World Wide Web - A Internet Hipermédia

Transcrição

World Wide Web - A Internet Hipermédia
IPT-ESTT-DEI-Introdução à Tecnologia – Textos de Apoio
Instituto Politécnico de Tomar
Escola Superior de Tecnologia de Tomar
Departamento de Engenharia Informática
Unidade Curricular de Introdução à Tecnologia
World Wide Web - A Internet Hipermédia
José M. Palma R. Ramos
docente
Resumo
Tim Berners-Lee criou a World Wide Web quando era investigador no CERN
(Conseil Européen pour la Recherche Nucleaire) em Genève, Suíça. Era
necessária uma ferramenta para facilitar a colaboração entre os físicos e outros
investigadores da comunidade da Física Nuclear. O facto é que a Web se
estabeleceu contra o já consagrado princípio hipermédia da separação entre os
registos dos documentos e os registos das conexões, tão arduamente defendido
por Ted Nelson, o fundador do hipertexto e do hipermédia. Porém, em
competição com uma acelerada sucessão de tecnologias para partilha de
informação e constrangida pela necessidade de utilizar a Internet como o
único suporte físico e lógico disponível, a Web só seria possível pela adopção
de um princípio fundamental oposto: fusão das conexões com os documentos.
Este princípio iria potenciar a utilização, o desenvolvimento e a divulgação da
tecnologia Web, como o mais poderoso meio de partilha de informação.
1. O início do processo criativo
O processo criativo da Web começou em 1980, quando Tim Berners-Lee, licenciado em
Ciências da Computação pelo Queen’s College da Universidade de Oxford, em 1976, recém
admitido num emprego de consultor de redes informáticas no CERN, ficou frustrado por
constatar que a sua agenda de trabalho, a sua lista telefónica e os seus documentos estavam
armazenados em diferentes bases de dados e em diferentes computadores, tornando muito difícil
o seu acesso simultâneo.
Nessa época, usavam-se no CERN sistemas de gestão de informação muito variados, das
mais diversas normas e específicos para cada máquina. De uma forma geral, e tal como na
maior parte das organizações dessa época, a informação era processada em máquinas isoladas
com interacção ou conectividade nulas. Os dados de Tim Berners-Lee encontravam-se
espalhados por vários desses sistemas. Ele gostaria de desenvolver um sistema que lhe
permitisse, por exemplo, colocar, rápida e automaticamente, o endereço do destinatário numa
carta, no momento de a compôr: “... eu queria uma aplicação capaz de armazenar associações
aleatórias entre peças arbitrárias de informação”. Uma primeira tentativa resultou numa
aplicação de hipertexto que designou por “Enquire-Within-Upon-Everything”, referida
abreviadamente por “Enquire”, e inspirada no título “Enquire Within Upon Everything”
(“Indagar Tudo Sobre Tudo”) de um manual enciclopédico vitoriano de 1856. Mais recentemente, Tim Berners-Lee terá reconhecido que os seus contactos com as ideias de Ted Nelson e
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com os conceitos de hipertexto e hipermédia eram apenas marginais; a sua motivação era
exactamente resolver o problema no CERN.
Tim Berners-Lee deixou o CERN em 1982, pouco tempo após ter desenvolvido o
“Enquire”, que deixou praticamente de ser usado após a sua partida. Enquanto lá esteve
aprofundou a sua competência em redes de computadores, tendo contribuído para o
desenvolvimento do sistema RPC (Remote Procedure Call). Entretanto, em 1984, é introduzido
o protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol) no CERN, que se torna,
em 1989, no maior centro Internet da Europa.
Este incremento trouxe Tim Berners-Lee de novo ao CERN, em 1989, desta vez como
investigador. A cultura computacional do CERN evoluiu drasticamente para as novas ideias da
computação distribuída e da programação orientada a objectos. A competência de Tim BernersLee em redes de computadores e em programação de sockets TCP adequava-se melhor a esta
nova cultura computacional do CERN. Além do mais, as tecnologias orientadas a objectos
trazidas pela plataforma NeXTStep, em uso no CERN, facilitaram a utilização de sistemas
rápidos de desenvolvimento e prototipificação de software em ambientes UNIX.
2. A proposta de 1989: hipertexto distribuído em rede
Em Março de 1989, Tim Berners-Lee submeteu aos seus superiores hierárquicos, o documento
“Gestão de Informação: Uma Proposta”. Nas suas justificações consideravam-se: por um lado,
a dispersão geográfica dos grandes contributos para o CERN e a rápida sucessão de parceiros, de
estudantes e de cientistas visitantes, que só podiam participar em projectos de curta duração
para poderem deixar alguma contribuição antes de partirem; por outro lado, as deficiências dos
sistemas hierárquicos de gestão e distribuição de informação, como o UUCP (UNIX to UNIX
Copy Protocol: conjunto de aplicações UNIX para transferir cópias de ficheiros entre diferentes
sistemas UNIX e para enviar comandos de execução entre sistemas), destacando as vantagens de
utilização de um sistema baseado em hipertexto. Propunha-se um esquema simples para
incorporar os vários servidores de informação disponíveis no CERN, um sistema de hipertexto
distribuído capaz de proporcionar um único interface com o utilizador para grandes classes de
informação armazenada (relatórios, notas, bases de dados, documentação computacional e sistemas de ajuda), com os seguintes objectivos:
•
obter um protocolo simples para solicitar informação humanamente legível a partir de
sistemas remotos acessíveis por rede.
•
obter um protocolo através do qual a informação possa ser convertida para um
formato comum ao fornecedor da informação e o seu destinatário.
•
obter um processo para ler texto (e possivelmente, gráficos), tirando o máximo
partido da actual (à época, naturalmente) tecnologia de interfaces gráficos para o
utilizador.
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•
obter e manter colecções de documentos, nas quais os utilizadores poderão colocar
novos documentos.
•
permitir que os documentos ou colecções de documentos geridos pelos utilizadores
possam ser conectados a outros documentos ou colecções de documentos, através de
conectores visíveis.
•
proporcionar opções de pesquisa para permitir o acesso automático à informação
através de palavras chave, adicionalmente à capacidade de “navegação” de conexão
em conexão.
•
utilizar software de domínio público sempre que possível e para constituir interface
com sistemas proprietários já existentes.
•
proporcionar o necessário software livre de encargos.
Autorizado pelos seus superiores a prosseguir, Berners-Lee elaborou, então, um
documento designado por “Hypertext and CERN”, que incluía um inquérito e que fez circular
conjuntamente com a proposta, ainda em 1989, para recolher opiniões e comentários em todo o
CERN. A proposta era apresentada a todo o pessoal do CERN como a solução para as tecnologias que iriam facilitar a colaboração entre a comunidade da Física Nuclear. Tim Berners-Lee
apresentava, também, a sua experiência em programação de processamento de texto, de
comunicações e de aplicações de tempo real.
A proposta de Berners-Lee era uma extensão à ideia do gopher, mas com incorporação de
novas ideias e características. Também obteve inspiração em parte do trabalho de Ted Nelson
no projecto XANADU. Assim, foram incorporadas três novas tecnologias: a linguagem HTML
(HyperText Markup Language) para codificar a descrição dos documentos de hipertexto, o
protocolo HTTP (HyperText Transfer Protocol) para transmitir os documentos codificados e
uma aplicação cliente, designada por browser, para receber os dados em HTML e mostrar os
documentos. Um aspecto decisivo na sua proposta, e um conceito completamente novo, era a
especificação que exigia que o browser fosse compatível com qualquer plataforma
computacional, de modo a que qualquer utilizador pudesse aceder aos documentos a partir de
qualquer tipo de computador.
3. O arranque do projecto “Web” (1990)
Depois de ter recolhido as opiniões e comentários à sua proposta, será esta reformulada em
1990, de acordo com essa recolha, numa nova versão, com a colaboração do seu chefe, Robert
Cailliau.
Tim Berners-Lee concebeu então um projecto em duas fases. Na primeira fase, o CERN
deveria fazer uso do software e do hardware existentes e desenvolver “browsers” simples para
as diversas plataformas em uso, baseados na determinação experimental das necessidades de
requisitos de informação dos utilizadores. Na segunda fase, o CERN deveria estender a área de
aplicações, ao permitir aos utilizadores acrescentar novo material.
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Tim Berners-Lee e outros no CERN estavam impressionados com os novos paradigmas de
computação tal como foram aplicados pela NeXT Software Inc., fundada pelo “arquitecto” da
revolução do computador pessoal, Steve Jobs. Utilizando a tecnologia orientada a objectos da
NeXT, em Novembro de 1990 foi desenvolvido o primeiro browser, ainda exclusivamente de
texto, designado por “WorldWideWeb”, mas geralmente referido, simplesmente, por “Web”.
Este primeiro browser já tinha alguma sofisticação, pois incluía um editor WYSIWYG de
documentos Web. WYSIWYG é o acrónimo de “What You See Is What You Get”, que significava
já a possibilidade de usar texto formatado e com estilos. Embora este primeiro browser fosse
exclusivamente de texto (embora WYSIWYG), o simples clicar de conexões de texto permitia a
visualização de imagens e a audição de som, mas através de outras aplicações específicas a
executar em simultâneo noutras janelas. O primeiro servidor Web também foi desenvolvido e
testado numa plataforma NeXTStep.
Tendo também completado o protocolo HTTP e a especificação básica da linguagem
HTML durante o ano de 1990, no Natal desse mesmo ano Berners-Lee brindou o pessoal do
CERN com a demonstração de um sistema básico no primeiro servidor Web, “nxoc01.cern.ch”.
Para estimular a adopção do sistema era essencial oferecer informação já existente sem ter que a
converter para um formato estranho. Isto foi feito através de um interface para a documentação
de texto armazenada no computador central do CERN e para um serviço de ajuda igualmente
instalado nesse computador, que, assim, se constituiu como a primeira página Web:
“nxoc01.cern.ch/hypertext/WWW/TheProject.html”.
Entretanto, a disponibilidade muito restrita da plataforma NeXTStep no CERN, que,
contrariamente ao que se esperava, não se estava a impor no mercado dos sistemas operativos,
limitava uma divulgação mais generalizada do sistema. Para assegurar a sua aceitação global,
era necessário (e urgente) desenvolver browsers para as diversas plataformas então em voga.
Para mais esta tão complexa quanto urgente tarefa, Berners-Lee necessitava de ajuda.
4. Divulgação da “Web” (1991-1992)
A primeira ajuda veio por parte de Nicola Pellow, um finalista de Matemática a estagiar no
CERN e brilhante programador. Berners-Lee e Pellow desenvolveram, entre Novembro e
Dezembro de 1990, um segundo browser, o LineModeBrowser, muito mais simples e
rudimentar do que o browser Web, mas executável sobre qualquer plataforma. Este LineModeBrowser apenas permitia “navegar” texto simples, sem formato nem estilos (como a sua
própria designação indica).
Para “semear” informação na Web, em Março de 1991 foi criado um segundo servidor no
CERN para estabelecer o acesso por browser a uma base de dados telefónica. Foi a primeira
aplicação realmente útil da Web e que conferiu a primeira imagem colectiva da Web como uma
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enorme lista telefónica com um estranho interface. De qualquer forma, foi este serviço que
divulgou a utilização do LineModeBrowser nas secretárias dos cientistas do CERN.
Em Maio de 1991 fica pronto um terceiro servidor Web para “hospedar” toda a
documentação do projecto Web e é realizada a primeira apresentação pública da World Wide
Web numa demonstração multiplataforma, perante uma audiência maioritariamente de cientistas
da computação e da física nuclear, com a utilização do browser Web nos computadores NeXT e
do LineModeBrowser nos restantes.
Entretanto, o LineModeBrowser pouca mais utilidade teria senão para servir uma táctica
astuta que Berners-Lee iria pôr em marcha, visando divulgar definitiva e universalmente a
World Wide Web.
Berners-Lee sabia que proliferavam brilhantes programadores (alguns dos quais Hackers
ou ex-Hackers) em determinadas e muito activas comunidades virtuais da UseNET. Sabia
também que alguns deles, uma minoria, dispunham de plataformas NeXTStep. Então, imaginou
que se oferecesse o, na altura, impressionante browser Web aos felizes utilizadores NeXTStep e
o pouco atractivo “LineModeBrowser” à grande maioria de utilizadores das outras plataformas
igualmente equipadas com interfaces gráficos, e a todos divulgasse como aceder à informação
sobre o projecto Web, toda essa comunidade seria desafiada a criar novos browsers, tão bons ou
melhores que o browser Web, mas para todas as plataformas.
E de facto assim foi. Em Agosto de 1991, Berners-Lee afixou mensagens (posters) pelos
canais UseNET dessas comunidades e publicou o código-fonte dos dois browsers em servidores
FTP anónimos. Foi uma onda de choque que reverberou por toda a Internet. No espaço de um
mês, o tráfego nos servidores Web do CERN disparou dos 30 acessos diários para mais de
1.500. Antes do fim do ano já existiam browsers experimentais semelhantes ao browser Web
para outras plataformas com interface gráfico e é criado o primeiro servidor Web fora do CERN
(e fora da Europa, naturalmente), fechandp-se o ano de 1991 com um total de 4 servidores Web
em todo o mundo.
O ano de 1992 foi o ano da divulgação definitiva da Web: o projecto estava lançado. Foram
desenvolvidos e progressivamente melhorados browsers para todos os gostos e para todas as
plataformas com interface gráfico; o hipertexto tipo Web e as topologia de conectividade entre
documentos são assuntos recorrentes em todas as comunidades virtuais; a linguagem HTML vai
evoluindo de um modo um pouco selvagem, pois muitos programadores disputam a supremacia,
impondo padrões de codificação de documentos que só funcionam nos seus browsers. No fim
1992 existem já cerca de 50 servidores Web na Internet, um deles em Portugal, no CCG Centro de Computação Gráfica, em Coimbra.
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5. A Web Hipermédia (1993)
No ano de 1993, os gophers encontravam-se no seu apogeu e em nada eram beliscados pela
Web. Embora sem as atractivas funcionalidades do hipertexto WYSIWYG do emergente espaço
Web, o espaço gopher tinha já ultrapassado o milhar de servidores e o milhão de documentos
disponíveis; por outro lado, a crescente disponibilidade em interfaces gopher gráficos fazia dos
menus gopher autênticos hipertextos; além de tudo o mais, a Web encontrava-se numa fase de
crescimento desordenado por falta de padronização.
Entretanto, nas comunidades virtuais dos entusiastas da Web, um tema surge com
insistência: a Web hipermédia. Alguns dos programadores Web já estavam a apresentar
browsers experimentais capazes de exibir imagens, numa ou noutra plataforma. O desejo de
confronto com o espaço gopher não era alheio a todo este debate. Só a adopção do hipermédia,
isto é, a possibilidade de divulgar documentos WYSIWYG capazes de incluir imagens no próprio
browser, tornaria a Web competitiva em relação aos gophers.
Marc Andreesen era um desses programadores. Estudante finalista de Ciências da
Computação na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign e a trabalhar num projecto do
NCSA (National Center for Supercomputing Applications), liderou uma equipa de colegas de
licenciatura que desenvolveu o primeiro browser totalmente gráfico: o Mosaic. Em Setembro de
1993, estava disponível a versão final do Mosaic 1.0 para as plataformas MacOS, MS - Windows
e X - Windows. A facilidade em exibir imagens (formato GIF) e em apontar e clicar em
conectores, quer de texto quer de imagem, e a sua extensa disponibilidade para a esmagadora
maioria das plataformas gráficas existentes, fez a imediata e decisiva popularidade deste
browser. A sua adopção quase universal introduziu, pela primeira vez, alguma padronização na
linguagem HTML. No fim de 1993 existem já cerca de 250 servidores Web na Internet.
6. O ano da Web (1994)
O ano de 1994 foi, efectivamente, o ano da Web. A possibilidade de publicar documentos
hipermédia atraiu as empresas, desejosas de promover na Internet a sua imagem gráfica e
interactiva. Em Março, Marc Andreesen deixou o NCSA e associou-se a Jim Clark para formar a
Netscape Communication Corporation que irá, no fim do ano, lançar o Netscape Navigator 1.0,
a primeira versão desta famosa série de browsers. A primeira Conferência Internacional da
WWW, em Maio, no CERN, foi tão participada por utilizadores e programadores que ficou
conhecida como o ”Woodstock da Web”. Em Outubro, o NCSA organiza o Comité da
Conferência Internacional da WWW. Finalmente, em Dezembro, é criada a organização
internacional que irá gerir o funcionamento da Web, o W3C (World Wide Web Consortium Consórcio da WEB), presidido (ainda hoje) por Tim Berners-Lee.
No fim de 1994 existiam já cerca de 10.000 servidores Web na Internet, dos quais 2.000
eram comerciais, e contava com mais de 10 milhões de utilizadores. O espaço gopher era,
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assim, ultrapassado em toda a linha, começando a converter-se rapidamente ao espaço Web, o
mesmo acontecendo com os Archie’s e com os WAIS’s. O que resta hoje destes antigos
arquivos digitais da Internet é meramente revivalista. Durante o ano de 1994 a Web duplicou-se
em cada 53 dias !...
7. A supremacia do Ciberespaço Web (1995-hoje)
O ano de 1995 marca a chegada dos gigantes da Informática ao mundo da Web. Desses gigantes
destaquemos dois: A Sun Microsystems e a Microsoft.
A Sun Microsystems, entre muitas outras coisas, era proprietária da linguagem de
programação orientada a objectos, Java, vocacionada para produção de aplicações
multiplataforma. Em 1995, lança o browser HotJava, com todas as potencialidades hipermédia
do, então líder absoluto, Netscape Navigator, acrescido de uma potencialidade única: executar
aplicações produzidas em Java. Assim, o HotJava passava a poder exibir qualquer tipo de
média: para além das potencialidades cada vez mais sofisticadas de exibir texto e imagem, ao
poder executar um sistema de som, tocava ficheiros de som, ao poder executar um sistema de
vídeo, exibia ficheiros de vídeo. Além disso, expandia a interactividade ao inimaginável, pois
podia, por exemplo, receber e disponibilizar ao utilizador um jogo ou um simulador e com ele
interagir. Estava, assim, criado o conceito de browser como máquina virtual. A Netscape, após
negociação com a Sun, anunciou então a inclusão desta potencialidade na próxima versão do seu
browser Navigator. Finalmente, o espaço Web estava a constituir-se como um ciberespaço, tal
como foi sonhado por William Gibson e teorizado por Pierre Lévy.
A Microsoft já liderava o mercado mundial de sistemas operativos para computadores
pessoais e de uma vasta gama de aplicações informáticas muito populares, como aplicações de
escritório e domésticas, aplicações multimédia e jogos, entre outras. Aparentemente de costas
voltadas para a Web, decide então incluir um browser, o Internet Explorer, na nova versão do
seu sistema operativo MS – Windows. Por negociação directa com a Sun, conseguiu também a
compatibilidade Java.
Os dois browsers, Netscape Navigator e Microsoft Internet Explorer, disputaram
duramente a supremacia da Web, versão após versão, com vantagem para o primeiro, até que,
em 1998, a Microsoft ultrapassa a Netscape no conhecido episódio da “guerra dos browsers”.
Bibliografia:
Não é apresentada qualquer bibliografia já que um dos trabalhos propostos aos alunos consiste na
pesquisa de referências bibliográficas, em formato impresso ou digital, que tratem do tema exposto no
presente texto.
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