponível em:< http://www.ebah.com.br/content/ABAAAApw4AB/manualsalvamento-bombeiros-brasilia#comments>. Acesso em 26 Jul. 2013 AURÉLIO, Dicionário do. Significado de Sobrevida. Disponível http://www.dicionariodoaurelio.com/Sobrevida.html>. Acesso em: 26 Jul. 2013 em:< AYER, F.; PARREIRAS, M. Trânsito estrangula Centro de Belo Horizonte. 2013; Disponível em: <http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/05/28/interna_gerais,395668/transitoestrangula-centro-de-belo-horizonte.shtml>. Acesso em: 06 out. 2013. BADDINI, Cristina. 17 milhões de motociclistas. Perkons 2011. Disponível em < http://www.perkons.com.br/pt/noticia/1065/17-milhoes-de-motociclistas>. Acesso em: 23 abr. 2013. BASTOS, E. C. S. Motocicleta blindada belga FN M86 na polícia especial de São Paulo. UFJF, 2013. Disponível em: http://www.ecsbdefesa.com.br/arq/art1.htm. Acesso em: 10 ago. 2013. BATISTA, Andréia Geraldo. Quando os bombeiros não chegam: algumas contribuições da Psicologia do trabalho para o entendimento dos acidentes com veículos operacional de bombeiros na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2009. BIRCH, G.. Motorcycles at war. South Yorkshire: Pen & Sword Books, 2006. BONAT, Débora. Metodologia da Pesquisa. 3. ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. 132p. Disponível em: <books.google.com.br>. Acesso em: 22 ago. 2013. 75 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 04 Jun. 2013. BRASÍLIA, Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Manual de Atendimento Pré-Hospitalar. Distrito Federal, 2007. BRUNO. Paulo; OLDENBURG, Cyntia. Enfermagem em pronto-socorro. 9. Reimpr. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2010. 136 p. II. Inclui bibliografia. CESVI, Centro de Experimentação e Segurança Viária. CESVI aponta a baixa oferta de ABS eletrônico para motos, 2013. Disponível em:< http://www.cesvibrasil.com.br/site.aspx/noticias-institucional?codNoticia=84>. Acesso em 22 set 2013. CBMMG, Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Atendimento de emergência e urgência pelo Corpo de Bombeiros Militar. 2010. Disponível em:< http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/483-atendimentoemergencia-e-urgencia-pelo-corpo-de-bombeiros-militar.html>. Acesso em 07 jul. 2013. CBMES, Corpo de bombeiros Militar do Espírito Santo. 1ºBBM. Batalhões. Disponivel em: <http://www.cb.es.gov.br/conteudo/institucional/unidades/batalhoes/1bbm/default.asp x> . acesso em 06 jun. 2013. CHAPLEAU, Will. Manual de emergências: um guia para primeiros socorros [tradução Ana Cláudia Franco Owen... et al.]. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CIODES, Centro Integrado Operacional de Defesa Socia, Armazém de Dados, 2013. CIODES, Centro Integrado Operacional de Defesa Social, Relatório Estatístico – CIODES/CBMES: Dados estatísticos-2011, 2011. CIODES, Centro Integrado Operacional de Defesa Social, Relatório Estatístico – CIODES/CBMES: Dados estatísticos-2012, 2012. 76 CNM, Confederação Nacional dos Municípios. As mortes e as internações por acidentes de trânsito no Brasil de 2000 a 2010: o crescimento da frota de veículos e suas consequências, 2011. Disponível em: < http://www.cnm.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=16 08>. Acesso em: 19 abr. 2013. CNM, Confederação Nacional dos Municípios. Mapeamento das mortes por acidentes de trânsito no Brasil, 2009. Disponível em:< www.cnm.org.br/ >. Acesso em: 19 abr. 2013. CNT, Confederação Nacional de Transportes. Relatório: Pesquisa CNT de Rodovias, 2012. Disponível em: < http://pesquisarodovias.cnt.org.br/Relatorios/2012/RelatorioGeral2012_AltaResoluca o.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2013. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 1.671, de 09 jul. 2003. Diário Oficial, Brasília, 29 jul. 2003. Seção I, p. 75-78. COSTA, Carla; SILVA, Valdir. Revisão Histórica das Curvas Padronizadas de Incêndio. Laboratório de Mecânica Computacional – USP. São Paulo, 2006. Disponível em:< http://www.lmc.ep.usp.br/grupos/gsi/wp-content/nutau/costa.pdf>. Acesso em: 14 mai. 2013. COSTA, Carla; SILVA, Valdir. Dimensionamento de estruturas de concreto armado em situação de incêndio. Métodos tabulares apresentados em normas internacionais. Laboratório de Mecânica Computacional – USP. São Paulo, 2008. Disponível em:<http://www.lmc.ep.usp.br/people/valdir/wpcontent/artigos/Metodo_tabular.pdf>. Acesso em: 14 mai. 2013. COSTA, E.R.; GOUVEIA, L.C.P.L.; FRANCO, C.S.S.P.A.; OLIVEIRA, I. Comunicabilidade no atendimento pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros Militar do estado de Goiás, na cidade de Goiânia. Faculdade Unida de CampinasUnicamps, Goiânia, 2011. CRISTIANO, Jorge. O grave problema do trânsito nas grandes capitais brasileiras. Psicosaber. 2010. Disponível em: <http://psicosaber.wordpress.com/2010/03/29/o-grave-problema-do-transito-nasgrandes-capitais-brasileira/>. Acesso em: 23 abr. 2013. DENATRAN, Departamento Nacional de Trânsito. Estatística: Frota. 2013, disponível em:< http://www.denatran.gov.br/frota.htm>. Acesso em: 25 abr. 2013. 77 DETRANES, Departamento de Trânsito do Espirito Santo. Estatística: Frota. Disponível em:< http://www.detran.es.gov.br/ >. Acesso em: 03 abr. 2013a. DETRANES, Departamento de Trânsito do Espirito Santo. Relatório Anual de Estatísticas de Trânsito – 2009. Região da Grande Vitória, 2009. Disponível em: < http://www.detran.es.gov.br/download/grande_vitoria_2009.pdf >. Acesso em 01 abr. 2013b. DETRANES, Departamento Estadual de Trânsito/Espírito Santo. Informações gerais e indicadores de trânsito, 2011. Disponível em:< http://www.detran.es.gov.br/download/indicadores___evolucao_2005_a_2010_2502_ 4ef9c2832e70d.pdf > DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura de transporte. Estatísticas de acidentes. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoesrodoviarias/estatisticas-de-acidentes>. Acesso em: 23 abr. 2013. DNIT, Departamento Nacional De Infraestrutura De Transporte: Manual para implementação de planos de ação de emergência para atendimento a sinistros envolvendo o transporte rodoviário de produtos perigosos. Brasília, 2005. EID, Carlos. Tempo-resposta no APH. APH. Disponível <http://www.aph.com.br/tempo-resposta>. Acesso em: 12 abr. 2013. em: EMERGÊNCIA. Agilidade no atendimento. Rio Grande do Sul. Nº39. pg. 22-30. Jun. 2012. ESPÍRITO SANTO, Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo. Planejamento estratégico-CBMES 2006-2010. Vitória. Espírito Santo, 2005. ESPÍRITO SANTO, Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo. Planejamento estratégico-CBMES 2011-2014. Vitória. Espírito Santo, 2010. ESPIRITO SANTO. Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo. Estudo sobre a reestruturação do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo em decorrência da aplicação do plano de expansão. Vitória, ES, 2008. EPÍRITO SANTO. Lei Complementar n. 318, de 18 de janeiro de 2005. Reestrutura a Região Metropolitana da Grande Vitória - RMGV, ES, 18 jan. 2005. Disponível em: < 78 http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_attachments&task=download&i d=180>.Acesso em: 04 set. 2013. ESPÍRITO SANTO. Constituição (1989). Constituição do Estado do Espírito Santo: promulgada em 5 de outubro de 1989. Disponível em:< http://www.al.es.gov.br/appdata/anexos_internet/downloads/c_est.pdf>. Acesso em: 04 Jun. 2013. ESPÍRITO SANTO. Governo do Estado do Espírito Santo. A Grande vitória. Mobilidade Urbana, 2013a, disponível em:<http://mobilidadeurbana.es.gov.br/agrande-vitoria>. Acesso em: 10 abr. 2013. ESPÍRITO SANTO, Segurança Pública, pelo Centro Integrado Operacional de Defesa Social (CIODES). Disponível em:< http://www.es.gov.br/Cidadao/paginas/ciodes.aspx>. Acesso em 04 set. 2013b. FLASHBACKERS. História da motocicleta, 2009. Disponível em: <http://www.flashbackers.com.br/v2/index.php?option=com_content&view=article&id =77:mo>. Acesso em: 15 jun. 2013. FOWLER, Martim. Padrões de Arquitetura de Aplicações Corporativas. 1.ed. Rio Grande do Sul: Bookman Companhia Editora, p. 29, 2003. Disponível em: <books.google.com.br>. Acesso em: 13 abr. 2013. FUNBIKE, Moto é Alternativa para Trânsito Caótico, 2013. Disponível em: <http://www.funbike.com.br/noticias.php?id=90>. Acesso em: 07 out 2013. GADAMER, F. A. A contramão, a hermenêutica, a década e o momento supremo da medicina de tráfego. Rev ABRAMET, 2012, p.1 GAZETAONLINE, Colisão e carros com defeito complicam trânsito na Terceira Ponte. 2012. Disponível em: <http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2012/02/a_gazeta/minuto_a_minuto/11067 35-batida-e-carros-com-defeito-na-volta-para-casa-pela-terceira-ponte.html> acesso em 09 out 13. GLOBO, G1. Velocidade Média de Veículos Cai nos Horários de Pico em 2012 em SP, 2013. Disponível em:< http://m.g1.globo.com/saopaulo/noticia/2013/08/velocidade-media-de-veiculos-cai-nos-horarios-de-pico-em2012-em-sp.html>. Acesso em 06 out. 2013. 79 GRIGULO, André Luiz. Utilização de Motocicletas no atendimento às emergências do Corpo de Bombeiros Militar no município de São José-SC. (Monografia)-Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Emergências da Universidade do Vale do Itajaí. Santa Catarina, 2008. HONDA. Participação em duas rodas só cresce, 2013. Disponível em: < http://novorumohonda.com.br/?p=152>. Acesso em: 14 jun. 2013. HOTPOT, Michaux-Perreaux, 2010. Disponível <http://www.hotpotbrooklyn.com/?p=5> acesso em: 10 jun. de 2013. em: INEM, Instituto Nacional de Emergências Médicas. Motociclos de Emergência Médica. Disponível em: < http://www.inem.pt> acesso em 13 mar. 2013. ISRAELRESCUE, Friends of United Hatzalah. Ambulance unit. Disponível em:<http://israelrescue.org/> acesso em 18 set. 2013. JORGE, M.H.P.M. Mortes de motociclistas ultrapassam as de pedestres no Brasil. Rev ABRAMET, 2012, p.32. JUNG, C.F. Metodologia Científica: ênfase em pesquisa tecnológica. 3. ed. rev. e ampl. [S. l.:s. n.], 2003. Disponível em: <http://www.jung.pro.br>. Acesso em: 22 ago. 2014 JUNIOR, Archimedes A. A. Raia. A acidentalidade no trânsito e o efeito da motocileta. Perkons 2012. Disponível em < http://www.perkons.com.br/pt/noticia/1133/a-acidentalidade-no-transito-e-o-efeito-damotocicleta>. Acesso em: 23 abr. de 2013. JUNIOR, W. B. Otimização e Melhorias para o Trabalho das Motocicletas Operacionais do Corpo de Bombeiros. Pós Graduação – CAO. CBPMESP, 2007. LOBO, A.; HIJJAR, M. F. Cenário da Infraestrutura rodoviária no Brasil. ILOS, 2011. Disponível em: http://www.ilos.com.br/web/index.php?option=com_content&task=view&id=1807&Ite mid=74. Acesso em: 20 ago. 2013. MANHÃES, Eduardo Lauria, Major BM. Centro de Operações de Bombeiros Militar. Viabilidade do emprego operacional da moto resgate, considerando a possível 80 instalação de novas frações na RMBH, em conformidade com o Plano de descentralização de BH. Presidente da Comissão Nº 35/2011. Belo Horizonte, 2011. MERCEDES BENZ. Gottlieb Daimler, s.d. disponível em: <http://www1.mercedesbenz.com.br/historia/biografia/gottlieb/cenbiografiagottlieb.htm>. Acesso em: 20 jun. 2013. MINAS GERAIS, CINDS, Centro Integrado de Informações de Defesa Social. Armazém de dados, 2013. MINAS GERAIS. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Procedimento Padrão do Serviço Operacional. Instrução Técnico Operacional. Nº 01 – ITO 01. Belo Horizonte: Quartel do Comando Geral, 2002. MINAS GERAIS. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Manual de Emprego Operacional de Combate a Incêndio. Belo Horizonte: Quartel do Comando Geral, 2002b. MINAS GERAIS. Corpo de bombeiros Militar de Minas Gerais. Procedimentos para o emprego de motocicletas no serviço operacional. Instrução Técnico Operacional. Nº 20 – ITO-20. Belo Horizonte: Quartel do Comando Geral, 2008. MINAS GERAIS. Corpo de bombeiros Militar de Minas Gerais. Protocolo de Teleatendimento e Despacho em Emergências Médicas. Instrução Técnico Operacional. Nº 22 – ITO-22. . Belo Horizonte: Quartel do Comando Geral, 2012. MIOTTO, R. Moto da 2ª Guerra é destaque em festival no Rio de Janeiro. Auto Esporte, 2012. Disponível em: http://g1.globo.com/carros/noticia/2012/09/moto-da-2guerra-e-destaque-em-festival-no-rio-de-janeiro.html. Acesso em: 20 jun. 2013. MIR, L. Guerra Civil: Estado e Trauma. 1.ed. São Paulo: Geração editorial, 2004. Disponível em: < books.google.com.br>. Acesso em: 12 abr. 2013. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Mapa da Violência 2011: Acidentes de Trânsito. Os Jovens do Brasil. Abril de 2011. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa mínimo para implantação das motolâncias na rede SAMU 192. 2009. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/programaminimomotos_2009_02_07.p df>. Acesso em: 08 abr. 2013. 81 MONTAGNER, C. A. Elaboração e análise de projetos. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2012. 220p. NFPA 1710. National Fire Protection Association. Standard for the Organization and Deplyment of Fire Suppression Operations, Emergency Medical Operations, and Special Operations to the Public by Career Fire Departments. Quincy, MA. 2001. NHS. Motorcycle responder, Disponível em: < http://www.londonambulance.nhs.uk/calling_999/who_will_treat_you/single_responde r/motorcycle_responder.aspx>. Acesso em: 14 jun. 2013. OLIVEIRA, D. H. A. de. Análise dos Resultados da Implantação do Sistema Moto Resgate no 3º Batalhão de Bombeiros Militar até O 2º Semestre DE 2010: Referencial para Possíveis Investimentos, Adequações ou Mudanças no seu Funcionamento. Monografia (Curso de Formação de Oficiais) CBMMG, 2011. OLIVEIRA, M. de. Livro Texto do Projeto Gerenciamento de Desastres - Sistema de Comando em Operações / Marcos de Oliveira. – Florianópolis: Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, 2010. PERKONS. O desastre, a insanidade, o problema gravíssimo das motos no Brasil. Disponível em < http://www.perkons.com.br/pt/noticia/176/o-desastre--ainsanidade--o-problema-gravissimo-das-motos-no-brasil >. Acesso em: 23 abr. 2013. PESCE, L.; IGNÁCIO, S. Análise de Dados. Metodologia de pesquisa – PUC/SP. 2009. Disponível em:< http://www.slideshare.net/lucilapesce/anlise-de-dados>. Acesso em: 13 out. 2013. PHTLS. Comitê do Prehospital Trauma Life Suport (PHTLS) da National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) em colaboração com o Colégio Americano de Cirurgiões. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado. Tradutor: Renato Sergio Poggetti… et al. 5.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. PUPO, R. Soichiro Honda – “A História de um Sonho”. Disponível em:< http://www.motosclassicas70.com.br/soichiro_honda.htm>. Acesso em 01 out. 2013. REIS, l. G. Produção de monografia: da teoria à prática. 2. ed. Brasília: Senac-DF, 2008. 152p. 82 RESENDE, P. T. V. de; SOUSA , P. R. de. Mobilidade Urbana nas Grandes Cidades Brasileiras: Um Estudo Sobre os Impactos do Congestionamento. 2009. RIBEIRO, Aparecida. Caracterização do Perfil das Vítimas de Acidentes de Trânsito com Motocicleta na Área de Abrangência do PSF Boa esperança, no Município de Alfenas/MG. Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, UFMG, 2010. RIO DE JANEIRO, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro. Atendimento Pré-Hospitalar. Centro de Educação Profissional em Atendimento pré-hospitalar. Rio de Janeiro, 2008. MINISTÉRIO DA SÚDE, sistema de informações sobre mortalidade SIM, disponível em: <http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/ext10uf.def>. Acesso em: 19 abr. 2013. ROCHA, C. A necessidade de incentivo para os bombeiros voluntários. Câmara dos Deputados, 2009. Disponível em: <http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/3883/necessidade_bombeiro s_rocha.pdf?sequence=5> Acesso em: 16 abr. 2013. SAMAHÁ, Fabrício. Sonhos realizados com trabalho árduo, 2009. Disponível em: <http://bestcars.uol.com.br/hm/307-soichiro-honda-1.htm>. Acesso em 24 jun. 2009. SAMU, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Protocolo Operacional Padrão – Atendimento. Franca, SP, 2012. 16p. SANTOS, Joaquim D. A. Procedimento para definir trechos em via pública para estacionamento de motocicletas em centros urbanos 2009, Dissertação (Mestrado em ciências em engenharia de transportes) - Universidade Federal do Rio De Janeiro. Rio de Janeiro, 2009. SANTOS et al, A contramão, a hermenêutica, a década e o momento supremo da medicina de tráfego. Rev ABRAMET, 2012, p.49. SÃO PAULO, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Moto operacional de bombeiros. DIRETRIZ Nº 001/211/05. São Paulo, 2005. SÃO PAULO, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Comunicações Operacionais. Manual Técnico de Bombeiros, nº13. São Paulo: CBPMESP, 2006a. 76p. Manual. 83 SÃO PAULO, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Condução de Viaturas de Bombeiros em Emergência. Manual Técnico de Bombeiros, nº15. São Paulo: CBPMESP, 2006b. 38p. Manual. SÃO PAULO, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Estratégia e Tática de Combate a Incêndio. Manual Técnico de Bombeiros, nº32. São Paulo: CBPMESP, 2006c. 154p. Manual. SÃO PAULO, Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Manual de fundamentos do Corpo de Bombeiros. São Paulo: CBPMESP, 2006d. 534p. Manual. SEITO, Alexandre Itiu et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. 1. ed. São Paulo: Projeto, 2008. SILVA, E. L. da. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3. ed. Florianópolis: Laboratório de ensino a distância da UFSC, 2001. 121p. Disponível em: <books.google.com.br>. Acesso em: 22 ago. 2013. SILVA, P.M.S. Análise do serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Belo Horizonte via simulação e otimização. 2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Belo Horizonte, 2010. SILVEIRA. A. J. P. da. O Emprego da Motocicleta no Combate a Incêndio Urbano no Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. (Pós Graduação) Especialização em Normalização de Segurança Contra Sinistro e Pânico. CBMMG, 2010. SPAGNOLO, V. F. de O. A Segurança no Deslocamento das Motocicletas de Resgate do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. (Pós Graduação) CAO. CBMDF, 2011 SUS, Sistema Único de Saúde. Violência: Trânsito é responsável por mais de 40 mil mortes no Brasil. Portal Saúde, 2011. Disponível em:< http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/2933/162/transito-mata-mais-de40-mil-brasileiros.html>. Acesso em: 13 de abr. 2013. TRIBUNA, Rede. Caos no Trânsito da Grande Vitória, 2013. Disponível em: < http://www.redetribuna.com.br/televisao/tribunanoticias/noticias/2959/caos-notransito-da-grande-vitoria >. Acesso em: 10 set. 2013. 84 VERDE, M. J. de C. Atendimento de vítimas de acidente. Informativo Primeiros Passos, São Paulo, n. 34, p.6, set. 2010. VIEIRA, Darli. Projeto de Centros de Distribuição: fundamentos, metodologia e prática para a moderna cadeia de suprimentos. 1. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. Disponível em: <books.google.com.br>. Acesso em: 12 abr. 2013. ZERBINI, Talita et al. O impacto do atendimento às vítimas de acidentes de motocicleta na rotina do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Saúde, Ética & Justiça. São Paulo, n. 14, p. 26-31. Abr. 2010. 85 APÊNDICE A Questionário Enviado aos Corpos de Bombeiros dos Estados de SP, RJ, MG e DF. TEMA: “REDUÇÃO DO TEMPO RESPOSTA: A UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA NO SERVIÇO EMERGENCIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESPÍRITO SANTO”. ALUNO: Márcio da Costa Cavachini, CAD BM CFO 3A. Resumo: Com o aumento da demanda por serviços públicos, devido ao acelerado crescimento das cidades, o Corpo de Bombeiro torna-se cada vez mais requisitado em sua modalidade de atendimento, sendo necessário criar um maior numero de unidades, ou suprir esta demanda inicial com um meio de transporte capaz de iniciar o atendimento em um menor tempo. É neste cenário que o estudo sobre a moto operacional ganha espaço. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo analisar o emprego de motocicletas no serviço emergencial do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo como forma de melhorar o tempo de deslocamento da primeira resposta a sinistros na região da Grande Vitória. 1) Quanto a estrutura do serviço emergencial com utilização de motocicleta: a) Quantas motos a instituição possui para o serviço emergencial? b) Quantos quarteis utilizam a motocicleta no serviço emergencial? c) Quantos militares são empregados na utilização da motocicleta? d) Há quanto tempo o serviço emergencial com motocicletas é utilizado na corporação? 2) Quanto ao atendimento do serviço emergencial com utilização de motocicleta: a) Quais ocorrências podem ser atendidas pela equipe de moto? b) Qual o horário de atendimento com motocicleta? c) Qual foi o numero de ocorrências atendidas pelas motos no último ano? 86 3) Quanto ao tempo resposta realizado no serviço emergencial: a) Qual o tempo resposta médio da corporação na capital? b) Nos locais onde existe o serviço com motocicleta o tempo resposta é inferior ao tempo médio? c) Qual o tempo médio de resposta com utilização da motocicleta? 4) Quanto a motocicleta utilizada: a) Quais os modelos de motocicletas utilizadas? b) Possui motocicletas especificas para cada tipo de ocorrência? c) Quais equipamentos a motocicleta transporta? 5) Quanto aos riscos da atividade com moto: a) Qual o número de acidentes envolvendo os motociclistas durante os deslocamentos? b) Quais os EPIs utilizados atualmente? c) Existem orientações especificas quanto ao deslocamento e sinalização de cenário para as equipes de moto? 87 APÊNDICE B Entrevista Realizada com o Responsável pelo Grupo de Motos do 3ºBBM do CBMMG. TEMA: “REDUÇÃO DO TEMPO RESPOSTA: A UTILIZAÇÃO DA MOTOCICLETA NO SERVIÇO EMERGENCIAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESPÍRITO SANTO”. ALUNO: Márcio da Costa Cavachini, CAD BM CFO 3A. Resumo: Com o aumento da demanda por serviços públicos, devido ao acelerado crescimento das cidades, o Corpo de Bombeiro torna-se cada vez mais requisitado em sua modalidade de atendimento, sendo necessário criar um maior numero de unidades, ou suprir esta demanda inicial com um meio de transporte capaz de iniciar o atendimento em um menor tempo. É neste cenário que o estudo sobre a moto operacional ganha espaço. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo analisar o emprego de motocicletas no serviço emergencial do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo como forma de melhorar o tempo de deslocamento da primeira resposta a sinistros na região da Grande Vitória. 1) Quais as prioridades de ocorrências para atendimento do moto resgate? 2) Qual a demanda diária de atendimento com motos? 3) Porque não houve continuidade no uso de moto nos outros batalhões 4) O que foi feito para continuar com a moto no 3º BBM? 5) Lugares que funcionam a moto no CBMMG?