Super Donos para Super Cães

8 • SÁBADO, 25 DE JUNHO 2011
DGV promove campanha de sensibilização
«Super Donos para Super Cães»
Na sociedade actual, tomar a seu cuidado um animal de companhia, além
de favorecer momentos lúdicos, independentemente do grupo etário ou do
estrato social, ajuda a manter atitudes e comportamentos saudáveis.
É para sensibilizar para esta realidade que a Direcção-Geral de Veterinária
(DGV) está a promover a campanha «Super Donos para Super Cães».
Susana Catarino Mendes
«O
s problemas de Saúde Pública que podem advir de
animais errantes sem uma
adequada política de controlo, bem como
as questões prementes que se colocam à
protecção desses animais e do seu bem-estar, os inúmeros episódios de agressão a humanos e a outros animais, exigem à DGV a capacidade de emitir respostas e desenhar políticas adequadas»,
alerta a directora-geral de Veterinária,
Dr.ª Susana Guedes Pombo.
É neste contexto que surge a campanha «Super Donos para Super Cães» que,
segundo refere, pretende, «numa atitude
de sensibilização e pedagogia aos donos
de animais de companhia, incentivar a
responsabilidade da sociedade civil face
à problemática, cada vez mais mediática,
do abandono e dos maus tratos».
Ainda é objectivo desta campanha a
promoção da responsabilidade, da integração social dos jovens e a ajuda no
combate à solidão e exclusão social, assim como o aumento do nível de informação da população menos jovem.
«Os objectivos estabelecidos concorrem com o projecto de alteração de
legislação que regula as questões relacionadas com os animais de companhia,
sobre o qual os serviços técnicos desta
DGV vêm trabalhando há algum tempo e
que recentemente foram reforçados pela
resolução aprovada por unanimidade
pela Assembleia da República», adianta.
Ainda que se dirija a toda a população,
a iniciativa foi pensada para as crianças
que frequentam o ensino básico, com a colaboração da Polícia de Segurança Pública
(PSP) e da Guarda Nacional Republicana
(GNR), através do programa «Escola Segura», aproveitando as capacidades que têm
nesta idade de apreensão e transmissão
da informação. Consistirá na visita ao maior
número de escolas possível, com a respectiva distribuição de material informativo.
Ninguém tem dúvidas que estes animais são grandes companheiros e fazem
muito bem a todos (tanto crianças como
adultos). No caso dos adultos, principalmente para aqueles que vivem sozinhos,
são como um membro da família, compensando as necessidades de afecto e
atenção.
Dr.ª Susana Guedes Pombo
Efectivamente, o convívio com o cão
ou o gato é um importante factor de desenvolvimento pessoal das crianças e
adolescentes, promovendo o seu crescimento e maturidade e fomentando o
sentido da responsabilidade e de integração social. Nos mais idosos, representa um factor significativo na redução
das possibilidades de deterioração cognitiva, ajudando a combater a solidão e a
exclusão social e, ao promover a actividade física, diminui os riscos de doença
cardiovascular.
Um compromisso para a vida
De acordo com Susana Guedes Pombo, «o problema dos animais abandonados, deambulantes, perdidos ou mesmo
daqueles que nascem sem qualquer
guarda, afecta toda a sociedade, não
sendo um problema exclusivo do nosso
País».
Para a responsável, a solução passa por uma mudança de
atitude dos donos de animais
de companhia. Para tal, a DGV
conta com a participação de
membros mais preocupados
da sociedade civil, de diferentes entidades com responsabilidades na defesa da segurança e da Saúde Pública, dos
médicos veterinários, dos
estabelecimentos de ensino
e das associações de protecção animal.
«A detenção responsável
dos animais, designadamente do cão e do
gato, para além de assegurar o seu bemestar, constitui um contributo decisivo na
prevenção e combate às doenças transmissíveis aos humanos. Finalmente, não
se pode perder de vista a contribuição
que a responsabilidade dos detentores terá na prevenção dos episódios de
agressão», adverte.
O animal não é um objecto, interage
e requer cuidados, estando na mão do
seu dono garanti-los e salvaguardá-los.
A decisão de adquirir um cão ou um gato
deve ser efectuada, sempre, em criadores com autorização oficial de funcionamento dos alojamentos e deverá ser
igualmente ponderada a possibilidade de
realojar um animal de um centro de recolha ou de abrigo.
Além disso, deve ser garantido o exercício, permitindo que, em conformidade
com a raça do cão ou do gato, estes possam expressar os comportamentos próprios e específicos da espécie.
A detenção responsável exige, também, a disponibilização de alimento em
quantidade e qualidade, livre acesso
a água de qualidade adequada, sendo
providenciado alojamento apropriado,
que confira protecção dos factores ambientais e proporcione conforto.
Deverão ser garantidos os necessários cuidados médico-veterinários,
incluindo, no mínimo, uma consulta de
vigilância e profilaxia anual. A identificação electrónica, que permite, em última
instância, relacionar o animal com o seu
dono caso se perca, assim como o registo na Junta de Freguesia, são igualmente
preocupações fundamentais para uma
detenção responsável.
Um dos aspectos igualmente muito
importante para quem decide ter à sua
guarda um cão ou um gato decorre do
controlo da reprodução desse animal, o
qual poderá ser conseguido pelo recurso
à esterilização.
Ter um animal de companhia exige …
- Ter disponibilidade de tempo para interagir com ele;
- Criar regras através do treino;
- Socialização e integração no espaço público (aprender a mover-se na via pública,
obedecer a ordens e perceber a hierarquia fixada tanto com os humanos,
como com os outros animais).
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