Outubro 2014 – no 2241 D.Villela FÉ E COMPORTAMENTO

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Outubro 2014 – no 2241 D.Villela FÉ E COMPORTAMENTO
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Outubro 2014 – no 2241
FÉ E COMPORTAMENTO
D.Villela
xcetuando-se, compreensivelmente, o caso das comunidades primitivas, com suas crenças supersticiosas e rituais, por vezes cruéis, as diretrizes
religiosas para o comportamento são universais, pois todas as religiões preconizam
aos seus seguidores a prática do bem, entendido como o respeito e a proteção ao
interesse alheio, individual ou coletivo. A
conhecida regra “fazer aos outros o que
queremos que eles nos façam”, com pequenas variantes de redação, é encontrada
em todas as escolas de fé.
Analisando o fenômeno religioso em
diversas civilizações, estudiosos da vida
social conseguiram identificar, acerca
dele, um determinado padrão, uma trajetória semelhante, que se repetia, embora
as diferenças de época e de condições
culturais, e que era a seguinte: observa-se
inicialmente o aparecimento de um profeta e um grupo reduzido de seguidores
(na visão espírita um missionário-chefe e
uma equipe de apoio), caracterizados pela
aceitação sincera e pela vivência das novas ideias, não raro em condições difíceis
e até sacrificiais. Depois dessa etapa de
chegada e implantação, vem um período
de crescimento, durante o qual se define
uma estrutura, com instituições e agentes
que se apresentam formalmente como representantes da nova mensagem, com a
missão de divulgá-la, preservando também sua autenticidade. A partir daí, e já
aí, nota-se então o progressivo enfraquecimento das propostas iniciais, passando
a vivência religiosa a ser identificada com
a realização de rituais e outras práticas
exteriores e não mais com o respeito às
diretrizes comportamentais tão valorizadas pelos primeiros seguidores. Ocorre
uma troca de qualidade por quantidade,
enfraquecendo-se a primeira, continua-
E
mente, até ao ponto em que muitos que se
declaram adeptos de determinada doutrina
a desconhecerem quase que por completo,
guardando dela tão somente algumas poucas noções, relativas, comumente, à parte
exterior, acima referida. Ao longo desse
percurso igualmente se verifica a adoção
de complexa conceituação humana, que
obscurece a simplicidade inicial.
Codificada há pouco mais de 150
anos, a Doutrina Espírita já conta com um
movimento estruturado, com instituições
que o representam e com grupos (os nossos Centros ou Casas Espíritas) que a elas
se ligam, preservando, contudo, sua autonomia e cujo número não para de crescer.
Suas características originais, no entanto,
acham-se preservadas graças à mediunidade bem conduzida, pela qual dedicados
orientadores espirituais nos esclarecem
ou alertam, bem como devido à forma de
trabalho adotada, que é não hierarquizado e não profissional. Devido a isso, os
dois grandes mandamentos citados por
Jesus – o amor a Deus e ao Próximo –,
que resumem todos os demais, são permanentemente lembrados em nossos estudos, com a recomendação de que sejam
aplicados no trabalho assistencial, mas,
sobretudo, na convivência comum, em
nosso dia a dia, sem esquecermos que o
desenvolvimento da inteligência, que nos
faculta uma compreensão mais profunda
dos mandamentos divinos, nos leva agora
a incluir nesse amor a Natureza, em todas
as suas manifestações.
◊
“O Evangelho segundo o Espiritismo” (capítulo 18, item 16).
♦
“Conserva do passado o que for bom
e justo, belo e nobre, mas não guardes do
pretérito os detritos e as sombras, ainda
mesmo quando mascarados de encantador
revestimento.”
“Fonte Viva”
Emmanuel
CONTRA O ABORTO,
O AMOR
Em setembro do
ano passado, uma
notícia correu o
mundo, sensibilizando a todos.
O papa Francisco
havia ligado para
uma mulher que pensava em abortar e
conseguiu dissuadi-la da ideia. Tudo aconteceu depois que a italiana Anna Romano,
de 35 anos, escreveu para o pontífice uma
carta, em tom de desabafo, na qual falava
da gravidez inesperada, fruto de um relacionamento com um homem casado, e da
intenção certa de provocar o aborto. Ao
saber que ela havia engravidado, o amante
a abandonou, mandando que desse fim à
gravidez, o que passou a ser visto por ela
também como o único caminho. Isso até
receber a ligação do papa.
“Fiquei estupefata ao telefone. Eu o
ouvi falar. Tinha lido a minha carta. Assegurou-me que o bebê é um dom de Deus,
um sinal da providência. Disse-me que
nunca estaria sozinha” – contou Anna ao
jornal italiano “Il Messagero”.
Depois de alguns instantes de conversa, Anna desistiu do aborto, se sentindo
mais confortada e segura, sobretudo por
que o papa, além de se oferecer para batizar o neném, disse que gostaria de ser
também o padrinho.
Por que estamos lembrando desse
episódio? Porque também no mês de setembro, mas deste ano, a imprensa brasileira noticiou a morte de uma mulher, que,
assim como Anna, estava na faixa dos 30
anos, igualmente grávida e pensando em
abortar. Mas, infelizmente, a brasileira
não teve a mesma sorte, ou, quem sabe, o
mesmo amparo, e praticou o aborto, morrendo durante o procedimento, deixando
o marido e três filhos. Poucos dias antes,
uma outra jovem, de 27 anos, também no
2
Estado do Rio de Janeiro, perdeu a vida
sob as mesmas circunstâncias. Tinha dois
filhos.
Frequentemente, vemos muitas críticas às mulheres que pensam em aborto e
contra as que, num momento de desatino,
movidas pelo desespero, praticaram esse
ato, não raramente impulsionadas por um
companheiro imaturo ou mesmo cruel sobre o qual, curiosamente, quase nada se
fala. No entanto, nem sempre refletimos
sobre qual outro caminho poderiam ter tomado essas nossas irmãs se, no momento
da aflição, ao invés de abandono e indiferença, tivessem encontrado – ainda que
através de um simples telefonema, como
aconteceu com a italiana Anna – uma palavra de esperança, de amizade, de carinho, ou até a oferta de socorro também
material; enfim, de gestos que as fizessem
sentir que não estavam sozinhas e, assim,
não haver desespero no que só deveria
existir alegria.
Pensemos nisso, e que trabalhemos
por fortalecer nossas ações na sociedade
e, sobretudo, dentro do meio espírita para
socorro à gravidez não planejada, para
que, amanhã, não venhamos a perceber,
constrangidos, que o infortúnio de tantas
mulheres – que poderia ser evitado com
um mínimo de amor – tornou-se maior
também por nossa omissão, que não soubemos desempenhar, como devíamos,
nosso papel de irmãos que somos, porque
filhos de um mesmo Pai.
♦
“Evite os assuntos desconcertantes
para o ouvinte. Todos temos zonas nevrálgicas no destino, sobre as quais precisamos fazer silêncio.”
“Agenda Cristã”
André Luiz
Boletim Mensal Virtual
editado pela
Federação Espírita Brasileira
Diretor:
Danilo Carvalho Villela
Editores:
Jorge Pedreira de Cerqueira
Eloy Carvalho Villela
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INTERNACIONAIS
ESTADOS UNIDOS
O suicídio será
o tema de oficina promovida no
próximo 22 de novembro, sábado,
em Nova York,
pelo “Long Island
Spiritist Doctrine”.
Addison Cornwell
falará sobre “Os
desafios da reencarnação no que
diz respeito ao
suicídio”; Adriano
Barbo, sobre “Os desafios da dependência
química na família”; Jussara Korngold,
“A imortalidade da alma”; Julio Carvalho,
“Como a doença mental pode causar suicídio voluntário e involuntário”; e Kirsten
DeMelo, “Autoestima”.
O evento acontecerá das 11h às 18h no
Hotel La Quinta Inn (10 Aero Rd, Bohemia, NY 11716), sendo todo em inglês. A
inscrição custa 20 dólares e inclui almoço e janta. Informações e inscrições, pelo
telefone (631) 578-9505, e-mail contact@
lispiritistdoctrine.net ou na página www.
lispiritistdoctrine.net.
FRANÇA
Cidade que há
210 anos viu nascer Allan Kardec,
o Codificador do
Espiritismo, Lyon
abrigará nos dias 28
e 29 de novembro o
1o Festival de Filme
Espírita. Quem organiza é a Associação do Caminho, da
localidade francesa
de Grézieu-la-Varenne.
“Este evento permitirá igualmente que
nos reencontremos em um ambiente cordial e fraterno, para uma troca enriquecedora sobre os temas sugeridos pelos filmes
apresentados” – lembra Richard Buono,
presidente do Conselho Espírita Francês,
que apoia o evento.
A abertura, no dia 28, será às 20h,
com projeção do filme “Chico Xavier”, às
20h30min, seguindo-se, às 22h, debate sobre o longa. O evento tem prosseguimento no dia 29, às 14h, com apresentação ao
público, às 14h30min, das atividades espíritas realizadas na França e no restante
do mundo. Às 15h50min, haverá projeção
do filme “Nosso Lar”, seguida de debate,
às 17h, com encerramento previsto para
as 18h. Local: “Hotel Best Western” (23
Cours Charlemagne – 69002 Lyon, França).
Além de Richard Buono, participarão
do “1er Festival du Film Spirite” Gilles
Fernandes, presidente do Centro Allan
Kardec de Bron e diretor das “Editions
Philman”; Charles Kempf, primeiro secretário do Conselho Espírita Internacional (CEI); Catherine Perinnet, vice-presidente do “Centre Allan Kardec de Bron”;
Cyrille Romero, presidente da Associação
do Caminho; Gérard Tremerel, secretário
do Conselho Espírita Francês e presidente
do Centro de Estudos Espíritas Denicé.
Mais informações, em www.weezevent.com/festivaldufilmspirite. O vídeo de apresentação do festival está em
www.youtube.com/watch?v=JzErod7-bWw#t=16.
HOLANDA
“Evidências científicas da vida após
a morte”, “Como
lidar com mediunidade e obsessão em
crianças”, “Compulsões, dependência e
atuação espiritual – Bases da recuperação
da dependência química” e “A vida da
alma após esta vida” serão alguns dos temas do 5o Congresso Holandês de Medicina e Espiritualidade, que acontecerá em 1o
de novembro, das 9h às 18h, na cidade de
Rijswijk. Entre os expositores estarão os
médicos Jorge Cecilio Daher Jr., Miriam
Sommer, Marcia Colasante, Maria Heloisa Bernardo, Carlos Roberto de Souza e
Marlene Nobre, que preside a Associação
Médico-Espírita do Brasil e Internacional,
entidades que promovem o evento em parceria com o Conselho Espírita Holandês.
O congresso ocorrerá no “Florence House
Zorgcentrum” (Geral Spoorlaan 62 – 2285
CH Rijswijk – Holanda). Os estudos serão
em português, com tradução simultânea
para o holandês. Informações: www.geneeskundeenspiritualiteit.nl.
IRLANDA
A Sociedade Espiritismo da Irlanda promoverá
no sábado 8 de
novembro seminário com o tema
central “Transição
planetária e a nova
geração”. O estudo acontecerá das
14h às 18h, sendo
conduzido pelos expositores brasileiros
Humberto e Cláudia Werdine, que falarão,
respectivamente, sobre “Transição planetária” e “A visão espírita na educação da
nova geração”. O evento terá tradução simultânea do português para o inglês. Local: The Lantern Centre – 15 Synge Street, Dublin 8 – Irlanda. Detalhes, em www.
spiritismireland.com.
3
NOTAS DA GRANDE IMPRENSA
DIVÓRCIO E ARREPENDIMENTO
Mais da metade
das pessoas se
arrepende do divórcio, concluiu
pesquisa feita no
Reino Unido com duas mil pessoas. Para
54% dos entrevistados, o divórcio não foi
a escolha certa. Para alguns, o arrependimento foi tão grande que 42% deles consideraram dar uma nova chance ao relacionamento. Desses, 21% voltaram para o
cônjuge.
Para a psicóloga e terapeuta de casais
Daniela Ervolino, situações como estas
são comuns também no Brasil. “Muitos
casais se separam por impulso. Cada vez
mais as pessoas querem resolver tudo
instantaneamente e têm menos paciência
para se dedicar ao relacionamento” – diz
Daniela, para quem o arrependimento pelo
divórcio se deve, geralmente, à falta de
flexibilidade e de abertura para o diálogo
enquanto a relação existia, dois erros que
levam à separação precipitada. “As pessoas não conversam sobre os problemas
por medo de iniciar uma discussão, por
preguiça e por achar que o outro já deveria
saber determinada coisa. Falar e ouvir é
fundamental” – conclui.
As dez principais razões para o arrependimento, segundo o estudo, são: 1o –
Sentir falta do ex; 2o – Sentir-se um fracasso; 3o – Ainda estar apaixonado pelo
ex; 4o – Perceber que o casal não foi razoável na decisão; 5o – Sentir-se solitário;
6o – Descobrir que “a grama do vizinho
nem sempre é mais verde”; 7o – Ver o ex
com um novo parceiro; 8o – Perceber que
os dois são melhores juntos do que separados; 9o – Ter prejuízo no relacionamento
com os filhos; e 10o – Ver que a vida dos
filhos foi alterada.
As informações são da reportagem
“Mais da metade das pessoas se arrepende
de divórcio”, da jornalista Camila Muniz,
divulgada em 22 de agosto pelo jornal
“Extra”, do Rio de Janeiro.
*
No livro “Luz no Lar” (ed. FEB),
psicografado por Chico Xavier, o Espírito Emmanuel, no capítulo 21, ao tratar da
questão do divórcio, ressalta que toda perturbação no lar, frustrando-lhe a viagem
no tempo, tem causa específica.
“Qual acontece ao comboio, quando
estaca indebitamente ou descarrila, é imperioso angariar a proteção devida para
que o carro doméstico prossiga adiante.
No transporte caseiro, aparentemente ancorado na estação do cotidiano (e dizemos
aparentemente, porque a máquina familiar está em movimento e transformação
incessantes), quase todos os acidentes se
verificam pela evidência de falhas diminutas que, em se repetindo indefinidamente,
estabelecem, por fim, o desastre espetacular” – ressalta o benfeitor, observando
que essas falhas, no entanto, nascem do
comportamento dos mais interessados na
sustentação do veículo ou, mais propriamente, do marido e da mulher, chamados
pela ação da vida a regenerar o passado ou
a construir o futuro pelas possibilidades da
reencarnação no presente, faltas essas que
se manifestam de pequeno desequilíbrio a
pequeno desequilíbrio, até que se desencadeie o desequilíbrio maior.
“Equilíbrio e respeito mútuo são as
bases do trabalho de quantos se propõem
garantir a felicidade conjugal, de vez que,
repitamos, o lar é semelhante a comboio
em que filhos, parentes, tutores e afeiçoados são passageiros. [...] Não ignoramos que o trem caseiro corre nos trilhos
da existência terrestre, com autorização e
administração das leis orgânicas da Providência Divina e, sendo assim, o divórcio,
expressando desistência ou abandono de
compromisso, é decisão lastimável, conquanto às vezes necessária, com raízes na
responsabilidade do esposo ou da esposa
que, a rigor, no caso, exercem as funções
de chefe e maquinista” – conclui Emmanuel.
LIVRO É NOTÍCIA
PALAVRAS SUBLIMES
A partir dos anos de
1930, a revista “Reformador”, da Federação Espírita Brasileira (FEB), a mais
antiga publicação
espírita ainda em
circulação no Brasil, passou a estampar em suas páginas
textos assinados por
Espíritos que, quando encarnados, haviam se destacado nos campos da cultura,
da arte e da ação social, como Augusto dos
Anjos, Antero de Quental, Eça de Queirós,
Nilo Peçanha, Cruz e Souza e Humberto
de Campos. Todo o material era produzido através do lápis de um jovem médium
mineiro, de nome Francisco Cândido Xavier, também conhecido como Chico Xavier, que começava a chamar a atenção da
sociedade por seus escritos atribuídos a
personalidades ilustres já falecidas, mensagens que, intrigantemente, conservavam
as mesmas características dos autores em
vida, tais como criatividade e estilo, tornando difícil, até aos mais céticos, negar
a autenticidade do fenômeno e a verdade
que revelava: a sobrevivência do Espírito
à morte. Entre esses que voltavam para dar
as boas-novas estava também um Espírito
que se apresentava como mentor do médium e que assinava Emmanuel.
Num esmerado trabalho de pesquisa
e resgate da memória espírita, o jornalista e pesquisador João Marcos Weguelin,
do Rio de Janeiro, conseguiu reunir num
livro essa produção mediúnica de Chico
Xavier publicada na centenária revista da
FEB entre os anos de 1933 e 1950. O resultado foi o recém-lançado “Palavras Sublimes”, que sai com o selo da Vinha de
Luz Editora.
“As pesquisas para localizar todo o
material deste livro se estenderam por longo período e foram realizadas na Biblioteca Nacional, na Casa de Chico Xavier,
em Pedro Leopoldo, e na internet” – conta
Weguelin, que, inicialmente, folheou cada
uma das páginas do “Reformador” naquele período para localizar as mensagens e,
posteriormente, deu início a uma outra
etapa, ainda mais trabalhosa, a de verificar
se cada mensagem encontrada havia sido
publicada nas mais de 400 obras produzidas por Chico em vida.
Uma das mensagens, assinada por
Bittencourt Sampaio (1834-1895), que,
em 1876, fundou a Sociedade de Estudos
Espíritas Deus, Cristo e Caridade, trata de
um tema bastante atual, a transição planetária, embora a publicação do texto nas
páginas de “Reformador” date de 16 de
março de 1934.
“Jesus presidiu e presidirá a todas as
transformações do planeta e o que se faz
mister é que vos identifiqueis com ele.
Para esse trabalho superior e dignificante,
tendes o Evangelho, sinopse de todos os
compêndios do aperfeiçoamento espiritual. Orai e vigiai, mas, sobretudo, amai
muito. Aguardai sem desânimo e sem impaciência a hora que se aproxima. Sede os
verdadeiros trabalhadores da seara divina.
Existe formada uma caravana de bons
obreiros desde os primórdios do trabalho
de evangelização do mundo. Essa caravana jamais se dissolveu e tem aumentado
com a incorporação de muitos espíritos de
boa-vontade. Integrai-lhe as fileiras” – diz
Bittencourt em sua mensagem, intitulada
“Nos ais do apocalipse”.
“O Brasil é a terra do Evangelho”,
“Evangelização acima de tudo”, “Na
desencarnação de Allan Kardec”, “No
ideal de fraternidade com o Esperanto”,
“Prece”, “Juventude cristã”, “Operações
magnéticas do passe” e “Espiritismo com
Jesus é amor” são algumas das outras
mensagens que compõem o livro, enriquecido ainda com fotos históricas de Chico
Xavier e outros companheiros espíritas
daqueles tempos, e imagens das décadas
de 1930 e 1940 de Pedro Leopoldo, a cidade natal do saudoso médium.
“Palavras Sublimes” tem 240 páginas e 13,5x21cm. Pode ser adquirido em
www.vinhadeluz.com.br. Preço: R$30,00.
4
SUICÍDIO: É PRECISO FALAR
O homem que fez
tantas pessoas sorrir e se emocionar
com filmes como
“Patch Adams – O
Amor é Contagioso” e “O Homem
Bicentenário”, também entristeceu o mundo com a notícia de sua trágica morte, em
11 de agosto. O ator Robin Williams, de
63 anos, cometeu suicídio em sua casa, na
cidade de Tiburon, na Califórnia. Curiosamente, ele havia protagonizado, em 1988,
o filme “Amor Além da Vida”, no qual foi
abordada a questão do suicídio sob o ponto de vista espiritual. No longa, o personagem de Williams, que morre num acidente
de carro, luta para resgatar de uma região
de sofrimento no mundo espiritual a esposa que cometeu suicídio por não suportar
a dor de tê-lo perdido.
O problema do suicídio é grave e, infelizmente, pouquíssimo falado. Estima-se que mais de um milhão de pessoas
se matem todos os anos no mundo, uma
média de uma pessoa a cada 40 segundos.
A prática aparece também nas estatísticas
como a principal causa de morte entre
adolescentes e adultos com menos de 35
anos de idade. Além disso, há as tentativas
frustradas, algo entre 10 e 20 milhões de
casos. No Brasil, 25 pessoas se suicidam
por dia e 17% da população, segundo a
Unicamp, pensa em provocar a própria
morte.
O problema do suicídio, no entanto, não é novo. Na “Revista Espírita” de
julho de 1862, Allan Kardec destacou
notícia divulgada num livro então recém-lançado sobre o número de suicídios na
França desde o início do século XIX, os
quais se aproximavam dos 300 mil. “De
1836 a 1852, isto é, num período de dezessete anos, houve 52.126 suicídios, ou
seja, uma média de 3.066 por ano” – dizia
o texto.
Após fazer eloquentes apreciações
sobre esses números e o suicídio em si,
Kardec recorda o papel do Espiritismo no
combate a esse mal: “O Espiritismo nos
revela a causa primeira do suicídio, e só
ele o poderia fazer. As tribulações da vida
são, ao mesmo tempo, expiações de faltas
de vidas passadas e provas para o futuro.
O próprio Espírito as escolhe, visando ao
seu adiantamento; mas pode acontecer
que, uma vez na obra, ache muito pesada
a carga e recue na sua execução; é, então,
que recorre ao suicídio, o que o retarda,
ao invés de o fazer avançar. Acontece ainda que um Espírito se suicidou em precedente encarnação e, como expiação, é-lhe
imposto na vida seguinte lutar contra a
tendência do suicídio. Se sair vitorioso,
progride; se sucumbir, terá de recomeçar
uma vida talvez mais penosa ainda que a
precedente e, assim, deverá lutar até que
haja triunfado, pois toda recompensa na
outra vida é fruto de uma vitória, e quem
diz vitória diz luta. O espírita haure, pois,
na certeza que ele tem deste estado de coisas, uma força de perseverança que nenhuma outra filosofia lhe poderia dar.”
Preocupada também com a questão, a
Federação Espírita Brasileira há anos vem
tomando medidas para conscientizar sobre
a importância de campanhas esclarecedoras contra o suicídio. Entre as iniciativas
está o opúsculo “Suicídio, Não!”, disponível em www.febnet.org.br/blog/geral/
movimento-espirita/conselho-federativo-nacional-movimento-espirita/opusculos-campanhas.
Entidades não religiosas também têm
contribuído no socorro a potenciais suicidas, como o CVV (Centro de Valorização
da Vida), que atende anualmente a milhares de pessoas, gratuitamente, pelo telefone 141, no site www.cvv.org.br ou em
seus postos, presentes em 18 Estados e
Distrito Federal. Quanto aos Centros Espíritas, vale ressaltar sempre a necessidade de se reforçar na grade de palestras as
abordagens sobre o suicídio.
MOVIMENTO ESPÍRITA
MARCHA PELA VIDA
A 7ª Marcha Nacional da Cidadania
pela Vida – Brasil
sem Aborto ocorrerá
dia 4 de novembro
em Brasília, para
alertar a sociedade para o perigo
do Projeto de Lei
(PL) 236/2012, que
visa a legalização
do aborto até a 12ª semana de gestação,
embora a maioria da população seja contrária a mudanças na legislação atual. A
marcha reivindicará ainda a aprovação
do PL478/2007, o Estatuto do Nascituro, que defende os direitos da criança por
nas-cer. Este projeto está na Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, já tendo sido aprovado em duas
comissões. A marcha quer alertar também
para a necessidade da inclusão no artigo
5o da Constituição da expressão “desde a
concepção” ao termo “inviolabilidade do
direito à vida”.
A concentração da 7ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem
Aborto será às 14h30min, próxima à Torre
de TV, com início às 17h30min em frente ao Congresso Nacional. A marcha tem
apoio da Federação Espírita Brasileira. Informações: www.brasilsemaborto.com.br.
SEI: SUPLEMENTO
Dentro de alguns dias, o Serviço Espírita de Informações irá encaminhar aos
seus leitores o suplemento “Outro Espírita
em Paris”, com texto do articulista do SEI
George Abreu de Sousa sobre sua visita
à Cidade Luz, incluindo sua ida ao Père-Lachaise e ao “Centre d’Études Spirites
Allan Kardec”.
PARLAMENTARES ESPÍRITAS
A Federação Espírita
Brasileira
(FEB) irá realizar
uma exposição para
homenagear parlamentares espíritas
que tiveram atuação de destaque na Câmara Federal. Será a exposição “150 anos da
Presença Espírita no Parlamento Brasileiro (1864-2014) – Homenagem Póstuma”.
“O projeto foi aprovado com inscrição em Edital da Câmara dos Deputados”
– informa a direção da FEB.
A exposição está prevista para acontecer de 5 a 18 de novembro na própria
Câmara dos Deputados, no Congresso
Nacional, em Brasília. Terá fotos e biografias. Mais detalhes, pelo telefone (61)
2101-6161 ou no site www.febnet.org.br.
MEDNESP 2015
“Ciência,
saúde,
e espiritualidade:
desafios e transformações do século
XXI”. Este o tema
do 10o Mednesp, o
encontro de medicina e espiritualidade da Associação Médico-Espírita (AME)
do Brasil, que, com esta edição do evento, marca os seus 20 anos de fundação. O
Mednesp ocorrerá de 3 e 6 de junho de
2015, no feriado de Corpus Christi, em
Goiânia, no coração do país, sendo esta,
aliás, a primeira vez que é realizado no
Centro-Oeste, já tendo passado pelas regiões Sudeste, Sul e Nordeste.
Entre os temas que devem integrar a
programação estão “Mediunidade e saúde”, “Psiquiatria e espiritualidade”, “Experiência de quase morte”, “Sexualidade
e saúde”, “Reencarnação como lei biológica” e “Espiritualidade nas práticas de
saúde ambulatoriais e hospitalares”.
Alberto Almeida, Alexander Moreira
de Almeida, Décio Iandoli Jr., Haroldo
Dutra Dias, Júlio Peres, Marlene Nobre,
Roberto Lúcio Vieira são alguns dos convidados para o evento, que terá a participação dos palestrantes internacionais Mário Beauregard e de Pim van Lommel.
Além da AME-Goiânia, o 10o
Mednesp tem o apoio da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Mais informações em www.mednesp2015.com.br.

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