Novo Jornal 296 – Economia
Transcrição
Novo Jornal 296 – Economia
NÚMERO DA SEMANA 4 mil Quilómetros de estrada Objectivo de construção para a província do Kuando Kubango no período 2013-2017 Este suplemento faz parte integrante do semanário Novo Jornal e não pode ser vendido separadamente fábrica compal O grupo português Sumol+Compal assinou quinta-feira, 12, em Luanda, o contrato de investimento com a Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP) para a construção de uma fábrica de enchimento de sumos, néctares e refrigerantes, informou o grupo em comunicado. O investimento previsto no contrato assinado com a ANIP ascende a 45 milhões de dólares, a serem aplicados na construção e exploração de uma fábrica de enchimento de sumos, néctares e refrigerantes em TetraPak e latas. Quarto carregamento Angola está a preparar o quarto carregamento de Gás Natural Liquefeito (LNG) para o início da próxima semana, antes da fábrica do Soyo paralisar a sua actividade para tarefas de manutenção que vão durar 53 dias, divulgou a agência Reuters durante o dia de ontem, quinta-feira. A manutenção está marcada para começar a 29 de Setembro, segundo uma fonte citada pela agência. “O próximo embarque deverá ocorrer no início da próxima semana, segunda-feira ou terça-feira “, disse. O nível de produção previsto para o Soyo pode não se materializar antes que a estrutura feche para testes de diagnóstico. Kilamba Clientes ameaçam processar Sonangol >> P. 05 Lifebuoy em promoção A Unilever, representante mundial da marca Lifebuoy, apresentou-se quarta-feira, em Luanda, para lançar no próximo dia 15 de Outubro uma campanha de saúde escolar que visa reduzir a mortalidade infantil. O projecto está avaliado em 100 mil dólares, e vai decorrer até ao final do ano. Segundo Gerrie Kapfidze, um dos responsáveis da Lifebuoy, é a primeira vez que a marca vai trabalhar em parceria com a direcção provincial da Saúde e da Educação. actual Entrevista fecho Novos espaços para todo o país Luanda tem tudo para ser mais saborosa Capital recebe quatro lojas em 2015 Comércio >> P. 03 Restauração >> P. 06 Continente >> P. 12 02 20 Setembro 2013 Análise Impacto da Lei Cambial ainda incerto O Comité de Política Monetária manteve a taxa de juro básica nos 10% desde Janeiro, tendo, no entanto, sido alterada a taxa utilizada nas operações de absorção de liquidez do banco central, aplicando-se agora uma remuneração de 1% (menos 0.25% do que anteriormente) sobre os depósitos efectuados junto do BNA no prazo overnight. A taxa da facilidade permanente de cedência de liquidez foi mantida nos 11.25%. Segundo o último relatório sobre Angola feito pelo Banco Português de Investimentos (BPI), que em Angola controla o Banco Fomento Angola (BFA), no final de Junho, o Comité de Política Monetária decidiu também alterar o coeficiente de reservas obrigatórias sobre os depósitos dos bancos comerciais em moeda nacional. O coeficiente aplicado era de 20%, tendo sido reduzido em 5%, para 15%. Este passa a ser idêntico ao coeficiente aplicável nos depósitos em moeda estrangeira, traduzindo o objectivo das autoridades em reduzir custos de financiamento dos agentes económicos que recorrem a crédito bancário. No entanto, estes custos de financiamento apresentam uma tendência mista. As taxas pratica- das no crédito até 6 meses subiram desde o final de 2012, tendo atingido os 18% em Abril, enquanto que no crédito até um ano, as taxas de juro praticadas mantiveram uma tendência descendente desde Julho de 2012. Esta evolução nas taxas de juro activas contrasta com uma relativa estabilidade das taxas de juro praticadas no mercado interbancário. No prazo de seis meses e um ano, as taxas LUIBOR variam actualmente em torno dos 9% e 11%, respectivamente. Constrangimentos estruturais (fraca execução de contratos e falta de instrumentos de monitorização do risco de crédito) continuam a dificultar a expansão do crédito, especialmente a pequenas e médias empresas e ao sector informal, que se estima que represente cerca de 40% do PIB não-petrolífero. Em Angola, teve início, no dia um de Julho, a obrigatoriedade das sociedades operadoras do sector petrolífero, nacionais e estrangeiras, de efectuarem pagamentos de fornecimentos de bens e serviços a residentes cambiais ex- clusivamente em moeda nacional. Esta obrigatoriedade é a penúltima etapa da Nova Lei Cambial Aplicável ao Sector Petrolífero, criada em 2012 com o objectivo de reduzir o nível de dolarização da economia angolana e aumentar a eficácia da política monetária, melhorando o controlo da inflação. A concretização da última etapa do processo está prevista para Outubro de 2013, altura em que as entidades do sector petrolífero serão obrigadas a efec- tuar pagamentos de bens e serviços ao exterior a partir de contas junto de entidades financeiras locais. O impacto da Nova Lei Cambial ainda é incerto, havendo estudos que indicam que a obrigatoriedade de pagamentos a fornecedores através de instituições locais pode gerar uma liquidez adicional de 10 mil milhões de dólares ao ano (para compreender a sua dimensão, este valor representa cerca de 40% dos depósitos totais em instituições financeiras). No entanto, apenas uma pequena parte ficará na economia local, prevendo-se que a maior parte deste volume seja utilizada para pagamentos a fornecedores estrangeiros. A política monetária seguirá atentamente a evolução da liquidez no sistema, sinalizando eventualmente um ciclo de aperto caso a evolução de indicadores de inflação e financeiros (forte aumento da inflação; acumulação de desequilíbrios entre activos e passivos dos bancos) assim o justifique. Inflação estabiliza Depois de atingir um mínimo histórico de 8.9% em Janeiro, a inflação em Angola acelerou ligeiramente a partir de então, estando a variar em torno dos 9%. Em Junho, a inflação homóloga atingiu os 9.19%, retomando a tendência descendente iniciada em Novembro de 2010. A classe “ Alimentação e Bebidas não Alcóolicas” é a que mais influencia a variação do índice geral, tendo contribuído em mais de metade para a subida mensal da inflação nos últimos três meses. O comportamento desta variável no primeiro semestre de 2013 torna plausível o cenário do FMI para a inflação este ano. Angola poderá alcançar uma inflação média anual de 9.4% (inflação homóloga de 9.2%) no final de 2013, face a uma taxa média de 10.3% em 2012. Nos próximos anos, o FMI, no seu último World Economic Outlook projecta uma descida moderada dos preços, até se fixarem numa variação de 7% em 2016. Esta previsão dependerá da velocidade de implementação do plano de investimentos públicos em infra-estruturas, que ajudará a resolver problemas de logística e de distribuição de bens de consumo em território nacional. 20 Setembro 2013 Actual 03 Uma agência do Banco de Poupança e Crédito (BPC) será aberta em 2014, no município do Curoca, província do Cunene Supermercados reclamam apoio do Governo Novas lojas até 2015 A ministra do Comércio, Rosa Pacavira, pediu celeridade na apresentação de propostas por parte dos empresários com vista a materializar o plano de expansão de lojas e exigindo a desburocratização do processo. A governante avançou que as empresas têm um prazo de 15 dias para remeter ao órgão de tutela as propostas, contendo o volume de investimentos necessário para cada empreitada, garantindo haver fundos do Estado para o efeito. O programa deverá ser implementado num período de 24 meses. H. S. Tom Carlos Ministra do Comércio, Rosa Pacavira, quando se dirigia aos comerciantes As diferentes cadeias de supermercados e grandes distribuidores de alimentos são favoráveis ao alargamento da rede comercial em todo o território nacional, mas solicitam maior apoio institucional, especialmente do Governo e da banca, para a implementação dessa tarefa. O ponto de vista foi defendido de forma unânime pelos responsáveis dos distintos supermercados de Luanda, durante um encontro realizado nesta quarta-feira, 18, e orientado pela ministra do Comércio, Rosa Pacavira. A par disso os participantes reflectiram sobre a necessidade dos grupos comerciais grossistas criarem lojas de retalho para impedir o fomento do comércio informal, através da venda de elevadas quantidades de mercadorias a pessoas singulares. No final da reunião, o patrão da Pomobel, Raúl Mateus, considerou que apesar de existir maior sensibilidade da parte do ministério de tutela subsistem muitas preocupações, sobretudo na venda de produtos perecíveis. “Há ainda produtos frescos a serem vendidos nas ruas sem o mínimo de higiene. Existem muitas preocupações. É preciso aperfeiçoar o atendimento e as condições em que podemos vender os bens alimentares à população”, sublinhou Raúl Mateus. Nesse sentido, o empresário pactua com a posição do Executivo ao pretender reorganizar o sector comercial, sendo por isso favorável a um plano director de desenvolvimento do sector do Comércio, que prevê a criação de lojas das Tom Carlos Gilberto Magalhães da rede Nosso Super e Raúl Mateus da Pomobel diferentes redes em todo o país. “Há um défice muito grande a nível do país de superfícies comerciais. Assim estamos a criar condições para o surgimento do mercado ambulante, que não oferece condições para melhor servir a população, o que provoca um grande constrangimento na saúde pública”, disse Raúl Mateus. Por seu lado, Farid Rehmani, do grupo Alimenta Angola, questionou as relativas dificuldades no acesso ao direito de superfície para erguer lojas e solicitou apoio do Governo para viabilizar este tipo de processos. “Temos vários espaços e já temos pago o direito de superfície que ainda não possuímos, sendo isso a garantia para aceder à licença de construção. Queremos esse apoio para ajudar na expansão com uma melhor rede de supermercados, cujo propósito é atingir um mercado mais formal”, afirmou Rehmani. Petróleo Angola aproxima-se da Nigéria A exportação de petróleo vai aumentar para 1,74 milhões de barris por dia em Novembro, de acordo com a lista de embarques para esse mês divulgada por compradores em Londres e em Genebra. Com aquele valor, Angola aproxima-se rapidamente da exportação da Nigéria, o principal exportador do continente, mas que tem sido afectado por uma série de problemas relacionados com o roubo de petróleo. De acordo com dados obtidos pela agência financeira Reuters, a Nigéria deverá exportar em Outubro 1,79 milhões de barris por dia, em quebra relativamente aos mais de 2 milhões de barris por dia exporta- dos no ano passado, o que representa uma perda de receita mensal estimada em 700 milhões de dólares. Em contraste, os embarques angolanos de petróleo previstos para Outubro aumentaram relativamente a Setembro, mês em que os embarques atingiram 1,70 milhões de barris por dia na sequência de re- parações efectuadas na plataforma Saturno operada pela BP. A exportação angolana de petróleo continua mesmo assim abaixo da meta de 2 milhões de barris por dia prevista para este ano, com o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, a ter de adiar o alcance dessa produção para 2014 ou 2015. “Temos um plano de expansão da nossa rede de lojas que já foi apresentado ao Ministério do Comércio. Estamos a trabalhar . Temos prevista a abertura de vários supermercados nos próximos cinco anos, em Luanda, e noutras províncias”, anunciou. Relativamente aos armazéns de Viana, que ficaram destruídos na sequência de um incêndio, Rehmani anunciou a sua reabilitação já concluída e a re-inauguração prevista para Novembro. Já o director de logística da rede Nosso Super, Gilberto Magalhães, o grupo com maior número de lojas no país, disse apenas que promete tudo fazer para que os projectos sejam efectivados. “Achei bem claras e objectivas as propostas do Ministério do Comércio e podem realmente combater o comércio informal. É isso que pretendemos”, sustentou Magalhães. HORTÊNCIO SEBASTIÃO 04 20 Setembro 2013 Empresas Quintiliano dos Santos Novo PCA da TAAG continua refundação O novo presidente da Transportadora Aérea Angolana (TAAG), Joaquim Cunha, prometeu dar continuidade ao processo de refundação da companhia de bandeira de forma a manter “a garantia da segurança operacional”. O gestor falava ao Novo Jornal na sexta-feira, 13, no final da cerimónia de tomada de posse das direcções das empresas ligadas ao Ministério dos Transportes. “Vamos continuar o trabalho de refundação da TAAG, de forma a manter a garantia da segurança operacional e para melhorar o serviço ao cliente, em suma, para melhorar a prestação de serviços”, salientou Joaquim Cunha. Questionado sobre os avanços obtidos pela transportadora nos últimos tempos, nomeadamente a autorização de sobrevoo do espaço aéreo europeu com as aeronaves de última geração, referiu ter sido o resultado do esforço iniciado com o lançamento do processo de refundação. Em relação ao recente movimento reivindicativo que desembocou numa greve envolvendo os pilotos, Joaquim da Cunha considerou a situação como normal, sublinhando que o processo de negociação continuará até serem esbatidas as questões que actualmente são colocadas ao nível desta classe de profissionais. “É um processo que não está encerrado”, acrescentou. Sobre a futura ocupação do seu antecessor, Pimentel Araújo, o novo PCA da TAAG disse não ser uma questão que lhe compete definir, mas à direcção do Ministério de tutela. Enquanto isso, Rui Carreira, ex-membro do Conselho de Administração da TAAG, foi empossado pelo ministro dos Transportes, Augusto “É um processo que não está encerrado”, acrescentou Joaquim Cunha sobre as negociações com os pilotos da Silva Tomás, no cargo de director geral-adjunto do Instituto Nacional da Aviação Civil (INAVIC). Por seu lado, o presidente do Porto de Amboim, na província do Kwanza-Sul, Abel Cosme, revelou os desafios que o esperam no sentido de reorganizar aquela empresa portuária. “São novos desafios e novos projectos. Vamos trabalhar, há boas perspectivas para aquela área, esperámos para ver, pois estamos dispostos a trabalhar e a dar o nosso máximo para ajudar a reorganizar a estrutura”, frisou. Como primeiro passo, o antigo PCA da UNICARGAS afirmou que passa pelo conhecimento do local, os projectos e depois criar uma estratégia de desenvolvimento e de acompanhamento. Já Daniel Kipaxe, que foi reconduzido no cargo de presidente do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM), para além de dar prosseguimento às tarefas em curso pretende introduzir melhorias na qualidade dos serviços prestados. “Dentro da perspectiva e dos tra- Velhas caras novas Ao todo foram 81 entidades que tomaram posse nas empresas sob tutela do Ministério dos Transportes. Destes sobressaem os antigos governadores provinciais do Zaire, Zeferino Juliana, do Namibe, Joaquim Matias e do Bié, Luís Paulino dos Santos, que foram empossados nos cargos de administradores não-executivos do Porto de Cabinda, Caminho-de- -Ferro de Moçâmedes e do Porto de Amboim, respectivamente. Desponta ainda o antigo presidente da Federação Angolana de Futebol, Justino Fernandes, que tomou posse como administrador não-executivo do Porto de Luanda e Diogo de Jesus, ex-secretário-geral da Assembleia Nacional, com a mesma função no Caminho-de-Ferro de Luanda. H. S. balhos que nos estão consignados vamos dar prosseguimento ao que já vínhamos fazendo, melhorar o que temos de melhorar, para que as performances sejam atingidas e possamos prestar um serviço condigno, com qualidade e comodidade que se deseja tanto na transportação de pessoas, como de bens”, declarou Kipaxi. O CFM já apita no Menongue, capital provincial do Kuando-Kubango e a novadministração pretende aumentar as frequências na região. HORTÊNCIO SEBASTIÃO Quintiliano dos Santos Luís Paulino dos Santos, exgovernador do Bié 20 Setembro 2013 Negócios 05 4.225 quilogramas de café mabuba foram colhidos no município de Buco Zau, província de Cabinda, de Maio a Julho deste ano Kilamba SONIP devolve dinheiro com juros A maka das casas das novas centralidades continua na ordem do dia. Depois dos clientes manifestarem-se à porta da Sonangol, esta decidiu chamar a imprensa para dar a sua versão, numa conferência de imprensa que ficou marcada pela propaganda da construção das novas centralidades. Pelo meio, ficou a garantia que os clientes defraudados terão os seus direitos garantidos. “Todos os candidatos podem, a qualquer momento, receber a devolução dos valores pagos. A SONIP está disponível a devolver estes valores, acrescidos da taxa de juro legal praticada no mercado”, explicou Paulo Cascão, administrador da Delta Imobiliária, parceira da Sonangol Imobiliário e Propriedade (SONIP). Malambas à parte, a verdade é que os apartamentos do tipo T3 estão esgotados no Kilamba. Também é verdade que a Sonangol, através do seu braço imobiliário, a SONIP, colocou à disposição dos clientes algumas alternativas. “Recebemos uma instrução da SONIP para que todos os clientes que eventualmente se tenham candidatado para tipologias T3 ou T3+1 poderem se beneficiar dos apartamentos T5. Esses mesmos candidatos poderão ter a possibilidade de pagar o diferencial entre a T3 e a T5 (8 mil dólares) no prazo de 12 me- ses. A outra solução é fazer um contrato, de imediato, com os clientes em que estarão previstas as condições de acesso para a fase seguinte. Para o candidato que eventualmente não teve a possibilidade de receber uma casa nesta primeira fase, vai realizar-se um contrato para a fase seguinte dos vários projectos”, frisou Paulo Cascão. O que não foi explicado é que a Sonangol, ao não entregar os apartamentos T3 aos compradores, não está a cumprir a sua parte do contrato. E este não cumprimento acarreta eventuais prejuízos para o comprador que vê um conjunto de expectativas a não serem realizadas. Se é verdade que quem preferir pode solicitar o reembolso do valor já pago, também não é menos verdade que o direito à indemnização a todos os compradores que já não vão receber os T3 este ano se aplica. O pré-acordo entre a SONIP e os compradores previa a entrega destes apartamentos ainda este ano. Ao não se concretizar, os compradores têm direito a serem ressarcidos por eventuais danos causados, independentemente de virem a receber os apartamentos no próximo ano ou em 2014. Sem esquecer que a “devolução dos valores já pagos observando a taxa de juro pratica pelo mercado” Quintiliano dos Santos pode dar azo a especulações. Entretanto, Francisco Lemos, PCA da Sonangol, afirma que as casas de Cacuaco começam a ser entregues na próxima semana. “Entre 23 e 30 de Setembro começaremos a entregar as habitações”, disse o patrão da petrolífera angolana. Durante o encontro com os jor- Se a SONIP recebeu 20.002 apartamentos e vendeu 12.425 restam 7.577 apartamentos. Se subtrairmos os 6.690 cidadãos que terão pago e ainda não receberam, restam 887 apartamentos, que Deolinda Sena não explicou onde estão. Até porque a primeira fase de vendas está encerrada. Kilamba reforçado Para tranquilizar os cidadãos, coube ao vogal da SONIP, Osvaldo Veloso, apresentar o plano de construção em curso para atender as necessidades de quem se candidatou e de futuros candidatos. Segundo Veloso, a Leste da cidade do Kilamba está a ser desenvolvido um programa de construção de cinco mil fogos da tipologia T3 com uma área de 100 metros quadrados não tinha sido convidado e, segundo Mateus Cristóvão, o convite era restrito a órgãos nacionais e credenciados. A atitude não caiu bem entre os meios de comunicação social e passou a sensação que a conferência de imprensa era uma reunião de Estado. Faustino Diogo Quintiliano dos Santos Sete mil pendurados Segundo a directora comercial da SONIP quase sete mil cidadãos continuam à espera de casa no Kilamba já depois de terem pago a primeira prestação. Deolinda Sena explicou que, das 20.002 habitações recebidas, até sexta-feira, 13 de Junho, tinham sido vendidas 12.425 e entregues 11.516. Ainda assim faltam entregar quase sete mil apartamentos a clientes, na sua maioria candidatos à tipologia T3, que já pagaram a primeira prestação. Os referidos apartamentos já estão todos ocupados. “Temos o registo de 6.690 clientes que ainda não receberam habitações na centralidade do Kilamba”, disse Deolinda Sena. No entanto, a directora comercial da SONIP não explicou a “magia” destes números. nalistas, o novo director de comunicação da Sonangol, Mateus Cristóvão, fez questão de interrompeu a intervenção do Presidente do Conselho de Administração, Franciso de Lemos, por entender que o gestor não deveria responder às questões colocadas pelo jornalista da Voz da América. Alegadamente por apartamento. Este programa foi lançado em Março de 2012 e tem previsão de entrega por parte do empreiteiro em Abril de 2014. são 2.190 unidades e as restantes 2.810 serão entregues em Junho de 2015. O crescimento do Kilamba não fica por aqui. A Oeste serão edifi- cadas mais cinco mil casas do tipo T3. A primeira fase será concluída em Junho do próximo ano quando serão entregues as primeiras 2.500 habitações. A outra metade fica para Dezembro de 2014. A Sul do Kilamba a SONIP espera lançar ainda este mês mais 5.008 unidades, sendo 2.368 unidades do tipo T3, 2.640 do tipo T3+1. Todas serão concluídas em Novembro de 2015. O reforço estende-se também a outras centralidades, com Cacuaco a receber mais 300 unidades do tipo T3. Com previsão de conclusão para Outubro de 2014. No Zango 5 estão a ser construídas 8.000 unidades do tipo T3 a serem entregues em Março de 2014, 1.297 unidades, em Junho, 1.989 unidades, em Setembro 2.087 e em Dezembro de 2014 estarão concluídas as últimas 2.627 casas. Já no Zango 1 estão em construção mais 1.456 unidades do tipo T3 e 1.008 unidades do tipo T4, com entrega prevista para Dezembro do próximo ano. Na localidade de Kapari, a SONIP espera concluir a construção de 3.504 até Dezembro de 2014. No mesmo período, a imobiliária da Sonangol espera concluir a construção de 1.984 unidades no Km-44. F. D. 06 20 Setembro 2013 Entrevista “Nem todos os restaurantes de qualidade precisam ser de luxo” Cláudio Silva é um dos principais dinamizadores do portal Luanda Nightlife (LNL). O LNL é um dos maiores divulgadores, na internet, da restauração de Luanda. Preferiu não mostrar o rosto para que os proprietários dos restaurantes não o reconheçam. A restauração tem um enorme potencial para a geração de novos negócios em todo o país. Texto de miguel gomes Fotos de arquivo Que opinião tem acerca da restauração na cidade de Luanda? Para quem acompanha a realidade desde o fim da guerra, em 2002, vê-se que houve uma mudança muito grande. Antigamente, para sair e ter uma refeição agradável contavam-se os lugares onde era bem servido. Os restantes eram de má qualidade. Nos últimos cinco anos aconteceram ainda mais mudanças. Para melhor. Mas continua a haver uma grande debilidade no atendimento. Em muitos locais os “garçons” não sorriem, são antipáticos e parece que nos estão a fazer um favor. Porque isso acontece? Será falta de exeriência, de perfil, de formação? Será falta de motivação? É falta de formação e falta de experiência. Vivi muito tempo nos EUA onde há uma cultura muito grande de gorjeta. Em Luanda, talvez os trabalhadores sejam mal pagos e desta forma não têm nenhuma vontade de servir bem o cliente. A falta de formação é evidente. Eu já trabalhei num restaurante e parte do meu salário vinha das gorjetas. Isto faz com que os “garçons” tenham outra perspectiva. Mas também é verdade que hoje já posso ter uma boa refeição em Luanda, com bom atendimento e sem pagar exorbitâncias. Um dos problemas da cidade: os preços. No LNL procurámos sítios não muito caros e com uma boa experiência para oferecer aos clientes. Um dos nossos artigos mais famosos é uma lista de lugares onde se pode comer por menos de 2000 kwanzas. Porque a nossa cidade é caríssima. Em Nova Iorque uma refeição fantástica, com tudo incluído, pode custar apenas 1500 kwanzas ou 2000 kwanzas. Aqui é o preço médio de um prato. Fora as bebidas. Mas quais são as razões para os preços elevados? Falta de água e energia, tentativa de lucrar rapidamente ou apenas funciona a famosa lei da oferta e da procura? É uma combinaçaão de todos esses factores. Converso com clientes, chef’s, conzinheiros e existe sim uma ânsia por dinheiro rápido. É verdade. Mas outro grande problema é que é “Quem domina a restauração em Luanda são os portugueses” Perfil Cláudio Silva saiu de Angola com cinco anos de idade. Viveu em Washington (EUA), depois de uma pequena temporada em Portugal e outra na Inglaterra. Fez a universidade em Washington onde estudou Gestão de Empresas e Empreendedorismo. Antes de regressar a Luanda trabalhou num banco de investimento na famosa Wall Street, em Nova Iorque. “Para quem gosta de comida está no paraíso. É quase uma experiência de vida frequentar os restaurantes daquela cidade”, frisa. Entretanto bateu a saudade. Decidiu que aquela não era a vida que queria e acredita que há oportunidades fantásticas no país. Adora cozinhar. Tem toda a família em Angola. Voltou definitivamente no princípio de Julho. Durante os anos que esteve fora vinha sempre de férias e sempre manteve um grande contacto com Angola. Considera-se um viciado em internet. Agora está a tempo inteiro com o projecto LNL. Com mais dois sócios. O objectivo é inovar e, no futuro, tornar o LNL um portal de referência para a restauração de todo o país. difícil gerir um restaurante. Água e energia são indispensáveis e podem custar um balúrdio. O mesmo se aplica à conservação dos ingredientes. O nosso contexto económico e social dita estas regras. Outra coisa que aprendi com os cozinheiros é que há escassez de certos ingredientes no mercado. Hoje o pimento pode estar a X e amanhã custar o dobro. Tem de haver da parte dos proprietários dos restaurantes uma ginástica muito grande para absorver os custos nos preços. Mas é verdade que os preços das refeições são elevados. E ainda por cima os locais de qualidade, preço acessível e comida angolana divulgam pouco o seu trabalho. Concorda? Se já há pouca divulgação dos lugares “oficiais” então dos restantes nem se fala... Isso também decorre da pouca valorização que damos aos pratos nacionais. A verdade é que a maioria da população come nesses quintais e nesses locais informais. Alguns têm qualidade mas são pouco conhecidos. Merecem outra atenção e eu acho que vale a pena descobri-los. Faz todo o sentido. É preciso olhar para esta questão com outros olhos. Muitos amigos estrangeiros que vivem ou passam por Luanda perguntam-me: “Mas afinal vocês comem o quê? Que tipo de comida?” Há restaurantes de todo o tipo mas não há grande oferta de pratos nacionais. Porque isso acontece? Muitos proprietários de restaurantes são estrangeiros e por isso oferecem o que sabem fazer melhor. Os angolanos têm investido pouco na restauração? Quem domina a restauração em Luanda são os portugueses. Eles são fortes neste tipo de negócios. Alguns proprietários são brasileiros mas há poucos restaurantes detidos por angolanos. Mas atenção: já há alguns locais, de comida angolana e de chefes angolanos, a fazer comida da terra com outro requinte e inovação. A nossa cultura enquanto angolanos também não é muito de restaurante. Todos os fins-de-semana temos o nosso funje em casa de 20 Setembro 2013 07 “Se houvesse uma demanda muito grande por pratos nacionais de certeza que havia muito mais restaurantes com essa oferta” amigos, de familiares, então quando vamos a um restaurante queremos outro tipo de comida. Ou seja, muitos angolanos ainda não têm o hábito de fazer refeições fora de casa? Se houvesse uma demanda muito grande por pratos nacionais de certeza que havia muito mais restaurantes com essa oferta. A cultura de restaurante está a mudar mas, por exemplo, a maioria dos espaços estão vazios durante a semana. Já nos fins-de-semana estão todos cheios. É possível que isto esteja relacionado com o dia-a-dia da cidade. As pessoas trabalham, saem às 18 horas mas nem todos têm a vontade de sair e de enfrentar os engarrafamentos. Noutros países é normal que, no final do dia, as pessoas frequentem os bares e restaurantes das cidades para descontrair depois de um dia normal de trabalho. Qual será o futuro da restauração nacional? Há o que eu acho e o que eu quero que aconteça. O que eu quero é que tenhamos cada vez mais cozinheiros angolanos a fazerem comida nacional fantástica. Temos uma culinária muito rica e com várias influências (Portugal, Brasil, África). Se o caminho for de evolução contínua julgo que os preços vão baixar e que vai começar a haver mais atenção ao serviço e ao cliente. Nesse caso, poderemos ter uma restauração de muita qualidade e diversidade. Há condições para isso? Temos peixe com fartura. Temos, no interior do país, gado e ingredientes frescos de todos os tipos. Podemos ter um destino de culinária. Hoje em dia já temos variedade: comida italiana, japonesa, mexicana, francesa... Podemos continuar com esta variedade. Faz sentido. O único problema é o preço. E a falta de alternativas de qualidade para os pratos nacionais. No futuro, Luanda pode tornar-se uma referência de culinária e locais a frequentar dentro do continente africano? Sim. Hoje em dia já oiço isso. Sobretudo quando comparamos com outros países de África. Tenho amigos que foram viver no Uganda, no Ghana, e tiveram dificuldades porque há pouca oferta. Precisamos apenas de vontade de trabalhar, de mudar algumas mentalidades e de não ir sempre à caça do lucro fácil. Nem todos os restaurantes de grande qualidade precisam ser de luxo. Hoje já temos muita oferta de restaurantes de luxo. Talvez esteja na altura de pensar noutros conceitos. De que tipo? Há espaço para restaurantes mais rústicos, simples, de comida honesta e preços honestos. Os clientes vão aparecer. “Ninguém nos paga nada” Como começou o LNL? A ideia original era de um grupo de franceses que vivia em Luanda. Chegaram aqui e não sabiam onde comer, onde sair à noite e onde tomar um copo. Há pouquissima informação na internet sobre Luanda. Eles começaram o projecto em 2009. Era um projecto amador. Conheci-os em 2010. Achei a ideia fantástica, mandei-lhes um e-mail, disse que ia para Luanda de férias e que seria uma boa ideia nos encontrarmos. Fizemos uma amizade. Quando acabou o contrato deles o blogue ficou completamente parado durante um ano. De que forma se associou ao projecto? O convite surgiu já em 2012. A pessoa que dinamizou o LNL foi para a Indonésia e criou uma página com o mesmo conceito. Chegou a ser um dos sites mais visitados daquela região. Ele agora está a viver em Bali, na Indonésia. Quando peguei na ideia quis fazer uma coisa séria. De blogue no início estamos agora a falar de um conceito mais amplo. Exactamente. Já não vejo como um blogue. É uma espécie de portal. E vão apostar apenas nas criticas a restaurantes ou pensam alargar o espectro? A ideia é ser um sítio de crítica relacionada com a restauração. Mas estamos a pensar em novas estratégias. Por exemplo, há uma empresa que presta um serviço de entrega de refeições ao domícilio. Eles têm contrato com vários restaurantes de Luanda e levam o pedido à casa. É uma coisa fantástica para Luanda. Agora somos parceiros, proximamente vamos fazer uma crítica sobre eles e temos o logótipo no nosso portal. Criámos sinergias. No futuro vamos começar a fazer críticas a hotéis, porque quem vem a Luanda não sabe bem onde ficar. A única coisa que sabe é que vai pagar um balúrdio pela estadia. As pessoas que vos lêem por vezes questionam se recebem dinheiro e se a critica é mesmo livre. Como preparam as visitas aos restaurantes? Vamos aos sítos de forma anónima e ninguém nos paga nada. Obviamente que vamos chegar a um tempo em que os resturantes podem querer uma critica patrocinada. Nesse caso, aparecerá no portal a devida referência. Para todos saberem do que se trata. Até agora nunca fomos pagos e poucas pessoas sabem quem somos. E não avisamos quando vamos a um sítio porque queremos ser atendidos como um cliente normal. Mas raramente são taxativos em relação a um serviço de má qualidade. Sim, é uma coisa que temos visto. Nós somos optimistas. Se alguma coisa está mal, como já aconteceu, nós escrevemos o que se passou. Não há problema nenhum. Felizmente não tem acontecido muito mas quando temos motivos para falar mal, nós falamos. Queremos que o portal seja uma voz amiga. Em quem os leitores podem confiar. Como escolhem os locais a visitar? É completamente aleatório, mas estamos a tentar ser um bocado mais organizados. Temos uma lista de sítios para ir. Agora, qualquer saída ou uma ida a um restaurante tornou-se motivo de trabalho. Estou sempre atento. Temos uma base de dados muito grande de fotografias e muitas criticas já feitas. E em termos de visitas? Quem vos visita mais? Neste momento, a maioria dos leitores são angolanos. No início era completamente ao contrário. Continuamos a ter textos em inglês e português mas o nosso feedback tem sido mesmo fantástico. Neste preciso momento, 10 de Setembro, temos cerca de 10.300 fãs no facebook. Temos cerca de 430 seguidores no instagram e 200 no twitter. No portal, a média de visitas ronda as 500 por dia. O nosso dia com mais visitas é à sexta-feira. Temos menos visitas ao domingo. Isto reflecte os hábitos das pessoas de Luanda. Onde temos mais actividade e mais audiência é mesmo no facebook. No portal publicamos duas a três matérias por semana mas nas redes sociais estamos activos todos os dias. A internet pode ter um papel importante na divulgação deste tipo de serviços. Em Angola há cada vez mais usuários de internet. Quando comecei a usar o facebook praticamente ninguém tinha perfil nas redes sociais. O sector da restauração pode aproveitar. Por exemplo, se eu sou novo em Luanda e não conheço a cidade como é que vou aos sítios mais agradáveis? Onde posso me informar? Até agora não há guias completos sobre Luanda. As poucas coisas que existem tendem a focar-se nos mesmos lugares de sempre – a ilha e esses locais mais badalados. Nota-se que tentam fugir um pouco a essa forma de ver as coisas. É uma tendência que pretendem aprofundar? Tentamos fazer um esforço para fugir dos locais habituais e da zona histórica da cidade. Viana, Bairro Operário, Bairro Popular, Maculusso já têm sitios que merecem ser divulgados. A nossa ideia também passa por preencher este vazio. “Criar uma empresa é caro” Enquanto jovem empreendedor, que opinião tem acerca do Guichet Único de Empresas (GUE) e do fomento dos jovens empresários e de novos negócios? É chato e é caro mas é uma ferramenta minimamente rápida para criar uma empresa. Conseguimos tratar de todo o processo em cerca de seis semanas. Sem pressas. Fizemos quase tudo sozinhos apenas com a ajuda de um amigo que conhece bem estes procedimentos. A experiência foi boa... Mas cara. “Há muitos entraves para se criar uma empresa” Isso é um entrave para os jovens. Há muitos entraves para se criar uma empresa. Não deveria ser necessária toda esta burocracia e preencher todos os documentos que pedem. Mas temos de reconhecer que o cenário melhorou. E temos também de perceber que para ser empresário não é preciso ter dinheiro. O que é necessário é ter uma boa ideia e a disposição e o tempo para trabalhar no duro. Por outro lado, é uma aberração o imposto industrial incidir sobre 35 por cento dos lucros das empresas. Noutros países há uma série de incentivos para novos negócios, criação de empresas, mas aqui cada um está por sua conta. Não há ajudas para nada. Recorreu à banca para financiar o seu projecto? Não. Pedi um empréstimo familiar. No mínimo, investimos cerca de dois mil dólares apenas para constituir a empresa. Sem o empréstimo não ia conseguir. E fizemos tudo sozinhos. 08 20 Setembro 2013 Internacional Audi volta a construir no Brasil Depois de se reunir com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, o presidente mundial da Audi, Rupert Stadler, anunciou investimentos de 225 milhões de dólares, até 2016, para adaptar a fábrica que a empresa tem em parceria com a Volkswagem, para iniciar a produção dos dois novos modelos - A3 Sedan e o Q3, uma espécie de SUV. “Apesar do mercado de luxo ser ainda pequeno no Brasil, a expectativa é que ele cresça 170 por cento até 2020”, declarou. A nova fábrica da Audi será em São José dos Pinhais, no estado do Paraná. O lançamento do A3 Sedan será em 2015 e do Q3 só em 2016. A ideia da Audi é vender, em 2018, 30 mil carros por ano, considerando carros fabricados no Brasil e importados. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, que acompanhou a audiência no Planalto, lembrou que esta é a nona fábrica de automóveis que se instalana no Brasil após ter sido criado o regime automotivo especial, o Inovar-Auto. “Isso mostra que o esforço que nós fizemos foi bem sucedido e as empresas estão, de facto, a vir para o Brasil. As que já estavam aqui, estão a expandir as suas actividades”, declarou o ministro. Pimentel acrescentou ainda que se o Brasil não tivesse criado o regime Inovar-Auto estaria provavelmente, com metade do mercado “ocupado por carros importados, o que não faz nenhum sentido num país que tem indústria automobilística instalada, antiga e sólida, e que tem um mercado deste tamanho, o quarto mercado do mundo automóvel”. O presidente da Audi também elogiou o Inovar, reconhecendo que é uma “grande alavanca, um grande propulsor, que proporciona uma boa perspectiva de investimento no Brasil”. Na entrevista, o presidente da Audi disse que vê o Brasil “como um mercado muito promissor” e que espera que a economia “continue a crescer”. “Tenho esperança que vai dar tudo certo”, disse. Segundo Rupert Stadler, “é importante para a Audi voltar ao Brasil” e começar a fazer grandes investimentos depois das apostas na China, na Rússia e na Índia. “Pretendemos aproveitar o grande crescimento do mercado brasileiro”, frisa o gestor alemão. Ao falar da perspectiva de crescimento do mercado de carros de luxo no país, o presidente da Audi ressaltou que “a situação económica estável do Brasil, as perspectivas de crescimento da economia, que ain- “Pretendemos aproveitar o grande crescimento do mercado brasileiro”, diz o responsável da marca alemã Jörg Hofmann é o novo presidente e CEO da Audi Brasil da estão muito boas, mas também as perspectivas do aumento do poder aquisitivo não somente da classe média como da população como um todo, faz acreditar que vai haver mercado para todos”. Os carros a serem produzidos no Brasil custarão mais de 45 mil dólares a unidade. O ministro Fernando Pimentel explicou que “a leitura que a indústria automobilística está a fazer é que o segmento de carros premium vai ter uma curva muito acentuada no Brasil, muito mais que a de carros populares, em função da mudança do padrão de renda e do crescimento da classe média”. Na opinião do ministro, são bons sinais para a indústria e para a economia brasileira porque “o segmento de carros premium é onde há mais tecnologia incorporada na produção, o que vai atrair fornecedores de maior capacidade tecnológica e vai exigir trabalhadores mais qualificados”. O ministro lembrou que o Brasil nunca teve fábricas do segmento de luxo de automóveis de primeira linha e agora já tem quatro anunciadas: a BMW, a Audi e a Mercedes-Benz, além da Land Rover, que está em vias de anunciar um forte investimento naquele país. Competitividade Cabo Verde lidera em português Cabo Verde é o país africano de língua oficial portuguesa mais competitivo, de acordo com a lista elaborada pelo Fórum Económico Mundial que é liderada pela Suíça, no geral, e pelas Ilhas Maurícias, em África. Cabo Verde manteve a posição do ano anterior e ficou classifica- do em 122º lugar numa lista de 148 países analisados pelo WEF para a elaboração do Índice de Competitividade Global (GCI) 2013-2014, que coloca Portugal em 51.º lugar e o Brasil em 56.º. Entre os três países de língua portuguesa africanos avaliados (Angola, Moçambique e Cabo Verde), o arquipélago regista a melhor posição, conseguindo até o primeiro lugar no que diz respeito ao indicador sobre a inflação, e estando na primeira metade da tabela em indicadores como o peso dos regulamentos governamentais, a confiança pública nos políticos e a corrupção e subornos. No que diz respeito a Angola, o relatório sublinha a perda de três posições relativamente ao relatório de 2011-2012, tendo Moçambique subido um lugar, de 138.º para 137. Fora do continente africano, Timor-Leste perdeu dois lugares face ao relatório anterior, ocupando o 138.º lugar. Portugal voltou a perder lugares na lista mundial de competitividade de 2013-2014, caindo para o 51.º lugar e numa tendência que se prolonga desde 2005, com excepção do ano de 2011. A Suíça continua a liderar a lista mundial de competitividade, seguida de Singapura, Finlândia, Alemanha – que sobe duas posições – e Estados Unidos da América. Chineses fornecem metro do Rio O grupo estatal China CNR Corporation Ltd., um dos maiores fabricantes de comboios do país, vai construir 15 composições ferroviárias para o metropolitano do Rio de Janeiro, anunciou o grupo citado pela Rádio Internacional da China. De acordo com o comunicado divulgado pela China CNR, a subsidiária Changchun Railway Vehicles Co. Ltd. assinou um contrato com a Metro Rio para o fornecimento de 15 composições com um total de 90 vagões para começarem a ser utilizados nos Jogos Olímpicos de 2016. As composições circularão na Linha 4 do metropolitano do Rio de Janeiro, projecto que visa ligar a Barra do Tijuca a Ipanema, passando por vários bairros das zona oeste e sul da cidade. As novas composições permitirão ainda ligar a Vila Olímpica e o centro de jogos em Copacabana, no Rio de Janeiro, a uma velocidade máxima de 100 quilómetros por hora. 20 Setembro 2013 09 Opinião Rota meridional Jonuel Gonçalves O FED tem dois meses para avaliar o impacto da sua política de compra de ativos e compará-la com os dados macro económicos e sociais, entre os quais a criação de novos empregos Jonuel Gonçalves Sérgio Calundungo Estados Unidos mantêm estímulos à economia Anteontem, a Reserva Federal norte-americana - equivalente a Banco Central - causou grande surpresa ao decidir-se pela manutenção do programa de aquisição de ativos, na base de 85 mil milhões de dólares por mês, visto esperar-se uma redução do programa no imediato e sua supressão no começo de 2014. A medida significa vitória dos partidários dos estímulos e, portanto, receio de queda nos desempenhos caso esses estímulos diminuam. Em maio ultimo, Ben Bernanke, que dirige a entidade, tinha anunciado aquela duas etapas (redução e posterior supressão) causando grande alvoroço nos mercados. Fundos colocados em economias emergentes migraram em alta escala desde então para os Estados Unidos e a cotação do dólar subiu, na expectativa de valorização proporcional à sua menor circulação, devido ao encolhimento dos elevados estímulos atuais. O anuncio de quarta feira acalmou a tendência para alta na taxa de cambio da moeda norte-americana, com o Euro a passar no imediato para 1,35, o Rand a 9,58 e o Real para 2,19. Para países, como Angola, que têm a grande maioria das suas reservas em dólares US, há uma redução no valor das mesmas mas, em contrapartida, o preço do barril de petróleo voltou a subir, com base na percepção de não haver Rota meridional Desenvolvimento e utopia risco de recuo nas grandes atividades mundiais exigentes em energia. Para a Reserva Federal, não é prudente mexer no montante dos estímulos até que a taxa de desemprego caia para 7% e nem tem intenções de subir a taxa de juros, enquanto esse dado não atinja 6,5% ou a inflação chegue a 2,5%. O anuncio surgiu pouco mais de 48 horas após o anuncio de desistência da candidatura do ex secretario do Tesouro, Lawrence Summers, a substituto de Bernanke e o surgimento de candidaturas mais dispostas ao compromisso. Summers faz parte do grupo favorável a rigor financeiro, ou seja, acha que os estímulos foram longe demais e é tempo de deixar o mercado mais entregue a si próprio. Tal desistência decorre da rejeição desse posicionamento do ex secretario do Tesouro entre os Democratas, onde a ala esquerda parece ter crescido, a ponto de pesar numa decisão dessa envergadura. Aliás, o “New York Times” escreveu que essa ala estaria cada vez mais “exasperada” com a política económica de Obama. Na pratica - por motivos distintos - nota-se aproximação de atitude entre a esquerda democrata e as grandes empresas listadas nas bolsas, pois estas reagiram imediatamente em alta. Mas é evidente que se trata de medida provisória, com Bernanke preocupado em não causar uma comoção nos mercados no momento em que se prepara o fim do seu mandato. Não só poderia criar dificuldades ao sucessor - ou sucessora - como daria a impressão de mau humor na hora da saída. O FED tem dois meses para avaliar o impacto da sua política de compra de ativos e compará-la com os dados macro económicos e sociais, entre os quais a criação de novos empregos. A próxima direção, no entanto, não poderá manter este esforço mensal de 85 MM de dólares durante muito tempo, sob risco de transformar a maior economia do mundo em contexto subsidiado. Isto quer dizer que as grandes empresas beneficiados com os estímulos vão, sem duvida, sofrer pressões para serem mais decididas nos investimentos e na ampliação do mercado de trabalho. É interessante constatar como o fator trabalho é considerado nas economias mais avançados como definidor central. Pelo menos para isso, a crise em curso foi util. Desenvolvimento económico local Embora não se tenha ainda realizado o censo populacional em Angola sabemos que a população encontra-se desigualmente distribuída pelo país. Será esta uma tendência que se vai manter nos próximos tempos? As estatísticas indicam que a tendência de urbanização está a viver uma fase especial de aceleração. A continuar assim, Angola vai a caminho de uma taxa de urbanização superior a 80 por cento em quase todas as províncias do país nos próximos 10 anos. Tudo isto porque a possibilidade de encontrar trabalho, a facilidade com que circulam informações, a probabilidade de acesso a bens e serviços, tornam a vida nas cidades muito mais atractiva em comparação com as zonas rurais. Logicamente que viver na cidade não são só vantagens. Por exemplo, no caso de quem optar por Luanda, terá de lidar com constrangimentos que vão desde os custos com a moradia, as perdas de tempo devido aos problemas de trânsito, as dificuldades de adaptação e inserção social, os problemas com a criminalidade e burocracia, entre outros. Ainda assim, todos estes constrangimentos parecem não ser causa suficiente para inibir a tendência de emigração para as cidades. O que torna as principais cidades mais apetecíveis para os jovens que abandonam as zonas rurais de diversas provincias? Os economistas certamente mencionariam as vantagens competitivas que as cidades enquanto núcleos de desenvolvimento apresentam. Outros diriam que há mais possibilidades de acesso a bens, serviços e estilos de vida que dificilmente se podem encontrar nas zonas rurais. Já lá vão os tempos em que a acessibilidade de recursos naturais economicamente valiosos, a existência de vastos recursos minerais, potencial agrícola, recursos hídricos e terras aráveis, eram suficientes para fixação das pessoas sobretudo dos jovens numa dada localidade. Porque razões estão entre as localidades com enorme potencial agrícola, pecuário e mineral, as que observam um maior êxodo da população jovem que emigra para as áreas urbanas, em busca de emprego e outras formas de rendimento? Apesar dos esforços feitos pelo executivo Angolano no âmbito da reconstrução nacional, as oportunidades de acesso às infraestruturas sociais e económicas estão distribuídas de maneira assimétrica ao longo de todo país, sendo que uma grande densidade de infraestruturas de transportes, energia e novas tecnologias de informação e comunicação, estão concentradas nos centros urbanos. Um exemplo elucidativo desta realidade é o facto de que Angola possui uma rede extensa de estradas principais feitas em ritmo acelerado, que estão em condições razoáveis, facilitando a circulação de pessoas e bens. Mas entretanto as estradas secundárias e terciárias são em menor número e mais degradadas, o que dificulta imenso o exercício de actividades económicas. Vivemos tempos em que os factores críticos de desenvolvimento mudaram, ou seja, aliados à existência de recursos naturais e boa localização geográfica, uma economia municipal para ser competitiva necessita: de um bom funcionamento dos serviços da administração local do estado, um sistema de transportes que facilite a ligação entre a sede municipal, as comunas e aldeias, e entre o município e outros pontos do país, um bom sistema de serviços públicos e de contínuos investimentos do estado. Hoje falar do desenvolvimento local, implica falar de um conjunto de infraestruturas muito bem desenhadas, de actores económicos capazes de articular de modo adequado as actividades produtivas, o conhecimento local, e o comércio, sem nos esquecermos dos requisitos de sustentabilidade ambiental e de eficiência energética. Se a tudo isto tivermos de adicionar factores como a permeabilidade cultural para a introdução de inovações, a livre circulação de ideias e informações, a cultura de participação cívica, e o compromisso de todos os actores locais políticos, privados e sociais, ficamos com uma clara ideia acerca dos desafios económicos, políticos e sociais que cada município de Angola terá de enfrentar. A visão romanceada segundo a qual uma localidade desenvolve-se facilmente quando está bem localizada e dispõe de abundantes recursos naturais, ou alberga um grande complexo agro-industrial ou mineiro, parece estar em claro declínio. Lá onde as pessoas têm dificuldades de lidar com a precariedade dos serviços de saúde em contextos onde as doenças humanas e animais chegam a ser a maior ameaça económica para as famílias... Lá onde estão ausentes ou funcionam muito mal os serviços de registo e identificação civil, cartórios notariais, tribunais, instituições bancárias e repartições ficais... Não pode haver desenvolvimento económico local! As oportunidades de acesso às infraestruturas sociais e económicas estão distribuídas de maneira assimétrica ao longo de todo país 10 20 Setembro 2013 Mercados actividade económica Monitor da Crise Financeira na Europa Banco da Inglaterra não vê necessidade para mais estímulos À medida em que a economia se fortalece Os legisladores do Banco da Inglaterra votaram por unanimidade para manter a política monetária inalterada este mês, devido a melhoria das perspectivas económicas, tendo chegado a um acordo de que não seriam necessárias mais medidas de estímulo. Durante o mês de Agosto alguns membros do Comité de Política Monetária viram uma oportunidade interessante para um abrandamento da política, e a reunião de 3-4 de Setembro serviu para mostrar que nenhum membro do comité julgou que mais medidas de estímulo fossem apropriadas no momento. Na quarta-feira (18 de Set.), foram publicadas actas em que a maioria dos membros votou para manter o programa de compra de títulos, em £375 mil milhões ($598,000 milhões) e taxa de juros inalterada num mínimo recorde de 0,5%. Segundo o Banco da Inglaterra (BOE) ao nível doméstico, houve sinais crescentes de uma recuperação económica. De acordo com o relatório do BOE publicado em Agosto sobre a inflação, dados recentes apresentaram um risco ascendente para o perfil de crescimento. A economia britânica tem vindo a dar sinais de fortalecimento tendo o Banco central estimado um crescimento de 0,7% este trimestre contra os 0,5% registados o mês passado. O bureau político do governador Mark Carney, deu orientações sobre as taxas de juros no mês passado, comprometendo-se a mantê-las baixas até que a taxa de desemprego caia para 7%. empresas Multinacional Vodafone compra acções da Kabel Deutschland A Vodafone anunciou na última segunda-feira (16) a compra de 76,48 % das acções da Kabel Deutschland, a maior empresa alemã de telecomunicações a cabo, pelo que pagou cerca de €7,7 mil milhões, (cerca de $10 mil milhões). Na quinta-feira (12 de Set.) a multinacional britânica, tinha já afirmado ter garantido 75% das acções necessárias para a concretização do negócio. A Vodafone, que este mês concordou em vender a sua participação na operadora Americana Verizon Wireless por $130 mil milhões, viu na alemã Kabel Deutschland, uma maneira não só de expandir o seu negócio na Europa como também a possibilidade de oferecer mais serviços de televisão e de telefone de rede fixa na Alemanha, que é tão somente a maior rede de telefone móvel do mercado europeu. Contudo, o acordo requer ainda a aprovação das autoridades reguladoras da Comissão Europeia, com a realização de uma primeira revisão prevista até 20 de Setembro. A Vodafone deu ainda a conhecer aos accionistas da Kabel Deutschland que não venderam as suas acções, que puderão fazê-lo durante as próximas duas semanas, uma vez que o período de oferta só acaba a 30 de Setembro. Após a conclusão do negócio, a Vodafone pretende introduzir o chamado acordo de controlo com Kabel Deutschland, o que permitiria a multinacional britânica determinar a estratégia da Kabel Deutschland e não menos importante, ter acesso aos seus fluxos de caixa, o que é permitido pela Lei Alemã, quando um comprador detém 75 % da empresa. Pressupõem-se que provavelmente será usado por alguns fundos hedge ou de cobertura, incluído a Elliott Management, Davi- dson Kempner e o York Capital, que nas últimas semanas compraram acções da Kabel Deutschland, na esperança de que o tribunal vá forçar a Vodafone a oferecer um preço mais elevado na próxima fase de compra de acções. A participação da Elliott na Kabel Deutschland permanece acima de 10%. Esta mesma táctica usada por esses fundos, já foi usada pela Elliott Management aquando da aquisição da fabricante de guindastes alemã Demag, pela rival norte-americana Terex há dois anos. No entanto, a decisão judicial para este caso está ainda pendente. mercados Merkel diz que eleições alemãs serão decisivas para o futuro do EUR A Chanceler Alemã, Angela Merkel referiu às eleições alemãs do dia 22 de Setembro como sendo um referendo sobre a estabilidade do EUR. Durante um discurso perante o seu partido, União Democrata Cristã, Merkel enquadrou as próximas eleições como uma decisão entre a sua política de resgates aos países mais frágeis da zona euro, e o que ela ilustrou como planos pela oposição alemã para conjugar as dívidas de todos os países membros da moeda única. O Partido Social Democrata, liderado pelo Peer Steinbruek e o Partido Verde, pretendem derrubar Merkel e formar uma nova coligação partidária, bem como defendem a criação de um fundo conjunto de amortização da dívida e outras opções que “atiram todas as dívidas numa panela só”, afirmou Merkel, insistindo que “É por isso que as vossas decisões determinarão o percurso futuro da Europa”, ao dirigir-se ao eleitorado. Merkel, no poder desde 2005, tem basea- “O fosso entre os ricos e os pobres está claramente a aumentar” 10% Percentagem das receitas anuais dos Bancos Europeus, a ser cobrada aos mesmos como multa, caso falhem na tarefa de combate à manipulação financeira. do a sua campanha eleitoral na sua gestão económica e a sua insistência para que a assistência financeira aos países da zona euro em crise fosse acompanhada por reformas. A sua mensagem de boa gestora foi reforçada na terça-feira (17 de Set.), com um aumento na confiança de investidores alemães em Setembro, notado pela subida do Índice mensal do Instituto ZEW para 49,6, acima do nível de 45 esperado por economistas entrevistados. Por sua vez, Steinbrueck, Ministro das Finanças durante o primeiro mandato da Chanceler, diz que a imposição de medidas de austeridade por Merkel tem dividido a Europa, enquanto este na sua campanha dá maior ênfase ao crescimento económico. Num discurso perante o seu partido, Steinbrueck acusou a Chanceler de ter negligenciado a própria economia doméstica, dando “orientações, mas nenhuma direcção”. “O fosso entre os ricos e os pobres está claramente a aumentar” afirmou Steinbrueck, defendendo os planos do seu partido para aumentar a taxa mais elevada sobre o rendimento de 42% para 49%, e impor uma taxa sobre o património. Este, exige que os bancos sejam “finalmente” chamados para pagar pela crise que originaram, afirmando que o seu partido irá banir “trocas especulativas” sobre matérias-primas e produtos alimentares. Apesar da Chanceler Alemã ter uma liderança considerável sobre Steinbrueck, as últimas sondagens demonstram resultados pouco $28 mil milhões Lucro obtido pelo governo dos EUA com o resgate aos bancos do país, na sequência da falência do Lehman Brothers, há cinco anos, no auge da crise financeira. PAÍS Yelds 10 anos CDS 5 anos (Bp) PIB IIº Trim Dívida/ Défice/ 2013 Var. Hom. PIB 2013 PIB 2013 IPC Mensal Portugal 534,00 7,08% -2,10 1,24 -6,40% 0,20% Irlanda 138,50 398,70% -0,90 1,18 -7,60% 0,20% Itália 240,00 4,37% -2,10 1,27 -3,00% 1,20% Grécia N.A. 10,16% -3,80 1,57 -10,00% -1,30% Espanha 224,00 4,38% -1,60 0,84 -10,60% 1,50% Hungria 280,50 6,00% 0,50 0,79 -1,90% 1,30% Bélgica 56,50 2,73% 0,00 1,00 -3,90% 1,10% França 66,00 2,46% 0,30 0,90 -4,80% 0,90% Alemanha 25,00 1,96% 0,50 0,82 0,20% 1,50% Reino Unido 33,00 2,92% 1,50 0,90 -6,30% 2,70% Taxas de JURO TBC- 63 dias TBC- 182 dias BT- 182 dias BT- 364 dias EURIBOR 1 M EURIBOR 6 M EURIBOR 12 M LIBOR 1 M LIBOR 6 M LIBOR 12 M LUIBOR 1 M LUIBOR 6 M LUIBOR 12 M MOEDA AKZ AKZ AKZ AKZ EUR EUR EUR USD USD USD AKZ AKZ AKZ 16-Set-13 3,62 5,07 2,92 3,56 0,128 0,338 0,542 0,179 0,380 0,656 0,076 0,089 0,099 Var. Sm. Bp 0,00 0,00 0,00 -13,00 -0,10 -0,40 -0,50 -0,27 -0,75 -0,95 -0,01 -0,03 -0,01 Var. Ac. Bp -347 -173 -133 -199 -98 -132 -145 -11 -42 -47 -9 -12 -11 Taxas de Juro Banco Central Taxa Básica do BNA: Taxa de Redesconto: Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez: Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez: 9,75% 20,00% 11,00% 0,75% Taxas de CÂMBIO SPOT Cotação USD/AKZ EUR/AKZ ZAR/AKZ EUR/USD GBP/USD USD/ZAR USD/BRL USD/CNY 16-Set-13 96,748 128,631 9,733 1,3338 1,5908 9,8121 2,2762 6,1203 Var. Sem. -0,11% 0,92% 0,89% 0,65% 1,36% -1,67% -0,03% -0,01% Var. Acum. 1,29% 4,04% -17,41% 2,21% 1,88% 22,06% 23,89% -2,76% Mercados Accionistas Índice DOW JONES NASDAQ S & P 500 FTSE 100 PSI 20 Nikkei 225 BOVESPA 16-Set-13 15.494,78 1.697,60 3.717,85 6.622,86 53.821,63 6.009,54 14.404,67 Var.Sem. 2,87% 1,55% 0,33% 1,61% -0,79% 0,96% 1,50% Var.Acum. 24,38% 32,93% 40,36% 16,19% -8,78% 5,41% 70,36% Commodities Matérias primas Brent Crud oil (Angola) Gas Natural Ouro Spot Platina 16-Set-13 109,83 110,12 2,33 1.312,98 1.436,00 claros para a sua coligação governamental. O resultado mais provável para o dia 22 é Var. Sem. -2,93% -2,05% 17,09% -5,33% -3,38% Var.Acum. 1,38% -1,33% -10,04% -16,13% 3,01% de uma grande coligação dos dois maiores partidos federais – a UDC e o PSD. 0,1% Aumento do Índice de preços do Consumidor de Julho à Agosto nos EUA, inferior ao aumento de 0,2% em Julho. 12 20 Setembro 2013 Fecho Uma unidade hoteleira de quatro estrelas foi inaugurada na cidade do Lubango, capital da província da Huíla, pelo ministro da Hotelaria e Turismo, Pedro Mutindi EM FRANÇA Governadores destacam oportunidades Lyon é o segundo maior centro de negócios de França e foi para lá que se dirigiram todos os membros da delegação dos governos do Kuando -Kubango, Zaire, Uije e Bengo. No seu primeiro dia, os trabalhos estiveram focalizados na questão do turismo e agro-indústria. Durante um almoço de trabalho com os principais operadores de turismo, em Lyon, os governadores receberam explicações sobre o funcionamento do sector, principal destino turístico mundial que recebe, em média, oitenta milhões de pessoas por ano. Para o governador Higino Carneiro é urgente que os franceses façam mais turismo em Angola. Tendo em vista o fortalecimento das relações entre os dois Estados, principalmente entre as empresas, falou-se sobre as possibilidades de criação de uma câmara de comércio e indús- Histórico da cooperação As relações bilaterais entre Angola e França iniciaram-se em Janeiro de 1977, ano em que aquele país europeu reconheceu a independência da então República Popular de Angola, culminando em 26 de Julho de 1982, com a assinatura do Acordo Geral de Cooperação, marcando assim o limiar das relações de cooperação bilateral entre ambos os países. Após o referido Acordo Geral, e como consequência das boas relações, foram assinados diversos instrumentos jurídicos, alguns já vencidos e outros ainda em vigor. A França, como parceiro tradicional, pouco diversificou a sua presença em Angola mantendo o seu principal interesse no domínio petrolífero e serviços inerentes a essa actividade, tornando a interacção empresarial limitada e condicionada a um único sector, o que caracterizou as relações nas décadas de 80, 90 e início do século XXI. Entretanto, com a chegada ao poder de Nicolas Sarkozy, após a sua vitória nas eleições presidenciais em Maio de 2008, surgiu uma nova dinâmica nas relações de cooperação com certos países africanos, entre os quais Angola, marcada pela visita oficial que efectuou, aos 23 de Maio de 2008. A nova conjuntura política, derivada das últimas eleições presidenciais de Maio de 2012 que levou o Partido Socialista a estar à frente dos destinos dos franceses, com a eleição do Presidente François Hollande e do seu Governo dirigido por Jean-Marc Ayrault, estão, igualmente, a apostar no reforço desta cooperação. Para o governador Higino Carneiro é urgente que os franceses façam mais turismo em Angola tria. “Aventou-se a possibilidade de, o mais depressa possível, instituir-se a Câmara de Comércio e Indústria bilateral”, frisou Carneiro. Para além do turismo, a delegação angolana visitou uma fábrica de camiões da Renault, especializada na produção de motores para camiões, barcos e autocarros, assim como percorreram o principal centro de formação profissional para atender às necessidades da indústria naquela região. A AFPI é um instituto que forma técnicos e engenheiros e é uma escola de referência. Para o embaixador Miguel da Costa, Angola precisa deste tipo de experiências para que possamos formar “recursos humanos com qualidade para que possam atender às necessidades da indústria”. “A indústria não se faz apenas com engenheiros”, frisou o diplomata. Durante os encontros, os governadores provinciais trocaram vários contactos e mostraram-se disponíveis em acolher as empresas interessadas em fazer parcerias com os angolanos. Segundo o governador do Kuando Kubango, foram apresentados os nossos programas para que o empresariado lyonês pudesse entender “que Angola não está parada”. “O nosso país tem necessi- Continente terá quatro lojas O projecto luso-angolano de abertura, em Angola, dos hipermercados Continente contempla a abertura de quatro lojas e um centro de logística, em Luanda, informou o administrador do grupo português Sonae, Luís Reis, citado pela agência financeira Reuters. Luís Reis adiantou que os empreendimentos abrem ao público em 2015, depois de estarem solucionadas as dificuldades opera- cionais que causaram o adiamento do projecto detido em 51 por cento pelo grupo angolano Condis, ligado a Isabel dos Santos, e em 49 por cento pelo grupo Sonae. À margem de uma conferência sobre investimento no norte de Portugal, o administrador adiantou que os dois parceiros continuam a acreditar “que ainda há oportunidades no mercado” angolano e revelou que “o projecto tem a aprovação do governo”, estando actualmente a ser elaborada a sua “configuração operacional.” “Caso as lojas a serem abertas se adaptem bem ao mercado e forem bem recebidas pelos consumidores há a intenção de lançar o formato em todo o território angolano”, disse ainda o administrador do grupo Sonae. O grupo detém 440 estabelecimentos do ramo alimentar em Portugal, sendo o maior retalhista do país. dade de investimento estrangeiro e não só, mas de qualquer forma não está aqui de mão estendida. Apresenta realizações. Apresenta projectos e, desta feita, também estamos receptivos para trabalhar em parceria com as diferentes empresas que se mostrem disponíveis em trabalhar para o nosso país”, destacou Higino Carneiro. A delegação dos governos provinciais tem ainda previstos outros encontros com os empresários em Paris e visitas a empreendimentos industriais em Lille, numa iniciativa da Embaixada de Angola em França e do MEDEF, movimento das empresas francesas.