atividade crítico reflexiva
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atividade crítico reflexiva
m ca * M 1° módulo * * * * m En sino d e eM ão ç a a iz te á ti METODOLOGIA DA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO prof. Jairo Nogueira Luna E sp e cia l Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Núcleo de Educação à Distância - Universidade de Pernambuco - Recife Luna, Jairo Nogueira Matemática: Metodologia da Produção do Conhecimento/ Jairo Nogueira Luna. - Recife: UPE/NEAD, 2011. 48 p. il. REITOR Prof. Carlos Fernando de Araújo Calado VICE-REITOR Prof. Rivaldo Mendes de Albuquerque PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Prof. José Thomaz Medeiros Correia PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO Prof. Béda Barkokébas Jr. PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO Profa. Izabel Christina de Avelar Silva PRÓ-REITORA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA Profa. Viviane Colares Soares de Andrade Amorim PRÓ-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E EXTENSÃO Prof. Rivaldo Mendes de Albuquerque COORDENADOR GERAL Prof. Renato Medeiros de Moraes COORDENADOR ADJUNTO Prof. Walmir Soares da Silva Júnior ASSESSORA DA COORDENAÇÃO GERAL Profa. Waldete Arantes COORDENAÇÃO DE CURSO Prof. Willames de Albuquerque Soares COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA Profa. Maria Vitória Ribas de Oliveira Lima COORDENAÇÃO DE REVISÃO GRAMATICAL Profa. Angela Maria Borges Cavalcanti Profa. Eveline Mendes Costa Lopes Profa. Geruza Viana da Silva GERENTES DE PROJETOS Profa. Mônica Cristina Alcântara de F. Borba Prof. Valdemar Vieira de Melo ADMINISTRAÇÃO DO AMBIENTE Adonis Dutra COORDENAÇÃO DE DESIGN E PRODUÇÃO Prof. Marcos Leite EQUIPE DE DESIGN Anita Sousa Gabriela Castro Rafael Efrem Renata Moraes Rodrigo Sotero COORDENAÇÃO DE SUPORTE Afonso Bione Prof. Jáuvaro Carneiro Leão EDIÇÃO 2010 Impresso no Brasil - Tiragem 180 exemplares Av. Agamenon Magalhães, s/n - Santo Amaro Recife / PE - CEP. 50103-010 Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664 5 capítulo 1 Prof. Jairo Nogueira Luna Carga Horária: 20 horas METODOLOGIA DA PESQUISA APRESENTAÇÃO Caro aluno, Nos capítulos desta disciplina, pretende-se promover uma reflexão acerca da Metodologia Científica, até compreendermos que pesquisar é muito mais do que simplesmente buscar alguma informação. De fato, envolve um conhecimento acerca do “Método” científico, suas características e a necessidade que a Ciência tem de segui-lo. Faremos também um histórico acerca da evolução do método científico até os dias de hoje, buscando, assim, demonstrar como diferentes visões de ciência em diferentes épocas valeram-se de métodos que respondiam às suas necessidades mais imediatas. Ainda, pretendemos apresentar sucintamente as Normas da ABNT e informações concernentes à formatação dos textos acadêmicos. OBJETIVO • Apresentar o conceito de Pesquisa Científica; • Apresentar as características da Pesquisa Científica; • Discutir a importância do Método Científico para as Ciências em Geral. 6 capítulo 1 1. METODOLOGIA CIENTÍFICA: DEFINIÇÃO GERAL Você sabe o que é Metodologia Científica? Vamos ler o texto e pensar sobre isso? A Metodologia científica, por definição é a forma como funciona o desenvolvimento do conhecimento científico. A metodologia científica atual tem sua origem no pensamento de Descartes, que foi acrescido empiricamente pelo físico inglês Isaac Newton. Descartes propôs chegar à verdade por meio da dúvida sistemática e da decomposição do problema em pequenas partes, características que definiram a base da pesquisa científica. Antes de Descartes, outros filósofos e pensadores já discutiam a questão do método científico empírico, como Hume e Leibniz. Fonte: Clip-arts Windows O Círculo de Viena acrescentou a esses princípios a necessidade de verificação e o método indutivo. O Círculo de Viena foi um grupo de filósofos, organizado informalmente em Viena, à volta da figura de Moritz Schlick. Encontravam-se semanalmente, desde antes da Primeira Guerra (informalmente) e oficialmente desde 1919, até finais de 1936, quando Schlick foi assassinado e o Círculo, disperso. Seu sistema filosófico ficou conhecido como o “Positivismo lógico”. Membros proeminentes do Círculo incluíram Rudolf Carnap, Otto Neurath, Herbert Feigl, Philipp Frank, Friedrich Waissman, Hans Hahn. Receberam as visitas ocasionais de Hans Reichenbach, Kurt Gödel, Carl Hempel, Alfred Tarski, W. V. Quine e A. J. Ayer (que popularizou a obra deles em Inglaterra). Karl Popper, apesar de não ter frequentado as reuniões do Círculo, foi uma figura central na recepção e na crítica às suas doutrinas. Por algum tempo, algumas das figuras do grupo encontraram-se regularmente com Ludwig Wittgenstein (a fase inicial da sua filosofia foi racional-positivista). Karl Popper demonstrou que nem a verificação nem a indução serviam ao método científico, pois o cientista deve trabalhar com o falseamento, ou seja, deve fazer uma hipótese e testar suas hipóteses, procurando não provas de que ela está certa, mas provas de que ela está errada. Se a hipótese não resistir ao teste, diz-se que ela foi falseada. Caso não, diz-se que foi corroborada. Popper provou também que a ciência é um conhecimento provisório, que funciona através de sucessivos falseamentos. Thomas Kuhn percebeu que os paradigmas são elementos essenciais do método científico, sendo os momentos de mudança de paradigmas chamados de revoluções científicas. Mais recentemente a metodologia científica tem sido abalada pela crítica ao pensamento cartesiano elaborada pelo filósofo francês Edgar Morin. Morin propõe, em vez da divisão do objeto de pesquisa em partes, uma visão sistêmica, do todo. Esse novo paradigma é chamado de Teoria da Complexidade (complexidade entendida como abraçar o todo). No seu sentido mais amplo, ciência (do Latim scientia, significando “conhecimento”) refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemático. Num sentido mais restrito, ciência refere-se a um sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico, assim como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tal pesquisa. Este artigo foca o sentido mais restrito da palavra. A ciência tal como é discutida neste artigo é muitas vezes referida como ciência experimental para diferenciá-la da ciência aplicada, que é a aplicação da pesquisa científica a necessidades humanas específicas, embora as duas estejam regularmente interconectadas. A ciência é o esforço para descobrir e aumentar o conhecimento humano de como a realidade funciona. 7 capítulo 1 Ciência refere-se à(ao) 2. A CIÊNCIA E A METODOLOGIA CIENTÍFICA • Investigação racional ou estudo da natureza, direcionado à descoberta da verdade. Tal investigação é normalmente metódica, ou de acordo com o método científico, um processo de avaliar o conhecimento empírico; • O corpo organizado de conhecimentos adquiridos por estudos e pesquisas. A Ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas por meio do método científico. Textos Complementares http://www.pucsp.br/~dcc-pf/met-cientifica.pdf Fonte: http://cienciadainformacao.ronaldcosta.pro.br/?p=422 http://pt.wikipedia.org/wiki/Método_científico SEVERINO, Antônio José. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo, Cortez, 2006. 2.1.Definição Geral MOLES, Abraham. A Criação Científica. São Paulo, Perpectiva, 1985. A palavra ciência possui vários sentidos, abrangendo, principalmente, três acepções: Saiba Mais Ciência - Definição Etimologia A etimologia da palavra ciência vem do latim scientia (“conhecimento”), o mesmo do verbo scire (“saber”), que designa a origem da faculdade mental do conhecimento. Esta acepção do termo se encontra, por exemplo, na expressão de François Rabelais: “Ciência sem consciência arruina a alma”. Ele se referia assim a uma noção filosófica (o conhecimento puro, a acepção “de saber”), que em seguida se tornou uma noção religiosa, sob a influência do cristianismo. “A ciência instruída” referia-se, então, ao conhecimento dos religiosos, da exegese e das escritas, parafraseando para a Teologia, primeira ciência instituída. A raiz “ciência” reencontra-se em outros termos, tais como “a consciência” (etimologicamente, “com o conhecimento”), “presciencia” (“o conhecimento do futuro”), “omnisciencia” (“o conhecimento de todo”), por exemplo. 1. Saber, conhecimento de certas coisas que servem à condução da vida ou à dos negócios. 2. Conjunto dos conhecimentos adquiridos pelo estudo ou pela prática. 3. Hierarquização, organização e síntese dos conhecimentos por meio de princípios gerais (teorias, leis, etc.). 2.2. Definição Restrita Segundo Michel Blay, a ciência é “o conhecimento claro e evidente de algo, fundado quer sobre princípios evidentes e demonstrações, quer so- ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Agora que você estudou uma definição de Metodologia Científica, pesquise quais são as partes de um projeto de pesquisa e comente no fórum temático acerca dessas etapas. 8 capítulo 1 bre raciocínios experimentais, ou ainda, sobre a análise das sociedades e dos fatos humanos.” Esta definição permite distinguir os três tipos de ciência: as ciências formais, compreendendo a Matemática e as ciências matemáticas como a física teórica; as ciências físico-químicas e experimentais (ciências da natureza e da matéria, biologia, medicina); as ciências sociais, que se referem ao homem, a sua história, ao seu comportamento, à língua, ao social, ao psicológico, à política. No entanto, os seus limites são leves; em outras palavras, não existe categorização sistemática dos tipos de ciência, o que constitui, além disso, um questionamento epistemológico. 2.3. Pluralismo de Definições A palavra ciência, no seu sentido estrito, se opõe à opinião (doxa em grego), e ao dogma, afirmação por natureza arbitrária. No entanto, a relação entre a opinião de um lado e a ciência do outro não é também sistemática; o historiador das ciências Pedra Duhem pensa com efeito que a ciência é a âncora no sentido comum, que deve salvar as aparências. O discurso científico se opõe à superstição e ao obscurantismo. Contudo, a opinião pode transformar-se num objeto de ciência, ou mesmo uma disciplina científica à parte. A Sociologia das ciências analisa esta articulação entre ciência e opinião; os seus relatórios são mais complexos e mais tênues, como Gaston Bachelard explica que “a opinião pensa mal, não pensa”. Na linguagem comum, a ciência se opõe à crença, por extensão as ciências frequentemente são consideradas como contrárias às religiões. Esta consideração é, contudo, frequentemente mais usada por cientistas que religiosos. A ideia de uma produção de conhecimento é problemática; vários dos domínios reconhecidos como científicos não têm por objetivo a produção de conhecimentos, mas a de instrumentos, máquinas, de dispositivos técnicos. Terry Shinn assim propôs a noção de “investigação técnico-instrumental”. Os seus trabalhos com Bernward Joerges a propósito da instrumentação assim permitiram destacar que o critério científico não é atribuído unicamente às ciências do conhecimento. A palavra ciência definida no século XX e XXI é a da instituição da ciência, ou seja, o conjunto das comunidades científicas que trabalham para melhorar o saber humano e a tecnologia, na sua dimensão internacional, metodológica, ética e política. Fala-se, então, da ciência. A noção, no entanto, não possui definição consensual. Segundo o epistemologista André Pichot, é “utópico querer dar uma definição a priori da ciência”. O historiador das ciências Robert Nadeau explica, por seu lado, que é “impossível passar aqui em revista o conjunto dos critérios de demarcação propostos desde cem anos pelos epistemologistas, [e que] pode-se aparentemente formular um critério que exclui qualquer coisa que se queira excluir, e conserva qualquer coisa que se queira conservar.” Personificação da “Ciência” em frente a Biblioteca Pública de Boston. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Ficheiro:Science_-_Bela_Pratt,_Boston_Public_Library.jpg O físico e filósofo das ciências Léna Soler, no seu manual de epistemologia, começa igualmente por sublinhar pelos limites da operação de definição. Os dicionários propõem certamente algumas definições. Mas, como recorda Léna Soler, estas definições não são satisfatórias. As noções de universalidade, de objetividade ou de método científico (sobretudo quando este último é concebido como a uma única noção em vigor) é objeto de numerosas controvérsias para que possam constituir o pedestal de uma definição aceitável. É necessário, por conseguinte, ter em conta estas dificuldades para descrever a ciência. E esta descrição continua a ser possível tolerando certa vaporosidade epistemológica. 9 capítulo 1 ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Observe a figura ao lado e comente no Fórum Fonte: http://capitalmundo.blogspot. com/2008_10_01_archive.html Temático acerca das dificuldades que a ciência encontra diante de questões éticas e religiosas. Textos Complementares SALOMON, Délcio Vieira. Como Fazer Uma Monografia. São Paulo, Martins Fontes, 2004. http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/davies.htm - onde se encontra o texto de Paul Davies, “O que é Ciência” Saiba Mais Empirismo: De acordo com o empirismo, as teorias científicas são objetivas, empiricamente testáveis e preditivas — elas predizem resultados empíricos que podem ser verificados e possivelmente contraditos. Mesmo na tradição empírica, há de se ter o devido cuidado para compreender que “predição” refere-se ao surgimento de um experimento ou estudo, mais do que literalmente predizer o futuro. Por exemplo, dizer “um paleontólogo pode fazer predições a respeito do achado de um determinado tipo de dinossauro” é consistente com o uso empírico da predição. Por outro lado, as ciências, como a geologia ou meteorologia, não precisam ser capazes de fazer predições acuradas sobre terremotos ou sobre o clima para serem qualificadas como ciência. O filósofo empírico, Karl Popper também argumentou que determinada verificação é impossível e que a hipótese científica pode ser apenas falseável (falseabilidade). Fonte: http://contextolivre.blogspot. com/2011/03/me-ajudem-sou-um-burrinho-ignaro-e-feio.html Você sabe o que é Empirismo? Vamos ler e pensar sobre isso! O Positivismo, uma forma de empirismo, defende a utilização da ciência, tal como é definida pelo empirismo, a fim de governar as relações humanas. Em conseqüência à sua afiliação próxima, os termos “positivismo” e “empirismo” são geralmente usados intercambialmente. Ambos têm sido objetos de críticas. Realismo científico Em contraste, o realismo científico define ciência em termos da ontologia: a ciência se esforça em identificar fenômenos no meio, seus poderes causais e os mecanismos por meio dos quais eles exercem esses poderes e as fontes de tais poderes em termos da estrutura das coisas ou natureza interna. • W. V. Quine demonstrou a impossibilidade de existir uma linguagem de observação independente da teoria, o que torna o conceito de testar teorias com fatos. • As observações são sempre carregadas de teorias. Thomas Kuhn argumentou que a ciência sempre envolve “paradigmas,” grupos de regras, práticas, premissas (geralmente sem precedentes) e tais transições, de um paradigma para outro, geralmente não envolvem verificação ou falseabilidade de teorias científicas. Além disso, ele argumentou que a ciência não procedeu historicamente com a acumulação constante de fatos, como o modelo empirista expressa. 10 capítulo 1 3. HISTÓRIA DA CIÊNCIA: VAMOS CONHECER UM POUCO DELA? Na época de Sócrates e de seus contemporâneos, o pensamento científico se consolidou, principalmente, com o surgimento do conceito de prova científica ou repetição do fato observado na natureza. Fonte: http://apoesiaquemecala.zip.net/ Enquanto a investigação empírica do mundo natural tem sido descrita desde a Antiguidade (por exemplo, por Aristóteles, Teofrasto e Caio Plínio Segundo), e o método científico tenha sido usado desde a Idade Média (por exemplo, por Ibn al-Haytham, Abu Rayhan Biruni e Roger Bacon), o surgimento da ciência moderna é normalmente traçado até o início da Idade Moderna, durante o que ficou conhecido como Revolução Científica dos séculos XVI e XVII. Essa foi uma época coincidindo com o final da Idade Média e da Renascença, quando as ideias científicas em física, astronomia, e biologia evoluíram rapidamente. 3.1. Na Antiguidade O pensamento científico surgiu na Grécia Antiga com os pensadores pré-socráticos que foram chamados de Filósofos da Natureza e também Pré-cientistas. Nesse período, a sociedade ocidental saiu de uma forma de pensamento baseada em mitos e dogmas, para entrar no pensamento científico baseado no Ceticismo. O pensamento dogmático coloca as ideias como sendo superiores ao que se observa. O Pensamento Cético coloca o que é observado como sendo superior às ideias. Por mais que se observem fatos que destruam o dogma, uma pessoa com pensamento dogmático preservará o seu dogma. Para a ciência, uma teoria é uma ideia, mas, se observarmos fatos que comprovem a falsidade da ideia, o cientista tem a obrigação de destruir ou modificar a teoria. Fonte: http://canoneacidental.blogspot.com/ Tanto as religiões como a ciência tentam descrever a natureza. A diferença está na forma de pensar. O cientista não aceita descrever o natural com o sobrenatural; para ele é necessária a observação de provas que eventualmente destroem as ideias. Para um cientista, a ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as ideias da física devem complementar as ideias da Química, da Paleontologia, Geografia e assim por diante. Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o estudo, ela ainda continua sendo apenas uma. 3.2. Da Escolástica à Renascença Durante a Idade Média, os filósofos escolásticos criaram uma visão dogmática de ciência que ainda hoje pode ser encontrada em alguns livros e enciclopédias. Estes pensadores não admitiam o uso da matemática, aceitavam somente a dialética e a lógica aristotélica como formas de análise científica. O resultado disso é que nada de científico foi produzido durante a Idade Média. Na Renascença, os pensadores retomaram o pensamento científico pré-socrático, usando a matemática como forma de análise científica. Galileu Galilei e Descartes são exemplos. Após a retomada do pensamento científico pré-socrático, voltou-se a evoluir cientificamente. 11 capítulo 1 Saiba Mais A Ciência da Matemática e da Lógica: Vamos descobrir qual a relação entre elas? Já na Grécia Antiga, os filósofos pré-socráticos, discutiam se iriam atingir a verdade através das palavras ou dos números. Os sofistas defendiam que iriam atingir a verdade por meio das palavras. Os pitagóricos, seguidores de Pitágoras, defendiam que atingiriam a verdade por meio dos números. Aristóteles, um sofista, criou o pensamento lógico dedutivo. Na Idade Média, o pensamento lógico dedutivo foi usado abundantemente pelos filósofos escolásticos, e o resultado foi um total vazio científico durante essa época. Francis Bacon, na Renascença, afirmava que A lógica de Aristóteles é ótima para criar brigas e contendas, mas totalmente incapaz de produzir algo de útil para a humanidade. Sócrates, Platão e Demócrito, que eram pitagóricos, defendiam que somente a Matemática traz clareza ao pensamento. O pensamento lógico já se demonstrou ineficiente para criação de teorias científicas e para descrever a natureza. René Descartes, já afirmava que: Matemática é uma ferramenta para se fazer ciência, mas não é uma ciência. Isso ocorre, pois palavras e números não existem na natureza, portanto não são ciência. Mas, a matemática já se mostrou ótima ferramenta para o estudo e formulação de teorias científicas. 1. 2. 3. 4. O principal objetivo da ciência é descrever a natureza. Princípio do Uno, ou seja, a ciência é única, pois a natureza é uma só. Basta que apenas um fato novo seja observado e comprovado para que a ideia teórica seja modificada ou destruída. Nunca usar o sobrenatural para descrever a natureza. Textos Complementares http://www.dmat.ufpe.br/matematica/matematica.htm - onde se encontra o texto “Matemática como Ciência e como Linguagem” MINAVO, Maria C. de Souza (org.); Deslandes, Suely F.; Gomes Romeu. Pesquisa social, teoria método e criatividade. Petrópolis, RJ, Vozes, 2007 ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Observe o personagem Pato Donaldo como ele se encontra em dificuldades. Comente no Fórum Temático sobre as dificuldades acerca do ensino de Matemática. Fonte: http://peregrinacultural.wordpress.com/2010/01/07/ 12 capítulo 1 4. O MÉTODO CIENTÍFICO: ENFIM, VAMOS DESCOBRIR O QUE É? de Newton é um corpo de ideias que permite ao cientista explicar por que uma maçã cai e fazer predições sobre outros objetos que caem. Uma teoria especialmente frutífera que tem sobrevivido ao teste do tempo e tem uma grande quantidade de evidências apoiando-na é considerada como “provada” no sentido científico. Alguns modelos universalmente aceitos, tais como a teoria heliocêntrica e a teoria atômica, estão tão bem estabelecidas que é impossível imaginá-las como sendo falsas. Outras, tais como a relatividade, o eletromagnetismo e a evolução biológica, têm sobrevivido a testes empíricos rigorosos sem serem contraditos, mas não há garantia de que elas não serão um dia suplantadas. Teorias mais recentes, tal como a teoria da rede, podem fornecer ideias promissoras, mas ainda não receberam o mesmo nível de exame. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Ficheiro:Bohratommodel.png O modelo de Bohr do átomo, como muitas ideias na história da ciência, foi primeiramente assistido e depois parcialmente desaprovado pela experimentação. O modelo de Watson e Crick para a estrutura do DNA. Os termos “modelo”, “hipótese”, “lei” e “teoria” têm significados diferentes em ciência e na linguagem coloquial. Os cientistas usam o termo modelo significando a descrição de algo, especificamente algo que possa ser usado para fazer predições que possam ser testadas por experimento ou observação. Uma hipótese é uma contenção que (ainda) não foi bem embasada nem provada através de experimento. Uma lei física ou uma lei da natureza é uma generalização científica baseada em observações empíricas. A palavra teoria é mal entendida particularmente pelos não profissionais. O uso comum da palavra “teoria” refere-se a ideias que não possuem provas firmes ou base; diferentemente, os cientistas geralmente usam essa palavra para referirem-se aos corpos de ideias que fazem predições específicas. A teoria da gravitação universal Fonte: http://www.presenteparahomem.com.br/ fisica-o-que-diz-a-teoria-da-relatividade/ Os cientistas nunca falam em conhecimento absoluto. Diferentemente da prova matemática, uma teoria científica “provada” está sempre aberta à falseabilidade se novas evidências forem apresentadas. Até as teorias mais básicas e fundamentais podem tornar-se imperfeitas se novas observações estiverem inconsistentes a elas. A lei da gravitação de Newton é um famoso exemplo de uma lei a qual não pôde ser sustentada em experimentos envolvendo movimentos em velocidades próximas à da luz ou em proximidade a campos gravitacionais fortes. Fora dessas condições, as Leis de Newton continuam sendo um excelente modelo de movimento e gravidade. Por causa das bases da relatividade geral para todos os fenômenos das Leis de Newton e outros, a relatividade geral é agora vista como a melhor teoria. 13 capítulo 1 4.1. A Matemática e o Método Científico “o assunto no qual nunca sabemos do que estamos falando nem se o que estamos dizendo está certo.” 4.2. Objetivos: Precisamos Sempre Tê-los! A ciência não se considera dona da verdade absoluta e inquestionável. A partir do racionalismo crítico, todas as suas verdades podem ser quebradas, bastando apenas um pingo de evidência. A ciência tira conclusões da realidade por meio de observações da natureza. A ciência não é uma fonte de julgamentos de valores subFonte: http://amarildocharge.wordpress.com/2009/12/08/matematicos/ jetivos, apesar de poder certamente tratar de casos de ética e política pública ao enfatizar as prováveis A Matemática é essencial para muitas ciências. consequências das ações. O que alguém projeta A função mais importante da Matemática na cia partir de hipóteses científicas atuais mais raência é o papel que ela possui na expressão de cionais, adentrando outros reinos de interesse, modelos científicos. Medidas de coleta e obsernão é um tópico científico, e o método científivação bem como hipotetizar e prever geralmenco não oferece qualquer assistência para quem te requerem modelos matemáticos e um extendeseja fazê-lo dessa maneira. A justificativa sivo uso da Matemática. Os ramos matemáticos científica (ou refutação) para muitas coisas é, ao mais utilizados na ciência incluem o cálculo e a contrário, frequentemente exigida. Claro que o estatística, apesar de virtualmente cada ramo da valor dos julgamentos são intrínsecos à ciência. Matemática ter aplicações, mesmo áreas “puPor exemplo, os valores verdadeiros e o conheras”, tais como a teoria numérica e a topologia. cimento da ciência. A Matemática prevalece mais na Física, menos em Química e em algumas ciências sociais. Alguns pensadores veem os matemáticos como cientistas, considerando os experimentos físicos como não essenciais ou as provas matemáticas como equivalentes a experimentos. Outros não vêem a Matemática como ciência, já que ela não requer teste experimental de suas teorias e hipóteses. Em qualquer caso, o fato de que a Matemática é uma ferramenta útil na descrição do universo é uma questão da Filosofia da Matemática. Richard Feynman disse “A Matemática não é real, mas se sente real. Onde é esse lugar?”, enquanto que a definição favorita de Bertrand Russell sobre a Matemática é Fonte: http://www.gizmodo.com.br/conteudo/beakman-nosso-cientista-maluco-favorito-abre-o-coracao-em-entrevista/ 14 capítulo 1 O objetivo subjacente ou propósito da ciência para a sociedade e indivíduos é o de produzir modelos úteis da realidade. Tem-se dito que é virtualmente impossível fazer inferências dos sentidos humanos que realmente descrevem o que “é”. Por outro lado, como dito, a ciência pode fazer predições baseadas em observações. Essas predições geralmente beneficiam a sociedade ou indivíduos humanos que fazem uso delas, por exemplo, a física Newtoniana, e, em casos mais extremos, a relatividade, nos permite predizer qualquer coisa do efeito de um movimento que uma bola de bilhar terá em outras até coisas como trajetórias de sondas espaciais e satélites. As ciências sociais nos permite predizer coisas como a turbulência econômica e também melhor entender o comportamento humano a fim de produzir modelos úteis da sociedade e trabalhar mais empiricamente com políticas governamentais. A Química e a Biologia juntas têm transformado nossa habilidade em usar e predizer reações e cenários químicos e biológicos. Nos tempos modernos, essas disciplinas científicas segregadas (notavelmente as duas últimas) estão sendo mais utilizadas conjuntamente a fim de produzir modelos e ferramentas mais complexas. Em resumo, a ciência produz modelos úteis os quais nos permitem fazer predições mais úteis. A ciência tenta descrever o que é, mas evita tentar determinar o que é (o que é impossível para razões práticas). A ciência é uma ferramenta útil… é um corpo crescente de entendimento que nos permite nos identificarmos mais eficazmente com o meio ao nosso redor e a melhor forma de nos adaptarmos e evoluirmos como um todo social assim como independentemente. O individualismo é uma suposição tácita subjacente a muitas bases empíricas da ciência que trata a ciência como se ela fosse puramente uma forma de um único indivíduo confrontar a natureza, testando e predizendo hipóteses. De fato, a ciência é sempre uma atividade coletiva conduzida por uma comunidade científica. Isso pode ser demonstrado de várias maneiras, talvez o resultado mais fundamental e trivial proveniente da ciência seja comunicada com a linguagem. Então, os valores das comunidades científicas permeiam a ciência que elas produzem. Textos Complementares http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_da_ciência – texto da Wikipédia CRUZ,Carla & RIBEIRO, Uira. Metodologia Científica: Teoria e Prática. São Paulo, Axcel Books, 2004. ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1.Observe a charge de Marlette, de um lado a caricatura de “O Pensador”, conhecida estátua de Rodin, e a seguir, a paródia em “The Clicker” (O Clicador). Comente qual é a crítica que o desenhista está propondo no Fórum Temático. Fonte: http://notasaocafe.wordpress.com/2006/12/ 15 capítulo 1 Saiba Mais A eficácia da Ciência a tornou assunto de questionamento filosófico. A filosofia da ciência busca entender a natureza e a justificação do conhecimento científico e suas implicações éticas. Tem sido difícil fornecer uma explicação do método científico definitiva que possa servir para distinguir a ciência da não-ciência. Com isso, há argumentos legítimos sobre exatamente onde estão os limites da ciência, que é conhecido como problema da demarcação. Há, no entanto, um conjunto de preceitos principais que possuem um consenso entre os filósofos da ciência e dentro da comunidade científica. Por exemplo, é universalmente aceito que deve ser possível testar independentemente as hipóteses e teses científicas de outros cientistas para que sejam aceitas pela comunidade científica. Fonte: http://blogdonico.zip.net/arch200907-12_2009-07-18.html Filosofia da Ciência: Você já pensou que o cientista precisa saber filosofia? Há diferentes escolas do pensamento na filosofia do método científico. O naturalismo metodológico mantém que a investigação científica deve aderir aos estudos empíricos e verificação independente como processo para desenvolver e avaliar apropriadamente as explicações naturais de fenômenos observáveis. Desse modo, o naturalismo metodológico rejeita explicações sobrenaturais, argumentos de autoridades e estudos observacionais tendenciosos. O racionalismo crítico por outro lado afirma que a observação não tendenciosa não é possível e que a demarcação entre explicações naturais e sobrenaturais é arbitrária; no lugar deste critério ela propõe a falseabilidade como o limite das teorias empíricas e falsificação como o método empírico universal. O racionalismo crítico argumenta que a habilidade da ciência em aumentar o escopo do conhecimento testável. Ele propõe que a ciência deveria se contentar com a eliminação racional dos erros em suas teorias, não em buscar a sua verificação (como afirmar certeza ou prova e contra-prova provável; tanto a proposta como a falsificação de uma teoria são apenas um caráter metodológico, conjectural e tentador no racionalismo crítico). O instrumentalismo rejeita o conceito de verdade e enfatiza apenas a utilização das teorias como instrumentos para explicar e predizer fenômenos. 5. CLASSIFICAÇÕES DA CIÊNCIA: VAMOS DESCOBRIR COMO A CIÊNCIA SE CLASSIFICA? 5.1. Ciências Factuais e Formais e Ciências Naturais e Sociais Uma das classificações mais básicas da ciência ocorre por meio do objeto de estudo delas. Desse modo, há a divisão entre estudo de ideias (ciências formais) e estudo das coisas (ciências empíricas). Por sua vez, as ciências empíricas se dividem em duas classificações: ciências naturais, que estudam a natureza e ciências sociais, que estudam o homem. As ciências formais estudam as ideias, ou seja, o estudo de processos puramente lógicos e matemáticos. São objetos de estudo das ciências formais os sistemas formais, como por exemplo, a lógica, matemática, teoria dos sistemas e os aspectos teóricos da ciência computacional, teoria da informação, microeconomia, teoria da decisão, estatística e linguística. As ciências empíricas (também chamadas de reais, fáticas ou factuais) se encarregam de estudar os feitos auxiliando na observação e na experimentação. Essas ciências estudam feitos que ocorrem na realidade e, consequentemente, precisam usar o exame de evidência empírica para comprová-los. As ciências naturais estudam o universo, que é entendido como regulado por regras ou leis de origem natural, ou seja, os aspectos físicos e não 16 capítulo 1 humanos. Isso inclui os subcampos Astronomia, Biologia, Física, Química, Geografia e Ciências da Terra. As ciências sociais estudam os aspectos sociais do mundo humano, ou seja, a via social de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui Antropologia, Estudos da comunicação, Economia, Geografia humana, História, Linguística, Ciências políticas, Psicologia e Sociologia. 5.2. Ciências Puras e Aplicadas Esta classificação envolve a finalidade dos estudos, com duas divisões: ciências puras (ou ciências fundamentais), que estudam os conceitos básicos do conhecimento e as ciências aplicadas, que estudam formas de aplicar o conhecimento humano para coisas úteis para ele. As ciências puras ou ciências fundamentais são a parte da ciência, que descreve os mais básicos objetos, forças e relações entre eles e as leis que os governam, como por exemplo que todos os outros fenômenos podem, em princípio, ser derivados desses, seguindo a lógica do reducionismo científico. Há uma diferença entre ciência pura e ciência aplicada. As ciências puras, em contraste com as ciências aplicadas, são definidas como o conhecimento básico que elas desenvolvem. A ciência básica é o coração de todas as descobertas, e o progresso é feito em experimentos bem controlados. A ciência pura é dependente de deduções a partir de verdades demonstradas, ou estudos sem preocupação com aplicações práticas. Uma ciência exata é qualquer campo da ciência capaz de expressões quantitativas e predições precisas e métodos rigorosos de testar hipóteses, especialmente os experimentos reprodutíveis envolvendo predições e medições quantificáveis. Matemática, Física, Química assim como partes da Biologia, Psicologia e Economia podem ser consideradas ciências exatas nesse sentido. 5.2.2.Ciências Duras e Moles Os campos de estudo podem ser distinguidos em ciências duras e ciências moles, e esses termos, às vezes, são considerados sinônimos dos termos ciência natural e social (respectivamente). Os proponentes dessa divisão argumentam que as “ciências moles” não usam o método científico, admitem evidências anedotais ou não são matemáticas, todas somando uma “falta de rigor” em seus métodos. Os oponentes dessa divisão das ciências respondem que as “ciências sociais” geralmente fazem sistemáticos estudos estatísticos em ambientes estritamente controlados, ou que essas condições são aderidas pelas ciências naturais (por exemplo, a Biologia Comportamental depende do trabalho de campo em ambientes não controlados, a Astronomia não pode realizar experimentos, apenas observar condições limitadas). Os oponentes dessa divisão também enfatizam que cada uma das atuais “ciências duras” sofreu uma similar “falta de rigor” em seus primórdios. 5.2.3.Ciências Nomotéticas e Ideográficas As ciências aplicadas visam à aplicação do conhecimento para a solução de problemas práticos. As ciências aplicadas são importantes para o desenvolvimento tecnológico. Seu uso no cenário industrial é normalmente referenciado como pesquisa e desenvolvimento (P&D). 5.2.1.Ciências Exatas e Inexatas Esta classificação divide as ciências de acordo com o grau de precisão dos seus resultados. As ciências exatas produzem resultados mais precisos, enquanto as ciências inexatas, resultados nem tão precisos. Fonte: http://pt.wikipedia. org/wiki/Ficheiro:Wilhelm_ Windelband.jpg Wilhelm Windelband foi o primeiro a esboçar a distinção entre ciência monotética e idiográfica. 17 capítulo 1 Uma outra classificação das ciências se apoia nos métodos estudados. O primeiro esboço desta distinção é atribuído ao filósofo alemão do século XIX Wilhelm Windelband. Uma primeira distinção desta ordem pode ser feita entre as ciências nomotéticas e as ciências ideográficas. As ciências nomotéticas são baseadas no coletivismo metodológico e se preocupam em estabelecer leis gerais para fenômenos susceptíveis de reproduzir-se, com o objetivo final de conhecer o universo. Fazem parte dessas ciências a Física e a Biologia como também algumas ciências sociais, como a Economia, a Psicologia, ou mesmo, a Sociologia. As ciências ideográficas são baseadas no individualismo metodológico e se preocupam em estudar o singular, o único, as coisas que não são recorrentes. Quer seja um fato ou uma série de fatos, a vida ou a natureza de um ser humano ou de um povo, a natureza e o desenvolvimento de uma língua, de uma religião, de uma ordem jurídica ou de uma qualquer produção literária, artística ou científica. O exemplo da História mostra que não é absurdo considerar que o singular pode ser justificável com uma abordagem científica. 5.2.4.Campos Interdisciplinares O termo “ciência” é, às vezes, usado de forma não usual para campos novos e interdisciplinares que fazem uso de métodos científicos ao menos em parte, e que em qualquer caso aspiram ser explorações cuidadosas e sistemáticas de seus assuntos, incluindo a ciência da computação, a ciência da informação e a ciência ambiental. Saiba Mais A Comunidade Científica A comunidade científica consiste no corpo de cientistas, suas relações e interações. Ela é normalmente dividida em “subcomunidades”, cada uma trabalhando em um campo particular dentro da ciência. Instituições A sociedade científica para a comunicação e promoção de ideias e experimentações científicas tem existido desde o período da Renascença. A mais antiga instituição que ainda existe atualmente é a Accademia dei Lincei na Itália. As academias de ciência nacionais são instituições especiais que existem em vários países, começando com a inglesa Royal Society em 1660 e a francesa Académie des Sciences em 1666. Organizações científicas internacionais, como International Council for Science, têm sido formadas para promover a cooperação entre as comunidades científicas de diferentes países. Mais recentemente, agências governamentais influentes têm sido criadas para dar suporte à pesquisa científica, incluindo a National Science Foundation nos Estados Unidos. Literatura São publicadas literaturas científicas de vários tipos. As revistas científicas comunicam e documentam os resultados de pesquisas feitas em universidades e nas várias instituições de pesquisa, servindo como um arquivo de registro da ciência. A primeira revista científica, Journal des Sçavans seguida da Philosophical Transactions, começou sua publicação em 1665. Desde essa época, o número total de periódicos ativos tem aumentado constantemente. Em 1981, uma estimativa do número de revistas científicas e técnicas resultou em 11.500 publicações. Atualmente o Pubmed lista quase 40.000 publicações apenas sobre as ciências médicas. Fonte: http://euodeioomerdil. blogspot.com/2007_11_01_ archive.html Outras organizações incluem a National Scientific and Technical Research Council na Argentina, as academias de ciências nos vários países, CSIRO na Austrália, Centre national de la recherche scientifique na França, Deutsche Forschungsgemeinschaft na Alemanha, CSIC na Espanha e Academia de Ciências da Rússia. A maioria das revistas científicas cobre um único campo científico e publica as pesquisas dentro desse campo. A ciência tem-se tornado tão penetrante na sociedade moderna que normalmente é considerado necessário comunicar os feitos, as notícias e ambições dos cientistas para um número maior de pessoas. 18 capítulo 1 Revistas, como a NewScientist, Science & Vie e Scientific American, são dirigidas ao público leigo; são feitas para um grupo maior de leitores e provêm um sumário não-técnico de áreas populares de pesquisa, incluindo descobertas e avanços notáveis em certos campos de pesquisa. Os livros científicos trabalham com o interesse de muito mais pessoas. Do outro lado, o gênero literário da ficção científica, fantástica por natureza, trabalha com a imaginação do público e transmite as ideias, e às vezes os métodos, da ciência. Esforços recentes para intensificar ou desenvolver ligações entre disciplinas científicas e não-científicas como a Literatura ou, mais especificamente, a Poesia, incluem a pesquisa Ciência da Escrita Criativa desenvolvida pelo Royal Literary Fund. Ciência e sociedade Ciência e pseudociências Na definição de ciência, ressalta-se explicitamente que não se admitem, por princípio, entidades e causas sobrenaturais como elementos responsáveis pelos fenômenos naturais ou sociais, pois, neste caso, haveria um lapso na causalidade inerente ao Método Científico (e ao mundo natural), estando as relações de causa-efeito então sujeitas às “vontades imprevisíveis” das entidades e forças sobrenaturais, não sendo estas, então, testáveis ou falseáveis pelo próprio Método Científico, espinha dorsal do que se chama princípio ciência. Ciência ou técnica? A técnica (grego antigo τέχνη, technê, que significa arte, ofício “knowhow”) “refere-se às aplicações da ciência, do conhecimento científico ou teórico, nas realizações práticas e nas produções industriais e económicas”. A técnica cobre assim o conjunto dos métodos de fabrico, de manutenção, de gestão, reciclagem e de eliminação dos desperdícios, que utilizam métodos procedentes de conhecimentos científicos ou simplesmente métodos ditados pela prática de certos ofícios e inovações empíricas. Pode-se, então, falar de arte, no seu sentido primeiro, ou de ciência aplicada. A ciência é, por outro lado, um estudo mais abstrato. Assim a epistemologia examina designadamente as relações entre a ciência e a técnica, como a articulação entre o abstraído e o “know-how”. No entanto, historicamente, a técnica veio primeiro. “O homem foi homo-faber, antes de ser homo-sapiens”, explica o filósofo Bergson. Contrariamente à ciência, a técnica não tem por vocação interpretar o mundo, está lá para transformá-lo, a sua vocação é prática e não, teórica. A técnica frequentemente é considerada como se fizesse parte integrante da história das ideias ou da história das ciências. No entanto, é necessário efetivamente admitir a possibilidade de uma técnica não-científica, isto é, evoluindo fora de qualquer corpo científico e que resume as palavras de Bertrand Gille: “o progresso técnico só é feito por uma soma de erros que resultaram em alguns espetaculares sucessos”. A técnica, na acepção de conhecimento intuitivo e empírico da matéria e das leis naturais, é, assim, a única forma de conhecimento prático. ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Um poeta escreveu sobre a Ciência, vamos ler? Agora que você já estudou acerca das Ciências e do Método Científico, leia o poema de Carlos Drummond de Andrade a seguir e comente no Fórum Temático sobre o seu significado. A ingaia ciência A madureza, essa terrível prenda que alguém nos dá, raptando-nos, com ela, todo sabor gratuito de oferenda sob a glacialidade de uma estela, a madureza vê, posto que a venda interrompa a surpresa da janela, o círculo vazio, onde se estenda, e que o mundo converte numa cela. A madureza sabe o preço exato dos amores, dos ócios, dos quebrantos, e nada pode contra sua ciência e nem contra si mesma. O agudo olfato, o agudo olhar, a mão, livre de encantos, se destroem no sonho da existência. 19 capítulo 1 Textos Complementares http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Bergson - verbete daWikipédia com biografia e bibliografia de Henri Bergson. DESCARTES, René. Discurso do método. (tradução prefácio e notas de João Cruz Costa. SP, Ed de Ouro, 1970 disponível para download em domínio público http://www.dominiopublico.gov.br/ e eBooket http://www. eBooket.net 6. ARTES E CIÊNCIA: ELAS ESTÃO BEM MAIS PRÓXIMAS DO QUE PODE PARECER! as superfícies, os monumentos. O princípio da síntese aditiva das cores restaura autocromos. As técnicas de análise físico-químicas permitem explicar a composição dos quadros, ou mesmo, descobrir palimpsestos. A radiografia permite sondar o interior de objetos ou de peças sem poluir o mesmo. O espectrográfico é utilizado, por último, para datar e restaurar os vitrais. 6.1. Cientificismo ou Religião da Ciência O cientificismo é uma ideologia que surgiu no século XVIII, segundo a qual o conhecimento científico permitiria escapar da ignorância e, por conseguinte, de acordo com a fórmula de Ernest Renan no livro Futuro da ciência, de “organizar cientificamente a humanidade”. A Expulsão de Adão e Eva do Jardim de Eden, antes e depois de sua restauração. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Ficheiro:Masaccio-TheExpulsionOfAdamAndEveFromEden-Restoration.jpg Hervé Fischer fala, no livro A sociedade sobre o divã (2007), de uma nova corrente artística que usa a ciência e as suas descobertas como inspiração, como as biotecnologias, as manipulações genéticas, a inteligência artificial, a robótica. Além disso, o tema da ciência foi frequentemente a origem de quadros ou de esculturas. O movimento futurista, por exemplo, considera que o campo social e cultural devem racionalizar-se. Por último, as descobertas científicas ajudam os peritos em arte. O conhecimento da desintegração do carbono 14, por exemplo, permite datar as obras. O laser permite restaurar, sem danificar Ele então age através da fé na aplicação dos princípios da ciência. Para vários detratores há uma verdadeira religião da ciência, particularmente no Ocidente. Sob acepções menos técnicas, o cientificismo pode ser associado à ideia de que só os conhecimentos cientificamente estabelecidos são verdadeiros. Pode também causar um certo excesso de confiança na ciência que se transformaria em dogma. A corrente do ceticismo científico, que se inspira do ceticismo filosófico, tenta apreender eficazmente a realidade pela tendência em inquéritos e em experiências que se apoiam no método científico, e tem por objetivo contribuir para a formação em cada indivíduo de uma capacidade de apropriação crítica do saber humano, combatendo, assim, o cientificismo. Para certos epistemologistas, o cientificismo aparece de todas as formas. Robert Nadeau, apoiando-se sobre um estudo realizado em 1984, considera que a cultura escolar é constituída de clichês epistemológicos que formariam uma espécie de mitologia dos tempos modernos 20 capítulo 1 que seria uma espécie de cientificismo. Estes clichês incluem a história da ciência, resumida e reduzida a descobertas que balizam o desenvolvimento da sociedade e as ideias que consideram que as leis, e mais geralmente os conhecimentos científicos, são verdades absolutas e últimas. E, ainda, que as provas científicas são não menos absolutas e mais definitivas, mesmo que, de acordo com Thomas Kuhn, não cessem de sofrer revoluções e inversões. Por último, foi, sobretudo, a Sociologia do conhecimento, nos anos 1940 à 1970, que pôs termo à hegemonia cientificismo. Os trabalhos de Ludwig Wittgenstein, Alexandre Koyré e Thomas Kuhn demonstraram a incoerência do positivismo. As experiências não constituem, com efeito, provas absolutas das teorias, e os paradigmas estão destinados a desaparecer. 6.2. Vulgarização Científica atores econômicos, institucionais e políticos. Na França, a Educação Nacional tem por missão sensibilizar o aluno à curiosidade científica por meio de conferências, de visitas regulares ou de ateliers de experimentação. A Cité des sciences et de l’industrie é um estabelecimento público, que coloca à disposição de todos exposições sobre as descobertas científicas, enquanto que o Centre de culture scientifique, technique et industrielle tem “por missão favorecer as trocas entre a comunidade científica e o público”. Futuroscope, Vulcania e Palais de la découverte são outros exemplos de disponibilização de conhecimentos científicos. Os Estados Unidos também possuem instituições que possibilitam uma experiência mais acessível através dos sentidos e que as crianças podem experimentar, como o Exploratorium de São Francisco. A vulgarização concretiza-se, por consequência, por meio das instituições e dos museus, mas também, de acordo com Bernard Schiele no livro Les territoires de la culture scientifique, por meio das animações públicas, como a Nuit des étoiles, de revistas e de personalidades (Hubert Reeves para a astronomia). 6.3. Ciências a Serviço da Ideologia e da Guerra Uma demonstração de uma experiência na Gaiola de Faraday no museu Palais de la découverte, Paris. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cage_ de_Faraday.jpg A vulgarização é o fato de tornar acessíveis as descobertas bem como o mundo científico a todos e numa linguagem adaptada. A compreensão da ciência pelo grande público é objeto de estudos; os autores falam de Public Understanding of Science (expressão consagrada na Grã-Bretanha, ciência literacy nos Estados Unidos) e cultura científica na França. Segundo os senadores franceses Marie-Christine Blandin e Ivan Renard, este é um dos principais vetores da democratização e da generalização do saber. Em várias democracias, a vulgarização da ciência está entre projetos que misturam diferentes O laser é a origem de uma das descobertas militares. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Ficheiro:Military_laser_experiment.jpg Durante a Primeira Guerra Mundial, as ciências foram utilizadas pelo Estado a fim de desenvolver novas armas químicas e desenvolver estudos balísticos. Houve o nascimento da economia de guerra, que se apoia em métodos científicos. O OST, ou Organização Científica do Trabalho, de Frederick Winslow Taylor, é um esforço de melhorar a produtividade industrial graças à emissão das tarefas autorizada nomeadamente pela 21 capítulo 1 cronometragem. No entanto, foi durante a Segunda Guerra Mundial que a ciência passou a ser utilizada para fins militares. As armas secretas da Alemanha nazista como o V2 ou o radar estão no centro das descobertas desta época. Todas as disciplinas científicas são assim dignas de interesse para os governos. O rapto de cientistas alemães no fim da guerra, quer pelos soviéticos, quer pelos americanos, faz nascer a noção de guerra dos cérebros, que culminará com a corrida armamentista da Guerra Fria. Este período é, com efeito, o que tem contado com o maior número de descobertas científicas, nomeadamente a bomba atômica e, em seguida, a bomba de hidrogênio. Numerosas disciplinas nascem da abordagem no domínio militar, como a criptografia informática ou a bacteriologia, para a guerra biológica. Amy Dahan e Domínica Pestre, a propósito deste período de investigações desenfreadas, afirmam que se trata de um regime epistemológico específico. Comentando o seu livro, Loïc Petitgirard explica: “Este novo regime de ciência é caracterizado pela multiplicação das novas práticas e as relações sempre mais estreitas entre ciência, Estado e sociedade.” A concepção deste que nomeia, então, o complexo militar-industrial aparece em relação muito íntima com o política. A partir de 1945, com a constatação do aumento das tensões por causa da oposição dos blocos capitalistas e comunistas, a guerra torna-se ela própria o objeto da ciência: o polemologia. Por último, se a ciência está por definição neutra, ela permanece à mercê dos homens e das ideologias dominantes. Assim, de acordo com os sociólogos relativistas Barry Barnes e David Bloor da Universidade d’ Edimburgo, as teorias são abordagens aceitas no poder político.Uma teoria se imporia então não porque é verdadeira mas porque é defendida pelo mais forte. Em outros termos, a ciência seria, se não uma expressão elitista, uma opinião majoritária reconhecida como uma verdade científica. Robert King Merton mostrou, em Elementos da teoria e do método sociológico (1965), as relações estreitas entre o desenvolvimento da Royal Society, fundada em 1660, e a ética puritana dos seus atores. Para ele, a visão do mundo protestante da época permitiu o crescimento do campo científico. Saiba Mais O pensamento religioso e o pensamento científico perseguem objetivos diferentes, mas não opostos. A ciência procura saber como o universo existe e funciona dessa maneira. A religião procura saber por que o universo existe e funciona dessa maneira. Os conflitos entre a ciência e a religião produzem-se quando um dos dois pretende responder às questões atribuídas ao outro. Fonte: http://autosport.aeiou.pt/gen. pl?p=stories&op=view&fokey=as. stories/96822 Ciência e Religião: Você sabia que elas nunca se deram muito bem? Por que? Vamos descobrir? No entanto, para os sociólogos e etnólogos, como Emile Durkheim, a fronteira que separa a ciência do pensamento religioso não é impermeável. No livro Nas Formas elementares da vida religiosa (1912), Durkheim mostra que os quadros de pensamento científico como a lógica ou as noções de tempos e de espaço encontram a sua origem nos pensamentos religiosos e mitológicos. Contudo, apesar deste parentesco, os discursos científico e teológico frequentemente chocaram-se na história. No cristianismo, o processo de Galileu Galilei, em 1633, marca o divórcio do pensamento científico e o pensamento religioso, iniciado pela execução de Giordano Bruno em 1600. O Concílio de Niceia de 325 tinha instaurado na Igreja o argumento dogmático, segundo o qual Deus tinha criado o céu e a terra em sete dias. Contudo, explicações científicas foram possíveis a partir deste credo, que não se pronunciava sobre a produção do mundo. Esta lacuna teológica permitiu certa atividade científica até a Idade Média, entre as quais 22 capítulo 1 as quais a principal foi a Astronomia. Concile de Trinta (1545-1563) autorizou as comunidades religiosas a efetuarem investigações científicas. Se o primeiro passo em prol do heliocentrismo (que coloca a Terra em rotação em redor do Sol) é feito pelo Nicolau Copérnico, Galileu defronta-se com a posição da Igreja a favor de Aristóteles, e por conseguinte, do Geocentrismo. Foi necessário esperar que Johannes Kepler prolongasse os trabalhos de Galileu e de Tycho Brahe para fazer aceitar o movimento da Terra. A separação definitiva entre ciência e religião é consumada no século XVIII, durante o Iluminismo. Na maioria das outras religiões, a ciência também não é oposta à religião. No Islamismo, a ciência é favorecida porque nela não existe clero instituído; além disso, o mundo é visto como um código a decifrar para compreender as mensagens divinas. Assim, na Idade Média, a ciência árabe-muçulmana prosperou e desenvolveu a Medicina, a Matemática e, principalmente, a Astronomia. No século XIX, os cientistas afirmam que a ciência é a única que pode explicar o universo e que a religião é o “ópio do povo”, como diria mais tarde Karl Marx, que fundou a visão materialista. Os sucessos científicos e técnicos, que melhoram a civilização e a qualidade de vida, se somam ao progresso científico e batem de frente com os dogmas religiosos em sua totalidade. As teorias da Física (principalmente a Teoria quântica) e da Biologia (com a Teoria da evolução de Charles Darwin), as descobertas da Psicologia (pela qual o sentimento religioso é um fenômeno interno ou mesmo neurológico), superam as explicações místicas e espirituais. Contudo, muitos religiosos, como Pierre Teilhard de Chardin e Georges Lemaître, tentam combinar as explicações científicas e a ontologia religiosa. A encíclica Fides et ratio (1993), do Papa João Paulo II reconhece que a religião cristã e a ciência são dois modos de explicar o mundo. No século XX, a confrontação dos partidários da teoria da evolução e dos criacionistas, frequentemente procedentes das correntes religiosas mais radicais, cristalizam o difícil diálogo da fé e da razão. “O processo do macaco” (a propósito da “ascendência” do homem) ilustra assim um debate permanente na sociedade. Por último, alguns filósofos e epistemólogos interrogam-se sobre a natureza da relação entre as duas instituições. O paleontólogo Stephen Jay Gould em que Darwin seja! fala de dois magistérios, cada um permanecendo mestre do seu território, mas não se intrometendo nos assuntos do outro, enquanto que Bertrand Russell menciona na sua obra Ciência e religião os conflitos entre os oponentes. Textos Complementares http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2005/08/ciencia-e-religiao.html - texto do site Saindo da Matrix acerca de “Ciência e Religião”. CHIZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciência humanas e sociais. SP, Cortez, 2006 ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Observe a ilustração abaixo: representa agentes da Inquisição levando à fogueira condenados. Pesquise e comente no fórum temático como é que a Inquisição via os trabalhos de alquimistas e filósofos humanistas. Fonte: http://imagenshistoricas.blogspot.com/2009/11/ inquisicao.html 23 capítulo 1 7. CIÊNCIA E SOCIEDADE: VOCÊ JÁ PENSOU O QUANTO A CIÊNCIA SE PREOCUPA COM A SOCIEDADE? A ciência é praticada em universidades e outros institutos científicos assim como no campo; por si só é uma vocação sólida na academia, mas também é praticada por amadores, que tipicamente engajam-se na parte de observação da ciência. Trabalhadores de laboratórios de pesquisa corporativos também praticam ciência, apesar de seus resultados serem geralmente considerados segredo de mercado e não serem publicados em jornais públicos. Cientistas corporativos e universitários geralmente cooperam, com os últimos concentrando-se em pesquisas básicas e os primeiros aplicando seus achados em uma tecnologia específica de interesse da companhia. Indivíduos envolvidos no campo da educação da ciência argumentam que o processo da ciência é realizado por todos os indivíduos quando aprendem sobre seu mundo. Dado o caráter universal da ciência, sua influência se estende a todos os campos da sociedade, desde o desenvolvimento tecnológico aos modernos problemas jurídicos relacionados com campos da medicina ou genética. Algumas vezes, a investigação científica permite abordar temas de grande impacto social, como o Projeto Genoma Humano, e temas de implicações morais, como o desenvolvimento de armas nucleares e a clonagem. Ainda assim, a investigação científica moderna requer, às vezes, em ocasiões importantes, grandes investimentos em instalações com aceleradores de partícula (CERN), a exploração do Sistema Solar ou a investigação da fusão nuclear em projetos como ITER. Em todos esses casos, é desejável que os avanços científicos alcançados sejam levados à sociedade. Em todos os casos, é desejável que os avanços científicos adquiridos cheguem à sociedade. Os métodos da ciência são praticados em muitos lugares, para atingir metas específicas. Por exemplo: • Controle de qualidade em fábricas de manufatura (por exemplo, testes microbiólógicos em uma fábrica de queijo asseguram que as culturas contenham espécies apropriadas de bactérias). • Obtenção e processamento de evidências da cena do crime (ciência forense). • Monitoramento conforme as leis ambientais. • Realização de exames médicos para ajudar médicos a avaliarem a saúde dos pacientes. • Investigação de causas de um desastre (tal como um colapso em uma ponte ou acidente aéreo). 7.2.Críticas e Polêmicas: Elas Sempre Existem e são Necessárias, Quando Construtivas! Uma área de estudos, ou especulação, mascarada como ciência em uma tentativa de alegar uma legitimidade, que de outro modo não seria possível conseguir, é por vezes chamada de Pseudociência, ciência das fronteiras, ou “ciência alternativa”. Outro termo, ciência lixo, é, às vezes, usado para descrever hipóteses ou conclusões científicas que, embora possam ser legítimas por si sós, acredita-se que sejam usadas para dar suporte a uma posição que não é vista como legítima pela totalidade das evidências. Uma variedade de propagandas comerciais, indo da campanha publicitária à fraude, pode entrar nessa categoria. Pode também ter um elemento de tendência política ou ideológica nos dois lados desses debates. Às vezes, uma pesquisa pode ser caracterizada como “ciência ruim”, uma pesquisa que é bem-intencionada, mas é vista como incorreta, obsoleta, incompleta ou com uma exposição muito simplificada de ideias científicas. O termo “fraude científica” se refere a situações em que os pesquisadores intencionalmente representaram incorretamente suas informações publicadas ou deram crédito pela descoberta propositalmente para a pessoa errada. 7.2.1.A Mídia A mídia de massa enfrenta algumas pressões que a previnem de escolher mais corretamen- 24 capítulo 1 te qual das alegações científicas possui maior credibilidade dentro da comunidade científica como um todo. Determinar o quão forte é cada um dos lados de um debate científico requer um conhecimento considerável sobre o assunto. Poucos jornalistas possuem um conhecimento científico real, e mesmo repórteres especializados no assunto, que sabem muito sobre determinada questão científica, podem saber pouco sobre outras questões que, de repente, eles precisem cobrir. 7.2.2.A Política Muitas questões danificam o relacionamento da ciência com a mídia e o uso da ciência e argumentos científicos por políticos. Generalizando, muitos políticos procuram certezas e fatos enquanto os cientistas normalmente oferecem probabilidades e advertências. Entretanto, a habilidade dos políticos de serem ouvidos pela mídia de massa frequentemente distorce o entendimento científico para o público. Exemplos na Inglaterra incluem a controvérsia sobre a inoculação MMR e a resignação forçada em 1988 do ministro Edwina Currie por revelar a alta probabilidade de os ovos batidos conterem Salmonella. Textos Complementares http://pt.wikipedia.org/wiki/Divulgação_científica – texto da Wikipédia sobre “Divulgação Científica”, que aborda a questão da mídia. BECKER, Howard S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. SP, Hucitec, 1999. Saiba Mais Críticas filosóficas O historiador Jacques Barzun designou a ciência como “uma fé tão fanática como qualquer outra na história” e alertou contra o uso do pensamento científico para suprimir considerações sobre o significado da existência humana.36 Muitos pensadores recentes, como Carolyn Merchant, Theodor Adorno e E. F. Schumacher, concordaram que a revolução científica no século XVII mudou o foco da ciência de estudar e entender a natureza ou sabedoria, passando a focar em questões sobre manipulação da natureza, e esta nova ênfase da ciência levou inevitavelmente à manipulação das pessoas. O focus da ciência em medições quantitativas levaram a críticas que ela é incapaz de reconhecer os importantes aspectos qualitativos do mundo. O psicologista Carl Jung acreditava que, apesar de a ciência tentar entender toda a natureza, o método experimental usado iria impor questões artificiais e condicionais que evocariam apenas respostas parciais. David Parkin comparou a estância epistemológica da ciência com a divinação. Ele sugeriu que, assim como a divinação é um meio epistemológico específico para conseguir introspecção em uma dada questão, a própria ciência pode ser considerada uma forma de divinação moldada pelo ponto de vista oriental da natureza (e, com isso, as possíveis aplicações) do conhecimento. Vários acadêmicos têm feito críticas em relação à ética na ciência. No livro Science and Ethics, por exemplo, o filósofo Bernard Rollin examinou a relevância da ética para a ciência e argumentou a favor de fazer a educação em ética parte do treinamento científico. ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Observe a ilustração de Nimura: ela é uma paródia do chamado mito da caverna de Platão. Pesquise acerca desse mito e comente no Fórum Temático qual é o novo sentido que Nimura propõe. Fonte: http://www.posgraduando. com/humor/a-evolucao-do-computador-e-a-historia-do-homem 25 capítulo 1 8. RENÉ DESCARTES Fonte: http://www.consciencia.org/descartes. shtml René Descartes - (1596 – 1650) nasceu de uma família nobre dedicada à medicina e ao comércio. Os Descartes se fixaram em La Haye, Tourenne. Seu pai se chamava Joaquim e era conselheiro do parlamento britânico. René tinha uma saúde frágil e era cuidado por sua avó. Entrou no colégio jesuíta de Le Flèche, que havia sido fundado dois anos antes, mas já adquirira notoriedade. Nesse estabelecimento, René teve formação filosófica e científica. Foi um bom aluno, mas não encontrou a verdade que procurava, como escreveu no Discurso do Método. Aprendeu a filosofia pelo método escolástico, e, apesar de ser católico, percebeu a diferença existente entre aquele tipo de ensino antigo e o recente espírito renascentista, baseado nas últimas descobertas e inovações científicas e culturais. Agradava a Descartes a matemática, por dar respostas exatas. A educação em Le Flèche havia sido religiosa, e havia um clima de atraso e submissão às instituições políticas, acompanhados de estudos sobre as infindáveis controvérsias teóricas da escolástica. Portanto Descartes saiu de lá um pouco confuso e decepcionado. Apesar disso, recomendava o colégio para os filhos de amigos. Entrou para a Universidade de Poitiers, curso de direito e se formou. Como não ficou satisfeito com os conhecimentos adquiridos, resolveu entrar para o exército. Alistou-se nas tropas holandesas de Maurício de Nassau. Descartes tinha uma ligação com a Holanda, em razão disso, foi combater os espanhóis. Fez, então, uma forte amizade com um entusiasta da Física e da Matemática, Isaac Beckman, jovem médico holandês. Descartes relata que viveu uma noite extraordinária no final de 1619. Ele ficava nessa época sozinho em um cômodo aquecido, onde podia se entregar à atividade intelectual. Uma visão extraordinária, um insigth. Numa noite iluminada, teve uma revelação dos fundamentos de uma ciência admirável, de dimensão universal. Descartes resolvera viajar para procurar a verdade no Grande Livro do Mundo. Em 1619, sai da Holanda e viaja pela Europa. Estava finalizando o seu Tratado sobre o Mundo e Sobre o Homem quando lhe veio a notícia da condenação de Galileu por suas teorias científicas. Além disso, a Inquisição estava correndo solta na Europa, Descartes sabia da morte na fogueira de Giordano Bruno Descartes tinha um projeto filosófico cada vez mais ligado na matemática, queria associar as leis numéricas com as leis do mundo, resgatando a antiga doutrina pitagórica. Sua principal teoria afirmava-se na eficácia da razão. Queria refletir sobre a questão da autonomia da ciência e objetividade da razão frente ao Deus todo poderoso. As novas teorias científicas contrariavam as Sagradas Escrituras. Em 1620, renuncia à carreira militar e parte para a Itália. Escreveu alguns trabalhos nesse período. Em 1637, publica o Discurso do Método- para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade nas ciências. Teve uma filha com Heléne Jans, tendo ela morrido com cinco anos. Seu nome era Francine e a dor da perda muito afetou Descartes. Ao contrário do Discurso do Método, que foi escrito em francês, Meditações foi escrito em latim. Seus pensamentos suscitavam muitas críticas, entre elas a de Hobbes. Consagrado, Descartes se relacionava com a princesa Isabel, com quem mantinha correspondência. Princípios da filosofia foi dedicado à princesa Elizabeth de Boêmia. Em 1649, aceita um convite da rainha Cristina da Suécia e para lá se dirige a fim de entregar os originais de seu último trabalho. A rainha Cristina costumava conversar de manhãzinha, quando fazia muito frio. Como Descartes não era muito parrudo, e sua saúde nunca foi das melhores, pegou uma pneumonia e morreu uma semana depois, ao deixar a corte, em 1650. Descartes afirmou no Discurso do Método, que quanto mais estudava, mais se apercebia de sua ignorância (parece um pouco com Sócrates, não 26 capítulo 1 é?). No livro Os princípios da filosofia afirma que a filosofia é como uma árvore, as raízes são a metafísica e a ciência, como a medicina, a mecânica e a psicologia, os ramos da árvore. A psicologia não era muito desenvolvida na época de Descartes. Descartes critica a lógica dialética, afirma que ela parte de verdades já conhecidas, e é inútil para desvendar novas verdades. Também critica a matemática, pois, apesar de fornecer conclusões irrefutáveis, muitas vezes possui regras em demasia, sem nenhum fim prático, sendo muito abstrata. Descartes criou a geometria analítica, determinando um ponto do espaço no plano cartesiano. A geometria analítica estuda as curvas, superfícies e figuras geométricas, tendo relação com algumas equações. Essas equações podem ser aplicadas no plano formado pelas abscissas e ordenadas. Assim a álgebra e a geometria foram unidas por Descartes que muito se orgulhava de sua descoberta. Ele também introduziu alguns discursos de óptica. Aplicou o raciocínio matemático nas regras de seu método, pois era preciso usar a razão para se chegar à verdade universal. Descartes sempre buscou o avanço da ciência, e quando ela conhece a natureza se torna senhora dessa. Apesar de ter ainda alguns resquícios da escolástica, Descartes se esforçou para ir além e chegar ao pragmatismo. Toda a escolástica e o edifício da ciência aristotélica faziam parte do passado. E com Descartes, percebe-se, que era preciso ir para a frente. Por isso, ele é considerado o fundador da filosofia moderna. No seu estilo claro mas pleno de construções, demonstrações e imagens ele nos dá as quatro regras do método: Na terceira regra, é preciso fazer uma síntese da realidade complexa, que foi decomposta em partes menores. d. a última consiste em fazer em toda a parte enumerações e revisões completas, para nada se omitir. Leibniz zombou da aparente banalidade do método. Descartes aplicou-o, afirmando que ele facilitou o desvelamento de certas questões, usando a razão como instrumento para tirar as dúvidas. Ele adverte que é um método que usou exclusivamente para si, como uma maneira de dirigir seu pensamento. Pois a razão, (bom senso) para Descartes, é o que há de mais bem distribuído no mundo, e o que diferencia a capacidade é o modo como cada um conduz seus pensamentos, chegando a resultados diferentes. b. a segunda regra, que tem um jeito matemático , diz para dividir as dificuldades em quantas partes fosse possível e necessário para resolvê-las. Como uma pessoa que está construindo uma casa e necessita de um local para dormir enquanto a obra está sendo feita, Descartes construiu uma moral provisória, para não permanecer irresoluto em suas ações. A primeira máxima é obedecer às leis e aos costumes de seu país. A segunda é ser firme e resoluto em suas ações e não ir adiante nas opiniões duvidosas ou falsas. Assim, com essa determinação, podemos ser capazes de distinguir o que não é verdade. Descartes afirma que cada homem possui a noção inata do que é verdade. Deus dá essa noção: se, por intuição, temos muita certeza de uma coisa , ela é verdade. Nesse ponto, Descartes valoriza a intuição ao lado da razão. A menor distância entre dois pontos é uma reta, e não devemos ter remorsos de nossos atos. Descartes pretendia, com isso, se livrar de um espírito fraco e vacilante. A terceira máxima moral é primeiro vencer a si próprio, depois a fortuna, o destino. Primeiro modificar os desejos pessoais e não a ordem do mundo. Tudo o que Descartes diz ter realmente em seu poder são os seus pensamentos. Assim nossa vaidade não toma conta de nós e não remoemos nossos infortúnios nem lamentamos a falta de riqueza ou virtude. c. a terceira regra é conduzir com ordem os pensamentos, começando com os mais simples e indo para os mais complicados, dos mais fáceis de conhecer para os compostos. Descartes também afirma, em outro trecho, que não se fia nos primeiros pensamentos. Descartes prossegue dizendo que a melhor ocupação é cultivar a razão. É o que melhor podemos fazer, pois é impossível dominar o universo, e o que não atingimos é inacessível. Descartes ficou rolando nove anos pelo mundo, vivendo sem luxos desnecessários, e solitário. Realizan- a. jamais acolher algo como verdadeiro, a não ser que seja absolutamente evidente, e não acolher no juízo o que não seja claro e indubitável. É a regra da evidência. 27 capítulo 1 do meditações metafísicas, chegou à dúvida metódica. Para se passar do pequeno Eu, (que é subjetivo e depende de muitos fatores para ser conclusivo) para o mundo objetivo, é necessário tomar como certas algumas coisas. Mas, supondo que tudo o que se vê é falso, sua memória é cheia de mentiras. Nesses parâmetros, a única coisa verdadeira é que não há nada de certo no mundo. Descartes realça que não estava sendo cético, pois esses são indecisos, e ele buscava a verdade por meio da dúvida. Pois há uma força que engana sempre. Mas se ela engana, não se pode negar que se está recebendo a ação. Mesmo se não houver diferença entre o sonho e o estado acordado, ele pensa enquanto duvida. Assim Descartes chegou à verdade Penso, Logo existo (em latim: Cogito, ergo sum). Por pensamento Descartes considera tudo o que é de fato e que nós nos tornamos conscientes disso. São pensamentos todas as operações intelectuais e as da imaginação bem como as da vontade. Assim Descartes se fecha em sua subjetividade, na sua mente e pôde supor que não existe mundo. Mas a sua alma existe, e ela é puro pensamento. E um tópico interessante de sua teoria é a dualidade. A alma é uma substância distinta do corpo. E antes de confirmar como verdadeira a existência física do mundo, Descartes demonstra a existência de deus. Afirma que quem conhece é mais perfeito do que quem duvida. Tudo aquilo que ele conhece tinha de vir de alguma coisa. Ele acha que é necessário existir algo a quem ele depende e que seja perfeito. É a lei da causalidade, Deus é causa final de tudo. Descartes desenvolve o argumento ontológico para a existência de Deus. Antes dele, Santo Anselmo já o tinha feito. O Deus cartesiano é infinito, imutável, independente, onisciente, criador e conservador. Deus é uma ideia inata, que já vem junto com o nascimento. Deus garante a objetividade do mundo. Existem também as ideias factícias, construídas por nós mesmos, e as adventícias, que vem de fora. Descartes diz que existe uma luz interior dada por Deus, que dá confiança e certeza, pois é impossível que Deus seja mentiroso e enganador. E nossa consciência de Deus, do infinito, essa percepção que o homem pode ter da divindade e da perfeição é como “a marca do artista em sua obra”. Hegel mais tarde afirmou que é impossível ao homem conhecer o infinito, pois ele só pode empregar categorias finitas. E o ser humano erra, erro que provém do juízo. E no juízo o intelecto e a vontade influem. A pressão, influência da vontade sobre o intelecto, se não for bem administrada, resulta no erro do juízo. Como em Santo Agostinho, é o mau uso do livre-arbítrio que faz o errado surgir. Meu intelecto como tal, em si, não é errado, mas meus pensamentos e atos podem ser. Descartes afirma que a realidade exterior pode ser conhecida por meio da razão. As propriedades quantitativas são evidentes para a razão, as propriedades qualitativas são evidentes para os sentidos. Descartes fala da existência das substâncias, como a já citada alma e a extensão ou matéria. A matéria ocupa lugar no espaço e pode ser decomposta em partes menores. Existe só um tipo de matéria no universo. O universo é composto de matéria em movimento. Não existe o espaço vazio ou o vácuo dos atomistas. Visando a análise científica racional, Descartes chega à conclusão de que os animais e os corpos humanos são autômatos, como máquinas semelhantes ao relógio. Na quinta parte do Discurso do Método, ele faz uma descrição fisiológica: o corpo é uma máquina de terra, construído por Deus, e suas funções dependem das funções dos órgãos. A alma está ligada ao corpo por uma glândula cerebral, onde ocorre a interação entre espírito e matéria. Na teoria mecanicista de Descartes, o corpo é uma máquina e deve entregar o controle das ações para alma. E Descartes afirma que a soma de todos os ângulos de um triângulo sempre será igual a dois ângulos retos. Essa frase foi tomada por Spinoza, a quem Descartes influenciou, e significa uma verdade, independente dos vaivéns das opiniões baseadas nos sentidos. REFERÊNCIAS COSTA, Sérgio Francisco. Método Científico: Os Caminhos da Instigação. São Paulo, Harbra, 2007. DURANT, Will. História da Filosofia. Tradução Luiz Carlos do N. Silva. São Paulo, Nova Cultural, 1998. KRAGH, Helge. Introdução à Historiografia da Ciência. Porto, Porto Editora, 2003. KUHN, Thomas S. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo, Perspectiva, 2005. 28 capítulo 1 MEIS, Leopodo de. O Método Científico: Como o saber mudou a vida do homem. São Paulo, Vieira e Lent, 2006. WIKIPÉDIA. http://pt.wikipedia.org/wiki/ 29 capítulo 2 Prof. Jairo Nogueira Luna Carga Horária: 20 horas METODOLOGIA DA PESQUISA APRESENTAÇÃO Caros alunos Nos capítulos desta disciplina, pretende-se promover uma reflexão acerca da Metodologia Científica, até compreendermos que pesquisar é muito mais do que simplesmente buscar alguma informação. De fato, envolve um conhecimento acerca do “Método” científico, suas características e a necessidade que a Ciência tem de segui-lo. Faremos, também, um histórico acerca da evolução do método científico até a atualidade, buscando, assim, demonstrar como diferentes visões de ciência em diferentes épocas valeram-se de métodos que respondiam às suas necessidades mais imediatas. Ainda, pretendemos apresentar sucintamente as Normas da ABNT e informações concernentes à formatação dos textos acadêmicos. OBJETIVO • Apresentar noções de Normatização pela ABNT; • Apresentar conceitos relativos às publicações acadêmicas; • Entender a importância do Método Científico para as Ciências em Geral. 30 capítulo 2 1. NORMATIZAÇÃO PELA ABNT: MUITA GENTE ACHA CHATO, MAS É FUNDAMENTAL! A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o fórum nacional de normalização, representando no Brasil a International Organization for Standardization (ISO). As normas brasileiras que dizem respeito à documentação e informação, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB-14) e dos Organismos de Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (ABNT/CE14:001.01 - Comissão de Estudo de Documentação), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). O objetivo maior da normalização é o de promover, por meio da redução da variedade de procedimentos, meios eficientes de troca de informações. No que se refere ao trabalho científico o estabelecimento de padrões proporciona consistência à apresentação e, portanto, credibilidade, elementos imprescindíveis à divulgação do saber científico e sua socialização. Conceito Trabalho acadêmico é o texto resultado de algum dos diversos processos ligados à produção e transmissão de conhecimento executados no âmbito das instituições ensino, pesquisa e extensão, formalmente reconhecidas para o exercício dessas atividades. Finalidade As diversas finalidades do trabalho acadêmico podem se resumir em: apresentar, demonstrar, difundir, recuperar ou contestar o conhecimento produzido, acumulado ou transmitido. Ao apresentar resultados, o texto acadêmico atende à necessidade de publicidade relativa ao processo de conhecimento. A pesquisa realizada, a ideia concebida ou a dedução feita perecem, se não vierem a público; por esse motivo, existem diversos canais de publicidade adequa- dos aos diferentes trabalhos: as defesas públicas, os periódicos, as comunicações e a multimídia virtual são alguns desses. A demonstração do conhecimento é necessidade na comunidade acadêmica, onde esse conhecimento é o critério de mérito e acesso. Assim, existem as provas, os concursos e diversos outros processos de avaliação pelos quais se constata a construção ou transmissão do saber. Difundir o conhecimento às esferas externas à comunidade acadêmica é atividade cada vez mais presente nas instituições de ensino, pesquisa e extensão, e o texto correspondente a essa prática tem característica própria sem abandonar a maior parte dos critérios de cientificidade. A recuperação do conhecimento é outra finalidade do texto acadêmico. Com bastante frequência, parcelas significativas do conhecimento caem no esquecimento das comunidades e das pessoas; a recuperação e manutenção ativa da maior diversidade de saberes é finalidade importante de atividades científicas objeto da produção de texto. Quase todo conhecimento produzido é contestado. Essa contestação, em que não constitua conhecimento diferenciado, certamente é etapa contribuinte no processo da construção do saber que contesta, quer por validá-lo, quer por refutá-lo. As finalidades do texto acadêmico, certamente, não se esgotam nessas, mas ficam aqui exemplificadas. Para atender à diversidade dessas finalidades, existe a multiplicidade de formas, entre as quais se encontram alguns conhecidos tipos, sobre os quais procurarei estabelecer o conceito difuso. Tipos de trabalhos acadêmicos Apresento, a seguir, alguns dos tipos mais comuns dos trabalhos acadêmicos formais, não considerando provas, exercícios e outros textos menos significativos. Há, ainda, sites, trabalhos de multimídia, encenações e outros que não são considerados, uma vez que o foco aqui é a produção escrita formal. 31 capítulo 2 Tese: Pra chegar ao doutorado, é preciso fazer uma! defendendo uma tese. Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem até teses pós-morte” (PRATA, 1998). Dissertação: Para ser mestre é preciso fazer uma! Fonte: http://library.kiwix.org:4213/A/Teorema%20 do%20macaco%20infinito.html Trabalho acadêmico, que apresenta o resultado de investigação complexa e aprofundada sobre tema mais ou menos amplo, com abordagem teórica definida. “É um texto que se caracteriza pela defesa de uma idéia, de um ponto de vista. Ou então, pelo questionamento acerca de um determinado assunto. O autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, que utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas idéias” (SILVEIRA, 2002). A tese deve ser elaborada com base em pesquisa original. Visa à obtenção do título de doutor, pós-doutor ou livre-docente ou o acesso ao cargo de professor titular em muitas instituições. Em geral, a tese é produção de cerca de 200 páginas, podendo variar bastante esse número. É o trabalho final dos cursos de doutorado e pós-doutorado, elaborado depois de cursados os respectivos créditos e feita a pesquisa correspondente; nesses casos, é desenvolvida sob assistência de um orientador acadêmico. É trabalho autônomo de pesquisador sênior, quando se trata de livre-docência ou acesso à titularidade. É defendida publicamente, perante bancas de cinco ou mais doutores. Fonte: http://sorumbatico.blogspot. com/2007_05_20_archive.html Trabalho acadêmico, que apresenta o resultado de investigação menos complexa e aprofundada sobre tema específico e mais bem delimitado. Pode ser elaborada com base em pesquisa original, apresentar resultado parcial de estudo experimental ou expor estudo recapitulativo, de base bibliográfica. Visa à obtenção do título de mestre. Em geral, é produção de aproximadamente 100 páginas, podendo variar um pouco o número. É o trabalho final dos cursos de mestrado, elaborado depois de cursados os respectivos créditos e feita a pesquisa correspondente; é desenvolvida sob assistência de um orientador acadêmico. É defendida publicamente perante bancas de três ou mais doutores. Monografia: Você terá que fazer uma na especialização Lato Sensu! “Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessa tese que eu estou falando. Você deve conhecer, pelo menos, uma pessoa que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida. Ela é feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca. As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, Fonte: http://www.patazas.com.br/monografia_venda_ encomenda_compra_tcc_abnt_projeto_96011.html 32 capítulo 2 Trabalho acadêmico, que apresenta o resultado de investigação pouco complexa e sobre tema único e bem delimitado. Raramente é elaborada com base em pesquisa original ou apresenta resultado de estudo experimental; normalmente é estudo recapitulativo, de base bibliográfica. Visa geralmente à obtenção do título de bacharel ou especialista, sendo usada, ainda, como trabalho de conclusão de alguma disciplina regular. Em geral, é produção de cerca de 60 páginas, variando pouco esse número. É o trabalho final dos cursos de graduação, elaborado depois de cursados os respectivos créditos e feita a pesquisa correspondente; é desenvolvida, em alguns casos, sob assistência de um orientador acadêmico. Raramente tem defesa pública. Artigo Trabalho acadêmico curto, que apresenta o resultado de investigação sobre tema único e bem delimitado. Pode ser elaborado com base em pesquisa original ou apresentar resultado de estudo experimental ou bibliográfico. Pode visar à obtenção de título, sendo usado ainda como trabalho de conclusão de alguma disciplina regular. Em geral, é produção de 40 páginas ou menos. Pode ser resultado de sínteses de trabalhos maiores ou elaborados em número de três ou quatro, em substituição às teses e dissertações; são desenvolvidos, nesses casos, sob a assistência de um orientador acadêmico. São submetidos às comissões e conselhos editoriais dos periódicos, que avaliam sua qualidade e decidem sobre sua qualidade, relevância e adequação ao veículo. Comunicação Trabalho acadêmico curto, que apresenta normalmente o estado de pesquisa em andamento. Tanto pode ser elaborada com base em pesquisa original quanto apresentar estudo experimental ou bibliográfico. Não visa à obtenção do título, nem é usada como trabalho de conclusão de alguma disciplina regular, mas pode ser etapa de estágio, pesquisa ou resultado de sínteses de trabalhos maiores. Algumas são feitas sob assistência de orientador acadêmico. São submetidas às comissões e aos conselhos dos colóquios, que decidem sobre sua relevância e adequação ao tema do evento. Relatório Trabalho acadêmico, que apresenta o estado de pesquisa ou trabalhos de outra natureza. Tanto pode ser elaborado com referência à pesquisa original quanto apresentar estudo bibliográfico. Visa comumente apresentar o andamento de trabalhos junto a órgãos financiadores e fiscalizadores, pode ser etapa de estágio ou pesquisa. É submetido às comissões e conselhos dos órgãos competentes, ou do evento, que decidem sobre o mérito. Resenha Trabalho acadêmico de divulgação, que apresenta síntese e crítica sobre trabalho mais longo. Pode ser elaborado com base em leitura motivada por interesse próprio ou sob demanda editorial. Visa, geralmente, à publicação em periódico. Saiba Mais Biblioteconomia: É mais do que apenas o estudo da biblioteca, é ciência da informação! Biblioteconomia é a ciência, que estuda os aspectos da representação, da sistematização, do uso e da disseminação da informação por meio de serviços e produtos informacionais. Trata sobre a análise, planejamento, implementação, organização e a administração da informação em bibliotecas, bancos de dados, centros de documentação, sistemas de informação e sites, entre outros. O papel do profissional bibliotecário vai muito além dos empréstimos e organização da biblioteca; ele é como um agente mediador entre a informação e quem a busca, de modo que o conhecimento chegue, de forma rápida e satisfatória, ao seu usuário. A Biblioteca foi a principal área de atuação do bibliotecário, mas, com o avanço das tecnologias da informação esse profissional, está se inserindo em várias áreas, em que a informação precisa ser organizada, administrada e democratizada, o avanço das tecnologias não restringiram e nem ameaçaram o bibliotecário, mas fez aumentar ainda mais o perfil profissional do bibliotecário. A palavra biblioteconomia é composta por três elementos gregos - biblíon (livro) + théke (caixa) + nomos (regra) assim biblioteconomia é etimologicamente o conjuntos de regras de acordo com as quais os livros 33 capítulo 2 Fonte: http://www.almostzara. com/2010/02/ebook-lending-libraries-the-future-of-fiction/library_cartoon/ são organizados em espaços apropriados: estantes, salas, edifícios. Organizar livros implica tanto ordená-los segundo um sistema lógico de classificação do conhecimento e conservá-los para que resistam a condições desfavoráveis de espaço e tempo, como torná-los conhecidos para que sejam utilizados pelo maior número de pessoas interessadas nos seus elementos formativos, informativos, estéticos ou simplesmente lúdicos que eles contêm. Isso tem início antes mesmo de o livro entrar na biblioteca - por meio de compra, doação ou permuta - mediante uma cuidadosa seleção, se o livro atenta aos perfis dos respectivos usuários. Porem, atualmente, unidade de análise da Biblioteconomia não é mais somente o livro, mas também a informação, e suas atividades, agora automatizadas, que ultrapassam o espaço da biblioteca. Assim, sua etimologia está sendo questionada pela nova demanda de profissionais atualizados da área. A Biblioteconomia é uma das profissões mais antigas da humanidade. Estima-se que talvez tenha se iniciado nos primórdios, com as práticas estabelecidas pelos monges copistas. A Biblioteconomia no Brasil, como curso de graduação, é considerada como uma das ciências da informação, pelo seu caráter interdisciplinar e pelo seu objeto de estudo: a informação, estando sobre o guarda-chuva da Ciência da Informação, esta última uma criada após a II Guerra Mundial em virtude da gama de informações surgidas pelo desenvolvimento de novas tecnologias. Como seria impossível para determinado usuário de uma biblioteca em sua busca por informação, folhear todos os livros, ouvir todos os CDs ou manusear todas as formas de suporte da informação presentes na biblioteca, são desenvolvidas técnicas e serviços de forma a simplificar o acesso à informação contida no suporte (impresso, digital, sonoro, etc.). As principais áreas de pesquisa em biblioteconomia são: representação temática, representação descritiva, linguagens documentárias, serviços de referência, marketing em unidades de informação, arquitetura de informação, usabilidade, catalogação, gestão de unidades de informação, infometria etc. Textos Complementares http://fazendoacontecer.net/2010/02/04/como-formatar-uma-monografia-pelas-normas-abnt-do-inicio-ao-fim-parte-1/ Página que apresenta de maneira objetiva a maneira de formatar os elementos normativos da ABNT para execução no Word, demonstrando as janelas do programa e como inserir notas de rodapé, justificar o texto, margens, etc. http://www.universia.com.br/universitario/materia.jsp?materia=16867# Página do site Universia que abre um tutorial com as normas da ABNT para digitação de monografia acadêmica http://www.abnt.org.br/ Portal da ABNT ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Pesquise, no caso de Artigos, se existe alguma organização que indexa os periódicos científicos e lhes dá um número, semelhante ao modo como os livros possuem um número de registro chamado ISBN (International Series Book Number). E, a seguir, comente a importância do ISBN e do órgão que normatiza os números de periódicos. Fonte: http://cinetecacebrasil.blogspot.com/2010/06/ series-de-animacao-anos-90-parte-3.html 34 capítulo 2 2. CONCEITO DE NORMATIZAÇÃO: AS NORMAS EXISTEM EM TODA ATIVIDADE HUMANA! A normalização torna produtos, processos e serviços disponíveis de forma adequada para serem utilizados. Seus principais objetivos são o de facilitar a comunicação, de simplificar os processos e de proteger o consumidor. Presente em nosso cotidiano, sem que seja percebida ela orienta, até mesmo, a melhoria da qualidade de vida, com normas relativas à segurança, saúde e meio ambiente. Sua utilidade e relevância são indiscutíveis, pois as normas são criadas a partir da necessidade e de experiências nos mais diversos campos da sociedade. Sua manutenção é constante, tendo em vista que sempre estão surgindo novas tecnologias, o que exige sua normatização ou atualização das já existentes. de normas. É membro fundador da ISO, da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização). É uma entidade privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública, reconhecida pelo governo brasileiro como único Foro Nacional de Normalização. O Dia Mundial da Normalização é comemorado desde 1970, no dia 14 de outubro. A data foi escolhida em virtude de ser o dia de fundação da ISO (Organização Internacional de Normalização) e tem por objetivo sensibilizar a comunidade sobre a importância da normalização, focando a cada ano um tema diferente. Para que se desenvolva uma norma, é necessário que a sociedade manifeste esse interesse através de respostas às pesquisas realizadas pela ABNT, para que a Comissão de Estudo elabore um Projeto de Norma que, submetido à Consulta Pública e após aprovação, é colocada à disposição da sociedade. Esse processo, chamado Análise Sistemática, é realizado anualmente, para que o conteúdo das normas mantenha-se sempre atualizado, seguindo princípios internacionais. Possui a finalidade de orientar empresas para que realizem suas atividades de conformidade com as normas estabelecidas, evitando perdas e satisfazendo seus clientes. Entidades representativas de determinado setor podem sugerir a criação de uma norma. Atualmente estão abertos à consulta nacional cinco projetos de normas, que estão disponíveis para a avaliação pela comunidade. Normalizar, segundo Ferreira, é “Submeter a norma ou normas; padronizar”(2004). É considerada também uma atividade que estabelece prescrições que se destinam à utilização comum e repetitiva em um dado contexto. A Norma é um documento que fornece diretrizes, regras para atividades, com o objetivo de ordenar, com qualidade, determinada informação. As normas surgem para facilitar, trazer soluções para todos, ligar pessoas e, conforme o evento que comemorou ou 35º Dia Mundial da Normalização “Normas conectam o mundo” Internacionalmente a ISO (International Organization for Standardization) é o órgão responsável pelo estabelecimento de normas científicas, com a colaboração de cada país, e no Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) adapta essas normas para utilizarmos. Como membro da ISSO, podemos sugerir alterações e criação de normas. A ABNT foi fundada em 1940 e é responsável pelo gerenciamento do processo de elaboração Cada país tem suas próprias regras para normalização, que, ao serem levadas para a ISSO, influencia a norma mundial. Como já foi mencionado, no caso do Brasil, o encaminhamento é feito por meio da ABNT. No âmbito da produção de documentos, também é exigida a normalização. Existem normas para isso que devem ser seguidas, pois, no caso de um trabalho acadêmico, por exemplo, não pode deixar de ser observada a apresentação gráfica. No momento da apresentação do trabalho realizado, além dos aspectos relativos ao conteúdo, o aspecto visual e de padronização dos dados também são itens de suma importância, e, certamente, serão avaliados. 35 capítulo 2 Atualmente a produção acadêmica tem aumentado consideravelmente, sendo exigida, na maioria dos cursos, a elaboração de TCC, além da elaboração constante de tantos outros trabalhos, como relatórios, projetos e artigos. O estímulo à produção de artigos é constante nas mais diversas áreas do conhecimento, muitas vezes carentes de materiais bibliográficos. Nesse contexto, a qualidade de trabalhos elaborados pela comunidade acadêmica recebe o suporte dado pelas normas a sua elaboração. Elas existem para facilitar o trabalho realizado tanto por acadêmicos quanto por pesquisadores, devendo ser seguidas para que obtenham maior credibilidade, pois auxiliam na diminuição da possibilidade de erros. No momento da elaboração de um texto, o objetivo primeiro é seu conteúdo, colocar as informações relevantes. No entanto, se as informações não estiverem colocadas de maneira uniforme, coerente e harmônica elas se perdem por não terem sido expostas de maneira organizada. Ao elaborar um documento, é imprescindível que se adotem regras de normalização, e no Brasil, a indicada pela ABNT. Com isso , estaremos facilitando o resgate de informações contidas em um documento, além de protegermos os direitos autorais e outros benefícios, tanto para quem elabora quanto para quem acessa seu conteúdo. As normas existentes relativas à Documentação são de responsabilidade do Comitê Técnico CB14, cujo âmbito de atuação é: “Normalização no campo da informação e documentação compreendendo as práticas relativas a bibliotecas, centro de documentação e informação, serviços de indexação, resumos, arquivos, ciência da informação e publicação”. Tais normas são atualizadas, sempre que é constatada sua necessidade, devendo os usuários buscar o que existe de mais atual na área, tendo em vista que os textos deverão atender os padrões recomendados. Tem-se observado que atualmente em várias instituições está sendo exigido que TCC e demais trabalhos acadêmicos estejam dentro do que a ABNT orienta, sob pena de não serem acolhidas produções que não obedeçam às referidas normas. Existe a consciência de que tal tarefa não é tão bem aceita pela comunidade acadêmica. Os autores têm a árdua tarefa de transformar o conhecimento adquirido em um produto final, cuja redação permita que seja compreendido. Nessa tarefa estão incluídas, também, as apresentações formais, adequadas aos padrões existentes. Embora haja resistência quanto à aplicação, é de responsabilidade do autor apresentar um trabalho também com um aspecto gráfico que reflita todo seu empenho em socializar o conhecimento adquirido e, sem dúvida, com a normalização correta desse trabalho, haverá uma aceitação bem maior no meio visado. Os autores devem obedecer, na apresentação do trabalho, a regras de normalização em vigência em seu país (razão pela qual estas foram criadas) da mesma forma que observam regras para redigi-lo. Ao atentar também para as características estruturais do documento, ele estará oportunizando que seja de fácil utilização pelos pesquisadores que possuem interesse em sua produção intelectual. Fonte: http://sociedadeblog.blogspot. com/2011/05/pro-dia-nascer-feliz_14.html Nesse contexto, o papel da biblioteca é o de instruir e orientar através dos serviços que oferece e exigir qualidade no momento do recebimento dos trabalhos a serem incluídos em seu acervo. Para isso, ela torna-se obrigatoriamente responsável pela orientação de seus usuários no momento da elaboração de seus trabalhos. Conforme dito por Rodrigues: Ressalte-se que os bibliotecários orientam bem e, em geral, atenciosamente a todos quantos procuram fontes em bibliotecas, ajudando a superar dificuldades concernentes à manipulação dos sistemas de localização de obras nas citadas bibliotecas. (2007, p. 8) 36 capítulo 2 Na Biblioteca, é a bibliotecária de referência o elo de ligação entre o usuário e a ABNT. É ela que faz com que a utilização das referidas normas passe a ser algo natural e não uma tarefa difícil ou obscura. Ao bibliotecário de referência cabe guiar o autor para que ele possa apresentar um trabalho uniforme, coerente e com informações de qualidade principalmente no aspecto estrutural. Tendo em vista a dificuldade e a resistência de muitos pesquisadores em utilizar as normas da ABNT em muitas instituições já foram criados documentos ou normas próprias visando auxiliar a adoção de normas. No âmbito da biblioteca, deve-se orientar para que, no caso de não haver normas próprias da Instituição, sejam utilizadas as normas originais da ABNT e não as adotadas por outras instituições, pois geralmente nos acervos existe uma diversidade de normas que acabam por confundir o usuário. Cabe salientar que, cada vez menos, as instituições estão recebendo em suas bibliotecas trabalhos que não seguem os padrões recomendados pela ABNT, o que é muito benéfico no sentido de que, com isso, se enfatiza a necessidade de que seja adotada a normalização como um item imprescindível à apresentação dos trabalhos. Ao se adotar essa exigência nos trabalhos acadêmicos desde as séries iniciais dos cursos de graduação, está sendo divulgada a existência de normas relativas à documentação e, assim, será natural a consulta a elas fazendo com que o argumento da falta de conhecimento ou de familiaridade deixe de existir. Os trabalhos realizados, sejam eles Trabalhos de Conclusão de Curso, Dissertações ou Teses, exigem tanta dedicação do autor para sua realização que é inadmissível que sua apresentação não esteja compatível com todo o tempo e o trabalho intelectual gastos em sua elaboração. O papel do bibliotecário é buscar a satisfação de seu usuário, indicando da forma mais precisa como utilizar os recursos técnicos disponíveis para concluir a parte formal do trabalho desenvolvido. Em suma, a tarefa do bibliotecário de referência é facilitar a vida do autor, fornecendo orientações objetivas nessa fase fundamental, que é a finalização do trabalho realizado. Saiba Mais A primeira metade do século XIV viu o trabalho científico de grandes pensadores. Inspirado em Duns Scot, William de Occam entendia que a filosofia só deveria tratar de temas sobre os quais ela pudesse obter um conhecimento real. Seus estudos em lógica levaram-no a defender o princípio hoje chamado de Navalha de Occam: se há várias explicações igualmente válidas para um fato, então devemos escolher a mais simples. Isso deveria levar a um declínio em debates infrutíferos e mover a filosofia natural em direção ao que hoje é considerado Ciência. Na figura ao lado, vemos a Demonstração de Galileu sobre o movimento acelerado. A base da famosa “Lei da queda de corpos” foi o teorema da velocidade média. Nessa altura, acadêmicos, como Jean Buridan e Nicole d’Oresme começaram a questionar aspectos da mecânica aristotélica. Em particular, Buridan desenvolveu a teoria do ímpeto, que explicava o movimento de projéteis e foi o primeiro passo em direção ao moderno conceito de inércia. Buridan antecipou Isaac Newton quando escreveu: Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Ficheiro:Galileo-1638-173.jpg Um Conceito de Ciência na Idade Média: A Navalha de Occam …depois de deixar o braço do arremessador, o projétil seria movido por um ímpeto dado a ele pelo arremessador e continuaria a ser movido enquanto esse ímpeto permanecesse mais forte que a resistência. Esse movimento seria de duração infinita, caso não fosse diminuído e corrompido por uma força contrária resistindo a ele, ou por algo inclinando o objeto para um movimento contrário. 37 capítulo 2 Nessa mesma época, os denominados Calculatores de Merton College, de Oxford, elaboraram o Teorema da velocidade média. Usando uma linguagem simplificada, este teorema estabelece que um corpo em movimento uniformemente acelerado percorre, num determinado intervalo de tempo, o mesmo espaço que seria percorrido por um corpo que se deslocasse com velocidade constante e igual à velocidade média do primeiro. Mais tarde, esse teorema seria a base da “Lei da queda de corpos”, de Galileu. Hoje sabemos que as principais propriedades cinemáticas do movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV), que ainda são atribuídas a Galileu pelos textos de física, foram descobertas e provadas por esses acadêmicos. Nicole d’Oresme, por sua vez, demonstrou que as razões propostas pela física Aristotélica contra o movimento do planeta Terra não eram válidas e invocou o argumento da simplicidade (da navalha de Occam) em favor da teoria de que é a Terra que se move, e não, os corpos celestiais. No geral, o argumento de Oresme a favor do movimento terrestre é mais explícito e bem mais claro do que o que foi dado séculos depois por Copérnico. Entre outras proezas, Oresme foi o descobridor da mudança de direção da luz através da refração atmosférica; embora, até hoje, o crédito por esse feito tenha sido dado a Robert Hooke. Em 1348, a Peste Negra levou este período de intenso desenvolvimento científico a um fim repentino. A praga matou um terço da população europeia. Por quase um século, novos focos da praga e outros desastres causaram contínuo decréscimo populacional. As áreas urbanas, geralmente, o motor das inovações intelectuais, foram especialmente afetadas. Textos Complementares http://www.graduacao.univasf.edu.br/sibi/arquivos/MANUAL_NORMATIZACAO_UNIVASF.pdf Manual de Normas de trabalhos acadêmicos da UNIVASF http://www.sispg.upe.br/ site que traz informações acerca da pesquisa em pós-graduação na UPE. ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Agora que você sabe a importância da Normatização para a escrita de trabalhos acadêmicos pesquise acerca se existiam normas de composição de trabalhos acadêmicos na Idade Média e na Antiguidade. 3. NORMAS GERAIS PARA MONOGRAFIAS ACADÊMICAS 3.1. A Escrita Acadêmica: Você precisa dominá-la! A linguagem escrita tem papel primordial em nossa sociedade – quer seja porque a escrita é entendida como uma maneira eficiente de fazer durar, por meio dos tempos, nossos textos, quer seja por sua praticidade em termos de comunicação: podemos escrever lembretes para nós mesmos, avisos para pessoas ausentes, bilhetes, cartas, e-mails, blogs. Há também os textos escritos transformados em documentos, como certidão de nascimento, atestado de óbito, registros de casamento. Inclusive nossas leis, con- tas, multas, enfim, são textos verbais escritos de vários tipos com múltiplas finalidades. Mas a linguagem escrita não é utilizada apenas em várias situações corriqueiras do nosso dia a dia. Ela nos possibilita também construir tratados filosóficos, teses acadêmicas, trabalhos científicos – textos que têm características bem marcadas e diferenciadas daquelas dos textos que produzimos e consumimos em nossas atividades mais rotineiras. Diferentemente de uma lista de compras de supermercado, por exemplo, um texto acadêmico pressupõe um tipo de leitor que adota procedimentos específicos de leitura, estabelecendo um ambiente também específico para o processo de construção de sentidos a partir desse tipo de texto. Esses textos exigem uma leitura mais lenta, mais cuidadosa, reflexiva, aprofundada e crítica. 38 capítulo 2 Os textos acadêmicos e outros textos (escritos) Estamos dizendo, então, que a linguagem escrita é utilizada socialmente de diferentes formas. Essa realização de textos tanto orais como escritos é conhecida em nossa área por gêneros textuais. Todo gênero textual apresenta determinadas características que nos fazem reconhecer tal gênero, quando o vemos, por exemplo, uma carta pessoal, um artigo de revista, uma receita de comida, uma receita médica. Dentre todas essas diferentes construções sociais de gêneros textuais, está o gênero acadêmico. Segundo Bakhtin (1997), gêneros são construções discursivas relativamente estáveis, e portanto, em constante transformação. Assim, definir gênero significa isolar, apenas temporariamente, algumas características de um conjunto de textos a fim de melhor entender não apenas sua estrutura, mas seu uso social nas práticas diárias em que nos engajamos ao fazer sentido do mundo. Concordamos com Bakhtin que mais do que apenas reconhecer as características estruturais de um texto, precisamos entender como esse texto é utilizado nas práticas sociais de interação verbal, isto é, por que alguns textos parecem ter mais ou menos “valor” do que outros e como nossos textos acadêmicos são legitimados em espaços de construção de conhecimento científico. Perceber essas questões é tarefa fundamental para quem trabalha com a produção da linguagem. tações construídas a partir das maneiras como diferentes pessoas interagem entre si e com os objetos que elas constroem, e, desse modo, o mundo é visto por elas como altamente dependente de quem o observa (MATURANA, 2001). Estas últimas, portanto, atribuem grande carga ideológica às diferentes formas de conhecimento, inclusive ao conhecimento científico e aos procedimentos utilizados para construir qualquer tipo de conhecimento, seja ele de ordem religiosa, popular ou científica. É de dentro desse segundo grupo que muitos estudiosos caracterizam a língua como discurso, ou seja, posicionam a língua como elemento central em nossa maneira de entender o processo de construção de conhecimento acadêmico (dentre eles encontram-se Bakhtin e Foucault, por exemplo). Para eles, nenhum conhecimento é independente das pessoas que o constroem, sendo sempre subjetivo e tendo a visão de mundo de seu autor/criador como um elemento determinante não apenas do que está sendo escrito/lido mas também de como se escreve/lê. É por isso que, mesmo quando se trata de conhecimento científico, a maneira de relatar é vista como sendo tão importante quanto o conteúdo relatado. Dependendo de como o autor se expressa, de como ele seleciona e organiza os elementos que vai abordar, de como ele estrutura seu texto, ele obterá maior ou menor reconhecimento, maior ou menor grau de legitimidade para o que escreve. Características gerais dos textos acadêmicos Uma ressalva: estaremos tratando aqui de textos acadêmicos na área de Ciências Humanas. Assim, é preciso lembrar que estamos tratando de textos acadêmicos produzidos com base em uma perspectiva de construção de conhecimento científico relativa à área das Ciências Humanas, que não é a mesma de outras ciências como a matemática ou geologia. Nas Letras, de um modo geral, não temos uma atitude homogênea em relação à concepção de língua e seu papel no processo de construção do conhecimento científico. Há aqueles que percebem a realidade como sendo “dada”, exterior a quem a observa e, portanto, independente de quem a vê. Há também aqueles que concebem o mundo como sendo um conjunto de interpre- Fonte: http://mataleonebr.blogspot.com/2008/09/ tutorial-de-como-fazer-caricaturas.html É preciso entender qual é a posição que o autor e seu texto ocupam dentro das estruturas sociais de valor acadêmico para inseri-los em determinadas faixas hierárquicas, que, por sua vez, são determinantes do tipo de reconhecimento 39 capítulo 2 de sua autoridade para poder afirmar com propriedade o que estão querendo dizer. A posição ocupada por autor e texto nessa estrutura de valoração social acadêmica, determinada não apenas pela qualidade argumentativa e estrutural do texto, mas também pela função social reconhecida na figura de seu autor e do tipo de conhecimento a que ambos estão relacionados, influencia o contato do leitor com o texto e, consequentemente, as interpretações que o leitor fará daquilo que lê. É essa conceituação de língua como discurso que embasa esta disciplina. Na área acadêmica, há uma série de padrões textuais utilizados para a divulgação das chamadas pesquisas científicas, dos relatos de pesquisa, e inclusive para os textos que apresentam discussões teórico-filosóficas. O que ocorre de similar entre esses padrões é que, quando lemos qualquer um desses tipos de textos acadêmicos, adentramos uma prática de leitura muito singular: o objetivo de quem normalmente lê (e escreve) textos nesse gênero é distinto daquele de quem lê (e escreve) um editorial de jornal ou um conto, por exemplo. A prática de leitura aca- dêmica pressupõe um interesse específico, definido antes do momento de contato com o texto a ser lido – o leitor acadêmico em geral procura algo específico, um conteúdo de seu interesse que costuma ser o principal agente motivador na busca pelo texto. Suas expectativas diante do texto são, portanto, bem definidas. Em geral, espera-se que o texto se atenha diretamente ao tema proposto, que este tema esteja claramente definido, que o texto apresente e mantenha uma estrutura mais rígida do que a de outros textos em geral, uma estrutura na qual a introdução, o desenvolvimento e a conclusão sejam partes bem marcadas. Desse modo, o autor de textos acadêmicos também tem diante de si a necessidade de utilizar uma estrutura textual bastante explícita para sua escrita: é preciso que ele seja claro, coerente e conciso, explicitando seu enfoque (sua perspectiva teórica) e esclarecendo, já na introdução e/ou no resumo de seu texto, o conteúdo abordado, a relevância desse tema (justificativa), como trata o assunto (metodologia) e os resultados que obteve ou pretende alcançar. Saiba Mais Estrutura Geral dos Textos Acadêmicos Leitores e autores de textos acadêmicos são sujeitos um tanto quanto conservadores, buscando e reproduzindo em seus textos uma estrutura organizacional bastante estável, normalmente dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução é o momento de apresentação do tema e eventuais subtemas, na qual o autor disserta sobre a questão principal que será abordada no desenvolvimento do texto e sua relevância no mundo acadêmico bem como justifica a escolha deste tema para o texto, apresentando argumentos em defesa de sua importância na área de estudos em que se insere. Em uma dissertação ou tese, a introdução é desenvolvida em algumas páginas, pois o detalhamento das informações é mais aprofundado. Já em um artigo acadêmico, por exemplo, a introdução pode ser desenvolvida em apenas uma página. No entanto, em ambos os textos acadêmicos, a introdução segue os mesmos propósitos: apresentar ao leitor seu objeto de pesquisa e justificar sua importância na área. Fonte: http://meguiaupair.blogspot. com/2011/03/1-semana-para-o-dia-d-e-formatura.html Apesar de encontrarmos variedade nos tipos de textos acadêmicos, essa costuma ser a estrutura organizacional explicitamente encontrada em textos desse tipo. Vejamos, primeiramente, como cada uma dessas partes se constitui. Entretanto, no desenvolvimento, isto é, no chamado “corpo do texto”, encontram-se em geral informações sobre o estado da arte das pesquisas sobre o mesmo tema e/ou temas relacionados a ele – em outras palavras, nessa parte do texto acadêmico o autor costuma abordar o que já foi dito por outros pesquisadores sobre o tema e/ou subtemas que ele vai tratar. Para a construção desse item, o autor realiza um grande exercício de leitura, pois precisa buscar em outros autores legitimidade para falar sobre as questões que foram tratadas em sua pesquisa. 40 capítulo 2 Nas Ciências Humanas, considera-se que a produção escrita científica é de boa qualidade quando, no desenrolar do desenvolvimento de um trabalho, o autor consegue relacionar conceitos teóricos advindos de outros autores e formular questionamentos relevantes sobre a área que está sendo abordada. Além disso, encontra-se nesta parte do texto, muitas vezes dividido em seções, a metodologia da pesquisa desenvolvida e a análise dos dados coletados, análise produzida quer a partir da relação feita pelo autor entre a sua própria pesquisa e as pesquisas conhecidas na área e resenhadas por ele neste mesmo texto, quer a partir da aplicação de metodologia de análise desenvolvida por outras pessoas e aplicada pelo pesquisador a seus dados. Da mesma forma como ocorre com o espaço destinado à introdução, o desenvolvimento de uma dissertação ou tese é extremamente detalhado, pois requer que as justificativas pelas escolhas do autor estejam presentes no texto. Já o desenvolvimento de um artigo pode apenas citar parte de uma pesquisa desenvolvida, pois não há espaço suficiente para que se apresentem todos os detalhes da pesquisa. O artigo, de fato, permite que o autor divulgue muitas vezes parte de sua pesquisa de mestrado ou doutorado. Por fim, a conclusão é reservada para a retomada das principais teorias que embasaram a análise dos dados e os resultados obtidos. Nela, o autor faz um apanhado geral, resumido, das teorias mais representativas às quais recorreu para analisar o tema do texto, concluindo com as relações que estabelece entre essas teorias e sua análise, revendo as conclusões a que se permitiu chegar com o trabalho desenvolvido. Tanto artigos acadêmicos quanto teses, dissertações e monografias ou trabalhos de conclusão de curso se desenvolvem em torno dessa estruturação mínima. Em todos eles, costuma aparecer também um resumo (na mesma língua em que o texto está escrito), seguido de palavras-chave que indicam os principais aspectos que serão tratados no texto, e normalmente acompanhados de uma tradução deste resumo em uma língua estrangeira, conforme solicitada pelo veículo por meio do qual o texto está sendo publicado. Temos, portanto, como podemos perceber do que foi mencionado até agora, uma variedade de textos acadêmicos (abstract, artigos, teses, dissertações, monografias, trabalhos de conclusão de curso) relativamente estáveis em suas estruturas: esta estabilidade relativa se constitui em um gênero, o gênero acadêmico. Textos Complementares http://www.slideshare.net/gens/como-fazer-fichamento-de-texto-ou-livro-427545 Nesta página, demonstra-se como fazer fichamento de texto ou livro, etapa importante do processo de leitura e levantamento bibliográfico. http://www.dca.fee.unicamp.br/projects/sapiens/Seminars/2002/guiaLaTeX.pdf Texto em pdf que fala das ferramentas computacionais para digitação de textos acadêmicos, além do Word e similares. ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Agora que você estudou sobre a escrita do texto acadêmico, que tal você se propor a escrever o resumo de um texto que tenha lido em outra disciplina? 3.2. A Estrutura da Monografia Acadêmica: Veja Agora Quais são as Partes de uma Monografia! RESUMO Elemento obrigatório, constituído de uma sequência de frases concisas e objetivas e não de uma simples enumeração de tópicos, não ultrapassando 500 palavras, seguido, logo abaixo, das palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave e/ou descritores, conforme a NBR 6028. INTRODUÇÃO A introdução é a apresentação sucinta e objetiva do trabalho, que fornece informações sobre sua natureza, sua importância e sobre como foi elaborado: objetivo, métodos e procedimentos seguidos. 41 capítulo 2 Em outras palavras, é a parte inicial do texto, na qual devem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema do trabalho. Lendo a introdução, o leitor deve sentir-se esclarecido a respeito do tema do trabalho como do raciocínio a ser desenvolvido. Como forma de esclarecer nossos clientes a respeito do trabalho desenvolvido por nossa equipe, bem como para explicar como é feita a divisão do texto em capítulos, seções e subseções, a seguir apresentar-se-á comentários sobre a metodologia utilizada, que segue rigorosamente os padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 1. DA ESTRUTURA DA MONOGRAFIA A estrutura de uma monografia compreende as seguintes partes: elementos pré-textuais; elementos textuais; elementos pós-textuais. 1.1 Elementos pré-textuais São chamados pré-textuais todos os elementos que contêm informações e ajudam na identificação e na utilização da monografia. São considerados elementos pré-textuais de uma monografia: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Capa (obrigatório); Contracapa (obrigatório); Folha de Aprovação (obrigatória); Dedicatória (opcional); Agradecimentos (opcional); Epígrafe (opcional); Resumo em Língua Vernácula (obrigatório); Resumo em Língua Estrangeira (obrigatório); Sumário (obrigatório). No que se refere aos elementos pré-textuais, as monografias desenvolvidas por nossa equipe são elaboradas conforme os elementos apresentados supra. 1.2 Elementos textuais Parte do trabalho em que é exposto o conteúdo da monografia. Sua organização é determina- da pela natureza do trabalho. São considerados fundamentais os seguintes elementos: 1. Introdução: é a apresentação sucinta e objetiva do trabalho, fornecendo informações sobre sua natureza, sua importância e sobre como foi elaborado: objetivo, métodos e procedimentos seguidos; 2. Desenvolvimento: parte principal do texto, descrevendo, com detalhes, a pesquisa e como foi desenvolvida; 3. Conclusão: é a síntese dos resultados do trabalho e tem por finalidade recapitular sinteticamente os resultados da pesquisa elaborada. 1.3 Elementos pós-textuais São os elementos que têm relação com o texto, mas que, para torná-lo menos denso e não prejudicá-lo, costumam vir apresentados após a parte textual. Dentre os elementos pós-textuais, temos as referências, o glossário, o apêndice, o anexo, o índice. Dentre os elementos pós-textuais, destacam-se: 1. Referências (obrigatório): conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de documentos, de forma e permitir sua identificação individual. As referências bibliográficas das monografias devem seguir o padrão NBR 6023, que fixa a ordem dos elementos das referências e estabelece convenções para transcrição e apresentação da informação originada do documento e/ou outras fontes de informação; 2. Anexo(s) (opcional): é um texto não elaborado pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração para a monografia. Em monografias jurídicas, por exemplo, pode-se colocar uma lei de importância fundamental para o entendimento do texto. 2. DA APRESENTAÇÃO GRÁFICA A seguir, está descrito o padrão recomendado pela ABNT (NBR 14724), que foi elaborado para facilitar a apresentação formal dos trabalhos acadêmicos. 42 capítulo 2 2.1 Formato e margens Os trabalhos devem ser digitados em papel branco A4 (210 mm x 297 mm), digitados em uma só face da folha. De acordo com a NBR 14724, o projeto gráfico é de responsabilidade do autor do trabalho. Recomenda-se, para digitação, a utilização de fonte tamanho 12 para o texto e tamanho menor para citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das ilustrações e tabelas. Com relação às margens, a folha deve apresentar margem de 3 cm à esquerda e na parte superior, e de 2 cm à direita e na parte inferior. 2.2 Espacejamento Todo o texto deve ser digitado com espaço duplo, exceto nas citações diretas separadas do texto (quando com mais de três linhas), nas notas de rodapé, nas referências no final do trabalho e na ficha catalográfica. As referências, ao final do trabalho, devem ser separadas entre si por espaço duplo. Os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede ou que os sucede por dois espaços duplos. 2.3 Notas de rodapé As notas devem ser digitadas dentro das margens, ficando separadas do texto por um espaço simples de entrelinhas e por filete de 3 cm, a partir da margem esquerda. 2.4 Indicativos de seção O indicativo numérico de uma seção precede seu título, alinhado à esquerda, separado por um espaço de caractere. 2.4.1 Numeração Progressiva Para evidenciar a sistematização do conteúdo do trabalho, deve-se adotar a numeração progressiva para as seções do texto. Os títulos das seções primárias, por serem as principais divi- sões de um texto, devem iniciar em folha distinta. Destacam-se gradativamente os títulos das seções, utilizando-se os recursos de negrito, itálico ou grifo e redondo, caixa alta ou versal, e outro, conforme a NBR 6024, no sumário e de forma idêntica, no texto. Exemplo: • 1 SEÇÃO PRIMÁRIA – (TÍTULO 1) 1.1 SEÇÃO SECUNDÁRIA – (TÍTULO 2) 1.1.1 Seção terciária – (Título 3) 1.1.1.1 Seção quartenária – (Título 4) 1.1.1.1.1 Seção quinária – (Título 5) Na numeração das seções de um trabalho, devem ser utilizados algarismos arábicos, sem subdividir demasiadamente as seções, não ultrapassando a subdivisão quinária. Importante ressaltar, também, que os títulos das seções primárias – por serem as principais seções de um texto, devem iniciar em folha distinta. Os títulos sem indicativo numérico, como agradecimentos, dedicatória, resumo, abstract, referências e outras, devem ser centralizados. 3. DAS CITAÇÕES Esta seção aborda o assunto das citações, que trata da menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte. O autor utiliza-se de um texto original para extrair a citação, podendo reproduzi-lo literalmente (citação direta), interpretá-lo, resumi-lo ou traduzi-lo (citação indireta) ou extrair uma informação de uma fonte intermediária. De acordo com a NBR 14724 (AGO 2002), recomenda-se, para digitação, a utilização de fonte tamanho 12 para o texto e tamanho menor para citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação, entre outros elementos. O item 5.6 da NBR 14724 orienta que “as citações devem ser apresentadas conforme a NBR 10520”. Portanto, as regras referentes à citações, que podem ser diretas ou indiretas, se encontram na NBR 10520 (AGO 2002). 43 capítulo 2 3.1 Citações diretas Para citações diretas com mais de três linhas, deve-se observar apenas o recuo de 4 cm da margem esquerda. A citação ficaria da seguinte forma: de ser livre, deve ser fiel ao sentido do texto original. Não necessita de aspas. A seguir, alguns exemplos de citações indiretas: • Para viver em sociedade, necessitou o homem de uma entidade com força superior, bastante para fazer as regras de conduta, para construir o Direito. Dessa necessidade, nasceu o Estado, cuja noção se pressupõe conhecida de quantos iniciam o estudo do Direito Tributário. (MACHADO, 2001, p. 31). • De acordo com Machado (2001), o Estado, no exercício de sua soberania, exige que os indivíduos lhe forneçam os recursos de que necessita, instituindo tributos. No entanto, a instituição do tributo é sempre feita mediante lei, devendo ser feita conforme os termos estabelecidos na Constituição Federal brasileira, na qual se encontram os princípios jurídicos fundamentais da tributação. Importante observar que nas citações indiretas deve-se colocar o sobrenome do autor (em letra maiúscula), o ano da publicação da obra e o número da página de onde foi retirado o texto. Conforme visto supra, nas citações indiretas, diferentemente das citações diretas, não é necessário colocar o número da página na qual o texto foi escrito. Por outro lado, na lista de referências bibliográficas, ou seja, no final da monografia, deverá constar a referência completa da seguinte forma: 3.3 Notas de rodapé • MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 19. ed. São Paulo: Malheiros, 2001. As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação. A seguir, temos o exemplo desse tipo de citação: No que se refere a notas de rodapé, de acordo com a NBR 10520, deve-se utilizar o sistema autor-data para as citações do texto e o numérico para notas explicativas. As notas de rodapé podem ser conforme as notas de referência (ver tópico 3.5) e devem ser alinhadas, a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem espaço entre elas e com fonte menor. Exemplos: • Bobbio (1995, p. 30) com muita propriedade nos lembra, ao comentar esta situação, que os “juristas medievais justificaram formalmente a vaidade do direito romano ponderando que este era o direito do Império Romano que tinha sido reconstituído por Carlos Magno com o nome de Sacro Império Romano”. • _____________________ 1 Veja-se como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Netzer (1976). 2 Encontramos esse tipo de perspectiva na 2ª parte do verbete referido na nota anterior, em grande parte do estudo de Rahner (1962). Na lista de referências: 3.4 Notas de referência • BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de Filosofia do Direito. São Paulo: Ícone, 1995. Ao fazer as citações, o autor do texto pode fazer a opção de colocar notas de referência, que deverá ser feita por algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página. 3.2 Citações indiretas Citações indiretas (ou livres) são a reprodução de algumas ideias, sem que haja transcrição literal das palavras do autor consultado. Apesar A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência completa. 44 capítulo 2 Exemplo: No rodapé da página: • _____________________ 8 FARIA, José Eduardo (Org.). Direitos humanos, direitos sociais e justiça. São Paulo: Malheiros, 1994. Conforme visto supra, a primeira citação de uma obra, obrigatoriamente, deve ter sua referência completa. As citações subsequentes da mesma obra podem ser referenciadas de forma abreviada, podendo ser adotadas expressões para evitar repetição desnecessária de títulos e autores em nota de rodapé. As expressões com abreviaturas são as seguintes: a. b. c. d. e. f. g. h. apud – citado por; idem ou Id. – o mesmo autor; ibidem ou Ibid. – na mesma obra; sequentia ou et. seq. – seguinte ou que se segue; opus citatum, opere citato ou op. cit. – na obra citada; cf. – confira, confronte; loco citato ou loc. cit. – no lugar citado; passim – aqui e ali, em diversas passagens; 3.5 Notas explicativas Notas explicativas são as usadas para a apresentação de comentários, esclarecimentos ou considerações complementares que não possam ser incluídas no texto, devendo ser breves, sucintas e claras. Sua numeração é feita em algarismos arábicos, únicos e consecutivos e não se inicia a numeração a cada página. 4. DAS REFERÊNCIAS Elemento obrigatório e imprescindível da monografia, elaborado de acordo com a NBR 6023. Entende-se por referências o conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de documentos, de forma a permitir sua identificação individual. As referências podem ser identificadas por duas categorias de componentes: elementos essenciais e elementos complementares. 4.1 Elementos essenciais São as informações indispensáveis à identificação do documento. Os elementos essenciais são estritamente vinculados ao suporte documental e variam, portanto, conforme o tipo. Exemplo: • STORINO, Sérgio Pimentel. Odontologia preventiva especializada. 1. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1994. 4.2 Elementos complementares São as informações que, acrescentadas aos elementos essenciais, permitem melhor caracterizar os documentos. Alguns elementos indicados como complementares podem tornar-se essenciais, desde que sua utilização contribua para a identificação do documento. Exemplo: • CRUZ, Anamaria da Costa; CURTY, Marlene Gonçalvez; MENDES, Maria Tereza Reis. Publicações periódicas científicas impressas: NBR 6021 e 6022. Maringá: Dental Press, 2002. NOTA – Os elementos essenciais e complementares são retirados do próprio documento. Quando isso não for possível, utilizam-se outras fontes de informação, indicando-se os dados assim obtidos entre colchetes. 4.3 Regras Gerais Os elementos essenciais e complementares da referência devem ser apresentados em sequência padronizada. Fonte: http://bibliotecafeevale.wordpress.com/category/biblioteca/page/2/ As referências são alinhadas somente à margem esquerda do texto e de forma a se identificar 45 capítulo 2 individualmente cada documento, em espaço simples e separadas entre si por espaço duplo. 4.3.3 Artigo e/ou matéria de revista, boletim etc. em meio eletrônico O recurso tipográfico (negrito, grifo ou itálico) utilizado para destacar o elemento título deve ser uniforme em todas as referências de um mesmo documento. Isto não se aplica às obras sem indicação de autoria, ou de responsabilidade, cujo elemento de entrada é o próprio título, já destacado pelo uso de letras maiúsculas na primeira palavra, com exclusão de artigos (definidos e indefinidos) e palavras monossilábicas. MARQUES, Renata Ribeiro. Aspectos do comércio eletrônico aplicados ao Direito Brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, a. 6, n. 52, nov. 2001. Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/ texto.asp?id=2467>. Acesso em: 20 set. 2003. Os modelos de referências estão exemplificados na NBR 6023. A seguir, alguns exemplos de referências usadas mais comumente em nossas monografias. 4.3.1 Livro CURTY, Marlene Gonçalves; CRUZ, Anamaria da Costa; MENDES, Maria Tereza Reis. Apresentação de trabalhos acadêmicos, dissertações e teses: (NBR 14724/2002). Maringá: Dental Press, 2002. 4.3.2 Artigo de revista GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15-21, set. 1997. 4.3.4 Documento jurídico em meio eletrônico BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. RT Legislação. CONCLUSÃO Parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos e hipóteses. Em outras palavras, a conclusão é a síntese dos resultados da monografia. Tem por finalidade recapitular sinteticamente os resultados da pesquisa elaborada. O autor poderá manifestar seu ponto de vista sobre os resultados obtidos bem como sobre o seu alcance, sugerindo novas abordagens a serem consideradas em trabalhos semelhantes. Na conclusão, o autor deve apresentar os resultados mais importantes e sua contribuição ao tema, aos objetivos e à hipótese apresentada. NOTA – É opcional apresentar os desdobramentos relativos à importância, síntese, projeção, repercussão, encaminhamento e outros. Saiba Mais Como criar (desenhar) fórmulas matemáticas no computador e salvá-las como imagens? Escreva suas fórmulas no computador e salve-as em imagens para utilizar em suas ilustrações e trabalhos I - Math Cast Escrever fórmulas matemáticas utilizando editores de texto não é uma tarefa fácil. Isso porque as fórmulas se apresentam de uma maneira diferente dos caracteres comuns, como letras, números e símbolos (operadores) utilizados em cálculos aritméticos simples. Mas, quando for preciso escrever fórmulas utilizando função, fração, exponenciação ou outros símbolos utilizados na matemática, a dificuldade aparece. A necessidade de um programa para a criação de fórmulas se apresenta em vários momentos. 46 capítulo 2 Professores que estão desenvolvendo suas aulas para apresentação em Datas-show, apostilas, ou até mesmo, para publicá-las em páginas na internet, alunos que estão desenvolvendo trabalhos, ou mesmo outros profissionais que trabalham com cálculos, são exemplos de usuários que se beneficiariam com um programa capaz de gerar as fórmulas de maneira mais rápida e prática. Para escrever fórmulas matemáticas complexas, uma ótima opção é o programa Math Cast, um programa inteiramente gratuito, mas com qualidade de programa profissional. É impressionante a quantidade de símbolos e de fórmulas que se pode criar com esse programa! Praticamente todas as fórmulas matemáticas podem ser criadas por ele. O Math Cast é open source, ou seja, seu código fonte é aberto, podendo qualquer profissional da área de programação contribuir para o seu aperfeiçoamento e correção de falhas. Para utilizar o programa, basta digitar a equação na área de texto no final da janela e em seguida pressionar “Enter”, automaticamente o programa irá converter para o formato de fórmula. Em seguida, você poderá fazer o download da imagem e utilizar em seus trabalhos. Para buscar os símbolos desejados, vá até o menu superior e clique sobre a guia “Math”. Serão exibidos todos os ramos da matemática com seus respectivos símbolos. É possível, também, mudar as cores do texto e do plano de fundo, dentre outras configurações. Trata-se de uma excelente ferramenta para ajudá-lo a desenhar suas fórmulas. II - Math TYpe Os editores de texto, de uma forma geral, possuem certas limitações quando se trata de inserção e edição de fórmulas. Muitos alunos e professores enfrentam problemas para inserir as fórmulas em documentos e acabam inserindo à mão. Math Type é um potente editor de equações matemáticas que permite copiar e colar as fórmulas criadas nele para aplicativos como Microsoft Word, Microsoft Office entre outros editores. Um dos pontos fortes do programa é a facilidade que o usuário encontra para inserir símbolos utilizados em notações matemáticas, além de notações como matrizes, frações, inequações, etc. Os objetos inseridos no Office a partir do Math Type são convertidos para uma imagem, de forma que fica muito mais fácil manipular e posicionar no documento. Caso seja necessário editar a fórmula, basta dar um clique duplo em cima da imagem e você poderá alterar qualquer dado normalmente. III - Equation Grapher Equation Grapher é, na verdade, um pacote com dois programas: o primeiro, homônimo, é um poderoso criador de gráficos, e o segundo, o Regression Analyzer, analisa gráficos e cria estatísticas e funções a partir deles. Equation Grapher é um dos mais completos programas da atualidade sobre o assunto. À primeira vista, a interface pode assustar, mas bastam alguns minutos para se familiarizar. Ele executa qualquer função, utilizando trigonometria, logaritmo, entre outros. Você pode colocar até 12 funções num mesmo gráfico, e estabelecer limites para eles. O Regression Analyzer é uma ferramenta para análise de gráficos, que possui ferramentas interessantes, como o desenho da linha média, soma, pontos médios, entre muitas outras. Vale notar que a integração dos dois programas faz deles ótimas ferramentas para estudo e trabalho, portanto, se você está aprendendo essa matéria, baixe já essa maravilhosa ferramenta! Fonte: http://ultradownloads.uol.com.br/screenshot/ Equation-Grapher/7255/72232.html 47 capítulo 2 Textos Complementares http://www.faal.com.br/arquivos/como_fazer_uma_monografia.pdf Livro (Manual) da autoria de Carvalho Neto, “Como Fazer Uma Monografia”, em pdf, para download. http://www.metalmat.ufrj.br/seminarios/Palestra_Etica_Andre_Pinto.pdf Interessante conjunto de slides em pdf que comentam acerca da história da Ciência, das Normas e da questão ética na pesquisa científica. ATIVIDADE CRÍTICO REFLEXIVA 1. Finalizando os capítulos de Metodologia da Pesquisa, propomos como atividade críticoreflexiva a escrita de uma redação acerca da importância da Metodologia Científica. BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMA TÉCNICAS.Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: < www.abnt.org.br >. Acesso em: 10 Nov. 2010. ÁVILA, Vicente Fideles de. A pesquisa na vida e na universidade. 2. ed. rev. Campo Grande, MS : Ed. UFMS; Campo Grande, MS: Ed. UCDB, 2000. FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda.Novo dicionario Aurelio da lingua portuguesa. 3.ed. rev.atual. Curitiba : Positivo, 2004. 1 CD-ROM FRANÇA, Junia Lessa; VASCONCELLOS, Ana Cristina de. Manual de normalização de publicações técnico-científicas. 8. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007. GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília, DF : Briquet de Lemos/Livros, 1995. PEROTTA, Claudia. Um texto pra chamar de seu: preliminares sobre a produção de texto acadêmico. São Paulo: Martins Fontes, 2004. RODRIGUES, Rui Martinho. Pesquisa acadêmica: como facilitar o processo de preparação de suas etapas. São Paulo: Atlas, 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação – referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 10520: informação e documentação – citações em documentos – apresentação. Rio de janeiro, 2000. ______. NBR 14724: informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 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