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Seurat, Georges
Um dos grandes precursores da arte do século XX, Seurat foi o
criador do pontilhismo, técnica neo-impressionista baseada na
fragmentação da cor em pontos que, quando tomados em conjunto,
definem a forma pictórica. O efeito produzido é semelhante ao da
ampliação da retícula fotográfica, pela qual se obtém a granulação
da imagem.
Georges Seurat nasceu em Paris em 2 de dezembro de 1859. Em
1878 começou a estudar na Escola de Belas-Artes com Henri
Lehmann, discípulo de Ingres voltado para a pintura de nus e
retratos convencionais. Seurat nessa época já demonstrava
interesse pelos fundamentos teóricos da arte e por pesquisas
científicas quanto à percepção de linhas, cores e imagens. Esse
interesse, que persistiu ao longo de sua breve carreira, levou-o a
conhecer os estudos do químico Michel-Eugène Chevreul sobre
o cromatismo, que tiveram peso ponderável na elaboração do
pontilhismo.
Seurat, Georges
Em 1879, com vinte anos, Seurat fez o serviço militar em
Brest, onde realizou muitos esboços da paisagem marinha.
Em 1883 compareceu pela primeira vez ao salão oficial,
expondo retratos de sua mãe e de seu amigo Aman-Jean. No
mesmo ano iniciou "Cena de banho, Asnières", quadro que,
ao ser recusado pelo salão de 1884, motivou sua adesão à
Société des Artistes Indépendants, cujas mostras eram
organizadas sem premiação e sem júri.
Seurat ligou-se então a Paul Signac -- o outro grande nome
do pontilhismo, técnica também adotada, em determinado
momento, por Camille Pissarro -- e partiu para a realização
de sua maior obra, "Um domingo de verão na ilha da Grande
Jatte", que fez sucesso, mas também causou celeuma, ao ser
apresentada em Paris, em 1886, numa exposição do
impressionismo.
Igualmente famosas tornaram-se telas suas como "As
modelos", "Le Chahut" e "O circo". Ao todo, sua obra, além
de sete grandes composições, inclui quarenta quadros
menores, cerca de 500 desenhos e diversos cadernos de
esboços. Georges Seurat morreu em Paris em 29 de março
de 1891.
Seurat, dedicava-se à leitura de tratados teóricos sobre a cor,
de Rood, Henry, Sutter, mas sobretudo de Chevreul, com o
título sugestivo Da lei do contraste simultâneo das cores e da
combinação dos objetos coloridos: dessa leitura surge em
Seurat a exigência de tentar conciliar arte e ciência, substituir
a intuição pelo conhecimento. Com ele a pintura vem
organizada segundo uma nova concepção de espaço,
fracionado uma nova concepção de espaço, fracionado e
subdividido nos seus planos de modo a criar formas plásticas
tridimensionais sem forçar de modo evidente a compacidade
natural da superfície do linear. Mas essa organização do
espaço em sentido plástico era para Seraut verdadeira,
segundo sua definição: “a pintura: arte de cavar uma
superfície”; e a grande novidade não consiste apenas nessa
subdivisão particular de superficies, mas sobretudo no
emprego da cor pura. Ele obsevara, efitivamente, que era
possível substituir a “desordem” da pincelada impressinista.
Seurat, estendia sobre a tela um toque de cor já preparado e
misturado na paleta, por uma meticulosa e pré-ordenada
disposição de pontinhos minúsculos de cor pura, colocados um
em seguida ao outro numa distância constante, de modo que a
mistura dos tons viesse opticamente, isto é, a posteriori, no olho
do observador.
O modelo para as artes gráficas — A teoria de Seuralt sobre o
valor dos tons “puros” dispostos na tela em pequenos pontos
divididos, um em seguida ao outro numa distância constante, é
certamente a maior descoberta pictórica do momento, apesar de
alguma negativa da suspeita de tecnicismo árido que o externo
rigor de sua atuação prática deixava entrever.
Todavia, embora se deva certamente atribuir a Seurat a
fascinante intuição de dispor as cores de modo que a mistura
acontecesse opticamente na retina do observador, ele, ao
formular cientificamente as próprias teorias valeu-se sobretudo
da obra de Chevreul: e já que, segundo a lei do constraste
simultâneo das cores, chevreul estabelecera um ciclo de quatro
cores fundamentais, azul, vermelho, amarelo, verde e oitos cores
intermediárias. Seuralt reduziu a sua paleta a esses elementos,
introduzindo aí apenas o branco, para preservar as vantagens da
luminosidade e da harmonia. Por outro lado, as teorias sobre a
concordância das cores de Chevreul já haviam sido apanhadas de
Delacroix, e o próprio Seurat, estudioso atento da obra e em
particular da cor-de-rosa pintados por ele ondulavam
freqüentemente traços verdes, confrontando uma outra lei de
Chevreul:
“Dois objetos justapostos, mas coloridos diferentemente, não
aparecem sob sua cor respectiva, mas com uma tonalidade
resultante da influência da cor de outro objeto.” Averdade
“descoberta” de Seuralt, definitivamente, é o “ponto”,
compreendido como medida unitária para a organização do
espaço plástico; mas esse ponto colorido, absolutamente
concreto, não é nunca analítico, dispersivo da imagem, mas
construtivo, com tendência sintética de representação. Numa
carta dirigida a Maurice Beaubourg, Seurat tenta, em torno de
1886, reassumir suas próprias teorias, segundo a estética e a
técnica.
Por estética, ele entende arte como harmonia, analogia dos
contrários, segundo o tom, a tinta e a linha em todas as suas
possíveis combinações: alegres, calmas ou tristes; por
técnica, posta antes a duração, na retina do olho humano, da
impressão luminosa, exalta a síntese como resultante da
mistura óptica dos tons e das tintas, isto é, das luzes e das
sombras: uma tentativa, definitivamente, de associar desenho
e cor, o instante fugidio da impressão com a duração do
efeito visível.

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