COMANDO DE PROXIMIDADE É APOSTA
Transcrição
COMANDO DE PROXIMIDADE É APOSTA
COMANDO DE PROXIMIDADE É APOSTA Páginas 15 e 16 MAU TEMPO PERNES Aposta no socorro Resposta pronta A secção faz falta Página 32 D irector : R ui R ama da S ilva Página 5 Fotos: Carlos Barroso/ Lusa SINES Página 9 LOUROSA A no : XXX 1,25€ Armando e Ricardo querem voltar ao ativo E dição : 316 2013 de Janeiro Fotos: Marques Valentim 1.ª ENTREVISTA COM COMANDANTE NACIONAL DE SOCORRO MALVEIRA “Nada mudou depois do acidente” Página 10 Passámos a quadra com os bombeiros Página 8 SETÚBAL 2 JANEIRO 2013 [email protected] Santa Bárbara, as tempestades e a bonança final de cada ano é a oportunidade habitual de balanços e votos. Sobre os balanços, falarei proximamente. Sobre os votos, adianto-me já hoje, com o desejo de que, aparte a crise e austeridade que nos bombeiros já conhecemos de sempre, o ano de 2013 permita fazer assentar a poeira. Estou em crer que as palavras do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, na posse recente do comandante nacional de operações de socorro, convergem no mesmo sentido. Ao intervir na referida cerimónia, o ministro apelou a todos os intervenientes na Protecção Civil para deixarem de lado “os interesses egoístas, corporativos ou locais”. Saúdo a preocupação do ministro que, aliás, vem ao encontro de preocupações de igual índole, anteriormente formuladas, e de modo reiterado, pelos bombeiros, pelas federações e pela Liga. Se queremos um sistema de protecção civil uno, coeso, eficiente e eficaz, importa que se garantam a todo o momento as condições para esse desiderato. A começar, como já disse, manifestando a vontade para que se reúnam também as condições, e as oportunidades, para fazer assentar a poeira. E, permitir assim, distinguir e percepcionar melhor o horizonte, conhecer e avaliar a nossa realidade, garantir claramente os meios de que vamos dispondo, conhecer melhor os parceiros que estão ao nosso lado, a razão porque são estes e não outros, em que é que são iguais ou diferentes de nós e porquê. Fazer assentar a poeira começa por obter respostas, muitas delas solicitadas a partir de perguntas feitas há muito tempo e que, por razões diversas, nunca foram satisfeitas. Pessoalmente, estou em crer que, ao contrário do que alguns pensam, não é, nem de perto nem de longe, a mera alteração de uma lei orgânica, ou de legislação avulsa a ela associada, que vai solucionar muitas questões de fundo que permanecem por satisfazer, por harmonizar, em suma, por resolver. Ás leis cabe um papel. Mas não esgotam o que está para além disso, nomeadamente, a vontade dos homens. Acredito que, ao apelar contra os interesses egoístas, corporativos ou locais, o ministro queira claramente mudar as coisas, nomeadamente, na esfera de tudo o que tem a ver e se relaciona com a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC). Por isso, contra aqueles que apontam que serão os bombeiros os únicos visados com tais palavras do ministro, e que estas possam também querer adiar os reduzir a escala das mudanças a operar na ANPC, professo a minha convicção de que acredito que há vontade de mudar. Desde logo, acredito, que haja vontade de repor a, há muito perdida, proporcionalidade e representatividade real dos diferentes agentes na estrutura do sistema e, em especial, dos bombeiros. Se, no passado, alguém falou em formigas e cigarras, esqueça. É certo que, caso o ministro se tivesse explicado melhor, porventura, não daria azo a comentários maldosos e mal intencionados que, para já, podem ter como reflexo o levantar de novo a poeira que já começaria a querer assentar. No Sistema Nacional de Protecção Civil todos são importantes. Contudo, nem todos são iguais. Não entender assim, de facto, só acaba por alimentar os egoísmos, os interesses corporativos e locais. E ajuda, como é sabido, a acentuar os desequilíbrios que, no passado, a vontade de uns, a inércia ou a demissão de outros e a incompreensão para com muitos mais foi gerando. Não aceitar nem praticar a descriminação positiva nesse domínio é iludir, até mesmo, faltar à verdade dos factos. Numa estrutura em que o que conta são os resultados, a operacionalidade, em primeira instância, é imperativo identificar e reconhecer afinal o que cada um vale e o peso que deve ter legitimamente no Sistema. E, mesmo que alguns queiram amenizar estatísticas, por exemplo, identificando todos por igual como combatentes quando convém, ou trabalhando a informação de forma algo bizarra ou desajustada, o que se continua a passar no terreno contraria e desmente, incontornavelmente, a realidade construída nos papéis. Por isso, não poderei estar mais de acordo com as palavras do ministro da Administração Interna. Com a sua intervenção, formulo ardentemente, será possível fazer assentar a poeira em 2013. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia Foto: Jorge Coelho/LUSA O Assentar a poeira em 2013 D iz o povo que “só nos lembramos de Santa Bárbara quando há trovões, uma expressão que os bombeiros usam para consumo próprio, porque, na verdade, ilustra a forma como as populações lidam com os soldados da paz, cuja missão só é devidamente valorizada em situações limite, nomeadamente no verão, em época de incêndios. Nos últimos dias, os bombeiros andaram nas “bocas do mundo”, tiveram amplo espaço na imprensa e atenção especial nas rádios e televisões, mais uma vez porque se colocaram na linha da frente no socorro de pessoas e bens. A violenta intempérie do último fim de semana, que tantos danos causou, não deu tréguas aos bombeiros. Horas depois, ainda o País se recompunha do “susto” e tentava avaliar prejuízos enquanto centenas de operacionais, entregavam-se a trabalhos de apoio às populações, outros são chamados ao teatro de operações para socorrer as vítimas da violenta colisão de comboios em Alfarelos. Por essa altura, no Norte do País a neve caía forte chamando os operacionais de muitos, muitos quartéis a dar resposta às mais variadas solicitações das comunidades. Depois de uma semana tão exigente, os bombeiros de Portugal podem orgulhar-se da resposta musculada e inquestionável dada às mais distintas solicitações, mas fica a dúvida se quando vier a bonança os portugueses se vão lembrar destes dias tempestade… Sofia Ribeiro CONTABILIFÉNIX A Empresa promove encontro nacional Contabilifénix, empresa participada pela Liga dos Bombeiros Portugueses, promoveu um encontro de âmbito nacional com as associações humanitárias de bombeiros voluntários, no auditório da Caixa Agrícola, na Vila de Porto de Mós, onde a empresa tem o seu Centro Operacional. A abrir a sessão, José Ferreira, moderador e representante da Liga na gerência da Contabilifénix deu as boas vindas aos participantes. De seguida, António Vala deu a conhecer a atividade da empresa e dos três pilares que a suportam desde constituição: “rigor, inovação e excelência”. No decurso da apresentação, este responsável transmitiu a ideia de que, esses pilares traduzem os valores que cada associação deve assumir em matéria de gestão. Na ocasião, António Vala anunciou ainda o lançamento de um pacote de formação, destinada a diretores, colaboradores administrativos, assalariados e bombeiros, na área do “Comportamento e Comunicação Organizacional”, com módulos como Gestão de Conflitos; Atendimento; Gestão do Tempo; Psicossociologia do Trabalho, entre N outros. Frisou ser esta uma aposta muito importante no setor tendo em conta a lacuna de formação existente nessa área. Depois foi a vez de António Mesquita abordar o processo organizativo da contabilidade nas associações, a fiscalidade e o cumprimento das disposições legais para o setor em vigor desde janeiro de 2012, as alterações ao Código do Trabalho e a repercussão na elaboração dos salários, realçando os ajustes a efetuar pelos serviços administrativos. Posteriormente, apresentou o conteúdo do Dec.lei nº.197/2012 de 24 de agosto, relativo ao processo de faturação que entranto já entrou em vigor no início do ano e que as Associações deverão implementar. Ser bombeiro – histórias na primeira pessoa este primeiro Teatro de Operações de 2013, trago ao conhecimento dos leitores um projecto que pretendo concretizar ao longo do ano que agora começa. Trata-se da edição de um livro com a publicação de histórias relatadas ou escritas por bombeiros, sobre situações que tenham protagonizado no exercício da sua missão. Para o referido efeito estou a desenvolver contactos para garantir o patrocínio da edição, cujos direitos pretendo oferecer à nossa Liga dos Bombeiros Portugueses. Naturalmente que o sucesso deste projecto depende da resposta que possa receber da parte dos bombeiros (voluntários ou profissionais) que a ele se quiserem associar, enviando-me a sua história ou contactando-me para eu providenciar a recolha do seu relato oral. Os textos devem ter um máximo de 3.000 caracteres e o seu autor deve escolher um título para os mesmos. Todos os textos devem ser-me remetidos para o mail/ [email protected] Os motivos desta iniciativa são fáceis de explicar. Incomoda-me que a acção dos Bombeiros Portugueses esteja a desaparecer do espaço mediático, com honrosa excepção para este jornal que continua na primeira linha da divulgação da actividade dos nossos “soldados da paz”. Incomoda-me que estes homens e estas mulheres, que todos os dias são protagonistas de actos de enorme dimensão humanista, estejam a ser ofuscados pela crise e pelas enormes dificuldades que se apossaram da sociedade portuguesa. Incomoda-me que a esperan- ça que representa para Portugal a acção quotidiana destes cidadãos e cidadãs não seja suficientemente visível para o conjunto da comunidade nacional. Assim sendo, quero contribuir para a promoção e dignificação da imagem pública dos nossos bombeiros, trazendo à estampa histórias na primeira pessoa. Fica o apelo para que colaborem neste projecto que gostaria de ver assumido por todos os que nele quiserem intervir. Fico na expectativa da colaboração dos dirigentes e elementos de comando dos corpos de bombeiros do país, na divulgação deste projecto junto dos respectivos bombeiros. Quanto a vós, bombeiros, fico na expectativa das vossas histórias! Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia 3 JANEIRO 2013 ão há nada mais forte que a determinação de um voluntário”, diz um ator no filme “Pearl Harbour”, buscando assim explicação para, apesar dos riscos graves bem evidentes, ter sido possível mobilizar um grande número de homens e mulheres para socorrer os milhares de feridos registados durante a Segunda Guerra Mundial no ataque à grande base militar norte-americana então existente naquele ilha do Pacífico. Pelas circunstâncias e no contexto que todos conhecemos, a nossa sociedade está a passar por um tempo de mudança, um processo de transformação que pode estar a condicionar ou vir a limitar muitas coisas que antes fazíamos, incluindo o exercício do voluntariado nas mais diversas expressões. A crise e a austeridade que segue essa mudança, naturalmente, podem também contribuir para isso. Cientes dessas transformações, seria lícito e lógico concluir que, face às dificuldades e aos próprios constrangimentos, também pessoais, que a situação vai gerando, a vontade dos cidadãos para o exercício do voluntariado iria diminuir. Porém, as escolas de infantes e cadetes a que aludi na edição anterior são exemplo do contrário. E o mesmo acontece também em muitas associações com percentagens significativas de novos recrutas. Dir-me-ão que, no entanto, há muitas associações de bombeiros voluntários que precisamente se queixam do contrário, ou seja, de falta de novos elementos. O aparente antagonismo entre, por um lado, a existên- Foto: Marques Valentim “N Não há nada mais forte cia de muitos elementos e, por outro, o lamento da sua inexistência, acaba, não por demonstrar a falta de vontade em aderir ao voluntariado mas a disponibilidade para o fazer, sempre estranha à vontade dos próprios. A começar, desde logo, pela desertificação das respetivas localidades, concelhos ou regiões. As associações de bombeiros nasceram das vontades locais, com as potencialidades e fragilidades inerentes. E, ao longo do tempo, foram evoluindo em função dessas mesmas vontades e capacidades, incluindo a disponibilidade dos moradores locais para alinharem nas suas fileiras. Mas, quando o número destes vai diminuindo, como aconteceu no passado, e agora se vai re- petindo num processo de desertificação contínuo, como é que as associações de bombeiros poderão ser diferentes, garantindo a presença dos moradores que partiram? A crise está nas associações ou, de facto, na própria organização social e na sua distribuição territorial? Apesar das queixas e lamentos sucessivos das associações, na prática, a questão só tem sido abordada em circunstâncias episódicas. Veja-se o caso do combate aos incêndios florestais e a reiterada falta de elementos para os combater nalgumas zonas do país. Não por que não queiram, ou não estejam disponíveis, mas por que simplesmente não estão lá. Importa estudar este fenómeno com rigor, sem reservas nem preconceitos. A crise não está propriamente nas associações de bombeiros mas nas próprias comunidades locais que não têm podido, por si só, e por razões mais ou menos conhecidas, garantir os meios humanos para que a operacionalidade dos seus bombeiros se mantenha. Isto, quando, por exemplo, a escola ou o centro de saúde já fecharam, a rede de transportes públicos ou o carteiro já não chegam lá como acontecia antes. As mudanças em curso, ou sobre as quais se pretende agora também lançar um debate, devem incluir, por que diz respeito às próprias comunidades e às opções que têm que tomar para a sua organização futura, o que se preten- de dos bombeiros e das suas associações. As associações de bombeiros, sem dúvida, têm uma palavra a dizer, não se demitem desse papel mas também não dispensam um diálogo convergente e responsabilizador com os restantes atores sociais e políticos. Elas devem elencar sem rebuço o que pretendem continuar a fazer e com que meios podem e aceitam fazê-lo. Eles devem deixar claro a sua vontade e capacidade para o satisfazer ou não. Estamos perante a exigência de um novo contrato social, neste caso, entre bombeiros, comunidade e poderes instituídos. Acordo onde a satisfação do direito que assiste aos cidadãos para o exercício ao voluntariado deve ficar consagrada à luz das novas necessidades da sociedade mas também tendo em conta as dificuldades e constrangimentos que a própria sociedade não tem sabido vencer e anular para que tal seja possível. “Não há nada mais forte que a determinação de um voluntário”, diz-se no filme. Qualquer modelo social em que venhamos a funcionar no futuro tem que ter isso forçosamente em conta. Se não o fizer, definitivamente, não irá traduzir a realidade que diz querer reavaliar e organizar. Ou então, nem a celebração do Ano Europeu do Voluntariado em 2011, nem a própria avaliação que os bombeiros fazem da sua organização, terão servido para alguma coisa. 4 JANEIRO 2013 FEDERAÇÃO DE BOMBEIROS DE PORTALEGRE DENUNCIA presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre criticou, no início deste mês, a nova política de transporte de doentes de centros de saúde, acusando a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) de tratamento “desumano” dos pacientes. Em declarações públicas, Francisco Louro afirmou que “não há sentido humano da parte de quem administra, há simplesmente sentido económico”, situação que o levou a acusar a ULSNA e o Estado de tratarem as pessoas de uma forma “cruel e desumana”. Em causa está um despacho da ULSNA enviado às corporações de bombeiros do distrito e segundo o qual são “alterados os procedimentos” para o transporte de doentes relativo às transferências dos centros de saúde para os hospitais de Portalegre e Elvas, a partir do dia um de janeiro deste ano. “Assim, e no sentido de facilitar todo o processo, solicita-se aos bombeiros que, após a chegada ao serviço de urgência do hospital, não aguardem pela alta do doente”, estabelece o despacho, datado de 28 de dezembro. “Isto é para evitar o pagamento das horas de espera. O que vai acontecer é que, quando os doentes estiverem despachados, ou vão de táxi ou pedem uma ambulância para os ir buscar e pagam o transporte”, criticou Francisco Louro. O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre disse temer, por isso, que a medida venha a agravar também a situação económica das corporações, uma vez que a dívida por parte dos particulares aos bombeiros vai aumentar. “O volume de dívidas por parte dos particulares aos bombeiros vai aumentar. As pessoas não têm dinheiro para pagar a ambulância que vão chamar para os levar a casa”, vaticinou. Considerando “vergonhoso” este processo, Francisco Louro referiu ainda esperar que as macas que pertencem às corporações de bombeiros não fiquem retidas nos hospitais, dado que, logo após a entrada dos doentes nas urgências, os Foto: Arquivo O “Política de transporte de doentes é desumana” bombeiros terão que abandonar esse espaço. “Habitualmente as macas ficam retidas no hospital, o que é vergonhoso. O Hospital de Portalegre não tem ca- pacidade de resposta e agora, com esta medida, vamos ver no futuro como é que isso vai acontecer”, sublinhou. Manifestando o receio de que os doen- tes fiquem “abandonados” logo após a entrada no hospital, Francisco Louro acusou a tutela de tratar os pacientes como “coisas” e como “objetos”. O Jornal ‘Bombeiros de Portugal’ tentou uma reação da administração da ULSNA, a qual se remeteu ao silêncio. Patrícia Cerdeira GUARDA Presidente federativo anuncia saída A Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda realizou a sua terceira gala anual no final do ano transato. Desta feita, o encontro decorreu no Palace Hotel Termas de S. Miguel, em Fornos de Algodres e foi o momento escolhido pelo presidente da federação, Gil Barrei- ros, para anunciar a sua saída em resultado da sua nomeação para diretor clínico da Unidade Local de Saúde da Guarda – Cuidados de Saúde Primários. Gil Barreiros referiu também ter abdicado, pela mesma razão, de nova candidatura a presidente da direção dos Bombei- ros Voluntários de Gouveia mas que irá continuar como vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses. Esta terceira gala foi um encontro concorrido, à semelhança das duas anteriores edições, que, segundo Gil Barreiros, “já se aproximou daquilo que a fe- deração sempre pretendeu fazer”. No decurso da gala a Federação dos Bombeiros da Guarda distinguiu os cinco comandantes que recentemente deixaram o quadro ativo, de Aguiar da Beira, Gonçalo, Vila Nova de Foz Coa, Vila Franca das Naves e São Ro- mão. Foi também prestada homenagem a 23 elementos dos vários corpos de bombeiros associativos do distrito, incluindo Sérgio Rocha, dos Voluntários de Famalicão da Serra, falecido em 2006 durante o combate a um incêndio florestal. Foi também homenageada a memória do PORTO Protocolo une federação e Bayer A Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto (FBDP) recebeu da Bayer Portugal, nO âmbito de um protocolo que une as duas instituições, 600 medidores de glicemia Contour XT e 600 dispositivos de punção Glucolet 2. Ao abrigo deste acordo, cada associação do distrito recebeu um conjunto de kits de medição de glicemia – máquina e caneta de punção–, para cada ambulância do corpo de bombeiros. “A FBDP congratula-se com mais este testemunho do reconhecimento que a missão dos bombeiros merece e, felizmente, vai tendo por parte da chamada “sociedade civil”, incluindo as empresas, por contraste com o Estado”, disse, na ocasião, José Miranda, presidente da federação. A cerimónia, que decorreu nas instalações da Autoridade Nacional de Proteção Civil do Porto, contou com a presença de João Raposo, em representação da Bayer, bem como do comandante operacional coronel José Teixeira Leite, comandantes e dirigentes dos corpos de bombeiros e associações do distrito. bombeiros do Sabugal, Sérgio Hilário, acometido de doença súbita quando transportava um doente e posteriormente falecido em dezembro último, bem como a memória de Álvaro Melo, antigo presidente dos Voluntários de Fornos de Algodres, vítima de doença prolongada em 2011. 5 JANEIRO 2013 SINES Associação investe 800 mil euros no socorro A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sines investiu cerca de 800 mil euros na construção de uma “extensão” do antigo quartel, destinada a albergar apenas a área do socorro. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim N a passada semana, muitos operários ultimavam pormenores no interior do novo e moderno equipamento da zona industrial de Sines que dentro de dias dará as boas vindas aos bombeiros da cidade. Esta extensão do antigo quartel construído há quase três décadas e a “rebentar” pelas costuras, destina-se a albergar os serviços de socorro e de urgência, garantindo condições de trabalho aos operacionais dos Voluntários de Sines. No quartel-sede funcionarão os restantes serviços. Implantado num terreno com cerca de cinco mil metros quadrados cedido pela Câmara Municipal de Sines, o novo edifício desenvolve-se numa área de 1500 metros quadrados, bem aproveitada, onde as questões de operacionalidade não inviabilizaram algumas comodidades, apesar das mais que óbvias limitações financeiras, conforme explicou ao nosso jornal o presidente da direção João Santa Bárbara: “A primeira preocupação foi o dinheiro, uma obra que começa e não termina, não traz beneficio a ninguém. Depois de muitas contas, tentamos fazer bem e em bom com pouco dinheiro, de modo a assegurar conforto e aos nossos bombeiros”. O toque de modernidade deste complexo surge não só pelos materiais mas, também, pela João Santa Bárbara: O homem sonha a obra nasce paleta de cores fortes usada nos vários gabinetes de apoio, nas salas de formação, nas camaratas femininas e masculinas, nos balneários e até na cozinha. Apesar da qualidade de construção e do arrojo, o presidente da direção fala de “pouco luxo”, mas sublinha que este novo quartel tem “a qualidade de outros equipamentos muito mais caros”. A obra orçada em 800 mil euros poderá mesmo “ um pouco mais barata”, provando que, ao contrário do que muitas vezes sucede pelo País, em Sines registou-se uma “derrapagem inversa”. “Este é um equipamento voltado para o futuro, evoluído na área da proteção civil, que permitirá uma resposta 100 por cento eficaz no socorro e na urgência”, regista João Santa Bárbara. Visivelmente satisfeito, com o sentido de dever cumprido, o presidente encara o futuro com otimismo, agora que se começa a escrever um novo capítulo na história desta associação com 79 anos de existência. Para além no novo quartel, a institui- ção aguarda com particular expectativa a tomada de posse do novo comandante. Vitor espírito Santo, um conhecido e reconhecido operacional prepara-se para abraçar, formalmente, este projeto ao qual já se entrega há algum tempo com evidente proveito para instituição. Nesta nova fase, os Voluntários de Sines contam com uma espécie de mobilização geral, os operacionais da casa estão motivados e são muitos os voluntários a aproximarem-se da instituição, inclusivamente crianças e jovens “Temos por aqui muita gente nova o que aliás já motivou o comandante Vitor Espírito Santo a avançar com a criação de uma escola cadete, onde já estão inscritos mais de uma dúzia de miúdos”, revela, entusiasmado, o presidente. A nova escola será, aliás, apresentada por ocasião da inauguração do novo quartel, no dia 2 de fevereiro, numa sessão que será presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo d’Ávila. As melhores soluções em equipAmentos pArA equipAs de sAlvAmento especiAlizAdAs Binóc FUJINulos ON Câm de im aras térmi agem ca ISG Detec de G tores biosy ases s SPERtems/ IAN • Todo o equipamento para incêndios OUTROS SERVIÇOS DISPONIBILIZADOS: Piroté cn Comeicos t Man para t equins divers reino de de sa os tipos lva Ruth mento Lee • Manutenção de extintores • Revisão de jangadas e coletes salva-vidas • Inspecção e certificação de aparelhos respiratórios contacte-nos já Grupo SOLUÇõES DE SEGURANÇA, SA SEDE: Rua Quinta do Conde de Mascarenhas, Lote 8 Vale Fetal 2820-652 Charneca de Caparica Tel.: (351) 21 253 57 06 Fax.: (351) 21 253 20 77 [email protected] DELEGAÇãO DE SETúBAL: Rua da Saúde, n.º 80 2900-572 Setúbal Tel.: 265 543 014 Fax.: 265 509 753 www.contrafogo.pt 6 JANEIRO 2013 O “Livro Branco” da LBP Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista Composto por 510 páginas, “Bombeiros de Portugal – I” não conheceu, ao longo dos anos, continuidade e muito menos qualquer reedição e/ou actualização. Dado à estampa em 1979, esteve para ser apresentado por ocasião do XXIII Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses, reunido no Estoril, entre 3 e 8 Outubro de 1978. Porventura, dificuldades de ordem funcional, na compilação de dados, impediram que o objectivo fosse atingido em tempo útil. Assim leva a concluir uma circular remetida às associações/ corpos de bombeiros, datada do mês de Maio, subscrita pelo secretário administrativo Manuel Manta, consubstanciada num questionário que serviu de suporte a parte da edição, aliás, documento durante algum tempo disperso e que está agora concentrado e preservado no arquivo do NHPM. Embora pouco acessível, a publicação em apreço constitui uma indispensável fonte de pesquisa, por força dos vários dados que apresenta, bem como um ponto de partida para diferentes estudos, quer no âmbito da vida interna da Confe- deração, quer ao nível da evolução histórica das associações/ corpos de bombeiros e das próprias estruturas do Estado com intervenção no domínio do serviço de incêndios. Sobre o conteúdo Importa ainda, nesta evocação, concentrar a atenção no conteúdo do “Livro Branco”, destacando os vários assuntos nele contidos: O que são os bombeiros; Breves apontamentos de história; Liga dos Bombeiros Portugueses – Organigrama e Constituição, Órgãos Sociais, Comissões Nacionais; Tutela Governamental – Serviço Nacional de Bombeiros, Inspecções de Zona; Corpos de Bombeiros – Zona Norte; Zona Sul; Calendário. Decorrente da análise a tal conteúdo, oferece-nos apontar algumas curiosidades históricas, decerto surpreendentes para as novas gerações, como é o caso de, no ano de 1978, existirem, apenas, duas inspecções (a Inspecção de Incêndios da Zona Norte e a Inspecção de Incêndios da Zona Sul) e outros tantos inspectores, por inerência, os comandantes dos Bata- Dirigentes da LBP com o Presidente da República, General Ramalho Eanes – Congresso do Estoril, 1978 lhões de Sapadores Bombeiros do Porto e de Lisboa, respectivamente, o tenente-coronel Álvaro Maia Gonçalves e o tenente-coronel Fernando Teixeira Coelho. Em Portugal, abrangendo o continente, as regiões autónomas e o território de Macau, existiam 400 corporações, termo na época vulgar mas, nos nossos dias, cada vez mais em desuso no léxico do sector. Por sua vez, os corpos activos compunham-se de 16240 elementos, na sua esmagadora maioria voluntários, dispondo para serviço, entre outros meios, de 1294 viaturas de fogo e 1002 ambulâncias, números apurados a partir das páginas reservadas à apresentação individual das associações/corpos de bombeiros do país. Entretanto, no Ministério da Administração Interna, o Conselho Coordenador do recém-criado Serviço Nacional de Bombeiros (SNB), em regime de instalação gradual, incumbido de orientar e coordenar as actividades e serviços de socorro, preparava o futuro de modo a convertê-lo numa nova realidade, o que veio a verificar-se nos anos subsequentes, sob o forte impulso da Liga dos Bombeiros Portugueses e das suas Federações Distritais, com inequívocas vantagens na modernização e operacionalidade dos corpos de bombeiros. Faleceu o comandante Beleza Ferraz aleceu recentemente o comandante do Quadro de Honra (QH) dos Bombeiros Voluntários Barcelinhos, e pai do atual comandante, José António Machado Maciel Beleza Ferraz com 81 anos de idade e quase meio século de atividade nos bombeiros. Natural de Barcelinhos e pertencendo a uma família que sempre serviu os seus bombeiros, o comandante Beleza Ferraz conviveu e viveu desde muito novo a atividade dos voluntários experimentando ainda criança o peso de uma farda. Aliás, desfilava como mascote nos dias de festa ou de maior solenidade. Com tais raízes será fácil concluir que não lhe foi indiferente o apelo que foi sentindo para o exercício do voluntariado nos bombeiros. Assim, a partir de 1964 iniciou o seu percurso, sempre nos Voluntários de Barcelinhos, eleito ininterruptamente como vice-presidente da direção até 2000. Apesar das razões de saúde que o atormentavam não quis deixar os bombeiros e, assim, entre 2001 e 2008 assumiu funções na assembleia-geral da instituição, até 2003 como segundo secretário e depois como vice-presidente. Em 2009 foi então eleito membro do conselho superior. A par da sua missão de diri- gente, o comandante Ferraz, “não sendo homem de virara a cara aceitou a interinidade do comando do corpo de bombeiros em junho de 1971 e posteriormente, em janeiro de 73, foi definitivamente nomeado comandante. Manteve-se naquele cargo até agosto de De resto, foi também em 1978, curiosamente no Congresso do Estoril, onde o “Livro Branco” deveria ter sido apresentado, conforme já referido, que foram tomadas as posições de força mais determinantes de sempre tendentes à institucionalização do SNB. Daí resultou, primeiro, o Decreto-Lei n.º 388/78 e, pouco tempo depois, a Lei n.º 10/79, diplomas substituídos pelo célebre Decreto-Lei n.º 418/80, elevado à condição de Lei Orgânica do Serviço Nacional de Bombeiros. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia Site do NHPM da LBP: www.lbpmemoria.wix.com/ nucleomuseologico ALCOCHETE BARCELINHOS F Foto: Arquivo LBP/NHPM H á 35 anos, em plena época de reestruturação da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e, por consequência, de todo o universo nela representado, era dado o arranque ao processo de elaboração do livro “Bombeiros de Portugal – I”, versando “Dados de Carácter Geral”, com coordenação de textos de Vítor José Melícias Lopes, presidente do então Conselho Administrativo e Técnico (CAT). Mais conhecido por “Livro Branco”, a sua edição, sem precedentes, teve o apoio financeiro do Governo Civil de Lisboa. “(…) preencher uma gravíssima lacuna em matéria de divulgação do que é o fenómeno e a realidade Bombeiros em Portugal” foi, entre outras, a motivação do CAT, ao assumir a iniciativa. Supomos que, hoje, o “Livro Branco” da LBP deverá ter quase o carácter de raridade bibliográfica, não sendo fácil a sua identificação nas estantes das bibliotecas, exceptuando as de natureza estatal e as de alguns coleccionadores da temática. O próprio Núcleo de História e Património Museológico (NHPM) dispõe, somente, repare-se, de dois exemplares. 1992, data em que passou ao QH “por direito próprio e por ser da mais elementar justiça.” Ao longo dos 48 anos de serviço nos bombeiros e, em particular, nos Voluntários de Barcelinhos, o comandante Beleza Ferraz viu reconhecido por diversas vezes o intenso e profícuo trabalho desenvolvido. A atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses é uma das provas disso. À Família do comandante Ferraz, ao seu filho, comandante dos Voluntários de Barcelinhos, ao corpo ativo e dirigentes da instituição endereçamos sentidos pêsames. A Faleceu Chefe António D’Aguiar ntónio Pereira D’ Aguiar, chefe do quadro de honra da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Alcochete faleceu vítima de doença súbita no passado dia 30 de dezembro. Foi em fevereiro de 1965 com apenas 17 anos e como cadete, que ingressou no seio desta família onde sempre se dedicou à associação e ao lema “vida por vida” ao longo dos 47 anos de serviço, sendo relembrado pelos colegas no momento da despedida como “um homem ao serviço do bem comum”. A passagem ao quadro de honra em 2002, não limitou o chefe Aguiar de continuar a impulsionar a vida ativa do corpo de bombeiros, sendo por isso agraciado em 2010 com o Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses e um dos principais impulsionadores da recente reativação da fanfarra. Sérgio Santos 7 JANEIRO 2013 FORMAÇÃO EM EMERGÊNCIA MÉDICA INEM dá início à descentralização O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) é “a primeira entidade hospitalar acreditada pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para dar formação na área da emergência médica”. Acreditado para dar “formação em suporte de vida avançada”, o CHUC passa a poder fazer formação certificada nas “competências necessárias à correta abordagem de uma vítima em paragem cardiorrespiratória”, sublinha o INEM. A acreditação atribuída “representa o reconhecimento externo de que a entidade tem todas as condições para dar formação em determinadas áreas da emergência médica pré-hospitalar”, podendo dar formação aos seus próprios profissionais e no exterior, lê-se num anota tornada pública. O processo para a acreditação de uma entidade pressupõe “o cumprimento de um conjunto alargado de requisitos”, desde instalações a recursos materiais e humanos. “A formação e o ensino são uma opção estratégica do CHUC”, referiu José Martins Nunes, presidente do conselho de administração desta insti- tuição, que congrega oito hospitais: dois centrais (Hospital dos Covões e Hospitais da Universidade), um pediátrico, três psiquiátricos (Sobral Cid, Arnês e Lorvão) e duas maternidades (Daniel de Matos e Bissaya Barreto). “O CHUC tem vindo a constituir-se como parceiro de entidades externas” para a formação, no âmbito das suas preocupações com o ensino e a formação, salientou Martins Nunes. O INEM passou a ter competência para, ao abrigo da nova lei orgânica (de fevereiro de 2012), “acreditar entidades externas para procederem à realização de ações de formação”, o que lhe permite “aumentar a capacidade formativa existente no país”. Além do CHUC, “outras unidades de saúde iniciaram já procedimentos com vista à obtenção de acreditação”, revela o INEM. O certificado de entidade acreditada para dar formação na área da emergência médica foi entregue ao CHUC no passado dia sete de janeiro, na sede do INEM, em Lisboa. Patrícia Cerdeira INEM: VIA VERDE DO AVC Mais de três mil doentes encaminhados E m 2012, foram 3042 os casos de Acidente Vascular Cerebral encaminhados para a Via Verde do AVC, números que se traduzem, segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) num “melhor tratamento” a mais de 14.000 pacientes e representam um aumento de 160 situações face ao ano anterior. Os distritos de Porto e Lisboa foram onde estes encaminhamentos tiveram maior incidência, com 720 e 629 casos, respetivamente, seguindo-se Braga (264) e Setúbal (252). Na grande maioria dos casos (2097 situações), os meios de socorro chegaram ao local em menos de 20 minutos. Os Hospitais de São José (271), Braga (242), São João (230) e Santa Maria (178) foram os que receberam o maior número de casos encaminhados pela Via Verde do AVC. As estatísticas do INEM indicam que, na maioria dos casos, foi preciso passar entre 30 minutos a uma hora desde o início dos sintomas para que fosse dado o alerta para o 112. O Instituto alertou que “as primeiras três horas, após o início dos sintomas de AVC, são essenciais para o socorro da vítima, pois é esta a janela temporal que permite que a instituição dos principais tratamentos seja eficaz”. Para melhorar esta situação, “é essencial que a população saiba quais os sinais de alerta da doença e como utilizar o 112”. Através do Número Europeu de Emergência, o INEM coordena a assistência e encaminha as vítimas de AVC para os hospitais adequados através da Via ASSEMBLEIA GERAL DA ENB FAZ BALANÇO DE 2012 Verde, permitindo “um tratamento mais rápido e eficaz”. Falta de força num braço, boca ao lado ou dificuldade em falar são sinais de alarme que podem indicar a ocorrência de um AVC. “Se estes sinais forem reconhecidos a tempo, ligar 112 é a forma mais adequada de o doente ser tratado, pois a rápida atuação médica especializada é vital para o sucesso do tratamento e posterior recuperação do doente”, sublinha o INEM. De referir que estão definidos um conjunto de critérios clínicos para a admissão nesta Via Verde: idade, tempo de evolução dos sintomas e não ter sequelas de AVC anterior. O Acidente Vascular Cerebral continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares. Segundo os especialistas, por hora, morrem dois portugueses devido a esta doença que pode ser prevenida e tratada. Patrícia Cerdeira MAI A Medalhas para duas associações s Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários de Coja e Penamacor estão a comemorar, respetivamente, o 50.º e o 75.º aniversário. Assinalando essas efemérides, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, conce- deu-lhes a medalha de mérito de proteção e socorro, grau prata e distintivo azul. Em fundamento para a atribuição, expresso nos Despachos n.º 811/2013 e 812/2013, o MAI defende “o exemplar percurso da sua existência ao ser- viço da comunidade e da proteção e socorro de populações com uma atuação sempre caracterizada pelo heroísmo, pela abnegação e pela solidariedade para com o próximo” realizado pelas duas associações de bombeiros. R Liga quer mais formação ealizou-se no passado dia 23 de janeiro mais uma Assembleia Geral da Escola Nacional de Bombeiros (ENB) onde a formação foi o grande tema em análise. De referir que, depois de ter recusado a validação das contas, a Liga dos Bombeiros Portugueses comprometeu-se a validar o exercício relativo a 2012 e o plano de atividades para este ano, perante a promessa de que serão tratadas a curto prazo algumas das questões que a Confederação tem vindo a denunciar. Jaime Marta Soares, presidente da LBP, recebeu a garantia de que direção da ENB e a Autoridade Nacional de Proteção Civil se preparam para “encontrar uma nova solução” para os funcionários da ANPC que estão ligados à Escola (operadores e FEB) através de um vínculo laboral que mais não é do que “uma barriga de aluguer” na opinião da LBP. Jaime Marta Soares volta a dizer que a formação dos bombeiros está “posta em causa”, já que mais de 80 por cento do orçamento da ENB “serve para pagar ordenados”. Nesta reunião magna, a ENB deu a conhecer os resultados da formação referentes aos meses de janeiro a novembro, números que demonstram bem, denúncia LBP, “a situação de paralisação” formativa que se vive na ENB. Faltando ainda apurar os números de dezembro, a Escola informa que nos Centros de Formação, Unidades Locais de Formação (ULF) e Corpos de Bombeiros contabilizam-se 1372 ações para 16.677 bombeiros. Ao contrário da análise da LBP, a ENB sublinha que “são números extremamente satisfatórios” porque foram alcançados num ano de profundas mudanças no paradigma formativo dos bombeiros voluntários portugueses, nomeadamente nos procedimentos de inscrição e validação e na “formação de acesso” maioritariamente ministrada nas ULF”. PC 8 JANEIRO 2013 MALVEIRA E SETÚBAL Natal e ano novo no quartel Família Martinho Azevias, filhós, peru, bacalhau e passas são iguarias obrigatórias nas mesas portuguesas na quadra natalícia, quando família e amigos se juntam para reforçar laços de amizade e renovar votos de união. Uma equipa de reportagem do jornal Bombeiros de Portugal (BP) visitou os quartéis dos Voluntários da Malveira e de Setúbal e viveu com os operacionais de serviço as noites de consoada e de ano novo. Texto e fotos: Sérgio Santos Convívio em Setúbal Consoada na Malveira A mesa, decorada a rigor e repleta de todas as iguarias típicas da época instalada no parque de viaturas do quartel já aguardava para ceia de Natal os 15 elementos do piquete da “brigada B” dos Bombeiros Voluntários da Malveira, enquanto os bombeiros Tiago Correia e David Pereira confecionavam o jantar com a ajuda dos restantes camaradas. Foi este o ambiente, quase, caseiro que o BP encontrou, ao início da noite de 24 de dezembro, mas que se tornou ainda mais acolhedor com a chegada das mu- Quartel de Setúbal recebe festejos lheres e dos filhos dos bombeiros. Quando as famílias são compostas por bombeiros tudo parece mais fácil no dia-a-dia mas, também, nestas ocasiões especiais, que o digam os Martinho, os Silva e os Rodrigues… A família Martinho junta no quartel sete elementos, “duas casas” como nos revelou subchefe Carlos Martinho, enquanto olhava a irmã e o cunhado, também bombeiros, que jogavam matraquilhos com os filhos. Já os Silva contribuem para os Voluntários da Malveira com três operacionais: o Nelson, o Paulo e o Dário que aproveitavam o serão para ver televisão e jogar no computador, enquanto os irmãos Rodrigues, o Nuno e a Ana, se juntavam aos restantes convivas como que procurando o calor do lar que, nesta noite, dispensaram com o firme e genuíno propósito de servir a comunidade. Junto à árvore de Natal, coloridos embrulhos captavam a atenção dos mais novos que não esconderam ansiedade quando, finalmente, lhes foi Clã Silva permitido abrir os cobiçados presentes. A este episódio mais “agitado”, seguiu-se uma noite que a equipa de serviço garante ter sido tranquila: “Apenas um transporte, uma súbita e um acidente rodoviário”. Nesta ceia especial, marcaram presença os operacionais Carlos, Diamantino, Fátima, Sónia, João e Afonso Martinho, Nádia Santos, Nelson, Paulo e Dário Silva, Nuno e Ana Rodrigues, Tiago Correia, David Pereira, Andreia Almeida, José Pires e Mónica Carvalho. No dia 31 de dezembro, o nosso jornal voltou ao quartel de bombeiros, desta feita à casa dos Voluntários de Setúbal, onde a já tradicional a receção ao novo ano sempre mobiliza muitas pessoas. As ruas estavam repletas de homens mulheres e crianças prontos para festejar a chegada de 2013. Tendo em conta que “estas noites são sempre complicadas”, conforme nos disse subchefe Arnaldo Vasques, nada é descurado, o que obriga as vá- Fogo de artifício reúne bombeiros e comunidade rias equipas a estarem de prontidão. Mas, ainda assim, a tradição festiva cumpriu-se. Poucos minutos antes da meia-noite os bombeiros ocuparam o seu lugar no interior dos veículos para, pontualmente, anunciarem a chegada do novo ano com ruído das sirenes e o colorido das luzes, como que abrindo o espetáculo de fogo de artificio que se seguiu, deixando todos de olhar colados ao céu. Para os operacionais de serviço trocar o conforto de casa ou a animação de uma ou outra festa por uma noite ao serviço do socorro e proteção da população é a decisão óbvia de quem se norteia pelo lema “vida por vida”. Numa noite que afinal se revelou tranquila, os Voluntários de Setúbal puderam saborear os doces e salgados que enchiam a mesa preparada a rigor para a festa, e afinal, saudar de forma diferente a chegada de novo ano que se deseja repleto de sucessos profissionais e pessoais para todos. Sérgio Santos 9 JANEIRO 2013 PERNES Associação desativa posto avançado Sem alternativas, perante o lamento das populações, os Bombeiros Voluntários Pernes, foram forçados a desativar o posto avançado de Amiais de Baixo, depois de cinco anos de funcionamento. A associação garante que o socorro àquela área não está em causa, ainda assim fala da importância estratégica e de prevenção daquele posto, nomeadamente, no verão. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim H á cinco anos, desde julho de 2007, que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Pernes dispunha de um posto avançado em Amiais de Baixo, um serviço há muito reclamado pela população. Na época, a Câmara Municipal de Santarém apoiou a instalação, mas há já algum tempo que as despesas daquele equipamento eram suportadas, na íntegra, pelos Bombeiros de Pernes. Em declarações ao Jornal Bombeiros de Portugal, o comandante Francisco Viegas Santos esclarece que o protocolo firmado com a autarquia estabelecia “a colocação naquela área de uma viatura e um grupo de operacionais, 24 horas por dia”, com o intuito de “garantir à povoação serviços mínimos”. Esse dispositivo era, contudo, ampliado no verão, com a disponibilização de uma outra equipa de cinco elementos para combate a incêndios florestais, um reforço que se justificava tendo em conta que aquele território “apresenta sérios riscos”, até porque está inserido no Parque Natural da Serra de Aire Candeeiros. Apesar da importância estratégica do posto de Amiais de Baixo, o comandante Francisco Viegas Santos afiança que “a associação não tinha possibilidades de continuas a suportar os encargos, até porque nos últimos dois anos assumiu todas as despesas”. “Com muita pena do coman- Quartel de Pernes recebeu obras de ampliação Comando e direção lamentam encerramento do posto de Amiais do e da direção não podemos manter esta estrutura, que nos custava cerca de quatro mil euros mensais”, diz-nos o comandante. Este “afastamento” não coloca, contudo, em risco pessoas e bens. Os voluntários de Pernes estão devidamente preparados e apetrechados para garantir a eficácia no socorro. Ainda assim, mercê de um enorme esforço financeiro, o responsável operacional do corpo de bombeiros afiança que, sempre que se justifique, haverá um investimento na proximidade, designadamente “nos dias de maior risco de incêndio ou por ocasião das grandes festas Amiais de Bai- xo, que movimentam milhares de pessoas”. “Estamos sempre atentos, essa é aliás nossa missão”, garante, o comandante que revela outras preocupações, nomeadamente, com o futuro da instituição, inevitavelmente tocada pela crise. Receosos direção e comando falam da complexidade de manter a atual estrutura profissional, mas o comandante acredita Secção de proximidade fechou portas “ser possível escapar aos despedimentos”. “Toda a estrutura foi pensada para o serviço que tínhamos, com uma quebra na ordem dos 50 por cento no número de serviços de transportes, tudo mudou”, revela o nosso interlocutor. Ainda assim, com os olhos postos no futuro, a ainda jovem associação prepara-se para dar resposta a crescentes desafios, adaptando-se a novas realidades e exigências, nomeadamente a nível de instalações. O quartel-sede recebeu, recentemente, obras de ampliação ao abrigo do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). A intervenção contemplou a ampliação das camaratas femininas e masculinas e do parque de viaturas e a criação de novos gabinetes, áreas de formação e também arranjos exteriores. 10 JANEIRO 2013 LOUROSA Bombeiros sonham regressar ao ativo Prossegue o longo e penoso processo de recuperação de Armando Sousa e Ricardo Silva, os bombeiros de Lourosa vítimas de um aparatoso acidente em setembro do ano passado, quando seguiam para um incêndio na freguesia de Canedo. Depois de meses marcados por cirurgias e tratamentos, os operacionais dizem acreditar que o pior já passou e, por isso mesmo, sonham com o regresso ao quartel dos Voluntários de Lourosa “o mais depressa possível”. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim N o dia 22 de setembro de 2012, o bombeiro de 1.ª Ricardo Silva e o oficial-bombeiro Armando Sousa preparavam-se para cumprir mais uma missão, mas um violento acidente interrompeu-lhes o desígnio e mudou-lhes para sempre a vida. Hoje, quando lhes pedimos para recordar esse fatídico dia conseguem relatar cada pormenor com um sorriso franco, porque embora as evidentes limitações físicas, sobretudo no caso de Ricardo, fazem questão de desdramatizar até porque, dizem confiantes, “o pior já passou”. Um incêndio na freguesia de Canedo não dava tréguas aos bombeiros e o comandante dos Voluntários de Lourosa solicitou a presença dos dois operacionais no teatro de operações. Esta era só mais uma intervenção da preenchida folha de serviço destes bombeiros, que garantem que apesar da urgência circulavam a velocidade reduzida, mas “na estrada principal de Canedo o carro começa a fugir e o jipe tombou e bateu”. Não conseguem encontrar justificação para o despiste, sabem apenas que apesar do violento embate nunca perderam a consciência. Armando conta aos jornalistas que “Ricardo estava agitado” sabia que “era necessário ativar o socorro, mas as pessoas que assistiram ao acidente gritavam e não faziam nada”. Um homem assoma-se da viatura, Armando pede-lhe o telemóvel e, ironicamente, é a vítima a solicitar à central dos Bombeiros de Lourosa os meios que achou mais indicados. O oficial-bombeiro pediu ainda à central que tocasse a sirene, pois “sabia que o incêndio estava a mobilizar muitos meios”. O socorro não tardou mas a operação de resgate demorou mais de uma hora, envolveu muitos meios dos Voluntários de Lourosa de outros corpos de bombeiros da região. Ricardo diz-nos, agora, não conseguir ainda descrever o que sentiu na ocasião, um turbilhão de emoções, pensamentos avulsos, mas sempre a consciência plena da gravidade das lesões. “Eu não sentia as pernas, apercebi-me, obviamente, da gravidade da situação”, garante Ricardo. Quatro meses após o acidente, os bombeiros não esquecem o trabalho exemplar dos operacionais que os socorreram, que conseguiram gerir os níveis de ansiedade, a preocupação natural de quem vê um dos seus numa situação tão grave. A operação de socorro foi bem-sucedida, tanto como a etapa que se seguiu, pois muito embora a gravidade das lesões estes Comandante acompanha recuperação de Ricardo e Armando O despiste causou a destruição do veículo homens não desistem de lutar, não esmorecem ainda que confrontados com um complexo e penoso processo de recuperação, marcado por cirurgias e muitos tratamentos. “Esta é uma longa e difícil batalha que estou a travar, mas sei que posso vencer. A longo prazo, tudo é recuperável” diz-nos Armando, que com coragem e determinação minimiza a severidade das lesões ortopédicas e neurológicas, as quatro cirurgias a que foi sujeito e as outras tantas já previstas, a dependência temporária de uma cadeira de rodas e, obviamente, dos pais que têm O sido o pilar deste jovem, que apesar dos pesares consegue exibir o sorriso contagiante. Ricardo Silva, ainda a cumprir sessões de fisioterapia, caminha apoiado nas canadianas e já só sonha poder regressar ao quartel “lá para o verão”, muito embora o processo de recuperação tenha sofrido um revés com complicações associadas à lesão de um dos membros inferiores. Ainda assim, prefere não dar muita atenção às cautelas dos médicos e sublinhar que “tudo vai correr bem”. A paixão pela causa e pelas coisas dos bombeiros une estes dois jovens, não obstante o facto de terem trilhado caminhos diferentes na carreira. Ricardo é profissional do corpo de bombeiros de Lourosa onde ingressou aos 14 anos por influência do padrinho, enquanto Armando cumpre a sua missão como voluntário, e embora licenciado em Proteção Civil, trabalha na área do desenho de cablagens para automóveis, numa empresa da região. “Sempre fui maluco pelos bombeiros, pelas fardas, pelos carros, pelas luzes” revela Armando que com apenas 16 anos foi oferecer os seus préstimos aos Voluntários de Lourosa e lá concretizou um sonho de menino que o realiza enquanto homem. Esta entrega - ou esta “doença” segundo a sua própria definição - justificam a forma clara como revela que “nada mudou depois do acidente”, tanto que para o jovem de 25 anos a prioridade é regressar ao teatro de operações, voltar a salvar vidas. Desejo partilhado por Ricardo que, apesar dos vários acidentes sofridos ao serviço dos bombeiros, nunca lhe passou pela cabeça “desistir” da profissão que com muito orgulho escolheu. Preocupações e alertas acidente destes dois bombeiros traz, uma vez mais, para a ordem do dia a importância do Fundo de Proteção Social do Bombeiro, que nesta como noutras situações surge como uma resposta eficaz. Contudo, este caso torna evidente a debilidades de um país que não salvaguarda os voluntários, quem o defende é o comandante José Carlos Baptista que se mostra preocupado com esta situação. O responsável operacional dos Bombeiros de Lourosa denuncia que neste caso os seus homens tiveram tratamento diferente: “O Ricardo, profissional da associação, beneficia de um seguro de acidentes de trabalho podendo dispor de todo o tipo de tratamentos, enquanto o voluntário Armando é protegido por um seguro de acidentes pessoais, ou seja tem que avançar com o pagamento dos tratamentos só depois é ressarcido”, com a agravante de que a cobertura é, necessariamente, muito diminuta. “Esta situação deve ser repensada, temos que dar melhores condições aos nossos homens”, pois, nestas circunstâncias, os voluntários começam a pensar se vale a pena andar aqui… não tem garantia nenhuma”, argumenta, defendendo ainda que os homens e mulheres que “prestam este serviço ao Estado devem, no mínimo, beneficiar de um seguro de acidentes de trabalho”. “Defendo que os bombeiros voluntários devem gozar de um seguro diferente, que pelo menos funcione de forma similar aos que salvaguardam os profissionais”, diz chamando a atenção para as situações mais complicadas como a de Armando. “Já apresentei a questão na mesa de encontro de comandos do distrito, a situação está a ser analisada devidamente fundamentada, para que possamos debater a questão com Liga dos Bombeiros Portugueses”, antecipa José Carlos Baptista. 11 JANEIRO 2013 O MADEIRA ABRANTES Governo Regional atribui 1,7 milhões Autarquia admite substituir municipais Conselho do Governo da Madeira decidiu recentemente proceder à celebração de contratos-programa com as seis associações de bombeiros voluntários da região num total anual de 1,7 milhões de euros. Os contratos-programa contemplam as associações de bombeiros voluntários, Madeirenses, Calheta, Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Santana, São Vicente e Porto Moniz e do Porto Santo. A decisão baseia-se no regulamento de financiamento das associações em vigor desde 2004. As corporações vão receber uma comparticipação mensal que varia entre os 700 mil e os 81 mil euros. Os contratos-programa têm a duração de 12 meses, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro do ano em curso. Os Bombeiros Voluntários Madeirenses são os que vão receber a maior fatia (mais de 728 mil euros), auferindo as Governo Regional beneficia as seis associações de bombeiros voluntários restantes valores entre os 145 mil (Santana) e os 209 mil (Câmara de Lobos), enquanto a associação da ilha do Porto Santo vai dispor de 81 mil euros. O Governo Regional da Madeira justifica a decisão tomada com a importância da ação destas corporações de voluntários na proteção de vidas e bens nos diversos concelhos da região, cujas receitas próprias se “manifestam insuficientes para fazer face às despesas inerentes à sua atividade humanitária, de mérito e relevância socialmente reconhecidos”. Na sequência da decisão de apoiar os bombeiros voluntários regionais, o Governo da Madeira realça o esforço que estas associações fazem para cumprir os seus objetivos, “considerando a importância de que se reveste o associativismo e o voluntariado dos bombeiros e o papel primordial que lhes é atribuído no âmbito da Proteção Civil, sendo do interesse público a viabilização das suas ações”. CÂMARA DE MONÇÃO APOIA BOMBEIROS A Socorro às populações está garantido Câmara Municipal de Monção decidiu atribuir cerca de 84 mil euros à atividade dos bombeiros voluntários do concelho, corporação que há mais de um ano se debate com uma grave crise financeira. Segundo o município, o apoio à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Monção prevê 70 mil euros para a atividade regular de auxílio e socorro à população. Estão ainda previstos mais 14.420 euros para comparticipar a aquisição de um tanque cisterna pesado, de posicionamento tático, com capacidade para transportar 8 mil litros de água, para combate a incêndios e abastecimento às populações. No final do ano, as dificuldades financeiras da corporação obrigaram à realização de mais de uma dezena de peditórios, por todo o concelho, como forma de angariar a verba necessária para pagar os subsídios de Natal aos mais de 20 elementos contratados a tempo inteiro. A autarquia de Monção justifica este plano de apoio, renovado anualmente, com a necessidade de “assegurar maior capacidade preventi- va e interventiva” nas respostas a casos de emergência. Além deste subsídio, a autarquia assegura apoiar a corporação com vário equipamento tendo disponibilizado, nos últimos anos, ajudas específicas para a construção do novo quartel, central telefónica, corpo ativo e veículos de emergência médica e combate a incêndios. A atual direção dos bombeiros foi eleita em junho de 2012, depois de um vazio diretivo que se prologou durante mais de cinco meses, em função da difícil situação financeira da instituição. “No início do ano a situação era muito má. Hoje é ‘só’ má”, reconheceu, o presidente da associação, Jorge Almeida. Entretanto, com dois contratos anuais, os bombeiros estão assegurar o transporte de alunos portadores de deficiência, para as escolas do concelho e para a Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), o que representa um encaixe global de 32 mil euros. PC MANTEIGAS C Bombeiros suspendem serviços erca de 40 bombeiros dos voluntários de Manteigas suspenderam os serviços, no passado dia 13 de janeiro, devido a divergências com a atual direção. Descontentes, os bombeiros entregaram uma carta ao comandante interino na qual informaram que “iriam deixar de fazer serviços”. Segundo Francisco Gomes, porta-voz do grupo, “foi uma carta simples onde os bombeiros denunciam que não há condições”. O responsável disse que os elementos que entregaram o documento pediram a inatividade “durante o período de um ano”, mas podem regressar ao corpo ativo a qualquer momento, desde que presidente da direção, Manuel Rabaça, se demita. Os bombeiros dizem que “têm sido perseguidos “ e que no quartel “há falta de material” para intervir no dia a dia. Com a indisponibilidade de cerca de 40 bombeiros, a Associação Humanitária de Manteigas, que possui cerca de 60 elementos no corpo ativo, vai contar com “pouco mais de dez” elementos para assegurar o serviço diário. Francisco Gomes reconheceu que os elementos que ficam em funções “não vão conseguir” assegurar o serviço “durante 24 horas” e o socorro às populações e aos visitantes da Serra da Estrela pode ficar comprometido. Instando a comentar a situação, o comandante interino, Francisco Tacanho, apenas confirmou a receção da carta. Já o presidente dos Bombeiros Voluntários de Manteigas, Manuel Rabaça, declinou prestar qualquer declaração sobre o assunto. Preocupado com a situação, António Fonseca, Comandante Distrital da Guarda garantiu no entanto que o socorro na Serra da Estrela “não está em causa”. “Temos meios suficientes para intervir na Serra da Estrela”, assegurou, lembrando que “ainda existem cinco corporações de bombeiros, a GNR (subagrupamento de montanha) e a Força Especial de Bombeiros, que têm veículos, equipamento individual e formação para intervir” na serra. O presidente da Câmara Municipal de Manteigas também já demonstrou a sua preocupação, Esmeraldo Carvalhinho, receia que a prestação de socorro no concelho seja posta em causa, e por isso defende que comando e direção dos voluntários resolvam as divergências o mais rápido possível. Esmeraldo Carvalhinho enaltece o facto da atual direção dos voluntários ter sido re-eleita com legitimidade e apela ao bom senso dos bombeiros. PC A Câmara Municipal de Abrantes anunciou este mês a intenção de “extinguir num futuro próximo” os seus Bombeiros Municipais, tendo optado por “incentivar e apoiar” a criação de uma Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários, que ficará a gerir o atual corpo de bombeiros. A centenária instituição, uma corporação mista composta por cerca de 100 bombeiros, dos quais 23 profissionais, custa aos cofres da autarquia mais de um milhão de euros por ano. A nova solução é enquadrada no âmbito da criação do denominado Agrupamento de Bombeiros do Médio Tejo Norte, que fundirá as corExtinção dos municipais em prol dos voluntários porações de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal. “A câmara municipal assu- tários, “ o problema fica resolvido de vez”. Entremiria todos os custos com vencimentos, viaturas tanto, a Associação Nacional de Bombeiros Proe combustíveis, mas caberia à associação huma- fissionais e o Sindicato Nacional de Bombeiros nitária a gestão de todo o corpo de bombeiros, Profissionais já reuniram com a presidente da aualicerçada num grupo de cidadãos e em parcerias tarquia e segundo Fernando Curto, presidente da com empresas de relevo da região”, esclareceu a ANBP, “houve abertura por parte da edilidade em presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquer- estudar uma proposta de acordo coletivo de traque, em reunião de executivo. A ideia caiu que balho que satisfaça as partes envolvidas, no âmnem uma ‘bomba’ na corporação, onde a autarca bito do necessário enquadramento legal, e, como garante existirem “guerras internas e algumas tal, não há necessidade da realização de manifeschantagens” por causa dos turnos e da impossibi- tações ou de outras formas de luta”, sublinhou. A lidade de os bombeiros profissionais receberem presidente da Câmara Municipal de Abrantes dishoras extraordinárias de forma regular. Maria do se entretanto estar “recetiva” a analisar a proCéu Albuquerque disse ainda que a autarquia posta que a ANBP e o SNBP vão apresentar nos “não tem condições para contratar mais profissio- próximos dias, um documento que “visa melhorar nais” e que a questão dos turnos “não tem sus- as condições de trabalho dos seus associados”, tentabilidade técnica e legal”, observando que, considerou. com a criação de um corpo de bombeiros volunPC 12 JANEIRO 2013 ANGRA DO HEROÍSMO Viver a história e encarar o futuro A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira (Açores) tem no passado, na sua longa história, o capital, a experiência e o conhecimento que lhe permitem investir no presente e projetar o futuro. O piquete de serviço Texto e fotos: Sérgio Santos Renovação da frota é aposta futura O jornal Bombeiros de Portugal (BP) esteve nos Açores onde revisitou os primórdios e conheceu o dia-a-dia dos Bombeiros de Angra do Heroísmo, uma instituição cuja história começa a ser contada em 1820 quando os primeiros equipamentos de extinção de incêndios chegam à cidade manobrados por militares que se encontravam aquartelados no Castelo de São João Batista. A 20 de Março de 1882 um grupo de cidadãos terceirenses juntou-se então, para criar o Real Corpo de Bombeiros Voluntários, que em 1902, por razões políticas, acabou por ser extinto. Entre muitas dificuldades valeu a insistência das populações e da autarquia para que 23 de junho de 1902 surgisse um corpo municipal de bombeiros voluntários que passados vinte anos, mais precisamente a 21 de março de 1922, deu lugar à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo. O primeiro quartel é instalado na Praça da Restauração, bem próximo das pessoas, o que demonstra que esta associação sempre quis ser “um dos pilares da população terceirense”. Factos relevantes refletem-se nos inúmeros louvores, menções honrosas e diplomas de mérito, que segundo a associação são testemunho do mérito do trabalho dos homens e mulheres que ao longo dos tempos tem defendido o lema “Vida por Vida”. A história desta instituição encontra-se viva e bem preservada, num amplo e renovado museu, onde o visitante fica “preso” à história de cada uma das peças em exposição, dos vários registos, do acervo fotográfico, bem como dos equipamentos de combate a incên- dios, salvamento marítimo e do vestuário das várias épocas. As “coqueluches” deste espaço são, no entanto, uma motobomba METZ dos anos de 1930 e 40, uma viatura Ford Pierce e ainda um Dodge “velhinho”, totalmente recuperado o ano passado. Do passado ao presente ao percorrer o quartel a nossa equipa de reportagem encontrou no departamento de extintores o bombeiro de 2.ª Quartini Massimo, um italiano que numa visita à ilha que se apaixonou pela atual companheira decidiu ficar e, também, concretizar o sonho de ser bombeiro. Hoje, Quartini é um técnico credenciado do departamento de controlo, carregamento e manutenção de extintores, um serviço que a associação presta à comunidade, respondendo às necessidades da cidade e obtendo as sempre fundamentais receitas para a associação. Presidente da direção Os Voluntários de Angra do Heroismo foram sabendo ajustar-se às solicitações e exigências das populações a nível associativo e operacional, conforme explicou aos jornalistas o adjunto de comando Jorge Silva. Atualmente, os operacionais terceirenses dispõem de uma frota de 18 veículos na sua maioria vocacionado para o combate a incêndios, desencarceramento e emergência pré-hospitalar. A estatística da associação dá conta de um elevado número de serviços na área da emergência e transporte de Quartini Massimo um italiano nos Açores doentes, mas também de acidentes rodoviários e muitos incêndios. Num concelho com uma área de 239 quilómetros, repartidos por 19 freguesias onde habitam cerca de 35 400 habitantes, são inúmeros os riscos a que cerca de 70 operacionais tentam dar eficaz resposta com formação que lhes garante preparação. O corpo de bombeiros dispõe de várias equipas especializadas, nomeadamente a de salvamento em grande ângulo, mas, também, mergulhadores e nadadores salvadores. Com o quartel-sede bem próximo do centro da cidade, foi na freguesia dos Altares que, estrategicamente, foi instalado um destacamento de proximidade às populações da zona nordeste da ilha. Dirigentes e operacionais querem continuar a trilhar o caminho do desenvolvimento e do crescimento e assim sendo mostram-se determinados a investir na formação e na renovação de algumas viaturas garantindo, assim, uma resposta de qualidade às populações que servem. COIMBRA “A proximar a instituição dos cidadãos” é o grande desafio da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coimbra com a abertura de uma loja no mercado municipal da cidade, referiu o presidente da direção João Silva. As necessidades de uma associação com 123 anos de existência levam a que haja necessidade de sensibilizar a comunidade e Loja aproxima comunidade à associação garantir visibilidade conseguindo assim angariar mais associados e ultrapassar as grandes dificuldades que instituição tem vindo a atravessar. Na inauguração do espaço cedido pela autarquia de Coimbra, o vereador José Belo sublinhou a importância da instituição que “muito honra Coimbra”, lamentando a falta de apoios da sociedade civil aos seus bombeiros. Para despertar consciências e sublinhar a ação desta a associação a loja dá a conhecer vários factos históricos e disponibiliza fichas de sensibilização de riscos, propostas de associado ao mesmo tempo que um enfermeiro voluntário procede à medição da tensão arterial entre outras avaliações. Sérgio Santos Loja aproxima comunidade dos seus bombeiros 13 JANEIRO 2013 PRAIA DA VITÓRIA Grupo de Amigos da Praia funda associação A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória, na ilha Terceira comemorou, recentemente, 28.º aniversário, ocasião propícia para o jornal Bombeiros de Portugal (BP) visitar a instituição e dar a conhecer o trabalho desenvolvido nesta cidade açoriana. Texto e fotos: Sérgio Santos A história dos Voluntários da Praia da Vitória começa a ser escrita entres 1982 e 1984, quando se tornam óbvias as movimentações para a constituição de um corpo de bombeiros que pudesse servir com maior proximidade a população praiense. Nesse desígnio ganha protagonismo Romeu Augusto Costa, chefe dos bombeiros profissionais da Base das Lajes, que encetou contactos com autarquia local. As respostas não eram animadoras, contudo com persistência e o apoio do Grupo de Amigos da Praia a ambição ganhou força. Alvarino Pinheiro, o presidente da agremiação, em conjunto com os restantes membros, decidiu dar inicio aos projeto que esteve na origem da fundação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória, que veio a concretizar-se a 11 de outubro de 1984. A comissão promotora, composta por 17 elementos, realizou a primeira reunião que permitiu a constituição dos primeiros órgãos sociais, cabendo a José Goulart Fialho a presidência da direção, a Alvarino Pinheiro a do conselho fiscal, sendo a mesa da assembleia geral presidida por Sempre prontos João Maria Rego. Nessa mesma ocasião, Romeu Costa foi, oficialmente, nomeado responsável pela estruturação do grupo operacional e mais tarde comandante, aliás, o primeiro comandante dos Bombeiros da Praia da Vitória. A vontade e empenho de alguns operacionais da base militar, mas também da sociedade permitiu a aquisição da primeira viatura. O veículo comprado ao destacamento americano das Lajes contou com a comparticipação da autarquia. Em 1987 sido os corpo de bombeiros recebe outras duas viaturas, um auto tanque pesado e um auto pronto-socorro médio. A associação com bombeiros e viaturas, não tinham porém onde albergar a estrutura, que começou por funcionar em instalações provisórias na esquadra da Polícia de Segurança Pública e, posteriormente, num barracão na zona do Paul. O desenvolvimento da região e da própria associação fez crescer as necessidades de um novo quartel, e foi nessa nova infraestrutura, inaugurada a 20 de junho de 1990, que o “BP” foi conhecer a realidade dos Bombeiros da Praia da Vitória. Num concelho composto por 11 freguesias e cerca de 23 mil habitantes, numa área industrializada, com tráfego marítimo nomeadamente de matérias perigosas, vias rodoviárias e a proximidade do aeroporto da ilha, são várias as preocupações dos responsáveis operacionais. As ações de prevenção e de sensibilização promovidas pela proteção civil dos Açores e pelos corpos de bombeiros tem sido fundamentais para a redução dos riscos, segundo defende o adjunto de comando João Cunha, que acolheu a equipa de reportagem do “BP”. A ocorrência de incêndios urbanos na área desta unidade é de pouca relevância, se for comparada com o serviço de transporte de doentes e as emergências pré-hospitalares que absorvem cerca de 90 por cento dos serviços. Para garantir uma resposta eficaz à comunidade foi necessário ampliar as instalações, obras concluídas em outubro de 2010 e que permitiram, entre outras melhorias, criar um parque para albergar a frota da associação composta por 21 veículos, sendo seis de combate a Hélder Lima o “barbeiro” de serviço incêndios, sete ambulâncias, seis de apoio e um barco. Com esta intervenção foi ainda possível disponibilizar novos espaços que possibilitaram devolver várias atividades, importantes para os cofres da instituição, nomeadamente o carregamento de extintores, o transporte de água e o apoio preventivo à trasfega de combustíveis nos portos marítimos. Dos mais de 60 elementos que compõem os quadros operacionais, o “BP” teve oportunidade de conversar com o bombeiro de 1.º Ramiro Santos, que tem como O bombeiro de 1.ª Ramiro Santos principal missão zelar pela conservação dos veículos da associação. Mecânico de profissão, este soldado da paz, sente-se bem na unidade relembrando que faz “tudo o que for preciso aqui dentro”, demonstrando o espirito de entreajuda existente no quartel. Nos balneários encontrámos o bombeiro de 1.ª Hélder Lima, nomeado “barbeiro de serviço” que nos revelou ser bastante requisitado “cortar o cabelo aos camaradas”. Em tom irónico o adjunto João Cunha elogiou a “boa vontade e técnica de corte” do autodidata dos cabelos. CASCAIS A AMADORA Site com nova apresentação Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cascais remodelou o seu site e aproveitou o final do ano para lançá-lo com novo formato. Todo o trabalho de remodelação, fruto do trabalho de uma pequena equipa interna coordenada pelo bombeiro Rui Jacome. O site desdobra-se em informação sobre a Associação, Bombeiros, Piscinas, Teatro Gil Vicente, Contactos e Conselhos Úteis. No primeiro caso, Associação, dá conta das recentes eleições para os órgãos sociais que irão gerir a instituição no biénio 2012/2014, constituídos na quase totalidade por dirigentes que agora iniciam juntos o 11.º mandato consecutivo. Em “Bombeiros” inclui-se também a informação operacional com o registo de ocorrências em atualização permanente on-line, como já acontecia na versão anterior do site. No caso das “Piscinas” divulgam-se os horários e as principais atividades ali desenvolvidas. Recorde-se que este complexo inaugurado em julho do ano transato, iniciou a atividade regular em outubro último e já regista mais de 600 utentes. Os objetivos de futuro estão bem definidos e passam, entre outros projetos, pela renovação dos equipamentos de proteção individual de todos operacionais. Entretanto, a associação trabalha na transformação de uma viatura antiga num veículo de comunicações e na melhoria do serviço de extintores, pequenos investimentos que no entanto permitem à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória continuar a dar mais e melhor à comunidade que servem. Wi-fi no quartel A s tecnologias da informação e comunicação têm constituído uma preocupação da direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Amadora, que muito tem investido nesta área. Tendo em conta o interesse e a significativa utilização da rede wi-fi gratuita colocada recentemente na área social, a instituição decidiu alargar o acesso a conteúdos on-line a todo o quartel, dando assim resposta aos anseios dos bombeiros e funcionários, provendo “a inclusão e a literacia digitais”. 14 JANEIRO 2013 OLIVEIRA DO BAIRRO VIDAGO Corpo ativo tem novo comando Simbolismo na posse Texto: Oriana Pataco/Jornal da Bairrada F oi já na qualidade de comandante dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Bairro que Marco Maia “estreou”, com espumante, a nova viatura de desencarceramento da corporação. O Veículo de Socorro e Apoio Tático (VSAT), abençoado pelo pároco Francisco Martins de Oliveira, “era há muito reclamado, essencial para uma boa prestação de socorro”, frisou o presidente da direção da associação, Rui Rocha, agradecendo “a pessoas coletivas, individuais, entidades públicas e privadas” que ajudaram à sua aquisição. Também a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro contribuiu, com 25 mil euros, conforme afirmou, na cerimónia de tomada de posse do novo comandante, o vice-presidente, Joaquim Santos. O presidente da direção da anunciou, nesta mesma ocasião que “foi adquirido recentemente, um Veículo Ligeiro de Combate a Incêndios (VLCI), que chegará ao quartel em breve, e que é também uma mais-valia importante para os Bombeiros de Oliveira do Bairro”. “Esta direção ficará para a história pelos atos e não pelas palavras. Estamos a trabalhar sem pôr em causa a saúde financeira da instituição”, disse Rui Rocha. O novo timoneiro. Marco Maia, “foi uma escolha fácil, lógica e, para muitos, esperada”, sublinhou o presidente da direção, destacando qualidades do agora comandante, “que sempre pautou a sua conduta [entre outras] pelo trabalho, pela responsabilidade, pela lealdade”, qualidades “imprescindíveis para quem vai assumir esta tarefa”. Dirigindo-se a Marco Maia, lembrou que abraçará “uma exigente função, que não se compadece de horários, tibiezas nem estados de es- A pírito frágeis”. Ao comandante, “exige-se que oriente, motive, dinamize, acredite e contribua para um socorro eficaz. Mas”, frisou, “é necessário que todos partilhem os ideais de bem servir”. Marco Maia reconheceu que a tarefa que vai assumir “não é fácil”. “Hoje, a população exige ser servida e bem servida e, por isso, os bombeiros têm de estar preparados para as dificuldades que se nos colocam. À população de Oliveira do Bairro, assumo, juntamente com este comando, o compromisso de zelar pela vossa segurança. É para vocês e por vocês que nos esforçamos.” Marco Maia foi, depois, muito elogiado, quer pelo vice-presidente da Federação de Bombeiros do distrito de Aveiro, Miguel Sá, quer pelo adjunto do Comandante Operacional Distrital, Pinheiro Duarte, ambos deixando também uma palavra de apreço ao comandante cessante, António Gomes. “O comandante Gomes vai ser sempre o nosso comandante - obrigado pelo trabalho que fez até aqui”, frisou Manuel Silvestre, presidente da assembleia geral da associação. Quanto ao novo comandante, agradeceu “sinceramente o facto de ter aceitado esta missão. É uma pessoa que conhecemos, uma pessoa estimada e espero que tenha todos os êxitos que a profissão exige”. Manuel Silvestre fez ainda uma referência à nova viatura: “afinal, o D. Sebastião existe e veio para cá”. Na ocasião foram ainda promovidos a bombeiros de 2.ª Gisela Marques; Miguel Areias; Angie Silva; Sérgio Machado; Ani Veloso; Sara Oliveira; Wilson Pires; Marli Granjeia; Dmytro Romanovsky; Bruno Areias; Jorge Ferreira. De igual modo, subiram à categoria de subchefes Rodrigo Almeida e Paulo Ferreira e Bruno Almeida recebeu a promoção a oficial Bombeiro de 2.ª. O s Bombeiros Voluntários de Vidago, Chaves, contam a partir do passado dia 11 com um novo comandante, Hélder Machado Guerreiro, tenente-coronel de Infantaria, que substituiu o anterior comandante, Fernando Cadete, retirado por ter atingido o limite de idade. Recorde-se que o ex-comandante Fernando Cadete e o presidente da direção, Francisco Oliveira, foram recentemente distinguidos pela Liga dos Bombeiros Portugueses com o crachá de ouro durante as comemorações do 45º aniversário da associação. Conforme se afirma no site da instituição a esse propósito, “parabéns ao empossado, com votos de muito sucesso na sua missão, honra ao homenagea- do e um eterno agradecimento pelo que soube fazer durante os 45 anos da sua vida dedicados á causa dos bombeiros”. O novo comandante dos bombeiros voluntários de Vidago tomou posse numa cerimónia que foi por todos considerada como simples mas, sem dúvida, simbólica e importante. COJA Quadro completo A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coja completou o quadro de comando com a tomada de posse do adjunto Hugo Correia. Foi na presença de familiares e amigos que o corpo ativo realizou a ceia de natal antecipada pela leitura do ato de posse do subchefe Hugo Renato Silva Correia como adjunto de comando. Este operacional conta no seu currículo com uma vasta ex- periência profissional no âmbito das atividades dos bombeiros e proteção civil, sendo ainda funcionário da associação. O presidente da direção Jorge Matos Silva e o comandante Paulo Tavares saudaram o empossado desejando-lhe as maiores felicidades na nova função. Sérgio Santos MARCO DE CANAVEZES OVAR Corpo de bombeiros tem nova estrutura Futuro junta experiência e juventude posse do novo comandante dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canavezes, Sérgio Silva, decorreu durante as comemorações recentes do 89.º aniversário da instituição. O novo comandante, de 38 anos de idade, é licenciado em engenharia das ciências agrárias e está ligado aos Voluntários do Marco há 23 anos e a uma família de bombeiros já que seu avô, o pai e dois irmãos seguiram o mesmo caminho. Entretanto, Rui Vasconcelos mantém-se como segundo comandante e o cargo de adjunto irá ser preenchido pelo bombeiro de 1.ª José Jorge Nunes Saraiva após a respetiva formação na Escola Nacional de Bombeiros (ENB). José Saraiva vai ocupar o lugar antes ocupado pelo novo comandante. Sérgio Silva ingressou nos Bombeiros do Marco de Canavezes em 1988 como cadete. Passou a aspirante em 92 e a bombeiro de 3.ª em 94. Foi promovido a 2.ª e a 1.ª, respetivamente, em 2002 e 2006, e a partir de 2007 ocupou o cargo de adjunto de comando. Ao longo do tempo foi frequentado inúmeras ações de formação tendo sido, inclusive, tornado formador em técnicas de salvamento e desencarceramento e combate a incêndios urbanos e industriais. Prosseguindo a formação, foi também promovido a oficial bombeiro de 2.ª, renovado em 2012 o desempenho como adjunto de comando e no final do ano transato promovido então a comandante do corpo de bombeiros. N a sequência do ato eleitoral de 16 de dezembro de 2012 tomou já posse o novo elenco diretivo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar, numa sessão que contou com a presença autarcas, representantes das forças de segurança e proteção civil, bombeiros, associados e amigos da instituição. A cerimónia marcou o início de um novo ciclo na longa e rica história desta associação pois, segundo João da Silva Natária, presidente da assembleia geral, a “nova direção junta antigos dirigentes e gente jovem com muita experiência profissional e associativa, de forma a preparar o futuro dos bombeiros”. O presidente da direção, Dinocrato Formigal Costa, re-eleito para novo mandato no cargo que ocupa desde 2001, afirmou que o principal objetivo da equipa “é preparar o futuro e delegar nos novos elementos toda uma experiência adquirida ao longo dos anos”; sublinhando ainda que “o futuro não se adivinha fácil” “Temos de continuar a servir com empenho, dedicação e trabalho, mantendo uma gestão rigorosa e contida dos recursos financeiros, cada vez mais escassos, com base num conselho fiscal vigoroso”; disse defendendo a manutenção da atual estrutura, de modo a assegurar a proteção de vidas e bens e o socorro às populações. Refira-se que os Bombeiros de Ovar contam com 88 operacionais e 33 viaturas. Na ocasião, Dinocrato Formigal Costa revelou, com natural satisfação, que a câmara municipal “já garantiu o cumprimento do protocolo com os valores idênticos de 2012”, deixando agradecimentos também extensíveis à Junta de Freguesia de Ovar “por todo o apoio logístico que lhe tem sido dado à associação”. Por fim, emocionado, elogiou as dezenas de bombeiros que encheram o auditório referindo que “a sua ação é fundamental para a continuidade desta instituição” com 116 anos de existência. Na assembleia-geral o presidente João da Silva Natária conta na equipa com Cláudia Fernanda S. Pires Formigal e Costa (vice-presidente) e Acácio Rodrigues Sousa (secretário). Na presidência do conselho fiscal está António Armando Lopes Batista coadjuvado por José David Mendes Almeida (vice-presidente) e Filipe Manuel Beltrão Alves (secretário). Por sua vez, a direção de Dinocrato Formigal e Costa integra Rafael Gomes Amorim e Manuel Gaspar Valente (vice-presidentes), José Augusto Ferreira Almeida (tesoureiro), João Pereira Silva Marques (secretario), José Marques Pires (vice secretario) e Patrícia Anjos Peças Rosado (vogal). 15 JANEIRO 2013 BOMBEIRO DE MÉRITO 2012 Candidaturas abertas até março Foto: Marques Valentim A A LAGARES DA BEIRA TRAFARIA Associação tem novos órgãos sociais Equipa renova mandato Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira elegeu os novos órgãos sociais, que tomaram posse no final do passado mês de dezembro. No ato eleitoral os associados sufragaram o projeto de uma equipa diretiva encabeçada por António Maceira Gonçalves, que conta na assembleia geral com Amadeu Gonçalves Cura (presidente), Maria Elisabete Fonseca Gonçalves Pires (vice-presidente), Clarisse Maria Fonseca Gonçalves Pires (1.ª secretária) e Júlio Costa Pereira (2.º secretário). Paro o conselho fiscal foram eleitos Alexandre Manuel Abreu Her- dade (presidente), Adélia Helena Valentim Gonçalves (secretária) e António Eugénio Alves Ferreira (relator). O direção de António Maceira Gonçalves integra José Álvaro Ferreira Figueiredo (vice presidente), Telmo Mateus Esteves e Mário Francisco Santos Pinto (vice-presidentes), Henrique Jorge Sousa Ferreira (tesoureiro), Alberto Carlos Cadima Santos (secretário), Francisco José Pereira Ferrão e Manuel Pereira Ferrão (vogais). A cerimónia de tomada de posse dos órgãos sociais da Associação realizou-se no passado dia 28 de Dezembro de 2012. QUELUZ A Continuidade no próximo triénio posse dos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Queluz para o triénio 2013/2015 acaba de tomar posse em cerimónia que decorreu no salão nobre da instituição. Os órgãos eleitos apresentam-se como solução de continuidade relativamente ao mandato anterior. Ramiro Ramos continuar a liderar a presidência da direção acompanhado pelos vices, Júlia Tavares e Gustavo Estevens, por João Canhoto e Manuel Alves, como tesoureiro e tesoureiro adjunto, Luís Mairos e José Conceição Silva, como secretário e secretário adjunto, e os suplentes, Emílio Correia, João Vinha, José Alexandre Costa, José Manuel Ferreira e Lígia Ribeirinho. No conselho fiscal a presi- dência é assegurada por Carlos Diogo, a vice-presidência por Virgílio Marrocos, pelo secretário – relator António Vilhena e pelos suplentes, Francisco da Silva, Ricardo Carvalho e Francisco Dinis. Por fim, na assembleia – geral o presidente é Pedro Lemos, acompanhado por Paula Alves (vice) e os secretários, Amável Tenera e Manuel Mateus. AGUDA M s candidaturas ao Prémio Bombeiro de Mérito 2012 devem dar entrada na sede da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) até 8 de março do corrente ano, de acordo com o estabelecido no Regulamento. Os atos praticados por bombeiros passíveis de candidatura deverão ter ocorrido no decurso de 2012. Ao promover nova edição do Prémio a LBP conta também novamente com o apoio do Montepio Geral. As candidaturas, devidamente fundamentadas, serão analisadas até final de março pela Comissão de Nomeação e, em função da seleção feita, serão presentes até final de abril ao Júri Nacional do Prémio para decisão final. Além de galardoar o Bombeiro de Mérito, o Prémio prevê Menções Honrosas para Câmara Municipal, Dirigente Associativo, Elemento do Quadro de Comando, Personalidade Empresarial ou Empresa e Personalidade da Sociedade Portuguesa. Presidente reconduzido anuel Oliveira Guedes foi, recentemente, reconduzido no cargo de presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Aguda. Foram eleitos na Assembleia-Geral de 2 de Dezembro e no dia 14 do mesmo mês tomaram posse dos respectivos cargos, Os novos órgãos sociais tomaram, entretanto, posse numa cerimónia pública que decorreu no salão nobre da instituição. Manuel Oliveira Guedes que assume a direção dos Bombeiros da Aguda pelo sexto mandato consecutivo conta com uma equipa renovada que tem como novos elementos, entre outros, José Guilherme Saraiva Oliveira Aguiar e António Júlio Azenha Santos Costa. Assim, na assembleia-geral, o presente José Guilherme Saraiva Oliveira Aguiar conta com Joaquim Florindo Lopes Santos. (vice-presidente) e Carlos Manuel Maia Sousa Guedes da Mesa: (secretário). No conselho fiscal a equipa conta com Arménio Jaime Valverde Ferreira Moura (presidente), Maria Helena Monteiro Oliveira Pontes (vice-presidente) e António Júlio Azenha Santos Costa. Na dire- ção, Manuel Oliveira Guedes (presidente) é apoiado por Ernesto Silva Cardoso e António Carlos Gomes Soares Dias (vice-presidentes), José Miguel Silva Fernandes (secretário), Manuel Fernandes Gomes (secretário adjunto), Alfredo Augusto Monteiro Oliveira Pontes (tesoureiro), Augusto Fernando Reis Manarte (tesoureiro adjunto), Gustavo Pinto Loureiro e Diamantino Silva Leite (vogais). O s corpos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trafaria para o mandato 2012/2015 acabam de entrar em funções após as eleições realizadas em novembro último. Manuel Conceição continua a liderar a direção. Acompanham-no, o vice-presidente Gilfredo Costa, o 1.º secretário Mário Rebelo, o secretário-adjunto Celestino Oliveiras, o tesoureiro José Pires, os vogais Viriato Carvalho e Armando Matos e os suplentes José António Rosa e Júlio Rodrigues. A assembleia-geral é presidida por António Manuel Matos tendo, como vice, Luís Filipe Hermenegildo, como 1.º secretário, Leontina Pinto e, como suplentes, João Freitas e José Manuel Martins. O conselho fiscal é presidido por Manuel José Cardoso, acompanhado por Luís Manuel Dias (vice), José Mendes (secretário-relator) e José Serrano e Francisco Pereira (suplentes). ANPC O José Codeço despede-se da LBP tenente-coronel da Força Aérea, José Codeço, visitou recentemente a sede da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em Lisboa, para se avistar com o presidente do conselho executivo, comandante Jaime Marta Soares. O até agora 2.º comandante nacional de operações de socorro da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) deslocou-se à LBP para se despedir da estru- tura confederada dos bombeiros na sequência do seu pedido de saída das anteriores funções, para regressar ao ramo das forças armadas a que pertence. Há muito que José Codeço tinha manifestado vontade de sair da estrutura da ANPC. Saída que agora se proporcionou, na sequência das alterações ali verificadas com a nomeação do novo comandante nacional, José Manuel Moura. VILA VERDE A Posse lança centenário posse dos novos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde assinala, não só o arranque de um novo mandato, mas também as comemorações do centenário da instituição em 2013. Carlos Braga continua a liderar a direção mas conta com dois novos vice-presidentes, Nídio Silva e Jorge Pereira. Na sua intervenção após o ato de posse Carlos Braga elencou como prioridades para o novo mandato, além das comemorações do centenário, a obtenção de novas viaturas, a candidatura para o museu do bombeiro e a criação de uma IPSS ligada à infância. A cerimónia de posse foi presidida pela vereadora Júlia Fernandes, em representação do presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, e contou com a presença do presidente da Assembleia Municipal, João Lobo, do representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Fer- nando Vilaça, do provedor da Misericórdia, do representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Braga, do eurodeputado José Manuel Fernandes, comandos e dirigentes de associações congéneres, associados da instituição, anfitreados pelos órgãos sociais, comando e corpo ativo. 16 JANEIRO 2013 JOSÉ MANUEL MOURA, COMAND “É preciso mexer e te José Manuel Moura é o novo Comandante Operacional Nacional da ANPC. Oriundo dos bombeiros, o até aqui Comandante Distrital de Leiria aposta num “comando de proximidade” com os agentes e cidadãos. Na primeira entrevista ao ‘Bombeiros de Portugal’, José Manuel Moura deixa rasgados elogios aos bombeiros e restantes agentes depois da situação extrema que o país viveu em matéria de ventos e chuvas fortes que não nega “a resposta foi excelente” em matéria de socorro. Entrevista: Patrícia Cerdeira Fotos: Maques Valentim Bombeiros de Portugal (BP) – No último fim de semana o país enfrentou um cenário atípico com ventos devastadores que deixaram um rasto de destruição. Como respondeu o sistema? José Manuel Moura (JMM) – O sistema respondeu muito bem. Com os dados e a informação de que dispúnhamos e que apontavam para uma depressão muito centrada a norte do país decidimos desde logo ativar o Estado de Alerta Amarelo em todo o litoral, desde Setúbal a Viana do Castelo. Ainda na quinta-feira, o Presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) convocou extraordinariamente o Centro de Coordenação Operacional Nacional, tendo reunido na sexta-feira de manhã com a presença de todos os oficiais de ligação com assento permanente, bem como todos os que considerámos importantes para dar resposta ao episódio meteorológico em apreço (ciclo génese explosiva): EDP, REN, PT, Refer, entre outros. Neste CCON foi determinado a passagem do Estado de Alerta Especial para o Nível Laranja. Perante tudo isto o sistema respondeu de forma excelente. Tivemos 35 mil operacionais no terreno e mais de 9500 ocor- rências num período de 16 horas, um número recorde comparando com qualquer outro evento ocorrido até hoje. Todas as ações de socorro foram respondidas na hora, sendo que uma situação como esta tem sempre danos colaterais que levam algum tempo até estarem restabelecidos que resulta da vulnerabilidade das redes a um episódio deste tipo. Tive oportunidade de agradecer a todos os Comandantes Distritais o excelente trabalho realizado no terreno por todos e também pelos elementos das salas de operações que foram testados ao limite. Dos 22 feridos ligeiros, seis são bombeiros mas felizmente todos as situações são ligeiras. BP – No distrito de Leiria, que conhece bem, os bombeiros estiveram várias horas sem comunicações. A rede SIRESP falhou aqui e em vários outros pontos do país. Calculo que estas vulnerabilidades o preocupem. O que vai fazer? JMM – Essa foi uma vulnerabilidade identificada e uma das lições aprendidas deste episódio. Temos que trabalhar no sentido das redundâncias poderem cobrir estas falhas. Contudo, quer a ROB (Rede Operacional de Bombeiros) quer a REPC (Rede Estratégica de Proteção Civil) que ainda estão a funcionar conseguiram, na maior parte dos casos, cobrir as falhas por redundância. O problema é que as redes de telecomunicações (fixas e móveis) também tiveram as suas falhas e todas estas questões concorreram para que em alguns locais as comunicações tivessem representado um sério constrangimento. BP – Mas em matéria de socorro as comunicações são determinantes… JMM – É uma das variáveis imprescindíveis e não podemos descurá-la porque sem comunicações não podemos ter um bom sistema de apoio à decisão. De qualquer forma, importa sublinhar que não houve nenhuma decisão operacional que tivesse sido posta em causa devido a estas falhas. Identificada que está esta questão, há que reportá-la a quem de direito para que sejam encontradas soluções técnicas. É uma das questões que temos em cima da mesa. BP – Tomou posse numa altura em que são conhecidos os objetivos da tutela para esta área, nomeadamente, diminuir o número de responsáveis ao nível distrital ao mesmo tempo que se aposta numa gestão operacional de caráter supra distrital. De que forma é que vai ser assumida por si? JMM – Como sabe, está em marcha a elaboração de uma nova Lei Orgânica para a Autoridade, competência da tutela, e é um processo que está a ser superiormente conduzido pelo presidente, contudo a minha colaboração está centrada na nova estrutura operacional. A estrutura supra distrital a que se refere, passa pela existência de um patamar intermédio entre o nacional e os comandos distritais, seja qual for o modelo a definir. A proposta está em estudo, e a seu tempo a tutela se pronunciará, mas passará sempre pela existência de um comandante supra distrital com capacidade de controlo direto. Ou seja, o Comandante Nacional não tem de estar permanentemente a ‘controlar’ os 18 comandos dis- tritais sendo essa nova função assumida por este patamar a que corresponderá um agrupamento de distritos. Neste modelo haverá sempre uma dependência hierárquica e funcional. BP – Serão cinco? Falou-se na eventualidade de serem apenas quatros por junção do Algarve ao Alentejo. Já está decidido? JMM – Ainda não estou em condições de lhe confirmar isso. O que lhe posso dizer é que a minha visão sobre o modelo a adotar é que o comando supra distrital não tem de responder necessariamente às atuais regiões tipo ou outra forma de organização administrativa. BP – O tipo de risco poder ser uma das variáveis? JMM – Também mas não só. Outra variante será o balanceamento de meios, o tipo de meios, a capacidade exportadora dos meios, a tipologia e a área do território. Todos estes fatores se complementam para se poder definir uma área territorial e a melhor solução na resposta a esses mesmos riscos. BP – Nos últimos dois anos, e durante o verão, foi implementado o sistema dos agrupamentos. A ideia é aplicar esta lógica aos 365 dias no ano? JMM – Como sabe esses agrupamentos foram criados apenas para os incêndios florestais e sou suspeito porque fui um dos coordenadores de um dos 3 agrupamentos. Acho que trouxeram ganhos sobretudo ao nível do balanceamento dos meios que era uma das funções atribuídos ao coordenador que nesta matéria tinha alguma autonomia dentro da sua área de jurisdição, libertando o comando nacional dessa tarefa. O que se pede agora é uma ação alargada a todas as missões de proteção e socorro. BP – Ainda sobre os objetivos do Governo e agora no que concerne à já anunciada redução de meios humanos na estrutura. O que pode dizer? JMM – Atualmente a estrutura nacional e distrital é composta por 51 elementos. Terá de haver aqui algum ajuste mas ainda nada está definido. Digo apenas que perante aquela que é a nossa proposta não há espaço para grandes preocupações. É importante que não se percam os ganhos conquistados e este episódio de mau tempo veio mostrar uma vez mais que a estrutura está rotinada e adaptada aos riscos e necessidades que cada área do território apresenta. BP – Partilha da opinião de que a estrutura tem gorduras’? JMM – Não direi que são gorduras. Acho que temos margem para fazer uma re-estruturação sem dor. BP – Defende a designação de comandante distrital ou partilha da opinião de que estes elementos são coordenadores ou até mesmo diretores? JMM – Para além das questões ligadas à própria legislação, defendo a designação de comandante operacional distrital e percebe melhor quem já teve de assumir essas funções. Em muitas circunstâncias a atual designação constituiu uma mais-valia. Poderemos ter sempre quem discorde e o contraditório é salutar mas penso que os CODIS já têm hoje o reconhecimento das bases. Vamos ter a nova Lei Orgânica e será o momento ideal para clarificar em todos os distritos algumas coisas que careçam de alguma clarificação. BP – Está a ‘arrumar a casa’ aqui no CNOS. Há na nova equipa uma aposta mais operacional em detrimento de elementos de cariz mais técnico? JMM – Em rigor, dos cinco elementos do comando só transitará um dos adjuntos nacionais. O segundo comandante será uma nova pessoa, um militar, mas por não estar ainda nomeado não acrescentarei mais nada. Mais importante do que falar em nomes ou pessoas é a alteração de paradigma. Entendo que não está de forma alguma em causa a competência das pessoas que formavam a equipa anterior até porque, apesar de terem novas atribuições, continuam todas na estrutura. Esta função precisa de ter vários técnicos em sede de Estado-maior e são importantes e determinantes mas entendo que, sem prejuízo desse conhecimento, tenho de ter na estrutura pessoas que a cada momento possam assumir funções operacionais e poder projetá-las em a teatro de operações com maiores competências e capacidades operacionais. Por isso nomeei já um adjun- 17 JANEIRO 2013 DANTE OPERACIONAL NACIONAL entar fazer diferente” to que comigo trabalhou e conheço bem, e será nomeado outro adjunto com as mesmas características. BP – Será outra pessoa oriunda os bombeiros? JMM – Ainda não tomei essa decisão porque dependerá da aprovação da Lei Orgânica. Tem de ser uma pessoa com competências técnicas mas também operacionais. BP – Os bombeiros estão de volta à estrutura mas o CONAC lidera operações multi agentes? JMM – Tive já oportunidade de dizer que não sou Comandante Nacional dos bombeiros mas sim de operações de socorro no âmbito da Autoridade Nacional. Conheço integralmente as minhas competências, alicerçadas no SIOPS, mas perdoem-me os vossos leitores, a minha origem está nos Bombeiros e jamais a negarei, permito-me até referir que julgo conhecer bem as variáveis desta complexa equação, pelo que os corpos de bombeiros encontrarão no desempenho das minhas funções todo o apoio para o desiderato da vossa missão. Tenho tido como máxima ao longo da minha atividade na proteção e socorro que Mais importante do que ter um bom comandante é ter um bom comando, pois é no somatório dos diferentes saberes que se constitui um bom comando. Não tenho a presunção de achar que sei tudo. BP – E qual é a visão que tem do principal agente, os bombeiros? JMM – Em muitas das ações de socorro que se fazem pelo país fora encontramos intervenções de excelência. Mesmo nos casos em que ainda há uma grande resistência à mudança, encontramos gente com grandes conhecimentos e com uma atitude de procura das melhores soluções e ferramentas de apoio à decisão. A isto não é certamente indiferente a nova geração de licenciados, tam- bém na área da proteção civil, e temos de olhar para eles sem resistências nem medos pois é neste universo que iremos encontrar os futuros comandantes nacionais e distritais. BP – Há uma geração capaz de assumir grandes desafios? JMM – Sim. Duas das pessoas que foram por mim propostas para serem nomeadas são disso exemplo. Tenho uma mente aberta quanto às novas visões e perspetivas e procuro mais do que pessoas, procuro competências. Lembra-se que fui candidato ao conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses em 2002 as pessoas olhavam para mim como um jovem licenciado, novato, alguém que ninguém conhecia. Estas são as barreiras a que temos de pôr fim. O setor tem de abrir portas também a esta nova faixa de pessoas porque na verdade o setor não tem muitos quadros e não podemos tratar menos bem aqueles que existem. Temos que doutrinar o conhecimento. Não vale de nada contar com um grupo de pessoas com grandes conhecimentos se depois esse saber não é multiplicado. BP – Quando tomou posse afirmou que o seu objetivo era apostar num comando de proximidade. O que é isso e como se faz? JMM – Não é um comando necessariamente físico pois não me é possível ir a Évora e na hora seguinte estar em Vila Real. O que pretendo é sair de Carnaxide sempre que tal me for possível. Ainda agora neste episódio de mau tempo, estive em contato permanente com todos os envolvidos, saber o que precisavam e ajudá-los nas melhores soluções. É preciso que a estrutura sinta que tem o Comandante Nacional próximo deles. Sem branquear seja o que for, sem que sejam ultrapassadas hierarquias mas o mais próximo possível para que se sintam apoiados no seu processo diário. A ANPC é muito do que se faz em cada distrito pois são eles os nossos ‘front office’. BP – Foi CODIS durante vários anos, como vê a participação das autarquias em matéria de proteção civil? Fazem o que podem ou podiam fazer mais? JMM – A experiência que tenho enquanto Comandante Distrital de Leiria é muito boa. Agora, esse é o tal trabalho de ‘sapa’ que tem de ser feito, a comunicação, o conhecimento dos players e falar diretamente com os responsáveis, envolve-los num teatro de operações. Por vezes quando visitava um qualquer concelho recebia a chamada de um autarca para lá ir falar sobre as áreas da proteção e socorro, das preocupações desta área, pois os resultados conseguem-se á posteriori. As reuniões com as comissões municipais de proteção civil, ou noutro formato, antes do período critico, contactar de perto com todos os que concorrem para a defesa da floresta contra incêndios. Este é um trabalho de continuidade que só dá frutos a médio e longo prazo e nesta matéria há ainda um caminho a percorrer pois é o nível municipal que sofre o primeiro impacto num qualquer sinistro. Sabemos que há autarquias que apostam muito e outras que nem por isso mas há um trabalho de aproximação que tem e deve continuar a ser feito na aproximação dos diferentes patamares. Este será um dos temas que estará permanentemente em cima da mesa. BP – Está preparado para as pressões dos autarcas no verão? Como pretende lidar com isto? JMM – Essas pessoas também têm de lidar com a pressão do Comandante Nacional. BP – O que é que o Ministro da Administração Interna lhe pediu quando o convidou para este cargo? JMM – (sorrisos). Quem me convidou foi o Senhor General Manuel Couto… BP – Calculo que esteja já a preparar o verão… Pelo menos o dossiê dos meios aéreos já deve estar em andamento. Vai haver novidades na DON 2 ou o modelo já conhecido é no seu entender bom e com capacidade de resposta a esta problemática? JMM – E calcula bem, pois o trabalho já começou e o objetivo é ter esse dossiê fechado no final de fevereiro. Há ganhos conquistados ao longo dos últimos anos que não podemos perder. Para mim a questão do paradigma do ataque inicial está bem conseguido e o mérito é de quem o implementou. A margem de manobra fica nos cinco por cento de incêndios que fogem do ataque inicial e passam para o ataque ampliado. Nesta matéria gostaria de encontrar uma alteração de paradigma pois acho que é preciso mexer e tentar fazer diferente. BP – Mas a roda já está inventada? JMM – Sim claro, mas penso que temos mesmo de ter margem para evoluir nesta área. Prometo que tudo farei mas também não sei se será possível encontrar uma solução alternativa e exequível. BP – O ano passado houve locais do pais onde foi difícil encontrar bombeiros disponíveis para as ECIN porque dizem muitos, o valor pago pelo Estado não compensa o esforço. Vai sensibilizar a tutela para esta questão? JMM – Não me cabe a mim enquanto Comandante Nacional fazer qualquer anúncio nesse âmbito, mas não deixaremos de olhar para essa variável, sendo certo que nunca considerei que o valor das ECIN fosse um pagamento mas antes uma comparticipação. Sou dos que pensa que há muitos elementos que estão no dispositivo por gosto e vocação, sendo certo que quanto maior for a comparticipação melhor. BP – Há várias críticas às alterações introduzidas na NOP do Sistema de Gestão de Operações. Os operacionais dizem que o documento enferma de omissões ao nível dos diferentes setores em que se divide um teatro de operações já que deixaram de poder ser agrupados em frentes o que permitia um melhor controlo. Vai mexer nisto? JMM – Essa NOP está em processo de revisão. BP – É já do conhecimento geral que o Major-General Manuel Couto, atual presidente da ANPC, é um homem prático e de bom relacionamento. Partilha dessa opinião? JMM – Não sei se a ANPC tem um bom Comandante Nacional, mas sei que tem um excelente Presidente. 18 O JANEIRO 2013 CASTELO BRANCO AGUDA Mais um parto em ambulância Prenda especial em dia de Natal s Bombeiros Voluntários de Castelo Branco demonstraram mais uma vez recentemente a sua capacidade para fazer face a situações delicadas. O acionamento partiu do CODU Coimbra solicitando a intervenção do corpo de bombeiros com a ambulância PEM para socorrer uma grávida em final de tempo com dor abdominal, na localidade Tinalhas, concelho de Castelo Branco. Aos bombeiros Fábio Afonso (motorista e TAT) e Hélder Campos (TAS) coube desempenhar com êxito essa missão. Quando os bombeiros chegaram ao local verificaram que a vitima já se encontrava á porta da habitação, á espera da ambulância. Quando a grávida caminhava para a ambulância, acompanhada pelos dois bombeiros socorristas, teve rotura da bolsa amniótica. Então foi colocada na maca da ambulância para ser examinada pelo socorrista Hélder, enquanto o motorista Fábio tentava o contacto com o CODU Coimbra, a fim de pedir ajuda diferenciada. A falta de rede telemóvel no local dificultou esse contacto. O bombeiro Hélder Campos verificou que a grávida já tinha dilatação feita e já existia apresentação de coroa cefálica. Perante esse cenário, a equipa optou por não iniciar o transporte e fazer o parto no local. Enquanto o Hélder se preparava para auxiliar no parto, o Fábio após sucessivas tentativas conseguiu entrar em contacto com o CODU Coimbra através do rádio SIRESPE da ambulância. Segun- do os próprios, “foi tudo muito rápido, pois quando se acabou de falar com o CODU, o bebé já tinha nascido”. A principal preocupação do socorrista Helder após o parto foi a desobstrução da via aérea do bebé estimulando-o até ao primeiro choro, e combater a hipotermia tapando-o com uma manta e aconchegando-o junto da mãe. Alguns minutos depois, a VMER de Castelo Branco chegou ao local e a sua equipa procedeu então ao exame ao recém-nascido e à mãe. De seguida, por indicação da médica da VMER Castelo Branco, os dois bombeiros procederam ao transporte da mãe e da menina recém-nascida para o serviço de obstetrícia da Unidade Local Saúde de Castelo Branco. T rês bombeiros dos Voluntários da Aguda, Carlos Sousa, Alexandra Nogueira e Vera Teixeira tiveram uma prenda especial natalícia ao apoiarem uma parturiente que acabara de dar à luz uma criança. O caso ocorreu precisamente em pleno dia 25 de dezembro com a particularidade da bombeira Alexandra Nogueira ser sobrinha da parturiente, logo, prima do recém-nascido Martim e até possível futura madrinha do mesmo. A parturiente e o marido, Celeste e Joaquim Vidal, encontravam-se na sua residência em Arcozelo, Gaia, quando detetaram que o parto estava eminente. Joaquim, ex-bombeiro dos Voluntários de Valadares, pediu apoio através do CODU/ INEM e executou o parto enquanto esperava também a chegada dos bombeiros. Chegou, inclusive, a ligar para sua sobrinha e bombeira Alexandra a dar conta do ocorrido. A equipa dos Voluntários da Aguda foi rápida na chegada mas já só lhe coube estabilizar a mãe e a criança e proceder à sua evacuação para o hospital. No final, os três bombeiros não escondiam a sua satisfação pelo ocorrido e pela sua participação em pleno dia de Natal. ESMORIZ Acidentes, dramas humanos e inundações CONDEIXA-A-NOVA Fotos: BVCondeixa a Nova Um morto em despiste de pesado U m violento despiste de uma viatura pesada de mercadorias no IC3, ao quilómetro 2,8, próximo de Condeixa-a-Nova, causou uma vítima mortal e um ferido ligeiro. A complexidade dos trabalhados de socorro devido à carga e posição do pesado levou à intervenção de uma grua para apoiar os cerca D as ocorrências do mês de dezembro, os Voluntários de Esmoriz destacam o elevado número de acidentes de viação, embora sem feridos de maior gravidade. Preocupados com a comunidade, os bombeiros destacam ainda casos de isolamento e abandono de pessoas doentes ou incapacitadas, bem como várias tentativa de suicídio pela ingestão de me- dicamentos. Estas situações “numa época de boa vontade como tantas vezes se afirma” deixaram marcas nos operacionais chamados a socorrer estes cidadãos mais vulneráveis. Também no decorrer do mês passado a chuva e os ventos fortes deram que fazer ao corpo de bombeiros que foi chamado a intervir, por várias vezes, em vários pontos do concelho. RIBEIRA DE PENA de 24 bombeiros e sete veículos dos Voluntários de Condeixa-a-Nova que intervieram nas operações que contaram ainda com a intervenção da equipa da VMER do Centro Hospitalar de Coimbra e da Guarda Nacional Republicana. Sérgio Santos CONDEIXA-A-NOVA Incêndio destrói oficina U Choque frontal na EN206 m homem morreu na sequência de um choque frontal entre um veículo pesado e um automóvel na Estrada Nacional 206 (EN206), em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real. O comandante dos bombeiros de Ribeira de Pena, António Martins, referiu que a vítima, de 31 anos, era o condutor do veículo ligeiro O alerta para o acidente foi dado para uma zona perto de Bustelo, tendo o choque ocorrido, segundo o responsável, numa curva com visibilidade. António Martins referiu que o automóvel terá invadido a faixa contrária, embatendo depois no camião. No local estiveram 12 bombeiros de Ribeira de Pena, com quatro veículos, e a equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Real. U Fotos: BVCondeixa a Nova REBORDOSA m forte incêndio destruiu totalmente, no passado dia 26 de dezembro, numa oficina de ferragens no lugar da Senhora das Dores, em Condeixa-a-Nova. Apesar da rápida intervenção dos 24 operacionais dos Bombeiros Voluntários de Condeixa-a-Nova, apoiados por nove veículos, o combate não foi facilitado devido à intensidade das chamas alimentadas por muitos materiais inflamáveis, conforme adiantou ao BP o comandante Fernando Gonçalves. Sérgio Santos P Operacionais investem na prevenção ela primeira vez, os Voluntários de Rebordosa, em Paredes, implementaram um Plano de Prevenção Rodoviário durante a quadra natalícia. O projeto mobilizou várias equipas que posicionadas nos designados “pontos negros” das estradas rebordosenses, podiam acorrer rapidamente a eventuais acidentes. “Considerando a época, que tradicionalmente motiva o acréscimo do movimento nas estradas, importava desenvolver os necessários mecanismos de prevenção, monitorização e resposta ade- quados”, conforme explica Paulo Ferreira, comandante substituto dos Bombeiros de Rebordosa. “Este plano é um instrumento proativo de gestão operacional, que permite aumentar a capacidade e rapidez da intervenção dos meios combinados de socorro pré-hospitalar dos bombeiros”, sublinha Paulo Ferreira. No balanço desta operação que teve a duração de cinco dias, os Bombeiros de Rebordosa registaram um acidente rodoviário, do qual resultou um ferido ligeiro. 19 JANEIRO 2013 VILA NOVA DE GAIA LEIRIA Sapadores e voluntários avaliam resposta Exercício em fábrica de resinas O grupo ACCOR realizou nos seus hotéis em Vila Nova de Gaia, nomeadamente no Ibis, Mercure e Novotel, simulacros de incêndio para testar os planos de segurança internos, que envolveram os sapadores da cidade, os Voluntários de Coimbrões e a Proteção Civil Municipal. A evacuação e socorro decorreram de uma forma bastante organizada, a comunicação com os meios externos foi eficaz os hotéis demonstraram estar preparados e sensibilizados para este tipo de ações. Entretanto, ação idêntica decorreu ainda no centro comercial Arrábida Shopping. Também a Associação das Creches de Santa Marinha – Os Cartolinhas, realizou o exercício que visou testar o plano de segurança e criar procedimentos de rotina numa situação de emergência, nomeadamente em caso de incêndio. Participaram neste simulacro 119 pessoas, entre as quais 90 crianças. Dadas as características do edifício com três pisos, de construção bastante antiga, “estes exercícios são essenciais, para, na possibilidade de uma evacuação, não se instalar o pânico e a desorganização”. m derrame num dos reatores, seguido de um incêndio e uma explosão serviu de cenário para testar os planos de segurança internos e externos da “Respol”, a maior unidade industrial de fabrico de resinas do mundo que se localiza na ZICOFA em Leiria. O exercício, complexo devido à matéria que a unidade comporta, permitiu ainda testar meios e respostas na evacuação das instalações da “Cercilei” e no combate a um incêndio numa zona de pinhal adjacente. Neste teatro de operações estiveram 43 bombeiros e 21 veículos dos Municipais de Leiria e dos voluntários de Leiria, Maceira e Ortigosa, apoiados por equipas locais da Cruz Vermelha Portuguesa, Guarda Nacional Republicana e Policia de Segurança Pública entre outros serviços camarários. Estiveram ainda presentes como observadores do exercício o presidente da autarquia leiriense, Raul Castro; o 2.º comandante distrital Carlos Guerra e o comandante dos Voluntários de Leiria Almeida Santos. Sérgio Santos BARREIRO AVEIRO FISIPE recebe simulacro Resgate em obra s Voluntários do Sul Sueste (Barreiro), no âmbito do Plano de Emergência Interno da FISIPE, realizaram um de simulacro tendo como cenário o derrame de Dimetilamina por colapso total do tanque de armazenamento, numa ação que teve como objetivo “testar a operacionalidade da empresa, bem como a capacidade de resposta do corpo de bombeiros”. O exercício que permitiu simular a formação de uma atmosfera tóxica, sem ignição, mas com uma vítima, envolveu o comandante em substituição, um chefe, um subchefe e 11 Foto: FISIPE O Os Sapadores de Vila Nova de Gaia e os Bombeiros Voluntários de Coimbrões estiveram ainda envolvidos num simulacro de incêndios no Teleférico de Gaia. U bombeiros, operacionais dos Bombeiros do Sul e Sueste apoiados por quatro viaturas. Registe-se que a FISIPE tem uma capacidade anual de pro- dução de fibras sintéticas na ordem das 55 mil toneladas, funciona numa área de cerca de 20 ha e conta com 326 colaboradores. O s Voluntários de Aveiro-Velhos realizaram, recentemente, um exercício correspondendo assim a uma solici- tação da empresa MRG, tendo como cenário uma obra, na Rua da Pega, onde um operário teria alegadamente caído a FAFE Secção testa operacionalidade ESMORIZ Preparação conjunta na base aérea O s bombeiros de Esmoriz e de Ovar e as equipas de Proteção e Intervenção da Base Aérea de Maceda efetuaram um exercício “com um cenário aproximado à realidade desdobrado em alguns acontecimentos surpresa que visou testar ainda melhor e mais fielmente a ação dos homens e a eficácia dos meios”. Este tipo ação, já habitual, servindo naturalmente para treino mas também para observar possíveis correções à atuação dos operacionais ou mesmo do funcionamento de comunicações e de ordens de comando. Neste simulacro “tudo decorreu dentro do que A era esperado” conforme garante o adjunto de comando de Esmoriz, Óscar Alves. um poço e ficado ferido, obrigando os bombeiros a recorrer à técnica de resgate em altura. colisão de duas viaturas ligeiras com um motociclo foi o cenário proposto à 4.ª secção dos Voluntários de Fafe para mais um exercício, que permitiu testar meios e a capacidade de resposta dos operacionais. O encenado acidente provocou o capotamento de um dos veículos, deixou duas vítimas encarceradas e esteve na origem da projeção de um dos ocupantes do motociclo para um ribeiro. O simulacro mobilizou 13 operacionais, três ambulâncias, o veículo de desencarceramento e um veículo tático de apoio. 20 O JANEIRO 2013 MIRA DE AIRE ESMORIZ Treino testa conhecimentos Mais oito reforços s exercícios práticos do corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Mira de Aire são uma constante. Neste âmbito, os operacionais realizaram, recentemente, um treino operacional de desencarceramento, tendo como cenário o despiste de uma viatura ligeira de passageiros. com o intuito. A ação que visou “agilizar formas de atuação” permitiu testar conhecimentos técnicos e práticos conforme adiantou um dos responsáveis do corpo de bombeiros. Sérgio Santos F oram oito, os estagiários de Esmoriz que finalizaram a Escola de Bombeiros de 2012 com boas prestações, quer na vertente teórica, quer nos exames práticos. “A felicidade dos bons resultados valeu o esforço dos jovens e dos formadores”, conforma sublinha fonte da associação. Os bombeiros de 3.ª, depois do batismo da praxe, já estão integrados nas diversas equipas e prosseguem a sua formação. Entretanto, um grupo de 12 homens esteve, durante e três dias envolvido, numa Recertificação de Tripulante de Ambulância de Transporte. Ainda que “com exigências cada vez maiores” todos superaram “com bons resultados” os desafios que lhe foram colocados. FAFE VIEIRA DO MINHO Quartel investe em salvamento em grande ângulo R Bombeiros procuram promoções ealizaram-se no quartel dos Bombeiros Voluntários de Fafe concursos internos de promoção a chefe e subchefe para os quadros de pessoal da instituição. As provas, teóricas e práticas, que testaram cinco candidatos a chefes e sete candidatos a subchefes, foram avaliadas por um júri composto por Bento Marques, comandante dos Voluntários de Guimarães, José Carvalho, comandante dos Bombeiros de Viatodos, Fernando Marinho, 2.º comandante do corpo de bombeiros de Celorico de Basto, MAFRA C hegou ao fim, no dia 6 de janeiro, o I Curso de Salvamento em Grande Ângulo dos Bombeiros de Vieira do Minho, uma antiga aspiração que se concretizou permitindo colmatar uma lacuna, segundo disse ao nosso jornal fonte da instituição. A equipa, constituída por 10 operacionais do quartel-sede e da secção de Ruivães, está, agora, devidamente habilitada para operações de salvamento e resgate e auto-salvamento, designadamente em túneis, escarpas ou em fachadas de edifícios e infraestruturas de grande altura, em zonas de montanha e noutros locais de risco acrescido. Esta ação resulta de uma parceria com a CONSTRUSALAMONDE, ACE, que permitiu viabilizar investimentos na ordem dos 8 mil euros. Também a Câmara Municipal de Vieira do Minho, que desde a primeira hora, ciente da mais-valia desta especificidade do socorro, foi decisiva no processo. A formação, ministrada pela Escola Nacional de Bombeiros, teve como cenários o quartel de Viei- N uma cerimónia que decorreu no dia 4 de janeiro no salão nobre os Voluntários de Mafra familiares e amigos mas também o comando do corpo de bombeiros e os órgãos sociais testemunharam a promoção alguns bombeiros às catego- O ra do Minho, a Serra da Cabreira e o estaleiro da “Empreitada de Construção do Reforço de Potência do Aproveitamento de Salamonde - Salamonde II”. Novos elementos ao serviço da comunidade o dia 29 de dezembro os Voluntários de Ponte de Lima receberam 15 novos elementos, que concluíram com aproveitamento a Formação Inicial de Bombeiro que teve uma duração de 1 ano. Na sessão marcaram presença vários elementos deste Corpo de Bombeiros, bem como os formadores externos e dirigentes da associação. rias de subchefe, bombeiro de 1.º e de 2.º, sendo-lhes reconhecido mérito na perseverança e entrega à causa e também qualidades técnicas e profissionais para servir melhor a comunidade. Sérgio Santos VENDAS NOVAS PONTE DE LIMA N Fotos: BVMafra Qualidades técnicas certificadas Operacionais recebem divisas salão nobre da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vendas Novas foi o cenário escolhido para a cerimónia de promoção de subchefes e bombeiro de 2.ª, a que assistiram o Comandante Operacional Distrital de Évora e o 2.º Comandante Operacional, dirigentes associativos, bombeiros e familiares. Após a imposição das divisas, o comandante distrital destacou o significado da cerimónia, felicitou os operacionais, para depois sublinhar a importância do trabalho desenvolvido por estes homens e mulheres no apoio às populações. Nesta sessão, foram promovidos ao posto de subchefe Joaquim Manuel André Pereira e Anabela Maria Simões Gonçalves Guerreiro. Na ocasião, o quartel deu, ainda, as boas-vindas os novos bombeiros de 2.º Simone Patrícia dos Santos Martins, Bruno Miguel Cardoso Busca, Tânia Carina Ferreira Pataco, Luís Miguel Baguinho Paixão, Fábio Rui Gésero de Rosário, Luís Miguel Pinto Rijo, Fernando José Rodrigues de Oliveira e Joaquim António Trigueirão Baila. FAFE Associação tem novos chefes e sub-chefes T eve início recentemente, quartel dos Voluntários de Fafe, mais um o Curso de Formação de Ingresso na Carreira de Bombeiro. Após a seleção efetuada no final do ano transato, os candidatos admitidos tiveram a sua apresentação e conheceram as instalações, que os vão acolher no decorrer de 2013. 21 JANEIRO 2013 CRUZ BRANCA VILA REAL O primeiro turno no novo quartel AGUDA O Operacionalidade e responsabilidade Corpo de Bombeiros da Aguda assistiu, no passado mês de dezembro, à promoção de quatro operacionais ao posto de subchefe e de 16 outros a bombeiro de 2.ª, numa cerimónia testemunhada por dezenas de dirigentes, amigos, associados e familiares Com estes reforços, o comandante Olímpio Pereira defende que será possível “aumentar a operacionalidade do Corpo de Bombeiros” sublinhando, no entanto, o “acréscimo nas responsabilidades exigidas”. PATAIAS “Quadro mais homogéneo” N o final do mês passado o quartel dos Voluntários de Pataias, dirigentes, operacionais e familiares assistiram à promoção de cinco elementos a bombeiro de 1.ª. O comandante dirigiu-se aos seus homens destacando “a responsabilidade, o dever de missão, a lealdade de princípios e o saber fazer, princípios que norteiam quem atinge este posto no quadro de pessoal de um corpo de bombeiros”. Registe-se que em julho passado sete operacionais de Pataias receberam do comandante as divisas de bombeiro de 2.ª. Assim sendo, “com a promoção destes 12 elementos, o quadro de pessoal dos Bombeiros de Pataias, tornou-se mais homogéneo na distribuição dos seus elementos pelos diversos postos”. A mudança do Corpo de Bombeiros dos Voluntários da Cruz Branca de Vila Real, do quartel “Engenheiro Arantes e Oliveira” para o quartel “Comandante Moraes Serrão”, efetivou-se no dia 27 de dezembro último. Para cumprir o que estava estabelecido e anunciado, foi necessário o empenhamento de várias entidades ligadas às comunicações, designadamente a PT, empresa prestadora de serviços da PT, MEO, Minfo e Marietel. Foram efetuadas as ligações de forma a instalar o telefone fixo, a internet. A central telefónica definitiva será instalada proximamente, tal como outras aplicações de transmissão de dados. A equipa de serviço noturno promoveu um jantar de grupo no novo quartel e pernoitou no entanto, sem registo de ocorrências. A cerimónia de arrear a bandeira da Associação e hasteá-la no quartel “Comandante Moraes Serrão”, foi efetuada no domingo, 30 de dezembro. Foram dois momentos com grande significado para a vida da Associação de Bombeiros da Cruz Branca e que ficarão registados na sua própria história. A formatura composta por três secções e fanfarra, sob o comando do 2.º comandante Ilídio Nunes formou em frente ao antigo quartel, na Rua D. Margarida Chaves. A bandeira que durante 45 anos subiu ao mastro foi arreada com muita emoção em especial pelos bombeiros mais velhos. O comandante e o presidente da direção proferiram palavras de circunstância relacionadas com o ato. Os subchefes José Coelho e Serafim Teixeira efectuaram a manobra de descida da bandeira, sendo posteriormente entregue ao comandante que a transportou ao peito até ao VCOT. Com os procedimentos normais, procedeu-se ao hastear das bandeiras, Nacional, do Município e da Associação, no quartel “Comandante Moraes Serrão”. Este é mais um fato da história dos Bombeiros da Cruz Branca. VILA NOVA DE GAIA Formatura geral encerra formação conjunta OLIVEIRA DE AZEMÉIS Bombeiros e estudantes trocam experiências O N o âmbito do protocolo com a Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha, o Corpo de Bombeiros de Oliveira de Azeméis ministrou um Curso de Abordagem Pré-hospitalar ao Politraumatizado, aos estudantes finalistas do curso de enfermagem. Como complemento desta formação os futuros enfermeiros participram, ainda numa ação sensibilização em matéria de Técnicas de Salvamento e Desencarceramento, enriquecida por componentes teóricas, mas também pela prática. Em jeito de balanço, os Voluntários de Oliveira de Azeméis frisam “a importância deste protocolo de colaboração” e realçam “a gratificante troca de experiências entre bombeiros e futuros enfermeiros, que permite estreitar laços e compreender melhor as aptidões e competências de cada um”. s corpos voluntários do concelho de Vila Nova de Gaia assinalaram a conclusão do Plano de Formação Conjunta do ano de 2012, no quartel dos Bombeiros de Coimbrões. Em formatura geral as seis associações exibiram presente e futuro representados, respetivamente, por três secções de operacionais e por outras tantas de cadetes e infantes. O programa iniciou-se com guarda de honra ao vereador da Proteção Civil e Bombeiros da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, que presidiu à sessão, seguida da entrega de diplomas aos participantes na formação conjunta. A sessão teve como momento mais significativo a evocação do chefe Fernando Reis, dos Voluntários da Aguda, que faleceu em serviço no passado mês de Outubro. O clarim impôs silêncio, recolhimento e introspe- ção e ao ecoar do nome do bombeiro as forças em parada responderam “pronto”. Na ocasião, foi ainda lido um texto de tributo ao chefe Reis, que muito emocionou os presentes. A sessão prosseguiu com a intervenção de José Manuel Araújo, comandante dos Bombeiros de Avintes, que em nome dos voluntários do concelho, sublinhou a importância da formação dos operacionais, defendendo que “um bombeiro sem formação é um bombeiro mal preparado e um bombeiro mal preparado é um bombeiro que pode por em causa a vítima e comprometer a sua equipa. Sem uma formação contínua e constante aperfeiçoamento técnico não existem bombeiros, existem pessoas fardadas a circular em viaturas vermelhas”. O comandante dos Voluntários de Avintes falou, ainda, da importância destas ações conjuntas que “permitem melhorar a articulação entre corpos de bombeiros, aumentar o conhecimento mútuo e aproximar os seus elementos, permitindo-lhes perceber que fazem parte de uma mesma equipa”. A sessão ficou ainda marcada pelas intervenções do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, do representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, do Comandante Distrital de Operações de Socorro do Porto, do presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia e do Vereador da Proteção Civil e Bombeiros da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. A cerimónia terminou com o desfile das forças em parada, com destaque para “o garbo e o atavio dos cadetes e infantes”, provando que estes jovens podem, sem sobressaltos, garantir nos respetivos corpos de bombeiros “a substituição geracional, imposta pela da lei vida,” 22 U JANEIRO 2013 ALCOCHETE AGUDA Bombeiros sensibilizam comunidade Quartel tem nova ala feminina m simulacro de acidente realizado no passado mês foi a forma encontrada pelos Bombeiros Voluntários de Alcochete para dar continuidade ao projeto de sensibilização e aproximação da comunidade. Um despiste de uma viatura ligeira no centro da vila do Samouco, do qual resultou uma vítima encarcerada mas com ferimentos ligeiros foi o desafio lançado aos 14 operacionais, que apoiados por quatro veículos, participaram na ação. Os populares puderam, nesta ocasião, ficar a co- nhecer o funcionamento de alguns equipamentos de desencarceramento e de emergência pré-hospitalar. Sérgio Santos VILA DE REI A Voluntários têm novo veículo de combate a incêndios Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila de Rei dispõe de uma nova viatura florestal de combate a incêndios, investimento que contou com o apoio da câmara municipal. O novo veículo, de marca MAN, modelo TGM 13.290 4x4, foi adquirida pelo preço de 133.348 euros, no âmbito de uma candidatura ao Mais Centro – Programa Operacional Regional do Centro, que assegura a comparticipação financeira para a compra do veículo. Para o vice-presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei e responsável pelo pelouro da Proteção Civil, Ricardo Aires, “este novo veículo de combate a incêndios que a autarquia se prontificou a apoiar, é de extrema importância para a população vila-realense, contribuindo para a sua segurança e para D epois de “anos de intensa luta”, no passado mês de dezembro, foi inaugurada a nova ala feminina do quartel dos Voluntários da Aguda. Registe-se que as antigas instalações não reuniam “o mínimo de condições aceitáveis para quem diariamente presta serviço à associação”, o que, aliás, determinou a suspensão no recrutamento de mulheres para o corpo de bombeiros. Finalmente, o quartel da Aguda dispõe de uma área moderna, espaçosa, com todas as comodidades para acolher o corpo feminino. Entre os amigos, associados e convidados que testemunharam este importante momento da rica e longa história da associação, destaque-se a presença do bombeiro Diogo Matos, vítima de um grave acidente no passado mês de outubro que ainda em recuperação ao quis deixar de se associar à festa, conferindo-lhe ainda maior simbolismo. Viatura substitui perdida em 2011 que se tente evitar ao máximo o flagelo dos incêndios florestais.” Emídio Mora, presidente da direção da associação dos bombeiros, destaca que “é a primeira vez que Vila de Rei dispõe de um carro com todas estas características e equipamentos.” A nova viatura possui meca- nismos de segurança passiva da cabine, cablagens elétricas e de ar comprimido, estrutura tubular de proteção e segurança, cortina de proteção contra campos térmicos, para além de uma bomba de alta e baixa pressão com comando de paragem de emergência e dispositivo complementar de emergência. Associação recebe novos equipamentos Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coimbra recebeu recentemente 15 novos equipamentos de proteção individual no âmbito de um projeto de modernização do corpo de bombeiros. Este investimento na segurança dos voluntários da cidade contou com o apoio financeiro da câmara municipal de Coimbra, que na cerimónia se fez representar pelo edil João Paulo Barbosa de Melo. Sérgio Santos Diogo Matos, o bombeiro vítima de um grave acidente no passado mês de outubro também se associou à festa CASTANHEIRA DE PERA COIMBRA A O quartel dispõe de uma área moderna, espaçosa, com comodidade para acolher o corpo feminino A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera aproveitou a realização do tradicional convívio natalício para apresentar e abençoar uma nova viatura de combate a incêndios (VFCI), subsidiada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), que substitui outra perdida em outubro de 2011 consumida pelas chamas durante o combate a um incêndio. O dia começou com a formatura geral seguida de romagem ao cemitério, missa solene, receção aos convidados, bênção da viatura, almoço convívio e visita às obras do quartel. Refira-se que, neste momento, os Voluntários de Castanheira de Pera mantêm-se em funcionamento em instalações provisórias na antiga escola primária. 23 JANEIRO 2013 VILA REAL Construção do Centro de Formação e Instrução arranca este mês Depois da ampliação e requalificação do quartel, cuja obra foi inaugurada em julho de 2012, a Cruz Verde está prestes a dar os primeiros passos na concretização de mais um sonho, com o início da construção de raiz da sua “escola de bombeiros”. Consciente das dificuldades financeiras previstas para o novo ano, a direção da associação humanitária adianta que o projeto vai ser concluído de forma faseada e renova o apelo para que os cidadãos apoiem os bombeiros, inscrevendo-se enquanto associados ou mesmo como voluntários Texto: Maria Meireles/A Voz de Trás os Montes A té o final do mês deverão ter início as obras de construção do Centro de Formação e Instrução da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Cruz Verde, um projeto orçado em cerca de 450 mil euros e que vai permitir à instituição vila-realense garantir um dos seus principais objetivos, a “formação permanente do corpo ativo”. Numa altura em que o projeto do novo centro de formação, a construir de raiz junto às escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral e Morgado Mateus (num terreno cedido pela Câmara Municipal de Vila Real), já conta com o estudo prévio aprovado e em fase de apreciação, a associação espera que “até ao final de janeiro ou início de fevereiro” as obras tenham início. Segundo Carlos Moreira, presidente da direção, o centro de formação é um sonho antigo, cuja concretização tem sofrido atrasos “devido a outros projetos que têm implicado alguns compromissos financeiros”, como por exemplo as obras de ampliação e requalificação do quartel, concluídas em meados de 2012, e a aquisição de uma viatura de combate de incêndios urbanos, que foi batizada no passado dia 1, no âmbito das comemorações do 122.º aniversário da instituição. No entanto, como explicou o mesmo responsável, a escola de bombeiros é também uma “ne- cessidade urgente e vai avançar”. O novo complexo será edificado de forma faseada, estando planeado em primeiro lugar a construção de um pavilhão para guardar equipamentos, alguns que se encontram atualmente no quartel e muitos que estão “espalhados em instalações de particulares que por favor cedem algum espaço”. No local onde nascerá o Centro de Formação e Instrução estão já localizados os quatro monoblocos que serviram de instalações provisórias aos bombeiros da corporação durante as obras no quartel e que, devidamente integrados no futuro complexo “servirão como salas de formação”, segundo explicou o dirigente associativo. Finalmente, além de outras infraestruturas de apoio, como um parque de estacionamento, o projeto prevê a construção de raiz de um segundo edifício que terá todas as condições neces- sárias para ser uma ‘escola de bombeiros’. “O Centro de formação e instrução servirá sobretudo a Cruz Verde, mas com certeza que poderá ser utilizado por corpos de bombeiros nossos vizinhos, e não só, que necessitarem”, disse Carlos Moreira, não avançando para já uma data para a conclusão do projeto. Relativamente a 2013, o presidente revela que “não será um ano em grande”, tendo em conta as dificuldades que se avizinham, mas deixou a garantia que a associação tudo fará para cumprir os seus objetivos: honrar os compromissos assumidos, adquirir o equipamento necessário e criar as condições para a “formação permanente do seu pessoal”. “O objetivo é estarmos cada vez melhor preparados para prestar o socorro que nos é solicitado, e para isso temos que estar sempre atualizados com os meios e os equipamentos, mas também com os meios humanos através da preparação dos bombeiros”, adiantou o mesmo responsável, reconhecendo ainda “todo o esforço que tem sido” feito pelos soldados da paz da Cruz Verde. Campanha de angariação de associados em curso Face às crescentes dificuldades que assolam a economia do país em geral, e as associações de bombeiros, em particular, a Cruz Verde tem feito uma gestão criteriosa dos seus fundos. “Temos procurado gerir a nossa casa em função das disponibilidades. É evidente que às vezes se assumem compromissos em função das perspetivas que se têm, de contratos ou protocolos com outras entidades, e quando eles falham também nos colocam em dificuldades. Há algum tempo atrás tivemos algumas dificuldades em receber o transporte de doentes e isso causa-nos algumas complicações”, explicou Carlos Moreira. O presidente da Cruz Verde sublinhou que fazer uma “gestão equilibrada” de uma ‘casa’ com 19 assalariados, uma equipa a trabalhar a tempo inteiro (protocolo com a Liga dos Bombeiros e o INEM) e uma Equipa de Intervenção Permanente (protocolo com a autarquia e a Autoridade Nacional de Proteção Civil), todos com custos, só são possíveis graças também ao trabalho do corpo de voluntariado, que atualmente conta com 128 elementos. Apelando à sociedade vila-realense, em especial aos cidadãos residentes dentro da sua área de intervenção, para que apoiem a corporação, a Cruz Verde avançou com uma campanha de angariação de associados que já chegou a metade do seu território, tendo sido muito bem recebida pelas freguesias por onde já passou. “Fizemos essa campanha e, embora ainda não tenhamos chegado a todas as freguesias, tivemos uma grande aceitação e conseguimos um número significativo de novos associados”, revelou o mesmo responsável, referindo que a associação pretende ainda atrair voluntários para o corpo ativo. “O objetivo é ter novos bombeiros, mais voluntários oriundos das várias povoações que fazem parte da nossa área de atuação”, concluiu. FERREIRA DO ZÊZERE M esmo em tempo de muita contenção, os Bombeiros de Ferreira do Zêzere podem contar com alguns apoios nomeadamente da empresa Rações Zêzere, SA, que recentemente entregou aos voluntários um donativo, que permite atenuar dificuldades e investir na melhoria do serviço prestado às populações. Em comunicado a direção da associação “enaltece e agradece este nobre gesto, digno de ênfase”, sublinha a ação dos administradores e colaboradores e deseja “um futuro de prosperidade” à empresa. Foto: BVVagos Flash Empresa apoia voluntários VAGOS O Quartel recebe novo equipamento s Voluntários de Vagos adquiriram, recentemente, uma tenda que visa garantir apoio operacional em vários cenários. Sobre este equipamento, fonte da associação sublinha que há muito o corpo de bombeiros o procurava comprar “mas os valores eram altos e as possibilidades mí- nimas, mas, como “quem procura encontra”, surgiu a possibilidade de adquirir uma tenda usada”, que responde às necessidades dos operacionais. 24 JANEIRO 2013 SERNANCELHE MINDE Exemplos inspiradores Novos capacetes O S ernancelhe recebeu visita do Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que inaugurou o novo quartel dos bombeiros voluntário, um equipamento que segundo o presidente da câmara municipal, José Mário de Almeida Cardoso, reflete a forma como é gerido o município assente “na descentralização de poderes e deveres, que embora tarde no modelo de organização do País, é, neste caso, concretizada de forma espontânea”. Lembrando que para construir o novo quartel “não foi preciso recorrer ao crédito e não houve o desvio de um cêntimo em relação ao projetado”, José Mário Cardoso evidenciou o sentido responsável e responsabilizador da associação humanitária como um exemplo da forma de trabalhar em Sernancelhe. Depois da inauguração oficial do complexo, com o descerrar da tradicional placa evocativa do momento, seguiu-se uma visita às novas instalações e, por fim, a sessão solene no salão principal, onde o Ministro da Administração Interna era aguardado por centenas de pessoas. António Varela Roque, presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Sernancelhe, lembrou o percur- so da instituição e a memória de todos quantos dela fizeram parte, garantindo que esta nova casa está concluída, está paga, graças ao contributo de toda a comunidade, mas em especial à autarquia, que ajudou a custear esta empreitada com 447.802, 27 euros. O presidente da Federação dos Bombeiros de Viseu, Rebelo Marinho, não escondeu satisfação por ver melhoradas as condições proporcionadas aos Voluntários Sernancelhe, exortando à missão do voluntariado, para que cada quartel de bombeiros seja “uma oficina de cidadania, uma corporação geracional, com mais jovens, mais qualificados”. Por seu turno, o presidente da Liga de Bombeiros, Jaime Soares, confessou-se “muito feliz porque quem desenvolve atividade nesta área da proteção civil em Portugal dá felicidade e alegria aos seus responsáveis”. “Não posso deixar passar o momento sem felicitar a direção e o comando dos Bombeiros Voluntários de Sernancelhe, que são a expressão do serviço prestado ao povo e da salvaguarda das suas vidas e dos seus haveres”, destacou Jaime Soares. O autarca José Mário Cardoso agradeceu ao ministro da Administração Interna pela “solenidade que quis dar ao ato”. Endereçando uma palavra especial aos bombeiros, ao projetista, ao empreiteiro e a todos quantos contribuíram para esta obra, o presidente da câmara lembrou ainda Miguel Giestal, antigo governador civil, que incluiu o quartel dos Bombeiros Voluntários de Sernancelhe na lista de obras prioritárias. “Registamos com satisfação a inauguração deste edifício, que tem duas singularidades: conheço bem o País e este tipo de arquitetura não é muito usual, mas os cidadãos de Sernancelhe podem orgulhar-se desta bela obra; a segunda singularidade é de se ter concluído esta obra e não se dever dinheiro pela obra que se fez. É uma boa lição para o País. E mais: de se ter concluído a obra gastando menos do que aquilo que estava orçamentado”, disse, na ocasião, Miguel Macedo, ministro da Administração Interna. “O ensinamento deste projeto é importante para todos nós. Se eu tenho 100 não vou empenhar-me em 120. Se eu tenho 100, vamos gastar com critério 100, tentando ser criteriosos na escolha das prioridades”, defendeu o governante. “O exemplo da Câmara Municipal de Sernancelhe e dos Bombeiros são muito inspiradores para este cabo das tormentas que temos pela frente”, disse. Neste dia de festa para os Voluntários de Sernancelhe estiveram foi ainda apresentada e inaugurada uma Viatura Urbana de Combate a Incêndios (VUCI), no valor de cerca de 200 mil euros, que vem colmatar uma lacuna quartel e é fruto da poupança conseguida com a boa gestão da obra de construção do quartel. s Voluntários de Minde receberam, recentemente 12 capacetes F1, equipamento adquirido mercê “do empenho e dedicação do corpo ativo que realizou várias atividades culturais ao longo do ano de 2012” que permitiram este investimento. LOURES Associação recebe Fénix de Honra PROENÇA-A-NOVA Investimento permite colmatar falhas P O s Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova adquiriram, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), uma viatura de combate a incêndios urbanos e industriais. O veículo, considerado “uma mais-valia para o distrito”, vem “tornar mais eficientes as ações dos bombeiros em incêndios urbanos e industriais”, conforme defendeu na cerimónia de apresentação da viatura Francisco Peraboa, segundo Comandante Operacional Distrital de Castelo Branco. Com o intuito de colmatar uma lacuna na região, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Proença-a-Nova apoiaram este investimento que, registe-se, teve um financiamento comunitário de 85 por cento. Esta viatura é também importante para o aeródromo local, cuja certificação depende da existência de uma viatura deste tipo, esclareceu João Paulo Catarino, presidente da autarquia. Á procura de novas formas de financiamento, a associação dos Bombeiros de Proença a Nova apresentou, nesta sessão, o novo serviço de manutenção e venda de extintores, que serve a própria instituição mas, também, as empresas e instituições da região. “Vamos continuar a investir nesta área da segurança, pois não está bem explorada nesta zona”, explicou José Marques, presidente da direção, acrescentando que esta aposta permitirá “colmatar algumas faltas de tesouraria”. or ocasião das comemorações do 125.º aniversário, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Loures foi distinguida, pela Liga dos Bombeiros Portugueses, com a Fénix de Honra. “É com uma enorme honra e orgulho” que comandante Ângelo Simões falou do corpo de bombeiros que conseguiu atingir os objetivos traçados para nas mais variadas vertentes, reconhecendo-lhe qualidades e conhecimentos técnicos. E assim sendo, em dia de festa foram distinguidos vários bombeiros profissionais por dedicação e zelo à associação. Nesta sessão foram ainda várias as promoções de operacionais a bombeiro de 2.ª. O presidente da direção, Joaquim Rosado, defendeu “uma visão inovadora” para a (re)organização dos corpos de bombeiros do concelho, para que todos possam superar as dificuldades. Voltando-se para dentro o dirigente dirigiu agradecimentos e palavras de incentivo a todos que têm trabalho em prol da instituição, nomeadamente o corpo ativo, mas também os elementos da banda e os associados que nesta efeméride também foram agraciados. Marcaram presença no encerramento das comemorações dos 125 anos da associação Carlos Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Loures, Manuel Mateus Couto, presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Rodeia Machado, vice-presidente da LBP, o comandante distrital Elísio Oliveira e Rui Ferreira da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa entre outros representantes de associações congéneres do concelho. Sérgio Santos 25 JANEIRO 2013 FIGUEIRA DA FOZ Centenária encara futuro com otimismo do Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz encerrou as comemorações do 130.º aniversário, no dia 19 de dezembro, com a sessão solene que reuniu, no renovado quartel, dezenas de bombeiros, dirigentes e muitos convidados. Num encontro voltado para dentro, marcado por vários momentos carregados de simbolismo com a entrega de medalhas distinções e diplomas, teve como acontecimento maior a homenagem ao comandante João Paulo Moreira que assinala 25 anos ao serviço dos bombeiros de Portugal. A associação uniu-se assim num sentido tributo ao operacional de excelência que muito tem feito pelos Voluntários da Figueira da Foz, conforme, fez questão de sublinhar Lídio Lopes o presidente da direção da instituição centenária. O comandante, emocionado, partilhou a homenagem com a família e com “os gloriosos e bravos bombeiros da Figueira da Foz”. Refira-se que as comemorações decorreram sob a égide da apresentação pública do requalificado quartel, após avultadas obras orçadas em 300 mil euros, integralmente custeadas pela as- Fotos: Marques Valentim A sociação, que contemplaram, entre outras intervenções, a recuperação integral do parque principal de viaturas, a criação de uma nova área coberta de estacionamento, a requalificação da parada e das acessibilidades a nascente, a construção de muros e reformulação da zona de saída dos veículos. Em dia de festa, a associação inaugurou, com o apoio do benemérito António Baptista Teixeira e Casino Figueira, um atrelado-tático com todas as condições para dar apoio aos bombeiros em vários teatros de operações, mas também apetrechado para auxiliar as escola de infantes e cadetes em atividades no exterior do quartel ou para acolher ações ou campanhas de sensibilização desenvolvidas pela associação. A sessão ficou, igualmente, marcada por uma acesa “troca de argumentos” entre o presidente da direção dos Voluntários da Figueira e o presidente da câmara municipal, que terminou com a certeza de que alegada falta de apoio da autarquia não vai travar o crescimento desta associação que se prepara para, já no próximo mês de abril, para avançar com a segunda fase da empreitada de requalificação do quartel-sede. Na ocasião, Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que começou por sublinhar a “empatia, carinho e amizade com que as instituições da figueira tratam os seus bombeiros”, congratulou-se com a “garantia de futuro” consubstanciada nas três dezenas de crianças e jovens que integram a escola de infantes e cadetes. Num plano mais institucio- nal, Jaime Martas Soares acentuou a tónica nas questões que preocupam o setor, afiançando que “a Liga dos Bombeiros Portugueses está a trabalhar com intuito de levar por diante os seus objetivos e estratégias que são, afinal, a dos bombeiros portugueses”. Falou ainda dos “problemas muito difíceis de ultrapassar com Ministério da Saúde” e regozijou-se pelo “diálogo fácil” com o ministro da Administração Interna. Terminou a alocução, com um apelo à união defendendo que “nenhum homem sozinho consegue ultrapassar os seus objetivos”. Muitas dezenas de pessoas marcaram presença na cerimónia abrilhantada pela Sociedade Filarmónica Figueirense, das quais se destacam o edil João Ataíde, Jaime Marta Soares, o presidente da LBP e tenente coronel António Martins, à data Comandante Operacional Distrital de Coimbra, António Simões da Cunha Santos, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra, entre autarcas, representantes de associações congéneres de muitos pontos do país, dirigentes e bombeiros. Sofia Ribeiro DAFUNDO PORTIMÃO Encerramento das comemorações A servir há 86 anos O jantar natalício da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Dafundo, concelho de Oeiras, constituiu também o momento escolhido para o encerramento das comemorações do centenário da instituição que se desenrolaram ao longo do ano transato. Tratou-se de uma iniciativa muito concorrida que contou com bombeiros, dirigentes, familiares e amigos da associação. No decorrer do jantar, o comando e a direção, procederam à entrega de vários louvores e lembranças. Momento alto da reunião foi a colocação da Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) no estandarte da associação. Essa missão coube ao presidente da assembleia-geral, António Leitão, a convite do vice-presidente da LBP presente, Rama da Silva. Por proposta do presidente da direção, Armando Soares, e do comandante Carlos Jaime, dirigida à LBP foram também distinguidos com o crachá de ouro da confederação, o 2.º co- mandante do Quadro de Honra (QH) Adelino Jesus Nunes e os bombeiros de 1.ª do QH, Amílcar Nunes e Júlio Gomes de Jesus. Com a medalha de serviços distintos da LBP (MSD) foram também distinguidos com o grau Cobre, os bombeiros de 2.ª Eduardo Paulo Rendilheiro, Fernando Azevedo e João Miguel Sequeira, com o grau Prata, o adjunto de comando Rolando Lopes, os subchefes Vânia Mendes e Fernando Gonçalves, e com o grau Ouro, o bombeiro de 1.ª supra QH Luís Filipe Martins. A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Portimão comemorou recentemente o seu 86.º aniversário. O programa comemorativo começou com a formatura geral do corpo de bombeiros com içar das bandeiras no quartel. Seguiu-se a romagem ao talhão dos bombeiros no cemitério municipal. A missa de sufrágio por bombeiros, dirigentes e associados falecidos decorreu depois na igreja da Quinta do Amparo. No final decorreu uma sessão solene no quartel-sede. 26 JANEIRO 2013 VILA REAL AMADORA Cruz Branca tem novo quartel “Imaginação, criatividade e iniciativa” A A passagem do 116.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Cruz Branca – Vila Real ficou particularmente assinalada com a inauguração do seu novo quartel, um sonho antigo e que agora foi possível concretizar ao lado do nó de saída norte do IP4. A cerimónia de inauguração contou com a presença do secretário de Estado Silva Peneda, do presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, do presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Manuel Martins, do presidente da Federação Distrital de Bombeiros de Vila Real, Fernando Queiroga, bem como outros autarca e dirigentes associativos. A realização do sonho resultou da candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) no valor de 1,25 milhões de euros, comparticipada em 85 por cento. Segundo o comandante Álvaro Ribeiro, porém, “o custo total da obra seria muito superior” se não fossem os apoios dos próprios bombeiros e amigos da instituição bem como dos funcionários municipais. Para Álvaro Ribeiro, a concretização do novo quartel corresponde a “uma viragem de 180 graus na comodidade dos bombeiros mas também na componente operacional”. Nesse sentido, destaca a nova parada e também a torre de treinos, fruto da adaptação de um poste de muita alta tensão cedido pela REN. A nova infraestrutura totalmente operacional resolveu também um problema relativo às deficientes condições com que as bombeiras do corpo ativo funcionavam no antigo quartel. No final da cerimónia decorreu uma demonstração de vários exercícios na torre de treinos. s comemorações do 108.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Amadora tiveram como momento mais alto o tributo a soldados da paz e a associados. “Imaginação, criatividade e iniciativa” foram palavras escolhidas pelo comandante Mário Conde, para se referir à gestão diária de um corpo de bombeiros com uma intensa atividade operacional, com dificuldades financeiras só ultrapassadas com a colaboração, empenho e entrega de todos, nomeadamente do corpo ativo, a quem deixou inúmeros agradecimentos e muitos elogios. O apreço pela ação dos operacionais ficou expresso com a entrega de várias medalhas da associação e da Liga dos Bombeiros Portugueses. No decorrer da cerimónia o quartel deu ainda as boas vindas a 10 novos elementos, recentemente promovidos a bombeiros de 3.ª. “Com colaboração e espírito de missão saberemos encontrar soluções” foi assim que o vereador da proteção civil da Amadora, Eduardo Rosa sublinhou as relações de amizade e cordialidade que unem as duas instituições. à amizade da autarquia para com a direção e comando desta instituição. A partilha de ideias com objetivos comuns na defesa das pessoas do concelho, tem permitido dotar os bombeiros de melhores condições, conforme fez questão de sublinhar a presidente da direção Voluntários da Amadora, que publicamente agradeceu o apoio da autarquia e das juntas de freguesia do concelho. Os associados com 50 e 25 anos de quotização foram agraciados com diplomas e emblemas. Marcaram presença, ainda, presença nas cerimónias o 2º comandante distrital André Fernandes (ANPC); Rui Ferreira da Federação dos Bombeiros do distrito de Lisboa e em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses; dirigentes e comandos de associações congéneres dos concelhos de Sintra e Oeiras. Sérgio Santos TÁBUA Ouro para bombeiros e dirigentes BRASFEMES A No decorrer da sessão solene, o presidente da direção Bruno Santos e o comandante Acácio Monteiro destacaram o trabalho de equipa e a boa ligação existente entre o comando e direção como fatores de sucesso que muito contribuem para o crescimento e a estabilidade da associação. Contudo, para garantir o futuro e as exigentes respostas operacionais, comando e direção defenderam a criação de uma equipa de intervenção permanente no corpo de bombeiros. A requalificação e ampliado do quartel foi outros dos desejos manifestados pelos responsáveis da instituição. Marcaram presença nesta sessão, entre outras individualidades, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra João Barbosa de Melo, o 2.º comandante distrital Paulo Palrilha (ANPC) e pelo comandante António Simões, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra. Sérgio Santos Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Tábua comemorou o 77.º aniversário premiando com “ouro” bombeiros e a dirigentes. Foram muitas as distinções honoríficas entregues aos elementos do comando e corpo ativo, destacando-se a imposição do Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses ao adjunto de comando Vítor Gomes e ainda as muitas medalhas de assiduidade grau ouro, sinal que nesta associação homens e mulheres se encontram firmes ao longo dos tempos na defesa das suas comunidades. Também o presidente da assembleia geral Arlindo Cunha e Amílcar Marques diretor da associação, como a Maria Luísa Cortês, colaboradora da instituição foram agraciados com o mesmo galardão de ouro. A vitalidade da associação revelou-se com a incorporação no corpo ativo dos quinze elementos, promovidos nesta sessão à categoria de bombeiro de 3.ª. Outros soldados da paz viram o seu esforço e mérito reconhecidos, com a progressão na carreira, dispondo agora corpo ativo de novos bombeiros de 2,º e mais um subchefe. “Nesta casa trabalha-se muito voluntariamente”, disse o comandante António Oliveira em jeito de elogio a todos os bombeiros, dirigentes e funcionários que, diariamente, dão o seu melhor pela estabilidade da associação. Palavras de agradecimento foram também dirigi- Fotos: BVTábua programa comemorativo do 73.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Brasfemes teve como momentos maiores a inauguração de cinco veículos e a distinção de alguns soldados da paz. A formatura acolheu as entidades convidadas numa festa que sublinhou o trabalho de quem “tudo faz prol dos bombeiros”. O reconhecimento pela dedicação de anos traduziu-se na distinção de vários bombeiros com medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses e da associação. A instituição aniversariante agraciou também, a título póstumo o dirigente Homero Figueiredo e o chefe Sílvio Batista e ainda, em jeito de agradecimento, a Cimpor, a autarquia de Coimbra e a junta de freguesia de Brasfemes e ainda. Á inauguração e bênção de cinco novas viaturas, duas de combate a incêndios florestais, uma de desencarceramento, uma de apoio aos mergulhadores e uma ambulância de transporte foi um dos pontos altos da cerimónia seguiu-se um grandioso desfile apeado dos bombeiros, academia e fanfarra que se fizeram acompanhar pelos 23 veículos operacionais da corporação. Fotos: BVBrasfemes O Aniversário com mais cinco veículos das ao presidente da direção Mário Loureiro pela determinação e persistência que permitiram que nesta efeméride fosse inaugurado um novo veículo urbano de combate a incêndios (VUCI), adquirido com apoio de fundos comunitários do QREN. O presidente Mário Loureiro enalteceu a boa relação entre comando e direção que tem facilitado o trabalho “em prol do desenvolvimento da missão”. O dirigente aproveitou a ocasião para falar do projeto da requalificação do quartel, que poderá avançar no âmbito de apoios estatais. A cerimónia terminou com um almoço que reuniu a família dos bombeiros de Tábua, no qual também marcaram presença a vice-presidente da câmara municipal de Tábua, Ana Neves, o 2.º comandante distrital Paulo Palrilha (ANPC), o comandante António Simões, presidente da Federação dos Bombeiros Distrito de Coimbra, também em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses e, ainda, representantes da Guarda Nacional Republicana e das associações congéneres do distrito. Sérgio Santos 27 JANEIRO 2013 BARREIRO Festa com Fénix de Honra e novo comando A s comemorações do 119.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Sul e Sueste (Barreiro) tiveram como ponto alto a apresentação na nova estrutura de comando. Em dia de festa, familiares e amigos dos Voluntários Sul e Sueste, bem como os restantes convidados testemunharam a tomada de posse do comandante Acácio Coelho e ainda de Caetano Beja (2.º comandante) e Bruno Loureiro (adjunto de comando). Uma imponente formatura do corpo ativo recebeu as entidades convidadas que assistiram à imposição das insígnias aos seis novos tripulantes de ambulância de socorro (TAS) depois de concluíram com sucesso esta etapa de extrema im- portância para a consolidação da prestação de socorro no âmbito da emergência pré-hospitalar. Houve ainda a promoção de cinco estagiários à categoria de bombeiro de 3.ª que juraram dedicar-se e servir voluntariamente o lema “vida por vida”. Nesta associação centenária, onde os marcos históricos estão bem presentes e assentam nos feitos dos homens e mulheres que ao longo dos tempos tem ali prestado serviço são reconhecidos, a Liga dos Bombeiros Portugueses distinguiu a instituição com a Fénix de Honra, imposta no estandarte pelo vice-presidente desta confederação Rodeia Machado e pelo presidente da câmara municipal do Barreiro Carlos Humberto Carvalho. Na sua alocução, o presidente da direção Eduardo Correia mostrou-se satisfeito pela determinação dos Bombeiros de Sul e Sueste que sempre souberam “lutar e encontrar meios para continuarem a desempenhar a sua nobre missão”. Com “orgulho no passado e confiança no futuro”, este responsável destaca que o projeto proposto pela associação e corpo de bombeiros será virado para o futuro, enaltecendo o trabalho de equipa que tem vindo a dar frutos no âmbito do desenvolvimento da instituição e da formação multidisciplinar dos operacionais. Nesta efeméride estiveram ainda presentes o comandante distrital Dinis Jesus (ANPC); o comandante Rui Laranjeira secretário técnico da Federa- ção dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e representantes da Policia de Segurança Publica, Marinha Portuguesa e associações congéneres do distrito. Sérgio Santos CACILHAS Fotos: Marques Valentim Homenagens e promoções no 122.º aniversário Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cacilhas comemorou no último fim-de-semana o seu 122.º aniversário e o centenário da assistência e socorro aos banhistas da Costa da Caparica. Durante a sessão solene, a presidente da Câmara Municipal de Almada, Maria Emília de Sousa, anunciou que este ano volta a ser possível apoiar cada uma das três associações de bombeiros do concelho com cem mil euros para investimento. Aparte, como disse, dos restantes apoios, nomeadamente à manutenção dos piquetes. A sessão comemorativa ficou marcada com a prestação de diversas homenagens e promoções de bombeiros. Por proposta da direção e do comando da instituição a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) atribuiu o crachá de ouro a José Manuel Maia, presidente da Assembleia Municipal de Almada e antigo deputado e vice-presidente da Assembleia da República. A proposta “constitui uma manifestação pública de gratidão, reconhecimento e admiração pelo apoio que esta autarca sempre dispensou à causa dos bombeiros portugueses em geral, e dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas em particular”. José Manuel Maia recebeu a distinção das mãos do presidente da mesa dos congressos da LBP, Duarte Caldeira, e do vice-presidente do conselho executivo, Rama da Silva. Duarte Caldeira, por seu turno, foi homenageado pelos Voluntários de Cacilhas com a medalha de agradecimento da instituição. A presidente da Câmara Municipal de Almada foi também distinguida pela Associação com o colar de serviços distin- tos, a mais alta condecoração da instituição. No agradecimento, Maria Emília de Sousa, fez um balanço da colaboração mútua desenvolvida entre a autarquia e os bombeiros na sequência da qual todos os apoios dados ganham lógica e valia. Anunciou ainda que esta seria a última vez que se dirigia aos presentes num aniversário dos Voluntários de Cacilhas dado estar impedida de candidatar- -se para novo mandato por imperativo legal. Durante a sessão decorreu a cerimónia de geminação da Associação de Cacilhas com a dos Bombeiros do Dafundo e foram homenageadas as onze juntas de freguesia do concelho com a medalha de agradecimento e o casal Carlos e Beatriz Machado pela oferta recente à instituição de uma loja no centro comercial Caparica-Oceano. No domínio das promoções, realizou a graduação de 12 bombeiros em 2.ª, 4 a 1.ª, 9 a subchefes, incluindo um elemento feminino, e a promoção de outro bombeiro a oficial de 2.ª. A mesa da sessão foi composta pelos autarcas já referidos, pelo presidente da assembleia-geral da instituição e presidente da Reviver Mais, Lourenço Baptista, pelo vice- -presidente da LBP, Rama da Silva, pelo presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal, Eduardo Correia, pelo 2.º comandante distrital de socorro, Rui Costa, pelo presidente da Junta de Freguesia de Cacilhas, Carlos Leal, e pelo presidente dos Voluntários de Cacilhas, comandante do QH Clemente Mitra, e pelo comandante do corpo de bombeiros, Miguel Silva. MERCEANA A Foto: BVMerceana A “Entrega e persistência” merecem reconhecimento Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Merceana comemorou o 32.º aniversário com uma justa homenagem ao corpo ativo. O programa contemplou a romagem ao cemitério, seguida da missa solene na igreja local e a sessão solene. Nas suas intervenções, o pre- sidente da direção Manuel Mira e o comandante Rodolfo Batista foram unânimes nos agradecimentos ao corpo ativo, enaltecendo a rápida resposta nas várias intervenções, bem como para todas as atividades da associação em que estes homens e mulheres marcam sempre presença. Essa “entrega e persistência” de vários operacionais ao longo dos anos mereceu o reconhecimento da direção e comando e a entrega de medalhas da associação mas também da Liga dos Bombeiros Portugueses. Na mesma ocasião, nove elementos receberam a promoção a bombeiro de 2.ª. Os Voluntários da Merceana encerraram as comemorações com um almoço convívio que juntou toda a família dos Bombeiros Voluntários da Merceana, mas também o presidente da câmara municipal de Alenquer, Jorge Mendes Riso e representantes de associações recreativas e da Guarda Nacional Republicana, entre outras individualidades. Sérgio Santos 28 JANEIRO 2013 FANHÕES BOAS FESTAS Convívio em família Novo ano, novos desafios D irigentes bombeiros, músicos e familiares reuniram-se num jantar de Natal no quartel dos Voluntários de Fanhões. Depois do repasto, a orquestra juvenil da associação brindou os convivas com as tradicionais músicas da época e de seguida os mais pequenos receberam os desejados presentes, Este convívio visou fomentar os laços da família associativa dos Voluntários de Fanhões. F Foto: Sérgio Santos BARCARENA A Inaugurados quatro veículos Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Barcarena realizou a sua festa de natal, presenteando os operacionais com quatro novas viaturas. Foi em família que soldados da paz, reunidos num almoço convívio assistiram à inauguração e bênção de dois veículos de apoio (VOPE), uma ambulância de transporte múltiplo (ABTM) e um veículo de equipamento e assistência (VETA), equipamentos que vem permitir “uma primeira intervenção em locais de acesso limitado”, segundo salienta fonte da instituição. A sessão ficou ainda marcada pela promoção de quatro elementos a bombeiros de 1.ª. e pelas intervenções do presidente da direção Alexandre Araújo e do comandante Carlos Gomes dos Santos, que salientaram “a entrega e zelo dos Voluntários de Barcarena nas atividades de socorro”. A festa terminou com o Pai Natal a entregar prendas aos filhos dos bombeiros. Sérgio Santos Foto: BVBarcarena oram muitas as associações e corpos de bombeiros, dirigentes associativos e operacionais, bombeiros e muitas outras entidades e individualidades que fizeram chegar à redação do jornal Bombeiros de Portugal os tradicionais votos da época, que esta equipa muito agradece e, obviamente, retribui. Em tempos de muitas dificuldades, de tantas incertezas, importa talvez apelar à união, à solidariedade e ao voluntariado, bandeiras que, aliás, os bombeiros de Portugal se orgulham de empunhar todos os dias em todas as suas missões. Assim, sendo este novo ano de 2013 só pode ser encarado como mais um desafio para quem soube, sempre, com pouco fazer muito, apenas com o intuito de cumprir exemplarmente a missão de proteger, socorrer e salvar o seu semelhante. Assim, resta-nos desejar êxitos profissionais e pessoais a todos os que nas mais distintas funções lutam, diariamente, não só pela continuidade das associações humanitárias e corpos de bombeiros mas sobretudo pela adaptação a novas realidades e reptos que exigem meios humanos e técnicos, formação e profissionalismo. Cumpre-nos, assim, agradecer os votos e mensagens dos comandos, direções e corpos ativos dos bombeiros de Águas de Moura, Albergaria-a-Velha, Almada, Amarante, Mistos de Amora, Anadia, Aveiro-Velhos, Beja, Bucelas, Carvalhos, Canha, Cernache do Bonjardim, Coimbra, Municipais de Coruche, Entroncamento, Espinhenses, Estoril, Fafe, Municipais da Figueira da Foz, Fornos de Algodres, direção, Fronteira, Golegã, Lordelo, Loriga, Loures, Marco de Canaveses, Marvão, Melo, Moscavide-Portela, Óbidos, Odivelas, Oeiras, comando Pombal, Proença-a-Nova, Progresso Barcarenense, Samora Correia, Santa Cruz da Trapa, Santarém, Sesimbra, Sousel, Sul e Sul e Sueste, Municipais de Tavira, Tondela, Vagos e Vila Real e Cruz Verde. Da mesma forma muito agradecemos as missivas do Grupo de Salvamento em Grande Ângulo do Corpo de Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo, da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, da Juvebombeiro dos Bombeiros Voluntários de Caneças, da Associação dos Bombeiros Ultramarinos (NABUL), do Núcleo dos Antigos Bombeiros Ultramarinos (NUCBOMB), da Association Portugaise des Pompiers au Portugal. Unidade e Canina de Resgate Busca e Salvamento (França) e da Comissão Instaladora da Liga dos Amigos dos Bombeiros da Lousã. A título indivudal, também foram os amigos que nesta quadra fizeram questão de saudar esta equipa nomeadamente o comandante Gomes da Costa, Artur Cardoso, comandante dos Bombeiros de Fontes, comandante António Nunes Vieira, delegado na Madeira da Associação dos Bombeiros Ultramarinos, Carlos Bucha, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Montemor-o-Novo, José Augusto de Carvalho, presidente da Escola Nacional de Bombeiros, Luís Brandão Coelho, presidente da Federação dos Bombeiros dos Distrito de Viana do Castelo, comandante Manuel José Barrote, presidente do NUCBOMB. Felicitações ainda a Mário David deputado do Parlamento Europeu e vice-presidente do Partindo Popular Europeu, Anselmo Silva, chefe António Vieira, Carlos Alberto Tiago, Carlos Hupsel de Oliveira, Emanuel José Roriz Barcelos, Inês Valentim, João Cardoso, João Horta, Marco Martins, Nuno Miguel Leitão, Paulo Alves, Preciosa Patacho, Rui Silva, Sérgio Santos, Tiago Santos e Valdemar Silva Com apreço registamos também as felicitações do jornal O Interior, Portal Portugalis, blogue Safeplace52, Fórum & Cidadania, Bombeiros para Sempre, Gabinete de Comunicação de Águas do Ribatejo EM SA, Associação Portuguesa de Imprensa, Câmara Municipal de Borba, Serviço de Proteção Civil da Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere, Câmara Municipal de Paredes de Coura, Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Porto de Mós, Cáritas Portuguesa, Cenertec – Centro de Energia e Tecnologia, CIE – Comunicação e Imprensa Especializada Lda, Consulfogo Lda, Eaton, Eventos Motor, Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, GCI, Helen Doron Portugal, direção do Hotel Senhora do Castelo, IForma, José Cardia Arquitetos, Lda., Lusitânia – grupo Montepio, Marina do Tejo, Móveis Batista, Projecto. Detalhe relações Públicas de Publicações Europa América, Softconcept, Tecla Lisboa e Universidade Lusófona do Porto. CANEÇAS Fotos: BVCaneças Solidariedade marca a festa O espírito de solidariedade e entrega marcou, uma vez mais, a festa de natal dos Voluntários de Caneças. As dificuldades financeiras que a associação atravessa não impediram que os filhos dos recebessem as prendas, num animado lanche convívio. Para que a tradição se cumprisse valeu a colaboração de alguns voluntários, da população da vila de Caneças e de outras lo- calidades que doaram bens alimentares e outros para que se concretizasse este momento de reunião da família dos Bombeiros Voluntários de Caneças. Sérgio Santos PAMPILHOSA Associação em plena atividade O s Voluntários da Pampilhosa assinalaram a quadra natalícia com um conjunto de atividades que envolveu não só os bombeiros, os seus familiares mas também a comunidade em geral, nomeadamente as crianças da vila. Assim, cumprindo uma tradição já antiga os mais pequenos acorreram em grande número ao quartel para usufruírem de um empolgante e inesquecível passeio nos “carros dos bombeiros”. Mais tarde a grande família dos bombei- ros reuniu-se numa cerimónia que visou homenagear os operacionais e dirigentes da instituição, com a entrega de medalhas de assiduidade e de dedicação. Finda a cerimónia bombeiros e familiares juntaram-se para o tradicional jantar de Natal. 29 JANEIRO 2013 PENELA Instituição vive a quadra Programa cheio Natal foi vivido intensamente no quartel de Esmoriz. Embora sempre prontos, os bombeiros não deixaram de cumprir a tradição. A árvore decorada a preceito, o presépio, as iluminações e um enorme Pai Natal assinalaram a quadra, tendo a Festa dos Filhos dos Bombeiros constituído um dos momentos vividos com alegria por esta grande família. Entre muitas brincadeiras, atividades diversas e o convívio entre pais e filhos se fez uma tarde agradável à qual se associou o Pai Natal com a distribuição de lembranças aos mais pequenos. No sábado, dia 22, a reunião familiar foi mais alargada. Desde o início da tarde, bombeiros, dirigentes, elementos da fanfarra e do Quadro de Honra juntaram-se para a “entrega das consoadas”, ao que seguiu a ceia e a troca de presentes. Na noite de 24, os operacionais de serviço foram brindados com o tradicional jantar de consoada numa noite em que o serviço deu tréguas aos soldados da paz. Na passagem de ano, a associação de Esmoriz assinalou a chegada do novo ano, como sempre, com o toque festivo da sirene e fogo-de-artifício. Foto: BMSeixal O ESMORIZ SEIXAL A História inspira os mais novos festa de natal da Associação dos Bombeiros Mistos do Seixal foi diferente do habitual, marcada pela apresentação de uma peça de teatro retratando a história da instituição. Ao corpo de infantes e cadetes que conta somente com três meses de existência, e já com 30 elementos coube a realização da encenação, que deixou convidados e bombeiros satisfeitos. Sérgio Santos A Pai Natal visita o quartel Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira realizou já habitual festa de Natal que, desta feita, teve como momento alto a apresentação da 3.ª edição do jornal Bombeiral, que homenageou a figura. coronel António Martins, pelo desempenho e dedicação enquanto comandante distrital, funções que, recorde-se, cessou no passado 29 de dezembro. Neste mesmo dia, todos os elementos do corpo ativo receberam equipamento de proteção individual. “Nunca pensei isto algum dia ser possível”, disse na ocasião o comandante António Tavares referindo-se ao avultado investimento, só possível graças à colaboração de do município de Oliveira do Hospital e da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo, mas também de todos os bombeiros que no verão dispensaram de um dia de ECINs para colaborarem nesta aquisição. Neste âmbito, o comandante disse esperar, durante o ano de 2013, poder ainda “adquirir botas para incêndios urbanos e industriais, o único equipamento em falta”. A associação comprou ainda novos armários para a colocação dos fardamentos dos bombeiros. Registe-se que esta festa, que culminou com a visita do Pai Natal ao quartel dos Voluntários de Lagares da Beira, contou com a presença dos presidentes da câmara e da assembleia municipal de Oliveira do Hospital, da Junta de Freguesia de Lagares da Beira, o vice-presidente da federação do distrito de Coimbra, comandante distrital, entre outras entidades. Fotos: BVPenela LAGARES DA BEIRA O tradicional convívio de Natal da família dos Bombeiros de Penela contou com a distribuição de alguns presentes especiais a bombeiros e associados. A festa teve início com a instituição reunida em assembleia geral durante a qual alguns associados foram distinguidos como “sócios de mérito” e outro como “associado benemérito”, sessão seguida da aprovação do plano de atividades e orçamento para o ano de 2013 e da eleição dos órgãos sociais para o biénio 2013/2014. De seguida, numa imponente formatura, foram apresentados os 24 elementos que se candidatam à formação de instrução inicial na carreira de bombeiro voluntário com objetivo de integrar este corpo de bombeiros, bem como nove bombeiros de 3.º e os 11 elementos promovidos à categoria de bombeiro de 2.ª. O momento de confraternização desta enorme família teve lugar no salão da associação onde, as mesas colocadas pelos próprios bombeiros, estiveram a concurso, iniciativa que segundo o comandante Raul Vasconcelos visou estimular a interação entre os homens e mulheres da instituição, num espírito de competição saudável que acabou por resultar numa animada festa repleta de muitos momentos de boa disposição. Sérgio Santos SETÚBAL Festividades juntam jovens CELORICO DE BASTO S Família reunida ao jantar endo o Natal a festa da família, os Bombeiros Celoricenses juntaram-se para celebrar a quadra, em família e, assim, fomentar a união nesta associação. Fundada a 15 de agosto de 1926, as direções e comandos da instituição sempre mostraram que é nestes momentos que “se consolidam ainda mais os laços de quem trabalha todos os dias pelo bem-estar da população”. O presidente da direção dos Celoricenses, Fernando Freitas, mostrou-se satisfeito pelo ano que terminou e agradeceu o esforço de todos para atingir os objetivos pretendidos. “Este foi um ano de realizações, primeiro teremos, já no início do próximo ano, um quartel com todas as condições para acolher os nossos bombeiros e depois noto que o gosto pela prática do voluntariado e pela associação em si é cada vez maior com o ingresso de mais 22 voluntários para o corpo ativo, por isso, só me posso dar por satisfeito” salientou. Na mesma ordem de ideias o comandante António Marinho Gomes falou de corpo de bombeiros cada vez mais preparado, com operacionais multifacetados e com conhecimentos diferenciados capazes de assegurar um socorro exemplar. No jantar, que reuniu cerca de 140 convivas, os filhos dos bombeiros e dos diretores foram mimados com um presente oferecido simbolicamente pelo “bombeiro Pai Natal”. O jantar de Natal da Juvebombeiro do Distrito de Setúbal reuniu mais de meia centena de operacionais de vários quartéis dos distritos de Setúbal, Beja e Lisboa. Foi em ambiente de festa que os jovens partilharam experiências, ideias e conhecimentos para que, no ano de 2013, seja dada continuidade à promoção e desenvolvimento das atividades da juvebombeiro no distrito. Para o recém-nomeado coordenador distrital Nuno Delicado os objetivos passam pela realização de “um conjunto de atividades que permitam aumentar os núcleos da juvebombeiro ativos e fomentar o ingresso de mais jovens nas fileiras dos bombeiros do distrito”, referindo-se ainda ao excecional apoio e empenho da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, que neste convívio foi representada por Vítor Espirito Santo, responsável nesta área. Sérgio Santos 30 JANEIRO 2013 AVEIRO Associação cumpre tradição em janeiro de 1993 A tradicional Festa de Natal que todos os anos junta a família dos Bombeiros Velhos realizou-se no dia 15 de dezembro. A tarde foi decicada aos mais novos que puderam divertir-se nos insufláveis e em mui- tas outras atividades, até à ansiada chegada do Pai Natal com as prendas. Mais uma vez, a Escola Profissional de Aveiro (EPA) disponibilizou alguns dos seus elementos para fazer a animação nesta festa. À noite o bacalhau cozido fez cumprir a tradição. No salão estiveram em exposição os lençóis natalícios elaborados pelas secções do corpo de bombeiros. MINDE O Prendas para miúdos e graúdos s Voluntários de Minde assinalaram a quadra reunindo bombeiros, elementos da direção e respetivas famílias, num animado e são convívio, que contemplou a distribuição de presentes mais pequenos e a entrega de um cabaz de natal a cada elemento do corpo ativo. Em dia de festa os Voluntários de Minde assistiram promoção de bombeiro de 2.ª e de subchefes, operacionais que após a prestação de provas viram o seu empenho e dedicação premiados. Neste encontro de família foram ainda entregues medalhas de assiduidade de cinco, dez, quinze e vinte anos de serviço à causa. ANIVERSÁRIOS FAFE 2 de fevereiro Bombeiros Voluntários de Cascais . . . . . . . . . . . . . . . 127 Bombeiros Voluntários S. Pedro do Sul . . . . . . . . . . . . 88 Bombeiros Voluntários de Valpaços . . . . . . . . . . . . . . . 77 Bombeiros Voluntários de Aljustrel . . . . . . . . . . . . . . . 64 3 de fevereiro Um dia cheio de atividades Bombeiros Voluntários Flavienses . . . . . . . . . . . . . . . 124 Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira . . . . . . 78 6 de fevereiro Bombeiros Voluntários de Moreira da Maia . . . . . . . . . . 87 7 de fevereiro O s Voluntários de Fafe reuniram-se na festa da família. Dirigentes, bombeiros de todos os quadros e seus familiares assinalaram a quadra num animado convívio. Um jogo de futebol entre solteiros e casados, marcou o início da festa que prosseguiu com o lauto almoço. Já ao inicio da tarde, os mais novos receberam a visita do Palhaço Xombita e divertiram-se à grande no parque de insufláveis. Num programa diversificado, os convivas tiveram ainda a oportunidade de mostrar os dotes vocais no karaoke. O Pai Natal chegou, mais tarde, num Dodge, a “joia da coroa” do museu automóvel dos Bombeiros de Fafe, oferecendo à pequenada um delicioso lanche e distribuindo prendas. O encontro contemplou ainda a promoção de um estagiário a bombeiro de 3.ª e a entrega de galões de subchefe do Quadro de Honra ao bombeiro Amaro dos Santos. Entretanto, cumpriu-se uma vez mais a tradição e o Grupo de Cavaquinhos dos Bombeiros Voluntários de Fafe voltou a entoar os “cantares dos reis”, primeiro no quartel e depois num périplo por várias instituições e casas particulares do concelho. Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho . . . . . . . . . . 73 15 de fevereiro Bombeiros Voluntários de Crestuma . . . . . . . . . . . . . . 18 21 de fevereiro Bombeiros Sapadores de Setúbal . . . . . . . . . . . . . . . 227 Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho . . . . . . . . 81 24 de fevereiro Bombeiros Voluntários de Penacova . . . . . . . . . . . . . . .83 Bombeiros Voluntários de Fronteira . . . . . . . . . . . . . . . 18 26 de fevereiro Bombeiros Voluntários de Vila Franca do Campo . . . . . . 25 28 de fevereiro Foto: Almeirinense com o apoio dos bombeiros, de várias casas comerciais da cidade e com os espetáculos realizados no cine teatro local conseguiu reunir perto de três toneladas de alimentos. A entrega dos géneros recolhida pelos futuros bombeiros foi feita no quartel, na presença dos jovens infantes e cadetes que participaram na iniciativa, elementos da direção da associação humanitária, o comandante do corpo de bombeiros e vários elementos do Executivo da Junta de Freguesia. Bombeiros Voluntários de Mondim de Basto . . . . . . . . . 89 Bombeiros Voluntários de Baltar . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 12 de fevereiro Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta . . . . 95 20 de fevereiro Infantes e cadetes solidários s Bombeiros Voluntários de Almeirim, através da sua escola de infantes e cadetes, entregaram à Junta de Freguesia de Almeirim 756 quilos de alimentos recolhidos durante um fim de semana de dezembro num dos hipermercados da cidade. Perto de 70 famílias locais, identificadas pela junta de freguesia local foram assim contempladas com os mais de 1200 artigos recolhidos. Desde que iniciou a campanha “Almeirim Ajuda”, aquela autarquia, Bombeiros Voluntários de Sernancelhe . . . . . . . . . . . . 55 10 de fevereiro Bombeiros Voluntários de Vialonga . . . . . . . . . . . . . . . 36 18 de fevereiro ALMEIRIM O Bombeiros Voluntários Celoricenses . . . . . . . . . . . . . . .76 8 de fevereiro Bombeiros Voluntários de Melo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Fonte: Base de Dados LBP 31 JANEIRO 2013 Heitor Gama, um bombeiro sem farda S er bombeiro faz parte do imaginário de qualquer criança, mesmo antes de aprender a ler, fazer contas e de desenhar. Nas brincadeiras, os mais novos gostam de se imaginar como bombeiros. Para cada missão fardam-se a rigor e entram pelo quartel adentro aos primeiros toques da sirene. E de lá saem no pronto-socorro, empolgados para conseguirem salvar vidas em perigo. Se for necessário tanto combatem o mais pequenino como combatem o maior e o mais temível incêndio, arriscando mesmo a sua vida. As crianças vestem a farda de bombeiro como se vestisse a farda de um dos seus heróis. Nunca pensam numa qualquer recompensa ou receber uma medalha. Apenas querem imitar os verdadeiros bombeiros e, seguindo os seus exemplos, crescerem como homens altruístas, corajosos e generosos. Quem não ouviu da boca de uma criança esta frase: “Quando eu for grande… quero ser bombeiro!”. C Como todas as crianças, o Heitor Gama deve ter sonhado ser bombeiro. Mas, se nunca sonhou ser bombeiro, deve ter ouvido ao avô materno algumas histórias relacionadas com os bombeiros, a coragem, altruísmo e a sua abnegação. E, com esse seu avô que foi um antigo diretor da associação, deve ter presenciado os aprumados desfiles dos bombeiros, ao som estridente de um fanfarra, em direção ao Jardim do Cruzeiro, onde paravam e, perfilhados em continência, colocavam um ramo de flores diante da estátua ao Comandante Afonso Soares. Mas, o Heitor Gama guarda do tempo da sua infância um desenho numa folha A4 que traça com fiel rigor os aspetos de uma cerimónia em que os bombeiros homenagearam o seu avô, a título póstumo, pela sua dedicação à causa ao voluntariado. Não conhecia, aquela sua preciosidade a preciosidade infantil, com um traço rudimentar e inocente, mas cheio de ternu- ra e generosidade, que muito me sensibilizou quando mo mostrou-se. Olhando para as figurinhas por aí retratadas, recordei a cerimónia de homenagem e de gratidão ao seu avô Heitor Gama, que aconteceu no Largo da Igreja Matriz, no dia 28 de novembro de 1999, no 119.º aniversário da associação. O desenho para mim estava perfeito, fazia-me recordar sem a ajuda de nenhuma fotografia para comparar, o rosto tímido da criança de nove anos, debruçada sob o carro de fogo nos braços do comandante Manuel Gouveia, ansiosa de destapar uma placa de metal gravada com o nome do avô. Bastou-me olhar para o desenho para compreender que as simpáticas figurinhas que saiam do seu desenho, se identificam com pessoas que ali compareceram para testemunhar o aconteci- mento. A começar pelo próprio, em que se autorretratou, acompanhado pelo seu pai e a avó, que seguiam com atenção o que ali faziam o velho comandante, os bombeiros de machado em punho e, por fim, o senhor padre a benzer a o carro com a água benta. Mais tarde, reparei que naquele faltava a presença de uma figurinha, do presidente da direção…! Melhor dito, faltava a minha pessoa. Mas, não estranhei que tivesse passado despercebido. O mais certo, era que não soubesse que também existiam “bombeiros sem farda”. Ora, o seu avô tinha sido um grande “bombeiro sem farda”, um diretor zeloso, dedicado, rigoroso em tudo o que fazia que, durante muitos anos, serviu, mesmo com sacrifício para a sua vida pessoal, uma causa de interesse público. Não tive a Quem quer ser bombeiro? aros colegas bombeiros e leitores do jornal Bombeiros de Portugal: Decerto o título deste artigo, sugere um concurso conhecido por todos nós. Muito irão pensar o porquê da escolha. Confesso que, eu próprio tive alguma dificuldade em escolher o título. No mundo atual em que vivemos, materialista com imensa tecnologia à nossa disposição, como todos sabemos, desde os computadores, a televisão, os telemóveis, os ipads, as playstations, etc., veio trazer uma competitividade desmedida aos bombeiros, nomeadamente ao seu voluntariado. Assim, os jovens de hoje preferem utilizar essas tecnologias, do que enveredarem pelo voluntariado, no sentido de ajudarem o próximo, serem solidários com as pessoas ou mesmo trazerem esperança aos necessitados. É muito mais cómodos sentarem-se diante de um LCD para verem um concurso, uma telenovela ou mesmo as atuações do Cristiano Ronaldo e do Leonel Messi. Se assim é, onde param os sonhos de todas as crianças pequenas que dizem quando forem grandes querem ser bombeiros? Será que esses sonhos perderam-se ao longo dos anos de crescimento? Será que os pais dessas crianças não incutiram ou não estimularam os seus filhos para serem bombeiros? Será que afinal foi apenas um sonho? Será que afinal os bombeiros têm tarefas diferentes e mais difíceis do que as crianças imaginavam? Será que os bombeiros não são um bom exemplo para a sociedade? As respostas podem parecer simples, mas não são. Os conceitos de solidariedade, esperança e hu- manismo estão sempre presentes nas atuações dos bombeiros; excluímos assim a pergunta dos exemplos dos bombeiros. Então, as questões são outras. Se a sociedade adulta não reconhece as atuações dos bombeiros, salvo as exceções na qual são os necessitados. Se a sociedade adulta não reconhece que os bombeiros trabalham muitas vezes arduamente, a troco do nada ou do quase nada em termos monetários. Se a sociedade adulta não reconhece que os bombeiros são os vigilantes diurnos e noturnos das vidas de cada um. Se a sociedade adulta não reconhece que os bombeiros também têm família. Se a sociedade adulta não reconhece que os bombeiros também têm sentimentos. Se a sociedade adulta não reconhece tudo isto, como pode uma criança reconhecer tais coisas? As boas maneiras, a educação e os sentimentos iniciam-se no berço e crescem nos lares das pessoas. O retrato dos bons exemplos, passam de pais para filhos e de amigos para amigos. Pois caros amigos e leitores, o problema é que cada dia é mais difícil, encontrarmos jovens que queiram ingressar nos bombeiros, logicamente devido a tudo o que acabei de escrever. Sendo assim, será muito difícil manter as associações de bombeiros voluntários abertas, a não ser que acreditemos no milagre na transformação da sociedade ou então que surja do nada um ator como Dev Patel a encarnar o personagem de Jamal Malik Othaman. Luís Picanço (Comandante do Corpo dos Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo) C sorte de conhecer o senhor Heitor Gama, antigo funcionário administrativo da Casa do Douro, mas coube a mim fazer-lhe a devida e merecida homenagem. Que hoje ainda o recorda, elogia-o como um cidadão exemplar e um abnegado diretor que, em tempos de grandes dificuldades, muito se dedicou à vida da associação e do seu Corpo de Bombeiros. No verão passado, o jovem Heitor Gama entrou, mais uma vez, no majestoso Quartel Delfim Ferreira para representar, num palco improvisado, com os alunos da Universidade Sénior da Régua, a belíssima e inteligente peça de teatro “D. Antónia - Uma Mulher Fora do Seu Tempo”. Como não podia deixar de ser, lembrou-se que o avô tinha ali sido também um bombeiro sem farda, um diretor que muito contribuíra para que qualquer missão dos soldados da paz fosse bem desempenhada. Desta vez, envergando a velha farda que pertenceu ao primeiro Comandante Manuel Maria de Magalhães compreendeu que os voluntários, que usem ou não uma farda, são necessários para apagar todos os fogos… ou para socorrer em qualquer tragédia da vida. Sem que tenha seguido o exemplo do seu avô, o Heitor Gama pelo teatro conseguiu ser um bombeiro. Talvez, um dia mais tarde, ao se lembrar da farda que usou, possa ainda dizer: “Quando eu for grande… não quero esquecer-me de que fui criança e … um bombeiro da Régua”. E assim, nunca esquecerá o exemplo cívico do seu avô, o bom cidadão reguense Heitor Gama, um bombeiro sem farda. José Alfredo Almeida Só depende de nós! omo gostamos muito de Fabula, aqui vai uma: Era uma vez um Zé Bombeiro que vivia na sua casa no meio da floresta. Todos os dias, durante as tardes, limpava, tratava e, sobretudo, mimava a floresta com todo o carinho do mundo, até que... uma bela manhã, aguçado pela preguiça, deixou-se dormir....quando acordou tinha a floresta em chamas e a sua casa em perigo! Chamou por ajuda e os meios possíveis e imaginários vieram em seu auxílio. Quando o combate terminou e olhou em sua volta, não pode deixar de chorar. Os seus colegas e amigos bombeiros perguntaram-lhe: – Porque choras se tu e a tua casa estão a salvo? Ao que o Zé respondeu: – De que me serve ter uma casa no meio da floresta... se a floresta já não existe? De que me serve ser bombeiro se... Nada resta para salvar? Caros amigos e companheiros bombeiros, esta é a história dos nossos dias. Durante mais de 600 anos, mais precisamente desde agosto de 1395, fomos criados com o intuito de defender e promover o auxílio em situações de catástrofe. Tarefas que, quase sempre desempenhamos com espírito de sacrifício, coragem e amor ao próximo. Contra todas as adversidades lutamos pelos nossos direitos e fazendo impor os nossos valores mais nobres, como o voluntariado e o dar sem esperar receber nada em troca. No entanto, nos últimos anos, fomos como o Zé da Floresta, deixamo-nos dormir, caindo no sono da burocracia e confiando no mito da ajuda divina (Estado) sem qualquer sacrifício pela nossa parte. Basta estar quietinho, calmo e tranquilo, que todos os anos o “pai estado” nos dá um presente. Esta letargia, amigos, tem que acabar! Temos de despertar! Pela primeira vez na nossa história, temos ao nosso dispor, os meios humanos, tecnológicos e mecânicos, para salvar um Povo. Podemos vir a ser um exemplo de coragem para o Mundo. Só depende de nós. Se tivermos coragem para lutar por aqueles que são o resultado da nossa criação Estamos a esquecer que, o povo somos todos nós. Somos nós que estamos a ser vítimas do sistema em que vivemos! Não podemos deixar que nos ludibriem com números e com promessas vãs. Hoje, somos necessários para o funcionamento do sistema, mas amanhã, podem deixar de contar com os 450 corpos de bombeiros voluntários do País. Para que isso não aconteça, temos que estar do lado de quem nos protege, de quem nos auxilia, de quem esta ao nosso lado quando chegamos a casa... dos nossos pais, filhos e avós... Mais que bombeiros de um País, de um distrito, de uma localidade, somos...Bombeiros de Portugal! Não dependemos de ninguém, não temos lobbies, nem sindicatos. Só defendemos uma causa: Salvar Vidas! Vida por Vida!! Vamos deixar queimar a floresta? Nuno Carqueijeiro 32 JANEIRO 2013 MAU TEMPO E ACIDENTE FERROVIÁRIO Milhares de bombeiros na resposta pronta M ilhares de bombeiros responderam com prontidão e eficácia às perto dez mil ocorrências resultantes do mau tempo que assolou o País entre 18 e 20 do corrente. Só assim foi possível, em tempo recorde, acautelar a segurança e o bem-estar dos cidadãos, desobstruir vias rodoviárias, avaliar e reduzir riscos causados por estrutu- ras colapsadas ou apenas atingidas mas cuja situação precária poderia vir a causar novos danos. A interrupção do fornecimento de energia elétrica por muito tempo viria a provocar novo tipo de intervenção dos bombeiros, neste caso no fornecimento de água às populações em muitas zonas onde esse ser- viço dependente sempre da eletricidade. Com os fortes nevões que depois se fizeram sentir os bombeiros, mais uma vez, intervieram também na desobstrução de vias e até no fornecimento de alimentação a populações isoladas e que, em circunstâncias normais seriam entregues por instituições de solidariedade. RESPOSTA PRONTA AO MAU TEMPO O Liga salienta esforço Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses salienta a prontidão, competência e profissionalismo, dedicação e abnegação demonstradas pelos milhares de bombeiros portugueses envolvidos no socorro às vítimas e no debelar dos estragos causados pelo mau tempo que assolou o País no último fim de semana. A actuação de todos os bombeiros, profissionais ou voluntários, foi bem demonstrativo da capacidade de resposta e do empenho das suas estruturas e na coordenação dos seus comandos nas quase dez mil intervenções realizadas em apenas 24 horas. É de salientar o esforço de todos os bombeiros na salvaguarda da vida humana e dos haveres hipotecando, sem hesitações, todo o seu saber em benefício do rápido restabelecimento dos danos causados e do bem-estar das populações atingidas. Lisboa, 22 de Janeiro de 2013 Presidente do Conselho Executivo Jaime Marta Soares Comandante Mais de centena e meia de bombeiros, elementos do INEM e da GNR com meia centena de ambulâncias, outras viaturas de socorro e um helicóptero constituíram a resposta pronta ao embate de uma composição do Inter-Cidades Lisboa-Porto na tra- seira do Regional Entroncamento-Coimbra cujo balanço final ficou em 21 feridos ligeiros, 14 dos quais conduzidos ao hospital e alvo de alta pouco depois. O acidente ocorrido perto da estação de Alfarelos, na localidade de Granja do Ulmeiro, Soure, foi socorrido pelos Bombeiros Voluntários de Soure, Condeixa, Montemor-o-Velho, Brasfemes e Sapadores de Coimbra. A PSP também colaborou ao estabelecer dentro da cidade de Coimbra um corredor em direção aos hospitais. LOUVOR/REPREENSÃO Aos milhares de bombeiros que, sem hesitações, trocaram o descanso e o bem-estar das suas casas para lutar contra a adversidade causada pelo mau tempo que assolou o País no último fim de semana. Aos cidadãos que, continuando a dar como adquirido que os bombeiros estão sempre disponíveis para acudir a tudo e a todos, não cuidam de lhes garantir os apoios suficientes para isso A Crónica do bombeiro Manel A quilo com que se compram os melões volta a ser preciso depois destas grandes confusões do temporal. A meio das operações muitas comunicações foram-se abaixo aí pelo país, e cá na casa as motosserra e outras ferramentas precisam de ir ao mecânico e não se sabe quanto irá custar. Sem falar no gasoil que gastámos mais do que é normal e outras coisas do género. Sem falar nos almoços e jantares que, quando foi possível, fomos comer aqui ao Zé do Pipo cá da terra. Isto quando houve algum intervalo para comer porque a maior parte das vezes nem um naco de broa metemos à boca tais eram os Como é pedidos e os problemas com que nas aldeias e nos lugares as pessoas estavam a sofrer. Andámos a cortar árvores, a ajudar a compor telhados e cercas, retirar tapumes, postes, a ajudar a salvar o possível e a por de lado o que já estava perdido. Atenção, que nisto de contas o nosso trabalho nem conta. O nosso trabalho é dado. Mas o material que usamos, que vamos tentando manter em boas condições apesar de ser velhinho, como é? Agora dizem-me que o Ministério da Administração Interna, a Liga e as câmaras vão conversar sobre como podem pagar de outra modo aos bombeiros para o futuro. Falam-me num apoio chamado PPC que, dizem, não diz a bota com a perdigota, ou seja, é um apoio que era suposta ajudar mais mas que afinal não é bem assim. Naquilo em que agora vão conversar tenham em conta coisas como aquelas de que aqui falo. No mundo mudou muita coisa. Antes, tínhamos aqui muitas fábricas que nos ajudavam, compunham coisas, davam-nos outras e quando era preciso nunca batíamos à porta de muitos em vão. Agora, muitos desses metem dó e o que se aguentam já não têm nada que sobre. Vivíamos assim e como de maneira ou de outra íamos safando a coisa o Estado andou distraído. Mas hoje os apoios acabaram e as coisas ainda por cima estão mais caras. Por isso, isto tem que levar outro caminho. Connosco podem contar. Mas quanto ao resto, amigos, como é? Lá por Carnaxide o novo chefe está a por ordem na casa. É isso que me continuam a dizer. Isto não foi o novo chefe que decidiu, já veio de trás, mas não deixa de fazer cocabichinhos cá no Norte. Um adjunto de um CDOS de cá ao mesmo tempo está a fazer de segundo de outro. Não há gente ou andam a guardar lugares? O que se está agora a passar no país faz lembrar aquele dentista que mandava o doente tirar a dentadura postiça e depois o mandava mastigar à mesma. O doente queixava-se que não conseguia mas o médico dizia que era mesmo assim. [email protected] FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Patrícia Cerdeira, Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: Elemento Visual – Design e Comunicação, Lda. – Apartado 27, 2685-997 Sacavém – Telef.: 302 049 000 – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal